Conhecimentos Complementares

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ÍNDICE

Ética no Serviço Público:


Ética e
moral. ..................................................................
.........................................................................
.........................................................................
........01
Ética, princípios e
valores. ................................................................
.........................................................................
..........................................................04
Ética e democracia: exercício da
cidadania. ..............................................................
.........................................................................
..........................06
Ética e função
pública. ................................................................
.........................................................................
.................................................................09
Ética no Setor
Público. ................................................................
.........................................................................
.................................................................12
Decreto nº
1.171/1994...............................................................
.........................................................................
..................................................................14
Legislação:
Regimento interno do CRESS-
GO. .....................................................................
.........................................................................
.....................................25
Estatuto do Conjunto
CFESS/CRESS. ............................................................
.........................................................................
.........................................31
Lei nº
8.662/1993. .............................................................
.........................................................................
.........................................................................
...45
Acesso à Informação: Lei
nº12.527/2011; ..........................................................
.........................................................................
..................................48
Decreto nº
7.724/2011. .............................................................
.........................................................................
..................................................................50
Resolução CFESS nº
582/2010.................................................................
.........................................................................
..................................................61
Atendimento ao Público:
Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apresentação;
atenção; cortesia; interesse; presteza; eficiência; tolerância;
discrição; conduta;
objetividade. ...........................................................
.........................................................................
...................................71
Trabalho em equipe: personalidade e relacionamento; eficácia no
comportamento interpessoal; servidor e opinião pública; o
órgão e a opinião pública; fatores positivos do relacionamento;
comportamento receptivo e defensivo; empatia; compreensão
mútua. Postura profissional e relações
interpessoais............................................................
.........................................................................
...........82
A ética é composta por valores reais e presentes na
sociedade, a partir do momento em que, por mais que às
vezes tais valores apareçam deturpados no contexto social, não é possível
falar em convivência humana se esses
forem desconsiderados. Entre tais valores, destacam-se
os preceitos da Moral e o valor do justo (componente
ético do Direito).
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas
transformações sofridas pela sociedade através dos tempos provocaram uma
variação no conceito de ética, por
outro, não é possível negar que as questões que envolvem o agir ético
sempre estiveram presentes no pensamento filosófico e social.
Aliás, uma característica da ética é a sua imutabilidade: a mesma ética
de séculos atrás está vigente hoje.
Por exemplo, respeitar o próximo nunca será considerada
uma atitude antiética. Outra característica da ética é a sua
validade universal, no sentido de delimitar a diretriz do
agir humano para todos os que vivem no mundo. Não há
uma ética conforme cada época, cultura ou civilização. A
ética é uma só, válida para todos eternamente, de forma
imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas
perspectivas a respeito de sua aplicação prática.
É possível dizer que as diretrizes éticas dirigem o
comportamento humano e delimitam os abusos à liberdade, estabelecendo
deveres e direitos de ordem moral,
sendo exemplos destas leis o respeito à dignidade das
pessoas e aos princípios do direito natural, bem como a
exigência de solidariedade e a prática da justiça1.
Outras definições contribuem para compreender o
que significa ética:
- Ciência do comportamento adequado dos homens
em sociedade, em consonância com a virtude.
- Disciplina normativa, não por criar normas, mas
por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às
pessoas os valores e princípios que devem nortear sua
existência.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana
que tem por objetivo realizar este valor.
- Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom
e o mau, o bem e o mal, o correto e o incorreto, o certo
e o errado.
- Fornece as regras fundamentais da conduta humana. Delimita o exercício
da atividade livre. Fixa os usos e
abusos da liberdade.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana
que o visa realizar.
“Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido
entendida como a ciência da conduta humana perante
o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de
aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a
consideração de valor como equivalente de uma medição do que é real e
voluntarioso no campo das ações
virtuosas”2.
1 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
2 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
É difícil estabelecer um único significado para a palavra ética, mas os
conceitos acima contribuem para uma
compreensão geral de seus fundamentos, de seu objeto
de estudo.
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas vogais para
pronunciar e grafar a vogal e, uma
breve, chamada epsílon, e uma longa, denominada eta.
Éthos, escrita com a vogal longa, significa costume; porém, se escrita
com a vogal breve, éthos, significa caráter,
índole natural, temperamento, conjunto das disposições
físicas e psíquicas de uma pessoa. Nesse segundo sentido, éthos se refere
às características pessoais de cada
um, as quais determinam que virtudes e que vícios cada
indivíduo é capaz de praticar (aquele que possuir todas
as virtudes possuirá uma virtude plena, agindo estritamente de maneira
conforme à moral)3.
A ética passa por certa evolução natural através da
história, mas uma breve observação do ideário de alguns
pensadores do passado permite perceber que ela é composta por valores
comuns desde sempre consagrados.
Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral e o Direito.
Assim, a Moral não é a Ética, mas
apenas parte dela. Neste sentido, Moral vem do grego
Mos ou Morus, referindo-se exclusivamente ao regramento que determina a
ação do indivíduo.
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas
pela Moral ser apenas uma parte da Ética, mas principalmente porque
enquanto a Moral é entendida como a
prática, como a realização efetiva e cotidiana dos valores;
a Ética é entendida como uma “filosofia moral”, ou seja,
como a reflexão sobre a moral. Moral é ação, Ética é reflexão.
Fica Dica.
- Ética - mais ampla - filosofia moral - reflexão
- Moral - parte da Ética - realização efetiva
e cotidiana dos valores - ação
No início do pensamento filosófico não prevalecia
real distinção entre Direito e Moral, as discussões sobre o
agir ético envolviam essencialmente as noções de virtude e de justiça,
constituindo esta uma das dimensões da
virtude. Por exemplo, na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico,
embora com variações de abordagem,
o conceito de ética aparece sempre ligado ao de virtude.
Aristóteles4, um dos principais filósofos deste momento histórico,
concentra seus pensamentos em algumas bases:
a) definição do bem supremo como sendo a felicidade, que necessariamente
ocorrerá por uma atividade
da alma que leva ao princípio racional, de modo que a
felicidade está ligada à virtude;
b) crença na bondade humana e na prevalência da
virtude sobre o apetite;
2010.
3 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática,
2005.
4 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução Pietro Nassetti. São
Paulo: Martin Claret, 2006.
ÉTICA E MORAL
1
2
c) reconhecimento da possibilidade de aquisição das
virtudes pela experiência e pelo hábito, isto é, pela prática constante;
d) afastamento da ideia de que um fim pudesse ser
bom se utilizado um meio ruim.
Já na Idade Média, os ideais éticos se identificaram
com os religiosos. O homem viveria para conhecer, amar
e servir a Deus, diretamente e em seus irmãos. Santo Tomás de Aquino5, um
dos principais filósofos do período,
lançou bases que até hoje são invocadas quanto o tópico
em questão é a Ética:
a) consideração do hábito como uma qualidade que
deverá determinar as potências para o bem;
b) estabelecimento da virtude como um hábito que
sozinho é capaz de produzir a potência perfeita, podendo ser intelectual,
moral ou teologal - três virtudes que
se relacionam porque não basta possuir uma virtude intelectual, capaz de
levar ao conhecimento do bem, sem
que exista a virtude moral, que irá controlar a faculdade
apetitiva e quebrar a resistência para que se obedeça à
razão (da mesma forma que somente existirá plenitude
virtuosa com a existência das virtudes teologais);
c) presença da mediania como critério de determinação do agir virtuoso;
d) crença na existência de quatro virtudes cardeais - a
prudência, a justiça, a temperança e a fortaleza.
No Iluminismo, Kant6 definiu a lei fundamental da razão pura prática, que
se resume no seguinte postulado:
“age de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer-te sempre como
princípio de uma legislação universal”. Mais do que não fazer ao outro o
que não gostaria
que fosse feito a você, a máxima prescreve que o homem
deve agir de tal modo que cada uma de suas atitudes reflita aquilo que se
espera de todas as pessoas que vivem
em sociedade. O filósofo não nega que o homem poderá
ter alguma vontade ruim, mas defende que ele racionalmente irá agir bem,
pela prevalência de uma lei prática
máxima da razão que é o imperativo categórico. Por isso,
o prazer ou a dor, fatores geralmente relacionados ao
apetite, não são aptos para determinar uma lei prática,
mas apenas uma máxima, de modo que é a razão pura
prática que determina o agir ético. Ou seja, se a razão
prevalecer, a escolha ética sempre será algo natural.
Quando acabou a Segunda Guerra Mundial, percebeu-se o quão graves haviam
sido as suas consequências,
o pensamento filosófico ganhou novos rumos, retomando aspectos do
passado, mas reforçando a dimensão coletiva da ética. Maritain7, um dos
redatores da Declaração
Universal de Direitos Humanos de 1948, defendeu que o
homem ético é aquele que compõe a sociedade e busca
torná-la mais justa e adequada ao ideário cristão. Assim,
a atitude ética deve ser considerada de maneira coletiva,
como impulsora da sociedade justa, embora partindo da
5 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Vannucchi e
Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Rodríguez. Coordenação
Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edição
Joaquim Pereira. São Paulo: Loyola, 2005. v. IV, parte II, seção I,
questões 49 a 114.
6 KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução Paulo Barrera. São
Paulo: Ícone, 2005.
7 MARITAIN, Jacques. Humanismo integral. Tradução Afrânio Coutinho. 4.
ed. São Paulo: Dominus Editora S/A, 1962.
pessoa humana individualmente considerada como um
ser capaz de agir conforme os valores morais.
Já a discussão sobre o conceito de justiça, intrínseca
na do conceito de ética, embora sempre tenha estado
presente, com maior ou menor intensidade dependendo
do momento, possuiu diversos enfoques ao longo dos
tempos.
Pode-se considerar que do pensamento grego até
o Renascimento, a justiça foi vista como uma virtude e
não como uma característica do Direito. Por sua vez, no
Renascimento, o conceito de Ética foi bifurcado, remetendo-se a Moral
para o espaço privado e remanescendo
a justiça como elemento ético do espaço público. No entanto, como se
denota pela teoria de Maquiavel8, o justo
naquele tempo era tido como o que o soberano impunha (o rei poderia fazer
o que bem entendesse e utilizar
quaisquer meios, desde que visasse um único fim, qual
seja o da manutenção do poder).
Posteriormente, no Iluminismo, retomou-se a discussão da justiça como um
elemento similar à Moral, mas
inerente ao Direito, por exemplo, Kant9 defendeu que a
ciência do direito justo é aquela que se preocupa com o
conhecimento da legislação e com o contexto social em
que ela está inserida, sendo que sob o aspecto do conteúdo seria
inconcebível que o Direito prescrevesse algo
contrário ao imperativo categórico da Moral kantiana.
Ainda, Locke, Montesquieu e Rousseau, em comum
defendiam que o Estado era um mal necessário, mas que
o soberano não possuía poder divino/absoluto, sendo
suas ações limitadas pelos direitos dos cidadãos submetidos ao regime
estatal.
Tais pensamentos iluministas não foram plenamente
seguidos, de forma que se firmou a teoria jurídica do positivismo, pela
qual Direito é apenas o que a lei impõe
(de modo que se uma lei for injusta nem por isso será
inválida), que somente foi abalada após o fim trágico da
2ª Guerra Mundial e a consolidação de um sistema global de proteção de
direitos humanos (criação da ONU
+ declaração universal de 1948). Com o ideário humanista consolidou-se o
Pós-positivismo, que junto consigo
trouxe uma valorização das normas principiológicas do
ordenamento jurídico, conferindo-as normatividade.
Assim, a concepção de uma base ética objetiva no
comportamento das pessoas e nas múltiplas modalidades da vida social foi
esquecida ou contestada por fortes
correntes do pensamento moderno. Concepções de inspiração positivista,
relativista ou cética e políticas voltadas para o homo economicus
passaram a desconsiderar a
importância e a validade das normas de ordem ética no
campo da ciência e do comportamento dos homens, da
sociedade da economia e do Estado.
No campo do Direito, as teorias positivistas que prevaleceram a partir do
final do século XIX sustentavam
que só é direito aquilo que o poder dominante determina. Ética, valores
humanos, justiça são considerados
elementos estranhos ao Direito, extrajurídicos. Pensavam
com isso em construir uma ciência pura do direito e garantir a segurança
das sociedades.10
8 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. São
Paulo: Martin Claret, 2007.
9 KANT, Immanuel. Doutrina do Direito. Tradução Edson Bini. São
Paulo: Ícone, 1993.
10 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução João Baptista
Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
11 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
2002.
12 PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria Ermantina
Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
FIQUE ATENTO!
Tanto no Direito quanto na Moral existem
sanções. Elas somente são aplicadas de forma diversa, sendo que somente o
Direito
aceita a coação, que é a sanção aplicada pelo
Estado.
O descumprimento das diretivas morais gera sanção,
e caso ele se encontre transposto para uma norma jurídica, gera coação
(espécie de sanção aplicada pelo Estado).
Assim, violar uma lei ética não significa excluir a sua validade. Por
exemplo, matar alguém não torna matar uma
ação correta, apenas gera a punição daquele que cometeu a violação. Neste
sentido, explica Reale13: “No plano
das normas éticas, a contradição dos fatos não anula a
validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque
a normatividade não se compreende sem fins de validez
objetiva e estes têm sua fonte na liberdade espiritual, os
insucessos e as violações das normas conduzem à responsabilidade e à
sanção, ou seja, à concreta afirmação
da ordenação normativa”.
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, mas a primeira
é mais abrangente que a segunda,
porMADEIRA QD que pode abarcar outros elementos, como o Direito
e os costumes. Todas as regras éticas são passíveis de
alguma sanção, sendo que as incorporadas pelo Direito
aceitam a coação, que é a sanção aplicada pelo Estado.
Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas
são compostas por postulados morais, isto é, envolvem
os mesmos valores e exteriorizam os mesmos princípios.
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (FUNCAB – 2014 – PRF – AGENTE ADMINISTRATIVO) Os conceitos de ética e
moral, embora próximos,
não são idênticos. Uma das distinções possíveis entre tais
concepções está fundada na constatação de que:
a) a ética é o estudo geral do que é bom ou mau, sendo seu objetivo maior
o estabelecimento de regras. A
moral, ao contrário, não se vincula a costumes e hábitos porque não
guarda correlação com aspectos prescritivos ou impositivos.
b) a moral incorpora as regras adquiridas para a vida em
sociedade, enquanto a ética reflete sobre as regras
morais vigentes sem, contudo, contestar a conveniência ou a exigibilidade
de tais normas.
c) a moral é um conjunto de normas apreendidas no processo de
socialização e que regula a conduta dos indivíduos em sua convivência. A
ética é uma ponderação
teórica sobre a moral cujo objetivo é discutir e fundamentar
reflexivamente as normas morais.
d) quando um determinado sujeito reflete sobre uma
norma moral e a considera equivocada ou ultrapassada, faz exercício de
sua consciência moral, inexistindo
na hipótese qualquer consideração que se possa vincular ao conceito de
ética.
13 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
2002.
Atualmente, entretanto, é quase universal a retomada dos estudos e
exigências da ética na vida pública e
na vida privada, na administração e nos negócios, nas
empresas e na escola, no esporte, na política, na justiça,
na comunicação. Neste contexto, é relevante destacar
que ainda há uma divisão entre a Moral e o Direito, que
constituem dimensões do conceito de Ética, embora a
tendência seja que cada vez mais estas dimensões se juntem, caminhando
lado a lado.
Dentro desta distinção pode-se dizer que alguns autores, entre eles
Radbruch e Del Vechio são partidários de
uma dicotomia rigorosa, na qual a Ética abrange apenas
a Moral e o Direito. Contudo, para autores como Miguel
Reale, as normas dos costumes e da etiqueta compõem a
dimensão ética, não possuindo apenas caráter secundário por existirem de
forma autônoma, já que fazem parte
do nosso viver comum.11
Para os fins da presente exposição, basta atentar
para o binômio Moral-Direito como fator pacífico de
composição da Ética. Assim, nas duas posições adotadas, uma das vertentes
da Ética é a Moral, e a outra é o
Direito.
Tradicionalmente, os estudos consagrados às relações
entre o Direito e a Moral se esforçam em distingui-los,
nos seguintes termos: o direito rege o comportamento
exterior, a moral enfatiza a intenção; o direito estabelece
uma correlação entre os direitos e as obrigações, a moral
prescreve deveres que não dão origem a direitos subjetivos; o direito
estabelece obrigações sancionadas pelo
Poder, a moral escapa às sanções organizadas. Assim, as
principais notas que distinguem a Moral do Direito não
se referem propriamente ao conteúdo, pois é comum
que diretrizes morais sejam disciplinadas como normas
jurídicas.12
Com efeito, a partir da segunda metade do século XX
(pós-guerra), a razão jurídica é uma razão ética, fundada na garantia da
intangibilidade da dignidade da pessoa
humana, na aquisição da igualdade entre as pessoas, na
busca da efetiva liberdade, na realização da justiça e na
construção de uma consciência que preserve integralmente esses
princípios.
Assim, as principais notas que distinguem Moral e Direito são:
a) Exterioridade: Direito - comportamento exterior,
Moral - comportamento interior (intenção);
b) Exigibilidade: Direito - a cada Direito pode se exigir uma obrigação,
Moral - agir conforme a moralidade
não garante direitos (não posso exigir que alguém aja
moralmente porque também agi);
c) Coação: Direito - sanções aplicadas pelo Estado;
Moral - sanções não organizadas (ex: exclusão de um
grupo social). Em outras palavras, o Direito exerce sua
pressão social a partir do centro ativo do Poder, a moral
pressiona pelo grupo social não organizado.
3
e) a ética se caracteriza como conjunto de costumes e
hábitos de um grupo social, atuando sobre o comportamento do indivíduo
que interage socialmente. A
moral é um conjunto de valores sociais universais que
não se materializam em padrões de conduta.
Resposta: Letra C. A alternativa “c” está certa porque
o principal objetivo da moral é regular a conduta humana, afinal, a moral
tem por objeto central justamente a ação humana. A ética pondera
teoricamente sobre
a moral, exercendo o papel reflexivo. Logo, moral é
ação, ética é reflexão.
A. O erro da alternativa “a” está em afirmar que a moral não se vincula a
hábitos, quando na verdade muitos filósofos morais afirmam que o hábito
gera a virtude (ex.: Aristóteles, Santo Tomás de Aquino).
B. O erro da alternativa “b” está no fato de que justamente porque o
papel da ética é refletir sobre a moral,
é bastante possível e inclusive comum que conteste a
conveniência e exigibilidade de tais normas.
D. O erro da alternativa “d” está em afirmar, novamente, que ao se
refletir sobre a moral não é possível que
a ética sofra alterações – obviamente, é possível e é
comum.
E. O erro da alternativa “e” está na inversão de conceitos: a moral que
se caracteriza como costumes e
hábitos de um grupo social e atua sobre o comportamento do indivíduo que
convive socialmente; a ética
é um conjunto de valores que não se materializam na
conduta – afinal, ética é reflexão, moral é ação.
ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES
4
A área da filosofia do direito que estuda a ética é conhecida como
axiologia, do grego “valor” + “estudo, tratado”. Por isso, a axiologia
também é chamada de teoria
dos valores. Daí valores e princípios serem componentes
da ética sob o aspecto da exteriorização de suas diretrizes. Em outras
palavras, a mensagem que a ética pretende passar se encontra
consubstanciada num conjunto
de valores, para cada qual corresponde um postulado
chamado princípio.
De uma maneira geral, a axiologia proporciona um
estudo dos padrões de valores dominantes na sociedade
que revelam princípios básicos. Valores e princípios, por
serem elementos que permitem a compreensão da ética,
também se encontram presentes no estudo do Direito,
notadamente quando a posição dos juristas passou a ser
mais humanista e menos positivista (se preocupar mais
com os valores inerentes à dignidade da pessoa humana
do que com o que a lei específica determina).
Os juristas, descontentes com uma concepção positivista, estadística e
formalista do Direito, insistem na importância do elemento moral em seu
funcionamento, no
papel que nele desempenham a boa e a má-fé, a intenção maldosa, os bons
costumes e tantas outras noções
cujo aspecto ético não pode ser desprezado. Algumas
dessas regras foram promovidas à categoria de princípios gerais do
direito e alguns juristas não hesitam em
considerá-las obrigatórias, mesmo na ausência de uma
legislação que lhes concedesse o estatuto formal de lei
positiva, tal como o princípio que afirma os direitos da
defesa. No entanto, a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro é expressa no sentido de aceitar a aplicação dos
princípios gerais do Direito (artigo 4°).14
É inegável que o Direito possui forte cunho axiológico, diante da
existência de valores éticos e morais como
diretrizes do ordenamento jurídico, e até mesmo como
meio de aplicação da norma. Assim, perante a Axiologia,
o Direito não deve ser interpretado somente sob uma
concepção formalista e positivista, sob pena de provocar
violações ao princípio que justifica a sua criação e estruturação: a
justiça.
Neste sentido, Montoro15 entende que o Direito é
uma ciência normativa ética: “A finalidade do direito
é dirigir a conduta humana na vida social. É ordenar a
convivência de pessoas humanas. É dar normas ao agir,
para que cada pessoa tenha o que lhe é devido. É, em
suma, dirigir a liberdade, no sentido da justiça. Insere-se,
portanto, na categoria das ciências normativas do agir,
também denominadas ciências éticas ou morais, em sentido amplo. Mas o
Direito se ocupa dessa matéria sob um
aspecto especial: o da justiça”.
A formação da ordem jurídica, visando a conservação
e o progresso da sociedade, se dá à luz de postulados
éticos. O Direito criado não apenas é irradiação de princípios morais
como também força aliciada para a propagação e respeitos desses
princípios.
Um dos principais conceitos que tradicionalmente
se relaciona à dimensão do justo no Direito é o de lei
natural. Lei natural é aquela inerente à humanidade,
independentemente da norma imposta, e que deve ser
respeitada acima de tudo. O conceito de lei natural foi
fundamental para a estruturação dos direitos dos homens, ficando
reconhecido que a pessoa humana possui
direitos inalienáveis e imprescritíveis, válidos em qualquer tempo e
lugar, que devem ser respeitados por todos os Estados e membros da
sociedade.16
O Direito natural, na sua formulação clássica, não é
um conjunto de normas paralelas e semelhantes às do
Direito positivo, mas é o fundamento do Direito positivo.
É constituído por aquelas normas que servem de fundamento a este, tais
como: “deve se fazer o bem”, “dar
a cada um o que lhe é devido”, “a vida social deve ser
conservada”, “os contratos devem ser observados” etc.,
normas essas que são de outra natureza e de estrutura
diferente das do Direito positivo, mas cujo conteúdo é a
ele transposto, notadamente na Constituição Federal.17
Importa fundamentalmente ao Direito que, nas rela14 PERELMAN, Chaïm.
Ética e Direito. Tradução Maria Ermantina
Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
15 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
16 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o
pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras,
2009.
17 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
sumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem” (art. 317, CP), estabeleço
uma regra que traduz os valores morais da solidariedade
e do respeito ao interesse coletivo. No entanto, sempre
por trás de uma regra infraconstitucional haverá um princípio
constitucional. No caso do exemplo do art. 317 do
CP, pode-se mencionar o princípio do bem comum (objetivo da República
segundo o art. 3º, IV, CF – “promover
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”)
e o princípio da moralidade (art. 37, caput, CF, no que
tange à Administração Pública).
Conforme Alexy19, a distinção entre regras e princípios é uma distinção
entre dois tipos de normas, fornecendo juízos concretos para o dever ser.
A diferença
essencial é que princípios são normas de otimização, ao
passo que regras são normas que são sempre satisfeitas
ou não. Se as regras se conflitam, uma será válida e outra
não. Se princípios colidem, um deles deve ceder, embora não perca sua
validade e nem exista fundamento em
uma cláusula de exceção, ou seja, haverá razões suficientes para que em
um juízo de sopesamento (ponderação)
um princípio prevaleça. Enquanto adepto da adoção de
tal critério de equiparação normativa entre regras e princípios, o
jurista alemão Robert Alexy é colocado entre os
nomes do pós-positivismo.
Em resumo, valor é a característica genérica que compõe de alguma forma a
ética (bondade, solidariedade,
respeito...) ao passo que princípio é a diretiva de ação
esperada daquele que atende certo valor ético (p. ex.,
não fazer ao outro o que não gostaria que fosse feito a
você é um postulado que exterioriza o valor do respeito;
tratar a todos igualmente na medida de sua igualdade
é o postulado do princípio da igualdade que reflete os
valores da solidariedade e da justiça social). Por sua vez,
virtude é a característica que a pessoa possui coligada a
algum valor ético, ou seja, é a aptidão para agir conforme
algum dos valores morais (ser bondoso, ser solidário, ser
temperante, ser magnânimo).
Ética, Moral, Direito, princípios, virtudes e valores são
elementos constantemente correlatos, que se complementam e estruturam,
delimitando o modo de agir esperado de todas as pessoas na vida social,
bem como
preconizando quais os nortes para a atuação das instituições públicas e
privadas. Basicamente, a ética é composta pela Moral e pelo Direito (ao
menos em sua parte principal), sendo que virtudes são características que
aqueles que agem conforme a ética (notadamente sob
o aspecto Moral) possuem, as quais exteriorizam valores
éticos, a partir dos quais é possível extrair postulados que
são princípios.
18 NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual de introdução ao estudo do
direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
19 ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução
Virgílio Afonso da Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
ções sociais, uma ordem seja observada: que seja assegurada
individualmente cada coisa que for devida, isto é,
que a justiça seja realizada. Podemos dizer que o objeto
formal, isto é, o valor essencial, do direito é a justiça. No
sistema jurídico brasileiro, estes princípios jurídicos fundamentais de
cunho ético estão instituídos no sistema
constitucional, isto é, firmados no texto da Constituição
Federal. São os princípios constitucionais os mais importantes do
arcabouço jurídico nacional, muitos deles se
referindo de forma específica à ética no setor público. O
mais relevante princípio da ordem jurídica brasileira é o
da dignidade da pessoa humana, que embasa todos os
demais princípios jurídico-constitucionais (artigo 1°, III, CF).
Claro, o Direito não é composto exclusivamente por
postulados éticos, já que muitas de suas normas não
possuem qualquer cunho valorativo (por exemplo, uma
norma que estabelece um prazo de 10 ou 15 dias não
tem um valor que a acoberta). Contudo, o é em boa parte.
A Moral é composta por diversos valores - bom,
correto, prudente, razoável, temperante, enfim, todas
as qualidades esperadas daqueles que possam se dizer
cumpridores da moral. É impossível esgotar um rol de
valores morais, mas nem ao menos é preciso: basta um
olhar subjetivo para compreender o que se espera, num
caso concreto, para que se consolide o agir moral - bom
senso que todos os homens possuem (mesmo o corrupto
sabe que está contrariando o agir esperado pela sociedade, tanto que
esconde e nega sua conduta, geralmente).
Todos estes valores morais se consolidam em princípios,
isto é, princípios são postulados determinantes dos valores morais
consagrados.
Segundo Rizzatto Nunes18, “a importância da existência e do cumprimento
de imperativos morais está relacionada a duas questões: a) a de que tais
imperativos
buscam sempre a realização do Bem - ou da Justiça, da
Verdade etc., enfim valores positivos; b) a possibilidade
de transformação do ser - comportamento repetido e
durável, aceito amplamente por todos (consenso) - em
dever ser, pela verificação de certa tendência normativa
do real”.
Quando se fala em Direito, notadamente no direito
constitucional e nas normas ordinárias que disciplinam
as atitudes esperadas da pessoa humana, percebem-se
os principais valores morais consolidados, na forma de
princípios e regras expressos. Por exemplo, quando eu
proíbo que um funcionário público receba uma vantagem indevida para
deixar de praticar um ato de interesse
do Estado, consolido os valores morais da bondade, da
justiça e do respeito ao bem comum, prescrevendo a respectiva norma.
Uma norma, conforme seu conteúdo mais ou menos amplo, pode refletir um
valor moral por meio de um
princípio ou de uma regra. Quando digo que “todos são
iguais perante a lei [...]” (art. 5°, caput, CF) exteriorizo o
valor moral do tratamento digno a todos os homens, na
forma de um princípio constitucional (princípio da igualdade). Por sua
vez, quando proíbo um servidor público
de “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de as-
5
Fica Dica.
Regras são comandos definitivos, com teor
claro e preciso.
Princípios são normas amplas, trazem mandamentos de otimização.
Havendo conflito entre regras, a resolução
se dá por critérios de especialidade ou anterioridade.
Havendo conflito entre princípios, a resolução se dá por ponderação à luz
dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (PRF – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNCAB –
2014)
É certo que os princípios distinguem-se de valores e regras. Sobre os
princípios e sua função, é correto afirmar:
a) Nem sempre os princípios devem ser aplicados em sua
inteireza, pois, em caso de conflito entre regra e princípio, as regras
predominam, em razão de sua superioridade normativa.
b) Os princípios são comandos definitivos que se aplicam
ou não se aplicam em uma determinada situação, segundo um parâmetro de
“tudo ou nada”.
c) Enquanto as regras são comandos definitivos, os princípios são normas
de otimização, que comportam uma
ideia de gradação capaz de permitir sua aplicação de
forma ponderada.
d) A noção de validade é essencial ao reconhecimento
dos princípios porque estes devem ser sempre aplicados de modo que seja
feito o que preveem na íntegra,
em todas as situações.
e) Os princípios são valores individuais oriundos de juízos
internos formulados por cada cidadão, valores estes
que serão tolerados se estiverem de acordo com os
valores sociais.
6
Resposta: Letra C. A alternativa correta é a “c”, pois
descreve de forma clara a função das regras de trazer comandos
definitivos (com baixa margem de interpretação, teor claro e preciso) e
dos princípios de
trazerem mandamentos de otimização (ou seja, são o
fundamento para a melhor interpretação das regras) e
que podem ser graduados (colisões de princípios são
resolvidas por critérios de ponderação, diferente do
conflito de normas, em que uma norma anula a outra
– nos princípios, busca-se o equilíbrio).
A. A alternativa “a” está errada porque no conflito entre regras e
princípios, prevalecem os princípios, justamente porque eles dão
fundamento às regras.
B e D. As alternativas “b” e “d” estão erradas porque é
possível a aplicação parcial de um princípio.
E. A alternativa “e” está errada porque os princípios
são essencialmente gerais, não são formados em juízo
individual.
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Historicamente, nota-se que por volta de 800 a.C.
as comunidades de aldeias começaram a ceder lugar
para unidades políticas maiores, surgindo as chamadas
cidade-estado ou polis, como Tebas, Esparta e Atenas.
Inicialmente eram monarquias, transformaram-se em
oligarquias e, por volta dos séculos V e VI a.C., tornaram-se
democracias. As origens da chamada democracia se
encontram na Grécia antiga, sendo permitida a participação direta
daqueles poucos que eram considerados
cidadãos, por meio da discussão na polis.
Democracia (do grego, “demo” + “kratos”) é um regime de governo em que o
poder de tomar decisões políticas está com os cidadãos, de forma direta
(quando um
cidadão se reúne com os demais e, juntos, eles tomam a
decisão política) ou indireta (quando ao cidadão é dado
o poder de eleger um representante). Com efeito, é um
regime de governo em que se garante a soberania popular, que pode ser
conceituada como “a qualidade máxima do poder extraída da soma dos
atributos de cada
membro da sociedade estatal, encarregado de escolher
os seus representantes no governo por meio do sufrágio
universal e do voto direto, secreto e igualitário”20.
Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou
parlamentarista, republicano ou monárquico
- somente importa que seja dado aos cidadãos o poder
de tomar decisões políticas (por si só ou por seu representante eleito).
FIQUE ATENTO!
A principal classificação das democracias
é a que distingue a direta da indireta - a)
direta, também chamada de pura, na qual
o cidadão expressa sua vontade por voto
direto e individual em casa questão relevante; b) indireta, também
chamada representativa, em que os cidadãos exercem
individualmente o direito de voto para
escolher representante(s) e aquele(s) que
for(em) mais escolhido(s) representa(m)
todos os eleitores; c) semidireta, também
conhecida como participativa, em que se
tem uma democracia representativa mesclada com peculiaridades e atributos
da
democracia direta (sistema híbrido).
A democracia direta tornou-se cada vez mais difícil,
considerado o grande número de cidadãos, de modo
que a regra é a democracia indireta. Na Grécia Antiga
se encontra um raro exemplo de democracia direta, que
somente era possível porque embora a população fosse grande, a maioria
dela não era composta de pessoas
20 BULOS, Uadi Lammêngo. Constituição federal anotada. São
Paulo: Saraiva, 2000.
garantidos àquele que é cidadão encontram-se disciplinados nos artigos 14
e 15. Direitos políticos são os
instrumentos por meio dos quais a Constituição Federal permite o
exercício da soberania popular, atribuindo
poderes aos cidadãos para que eles possam interferir na
condução da coisa pública de forma direta ou indireta21.
A respeito da democracia brasileira, expõe Lenza22:
“estamos diante da democracia semidireta ou participativa, um ‘sistema
híbrido’, uma democracia representativa, com peculiaridades e atributos
da democracia direta.
Pode-se falar, então, em participação popular no poder
por intermédio de um processo, no caso, o exercício da
soberania que se instrumentaliza por meio do plebiscito,
referendo, iniciativa popular, bem como outras formas,
como a ação popular”.
Destaca-se o caput do artigo 14:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Cidadão, por sua vez, é o nacional, isto é, aquele que
possui o vínculo político-jurídico da nacionalidade com
o Estado, que goza de direitos políticos, ou seja, que
pode votar e ser votado.
Na disciplina constitucional, os direitos políticos
21 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esque-
A democracia brasileira adota a modalidade semidireta, porque possibilita
a participação popular direta no
poder por intermédio de processos como o plebiscito,
o referendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses
restritas, pode-se afirmar que a democracia indireta é
predominantemente adotada no Brasil, por meio do sufrágio universal e do
voto direto e secreto com igual valor para todos.
Sufrágio universal é o direito de todos cidadãos de
votar e ser votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio,
deverá ser direto e secreto.
O que diferencia o plebiscito do referendo é o momento da consulta à
população: no plebiscito, primeiro
se consulta a população e depois se toma a decisão política; no
referendo, primeiro se toma a decisão política
e depois se consulta a população. Embora os dois partam do Congresso
Nacional, o plebiscito é convocado,
ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV, CF),
ambos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha é que os dois
são “formas de consulta ao povo para
que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de
natureza constitucional, legislativa ou administrativa”23.
Na iniciativa popular, confere-se à população o poder
de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados,
mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional, distribuído por 5
Estados no mínimo, com não menos de 0,3%
dos eleitores de cada um deles. Em complemento, prevê
o artigo 61, §2°, CF:
Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
matizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
22 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011.
23 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
consideradas como cidadãs, como mulheres, escravos e
crianças, e somente os cidadãos tinham direito de participar do processo
democrático.
Contemporaneamente, o regime que mais se aproxima dos ideais de uma
democracia direta é a democracia
semidireta da Suíça. Uma democracia semidireta é um
regime de democracia em que existe a combinação de
representação política com formas de democracia direta.
Democracia é um conceito interligado à Ética no
que tange ao elemento da justiça, valor do Direito. Pode-se afirmar isto
se considerados os três conceitos de
Aristóteles sobre as dimensões da justiça (distributiva,
comutativa e social), dos quais se origina a dimensão da
justiça participativa.
Por esta dimensão da justiça participativa, resta despertada a
consciência das pessoas para uma atitude de
agir, de falar, de atuar, de entrar na vida da comunidade
em que se vive ou trabalha. Enfim, busca despertar esta
consciência de que há uma obrigação de cada um para
com a sociedade de participar de forma consciente e livre
e de se inteirar total e habitualmente na vida social que
pertence.
Quem deve participar é quem vive na sociedade, é
o cidadão, aquele que pode ter direitos. Participar é ao
mesmo tempo um direito e um dever. O cidadão deve
participar, esta é uma obrigação de todo aquele que vive
em sociedade. E o cidadão deve ter espaço para participar, o fato de não
participar em si já é uma injustiça.
Com a ampliação do conceito de soberania e cidadania e,
consequentemente, da responsabilidade do cidadão, se
torna ainda mais evidente esta necessidade de participar.
A referência à justiça participativa, corolário do conceito de cidadania,
é de fundamental importância para o
elemento moral da noção de ética, no sentido de possibilitar um agir
voltado para o bem da sociedade.
Ninguém é obrigado a suportar desonestidades. A
cidadania tem um compromisso com a efetivação da
democracia participativa. E participar não é votar a cada
eleição, não se interessar pelo andamento da política e
até se esquecer de quem mereceu seu sufrágio.
Com efeito, participar é um direito de todo aquele
que é cidadão, consolidando o conceito de democracia
e reforçando os valores éticos de preservação do justo e
garantia do bem comum. Mas, afinal, quem é cidadão?
Inicialmente, é preciso levantar alguns conceitos correlatos:
a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
assim de direitos e obrigações.
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, unidas pelo vínculo da
nacionalidade.
c) População: conjunto de pessoas residentes no Estado, nacionais ou não.
7
8
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles.
Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Embora os analfabetos não possam se candidatar,
possuem a faculdade de votar.
Art. 14, § 2º Não podem alistar-se como eleitores os
estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
Conscritos são os convocados para serviço militar.
Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma
da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
d) dezoito anos para Vereador.
O parágrafo descreve os requisitos para que uma pessoa possa ser eleita.
Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Art. 14, § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal, os Prefeitos e
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
Não poder se eleger, não significa não poder votar.
Art. 14, § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Art. 14, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição
do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou
de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.
Entre outras coisas, visa impedir que se burle a vedação à reeleição
daquele que já ocupou algum destes
cargos por 2 mandatos.
Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício
de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade
das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta.
O §9° é disciplinado pela LC n° 64/90 (Alterada pela
LC n° 135/10 - Lei da Ficha Limpa).
Art. 14, § 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
Art. 14, § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
justiça, respondendo o autor,
na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
§ 4º.
O inciso V se refere à ação de improbidade administrativa, que tramita
para apurar a prática dos atos de improbidade administrativa, na qual uma
das penas aplicáveis é a suspensão dos direitos políticos.
Obs.: os direitos políticos somente são perdidos em
dois casos, quais sejam cancelamento de naturalização
por sentença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado volta à
condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade brasileira em virtude
da aquisição de outra
(brasileiro se naturaliza em outro país e assim deixa de
ser considerado um cidadão brasileiro, perdendo direitos
políticos). Nota-se que não há perda de direitos políticos pela prática
de atos atentatórios contra a Administração Pública por parte do
servidor, mas apenas
suspensão.
Fica Dica.
Democracia – pode ser direta (exercida
pelos cidadãos), indireta (exercida por representantes) ou semidireta
(mesclando os
dois, como no Brasil).
Cidadão – É direito e dever participar. A
cidadania tem uma dimensão ética, sendo
incumbência de cada um se integrar na
vida da comunidade em que se insere. Não
basta votar ou exercer as vias legais da participação direta. É preciso
se integrar na comunidade e contribuir para que ela avance,
garantindo o bem a todos.
Se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao
menos dois elementos - a Moral e o Direito (justo); no
caso da disciplina da Ética no Setor Público a expressão é
adotada num sentido estrito - ética corresponde ao valor
do justo, previsto no Direito vigente, o qual é estabelecido com um olhar
atento às prescrições da Moral para a
vida social. Em outras palavras, quando se fala em ética
no âmbito dos interesses do Estado não se deve pensar
apenas na Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas
que a regulamentam, o que permite a aplicação de sanções. Veja o
organograma:
1. (CESPE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – ESPECIALISTA – TRANSPORTES
AQUAVIÁRIOS – ANTAQ –
2014) No que diz respeito à democracia, julgue o item
abaixo.
Em uma sociedade democrática, permite-se a criação de
novos direitos e considera-se legítimo o conflito.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo. A criação e a emergência de novos
direitos num processo histórico fazem parte da vivência de uma sociedade
democrática, aberta à alteração
de suas normas, inclusive para a ampliação de direitos fundamentais. É da
essência da democracia, ainda,
a possibilidade de conflitos ideológicos, garantido o
pluralismo do pensamento, inclusive e notadamente
o político.
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA
Quando se fala em ética na função pública, não se
trata do simples respeito à moral social: a obrigação ética
no setor público vai além e encontra-se disciplinada em
detalhes na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente no
artigo 37) quanto na ordinária (em que se
destaca a Lei n° 8.429/92 - Lei de Improbidade Administrativa, a qual
traz um amplo conceito de funcionário público no qual podem ser incluídos
os servidores do Banco
do Brasil). Ocorre que o funcionário de uma instituição
financeira da qual o Estado participe de certo modo exterioriza os
valores estatais, sendo que o Estado é o ente
que possui a maior necessidade de respeito à ética. Por
isso, o servidor além de poder incidir em ato de improbidade
administrativa (cível), poderá praticar crime contra
a Administração Pública (penal). Então, a ética profissional daquele que
serve algum interesse estatal deve ser
ainda mais consolidada.
As regras éticas do setor público são mais do que
regulamentos morais, são normas jurídicas e, como tais,
passíveis de coação. A desobediência ao princípio da
moralidade caracteriza ato de improbidade administrativa, sujeitando o
servidor às penas previstas em lei. Da
mesma forma, o seu comportamento em relação ao Código de Ética pode gerar
benefícios, como promoções, e
prejuízos, como censura e outras penas administrativas.
A disciplina constitucional é expressa no sentido de prescrever a
moralidade como um dos princípios fundadores
da atuação da administração pública direta e indireta,
bem como outros princípios correlatos. Logo, o Estado
brasileiro deve se conduzir moralmente por vontade expressa do
constituinte, sendo que à imoralidade administrativa aplicam-se sanções.
Assim, tem-se que a obediência à ética não deve se
dar somente no âmbito da vida particular, mas também
na atuação profissional, principalmente se tal atuação se
der no âmbito estatal, caso em que haverá coação. O Estado é a forma
social mais abrangente, a sociedade de
fins gerais que permite o desenvolvimento, em seu seio,
das individualidades e das demais sociedades, chamadas
de fins particulares. O Estado, como pessoa, é uma ficção,
é um arranjo formulado pelos homens para organizar a
sociedade de disciplinar o poder visando que todos possam se realizar em
plenitude, atingindo suas finalidades
particulares.24
O Estado tem um valor ético, de modo que sua
atuação deve se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado
que é aético, porque ele é composto
por homens. Assim, falta ética ou não aos homens que
o compõe. Ou seja, o bom comportamento profissional
do funcionário público é uma questão ligada à ética no
serviço público, pois se os homens que compõe a estrutura do Estado tomam
uma atitude correta perante os
ditames éticos há uma ampliação e uma consolidação do
valor ético do Estado.
24 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011.
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
9
10
Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas dentro da
administração pública, passando a desempenhar um papel de fundamental
interesse para o
Estado. Quando estiver nesta condição, mais ainda, será
exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado é responsável pela
manutenção da sociedade, que espera dele uma
conduta ilibada e transparente.
Quando uma pessoa é nomeada como servidor público, passa a ser uma
extensão daquilo que o Estado
representa na sociedade, devendo, por isso, respeitar ao
máximo todos os consagrados preceitos éticos.
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que
a exercem, o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos de
Ética diversos atribuídos a cada
categoria profissional. No caso das profissões na esfera
pública, esta exigência se amplia.
Não se trata do simples respeito à moral social: a
obrigação ética no setor público vai além e encontra-se
disciplinada em detalhes na legislação, tanto na esfera
constitucional (notadamente no artigo 37) quanto na
ordinária (em que se destacam o Decreto n° 1.171/94 Código de Ética - a
Lei n° 8.429/92 - Lei de Improbidade
Administrativa - e a Lei n° 8.112/90 - regime jurídico dos
servidores públicos civis na esfera federal).
Em verdade, “[...] a profissão, como exercício habitual
de uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se no
complexo da sociedade como uma atividade específica.
Trazendo tal prática benefícios recíprocos a quem a pratica e a quem
recebe o fruto do trabalho, também exige,
nessas relações, a preservação de uma conduta condizente com os
princípios éticos específicos. O grupamento de profissionais que exercem
o mesmo ofício termina
por criar as distintas classes profissionais e também a
conduta pertinente. Existem aspectos claros de observação do
comportamento, nas diversas esferas em que ele
se processa: perante o conhecimento, perante o cliente,
perante o colega, perante a classe, perante a sociedade,
perante a pátria, perante a própria humanidade como
conceito global”25. Todos estes aspectos serão considerados em termos de
conduta ética esperada.
Em geral, as diretivas a respeito do comportamento
profissional ético podem ser bem resumidas em alguns
princípios basilares.
Segundo Nalini26, o princípio fundamental seria o de
agir de acordo com a ciência, se mantendo sempre atualizado, e de acordo
com a consciência, sabendo de seu
dever ético; tomando-se como princípios específicos:
- Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível
na vida pública e na vida particular.
- Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir
da melhor maneira esperada em sua profissão e fora
dela, com técnica, justiça e discrição.
- Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular funções
incompatíveis.
- Princípio da correção profissional - atuação com
transparência e em prol da justiça.
25 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
26 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011.
- Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os demais
operadores do Direito querem a mesma
coisa, realizar a justiça.
- Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo
em todas funções.
- Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal
para buscar o interesse da justiça.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito
é dotado de atributos personalíssimos e intransferíveis,
sendo escolhido por causa deles, de forma que a relação
estabelecida entre aquele que busca o serviço e o profissional é de
confiança.
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça,
aos valores constitucionais, à verdade, à transparência.
- Princípio da independência profissional - a maior autonomia no
exercício da profissão do operador do Direito não deve impedir o caráter
ético.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as informações que
acessa no exercício da profissão.
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé
e de forma correta, com lealdade processual.
- Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional do Direito
é liberal, exercendo com boa autonomia sua profissão.
- Outros princípios éticos, como informação, solidariedade, cidadania,
residência, localização, continuidade
da profissão, liberdade profissional, função social da profissão,
severidade consigo mesmo, defesa das prerrogativas, moderação e
tolerância.
O rol acima é apenas um pequeno exemplo de atitudes que podem ser
esperadas do profissional, mas assim
como é difícil delimitar um conceito de ética, é complicado estabelecer
exatamente quais as condutas esperadas
de um servidor: melhor mesmo é observar o caso concreto e ponderar com
razoabilidade.
Em suma, respeitar a ética profissional é ter em mente
os princípios éticos consagrados em sociedade, fazendo
com que cada atividade desempenhada no exercício da
profissão exteriorize tais postulados, inclusive direcionando os rumos da
ética empresarial na escolha de diretrizes e políticas institucionais.
O funcionário que busca efetuar uma gestão ética se
guia por determinados mandamentos de ação, os quais
valem tanto para a esfera pública quanto para a privada,
embora a punição dos que violam ditames éticos no âmbito do interesse
estatal seja mais rigorosa.
Neste sentido, destacam-se os dez mandamentos da
gestão ética nas empresas públicas:
PRIMEIRO: “Amar a verdade, a lealdade, a probidade e
a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal”.
Significa desempenhar suas funções com transparência, de forma honesta e
responsável, sendo leal à instituição. O funcionário deve se portar de
forma digna, exteriorizando virtudes em suas ações.
SEGUNDO: “Respeitar a dignidade da pessoa humana”.
A expressão “dignidade da pessoa humana” está estabelecida na
Constituição Federal Brasileira, em seu art. 3º,
III, como um dos fundamentos da República Federativa
do Brasil. Ao adotar um significado mínimo apreendido
Eficácia remete ao dever de fazer com que suas atividades atinjam o fim
para o qual foram praticadas, isto é,
que não sejam abandonadas pela metade. Moralidade
significa respeitar os ditames morais, mais que jurídicos,
que exteriorizam os valores tradicionais consolidados na
sociedade através dos tempos.
SÉTIMO: “Jamais tratar mal ou deixar à espera de solução uma pessoa que
busca perante a Administração Pública satisfazer um direito que acredita
ser legítimo”.
O bom atendimento do público é necessário para que
uma gestão possa ser considerada ética. Aquele que tem
um direito merece ser ouvido, não pode ser deixado de
lado pelo funcionário, esperando por horas uma solução.
Mesmo que a pessoa esteja errada, isto deve ser esclarecido, de forma que
a confiabilidade na instituição
não fique abalada.
OITAVO: “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções
e as ordens das autoridades a que
estiver subordinado”.
O Direito é uma das facetas mais relevantes da Ética
porque exterioriza o valor do justo e o seu cumprimento
é essencial para que a gestão ética seja efetiva.
NONO: “Agir dentro da lei e da sua competência, atento à finalidade do
serviço público”.
Não basta cumprir o Direito, é preciso respeitar a divisão de funções
feitas com o objetivo de otimizar as atividades desempenhadas.
DÉCIMO: “Buscar o bem-comum, extraído do equilíbrio
entre a legalidade e finalidade do ato administrativo a ser
praticado”.
Bem comum é o bem de toda a coletividade e não
de um só indivíduo. Este conceito exterioriza a dimensão
coletiva da ética. Maritain27 apontou as características essenciais do
bem comum: redistribuição, pela qual o bem
comum deve ser redistribuído às pessoas e colaborar
para o desenvolvimento delas; respeito à autoridade na
sociedade, pois a autoridade é necessária para conduzir
a comunidade de pessoas humanas para o bem comum;
moralidade, que constitui a retidão de vida, sendo a justiça
e a retidão moral elementos essenciais do bem comum.
Fica Dica.
A partir da consagração do princípio da moralidade, é possível afirmar
que agir de forma ética no desempenho de funções públicas não é questão
de mera moralidade, mas
verdadeiramente jurídica, com arcabouço
legal, notadamente, Decreto nº 1.171/1994,
Lei nº 8.112/1990, Lei nº 8.429/1992. Obedecer aos ditames da ética é
verdadeiro dever funcional do servidor, o qual, se desobedecido, pode
gerar punições.
27 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed.
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967.
no discurso antropocentrista do humanismo, a expressão valoriza o ser
humano, considerando este o centro
da criação, o ser mais elevado que habita o planeta, o
que justifica a grande consideração pelo Estado e pelos
outros seres humanos na sua generalidade em relação
a ele. Respeitar a dignidade da pessoa humana significa
tomar o homem como valor-fonte para todas as ações e
escolhas, inclusive na atuação empresarial.
TERCEIRO: “Ser justo e imparcial no julgamento dos
atos e na apreciação do mérito dos subordinados”.
Retoma-se a questão dos planos de carreira, que exteriorizam a
imparcialidade e a impessoalidade na escolha dos que deverão ser
promovidos, a qual se fará
exclusivamente com base no mérito. Não se pode tomar questões pessoais,
como desavenças ou afinidades,
quando o julgamento se faz sobre a ação de um funcionário - se agiu bem,
merece ser recompensado; se agiu
mal, deve ser punido.
QUARTO: “Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e, também, pelo
dos subordinados, tendo em vista o
cumprimento da missão institucional”.
A missão institucional envolve a obtenção de lucros,
em regra, mas sempre aliada à promoção da ética. Na
missão institucional serão estabelecidas determinadas
metas para a empresa, que deverão ser buscadas pelos funcionários. Para
tanto, cada um deve se preocupar
com o aperfeiçoamento de suas capacidades, tornando-se paulatinamente um
melhor funcionário, por exemplo,
buscando cursos e estudando técnicas.
QUINTO: “Acatar as ordens legais, não ser negligente e
trabalhar em harmonia com a estrutura do órgão, respeitando a hierarquia,
seus colegas e cada concidadão, colaborando e aceitando colaboração”.
Existe uma hierarquia para que as funções sejam desempenhadas da melhor
maneira possível, pois a desordem não permite que as atividades se
encadeiem e se
enlacem, gerando perda de tempo e desperdício de recursos. Não significa
que ordens contrárias à ética devam
ser obedecidas, caso em que a medida cabível é levar a
questão para as autoridades responsáveis pelo controle
da ética da instituição. Cada atividade deve ser desempenhada da melhor
maneira possível, isto é, não se pode
deixar de praticá-la corretamente por ser mais trabalhoso (por
negligência entende-se uma omissão perigosa).
No tratamento dos demais colegas e do público, o funcionário deve ser
cordial e ético, embora somente assim
estará contribuindo para a gestão ética da empresa.
SEXTO: “Agir, na vida pessoal e funcional, com dignidade, decoro, zelo,
eficácia e moralidade”.
O bom comportamento não deve se fazer presente
somente no exercício das funções. Cabe ao funcionário
se portar bem quando estiver em sua vida privada, na
convivência com seus amigos e familiares, bem como
nos momentos de lazer. Por melhor que seja como funcionário, não será
aceito aquele que, por exemplo, for
visto frequentemente embriagado ou for sempre denunciado por violência
doméstica.
Dignidade é a característica que incorpora todas as
demais, significando o bom comportamento enquanto
pessoa humana, tratando os outros como gosta de ser
tratado. Decoro significa discrição, aparecer o mínimo
possível, não se vangloriar com base em feitos institucionais. Zelo quer
dizer cuidado, cautela, para que as atividades sempre sejam desempenhadas
do melhor modo.
11
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (CESPE – SEGURANÇA INSTITUCIONAL E TRANSPORTE – TÉCNICO DO MPU – MPU –
2015) Acerca
de ética deontológica e de ética e democracia, julgue o
próximo item.
Ser honesto e verdadeiro e cumprir promessas são considerados princípios
éticos.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo. Não pode ser considerada conduta
ética ser desonesto e mentir, ou então deixar de cumprir promessas feitas
licitamente. Assim, honestidade
e seriedade são primados éticos que devem ser cumpridos no exercício da
função pública.
ÉTICA NO SETOR PÚBLICO
12
O paradigma da Ética Pública parte da noção de liberdade social, envolta
nos valores da segurança, igualdade
e solidariedade. Neste sentido, cada pessoa deve ter espaço para exercer
individualmente sua liberdade moral,
cabendo à ética pública garantir que os indivíduos que
vivem em sociedade realizem projetos morais individuais.
A Ética Pública pode ser vista sob o aspecto da moralidade crítica e sob
o aspecto da moralidade legalizada: quando estuda-se a lei posta ou a
ausência de lei e
questiona-se a falta de justiça, há uma moralidade crítica;
quando a regra justa é incorporada ao Direito, há moralidade legalizada
ou positivada.
Sobre a Ética Pública, explica Nalini28: “Ética é sempre
ética, poder-se-ia afirmar. Ser ético é obrigação de todos. Seja no
exercício de alguma atividade estatal, seja
no comportamento individual. Mas pode-se falar em ética realçada quando
se atua num universo mais amplo,
de interesse de todos. Existe, pois, uma Ética Pública, e
apura-se o seu sentido em contraposição com o de Ética
Privada. Um nome pelo qual a Ética Pública tem sido conhecida é o da
justiça”.
Assim, ética pública seria a moral incorporada ao Direito, consolidando o
valor do justo. Diante da relevância
social de que a Ética se faça presente no exercício das atividades
públicas, as regras éticas para a vida pública são
mais do que regras morais, são regras jurídicas estabelecidas em diversos
diplomas do ordenamento, possibilitando a coação em caso de infração por
parte daqueles
que desempenham a função pública.
Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem que ele
consolide o bem comum e garanta a preservação dos interesses da
coletividade, se encontram exteriorizados em princípios e regras. Estes,
por sua vez, são
estabelecidos na Constituição Federal e em legislações
infraconstitucionais, a exemplo das que serão estudadas
neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n°
8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
28 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011.
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no
setor público partem da Constituição Federal, que estabelece alguns
princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras
palavras, é o texto constitucional
do artigo 37, especialmente o caput, que permite a compreensão de boa
parte do conteúdo das leis específicas,
porque possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais
da administração pública. Estabelece
a Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: [...]
É de fundamental importância um olhar atento ao
significado de cada um destes princípios, posto que eles
estruturam todas as regras éticas prescritas no Código de
Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, tomando
como base os ensinamentos de Carvalho Filho29 e Spitzcovsky30:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade significa a
permissão de fazer tudo o que a lei não
proíbe. Contudo, como a administração pública representa os interesses da
coletividade, ela se sujeita a uma
relação de subordinação, pela qual só poderá fazer o que
a lei expressamente determina (assim, na esfera estatal,
é preciso lei anterior editando a matéria para que seja
preservado o princípio da legalidade). A origem deste
princípio está na criação do Estado de Direito, no sentido
de que o próprio Estado deve respeitar as leis que dita.
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interesses que representa,
a administração pública está proibida de promover discriminações
gratuitas. Discriminar é
tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pública deve tratar
igualmente todos aqueles que
se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da
isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a
impessoalidade no que tange à contratação de serviços.
O princípio da impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade,
pelo qual o alvo a ser alcançado pela
administração pública é somente o interesse público.
Com efeito, o interesse particular não pode influenciar no
tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente
a preservação do interesse coletivo.
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no artigo 37 da CF
representa o reconhecimento de
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente
relacionada ao poder público. A administração pública
não atua como um particular, de modo que enquanto o
descumprimento dos preceitos morais por parte deste
particular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurídico
adota tratamento rigoroso do comportamento imoral por parte dos
representantes do Estado.
O princípio da moralidade deve se fazer presente não
29 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 23.
ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
30 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso
concreto e relacionar os fatos que concre-
31 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal.
Todos os atos administrativos devem ser motivados para
que o Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à
sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observados os
motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos administrativos vinculados
(aqueles em que a lei aponta
um único comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles que
a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou mais
comportamentos possíveis, de
acordo com um juízo de conveniência e oportunidade), a
doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade
de motivação com relação aos atos administrativos vinculados; todavia,
diverge quanto à referida necessidade
quanto aos atos discricionários.
Meirelles32 entende que o ato discricionário, editado
sob os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de liberdade
para fazer um juízo de conveniência e
oportunidade, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver tal
fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
necessidade de observância
da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato
discricionário, é necessária a motivação para que se saiba
qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini33,
com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação
de tais discussões doutrinárias, pois o
referido artigo exige a motivação para todos os atos nele
elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos
discricionários quanto os vinculados.
Fica Dica.
São princípios da administração pública,
nesta ordem:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam o vocábulo
LIMPE, que remete à limpeza esperada da Administração
Pública.
32 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
Paulo: Malheiros, 1993.
33 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
só para com os administrados, mas também no âmbito
interno. Está indissociavelmente ligado à noção de bom
administrador, que não somente deve ser conhecedor da
lei, mas também dos princípios éticos regentes da função
administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE
ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois
princípios anteriores.
d) Princípio da publicidade: A administração pública é obrigada a manter
transparência em relação a todos seus atos e a todas informações
armazenadas nos
seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da
imprensa e a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
concurso público (art. 37, II, CF) remonta
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do
processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso,
como será visto, se negar indevidamente a fornecer informações ao
administrado caracteriza ato de improbidade
administrativa. Somente pela publicidade os indivíduos
controlarão a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
instrumentos para proteção são o direito de
petição e as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas
data e - residualmente - do mandado de segurança.
e) Princípio da eficiência: A administração pública
deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar
pessoas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao exercício
do cargo), ao manter tais pessoas em
seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto
de remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio
é a procura por produtividade e economicidade. Alcança
os serviços públicos e os serviços administrativos internos, se referindo
diretamente à conduta dos agentes.
Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais diretamente
selecionados pelo constituinte, podem ser apontados como princípios de
natureza ética relacionados à função pública a probidade e a motivação:
a) Princípio da probidade: um princípio constitucional incluído dentro
dos princípios específicos da licitação,
é o dever de todo o administrador público, o dever de
honestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no desempenho de
suas funções. Possui contornos
mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini31 alerta que
alguns autores tratam vêem como distintos os princípios da moralidade e
da probidade administrativa, mas não há características que permitam
tratar
os mesmos como procedimentos distintos, sendo no
máximo possível afirmar que a probidade administrativa
é um aspecto particular da moralidade administrativa.
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida
ao administrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou de efeitos
concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos mais
importantes, uma vez que
sem a motivação não há o devido processo legal, uma
vez que a fundamentação surge como meio interpretativo da decisão que
levou à prática do ato impugnado,
sendo verdadeiro meio de viabilização do controle da
legalidade dos atos da Administração.
13
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE – DIPLOMATA – INSTITUTO RIO BRANCO
– PROVA 1 – 2017) Com relação à classificação da Constituição Federal de
1988, ao controle de constitucionalidade e à atividade administrativa do
Estado brasileiro,
julgue (C ou E) o item que se segue.
O princípio da impessoalidade, que consagra a ideia de
que o poder público deve dispensar tratamento isonômico e impessoal aos
particulares, deve ser entendido de
forma absoluta, já que não comporta exceções ou tratamentos diferenciados
pela administração.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado. Em alguns casos, o desigual deve
ser tratado de forma desigual, pois o contrário que
não seria isonômico. É o caso da fila preferencial para
gestantes e idosos nas repartições públicas, típico tratamento
diferenciado lícito e ético.
2. (CESPE – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – FUB –
2016) Com referência à Constituição Federal de 1988 e às disposições nela
inscritas relativamente a direitos sociais e políticos, administração
pública e servidores públicos, julgue o item
subsequente.
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência são princípios aplicáveis exclusivamente à administração
pública federal: eles não se aplicam à administração pública dos estados,
do Distrito Federal nem
dos municípios.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado. Nos termos do artigo 37, caput, CF:
“A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]”.
14
3. (CESPE – DIPLOMATA – INSTITUTO RIO BRANCO
– PROVA 2 – 2015) No que diz respeito à organização
dos poderes, ao princípio da legalidade e ao controle dos
atos administrativos, julgue (C ou E) o seguinte item.
O princípio da legalidade consiste em estatuir que a regulamentação de
determinadas matérias há de fazer-se
necessariamente por lei formal, e não por quaisquer outras fontes
normativas.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado. A legalidade pode emanar de diversos fontes de
regulação, por exemplo, Decretos,
Regulamentos, Portarias.
DECRETO Nº 1.171/1994 (CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO
CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL)
DECRETO N° 1.171 DE 22 DE JUNHO DE 1994
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal.
Consolidando um padrão de comportamento ético,
merece destaque o Decreto nº 1.171/1994 (Código de
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal),
o qual será estudado a partir deste ponto.
Considerados os princípios administrativos basilares
do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma
específico que estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos,
qual seja o Decreto n° 1.171/94. Trata-se do chamado Código de Ética do
Servidor Público, o
qual disciplina normas éticas aplicáveis a esta categoria
de profissionais, assemelhando-se no formato aos Códigos de Ética que
costumam ser adotados para variadas categorias profissionais (médicos,
contadores...), mas
diferenciando-se destes por possuir o caráter jurídico,
logo, coativo.
A respeito dos motivos que ensejam a criação de um
Código de Ética, tem-se que “as relações de valor que
existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos
da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador. Tal
conjunto racional, com o propósito de estabelecer linhas ideais éticas,
já é uma aplicação
desta ciência que se consubstancia em uma peça magna,
como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupamentos sociais.
Uma espécie de contrato de classe gera
o Código de Ética Profissional e os órgãos de fiscalização
do exercício passam a controlar a execução de tal peça
magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um
indivíduo perante seu grupo e o todo social. O interesse
no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a
ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de
cada profissional [...], mas com proveito
geral. Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética
e de uma educação pertinente que conduza à vontade
de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina
da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas
mais remotas, e é uma tendência natural na vida das comunidades. É
inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua forma de realizar seu
trabalho, mas também o
é que uma norma comportamental deva reger a prática
profissional no que concerne a sua conduta, em relação
a seus semelhantes” 34. Logo, embora se reconheça que o
indivíduo tem particularidades no desempenho de suas
funções, isto é, que emprega algo de sua personalidade no exercício
delas, cabe o estabelecimento de um rol
de condutas padronizadas genericamente, as quais correspondem ao melhor
desempenho profissional que se
pode ter, um desempenho ético.
34 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
35 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
36 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011.
37 AZEVEDO, Márcio. Ética no serviço público federal. Disponível
em:
<http://portal.damasio.com.br/Arquivos/Material/AulasOnline_MarcioAzevedo
1.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2013.
esta capacidade constitucional. Atualmente, com a nova
redação do art. 84, inciso VI, dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
11 de setembro de 2001, é possível
falar em Decreto Autônomo. Isto é: é possível falar em
Decreto como norma primária, para fins de dispor sobre
organização e funcionamento da Administração Pública
Federal, quando não houver aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos, e também para
extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. Somente uma grande
força de interpretação, que chegaria
a ultrapassar os limites constitucionais do art. 84, VI, da
CF/88, poderia aceitar que a criação de normas de conduta para servidores
públicos estaria inserta na organização e funcionamento da Administração
Pública Federal.
Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apareceu verdadeiramente
no ordenamento jurídico nacional
em 11 de setembro de 2001, e o Decreto nº 1.171 é de
22 de junho de 1994, quando não havia no ordenamento jurídico o Decreto
como norma primária. Por isso, o
Decreto nº 1.171 não impõe coerção quanto às normas
materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação
às normas processuais, como a obrigação de criação de
Comissão de Ética por todas as entidades e órgãos públicos federais”.
Não se corrobora, em parte, o entendimento. O fato
dos decretos autônomos terem surgido após o Decreto
nº 1.171/94 não o transforma em norma primária, realmente. Contudo,
trata-se de uma norma secundária que
encontra bases em normas primárias, quais sejam a Lei
nº 8.112/90 e a Lei nº 8.429/92: na prática, todas as diretrizes
estabelecidas no Código de Ética são repetidas
em leis federais e decorrem diretamente do texto constitucional. Assim, a
adoção da forma de decreto não significa, de forma alguma, que suas
diretrizes não sejam
obrigatórias: o servidor público federal que desobedecê-las estará
sujeito à apuração de sua conduta perante
a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações
ao processo administrativo disciplinar, podendo gerar
até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de censura nos casos menos
graves. Não obstante, o respeito
ao Código gera reconhecimento e é verificado para fins
de promoção. Isso sem falar na total efetividade das regras determinantes
da instituição de Comissões de Ética.
Fica Dica.
O Decreto nº 1.171/1994 não é autônomo e
se vincula às disciplinas da Lei nº 8.112/1990
– Regime Jurídico dos Servidores Públicos
Civis Federais e da Lei nº 8.429/1992 – Lei de
Improbidade Administrativa.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo
em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como
nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro
de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de
junho de 1992,
“Para que um Código de Ética Profissional seja organizado, é preciso,
preliminarmente, que se trace a sua base
filosófica. Tal base deve estribar-se nas virtudes exigíveis
a serem respeitadas no exercício da profissão, e em geral
abrange as relações com os utentes dos serviços, os colegas, a classe e a
nação. As virtudes básicas são comuns
a todos os códigos. As virtudes específicas de cada profissão representam
as variações entre os diversos estatutos éticos. O zelo, por exemplo, é
exigível em qualquer
profissão, pois representa uma qualidade imprescindível
a qualquer execução de trabalho, em qualquer lugar. O
sigilo, todavia, deixa de ser necessário em profissões que
não lidam com confidências e resguardos de direitos” 35.
Por exemplo, o servidor público tem o dever de zelo, genérico, e o dever
de sigilo, específico, já que tem acesso a
informações privilegiadas no exercício do cargo.
Tomadas estas premissas, vale lembrar que o Código
de Ética foi expedido pelo Presidente da República, considerada a
atribuição da Constituição Federal para dispor
sobre a organização e o funcionamento da administração pública federal,
conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal: “IV - sancionar,
promulgar e fazer publicar
as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a)
organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de
funções ou cargos públicos, quando vagos”. Exatamente por causa desta
atribuição que o Código de Ética em
estudo adota a forma de decreto e não de lei, já que
as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso
Nacional).
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado
exercício de poder regulamentar inerente ao Executivo,
que se perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam factíveis decretos
autônomos36, não é o caso do decreto em estudo, o qual encontra conexão
com diplomas
como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servidores
públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade
administrativa), além da Constituição Federal. Assim, o
Decreto nº 1.171/94 não é autônomo!
Ainda assim, inegável que o decreto impõe normas
de conduta, o que gera controvérsias sobre o nível de
obrigatoriedade dele. Autores como Azevedo37 se posicionam pela
inconstitucionalidade do Decreto: “O Decreto 1171 é inconstitucional, na
medida em que impõe regras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei
Máxima
diz, no seu art. 5º, diz que ‘ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’
e que ‘não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal’. Esta lei citada pelo art.
5º é a norma primária, não podendo ser confundida com
a possibilidade de ser imposta normas de conduta pela
norma secundária. Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de conduta
a alguém via Decreto, que é
uma norma secundária, porque só a norma primária tem
15
DECRETA:
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que
com este baixa.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
dias, as providências necessárias à plena vigência do
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da
respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados
titulares de cargo efetivo ou
emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
República, com a indicação dos
respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência
e 106° da República.
ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim
16
Os principais elementos que podem ser extraídos do
preâmbulo do Código de Ética são:
Trata-se de um diploma expedido pelo Presidente
da República à época e, como tal, permanece válido até
que seja revogado, isto é, até sobrevir outro de conteúdo incompatível
(revogação tácita) ou até outro decreto ser expedido para substituí-lo
(revogação expressa).
O decreto aceita, ainda, reformas e revogações parciais:
no caso, destaca-se o Decreto n° 6.029/07, que revogou
alguns incisos do Código e que será estudado oportunamente.
Parâmetros para o conteúdo do decreto: os incisos do
artigo 84, já citados anteriormente, remetem ao poder
regulamentar o Executivo; os artigos da Lei n° 8.112/90
referem-se aos deveres e proibições do servidor público
federal; os artigos da Lei n° 8.429/92 tratam dos atos de
improbidade administrativa.
A partir da aprovação do Código de Ética, ele se tornou obrigatório a
todas as esferas da atividade pública.
Daí a obrigação de instituir o aparato próprio ao seu
cumprimento, inclusive mediante criação das Comissões
de Ética, as quais não podem ser compostas por servidores temporários.
O decreto conferiu um prazo para cada uma das entidades da administração
pública federal direta ou indireta para constituir em seu âmbito uma
Comissão de
Ética que irá apurar as infrações ao Código de Ética. Com
efeito, não há nenhuma facultatividade quanto ao dever
de respeito ao Código de Ética, pois ele se aplica tanto
na administração direta quanto na indireta. A Comissão
de Ética será composta por: três servidores ou empregados titulares de
cargo efetivo ou emprego permanente. A constituição (quando foi criada) e
a composição
(quem a compõe) da Comissão deverão ser informadas
à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
República.
ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas
O Direito como valor do justo é estudado pela Filosofia do Direito na
parte denominada Deontologia Jurídica,
ou, no plano empírico e pragmático, pela Política do Direito38.
Deontologia é uma das teorias normativas segundo as quais as escolhas são
moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre
as teorias morais que orientam nossas escolhas sobre
o que deve ser feito, considerada a moral vigente. Por
sua vez, a deontologia jurídica é a ciência que cuida dos
deveres e dos direitos dos operadores do Direito, bem
como de seus fundamentos éticos e legais, consolidando o valor do justo.
Por isso, os incisos que se seguem
traduzem o comportamento moral esperado do servidor
público não só enquanto desempenha suas funções, mas
também em sua vida social.
Deontologia é, assim, a teoria do dever no que diz
respeito à moral; conjunto de deveres que impõe a certos profissionais o
cumprimento da sua função. Pode-se
dizer ainda que a deontologia consiste no conjunto de
regras e princípios que regem a conduta de um profissional, uma ciência
que estuda os deveres de uma determinada profissão. O profissional
brasileiro está sujeito
a uma deontologia própria a regular o exercício de sua
profissão conforme o Código de Ética de sua classe. O
Direito é o mínimo de moral para que o homem viva em
sociedade e a deontologia dele decorre posto que trata
de direitos e deveres dos profissionais que estejam sujeitos a
especificidade destas normas.
O Código de Ética cria regras deontológicas de ética,
isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da
moral, daí porque não se preocupa com a previsão de
punição e processo disciplinar contra o servidor antiético, apesar de, na
maioria das vezes, haver coincidência
entre a conduta antiética e a necessidade de punição administrativa. A
verdadeira intenção do Código de Ética
foi estimular os órgãos e entidades públicas federais a
promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as
discussões que dela se extrai, permeie amiúde as repartições, até com
naturalidade.
“Muitas são as virtudes que um profissional precisa ter
para que desenvolva com eficácia seu trabalho. Em verdade, múltiplas
exigências existem, mas entre elas, destacam-se algumas, básicas, sem as
quais se impossibilita
a consecução do êxito moral. Quase sempre, na maioria
dos casos, o sucesso profissional se az acompanhar de
condutas fundamentais corretas. Tais virtudes básicas são
comuns a quase todas as profissões [...]. Virtudes básicas
profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quais
não se consegue a realização de um exercício ético competente, seja qual
for a natureza do serviço prestado. Tais
virtudes devem formar a consciência ética estrutural, os
alicerces do caráter e, em conjunto, habilitarem o profissional ao êxito
em seu desempenho” 39.
38 REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
2002.
39 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
Primeiramente, vale compreender o sentido de algumas palavras do inciso:
por dignidade, deve-se entender
autoridade moral; por decoro, compostura e decência;
por zelo, cuidado e atenção; por eficácia, a produção do
efeito esperado.
Na verdade, tudo isto abrange o que o inciso chama
de consciência dos princípios morais: sei que devo agir
de modo que inspire os demais que me rodeiam, isto
é, exatamente como o melhor cidadão de bem; no desempenho das minhas
funções, devo me manter sério e
comprometido, desempenhando cada uma das atribuições recebidas com o
maior cuidado e atenção possível,
evitando erros, de modo que o serviço que eu preste seja
o melhor que eu puder prestar.
Não basta que o funcionário aja desta forma no exercício de suas funções,
porque ele participa da sociedade
e fica conhecido nela. O desempenho de cargo público,
por sua vez, faz com que ele seja visto de outra forma
pela sociedade, que espera dele uma conduta ilibada,
ou seja, livre de vícios e compulsões. Discrição é a palavra-chave para a
vida particular do servidor público,
preservando a instituição da qual faz parte. Por exemplo,
quem se sentiria bem em ser atendido por um funcionário que é sempre
visto embriagado em bares ou provocando confusões familiares, por mais
que os serviços por
ele desempenhados sejam de qualidade?
O comportamento ético do servidor público na sua
vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo,
houver uma razoável exigência do servidor se comportar
moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreiras
típicas de Estado. O que dizer então do Decreto nº 1.171,
de 1994, que impõe o comportamento ético e moral de
todo e qualquer servidor, na sua vida particular, independentemente da
natureza do seu cargo? Quando tal
Código estabelece, logo no Capítulo I do Anexo, algumas “Regras
Deontológicas”, quer dizer que o servidor
público está envolto em um sistema onde a moral tem
forte influência no desenvolvimento da sua carreira pública. Assim, quem
passa pelo serviço público sabe ou
2010.
40 KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução Paulo Barrera. São
Paulo: Ícone, 2005, p. 32.
deveria saber que a promoção profissional e o adequado
cumprimento das atribuições do cargo estão condicionados também pela
ética e, assim, pelo comportamento
particular do servidor.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
Este inciso traz alguns binômios abrangidos pelo conceito de ética que se
contrapõem. Com efeito, o servidor deve sempre escolher o conveniente, o
oportuno,
o justo e o honesto. No caso, parte-se das escolhas de
menor relevância para aquelas fundamentais, que envolvem a opção pelo
justo e honesto. Estes são os principais
valores morais exigidos pelo inciso. Quando se fala que é
preciso escolher acima de tudo entre honesto e desonesto, evidencia-se
que o Código busca mais do que o respeito à lei, e sim a efetiva ação
conforme a moralidade.
Vale destacar o artigo 37 da Constituição Federal, ao
qual o inciso em estudo faz remissão.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: [...]
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Nota-se que o inciso faz referência ao §4°, que traz as
consequências dos atos de improbidade administrativa, que poderão variar
conforme o grau de gravidade
(uma das sanções possíveis é a de obrigar o servidor a
devolver o dinheiro aos cofres públicos, o que se entende por ressarcir o
erário).
III - A moralidade da Administração Pública não se
limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre
a legalidade e a finalidade,
na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do
ato administrativo.
Bem e mal são conceitos que transcendem a esfera
particular. O servidor público não deve pensar por uma
pessoa, mas por toda a sociedade. Assim, não se deve
agir de uma forma para beneficiar um particular - ainda
que isso possa ser um bem para ele, é injusto para com
a sociedade que uma pessoa seja tratada melhor que a
outra. O fim da atitude do servidor é o bem comum, ou
seja, o bem da coletividade. O coletivo sempre deve prevalecer sobre o
particular.
Por isso, o servidor deve equilibrar a legalidade, que
é o respeito ao que a lei determina, e a finalidade, que
é a busca do fim da preservação do bem comum. Assim,
o respeito à lei é fundamental, mas a atitude do servidor
Para bem compreender o conteúdo dos incisos que
se seguem, é importante pensar: se eu fosse a pessoa
buscando atendimento no órgão público em questão,
como eu gostaria de ser tratado? Qual o tipo de funcionário que eu
gostaria que fosse responsável pela solução
do meu problema? Enfim, basta lembrar da regra de ouro
da moralidade, pela qual eu somente devo fazer algo se
racionalmente desejar que todas as pessoas ajam da
mesma forma - inclusive em relação a mim, ou seja, “age
de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer-te
sempre como princípio de uma legislação universal”40.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
princípios morais são primados maiores que
devem nortear o servidor público, seja no exercício do
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do
próprio poder estatal. Seus atos,
comportamentos e atitudes serão direcionados para
a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
17
não pode cair numa burocratização sem sentido, ou seja,
o respeito às minúcias da lei não pode prejudicar o bem
comum, sob pena de violar a moralidade.
IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos
direta ou indiretamente por todos,
até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a
moralidade administrativa se integre no
Direito, como elemento indissociável de sua aplicação
e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência,
em fator de legalidade.
18
O servidor público deve colocar de lado seus interesses egoísticos e
buscar a aplicação da moralidade no
Direito, lembrando que quem paga pelos seus serviços
é a sociedade como um todo. “Parece ser uma tendência do ser humano, como
tem sido objeto de referência
de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar,
seus interesses próprios, quando, entretanto, esses são
de natureza pouco recomendável, ocorrem seriíssimos
problemas. Quando o trabalho é executado só para auferir renda, em geral,
tem seu valor restrito. Por outro
lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de
terceiros, dentro de vasto raio de ação, com
consciência do bem comum, passa a existir a expressão
social do mesmo. O valor ético do esforço é, pois, variável de acordo com
seu alcance em face da comunidade.
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente,
tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela
preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua
comunidade e muito menos com a sociedade. [...] O egoísmo desenfreado
pode atingir um número
expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o
destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias
poderosas, preocupadas apenas com
seus lucros. [...] Sabemos que a conduta do ser humano
tende ao egoísmo, repetimos, mas, para os interesses
de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se
acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas
em princípios de virtude. Como só a atitude virtuosa tem
condições de garantir o bem comum, a Ética tem sido o
caminho justo, adequado, para o benefício geral” 41.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade
deve ser entendido como acréscimo
ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado
como seu maior patrimônio.
O cidadão paga impostos e demais tributos apenas
para que o Estado garanta a ele a prestação do melhor
serviço público possível, isto é, a manutenção de uma sociedade justa e
bem estruturada. O mesmo dinheiro que
sai dos bolsos do cidadão, inclusive do próprio servidor
público, é o que remunera os serviços por ele prestados.
Por isso, agir contra a moral é insultante, mais que um
aproveitamento da máquina estatal, é um desrespeito
ao cidadão honesto que paga parte do que recebe ao
Estado.
Assim, para bem aplicar o Direito é preciso agir conforme a moralidade
administrativa, sob pena de mais que
violar a lei, também desrespeitar o bem comum e prejudicar a sociedade
como um todo - inclusive a si próprio.
41 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
No mais, chama-se atenção à vedação de que o servidor receba do
particular qualquer verba extra: sua
remuneração já é paga pelo particular, por meio dos impostos, não devendo
pretender mais do que aquilo. Isto
não significa que o patrimônio do servidor seja apenas o
seu salário - há um patrimônio inerente à boa prestação
do serviço, proporcionando a melhoria da sociedade em
que vive.
VI - A função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta
do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
vida funcional.
Reiterando o que foi dito no inciso I, o Código de Ética lembra que um
funcionário público carrega consigo a
imagem da administração pública, ou seja, não é servidor público apenas
quando está desempenhando suas
funções, mas o tempo todo. Por isso, não importa ser o
melhor funcionário público da repartição se a vida particular estiver
devassada, isto é, se não agir com discrição,
coerência, compostura e moralidade também na vida
particular. Isso implica em ser um bom pai/mãe, uma
pessoa livre de vícios, um cidadão reservado e cumpridor
de seus deveres sociais.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou
interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a
negar.
Como visto, a publicidade é um princípio basilar da
administração pública, ao lado da moralidade. Como tal,
caminha lado a lado com ela. Não cabe ao servidor público negar o acesso
à informação por parte do cidadão,
salvo em situações especiais. Nota-se que “quando benefícios morais se
fazem exigíveis, especificamente, para
um desempenho de labor, forçoso é cumpri-los; só podemos justificar o não
cumprimento quando fatores de
ordem muito superior o possam impedir, pois o descumprimento será sempre
uma lesão à consciência ética” 42.
FIQUE ATENTO!
O dispositivo autoriza que os atos administrativos não sejam públicos em
situações
excepcionais, quais sejam segurança nacional, investigações policiais e
interesse superior do Estado e da Administração Pública.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública.
Nenhum Estado pode crescer ou
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
42 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Mentir é uma atitude contrária à moralidade esperada do servidor público,
ainda mais se tal mentira se
referir à função desempenhada, por exemplo, negando
a prática de um ato ou informando erroneamente um cidadão. Não existe uma
hipótese em que mentir é aceito:
não importa se dizer a verdade implicará em prejuízo
à Administração Pública.
Se o Estado errar, e isso pode acontecer, não deverá
se eximir de seu erro com base em uma mentira, pois isto
ofende a integridade dos cidadãos e da própria Nação.
Para ser um bom país, não é preciso se fundar em erros
ou mentiras, mas sim se esforçar ao máximo para evitá-los e corrigi-los.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não
constitui
apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações
ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
esforços para construí-los.
Quem nunca chegou a uma repartição pública ou
cartório e recebeu um tratamento ruim por parte de um
funcionário? Infelizmente, esta é uma atitude comum no
serviço público. Contudo, o esperado do servidor é que
ele atenda aos cidadãos com atenção e boa vontade,
fazendo tudo o possível para ajudá-lo, despendendo o
tempo necessário e tomando as devidas cautelas.
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do direito
obrigacional, uma vez que a principal
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o
pagamento de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, quem
pratica um ato ou incorre em omissão
que gere dano deve suportar as consequências jurídicas
decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.43
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal,
podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até
os limites da herança, embora existam reflexos na ação
que apure a responsabilidade civil conforme o resultado
na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de autoria
impede a condenação na esfera cível, ao
passo que uma absolvição por falta de provas não o faz).
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil se encontram no
art. 186 do Código Civil: “aquele que,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo
central do instituto da responsabilidade civil, que tem
como elementos: ação ou omissão voluntária (agir como
não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou
dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma viola43 GONÇALVES, Carlos
Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.
ção de direito e culpa é a falta de diligência), nexo causal
(relação de causa e efeito entre a ação/omissão e o dano
causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo agente,
que pode ser individual ou coletivo, moral ou material,
econômico e não econômico).
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: “As
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa”. Este artigo deixa
clara a formação de uma relação jurídica autônoma entre o Estado e o
agente público que causou o dano no
desempenho de suas funções. Nesta relação, a responsabilidade civil será
subjetiva, ou seja, caberá ao Estado
provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual foi
anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso
é justamente o direito de acionar o causador direto do
dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, considerada a
existência de uma relação obrigacional que se
forma entre a vítima e a instituição que o agente compõe.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente causar aos membros da
sociedade, mas se este agente
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que
foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
condutas incompatíveis com o comportamento ético
dele esperado.44
A responsabilidade civil do servidor exige prévio processo administrativo
disciplinar no qual seja assegurado
contraditório e ampla defesa.
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com
culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor
que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro
(administrado), o servidor terá o dever de indenizar.
Mais do que incômodo, maltratar um cidadão que
busca atendimento pode caracterizar dano moral, isto
é, gerar tamanho abalo emocional e psicológico que implique num dano.
Apesar deste dano não ser econômico,
isto é, de a dor causada não ter meio de compensação
financeiro que a repare, o juiz estabelecerá um valor que
a compense razoavelmente.
Por sua vez, deteriorar o patrimônio público caracteriza dano material.
No caso, há um correspondente financeiro direto, de modo que a condenação
será no sentido
de pagar ao Estado o equivalente ao bem destruído ou
deteriorado.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que
compete ao setor em que exerça
suas funções, permitindo a formação de longas filas,
ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave
dano moral aos usuários dos serviços públicos.
Este inciso é um desdobramento do inciso anterior,
descrevendo um tipo específico de conduta imoral com
relação ao usuário do serviço público, qual seja a de deixá-lo esperando
por atendimento que seja de sua competência. Claro, a espera é algo
natural, notadamente
quando o atendimento estiver sobrecarregado. O que o
44 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011.
erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a
dignidade humana quanto mais a
de uma Nação.
19
inciso pretende vetar é que as filas se alonguem quando
o servidor enrola no atendimento, enfim, age com preguiça e desânimo.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu
cumprimento, e, assim, evitando a conduta
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho
da função pública.
20
Dentro do serviço público há uma hierarquia, que
deve ser obedecida para a boa execução das atividades.
Seria uma desordem se todos mandassem e se cada qual
decidisse que função iria desempenhar. Por isso, cabe
o respeito ao que o superior determina, executando as
funções da melhor forma possível.
“A razão pela qual se exige uma disciplina do homem
em seu grupo repousa no fato de que as associações
possuem, por suas naturezas, uma necessidade de equilíbrio que só se
encontra quando a autonomia dos seres
se coordena na finalidade do todo. É a lei dos sistemas
que se torna imperiosa, do átomo às galáxias, de cada indivíduo até sua
sociedade. [...] Cada ser, assim como a somatória deles em classe
profissional, tem seu comportamento específico, guiado pela
característica do trabalho
executado. Cada conjunto de profissionais deve seguir
uma ordem que permita a evolução harmônica do trabalho de todos, a partir
da conduta de cada um, através de
uma tutela no trabalho que conduza a regularização do
individualismo perante o coletivo” 45.
Negligência é a omissão no agir como se deve, isto é,
é deixar de fazer aquilo que lhe foi atribuído. As condutas
negligentes devem ser evitadas, de modo que os erros
sejam minimizados, a atenção seja uma marca do serviço
e a retidão algo sempre presente. Imprudência, por sua
vez, é o agir sem cuidado, sem zelo, causando prejuízo
ao serviço público.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é
fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à
desordem nas relações
humanas.
O servidor público tem obrigação de comparecer religiosamente em seu
local de trabalho no horário determinado. Todas as ausências devem ser
evitadas e, quando
inevitáveis, devem ser justificadas.
Os demais funcionários e a sociedade sempre ficam atentos às atitudes do
servidor público e qualquer
percepção de relaxo no desempenho das funções será
observada, notadamente no que tange a ausências frequentes.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e
cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
O bom desempenho das funções a o agir conforme o
esperado pela sociedade implica numa boa imagem do
servidor público, o que permite que ele receba apoio dos
demais quando realmente precisar.
45 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
“É inequívoco que o trabalho individual influencia
e recebe influências do meio onde é praticado. Não é,
pois, somente em seu grupo que o profissional dá sua
contribuição ou a sonega. Quando adquire a consciência
do valor social de sua ação, da vontade volvida ao geral,
pode realizar importantes feitos que alcançam repercussão ampla” 46.
As regras ontológicas do Código de Ética trazem uma
concepção abrangente de deveres comportamentais do
servidor público, que adiante são aprofundadas de forma
mais específica do inciso XIV.
Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
Embora se trate de outra seção do Código de Ética, há
continuidade no tratamento do agir moral esperado do
servidor público. No caso, são elencados alguns deveres
essenciais que devem ser obedecidos.
“Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para
o desempenho eficaz da profissão são deveres éticos.
Sendo o propósito do exercício profissional a prestação
de uma utilidade a terceiros, todas as qualidades pertinentes à
satisfação da necessidade, de quem requer a
tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempenho. Logo, um
complexo de deveres envolve a vida profissional, sob os ângulos da
conduta a ser seguida para a
execução de um trabalho” 47.
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
função ou emprego público de que seja titular;
Cabe ao servidor público desempenhar todas as atribuições inerentes à
posição de que seja titular.
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações
procrastinatórias, principalmente
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
na prestação dos serviços pelo setor em que exerça
suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao
usuário;
O desempenho de funções deve se dar de forma
eficiente. Situações procrastinatórias são aquelas que
adiam a prestação do serviço público. Procrastinar significa enrolar,
adiar, fugir ao dever de prestar o serviço, lerdear. Cabe ao servidor
público não deixar para amanhã o
que pode fazer no dia e agilizar ainda mais o seu serviço
quando houver acúmulo de trabalho ou de filas, inclusive
para evitar dano moral ao cidadão.
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de
duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum;
46 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
47 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da
gestão dos bens, direitos e serviços
da coletividade a seu cargo;
Prestar contas é uma atitude obrigatória por parte de
todos aqueles que cuidam de algo que não lhe pertence. No caso, o
servidor público cuida do patrimônio do
Estado. Por isso, sempre deverá prestar contas a respeito
deste patrimônio, relatando a sua situação e garantindo
que ele seja preservado.
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato
com o público;
A atitude ética esperada do servidor público consiste em exercer suas
funções de forma adequada, sempre
atendendo da melhor forma possível os usuários.
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;
Os funcionários públicos nunca podem perder de vista o dever ético que
eles possuem com relação à sociedade como um todo, que é o de respeito à
moralidade
insculpida no texto constitucional. “A consciência ética
busca ser cidadã e, por isso, faz da honestidade pessoal
um caminho certo para a ética pública. Vivendo numa
República, estamos tratando da ‘coisa pública’, do que é
de todos; isso requer vida administrativa e política transparente, numa
disposição a colocar-se a serviço de toda
a coletividade”48.
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço
público, sem
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça,
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político
e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
Para bem atender os usuários, é preciso tratá-los com
igualdade, sem preconceitos de qualquer natureza. Vale
lembrar que o tratamento preconceituoso e mal-educado caracteriza dano
moral, cabendo reparação.
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor
de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
contratantes, interessados e outros que visem
obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência
de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
48 AGOSTINI, Frei Nilo. Ética: diálogo e compromisso. São
Paulo: FTD, 2010.
O respeito à hierarquia é algo necessário ao setor público, pois se ele
não existisse as atividades seriam desempenhadas de forma desorganizada,
logo, ineficiente.
Isso não significa, contudo, que o servidor deva obedecer a todas as
ordens sem questioná-las, notadamente
quando perceber que a atitude de seu superior contraria
os interesses do bem comum, nem que deva ter medo
de denunciar atitudes antiéticas de seus superiores ou
colegas.
São atitudes que não podem ser aceitas por parte dos
superiores ou de pessoas que contratem ou busquem
serviços do poder público: obtenção de favores, benefícios ou vantagens
indevidas, imorais, ilegais ou antiéticas.
Ao se deparar com estas atitudes, deverá denunciá-las.
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas
da defesa da vida e da segurança coletiva;
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores
públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela preservação
da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação
específica para
os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral
de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n°
7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20).
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente
em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo
e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os
métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
Os três incisos acima reiteram deveres constantemente enumerados pelo
Código de Ética como o de comparecimento assíduo e pontual no local de
trabalho, o
de comunicação de atos contrários ao interesse público (inclusive os
praticados por seus superiores) e o de
preservação do local de trabalho (mantendo-o limpo e
organizado).
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria
do exercício de suas funções,
tendo por escopo a realização do bem comum;
Frequentemente, são promovidos cursos de aperfeiçoamento pela própria
instituição, sem contar aqueles
disponibilizados por faculdades e cursos técnicos. Cabe
ao servidor público participar sempre que for benéfico à
melhoria de suas funções.
“O valor do exercício profissional tende a aumentar à
medida que o profissional também aumentar sua cultura, especialmente em
ramos do saber aplicáveis a todos
os demais, como são os relativos às culturas filosóficas,
matemáticas e históricas. Uma classe que se sustenta em
elites cultas te garantida sua posição social, porque se
habilita às lideranças e aos postos de comando no poder. A especialização
tem sua utilidade, seu valor, sendo
impossível negar tal evidência [...]”49.
Honestidade, retidão, lealdade e justiça são valores
morais consolidados na sociedade, refletindo o caráter
da pessoa. O servidor público deve erigir tais valores,
sempre fazendo a melhor escolha para a coletividade.
49 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Pau-
21
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da
função;
A roupa vestida pelo servidor público também reflete sua autoridade moral
no exercício das funções. Por
exemplo, é absurdo chegar ao local de trabalho utilizando bermuda e
chinelo, refletindo uma imagem de descaso do serviço público. As roupas
devem ser sóbrias,
compatíveis com a seriedade esperada da Administração
Pública e de seus funcionários.
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções;
Nesta seção, são descritas algumas atitudes que contrariam as diretrizes
do Código de Ética. Trata-se de um
rol exemplificativo, ou seja, que pode ser ampliado por
um juízo de interpretação das regras éticas até então estudadas.
A regulamentação das funções exercidas pelos órgãos administrativos está
sempre mudando, cabendo ao
servidor público se manter atualizado.
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto
possível, com critério, segurança e
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
O cargo público é para a sociedade, não para o indivíduo. Por isso, ele
não pode se beneficiar dele indevidamente. A esta descrição corresponde o
tipo criminal
da corrupção passiva, prescrito no Código Penal em seu
artigo 317 nos seguintes termos:
A alínea reflete uma síntese do agir moral esperado
do servidor público, refletindo a prestação do serviço
com eficiência e respeito à lei, atendendo ao bem comum.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por
quem de direito;
As atividades de fiscalização são usuais no serviço
público e, por isso, os ficais devem ser bem atendidos,
cabendo ao servidor demonstrar que as atividades atribuídas estão sendo
prestadas conforme a lei determina.
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
Prerrogativas funcionais são garantias atribuídas pela
lei ao servidor público para que ele possa bem desempenhar suas funções.
Não cabe exercê-las a torto e direito,
é preciso ter razoabilidade, moderação. Assim, quando
invocá-las, o servidor público será levado a sério.
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo
que observando as formalidades
legais e não cometendo qualquer violação expressa à
lei;
O servidor público deve agir conforme a lei determina, observando-a
estritamente, preservando assim os interesses da sociedade.
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu
integral cumprimento.
O Código de Ética é o principal instrumento jurídico
que trata das atitudes do servidor público esperadas e
vedadas. É preciso obedecer suas diretrizes e aconselhar
a sua leitura àqueles que o desconheçam.
lo: Atlas, 2010.
22
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
XV - É vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si
ou para outrem;
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
servidores ou de cidadãos que deles dependam;
Causar intrigas no trabalho, fazer fofocas e se negar a
ajudar os demais cidadãos que busquem atendimento é
uma clara violação ao dever ético.
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou
infração a este Código de Ética ou
ao Código de Ética de sua profissão;
Como visto, é dever do servidor público denunciar
aqueles que desrespeitem o Código de Ética, bem como
obedecê-lo estritamente. Não deve pensar que cobrir
o erro do outro é algo solidário, porque todos os erros
cometidos numa função pública são prejudiciais à sociedade.
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
ou material;
O trabalho não deve ser adiado, mas sim prestado de
forma rápida e eficaz, sob pena de causar dano moral ou
material aos usuários e ao Estado.
Na esfera penal, pode incidir no crime de prevaricação (art. 319, CP):
Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento
pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
A incorporação da tecnologia aos serviços públicos,
aproximando-o da sociedade, é chamada de governança
eletrônica. Cabe ao servidor público saber lidar bem com
tais tecnologias, pois elas melhoram a qualidade do serviço prestado.
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões
ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os
jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
O funcionário público deve agir com impessoalidade
na prestação do serviço, tratando todas as pessoas igualmente, tanto os
usuários quanto os colegas de trabalho.
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de
ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie,
para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão
ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
A remuneração do servidor público já é paga pelo
Estado, fomentada pelos tributos do contribuinte. Não
cabe ao servidor buscar bônus indevidos pela prestação
de seus serviços, seja solicitando (caso que caracteriza
crime de corrupção - art. 317, CP), seja exigindo (restando presente o
crime de concussão - art. 316, CP). Caso o
faça, se sujeitará às penas cíveis, penais e administrativas.
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências;
Caso o faça, além das sanções cíveis e administrativas,
incorre na prática do crime de alterar ou deturpar (modificar, alterar
para pior; desfigurar; corromper; adulterar)
dados de documentos pode configurar o crime previsto
no artigo 313-A, do Código Penal:
Inserção de dados falsos em sistema de informações
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para
outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2
(dois) a 12 (doze) anos, e multa.
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
do atendimento em serviços públicos;
Como visto, o funcionário público deve atender com
eficiência o usuário do serviço, prestando todas as informações da
maneira mais correta e verdadeira possível,
sem mentiras ou ilusões.
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
Todos os servidores públicos são contratados pelo Estado, devendo prestar
serviços que atendam ao seu interesse. Por isso, um servidor não pode
pedir ao seu subor-
dinado que lhe preste serviços particulares, por exemplo,
pagar uma conta pessoal em agência bancária, telefonar
para consultórios para agendar consultas, fazer compras
num supermercado.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente
autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
público;
Os bens que se encontram no local de trabalho pertencem à máquina estatal
e devem ser utilizados exclusivamente para a prestação do serviço
público, não podendo o funcionário retirá-los de lá. Se o fizer, responde
civil e administrativamente, bem como criminalmente
por peculato (art. 312, CP).
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo
a posse do dinheiro, valor ou
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato caracteriza-se pela subtração ou desvio, por
abuso de confiança, de dinheiro ou de coisa móvel apreciável
economicamente, para proveito próprio ou alheio,
por servidor público que o administra ou guarda.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros;
As informações que são acessadas pelo funcionário
público somente devem ser aproveitadas para o bom
desempenho das funções. Não cabe fazer fofocas, ainda
que sem nenhum interesse de obter privilégio econômico, ou seja, apenas
para aparentar importância por mera
vaidade pessoal. É possível que caracterize crime de violação de sigilo
funcional pois utilizar-se de informações
obtidas no âmbito interno da administração, nos casos
em que deva ser guardado sigilo pode caracterizar crime,
previsto no artigo 325, do Código Penal:
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
se o fato não constitui crime mais grave.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente;
Trata-se de ato típico de falta de decoro e retidão, valore morais
inerentes à boa prestação do serviço público.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a
honestidade ou a dignidade da
pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu
nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
23
O servidor público, seja na vida privada, seja no exercício das funções,
não deve se filiar a instituições que
contrariem a moral, por exemplo, que incitem o preconceito e a desordem
pública. Afinal, o servidor público é
um espelho para a sociedade, devendo refletir seus valores tradicionais.
CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma
Comissão de Ética, encarregada
de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do
servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
suscetível de
censura.
24
“Estabelecido um código de ética, para uma classe,
cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de
incorrer em transgressão, punível pelo órgão competente, incumbido de
fiscalizar o exercício profissional. [...] A
fiscalização do exercício da profissão pelos órgãos de
classe compreende as fases preventiva (ou educacional)
e executiva (ou de direta verificação da qualidade das
práticas). Grande parte dos erros cometidos derivam-se
em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou
seja, da educação insuficiente, e outra parte, bem menor,
deriva-se de atos propositadamente praticados. Os órgãos de fiscalização
assumem, por conseguinte, um papel relevante de garantia sobre a
qualidade dos serviços
prestados e da conduta humana dos profissionais” 50.
Com efeito, as Comissões de Ética possuem função
de orientação e aconselhamento, devendo se fazer
presentes em todo órgão ou entidade da administração
direta ou indireta.
A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar
sanções disciplinares contra os servidores Civis. Muito
pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar
a instauração desses processos, mediante trabalho de
orientação e aconselhamento. A finalidade do código de
ética consiste em produzir na pessoa do servidor público
a consciência de sua adesão às normas ético-profissionais preexistentes à
luz de um espírito crítico, para efeito
de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais
por parte de cada um e, em consequência, o resgate do
respeito ao serviço público e à dignidade social de cada
servidor. O objetivo deste código é a divulgação ampla
dos deveres e das vedações previstas, através de um trabalho de cunho
educativo com os servidores públicos
federais.
XVII - Revogado pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 25).
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados
da execução do quadro de carreira
dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para
o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos
os demais procedimentos próprios da carreira do servidor
público.
50 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
Além de orientar e aconselhar, a Comissão de Ética
fornecerá as informações sobre os funcionários a ela
submetidos, tanto para instruir promoções, quanto para
alimentar processo administrativo disciplinar.
XIX a XXI - Revogados pelo Decreto n° 6.029/07 (art.
25).
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de
censura e sua fundamentação constará
do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com
ciência do faltoso.
A única sanção que pode ser aplicada diretamente
pela Comissão de Ética é a de censura, que é a pena
mais branda pela prática de uma conduta inadequada
que seja praticada no exercício das funções. Nos demais
casos, caberá sindicância ou processo administrativo disciplinar, sendo
que a Comissão de Ética fornecerá elementos para instrução.
Censura é o poder do Estado de interditar ou restringir a livre
manifestação de pensamento, oral ou escrito,
quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vigente.
FIQUE ATENTO!
- Todas entidades da administração pública
federal direta ou indireta devem constituir
em seu âmbito uma Comissão de Ética que
irá apurar as infrações ao Código de Ética.
- A Comissão será composta por três servidores ou empregados titulares de
cargo
efetivo ou emprego permanente.
- A constituição (quando foi criada) e a
composição (quem a compõe) da Comissão
deverão ser informadas à Secretaria da Administração Federal da
Presidência da República.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as
entidades paraestatais, as empresas
públicas e as sociedades de economia mista, ou em
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
Este último inciso do Código de Ética é de fundamental importância para
fins de concurso público, pois define
quem é o servidor público que se sujeita a ele.
“Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho
executado, pela natureza do conhecimento exigido preferencialmente para
tal execução e
pela identidade de habilitação para o exercício da mesma. A classe
profissional é, pois, um grupo dentro da
sociedade, específico, definido por sua especialidade de
desempenho de tarefa” 51.
51 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por
exemplo, prestação de serviços como jurado ou mesário),
contrato (contratação direta, sem concurso público, para
atender a uma urgência ou emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o
caso da nomeação por aprovação
em concurso público) - enfim, não importa o instrumento
da vinculação à administração pública, desde que esteja
realmente vinculado;
b) Serviço prestado: permanente, temporário ou
excepcional - isto é, ainda que preste o serviço só por
um dia, como no caso do mesário de eleição, é servidor
público, da mesma forma que aquele que foi aprovado
em concurso público e tomou posse; com ou sem retribuição financeira -
por exemplo, o jurado não recebe
por seus serviços, mas não deixa de ser servidor público;
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à administração direta ou
indireta, isto é, a qualquer órgão que
tenha algum vínculo com o poder estatal. O conceito
é o mais amplo possível, abrangendo autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista, enfim, qualquer entidade
ou setor que vise
atender o interesse do Estado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO – CESPE – 2018)
Julgue o item seguinte,
relativo ao regime dos servidores públicos federais e à
ética no serviço público.
Comissões de ética são obrigatórias para todos os órgãos da administração
pública federal direta, sendo facultativas para entidades da
administração indireta.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado. A previsão de obrigatoriedade está
expressa no Decreto nº 1.171/1994 em seu inciso XVI:
“Em todos os órgãos e entidades da Administração
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer
órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser
criada uma Comissão de Ética [...]”.
2. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CONHECIMENTOS
BÁSICOS – CESPE – 2018) Considerando os conceitos,
princípios e valores da ética e da moral, bem como o disposto na Lei nº
8.429/1992, julgue o item a seguir.
A consciência moral deve nortear o comportamento do
servidor público, que deve sempre apresentar conduta
ética, ainda que receba ordem hierárquica superior que
lhe imponha conduta imoral e antiética.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo. O funcionário está subordinado em
sua conduta às leis e ao Código de Ética e não pode
desobedecê-los mesmo diante de ordens superiores.
2010.
A previsão decorre ainda do dever previsto no Decreto
nº 1.171/1994 em seu inciso XIV, “i”: “resistir a todas as
pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou
vantagens indevidas em decorrência
de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las”.
3. (SEDF – ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL –
ADMINISTRAÇÃO – CESPE – 2017) À luz da legislação que rege os atos
administrativos, a requisição dos
servidores distritais e a ética no serviço público, julgue o
seguinte item.
Servidor público apresentar-se ao trabalho com vestimentas inadequadas ao
exercício do cargo não constitui
vedação relativa a comportamento profissional e atitudes éticas no
serviço.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado. Preconiza o Decreto nº 1.171/1994
em seu inciso XIV, “p”: “São deveres fundamentais do
servidor público: [...] p) apresentar-se ao trabalho com
vestimentas adequadas ao exercício da função”.
REGIMENTO INTERNO DO CRESS-GO
CAPÍTULO I
DA JURISDIÇÃO, DA FINALIDADE E DA CONSTITUIÇÃO
Art. 1º – O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS)
19ª Região GO, regulamentado pela Lei nº 8.662, de
7 de junho de 1993 e posteriores alterações, constitui-se uma entidade
dotada de personalidade jurídica de
direito público, com jurisdição no Estado de Goiás.
Art. 2º – O CRESS é dotado de autonomia administrativa e financeira, sem
prejuízo de sua vinculação
ao Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e tem
como objetivo básico, disciplinar, orientar, fiscalizar e
defender o exercício da profissão de assistente social
em seu âmbito de jurisdição de acordo com os princípios e normas gerais
estabelecidos pelo Encontro Nacional CFESS/CRESS, e nos termos que dispõe
a Lei nº
8.662/1993 e suas alterações.
Art. 3º – O CRESS é constituído por 9 (nove) membros
efetivos (Presidente, Vice-Presidente, 2 (dois/duas)
Secretários/as, 2 (dois/duas) Tesoureiros/as, 3 (três)
membros do Conselho Fiscal) e de 9 (nove) membros
Suplentes), eleitos dentre os/as assistentes sociais inscritos no âmbito
de sua jurisdição, em pleno gozo de
seus direitos, por via direta para mandato de 3 (três)
anos, em gestão colegiada.
Parágrafo único – É permitida a reeleição dos/as conselheiros/as do CRESS
por uma única vez consecutiva,
sendo garantida a renovação de pelo menos 2/3 (dois
terços) de seus membros.
Elementos do conceito de servidor público:
25
Art. 4º – A aplicação do que dispõe a lei no que se
refere à orientação, disciplina, defesa e fiscalização do
exercício e das atividades da profissão de assistente
social, será exercida pelo CRESS no seu âmbito de jurisdição, sempre em
consonância com os princípios e
normas estabelecidas pelo órgão de deliberação máxima do Encontro
Nacional do Conjunto CFESS/CRESS,
de forma a assegurar a unidade de ação.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
26
Art. 5º – A estrutura do CRESS compreende as seguintes instâncias:
I – Assembleia Geral da categoria;
II – Conselho Pleno: órgão deliberativo;
III – Diretoria: órgão executivo;
IV – Conselho Fiscal: órgão fiscal.
Parágrafo primeiro – O CRESS constituirá em seu âmbito de jurisdição,
comissões, assessorias contratadas
ou em cargos de comissão e, ou conforme o caso, grupos de trabalho, de
apoio e núcleos.
Parágrafo segundo – Os núcleos são espaços de articulação e organização
dos/as assistentes sociais que
cumprem o papel de interiorização, descentralização
e democratização da gestão política do CRESS.
Art. 6º – A Assembleia Geral, instância deliberativa, é
composta dos/as assistentes sociais inscritos no âmbito de jurisdição do
CRESS, em pleno gozo de seus
direitos e quites com as anuidades, até o ano anterior,
com direito a voz e voto, sendo aberta também à participação de outros/as
assistentes sociais que não preencham os requisitos acima especificados,
estudantes
de Serviço Social, representantes das entidades da categoria e da
sociedade civil com direito a voz.
Art. 7º – A Assembleia Geral será convocada pelo Conselho Pleno do CRESS,
ordinariamente 2 (duas) vezes
por ano e, extraordinariamente, sempre que necessário, mediante
convocação por maioria simples do
Conselho Pleno do CRESS ou por solicitação de 1/5
(um quinto) dos/as assistentes sociais inscritos no
CRESS, e em pleno gozo de seus direitos.
Parágrafo único – As assembleias gerais ordinárias
serão realizadas, 1 (uma) antes, pelo menos 15 (quinze) dias, da
realização do Encontro Nacional CFESS/
CRESS e a outra, até 40 (quarenta) dias após.
Art. 8º – A convocação para a assembleia geral será
efetivada por meio de publicação em jornal de grande
circulação ou no DOE – Diário Oficial do Estado, edital
afixado na sede do CRESS e correspondência ou outro
meio de comunicação remetido a todos os inscritos no
CRESS, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
da data designada para a realização da Assembleia.
Art. 9º – O quórum mínimo para realização da Assembleia Geral será de 1/5
(um quinto) em 1ª (primeira) chamada e com qualquer número de presentes
na 2ª (segunda) chamada, decorridos 00h30 (trinta
minutos).
Art. 10 – O Conselho Pleno do CRESS compõe-se de
9 (nove) membros efetivos e 9 (nove) suplentes, assim
constituídos:
I – Presidente;
II – Vice-Presidente;
III – 1º (Primeiro) Secretário/a;
IV – 2º (Segundo) Secretário/a;
V – 1º (Primeiro) Tesoureiro/a;
VI – 2º (Segundo) Tesoureiro/a;
VII – 3 (três) membros efetivos do Conselho Fiscal;
VIII – 9 (nove) membros Suplentes.
Parágrafo único – Para efeito de deliberação de atos
oficiais, previstos como competência do Conselho Pleno e, em especial de
julgamento de processos disciplinares éticos, recursos, pedidos de
reconsideração,
em que envolvam direitos e obrigações de terceiros,
o Conselho Pleno só poderá deliberar com a presença
mínima de 6 (seis) e máxima de 9 (nove) membros e
decidirá por maioria de votos dos presentes.
Art. 11 – O Conselho Pleno do CRESS reunir-se-á:
I – ordinariamente, mensalmente, em data a ser estabelecida pela
Diretoria;
II – extraordinariamente, sempre que convocado
pelo/a Presidente, ou por solicitação da maioria simples de seus membros.
Parágrafo primeiro – As convocações deverão ser feitas por escrito com
antecedência mínima de 10 (dez)
dias, salvo em casos de urgência.
Parágrafo segundo – No ato da convocação, constará
sempre da pauta, a data, local e a hora da reunião.
Art. 12 – A Diretoria Executiva do CRESS será composta
pelo/a Presidente, o/a Vice-Presidente, 1º (Primeiro/a)
e 2º (Segundo/a) Secretário/as, e 1º (Primeiro/a) e 2º
(Segundo/a) Tesoureiro/as.
Parágrafo único – A Diretoria reunir-se-á quinzenalmente, ou seja, a cada
15 (quinze) dias.
Art. 13 – O Conselho Fiscal será composto por 3 (três)
membros efetivos.
Parágrafo primeiro – O Conselho Fiscal reunir-se-á ordinariamente na 1ª
(primeira) quinzena, ou seja, nos
1ºs (primeiros) 15 (quinze) dias de cada mês e, extraordinariamente,
sempre que necessário.
Parágrafo segundo – O Conselho Fiscal deliberará por
maioria de votos, assegurando-se, sempre, o direito de
declaração de voto.
Art. 14 – No caso de impedimento por falta, licença
ou vacância de cargos, as substituições na Diretoria se
farão na seguinte ordem:
I – O/A Presidente pelo/a Vice-Presidente;
II – O/A Vice-Presidente pelo/a 1º (Primeiro/a)
Secretário/a ou 1º (Primeiro/a) Tesoureiro/a;
III – O/A 1º (Primeiro/a) Secretário/a pelo/a 2º
(Segundo/a) Secretário/a;
IV – O/A 1º (Primeiro/a) Tesoureiro pelo/a 2º
(Segundo/a) Tesoureiro/a;
V – O/As Suplentes ocuparão os cargos de 2º
(Segundo/a) Secretário/a e 2º (Segundo/a)
Tesoureiro/a e as vacâncias do Conselho Fiscal, obedecida à ordem de
menção na chapa, salvo em situações
excepcionais a serem consideradas e deliberadas pelo
Conselho Pleno.
Art. 15 – O/A conselheiro/a que deixar de tomar posse do mandato terá o
prazo de 30 (trinta) dias, para
apresentar justificativa por escrito ao Conselho Pleno
e ser empossado/a, sob pena de perda de seu mandato, salvo em situações
de impedimentos relevantes
reconhecidas por este Conselho.
CAPÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS
Art. 18 – Compete ao CRESS em sua área de jurisdição:
I – Orientar, disciplinar, fiscalizar e defender o exercício
da profissão de assistente social;
II – Zelar pelo livre exercício, dignidade e autonomia
da profissão;
III – Organizar e manter o registro profissional dos/as
assistentes sociais e das pessoas jurídicas que prestam
serviços de consultoria, assessoria, planejamento, capacitação e outros
em Serviço Social;
IV – Zelar pelo cumprimento e observância do Código
de Ética Profissional, funcionando como órgão de 1ª
(primeira) Instância;
V – Aplicar as sanções previstas no Código de Ética
Profissional, após regular instauração, processamento
e julgamento de processo disciplinar-ético;
VI – Manifestar-se ética, política e tecnicamente, perante os organismos
públicos e privados em matéria
de Serviço Social;
VII – Estabelecer políticas de ação em conformidade
com as deliberações do Encontro Nacional CFESS/
CRESS;
VIII – Representar a profissão de Assistente Social, perante os órgãos da
administração pública e privada;
IX – Expedir Carteiras Profissionais e Cédulas de Identidade ou outro
documento de igual valor decidido
pelo Conjunto CFESS/CRESS para os/as assistentes sociais inscritos/as,
bem como certificados de registro de
pessoa jurídica;
X – Disciplinar, fiscalizar e normatizar as atividades de
pessoas jurídicas que tenham como objetivo prestar
serviços em assessoria, consultoria, planejamento e
capacitação em Serviço Social;
XI – Cumprir o Estatuto do Conjunto CFESS/CRESS; as
Resoluções; Instruções e o presente Regimento;
XII – Elaborar propostas para os Encontros Descentralizados e Encontro
Nacional CFESS/CRESS;
XIII – Coordenar a realização do Encontro Descentralizado quando ocorrer
no âmbito de sua jurisdição.
Art. 19 – Compete à Assembleia Geral:
I – Discutir e aprovar o Regimento Interno do CRESS
ou suas reformulações, para efeito de homologação
pelo Conselho Pleno do CFESS;
II – Estabelecer o valor das anuidades de pessoa física
e jurídica; formas de parcelamentos e descontos; taxas
e emolumentos para o exercício subsequente, respeitados os limites
percentuais que forem estabelecidos
no Encontro Nacional CFESS/CRESS e na legislação
em vigor;
III – Apreciar, discutir, apresentar, aprovar e referendar
as sugestões para compor a proposta orçamentária do
CRESS, a ser homologado pelo CFESS;
IV – Apreciar e discutir a prestação de contas e relatório anual das
atividades do CRESS na assembleia geral
ordinária, a ser realizada pelo menos até 15 (quinze)
dias antes do Encontro Nacional CFESS/CRESS;
V – Eleger delegados/as para participação no Encontro Nacional
CFESS/CRESS respeitada a proporcionalidade e demais critérios
estabelecidos no Estatuto do
Conjunto CFESS/CRESS;
VI – Indicar profissionais do Serviço Social
para compor a Comissão Regional Eleitoral;
VII – Determinar a instauração de sindicância, para
apuração de fatos considerados, em tese, como irregulares, ocorridos no
âmbito do CRESS, quando constatado ato de omissão ou conivência deste,
quanto às
providências cabíveis;
VIII – Eleger assistentes sociais para preenchimento
de cargos, em caso de vacância de conselheiros/as do
CRESS, que impossibilite a execução de tarefas atribuídas ao órgão, sendo
que a assembleia será convocada
no âmbito de sua jurisdição, quando se tratar de eleição para vacância de
membros desta;
Art. 16 – O/A conselheiro/a que, por motivo justificado, estiver
provisoriamente impossibilitado/a de exercer o cargo, deverá requerer
licença por escrito pelo
prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável pelo Conselho
Pleno, não podendo ultrapassar 30
(trinta) dias, sendo permitidas até 2 (duas) licenças no
decorrer do mandato.
Parágrafo primeiro – A não reassunção do cargo
pelo/a conselheiro/a afastado/a ou licenciado/a, após
o término do prazo estabelecido ou cessado o motivo
do afastamento ou licença, poderá resultar na perda
de seu mandato.
Parágrafo segundo – A perda de mandato de
conselheiro/a Regional ocorrerá em virtude de:
I – Eleito/a não comparecer à posse, salvo motivo de
força maior, devidamente comprovado até 30 (trinta)
dias, após a posse dos demais eleitos;
II – Morte;
III – Renúncia;
IV – Superveniência de causa de que resulte a inabilitação para o
exercício da profissão;
V – Ausência a mais de 3 (três) reuniões consecutivas
ou 5 (cinco) alternadas no período de 1 (um) ano, sem
motivo justificado;
VI – Não cumprimento das determinações emanadas
do Estatuto do Conjunto CFESS/CRESS, deste Regimento Interno, das
Resoluções e do Conselho Pleno
do CFESS e do CRESS, ou prática de ato irregular ou
de improbidade administrativa, após conclusão de inquérito
administrativo;
VII – Penalização em processo disciplinar e/ou ético,
após decisão transitada em julgado.
Parágrafo terceiro – O Conselho Pleno determinará o
afastamento temporário do/a conselheiro/a Regional
que estiver respondendo a processo disciplinar e/ou
ético, desde a sua instauração até o trânsito em julgado da decisão
administrativa.
Art. 17 – O CRESS contará com os serviços de ordem
pública que respondam pelas funções administrativas
referentes à inscrição/registro, financeiro, orientação/
fiscalização, recepção/serviços administrativos, serviços gerais e
coordenação executiva, devidamente estruturados por sua direção e
consolidado no Plano de
Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
Parágrafo único – Sem prejuízo do contido no caput,
o CRESS contará com serviços técnicos de assessoria
jurídica, contábil, de comunicação e outros, mediante
decisão do Conselho Pleno.
27
28
IX – Apresentar e apreciar propostas para os Encontros
Descentralizados e o Encontro Nacional CFESS/CRESS.
Art. 20 – Ao Conselho Pleno do CRESS compete:
I – Funcionar como Tribunal de Ética Profissional e de
julgamento em 1ª (primeira) instância;
II – Instituir Resoluções, relativas a atos administrativos praticados ou
necessários à regulamentação e
execução das normas expedidas pelo CFESS, determinando sua publicação
quando envolvam interesses de
terceiros;
III – Deliberar sobre representação do CRESS, dentre
os/as assistentes sociais em pleno gozo de seus direitos, junto a
colegiados dos órgãos públicos e privados, fóruns, conselhos de direitos
e outros, sempre que
solicitado, reafirmando uma prática democrática, não
presidencialista;
IV – Nomear, por meio de Resolução, a Comissão Regional Eleitoral, com
vistas à execução do processo
eleitoral, no âmbito de sua jurisdição, em conformidade com os critérios
estabelecidos pelo Código Eleitoral
em vigor;
V – Dar publicidade, através dos meios e instrumentos disponíveis, às
atividades, ações e deliberações do
CRESS para a categoria;
VI – Encaminhar e/ou executar as deliberações do Encontro Nacional
CFESS/CRESS, das assembleias gerais,
e das decisões do CFESS;
VII – Convocar a assembleia geral ordinária ou extraordinária, em
conformidade com os critérios estabelecidos no presente Regimento
Interno;
VIII – Discutir e aprovar as propostas e reformulações
orçamentárias e os balancetes mensais, encaminhando-os ao CFESS para
efeito de apreciação e homologação;
IX – Remeter ao Conselho Pleno do CFESS denúncias
e representações éticas para o consequente desaforamento, através de
despacho devidamente fundamentado, quando aquelas se destinarem à
apuração
de fatos que envolvam conselheiros/as, membros do
Conselho Fiscal e Comissões;
X – Estabelecer a criação e extinção de comissões e/ou
grupos de trabalho do CRESS, aprovando a designação de seus membros;
XI – Distribuir entre seus membros e/ou comissões,
conforme o caso, processos, expedientes, indicações,
sugestões e outros, para estudo e parecer;
XII – Decidir sobre aquisição e alienação de bens patrimoniais, cumpridas
as normas estabelecidas pelo
CFESS e disposições legais previstas à espécie;
XIII – Aprovar a proposta orçamentária, a prestação
de contas anual e reformulações, para aprovação em
assembleia geral ordinária, encaminhando posteriormente ao CFESS na forma
das instruções legais vigentes;
XIV – Apreciar os atos do/a Presidente praticados sob
a condição “ad referendum”, ratificando-os ou não;
XV – Decidir sobre a concessão de licença e afastamento dos/as
conselheiros do CRESS e sobre a perda
ou extinção de seus mandatos;
XVI – Instituir as Comissões Permanentes de Ética, de
Orientação/Fiscalização, Inscrição/Registro, Licitação
e outras que se tornarem necessárias;
XVII – Estabelecer normas para a concessão de diárias
para conselheiros, assessores, trabalhadores, convidados e profissionais
designados para o desempenho de
atividades de interesse do CRESS;
XVIII – Organizar administrativamente o CRESS,
acompanhando o seu funcionamento e zelando pela
regularidade e fiel execução das normas legais e regimentais;
XIX – Aprovar a abertura de créditos adicionais ao orçamento em vigor;
XX – Regulamentar por Resolução, o valor das anuidades, taxas e
emolumentos devidos pelos/as assistentes
sociais e pessoas jurídicas inscritas no CRESS, de acordo com a decisão
da assembleia geral respeitados os
limites estabelecidos pelo Encontro Nacional CFESS/
CRESS e Resolução do CFESS;
XXI – Decidir sobre os critérios de parcelamento de
anuidade em débito de pessoas físicas e jurídicas, com
base nas deliberações do Encontro Nacional CFESS/
CRESS, levando-se em conta as especificidades de
cada região;
XXII – Fixar honorários, salários, gratificações de seus
assessores, dos membros trabalhadores/as da comissão de licitação, bem
como dos cargos de coordenação
de setor, trabalhadores/as concursados ou em cargos
comissionados, bolsas para estagiários/as e jovens
aprendizes, respeitadas as disponibilidades e previsão
orçamentárias e a legislação em vigor;
XXIII – Decidir sobre a aplicação de penalidades administrativas,
instaurando, se for o caso, sindicância
competente para apuração de fatos;
XXIV – Decidir sobre admissão e dispensa de trabalhadores/as,
assessores/as e consultores/as, nomeação e
exoneração de comissionados/as, processos de seleção
pública e simplificado devidamente justificado, contratos de prestação de
serviços na forma deste Regimento Interno e da legislação em vigor;
XXV – Determinar a instauração de sindicância ou inquérito administrativo
para apuração de fatos considerados, em tese irregulares, ocorridos no
âmbito do
CRESS;
XXVI – Indicar um membro do Conselho Fiscal, para
compor a Comissão Especial do CFESS, atendendo ao
disposto no art. 20 do Estatuto do Conjunto CFESS/
CRESS;
XXVII – Elaborar propostas para os Encontros Descentralizados e
participar da sua organização.
Art. 21 – À Diretoria do CRESS compete:
I – Cumprir as decisões da Assembleia Geral, do Conselho Pleno,
Resoluções e Instruções do CRESS e do
CFESS;
II – Cumprir os prazos estabelecidos pelo Estatuto do
Conjunto CFESS/CRESS, pelo Conselho Federal e Assembleia Geral;
III – Resolver casos de urgência “ad referendum” do
Conselho Pleno;
IV – Proceder à aquisição ou alienação de bens patrimoniais, uma vez
autorizado pelo Conselho Pleno,
cumpridas as disposições normativas expedidas pelo
CFESS;
CAPÍTULO IV
DOS CONSELHEIROS
Art. 23 – Aos/Às conselheiros/as efetivos e suplentes
compete:
I – Participar dos Encontros CFESS/CRESS;
II – Participar das reuniões do Conselho Pleno, com
direito a voz e voto, justificando quando não puder
fazê-lo;
III – Cumprir as decisões do Conselho Pleno;
IV – Atuar em comissões e grupos de trabalho, tendo em vista o melhor
atendimento das finalidades do
CRESS;
V – Participar das assembleias gerais ordinárias e extraordinárias;
VI – Submeter à discussão do Conselho Pleno qualquer
questão de natureza administrativa, técnica, financeira e outras que
sejam de interesse do CRESS e/ou da
profissão;
VII – Zelar pelo cumprimento e observância do Código
de Ética Profissional do/a Assistente Social e das normas expedidas pelo
CFESS;
VIII – Zelar pela conservação e preservação do patrimônio do CRESS.
Art. 24 – No exercício de seu mandato o/a conselheiro/a
tem direitos e obrigações e sujeita-se a sanções e penalidades previstas
pelo Estatuto do Conjunto CFESS/
CRESS e, no que couber, neste Regimento.
Art. 25 – Ao/À Presidente do CRESS compete:
I – Dar posse e exercício aos/às conselheiros/as efetivos;
II – Convocar o Conselho Pleno e a Diretoria, e dar
execução às resoluções e deliberações destas;
III – Representar o Conselho na aquisições, alienações
e onerações de bens imóveis, após aprovação do Conselho Pleno, e
administrar o seu patrimônio, de acordo
com as normas vigentes;
IV – Abrir contas em estabelecimentos de créditos,
movimentar fundos, assinar cheques e documentos de
Secretaria e Tesouraria, juntamente com os respectivos
titulares;
V – Encaminhar ao CFESS os demonstrativos mensais
de despesas e receitas, as propostas e reformulações
orçamentárias e as prestações de Contas aprovadas
pelo Conselho Pleno do CRESS, na conformidade dos
preceitos legais e regimentais;
VI – Submeter ao Conselho Pleno, para homologação,
os atos praticados “ad referendum”;
VII – Prestar informações que lhe forem solicitadas pelos Poderes
Públicos ou conselheiros/as;
VIII – Representar o CRESS judicialmente e extrajudicialmente.
Parágrafo único – As decisões do/a Presidente poderão ser invalidadas por
maioria simples dos membros
do Conselho Pleno do CRESS.
Art. 26 – Ao/À Vice-Presidente compete:
I – Substituir o/a Presidente em suas faltas e impedimentos;
II – Auxiliá-lo/a no desempenho de suas atribuições.
Art. 27 – Ao/À 1º (Primeiro/a) Secretário/a compete:
I – Secretariar as reuniões do Conselho Pleno e as de
Diretoria, lavrando as respectivas atas;
II – Elaborar e acompanhar correspondência atinente
à Secretaria;
III – Promover a publicação e a divulgação de atos do
Conselho, quando necessários e devidamente autorizados;
IV – Elaborar com apoio dos demais conselheiros/as o
Relatório anual de atividades do CRESS;
V – Proceder estudos em caráter permanente sobre
matéria administrativa e apresentar subsídios ao Conselho Pleno, com
vistas ao aperfeiçoamento e atualização de seus serviços;
VI – Promover articulação com o CFESS e demais Regionais, no que diz
respeito ao funcionamento específico da Secretaria, valendo-se para isso
de recursos
técnicos para orientação de suas atividades;
VII – Substituir o/a Vice-Presidente em suas faltas e
impedimentos;
VIII – Expedir convocação das reuniões do Conselho
Pleno e da Diretoria Executiva.
Art. 28 – Ao/À 2º (Segundo/a) Secretário/a compete:
I – Substituir o/a 1º (Primeiro/a) Secretário/a em suas
faltas e impedimentos;
II – Auxiliá-lo/a no desempenho de suas atribuições.
Art. 29 – Ao/À 1º (Primeiro/a) Tesoureiro/a compete:
I – Acompanhar as arrecadações e contribuições devidas ao CRESS;
II – Efetuar os pagamentos do CRESS, conforme o caso
assinando com o/a Presidente os cheques; poden-
V – Propor critérios para a fixação de diárias, taxas e
emolumentos, submetendo à aprovação do Conselho
Pleno;
VI – Encaminhar ao CFESS após apreciação e aprovação pelo Conselho Pleno
do CRESS, as propostas e
reformulações orçamentárias, os balancetes mensais e
prestação de contas, nos prazos previstos pelo Estatuto
do Conjunto CFESS/CRESS;
VII – Fornecer ao Conselho Fiscal, quando requisitado, os elementos
necessários ao fiel cumprimento das
atribuições do mesmo;
VIII – Estabelecer normas quanto à estrutura e funcionamento
administrativo para os serviços de secretaria/coordenação executiva,
financeiro, contabilidade,
inscrição/registro, orientação/fiscalização, recepção/
serviços administrativos e serviços gerais;
IX – Remeter ao CFESS nos prazos definidos a cota
parte devida, de acordo com os critérios estabelecidos
pelo Encontro Nacional CFESS/CRESS.
Art. 22 – Compete ao Conselho Fiscal:
I – Acompanhar e fiscalizar a execução orçamentária
do CRESS;
II – Examinar os balancetes mensais, as propostas e
reformulações orçamentárias do CRESS, emitindo parecer sobre as mesmas;
III – Examinar os documentos contábeis do CRESS,
emitindo parecer sobre os mesmos;
IV – Requisitar da Direção do CRESS os elementos necessários para o fiel
cumprimento de suas atribuições
fiscais;
V – Examinar a prestação de contas do CRESS, emitindo parecer conclusivo
sobre a mesma;
VI – Sugerir procedimentos contábeis e fiscais para otimização dos
serviços.
29
do delegar tal competência para o/a 2º (Segundo/a)
Tesoureiro/a, 1º (Primeiro/a) e 2º (Segundo/a)
Secretário/a, mediante aprovação do Conselho Pleno;
III – Elaborar toda a correspondência atinente à Tesouraria, em
entrosamento com a Secretaria/Coordenação Executiva;
IV – Realizar estudos sistemáticos para revisão da dotação orçamentária
no decorrer do exercício, acompanhando a dinâmica dos serviços do CRESS;
V – Proceder estudos em caráter permanente sobre
matéria financeira e apresentar subsídios ao Conselho
Pleno, com vistas ao aperfeiçoamento e atualização
de seus serviços;
VI – Elaborar com a Diretoria as propostas e reformulações orçamentárias
e prestações de contas;
VII – Apresentar documentação contábil do movimento da Tesouraria, para
apreciação do Conselho Fiscal;
VIII – Apresentar anualmente o balanço geral que instruirá a prestação de
contas do CRESS;
IX – Opinar sobre contratações e dispensa de pessoal,
nomeação e exoneração de comissionados, bem como
sobre contratos, convênios com terceiros e aquisições
de bens patrimoniais e de consumo.
Art. 30 – Ao/À 2º (Segundo/a) Tesoureiro/a compete:
I – Substituir o/a 1º (Primeiro/a) Tesoureiro/a em suas
faltas e impedimentos;
II – Auxiliá-lo/a no desempenho de suas atribuições.
Art. 31 – Aos membros do Conselho Fiscal compete as
atribuições atinentes ao órgão, conforme o que dispõe
o artigo 22 deste Regimento.
Art. 32 – Os membros do CRESS exercerão seus mandatos pessoalmente, não
sendo permitida a representação por procuração, seja a que título for:
I – Os membros do CRESS não poderão receber remuneração pelo exercício de
seus mandatos, sendo
vedada qualquer relação de emprego com o CRESS ou
mesmo o CFESS;
II – Todos aqueles que receberem a incumbência ou
missão no país ou no estrangeiro, em nome ou às custas do CRESS, ficam
obrigados à prestação de contas
e apresentação de relatório, na forma do disposto nas
normas regimentais sobre a matéria.
Parágrafo único – Os/As conselheiros/as farão jus
apenas às despesas de transporte e diárias, na forma
regulamentar estabelecida pelo Conselho Pleno, para
participação em reuniões, atividades administrativas e
de representação do CRESS.
30
CAPÍTULO V
DAS COMISSÕES
Art. 33 – Para agilizar as decisões do CRESS, serão
constituídas comissões compostas por conselheiros/
as efetivos e suplentes, assessores/as, trabalhadores/
as concursados/as, comissionados/as e convidados/as,
que terão as seguintes atribuições:
I – Decidir sobre assuntos de rotina, em suas respectivas áreas, de
acordo com as diretrizes fixadas pelo
Conselho Pleno;
II – Implementar as ações necessárias ao cumprimento de decisões do
Conselho Pleno, em suas respectivas
áreas;
III – Submeter ao Conselho Pleno propostas e diretrizes;
IV – Informar ao Conselho Pleno todas as suas decisões, através de
informativos internos, relatórios ou
relatos em reunião do Conselho Pleno;
V – Remeter ao Conselho Pleno para aprovação o calendário de suas
respectivas reuniões e atividades.
Parágrafo único – A designação dos/as integrantes
das Comissões será regulamentada por Portaria.
Art. 34 – Para descentralizar as ações do CRESS, serão
instituídos os Núcleos Profissionais de Serviço Social
(NUCRESS) regionalizados compostos por assistentes
sociais de base, conselheiros/as e suplentes residentes
nas cidades circunvizinhas para o desenvolvimento
das seguintes atividades:
I – Mobilização e articulação dos/as assistentes sociais;
II – Realização de oficinas, cursos de formação permanente, seminários,
plenárias e outros eventos, para
discussão de assuntos de interesse da categoria;
III – Contribuição com o fortalecimento da profissão,
por meio da democratização da comunicação e das
informações.
CAPÍTULO VI
DAS RECEITAS
Art. 35 – Constituem receitas do CRESS:
I – Anuidades de pessoas físicas e jurídicas, taxas e
emolumentos arrecadados pelo CRESS, a serem fixados na assembleia geral
da categoria, respeitados os
limites estabelecidos pelo Encontro Nacional CFESS/
CRESS;
II – Receitas oriundas de mutações patrimoniais e locações de bens de
quaisquer naturezas;
III – Doações e legados;
IV – Outras receitas.
Art. 36 – A receita do CRESS será aplicada de acordo
com o orçamento de cada ano exercício.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37 – As alterações do Regimento Interno do CRESS,
entrarão em vigor na data de sua aprovação e publicação, ficando
revogadas as disposições em contrário.
Goiânia GO, 24 (vinte e quatro) dias do mês 11 (onze)
novembro do ano de 2017 (dois mil e dezessete).
Conselheira Presidente
ANA ÂNGELA TORRES BRASIL, CI RG nº 5.208.423 –
DGPC GO, CPF MF nº 737.038.423-34 e Inscrição Profissional CRESS GO nº
3592
1ª (Primeira) Secretária
HELOIZA ALVES RIBEIRO, CI RG nº 1.516.362 – SSP
GO, CPF MF nº 335.611.251-15 e Inscrição Profissional
CRESS GO nº 1087
1ª (Primeira) Tesoureira
NARA COSTA, CI RG nº 1.773.238 – SSP GO, CPF MF
nº 455.495.161-87 e Inscrição Profissional CRESS GO nº
1604
RESOLUÇÃO CFESS Nº 469/2005
13 de maio de 2005
Ementa: Regulamenta o Estatuto do Conjunto CFESS/
CRESS, introduzindo as alterações e modificações aprovadas pela Plenária
Ampliada realizada em Brasília em
março de 2005.
A Presidente do Conselho Federal de Serviço Social
- CFESS, no uso de suas atribuições legais e regimentais;
CONSIDERANDO a necessidade de incorporar integralmente, ao presente
Estatuto, as disposições previstas pela Resolução CFESS nº 451/2003 de 17
de novembro de 2003, que veio readaptar o Estatuto à nova
configuração legal, em face a declaração de inconstitucionalidade do
artigo 58 e de seus parágrafos, exceto
o terceiro, da
Lei 9649 de 27 de maio de 1998, através do julgamento da ADIN 1717-6 pelo
Supremo Tribunal Federal;
CONSIDERANDO que outras alterações foram propostas e aprovadas, tendo em
vista a necessidade do
aperfeiçoamento constante dos instrumentos normativos internos que
regulam as atividades de atribuição do
CFESS e dos CRESS;
CONSIDERANDO que as alterações e adaptações
consubstanciadas na presente
Resolução foram submetidas a aprovação da Plenária
Ampliada do Conjunto CFESS/CRESS realizada no dia
21 e 22 de março de 2005, em Brasília, convocada regularmente por
delegação do Encontro Nacional CFESS/
CRESS, realizado em setembro de 2004 em Curitiba/
Paraná;
CONSIDERANDO, finalmente, a aprovação da presente Resolução pelo Conselho
Pleno do CFESS, em reunião
realizada em 13 de maio de 2005;
RESOLVE:
Art. 1º - Regulamentar, através desta Resolução, o
novo Estatuto do Conjunto CFESS/CRESS, que será
publicado integralmente no Diário Oficial da União,
passando a vigorar com a presente redação e as alterações ora
introduzidas.
Art. 2º - Ficam revogadas todas as disposições em
contrário bem como a Resolução CFESS nº 376/98 de
24 de novembro de 1998, Resolução CFESS nº 396/99
de 04 de novembro de 1999 e Resolução nº 451/2003
de 17 de novembro de 2003.
Art. 3º - Os casos omissos serão resolvidos e decididos
pelo Conselho Pleno do CFESS.
Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação no Diário Oficial da União.
Brasília, 13 de maio de 2005.
TÍTULO I
DA NATUREZA JURÍDICA, FINALIDADE E COMPETÊNCIA INSTITUCIONAL.
Art. 1º - O Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
e os Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS,
regulamentados pela Lei 8.662, de sete de junho de
1993, constituem uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito
público e forma federativa
com o objetivo básico de orientar, fiscalizar, disciplinar
e defender o exercício da profissão do assistente social,
em todo o território nacional, conforme os princípios e
normas estabelecidos pelo Encontro Nacional CFESS/
CRESS.
Parágrafo 1º - O Conselho Federal de Serviço Social
tem sede e foro no Distrito Federal, com jurisdição em
todo território nacional.
Parágrafo 2º - Os Conselhos Regionais possuem jurisdição e sede
estabelecidas pela Consolidação das
Resoluções do CFESS.
Parágrafo 3º - Os Conselhos Regionais de Serviço Social são dotados de
autonomia administrativa, financeira e patrimonial, sem prejuízo de sua
vinculação
e subordinação normativa ao Conselho Federal, de
forma a garantir unidade de ação na fiscalização do
exercício profissional do assistente social em âmbito
nacional, nos termos da legislação em vigor.
Art. 2º - O Conselho Federal de Serviço Social é o órgão normativo de
grau superior e central do Conjunto
CFESS/CRESS, tendo como competência, na forma da
Lei de Regulamentação da Profissão – Lei 8.662/93 e do interesse público,
fiscalizar, orientar, supervisionar, defender, normatizar e disciplinar o
exercício e as
atividades da profissão do assistente social, em todo
território nacional.
Art. 3° - O Fórum máximo de deliberação da profissão é o Encontro
Nacional CFESS/CRESS, que será
convocado anualmente, na forma estabelecida pelo
presente Estatuto.
Art. 4º - O Conselho Federal de Serviço Social poderá homologar a
criação, extinção ou determinar a
alteração da jurisdição de qualquer Conselho Regional
existente, mediante a aprovação do Encontro Nacional CFESS/CRESS, bem
como, ao atendimento dos critérios estabelecidos pela Consolidação das
Resoluções
do CFESS.
Art. 5º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Serviço Social
não mantêm com os órgãos de
administração pública qualquer vínculo funcional ou
hierárquico.
Art. 6º - A organização, a estrutura e funcionamento
dos Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social
serão regulamentados pelo presente Estatuto e pelos
respectivos Regimentos Internos dos Regionais, cuja
ESTATUTO DO CONJUNTO CFESS/CRESS.
Lea Lúcia Cecílio Braga
Presidente do CFESS ESTATUTO DO CONJUNTO
CFESS/CRESS
CONSELHO FEDERAL E REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL
31
Minuta Básica deverá ser aprovada pelo Encontro Nacional CFESS/CRESS e
homologada pelo Conselho
Federal.
Parágrafo único: A Lei 8.662, de 7 de junho de 1993,
e o presente Estatuto constituem respectivamente, os
instrumentos legais hierarquicamente superiores do
Conjunto CFESS/CRESS.
Art. 7º - O mandato dos conselheiros é exercido em
caráter honorífico, considerado serviço público relevante, sem direito a
remuneração.
TÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO, DA ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA E COMPETÊNCIAS DOS CONSELHOS
FEDERAL E REGIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO
Art. 8º - O Conselho Federal de Serviço Social – CFESS
- é composto por 09 (nove) membros efetivos: Presidente; Vice-Presidente;
1º e 2º Secretários; 1º e 2º Tesoureiros e 03 (três) Membros do Conselho
Fiscal e 09
(nove) membros suplentes, que serão eleitos dentre os
assistentes sociais por via direta, para um mandato de
03 (três) anos, em gestão colegiada, de acordo com as
normas estabelecidas pelo Código Eleitoral, aprovado
pelo Fórum máximo de deliberações, denominado Encontro Nacional
CFESS/CRESS.
Parágrafo 1º - Os Conselhos Regionais de Serviço Social - CRESS, contarão
cada um com 09 (nove) membros efetivos: Presidente, Vice-Presidente, 02
(dois)
secretários, 02 (dois) tesoureiros, 03 (três) membros do
Conselho Fiscal e 09 (nove) suplentes, eleitos dentre
os assistentes sociais inscritos na jurisdição respectiva,
por via direta, para um mandato de 03 (três) anos, de
acordo com as normas estabelecidas no Código Eleitoral.
Parágrafo 2º - É permitida a reeleição dos Conselheiros do CFESS e dos
CRESS por uma vez consecutiva,
sendo garantida a renovação de, pelo menos, 2/3 (dois
terços) de seus membros.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
32
Art. 9º - A aplicação do que dispõe a Lei 8.662/93, no
que se refere à orientação, disciplina e fiscalização do
exercício da profissão do assistente social, será exercida pelo CFESS e
pelos CRESS, organizados de forma a
assegurar unidade de ação.
Art. 10 - A estrutura do Conselho Federal de Serviço
Social compreende as seguintes instâncias:
I - Encontro Nacional CFESS/CRESS: órgão deliberativo;
II - Conselho Pleno: órgão deliberativo;
III - Diretoria: órgão executivo;
IV - Conselho Fiscal: órgão fiscal;
V - Comissão Especial: órgão de fiscalização contábil,
financeiro e
administrativo;
- Comissões, Assessorias e Grupos de Trabalhos: órgãos de apoio.
Parágrafo único - Os Conselhos Regionais de Serviço
Social possuem a mesma estrutura básica do Conselho Federal; acrescidos
de suas peculiaridades, exceto
quanto à Comissão Especial, só prevista no âmbito do
CFESS.
CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS
SEÇÃO I
DO ÓRGÃO DELIBERATIVO
ENCONTRO NACIONAL CFESS/CRESS
Art. 11 - O Encontro Nacional CFESS/CRESS é a instância máxima de
deliberação deste Conjunto, composto de delegados do CFESS e dos CRESS,
com direito
a voz e voto, assim com por observadores e convidados com direito a voz.
Parágrafo 1º - São delegados do CFESS o número correspondente aos seus
conselheiros efetivos, indicados
pelo Conselho Pleno.
Parágrafo 2º - São delegados dos CRESS os Assistentes
Sociais inscritos e ativos no âmbito de jurisdição Regional, devidamente
eleitos em Assembléia Geral da
Categoria, obedecendo a seguinte proporcionalidade:
a) Até 1000 (mil) inscritos até a data da Assembléia,
05 (cinco) delegados;
b) Acima de 1000 (mil) inscritos, além dos 05 (cinco)
delegados, mais um
delegado para cada 1000 (mil) de fração superior a
500 (quinhentos).
Parágrafo 3º - O número de delegados, atendidos os
critérios estabelecidos no parágrafo 2º deste artigo,
deverá obedecer à igual proporcionalidade, ou seja,
50% (cinqüenta por cento) das vagas destinadas à
Direção dos Conselhos Regionais, incluindo as Seccionais, e 50%
(cinqüenta por cento) destinadas à Base
da Categoria.
Parágrafo 4º - Quando o número de Delegados eleitos para o Encontro
Nacional CFESS/CRESS não for
divisível por 02 (dois), as vagas excedentes, a critério
da Assembléia Ordinária, serão divididas entre as categorias previstas
pelo parágrafo 3º do presente.
Parágrafo 5º - O número de delegados de Direção,
atendidos os critérios estabelecidos no parágrafo 2º
deste artigo, deverá obedecer a seguinte proporcionalidade entre
Conselheiros do CRESS e membros das
Seccionais:
a) Até 03 (três) Seccionais será garantida uma vaga
de delegado para representação das Seccionais no
Encontro Nacional CFESS/CRESS, sendo permitida a
substituição nesta categoria, entre os Conselheiros da
sede e membros da Seccional, aprovada na Assembléia Geral da Categoria,
desde que fique garantida a
vaga da Seccional;
b) De 04 (quatro) até 06 (seis) Seccionais serão destinadas 02 (duas)
vagas de delegado para representação
das Seccionais no Encontro Nacional CFESS/CRESS,
sendo permitida substituição nesta categoria, entre os
Conselheiros da sede e membros da Seccional, desde
que aprovada na Assembléia Geral da Categoria;
SEÇÃO II
DO ÓRGÃO DELIBERATIVO
CONSELHO PLENO
Art. 15 - O Conselho Pleno do CFESS e o Conselho
Pleno dos CRESS compõese de 09 (nove) membros efetivos
e 09 (nove) suplentes, assim constituídos:
I - Presidente;
II - Vice- Presidente;
III – 1º Secretário;
IV – 2º Secretário;
V - 1º Tesoureiro;
VI – 2º Tesoureiro;
VII – 03 (três) membros do Conselho Fiscal; VIII – 09
(nove) membros suplentes.
Parágrafo 1º - Para efeito de deliberação de atos oficiais, previstos
como competência do Conselho Pleno
do CFESS e, em especial, de julgamento de recursos,
pedidos de reconsideração em que envolvam direitos
e obrigações de terceiros, este só poderá deliberar com
a presença mínima de 06 (seis) e máxima de 09 (nove)
conselheiros e decidirá por maioria dos presentes.
Parágrafo 2º - Para efeito de deliberação de atos oficiais, previstos
como competência do Conselho Pleno
do CRESS e, em especial, de julgamento de processos
disciplinares éticos, pedidos de reconsideração em que
envolvam direitos e obrigações de terceiros, o Conselho Pleno do CRESS só
poderá deliberar com a presença mínima de 06 (seis) membros; máxima de 09
(nove)
e decidirá por maioria de voto dos presentes.
Parágrafo 3º - O Presidente do CFESS ou do CRESS,
para efeito da deliberação de atos oficiais, somente
votará em caso de empate, considerando-se a sua presença para efeito de
quorum.
Art. 16 - O Conselho Pleno do CFESS reunir-se-á:
I - Ordinariamente, seis vezes ao ano, a cada bimestre;
II - Extraordinariamente, sempre que convocado pelo
Presidente ou por solicitação de maioria simples de
seus membros.
Parágrafo 1º - As convocações deverão ser feitas por
escrito, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias,
salvo em caso de urgência.
Parágrafo 2º - No ato da convocação constará sempre à pauta, a data, o
local e a hora da reunião.
Parágrafo 3º - O Conselho Pleno somente poderá deliberar com a presença
mínima de 2/3 (dois terços)
de seus membros, e decidirá por maioria de votos dos
presentes.
Parágrafo 4º - A periodicidade de reuniões do Conselho Pleno dos CRESS e
a forma de sua convocação serão definidos nos seus respectivos Regimentos
Internos.
SEÇÃO III
DO ÓRGÃO EXECUTIVO
DIRETORIA
Art. 17 - A Diretoria do CFESS e dos CRESS, será composta pelo
Presidente, Vice-Presidente, 1º e 2º Secretários e 1º e 2º Tesoureiros.
c) De 07 (sete) até 09 (nove) Seccionais serão destinadas 03 (três) vagas
de delegado para representação
das Seccionais no Encontro Nacional CFESS/CRESS,
sendo permitida substituição nesta categoria, entre os
Conselheiros da sede e membros da Seccional, desde
que aprovada na Assembléia Geral da Categoria;
d) De 10 (dez) até 12 (doze) Seccionais serão destinadas 04 vagas de
delegado para representação das
Seccionais no Encontro Nacional CFESS/CRESS, sendo
permitida substituição nesta categoria, entre os Conselheiros da sede e
membros da Seccional, desde que
aprovada na Assembléia Geral da Categoria.
Parágrafo 6º - A substituição que trata o parágrafo
5º só poderá ser feita em relação à vaga destinada ao
membro da Seccional, na hipótese de impedimento da
participação devidamente justificado na assembléia.
Parágrafo 7º - É condição essencial para eleição do
delegado a sua presença e participação na Assembléia
Geral da Categoria, exceto em relação aos assistentes
sociais que forem regularmente indicados em reuniões
realizadas na jurisdição das Seccionais.
Art. 12 - Os observadores serão indicados na Assembléia Geral da
Categoria.
Art. 13 - Os convidados deverão ser indicados formalmente em reunião de
conselho pleno do CFESS e
dos CRESS, respectivamente, a partir de critérios estabelecidos pela
comissão organizadora do Encontro
Nacional.
Art. 14 - O Encontro Nacional CFESS/CRESS realizar-se-á com local
indicado pelo Encontro anterior, no
terceiro trimestre de cada ano ordinariamente, e, extraordinariamente,
quando necessário.
Parágrafo 1º - O Encontro Nacional CFESS/CRESS
será convocado ordinária e extraordinariamente pelo
Conselho Pleno do CFESS, por escrito, dentro dos prazos de 90 e 60 dias
respectivamente.
Parágrafo 2º - Em caso de não convocação pelo Conselho Pleno do CFESS, o
Encontro poderá ser convocado extraordinariamente
por maioria simples dos CRESS.
Parágrafo 3º - O Encontro Nacional CFESS/CRESS se
instalará com o quorum mínimo de 2/3 (dois terços)
do conjunto dos CRESS e maioria simples do conjunto
dos delegados previstos para o Encontro.
Parágrafo 4º - Para a realização do Encontro, deverá
ser formada uma Comissão Organizadora, composta
por Conselheiros do CFESS e do CRESS que sediará o
evento em sua jurisdição.
Parágrafo 5º - Os CRESS deverão remeter com antecedência de 15 (quinze)
dias da realização do Encontro, respectivamente, Atas de Assembléias e de
Reuniões do Conselho Pleno, para a Comissão Organizadora, contendo a
relação de delegados, observadores e convidados.
Parágrafo 6º - O CFESS remeterá a relação de delegados à Comissão
Organizadora, um dia antes da
instalação do Encontro Nacional CFESS/CRESS, tendo
em vista que a escolha destes será efetivada no Pleno
a se realizar no local e antes do Encontro Nacional.
33
Parágrafo 1º - A Diretoria do CFESS reunir-se-á na
forma prevista pelos incisos I e II do artigo 16, coincidindo com o
período de realização do Conselho Pleno.
Parágrafo 2º - A Diretoria dos CRESS reunir-se-á na
forma prevista por seus Regimentos Internos.
SEÇÃO IV
DO ÓRGÃO FISCAL
CONSELHO FISCAL
Art. 18 - O Conselho Fiscal do CFESS será composto
por 03 (três) membros efetivos e 03 (três) suplentes.
Parágrafo 1º - O Conselho Fiscal dos CRESS reunir-se-á na forma prevista
em seus Regimentos Internos.
Parágrafo 2º - O Conselho Fiscal deliberará por maioria de voto,
assegurado sempre o direito de declaração
de voto.
SEÇÃO V
DO ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRO E ADMINISTRATIVO – COMISSÃO
ESPECIAL
34
Art. 19 - A Comissão Especial do CFESS será composta
por 05 (cinco) membros componentes dos Conselhos
Fiscais de 05 (cinco) Conselhos Regionais de Serviço
Social.
Art. 20 - Para tanto, o Encontro Nacional CFESS/
CRESS designará, anualmente, os 05 (cinco) CRESS
que deverão compor a Comissão Especial, considerando que a indicação
deverá recair em um CRESS
por cada região geográfica (Norte, Sul, Centro-Oeste,
Nordeste e Sudeste).
Parágrafo único: Para efeito das indicações subseqüentes, o Encontro
Nacional CFESS/CRESS considerará o rodízio entre todos os CRESS, daquela
região
geográfica, somente podendo haver a indicação do
mesmo regional, depois de esgotadas a indicação dos
demais Conselhos Regionais existentes na mesma circunscrição geográfica.
Art. 21 - No prazo de 60 (sessenta) dias, antes da data
designada para a realização da reunião da Comissão
Especial, os CRESS indicados deverão encaminhar ao
CFESS o nome do membro componente do Conselho
Fiscal que foi escolhido em reunião do Conselho Pleno
respectivo, para compor a Comissão Especial.
Parágrafo único - O CFESS expedirá Portaria com a
designação dos membros da Comissão Especial, escolhidos pelo Conselho
Pleno dos CRESS indicados pelo
Encontro Nacional.
Art. 22 - A Comissão Especial reunir-se-á na sede do
Conselho Federal de Serviço Social, anualmente no
primeiro trimestre do exercício, em data a ser definida
pelo Pleno do CFESS.
Parágrafo único - O parecer da Comissão Especial e
a prestação de contas do CFESS serão encaminhados
a todos os CRESS.
CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS
SEÇÃO I
DO CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL
Art. 23 - Compete ao Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) na
qualidade de órgão normativo de grau
superior, o exercício das seguintes atribuições:
I - orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício
da profissão de Assistente Social, em
conjunto com os CRESS;
II – prestar esclarecimentos e assessoria aos CRESS
sobre interpretação das normas gerais técnicas, administrativas e
financeiras, sem comprometimento de
sua função recursal;
III - zelar pelo cumprimento e observância do Código
de Ética Profissional do
Assistente Social;
IV - funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional;
V - julgar, em última instância, os recursos contra as
decisões impostas pelos
CRESS;
VI – estabelecer o sistema de registro das pessoas físicas e jurídicas
habilitadas;
VII – funcionar como órgão técnico-consultivo para os
organismos públicos e privados, bem como se manifestar e opinar sobre
toda e qualquer matéria de Serviço Social, inclusive, juntamente com
outras entidades
da categoria;
VIII- disciplinar e normatizar as atividades de pessoas
jurídicas que tenham como objetivo prestar serviços
em assessoria, consultoria, planejamento, capacitação
e outros dessa natureza, em Serviço Social;
IX - estabelecer políticas e estratégias de ação para as
comissões e frentes de trabalho do Conselho Federal e
dos Regionais, em conformidade com as deliberações
do Encontro Nacional CFESS/CRESS;
X - representar a profissão de Assistente Social perante
os órgãos da Administração Pública, podendo delegar
tal encargo aos CRESS.
SEÇÃO II
DO ENCONTRO NACIONAL CFESS/CRESS
Art. 24 - Ao Encontro Nacional CFESS/CRESS compete:
I - discutir e aprovar a Minuta Básica dos Regimentos
Internos dos CRESS, assegurando sua unidade e respeitando as
especificidades, na medida em que desta
depender a necessária unidade de ação;
II - discutir e aprovar o Código de Ética Profissional,
após amplas discussões com a categoria em cada região, propondo
alterações quando se fizerem necessárias;
III - discutir e aprovar propostas de reformulação na
regulamentação da
Profissão, quando se fizer necessário;
IV - tomar conhecimento da prestação de contas do
CFESS;
V – discutir, propor e aprovar, para efeito de homologação pelo CFESS,
normas fixando limites e percentu-
SEÇÃO III
CONSELHO PLENO
Art. 25 - O Conselho Pleno dos Conselhos Federal e
Regionais de Serviço Social é o órgão deliberativo dentro de suas
respectivas jurisdições.
Parágrafo único - O Conselho Pleno do Conselho Federal de Serviço Social
é o órgão deliberativo e normativo superior do Conjunto CFESS/CRESS.
Art. 26 - Ao Conselho Pleno do CFESS compete:
- estabelecer normas de orientação, disciplina e fiscalização do
exercício da profissão de Assistente Social,
de forma a uniformizar os atos dos CRESS, resguardadas a autonomia e
peculiaridade de cada Regional;
I - funcionar como Tribunal de Ética Profissional e de
Julgamento, como última instância recursal administrativa, contra as
decisões impostas pelos CRESS;
II - indicar e nomear a Comissão Nacional Eleitoral;
III - deliberar sobre representação do CFESS junto a
colegiados de órgãos públicos e privados, sempre que
solicitado;
IV – expedir Resolução necessária à regulamentação e
execução da Lei 8.662/93, deste Estatuto, das delibe-
rações do Encontro Nacional CFESS/CRESS e de outras
matérias que sejam de sua competência;
V - estabelecer modelo de carteiras profissionais, contendo todos os
elementos necessários a identificação
dos profissionais registrados, conforme disposição legal;
VI - convocar os Encontros Nacionais CFESS/CRESS;
VII- indicar conselheiros do CFESS como delegados
para o Encontro CFESS/CRESS, em número correspondente aos conselheiros
efetivos;
VIII - encaminhar e/ou executar as deliberações do
Encontro Nacional CFESS/CRESS;
IX – encaminhar relatórios dos eventos realizados pelo
CFESS, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias de sua
realização, aos CRESS;
X - apreciar e aprovar os demonstrativos mensais de
receita e despesa do CFESS e dos CRESS;
XI - decidir sobre aquisição ou alienação de bens patrimoniais do CFESS,
cumpridas nas normas, previstas
à espécie;
XII - estabelecer normas para a elaboração das Propostas e Reformulações
Orçamentárias do CFESS e dos
CRESS;
XIII - determinar o desaforamento de denúncia de
natureza ética para outros Regionais, quando esta se
destinar à apuração de fatos que envolvam conselheiros efetivos e
suplentes, coordenadores de Seccionais e
membros de Comissões dos CRESS;
XIV - apreciar e homologar as Propostas e Reformulações Orçamentárias,
Prestação de Contas do CFESS
e dos CRESS, na forma das instruções legais vigentes;
XV - estabelecer normas para a concessão de diárias
de conselheiros, assessores, funcionários e profissionais designados para
desempenho de atividades de
interesse do CFESS;
XVI - apreciar os atos do Presidente praticados sob
condição ‘ad referendum’, ratificando-os ou não;
XVII - decidir sobre a concessão de licença e afastamento dos
conselheiros do CFESS e sobre a perda ou
extinção de seus mandatos;
XVIII- contribuir para organização e funcionamento
dos CRESS, zelando pela regularidade e fiel execução
das normas legais e regimentais;
-XIX fixar honorários e salários de seus assessores e
funcionários, respeitadas disponibilidades orçamentárias e legislação em
vigor;
XX - deliberar sobre a intervenção nos Conselhos Regionais de Serviço
Social, em casos de irregularidades
graves, nos termos do artigo 79 do presente Estatuto.
XXI – decidir sobre aplicação de penalidades administrativas aos seus
funcionários, após a instauração da
sindicância competente para apuração dos fatos;
XXII - deliberar sobre a admissão e dispensa de funcionários e assessores
do CFESS, na forma da lei ou de
contrato de prestação de serviço em vigor;
XXIII- homologar o Código Eleitoral aprovado no Encontro Nacional
CFESS/CRESS, bem como o resultado
eleitoral do CFESS e dos CRESS;
XXIV - homologar a criação e a extinção das Seccionais de Estado no
âmbito das jurisdições dos CRESS;
XXV - homologar o Regimento Interno dos CRESS e o
Código de Ética
ais, prazo de pagamento de anuidades, taxas, multas
e emolumentos a serem pagos pelos profissionais e
pessoas jurídicas;
VI - discutir e deliberar sobre formas e percentuais do
repasse das quotas devidas pelos CRESS ao CFESS;
VII - apresentar, discutir e aprovar propostas para os
Orçamentos Programas do CFESS e CRESS;
VIII - discutir e aprovar o Código Eleitoral para as eleições no CFESS,
CRESS e Seccionais;
IX - discutir e aprovar políticas de ação para o Conjunto CFESS/CRESS,
respeitando-se as especificidades
regionais;
X - designar, anualmente, 05 (cinco) Conselhos Regionais de Serviço
Social, para compor a Comissão
Especial, para apreciação da prestação de contas do
CFESS; XI - aprovar a criação, extinção ou alteração de
jurisdição de Conselho Regional.
Parágrafo 1º - O Encontro Nacional CFESS/CRESS
será precedido por Encontros Descentralizados Regionais de natureza
consultiva e preparatória das temáticas para o CFESS/CRESS, podendo
incluir outros temas
de âmbito regional.
Parágrafo 2º - Para efeito do encaminhamento e efetivação das
deliberações tomadas pelo Encontro Nacional CFESS/CRESS, ou para
aprofundamento das
discussões de interesse dos Conselhos, poderá a critério desta instância
ou do Conselho Pleno do CFESS,
ser realizada “Plenária Ampliada do Conjunto CFESS/
CRESS”, a qual contará com a participação de membros da direção dos
Regionais e do Federal.
Parágrafo 3º - Além das funções previstas pelo parágrafo segundo do
presente artigo, a Plenária Ampliada do Conjunto CFESS/CRESS tem como
competência
discutir, propor e aprovar formas de solução para preenchimento de
cargos, em caso de vacância de Conselheiros do CFESS, que impossibilite a
execução das
tarefas atribuídas ao órgão.
35
Profissional do Assistente Social;
XXVI - aprovar a abertura de créditos bancários e créditos adicionais ao
orçamento em vigor;
XXVII - distribuir entre os seus membros e ou comissões, processos,
expedientes e sugestões para estudo e
parecer;
XXVIII - estabelecer a criação de comissões e grupos
de trabalho do CFESS, aprovando a designação de seus
membros;
XXXIX - aprovar procedimentos para verificação sobre
o funcionamento dos
CRESS e adoção de medidas cabíveis para sua regularidade e eficiência;
XXXI - expedir Portaria para nomeação da Comissão Especial do CFESS;
XXXII – fixar o calendário anual de suas reuniões e da
Diretoria Executiva; XXXIII – designar Conselheiro para
presidir suas reuniões; XXXIV - resolver os casos omissos deste Estatuto.
Parágrafo único - A competência do Conselho Pleno
dos Conselhos Regionais de Serviço Social será definida nos seus
respectivos Regimentos Internos, devidamente homologado pelo Conselho
Federal.
SEÇÃO IV
DA DIRETORIA
Art. 27 - Compete à Diretoria Executiva dos Conselhos
Regionais e do Conselho Federal de Serviço Social:
I - cumprir as decisões do Conselho Pleno;
II - resolver os casos de urgência, “ad referendum” do
Conselho Pleno;
III – proceder à aquisição ou alienação de bens patrimoniais; uma vez
autorizado pelo Conselho Pleno;
cumpridos os procedimentos normativos previstos à
espécie e as disposições da Lei 8.666/93;
IV - propor a fixação de diárias, taxas e emolumentos,
submetendo-as à aprovação do Conselho Pleno;
V - fornecer ao Conselho Fiscal, quando requisitados,
os elementos necessários ao fiel cumprimento das atribuições do mesmo;
VI - estabelecer normas de funcionamento dos serviços
de Secretaria, Tesouraria e Contabilidade, bem como
sua estrutura;
VII - estabelecer os procedimentos administrativos necessários ao
funcionamento dos Conselhos;
VIII – administrar o patrimônio do Conselho de acordo
com as normas vigentes.
36
SEÇÃO V
DO CONSELHO FISCAL
Art. 28 - Ao Conselho Fiscal compete:
I - acompanhar e fiscalizar a execução orçamentária
do CFESS e dos CRESS;
II - examinar as Propostas e Reformulações Orçamentárias do CFESS e dos
CRESS, emitindo parecer sobre
as mesmas;
III - examinar os documentos contábeis do CFESS e dos
CRESS, emitindo parecer sobre os mesmos;
IV - examinar as Prestações de Contas do CFESS e dos
CRESS, emitindo parecer conclusivo e fundamentado
sobre cada uma;
V - requisitar das Direções do CFESS e dos CRESS os
elementos necessários para o fiel cumprimento de
suas atribuições fiscais.
SEÇÃO VI
DA COMISSÃO ESPECIAL
Art. 29 - A Comissão Especial tem como função apreciar e emitir parecer
sobre a Prestação de Contas do
CFESS, após emissão do parecer conclusivo do Conselho Fiscal do CFESS.
Art. 30 - Serão designados pelo Conselho Pleno do
CFESS 02 (dois) Conselheiros Federais, escolhidos entre
os ordenadores de despesa e Conselho Fiscal, que se
incumbirão de prestar esclarecimentos, informações,
documentos e outros à Comissão Especial, no curso de
sua atividade relativa à apreciação da Prestação de
Contas do CFESS.
Art. 31 - Ultrapassada a fase a que se refere o art. 30,
a Comissão Especial deverá emitir seu parecer escrito
e fundamentado, o qual será apresentado oralmente
ao Conselho Pleno do CFESS, em reunião previamente
designada.
Parágrafo 1º - A Comissão Especial, por ocasião do
Conselho Pleno, fornecerá cópia de seu parecer a todos os Conselheiros do
CFESS.
Parágrafo 2º - Concluída a leitura do parecer, os Conselheiros do CFESS
poderão formular perguntas à Comissão Especial, que deverá, por sua vez,
prestar os
esclarecimentos solicitados.
Parágrafo 3º - O CFESS apresentará justificativa e esclarecimento por
escrito dos itens e matérias que não
estejam claros para a Comissão Especial ou seja objeto
de ressalva ou discordância da mesma.
Art. 32 - O parecer da Comissão Especial será submetido à Plenária
Ampliada do Conjunto CFESS/CRESS a
ser convocada extraordinariamente pelo CFESS, caso
permaneçam as divergências ou falta de concordância
com as contas apresentadas.
Art. 33 - A manutenção da rejeição das contas pela
Plenária Ampliada do Conjunto CFESS/CRESS, implicará na imediata
instauração de inquérito administrativo, com a designação de Comissão de
Inquérito, para apurar as responsabilidades, assim como o
afastamento preventivo dos eventuais responsáveis,
durante o trabalho desta Comissão, sem prejuízo das
demais medidas previstas pela Lei 8.429, de 2 de junho
de 1992.
Parágrafo único - A Comissão de Inquérito será indicada pela Plenária
Ampliada do Conjunto CFESS/
CRESS e nomeada através de Resolução pelo CFESS,
sendo composta por 03 (três) membros efetivos e 03
(três) suplentes, todos assistentes sociais da base.
Art. 34 - A Comissão de inquérito, se necessário, poderá solicitar
assessoria contábil independente ou auditoria, caso não tenha sido
realizada pela Comissão
Especial.
Art. 35 - Todas as despesas provenientes dos trabalhos da Comissão
Especial e da Comissão de Inquérito,
inclusive com o deslocamento de seus membros, serão
arcadas pelo CFESS.
Art. 36 - A competência dos Conselheiros Federais
e Regionais de Serviço Social, efetivos e suplentes,
é cumprir rigorosamente e fazer cumprir o previsto
em Leis, Estatuto, Regimentos Internos, Resoluções e
demais instrumentos legais, atinentes ao órgão.
Art. 37 - Compete, ainda, aos conselheiros efetivos
e suplentes:
I – participar dos Encontros CFESS/CRESS, atendidos
os critérios estabelecidos neste Estatuto;
II – participar das reuniões do Conselho Pleno, desde
que convocado para tal, com direito a voz e voto,
justificando quando não puder fazê-lo, em conformidade com as disposições
do art. 16 e seu parágrafo
1º do presente Estatuto;
III – cumprir as decisões do Conselho Pleno e agilizar o processamento
das informações e decisões do
CFESS;
IV – atuar em comissões e grupos de trabalho, tendo em vista o melhor
atendimento às finalidades do
Conjunto CFESS/CRESS;
V – submeter à discussão do Conselho Pleno qualquer questão de natureza
administrativa, técnica,
financeira e outras que sejam de interesse do Conjunto CFESS/CRESS e/ou
da profissão;
VI – zelar pelo cumprimento e observância da Lei de
Regulamentação da Profissão, do Código de Ética
Profissional, bem como pelas normas expedidas pelo
CFESS;
VII – zelar pela conservação e preservação do patrimônio do CFESS e dos
CRESS.
Art. 38 - No exercício de seu mandato, o conselheiro
tem direitos e obrigações e sujeita-se a sanções e
penalidades, em conformidade com as disposições
contidas neste Estatuto.
Art. 39 - Os membros do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e dos
Conselhos Regionais (CRESS)
exercerão seus mandatos pessoalmente, não sendo
permitida a representação por procuração, seja a que
título for.
Art. 40 - Os membros do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e dos
Conselhos Regionais (CRESS)
não poderão receber remuneração pelo exercício de
seus mandatos, sendo vedada qualquer relação de
emprego com o CFESS ou CRESS.
Parágrafo único - Os conselheiros farão jus apenas
às despesas de transporte, diárias ou ajudas de custo, na forma
regulamentar estabelecida pelo Conselho Pleno, para participação em
reuniões, atividades
administrativas e de representação do Conselho.
Art. 41 - Todos aqueles que receberem a incumbência ou missão, no País ou
no estrangeiro, em nome
ou às custas do CFESS ou CRESS, ficam obrigados à
prestação de contas e apresentação de relatório.
SUBSEÇÃO I
DAS FALTAS, IMPEDIMENTOS E VACÂNCIA DE
CARGOS
Art. 42 - No caso de impedimento por falta, licença ou
vacância de cargos, as substituições dos Conselheiros
do CFESS se farão na seguinte ordem:
I - O Presidente pelo Vice-Presidente;
II - O Vice-Presidente pelo 1º Secretário ou 1º Tesoureiro;
III - O 1º Secretário pelo 2º Secretário;
IV - O 1º Tesoureiro pelo 2º Tesoureiro;
V – Os suplentes ocuparão os cargos de 2º Secretário
e 2º Tesoureiro, obedecendo a ordem de menção na
chapa, salvo em situações excepcionais, a serem consideradas e
deliberadas pelo Conselho Pleno;
VI - Os Conselheiros Fiscais pelos suplentes, obedecendo à ordem de
menção na chapa;
Art. 43 - O Conselheiro que, por motivo justificado,
estiver provisoriamente impossibilitado de exercer o
cargo, deverá requerer licença por escrito pelo prazo
máximo de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável pelo
Conselho Pleno, não podendo ultrapassar 30 (trinta)
dias, sendo permitidas até duas licenças no decorrer
do mandato.
Parágrafo único - A não reassunção de cargo pelo
Conselheiro afastado, tendo cessado o motivo e o prazo do afastamento,
resultará na perda do seu mandato.
SEÇÃO VIII
DA COMPETÊNCIA DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DO CFESS E DOS CRESS
Art. 44 - Ao Presidente do CFESS e dos CRESS compete:
I - dar posse e exercício aos Conselheiros efetivos e
suplentes;
II – convocar as reuniões do Conselho Pleno e da Diretoria e dar execução
às suas resoluções e deliberações;
III – representar o Conselho na aquisição, alienação e
oneração de bens imóveis, após aprovação do Conselho Pleno, e administrar
o seu patrimônio, de acordo
com as normas vigentes;
IV - abrir conta em estabelecimentos de créditos, movimentar fundos,
assinar cheques e documentação de
Secretaria e Tesouraria, juntamente com os respectivos
titulares;
V - submeter ao Conselho Pleno, para homologação,
os atos que praticar “ad referendum”;
VI - prestar informações que lhe forem pedidas pelos
Poderes Públicos ou Conselheiros;
VII - representar o CFESS e CRESS, respectivamente,
judicialmente ou extrajudicialmente.
Parágrafo único - As decisões do Presidente poderão
ser invalidadas por maioria simples dos membros do
Conselho Pleno.
Art. 45 - Ao Vice-Presidente compete:
I - substituir o Presidente em suas faltas e impedimentos e na vacância
do cargo; II - auxiliá-lo no desempenho de suas atribuições.
SEÇÃO VII
DOS CONSELHEIROS
37
SEÇÃO IX
DA COMPETÊNCIA DO 1º E 2º SECRETÁRIOS DO
CFESS E DOS CRESS
Art. 46 - Ao 1º Secretário compete:
I - secretariar as reuniões do Conselho Pleno e as de
Diretoria, lavrando as respectivas atas;
II - elaborar correspondência atinente à Secretaria, em
entrosamento com a Secretaria Executiva;
III - promover a publicação e a divulgação de atos do
Conselho, quando necessários e devidamente autorizados;
IV - elaborar, com apoio dos demais conselheiros, o
relatório anual de atividades do CFESS e dos CRESS,
conforme o caso;
V - manter entrosamento com os CRESS e Seccionais,
conforme o caso, no que diz respeito ao funcionamento específico da
Secretaria, valendo-se para isso de
recursos técnicos para orientação de suas atividades;
VI - substituir o Vice-Presidente em suas faltas e vacância do cargo;
VII - expedir convocação das reuniões do Conselho
pleno e da Diretoria Executiva.
Art. 47 - Ao 2° Secretário compete:
I - substituir o 1º Secretário em suas faltas e impedimentos e vacância
do cargo; II - auxiliá-lo no desempenho de suas atribuições.
SEÇÃO X
DA COMPETÊNCIA DO 1º E 2º TESOUREIROS DO
CFESS E DOS CRESS
38
Art. 48 - Ao 1º Tesoureiro compete:
I - acompanhar as arrecadações e contribuições devidas ao CFESS e CRESS,
conforme o caso;
II - efetuar os pagamentos do CFESS e CRESS, conforme o caso, assinando
com o Presidente os cheques;
podendo delegar tal competência para o 1º e 2º Secretário e 2º
Tesoureiro, mediante aprovação do Conselho Pleno;
III - elaborar toda a correspondência atinente à Tesouraria, em
entrosamento com a Secretaria Executiva;
IV - realizar estudos sistemáticos para revisão da dotação orçamentária
no decorrer do exercício, acompanhando a dinâmica dos serviços;
V – proceder com estudos em caráter permanente
sobre matéria financeira e apresentar subsídios ao
Conselho Pleno, com vistas ao aperfeiçoamento e atualização dos serviços,
e à orientação aos CRESS e Seccionais, conforme o caso;
VI - manter entrosamento com os CRESS e Seccionais
no que diz respeito ao funcionamento específico de
Tesouraria, valendo-se para isto de instrumentos técnicos para orientação
de suas atividades;
VII- elaborar com a Diretoria as Propostas e Reformulações Orçamentárias
e Prestações de Contas;
VIII - apresentar documentação contábil do movimento da Tesouraria, para
apreciação do Conselho Fiscal;
IX - apresentar anualmente o Balanço Geral que instruirá a Prestação de
Contas;
X - opinar sobre contratação e dispensa de pessoal,
bem como sobre contratos, convênios com terceiros e
aquisição de bens patrimoniais e de consumo.
Art. 49 - Ao 2º Tesoureiro compete:
I - substituir o 1º Tesoureiro em suas faltas e impedimentos e vacância
do cargo; II - auxiliá-lo no desempenho de suas atribuições.
Art. 50 – A competência dos cargos de Diretoria dos
Conselhos Regionais de Serviço Social, além do previsto neste Estatuto,
será definida nos seus respectivos
Regimentos Internos.
SEÇÃO XI
DA COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES
Art. 51 - Para agilizar as decisões do CFESS e dos
CRESS, serão constituídas comissões compostas por
conselheiros efetivos e suplentes, assessores e convidados, que terão as
seguintes atribuições:
I - decidir sobre assuntos de rotina, em suas respectivas áreas, de
acordo com as diretrizes fixadas pelo
Conselho Pleno;
II - implementar as ações necessárias ao cumprimento
de decisões do Conselho
Pleno, em suas respectivas áreas;
III - submeter ao Conselho Pleno propostas e diretrizes;
IV - informar ao Conselho Pleno todas as suas decisões, através de
informativos internos, relatórios ou
relatos em reunião do Conselho Pleno;
I - remeter ao Conselho Pleno, para aprovação, o calendário de suas
respectivas reuniões e atividades.
Parágrafo único - A designação dos integrantes das
Comissões de caráter regimental é de competência do
Conselho Pleno e será regulamentada por Portaria.
TÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS E FINANCEIROS DO CONJUNTO CFESS/CRESS
CAPÍTULO I
DO ORÇAMENTO E DAS REFORMULAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
Art. 52 - Anualmente, até 31 de dezembro, o Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS) fará publicar a
Proposta Orçamentária dos Conselhos Federal e Regionais de Serviço
Social.
Parágrafo 1º - Os Conselhos Federal e Regionais deverão elaborar a
Proposta Orçamentária, devidamente formalizadas e contendo as seguintes
peças:
a) Ofício de Encaminhamento;
b) Quadro Geral da Receita e Despesa;
c) Demonstrativo Analítico da Receita;
d) Demonstrativo Analítico da Despesa;
e) Quadro Demonstrativo da Receita e Despesa dos 03
(três) últimos
exercícios;
f) Plano de Metas;
g) Análise circunstanciada da Assessoria Contábil;
h) Parecer do Conselho Fiscal;
i) Extrato da Ata da Sessão do Conselho Pleno que
aprovou a proposta.
I - a dotação orçamentária não for suficiente para o
que se pretende
arrecadar/realizar;
II - a arrecadação ultrapassar o valor previsto no orçamento;
III - quando for realizar uma despesa não prevista no
orçamento.
Parágrafo 1° - Os Conselhos Regionais deverão remeter uma via de suas
reformulações orçamentárias,
após a aprovação, ao Conselho Federal, sendo que a
última reformulação deverá ingressar no órgão Federal, até, no máximo dia
31 de outubro de cada exercício, para a devida aprovação.
Parágrafo 2º - O Conselho Federal publicará as reformulações
orçamentárias aprovadas no Diário Oficial
e/ou veículo de comunicação dos Conselhos.
Art. 54 - O orçamento programa bem como as reformulações orçamentárias
dos Conselhos Federal e
Regionais serão submetidos ao Plenário do Conselho
Federal para aprovação, após:
I - análise circunstanciada realizada pela Assessoria
Contábil do CFESS; II - análise com parecer conclusivo
do Conselho Fiscal do CFESS.
Art. 55 - É vedado realizar despesas fora da previsão
orçamentária.
Parágrafo único - Caracteriza-se ato de improbidade
administrativa o não cumprimento da determinação
contida no “caput” deste artigo.
CAPÍTULO II
DO BALANCETE MENSAL
Art. 56 - Os Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social deverão
elaborar os seus balancetes mensais
que conterão as seguintes peças devidamente formalizadas:
I - Ofício de Encaminhamento;
II - Comparativo da Receita Orçada com a Arrecadada;
III - Comparativo da Despesa Orçada com a Realizada;
IV - Balanço Financeiro;
V - Balanço Patrimonial Comparado;
VI - Demonstração das Variações Patrimoniais;
VII - Balanço Analítico;
VIII – Parecer conclusivo do Conselho Fiscal;
IX – Extrato da ata de aprovação pelo Conselho Pleno.
Parágrafo 1º - Os Conselhos Regionais devem encaminhar ao CFESS os
balancetes mensais até o dia 20
do mês subseqüente.
Parágrafo 2° - O Conselho Federal deve encaminhar
ao Conselho Fiscal, balancete mensal até o dia 20 do
mês subseqüente.
Art. 57 - A aprovação dos Balancetes Mensais dos
Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social será
submetida ao Conselho Pleno do CFESS, após:
I - análise circunstanciada da Assessoria Contábil do
CFESS;
II - análise conclusiva do Conselho Fiscal do CFESS em
relação aos balancetes mensais deste.
CAPÍTULO III
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Art. 58 - A prestação de contas anual do Conselho
Federal e dos Conselhos Regionais de Serviço Social
deve ser encaminhada ao Conselho Federal até o dia
20 de fevereiro do exercício subseqüente, devidamente
formalizadas com as seguintes peças:
I - Ofício de Encaminhamento;
II - Rol de Responsáveis (Diretoria Executiva devidamente qualificados:
RG,
CPF e endereço completo); III - Relatório de Atividades;
IV - Comparativo da Receita Orçada com a Arrecadada;
V - Comparativo da Despesa Orçada com a Realizada;
VI - Balanço Financeiro;
VII - Balanço Patrimonial Comparado;
VIII - Demonstração das Variações Patrimoniais;
IX – Balanço Analítico;
X - Justificativa de Déficit Patrimonial - se houver;
XI- Conciliações Bancárias e cópias dos extratos;
XII- Relação do Inventário Físico dos Bens Patrimoniais adquiridos no
exercício;
I - Justificativa dos valores inscritos em Devedores da
Entidade e Diversos
Responsáveis;
IVX - Relatório circunstanciado da Assessoria Contábil;
XV - Parecer do respectivo Conselho Fiscal;
XVI - Declaração do setor de pessoal do Conselho,
quanto ao cumprimento da
Lei n° 8.730/93;
-XVII Ata da Sessão Plenária que aprovou a Prestação
de Contas.
Parágrafo 1º - A Prestação de Contas do Conselho
Federal será analisada pelo Conselho Fiscal respectivo,
devendo os relatórios serem encaminhados ao Conselho Pleno para
conhecimento e, após, submetida à
análise e apreciação da Comissão Especial, nos termos
dos arts. 29 a 35 deste Estatuto.
Parágrafo 2º - O parecer da Comissão Especial será
submetido à apreciação do Conselho Pleno do CFESS.
Parágrafo 3º - As prestações de contas dos Conselhos
Regionais serão apreciadas pelo Assessor Contábil e
pelo Conselho Fiscal do CFESS, devendo os relatórios
serem encaminhados ao Plenário do CFESS para apreciação e aprovação.
Art. 59 - Cabe ao Conselho Pleno do CFESS julgar as
contas dos Conselhos Regionais de Serviço Social.
Parágrafo 1º - No julgamento das contas, o Pleno
do Conselho Federal de Serviço Social decidirá pela
Aprovação Plena, Aprovação com Ressalvas ou pela
Rejeição das Contas.
Parágrafo 2º - A aprovação, com ressalvas, das contas
implicará na obrigação do respectivo Conselho corrigir as ressalvas no
exercício subseqüente, sob pena de
rejeição das contas.
Parágrafo 3º - Para efeito de rejeição das contas, o
CFESS deverá esgotar todos os procedimentos cabíveis
e anteriores ao ato, determinando a realização de di-
Parágrafo 2° - O prazo para a remessa das Propostas
Orçamentárias ao Conselho Federal, para aprovação,
é até 31 de outubro de cada exercício.
Art. 53 - É facultada a Reformulação Orçamentária,
quando:
39
ligências, verificações e, se necessário, a contratação
de assessoria e/ou auditoria independente, para subsidiar sua decisão.
Parágrafo 4º - A rejeição das contas implicará na
imediata instauração de inquérito administrativo com
designação de uma comissão, para apuração das responsabilidades, assim
como o afastamento preventivo
dos eventuais responsáveis, durante os trabalhos da
Comissão de Inquérito.
Parágrafo 5º - A Comissão de Inquérito será indicada e nomeada através de
Portaria pelo CFESS, sendo
composta nos termos das disposições do art. 83 e seguintes do presente
Estatuto.
CAPÍTULO IV
DA CONTABILIDADE DO CFESS E DOS CRESS
40
Art. 60 - A contabilidade do Conselho Federal e dos
Regionais de Serviço Social deve ser feita nos moldes
da contabilidade Pública Federal:
I - a contabilidade dos Conselhos será realizada através das funções de
orientação, controle, registro das
atividades de administração financeira e patrimonial,
compreendendo todos os atos e fatos relativos à gestão orçamentária-
financeira e da guarda e administração dos bens dos Conselhos Federal e
Regionais;
II - todo o ato de gestão financeira, que crie, modifique
ou extinga direito ou obrigação de natureza pecuniária do Conselho, será
realizado por meio de documento hábil que comprove o registrado na
contabilidade,
mediante classificação em conta adequada;
III - os débitos e os créditos serão registrados com individualização do
devedor ou do credor e especificação
da natureza e importância;
IV - toda e qualquer operação deve ser contabilizada,
exclusivamente, com documento legal e contabilmente aceitável, em
contabilidade pública;
V - os documentos comprobatórios das operações devem ser, rigorosamente,
arquivados em ordem cronológica;
VI - o registro contábil só será feito após cuidadoso
exame do documento;
VII - a escrituração deve ser mantida rigorosamente
em dia, com os registros contábeis processados diariamente, e as
conciliações bancárias deverão ser feitas,
mensalmente;
VIII - os documentos contábeis devem ser conservados
em arquivo do respectivo Conselho, pelo prazo mínimo de 05 (cinco) anos,
a contar da data da aprovação
da Prestação de Contas, findo o qual poderão ser incinerados mediante
termo;
IX - os livros Diário e Razão deverão ser encadernados
anualmente e arquivados pelo prazo mínimo de 10
(dez) anos;
X - todo documento contábil, inclusive de suprimento
de fundos, deve estar autorizado pelo ordenador de
despesas;
XI - a contabilidade manterá registros sintéticos dos
bens móveis e imóveis;
XII - o levantamento geral dos bens móveis e imóveis
terá por base o inventário analítico de cada unidade
administrativa e os elementos da escrituração sintética na contabilidade;
XIII - o Conselho Federal estabelecerá o Plano de Contas único e a
padronização dos registros contábeis
para o conjunto CFESS/CRESS;
XIV - o exercício financeiro dos Conselhos Federal e
Regionais encerra-se no dia 31 de dezembro de cada
ano.
TÍTULO IV
DA RECEITA E DESPESA DO CFESS E DOS CRESS
CAPÍTULO I
DAS RECEITAS DO CFESS E DOS CRESS
Art. 61 - Compete à Tesouraria do Conselho Federal
de Serviço Social, acompanhar as receitas devidas aos
Conselhos pelas pessoas físicas e jurídicas, propondo
ao Pleno a adoção de medidas e estratégias políticas,
administrativas e legais que mantenham a sua capacidade de arrecadação.
Parágrafo único - Compete à Tesouraria do CRESS,
acompanhar e fiscalizar a receita devida ao Regional
pelas pessoas físicas e jurídicas, bem como o repasse
da cota parte devida ao CFESS, propondo ao Conselho
Pleno respectivo a adoção de medidas que mantenham a capacidade de
arrecadação.
SEÇÃO I
DAS RENDAS
Art. 62 - Constitui receita do Conselho Federal de Serviço Social, nos
termos do art. 19 da Lei 8.662/93.
I - contribuições, taxas, multas e emolumentos arrecadados pelos CRESS,
em percentual a ser definido
pelo fórum máximo de deliberação Encontro Nacional
CFESS/CRESS;
II - rendas oriundas de mutações patrimoniais e locações de bens de
qualquer natureza;
III - doações e legados; IV - outras rendas.
Parágrafo 1° - O Conselho Pleno do CFESS deliberará sobre as medidas
cabíveis, em caso de não cumprimento das disposições previstas, quanto
aos procedimentos de repasse de cotas partes devidas pelos
CRESS ao CFESS.
Parágrafo 2° - A receita do CFESS será aplicada de
acordo com o Orçamento de cada exercício.
Art. 63 - Constitui receita dos Conselhos Regionais de Serviço Social:
I - contribuição, taxas, multas e emolumentos arrecadados e outros,
recebidas de pessoas físicas e jurídicas
sob sua jurisdição;
II - rendas oriundas de mutações patrimoniais e locações de bens de
qualquer natureza;
III - doações e legados; IV - outras rendas.
Parágrafo 1° - Os parâmetros máximo e mínimo das
anuidades, bem como as taxas, multas e outros a serem cobrados pelos
CRESS, serão fixados no Encontro
Nacional CFESS/CRESS.
Parágrafo 2° - Caberá à Assembléia da Categoria,
convocada por cada Regional, fixar o valor das anuidades que devem ser
pagas pelas pessoas físicas e jurídicas inscritas na jurisdição do CRESS,
no próximo
exercício, bem como formas de pagamentos e descontos, respeitados os
parâmetros máximo e mínimo de-
CAPÍTULO II
DAS DESPESAS DOS CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL
Art. 66 - Nenhuma despesa poderá ser realizada sem
a existência de crédito que a comporte ou quando imputada à dotação
imprópria.
Parágrafo 1º - Mediante cientificação do órgão contábil ou de terceiros,
o Conselho Fiscal poderá impugnar
quaisquer atos referentes às despesas que incidam na
proibição do presente artigo.
Parágrafo 2º - O acompanhamento da execução da
despesa será feito pela Tesouraria e Assessoria Contábil, mediante
classificação em conta adequada respondendo estes pela ação ou omissão.
Art. 67 - A renda dos Conselhos Federal e Regionais
deve ser aplicada na organização e funcionamento
administrativo dos mesmos, nos serviços de prevenção, orientação e
fiscalização do exercício profissional
do assistente social; na capacitação técnica e política
dos membros dos Conselhos e Categoria; na promoção do Serviço Social como
profissão, na defesa das
Políticas Públicas e dos Direitos Sociais e em todos os
serviços e frentes que concorram para elevar qualitativamente os padrões
de vida da população e do saber
profissional.
Art. 68 - A realização de despesas será normatizada,
através de Resolução do Conselho Federal de Serviço
Social, sendo vedado:
a) pagamento antecipado de qualquer despesa e sem
a devida comprovação
desta, através de recibo ou nota fiscal;
b) comprovante de despesa, emitido posteriormente
ao pagamento;
c) emissão de cheques ao portador ou diferente do
destinatário constante no
documento contábil;
d) emissão de cheque para pagamento de duas ou
mais despesas, salvo
para pagamento de folha de pessoal, via conta bancária.
Parágrafo 1° - Todas as realizações de despesas deverão ser efetuadas
mediante contrato formalizado,
exceto nos casos de pequenas compras de pronto pagamento, que não
ultrapassem o valor limite para as
licitações, conforme a Lei 8.666/93 e nos termos de
previsão, através de Resolução específica, expedida
pelo CFESS.
Parágrafo 2º - Todo comprovante de despesa deve
estar acompanhado da cópia do cheque respectivo ou
do comprovante de pagamento eletrônico autorizado
pela Tesouraria.
Parágrafo 3º - O pagamento de prestadores de serviços autônomos deverá
ser feito por documento de
Recibo de Pagamento de Autônomo (RPA), devendo
ser descontado os respectivos impostos e taxas previstos em Lei.
Art. 69 - O Conselho Federal e Regionais podem realizar seguro de vida e
saúde para diretores, conselheiros,
assessores e colaboradores, quando em deslocamento
a serviço, em conformidade com a disponibilidade financeira.
Parágrafo 1º - Poderá, também, ser realizado seguro de bens móveis e
imóveis dos Conselhos Federal e
Regionais.
Parágrafo 2º - Os Conselhos poderão contratar seguro saúde para os
funcionários, e, seguro de vida quando em deslocamento a serviço.
Art. 70 - É vedado empenhar, nos últimos 03 (três)
meses do mandato, mais do que o duodécimo de despesas previstas no
orçamento vigente, por mês.
Parágrafo único - Fica vedado, no mesmo período,
assumir, por qualquer forma, compromisso financeiro
para execução depois do término do mandato, salvo
despesas já orçadas.
Art. 71 - A concessão de auxílio, doação, cessão ou
qualquer modalidade de transferência de receita, entre Conselhos Federal
e Regionais ou para entidades
afins ao Serviço Social, deverá obedecer às normas
previstas neste Estatuto e aquelas fixadas pelo Conselho Federal de
Serviço Social, mediante Resolução.
CAPÍTULO III
DO PATRIMÔNIO DOS CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL
Art. 72 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais
de Serviço Social, por se constituírem entidade de direito público, gozam
de imunidade tributária total em
relação aos seus bens, valores, rendas e serviços.
Art. 73 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais nomearão,
respectivamente, uma Comissão de
Patrimônio a quem incumbirá a organização, registro
e catalogação do patrimônio de cada Conselho.
finidos pelo Encontro Nacional CFESS/CRESS.
Parágrafo 3° - A cobrança de anuidades, taxas e emolumentos é feita pelo
sistema de cobrança compartilhada, a fim de assegurar o recebimento
simultâneo
dos percentuais pelo Conselho Federal de Serviço Social.
Parágrafo 4° - Fica vedado o recebimento de anuidades, taxas e multas na
sede dos Conselhos Regionais
de Serviço Social, devendo ser realizada, exclusivamente, por via
bancária.
Art. 64 - As aplicações financeiras devem ser realizadas nos Banco
Oficiais, sendo permitida aplicação
em Títulos do Tesouro Nacional e/ou Caderneta de
Poupança.
Art. 65 - Os Conselhos Regionais de Serviço Social
ficam obrigados a cobrar e executar as contribuições
devidas por pessoas físicas ou jurídicas, inscritas em
seus quadros.
Parágrafo único - Os débitos não quitados serão inscritos,
obrigatoriamente, na Dívida Ativa dos Conselhos Regionais, considerando-
se título executivo extrajudicial a certidão respectiva, relativa aos
créditos
decorrentes.
41
TÍTULO V
DO PROCESSO DE AUDITORIA, COMISSÃO DE INQUÉRITO E DA NTERVENÇÃO NOS
CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL
CAPÍTULO I
DA AUDITORIA
Art. 74 - O Conselho Fiscal do CFESS poderá solicitar
ao Conselho Pleno a contratação de auditoria independente para controle e
verificação das atividades
contábeis, financeiras e administrativas no âmbito dos
Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social.
Art. 75 - O Conselho Fiscal ou qualquer Conselheiro
do CFESS poderão solicitar a realização de auditoria
independente no Conselho Federal, mediante justificativa e aprovação do
Conselho Pleno.
Art. 76 - Os custos decorrentes das auditorias de que
tratam os arts. 74 e 75 deste Estatuto serão sempre
arcados pelo CFESS.
Art. 77 - A determinação de auditoria independente
pela Comissão Especial ou sua solicitação pelo Conselho Fiscal do CFESS
ou por conselheiros deverão,
sempre, ser justificadas por escrito, apresentando a
necessidade de sua realização, face aos indícios de
irregularidades administrativas e/ou financeiras e/
ou contábeis, constatados no âmbito do CFESS ou dos
CRESS, e depois de esgotadas as providências e diligências disponíveis no
âmbito interno.
Art. 78 - O Conselho Fiscal do CRESS poderá, também, solicitar ao
Conselho Pleno do órgão respectivo a
contratação de auditoria independente para controle
e verificação das atividades desenvolvidas pelo CRESS
ou pelas Seccionais de seu âmbito de jurisdição.
Parágrafo único - Os custos decorrentes da auditoria
nas Seccionais serão arcados pelo CRESS respectivo,
após o cumprimento dos requisitos estabelecidos pelo
artigo 77 do presente Estatuto.
CAPÍTULO II
DA INTERVENÇÃO
42
Art. 79 - O Conselho Federal de Serviço Social poderá
intervir nos Conselhos Regionais de Serviço Social, por
deliberação do Conselho Pleno do CFESS, em casos de
irregularidades graves para:
I - assegurar o cumprimento das Leis, Código de Ética,
deste Estatuto, dos
Regulamentos e Resoluções;
II - assegurar o cumprimento de decisões judiciais;
III - restabelecer a normalidade administrativa e/ou
financeira e a lisura de atos administrativos e financeiros praticados
pelos CRESS, uma vez comprovada a
existência de irregularidade;
IV - sanar desequilíbrio financeiro grave, insolvência
ou má gestão dos recursos.
Parágrafo 1º - A intervenção deverá ser por prazo determinado, a ser
definido no Conselho Pleno do CFESS,
e regulamentada através de Portaria.
Parágrafo 2º - Considerar-se-á grave irregularidade administrativa ou
financeira, dentre outros, o não
cumprimento pelos gestores do disposto nos incisos I a
IV do “caput” do presente artigo.
Parágrafo 3º - Será publicizada, por meios eficazes,
a decisão de intervenção, junto à categoria do CRESS
respectivo.
Art. 80 - A intervenção nos Conselhos Regionais implicará o afastamento
temporário dos membros da
Diretoria e/ou Conselheiros responsáveis pelas irregularidades.
Parágrafo único - A ocupação temporária dos cargos
vacantes será feita em conformidade com o previsto
pelo artigo 42 do presente Estatuto.
Art. 81 - Será designado pelo Conselho Pleno do
CFESS uma Comissão
Interventora, composta de 03 (três) Conselheiros Federais, que orientarão
os atos do Regional, visando sanar
as irregularidades e o restabelecimento da normalidade administrativa
e/ou financeira.
Parágrafo 1º - A Comissão Interventora deverá proceder ao levantamento e
avaliação da situação do
CRESS, apresentando ao Conselho Pleno do CFESS
um relatório circunstanciado sobre tal situação, bem
como soluções, alternativas e procedimentos para saneamento das
irregularidades.
Parágrafo 2º - Fica sob a responsabilidade do CRESS
fornecer esclarecimentos, dados, documentos, informações e outros à
Comissão Interventora, de forma
a subsidiar o levantamento e avaliação da situação.
Parágrafo 3º - O relatório da Comissão deverá ser
submetido à apreciação e aprovação do Conselho Pleno do CFESS, e, após,
encaminhada cópia ao Regional,
para conhecimento dos Conselheiros em exercício e
para os afastados.
Parágrafo 4º - Os Conselheiros em exercício deverão
seguir e cumprir as determinações constantes do Relatório da Comissão
Interventora do CFESS, quanto à
gestão administrativa e financeira do Regional.
Parágrafo 5º - Sem o prejuízo do previsto no parágrafo 3º, os membros da
Comissão Interventora, se necessário, poderão praticar atos que
caracterizem caráter
de urgência no âmbito do CRESS, com vistas a sanar
as irregularidades ou da má gestão administrativa e/
ou financeira.
Art. 82 - Concluída a intervenção, os Conselheiros
afastados poderão reassumir seus cargos, caso seja
constatado que não são responsáveis pelas irregularidades ou mesmo quando
se tratar de intervenção que
não envolva a improbidade administrativa.
Parágrafo único - Constatada a responsabilidade por
culpa ou por dolo dos Conselheiros afastados, será
imediatamente instaurado inquérito administrativo,
com a designação de comissão para apuração de irregularidades, assim como
a prorrogação do afastamento dos eventuais responsáveis durante os
trabalhos da Comissão de Inquérito.
CAPÍTULO III
DA SINDICÂNCIA OU DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
Art. 83 - A instauração de Sindicância Administrativa
será determinada por decisão do Conselho Pleno do
CFESS ou do CRESS, conforme o caso, para elucidação
de fatos irregulares em seu âmbito interno, com o ob-
Parágrafo único - Serão aplicadas aos funcionários as
penalidades previstas pela CLT.
TÍTULO VI
DAS PENAS
Art. 87 - O descumprimento das normas e prazos
estabelecidos no presente Estatuto; na Lei 8.662/93
e nas demais Resoluções instituídas pelo CFESS, bem
como a prática de qualquer irregularidade, implicará
a aplicação das seguintes penalidades ao responsável
pelo ato ou omissão:
I - advertência reservada;
II - multa;
III - perda de mandato ou destituição de cargo nomeado ou rescisão de
contrato.
Parágrafo 1º - As penalidades especificadas nos incisos I e II se aplicam
aos conselheiros, assessores e
membros de comissões e de Seccionais, nos limites das
atribuições que lhes são delegadas.
Parágrafo 2º - A perda de mandato se aplica a conselheiros e membros de
Seccionais; a destituição de
cargo nomeado aos membros de comissões que não
sejam conselheiros e a rescisão de contrato aos assessores contratados.
Parágrafo 3º - As penalidades serão sempre aplicadas
aos responsáveis pelo descumprimento de normas ou
pela prática de irregularidades, após a devida apuração em inquérito
administrativo.
Parágrafo 4º - Os ordenadores de despesas responderão, sempre, pelas
atribuições atinentes aos seus
cargos.
Parágrafo 5º - Independentemente da aplicação de
uma das sanções administrativas, previstas pelos incisos do presente
artigo, poderão ser apuradas as
responsabilidades civis e criminais, perante os juízos
competentes.
Art. 88 - A advertência reservada será confidencial,
tornando-se pública, caso não seja encontrado o penalizado ou este, após
duas convocações, não comparecer no prazo fixado para receber a
penalidade.
Art. 89 - A pena de multa será fixada pelo Conselho
Pleno do CFESS ou dos CRESS no valor de meia a duas
anuidades vigentes.
Parágrafo 1º - Na aplicação da pena de multa aos
Conselheiros do CFESS será adotado o valor da anuidade vigente no CRESS
do Distrito Federal.
Parágrafo 2º - A pena de multa, ainda que o penalizado compareça para
tomar conhecimento da decisão, será tornada pública, se não for
devidamente
quitada no prazo de 30 (trinta) dias, sem prejuízo da
cobrança judicial.
Art. 90 - Sem prejuízo da penalidade a ser aplicada ao ordenador de
despesa ou ao responsável por
irregularidades ou pelo descumprimento das normas
previstas pelo Título III e IV que tratam dos “Procedimentos Contábeis e
Financeiros e da Receita e Despesa”, ficará vedado ao Conselho Regional
de Serviço
Social respectivo, o acesso a qualquer tipo de repasse
de recursos pelo CFESS.
Parágrafo único - Independentemente da correção da
irregularidade ou do atendimento, fora de prazo, da
jetivo da verificação de indícios de autoria em relação
a envolvimento de funcionários, assessores, conselheiros, membros de
Seccionais e Comissões.
Parágrafo único - Será designada pelo Conselho Pleno uma Comissão,
composta por 03 (três) membros
efetivos e, pelo menos, um suplente, para elucidação
preliminar dos fatos irregulares, devendo a Comissão
de Sindicância determinar diligências necessárias, tomada de depoimentos,
juntada de documentos e outros.
Art. 84 - Havendo indícios quanto à autoria do fato
irregular colhido através da sindicância, será determinada a imediata
instauração de inquérito administrativo pelo Conselho Pleno do órgão
federal ou regional,
oportunidade em que designará uma Comissão de
Inquérito composta por 03 (três) membros efetivos e,
pelo menos, um suplente, com prazo para término de
seus trabalhos e apresentação do relatório conclusivo.
Parágrafo 1º - A instauração do inquérito administrativo será
consubstanciada em Portaria a ser expedida pelo Presidente do CFESS ou
CRESS, descrevendo
os fatos irregulares circunstanciadamente, de modo a
delimitar o objeto da apuração e a permitir a plenitude de defesa.
Parágrafo 2º - Ao acusado será garantido seu pleno
direito de defesa, compreendendo a notificação para
apresentação de defesa escrita e ciência da acusação;
vista dos autos na sede da entidade; e oportunidade
de oferecimento de provas.
Parágrafo 3º - A Comissão de Inquérito, no curso da
instrução, poderá determinar diligências, depoimentos de testemunhas,
juntada de documentos e outros,
dando ciência ao acusado e possibilitando a participação deste em todos
os atos processuais praticados.
Parágrafo 4º - Concluída a instrução, o acusado será
notificado para apresentação de suas alegações finais
no prazo de 15 (quinze) dias.
Parágrafo 5º - A Comissão deverá apresentar relatório contendo a síntese
do processo, com apreciação
das provas, dos fatos apurados, do direito debatido e
proposta conclusiva, inclusive, em relação à penalidade a ser aplicada,
caso entenda procedente o processo
administrativo.
Parágrafo 6º - O relatório da Comissão de Inquérito será submetido à
apreciação e decisão do Conselho Pleno do CFESS ou do CRESS.
Art. 85 - Havendo indícios de que o fato apurado no
âmbito administrativo seja através de sindicância ou
inquérito administrativo, poderá vir a se caracterizar
como crime ou contravenção, caberá ao CFESS ou ao
CRESS, conforme o caso, tomar as medidas cabíveis,
notificando o fato à autoridade competente, para apuração da
responsabilidade criminal, sem prejuízo das
medidas civis, e aplicação das penalidades e providências administrativas
previstas à espécie.
Art. 86 - Comprovada a participação, envolvimento,
responsabilidade de funcionários, assessores, conselheiros, membros de
Seccionais e Comissões em irregularidades, o Conselho Pleno do CRESS ou
CFESS, poderá determinar a aplicação de penalidades, previstas
no parágrafo único do artigo 86 e artigos 87 a 89,
deste Estatuto.
43
determinação do CFESS, o Conselho Regional perderá
o direito ao recebimento de qualquer repasse de recurso daquele
exercício.
Art. 91 - A vedação de que trata o “caput” do artigo 90
só será aplicada ao CRESS, após o cumprimento dos
seguintes procedimentos:
I - Notificação para apresentar justificativas do descumprimento das
determinações estatutárias ou de
irregularidades;
II - A não apresentação de justificativas ou a apresentação sem
acatamento pelo CFESS, ensejarão a
aplicação da norma prevista no artigo 90 do presente
Estatuto.
Parágrafo único - Existindo indícios de irregularidade
o Conselho Pleno e/ou o Conselho Fiscal do CFESS,
poderão, a seu critério, determinar seja realizada
uma verificação “in loco” nas atividades desenvolvidas pelo CRESS.
TÍTULO VII
DA PERDA DO MANDATO
44
Art. 92 - A perda de mandato de Conselheiro Federal
ou Regional ou dos membros das Seccionais ocorrerá
em virtude de:
I - eleito não comparecer à posse, salvo motivo de
força maior, devidamente comprovado até 30 (trinta)
dias, após a posse dos demais eleitos;
II - morte;
III - renúncia;
IV - superveniência de causa de que resulte a inabilitação para o
exercício da profissão;
V - ausência a mais de 03 (três) reuniões consecutivas
ou 05 (cinco) alternadas no período de 01 (um) ano,
sem motivo justificado;
VI - não cumprimento das determinações emanadas
deste Estatuto, do Regimento Interno, das Resoluções
e do Conselho Pleno do CFESS e dos CRESS, ou prática de ato irregular ou
de improbidade administrativa,
após conclusão de inquérito administrativo;
VII - penalização em processo disciplinar e/ou ético,
após decisão transitada em julgado.
Parágrafo 1º - O Conselho Pleno determinará o afastamento temporário do
Conselheiro Federal, Regional
ou do membro da Seccional que estiver respondendo
a processo disciplinar e/ou ético, desde a sua instauração até o transito
em julgado da decisão administrativa.
Parágrafo 2º - Havendo perda do mandato, as substituições se farão em
conformidade com o estabelecido
pelo artigo 42 do presente Estatuto.
TÍTULO VIII
DA RESPONSABILIDADE DOS CONSELHEIROS, ASSESSORES, FUNCIONÁRIOS E
PRESTADORES DE
SERVIÇO
Art. 93 - Os conselheiros, assessores, funcionários e
prestadores de serviços são responsáveis pelos atos
que praticarem e pela omissão de ato previsto, no
limite de suas atribuições e responsabilidades, não
podendo alegar desconhecimento da Lei, do presente
Estatuto, do Regimento Interno e das Resoluções do
Conselho Federal de Serviço Social.
Parágrafo único - A constatação de eventuais irregularidades
administrativas deverá ser comunicada ao
presidente do Conselho.
TÍTULO IX
DOS PROCESSOS E RECURSOS
Art. 94 - Os processos que tramitam perante os Conselhos Regionais de
Serviço Social são processos administrativos, devendo sempre ser
garantido o amplo
e irrestrito direito de defesa aos envolvidos, independentemente, da sua
natureza e espécie.
Parágrafo único - Os processos disciplinares éticos são
regulados pelo Código Processual de Ética, instituído
através de Resolução do CFESS, devendo os procedimentos ali prescritos
serem rigorosamente cumpridos
pelos CFESS, CRESS e Comissão Permanente de Ética
e de Instrução.
Art. 95 - De toda decisão do Conselho Pleno do Conselho Regional de
Serviço Social, cabe recurso ao Conselho Federal, no prazo de 30 (trinta)
dias, contados do
conhecimento inequívoco ou da publicação da decisão, salvo nos casos de
procedimentos específicos.
Parágrafo 1º - Os recursos terão efeito suspensivo e,
conferindo-se a estes, efeito devolutivo, somente nas
hipóteses previstas expressamente ou quando absolutamente necessário, com
a finalidade de prevenir
perecimento de direito ou dano eminente, a critério
do Conselho Pleno do CFESS, por meio de despacho
motivado e fundamentado.
Parágrafo 2º - A decisão do Conselho Pleno do CFESS
possui caráter terminativo no âmbito administrativo.
Parágrafo 3º - O recurso será dirigido ao órgão julgador superior
(CFESS), embora interposto perante a
autoridade ou órgão de 1ª Instância administrativa
(CRESS).
Art. 96 - Cabe pedido de reconsideração, sem efeito
suspensivo, da decisão do Conselho Pleno do CFESS,
quando houver fato novo, exceto em relação aos processos disciplinares
éticos.
Parágrafo único - Excepcionalmente, o Presidente do
CFESS poderá, após parecer fundamentado da assessoria jurídica, receber o
pedido de reconsideração no
efeito suspensivo, devendo submeter à decisão à primeira sessão do
Conselho Pleno que houver.
TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 97 - Ficam convalidadas todas as Resoluções,
Portarias, Atos praticados até a data de entrada em
vigor do presente Estatuto, permanecendo aquelas
que não colidirem com o mesmo e com a legislação
prevista a espécie.
Art. 98 - A matéria relativa à aquisição de bens, contratação de serviços
e obras em geral e outros é regulada, inteiramente, pela Lei 8.666/93, de
21 de junho
de 1993.
Art. 99 - As decisões praticadas pelo Presidente ou
pela Diretoria “ad referendum” surtem efeitos imedia-
Brasília, 13 de maio de 2005
LÉA LÚCIA CECÍLIO BRAGA
Presidente do CFESS
LEI Nº 8.662/1993
Lei nº 8.662, De 7 de junho de 1993.
Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º É livre o exercício da profissão de Assistente
Social em todo o território nacional, observadas as
condições estabelecidas nesta lei.
Art. 2º Somente poderão exercer a profissão de Assistente Social:
I - Os possuidores de diploma em curso de graduação
em Serviço Social, oficialmente reconhecido, expedido
por estabelecimento de ensino superior existente no
País, devidamente registrado no órgão competente;
II - os possuidores de diploma de curso superior em
Serviço Social, em nível de graduação ou equivalente,
expedido por estabelecimento de ensino sediado em
países estrangeiros, conveniado ou não com o governo
brasileiro, desde que devidamente revalidado e registrado em órgão
competente no Brasil;
III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com funções
nos vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo
único da Lei
nº 1.889, de 13 de junho de 1953.
Parágrafo único. O exercício da profissão de Assistente
Social requer prévio registro nos Conselhos Regionais
que tenham jurisdição sobre a área de atuação do interessado nos termos
desta lei.
Art. 3º A designação profissional de Assistente Social
é privativa dos habilitados na forma da legislação vigente.
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas
sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta,
empresas, entidades e organizações
populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos
que sejam do âmbito de atuação
do Serviço Social com participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos,
grupos e à população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no
sentido de identificar recursos e de fazer
uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus
direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam
contribuir para a análise da realidade social e para
subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às
matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais
em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos
direitos civis, políticos e sociais da
coletividade;
X - planejamento, organização e administração de
Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social;
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários
para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos
da administração pública direta e indireta, empresas
privadas e outras entidades.
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente
Social:
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos,
pesquisas, planos, programas e projetos
na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de
Serviço Social;
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço
Social;
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações
e pareceres sobre a matéria de Serviço Social;
tos e deverão ser submetidas ao Conselho Pleno na
primeira sessão que houver.
Parágrafo único - Os efeitos dos atos praticados
“ad referendum” cessam a partir do momento em que
for reformado ou revogado pelo Conselho Pleno.
Art. 100 - As Resoluções constituem Atos Normativos
e privativos do Conselho Federal de Serviço Social, o
qual poderá fazer uso de outros Atos Administrativos.
Parágrafo único - Os CRESS só poderão expedir Resolução, em seu âmbito de
jurisdição, sobre matérias
relativas a atos administrativos a serem ou praticados
e desde que no âmbito de sua competência e atribuições.
Art. 101 - Sendo os Conselhos Federal e Regionais
de Serviço Social criados por lei, sua extinção somente
poderá ocorrer por Lei Federal.
Art. 102 - Compete a Justiça Federal a apreciação
das controvérsias que envolvem os Conselhos Federal
e Regionais de Serviço Social, quando no exercício das
atividades, funções e atribuições que lhes são próprias
e previstas pela Lei 8.662/93.
Art. 103 - Os empregados dos Conselhos Federal e
Regionais de Serviço Social são regidos pela Legislação Trabalhista.
Art. 104 - Este Estatuto somente poderá ser alterado
por decisão do Encontro Nacional CFESS/CRESS, pelo
voto favorável de 2/3 (dois terços) de delegados.
Art. 105 - Os casos omissos serão resolvidos pelo
Conselho Federal de Serviço Social.
Art. 106 - Este Estatuto entra em vigor na data da publicação de suas
alterações.
45
46
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a
nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e
funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de
formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço
Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos
de Serviço Social, de graduação e pós-graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros
de estudo e de pesquisa em Serviço Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões
julgadoras de concursos ou outras
formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde
sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço
Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e
eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e
Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas
ou privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização
da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria
profissional.
Art. 5º-A. A duração do trabalho do Assistente Social é
de 30 (trinta) horas semanais.
Art. 6º São alteradas as denominações do atual Conselho Federal de
Assistentes Sociais (CFAS) e dos Conselhos Regionais de Assistentes
Sociais (CRAS), para,
respectivamente, Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e Conselhos
Regionais de Serviço Social
(CRESS).
Art. 7º O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
e os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS)
constituem, em seu conjunto, uma entidade com personalidade jurídica e
forma federativa, com o objetivo
básico de disciplinar e defender o exercício da profissão de Assistente
Social em todo o território nacional.
1º Os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS)
são dotados de autonomia administrativa e financeira, sem prejuízo de sua
vinculação ao Conselho Federal, nos termos da legislação em vigor.
2º Cabe ao Conselho Federal de Serviço Social
(CFESS) e aos Conselhos Regionais de Serviço Social
(CRESS), representar, em juízo e fora dele, os interesses
gerais e individuais dos Assistentes Sociais, no cumprimento desta lei.
Art. 8º Compete ao Conselho Federal de Serviço Social
(CFESS), na qualidade de órgão normativo de grau superior, o exercício
das seguintes atribuições:
I - orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício
da profissão de Assistente Social, em
conjunto com o CRESS;
II - assessorar os CRESS sempre que se fizer necessário;
III - aprovar os Regimentos Internos dos CRESS no
fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/
CRESS;
IV - aprovar o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais
juntamente com os CRESS, no fórum
máximo de deliberação do conjunto CFESS/CRESS;
V - funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional;
VI - julgar, em última instância, os recursos contra as
sanções impostas pelos CRESS;
VII - estabelecer os sistemas de registro dos profissionais habilitados;
VIII - prestar assessoria técnico-consultiva aos organismos públicos ou
privados, em matéria de Serviço
Social;
IX - (Vetado)
Art. 9º O fórum máximo de deliberação da profissão
para os fins desta lei dar-se-á nas reuniões conjuntas dos Conselhos
Federal e Regionais, que inclusive
fixarão os limites de sua competência e sua forma de
convocação.
Art. 10. Compete aos CRESS, em suas respectivas áreas
de jurisdição, na qualidade de órgão executivo e de
primeira instância, o exercício das seguintes atribuições:
I - organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e
o cadastro das instituições e obras
sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos;
II - fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de
Assistente Social na respectiva região;
III - expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a
respectiva taxa;
IV - zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando
como Tribunais Regionais de Ética
Profissional;
V - aplicar as sanções previstas no Código de Ética
Profissional;
VI - fixar, em assembleia da categoria, as anuidades
que devem ser pagas pelos Assistentes Sociais;
VII - elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e
aprovação do fórum máximo de
deliberação do conjunto CFESS/CRESS.
Art. 11. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
terá sede e foro no Distrito Federal.
Art. 12. Em cada capital de Estado, de Território e no
Distrito Federal, haverá um Conselho Regional de Serviço Social (CRESS)
denominado segundo a sua jurisdição, a qual alcançará, respectivamente, a
do Estado,
a do Território e a do Distrito Federal.
1º Nos Estados ou Territórios em que os profissionais
que neles atuam não tenham possibilidade de instalar
um Conselho Regional, deverá ser constituída uma delegacia subordinada ao
Conselho Regional que oferecer melhores condições de comunicação,
fiscalização e
orientação, ouvido o órgão regional e com homologação do Conselho
Federal.
2º Os Conselhos Regionais poderão constituir, dentro de sua própria área
de jurisdição, delegacias seccionais para desempenho de suas atribuições
executivas e de primeira instância nas regiões em que forem
instalados, desde que a arrecadação proveniente dos
profissionais nelas atuantes seja suficiente para sua
própria manutenção.
Art. 13. A inscrição nos Conselhos Regionais sujeita os
Assistentes Sociais ao pagamento das contribuições
compulsórias (anuidades), taxas e demais emolumen-
para um mandato de três anos, de acordo com as normas estabelecidas em
Código Eleitoral aprovado pelo
fórum instituído pelo art. 9º desta lei.
Parágrafo único. As delegacias seccionais contarão
com três membros efetivos: um Delegado, um Secretário e um Tesoureiro, e
três suplentes, eleitos dentre
os Assistentes Sociais da área de sua jurisdição, nas
condições previstas neste artigo.
Art. 21. (Vetado).
Art. 22. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais
terão legitimidade para agir contra qualquer pessoa
que infringir as disposições que digam respeito às
prerrogativas, à dignidade e ao prestígio da profissão
de Assistente Social.
Art. 23. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário e, em
especial, a Lei nº 3.252, de 27 de agosto de 1957.
Brasília, 7 de junho de 1993; 172º da Independência e
105º da República.
ITAMAR FRANCO
Walter Barelli
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (Prefeitura de São Luís/MA/2017 - Técnico Municipal
Nível Superior/Nível IX-A- Assistência Social – CESPE). De
acordo com o Código de Ética do Assistente Social, ao
assistente social
a) é facultado realizar denúncia aos órgãos competentes
dos casos de violação dos direitos humanos, no que
diz respeito à ausência de condições mínimas de sobrevivência.
b) compete, no trabalho multidisciplinar, compartilhar
todas as informações adquiridas em decorrência do
exercício profissional.
c) é vedado integrar comissão interdisciplinar de ética
em seu local de trabalho, quando se tratar de avaliação da conduta
profissional de outra categoria
d) cabe garantir a discussão com os usuários sobre as
possibilidades das situações, devendo o assistente social respeitar as
decisões daqueles, ainda que sejam
contrárias a seus valores ou a suas crenças.
e) é permitido intervir na prestação de serviços que estejam sendo
efetuados por outro profissional sempre
que ele oferecer respostas mais efetivas às demandas
dos usuários.
Resposta: Letra D - Orientar indivíduos e grupos de
diferentes segmentos sociais no sentido de identificar
recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento
e na defesa de seus direitos;
tos que forem estabelecidos em regulamentação baixada pelo Conselho
Federal, em deliberação conjunta
com os Conselhos Regionais.
Art. 14. Cabe às Unidades de Ensino credenciar e comunicar aos Conselhos
Regionais de sua jurisdição os
campos de estágio de seus alunos e designar os Assistentes Sociais
responsáveis por sua supervisão.
Parágrafo único. Somente os estudantes de Serviço
Social, sob supervisão direta de Assistente Social em
pleno gozo de seus direitos profissionais, poderão realizar estágio de
Serviço Social.
Art. 15. É vedado o uso da expressão Serviço Social por
quaisquer pessoas de direito público ou privado que
não desenvolvam atividades previstas nos arts. 4º e
5º desta lei.
Parágrafo único. As pessoas de direito público ou privado que se
encontrem na situação mencionada neste
artigo terão o prazo de noventa dias, a contar da data
da vigência desta lei, para processarem as modificações que se fizerem
necessárias a seu integral cumprimento, sob pena das medidas judiciais
cabíveis.
Art. 16. Os CRESS aplicarão as seguintes penalidades
aos infratores dos dispositivos desta Lei:
I - multa no valor de uma a cinco vezes a anuidade
vigente;
II - suspensão de um a dois anos de exercício da profissão ao Assistente
Social que, no âmbito de sua atuação, deixar de cumprir disposições do
Código de Ética,
tendo em vista a gravidade da falta;
III - cancelamento definitivo do registro, nos casos de
extrema gravidade ou de reincidência contumaz.
1º Provada a participação ativa ou conivência de
empresas, entidades, instituições ou firmas individuais
nas infrações a dispositivos desta lei pelos profissionais delas
dependentes, serão estas também passíveis
das multas aqui estabelecidas, na proporção de sua
responsabilidade, sob pena das medidas judiciais cabíveis.
2º No caso de reincidência na mesma infração no
prazo de dois anos, a multa cabível será elevada ao
dobro.
Art. 17. A Carteira de Identificação Profissional expedida pelos
Conselhos Regionais de Serviço Social
(CRESS), servirá de prova para fins de exercício profissional e de
Carteira de Identidade Pessoal, e terá fé
pública em todo o território nacional.
Art. 18. As organizações que se registrarem nos CRESS
receberão um certificado que as habilitará a atuar na
área de Serviço Social.
Art. 19. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
será mantido:
I - por contribuições, taxas e emolumentos arrecadados pelos CRESS, em
percentual a ser definido pelo fórum máximo instituído pelo art. 9º desta
lei;
II - por doações e legados;
III - por outras rendas.
Art. 20. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e
os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) contarão cada um com
nove membros efetivos: Presidente, Vice-Presidente, dois Secretários,
dois Tesoureiros
e três membros do Conselho Fiscal, e nove suplentes,
eleitos dentre os Assistentes Sociais, por via direta,
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ACESSO À INFORMAÇÃO: LEI Nº 12.527/2011
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI Nº
12.527/2011)
Antes de realizar uma análise comentada da Lei nº
12.1527/2011, que dispõe sobre o direito ao acesso à informação, convém
realizar uma breve introdução sobre o
tema. O Brasil foi marcado, na década de 1960 até meados de 1980, por um
governo ditatorial militar, ocasião
em que houve uma grande restrição dos direitos fundamentais dos cidadãos,
incluindo nesse rol o direito ao
acesso à informação. O Poder Público, na época, tinha
a faculdade de decidir quais atos e outros eventos poderiam ser
transmitidos para a população, e quais atos
deveriam permanecer sob sigilo.
Contudo, tal cenário mudou com a redemocratização do País, e a
promulgação da Constituição Federal de
1988. Atualmente, o acesso à informação é reconhecido
como direito humano fundamental por importantes organismos da comunidade
internacional. O art. 5º, XXXIII,
da CF/1988 prevê de modo expresso o direito ao acesso
à informação, ao dispor que “todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”. Assim, as noções
de publicidade e transparência passam a se tornar princípios basilares da
Administração Pública (art. 37, caput,
CF/1988), e como forma de melhor regulamentar o referido disposto
constitucional, surge a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011),
que analisaremos alguns
de seus principais dispositivos.
1. Princípios e Diretrizes
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A Lei de Acesso à Informação (LAI), é considerada um
divisor de águas em matéria de transparência pública,
pois, dentre outros princípios, define que o acesso à informação é a
regra, e o sigilo, a exceção. Qualquer pessoa,
física ou jurídica, poderá solicitar acesso às informações
públicas, isto é, aquelas não classificadas como sigilosas,
conforme procedimento que observará as regras, prazos,
instrumentos de controle e recursos previstos, sendo dever do Estado
garantir esse direito fundamental, que será
franqueada mediante procedimentos simples e objetivos, de forma
transparente, clara e de fácil compreensão.
O parágrafo único do art. 1º da LAI dispõe sobre os
destinatários, ou aqueles que devem se subordinar à
referida legislação. São os órgãos públicos integrantes
da administração dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo o Tribunal
de Contas, Ministério Público etc; as
entidades federativas integrantes da Administração Pública Direta; e as
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, e sociedades de
economia mista integrantes
da Administração Indireta.
Os procedimentos previstos na LAI destinam-se a assegurar o direito
fundamental de acesso à informação e
devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as diretrizes
previstas no art. 3º da referida Lei. São eles:
A) Princípio da Publicidade Máxima: a abrangência do direito à informação
deve ser ampla no tocante
à quantidade de informações e órgãos envolvidos, bem
como quanto aos indivíduos que poderão reivindicar
esse direito.
B) Princípio da Transparência ativa ou obrigação
de publicar: os órgãos públicos têm a obrigação de publicar informações
de interesse público sem necessidade
de provocação dos interessados.
C) Princípio da abertura de dados: traduz-se no
estímulo à disponibilização de dados em formato aberto,
utilizado livremente, cujo acesso é facultado a qualquer
interessado.
D) Princípio da criação de procedimentos que
facilitam o acesso: os pedidos de informação devem
ser processados mediante procedimentos ágeis, de forma transparente e em
linguagem de fácil compreensão,
com a possibilidade de apresentação de recurso em caso
de negativa da informação. O recurso disposto na referida Lei não é o
remédio constitucional denominado
habeas data, cuja regulamentação encontra-se na Lei nº
9.507/1997.
2. Transparência Ativa e Transparência Passiva
A LAI estimula exaustivamente a iniciativa de transparência, que pode ser
dividida em duas espécies. A transparência ativa consiste na
obrigatoriedade dos órgãos e
entidades públicas, por iniciativa própria, de divulgarem
informações de interesse geral ou coletivo, salvo aquelas que contenham
informações que mereçam especial
proteção em razão do seu caráter sigiloso. Sobre o tema,
o caput do art. 8º da LAI é bastante claro ao expor que
“É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de
requerimentos, a divulgação em
local de fácil acesso, no âmbito de suas competências,
de informações de interesse coletivo ou geral por eles
produzidas ou custodiadas”.
Além da obrigação geral, o § 1º do referido art. 8º
também elenca um rol de dados que devem obrigatoriamente constar na
divulgação de informações pelos
órgãos e entidades públicas, dentre os quais destaca-se:
o registro das competências e estrutura organizacional,
endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento
ao público; o registro de despesas;
as informações concernentes a procedimentos licitatórios, incluindo os
editais e resultados, bem como todos
os contratos celebrados; e as respostas a perguntas mais
frequentes da sociedade. A LAI definiu a internet como
sendo o canal obrigatório para a divulgação das iniciativas de
Transparência Ativa, conforme se depreende do
seu art. 8º, § 2º: “Para cumprimento do disposto no caput,
os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos
os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem,
sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede
mundial de computadores”.
3. Recursos administrativos na LAI
O demandante somente poderá recorrer nas seguintes hipóteses: havendo
negativa de acesso à informação;
ou quando não há motivação obrigatória da negativa de
acesso. A Lei de Acesso à Informação apenas detalha os
procedimentos de recursos administrativos no âmbito
da administração pública federal, mas a doutrina entende que os Poderes
Executivo e Legislativo tenham seus
respectivos procedimentos recursais, desde que devidamente
regulamentados.
Nos termos do caput e do parágrafo único do art. 15
da LAI, o interessado poderá interpor recurso contra a
decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência,
sendo dirigido à autoridade hierarquicamente superior
à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5
(cinco) dias. O serviço de busca
e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de
reprodução de documentos pelo órgão ou
entidade pública consultada, situação em que poderá ser
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos
serviços e dos materiais utilizados.
Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo
Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que
terá o prazo
de 5 dias para decidir sobre o referido pleito.
4. Responsabilidades na Lei de Acesso à Informação:
A LAI não dispõe apenas de regras gerais sobre o
acesso à informação. Também elenca uma série de sanções e penalidades aos
agentes públicos que se opor aos
seus ditames. O art. 32 da LAI apresenta as condutas que
são consideradas condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente
público ou militar:
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do
agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-
la intencionalmente de forma
incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar,
desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
parcialmente, informação que se encontre sob sua
guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em
razão do exercício das atribuições de cargo, emprego
ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações
de acesso à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro,
ou para fins de ocultação de ato
ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação
sigilosa para beneficiar a si ou a
outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a
possíveis violações de direitos
humanos por parte de agentes do Estado.
Os agentes militares serão penalizados segundo regimento próprio, podendo
ser consideradas transgressões
médias ou graves. Já os demais servidores públicos, submetidos ao regime
da Lei nº 8.112/1990, a prática de tais
condutas enseja à pena de, no mínimo, suspensão.
Por fim, a LAI também prevê penalidades para as
pessoas físicas e entidades privadas que detiverem informações em virtude
de vínculo de qualquer natureza
com o poder público e deixarem de observar os princípios e diretrizes da
referida Lei, podendo ser punidos
com: a) advertência; b) multa; c) rescisão do vínculo com
o poder público; d) suspensão temporária de participar
em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por
prazo não superior a 2 (dois) anos;
e e) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a administração pública, até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade.
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (ILSL – ENFERMEIRO – IBFC – 2013) A Lei nº 12.527
de 18-11-2011 regula direito fundamental de acesso às
informações. Na sua seção V, regula o acesso às informações pessoais.
Assinale a alternativa incorreta:
a) O tratamento das informações pessoais deve ser feito
de forma transparente e com respeito à intimidade,
vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
às liberdades e garantias individuais.
Por outro lado, a LAI também estabelece procedimentos e ações a serem
realizados pelos órgãos e entidades
públicas de forma a garantir o atendimento ao princípio
da Transparência Passiva. A transparência passiva ocorre
quando algum órgão ou ente é provocado pela sociedade a prestar
informações. A obrigatoriedade de prestar
as informações solicitadas está prevista especificamente no artigo 10 da
LAI: “Qualquer interessado poderá
apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos
e entidades referidos no art. 1° desta Lei, por qualquer
meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação
do requerente e a especificação da informação requerida”. Os pedidos
devem ser encaminhados ao serviço de
informação do órgão público, podendo ser realizados
inclusive pela internet, devem conter informações como
identificação do requerente, mas sem exigências que inviabilizem a
solicitação, e não se podem exigir justificativas para solicitar
informações de interesse público.
Uma vez recebido um pedido de informação, o Poder
Público deve autorizar ou conceder acesso imediato à informação. Não
sendo possível acesso imediato, em até
20 dias, o órgão deve responder o requerente apresentando: a data, local
e modo para se realizar o acesso; as
razões para se recusar o acesso pretendido; o comunicado de que não
possui a informação ou que encaminhou
o pedido ao órgão que realmente detém a informação.
Tal prazo poderá ser prorrogado por mais 10 dias mediante justificativa
apresentada pelo ente público.
49
b) O consentimento expresso da pessoa a que elas se
referirem não será exigido quando as informações
forem necessárias à prevenção e diagnóstico médico,
quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz,
e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico.
c) O consentimento expresso da pessoa a que elas se
referirem será exigido quando as informações forem
necessárias ao cumprimento de ordem judicial.
d) A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e
imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar
processo de apuração
de irregularidades em que o titular das informações
estiver envolvido, bem como em ações voltadas para
a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
Resposta: Letra C. O erro da alternativa está no fato
de que o consentimento da pessoa para a divulgação
de informações pessoais não é obrigatório quando
tais informações forem necessárias ao cumprimento
de ordem judicial, conforme dispõe o art. 31, § 2º, III,
da Lei nº 12.527/2011.
DECRETO Nº 7.724/2011
Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de
2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto
no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.
84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista
o disposto na
Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
50
Art. 1o  Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder
Executivo federal, os procedimentos para a garantia
do acesso à informação e para a classificação de informações sob
restrição de acesso, observados grau e
prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei no 12.527,
de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do caput do
art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art.
216 da Constituição.
Art. 2o  Os órgãos e as entidades do Poder Executivo
federal assegurarão, às pessoas naturais e jurídicas, o
direito de acesso à informação, que será proporcionado mediante
procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
linguagem de fácil compreensão, observados os princípios da administração
pública e as diretrizes previstas na Lei no 12.527, de
2011.
Art. 3o  Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I -  informação - dados, processados ou não, que podem ser utilizados
para produção e transmissão de
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou
formato;
II - dados processados - dados submetidos a qualquer
operação ou tratamento por meio de processamento
eletrônico ou por meio automatizado com o emprego
de tecnologia da informação;
III - documento - unidade de registro de informações,
qualquer que seja o suporte ou formato;
IV - informação sigilosa - informação submetida temporariamente à
restrição de acesso público em razão
de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, e
aquelas abrangidas pelas demais
hipóteses legais de sigilo;
V - informação pessoal - informação relacionada à
pessoa natural identificada ou identificável, relativa à
intimidade, vida privada, honra e imagem;
VI - tratamento da informação - conjunto de ações
referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso,
reprodução, transporte, transmissão,
distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação,
destinação ou controle da informação;
VII - disponibilidade - qualidade da informação que
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas
autorizados;
VIII - autenticidade - qualidade da informação que tenha sido produzida,
expedida, recebida ou modificada
por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
IX - integridade - qualidade da informação não modificada, inclusive
quanto à origem, trânsito e destino;
X - primariedade - qualidade da informação coletada na fonte, com o
máximo de detalhamento possível,
sem modificações;
XI - informação atualizada - informação que reúne os
dados mais recentes sobre o tema, de acordo com sua
natureza, com os prazos previstos em normas específicas ou conforme a
periodicidade estabelecida nos
sistemas informatizados que a organizam; e
XII - documento preparatório - documento formal
utilizado como fundamento da tomada de decisão ou
de ato administrativo, a exemplo de pareceres e notas
técnicas.
Art. 4o  A busca e o fornecimento da informação são
gratuitos, ressalvada a cobrança do valor referente ao
custo dos serviços e dos materiais utilizados, tais como
reprodução de documentos, mídias digitais e postagem.
Parágrafo único.  Está isento de ressarcir os custos dos
serviços e dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não
lhe permita fazê-lo sem prejuízo
do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115,
de 29 de agosto de 1983.
CAPÍTULO II
DA ABRANGÊNCIA
Art. 5o  Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da administração
direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades
CAPÍTULO III
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA
Art. 7o  É dever dos órgãos e entidades promover, independente de
requerimento, a divulgação em seus
sítios na Internet de informações de interesse coletivo
ou geral por eles produzidas ou custodiadas, observado o disposto nos
arts. 7o e 8o da Lei no 12.527, de
2011.
§ 1o  Os órgãos e entidades deverão implementar em
seus sítios na Internet seção específica para a divulgação das
informações de que trata o caput.
§ 2o  Serão disponibilizados nos sítios na Internet dos
órgãos e entidades, conforme padrão estabelecido
pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República:
I - banner na página inicial, que dará acesso à seção
específica de que trata o § 1o; e
II - barra de identidade do Governo federal, contendo ferramenta de
redirecionamento de página para
o Portal Brasil e para o sítio principal sobre a Lei
no 12.527, de 2011.
§ 3o   Deverão ser divulgadas, na seção específica de
que trata o § 1o, informações sobre:
I - estrutura organizacional, competências, legislação
aplicável, principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das
unidades, horários de atendimento
ao público;
II -  programas, projetos, ações, obras e atividades,
com indicação da unidade responsável, principais metas e resultados e,
quando existentes, indicadores de
resultado e impacto;
III - repasses ou transferências de recursos financeiros;
IV - execução orçamentária e financeira detalhada;
V - licitações realizadas e em andamento, com editais,
anexos e resultados, além dos contratos firmados e
notas de empenho emitidas;
VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante
de cargo, posto, graduação, função e emprego público,
incluindo auxílios, ajudas de custo, jetons e quaisquer
outras vantagens pecuniárias, bem como proventos
de aposentadoria e pensões daqueles que estiverem
na ativa, de maneira individualizada, conforme ato do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
VII - respostas a perguntas mais frequentes da
sociedade;(Redação dada pelo Decreto nº 8.408, de
2015)
VIII - contato da autoridade de monitoramento, designada nos termos do
art. 40 da Lei nº 12.527, de 2011,
e telefone e correio eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão -
SIC; e (Redação dada pelo Decreto
nº 8.408, de 2015)
IX - programas financiados pelo Fundo de Amparo ao
Trabalhador - FAT. (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de
2015)
§ 4o  As informações poderão ser disponibilizadas por
meio de ferramenta de redirecionamento de página
na Internet, quando estiverem disponíveis em outros
sítios governamentais.
§ 5o  No caso das empresas públicas, sociedades de
economia mista e demais entidades controladas pela
União que atuem em regime de concorrência, sujeitas
ao disposto no art. 173 da Constituição, aplica-se o
disposto no § 1o do art. 5o.
§ 6o O Banco Central do Brasil divulgará periodicamente informações
relativas às operações de crédito
praticadas pelas instituições financeiras, inclusive as
taxas de juros mínima, máxima e média e as respectivas tarifas bancárias.
§ 7o A divulgação das informações previstas no §
3o não exclui outras hipóteses de publicação e divulgação de informações
previstas na legislação.
§ 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Controladoria-Geral da
União, do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Trabalho e Emprego
disporá sobre a
divulgação dos programas de que trata o inciso IX do
§ 3º, que será feita, observado o disposto no Capítulo
VII: (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
I - de maneira individualizada; (Incluído pelo Decreto
nº 8.408, de 2015)
II - por meio de informações consolidadas disponibilizadas no sítio na
Internet do Ministério do Trabalho
e Emprego; e        (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de
2015)
III - por meio de disponibilização de variáveis das bases de dados para
execução de cruzamentos, para fins
de estudos e pesquisas, observado o disposto no art.
13. (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
Art. 8o  Os sítios na Internet dos órgãos e entidades
deverão, em cumprimento às normas estabelecidas
pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atender aos
seguintes requisitos, entre outros:
de economia mista e as demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União.
§ 1o A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade de
economia mista e demais entidades
controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao
disposto no art. 173 da Constituição, estará submetida às normas
pertinentes da
Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar
sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os
interesses de acionistas minoritários.
§ 2o Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as
informações relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou
jurídicas de direito privado obtidas pelo
Banco Central do Brasil, pelas agências reguladoras
ou por outros órgãos ou entidades no exercício de
atividade de controle, regulação e supervisão da atividade econômica cuja
divulgação possa representar
vantagem competitiva a outros agentes econômicos.
Art. 6o O acesso à informação disciplinado neste Decreto não se aplica:
I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como
fiscal, bancário, de operações e serviços no mercado
de capitais, comercial, profissional, industrial e segredo de justiça; e
II - às informações referentes a projetos de pesquisa
e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado, na forma do §1o do art. 7o da Lei no 12.527,
de 2011.
51
I - conter formulário para pedido de acesso à informação;
II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que
permita o acesso à informação de forma objetiva,
transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;
III - possibilitar gravação de relatórios em diversos formatos
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e
texto, de modo a facilitar a
análise das informações;
IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas externos em formatos
abertos, estruturados e legíveis
por máquina;
V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para
estruturação da informação;
VI - garantir autenticidade e integridade das informações disponíveis
para acesso;
VII - indicar instruções que permitam ao requerente
comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o
órgão ou entidade; e
VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com
deficiência.
CAPÍTULO IV
DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
Seção I
Do Serviço de Informação ao Cidadão
52
Art. 9o  Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de
Informações ao Cidadão - SIC, com o objetivo de:
I - atender e orientar o público quanto ao acesso à
informação;
II - informar sobre a tramitação de documentos nas
unidades; e
III - receber e registrar pedidos de acesso à informação.
Parágrafo único. Compete ao SIC:
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que
possível, o fornecimento imediato da informação;
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico específico e a
entrega de número do protocolo, que
conterá a data de apresentação do pedido; e
III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado à unidade
responsável pelo fornecimento da informação, quando couber.
Art. 10.  O SIC será instalado em unidade física identificada, de fácil
acesso e aberta ao público.
§ 1o  Nas unidades descentralizadas em que não houver SIC será oferecido
serviço de recebimento e registro dos pedidos de acesso à informação.
§ 2o  Se a unidade descentralizada não detiver a informação, o pedido
será encaminhado ao SIC do órgão
ou entidade central, que comunicará ao requerente o
número do protocolo e a data de recebimento do pedido, a partir da qual
se inicia o prazo de resposta.
Seção II
Do Pedido de Acesso à Informação
Art. 11.  Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá
formular pedido de acesso à informação.
§ 1o  O pedido será apresentado em formulário padrão, disponibilizado em
meio eletrônico e físico, no
sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades.
§ 2o  O prazo de resposta será contado a partir da data
de apresentação do pedido ao SIC.
§ 3o  É facultado aos órgãos e entidades o recebimento de pedidos de
acesso à informação por qualquer
outro meio legítimo, como contato telefônico, correspondência eletrônica
ou física, desde que atendidos os
requisitos do art. 12.
§ 4o  Na hipótese do § 3o, será enviada ao requerente
comunicação com o número de protocolo e a data do
recebimento do pedido pelo SIC, a partir da qual se
inicia o prazo de resposta.
Art. 12. O pedido de acesso à informação deverá conter:
I - nome do requerente;
II - número de documento de identificação válido;
III - especificação, de forma clara e precisa, da informação requerida; e
IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para
recebimento de comunicações ou da informação requerida.
Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação:
I - genéricos;
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou
consolidação de dados e informações, ou
serviço de produção ou tratamento de dados que não
seja de competência do órgão ou entidade.
Parágrafo único.  Na hipótese do inciso III do caput, o
órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento,
indicar o local onde se encontram as informações a
partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação,
consolidação ou tratamento de dados.
Art. 14.  São vedadas exigências relativas aos motivos
do pedido de acesso à informação.
Seção III
Do Procedimento de Acesso à Informação
Art. 15.  Recebido o pedido e estando a informação
disponível, o acesso será imediato.
§ 1o  Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão
ou entidade deverá, no prazo de até vinte dias:
I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico informado;
II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à informação,
efetuar reprodução ou obter certidão
relativa à informação;
III - comunicar que não possui a informação ou que
não tem conhecimento de sua existência;
IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade responsável
pela informação ou que a detenha;
ou
V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do
acesso.
§ 2o  Nas hipóteses em que o pedido de acesso demandar manuseio de grande
volume de documentos, ou
a movimentação do documento puder comprometer
sua regular tramitação, será adotada a medida prevista no inciso II do §
1o.
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil
classificarão os documentos que
embasarem decisões de política econômica, tais como
fiscal, tributária, monetária e regulatória.
Seção IV
Dos Recursos
Art. 21.  No caso de negativa de acesso à informação ou de não
fornecimento das razões da negativa
do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à
autoridade hierarquicamente superior à que adotou a
decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias,
contado da sua apresentação.
Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata
o caput, poderá o requerente apresentar recurso no
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à
autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá
se manifestar em cinco dias contados do recebimento
do recurso.
Art. 22.  No caso de omissão de resposta ao pedido de
acesso à informação, o requerente poderá apresentar
reclamação no prazo de dez dias à autoridade de monitoramento de que
trata o art. 40 da Lei no 12.527, de
2011, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias,
contado do recebimento da reclamação.
§ 1o  O prazo para apresentar reclamação começará
trinta dias após a apresentação do pedido.
§ 2o  A autoridade máxima do órgão ou entidade
poderá designar outra autoridade que lhe seja diretamente subordinada
como responsável pelo recebimento e apreciação da reclamação.
Art. 23.  Desprovido o recurso de que trata o parágrafo
único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que
trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso
no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão,
à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de
cinco dias, contado do recebimento
do recurso.
§ 1o  A Controladoria-Geral da União poderá determinar que o órgão ou
entidade preste esclarecimentos.
§ 2o  Provido o recurso, a Controladoria-Geral da
União fixará prazo para o cumprimento da decisão
pelo órgão ou entidade.
Art. 24.  No caso de negativa de acesso à informação,
ou às razões da negativa do acesso de que trata o caput do art. 21,
desprovido o recurso pela Controladoria-Geral da União, o requerente
poderá apresentar,
no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão,
recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os
procedimentos previstos no Capítulo VI.
CAPÍTULO V
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE
SIGILO
Seção I
Da Classificação de Informações quanto ao Grau e
Prazos de Sigilo
Art. 25.  São passíveis de classificação as informações
consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja
divulgação ou acesso irrestrito
possam:
§ 3o  Quando a manipulação puder prejudicar a integridade da informação
ou do documento, o órgão
ou entidade deverá indicar data, local e modo para
consulta, ou disponibilizar cópia, com certificação de
que confere com o original.
§ 4o  Na impossibilidade de obtenção de cópia de que
trata o § 3o, o requerente poderá solicitar que, às suas
expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita
por outro meio que não ponha em
risco a integridade do documento original.
Art. 16.  O prazo para resposta do pedido poderá ser
prorrogado por dez dias, mediante justificativa encaminhada ao requerente
antes do término do prazo
inicial de vinte dias.
Art. 17.  Caso a informação esteja disponível ao público em formato
impresso, eletrônico ou em outro
meio de acesso universal, o órgão ou entidade deverá
orientar o requerente quanto ao local e modo para
consultar, obter ou reproduzir a informação.
Parágrafo único.  Na hipótese do caput o órgão ou
entidade desobriga-se do fornecimento direto da informação, salvo se o
requerente declarar não dispor
de meios para consultar, obter ou reproduzir a informação.
Art. 18.  Quando o fornecimento da informação implicar reprodução de
documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de resposta ao pedido,
disponibilizará ao requerente Guia de Recolhimento da
União - GRU ou documento equivalente, para pagamento dos custos dos
serviços e dos materiais utilizados.
Parágrafo único.  A reprodução de documentos ocorrerá no prazo de dez
dias, contado da comprovação do
pagamento pelo requerente ou da entrega de declaração de pobreza por ele
firmada, nos termos da Lei
no 7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses justificadas
em que, devido ao volume ou ao estado dos documentos, a reprodução
demande prazo superior.
Art. 19.  Negado o pedido de acesso à informação, será
enviada ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com:
I - razões da negativa de acesso e seu fundamento
legal;
II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da
autoridade que o apreciará; e
III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassificação da
informação, quando for o caso, com
indicação da autoridade classificadora que o apreciará.
§1o  As razões de negativa de acesso a informação
classificada indicarão o fundamento legal da classificação, a autoridade
que a classificou e o código de
indexação do documento classificado.
§ 2o Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário
padrão para apresentação de recurso e de pedido de
desclassificação.
Art. 20.  O acesso a documento preparatório ou informação nele contida,
utilizados como fundamento
de tomada de decisão ou de ato administrativo, será
assegurado a partir da edição do ato ou decisão.
53
54
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a
integridade do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações
internacionais do País;
III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos
internacionais;
IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população;
V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira,
econômica ou monetária do País;
VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
estratégicos das Forças Armadas;
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento
científico ou tecnológico, assim
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico
nacional, observado o disposto no
inciso II do caput do art. 6o;
VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
IX - comprometer atividades de inteligência, de investigação ou de
fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou repressão de
infrações.
Art. 26.  A informação em poder dos órgãos e entidades, observado o seu
teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do
Estado,
poderá ser classificada no grau ultrassecreto, secreto
ou reservado.
Art. 27.  Para a classificação da informação em grau
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da
informação e utilizado o critério menos restritivo possível,
considerados:
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e
II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo
ou o evento que defina seu termo final.
Art. 28.   Os prazos máximos de classificação são os
seguintes:
I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos;
II - grau secreto: quinze anos; e
III - grau reservado: cinco anos.
Parágrafo único.  Poderá ser estabelecida como termo
final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento,
observados os prazos máximos de classificação.
Art. 29.  As informações que puderem colocar em risco
a segurança do Presidente da República, Vice-Presidente e seus cônjuges e
filhos serão classificadas no
grau reservado e ficarão sob sigilo até o término do
mandato em exercício ou do último mandato, em caso
de reeleição.
Art. 30.   A classificação de informação é de competência:
I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades:
a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas
prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;
II - no grau secreto, das autoridades referidas no inciso I do caput, dos
titulares de autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista; e
III - no grau reservado, das autoridades referidas nos
incisos I e II do caput e das que exerçam funções de
direção, comando ou chefia do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores -
DAS, nível DAS 101.5 ou
superior, e seus equivalentes.
§ 1o  É vedada a delegação da competência de classificação nos graus de
sigilo ultrassecreto ou secreto.
§ 2o  O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá delegar a
competência para classificação no grau
reservado a agente público que exerça função de direção, comando ou
chefia.
§ 3o  É vedada a subdelegação da competência de que
trata o § 2o.
§ 4o   Os agentes públicos referidos no § 2o deverão dar
ciência do ato de classificação à autoridade delegante,
no prazo de noventa dias.
§ 5o  A classificação de informação no grau ultrassecreto pelas
autoridades previstas nas alíneas “d” e “e”
do inciso I do caputdeverá ser ratificada pelo Ministro
de Estado, no prazo de trinta dias.
§ 6o  Enquanto não ratificada, a classificação de que
trata o § 5o considera-se válida, para todos os efeitos
legais.
Seção II
Dos Procedimentos para Classificação de Informação
Art. 31.   A decisão que classificar a informação em
qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada no Termo de Classificação
de Informação - TCI, conforme
modelo contido no Anexo, e conterá o seguinte:
I - código de indexação de documento;
II - grau de sigilo;
III - categoria na qual se enquadra a informação;
IV - tipo de documento;
V - data da produção do documento;
VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta a
classificação;
VII - razões da classificação, observados os critérios
estabelecidos no art. 27;
VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo
final, observados os limites previstos no art. 28;
IX - data da classificação; e
X - identificação da autoridade que classificou a informação.
§ 1o  O TCI seguirá anexo à informação.
§ 2o  As informações previstas no inciso VII do caput deverão ser
mantidas no mesmo grau de sigilo
que a informação classificada.
§ 3o   A ratificação da classificação de que trata o §
5o do art. 30 deverá ser registrada no TCI.
Art. 32.  A autoridade ou outro agente público que
classificar informação no grau ultrassecreto ou secreto
deverá encaminhar cópia do TCI à Comissão Mista de
Reavaliação de Informações no prazo de trinta dias,
Seção III
Da Desclassificação e Reavaliação da Informação
Classificada em Grau de Sigilo
Art. 35.   A classificação das informações será reavaliada pela
autoridade classificadora ou por autoridade
hierarquicamente superior, mediante provocação ou
de ofício, para desclassificação ou redução do prazo
de sigilo.
Parágrafo único.  Para o cumprimento do disposto
no caput, além do disposto no art. 27, deverá ser observado:
I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação, previsto no art.
28;
II - o prazo máximo de quatro anos para revisão de
ofício das informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto,
previsto no inciso I do caput do art.
47;
III - a permanência das razões da classificação;
IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da
divulgação ou acesso irrestrito da informação; e
V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por
autoridades ou agentes públicos.
Art. 36.  O pedido de desclassificação ou de reavaliação da classificação
poderá ser apresentado aos órgãos e entidades independente de existir
prévio pedido de acesso à informação.
Parágrafo único.  O pedido de que trata o caput será
endereçado à autoridade classificadora, que decidirá
no prazo de trinta dias.
Art. 37.   Negado o pedido de desclassificação ou de
reavaliação pela autoridade classificadora, o requerente poderá
apresentar recurso no prazo de dez dias,
contado da ciência da negativa, ao Ministro de Estado ou à autoridade com
as mesmas prerrogativas, que
decidirá no prazo de trinta dias.
§ 1o  Nos casos em que a autoridade classificadora es-
teja vinculada a autarquia, fundação, empresa pública
ou sociedade de economia mista, o recurso será apresentado ao dirigente
máximo da entidade.
§ 2o  No caso das Forças Armadas, o recurso será apresentado
primeiramente perante o respectivo Comandante, e, em caso de negativa, ao
Ministro de Estado
da Defesa.
§ 3o  No caso de informações produzidas por autoridades ou agentes
públicos no exterior, o requerimento
de desclassificação e reavaliação será apreciado pela
autoridade hierarquicamente superior que estiver em
território brasileiro.
§ 4o  Desprovido o recurso de que tratam o caput e
os §§1o a 3o, poderá o requerente apresentar recurso
à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, no
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão.
Art. 38.  A decisão da desclassificação, reclassificação
ou redução do prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar
das capas dos processos, se
houver, e de campo apropriado no TCI.
Seção IV
Disposições Gerais
Art. 39.  As informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto
serão definitivamente preservadas,
nos termos da Lei no8.159, de 1991, observados os
procedimentos de restrição de acesso enquanto vigorar o prazo da
classificação.
Art. 40.   As informações classificadas como documentos de guarda
permanente que forem objeto de
desclassificação serão encaminhadas ao Arquivo Nacional, ao arquivo
permanente do órgão público, da
entidade pública ou da instituição de caráter público,
para fins de organização, preservação e acesso.
Art. 41.  As informações sobre condutas que impliquem violação dos
direitos humanos praticada por
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas
não poderão ser objeto de classificação em qualquer
grau de sigilo nem ter seu acesso negado.
Art. 42.  Não poderá ser negado acesso às informações necessárias à
tutela judicial ou administrativa de
direitos fundamentais.
Parágrafo único.  O requerente deverá apresentar razões que demonstrem a
existência de nexo entre as
informações requeridas e o direito que se pretende
proteger.
Art. 43.  O acesso, a divulgação e o tratamento de
informação classificada em qualquer grau de sigilo
ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade
de conhecê-la e que sejam credenciadas segundo as
normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Credenciamento, instituído no
âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República, sem
prejuízo das atribuições de agentes públicos autorizados por lei.
Art. 44.  As autoridades do Poder Executivo federal
adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas
subordinado conheça as normas e observe
as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de informações
classificadas em qualquer grau
de sigilo.
contado da decisão de classificação ou de ratificação.
Art. 33.  Na hipótese de documento que contenha informações classificadas
em diferentes graus de sigilo,
será atribuído ao documento tratamento do grau de
sigilo mais elevado, ficando assegurado o acesso às
partes não classificadas por meio de certidão, extrato
ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo.
Art. 34.  Os órgãos e entidades poderão constituir Comissão Permanente de
Avaliação de Documentos Sigilosos - CPADS, com as seguintes atribuições:
I - opinar sobre a informação produzida no âmbito
de sua atuação para fins de classificação em qualquer
grau de sigilo;
II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade
hierarquicamente superior quanto à desclassificação, reclassificação ou
reavaliação de informação
classificada em qualquer grau de sigilo;
III - propor o destino final das informações desclassificadas, indicando
os documentos para guarda permanente, observado odisposto na Lei no
8.159, de 8 de
janeiro de 1991; e
IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclassificadas
e documentos classificados em
cada grau de sigilo, a ser disponibilizado na Internet.
55
Parágrafo único.  A pessoa natural ou entidade privada que, em razão de
qualquer vínculo com o Poder
Público, executar atividades de tratamento de informações classificadas,
adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos
ou representantes observem as medidas e procedimentos de
segurança das informações.
Art. 45.  A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará
anualmente, até o dia 1° de junho, em
sítio na Internet:
I - rol das informações desclassificadas nos últimos
doze meses;
II - rol das informações classificadas em cada grau de
sigilo, que deverá conter:
a) código de indexação de documento;
b) categoria na qual se enquadra a informação;
c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a
classificação; e
d) data da produção, data da classificação e prazo da
classificação;
III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos
de acesso à informação recebidos, atendidos e indeferidos; e
IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes.
Parágrafo único.  Os órgãos e entidades deverão manter em meio físico as
informações previstas no caput, para consulta pública em suas sedes.
CAPÍTULO VI
DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS
56
Art. 46.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações, instituída nos
termos do § 1o do art. 35 da Lei
no 12.527, de 2011, será integrada pelos titulares dos
seguintes órgãos:
I - Casa Civil da Presidência da República, que a presidirá;
II - Ministério da Justiça;
III - Ministério das Relações Exteriores;
IV - Ministério da Defesa;
V - Ministério da Fazenda;
VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
VII - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República;
VIII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
IX - Advocacia-Geral da União; e
X -  Controladoria Geral da União.
Parágrafo único.  Cada integrante indicará suplente
a ser designado por ato do Presidente da Comissão.
Art. 47. Compete à Comissão Mista de Reavaliação de
Informações:
I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação de
informação no grau ultrassecreto ou secreto
ou sua reavaliação, no máximo a cada quatro anos;
II - requisitar da autoridade que classificar informação
no grau ultrassecreto ou secreto esclarecimento ou
conteúdo, parcial ou integral, da informação, quando
as informações constantes do TCI não forem suficientes para a revisão da
classificação;
III - decidir recursos apresentados contra decisão proferida:
a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recursal, pedido de acesso
à informação ou de abertura de
base de dados, ou às razões da negativa de acesso à
informação ou de abertura de base de dados; ou  (Redação dada pelo
Decreto nº 8.777, de 2016)
b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma
prerrogativa, em grau recursal, a pedido de desclassificação ou
reavaliação de informação classificada;
IV - prorrogar por uma única vez, e por período determinado não superior
a vinte e cinco anos, o prazo de
sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto,
enquanto seu acesso ou divulgação puder ocasionar
ameaça externa à soberania nacional, à integridade
do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País,
limitado ao máximo de cinquenta
anos o prazo total da classificação; e
V - estabelecer orientações normativas de caráter
geral a fim de suprir eventuais lacunas na aplicação
da Lei no 12.527, de 2011.
Parágrafo único.  A não deliberação sobre a revisão de
ofício no prazo previsto no inciso I do caput implicará
a desclassificação automática das informações.
Art. 48.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações se reunirá,
ordinariamente, uma vez por mês, e,
extraordinariamente, sempre que convocada por seu
Presidente.
Parágrafo único.  As reuniões serão realizadas com a
presença de no mínimo seis integrantes.
Art. 49.  Os requerimentos de prorrogação do prazo
de classificação de informação no grau ultrassecreto,
a que se refere o inciso IV do caput do art. 47, deverão
ser encaminhados à Comissão Mista de Reavaliação
de Informações em até um ano antes do vencimento
do termo final de restrição de acesso.
Parágrafo único.  O requerimento de prorrogação do
prazo de sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto deverá
ser apreciado, impreterivelmente,
em até três sessões subsequentes à data de sua autuação, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação,
todas as demais deliberações da Comissão.
Art. 50.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações deverá apreciar
os recursos previstos no inciso III
do caput do art. 47, impreterivelmente, até a terceira
reunião ordinária subsequente à data de sua autuação.
Art. 51.  A revisão de ofício da informação classificada
no grau ultrassecreto ou secreto será apreciada em até
três sessões anteriores à data de sua desclassificação
automática.
Art. 52. As deliberações da Comissão Mista de Reavaliação de Informações
serão tomadas:
I - por maioria absoluta, quando envolverem as competências previstas nos
incisos I e IV do caput do
art.47; e
II - por maioria simples dos votos, nos demais casos.
Parágrafo único.  A Casa Civil da Presidência da República poderá
exercer, além do voto ordinário, o voto de
qualidade para desempate.
Art. 53.  A Casa Civil da Presidência da República exercerá as funções de
Secretaria-Executiva da Comissão
CAPÍTULO VII
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
Art. 55.  As informações pessoais relativas à intimidade, vida privada,
honra e imagem detidas pelos órgãos
e entidades:
I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente
autorizados e a pessoa a que se referirem, independentemente de
classificação de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar da data
de sua produção; e
II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros
autorizados por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que
se referirem.
Parágrafo único.  Caso o titular das informações pessoais esteja morto ou
ausente, os direitos de que trata
este artigo assistem ao cônjuge ou companheiro, aos
descendentes ou ascendentes, conforme o disposto
no parágrafo único do art. 20 da Lei no 10.406, de 10
de janeiro de 2002, e na Lei no 9.278, de 10 de maio
de 1996.
Art. 56.  O tratamento das informações pessoais deve
ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida
privada, honra e imagem das pessoas,
bem como às liberdades e garantias individuais.
Art. 57.  O consentimento referido no inciso II do caput do art. 55 não
será exigido quando o acesso à
informação pessoal for necessário:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização
exclusivamente para o tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas
de evidente interesse público ou geral, previstos em lei,
vedada a identificação da pessoa a que a informação
se referir;
III - ao cumprimento de decisão judicial;
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou
V - à proteção do interesse público geral e preponderante.
Art. 58.  A restrição de acesso a informações pessoais
de que trata o art. 55 não poderá ser invocada:
I - com o intuito de prejudicar processo de apuração
de irregularidades, conduzido pelo Poder Público, em
que o titular das informações for parte ou interessado;
ou
II - quando as informações pessoais não classificadas
estiverem contidas em conjuntos de documentos necessários à recuperação
de fatos históricos de maior
relevância.
Art. 59.  O dirigente máximo do órgão ou entidade
poderá, de ofício ou mediante provocação, reconhecer
a incidência da hipótese do inciso II do caput do art.
58, de forma fundamentada, sobre documentos que
tenha produzido ou acumulado, e que estejam sob sua
guarda.
§ 1o  Para subsidiar a decisão de reconhecimento de
que trata o caput, o órgão ou entidade poderá solicitar a universidades,
instituições de pesquisa ou outras
entidades com notória experiência em pesquisa historiográfica a emissão
de parecer sobre a questão.
§ 2o  A decisão de reconhecimento de que trata o caput será precedida de
publicação de extrato da informação, com descrição resumida do assunto,
origem
e período do conjunto de documentos a serem considerados de acesso
irrestrito, com antecedência de no
mínimo trinta dias.
§ 3o  Após a decisão de reconhecimento de que trata
o § 2o, os documentos serão considerados de acesso
irrestrito ao público.
§ 4o  Na hipótese de documentos de elevado valor
histórico destinados à guarda permanente, caberá ao
dirigente máximo do Arquivo Nacional, ou à autoridade responsável pelo
arquivo do órgão ou entidade
pública que os receber, decidir, após seu recolhimento,
sobre o reconhecimento, observado o procedimento
previsto neste artigo.
Art. 60.  O pedido de acesso a informações pessoais
observará os procedimentos previstos no Capítulo IV
e estará condicionado à comprovação da identidade
do requerente.
Parágrafo único.  O pedido de acesso a informações
pessoais por terceiros deverá ainda estar acompanhado de:
I - comprovação do consentimento expresso de que
trata o inciso II do caput do art. 55, por meio de procuração;
II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58;
III - demonstração do interesse pela recuperação de
fatos históricos de maior relevância, observados os
procedimentos previstos no art. 59; ou
IV - demonstração da necessidade do acesso à informação requerida para a
defesa dos direitos humanos
ou para a proteção do interesse público e geral preponderante.
Art. 61.  O acesso à informação pessoal por terceiros
será condicionado à assinatura de um termo de responsabilidade, que
disporá sobre a finalidade e a destinação que fundamentaram sua
autorização, sobre
as obrigações a que se submeterá o requerente.
§ 1o  A utilização de informação pessoal por terceiros
vincula-se à finalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do
acesso, vedada sua utilização
de maneira diversa.
§ 2o  Aquele que obtiver acesso às informações pessoais de terceiros será
responsabilizado por seu uso
indevido, na forma da lei.
Art. 62.  Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de
12 de novembro de 1997, em relação à informação de
pessoa, natural ou jurídica, constante de registro ou
banco de dados de órgãos ou entidades governamentais ou de caráter
público.
Mista de Reavaliação de Informações, cujas competências serão definidas
em regimento interno.
Art. 54.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações aprovará, por
maioria absoluta, regimento
interno que disporá sobre sua organização e funcionamento.
Parágrafo único.  O regimento interno deverá ser publicado no Diário
Oficial da União no prazo de noventa dias após a instalação da Comissão.
57
CAPÍTULO VIII
DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
Art. 63.  As entidades privadas sem fins lucrativos que
receberem recursos públicos para realização de ações
de interesse público deverão dar publicidade às seguintes informações:
I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade; e
III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de
parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com o
Poder Executivo federal, respectivos aditivos, e relatórios finais de
prestação de contas,
na forma da legislação aplicável.
§ 1o  As informações de que trata o caput serão divulgadas em sítio na
Internet da entidade privada e
em quadro de avisos de amplo acesso público em sua
sede.
§ 2o  A divulgação em sítio na Internet referida no
§1o poderá ser dispensada, por decisão do órgão ou
entidade pública, e mediante expressa justificação da
entidade, nos casos de entidades privadas sem fins lucrativos que não
disponham de meios para realizá-la.
§ 3o As informações de que trata o caput deverão ser
publicadas a partir da celebração do convênio, contrato, termo de
parceria, acordo, ajuste ou instrumento
congênere, serão atualizadas periodicamente e ficarão disponíveis até
cento e oitenta dias após a entrega
da prestação de contas final.
Art. 64.  Os pedidos de informação referentes aos convênios, contratos,
termos de parcerias, acordos, ajustes
ou instrumentos congêneres previstos no art. 63 deverão ser apresentados
diretamente aos órgãos e entidades responsáveis pelo repasse de recursos.
CAPÍTULO IX
DAS RESPONSABILIDADES
58
Art. 65. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do
agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
termos deste Decreto, retardar deliberadamente o seu
fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,
incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar,
desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente,
informação que se encontre sob sua guarda, a que
tenha acesso ou sobre que tenha conhecimento em
razão do exercício das atribuições de cargo, emprego
ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de
acesso à informação;
IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso indevido
a informação classificada em grau
de sigilo ou a informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro,
ou para fins de ocultação de ato
ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação
classificada em grau de sigilo para
beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a
possíveis violações de direitos
humanos por parte de agentes do Estado.
§ 1o  Atendido o princípio do contraditório, da ampla
defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão
consideradas:
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças
Armadas, transgressões militares médias ou graves,
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que
não tipificadas em lei como crime ou contravenção
penal; ou
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no
mínimo, com suspensão, segundo os critérios estabelecidos na referida
lei.
§ 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente
público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
disposto nas Leis
no 1.079, de 10 de abril de 1950, e no 8.429, de 2 de
junho de 1992.
Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada que detiver informações em
virtude de vínculo de qualquer
natureza com o Poder Público e praticar conduta prevista no art. 65,
estará sujeita às seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;
IV - suspensão temporária de participar em licitação e
impedimento de contratar com a administração pública por prazo não
superior a dois anos; e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a
autoridade que aplicou
a penalidade.
§ 1o  A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as sanções
previstas nos incisos I, III e IV
do caput.
§ 2o  A multa prevista no inciso II do caput será aplicada sem prejuízo
da reparação pelos danos e não
poderá ser:
I - inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem superior a
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de pessoa
natural; ou
II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem superior a R$
600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de
entidade privada.
§ 3o  A reabilitação referida no inciso V do caput será
autorizada somente quando a pessoa natural ou entidade privada efetivar o
ressarcimento ao órgão ou
entidade dos prejuízos resultantes e depois de decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso
IV do caput.
§ 4o  A aplicação da sanção prevista no inciso V do caput é de
competência exclusiva da autoridade máxima
do órgão ou entidade pública.
§ 5o  O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previstas neste
artigo é de dez dias, contado da
ciência do ato.
Art. 67.  O dirigente máximo de cada órgão ou entidade designará
autoridade que lhe seja diretamente
subordinada para exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
acesso à informação, de forma eficiente e adequada
aos objetivos da Lei no12.527, de 2011;
II - avaliar e monitorar a implementação do disposto
neste Decreto e apresentar ao dirigente máximo de
cada órgão ou entidade relatório anual sobre o seu
cumprimento, encaminhando-o à Controladoria-Geral da União;
III - recomendar medidas para aperfeiçoar as normas
e procedimentos necessários à implementação deste
Decreto;
IV - orientar as unidades no que se refere ao cumprimento deste Decreto;
e
V - manifestar-se sobre reclamação apresentada contra omissão de
autoridade competente, observado o
disposto no art. 22.
Seção II
Das Competências Relativas ao Monitoramento
Art. 68.  Compete à Controladoria-Geral da União, observadas as
competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas
neste Decreto:
I - definir o formulário padrão, disponibilizado em
meio físico e eletrônico, que estará à disposição no
sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades, de
acordo com o § 1o do art. 11;
II - promover campanha de abrangência nacional de
fomento à cultura da transparência na administração
pública e conscientização sobre o direito fundamental
de acesso à informação;
III - promover o treinamento dos agentes públicos e,
no que couber, a capacitação das entidades privadas
sem fins lucrativos, no que se refere ao desenvolvimento de práticas
relacionadas à transparência na
administração pública;
IV - monitorar a implementação da Lei no 12.527, de
2011, concentrando e consolidando a publicação de
informações estatísticas relacionadas no art. 45;
V - preparar relatório anual com informações referentes à implementação
da Lei no 12.527, de 2011, a ser
encaminhado ao Congresso Nacional;
VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especialmente o cumprimento dos
prazos e procedimentos; e
VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Presidência da República,
diretrizes e procedimentos
complementares necessários à implementação da Lei
no 12.527, de 2011.
Art. 69.  Compete à Controladoria-Geral da União e
ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
observadas as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões
específicas neste Decreto, por
meio de ato conjunto:
I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de
divulgação de informações ao público, fixando prazo
máximo para atualização; e
II - detalhar os procedimentos necessários à busca, estruturação e
prestação de informações no âmbito do
SIC.
Art. 70.  Compete ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República, observadas as
competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas
neste Decreto:
I - estabelecer regras de indexação relacionadas à
classificação de informação;
II - expedir atos complementares e estabelecer procedimentos relativos ao
credenciamento de segurança
de pessoas, órgãos e entidades públicos ou privados,
para o tratamento de informações classificadas; e
III - promover, por meio do Núcleo de Credenciamento de Segurança, o
credenciamento de segurança de
pessoas, órgãos e entidades públicos ou privados, para
o tratamento de informações classificadas.
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 71.  Os órgãos e entidades adequarão suas políticas de gestão da
informação, promovendo os ajustes
necessários aos processos de registro, processamento,
trâmite e arquivamento de documentos e informações.
Art. 72.  Os órgãos e entidades deverão reavaliar as informações
classificadas no grau ultrassecreto e secreto
no prazo máximo de dois anos, contado do termo inicial de vigência da Lei
no 12.527, de 2011.
§ 1o  A restrição de acesso a informações, em razão
da reavaliação prevista no caput, deverá observar os
prazos e condições previstos neste Decreto.
§ 2o  Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput,
será mantida a classificação da
informação, observados os prazos e disposições da legislação precedente.
§ 3o  As informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto não
reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas,
automaticamente, desclassificadas.
Art. 73.  A publicação anual de que trata o art. 45 terá
inicio em junho de 2013.
Art. 74.  O tratamento de informação classificada resultante de tratados,
acordos ou atos internacionais
atenderá às normas e recomendações desses instrumentos.
Art. 75.  Aplica-se subsidiariamente a Lei no 9.784, de
29 de janeiro de 1999, aos procedimentos previstos
neste Decreto.
Art. 76. Este Decreto entra em vigor em 16 de maio
de 2012.
Brasília, 16 de maio de 2012; 191º da Independência
e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Celso Luiz Nunes Amorim
Antonio de Aguiar Patriota
Guido Mantega
Miriam Belchior
Paulo Bernardo Silva
Marco Antonio Raupp
Alexandre Antonio Tombini
Gleisi Hoffmann
Gilberto Carvalho
José Elito Carvalho Siqueira
CAPÍTULO X
DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI
Seção I
Da Autoridade de Monitoramento
59
Helena Chagas
Luis Inácio Lucena Adams
Jorge Hage Sobrinho
Maria do Rosário Nunes
Este texto não substitui o publicado no DOU de 16.5.2012  - Edição extra
e retificado em 18.5.2012
ANEXO
GRAU DE SIGILO:
(idêntico ao grau de sigilo do documento)
TERMO DE CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO
ÓRGÃO/ENTIDADE:
CÓDIGO DE INDEXAÇÃO:
GRAU DE SIGILO:
CATEGORIA:
TIPO DE DOCUMENTO:
DATA DE PRODUÇÃO:
FUNDAMENTO LEGAL PARA CLASSIFICAÇÃO:
RAZÕES PARA A CLASSIFICAÇÃO:
(idêntico ao grau de sigilo do documento)
PRAZO DA RESTRIÇÃO DE ACESSO:
DATA DE CLASSIFICAÇÃO:
60
AUTORIDADE CLASSIFICADORA
Cargo:
Nome:
AUTORIDADE RATIFICADORA
(quando aplicável)
Cargo:
Nome:
DESCLASSIFICAÇÃO em ____/____/________
(quando aplicável)
Nome:
RECLASSIFICAÇÃO em ____/____/_________
(quando aplicável)
Nome:
REDUÇÃO DE PRAZO em ____/____/_______
(quando aplicável)
Nome:
PRORROGAÇÃO DE PRAZO em ___/ ____/_____
(quando aplicável)
Nome:
_____________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE CLASSIFICADORA
Cargo:
Cargo:
Cargo:
Cargo:
  
_____________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE RATIFICADORA (quando aplicável)
_________________________________________________________________________
_______
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por DESCLASSIFICAÇÃO (quando
aplicável)
_________________________________________________________________________
_____
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RECLASSIFICAÇÃO (quando
aplicável)
_________________________________________________________________________
______
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por REDUÇÃO DE PRAZO (quando
aplicável)
_________________________________________________________________________
______
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por PRORROGAÇÃO DE PRAZO
(quando aplicável)
RESOLUÇÃO CFESS Nº 582/2010
RESOLUÇÃO CFESS Nº 582, DE 01 DE JULHO DE 2010
Ementa: Regulamenta a Consolidação das Resoluções do Conjunto CFESS/CRESS
A Presidente do Conselho Federal de Serviço Social, no uso de suas
atribuições legais e regimentais;
Considerando a necessidade de aperfeiçoar a Consolidação das Resoluções
do CFESS, instituída originalmente pela
Resolução CFESS n° 274, de 13 de março de 1993 e alterada pelas
Resoluções nº 298, de 06 de setembro de 1994 e
pela Resolução nº 378, de 09 de dezembro de 1998;
Considerando que as alterações de que trata esta Resolução foram,
democraticamente, submetidas à discussão no
âmbito de todos os Conselhos Regionais de Serviço Social, que
apresentaram suas propostas e que contribuíram na
reformulação da presente norma;
Considerando a necessidade de se incorporar ao texto da Consolidação das
Resoluções do Conjunto CFESS/CRESS
as alterações operadas pela Resolução CFESS nº 560, de 15 de outubro de
2009, que veio a complementar o artigo 2
da Resolução CFESS nº 555, de 15 de setembro de 2009;
Considerando a aprovação do texto final da Resolução pelo Conselho Pleno
do CFESS, em reunião realizada em 26
de junho de 2010;
Art. 1º. A Consolidação das Resoluções do CFESS, que esta Resolução
acompanha, passa a vigorar com a presente
redação e as alterações ora introduzidas, incluídas aquelas previstas
pela Resolução CFESS nº 560/2009.
Art. 2º. Ficam revogadas integralmente todas as disposições em contrário,
especialmente a Resolução CFESS nº 378,
de 09 de dezembro de 1998; Resolução CFESS nº 555, de 15 de setembro de
2009 e Resolução CFESS nº 560, de 15
de outubro de 2009.
Art. 3º. Os casos omissos serão resolvidos e decididos pelo Conselho
Pleno do CFESS.
Art. 4º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no
Diário Oficial da União.
Ivanete Salete Boschetti
Presidente do CFESS
RESOLVE:
61
CONSOLIDAÇÃO DAS RESOLUÇÕES DO CFESS
CAPÍTULO I DA JURISDIÇÃO E SEDE DOS CRESS
62
Art. 1º - São as seguintes as zonas de jurisdição e respectivas sedes dos
CRESS:
a) 1ª Região, de sigla CRESS 1ª Região, com jurisdição no Estado do Pará,
tendo sua sede na cidade de
Belém-PA;
b) 2ª Região, de sigla CRESS 2ª Região, com jurisdição
no Estado do Maranhão, tendo sua sede na cidade de
São Luís - MA;
c) 3ª Região, de sigla CRESS 3ª Região, com jurisdição no Estado do
Ceará, tendo sua sede na cidade de
Fortaleza-CE;
d) 4ª Região, de sigla CRESS 4ª Região, com jurisdição
no Estado de Pernambuco, tendo sua sede na cidade
de Recife-PE;
e) 5ª Região, de sigla CRESS 5ª Região, com jurisdição no Estado da
Bahia, tendo sua sede na cidade de
Salvador-BA;
f) 6ª Região, de sigla CRESS 6ª Região, com jurisdição
no Estado de Minas Gerais, tendo sua sede na cidade
de Belo Horizonte - MG;
g) 7ª Região, de sigla CRESS 7ª Região, com jurisdição
no Estado do Rio de Janeiro, tendo sua sede na cidade
do Rio de Janeiro - RJ;
h) 8ª Região, de sigla CRESS 8ª Região, com jurisdição
no Estado do Distrito Federal, tendo sua sede na cidade de Brasília-DF;
i) 9ª Região, de sigla CRESS 9ª Região, com jurisdição
no Estado de São Paulo, tendo sua sede na cidade de
São Paulo-SP;
j) 10ª Região, de sigla CRESS 10ª Região, com jurisdição no Estado do Rio
Grande do Sul, tendo sua sede na
cidade de Porto Alegre-RS;
l) 11ª Região, de sigla CRESS 11ª Região, com jurisdição no Estado do
Paraná, tendo sua sede na cidade de
Curitiba-PR;
m) 12ª Região, de sigla CRESS 12ª Região, com jurisdição no Estado de
Santa Catarina, tendo sua sede na
cidade de Florianópolis-SC;
n) 13ª Região, de sigla CRESS 13ª Região, com jurisdição no Estado da
Paraíba, tendo sua sede na cidade
de João Pessoa-PB;
o) 14ª Região, de sigla CRESS 14ª Região, com jurisdição no Estado do Rio
Grande do Norte, tendo sua sede
na cidade de Natal-RN;
p) 15ª Região, de sigla CRESS 15ª Região, com jurisdição nos Estados do
Amazonas e Roraima tendo sua
sede na cidade de Manaus - AM;
q) 16ª Região, de sigla CRESS 16ª Região, com jurisdição no Estado de
Alagoas, tendo sua sede na cidade
de Maceió-AL;
r) 17ª Região, de sigla CRESS 17ª Região, com jurisdição no Estado do
Espírito Santo, tendo sua sede na
cidade de Vitória-ES;
s) 18ª Região, de sigla CRESS 18ª Região, com jurisdição no Estado de
Sergipe, tendo sua sede na cidade de
Aracajú - SE;
t) 19ª Região, de sigla CRESS 19ª Região, com jurisdição no Estado de
Goiás, tendo sua sede na cidade de
Goiânia-GO;
u) 20ª Região, de sigla CRESS 20ª Região, com juris-
dição no Estado do Mato Grosso, tendo sua sede na
cidade de Cuiabá- MT;
v) 21ª Região, de sigla CRESS 21ª Região, com jurisdição no Estado do
Mato Grosso do Sul, tendo sua sede
na cidade de Campo Grande - MS;
x) 22ª Região, de sigla CRESS 22ª Região, com jurisdição no Estado do
Piauí, tendo sede na cidade de Teresina - PI.
y) 23ª Região, de sigla CRESS 23ª Região, com jurisdição nos Estados de
Rondônia e Acre tendo sua sede na
cidade de Porto Velho - RO.
z) 24ª. Região, de sigla CRESS 24ª Região, com jurisdição no Estado do
Amapá, tendo sua sede na cidade
de Macapá - AP. aa) 25ª. Região, de sigla CRESS 25ª
Região, com jurisdição no Estado do Tocantins, tendo
sua sede na cidade de Palmas - TO.
CAPÍTULO II DA JURISDIÇÃO E SEDE DOS CRESS
Art. 2º - Poderá constituir-se em região autônoma o
Estado que, já tendo uma Seccional instalada, contar
com o número mínimo de 500 (quinhentos) profissionais, exercendo a
profissão na área a ser desmembrada da jurisdição do CRESS de origem, nos
termos do
artigo 12 e parágrafos da Lei 8.662/93.
Art. 3º - Caberá ao Conselho Federal de Serviço Social
homologar, em reunião de Conselho Pleno, a criação
de novos CRESS, mediante solicitação por escrito do
CRESS da jurisdição da área a ser desmembrada, mediante o cumprimento das
exigências abaixo especificadas e anexados os seguintes documentos:
I. Relação dos profissionais da área a ser desmembrada, contendo nome e
número de
registro;
II. Relatório da situação de quitação das anuidades
dos profissionais especificados no
inciso I;
III .Atas referentes a aprovação pelas instâncias referidas nos incisos
do art. 4º desta Consolidação;
IV .Relatório contendo características próprias da região (distância,
meios de comunicação, transporte e
outros): características do mercado de trabalho (polarização,
oportunidades empregatícias e outros) e nucleação de profissionais na
área;
I Documentação que demonstre a capacidade de mobilização e organização da
categoria na região;
II Descrição das condições mínimas para o estabelecimento de infra-
estrutura adequada ao funcionamento
do novo CRESS;
III Demonstrativo da disponibilidade financeira do
CRESS de origem para a respectiva implantação do
novo CRESS e da capacidade de arrecadação provenientes dos profissionais
inscritos na jurisdição do
CRESS a ser criado, que seja suficiente para a sua própria manutenção;
IV Documento contendo os fundamentos sobre a necessidade e conveniência
da criação do novo CRESS,
para melhor atendimento dos objetivos do conjunto
CFESS/CRESS.
Parágrafo Único - Estarão automaticamente excluídos
da relação os profissionais que, embora inscritos no
CAPÍTULO III DA CRIAÇÃO, SUBORDINAÇÃO E
GERENCIAMENTO DAS SECCIONAIS
Art. 6º - Os Conselhos Regionais de Serviço Social
poderão constituir, dentro de sua própria área de jurisdição, Seccionais,
para desempenho em primeira
instância, de suas atribuições executivas, nas regiões
em que forem instaladas, de acordo com as normas
estabelecidas no presente capítulo
Art. 7º - A criação e extinção da Seccional obedecerão
aos seguintes procedimentos:
I Indicação de Assembléia Geral no âmbito do Regional, a ser realizado na
sede da Seccional, no caso de
sua extinção e no município que sediará a Seccional,
no caso de sua criação;
II Aprovação pelo Conselho Pleno do CRESS;
III Expedição de Resolução;
IV Homologação do ato pelo CFESS, quando se tratar
de Seccional de Estado.
Parágrafo Único: A Seccional terá jurisdição determinada pelo CRESS,
podendo abranger Estado, todo
ou parte de município, vários municípios ou distritos,
bem como zona urbana ou parte dela, respeitados os
seguintes critérios:
I Características próprias das áreas regionais (distâncias, meios de
comunicação, transportes e outras);
II Características de mercado de trabalho (polarização,
oportunidades empregatícias e outras);
III Nucleação de profissionais na área;
IV Capacidade de mobilização e organização da categoria na região;
V Condições mínimas para o estabelecimento de infra-estrutura adequada ao
funcionamento de Seccionais;
VI Disponibilidade financeira do CRESS para a respectiva implantação;
VII Necessidade de descentralizar serviços para melhor
atendimento dos objetivos do conjunto CFESS/CRESS;
VIII Capacidade de arrecadação proveniente dos profissionais da
jurisdição da Seccional que seja suficiente
para sua própria manutenção.
Art. 8º - As Seccionais serão subordinadas financeira e
administrativamente ao CRESS de sua jurisdição.
Art. 9º - O CRESS submeterá à apreciação da Assembléia Geral a criação ou
extinção de Seccional de Estado e após encaminhará o processo devidamente
instruído ao CFESS para efeito de homologação.
Parágrafo Primeiro - Em casos excepcionais o CFESS
poderá aprovar a extinção de Seccionais de Estado
mesmo na hipótese de não aprovação pela Assembléia Geral do âmbito do
CRESS.
Parágrafo Segundo - Considera-se situação excepcional, a comprovada
situação de insolvência ou total
desequilíbrio econômico do CRESS, de forma que a
receita seja insuficiente para saldar as despesas comprometidas pelo
Regional, impossibilitando a manutenção financeira da Seccional de
Estado, bem quando
não houver o registro de chapa concorrente para a
Seccional, por duas vezes consecutivas.
Parágrafo Terceiro - O CFESS somente apreciará e
decidirá sobre o pedido de extinção de Seccional de
Estado mediante a apresentação de documento e ata
que comprovem a regular convocação da Assembléia
Geral do CRESS solicitante e a rejeição da extinção da
Seccional de Estado pela referida Assembléia.
Parágrafo Quarto - Os Conselhos Regionais são competentes para decidir e
homologar sobre a extinção ou
criação de suas Seccionais, bem como para se valer
dos procedimentos previstos pelos parágrafos 1º, 2º e
3º deste artigo, desde que estejam localizadas e que
possuam jurisdição no Estado da sede do CRESS ou
no único Estado de jurisdição do CRESS, e mediante o
cumprimento dos procedimentos e condições previstas no art. 7º e nos
incisos I a VIII do parágrafo único
do mesmo artigo desta Consolidação das Resoluções,
cabendo ao CFESS, nesta hipótese, funcionar somente
como instância recursal.
Art. 10 - Os bens de qualquer natureza só poderão
ser adquiridos ou recebidos pelas Seccionais mediante autorização
expressa do CRESS e constituirão parte
integrante do patrimônio deste.
Art. 11 - A Assembléia Geral será o fórum de apreciação e deliberação de
formas e percentuais, a serem
repassados às Seccionais, bem como de seu gerenciamento, administração e
prestação de contas.
CAPÍTULO IV DAS DIRETORIAS PROVISÓRIAS
Art. 12 - Poderão ser nomeadas Diretorias Provisórias
para o CFESS, CRESS e Seccionais, nas hipóteses previstas pelo Código
Eleitoral em vigor, instituído regularmente por Resolução do Conselho
Federal de Serviço Social, ou seja:
a. quando todos os membros da Diretoria do CRESS
ou CFESS se candidatarem, cabendo ao CFESS nomear
uma Diretoria Provisória para responder pela gestão,
enquanto durar o período eleitoral, até a posse da
nova Diretoria eleita;
b. caso persista a não obtenção do quorum para a validade das eleições no
âmbito do CRESS.
CRESS, estejam com suas inscrições CANCELADAS ou
SUSPENSAS.
Art. 4º - A homologação pelo Conselho Federal de
Serviço Social estará condicionada à aprovação das
referidas instâncias:
- Reunião com profissionais do Estado a ser desmembrado;
I - Encontro CRESS/Seccionais;
II - Assembléia a ser convocada pelo CRESS, a ser realizada na sede da
Seccional; IV.- Reunião do Conselho
Pleno do CRESS.
Art. 5º - Homologada a proposta do CRESS pelo Conselho Pleno do Conselho
Federal, baixará Resolução
criando o novo Conselho Regional.
Parágrafo Primeiro: Do ato de criação do novo CRESS
constarão as normas para a efetivação de seu desmembramento e de sua
instalação.
Parágrafo Segundo: A Assembléia Geral do CRESS, escolherá os membros
componentes da Diretoria Provisória para exercer o mandato provisório de
180 (cento
e oitenta) dias, nos termos das disposições constantes
do Capítulo IV, desta Consolidação.
63
64
Art. 13 - Além das hipóteses previstas no artigo anterior, a Diretoria
Provisória para o CFESS, CRESS e
Seccionais de Estado, poderá ser nomeada pelo CFESS:
a. quando não houver registro de qualquer chapa concorrente para o CRESS,
Seccionais e/ou CFESS;
b. quando criado novo CRESS ou Seccional, até a posse
da Diretoria eleita;
c. em caso de renúncia coletiva dos Conselheiros ou
membros de Seccional;
d. quando for julgado procedente pelo CFESS o pedido
de impugnação do resultado do processo eleitoral.
e. na hipótese do número de conselheiros ser inferior
ao quórum mínimo exigido (seis), para o exercício das
atribuições precípuas da entidade, desde que o prazo
para o término do mandato seja superior a um ano e
meio.
f. Por decisão judicial.
Parágrafo Único – Caberá ao CRESS respectivo nomear a Diretoria
Provisória para a Seccional no Estado
de sua sede ou no único Estado de sua jurisdição, nas
hipóteses previstas pelas alíneas “a” e “b” do art. 12 e
alíneas “a” a “f” deste artigo 13, após escolhida regularmente pela
Assembléia Geral da categoria, encaminhando-se a nomeação, para
homologação do CFESS.
Art. 14 - Caberá ao Regional respectivo a convocação
de Assembléia Extraordinária da categoria, a fim de
escolher uma Diretoria Provisória para o Regional
Art. 15 - A Diretoria Provisória terá como incumbência
precípua a realização do novo processo eleitoral até
a posse da Diretoria eleita e será instituída por Resolução do Conselho
Federal de Serviço Social, ficando
investida de todos os poderes necessários para o cumprimento de suas
atribuições e a prática de todos os
atos previstos regimentalmente, devendo executá-los
fielmente, em conformidade com os princípios e normas em vigor.
Art. 16 - O prazo do mandato da Diretoria Provisória
será no máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados de sua posse.
Parágrafo Único - Em caso de não conclusão do processo eleitoral, poderá
ser prorrogado pelo CFESS o
mandato da Diretoria Provisória, por solicitação do
CRESS.
Art. 17 - Caberá ao Conselho Pleno do CFESS a homologação da nomeação da
Diretoria Provisória, devendo ser expedida Resolução para oficialização
do
ato.
Art. 18 - Para efeito da nomeação da Diretoria Provisória será convocada
pelo Presidente do CRESS ou
pelo CFESS Assembléia Extraordinária, através de edital a ser publicado
em jornal de grande circulação ou
através de correspondência a todos os profissionais
inscritos em sua área de jurisdição e/ou de seu jornal.
Art. 19 - A Assembléia se reunirá em primeira chamada com um quinto dos
inscritos ativos e, na convocação subsequente, com qualquer número de
integrantes.
Parágrafo Único - A Assembléia deliberará pelo voto
favorável da maioria dos presentes.
Art. 20 - O Conselho Federal de Serviço Social, através
de no mínimo 1 (um) Conselheiro designado, acompanhará todo o processo de
nomeação da Diretoria
Provisória, devendo se fazer presente no ato da realização da Assembléia
Extraordinária.
Art. 21 - A referida Direção Provisória será composta
por 7 (sete) Assistentes Sociais, inscritos no âmbito da
jurisdição em que ocorrer o fato, com a seguinte distribuição de cargos:
Presidente, Secretário, Tesoureiro,
três membros para o Conselho Fiscal e um suplente
Art. 22 - Qualquer Assistente Social poderá comparecer à Assembléia
Extraordinária e se candidatar nominalmente para assumir a Diretoria
Provisória, não
sendo necessário a composição de chapas.
Art. 23 - No final de seu mandato, caberá à Diretoria
Provisória prestar contas de sua gestão, quanto a todos os atos
administrativos e financeiros praticados.
Art. 24 - Os membros da Diretoria Provisória serão
responsáveis pelos atos praticados no decorrer de seu
mandato.
Art. 25 – Quando todos os membros da Diretoria do
CFESS se candidatarem, conforme previsão da alínea
“a” do art. 12, caberá ao próprio Conselho Federal
convocar um Pleno Ampliado, para efeito de nomeação da Diretoria
Provisória do CFESS.
Art. 26 - Após realizado o pleito eleitoral pela Diretoria Provisória, a
nova Diretoria eleita e empossada
cumprirá o restante do mandato do triênio.
CAPÍTULO V DA INSCRIÇÃO
SEÇÃO I DA INSCRIÇÃO PRINCIPAL
Art. 27 - Para os Assistentes Sociais habilitados, de
acordo com o artigo 2o da Lei 8.662 de 07 de junho de
1993, exercerem a profissão, é obrigatória a inscrição
no Conselho Regional de Serviço Social - CRESS, de
sua área de ação, independentemente do seu enquadramento funcional na
instituição.
Art. 28 - A inscrição no CRESS deverá ser solicitada
através de requerimento instruído com os seguintes
documentos:
I Original e cópia do diploma de Bacharel em curso de
graduação em Serviço Social, oficialmente reconhecido, expedido por
estabelecimento de ensino superior
existente no país, devidamente registrado no órgão
competente;
II Excepcionalmente, em substituição ao Diploma, será
admitida Certidão de Colação de Grau que atenda aos
seguintes requisitos: documento original, devidamente assinado pelo
reitor/diretor ou seu representante
legal, com firma reconhecida e emitida por Unidade
Ensino com o Curso de Serviço Social oficialmente
reconhecido, no qual conste obrigatoriamente: timbre da unidade de
ensino, data de reconhecimento
do Curso de Serviço Social, data da colação de grau e
nome do bacharel em Serviço Social;
Parágrafo Único: A Certidão de Colação de Grau, deverá ser substituída
pelo documento previsto no inciso
I do presente artigo, no prazo de 1 ano prorrogável
por mais 1 ano, e será aceita somente em situações
comprovadas de aprovação em concurso público, convocação para a posse do
cargo respectivo ou contratação em emprego de qualquer natureza como
assistente social, mediante apresentação de declaração, com
Parágrafo Primeiro: A partir da implementação do
SISCAFW, o CRESS deverá solicitar ao CFESS informações sobre a eventual
inscrição do profissional interessado em outro Regional de Serviço
Social, para efeito
do deferimento do registro.
Parágrafo Segundo: Será indeferido o pedido de inscrição principal,
quando for constatado que o interessado possui inscrição na mesma
modalidade em outro
CRESS, sem que tenha providenciado o cancelamento
de sua inscrição no outro CRESS ou pedido de transferência.
Parágrafo Terceiro: O profissional que declarar falsamente ou omitir a
sua inscrição principal perante
outro CRESS terá sua inscrição cancelada automaticamente, ficando
impedido de exercer a profissão naquela jurisdição, até a regularização
do cancelamento
ou transferência de sua inscrição, sem prejuízo das
medidas criminais cabíveis.
Parágrafo Quarto: No caso do assistente social diplomado em País
estrangeiro, o diploma deverá estar
devidamente revalidado e registrado em órgão competente no Brasil.
Parágrafo Quinto: Após a conferência e anotação dos
dados, os documentos serão devolvidos ao requerente,
exceto a cópia do diploma, fotografias e comprovante
de 2ª via do pagamento das taxas.
Parágrafo Sexto: A inscrição poderá ser requerida por
instrumento público, entretanto o procurador constituído não terá poderes
para o recebimento da Carteira
e/ou Cédula de Identidade Profissional.
Parágrafo Sétimo: A não substituição do documento
previsto no inciso II, do presente artigo, no prazo de
um ano, implicará no cancelamento automático ex-ofício da inscrição,
independentemente de qualquer
notificação, sendo que os eventuais débitos do interessado incidirão até
a data do cancelamento ex-ofício,
devendo ser cobrados pela vias administrativas ou
judiciais competentes.
Parágrafo Oitavo: O assistente social cancelado será
comunicado da decisão, através de correspondência
com AR, no endereço fornecido perante o CRESS, e
após 30 (trinta) dias, não havendo interposição de recurso ao CFESS, a
decisão será publicada no Diário
Oficial de Estado.
Art. 29 - O processo de Inscrição de Pessoa Física
será instruído pelo Setor Administrativo competente
e, após, encaminhado à Comissão de Inscrição para
emissão de parecer e posterior aprovação em Reunião
da Diretoria do CRESS.
Parágrafo Primeiro: A decisão da Diretoria será lavrada em ata da reunião
em que foi homologada a
inscrição.
Parágrafo Segundo: Durante o processo de análise da
documentação do requerente, a Comissão de Inscrição poderá convocá-lo
para prestar esclarecimentos,
se necessário.
Parágrafo Terceiro: Em caso de indeferimento do processo de registro, o
valor pago será devolvido.
Parágrafo Quarto: Não será emitida nenhuma declaração no ato da
solicitação de inscrição, sendo entregue ao requerente apenas o protocolo
do pedido de
registro carimbado e assinado pelo funcionário do setor administrativo.
Parágrafo Quinto: O funcionário do setor administrativo tem a
responsabilidade de esclarecer ao solicitante do registro profissional os
critérios desta Resolução
no ato do pedido e entregar uma cópia da mesma,
caso seja solicitado.
Art. 30 - Se a Diretoria do CRESS indeferir o pedido de
inscrição de pessoa física caberá pedido de reconsideração ao Conselho
Pleno do CRESS no prazo de 30
(trinta) dias, a partir da ciência de fato e, subsistindo
o indeferimento, caberá recurso ao CFESS no mesmo
prazo.
Art. 31 - Após o deferimento da inscrição, os dados do
pedido de inscrição serão transcritos em livro próprio.
SEÇÃO II DA INSCRIÇÃO SECUNDÁRIA
Art. 32 - A inscrição principal no Conselho Regional
sujeitará o profissional ao pagamento de anuidades
e taxas.
Art. 33 - O exercício da profissão simultâneo, por período superior a 90
(noventa) dias corridos, fora da área
de jurisdição do CRESS em que o profissional tenha
inscrição principal, também obriga a inscrição secundária no Conselho
competente.
Parágrafo Único: As atividades eventuais que se desenvolvam em tempo
inferior a 90 (noventa) dias por
ano, em cada Região, serão consideradas de natureza
eventual e, por conseguinte, não sujeitarão o assistente social à
inscrição secundária.
Art. 34 - O CRESS que receber solicitação de inscrição secundária
solicitará ao CRESS onde o profissional
mantém sua inscrição principal a cópia de todo o processo de inscrição,
para que conste do expediente de
inscrição secundária.
Parágrafo único - O CRESS onde o profissional realizar inscrição
secundária enviará ofício ao CRESS de
timbre do empregador devidamente subscrita pelo
mesmo, com firma reconhecida.
III Comprovação de cumprimento do estágio curricular, mediante
apresentação de declaração firmada
conjuntamente pelo supervisor de campo e supervisor
acadêmico, constando a instituição onde foi realizado
o estágio, e a carga horária total do estágio;
IV Cédula de Identidade; V.
Título de Eleitor;
VI Cadastro de Pessoa Física - CIC;
VII Três fotografias 3 x 4 recentes;
VIII Comprovante de quitação com o serviço militar
obrigatório, para o requerente brasileiro do sexo masculino;
IX Comprovante de pagamento das taxas devidas e do
pagamento da anuidade (integral ou proporcional) ou
da primeira parcela, conforme o caso, para efeito de
deferimento da inscrição;
X Declaração de que não possui inscrição principal em
outro CRESS;
XI Declaração expedida pelo Órgão Militar comprovando o exercício
militar, para os casos específicos;
XII Comprovante do tipo sanguíneo.
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origem comunicando a efetivação da inscrição secundária e comunicando a
indicação do local onde o profissional exercerá suas atividades.
Art. 35 - O processo de Inscrição Secundária será instruído pelo setor
administrativo competente, e, após,
encaminhado à Comissão de Inscrição para emissão
de parecer e posterior homologação em Reunião de
Diretoria do CRESS.
Parágrafo Único - Aplica-se á inscrição secundária as
disposições constantes do parágrafo único do artigo
29 e artigos 30 e 31 da presente Resolução.
Art. 36- Independentemente das inscrições secundárias em outros
Regionais, o profissional permanecerá
com sua inscrição principal no CRESS onde continua
exercendo, também a profissão, sujeito a todas as
obrigações pecuniárias decorrentes dessa inscrição.
Art. 37 - O assistente social estará isento de pagar
anuidades ao CRESS onde possua inscrição secundária, no entanto, está
obrigado ao pagamento de taxa
de inscrição no CRESS onde requeira a inscrição secundária.
Art. 38 - O direito de votar e ser votado nas eleições
para CRESS caberá apenas na jurisdição em que o
profissional tenha sua inscrição principal.
SEÇÃO III DA TRANSFERÊNCIA DA INSCRIÇÃO
PRINCIPAL
66
Art. 39 - A transferência de inscrição principal de um
CRESS para outro poderá ser requerida junto ao CRESS
de origem ou de destino.
Parágrafo Único: Não caberá pedido de transferência,
se o processo de inscrição principal, junto ao CRESS
de origem, não tiver sido homologado em Reunião de
Diretoria.
Art. 40 - Caso o pedido venha a ser feito junto ao
CRESS de destino, este requisitará, no prazo de 10
(dez) dias úteis ao congênere de origem, certidão de
inteiro teor dos assentamentos constantes sobre o
interessado, inclusive quanto à situação de débitos e
processos disciplinares e/ou éticos, a fim de instruir o
processo de transferência.
Parágrafo Único - O CRESS de origem deverá remeter
a documentação solicitada no prazo máximo de 10
(dez) dias úteis, sendo admitido o envio desta por meio
eletrônico.
Art. 41 - Recebida a documentação pelo CRESS de
destino, o setor administrativo encaminhará o processo à Comissão de
Inscrição para apreciação do cumprimento dos requisitos, emissão de
parecer e posterior aprovação em Reunião de Diretoria, no prazo de
45 dias.
Parágrafo Único: Aplica-se à transferência as disposições constantes dos
artigos 29, 30 e 31 da presente
Resolução.
Art. 42 - Deferida a transferência pelo CRESS de destino, este no prazo
de 10 (dez) dias úteis remeterá cópia
da decisão para o CRESS de origem, para homologação da transferência,
pela Diretoria e cancelamento
da inscrição no CRESS de origem, sendo devidamente
registrado.
Parágrafo Único: Após a homologação da transferência pelo CRESS de
origem, o CRESS de destino procederá os devidos registros.
Art. 43 - Caso o pedido venha a ser efetuado junto ao
CRESS de origem, este, no prazo de 10
(dez) dias, remeterá ao CRESS de destino;
a. Requerimento do interessado;
b. Certidão de inteiro teor dos assentamentos constantes sobre o
interessado, inclusive quanto a situação de
débitos e processos disciplinares e/ou éticos;
c. Ofício informando que o profissional teve a transferência homologada e
o registro cancelado;
d. Comprovante do repasse da anuidade proporcional,
caso o profissional já tenha efetuado o pagamento
junto ao CRESS de origem.
Art. 44 - O pedido de transferência deverá ser formulado através de
requerimento e instruído com três fotografias 3 x 4 recentes.
Art. 45 - Constatada a existência de representação
com procedimento ético-disciplinar instaurado contra
o requerente no CRESS de origem, o pedido de transferência será deferido
de forma provisória, ficando a
efetivação da transferência condicionada ao resultado
da decisão transitada em julgado.
Parágrafo Primeiro: Neste período, o profissional continuará inscrito no
CRESS de origem, ficando obrigado
a se fazer presente e acompanhar os atos processuais,
para apuração de responsabilidade disciplinar e/ou
ética, sob pena de indeferimento liminar do pedido de
transferência até que se conclua o referido processo.
Parágrafo Segundo: O CRESS de destino ou de origem
fará anotar na Carteira de Identidade Profissional
do interessado a seguinte observação: “Processo de
Transferência em andamento. O profissional está apto
a exercer a profissão na jurisdição do CRESS ---Região”.
Parágrafo Terceiro: Após o trânsito em julgado da decisão prolatada, o
CRESS de origem, exceto no caso
de cassação do registro profissional, complementará
o processo de transferência, em conformidade com as
normas previstas nesta seção, e comunicará, imediatamente, ao CRESS de
destino.
Art. 46 - Existindo débito do interessado para com o
CRESS de origem, o profissional deverá regularizar a
situação mediante pagamento a vista ou termo de
confissão de dívida e parcelamento, no ato da apresentação do
requerimento.
Parágrafo único: O pedido de transferência somente
será deferido mediante comprovação no processo, da
quitação ou do parcelamento dos débitos em dia, para
com o CRESS de origem.
Art. 47 - A anuidade passará ser devida ao CRESS de
destino a partir do mês seguinte ao protocolo do pedido de transferência.
Art. 48 - A anuidade relativa ao exercício em curso, em
caso de transferência, será rateada proporcionalmente
entre o CRESS de origem e o de destino da seguinte
forma:
I. Caberá ao CRESS de origem a anuidade proporcional ao número de meses
até o mês em que foi protocolado o pedido de transferência;
II. Ao CRESS de destino caberá, o valor correspondente
ao número de meses faltantes até o implemento da
anuidade;
SEÇAO IV DO CANCELAMENTO
Art. 50 - Qualquer profissional poderá requerer o cancelamento de sua
inscrição, desde que declare o não
exercício de qualquer atividade, função ou cargo que
envolva o exercício profissional do assistente social.
Parágrafo Primeiro: Serão devidos e cobrados pelas
vias administrativas ou judiciais os débitos anteriores
até a data do pedido de cancelamento da inscrição.
Parágrafo Segundo: O deferimento desse pedido só se
efetivará se o profissional não estiver respondendo a
processo ético e/ou disciplinar.
Art. 51 – Para requerer o cancelamento, de que trata o
artigo anterior, o interessado deverá anexar ao requerimento padrão sua
Carteira e Cédula de Identidade
Profissional, sendo admitido para tal fim, a apresentação de qualquer
documento, subscrito pelo interessado, que expresse inequívoca
manifestação de vontade,
em relação ao cancelamento de sua inscrição perante
o CRESS.
Parágrafo Primeiro: O pagamento da anuidade será
devido até o mês do pedido de cancelamento, adotando-se o critério da
proporcionalidade para o pagamento da anuidade do exercício em curso.
Parágrafo Segundo: Em caso de eventual extravio da
Carteira e/ou Cédula de Identidade Profissional, o assistente social
deverá juntar ao requerimento declaração sobre o fato, sob as penas da
Lei.
Parágrafo Terceiro: Caberá ao Setor Administrativo
competente instruir o processo com as informações
exigidas nos artigos 50 e 51.
Art. 52 - Formado o processo, este será distribuído a
um Conselheiro que emitirá parecer a respeito, submetendo-o à apreciação
da Diretoria do CRESS.
Art. 53 - No caso de falecimento do profissional inscrito, o cancelamento
será automático, ficando extintos
todos os seus eventuais débitos decorrentes de anuidades, taxas, e
multas.
Parágrafo Único: Os CRESS decidirão sobre os critérios
de comprovação de falecimento do profissional a serem adotados em sua
jurisdição.
Art. 54 - A inscrição do assistente social poderá ser
cancelada ou cassada, “ex-offício”, por determinação
do Conselho Pleno do CRESS, nos seguintes casos:
a. Quando fizer falsa prova dos documentos para inscrição no CRESS,
devidamente comprovada pela autoridade judicial competente;
b. Decisão definitiva em processo ético administrativo;
c. Conhecimento comprovado de estar o inscrito impedido definitivamente
de exercer a profissão, por motivo de incapacidade física ou mental;
d. não apresentação do diploma de Assistente Social,
devidamente registrado, no prazo estabelecido pelo
inciso II do artigo 27;
e. Por suspensão do exercício profissional por mais de
3 (três) anos consecutivos.
Parágrafo Único: O cancelamento ou cassação “ex-officio” não implicarão
no perdão dos eventuais débitos ou obrigações pecuniárias do Assistente
Social
perante o CRESS e o pagamento da anuidade será devido até o mês da
homologação da decisão, adotando-se o critério da proporcionalidade para
efeito do
pagamento da anuidade do exercício em curso.
Art. 55 – É facultado ao Assistente Social que deixar
de exercer suas atividades profissionais por aposentadoria ou por
qualquer outro motivo, permanecer
registrado no CRESS, com todos os direitos e deveres,
inclusive com o ônus financeiro.
SEÇÃO V DA REINSCRIÇÃO
Art. 56 - O interessado poderá, a qualquer tempo, requerer sua
reinscrição, sujeitando-se às disposições
legais e normativas em vigor, sendo atribuído, neste
caso, o mesmo número do registro anterior.
Art. 57 - O pedido de reinscrição profissional será instruído com
requerimento dirigido ao Presidente do
Conselho Regional de Serviço Social e deverá ser juntado ao processo
original de Pessoa Física.
Art. 58 - No ato do pedido de reinscrição deverá ser
preenchida pelo interessado declaração, onde conste
a inexistência do exercício profissional no período em
que esteve impedido, em virtude do cancelamento de
sua inscrição.
Parágrafo Único: Qualquer alteração havida nos documentos civis ou
acadêmicos do interessado deverá
ser anexada no ato do pedido de reinscrição.
Art. 59 - O interessado pagará ao CRESS, no ato do
pedido, taxa de emissão de Cédula de Identidade Profissional, bem como a
anuidade proporcional.
Art. 60 - Caberá à Diretoria do CRESS deferir os pedidos de reinscrição
profissional.
Parágrafo Único: Se a Diretoria indeferir o pedido de
reinscrição, caberá pedido de reconsideração ao Conselho Pleno do CRESS
no prazo máximo de 30 (trinta)
dias, a partir da ciência do fato e, subsistindo o indeferimento, caberá
recurso ao CFESS no mesmo prazo.
Art. 61 – Deferido o pedido de reinscrição, será expedida pelo Conselho
Regional de Serviço Social Carteira e
Cédula de Identidade Profissional, onde serão feitas as
anotações relativas ao período em que esteve impedido de exercer a
profissão.
III. Caso o requerente já tenha efetuado o pagamento integral e, a
homologação da transferência ocorra
após este fato, caberá ao CRESS de origem repassar
imediatamente ao seu congênere o valor devido, proporcional em relação à
data da apresentação do pedido de transferência;
IV. Caso o requerente efetue o pagamento integral da
anuidade no CRESS de destino, caberá a este repassar
o valor devido ao CRESS de origem, atendendo aos
critérios da proporcionalidade.
Parágrafo Único: O CRESS que receber as anuidades
devidas de outro Regional deverá repassar imediatamente os valores ao seu
congênere.
Art. 49 - A entrega de nova cédula de identificação
decorrente da transferência efetuada ficará condicionada à devolução da
cédula anterior, que será pelo
CRESS de destino destruída por qualquer meio hábil,
que garanta a sua total inutilização.
67
SEÇÃO VI DA INTERRUPÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
68
Art. 62 - Será concedida interrupção do pagamento
das anuidades ao profissional que requerer a interrupção temporária do
efetivo exercício profissional
nos seguintes casos:
a. Viagem ao exterior, com permanência superior a 6
meses;
b. Doença devidamente comprovada que impeça o
exercício da profissão por prazo superior a 6 meses;
c. Enquanto perdurar pena de privação de liberdade
ou de aplicação de medida de segurança por força de
sentença definitiva.
Parágrafo Único: Em qualquer dos casos, o período de
interrupção corresponderá ao período de impedimento, podendo ser
prorrogado, a pedido do interessado,
se persistir o impedimento ou se já houver previsão a
respeito, e será requerido anualmente.
Art. 63 - O pedido de interrupção será dirigido ao Presidente do CRESS,
instruído, conforme o caso, com:
a. Comprovante da viagem, com prazo de permanência no exterior;
b. Atestado médico, constando o prazo provável de
tratamento;
c. Cópia da Sentença Definitiva e Certidão da Instituição Penitenciária;
d. Carteira de Identidade Profissional, para as devidas
anotações.
Art. 64 - À vista da documentação, a Diretoria do
CRESS decidirá a respeito em 10 (dez) dias, cabendo
pedido de reconsideração ao Conselho Pleno em igual
prazo, em caso de indeferimento.
Parágrafo Único: Mantida a decisão de indeferimento
pelo Regional, caberá recurso ao CFESS, no prazo de
10 (dez) dias, a contar da ciência do ato.
Art. 65 - Deferido o pedido de interrupção, a Secretaria do CRESS fará as
anotações no prontuário e registros próprios.
Art. 66 – A interrupção do exercício profissional não
estará vinculada ao pagamento dos débitos anteriores
ao seu deferimento, que caso não sejam quitados pelas vias
administrativas, serão cobrados judicialmente.
Art. 67 - Cessado o motivo que impedia o exercício da
profissão, durante a vigência do prazo concedido, o
assistente social deverá regularizar sua situação para
reiniciar suas atividades, mediante comunicação ao
CRESS e pagamento de anuidade proporcional.
Parágrafo Único: A suspensão do pagamento de anuidade será proporcional e
corresponderá ao período de
impedimento para o exercício profissional, excluídas
as frações de dias.
SEÇÃO VII DOS DOCUMENTOS DE IDENTIDADE
PROFISSIONAL
Art. 68 - A legitimidade para o exercício da profissão
de Assistente Social é comprovada mediante apresentação de documentos de
identidade profissional expedidos pelo CRESS.
Art. 69 - Os documentos de identidade profissional
fornecidos pelo CRESS são os seguintes:
I. Carteira de Identidade Profissional; II. Cédula de
Identidade Profissional.
Parágrafo Primeiro: O documento de que trata o item
I deste artigo conterá, além da fotografia 3 x 4 do inscrito, nome por
extenso, filiação, nacionalidade, naturalidade, data do nascimento,
número de registro no
CRESS, número de Registro Geral (RG) da Carteira de
Identidade, título de que é portador, nome da Unidade de Ensino na qual
se diplomou, data da expedição
do Diploma ou Título, data do registro no CRESS respectivo, sede do
exercício profissional, local e data da
expedição da Carteira, assinaturas do Presidente e 1º
Secretário do CRESS e do portador, impressão digital
do polegar direito do profissional.
Parágrafo Segundo: A Cédula de Identidade Profissional conterá no
anverso, além da respectiva fotografia
e impressão digital do polegar direito do profissional,
número de registro no CRESS, número de Registro Geral (RG) da Carteira de
Identidade, número do CIC,
tipo sanguíneo, nome completo, data da expedição,
assinatura do Presidente do CRESS. No verso, constará filiação,
nacionalidade, naturalidade, data de nascimento, expedidor do diploma,
data de registro no
CRESS e assinatura do profissional.
Parágrafo Terceiro: É vedado ao assistente social proceder anotações na
Carteira de Identidade Profissional, bem como ao CRESS registrar nesta as
penalidades sofridas pelo profissional.
Art. 70 - Os documentos de identidade profissional
fornecidos pelos CRESS têm fé pública nos termos da
Lei 6.206 de 08/05/75.
Art. 71 - Os Assistentes Sociais usarão, obrigatoriamente, o respectivo
número de registro antecedido da
expressão A.S. nº e a sigla de seu CRESS e deverão usar
a expressão SEC quando a inscrição for Secundária.
Art. 72 - O documento de identidade profissional deverá ser atualizado
sempre que ocorrer modificação
da situação original, devendo ser solicitada as mudanças por meio de
requerimento e documento comprobatório da alteração da situação civil,
sendo expedida
nova via.
Art. 73 - A exibição do documento de identidade profissional poderá ser
exigida por quem de direito, a fim
de se verificar a habilitação profissional do assistente
social.
Art. 74 - Em caso de extravio da Cédula de Identidade
Profissional, o interessado deverá requerer a expedição de nova via,
mediante requerimento, acompanhado da publicação do extravio em jornal de
grande
circulação e/ou declaração de próprio punho, sob as
penas de lei e/ou boletim de ocorrência expedido pela
autoridade policial competente, e mediante o pagamento da respectiva
taxa.
Art. 75 - A Cédula de Identidade Profissional danificadas serão
recolhidas pelo CRESS e substituídas,
mediante requerimento e pagamento das respectivas
taxas.
Parágrafo Primeiro: A nova Cédula de Identidade Profissional deverá
conter a indicação “2ª Via”.
Parágrafo Segundo: As segundas vias da Cédula de
Identidade Profissional manterão, obrigatoriamente,
todas as antigas anotações, conforme consta do prontuário de registro no
CRESS.
SEÇÃO VII DAS OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS
Art. 77 - As obrigações pecuniárias decorrentes da vinculação do
profissional ao CRESS são as seguintes:
I. Anuidades; II. - Taxas:
a. Inscrição
b. Substituição ou 2ª via de Cédula de Identidade Profissional
III.Multas.
Art. 78 - A regulamentação, através de Resolução da
fixação dos valores das obrigações pecuniárias, é de
competência do CFESS, cumprindo as deliberações do
Conjunto CFESS/CRESS.
Parágrafo Primeiro: A aprovação desses valores pelo
CFESS só terá vigência no exercício seguinte.
Parágrafo Segundo: É considerado tempo hábil para
pagamento da anuidade o período de 01 de janeiro a
31 de março, sofrendo multas e juros após esse prazo.
Parágrafo Terceiro: A anuidade só passa a se constituir
em débito no exercício seguinte.
Parágrafo Quarto: A falta de pagamento de anuidade
por parte do Assistente Social inscrito regularmente
no CRESS constitui infração disciplinar, sujeito o infrator, após regular
processo disciplinar, a pena de suspensão do exercício profissional,
enquanto perdurar a
inadimplência, conforme estabelecido no Código de
Ética Profissional.
Parágrafo Quinto: A pena de eliminação dos Quadros
do CRESS poderá ser aplicada àqueles que, suspensos
do exercício profissional, deixarem transcorrer 3 (três)
anos de suspensão.
Parágrafo Sexto: No período em que perdurar a suspensão, o profissional
estará sujeito ao pagamento
das anuidades.
CAPÍTULO VI DO REGISTRO DE PESSOAS JURÍDICAS NOS CONSELHOS REGIONAIS
SEÇÃO I DO REGISTRO
Art. 79 - É obrigatório o registro das Pessoas Jurídicas
de direito público ou privado, já constituídas ou que
vierem a se constituir, com a finalidade básica de prestar serviços em
assessoria, consultoria, planejamento,
capacitação e, outros da mesma natureza em Serviço
Social, nos Conselhos Regionais de Serviço Social, de
suas respectivas jurisdições, para que possam praticar
quaisquer atos de natureza profissional.
Parágrafo Único: As referidas entidades de que trata o
“caput” estão sujeitas também ao pagamento de anuidades de pessoas
jurídicas e taxas que forem estabelecidas em Resolução pelo Conselho
Federal de Serviço
Social.
Art. 80 - O pedido de registro se fará através de requerimento dirigido
ao Presidente do Conselho Regional,
acompanhado dos seguintes documentos:
I. Cópia de estatuto ou ata devidamente registrada no
cartório competente ou,
II. Cópia do contrato social devidamente registrado no
cartório competente ou,
III. Cópia da Lei que criou ou instituiu o órgão de natureza pública;
IV. Declaração do início das atividades de Serviço Social da Pessoa
Jurídica;
V. Relação contendo nome e número de CRESS dos Assistentes Sociais que
trabalhem na entidade sob vínculo empregatício ou não;
VI. Declaração assinada pelo representante legal da
entidade assegurando ao assistente social atribuições
compatíveis com as exigências legais, normas éticas,
dignidade
profissional e garantia de autonomia nos assuntos
técnicos;
Declaração de funcionamento da entidade, emitida
por Órgão Público.
Art. 81 - O assistente social deverá zelar pelas condições dos serviços
prestados, comunicando ao Conselho Regional as ocorrências e
descumprimento das
normas vigentes que firam a qualidade dos serviços
prestados pela entidade.
Art. 82 - Fica a entidade impedida de prestar serviços específicos e
relativos ao Serviço Social, no caso de
não contar com assistente social para o desempenho
das atividades técnicas, sob pena das medidas judiciais cabíveis.
Art. 83 - O deferimento do pedido de registro está
condicionado ao cumprimento dos requisitos impostos pela presente
Resolução, bem como ao parecer
favorável da Comissão de Orientação e Fiscalização
do CRESS.
Art. 84 – Cabe a Diretoria do CRESS o deferimento do
pedido de registro de pessoa jurídica, em consonância
com o parecer da COFI.
Art. 85 - O pedido de registro será indeferido quando:
I. Os serviços não se enquadrarem no campo geral do
Serviço Social em conformidade com o estabelecido
pelo art. 80 da presente Resolução;
II. A Pessoa Jurídica não oferecer condições físicas, éticas e técnicas
adequadas, para garantir a qualidade
dos serviços prestados ao usuário;
III. A Pessoa Jurídica não contar com assistente social,
devidamente habilitado, para o desempenho das atividades técnicas.
Art. 86 - Constatados, através de meios públicos e/ou
visita de fiscalização, quaisquer fatos que desautorizem o deferimento do
pedido de registro da Pessoa Jurídica, será a entidade regularmente
notificada para,
no prazo de 30 (trinta) dias, regularizar a situação ou
apresentar defesa, sob pena de indeferimento do registro.
Art. 87 – Indeferido o pedido de registro, poderá o interessado interpor
pedido de reconsideração ao Conselho Pleno do CRESS, no prazo de 30
(trinta) dias, a
contar da ciência do indeferimento.
Art. 88 - Mantida a decisão pelo CRESS, o interessado
poderá interpor recurso ao Conselho Federal de Serviço Social, no prazo
de 30 (trinta) dias, a contar da
ciência da decisão.
Art. 89 - Mantida a decisão de indeferimento, ficará
a entidade impedida de prestar os serviços descritos
Art. 76 - Somente ao CFESS compete a iniciativa da
confecção, controle e distribuição dos documentos de
identidade profissional aos CRESS.
69
pelo artigo 80 da presente Resolução, sob pena das
medidas judiciais cabíveis.
Art. 90 - Deferido o pedido, o CRESS emitirá Certificado de Registro de
Pessoa Jurídica com validade em
toda sua área de jurisdição.
Art. 91 - Após o deferimento do pedido de registro,
deverá ser realizado visita de identificação à entidade,
pelos fiscais da COFI.
Art. 92 - A Pessoa Jurídica estará obrigada no prazo
de 30 dias a requerer ao CRESS a anotação de Alteração de seu Contrato
Social, Estatuto ou Lei, conforme
o caso, bem como a mudança de instalação, endereço
e pessoal técnico.
Art. 93- No ato do pedido de registro, a Pessoa Jurídica deverá recolher
o valor referente à taxa de inscrição
e anuidade proporcional ao exercício em curso.
Art. 94- Concedido o registro, a Pessoa Jurídica ficará
obrigada a recolher uma anuidade a cada exercício,
conforme disposições legais e normativas previstas à
espécie.
Art. 95- As filiais, agências ou sucursais que se estabelecerem no âmbito
de jurisdição do CRESS, cuja matriz
estiver em jurisdição de outro Regional, estarão sujeitas a todas as
disposições estabelecidas nesta Resolução, inclusive quanto ao pagamento
de anuidades,
desde que prestem serviços a terceiros, relativos às
atividades descritas pelo artigo 80 da presente Resolução.
Parágrafo Único: A agência, filial ou sucursal que se
estabelecer na mesma jurisdição da matriz estará
isenta do pagamento de anuidades e taxas, cabendo
tal responsabilidade à matriz.
Art. 96- A anuidade de Pessoa Jurídica será devida até
a data da dissolução de seus atos constitutivos, perante o cartório
competente ou através da Lei.
Art. 97 - Os CRESS poderão inspecionar os setores das
Pessoas Jurídicas que pratiquem atividades específicas
do Serviço Social, para efeito de orientação e fiscalização das condições
básicas, técnicas e éticas do setor,
bem como do exercício profissional, visando garantir a
qualidade dos serviços prestados à população.
SEÇÃO II DO CANCELAMENTO DO REGISTRO
70
Art. 98 - O cancelamento do registro da Pessoa Jurídica dar-se-á a pedido
ou “ex-offício”.
Art. 99 - O cancelamento a pedido será solicitado pelo
representante legal da entidade, em requerimento dirigido ao CRESS.
Art. 100 - Para apreciação dos pedidos de cancelamento de REGISTRO, a
entidade deverá apresentar os
seguintes documentos:
I. Certidão ou outro documento que comprove a baixa
no CGC do Ministério da Fazenda, ou,
II. Certidão ou outro documento que comprove a baixa no Cadastro de
Contribuintes do Município em que
estiver sediada, ou,
III. Certidão ou outro documento que comprove a baixa no Cartório de
Títulos e Documentos em que tenha
sido originalmente registrado o respectivo Contrato
Social, Estatuto, etc, ou,
IV. Cópia da Lei, que veio a extinguir o órgão público
ou autárquico, ou,
V. Declaração firmada pelo representante legal da en-
tidade informando ter dissolvido legalmente as atividades, indicando o
Cartório no qual se deu a dissolução e a data da mesma, ou,
VI. Cópia da alteração contratual e da ata de reunião
da instância de deliberação da referida entidade, na
qual conste a exclusão da atividade de Serviço Social
como objetivo social.
Art. 101 - Em caso de cancelamento do registro, o pagamento da anuidade
será devido até a data da dissolução legal da Pessoa Jurídica.
Parágrafo Único: Para o caso de pagamento de anuidade do exercício em
curso, quando do pedido de
cancelamento de registro, será adotado o critério da
proporcionalidade.
Art. 102 - O cancelamento “ex-offício” será determinado pelo Conselho
Pleno do CRESS nos seguintes casos:
I. Não pagamento de anuidade;
II. Quando a Pessoa Jurídica registrada no CRESS estiver em lugar incerto
e não sabido por mais de 1 (um)
ano, após esgotados os meios para sua localização;
III. Não cumprimento de qualquer exigência administrativa, determinada
pelo CRESS, no prazo estabelecido por notificação;
Não cumprimento de qualquer exigência técnica, ética ou física
determinada pelo CRESS, no prazo estabelecido através de notificação.
Art. 103 - A Pessoa Jurídica que tiver seu registro cancelado à pedido ou
“ex-offício” ficará impedida de
exercer as atividades descritas no artigo 80 desta Resolução, sob pena
das medidas judiciais cabíveis.
Art. 104 - Do cancelamento a pedido ou “ex-offício”
caberá pedido de reconsideração ao Conselho Pleno
do CRESS, no prazo de 30 (trinta) dias, contados do
conhecimento da decisão.
Art. 105 - Indeferido o pedido de reconsideração, caberá recurso ao
Conselho Federal de Serviço Social,
com efeito suspensivo, no prazo estabelecido no artigo
anterior.
SEÇÃO III DAS PENALIDADES
Art. 106 - Caso venha a ser constatado a qualquer
época o descumprimento das disposições contidas na
presente Resolução, bem como o descumprimento de
exigências que objetivem a garantia da qualidade dos
serviços prestados dentro dos padrões físicos, técnicos
e éticos julgados adequados, a pessoa jurídica registrada no CRESS será
notificada, extra-judicialmente,
para o cumprimento da determinação, ou apresentação de defesa, em prazo
determinado.
Art. 107 - Decorrido o prazo sem o cumprimento da
determinação emanada pelo CRESS, ou sem apresentação de defesa, ou,
ainda, se apresentada defesa, esta
for considerada improcedente, o fato poderá ser considerado infração,
autorizando a aplicação das seguintes penalidades à Pessoa Jurídica
registrada no CRESS,
sem prejuízo das medidas judiciais cabíveis:
I. Multa;
II. Suspensão temporária das atividades; III.
Cancelamento ou cassação do Registro.
Art. 108 - A pena de multa variará entre o mínimo,
correspondente ao valor de 3 (três) anuidades de Pessoa Jurídica, e o
máximo de 10 (dez) vezes o valor da
CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 114 - Cabe ao CFESS, aos CRESS e às Seccionais
zelar pelo cumprimento desta Resolução, dando ampla divulgação,
especialmente entre as Unidades de
Ensino.
Art. 115 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Pleno do
CFESS.
CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 116 - A taxa prevista no artigo 37, referente à inscrição secundária
passará a vigorar a partir do exercício de 2011 e será previsto em
Resolução específica.
IVANETE SALETE BOSCHETTI
Presidente do CFESS
QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO: COMUNICABILIDADE; APRESENTAÇÃO;
ATENÇÃO; CORTESIA; INTERESSE; PRESTEZA; EFICIÊNCIA; TOLERÂNCIA;
DISCRIÇÃO; CONDUTA; OBJETIVIDADE.
A qualidade do atendimento ao público apresenta-se como um desafio
institucional, e deve ter como meta
aprimorar e uniformizar o serviço oferecido tanto ao público externo como
ao público interno.
Vale ressaltar que, o agente responsável por realizar o
atendimento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, e sim,
pela instituição, ou seja, ele representa a organização
naquele momento, é a imagem da organização que se
apresenta na figura desse agente.
Quando falamos em atendimento de qualidade, pensamos em excelência na
forma com que nossos clientes
(internos ou externos) são tratados, e lidar com pessoas,
que é o que ocorre em um atendimento, exige uma postura comportamental
comprometida com o outro, com
suas necessidades, seus anseios, mas também com a organização, suas
regras, ou seja, exige responsabilidade,
conhecimento de funções, uso adequado de ferramentas para se enquadrar ao
sistema de funcionamento da
organização e, agilidade, cordialidade, eficiência e principalmente,
empatia, para realizar um atendimento de
excelência junto ao público.
Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja,
ao ato de prestar atenção às pessoas com as quais mantemos contato.
A qualidade do atendimento prestado depende da
capacidade de se comunicar com o público e da mensagem transmitida.
O edital cita características que são imprescindíveis
quando se almeja alcançar um nível de excelência em
qualidade no atendimento. Vejamos:

Atenção: o cliente precisa ser o foco de suas
ações. É necessário fazer com que ele sinta-se realmente
o elemento de maior importância nessa relação e, isso
será possível quando o atendente dispender a atenção
necessária nesse contato, criando empatia para identificar de fato qual a
melhor forma de atender esse cliente.

Cortesia: ser cortês significa que usar de gentileza, educação, lidar com
as pessoas com amabilidade,
generosidade e delicadeza no trato.

Interesse: como dissemos acima, desenvolver
empatia, ou seja, colocar-se no lugar da pessoa, demonstrar interesse
naquilo que é importante para ela e, consequentemente, realizando um
trabalho melhor.

Presteza: está relacionado com a boa vontade e
pré-disposição em servir.

Eficiência: é a capacidade de ‘fazer as coisas direito’, um administrador
é considerado eficiente quando
minimiza o custo dos recursos usados para atingir determinado fim.

Tolerância: representa a capacidade de uma pessoa ou grupo de aceitar, em
outra pessoa ou grupo uma
atitude diferente das que são a norma de seu grupo.

Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discernimento e sensatez
quando fornece uma informação
ao cliente. É necessário manter-se reservado sobre o que
o cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo confiabilidade e seriedade
no trabalho desenvolvido.

Conduta: espera-se que atendente conheça
e respeite as normas internas, afinal, ele é um canal de
transmissão da imagem da organização e, como tal, deve
manter postura profissional, e agir dentro da cultura da
empresa/ instituição, e conforme os interesses institucionais mas, ainda
sim, atingindo o resultado desejado de
atender com excelência o cliente resolvendo sua necessidade ou atendendo
seu desejo.

Objetividade, clareza e concisão: ser direto, objetivo e claro em suas
respostas para o cliente, e se ater
ao foco do que esta sendo perguntado, fornecendo informações precisas e
sucintas com atenção e clareza.
Postura de atendimento
Aqui falamos em fatores pessoais que influenciam o
atendimento: Apresentação pessoal, cortesia (personalizar o atendimento),
atenção, tolerância (grau de aceitação de diferentes modos de se pensar),
discrição, conduta, objetividade.
anuidade vigente.
Art. 109 - A pena de suspensão acarretará à pessoa
jurídica, o impedimento de suas atividades, pelo prazo
de 30 (trinta) dias e 2 (dois) anos.
Art. 110 - A penalidade de cancelamento ou cassação do registro de pessoa
jurídica implicará no impedimento de realizar atividades específicas do
serviço
social, sob pena das medidas judiciais cabíveis.
Art. 111 - Quando as entidades que estiverem obrigadas ao registro de
pessoa jurídica perante o CRESS e
que, após notificadas, não cumprirem tal determinação, o Conselho Pleno
do CRESS poderá deliberar pela
propositura de ação judicial, objetivando o registro da
pessoa jurídica ou sustação dos serviços prestados específicos do Serviço
Social.
Art. 112 - Da imposição de qualquer penalidade caberá pedido de
reconsideração ao Conselho Pleno do
CRESS.
Art. 113- Indeferido o pedido de reconsideração caberá recurso ao
Conselho Federal de Serviço Social, com
efeito suspensivo, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da ciência da decisão.
71
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos esses aspectos
relacionados com a nossa expressão
corporal na sua totalidade e nossa condição emocional.
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de POSTURA. São
eles:

Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um posicionamento de
humildade, mostrando-se sempre disponível para atender e interagir
prontamente com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA
do atendente suscita alguns sentimentos positivos nos
clientes, como por exemplo:
o
postura do atendente de manter os ombros
abertos e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento
de receptividade e acolhimento;
o
deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado, transmite ao
cliente a humildade do
atendente;
o
o olhar nos olhos e o aperto de mão firme, traduzem respeito e segurança;
o
a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de
afetividade e calorosidade.

Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se caracteriza pela
existência de uma unidade entre o que dizemos e o que expressamos no
nosso
corpo.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos
e confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos
sentimentos e eles fluem livremente. Dessa
forma, nos sentimos mais livres do stress, das doenças,
dos medos.

As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos
extrair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados
emocionais que elas traduzem e a identificação destes
estados pelas pessoas; e a sua função social que diz em
que condições ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o
observador e quem a expressa.
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento inclui posturas
e é sempre fruto da interação
complexa entre o organismo e o seu meio ambiente.
Observando estas condições principais que causam a
vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar a
estrutura de uma empresa de serviços
em dois itens:
72
Os serviços
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, como tal, está
diretamente relacionado ao
próprio negócio.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas
de serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são
tratados os aspectos gerais da organização que
dão peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores
(pintura), os jardins. Este item, portanto, depende mais
diretamente da empresa e está mais relacionado com as
condições sistêmicas.
A postura de atendimento.
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais relacionado com o
funcionário em si, com as suas atitudes e
o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está ligado
às condições individuais.
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas
políticas das empresas, o treinamento, a definição de
um padrão de atendimento e de um perfil básico para
o profissional de atendimento, como forma de avançar
no próprio negócio. Dessa maneira, estes dois itens se
tornam complementares e inter-relacionados, com dependência recíproca
para terem peso.
O profissional do atendimento
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se necessário falar
do Verdadeiro profissional do
atendimento.
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
1) Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de
compreender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele
seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir
importante e proporcioná-lo um ambiente agradável.
Este profissional é voltado completamente para a interação com o cliente,
estando sempre com as suas antenas ligadas neste, para perceber
constantemente as suas
necessidades. Para este profissional, não basta apenas
conhecer o produto ou serviço, mas o mais importante
é demonstrar interesse em relação às necessidades dos
clientes e atendê-las.
2) Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades dos clientes,
aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para entender o lado humano,
é necessário que este profissional tenha uma formação voltada
para as pessoas e goste de lidar com gente. Se espera
que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante em que
ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a felicidade do
outro.
3) Entender a necessidade de manter um ESTADO
DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos,
para ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que é
fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do trabalho
e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
consciência de que o seu principal papel é o
de ajudar os clientes a solucionarem suas necessidades.
A postura é de realizar serviços para o cliente.
A fuga dos clientes
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fogem delas por
problemas relacionados à postura de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos
observar os seguintes percentuais:

68% dos clientes fogem das empresas por problemas de postura no
atendimento;

14% fogem por não terem suas reclamações
atendidas;

9% fogem pelo preço;

9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas organizações,
muitas vezes obsoletos. Estes
sistemas não definem uma política clara de serviços, não
Os requisitos para contratação deste profissional
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns
requisitos são essenciais ao atendente. São eles:

Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.

Gostar de lidar com gente.

Ser extrovertido.

Ter humildade.

Cultivar um estado de espírito positivo.

Satisfazer as necessidades do cliente.

Cuidar da aparência.
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
Outros fatores importantes no atendimento
O olhar
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do olhar, podemos
passar para as pessoas os nossos
sentimentos mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito.
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos
prender somente a ele, mas a fisionomia como um todo
para entendermos o real sentido dos olhos.
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de
acolhimento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de
vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente,
a impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento.
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa
este brilho nos nossos olhos? A resposta é simples:
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro,
gostar de ajudar o próximo.
Para atender ao público, é preciso que haja interesse
e gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para o
cliente. Gostar de atender o público
significa gostar de atender as necessidades dos clientes,
querer ver o cliente feliz e satisfeito.
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode
transmitir:
01) Interesse quando:

brilha;

tem atenção;

vem acompanhado de aceno de cabeça.
02) Desinteresse quando:

é apático;

é imóvel, rígido;

não tem expressão.
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o
gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como
dissimular com o olhar.
A aproximação - raio de ação.
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de RAIO DE AÇÃO,
que significa interagir com o
público, independente deste ser cliente ou não.
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
metros de distância do público e de um tempo imediato,
ou seja, prontamente.
Além do mais, deve ocorrer independentemente do
funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes
requisitos para a interação, a tornam mais eficaz.
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento verbal, uma
saudação, um aceno de cabeça ou
apenas por um aceno de mão. O objetivo com isso, é
fazer o cliente sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a
atenção necessária para satisfazer os seus
anseios.
Alguns exemplos são:
1.
No hotel, a arrumadeira está no corredor com o
carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente
olha para ele e diz com um sorriso:
“bom dia !”
2.
O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente
no momento do pagamento;
3.
O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o carro entrando
no posto e faz uma sudação...
A invasão
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
Vamos entender melhor isso.
Todo ser humano sente necessidade de definir um
TERRITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este
território não se configura apenas em um
espaço físico demarcado, mas principalmente num espaço pessoal e social,
o que podemos traduzir como a
necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
distância ideal entre si e os outros de acordo com cada
situação.
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na privacidade, o
que normalmente traz consequências negativas. Podemos exemplificar estas
invasões com
algumas situações corriqueiras: uma piada muito picante
contada na presença de pessoas estranhas a um grupo
definem o que é o próprio serviço e qual é o seu produto.
Sem isso, existe muita dificuldade em satisfazer plenamente o cliente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes,
não contratam profissionais com características básicas
para atender o público, não treinam estes profissionais
na postura adequada, não criam um padrão de atendimento e este passa a
ser realizado de acordo com as características individuais e o bom senso
de cada um.
A falta de noção clara da causa primária da perda de
clientes faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
sabem nem atender o cliente”.
Parece até que o atendimento é a tarefa mais simples da
empresa e que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais complexa e
recheada de nuances que perpassam pela condição individual e por
condições sistêmicas.
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
1.
Falta de uma política clara de serviços;
2.
Indefinição do conceito de serviços;
3.
Falta de um perfil adequado para o profissional
de atendimento;
4.
Falta de um padrão de atendimento;
5.
Inexistência do follow up;
6.
Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação de pessoas com
características opostas ao necessário para atender ao público, como:
timidez, avareza,
rebeldia...
73
social; ficar muito próximo do outro, quase se encostando nele; dar um
tapinha nas costas...
Nas situações de atendimento, são bastante comuns
as invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua
maioria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como
atitudes grosseiras e pouco sensíveis.
Alguns são os exemplos destas atitudes e situações mais
comuns:

insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;

seguir o cliente por toda a loja;

o motorista de taxi que não para de falar com o
cliente passageiro;

o garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos sem ser
solicitado;

o funcionário que cumprimenta o cliente com
dois beijinhos e tapinhas nas costas;

o funcionário que transfere a ligação ou desliga
o telefone sem avisar.
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro
profissional do atendimento.
O sorriso
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem universal.
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante para receber e
está apreensivo com o resultado.
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um
sorriso caloroso. Com certeza você
se sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um
pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado como um
ato de apaziguamento.
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das pessoas e as
pesquisas revelam que as pessoas
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as
não sorridentes.
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo
de comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente
informa mais do que a linguagem
falada e a escrita. Dessa forma, podemos passar vários
tipos de sentimentos e acarretar as mais diversas emoções no outro.
74
Ir ao encontro do cliente
IR AO ENCONTRO DO CLIENTE é um forte sinal de
compromisso no atendimento, por parte do atendente.
Este item traduz a importância dada ao cliente no momento de atendimento,
na qual o atendente faz tudo o
que é possível para atender as suas necessidades, pois
ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao
encontro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com ele.
A primeira impressão
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase:
A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
Você concorda com ela?
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a
impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o
cliente irá voltar.
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o cliente
perdido, aquele que foi mal atendido ou que
não teve os seus desejos satisfeitos.
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmente os custos para
resgatá-la, são altos. Alguns
mecanismos que as empresas adotam são os contatos
via telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre
são eficazes.
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clientes perdidos
durante a sua existência, pois elas
não adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações
destes clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para
reforçar os seus
processos internos e o seu sistema de trabalho.
Quando as organizações atentam para essa importância, elas passam a
aplicar instrumentos de medição.
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem
a realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas,
subjetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
colher as informações reais.
A saída seria criar medidores que traduzissem com
fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
serviço e o produto adquiridos da empresa.
Apresentação pessoal
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
quando o atendemos com unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
mal cuidadas...?
O atendente está na linha de frente e é responsável
pelo contato, além de representar a empresa neste momento. Para
transmitir confiabilidade, segurança, bons
serviços e cuidado, se faz necessário, também, ter uma
boa apresentação pessoal.
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
mais completo. São eles:
1.
Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
da função higiênica, também é revigorante e espanta a
preguiça;
2.
Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos cortados e
penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas
Asseadas, barba feita;
3.
Roupas limpas e conservadas;
4.
Sapatos limpos;
5.
Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo cliente.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o
cliente se questiona: “ puxa, se ele não cuida nem dele,
da sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me
prestar um bom serviço? “
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto
importante para criar uma relação de proximidade e confiança entre o
cliente e o atendente.
Cumprimento caloroso
O que você sente quando alguém aperta a sua mão
sem firmeza?
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece alguém, a sua
integridade moral, pela qualidade
do seu aperto de mão.
Saber escutar
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se você respondeu
que não, você errou.
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o
verdadeiro sentido, compreendendo e interpretando a
essência, o conteúdo da comunicação.
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com
a nossa capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das barreiras que
atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. São elas:
* os nossos PRECONCEITOS;
* as DISTRAÇÕES;
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
* as ANTIPATIAS.
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento,
precisamos compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
fazendo uma leitura completa da
situação.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura
de receptividade e simpatia, afinal, nós temos DOIS OUVIDOS E UMA BOCA, O
QUE NOS SUGERE QUE É PRECISO ESCUTAR MAIS DO QUE FALAR.
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, falando mais que
ele, dividindo a atenção com
outras situações - tiramos dele, a oportunidade de expressar os seus
verdadeiros anseios e necessidades e
corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atendê-las.
A mais poderosa forma de escutar é a empatia (que
vamos conhecer mais na frente). Ela, nos permite escutar
de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito,
mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintonizado
emocionalmente com o cliente. Esta sintonia se dá
através do despojamento das barreiras que já falamos
antes.
Agilidade
Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a qualidade do
serviço prestado.
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a
idéia de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a
necessidade do cliente em relação à utilização adequada
do seu tempo.
Quando há agilidade, podemos destacar:

o atendimento personalizado;

a atenção ao assunto;

o saber escutar o cliente;

cuidar das solicitações e acompanhar o cliente
durante todo o seu percurso na empresa.
O calor no atendimento
O atendimento caloroso evita dissabores e situações
constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os
pontos estudados sobre postura.
O atendente escolhe a condição de atender o cliente
e para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja
se sentir importante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente
busca ser reconhecido e, transmitindo
calorosidade nas atitudes, o atendente satisfaz as necessidades do
cliente de estima e consideração.
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao
cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito,
além de retornar ao atendente como um bumerangue. O
EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações
de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou
não, do cliente em relação ao atendente. Com este efeito,
as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.
Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e
hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção,
merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que façam do ato de
atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO.
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, retratam bem a
falta de calor do atendente. Com
estas atitudes, o atendente parece estar pedindo ao
cliente que este se afaste, vá embora, desapareça da sua
frente, pois ele não é bem vindo. Assim, o atendente esquece que a sua
MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ.
O aperto de mão “frouxo“ transmite apatia, passividade, baixa energia,
desinteresse, pouca interação, falta de
compromisso com o contato.
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo
que machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem
positiva, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade,
agressividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um
cumprimento firme, que prenda toda a mão, mas que a
deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra
interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
compromisso com o contato.
É importante lembrar que o cumprimento deve estar
associado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito
abertos, totalizando uma sintonia entre
fala e expressão corporal.
NÃO SE ESQUEÇA: APESAR DE HAVER UMA FORMA
ADEQUADA DE CUMPRIMENTAR, ESTA JAMAIS DEVERÁ
SER MECÂNICA E AUTOMÁTICA.
Tom de voz
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz
uma onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira
como dizemos as palavras, são mais importantes do que
as próprias palavras.
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair
hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na
próxima semana“. De acordo com a maneira
que dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos,
vamos perceber reações diferentes do cliente.
Se dissermos isso com simpatia, naturalmente nos
desculpando pela falha e assumindo uma postura de
humildade, falando com calma e num tom amistoso e
agradável, percebemos que a reação do cliente será de
compreensão.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica, estudada,
artificial, ríspida, fria e com arrogância,
poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente,
gritando...
As palavras são símbolos com significados próprios.
A forma como elas são utilizadas também traz o seu significado e com
isso, cada palavra tem a sua vibração especial.
75
As gafes no atendimento
Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, também é
importante sabermos quais são as formas
erradas, para jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um
verdadeiro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas
partes, que são:
Postura Inadequada
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física ao mais
sutil comentário negativo sobre a empresa
na presença do cliente.
Em relação à postura física, podemos destacar como inadequado, o
atendente:

se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu birô por não
estar com o cliente (esta atitude impede que ele interaja no raio de
ação);

mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;

cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só devem ser
feitas no banheiro);

comer na frente do cliente (comum nas empresas que oferecem lanches ou
têm cantina);

gritar para pedir alguma coisa;

se coçar na frente do cliente;

bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:

se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por exemplo;

receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;

fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços na frente
do cliente;

desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o parceiro da
empresa, denegrindo a sua imagem
para o cliente;

falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do cliente;

usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;

reclamar na frente do cliente;

lamentar;

colocar problemas salariais;

“ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS
OUTROS.
Usar chavões
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de fugir à sua
responsabilidade no atendimento ao
cliente. Citamos aqui, os mais comuns:
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE ATENDENTE?

o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER ...

o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO SENHOR...

o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...

AÍ VEM ELE DE NOVO...
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a liberação do lado
bom da pessoa que atende o cliente.
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo vicioso na
postura inadequada, pois, o atendente usa
os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de
atendimento), o cliente se aborrece e descarrega
no atendente, ou simplesmente não volta mais.
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical no
pensamento e postura do atendente.
76
Impressões finais do cliente
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o cliente a criar
uma impressão sobre o atendimento e,
consequentemente, sobre a empresa.
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do cliente:
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pessoal) e/ou
telefônico com o atendente;
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhecê-las com mais
detalhes.
Momentos da verdade
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer episódio no qual o
cliente entra em contato com qualquer
aspecto da organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço.
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do cliente a imagem
da empresa e do próprio serviço prestado. Este é o momento que separa o
grande profissional dos demais.
77
Fica Dica.
É muito comum cair questões que exigem conhecimento sobre a questão que
envolva a relação percepção e expectativa ao tratar de satisfação do
cliente.
78
Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da verdade,
considerando-o único e fundamental para
definir a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO
ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de elementos
básicos do processo de interação, que são:
a) A pessoa
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. Então, podemos
entender que a pessoa mais importante
é o cliente que está na frente e precisa de atenção.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamente com o
cliente, tentando atender a todas as suas
necessidades. Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato
direto e, portanto, a pessoa fundamental neste
momento é o cliente.
b) A hora
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, pois
somente nele podemos atuar.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o futuro não nos
cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como fonte de atuação.
Nele, podemos agir e transformar. O aqui e o agora são os únicos momentos
nos quais
podemos interagir e precisamos fazer isto da melhor forma.
c) A tarefa
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante diante
desta pessoa mais importante para nós, na
hora mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ,
atendendo as suas necessidades.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Verdade e, para
que estes sejam plenos, é necessário
que os funcionários de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes,
tenham poder de decisão. É necessário que os
chefes concedam autonomia aos seus subordinados para atuarem com precisão
nos Momentos da Verdade.
Teleimagem
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da empresa e dele
mesmo.
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua mente (imagem
mental) sobre quem o está atendendo
e , consequentemente, sobre a empresa (que é representada por este
atendente).
Aspectos psicológicos do atendente
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento. Porém, a base
dela está nos aspectos psicológicos do atendimento. Vamos a eles.
Empatia
Capacidade humana de se colocar no lugar do outro.
Como esse é um assunto cobrado no tópico seguinte,
vamos aborda-lo mais detalhadamente nele.
Percepção
Percepção é a capacidade que temos de compreender e captar as situações,
o que exige sintonia e é fundamental no processo de atendimento ao
público. Para
percebermos melhor, precisamos passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos,
ficando assim, mais próximos do
outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso mesmo. Vamos ficar
vazios dos nossos preconceitos, das nossas antipatias, dos nossos medos,
dos nossos bloqueios,
vamos observar as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o
que o cliente deseja. Vamos ilustrar
com um exemplo real: certa vez, em uma loja de carros,
entra um senhor de aproximadamente 65 anos, usando
um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada
na cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que
imediatamente se levantou pedindo para ele
se retirar, pois não era permitido “pedir esmolas ali “. O
senhor com muita paciência, retirou de um saco plástico
que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu quero
comprar aquele carro ali”.
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o que
podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações.
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o
todo é muito mais do que a soma das partes. Ele nos
diz o que é e não é harmônico e com ele percebemos a
essência dos fatos e situações.
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado
com a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de
percepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos
interessa. Esta seleção age como um
filtro, que deixa passar apenas o que convém. Esta filtragem está
diretamente relacionada com a nossa condição
física-psíquicaemocional. Como é isso? Vamos entender:
a) Se estou com medo de passar em rua deserta
e escura, a sombra do galho de uma árvore pode me
assustar, pois eu posso percebê-lo como um braço com
uma faca para me apunhalar;
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação
de um cheiro agradável de comida;
c)
Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais amena da
repreensão e reprimir a mais
severa.
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo de defesa.
O estado interior
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere,
é a condição interna, o estado de espírito diante das situações.
A atitude de quem atende o público está diretamente
relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas
atitudes serão mais positivas frente ao cliente.
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e sentimentos
cultivados pelo atendente. E estes,
dão suporte as atitudes frente ao cliente.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos negativos,
relacionados ao orgulho, egoísmo e
vaidade, as atitudes advindas deste estado, sofrerão as
suas influências e serão:
* Atitudes preconceituosas;
* Atitudes de exclusão e repulsa;
* Atitudes de fechamento;
* Atitudes de rejeição.
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade, para que o
atendente consiga manter uma atitude positiva com os clientes e as
situações.
O envolvimento
A demonstração de interesse, prestando atenção ao
cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é
o caminho para o verdadeiro sentido de atender.
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço
prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário
com o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológico e pessoal
que depende de fatores relacionados
com a interação com o outro. Quando o atendente tem
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do
cliente encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa
é comprometida com o cliente. No
entanto, se a imagem é negativa, vemos normalmente o
cliente fugindo da empresa. Como no atendimento telefônico, o único meio
de interação com o cliente, é através da palavra e sendo a palavra o
instrumento, faz-se
necessário usá-la de forma adequada para satisfazer as
exigências do cliente. Dessa forma, classificamos 03 itens
básicos ligados a palavra e as atitudes, como fundamentais na formação da
TELEIMAGEM.
São eles:
1.
O TOM DE VOZ: é através dele que transmitimos
interesse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio
e distante, passamos ao cliente, a ideia de desatenção e
desinteresse.
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma
decidida e atenciosamente, satisfazemos as necessidades
do cliente de sentir-se assistido, valorizado, respeitado,
importante.
2.
O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas
o atendente passa a idéia de respeito pelo cliente. Aqui
fica expressamente PROIBIDO o uso de termos como:
amor, bem, benzinho, chuchu, mulherzinha, queridinha,
colega ...
3.
As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a
impressão de educação e respeito. São INCORRETAS as
atitudes de transferir a ligação antes do cliente concluir
o que iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou
ramal errado (mostrando com isso que não ouviu o que
ele disse); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a atenção com
outras conversas; deixar o telefone
tocar muitas vezes sem atender; dar risadas no telefone.
79
um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com
clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a
falta de liderança, o nível de burocracia, são fatores que
contribuem para uma interação fraca com o cliente. Esta
fraqueza de envolvimento não permite captar a essência
dos desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação.
Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por
parte do atendente. Quando este divide a atenção no
atendimento entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente
sente-se desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a
empresa é de fraqueza
e o Momento da Verdade é pobre.
Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade de escutar o
cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tempo, pouca agilidade,
baixo compromisso com o atendimento.
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura adequada para o
atendimento ao público, obrigando
o atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento
pessoal e telefônico, quando normalmente há um fluxo
grande de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar os dois tipos
de atendimento, evitando problemas
desta espécie.
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
*
atender pessoalmente e interromper com o telefone
*
atender o telefone e interromper com o contato
direto
*
sair para tomar café ou lanchar
*
conversar com o colega do lado sobre o final
de semana, férias, namorado, tudo isso no momento de
atendimento ao cliente
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao
trabalho. O cliente deve ser poupado dele.
80
Atendimento e qualidade
A globalização, os desafios do desenvolvimento tecnológico e cultural e a
competição entre as organizações
trazem como consequência o interesse pela qualidade de
seus produtos e serviços.
Esse interesse não se restringe às empresas privadas
e se estende, também, ao setor público.
Assim, vemos que

Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho em suas áreas de atuação
(produtos ou serviços) e o
relacionamento com os seus clientes.

O setor público enfrenta os desafios de melhorar (1) a qualidade de seus
serviços, (3) aumentar a satisfação dos usuários e (2) instituir um
atendimento de
excelência ao público.
Os clientes e usuários das organizações públicas e
privadas também se mostram mais exigentes na escolha de serviços e
produtos de melhor qualidade. Assim, a
relação com estes clientes e usuários passa ser um novo
foco de preocupação e demanda esforços para sua melhoria.
Qualidade
O conceito de qualidade é amplo e suscita várias
interpretações. As mais expressivas se referem, por um
lado, à definição de qualidade como busca da satisfação
do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas
as atividades de um processo.
Na mesma vertente, a qualidade é também considerada como fator de
transformação no modo como a
organização se relaciona com seus clientes, agregando
valor aos serviços a ele destinados.
Em face dessa diversidade de significados, cabe às
organizações identificar os atributos ou indicadores de
qualidade dos seus produtos e serviços do ponto de vista
dos seus usuários. Entre estes, podem ser destacados a
eficiência, a eficácia, a ética profissional, a agilidade no
atendimento, entre outros.
No Brasil, a questão da qualidade na área pública vem
sendo abordada pelo Programa de Qualidade no Serviço Público que tem por
objetivos elevar o padrão dos
serviços prestados e tornar o cidadão mais exigente em
relação a esses serviços. Para tanto, o Programa visa a
transformação das organizações e entidades públicas no
sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços
ao público, retirando o foco dos processos burocráticos.
O programa estabelece que o cidadão como principal foco de atenção de
qualquer órgão público federal.
Define padrões de qualidade do atendimento e prevê a
avaliação de satisfação do usuário por todos os órgãos e
entidades da Administração Pública Federal direta, indireta e fundacional
que atendem diretamente ao cidadão.
Nesse sentido considera-se que o serviço público
deve ter as seguintes características:

Adequado: realizado na forma prevista em lei
devendo atender ao interesse público;

Eficiente: alcança o melhor resultado com menor consumo de recursos;

Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a
segurança, o patrimônio ou os direitos materiais e imateriais do cidadão-
usuário;

Contínuo: oferecido sem risco de interrupção,
sendo obrigatório o planejamento e a adoção de medidas de prevenção para
evitar a descontinuidade.
Usuários/ Clientes
Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma organização:

externos - recebem serviços ou produtos na sua
versão final.

internos – fazem parte da organização, de seus
setores, grupos e atividades.
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da
organização devem responder o seguinte:

Com que pessoas mantenho contato enquanto
trabalho?

Quem recebe o resultado do meu trabalho?

Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem do resultado dos
serviços executados por mim?
Princípios para o bom atendimento na gestão da
qualidade
1.
Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a importância dada a esse
princípio se deve principalmente
ao fato de que o sucesso da venda (lucro financeiro)
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (STM/2018 – CESPE) Uma pesquisa de qualidade no
atendimento em um órgão da administração pública demonstrou discrepância
entre as avaliações, quando foram comparados os atendimentos prestados
por servidores mais experientes e por servidores mais novos. A
análise dos motivos mostrou que os mais novos se consideravam
autossuficientes e ignoravam o conhecimento
dos mais experientes. Por outro lado, os mais experientes
consideravam que os mais novos eram arrogantes e omitiam informações
importantes sobre o atendimento.
Nessa situação hipotética, percebe-se que a comunicabilidade no órgão em
questão ocorre de maneira fluida,
em decorrência de os integrantes de um mesmo grupo
pactuarem a adoção de comportamentos similares.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado - Quando analisamos o texto observamos que não existe um
equilíbrio na comunicação
entre os servidores, pontos de discordância entre eles,
o que que gera uma comunicação truncada, sem canal
de compreensão, portanto, fluidez não é um aspecto
que faça parte da comunicação no cenário apresentado.
2. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) Acerca da qualidade
no atendimento ao público, julgue o item seguinte.
Eficácia no atendimento ao público significa atender às
necessidades do cliente, fazendo o melhor uso dos recursos disponíveis na
organização.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado - Mais uma questão que exige conhecimento de conceitos.
Vejamos:
Eficácia: fazer o que foi proposto, atingir a meta. Está
relacionado ao resultado.
Eficiência: atingir a meta considerando os recursos, os
custos, ou seja, fazer o proposto com baixo custo. Está
relacionado ao recurso.
Efetividade: aquilo que causa impacto, ou seja, o resultado tem que ser
relevante, fazer diferença, positivamente, para quem receber a ação. Está
relacionado ao
impacto provocado.
3. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) Acerca da qualidade
no atendimento ao público, julgue o item seguinte.
Atendente que compartilha informações de um cliente
com um colega atendente na frente de outras pessoas
não atende aos parâmetros conduta e discrição e, por
conseguinte, compromete a qualidade do atendimento.
( ) CERTO
( ) ERRADO
depende da satisfação do cliente com a qualidade do
produto e também com o tratamento recebido e com o
resultado da própria negociação.
No setor público, este princípio se relaciona sobretudo aos conceitos de
cidadania, participação, transparência e controle social.
Para cumprir este princípio é necessário ter atenção
com dois aspectos:

verificar se o que é estabelecido como qualidade atende a todos os
usuários, inclusive aos mais exigentes;

fazer bem feito o serviço e, depois, checar os
passos necessários para a sua execução.
Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta
tanto o atendimento do usuário quanto as atividades e
rotinas que envolvem o serviço.
2.
O serviço ou produto deve atender a uma real
necessidade do usuário. Este princípio se relaciona à dimensão da
validade, isto é, o serviço ou produto deve ser
exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita
que ele seja.
3.
Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade mantido ao longo do tempo
é que leva à conquista
da confiabilidade.
A atuação com base nesses princípios deve ser orientada por algumas ações
que imprimem qualidade ao
atendimento, tais como:

identificar as necessidades dos usuários;

cuidar da comunicação (verbal e escrita);

evitar informações conflitantes;

atenuar a burocracia;

cumprir prazos e horários;

desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;

divulgar os diferenciais da organização;

imprimir qualidade à relação atendente/usuário;

fazer uso da empatia;

analisar as reclamações;

acatar as boas sugestões.
Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser percebidos e
avaliados de forma positiva pelos
usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia, paciência,
respeito.
Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, desrespeito,
imposição de normas ou exibição de
poder tornam o atendente intolerável, na percepção dos
usuários.
No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada
a empatia como um fator crucial para a excelência no
atendimento ao público. A utilização adequada dessa
ferramenta no momento em que as pessoas estão interagindo é fundamental.
No bom atendimento é importante a utilização de frases como “Bom-dia”,
“Boa-tarde”, “Sente-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por
favor”, que, ditas com suavidade e cordialidade, podem
levar o usuário a perceber o tratamento diferenciado que
algumas organizações já conseguem oferecer ao seu público-alvo.
81
Resposta: Errado - Entre os Atributos da Qualidade
no Atendimento temos:
Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discernimento e sensatez
quando fornece uma informação ao
cliente. É necessário manter-se reservado sobre o que
o cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo confiabilidade e seriedade
no trabalho desenvolvido.
Conduta: espera-se que atendente conheça e respeite
as normas internas, afinal, ele é um canal de transmissão da imagem da
organização e, como tal, deve
manter postura profissional, e agir dentro da cultura
da empresa/ instituição, e conforme os interesses institucionais mas,
ainda sim, atingindo o resultado desejado de atender com excelência o
cliente resolvendo
sua necessidade ou atendendo seu desejo.
Conforme os conceitos acima, temos que a assertiva
não confere com os conceitos.
TRABALHO EM EQUIPE: PERSONALIDADE
E RELACIONAMENTO; EFICÁCIA NO COMPORTAMENTO INTERPESSOAL; SERVIDOR
; POSTURA PROFISSIONAL E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS E OPINIÃO PÚBLICA; O
ÓRGÃO E A OPINIÃO PÚBLICA; FATORES
POSITIVOS DO RELACIONAMENTO; COMPORTAMENTO RECEPTIVO E DEFENSIVO;
EMPATIA; COMPREENSÃO MÚTUA.
82
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica
de trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências
sugerem que as equipes são capazes
de melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas
habilidades, julgamentos e experiências. Quando as organizações se
reestruturaram para
competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as
equipes como forma de utilizar melhor os talentos dos
seus funcionários. As empresas descobriram que as equipes são mais
flexíveis e reagem melhor às mudanças do
que os departamentos tradicionais ou outras formas de
agrupamentos permanentes. As equipes têm capacidade
para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco
e se dissolver rapidamente. Outras características importantes é que as
equipes são uma forma eficaz de facilitar
a participação dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a
motivação dos funcionários.
Diferença entre grupo e equipe
Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como dois ou mais
indivíduos, em interação e interdependência, que se juntam para atingir
um objetivo.
Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamente para compartilhar
informações e tomar decisões para
ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de
responsabilidade.
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem
oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo
que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempe-
nho é apenas a somatória das contribuições individuais
de seus membros. Não existe uma sinergia positiva que
possa criar um nível geral de desempenho maior do que
a soma das contribuições individuais.
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva
por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais
resultam em um nível de desempenho maior do que a
soma daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo ressalta as
diferenças entre grupos de trabalho e equipes de trabalho.
Fica Dica.
Distinguir equipe e grupo é um aspecto
muito importante para soluções de exercícios que tratem de trabalho em
equipe.
O ponto principal é o objetivo em comum
existente quando as pessoas compõem
uma equipe.
Comparação entre grupos de trabalho e equipes
de trabalho
Transformando indivíduos em membros de equipe

Partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e de todos os
processos do grupo;

Respeitam as individualidades e sabem ouvir;

Comunicam-se ativamente;

Desenvolvem respostas coordenadas em benefícios dos propósitos definidos;

Constroem respeito, confiança mútua e afetividade nas relações;

Participam do estabelecimento de objetivos comuns;

Desenvolvem a cooperação e a integração entre
os membros.
Fatores que interferem no trabalho em equipe

Estrelismo;

Ausência de comunicação e de liderança;

Posturas autoritárias;

Incapacidade de ouvir;

Falta de treinamento e de objetivos;

Não saber “quem é quem” na equipe.
São características das equipes eficazes:

Comprometimento dos membros com um propósito comum e significativo;

O estabelecimento de metas específicas para a
equipe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também
energizam as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a comunicação
mais clara. Ajudam
também a equipe a manter seu foco sobre o obtenção
de resultados;

Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;

Grande habilidade para ouvir;

Liderança é situacional; ou seja, o líder age de
acordo com o grau de maturidade da equipe; de acordo
com a contingência;

Questões comportamentais são discutidas abertamente, principalmente as
que podem comprometer a
imagem da equipe ou organização
Tipos de Equipe
As equipes podem realizar uma grande variedade de
coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar acordos,
coordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou tomar decisões.

Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
equipe, os membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos
e métodos de trabalho que podem ser melhorados. Raramente, entretanto,
estas equipes têm autoridade para implementar unilateralmente
suas sugestões.

Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes autônomas, que podem não
apenas solucionar os
problemas, mas também implementar as soluções e
assumir total responsabilidade pelos resultados. São
grupos de funcionários que realizam trabalhos muito
relacionados ou interdependentes e assuem muitas das
responsabilidades que antes eram de seus antigos supervisores.
Normalmente, isso inclui o planejamento e o cronograma de trabalho, a
delegação de tarefas aos membros,
o controle coletivo sobre o ritmo de trabalho, a tomada
de decisões operacionais e a implementação de ações
para solucionar problemas. As equipes de trabalho totalmente
autogerenciadas até escolhem seus membros e
avaliam o desempenho uns dos outros.
Consequentemente, as posições de supervisão perdem a sua importância e
até podem ser eliminadas.

Equipes multifuncionais: São equipes formadas por funcionários do mesmo
nível hierárquico, mas
de diferentes setores da empresa, que se juntam para
cumprir uma tarefa. As equipes desempenham várias
funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou seja, não
há especificação para cada membro. O sentido de equipe
é exatamente esse, os membros compensam entre si as
competências e as carências, num aprendizado contínuo.
As equipes multifuncionais representam uma forma
eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas de uma
empresa (ou até de diferentes empresas) possam trocar
informações, desenvolver novas ideias e solucionar problemas, bem como
coordenar projetos complexos. Evidentemente, não é fácil administrar
essas equipes. Seus
primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as
pessoas aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam ser
muito trabalhosos e demorados.
Demora algum tempo até que se desenvolva a confiança
e o espírito de equipe, especialmente entre pessoas com
diferentes históricos, experiências e perspectivas.

Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados
até agora realizam seu trabalho face a face. As equipes
virtuais usam a tecnologia da informática para reunir
seus membros, fisicamente dispersos, e permitir que eles
atinjam um objetivo comum. Elas permitem que as pessoas colaborem on-line
utilizando meios de comunicação como redes internas e externas,
videoconferências
ou correio eletrônico – quando estão separadas apenas
por uma parede ou em outro continente. São criadas
para durar alguns dias para a solução de um problema
ou mesmo alguns meses para conclusão de um projeto.
Não são muito adequadas para tarefas rotineiras e cíclicas.
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos desenvolver
relações interpessoais.
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades são
predeterminadas, alguns comportamentos
são precisam ser alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto
emocional de cada envolvido tais como:
comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida
que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos despertados
podem ser diferentes dos indicados
inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos
influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos
positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação e
cooperação, repercutindo
favoravelmente nas atividades e ensejando maior produtividade. Por outro
lado, sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à diminuição
das interações,
ao afastamento nas atividades, com provável queda de
produtividade.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se
relaciona diretamente com a competência técnica de
cada pessoa. Profissionais competentes individualmente
podem render muito abaixo de sua capacidade por influência do grupo e da
situação de trabalho.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna de
diferenças que englobam
valores, atitudes, conhecimentos, informações, preconceitos, experiência
anterior, gostos, crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis
diferenças de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada
situação
compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um
repertório novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como
essas diferenças são encaradas e tratadas determina a
modalidade de relacionamento entre membros do grupo, colegas de trabalho,
superiores e subordinados. Por
exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro,
se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se
uma modalidade de relacionamento diferente daquela

O nível de confiança entre os membros é elevado;

Demonstram confiança em seus líderes, tornando a equipe disposta a
aceitar e a se comprometer com
as metas e as decisões do líder;

Flexibilidade permitindo que os membros da
equipe possam completar as tarefas uns dos outros. Isso
deixa a equipe menos dependente de um único membro;

Conflitos são analisados e resolvidos;

- Há uma preocupação / ação contínua em busca do autodesenvolvimento.
O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das capacidades
individuais de seus membros.
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros
do que os membros podem fazer e de quão eficientes
eles serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente,
uma equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades. Primeiro, ela
precisa de pessoas com conhecimentos técnicos. Segundo, pessoas com
habilidades para
solução de problemas e tomada de decisões que sejam
capazes de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as equipes
precisam de pessoas que saibam
ouvir, deem feedback, solucionem conflitos e possuam
outras habilidades interpessoais.
83
em que não há respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos
não são ouvidos, ou ignorados,
quando não há troca de informações. A maneira de lidar com diferenças
individuais criam certo clima entre
as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em
grupo, principalmente nos processos de comunicação,
no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na
produtividade.
Valores: Representa a convicções básicas de que um
modo específico de conduta ou de condição de existência é individualmente
ou socialmente preferível a modo
contrário ou oposto de conduta ou de existência. Eles
contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo
que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável.
Os valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis ou
desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem como
um indivíduo se sente
em relação a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu
trabalho” estou expressando minha atitude em relação
ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valores,
mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componentes: cognitivo,
afetivo e comportamental.
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa avaliadora. Essa
opinião é o componente cognitivo
de uma atitude. Ela estabelece a base para a parte mais
crítica de uma atitude: o seu componente afetivo. O afeto é o segmento da
atitude que se refere ao sentimento
e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto de
João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento pode
provocar resultados no comportamento. O
componente comportamental de uma atitude se refere
à intenção de se comportar de determinada maneira em
relação a alguém ou alguma coisa. Então, para continuar
no exemplo, posso decidir evitar a presença de João por
causa dos meus sentimentos em relação a ele.
Encarar a atitude como composta por três componentes – cognição, afeto e
comportamento – é algo muito útil para compreender sua complexidade e as
relações
potenciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário
dos valores, as atitudes são menos estáveis.
84
Personalidade, relacionamento e a eficácia no
comportamento interpessoal
Os tipos de personalidade podem contribuir ou não
para o desempenho das equipes. Cada personalidade
possui características definidas com seus respectivos
focos de atenção, que, todavia, se interagem, definindo
indivíduos com certas características mais salientes e que
incorporam características de um outro estilo.
Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personalidade é bom ou
mau, certo ou errado. Cada um é
uma combinação distinta de força e fraqueza, beleza e
feiura. Nenhum padrão é melhor ou o melhor, pior ou
o pior. Às vezes, determinada pessoa pode achar que o
seu padrão é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas é
possível, num momento, encontrar força em um padrão
e, num outro, encontrar uma fraqueza.
O que se observa é que as pessoas acabam ficando
perplexas umas com as outras quando começam a perceber os segredos que as
outras pessoas ocultam das
suas personalidades.
Na análise das personalidades, nada é estanque e
tudo pode se ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um
protetor, por exemplo, carrega somente
as características da sua tipologia. Uma pessoa com o
centro emocional predominante não será necessariamente uma boa artista.
Talvez brilhe mais como administradora, quem sabe? Todos os tipos são
interligados e
se movimentam fazendo contrapontos e complementos.
Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o predominante,
que vigora na maior parte do
tempo, quando as coisas transcorrem normalmente e
que é chamado de seu tipo; o aspecto que vigora quando se é colocado em
ação, gerando situações de estresse; e o terceiro, que surge nos momentos
em que não se
sente em plena segurança.
Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o observador (em
geral, quieto e retraído) torna-se
repentinamente extrovertido e amistoso, características
típicas do epicurista, num esforço de reduzir o estresse. Sentindo-se em
segurança, o observador tende a se
tornar o patrão, direcionando os outros e controlando o
espaço pessoal.
Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os aspectos mais
positivos de cada tipo. Essas
qualidades pode se somar a outras de outro tipo, promovendo integração.
Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador,
ele pode passar a ter autoestima apurada e a saber levar
a vida sem dramas. Ficará mais otimista, espontâneo e
criativo também. Não se prende a fazer coisas que não
satisfazem seus desejos e os dos outros. Se o tipo individualista
integra-se com o empreendedor, provavelmente
ele poderá ser capaz de agir no presente e com objetividade, aceitando a
realidade e vivendo suas emoções
como são, sem tentar ampliá-las. Já se o sonhador integrar-se com o
observador, sua capacidade de introspecção será imensa e saberá como
ninguém apreciar o
silêncio e a reflexão.
Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os
seus integrantes utilizem-se de empatia, coloquem-se
no lugar dos outros, estejam receptivos ao processo de
integração e, dessa forma, permitam-se amoldar. Se não
houver esse tipo de abertura, em que cada um dos elementos ceda, a equipe
será composta de pessoas que
competem entre si, o que traz o retrocesso da equipe ao
conceito simplista de grupo, ou seja, apenas um agrupamento de indivíduos
que dividem o mesmo espaço físico, mas que possuem objetivos e metas
diferentes, bem
como não buscam o aprimoramento e crescimento dos
outros.52
Eficácia no relacionamento interpessoal
A competência interpessoal é a habilidade de lidar
eficazmente com relações interpessoais, de lidar com
outras pessoas de forma adequada à necessidade de
52 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com
Empatia
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos
e situações vivenciadas.
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao
envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da
perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva a
tolerância e a aceitação das diferenças.
A empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto
à apreensão do sentido das palavras contidas numa página impressa.
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir a
inclinação natural de sentir com o outro
nos faz tratar o outro como um objeto.
O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente
a empatia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos
apelos dos outros. Suprimir essa inclinação natural de
sentir com outro desencadeia a crueldade.
Empatia implica certo grau de compartilhamento
emocional - um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior
do outro.
A empatia nas empresas
Qual a relação entre empatia e produtividade?
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir o outro de
tal forma a compreender o mundo
a partir de seu ponto de vista. Não pressupõe concordância ou
discordância, mas o entendimento da forma
de pensar, sentir e agir do interlocutor. No momento em
que isso ocorre de forma coletiva, a organização dialoga
e conhece saltos de produtividade e de satisfação das
pessoas”.
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das
organizações pois, ela é que define no comportamento
individual a preocupação de cada indivíduo no equilíbrio
comportamental de todos os envolvidos no processo,
pois, empatia pressupõe o respeito ao outro.”
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou
seja, um tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os
valores, deficiências e virtudes do ou-
tro. No contexto das relações humanas, pode-se afirmar
que o sucesso dos relacionamentos interpessoais depende do grau de
compreensão entre os indivíduos. Quando
há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor e conseguem resolver
conflitos de modo saudável.
Empoderamento
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma ação que permite
melhorar a qualidade e a
produtividade dos colaboradores, fazendo com que o
resultado do serviço prestado seja satisfatoriamente melhor. Estas
melhorias acontecem através de delegação de
autoridade e de responsabilidade, fomentando a colaboração sistêmica
entre diferentes níveis hierárquicos e a
propagação de confiança entre os liderados e os líderes.
Ele simboliza a estratégia da organização e de seus
gestores de delegar a tomada de decisão para seus colaboradores,
promovendo a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de
decisão da empresa.
O empowerment permite aos funcionários da empresa tomarem decisões com
base em informações fornecidas pelos gestores, aumentando sua
participação e responsabilidade nas atividades da empresa. Geralmente é
utilizado em organizações com cultura participativa, que
utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que compartilham o poder com
todos os seus funcionários.
O empowerment está diretamente ligado ao conceito
de liderança e, também, cultura organizacional. Uma vez
que não se pode criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários
em uma empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos e
pensamentos
preparada para isso. A empresa que pretende se utilizar
de uma prática como o empowerment não pode ter uma
cultura de tomada de decisões centralizada, por exemplo.
O empowerment possui quatro bases principais, que
são:

Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e responsabilidade em
todos os níveis da organização. Isso significa dar importância e confiar
nas pessoas,
dar-lhes liberdade e autonomia de ação.

Motivação – proporcionar motivação às pessoas
para incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom
desempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas participem
dos resultados de seu
trabalho e festejem o alcance das metas.

Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em
termos de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso
significa treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento,
ensinar continuamente
novas técnicas, criar e desenvolver talentos na organização.

Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso significa
orientar as pessoas, definir objetivos e
metas, abrir novos horizontes, avaliar o desempenho e
proporcionar retroação.
Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de decisão para um
funcionário é sinônimo de perda de controle ou liderança. Este é um ponto
que merece uma discussão maior, uma vez que abrange diversos
aspectos, mas o mais importante de se destacar é que o
empowerment valoriza os funcionários e melhora a condução dos processos
internos à empresa.
cada uma delas e às exigências da situação. Segundo C.
Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente com
relações interpessoais de acordo com três critérios:
Percepção acurada da situação interpessoal, de suas
variáveis relevantes e respectiva interrelação.
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal
modo que não haja regressões.
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas continuem
trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, como quando começaram
a resolver seus
problemas.
Dois componentes da competência interpessoal assumem importância capital:
a percepção e a habilidade
propriamente dita. O processo da percepção precisa ser
treinado para uma visão acurada da situação interpessoal.
A percepção seletiva é um processo que aparece na
comunicação, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa
forma impressões de uma outra na esperança de compreendê-la.
85
Vantagens do empowerment
Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment por parte das
empresas traz diversos benefícios
para elas, como por exemplo: o aumento da motivação e
da satisfação dos funcionários, aumentando assim a taxa
de retenção dos talentos da empresa, o compartilhamento das
responsabilidades e tarefas, maior agilidade e flexibilidade no processo
de tomada de decisão, etc. Além,
claro, de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas.
Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que preparam suas
organizações para a prática do
empowerment, treinando e doutrinando seus funcionários para que possam
receber tais responsabilidades de
forma correta.
Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a
uma relação que envolve poder e responsabilidade, como
duas faces de uma mesma moeda. Para promovê-lo, não
basta transferir verbalmente poder às pessoas; elas precisam ter reais
condições de agir no pleno exercício da sua
responsabilidade, desenvolvendo o que chamamos de
“ownership“, ou seja, agirem como intraempreendedores
e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando
como empresários.
Aplicação do empowerment
Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do
empowerment é necessário:
1.
Um profundo compartilhamento das informações com todos os envolvidos. A
informação é o objeto
que destrói a incerteza. Ela é fundamental para a correta
tomada de decisões. A Informação deve circular, de maneira clara,
transparente e adaptada à condição e necessidade de cada equipe em
particular. Algumas informações gerais para o bom entendimento do negócio
e do
cenário devem ser compartilhadas com todas as pessoas,
outras mais restritas e sigilosas, apenas com as pessoas-chave.
2.
A abertura para uma real autonomia dando às
pessoas não somente as informações, mas o apoio e a
liberdade necessária para agirem. É preciso confiar nestes profissionais
e incentivá-los a liderar os processos em
que estão envolvidos, e sob os quais assumiram responsabilidades. Uma
cultura punitiva impede a autonomia;
erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia
deve guiar-se pela visão, missão e valores da empresa,
assim como por seus objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e
processos em vigor na organização.
3.
Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tornam as empresas
lentas e rígidas. Através da
prática de empowerment, equipes auto-gerenciadas podem atingir alta
performance e buscar a excelência em
níveis muito superiores aos de empresas centralizadoras.
Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua
adaptação mais fácil e menos traumática. Gerando um
ambiente apropriado para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-
los tomadores de decisão dentro da
empresa.53
A postura profissional é o comportamento adequado
dentro das organizações, na qual busca seguir os valores
da empresa para um resultado positivo.
53 Texto adaptado de Gustavo Periard
86
A importância da qualidade
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez
mais contínuas aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve
ao fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupação com
a saúde e o meio
ambiente, entre outros fatores.
Tanto os profissionais como as empresas precisam
adequar seu perfil para atender a essas novas mudanças,
inclusive se ajustando às exigências do mercado, cada
vez maiores. Para superar os novos desafios impostos
pela realidade e atender às expectativas dos clientes, as
empresas precisam de profissionais competentes e que
realizem suas atividades com qualidade.
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem corporativa, é
uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, significa um dos
diferenciais competitivos mais importantes. Ou seja, é um conjunto de
características que distinguem, de forma positiva, um
profissional ou uma empresa dos demais e que agregam
valor ao seu trabalho.
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o
profissional precisa realizar suas atividades
corretamente. Apenas a qualidade técnica, porém, não
assegura o lugar no mercado. O grande desafio do profissional de qualquer
área de atuação é saber se relacionar bem (tratar as pessoas
adequadamente, mostrar-se
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento
compatível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se
fazer entender pelos outros, escrever
bem, saber ouvir).
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmico, ou
seja, cada empresa tem o seu. Fique
atento: o que representa qualidade para uma empresa
não necessariamente o é para outra. Portanto, ao iniciar qualquer
experiência profissional, procure entender
quais são as competências valorizadas naquele ambiente
de trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas
com qualidade.
As novas exigências
Aqueles que pretendem ingressar no mercado de
trabalho já devem ter escutado de professores, pais ou
pessoas mais experientes que “a concorrência está cada
vez mais acirrada” e que “é preciso se preparar”, e os recém-chegados ao
mundo corporativo já podem ter constatado esse fato. Mas o que isso
significa na prática?
Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à escolha do curso
superior e ao desempenho na
faculdade, mas não é de todo verdade: isso é o primeiro
passo, mas não garante uma vaga no mercado. Dia após
dia, surgem novas tecnologias e formas de se executar
melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho que
exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as “habilidades”
necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na verdade, algumas
dessas habilidades
só ganharam destaque recentemente, enquanto outras
apenas mudaram de foco, atualizando-se. Vejamos algumas delas:

Seja parceiro da educação. Uma boa postura
profissional exige uma boa educação, ou seja, respeitar
os demais, saber se comportar em público, honrar os
compromissos e prezar pela organização no ambiente
de trabalho.
seu papel na equipe e na organização, além de entender
como os setores interagem e qual a função e inter-relação de cada um,
considerando o conjunto.
Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar e
sistematizar suas atividades. Além disso,
você pode administrar melhor o seu tempo, identificar e
solucionar eventuais problemas com mais agilidade, bem
como propor alternativas para aprimorar a qualidade do
trabalho, sempre com o foco nos resultados.
Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber o seu papel na
organização. Resultado:
mais desperdício, menos produtividade. Evite sempre
trabalhar no “piloto automático”. Isso pode acarretar
retrabalho, gasto desnecessário de energia e recursos,
não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa
competitividade. Em síntese: prejuízo para você e para
a empresa.
Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é
cada vez mais importante possuir uma visão global do
ambiente de trabalho. Conhecer a rotina da organização e manter atenção
aos processos só trazem ganhos
para ambas as partes: para o profissional, maior competitividade e
possibilidade de agilizar soluções e, para a
empresa, equipes mais integradas e que falam a mesma
língua. Para o conjunto, melhores resultados.54
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente com relações
interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada à
necessidade de cada
uma delas e às exigências da situação. Segundo C. Argyris (1968) é a
habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais de acordo com
três critérios:

Percepção acurada da situação interpessoal, de
suas variáveis relevantes e respectiva inter-relação.

Habilidade de resolver realmente os problemas
de tal modo que não haja regressões.

Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas continuem
trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, como quando começaram
a
resolver seus problemas.
Dois componentes da competência interpessoal assumem importância capital:
a percepção e a habilidade
propriamente dita. O processo da percepção precisa ser
treinado para uma visão acurada da situação interpessoal.
A percepção seletiva é um processo que aparece na
comunicação, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa
forma impressões de uma outra na esperança de compreendê-la.
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas
organizações, que reinventam sua dinâmica produtiva,
desenvolvendo novas formas de trabalho e de resolução
de conflitos. Surgem novos paradigmas de relações das
organizações com fornecedores, clientes e colaboradores. Nesse contexto,
as relações humanas no ambiente
de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para
que sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo
inteligente das relações interpessoais.

Mantenha sempre uma boa aparência. Não é
necessário estar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber
usar a roupa certa no lugar certo.
Devemos saber nos vestir de acordo com que o local de
trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é certo e o
que é errado para cada ambiente.

Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente
uma questão de bom senso, mas também uma questão
de comprometimento profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são
atribuídas é um ponto positivo que acaba
também sendo avaliado por gestores do colaborador.

Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e cumpra os horários
planejados, mantendo sempre
a pontualidade para os compromissos marcados.

Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é
necessário ter estima por todos os colegas de trabalho,
mas respeitá-lo é uma obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas
em demais situações cotidianas.
Por isso, respeitar as diferenças e os limites no relacionamento com os
outros é fundamental.

Aceitar opiniões. É importante saber escutar,
opinar e aceitar opiniões diferentes, pois essa atitude
acaba levando as pessoas a também entenderem o seu
ponto de vista, sem que este seja imposto ao demais.

Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação
constante em melhorar, dificilmente se terá problemas
com relação a postura profissional, pois essa preocupação constante em
melhorar é um ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras
profissionais.

Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico, mas o novo
profissional deve demonstrar
também esforço e interesse incansáveis para aprender.

É necessário ter um ânimo permanente, disposição para o trabalho e para
correr atrás do que se quer.

O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e boa
administração do seu tempo e das suas
tarefas.

Muitas organizações começam a mostrar interesse em investir na
capacitação de seus funcionários,
mas, para isso, é preciso uma sólida relação de confiança
mútua.

A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhuma relação
profissional pode dar certo.
Há, ainda, outras características que certamente podem contar pontos
positivos na hora da contratação ou
mesmo na convivência diária no ambiente de trabalho:
uma boa rede de contatos; persistência (uma vez que a
vontade, por si só, às vezes não basta); cuidado com a
aparência; assiduidade e pontualidade.
A Conexão Profissional, na terceira edição da série
Desafios para se tornar um bom profissional, trata de
mais um dos desafios dos recém-chegados ao mundo
corporativo: a atenção aos processos e às rotinas nas organizações.
Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos a serem dados
é procurar compreender a rotina da organização. Ter uma visão global das
atividades
que a organização desenvolve é indispensável para um
bom desempenho e, principalmente, para a conquista
da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção contínua aos processos.
Com isso, você pode compreender o
54 Por Rozilane Mendonça
87
Definição de competência
Chamamos de competência a integração e a coordenação de um conjunto de
conhecimentos, habilidades e
atitudes (C.H.A.) que na sua manifestação produzem uma
atuação diferenciada.
88
Servidor e opinião pública / Órgão e opinião pública.
A ideia formada e difundida ao longo do tempo em
relação ao funcionalismo público é o de pessoas com
baixo empenho na execução de seu trabalho, com elevado descaso para com o
cidadão, que tem na estababiC – conhecimento - SABER
lidade uma garantia, tornando-o menos interessado em
H – habilidade – SABER FAZER
evoluir na sua função ou como profissional,
A - atitude - QUERER FAZER
No decorrer dos anos, a ADM Pública adotou ferraA COMPETÊNCIA TÉCNICA
envolve o C.H.A em áreas
mentas com o intuito de mudar essa visão, buscando
técnicas específicas.
uma gestão voltada para resultados, com nível de qualiA COMPETÊNCIA
INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas
dade e satisfação mais positivos.
relações interpessoais.
Embora, a maior parte do funcionalismo público atual
de cargos efetivos seja formada por servidores concursados, aprovados em
certames que exigem muito preparo,
Fica Dica.
ainda temos os cargos comissionados, a maioria cargos
Em quase todas as questões que envolvam
de gestão, que são ocupados por servidores nomeados
competência, o conceito do CHA está presegundo critérios de interesses
políticos, criando assim,
sente.
um desequilíbrio entre os níveis hierárquicos, sendo que
as vezes, o servidor concursado tem uma formação e conhecimento superior
ao de seu chefe.
Inteligência emocional
Além disso, há uma gama de outros funcionários seQualquer um pode zangar-
se. Isso é fácil.
lecionados pelo critério “quem indica”, contratados temMas zangar-se com
a pessoa certa, na medida cerporariamente, ou terceirizados, ou para
Consultoria e
ta, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa
cujos contratos são renovados inúmeras vezes equivanão é fácil.
lendo na prática a quase um cargo permanente.
InfelizAristóteles
mente há ainda esses que caem de paraquedas no serComo trabalhar bem com
os outros? Como entender
viço público.
os outros e fazer-se entender?
É claro que exames rigorosos para admissão de noA inteligência acadêmica
pouco tem a ver com a vida
vos servidores aumentam a qualidade do funcionalismo
emocional. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se
, mas não é só isso. É preciso estruturar carreiras no sernos recifes das
paixões e dos impulsos desenfreados,
viço público com cursos obrigatórios e específicos para
pessoas com alto nível de QI pode ser pilotos incompeo setor público.
tentes de sua vida particular.
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que
A aptidão emocional é uma capacidade que determio serviço público que lhe
é prestado não é gratuito: é
na até onde podemos usar bem quaisquer outras aptimuito caro. Pagam-se
tributos de várias espécies, numa
dões que tenhamos, incluindo o intelecto bruto.
complexa configuração fiscal (cumulatividade, bi-tributaInteligência
emocional: É a habilidade de lidar eficazção, efeito cascata, guerra
fiscal, etc...) que precisam armente com relações interpessoais, de lidar
com outras
car, inclusive, com os custos da burocracia excessiva e da
pessoas de forma adequada as necessidades de cada
provisão para fraudes.
uma e as exigências da situação, observando as emoções
O emprego público deve explorar as habilidades que
e reações evidenciadas no comportamento do outro e no
fizeram o candidato ser empossado. A remuneração, a
seu próprio comportamento.
depender da carreira, deve ser mantida em níveis comInteligência
intrapessoal: É a habilidade de lidar com
petitivos ao da esfera privada.
o seu próprio comportamento. Exige autoconhecimento,
Uma nova política de recursos humanos é necessária.
controle emocional, automotivação e saber reconhecer
Deverá ser permanente e estar em constante aperfeiçoaos sentimentos
quando eles ocorrem.
mento, produzindo, na ponta, servidores mais críticos,
Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficompetentes,
inovadores e cientes de sua missão públicazmente com outras pessoas de
forma adequada.
ca. Essa é a única forma de se resgatar, perante a sociedade, a dignidade
da função, e se ganhar do público, o
Elementos básicos da inteligência emocional
reconhecimento devido.

Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar
Bons servidores, competentes e atenciosos, tornamautoconfiança, conhecer
pontos positivos e negativos.
-se mais fortes e reconhecidos, porque se tornaram

Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as
imprescindíveis para a eficácia da organização pública,
próprias emoções e impulsos.
fazendo valer a busca pela excelência no serviço públi•
Automotivação: Capacidade de gerenciar as
co e apresentando uma correta e adequada postura na
próprias emoções com vistas a uma meta a ser alcançaexecução de seu
trabalho assim como uma preocupação
da. Persistir diante de fracassos e dificuldades.
com a ética na hora de servir.

Reconhecer emoções nos outros: Empatia.

Habilidade em relacionamentos interpessoais:
aptidão social
os servidores se revelam duplamente agentes de comunicação pública: como
agentes melhor posicionados
para contribuir com informações e conhecimento para
aprimorar os serviços públicos (levando informação do
cidadão para o Estado e deste para o cidadão) e também
como agentes encarregados de efetivar as políticas públicas.
As organizações públicas, e especificamente as administrações municipais,
que desejam atingir resultados na
implantação das práticas de comunicação com seus cidadãos precisam
utilizar com eficiência o contato direto com
estes, gerando interatividade e contribuindo para a constituição de
imagem favorável. (GERZSON; MULLER, 2009,
p. 65).
Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássico da
administração pública, já em 1887, demonstrava a importância de aproximá-
la da sociedade.
Ele defendia a eliminação do anonimato burocrático e a
discricionariedade como formas de aumentar a responsabilidade e criticava
a desconfiança ilimitada nos administradores e nas instituições públicas.
Chamar a atenção para o papel dos servidores na
adequação das políticas governamentais é considerar
que ações públicas não são isentas. Elas trazem a marca
dos interesses e das percepções de seus executores, o
que pode causar distorções entre as necessidades dos
cidadãos e o que o Estado lhes oferece. (SKOCPOL, 1985).
Busca-se, portanto, destacar a necessidade de considerar
que o Estado se submete não só a interesses localizados
na sociedade, mas também aos interesses de seus próprios membros.
O distanciamento hierárquico e a falta de interação
entre os formuladores (agentes políticos) e implementadores (agentes
administrativos) podem gerar distorções
em ambos os processos, refletidas na distância entre a
política planejada e a política que chega ao cidadão. A
implementação dos programas criados nos níveis hierárquicos superiores
pode diferir do que foi proposto, por
diversos motivos: a falta de entendimento, a não explicitação dos
objetivos, os interesses políticos de quem implementa a ação, a
(re)significação em função da vivência
e percepção do servidor, ou mesmo a adaptação consciente às condições de
trabalho ou às condições específicas dos cidadãos atendidos.
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está o fato de que os
trabalhadores que estão em
suas atividades diárias em contato direto com os cidadãos possuem suas
próprias referências; eles agem em
respeito a elas (...). É relevante o fato de as políticas públicas serem
executadas no nível da rua, por funcionários
muitas vezes desconhecedores das políticas conforme o
desenho original, desmotivados, sobrecarregados, trabalhando sob situação
de estresse devido ao alto grau
de incerteza inerente à diversidade das necessidades dos
clientes e aos parcos recursos disponíveis, quer para o
pagamento dos salários, quer para a execução mesmo
das políticas. (SCHMIDT, 2006, p. 17-18).
Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições
para a adequada implementação das políticas públicas.
Dentre outros fatores, eles apontam o acordo sobre os
objetivos, a perfeita comunicação e coordenação e a
obediência aos superiores. Considera-se, no entanto,
O servidor na interação entre o Estado e a sociedade
Ao trazer para o debate a importância de priorizar os
servidores públicos nos processos de comunicação e relacionamento, parte-
se do pressuposto de que é no dia
a dia, no atendimento face a face que o Estado mais é
chamado a se posicionar.
E é nessa circunstância de interação direta entre os
representantes do governo e aqueles que compõem a
sociedade, que a imagem construída nos demais meios
de comunicação se confirma ou é atirada por terra.
A maioria das críticas ao governo é recebida pela
equipe de trabalho antes de chegar às autoridades eleitas. E quem mais
exerce esse papel de “para-raios” é o
servidor que trabalha em contato direto com o cidadão.
Seja nos setores destinados exclusivamente ao atendimento de reclamações
e solicitações, seja na portaria, na
rua, na obra, nas escolas, nas unidades de saúde ou nos
setores administrativos. Independentemente de seu perfil e função, ele é
reiteradamente indagado pelo cidadão
sobre os serviços oferecidos pela administração pública,
bem como sobre as formas de acesso e os prazos de execução.
Atendentes, motoristas, recepcionistas, dirigentes, telefonistas,
técnicos, terceirizados, representam uma instituição aos olhos do público
externo.
Tudo e todos comunicam. Cada integrante de uma
organização é um agente responsável por ajudar o cidadão a saber da
existência de informações, ter acesso fácil
e compreensão, delas se apropriar e ter a possibilidade de
dialogar e participar em busca da transformação de sua
própria realidade. (DUARTE, Jorge, 2007, p. 68).
O Estado, portanto, fala por meio de seus servidores.
Ao atender o cidadão, ele é um braço do Estado em posição estratégica de
porta-voz dos serviços disponíveis
e “tradutor” de normas e procedimentos, incumbido de
adequar o conteúdo e a linguagem a cada demanda e a
cada interlocutor. Além disso, também está em situação
privilegiada para captar as impressões, críticas, desejos e
necessidades do público, na medida em que o contato
direto cotidiano com os cidadãos oferece subsídios para
identificar fragilidades no atendimento, nos processos,
na divulgação dos serviços e na própria política.
Lipsky (1980) destaca que esses atores têm informações que podem indicar
caminhos para aprimorar as políticas e promover a gestão democrática dos
programas.
O valor estratégico da mediação que os servidores fazem
entre o Estado e a sociedade, não só como executores,
mas também definidores dessa relação, chama a atenção
para a análise do seu papel na grande rede social interligada ao Estado.
O que alimenta o funcionamento de uma organização
é o que o funcionário sabe. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
Nessa perspectiva, ele é percebido não como cumpridor
de planos, mas um negociador, capaz de incentivar o diálogo, coletivizar
ideias, formular alternativas e articular a
ação conjunta.
A complexidade dos problemas sociais requer retroalimentação e
aprendizagem constantes, decodificação das informações recebidas,
flexibilização de regras
e disseminação de conhecimento. Sob essa perspectiva,
89
90
que tais aspectos dificilmente serão totalmente atendidos porque os
indivíduos tendem a resistir a serem tratados como meios. Eles interagem
como seres integrais,
trazendo suas próprias perspectivas.
Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar procedimentos, os
servidores têm uma certa liberdade de decisão. Sua adaptação às normas
pode ser
feita de modo a desvirtuar completamente os objetivos,
ampliando ainda mais as cobranças relativas aos procedimentos
burocráticos irrelevantes ou promovendo uma
adaptação favorável ao cidadão, explicando os trâmites
de forma simplificada, apontando alternativas ou mesmo flexibilizando as
normas para melhor atender cada
cidadão.
Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores
também são influenciadas pelo poder político de instâncias do próprio
poder público. Destaca-se, então, a
importância de focar a tríade governo-servidor-cidadão
na comunicação pública. Entende-se, neste caso, que o
governo é o agente do primeiro escalão, responsável por
grandes decisões e por formatar e planejar a implantação
das políticas públicas. Por outro lado, considera-se que
tanto a política quanto a comunicação pública direcionadas ao cidadão só
se efetivam na ação, e o servidor que
as implementa pode alterar o curso delas.
Do ponto de vista comportamental, muito do que se
sabe sobre as estratégias de interação entre os servidores
e os cidadãos deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky
(1980). O autor afirma que os servidores
públicos desenvolvem um conjunto de estratégias que
são postas em ação de acordo com o tipo de demanda
existente.
Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael
Lipsky (1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de
um prestador de serviços públicos, diretamente atuante
na oferta desses serviços e com contato pessoal com os
usuários. A burocracia de nível de rua (street level bureaucracy)
considera que os escalões mais baixos são essenciais para o funcionamento
efetivo e prega que a aproximação ajuda a definir a relação entre Estado
e sociedade.
(FERRAREZI, 2007).
Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempenhado pelos
servidores diante da necessidade de
flexibilizar procedimentos burocráticos incongruentes
com a realidade dos atendimentos passa por reconstruir
a capacidade analítica do Estado. É preciso “dotar a administração
pública de capacidade para dar respostas às
demandas sociais, definidas através de processos participativos”. (DASSO
JUNIOR, 2002, p. 13). Para isso, o autor
defende a flexibilização e redução da estrutura hierárquica, bem como a
inclusão dos servidores na formulação e
gestão das políticas.
“O instrumento fundamental de ação do servidor é a
informação, o que requer capacidade de captar, transferir, disseminar e
utilizá-la de forma proativa e interativa.”
(JUNQUEIRA; INOJOSA, 1992, p. 29). Mas, para alterar o
formato instrumental de comunicação, é preciso vencer
resistências e posições arraigadas. A construção de relacionamentos
requer a superação de barreiras como a
resistência de gestores e servidores historicamente acos-
tumados com estruturas hierarquizadas e com um processo verticalizado e
marcado pela apropriação e pelo
controle da informação.
Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratização do Brasil, é
possível verificar que a incapacidade de os governos centrais darem
respostas a demandas
sociais cada vez mais complexas, diversas e conflitantes,
cujos atores reivindicam atenção diferenciada, resulta na
descentralização administrativa.
Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão pública, busque
proporcionar mais flexibilidade e
autonomia para aproximar as estruturas de decisão dos
cidadãos, a tendência dos governos em implementar políticas
autorreferentes persiste. Verifica-se uma proliferação de decisões “por
um pequeno círculo que se localiza
em instâncias enclausuradas na alta burocracia governamental”. (DINIZ,
1998, p. 34).
Assim, o desenho institucional trazido pela nova
administração pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, 2000).
Via de regra, eles trabalham em
gabinetes distantes dos pontos de atendimento e não
mantêm contato frequente com os cidadãos atingidos
por suas decisões. Por outro lado, a maioria daqueles que
mantêm contato cotidiano com os cidadãos no processo
de implementação e disponibilização das políticas, nos
balcões de atendimento, representando o governo em
reuniões com os diferentes grupos associativos da sociedade civil, ou
executando políticas de educação, saúde,
habitação, infraestrutura e assistência social, exerce suas
funções longe dos níveis hierárquicos estratégicos. Não
raro, seu papel é considerado inexpressivo no modelo
top-down de implementação de políticas.
A participação no gerenciamento pode criar motivação para o trabalho e
mais independência além, é claro,
de proporcionar muitos benefícios para a instituição, que
poderá entender melhor as demandas do cidadão, ao
mesmo tempo em que o beneficia com um atendimento
mais adequado.
Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero
e utilizar esforços em duplicata são, segundo Davenport
e Prusak (1998), práticas comuns nas quais o conhecimento14 de soluções
já criadas não é compartilhado. Os
autores destacam que há um saber oculto, em estado
latente no processo de trabalho e na mente dos trabalhadores, que pode
ser conhecido e socializado. A transferência de conhecimento nas
organizações também
ocorre nas conversas informais e contatos pessoais. O
desafio é transformar o conhecimento latente em linguagem comunicativa,
de modo a incorporá-lo ao processo
de trabalho e ao patrimônio da instituição.
Tal como destacam tais autores, se a realidade política de uma
organização permite que se multipliquem
enclausuradores do conhecimento, o intercâmbio será
mínimo. Eles defendem que, ao invés de as informações
serem represadas nos altos escalões ou mesmo em nível
gerencial, elas tenham fluxo entre os níveis hierárquicos
e cheguem à ponta, aos funcionários que representam
diretamente a organização nos atendimentos cotidianos.
Assim, a informação constituiria não só recurso estratégico para o
planejamento, controle e tomada de decisão,
mas também para embasar as ações cotidianas.
interação dentro e entre os subgrupos e a coesão das
relações. De forma análoga, também é possível identificar aqueles que
constituem barreiras, comprometendo o
processo comunicacional.
Assim, a análise da comunicação organizacional, sob
o prisma das relações em rede, possibilita responder
questões como: com quem cada indivíduo busca informação sobre determinado
assunto; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que
frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem
buscar cada tipo de informação; se utilizam tais fontes;
que tipo de relação estabelecem. Mais que responder
tais questões, a análise demonstra como cada aspecto
influencia a estrutura de relações do grupo.
A rede considera a dinâmica dos objetos empíricos
das ciências sociais e, portanto, é mutável. Ela possibilita
indicar mudanças e permanências nos modos de comunicação e transferência
de informações, nas formas
de sociabilidade, aprendizagem, autorias, escritas e acesso aos
patrimônios culturais e de saberes das sociedades
mundializadas. (MARTELETO, 2010, p. 28).
Com isso, as redes constituem um meio de aprimorar
a comunicação, respeitando a autonomia e as diferenças
individuais, onde cada um constitui uma unidade em si,
único em forma e posição. Ao considerar a capacidade e
os recursos informacionais de cada membro e sua competência em
compartilhá-los, a rede possibilita melhor
promover articulações tanto na concepção quanto na
execução de suas funções.
A comunicação no contexto das organizações como
processo relacional entre seus membros e destes com
redes externas não é restrita às relações hierárquicas e
aos meios formais. Mais que as estratégias utilizadas pelos meios de
comunicação institucional e mais ainda que
os aspectos estritamente hierárquicos, analisar a comunicação nesse
contexto requer uma abordagem a partir
dos vínculos, construídos intencionalmente ou não e que
estão em constante interação e transformação.
A comunicação não é e nunca será algo estagnado,
ela existe a partir de uma rede de relações que produz
múltiplos sentidos. Nessa concepção, a proposta é abordar a comunicação
organizacional como um processo
social capaz de reconfigurar-se e reconfigurar continuamente a
organização. Ao mesmo tempo em que ela
constitui a realidade da organização, ela modifica estruturas e
comportamentos.
Considerando o servidor como ator com grande potencial não só para a
definição e implementação de políticas públicas, como também para a
participação individual do cidadão, o mapeamento da rede e a análise das
relações indicam a necessidade de incentivar o aumento
da densidade das relações e a reciprocidade dos laços.
O histórico de reformas administrativas e a influência dos diversos
modelos de gestão pública emergem.
A rede está inserida no centro da aposta de uma administração
gerencialista focada em metas e resultados. No
entanto, a reprodução do organograma nas relações informais é um
indicativo da influência do padrão burocrático de administrar.
Desconsiderar a ponte entre a rede intraorganizacional e a rede
extraorganizacional do órgão como elemento estratégico de acesso ao
cidadão por meio da interação pessoal é criar uma barreira. É por meio da
interação
entre as redes que elas se renovam. A troca de informações é que as torna
dinâmicas e possibilita inovações.55
Análise de redes sociais na comunicação organizacional
A abundância de fluxos e demandas informacionais
requer reconhecer a organização como ator social com
influências multidirecionais. Nessa perspectiva, a rede
não é apenas uma cadeia de vínculos, mas também uma
maneira de analisar e entender os processos de comunicação no contexto
das organizações de uma forma dinâmica e próxima da prática cotidiana,
considerando-se as
relações que as constituem.
Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes conjuntos de
ação, a análise das redes de comunicação possibilita estabelecer nexos
explicativos entre as
relações dinâmicas do sistema do “nós” da comunidade de
comunicação com o ecossistema externo do “eles” possibilitando, inclusive
identificar suas dialéticas na definição
cognitiva de um campo de ação comum. (HANSEN, 2006,
p. 2-3).
Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia de rede para
identificar relações de cooperação e
conflito, bem como para avaliar a influência da hierarquia
e de interesses individuais nas relações, as interações
dentro dos setores e transetoriais, as competências e as
relações de poder. No aspecto das redes externas, cabe
considerar o atendimento, a captação de informações
que possibilitem adequar às demandas e as relações estabelecidas com
outras organizações.
Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha
com os mesmos instrumentos de captação de dados utilizados pelas ciências
sociais: questionários, entrevista,
análise documental; por outro, ela oferece novas possibilidades na
análise de tais dados.
A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente social e
comunicacional, que permite traçar os elos,
as interações e as motivações dos atores em função do
convívio (concreto ou virtual) e dos interesses e dos objetivos
compartilhados. (MARTELETO, 2010, p.39)
Nessa rede cujos nós são conectados pela relação
que estabelecem, percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam e se
influenciam na interação como
também recebem outras influências diretas e indiretas.
A análise de redes sociais possibilita mapear e analisar
não apenas a mútua afetação, mas múltiplas afetações
decorrentes das interações intraorganizacionais e sociais
mais amplas.
No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um
ator que recebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST, 1999,
p. 173). Sendo assim, a partir
da análise das ligações é possível identificar indivíduos
mais bem posicionados em relação ao fluxo relacional e
que, em razão desta posição, possuem maior poder de
influenciar a comunicação entre os indivíduos com os
quais se relacionam.
A análise de rede aponta o poder de influência dos
atores com base em diferentes aspectos posicionais. Ela
identifica não só os líderes de opinião, caracterizados
como aqueles que mais influenciam as atividades, os relacionamentos e as
informações na rede, mas também
os membros pelos quais passam os fluxos mais intensos, aqueles que mais
intermedeiam contatos ou aqueles cujo potencial pode ser melhor
explorado; além das
conexões diretas e indiretas, o grau de reciprocidade; a
55 Adaptado de www.metodologiacientifica-rosilda.blo-
91
Os fatores positivos do relacionamento
Chamamos de fatores positivos todos aqueles que,
num somatório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no
atendimento interno e externo. Assim, desde
que cumpridos ou atendidos requisitos básicos de valorização do outro,
estaremos falando de um bom relacionamento. Os níveis de relacionamento
aqui devem
ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada
indivíduo de receber com qualidade a supressão de suas
necessidades.
O relacionamento entre pessoas é a forma como eles
se tratam e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e o
gostam de fazer, se diz que há um
bom relacionamento entre as partes. Quando se tratam
mal, e pelo menos um deles não gosta de entrar em contato com os outros,
é um mau relacionamento.
Fatores que interferem no trabalho em equipe

Estrelismo;

Ausência de comunicação e de liderança;

Posturas autoritárias;

Incapacidade de ouvir;

Falta de treinamento e de objetivos;

Não saber “quem é quem” na equipe.
Comportamento receptivo e defensivo.
Comportamento Receptivo
Significa perceber e aceitar possibilidades que a
maioria das pessoas ignora ou rejeita prematuramente.
Pode ser de natureza sensorial ou psicológica.
No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar
atento ao que acontece a sua volta.
No segundo a característica é de pessoa de mente
aberta e sem preconceitos à novas ideias.
A curiosidade é inerente do comportamento receptivo.
do:
92
Comportamento Defensivo
O servidor não tem comportamento receptivo quan-

Parecem saber de tudo;

Nunca têm dúvidas;

Que têm resposta para qualquer pergunta;

Sempre têm certeza das coisas;

Que não admitem ser contestados;

Têm todas as informações;

Acham que estão sempre certos;

Tendem a colocar os outros na defensiva.

Age como o “dono da verdade” - transmite a
ideia de que todos os outros são “ignorantes” e não têm
nada de útil ou interessante a dizer.

Quando afirma suas verdades e não admite contestação - transmite a
mensagem de que vê a si mesmo
como professor, considerando todos os outros como
aprendizes.

Faz os ouvintes experimentarem sentimentos de
inferioridade, o que produz um comportamento defensivo.
gspot.com.br/www.biblioteca.pucminas.br/Lidiane Ferreira
Sant’ Ana
Habilidades necessárias ao bom relacionamento
no trabalho

Habilidade de comunicar ideias de forma clara e
precisa em situações individuais e de grupo.

Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.

Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações
emocionais defensivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”)

Habilidade de dar feedback aos outros de modo
útil e construtivo.

Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sentimentos e
reações dos outros.

Habilidade de reconhecer, diagnosticar e lidar
com conflitos e hostilidade dos outros.

Habilidade de modificar o meu ponto de vista e
comportamento no grupo em função do feedback dos
outros e dos objetivos a alcançar.

Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as pessoas, dar e
receber afeto no seu grupo
de trabalho.
Empatia e Compreensão mútua
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e
situações vivenciadas.
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao
envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da
perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva a
tolerância e a aceitação das diferenças.
A empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto
à apreensão do sentido das palavras contidas numa página impressa.
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir a
inclinação natural de sentir com o outro
nos faz tratar o outro como um objeto.
O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente
a empatia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos
apelos dos outros. Suprimir essa inclinação natural de
sentir com outro desencadeia a crueldade.
Empatia implica certo grau de compartilhamento
emocional - um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior
do outro.
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA,
que significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é
a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre
entender as suas necessidades, os seus
anseios, os seus sentimentos. Dessa forma, é uma aptidão pessoal
fundamental na relação atendente - cliente.
Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar dos nossos
preconceitos e preferências, evitando
julgar o outro a partir de nossas referências e valores.
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estarmos abertos
para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais isto acontece, mais
hábeis seremos na
leitura dos sentimentos dos outros. Quando não temos
certeza dos
nossos próprios sentimentos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros,
está na capacidade de interpretar os canais não-verbais
de comunicação do outro, que são: os gestos, o tom de
voz, as expressões faciais...
A empatia nas empresas
Qual a relação entre empatia e produtividade?
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir o outro de
tal forma a compreender o mundo
a partir de seu ponto de vista. Não pressupõe concordância ou
discordância, mas o entendimento da forma
de pensar, sentir e agir do interlocutor. No momento em
que isso ocorre de forma coletiva, a organização dialoga
e conhece saltos de produtividade e de satisfação das
pessoas”. (Silvia Dias – Diretora de RH da Alcoa)
“A empatia é primordial para o desenvolvimento de
lideranças e o aperfeiçoamento da gestão de pessoas,
pois pressupõe o respeito ao outro; em uma dinâmica
que favorece o aumento da produtividade”. (Olga Lofredi
– Presidente da Landmark)
É quando desenvolvemos a COMPREENSÃO MÚTUA,
ou seja, um tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os
valores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações
humanas, pode-se afirmar
que o sucesso dos relacionamentos interpessoais depende do grau de
compreensão entre os indivíduos. Quando
há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor e conseguem resolver
conflitos de modo saudável.
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois as raízes da
moralidade estão na empatia. Para
concluir, podemos lembrar a frase de Saint-Exupéry no
livro O Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração;
o essencial é invisível aos olhos“.
Isto é empatia gerando compreensão mútua.
EXERCÍCIOS COMENTADOS.
1. (CESPE/2018 – TCE/BA) Se conflitos internos entre
servidores de um órgão público, de conhecimento exclusivo da
administração, prejudicarem a qualidade do
atendimento prestado ao cidadão, o trabalho em equipe
estará comprometido no tocante à
a) compreensão mútua entre servidores e cidadãos.
b) eficácia no comportamento interpessoal.
c) opinião pública sobre os servidores.
d) personalidade dos servidores.
e) opinião pública sobre a eficiência do órgão.
Resposta: Letra B - O enunciado nos dá uma direção para a análise quando
se refere à “conflitos internos”, “conhecimento exclusivo da
administração” e
“comprometimento do trabalho em equipe”, portanto,
trata-se de aspecto interno.
Portanto, dentre as alternativas que se referem à relação interpessoal
(que no caso apresenta conflito) e de
âmbito exclusivamente interno, a correta é a B.
Para esclarecer, muitos marcaram a alternativa E como
assertiva, porem, convém destacar que o enunciado
é bem claro quando diz que o conflito é de conhecimento EXCLUSIVO da
administração, portanto, não
tem como o o publico opinar sobre algo que desconhece.
2. (CESPE/2018 – STM) Os novos servidores de determinado órgão da
administração pública se relacionam
facilmente com o público externo por meio de fóruns de
comunidades online, emails, blogs e chats. No entanto,
servidores com mais tempo de serviço ignoram essas ferramentas de
comunicação, ressaltando a importância do
atendimento presencial.
Tendo em vista que, em situações como a do caso hipotético anteriormente
descrito, comportamentos distintos
podem trazer como consequência a formação de dois
grupos em um mesmo ambiente de trabalho, julgue o
item a seguir, relativo ao referido caso e a aspectos diversos a ele
relacionados.
No caso em questão, empatia e compreensão mútua
são atributos que podem estar contidos nas maneiras de
atendimento priorizadas por ambos os grupos de servidores.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo - A empatia e compreensão mútua
são atributos de relacionamentos interpessoais e, independente dos canais
de relações e comunicações
que se faça uso, é possível colocar em prática a capacidade de se colocar
no lugar do outro para melhor compreender o que esse deseja ou precisa,
assim
como se adequar à realidade que esse esteja inserido
é fazer uso desses atributos, portanto, em ambos os
grupos, a empatia e a compreensão mútua podem ser
trabalhadas e produzir melhores resultados de comunicação.
Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está
ligada ao envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
atitude muito sublime que se chama
HUMILDADE. Sem ela é impossível ser empático.
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de
maneira deturpada, pois olhamos através dos óculos do
orgulho e do egoísmo, com os quais enxergamos apenas
o nosso pequenino mundo.
O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a
humanidade, impedindo-a de ser feliz.
Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho
, criando uma couraça ao nosso redor para nos proteger.
Com eles, nós achamos que somos tudo o que importa e
esquecemos de olhar para o outro e perguntar como ele
está, do que ele precisa, em que podemos ajudar.
Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos e necessidades.
Com o orgulho e o egoísmo,
nos tornamos vaidosos e passamos a ver os outros de
acordo com o que estes óculos registram: os nossos preconceitos, nossos
valores, nossos sentimentos...
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR,
não sabemos repartir, não sabemos doar.
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só lembramos de nós.
É aqui que a empatia se deteriora, quando os nossos próprios sentimentos
são tão
fortes que não permitem harmonização com o outro e
passam por cima de tudo.
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO
TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER
OS SEUS SENTIMENTOS E NECESSIDADES.
93
3. (CESPE/2017 – Prefeitura de São Lus/MA) O fato de
os indivíduos estabelecerem conexões humanas uns com
os outros favorece o trabalho coletivo, o que, por sua vez,
implica maior desempenho na execução das atividades
das organizações. Considerando-se essas informações, é
correto afirmar que a unidade de trabalho fundamentada
na sinergia denomina-se
a) repartição.
b) equipe.
c) grupo.
d) setor.
e) diretoria.
Resposta: Letra B - Quando falamos em repartição,
setores ou diretoria, estamos falando em divisões da
estrutura organizacional, sendo que seus membros fazem parte da equipe,
onde, essa sim, através da sinergia, consegue obter melhor desempenho da
execução
das atividades propostas.
Destaca-se que o diferencial entre equipe e grupo é o
objetivo final de ambas, o grupo, a grosso modo, representa um reunião de
pessoas, mas, não quer dizer,
necessariamente, que todos nesse grupo tenham o
mesmo objetivo, fato que já é característico da equipe.
Entender a preferência por mecanismos de comunicação e eventuais
dificuldades no uso destas tecnologias, especialmente advindos de
gerações diferentes,
demonstra empatia e compreensão mútua.Entender a
preferência por mecanismos de comunicação e eventuais dificuldades no uso
destas tecnologias, especialmente advindos de gerações diferentes,
demonstra
empatia e compreensão mútua.Entender a preferência
por mecanismos de comunicação e eventuais dificuldades no uso destas
tecnologias, especialmente advindos de gerações diferentes, demonstra
empatia e
compreensão mútua.
94
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE/2018 – EBSERH) Julgue o item seguinte, relativo ao regime dos
servidores públicos federais e à ética
no serviço público.
Comissões de ética são obrigatórias para todos os órgãos da administração
pública federal direta, sendo facultativas para entidades da
administração indireta.
( ) CERTO
( ) ERRADO
2. (CESPE/2018 – STJ) Considerando os conceitos, princípios e valores da
ética e da moral, bem como o disposto na Lei n.º 8.429/1992, julgue o
item a seguir.
A consciência moral deve nortear o comportamento do
servidor público, que deve sempre apresentar conduta
ética, ainda que receba ordem hierárquica superior que
lhe imponha conduta imoral e antiética.
( ) CERTO
( ) ERRADO
3. (CESPE/2018 – PC/MA) Do ponto de vista atitudinal,
o servidor público, no desempenho das suas atribuições,
a) deve respeitar a hierarquia, tomando cuidado ao representar contra
determinados comprometimentos
indevidos da estrutura em que se funda o poder estatal.
b) poderá, usando a própria faculdade, exercer as prerrogativas
funcionais que lhe sejam atribuídas, desde que
sua atuação tenha foco no objetivo no bem comum.
c) poderá exercer sua função com finalidade estranha
ao interesse público, desde que sua atuação satisfaça
interesse legítimo do destinatário da prestação de serviço.
d) deve comunicar imediatamente a seus superiores
todo e qualquer ato contrário ao interesse público e
exigir as providências cabíveis.
e) deve escolher sempre, quando estiver diante de duas
opções, a melhor e a mais vantajosa para a administração pública.
4. (CESPE/2018- STM) Uma pesquisa de qualidade no
atendimento em um órgão da administração pública
demonstrou discrepância entre as avaliações, quando
foram comparados os atendimentos prestados por servidores mais
experientes e por servidores mais novos. A
análise dos motivos mostrou que os mais novos se consideravam
autossuficientes e ignoravam o conhecimento
dos mais experientes. Por outro lado, os mais experientes consideravam
que os mais novos eram arrogantes e
omitiam informações importantes sobre o atendimento.
Nessa situação hipotética, proatividade, simpatia e saber
ouvir são comportamentos que favorecerão a melhoria
da interação entre os grupos de servidores.
( ) CERTO
( ) ERRADO
5. (CESPE/2016 – DPU) Com relação à comunicabilidade
no atendimento ao público, julgue o item a seguir.
No atendimento ao público, o processo de comunicação
entre um atendente e o usuário do serviço apresenta elementos
organizacionais e individuais.
( ) CERTO
( ) ERRADO
6. (CESPE/2018 – ABIN) A respeito do comportamento
organizacional, do clima e da cultura organizacional no
âmbito da gestão de pessoas nas organizações, julgue o
item que se segue.
O comportamento organizacional refere-se primordialmente à forma como as
organizações se relacionam entre
si, com foco no aumento de sua eficiência e efetividade.
( ) CERTO
( ) ERRADO
ANOTAÇÕES
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7. (CESPE/2018 – TCE/PB) Tendo tomado as devidas
providências para a solução de um processo que tramita
em determinado órgão público, um cidadão, reiteradas
vezes, já se dirigiu ao setor de atendimento e, embora
tenha recebido tratamento respeitoso e gentil dos atendentes, com
esclarecimentos acerca dos procedimentos
necessários para finalizar o problema, continua sendo informado de que o
processo permanece inconcluso.
Nessa situação hipotética, a pendência deve-se ao fato
de o órgão em questão apresentar problema relacionado
à falta de:
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a) cortesia.
b) eficiência.
c) discrição.
d) comunicabilidade.
e) tolerância.
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GABARITO
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ERRADO
3
D
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CERTO
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4
CERTO
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6
ERRADO
2
5
7
CERTO
B
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1
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ANOTAÇÕES
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