Diagonalização de Operadores
Diagonalização de Operadores
Diagonalização de Operadores
Nosso objetivo aqui será encontrar uma base do espaço vetorial V na qual a matriz de um determinado operador
linear T:V→ V seja a mais simples possível. Por muitos motivos, incluindo um que será trabalhado no estudo de cônicas, a
melhor situação possível é aquela em que conseguimos uma matriz diagonal associada a um operador.
Dado um operador linear T:V→ V, nosso objetivo é conseguir uma base β , para V, na qual a matriz do operador
nesta base ( ) seja uma matriz diagonal. Esta é a forma mais simples de se representar um operador e a base β , nesse
caso, é uma base cujos vetores são autovetores de T. Observemos inicialmente o exemplo que segue.
Seus autovalores são λ1 = 1 e λ2 = – 2 com autovetores associados v1 = (1, 1) e v2 = (4, 1), respectivamente. Notemos que os
autovetores formam uma base de R2 . Seja, então, β = {(1, 1), (4, 1)} a base de R2 formada pelos autovetores de T e
encontremos . Para tal, aplicamos T em cada vetor da base β e escrevemos a imagem obtida como combinação linear
dos vetores da base β :
Assim,
.♦
Notemos que é uma matriz diagonal e representa o operador linear T na base β de autovetores.
Na verdade, quando a base de autovetores existe, a matriz que representa um operador linear nesta base será sempre
uma matriz diagonal que, como já citado, é a forma mais simples de se representar o operador. O problema, então, é saber em
que condições a base de autovetores existe, pois, em muitas situações como, por exemplo, nos exemplos 3.2.2 e 3.2.4 desta
unidade, tal base não existe. Neles estão definidos operadores lineares em R2 e R3, respectivamente, com nenhum autovetor
ou apenas 1 autovetor l.i. Consideremos, para elucidar o problema citado, as propriedades que seguem:
3.3.2 Propriedades.
Propriedade 2. Se T: V→ V é um operador linear tal que dimV = n e T possui n autovalores distintos, então o
conjunto β = {v1, v2, ..., vn}, formado pelos correspondentes autovetores, é uma base de V.
hermes.ucs.br/ccet/deme/…/diag.htm 1/4
24/11/2010 Diagonalização de Operadores
Exemplo 1. Um operador linear T em R2 possui os seguintes autovalores:
λ1 = 1 e λ2 = 2.
De acordo com a propriedade 2, existe uma base de R2 formada pelos autovetores de T.♦
λ1 = 2; λ2 = 2; λ3 = – 3.
Não podemos, neste caso, garantir a existência da base de autovetores. Mas, se para λ = 2 obtivermos 2 autovetores
l.i, então pela propriedade 1 os 3 autovetores serão l.i. e formarão uma base de R3.♦
3.3.3 Definição.
Neste caso, a matriz que representa T na base β é uma matriz diagonal cujos elementos são os autovalores de T, ou seja,
3.3.4 Exemplo. Observemos os autovalores e respectivos autovetores associados a um operador linear T, representados
pelas seguintes matrizes:
λ2 = – 2; = (– y, y, y), y ∈ R* ⇒ v2 = (– 1, 1, 1)
Uma base, do R3, formada por autovetores, de A1 ou de T, é β = {v1 = (– 1, 4, 1), v2 = (– 1, 1, 1), v3 = (1, 2, 1)}, o que significa
que, nesta base, o operador linear T é representado por uma matriz diagonal D que é a matriz . A construção da matriz
D pode ser acompanhada conforme segue:
hermes.ucs.br/ccet/deme/…/diag.htm 2/4
24/11/2010 Diagonalização de Operadores
[T(v1)]β ⇒ (– 1, 4, 1) = a(– 1, 4, 1) + b(– 1, 1, 1) + c(1, 2, 1) ⇒ a = 1; b = 0; c = 0 ⇒ [T(v1)]β = (1, 0, 0)
, ou seja, .
O operador T é diagonalizável pois para λ = – 1 podemos ter 2 autovetores l.i e o conjunto β = {(1, – 2, 0), (0, – 2, 1), (2, 1,
2)} é uma base do R3 formada por autovetores de A2.
O operador T não é diagonalizável pois não é possível encontrarmos uma base de autovetores para o R3, já que o único
autovalor real λ1 fornece um único autovetor l.i.
λ3 = 3; = (– 2y, y, y), y ∈ R* ⇒ v3 = (– 2, 1, 1)
Observe que A4 não pode ser diagonalizada, pois só é possível obter dois autovetores, de A4 , l.i. ♦
hermes.ucs.br/ccet/deme/…/diag.htm 3/4
24/11/2010 Diagonalização de Operadores
Seja T:V → V um operador linear. Se α e β são bases de V e A e B são as matrizes que representam o operador T nas
bases α e β , respectivamente, então
A = P– 1BP,
sendo P a matriz de mudança da base β para α , isto é, . Dizemos, nesse caso, que as matrizes A e B são
semelhantes.
D = P– 1AP
onde é a matriz cujas colunas são os autovetores de T. Observemos que a matriz D é obtida pela "atuação" da
matriz P, quando ela existe, sobre a matriz A. Dizemos então que a matriz P diagonaliza A ou que P é a matriz
diagonalizadora.
é a matriz
Tal matriz tem suas colunas formadas pelos autovetores v1 = (1, 0, – 1), v2 = (1, 1, 1) e v3 = (1, – 2, 1), correspondentes aos
autovalores de A, λ1 = 2, λ2 = 3 e λ3 = 6.
Ex
Exercícios Ex MATLAB Gabarito Próximo tópico
Complementares
hermes.ucs.br/ccet/deme/…/diag.htm 4/4