TCC Relacionamentos Abusivos
TCC Relacionamentos Abusivos
TCC Relacionamentos Abusivos
Curso de Psicologia
Curso de Psicologia
Teoria do Apego
Volta Redonda, RJ
Junho, 2017
AMANDA DE SOUZA TOSTA
da Teoria do Apego
Banca Examinadora:
Volta Redonda, RJ
Junho, 2017
À todas as mulheres que sofrem ou já
sofreram algum tipo de abuso.
AGRADECIMENTOS
A todos que responderam ao questionário base desse trabalho, sem vocês nada
disso seria possível. Agradeço principalmente a todos que deixaram um pouco de suas
vivências, descrevendo como foi passar por momentos de abuso em seus relacionamentos
Ao meu primo Jorge que com ideias brilhantes me ajudou com o pontapé inicial do
trabalho. Sem falar nas traduções de última hora e as longas conversas sobre o tema. Ao
Fábio, meu companheiro, que aguentou até o final todas as minhas crises, ameaças de
desistência e falta de crença em mim mesma. Obrigada pelos finais de semana de castigo
em casa e por acreditar em mim e no meu trabalho, mesmo quando tudo parecia perdido.
Aos Professores Jean e Antônio que fizeram parte da banca examinadora desse
Vale agradecer aqueles que indiretamente participaram desse trabalho. Pessoas que
participaram não só desses anos de graduação, mas de todo caminho para chegar aqui,
Aos meus pais Josi e Aloisio por todo amor, carinho, dedicação, apoio e esforços
para que eu conseguisse concluir meus estudos. A minha irmã por toda companhia e
Ao meu tio Jorge e minha avó Neide que não só apoiaram emocionalmente, mas
permanecesse na universidade.
A minha família de sangue e aos amigos da casinha que o coração escolheu chamar
toda vida, vivência e experiência. Obrigada por escutarem minhas histórias sem fim e
exageradamente detalhadas.
Aos amigos que fiz no intercâmbio. Rebeca, Mari, Priscila, Mara, Miguel,
Giordano, Javier obrigada por fazerem dos seis meses que morei com vocês uma
experiência de grande valor não só academicamente, mas também para alma. Nos
formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem mе
ao atual e crescente movimento que busca ratificar e enraizar o direito das mulheres através de
meio da Teoria do Apego. O trabalho ainda abordou o conceito de violência, quais os tipos de
na vida de quem os sofre. Participaram desse estudo 464 mulheres e 85 Homens. Eles
escalas ARI e ECR apresentam boas propriedades psicométricas. Com relação à violência
sofrida, as mulheres relataram sofrer violência física significativamente maior do que homens,
controladoras, e ambas são inversamente associadas com a violência física. O estilo de apego
sugerem bons instrumentos de medida e uma maior compreensão para lidar com o fenômeno
Física.
ABSTRACT
The problematic of abusive relationships has been widely discussed, due to the current and
growing movement that seeks to ratify and root the right of women through their
empowerment. This work proposes the understanding of abusive relationships through the
Attachment Theory. The study also dealt with the concept of violence, which types of
statistical explanations and correlations between the causes of abusive behavior and the
effects on the life of the sufferer. 464 women and 85 men participated of this study. They
answered to the Experiencie in Close Relationships (ECR), the Intimate Relationship Abuse
Scale (ARI) which subdivides into Intimate Relationship Abuse based on the behavior of the
other in relation to the respondent (ARI-O) and Intimate Relationship Abuse based on
Behavior of the respondent in relation to the other (ARI-E) and a demographic questionnaire
by electronic means. The results indicated that the ARI and ECR scales present good
significantly greater physical violence than men, while men reported experiencing
Psychological violence is associated with controlling attitudes, and both are inversely
associated with physical violence. The anxious attachment style is likely to lessen the
violence practiced by the participants. The results suggest good measuring tools and greater
Violence.
9
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................... 5
RESUMO ............................................................................................................................................... 7
ABSTRACT ........................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 11
3 OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 24
4 METODO.......................................................................................................................................... 24
6 RESULTADOS ................................................................................................................................. 27
7 DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 44
ANEXO A ............................................................................................................................................ 50
ANEXO B ............................................................................................................................................. 53
10
ARI-O................................................................................................................................................ 53
ANEXO C ............................................................................................................................................ 54
ARI-E ................................................................................................................................................ 54
ANEXO D ............................................................................................................................................ 55
ANEXO E ............................................................................................................................................. 56
Convite............................................................................................................................................... 56
ANEXO F.............................................................................................................................................. 57
INTRODUÇÃO
culturais amplos, carrega uma carga semântica rica, cuja complexidade é expressão da própria
variedade social humana. Para Piosiadlo (2014), embora exista um consenso razoável a
respeito do que seja a violência, o contexto temporal é determinante no grau de aceitação das
suas variadas modalidades. A Organização Mundial de Saúde (OMS) por Krug et al. (2002)
define a violência como ação que tem como resultado possível de pior intensidade a morte e
que a sofre ou dano psicológico, ação empreendida pelo uso da força física ou do poder, na
recorrência significativa de atos de violência. Não é um tema “novo”, e remete a muitos anos
relacionamento íntimo tem efeitos nocivos na qualidade de vida, na saúde mental e física da
vítima. Algumas pesquisas (Caridade & Machado, 2006; Matos, 2006; Paiva &
Figueiredo,2003) indicam ser cada vez mais frequente o comportamento abusivo dentro dos
relacionamentos íntimos. É sabido que homens, embora em uma escala muito menor, também
sofrem com abuso em relacionamentos íntimos (Hohendorf, Habigzang, & Koller, 2017), mas
Dell’Aglio, 2015). É essencial realizar uma problematização acerca das bases materiais,
subjetivas e sociais que sustentam essa realidade cruel e tão naturalizada pela ideologia
dominante.
12
empírico acerca da teoria do apego/vinculação afetiva adulta de Hazan & Shaver (1987) e a
íntimos. Baseadas nas experiências e nos padrões típicos de interação com as figuras
dinâmicos” que irão guiar os seus comportamentos interpessoais posteriores (Paiva &
Figueiredo, 2003). É a partir desses modelos que a mesma estabelece expectativas acerca do
temática em diversos ramos e subáreas da Psicologia, bem como pelo crescente destaque dos
que medidas hábeis podem ser tomadas para que essas práticas sejam suprimidas – o que faz
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Paiva & Figueiredo (2004, p. 244) julgam que o “conhecimento empírico é consensual
numerosas no mundo anglo-saxão (Hickman et al., 2004; Cornelius & Resseguie, 2007);
Ting, 2009), o que talvez seja indicativo tanto do destaque social dado ao tema na última
década quanto da gravidade das suas consequências. Um exame rápido dos estudos de
Barnett, Miller-Perrin e Perrin (1997) ou Henderson et al. (2005) revela que o abuso em
relacionamento íntimo no começo da vida adulta é, pelo menos, frequente. Nos Estados
13
Unidos, 10% das meninas de 12 a 15 anos e 22% das garotas entre 16 e 19 anos foram mortas
entre os anos de 1993 e 1999, vítimas de seus namorados (Murta et al., 2013).
Um estudo brasileiro indica que cerca de 87% de mais de 3000 jovens adultos de dez
estados da nação entrevistados já foram vítimas de algum tipo de abuso (Oliveira et al., 2011).
interrelacionada na maior parte das vezes, conforme indicam Anacona (2008) e Aldrighi
2008), proveniente de elementos familiares, culturais e pessoais – ter sofrido abuso sexual ou
Machado, 2006), ter testemunhado repetidas vezes o abuso entre os próprios pais ou
implicações na saúde física e mental das pessoas envolvidas não pode ser ignorada. Interessa-
nos aqui, sobretudo o abuso no relacionamento íntimo como um fenômeno que influi sobre o
quadro da saúde mental dos indivíduos. Entre as consequências psicológicas mais graves do
prevalentes no sexo feminino (Caridade & Machado, 2006). Um efeito grave da violência nos
relacionamentos íntimos é que a violência iniciada na fase de namoro acabe em diversos casos
2008). É fundamental considerar que o namoro é o momento da relação onde são construídas
as relações conjugais futuras. Assim sendo, é possível que o namoro possa servir como um
fator decisivo para prevenção da violência nos relacionamentos íntimos (Flake et al., 2013).
Até a década de 1980, porém, a maior parte dos estudos lidava apenas com a violência
conjugal. A partir de então, o seu escopo tem sido ampliado para o namoro e até mesmo a
14
relacionamentos íntimos na fase escolar, que indicam que de 15 a 43% da violência vivida por
jovens nesta fase ocorrem dentro das dependências escolares (Flake et al., 2013).
Gelles (1988) aponta que os estudos sobre a violência nos relacionamentos íntimos
surgiram como uma tentativa de encontrar subsídios para o entendimento das relações entre os
O abuso físico é definido por Sugarman e Hotaling (em Paiva & Figueiredo, 2003, p.
167) como “o uso de ameaça ou força física ou restrição levada a cabo no sentido de causar
dor ou injúria a outrem”. A OMS classifica a violência física por gravidade: o ato moderado é
a ameaça, feita sem uso de armas e sem o acréscimo do abuso sexual de qualquer natureza,
também as agressões contra objetos pessoais da vítima, seus animais, empurrões, beliscões e
tapas, bem como o uso de instrumentos perfurantes, cortantes ou que causem contusões; os
atos severos são aqueles que provocam lesões físicas, temporárias ou permanentes – são
também os atos de agressão que deixam cicatrizes ou queimaduras e qualquer tipo de ameaça
que envolva o uso de uma arma (branca ou de fogo) (Organizacion Panamericana de la Salud,
1998).
O abuso sexual é definido por Koss (em Paiva & Figueiredo, 2003 p.168), como “uma
interação sexual conseguida contra a vontade do outro, através do uso da ameaça, força física,
afirmam ainda que em torno de 28% das mulheres em Portugal afirma já ter sido estuprada
15
por uma pessoa com quem tem ou teve relação íntima. Considerada também a tentativa de
violação, a proporção de mulheres quase dobra. O abuso sexual pode acontecer em uma
variedade formas com consequências graves para a saúde psíquica da vítima: a prostituição
A definição de abuso psicológico, para Straus e Sweet (em Paiva & Figueiredo, 2003,
p. 169),é a de “um padrão de comunicação, quer verbal ou não verbal, com a intenção de
causar sofrimento psicológico na outra pessoa, ou que é percebido como tendo essa intenção”.
O abuso psicológico pode acontecer como rejeição, discriminação, depreciação, por meio de
punições absurdas e um desrespeito pronunciado. É uma agressão que não deixa marcas
físicas, mas nem por isso menos prejudicial – a mobilização do outro para satisfação de
psicológico.
maneira no inciso II do Art. 7º da Lei número 11.340 - Lei Maria da Penha (Brasil, 2006):
II – À violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
relacionamentos abusivos. No Brasil, foi realizada uma pesquisa conduzida por Énois I
Inteligência Jovem (2015), em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia
Galvão e pesquisas realizada pelo Instituto Avon (2013), disponíveis em websites de suporte a
nacional inspirado nele, Livre de Abuso (2016) com cerca de 2300 meninas com idades entre
14 e 24 anos de diversas regiões do país. Foi possível inferir os seguintes dados estatísticos:
cerca de 75% das entrevistadas confirmam ter recebido tratamento diferenciado em sua
criação por serem mulheres; 77% crêem que o machismo atrapalhou de alguma maneira o seu
violência de gênero.
complicada, sobretudo porque não há dados estatísticos fornecidos pela polícia ou pelo setor
Judiciário que tragam informações pertinentes ao gênero das vítimas (Pasinato, 2011).
Ademais, Pasinato (2011) afirma que em casos de crime de violência contra a mulher poucos
conhecimentos sobre os processos judiciais, e o que seria mais decisivo ainda, quais são as
decisões que acabam por pesar sobre o destino dessas mulheres. Sabe-se, porém, através do
17
Mapa da Violência de 2015, que entre os anos 2003 e 2013 houve um aumento significativo
homicídios femininos por dia para a década considera. (Waiselfisz, 2015). A consideração do
próprio crescimento da população feminina, que no mesmo período de dez anos foi de quase
da violência nesse tempo. Mais assustador que esse crescimento é lembrar que nem mesmo a
vigência da Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006 (Brasil, 2006), foi capaz de deter o
íntimos e a sua prevenção são ainda mais escassos. A maior parte dos estudos (Antonio et al.,
2012; Oliveira et al., 2011) que lidam com a violência íntima são voltados à compreensão do
Sistema Único de Saúde (SUS) em relação às violências, pode fornecer dados úteis sobre o
problema.
Sinan, registro que passou a ser feito de maneira compulsória, sempre que exista suspeita
com as Leis 8.069 - Estatuto da Criança e Adolescente (Brasil, 1990), 10.741 - Estatuto do
Idoso (Brasil, 2003a) e 10.778 - Notificação compulsória da violência contra a mulher (Brasil,
2003b). Em relação a 2014, as informações resultantes dessa medida são elevadas, segundo
Estatisticamente duas em cada três dessas vítimas de violência (147.691) foram mulheres que
18
precisaram de atenção médica por violências domésticas, sexuais e/ou outras. Isto é: a cada
dia de 2014, 405 mulheres demandaram atendimento em uma unidade de saúde, por alguma
atendimento às crianças é mais ou menos mantido até que, a partir dos 17 anos, 71,3%
homens.
abuso e as condições familiares em que um casal teve seu desenvolvimento psicológico. Esse
último é fator com uma ampla variedade de estudos a respeito (Levendosky et al., 2003). A
exemplo dessas condições familiares para a formação do indivíduo, pode-se imaginar uma
estes fatores. Essa alteração da percepção da realidade trará uma falsa sensação de que o
sofrimento é algo comum e, pela mesma razão, não há parâmetros para acreditar que suas
sentimentos de culpa – é também causa de neuroses diversas e afeta até mesmo algumas
Para além das consequências mais imediatas na percepção de si mesma e nas suas
próprias capacidades, a violência, sobretudo de tipo doméstica, pode fazer a mulher se sentir
desprovida de capacidade parental. Proteger as crianças parece cada vez mais difícil à mulher,
e a concentração das preocupações muitas vezes precisa estar voltada para os estados
emocionais do seu parceiro (De Antoni & Bastista, 2014). Sani (2008) mostra que a
vinculação segura pode ser comprometida quando a criança percebe que o progenitor é
negativa a estrutura psicológica das vítimas, prejudicando muitas das suas capacidades.
Muitas vezes o estresse que tem por causa a vivência de vitimação pode ser causa de
são nocivos, afetando a autopercepção da vítima e a sua funcionalidade familiar, social e até
mesmo física. Conforme afirma Santos (2014), a violência contra a mulher é um fator de
preocupação com a saúde. Além de danos físicos e psicológicos a curto prazo, dependendo do
problemas de saúde a longo prazo (depressão, dores crônicas, ansiedade, fobias e etc.).
que um deles representa uma figura de apego e o outro busca proximidade a essa figura em
situações de desconforto ou ameaça (Natividade & Shiramizu, 2015). Bowbly (1958, 1960a,
1960b) apresentou sua teoria à Sociedade Britânica de Psicanálise, em Londres, por meio dos
seus artigos “The nature of the child’s tie to his mother”, ”Separation anxiety” e “Grief and
Mourning in infancy and early childhood”. Foram trabalhos de grande impacto, que
20
receberam críticas de Winnicott e Anna Freud Muitas das reações opositivas ao seu trabalho
se devem ao fato de que Bowlby rejeitava algumas das principais ideias de Freud.
Bowbly (1958) rejeita a ideia de que é a libido o princípio de ligação entre mãe e bebê.
Ademais, ignora as noções de ego e superego, sugerindo que uma série de instintos do bebê
permitem sua ligação com a mãe – os atos de agarrar, mamar e sugar sendo os mais óbvios.
Bowlby (1960a) ainda ataca a ideia de Anna Freud de que “recém-nascidos privados de um
cuidador não conseguem fazer luto devido a um desenvolvimento insuficiente do ego e assim
apenas experienciam nada mais que breves traços de ansiedade relacionada com a separação”
(Silva, 2014, p.6), defendendo que luto e desgosto sempre existem se há vinculação e a figura
Nos estudos de Bowlby (1960a) há a sugestão de que a qualidade dos vínculos entre
desenvolvimento – o que também se reflete nos diferentes estilos de apego daquele indivíduo.
Mais tarde, explicam ainda os mesmos autores, investigaram-se as relação entre os diferentes
tipos de apego durante a infância do indivíduo e seus impactos nas interações sociais em sua
fase adulta (Silva, 2014). A Teoria da Vinculação, então, demonstraria que as crianças são
outros sistemas comportamentais (Bowlby, 1958). Na vida humana, o apego envolve a eleição
de uma figura de apego disponível que forneça um sentimento de segurança que fortalece essa
21
relação retroativamente. O vínculo da criança com seus pais aconteceria por causa de uma
apego se dê com um indivíduo que se demonstre apto na sua relação com o mundo. Nem tudo
deve ser considerado inato, porém. Conforme observa Golse (1998 em Dalbem & Dell Áglio,
2005), o comportamento de apego não é algo herdado, ele se desenvolve ao longo da vida e
comportamento de apego não é sustentado apenas por associações de prazer, pois crianças por
crianças encontram resposta e também quando não encontram. As formas de apego podem ser
entre 12 e 18 meses de idades para aferir uma tipologia do apego. O sistema de Ainsworth foi
a base da maior parte das investigações posteriores a elas, estudos sobre a infância e a vida
amorosos que os comportamento de vinculação melhor se expressariam nos adultos. Por meio
22
de uma medida de autorrelato, Hazan e Shaver perceberam que indivíduos com um estilo de
apego seguro percebiam a relação com o parceiro como mais afetuosa, amigável e confiante.
Já indivíduos com estilos de apego inseguro ansioso (que remete a um cuidado inconsistente
durante a infância) relataram uma maior necessidade de desejo por união e reciprocidade com
Até os estudos de Hazan e Shaver (1987), a teoria do apego parecia limitada antes de
tudo por seu foco em crianças pequenas. Embora seja verdade que Bowlby (1958) já declarara
que o apego caracterizava a experiência humana “do berço ao túmulo”, e também que a
psicologia do desenvolvimento em princípio deva lidar com o ser humano em todas as fases
do seu crescimento e vida, não só na infância, foi só nos anos 1980 que o conceito foi
por parte dos parceiros; nos casos em que o apego era mais forte, muitos comportamentos de
co-dependência podiam ser observados. O melhor cenário parecia aquele em que os casais
infância o apego deve ser base para o desenvolvimento de uma independência relativa dos
sujeitos de vinculação.
Hazan e Shaver (1987) foram mais longe na proposta de que não só existiam estilos de
apego semelhantes na infância e na vida adulta: sugeriram que a vinculação que se forma
entre parceiros românticos é uma função parcial do mesmo sistema de motivações do apego
23
infantil. Assim como as crianças com seus cuidadores, adultos em relacionamentos se sentem
seguros com a presença do parceiro, demonstram necessidade de contato físico íntimo, sentem
descobertas, exibem uns aos outros emoções que considerariam vergonhoso mostrar pra
outras pessoas, demonstram um fascínio, uma atenção e uma preocupação incomuns uns com
Como já dito, Bowlby (1960b) e Ainsworth (1963) mencionaram o papel do apego nos
relacionamentos românticos adultos, mas a sistematização desse estudo foi inovação de Hazan
e Shaver (1987). Extrapolando noções de Ainsworth (1963), eles formaram esquema em três
categorias, que veio a se tornar o quadro dentro do qual as diferenças individuais na forma de
e o evitativo. Uma breve descrição de cada um dos tipos foi desenvolvida pelos estudiosos
a) o apego seguro corresponderia à frase: “eu acho relativamente fácil me aproximar das
outras pessoas e me sinto confortável em depender delas e que elas dependam de mim. Não
estar muito próximo dos outros; eu acho difícil confiar completamente nas pessoas, difícil me
permitir ser dependente delas. Eu fico nervoso quando qualquer um se aproxima demais, e,
frequentemente, outros desejam que eu fique ser mais íntimos do que eu acho confortável”;
não me amem ou queiram estar comigo. Eu quero estar muito próximo do meu parceiro, e isso
respeito do apego. Sua metodologia, porém, foi amplamente criticada. Uma das críticas é a de
que a tipologia elaborada pelos estudiosos era sobremaneira restritiva (são três os tipos),
sendo impossível estabelecer gradações mais detalhadas entre os estilos de apego dos
indivíduos. Por essa razão mesmo, há a busca pelo desenvolvimento de métodos para a
aferição do apego adulto como uma opção para mensurar o apego do indivíduo continuamente
3 OBJETIVOS
relacionamentos abusivos.
3. Por fim, este trabalho teve como objetivo comparar os níveis de violência sofrida e
4 MÉTODO
4.1 Participantes
mulheres (84,5%). A faixa etária dos participantes foi de 14 e 62 anos, com uma média de
idade de 25,2 anos (DP = 7,4X). A amostra foi composta por uma maioria de heterossexuais
homossexuais (n=22, 4,0%). Mais da metade (n=326, 59,4%) eram estudantes. As principais
religiões encontradas foram Catolicismo (n=167, 30,4%) e Espiritismo (n=63, 11,5%), sendo
25
dados, a maioria namora ou já namorou (n=411, 74,9%), seguido de casados (n= 82, 14,9%),
4.2 Instrumentos
demográfico (Anexo A). A segunda foi uma adaptação de um teste disponível no website
(2016). Essa adaptação deu origem a Escala de Abuso em Relacionamento Íntimos (ARI) que
(Anexo D) está baseada no trabalho de Natividade e Shiramizu (2015), que se propõe aferir
apego adulto através do instrumento traduzido e adaptado para o Brasil: Experience in Close
Relationships Inventory (ECR). A quarta e última parte, uma questão aberta para relatar
afirmações nas quais os participantes responderam em uma escala de sete pontos o quanto
‘concordo fortemente’ para a escala ECR adaptada e reduzida para o Brasil (Shiramizu &
Natividade, 2015). O ARI possui 25 afirmações cada, nas quais o respondente teria que em
uma escala de cinco pontos variando em “nunca”, “raramente”, “às vezes”, “frequentemente”
escala ARI.
4.3 Procedimentos
pela pesquisadora. O questionário foi divulgado em grupos de redes sociais e sites de vítimas
participação no estudo.
A relação entre apego e no nível de abuso também foi analisada por correlação de
Pearson. As médias de homens e mulheres foram comparadas por meio de teste t de Student.
A idade foi correlacionada (Pearson) com o apego e o nível de abuso. Os dados foram
analisados por meio de análise fatorial exploratória com extração Principal Axis Factoring e
rotação oblíqua Direct Oblimin para todas as escalas exceto para a escala ARI-E na qual foi
realizada uma análise fatorial confirmatória. Foram calculados os valores de alfa de Cronbach
6 RESULTADOS
O primeiro passo foi realizar uma análise exploratória da escala ARI-O. Observou-se
de Bartlett significativo (χ²=9880,3; gl=300 e p<0,001). Esses valores indicam uma boa
fatorabilidade da matriz de correlações. A partir do scree plot (Figura1), é possível inferir que
com certa segurança que a escala tem três fatores. Estes fatores foram denominados: violência
de cada item em seu respectivo fator. Em geral, os itens possuem elevadas cargas fatoriais.
Para fazer a avaliação da escala ARI-E, foi realizada uma análise fatorial
testado, ainda, um modelo alternativo com todos os itens carregando em um único fator.
Pode-se perceber, na comparação das estruturas da ARI-O com a ARI-E, que o CFI e o TLI
2). Também se comparou uma solução da escala ARI-E com um fator só, piorando bastante
todos os índices de ajustes, o que demonstra que essa solução com um fator não obteve
nenhum suporte empírico. Embora não tenha repetido os índices de ajuste da escala ARI-O, a
solução com três fatores da ARI-E tem um ajuste melhor do que a solução com um fator. Para
manter a comparabilidade das estruturas da ARI-O com a ARI-E, optou-se pela escala com
três fatores, que obteve um maior suporte empírico que a solução com um fator.
28
confirmatória. Na referida Tabela, pode-se analisar item por item para a verificação de quais
são os itens que na escala ARI-O de fato carregaram o fator e que na escala ARI-E tiveram
uma carga bem menor. Assim, é provável que os participantes tenham interpretado aquele
item como sendo de algum outro fator, e não como sendo um item associado naquele fator:
Os itens que tiveram uma carga fatorial muito diferente na ARI-O e ARI-E foram
1,2,3,4,5 no fator Violência Psicológica e 8 e 11 no fator Violência Física (ver itens nos
Anexos B e C). Nota-se que os itens invertidos da sub-escala da violência psicológica tiveram
uma carga com o seu fator na ARI-O, mas não tiveram uma carga com a mesma força na
ARI-E. Isso significa que esses itens se refiram a uma violência psicológica somente quando a
pessoa sofre a violência, mas não quando a pessoa pratica a violência. Como exemplo temos o
comportamento do respondente para com o outro (Incentivo a tentar coisas novas) não está
A partir desse dado, percebe-se que a violência psicológica é tão sutil que, quando
praticada pelo respondente, ela não é percebida como uma violência. Mas quando o
respondente sofre, isso é violento e tem algum impacto. Com relação a atitudes controladoras,
hipotetizar que isso tenha relação com o fato da amostra ser composta por 84,5% de mulheres.
Marques (2005).
Esfericidade de Bartlett significativo (χ²=1282,912; gl=45 e p<0,001). Esse KMO indica uma
adequada fatorabilidade da matriz de correlações. Como pode ser observado no scree plot
(Figura 2), conseguiu a estrutura bi-fatorial possui um bom suporte empírico., Os fatores
33
Desse modo, juntou-se todos os itens de todas as escalas e criou-se uma média de
todos os itens que compõem cada fator, obtendo um score do fator. Foi feito um escore para
evitação, um para ansiedade, um para violência psicológica, um para violência física e outro
descobrir diferenças de sexo com relação a cada tipo de violência e estilos de apego (Tabela
5). Fez-se a comparação de médias com o Teste t de Student. Observa-se então, que o estilo de
apego evitativo foi mais comum em homens, enquanto as mulheres apresentaram scores
significativamente mais altos no apego ansioso. Quanto aos tipos de violência, não foi
gênero na violência que admitem cometer, mesmo que tenha havido uma tendência à
significância na ARI-E Atitudes Controladoras. No que tange a ARI-O, foi encontrada uma
diferença de médias de gênero nas três sub-escalas. Homens percebem que sofrem
controladoras do que sofrem. O mesmo fato pode ser observado nas mulheres nos fatores
e Físico-O(r= -0,639) indicando que quanto mais a pessoa percebe que sofre violência física,
menos ela percebe que sofre atitudes controladoras e vice versa; Atitudes Controladoras-O e
Psicológico-O (r= -0,728) indicando que pessoas que sofrem com atitudes controladoras,
psicológica, indicam maior violência sofrida) e por fim Físico-O com Psicológico-O (r=
0,552) indica que a pessoa que sofre com violência física tende a não sofrer com a violência
oposto.
sentido de que uma maior ansiedade está associada com a realização de poucas atitudes
Relatos qualitativos
Quanto aos relatos de experiências, observa-se uma prevalência de abusos dos mais
ataque de ciúmes, abuso sexual, agressão física, humilhações em público. Todos os tipos de
violência descritos na estrutura fatorial dos instrumentos estiveram presentes nos relatos dos
participantes. A seguir serão apresentados desses relatos, que exemplificam cada uma das
Violência Psicológica
“Mas ele me forçava ficar acordada até as 4h da manhã conversando com ele, se eu não
ficasse ele falava cometeria alguma loucura, e eu ficava, pois na primeira vez que ele falou
que iria fazer algo ele fez e acabou ficando uma semana no hospital.”(sic)
livrar dele, pois ele ia atrás de mim onde eu estivesse e eu voltava sozinha da faculdade que
era longe às 22h e ele estava lá e pegava o mesmo ônibus que eu e me cercava. Eu não achava
“Sofri durante muito tempo deste meu relacionamento uma pressão emocional como se
tudo de errado que viesse a acontecer ou acontecia na nossa história dizia respeito ao meu
comportamento, que devia ser sempre amável e gentil, eu não podia reclamar de nada pq tudo
terminar sempre o relacionamento por "minha culpa" pq ele alegava que vinha de uma relação
hostil durante anos e não queria ter brigas e discussões mais na vida.” (sic)
39
Violência física
“Ele me agredia com frequência, ameaçava me matar, sumir com nosso filho..”(sic)
“Um ex namorado me deu três chutes na canela e um tapa no rosto por ficar
“Esta situação culminava numa relação sexual abusiva, meio feroz, que me machucava,
era a maneira que ele demonstrava que "me amava", "me queria", "me dominava"(...) Tive por
diversas vezes lacerações vaginais que pareciam aos olhos da minha ginecologista relações de
estupro!”(sic)
Atitudes Controladoras
“Estava num jantar de amigos no qual um deles contou uma piada e consequentemente
me ri... O meu parceiro nessa altura começou a gritar em frente a todos que eu me estava a
atirar a quem contou a piada e que era oferecida entre outras coisas duras”(sic)
“Sempre que podia, me rebaixava, dizia que minha roupa não condizia com o local que
íamos, que meu cabelo e minha pele estavam horríveis, coisas assim que me machucavam
muito! Ele me fazia sentir mal e só, sem amigos, sem família, eu sempre achava que estava
‘pisando em ovos’”(sic)
“Minha ex não gostava de xingamentos. Certa vez, discutimos e, sabendo que ela ficaria
chocada, a xinguei”(sic)
7 DISCUSSÃO
práticas em diferentes locais ao longo do mundo. O “despertar” social dessa temática reafirma
políticos, rede de apoio às vítimas e a própria manifestação destas sobre as violências que
sofrem.
Somente a partir dos anos noventa, uma série de fatores despertaram o interesse a
respeito da temática sobre relacionamentos abusivos. Dentre esses fatores, estão a necessidade
Esse estudo colaborou com dois instrumentos de medida úteis para a área. Além de
(Natividade & Shiramizu, 2015), foram evidenciadas boas propriedades também para as
relacionamentos íntimos, este estudo apresenta uma ferramenta importante na detecção desse
problema social. Mesmo que a estrutura fatorial precise ser lapidada em outros estudos, a
escala ARI é precisa e tem boas propriedades psicométricas. Assim, este estudo colabora com
Apesar da tendência de publicações sugerindo uma violência por parte dos homens em
relação à mulher (Matos,2006; Marques, 2005; Miranda, 2010; Caridade & Machado,2006),
este estudo sugere que isso é verdadeiro somente em relação à violência física. As atitudes
41
controladoras e violência psicológica parecem ser mais praticadas pelo sexo feminino do que
pelo masculino. Entretanto, há uma restrição nesse dado, pois a amostra é composta por
voluntários. Acredita-se que pessoas que sofrem abuso, independente do gênero, têm uma
maior tendência a responder a um questionário sobre o tema. Assim, a amostra de homens que
Os três tipos de apegos são, como já dito anteriormente: seguro, evitativo, ambivalente.
padrões perenizam nos relacionamentos íntimos estabelecidos na vida adulta (Hazan &
Shaver, 1987). Essa afirmação não significa que os relacionamentos são idênticos, mas sim
A partir dos resultados encontrados nas correlações de Pearson, percebeu-se uma leve
atitudes controladoras sofridas pode ser explicada pelo fato de que as pessoas que possuem
com apego ansioso tendem a praticar menos violência psicológica e atitudes controladoras.
Uma hipótese para isso é a de que pessoas com apego ansioso sintam algum medo de perder o
Embora haja, neste estudo, a correlação estatística entre os diferentes tipos de abusos e
percepção do abuso propriamente dito pela ótica da vítima. No entanto, a presença da questão
em aberto para que os entrevistados pudessem relatar suas próprias experiências dentro de
importância para o entendimento da percepção do fenômeno. Vale ressaltar, neste tocante, que
novas metodologias analíticas e assim chegar a teorias e conclusões mais assertivas quanto
aos relacionamentos.
Por meio desta ótica, nota-se que há muitas opções de atuação dentro da Psicologia em
que muitas das relações de possíveis causas e efeitos potenciais são vastamente estudados por
esta área do conhecimento. Seja com atuação direta acompanhando o casal no entendimento
especializados em apoio à vítima, tal qual em uma Delegacia da Mulher, o auxílio profissional
Espera-se que este trabalho possa contribuir para o alinhamento entre teoria e prática
REFERÊNCIAS
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49
http://dx.doi.org/10.1177/1524838008324418
50
ANEXO A
Questionário Demográfico
1. Idade *_____________
2. Sexo *
( ) Feminino
( ) Masculino
3. Orientação Sexual *
( ) Heterossexual
( ) Homossexual
( ) Bissexual
4. Religião *_________________
( ) Nunca
( ) Raramente
( ) Às Vezes
( ) Frequentemente
( ) Sempre
6. Ocupação *
( ) Desempregado
( ) Estudante
( ) Outro:________________________
51
( ) Namoro ou já namorei
( ) Sou viúva
9. Escolha uma pessoa com quem você tem ou teve um relacionamento. As questões a
seguir são a respeito dessa pessoa. Marque em quem está pensando para responder essa
( ) Masculino
( ) Feminino
( ) Nunca
( ) Raramente
52
( ) Às Vezes
( ) Frequentemente
( ) Sempre
( ) Não sei
( ) Desempregado
( ) Estudante
( ) Outro: _____________________________________________________________
53
ANEXO B
As perguntas que se seguem são acerca de coisas que poderão ter acontecido contigo e com a
pessoa com quem está pensando. Assinale o que melhor identifica a frequência que os
comportamentos acontecem no relacionamento pensado. Lembre-se que todas as respostas
são confidenciais. Como guia de resposta, utiliza a seguinte escala: Nunca, Raramente, Às
Vezes, Frequentemente e Sempre.
ARI-O
Às vezes
Sempre
Poucas
Muitas
Nunca
vezes
Vezes
1 É favorável às coisas que faço
2 Incentiva-me a tentar coisas novas.
3 Gosta de ouvir quando tenho algo em mente.
4 Compreende que eu tenho a minha própria vida também.
5 É indesejado(a) pelos meus amigos.
6 Diz que eu sou muito envolvido(a) em diferentes atividades.
7 Envia-me mensagens e liga o tempo todo.
8 Pensa que eu gasto muito tempo me arrumando.
9 É extremamente ciumento(a) ou possessivo(a)
10 Me acusa de flertar ou traí-lo.
11 Controla o que eu visto ou com o que me pareço.
12 Tenta controlar o que eu faço e quem eu vejo.
13 Tenta me impedir de ver ou falar com a minha família e amigos.
Tem grandes variações de humor se irrita e grita comigo um minuto, mas é doce e
14
apologético em seguida.
15 Rebaixa-me, me xinga ou me critica.
16 Faz-me sentir como se eu não pudesse fazer nada direito ou me culpa por problemas.
17 Faz-me sentir como que ninguém fosse me querer.
18 Ameaça ferir a mim, meus amigos ou familiares.
19 Ameaça a machucar a si próprio(a) por minha causa.
20 Ameaça a destruir minhas coisas.
21 Faz-me sentir nervoso(a) ou como se estivesse "pisando em ovos".
Agarra, empurra, puxa, esgana, dá socos, tapas, prende-me, joga as coisas ou me fere de
22
alguma forma.
23 Quebra coisas ou as lança para me intimidar.
24 Grita ou me humilha na frente de outras pessoas.
25 Pressiona-me ou força-me a ter relações sexuais ou ir mais longe do que eu quero.
54
ANEXO C
ARI-E
16. Acerca desses mesmos comportamentos, EU...
Às vezes
Sempre
Poucas
Muitas
Nunca
Vezes
vezes
1 Sou favorável às coisas ele(a) faz
2 Incentivo a tentar coisas novas.
3 Gosto de ouvir quando ele(a) tem algo em mente.
4 Compreendo que ele(ela) tem a própria vida também.
5 Sou indesejado(a) pelos seus amigos.
6 Digo que ele(ela) é muito envolvidos em diferentes atividades.
7 Envio mensagens e ligo o tempo todo.
8 Penso que ele(ela) gasta muito tempo se arrumando.
9 Sou extremamente ciumento(a) ou
10 Acuso o(a) de flertar ou trair-me.
11 Controlo o que ele(ela) viste ou com o que se parece.
12 Tento controlar o que ele(ela) faz e quem vê.
13 Tento impedi-lo(a) de ver ou falar com a sua família e amigos.
Tenho grandes variações de humor se irrita e grita num minuto,
14
mas é doce e apologético em seguida.
15 Rebaixo, xingo ou critico.
Faço ele(ela) sentir como se não pudesse fazer nada direito ou
16
culpo-o(a) por problemas.
17 Faço ele(ela) se sentir como que ninguém fosse querê-lo(a).
18 Ameaço feri-lo(a), seus amigos ou familiares.
19 Ameaço a machucar-me por causa dele(a)
20 Ameaço a destruir suas coisas.
Faço-o(a) se sentir nervoso ou como se estivesse "pisando em
21
ovos".
Agarro, empurro, puxo, esgano, dou socos, tapas, prendo-o(a), joga
22
as coisas ou o(a) machuco de alguma forma.
23 Quebro coisas ou as lanço para intimidá-lo(a).
24 Grito ou humilho ele(ela) na frente de outras pessoas.
Pressiono ou forço ele(ela) a ter relações sexuais ou ir mais longe
25
do que ele(ela) quer.
55
ANEXO D
17. Responda cada afirmação indicando o quanto você concorda ou discorda com ela.
Observe que o ponto 1 significa “Discordo Totalmente” e o ponto 7 significa
“Concordo Totalmente”. OBS.: Para ver todas as alternativas, utilize a barra de
rolagem.
Moderadamente
Moderadamente
Totalmente
Fortemente
Fortemente
Totalmente
Concordo
Concordo
Concordo
Discordo
Discordo
Discordo
Neutro
Ajuda muito poder contar com meu(minha) parceiro(a) em momentos
1
de necessidade.
ANEXO E
Convite
estimado é menos de 10 min. Ele faz parte do meu TCC e agradeço imensamente a participação
de quem puder dispor de um tempinho para fazê-lo. E peço a quem quiser e puder, compartilhar
http://goo.gl/X9MldF
57
ANEXO F
Esta pesquisa tem por objetivo avaliar o abuso em relacionamentos íntimos e o apego em
adultos. Para a sua participação é necessário responder as questões a seguir de acordo com as
serão publicados e ainda assim a sua identidade será preservada. Você não terá nenhum gasto
Você é livre para deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem nenhum prejuízo
ou coação. Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Amanda Tosta e Vicente
Universitário de Volta Redonda. Caso tenha alguma dúvida pode-se entrar em contato através