Cromaçao e Niquelaçao

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RESPOSTA TÉCNICA – Cromação e niquelação

Cromação e niquelação

Informações sobre os processos de cromação e


niquelação.

Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

Março/2007

Edição atualizada em: 19/4/2013


RESPOSTA TÉCNICA – Cromação e niquelação

Resposta Técnica MACHADO, Allan D. O.


Cromação e niquelação
Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR
13/3/2007
Informações sobre os processos de cromação e niquelação.
Demanda Gostaria de saber mais sobre o processo de cromação e
niquelação.
Assunto Usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais
Palavras-chave Cromação; cromo; galvanização; níquel; niquelação

Atualização Em: 19/4/2013 Por: Elizabeth Martines

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RESPOSTA TÉCNICA – Cromação e niquelação

Solução apresentada

Eletrodeposição

Chama-se eletrodeposição um processo no qual uma camada metálica é depositada


eletroliticamente sobre uma superfície. O objeto, cuja superfície deve ser recoberta com a
camada metálica é imerso num banho eletrolítico (solução) e é o cátodo da célula eletrolítica
(SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, [entre 1997 e
2001]).

Os íons Mn+ presentes no banho são reduzidos no cátodo,


Mn+ + ne M
e recobrem o objeto com uma camada metálica M (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Em eletroquímica:

Eletrodo é um conjunto metal (condutor eletrônico)/solução (condutor iônico) ou


simplesmente pode-se referir a um eletrodo como sendo apenas o metal;
Cátodo é o eletrodo onde ocorre a redução (reação catódica);
Ânodo é o eletrodo onde ocorre a oxidação (reação anódica);
Célula eletroquímica é um conjunto de dois eletrodos (um cátodo e um ânodo) que
estão em contato iônico por meio de uma solução, de uma ponte salina ou de uma
parede porosa (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Processo de eletrodeposição

A finalidade de um processo de eletrodeposição é obter um revestimento que seja aderente


ao substrato (metal base), que tenha as propriedades mecânicas, físicas e químicas
desejadas e que seja reprodutível (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Para recobrir uma superfície metálica com um metal realiza-se uma eletrólise, sendo
necessário fixar as condições de eletrólise como densidade de corrente (ddc), tensão
aplicada (ddp), composição do banho e temperatura (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Modificações nas condições de eletrólise podem fornecer depósitos com propriedades


diferentes. Por isto, as condições vão depender das propriedades do depósito desejado
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

O banho deve ser estável por um longo período para que o depósito seja reprodutível
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

A qualidade do depósito deve ser mantida numa faixa de condição de operação, já que
alguma variação na concentração e na densidade de corrente pode ocorrer periodicamente
durante o uso. Também é importante certa tolerância no banho devido ao manuseio
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

O depósito deve ter uma espessura uniforme sobre todo o objeto. Isto impõe que o potencial
seja o mesmo em todos os pontos da superfície do cátodo, o que nem sempre é possível
quando o objeto a ser recoberto possui uma forma complexa. Esta uniformidade do depósito
pode ser melhorada introduzindo ânodos auxiliares em várias posições no banho, o que
aumenta a densidade de corrente em pontos onde ela é muito baixa (SEBRAE, [entre 1997
e 2001]).

Niquelação

No mundo inteiro é bastante comum revestir produtos de consumo e outros manufaturados


com níquel para aumentar a utilidade, o valor e o apelo de vendas. Exemplificando, o
acabamento decorativo de níquel é liso e, na maioria das aplicações finais, também revela
uma superfície tão nítida quanto a de um espelho. Com o cromo, o acabamento decorativo
de níquel apresenta resistência excepcional à corrosão. Esta combinação – brilho e

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resistência – é o fator chave para utilidade, valor e apelo do produto revestido de níquel
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

A camada de níquel para aplicações de engenharia tende a ter o acabamento liso e fosco,
que aumenta a resistência à corrosão. Frequentemente, a camada é utilizada para aumentar
a resistência ao desgaste da superfície ou modificar as propriedades magnéticas. Em muitos
setores industriais, a camada de níquel para o uso da engenharia aumenta o valor e a
utilidade do equipamento e dos componentes (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

O uso especializado de niquelação para galvanoplastia resulta na produção de ferramentas


e peças que de outra forma seria impossível manufaturar economicamente se utilizasse
métodos tradicionais de produção (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

O uso bem difundido do processo de niquelação para trabalhos decorativos, de engenharia


e de galvanoplastia é o resultado dos avanços na tecnologia de niquelação. Testemunha-se
a evolução na forma como os operadores atendem suas necessidades de materiais ânodos.
Presencia-se o desenvolvimento de formas ativadas de níquel e tipos (formas) diferentes
fabricados durante o processo de refinação (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Os avanços na tecnologia de niquelação decorativa têm sido revolucionários e estimulantes.


Os acabamentos de níquel polidos estão obsoletos e foram substituídos pelo processo de
galvanoplastia que permite depósito esmerado diretamente do banho. Duplas e triplas
camadas de revestimento de níquel com desempenho anticorrosivo superior evoluíram da
camada única brilhante de revestimento. As camadas microfissuradas e microporosas de
cromo eletrodepositadas, avanços relativamente recente, aumentaram expressivamente a
resistência à corrosão de camadas múltiplas de revestimento. A comercialização de
processo sulfamato de níquel acrescentou mais um aspecto para a niquelação (SEBRAE,
[entre 1997 e 2001]).

Estes avanços na tecnologia de niquelação aumentaram a utilidade e o valor do processo,


mas em contrapartida, aumentaram a variedade e complexidade da operação de
niquelação. Mais do que nunca é preciso obter informações técnicas precisas e confiáveis
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Todos os processos de niquelação mostram alguns aspectos fundamentais em comum e


limitam-se por certas leis da natureza que determinam a quantidade de níquel depositado, a
espessura da camada e sua respectiva distribuição (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Processo

Niquelação consiste no depósito de películas de níquel sobre um substrato.

O processo converte o minério de níquel do ânodo em íons de níquel que


penetram o banho de galvanoplastia. Os íons descarregam no cátodo (o
objeto a ser revestido) e produzem uma camada de níquel metálico na
superfície. A deposição de íons de níquel não é a única reação possível,
pois, de fato, uma pequena porcentagem da corrente é dissipada pela
deposição de íons de hidrogênio. Isto reduz o rendimento do depósito de
níquel em aproximadamente 3 a 7%, que potencialmente poderia ser de
100% se toda corrente fosse direcionada para depositar os átomos de
níquel. O hidrogênio depositado forma bolhas de gás de hidrogênio na
superfície do cátodo. Se a concentração de íons de hidrogênio estiver muito
alta no banho (a medida de pH está baixa demais), o grau de evolução do
hidrogênio aumenta e o deposito do níquel diminui (ALTERA, 2009).

Em condições normais, o rendimento da dissolução do níquel no ânodo é


100 por cento, e íons de hidroxila não são depositados. No entanto, caso a
medição de pH for alta, é possível que ocorra o depósito de íons de
hidroxila em vez da dissolução de níquel, e assim, será produzido oxigênio.
O ânodo de níquel torna-se passivo e a dissolução é interrompida e,
portanto, o banho eletrolítico estará com quantidade baixa de íons de
níquel. Certas formas de ânodos de níquel resistem a passivação e suprem

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o banho com íons de níquel dentro de uma faixa ampla de condições de


galvanoplastia (ALTERA, 2009).

Estimando a espessura do revestimento de níquel

A quantidade de níquel que pode ser depositado a qualquer momento determinado é regida
pelas leis da natureza. A quantidade é determinada pelo produto da corrente (ampére) e o
tempo (horas). Nas condições ideais o fluxo de 1 ampére por 1 hora deposita 1,095 gramas
de níquel a 100 por cento de rendimento do cátodo (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Utilizando o peso do depósito é possível estimar a medida média da camada quando é


conhecido o tamanho da área a ser revestida. Por exemplo, se 1,095 gramas de níquel são
depositados num decímetro quadrado de área, a espessura do depósito será 12,29
micrômetros. A espessura média é igual ao peso do níquel dividido pelo produto da área e a
densidade do níquel. É fundamental usar unidades constantes. A densidade do níquel é de
8,907 g/cm3 (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Como uma porcentagem pequena da corrente é dissipada pelo cátodo que descarrega íons
de hidrogênio, o rendimento da deposição do níquel é menor do que 100%. É necessário
levar isso em consideração ao estimar o peso e a espessura do depósito de níquel em
condições reais de galvanoplastia (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Distribuição da corrente e da espessura

A relação entre a distribuição da corrente e da espessura é outro fator básico fundamental.


É desejável aplicar uma camada de níquel uniforme em todas as superfícies importantes
para que possa estimar a vida do produto e satisfazer as especificações niquelação, que
exigem espessura da camada mínima em certas áreas da superfície (SEBRAE, [entre 1997
e 2001]).

Em um banho ideal, o níquel do ânodo se transfere para o cátodo de tal maneira que todas
as partes do cátodo receberão uma camada idêntica, ou seja, uniforme. Porem, isso
raramente acontece (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Todo banho contém resistência elétrica e quase todas as peças a serem revestidas tem
partes e ou pontas que ficam mais perto do ânodo do que as distantes. O fluxo da corrente
do ânodo para a ponta é maior do que o fluxo nas partes distantes. Ou seja, a densidade da
corrente em ampéres por decímetro quadrado é maior nas pontas porque a distancia ânodo-
cátodo é menor e, portanto, apresenta menor resistência do que nas partes distantes
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Cromação

O revestimento com uma leve camada de cromo metálico depositada pelo método galvânico
pode aplicar-se ao ferro, ao aço, ao níquel e também ao ferro fundido. Igualmente pode ser
aplicada ao cobre, ao latão, ao bronze, etc. (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Em alguns casos convém realizar em primeiro lugar a niquelação e, a seguir, a cromagem


que neste caso é mais eficaz (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

O depósito pode ter qualquer espessura até alguns milímetros, o que permite grande
número de aplicações de galvanoplastia (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

A detersão deve ser muito cuidadosa e se possível com o auxílio de solventes voláteis
puros, pelo menos na última passagem (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Pode obter-se um bom depósito eletrolítico sem o aparecimento de pontos e com espessura
conveniente, empregando um eletrólito à base de cromato de crômio (Cr2O3 (CrO3))3,
preparado com 40% de ácido crômico e 30% de óxido de crômio hidratado. Corrente de 3 a
6V e 2-5 A/dm2(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

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O sal de crômio, não cromato, tem ação catalítica e parece ser indispensável (SEBRAE,
[entre 1997 e 2001]).

É preciso que a superfície a cromar seja perfeitamente compacta, caso contrário, ficarão nos
poros vestígios de eletrólito que corroem o metal. Isto refere-se especialmente ao ferro
fundido, que convém revestir primeiramente de níquel (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Os objetos cromado não se prestam em geral para ser soldados, nem são susceptíveis de
serem por sua vez remetalizados com outro metal (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Pode elevar-se a temperatura dos banhos para tornar mais rápida a operação; mas para
obter depósitos brilhantes é preciso trabalhar com banhos mais diluídos. Para o ferro e o
aço pode chegar-se a 45°C, mas em geral, 30-40°C são temperaturas convenientes, até por
prudência, porque durante a cromagem desenvolve-se calor e a temperatura do banho
tende a aumentar (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Pelo contrário, a penetração é melhor com os banhos concentrados. Encontrado o ponto


ótimo de temperatura para um dado banho, é preciso cuidar que ela permaneça constante,
caso contrário o depósito ficará fortemente prejudicado (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Parece que a concentração dos banhos mais conveniente seja da ordem de 30-35° Bé, e
corresponde a um teor de 35 a 50% de ácido crômico (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Os ânodos mais convenientes são os de chumbo. A sua superfície deve ser,


aproximadamente, metade da do cátodo e deve ser colocada a uma distância regular
(SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Em muitos casos convém a existência de ânodos suplementares, com a finalidade de levar


a ação eletrolítica aos pontos mais distantes dos ânodos fixos (SEBRAE, [entre 1997 e
2001]).

Os ânodos de chumbo devem ser periodicamente limpos do cromato de que estão


revestidos. Para obter superfícies brilhantes é necessário efetuar a cromagem após uma
prévia limpeza, porque o crômio pela sua dureza não é atacável pelos abrasivos e seria
difícil proceder posteriormente a sua limpeza (SEBRAE, [entre 1997 e 2001]).

Conclusões e recomendações

O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT já possui, em seu banco de


informações, dossiês e respostas técnicas que tratam sobre cromação e niquelação, os
quais podem complementar as informações aqui prestadas.

Para visualizar esses arquivos, acesse o site <www.respostatecnica.org.br> e realize a


Busca utilizando os códigos das respostas 2048, 12413 e 16916 e o dossiê 134 para
encontrar os arquivos recomendados para leitura.

Fontes consultadas

ALTERA, Francisco de Assis. Desgaste abrasivo de níquel e de liga binária


níquelcobalto eletrodepositados em substrato de cobre. 2009. 99 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Materiais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto.
2009. Disponível em:
<http://www.redemat.ufop.br/arquivos/dissertacoes/2009/desgaste%20abrasivo.pdf>.
Acesso em: 19 abr. 2013.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Base Solicita.


Brasília, DF, [entre 1997 e 2001].

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