Sentença Favorável - Ação Contra A Tcfa Ibama

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

08/11/2019

Número: 1005825-58.2019.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 14ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 07/03/2019
Valor da causa: R$ 1.000.000,00
Assuntos: Taxa de Fiscalização Ambiental
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS BMW DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
(AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
NISSAN (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CONCESSIONARIAS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
CHEVROLET - ABRAC (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONC DE AUTOMOVEIS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
FIAT (AUTOR)
ABRACAM ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES DE AUTOMOVEIS MERCEDES- BENZ
(AUTOR)
ABRACASE - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES CASE IH DO BRASIL (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
CITROEN (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
PEUGEOT ABRACO (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
YAMAHA ABRACY (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES FORD - DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
ABRADIF (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
TOYOTA (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES NEW DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
HOLLAND (AUTOR)
ABRAHY - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
CONCESSIONARIOS HYUNDAI (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES FORD DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
CAMINHOES - ABRAFOR (AUTOR)
ABRALAND JAGUAR - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
CONCESSIONARIOS LAND ROVER E JAGUAR (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
PORSCHE ABRAPORSCHE (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCES.RENAULT DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
ABRARE (AUTOR)
ABRAV - ASSOC. BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DE AUTOMOVEIS VOLVO (AUTOR)
ABRAVO ASS BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES VOLVO DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
(AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
SUZUKI AUTOMOVEIS - ABRAZUKI (AUTOR)
ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONCESSIONARIOS IVECO DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
(AUTOR)
ASSOAUDI - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES AUDI (AUTOR)
ACAV - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
CONCESSIONARIOS MAN LATIN AMERICA (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
MERCEDES BENZ (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
SCANIA (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE DIST VOLKSWAGEN DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
ASSOBRAV (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES CHERY DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
(AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES DAF DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
(AUTOR)
ASSODEERE - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES JOHN DEERE (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
HARLEY DAVIDSON (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES HONDA DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
(AUTOR)
ASSOKIA ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIB KIA DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
MOTORS (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
AGRITECH (AUTOR)
ASSOMIT - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES MITSUBISHI (AUTOR)
ASSOREVAL - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES AUTORIZADOS VALTRA (AUTOR)
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
MARCOPOLO-VOLARE (AUTOR)
AUTOHONDA-ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
DISTRIBUIDORES HONDA DE VEICULOS AUTOMOTORES
NACIONAIS E IMPORTADOS (AUTOR)
ASSOCIACAO NACIONAL DOS DISTRIB MASSEY DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI (ADVOGADO)
FERGUSON S/C (AUTOR)
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS
RECURSOS NATURAIS RENOVAVEIS - IBAMA (RÉU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
10880 07/11/2019 19:17 Sentença Tipo A Sentença Tipo A
1375
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Distrito Federal
14ª Vara Federal Cível da SJDF

SENTENÇA TIPO "A"


PROCESSO: 1005825-58.2019.4.01.3400
CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)
AUTOR: ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS BMW, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS
CONCESSIONARIOS NISSAN, ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CONCESSIONARIAS CHEVROLET - ABRAC,
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONC DE AUTOMOVEIS FIAT, ABRACAM ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS
DISTRIBUIDORES DE AUTOMOVEIS MERCEDES- BENZ, ABRACASE - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS
DISTRIBUIDORES CASE IH DO BRASIL, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS CITROEN,
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CONCESSIONARIOS PEUGEOT ABRACO, ASSOCIACAO BRASILEIRA DE
CONCESSIONARIOS YAMAHA ABRACY, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES FORD - ABRADIF,
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES TOYOTA, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES
NEW HOLLAND, ABRAHY - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS HYUNDAI, ASSOCIACAO
BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES FORD CAMINHOES - ABRAFOR, ABRALAND JAGUAR - ASSOCIACAO
BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS LAND ROVER E JAGUAR, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS
DISTRIBUIDORES PORSCHE ABRAPORSCHE, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCES.RENAULT ABRARE,
ABRAV - ASSOC. BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS DE AUTOMOVEIS VOLVO, ABRAVO ASS BRASILEIRA
DOS DISTRIBUIDORES VOLVO, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS SUZUKI AUTOMOVEIS -
ABRAZUKI, ASSOCIACAO NACIONAL DOS CONCESSIONARIOS IVECO, ASSOAUDI - ASSOCIACAO BRASILEIRA
DOS DISTRIBUIDORES AUDI, ACAV - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS MAN LATIN
AMERICA, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS MERCEDES BENZ, ASSOCIACAO BRASILEIRA
DOS CONCESSIONARIOS SCANIA, ASSOCIACAO BRASILEIRA DE DIST VOLKSWAGEN ASSOBRAV,
ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES CHERY, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES
DAF, ASSODEERE - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES JOHN DEERE, ASSOCIACAO
BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS HARLEY DAVIDSON, ASSOCIACAO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES
HONDA, ASSOKIA ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIB KIA MOTORS, ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS
CONCESSIONARIOS AGRITECH, ASSOMIT - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES MITSUBISHI,
ASSOREVAL - ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS DISTRIBUIDORES AUTORIZADOS VALTRA, ASSOCIACAO
BRASILEIRA DOS CONCESSIONARIOS MARCOPOLO-VOLARE, AUTOHONDA-ASSOCIACAO BRASILEIRA DOS
DISTRIBUIDORES HONDA DE VEICULOS AUTOMOTORES NACIONAIS E IMPORTADOS, ASSOCIACAO
NACIONAL DOS DISTRIB MASSEY FERGUSON S/C
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468

Assinado eletronicamente por: WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO - 07/11/2019 19:17:59 Num. 108801375 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19110719175944000000107609959
Número do documento: 19110719175944000000107609959
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468
Advogado do(a) AUTOR: DANIEL CORREA SZELBRACIKOWSKI - DF28468

RÉU: INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVAVEIS - IBAMA

Sentença Tipo “A”

Relatório:

Trata-se ação sob o rito ordinário, com pedido de antecipação de tutela, ajuizada pela
Associação Brasileira dos Concessionários BMW – ABBM e outras objetivando a declaração de
inexistência de relação jurídica tributária que obrigue as pessoas jurídicas revendedoras de veículos vinculadas
às autoras ao recolhimento da Taxa de Fiscalização e Controle Ambiental (TCFA). Requer, subsidiariamente,
seja declarado o direito de suas representadas ao recolhimento da TCFA em montantes calculados em
conformidade com o baixo potencial poluidor de suas atividades e, ainda, considerando exclusivamente as

Assinado eletronicamente por: WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO - 07/11/2019 19:17:59 Num. 108801375 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19110719175944000000107609959
Número do documento: 19110719175944000000107609959
receitas específicas das atividades de venda/troca de óleos lubrificantes/hidráulicos, desobrigando-as do
pagamento de quaisquer diferenças apuradas em desacordo com esses critérios.

Sustentam, em síntese: a) violação ao conceito de taxa (CF/88, art. 145, II e CTN, arts. 77 e 78
parágrafo único). A TCFA é exigida sem que haja atividade estatal (fato gerador) que a justifique, pois o IBAMA
não exerce fiscalização na hipótese aventada e nem poderia fazê-lo, por faltar-lhe competência para tanto; b)
ilegalidade da cobrança em face da Lei n. 6.938/81 (arts. 17-B e D). A exigência da TCFA é amparada em
equiparação indevida da venda/troca de óleo realizadas pelas revendedoras de veículos àquelas atividades
típicas de depósitos de produtos químicos/perigosos e distribuidoras de combustíveis. Isso equivale à criação
de nova hipótese de incidência para a taxa, mediante simples interpretação do IBAMA e sem respaldo na
referida lei, o que a torna ilegal (CF/88, arts. 5º, II e 150, I e CTN, art. 97); c) violação à isonomia e à
proporcionalidade (CF/88, art. 5º, caput e LIV). A equiparação pretendida pelo IBAMA é anti-isonômica e
desproporcional, já que implica tratar igualmente contribuintes que exercem atividades distintas, submetendo-
os a idêntica carga tributária. E, ainda que procedesse a equiparação, a TCFA deveria ser calculada em função
do baixo (e não alto) grau de risco representado pela venda/troca de óleo realizada em caráter
residual/secundário pelas revendedoras de veículos e na exata medida da receita específica dessas atividades
(ao invés da receita bruta total).

Atribuíram à causa o valor de R$ 1.000.000,00.

Juntaram procurações e documentos.

O pedido de antecipação de tutela foi indeferido pela decisão de fls. 2699/ 2700 (rolagem única
– ID 40270977), razão pela qual a parte autora noticiou a interposição de agravo de instrumento perante o
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (fls. 2706/2710 – rolagem única – ID 42766094), o qual foi negado
provimento (fls. 2746/2749 – ID 50858511).

Em sua contestação (fls. 2752/2764 – ID 56240171), o IBAMA sustentou a legalidade da exação


posto que foi calculada em função da periculosidade do óleo lubrificante revendidos e armazenados pelas
representadas das autoras, com base no enquadramento no cadastro técnico federal de atividades
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras de recursos ambientais, bem como na cobrança realizada com
base na receita bruta anual e não em nas receitas específicas das atividades de venda/troca de óleos
lubrificantes/hidráulicos como pretende as autoras.

Réplica às fls. 2920/2926 – ID 64515685.

Petição requerendo a conversão de valores depositados às fls. 3561-3610.

É o relatório. Decido.

Fundamentação:

A Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, criada pela Lei 10.165/2000, tem como
hipótese de incidência o exercício de poder de polícia (fiscalização) sobre atividades potencialmente
poluidoras, definidas em lei.

Essa conceituação desprende-se da leitura do art. 17-B da Lei 10.165/2000 que alterou a Lei
6.938/81, dando-lhe a seguinte redação:

Assinado eletronicamente por: WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO - 07/11/2019 19:17:59 Num. 108801375 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19110719175944000000107609959
Número do documento: 19110719175944000000107609959
Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental –TCFA, cujo fato gerador é o
exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e
utilizadoras de recursos naturais.

Por sua vez, o art. 145 da Constituição Federal e o art. 77 do CTN estabelecem que a União,
Estados, Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia ou
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos à sua disposição.

No presente caso, as representadas das autoras, revendedoras de veículos, viram-se


enquadradas no item18 do anexo VIII da Lei n. 6.938/1981, na redação que lhe foi conferida pela Lei n.
10.165/2000, categoria Transporte, Terminais, Depósitos e Comércio, que tem a seguinte descrição:

“transporte de cargas perigosas, transporte por dutos; marinas, portos e aeroportos; terminais
de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; depósitos de produtos químicos e
produtos perigosos; comércio de combustíveis, derivados de petróleo e produtos químicos e
produtos perigosos.”

O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização (GU) de recurso naturais dessa atividade
foram definidos como “Alto”.

A questão é saber se a prestação de serviço de troca de óleo (e seu armazenamento) em


comércio de revenda de automóveis está incluída como atividade potencialmente poluidora e no mais elevado
grau.

Tendo em vista que o volume de óleo lubrificante armazenado em cada uma das revendedoras
autoras é relativamente pequeno, eis que servem apenas para trocas de óleo e que o referido serviço tem
caráter eventual, não se justifica o enquadramento desse tipo de comércio como "depósito de produtos
químicos e produtos perigosos ou comércio de combustíveis, derivados de petróleo e produtos químicos e
produtos perigosos", à equiparação daquelas atividades listadas no item 18 do Anexo VIII da Lei n. 6.938/81,
para fins de fiscalização de órgão ambiental.

Com efeito, a Constituição Federal, em seu art. 150, item II, proíbe que a lei dispense
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, o que por outro lado
significa que contribuintes em situação desigual não podem ser tratados do mesmo modo.

Na fixação do montante do tributo em tela, deve-se levar em consideração a atividade


desenvolvida pelo contribuinte, sua potencialmente poluidora, o que não ocorre no caso de revendedoras de
veículos automotores, que armazenam os lubrificantes em quantidades relativamente módicas, apenas para
troca de óleo lubrificante quando da revisão períódica dos veículos em serviços de pós-venda, não havendo,
portanto correlação entre essa atividade e o grau (tido por alto) de potencial poluidor previsto na citada
legislação para fins de justificar a atuação, no caso concreto, do IBAMA.

De qualquer modo, ainda que houvesse potencial poluidor, a inclusão de estabelecimentos do


gênero revendedores de veículos, nos quais são devidamente armazenados alguns produtos (e em pequena
quantidade) entre os descritos no item 18 do Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 1981, na redação que lhe dera

Assinado eletronicamente por: WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO - 07/11/2019 19:17:59 Num. 108801375 - Pág. 4
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19110719175944000000107609959
Número do documento: 19110719175944000000107609959
a Lei nº 10.165, de 2000, para fins de cobrança da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, viola claramente
o disposto no art. 150, item II, da Constituição.

Nesse sentido:

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVADE. TAXA DE


CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL. TCFA. CONCESSIONÁRIA. COMPRA E
VENDA DE VEÍCULOS. ATIVIDADES NÃO ENQUADRADAS NO ANEXO VIII DA LEI Nº
6.938/81, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 10.165/00. ATIVIDADE DE TROCA DE
ÓLEO. ATIVIDADE POSTERIORMENTE RETIRADA DO ROL DAS POTENCIALMENTE
POLUIDORAS. IN 05/2014. APLICAÇÃO RETROATIVA.

1. Apelação interposta pelo IBAMA, em face da sentença que, acolhendo a Exceção de Pré-
Executividade, extinguiu a Execução Fiscal, para reconhecer a não incidência da TCFA em
razão das atividades desenvolvidas pela Empresa executada, seja quanto ao comércio
varejista de veículos automotores, seja no que respeita à troca de óleo por ocasião das
respectivas revisões, desconstituindo os lançamentos daí decorrentes. Houve
condenação em honorários advocatícios, fixados em 10% do valor atualizado da causa, nos
termos do art. 85, parágrafo 3º, I, também do CPC.

2. A Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) foi instituída pela Lei n.º 10.165/2000
que, alterando a Lei 6.938/1981, determinou a sua cobrança no exercício regular do poder de
polícia, pelo Ibama, a quem cabe controlar e fiscalizar as atividades potencialmente poluentes
e utilizadoras de recursos naturais, sendo sujeito passivo da referida taxa todo aquele que
exerça as atividades constantes do Anexo VIII dessa lei.

3. A obrigação tributária do pagamento da supracitada taxa nasce a partir do efetivo exercício


de atividade potencialmente poluidora ou utilizadora de recursos ambientais, de tal maneira
que, ausente tais atividades, deixa de existir o fato gerador do tributo bem como a própria
obrigação tributária, sendo irrelevante a informação constante nos cadastros do Ibama para
determinar-se o surgimento e o desaparecimento do fato gerador da obrigação tributária.

4. No caso, da análise do contrato social da Empresa executada, verifica-se que, no


ramo de sua atuação, qual seja, comércio varejista de veículos nacionais e importados
novos e usados, não há que se falar em comércio de combustíveis e outros derivados
do petróleo.

5. A Instrução Normativa nº 05/2014, ao reenquadrar a Empresa, que é revendedora de


automóveis e que esporadicamente efetua troca de óleo, na categoria "outros serviços
- troca de óleo lubrificante", não instituiu uma isenção em relação à atividade por ela
prestada. De uma simples uma releitura das disposições contidas no art. 17, II, da Lei
n. 6.938/81, observa-se que foi dada uma nova interpretação conferida a esse
dispositivo, pois a lei não foi alterada.

6. É de rigor a retroação dos efeitos da referida instrução normativa à obrigação tributária


cujo fato gerador remonta ao ano de 2014, revelando-se descabida a cobrança da referida
taxa realizada pelo Apelante.

7. Impossibilidade de se pretender enquadrar a atividade empresária explorada pela


Apelada, enquanto concessionária dedicada ao comércio varejista de veículos
nacionais e importados novos e usados, como se vê de seu contrato social, dentre
aquelas potencialmente poluidoras, não surgindo pelo seu mero registro no Cadastro
Técnico Federal- CFT, notadamente sob enquadramento manifestamente equivocado, o
dever de recolher a indigitada taxa, tal como consignado na sentença combatida.

Assinado eletronicamente por: WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO - 07/11/2019 19:17:59 Num. 108801375 - Pág. 5
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19110719175944000000107609959
Número do documento: 19110719175944000000107609959
8. Apelação improvida. Honorários recursais, previstos no art. 85, parágrafo 11, do
CPC/2015, a cargo do Apelante, devendo a verba honorária sucumbencial ser majorada de
10% sobre o valor atualizado da causa para 11% sobre a mesma base de cálculo.

(PROCESSO: 00037184220154058200, AC - Apelação Civel - , DESEMBARGADOR


FEDERAL CID MARCONI, 3ª Turma do TRF5, JULGAMENTO: 03/10/2019, PUBLICAÇÃO: )
destaquei

III – Dispositivo:

Ante o exposto, acolho o pedido autoral para declarar a inexistência de relação jurídica que
obrigue as pessoas jurídicas revendedoras de veículos vinculadas às autoras a recolher a TCFA em favor do
réu, bem como para determinar ao réu que se abstenha de exigi-la das beneficiárias dessa ação.

Defiro o pedido de tutela de urgência para determinar a suspensão da exigibilidade da TCFA


das pessoas jurídicas revendedoras de veículos vinculadas às autoras.

Postergo a análise do pedido formalizado por meio da petição de fls. 3561-3610, acerca da
destinação dos depósitos efetivados nos presentes autos, para após o trânsito em julgado desta ação.

Custas ex lege.

Considerando a preponderância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade sobre as


regras do artigo 85 do NCPC, condeno a parte ré ao pagamento de honorários de sucumbência no valor de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais).

Intimem-se. Oportunamente, arquivem-se.

Brasília-DF, 05 de novembro de 2019.

(assinatura eletrônica)

WALDEMAR CLÁUDIO DE CARVALHO

Juiz Federal da 14ª Vara do DF

Assinado eletronicamente por: WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO - 07/11/2019 19:17:59 Num. 108801375 - Pág. 6
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19110719175944000000107609959
Número do documento: 19110719175944000000107609959

Você também pode gostar