Fauna e Flora Baixa
Fauna e Flora Baixa
Fauna e Flora Baixa
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA
Impresso em papel couchê certificado com recursos financeiros: Termo de Compensação Vegetal
(TCV) Decreto Municipal nº 17232/2011
Catalogação na fonte: bibliotecária da SMAM - Carmem Maria Lapolli von Hoonholtz CRB 10º/473
Permitida a reprodução desde que citada a fonte conforme a referência da obra no todo abaixo:
WITT, Patrícia Bernardes Rodrigues (Coord.). Fauna e Flora da Reserva Biológica Lami José
Lutzenberger. Porto Alegre: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2013.
AUTORES
MAMÍFEROS
Marta Elena Fábian - Profa. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS.
André Alberto Witt - Biólogo da Secretaria Estadual da Saúde/RS, Programa de Controle e Profilaxia
da Raiva (DVAS/CEVS), Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Divisão de Vigilância Ambiental.
Patrícia Bernardes Rodrigues Witt - Gestora da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger
(REBIOLJL), SMAM.
Daniel Alexandre Stüpp-de-Souza - Biólogo, mestre em Biologia Animal, Laboratório de
Mastozoologia, Departamento de Zoologia, UFRGS.
RÉPTEIS
Márcio Borges-Martins - Prof. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS.
Martin Schossler - Biólogo, Pesquisador colaborador, Laboratório de Herpetologia, Instituto de
Biociências, UFRGS.
Laura Verrastro - Profa. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS.
Clóvis de Souza Bujes - Biólogo, Coordenador Geral da ONG Projeto Chelonia: Biologia, Manejo
e Conservação de Anfíbios e Répteis.
Roberto Baptista de Oliveira - Biólogo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Prefeitura
Municipal de Balneário Pinhal, Balneário Pinhal, RS, Brasil.
Morgana Mosena - Bióloga, Laboratório de Ecofisiologia Vegetal, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS.
ANFÍBIOS
Luis Fernando Marin da Fonte - Biólogo, Pesquisador colaborador, Laboratório de Herpetologia,
Instituto de Biociências, UFRGS.
Caroline Zank - Bióloga, Pesquisadora colaboradora, Laboratório de Herpetologia, Instituto de
Biociências, UFRGS.
Gabriele Volkmer - Bióloga, Pesquisadora colaboradora, Laboratório de Herpetologia, Instituto
de Biociências, UFRGS.
Luciana Ardenghi Fusinatto - Bióloga, Doutoranda do Departamento de Ecologia, Instituto de
Biologia Roberto Alcântara Gomes, UERJ.
Marcelo Duarte Freire - Biólogo, CRBio 34692-03.
Patrick Colombo - Biólogo, Pós-Doutorando do Programa de Pós Graduação em Biologia
Aquática Continental, FURG.
PEIXES
Luiz R. Malabarba - Prof. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS.
Clarice B. Fialho - Profa. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS.
Vinicius A. Bertaco - Biólogo, Museu de Ciências Naturais, Laboratório de Ictiologia, Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZBRS).
Fernando R. Carvalho - Biólogo, pós-doutorando do Instituto de Biociências, Letras e Ciências
Exatas (IBILCE), UNESP, São José do Rio Preto, SP.
Ana Paula S. Dufech - Bióloga, Pesquisadora colaboradora, Laboratório de Ictiologia,
Departamento de Zoologia, UFRGS.
Juliano Ferrer - Biólogo, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal,
Departamento de Zoologia, UFRGS.
Julia Giora - Bióloga, pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal,
Departamento de Zoologia, UFRGS.
AVES
Iury de Almeida Accordi - Biólogo, doutor em Ecologia.
FLORA
VEGETAÇÃO E FLORA VASCULAR
Cláudio Augusto Mondin - Prof. Departamento de Biodiversidade e Ecologia, PUCRS.
Pedro Joel Silva da Silva Filho - Programa de Pós-Graduação em Botânica, UFRGS
Auxiliares de Campo: Eric Hermann, Vínícius Lorini da Costa e Alexandre Martins, acadêmicos
do Curso de Ciências Biológicas, PUCRS.
ESTUDOS POLÍNICOS
Soraia Girardi Bauermann - Profa. do Curso de Ciências Biológicas, Laboratório de Palinologia,
ULBRA.
Eduardo Magalhães - Biólogo, Laboratório de Palinologia, ULBRA
COLABORADORES
Carmem M. L. von Hoonholtz (adequação da publicação de acordo com a Associação Brasileira
de Normas Técnicas(ABNT) bibliotecária CRB 10º/473 – mat. nº. 09072.7, Centro de Educação
e Informação Ambiental(CEI) Equipe de Bibliotecas (EBIB) - SMAM
Cândida M. Johann (auxilio na compilação de referências) estagiária de Biblioteconomia
matrícula. nº112699.7.
Mônica Baldauf (orientações quanto às normas gerais de comunicação da Prefeitura Municipal),
servidora, matrícula nº 33638.8, coordenadora, Coordenação de Eventos - SMAM
Agradecimentos
Para a realização desta importante obra, contamos com a colaboração e a dedicação de vários
profissionais, os quais tornaram possível este trabalho, com sua imensa dedicação.
Gostaria de agradecer aos autores e seus colaboradores e aos co- autores pelo empenho na compilação
de dados das pesquisas realizadas na Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger. Um agradecimento
especial aos autores, Professor Luiz Roberto Malabarba e a sua equipe, destacando a importância
das atividades de campo realizadas, que proporcionaram a identificação de espécies da ictiofauna
sazonais na Unidade de Conservação.
À professora Marta Elena Fábian e ao Biólogo André Alberto Witt, Mastozoólogos, pela dedicação
na realização do capítulo sobre Mamíferos da Reserva, em especial ao apoio às saídas de campo para
as atividades de monitoramento com armadilhamento fotográfico, trabalho desenvolvido ao longo
dos últimos dois anos, e ainda, pelas pesquisas sobre Chirópteros, inéditas, uma vez que não havia
estudos sobre morcegos na Unidade de Conservação.
Ao Biólogo Márcio Borges Martins e sua equipe, pela elaboração no Capítulo de Répteis, assim
como aos autores que elaboraram o capítulo de Anfíbios, pois várias pesquisas foram realizadas na
Reserva Biológica do Lami. Especial atenção ao trabalho do Biólogo Luis Fernando Marin da Fonte,
pelo empenho na construção deste capitulo, bem como aos demais autores.
Meu agradecimento ao professor Cláudio Augusto Mondin pelo trabalho desempenhado em campo nesta
Unidade de Conservação, para obtenção de dados que enriqueceram o capítulo de Flora do livro, assim como
aos demais colaboradores, com as contribuições que complementam o capitulo da Flora, proporcionadas pelos
estudos de pesquisa científica realizadas na Reserva Biológica do Lami sobre estudos Polínicos, importantes
resultados em termos de pesquisa evolutiva, orientados pela Bióloga Soraia Girardi Bauermann.
Agradeço ao Ornitólogo Iury de Almeida Accordi pela elaboração do capítulo sobre aves
enriquecendo informações sobre a avifauna da Reserva Biológica e região.
À Dra Annelise Monteiro Steigleder, promotora de Justiça, pelo acompanhamento da Gestão da Reserva
Biológica do Lami, desde a elaboração do Plano Manejo, publicado no ano de 2008, assim como pela preocupação
e empenho para que esta Unidade de Conservação cumpra efetivamente seus objetivos de Conservação.
Meu reconhecimento e considerações aos colegas da SMAM que se dedicaram e se empenharam para
os trâmites que garantiram a publicação desta obra científica, em especial à equipe de Bibliotecas,
coordenada por Carmen M.Lapoll Von Hoonholtz e à equipe de Eventos, coordenada por Mônica Baldauf
e à estagiária Karina Almeida, assim como o setor de comunicação em especial á Aline Czarnobay.
Importante reconhecer a atenção especial do Secretário Municipal do Meio Ambiente, Luiz
Fernando Záchia, e Supervisor do Meio Ambiente da SMAM, Mauro Gomes de Moura, pelo
entendimento e apoio à realização desta importante obra científica, inédita, oportunizando a
sociedade, órgãos públicos e comunidade científica, o conhecimento da riqueza biológica de flora e
fauna que abriga esta valorosa Unidade de Conservação da Natureza em Porto Alegre.
É preciso conhecer para amar. Amar para proteger. Foi pensando nisso e, certamente, movida
por um grande amor pela biodiversidade da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, que
a Bióloga Patrícia Witt, Gestora desta Unidade de Conservação, organizou o presente livro, onde
reuniu os estudos mais representativos de pesquisadores sobre a fauna e a flora nativas desta
região de Porto Alegre.
O livro, em cada um dos seus capítulos, oferece uma profunda pesquisa sobre a flora, a
ictiofauna, a avifauna, os mamíferos, os anfíbios e os répteis da Reserva Biológica do Lami,
evidenciando a riqueza dos atributos biológicos da região e, com isso, comprovando as razões
pelas quais a Unidade de Conservação mereceu ser criada, no ano de 1975, em uma área de
204 hectares, com o objetivo de assegurar a proteção integral da biodiversidade, vedando-se
todo e qualquer uso direto e admitindo-se, exclusivamente, atividades de conservação, educação
ambiental e pesquisa científica.
Ao longo destes anos em minhas atividades junto à Promotoria de Justiça de Defesa do Meio
Ambiente, tive inúmeras oportunidades de convívio com a Bióloga Patrícia Witt, e pude testemunhar
o seu esforço grandioso e abnegado por tornar a Reserva Biológica do Lami um espaço de
efetiva proteção ambiental. Diversas conquistas foram consolidadas: a elaboração do Plano de
Manejo aprovado e publicado no ano de 2008, a reforma das instalações físicas, criando-se um
Centro de Educação Ambiental, que leva o nome de um grande ambientalista Augusto Carneiro,
as atividades do Programa de Educação Ambiental, a criação do Conselho Consultivo, os
convênios com as Universidades e outras instituições de pesquisa, a fiscalização com qualificação
para a Unidade tendo como objetivo a salvaguarda dos atributos naturais legalmente protegidos
para coibição dos crimes Ambientais.
Agora, este livro que, certamente, coroa este processo de reconhecimento público da
importância da Reserva Biológica, permitindo a difusão do conhecimento sobre esta
biodiversidade única de Porto Alegre e deixando em aberto para as gerações futuras novas
responsabilidades em termos de preservação ambiental.
Parabenizo também a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMAM pelo apoio à publicação
da obra, com o que demonstra seu real comprometimento com a salvaguarda desta Unidade de
Conservação, eis que os conhecimentos sobre a fauna e a flora da área e sobre a forma como
são impactadas, certamente, influenciarão os processos decisórios sobre a gestão ambiental da
cidade de Porto Alegre.
RÉPTEIS ............................................................................................................................................ 61
ESPÉCIES DE RÉPTEIS REGISTRADAS NA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ
LUTZENBERGER E ARREDORES ...................................................................................................... 67
SQUAMATA - COBRAS-CEGAS OU COBRAS-DE-DUAS-CABEÇAS ..................................... 68
Família Amphisbaenidae .................................................................................................................... 68
Amphisbaena trachura Cope, 1885 .............................................................................................. 68
SQUAMATA - LAGARTOS ................................................................................................................. 68
Família Anguidae ................................................................................................................................. 68
Ophiodes fragilis (Raddi, 1820) ..................................................................................................... 68
Família Teiidae .................................................................................................................................... 69
Teius oculatus (D’Orbigny & Bibron, 1837) ................................................................................. 69
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) ........................................................................ 69
SQUAMATA - SERPENTES .............................................................................................................. 70
Família Colubridae .............................................................................................................................. 70
Chironius bicarinatus (Wied, 1820) .............................................................................................. 70
Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820) ........................................................................................ 71
Família Dipsadidae ............................................................................................................................. 71
Atractus reticulatus (Boulenger, 1885) .......................................................................................... 71
Helicops infrataeniatus (Jan, 1865) .............................................................................................. 72
Lygophis anomalus (Günther, 1858) ............................................................................................. 72
Erythrolamprus jaegeri (Günther, 1858) ........................................................................................ 73
Erythrolamprus semiaureus (Cope, 1862) .................................................................................. 73
Erythrolamprus poecilogyrus (Wied, 1825) ................................................................................. 74
Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron & Duméril, 1854 ............................................................ 75
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) ....................................................................................... 76
Philodryas patagoniensis (Girard, 1858) ..................................................................................... 76
Sibynomorphus aff. neuwiedi (Ihering, 1911) ............................................................................... 77
Sibynomorphus ventrimaculatus (Boulenger, 1885) .................................................................. 78
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860) ................................................................................. 78
Thamnodynastes strigatus (Günther, 1858) ................................................................................. 79
Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 ................................................................ 79
Xenodon dorbignyi Duméril, Bibron & Duméril, 1854 ............................................................... 80
Xenodon merremii (Wagler, 1824) ................................................................................................ 80
Família Elapidae ................................................................................................................................. 81
Micrurus altirostris (Cope, 1860) ................................................................................................... 81
Família Viperidae ................................................................................................................................ 82
Bothrops alternatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 ................................................................. 82
Bothrops jararaca (Wied, 1824) ..................................................................................................... 82
Bothrops pubescens (Cope, 1870) ............................................................................................... 83
TARTARUGAS E CÁGADOS ............................................................................................................ 84
Família Chelidae ................................................................................................................................. 84
Phrynops hilarii (Duméril & Bibron, 1835) ................................................................................... 84
Família Emydidae ............................................................................................................................... 85
Trachemys dorbigni (Duméril & Bibron, 1835) ........................................................................... 85
JACARÉS .............................................................................................................................................. 86
Família Alligatoridae ........................................................................................................................... 86
Caiman latirostris (Daudin, 1802) .................................................................................................. 86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 87
ANFÍBIOS ......................................................................................................................................... 93
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
ANFÍBIOS DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER ................................ 95
Classe AMPHIBIA .................................................................................................................................. 97
Ordem ANURA ..................................................................................................................................... 97
Família Bufonidae ............................................................................................................................... 97
Rhinella dorbignyi (Duméril & Bibron, 1841) .............................................................................. 97
Família Cycloramphidae ..................................................................................................................... 98
Odontophrynus americanus (Duméril & Bibron, 1841) ............................................................. 98
Família Hylidae .................................................................................................................................... 98
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) ...................................................................................... 98
Dendropsophus sanborni (Schmidt, 1944) .................................................................................. 100
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) ....................................................................................... 101
Hypsiboas pulchellus (Duméril & Bibron, 1841) ........................................................................ 102
Pseudis minuta Günther, 1858 ....................................................................................................... 103
Scinax tymbamirim Nunes, Kwet and Pombal, 2012 ................................................................ 105
Scinax berthae (Barrio, 1962) ........................................................................................................ 106
Scinax fuscovarius (Lutz, 1925) ................................................................................................... 107
Scinax granulatus (Peters, 1871) .................................................................................................. 108
Scinax squalirostris (Lutz, 1925) .................................................................................................... 109
Família Leiuperidae ............................................................................................................................ 110
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) ......................................................................................... 110
Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883) ...................................................................................... 111
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) .................................................................................. 112
Família Leptodactylidae ..................................................................................................................... 113
Leptodactylus gracilis (Duméril & Bibron, 1840) ........................................................................ 113
Leptodactylus latinasus Jiménez de la Espada, 1875 .............................................................. 113
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) ............................................................................................ 114
Família Microhylidae ........................................................................................................................... 116
Elachistocleis bicolor (Guérin-Méneville, 1838) ........................................................................... 116
ESPÉCIES COM OCORRÊNCIA POTENCIAL NA REBIOLJL ................................................ 117
Ordem GYMNOPHIONA ..................................................................................................................... 117
Família Caeciliidae ............................................................................................................................. 117
Chthonerpeton indistinctum (Reinhardt and Lütken, 1862) ....................................................... 117
Ordem ANURA ..................................................................................................................................... 118
Família Bufonidae ............................................................................................................................... 118
Rhinella arenarum (Hensel, 1867) ................................................................................................ 118
Rhinella fernandezae (Gallardo, 1957) ......................................................................................... 119
Rhinella icterica (Spix, 1824) ......................................................................................................... 119
Rhinella henseli (Lutz, 1934) ........................................................................................................ 120
Melanophryniscus pachyrhynus (Miranda-Ribeiro, 1920) ......................................................... 121
Família Cycloramphidae ..................................................................................................................... 122
Odontophrynus maisuma Rosset, 2008 ....................................................................................... 122
Família Hylidae .................................................................................................................................... 122
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) ................................................................................... 122
Phyllomedusa iheringii Boulenger, 1885 ..................................................................................... 123
Scinax nasicus (Cope, 1862) ......................................................................................................... 124
Scinax uruguayus (Schmidt, 1944) ............................................................................................... 125
Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867) ............................................................................. 126
Família Leiuperidae ............................................................................................................................ 127
Physalaemus biligonigerus (Cope, 1861) ................................................................................... 127
Physalaemus henselii (Peters, 1872) .......................................................................................... 127
Physalaemus lisei Braun and Braun, 1977 ................................................................................. 128
Família Leptodactylidae ..................................................................................................................... 129
Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) ............................................................................. 129
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) ....................................................................................... 130
Família Ranidae .................................................................................................................................. 130
Lithobates catesbeianus (Shaw, 1802) ......................................................................................... 130
LISTA DE ANFÍBIOS DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE ....................................................... 130
CRÉDITOS E LOCAIS DE PROCEDÊNCIA DAS FOTOGRAFIAS ............................................... 135
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 136
PEIXES ............................................................................................................................................ 145
Ordem CHARACIFORMES ............................................................................................................... 150
Família Acestrorhynchidae ................................................................................................................. 150
Acestrorhynchus pantaneiro Menezes, 1992 ............................................................................... 150
Família Characidae .............................................................................................................................. 151
Aphyocharax anisitsi (Eigenmann & Kennedy, 1903) ................................................................ 151
Astyanax eigenmanniorum (Cope, 1894) ..................................................................................... 151
Astyanax aff. fasciatus (Cuvier, 1819) ........................................................................................... 152
Astyanax jacuhiensis (Cope, 1894) .............................................................................................. 152
Charax stenopterus (Cope, 1894) ................................................................................................. 153
Cheirodon ibicuhiensis Eigenmann, 1915 .................................................................................... 153
Cheirodon interruptus (Jenyns, 1842) ........................................................................................... 154
Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870) ......................................................................................... 154
Hyphessobrycon boulengeri (Eigenmann, 1907) ........................................................................ 155
Hyphessobrycon igneus Miquelarena, Menni, Lopez & Casciotta, 1980 ............................... 155
Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) .............................................................................. 156
Hyphessobrycon meridionalis Ringuelet, Miquelarena & Menni, 1978 ................................... 156
Oligosarcus jenynsii (Günther, 1864) ............................................................................................ 157
Oligosarcus robustus Menezes, 1969 ........................................................................................... 157
Pseudocorynopoma doriae Perugia, 1891 ................................................................................... 158
Serrapinnus calliurus (Boulenger, 1900) .........................................................................................158
Família Crenuchidae ........................................................................................................................... 159
Characidium rachovii Regan, 1913 ............................................................................................. 159
Família Curimatidae ............................................................................................................................ 159
Cyphocharax spilotus (Vari, 1987) ................................................................................................ 159
Cyphocharax voga (Hensel, 1870) ................................................................................................ 160
Família Erythrinidae ........................................................................................................................... 160
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) ............................................................................................... 160
Ordem SILURIFORMES ..................................................................................................................... 161
Família Aspredinidae .......................................................................................................................... 161
Pseudobunocephalus iheringii (Boulenger, 1891) ...................................................................... 161
Família Callichthyidae ......................................................................................................................... 161
Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758) ...................................................................................... 161
Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) ............................................................................................... 162
Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) ....................................................................................... 162
Família Heptapteridae ........................................................................................................................ 163
Pimelodella australis Eigenmann, 1917 ....................................................................................... 163
Rhamdia aff. quelen (Quoy & Gaimard, 1824) ........................................................................... 163
Família LORICARIIDAE ...................................................................................................................... 164
Hisonotus laevior Cope, 1894 ....................................................................................................... 164
Hisonotus leucofrenatus (Miranda-Ribeiro, 1908) ...................................................................... 164
Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 ........................................................................... 165
Loricariichthys anus Valenciennes, 1836 ..................................................................................... 165
Rineloricaria cadeae (Hensel, 1868) ............................................................................................ 166
Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) ........................................................................................... 166
Família Pimelodidae ........................................................................................................................... 166
Parapimelodus nigribarbis (Boulenger, 1889) ............................................................................. 167
Pimelodus pintado Azpelicueta, Lundberg & Loureiro, 2008 ................................................... 167
Família Trichomycteridae ................................................................................................................... 167
Homodiaetus anisitsi Eigenmann & Ward, 1907 ........................................................................ 168
Ordem GYMNOTIFORMES ................................................................................................................ 168
Família Gymnotidae ............................................................................................................................ 168
Gymnotus aff. carapo Linnaeus, 1758 .......................................................................................... 168
Família Hypopomidae ......................................................................................................................... 169
Brachyhypopomus draco Giora, Malabarba & Crampton, 2008 ............................................. 169
Brachyhypopomus gauderio Giora & Malabarba, 2009 ........................................................... 169
Ordem SYNBRANCHIFORMES ....................................................................................................... 170
Família Synbranchidae ....................................................................................................................... 170
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 ........................................................................................ 170
Ordem CYPRINODONTIFORMES ................................................................................................... 171
Família Anablepidae ........................................................................................................................... 171
Jenynsia multidentata (Jenyns, 1842) .......................................................................................... 171
Família Poeciliidae ............................................................................................................................. 171
Phalloceros caudimaculatus (Hensel, 1868) ............................................................................... 172
Família Rivulidae................................................................................................................................... 172
Cynopoecilus nigrovittatus Costa, 2002 ...................................................................................... 172
Ordem LABRIFORMES ...................................................................................................................... 173
Família Cichlidae ................................................................................................................................. 173
Australoheros acaroides (Hensel, 1870) ...................................................................................... 173
Cichlasoma portalegrense (Hensel, 1870) .................................................................................. 174
Crenicichla lepidota Heckel, 1840 ................................................................................................ 174
Crenicichla punctata Hensel, 1870 ............................................................................................... 174
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) ..................................................................... 175
Gymnogeophagus gymnogenys (Hensel, 1870) ........................................................................ 175
Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870) .............................................................................. 176
Ordem PERCIFORMES ..................................................................................................................... 176
Família Sciaenidae ............................................................................................................................. 176
Pachyurus bonariensis Steindachner, 1879 ................................................................................. 177
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 178
25
26
28
MAMÍFEROS DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI
JOSÉ LUTZENBERGER
Marta Elena Fabián1, André Alberto Witt2, Patrícia Bernardes Rodrigues Witt3,
Daniel Alexandre Stüpp-de-Souza4
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Porto Alegre, RS, Brasil.
2
Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Porto Alegre, RS, Brasil.
3
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal do Meio Ambiente(SMAM) - Reserva Biológica do Lami José
Lutzemberger, Porto Alegre, RS, Brasil.
4
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Departamento de Zoolo-
gia, Instituto de Biociências, Porto Alegre, RS, Brasil.
29
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Distribuição: Espécie cuja distribuição geográfica Biologia: É uma espécie de hábitos crepusculares
de estende do sul da Bolívia, passando pelo leste e noturnos, com alimentação onívora, o que
e centro-oeste do Brasil, Paraguai, Uruguai até o aumenta sua capacidade de sobrevivência. Sua
norte e centro da Argentina (LEMOS; dieta é composta de roedores, aves, anfíbios,
CERQUEIRA, 2002). lagartos, insetos, crustáceos e frutos (SILVA, 1994;
EISENBERG; REDFORD, 1999; NOWAK, 1999;
Características: Apresenta porte médio, com ACHAVAL et al., 2007). Eventualmente predam
comprimento entre 60 e 90 cm e peso que pode aves domésticas (LANGE; JABLOSKI, 1998), o que
chegar a 2,75 kg (SILVA 1994; EMMONS; FEER causa infortúnios aos criadores de aves. São
1997; EISENBERG; REDFORD, 1999). Apesar da mamíferos solitários, à exceção da época
grande variação individual, a coloração é em geral reprodutiva (ROSSI et al., 2006). Vivem em
grisalha, padrão esse estabelecido pela presença capoeiras, matas, banhados, capões, lavouras
de pelos albos misturados à pelagem de fundo próximas a árvores e chegam até mesmo a
negra. A cabeça é grande e dotada de três listras conviver com populações humanas em cidades
pretas. As orelhas são branco-rosadas, daí o nome ou na zona rural. Possuem adaptações nas
popular da espécie, e pretas na base. Seus olhos extremidades dos membros que lhes permitem
arredondados e o rostro alongado conferem à trepar e andar sobre árvores. Durante esses
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Dasypus. Não apresentam dentes incisivos nem garras. Seu tamanho corporal é o menor entre as
caninos. Os dentes têm formato simples, são espécies de Dasypus, no entanto suas orelhas são
semelhantes entre si e não apresentam proporcionalmente longas.
esmalte. As patas são curtas, com quatro dedos
em cada um dos membros anteriores e cinco Biologia: Segundo Wetzel (1985) pode ocupar áreas
nos membros posteriores, todos munidos de florestadas, campos e áreas de cerrado. Eisenberg
fortes garras para escavação. e Redford (1999) refere que no sudeste do Brasil a
espécie dá preferência a matas de galeria.
Biologia: Dados sobre percentuais de itens
alimentares apresentam pequena variação de Ameaça: Não está relacionada como espécie
localidade para localidade (BREECE; DUSI, 1985; ameaçada (IUCN 2010).
REDFORD, 1985), porém, em todos os casos
estudados há predominância de itens de origem ORDEM PRIMATES
animal (90 a 93%), sendo os insetos e outros Família Atelidae
artrópodes os mais frequentes e os vertebrados Alouatta guariba (Humboldt, 1812)
representando em torno de 2% da dieta. O item Bugio-ruivo
relativo a material vegetal pode representar até 7% Figura 2
da dieta. Segundo Breece e Dusi (1985) e Redford
(1985), os animais consumidos apresentam corpo Distribuição: Espécie característica da Mata
mole o que não requer muita mastigação. As fêmeas Atlântica (BICCA-MARQUES et al,. 2006), se
podem apresentar diapausa embrionária. Geralmente distribui desde o Rio de Janeiro até a província de
apresentam poliembrionia, como nascimento de Missiones na Argentina (AURICCHIO, 1995).
quatro filhotes idênticos, provenientes de um único
óvulo, sendo todos do mesmo sexo (NOWAK, 1990). Características: Os bugios são primatas de
tamanho médio, que podem medir até 1,8 m de
Ameaça: Não está relacionada como espécie comprimento total e pesar até 9 kg (SILVA, 1994).
ameaçada (IUCN 2010). No Brasil e no RS não Há um marcado dimorfismo sexual, com machos
consta das listas de espécies ameaçadas de adultos sendo normalmente mais pesados do que
extinção. fêmeas adultas (ROWE, 1996). Tal dimorfismo
também é marcante em relação ao osso hióide
Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 (CROCKETT; EISENBERG, 1987), estrutura que
Tatuí atua como uma caixa de ressonância, permitindo
que os bugios emitam sons roucos e fortes, muitas
Distribuição: Seu limite norte de distribuição é vezes ouvidos a quilômetros de distância (SILVA,
o sul da Região Amazônica e seu limite sul é o 1994), daí o seu nome popular em inglês howler
norte da Argentina, Bolívia, Paraguai e o Rio monkey – macaco-uivador (BICCA-MARQUES et
Grande do Sul (WILSON; REEDER, 2005). No al., 2006). Sua pelagem é longa e de coloração
Brasil, está representada nos biomas Amazônia, variável de acordo com a idade ou características
Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e individuais (SILVA, 1994). Os machos tem o pêlo
Campos Sulinos (FONSECA et al., 1996). em tonalidades de marrom-escuro a avermelhado,
podendo apresentar manchas douradas. As
Características: A medida de comprimento de fêmeas, por sua vez, tem o pelo caracteristicamente
cabeça e corpo é, em média, de 265 mm e a cauda mais escuro do que os machos, variando entre
mede aproximadamente 147 mm. A medida da marrom-avermelhado e negro (SILVA, 1994;
cauda não é confiável já que frequentemente estes AURICCHIO, 1995).
tatus podem perder parte de sua extremidade A
carapaça apresenta de seis a sete cintas móveis Biologia: São animais sociais que vivem em
dorsalmente e o corpo é recoberto por escudos pequenos grupos, com até 15 indivíduos
(WETZEL, 1985). Como em D. novemcinctus, (AURICCHIO, 1995), constituídos de indivíduos de
apresenta quatro dedos nos membros anteriores ambos os sexos e várias idades, mas sempre
e cinco nos posteriores, todos providos de fortes chefiados por um macho adulto. Habitam o topo
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Esta espécie era considerada como uma Distribuição: Ocorre no leste do Paraguai,
subespécie de Akodon cursor, no entanto nordeste da Argentina, Uruguai e Brasil – do Espírito
Christoff (1991) através de estudos genéticos Santo ao Rio Grande do Sul.
propôs a elevação ao nível de espécie. As duas
espécies são crípticas, mas com cariótipos Características: É uma espécie de roedor
diferentes. A. montensis apresenta padrão tamanho médio; o comprimento cabeça-corpo
consistente de diferenciação com o modelo varia de 167 a 211 mm e sua cauda de 183-214
“isolamento por distância” (GEISER et al., 2001). mm (OLIVEIRA; BONVICINO, 2006), com
A espécie é excelente dispersora de sementes escamas e pelos esparsos; os pés são grandes e
de Piper solmisianum (HORN et al., 2007) com membranas interdigitais (EINSENBERG;
REDFORD, 1999). Coloração dorsal avermelhada
Ameaça: Não é considerada espécie ameaçada. ou marrom, de acordo com a região, região ventral
branca amarelada, bem diferenciado do resto do
Nectomys squamipes (Brants, 1827) corpo (MARES et al., 1989). Segundo molar
Rato-d’água superior menor que o terceiro; palato com crista
transversal entre os terceiros molares superiores;
Distribuição: Brasil - de Pernambuco ao Rio o bordo anterior da placa zigomática situado na
Grande do Sul, nordeste da Argentina e leste do frente do ponto médio do diastema (MASSOIA;
Paraguai (WILSON; REEDER, 2005). FORNES, 1969).
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Os dedos são unidos na base por membrana esbranquiçada (XIMENEZ, 1980). As patas
interdigital, uma adaptação ao nado. O terceiro anteriores apresentam quatro dígitos e as
molar é muito maior que os outros dois. Os posteriores três
molares apresentam marcadas lamelas
transversais. A pelagem é longa e grossa e a Habitat: Apresenta hábitos terrestres. Utilizam
coloração do pêlo é marrom, com tons bordas de mata, matas de galeria, campos
avermelhados no dorso e mais claros no ventre. úmidos e campo limpo (OLIVEIRA; BONVICINO,
Os machos adultos apresentam um 2006)
entumescimento glandular na porção superior do
focinho, de coloração escura e brilhante, Biologia: Em cativeiro, a gestação é de 62 dias.
desprovido de pêlos que utilizam para demarcar O número de filhotes varia de um a seis (ACHAVAL
território (EISENBERG; REDFORD, 1999; et al., 2007). No Uruguai a estação reprodutiva
OLIVEIRA; BONVICINO 2006; ALHO, 1986; inicia em setembro e se estende até abril ou maio.
MONES; OJASTI, 1986). A reprodução ocorre entre o período de setembro
a abril/maio GÓMEZ VILLAFAÑE ET AL., 2005;
Habitat: Vive em variados ambientes como matas ACHAVAL et al., 2007). Segundo Moojen (1952) os
ciliares e savanas sazonalmente inundáveis, em ninhos são construídos em moitas de gramíneas
geral, próximo a corpos de água. e as fêmeas têm duas ninhadas por ano.
Biologia: Tem hábitos semiaquático. O Ameaça: Segundo IUCN, é espécie com baixo risco
comportamento é gregário. Formam grupos com de ameaça.
indivíduos de idades variadas. Segundo
Schneider e Menegheti (1997) em observações Família Ctenomyidae
efetuadas na Estação Ecológica de Aracuri, RS, Ctenomys lami Freitas, 2001
o tamanho dos grupos oscilou em torno de dez Tuco-tuco
indivíduos. O grupo maior observado pelos
autores foi de um macho adulto, duas fêmeas Distribuição: Rio Grande do Sul, Coxilha das
adultas, um subadulto, quatro juvenis e sete Lombas, nordeste do lago Guaíba, área que se
infantes. A reprodução ocorre ao longo de todo o limita a nordeste com o Banhado dos Pachecos
ano e a média de filhotes por fêmea é quatro. e a sudeste com o Banhado dos Touros.
São herbívoros e sua dieta é composta
principalmente por gramíneas e vegetação Características: Roedor fossorial, de tamanho
aquática, além de flores, frutos e sementes médio, apresenta comprimento total variando de
(Alho, 1986; Mones e Ojasti, 1986; Eisenberg e 231 a 310 mm e cauda 67-92 mm. A pelagem
Redford, 1999; Gómez Villafañe et al., 2005). dorsal é marrom escura. Os pêlos individualmente
são cinza escuros na base e marrons na
Ameaça: Segundo IUCN é espécie com baixo extremidade distal. A coloração ventral é mais clara.
risco de ameaça. O peso varia entre 170 e 307 g. A mandíbula
apresenta processo coronóide longo e estreito; o
Cavia aperea Erxleben, 1777 côndilo mandibular é bem desenvolvido e o
Preá processo angular mais largo. Apresenta quatro
dentes molariformes e um par de incisivos de
Distribuição: A espécie apresenta distribuição coloração alaranjada. O terceiro molar é bem
disjunta ocorrendo na Colômbia, Equador reduzido. O cariótipo é 2n = 54, 55, 56, 57 e 58
Venezuela, Guianas, Peru, Bolívia, Paraguai, Brasil, (FREITAS, 2001).
norte da Argentina e Uruguai.
Biologia: Habita campos arenosos. Foram
Características: Apresenta comprimento total observadas fêmeas prenhes de junho a dezembro.
320 mm. A região dorsal da cabeça e o dorso do
corpo são de coloração amarelada misturada Ameaça: Não consta na categoria de ameaçada
com preto a região ventral do corpo é pardo- (IUCN 2010).
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reconhecidos pelas manchas e aspecto das fezes, quase todo o território nacional, à exceção dos
sanguinolentas e de cor negra que exalam um cheiro estados de Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe
típico. Devido ao hábito hematófago, é uma espécie e Tocantins (Tavares et al., no prelo).
economicamente importante, ocasionando,
eventualmente, perdas a criações de herbívoros, Características: Apresenta rostro e língua
principalmente bovinos. (GREENHALL et al., 1989; compridos, relacionados ao hábito alimentar e folha
AGUIAR, 2007). Na saliva pode ser encontrada uma nasal grande bem desenvolvida. Tem tamanho
substância anticoagulante, mediante a qual alguns intermediário, com comprimento total variando
medicamentos para uso humano tem sido entre 45 e 61 mm e antebraço variável entre 32 e
desenvolvidos. 40 mm (TADDEI 1975; ALVAREZ et al., 1991; REID
1997; EISENBERG E REDFORD, 1999). A espécie
Ameaça: É uma espécie de baixo risco de extinção é caracterizada por uma marcada variação
e com populações estáveis, segundo a IUCN geográfica de tamanho, sendo as populações da
(2010). Não é listada pela CITES (2006). Não América do Sul menores do que as da América
consta das listas de espécies ameaçadas de Central e daquelas localizadas a oeste dos Andes
extinção brasileira e gaúcha. (WEBSTER, 1993).
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apenas um filhote por parto (BREDT et al., 1998). A um tufo de pelos de coloração laranja-vivo na altura
ampla distribuição da espécie, o fato de ser dos ombros (SILVA, 1994; ZORTÉA, 2007). É uma
recorrentemente coletada em inventários de fauna se espécie de porte médio, com antebraço variando
deve à sua capacidade de ocupar uma grande entre 37 e 44 mm e peso entre 12 e 22 g (SILVA,
variedade de abrigos (NOGUEIRA et al. 2007). 1994). Apresenta uma folha nasal distinta, pequena,
Normalmente são encontrados em lugares úmidos e porém larga. Sua membra interfenural é reduzida e
escuros (SILVA, 1994). dotada de pelos entre os membros posteriores.
Possui olhos são grandes e o lábio inferior tem
Ameaça: É uma espécie de baixo risco de extinção verrugas organizadas em meia-lua (GANNON et al.,
e que possui status populacional considerado estável 1989; SILVA 1994; ZORTÉA, 2007).
(IUCN 2010). Não é listada pela CITES (2006).
Biologia: Esta é uma espécie relativamente
Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) abundante, com hábito considerado frugívoro e que
Morcego-fruteiro parece ter uma predileção por frutos de solanáceas,
Figura 10 apesar de consumir frutos de outras espécies de
plantas, como o jaborandi (ZORTÉA, 2007).
Distribuição: Esta espécie ocorre desde o México Segundo Gardner (1977), também pode se alimentar
até o nordeste da Argentina e Uruguai (SIMMONS, de insetos e pólen. É uma espécie que se abriga
2005). Está amplamente distribuída no Brasil, em grutas, construções humanas, folhagens e ocos
podendo ser encontrada em todo o território de árvores (GANNON et al., 1989).
nacional (GANNON et al,. 1989).
Ameaça: Classificada pela IUCN (2010) como de
Características: Sua coloração é variável entre pardo baixo risco e com populações estáveis. Ausente
e alaranjado na região dorsal. Os adultos apresentam na lista da CITES (2006).
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NOWAK, 1999). Além de peixes, alimenta-se também Grandes e Pequenas Antilhas, Antilhas
de crustáceos, insetos e aracnídeos, conforme a Holandesas, Trinidad e Tobago, Venezuela, Peru,
disponibilidade sazonal de alimento (BORDIGNON, Paraguai, norte da Argentina, Uruguai e Brasil
2006). Abriga-se em colônias próximas a corpos (SIMMONS, 2005). Há registro de M. molossus
d’água, em ocos de árvores, chaminés, sótãos também na Flórida, sul dos Estados Unidos, porém
antigos e grutas em rochas (SILVA, 1994). Frank (1997) considera que a presença da espécie
neste Estado pode ser resultado do transporte de
Ameaça: Segundo a IUCN (2010) é uma espécie alguns indivíduos por humanos. No Brasil a espécie
que corre baixo risco de extinção, apesar do status pode ser encontrada nos cinco grandes biomas
populacional desconhecido. Não está listada em (MARINHO-FILHO; SAZIMA, 1998).
nenhum apêndice da CITES (2003).
Características: Apresenta antebraço com
Família Molossidae comprimento variável entre 38 e 42 mm
Molossus molossus (Pallas, 1766) (BARQUEZ et al., 1999). O pêlo na região dorsal é
Morcego-de-cauda-grossa aveludado e de coloração variável de castanho
Figura 12 escuro a negro, podendo ocorrer indivíduos
marrom-avermelhados. Suas orelhas são
Distribuição: Populações bem estabelecidas arredondadas e unidas na linha média do crânio.
desta espécie podem ser encontradas desde o Possui quilha na região mediana do rostro e pelos
norte do México, Caribe até a América do Sul, rígidos sobre o lábio superior (FABIÁN;
apresentando registros em diversos locais como GREGORIN, 2007).
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Biologia: Esta espécie está bem adaptada às Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824)
áreas urbanas, usando com frequência Morceguinho-das-casas
construções humanas como abrigo. As colônias Figura 13
podem variar de dezenas a centenas de
morcegos. A gestação dura em torno de dois a três Distribuição: Espécie amplamente distribuída em
esses, nascendo um filhote por parto. Já em áreas toda a América, desde os Estados Unidos até
não urbanizadas a mesma pode ser encontrada regiões centro-sulinas do Chile e da Argentina
em ocos e frestas de árvores (BARQUEZ et al., (WILKINS, 1989; SIMMONS, 2005). No Brasil, a
1999). M. molossus é exclusivamente insetívoro espécie é encontrada em estados mais próximos
(FABIÁN; GREGORIN, 2007) e captura seu alimento ao litoral, nas regiões centro-oeste, sudeste e sul,
em pleno vôo (MACDONALD, 2001). Como é sendo nesta última encontradas as maiores
comum aos molossídeos, estes morcegos densidades (WILKINS, 1989; TAVARES et al. no
repousam em contato com o substrato e não prelo).
pendurados (BREDT; CAETANO-JÚNIOR, 2001).
Características: É um morcego de tamanho
Ameaça: Na lista da IUCN (2010), encontra-se na pequeno, cujo antebraço varia entre 41 e 45 mm e o
categoria de baixo risco de extinção apesar do crânio entre 16 e 17,6 mm (FABIÁN; GREGORIN,
status populacional desconhecido. Não consta na 2007). Apresentam pelo denso e baixo com aspecto
lista da CITES (2006). aveludado (SILVA, 1994), de coloração variável entre
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castanho escuro e castanho acinzentado no dorso, (SILVA, 1994; FABIÁN; GREGORIN, 2007). Assim
enquanto no ventre tem coloração mais clara. Pregas como as outras espécies de molossídeos, são
nos lábios superiores e pelos rígidos na face são duas exclusivamente insetívoros (FABIÁN et al., 1990).
características marcantes da espécie. Além disso, Ainda, segundo Fabián et al. (1990), no sul do
apresentam orelhas grandes, arredondadas, Brasil a espécie apresenta uma predileção por
projetadas anteriormente, com sulcos paralelos na coleópteros e lepidópteros, mesmo nas épocas
face interna e verrugas acuminadas na borda mais frias do ano, quando as temperaturas são
superior. Na linha média da cabeça as orelhas são muito baixas e a densidade e diversidade de
separadas e no entre ela há pelos que impedem a insetos também é menor.
visualização desta separação. Seu focinho é largo e
há uma depressão em forma de sulco entre as Ameaça: Consta na lista da IUCN (2010) como uma
narinas (FABIÁN; GREGORIN, 2007). espécie de baixo risco de extinção e populações
estáveis. Ausente na lista da CITES (2006).
Biologia: É uma espécie muito frequente nas
cidades, além de ser a mais abundante no Família Vespertilionidae
Estado. Ocupa telhados e forros de casas, além Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824)
de outras edificações humanas. As colônias Morcego-orelhudo
apresentam de centenas a milhares de Figura 14
indivíduos. As fêmeas formam verdadeiras
colônias de maternidade e nasce um filhote a Distribuição: Espécie sul-americana que se
cada parto. Em outras regiões onde está distribui na Bolívia, Paraguai, Brasil e noroeste da
distribuída, a espécie é encontrada em cavernas Argentina (SIMMONS, 2005). No Brasil, há registros
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no CE, DF, ES, MG, MT, PI, PR, RJ, RS, SC e SP especialmente por não apresentar manchas no
(TAVARES et al. no prelo). pelo. Sua cabeça é pequena, alongada e achatada.
As orelhas têm tamanho pequeno e são
Características: As grandes orelhas constituem um arredondadas. Apresenta corpo delgado e
detalhe bastante conspícuo e característico da alongado, cauda longa e pernas curtas. O
espécie que facilita sua identificação (SILVA, 1994). comprimento total do corpo de um gato-mourisco
Seu formato é aproximadamente triangular e há uma é de aproximadamente 100 cm e o peso pode
ligação membranosa sobre a fronte (VIZZOTO; variar entre 2,5 e 5 kg. Tem coloração uniforme,
TADDEI, 1973). Os pêlos do corpo são compridos podendo haver indivíduos avermelhados, cinzentos
e finos (SILVA, 1994), de coloração castanho-claro ou marrom-escuros. Usualmente a cor
a escuro. No ventre os pêlos podem apresentar tons apresentada está associada ao tipo de ambiente
castanho-acinzentados, castanho-escuros ou ainda ocupado, isto é, indivíduos de cor escura são
cinza-esbranquiçados (VIZZOTO; TADDEI, 1973). encontrados em florestas e os mais claros são
O comprimento total varia entre 110 e 120 mm e o registrados em ambientes mais secos e abertos
antebraço entre 46 e 48 mm (SILVA, 1994). (SILVA, 1994; EMMONS; FEER, 1997; OLIVEIRA;
CASSARO, 2005).
Biologia: São usualmente encontrados em sótãos
de casas, no madeiramento próximo às telhas. Biologia: É um felino de hábito tanto diurno
Telhados de zinco, que oferecem maior calor, como noturno que pode ser observado vivendo
parecem ser os abrigos preferidos da espécie solitário ou em pares (SILVA, 1994; EMMONS;
(SILVA 1994). As colônias podem variar algumas FEER, 1997; OLIVEIRA; CASSARO, 2005). Sua
dezenas a centenas de indivíduos. As fêmeas dão dieta é composta de pequenos roedores, aves e
à luz um ou dois filhotes por parto (ACHAVAL et al., répteis (OLIVEIRA, 1998). Cabrera e Yeppes
2007). São morcegos insetívoros que capturam (1960) sugerem que a hipótese de predação de
suas presas durante o voo. Quando voa à procura veados de pequeno porte (Mazama), mas
de alimento, pode-se perceber a silhueta de suas Oliveira (1998) considera que o consumo deste
grandes orelhas contra o céu (SILVA, 1994). tipo de presa se dá através do encontro de
Análises de amostras fecais revelaram o consumo carniça. Konecny (1989) por sua vez apresentou
de lepidópteros, himenópteros e aranhas (NORA; o registro do consumo de artrópodes por esta
CHAVES, 2006). espécie.
Ameaça: Consta como deficiente de dados e com Ameaça: A espécie encontra-se na Lista das
status populacional desconhecido na lista da IUCN Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no
(2010), enquanto na CITES (2006) não há menção Rio Grande do Sul, na categoria “Vulnerável”
à espécie. (Decreto Estadual nº 41.672, de 11 de junho de
2002).
ORDEM CARNIVORA No Uruguai, já houve a extinção local da espécie,
Família Felidae e esta é considerada recente (WOZENCRAFT,
Puma yagouaroundi (É. Geoffory Saint- 2005). Para a IUCN (2010) o status da espécie é
Hilare, 1803) pouco preocupante e as populações estão
Gato-mourisco diminuindo. Na lista da CITES (2006) o gato-
mourisco se encontra no apêndice I.
Distribuição: Distribui-se desde o norte do México
até as províncias de Buenos Aires e Rio Negro na Família Canidae
Argentina (WOZENCRAFT, 2005). No Brasil a Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766)
espécie está amplamente distribuída, podendo ser Graxaim-do-mato
encontrada em todos os biomas (EMMONS; FEER Figura 15
1997; OLIVEIRA; CASSARO 2005).
Distribuição: Está distribuído desde a Venezuela
Características: É uma espécie de aparência até o norte da Argentina e Uruguai
distinta em relação à maioria dos felinos brasileiros, (WOZENCRAFT, 2005). Segundo este autor, no
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MAMÍFEROS
Brasil não existe registro da espécie para a abertas. Alimenta-se de pequenos mamíferos,
região da Amazônia, todavia Michalski e Peres invertebrados, frutas e carniça. Por consumir
(2005) reportam a ocorrência da espécie no grandes quantidades de frutos, sugere-se que
norte do Mato Grosso, região sul da Floresta pode atuar na dispersão de sementes
Amazônica. (BUSTAMANTE et al., 1992). De hábitos
noturnos, a espécie pode ser considerada como
Caraterísticas: Sua coloração é variável, desde caçadora oportunista (BERTA, 1982). Indivíduos
tons cinzentos ao castanho, com uma faixa de costumam forragear solitários, porém duplas ou
pelos pretos desde a região occipital até a grupos familiares podem se formar para
extremidade da cauda. Na região ventral são aumentar as chances de captura de alimento.
observados pelos de coloração mais clara Sua dieta do graxaim-do-mato varia
(BERTA, 1982). Nos membros são encontrados sazonalmente, de acordo com a disponibilidade
pelos curtos e pretos (EMMONS; FEER, 1997; de alimento (BRADY, 1979).
NOWAK, 1999). O corpo varia entre 60 e 70 cm
de comprimento e a cauda tem comprimento Ameaça: Segundo a IUCN (2010) a espécie
aproximado de 30 cm. Adultos podem pesar entre apresenta populações estáveis e baixo risco de
3,7 e 11,1 kg (BERTA 1982; EMMONS; FEER extinção. Na lista da CITES (2006) o graxaim-do-
1997; NOWAK, 1999). mato é apresentado no apêndice II. Apesar de não
correr risco, a alta mortalidade decorrente de
Biologia: O graxaim-do-mato é um carnívoro atropelamentos em rodovias no país é
terrestre que habita matas, bordas e terras preocupante (VIEIRA, 1996).
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Ameaça: Na lista da IUCN (2010) é apresentado Ameaça: É classificada pela IUCN (2010) como
como uma espécie de baixo risco de extinção e uma espécie de baixo risco de extinção, apesar
com populações tendendo a aumento. Na lista da do status das populações ser desconhecido, e
CITES (2006) encontra-se no apêndice II. não consta na lista da CITES (2006).
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é insuficiente para determinar o real status de 1994; EMMONS; FEER, 1997; EISENBERG ;
conservação da espécie, mas há uma tendência REDFORD, 1999).
de diminuição das populações. Na lista da CITES
(2006) está relacionada no apêndice I. Biologia: O mão-pelada é um mamífero solitário,
de hábitos caracteristicamente noturnos que vive
Família Procyonidae em locais de vegetação cerrada e alta, próximos
Procyon cancrivorus (G. [Baron] Cuvier, 1798) de corpos d’água. Durante o dia se abriga em
Mão-pelada árvores, usualmente em ocos ou sob as raízes
destas. Sua dieta é variada, mas constituída
Distribuição: Espécie com ampla distribuição principalmente e peixes e organismos aquáticos,
geográfica que ocorre desde a Costa Rica até a como moluscos, insetos, caranguejos e anfíbios,
Argentina (WOZENCRAFT, 2005). que procura no fundo de corpos d’água com suas
habilidosas mãos. Pode ainda alimentar-se de
Características: O nome popular da espécie se frutos (SILVA, 1994; EMMONS; FEER, 1997;
deve às mãos desprovidas de pelos (SILVA, 1994). EISENBERG; REDFORD, 1999; NOWAK, 1999).
O comprimento do corpo varia em torno de 100 Por buscar alimento preferencialmente próximo à
cm e pesa em média de 8 a 9 kg (SILVA, 1994; água, é fácil reconhecer suas pegadas
EISENBERG; REDFORD, 1999). Possui pelo características, porém é difícil ocorrer visualização
denso e curto, com cor variável entre cinza-escuro de indivíduos (SILVA, 1994; CHEIDA et al., 2006).
a tons mais amarelados, atingindo até mesmo
tonalidades mais claras. Sua identificação é Ameaça: Na lista da IUCN (2010) seu status é
inequívoca devido à “máscara” preta que se classificado como pouco preocupante, mas há
estende dos olhos à mandíbula, além da cauda tendência de queda das populações. Não consta
anelada característica dos procionídeos (SILVA, na lista da CITES (2006).
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56
MAMÍFEROS
57
58
60
RÉPTEIS DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI
JOSÉ LUTZENBERGER E ARREDORES NO MUNICÍPIO DE
PORTO ALEGRE, RS, BRASIL
1
Laboratório de Herpetologia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil; E-mail: [email protected].
2
ONG Projeto Chelonia: Biologia, Manejo e Conservação de Anfíbios e Répteis.
3
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Balneário Pinhal, Balneário Pinhal, RS, Brasil.
4
Laboratório de Ecofisiologia Vegetal, Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
61
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Rio Grande do Sul, são conhecidas cerca de 120 al. (2007), Verrastro e Schossler (2008), Quintela
espécies de répteis, sendo um jacaré, cinco e Loebmann (2009) e Verrastro et al. (2009).
cobras-de-duas-cabeças, 11 quelônios, 23 Em relação aos aspectos da história natural,
lagartos e 85 serpentes (LEMA, 1994; DI- ecologia e diversidade em comunidades de
BERNARDO et al., 2004; BENCKE et al., 2009; répteis no Rio Grande do Sul, ainda existem
HERPETOLOGIA-UFRGS, 2010; M. BORGES- muitas lacunas no conhecimento (DI-
MARTINS, dados inéditos). As serpentes, o grupo BERNARDO et al., 2007; BORGES-MARTINS et
mais rico com quase 70% das espécies, é al., 2007). Recentemente, contudo, houve um
composto principalmente pelas serpentes da aumento significativo do número de estudos
família Dipsadidae. A composição da fauna de sobre a história natural e ecologia de muitas
répteis do Rio Grande do Sul é relativamente bem espécies. Inventários de maior duração e com
conhecida, quando comparada a outros estados metodologia adequada ao estudo da ecologia e
brasileiros, principalmente, como resultado do história natural de comunidades de répteis,
trabalho do herpetólogo Thales de Lema (ver DI- especialmente de serpentes, tiveram início
BERNARDO et al., 2004). Contudo, nos últimos apenas no final da década de 90, em algumas
anos, novas espécies vêm sendo descritas ou localidades do Planalto das Araucárias (DI-
registradas continuamente no Rio Grande do BERNARDO, 1998; ZANELLA, 2004, ZANELLA;
Sul, evidenciando tanto a carência de inventários CECHIN, 2004; DI-BERNARDO et al., 2007),
como de revisões taxonômicas (BENCKE et al., Planalto Sul-Rio-Grandense e Depressão-
2009). Para uma melhor compreensão da Central (OUTEIRAL, 2006; BALESTRIN, 2008),
diversidade e dos padrões de distribuição dos Pampa (CECHIN, 1999) e litoral norte
répteis no Estado, recomendamos as obras de (OLIVEIRA, 2001, 2005). Parte desta carência
Lema (1994, 2002), Di-Bernardo et al. (2004), de estudos sobre comunidades se deve à
Bérnils et al. (2007), Bencke et al. (2009) e Bujes dificuldade de amostrar as serpentes, que são
(2010). o grupo mais rico.
Apesar da riqueza de espécies catalogadas A composição das espécies de répteis da
ao longo dos anos por especialistas no Rio região metropolitana de Porto Alegre é
Grande do Sul, apenas uma pequena parcela relativamente bem conhecida, devido à
desta diversidade é reconhecida pela população existência na região dos principais núcleos de
em geral. Parte disso se deve a uma carência pesquisa, bem como das maiores e mais antigas
de obras de divulgação e infelizmente não há um coleções científicas. Neste sentido, podemos
guia de campo completo para os répteis do Rio destacar alguns estudos da década de 80
Grande do Sul. Também existem poucas obras realizados por Lema e colaboradores (LEMA et
que contenham ilustrações e fotos que auxiliem al., 1980; LEMA et al., 1984). Porto Alegre
os não-especialistas na identificação das encontra-se em uma região de encontro de
espécies. Felizmente, nos últimos anos, têm várias formações geomorfológicas, destacando-
surgido obras que coletivamente abrangem se a Depressão Central e o Escudo Sul-
grande parte das espécies do Estado. O livro Riograndense, com influência também da
sobre “Os Répteis do Rio Grande do Sul - Atuais Planície Costeira e da borda sul do Planalto
e Fósseis, Biogeografia, Ofidismo” de Lema Meridional do Brasil (MENEGAT et al., 1998). Esta
(2002), apresenta uma descrição geral da fauna riqueza de formações resulta, também, em uma
de répteis do Rio Grande do Sul, bem como alta riqueza biológica. Dados recentes indicam
ilustrações das espécies. O guia de campo que pouco mais da metade das espécies de
“Anfibios y Reptiles del Uruguay”, de Achaval e répteis do Rio Grande do Sul deve ocorrer dentro
Olmos (2007), também é muito útil, pois 90% dos limites da Região Metropolitana de Porto
da fauna do Uruguai é compartilhada com o Rio Alegre (CLAITON MACHADO; M. BORGES-
Grande do Sul. Outras obras, com enfoque MARTINS, dados inéditos).
geográfico mais específico, podem ser úteis na Apesar da concentração de testemunhos em
identificação de espécies e nesse sentido coleções científicas da fauna de répteis na região
recomendamos Marques, Eterovick e Sazima Metropolitana de Porto Alegre, muitos aspectos
(2001), Carreira et al. (2005), Borges-Martins et da diversidade e ecologia deste grupo ainda não
62
RÉPTEIS
Figura 1. Ambiente de restinga, mostrando muitas cactáceas e o solo arenoso, encontrado na Reserva Biológica
do Lami José Lutzenberger. Foto: M. Borges-Martins.
63
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 2. Ambientes de restinga, em primeiro plano, e mata com figueiras e jerivás, ao fundo, encontrados na
Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger. Foto: M. Borges-Martins.
Figura 3. Ambiente aquático de poças temporárias encontrado na Reserva Biológica do Lami José Lutzenbeger.
Foto: M. Borges-Martins.
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RÉPTEIS
Figura 4. Área de restinga com concentração de desovas de quelônios na Reserva Biológica do Lami José
Lutzenberger. Foto: M. Borges-Martins.
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SQUAMATA - LAGARTOS
Família ANGUIDAE
Ophiodes fragilis (Raddi, 1820)
Cobra-de-vidro
Figura 6
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RÉPTEIS
Figura 11. Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820). Foto: Figura 12. Atractus reticulatus (Boulenger, 1885). Foto:
M. Borges-Martins. M. Borges-Martins.
Biologia. Aparentemente alimenta-se de anfíbios, Biologia. Espécie ovípara, que realiza uma
lagartos, pássaros e outros animais. É ovípara, desova composta por poucos ovos (de um a
com desovas compostas por oito a dezoito ovos. três), porém com massa correspondendo a até
São extremamente agressivas, batendo a cauda 27% da massa da fêmea. Alimenta-se
contra o substrato e desferindo botes quando exclusivamente de Anelídeos, principalmente de
acuadas, embora sempre tentem a fuga, minhocas.
deslocando-se rapidamente.
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Biologia. Possui atividade tanto diurna quanto Figura 21. Erythrolamprus poecilogyrus (Wied, 1825).
noturna. A espécie alimenta-se principalmente Aspecto ventral. Foto: M. Borges-Martins.
de anfíbios anuros, porém peixes também
parecem ser importantes na dieta da espécie.
É ovípara, existindo registros de fêmeas Características Morfológicas. Serpente não
contendo entre cinco e 25 ovos. Quando peçonhenta de porte mediano, que atinge pouco
capturados, indivíduos desta espécie utilizam mais de 70 cm de comprimento total, dos quais
descargas cloacais fétidas, mas não procuram 13 a 20 % correspondem à cauda. Fêmeas
morder. atingem maior tamanho corporal que machos. A
coloração dorsal geral é esverdeada, com um
padrão irregular de reticulado formado pelas bordas
posteriores pretas das escamas. O ventre é
amarelado, com manchas pretas irregulares.
Apresenta variação ontogenética, sendo os filhotes
mais manchados e com coloração de fundo mais
clara, apresentando um colar nucal preto. Esta
espécie, juntamente com outras originalmente no
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RÉPTEIS
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RÉPTEIS
Biologia. No Rio Grande do Sul foi verificada atividade neuwiedi ocorrente no Rio Grande do Sul diferencia-
exclusivamente diurna e em todos os meses do ano. se das demais populações, sendo uma espécie
No outono e inverno a atividade foi mais intensa no independente. Segundo este autor, esta população
período mais quente do dia, mas nos dias ensolarados é restrita ao Rio Grande do Sul, nas proximidades
de primavera e verão ocorreu principalmente no início de Porto Alegre, em um raio de cerca de 100 km.
da manhã e final da tarde. Possui uma dieta variada,
consumindo peixes, anuros, lagartos, aves, mamíferos Habitat. Possuem hábito terrícola, ocupando
e serpentes (inclusive com registros de canibalismo). principalmente áreas de mata.
No Rio Grande do Sul a reprodução é sazonal, tendo
sido observadas desovas entre novembro e janeiro Biologia. Apresenta atividade noturna. Sua dieta
constituídas por sete a 20 ovos. Quando acuada, pode consiste basicamente de lesmas, semelhante ao
achatar o corpo dorso-ventralmente, desferir botes e observado para as demais espécies do gênero
morder com agilidade. Quando capturados, diversos Sibynomorphus. É ovípara, havendo registro de
indivíduos fingem-se de mortos (tanatose). uma desova composta por 10 ovos. Quando
capturadas utilizam descargas cloacais fétidas
Sibynomorphus aff. neuwiedi (Ihering, 1911) como comportamento defensivo, podendo elevar
Dormideira-cinzenta e triangular a cabeça.
Figuras 25 e 26
Figura 25. Sibynomorphus aff. neuwiedi (Ihering, 1911). Figura 26. Sibynomorphus aff. neuwiedi (Ihering, 1911).
Foto: M. Borges-Martins. Detalhe do comportamento de triangulação da cabeça.
Foto: M. Borges-Martins.
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Figura 27. Sibynomorphus ventrimaculatus (Boulenger, Figura 28. Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860)
1885). Foto: M. Borges-Martins. encontrada abrigada entre telhas de barro. Foto: M.
Borges-Martins.
Distribuição. Ocorre no Rio Grande do Sul, leste Distribuição. Ocorre no nordeste, centro-oeste,
do Paraná, sul de São Paulo, Mato Grosso do Sul, sudeste e sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
e na Argentina.
Habitat. Ocupa áreas abertas com vegetação
Habitat. Possui hábito predominantemente baixa e possui hábito semi-arborícola, podendo ser
terrícola. encontrada sobre árvores baixas e arbustos,
sempre próximo de corpos d’água.
Biologia. Apresenta atividade noturna. Assim
como as demais espécies de Sibynomorphus, Biologia. Possui atividade noturna e alimenta-se
sua dieta consiste de lesmas e caracóis. É de anuros e lagartos. É vivípara, com ninhadas
ovípara, havendo registros de desovas compostas por quatro a 12 filhotes. Quando
compostas por quatro e cinco ovos. O ameaçada, costuma achatar o corpo dorso-
comportamento defensivo consiste em expelir ventralmente e desferir mordidas. A peçonha pode
conteúdo cloacal. causar edema e dor no local da picada.
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RÉPTEIS
Características Morfológicas. Espécie com Figura 30.Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril,
dentição opistóglifa, porém sem registros de 1854. Foto: M. Borges-Martins.
acidentes graves. Serpente de porte mediano,
atingindo cerca de 80 cm de comprimento total,
dos quais 20 a 26 % correspondem à cauda. Características Morfológicas. Espécie com
Apresenta coloração dorsal marrom, com padrão dentição opistóglifa, porém sem registros de
complexo de séries longitudinais de faixas e acidentes graves. Cabeça bem distinta do
pontos pretos e claros. Apresenta uma faixa pescoço, tronco relativamente reforçado e cauda
escura pós-ocular. O ventre é branco, com duas curta. Comprimento total atingindo até 65 cm, dos
séries de manchas formando linhas escuras nas quais 17 a 28% correspondem à cauda. Pupila
bordas laterais das escamas ventrais. As elíptica ou circular. A coloração dorsal é verde-oliva-
escamas dorsais não apresentam quilhas amarelado. Dorsalmente, apresenta pequenas
medianas, o que permite diferenciar esta espécie manchas negras dispostas em linhas transversais.
de Thamnodynastes hypoconia. Apresenta uma faixa negra pós-ocular. O ventre é
oliváceo, com tênues manchas negras.
Distribuição. Ocorre na Argentina, Paraguai,
Uruguai e no sudeste e sul do Brasil. Distribuição. Ocorre no Brasil, desde Minas
Gerais até o Rio Grande do Sul, no Paraguai, e
Habitat. Indivíduos de T. strigatus podem ser noroeste da Argentina.
encontrados tanto sobre a vegetação, como sobre
o solo e dentro da água. Os substratos mais Habitat. Habita a região florestada da porção
elevados da vegetação são utilizados principalmente elevada do Planalto Meridional do Brasil. Possui
para repouso, enquanto que os substratos mais hábito terrícola, eventualmente arborícola, e
baixos são utilizados para forrageio. atividade diurna.
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ágeis e geralmente agressivos, que achatam o Habitat. Possui hábito terrícola, ocupando
corpo dorso-ventralmente (daí o nome popular de principalmente ambientes arenosos,
cobra-espada), escancaram a boca (mostrando a permanecendo seu período de atividade sobre a
coloração negra da mucosa) e desferem mordidas areia e de inatividade enterrada.
quando acuados.
Biologia. A atividade ocorre ao longo do ano
Xenodon dorbignyi Duméril, Bibron & inteiro, mas é mais intensa entre agosto e
Duméril, 1854 dezembro e restrita ao período diurno. Nos dias
Nariguda ensolarados de primavera e verão a atividade é
Figura 31 restrita ao início da manhã e final da tarde, mas
nos dias nublados destas estações, no outono
e no inverno, ocorre nos períodos mais quentes
do dia. A dieta de X. dorbignyi consiste
principalmente de anfíbios anuros, embora
possa predar também pequenos lagartos
(Liolaemus occipitalis) e seus ovos. A espécie
forrageia ativamente, capturando presas que
estão inativas, enterradas na areia. No litoral do
Rio Grande do sul a reprodução é sazonal e
anual, com acasalamentos ocorrendo entre
agosto e dezembro, desovas entre novembro e
janeiro e nascimentos entre janeiro e abril. É
ovípara, tendo sido observadas desovas
compostas por três a 10 ovos. Não costuma
morder quando manuseada, mas pode assumir
Figura 31. Xenodon dorbignyi Duméril, Bibron & Duméril, atitudes intimidativas, mostrando a cauda
1854. Foto: M. Borges-Martins. avermelhada quando molestada e desferindo
alguns botes. A espécie parece ser rara na região
da Reserva, existindo apenas um exemplar
Características Morfológicas. Serpente terrestre, registrado em 1971.
não peçonhenta, de porte médio, que pode atingir
aproximadamente 60 cm de comprimento total, com Xenodon merremii (Wagler, 1824)
cauda curta (10 a 16% do comprimento total). Boipeva
Machos e fêmeas de X. dorbignyi atingem o mesmo Figura 32
comprimento. Apresenta coloração dorsal parda
clara, podendo ter áreas avermelhadas, com três
séries longitudinais de grandes manchas escuras
no dorso e lados do corpo. O ventre é avermelhado,
com manchas pretas irregulares. Devido à coloração
dorsal, esta espécie é frequentemente confundida
com as jararacas (Bothrops spp.). É uma espécie
bastante característica por apresentar a ponta do
focinho levantada. Esta espécie até recentemente
estava alocada no gênero Lystrophis.
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RÉPTEIS
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
dos acidentes ofídicos são causados por corais cruz, de onde deriva o nome comum da espécie.
verdadeiras. Apresenta secreção extremamente
tóxica, de ação neurotóxica, que pode causar Distribuição. Ocorre no Centro-oeste, sudeste e
acidentes muito graves e potencialmente letais sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
se não tratados com soro antiofídico.
Habitat. Possui hábito terrícola, ocupando
Família VIPERIDAE geralmente áreas abertas e úmidas.
Bothrops alternatus Duméril, Bibron &
Duméril, 1854 Biologia. No Rio Grande do Sul foram observados
Cruzeira, urutu indivíduos ativos tanto no período diurno quanto
Figura 34 noturno. A dieta é composta por pequenos mamíferos.
É vivípara, tendo sido registradas ninhadas
compostas por um até 26 filhotes. Quando acuados,
indivíduos desta espécie enrodilham-se, vibram a
cauda e desferem botes. Esta espécie, assim como
as demais do gênero Bothrops, apresenta veneno
de ação proteolítica, coagulante e hemorrágica e
pode causar acidentes fatais, ou mutiladores se não
forem corretamente tratados com soro antiofídico.
Cerca de 80% dos acidentes registrados no Rio
Grande do Sul são por serpentes do gênero Bothrops.
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RÉPTEIS
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TARTARUGAS E CÁGADOS
Figura 39. Ovos de Phrynops hilarii desenterrados por
Família CHELIDAE
predadores na Reserva Biológica do Lami José
Phrynops hilarii (Duméril & Bibron, 1835) Lutzenberger. Foto: M. Borges-Martins.
Cágado-de-barbelas-cinzento
Figuras 37-39
Características Morfológicas. É o maior quelônio
de água-doce do Rio Grande do Sul, podendo atingir
até 39 cm de carapaça. Apresenta carapaça ovalada,
mais larga posteriormente, achatada e com leve
quilha vertebral e escudos epidérmicos lisos. A
cabeça é chata, larga e a boca é grande. Possui dois
apêndices mentonianos claviformes de cor clara,
com um anel preto mediano ou próximo da base. O
pescoço é alongado e a cabeça é recolhida
lateralmente. Apresenta coloração dorsal da carapaça
castanha ou acinzentada, com manchas irregulares
nas bordas. O plastrão é amarelado claro com
manchas escuras irregulares. Dorso da cabeça e
membros castanho ou acinzentado. Faces ventrais
Figura 37. Phrynops hilarii (Duméril & Bibron, 1835). claras, com manchas irregulares escuras. Apresenta
Foto: M. Borges-Martins. uma linha preta estreita que vai da narina até a região
posterior da cabeça, passando pelos olhos.
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RÉPTEIS
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incubação dura cerca de 110 dias. Trachemys Distribuição. Ocorre no nordeste da Argentina,
dorbigni atualmente não é considerada sudeste da Bolívia, Paraguai, norte do Uruguai e
ameaçada de extinção, porém existe grande leste do Brasil.
pressão de captura de ovos para o comércio
como animal de estimação, havendo estimativas Habitat. Esta espécie é muito arredia à
de que mais de 30.000 filhotes são produzidos aproximação de pessoas, o que dificulta a sua
anualmente para comercialização. O lagarto, observação na natureza. A espécie pode ser
Tupinambis merianae, juntamente com o carcará encontrada em diversos tipos de coleções d’água,
e possivelmente alguns mamíferos são os mais como lagoas, banhados, mangues e rios, além de
importantes predadores de ninhos desta ocupar pequenos corpos d´água temporários,
espécie, podendo predar quase 90% das como poças.
desovas realizadas.
Biologia. Alimenta-se de artrópodes, moluscos
JACARÉS (Ampullaria sp.) e pequenos vertebrados,
possuindo uma dieta com predominância de
Família ALLIGATORIDAE moluscos quando adulto e insetos quando filhote.
Caiman latirostris (Daudin, 1802) As fêmeas constroem ninhos com matéria
Jacaré-do-papo-amarelo vegetal, entre dezembro e janeiro, onde depositam
Figura 42 e 43 de 18 a 50 ovos. Os filhotes nascem por volta do
mês de março. Por ter sua distribuição geográfica
associada principalmente às áreas baixas do
litoral brasileiro (que são fortemente impactadas)
a principal ameaça à sobrevivência da espécie
tem sido considerada a destruição do seu habitat
natural. O jacaré-do-papo-amarelo não está
incluído na lista oficial de espécies ameaçadas
de extinção do Brasil (MMA, 2003), mas consta
dos apêndices I e II da Convenção Internacional
Sobre o Comércio de Fauna e Flora Ameaçados
de Extinção - CITES. A espécie foi considerada
como de baixo risco de extinção já na listagem
da IUCN publicada em 1996, e atualmente
mantém o mesmo status.
86
RÉPTEIS
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2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Departamento de Ecologia,
Rio de Janeiro, RJ.
3
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós Graduação em Zoologia, Porto Alegre, RS.
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ANFÍBIOS
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ANFÍBIOS
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Família HYLIDAE
Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
Perereca-rajada
Figuras 7-9
Figura 6. Macho de Odontophrynus americanus em
atividade de vocalização.
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ANFÍBIOS
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vocalização, sendo que foram realizados registros Características morfológicas. O tamanho dos
entre os meses de março e novembro, com picos machos varia de 24 a 31 mm e o das fêmeas de 28
em julho, agosto e setembro. Além disso, foram a 32 mm (KWET et al., 2010). Apresenta coloração
observados indivíduos vocalizando desde o pôr-do- dorsal bastante variável, podendo ser cinza, marrom
sol até cerca de 14 horas depois, com picos de ou castanho, e podendo apresentar ou não diversas
atividade concentrados entre três e seis horas após manchas e linhas escuras. Entre os ombros,
o poente. Os machos foram encontrados glândulas cutâneas formam uma mancha de
vocalizando predominantemente nas margens ou aspecto circular, semelhante à letra grega ômega
em distâncias de até 1 m para fora dos banhados, (Ω). Normalmente é possível observar uma larga
sobre a vegetação circundante herbácea e sobre faixa escura na lateral, que se estende da cabeça
gravatás. O canto de anúncio é trinado, como a até a base das coxas, apesar de algumas vezes
repetição da sílaba “trrré”, e lembra o som esta apresentar-se fraca. A região ventral é branca,
produzido por um cabrito, porém é mais curto e algumas vezes manchada de escuro no peito e na
agudo. A alimentação é composta por besouros, garganta. Em alguns indivíduos há dois pontos
moscas e mosquitos (ACHAVAL; OLMOS, 2007). pequenos e negros na região inguinal. A observação
dessa região é um dos principais meios de
Família LEIUPERIDAE diferenciação morfológica das outras espécies do
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) gênero Physalaemus com ocorrência confirmada
Rã-cachorro ou potencial na REBIOLJL: P. gracilis apresenta
Figuras 36 e 37 glândulas inguinais bem desenvolvidas, de forma
arredondada e de coloração negra, e flancos
vermelho-alaranjados; P. biligonigerus também
apresenta glândulas inguinais bem desenvolvidas,
porém não possui as manchas vermelho-
alaranjadas na região dos flancos; P. lisei apresenta
flancos vermelho-alaranjados, contudo não possui
as glândulas inguinais desenvolvidas. A
diferenciação entre P. henselii e P. cuvieri, por outro
lado, dá-se principalmente pela presença de
cordões glandulares longitudinais na região dorsal
e pela coloração do ventre, amarelada ou alaranjada
em P. henselii, características estas não
observadas em P. cuvieri.
110
ANFÍBIOS
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
machos foram encontrados cantando tanto nas Características morfológicas. É uma das
margens dos corpos d’água quanto no seu interior, menores rãs do Rio Grande do Sul, medindo de
boiando refugiados na vegetação aquática 15 a 20 mm (LANGONE, 1994). Os indivíduos
emergente. A espécie não foi particularmente desta espécie podem apresentar coloração
abundante durante as amostragens, mas parece ser dorsal em tons de marrom ou cinza, podendo
comum na região. Durante o amplexo, macho e ser observadas também diversas manchas
fêmea constroem um ninho de espuma, onde são escuras. Em alguns indivíduos ocorre uma faixa
colocados centenas de ovos, fato também observado clara, de espessura variável, que vai do focinho
nas outras espécies do gênero Physalaemus até a cloaca. Na região dorsal geralmente podem
ocorrentes na Reserva. O canto de P. gracilis é ser observados conjuntos de glândulas que
extremamente conspícuo e de fácil identificação, formam um desenho que lembra a letra grega
lembrando o choro de um bebê. Este padrão de canto ômega (Ω).
também é observado em machos de P. biligonigerus,
sendo que muitas vezes é difícil determinar a Distribuição. Ocorre na metade sul do Brasil,
diferença entre essas espécies através da no sudoeste do Paraguai, no Uruguai e no
vocalização. Alimentam-se principalmente de nordeste da Argentina e do Paraguai (FROST,
colêmbolos, ácaros e formigas (DA ROSA et al., 2002). 2011).
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ANFÍBIOS
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
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ANFÍBIOS
Figura 48. Jovem de Leptodactylus latrans. Biologia. Além de ser uma espécie de grande
porte, L. latrans é talvez um dos anuros mais
comuns e abundantes do Rio Grande do Sul. Os
machos normalmente vocalizam nas margens
e no interior de corpos d’água densamente
vegetados, geralmente escondidos entre plantas
aquáticas. Na época reprodutiva, os casais
constroem ninhos de espuma com um orifício
na parte central, onde são colocados cerca de
1000 ovos (LANGONE, 1994; ACHAVAL;
OLMOS, 2007). Geralmente as fêmeas vigiam e
protegem o ninho e suas imediações, desde seu
centro perfurado, até que os ovos se tornem
girinos (LANGONE, 1994). Os girinos, de
Figura 49. Ninho de espuma de Leptodactylus latrans. coloração escura, quase preta, normalmente
permanecem juntos, havendo inclusive registros
de vocalização dessas larvas, provavelmente
com o intuito de orientação do cardume
Características morfológicas. É uma das maiores (LANGONE, 1994). Se o cardume é molestado,
rãs do Rio Grande do Sul, podendo medir de 86 até a rã-fêmea salta em direção ao objeto que os
130 mm de comprimento (LANGONE, 1994). molestou, na tentativa de afastar o intruso com
Apresenta estrias longitudinais no dorso e o padrão mordidas e cabeçadas. Uma descrição
de coloração pode ser em tons de verde ou marrom, detalhada deste comportamento pode ser
com várias manchas irregulares (ocelos) escuras encontrada em Langone (1994). A vocalização
com bordas claras espalhadas pelo corpo, dos machos adultos é a repetição da silaba “um”
merecendo destaque uma grande mancha na região de forma grave e espaçada. Em estudo realizado
entre os olhos (LANGONE, 1994; ACHAVAL; OLMOS, na REBIOLJL, a atividade de vocalização dos
2007). Machos maduros possuem membros machos foi registrada apenas nos meses de
anteriores hiperatrofiados e dois espinhos setembro, outubro e novembro, com no máximo
queratinizados escuros no primeiro dedo dois indivíduos vocalizando tanto antes quanto
(LANGONE, 1994; LAVILLA et al., 2010). Apresenta depois do pôr-do-sol. A dieta da espécie consiste
uma faixa pós-ocular escura que se estende até a de diversos tipos de invertebrados e até mesmo
região posterior do tímpano e termina em forma de outros anfíbios (LANGONE, 1994; ACHAVAL;
quase triangular. Além disso, a região posterior das OLMOS, 2007), incluindo indivíduos da mesma
coxas tem um padrão de coloração reticulado espécie (canibalismo) (P. Colombo, obs.
(LANGONE, 1994; ACHAVAL; OLMOS, 2007) e a pessoal) e praticamente tudo o que cabe em sua
porção inferior do lábio em geral apresenta pequenas boca. Em algumas populações humanas a rã-
manchas brancas. crioula é apreciada como alimento (LANGONE
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
116
ANFÍBIOS
Características morfológicas. Assim como todos os Biologia. Quando comparado ao conhecimento que
integrantes da ordem Gymnophiona, Chthonerpeton se tem sobre as ordens Anura e Caudata, pouco se
indistinctum não tem membros e possui o corpo sabe sobre as espécies incluídas na ordem
alongado e quase cilíndrico (GUDYNAS et al., 1988; Gymnophiona. Em geral são animais com hábito de
ACHAVAL; OLMOS, 2007), lembrando o aspecto de vida críptico, vivendo enterrados na maior parte de
uma minhoca. Apresenta uma série de anéis suas vidas, de modo que o encontro desses animais
incompletos ao longo do corpo e o comprimento varia na superfície do solo é raro. Para encontrá-los, é
de 99 até 530 mm, sendo que a largura é maior na necessária a utilização de técnicas pouco usuais para
porção média do corpo, seguida da largura na região a amostragem de outros grupos de anfíbios, como
do pescoço e da largura na porção próxima à cloaca por exemplo cavar com a utilização de pás. Apesar
(GUDYNAS et al., 1988). A cabeça é achatada do pouco conhecimento existente sobre a espécie,
dorsoventralmente, sendo mais larga na região C. indistinctum é uma das Gymnophiona sobre o qual
posterior. O focinho se projeta além da boca e as mais existem informações a respeito de aspectos
narinas são ovais, dirigidas dorsolateralmente e ficam da história natural (e. g. GUDYNAS; WILLIAMS, 1986;
mais próximas do focinho do que dos olhos. A distância GUDYNAS et al., 1988; MEASEY; DI-BERNARDO,
entre os olhos é maior do que a distância entre as 2003). A espécie é vivípara (LIEBERMANN, 1939,
narinas (GUDYNAS et al., 1988). Possui um tentáculo GUDYNAS; WILLIAMS, 1986; GUDYNAS et al., 1988;
retrátil com funções sensoriais (ACHAVAL; OLMOS, MEASEY; DI-BERNARDO, 2003), porém dados
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
sobre a sua reprodução são escassos (GUDYNAS; Características morfológicas. Espécie de sapo
WILLIAMS, 1986). Barrio (1969) sugere um período de grande porte, com indivíduos normalmente
de gestação de quatro meses e que o número de medindo entre 88 e 112 mm (CEI, 1980). A pele é
filhotes paridos é entre seis e dez. Liebermann (1939), grossa e rugosa, apresentando glândulas
por outro lado, sugere que este número seja entre espalhadas ao longo do dorso. A coloração dorsal
três e 11. Em uma população na planície costeira do normalmente é bege-claro, cinza, amarelada ou
Rio Grande do Sul, o número de indivíduos juvenis quase esbranquiçada, pontuada por manchas
observados pareceu ser maior do que o de adultos acinzentadas, amareladas ou marrons. Esta
(MEASEY; DI-BERNARDO, 2003). A alimentação espécie é semelhante a sua congênere R.
pode ser constituída de caranguejos, formigas (família icterica, que também apresenta ocorrência
Formicidae), coleópteros (Tenebrionidae), potencial na REBIOLJL, sendo que a principal
aracnídeos, larvas de odonata e até anfíbios forma de diferenciação entre elas é o formato da
(GUDYNAS; WILLIAMS, 1986). Na REBIOLJL, C. glândula parotóide, que é mais alongada e estreita,
indistinctum pode potencialmente ocorrer nos com comprimento maior do que o dobro da largura
ambientes úmidos, principalmente onde o solo é em R. arenarum e mais volumosa, com
parcialmente encharcado. comprimento menor do que o dobro da largura
em R. icterica (KWET et al., 2006).
Ordem Anura
Família BUFONIDAE Distribuição. Ocorre na planície costeira do sul
Rhinella arenarum (Hensel, 1867) do Brasil (em Santa Catarina e no Rio Grande do
Sapo-cururu-da-areia Sul), no litoral do Uruguai, no norte e nordeste da
Figuras 53 e 54 Argentina e no sul da Bolívia (MANEYRO; KWET,
2008; FROST, 2011).
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ANFÍBIOS
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ANFÍBIOS
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Família HYLIDAE
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889)
Perereca
Figura 65
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ANFÍBIOS
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
pupila vertical, dedos livres sem discos adesivos Scinax nasicus (Cope, 1862)
e membrana interdigital reduzida ou ausente, com Perereca-de-banheiro
primeiro dedo maior e oponível (dedo “polegar”) Figuras 68 e 69
(KLAPPENBACH, 1961; CEI, 1980; LANGONE,
1994).
124
ANFÍBIOS
metade ou final da lateral do corpo. Esta mancha Scinax uruguayus (Schmidt, 1944)
normalmente não está presente em S. Perereca tic-tac
granulatus nem em S. fuscovarius, outras Figuras 70 e 71
espécies muito similares e que têm registro
confirmado na REBIOLJL. Outras formas de
diferenciação entre esses táxons podem ser
encontradas nos textos específicos de cada um
deles deste capítulo.
Biologia. A reprodução em geral ocorre em Figura 71. Macho de Scinax uruguayus em atividade de
ambientes lênticos, como banhados, açudes e vocalização.
áreas alagadas. Machos podem vocalizar em
gravatás, diretamente no chão ou sobre galhos
de arvoretas às margens dos corpos d’água. O
canto é a repetição frenética da sílaba “cré”, Características morfológicas. Espécie de
característica que o torna bem distinguível das tamanho pequeno, com machos apresentando
vocalizações de S. granulatus e S. fuscovarius, CRC variando entre 23 e 28 mm e fêmeas entre
que emitem seus cantos de forma mais 26 e 30 mm (KWET et al., 2010). A coloração geral
espaçada e menos frequente. A alimentação do dorso e dos membros é cinza, castanho ou
consiste de abelhas, vespas, besouros e larvas bege-claro, com manchas irregulares escuras. A
e adultos de moscas e mosquitos (ACHAVAL; parte superior da cabeça apresenta uma mancha
OLMOS, 2007). em formato triangular de cor creme-amarelado,
que vai da ponta do focinho até a região atrás dos
olhos (LANGONE, 1990, 1994; KOLENC et al.,
2003; KWET, et al., 2010). Indivíduos adultos
possuem íris bicolor, dourada na porção superior
e castanha na inferior. A ponta dos dedos é
alaranjada e machos maduros apresentam saco
vocal de coloração preta.
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ANFÍBIOS
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ANFÍBIOS
variando entre 180 e 200 mm e girinos países distribuídos nas Américas do Sul, Central
apresentando entre 152-178 mm de comprimento e Norte, África, Ásia, Ilhas do Mediterrâneo,
(BURY; WHELAN, 1984). Sua coloração dorsal Pacífico Sul e Caribe (FICETOLA et al., 2007).
pode ser verde-clara, verde-oliva ou até em tons No Brasil, foi introduzida como iguaria no ano
amarronzados, podendo apresentar ou não de 1935 e hoje possui registros confirmados em
manchas. Como adaptações à vida aquática, os pelo menos 130 municípios distribuídos por todo
indivíduos desta espécie apresentam olhos o País (BOTH et al., 2011).
protuberantes dispostos na região dorsal da
cabeça e os dedos das patas posteriores Habitat. Pode ser encontrada com freqüência em
completamente unidos por membranas. Dentre ambientes naturais, ocorrendo em grande
os anfíbios com ocorrência confirmada na densidade em corpos d’água lënticos e lóticos,
REBIOLJL, Pseudis minuta é a única espécie que naturais ou artificiais, tanto em áreas abertas
compartilha tais características com L. quanto em matas.
catesbeianus. Apesar disso, ambas são
facilmente distinguíveis pelo maior tamanho Biologia. A presença de L. catesbeianus em
rostrocloacal e pelas presenças de prega ambientes naturais pode representar um enorme
supratimpânica bastante evidente e tímpano problema ambiental, pois trata-se de uma espécie
grande (de diâmetro igual ou superior ao diâmetro extremamente voraz e que se adapta facilmente a
do olho) e claramente evidenciável em L. diversas condições de degradação. Quando
catesbeianus, enquanto que P. minuta não adultos, podem consumir desde vegetais até
apresenta prega supratimpânica evidenciável anuros, peixes, cobras, lagartos e aves (BURY;
(ZIEGLER; MANEYRO, 2008). Além disso, nos WHELAN, 1984). Isso fez com que essa rã tenha
machos, o saco vocal de L. catesbeianus é único, sido apontada em determinadas regiões como a
enquanto que em P. minuta é duplo. causa do declínio de algumas espécies de anfíbios
(KIESECKER, 2003). Em um estudo preliminar
Distribuição. No Brasil a rã-touro é uma espécie realizado na região central do Rio Grande do Sul
exótica invasora. Originalmente sua distribuição (BOELTER; CECHIN 2007), foi verificado que L.
era restrita à metade leste dos Estados Unidos, catesbeianus é predadora de várias espécies de
porém foi introduzida em outras áreas anuros nativos. No entanto, ainda não se sabe a
principalmente para criação com fins real magnitude dos impactos causados por esta
gastronômicos e acabou invadindo o ambiente espécie sobre a fauna nativa em nosso Estado. O
natural fora dos ranários, alcançando até canto emitido pelos machos é bastante conspícuo
mesmo áreas protegidas [e.g. Parque Estadual e facilmente reconhecido por se assemelhar ao
de Itapeva (COLOMBO et al., 2008)]. Atualmente mugido de uma vaca, fato pelo qual a espécie é
possui populações estabelecidas em mais de 40 popularmente conhecida como rã-touro.
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
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ANFÍBIOS
Apesar de a presente lista conter apenas uma dois exemplares depositados na coleção científica
espécie a mais do que aquela apresentada por da FZB-RS (MCN 2135 e 2136). No entanto, nossa
Mainieri e Gayer (1990), várias alterações foram análise indicou que, na verdade, esses indivíduos
realizadas, como a atualização sistemática e pertencem à espécie Leptodactylus latrans.
nomenclatural, a inclusão de alguns táxons e a Ainda, Mainieri e Gayer (1990), baseadas em
retirada de outros. Dessa forma, considerando-se Milstead (1960), e Lynch (1970), citaram a
as informações publicadas em trabalhos anteriores, ocorrência de Physalaemus fuscomaculatus em
algumas considerações devem ser feitas. Porto Alegre. No entanto, as autoras fizeram a
Braun e Braun (1976) citaram a ocorrência de ressalva de que os exemplares em questão
Melanophryniscus tumifrons e de poderiam dizer respeito a indivíduos de
Melanophryniscus sp. para Porto Alegre. Essas Physalaemus biligonigerus, conforme sugestão de
citações também foram parcial ou Milstead (1963). Lema e Martins (2011), também
completamente repetidas em Braun e Braun seguindo Milstead (1960), indicaram a ocorrência
(1980) e Mainieri e Gayer (1990). No entanto, em de Physalaemus aff. fuscomaculatus no Município.
recente revisão do material depositado nas No entanto Frost (2011), reunindo as informações
coleções científicas supracitadas, constatamos apresentadas em Barrio (1965a), Cei (1980),
que na verdade os exemplares indicados por Klappenbach e Langone (1992) e Nascimento et
aqueles autores dizem respeito à espécie al. (2006), indica a ocorrência apenas de P.
Melanophryniscus pachyrhynus [recentemente biligonigerus no sul do Brasil, critério seguido por
retirada da sinonímia de M. tumifrons por nós para a elaboração da presente lista.
Caramaschi e Cruz (2002)]. Ademais, não Verrastro et al. (2001), em sua lista dos anfíbios
encontramos indivíduos de outras espécies do Parque Natural Morro do Osso, e Melo (2002),
desse gênero com registro para Porto Alegre. em sua lista dos anfíbios do Parque Estadual do
Braun e Braun (1976) apontaram a presença Delta do Jacuí (que inclui o Município de Porto
de Hyla sp. no Município e, alguns anos após, os Alegre), citaram a ocorrência de Elachistocleis
mesmos autores (BRAUN; BRAUN, 1981) ovalis e de Dendropsophus nanus.
reidentificaram o exemplar como Hyla pinima. No Durante muito tempo houve certa confusão na
entanto Langone (1990), ao revalidar Hyla identificação de indivíduos do gênero Elachistocleis
uruguaya (atualmente Scinax uruguayus), atribuiu na América do Sul, tendo sido usados tanto os
a esta espécie o material procedente do Rio Grande nomes Elachistocleis bicolor quanto Elachistocleis
do Sul e restringiu a ocorrência de Hyla pinima à ovalis para indivíduos procedentes do Rio Grande
localidade-tipo, em Minas Gerais. do Sul. Lavilla et al. (2003), no entanto, sugeriram
Braun e Braun (1976), seguidos por Braun e a utilização apenas do nome Elachistocleis bicolor
Braun (1980) e Mainieri e Gayer (1990), citaram a para as formas do sul do Brasil, critério por nós
ocorrência de Hyla hayii em Porto Alegre. Kwet adotado na elaboração da presente lista.
(2001) sugeriu que a presença da espécie no Rio Dendropsophus nanus é uma espécie muito
Grande do Sul é pouco provável e Fonte (2010), similar a D. sanborni, sendo que amostragens em
ao examinar o material indicado por Braun e Braun campo por nós realizadas nos últimos anos não
(1976), constatou que na verdade se tratava de resultaram no encontro de indivíduos de D. nanus
um indivíduo de Scinax granulatus. Braun e Braun em Porto Alegre. Ainda, Langone e Basso (1987)
(1980), por outro lado, citaram a ocorrência da também apontaram a ausência de registros de D.
espécie em Porto Alegre baseados em Cochran nanus e a abundância de indivíduos de D. sanborni
(1955), que identificou um indivíduo tombado no no Município. No entanto, nossas buscas por
Smithsonian National Museum of Natural History, indivíduos em coleções científicas permitiram o
em Washington, Estados Unidos. Nossa análise encontro de pelo menos um indivíduo de D. nanus
das fotos desse exemplar (enviadas pelos coletado em Porto Alegre, de modo que decidimos
curadores daquela coleção) permitiu sua incluir esta espécie em nossa lista.
identificação como Scinax granulatus. Rosset (2008) descreveu Odontophrynus
Braun e Braun (1976,1980), seguidos por maisuma, espécie muito similar a O.
Mainieri e Gayer (1990), indicaram a ocorrência de americanus, e indicou a ocorrência de ambas
Leptodactylus mystaceus na cidade, baseados em as espécies em Porto Alegre.
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Mainieri e Gayer (1990) citaram a ocorrência de no sul do Brasil era um táxon assemelhado a S.
Phyllomedusa iheringii em Porto Alegre baseadas alter, porém até então ainda não descrito. Por fim,
em Braun e Braun (1976), mas estes autores na Nunes et al. (2012), em recente revisão taxonômica
verdade citaram um exemplar procedente de do complexo de espécies de Scinax alter,
Gravataí. No entanto, nossa revisão em coleções descreveram Scinax tymbamirim e associaram a
científicas permitiu o encontro de dois indivíduos este nome o morfotipo ocorrente no Rio Grande
coletados em Porto Alegre (coletores Daniel Bühler do Sul.
e Caroline Maria da Silva), configurando no primeiro Por fim, vale ressaltar que todas as espécies
registro da espécie para o Município. citadas em nossa lista (incluindo as já mencionadas
Da mesma forma, com base em coletas em trabalhos anteriores) foram encontradas
recentes realizadas por nós na região tombadas nas coleções científicas analisadas, à
metropolitana, registramos pela primeira vez exceção de Leptodactylus fuscus, que foi citada
Scinax nasicus para Porto Alegre. para o Município por Braun e Braun (1980) e repetida
Braun e Braun (1980) citaram a ocorrência de por Mainieri e Gayer (1990). Ainda assim, optamos
Hyla rubra altera no Município, tendo sido seguidos por manter este registro em nossa lista.
por Mainieri e Gayer (1990). Carvalho-e-Silva e Além das espécies com ocorrência confirmada
Peixoto (1991) e Pombal Jr. et al. (1995 a,b) em Porto Alegre, outras duas apresentam ocorrência
consideraram Scinax alter uma espécie plena, potencial no Município, por terem registros
sendo que os últimos autores fizeram a ressalva confirmados em municípios vizinhos. São elas:
de que provavelmente mais de uma unidade Physalaemus riograndensis, registrado no Parque
taxonômica estava sendo confundida sob este Estadual do Delta do Jacuí (Melo, 2002), e
nome. Kwet e Di-Bernardo (1999), Kwet (2001) e Melanophryniscus sp. aff. tumifrons, táxon ainda não
Kwet et al. (2010) indicaram que a forma ocorrente descrito e com registros para o Município de Viamão.
134
ANFÍBIOS
Créditos e locais de procedência Guaíba; Figura 31: CZ; Pedras Altas; Figura 32:
das fotografias LAF; Porto Alegre; Reserva Biológica do Lami José
Lutzenberger; Figura 33: CZ; Bagé; Figura 34: PC;
As abreviaturas dos autores das fotos utilizadas Porto Alegre; Bairro Lami; Figura 35: LAF; Porto
neste capítulo são as seguintes: Caroline Zank Alegre; Reserva Biológica do Lami José
(CZ), Diego Janisch Alvares (DJA), Luis Fernando Lutzenberger; Figura 36: LFMF; Cerro Largo;
Marin da Fonte (LFMF), Marcelo Duarte Freire Figura 37: MBM; Barra do Ribeiro; Figura 38: MDF;
(MDF), Márcio Borges Martins (MBM) e Patrick Pinhal; Figura 39: CZ, Pantano Grande; Figura 40:
Colombo (PC). Todas as fotos são de animais LAF; Porto Alegre; Reserva Biológica do Lami José
procedentes do Rio Grande do Sul, à exceção de Lutzenberger; Figura 41: MBM; Palmares do Sul;
Odontophrynus maisuma (Figura 63), que é de Figura 42: PC; Porto Alegre; Bairro Lami; Figura
Laguna, Santa Catarina. A seguir, são apresentados 43: LFMF; São José do Norte; Figura 44: MDF;
os autores das fotos e os locais de procedência Osório; Figura 45: MDF; APA do Ibirapuitã; Figura
(municípios e/ou localidades): Figura 1: LAF; Porto 46: LAF; Porto Alegre; Reserva Biológica do Lami
Alegre; Reserva Biológica do Lami José José Lutzenberger; Figura 47: PC; Porto Alegre;
Lutzenberger; Figura 2: LAF; Porto Alegre; Reserva Bairro Lami; Figura 48: LFMF; Serafina Corrêa;
Biológica do Lami José Lutzenberger; Figura 3: Figura 49: PC; Porto Alegre; Bairro Lami; Figura
LFMF; São José do Norte; Figura 4: LFMF; São José 50: CZ; Tapes; Figura 51: MDF; Pinhal; Figura 52:
do Norte; Figura 5: PC; Porto Alegre; Bairro Lami; PC; Terra de Areia; Figura 53: LFMF; São José do
Figura 6: CZ; Bagé; Figura 7: PC; Porto Alegre; Norte; Figura 54: LFMF; São José do Norte; Figura
Bairro Lami; Figura 8: LFMF; Nonoai; Figura 9: LAF; 55: MBM; Tapes; Figura 56: LFMF; Arvorezinha;
Porto Alegre; Reserva Biológica do Lami José Figura 57: LFMF; Arvorezinha; Figura 58: MDF;
Lutzenberger; Figura 10: LFMF; São José do Norte; Cambará do Sul; Figura 59: LFMF; André da Rocha;
Figura 11: CZ; Tapes; Figura 12: LFMF; São José Figura 60: CZ; Nonoai; Figura 61: DJA; São
do Norte; Figura 13: PC; Porto Alegre; Bairro Lami; Jerônimo; Figura 62: DJA; São Jerônimo; Figura
Figura 14: LFMF; Nonoai; Figura 15: LFMF; Itati; 63: MDF; Laguna (Santa Catarina); Figura 64: MBM;
Figura 16: LFMF; Nova Roma do Sul; Figura 17: Torres; Figura 65: LFMF; Terra de Areia; Figura 66:
LFMF; Cerro Largo; Figura 18: LFMF; Cerro Largo; PC; São Jerônimo; Figura 67: CZ; São Sepé; Figura
Figura 19: LAF; Porto Alegre; Reserva Biológica 68: PC; Eldorado do Sul; Figura 69: MBM; Triunfo;
do Lami José Lutzenberger; Figura 20: CZ; Porto Figura 70: PC; Pantano Grande; Figura 71: CZ;
Alegre; Reserva Biológica do Lami José Pantano Grande; Figura 72: CZ; Maquiné; Figura
Lutzenberger; Figura 21: LAF; Guaíba; Figura 22: 73: MBM; Triunfo; Figura 74: CZ; Tio Hugo; Figura
LFMF; São José do Norte; Figura 23: LFMF; Itati; 75: MDF;Viamão; Figura 76: MBM; São Francisco
Figura 24: LFMF; Itati; Figura 25: LAF; Porto de Paula; Figura 77: LFMF; Cotiporã; Figura 78:
Alegre; Reserva Biológica do Lami José LFMF; Cotiporã; Figura 79: LFMF; Nonoai; Figura
Lutzenberger; Figura 26: MDF; Osório; Figura 27: 80: CZ; São Sepé; Figura 81: MBM; São Marcos;
LFMF; Nonoai; Figura 28: LFMF; Serafina Corrêa; Figura 82: MBM; São Marcos; .Figura 83: LFMF;
Figura 29: LFMF; Cerro Largo; Figura 30: LAF; Nonoai.
135
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
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141
142
144
PEIXES
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Zoologia, Laboratório de Ictiologia, Porto Alegre, RS.
2
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Museu de Ciências Naturais, Laboratório de Ictiologia, Porto Alegre, RS.
3
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Departa-
mento de Zoologia e Botânica, Laboratório de Ictiologia, São José do Rio Preto, SP.
145
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 1. Localização da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger no sistema da laguna dos Patos. 1. laguna
dos Patos; 2. rio Uruguai.
Figura 2. Alagados temporários encontrados na mata de restinga da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger.
146
PEIXES
durante o período de cheia, como lambaris, traíras, deletérios oriundos de atividades agrícolas, industriais
jundiás e carás. Muitas espécies do lago Guaíba e ou mesmo urbanas. O trecho do arroio Lami dentro
do arroio Lami utilizam o banhado como área de da REBIOLJL caracteriza-se pela baixa velocidade no
reprodução e de crescimento, pois este ambiente fluxo de água, presença de macrófitas aquáticas
fornece abrigo contra predadores e alimentação flutuantes e vegetação marginal abundante (mata de
farta para peixes jovens e alevinos. A produtividade galeria), com acúmulo de detritos (folhas e galhos) e
pesqueira dos rios e lagos depende da preservação lodo junto ao fundo (Figura 4). Pelo fato do arroio ser
destas áreas de inundação nas suas margens. um curso natural de circulação de espécies entre os
Espécies típicas de banhado incluem a traíra corpos de água próximos (lago Guaíba e banhados),
(Hoplias malabaricus), o jundiá (Rhamdia aff. relacionado aos períodos de cheia e de seca ou de
quelen), o cará-do-lodo (Cichlasoma acordo com as migrações reprodutivas, não é possível
portalegrense), a joaninha (Crenicichla lepidota), fazer uma distinção clara entre a ictiofauna do arroio,
os peixes-elétricos (Brachyhypopomus gauderio do banhado adjacente e do próprio lago Guaíba. No
e Gymnotus aff. carapo), além de várias espécies entanto, algumas características do arroio permitem
de pequenos lambaris comuns em ambientes com a ocorrência de espécies mais exigentes em termos
vegetação abundante (Cheirodon interruptus, de condições ambientais. Em áreas de acúmulo de
Hyphessobrycon boulengeri, Hyphessobrycon detritos junto ao fundo como folhas das árvores da
igneus e Hyphessobrycon luetkenii, entre outros). mata, por exemplo, comumente observa-se à
O arroio Lami cobre uma área de drenagem de presença do peixe-banjo (Pseudobunocephalus
aproximadamente 51,19 km 2 (MENEGAT; iheringii). Em áreas de fundo lodoso encontra-se uma
KIRCCHEIM, 1998), porém apenas a sua porção espécie de cará, Gymnogeophagus rhabdotus,
inferior, próxima à foz no lago Guaíba, encontra-se normalmente não encontrada em locais com outros
dentro da REBIOLJL. A área de drenagem do arroio tipos de substrato. Nas áreas de arroio sombreadas
possui uma densidade populacional de 99 habitantes pela mata é comum a presença de uma espécie
por km2, estando sujeito a impactos antrópicos deambari-bandeira, Pseudocorynopoma doriae,
147
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 4. Trecho do arroio Lami cercado de mata de restinga na área da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger.
adaptada à alimentação na superfície, cujos itens frequentes nestes locais (DUFECH; FIALHO, 2009).
alimentares preferenciais se constituem em Espécies de peixes-rei (gênero Odontesthes) também
insetos pequenos ou outros invertebrados que tendem a se concentrar em praias de fundo arenoso
caem de folhas e ramos localizados sobre a água. junto às manchas de juncos (KLEEREKOPER, 1945;
O lago Guaíba margeia grande parte da REBIOLJL BECKER, 1995).
a sudeste, sul e sudoeste. Todas as espécies de Noventa espécies de peixes ocorrem no lago
peixes presentes no lago Guaíba, sejam elas Guaíba e em banhados adjacentes e são listadas
residentes (que ocorrem o ano todo) ou visitantes aqui. Todas estão potencialmente presentes nas
temporárias (que desenvolvem parte de seu ciclo de praias do lago Guaíba junto a REBIOLJL, mesmo
vida no lago Guaíba) estão, potencialmente, presentes que sazonalmente. As cinquenta e uma espécies
na REBIOLJL. No lago Guaíba, a zona costeira é assinaladas com asterisco foram registradas para
formada em grande parte por praias arenosas os charcos temporários, banhado e arroio Lami em
pequenas, com águas livres, profundidade baixa uma coleta realizada na área da reserva ou tem
(aproximadamente 1 m a uma distância de 100 m da espécimes-testemunho coletados nestes locais e
margem) e, eventualmente, vegetação aquática, depositados na coleção científica de peixes do
predominantemente, de juncos. As características das Departamento de Zoologia da Universidade Federal
praias influenciam, consideravelmente, a ictiofauna do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para estas
local, sendo algumas espécies de peixes típicas deste espécies são apresentadas informações quanto as
tipo de ambiente, como os lambaris Astyanax aff. suas características morfológicas, distribuição e
fasciatus, A. jacuhiensis e Cyanocharax alburnus, o biologia geral. A classificação das ordens segue
biru Cyphocharax voga, a corvina-de-rio Pachyurus Wiley e Johnson (2010) e das famílias segue Reis
bonariensis e a violinha Rineloricaria strigilata. Estas et al., 2003. Os registros fotográficos foram
são geralmente as espécies mais abundantes e realizados por Luiz R. Malabarba.
148
PEIXES
149
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
150
PEIXES
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
cúspides; mancha no pedúnculo caudal em forma de nadadeira dorsal dos machos maduros (MELO;
um losango pequeno, estendendo-se até as BUCKUP, 2006). Tamanho máximo 12,0 cm CP.
extremidades dos raios medianos da nadadeira
caudal. Nadadeiras apresentam geralmente uma Distribuição. Sistema da laguna dos Patos,
combinação das cores vermelho e laranja, e os olhos sistema do rio Tramandaí e bacia do rio Uruguai.
uma mancha vermelha na íris, acima da pupila.
Tamanho máximo 6,5 cm CP. Habitat. Ocorre em todos ambientes, exceto nas
cabeceiras dos cursos d’água. No lago Guaíba, os
Distribuição. Sistema da laguna dos Patos, indivíduos jovens de A. aff. fasciatus parecem utilizar
sistema do rio Tramandaí e bacia do rio Uruguai. principalmente ambientes de baía com fundo
constituído de lodo e restos vegetais, enquanto que
Habitat. Ocorre em ambientes lóticos e lênticos os adultos ocorrem em maior frequência em
de porções baixas das drenagens. margens de praias abertas intercaladas com
manchas de juncos (BERTACO et al., 1998).
Biologia. Apresenta um período reprodutivo longo,
iniciando no inverno e estendendo-se até o verão Biologia. É abundante no sistema da laguna dos
(FIALHO, 1998; GELAIN, 2000). As fêmeas Patos e apresenta reprodução contínua ao longo do
produzem, em torno, de 4.000 ovócitos a cada evento ano, com picos de desovas parceladas ocorrendo
reprodutivo, sendo a fecundação externa. A espécie principalmente em outubro e março (CARVALHO et
alimenta-se principalmente de restos vegetais al., 2009). Os picos de desova são influenciados pelo
(macrófitas) e insetos (dípteros) (HARTZ et al., 1996; aumento da temperatura da água e pluviosidade. A
VILELLA et al., 2002; SACCOL-PEREIRA, 2008). composição dos itens alimentares consumidos pela
espécie varia sazonalmente, sendo a maior
Astyanax aff. fasciatus (Cuvier, 1819) diversidade registrada durante a primavera (WOLFF
Lambari-do-rabo-vermelho et al., 2009). A alimentação é constituída por
Figura 8 fragmentos de folhas, flores e gramíneas (VILELLA
et al., 2002), bem como macrófitas, algas
filamentosas, insetos aquáticos e terrestres
(SACCOL-PEREIRA, 2008; WOLFF et al., 2009).
152
PEIXES
fraca mancha (ou barra) vertical, seguida por Características morfológicas. Possui uma
outra mancha vertical e difusa; uma mancha em concavidade acentuada na porção superior da
forma de losango no pedúnculo caudal; linha cabeça; nadadeira anal longa (37-48 raios
lateral com 34-40 escamas perfuradas; 21-28 ramificados); linha lateral incompleta com 4-10
(geralmente 24-26) raios ramificados na escamas perfuradas; maxilar com 13 a 51 dentes
nadadeira anal; osso maxilar sem dentes. As cônicos que variam em número com a idade; e
nadadeiras são amareladas, e as nadadeiras pseudotímpano (hiato muscular sob a pele na
pélvicas e raios anteriores da nadadeira anal parede lateral da cavidade abdominal logo após a
podem ser alaranjados. Geralmente apresenta cabeça). Indivíduos vivos apresentam o corpo
um corpo curto e alto. A espécie pertence ao transparente. Tamanho máximo 9,4 cm CP.
grupo de espécies Astyanax bimaculatus
reconhecido por Garutti (1995). Tamanho Distribuição. Bacias dos rios Paraguai e Uruguai,
máximo 11,0 cm CP. sistemas da laguna dos Patos e do rio Tramandaí.
Charax stenopterus (Cope, 1894) Figura 11. Cheirodon ibicuhiensis Eigenmann, 1915
Lambari-corcunda ou Lambari-vidro (Lambari).
Figura 10
153
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Distribuição. Bacia do rio Uruguai, sistema da Habitat. A espécie geralmente é encontrada junto
laguna dos Patos, sistema do rio Tramandaí e rios às margens com grande concentração de
costeiros do Uruguai. macrófitas aquáticas (DUFECH; FIALHO, 2009).
Habitat. Ocorre comumente junto às margens Biologia. Período reprodutivo longo, iniciando
com grande concentração de macrófitas aquáticas em setembro e estendendo-se até fevereiro,
(DUFECH; FIALHO, 2009). com desovas parceladas (OLIVEIRA et al.,
2002). A fecundidade média é estimada em 400
Biologia. Apresenta período reprodutivo longo, ovócitos (VAZZOLER; MENEZES, 1992). A dieta
ocorrendo entre os meses de setembro a fevereiro, é composta, em grande parte, por itens de
com desovas parceladas ao longo deste período origem vegetal, como matéria vegetal e algas.
(OLIVEIRA et al., 2002). Embora os jovens estejam Sedimento, microcrustáceos e insetos
presentes durante quase todo o ano, é durante os autóctones (Diptera) foram menos frequentes
meses de fevereiro e agosto que sua frequência (DIAS, 2007).
se encontra mais elevada, sugerindo este como o
período principal de recrutamento para a espécie. Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870)
Alimenta-se principalmente de matéria vegetal e Lambari-branco
algas das divisões Chlorophyta e Bacillariophyta Figura 13
(DIAS, 2007).
154
PEIXES
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
156
PEIXES
ganchos ósseos nas nadadeiras anal e pélvicas, Biologia. Período reprodutivo iniciando no
além de uma larga faixa longitudinal, se comparada inverno e estendendo-se até a primavera
com a da fêmea. Tamanho máximo 5,2 cm CP. (HARTZ et al., 1997; FIALHO et al., 1998; NUNES
et al., 2004). A fecundidade absoluta média
Distribuição. Sistema da laguna dos Patos, bacia apresentada pela espécie foi de 17.000 ovócitos
do rio Uruguai e baixo rio Paraná (na Argentina). na lagoa Caconde (HARTZ et al., 1997), 9.600
ovócitos na lagoa das Custódias (FIALHO et al.,
Habitat. Ocorre preferencialmente em ambientes 1998) e 14.400 para a lagoa Fortaleza (NUNES
lênticos em porções baixas das drenagens. Soneira et al., 2004). A dieta da espécie está baseada
et al. (2006) trabalhando no sistema Iberá na Argentina em peixes da ordem Characiformes, embora
constataram que essa espécie habita corpos d’água também possa ser encontrado em seus
com ampla faixa de condições ambientais, podendo estômagos crustáceos da ordem Decapoda
ser encontrada em ambientes lênticos e lóticos, com (HARTZ et al., 1996; NUNES; HARTZ, 2006),
diversos valores de transparência, pH, concentração sendo classificada como de hábito alimentar
de oxigênio e sais dissolvidos. carnívoro tendendo à piscivoria.
Distribuição. Rios e lagoas costeiras do Rio Biologia. Assim como Oligosarcus jenynsii, a
Grande do Sul, Brasil, Uruguai e Argentina. espécie tem seu período reprodutivo ocorrendo nos
meses de inverno e primavera (NUNES et al., 2004).
Habitat. Pode ser encontrada em rios, riachos e Quanto ao hábito alimentar, é classificada como
predominantemente em lagoas. piscívora, uma vez que sua dieta é constituída por
157
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
espécies de peixes das ordens Characiformes, desenvolvam antes das demais espécies,
Clupeiformes e Siluriformes (NUNES; HARTZ, 2006). representando uma vantagem na utilização dos
recursos do ambiente. A constatação de fêmeas não
Pseudocorynopoma doriae Perugia, 1891 maduras já inseminadas, ou seja, com a presença
Lambari-bandeira de espermatozoides dentro do ovário, reforça a
Figura 20 hipótese de que a desova pode ocorrer mesmo na
ausência do macho, quando o ambiente se
apresentar mais favorável. A espécie apresenta
desova total, com ovócitos sendo todos liberados em
um mesmo momento dentro do período reprodutivo.
Alimenta-se de insetos alóctones que capturam junto
à superfície d’água (GRACIOLLI et al., 2003).
158
PEIXES
159
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 24. Cyphocharax voga (Hensel, 1870) (Biru). Figura 25. Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) (Traíra).
160
PEIXES
161
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Características morfológicas. Possui boca Distribuição. Bacias dos rios Uruguai e Paraná e
terminal; linha lateral com quatro poros na série sistema da laguna dos Patos.
superior; série lateral superior com 26-29 e
inferior com 24-27 placas; nadadeira dorsal com Habitat. Ocorre em rios, riachos e lagoas de fundo
um espinho e 7-8 raios, peitoral com um espinho arenoso ou lodoso, vivendo em cardumes junto ao
e 6 raios, pélvica e anal com 6 raios. Corpo cinza; substrato.
nadadeiras escuras com manchas escuras.
Tamanho máximo 16,5 cm CP. Machos Biologia. Reproduz durante todos os meses do
apresentam a nadadeira dorsal alongada, maior ano, apresentando um pico reprodutivo durante o
do que nas fêmeas, com os dois primeiros raios período de verão (BERVIAN; FONTOURA, 1994).
ramificados, maiores que o acúleo. Possui desova do tipo parcelada, com a liberação
de sucessivos lotes de ovócitos ao longo de seu
Distribuição. Amplamente distribuído nas ciclo reprodutivo (BERVIAN; FONTOURA, 1994).
drenagens neotropicais, desde a Colômbia e Apresenta elaborado comportamento de corte,
Venezuela à Argentina. Provavelmente trata-se de durante o qual os machos emitem sons através
um complexo de espécies. de movimentos dos espinhos de suas nadadeiras
peitorais (PRUZSINSZKY; LADICH, 1998). Alimenta-
Habitat. Ocorre em áreas alagadas e pantanosas se de invertebrados aquáticos, preferencialmente
de fundo lodoso, além de riachos de correnteza as larvas de insetos e os microcrustáceos não
lenta a moderada. planctônicos (ESCALANTE, 1983).
Características morfológicas. Possui boca Habitat. Ocorre em riachos e pequenos rios com
subterminal; três (raramente quatro) manchas correnteza de fraca a moderada, além de lagoas
escuras grandes no flanco, nas regiões lateral e e áreas alagadas, vivendo junto ao fundo,
dorsal no tronco; nadadeira caudal estriada. preferencialmente junto à vegetação ou ao
Tamanho máximo 5,9 cm CP. sedimento orgânico acumulado.
162
PEIXES
Biologia. Reproduz durante os meses mais dorsal ao início da nadadeira adiposa (GUAZZELLI,
quentes do ano e apresenta desova do tipo total, 1997). Tamanho máximo 10,6 cm CP.
cada indivíduo desovando um único lote de
ovócitos durante o período anual de reprodução Distribuição. Bacia do rio Uruguai e bacias
(SÁ-OLIVEIRA; CHELLAPPA, 2002). Apresenta costeiras do Rio Grande do Sul até o rio Tubarão,
um elaborado comportamento de corte, que em Santa Catarina.
culmina com a construção de um ninho de
espumas (resultantes da mistura de água, Habitat. Ocorre em ambientes lóticos e lênticos
muco e detritos de plantas) junto à vegetação de substrato arenoso, encontrado entre macrófitas
emergente (ANDRADE; ABE, 1997). Os ovos aquáticas.
são depositados no ninho e a prole é protegida
p e l o m a c h o ( H O S TA C H E ; M O L , 1 9 9 8 ) . Biologia. Não há informações acerca da
Hoplosternum littorale é uma espécie onívora reprodução para Pimelodella australis, no entanto,
que apresenta uma grande diversidade de itens foi observado um período reprodutivo
em sua dieta, sendo larvas de insetos, compreendido entre os meses de primavera e
sedimento e fragmentos vegetais os itens mais verão para outras espécies do gênero Pimelodella
frequentes (CALDEIRA et al., 2007). (SANTOS et al., 2006). Outras espécies de
Pimelodella são consideradas carnívoras,
Família HEPTAPTERIDAE alimentam-se principalmente de insetos aquáticos
(basicamente Diptera e Ephemeroptera), insetos
A família Heptapteridae compreende os peixes com terrestres e ocasionalmente material vegetal
pele nua; três pares de barbilhões, sendo um barbilhão (MAZZONI et al., 2010).
maxilar e dois barbilhões mentonianos; nadadeira
adiposa bem desenvolvida; canais laterossensoriais Rhamdia aff. quelen (Quoy & Gaimard, 1824)
cutâneos simples, ramificados na cabeça e parte Jundiá
anterior do tronco em algumas espécies; nadadeira Figura 31
caudal bastante bifurcada, emarginada, arredondada
ou lanceolada; primeiro raio das nadadeiras dorsal e
peitoral precedidos por um espinho pungente ou com
segmentos flexíveis (BOCKMANN; GUAZZELLI, 2003;
LUNDBERG et al., 1991).
163
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Biologia. A maturidade sexual é atingida por volta Habitat. Ocorre em rios e riachos de água clara a
de um ano de idade, nos dois sexos. O período de turva, com fundo arenoso e correnteza de fraca a
reprodução se estende de agosto a fevereiro, com média, habitando a vegetação submersa junto à
dois picos reprodutivos, caracterizando uma margem (CARVALHO; REIS, 2011).
desova do tipo assincrônica ou parcelada (GOMES
et al., 2000). A fecundidade é baixa e apresenta Biologia. Não há informações sobre reprodução e
relação com o comprimento total, peso total e peso alimentação. Espécies do gênero Hisonotus
da gônada (NARAHARA et al., 1989). É possuem desova do tipo parcelada, liberando
considerada uma espécie onívora, alimentando-se sucessivos lotes de ovócitos ao longo de seu período
de pequenos peixes, moluscos, crustáceos, de reprodução (FERREIRA, 2007). São peixes
insetos, restos vegetais e detritos orgânicos bentônicos, que apresentam hábito perifitívoro,
(BASTOS , 2002). Os indivíduos ficam escondidos alimentando-se essencialmente de algas que se
entre pedras e troncos, de onde saem à noite, à desenvolvem sobre o substrato e de fragmentos de
procura de alimento (GUEDES, 1980). plantas superiores (ARANHA et al., 1998; CASATTI
et al., 2001).
Família LORICARIIDAE
Hisonotus leucofrenatus (Miranda-Ribeiro,
A família Loricariidae compreende os peixes 1908)
que possuem placas ósseas cobrindo o corpo e Cascudinho
a cabeça, revestidas com pequenos espinhos Figura 33
chamados odontódeos que conferem uma
aspereza às placas; boca inferior, em forma de
ventosa; a parte posterior do crânio inclui parte
da cintura peitoral, o aparelho de Weber e uma
bexiga natatória com paredes ósseas dividida em
duas metades: direita e esquerda (MENEZES et
al., 2007). Figura 33. Hisonotus leucofrenatus (Miranda-Ribeiro,
1908) (Cascudinho).
Hisonotus laevior Cope, 1894
Cascudinho
Figura 32 Características morfológicas. Possui a margem
anterior do focinho completamente coberta por
odontódeos; placas grandes na série abdominal
mediana, geralmente composta por uma série de
placas entre as placas abdominais laterais; nadadeira
caudal completamente escura ou com uma tênue
Figura 32. Hisonotus laevior Cope, 1894 (Cascudinho).
listra vertical hialina; cabeça escura a amarronzada;
‘tufos’ de odontódeos na extremidade do parieto-
occipital ausentes (CARVALHO; REIS, 2011).
Tamanho máximo 6,0 cm CP.
Características morfológicas. Possui de 25-27
placas ósseas medianas laterais no corpo; 3-4 Distribuição. Planície da costa leste do sistema
(moda 4) placas pré-dorsais; 30-31 vértebras; da laguna dos Patos, sistema do rio Tramandaí, e
presença de um entalhe posterior na articulação drenagens costeiras de Santa Catarina, Paraná e
164
PEIXES
São Paulo na bacia do rio Ribeira de Iguape Loricariichthys anus Valenciennes, 1836
(localidade-tipo) (CARVALHO; REIS, 2011). Viola
Figura 35
Habitat. Ocorre preferencialmente em ambientes
de correnteza fraca a média de fundo pedregoso,
habitando a vegetação submersa ou junto à
margem.
Distribuição. Bacias do médio e baixo rio Paraná, Biologia. Possui ciclo reprodutivo sazonal,
rio Uruguai e sistema da laguna dos Patos. desovando durante os meses de verão
(aproximadamente de novembro a março) e
Habitat. Habita os mais diversos ambientes, apresentando uma desova do tipo total,
preferencialmente lênticos, em rios e arroios. possuindo um único evento de desova por
período reprodutivo (BRUSCHI JR. et al., 1997).
Biologia. Possui desova do tipo total, realizando Os machos realizam cuidado parental, utilizando
um único evento de desova por período reprodutivo, o lábio inferior, que se torna mais desenvolvido
com período de reprodução ocorrendo durante os nos meses anteriores à reprodução, para a
meses de primavera e verão (AGOSTINHO et al., incubação dos ovos adesivos após a
1991). Alimenta-se principalmente de algas e fecundação. Alimenta-se de detritos orgânicos
detritos, desempenhando importante papel na e larvas de insetos.
ciclagem de nutrientes dos ambientes onde vivem
(FERNÁNDEZ et al., 2008; GNERI; ANGELESCU,
1951).
165
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 36. Rineloricaria cadeae (Hensel, 1868) (Violinha). Figura 37. Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868)
(Violinha).
166
PEIXES
Figura 38. Parapimelodus nigribarbis (Boulenger, 1889) Figura 39. Pimelodus pintado Azpelicueta, Lundberg &
(Pintado-branco, Mandinho). Loureiro, 2008 (Pintado).
167
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
delas situada no interopérculo, visível na parte o deslocamento dos órgãos vitais para a parte mais
ventrolateral da cabeça, e outra no opérculo, visível anterior do corpo com o ânus deslocado para frente
na região dorsoposterior da cabeça; três pares de (abaixo da cabeça em algumas espécies) e a
barbilhões (nasal, maxilar e rictal) e nadadeira presença de órgãos elétricos na musculatura
dorsal localizada posterior ao meio do corpo. hipoaxial são algumas das sinapomorfias da
ordem.
Homodiaetus anisitsi Eigenmann & Ward, 1907
Cambeva Família GYMNOTIDAE
Figura 40
As espécies desta família possuem corpo
cilíndrico ou subcilíndrico; cabeça deprimida; boca
larga, mais de um terço do comprimento da
cabeça; cavidade abdominal longa (mais de 30
vértebras pré-caudais); filamento caudal curto ou
inexistente, com nadadeira anal estendendo-se até
Figura 40. Homodiaetus anisitsi Eigenmann & Ward,
o final do corpo do peixe ou muito próximo a isto.
1907 (Cambeva).
Apresenta descarga do órgão elétrico do tipo pulso.
Distribuição. Bacias dos rios Paraguai, baixo rio Figura 41. Gymnotus aff. carapo Linnaeus, 1758 (Peixe-
Paraná, rio Uruguai, sistema da laguna dos Patos elétrico, Carapo, Sarapó).
e sistema do rio Tramandaí.
168
PEIXES
Figura 42. Brachyhypopomus draco Giora, Malabarba Figura 43. Brachyhypopomus gauderio Giora &
& Crampton, 2008 (Peixe-elétrico, Tuvira). Malabarba, 2009 (Peixe-elétrico, Tuvira).
169
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Distribuição. Bacias dos rios Uruguai, Paraná e Características morfológicas. Esta espécie
Paraguai, sistema da laguna dos Patos e sistema difere de suas cogenéricas por apresentar corpo
do rio Tramandaí. amarelado, dorso escuro, com várias manchas
pequenas distribuídas por todo o corpo. Tamanho
Habitat. Ocorre em rios, riachos, lagoas e áreas máximo 80,0 cm CT.
alagadas, sendo usualmente encontrado junto à
vegetação emergente e/ou flutuante. Distribuição. Synbranchus marmoratus está
amplamente distribuída nas drenagens
Biologia. Possui período reprodutivo sazonal, no neotropicais, dos rios do México até a Argentina.
sul do Brasil ocorrendo nos meses de primavera Trata-se de um complexo de espécies.
e verão, e desova do tipo parcela, com a liberação
de lotes sucessivos de ovócitos ao longo do Habitat. Ocorre em uma grande variedade de
período de reprodução (GIORA, 2008). Alimenta- ambientes como banhados áreas alagadas,
se principalmente de larvas de insetos e riachos, rios de grande porte, lagos e lagoas.
microcrustáceos aquáticos (TARASCONI, 2006). Habitam principalmente as margens dos corpos
d’água, vivendo junto ao fundo, mais
Ordem SYNBRANCHIFORMES frequentemente associados a substratos lodosos
onde cavam túneis e galerias.
Representantes da ordem Synbranchiformes
tem corpos serpentiformes, facilmente Biologia. É uma espécie protogínica com dois
reconhecíveis pela ausência das nadadeiras diferentes tipos de machos (diandria), os machos
peitorais e pélvicas, com as demais nadadeiras primários, que se desenvolvem diretamente como
reduzidas. O fechamento lateral dos opérculos, machos a partir dos ovos, e os machos
resultando em uma única fenda branquial secundários, que se desenvolvem a partir da
localizada abaixo da cabeça constitui-se em uma reversão sexual das fêmeas (LO NOSTRO;
das sinapomorfias do grupo. GUERRERO, 1996). A espécie constrói ninhos
nos túneis em que habita, nos quais são
Família SYNBRANCHIDAE encontradas larvas em diferentes estágios de
desenvolvimento, sugerindo a ocorrência de
A família Synbranchidae apresenta como desovas múltiplas (BREDER; ROSEN, 1966). Os
características diagnósticas as nadadeiras dorsal machos apresentam cuidado parental,
e anal reduzidas a dobras de pele vestigiais e bexiga defendendo ovos e larvas do ninho (BREDER;
170
PEIXES
Família POECILIIDAE
As espécies desta família possuem a
nadadeira anal com, no máximo, 11 raios. A
nadadeira anal dos machos adultos é modificada
em órgão copulador (gonopódio), formado por
todos os raios da nadadeira embutidos em um
tubo simples, geralmente com apêndices
distais.Possuem como características
diagnósticas a inserção mediosuperior da
nadadeira peitoral e a migração anterior da
nadadeira pélvica em machos maduros
Figura 45. Fêmea (acima) e macho (abaixo) de Jenynsia (LUCINDA, 2003).
multidentata (Jenyns, 1842) (Barrigudinho).
171
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
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PEIXES
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PEIXES
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
rios e lagoas de fundo arenoso e com vegetação Distribuição. Bacia do rio Uruguai e sistema da
esparsa ou ausente (REIS; MALABARBA, 1988). laguna dos Patos e Sistema do rio Tramandaí.
Biologia. Apresenta fecundação externa e cuidado Habitat. Ocorre geralmente em lagoas, riachos
parental através da incubação bucal de ovos e e rios de pequeno porte com fundo arenoso,
jovens, por ambos os sexos. A reprodução é raramente, lamacento ou pedregoso. Possui
sazonal, entre os meses de primavera e verão. preferência por águas com grande densidade de
Apresenta fecundidade baixa e ovócitos grandes, vegetação submersa (REIS; MALABARBA,
características de espécies com cuidado parental 1988).
(VAZZOLER, 1996). Possui desova do tipo total,
com a liberação de um único lote de ovócitos por Biologia. Não há informações sobre a reprodução.
período reprodutivo (LONGONI, 2009). Em muitos Kullander (1983) relata que esta espécie deposita
ciclídeos, a coloração dos machos em reprodução seus ovos no substrato. É uma espécie onívora,
anuncia as áreas de desova, podendo durar todo alimentando-se de zooplâncton, algas, detritos e
o período reprodutivo. É comum também o larvas de insetos (YAFE et al., 2002).
desenvolvimento de gibosidades (corcovas) na
região anterior da cabeça dos machos antes da Ordem PERCIFORMES
estação de desova, possivelmente utilizadas para
exibir-se ou como um depósito de gordura para o Esta ordem congrega uma série de famílias
período de guarda (LOWE-MCCONNELL, 1999). de peixes primariamente marinhos, com algumas
É uma espécie onívora, com hábitos muito formas diádromas (corvina-do-mar) que entram
diversificados, podendo se alimentar de detritos, periodicamente em água doce e poucas espécies
sedimentos, frutos/sementes, peixes, moluscos, de água doce secundárias (corvina-de-rio) que
microcrustáceos e larvas de insetos (SACCOL- desenvolvem seu ciclo de vida completo em água
PEREIRA, 2008; LONGONI, 2009). doce. Não há uma definição da ordem como um
grupo monofilético (WILEY; JOHNSON, 2010),
Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870) sendo que seus representantes podem ser
Cará reconhecidos, juntamente com os Labriformes,
Figura 54 pela presença de uma nadadeira dorsal de base
longa, sendo a parte anterior espinhosa e a
posterior formada por raios moles, pela posição
das nadadeiras pélvicas localizadas
anteriormente, geralmente em posição torácica
ou abdominal, pela presença de escamas
ctenoides e pela boca protrátil.
Família SCIAENIDAE
Figura 54. Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870)
(Cará). As espécies desta família possuem uma
nadadeira dorsal longa, com um entalhe profundo
entre a porção anterior com espinhos e a posterior
com raios flexíveis. A porção espinhosa da
Características morfológicas. Possui nadadeira nadadeira dorsal possui de 6 a 13 espinhos, e
anal com três espinhos; nadadeiras dorsal, caudal e porção mole um espinho e 20 a 35 raios moles. A
anal cobertas por listras claras longitudinais; linha lateral é completa.
nadadeira peitoral alcançando a origem da nadadeira
anal; nadadeira dorsal com um pequeno espinho
dirigido anteriormente junto a base do raio mais
anterior; listras azuis iridescentes longitudinais no
flanco; pedúnculo caudal mais curto do que alto.
Tamanho máximo 12,0 cm CP (KULLANDER, 2003).
176
PEIXES
Pachyurus bonariensis Steindachner, 1879 2007), no entanto, sua ocorrência neste sistema a
Corvina-de-rio classifica com uma espécie alóctone, ou seja, uma
Figura 55 espécie nativa de bacia hidrográfica brasileira
registrada em bacia onde não ocorria naturalmente
(IBAMA, Portaria 145/1998).
177
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
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AVES
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Sul a contagem já chegou a 3.308 espécies pelos terrenos Pré-Cambrianos da região de Porto
(REMSEN et al., 2011). No Brasil já se tem o Alegre, Viamão e Guaíba. A região abrange boa
registro de 1832 espécies de ave (Comitê parte das bacias do rio Gravataí e do complexo
Brasileiro de Registros Ornitológicos, 2011) e no fluvial do Guaíba (TOMAZELLI; VILLWOCK, 2000).
Rio Grande do Sul já se chegou à marca das 661 A carga sedimentar trazida pelos rios que
espécies registradas (BENCKE et al. 2010). drenam as terras altas adjacentes acumulou-se
dentro do Sistema Lagunar I, em ambientes de
Área de estudos sedimentação lagunar, fluvial e paludal. A região
ocupada pelo Sistema Lagunar I sofreu a
A Reserva Biológica do Lami José influência dos vários eventos transgressivos-
Lutzenberger geologicamente pertence à Planície regressivos que se sucederam durante o
Costeira, que se revela composta por quatro Quaternário. A cada nova ingressão marinha
sequências deposicionais do tipo laguna-barreira parte da região era afogada retrabalhando os
(três Pleistocênicas e uma Holocênica), depósitos ali existentes. Assim, o pacote
produzidas como resultado dos quatro principais sedimentar que se acumulou no espaço
episódios transgressivos-regressivos que aí geomorfológico do Sistema Lagunar I reflete
ocorreram durante os últimos 400 mil anos estes diferentes eventos envolvendo depósitos
(VILLWOCK 1972, TOMAZELLI E VILLWOCK aluviais, lagunares, lacustres e paludais de
1996, 2000, TOMAZELLI et al. 2000). A Planície diversas idades (TOMAZELLI; VILLWOCK 2000).
Costeira progrediu para leste através da Os sedimentos eólicos da Barreira I pertencem
coalescência lateral dos quatro sistemas à Formação Itapoã (DELANEY 1965;
deposicionais do tipo Laguna-Barreira, os quais TOMAZELLI; VILLWOCK 2000).
registram cada um, o pico de uma transgressão, Segundo TEIXEIRA et al. (1986) a cobertura
seguida de um evento regressivo (TOMAZELLI; vegetal da REBIOJL pode ser enquadrada em
VILLWOCK 2000). As diversas gerações de duas regiões fitoecológicas: Formações
barreiras foram responsáveis pela gênese dos Pioneiras e Áreas de Tensão Ecológica. A Área
grandes corpos lagunares dentre os quais o lago de Tensão Ecológica cobre inteiramente a
Guaíba (TOMAZELLI; VILLWOCK, 2000). Formação Barreira I e o Sistema Lagunar I, por
A Barreira 1, mais interna, formada como um sua vez, é coberto totalmente por uma Área de
produto de um primeiro evento transgressivo Formações Pioneiras.
pleistocênico (TOMAZELLI; VILLWOCK, 1996, Vale salientar que a expressão “cobrir totalmente”
2000). Embora a distribuição espacial original do deve ser aqui relativizada, pois a paisagem da região
Sistema Laguna-Barreira I provavelmente tenha onde está inserida a REBIOJL se encontra
sido mais ampla, hoje em dia sua preservação extremamente fragmentada, com muitos dos
limita-se, praticamente à porção noroeste da elementos das formações vegetais originais já
Planície Costeira (também conhecida como substituídos por formações de origem antrópica.
“Barreira das Lombas”), ocupa uma faixa orientada
de nordeste-sudoeste, cerca de 250 km de Métodos
comprimento e cinco a dez quilômetros de largura
(TOMAZELLI; VILLWOCK 1996, 2000). Formou- Trabalho de Campo. Foi realizado um trabalho
se durante o nível máximo atingido pelo mar no de campo para a obtenção de informações
final da grande transgressão holocênica, complementares a respeito da diversidade das
desenvolvendo-se principalmente a partir da aves na REBIOJL entre os dias 2 e 6 de outubro
acumulação de sedimentos eólicos que se de 2010 totalizando 24 horas de observação.
ancoraram de preferência sobre altos do Também foram aproveitadas as informações
embasamento (VILLWOCK 1972, TOMAZELLI; compiladas por Carlos Otávio Gussoni durante
VILLWOCK 2000). seu trabalho de campo na REBIOJL no mês de
O Sistema Lagunar I ocupou as terras baixas abril de 2011.
situadas entre a Barreira I e os terrenos mais
antigos formados pelas rochas sedimentares Documentação. A documentação das espécies
paleozóicas e mesozóicas da Bacia do Paraná e para o presente trabalho é essencialmente
188
AVES
189
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 1. Localização das áreas e municípios considerados para o relato das espécies (ver texto para maiores
explicações).
190
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), AI, IT, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA
Outros registros: GU(†), PA(†), VI(†), AI, IT, SI,
ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
191
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
192
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: IT, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: GV(†), IT, SI, DJ, BG, BC, BB, BT.
193
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), DJ, BG, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), AI, IT, SI,
Figura 10. Tigrisoma lineatum (socó-boi-verdadeiro) ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: AI, SI, ZU, DJ, BG, BC, BB.
194
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: AI, SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
195
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BC, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: GU(†), PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
196
AVES
25) Platalea ajaja (Colhereiro). R, C-E Costuma ocupar ambientes aquáticos com
Figura 19 água doce ou salobra a maioria com fundo de
areia com um pouco de lama. Os registros se
concentram principalmente ao longo da península
de Mostardas e na área entre o balneário Cassino
e a fronteira com o Uruguai, mas também foi
registrado em locais do lado oeste das lagunas
dos Patos e Mirim (CAMARGO, 1962; BELTON,
1994). Há um registro desta espécie no ano de
2006 na REBIOLJL (PATRÍCIA B. WITT,
obs. pess.) e outro em dezembro de 2007 para
Itapuã (SILVA, 2007). Dieta onívora, com
predominância de itens de origem animal que
incluem moluscos e insetos.
Conservação: NA.
Outros registros: IT.
Figura 19. Platalea ajaja (colhereiro).
27) Cathartes aura (urubu-de-cabeça-
vermelha). R, C
Figura 20. Phoenicopterus chilensis (flamingo). REBIOL Figura 21. Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta)
José Lutzenberger.
197
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: IT, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Na bacia do Guaíba já foi registrada em Itapuã
(TEIXEIRA et al., 2005), delta do Jacuí 32) Rostrhamus sociabilis (gavião-
(ACCORDI et al., 2001) e proximidades do rio caramujeiro). R, C
Cai no Pólo Petroquímico de Triunfo (CAYE; Figura 24
VOSS, 1989). Um indivíduo foi observado e
fotografado em vôo por Luiz Carvalho em 7/05/
2011 na fazenda Adegas (Figura 22). Dieta
essencialmente piscívora.
Conservação: NA.
Outros registros: IT, DJ.
198
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), MO, ZU, BG, BB.
199
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
Figura 29. Milvago chimachima (carrapateiro) DJ, BG, BC, BB, BT.
200
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), AI, IT, SI, ZU, DJ, BG, BC,
BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), IT, MO, SI,
ZU, DJ, BG, BC, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: SI, DJ, BG, BC, BB, BT.
201
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: ZU, DJ, BG.
Conservação: NA
Outros registros: AI, IT, MO, SI, ZU, DJ, BG, BB, BT.
Figura 34. Aramides cajanea (saracura-três-potes).
47) Pardirallus sanguinolentus (saracura-do-
banhado). R, C
Habita matas de galeria, pedaços de mata perto
Encontrado em banhados de todos tamanhos
de banhados e áreas pantanosas. Dieta onívora,
com bastante vegetação. Onívoro mas com
que inclui invertebrados (diplópodes, moluscos,
preferência a herbivoria. Os itens de origem animal
insetos, crustáceos), pequenos anfíbios e plantas
incluem predominantemente insetos.
(tecido vegetal, raízes e sementes).
Conservação: NA
Conservação: NA. Outros registros: VI(†), IT, SI, ZU, DJ, BG, BC,
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, ZU, DJ, BG, BB, BT.
BC, BB.
48) Gallinula galeata (galinhola). R, C
43) Aramides saracura (saracura-do-mato). R, C Figura 35
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BB.
202
AVES
Conservação: NA
Outros registros: VI(†), GU(†), AI, IT, ZU, DJ, BG,
BC, BT.
Figura 37. Himantopus melanurus (pernilongo).
50) Vanellus chilensis (quero-quero). R, C
Figura 36
Encontrado em campos alagados, margens de
banhados, lagos, açudes e praias de mar. Dieta
essencialmente carnívora que inclui moluscos,
aracnídeos e insetos. Também consome material
vegetal.
Conservação: NA.
Outros registros: IT, SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
203
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: AI, IT, ZU, DJ, BG, BC, BB.
Conservação: NA
Outros registros: VI(†), GU(†), BR(†), AI, IT, SI, Figura 40. Phaetusa simplex (trinta-réis-grande).
ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
204
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: IT, ZU, DJ, BG, BC, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: ZU, DJ, BG, BC.
205
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GV(†), GU(†), AI,
IT, MO, SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, MO, ZU,
Figura 44. Columba livia (pombo-doméstico) DJ, BG, BC, BB, BT.
206
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†).
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
Ocupa florestas e matas abertas. DJ, BC, BC, BB, BT.
Essencialmente Insetívoro, podendo ingerir
diplópodos, aracnídeos e insetos (coleópteros, 70) Guira guira (anu-branco). R, C
larvas de lepidópteros, himenópteros, hemípteros, Figura 48
ortópteros, odonatas e homópteros).
Eventualmente pode consumir sementes.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, ZU, DJ, BG, BB. Figura 48. Guira guira (anu-branco).
207
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), AI, IT, MO,
SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), IT, DJ, BG, BB, BT.
208
AVES
Figura 51. Hydropsalis torquata (bacurau-tesoura). Figura 52. Chlorostilbon lucidus (beija-flor-de-bico-
vermelho).
Encontrado no chão em campos com moitas Ocupa habitats semi-abertos, capoeiras, jardins,
de vegetação dispersas, florestas e plantações de beiras de mata, banhados com arbustos. Dieta
eucaliptos e de acácias. Consomem uma ampla essencialmente nectarívora, complementada com
gama de insetos (neurópteros, coleópteros, artrópodes (insetos e aracnídeos).
ortópteros, isópteros, hemípteros, coleópteros,
dípteros, homópteros). Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), IT, MO, SI, ZU,
Conservação: NA. DJ, BB.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, SI, ZU, DJ,
BG, BB, BT. 80) Hylocharis chrysura (beija-flor-dourado).
R, C
77) Chaetura cinereiventris (andorinhão-de- Figura 53
sobre-cinzento). R, C
Conservação: NA.
Outros registros: IT, ZU, DJ, BG.
209
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: AI, DJ, BG, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ, BG,
Figura 54. Chloroceryle amazona (martim-pescador-verde). BB, BT.
210
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Figura 55. Colaptes melanochloros (pica-pau-verde- Outros registros: PA(†), AI, MO, SI, ZU, BG.
barrado).
90) Thamnophilus ruficapillus (choca-de-
boné-vermelho). R, C
Habita campos, beiras de matas e campos com
árvores esparsas. Essencialmente insetívoro com
Encontrado em áreas abertas com arbustos,
uma dieta a base de insetos (himenópteros e
capoeiras, cercas-vivas e matagais. Dieta onívora
coleópteros), mas ocasionalmente pode ingerir
baseada em frutos e insetos.
frutos (moráceas).
Conservação: NA.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
Outros registros: VI(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ, BG,
DJ, BG, BC, BB, BT.
BC, BB, BT.
91) Thamnophilus caerulescens (choca-da-
88) Colaptes campestris (pica-pau-do-
mata). R, C
campo). R, C
Figura 57
Figura 56
Figura 56. Colaptes campestris (pica-pau-do-campo). Figura 57. Thamnophilus caerulescens (choca-da-mata).
211
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, SI, ZU, DJ, BG,
BB. Figura 58. Furnarius rufus (joão-de-barro).
212
AVES
99) Heliobletus contaminatus (trepadorzinho). Habita terrenos abertos, matagais e campos com
R, C árvores esparsas. Dieta essencialmente insetívora.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), GU(†), IT, SI, ZU, DJ, BG,
BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Figura 60. Anumbius annumbi (cochicho). Outros registros: GU(†), IT, MO, SI, ZU, DJ, BG, BB.
213
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: BG, BB.
214
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: MO, BG, BB.
Conservação: NA.
Outros registros: AI, IT, MO, SI, ZU, DJ, BG, BB,
BT.
215
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: BB.
Conservação: NA.
216
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), SI, ZU, DJ,
BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, SI, ZU, DJ,
BG, BC, BB, BT.
217
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
127) Tyrannus melancholicus (suiriri). M, C Habita praticamente qualquer tipo de área aberta
Figura 70 ou semi-aberta, é mais abundante em áreas de
pastagens elevadas e onduladas. Preferência
insetívora (coleópteros, himenópteros, hemípteros,
isópteros, homópteros, ortópteros), alimenta-se
também de sementes e frutos.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), BR(†), IT, DJ, BC, BC, BB.
Figura 71. Tyrannus savana (tesourinha).
218
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, ZU, DJ, BG,
BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, SI, DJ, BG, BC,
BB, BT.
Figura 73. Hymenops perspicillatus (viuvinha-de-óculos).
134) Xolmis irupero (noivinha). R, C
Figura 75
Habita beiras de banhado e campos úmidos.
Dieta essencialmente insetívora.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), GU(†), BR(†), IT, DJ, BC,
BC, BT.
219
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BB, BT.
220
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
BG, BC, BB, BT.
221
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), AI, IT, SI, ZU, DJ, BG,
BC, BB.
222
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), AI, IT, MO,
SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), BR(†), AI, IT, ZU, DJ, BG,
BC, BB. BT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BB, BT.
223
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: GU(†), AI, IT, MO, SI, DJ, BG,
BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ, Figura 88. Lanio cucullatus (tico-tico-rei).
BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, ZU, DJ, BC,
BC, BB, BT.
224
AVES
Figura 89. Tangara sayaca (sanhaçu-cinzento). Figura 90. Tangara preciosa (saíra-preciosa).
Ocupa uma variedade de habitats, incluindo Ocupa florestas, jardins e fragmentos de mata.
florestas, matas abertas, jardins e plantações de Dieta onívora com preferência herbívora.
eucaliptos em campos. Dieta onívora, com
preferência herbívora com o consumo de Conservação: NA.
sementes e frutos, incluindo na dieta a ingestão Outros registros: PA(†), AI, IT, SI, BG, BB, BT.
de insetos.
157) Stephanophorus diadematus (sanhaçu-
Conservação: NA. frade). R, C
Outros registros: PA(†), GU(†), AI, IT, MO, SI, ZU, Figura 91
DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: ZU.
225
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Prefere terrenos abertos com árvores, Ocupa os estratos superiores de florestas. Dieta
arbustos e beira de banhados. Onívora, consome frugívora.
tanto insetos como sementes e frutos.
Conservação: NA.
Conservação: NA. Outros registros: AI, IT, ZU, DJ, BG, BB.
Outros registros: PA(†), VI(†), AI, IT, ZU, DJ, BG,
BC. 161) Pipraeidea bonariensis (sanhaçu-papa-
laranja). R, C
159) Paroaria capitata (cavalaria). R, I Figura 95
Figura 93
Figura 93. Paroaria capitata (cavalaria). Figura 95. Pipraeidea bonariensis (sanhaçu-papa-laranja).
226
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ,
BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), IT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), BR(†), AI,
IT, MO, SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Residente em alturas moderadas de matas e Outros registros: GU(†), IT, MO, SI, ZU, DJ, BG,
jardins. Trata-se do primeiro registro para a região. BB, BT.
Onívora, com preferência insetívora. Inclui-se na
dieta da espécie frutos e sementes. 166) Donacospiza albifrons (tico-tico-do-
banhado). R, C
Conservação: NA.
Ocupa valas com inços em beiras de estradas,
capins altos em beiras de banhados e capoeiras.
Conservação: NA.
Outros registros: GU(†), IT, MO, SI, ZU, DJ, BG, BB.
227
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: IT, SI, ZU, DJ, BG, BB.
228
AVES
Conservação: NA.
Outros registros: VI (†), PA(†), IT, ZU, BG, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, DJ, BG, BB, BT. Figura 101. Geothlypis aequinoctialis (pia-cobra).
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), BR(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
DJ, BG, BC, BB, BT.
229
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Conservação: NA.
Outros registros: AI, IT, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), VI(†), BR(†), ZU, DJ, BG,
BC, BB.
Conservação: NA.
Outros registros: GU(†), IT, ZU, DJ, BG, BC, BB.
Figura 103. Icterus pyrrhopterus (encontro).
230
AVES
Figura 105. Chrysomus ruficapillus (Garibaldi). Figura 106. Agelaioides badius (asa-de-telha).
Habita campos ondulantes, bem drenados perto Ocupa campos de cereais, pastagens,
de áreas com banhados. Dieta onívora composta terreiros de fazendas, jardins de cidades, beiras
basicamente de insetos e sementes. de matas e terrenos abandonados com inços
crescidos. Dieta onívora com preferência
Conservação: NA. granívora.
Outros registros: GU(†), AI, IT, DJ, BG, BB, BT.
Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), AI, IT, MO,
SI, ZU, DJ, BG, BC, BB, BT.
231
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 107. Sturnella superciliaris (polícia-inglesa). Figura 108. Euphonia chlorotica (fim-fim).
Quase sempre é encontrado na vizinhança de Ocupa a copa de florestas e áreas com matas.
plantações de cereais, tais como arroz, sorgo ou Dieta essencialmente frugívora.
trigo. Dieta onívora composta de insetos e
sementes. Conservação: NA.
Outros registros: VI(†), AI, IT, MO, SI, ZU, DJ, BG,
Conservação: NA. BC, BB, BT.
Outros registros: VI(†), PA(†), GU(†), BR(†), IT,
ZU, DJ, BG, BC, BB, BT. 190) Euphonia cyanocephala (gaturamo-rei).
R,I
188) Sporagra magellanica (pintassilgo). Figura 109
R, C
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), GU(†), ZU, BG, BB.
232
AVES
Ocupa matas abertas, jardins e florestas. Dieta Habita paisagens urbanas e rurais, geralmente
onívora consistindo de pequenos frutos e insetos. perto de construções, estradas ou linhas de
transmissão. Dieta onívora que consiste de uma
Conservação: NA. variedade de itens, que vão desde artrópodes
Outros registros: PA(†), AI, ZU, BG, BB, BT. (aracnídeos, insetos) até sementes e frutos e
migalhas de pão.
191) Euphonia pectoralis (gaturamo-
serrador). R, C Conservação: exótica.
Outros registros: VI(†), PA(†), AI, IT, MO, SI, ZU,
Ocupa os estratos médios a superior de DJ, BG, BC.
florestas. Dieta onívora que consiste de frutos e
insetos.
Conservação: NA.
Outros registros: PA(†), AI, IT, SI, DJ, BG.
Conservação: NA (introduzida).
Outros registros: MO, ZU, DJ, BG.
233
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
234
AVES
e bastante umidade em riachos, terrenos indivíduo anilhado recuperado em Nova Santa Rita
pantanosos e açudes. (LARA-RESENDE; LEAL, 1982) indica que a
Conservação: NA. espécie pode ocorrer na região ao menos
Registros: PA(†), BG, BT. esporadicamente.
Conservação: NA.
15) Cathartes burrovianus (urubu-de-cabeça- Registros: DJ.
amarela). R, I
É vista com mais frequência sobre terrenos 21) Falco femoralis (falcão-de-coleira). R, I
úmidos, tais como campos alagados e arrozais. Encontrado em campo aberto, frequentemente
Conservação: NA. perto de matas.
Registros: IT, SI, DJ, BG, BB, BT. Conservação: NA.
Registros: DJ, BG, BT.
16) Accipiter striatus (gaviãozinho). R, I
Ocupa florestas, matas de galeria e áreas 22) Falco peregrinus (falcão-peregrino). N, R
abertas com árvores. Por causa de seu tamanho Há vários registros datados do século XX para
diminuto e hábitos florestais, é de difícil visualização, Porto Alegre (ALBUQUERQUE, 1978; LARA-
por isso pode ser mais comum do que aparenta. RESENDE; LEAL, 1982; FONTANA, 2005) e
Conservação: NA. recentemente foi observado na lagoa dos Gateados
Registros: PA(†), IT, MO, BG, BB, BT. (BENCKE, et al., 2007).
Conservação: NA.
17) Busarellus nigricollis (gavião-velho). D, R Registros: ZU.
Há dois registros para a região: Pólo
Petroquímico em triunfo (BELTON, 1994) e várzea 23) Laterallus leucopyrrhus (sanã-vermelha).
do rio dos Sinos nos arredores de Glorinha D, R
(ACCORDI; BARCELLOS, 2006). Situação de ocorrência desconhecida e
Conservação: VU(RS). considerada rara, mas devido a seus hábitos mais
Registros: BG. crípticos e vocalização muito parecida com a do
congênere (L. Melanophaius), pode ser mais
18) Urubitinga urubitinga (gavião-preto). R, I comum do que se supunha.
Encontrado em margens de florestas, zonas Conservação: NA.
agrícolas e campos, frequentemente perto Registros: BB, BB.
d’água.
Conservação: NA. 24) Porphyrio martinica (frango-d’água-azul).
Registros: IT, ZU, DJ, BG, BC, BB. M, C
Ocupa banhados, riachos cobertos com
19) Geranoaetus albicaudatus (gavião-de- aguapés e arrozais.
rabo-branco). R, I Conservação: NA.
Ocorre em terrenos abertos ou beiras de matas, Registros: IT, SI, ZU, DJ, BG, BB.
sendo mais comumente encontrado em postes em
fazendas de criação de gado. 25) Fulica armilata (carqueja-de-bico-
Conservação: NA. manchado). R, I
Registros: IT, DJ, BG, BB. Ocorre em banhados, lagos e açudes, incluindo
áreas relativamente grandes de águas abertas.
20) Buteo swainsoni (gavião-papa- Conservação: NA.
gafanhoto). N, R Registros: BC.
Migrante de verão oriundo do hemisfério norte.
Há um registro histórico para Rio Grande 26) Fulica leucoptera (carqueja-de-bico-
(IHERING, 1899) e registros recentes amarelo). R, I
concentrados no extremo oeste (BELTON, 1994; Habita banhados, lagos e açudes.
ACCORDI, 2003) e extremos sul do estado Conservação: NA.
(MAURÍCIO; DIAS, 2000, obs. Pess.). Um Registros: BG, BC, BB.
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AVES
banhados, pode ter ocupado a orla do Guaíba em supõe-se que já deva ter habitado as áreas
tempos em que havia habitat propício para a espécie: florestadas da REBIOJL e arredores.
vegetação herbácea alta entremeada com Conservação: NA.
vegetação arbustiva-arbórea (ACCORDI, 2008). Registros: PA(†), GU.
Conservação: QA(GL), EP(RS).
Registros: BG. 22) Campyloramphus falcularius (arapaçu-
de-bico-torto). R, R
18) Hydropsalis forcipata (bacurau-tesoura- Há registros recentes do arapaçu-de-bico-torto
gigante). D, D em florestas ribeirinhas ao longo da porção média
Há um registro histórico para Porto Alegre do rio Jacuí e foz do Vacacaí (ACCORDI; SILVEIRA,
(GLIESCH, 1930), apontando que a espécie pode ter 2006). Na região existe apenas um registro
ocorrido em áreas florestadas da REBIOJL ou histórico para Porto Alegre (GLIESCH, 1930), o
adjacências. Há um provável registro recente da que, aliado ao registro histórico de Taquara
espécie para o Banhado dos Pachecos (obs. pess.). (BERLEPSCH; IHERING, 1885), pressupõe que o
Conservação: NA. arapaçu-de-bico-toro devia habitar as porções
Registros: PA(†), BG(?). florestadas da porção norte da bacia do Guaíba,
incluindo a área da REBIOJL.
19) Trogon surrucura (surucuá Conservação: NA.
variado). R, C Registros: PA(†).
Não há registros históricos ou recentes para a
margem leste do Guaíba, mas há registros 23) Limnoctites rectirostris (arredio-do-
recentes para a margem oposta no Horto Florestal gravatá). R, C
Barbanegra (obs. pess.) e butiazais de Tapes Na região existe apenas um registro pra o
(BENCKE et al., 2007) em habitat florestal similar Banhado dos Pachecos (ACCORDI; HARTZ, 2006),
ao encontrado na REBIOJL, o que torna provável cuja população pode ser remanescente de um
a ocorrência ao menos pretérita do surucuá contingente maior que pode ter ocupado os
variado na área. gravatazais (áreas úmidas com predomínio de
Conservação: NA. gravatás Eryngium spp. Apiaceae) ao longo de toda
Registros: BB, BT. a região e Depressão Central (BENCKE et al., 2003).
Conservação: VU(BR, RS).
20) Ramphastos toco (tucanuçu). R, E Registros: BG.
A possível ocorrência pretérita do tucanuçu na
área da REBIOJL se infere pelo registro recente 24) Carpornis cuculata (corocoxó). R, I
desta espécie no Horto Florestal Barbanegra em Recentemente o corocoxó só tem sido
habitats similares: bordas de floresta, capões e registrado no horto florestal Barbanegra (obs.
matas ripárias (BENCKE et al., 2003). pess.) e butiazais de Tapes (BENCKE et al., 2007),
Conservação: VU(RS). mas há registros históricos que atestam sua
Registros: BB. ocorrência pretérita em ambas margens do
Guaíba, em Viamão (CAMARGO, 1962), Porto
21) Chamaeza campanisona (tovaca- Alegre (GLIESCH, 1930) e Guaíba (IHERING, 1899).
campainha). R, C Conservação: NA.
Há registros históricos para Porto Alegre e Guaíba Registros: VI(†), PA(†), GU(†), BB.
(GLIESCH, 1930). A única localidade onde a tovaca-
campanhia tem sido registrada recentemente é no 25) Polystictus pectoralis (papa-moscas-
Horto Florestal Barbanegra (obs. pess.). Trata-se canela). D, D
de uma espécie facilmente detectada por causa de Há dois registros do início do século XX para o
sua vocalização conspícua emitida frequentemente Rio Grande do Sul, um para Itaqui (PINTO, 1944)
ao longo de todo o dia ao longo de todo o ano. e outro para Porto Alegre (GLIESCH, 1930). Entre
Levando em conta sua vocalização conspícua e a 2005 e 2008 o papa-moscas-canela foi registrado
ocorrência histórica para Porto Alegre e Guaíba, em quatro municípios do meio-oeste do Rio Grande
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
do Sul em áreas com campo alto (KRÜGEL et al., 29) Tangara cyanoptera (sanhaçu-de-
2008, REPPENING; FONTANA, 2008). encontro-azul). R, I
Conservação: VU(BR), dados insuficientes (RS). Atualmente confinada a base da escarpa no
Registros: PA(†). nordeste do estado ocupando florestas e matas
abertas. Um registro histórico para Porto Alegre
26) Xolmis dominicanus (noivinha-de-rabo- (GLIESCH, 1930).
preto). R, C Conservação: NA.
Habita paisagens abertas, incluindo campos sujos Registros: PA(†).
próximos a banhados, campos pedregosos e
pastagens preferencialmente entremeados de áreas 30) Emberizoides ypiranganus (canário-do-
úmidas (BENCKE et al., 2003). Registros recentes brejo). R, I
se restringem aos Banhados Grande e dos Pachecos, A maioria dos registros se concentra no nordeste
já os históricos abrangem os municípios de Barra do do estado, mas também é encontrado no oeste e
Ribeiro (CAMARGO, 1962), Viamão (GLIESCH, 1930) no sul, em banhados com vegetação densa e
e Palmares do Sul (BELTON, 1994). campos úmidos e pantanosos com gravatás.
Conservação: VU(GL, RS). Conservação: NA.
Registros: VI(†), BR(†), BG. Registros: BG.
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
250
252
VEGETAÇÃO E FLORA VASCULAR
1
Departamento de Biodiversidade e Ecologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brasil ([email protected]).
2
Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
253
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Fuhro et al. (2005) levantaram 105 espécies de Campo sujo: vegetação herbáceo-arbustiva em
plantas herbáceas, arbustivas e lianas na mata de solo bem drenado.
encosta da Ponta do Cego, localizada no extremo- Margem do Guaíba: vegetação ciliar da margem
sul da reserva, pertencentes a 47 famílias. do lago Guaíba.
No Plano de Manejo da REBIOLJL (WITT, 2008) Mata de encosta da Ponta do Cego: as áreas
são listadas 262 espécies de plantas para a mais conservadas constituem-se em vegetação
reserva, distribuídas em 79 famílias. São descritas arbórea com dossel, em geral, inferior a 13 metros,
nove formações vegetais: mata mesófila ou meso- com predomínio de Sebastiania serrata e Trichilia
higrófila; mata subxerófila; mata psamófila ou mata claussenii. A Mata em regeneração tem predomínio
de restinga arenosa; matas ripárias, ciliares ou em de Trichilia elegans.
galeria; mata brejosa; butiazal; capoeira, vassoural, Campo arenoso: vegetação herbácea rala com
maricazal e sarandizal; banhado; e mata higrófila. solo arenoso exposto, encontrada em associação
O objetivo deste capítulo é apresentar uma com a mata de restinga.
atualização da lista da flora vascular encontrada na Os trabalhos de campo foram realizados entre
REBIOLJL, bem como fazer uma breve descrição julho de 2010 e junho de 2011. O levantamento da
das formações vegetais observadas e caracterizar flora seguiu o Método do Caminhamento
as formações lenhosas no que se refere à densidade (FILGUEIRAS et al., 1994), com modificações, em
das espécies, à diversidade e à estratificação. que as espécies observadas iam sendo anotadas
ou o material botânico era coletado para
Material e Métodos identificação, na medida que os caminhos iam
sendo percorridos. O material coletado foi enviado
Para o levantamento da vegetação e flora, ao laboratório, onde foi devidamente acondicionado
foram percorridos os caminhos e trilhas pré- e desidratado em estufa à 40ºC. Após a secagem,
existentes na REBIOLJL, evitando a penetração foi realizada a identificação dos espécimes com
em áreas que necessitassem intervenções e auxílio de literatura especializada e consulta a
causassem danos às plantas. Assim, trata-se de especialistas. Todo o material coletado foi
um levantamento parcial, restrito às áreas de incorporado no Herbário do Museu de Ciências e
circulação e visitação. Para acessar a Ponta do Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do
Cego, foi utilizado um pequeno barco. Rio Grande do Sul (MPUC). A delimitação das
Foram consideradas as seguintes tipologias famílias foi baseada no sistema APG II (2003).
vegetacionais no presente levantamento: O levantamento quantitativo teve por objetivo
caracterizar de forma rápida as tipologias lenhosas
Mata de restinga: vegetação lenhosa baixa, em passíveis de acesso observadas na REBIOLJL.
geral, com altura inferior a 5 metros, ocupando Assim optou-se pelo parâmetro densidade para
terrenos arenosos, bem drenados e com pouco fazer essa caracterização, bem como a
nutrientes. estratificação. Medidas de área basal para cálculo
Mata de restinga úmida: vegetação lenhosa de dominância exigiriam uma aproximação
baixa, em geral, com altura inferior a 5 metros, demasiada de cada indivíduo, causando danos à
ocupando terrenos arenosos mal drenados, vegetação, principalmente no banco de plântulas
apresentando pontos com acúmulo de água. e herbáceas. Para o levantamento das densidades
Mata baixa I: vegetação arbórea com dossel, e da estratificação foram estabelecidas parcelas
em geral, inferior a 10 metros, localizada no início de 25 metros de comprimento por 1 m de largura
da trilha da REBIOLJL, com predomínio de em ambos os lados das trilhas, totalizando 50 m2
Myrciaria cuspidata. cada parcela. A reduzida largura das parcelas
Mata baixa II: vegetação arbórea com dossel, buscou evitar o pisoteio e danos à vegetação em
em geral, inferior a 10 metros, localizada próximo regeneração. Para o levantamento da mata da
à balsa do arroio Lami, com predomínio de Ponta do Cego utilizaram-se parcelas circulares
Sebastiania serrata. de 50 m 2, uma vez que não existem trilhas
Banhado: vegetação herbácea ou herbáceo- estabelecidas. No total foram levantadas 28
arbustiva em áreas alagadas ou com solo saturado parcelas, sendo amostrados todos os indivíduos
em água. com altura superior a 1,5 m. Foram anotadas as
254
FLORA
espécies e as respectivas alturas dos indivíduos que ocorrem da tipologia j; c = número de espécies
com auxílio de uma vara graduada. Foi realizada a que ocorrem tanto em i quanto em j. Para o
estratificação das espécies com densidade relativa presente estudo, foram consideradas apenas as
superior a 4%. Os locais de amostragem são espécies amostradas que apresentassem valores
apresentados na figura 1. de densidade relativa superiores a 4%.
A diversidade foi estimada por meio do índice
de Shannon (H’) (KENT e COKER, 1992) e da Resultados
equabilidade de Pielou (J’) (PIELOU, 1969).
Para verificação da similaridade entre as Levantamento florístico
tipologias amostradas, utilizou-se o índice de Foram levantadas 404 espécies de plantas
Jaccard, que expressa o número de espécies vasculares, distribuídas em 94 famílias, sendo 383
comuns entre as teoricamente possíveis baseado espécies de angiospermas, 20 de pteridófitas e
na presença ou ausência das espécies. Este uma de gimnosperma. Asteraceae e Poaceae
índice varia de 0 (ausência de similaridade) a 1 foram as famílias que apresentaram a maior
(total similaridade). É calculado utilizando-se a riqueza, com 47 e 36 espécies, respectivamente,
seguinte fórmula: sendo responsáveis por mais de um quinto (20,5%)
Sij = c/(a+b-c), em que: a = número de espécies das espécies observadas na área. Outras famílias
que ocorrem na tipologia i; b = número de espécies bem representadas foram Cyperaceae, com 19
espécies, Fabaceae (18), Rubiaceae (16),
Myrtaceae (14), Solanaceae e Orchidaceae (13
espécies cada), Bromeliaceae (11) e Malvaceae
(10). Essas dez famílias contabilizaram quase a
metade (48,7%) da riqueza observada na área.
Trinta e sete famílias (39% do total de famílias)
apresentaram somente uma espécie. As dez
famílias com maior riqueza são apresentadas na
figura 2. A relação das espécies com suas
respectivas famílias, nomes populares, tipos de
hábito e habitat é apresentada no anexo I.
Das 404 espécies de plantas vasculares
levantadas, 385 (95,3%) são nativas da região
estudada, e 19 (4,7%) são exóticas. As espécies
255
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
alóctones exigem atenção especial por parte dos II. Imagens de algumas espécies ameaçadas de
gestores da REBIOLJL, que devem empenhar extinção no Rio Grande do Sul encontradas na
esforços no sentido de controlar suas populações, REBIOLJL são apresentadas na figura 4.
atendendo aos programas e subprogramas
constantes no Plano de Manejo (WITT, 2008). A Ponta Breve descrição dos tipos vegetacionais
do Cego foi a área em que se encontrou o maior Mata de restinga
número de espécies exóticas, com seis registros, A mata de restinga apresenta-se de forma
seguido da margem do Guaíba e a mata baixa I, com descontínua, sendo interrompida, sobretudo, por
cinco registros cada. Dentre as espécies exóticas, campos arenosos e, nas depressões, por
merece atenção particular o aspargo-samambaia vegetação de banhado. A constituição florística e a
(Asparagus setaceus, Fig. 3), devido ao seu notável dominância dessa mata se alteram de acordo com
caráter invasor, formando densos agrupamentos no as condições de umidade do solo.
interior e borda das matas. As espécies exóticas A mata de restinga na REBIOLJL caracteriza-se
observadas na área da REBIOLJL estão assinaladas pelo predomínio de vegetação lenhosa de porte
na lista de espécies (Anexo I) arbustivo, com acentuada presença de cactáceas
Dezesseis espécies (4,0% do total) constam na das espécies Cereus hildmanianus (tuna) e Opuntia
lista das espécies da flora ameaçadas de extinção monacantha (figo-da-Índia) e palmeiras das espécies
no Rio Grande do Sul (RIO GRANDE DO SUL, Syagrus romanzoffiana (jerivá) e, principalmente,
2002), sendo Bromeliaceae a família que mais Butia capitata (butiazeiro) que, por vezes, constitui
contribuiu em número de táxons, com cinco uma formação particular denominada de “butiazal”.
registros, seguida de Orchidaceae, com dois. Onze Além das cactáceas, a expressiva presença de
espécies são enquadradas na categoria Sebastiania serrata (branquilho) confere um aspecto
“vulnerável”, ao passo que cinco são consideradas “armado” e rude a essa formação. A acentuada
“em perigo de extinção”, devendo receber atenção presença de liquens lhe dá uma beleza peculiar e
especial por sua importância mais expressiva sob uma fisionomia “envelhecida”.
o ponto de vista da biologia da conservação, sendo Condições edáficas particulares e limitantes a
elas: Butia capitata (butiazeiro); Ocotea porosa um maior desenvolvimento vegetal fazem com que
(imbuia); Jodina rhombifolia (cancorosa-de-três- a mata de restinga apresente versões anãs de
pontas ); Solanum arenarium; e Ephedra tweediana várias espécies que, sob condições mais
(efedra). Esta gimnosperma é sem dúvida a espécie propícias, atinjem portes bem maiores, como é o
mais importante presente na REBIOLJL, sendo sua caso da Sebastiania serrata, Myrsine coriacea
ocorrência na área um dos principais motivos que (capororoca-vermelha), Ruprechtia laxiflora
levaram à criação da reserva (MEIRA e PORTO, (farinha-seca), e muitas outras.
1998). A relação das espécies com suas respectivas Além do butiazeiro, existem outras espécies
categorias de ameaça são apresentadas no anexo importantes sob o ponto de vista da biologia da
conservação por constarem como ameaçadas de
extinção no Rio Grande do Sul (RIO GRANDE DO
SUL, 2002), destacando Ephedra tweediana e
Jodina rhombifolia.
No estrato herbáceo, sobretudo nas bordas, é
notável a presença de Polypodium lepidopteris
(samambaia), formando densos agrupamentos,
frequentemente associados com musgos, o mesmo
podendo ser observado no campo arenoso.
Imagens dessa formação e de algumas das
espécies aí encontradas são apresentadas na
figura 5.
256
FLORA
Sebastiania serrata o principal diferencial entre Butia capitata destaca-se nessa formação como
elas. A ocorrência expressiva de espécies como espécie importante sob o ponto de vista da biologia
Eugenia myrcianthes (pessegueiro-do-mato) e da conservação por sua categoria de ameaça de
Ocotea pulchella (canela-lageana) na mata de extinção (em perigo) no Rio Grande do Sul.
restinga úmida e a ausência ou baixa Imagens dessa formação e de algumas das
representatividades mesmas na mata de restinga espécies aí encontradas são apresentadas na
também são fatores diferenciais. figura 6.
Figura 4. Algumas espécies ameaçadas de extinção (RIO GRANDE DO SUL, 2002), encontradas na REBIOLJL.
A, Ephedra tweediana (efedra); B, Jodina rhombifolia (cancorosa-de-três-pontas ); C, Cattleya intermedia (catléia);
D, Tillandsia usneoides (barba-de-pau); E, Tillandsia geminiflora (cravo-do-mato); F, Tillandsia gardneri (cravo-do-
mato).
257
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 5. Imagens da mata restinga na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente. A, área de
mata de restinga com forte presença de Butia capitata (butiazeiro); B, área de mata de restinga entremeada com
campo arenoso; C, Cereus hildmannianus (tuna), emergente na vegetação; D, Coccocypselum lanceolatum (piririca);
E, Dodonaea viscosa (vassoura-vermelha); F, Opuntia monacantha (figo-da-Índia).
258
FLORA
Figura 6. Imagens da mata restinga úmida na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente. A e B,
áreas de mata de restinga úmida; C, Myrcia palustris (pitangueira-do-mato); D, Eugenia myrcianthes (pessegueiro-
do-mato); E, Bromelia antiacantha (banana-do-mato); F, Butia capitata (butiazeiro).
259
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
arroio Lami. Adquire caráter de mata ciliar pela Imagens dessa formação e de algumas de
proximidade que apresenta em relação ao arroio. espécies aí encontradas são apresentadas na
O componente epifítico é representado, figura 8.
principalmente, por bromélias, orquídeas e
piperáceas. Foram observadas as exóticas Banhado
Asparagus setaceus e Sansevieria trifasciata As áreas de banhado envolvem aquelas
(espada-de-São-Jorge). formações herbáceo-arbustivas em que o solo é
Figura 7. Algumas espécies encontradas na mata baixa I na REBIOLJL. A, Erythroxylum argentinum (cocão); B,
Casearia sylvestris (chá-de-bugre ); C, Calea pinnatifida (erva-de-lagarto); D, Ipomoea tiliacea (gramofone); E,
Dolichandra cynanchoides (pata-de-galo); F, Tillandsia aeranthos (cravo-do-mato).
260
FLORA
Figura 8. Imagens da mata baixa II na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente. A e B, imagens
da mata baixa II; C, Vitex megapotamica (tarumã); D, Eugenia hyemalis (guairim); E, Diospyros inconstans (maria-
preta); F, Calliandra tweediei (topete-de-cardeal).
261
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 9. Áreas de banhado na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesses ambientes. A e B, áreas de
banhado; C, Bidens laevis (picão-do-banhado); D, Cleome trachycarpa; E, Hibiscus diversifolius; F, Polygonum
stelligerum.
262
FLORA
Figura 10. Imagens de campo sujo na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente. A e B, áreas de
campo sujo; C, Dicliptera squarrosa (junta-de-cobra-vermelha); D, Cayaponia martiana (taiuiá); E, Lantana camara
(camará-de-espinho); F, Senecio brasiliensis (maria-mole).
263
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
estrato arbóreo, tais como Mimosa bimucronata, ciperáceas, asteráceas, araliáceas, lamiáceas,
Inga vera (ingá-banana), Schinus terebinthifolius entre outras. As trepadeiras também são
(aroeira-vermelha), Erythrina crista-galli, e outras. representadas nessa formação, com espécies
No contato com as águas do lago, verifica-se a como Ipomoea alba ( boa-noite) e Paullinia elegans.
presença de arbustos das espécies Sebastiania É notável aqui a ocorrência de diversas
schottiana e Phyllanthus sellowianus. No estrato espécies exóticas, destacando-se entre elas Morus
herbáceo predominam espécies de gramíneas, nigra (amoreira) e Psidium guajava (goiabeira). Por
Figura 11. Imagem da margem do Guaíba na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente. A, vista
parcial da margem do Guaíba na REBIOLJL; B, Solanum glaucophyllum (espichadeira); C, Eichhornia crassipes (aguapé);
D, Paullinia elegans (olhos-de-boneca); E, Erythrina crista-galli (corticeira-do-banhado); F, Inga vera (ingá-banana).
264
FLORA
outro lado, foi observada a presença de Solanum tem condições de cobrir o terreno de forma uniforme,
glaucophyllum (espichadeira), arbusto nativo formando-se vazios com pouquíssima cobertura
pouco comum na latitude de Porto Alegre. vegetal. Apesar disso, algumas belas espécies
Imagens dessa formação e de algumas das podem ser aí encontradas, como Petunia integrifolia
espécies aí encontradas são apresentadas na (petúnia), Senecio crassiflorus (margarida-da-praia)
figura 11. e Tradescantia crassula (trapoeraba).
Imagens dessa formação e de algumas das
Mata de encosta da Ponta do Cego espécies aí encontradas são apresentadas na
Esta mata é exclusiva da Ponta do Cego, uma figura 13.
pequena elevação granítica cujas encostas são
cobertas por vegetação florestal. Sobre o dossel, Levantamento quantitativo e estratificação
observam-se duas espécies emergentes, Ficus Mata de restinga
cestrifolia (figueira-de-folha-miúda) e Syagrus Na mata de restinga, exatos três quartos dos
rommanzofiana, as quais dão uma fisionomia indivíduos amostrados pertenciam às espécies
característica à mata, sobretudo para quem passa Sebastiania serrata (branquilho), com uma
ao longe. Apresenta diferenças quanto ao grau de densidade relativa (DR) de 41,91%, e Myrcia
conservação, com algumas áreas bem palustris (pitangueira-do-mato), com uma DR de
conservadas, enquanto outras apresentam a 33,09%. As demais espécies amostradas (onze)
vegetação em regeneração, sendo notável a totalizaram 25% dos valores de DR, sendo que
diferença na composição de espécies entre as duas três delas, Cereus hildmanianus, Myrciaria
tipologias: espécies como Eugenia uniflora cuspidata (camboim) e Myrsine coriacea
(pitangueira), Allophylus edulis (chal-chal), Bauhinia contribuíram, juntas, com cerca de 16% para o
forficata (pata-de-vaca), Erythroxylum argentinum referido parâmetro. As espécies amostradas nessa
(cocão) e Psychotria carthagenensis (café-do-mato) formação com os respectivos valores de DR são
são características das áreas em regeneração. apresentadas na tabela1I.
O componente epifítico é bem expressivo nessa O valores estimados dos índices de diversidade
mata, sendo representado, principalmente, por de Shannon (H’) e da equabilidade de Pielou (J’)
bromélias, orquídeas, cactáceas e pteridófitas. para esta formação foram, respectivamente, de
As trepadeiras têm expressiva presença nessa 1,590 e 0,620.
formação, com várias espécies, sobretudo As alturas dos indivíduos lenhosos amostrados
pertencentes às asteráceas, bignoniáceas, nessa formação apresentaram uma média de 2,3
passifloráceas, dioscoreáceas, apocináceas, m, e não ultrapassaram 4,8 m. Considerando
convolvuláceas, entre outras. somente as espécies que mais contribuíram com
Como espécies importantes sob o ponto de a densidade relativa (DR>4%), Sebastiania serrata
vista da biologia da conservação, podem-se citar foi quem apresentou a maior média de alturas nessa
Ocotea porosa (imbuia) e Solanum arenarium. formação, seguida de Myrsine coriacea, Myrciaria
Imagens dessa formação e de algumas das cuspidata, Myrcia palustris e Cereus hildmanianus.
espécies aí encontradas são apresentadas na A distribuição das alturas das espécies com maior
figura 12. DR é apresentada na figura 14.
265
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
O valores estimados dos índices de diversidade Ocotea pulchella (canela-lageana), Myrcia palustris,
de Shannon (H’) e da equabilidade de Pielou (J’) Eugenia myrcianthes (pessegueiro-do-mato),
para esta formação foram, respectivamente, de Eugenia hyemalis e Myrciaria cuspidata. A distribuição
1,637 e 0,711. das alturas das espécies é apresentada na figura 15.
As alturas dos indivíduos lenhosos amostrados
nessa formação apresentaram uma média de 2,1 m, Mata baixa I
e não ultrapassaram 5,2 m. Myrsine coriacea foi quem Na mata baixa I, Myrciaria cuspidata foi
apresentou a maior média de alturas, seguida de responsável por mais de um quarto dos indivíduos
Figura 12. Imagens da mata de encosta da Ponta do Cego na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente.
A, Ponta do Cego, vista leste, a partir do lago Guaíba; B, vista parcial da mata de encosta; C, Lepismium cruciforme (rabo-
de-rato); D, Cupania vernalis (camboatá-vermelho); E, Myrcianthes pungens (guabiju); F, Annona salicifolia (araticum-graúdo).
266
FLORA
Figura 13. Áreas de campo arenoso na REBIOLJL e algumas espécies observadas nesse ambiente. A e B, áreas
de campo arenoso em contato com mata de restinga; C, Petunia integrifolia (petúnia); D, Polypodium lepidopteris
(samambaia); E, Senecio crassiflorus (margarida-da-praia); F, Tradescantia crassula (trapoeraba).
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Tabela1I. Relação das espécies amostradas na mata Tabela 2. Relação das espécies amostradas na mata
de restinga na REBIOLJL, com os respectivos valores de restinga úmida na REBIOLJL, com os respectivos
de densidade relativa (DR). valores de densidade relativa (DR).
Figura 14. Distribuição das alturas das espécies Figura 15. Distribuição das alturas das espécies
amostradas com maior densidade relativa (DR>4%), por amostradas com maior densidade relativa (DR>4%), por
ordem crescente de altura média, na mata de restinga ordem crescente de altura média, na mata de restinga
na REBIOLJL. Os extremos das linhas indicam as alturas úmida na REBIOLJL. Os extremos das linhas indicam
mínimas e máximas, e os triângulos sobre as linhas, as as alturas mínimas e máximas, e os triângulos sobre as
alturas médias. linhas, as alturas médias.
268
FLORA
Tabela 3. Relação das espécies amostradas na mata O valores estimados dos índices de diversidade
baixa I na REBIOLJL, com os respectivos valores de de Shannon (H’) e da equabilidade de Pielou (J’)
densidade relativa (DR). para esta formação foram, respectivamente, de
Espécies DR (%) 2,767 e 0,813.
Myrciaria cuspidata 27,40 As alturas dos indivíduos lenhosos amostrados
Myrcia palustris 12,81 nessa formação apresentaram uma média de 4,2
Erythroxylum argentinum 12,46 m, e não ultrapassaram 12 m. Chrysophyllum
Myrsine guianensis 8,90 marginatum foi quem apresentou a maior média de
Eugenia hyemalis 8,54 alturas nessa formação, seguida de Sebastiania
Casearia sylvestris 5,69
serrata , Vitex megapotamica (tarumã), Myrciaria
Ruprechtia laxiflora 2,85
Daphnopsis racemosa 2,49 cuspidata, Trichilia elegans (pau-de-ervilha) e
Eugenia uniflora 2,14 Eugenia hyemalis. A distribuição das alturas das
Sebastiania serrata 2,14 espécies é apresentada na figura 17.
Chrysophyllum marginatum 1,78
Dodonaea viscosa 1,42 Mata de encosta da Ponta do Cego
Mimosa bimucronata 1,42 A mata de encosta da Ponta do Cego ocupa as
Myrsine coriacea 1,42
partes inclinadas do morro, sobretudo nas porções
Schinus terebinthifolius 1,42
Myrcia glabra 1,07
Psychotria carthagenensis 1,07
Syagrus romanzoffiana 1,07 Tabela 4. Relação das espécies amostradas na mata
Zanthoxylum fagara 1,07 baixa II na REBIOLJL, com os respectivos valores de
Cereus hildmanianus 0,71 densidade relativa (DR).
Ocotea pulchella 0,71
Solanum pseudoquina 0,71 Espécies DR (%)
Butia capitata 0,36 Sebastiania serrata 22,22
Pouteria salicifolia 0,36 Myrciaria cuspidata 16,30
Total 100,00 Eugenia hyemalis 9,63
Chrysophyllum marginatum 6,67
Trichilia elegans 4,44
Vitex megapotamica 4,44
Casearia sylvestris 3,70
Randia ferox 3,70
Myrsine guianensis 2,96
Zanthoxylum fagara 2,96
Eugenia myrcianthes 2,22
Myrcia palustris 2,22
Solanum pseudoquina 2,22
Cereus hildmannianus 1,48
Dalbergia frutescens 1,48
Erythroxylum argentinum 1,48
Guapira opposita 1,48
Myrcia glabra 1,48
Allophylus edulis 0,74
Casearia decandra 0,74
Daphnopsis racemosa 0,74
Dodonaea viscosa 0,74
Erythrina crista-galli 0,74
Eugenia uniflora 0,74
Lithraea brasiliensis 0,74
Figura 16. Distribuição das alturas das espécies Psychotria carthagenensis 0,74
amostradas com maior densidade relativa (DR>4%), por Ruprechtia laxiflora 0,74
ordem crescente de altura média, na mata baixa I na Sapium glandulosum 0,74
REBIOLJL. Os extremos das linhas indicam as alturas Handroanthus pulcherrimus 0,74
mínimas e máximas, e os triângulos sobre as linhas, as Trichilia claussenii 0,74
alturas médias. Total 100,00
269
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Espécies DR (%)
Sebastiania serrata 25,93
Trichilia claussenii 23,46
Guapira opposita 11,11
Casearia sylvestris 4,94
Cupania vernalis 4,94
Gymnanthes concolor 4,94
Chrysophyllum marginatum 3,70
Trichilia elegans 3,70
Banara parviflora 2,47
Cordia americana 2,47
Lithraea brasiliensis 2,47
Myrcianthes pungens 2,47
Myrciaria cuspidata 1,23
Myrsine guianensis 1,23
Nectandra megapotamica 1,23
Figura 17. Distribuição das alturas das espécies
Randia ferox 1,23
amostradas com maior densidade relativa (DR>4%), por
Chomelia obtusa 1,23
ordem crescente de altura média, na mata baixa II na Handroanthus pulcherrimus 1,23
REBIOLJL. Os extremos das linhas indicam as alturas Total 100,00
mínimas e máximas, e os triângulos sobre as linhas,
as alturas médias.
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FLORA
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Considerações Finais
Figura 20. Valores estimados de similaridade de Jaccard O presente estudo é apenas uma das possíveis
entre as tipologias vegetacionais amostradas. Os números abordagens da vegetação e flora encontradas na
de 1 a 6 representam as tipologias amostradas: 1, mata
REBIOLJL. Foi realizado de forma quase expedita,
de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4,
procurando descrever de maneira sucinta as
mata baixa II; 5, mata de encosta da Ponta do Cego; 6,
mata de encosta em regeneração da Ponta do Cego. principais tipologias encontradas ao longo das
trilhas e na Ponta do Cego. Procurou, acima de
tudo, servir de fonte de informações para os
visitantes e paras os guias ambientais da reserva.
Estudos mais detalhados, realizados num
exibiram valores de similaridade nunca inferiores prazo mais longo, com maior esforço de coletas e
a 0,2, enquanto estas, em relação às tipologias 5 envolvendo outros locais da REBIOLJL,
(mata de encosta da Ponta do Cego) e 6 (mata de certamente poderão trazer informações úteis para
encosta em regeneração da Ponta do Cego), um melhor conhecimento botânico da área e
apresentaram valores nunca superiores a 0,15. contribuir para o manejo da reserva.
Seguindo a mesma tendência, as tipologias 5 e 6, A REBIOLJL é uma área de extrema beleza
localizadas ambas na Ponta do Cego, cênica e importância sob o ponto de vista ambiental
apresentaram similaridade entre si de 0,25. Os e da conservação da biodiversidade, servindo de
maiores valores de similaridade foram obtidos da abrigo para várias espécies ameaçadas de
tipologia 2 em relação à 1 (0,38) e com relação a 3 extinção. Precisamos unir esforços para preservá-
(0,33). Esta mesma tipologia apresentou zero de la da ação predatória para que essas espécies
similaridade em relação a 5 e 6. Os valores de continuem tendo proteção e encantem também as
similaridade apresentados também podem ser gerações futuras. Sem dúvida, merece de todos
explicados por questões pedológicas, uma vez que nós o maior respeito.
272
FLORA
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Anexo I. Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias, tipos de
hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P, palmeira;
1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo sujo; 7,
margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
Família Nome científico Nome popular Hábito Hábitat
ANGIOSPERMAE
ACANTHACEAE Dicliptera squarrosa Nees Junta-de-cobra-vermelha Er 6
Hygrophila brasiliensis (Spreng.) Lindau Er 5
Justicia brasiliana Roth Junta-de-cobra-vermelha Er 8
Ruellia angustiflora (Nees) Lindau ex Rambo Flor-de-fogo Ab 8
ALISMATACEAE Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.)
Chapéu-de-couro Er 7
Micheli
ALSTROEMERIACEAE Alstroemeria aff. caryophyllaea Jacq. # Er 3, 8
ALLIACEAE Nothoscordum gracile (Aiton) Stearn Alho-bravo Er 2, 8
AMARANTHACEAE Chenopodium ambrosioides L. Erva-de-Santa-Maria Er 9
Pfaffia tuberosa Hicken Ginseng brasileiro Er 2
ANACARDIACEAE Lithraea brasiliensis L. March Aroeira-braba Ar 4, 8
Schinus polygamus (Cav.) Cabrera Assobiadeira Ab 8
Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-vermelha Ar 3, 7
ANNONACEAE Annona salicifolia Ekman & R.E. Fr. Araticum-graúdo Ar 8
APIACEAE Salsa-gaúcha-da-folha-
Eryngium elegans Cham. & Schltdl. Er 2
larga
Eryngium horridum Malme Gravatá Er 2, 6
Eryngium pandanifolium Cham. & Schltdl. Gravatá Er 5
APOCYNACEAE Forsteronia leptocarpa (Hook. & Arn.) A. DC. Cipó-de-leite L 3, 8
Forsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. Cipó-de-leite L 8
Oxypetalum tomentosum Wight ex Hook. & Arn. Cipó-de-leite L 2
ARACEAE Spathicarpa hastifolia Hook. Perna-de-papagaio Er 8
ARALIACEAE Centella asiatica (L.) Urban Cairuçu-asiático Er 3, 6, 7, 9
Hydrocotyle bonariensis Lam. Erva-capitão Er 7
Hydrocotyle leucocephala Cham. & Schltdl. Erva-capitão Er 5, 8
Hydrocotyle ranunculoides L. f. Cairuçu-do-brejo Er 5
Pistia stratiotes L. Alface-d`água Er 5
ARECACEAE Butia capitata (Mart.) Becc. Butiazeiro P 1, 2, 3
Syagrus rommanzofiana (Cham.) Glassman Jerivá P 1, 3, 4, 8
ASPARAGACEAE Asparagus setaceus (Kunth) Jessop # Aspargo-samambaia L 1, 3, 4, 8
Sansevieria trifasciata Prain # Espada-de-São-Jorge Er 4
ASTERACEAE Achyrocline satureoides (Lam.) DC. Marcela Er 6
Ageratum conyzoides L. Erva-de-São-João Er 7
Baccharis anomala DC. Parreirinha Ab 5
Baccharis conyzoides (Less.) DC. Vassoura Ab 2
Baccharis dracunculifolia DC. Vassoura Ab 6, 8
Baccharis spicata (Lam.) Baill. Vassoura Ab 5, 6
Baccharis trimera (Less.) DC. Carqueja Ab 2, 6, 8
Bidens bipinnata L. Picão Er 8
Bidens laevis (L.) Britton, Sterns & Poggenb. Picão-do-banhado Er 5
Bidens pilosa L. Picão-preto Er 8
Calea pinnatifida (R. Br.) Less. Erva-de-lagarto L 1, 3, 4, 8
Calyptocarpus biaristatus (DC.) H.Rob. Er 5
Chaptalia nutans (L.) Polak. Língua-de-vaca Er 8
Chaptalia runcinata Kunth Língua-de-vaca Er 6
Elephantopus mollis Kunth Suçuaiá Er 3, 6, 8
Enydra anagallis Gardner Er 5
Erechtites valerianifolius (Link ex Spreng.) DC. Caruru-amargoso Er 7, 8, 9
Eupatorium inulifolium Kunth Cambará Ab 8
Eupatorium laevigatum Lam. Vassoura Ab 9
Eupatorium tweedieanum Hook. & Arn. Er 6
Facelis retusa (Lam.) Sch. Bip. Macelinha Er 2
Gamochaeta coarctata (Willd.) Kerguélen Macela-branca Er 2
Gamochaeta falcata (Lam.) Cabrera Er 2
Grindelia pulchella Dunal Mal-me-quer Er 2
Mikania campanulata Gardner Guaco L 3, 8
274
FLORA
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
Família Nome científico Nome popular Hábito Hábitat
ASTERACEAE Mikania cordifolia (L. f.) Willd. Coração-de-Jesus L 5, 8
Mikania glomerata Spreng. Guaco-liso L 8
Mikania involucrata Hook. & Arn. Guaco-do-mato L 3, 2, 5, 8
Mikania micrantha Kunth Micânia L 5
Noticastrum calvatum (Baker) Cuatrec. Er 6
Orthopappus angustifolius (Sw.) Gleas. Erva-grossa Er 2
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera Quitoco Er 7
Podocoma notobellidiastrum (Griseb.) G.L.
Er 8
Nesom
Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC. Barbasco Er 6
Senecio bonariensis Hook. & Arn. Margarida-do-banhado Er 5
Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. Maria-mole Er 5, 6, 8
Senecio crassiflorus (Poir.) DC. Margarida-da-praia Er 9
Senecio oxyphyllus DC. Flor-das-almas Er 2
Senecio selloi (Spreng.) DC. Flor-das-almas Er 2, 6
Solidago chilensis Meyen Erva-lanceta Er 6
Sommerfeltia spinulosa (Spreng.) Less. Quebra-pedra Er 9
Stenachaenium riedelii Baker Er 6
Symphyotrichum squamatum (Spreng.) G.L.
Zé-da-silva Er 5, 7
Nesom
Trixis praestans (Vell.) Cabrera Assa-peixe-manso Ab 3, 8
Vernonia nudiflora Less. Alecrim-do-campo Ab 2, 9
Vernonia tweediana Baker Assa-peixe Ab 5
Xanthium strumarium L. Carrapicho Er 5, 8
BALSAMINACEAE Impatiens walleriana Hook. f. # Maria-sem-vergonha Er 3
BEGONIACEAE Begonia cucullata Willd. Azedinha-do-brejo Er 8, 9
BIGNONIACEAE Amphilophium paniculatum (L.) Kunth Cipó-d’água L 8
Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verl. Cipó-cruz L 8
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Ipê-verde Ar 4
Dolichandra cynanchoides Cham. Pata-de-galo L 3
Dolichandra unguis-cati (L.) L. Lohmann Cipó-unha-de-gato L 8
Handroanthus pulcherrimus (Sandwith) S. O.
Ipê-da-praia Ar 4, 8
Grose
Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers Cipó-de-São-João L 8
BORAGINACEAE Cordia americana (L.) Gottschling & J.S. Mill. Guajuvira Ar 8
Varronia curassavica Jacq. Erva-baleeira Ab 2
Varronia polycephala Lam. Balieira Ab 9
BROMELIACEAE Aechmea recurvata (Klotzsch) L.B. Sm. Bromélia Ep 8
Ananas bracteatus (Lindl.) Schult. & Schult. f. Ananás-de-cerca Er 8
Bromelia antiacantha Bertol. Banana-do-mato Er 2, 8
Tillandsia aeranthos (Loisel.) L.B. Sm. Cravo-do-mato Ep 2, 3, 8
Tillandsia gardneri Lindl. Cravo-do-mato Ep 3, 5, 8
Tillandsia geminiflora Brongn. Cravo-do-mato Ep 3, 8
Tillandsia recurvata (L.) L. Cravo-do-mato Ep 5, 8
Tillandsia stricta Sol. ex Sims Cravo-do-mato Ep 3, 4
Tillandsia usneoides (L.) L. Barba-de-pau Ep 4, 8
Vriesea procera (Mart. ex Schult.f.) Wittm. Bromélia Er 3, 8
Werauhia gigantea (Mart. ex Schult. f.) J. R.
Bromélia Ep 4
Grant
CABOMBACEAE Cabomba caroliniana A. Gray Cabomba Er 5
CACTACEAE 1, 2, 3, 4,
Cereus hildmannianus K. Schum. Tuna Ab
7, 8
Lepismium cruciforme (Vell.) Miq. Rabo-de-rato Ep 8
Opuntia monacantha Haw. Figo-da-Índia Ab 1, 2, 8
Rhipsalis teres (Vell.) Steud. Canambaia Ep 8
CAMPANULACEAE Lobelia hederacea Cham. Er 5
Triodanis perfoliata (L.) Nieuwl. Er 2
Wahlenbergia linarioides (Lam.) A. DC. Falso-linho Er 2
275
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
Família Nome científico Nome popular Hábito Hábitat
CANNABACEAE Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.) Esporão-de-galo Ar 4, 8
Trema micrantha (L.) Blume Grandiúva Ar 8
CANNACEAE Canna indica L. Cana-da-índia Er 8
CARYOPHYLLACEAE Cardionema ramosissima (Weinm.) A. Nelson &
Roseta Er 2
J.F. Macbr.
Cerastium rivulare Cambess. # Er 2
Drymaria cordata (L.) Willd. ex Roem. & Schult. # Mastruço-do-brejo Er 9
CLEOMACEAE Cleome trachycarpa Klotzsch ex Eichler Er 5
COMMELINACEAE Commelina diffusa Burm. f. Trapoeraba Er 5, 7, 8
Commelina erecta L. Trapoeraba Er 5, 8
Commelina obliqua Vahl Trapoeraba Er 8
Gibasis geniculata (Jacq.) Rohweder Trapoeraba Er 8
Tradescantia anagallidea Seub. Trapoeraba Er 8
Tradescantia crassula Link & Otto Trapoeraba Er 9
Tradescantia fluminensis Vell. Trapoeraba Er 8
CONVOLVULACEAE Evolvulus sericeus Sw. Er 2
Ipomoea alba L. Boa-noite L 7, 8
Ipomoea cairica (L.) Sweet Gramofone L 3, 6, 8
Ipomoea tiliacea (Willd.) Choisy Gramofone L 3, 5
Ipomoea sp. L 4
CUCURBITACEAE Cayaponia martiana Cogn. Taiuiá L 5, 6, 8
Melothria pendula L. Abóbora-do-mato L 5
Sicydium gracile Cogn. L 3
Sicyos polyacanthus Cogn. Cipó-de-mico L 8
CYPERACEAE Bulbostylis capillaris (L.) Kunth ex C.B. Clarke Er 2, 8
Bulbostylis consanguinea Nees Er 2
Carex sellowiana Schltdl. Er 8
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl. Er 2
Cyperus haspan L. Tiririca Er 7
Cyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl. Er 2, 5
Cyperus incomtus Kunth Er 8, 9
Cyperus meyenianus Kunth # Junquinho Er 8
Cyperus reflexus Vahl Er 2
Cyperus rigens J. Presl & C. Presl Er 2
Eleocharis viridans Kük. ex Osten Er 2
Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl Er 8
Kyllinga brevifolia Rottb. Er 5
Kyllinga odorata Vahl Er 2, 5, 8
Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv Tiririca Er 5, 7
Rhynchospora rugosa (Vahl) Gale Er 2, 9
Rhynchospora tenuis Willd. ex Link Er 2
Schoenoplectus californicus (C.A. Mey.) Soják Junco Er 5
Scleria latifolia Sw. Capim-navalha Er 2
DIOSCOREACEAE Dioscorea multiflora Griseb. L 8
Dioscorea sinuata Vell. Caratinga L 8
Dioscorea subhastata Vell. Cará-redondo-chato L 3
EBENACEAE Diospyros inconstans Jacq. Maria-preta Ar 4
ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum argentinum O. E. Schulz Cocão Ar 3, 4, 8
EUPHORBIACEAE Caperonia hystrix Pax & K. Hoffm. Er 5
Gymnanthes concolor (Spreng.) Müll. Arg. Laranjeira-do-mato Ar 8
Ricinus communis L. # Mamona Ab 8
Sapium glandulosum (L.) Morong Pau-de-leite Ar 3, 4
Sebastiania schottiana (Müll. Arg.) Müll. Arg. Sarandi Ab 5, 7
Sebastiania serrata (Baill. ex Müll. Arg.) Müll. Arg. Branquilho Ar 1, 3, 4, 8
FABACEAE Acacia bonariensis Gillies ex Hook. & Arn. Unha-de-gato Ab 3, 8
Bauhinia forficata Link Pata-de-vaca Ar 8
Calliandra tweediei Benth. Topete-de-cardeal Ab 4
Canavalia bonariensis Lindl. L 4
276
FLORA
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
277
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
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FLORA
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
280
FLORA
Anexo I. (contin.) Relação das espécies observadas na REBIOLJL, com os respectivos nomes populares, famílias,
tipos de hábito e hábitat. Legenda: Ab, arbusto; Ar, árvore; Ep, epífita; Er,erva; Hp, hemiparasita; L, trepadeira; P,
palmeira; 1, mata de restinga; 2, mata de restinga úmida; 3, mata baixa I; 4, mata baixa II; 5, banhado; 6, campo
sujo; 7, margem do Guaíba; 8, mata de encosta da Ponta do Cego; 9, campo arenoso; #, espécie exótica.
Anexo II. Relação das espécies levantadas na REBIOLJL que constam na lista das espécies da flora ameaçadas
de extinção no Estado (Rio Grande do Sul, 2002), com suas respectivas categorias de ameaça: EN = em perigo;
VU = vulnerável.
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FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
282
FLORA
Laboratório de Palinologia, Universidade Luterana do Brasil, Avenida Farroupilha 8001, 92425-900 Canoas, RS, Brasil.
[email protected]
283
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 1. Mapa de vegetação de REBIOLJL (adaptado de WITT, 2008). Círculo laranja representa o local de coleta.
284
FLORA
Briófitas
Sphagnum ( DILL.) Hedw
Pteridófitas
Anemia phyllitidis (L.) Sw.
Dicksonia sellowiana Hook
Lycopodium clavatum L.
Polypodiaceae J. Presl & C.Presl
Schizaeaceae Wall.
tipo Microgramma vaccinifolia (Langst. & Fisch)
Copel.
Marattia Sw.
Gimnospermas
Araucaria angustifolia (BERTOL.) Kuntze
Figura 2. Coleta de material sedimentar a intervalos
regulares de cinco cm para posterior processamento Ephedra tweediana Fisch. & C.A.Mey.
químico. Pinus L.
Angiospermas
Apiaceae Lindl.
Arecaceae Bercht. & J.Presl.
O material polínico constante nas lâminas foi Asteraceae Bercht. & J.Presl
identificado e quantificado, sendo contados no mínimo Bromeliaceae Juss.
300 grãos de pólen e esporos em cada um dos níveis Chrysophyllum L.
amostrados. Para a identificação polínica utilizou-se Cyperaceae Juss
literatura especializada, além de consultas a palinoteca. Eryngium L.
Sempre que possível buscou-se a identificação na Erythroxylum P. Browne
menor categoria taxonômica possível, em alguns Euphorbiaceae Juss.
casos utilizou-se o vocábulo “tipo” para aqueles táxons Faramea Aubl
que podem estar relacionados a mais de um gênero. Flacourtiaceae
Iridaceae Juss.
Resultados Loranthaceae Juss.
Lythraceae J.St.-Hil
Os 44 táxons amostrados no testemunho de Malvaceae Juss.
sondagem estão distribuídos em fungos (2 táxons), Malpighiaceae Juss.
algas (6 táxons), briófitos (1 táxon), pteridófitos (7 Mimosa L.
táxons), gimnospermas (3 táxons) e angiospermas Moraceae
(25 táxons) e encontram-se listados abaixo. Além Myrtaceae Juss.
destas espécies foram também registrados hifas e Oxalidaceae
esporos de fungos, os quais não foram Pavonia Cal.
considerados nas análises palinológicas (Figura 3). Plantaginaceae Juss.
Plantago L.
Fungos Poaceae Barnhart
Glomus Tus. & C. Tus. Rubiaceae Juss
Tetraploa aristata Berk & Broome Sapindaceae Juss
Algas Solanaceae Adans.
Scenedesmaceae Oltmanns tipo Baccharis
Zygnemataceae Kützing tipo Butia
Debaria (DE BARY) Wittrock tipo Senecio
Mougeotia C. Agardh Thymelaeaceae Juss.
Spirogyra Link Xyridaceae C. Agardh
Zygnema C. A. Agardh Zea mays L.
285
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Figura 3. Ilustração dos principais palinomorfos registrados no testemunho de sondagem. A. Hifa de fungo; B.
Glomus. C. tipo Microgramma vaccinifolia D. Pinus; E. Ephedra tweediana. F. Poaceae; G. Myrtaceae; H. Eryngium;
I. Mimosa.
286
FLORA
Tabela 1. Valores numéricos dos táxons registrados no testemunho de sondagem conforme suas respectivas
profundidades.
Profundidade (cm)
Táxons
2 7 12 17 22 27 32 37 42 47 52 57 61
Anemia phyllitidis 1 1
Apiaceae 2 2 3 2 6 6 21 24 19 15 5 12 9
Araucaria angustifolia 2 3 3
Arecaceae 1 8 2
Asteraceae 25 29 129 100 66 56 76 74 69 55 35 47 50
Bromeliaceae 1
Chrysophyllum 4
Cyperaceae 13 30 103 68 72 36 79 93 80 75 70 111 75
Debaria 2 2 1 2 1 1 1 4
Dicksonia sellowiana 2 1 1 2 1 1
Ephedra tweediana 1 1 1 1 1 1 1
Eryngium 1 1 4 8 3 1 3 5 5
Erythroxylum 1 1
Euphorbiaceae 3 3
Fabaceae 1 1 4 7 10
Faramea 1
Flacourtiaceae 2 3
Glomus 1 2 9 2 1 7
Iridaceae 1 7 5 10 31 25 54 11 9 22
Loranthaceae 1 1
Lycopodium 105 38 103 261 412 139 230
Lythraceae 2
Malpighiaceae 1 1 2
Malvaceae 3 2
Marattia 2 11 12
Mimosa 164 35 10 20 32 14 1 9 2 10 12
Moraceae 1
Mougeotia 3 2 5
Myrtaceae 1 1 2 3 12 5 4 11 10 5 3 6 3
Oxalidaceae 1 1 1 3 1 4
Pavonia 1 1
Pinus 5 10 3 1 1
Plantaginaceae 1 3
Poaceae 81 114 55 56 100 71 106 48 74 54 69 78 73
Polypodiaceae 3 13 1 2 6 43 25 15 9 7 2 12 8
Rubiaceae 1 1 2 2 11 8 6 1 7
Sapindaceae 2 2 2 3 4 4 2 1 3
Sapotaceae 1 4 8
Scenedesmaceae 2 3 10 2 11 8 12 7 8 8 6 7 4
Schizaeaceae 1 2 1 2 1
Solanaceae 1
Sphagnum 1
Spirogyra 26 26 11 1 45 49 16 17 29 18 10
Tetrapoa aristata 2 2 1 1
Thymelaeaceae 3 1 1 2 6 3 7 12
tipo Baccharis 14 11
Tipo Microgramma vaccinifolia 2 2 1 7 2
Tipo Butia . 2
Tipo Senecio 1
Xyridaceae 1 1
Zea mays 1
Zygnemataceae 9 3 20 31 48 30 35 11 42 21 37 35 41
287
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
Tabela 2. Valores, em porcentagem, dos táxons registrados no testemunho de sondagem conforme suas respectivas
profundidades considerando somente Gimnospermas e Angiospermas.
Tabela 3. Valores, em porcentagem, dos elementos algais registrados no testemunho de sondagem conforme
suas respectivas profundidades.
Profundidade (cm)
Táxons Total
2 7 12 17 22 27 32 37 42 47 52 57 61
Debaria 14,3 14,3 7,1 14,3 7,1 7,1 7,1 28,6 100,0
Mougeotia 30,0 20,0 50,0 100,0
Scenedesmaceae 2,3 3,4 11,4 2,3 12,5 9,1 13,6 8,0 9,1 9,1 6,8 8,0 4,5 100,0
Spirogyra 10,5 10,5 4,4 0,4 18,1 19,8 6,5 6,9 11,7 7,3 4,0 100,0
Zygnemataceae 2,5 0,8 5,5 8,5 13,2 8,3 9,6 3,0 11,6 5,8 10,2 9,6 11,3 100,0
288
FLORA
(24,46%) e Asteraceae (21,92%), sendo que estes abundante de algas verdes está relacionada ao
também estiveram presentes em todas as aumento da precipitação atmosférica, assim os
subamostras. Apiaceae e Myrtaceae, embora picos de Mougeotia e Debaria poderiam representar
ocorrendo em todas as amostras tiveram suas episódios de cheia no lago Guaíba.
representatividades em 3,41% e 1,78%, A metodologia utilizada neste primeiro estudo
respectivamente. Mimosa com 8,35% de não contemplou datação radiocarbônica o que
representatividade e Iridaceae com 4,73% limita o estabelecimento de correlação temporal
finalizam os táxons com porcentagens acima de de determinadas premissas. No entanto a
5%. Excetuando-se Myrtaceae, a expressiva ocorrência do grão de pólen de Pinus nos
representatividade dos demais táxons indica a assegura a idade moderna deste pacote
ocorrência de paisagem herbácea entremeada sedimentar, uma vez que o registro do grão de
com os maricazais (Mimosa). pólen desta espécie está aliada à chegada do
A mata de restinga presente na REBIOLJL se colonizador europeu.
faz notar no registro sedimentar através dos É importante destacar a frequência de Ephedra
conjuntos polínicos formados por Myrtaceae, tweediana, que mesmo pouca expressiva, mostra
Sapindaceae, Thymelaeaceae, Chrysophyllum, a importância da REBIOLJL como refúgio desta
Faramea, Erythorxylum e Moraceae todos com espécie que somente em raros casos foi registrada
baixa representatividade variando entre um máximo para o Quaternário do Rio Grande do Sul
d 1,78% a porcentagem mínima de 0,03%. (BAUERMANN et al., 2009). Por outro lado, a
Cabe salientar a presença de Ephedra presença de Araucaria angustifolia, Pinus e Zea
tweediana com presença de somente um grão de mays, táxons exóticos, atesta a pressão antrópica
pólen em sete das 13 amostras totalizando 0,19% que a REBIOLJL vem sofrendo.
de representatividade no testemunho. Destaca-se Os registros polínicos indicaram um aumento
também a ausência de grãos de pólen Sirpus da frequência e riqueza da vegetação arbórea em
californicus, que formam os juncais, mas tal fato direção ao topo de testemunho de sondagem, o
já era esperado, pois Juncaceae apresenta a exina que já foi observado em outras áreas estudadas e
muito delicada e normalmente não se preserva nos trata-se de uma tendência geral para os sítios
sedimentos. deposicionais do Estado.
Os expressivos registros de elementos algais Finalmente, a REBIOLJL apresenta uma boa
atestam a característica hidromórfica do ponto de riqueza polínica e os conjuntos polínicos
coleta e da REBIOLJL como um todo. Mougeotia representam as diferentes fitofisionomias
foi a alga de maior representatividade com 50% de presentes na Reserva. No entanto, a pressão
ocorrência a profundidade de 32 cm, seguida de antrópica já se faz notar pela presença de grãos
Debaria com 28,6% a 61 cm. Scenedesmaceae e de pólen exóticos a flora local o que torna
Zygnemataceae foram os táxons mais frequentes, necessárias ações de manejo impedindo o
ocorrendo em todas as subamostras. A ocorrência aumento dessa vegetação.
289
FAUNA E FLORA DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAMI JOSÉ LUTZENBERGER
290
ÍNDICE REMISSIVO DOS NOMES CIENTÍFICOS
FAUNA
MAMÍFEROS Erythrolamprus poecilogyrus ................. 67, 74, 75
Erythrolamprus semiaureus ......................... 67, 73
Akodon montensis .............................................. 33 Helicops infrataeniatus ........................... 65, 67, 72
Alouatta guariba ................................................... 32 Lygophis anomalus ....................................... 67, 72
Artibeus fimbriatus ............................................... 40 Mastigodryas bifossatus ............................... 67, 71
Cavia aperea ....................................................... 37 Micrurus altirostris .................................. 67, 75, 81
Cerdocyon thous ........................................... 48, 49 Ophiodes fragilis ........................................... 67, 68
Ctenomys lami ..................................................... 37 Oxyrhopus rhombifer .................................... 67, 75
Dasypus novemcinctus ......................................31 Philodryas olfersii ................................... 65, 67, 76
Dasypus septemcinctus ..................................... 32 Philodryas patagoniensis .............................. 67, 76
Desmodus rotundus ............................................ 41 Phrynops hilarii ................................. 65, 67, 70, 84
Didelphis albiventris ............................................. 30 Sibynomorphus aff. neuwiedi ........................ 67, 77
Galictis cuja ................................................... 50, 51 Sibynomorphus ventrimaculatus .................. 67, 78
Glossophaga soricina ........................................ 42 Teius oculatus ......................................... 65, 67, 69
Histiotus velatus .................................................. 47 Thamnodynastes hypoconia .................. 67, 78, 79
Holochilus brasiliensis ......................................... 34 Thamnodynastes strigatus ........................... 67, 79
Hydrochoerus hydrochaeris ......................... 35, 36 Tomodon dorsatus ........................................ 67, 79
Kannabateomys amblyonyx ............................... 38 Trachemys dorbigni ................................ 67, 70, 85
Lontra longicaudis ................................................ 51 Tupinambis merianae ....................... 67, 69, 85, 86
Lutreolina crassicaudata ..................................... 31 Xenodon dorbignyi ........................................ 67, 80
Lycalopex gymnocercus .................................... 50 Xenodon merremii ......................................... 67, 80
Molossus molossus ............................................ 45
Myocastor coypus .............................................. 39
Nectomys squamipes ......................................... 34
Noctilio leporinus ................................................. 44 ANFÍBIOS
Oligoryzomys flavescens .................................... 34
Oligoryzomys nigripes ........................................ 35 Chthonerpeton indistinctum ....................... 117, 132
Procyon cancrivorus ........................................... 52 Dendropsophus minutus ............................. 99, 132
Puma yagouaroundi ............................................ 48 Dendropsophus nanus ....................... 122, 132, 133
Sphiggurus villosus ....................................... 35, 36 Dendropsophus sanborni .......................... 100, 132
Sturnira lilium ....................................................... 43 Elachistocleis bicolor ......................... 116, 132, 133
Tadarida brasiliensis ............................................ 46 Hypsiboas faber ......................................... 101, 132
Hypsiboas pulchellus ................................. 102, 132
Leptodactylus fuscus ................ 129, 130, 132, 134
RÉPTEIS Leptodactylus gracilis ................................. 113, 132
Leptodactylus latinasus ..................... 113, 114, 132
Amphisbaena trachura .................................. 67, 68 Leptodactylus latrans ................ 114, 115, 132, 133
Atractus reticulatus ....................................... 67, 71 Leptodactylus mystacinus ......................... 129, 132
Bothrops alternatus ....................................... 67, 82 Lithobates catesbeianus ............................ 130, 132
Bothrops jararaca .......................................... 67, 82 Melanophryniscus pachyrhynus ........ 121, 132, 133
Bothrops pubescens ..................................... 67, 83 Odontophrynus americanus ........................ 98, 132
Caiman latirostris .......................................... 67, 86 Odontophrynus maisuma .......................... 122, 132
Chironius bicarinatus .................................... 67, 70 Phyllomedusa iheringii ....................... 123, 132, 134
Erythrolamprus jaegeri .................................. 67, 73 Physalaemus biligonigerus ................ 127, 132, 133
291
Physalaemus cuvieri ................................. 110, 132 Cynopoecilus nigrovittatus ................ 145, 150, 172
Physalaemus gracilis ................................. 111, 132 Cyphocharax saladensis .................................. 149
Physalaemus henselii ........................ 127, 128, 132 Cyphocharax spilotus ............................... 149, 159
Physalaemus lisei ...................................... 128, 132 Cyphocharax voga ............................ 148, 149, 160
Pseudis minuta .......................... 103, 104, 132, 133 Diapoma speculiferum ...................................... 149
Pseudopaludicola falcipes ......................... 112, 132 Eigenmannia trilineata ....................................... 150
Rhinella arenarum ...................................... 118, 132 Genidens genidens ............................................ 149
Rhinella dorbignyi ......................................... 97, 132 Geophagus brasiliensis ............................. 150, 175
Rhinella fernandezae ............................ 97, 119, 132 Glanidium sp. ..................................................... 149
Rhinella henseli ........................................... 120, 132 Gymnogeophagus gymnogenys .............. 150, 175
Rhinella icterica .................................. 119, 120, 132 Gymnogeophagus labiatus ............................... 150
Scinax berthae ........................................... 106, 132 Gymnogeophagus rhabdotus ............. 147, 150,176
Scinax fuscovarius .................................... 107, 132 Gymnotus aff. carapo ......................... 147, 150, 168
Scinax granulatus .............................. 108, 132, 133 Heptapterus mustelinus .................................... 149
Scinax nasicus ................................... 124, 132, 134 Heptapterus sympterygium .............................. 149
Scinax tymbamirim .................................... 105, 132 Hisonotus armatus ............................................ 149
Scinax squalirostris ................................... 109, 132 Hisonotus laevior ............................... 149, 164, 165
Scinax uruguayus ..................... 125, 126, 132, 133 Hisonotus leucofrenatus ............................. 149, 164
Trachycephalus mesophaeus ................... 126, 132 Homodiaetus anisitsi ................................. 149, 168
Hoplias malabaricus .......................... 147, 149, 160
Hoplosternum littorale ....................... 149, 162, 163
PEIXES Hyphessobrycon boulengeri ............. 147, 149, 155
Hyphessobrycon igneus ........... 147, 149, 155, 156
Acestrorhynchus pantaneiro ..................... 149, 150 Hyphessobrycon luetkenii ................ 147, 149, 156
Ancistrus brevipinnis ......................................... 149 Hyphessobrycon meridionalis ................... 149, 156
Aphyocharax anisitsi ................................. 149, 151 Hyphessobrycon togoi ...................................... 149
Astyanax aff. fasciatus ....................... 148, 149, 152 Hypostomus aspilogaster .................................. 149
Astyanax eigenmanniorum ........................ 149, 151 Hypostomus commersoni ......................... 149, 165
Astyanax henseli ................................................ 149 Jenynsia multidentata ............................... 150, 171
Astyanax jacuhiensis ................................. 149, 152 Leporinus obtusidens ........................................ 149
Astyanax laticeps .............................................. 149 Loricariichthys anus ................................... 149, 165
Australoheros acaroides ............................ 150, 173 Lycengraulis grossidens ................................... 149
Austrolebias adloffi .................................... 145, 150 Microglanis cottoides ........................................ 149
Austrolebias wolterstorffi ................................... 150 Micropogonias furnieri ....................................... 150
Brachyhypopomus draco .................. 150, 169, 170 Mimagoniates inequalis .................................... 150
Brachyhypopomus gauderio ............. 147, 150, 169 Mugil liza ............................................................. 150
Bryconamericus iheringii ................................... 149 Odontesthes aff. perugiae ................................. 150
Bunocephalus erondinae .................................. 149 Odontesthes bonariensis ................................... 150
Callichthys callichthys ........................ 145, 145, 161 Odontesthes humensis ..................................... 150
Characidium cf. zebra ........................................ 149 Oligosarcus jenynsii .................................. 149, 157
Characidium rachovii ................................. 149, 159 Oligosarcus robustus ................................. 149, 157
Characidium tenue ............................................ 149 Otocinclus flexilis ............................................... 149
Charax stenopterus ................................... 149, 153 Pachyurus bonariensis ...................... 148, 150, 177
Cheirodon ibicuhiensis .............................. 149, 153 Parapimelodus nigribarbis ......................... 149, 167
Cheirodon interruptus ................................. 147, 149 Phalloceros caudimaculatus ...................... 150,172
Cichlasoma portalegrense ................ 147, 150, 174 Pimelodella australis .................................. 149, 163
Corydoras paleatus .................................... 149, 162 Pimelodus pintado ..................................... 149, 167
Corydoras undulatus ......................................... 149 Platanichthys platana ........................................ 149
Crenicichla lepidota ............................ 147, 150, 174 Prochilodus lineatus ........................................... 149
Crenicichla punctata .................................. 150, 174 Pseudobunocephalus iheringii ............ 147, 149, 161
Ctenogobius shufeldti ........................................ 150 Pseudocorynopoma doriae ................148, 149, 158
Cyanocharax alburnus ..................... 148, 149, 154 Pyrrhulina australis ............................................ 149
292
Rhamdella eriarcha ............................................ 149 Bubulcus ibis ...................................................... 194
Rhamdia aff. quelen .......................... 147, 149, 163 Busarellus nigricollis .......................................... 235
Rineloricaria cadeae .................................. 149, 166 Buteo brachyurus .............................................. 199
Rineloricaria strigilata ......................... 148, 149, 166 Buteo swainsoni ................................................. 235
Salminus brasiliensis ......................................... 149 Butorides striata ................................................. 194
Schizodon jacuiensis ......................................... 149 Cacicus chrysopterus ....................................... 242
Serrapinnus calliurus ................................. 149, 158 Cairina moschata .............................................. 243
Calidris fuscicolis ................................................ 236
Synbranchus marmoratus ......................... 150, 170
Calidris melanotos .............................................. 236
Trachelyopterus lucenai ..................................... 149 Callonetta leucophrys ........................................ 234
Camptostoma obsoletum .................................. 215
Campyloramphus falcularius ............................ 245
AVES Caracara plancus ............................................... 200
Cariama cristata ................................................ 244
Aburria jacutinga ................................................ 243 Carpornis cuculata ............................................. 245
Accipiter striatus ................................................. 235 Cathartes aura ................................................... 197
Actitis macularius .............................................. 236 Cathartes burrovianus ....................................... 235
Agelaioides badius ............................................. 231 Celeus flavescens ............................................. 211
Agelasticus cyanopus ....................................... 246 Certhiaxis cinnamomeus .................................. 213
Agelasticus thilius .............................................. 230 Chaetura cinereiventris ...................................... 209
Alopochelidon fucata .......................................... 241 Chaetura meridionalis ........................................ 209
Amazona aestiva ............................................... 237 Chamaeza campanisona .................................. 245
Amazona pretrei ................................................ 244 Charadrius collaris ............................................. 236
Amazonetta brasiliensis ..................................... 191 Chauna torquata ................................................ 191
Amblyhamphus holosericeus ........................... 230 Chiroxiphia caudata ........................................... 214
Ammodramus humeralis .................................. 227 Chloroceryle amazona ...................................... 210
Anas flavirostris ................................................. 191 Chloroceryle americana .................................... 210
Anas georgica .................................................... 234 Chlorostilbon lucidus .......................................... 209
Anas versicolor .................................................. 192 Chordeiles nacunda ........................................... 238
Anhinga anhinga ................................................ 194 Chroicocephalus cirrocephalus ........................ 236
Anthracothorax nigricollis .................................. 239 Chroicocephalus maculipennis ......................... 204
Anthus correndera ............................................. 242 Chrysomus ruficapillus ..................................... 231
Anthus hellmayri ................................................ 242 Ciconia maguari ................................................. 193
Anthus lutescens ............................................... 223 Circus buffoni ..................................................... 198
Anumbius annumbi ............................................ 213 Circus cinereus .................................................. 243
Aphantochroa cirrochloris ................................. 238 Cistothorus platensis ......................................... 246
Aramides cajanea .............................................. 202 Cnemotriccus fuscatus ..................................... 241
Aramides saracura ............................................ 202 Coccyzus melacoryphus .................................. 207
Aramides ypecaha ............................................. 201 Coereba flaveola ................................................ 224
Aramus guarauna .............................................. 201 Colaptes campestris .......................................... 211
Ardea alba .......................................................... 195 Colaptes melanochloros .................................... 211
Ardea cocoi ........................................................ 195 Columba livia ...................................................... 206
Arundinicola leucocephala ................................ 218 Columbina picui ................................................. 205
Asio clamator ...................................................... 208 Columbina talpacoti ........................................... 205
Asio flammeus ................................................... 244 Conopophaga lineata ......................................... 212
Athene cunicularia .............................................. 237 Coragyps atratus ............................................... 197
Bartramia longicauda ......................................... 236 Coscoroba coscoroba ....................................... 234
Basileuterus culicivorus .................................... 229 Cranioleuca obsoleta ......................................... 214
Basileuterus leucoblepharus ............................ 230 Cranioleuca sulphurifera .................................... 214
Botaurus pinnatus .............................................. 234 Crotophaga ani ................................................... 207
Brotogeris chiriri ................................................. 237 Crypturellus obsoletus ...................................... 234
Bubo virginianus ................................................ 237 Cyanocorax chrysops ....................................... 220
293
Cyanoloxia brissonii ........................................... 229 Hemithraupis guira ............................................. 242
Cyanoloxia glaucocaerulea ............................... 229 Heterospizias meridionalis ................................. 199
Cyclarhis gujanensis .......................................... 220 Himantopus melanurus ..................................... 203
Cypseloides fumigatus ...................................... 238 Hirundo rustica .................................................. 241
Cypseloides senex ............................................ 238 Hydropsalis albicollis ......................................... 238
Dacnis cayana ................................................... 227 Hydropsalis anomala ......................................... 244
Dendrocolaptes platyrostris .............................. 239 Hydropsalis forcipata ......................................... 245
Dendrocygna autumnalis .................................. 234 Hydropsalis longirostris ..................................... 238
Dendrocygna bicolor ......................................... 234 Hydropsalis parvula ........................................... 238
Dendrocygna viduata ........................................ 191 Hydropsalis torquata .......................................... 209
Donacospiza albifrons ....................................... 227 Hylocharis chrysura ........................................... 209
Egretta caerulea ................................................ 234 Hylophilus poicilotis ........................................... 241
Egretta thula ....................................................... 196 Hymenops perspicillatus ................................... 219
Elaenia chilensis ................................................ 216 Icterus pyrrhopterus .......................................... 230
Elaenia flavogaster ............................................ 215 Ixobrychus involucris ......................................... 234
Elaenia mesoleuca ............................................ 240 Jacana jacana .................................................... 204
Elaenia obscura ................................................. 216 Knipolegus cyanirostris ..................................... 241
Elaenia parvirostris ............................................ 216 Knipolegus lophotes ........................................... 241
Elaenia spectabilis ............................................. 216 Lanio cucullatus ................................................. 224
Elanus leucurus ................................................. 198 Lanio melanops .................................................. 242
Emberizoides herbicola ..................................... 242 Larus dominicanus ............................................ 204
Emberizoides ypiranganus ............................... 246 Laterallus leucopyrrhus ..................................... 235
Embernagra platensis ....................................... 228 Laterallus melanophaius .................................... 202
Empidonomus varius ......................................... 240 Lathrotriccus euleri ............................................. 219
Estrilda astrild ..................................................... 233 Lepidocolaptes falcinellus .................................. 212
Euphonia chalybea ............................................. 242 Leptopogon amaurocephalus ............................ 214
Euphonia chlorotica ............................................ 232 Leptotila rufaxilla ................................................. 237
Euphonia cyanocephala .................................... 232 Leptotila verreauxi .............................................. 206
Euphonia pectoralis ............................................ 233 Lessonia rufa ...................................................... 242
Euphonia violacea .............................................. 242 Leucochloris albicollis ........................................ 239
Euscarthmus meloryphus ................................ 215 Limnoctites rectirostris ...................................... 245
Falco femoralis .................................................. 235 Limnornis curvirostris ........................................ 212
Falco peregrinus ................................................ 235 Lochmias nematura ........................................... 212
Falco sparverius ................................................ 201 Lurocalis semitorquatus .................................... 238
Florisuga fusca .................................................. 239 Machetornis rixosa ............................................ 217
Fulica armilata .................................................... 235 Mackenziaena leachii ........................................ 212
Fulica leucoptera ............................................... 235 Megaceryle torquata .......................................... 210
Furnarius rufus ................................................... 212 Megarynchus pitangua ...................................... 240
Gallinago paraguaiae ......................................... 203 Megascops choliba ........................................... 208
Gallinago undulata .............................................. 244 Megascops sanctaecatarinae ........................... 237
Gallinula galeata ................................................ 202 Melanerpes candidus ........................................ 210
Gallinula melanops ............................................. 203 Micrastur ruficollis .............................................. 244
Geositta cunicularia ........................................... 239 Micrococyx cinereus ......................................... 207
Geothlypis aequinoctialis ................................... 229 Milvago chimachima ......................................... 200
Geotrygon montana .......................................... 237 Milvago chimango .............................................. 200
Geranoaetus albicaudatus ................................. 235 Mimus saturninus .............................................. 223
Geranoaetus melanoleucus .............................. 243 Mimus triurus ...................................................... 242
Glaucidium brasilianum ..................................... 237 Molothrus bonariensis ....................................... 231
Gnorimopsar chopi ............................................ 242 Molothrus rufoaxillaris ........................................ 242
Guira guira .......................................................... 207 Mycteria americana ............................................ 193
Haplospiza unicolor ............................................ 242 Myiarchus swainsoni ......................................... 217
Heliobletus contaminatus .................................. 213 Myiodynastes maculatus ................................. 240
294
Myiopagis viridicata ........................................... 240 Porzana albicollis ............................................... 244
Myiophobus fasciatus ....................................... 218 Progne chalybea ................................................ 221
Myiopsitta monachus ........................................ 206 Progne tapera ..................................................... 220
Netta peposaca .................................................. 192 Pseudocolopteryx flaviventris ........................... 240
Nomonyx dominica ........................................... 234 Pseudocolopteryx sclateri ................................. 240
Nothura maculosa ............................................. 234 Pseudoleistes guirahuro .................................... 231
Nyctibius griseus ............................................... 237 Pseudoleistes virescens .................................... 242
Nycticorax nycticorax ....................................... 194 Pygochelidon cyanoleuca .................................. 220
Nycticryphes semicollaris ................................. 236 Pyrocephalus rubinus ....................................... 241
Ortalis guttata ..................................................... 192 Pyrrhocoma ruficeps ......................................... 242
Pachyramphus polychopterus .......................... 240 Pyrrhura frontalis ................................................ 242
Pachyramphus viridis ....................................... 240 Ramphastos toco ............................................... 245
Pandion haliaetus .............................................. 198 Rhea americana ................................................ 243
Parabuteo unicinctus ......................................... 243 Rhynchotus rufescens ...................................... 243
Pardirallus maculatus ........................................ 202 Riparia riparia ..................................................... 241
Pardirallus nigricans .......................................... 202 Rollandia rolland ................................................ 192
Pardirallus sanguinolentus ................................ 202 Rostrhamus sociabilis ....................................... 198
Paroaria capitata ................................................ 226 Rupornis magnirostris ....................................... 199
Paroaria coronata .............................................. 226 Rynchops niger .................................................. 205
Parula pitiayumi ................................................. 229 Saltator similis .................................................... 224
Passer domesticus ........................................... 233 Sarkidiornis sylvicola ........................................ 243
Patagioenas cayennensis .................................. 237 Satrapa icterophrys ........................................... 219
Patagioenas picazuro ........................................ 206 Schiffornis virescens ......................................... 239
Penelope obscura .............................................. 243 Schoeniophylax prhyganophilus ....................... 213
Petrochelidon pyrrhonota ................................... 241 Sclerurus scansor ............................................. 212
Phacellodomus ferrugineigula ........................... 239 Serpophaga griseicapilla ................................... 240
Phacellodomus striaticollis ................................ 239 Serpophaga munda ........................................... 240
Phaetusa simplex .............................................. 204 Serpophaga nigricans ........................................ 240
Phalacrocorax brasilianus ................................. 193 Serpophaga subcristata ............................ 216, 240
Phimosus infuscatus ......................................... 196 Sicalis flaveola ................................................... 228
Phleocryptes melanops .................................... 239 Sicalis luteola ..................................................... 228
Phoenicopterus chilensis .................................. 197 Sittasomus griseicapillus ................................... 239
Phyllomyias fasciatus ....................................... 240 Sporagra magellanica ........................................ 232
Phylloscartes ventralis ....................................... 215 Sporophila caerulescens ................................... 229
Piaya cayana ..................................................... 207 Sporophila collaris .............................................. 242
Piculus aurulentus ............................................. 210 Stelgidopteryx ruficollis ...................................... 241
Pipraeidea bonariensis ...................................... 226 Stephanophorus diadematus ............................ 225
Pipraeidea melanonota ...................................... 226 Stephanoxis lalandi ............................................ 239
Pitangus sulphuratus .......................................... 217 Sterna hirundinacea ........................................... 237
Platalea ajaja ...................................................... 197 Sterna hirundo .................................................... 236
Platyrinchus mystaceus ................................... 214 Sterna trudeaui ................................................... 237
Plegadis chihi ..................................................... 196 Sternula superciliaris ......................................... 236
Pluvialis dominica .............................................. 236 Streptoprocne zonaris ........................................ 238
Pluvialis squartarola ........................................... 236 Sturnella superciliaris ......................................... 232
Podicephorus major .......................................... 193 Synalaxis albescens ......................................... 239
Podilymbus podiceps ................................. 192, 193 Synalaxis cinerascens ...................................... 214
Poecilotriccus plumbeiceps ............................... 215 Synallaxis frontalis ............................................. 239
Polioptila dumicola ............................................. 221 Synallaxis ruficapilla .......................................... 213
Polystictus pectoralis ........................................ 245 Synallaxis spixi ................................................... 214
Poospiza cabanisi .............................................. 228 Syndactyla rufosuperciliata ............................... 213
Poospiza nigrorufa .............................................. 228 Syrigma sibilatrix ............................................... 195
Porphyrio martinica ............................................ 235 Tachcyneta leucorrhoa ...................................... 221
295
Tachuris rubrigastra ........................................... 214 Acianthera glumacea ......................................... 278
Tachybaptus dominicus .................................... 234 Acianthera saundersiana ................................... 278
Tachycineta leucopyga ...................................... 241 Adiantopsis chlorophylla .................................... 281
Tachyphonus coronatus .................................... 242 Adiantum raddianum .......................................... 281
Tangara cyanoptera ........................................... 246 Aechmea recurvata .......................................... 275
Tangara palmarum ............................................ 225 Agalinis communis ............................................. 278
Tangara preciosa ............................................... 225 Ageratum conyzoides ........................................ 274
Tangara sayaca ................................................. 225 Aiouea saligna .................................................... 277
Tapera naevia ..................................................... 208 Allophylus edulis ........................ 265, 269, 271, 280
Tersina viridis ..................................................... 227 Alstroemeria aff. caryophyllaea ......................... 274
Thalurania glaucopis .......................................... 239 Amorimia exotropica .......................................... 277
Thamnophilus caerulescens ............................. 211 Amphilophium paniculatum ............................... 275
Thamnophilus ruficapillus .................................. 211 Ananas bracteatus ............................................. 275
Theristicus caerulescens .................................. 234 Andropogon bicornis .......................................... 279
Theristicus caudatus .......................................... 234 Andropogon selloanus ....................................... 279
Tigrisoma lineatum ............................................. 194 Anemia phyllitidis ................................ 281, 285, 287
Tityra cayana ...................................................... 240 Anemia tomentosa ............................................ 281
Tolmomyias sulphurescens .............................. 215 Annona salicifolia ........................................ 266, 274
Tringa flavipes .................................................... 236 Aristida circinalis ................................................ 279
Tringa melanoleuca ............................................ 236 Arrabidaea chica ................................................ 275
Tringa solitaria .................................................... 204 Asparagus setaceus .................. 256, 259, 260, 274
Troglodytes musculus ....................................... 221 Asplenium claussenii ......................................... 281
Trogon surrucura ............................................... 245 Asplenium sellowianum ..................................... 281
Tryngites subruficollis ........................................ 236 Axonopus fissifolius ........................................... 279
Turdus albicollis .................................................. 223 Azolla filiculoides ................................................ 281
Turdus amaurochalinus ..................................... 222 Baccharis anomala ........................................... 274
Turdus flavipes ................................................... 246 Baccharis conyzoides ....................................... 274
Turdus leucomelas ............................................ 226 Baccharis dracunculifolia .................................. 274
Turdus rufiventris ............................................... 222 Baccharis spicata .............................................. 274
Turdus subalaris ................................................ 223 Baccharis trimera .............................................. 274
Tyrannus melancholicus ................................... 218 Bacopa monnieri ................................................ 278
Tyrannus savana ............................................... 218 Bambusa tuldoides ........................................... 279
Tyto alba ............................................................. 208 Banara parviflora ........................................ 270, 280
Urubitinga urubitinga .......................................... 235 Bauhinia forficata ................................ 265, 271, 276
Vanellus chilensis............................................... 203 Begonia cucullata .............................................. 275
Veniliornis spilogaster ........................................ 210 Bidens bipinnata ................................................. 274
Vireo olivaceus .................................................. 220 Bidens laevis .............................................. 262, 274
Volatinia jacarina ................................................. 228 Bidens pilosa ...................................................... 274
Xanthopsar flavus .............................................. 246 Blechnum australe subsp. auriculatum ............. 281
Xolmis cinereus ................................................. 241 Blepharocalyx salicifolius .................................. 278
Xolmis dominicanus .......................................... 246 Blumenbachia urens .......................................... 277
Xolmis irupero .................................................... 219 Brassavola tuberculata ..................................... 278
Zenaida auriculata .............................................. 206 Briza poaemorpha .............................................. 279
Zonotrichia capensis .......................................... 227 Bromelia antiacantha ................................. 259, 275
Buddleja stachyoides ......................................... 280
Bulbostylis capillaris .......................................... 276
FLORA Bulbostylis consanguinea .................................. 276
Butia capitata ......................................................
.................... 256, 257, 258, 259, 268, 269, 274, 281
Abutilon pauciflorum ........................................... 277 Cabomba caroliniana ........................................ 275
Acacia bonariensis ............................................. 276 Calea pinnatifida ......................................... 260, 274
Achyrocline satureoides .................................... 274 Calliandra tweediei ...................................... 261, 276
296
Calyptocarpus biaristatus .................................. 274 Desmodium incanum ........................................ 277
Campylocentrum aromaticum ........................... 278 Dichanthelium sabulorum .................................. 279
Campyloneurum nitidum .................................... 281 Dichanthelium surrectum ................................... 279
Canavalia bonariensis ....................................... 276 Dicliptera squarrosa ................................... 263, 274
Canna indica ...................................................... 276 Digitaria ciliaris ................................................... 279
Caperonia hystrix .............................................. 276 Diodia apiculata .................................................. 279
Cardionema ramosissima ................................ 276 Diodia saponariifolia ........................................... 279
Carex sellowiana ................................................ 276 Dioscorea multiflora ........................................... 276
Casearia decandra .................................... 269, 280 Dioscorea sinuata .............................................. 276
Casearia sylvestris ..... 260, 268, 269,270, 271, 280 Dioscorea subhastata ....................................... 276
Cattleya intermedia .................................... 257, 278 Diospyros inconstans ................................ 261, 276
Cattleya tigrina ............................................ 278, 281 Dodonaea viscosa ............................. 258, 269, 280
Cayaponia martiana ................................... 263, 276 Dolichandra cynanchoides ................ 259, 260, 275
Cecropia pachystachya ..................................... 280 Dolichandra unguis-cati ..................................... 275
Celtis iguanaea ........................................... 271, 276 Doryopteris pedata var. multipartita ........... 258, 281
Centella asiatica ......................................... 258, 274 Drymaria cordata ............................................... 276
Cephalanthus glabratus ............................ 261, 279 Echinodorus grandiflorus ........................... 262, 274
Cerastium rivulare .............................................. 276 Eichhornia azurea .............................................. 279
Cereus hildmannianus ............... 258, 268, 269, 275 Eichhornia crassipes ................................. 264, 279
Cestrum strigilatum ........................................... 280 Eleocharis viridans ............................................ 276
Chaptalia nutans ................................................ 274 Elephantopus mollis .................................. 258, 274
Chaptalia runcinata ............................................ 274 Eleusine indica .................................................... 279
Chascolytrum subaristatum ............................ 279 Endlicheria paniculata ........................................ 277
Cheilanthes concolor ......................................... 281 Enterolobium contortisiliquum ........................... 277
Chenopodium ambrosioides ............................. 274 Enydra anagallis ................................................ 274
Chiococca alba .................................................. 279 Ephedra tweediana ...................................................
Chomelia obtusa ................................ 270, 271, 279 ... 256, 257, 259, 281, 283, 285, 286, 287, 288, 289
Chrysophyllum marginatum ..................................... Eragrostis cataclasta ......................................... 279
..............................................268, 269, 270, 271, 280 Eragrostis neesii ................................................ 279
Cissus striata ............................................. 259, 280 Erechtites valerianifolius .................................... 274
Cleome trachycarpa ................................... 262, 276 Eryngium elegans .............................................. 274
Coccocypselum lanceolatum .................... 258, 279 Eryngium horridum ............................................ 274
Commelina diffusa ............................................. 276 Eryngium pandanifolium .................................... 274
Commelina erecta .............................................. 276 Erythrina crista-galli ........... 261, 264, 269, 277, 283
Commelina obliqua ............................................ 276 Erythroxylum argentinum .........................................
Cordia americana ............................... 270, 271, 275 ............................ 260, 265, 267, 268, 269, 271, 276
Coussapoa microcarpa ..................................... 280 Eugenia hyemalis ...... 261, 265, 266, 268, 269, 278
Cupania vernalis ........................ 266, 270, 271, 280 Eugenia myrcianthes ........................................
Cuphea carthagenensis .................................... 277 ,.................................... 257, 259, 266, 268, 269, 278
Cuphea glutinosa ............................................... 277 Eugenia schuchiana .......................................... 278
Cybistax antisyphilitica ...................................... 275 Eugenia uniflora .......................... 265, 269, 271, 278
Cyclopogon bicolor ............................................ 278 Eugenia uruguayensis ............................... 271, 278
Cyperus aggregatus .......................................... 276 Eupatorium inulifolium ........................................ 274
Cyperus haspan ................................................ 276 Eupatorium laevigatum ...................................... 274
Cyperus hermaphroditus .................................. 276 Eupatorium tweedieanum .................................. 274
Cyperus incomtus ............................................. 276 Evolvulus sericeus ............................................. 276
Cyperus meyenianus ........................................ 276 Facelis retusa ..................................................... 274
Cyperus reflexus ............................................... 276 Ficus cestrifolia .......................................... 265, 277
Cyperus rigens .................................................. 276 Fimbristylis dichotoma ...................................... 276
Dalbergia frutescens .................................. 269, 277 Forsteronia leptocarpa ...................................... 274
Daphnopsis racemosa ....................... 268, 269, 280 Forsteronia thyrsoidea ...................................... 274
Desmodium adscendens .................................. 277 Galianthe brasiliensis ........................................ 279
297
Galium hypocarpium ......................................... 280 Maranta arundinacea ........................................ 277
Gamochaeta coarctata ...................................... 274 Megathyrsus maximus ...................................... 279
Gamochaeta falcata .......................................... 274 Melica sarmentosa ............................................ 279
Gibasis geniculata ............................................. 276 Melinis repens ................................................... 279
Grindelia pulchella .............................................. 274 Melothria pendula .............................................. 276
Guadua trinii ....................................................... 279 Mesadenella cuspidata ...................................... 278
Guapira opposita ........................ 269, 270, 271, 278 Microgramma squamulosa ............................... 281
Guettarda uruguensis ........................................ 280 Microgramma vaccinifolia ......... 281, 285, 286, 287
Gymnanthes concolor ............................... 270, 276 Mikania campanulata ........................................ 274
Habenaria parviflora ........................................... 278 Mikania cordifolia ............................................... 275
Handroanthus pulcherrimus .............. 269, 270, 275 Mikania glomerata ............................................. 275
Hapalorchis lineatus .......................................... 278 Mikania involucrata ............................................ 275
Heimia myrtifolia ................................................ 277 Mikania micrantha ............................................. 275
Heteropteris aenea ............................................ 277 Mimosa bimucronata .........................................
Hibiscus diversifolius ................................. 262, 277 ..................................... 261, 264, 268, 269, 277, 283
Hydrocotyle bonariensis .................................... 274 Morus nigra ................................................ 264, 277
Hydrocotyle leucocephala ................................. 274 Myrcia glabra .............................................. 269, 278
Hydrocotyle ranunculoides ................................ 274 Myrcia palustris .................................................
Hygrophila brasiliensis ....................................... 274 ............................ 259, 265, 266, 267, 268, 269, 278
Hymenachne amplexicaulis .............................. 279 Myrcia selloi ....................................................... 278
Hypoxis decumbens ......................................... 277 Myrcianthes pungens ........................ 266, 270, 278
Hyptis fasciculata subsp. fastigiata ................... 277 Myrciaria cuspidata ..................................................
Hyptis lappacea ................................................. 277 .................... 254, 265, 266, 268, 269, 270, 271, 278
Hyptis lorentziana ............................................... 277 Myriophyllum aquaticum ................................... 277
Hyptis mutabilis ................................................. 277 Myrrhinium atropurpureum ............................... 278
Ichnanthus pallens ............................................. 279 Myrsine coriacea ....... 256, 265, 266, 268, 269, 278
Impatiens walleriana ................................... 258, 275 Myrsine guianensis ............ 267, 269, 270, 271, 278
Indigofera suffruticosa ........................................ 277 Myrsine laetevirens ........................................... 278
Inga vera ..................................................... 264, 277 Myrsine lorentziana ........................................... 278
Ipomoea alba ............................................. 264, 276 Nectandra megapotamica ......................... 270, 277
Ipomoea cairica ................................................. 276 Neomarica candida ........................................... 277
Ipomoea sp. ....................................................... 276 Nothoscordum gracile ....................................... 274
Ipomoea tiliacea ................................. 259, 260, 276 Noticastrum calvatum ....................................... 275
Ischaemum minus ............................................. 279 Nymphoides indica ............................................ 277
Jodina rhombifolia ...................... 256, 257, 280, 281 Ocotea porosa ........................... 256, 265, 277, 281
Juncus microcephalus ...................................... 277 Ocotea puberula ................................................ 277
Justicia brasiliana ............................................... 274 Ocotea pulchella ................ 257, 266, 268, 269, 277
Kyllinga brevifolia ................................................ 276 Oplismenus hirtellus .......................................... 279
Kyllinga odorata .................................................. 276 Opuntia monacantha ................. 256, 258, 268, 275
Lantana camara ......................................... 263, 280 Orthopappus angustifolius ................................. 275
Lantana fucata ................................................... 280 Oxalis bipartita ................................................... 278
Leandra australis ............................................... 277 Oxalis linarantha ................................................ 278
Lepismium cruciforme ............................... 266, 275 Oxalis triangularis .............................................. 278
Lithraea brasiliensis ............................ 269, 270, 274 Oxypetalum tomentosum ................................. 274
Lobelia hederacea ............................................. 275 Panicum gouinii ................................................. 279
Lonchocarpus sp. .............................................. 277 Panicum pilosum ............................................... 279
Ludwigia elegans ......................................... 262, 278 Parietaria debilis ................................................. 280
Ludwigia longifolia ............................................... 278 Paspalum arenarium .......................................... 279
Ludwigia multinervia ........................................... 278 Paspalum conjugatum ....................................... 279
Luehea divaricata ...................................... 271, 277 Passiflora alata ........................................... 259, 278
Luziola peruviana ............................................... 279 Passiflora elegans ...................................... 278, 281
Malvastrum coromandelianum .......................... 277 Passiflora misera ............................................... 278
298
Passiflora suberosa ........................................... 278 Rumohra adiantiformis ...................................... 281
Passiflora tenuifila .............................................. 278 Ruprechtia laxiflora ............................................ 281
Paullinia elegans ................................ 259, 264, 280 Sacoila lanceolata .............................................. 278
Paullinia trigonia .................................................. 280 Salix humboldtiana ............................. 263, 280, 283
Pavonia sepium ................................................. 277 Salpichroa origanifolia ........................................ 280
Peperomia catharinae ....................................... 278 Salvinia sp. ......................................................... 281
Peperomia caulibarbis ....................................... 278 Sansevieria trifasciata ................................ 260, 274
Peperomia pereskiaefolia .................................. 278 Sapium glandulosum .................................. 269, 276
Persea venosa ................................................... 277 Schinus polygamus .......................................... 274
Petiveria alliacea ................................................. 278 Schinus terebinthifolius ...................... 264, 269, 274
Petunia integrifolia .............................. 265, 267, 280 Schizachyrium microstachyum ......................... 279
Pfaffia tuberosa .................................................. 274 Schoenoplectus californicus ............................. 279
Phalaris angusta ................................................ 279 Scleria latifolia .................................................... 276
Pharus lappulaceus ............................................ 279 Scoparia dulcis ................................................... 278
Phoradendron holoxanthum .............................. 280 Scoparia montevidensis .................................... 278
Phyllanthus sellowianus ............. 261, 264, 278, 283 Sebastiania schottiana ...................................... 278
Physalis angulata ............................................... 280 Sebastiania serrata .............................................
Piper aduncum ................................................... 278 ........... 254, 256, 257, 265, 268, 269, 270, 271, 276
Piptochaetium panicoides .................................. 279 Seguieria americana .......................................... 278
Pisonia aculeata ................................................ 278 Senecio bonariensis .................................. 262, 275
Pistia stratiotes .................................................. 274 Senecio brasiliensis ................................... 263, 275
Pleopeltis angusta .............................................. 281 Senecio crassiflorus .......................... 265, 267, 275
Pluchea sagittalis ............................................... 275 Senecio oxyphyllus ............................................ 275
Poa annua .......................................................... 279 Senecio selloi ..................................................... 275
Podocoma notobellidiastrum ............................. 275 Senna corymbosa ............................................. 277
Polygonum acuminatum ................................... 279 Senna pendula ................................................... 277
Polygonum hydropiperoides ............................. 279 Serpocaulon meniscifolium ............................... 281
Polygonum punctatum ...................................... 279 Sesbania punicea ............................................... 277
Polygonum stelligerum ............................... 262, 279 Sesbania virgata ................................................ 277
Polypodium lepidopteris ..................... 256, 267, 281 Setaria parviflora ................................................ 279
Polystachya estrellensis ................................... 278 Sicydium gracile ................................................. 276
Pontederia lanceolata ......................................... 279 Sicyos polyacanthus ......................................... 276
Pouteria gardneriana .......................................... 280 Sida planicaulis ................................................... 276
Pouteria salicifolia ....................................... 269, 280 Sida rhombifolia ................................................. 277
Prunus myrtifolia ........................................ 268, 279 Sida urens ........................................................... 277
Pseudechinolaena polystachya ......................... 279 Sideroxylon obtusifolium .................... 271, 280, 281
Psidium cattleyanum ................................. 268, 278 Sisyrinchium micranthum .................................. 277
Psidium guajava ........................................ 264, 278 Smilax campestris ............................................. 280
Psychotria carthagenensis ........ 265, 269, 271, 280 Smilax cognata .................................................. 280
Psychotria leiocarpa .......................................... 280 Solanum americanum ....................................... 280
Pteris brasiliensis ............................................... 281 Solanum arenarium ................... 256, 265, 280, 281
Pterocaulon alopecuroides ................................ 275 Solanum glaucophyllum .................... 264, 265, 280
Pycreus polystachyos ...................................... 276 Solanum mauritianum ....................................... 280
Pyrostegia venusta ............................................ 275 Solanum pseudocapsicum ............................... 280
Randia ferox ............................... 269, 270, 271, 280 Solanum pseudoquina ............................... 269, 280
Rhipsalis teres .................................................... 275 Solanum sanctaecatharinae ............................. 280
Rhynchospora rugosa ....................................... 276 Solanum sisymbriifolium ................................... 280
Rhynchospora tenuis ........................................ 276 Solanum viarum ................................................ 280
Richardia brasiliensis ........................................ 280 Solidago chilensis ............................................... 275
Richardia humistrata .......................................... 280 Sommerfeltia spinulosa .................................... 275
Ricinus communis ............................................ 276 Spathicarpa hastifolia ........................................ 274
Ruellia angustiflora ............................................ 274 Spermacoce dasycephala ................................ 280
299
Spermacoce verticillata ..................................... 280 Trema micrantha ................................................ 276
Sporobolus indicus ............................................. 279 Trichilia claussenii .............. 254, 269, 270, 271, 277
Stachytarpheta cayennensis ............................ 280 Trichilia elegans ................. 254, 269, 270, 271, 277
Steinchisma decipiens ...................................... 279 Trichocentrum pumilum ..................................... 278
Stenachaenium riedelii ...................................... 275 Triodanis perfoliata ............................................. 275
Strychnos brasiliensis ....................................... 277 Tripodanthus acutifolius ..................................... 277
Syagrus rommanzofiana ........................... 265, 274 Triumfetta rhomboidea ....................................... 277
Symphyotrichum squamatum .......................... 275 Triumfetta semitriloba ........................................ 277
Talinum paniculatum ......................................... 280 Trixis praestans ................................................. 275
Thalia geniculata ................................................ 277 Typha domingensis .................................... 262, 280
Thelypteris dentata ............................................ 281 Urera nitida ......................................... 271, 280, 281
Tillandsia aeranthos ................................... 260, 275 Varronia curassavica ......................................... 275
Tillandsia gardneri .............................. 257, 275, 281 Varronia polycephala .......................................... 275
Tillandsia geminiflora ......................... 257, 275, 281 Verbena montevidensis ..................................... 280
Tillandsia recurvata ............................................ 275 Vernonia nudiflora ............................................... 275
Tillandsia stricta .................................................. 275 Vernonia tweediana ............................................. 275
Tillandsia usneoides ........................... 257, 275, 281 Vigna adenantha ................................................ 277
Tradescantia anagallidea ................................... 276 Vitex megapotamica .......................... 261, 269, 277
Tradescantia crassula ....................... 265, 267, 276 Vriesea procera .......................................... 275, 281
Tradescantia fluminensis .................................. 276 Wahlenbergia linarioides ................................... 275
Werauhia gigantea ..................................... 275, 281
Xanthium strumarium ........................................ 275
Xyris jupicai ........................................................ 280
Zanthoxylum fagara ........................... 269, 271, 280
Zanthoxylum rhoifolium ..................................... 280
Zizaniopsis bonariensis ...................... 262, 279, 281
300
ÍNDICE REMISSIVO DOS NOMES POPULARES
FAUNA
MAMÍFEROS Cobra-de-vidro ..................................................... 68
Cobra-espada ................................................ 79, 80
Bugio-ruivo ..................................................... 32, 33 Cobra-lisa ............................................................ 73
Camundongo-do-mato ........................................ 34 Cobra-verde ................................................... 65, 74
Capivara ......................................................... 35, 36 Coral-verdadeira ...................................... 68, 75, 81
Cuíca-de-cauda-grossa ...................................... 31 Corredeira-carenada ........................................... 78
Furão .............................................................. 50, 51 Corredeira-lisa ..................................................... 79
Gambá-de-orelha-branca .................................... 30 Cruzeira ................................................................ 82
Gato-mourisco ..................................................... 48 Dormideira ..................................................... 77, 78
Graxaim-do-campo .............................................. 50 Dormideira-cinzenta ............................................ 77
Graxaim-do-mato ........................................... 48, 49 Falsa-coral ........................................................... 75
Lontra ................................................................... 51 Jacaré-do-papo-amarelo ..................................... 86
Mão-pelada ........................................................... 52 Jararaca ............................................................... 82
Morcego-beija-flor ................................................. 42 Jararaca-do-banhado .......................................... 71
Morcego-das-frutas .............................................. 40 Jararaca-pintada .................................................. 83
Morcego-de-cauda-grossa .................................. 45 Jararaquinha-d´água ........................................... 72
Morcego-fruteiro ................................................... 43 Lagartinho-verde .................................................. 69
Morcego-orelhudo ................................................ 47 Lagarto .................................................... 69, 85, 86
Morcego-pescador .............................................. 44 Teju ....................................................................... 69
Morcego-vampiro ................................................. 41 Nariguda ............................................................... 80
Morceguinho-das-casas ...................................... 46 Papa-pinto ............................................................ 76
Ouriço-cacheiro ............................................. 35, 36 Tartaruga-verde-e-amarela .................................. 85
Preá ...................................................................... 37 Urutu ..................................................................... 82
Ratão-do-banhado ............................................... 39
Ratinho-do-mato .................................................. 35
Rato-d’água .......................................................... 34 ANFÍBIOS
Rato-da-taquara .................................................. 38
Rato-do-chão ....................................................... 33 Cecília ................................................................. 117
Rato-do-junco ....................................................... 34 Cobra-cega ........................................................ 117
Tatu-galinha .......................................................... 31 Minhocão ............................................................ 117
Tatuí ...................................................................... 32 Perereca tic-tac ................................................. 125
Tuco-tuco ............................................................. 34 Perereca-de-banheiro ........................ 107, 108, 124
Perereca-do-banhado ....................................... 102
Perereca-leiteira ................................................ 126
RÉPTEIS Perereca-macaca ............................................. 123
Perereca-nariguda ............................................. 109
Boipeva ................................................................ 80 Perereca-rajada ................................................... 98
Cágado-de-barbelas-cinzento ............................ 84 Rã ....................................................................... 113
Caninana-verde ................................................... 70 Rã-assobiadora ................................................. 130
Cipó-listrada ......................................................... 76 Rã-boiadora ....................................................... 103
Cobra-cega .......................................................... 68 Rã-cachorro ....................................................... 110
Cobra-d´água-meridional ..................................... 72 Rã-chorona ................................................. 111, 127
Cobra-d´água-verde ............................................. 73 Rã-chorona-pequena-do-mato ......................... 128
Cobra-da-terra ..................................................... 71 Rã-crioula ........................................................... 114
301
Rã-de-bigodes ................................................... 129 Peixe-anual ........................................................ 172
Rã-de-inverno .................................................... 127 Peixe-banjo ................................................ 147, 161
Rã-listrada .......................................................... 113 Peixe-cachorro .................................................. 150
Rã-manteiga ...................................................... 114 Peixe-elétrico ............................................. 168, 169
Rã-touro ...................................................... 130, 131 Pintado ............................................................... 167
Raspa-de-cuia ................................................... 107 Pintado-branco .................................................. 167
Razinha .............................................................. 112 Sarapó ................................................................ 168
Sapinho-de-barriga-vermelha-marmoreada ..... 121 Tambicu-de-rabo-amarelo ................................. 157
Sapinho-de-jardim ............................................... 97 Tambicu-de-rabo-vermelho ............................... 157
Sapinho-guarda .................................................. 116 Tamboatá ............................................ 145, 161, 162
Sapo-cruz .......................................................... 120 Traíra ................................................... 147, 150, 160
Sapo-cururu ................................................ 118, 119 Tuvira .................................................................. 169
Sapo-cururu-da-areia ........................................ 118 Viola .................................................................... 165
Sapo-da-enchente ............................................... 98 Violinha ....................................................... 148, 166
Sapo-da-enchente-da-praia .............................. 122
Sapo-de-jardim .................................................. 119
Sapo-ferreiro ...................................................... 101 AVES
Sapo-martelo ............................................. 101, 102
Águia-chilena ...................................................... 243
Águia-pescadora ................................................ 198
PEIXES Alegrinho ............................................................ 216
Alegrinho-de-barriga-branca ............................. 240
Barrigudinho ............................................... 171, 172 Alegrinho-trinador ............................................... 240
Biru .................................... 148, 150, 154, 159, 160 Alma-de-gato ..................................................... 207
Branca ................................................................ 157 Amarelinho-do-junco ......................................... 240
Cambeva ........................................................... 168 Anambé-branco-de-rabo-preto ......................... 240
Camboja ............................................................ 162 Andorinha-chilena .............................................. 241
Canivete ............................................................. 159 Andorinha-de-bando .......................................... 241
Cará ................................................... 173, 175, 176 Andorinha-de-sobre-acanelado ......................... 241
Cará-cartola ....................................................... 175 Andorinha-de-testa-branca ................................ 221
Cará-do-lodo .............................................. 147, 174 Andorinha-do-barranco ...................................... 241
Carapo ............................................................... 168 Andorinha-do-campo ......................................... 220
Cascudinho ....................................................... 164 Andorinha-doméstica-grande ............................ 221
Cascudo .................................................... 161, 165 Andorinha-morena ............................................. 241
Corvina-de-rio .................................... 146, 176, 177 Andorinhão-de-coleira ....................................... 238
Joaninha ...................................................... 147, 174 Andorinhão-de-sobre-cinzento .......................... 209
Jundiá ......................................................... 147, 163 Andorinhão-do-temporal .................................... 209
Lambari .............................. 151, 153, 154, 156, 158 Andorinhão-preto-da-cascata ........................... 238
Lambari-bandeira ............................................... 158 Andorinha-pequena-de-casa ............................. 220
Lambari-branco ................................................. 154 Andorinha-serradora ......................................... 241
Lambari-corcunda ............................................. 153 Andorinha-velho-da-cascata ............................. 238
Lambari-do-rabo-amarelo .................................. 152 Anu-branco ......................................................... 207
Lambari-do-rabo-vermelho ............................... 152 Anu-preto ............................................................ 207
Lambari-limão .................................................... 155 Aracuã ................................................................ 192
Lambari-prata .................................................... 155 Arapaçu-de-bico-torto ........................................ 245
Lambari-sangue ................................................. 151 Arapaçu-escamoso-do-sul ................................ 212
Lambari-vidro ..................................................... 153 Arapaçu-grande ................................................. 239
Limpa-fundo ....................................................... 162 Arapaçu-verde .................................................... 239
Mandi-chorão ..................................................... 163 Arredio-de-papo-manchado............................... 214
Mandinho .................................................... 163, 167 Arredio-do-gravatá ............................................. 245
Mixola .................................................................. 174 Arredio-oliváceo ................................................. 214
Muçum ............................................................... 170 Asa-de-telha ....................................................... 231
302
Azulão ................................................................ 229 Carrapateiro ....................................................... 200
Azulinho .............................................................. 229 Carretão ............................................................. 246
Bacurau ............................................................. 238 Caturrita ............................................................. 206
Bacurau-da-telha ............................................... 238 Cavalaria ............................................................ 226
Bacurau-pequeno .............................................. 238 Chimango ........................................................... 200
Bacurau-tesoura ................................................ 209 Choca-da-mata .................................................. 211
Bacurau-tesoura-gigante ................................... 245 Choca-de-boné-vermelho ................................. 211
Balança-rabo-de-máscara ................................ 221 Chopim-do-brejo ................................................ 231
Barulhento .......................................................... 215 Chupa-dente ...................................................... 212
Bate-bico ............................................................ 239 Cigarra-bambu ................................................... 242
Batuíra-de-coleira ............................................... 236 Cochicho ............................................................ 213
Batuiruçu ............................................................ 236 Colegial .............................................................. 241
Batuiruçu-de-axila-preta .................................... 236 Coleirinho ........................................................... 229
Beija-flor-cinza ................................................... 238 Coleiro-do-brejo ................................................. 242
Beija-flor-de-bico-vermelho ............................... 209 Colhereiro ........................................................... 197
Beija-flor-de-fronte-violeta .................................. 239 Corocoxó ............................................................ 245
Beija-flor-de-papo-branco .................................. 239 Corruíra .............................................................. 221
Beija-flor-de-topete ............................................ 239 Corruíra-do-campo ........................................... 246
Beija-flor-de-veste-preta .................................... 239 Corucão ............................................................. 238
Beija-flor-dourado ............................................... 209 Coruja-de-igreja ................................................. 208
Beija-flor-preto-de-rabo-branco ........................ 239 Coruja-do-campo ............................................... 237
Bem-te-vi ............................................................ 217 Coruja-orelhuda ................................................. 208
Bem-te-vi-rajado ................................................ 240 Corujinha-do-mato ............................................. 208
Bichoita .............................................................. 213 Corujinha-do-sul ................................................ 237
Bico-chato-de-orelha-preta ............................... 215 Curiango-do-banhado ........................................ 244
Bico-de-lacre ...................................................... 233 Curicaca ............................................................. 234
Biguá .................................................................. 193 Curriqueiro ......................................................... 239
Biguatinga .......................................................... 194 Curutié ............................................................... 213
Borboletinha-do-mato ........................................ 215 Dançador ............................................................ 214
Brujarara-assobiador ........................................ 212 Dragão ............................................................... 242
Cabeça-seca ..................................................... 193 Ema .................................................................... 243
Cabecinha-castanha ......................................... 242 Encontro ............................................................. 230
Cabeçudo ........................................................... 214 Enferrujado ......................................................... 219
Caburé ............................................................... 237 Falcão-de-coleira ............................................... 235
Cais-cais ............................................................ 242 Falcão-peregrino ................................................ 235
Calhandra-de-três-rabos ................................... 242 Filipe ................................................................... 218
Cambacica ........................................................ 224 Fim-fim ............................................................... 232
Caminheiro-de-barriga-acanelada .................... 242 Flamingo ............................................................. 197
Caminheiro-de-espora ...................................... 242 Flautim ............................................................... 239
Caminheiro-zumbidor ........................................ 223 Frango-d’água-azul ............................................ 235
Canário-da-terra-verdadeiro .............................. 228 Frango-d’água-carijó .......................................... 203
Canário-do-brejo ................................................ 246 Freirinha ............................................................. 218
Canário-do-campo ............................................ 242 Gaivota-de-cabeça-cinza .................................. 236
Caneleirinho-preto .............................................. 240 Gaivota-maria-velha ........................................... 204
Caneleirinho-verde ............................................. 240 Gaivotão ............................................................. 204
Capororoca ........................................................ 234 Galinhola ............................................................ 202
Caracará ............................................................ 200 Garça-azul ......................................................... 234
Carão ................................................................. 201 Garça-branca-grande ........................................ 195
Cardeal .............................................................. 226 Garça-branca-pequena ..................................... 196
Cardeal-do-banhado .......................................... 230 Garça-moura ..................................................... 195
Carqueja-de-bico-amarelo ................................ 235 Garça-vaqueira .................................................. 194
Carqueja-de-bico-manchado ............................ 235 Garibaldi ............................................................. 231
303
Gaturamo-rei ..................................................... 232 Maçarico-solitário ............................................... 204
Gaturamo-serrador ........................................... 233 Maria-faceira ....................................................... 195
Gaturamo-verdadeiro ........................................ 242 Maria-preta-de-bico-azulado ............................. 241
Gavião-asa-de-telha........................................... 243 Maria-preta-de-penacho .................................... 241
Gavião-caboclo .................................................. 199 Mariquita ............................................................. 229
Gavião-caburé .................................................... 244 Marreca-asa-branca .......................................... 234
Gavião-caramujeiro ............................................ 198 Marreca-caneleira .............................................. 234
Gavião-carijó ...................................................... 199 Marreca-cricri ..................................................... 192
Gavião-cinza ..................................................... 243 Marreca-de-bico-roxo ........................................ 234
Gavião-de-rabo-branco ..................................... 235 Marreca-de-coleira ............................................. 234
Gavião-de-rabo-curto ........................................ 199 Marrecão ............................................................ 192
Gavião-do-banhado ........................................... 198 Marreca-parda .................................................... 234
Gavião-papa-gafanhoto ..................................... 235 Marreca-pardinha ............................................... 191
Gavião-peneira ................................................... 198 Marreca-pé-vermelho ........................................ 191
Gavião-preto ...................................................... 235 Marreca-piadeira ................................................ 191
Gavião-velho ...................................................... 235 Martim-pescador-grande ................................... 210
Gaviãozinho ....................................................... 235 Martim-pescador-pequeno ................................ 210
Gralha-picaça .................................................... 220 Martim-pescador-verde ..................................... 210
Graúna ............................................................... 242 Mergulhão ........................................................... 192
Guaracava-de-barriga-amarela ......................... 215 Mergulhão-de-orelha-branca ............................. 192
Guaracava-de-bico-curto ................................... 216 Mergulhão-grande .............................................. 193
Guaracava-de-crista-alaranjada ....................... 240 Mergulhão-pequeno ........................................... 234
Guaracava-de-crista-branca ............................. 216 Mocho-dos-banhados ........................................ 244
Guaracava-grande ............................................ 216 Narceja ............................................................... 203
Guaracavuçu ..................................................... 241 Narceja-de-bico-torto ......................................... 236
Inambugauçu ..................................................... 234 Narcejão ............................................................. 244
Irré ...................................................................... 217 Neinei .................................................................. 240
Jaçanã ................................................................ 204 Noivinha .............................................................. 219
Jacuaçu ............................................................. 243 Noivinha-de-rabo-preto ...................................... 246
Jacurutu .............................................................. 208 Papagaio-verdadeiro ......................................... 237
Jacutinga ............................................................ 243 Papa-lagarta-cinzento ....................................... 207
João-botina ......................................................... 239 Papa-lagarta-verdadeiro .................................... 207
João-da-palha .................................................... 212 Papa-moscas-canela ........................................ 245
João-de-barro .................................................... 212 Papa-piri ............................................................. 214
João-grande ....................................................... 193 Papo-preto ......................................................... 242
João-pobre ......................................................... 240 Pardal ................................................................. 233
João-porca ......................................................... 212 Pariri ................................................................... 237
João-teneném .................................................... 214 Patinho ............................................................... 214
João-velho .......................................................... 211 Pato-de-crista .................................................... 243
Juriti-gemedeira ................................................. 237 Pato-do-mato ..................................................... 243
Juriti-pupu ........................................................... 206 Peitica ................................................................ 240
Juruviara ............................................................. 220 Perdigão ............................................................. 243
Maçarico-acanelado .......................................... 236 Perdiz ................................................................. 234
Maçarico-de-cara-pelada ................................... 196 Periquito-de-encontro-amarelo ......................... 237
Maçarico-de-colete ............................................ 236 Pernilongo .......................................................... 203
Maçarico-de-perna-amarela .............................. 236 Petrim ................................................................ 239
Maçarico-de-sobre-branco ............................... 236 Pia-cobra ............................................................ 229
Maçarico-do-campo .......................................... 236 Pica-pau-branco ................................................ 210
Maçarico-grande-de-perna-amarela ................. 236 Pica-pau-do-campo ........................................... 211
Maçarico-pintado ............................................... 236 Pica-pau-dourado .............................................. 210
Maçarico-preto ................................................... 196 Pica-pau-verde-barrado .................................... 211
Maçarico-real ...................................................... 234 Picapauzinho-verde-carijó ................................. 210
304
Pichororé ............................................................ 213 Socó-boi-verdadeiro .......................................... 194
Pintassilgo .......................................................... 232 Socoí-amarelo .................................................... 234
Piolhinho ............................................................. 240 Socozinho .......................................................... 194
Pi-puí .................................................................. 214 Suiriri .................................................................. 218
Pitiguari ............................................................... 220 Suiriri-cavaleiro .................................................. 217
Polícia-inglesa .................................................... 232 Suiriri-pequeno .................................................. 219
Pomba-de-bando .............................................. 206 Surucuá-variado ................................................ 245
Pomba-galega ................................................... 237 Tachã ................................................................. 191
Pombão .............................................................. 206 Talha-mar ........................................................... 205
Pombo-doméstico ............................................. 206 Tecelão ............................................................... 242
Primavera ........................................................... 241 Tesourinha .......................................................... 218
Príncipe .............................................................. 241 Tico-tico .............................................................. 227
Pula-pula ............................................................ 229 Tico-tico-do-banhado ........................................ 227
Pula-pula-assobiador ........................................ 230 Tico-tico-do-campo ............................................ 227
Quem-te-vestiu .................................................. 228 Tico-tico-rei ......................................................... 224
Quero-quero ...................................................... 203 Tiê-de-topete ...................................................... 242
Quete ................................................................. 228 Tiê-preto ............................................................. 242
Quiriquiri ............................................................. 201 Tio-tio .................................................................. 239
Risadinha............................................................ 215 Tipio .................................................................... 228
Rolinha-picui ....................................................... 205 Tiriba-de-testa-vermelha ................................... 244
Rolinha-roxa ....................................................... 205 Tiziu .................................................................... 228
Sabiá-barranco .................................................. 222 Tororó ................................................................. 215
Sabiá-coleira ...................................................... 223 Tovaca-campainha ............................................ 245
Sabiá-do-banhado ............................................. 228 Trepador-quiete .................................................. 213
Sabiá-do-campo ................................................ 223 Trepadorzinho .................................................... 213
Sabiá-ferreiro ..................................................... 223 Tricolino .............................................................. 240
Sabiá-laranjeira .................................................. 222 Trinca-ferro-verdadeiro ...................................... 224
Sabiá-poca ........................................................ 222 Trinta-réis-anão ................................................. 236
Sabiá-una ........................................................... 246 Trinta-réis-boreal ................................................ 236
Saci .................................................................... 208 Trinta-réis-de-bico-vermelho ............................. 237
Saí-andorinha ..................................................... 227 Trinta-réis-de-coroa-branca .............................. 237
Saí-azul .............................................................. 227 Trinta-réis-grande ............................................... 204
Saíra-preciosa ................................................... 225 Tucanuçu ............................................................ 245
Saíra-viúva ......................................................... 226 Tucão ................................................................. 216
Sanã-carijó ......................................................... 244 Tuju ..................................................................... 238
Sanã-parda ........................................................ 202 Tuque ................................................................. 240
Sanã-vermelha ................................................... 235 Uí-pi .................................................................... 239
Sanhaçu-cinzento .............................................. 225 Urubu-de-cabeça-amarela ................................ 235
Sanhaçu-de-encontro-azul ............................... 246 Urubu-de-cabeça-preta ..................................... 197
Sanhaçu-do-coqueiro ........................................ 225 Urubu-de-cabeça-vermelha .............................. 197
Sanhaçu-frade ................................................... 225 Urutau ................................................................ 237
Sanhaçu-papa-laranja ....................................... 226 Verdinho-coroado ............................................... 241
Saracura-carijó .................................................. 202 Veste-amarela .................................................... 246
Saracura-do-banhado ....................................... 202 Vira-bosta ........................................................... 231
Saracura-do-mato ............................................. 202 Vira-bosta-picumã ............................................. 242
Saracura-sanã ................................................... 202 Vira-folha ............................................................ 212
Saracura-três-potes .......................................... 202 Viuvinha-de-óculos ............................................. 219
Saracuruçu ........................................................ 201
Sargento ............................................................. 230
Savacu ............................................................... 194
Seriema ............................................................. 244
Socó-boi-baio ..................................................... 234
305
FLORA Cambará ............................................................ 274
Camboatá-vermelho .......................... 266, 270, 280
Camboim ................................................... 265, 278
Abóbora-do-mato ............................................... 276 Cambuí ............................................................... 278
Acácia-de-flores-vermelhas .............................. 277 Cana-da-índia .................................................... 276
Açoita-cavalo ...................................................... 277 Canambaia ........................................................ 275
Aguaí ................................................................... 280 Canchalágua ...................................................... 277
Aguaí-vermelho ......................................... 268, 280 Cancorosa-de-três-pontas ................ 257, 280, 281
Aguapé ........................................................ 264, 279 Canela ................................................................ 277
Aguapé-de-baraço ............................................. 279 Canela-frade ...................................................... 277
Alecrim-do-campo ............................................. 275 Canela-guaicá .................................................... 277
Alface-d‘água ...................................................... 274 Canela-lageana .................................. 257, 266, 277
Alho-bravo .......................................................... 274 Canela-preta ...................................................... 277
Amoreira .................................................... 264, 277 Canela-sebo ...................................................... 277
Ananás-de-cerca ............................................... 275 Canema ............................................................. 280
Araçazeiro .......................................................... 278 Cansanção ........................................................ 277
Araticum-graúdo ........................................ 266, 274 Capim-bambu .................................................... 279
Aroeira-braba ...................................................... 274 Capim-boiador ................................................... 279
Aroeira-vermelha ....................................... 264, 274 Capim-colchão ................................................... 279
Aspargo-samambaia ............................ 256, 274 Capim-de-anta ................................................... 279
Assa-peixe ......................................................... 275 Capim-do-mato .................................................. 279
Assa-peixe-manso ............................................ 275 Capim-gafanhoto ............................................... 279
Assobiadeira ...................................................... 274 Capim-gordo ...................................................... 279
Avenca ............................................................... 281 Capim-mourão .................................................. 279
Avenca-de-espiga .............................................. 281 Capim-navalha ................................................... 276
Azedinha ............................................................. 278 Capim-rabo-de-raposa ...................................... 279
Azedinha-do-brejo ............................................. 275 Capim-trepador .................................................. 279
Azedinha-linda ................................................... 278 Capororoca ................................................ 271, 278
Azola ................................................................... 281 Capororoca-vermelha ............................... 256, 278
Bacopa-anã ....................................................... 278 Cará-redondo-chato .......................................... 276
Balieira ................................................................ 275 Caratinga ............................................................ 276
Banana-do-mato ........................................ 259, 275 Carqueja ............................................................. 274
Barba-de-pau ..................................... 257, 275, 281 Carrapicho ................................................. 275, 277
Barbasco ............................................................ 275 Carrapicho-de-calçada ...................................... 277
Batinga-vermelha ............................................... 278 Caruru-amargoso .............................................. 274
Boa-noite ................................................... 264, 276 Catiguá-vermelho ...................................... 270, 277
Botão-de-ouro .................................................... 280 Catléia ................................................ 257, 278, 281
Branquilho .......................................... 256, 265, 276 Chá-de-bugre ............................................. 260, 280
Bromélia ...................................................... 275, 281 Chal-chal ............................................ 265, 271, 280
Butiazeiro ........................... 256, 258, 259, 274, 281 Chapéu-de-couro ....................................... 262, 274
Cabomba ........................................................... 275 Cipó-cabeludo .................................................... 281
Caeté ................................................................. 277 Cipó-cruz ........................................................... 275
Café-do-mato ............................................. 265, 280 Cipó-d’água ........................................................ 275
Cafeeiro-do-mato ............................................... 280 Cipó-de-leite ....................................................... 274
Cainca ................................................................ 279 Cipó-de-mico ..................................................... 276
Cairuçu-asiático ......................................... 254, 278 Cipó-de-São-João .............................................. 275
Cairuçu-do-brejo ................................................ 274 Cipó-limoeiro-do-mato ....................................... 278
Calaguala ........................................................... 281 Cipó-timbó .......................................................... 280
Camará ...................................................... 263, 280 Cipó-unha-de-gato ............................................. 275
Camará-de-espinho ................................... 263, 280 Cocão ................................................. 260, 265, 276
Cambaí-amarelo ................................................ 277 Coentrilho ........................................................... 280
306
Coerana ............................................................. 280 Guamirim .................................................... 265, 278
Coração-de-Jesus ............................................ 275 Guanxuma ......................................................... 277
Coronilha ................................................... 280, 281 Imbuia ......................................... 256, 265, 277, 281
Corticeira-do-banhado ............................... 264, 277 Ingá-banana ............................................... 264, 277
Cravo-do-mato ........................... 257, 260, 275, 281 Ipê-da-praia ........................................................ 275
Cruz-de-malta ............................................ 262, 278 Ipê-verde ............................................................ 275
Efedra ................................................. 256, 257, 281 Jerivá .......................................................... 256, 274
Embaúba ........................................................... 280 Joá ...................................................................... 280
Embira ................................................................ 280 Joá-manso ......................................................... 280
Erva-baleeira ...................................................... 275 Junco .................................................. 262, 276, 277
Erva-capitão ....................................................... 274 Junquinho ........................................................... 276
Erva-da-vida ....................................................... 277 Junta-de-cobra-vermelha .......................... 263, 274
Erva-de-bicho .................................................... 279 Laranjeira-do-mato ..................................... 270, 276
Erva-de-lagarto .......................................... 260, 274 Limoeiro-do-mato .............................................. 280
Erva-de-passarinho ................................... 277, 280 Língua-de-vaca .................................................. 274
Erva-de-Santa-Maria ......................................... 274 Macela-branca ................................................... 274
Erva-de-São-João .............................................. 274 Macelinha ........................................................... 274
Erva-de-vidro ...................................................... 278 Mal-me-quer ...................................................... 274
Erva-grossa ....................................................... 275 Mamica-de-cadela ............................................. 280
Erva-guiné .......................................................... 278 Mamona ............................................................. 276
Erva-lanceta ....................................................... 275 Maracujá .................................................... 259, 278
Erva-moura ........................................................ 280 Maracujá-de-cobra ............................................ 278
Espada-de-São-Jorge ............................... 260, 274 Maracujá-de-cortiça ........................................... 278
Espadana ................................................... 262, 279 Maracujá-de-estalo .................................... 278, 281
Espichadeira ...................................... 264, 265, 280 Maracujazinho .................................................... 278
Espora-de-galo .................................................. 278 Marcela .............................................................. 274
Esporão-de-galo ........................................ 276, 277 Margarida-da-praia ............................. 265, 267, 275
Falsa-ipecacuanha ........................................... 279 Margarida-do-banhado .............................. 262, 275
Falso-linho .......................................................... 275 Maria-mole .................................. 263, 270, 275, 278
Farinha-seca ...................................... 256, 279, 280 Maria-preta ......................................................... 276
Fedegoso ........................................................... 277 Maria-sem-vergonha .................................. 258, 275
Feijãozinho-do-campo ....................................... 277 Maricá ......................................................... 261, 277
Figo-da-Índia ....................................... 256, 258, 275 Mastruço-do-brejo ............................................. 276
Figueira-de-folha-miúda ............................. 265, 277 Mata-olho ............................................................ 280
Flor-das-almas .................................................. 275 Mata-pau ............................................................. 280
Flor-de-fogo ....................................................... 274 Micânia ............................................................... 275
Fumo-bravo ....................................................... 280 Murerê ................................................................ 281
Gervão ................................................................ 280 Murta ................................................................... 278
Ginseng brasileiro .............................................. 274 Murtilho ............................................................... 278
Goiabeira ................................................... 264, 278 Neomarica .......................................................... 277
Grama-portuguesa ............................................ 279 Olhos-de-boneca ................................ 259, 264, 280
Grama-vermelha ................................................ 279 Orquídea ............................................. 260, 265, 278
Gramofone ................................. 259, 260, 261, 276 Orquídea-terrestre ............................................. 278
Grandiúva ........................................................... 276 Ovo-de-galo ....................................................... 280
Gravatá .............................................................. 274 Parietária ............................................................ 280
Guabiju ....................................................... 266, 278 Parreira-brava ............................................ 259, 280
Guaçatunga ....................................................... 280 Parreirinha .......................................................... 274
Guaco ......................................................... 259, 274 Pastinho-de-mato .............................................. 279
Guaco-do-mato .................................................. 275 Pata-de-galo ...................................... 259, 260, 275
Guaco-liso .......................................................... 275 Pata-de-vaca ............................................. 265, 276
Guajuvira ............................................................ 275 Pau-de-ervilha ............................................ 269, 277
307
Pau-de-leite ........................................................ 276 Salso .......................................................... 263, 280
Pé-de-galinha ..................................................... 279 Samambaia ........................................ 256, 267, 281
Pega-pega .......................................................... 277 Sambacuité ....................................................... 277
Peloteira ............................................................. 280 Sarandi ...................................... 261, 278, 279, 283
Perna-de-papagaio ........................................... 274 Sete-sangrias-do-campo .................................. 277
Pessegueiro-bravo ............................................ 279 Soldanela-d’água ............................................... 277
Pessegueiro-do-mato ........................ 257, 266, 278 Suçuaiá ..................................................... 258, 274
Petunia ............................................... 265, 267, 280 Taboa .......................................................... 262, 280
Picão .................................................................. 274 Taiuiá .......................................................... 263, 276
Picão-do-banhado ..................................... 262, 274 Taquara .............................................................. 279
Picão-preto ......................................................... 274 Taquaruçu .......................................................... 279
Pimenta-de-macaco ......................................... 278 Tarumã ............................................... 261, 269, 277
Pinheirinho-dágua .............................................. 277 Timbaúva ............................................................ 277
Piririca ......................................................... 258, 279 Tiririca ................................................................. 276
Pitangueira ......................................... 265, 271, 278 Tiririca-de-flor-amarela ...................................... 277
Pitangueira-do-mato .......................... 259, 265, 278 Topete-de-cardeal ...................................... 261, 276
Pixirica ................................................................ 277 Trapoeraba ........................................ 265, 267, 276
Poaia .................................................................. 280 Treme-treme ...................................................... 279
Quebra-pedra .................................................... 275 Tuna ................................................... 256, 258, 275
Quitoco .............................................................. 275 Tupiçaba ............................................................. 278
Rabo-de-bugio ................................................... 277 Ubá ..................................................................... 278
Rabo-de-burro .................................................... 279 Unha-de-gato ..................................................... 276
Rabo-de-rato .............................................. 275, 278 Urtigão ........................................................ 280, 281
Rainha-dos-lagos .............................................. 279 Vassoura ............................................................ 274
Roseta ................................................................ 276 Vassoura-vermelha ................................... 258, 280
Saco-de-touro .................................................... 280 Veludinho ............................................................ 280
Salsa-gaúcha-da-folha-larga ............................ 274 Verbasco ............................................................ 280
Salsaparrilha ...................................................... 280 Viuvinha .............................................................. 279
308