Nutep Manual Pronas PCD
Nutep Manual Pronas PCD
Nutep Manual Pronas PCD
Parceria
Presidente Ministério da Saúde - Secretaria
Rita Maria Cavalcante Brasil da Pessoa com Deficiência
Diretor
Equipe Técnica do Nutep
José Lucivan Miranda
1. Ana Flávia de Lavor Porto
Consultora - UFC Terapeuta Ocupacional
Fabiane Elpídio de Sá
2. Érica Feitosa Cavalcante
Terapeuta Ocupacional
Consultor - Metodologia Lean
Carlos Gil Alexandre Brasil 3. Francineide Sampaio Lima
Terapeuta Ocupacional
Redação
Cláudia Albuquerque
1. Agradecimentos -------------------------------------------------------------------------------- 04
2. Apresentação ----------------------------------------------------------------------------------- 05
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2. Apresentação
O manual procura, por meio de uma linguagem simples, clara e didática, explicar
como os recursos de TA podem ser utilizados, por famílias e profissionais que aten-
dem e convivem com a realidade de crianças com deficiência, compartilhando expe-
riências e práticas.
Aos pais e profissionais que estarão manuseando este manual, espera-se que
seja útil e possa servir como mais uma ferramenta nos processos de reabilitação
das crianças com deficiência.
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3. Tecnologia assistiva:
conceito e referencial teórico
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No Brasil, os governos nas esferas federal, estadual e municipal vêm investindo forte-
mente no desenvolvimento de ações de Tecnologia Assistiva com a criação de progra-
mas, estruturação de catálogos, criação de núcleos, centros etc.5
Mesmo assim, a oferta desses recursos através dos setores públicos, ainda é bastante
limitada. Poucas são as instituições e serviços que conjugam ações de intervenção nos
transtornos do desenvolvimento na infância com a oferta de recursos auxiliares ao
processo terapêutico, contribuindo de forma relevante para mudanças na qualidade
de vida e inclusão social dessas crianças, tanto na escola quanto na dinâmica familiar.
Além disso, muitos dos recursos disponíveis no mercado são caros e inacessíveis para
a maioria da nossa população.
Embora o setor público tenha ampliado sua atuação de forma considerável nos últi-
mos anos, muito ainda precisa ser feito através das redes de serviços, particularmente
aquelas que atuam nas áreas de Intervenção Precoce e Reabilitação/Habilitação de
crianças e adolescentes.6
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4. Principais recursos auxiliares utilizados
nas disfunções neuromotoras das crianças
nos processos de reabilitação/habilitação
4.1. Órteses
São recursos ou dispositivos utilizados para auxiliar crianças com alguma limitação ou
incapacidade funcional, evitando deformidades ósseas ou encurtamento da muscula-
tura, e prevenindo agravos.
São aplicadas a qualquer parte do corpo, tendo como função estabilizar ou imobili-
zar articulações, prevenir ou corrigir deformidades, proteger contra lesões, auxiliando,
dessa forma, a maximizar funções. As órteses podem ser pré-fabricadas e modeladas
e também estáticas ou dinâmicas. A indicação deve ser precedida por uma avaliação
criteriosa de um profissional capacitado.7
Orientações:
Colocar a mão em posição funcional (como se estivesse segurando uma bola pequena),
deixando as articulações livres para movimentação.
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Luva abdutora de polegar em neoprene
É uma órtese funcional que, nos casos de adução do polegar, abre espaço entre os
dedos polegar e indicador, posicionando-os corretamente; mantém o arco da palma
da mão de forma adequada, permitindo a melhora da qualidade do movimento e pre-
venindo ou corrigindo deformidades.8
Orientações:
Colocar a órtese de forma a garantir que o polegar fique posicionado fora da mão.
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Roupa de neoprene
É uma roupa terapêutica de treinamento neuromotor, postural e sensorial. Auxilia na
estabilidade postural, alinhamento articular funcional e propriocepção para um corre-
to aprendizado motor.
Orientações:
Coloque os velcros tracionando de acordo com a posição que a criança precisa; coloque a
parte inferior da roupa e depois a superior; verifique se está muito apertada ou muito folgada.
Lave e seque a roupa na sombra e com sabão neutro.
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Extensor de membro superior confeccionado em tecido
Recurso que previne possíveis encurtamentos e até deformidades dos braços, forta-
lecendo a musculatura e melhorando o tônus. Permite à criança ficar com os braços
apoiados de forma mais organizada para manter uma boa amplitude de movimento.
Orientações:
Estender o braço da criança e posicionar o extensor até que a haste de alumínio central fique
oposta ao cotovelo; fechar os velcros sempre para o lado de fora do braço.
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Extensor de membro inferior confeccionado em tecido
Recurso utilizado para prevenir encurtamentos, fortalecer musculatura e promover
alinhamento biomecânico. Possibilita que a criança fique na postura de pé, de forma
mais organizada, ajudando nos processos pós-cirúrgicos, melhorando coordenação
motora grossa.
Orientações:
Estender a perna da criança de forma que a haste fixa de alumínio fique atrás do joelho;
fechar os velcros sempre para o lado de fora da perna.
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4.2. Equipamento de adequação postural
Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam postu-
ras alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso corporal.1
Orientações:
A criança deve sentar na cadeira com os pés no apoio, os braços sobre a bandeja para facilitar a
movimentação, e bem apoiada no encosto.
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Cadeira de banho em pvc
Equipamento que ajuda no banho de crianças com quadro neuromotor grave e que
não conseguem ficar na postura sentada. É confeccionado sob medida, com o objetivo
de oferecer conforto e segurança tanto a pacientes quanto a familiares e/ou cuidadores.
Orientações:
A criança deve estar com o corpo em cima da cadeira, de barriga para cima; a cadeira deve se
adequar à altura do cuidador; não deixar a cadeira no sol e não arrastar.
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Cadeira de PVC com rodas
Favorece a locomoção, auxiliando no processo de reabilitação, mantendo a criança em
uma postura adequada. Possui bandeja removível para utilização nas atividades de
vida diária e escolar.
Orientações:
A criança deve sentar na cadeira com os pés no apoio, os braços sobre a bandeja para facilitar
a movimentação, e bem apoiada no encosto.
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Andador adaptado
Na postura de pé permite posições estáticas e dinâmicas, favorecendo a criança andar
de forma segura e funcional. Conta com suporte para controle de velocidade.
Orientações:
A criança deve ter controle de cabeça e tronco; o andador deve estar na altura correta
(Figura 10) e a criança deve estar segurando com firmeza.
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Cadeira de vaso sanitário em PVC
Utilizado para auxiliar no treino das atividades de higiene e autocuidado, favorecendo
o uso do sanitário de modo seguro e asséptico.
Orientações:
Criança deve estar sentada na cadeira em posição confortável; com os pés bem apoiados e os
braços sobre a bandeja.
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Prancha ortostática
Equipamento utilizado para posicionar a criança na postura de pé. Favorece o fortaleci-
mento dos músculos das pernas, retifica a coluna e auxilia nas condições respiratórias,
circulatórias e digestivas; proporciona verticalização, propriocepção, imagem corporal,
brincar funcional e interação com o meio.
Orientações:
Colocar bem os extensores para facilitar a permanência na postura de pé; os braços apoiados
na bandeja.
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4.3. Adaptações
As adaptações são indicadas para atender a individualidade de cada criança. São uti-
lizadas como recurso auxiliar nos equipamentos, para manter a postura desejada, e
devem seguir os princípios da ergonomia.7
Orientações:
A criança na postura deitada, passa cinta em volta da cintura fechando e ajustando a pressão
conforme desejado, com orifício envolvendo o botão gástrico.
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Bandeja
Confeccionada sob medida para cada criança, respeitando circunferência abdominal; é
utilizada como apoio anterior para membros superiores. Auxilia na função manual, ser-
vindo de suporte na realização das tarefas cotidianas como brincar, comer e na escola.
Orientações:
Garantir que os braços fiquem apoiados sobre a bandeja.
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Apoio dos pés
Auxilia no apoio dos pés na postura sentada; evita que os pés fiquem pendurados, agra-
vando ou causando deformidades.
Orientações:
A criança deve estar com os pés totalmente apoiados (sem ficar na ponta dos pés).
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Assento
É uma adaptação para cadeiras, confeccionada de acordo com as medidas de cada crian-
ça; garante a postura sentada mais confortável e ajustado as necessidades individuais.
Orientações:
A criança deve sentar na cadeira com o quadril bem encaixado no assento.
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Encosto
Adaptação de cadeira ou qualquer outro equipamento para permanência mais confor-
tável nas diversas posturas.
Orientações:
A criança precisa sentar bem apoiada na cadeira, encostada no apoio.
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Kit de posicionamento para automóvel
Utilizado como adaptação no meio de transporte da família, garantindo conforto e se-
gurança às crianças e adolescentes durante o transporte. O Kit consiste em um, colete
com suporte lateral e cinto pélvico podendo se necessário, ser acrescido de colar cervi-
cal quando a criança não tem sustento cefálico.
Orientações:
Afivelar bem os cintos.
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5. Recomendações gerais de segurança
Os recursos de TA são fundamentais nos processos de reabilitação de crianças com
disfunções neuromotoras e sensoriais. No entanto, é imprescindível a correta indica-
ção, prescrição e avaliação por profissionais habilitados. Indicar o uso desses recursos,
requer sobretudo uma preocupação com a segurança do paciente.
4. O equipamento NÃO deve ser usado por outra criança, uma vez que é confecciona-
do sob medida;
5. Os mobiliários podem ser lavados com água e sabão; NÃO utilizar alvejantes;
6. Após lavar, NÃO deixar o recurso de tecnologia assistiva no sol; colocar para secar na
sombra para evitar ressecamento dos canos;
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6. Considerações finais
No Brasil, quando falamos em Tecnologia Assistiva, vislumbramos um cenário ainda
limitado pelos altos preços do mercado, pela carência de profissionais capacitados e
por políticas públicas ainda de pouco alcance. Desde 1987, o Núcleo de Tratamento e
Estimulação Precoce (NUTEP) vem enfrentando com seu trabalho singular os desafios
trazidos pelo aumento no número de crianças com deficiência, particularmente com
paralisia cerebral (PC).
Para estes futuros cidadãos, é imprescindível o acesso aos recursos de TA, que abrem
oportunidades para um crescimento mais saudável e com maior autonomia no conví-
vio familiar, escolar e comunitário. Tecnologia Assistiva significa, acima de tudo, quali-
dade de vida e inclusão social.
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7. Referências bibliográficas
1. Bersch. R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Disponível Em Http://www.Assistiva.
Com.Br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.Pdf. Acesso em: 08 de setembro de 2018.
2. Gasparini, GC; Zoratti,S R B. Ramalho. In. Miranda, José Lucivan; Brasil, Rita Maria;
Amaral, João. (Org.). Transtornos do Desenvolvimento Infantil em uma abordagem
multidisciplinar. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora; 2017.
6. ______. Cartilha do Censo 2010 – Pessoas com Deficiência/Luiza Maria Borges Oli-
veira/ Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)/ Secreta-
ria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD)/ Coordena-
ção Geral do Sistema de Informações sobre a Pessoa com Deficiência; Brasília: SDH-PR/
SNPD; 2014.
7. Gasparini, GC; Zoratti, SRB. Ramalho. “Curso Mobiliários Adaptados em PVC – TUBOS
E CONEXÕES ”. Instituto de Reabilitação Integrada. Belo Horizonte; 2008.
8. Sauron, FN. In: Teixeira. E. Órteses para membros superiores. Terapia Ocupacional na
Reabilitação Física. Ed. Rocca; 2003.
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Programa Nacional de Apoio
à Atenção da Saúde da
Pessoa com Deficiência