PDF 224
PDF 224
PDF 224
Deformabilidade e estabilidade
de taludes em solo grampeado
Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Setembro de 2002
André Pereira Lima
Deformabilidade e estabilidade
de taludes em solo grampeado
Ficha Catalográfica
Lima, André Pereira
Aos meus amados pais, responsáveis por esta difícil conquista. Meus sinceros
agradecimentos àqueles que buscaram sempre me transmitir os ensinamentos da
vida.
Palavras-chave
Engenharia civil; solo grampeado; estabilidade de taludes; modelagem
numérica; solo residual; escavação; grampo; FLAC.
Abstract
(H<5m), the ratio between length and excavation height must be a minimum of
0.7, the ratio between spacing and length up to a maximum of 0.5. For higher
excavations, the ratio between spacing and length has to be reduced to 0.25. The
rotation angle of the excavation’s face is an important parameter. Additionally,
small variations in the geometry, boundary conditions, constitutive model, and
soil and nail parameters, can cause large changes in the deformations, initial
tensions and axial stresses in the nails. Regarding the slope inclination, a small
variation can cause reductions of up to 70% in the final deformations. The
maximum axial stresses mobilized in each nail during the process of excavation
are larger in steeper slopes.
Keywords
Civil engineering; soil nailing; slope stability; deformation analysis; residual
soil; excavation; FLAC.
Sumário
1.Introdução______________________________________________ 22
2.Revisão bibliográfica______________________________________ 24
2.1.1.3.Método executivo____________________________________ 28
2.1.4.Concepção e projeto___________________________________ 74
2.1.4.2.Projeto ____________________________________________ 81
programa FLAC;
dilation: Símbolo para ângulo de dilatância utilizado pelo programa
FLAC;
e: Símbolo para módulo de Young utilizado pelo programa
FLAC;
Eaço: Módulo de Young da barra de aço;
Esolo: Módulo de deformabilidade do solo;
E50: Módulo de deformabilidade do solo correspondente à 50% da
carga aplicada na ruptura;
ν50: Coeficiente de Poisson do solo correspondente à 50% da
carga aplicada na ruptura;
σ D 50 : Tensão desviadora correspondente à 50% da carga aplicada
na ruptura;
ε ax 50 : Deformação axial do solo correspondente à 50% da carga
aplicada na ruptura;
ε vol50 : Deformação volumétrica do solo correspondente à 50% da
carga aplicada na ruptura;
esxx: Comando do FLAC para visualizar as tensões totais
horizontais;
esyy: Comando do FLAC para visualizar as tensões totais verticais;
Eparede: Módulo de Young do concreto da viga da parede;
friction: Símbolo para ângulo de atrito do solo utilizado pelo programa
FLAC;
Fescoamento: Força axial de resistência ao escoamento do aço (Yield);
Fmax: Força axial máxima no cabo/grampo;
fy: Relação percentual da força axial máxima no cabo (Fmax)
sobre o valor da força axial de resistência ao escoamento do
aço (Yield ou Fescoamento);
G: Densidade relativa do solo;
GR: Grampo;
g: Gravidade;
Ginjeção: Módulo cisalhante da calda de cimento da injeção;
TG: Resistência à tração da barra de aço;
d: Densidade do grampeamento;
H: Altura total da escavação e solo grampeado;
Hescav.: Incremento de escavação;
i: Coordenada horizontal para nós de malha ou símbolo para
momento de inércia utilizado pelo programa FLAC;
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
2.1.
Solo grampeado
2.1.1.
Utilização da técnica: definição e desenvolvimento
2.1.1.1.
Origens do solo grampeado
chumbadores
zona
revestimento plas tificada
rígido
revestimento
flexível
(a) (b)
Figura 1 - Técnicas de execução de túneis com revestimento flexível (a) e rígido (b)
(Ortigão e Sayão, 1999)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
2.1.1.2.
Definição da técnica
Redução de recalques 2 3
OBS.: 1=Pouco eficaz; 2= Razoavelmente eficaz; 3=Muito eficaz
2.1.1.3.
Método executivo
1. Escavação:
Inicia-se o corte do solo na geometria de projeto. As escavações são
realizadas, geralmente, com profundidade variando entre 1m a 2m, em função
do tipo de terreno a ser estabilizado. Em geral, os solos capazes de serem
grampeados são areias consolidadas, areias úmidas com coesão capilar, argilas
adensadas e rochas brandas. No caso de solos arenosos alturas de mais de 2m
ou inferiores a 0,5m são raras. Em argilas sobreadensadas, pode-se alcançar
profundidades superiores à 2m (Bruce e Jewell, 1987). Para cortes verticais,
Gässler (1990), indicou profundidades de cada estágio de escavação em função
do tipo de solo (Tabela 3).
grampos mais utilizados são feitos de aço tipo DYWIDAG ou GEWI (Tabela 5).
Grampos com numeração comercial são utilizados na América do Norte (Tabela
6).
26,5
DYWIDAG 32,0 835 1030
36,0
26,5
DYWIDAG 32,0 1080 1230
36,0
22,0
25,0
GEWI 420 500
28,0
40,0
Porca
Placa metálica
Barra de aço
(a) (b)
Concreto projetado
0
30
0
20 Concreto
0 moldado in loco
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
20 50
0
30
25 5 0 Grampo
0
50
Dimensões em mm
(c)
(d)
(e)
Figura 6 - Detalhe da cabeça dos grampos: (a) φaço ≥ 20mm; (b) φaço <20mm; (c)
extremidade embutida no terreno (Ortigão e Sayão, 1999); (d) com bloco de
proteção; (e) extremidade embutida sem placa metálica (Ingold, 2000)
33
Outros materiais, como fibra de vidro, têm sido utilizados como elemento
de reforço. Estes não estão submetidos à corrosão e, conseqüentemente não
requerem cuidados especiais em estruturas permanentes. As vantagens
promovidas por suas propriedades são a elevada tensão de escoamento e o
baixo peso específico. O módulo de elasticidade da fibra de vidro é 1/4 ou 1/5 do
módulo obtido para o aço.
As técnicas mais comuns utilizadas para a instalação dos grampos são:
Ø Grampos Injetados:
São posicionados no maciço através da execução de um pré-furo (em
geral de 70 a 120mm de diâmetro) e posterior injeção do grampo adicionando
nata de cimento (relação água-cimento em torno de 0,4 a 0,5 : 1,0) ou
argamassa na perfuração preexistente. A calda de injeção deverá atender ao
projeto, não contendo cimentos agressivos aos grampos. Como fluido de
perfuração e limpeza do furo, poderá ser utilizado água, ar, ou nenhum deles em
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
Ø Grampos Cravados:
Consiste na cravação por percussão de barras ou tubos metálicos ou
perfis metálicos esbeltos com auxílio de martelete, o que leva a um processo de
execução muito rápido, mas a resistência ao cisalhamento no contato solo-
grampo é, em geral pequena, sendo típico valores da ordem de 30 a 40kPa. Em
alguns casos pode ser empregado martelete manual no processo de cravação.
O tipo de instalação por cravação não pode ser empregado quando há
ocorrência de pedregulhos e é inconveniente no caso das argilas, como as
porosas de São Paulo e de Brasília, pois o atrito resultante é muito baixo. Há
também limitações no comprimento máximo, da ordem de 6m, em que se pode
cravar com eficiência um grampo (Ortigão et al., 1993). Os elementos de reforço
apresentam, em geral, comprimentos uniformes.
Os grampos devem apresentar uma certa rigidez, de tal maneira que
esforços cisalhantes e momentos fletores não devem ser desprezados
(Schlosser, 1982). Determinados cuidados devem ser considerados no aspecto
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
Figura 8 - Suporte circular usando a técnica de solo grampeado (Mitchell e Villet, 1987)
2.1.1.4.
Aplicação da técnica no exterior
5,6 a 25,2 e 64 e
90 5,5 a 7 - 0,70 0,70 50 a 100
11,6 30,3 76
2.1.1.5.
Aplicação da técnica no Brasil
0 10m
Figura 16 - Contenção de taludes de emboques em 1970; (a) corte; (b) vista (Ortigão e
Sayão, 1999)
9m
Concreto 6m
17 m projetado 9m
G rampos
35 m 6m
Concreto
projetado 16m
16 m 14m
12m
16m
ancoragens 14m
convencionais
Concreto
projetado
Grampos
25m
26 m
20m
10m
0 10 m
Grampos φ 32mm
L=3m
furo φ 75mm
espaçamento horizontal
5m e vertical 1,5m
inclinação dos grampos 20°
Saprolito de
gnaisse
A Solo grampeado
110
construção
105
Aterro
12051
Concreto
projetado 6m
H=11 m
4m
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
Mureta
Concreto
projetado 80mm
Saprolito
8m
20m 6m
Rocha alterada
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
3m
Rocha sã
0 5m
2.1.1.6.
Vantagens e limitações do solo grampeado
mais econômica. Bruce e Jewell (1986) concluem que para uma mesma
geometria do talude, para este tipo de solo, a densidade de inclusões
horizontais (grampos horizontais) é bem mais reduzida que às verticais
(micro-estacas). Comparações com a técnica de solo reforçado
demonstram que estruturas em solo grampeado podem apresentar
custos menores (Ingold, 1995). Tozatto (2000) e Tozatto et al. (2001), em
estudos de estruturas de contenção de baixa altura (H=3m), apontam a
solução em solo grampeado, entre sete soluções de estabilização, como
sendo bastante atraente, perdendo apenas da solução de muro de
gravidade em solo-cimento;
2. Adaptabilidade às condições locais (adaptação na maioria das condições
de solo apresentadas) devido à utilização de equipamentos de pequeno e
médio porte que permitem a execução desta técnica em locais de difícil
acesso. Equipamento necessário para a execução relativamente leve e
pequeno, permitindo mobilidade e acesso em áreas problemáticas. Em
grampos injetados, as perfurações são realizadas com equipamentos
pesando entre 50 e 1000 kgf (Zirlis e Pitta, 1992);
3. Flexibilidade. Estruturas em solo grampeado são flexíveis e compactas
deste modo, é esperado que tenham alta resistência a esforços
dinâmicos. conseqüentemente, esta técnica demonstra-se ser bastante
interessante em regiões sujeitas a terremotos (Shen et al., 1981);
51
2. Uso limitado em solos que não apresentam nível d’água ou que são
protegidos pela redução do mesmo. Neste caso, o rebaixamento do NA é
permanente para proteger a estrutura contra poropressões;
3. Uso pode ser dificultado ou delicado em certas condições de solo: areias
sem qualquer coesão aparente, solos contaminados com bolsões de
água, solos contaminados com uma alta quantidade de argilas onde o
teor de umidade poderia aumentar depois da construção. Um decréscimo
nos valores de resistência ao atrito na interface solo-grampo pode se
tornar evidente se, depois da construção, o solo se tornar saturado
(Schlosser e Unterreiner, 1990). Em solos não-coesivos, não é possível
garantir a estabilidade de escavações verticais. Certas precauções
devem ser tomadas onde solos argilosos são encontrados para prevenir
o ingresso de água, que acarretará uma perda da resistência do solo e
conseqüentemente uma significativa redução do atrito solo/grampo. A
eficácia do solo grampeado pode não ser comprovada em solos coesivos
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
com limite de liquidez (LL) maiores que 20% que podem ser suscetíveis a
“creep”. Qualquer tipo de solo com N(SPT) menor que 10 devem ser
evitados. Qualquer solo poroso com fluxo d’água pelos seus vazios deve
ser evitado também (Sigourney, 1996);
4. Considerando tanto estruturas temporárias e permanentes, particular
atenção deve ser dada ao tempo de duração que os grampos serão
utilizados em solos corrosivos (ambientes agressivos) e para movimentos
a longo prazo na estrutura, particularmente causados pelo fenômeno de
“creep” em argilas. Em argilas muito moles não se indica este tipo de
solução por causa de possíveis movimentações associadas ao fenômeno
de fluência (Abramson et al., 1996);
2.1.1.7.
Comparação com outros sistemas de estabilização
Zona ativa
Revestimento Concreto
armado
2.1.1.8.
Estruturas mistas
2.1.1.9.
Ensaios de arrancamento
Deflectômetro
Placa
de aço
Célula de
carga
Macaco
hidráulico
Trecho injetado
sem pressão. A dispersão dos resultados apresentados foi grande, função dos
diferentes procedimentos empregados por vários executores dos grampos.
Como estimativa preliminar de qs para aplicação em projetos Ortigão (1997)
sugere a seguinte correlação: qs (kPa)=50 + 7,5 N(SPT), onde N(SPT) equivale
ao número de golpes do ensaio SPT.
Ortigão et al. (1997) analisaram os ensaios relatados por Ortigão (1997) e
sugeriram a correlação apresentada na Figura 28. Dois pontos adicionais,
correspondentes a ensaios recentes realizados pela GeoRio (Ortigão e Sayão,
1999), foram adicionados. Tais pontos plotam bem abaixo da correlação
proposta.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
N(SPT)
Figura 28 - Correlações empíricas para qs (Ortigão e Sayão, 1999)
N(SPT) 8 13 18 32 40
Figura 29 - Correlação entre qs e PL para solos arenosos (adaptado de Clouterre, 1991)
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
N(SPT) 10 19 30
Figura 30 - Correlação entre qs e PL para solos argilosos (adaptado de Clouterre, 1991)
Como pode ser visto, valores bem dispersos foram obtidos, havendo a
necessidade de um número maior de ensaios para que se possam obter valores
representativos de qs empregados numa estimativa preliminar do desempenho
do grampo em uma determinada obra. Em obras de grande porte, os ensaios de
arrancamento devem ser realizados antes da realização da obra para se definir o
projeto. Em obras menores, isso raramente ocorre, sendo os ensaios realizados
durante a execução da obra e o projeto ajustado à medida que se obtém os
resultados desses ensaios.
2.1.2.
Mecanismos e comportamento de estruturas grampeadas
projetando estruturas temporárias para suporte de terra no começo dos anos 80,
desenvolvendo-se a técnica, para estruturas de médio e longo prazo de duração.
Em 1986 e por um período de 4 anos, quatro milhões de dólares forma gastos no
desenvolvimento de um programa de pesquisa denominado Projeto Clouterre
numa iniciativa do Ministério Francês de Transporte. O principal objetivo foi o
desenvolvimento de especificações de projeto de estruturas temporárias ou
permanentes, em solo grampeado, na execução de escavações. Vinte e uma
organizações incluindo companhias privadas e laboratórios de pesquisas
públicos participaram diretamente do Projeto Clouterre. Quatro tópicos
importantes foram desenvolvidos (Schlosser et al., 1992):
• Estado limite de utilização de estruturas em solo grampeado utilizando
fatores de segurança parciais;
• Estimativas de deformações em estruturas de solo grampeado em
serviço;
• Dimensionamento da face;
• Aspectos relacionados a durabilidade e medidas preventivas contra
corrosão;
Os itens a seguir buscarão avaliar os tópicos supracitados.
63
2.1.2.1.
Distribuição de tensão nos grampos
δh
Zona Ativa
Linha de máximo
esforço de tração
nos grampos
Zona Passiva
L
Figura 31 - Zonas ativa e passiva em escavações com grampos livres (Springer, 2001)
Linha de Rankine
2.1.2.2.
Interação solo/grampo
2.1.2.3.
Mobilização da resistência à flexão dos grampos
(φaço pequeno) não podem mobilizar momentos fletores por oferecerem baixa
rigidez transversal.
Segundo Lima (1996) para taludes de pequenas dimensões, se
comparados com taludes de mineração que chegam a centenas de metros, a
flexão torna-se influente no comportamento do modelo de ancoragem.
Grampos, em particular os injetados, oferecem alguma resistência à
flexão. Modelos e experimentos em escala real demonstram que esta
resistência dos grampos é realmente mobilizada num estado próximo à ruptura
quando a superfície ou zona de cisalhamento desenvolve-se ao longo da
estrutura de solo grampeado. Já que as deformações da parede se mantém
pequenas, sob o estado de utilização da estrutura, a resistência à flexão dos
grampos é modestamente mobilizada.
2.1.2.4.
Deformações e deslocamentos em taludes grampeados
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
2.1.3.
Tipos de ruptura em estrutura de solo grampeado
φ=38 e c=4kPa)
o
Areia de “Fontainebleau” (φ
Figura 37 - Ruptura devido à altura elevada nas etapas de escavação (Clouterre, 1991)
4. Ruptura por erosão interna do solo ou “piping”. Este tipo de ruptura é bem
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
B) Ruptura externa:
Ruptura externa de uma estrutura de solo grampeado ocorre geralmente
por deslizamento do terreno ao longo de uma superfície de ruptura afetando a
estrutura como um todo e atingindo diretamente as fundações. Este tipo de
ruptura é comum em todos os tipos de estruturas de contenção e pode ser
resultado da má qualidade do solo da fundação ou por comprimento dos
grampos insuficientes.
C) Ruptura mista:
Podem ocorrer como resultado de um processo de instabilidade interna e
externa, conforme demonstra a Figura 36.
Estudos realizados por Schlosser et al. (1993), em 3 obras experimentais
em larga escala, confirmam a configuração de ruptura interna associada à
74
2.1.4.
Concepção e projeto
2.1.4.1.
Concepção da estrutura
Tabela 13 - Valores típicos de projetos em estruturas de solo grampeado (H≤5m, solos homogêneos,
sem NA, sem sobrecargas, paramento vertical, grampos injetados) (Clouterre, 1991)
Parâmetro Valor
0,2 H
N=c/γH
0,1
M (N, tan φ) d=0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
tan φ
Figura 39 - Ábaco de estabilidade para L/H=0,6 (Clouterre, 1991)
0,3
L / H = 0,8
0,2 H
N=c/γH
0,1
M (N, tan φ)
A d=0
0,3
L /H =1
0,2
H
N=c/γH
0,1
d=0
d=1 0,5
0,4 0,3 0,2 0,1
0,0 0,75
0 1 2
tan φ
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
0,3
L /H =1,2
0,2 H
N=c/γH
0,1
d=0
tan φ
Tabela 14 - Espessuras extras em função do tempo de vida útil da estrutura (Schlosser et al.,
1992)
Tempo de vida útil: Tempo de vida útil: Tempo de vida útil:
Classe
≤ 18 meses 1,5 até 30 anos 30 a 100 anos
IV 0 2mm 4mm
III 0 4mm 8mm
II 2mm 8mm proteção plástica
I proteção plástica obrigatória
81
2.1.4.2.
Projeto
2.1.4.3.
Análises da estabilidade por equilíbrio limite
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
Tabela 15 - Premissa dos diferentes métodos de cálculo em solo grampeado (adaptado de Abramson et al., 1996)
Multicritério
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
Equilíbrio limite – Equilíbrio limite – Equilíbrio limite – Equilíbrio limite – Equilíbrio limite – Teoria do Análise de
momentos forças forças forças momentos escoamento tensões internas
Análise
Estabilidade Estabilidade Estabilidade Estabilidade Estabilidade Estabilidade Estabilidade
global global global global global global local
Parâmetros do Parâmetros do Parâmetros do
Parâmetros do Parâmetros do
solo (c’, φ’) solo (c, φ) solo (c’, φ’)
Propriedades Parâmetros do solo (c, φ) solo (c, φ)
do material
Força limite nos solo (c, φ) Força limite nos Força limite nos
Força limite nos Parâmetro
grampos grampos adimensional de
Atrito lateral grampos grampos
pré-definidas rigidez à flexão
Rigidez à flexão Rigidez à flexão
Atrito lateral Atrito lateral (N)
dos grampos dos grampos
Tração, Tração, Tração,
Solicitações
cisalhamento e Tração Tração Tração cisalhamento e Tração cisalhamento e
nos grampos
flexão flexão flexão
Superfície de Circular ou Espiral Espiral Espiral
Bilinear Parabólica Parabólica
ruptura polinomial logarítmica logarítmica logarítmica
Mecanismo a Arrancamento
Misto Misto Misto Misto Não utilizável
de ruptura dos grampos
NA sim não não não não sim
Solo
sim não não não não não sim
estratificado
Geometria da Face vertical ou Face vertical ou Face vertical ou Face vertical ou Face vertical ou
qualquer Face vertical
estrutura inclinada inclinada inclinada inclinada inclinada
a
Mecanismo de ruptura misto: ruptura relacionada com o arrancamento dos grampos ou pelo escoamento do aço.
84
(grampos), que devem ser inferiores à carga admissível sob o ponto de vista
estrutural e à força limite proporcionada pelo atrito solo/grampo. A estabilidade
global consiste em verificar o equilíbrio do talude segundo superfícies potenciais
de ruptura que passem por trás da zona reforçada. No presente caso, os autores
utilizaram o programa STABL para análises que admitiram superfícies que
passam tanto atrás da zona reforçada como as que interceptam parcial ou
totalmente os grampos, o que possibilita uma verificação adicional da
estabilidade interna.
Um método matemático rigoroso, usando uma superfície log-espiral, foi
proposto como “análise limite cinemática aproximada” para o projeto de
estruturas de contenção em solo grampeado (Juran et al., 1988 e 1990). Este
método estabelece uma estimativa da máxima tensão e forças cisalhantes
mobilizadas. O método também permite a avaliação do efeito dos principais
parâmetros de projeto (geometria da estrutura, sobrecargas, posição da linha
freática, estratificação do solo inclinação do talude, espaçamento e rigidez dos
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
2.1.4.4.
Análises tensão x deformação
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
2.1.4.5.
Instrumentação de obras em solo grampeado
2.2.
Solos residuais
Lacerda et al. (1985) discutem fatores que podem afetar a resistência dos
solos residuais. São eles:
• Cimentação/Entrosamento dos Grãos;
• Fratura dos grãos;
• Mineralogia (presença de mica, feldspato, quartzo);
• Efeito de escala (tamanho dos grãos – resistência aumenta com
diminuição do corpo de prova);
• Anisotropia;
• Índice de vazios variável, sem relação com a história de tensões;
• Permeabilidade em geral sem relação com a forma da curva
granulométrica ou tamanho dos grãos;
• Descontinuidades (relíquias da rocha mãe) de baixa resistência;
• Variação do grau de saturação;
102
2.2.1.
Parâmetros geotécnicos de solos residuais do Rio de Janeiro
Tabela 16 - Índices físicos das amostras de solo residual jovem extraídas do campo
experimental I da PUC-Rio (Brito 1980)
Local da amostra σC (kPa) γt (kN/m3) Wn (%) G e0 S0 (%)
50 14,8 15,6 1,14 37,5
100 14,8 16,3 1,15 38,7
T04 2,73
200 15,0 14,5 1,08 36,5
400 14,6 14,2 1,13 34,4
50 16,6 11,8 0,88 37,6
100 15,9 11,8 0,97 36,6
T02 2,79
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
σD
E50 = 50
eq.(4)
ε ax50
εax50 −εvol50
υ50 = eq.(5)
2εax50
tan ϕ
ψ = arcsen eq.(6)
2 + tan ϕ
P03 34 32,68
200 308 1,20 0,88 25,67 0,19 0 0
400 583 7,00 5,28 8,33 6,02 0 0
50 200 0,68 0,48 29,41 0,07 29 14
100 223 0,75 0,56 29,73 0,07 8 4
P04 69 32,68
200 358 1,05 0,80 34,10 0,13 0 0
400 597 0,90 0,72 66,33 0,08 0 0
50 127 0,59 0,32 21,53 0,08 15 7
100 262 0,60 0,48 43,67 0,04 0 0
P05 60 32,01
200 345 0,75 0,56 46,00 0,07 0 0
400 545 1,95 1,52 27,95 0,42 0 0
Tabela 18 - Resultados dos ensaios triaxiais cúbicos (carregamento axial) no solo residual jovem
variando a orientação das estratificações das amostras e tensão confinante (Aleixo 1998)
Índices Físicos das Amostras Indeformadas de Solo Residual Parâmetros de
Jovem na condição de umidade natural Deformabilidade
Ensaio Wn (%) γt (kN/m3) S0 (%) e0 E50 (MPa) ν50
JNO-30 17,1 17,8 61,2 0,76 16,3 0,15
JNP-30 16,9 17,8 60,7 0,76 14,3
JNO-120 16,0 18,0 60,4 0,72 16,3 0,14
JNP-120 15,5 17,7 57,0 0,74 15,2
106
Tabela 19 - Resultados dos ensaios triaxiais cúbicos em solo residual jovem (Aleixo, 1998)
Parâmetros de Resistência (Ensaios Triaxiais Cúbicos)
Ensaio c’(kPa) φ’ (0)
JNO 64,4 19,6
JNP 60,7 19,8
35 43
8,14 14,8
9,70 15,2
2,77 0 33,2
9,38 15,3
9,46 15,1 Cisalhamento
11,76 15,3 Direto
13,08 16,2
Morro de 2,77 6,59 29,48
12,27 15,4
Souza Santo
10,92 15,5
(1995) Rodrigues
(RJ) 14,04 16,1
14,43 16,6
4,98 30,77
12,84 16,7
Ensaios
7,46 15,8
Triaxiais
6,72 15,6
6,13 16,8 7,81 32,57
5,29 15,8
OBS.: (*) Valores médios
2.2.2.
Deformabilidade de campo x laboratório em solos residuais
2.2.3.
Coeficiente do empuxo no repouso (ko) em solos residuais
3.1.
Introdução
3.2.
A formulação do FLAC
Equação de equilíbrio
(Equação de movimento)
Novas Novas
velocidades e tensões e
deslocamentos forças
Relação tensão/deformação
(Equação constitutiva)
Figura 56 - Ciclo de cálculo do método explícito utilizado pelo FLAC (Springer, 2001)
3.3.
Modelos constitutivos
Em problemas gerais em
Mohr-Coulomb Materiais granulares
mecânica dos solos e das rochas
cimentados ou não, solos,
(Plasticidade) (estabilidade de taludes,
rocha, concreto
escavações subterrâneas, etc.)
Materiais laminados esbeltos
Escavações em maciços
Modelo de Juntas exibindo anisotropia de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
estratificados
resistência
Materiais granulares que
Modelo com
exibem comportamento não
Endurecimento/ Estudos de Pós-ruptura
linear de endurecimento/
Amolecimento
amolecimento
Materiais granulares com baixa
Modelo de cimentação onde pressões
Barragens de enrocamento
Escoamento Duplo causam decréscimo de volume
do material
Materiais cuja deformabilidade
Modificado de e resistência são funções da Problemas em Geotecnia
Cam-Clay variação de volume (índice de envolvendo solos argilosos
vazios)
3.4.
Elementos estruturais
3.5.
Geração da malha
3.6.
Tensões “in-situ”
3.7.
Tempo de execução
forma, mas não substancialmente, para problemas plásticos, podendo ser maior
se houver continuidade da ocorrência do escoamento plástico.
3.8.
Comandos/entrada de dados
Esolo
K solo =
3 ⋅ (1 − 2 ν solo )
eq.(9)
E solo
G solo =
2 ⋅ (1 + ν solo )
eq.(10)
fix x i 1
07 fix x i 196
fix x y j 1
Initial syy -375000 var 0 375000
08 Initial sxx -225000 var 0 225000
initial szz -225000 var 0 225000
09 set large
10 set grav 9.81
11 step 1000
12 hist n 100
13 hist unbal
ini xdisp =0
14
ini ydisp =0
ini xvel 0 i 1 196 j 1 41
15
ini yvel 0 i 1 196 j 1 41
fix x i 1
16 fix x y j 1
fix x i 196
17 mod null i=1,80 j=39,40
18 title
19 ESCAVACAO - ESTAGIO I
20 struct prop 1 e=24e9 i=8.333e-5 a=0.10
struct beam beg grid 81 41 end grid 81 40 seg 1 prop 1
21
struct beam beg grid 81 40 end grid 81 39 seg 1 prop 1
struct prop 2 a 8.0e-4 e 1.4e11 yield=2.7e5 kbond=3.3e9 sbond=3.1e4
22
struct prop 2 sfriction 0 per 0.101
23 struct cable begin 60.0,24.5 end 65.91,23.46 seg 12 prop 2
24 solver force=10
25 save SG01f01.sav
121
O comando “set large” (bloco 09) é utilizado para se ter uma melhor
acurácia nos resultados finais quando o colapso da estrutura ocorrer (grandes
deformações).
O bloco 10 insere o valor da gravidade (g=9,81m/s2).
No bloco 11, o comando “step” é usado para limitar, em uma simulação
qualquer, o número de ciclos (iterações) que são realizados buscando-se a
convergência para um estado de equilíbrio, ou seja, para definir um número
específico de etapas de cálculo para se buscar o estado de equilíbrio. Embora
este estado de equilíbrio absoluto nunca seja alcançado, o modelo será
considerado em equilíbrio o vetor de força nodal em cada ponto da malha é
próximo de zero ou quando a máxima força não balanceada for pequena quando
comparada com o total de forças aplicadas no problema (Razão=0,01%). Neste
exemplo o comando “step” foi utilizado para simular o processo de consolidação
do modelo sob efeito de esforços gravitacionais. O número de iterações foi
limitado em 1000, neste caso.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
bparede ⋅ (hparede )
3
MI parede = eq.(12)
12
a parede = b parede ⋅ h parede eq.(13)
cabo, no caso o grampo, através do comando “struct prop 2”. O número 2 refere-
se às propriedades do segundo tipo de elemento estrutural utilizado na
modelagem. As propriedades necessárias para se introduzir o efeito do grampo
no modelo, são:
• Área da seção transversal da barra (a) em m2. Seu valor é calculado
pela equação (14) onde φaço é o diâmetro da barra;
π (φaço ) 2
a= eq.(14)
4
• Módulo de elasticidade do aço (e) em N/m2. No caso do aço CA50,
este valor equivale a 2,05x1011 N/m2;
• Força de escoamento do aço (yield) em N. Seu valor é calculado pela
equação (15) onde σaço é a tensão de escoamento do aço;
kbond =
(2 π Ginjeção ) eq.(16)
(φ furo − φ aço )
10 ln 1 +
( φ aço )
3.9.
Resultados fornecidos pelo FLAC
3.9.1.
Deslocamentos
3.9.2.
Avaliação das condições de ruptura
τ 1 + sen φ
σ 1 f = .σ 3 +
1 − sen φ
eq.(19)
cos φ
Círculo a + 2.c.
rb 1 − sen φ
Círculo b
r σ3 −σ1f
ra
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
F= b =
σ1f σ1 σ3 σ
ra σ3 −σ1 eq.(20)
zero Elástico
4.1.
Aplicação das tensões “in situ”
0,5
Vetor de Velocidade em x (10 m/s)
0,0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
-5
-0,5
-1,0
-1,5
-2,0
-2,5
-3,0
-3,5
-4,0 Ponto A Ponto B Ponto C
-4,5
Número de Iterações
1,0
0,0
Vetor de Velocidade em y (10 m/s)
-1,0
-2,0
-3,0
-4,0
-5,0
-6,0 Ponto A Ponto B Ponto C
-7,0
Número de Iterações
4.2.
Influência dos parâmetros geométricos
4.2.1.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
β)
Inclinação do talude (β
FSSG=0,96
β=60o
FSCG=1,58
FSSG=0,80
β=70o
FSCG=1,47
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
FSSG=0,66 β=80o
FSCG=1,22
FSSG=0,57 β=90o
FSCG=1,05
δ h (%H)
-2,0
-3,0
-4,0
-5,0 β=60o
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
-6,0
-7,0
-8,0
β=90o
profundidade (m)
-9,0
β=70o
-10,0
-11,0
-12,0
-13,0
-14,0
-15,0
-16,0
-17,0
-18,0
-19,0
-20,0
-21,0
0,10
0,05
v (%H)
β=80o 0,00
-0,05
β=90o
-0,10
0,25
0,20
0,15
60 graus 70 graus 80 graus 90 graus
0,10
0,05
0,00
Figura 70 - Influência da inclinação do talude (β) nos deslocamentos verticais finais
(L/H=0,57) na base da escavação (pé do talude)
140
F máx. (kN)
0 20 40 60
1
2
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
β = 90
o
Linha de
Grampos
no. 4 o
80
o
70
5
o
60
Figura 71 - Influência da inclinação do talude (β) nos esforços axiais máximos na última
etapa de escavação (L/H=0,57)
H (m)
12,00 6,00 4,00 3,00 2,40 2,00 1,67 1,50
25
20
( N)
15 90 graus 80 graus
Fmáx k
70 graus 60 graus
10
0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
L /H
Figura 72 - Influência da inclinação do talude (β) nos esforços axiais máximos na primeira
linha de grampos (profundidade de 1,50m) nas diversas etapas de escavação
Fmáx. (kN)
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270
01
Linha de Grampos (no.)
02
Fmáx(adm.)=157,8kN
Fesc. aço=245,4kN
03
04
05
06
07
L/H = 4 (Fas e Inicial) L/H = 1 (Fas e Intermediária) L/H = 0,57 (Fas e Final)
Figura 73 - Magnitude das forças axiais máximas desenvolvidas nos grampos em função
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
da profundidade de escavação
4.2.2.
Número de etapas de escavação
Grampos Tirantes
φaço φfuro σaço Eaço Ginjeção qs φaço φfuro σaço Eaço Ttrab
mm mm MPa GPa GPa kPa mm mm MPa GPa tf
25 100 500 205 9,0 63/102 32 100 500 205 10/30
δ h (mm)
-40 -20 0 20 40
0
-1 Localização
a
da 1 linha de
tirantes
-2
-4
-5
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
-6
-7
-8
-9
Localização da
-10 a a
2 e 3 linha de
tirantes
-11
-12
1 fase 8 fases 4 fases 2 fases 6 fases
Regiões de
Plastificação
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
4.2.3.
Espessura da parede
δ h (mm)
-40 -30 -20 -10 0 10
0 Localização
da 1a linha de
h=50mm tirantes
-1
h=100mm
h=20mm -2
h=0 (sem parede)
-3
-5
-6
-7
-8
-9
Localização da
-10 2a e 3a linha de
tirantes
-11
-12
Figura 80 - Influência da espessura da parede nos deslocamentos
horizontais finais na face da escavação
4.2.4.
Condições de contorno e geometria da malha
1 2 3 4 5 6 7 10 1 2 3 4 5 6 7 10
We Be We Be
H=12m H=12m
We = 20m We = 20m
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
(%H)
0,0
-0,1
topo
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Be / H
Apoio livre em y apoio fixo em y
4.3.
Influência da forma de modelagem da parede
50 T T 50 0,20 25 T
Elemento
2D - linear 50 T T 10 0,20 25 T
elástico
50 T T 5 0,20 25 T
δ h (mm)
-6
-9
-12
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
-15
profundidade (m)
-18
-21
-24
-27
-30
-33
-36
-39
-42
-45
elemento de viga (h=50mm)
elemento 2D - Elástico (E=50GPa)
elemento 2D - Elástico (E=10GPa)
elemento 2D - Elástico (E=50MPa)
4.4.
Escavações grampeadas em solo residual
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
4.4.1.
Definição da malha
contornos laterais foram fixados apenas na direção horizontal. Para Be/H > 4,
pode-se adotar este tipo de restrição.
A geometria adotada consistiu em uma malha retangular de 66 elementos
horizontais e 56 elementos verticais. São apresentados nove tipos distintos de
discretização com elementos de 0,50m na horizontal por 2,50m na vertical
seguidos de elementos de 0,50m por 1,50m e 0,50m por 0,50m. A seguir,
elementos de 1,50m x 2,50m, 1,50m x 2,50m, 1,50m x 0,50m e, finalmente,
elementos de 2,50m x 2,50m, 2,50m x 1,50m e 2,50m X 0,50m, conforme mostra
a Figura 84. As alturas de escavação (H) propostas foram de 5m e 10m. Regiões
próximas à escavação apresentaram um refinamento na discretização. Os limites
entre as fronteiras são de 61,0m na horizontal e na vertical. As dimensões finais
do modelo estudado estão apresentadas na Figura 85.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
W e = 10m Be = 51m
H = 5 / 10m
D = 51 / 46m
4.4.2.
Definição dos parâmetros do solo
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
4.5.
Análises
(δ − δ b )
θ = arctg t eq.(21)
H
Os valores positivos de deslocamentos indicam uma movimentação da
parede para dentro da escavação (Figura 86).
159
δt e δb < 0 δt e δb > 0
θ>0
δ t (mm)
-5,0 0,0 5,0 10,0
0
-10
-20
Profundidade (m)
-30
-40
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
-50
8,0
7,5
(mm)
7,0
T
6,5
6,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Sv (m)
H=5m; L=3.5m H=5m; L=4m H=5m; L=6m H=5m; L=12m
20
0
-20
-40
(mm)
-60
-80
T
H=10m; L=6m
-100
H=10m; L=12m
-120
-140
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Sv (m)
0,2
0,1
θ≡0,10%H
0,0
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
θ(graus)
-0,1
-0,2 θ≡-0,30%H
-0,3
-0,4
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Sv (m)
H=10m; L=6m H=10m; L=12m H=5m; L=3.5m
H=5m; L=4m H=5m; L=6m H=5m; L=12m
Ainda na Figura 90, dois pontos se destacam nos resultados para altura
de escavação de 10m: L=6m e Sv=2,0m; L=12m e Sv=3,0m. Estes pontos
mostram rotação significativa da parede na direção da escavação. No caso de
H=10m, L=12m e Sv=3,0m, a rotação de 0,31o corresponde a um deslocamento
no topo de 0,54%H (54mm), enquanto que o valor estimado foi de somente
0,13%H (Tabela 32). Esta diferença, já atribuída à rotação global do conjunto
solo-grampo, não deve ser ignorada quando se avalia a deformabilidade de
estruturas grampeadas. Na prática, as análises concentram-se nos
deslocamentos no topo, admitindo que a rotação da parede ocorra com
deslocamento nulo no pé (δb=0).
164
4.5.1.
Comprimento de grampo variável
5 grampos de 12m/
1,0 var. 0,05 0,03 0,04
5 grampos de 6m
4 grampos de 12m/
1,5 var. 0,05 0,06 0,06
3 grampos de 6m
Espessura da parede:
Resultados apresentados mostram a influência da rigidez da parede nos
deslocamentos horizontais na face da escavação. Paredes com espessura de
10cm e 20cm apresentam valores similares de deslocamentos. O mesmo pode
ser observado para os casos de estruturas sem revestimento ou com paredes de
espessura reduzida.
Sugestões:
Como sugestões para novas pesquisas, são citados alguns estudos
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0025023/CA
importantes:
• Estabelecer critérios de distância para o contorno em escavações
grampeadas que não apresentam uma condição de simetria (ex.: casos
em taludes naturais, vales muito largos);
• Estudar o comportamento tensão-deformação de contenções em solo
grampeado que envolvam outros tipos de solos, com o objetivo de se
correlacionar critérios de projetos L/H e Sv/L para diversos solos;
• Detalhar a influência de diversas configurações de comprimento de
grampo no estudo da deformabilidade da massa de solo grampeado;
• Comparar medições de escavações instrumentadas (caso real) com
previsões usando o programa FLAC;
• Implementar estudos tensão x deformação de escavações
grampeadas em três dimensões (3D);
6.
Referências bibliográficas
BRIAUD, J. L.; LIM, Y. Soil – nailed wall under piled bridge abutment:
simulation and guidelines, Journal of Geotechnical and
Geoenvironmental Engineering, 1997. pp. 1043-1050.
___ . BARR, B. I. G. The analysis and design of soil nails, State of the
art report, Proceedings of the International Reinforced Soil Conference.
Performance of Reinforced Soil Structures, British Geotechnical Society,
edited by A. McGown, K. C. Yeo and K. Z. Andrawes, 1990. London, pp.
249-254.
___ . ___ Soil nailing : application and practice – part II, Ground
Engineering, 1987. 20(1), pp. 21-33.
___ . The first two field tests in the history of soil nailing on nailed
walls pushed to failure. Civil Engineering European Courses,
Renforcement des sols: experiméntations en vraie des annés 80, 1993.
Paris, France, pp. 7-34.
173
___ . ___ . Soil nailing – statical design, Proc. 8th Eur. Conf. Soil Mech.
and Found. Eng, Helsinki, 1983. v. 2, pp. 491-494.
HALL, G. J. The joint use of ballistic soil nailing and reforced soil in
Huddersfield, The Practice of Soil Reinforcing in Europe, Thomas Telford,
1995. London, pp. 227-240.
___ . ___ . Soil nailing: the role of bending stiffness, Author’s reply to
discussion by Bridle and Barr, Ground Engineering, July-August 1990b.
pp. 32-33.
174
LOVE, J. P. Reinforced soil and soil nailing for slopes – Advice Note
HA68/94, The practice of soil reinforced in Europe, Thomas Telford, 1995.
London, pp. 44-53.
___ . ___ . ___ . Optimised design for soil nailed walls, Proceedings of
3rd lnt. Conf. On Ground lmprovement Geosystems, London, T Telford,
1997. pp. 368-374.