Material de Apoio - Filosofia
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Os Socráticos
Este conjunto de autores leva este nome em razão do alinhamento de sua filosofia
com a de Sócrates, responsável por uma completa mudança nos temas debatidos
até então. Antes de Sócrates a principal questão era cosmológica e metafísica –
como surgiu o mundo, as leis da natureza etc., após, passa a se debater o homem e
suas relações sociais (justiça, política, ética, etc).
SÓCRATES:
PLATÃO
Platão, em sua obra A República, trabalha a ideia de justiça e política na Pólis grega.
O faz traçando uma comparação entre a alma (cujas partes precisam estar
“funcionando” conforme as virtudes) e uma cidade ideal, na qual cada indivíduo
exerce suas atividades conforme sua aptidão.
Para tanto, propõe o método de educação chamado Paideia (7-30 anos) no qual
verifica-se as aptidões das pessoas. Algumas serão 1) produtores; 2) guerreiros 3)
filósofos. Por estes últimos desenvolverem mais as suas habilidades racionais,
deveriam, portanto, governar a Pólis, cunhando a expressão Filósofo-Rei.
A justiça na alma humana deve se originar do mesmo modo que se origina na cidade
– ou seja, por meio do pleno funcionamento de todas as suas partes ordenada pela
racionalidade.
ARISTÓTELES
Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles complementa sua teoria política (na qual
política é a arte de bem governar a Pólis) com sua teoria ética, a qual apresenta um
caminho para o pleno desenvolvimento e a boa vida em sociedade.
ser moderado com minhas paixões = ser virtuoso E ser moderado nas minhas ações
com o outro = justiça.
Exemplos: ser corajoso para se defender = virtude para si; ser corajoso para
defender outro = a ação é além de virtuosa, JUSTA.
Justiça:
Justiça LATO SENSU: princípio geral que possibilita a convivência social. É a ideia
de seguir a lei.
Justiça Stricto Sensu: refere-se apenas a determinadas ações que estão previstas
pela lei. Esta divide-se em duas:
Justiça política = melhor forma de organizar uma cidade / fazer ela funcionar bem ->
todos serem felizes.
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IDADE MÉDIA
SANTO AGOSTINHO:
Ótica cristã das ideias de Aristóteles: há uma justiça universal estabelecida por Deus
(em Aristóteles era a justiça natural).
Lei Divina
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MAQUIAVEL
É um livro que “rompe” com o modelo teocrático até então vigente, pois separa a
política da moral. Trata-se, portanto, do primeiro ensaio sobre REALISMO
POLÍTICO, isto é, é um livro baseado em dados empíricos coletados pelo autor, não
em questões metafísicas (como a República de Platão).
“Guia” sobre como um governante deve agir para se manter no poder. “Os fins
justificam os meios”.
O governante precisa ter duas características:
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OS CONTRATUALISTAS
HOBBES
Estado de Natureza → todos os homens são maus → guerra de todos contra todos
→ insegurança e medo;
LOCKE
ROUSSEOU
Estado Natural → homem é BOM → homem era solitário (grupo familiar, no máximo)
e a vida no Estado de Natureza era boa.
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MONTESQUIEU
KANT
Kant era Iluminista, ou seja, buscava romper com a moralidade anterior que tolhe a
liberdade dos indivíduos. Para tanto, Kant vai tentar elaborar uma teoria da
moralidade fundada na razão – caráter universal (vale para todo o mundo).
Obras do autor:
Dar um exemplo: por que não roubar? Segundo o Imperativo hipotético, seria para
ser feliz, evitar dor etc. Pelo Imperativo Categórico eu não vou roubar pois não é o
correto, é inviável para uma ordem social. Logo, o caráter universal / JÁ SE TEM
UMA NOÇÃO A PRIORI QUE É ERRADO, NÃO É PRECISO A EXPERIÊNCIA.
“Age de modo que a tua ação possa se tornar uma lei universal”
→ cuidado com a pegadinha da FGV → a ação tem que se conciliar com a liberdade
de todos, NÃO A TUA VONTADE.
Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na
pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca como
meio. – AS COISAS TÊM PREÇO, MAS AS PESSOAS TÊM DIGNIDADE.
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UTILITARISTAS
JEREMY BENTHAM
Ações são boas quando promovem a felicidade (ação moralmente correta) e más
quando geram infelicidade (moralmente incorreta);
“agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem estar”. Exemplo
dos trilhos de trem, no qual 5 pessoas estão amarradas em um trilho e 1
pessoa em outro: um individuo, puxando uma alavanca pode escolher: ou
mata 1 ou mata 5.
STUART MILL
Em outras palavras, entende que alguns prazeres têm mais valor que os outros,
como os prazeres do pensamento, sentimento e imaginação, que resultam da
experiência de apreciar a beleza, a verdade, o amor, a liberdade, o conhecimento, a
criação artística.
Defende também a liberdade do indivíduo: pode fazer o que quiser, desde que não
prejudique o outro.
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POSITIVISMO
Luta pelo direito / força viva (sofre modificações) → paz é o fim, a luta é o meio. Luta
dos povos, Estado, classes, indivíduos. Assim, os direitos não surgem
espontaneamente na cabeça dos legisladores, mas precisam sempre ser
reivindicados pela população.
KELSEN
Direito como ciência – se existem leis que explicam a natureza, direito também
deveria ter validade objetiva; ideia de base universal. Não trabalha o conteúdo
pois este é relativo (cada país tem leis diferentes) → universal é a ESTRUTURA
do direito; sua manifestação normativa; relação de imputação.
Estuda o direito como ele É (ser), e não como deveria ser (dever ser).
Norma fundamental:
Fictícia; pressuposta (pelo intelecto, não pela vontade) – sem ela, o retorno infinito
só seria explicado por questões alheias ao direito.
A Constituição, por sua vez, dá objetividade e validade às normas gerais, que por
sua vez darão objetividade e validade normas individuais.
Moldura
Solucionar casos de indeterminação da lei 1) intencional (lei das alternativas a serem
escolhidas) 2) não intencional (plurissignificância das palavras) Norma superior =
moldura (esfera de ação da norma inferior). Há dois momentos 1) determinação
objetiva da moldura colocada pela norma superior, por meio de um ato cognoscitivo,
e 2) escolha subjetiva, por meio de um ato de vontade, de uma das possíveis
opções apresentadas pela norma superior para transformação em Direito positivo.
HART
Para o primeiro caso, Hart utiliza como exemplo uma norma que proíbe o ingresso
de veículos automotores em determinado local, mas, conforme novas tecnologias se
desenvolvem, exsurge a questão acerca de se novos inventos de locomoção se
enquadram na categoria de veículos automotores.
Essa noção de sentido é um núcleo de sentido fixo, o que segundo Hart, afasta a
ideia de que os juízes dizem.
NORBERTO BOBBIO
É nesse último ponto que a FGV tem insistido na prova: nas lacunas e nas
antinomias.
REALE
Normativistas - leis deveriam ser compreendidas pelo seu valor intrínseco, afastando
aspectos alheios na hora da interpretação.
GUSTAV RADBRUCH
O autor tece críticas à obediência cega das leis positivas – direito passava a ser
equivalente a força – quer dizer, algo que não se questiona, se obedece sem
questionar e não deixa espaço para o seu não cumprimento.
A filósofa traz em sua obra profundas reflexões filosóficas sobre as questões que
surgiam após a Segunda Guerra. Tendo em visto que sua obra é vasta, vale aqui
ressaltar dois aspectos:
1) Direito como integridade: legitimar uma decisão judicial que considere todos os
aspectos fáticos, normativos e morais relevantes para a solução do caso. Com isso,
cria as condições para impedir a discricionariedade do intérprete, pois a magnitude
da tarefa não deixa margem a escolhas arbitrárias. → IDEIA DE UMA ÚNICA E
MELHOR DECISÃO POSSÍVEL NA SOLUÇÃO DE HARD CASES (CASOS
DIFÍCEIS).
Regras:
Princípios:
JOHN RAWLS
Para que os mais fortes/inteligentes não imponham sua vontade sobre os mais
fracos, todos devem estar “vestindo” um “Véu da Ignorância”, quer dizer, ninguém
sabe se é ou não forte; se é ou não inteligente.
Princípio da Liberdade: cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente
sistema de liberdades básicas iguais que sejam compatíveis com um sistema de
liberdade para as outras.
Por exemplo: ninguém escolheu nascer cego, surdo, com alguma deficiência,
etc. Essas pessoas encontram-se em uma situação de desvantagem social.
Para isso, Rawls defende a adoção de políticas afirmativas que para todos
tenham o mesmo ponto de partida na busca de seus interesses pessoais,
como por exemplo no caso das cotas raciais.