Unidade I - Introdução À Semiótica
Unidade I - Introdução À Semiótica
Unidade I - Introdução À Semiótica
Material Teórico
Introdução à Semiótica
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Introdução à Semiótica
• Semiótica;
• O Signo;
• O Estudo do Signo;
• As Semióticas;
• Semiologia;
• Signo, Significado e Significante.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Ter contato com o estudo do signo;
• Conhecer conceitos gerais de signo;
• Perceber a existência de diferentes Teorias Semióticas;
• Conhecer princípios elementares da Semiologia, de Ferdinand de Saussure;
• Aprender conceitos semiológicos por meio da linguagem fotográfica;
• Identificar contribuições do estudo do signo para a produção fotográfica.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Introdução à Semiótica
Semiótica
Nesta Unidade, vamos entrar no campo de uma Ciência que tem expandido e se
desenvolvido nos últimos séculos, a Semiótica.
O Signo
Na raiz da palavra “semiótica”, encontramos o radical semeion, cuja tradução
estabelecida em Língua Portuguesa foi “signo”.
A Semiótica seria, então, uma Ciência que se debruça sobre o signo. Agora,
talvez você esteja pensando que este estudo já exista, mas seu nome é Astrologia,
e não Semiótica.
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Figura 1 – Fotografia do relógio astronômico de Praga, República Tcheca,
com o Sol sobre o signo/constelação de Aquário
Fonte: Getty Images
Como introdução, vamos nos deter um pouco nessa milenar Ciência (da qual
derivou a Astronomia) e seu modo de descrever a realidade.
Em primeiro lugar, o signo Aquário indica que a pessoa nasceu entre 21 de ja-
neiro e 19 de fevereiro. Você não pode ser aquariano nascendo em abril.
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UNIDADE Introdução à Semiótica
Um signo do Zodíaco, portanto, é formado por uma rede de relações, que vão
da observação astronômica à descrição das tendências de personalidade.
Nos estudos semióticos, os signos são mais abertos. Eles podem ser um signo
zodiacal ou uma escultura, uma música, um livro, uma planta, uma equação, uma
fotografia, enfim, ainda não foi estabelecido um limite rigoroso acerca de quais ob-
jetos estariam fora da abrangência dos Estudos Semióticos.
O Estudo do Signo
Retomemos o ilustrativo exemplo do estudo do signo pela Astrologia. Para es-
tudar um signo, o astrólogo precisa conhecer as características a ele associadas.
Quanto mais ele se detiver no estudo, maior será a amplitude de seu entendimento
sobre aquele signo. Pode-se dizer que o signo cresce, pois mais relações são estabe-
lecidas: novas formas de acessá-lo, de pensá-lo, de descrevê-lo e de recriá-lo.
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Figura 3
Fonte: Getty Images
No dedão dos pés, amarra-se o cordão para dar apoio, enquanto se enrolam os
guizos no tornozelo, um procedimento típico que indica a preparação para a dança.
Desfocado, no lado esquerdo, temos outro conjunto de ghungroos, o que nos per-
mite saber que aqueles no tornozelo são os primeiros a serem atados.
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As Semióticas
Não existe apenas uma única linha de Estudos Semióticos. O século XX é
testemunha do estabelecimento de diversas formas de estudar o signo, por meio
de diferentes Teorias, descrições e métodos, cada qual relacionado a um determi-
nado contexto.
Semiologia
Iniciaremos com aquela que nos parece um interessante percurso introdutório,
ainda que não leve o nome “Semiótica”, e sim de “Semiologia”.
O uso da Língua Portuguesa, no dia a dia, entretanto, não é o mesmo que en-
contramos na Norma Culta: “Meninos, ter-vos-ei queimado as mãos no fogo?” é
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uma frase que está gramaticalmente bem articulada, mas é mais provável que du-
rante uma situação real se dissesse: “Meninos, vocês queimaram a mão no fogo?”.
A segunda não está incorreta em relação à primeira, pois a função dela é o es-
tabelecimento de uma comunicação eficiente, sem a necessidade do perfeito uso da
norma culta. A esse fenômeno, Saussure denominou Fala.
Enquanto a língua tem algo mais fixo, construído ao longo da História, atuali-
zando suas normas ocasionalmente, a fala é dinâmica. Por todo território nacional,
temos a mesma Língua (à exceção de comunidades indígenas, quilombolas e outras
que utilizam Línguas específicas), a Língua Portuguesa, mas a fala é diversa.
Figura 4 – Pôr do sol no encontro dos rios Poti e Parnaíba em Teresina (PI), 2018
Fonte: Acervo do Conteudista
Acima, temos um uso da regra dos terços no qual se buscou em cada coluna o
degradê natural do pôr do sol. A existência desse esquema não torna obrigatório
seu uso.
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A artista Candida Höfer (1944 –) utiliza o mesmo esquema, mas com grande
rigor e apenas em ambientes internos).
Um traço preto grosso horizontal seguido de dois traços curtos pode ser a repre-
sentação de um cigarro. A ele, podem ser acrescidas linhas curvas a representar a
fumaça. Se enquadrarmos esse símbolo em um círculo cortado ao meio, de cima
para baixo e da esquerda para direita, preferencialmente, em cores vermelhas, te-
remos outro símbolo: a indicação de proibição do ato de fumar.
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No Brasil, desde 2014, a Lei Antifumo (12.546) proíbe fumar em ambientes
fechados públicos e privados, mas, antes disso, e também em outros países, era
preciso fazer uso desse signo para sinalizar as áreas específicas.
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Todavia, você pode ter feito uma descrição mais extensa, talvez considerando mais
certos elementos ou criando hipóteses sobre as escolhas e as intenções do fotógrafo.
Por fim, observemos como a mudança de contexto de um signo pode dar a ele
outros significados.
Observe a fotografia a seguir. O que este signo traz como significado? Que é
proibido fumar no estetoscópio?
Figura 7 – Fotografia com o signo visual de “proibido fumar” é empregada de forma metafórica
Fonte: Getty Images
Aqui temos o signo de proibido fumar em uma utilização metafórica. Pode in-
dicar uma advertência, chamando atenção para o cuidado com a saúde e para os
prejuízos que fumar pode causar ao pulmão.
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Semiologia e Fotografia
Apesar de oferecer bases significativas para o estudo da Linguagem Fotográfica,
a Semiologia esbarra na questão de suas raízes.
Por mais que os signos estudados pela Semiologia não sejam exclusivamente
linguísticos, seus métodos e conceitos têm lá sua origem.
Nas palavras da semioticista Lúcia Santaella, “[...] fica aí em falta, contudo, uma
fundação teórica consistente e homogênea capaz de plantar uma ciência Semiótica
a partir de raízes próprias” (SANTAELLA, 2006, p. 81-2).
Seguiremos a trilha rumo à Teoria Geral dos Signos desenvolvida por Char-
les Sanders Peirce (1839-1914) e às semióticas especializadas, alicerçadas na
cultura humana.
Não invalidamos nenhuma forma de estudo dos signos, vez que diferentes for-
mas de pensar podem se desdobrar em formas inovadoras de contato e interpreta-
ção de um signo.
É preciso conhecer (ao menos as principais linhas) para poder escolher. Ainda
assim, foi preciso que fizéssemos escolhas acerca de qual caminho seguir nesta
Disciplina, não podendo garantir igual peso a todas as semióticas abordadas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
As estruturas linguísticas de Ferdinand de Saussure
BRANDÃO, L. As estruturas linguísticas de Ferdinand de Saussure. Comunidade
Cultura e Arte. 2017.
http://bit.ly/2M60hlr
O olhar silencioso de Candida Höfer – Casa Vogue | Fotografia
https://glo.bo/2M5EYAw
A relação significante e significado em Saussure
CUNHA, R. B. da. A relação significante e significado em Saussure. ReVEL, edição
especial, n. 2, 2008.
http://bit.ly/2M5E5YR
Como ler imagens? A lição de Roland Barthes
FONTANARI, R. Como ler imagens? A lição de Roland Barthes. Galaxia, n. 31, p.
144-155, 2016.
http://bit.ly/2M81tEQ
O curioso olhar de Candida Höfer na Pinacoteca
http://bit.ly/2M5E335
Pinacoteca mostra o mundo sem pessoas de Candida Höfer
http://bit.ly/2McQCd9
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Referências
BURT, K. Arquétipos do Zodíaco. São Paulo: Pensamento, 1997.
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