Anexo A Produção de Frutas No Brasil DIEESE PDF

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS
NO BRASIL
PRODUTOS SELECIONADOS
SUMÁ RIO
INTRODUÇÃ O 3
ABACAXI 8
BANANA 21
MAÇÃ 35
MANGA 47
MELÃ O 60
UVA 73
CAFÉ 86
LEITE 102
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL

A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL


PRODUTOS SELECIONADOS

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de frutas do mundo. A grandeza de


seu território, a diversidade de clima e de solo, as diversas espécies de frutas naturais
(originais) e a introdução de variedades adaptadas às mais variadas condições levaram o
Brasil a um importante patamar de produção nessa área. A fruticultura brasileira avançou
na produção, na comercialização, no consumo interno, nas exportações e no controle de
qualidade, e pode ainda conquistar novos mercados interna e externamente com o
aumento do consumo desses produtos.

O clima tropical é propício para o cultivo de muitas frutas, porém também é propício para
o desenvolvimento de insetos, fungos, plantas invasoras e outras pragas que podem
prejudicar as lavouras. Por isso, afirmam as entidades representantes dos produtores, o
uso da tecnologia é uma necessidade no setor produtivo. Porém, muitas vezes, se observa
que os cuidados necessários para que o uso de produtos químicos não afetem a saúde do
trabalhador e do consumidor não são respeitados. A utilização de novas tecnologias devem
estar sempre associadas à boas técnicas para o meio ambiente e de gestão de pessoal.

A pesquisa Produção Agrícola Municipal – PAM, realizada pelo Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística – IBGE em 20171, analisa 23 produtos da fruticultura, sendo três
classificados como lavoura temporária (abacaxi, melancia e melão) e 20 como lavouras
permanentes (abacate, açaí, banana, caqui, castanha-de-caju, coco-da-baía, figo, goiaba,
laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, noz, pera, pêssego, tangerina
e uva). Em 2017, a soma dos valores da produção destes produtos foi 4,6% superior ao
ano anterior, totalizando R$ 38,9 bilhões, um crescimento de 4,6% em relação a 2016. As
principais frutas produzidas no Brasil são a Laranja, Banana, Açaí, Uva e Abacaxi, nessa
ordem.

Pela PAM, a unidade da Federação com maior valor de produção de frutas no Brasil é São
Paulo, com R$ 10,6 bilhões, um crescimento de 2,4% em relação a 2016, sendo o principal
produto no estado a Laranja, com um valor de produção na ordem de R$ 8,5 bilhões. Em
seguida vem o estado do Pará com R$ 6,8 bilhões, 25,1% superior ao ano de 2016, onde
o principal produto é o Açaí, produto novo na pesquisa. O Estado do Rio Grande do Sul

1 Em 2017, o IBGE realizou o Censo Agropecuário, que permitiu a atualização do conhecimento da rede de
coleta sobre a realidade dos municípios. Os resultados divulgados na PAM 2017 refletem, em parte, esta
experiência adquirida durante o Censo Agropecuário, mas cabe ressaltar que as datas e períodos de
referência são diferentes, e, portanto, os dados não são os mesmos. Além disso, os dados censitários ainda
estão em fase de crítica e imputação estatística.

3
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL

assume o terceiro lugar, com R$ 3,1 bilhões, um crescimento de 26,2% em relação a 2016,
tendo como principal produto a Uva.

A produção de frutas têm um grande potencial de crescimento no País. A discrepância de


produtividade entre produtores, nos mais diferentes estados brasileiros, mostra que ainda
há muito que melhorar, principalmente na geração de renda e empregos de melhor
qualidade, seja entre os diversos tipos de produtores, como nos empregos gerados direta
e indiretamente, como nos municípios envolvidos nessa produção.

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, mas apenas 40% dos brasileiros
consomem frutas diariamente. Como o consumo diário recomendado pela Organização
Mundial de Saúde são 400 gramas ou 5 porções por dia, a conclusão é que o país está
muito longe de uma dieta equilibrada.2 Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF), o
consumo per capita no Brasil é de 57 kg/ano, enquanto o da Espanha é de 120 kg/ano, da
França, 114,8kg/ano, da Itália, 114 kg/ano, e o da Alemanha, 112 kg/ano. De acordo com
dados da FreshFel, associação europeia de produtos frescos, a média é de 129 kg de
frutas e hortaliças por ano na região. A recomendação da OMS é de 146 kg ao ano. Nas
últimas décadas, a sociedade tem passado por transformações com reflexos diretos e
indiretos sobre o estilo de vida e os hábitos de consumo da população e isso tem sido
considerado na busca de novos consumidores e ofertas de produtos. Essas mudanças
podem ser exemplificadas pelo aumento da frequência de alimentação fora da residência,
maior participação da mulher no mercado de trabalho, diminuição do tamanho das famílias
e números de filhos, maior urbanização, aumento da busca por qualidade de vida, entre
outros fatores. O avanço das grandes redes varejistas, com ampliação da oferta de
produtos, também têm influenciado os hábitos de consumidores que buscam bons preços,
praticidade e qualidade, nem sempre nessa ordem.

Hoje, o país, apesar de produzir o terceiro maior volume de frutas do mundo, é o 23º no
ranking dos exportadores globais. Segundo especialistas da Confederação Nacional da
Agricultura (CNA) ouvidos para a elaboração do Anuário Brasileiro da Fruticultura 3, há
esforços na abertura de mercados nos dias atuais, mas ainda há passivos nos acordos
bilaterais. Também é necessário reduzir ainda mais a burocracia nos processos de
exportação, além da necessidade em melhorar a infraestrutura de estradas, aeroportos e
portos, já que as frutas são perecíveis e precisam de agilidade para chegar até o
consumidor, lembrando que alguns produtos agrícolas, mesmo para consumo interno,

2 Os dados fazem parte de uma pesquisa Datafolha com 2.089 entrevistas em 148 municípios em julho de
2017. A pesquisa foi encomendada pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e
Derivados (Abrafrutas) e divulgada na segunda (16), Dia Mundial da Alimentação. Faz parte da iniciativa
Hortifruti Saber & Saúde, promovida pela entidade, para divulgar informações sobre o valor de verduras,
legumes e frutas na composição de uma dieta saudável.
3 Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018. Editora Gazeta. http://www.editoragazeta.com.br/sitewp/wp-

content/uploads/2018/04/FRUTICULTURA_2018_dupla.pdf

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL

chegam a percorrer longas distâncias até o mercado consumidor, afetando tanto a


qualidade como o preço final.

BOX
Os países da União Europeia continuam sendo o principal destino das frutas brasileiras. O
bloco importou cerca de 67% do total embarcado em 2017. As maiores compras foram
efetuadas pelos Países Baixos (Holanda), com US$ 313,565 milhões, e pelo Reino Unido,
com US$ 135,599 milhões, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. O terceiro maior valor de US$ 127,176 milhões, foi importado pelos
Estados Unidos. Em 2017, na avaliação de assessor da Comissão Nacional de Fruticultura
da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as mudanças ocorreram dentro
da normalidade do mundo dos negócios e sem grandes rupturas na estrutura de distribuição.
O assessor observa ainda que o e-commerce está crescendo na Ásia e nos EUA. A longo
prazo, essa opção de comércio poderá significar novo desenho no ambiente de distribuição.

Da mesma forma, a pressão na redução de custos coloca a escala como fator importante
para a sobrevivência dos distribuidores. “Grandes redes varejistas buscam eliminar
intermediários no processo, e os desafios de distribuição nesse modelo têm sido objeto de
estudos e de análises por parte da cadeia produtiva”, relata

Outro ponto importante da produção de fruta é a capacidade de gerar renda e empregos.


Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) e da RAIS/Mtb4
e CAGED/MTb5 não permitem uma avaliação mais profunda. Isso porque a PNAD não
possui dados desagregados por cada uma das culturas analisadas, ou quando possuem,
são pouco representativos, e os dados da RAIS e CAGED apresentam dados somente do
mercado formal de trabalho.

Um dos motivos desse baixo registro de ocupação ocorre, fundamentalmente, pela alta
informalidade que o setor agrícola possui no Brasil. Apesar de gerar milhões de ocupações,
a informalidade ainda é recorrente. Algumas Unidades da Federação chegam a ter mais
de 90% de sua força de trabalho no meio rural na informalidade como é o caso dos estados
do Amazonas e Ceará, sendo que a média Brasil é de cerca de 60% (ver Tabela abaixo).

4 A (RAIS) é um relatório de informações socioeconômicas solicitado pelo Ministério do Trabalho brasileiro


às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente. Os dados se refere a mão-de-obra ocupada no
dia 31 de dezembro de cada ano.
5 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, é um registro administrativo do Ministério

do Trabalho que mede a quantidade de admissões e demissões de funcionários em regime CLT de cada
empresa. A declaração é realizada pelas próprias empresas.

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL

O relatório, Cenário Hortifruti Brasil 20186, que traz o panorama nacional da produção de
frutas e hortaliças, chama a atenção para os números relacionados à geração de emprego.
Segundo a publicação, “na fruticultura, por exemplo, são 6 milhões de trabalhadores em
uma área de 2,4 milhões de hectares. Já na olericultura (área da horticultura que abrange
a exploração de hortaliças e legumes), são 7 milhões de empregos distribuídos em
aproximadamente 2,6 milhões de hectares. Isso significa que, a cada 10 hectares
cultivados com frutas e/ou hortaliças, são cerca de 25 pessoas empregadas. A título de
comparação, na cultura da soja, por exemplo, a cada 10 hectares, é gerado 1 posto de
trabalho. Isso significa que, além de um relevante impacto macroeconômico, esse setor
também é essencial para a empregabilidade de parcela importante da população.” 7 O
levantamento investigou 24 cultivos e concluiu que são produzidas cerca de 37 milhões de
toneladas anuais desses tipos de alimentos, dos quais 3% a 5% são exportados.

Outra grande preocupação em relação à produção de frutas se refere ao processo de


cultivo, manejo e exploração das terras, pois grandes áreas são cultivadas e trabalhadas
para produção de frutos. Observa-se que existem impactos negativos, como o
desmatamento, a monocultura, preparo do solo e o uso da água inadequados, utilização
de agrotóxicos e a extinção de espécies de animais, insetos e plantas. O desafio que se
coloca, ou deveria estar mais presente, é como buscar a sustentabilidade nesse tipo de
produção, como ter equilíbrio ambiental.

Não há dúvidas que a produção de frutas é uma fonte de renda para a população de muitas
cidades brasileiras, porém, a questão da geração de empregos com qualidade e
rendimentos compatíveis, além das práticas ambientais sustentáveis, devem se fazer
presente em todos os fóruns que tratam da produção e expansão dessas culturas.

6 Publicação organizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação


Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS). Traz dados com base em
análise de dados, entrevistas com profissionais do setor e métodos estatísticos.
7 Relatório Cenário Hortifruti Brasil 2018 mostra que geração de empregos é destaque. 31/10/2018.

http://saberhortifruti.com.br/cenario-hortifruti-brasil-2018/

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL

TABELA 1
Assalariados(as) ocupados no setor agrícola segundo posição na ocupação - 10 anos
ou mais de idade - Brasil - 2015 (Mil pessoas)
Assalariados/as
Com carteira Sem carteira Total
UF Taxa de
Em nº Em nº Em nº
Em % Em % Em % informalidade (%)
Absolutos Absolutos Absolutos

Rondônia 11 26,2 31 73,8 42 1,1 73,8


Acre 3 20,0 12 80,0 15 0,4 80,0
Amazonas 1 6,3 15 93,8 16 0,4 93,8
Roraima 1 12,5 7 87,5 8 0,2 87,5
Pará 38 18,2 171 81,8 209 5,4 81,8
Amapá 1 20,0 4 80,0 5 0,1 80,0
Tocantins 20 27,0 55 74,3 74 1,9 74,3
Norte 75 20,3 295 79,9 369 9,5 79,9
Maranhão 26 19,0 111 81,0 137 3,5 81,0
Piauí 9 10,3 78 89,7 87 2,2 89,7
Ceará 13 7,1 168 92,3 182 4,7 92,3
Rio Grande do
18 31,6 39 68,4 57 1,5 68,4
Norte
Paraíba 21 26,6 58 73,4 79 2,0 73,4
Pernambuco 58 32,0 123 68,0 181 4,7 68,0
Alagoas 51 52,0 47 48,0 98 2,5 48,0
Sergipe 11 12,8 74 86,0 86 2,2 86,0
Bahia 83 18,4 368 81,6 451 11,6 81,6
Nordeste 290 21,4 1.066 78,5 1.358 34,9 78,5
Minas Gerais 346 49,1 359 50,9 705 18,1 50,9
Espírito Santo 35 38,5 55 60,4 91 2,3 60,4
Rio de Janeiro 23 41,1 33 58,9 56 1,4 58,9
São Paulo 312 71,1 127 28,9 439 11,3 28,9
Sudeste 716 55,5 574 44,5 1.291 33,2 44,5
Paraná 108 51,9 100 48,1 208 5,3 48,1
Santa Catarina 47 57,3 34 41,5 82 2,1 41,5
Rio Grande do
65 46,4 75 53,6 140 3,6 53,6
Sul
Sul 220 51,2 209 48,6 430 11,1 48,6
Mato Grosso do
91 77,8 26 22,2 117 3,0 22,2
Sul
Mato Grosso 99 71,2 41 29,5 139 3,6 29,5
Goiás 102 57,3 76 42,7 178 4,6 42,7
Distrito Federal 5 55,6 4 44,4 9 0,2 44,4
Centro-Oeste 297 67,0 147 33,2 443 11,4 33,2
Total 1.598 41,1 2.293 58,9 3.891 100,0 58,9
Fonte: IBGE. Pnad 2015
Elaboração: Dieese

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ABACAXI
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

A PRODUÇÃO DO ABACAXI NO BRASIL

Os frutos do abacaxi prestam-se ao consumo fresco ou industrializado. A produção de fruta


fresca é destinada, principalmente, ao mercado interno1. A produção de sucos vem
crescendo nos últimos anos e vem ganhando espaço nas exportações.

O ano de 2017 não apresentou bons resultados para a cultura do abacaxi no país. O
desempenho positivo que a cultura vinha desempenhando foi, em parte, perdida em 2017
em todos os aspectos analisados, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio
e valor da produção. Vários fatores impactaram esse resultado, já que a fruta é produzida
em quase todos os estados brasileiros. Problemas de manejo, estiagem, dificuldade de
comercialização, entre outros, contribuíram para o resultado.

TABELA 1
Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção do
Abacaxi – Brasil
Variação Variação
Variável/Ano 2001 2016 2017
2017/2001 2017/2016
Área colhida 62.597 68.899 62.116 -0,77% -9,84%
Quantidade produzida (tonelada) 1.430.018 1.796.018 1.502.598 5,08% -16,37%
Rendimento médio da produção
22.844 26.079 24.190 5,89% -7,24%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 690.364 2.421.451 1.742.915 152,46% -28,02%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

A produtividade da Lavoura do Abacaxi vem crescendo ao longo dos anos, com


incorporação de variedades mais resistentes e mais produtivas, controles fitossanitários,
entre outros aspectos.

Em 2001 a produtividade média no Brasil era de 22,8 mil kg por hectare. Em 2016, melhor
resultado da série 2001 a 2017, a produtividade média chegou a 26,5 mil kg por hectare

1 As frutas destinadas à indústria são processadas para compota, na forma cristalizada, suco e geleia. Na
industrialização são gerados como sub produtos o álcool, ácidos cítricos, málico e ascórbico e a bromelina.
Do caule e das folhas também é extraída a bromelina, além do que, estas partes da planta podem ser
usadas na alimentação animal e para a produção de fibras utilizadas na confecção de cordas e similares.
Estudos indicam ser o local de origem o Brasil Central e sul, norte da Argentina e Paraguai. Estudos em
relação à distribuição do gênero Ananás, indicam que o seu local de origem é a região da Amazônia, por
se encontrar nela o maior número de espécies consideradas válidas até o momento.

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

(gráfico 1). Em 2017 houve uma quebra na safra e na produtividade que deve ser
recuperada já em 2018.

GRÁFICO 1
Rendimento médio da produção (kg/ha)
Brasil
26.489

25.952
22.844

24.190

22.844

Fonte: PAM.IBGE

Produção nos estados e municípios


A produção de abacaxi está presente em quase todos os estados brasileiros. A Paraíba
sempre se destacou na produção da fruta e continua na liderança em 2017, de acordo com
os dados Pesquisa Agrícola Municipal – PAM, realizada pelo IBGE. Nesse ano a produção
da fruta no estado foi de 363 mil toneladas. Também apresenta a maior área colhida e o
melhor rendimento médio da produção, com 33 toneladas por hectare. Em seguida,
aparece o estado de Minas Gerais, com 224 mil toneladas em 7,5 mil hectares. O
rendimento médio, de cerca de 30 toneladas por hectare, está acima da média nacional.

Em terceiro lugar cabe destacar o estado do Pará, que vinha aumentando sua participação
na produção da fruta, mas em 2017 teve resultados negativos. Em 2016, o Pará foi o estado
com a maior produção nacional, com 412 mil toneladas. Os estados do Pará e da Paraíba
têm dividido a primeira colocação na produção nacional de abacaxi nos últimos 10 anos
(tabela 2).

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

TABELA 2
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção,
valor da produção de Abacaxi
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 1.502.598 62.116 24.190 1.742.915
Paraíba 363.330 10.716 33.905 369.268
Minas Gerais 224.382 7.508 29.886 201.360
Pará 217.856 9.248 23.557 205.920
Rio de Janeiro 114.419 4.559 25.097 140.164
Tocantins 80.091 4.467 17.929 130.329
Goiás 60.104 2.798 21.481 56.072
Alagoas 54.840 2.800 19.586 84.603
Rio Grande do Norte 48.134 1.891 25.454 74.303
Bahia 45.711 3.247 14.078 49.336
Espírito Santo 45.530 2.415 18.853 68.232
Amazonas 41.193 2.250 18.308 77.823
Mato Grosso 31.544 1.376 22.924 51.214
Maranhão 31.523 1.376 22.909 37.944
Sergipe 28.401 1.156 24.568 29.636
São Paulo 27.136 1.011 26.841 41.293
Pernambuco 22.108 1.146 19.291 24.141
Paraná 17.312 632 27.392 20.648
Rondônia 16.878 705 23.940 23.691
Amapá 10.198 1.356 7.521 13.665
Acre 8.042 616 13.055 19.283
Mato Grosso do Sul 5.774 266 21.707 8.136
Rio Grande do Sul 4.926 298 16.530 8.828
Roraima 1.708 212 8.057 3.370
Ceará 730 45 16.222 1.440
Distrito Federal 560 13 35.000 2.016
Santa Catarina 168 6 28.000 202
Piauí
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017

Na Tabela 3 estão os 20 principais municípios produtores de Abacaxi no Brasil. Floresta


do Araguaia, no Pará, é o município que mais produziu abacaxi em 2017 de acordo com a
PAM-IBGE. Com 148,5 mil toneladas produzidas, o município responde por 10% da
produção nacional e por 68% da produção do estado do Pará. O rendimento médio por
hectare porém, não está entre os melhores. Em seguida aparece o município de Araçagi,
na Paraíba, com a produção de 105 mil toneladas em 2017. Nesse caso o rendimento
médio da produção da fruta por hectare está entre os melhores do país. Nesse aspecto, o

11
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

município de Itapororoca, na Paraíba, se destacou, apresentando o maior rendimento


médio entre os maiores produtores de 2017, com 40 mil Kg da fruta por hectare.

Entre os 20 municípios que mais produzem o Abacaxi, somente 3 têm o IDH superior à
média nacional, que está em 0,699 (Tabela 3). Essa informação sobre o Índice de
Desenvolvimento Humano2 sinaliza se o município pode ou não estar incorporando seus
ganhos com a produção dessa cultura, e das demais que possam existir na região, para
melhorar a condições básicas de vida da população local.

TABELA 3
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção e IDH nos 20 municípios brasileiros com maior produção de Abacaxi em
2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
Floresta do Araguaia (PA) 148.500 5.625 26.400 134.887 0,583
Araçagi (PB) 105.000 2.780 37.770 105.000 0,549
São Francisco de 100.000 4.000 25.000 120.000 0,639
Itabapoana (RJ)
Itapororoca (PB) 84.000 2.100 40.000 84.000 0,564
Frutal (MG) 60.000 2.000 30.000 56.400 0,730
Monte Alegre de Minas (MG) 54.000 1.800 30.000 43.740 0,674
Santa Rita (PB) 51.000 1.700 30.000 56.100 0,627
Jaraguá (GO) 41.925 1.950 21.500 37.733 0,699
Canápolis (MG) 40.800 1.200 34.000 26.520 0,722
Touros (RN) 32.000 1.200 26.667 53.460 0,572
Pedras de Fogo (PB) 25.500 850 30.000 22.950 0,590
Marataízes (ES) 24.108 1.414 17.050 36.131 0,696
Itacoatiara (AM) 23.900 1.332 17.943 43.020 0,644
Itaberaba (BA) 22.465 1.050 21.395 19.095 0,620
Conceição do Araguaia (PA) 20.580 1.080 19.056 12.005 0,640
São Domingos do Maranhão 20.036 870 23.030 24.043 0,582
(MA)
Centralina (MG) 19.250 550 35.000 25.025 0,678
Miracema do Tocantins (TO) 18.000 900 20.000 32.400 0,684
Presidente Kennedy (ES) 17.600 800 22.000 26.400 0,657
Riachão do Dantas (SE) 17.122 696 21.601 18.149 0,539
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699

2 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países
pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos
(desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvidos (desenvolvimento humano médio e alto) e
subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de
expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida)
recolhidos em nível nacional.

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A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

Exportações
A produção de Abacaxi no Brasil é quase toda destinada ao mercado interno, porém a
exportação tende a crescer. Há uma boa expectativa em relação à exportação do suco,
que se frustrou em 2017, mas que tende a se recuperar no médio prazo.

Exportação de abacaxi
Ano 2016 2017 Variação %
Volume (kg) 3.222.809 4.049.522 26%
Receita (US$) 1.928.687 2.282.604 18%
Exportação de suco de abacaxi
Ano 2016 2017 Variação %
Volume (kg) 10.049.920 5.246.948 -48%
Receita (US$) 25.864.161 8.674.916 -66%
Fonte: Agrostat/MAPA

BOX
No período de 17 anos, entre 2001 e 2016, o pesquisador José Souza, da Embrapa,
levantou “comportamento bastante irregular nas exportações brasileiras de abacaxis frescos
ou secos”, em que o volume exportado caiu bastante (-16,32% ao ano) e o valor, -9,72%
ao ano, ainda que o preço médio apresentasse tendência de aumento (7,88% ao ano).
Entre fatores determinantes do resultado geral, destaca o plantio de variedades inadequadas
a este fim (Pérola e Smooth Cayenne). Em 2017, voltou a haver incremento nas operações
brasileiras da cultura destinadas ao exterior, onde os principais compradores foram os
vizinhos Argentina (82%) e Uruguai (13%), e despontaram como fornecedores os estados
de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

Quanto às exportações de suco concentrado de abacaxi entre 2001 e 2017, Souza observou
“tendência de crescimento do preço do produto, com taxa de 6,43% ao ano, influenciando
de forma positiva no valor total, que apresentou taxa de aumento anual de 3,34%”.
Entretanto, o volume exportado no período decresceu 2,9%, com altos e baixos, aparecendo
como destaques os anos de 2015 e 2016, “que indicavam tendência de aumento, a qual
infelizmente não prosseguiu em 2017”, quando houve decréscimo significativo. Neste ano,
os maiores compradores foram Chile, Argentina e Holanda, e os maiores estados
exportadores Pará (onde Floresta do Araguaia é sede da maior indústria de suco concentrado
da fruta do Brasil), Paraíba, Sergipe e Tocantins*.
* Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018. Editora Gazeta.
http://www.editoragazeta.com.br/sitewp/wp-
content/uploads/2018/04/FRUTICULTURA_2018_dupla.pdf

13
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb3, em 31 de dezembro de 2017 haviam 702 pessoas
ocupadas formalmente na cultura do abacaxi, sendo 624 homens e 74 mulheres. Esse
baixo número de postos formais declarados possivelmente indica a alta precarização dos
postos de trabalho no setor.

Quanto aos rendimentos, os registos apontam para um rendimento médio de R$ 1.277,13,


um valor 36% superior ao salário mínimo no país na época, de R$ 937,00. O rendimento
médio dos homens era de R$ 1.349,78 e o das mulheres R$ 1.276,84, 94% do rendimento
dos homens.

O rendimento médio no estado da Paraíba, principal produtor, era de R$ 1.007,28, e não


havia nenhuma mulher empegada com vínculo formal em 31/12. São Paulo é o estado com
maior número de vínculos formais, 229.

3 A (RAIS) é um relatório de informações socioeconômicas solicitadas pelo Ministério do Trabalho e


Emprego brasileiro às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente. Os dados se refere a mão-
de-obra ocupada no dia 31 de dezembro de cada ano.

14
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

TABELA 4
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017 - Cultivo de Abacaxi
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
São Paulo 194 35 229 1.427,09 1.227,20 1.396,54
Minas Gerais 167 14 181 1.436,98 1.174,32 1.416,66
Rio Grande do Norte 69 13 82 1.125,29 1.423,73 1.172,60
Tocantins 57 3 60 1.260,43 1.421,00 1.268,46
Paraíba 54 0 54 1.007,28 0,00 1.007,28
Pará 13 1 14 1.264,68 937,00 1.241,27
Rio de Janeiro 12 0 12 1.195,87 0,00 1.195,87
Bahia 9 2 11 1.152,26 977,46 1.120,48
Goiás 8 2 10 1.263,76 960,03 1.203,02
Sergipe 10 0 10 874,53 0,00 874,53
Pernambuco 7 1 8 1.003,91 971,23 999,83
Paraná 7 0 7 1.731,91 0,00 1.731,91
Mato Grosso do Sul 6 0 6 875,78 0,00 875,78
Santa Catarina 4 0 4 1.815,46 0,00 1.815,46
Rio Grande do Sul 1 2 3 1.380,00 1.182,36 1.248,24
Mato Grosso 3 0 3 642,89 0,00 642,89
Rondônia 1 1 2 1.424,47 971,81 1.198,14
Alagoas 2 0 2 982,48 0,00 982,48
Maranhão 2 0 2 963,02 0,00 963,02
Ceará 1 0 1 1.107,71 0,00 1.107,71
Acre 1 0 1 971,70 0,00 971,70
Brasil 628 74 702 1.285,30 1.207,82 1.277,13
Fonte: Rais/MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE): 0119-9/01 Cultivo de abacaxi

Como muitas das ocupações são temporárias, mesmo onde as remunerações são mais
elevadas que a média, muitos trabalhadores só conseguem permancer no emprego
durante o período de safra, que pode ir de 3 a 6 meses por ano. Esse período não é
suficiente para assegurar uma renda média anual que garanta uma qualidade de vida digna
para o trabalhador e sua familia, além dos direitos trabalhistas vinculados à formalização.

No Abacaxi, o tempo de contratação de 29% dos trabalhadores têm vínculos e de até 11,9
meses, sendo que 18% tem contrato até 5,9 meses.

15
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

TABELA 5
Tempo de trabalho por vinculo ativo, 2017 - Cultivo de abacaxi
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
São Paulo 12 15 21 36 29 45 45 26 229
Minas Gerais 21 12 42 39 21 25 14 7 181
Rio Grande do
1 0 0 25 7 21 26 2 82
Norte
Tocantins 2 28 4 13 5 4 4 0 60
Paraíba 0 22 1 20 4 1 3 3 54
Pará 3 3 2 2 1 3 0 0 14
Rio de Janeiro 1 0 0 2 1 5 2 1 12
Bahia 1 1 0 2 1 1 4 1 11
Sergipe 0 0 0 0 3 1 4 2 10
Goiás 1 0 2 1 2 2 1 1 10
Pernambuco 0 0 0 5 2 1 0 0 8
Paraná 0 0 0 0 0 2 2 3 7
Mato Grosso
0 1 1 1 0 2 1 0 6
do Sul
Santa
0 0 2 0 1 0 1 0 4
Catarina
Rio Grande do
0 1 1 0 1 0 0 0 3
Sul
Mato Grosso 0 0 0 0 0 0 3 0 3
Rondônia 0 0 0 0 0 0 1 1 2
Maranhão 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Alagoas 0 0 0 0 0 1 1 0 2
Acre 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Ceará 42 83 76 148 79 114 113 47 702
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE): 0119-9/01 Cultivo de abacaxi

Para exemplificar, um trabalhador de São Paulo, que é o maior empregador, que


permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.396,54, receberá, ao
fim do contrato, R$ 4.189,62. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses
será de R$ 349,14 por mês. 5% dos trabalhadores estão nessa situação. Se a ocupação
durar 06 meses, 12% dos trabalhadores, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$
8.379,25 e se não tiver outra ocupação no ano, no final terá uma renda mensal de R$
698,27, excluindo possíveis descontos ou benefícios.

Também foram analisados os dados do Caged4, que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos). No cadastro relativo às declarações de contratações na

4Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, é um registro administrativo do Ministério


do Trabalho que mede a quantidade de admissões e demissões de funcionários em regime CLT de cada
empresa. A declaração é realizada pelas próprias empresas.

16
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

cultura do Abacaxi, a movimentação também é muito baixa, o que não deve retratar a
realidade da movimentação de empregados rurais na cultura.

GRÁFICO 2
Saldo de contratações e demissões 2017 e 2018
Brasil

Fonte: Caged. MTb

TABELA 6
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no cultivo de abacaxi, por UF,
Janeiro – Outubro de 2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Pará 10 -6 4
Tocantins 11 -19 -8
Maranhão 1 0 1
Rio Grande do Norte 25 -9 16
Paraíba 65 -29 36
Pernambuco 1 -1 0
Alagoas 1 -1 0
Sergipe 0 -1 -1
Bahia 3 -4 -1
Minas Gerais 38 -41 -3
Rio de Janeiro 1 -5 -4
São Paulo 53 -68 -15
Paraná 0 -1 -1
Santa Catarina 1 -1 0
Rio Grande do Sul 0 -2 -2
Mato Grosso 3 -3 0
Goiás 8 -3 5
Brasil 223 -194 29
Fonte: Caged. MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

17
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

ANEXO
Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20175

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades)
Abacaxi – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

5Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

18
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

MAPA 2
Área colhida
Abacaxi (hectares) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

19
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
ABACAXI

MAPA 3
Quantidade produzida
Abacaxi (mil frutos) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

20
BANANA
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

A PRODUÇÃO DE BANANA NO BRASIL

No Brasil, as condições climáticas permitem que a fruta seja cultivada em todos os estados,
durante todo o ano, atendendo a demanda do consumo interno. Por ter um grande mercado
interno, o país exporta pouco de sua produção, consumindo em torno de 98% do total. É uma
das frutas mais produzidas e que apresenta maior índice de comercialização no mercado
interno.

O Brasil produziu, 6,6 milhões de toneladas de banana em 2017, 8,1% a mais do que produzia
em 2001, de acordo com os dados da Pesquisa Agrícola Municipal – PAM, realizada pelo
IBGE. Um acréscimo de quase 500 mil toneladas em dezesseis anos. Porém, no mesmo
período, de 2001 a 2017, houve uma redução de 8,8% na área colhida (- 45 mil hectares),
significando um ganho de produtividade de 18,5% (tabela 1). O valor da produção também
apresentou um ganho significativo, de 341%. Técnicos do setor apontam que a redução na
área colhida ocorreu em função de mudanças no cultivo, afastando produtores menos
qualificados.

TABELA 1
Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida,
rendimento médio e valor da produção do Banana
Variação Variação
Variável/Ano 2001 2016 2017
2017/2001 2017/2016
Área colhida 510.313 468.754 465.434 -8,8% -0,7%
Quantidade produzida (tonelada) 6.177.293 6.735.260 6.675.100 8,1% -0,9%
Rendimento médio da produção 12.104 14.368 14.342 18,5% -0,2%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 1.823.196 8.255.716 8.050.362 341,6% -2,5%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

O rendimento médio por hectare apresentou um resultado positivo ao longo do período de


2001 a 2017, de 12 toneladas por hectare para 14,3 toneladas por hectare, um crescimento
de 18,5%.

O melhor rendimento médio da produção de Banana no Brasil ocorreu em 2011 (ver gráfico
abaixo) quando a produção média por hectare foi de 14,5 toneladas.

22
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

GRÁFICO 1
Rendimento médio da produção (kg/ha)
Brasil

14.561
14.524
22.844

14.342

12.104

Fonte: PAM.IBGE

Produção nos estados e municípios


A maior produção de Banana em 2017 se deu no Estado de São Paulo, 1.085 toneladas,
onde se concentra 16% de toda a produção nacional, em 49 mil hectares, com uma produção
média de 22 toneladas por hectare, bem superior à média nacional, de 14,3 toneladas por
hectare. Pela alta produtividade, o valor da produção representa 21% do total. Logo em
seguida aparece o Estado da Bahia, com uma produção de 866,6 mil toneladas, 13% do total,
mas com uma produtividade bem inferior, de 12 toneladas por hectare.

A maior produtividade média aparece no Estado do Rio Grande do Norte com 28 toneladas
por hectare.

23
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

TABELA 2
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção de Banana
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 6.675.100 465.434 14.342 8.050.362
São Paulo 1.084.514 49.012 22.128 1.669.699
Bahia 866.591 72.584 11.939 931.809
Santa Catarina 712.775 29.145 24.456 742.716
Minas Gerais 685.471 41.525 16.507 731.457
Pará 514.205 43.145 11.918 667.785
Pernambuco 413.311 40.399 10.231 376.523
Ceará 393.378 40.029 9.836 638.697
Espírito Santo 339.082 25.020 13.552 349.520
Rio Grande do Norte 210.933 7.446 28.328 189.736
Goiás 208.911 13.719 15.228 193.109
Paraná 174.802 7.689 22.734 157.071
Rio Grande do Sul 135.153 11.854 11.401 182.008
Paraíba 121.398 9.873 12.296 134.439
Amazonas 103.363 7.833 13.196 149.869
Acre 102.949 8.118 12.682 59.046
Alagoas 101.950 6.758 15.086 137.380
Rio de Janeiro 87.926 11.382 7.725 125.979
Maranhão 80.765 7.100 11.375 70.646
Rondônia 76.468 8.808 8.682 135.238
Mato Grosso 74.821 6.724 11.127 119.142
Roraima 58.658 6.925 8.470 110.382
Piauí 36.647 1.852 19.788 57.998
Sergipe 26.574 2.000 13.287 39.631
Tocantins 24.030 2.496 9.627 30.173
Amapá 19.873 2.180 9.116 25.844
Mato Grosso do Sul 17.064 1.649 10.348 19.773
Distrito Federal 3.128 169 18.509 4.692
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017

Na Tabela 3 estão os vinte maiores municípios que produzem Banana no Brasil. Bom Jesus
da Lapa-BA foi o município onde mais se produziu banana em 2017, 180 mil toneladas da
fruta, em 8.500 hectares, representando 21% da produção no estado da Bahia e apenas 3%
da produção nacional, o que mostra o quanto a cultura da Banana é disseminada no país.
Em seguida aparece o município de Corupá, em Santa Catarina, com uma produção de 157,6
mil toneladas em 5,3 mil hectares, 23% da produção do estado. A produtividade média em
Corupá é bem superior a de Bom Jesus da Lapa, sendo 29 toneladas por hectare na primeira
e 21 toneladas na segunda.

24
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

O maior rendimento médio de 2017, entre os 20 maiores produtores, se deu no município de


Luiz Alves, Santa Catarina, onde a produção alcançou 31 toneladas por hectare. Vários
outros municípios estão próximos a essa produtividade, como Sete Barras e Jacupiranga, em
São Paulo, e Massaranduba, em Santa Catarina.

Entre os 20 municípios, somente 9 têm o IDH superior à média nacional, que era de 0,699
em 2010. O município de Bom Jesus da Lapa, o maior produtor do país, está com um IDH
um pouco inferior, de 0,633. A informação sobre o Índice de Desenvolvimento Humano- IDH1
pretende sinalizar se o município pode ou não estar incorporando os ganhos com a produção
dessa cultura, e das demais que possam existir na região, para melhorar a condições básicas
de vida da população local.

TABELA 3
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção,
valor da produção e IDH nos 20 municípios brasileiros
com maior produção de Banana em 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
Bom Jesus da Lapa (BA) 180.000 8.500 21.176 270.000 0,633
Corupá (SC) 157.622 5.322 29.617 252.195 0,780
Jaíba (MG) 154.710 7.080 21.852 126.862 0,638
Luiz Alves (SC) 127.100 4.100 31.000 30.822 0,737
Cajati (SP) 126.000 4.500 28.000 214.200 0,694
Sete Barras (SP) 126.000 4.200 30.000 214.200 0,673
Vicência (PE) 120.000 10.000 12.000 120.000 0,605
Eldorado (SP) 100.000 4.000 25.000 170.000 0,691
Jacupiranga (SP) 90.000 3.000 30.000 162.000 0,717
Novo Repartimento (PA) 84.500 6.500 13.000 122.525 0,537
Guaratuba (PR) 70.000 2.800 25.000 53.486 0,717
Wenceslau Guimarães (BA) 65.000 3.500 18.571 83.850 0,544
Itariri (SP) 65.000 3.325 19.549 93.914 0,677
Registro (SP) 62.700 3.300 19.000 106.590 0,754
Massaranduba (SC) 60.986 2.082 29.292 97.578 0,774
Itanhaém (SP) 57.500 2.300 25.000 80.500 0,745
Santa Maria da Boa Vista (PE) 52.650 2.925 18.000 36.855 0,590
Teolândia (BA) 52.000 2.240 23.214 49.920 0,555
Juquiá (SP) 51.888 2.256 23.000 88.210 0,700
Jaraguá do Sul (SC) 51.100 2.100 24.333 81.760 0,803
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699

1 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo
seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos
(desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvidos (desenvolvimento humano médio e alto) e
subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de expectativa
de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos em
nível nacional.
25
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

Produção no mundo e exportações


O Brasil é um país pouco influente no comercio mundial da Banana, já que mais de 98% de
sua produção é destinada ao consumo interno.

Pelos dados disponibilizados pela Embrapa, o Brasil ocupava o quarto lugar entre os países
que mais produzem banana. O cultivo da fruta ocupava mais de 5 milhões de hectares no
mundo em 2016, sendo que é mais presente na Ásia, com mais de 61 milhões de toneladas
e o maior produtor mundial é a Índia, onde se produziu 29 milhões de toneladas em 2016. O
rendimento da Banana nos principais países produtores da fruta no mundo é bem superior
ao do Brasil, mostrando que ainda há muito espaço para incorporar tecnologia e obter ganhos
de produtividade no país. Enquanto no Brasil o rendimento médio era de 14,4 ton/ha, na
Indonésia, a produtividade era de 50 ton/ha, e na Índia de 34,4 ton/ha.

TABELA 4
Produção da Banana no mundo - 20162
Continente Área (ha) Produção (t) Rendimento (t/ha)
África 1.941.004 21.019.246 10,83
Américas 1.186.303 28.626.955 24,13
Ásia 2.251.010 61.584.054 27,36
Europa 10.382 408.151 39,31
Oceania 105.306 1.641.926 15,59
Mundo 5.494.005 113.280.302 20,62
País Área (ha) Produção (t) Rendimento (t/ha)
Índia 846.000 29.124.000 34,43
China 416.439 13.066.778 31,38
Indonésia 139.964 7.007.125 50,06
Brasil 469.711 6.764.324 14,40
Equador 180.337 6.529.676 36,21
Outros 3.441.554 50.788.399 14,76
Mundo 5.494.005 113.280.302 20,62
Fonte: FAO, 2016. Consultado em 04/01/2018

Com a forte popularidade e demanda da fruta em todo o território nacional, as exportações


para outros países ainda é muito pequena. Em 2017, segundo balanço da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC),
foram exportados 41.396.633 quilos, com valor estimado de US$ 11.635.309. O Uruguai foi
o principal importador, recebendo 52% do total exportado. A Argentina vem em segundo
lugar, com 40%. Os números são ainda inferiores aos de 2016, quando foram exportados
64.361.054 quilos (-35,68%), com renda de US$ 21.036.386 (-44,69%). As exportações são
realizadas pelo polos mais tecnificados.

2 Embrapa – Mandioca e Fruticultura. Base de Dados dos Produtos


26
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS(MTb), em 31 de dezembro de 2017 haviam 18.731 pessoas
ocupadas formalmente na cultura da Banana, sendo 16.822 homens e 1.909 mulheres, que
recebiam rendimentos com pouca diferença entre eles, de 5%.

Quanto aos rendimentos, os registos da RAIS de 2017 no cultivo da Banana apontam para
um valor médio de R$ 1.229,64, um montante 31% superior ao salário mínimo no país, de R$
937,00 em 2017.

Minas Gerais é o estado com maior número de vínculos formais, 6.125, onde 5.388 eram
homens e 737 mulheres. O rendimento das mulheres era 8% inferior aos dos homens.

27
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

TABELA 5
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017
Cultivo de Banana
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Minas Gerais 5.388 737 6.125 1.271,06 1.167,95 1.258,66
São Paulo 4.530 489 5.019 1.254,41 1.150,76 1.244,31
Bahia 1.663 155 1.818 1.142,76 1.118,48 1.140,69
Ceará 1.604 169 1.773 1.276,82 1.383,41 1.286,98
Santa Catarina 822 79 901 1.561,75 1.300,82 1.538,88
Rio Grande do Norte 568 62 630 1.227,86 1.131,56 1.218,38
Pernambuco 493 23 516 1.014,68 1.062,72 1.016,82
Espírito Santo 434 77 511 1.266,83 1.181,50 1.253,98
Maranhão 316 45 361 1.203,46 1.230,59 1.206,84
Paraná 217 18 235 1.364,49 1.146,26 1.347,78
Tocantins 194 7 201 1.234,81 1.247,74 1.235,26
Mato Grosso 120 13 133 1.706,52 1.218,38 1.658,81
Goiás 119 14 133 1.388,22 1.294,47 1.378,35
Rio Grande do Sul 75 9 84 1.860,87 1.690,62 1.842,63
Rio de Janeiro 71 6 77 1.274,68 1.112,52 1.262,05
Piauí 61 0 61 1.050,18 0,00 1.050,18
Pará 54 3 57 1.069,15 970,66 1.063,96
Sergipe 53 1 54 1.237,17 963,02 1.232,09
Mato Grosso do Sul 14 2 16 1.045,14 1.039,59 1.044,45
Alagoas 12 0 12 972,80 0,00 972,80
Paraíba 5 0 5 1.011,77 0,00 1.011,77
Rondônia 3 0 3 642,01 0,00 642,01
Amazonas 2 0 2 1.305,11 0,00 1.305,11
Distrito Federal 2 0 2 951,31 0,00 951,31
Acre 1 0 1 963,02 0,00 963,02
Roraima 1 0 1 1.018,51 0,00 1.018,51
Amapá 0 0 0 0,00 0,00 0,00
Brasil 16.822 1.909 18.731 1.236,38 1.170,21 1.229,64
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Subclasse CNAE (IBGE): 0133-4/02 Cultivo de banana

Como muitas das ocupações são temporárias, mesmo onde as remunerações são mais
elevadas que a média, muitos trabalhadores só conseguem permancer no emprego durante
o período de safra, que pode ir de 3 a 6 meses por ano. Esse período não é suficiente para
assegurar uma renda média anual que garanta uma qualidade de vida digna para o
trabalhador e sua familia, além dos direitos trabalhistas vinculados à formalização.

Na Banana, o tempo de contratação de 36% dos trabalhadores é de até 11,9 meses, sendo
que 16% tem contrato até 5,9 meses.

28
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

TABELA 6
Tempo de trabalho por vinculo ativo, 2017
Cultivo de Banana
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
Minas Gerais 469 374 1.194 1.312 782 965 721 308 6.125
São Paulo 359 331 929 942 564 694 753 444 5.019
Bahia 172 238 380 367 250 231 132 48 1.818
Ceará 114 167 242 323 292 302 256 77 1.773
Santa Catarina 66 96 146 150 97 114 156 76 901
Rio Grande do Norte 45 69 80 60 65 66 81 164 630
Pernambuco 16 35 60 60 45 77 96 127 516
Espírito Santo 64 47 107 97 59 56 57 24 511
Maranhão 49 42 69 133 44 24 0 0 361
Paraná 11 22 47 45 27 41 34 8 235
Tocantins 16 6 68 22 20 41 20 8 201
Mato Grosso 15 12 22 30 15 25 8 6 133
Goiás 6 16 19 24 24 22 19 3 133
Rio Grande do Sul 8 6 19 17 5 15 13 1 84
Rio de Janeiro 3 3 13 10 5 14 15 14 77
Piauí 1 6 11 15 16 4 8 0 61
Pará 7 6 12 9 9 5 8 1 57
Sergipe 4 0 5 8 3 20 8 6 54
Mato Grosso do Sul 1 6 5 1 0 1 2 0 16
Alagoas 0 1 3 0 2 1 3 2 12
Paraíba 0 0 1 1 2 0 0 1 5
Rondônia 0 0 0 0 0 3 0 0 3
Amazonas 0 0 0 1 0 0 0 1 2
Distrito Federal 0 1 0 0 0 1 0 0 2
Acre 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Roraima 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Amapá 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 1.426 1.484 3.432 3.627 2.327 2.723 2.390 1.319 18.731
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE): 0133-4/02 Cultivo de banana

Para exemplificar, um trabalhador de Minas Gerais, que é o maior empregador, que


permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.258,66, receberá, ao fim
do contrato, R$ 3.775,98. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses será de
R$ 314,67 por mês (8% dos vinculos em MG estão nessa situação). Se a ocupação durar 6
meses, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$ 7.551,96 e se não tiver outra
ocupação no ano, no final terá uma renda mensal de R$ 629,33, excluindo possíveis
descontos ou benefícios.

Também foram analisados os dados do Caged (MTb), que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos) ao longo do ano. No cadastro relativo às declarações de

29
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

contratações na cultura da banana, há muitas contratações e demissões ao longo do ano,


principalmente no final do ano, novembro e dezembro, demonstrando a sazonalidade de
ocupação nessa cultura.

GRÁFICO 2
Saldo das contratações e demissões
2017 e 2018 - Brasil

Fonte: Caged.MTb

30
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

TABELA 7
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no Cultivo da banana, por UF
Janeiro – outubro de 2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Ceará 717 -515 202
Bahia 694 -613 81
Maranhão 240 -164 76
Piauí 66 -14 52
Rio Grande do Norte 227 -182 45
São Paulo 1.714 -1.671 43
Paraná 119 -100 19
Sergipe 8 -3 5
Pernambuco 57 -53 4
Tocantins 67 -64 3
Rondônia 1 -1 0
Acre 1 -1 0
Alagoas 1 -1 0
Rio de Janeiro 13 -13 0
Pará 20 -23 -3
Mato Grosso do Sul 8 -12 -4
Rio Grande do Sul 29 -35 -6
Mato Grosso 81 -88 -7
Goiás 19 -32 -13
Minas Gerais 2.403 -2.425 -22
Santa Catarina 295 -319 -24
Espírito Santo 302 -332 -30
Brasil 7.082 -6.661 421
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

31
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

ANEXO
Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20173

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades)
Banana – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

3Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)


32
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

MAPA 2
Quantidade produzida
Banana (toneladas) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

33
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
BANANA

MAPA 3
Área colhida
Banana (Hectares) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

34
MAÇÃ
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

A PRODUÇÃO DE MAÇÃ NO BRASIL

Durante muito tempo o consumo de maçã no Brasil foi mantido através de importações
(geralmente da Argentina). Produzia-se pouca maçã no país para atender a demanda
interna. Hoje em dia ainda há importações, mas em volume bem inferior.

Atualmente a produção de maçã se concentra em duas cultivares, Gala e Fuji, que


representam em torno de 90% da área plantada. Além do amplo consumo fresco, a maçã
é útil para diversos tipos de processamento, produzindo produtos como doces, geleias,
compotas, bebidas e vinagre.

Pelos dados da Pesquisa Agrícola Municipal, realizada pelo IBGE, a área colhida no Brasil
cresceu 7% de 2001 a 2017, enquanto a quantidade produzida apresentou um crescimento
de 81,7% no mesmo período, resultado do ganho em produtividade. Houve uma queda
significativa da produção em 2016 em função de problemas climáticos. Em 2017 a
produção do fruto apresentou uma boa recuperação.

O crescimento da produção nos últimos anos se deve, principalmente, a produção de


novas variedades, disponibilidade de terras, existência de regiões com condições
climáticas favoráveis, montagem de infraestruturas para embalagem e conservação,
aumento da densidade de plantio (nº plantas por unidade de área), incentivos fiscais e
investimentos em pesquisa.

O valor da produção teve um resultado ainda melhor, crescimento de 380,5% no período


em análise. Em 2017, o valor apresentou uma queda em função do aumento da produção
em período de crise, aumentado a oferta do produto e reduzindo o preço de
comercialização.

36
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

TABELA 1
Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida,
rendimento médio e valor da produção da maçã
Brasil
Variação Variação
Variável/Ano 2001 2016 2017
2017/2001 2017/2016
Área colhida 30.938 33.981 33.138 7,1% -2,5%
Quantidade produzida (tonelada) 716.030 1.049.251 1.300.943 81,7% 24,0%
Rendimento médio da produção 23.144 30.878 39.258 69,6% 27,1%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 335.660 1.650.768 1.612.917 380,5% -2,3%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

O rendimento médio da produção foi de cerca de 70% nesse período, seguindo uma
tendência de alta ao longo dos anos, como pode ser observado no Gráfico 1. A produção
por hectare em 2017 foi o melhor resultado ao longo de dezesseis anos. O resultado
negativo de 2016 se deve à quebra da safra por problemas climáticos.

GRÁFICO 1
Rendimento médio da produção (kg/ha)
Brasil

39.258
37.219
22.844

30.878

23.144

Fonte: PAM.IBGE

37
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

Produção nos estados e municípios


A maçã é uma fruta com exigências climáticas muito especificas para a produção
comercial, se desenvolvendo, principalmente, em clima temperado. Os programas de
melhoramento genético vêm criando cultivares com menor exigência em frio e resistente a
doenças, mas a produção ainda se restringe a poucos estados brasileiros.

Em função dessas características, a maçã é produzida em apenas seis estados brasileiros,


segundo a PAM/IBGE. O Estado de Santa Catarina é o maior produtor do país, com 680
mil toneladas produzidas em 2017, em 16,2 mil hectares, 52,3% da produção nacional. O
Rio Grande do Sul vem logo em seguida, com uma produção de 579 mil toneladas, 44,4%
do total, em 115,5 mil hectares. Os dois estados juntos produzem 96,7% da maçã nacional.

TABELA 2
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção de Maçã
Brasil e Unidades da Federação - 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 1.300.943 33.138 39.258 1.612.917
Santa Catarina 679.836 16.205 41.952 729.488
Rio Grande do Sul 577.774 15.536 37.189 777.938
Paraná 34.349 1.030 33.349 85.232
São Paulo 5.807 215 27.009 13.616
Minas Gerais 3.054 141 21.660 6.408
Rondônia 123 11 11.182 235
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017
Obs.: Acre, Amazonas, Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins e Roraima não apresentaram produção

Na Tabela 3 estão os vinte principais municípios que produzem maçã no país. O município
de São Joaquim, em Santa Catarina, produziu 374,6 mil toneladas de maçã em 2017, com
um rendimento médio 45 mil kg/ha, em 8,3 mil hectares (29% da produção nacional e 55%
da produção estadual). Vacaria, no Rio Grande do Sul, vem logo em seguida, com uma
produção de 275,6 mil toneladas em 6,9 mil hectares e um rendimento médio de 40 mil
kg/há (21% da produção nacional e 48% da produção estadual).

Entre os 20 municípios que mais produzem maçã, 7 têm o IDH superior à média nacional,
que está em 0,699 (Tabela 3). Essa informação sobre o Índice de Desenvolvimento
Humano pretende ser uma informação a mais, sinalizando se o município pode ou não
estar incorporando seus ganhos com a produção dessa cultura, e das demais que possam
existir na região, para melhorar a condições básicas de vida da população local.

38
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

TABELA 3
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção e IDH nos 20 principais municípios brasileiros que produzem maçã
2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
São Joaquim (SC) 374.625 8.325 45.000 393.356 0,687
Vacaria (RS) 275.400 6.885 40.000 413.100 0,721
Caxias do Sul (RS) 80.000 2.000 40.000 80.000 0,782
Fraiburgo (SC) 60.200 1.720 35.000 54.180 0,731
Bom Jesus (RS) 55.011 1.667 33.000 66.013 0,666
Bom Jardim da Serra (SC) 54.000 1.200 45.000 56.511 0,696
Muitos Capões (RS) 49.500 1.650 30.000 68.310 0,702
Urupema (RS) 28.416 512 55.500 34.099 0,699
Monte Alegre dos Campos 25.250 505 50.000 32.573 0,650
(RS)
Bom Retiro (SC) 24.000 600 40.000 32.400 0,699
Urubici (SC) 24.000 600 40.000 24.000 0,694
Ipê (RS) 22.000 600 36.667 27.500 0,728
Lebon Régis (SC) 20.800 520 40.000 18.720 0,649
São Francisco de Paula (RS) 19.600 560 35.000 23.520 0,685
Água Doce (SC) 16.800 400 42.000 20.160 0,698
São José dos Ausentes (RS) 16.500 550 30.000 19.800 0,663
Painel (SC) 16.290 362 45.000 19.548 0,664
Monte Carlo (SC) 13.264 655 20.250 15.917 0,643
Palmas (PR) 13.177 338 38.985 15.878 0,660
Santa Cecília (SC) 10.526 277 38.000 18.947 0,698
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699

Em algumas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina há uma forte presença de
agricultura familiar. Porém, há a presença de agricultores maiores e de muitas empresas.
Muitos agricultores entregam sua produção para grandes empresas que comercializam o
produto, com uma estrutura bem verticalizada. Uma mesma empresa opera nas várias
etapas da cadeia de produção: Pomares, Câmaras frigoríficas para o armazenamento,
classificação e embalagem da fruta e atuação na etapa das vendas para o mercado
atacadista.

Exportações
A quebra da safra da maçã em 2016 afetou também a exportação da fruta, porém, em
2017, já apresenta uma boa recuperação, com boas perspectivas para 2018 também.

39
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

O volume expressivo de maçãs nacionais em 2017, mais a sua qualidade na coloração e


no calibre, pela avaliação do Cepea/USP, facilitou as vendas para o mercado externo, que
haviam caído pela metade no ano anterior, com menor disponibilidade do produto. A menor
remuneração interna também influiu no movimento externo, conforme a análise, que reitera
boas condições para os embarques em 2018, diante de oferta menor na Europa e de
aberturas na Rússia e na Índia, gerando boas expectativas em relação às exportações,
mais uma vez, para o ano.

Quanto às importações, a queda em 2017 foi bem acentuada. Os principais fornecedores


de maçãs ao Brasil em 2017 foram Chile, Itália e Argentina.

Exportação de maçã
Ano 2016 2017 Variação %
Volume (kg) 30.696.465 55.437.969 81%
Receita (US$) 18.334.603 41.893.023 128%
Importação de maçã
Ano 2016 2017 Variação %
Volume (kg) 155.522.954 78.501.713 -50%
Receita (US$) 140.169.733 75.533.112 -46%
Fonte: Agrostat/MAPA

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb1, em 31 de dezembro de 2017 haviam 11.407 pessoas
ocupadas formalmente na cultura da Maçã, sendo 7.415 homens e 3.992 mulheres. Quanto
aos rendimentos dos trabalhadores, os registos da RAIS de 2017 no cultivo da Maçã
apontam para um rendimento médio de R$ 1.640,88, um valor 75% superior ao salário
mínimo no país na época, de R$ 937,00. O rendimento das mulheres era 70% do
rendimento dos homens (tabela 4).

Santa Catarina aparece com 5.312 vínculos formais, sendo 3.573 homens e 1.960
mulheres, onde elas tinham um rendimento 29% menor que os dos homens.

TABELA 4

1A (RAIS) é um relatório de informações socioeconômicas solicitado pelo Ministério do Trabalho e Emprego


brasileiro às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente. Os dados se referem à mão-de-obra
ocupada no dia 31 de dezembro de cada ano.

40
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

Vínculos Ativos e rendimento médio 2017


Cultivo de maçã
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Rio Grande do Sul 3.573 1.960 5.533 1.880,87 1.339,88 1.689,23
Santa Catarina 3.485 1.827 5.312 1.726,28 1.202,22 1.546,03
Paraná 315 185 500 1.883,07 1.599,42 1.778,12
São Paulo 30 18 48 4.618,79 3.241,44 4.102,28
Piauí 8 1 9 1.635,57 1.199,00 1.587,06
Minas Gerais 3 1 4 1.184,99 1.459,44 1.253,60
Rio de Janeiro 1 0 1 987,52 0,00 987,52
Brasil 7.415 3.992 11.407 1.830,62 1.288,46 1.640,88
Fonte: Rais/MTb
Obs.: Subclasse CNAE (IBGE): 0133-4/07 Cultivo de maçã

Como muitas das ocupações são temporárias, empregando mais durante a colheita, muitos
trabalhadores só conseguem permanecer no emprego durante o período de safra, que
pode ir de 3 a 6 meses por ano. Esse período não é suficiente para assegurar uma renda
média anual que garanta uma qualidade de vida digna para o trabalhador e sua família,
além dos direitos trabalhistas vinculados à formalização.

Na Maçã, o tempo de contratação de 46% dos trabalhadores é de até 11,9 meses, sendo
que 31% tem contrato até 5,9 meses.

TABELA 5
Tempo de trabalho por vinculo ativo, 2017
Cultivo de Maçã
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
Rio Grande do Sul 813 552 935 789 623 698 676 444 5.533
Santa Catarina 1.321 544 718 638 398 449 589 655 5.312
Paraná 212 18 24 27 35 49 93 42 500
São Paulo 3 1 8 1 2 2 11 20 48
Piauí 0 9 0 0 0 0 0 0 9
Minas Gerais 0 0 0 1 0 1 1 1 4
Rio de Janeiro 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Brasil 2.349 1.124 1.685 1.456 1.059 1.199 1.370 1.162 11.407
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE): 0133-4/07 Cultivo de maçã

Para exemplificar, um trabalhador do Rio Grande do Sul, que é o maior empregador, que
permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.689,23, receberá, ao
41
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

fim do contrato, R$ 5.067,69. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses
será de R$ 422,31 por mês (15% dos vínculos no Rio Grande do Sul estão nessa situação).
Se a ocupação durar 6 meses, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$ 10.135,38
e se não tiver outra ocupação no ano, no final terá uma renda mensal de R$ 844,62,
excluindo possíveis descontos ou benefícios.

Também foram analisados os dados do Caged/MTb2, que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos). Pelos dados do Caged as contratações começam a partir
de janeiro. No cadastro relativo às declarações de contratações na cultura da Maçã, a
contratação é bem intensa nos meses de janeiro e fevereiro, seguida de um processo de
muitos desligamentos.

GRÁFICO 2
Saldo das contratações e demissões em 2017 e 2018
Brasil

Fonte: Caged.MTb

TABELA 6
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no cultivo de Maçã, por UF

2 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED é um registro administrativo do Ministério


do Trabalho e Previdência Social que mede a quantidade de admissões e demissões de funcionários em
regime CLT de cada empresa. A declaração é realizada pelas próprias empresas.

42
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

Janeiro – outubro de 018


Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Minas Gerais 31 -1 30
São Paulo 12 -7 5
Paraná 305 -488 -183
Rio Grande do Sul 22.186 -22.433 -247
Santa Catarina 8.124 -9.088 -964
Brasil 30.621 -32.017 -1.396
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

43
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

ANEXO
Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20173

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades)
Maçã – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

3Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

44
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

MAPA 2
Quantidade produzida
Maçã (toneladas) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

45
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MAÇÃ

MAPA 3
Área colhida
Maçã (Hectares) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

46
MANGA
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

A PRODUÇÃO DE MANGA NO BRASIL

A manga produzida no Brasil tem no mercado interno seu principal destino e é


comercializada quase que exclusivamente na forma fresca 1. De 2001 a 2017 apresentou
um crescimento de 39% na produção e uma redução na área colhida de 5%, segundo
dados da Pesquisa Agrícola Municipal – PAM, realizada pelo IBGE. A incorporação de
novas áreas, principalmente com irrigação, acompanhadas do uso de tecnologias e
variedades mais adaptadas, fez com que a manga ganhasse novos mercados e agregasse
mais valor ao produto. O crescimento do valor da produção ao longo desse período, de
2001 a 2017, foi de 365%, resultado bem positivo para os produtores e exportadores
brasileiros (tabela 1).

TABELA 1
Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e
valor da produção da manga
Brasil
Variação Variação
Variável/Ano 2001 2016 2017
2017/2001 2017/2016
Área colhida 67.234 61.850 63.900 -4,96% 3,31%
Quantidade produzida (tonelada) 782.348 1.002.267 1.087.091 38,95% 8,46%
Rendimento médio da produção
11.636 16.205 17.012 46,20% 4,98%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 211.513 788.433 984.294 365,36% 24,84%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

O rendimento médio da produção de Manga no Brasil vem em um crescimento constante,


com pequenas quedas pontuais. O rendimento médio, por hectare, teve um crescimento
de 46%, saindo de 11,6 toneladas por hectare para 17 ton/hectare ao longo desses 16
anos.

1Também pode ser encontrada como compota, suco integral ou polpa congelada. A polpa pode ser utilizada
na elaboração de doces, sorvetes, sucos, licores, geleias, entre ouras utilizações. A indústria farmacêutica
e madeireira utiliza as folhas e os troncos.

48
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

GRÁFICO 1
Rendimento médio da produção (kg/ha)
Brasil

17.012
22.844

11.636

Fonte: PAM.IBGE

Produção nos estados e municípios


Embora seja produzida em todo o território nacional, a manga concentra-se em especial
no Nordeste. Segundo dados da PAM/IBGE, a Bahia é o estado com maior quantidade
produzida, 438,6 mil toneladas, concentrando 40% da produção nacional, em 24 mil
hectares. Pernambuco vem em seguida, com 20% da produção nacional, 240 mil
toneladas, em 10,8 mil hectares. A cultura da manga em Pernambuco apresentou o melhor
rendimento médio por hectare, 22,2 mil toneladas. Somente os estados da Bahia e
Pernambuco produzem 60% da manga produzida no Brasil (2017) , sendo essa produção
concentrada no Vale do São Francisco2.

São Paulo vem logo em seguida, com 176 mil toneladas produzida em 9,4 mil hectares. O
rendimento médio por hectare foi bem próximo ao rendimento da Bahia, 18,6 ton/ha.

A produção da manga no país em 2017 teve um valor de produção próximo a R$ 1 bilhão.

2O Vale do São Francisco é a região drenada pelo rio São Francisco e seus afluentes. Está localizada em
sua grande parte nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. É uma área fértil
e que tem recebido diversos investimentos em irrigação federal e governamental. Tornou-se um importante
produtor de frutas e hortaliças. A sub-região que mais se desenvolve é aquela compreendida pelas cidades
de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) que se tornou o maior conglomerado urbano do Semiárido.
Sua produção é exportada através do aeroporto de Petrolina e do porto de Suape, ambos em Pernambuco
e o Porto de Aratu e pelo Mercado do Produtor em Juazeiro, maior entreposto comercial do Norte–Nordeste
do Brasil, ambos na Bahia.

49
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

TABELA 2
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção de manga
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 1.087.091 63.900 17.012 984.294
Bahia 438.603 23.917 18.339 424.324
Pernambuco 239.559 10.770 22.243 210.464
São Paulo 176.127 9.461 18.616 122.742
Minas Gerais 68.807 4.532 15.182 88.977
Ceará 45.337 5.642 8.036 37.465
Rio Grande do Norte 44.253 2.816 15.715 34.950
Sergipe 17.950 844 21.268 12.652
Alagoas 13.046 1.181 11.047 8.157
Paraíba 9.110 1.189 7.662 7.023
Paraná 5,633 386 14.593 8.398
Piauí 5.063 530 9.553 4.651
Roraima 4.214 410 10.278 5.341
Rio de Janeiro 2.563 148 17.318 3.212
Maranhão 2.234 380 5.879 2.480
Mato Grosso 1.398 75 18.640 1.796
Rio Grande do Sul 1.170 153 7.647 2.325
Distrito Federal 694 54 12.852 1.284
Pará 449 38 11.816 398
Tocantins 377 49 7.694 228
Goiás 338 37 9.135 303
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017
Obs.: Acre, Amazonas, Amapá, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rondônia não apresentaram produção

Na Tabela 3 estão 27 municípios produtores de manga, sendo que os 20 primeiros são os


principais produtores do Brasil. O Município de Petrolina, em Pernambuco, é o maior
produtor de manga do país, com 173 mil toneladas em 7,9 mil hectares. Representa 16%
da produção nacional e 72% da produção do estado. Casa Nova, na Bahia, vem logo em
seguida, com 150 mil toneladas produzidas em 4 mil hectares, com um rendimento médio
muito superior a Petrolina, de 37,5 ton/ha e o maior entre esses municípios. O rendimento
médio varia muito de uma localidade para outra, indicando que ainda há muita
possibilidade de crescimento na produção dessa fruta.

A informação sobre o Índice de Desenvolvimento Humano 3 pretende sinalizar, indicar, se


o município pode ou não estar incorporando os ganhos com a produção dessa cultura, e

3
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu
grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos (desenvolvimento

50
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

das demais que possam existir na região, para melhorar a condições básicas de vida da
população local. Entre esses 27 municípios, somente 7 têm o IDH superior à média
nacional, que era de 0,699 em 2010.

TABELA 3
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção e IDH nos 20 municípios brasileiros com maior produção de Manga em
2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
Petrolina (PE) 173.360 7.880 22.000 164.692 0,697
Casa Nova (BA) 150.000 4.000 37.500 150.000 0,570
Juazeiro (BA) 144.770 7.458 19.411 144.770 0,677
Santa Maria da Boa Vista (PE) 42.000 1.400 30.000 16.800 0,590
Livramento de Nossa Senhora (BA) 40.000 4.500 8.889 27.200 0,611
Monte Alto (SP) 40.000 2.500 16.000 22.200 0,768
Cândido Rodrigues (SP) 17.040 600 28.400 11.971 0,789
Ipanguaçu (RN) 17.000 850 20.000 13.600 0,603
Fernando Prestes (SP) 15.850 657 24.125 10.857 0,758
Taquaritinga (SP) 15.400 840 18.333 10.241 0,748
Dom Basílio (BA) 15.000 1.500 10.000 17.700 0,591
Belém do São Francisco (PE) 12.00 600 20.000 19.200 0,642
Janaúba (MG) 11.300 452 25.000 22.807 0,696
Curaçá (BA) 11.177 630 17.741 10.842 0,581
Matias Cardoso (MG) 11.060 700 15.800 14.820 0,616
Itápolis (SP) 10.847 524 20.700 7.213 0,744
Rio de Contas (BA) 9.500 800 11.875 7.790 0,605
Jaíba (MG) 9.223 610 15.120 11.805 0,638
Vista Alegre do Alto (SP) 9.000 300 30.000 5.985 0,744
Ituaçu (BA) 8.000 600 13.333 5.920 0,570
Açu (RN) 5.170 235 22.000 4.136 0,661
Sobradinho (BA) 3.840 200 19.200 3.494 0,631
Carnaubais (RN) 3.240 180 18.000 2.592 0,589
Quixeré (CE) 1.748 146 11.973 3.031 0,622
Mossoró (RN) 1.000 100 10.000 650 0,720
Limoeiro do Norte (CE) 510 38 13.421 977 0,682
Baraúna (RN) 415 50 8.300 374 0,574
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699. Os municípios de Açu, Sobradinho, Carnaubais, Quixeré, Mossoró, Limoeiro do Norte e Baraúna
não estão entre os principais produtores, mas foram incluídos a pedido da OXFAM.

humano muito alto), em desenvolvidos (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos


(desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer,
educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional.

51
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

Exportação
A manga continua sendo a fruta que o Brasil mais exporta. Em 2017, houve recorde nos
embarques, tanto em volume, com cerca de 180 mil toneladas, quanto em receita, de mais
de US$ 205 milhões. No comparativo com 2016, o crescimento foi de 16,46% em peso e
de 13,99% em valor. Os maiores compradores da fruta são a União Europeia (132.820
toneladas, com receita de US$ 157,2 milhões) e os Estados Unidos (33.095 toneladas e
receita de US$ 30,6 milhões). Um dos fatores que possivelmente contribui com esse
cenário e diferencia o Brasil de outras nações produtoras é o fato de o País conseguir
produzir durante todo o ano. Para o pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima, da
Embrapa Semiárido, basta que os produtores se mobilizem para elevar ainda mais a
qualidade da fruta produzida em solo nacional. Porém, ressalta que “São muitos
produtores, pouco organizados, e pequena quantidade de compradores. Outro problema
que preocupa a região está relacionado com a crise hídrica. Devido à redução do volume
de água no Lago de Sobradinho durante o ano, está sendo necessário realizar
racionamento e, caso isso se agrave, a redução da água pode afetar a produtividade das
mangueiras”, explica o pesquisador4.

Exportação de manga
Ano 2016 2017 Variação %
Volume (kg) 154.211.079 179.601.248 16%
Receita (US$) 179.932.100 205.111.150 14%
Fonte: Agrostat/MAPA

A manga, assim como a produção de outras frutas, trata-se de cultivos de alta tecnologia
e grandes consumidores de capital, situação que exige que o produtor além de uma alta
produtividade física obtenha também uma adequada rentabilidade econômica. Os
tratamentos oneram os custos e exigem instalações próprias (packing house5) para serem
realizados, aumentando substancialmente o investimento. Por se tratar de produto
perecível e sujeito a doenças e pragas, exigem um alto controle na exportação. A
tendência, nessas condições, é de concentração de capital para fazer frente aos custos,
principalmente na produção destinada a exportação.

4 Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018. Editora Gazeta. http://www.editoragazeta.com.br/sitewp/wp-


content/uploads/2018/04/FRUTICULTURA_2018_dupla.pdf
5 É um barracão de classificação próximo das roças onde a colheita de vários produtores é descarregada,

e os produtos são separados, classificados e formam cargas maiores para serem levadas aos grandes
centros consumidores. Essas estruturas facilitam e barateiam o transporte.

52
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

BOX
A Agrodan – maior produtora e exportadora de manga do país, com mais de mil hectares
de área plantada em Belém de São Francisco (PE), no Sertão de Itaparica, e Abaré e Curaçá-
BA (no norte da Bahia), bateu novo recorde no ano passado, obtendo o melhor resultado
de sua história, com 30,5 milhões de quilos de manga produzidos, o que equivale a um
aumento de quase 20% com relação a 2016. De acordo com o diretor-geral da Agrodan,
Paulo Dantas, os investimentos são altos. “O nosso Packing House é o maior, mais moderno
e mais automatizado do Brasil e os nossos processos possuem diversos certificados
internacionais”, ressalta. Atualmente 92% da produção da Agrodan são exportados para a
Europa, em países como Portugal, Alemanha, Espanha, Holanda e Itália. Mas a empresa
vem, a cada ano, mirando o mercado interno. De acordo com Paulo, diversos estados no
Brasil já comercializam a fruta e, com a constante crescente da produção, o objetivo é que,
nos próximos anos, 40% da manga produzida seja destinada ao consumidor brasileiro*.
* https://agrodan.site/

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb6, em 31 de dezembro de 2017 haviam 10.310 pessoas
ocupadas formalmente na cultura da manga, sendo 7.729 homens e 2.581 mulheres. O
rendimento médio era de R$ 1.287,14, um valor 37% superior ao salário mínimo no país,
de R$ 937,00. A mulher recebia 5% a menos que os homens.

A Bahia, que é o estado com maior produção de manga, aparece com 4.807 vínculos
formais, sendo 3.684 homens e 1.123 mulheres, que têm um rendimento médio 7% inferior
ao dos homens.

6A (RAIS) é um relatório de informações socioeconômico solicitado pelo Ministério do Trabalho e Emprego


brasileiro às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente. Os dados se refere a mão-de-obra
ocupada no dia 31 de dezembro de cada ano e somente a trabalhadores com contratos formais.

53
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

TABELA 4
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017
Cultivo de manga
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Bahia 3.684 1.123 4.807 1.206,89 1.121,76 1.187,00
Pernambuco 2.906 1.225 4.131 1.344,46 1.235,03 1.312,01
Rio Grande do Norte 385 60 445 1.455,92 1.517,11 1.464,17
São Paulo 279 73 352 1.464,32 1.328,20 1.436,09
Sergipe 167 24 191 1.033,51 999,10 1.029,18
Minas Gerais 118 33 151 1.146,72 1.019,48 1.118,91
Paraíba 96 31 127 1.448,70 1.511,95 1.464,14
Ceará 81 8 89 1.339,89 2.223,77 1.419,34
Roraima 4 1 5 1.217,94 955,21 1.165,39
Goiás 3 1 4 2.095,79 963,02 1.812,60
Tocantins 2 1 3 1.115,90 0,00 743,93
Espírito Santo 1 1 2 0,00 0,00 0,00
Maranhão 1 0 1 963,02 0,00 963,02
Piauí 1 0 1 937,00 0,00 937,00
Distrito Federal 1 0 1 1.387,50 0,00 1.387,50
Brasil 7.729 2.581 10.310 1.303,65 1.237,00 1.287,14
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE): 0133-4/10 Cultivo de manga

Como muitas das ocupações são temporárias, empregando mais durante a colheita, muitos
trabalhadores só conseguem permanecer no emprego durante o período de safra, que
pode ir de 3 a 6 meses por ano. Esse período não é suficiente para assegurar uma renda
média anual que garanta uma qualidade de vida digna para o trabalhador e sua família,
além dos direitos trabalhistas vinculados à formalização.

Na Manga, o tempo de contratação de 43% dos trabalhadores têm vínculos de até 11,9
meses, sendo que 29% tem contrato até 5,9 meses.

54
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

TABELA 5
Tempo de trabalho por vinculo ativo, 2017
Cultivo de manga
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
Bahia 680 551 799 832 640 613 413 279 4.807
Pernambuco 611 675 473 676 398 550 527 221 4.131
Rio Grande do Norte 37 80 35 64 34 44 81 70 445
São Paulo 55 44 51 50 35 56 34 27 352
Sergipe 78 0 17 24 13 28 15 16 191
Minas Gerais 22 21 19 27 20 21 9 12 151
Paraíba 36 8 8 10 8 17 20 20 127
Ceará 0 14 1 19 10 21 22 2 89
Roraima 0 0 0 1 0 1 3 0 5
Goiás 0 0 0 1 0 0 2 1 4
Tocantins 1 0 0 1 0 1 0 0 3
Espírito Santo 0 0 0 0 0 2 0 0 2
Maranhão 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Piauí 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Distrito Federal 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Brasil 1.520 1.393 1.403 1.706 1.158 1.355 1.126 649 10.310
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro.

Para exemplificar, um trabalhador no Estado da Bahia, que é o maior empregador, que


permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.187,00, receberá, ao
fim do contrato, R$ 3.561,00. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses
será de R$ 296,75 por mês (14% dos vínculos na Bahia estão nessa situação). Se a
ocupação durar 6 meses, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$ 7.122,00 e se
não tiver outra ocupação no ano, terá uma renda mensal de R$ 593,50, excluindo possíveis
descontos ou benefícios.

Também foram analisados os dados do Caged/MTb, que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos) ao longo do ano. No cadastro relativo às declarações de
contratações na cultura da cultura da manga, há muitas contratações e demissões ao longo
do ano, principalmente no final do ano, novembro e dezembro, demonstrando a
sazonalidade de ocupação nessa cultura.

55
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

GRÁFICO 2
Saldo das contratações
Brasil – 2017 e 2018

Fonte: Caged.MTb

TABELA 6
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no Cultivo de manga, por UF
Janeiro/18 – outubro/2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Bahia 3.704 -2.203 1.501
Pernambuco 3.198 -2.250 948
Rio Grande do Norte 661 -240 421
Ceará 97 -51 46
Paraíba 102 -64 38
Minas Gerais 137 -124 13
Roraima 5 -4 1
Tocantins 0 -1 -1
Espírito Santo 2 -3 -1
Distrito Federal 0 -1 -1
Sergipe 4 -31 -27
São Paulo 118 -186 -68
Brasil 8.028 -5.158 2.870
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

56
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

ANEXO

Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20177

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades)
Manga – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

7Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

57
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

MAPA 2
Quantidade produzida –
Manga (toneladas) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

58
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MANGA

MAPA 3
Área de produção
Manga (hectares) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

59
MELÃ O
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

A PRODUÇÃO DO MELÃO NO BRASIL

O melão é consumido no Brasil como fruta fresca ou na forma de refrescos. Tem


propriedades refrescantes e hidratantes, pois é composto de 90% de água. O meloeiro se
desenvolve melhor em regiões de temperatura mais elevada, entre 25 e 32ºC. No entanto,
temperaturas acima dos 35ºC podem comprometer a frutificação. O meloeiro é capaz de
absorver a umidade do ar e do solo. Quando isso acontece, o teor de açúcar fica diminuído.
As condições climáticas favorecem o Nordeste, onde os frutos têm melhor sabor e maior
teor de açúcares.

A produção de melão no Brasil dobrou nos últimos 16 anos, saltando de 264,4 mil toneladas
em 2001 para 540 mil toneladas em 2017, segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal
– PAM, realizada pelo IBGE. No mesmo período a área colhida cresceu 64,6%.

A conquista de mercados importantes interna e externamente, além da melhoria da


qualidade do produto, fez com que o valor da produção crescesse em 437% ao longo
desses anos.

TABELA 1
Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida,
rendimento médio e valor da produção do melão
Brasil
Variação Variação
Variável/Ano 2001 2016 2017
2017/2001 2017/2016
Área colhida 14.198 23.105 23.377 64,6% 1,2%
Quantidade produzida (tonelada) 264.431 596.430 540.229 104,3% -9,4%
Rendimento médio da produção
18.624 25.814 23.109 24,1% -10,5%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 91.785 597.724 492.874 437,0% -17,5%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

O rendimento médio da produção apresentou um crescimento de 24,1% de 2001 a 2017.


Se considerar o período de 2001 a 2016, o crescimento na produtividade do melão foi de
38,6%. Em 2014 a produtividade foi ainda maior, de 26.820 kg/hectare (gráfico 1).

A produção de melão no país teve uma queda acentuada de 2016 para 2017 em função
da forte estiagem que atingiu algumas regiões do nordeste brasileiro, onde se localiza a

61
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

maior parte da produção da fruta. Em anos anteriores, pelo mesmo motivo, a produção já
vinha apresentado alguns recuos, com reflexo na produtividade.

GRÁFICO 1
Rendimento médio da produção (kg/ha)
Brasil

26.820
22.844

23.109
22.844

18.624

Fonte: PAM.IBGE

Produção nos estados e municípios


A região Nordeste é a principal produtora de melão, contribuindo com mais de 90% da
produção nacional. A expansão da cultura na região se deve à atuação de grandes
empresas, que destinam boa parte da sua produção para exportação.

Pelos dados da PAM/IBGE 2017, a produção de melão no Brasil foi de 540 mil toneladas
distribuídas em cerca de 23 mil hectares, com um rendimento médio de 23 toneladas por
hectare. O Estado do Rio Grande do Norte foi responsável por 63% da produção nacional,
338,7 mil toneladas, cultivados em 13 mil hectares, com um rendimento médio de 25,7
toneladas por hectare. O Ceará, segundo colocado, produziu 13% do total em 2017 em 2,6
mil hectares, com um rendimento de 27,5 ton/ha, superior ao do Rio Grande do Norte
(tabela 2).

62
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

TABELA 2
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção,
valor da produção de melão
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 540.229 23.377 23.109 492.874
Rio Grande do Norte 338.665 13.133 25.787 256.710
Ceará 70.593 2.559 27.586 62.069
Bahia 54.154 3.077 17.600 45.914
Piauí 26.024 885 29.406 69.977
Pernambuco 22.408 1.113 20.133 17.850
Rio Grande do Sul 18.914 1.880 10.061 25.777
Paraná 2.840 315 9.016 5.734
Alagoas 2.190 73 30.000 1.721
Mato Grosso 1.854 126 14.714 3.953
Santa Catarina 678 67 10.119 853
Tocantins 630 33 19.091 571
São Paulo 363 14 25.929 233
Roraima 350 21 16.667 906
Mato Grosso do Sul 240 30 8.000 192
Paraíba 140 20 7.000 182
Maranhão 102 17 6.000 102
Pará 70 10 7.000 102
Amazonas 14 4 3.500 28
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017
Obs.: Acre, Amapá, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal

A expansão do cultivo do Melão ao longo dos últimos anos se deu principalmente no Estado
do Rio Grande do Norte e Ceará, devido especialmente às fontes de abastecimento de
água na região produtora desses estados. Nos últimos anos ocorreu uma grande migração
da produção de melão do estado de Ceará para o Rio Grande do Norte devido a grande
seca que ocorreu na região. A crise hídrica no Ceará foi mais grave do que a do Rio Grande
do Norte, que tem água em abundância no subsolo, no aquífero da Chapada do Apodi,
além da diferença tecnológica empregada na irrigação: no Ceará a irrigação se desenvolve
utilizando águas artificiais e no Rio Grande do Norte a produção se desenvolve a partir de
poços tubulares. Em alguns municípios, devido a grande exploração do lençol freático, e
de baixa reposição de água subterrânea, também ocorreu forte queda da produção de
melão. Uma das características da produção de melão nessa região é sua grande
mobilidade espacial. A produção na região é caracterizada por grandes agroindústrias 1.

1http://www.corecon-rn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/Joacir-e-Aldemir-2017_Din%C3%A2mica-

produ%C3%A7%C3%A3o-de-mel%C3%A3o-no-RN.pdf. A dinâmica da produção de melão no RN. Joacir


Rufino de Aquino (Economista, professor e pesquisador da UERN). José Aldemir Freire (Economista e

63
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

Na Tabela 3 estão 23 municípios produtores de Melão, sendo que os 20 primeiros são os


principais produtores do Brasil. Esses dados reforçam a importância do estado do Rio
Grande do Norte na produção de melão no país. As três cidades que mais produziram,
Mossoró, Tibau e Apodi responderam por 54% de toda a produção nacional e 85% da
produção do estado do Rio Grande do Norte. O rendimento médio da produção em Apodi
foi o maior entre todas essas cidades, de 37 toneladas por hectare, bem superior à média
apresentada por Mossoró e Tibau.

Entre esses 20 municípios que mais produzem Melão, e os 3 municípios acrescentados,


somente Mossoró tem o IDH superior à média nacional, que era de 0,699 em 2010. A
informação sobre o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH pretende sinalizar se o
município pode ou não estar incorporando os ganhos com a produção dessa cultura para
melhorar a condições básicas de vida da população local.

Chefe da Unidade Estadual do IBGE no RN)

64
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

TABELA 3
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção e IDH nos 20 municípios brasileiros com maior produção de Melão em
2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
Mossoró (RN) 199.000 8.000 24.875 149.250 0,720
Tibau (RN) 49.600 2.000 24.800 32.240 0,635
Apodi (RN) 40.671 1.090 37.313 34.570 0,639
Aracati (CE) 26.600 950 28.000 16.492 0,655
Canto do Buriti (PI) 25.724 855 30.087 69.647 0,576
Icapuí (CE) 22.237 800 27.796 17.345 0,616
Limoeiro do Norte (CE) 21.654 802 27.000 28.150 0,682
Ribeira do Amparo (BA) 21.010 938 22.399 23.111 0,512
Juazeiro (BA) 21.000 1.368 15.351 14.910 0,677
Baraúna (RN) 15.000 500 30.000 15.000 0,574
Inajá (PE) 12.000 600 20.000 10.800 0,523
Governador Dix-Sept Rosado (RN) 9.900 350 28.286 6.435 0,592
Galinhos (RN) 8.960 320 28.000 7.168 0,564
Upanema (RN) 4.500 150 30.000 2.925 0,596
Afonso Bezerra (RN) 4.000 200 20.000 3.200 0,585
Sobradinho (BA) 3.761 178 21.129 2.294 0,631
Macau (RN) 3.545 383 9.256 2.836 0,665
Curaçá (BA) 3.427 244 14.045 2.365 0,581
Lagoa Grande (PE) 3.078 171 18.000 2.462 0,597
Santa Maria da Boa Vista (PE) 2.500 100 25.000 1.000 0,590
Casa Nova (BA) 1.613 100 16.130 807 0,570
Açu (RN) 1.500 60 25.000 1.200 0,661
Carnaubais (RN) 108 6 18.000 86 0,589
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699. Os municípios de Casa Nova, Açu e Carnaubais não estão entre os 20 principais produtores, mas
foram incluídos a pedido da OXFAM

Exportações
Segundo informações do Anuário da Fruticultura 20182, cerca de 60% da produção é
destinada para o mercado externo, o que coloca a fruta como a mais exportada quando se
utiliza o critério de percentagem da produção. Segundo balanço de janeiro de 2018 das
Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2017 foram embarcados 233,6 mil

2Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018. Editora Gazeta. http://www.editoragazeta.com.br/sitewp/wp-


content/uploads/2018/04/FRUTICULTURA_2018_dupla.pdf

65
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

toneladas, totalizando mais de US$ 162,9 milhões, um incremento de 4% em relação ao


ano anterior. Hoje, os maiores compradores da fruta brasileira são Inglaterra, Holanda e
Espanha, mas o mercado interno também ganha com a qualidade dos produtos. O produto
também chega aos Emirados Árabes, além de países da América do Norte e América
Latina. Novos mercados estão recebendo a fruta, como Oriente Médio e Rússia, e, em
breve, poderá chegar também a mercados asiáticos.

Exportação de melão
Ano 2016 2017 Variação %
Volume (kg) 224.688.423 233.652.626 4,0%
Receita (US$) 148.741.470 162.916.237 9,5%
Fonte: Agrostat/MAPA

No passado, havia grande diferença no sabor por causa dos teores de açúcar, uma vez
que se exportava as melhores frutas. Agora, isso não ocorre mais. “Melões de qualidade
tipo exportação também são ofertados regularmente no mercado interno. Os produtores
estão valorizando suas marcas, fazendo seleção muito criteriosa antes de colocar suas
identificações. E o consumidor está sabendo identificá-las”, ressalta o presidente da
Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas),
Luiz Roberto Barcelos. A produção se torna mais intensa a partir de setembro, até janeiro.
"Neste período do ano, apenas o Brasil fornece as frutas para o mercado Europeu, que é
o maior consumidor", revela o presidente da Abrafrutas.

BOX
A maior empresa produtora de melão e melancia do Brasil e uma das maiores do mundo é
a Agrícola Famosa, empresa de capital nacional situada na divisa dos estados do Rio Grande
do Norte e Ceará, que hoje conta com quase 9.000 empregados nos períodos de safra, e
com uma área atual total de mais de 30.000 hectares . Um dos sócios fundadores
presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN e da Associação Brasileira dos
Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos.

66
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb3, em 31 de dezembro de 2017 haviam 12.053 pessoas
ocupadas formalmente na cultura do Melão, com um rendimento médio de R$ 1.414,41,
um rendimento 51% superior ao salário mínimo do pais, de R$ 937,00. Do total de
ocupados, 10.506 eram homens e 1.547 eram mulheres. Os dados apontam que os
homens possuem um rendimento de R$ 1.477,39, enquanto as mulheres recebem, em
média, R$ 1.310,51, 88% do rendimento masculino.

No Rio Grande do Norte é o estado com maior produção da fruta, aparece com 6.997
vínculos formais, com 6.056 homens e apenas 941 mulheres. As mulheres recebiam, em
média, 85% do rendimento dos homens.

TABELA 4
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017
Cultivo de melão
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Rio Grande do Norte 6.056 941 6.997 1.404,24 1.192,39 1.375,75
Ceará 3.085 433 3.518 1.606,18 1.498,61 1.592,94
Bahia 510 102 612 1.129,54 1.069,24 1.119,49
Pernambuco 556 41 597 1.244,14 1.132,02 1.236,44
Piauí 270 19 289 1.277,73 1.274,51 1.277,52
São Paulo 14 11 25 3.580,98 2.049,30 2.907,04
Rio de Janeiro 7 0 7 1.099,55 0,00 1.099,55
Rio Grande do Sul 5 0 5 1.457,28 0,00 1.457,28
Minas Gerais 2 0 2 934,39 0,00 934,39
Tocantins 1 0 1 1.970,00 0,00 1.970,00
Brasil 10.506 1.547 12.053 1.436,33 1.265,61 1.414,41
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE): 0119-9/07 Cultivo de melão

Como muitas das ocupações são temporárias, muitos trabalhadores só conseguem


permanecer no emprego durante o período de safra, que normalmente vai de 3 a 6 meses
por ano. Esse período não é suficiente para garantir uma renda média anual que garanta
uma qualidade de vida digna para o trabalhador e sua família, além dos direitos trabalhistas
vinculados à formalização.

3A (RAIS) é um relatório de informações socioeconômicas solicitado pelo Ministério do Trabalho e Emprego


brasileiro às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente. Os dados se refere a mão-de-obra
ocupada no dia 31 de dezembro de cada ano.

67
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

No melão, o tempo de contratação de 59% dos trabalhadores tem vínculos de até 11,9
meses, sendo que 44% tem contrato até 5,9 meses.

TABELA 5
Tempo de trabalho por vinculo ativo, 2017
Cultivo de melão
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
Rio Grande do Norte 397 2.921 1.044 1.614 540 277 180 24 6.997
Ceará 97 1.266 621 721 269 278 190 76 3.518
Bahia 266 185 1 41 42 35 33 9 612
Pernambuco 46 61 80 163 117 94 36 0 597
Piauí 54 31 70 61 15 25 26 7 289
São Paulo 2 1 10 0 3 6 3 0 25
Rio de Janeiro 0 0 0 7 0 0 0 0 7
Rio Grande do Sul 0 0 0 0 2 3 0 0 5
Minas Gerais 0 0 0 0 0 0 1 1 2
Tocantins 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Brasil 862 4.465 1.826 2.607 989 718 469 117 12.053
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE) 0119-9/07 Cultivo de melão

Para exemplificar, um trabalhador do Rio Grande do Norte, que é o maior empregador, que
permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.375,75, receberá, ao
fim do contrato, R$ 4.127,25. 6% dos trabalhadores estão nessa situação. Se for a única
ocupação no ano, sua renda em 12 meses será de R$ 343,94 por mês. Se a ocupação
durar 06 meses, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$ 8.254,50, 48% dos
trabalhadores, e se não tiver outra ocupação no ano, no final terá uma renda mensal de
R$ 687,88, excluindo possíveis descontos ou benefícios.

Também foram analisados os dados do Caged4, que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos). De maio a agosto é o período com maior volume de
contratação. Após agosto, há muitas demissões, demonstrando a sazonalidade de grande
parte das contratações nesse setor.

4 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, é um registro administrativo do Ministério


do Trabalho e Previdência Social que mede a quantidade de admissões e demissões de funcionários em
regime CLT de cada empresa. A declaração é realizada pelas próprias empresas.

68
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

GRÁFICO 2
Saldo de contratações em 2017 e 2018
Brasil (mensal)

Fonte: Caged.MTb

TABELA 6
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no cultivo de melão, por UF,
Janeiro – outubro de 2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Tocantins 0 -12 -12
Piauí 595 -520 75
Ceará 1.031 -1.646 -615
Rio Grande do Norte 4.717 -4.438 279
Pernambuco 222 -360 -138
Bahia 8 -9 -1
Rio de Janeiro 0 -5 -5
São Paulo 13 -8 5
Rio Grande do Sul 3 -1 2
Brasil 6.589 -6.999 -410
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

69
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

ANEXO
Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20175

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades)
Melão – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

5Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

70
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

MAPA 2
Quantidade produzida
Melão (toneladas) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

71
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
MELÃO

MAPA 3
Área colhida - Melão (hectares)
2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

72
UVA
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

A PRODUÇÃO DE UVA NO BRASIL

A uva é altamente apreciada para consumo “in natura” e é utilizada na fabricação de


diversos produtos, como passa, suco, doce, geleia, vinho e vinagre. Fornece, também,
outros subprodutos, como corantes naturais, ácido tartárico, óleo de semente e taninos.

Segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal – PAM, realizada pelo IBGE, a produção
de uva no país cresceu 80,6% de 2001 a 2017. Em 2016 ocorreu uma drástica queda na
produção da Uva no Rio Grande do Sul, mais de 50%, e também na produção de Santa
Catarina, devido a problemas climáticos (geadas e excesso de chuvas).

A área colhida cresceu 19,3% nesses 16 anos, mas teve uma pequena redução de 2016
para 2017, de 2%1.

TABELA 1
Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida,
rendimento médio e valor da produção da uva
Brasil
Variação Variação
Variável/Ano 2001 2016 2017
2017/2001 2017/2016
Área colhida 63.288 77.052 75.510 19,3% -2,0%
Quantidade produzida (tonelada) 1.058.579 985.074 1.912.034 80,6% 94,1%
Rendimento médio da produção
16.726 12.785 25.322 51,4% 98,1%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 1.179.635 2.129.901 3.532.720 199,5% 65,9%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

O rendimento médio também apresentou um bom resultado no período de dezesseis anos,


com crescimento de 51,4%. A grande queda no rendimento de 2016 se deveu aos
problemas enfrentados principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas a
cultura se recuperou bem em 2017 (gráfico 1).

1 “Até 2016 o IBGE considerava apenas uma safra no Vale do São Francisco e a partir de 2017 passaram
a considerar 2,5 safras. Os dados estão sendo analisados por técnicos da Supervisão de Agropecuária/PE
junto a algumas empresas produtoras, com a Embrapa e com instituições do Grupo de Coordenação das
Estatísticas Agropecuárias de Pernambuco (GCEA-PE). Na região do Vale do São Francisco as condições
climáticas, o melhoramento genético e a tecnologia empregada permitem uma produção em média de 2,5
safras ao ano. A produtividade média destes municípios é em torno de 35 ton/ha”. Resposta do
Coordenador de Agropecuária – COAGRO/IBGE, Diretoria de Pesquisas – DPE - Sr Octávio Costa de
Oliveira, na consulta sobre os dados junto ao Instituto.

74
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

GRÁFICO 1
Rendimento médio da produção (kg/ha)
Brasil

25.322
22.844

16.726

12.785
22.844

Fonte: PAM.IBGE

A produção nacional de uvas destinadas ao processamento (vinho, suco e derivados) foi


de 818.783 milhões de quilos em 2017, representando apenas 48,74% da produção
nacional de uvas. O restante da produção (51,26%) foi destinado ao consumo in natura.

A quantidade de uvas processadas para elaboração de vinho e suco em 2016 foi menor
devido às condições climáticas adversas, com forte impacto, em especial nos vinhedos do
Rio Grande do Sul. Já em 2017 as condições foram favoráveis, resultando na maior safra
já registrada2.

Produção nos estados e municípios


O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que mais produziu Uva, com 957 mil toneladas
em 2017 em 75.510 hectares, 50% da produção nacional. Em seguida aparece
Pernambuco, com 621 mil toneladas em 8.237 hectares, 32% da produção nacional. O
rendimento médio da produção no Rio Grande do Sul foi de cerca de 20 toneladas por
hectare enquanto em Pernambuco o rendimento médio foi de 75 toneladas, muito superior
à média brasileira e a todos os outros estados, em função de produzir mais de uma safra

2 Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018. Editora Gazeta. http://www.editoragazeta.com.br/sitewp/wp-


content/uploads/2018/04/FRUTICULTURA_2018_dupla.pdf

75
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

ao ano, em torno de 35 toneladas por hectare em cada safra 3. Apesar de a Bahia ser o
quinto estado no ranking de produção em 2017, destaca-se o rendimento médio por
hectare, de 28 toneladas. As áreas de cultivos de Uva em Pernambuco e Bahia são
contíguas, tomando parte do polígono irrigado do Vale do rio São Francisco 4.

TABELA 2
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção,
valor da produção de uva
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 1.912.034 75.510 25.322 3.532.720
Rio Grande do Sul 956.887 48.373 19.781 1.217.306
Pernambuco 621.170 8.237 75.412 1.273.054
São Paulo 133.261 7.348 18.136 387.867
Santa Catarina 65.196 4.426 14.730 123.480
Bahia 56.504 1.960 28.829 230.255
Paraná 53.345 3.662 14.567 204.298
Minas Gerais 13.685 889 15.394 49.269
Espírito Santo 3.468 196 17.694 17.016
Paraíba 2.620 132 19.848 6.550
Distrito Federal 1.700 68 25.000 8.772
Goiás 1.650 71 23.239 4.580
Mato Grosso 1.002 50 20.040 4.606
Ceará 708 36 19.667 2.013
Rio de Janeiro 302 17 17.765 1.408
Piauí 240 10 24.000 960
Rondônia 187 25 7.480 804
Mato Grosso do Sul 78 7 11.143 423
Rio Grande do Norte 30 2 15.000 48
Tocantins 1 1 1.000 12
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017
Obs.: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Sergipe, Pará e Amazonas

3 “Até 2016 o IBGE considerava apenas uma safra no Vale do São Francisco e a partir de 2017 passaram
a considerar 2,5 safras. Os dados estão sendo analisados por técnicos da Supervisão de Agropecuária/PE
junto a algumas empresas produtoras, com a Embrapa e com instituições do Grupo de Coordenação das
Estatísticas Agropecuárias de Pernambuco (GCEA-PE). Na região do Vale do São Francisco as condições
climáticas, o melhoramento genético e a tecnologia empregada permitem uma produção em média de 2,5
safras ao ano. A produtividade média destes municípios é em torno de 35 ton/ha”. Resposta do
Coordenador de Agropecuária – COAGRO/IBGE, Diretoria de Pesquisas – DPE, Sr Octávio Costa de
Oliveira, na consulta realizada sobre os dados junto ao Instituto.
4 O Vale do São Francisco é a região drenada pelo rio São Francisco e seus afluentes. Está localizada em

sua grande parte nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. É uma área fértil
e que tem recebido diversos investimentos em irrigação federal e governamental. Tornou-se um importante
produtor de frutas e hortaliças. A sub-região que mais se desenvolve é aquela compreendida pelas cidades
de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) que se tornou o maior conglomerado urbano do Semiárido.
Sua produção é exportada através do aeroporto de Petrolina e do porto de Suape, ambos em Pernambuco
e o Porto de Aratu e pelo Mercado do Produtor em Juazeiro, maior entreposto comercial do Norte–Nordeste
do Brasil, ambos na Bahia.

76
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

O município que mais produziu Uva no Brasil em 2017 foi Petrolina, em Pernambuco, com
464 mil toneladas em 5.800 hectares, 24% da produção nacional e 75% da produção do
estado de Pernambuco. Como a região tem mais de uma produção por ano, em função
das condições climáticas, melhoramento genético e a tecnologia empregada, o rendimento
médio da produção em 2017 em Petrolina foi de 80 toneladas por hectares. Lagoa Grande,
também em Pernambuco é o segundo município que mais produz Uva no país, tem uma
produção de 127,5 mil toneladas de Uva e um rendimento médio de 85 toneladas por
hectare, o maior do Brasil.

O Rio Grande do Sul é o maior estado produtor, com apenas uma safra ao ano, e 14
municípios do estado aparecem entre os 20 maiores, com 37% da produção nacional. Esse
estado tem uma produção mais pulverizada geograficamente. Pernambuco aparece com
4 municípios entre os 20 maiores, com 34% da produção nacional, e São Paulo aparece
com apenas 2 município, São Miguel Arcanjo e Jundiaí, com 3% da produção nacional.

TABELA 3
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção e IDH nos 20 municípios brasileiros com maior produção de uva em 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
Petrolina (PE) 464.000 5.800 80.000 952.717 0,697
Lagoa Grande (PE) 127.500 1.500 85.000 248.570 0,597
Bento Gonçalves (RS) 116.427 4.333 26.870 119.034 0,778
Flores da Cunha (RS) 103.300 4.950 20.869 146.078 0,754
Farroupilha (RS) 71.260 3.950 20.869 146.078 0,754
Caxias do Sul (RS) 70.340 3.850 18.270 89.461 0,782
Garibaldi (RS) 59.750 2.393 24.969 56.250 0,786
Monte Belo do Sul (RS) 52.250 2.270 23.018 58.210 0,752
Pinto Bandeira (RS) 39.646 1.526 25.980 41.710 (1)
Antônio Prado (RS) 38.300 1.470 26.074 42.319 0,758
São Marcos (RS) 36.726 1.250 29.381 37.334 0,768
Nova Pádua (RS) 36.029 1.568 22.978 39.967 0,761
São Miguel Arcanjo (SP) 32.500 1.300 25.000 108.225 0,710
Juazeiro (BA) 32.000 1.150 27.826 133.760 0,677
Cotiporã (RS) 28.680 1.240 23.129 31.452 0,741
Nova Roma do Sul (RS) 23.100 930 24.839 24.540 0,741
Casa Nova (BA) 23.000 750 30.667 92.000 0,570
Coronel Pilar (RS) 22.350 977 22.876 21.027 0,727
Jundiaí (SP) 19.500 1.300 15.000 35.100 0,822
Campestre da Serra (RS) 18.458 802 23.015 25.823 0,706
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Nota: (1) Não disponível
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699

77
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

Exportação e Importação
O balanço do setor vitivinícola ainda é muito desfavorável ao Brasil. As exportações
somaram US$ 109,94 milhões em 2017, 42,11% acima do verificado em 2016 e 134%
superior a 2015. A exportação de vinho de 2015 a 2017 cresceu 231% em quantidade e
244% no valor recebido. Porém, ainda é muito inferior à importação do mesmo produto. Já
o saldo em relação à exportação e importação de uva fresca é mais favorável ao Brasil. As
importações brasileiras alcançaram US$ 453,28 milhões em 2017, 118,5% superior a 2015.
A importação de vinho cresceu 152% na quantidade e de 131% no valor nesse período.

TABELA 3
Exportação Brasileira de Uvas, Sucos, Vinhos e Derivados
Valores em US$ 1.000,00 (FOB)
Variação %
2015 2016 2017
Discriminação (2017/2018)
Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor
Exportação
Uvas frescas
34.385 72.307 30.813 65.255 44.493 96.207 129% 133%
(toneladas)
Suco de uva
2.610 5.866 2.809 6.924 2.273 6.330 87% 108%
(toneladas)
Vinhos (1.000 litros) 1.254 2.926 1.787 4.475 2.891 7.141 231% 244%
Espumantes (1.000
145 712 174 712 84 263 58% 37%
litros)
Importação
Uvas frescas
31.818 49.965 27.780 45.838 24.197 39.144 76% 78%
(toneladas)
Uvas passas 24.834 40.603 27.545 42.012 25.336 43.532 102% 107%
Vinhos (1.000 litros) 77.685 258.978 88.384 260.881 118.335 339.385 152% 131%
Espumantes (1.000
4.105 32.862 3.748 21.047 7.757 30.930 189% 94%
litros)
Suco de uva
175 201 278 511 245 227 140% 113%
(toneladas)
Total 382.609 370.289 453.218 118%
Balanço -300.798 -292.923 -343.277
Fonte: MDIC
Elaboração: Embrapa Uva e Vinho

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb, em 31 de dezembro de 2017 haviam 21.805 pessoas
ocupadas formalmente na cultura da Uva, com um rendimento médio de R$ 1.214,27 um
valor 30% superior ao salário mínimo no país, de R$ 937,00 em 2017. Os dados apontam

78
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

uma maior ocupção de homens, que possuem um maior rendimento que as mulheres. Do
total de ocupados, 13.367 eram homens e eram 8.438 mulheres.

O Rio Grande do Sul, estado com maior produção da fruta, aparece com 669 vínculos
formais, sendo apenas 109 mulheres, enquanto Pernambuco tinha 14.442 vinculos
formais, sendo 8.617 de homens e 5.825 de mulheres. Em função do processo de irrigação,
a Uva no Vale do São Franciso, principal região de produção de Uva no Nordeste, produz
mais vezes que no estados do sul e sudeste. Vale ressaltar que no Rio Grande do Sul a
produção de uvas se dá predominantemente em pequenas propriedades sendo o trabalho
mais familiar enquanto que na região do Vale do São Fancisco (Nordeste), predomina as
grandes empresas com trabalho assalariado.

TABELA 4
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017
Cultivo de Uva
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Pernambuco 8.617 5.825 14.442 1.234,22 1.104,56 1.181,92
Bahia 2.744 1.738 4.482 1.309,93 1.174,79 1.257,52
São Paulo 699 254 953 1.826,04 1.267,23 1.677,10
Minas Gerais 462 445 907 1.210,39 961,18 1.088,12
Rio Grande do Sul 560 109 669 1.722,31 1.501,92 1.686,41
Santa Catarina 100 28 128 1.541,80 1.001,18 1.423,54
Paraná 98 17 115 1.517,15 1.383,63 1.497,41
Goiás 17 5 22 2.814,92 1.736,35 2.569,79
Roraima 14 1 15 1.286,37 937,00 1.263,08
Ceará 8 6 14 1.009,85 1.368,30 1.163,47
Rio Grande do Norte 11 2 13 1.080,69 3.913,37 1.516,49
Espírito Santo 7 4 11 1.186,66 1.074,57 1.145,90
Rio de Janeiro 11 0 11 1.366,67 0,00 1.366,67
Mato Grosso do Sul 6 3 9 1.309,83 1.038,08 1.219,25
Mato Grosso 4 1 5 1.419,52 1.161,60 1.367,93
Sergipe 4 0 4 951,31 0,00 951,31
Piauí 3 0 3 1.290,98 0,00 1.290,98
Rondônia 1 0 1 0,00 0,00 0,00
Distrito Federal 1 0 1 1.099,54 0,00 1.099,54
Brasil 13.367 8.438 21.805 1.288,40 1.096,83 1.214,27
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE) 0132-6/00 Cultivo de uva

No Rio Grande do Sul, o rendimento médio foi de R$ 1.686,41, sendo que o das mulheres
foi de R$ 1.501,92 e dos homens de R$ 1.722,31. Em Pernambuco o rendimento médio foi
de R$ 1.181,92 -as mulheres recebiam R$ 1.104,56 e os homens R$ 1.234,22.

79
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

Como muitas das ocupações são temporárias, mesmo onde as remunerações são mais
elevadas que a média, muitos trabalhadores só conseguem permancer no emprego
durante o período de safra, que pode ir de 3 a 6 meses por ano. Esse período não é
suficiente para garantir uma renda média anual que garanta uma qualidade de vida digna
para o trabalhador e sua familia, além dos direitos trabalhaistas vinculados à formalização.

Na Uva, o tempo de contratação de 44% dos trabalhadores têm vínculos de até 11,9
meses, sendo que 28% tem contrato até 5,9 meses.

TABELA 5
Tempo de trabalho por vinculo ativo 2017
Cultivo de uva
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
Pernambuco 2.257 1.783 2.789 3.212 1.420 1.455 1.044 482 14.442
Bahia 671 593 683 701 449 573 523 289 4.482
São Paulo 50 79 96 164 142 148 196 78 953
Minas Gerais 70 78 161 202 136 101 107 52 907
Rio Grande do Sul 55 55 77 125 67 86 126 78 669
Santa Catarina 11 21 25 19 14 17 17 4 128
Paraná 13 8 11 10 8 23 25 17 115
Goiás 2 5 7 2 3 0 2 1 22
Roraima 2 0 6 0 0 3 2 2 15
Ceará 0 2 4 1 2 2 3 0 14
Rio Grande do Norte 0 0 2 0 3 3 5 0 13
Espírito Santo 0 0 6 1 3 1 0 0 11
Rio de Janeiro 0 1 2 0 0 5 3 0 11
Mato Grosso do Sul 1 1 1 3 1 0 2 0 9
Mato Grosso 0 0 0 1 1 0 2 1 5
Sergipe 1 0 0 0 2 1 0 0 4
Piauí 3 0 0 0 0 0 0 0 3
Rondônia 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Distrito Federal 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Total 3.137 2.626 3.870 4.441 2.251 2.418 2.058 1.004 21.805
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE) 0132-6/00 Cultivo de uva

Para exemplificar, um trabalhador de Pernambuco - maior estado empregador -, que


permance durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.181,92, receberá, ao
fim do contrato, R$ 3.545,76. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses
será de R$ 295,48 por mês. 16% dos contratos estão nessa situação. Se a ocupação durar
6 meses, 28% dos contratos, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$ 7.091,52 e
se não tiver outra ocupação no ano, no final terá uma renda mensal de R$ 590,96,
excluindo possíveis descontos ou benefícios.

80
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

Também foram analisados os dados do Caged (MTb), que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos) ao longo do ano de 2017 e 2018. No cadastro relativo às
declarações de contratações e demissões na cultura da cultura Uva, observa-se a grande
movimentação ao longo do ano, principalmente no final do ano, onde os desligamentos se
acentuam.

A sazonalidade do trabalho na cultura da Uva também é um dos problemas enfrentados


pelos trabalhadores.

O Grafico 2 acompanha o saldo da movimentação mensal de janeiro de 2017 a setembro


de 2018. Enquanto a Tabela 6 apresenta as admisões e os desligamentos no ano de 2018
(janeiro a outubro), com um saldo de empregos formais baixo para o tamanho da produção
da Uva no Brasil.

GRÁFICO 2
Saldo das contratações e demissões
Brasil 2017 e 2018 (mensal)

Fonte: Caged.MTb

81
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

TABELA 6
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no cultivo de uva, por UF
Janeiro – Outubro de 2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Pernambuco 14.832 -10.571 4.123
Bahia 4.481 -3.188 1.256
Goiás 38 -10 28
Minas Gerais 542 -477 26
São Paulo 306 -300 5
Rio Grande do Norte 3 -1 2
Mato Grosso do Sul 2 0 2
Piauí 2 0 2
Rio de Janeiro 0 -1 -1
Mato Grosso 0 -1 -1
Roraima 7 -9 -2
Santa Catarina 38 -37 1
Distrito Federal 4 -10 -6
Ceará 0 -7 -7
Espírito Santo 3 -10 -7
Paraná 18 -28 -10
Rio Grande do Sul 353 -392 -41
Brasil 20.629 -15.042 5.365
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

82
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

ANEXO
Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20175

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades)
Uva – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

5Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

83
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

MAPA 2
Quantidade produzida
Uva (toneladas) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

84
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
UVA

MAPA 3
Área de produção
Uva (hectares) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

85
CAFÉ
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL

O Brasil é o maior exportador de café no mercado mundial e ocupa a segunda posição,


entre os países consumidores da bebida. O Brasil responde por um terço da produção
mundial de café, o que o coloca como maior produtor mundial - posto que detém há mais
de 150 anos.

Na cafeicultura brasileira é muito conhecida a característica de safras altas alternadas com


baixas safras, o que se chama de ciclo bienal de produção de café. Esse ciclo afeta a oferta
do produto, exigindo a estocagem e carregamento de safra de um ano para outro, situação
que traz dificuldades para a política cafeeira do país e para o produtor, que em certos anos
tem pouca renda1. Esse ciclo bienal se manifesta em períodos diferentes nos estados e
nos tipos de café.

Nos anos de bienalidade negativa a área em formação aumenta, já que os produtores


optam em manejar as culturas, especialmente as mais velhas.

No mundo existem muitas variedades de café, mas no Brasil são produzidos dois tipos:
Arábica e Robusta, ou Conilon2. Cerca de 80% do café produzido no país é do tipo Arábica,
que é a variedade predominante principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo,
Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Paraná. O tipo Robusta (Conilon) é produzido
principalmente nos estados do Espirito Santo, Rondônia, Pará, Mato Grosso e em parte da
Bahia.

Pelas especificidades dos dois principais tipos de cafés produzidos no brasil, com
características de produção e valores diferentes, alguns dados serão apresentados
separadamente.

1 As causas da produção de café diferenciada no Brasil podem ser explicadas fisiologicamente. Os cafeeiros
cultivados a pleno sol produzem muito num ano, suas reservas são carreadas para a frutificação, então o
crescimento dos ramos é prejudicado e a safra seguinte reduzida. Diz-se comumente que o cafezal se veste
um ano e no outro veste o seu dono. A lavoura assim fica com suas plantas estressadas pela carga, cresce
menos e produz menos no ano seguinte.
2 Ambas as espécies são originárias da África, no entanto, os grãos arábica são da Etiópia e os de Conilon

do Congo e da Guiné. Dois terços de toda a produção mundial de café são compostos de arábica,
encontrados, principalmente, na América do Sul e Central, e o restante, um terço, é de café Conilon,
localizados na África, Ásia e América do Sul. As duas espécies têm aroma e sabor bastante diferentes.
Enquanto o arábica é mais aromático, suave e ácido (seco), o Conilon é amargo e mais marcante.

87
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, a área colhida do café Tipo
Arábica vem caindo ao longo dos últimos anos. Entre 2012 e 2017 a queda foi de 13,5%
na área colhida e de 10,5% na quantidade produzida. De 2012 para 2016 houve
crescimento da produção, mas 2017 foi considerado um ano de baixa bienal em várias
regiões produtoras importantes. O rendimento médio de 2012 para 2017 cresceu 3,4%. Se
comparar 2016 com 2012 o crescimento do rendimento foi de 15%. O valor da produção
também variou menos do que a inflação do período (tabela 1).

TABELA 1
Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida,
rendimento médio e valor da produção do Café em Grão Tipo Arábica
Variação Variação
Café Arábica 2012 2016 2017
2017/2012 2017/2016
Área colhida 1.615.017 1.567.777 1.396.837 -13,5% -10,9%
Quantidade produzida (tonelada) 2.278.738 2.548.481 2.038.461 -10,5% -20,0%
Rendimento médio da produção
1.411 1.626 1.459 3,4% -10,3%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 13.810.664 18.557.056 14.525.958 5,2% -21,7%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2012 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 44,44%

Na produção do Café Conilon os resultados apontam pra um decréscimo da sua produção


ao longo desses anos, mas com um desempenho econômico melhor. Enquanto a área
colhida diminui 20% entre 2012 e 2017, a quantidade produzida caiu 15,4%, graças a uma
recuperação em 2017, e o rendimento médio por hectare cresceu 6%. O valor da produção
teve uma valorização de 37,8%, inferior à inflação do período, de 44,4% (tabela 2).

TABELA 2
Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida,
rendimento médio e valor da produção do Café em Grão – Tipo Conilon
Variação Variação
Café Conilon 2012 2016 2017
2017/2012 2017/2016
Área colhida 505.063 427.131 403.561 -20,1% -5,5%
Quantidade produzida (tonelada) 758.796 470.747 642.054 -15,4% 36,4%
Rendimento médio da produção
1.502 1.102 1.591 5,9% 44,4%
(kg/hectare)
Valor da produção (mil reais) 2.900.544 2.804.995 3.997.496 37,8% 42,5%
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Obs.: De 2012 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 44,44%

88
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Produção nos estados e municípios


Minas Gerais responde por 71% de todo o café Arábica produzido no país, em 915 mil
hectares e com um rendimento médio de 1.571 kg/ha. São Paulo vem em seguida, com
262 mil toneladas produzidas, 13% da produção nacional, em 193,5 mil hectares, com uma
produção média de 1.358 Kg/ha, produtividade um pouco abaixo de Minas Gerais. Os
demais estados possuem participação na produção inferior a 10% (tabela 3).

Observa-se que o rendimento médio da produção de Goiás é bem superior aos demais
estados. Nesse estado a área é quase que totalmente irrigada.

TABELA 3
Produção de Café em Grão – Tipo Arábica, área colhida, rendimento médio
e valor da produção
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 2.038.461 1.396.837 1.459 14.525.958
Minas Gerais 1.437.330 915.086 1.571 10.624.611
São Paulo 262.763 193.539 1.358 1.690.681
Espírito Santo 178.689 149.211 1.198 1.179.067
Paraná 63.494 38.444 1.652 448.916
Bahia 60.543 76.592 790 417.353
Rio de Janeiro 18.141 12.235 1.483 84.476
Goiás 14.622 5.647 2.589 62.404
Distrito Federal 968 528 1.833 7.179
Ceará 665 2.762 241 4.325
Pernambuco 655 2.236 293 3.480
Mato Grosso do Sul 464 470 987 2.638
Mato Grosso 101 63 1.603 724
Amazonas 26 24 1.083 103
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017
Obs.: Acre, Amapá, Alagoas, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe. Tocantins,
Rondônia e Roraima não apresentaram produção

Na produção do Café Conilon, o Estado do Espirito Santo é o maior produtor, com 373 mil
toneladas, 58% da produção nacional, em 257 mil hectares e um rendimento médio de
1.455 Kg/ha (tabela 4). Rondônia vem em seguida, com 140,6 mil toneladas, 22% da
produção nacional, em 71 mil hectares, com um rendimento médio de 1.973 kg/ha, superior
ao do estado do Espirito Santo, que passou por diversidades climáticas nos últimos anos,
interrompendo uma série de aumentos na produção do café Conilon no estado.

89
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

TABELA 4
Produção de Café em Grão – Tipo Conilon, área colhida, rendimento médio
e valor da produção
Brasil e Unidades da Federação – 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da
médio da
Brasil e Unidades da Federação produzida colhida produção
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais)
(kg/hectare)
Brasil 642.054 403.561 1.591 3.997.496
Espírito Santo 373.711 256.884 1.455 2.403.299
Rondônia 140.553 71.250 1.973 812.318
Bahia 100.105 47.218 2.120 616.638
Minas Gerais 17.449 10.022 1.741 113.334
Mato Grosso 6.675 15.693 425 38.236
Acre 2.629 1.538 1.709 10.817
Amazonas 481 344 1.398 1.312
Pará 384 460 835 1.204
São Paulo 42 25 1.680 221
Ceará 25 127 197 116
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017
Obs.: Amapá, Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e Roraima não apresentaram produção

Em 2017 já começa a recuperação da produção no Espirito Santo, Rondônia e Bahia com


uso de tecnologia, com a melhoria do material genético e melhor manejo da cultura. Pelo
levantamento mais recente da CONAB, a safra 2018 de café no Brasil deverá apresentar
um melhor resultado. Atribui o crescimento da produtividade (sobretudo em lavouras da
espécie arábica) às condições climáticas favoráveis e à utilização de tecnologias, tais como
de irrigação, adubação e poda, inclusive pela renovação de parte do parque cafeeiro com
cultivares (variedades) mais produtivas3.

Na apresentação dos 20 principais municípios produtores de café no país, não foi feita a
diferenciação por tipo de café, já que é importante ter uma visão nacional do desempenho
desses municípios.

Segundo a pesquisa da Produção Agrícola Municipal do IBGE, dos 20 maiores produtores


nacionais de café em grão, 13 são mineiros, 03 do Espirito Santo, 02 da Bahia e 02 de
Rondônia. O munícipio que mais produz café em grãos no Brasil é Patrocínio, em Minas
Gerais, com 56 mil toneladas, em uma área de 38,7 mil hectares, com um rendimento
médio de 1.450 Kg/ha. Nesse município se produz o café tipo Arábica (tabela 5).

3Boletim: Acompanhamento da Safra Brasileira de Café. Dezembro de 2017. Companhia Nacional de


Abastecimento - CONAB

90
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Em seguida aparece o município de São Miguel do Guaporé, em Rondônia, com uma


produção de café em grão, tipo Conilon, de 33,8 mil toneladas, em 10 mil hectares e um
rendimento médio de 3.375 kg/ha.

A informação sobre o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH4 pretende indicar se o


município pode ou não estar incorporando os ganhos com a produção dessa cultura, e das
demais que possam existir na região, para melhorar a condições básicas de vida da
população local. Entre esses 20 municípios, 10 têm o IDH superior à média nacional, que
era de 0,699 em 2010.

TABELA 5
Quantidade produzida, área colhida, rendimento médio da produção, valor da
produção e IDH nos 20 municípios brasileiros com
maior produção Café em Grão em 2017
Rendimento
Quantidade Área Valor da IDH –
médio da
Municípios produzida colhida produção Municipal
produção
(toneladas) (hectares) (mil reais) (2010)
(kg/hectare)
Patrocínio (MG) 56.115 38.700 1.450 459.021 0,729
São Miguel do Guaporé (RO) 33.761 10.002 3.375 180.059 0,646
Sooretama (ES) 28.710 13.700 2.096 182.978 0,662
Campos Gerais (MG) 28.085 15.546 1.807 204.316 0,682
Machado (MG) 27.600 18.330 1.506 208.564 0,715
Araguari (MG) 27.550 9.980 2.761 210.207 0,773
Três Pontas (MG) 26.950 14.320 1.882 196.466 0,731
Boa Esperança (MG) 26.570 10.500 2.530 201.401 0,704
Manhuaçu (MG) 26.274 18.330 1.433 185.757 0,689
Nova Resende (MG) 23.550 13.400 1.757 174.270 0,671
Prado (BA) 23.400 9.180 2.549 138.060 0,621
Cacoal (RO) 22.671 13.030 1.740 145.697 0,718
Monte Carmelo (MG) 22.430 12.160 1.845 172.038 0,728
Campestre (MG) 21.060 10.000 2.106 154.159 0,698
Itamaraju (BA) 21.000 7.500 2.800 140.700 0,627
São Sebastião do Paraíso (MG) 20.320 13.200 1.539 154.026 0,722
Linhares (ES) 18.720 10.400 1.800 120.516 0,724
Ibiraci (MG) 18.050 11.200 1.612 137.541 0,706
Carmo da Cachoeira (MG) 17.400 10.030 1.735 129.456 0,655
Vargem Alta (ES) 17.052 10.600 1.609 112.720 0,663
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Nota: (1) Não disponível
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699

4 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países
pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos
(desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvidos (desenvolvimento humano médio e alto) e
subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de
expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida)
recolhidos em nível nacional.

91
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb5, em 31 de dezembro de 2017 havia 85.044 pessoas
ocupadas formalmente na cultura do Café, sendo 72.726 homens e 12.318 mulheres.
Minas Gerais, o maior produtor de Café Arábica, que é o mais produzido no país, aparece
com 55.724 vínculos formais, com 47.494 homens e 8.230 mulheres (tabela 6). Importante
destacar que em alguns estados a presença da agricultura familiar tem um peso
significativo. Esse tipo de ocupação não aparece nesse registro. Estima-se que a
cafeicultura empregue diretamente cerca de 250 mil trabalhadores assalariados6.

Quanto aos rendimentos, os registos da RAIS de 2017 no cultivo do Café apontam para
um rendimento médio de R$ 1.373,86, um valor 47% superior ao salário mínimo no país,
de R$ 937,00. O rendimento das mulheres era 84% do rendimento dos homens.

TABELA 6
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017
Cultivo Café
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Minas Gerais 47.494 8.230 55.724 1.445,98 1.196,06 1.409,07
São Paulo 11.277 2.233 13.510 1.610,58 1.355,43 1.568,41
Espírito Santo 6.691 843 7.534 1.160,26 1.066,72 1.149,80
Bahia 5.441 778 6.219 1.257,06 1.059,74 1.232,38
Paraná 1.298 172 1.470 1.458,28 1.165,62 1.424,04
Rio de Janeiro 245 31 276 1.189,94 1.864,49 1.265,71
Goiás 165 19 184 1.942,50 2.240,11 1.973,23
Piauí 32 1 33 1.646,47 1.209,77 1.633,24
Distrito Federal 27 6 33 1.586,15 1.026,53 1.484,40
Rondônia 30 2 32 1.629,84 950,01 1.587,35
Pernambuco 10 0 10 963,46 0,00 963,46
Alagoas 3 3 6 1.024,73 1.161,40 1.093,07
Mato Grosso 6 0 6 1.508,07 0,00 1.508,07
Tocantins 5 0 5 1.853,40 0,00 1.853,40
Ceará 1 0 1 937,00 0,00 937,00
Paraíba 1 0 1 963,02 0,00 963,02
Brasil 72.726 12.318 85.044 1.406,04 1.183,90 1.373,86
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE) 0134-2/00 Cultivo de café

5 A (RAIS) é um relatório de informações socioeconômico solicitado pelo Ministério do Trabalho e Emprego


brasileiro às pessoas jurídicas e outros empregadores anualmente. Os dados se refere a mão-de-obra
ocupada no dia 31 de dezembro de cada ano e somente a trabalhadores com contratos formais.
6 Com base nos dados da Pnad-IBGE, de 2015.

92
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Como muitas das ocupações são temporárias, empregando mais durante a colheita, muitos
trabalhadores só conseguem permanecer no emprego durante o período de safra, que
pode ir de 3 a 6 meses por ano. Esse período não é suficiente para assegurar uma renda
média anual que garanta uma qualidade de vida digna para o trabalhador e sua família,
além dos direitos trabalhistas vinculados à formalização.

Na produção do Café, o tempo de contratação de 31% dos trabalhadores formais têm


vínculos de até 11,9 meses, sendo que 16% tem contrato até 5,9 meses (tabela 7).

TABELA 7
Tempo de trabalho por vinculo ativo
Cultivo Café – 2017
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou Total
Federação
meses meses meses meses meses meses meses mais
Minas Gerais 6.029 3.284 8.211 8.193 5.513 7.295 9.076 8.067 55.724
São Paulo 1.056 748 1.773 2.006 1.292 1.835 2.575 2.210 13.510
Espírito Santo 685 836 1.333 1.235 851 1.005 951 638 7.534
Bahia 723 522 988 1.024 631 877 928 526 6.219
Paraná 102 63 136 220 147 197 336 269 1.470
Rio de Janeiro 8 23 29 26 28 55 53 54 276
Goiás 10 9 40 21 11 64 22 7 184
Piauí 3 5 1 7 2 5 10 0 33
Distrito Federal 3 0 9 2 5 5 5 4 33
Rondônia 8 2 4 6 2 7 2 1 32
Pernambuco 0 0 1 0 0 2 1 6 10
Alagoas 2 1 0 3 0 0 0 0 6
Mato Grosso 1 0 2 0 0 1 1 1 6
Tocantins 1 1 0 0 0 0 1 2 5
Ceará 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Paraíba 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Brasil 8.631 5.494 12.527 12.744 8.482 11.348 13.962 11.785 85.044
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Os demais estados não apresentaram nenhum registro. Subclasse CNAE (IBGE) Cultivo de café 0134-2/00

Para exemplificar, um trabalhador em Minas Gerais, que é o maior estado empregador,


que permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.409,07, receberá,
ao fim do contrato, R$ 4.227,21. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses
será de R$ 352,27 por mês – isso considerando que 11% dos vínculos em Minas Gerais
estão nessa situação. Se a ocupação durar 6 meses, 16% dos contratos, ao fim desse
período o trabalhador terá recebido R$ 8.454,42 e se não tiver outra ocupação no ano, terá
uma renda mensal de R$ 704,54, excluindo possíveis descontos ou benefícios.

93
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Também foram analisados os dados do Caged/Mtb7, que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos) ao longo do ano. No cadastro relativo às declarações de
contratações na cultura do Café, há muitas contratações ao longo do ano, principalmente
de março a julho, demonstrando a sazonalidade de ocupação nessa cultura.

GRÁFICO 1
Saldo de contratações e demissões
2017 e 2018 - Brasil

Fonte: Caged.MTb

7 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED é um registro administrativo do Ministério


do Trabalho e Previdência Social que mede a quantidade de admissões e demissões de funcionários em
regime CLT de cada empresa. A declaração é realizada pelas próprias empresas.

94
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

TABELA 8
Admitidos, desligados e saldo de vínculos no cultivo do café, por UF
Janeiro – Outubro de 2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Minas Gerais 65.798 -63.930 1.868
Bahia 10.064 -9.146 918
São Paulo 10.983 -10.457 526
Espírito Santo 12.072 -11.721 351
Rio de Janeiro 219 -178 41
Goiás 92 -67 25
Distrito Federal 6 -3 3
Mato Grosso do Sul 2 0 2
Pará 1 0 1
Mato Grosso 4 -4 0
Ceará 0 -1 -1
Pernambuco 1 -3 -2
Rondônia 10 -13 -3
Paraná 649 -693 -44
Brasil 99.901 -96.216 3.685
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

BOX
A importância do pequeno produtor para o setor cafeeiro

O pequeno produtor da cadeia agropecuária desempenha um papel tão importante no Brasil


que o sistema é referência para outros países. Segundo dados de 2015 do Governo Federal,
pequenos agricultores produzem cerca de 70% dos alimentos consumidos no país e suas
propriedades empregam 80% da mão de obra rural. Essas informações mostram o quanto
a atividade agropecuária do pequeno e médio produtor é estratégica para o abastecimento
da população.

No que diz respeito ao café, 80% da produção provém da agricultura familiar e, ainda,
segundo dados do Ministério da Agricultura, a cadeia emprega mais de oito milhões de
pessoas, consolidando a posição do café como uma importante fonte de renda.

Em um mundo onde a população cresce em ritmo acelerado e muitas pessoas ainda não
têm acesso a alimentação de qualidade, o papel do pequeno produtor é essencial para
garantir a segurança alimentar da população brasileira.

95
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

BOX – continuação
De acordo com dados obtidos com a Organização Internacional do Café (OIC), o consumo
mundial de café em 2015 foi 2,24% superior ao volume produzido no mesmo período, e a
tendência é que esse número aumente cada vez mais. A produção precisa se adequar para
atender a demanda crescente, mas para isso será necessário adotar tecnologias e boas
práticas agrícolas que aumentem sua produtividade sem prejudicar o meio ambiente. Ao
mesmo tempo em que a situação se mostra desafiadora, é onde também florescem boas
oportunidades.

Não é novidade que o Brasil produz cafés diferenciados por sua qualidade e pela
sustentabilidade na produção. Há uma enorme variedade de cafés especiais, pois temos
diversos climas, tipos de solo e altitudes nos 7 principais estados produtores de café. Estudos
mostram que não só os países desenvolvidos são os grandes consumidores de cafés
especiais, como também os brasileiros têm se interessado cada vez mais por esses tipos de
grãos. A diferenciação, impulsionada pelas exigências do mercado externo, agrega valor ao
produto final e traz novas oportunidades de negócio, tornando o mercado de cafés especiais
bastante promissor.
Marjorie Miranda – Coordenadora dos programas de Responsabilidade Social e
Sustentabilidade do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil)- 9 de
novembro de 2016

https://www.cecafe.com.br/sustentabilidade/artigos/a-importancia-do-pequeno-
produtor-para-o-setor-cafeeiro-20161109

Exportações
No ano passado, as exportações brasileiras de café tiveram um decréscimo no volume na
comparação com 2016, quando foram exportados 34.268.749 sacas, segundo dados
consolidados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O total de café exportado em 2017 foi de 30,9 milhões com uma receita cambial de US$
5,2 bilhões e garantiu ao produto a 5ª posição nos embarques totais do agronegócio
brasileiro, com 5,4% de participação. O preço médio no período (US$ 169,36) foi 6,6%
superior na comparação com o ano anterior (US$ 158,91).

96
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

TABELA 9
Exportação de café entre 01/01/2017 e 31/12/2017
2017 Arábica Conilon Solúvel Torrado Total
Sacas 27.121.157 295.623 3.482.908 26.321 30.926.009
Receita 4.535.198.531,17 45.286.494,94 642.519.202,31 15.472.211,42 5.238.476.439,85
Fonte: Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé)

No compilado do ano civil de 2017, os Estados Unidos mantiveram a liderança como o país
que mais recebeu café exportado do Brasil, com 6.143.455 (19,9%). Na sequência,
aparece a Alemanha com 5.539.966 sacas (17,9%). O ranking tem ainda a participação da
Itália com 2.798.722 sacas (9%), Japão com 2.107.575 sacas (6,8%) e Bélgica com
1.774.582 sacas (5,8%).

Para 2018, o Cecafé observa que a recuperação deve chegar no segundo semestre, com
a expectativa de entrada da próxima safra. “A partir de 1° de julho, ao que tudo indica,
teremos uma boa safra como resultado de novos plantios, bons tratos culturais e o bom
índice pluviométrico que atinge todo o parque cafeeiro até o momento, indicando um
cenário com resultado otimista. Importante salientar que os estoques de passagem, cafés
das safras remanescentes, no momento da entrada da safra 2018/19, deverão ser ‘os mais
baixos historicamente’, porém temos que acompanhar o desempenho das exportações
mais o consumo interno neste primeiro semestre de 2018”, conclui.

Cafés diferenciados8
No ano de 2017, as exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade
superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) corresponderam a 5.133.792
sacas, representando 16,7% do total de café embarcado no ano. A receita cambial dessa
modalidade foi de US$ 1,02 bilhão no acumulado de 2017, correspondendo a 19,6% do
total gerado com os valores da exportação de café. O preço médio dos cafés diferenciados
ficou em US$ 199,59.

Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados representam 84,6% dos


embarques com diferenciação. Os Estados Unidos são o país que mais recebe cafés
diferenciados do Brasil, com 1.170.757 sacas exportadas, o que corresponde a 22,8% da
modalidade. A Alemanha conquista o segundo lugar – posição em 2016 ocupada pelo
Japão – com 13,8% (708.060 sacas), seguida da Bélgica, com 11,5% (591.831 sacas),
Itália, com 10% (511.819 sacas) e Japão, com 9,6% (492.913 sacas).

8https://www.cecafe.com.br/publicacoes/brasil-exporta-mais-de-307-milhoes-de-sacas-de-cafe-em-2017-
20180116/

97
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

Segundo o analista (Cecafé) o mercado mundial de café passa por um momento de


tranquilidade quanto a questão de abastecimento mundial a curto e médio prazo vai se
consolidando e com boas perspectivas de produção no Brasil.

TABELA 10
Suprimento Mundial de café
Discriminação 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 (1) 2017/18 (2)
Est. Inicial 35.365 41.164 43.104 34.393 32.160 29.403
Produção 160.054 153.816 152.945 161.824 159.768 171.166
Arábica 92.465 86.608 86.346 101.643 94.881 101.616
Robusta 67.589 67.208 66.599 60.181 64.887 69.550
Importação 117.011 117.404 124.267 126.544 126.959 131.633
Oferta total 312.430 312.384 320.316 322.761 318.887 332.202
Consumo 142.389 145.637 152.702 157.049 158.657 163.218
Exportação 128.877 123.643 133.421 133.552 130.827 136.172
Estoque final 41.164 43.104 34.393 32.160 29.403 32.812
Fonte: Usda
Notas: (1) Estimativa
(2)Previsão

TABELA 11
10 maiores sócios da Associação Brasileira da Industria do Café
Classificação atual UF Empresa
1 CE Grupo Três Corações
2 SP Jacobs Douwe Egberts BR Com. De Cafés LTDA
3 SE Inds. Aliments. Marata LTDA
4 SP Melitta do Brasil Ind. e Com. LTDA
5 SP Mitsui Alimentos LTDA
6 MG Coop. Regional de Cafeicultores em Guaxupé LTDA
7 PB São Braz S/A Ind. e Com. De Alimentos S.A
8 MG Café Bom Dia LTDA
9 SP Café Pacaembu LTDA
10 GO Café Rancheiro Agro Indl. LTDA
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Café – Abic
Obs.: Indicadores de 2017

98
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

ANEXO

Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20179

MAPA 1
Número de estabelecimentos agropecuários (unidades) –
Café – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

9Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

99
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

MAPA 2
Quantidade produzida
Café - (toneladas) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

100
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
CAFÉ

MAPA 3
Área de produção
Café - (hectares) – 2017

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

101
LEITE
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

A PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL

Desde o início da década de 90, a atividade leiteira no Brasil tem passado por grandes
transformações, buscando maior competitividade e inovação no mercado global, focando na
produção em escala com maior qualidade, agregação de valor e industrialização de produtos
diferenciados. O leite é um produto produzido em praticamente todos os estados brasileiros e
consumido por milhões de pessoas.

Entre 2001 e 2017, a produção de leite brasileira saltou de 20,5 bilhões para 33,5 bilhões de litros
de leite por ano, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE, um crescimento
de 163%. O valor da produção teve uma variação de 622% no mesmo período.

O estado brasileiro com a maior produção é Minas Gerais, que em 2017 produziu 8,9 bilhões de
litros de leite, 27% da produção nacional. Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor, com
4,6 bilhões de litros, representando 14% da produção nacional. Em seguida, com uma produção
um pouco abaixo, vem o estado do Paraná, com 4,4 bilhões de litros de leite, representando 13%
da produção nacional. Esses três estados concentram 53% da produção nacional (tabela 1).

103
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

TABELA 1
Produção de Leite e Valor da Produção
Brasil e Unidades da Federação - 2001-2017
Valor da produção (mil
Brasil e Unidades da Produção (mil litros) Variação Variação
reais)
Federação (%) (%)
2001 2017 2001 2017
Brasil 20.509.953 33.490.810 163% 5.966.110 37.099.058 622%
Minas Gerais 5.981.223 8.912.565 149% 1.763.052 9.509.423 539%
Rio Grande do Sul 2.222.054 4.551.601 205% 605.338 4.892.956 808%
Paraná 1.889.627 4.438.434 235% 504.018 5.105.859 1013%
Goiás 2.321.740 2.989.833 129% 582.937 3.178.289 545%
Santa Catarina 1.076.084 2.979.863 277% 276.808 3.228.712 1166%
São Paulo 1.783.017 1.693.537 95% 549.393 2.078.619 378%
Rondônia 475.596 1.030.595 217% 82.520 871.278 1056%
Bahia 739.099 870.281 118% 261.412 985.417 377%
Pernambuco 360.266 795.698 221% 123.553 1.010.691 818%
Mato Grosso 442.803 615.818 139% 145.932 620.132 425%
Pará 459.165 612.810 133% 140.741 646.211 459%
Ceará 328.127 577.864 176% 137.311 796.114 580%
Rio de Janeiro 446.676 468.791 105% 131.006 528.140 403%
Alagoas 244.046 436.972 179% 88.906 551.964 621%
Tocantins 166.020 432.060 260% 44.460 440.967 992%
Espírito Santo 362.236 374.031 103% 97.688 426.706 437%
Mato Grosso do Sul 445.179 354.500 80% 112.282 353.797 315%
Maranhão 155.452 353.014 227% 61.839 453.335 733%
Sergipe 112.873 337.602 299% 33.614 384.031 1142%
Rio Grande do Norte 143.074 239.045 167% 57.069 406.458 712%
Paraíba 105.547 212.239 201% 40.137 298.179 743%
Piauí 77.628 73.284 94% 49.226 146.408 297%
Acre 85.773 46.489 54% 29.458 50.926 173%
Amazonas 37.704 42.925 114% 29.485 62.096 211%
Distrito Federal 36.597 29.000 79% 11.711 30.450 260%
Roraima 9.043 16.708 185% 4.522 31.810 703%
Amapá 3.307 5.253 159% 1.694 10.088 596%
Fonte: IBGE, Pesquisa da Pecuária Municipal 2001 a 2017
Obs.: De 2001 a 2017 a variação do IPCA-IBGE foi de 192,04%

Na Tabela 2 estão os vinte maiores municípios que produziram Leite no Brasil em 2017. Castro,
no estado do Paraná, produziu 264 milhões de litros de leite, com um valor de produção de R$
316 milhões, o que o tornou o município com maior produção nesse ano. Patos de Minas vem
em seguida, com 191 milhões de litro de leite e um valor de produção de R$ 228 milhões.

Apesar do Rio Grande do Sul ser o segundo estado que mais produz leite, nenhum município
está entre os 20 primeiros. Minas Gerais, o estado com maior produção, aparece com 12
municípios, Paraná com 4 municípios, Goiás, que é o quarto estado produtor, aparece com 4
municípios, e Santa Catarina com apenas 1 município.

104
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

Entre esses 20 municípios, 17 têm o IDH1 superior à média nacional, que era de 0,699 em 2010.
O município de Cascavel, no Paraná, tinha em 2010 um IDH de 0,782. A informação sobre o
Índice de Desenvolvimento Humano- IDH pretende sinalizar se o município pode ou não estar
incorporando os ganhos com a produção dessa cultura, e das demais que possam existir na
região, para melhorar a condições básicas de vida da população local.

TABELA 2
Produção de Leite, Valor da Produção e IDH nos 20 municípios
brasileiros com maior produção em 2017
Brasil
Valor da IDH –
Produção
Municípios produção Municipal
(mil litros)
(mil reais) (2010)
Castro (PR) 264.00 316.800 0,703
Patos de Minas (MG) 191.328 227.680 0,765
Carambeí (PR) 160.000 192.000 0,728
Patrocínio (MG) 144.432 160.320 0,729
Coromandel (MG) 119.070 125.024 0,708
Pompéu (MG) 117.900 129.690 0,689
Lagoa Formosa (MG) 98.310 120.921 0,703
Prata (MG) 95.000 111.150 0,695
Piracanjuba (GO) 95.000 88.350 0,721
Carmo do Paranaíba (MG) 93.596 110.443 0,705
Orizona (GO) 93.000 109.740 0,715
Unaí (MG) 91.301 94.953 0,736
Toledo (PR) 88.969 88.969 0,768
Perdizes (MG) 86.020 94.622 0,723
Jataí (GO) 85.000 76.500 0,757
Rio Paranaíba (MG) 83.173 110.620 0,709
Passos (MG) 82.781 90.231 0,756
Cascavel (PR) 80.752 86.405 0,782
Monte Alegre de Minas (MG) 79.500 89.040 0,674
Guaraciaba (SC) 78.592 87.237 0,751
Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2017. PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010
Obs.: O IDH do Brasil em 2010 era de 0,699

A origem do leite é bastante pulverizada e conta com grande diversidade estrutural, com
heterogeneidade tanto nos sistemas de produção, como em aspectos ligados a alimentação do
rebanho e qualidade do leite, com muitas propriedades usando tecnologia de ponta e outras
ainda usando técnicas simples de reprodução e manejo.

1 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu
grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos (desenvolvimento
humano muito alto), em desenvolvidos (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos
(desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer,
educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional.

105
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

O país possui uma elevada diversidade socioeconômica, cultural e climática que caracteriza os
sistemas de produção que exigem, muitas vezes, soluções adaptáveis a diferentes realidades.
Mudanças socioeconômicas, institucionais, tecnológicas e de mercado têm configurado uma
nova geografia da produção de leite no Brasil, que faz com que a expansão não seja uniforme
em todo o país. O leite caminha para uma pecuária onde a disponibilidade de tecnologias é cada
vez mais forte, como por exemplo, o uso da biotecnologia, os veículos autônomos, como são os
tratores, drones, robôs e sensores. Porém, nem todos irão acompanhar o mesmo ritmo e na
mesma intensidade a introdução dessa tecnologia. Estudos divulgados pela Embrapa Gado de
Leite apontam que a metade de todas as atividades desempenhadas hoje por trabalhadores
poderão ser automatizadas até 2050.

Sobre sua utilização, estima-se que um terço do leite produzido no País é empregado como
ingrediente básico para os mais diversos produtos, não só na alimentação, mas também na
indústria de higiene pessoal, cosméticos e medicamentos. Mais de 90 produtos têm o leite ou a
proteína do leite em sua composição. Os outros dois terços da produção são consumidos na
forma de leite fluído ou de derivados lácteos, como os queijos e iogurtes 2.

O Gráfico 1 apresenta a quantidade média de litros produzidos por vaca ordenhada, onde se
observa que mesmo em MG, estado onde se produz mais leite, a média está abaixo de outros
estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

GRÁFICO 1
Quantidade média produzida de leite de vaca por vaca ordenhada (litros)

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares (podem sofrer alterações)

2 http://www.baldebranco.com.br/forca-agro-e-leite-no-brasil/ - Acesso em: 31/10/2018.

106
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

O Gráfico mostra a diversidade na produção de Leite no Brasil, onde convivem diferentes tipos
de produtores. Como se trata de dados das médias estaduais, não é possível analisar o
desempenho das pequenas propriedades em relação à grande, mas nem sempre o tamanho
define a tecnologia empregada e a produtividade obtida.

Produção Mundial de Leite


Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a
produção mundial de leite de vaca em 2015 foi de 656 mil toneladas e os dez países com maior
volume produziram 374 mil toneladas, 57% do total.

Durante o período avaliado pelo estudo da FAO, 2000 a 2015, o Brasil apresentou um
crescimento do rebanho em 72%, com o crescimento de vacas ordenhadas em 29%, sendo que
a produtividade no mesmo período cresceu 34%. Os Estados Unidos continuam sendo o maior
produtor mundial, porém o crescimento da China surpreende, com 336% na produção de leite,
158% nas vacas ordenhadas e 69% na produtividade. Os EUA apresentaram a maior quantidade
de leite por vaca ordenhada 10.150 mil litros/ano, e o Brasil apresentou uma produtividade
baixíssima, 1.525 litros/vaca/ano. Dentre esses países, apenas a Rússia reduziu a produção de
leite nos últimos 15 anos.

TABELA 3
Produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade animal em dez países selecionados
2000/2015
Produtividade mil
Produção (mil toneladas) Vacas ordenhadas
l/vaca
País
Var. Var. Var.
2000 2015 2000 2015 2000 2015
% % %
Estados Unidos 76.023 93.461 23% 9.210 9.208 0% 8.254 10.150 23%
Índia 32.967 66.423 101% 32.883 45.949 40% 1.003 1.446 44%
China 8.632 37.610 336% 4.866 12.561 158% 1.774 2.994 69%
Brasil 20.380 35.124 72% 17.885 23.028 29% 1.140 1.525 34%
Alemanha 28.331 32.395 14% 4.628 4.296 -7% 6.122 7.541 23%
Rússia 31.959 30.511 -5% 12.771 7.573 -41% 2.502 4.029 61%
França 24.998 25.333 1% 4.203 3.698 -12% 5.948 6.849 15%
Nova Zelândia 12.235 21.317 74% 3.337 5.176 55% 3.666 4.119 12%
Turquia 8.732 16.999 95% 5.280 5.609 6% 1.654 3.031 83%
Reino Unido 14.488 15.050 4% 2.354 1.851 -21% 6.155 8.131 32%
Total 10 258.745 374.223 45% 97.417 118.949 22% 3.822 4.982 30%
Mundo 489.981 655.958 34% 219.963 274.002 25% 2.228 2.394 7%
Fonte: Faostat, 2017

107
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

Estudo disponibilizado pela Embrapa Gado de Leite3 destaca que três forças atuarão no futuro
da produção e comércio leiteiro no mundo: Urbanização acelerada, com a previsão de que até
2050, 66% da população mundial vivará em zonas urbanas; Eventos Climáticos extremos,
quando regiões tropicais serão mais afetadas e colocarão pressão para incrementar ganhos de
produtividade, e; Desenvolvimento científico, onde a inovação constituirá importante vantagem
competitiva.

Maiores Laticínios do Brasil


A Associação Leite Brasil4 elege, todos os anos, os maiores laticínios do Brasil. Segundo a
Associação, a capacidade instalada de processamento destes laticínios foi estimada em 13,85
bilhões de litros ao ano, ou seja, em média, a ociosidade foi de 37,9%. Em 2016, a ociosidade
média foi de 40,0%.

Em 2017, a Nestlé se manteve na primeira colocação, com acréscimo de 0,3% no volume


captado na comparação com o ano anterior. Em segundo lugar, galgando duas posições, ficou
o laticínio Bela Vista (Piracanjuba), com crescimento de 20,9%.

3 Desafios e oportunidades para pecuária de Leite no Brasil: A pecuária de Leite no Brasil, Cenários e Avanços
Tecnológicos.
https://www.researchgate.net/publication/319130171_A_pecuaria_de_leite_no_Brasil_cenarios_e_avancos_tecn
ologicos
4 A Associação Brasileira dos Produtores de Leite, nome fantasia Leite Brasil, é uma entidade de classe de

representação nacional dos produtores de leite, fundada em 1997 em São Paulo.

108
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

TABELA 4
Ranking maiores empresas de laticínios do Brasil
2017
Recepção leite (mil litros)
Var. %
Posição Empresas/ 2016 2017
total
(1) marcas
2017/
Produtores Terceiros Total Produtores Terceiros Total
2016
1ª Nestlé 995.000 695.000 1.690.000 1.048.000 646.400 1.694.400 0,3
2ª Laticínios Bela 916.860 177.028 1.093.888 869.357 452.971 1.322.328 20,9
Vista
3ª Unium (3) 600.382
368.372 968.754 679.654 460.003 1.139.657 17,6
4ª CCPR/Itambé 989.000
115.000 1.104.000 939.444 56.209 995.653 -9,8
5ª Embaré 389.121
194.737 583.858 382.813 186.472 569.285 -2,5
6ª Aurora 453.000
0 453.000 475.000 13.000 488.000 7,7
7ª CCGL 345.928
10.332 356.260 437.203 1.870 439.073 23,2
8ª Jussara 288.104
89.417 377.521 297.186 97.546 394.732 4,6
9ª Danone 219.989
128.611 348.600 178.837 199.814 378.651 8,6
10ª Vigor 257.277
54.060 311.337 254.802 57.873 312.675 0,4
11ª DPA Brasil 31.999
211.936 243.935 39.495 206.943 246.438 1,0
12ª Centroleite 211.499
0 211.499 217.851 0 217.851 3,0
13ª Frimesa 204.227
9.936 214.163 204.945 9.368 214.313 0,1
14ª Confepar/Cativa 183.678
11.949 195.627 180.293 11.811 192.104 -1,8
Total ranking 6.086.064
2.341.748 8.152.442 6.204.880 2.273.431 8.605.160 5,6
Número de Litros de leite
Posição Empresas/ produtores de leite por produtor/dia
(1) marcas Var. % Var. %
2016 2017 2016 2017
2016/2017 2016/2017
1ª Nestlé 4.439 3.898 -12,2 614 735 19,6
2ª Laticínios Bela 6.159 6.633 7,7 408 358 -12,2
3ª Unium (3) 1.819 1.520 -16,4 904 1.222 35,1
4ª CCPR/Itambé 4.705 4.314 -8,3 576 595 3,3
5ª Embaré 1.840 1.667 -9,4 579 627 8,3
6ª Aurora 6.000 5.520 -8,0 207 235 13,7
7ª CCGL 4.619 4.302 -6,9 205 278 35,3
8ª Jussara 3.505 3.495 -0,3 225 232 3,2
9ª Danone 278 213 -23,4 2.168 2.294 5,8
10ª Vigor 1.259 1.184 -6,0 560 588 5,0
11ª DPA Brasil 114 131 14,9 769 824 7,1
12ª Centroleite 3.504 3.832 9,4 165 145 -12,4
13ª Frimesa 3.412 2.859 -16,2 164 196 19,4
14ª Confepar/Cativa 2.161 2.036 -5,8 233 242 3,9
Total ranking 43.814 41.604 -5,0 381 407 7,1
Estimativa da capacidade instalada de processamento de leite das empresas do ranking
13.849.769
2017(mil litros/ano)
Fonte: Leite Brasil, CNA, OCB, CBCL, Viva Lácteos, Embrapa/Gado de leite e G100
Notas: (1) Classificação base recepção (produtores + terceiros) no ano de 2017 das empresas que responderam à pesquisa
(2) O total de terceiros não inclui o leite recebido de participantes do ranking devido a duplicidade
(3) Intercooperação de Lácteos das Cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal

109
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

Emprego e remuneração
Segundo dados da RAIS/MTb, em 31 de dezembro de 2017 haviam 85.013 pessoas ocupadas
formalmente na Criação de Bovinos para Leite, sendo 74.721 homens, 88% de toda a ocupação,
e 10.292 mulheres. Minas Gerais é o estado com maior produção de leite, aparece com 39.817
vínculos formais, sendo 35.043 homens e 4.774 mulheres. Como é uma atividade que está
presente em todo o territorio nacional e envolve milhões de propriedade, o dado de ocupação
parece baixo para a dimensão da produção. Esse dado tanto pode apontar para uma grande
informalidade no setor, como também pode ser resultado da presença forte da agricultura familiar
na produção de leite no Brasil.

Quanto aos rendimentos, os registos da RAIS de 2017 no Criação de Bovinos para Leite apontam
para um rendimento médio de R$ 1.303,31, um valor 39% superior ao salário mínimo no país,
de R$ 937,00 em 2017. As mulheres recebiam 86% do rendimentos dos homens. Os maiores
rendimentos médios declarados apareceram no Estado do Rio Grande do Sul, de R$ 1.703,25,
em Goiás, de R$ 1.461,75 e São Paulo, que aparece com um rendimento médio de R$ 1.421,61.

110
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

TABELA 5
Vínculos Ativos e rendimento médio 2017
Criação de Bovinos para Produção de Leite
Vínculo Rendimento médio (R$)
Unidade da Federação
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
Minas Gerais 35.043 4.774 39.817 1.284,45 1.082,38 1.260,22
Goiás 9.289 1.607 10.896 1.521,11 1.118,65 1.461,75
São Paulo 8.025 1.404 9.429 1,453,30 1.240,49 1.421,61
Rio de Janeiro 4.754 338 5.092 1.264,09 1.258,30 1.263,71
Bahia 3.795 257 4.052 1.110,41 1.038,40 1.105,85
Paraná 2.810 600 3.410 1.779,08 1.334,17 1.700,80
Espírito Santo 1.826 162 1.988 1.226,31 1.077,36 1.214,17
Pará 1.239 69 1.308 1.256,50 1.063,45 1.246,31
Tocantins 1.082 86 1.168 1.309,91 1.189,74 1.301,06
Rio Grande do Sul 796 239 1.035 1.759,65 1.515,41 1.703,25
Ceará 834 78 912 1.133,58 1.454,87 1.161,06
Mato Grosso 681 163 844 1.591,84 1.326,30 1.540,56
Rondônia 685 62 747 1.286,37 1.100,89 1.270,98
Mato Grosso do Sul 598 113 711 1.484,08 1.170,17 1.434,19
Sergipe 651 44 695 1.040,44 1.068,30 1.042,20
Pernambuco 483 37 520 1.074,71 1.176,86 1.081,98
Maranhão 435 38 473 1.146,58 1.126,90 1.145,00
Santa Catarina 295 120 415 1.538,91 1.294,10 1.468,12
Rio Grande do Norte 351 29 380 1.047,84 1.104,93 1.052,19
Alagoas 338 18 356 1.158,83 1.635,07 1.182,91
Paraíba 204 7 211 1.024,33 1.030,62 1.024,54
Distrito Federal 150 15 165 1.221,80 1.093,02 1.210,09
Acre 153 10 163 1.279,07 1.156,44 1.271,55
Piauí 117 7 124 1.019,72 1.001,87 1.018,71
Amazonas 63 12 75 1.636,32 1.185,63 1.564,21
Roraima 16 2 18 1.127,64 991,79 1.112,55
Amapá 8 1 9 1.029,62 965,63 1.022,51
Brasil 74.721 10.292 85.013 1.325,56 1.141,76 1.303,31
Fonte: Rais.MTb
Obs.: Subclasse CNAE (IBGE): 0151-2/02 - Criação de Bovinos para Produção de Leite

Como muitas das ocupações são temporárias, muitos trabalhadores só conseguem permanecer
no emprego durante o período de safra, que normalmente vai de 3 a 6 meses por ano. Esse
período não é suficiente para garantir uma renda média anual que garanta uma qualidade de
vida digna para o trabalhador e sua família, além dos direitos trabalhistas vinculados à
formalização.

Na Criação de Bovinos para produçao de Leite, o tempo de contratação de 29% dos


trabalhadores tem vínculos de até 11,9 meses, e 16% tem contrato até 5,9 meses.

111
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

TABELA 6
Tempo de trabalho por vinculo ativo, 2017 – 2017
Criação de Bovinos para Produção de Leite
Até 3,0 a 6,0 a 12,0 a 24,0 a 36,0 a 60,0 a 120,0
Unidades da Total
2,9 5,9 11,9 23,9 35,9 59,9 119,9 ou
Federação (1)
meses meses meses meses meses meses meses mais
Minas Gerais 2.972 3.175 5.402 6.337 4.548 6.027 6.682 4.654 39.817
Goiás 1.129 1.031 1.778 1.964 1.312 1.469 1.510 702 10.896
São Paulo 694 683 1.194 1.350 1.008 1.324 1.650 1.521 9.429
Rio de Janeiro 220 287 490 645 513 833 1.084 1.020 5.092
Bahia 243 272 440 637 507 693 775 485 4.052
Paraná 241 350 476 586 420 458 523 356 3.410
Espírito Santo 126 123 219 284 198 302 396 337 1.988
Pará 153 146 208 235 201 175 147 43 1.308
Tocantins 94 105 190 213 157 174 169 66 1.168
Rio Grande do Sul 105 107 171 169 118 127 154 84 1.035
Ceará 48 81 75 119 123 191 209 66 912
Mato Grosso 132 134 126 121 97 103 97 34 844
Rondônia 66 66 112 139 81 123 106 54 747
Mato Grosso do Sul 63 83 113 134 88 82 99 49 711
Sergipe 36 39 62 114 91 129 115 109 695
Pernambuco 22 14 59 62 89 115 106 53 520
Maranhão 35 36 58 103 62 80 57 42 473
Santa Catarina 43 39 65 78 41 64 57 28 415
Rio Grande do Norte 16 14 30 58 46 61 95 60 380
Alagoas 16 15 31 65 58 52 63 56 356
Paraíba 7 30 22 27 23 30 38 34 211
Distrito Federal 10 16 18 30 21 25 25 20 165
Acre 13 20 26 39 16 15 19 14 163
Piauí 8 7 15 25 16 21 25 4 124
Amazonas 1 6 5 19 16 16 10 2 75
Roraima 3 2 3 5 1 2 1 1 18
Amapá 1 0 1 2 0 4 1 0 9
Total 6.497 6.884 11.389 13.560 9.851 12.695 14.213 9.897 85.013
Fonte: Rais.MTb
Nota: (1) Vínculos não classificáveis foram acrescidos. Subclasse CNAE (IBGE): 0151-2/02 - Criação de Bovinos para Produção de Leite

Para exemplificar, um trabalhador de Minas Gerais, que é o maior empregador, que permanece
durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.260,22, receberá, ao fim do contrato, R$
3.780,66 (7% dos trabalhadores estão nessa situação). Se for a única ocupação no ano, sua
renda em 12 meses será de R$ 315,06 por mês. Se a ocupação durar 06 meses, ao fim do
contrato o trabalhador terá recebido R$ 7.561,32 (15% dos trabalhadores formais), e se não tiver
outra ocupação no ano, no final terá uma renda mensal de R$ 630,11, excluindo possíveis
descontos ou benefícios.

112
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

Também foram analisados os dados do Caged/Mtb, que mostram as movimentações


(contratações e desligamentos) ao longo do ano. No cadastro relativo às declarações de
contratações criação de bovinos para leite, há muitas contratações longo do ano, principalmente
de abril a outubro, demonstrando a sazonalidade de ocupação nessa cultura.

GRÁFICO 2
Saldo de contratações e demissões
2017 e 2018

Fonte: Caged.MTb

113
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

TABELA 7
Admitidos, desligados e saldo de vínculos na Criação de Bovinos
para Produção de Leite, por UF
Janeiro/18 - outubro/2018
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Goiás 4.405 -4.275 130
Sergipe 169 -130 39
Mato Grosso 354 -316 38
Pará 546 -514 32
Pernambuco 92 -77 15
Santa Catarina 204 -191 13
Paraná 1.249 -1.241 8
Rondônia 264 -257 7
Maranhão 136 -129 7
Distrito Federal 58 -53 5
Piauí 42 -39 3
Ceará 235 -232 3
Paraíba 44 -44 0
Amazonas 18 -19 -1
Mato Grosso do Sul 332 -333 -1
Roraima 4 -8 -4
Acre 40 -47 -7
Rio Grande do Sul 417 -425 -8
Rio Grande do Norte 63 -77 -14
Alagoas 43 -63 -20
Tocantins 366 -390 -24
Espírito Santo 578 -613 -35
Bahia 1.116 -1.153 -37
Rio de Janeiro 968 -1.033 -65
São Paulo 2.880 -3.006 -126
Minas Gerais 12.772 -13.104 -332
Brasil 27.395 -27.769 -374
Fonte: Caged.MTb
Obs.: Dados de janeiro a outubro de 2018. Inclui dados publicados fora do prazo entre janeiro e setembro de 2018

Custo de Produção do Leite


O custo de produção da atividade leiteira é complexo, em razão de algumas características da
atividade, entre as quais a produção conjunta (em alguns casos ocorre a produção simultânea
de leite e carne); elevada participação da mão-de-obra familiar, cuja apropriação dos custos é
sempre muito subjetiva; produção contínua, que é, arbitrariamente, segmentada para o período
de análise, que pode ser anual ou semestral e, completando, altos investimentos em terras,
benfeitorias, máquinas e animais, cuja apropriação dos custos também tem elevada dose de

114
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

subjetividade. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, realiza, desde


1976, o levantamento dos custos de produção de algumas culturas 5.

De acordo com este levantamento (CONAB), a alimentação do gado é um dos principais custos
de produção da atividade leiteira e representava 47% dos custos no município de Pompéu-MG
e 30% dos custos em Passo Fundo-RS no ano de 20166. Essa diferença traduz a diversidade
das formas de produção e as especificidades de cada região como, por exemplo, o tipo de
pastagem utilizada (pasto natural, cilagem etc.). A mão de obra é o outro grande custo da
atividade e enquanto em Pompéu-MG representa 16% dos custos totais, em Passo Fundo-RS
chega a 39% do total. Mais uma vez, as especificidades do processo de produção, como
ressaltado acima, geram tais discrepâncias. Os gráficos a seguir resumem os custos para os
dois municípios destacados.

GRÁFICO 3
Custo de produção estimado da atividade letieira
Pompéu/MG - 2016

14,63% 16,46%
3,38% Mão-de-obra

Manutenção

9,11% 10,51% Ração

2,14% Medicamentos

Outros

Reparos

47,03% Total das Despesas


Financeiras

Fonte: Conab.DIgem.Suinf.Gecup

5 https://www.conab.gov.br/images/arquivos/informacoes_agricolas/metodologia_custo_producao.pdf
6 Estatística mais recente.

115
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

GRÁFICO 4
Custo de produção estimado na produção de leite
Passo Fundo/RS - 2016
11%

4%

39%
12%

1,60% Mão-de-obra
Manutenção
Ração
Medicamentos
30%
2% Outros
Reparos
Despesas financeira

Fonte: Conab.Digem.Suinf.Gecup

116
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

ANEXO
Mapas com base nos dados preliminares do Censo Agro pecuário – 20177

MAPA 1
Número de Estabelecimento agropecuários que produziram leite de vaca
Unidades

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

7Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (IBGE)

117
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

MAPA 2
Quantidade produzida de leite de vaca no ano nos estabelecimentos agropecuários
Mil litros

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

118
A PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL
LEITE

MAPA 3
Quantidade média produzida de leite por vaca ordenada nos estabelecimentos
agropecuários
Litros

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 - resultados preliminares

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