JPQ12 Caderno Exercicios

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Novo

Jogo de 93
Partículas
Química
Maria da Conceição Dantas
Marta Duarte Ramalho

Revisão científica
João Sotomayor
12.º ano

Np
20
Neptúnio
14 C
Ca
Sii Cálcio
l 72

Hf
Silício
Caderno de Háfnio
Exercícios e
Problemas 87
◃ Resumos
◃ Mais de 180 questões
Fr
resolvidas e propostas Frâncio
◃ Soluções
Índice

Unidade 1 Unidade 2
Metais e ligas metálicas Combustíveis, energia e ambiente

1 Estrutura e propriedades dos metais 3 1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude


Um outro olhar sobre a Tabela Periódica 3 e o gás natural 36
A importância dos metais 3 Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL)
Energia de ionização. Afinidade eletrónica 3 e aos fuéis: destilação fracionada e cracking
do petróleo 36
Os elementos metálicos de transição na
O petróleo e os seus derivados 36
Tabela Periódica 4
Destilação fracionada do petróleo 36
Atividades 6 Cracking e refinação do petróleo 36
Ligação química nos metais e noutros sólidos 8 Atividades 38
Propriedades dos metais – ligação metálica 8 A química dos combustíveis fósseis 40
Hidrocarbonetos 40
Sólidos cristalinos 8
Outras famílias de compostos orgânicos 40
Atividades 10
Isomeria 44
Atividades 45
2 Degradação dos metais 11 Moléculas polares e apolares 48
Eletronegatividade 48
Corrosão: uma oxidação indesejada 11
Ligações polares e apolares. Polaridade das moléculas 48
Reações de oxidação-redução. Acerto de equações Atividades 50
de oxidação-redução em meio ácido 11
Os combustíveis gasosos, líquidos e sólidos 52
Corrosão 12
Atividades 53
Atividades 13

Pilhas e baterias: uma oxidação útil. 2 De onde vem a energia dos combustíveis 55
Proteção de metais 15 Energia, calor e entalpia. Entalpias padrão 55
Células galvânicas 15 Variação da energia interna de um sistema 55
Entalpia 55
Células eletrolíticas 18
Entalpias padrão 56
Proteção de metais 18 Lei de Hess 57
Atividades 20 Atividades 59

3 Metais, ambiente e vida 23


Metais, complexos e cor. Os metais no organismo Unidade 3
humano 23
Plásticos, vidros e novos materiais
Metais, complexos e cor 23
Os metais no organismo humano 24
Atividades 25 1 Os plásticos e os materiais poliméricos 62

Comportamento ácido-base das soluções


de sais 27 2 Polímeros sintéticos e a indústria dos
Grau de ionização 27 polímeros 64
Reações de polimerização 64
Comportamento ácido-base das soluções de sais 28
Famílias de polímeros 64
Soluções tampão 28
Classificação de polímeros 65
Atividades 30

Os metais como catalisadores 32 3 Novos materiais 66


Teoria das colisões e teoria do complexo ativado 32
Atividades 67
Catalisadores 32
Atividades 33 Soluções 69
Unidade 1

Metais
e ligas
metálicas

1 Estrutura e propriedades
dos metais

2 Degradação dos metais

3 Metais, ambiente e vida


Estrutura e propriedades
dos metais 1
Um outro olhar sobre a Tabela Periódica

A importância dos metais


A maior parte dos metais encontra-se na Natureza combinada com outros ele-
mentos, sob a forma de minérios. Uma minoria, como o ouro, por exemplo, pode
encontrar-se no estado nativo, isto é, não combinado.
Os metais são uma matéria-prima muito utilizada, de grande importância eco-
nómica e tecnológica. Contudo, poucos metais são utilizados isoladamente, dado
que as respetivas propriedades não se adequam aos fins em vista, recorrendo-se,
por isso, às ligas metálicas.
As ligas metálicas são misturas de metais, podendo também conter outros ele-
mentos não metálicos, como carbono, fósforo, silício, etc. São formuladas para
terem as propriedades desejadas. Geralmente, uma liga é mais dura e resistente
que o metal mas tem menor condutividade elétrica. A maioria dos componentes
das ligas metálicas pertence ao bloco d da Tabela Periódica.

Energia de ionização. Afinidade eletrónica


Energia de ionização, I – energia que é necessário fornecer a uma mole de
átomos de um elemento, no estado gasoso e no seu estado fundamental, para lhe
extrair uma mole de eletrões. Exprime-se, em geral, em kJ mol−1.
Afinidade eletrónica, A – energia envolvida quando uma mole de átomos, no
estado fundamental e gasoso, capta uma mole de eletrões. Exprime-se, em geral,
em kJ mol−1.

Para explicar algumas propriedades dos elementos, é necessário ter em conta


não só o efeito atrativo da carga nuclear sobre os eletrões mas, também, a repul-
são dos eletrões entre si. 1s
A carga nuclear a que um dado eletrão está de facto sujeito é a denominada
2s 2p
carga nuclear efetiva, que se pode definir como a carga nuclear corrigida pelo
efeito das repulsões entre os eletrões (efeito de blindagem). 3s 3p 3d

A variação das propriedades periódicas ao longo da Tabela Periódica, nomea- 4s 4p 4d 4f


Energia

damente da energia de ionização e da afinidade eletrónica, está relacionada com 5s 5p 5d 5f


as configurações eletrónicas dos átomos dos elementos. As causas da variação
6s 6p 6d
dessas propriedades são:
7s 7p
• o número de camadas; 8s
• a carga nuclear;
• o número de eletrões. Diagrama de Pauling.

3
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Ao longo do grupo, o efeito fundamental é, em geral, o aumento do número


de camadas. Ao longo do período, o efeito fundamental é o do aumento da carga
nuclear efetiva.
Os metais apresentam baixas energias de ionização e afinidades eletrónicas e
os não-metais têm elevadas energias de ionização e afinidades eletrónicas.
Em geral, a energia de primeira ionização e a afinidade eletrónica:
• diminuem ao longo do grupo;
• aumentam ao longo do período, com exceção dos gases nobres e de al-
guns elementos do grupo 2.

Os elementos metálicos de transição


na Tabela Periódica
A maior parte dos elementos químicos são metais e encontram-se nos quatro
blocos da Tabela Periódica: s, p, d e f. Tal como os outros elementos (não-metais
e semimetais), estão colocados na Tabela Periódica por ordem crescente do res-
petivo número atómico.
Os metais dos blocos d e f denominam-se metais de transição.
• Os metais do bloco d têm orbitais do tipo d em preenchimento ou a subca-
mada d incompleta. Exemplo: 27Co: [Ar] 3d 7 4s2.
• Os metais do bloco f têm orbitais do tipo f em preenchimento ou a subcama-
da f incompleta. Exemplo: 59Pr: [Xe] 4f 3 6s2.

Questões resolvidas
1. A configuração eletrónica, no estado de energia mínima, dos átomos de
tálio, T!, é: [54Xe] 4f 14 5d 10 6s2 6p1. Indique o grupo, o período e o bloco da
Tabela Periódica a que o tálio pertence.

Resolução

O tálio pertence ao bloco p (6p1), pois tem a orbital 6p em preenchimento; ao grupo 13


(3 eletrões de valência: 6s2 6p1 – trata-se de um elemento representativo do bloco p
e o número do grupo a que pertence é igual ao número de eletrões de valência mais
10); ao sexto período (eletrões distribuídos por 6 níveis de energia).

2. Na tabela seguinte estão valores da afinidade eletrónica das quatro pri-


meiras energias de ionização, para os elementos X, Y e Z.
X, Y e Z não representam os verdadeiros símbolos químicos dos elementos.

Elemento A / kJ mol–1 I1 / kJ mol–1 I2 / kJ mol–1 I3 / kJ mol–1 I4 / kJ mol–1

X 60 570 7300 11 800 —

Y 27 800 2427 3660 25 026

Z 122 1086 2353 4621 6223

4
1 Estrutura e propriedades dos metais

2.1 Com os valores presentes na tabela, complete de forma correta os


seguintes esquemas químicos:
I. X (g) + e− → _____ + _____
II. Y+ (g) + _____ → Y2+ (g) + _____
III. Z (g) + _____ → Z+ (g) + e−
2.2 Considerando que os elementos X e Y pertencem ao segundo período
da Tabela Periódica, escreva as configurações eletrónicas dos átomos
de X e de Y.
2.3 Indique, justificando, o grupo e o bloco dos elementos X e Y.
2.4 Qual dos elementos, X, Y ou Z, forma iões negativos mais facilmente?
Justifique.
2.5 Os elementos Y e Z pertencem ao mesmo período da Tabela Periódica.
Qual deles possui maior raio atómico?
2.6 A primeira energia de ionização do berílio, 4Be, é 900 kJ mol−1. Inter-
prete a diferença entre a primeira energia de ionização do elemento Y
e a do berílio.

Resolução

2.1 I. X (g) + e− → X– (g) + 60 kJ mol−1; II. Y+ (g) + 2427 kJ mol−1 → Y2+ (g) + e−;
III. Z (g) + 1086 kJ mol−1 → Z+ (g) + e−
2.2 O número de eletrões de valência coincide, em cada elemento, com o número
de energias de ionização da mesma ordem de grandeza da primeira, as quais
correspondem à remoção de eletrões do nível energético mais externo.
Uma vez «retirados os eletrões» do nível energético mais externo, o eletrão que a
seguir é removido pertence a um nível de energia mais interno, sendo a energia
de ionização de maior ordem de grandeza.
Em relação ao elemento X, verifica-se um «salto brusco» da primeira para a se-
gunda energia de ionização, o que significa que só tem um eletrão de valên-
cia. Como apresenta 3 energias de ionização sucessivas, possui três eletrões
e, como pertence ao segundo período da Tabela Periódica, a sua configuração
eletrónica é: 3X: 1s2 2s1.
O elemento Y possui 3 eletrões de valência porque há um aumento na ordem
de grandeza da 3.ª para a 4.ª energia de ionização. Pertencendo ao mesmo
período de X, a sua configuração eletrónica é: 5Y: 1s2 2s2 2p1 (segundo período e
3 eletrões de valência).
2.3 De acordo com as configurações eletrónicas: X – grupo 1 e bloco s; Y – grupo 13
e bloco p.
2.4 O elemento Z, porque apresenta maior afinidade eletrónica, o que significa que
tem maior capacidade para captar eletrões.
2.5 A energia de primeira ionização de Z é superior à de Y. Como são elementos
do mesmo período e a energia de ionização aumenta ao longo do período, o
elemento Z tem maior número atómico do que Y. Sabendo que o raio atómico
diminui ao longo do período, o elemento, de entre Y e Z, que possui menor raio
atómico é Z, porque o seu número atómico é maior.
2.6 5Y: 1s2 2s2 2p1 ; I1 = 800 kJ mol−1. 4Be: 1s2 2s2 ; I1 = 900 kJ mol−1.
A diminuição da primeira energia de ionização do berílio (Z = 4) para o elemento
Y (Z = 5), não pode ser explicada pelo aumento da carga nuclear, mas sim pelo
facto de os eletrões 2p do elemento Y terem maior energia do que os eletrões
2s do elemento berílio.

5
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Um outro olhar sobre a Tabela Periódica


1. A prata é conhecida desde os tempos pré-histó- 3. Associe a cada conjunto de características que se
ricos. Ocorre naturalmente como elemento não encontram na coluna I, o nome do elemento cor-
combinado, mas a maior parte é obtida a partir respondente, que se encontra na coluna II.
da reação do minério argentita, Ag2S (s), com o
oxigénio do ar, de acordo com a equação química I II
seguinte: a) Não-metal reativo; os 1. Árgon, 18Ar
átomos deste elemento
Ag2S (s) + O2 (g) → 2 Ag (s) + SO2 (g) têm afinidades eletrónicas 2. Flúor, 9F
1.1 Sabendo que a amostra se considera total- muito elevadas. 2
mente pura, mas que a reação se processa b) Quimicamente inerte. 1 3. Samário, 62Sm
com um rendimento de 80,0%, que quanti- c) Metal do bloco d. 4
dade de argentita é necessária para produzir 4. Cromo, 24Cr
20,0 mol de Ag (s)? d) Metal do bloco f. 3
e) Metal do bloco s. 5 5. Cálcio, 20Ca
n = 12,5 mol Ag2S
1.2 A prata que se utiliza no dia a dia é uma liga 4. Considere as seguintes afirmações.
metálica que contém cerca de 8,0% de cobre,
Cu (s). O papel do cobre na composição da I. Para elementos do mesmo grupo da Tabela
liga é provocar o seu endurecimento. Periódica, a energia de ionização aumenta, em
Selecione a opção que completa corretamen- geral, à medida que aumenta o número atómi-
te a frase seguinte. co desses elementos.
A massa de cobre que deverá ser utilizada II. Os elementos do grupo 17 da Tabela Periódica
na preparação desta liga, tendo como base são os que apresentam as energias de ioniza-
a massa de prata metálica que se obteve, é ção mais baixas.
aproximadamente…
III. Em geral, para elementos do mesmo grupo da
(A) 130 g de Cu. Tabela Periódica, a afinidade eletrónica diminui
(B) 160 g de Cu. à medida que o número atómico aumenta.
IV. Para elementos do mesmo período da Tabe-
(C) 190 g de Cu. ¦
la Periódica, a afinidade eletrónica aumenta à
(D) 220 g de Cu. medida que o número atómico aumenta.
1.3 A prata é um elemento que, na Tabela Periódi- V. Para elementos do mesmo período da Tabela
ca, pertence ao bloco d, ao grupo 11, ao quinto Periódica, a energia de ionização diminui à me-
período e possui um eletrão na orbital de va- dida que aumenta o número atómico desses
lência s. Escreva a configuração eletrónica de elementos.
um átomo de prata.
VI. Para elementos do mesmo período da Tabe-
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 5s1
la Periódica, à medida que o número atómico
ou [36Kr] 4d10 5s1 aumenta, o raio atómico diminui e a afinidade
eletrónica, em geral, aumenta.
2. Selecione a opção correta.
São verdadeiras as afirmações…
(A) Os metais apresentam elevada primeira ener- (A) I, III e V.
gia de ionização e elevada afinidade eletrónica.
(B) III, IV e VI. ¦
(B) Os metais apresentam baixa primeira energia
de ionização e elevada afinidade eletrónica. (C) I, II e V.
(C) Os metais apresentam elevada primeira ener- (D) III, IV e V.
gia de ionização e baixa afinidade eletrónica.
5. Indique os elementos seguintes por ordem cres-
(D) Os metais apresentam baixa primeira energia
cente de primeira energia de ionização.
de ionização e baixa afinidade eletrónica. ¦
I. Iodo II. Cloro III. Néon IV. Sódio
Dados: 53I; 17C!; 10Ne; 11Na
11
Na < 53
I< C" <
17 10
Ne

6
1 Estrutura e propriedades dos metais

6. Considere as seguintes informações sobre os ele- 8. Considere os seguintes elementos químicos re-
mentos X e Y: presentados pelos seus símbolos químicos:
• X tem a mesma configuração eletrónica que a O; 11Na; 12Mg; 17C!; 18Ar; 20Ca; 48Cd
8
espécie química 18Ar+;
8.1 Classifique como verdadeira ou falsa cada
• Y é um elemento representativo do terceiro pe-
uma das frases seguintes, corrigindo as falsas.
ríodo cujo ião mais frequente tem a carga +2.
(A) A configuração eletrónica de menor ener-
6.1 Identifique os elementos X e Y.
gia para o átomo de cálcio é [18Ar] 4s2.
Z(X) = 17 ⇔ X é o cloro. Z(Y) = 12 ⇔ Y é o mag-
nésio. (B) A primeira energia de ionização do sódio,
11
Na, é superior à primeira energia de ioni-
6.2 Indique qual destes elementos apresenta
zação do magnésio, 12Mg.
maior afinidade eletrónica.
O elemento X. Possui 7 eletrões de valência e (C) O raio do ião cloreto, C"−, é inferior ao raio
tem tendência para captar eletrões, pelo que a do átomo de cloro.
WYEE¿RMHEHIIPIXV{RMGErIPIZEHE.kSIPIQIRXS (D) De entre os elementos acima indicados,
Y, por possuir 2 eletrões de valência, não tem o cloro é o que apresenta maior afinidade
tendência para captar eletrões. eletrónica.
6.3 Será provável a existência do ião Ar+ num (E) O elemento árgon está localizado, na Ta-
composto químico? bela Periódica, no bloco p, no segundo
2oSTSMWSIPIQIRXSkVKSR%VrYQKkWRSFVI período e no grupo 18.
Normalmente não cede eletrões. (F) O cádmio apresenta baixa energia de io-
nização e baixa afinidade eletrónica.
7. A figura representa um excerto da Tabela Periódi-
Verdadeiras: (A); (D); (F). Falsas: (B); (C); (E).
ca, em que as letras X, Y, Z e W não correspondem
Correção das falsas: (B) 3R€QIVSEX{QMGSHS
a símbolos químicos.
W{HMSrMRJIVMSVESR€QIVSEX{QMGSHSQEKRr-
X Y Z WMSITIVXIRGIQESQIWQSTIVvSHSHE8EFIPE
4IVM{HMGE%TVMQIMVEIRIVKMEHIMSRM^EqoSHS
W
magnésio é superior porque a carga nuclear
O elemento X, no estado fundamental, possui 6 aumenta ao longo do período e o efeito fun-
energias de remoção e 2 eletrões de valência. damental é a carga nuclear. (C) O ião cloreto
TSWWYMQEMWYQIPIXVoSHSUYISkXSQSHIGPSVS
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
2SMoSGPSVIXSLkQEMSVVITYPWoSIRXVISWIPI-
das frases seguintes, corrigindo as falsas.
XVIWTIPSUYISVEMSM{RMGSrWYTIVMSVESVEMS
(A) A configuração eletrónica de Z, no estado fun- EX{QMGS(E) Ar: [10Ne] 3s2 3p6.
damental, é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d1 4s2.
8.2 Considere o elemento cádmio, 48Cd.
(B) O número atómico de X é 20.
8.2.1 Escreva a configuração eletrónica dos
(C) Os eletrões dos átomos do elemento Y estão átomos deste elemento, no estado de
distribuídos por 11 orbitais. energia mínima. [36Kr] 4d10 5s2
(D) O raio atómico de Z é menor do que o raio ató- 8.2.2 Selecione a opção correta.
mico de X.
(A) O cádmio pertence ao bloco s da
(E) Todos os elementos são representativos. Tabela Periódica.
(F) O elemento W é o que apresenta maior primei- (B) O cádmio pertence ao grupo 2 e
ra energia de ionização. ao quinto período da Tabela Perió-
(G) Os átomos dos elementos X, Y, Z e W perten- dica.
cem ao bloco d da Tabela Periódica. (C) O átomo de cádmio, no estado
Verdadeiras: (B); (C); (D). Falsas: (A); (E); (F); (G). Cor- fundamental, possui 18 eletrões no
reção das falsas: (A)%GSR¿KYVEqoSIPIXV{RMGEHI< quarto nível de energia. ¦
é: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2'SQSSWkXSQSWHI>TSW- (D) O cádmio é um elemento repre-
WYIQQEMWIPIXVIWHSUYISWkXSQSWHI<EWYE sentativo.
GSR¿KYVEqoSIPIXV{RMGErs2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d2 4s2.
(E) 7{ S IPIQIRXS < r VITVIWIRXEXMZS TIVXIRGI ES
FPSGS sHE8EFIPE4IVM{HMGE3WIPIQIRXSW=>I;
TIVXIRGIQ ES FPSGS d e ao quarto e ao quinto pe-
ríodo, respetivamente. São elementos de transição.
(F) 3 IPIQIRXS; TIVXIRGI ES UYMRXS TIVvSHS TSMW
tem 3 eletrões de valência situados no quinto nível
de energia. Apresenta menor energia de ionização.
(G) 3IPIQIRXS<TIVXIRGIESFPSGSs e os restantes
IPIQIRXSWTIVXIRGIQESFPSGSdHE8EFIPE4IVM{HMGE

7
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Ligação química nos metais e noutros sólidos

+ + + +
Propriedades dos metais – ligação metálica
Os metais têm poucos eletrões de valência, tendo algumas orbitais de valência
+ + + + vazias. Como os eletrões de valência estão fracamente ligados ao núcleo, podem
mover-se facilmente entre diferentes átomos do metal, formando uma «nuvem ele-
+ + + + trónica» – eletrões deslocalizados.
Na figura ao lado está representada uma secção reta de um cristal metálico.
+ + + +
Cada círculo positivo representa o núcleo e os eletrões mais internos (cerne de um
átomo). A área a azul que rodeia os catiões metálicos indica o «mar» de eletrões
móveis.
Secção reta de um cristal
metálico. A ligação metálica resulta das atrações eletrostáticas entre os eletrões da nu-
vem eletrónica e o cerne dos átomos metálicos. A ligação metálica é tanto mais
forte quanto maior o número de eletrões de valência por átomo e quanto maior a
carga nuclear.
Os metais de transição do bloco d têm ligações fortes porque podem partilhar
vários eletrões (d e s). O modelo de ligação metálica explica várias propriedades
dos metais, tais como:
• maleabilidade – propriedade de se dividirem em lâminas;
• ductilidade – propriedade de se estirarem em fios;
• brilho;
• condutibilidade térmica e elétrica.

Sólidos cristalinos
Um material sólido pode ser Um sólido cristalino, ou simplesmente cristal, é um material no qual as uni-
amorfo ou cristalino. O sólido dades estruturais se encontram organizadas de uma forma repetida e regular no
amorfo tem uma estrutura
desordenada. Não tem
espaço tridimensional.
disposição definida das suas Os sólidos cristalinos classificam-se em categorias que dependem do tipo de
unidades estruturais: átomos, partículas que constituem esses sólidos e das ligações entre elas.
moléculas ou iões.
As quatro categorias de sólidos cristalinos são:

• Cristais metálicos – Sólidos formados pelos cernes positivos dos átomos


do metal que se mantêm unidos pelo «mar» de eletrões através da ligação
metálica. São bons condutores térmicos e elétricos. Possuem uma grande
variedade de pontos de fusão. Vão desde os moles até aos muito duros.

• Cristais iónicos – Sólidos formados por catiões e aniões, colocados em de-


terminadas posições da estrutura cristalina. São maus condutores no estado
sólido mas bons condutores quando fundidos ou em solução aquosa, devi-
do à mobilidade dos iões. Possuem pontos de fusão elevados. São duros e
quebradiços.

8
1 Estrutura e propriedades dos metais

• Cristais covalentes – Sólidos formados por uma estrutura bidimensional ou


tridimensional, em que os átomos estão unidos entre si por ligações cova-
lentes. São muito duros, e, com exceção da grafite, são maus condutores
térmicos e elétricos. Possuem pontos de fusão elevados.

• Cristais moleculares – Sólidos formados por moléculas que se mantêm uni-


das por forças intermoleculares, que são, geralmente, fracas. Maus conduto-
res térmicos e elétricos. Possuem baixos pontos de fusão. São moles.

Questão resolvida
1. Considere os seguintes sólidos cristalinos: cobre, Cu, cloreto de potássio,
KC!, gelo, H2O (s), óxido de alumínio, A!2O3, e grafite, C.

1.1 Quais destes sólidos cristalinos são cristais iónicos?

1.2 Identifique o cristal molecular.


1.3 Qual destes sólidos cristalinos é um cristal metálico?
1.4 Identifique o tipo de sólido cristalino que a grafite forma.
1.5 Por que razão a grafite é boa condutora térmica e elétrica?
1.6 Quais destes cristais não conduzem a corrente elétrica no estado só-
lido, mas são condutores elétricos quando se encontram no estado
líquido ou em solução aquosa?

Resolução

1.1 O cloreto de potássio e o óxido de alumínio, porque são formados por iões po-
sitivos e negativos organizados de forma regular formando estruturas gigantes.
Em KC" os iões são K+ e C"− e em A"2O3 os iões são A"3+ e O2−.

1.2 O gelo. Neste sólido cristalino, a unidade estrutural que se repete na rede crista-
lina é uma molécula: a molécula de água.

1.3 O cobre, Cu. É um sólido constituído pelos cernes positivos dos átomos de cobre
que se mantêm unidos pelo «mar» de eletrões, constituindo a ligação metálica.

1.4 A grafite é um sólido cristalino covalente constituído por camadas paralelas de


átomos de carbono. Em cada camada, cada átomo de carbono liga-se a outros
três átomos de carbono através de ligações covalentes simples, formando um
hexágono regular.

1.5 Apenas três dos quatro eletrões de valência de cada átomo de carbono estão
envolvidos nas três ligações covalentes simples. O quarto eletrão de valênciado
carbono tem mobilidade dentro de cada camada. Por esta razão, a grafite é boa
condutora térmica e elétrica.

1.6 São os cristais iónicos: cloreto de potássio e óxido de alumínio.

9
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Ligação química nos metais e noutros sólidos


1. Selecione a opção que completa corretamente a 5. As afirmações seguintes dizem respeito aos sóli-
frase seguinte. dos cristalinos.
A boa condutibilidade elétrica dos metais deve- Selecione a opção correta.
-se… (A) As ligações mais fortes ocorrem nos sólidos
(A) à estrutura compacta dos catiões. moleculares.
(B) aos eletrões ligados aos catiões metálicos. (B) Apenas os sólidos metálicos contêm iões.
(C) aos eletrões livres. ¦ (C) No estado sólido, os metais conduzem a cor-
rente elétrica. ¦
(D) às elevadas energias de ionização dos seus
átomos. (D) Os sólidos iónicos conduzem a corrente elétrica.

6. Considere as seguintes substâncias no estado só-


2. As propriedades dos metais devem-se à sua es-
lido: oxigénio, O2; brometo de sódio, NaBr; iodo, I2;
trutura.
prata, Ag; fluoreto de hidrogénio, HF; magnésio,
Selecione a opção correta.
Mg; diamante, C.
(A) A condutibilidade elétrica e térmica devem-se
à mobilidade dos catiões metálicos. 6.1 Identifique os sólidos que são:
(B) O brilho característico dos metais deve-se à in- 6.1.1 metálicos; Prata, Ag; magnésio, Mg.
teração da radiação com os eletrões livres do 6.1.2 iónicos; &VSQIXSHIW{HMS2E&V
metal. ¦ 6.1.3 moleculares. Oxigénio, O2; iodo, I2ÀYSVI-
(C) A maleabilidade e a ductilidade não são expli- to de hidrogénio, HF.
cadas pela mobilidade dos eletrões livres nos 6.2 Quais destas substâncias conduzem a corren-
metais. te elétrica no estado sólido?
(D) A maioria dos metais apresenta baixos pontos Os metais prata e magnésio.
de fusão porque a ligação metálica é fraca.
6.3 Indique as substâncias que não conduzem
3. Justifique a seguinte afirmação: A ligação metáli- a corrente elétrica quando se encontram no
ca é mais forte no magnésio que no sódio. estado sólido, mas que são bons condutores
)RUYERXSSW{HMSW{XIQYQIPIXVoSTEVETEVXMPLEVS elétricos quando se encontram no estado lí-
quido (fundidos) ou em solução aquosa.
QEKRrWMSXIQHSMWIPIXVIW8EQFrQEGEVKERYGPIEVHS
&VSQIXSHIW{HMS
QEKRrWMSrQEMSVHSUYIEHSW{HMSISVIWTIXMZSGIVRI
XEQFrQSrTSMWSR€QIVSHIIPIXVIWMRXIVMSVIWrS 6.4 Identifique o tipo de sólido cristalino do dia-
mesmo nos dois casos. mante.
Cristal covalente.
4. A cada uma das substâncias da coluna I associe, 6.5 O diamante é bom condutor elétrico?
de forma correta, o tipo de cristal, da coluna II, e o Não. Como todos os eletrões de valência estão en-
tipo de ligação ou interação da coluna III. volvidos nas ligações, o diamante não tem eletrões
I II III livres e, portanto, não conduz a corrente elétrica.

I. Cobre d) 2 a) Cristal 1. Forças de London 7. Selecione a opção correta.


II. Gelo F  iónico 2. Ligação metálica
(A) Os metais são matérias-primas renováveis.
III. Cloro F  b) Cristal 3. Ligação iónica
molecular (B) As reservas minerais variam de metal para me-
IV. Iodeto de 4. Ligações de
tal mas são sempre finitas. ¦
potássio a) 3 c) Cristal hidrogénio
covalente 5. Dipolo permanente- (C) Obter o metal a partir do minério é menos one-
V. Dióxido de roso do que a reciclagem desse metal.
enxofre F  d) Cristal -dipolo permanente
metálico 6. Ligação covalente (D) Os metais não podem ser reciclados várias ve-
VI. Sílica c) 6 zes, pois a sua estrutura degrada-se durante o
processo de reciclagem.

10
Degradação dos metais 2
Corrosão: uma oxidação indesejada

Reações de oxidação-redução.
Acerto de equações de oxidação-redução
em meio ácido
As reações de oxidação-redução são reações em que há total ou parcial trans-
ferência de eletrões, de uma espécie química para outra, englobando duas semir-
reações: a semirreação de oxidação e a semirreação de redução.
A oxidação corresponde a uma perda de eletrões, ou seja, a um aumento do
número de oxidação – n.o.
A redução corresponde a um ganho de eletrões, ou seja, a uma diminuição do
número de oxidação – n.o.
O oxidante é a espécie química que contém o elemento químico que se reduz.
O redutor é a espécie química que contém o elemento químico que se oxida.
O pH do meio tem influência no modo como se processa a reação de oxidação-
-redução e no acerto das equações correspondentes.

Questão resolvida

1. O ácido nítrico, HNO3 (aq), pode reagir com o cobre metálico, Cu (s), origi-
nando uma solução aquosa de nitrato de cobre (II), Cu(NO3)2 (aq), e liber-
tando monóxido de nitrogénio, NO (g).
O esquema químico, na forma iónica, que traduz esta reação é:
NO–3 (aq) + Cu (s) — NO (g) + Cu2+ (aq)
1.1 Identifique a espécie oxidante e a espécie redutora.
1.2 Acerte o esquema químico em meio ácido, recorrendo a equações
eletroquímicas parciais.

Resolução

1.1 NO–3 (aq) + Cu (s) — NO (g) + Cu2+ (aq)


(+5)(−2) (0) (+2)(−2) (+2)

O número de oxidação do cobre passou de 0 para +2.


Δn.o.(Cu) = +2 − 0 ⇔ Δn.o.(Cu) = +2.
O cobre metálico sofre oxidação, logo é a espécie redutora.
Δn.o.(N) = +2 − (+5) ⇔ Δn.o.(N) = −3.
NO–3 é reduzido a NO. NO–3 é a espécie oxidante.
Resposta: A espécie oxidante é NO–3 e a espécie redutora é Cu.

11
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Resolução

1.2 NO–3 (aq) + Cu (s) — NO (g) + Cu2+ (aq)


• Identificação das semirreações de oxidação e de redução.
Semirreação de oxidação: Cu (s) → Cu2+ (aq)
Semirreação de redução: NO–3 (aq) → NO (g)
• Acerto dos átomos de oxigénio.
Cu (s) → Cu2+ (aq)
NO–3 (aq) → NO (g) + 2 H2O (!)
• Acerto dos átomos de hidrogénio.
Cu (s) → Cu2+ (aq)
NO3 (aq) + 4 H+ (aq) → NO (g) + 2 H2O (!)

• Acerto das cargas.


Cu (s) → Cu2+ (aq) + 2 e−
NO (aq) + 4 H (aq) + 3 e− → NO (g) + 2 H2O (!)

3
+

• Multiplicação dos esquemas por fatores apropriados.


3 Cu (s) → 3 Cu2+ (aq) + 6 e−
2 NO–3 (aq) + 8 H+ (aq) + 6 e− → 2 NO (g) + 4 H2O (!)
• Soma das duas semirreações.
3 Cu (s) + 2 NO–3 (aq) + 8 H+ (aq) — 3 Cu2+ (aq) + 2 NO (g) + 4 H2O (!)

Corrosão
A corrosão é uma oxidação não desejável de um metal e ocorre naturalmente
numa atmosfera rica em oxigénio, sendo facilitada em meio aquoso.

O processo de corrosão é acelerado na presença de dióxido de enxofre, SO2,


e de dióxido de carbono, CO2, na atmosfera. Diminui a durabilidade dos produtos
metálicos, principalmente do ferro e do aço, presentes em edifícios, pontes, na-
vios, carroçarias de automóveis, etc.

O cobre, tal como as suas ligas, reage com o oxigénio do ar formando óxido
de cobre (I), Cu2O, de cor acastanhada e, posteriormente, óxido de cobre (II), CuO,
de cor cinzenta escura ou preta. Na presença de humidade e dióxido de carbono
formam-se carbonatos de cobre, de cor esverdeada – verdete.

No caso da prata, esta escurece devido, fundamentalmente, à formação de


sulfureto de prata, Ag2S. À camada escura que se forma sobre a prata chama-se
vulgarmente patine, embora essa designação esteja generalizada para as cama-
das de vários compostos depositados na superfície dos metais.

A formação da ferrugem, Fe2O3.xH2O – óxido de ferro (III) hidratado –, sobre o


ferro é o exemplo mais comum da chamada corrosão húmida, que é um processo
eletroquímico.

12
2 Degradação dos metais

Atividades

Corrosão: uma oxidação indesejada


1. Numa reação de oxidação-redução… 5.1 O elemento oxidado é o…
(A) o oxidante oxida-se e o redutor reduz-se. (A) sódio. (B) oxigénio.
(B) considera-se que o átomo de um elemento se (C) cloro. (D) bismuto. ¦
oxida porque perde eletrões, aumentando a
5.2 A espécie oxidante é…
carga do seu núcleo.
(A) Bi2O3. (B) NaC"O. ¦
(C) o oxidante é uma substância que cede oxigénio.
(C) NaOH. (D) NaBiO3.
(D) o número de eletrões perdidos pelos átomos
oxidados, é igual ao número de eletrões ganhos Exame Nacional 1986 – 1.ª Fase, 1.ª Chamada (adaptado)
pelos átomos reduzidos. ¦
6. Até há poucos anos, era comum a revelação de
2. O dióxido de cloro, C!O2, tem vindo a substituir o películas fotográficas. Na revelação deste tipo de
cloro, C!2, em muitas estações de tratamento de película, a formação da imagem deve-se a uma
água para abastecimento público. O dióxido de reação de oxidação-redução entre um sal de prata
cloro pode obter-se a partir da seguinte equação e a substância que constitui o revelador.
química: Pode-se representar este processo através da se-
2 NaC!O2 (s) + C!2 (g) → 2 NaC! (s) + 2 C!O2 (g) guinte equação química:
O número de oxidação do cloro nos compostos AgX (s) + Revelador → Ag (s) + X− (aq) +
NaC!O2, C!2, NaC! e C!O2 é, respetivamente, … + outros produtos

(A) −1, 0, −1 e +2. Selecione a opção correta.


(B) +1, −1, 0 e −4. (A) A espécie redutora é AgX.
(C) +3, 0, −1 e +4. ¦ (B) A espécie oxidante é o revelador.
(D) −3, 0, −1 e −4. (C) Neste processo, o ião Ag+ sofre uma redução. ¦
(D) Neste processo, o número de oxidação do ele-
3. Selecione a opção que corresponde ao composto mento X sofre alteração.
em que o manganês apresenta maior número de
oxidação. 7. O chamado licor de cromo, Cr(OH)SO4 (aq), utili-
zado na indústria de curtumes, se for lançado ao
(A) MnO–4 ¦ (B) MnO2 rio é absorvido por peixes e crustáceos que, pos-
(C) MnC"2 (D) Mn(SO4)2 teriormente, poderão vir a ser consumidos pela
população. Como contém cromo, que é um metal
4. Partindo do ferro, Fe, é possível realizar as seguin- pesado, é um poluente potencialmente perigoso.
tes transformações: A preparação do licor de cromo pode ser repre-
I II III IV sentada pela seguinte equação química:
Fe → FeS → FeSO4 → Fe2(SO4)3 → Fe2O3 Na2Cr2O7 (aq) + 3 SO2 (g) + H2O (!) →
Selecione as opções que correspondem a oxida- → 2 Cr(OH)SO4 (aq) + Na2SO4 (aq)
ções do ferro.
Selecione a opção correta.
(A) I e II (B) I, II e III
(A) O n.o. do enxofre, S, em SO2 (g) é −2.
(C) I e III ¦ (D) II, III e IV
(B) A espécie redutora é Na2Cr2O7 (aq) e a espécie
Exame Nacional 1985 – 2.ª Fase (adaptado) oxidante é SO2 (g).
(C) O elemento que sofre redução capta 3 ele-
5. Considere a reação química representada pela se- trões. ¦
guinte equação química:
(D) O elemento que se oxida e o elemento que se
Bi2O3 + 2 NaC!O + 2 NaOH → 2 NaBiO3 + reduz são, respetivamente, o cromo e o en-
+ 2 NaC! + H2O xofre.

13
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

8. Considere as reações que se seguem: 11. A equação química seguinte traduz uma reação
de oxidação-redução.
I. C!O− (aq) + H2O2 (aq) → C!− (aq) + H2O (!) + O2 (g)
C6H5CH3 + K2Cr2O7 + 4 H2SO4 →
II. Mn2+ (aq) + H2O2 (aq) → MnO2 (s) + 2 H+ (aq)
→ C6H5COOH + K2SO4 + Cr2(SO4)3 + 5 H2O
Selecione a opção que completa corretamente a 11.1 Escreva as fórmulas dos iões nos compostos
frase seguinte. de cromo que participam na reação.
O peróxido de hidrogénio atua como oxidante… K2Cr2O7: 2 K+; Cr2O72–. Cr2(SO4)3: 2 Cr3+; 3 SO42–.

(A) nas reações I e II. 11.2 Determine a variação do número de oxidação


do cromo nesta reação.
(B) apenas na reação I.
Δn.o.(Cr) = –3
(C) apenas na reação II. ¦
11.3 Identifique a espécie química reagente que
(D) em nenhuma das reações. atua como redutora. Justifique.
O elemento cromo sofre redução. A espécie
9. A equação química seguinte traduz a reação entre K2Cr2O7 é a oxidante e a espécie C6H5CH3 é a
o ácido nítrico, HNO3 (aq), e o fósforo sólido, P4 (s), espécie redutora.
em meio aquoso.
11.4 Calcule a quantidade de tolueno, C6H5CH3,
20 HNO3 (aq) + 3 P4 (s) + 8 H2O (!) → que deve ser utilizada para se formarem
→ 12 H3PO4 (aq) + 20 NO (g) 200,0 g de ácido benzoico, C6H5COOH, se o
rendimento da reação for 70,0%.
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma n = 2,34 mol C6H5CH3
das frases seguintes, corrigindo as falsas.
12. Em contacto com o ar húmido, um telhado de
(A) O elemento oxidado é o nitrogénio. cobre sofre lentamente corrosão e fica com uma
(B) A variação do número de oxidação do fósforo camada verde de carbonato de cobre (II), CuCO3
é igual a −5. (verdete). Esta camada é formada pela sequência
de reações representadas pelas seguintes equa-
(C) A espécie redutora é P4. ções químicas:
(D) Na oxidação de P4 verificou-se uma perda de I. 2 Cu (s) + O2 (g) + 2 H2O (!) → 2 Cu(OH)2 (s)
eletrões pelo que o n.o.(P) diminui.
II. Cu(OH)2 (s) + CO2 (g) → CuCO3 (s) + H2O (!)
(E) Na redução de HNO3 verificou-se um ganho
12.1 Mostre que a equação química I traduz uma
de eletrões pelo que o n.o.(N) diminui.
reação de oxidação-redução.
(F) O elemento nitrogénio capta 3 eletrões. 2 Cu (s) + O2 (g) + 2 H2O (") → 2 Cu(OH)2 (s)
(G) Como o n.o.(N) é inferior ao n.o.(P), HNO3 sofre (0) (0) (+1)(–2) (+2)(–2)(+1)

oxidação e P4 sofre redução.  kZEVMEqoSRSR€QIVSHIS\MHEqoSHSGSFVIHI


,
0 para +3GSFVIWSJVIS\MHEqoS3R€QIVSHI
Verdadeiras: (C); (E); (F). Falsas: (A); (B); (D); (G).
oxidação do oxigénio varia de 0 para –2, sofrendo
Correção das falsas: (A) O nitrogénio, N, é reduzi-
do. (B) Δn.o.(P) = +5 (D) P4 perde eletrões pelo que redução.
n.o.(P) aumenta. (G) O n.o.(N) = +5. Logo é superior 12.2 Identifique a espécie oxidante e a espécie re-
ao n.o.(P), que é igual a zero. dutora.
Espécie oxidante: O2 (g). Espécie redutora: Cu (s).
10. Acerte os esquemas químicos seguintes, que re-
12.3 Uma peça de cobre com a massa de 400,0 g
presentam reações de oxidação-redução em meio
e com 36,5% de impurezas, foi colocada num
ácido.
vaso fechado de capacidade 112,0 dm3, que
10.1 MnO2 (s) + 2 C"− (aq) — Mn2+ (aq) + C"2 (g) continha oxigénio.
Ao fim de algum tempo mediu-se a massa de
2 C"– (aq) + MnO2 (s) + 4 H+ (aq) — Mn2+ (aq) +
verdete formado e obteve-se 390 g.
+ 2 H2O (") + C"2 (g) Determine o rendimento desta reação.
10.2 MnO–4 (aq) + HSO–3 (aq) — Mn2+ (aq) + SO2– (aq) η = 79%
4
2 MnO –
4
(aq) + H +
(aq) + 5 HSO –
3
(aq) —
— 2 Mn2+ (aq) + 5 SO42– (aq) + 3 H2O (")
13. Selecione a opção correta.

10.3 A" (s) + NO–3 (aq) — A"3+ (aq) + NO2 (g) (A) O ferro sofre corrosão quando exposto ao ar
sem humidade.
A" (s) + 3 NO (aq) + 6 H (aq) —

3
+

— A"3+ (aq) + 3 NO2 (g) + 3 H2O (") (B) A ferrugem, produto resultante da oxidação do
ferro, é constituída por um óxido de ferro hidra-
10.4 Cr2O2–
7
(aq) + CH3CH2OH (aq) — Cr3+ (aq) + tado, Fe2O3.xH2O, de composição variável. ¦
+ CH3CHO (aq) (C) A ferrugem forma um filme aderente que pro-
Cr2O72– (aq) + 8 H+ (aq) + 3 C2H6O (aq) — tege o metal da oxidação.
— 2 Cr3+ (aq) + 3 C2H4O (aq) + 7 H2O (")
(D) A formação da ferrugem é retardada na pre-
sença de soluções ácidas e de sais, assim
como a elevadas temperaturas.

14
2 Degradação dos metais

Pilhas e baterias: uma oxidação útil.


Proteção de metais

Células galvânicas
Célula galvânica, ou pilha eletroquímica, é um sistema que converte energia
química, produzida numa reação de oxidação-redução espontânea, em energia
elétrica.
A figura ao lado representa, esquematicamente, uma pilha eletroquímica.
Uma pilha eletroquímica contém: Zn (s) Ponte salina Cu (s)
• dois elétrodos
– o ânodo: elétrodo onde ocorre a oxidação. É o polo negativo da pilha e
nele libertam-se os eletrões.
Zn 2+ Cu 2+
– o cátodo: elétrodo onde ocorre a redução. É o polo positivo da pilha e é
onde se captam os eletrões.
Esquema representativo de
• eletrólito: solução condutora. uma pilha eletroquímica.
• ponte salina: tubo em «U» que contém uma solução condutora, por exem-
plo de cloreto de potássio, que vai repor a eletroneutralidade do eletrólito.
A eletroneutralidade é alterada durante o período de funcionamento da pi-
lha. O tubo em U pode ser substituído por uma parede porosa.

Cada uma das partes da pilha designa-se por semipilha ou semicélula.

Nesta pilha, as reações que ocorrem são:


• no ânodo: Zn (s) → Zn (aq) + 2 e
2+ −

• no cátodo: Cu (aq) + 2 e → Cu (s)


2+ −

Numa pilha, o fluxo de eletrões processa-se do ânodo para o cátodo.

As pilhas podem ser representadas pelo diagrama de pilha. No caso da pilha


da figura, tem-se:
Zn (s) | Zn2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)
Catião Ponte Catião
Ânodo Cátodo
metálico salina metálico

A força eletromotriz de uma pilha (f.e.m.) corresponde à diferença de potencial


entre os dois elétrodos, medida num voltímetro, e depende da natureza dos elé-
trodos e da concentração dos iões envolvidos na reação.
O potencial padrão de redução, E0, mede a tendência relativa de uma espécie
para se reduzir:
• quanto maior for o valor de E , mais tendência tem a espécie para se reduzir,
0

ou seja, é mais oxidante;


• quanto menor for o valor de E , mais tendência tem a espécie para se oxidar,
0

ou seja, é mais redutora.

15
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Condições padrão: O elétrodo de referência é o elétrodo padrão de hidrogénio, ao qual se atri-


• concentração: 1,0 mol dm−3 bui o valor 0,00 V.
• pressão: 1 bar (1,0 × 105 Pa) ≈
≈ 1 atm (1,013 × 105 Pa)
Qualquer outro potencial de elétrodo é medido pela f.e.m. de uma pilha, em
• temperatura: 25 °C (298,15 K) que um dos elétrodos é o elétrodo de hidrogénio e o outro é o elétrodo do metal
que se pretende determinar.

O poder oxidante/redutor de uma espécie em relação às outras pode deduzir-


-se a partir da série eletroquímica que contém os E0 das várias espécies.

Ocorre uma reação de oxidação-redução quando à espécie que se reduz na


reação direta corresponde um valor de E0 maior do que o da espécie que se reduz
na reação inversa.

A força eletromotriz de uma pilha, nas condições padrão, pode ser calculada
pela diferença entre E0 do cátodo e E0 do ânodo:
E 0pilha = E 0cátodo − E 0ânodo

Questões resolvidas
1. Montou-se uma pilha constituída
por elétrodos de chumbo e de pra-
ta mergulhados em soluções aquo-
Ag (s) Pb(s)
sas dos seus sais, tal como mostra
a figura.
Dados: E0(Ag+/Ag) = +0,80 V;
E0(Pb2+/Pb) = −0,13 V
Ag+ Pb2+
1.1 Identifique o cátodo e o ânodo
da pilha e indique o sentido do [Ag+] = 1,0 mol dm−3 [Pb2+] = 1,0 mol dm−3
fluxo de eletrões.
1.2 Escreva as semirreações que ocorrem nos dois elétrodos.
1.3 Escreva o diagrama da pilha.
1.4 Determine a força eletromotriz da pilha nas condições padrão.

Resolução

1.1 E0(Ag+/Ag) é superior a E0(Pb2+/Pb), portanto, o chumbo oxida-se e a prata reduz-


-se. O elétrodo de chumbo, onde ocorre a oxidação, é o ânodo (elétrodo negati-
vo), e o elétrodo de prata, onde ocorre a redução, é o cátodo (elétrodo positivo).
O fluxo de eletrões dá-se do ânodo para o cátodo, ou seja, do elétrodo de chum-
bo para o elétrodo de prata.
1.2 No ânodo: semirreação de oxidação. Pb (s) → Pb2+ (aq) + 2 e−
No cátodo: semirreação de redução. Ag+ (aq) + e− → Ag (s)
1.3 Pb (s) | Pb2+ (aq) (1,0 mol dm–3) || Ag+ (aq) (1,0 mol dm–3) | Ag (s)
1.4 E 0pilha = E 0cátodo − E 0ânodo → E 0pilha = 0,80 − (−0,13) ⇔ E 0pilha = +0,93 V

16
2 Degradação dos metais

2. Um fio de cobre é introduzido numa solução aquosa de nitrato de prata.


Sabendo que E0(Ag+/Ag) = +0,80 V e E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V, selecione as
situações que considera válidas para o sistema em questão.
(A) A solução fica azul.
(B) Deposita-se prata sobre o fio de cobre.
(C) Precipita o nitrato de cobre (II).
(D) Nada acontece.

Resolução

Como o potencial padrão de redução de Ag+ é superior ao de Cu2+, a partícula Ag+


tem mais tendência para captar eletrões do que Cu2+. Ou seja, o poder oxidante de
Ag+ é superior ao de Cu2+. Assim, o ião Ag+ vai oxidar o cobre metálico, Cu (s), a Cu2+
e, em simultâneo, é reduzido a prata metálica, Ag (s), que se vai depositar sobre o fio
de cobre.
A oxidação do cobre conduz à formação de catiões Cu2+ que ao passarem para a
solução conferem a esta o tom azul característico da presença destes iões. A reação
global é:
Cu (s) + 2 Ag+ (aq) — 2 Ag (s) + Cu2+ (aq)

Forma-se o nitrato de cobre, Cu(NO3)2, mas não precipita porque é muito solúvel.
Resposta: As situações corretas são as descritas em (A) e (B).

3. O ferro metálico, Fe (s), é atacado por soluções de ácido clorídrico, HC! (aq),
e de ácido nítrico, HNO3 (aq), enquanto que o cobre não é atacado pelo
ácido clorídrico, mas sim pelo ácido nítrico. Explique o comportamento
destes metais e indique as espécies iónicas que se formam em solução.
Dados: E 0(Fe2+/Fe) = −0,44 V; E 0(Cu2+/Cu) = +0,34 V;
E 0(NO–3/NO) = +0,96 V; E 0(H+/H2) = 0,00 V

Resolução

• Ação do ácido clorídrico sobre o ferro.


0,00 V

Fe (s) + 2 H+ (aq) — Fe2+ (aq) + H2 (g)

–0,44 V
A reação é extensa no sentido direto, porque a espécie que se reduz no sentido
direto tem E0 mais elevado do que a espécie que se reduz no sentido inverso.
O ácido clorídrico ataca o ferro metálico.

• Ação do ácido clorídrico sobre o cobre.


0,00 V

Cu (s) + 2 H+ (aq) — Cu2+ (aq) + H2 (g)

+0,34 V
A reação não é espontânea. O ácido clorídrico não ataca o cobre metálico.

17
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

• Ação do ácido nítrico sobre o ferro.


A reação entre o ferro metálico e o ácido nítrico será:
–0,44 V

NO–3 (aq) + 4 H+ (aq) + Fe (s) → Fe3+ (aq) + NO (g) + 2 H2O (!)

+0,96 V
Como E (NO /NO) > E (Fe /Fe2+), o ião Fe2+ é oxidado pelo ião NO–3.
0 –
3
0 3+

• Ação do ácido nítrico sobre o cobre.


Este ácido, além de introduzir iões H+ na solução, introduz ainda iões nitrato, NO–3,
que funcionam como oxidante mais energético.
+0,34 V

3 Cu (s) + 2 NO–3 (aq) + 8 H+ (aq) — 2 NO (g) + 3 Cu2+ (aq) + 4 H2O (!)

+0,96 V
Esta reação é extensa no sentido direto. Assim, o cobre é atacado pelo ácido nítrico.

Células eletrolíticas
Uma célula eletrolítica é uma célula eletroquímica na qual tem lugar a eletrólise
– reação não espontânea que utiliza a energia elétrica.
Uma célula deste tipo é constituída por dois elétrodos mergulhados num sal
fundido ou numa solução de eletrólito. A corrente elétrica é fornecida por uma
fonte externa para forçar a reação não espontânea a ocorrer. A fonte de energia,
uma bateria, por exemplo, é ligada aos dois elétrodos; a fonte retira eletrões ao
elétrodo positivo e encaminha-os para o elétrodo negativo. O elétrodo que está
ligado ao polo negativo da bateria passa a ser o elétrodo negativo e o elétrodo
que está ligado ao polo positivo da bateria passa a ser o polo positivo.
Tal como nas pilhas, o elétrodo onde ocorre a redução é o cátodo e o elétrodo
onde ocorre a oxidação é o ânodo. Contudo, nas células eletrolíticas, o cátodo é
negativo e o ânodo é positivo, ao contrário do que sucede nas células galvânicas.

Proteção de metais
Existem vários métodos para proteger os metais contra a corrosão.
1. Aplicar uma camada protetora.
A forma mais simples de prevenir a corrosão é proteger a superfície do me-
tal exposta ao ar ou à água com pintura. No entanto, quando a camada de
tinta abre fissuras, deixando a descoberto uma dada área do metal, haverá
corrosão desse metal sob a camada de tinta. Cada vez é mais frequente a
utilização de protetores feitos de polímeros orgânicos.
2. Provocar a formação de um filme protetor de óxidos.
Há metais, como o zinco e o alumínio, cujos óxidos são insolúveis em água e
aderem à superfície do metal formando uma camada protetora.

18
2 Degradação dos metais

3. Recobrir o metal com uma camada de outro metal mais facilmente oxidável
(galvanização).
O metal escolhido para proteger uma dada peça metálica deve ter um po-
tencial padrão de redução inferior ao do metal da peça.
4. Proteção catódica.
A proteção catódica é um processo pelo qual o metal, para ser protegido da
corrosão, se torna o cátodo de uma pilha eletroquímica.
Este processo consiste em pôr em contacto com o metal a proteger um ou-
tro metal mais fortemente redutor, ou seja, mais oxidável. O metal a proteger
é o cátodo da pilha e o metal protetor é o ânodo.

Questão resolvida
1. O contacto do ferro com alguns metais, como o cobre e o estanho, pode
acelerar a corrosão daquele metal. No entanto, se colocarmos o ferro em
contacto com o zinco ou o magnésio, pode retardar-se, ou mesmo elimi-
nar-se, a formação da ferrugem.
Considere os seguintes valores de E0:
E0(Mg2+/Mg) = −2,37 V; E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V; E0(Fe2+/Fe) = −0,44 V;
E0(Sn2+/Sn) = −0,14 V; E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V; E0(O2/OH−) = +0,40 V

1.1 Determine a força eletromotriz da pilha no seu estado padrão, consti-


tuída por:
1.1.1 ferro e oxigénio, em meio aquoso;
1.1.2 ferro e zinco, em meio aquoso.
1.2 Explique o facto de o oxigénio ser o oxidante mais forte, da série apre-
sentada.
1.3 Qual, ou quais, dos metais referidos acima protegem o ferro quando
estão em contacto com ele?

Resolução

1.1.1 Pilha formada por ferro e oxigénio.


Como E0(O2/OH−) > E0(Fe2+/Fe), o cátodo é o oxigénio e o ânodo é o ferro.
f.e.m. = E0cátodo − E0ânodo → f.e.m. = +0,40 − (−0,44) ⇔ f.e.m. = +0,84 V

1.1.2 Pilha formada por ferro e zinco.


E0(Fe2+/Fe) > E0(Zn2+/Zn). O cátodo é ferro e o ânodo é o zinco.
f.e.m. = E0cátodo − E0ânodo → f.e.m. = −0,44 − (−0,76) ⇔ f.e.m. = +0,32 V

1.2 Como o oxigénio possui maior valor de E0 é a espécie que capta eletrões mais
facilmente, o que lhe permite ser o oxidante mais forte da série apresentada.
1.3 O ferro, quando exposto ao ar e à humidade, sofre corrosão formando à sua
superfície ferrugem, que é o óxido de ferro (III) hidratado. Para proteger o ferro
da corrosão utiliza-se o processo de galvanização, que consiste em revesti-lo
com um metal cujo E0 seja inferior ao do ferro. Neste caso, os metais que podem
proteger o ferro podem ser o zinco e o magnésio. Perante o ferro, o zinco ou o
magnésio atuam como ânodo de uma pilha em que o ferro é o cátodo. São estes
metais que sofrem oxidação.

19
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Pilhas e baterias: uma oxidação útil. Proteção de metais


1. No funcionamento da pilha galvânica esquemati- (A) O hidrogénio, H2, pode reduzir os iões Ni2+ a
zada em baixo, verifica-se a acumulação de chum- níquel metálico.
bo metálico no elétrodo da esquerda e desgaste (B) O cromo metálico não reduz os iões Pb2+ a
(corrosão) no elétrodo da direita. A parede porosa chumbo metálico.
tem o mesmo papel de uma ponte salina.
(C) Os iões permanganato, MnO–4, não oxidam o
cobre metálico a iões Cu2+.
(D) Os iões Fe3+ oxidam o cobre metálico a iões
Pb (s) A (s) Cu2+. ¦

5. Considere o seguinte esquema representativo de


uma pilha:

Pb2+ A 3+

+ −
Cu (s) A Fe (s)

1.1 Expresse, por meio de equações químicas, o


que ocorre em cada elétrodo.
A corrosão no elétrodo de alumínio revela que
este metal se oxida.
Oxidação: A! (s) → A!3+ (aq) + 3 e–
Cu2+ Fe2+
%EGYQYPEqoSHIGLYQFSRSIPrXVSHSHIGLYQFS
MRHMGEUYISWMIW4F2+ EU WIVIHY^IQE4F W 
6IHYqoS4F2+ (aq) + 2 e– → 4F W

1.2 Em que sentido se estabelece o fluxo de ele- Fe2+ → Fe (E° = −0,44 V)


trões no fio condutor? Cu2+ → Cu (E° = +0,34 V)
3 ÀY\S HI IPIXVIW RS ¿S GSRHYXSV HkWI HS 5.1 Indique o ânodo e o cátodo desta pilha.
IPrXVSHSHIEPYQvRMSTEVESIPrXVSHSHIGLYQFS ÆRSHSIPrXVSHSHIJIVVS*I W 'kXSHSIPrXVSHS
HIGSFVI'Y W 
1.3 Indique o elétrodo que atua como cátodo e o
que atua como ânodo. 5.2 Em que sentido circulam os eletrões no fio
3mRSHSrSIPrXVSHSHIEPYQvRMS3GkXSHSrS condutor?
IPrXVSHSHIGLYQFS (SIPrXVSHSHIJIVVSTEVESIPrXVSHSHIGSFVI

1.4 Identifique os polos positivo e negativo desta 5.3 Escreva a equação de oxidação-redução em
pilha. que se baseia o funcionamento da pilha.
4SPSTSWMXMZSIPrXVSHSHIGLYQFS Fe (s) + Cu2+ (aq) → Fe2+ (aq) + Cu (s)

Polo negativo: elétrodo de alumínio. 5.4 Faça o diagrama da pilha.


Fe (s) | Fe2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)
1.5 Escreva a equação global da pilha. Faça a re-
presentação do diagrama da pilha. 5.5 Qual a função do dispositivo representado
2 A! (s) +4F (aq) → 2 A! (aq) +4F W
2+ 3+ por A?
A! (s) | A!3+ EU ``4F2+ (aq) | 4F W Representa a ponte salina que tem duas funções:
fechar o circuito e manter a eletroneutralidade
2. Para os diagramas de pilha indicados, identifique das soluções.
o ânodo e o cátodo e escreva as respetivas equa-
ções de oxidação-redução acertadas. 6. Considere os seguintes dados:
2.1 Zn (s) | Zn2+ (aq) || Ni2+ (aq) | Ni (s) E0(Li+/Li) = −3,05 V e E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V
Zn (s) → Zn2+ (aq) + 2 e–; Ânodo: zinco.
Ni2+ (aq) + 2 e– → 2M W 'kXSHSRvUYIP 6.1 Faça o esquema representativo do diagrama
de uma pilha cuja equação global é:
Equação acertada: Zn (s) + Ni2+ (aq) → Zn2+ (aq) +
+ Ni (s) 2 Li (s) + Cu2+ (aq) → Cu (s) + 2 Li+ (aq)
Li (s) | Li+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)
2.2 Pt (s) | Fe2+ (aq), Fe3+ (aq) || Ag+ (aq) | Ag (s)
'kXSHSTVEXEÆRSHSTEV*I2+/Fe3+ (a platina atua 6.2 Indique:
como elétrodo inerte). 6.2.1 o elétrodo positivo;
Equação acertada: Fe2+ (aq) + Ag+ (aq) → Fe3+ (aq) + )PrXVSHSHIGSFVI
+ Ag (s)
6.2.2 o sentido do movimento dos eletrões.
3. Escreva o diagrama de uma pilha que tem um Do elétrodo de lítio para o elétrodo de
elétrodo de hidrogénio à direita e um elétrodo de GSFVI
platina (Pt) mergulhado numa solução com o par
Fe2+ (aq)/Fe3+ (aq) à esquerda e que inclui uma 6.3 Escreva as semirreações que ocorrem no cá-
ponte salina. todo e no ânodo.
Pt (s) | Fe3+ (aq) , Fe2+ (aq) || H2 (g) | H+ (aq) | Pt (s) 2SGkXSHS'Y2+ (aq) + 2 e– → Cu (s)
No ânodo: Li (s) → Li+ (aq) + e–
4. Consultando a série eletroquímica, selecione a op-
ção correta.

20
2 Degradação dos metais

7. Considere a seguinte figura. 9. Considere o seguinte esquema químico:


Ag (s) + Cr2O 72– (aq) → Ag+ (aq) + Cr3+ (aq)

9.1 Através das equações das semirreações,


acerte o esquema químico anterior em meio
Zn (s) H2 (g) ácido, de modo a representar de forma corre-
ta uma reação de oxidação-redução.
Oxidação: (Ag (s) → Ag+ (aq) + e–) × 6
Redução:
Cr2O72– (aq) + 14 H+ (aq) + 6 e– → 2 Cr3+ (aq) +
Zn2+ H+ + 7 H2O (!)
Reação global:
6 Ag (s) + Cr2O72– (aq) + 14 H+ (aq) → 6 Ag+ (aq) +
+ 2 Cr3+ (aq) + 7 H2O (!)

Sabendo que E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V e também que 9.2 Indique as espécies químicas oxidante e re-
E0(H2/H+) = +0,00 V, responda às seguintes ques- dutora e os números de oxidação dos átomos
tões. respetivos.
Espécie oxidante: Cr2O72– (aq). O cromo, elemento
7.1 Qual o sentido do movimento dos eletrões?
constituinte desta espécie química, sofre redução;
3 ÀY\S HI IPIXVIW HkWI HS IPrXVSHS HI ^MRGS
o seu número de oxidação passa de +6 para +3,
para o elétrodo de hidrogénio.
ou seja, captou 3 eletrões. Espécie redutora: prata
7.2 Identifique: QIXkPMGE%K W 
7.2.1 o cátodo; 9.3 Sabendo que a reação anterior é extensa,
Elétrodo de hidrogénio. diga, justificando, qual das espécies Ag+ e
Cr2O2– tem maior potencial padrão de redução.
7.2.2 o elétrodo onde ocorre a oxidação. 7
8IVkQEMSVZEPSVHIE0 a espécie que for reduzida
Elétrodo de zinco.
ou a que tiver maior poder oxidante. A espécie quí-
7.2.3 o polo negativo. mica Cr2O72– (aq) oxida a prata, logo tem maior po-
Elétrodo de zinco. der oxidante que Ag+ EU IXEQFrQXIVkQEMSVE0.
7.3 Escreva a equação global da pilha, identifican-
do a semirreação de oxidação e a semirrea- 10. As equações I e II correspondem a reações que
ção de redução. ocorrem espontaneamente na água, em condi-
Oxidação: Zn (s) → Zn2+ (aq) + 2 e– ções padrão.
Redução: 2 H+ (aq) + 2 e– → H2 (g) I. Fe (s) + Pb2+ (aq) → Pb (s) + Fe2+ (aq)
Reação global: Zn (s) + 2 H+ (aq) → Zn2+ (aq) + H2 (g) II. Zn (s) + Fe2+ (aq) → Fe (s) + Zn2+ (aq)

7.4 Calcule a f.e.m. da pilha. Selecione a opção que completa corretamente a


E 0pilha = +0,76 V frase seguinte.
Analisando estas reações, isoladamente ou em
8. Um fio de ferro e um fio de prata foram mergulha- conjunto, podemos afirmar que, em condições pa-
dos num recipiente contendo uma solução aquo- drão…
sa de sulfato de cobre (II), de cor azul. Passado (A) os eletrões são transferidos de Pb2+ para Fe.
algum tempo observou-se que o fio de ferro ficou
coberto por uma camada de cobre metálico e que (B) deve ocorrer uma reação espontânea entre Pb
o fio de prata não sofreu alteração, adquirindo a e Zn2+.
solução uma cor amarelada. (C) o ião Zn2+ é melhor oxidante que Fe2+.
Selecione a opção correta. (D) Zn reduz espontaneamente Pb2+ a Pb. ¦
(A) A oxidação do ferro metálico é mais fácil do 11. Considere os seguintes potenciais padrão de re-
que a do cobre. ¦ dução: E0(Mg2+/Mg) = −2,37 V, E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V
(B) A solução ficou amarelada devido à presença e E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V.
dos iões Cu2+. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
(C) O cobre tem um poder oxidante superior ao das frases seguintes, corrigindo as falsas.
da prata.
(A) O melhor redutor é o cobre.
(D) E0(Ag+/Ag) < E0(Cu2+/Cu) < E0(Fe2+/Fe)
(B) O zinco cede eletrões mais facilmente do que
o cobre.
(C) A reação Mg (s) + Zn2+ (aq) → Zn (s) + Mg2+ (aq)
é espontânea.
(D) Pode armazenar-se uma solução de sulfato de
cobre (II) num recipiente de zinco.
(E) O ião Cu2+ recebe mais facilmente eletrões do
que o ião Mg2+.
Verdadeiras: (B); (C); (E). Falsas: (A); (D). Correção
das falsas: (A) O melhor redutor é o que possui
menor valor de E0. O melhor redutor é o magnésio,
Mg. (D) E0(Zn2+/Zn) é menor do que E0(Cu2+/Cu). O
^MRGS r S\MHEHS TIPS GSFVI WSJVIRHS GSVVSWoS I
como tal, um recipiente de zinco não pode arma-
zenar uma solução com iões Cu2+.

21
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

12. Verifique se as reações representadas nas equa- 14.3 Misturou-se carbono, C (s), em excesso com
ções seguintes são espontâneas, nas condições 397,8 g de óxido de cobre (II) e criaram-se as
padrão. condições para que ocorresse a reação quí-
mica IV, e apenas essa. No final da reação, o
Dados: E0(Sn4+/Sn2+) =+0,13 V;
volume de gás libertado, medido nas condi-
E0(Fe3+/Fe2+) = +0,77 V; ções normais de pressão e temperatura, foi
E0(Cr2O2–
7
/Cr3+) = +1,33 V 33,6 dm3.
12.1 2 Fe2+ (aq) + Sn4+ (aq) → 2 Fe3+ (aq) + Sn2+ (aq) 14.3.1 Prove que a equação química IV traduz
Comparando os E0 das reações direta e inversa, uma reação de oxidação-redução.
ZIVM¿GEWIUYIE0 (reação direta) < E0 (reação di- C (s) + 2 CuO (s) → CO2 (g) + 2 Cu (s)
reta). A reação não é espontânea. (0) (+2)(–2) (+4)(–2) (0)

12.2 Cr2O2– (aq) + 6 Fe2+ (aq) + 14 H+ (aq) → 3 R€QIVS HI S\MHEqoS HS GEVFSRS '
TEWWSY HI  TEVE  3 GEVFSRS WSJVIY
7
→ 2 Cr3+ (aq) + 6 Fe3+ (aq) + 7 H2O (!)
oxidação.
Como E0 (reação direta) > E0 (reação inversa), a 3R€QIVSHIS\MHEqoSHSGSFVI'YTEW-
reação é espontânea. WSYHITEVE3GSFVIWSJVIYVIHYqoS
Trata-se de uma reação de oxidação-re-
13. Para evitar a corrosão das plataformas marítimas,
dução.
emprega-se a proteção catódica, método que re-
quer a utilização de um metal de sacrifício em con- 14.3.2 Calcule o rendimento da reação.
tacto com o metal que se deseja proteger. Esse η = 60%
conjunto constitui uma pilha eletroquímica.
Dados: E0(Cu2+/Cu) =+0,34 V; E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V; 15. Nos cascos de ferro das embarcações são fixadas
E0(Mg2+/Mg) =−2,37 V; E0(Fe2+/Fe) = −0,44 V peças conhecidas como «ânodos» de zinco ou de
magnésio, cuja função é proteger o ferro da corro-
13.1 Indique dois metais que seriam mais eficien- são. Essas peças…
tes na proteção do ferro da estrutura da plata-
forma. Justifique. I. oxidam-se mais facilmente do que o ferro.
Para evitar a corrosão (oxidação do ferro), é ne- II. inibem a semirreação Fe2+ (aq) + 2 e− → Fe (s).
GIWWkVMEETVIWIRqEHIYQQIXEPUYITSWWYEYQ III. neste caso, funcionam como polos negativos
potencial padrão de redução menor do que o do das pilhas.
ferro. Neste caso, poderiam proteger o ferro da Selecione a opção correta.
corrosão os metais zinco e magnésio.
(A) I e II são corretas.
13.2 Calcule a f.e.m. de uma pilha constituída por
(B) I e III são corretas. ¦
cobre e ferro.
E 0pilha = +0,78 V (C) Nenhuma é correta.
13.3 Escreva a equação global da pilha, referida (D) Todas são corretas.
em 13.2, identificando o ânodo e o cátodo.
Fe (s) + Cu2+ (aq) → Fe2+ (aq) + Cu (s) 16. Sobre pilhas eletroquímicas e eletrólise são feitas
ÆRSHSJIVVSGkXSHSGSFVI as seguintes afirmações:
I. Em ambos ocorrem reações de transferência
14. Considere as seguintes equações químicas, que
de eletrões.
traduzem reações de oxidação redução.
II. Nas reações que originam pilhas, verifica-se
I. 2 Ag+ (aq) + Cu (s) — 2 Ag (s) + Cu2+ (aq)
a formação de espécies químicas oxidadas e
II. Zn2+ (aq) + Cu (s) — Zn (s) + Cu2+ (aq) reduzidas.
III. Cu2+ (aq) + Fe (s) — Cu (s) + Fe2+ (aq) III. As pilhas constituem sistemas que transfor-
IV. C (s) + 2 CuO (s) → CO2 (g) + 2 Cu (s) mam energia.
IV. Nas eletrólises, observa-se o aparecimento de
Dados: Vm (PTN) = 22,4 dm3 mol−1;
substâncias oxidadas e reduzidas.
E0(Ag+/Ag) = +0,80 V; E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V;
V. A eletrólise é um processo que consome energia.
E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V; E0(Fe2+/Fe) = −0,44 V
Selecione a opção que completa corretamente a
14.1 A qual das reações, I ou II, corresponde uma frase seguinte.
constante de equilíbrio inferior a 1? Justifique.
Estão corretas…
I. ΔE0 = 0,80 – 0,34 ⇔ ΔE0 = 0,46 V
II. ΔE0 = –0,74 – 0,34 ⇔ ΔE0 = –1,08 V (A) as afirmações I, III e IV.
A reação II não é espontânea no sentido em que
(B) todas as afirmações. ¦
IWXkIWGVMXE0SKSXIQKc < 1.
(C) as afirmações I, II e V.
14.2 Coloque por ordem decrescente do seu po-
der redutor os metais cobre, zinco e prata. (D) as afirmações II, III, IV.
Ag > Cu > Zn

22
1 Estrutura e propriedades dos metais

Metais, ambiente e vida 3


Metais, complexos e cor.
Os metais no organismo humano

Metais complexos e cor


Os iões metálicos, em solução aquosa, formam frequentemente ligações co-
valentes coordenadas, ou covalentes dativas, com várias moléculas de água ou
outras espécies. Numa ligação covalente coordenada ambos os eletrões do par
ligante provêm de um único átomo.

Segundo Lewis, base é uma espécie que pode estabelecer uma ligação coor-
denada doando um par de eletrões a outra espécie, e ácido é a espécie química
que pode estabelecer uma ligação coordenada aceitando um par de eletrões de
outra espécie.

Um ião complexo é constituído por um catião de um metal de transição ligado Átomo


dador
covalentemente a moléculas ou iões. As moléculas ou iões que se ligam ao catião
Ligando
metálico designam-se por ligandos.

O átomo do ligando que possui um par de eletrões não compartilhado, forne-


ce esse par de eletrões ao catião metálico, que tem orbitais de valência vazias.
O átomo do ligando que se encontra diretamente ligado ao catião metálico é o
Átomo
átomo dador. O dador de eletrões (ligando) é uma base de Lewis e o aceitador de central
eletrões (catião metálico) é um ácido de Lewis.

O número de coordenação corresponde ao número de átomos dadores que


rodeiam o catião metálico central, no ião complexo. Os ligandos podem ser classi-
ficados como monodentados, bidentados ou polidentados, consoante o número
de átomos dadores que possuem.

Os compostos de coordenação podem ser compostos neutros formados por


iões complexos e outros de carga elétrica oposta, como, por exemplo, [Pt(NH3)2C!2].

A cor de um complexo, ou de qualquer substância, resulta da absorção seleti-


va da radiação da zona do visível.

A cor dos complexos deve-se à interação elétrica entre os ligandos e o catião


metálico, que origina estados de energia diferentes para as orbitais d do metal.
O valor de energia para as orbitais d de um ião metálico constituinte de um com-
posto de coordenação depende do metal envolvido, tal como da natureza dos
ligandos. Diferentes compostos de coordenação, constituídos pelo mesmo ião
metálico central, podem, assim, apresentar diferentes cores.

23
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Questão resolvida
1. Considere a fórmula química do ião complexo [Cr(NH3)5C!]2+.
1.1 Identifique o(s) ligando(s).
1.2 Indique o número de coordenação.
1.3 Determine o número de oxidação do cromo.

Resolução

1.1 Os ligandos são as moléculas de amoníaco, NH3, e o ião cloreto, C"−.


1.2 O número de coordenação é 6 porque estão ligados ao átomo central 5 molécu-
las de amoníaco e um ião cloreto.
1.3 A molécula de amoníaco não possui carga elétrica e o ião cloreto possui carga
elétrica igual a −1. Assim:
x (Cr) + 0 (NH3) + (−1) (C"−) = +2 → x = +1 + 2 ⇔ x = +3
Resposta: O número de oxidação do cromo neste complexo é +3.

Os metais no organismo humano


Os elementos essenciais à vida humana incluem, entre outros, diversos metais
de transição como, por exemplo, o ferro, que é o metal que está presente em
maior quantidade no organismo.
A toxicidade de um elemento depende da dose em que esse elemento é ab-
sorvido pelo corpo humano.

Questão resolvida
1. Selecione a opção correta.
(A) A hemoglobina desempenha um papel essencial no transporte de oxi-
génio do sangue para os pulmões.
(B) Nos pulmões, a hemoglobina transfere as moléculas de oxigénio para
a mioglobina.
(C) O complexo derivado da porfirina e do ferro é a ferroporfirina e toma o
nome genérico de grupo hemo.
(D) O ferro do grupo hemo tem número de oxidação +3 e 6 ligandos.

Resolução

(A) A hemoglobina transporta o oxigénio dos pulmões para o sangue.


(B) A transferência de oxigénio para a mioglobina ocorre nos tecidos orgânicos e
não nos pulmões.
(D) O ferro tem 6 ligandos mas o seu número de oxidação é +2.
Resposta: Opção (C).

24
3 Metais, ambiente e vida

Atividades

Metais, complexos e cor. Os metais no organismo humano


1. Selecione a opção correta. 4. Identifique a espécie que não pode ser considera-
da um ácido de Lewis.
(A) Numa ligação covalente coordenada, os eletrões
do par ligante provêm de átomos diferentes. I. Fe3+
(B) Um ácido, segundo Lewis, é uma substância II. IF3
que tem a capacidade de aceitar um par de
III. HCN
eletrões, estabelecendo uma ligação covalen-
te coordenada. IV. CH3+
(C) Uma base, segundo Lewis, é uma substância V. CH4 ¦
que tem a capacidade de doar um par de ele-
trões a uma substância que os aceita (ácido), 5. Considere as espécies químicas:
estabelecendo uma ligação covalente coorde- I. K2[Ni(CN)4]
nada. ¦
II. [Mo(en)3]3+
(D) Uma ligação covalente coordenada apresenta
propriedades idênticas às de uma ligação co- III. [Cr(C2O4)3]3−
valente polar. IV. [Co(NH3)5(NO2)]C!2

2. Considere a reação (em solvente não aquoso): Determine para cada uma das espécies indicadas:
HBr + HNO3 → H2Br+ + NO–3 5.1 o número de oxidação do ião metálico;
+
A espécie H2Br pode classificar-se como… I. n.o.(Ni) = +2; II. n.o.(Mo) = +3; III. n.o.(Cr) = +3;
IV. n.o.(Co) = +3
(A) uma base de Lewis.
(B) um ácido de Lewis. 5.2 o número de coordenação do ião metálico.
I. n.o de coordenação = 4; II. e III. n.o de coordena-
(C) uma base de Brönsted.
ção = 3; IV. n.o de coordenação = 6.
(D) um ácido de Brönsted. ¦
6. Considere o ião complexo [Pt(NH3)4C!2]2+.
3. Considere as seguintes equações químicas:
I. 2 H3O+ (aq) + O2− (aq) — 3 H2O (!) 6.1 Determine o número de oxidação do catião
metálico.
II. BF3 (aq) + F− (aq) — BF–4 (aq) n.o.(Pt) = +4
III. NH3 (aq) + H2O (!) — NH4+ (aq) + OH− (aq)
6.2 Escreva a fórmula e o nome de cada ligando,
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma antes da complexação.
das frases seguintes, corrigindo as falsas. NH3: amino; C"–: cloreto.
(A) Todas as equações químicas representam rea- 6.3 Indique o número de coordenação do ião me-
ções ácido-base, segundo Lewis. tálico.
(B) Nenhuma das equações químicas representa O número de coordenação é 6 (2 iões C"– e 4
uma reação ácido-base, segundo Brönsted- moléculas de NH3).
-Lowry.
6.4 Qual seria a carga do ião complexo se todos
(C) Apenas as equações químicas II e III traduzem os ligandos fossem iões cloreto?
reações ácido-base, segundo Lewis. –2
(D) A equação química III traduz uma reação áci-
do-base, segundo Brönsted-Lowry. 7. Considere o ião complexo [Cu(CN)4]3−.
Verdadeiras: (A); (D). Falsas: (B); (C). Correção das
7.1 Indique:
falsas: (B) A equação III representa uma equação
kGMHSFEWI WIKYRHS &V~RWXIH 2,3 FEWI   GETXE 7.1.1 o número de oxidação do cobre;
YQ TVSXoS l kKYE SVMKMRERHS S kGMHS GSRNYKEHS +1
NH 4+ . (C) 8SHEWEWIUYEqIWXVEHY^IQVIEqIWkGM-
7.1.2 o número de coordenação do ião.
HSFEWIWIKYRHS0I[MW
O número de coordenação é 4.
Exame Nacional 1981 – 1.ª Fase, 2.ª Chamada
7.2 Que tipo de ligação se estabelece entre o ião
(adaptado)
metálico e os ligandos?
Ligação covalente coordenada ou dativa.
7.3 O ião metálico pode considerar-se um ácido
ou uma base, segundo Lewis? Justifique.
ÈGMHSHI0I[MWTSVUYIEGIMXEYQTEVHIIPIXVIW

25
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

8. A figura seguinte representa o ião complexo A cor do ião complexo [Ti(H2O)6]3+ para uma transi-
[Co(C2O4)3]3− e o ligando C2O42–. ção eletrónica correspondente à absorção de uma
radiação da zona do visível, com o comprimento
O 3−
de onda de 5,00 × 10−5 cm, é…

O O (A) amarela.
O O (B) vermelha. ¦
O 2−
Co O O O (C) azul.
O O (D) violeta.
O O O O
11. O ião etilenodiaminotetracetato, EDTA4−, tem a se-
O guinte fórmula de estrutura:

[Co( C2O4)3 ] 3– C2O42– O O


- -
O CCH2 CH2C O
8.1 Indique o número de coordenação.
O número de coordenação é 3. - N (CH )
2 2
N
-
O CCH2 CH2C O
8.2 Determine a carga do catião metálico.
+3 O O

8.3 Selecione a opção que completa corretamen- Selecione a opção que completa corretamente a
te a frase seguinte. frase seguinte.
Com base na figura, pode afirmar-se que… O ião etilenodiaminotetracetato…
(A) o ião C2O2–
4
ligado ao catião metálico tem (A) é um ligando bidentado.
carga 3−.
(B) é utilizado no crescimento das plantas, porque
(B) o catião metálico é uma base de Lewis. o ferro de que as plantas necessitam é forne-
(C) os ligandos são ácidos de Lewis. cido nos adubos sob a forma de EDTA-ferro (II)
(D) o catião metálico é um ácido de Lewis. ¦ solúvel. ¦
(C) é um ácido, segundo Lewis.
9. Selecione a opção correta.
(D) é muito tóxico.
(A) A cor de um complexo resulta da absorção da
radiação na zona do ultravioleta. 12. A presença de alguns metais no organismo humano
(B) Uma amostra que absorve todas as radiações é essencial.
na zona do visível apresenta cor preta. ¦
12.1 Selecione a opção que corresponde a um
(C) A cor dos compostos de coordenação resulta conjunto de metais de transição que são im-
das transições dos eletrões entre as orbitais s portantes para o organismo humano.
e d do metal de transição.
(A) Cobre, manganês e chumbo.
(D) Em geral, os compostos de coordenação não
são corados.
(B) Ferro, cobalto e mercúrio.
(C) Cromo, mercúrio e chumbo.
10. A tabela seguinte mostra a cor observada em fun- (D) Magnésio, cobre e ferro. ¦
ção da luz da zona do visível absorvida por um
complexo, e o respetivo comprimento de onda. 12.2 De acordo com o conjunto selecionado, indi-
que a principal função no organismo de cada
Cor do complexo Cor absorvida
Comprimento de onda um dos metais de transição.
absorvido, λ / nm
3 QEKRrWMS IWXk TVIWIRXI IQ JVYXSW WIGSW ZI-
getais, iogurte e leite, entre outros. Previne a
Verde Vermelho escuro 720
Azul Alaranjado 610 osteoporose, diminui os riscos de doenças coro-
Violeta Amarelo esverdeado 560 RkVMEWIEEGYQYPEqoSHIKSVHYVEWREWTEVIHIW
Vermelho Verde azulado 500 das artérias.
Amarelo Azul violeta 430 3GSFVITVIWIRXIRSJvKEHSIRSQEVMWGSrGSQ-
TSRIRXI HI IR^MQEW S\MHERXIW I IWXk IRZSPZMHS
RSTVSGIWWSHIEFWSVqoSIQSFMPM^EqoSHSJIVVS
RIGIWWkVMSlTVSHYqoSHILIQSKPSFMRE
3JIVVSIWXkTVIWIRXIREGEVRIJvKEHSTIM\II
algumas leguminosas, entre outros. É o componen-
XITVMRGMTEPHELIQSKPSFMREIHEQMSKPSFMRE
12.3 Qual, ou quais, de entre os metais acima refe-
ridos, é tóxico para o ser humano, mesmo que
em pequenas quantidades?
1IVG€VMSIGLYQFS

26
3 Metais, ambiente e vida

Comportamento ácido-base das soluções


de sais

Grau de ionização
O grau de ionização, α, de um ácido em solução aquosa, é o quociente entre
o número de moles (ou moléculas) ionizadas e o número de moles (ou moléculas)
dissolvidas.

Número de moles
que sofrem ionização
Grau de
ionização
nionizadas
α=
ndissolvidas

Número de moles
que se dissolvem

Para compostos iónicos, o grau de ionização denomina-se grau de dissocia-


ção.
ndissociadas
α=
ndissolvidas ou iniciais

O grau de ionização (ou o grau de dissociação) varia de 0, quando não existem


moléculas ionizadas ou dissociadas, a 1, quando todas as moléculas se encontram
ionizadas ou dissociadas.

A relação entre o grau de ionização de um ácido ou de uma base com as res-


petivas constantes de ionização é dada pela expressão Ka = α c para ácidos, e
2

1 – α
Kb = α c para bases, em que:
2

1–α
• K – constante de acidez;
a

• K – constante de basicidade;
b

• α – grau de ionização;
• c – concentração da solução ácida ou alcalina.
Questão resolvida
1. Uma solução aquosa 2,0 × 10−2 mol dm−3 em ácido fluorídrico, HF (aq), tem
um grau de ionização de 15,0%.
1.1 Determine a constante de acidez deste ácido.
1.2 Selecione a opção que corresponde ao pH da solução ácida.
(A) 2,0 (B) 2,5 (C) 3,0 (D) 3,5

27
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Resolução

1.1 Para 1,0 dm3 de solução ácida:


n = c × V → n = 2,0 × 10−2 × 1,0 ⇔ n = 2,0 × 10−2 mol HF
nionizadas nionizadas
α= n × 100 → 15,0 = × 100 ⇔ nionizadas = 3,0 × 10−3 mol
dissolvidas 2,0 × 10–2

HF (aq) + H2O (!) — F− (aq) + H3O+ (aq)

ci / mol dm–3 2,0 × 10–2 — 0 ≈0

2,0 × 10–2 – 3,0 × 10–3 ≈


ceq / mol dm–3 — 3,0 × 10–3 3,0 × 10–3
≈ 1,7 × 10–2

[F–]e × [H3O+]e (3,0 × 10–3)2


Ka = → Ka = ⇔ Ka = 5,3 × 10−4
[HF]e 1,7 × 10–2
α2 c 0,152 × 2,0 × 10–2
Ou Ka = → Ka = ⇔ Ka = 5,3 × 10−4
1–α 1 – 0,15
Resposta: A constante de acidez do HF é 5,3 × 10−4.

1.2 pH = −log [H3O+] → pH = −log 3,0 × 10−3 ⇔ pH = 2,5


Resposta: Opção (B).

Comportamento ácido-base das soluções de sais


As soluções aquosas de sais podem ter comportamento ácido, básico ou neutro.

• Sal derivado de ácido forte e base forte: o sal é neutro; por exemplo, NaC!.
• Sal derivado de ácido forte e base fraca: o sal é ácido; por exemplo, NH C!. 4
O anião C!−, sendo uma base fraca conjugada de um ácido forte, não tem ca-
pacidade de captar protões (H+) da água e não reage com ela. O catião NH4+,
como é ácido conjugado de uma base fraca, reage com a água, originando
iões H3O+.

• Sal derivado de ácido fraco e base forte: o sal é básico; por exemplo,
NaCH3COO. O anião CH3COO−, sendo uma base fraca de um ácido fraco,
sofre hidrólise, originando iões OH−. O catião Na+ não reage com a água.

• Sal derivado de ácido fraco e base fraca: o caráter da solução depende da


força relativa do ácido e da base; por exemplo, NH4CH3COO.

Soluções tampão
As soluções tampão são soluções que resistem à variação de pH quando se
lhes adiciona pequenas quantidades de ácido forte ou de base forte.

28
3 Metais, ambiente e vida

• Solução tampão ácida (HA/A ): HA (aq) + H O (!) — A



(aq) + H3O+ (aq)
2

Quando a uma solução tampão HA/A− se adicionam pequenas quantidades


de base forte (OH−), uma parte do ácido fraco vai reagir com os iões OH−,
neutralizando a sua ação.
Quando a uma solução tampão HA/A− se adicionam pequenas quantidades
de ácido forte (H3O+), uma parte dos iões A− presentes na solução reagem
com os iões H3O+, consumindo-os totalmente.

• Solução tampão básica (B/BH ): B (aq) + H O (!) — BH


+
(aq) + OH− (aq)
2
+

Quando a uma solução tampão B/BH+ se adicionam pequenas quantidades


de base forte (OH−), uma parte do ácido fraco (BH+) vai reagir com os iões
OH−, neutralizando a sua ação.
Quando a uma solução tampão B/BH+ se adicionam pequenas quantidades
de ácido forte (H3O+), uma parte da base fraca B reage com os iões H3O+,
consumindo-os totalmente.

Questão resolvida

1. Qual das seguintes combinações forma uma solução tampão?


I. 25,0 cm3 de uma solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NH3 + 50,0 cm3 de uma
solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em HC".
II. 50,0 cm3 de uma solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NH3 + 25,0 cm3 de uma
solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em HC".

Resolução

• Solução I
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 25,0 × 10−3 ⇔ n = 2,5 × 10−3 mol NH3
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 50,0 × 10−3 ⇔ n = 5,0 × 10−3 mol HC!

HC! (aq) + NH3 (aq) → C!− (aq) + NH+4 (aq)

ni / mol 5,0 × 10–3 2,5 × 10–3 ≈0 ≈0


nf / mol 2,5 × 10–3 0 2,5 × 10–3 2,5 × 10–3

No final da reação existe igual quantidade química de HC!, de C!− e de NH4+ e não
existe NH3. Não existe o par conjugado NH4+/NH3 e a solução não é tampão.

• Solução II
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 50,0 × 10−3 ⇔ n = 5,0 × 10−3 mol NH3
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 25,0 × 10−3 ⇔ n = 2,5 × 10−3 mol HC!

HC! (aq) + NH3 (aq) → C!− (aq) + NH+4 (aq)

ni / mol 2,5 × 10–3 5,0 × 10–3 ≈0 ≈0


nf / mol 0 2,5 × 10 –3
2,5 × 10 –3
2,5 × 10–3

No final da reação existe igual quantidade química de NH3, de C!− e de NH4+, e não
existe HC!. Existe o par conjugado NH4+/NH3 e a solução é uma solução tampão.
Resposta: Apenas a solução II é uma solução tampão.

29
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Comportamento ácido-base das soluções de sais


1. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma 5. Um determinado produto de limpeza, de uso do-
das frases seguintes, corrigindo as falsas. méstico, é preparado a partir de 2,5 × 10−3 mol
de amoníaco, NH3 (g), para cada litro de produto.
(A) Quanto mais forte for o ácido, mais fraco é o
A 25 °C, este produto contém, entre outras espé-
respetivo ácido conjugado.
cies químicas, H3O+ (aq) com a concentração de
(B) Quanto maior for o grau de ionização, α, de 1,0 × 10−10 mol dm−3.
uma solução ácida, menor é o pH dessa so- A equação química que traduz a ionização do
lução. amoníaco em água é:
(C) A dissociação é a separação de iões de um so- NH3 (g) + H2O (!) — NH+4 (aq) + OH− (aq)
luto polar por ação de solvente polar.
Determine, em percentagem, o grau de ionização
(D) A constante de ionização de uma solução de- do amoníaco neste produto.
pende da temperatura. Dado (a 25 °C): Kw = 1,0 × 10−14
(E) Numa reação ácido-base exotérmica em que α = 4,0%
se verifica a formação de iões H3O+, o aumento
da temperatura faz diminuir o pH da solução. 6. Qual dos compostos que se seguem, quando adi-
Verdadeiras: (B); (D). Falsas: (A); (C); (E). Correção cionados a água pura, não altera o valor de pH?
das falsas: (A) 5YERXSQEMWJSVXIJSVSkGMHSQEMW
(A) Na2O
JVEGE r E VIWTIXMZE FEWI GSRNYKEHE (C) Disso-
(B) NaCH3COO
GMEqoSrEWITEVEqoSHIMIWHIYQWSPYXSM{RMGS
por ação de um solvente polar. (E) O aumento da
(C) LiHCO3
temperatura faz aumentar o pH da solução. Se a (D) KC" ¦
reação é exotérmica, o aumento de temperatura
7. Selecione a opção correta.
faz com que o sistema evolua no sentido da reação
endotérmica, ou seja, no sentido da reação inver- (A) Os sais derivados de ácidos fortes e bases
sa. Ao evoluir no sentido inverso, a concentração fracas originam soluções aquosas de caráter
em iões H3O+HMQMRYMEWSPYqoS¿GEQEMWEPGEPMRE básico.
e o pH aumenta. (B) Um sal derivado de um ácido fraco e de uma
base fraca pode originar uma solução aquosa
2. Uma solução aquosa 2,0 × 10−2 mol dm−3 em ácido de caráter neutro. ¦
acético, CH3COOH (aq), encontra-se 3,0% ioniza- (C) A solução aquosa de um sal em que o anião
da em CH3COO− (aq) e H3O+ (aq). é a espécie conjugada de uma base fraca e
Determine: o catião é a espécie conjugada de um ácido
forte, é uma solução alcalina.
2.1 a concentração de cada um destes iões, ex-
pressa em mol dm−3; (D) Numa solução aquosa de acetato de sódio,
NaCH3COO (aq), o valor de pH a 25 °C é infe-
[CH3COO–] = [H3O+] = 6,0 × 10–4 mol dm–3
rior a 7.
2.2 a constante de acidez deste ácido.
Ka = 1,8 × 10–5 8. Selecione a opção que corresponde à solução que
tem o valor de pH mais elevado.
3. A constante de acidez do ácido acético, Dados: Kb(NH3) = 1,8 × 10−5;
CH3COOH (aq), a uma dada temperatura, é igual Ka(CH3COOH) = 1,8 × 10−5
a 1,8 × 10−5.
(A) Água desionizada.
Selecione a opção que completa corretamente a (B) Solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NaC".
frase seguinte.
(C) Solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NH4C".
A essa temperatura, o grau de ionização de uma
(D) Solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NaCH3COO. ¦
solução 4,5 × 10−2 mol dm−3 é…
(A) 2,0%. ¦
(B) 4,0%.
(C) 8,0%.
(D) 20,0%.

4. O ácido fórmico, HCOOH (aq), é um ácido fraco.


Uma dada solução deste ácido sofre um processo
de diluição. Ao efetuar a diluição, mantendo cons-
tante a temperatura, o que espera que ocorra com:
4.1 a constante de acidez do ácido?
A constante de ionização mantém-se porque a
temperatura não varia.
4.2 o grau de ionização do ácido?
O valor de αEYQIRXETSVUYIEWSPYqoS¿GEQEMW
diluída e o grau de ionização varia com a con-
centração, a uma dada temperatura. Quanto mais
diluída for a solução maior o valor de α.

30
3 Metais, ambiente e vida

9. Determine, a 25 °C, o pH de uma solução de ace- (C) aumenta, diminui, não se altera.
tato de sódio, NaCH3COO (aq), de concentração
(D) não se altera, aumenta, diminui.
1,0 × 10–1 mol dm–3.
Dados (a 25 °C): Ka(CH3COOH) = 1,8 × 10−5; 14. Com o objetivo de comparar o comportamento do
Kw = 1,0 × 10−14 sistema tampão CH3COOH/NaCH3COO, de con-
pH = 8,9 centração 1,0 × 10−1 mol dm−3, com o da água, rela-
tivamente à adição de HC! (g) e NaOH (s), um gru-
10. Determine a massa de cloreto de amónio, NH4C!, po de alunos realizou uma atividade laboratorial,
necessária para preparar 200,0 cm3 de uma solu- a 25 °C, semelhante à esquematizada na figura
ção aquosa deste sal que apresente um valor de seguinte.
pH igual a 4,75.
Dado: Kb (NH3) = 1,8 × 10−5 Copo A Copo B
m = 6,2 g NH4C" 0,01 mol de HC 0,01 mol de HC

11. Selecione a opção correta.


(A) Uma solução tampão é uma solução cujo pH 1L 1L
varia pouco, mesmo que a ela se adicione água tampão
grandes quantidades de ácido ou de base.
(B) Numa solução tampão básica, uma parte da
base fraca recebe protões dos iões H3O+ for-
necidos por um ácido fraco. Copo C Copo D
0,01 mol de NaOH 0,01 mol de NaOH
(C) As soluções concentradas de ácidos fortes ou
de bases fortes são, naturalmente, soluções
tampão. ¦
(D) Numa solução tampão ácida, a concentração 1L 1L
em iões H3O+ varia bastante. água tampão

12. Misturaram-se diferentes pares de soluções com a


concentração de 1,0 × 10−1 mol dm−3. Identifique, de
entre os pares seguintes, aquele que dá origem a Relativamente às conclusões retiradas da expe-
uma solução tampão. riência, selecione a opção correta.

(A) HC" + NaC" (A) Os copos A e C foram sujeitos a diferentes va-


riações de pH.
(B) HC" + NaNO3 (B) O copo C foi sujeito a uma variação de pH
(C) NH3 + NH4NO3 ¦ igual a 5. ¦
(D) NaOH + HC" (C) No copo B, após a adição do ácido, registou-se
uma grande variação de pH.
13. Selecione a opção que contém os termos que pre- (D) O copo A foi sujeito a uma variação de pH
enchem sequencialmente os espaços seguintes. igual a 2.
Dissolvendo-se acetato de sódio, NaCH3COO (s),
15. Uma solução aquosa de acetato de sódio,
numa solução de ácido acético, CH3COOH (aq), a
NaCH3COO (aq), com o volume de 250,0 cm3,
constante de acidez do ácido ........, o grau de ioni-
apresenta um valor de pH igual a 8,5.
zação do ácido ........ e o pH da solução ........
Dados: Ka(CH3COOH) = 1,8 × 10–5;
(A) diminui, não se altera, diminui.
Kw(a 25 °C) = 1,0 × 10–14
(B) não se altera, diminui, aumenta. ¦
15.1 Determine a concentração da solução aquosa
de acetato de sódio.
c = 1,7 × 10–2 mol dm–3 NaCH3COO
15.2 A solução de acetato de sódio é uma solução
tampão? Justifique.
% WSPYqoS HI EGIXEXS HI W{HMS RoS r YQE WSPY-
qoSXEQToSTSMWRoSrGSRWXMXYvHETSVYQEFEWI
JVEGE I TIPS VIWTIXMZS kGMHS GSRNYKEHS IQ GSR-
GIRXVEqIWETVIGMkZIMWIWIQIPLERXIW ',3COO– e
CH3COOH).

31
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Os metais como catalisadores

Teoria das colisões e teoria do complexo ativado


Um modo de interpretar o que ocorre numa reação química em fase gasosa é a
teoria das colisões. Segundo esta teoria, uma reação só pode ocorrer quando as
moléculas de reagentes e produtos da reação colidem.
Quanto maior o número de colisões por unidade de tempo, maior a probabili-
dade de a reação ocorrer.

Uma reação só ocorre se as moléculas colidirem entre si com uma energia


cinética igual ou superior à energia mínima e com orientação correta.

Segundo a teoria do complexo ativado, quando a colisão é eficaz forma-se


um estado intermédio entre os reagentes e os produtos da reação, que se designa
complexo ativado, no qual as ligações originais existentes nas moléculas dos
reagentes estão enfraquecidas e as novas ligações estão apenas parcialmente
formadas.

A energia de ativação, Ea, é a energia mínima necessária para formar o com-


plexo ativado a partir dos reagentes.

Catalisadores
Caminho original Um catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma reação
Energia potencial

Ea sem sem nela se consumir, porque oferece caminhos alternativos entre os reagentes e
o catalisador os produtos da reação, com energias de ativação mais baixas.
Ea com Um catalisador tanto aumenta a velocidade da reação direta como a da reação
o catalisador inversa e não altera o valor da constante de equilíbrio da reação global.
Reagentes
A catálise pode ser homogénea (se os catalisadores se encontram na mesma
Caminho com
o catalisador fase que os reagentes) ou heterogénea (se os catalisadores se encontram numa
fase diferente dos reagentes).
A catálise heterogénea é o tipo de catálise mais utilizado na indústria química,
Produtos
nomeadamente na síntese do amoníaco pelo processo de Haber e nos converso-
res catalíticos.
Coordenada da reação
As enzimas são catalisadores biológicos muito ativos. Uma pequena quanti-
Comparação entre as energias
dade de enzima é suficiente para catalisar uma reação. Devido à sua estrutura
de ativação com e sem
catalisador. complexa, cada enzima só consegue atuar sobre moléculas cuja forma se adapte
à sua. Estas moléculas chamam-se substratos.

32
3 Metais, ambiente e vida

Atividades

Os metais como catalisadores


1. Selecione a opção correta. Com base no gráfico, pode afirmar-se que…
(A) Uma reação ocorre quando a colisão entre as (A) o volume de oxigénio formado até aos dez
moléculas é feita com a orientação adequada, minutos da reação seria maior na ausência do
para qualquer valor de energia. catalisador.
(B) O complexo ativado corresponde a um estado (B) a velocidade com que se forma o oxigénio au-
de transição. ¦ menta à medida que a reação prossegue.
(C) A energia de ativação é a energia máxima ne- (C) a quantidade de H2O2 (aq) que se decompõe
cessária para formar o complexo ativado. por minuto durante a experiência é constante.
(D) No complexo ativado as ligações originais es- (D) a catálise é heterogénea. ¦
tão enfraquecidas e as novas ligações estão
totalmente formadas.
4. Considere o seguinte mecanismo de reação, em
fase gasosa, e indique a espécie que atua como
2. Selecione a opção que completa corretamente a
catalisador.
frase seguinte.
Em relação aos catalisadores, podemos afirmar NH2NO2 (g) + OH− (g) → H2O (g) + NHNO–2 (g)
que… NHNO–2 (g) → N2O (g) + OH− (g)
(A) são adicionados ao sistema reacional, mas OH–
não participam nas reações.
(B) participam nas reações químicas, mas são re- 5. Considere o diagrama seguinte:
generados no final. ¦ E
(C) aumentam a rapidez da reação sem, no entan-
to, participarem nela. «N2O3 C »
(D) têm de estar na mesma fase que os reagentes.
X
3. Uma solução aquosa de peróxido de hidrogénio
(água oxigenada), H2O2 (aq), decompõe-se, à tem- NO + NO2C
peratura e pressão ambientes, na presença do ca- Y
talisador cloreto de ferro (III), FeC!3 (s), originando NOC + NO2
água e oxigénio. Coordenada da reação
Verificou-se que o volume de oxigénio formado
variava conforme se mostra no gráfico seguinte. 5.1 Escreva a reação química da reação corres-
pondente.
NOC" + NO2 → NO + NO2C"
VO / mL

4,0
2

5.2 Que nome se dá à situação representada por


3,0
«N2O3C"»?
Estado de transição (complexo ativado).
2,0
5.3 A que correspondem as letras X e Y?
1,0 X – energia de ativação; Y – entalpia da reação.
5.4 Classifique a reação sob o ponto de vista tér-
0,0 mico.
0 10 20 30 40
t / min )RHSXrVQMGE(SIWXEHSMRMGMEPEXrESIWXEHS¿REP
LSYZIEFWSVqoSHIIRIVKME
5.5 Diga como se poderia diminuir a energia cor-
respondente a X.
Adicionando um catalisador adequado.

33
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

6. Considere o gráfico abaixo representado. 8. Considere o diagrama energético da reação


N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)
E
sob a ação de um catalisador.

B H / kJ

A Y 334
−359 kJ
163
X
C N2(g) + 3H2(g)
0
Coordenada
Coordenada da reação
da reação

2 NH3(g)
-92
6.1 Associe as letras da coluna I aos termos cor-
respondentes da coluna II.

I II Selecione a opção correta.


A 1. Energia de ativação (A) A reação é endotérmica porque ΔH é −92 kJ.
B 2. Produto da reação (B) A energia de ativação com o catalisador é
C 3. Reagente igual a 334 kJ.

X 4. Entalpia de reação (C) A energia de ativação da reação com catalisa-


dor é igual a 163 kJ. ¦
Y 5. Complexo ativado
(D) A presença do catalisador diminui o valor de
A 3; B 5; C 2; X 4; Y 1. ΔH da reação.
6.2 Considere que X corresponde a −226 kJ. 9. Num sistema biológico podem ter lugar, em simul-
6.2.1 Indique o valor da energia de ativação. tâneo, dezenas de reações químicas numa célula.
O controlo e a catálise destas reações são reali-
)RIVKMEHIEXMZEqoS!O.
zados por catalisadores bioquímicos: as enzimas.
6.2.2 Em relação à reação inversa, calcule a Selecione a opção correta.
energia de ativação, bem como o valor
de ΔH. (A) Qualquer enzima pode atuar sobre qualquer
)RIVKMEHIEXMZEqoS!O. molécula de reagente.
(B) As enzimas atuam sob valores de temperatura,
7. De uma reportagem sobre conversores catalíticos, pressão e pH muito baixos.
utilizados em automóveis, extraiu-se a seguinte
frase: «os catalisadores são substâncias que ini- (C) As enzimas são catalisadores orgânicos.
ciam as reações químicas porque sem a sua pre- (D) As enzimas são catalisadores muito ativos,
sença essas reações não seriam possíveis.» sendo suficiente uma pequeníssima quantida-
Assinale dois erros presentes nesta frase. de de enzima para catalisar uma reação. ¦
Um catalisador não inicia necessariamente uma rea-
ção, mas antes aumenta a sua rapidez. Além disso, toda
a reação que ocorre na presença do catalisador pode
SGSVVIVWIQUYIIWXIIWXINETVIWIRXI-WXSWMKRM¿GEUYI
o catalisador não tem a capacidade de tornar possível
YQEVIEqoSUYITSVWMW{WIVMEMQTSWWvZIP

34
Unidade 2

Combustíveis,
energia e
ambiente

1 Combustíveis fósseis:
o carvão, o crude e o gás
natural

2 De onde vem a energia


dos combustíveis
Combustíveis fósseis:
o carvão, o crude e
1 o gás natural
Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL)
e aos fuéis: destilação fracionada e cracking
do petróleo

O petróleo e os seus derivados


Os petróleos brutos, ou crude, que se obtêm diretamente do subsolo, são
líquidos geralmente de cor negra, viscosos, constituídos por uma mistura de um
grande número de hidrocarbonetos, com um número de átomos de carbono
geralmente inferior a trinta.
Os hidrocarbonetos constituintes do petróleo são, maioritariamente, alcanos.
Os alcanos são miscíveis entre si e com outros hidrocarbonetos, pelo que se pode
considerar o petróleo como uma solução com numerosos produtos.

Destilação fracionada do petróleo


Para separar os componentes do petróleo utiliza-se a destilação fracionada,
que permite separar componentes como pontos de ebulição próximos.
A destilação fracionada do petróleo processa-se em três etapas;
• destilação à pressão atmosférica;
• destilação a pressão reduzida;
• destilação a pressão elevada.

Cracking e refinação do petróleo


Há frações do petróleo que para serem utilizáveis são sujeitas a cracking,
reações que «quebram» as moléculas dos hidrocarbonetos de cadeia longa, origi-
nando moléculas de cadeia mais curta. No caso do cracking catalítico, essa rutu-
ra faz-se em determinadas condições de pressão e temperatura e na presença de
catalisadores apropriados, os zeólitos.

Alguns produtos da destilação fracionada do pertróleo também podem ser su-


jeitos a reações de isomerização. Estas reações permitem que se obtenha hidro-
carbonetos ramificados a partir de hidrocarbonetos lineares.

36
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Questões resolvidas
1. O petróleo é o combustível mais consumido no mundo. A destilação fracio-
nada do petróleo pode ser feita a pressão elevada ou a pressão reduzida.
Selecione a opção correta.
(A) A destilação fracionada do petróleo processa-se em duas etapas.
(B) A partir da destilação fracionada do petróleo a pressão reduzida, ob-
têm-se produtos pesados.
(C) Os produtos obtidos da destilação fracionada do petróleo sujeitos a
cracking são os que possuem menor massa molar.
(D) A fração do petróleo que contém hidrocarbonetos com 20 átomos de
carbono é a nafta.

Resolução

Opção (B). As outras são incorretas porque:


(A) A destilação fracionada do petróleo processa-se em duas etapas.
(C) Os produtos sujeitos a cracking são os que possuem maior massa molar.
(D) A nafta contém hidrocarbonetos com um número de átomos de carbono que varia
entre 6 a 7.

2. Considere as seguintes equações químicas e indique as que representam


reações de cracking catalítico.
(A) C3H8 → C2H4 + CH4
(B) CH3–(CH2)4–CH3 → C3H6 + C3H8
(C) CH3–(CH2)3–CH3 → CH3 CH2 CH CH3
CH3

(D) CH3–(CH2)6–CH3 → 2 C3H6 + C2H6

CH2
(E) CH3–(CH2)4–CH3 → H2 + H2C CH CH3
H2C CH2

Resolução

Resposta: As equações (A), (B) e (D) representam reações de cracking catalítico, uma
vez que as moléculas de maior massa molar são «quebradas», isto é, dissociam-se em
moléculas mais leves (de menor massa molar), que, por isso, são mais voláteis.

Nota: Nas equações (C) e (E) verifica-se um rearranjo dos átomos na molécula do
hidrocarboneto de cadeia linear.
A estrutura das moléculas dos hidrocarbonetos é modificada para melhorar (manten-
do-se a massa molar), entre outras coisas, determinadas propriedades da gasolina.
Na reação representada em (C) ocorreu uma isomerização (a massa molar é igual),
enquanto que na reação representada em (E) o hidrocarboneto de cadeia linear deu
origem a um hidrocarboneto cíclico (ciclização) com libertação de hidrogénio.

37
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Atividades

Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL) e aos fuéis:


destilação fracionada e cracking do petróleo

1. Selecione a opção correta. 4. Nos textos seguintes existem pares de palavras


em itálico. Para cada par selecione a palavra em
(A) O petróleo teve a sua origem geológica na se-
itálico que completa corretamente o texto.
dimentação e decomposição de organismos
soterrados e sujeitos à ação de temperaturas 4.1 Uma coluna de destilação industrial contém
e pressões muito elevadas. ¦ um grande número de pratos/colunas. A tem-
peratura de cada prato é variável/constante.
(B) Como o petróleo é um produto natural, a sua
A temperatura no interior da coluna de des-
extração e utilização não são poluentes.
tilação aumenta/diminui de baixo para cima.
(C) O petróleo encontra-se uniformemente distri- pratos; constante; aumenta
buído por todo o planeta.
4.2 O conjunto dos constituintes do petróleo que
(D) O petróleo é uma fonte de energia renovável, têm temperaturas de ebulição próximas cons-
visto estar em constante formação geológica. titui a totalidade/uma fração da destilação.
uma fração
2. Selecione a opção correta.
4.3 A destilação à pressão atmosférica permite
(A) O petróleo encontra-se sempre a grandes pro- obter, sucessivamente, de cima para baixo: os
fundidades. cicloalcanos/alcanos, tais como o metano, a
nafta/alcatrão que se utiliza nas gasolinas, o
(B) O petróleo contém elevada percentagem de
querosene/querogénio utilizado nos motores
hidrocarbonetos aromáticos.
dos aviões, o gasóleo/óleo lubrificante utiliza-
(C) O petróleo é constituído maioritariamente por do nos motores diesel.
hidrocarbonetos, sobretudo alcanos. ¦ alcanos; nafta; querosene; gasóleo
(D) O petróleo não contém cicloalcanos. 4.4 Os gases e a nafta são submetidos a uma se-
gunda destilação a pressão reduzida/alta.
3. A obtenção dos diferentes subprodutos do petró- alta
leo é feita através da destilação fracionada.
Selecione a opção correta. 5. As temperaturas de ebulição do hexano, do hep-
(A) As primeiras frações que se obtêm a partir tano, do octano e do decano são 68,7 °C, 98,4 °C,
da destilação fracionada do petróleo são as 125,6 °C e 174 °C, respetivamente.
menos voláteis. Estes quatro alcanos são totalmente miscíveis e
não reagem uns com os outros.
(B) Os produtos que se obtêm a partir da desti-
lação fracionada do petróleo têm pontos de Procede-se à destilação de uma mistura de 15 mL
ebulição muito diferentes. de hexano, 10 mL de heptano, 20 mL de octano e
20 mL de decano. Esta destilação termina quando
(C) Os valores dos pontos de ebulição de al- a temperatura no topo da coluna de fracionamen-
guns dos produtos que se obtêm a partir da to atinge a temperatura de 145 °C.
destilação fracionada do petróleo são muito
5.1 Escreva as fórmulas racionais dos alcanos re-
próximos. ¦
feridos e justifique a ordem das temperaturas
(D) O petróleo bruto pode ser utilizado direta- de ebulição.
mente sem passar por uma refinação prévia. Hexano: CH3–(CH2)4–CH3; Heptano: CH3–(CH2)5–CH3;
Octano: CH3–(CH2)6–CH3; Decano: CH3–(CH2)8–CH3.
A temperatura de ebulição aumenta com o au-
mento da cadeia carbonada do alcano, porque
aumentam as forças intermoleculares (forças de
London).

5.2 Qual dos alcanos permanece no balão de


destilação quando o termómetro marca a tem-
peratura de 145 °C?
Decano.
5.3 Trace um gráfico no qual conste a temperatu-
ra na coluna de fracionamento, em função dos
destilados.
T / ºC
180
174

125,6
98,4
68,7

0
1020304050607080
V / mL

38
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

6. A gasolina, mistura líquida de hidrocarbonetos (B) ramificados e aromáticos em hidrocarbonetos


voláteis de 5 a 10 átomos de carbono, é um car- de cadeia linear.
burante porque a energia térmica resultante da
(C) de cadeia linear em hidrocarbonetos de ca-
respetiva combustão pode transformar-se em
deias lineares mais pequenas.
energia mecânica.
Considere o iso-octano (2,2,4-trimetilpentano), (D) de cadeia linear em hidrocarbonetos de maio-
um dos principais componentes da gasolina, e o res cadeias lineares.
n-octano.
9. Nem todos os produtos que se obtêm pela des-
6.1 Escreva as fórmulas racionais destes dois tilação fracionada do petróleo se podem utilizar
hidrocarbonetos.
diretamente. Por isso, algumas das frações do pe-
n-octano: CH3–(CH2)6–CH3 tróleo são transformadas noutros produtos atra-
2,2,4-trimetilpentano: CH3–C(CH3)2–CH2–CH(CH3)–CH3 vés de vários processos, como cracking, cracking
6.2 Explique a razão por que estes dois hidrocar- catalítico e reações de isomerização.
bonetos são isómeros. As reações representadas em I, II e III têm o hexano
São isómeros porque são compostos diferentes como reagente.
com igual fórmula molecular (C8H18).
6.3 Diga, justificando, que tipo de ligações inter- I. H3C–(CH2)4–CH3 → H3C–(CH2)2–CH3 + H2C=CH2
moleculares envolvem estes hidrocarbonetos.
Ligação por forças de dispersão de London (dipolo
HC CH
instantâneo-dipolo induzido).
II. H3C–(CH2)4–CH3 → HC CH + 4H2
6.4 Indique, justificando, qual destes hidrocarbo-
netos apresenta maior ponto de ebulição. HC CH
O composto que apresenta maior ponto de ebuli-
ção é o n-octano, porque embora contenha o mes-
mo número de átomos que o iso-octano, a forma III. H3C–(CH2)4–CH3 → H3C CH CH2 CH2 CH3
alongada das moléculas do n-octano faz com que
CH3
a deformabilidade deste seja maior e, portanto,
mais fortes são as forças de London.
Selecione a opção correta.
7. Selecione a opção que completa corretamente a (A) A reação I traduz uma reação de isomerização.
frase seguinte.
(B) A reação III traduz uma reação de cracking.
O cracking das frações médias da destilação do
petróleo… (C) A reação II traduz uma reação de cracking ca-
talítico. ¦
(A) aumenta o rendimento de produção de óleos
lubrificantes. (D) Todas as reações correspondem a reações de
cracking.
(B) facilita a destilação do petróleo. ¦
(C) economiza a energia térmica.
(D) aumenta o rendimento na formação de frações
de menor massa molar.

8. O cracking catalítico permite obter gasolina a par-


tir de óleos pesados.
Selecione a opção que completa corretamente a
frase seguinte.
Neste processo convertem-se hidrocarbonetos…
(A) de cadeia linear em hidrocarbonetos de ca-
deia linear mais pequena ou ramificada, assim
como em alcenos e hidrocarbonetos aromá-
ticos. ¦

39
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

A química dos combustíveis fósseis

Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos são compostos de carbono e hidrogénio, que podem ser
alifáticos ou aromáticos.
Dentro dos hidrocarbonetos alifáticos há que ter em conta que as cadeias
carbonadas podem ser abertas (hidrocarbonetos lineares ou ramificados) ou
fechadas (hidrocarbonetos cíclicos). Os hidrocarbonetos alifáticos podem ser:

Nas fórmulas gerais, n é um


• saturados: cada átomo de carbono está ligado a outros quatro átomos. De-
número inteiro positivo.
nominam-se de alcanos e a sua fórmula geral é CnH2n+2. O seu nome termina
em -ano.
• insaturados: existe, pelo menos, uma ligação dupla ou tripla entre átomos
de carbono. Os alcenos possuem pelo menos uma ligação dupla na cadeia
carbonada. A sua fórmula geral é CnH2n e o seu nome termina em -eno. Os
alcinos possuem pelo menos uma ligação tripla na cadeia carbonada. A sua
fórmula geral é CnH2n−2 e o seu nome termina em -ino.
Os hidrocarbonetos aromáticos são insaturados e possuem pelo menos um
anel benzénico (ou aromático) nas suas cadeias carbonadas.

Outras famílias de compostos orgânicos


Cada família é caracterizada pelo respetivo grupo funcional, que é um conjun-
to de átomos ligados sempre da mesma forma na cadeia carbonada.
• Álcoois: compostos de carbono oxigenados, de fórmula geral R–OH. O
nome é dado pelo número de átomos de carbono da cadeia principal que
contém o grupo hidroxilo (–OH), acrescido da terminação -ol;
• Éteres: compostos de carbono oxigenados, de fórmula geral R–O–R’. O
nome é formado pela palavra éter seguida, por ordem alfabética, do nome
dos dois grupos alquilo ligados ao átomo de oxigénio, e termina em -ílico.
• Aldeídos: compostos de carbono oxigenados que contêm na extremidade
da cadeia o grupo carbonilo C=O, e cuja fórmula geral é R–CHO.
• Cetonas: compostos de carbono oxigenados que contêm o grupo carbonilo
ligado a dois átomos de carbono, de fórmula geral R–CO–R’.
• Ácidos carboxílicos: compostos de carbono oxigenados que contêm na ex-
tremidade da cadeia o grupo carboxilo, cuja fórmula geral é R–COOH.
• Ésteres: compostos de carbono oxigenados, derivados dos ácidos carboxí-
licos, nos quais se substitui o grupo –OH por um grupo –OR. A sua fórmula
geral é R–COO–R’.
• Aminas: compostos nitrogenados que se podem considerar derivados do
amoníaco. As aminas podem ser primárias, secundárias ou terciárias. Fórmu-
la geral das aminas:

40
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

− amina primária : R–NH2


− amina secundária : R–NH–R’
− amina terciária : R–N–R’
|
R’’

• Amidas: compostos nitrogenados que se podem considerar derivados de


ácidos carboxílicos. As amidas podem ser primárias, secundárias ou terciári-
as. Fórmula geral das amidas:
− amida primária: R–CO–NH2
− amida secundária: R–CO–NH–R’
− amida terciária: R–CO–N–R’
|
R’’

• Cloretos de ácido: compostos derivados de ácidos carboxílicos, nos quais


se substitui o grupo –OH por –C!.

Questões resolvidas
1. Indique o nome dos hidrocarbonetos representados a seguir.
1.1 CH3 CH CH CH3 1.2 CH3 CH C CH3

CH3 CH2 CH3 CH3

Resolução

1.1 Assinala-se a cadeia principal (a que contém maior número de átomos de car-
bono) e numeram-se sequencialmente os átomos de carbono, começando pela
extremidade que originará a menor soma dos números atribuídos aos átomos de
carbono ligados às ramificações.
Cada ramificação é indicada pelo nome e posição do grupo alquilo na cadeia
principal.

3 2 1

C H3 CH CH C H3

C H3 C H2 C H3
5 4

Resposta: O nome deste hidrocarboneto é 2,3-dimetilpentano.

1.2 Os átomos de carbono são numerados sequencialmente, começando a numera-


ção pela extremidade mais próxima da ligação dupla.

4 3 2 1

C H3 CH C C H3

C H3

Resposta: O nome deste hidrocarboneto é 2-metilbut-2-eno.

41
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

2. A um átomo de carbono de um hidrocarboneto saturado estão ligados os


quatro menores radicais alquilo.
Escreva a fórmula de estrutura e o nome deste hidrocarboneto.
Resolução

Começa-se por escrever a fórmula de estrutura condensada, C2 H 6


tendo em atenção que os quatro menores radicais alquilo exis-
tentes são: CH3, C2H5, C3H7 e C4H9. CH3 C C4H9

C3H7

Assinala-se a cadeia principal, tendo


C2H5 C2H5
em atenção que é aquela que contém
maior número de átomos de carbono. CH3 C C4H9 ou C3H7 C C4H9

C3H7 CH3
Em seguida, numeram-se os átomos C2H5
de carbono começando pela extremidade 4 5 6 7 8
CH3 C CH2 CH2 CH2 CH3
3
CH2
2
CH2
1
CH3

Resposta: O nome deste hidrocarboneto é 4-etil-4-metiloctano.

3. A fórmula de estrutura para a molécula do dióxido de enxofre, SO2, é:


S S
O O O O

Selecione a opção correta.


(A) O comprimento da ligação S–O é menor que o da ligação S=O.
(B) A ligação enxofre-oxigénio é alternadamente uma ligação simples e
uma ligação dupla.
(C) A ordem de ligação enxofre-oxigénio é igual a 2.
(D) A fórmula de estrutura de SO2 é um híbrido de ressonância.
Resolução

(A) Por ser um híbrido de ressonância, os comprimentos de ligação enxofre-oxigénio


nas duas ligações são iguais.
(B) A ligação enxofre-oxigénio não é nem uma ligação simples nem uma ligação
dupla. Tem caráter intermédio, entre ligação simples e ligação dupla.
(C) A ordem de ligação é igual a 1,5 porque existem três pares de eletrões distribuí-
dos por duas ligações enxofre-oxigénio.
(D) A fórmula de estrutura de SO2 é um híbrido de ressonância. Corresponde ao
conjunto de duas fórmulas de estrutura que obedecem à regra do octeto e que
representam corretamente esta molécula.
Resposta: Opção (D).

42
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

4. Complete de forma correta a tabela seguinte.

Nome do composto Fórmula de estrutura


Eteno (a)

CH3 CH CH3
(b)
CH3

Ciclobutano (c)
H3C CH3

(d)

But-1-ino (e)
CH3 CH CH3
(f)
OH
2,3-Butanodiol (g)
(h) CH3–O–CH2–CH3

Resolução

Nome do composto Fórmula de estrutura

Eteno CH2=CH2

C H3 CH CH3
Metilpropano
CH3
H2C CH2
Ciclobutano
H2C CH2
H3C CH3

1,3-Dimetilbenzeno

But-1-ino CH≡C–CH2–CH3

C H3 CH CH3
Propan-2-ol
OH
CH3 CH CH CH3
2,3-Butanodiol
OH OH
Éter etilmetílico CH3–O–CH2–CH3

43
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Isomeria
Isómeros são compostos com a mesma fórmula molecular, cujos átomos estão
dispostos de forma diferente na cadeia carbonada. A isomeria é muito comum nos
compostos de carbono.
A isomeria estrutural pode ser:
• de cadeia;
• de posição;
• de grupo funcional.
Questão resolvida
1. Considere os compostos orgânicos designados pelas letras X, Y, W, Z, T e U.
X – Butan-1-ol; Y – CH3CH2OCH2CH3; W – CH3(CH2)2CHO;
Z – CH3CH2CH2COOH; T – Propeno; U – Ciclopropano
Relativamente a estes compostos orgânicos, classifique como verdadeiras
ou falsas cada uma das frases seguintes, justificando.
(A) Os compostos Y e W são isómeros funcionais.
(B) O composto W pertence à família das cetonas.
(C) À pressão atmosférica normal, o ponto de ebulição do composto X é
superior ao do composto Y.
(D) O composto Y é uma cetona de cadeia não ramificada.
(E) X e Y são isómeros de grupo funcional.
(F) T e U são isómeros de posição.

Resolução

(A) Falsa. Fórmula molecular de Y: C4H10O. Fórmula molecular de W: C4H8O.


Não são isómeros porque possuem fórmulas moleculares diferentes.
(B) Falsa. O composto W pertence à família dos aldeídos e a sua fórmula racional é
CH3–CH2–CH2–CHO.
(C) Verdadeira.
O composto X é um álcool de fórmula racional CH3–CH2–CH2–CH2–OH.
As ligações predominantes nas moléculas são ligações de hidrogénio. O com-
posto Y um éter é polar. As moléculas deste composto ligam-se entre si através
de ligações do tipo dipolo permanente-dipolo permanente. As ligações de hi-
drogénio são mais fortes do que as ligações do tipo dipolo permanente-dipolo
permanente, pelo que o ponto de ebulição de X é superior ao ponto de ebulição
de Y.
(D) Falsa. O composto Y é um éter.
(E) Verdadeira. Fórmula molecular de X: C4H10O. Fórmula molecular de Y: C4H10O.
São isómeros porque têm igual fórmula molecular. São isómeros de grupo fun-
cional porque X é um álcool e Y é um éter.
(F) Falsa. Propeno: C3H6. A fórmula molecular do ciclopropano é C3H6. Estes dois
compostos são isómeros de cadeia e não de posição.
Resposta: Verdadeiras: (C) e (E). Falsas: (A), (B), (D) e (F).

44
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Atividades

A química dos combustíveis fósseis

1. Escreva os nomes dos seguintes compostos, se- (C) a fórmula geral para os hidrocarbonetos da
gundo a IUPAC. família dos alcenos, com uma só ligação dupla
1.1 CH3–(CH2)3–CH3 1.2 CH3 CH C CH entre átomos de carbono, é CnH2n−2.
Pentano (D) o eteno é o membro mais simples da família
CH3 dos alcenos. ¦
3-Metilbut-1-ino
4. Selecione a opção que apresenta o nome correto,
1.3 CH2 1.4 CH3 segundo a IUPAC, do alceno cuja fórmula de es-
trutura é:
H2C CH2
Ciclopropano
CH3
CH3 CH2
1,4-Dimetilbenzeno
H2C CH CH C CH2 CH3
1.5 O C2H5 1.6 CH3 CH3 CH3

Éter etilfenílico CH3 CH CH CH3


(A) 3,4-Dimetil-4-etil-hex-5-eno
OH (B) 4-Etil-3,4-dimetil-hex-1-eno ¦
3-Metilbutan-2-ol
(C) 3-Etil-3,4-dimetil-hex-5-eno
(D) 3,4,5-Trimetil-hept-1-eno
2. Escreva as fórmulas de estrutura dos seguintes
compostos orgânicos.
5. Os hidrocarbonetos são compostos binários for-
2.1 Éter dimetílico mados por carbono e hidrogénio.
CH3–O–CH3 Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
2.2 Metilciclobutano das frases seguintes, corrigindo as falsas.
CH3 (A) Os alcenos têm a fórmula geral CnH2n+2.
H2C CH (B) Os alcenos só possuem ligações carbono-car-
bono duplas.
H2C CH2
(C) No etino, a ordem de ligação carbono-carbono
2.3 Penta-1,4-dieno é igual a 3.
CH2=CH–CH2–CH=CH2
(D) O 2,2,4-trimetilpentano é um alcano de cadeia
2.4 Metilbenzeno aberta ramificada, com cinco átomos de car-
CH3 bono.
(E) O benzeno é um híbrido de ressonância.
(F) A fórmula geral de um cicloalceno, com uma
só ligação dupla, é diferente da fórmula geral
2.5 3-Metilbutan-2-ol de um alcino, com igual número de átomos de
CH3 carbono.
CH3 CH CH CH3 (G) A ordem de ligação na molécula do benzeno
é igual a 1,5.
O H
Verdadeiras: (C); (E); (G). Falsas: (A); (B); (D); (F). Cor-
2.6 2-Metilbut-1-ino reção das falsas: (A) A fórmula geral é CnH2n. (B) Os
alcenos possuem pelo menos uma ligação dupla car-
CH C CH CH3
bono-carbono. (D) O 2,2,4-trimetilpentano possui oito
CH3 átomos de carbono. (F) A fórmula geral é igual, ou seja,
CnH2n–2. Exemplo: C4H6, CH≡C–CH2–CH3 e CH CH
3. Os alcenos desempenham papéis importantes em CH2 CH2
biologia e na indústria dos polímeros.
Em relação ao eteno, pode afirmar-se que…
(A) a ligação carbono-carbono é uma ligação co-
valente dupla polar.
(B) a energia de ligação carbono-carbono, neste
composto, é inferior à energia da ligação car-
bono-carbono num alcano com igual número
de átomos de carbono.

45
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

6. Os compostos a seguir representados são hidro- 9. A tiroxina é uma hormona que é produzida pela
carbonetos cíclicos. tiróide. A representação da sua estrutura molecu-
. II. III. IV. lar é a seguinte:
HO I

Selecione a opção correta. I


I
(A) O composto IV é um hidrocarboneto aromático.
O
(B) O composto III tem o nome buta-1,3-dieno, O
segundo a IUPAC.
(C) A fórmula geral dos compostos I e II é CnH2n. ¦ I H2N OH
(D) I representa um alcano de fórmula molecular
C3H8. Identifique e assinale os diferentes grupos funcio-
nais presentes na molécula da tiroxina.
função álcool
7. As representações esquemáticas seguintes dizem
respeito a alguns compostos orgânicos. Selecione HO I
aquelas que representam compostos aromáticos. função ácido
I I
(A) (B) (C) ¦
O O
O
função éter
I H2N OH
função amina
(D) (E)
CH3
10. Indique o tipo de isomeria existente entre cada um
dos pares I, II e III.
N
CH3 I. H
O O
8. O propano e o butano, constituintes do gás de H3C CH2 CH2 C H3C C C
botija, obtêm-se da destilação fracionada do pe- H H
tróleo. Na tabela seguinte, encontram-se algumas Isomeria de cadeia. CH3
das suas propriedades.
II.
Temperatura de Estado físico H OH OH
Composto Fórmula
ebulição / ºC (PTN)
H3C C C CH3 H3C C CH2 CH3
Propano C3H8 –4,2 Gasoso
Butano C4H10 –0,5 Gasoso CH3 H CH3
Isomeria de posição.
Com base nestas informações, selecione a opção III.
correta.
CH2 OH O CH3
(A) As forças intermoleculares que se estabele-
cem entre as moléculas dos dois compostos
não são de natureza eletrostática. Isomeria de grupo funcional.

(B) As forças intermoleculares no butano são mais 11. De entre os compostos orgânicos que seguida-
fracas do que no propano. mente se indicam, selecione o que é isómero do
(C) O butano passa ao estado gasoso com maior grupo funcional do composto butan-2-ol.
facilidade do que o propano.
(D) As forças intermoleculares que se estabele- (A) CH3CH2CH2CH2OH
cem entre as moléculas dos dois compostos (B) CH3CH2OCH2CH3 ¦
são do tipo dipolo instantâneo-dipolo induzi-
(C) CH3CH2CH2CHO
do. ¦
(D) CH3CH2COCH3
Exame Nacional 2003 – 1.ª Fase, 1.ª Chamada
(adaptado)

46
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

12. Os compostos orgânicos X, Y e Z possuem a mes- 14.3 Classifique como verdadeira ou falsa cada
ma fórmula molecular, C3H8O. uma das frases seguintes, corrigindo as falsas.

• X é isómero de posição de Y; (A) I e II são isómeros de estrutura.


• Z é isómero de grupo funcional de X e de Y; (B) I e II apresentam ligações carbono-oxigé-
nio com igual ordem de ligação.
• Y tem somente um átomo de hidrogénio ligado
ao átomo de carbono central. (C) Só um destes compostos pode ter um
isómero de posição.
Com base nas informações anteriores selecione a
opção que corresponde, respetivamente, aos no- (D) Em ambos os compostos as ligações são
mes dos compostos X, Y e Z. simples.

(A) Éter etilmetílico, éter metiletílico e propan-1-ol. (E) O composto II é isómero de grupo fun-
cional do composto de fórmula racional
(B) Éter etilmetílico, éter metiletílico e propan-2-ol. CH3COCH3.
(C) Propan-1-ol, propan-2-ol e éter etilmetílico. ¦ (F) As moléculas do composto II ligam-se
(D) Propan-2-ol, propan-1-ol e éter etilmetílico. através de ligações de hidrogénio.
Verdadeiras: (C); (E). Falsas: (A); (B); (D); (F). Correção
das falsas: (A) Não são isómeros. Têm diferentes fórmu-
13. Considere os seguintes compostos de carbono,
las moleculares. (B) A ligação carbono-oxigénio em I é
referidos quer pelo nome, quer pela respetiva fór-
covalente simples polar e em II é covalente dupla polar.
mula química.
(D) No composto II a ligação carbono-oxigénio é cova-
I. CH3CH2CHO lente dupla. (F) O composto I é que se liga por ligações
II. Propan-2-ol de hidrogénio. A ligação entre as moléculas do composto
III. H3C CH3 II é do tipo dipolo permanente-dipolo permanente.

15. A energia mecânica obtém-se frequentemente à


custa da combustão dos hidrocarbonetos.
Considere os seguintes compostos:
Selecione a opção correta.
I. C6H5COOCH3
(A) O composto I é isómero de grupo funcional da
II. C6H5CH2OH
propanona. ¦
III. 2,2-Dimetilpentano
(B) O composto I é isómero de posição do
IV. COOH
composto II.
(C) O composto III pode apresentar cinco isóme-
ros de posição. CH3
(D) O composto II é isómero do éter dimetílico.
V. CH3 ( CH )
2 3
CH CH3
Exame Nacional 2006 – 2.ª Fase (adaptado)
CH3
14. Considere os compostos orgânicos cujas fórmulas 15.1 De entre os compostos apresentados, indique
racionais são: os que são isómeros entre si e classifique os
I. CH3CH2CH2OH tipos de isomeria.
II. CH3CH2CHO A fórmula molecular de cada um dos compostos é:
I. C8H8O2; II. C7H8O; III. C7H16; IV. C8H8O2; V. C7H16.
14.1 Escreva o nome do composto I. São isómeros entre si: I e IV; III e V. I é um
Propan-1-ol. éster e IV é um ácido carboxílico; são isómeros
14.2 Escreva as fórmulas de estrutura dos compos- de grupo funcional. III e V são alcanos de cadeia
tos I e II e assinale nessas fórmulas os respeti- VEQM¿GEHEGSQJ{VQYPEWHIIWXVYXYVEHMJIVIRXIW
vos grupos funcionais. São isómeros de cadeia.
O 15.2 De entre os compostos III e V, justifique qual
I. CH3 CH2 CH2 OH II. CH3 CH2 C apresenta maior ponto de ebulição.
função álcool H Apresenta maior ponto de ebulição o composto em
função aldeído que as forças intermoleculares são mais intensas.
Como são compostos apolares, predominam as for-
ças de London que são mais intensas no composto
V por duas razões: este apresenta a cadeia car-
FSREHEQEMWI\XIRWEITSWWYMW{YQEVEQM¿GEqoS
15.3 Indique o nome dos compostos II e V.
II. fenilmetanol; V. 2-metil-hexano.
15.4 O carvão é uma das fontes convencionais de
energia.
A combustão do carbono constituinte dos car-
vões pode ser traduzida pela equação química:
C (s) + O2 (g) → CO2 (g) ; ΔH = −393,3 kJ
Supondo que a fração molar do oxigénio
no ar é 0,20, determine o volume de ar, nas
condições PTN, necessário para a produção
de 2,1 × 109 kJ de energia.
Var = 5,95 × 108 dm3 de ar
Exame Nacional 1991 – 2.ª Fase (adaptado)

47
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Moléculas polares e apolares

Eletronegatividade
Define-se eletronegatividade como a medida da tendência de um átomo para
atrair os eletrões da ligação, quando está ligado a outro átomo. Trata-se de uma
grandeza que não pode ser medida diretamente, havendo diversos métodos para
calcular indiretamente os respetivos valores.
A eletronegatividade de um átomo tem um valor tanto maior quanto maior for a
sua energia de ionização e a sua afinidade eletrónica. Há várias tabelas de valores
de eletronegatividade, mas a mais utilizada é a de Pauling.

Ligações polares e apolares.


Polaridade das moléculas
Numa ligação covalente entre átomos de igual eletronegatividade, a partilha de
eletrões é equitativa e a nuvem eletrónica é globalmente simétrica. Neste caso, a
ligação chama-se ligação covalente apolar.
r
+ – Quando se ligam átomos de diferentes eletronegatividades, os eletrões par-
tilhados passam mais tempo do lado do elemento mais eletronegativo, ficando
+q ! –q a nuvem eletrónica assimétrica. Esta ligação chama-se ligação covalente polar.
Se a diferença de eletronegatividades entre os elementos for muito acentua-
da, dá-se a transferência do eletrão do átomo do elemento menos eletronegativo
para o átomo do elemento mais eletronegativo, formando-se uma ligação iónica.
Chama-se dipolo ao conjunto formado por duas cargas de igual módulo e si-
nais contrários, +q e −q, separadas por uma distância r. O dipolo é caracterizado

por uma grandeza vetorial chamada momento dipolar, μ .

Numa ligação covalente apolar, μ = 0.

Numa ligação covalente polar, μ ≠ 0.

Questão resolvida
1. Na tabela seguinte estão indicados valores de eletronegatividade de al-
guns elementos químicos.

Elemento H C O S C! Ca Br

Eletronegatividade 2,1 2,5 3,5 2,5 3,0 1,0 2,8

1.1 Das substâncias cloreto de cálcio, CaC!2 (s), oxigénio, O2 (g), e sulfure-
to de hidrogénio, H2S (g), indique a que apresenta:
1.1.1 uma ligação covalente polar;
1.1.2 uma ligação covalente apolar;
1.1.3 uma ligação iónica.

48
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

1.2 Considere as moléculas de H2S (g) e O2 (g).


1.2.1 Represente estas moléculas, segundo a notação de Lewis.
1.2.2 Selecione a opção correta.
(A) A nuvem eletrónica da molécula do sulfureto de hidrogénio,
H2S (g), é globalmente simétrica.
(B) O momento dipolar da ligação enxofre-hidrogénio tem o
sentido do átomo de enxofre para o átomo de hidrogénio.
(C) A nuvem eletrónica da molécula de oxigénio, O2 (g), é glo-
balmente simétrica.

(D) O momento dipolar resultante, μ r, da molécula de sulfureto
de hidrogénio, H2S (g), é nulo.
1.3 Considere as substâncias: metanol, CH3OH, éter dimetílico, CH3OCH3,
metano, CH4, e benzeno, C6H6.
1.3.1 Escreva as fórmulas de estrutura das moléculas destas substâncias.
1.3.2 Identifique as substâncias polares e as apolares.

Resolução

1.1.1 H2S. A ligação enxofre-hidrogénio é covalente polar porque a diferença de


eletronegatividades não é nula e é 0,4, ou seja, menor que 1,7 (valor a partir do
qual se estabelece a ligação iónica).
1.1.2 O2. É uma ligação covalente dupla apolar entre átomos do mesmo elemento
químico. A diferença de eletronegatividades é nula.
1.1.3 CaC!2. Como a diferença de eletronegatividades entre os átomos de cálcio e de
cloro é superior a 1,7 (é igual a 2), a ligação é iónica.
1.2.1 H2S: O2:
S O O
H H
1.2.2 Opção (C). As outras opções são incorretas porque:
(A) e (D) Dada a fórmula de estrutura da molécula de H2S (geometria angular) o
momento dipolar resultante não é nulo e a molécula é polar.
(B) Na ligação enxofre-hidrogénio, o vetor momento dipolar tem o sentido do
átomo menos eletronegativo (hidrogénio) para o átomo mais eletronegativo
(enxofre).
1.3.1 Metanol: H Éter dimetílico:
O
H C O H H3C CH3
H

Metano: H Benzeno:

H C H
H

1.3.2 O metano e o benzeno são substâncias apolares. As ligações carbono-


-hidrogénio consideram-se apolares porque a diferença de eletronegatividades
é muito pequena.
O éter dimetílico e o metanol, respetivamente um éter e um álcool, são substân-
cias polares.

49
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Atividades

Moléculas polares e apolares

1. Selecione a opção correta. 3.1 Escreva, por ordem crescente de caráter ióni-
co da ligação metal-não-metal, os sais: fluore-
(A) A eletronegatividade e a afinidade eletrónica
to de lítio, LiF, cloreto de lítio, LiC", brometo
são conceitos equivalentes.
de lítio, LiBr, iodeto de lítio, LiI. Justifique a sua
(B) A eletronegatividade não é uma propriedade resposta.
periódica. LiF: Δeletronegatividade = 4,0 – 1,0 = 3,0.
(C) Em geral, a eletronegatividade diminui ao lon- LiC": Δeletronegatividade = 3,0 – 1,0 = 2,0.
go do período na Tabela Periódica. LiBr: Δeletronegatividade = 2,8 – 1,0 = 1,8.
LiI: Δeletronegatividade = 2,5 – 1,0 = 1,5.
(D) Em geral, a eletronegatividade diminui ao lon-
Quanto maior for a diferença de eletronegativi-
go do grupo na Tabela Periódica. ¦
dades, maior é o caráter iónico da ligação metal-
-não-metal:
2. Atenda aos dados da tabela que se segue. LiI < LiBr < LiC" < LiF.

Elemento H O C! Ca I
3.2 Classifique, justificando, a polaridade da
molécula de amoníaco, NH3.
N.o de eletrões
de valência
1 6 7 2 7 A molécula de NH3 é polar. Devido à diferença de
Eletronegatividade 2,1 3,5 3,0 1,0 2,5 eletronegatividade de N e de H, as ligações N–H
são polares. Como o átomo de nitrogénio tem um
par de eletrões não ligante, a molécula apresenta
2.1 Indique, justificando, o tipo de ligação no clo-
geometria piramidal trigonal e o momento dipolar
reto de hidrogénio, HC" (g).
resultante é diferente de zero.
A ligação é covalente simples polar porque a dife-
rença de eletronegatividades entre o hidrogénio Exame Nacional 1999 – 2.ª Fase (adaptado)
e o cloro é 3,0 – 2,1 = 0,9.
4. Com base na posição dos elementos na Tabela
2.2 Selecione a opção correta. Periódica, selecione a opção que corresponde à
ligação mais polar.
(A) A substância óxido de cálcio, CaO, pos-
sui uma ligação cálcio-oxigénio covalente (A) K–F ¦
dupla polar. (B) Br–Br
(B) A substância cloreto de cálcio, CaC"2, é (C) C–H
iónica. ¦
(D) Mg–O
(C) A substância oxigénio, O2, apresenta uma
ligação oxigénio-oxigénio covalente sim-
5. Considere os valores que constam na seguinte ta-
ples apolar.
bela de eletronegatividades.
(D) A ligação cloro-cloro em C"2 é covalente
dupla apolar. Elemento H C N O Na Br

Eletronegatividade 2,1 2,5 3,0 3,5 0,9 2,8


3. O hidrogénio e o lítio são elementos do grupo 1
da Tabela Periódica; o nitrogénio é do grupo 15; o
flúor, o cloro, o bromo e o iodo são elementos do Selecione a opção que corresponde ao composto
grupo 17. em que a polaridade da ligação é menor.
As eletronegatividades destes elementos, na es- (A) NO ¦
cala de Pauling, encontram-se na seguinte tabela.
(B) CO
(C) HBr
Elemento H Li N F C! Br l
(D) NaBr
Eletronegatividade 2,1 1,0 3,0 4,0 3,0 2,8 2,5
6. O momento dipolar é uma medida quantitativa da
polaridade de uma ligação química. O módulo do
momento dipolar é dado por

|μ | = q × r
onde q é o módulo da carga e r é a distância entre
as cargas.
Selecione a opção correta.
(A) A direção do momento dipolar é perpendicular
à reta que passa pelas duas cargas.
(B) A nuvem eletrónica da molécula de HF é as-
simétrica e o momento dipolar não é nulo. ¦

50
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

(C) O momento dipolar é independente da distân- 11. Considere as moléculas de etano, C2H6, e do éter
cia entre as cargas. etilmetílico, C3H8O.
(D) O polo negativo da molécula de HC! encon- Selecione a opção correta.
tra-se próximo do átomo de cloro e o sentido (A) A molécula do etano é apolar, mas a do éter
do vetor momento dipolar é do átomo de cloro etilmetílico é polar porque contém um átomo
para o átomo de hidrogénio. de oxigénio com dois pares de eletrões não
partilhados e apresenta geometria angular. ¦
7. Para cada uma das ligações que se seguem, re- (B) A molécula do éter etilmetílico apresenta geo-

presente o vetor momento dipolar, μ . metria linear.
7.1 O–F (C) Tanto as moléculas do éter etilmetílico como

μ as do etano ligam-se entre si por ligações de

O—F
hidrogénio.
(D) As forças intermoleculares no etano são do
7.2 C–Br
→ tipo dipolo permanente-dipolo permanente.
μ

C — Br 12. O dióxido de carbono, CO2 (g), e o monóxido de
7.3 N–F carbono, CO (g), são gases à temperatura ambien-

μ te que resultam de combustão com o oxigénio.

N—F 12.1 Compare a energia de ligação carbono-oxigé-
7.4 C–H nio nas moléculas dos dois compostos.

μ CO2: O C O CO: |C≡O|

C—H No CO2 existem duas ligações duplas polares, mas
a molécula, que é linear, é apolar. No CO apenas
8. Indique, justificando, de entre as moléculas meta- existe uma ligação tripla polar, sendo a molécula
no e metanol qual apresenta maior momento di- polar. A ligação C≡C tem ordem de ligação maior,
polar. logo é a mais energética.
O momento dipolar não é nulo nas moléculas de meta-
nol, devido à presença do átomo de oxigénio ligado a um 12.2 Selecione a opção correta.
átomo de carbono. O metano, sendo um alcano, é apolar. (A) As duas moléculas são polares.
9. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma (B) As duas moléculas são apolares.
das frases seguintes, corrigindo as falsas. (C) A molécula de CO2 é polar e a de CO é
(A) A ligação iónica forma-se com a transferência apolar.
de eletrões do elemento menos eletronegati- (D) A molécula de CO é polar e a de CO2 é
vo para o elemento mais eletronegativo. apolar. ¦
(B) Como a ligação C–C! no tetracloreto de carbo-
13. Considere o seguinte excerto da Tabela Periódica
no, CC!4, é polar, a molécula também é polar.
em que as letras A, B, C e D não representam sím-
(C) A ligação covalente forma-se entre átomos bolos químicos.
que apresentam grande diferença entre as
suas eletronegatividades. Z
A Z+1
B Z+2
C D
Z+3

(D) A molécula de amoníaco, NH3, é polar.


Todos os elementos são representativos e D é qui-
(E) Sendo, em geral, a ligação covalente bastan-
micamente inerte.
te forte, os pontos de fusão e de ebulição dos
compostos covalentes são elevados. 13.1 Indique o número de eletrões de valência dos
Verdadeiras: (A); (D). Falsas: (B); (C); (E). Correção das átomos de cada um destes elementos.
falsas: (B) Embora cada ligação seja polar, devido à A – 5 eletrões, B – 6 eletrões, C – 7 eletrões e
geometria da molécula ela é apolar, ou seja, μ = 0.
→ →
D – 8 eletrões.
(C) Se a diferença de eletronegatividade entre os dois 13.2 Que tipo de ligação se pode prever entre os
átomos for grande, a ligação é iónica. (E) A energia de átomos do elemento C?
ligação é forte mas as ligações intermoleculares são Possui 7 eletrões de valência; ligação covalente
fracas, e, assim, os pontos de fusão e de ebulição são simples apolar: C C
baixos.
13.3 Escreva a fórmula de estrutura do composto
formado pelos elementos A e C.
10. As moléculas de flúor, dióxido de flúor e fluoreto
Três ligações covalentes simples polares. A
de sódio representam-se, respetivamente, pelas
fórmulas químicas seguintes: F2, OF2 e NaF. C C
C
10.1 Explique as diferenças entre os tipos de liga-
13.4 Se o átomo do elemento A se ligasse ao ele-
ção do flúor na formação das moléculas acima
mento hidrogénio, 1H, quais as diferenças e as
indicadas.
semelhanças entre as moléculas dos compos-
F2: ligação covalente simples apolar; Δeletrone- tos formados por A e C e por H e A?
gatividade = 0. OF2: ligações covalentes simples
A
polares; a ligação entre dois átomos de não-me-
H H
tais tem uma diferença de eletronegatividade bai- H
xa. NaF: ligação iónica; ligação entre um metal
e um não-metal; diferença de eletronegatividade
elevada.
10.2 Indique a geometria molecular de OF2.
Geometria angular. O átomo central possui dois
pares de eletrões não-ligantes. Como a repulsão
par não-ligante-par ligante é mais forte do que
as repulsões par ligante-par ligante, provoca uma
ETVS\MQEqoSHSWkXSQSWHISV*

51
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Os combustíveis gasosos, líquidos e sólidos

A pressão de um gás resulta das colisões das moléculas desse gás com as
paredes do recipiente que os contém.
A unidade SI de pressão é o pascal, Pa. Outras unidades de pressão são o bar,
1 mmHg = 1 Torr a atmosfera, o milímetro de mercúrio e o torr.
A pressão exercida por um gás depende do volume do recipiente que o contém,
do número de partículas e da temperatura a que se encontra.
Num gás ideal as moléculas não ocupam volume e não existem forças inter-
moleculares.
Um gás real tem comportamento de gás ideal a baixa pressão e a temperatura
bastante acima do respetivo ponto de liquefação.
A equação dos gases ideais é: p V = n R T, em que:

Grandeza Unidade SI Unidades usuais

p – pressão Pa atm bar

V – volume m3 dm3 dm3


n – quantidade
mol mol mol
de matéria
T – temperatura K K K
R – constante
8,31 J K−1 mol−1 0,082 atm dm3 K−1 mol−1 0,0831 bar dm3 K−1 mol−1
dos gases ideais

A partir da equação dos gases ideais conclui-se que a massa molar, M, de um


mRT
gás é dada pela expressão M =
pV
Mp
e a sua densidade, ρ, pela expressão ρ = .
RT

Questão resolvida
1. Um alcano gasoso com 2,0 g de massa ocupa o volume de 1,52 dm3 à
pressão de 1,0 atm e à temperatura de 5 °C. Determine a fórmula molecu-
lar deste alcano.
Dado: R = 0,082 atm dm3 mol−1 K−1
Resolução

m 2,0
pV=nRT→pV= × R T → 1,0 × 1,52 = × 0,082 × (5 + 273,15) ⇔
M M
⇔ M = 30,01 g mol−1
O alcano de menor massa molar é o metano, de fórmula molecular CH4, cuja massa
molar é 16,04 g mol−1.
Segue-se o etano com dois átomos de carbono e cuja fórmula molecular é C2H6.
A massa molar deste alcano é 30,01 g mol−1.

Resposta: O alcano é o etano e a sua fórmula molecular é C2H6.

52
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Atividades

Combustíveis gasosos, líquidos e sólidos

1. Selecione a opção correta. (B) A expansão de uma amostra de gás, a tempe-


(A) Num gás ideal não existem forças intermole- ratura constante, corresponde a um aumento
culares. ¦ da sua pressão.
(B) Um gás real tem comportamento de gás ideal (C) O volume molar de qualquer gás é indepen-
a baixa pressão e a qualquer temperatura. dente da sua massa molar. ¦
(C) A pressão que uma dada massa de gás exerce (D) Duplicando a pressão de uma amostra de um
sobre um recipiente, a uma dada temperatura, gás, a sua densidade reduz-se para metade.
é independente do volume desse recipiente.
5. O gráfico seguinte representa o comportamento
(D) Uma transformação isocórica corresponde
de duas amostras da mesma quantidade de um
a uma transformação que ocorre a pressão
determinado gás, quando sujeitas a transforma-
constante.
ções em que o volume do recipiente se mantém
constante.
2. Dos gráficos seguintes, selecione o que traduz a
relação p V = constante, sendo p e V, respetiva- I
p
mente, a pressão e o volume de uma amostra de
gás ideal.
II
(A) p (B) p

T/K

Com base no gráfico, pode afirmar-se que…


0 V 0 V (A) para a mesma pressão, a temperatura da amos-
tra I é superior à temperatura da amostra II.
(C) p (D) p (B) para a mesma temperatura, a pressão da
¦ amostra I é inferior à pressão da amostra II.
(C) o volume da amostra I é inferior ao da amostra
II, para uma dada temperatura. ¦
(D) para as duas amostras, quanto maior é a tem-
0 1/V 0 V peratura menor é a pressão.

6. Uma mole de um gás ideal foi sujeita a uma trans-


3. Considere as grandezas relativas a um gás ideal: formação isocórica (isto é, a volume constante) que
pressão, temperatura e quantidade de matéria. O fez com que a sua temperatura aumentasse de
que acontece ao volume quando cada uma das 27,0 °C para 87,0 °C, de acordo com o gráfico seguinte.
grandezas referidas aumenta, mantendo-se as ou-
tras duas grandezas constantes?
p / atm
A equação dos gases ideais é p V = n R T. Mantendo:
– n e T constantes, se p aumenta V diminui; 9,84
– n e p constantes, se T aumenta V aumenta;
– p e T constantes, se n aumenta V aumenta.
8,20
4. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
das frases seguintes, que estão relacionadas com
o comportamento dos gases ideais. 0 300,15 360,15 T/K

(A) O volume de uma amostra de gás, a pressão


constante, é diretamente proporcional à tem-
peratura, expressa em °C.

53
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Em seguida, esta quantidade de gás sofre uma 8.2 O rendimento da reação é…


transformação isotérmica, de modo que o seu
(A) 75%. (B) 80%. ¦
volume duplique. Selecione o gráfico que melhor
representa a variação da pressão em função do (C) 85%. (D) 90%.
volume. Exame Nacional 1994 – 1.ª Fase, 2.ª Chamada
(adaptado)
(A) p / atm (B) p / atm
19,68 9,84 9. Depois de parcialmente utilizado, o gás propano
de uma garrafa pesa 3,0 kg.
9,84
2,46 9.1 Determine o volume de gás, medido a 27 °C e
0 3 6 V / dm3 0 3 à pressão de 750 Torr (1 atm = 760 Torr).
3 6 V / dm
V = 1696 dm3 C3H8
(C) p / atm (D) p / atm
¦ 9.2 Escreva a equação química que traduz a com-
9,84 14,76
bustão completa do propano, no seio do oxi-
9,84 génio.
4,92 C3H8 (g) + 5 O2 (g) → 3 CO2 (g) + 4 H2O (g)

0 0
9.3 O dióxido de carbono resultante da com-
3 6 V / dm3 3 6 V / dm3
bustão do propano reage com uma solução
aquosa de hidróxido de cálcio (água de cal),
7. Uma amostra de zinco com impurezas com a mas- de acordo com a equação química seguinte:
sa de 5,50 g, reagiu com excesso de solução de CO2 (g) + Ca(OH)2 (aq) → CaCO3 (s) + H2O (")
ácido clorídrico, de acordo com a equação quími- Que massa de carbonato de cálcio se obte-
ca seguinte: ria se todo o dióxido de carbono produzido
Zn (s) + 2 HC! (aq) → ZnC!2 (aq) + H2 (g) na combustão de 3,0 kg de propano reagisse
completamente com a água de cal?
Obtiveram-se 1,35 dm3 de hidrogénio, medidos
m = 2,04 × 104 g CaCO3
à pressão de 1,20 atm e à temperatura de 25 °C.
Considere que as impurezas não reagiram. Exame Nacional 1986 –1.ª Fase, 2.ª Chamada
(adaptado)
7.1 Justifique, a partir da variação dos números
de oxidação, que se trata de uma reação de 10. A massa de nitrogénio, N2 (g), que se encontra en-
oxidação-redução. cerrada num recipiente estanque com a capacida-
Δn.o.(Zn) = +2; Δn.o.(H) = –1. O elemento zinco de de 50,0 L, à temperatura de 21 °C e à pressão
sofre oxidação porque aumenta o seu número de de 15,7 atm, é aproximadamente igual a…
oxidação; o elemento hidrogénio sofre redução
porque diminui o seu número de oxidação. (A) 4,55 × 102 g.

7.2 A percentagem de zinco puro na amostra é (B) 9,11 × 102 g. ¦


aproximadamente igual a … (C) 1,82 × 103 g.
(A) 75%. (B) 77%. (D) 9,11 × 104 g.
(C) 79%. ¦ (D) 81%. 11. Calcule a massa volúmica do oxigénio, O2 (g), ex-
pressa em g dm−3, quando este gás se encontra à
8. A combustão do propano é traduzida pela seguin- temperatura de 25 °C e sujeito a uma pressão de
te equação química: 0,850 atm.
C3H8 (g) + 5 O2 (g) → 3 CO2 (g) + 4 H2O (g) 1,11 g O2 por dm3

Provocou-se a combustão misturando 2,20 g de 12. Um gás de massa 0,984 g, ocupa o volume de
propano com 16,0 g de oxigénio. Verificou-se que 652 cm3 à pressão de 759 Torr e à temperatura de
o dióxido de carbono formado, medido à pressão 25 °C (1 atm = 760 Torr).
de 1,00 atm e à temperatura de 20 °C, ocupava o Nestas condições, a massa molar relativa deste
volume de 2,89 L. gás é…
8.1 Indique o reagente limitante. (A) 18,5. (B) 37. ¦
O reagente limitante é o propano.
(C) 65. (D) 74.

54
De onde vem a energia
dos combustíveis 2
Energia, calor e entalpia. Entalpias padrão

Variação da energia interna de um sistema


O valor de uma função de estado depende apenas do estado atual do sistema
e não da maneira como foi alcançado.
A energia interna, U ou E, é uma função de estado.

ΔU = Ufinal – Uinicial

Num sistema isolado (em que não há troca de energia com o exterior), a ener-
gia interna é constante. Este pode ser considerado um enunciado da Primeira Lei
da Termodinâmica.
Num sistema fechado (em que há troca de energia com o exterior), as trocas
de energia podem ser feitas por transferência de calor, Q, ou sob a forma de tra-
balho, W.
ΔU = Q + W

• Q > 0: o calor é absorvido pelo sistema;


• Q < 0: o calor é libertado pelo sistema;
• W > 0: o trabalho é realizado sobre o sistema;
• W < 0: o trabalho é realizado pelo sistema.
ΔUsistema = −ΔUvizinhança ⇒ ΔUsistema + ΔUvizinhança = 0

A expressão que traduz o valor da transferência de energia sob a forma de


trabalho, a pressão constante, é:

W = −p ΔV

Entalpia
A entalpia, H, está relacionada com a variação de energia de uma reação, a
pressão constante, e é uma função de estado.

Como H = U + p V, a variação de entalpia, ΔH, é dada por:

ΔH = ΔU + p ΔV

em que ΔH é o calor de reação a pressão constante.

55
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Pode calcular-se a variação de entalpia, ΔH, se forem conhecidos os valores


das entalpias, H, de todos os reagentes e de todos os produtos da reação.

ΔH = ∑ H(produtos da reação) − ∑ H(reagentes)

A entalpia de uma reação pode ser calculada a partir da soma algébrica da


energia absorvida na quebra das ligações dos reagentes (positiva) e a energia
libertada na formação das ligações dos produtos da reação (negativa).

Entalpias padrão
Condições padrão:
• pressão, p = 1 bar;
• temperatura, T = 25 °C (298,15 K);
• concentração, c = 1,0 mol dm .
−3

A entalpia padrão de formação, ΔfH°, é a variação de entalpia correspondente


à formação de uma mole de composto a partir dos seus elementos, separados na
sua forma mais estável, em condições padrão.

A entalpia padrão de reação, ΔrH°, é a diferença entre os valores das entalpias


de formação dos produtos da reação, multiplicados pelos respetivos coeficientes
estequiométricos, e os valores das entalpias de formação dos reagentes, também
multiplicados pelos respetivos coeficientes estequiométricos.

A entalpia padrão de dissolução, ΔdissH°, é a variação de entalpia que ocorre


quando uma mole de substância se dissolve numa dada quantidade de água ou
de outro solvente.

A entalpia padrão de combustão, ΔcH°, de um combustível é a variação de


entalpia que ocorre quando uma mole de combustível sofre combustão completa
no seio do oxigénio, nas condições padrão.

Nos compostos orgânicos, a entalpia de combustão é tanto maior quanto maior


o número de átomos de carbono e, para o mesmo número de átomos de carbono,
é tanto menor quanto maior o número de átomos de carbono ligados a átomos de
oxigénio.

O poder calorífico, ou poder «energético», P, de um combustível correspon-


de ao calor libertado pela combustão completa de um quilograma desse combus-
tível. Exprime-se em J kg−1.

56
2 De onve vem a energia dos combustíveis

Questão resolvida
1. Determine a variação da entalpia padrão da reação representada pela
seguinte equação química:
CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (!)
Dados: ΔfH°[CO2 (g)] = −393,5 kJ mol−1; ΔfH°[H2O (!)] = −285,8 kJ mol−1;
ΔfH°[CH4 (g)] = −74,8 kJ mol−1; ΔfH°[O2 (g)] = 0 kJ mol−1

Resolução

A entalpia padrão de formação pode ser expressa como a diferença entre as ental-
pias de formação dos produtos da reação e as dos reagentes.
ΔrH° = (1 × ΔfH°[CO2 (g)] + 2 × ΔfH°[H2O (")]) − (1 × ΔfH°[CH4 (g)] + 2 × ΔfH°[O2 (g)]) →
→ ΔrH° = −393,5 + 2 × (−285,8) − (−74,8) − 2 × 0 ⇔ ΔrH° = −890,3 kJ
Note-se que a forma mais estável do oxigénio, a 25 °C, é O2 (g). A sua entalpia de
formação é nula.
Resposta: ΔrH° = −890,3 kJ.

Lei de Hess
A Lei de Hess diz que a variação de entalpia numa reação química é indepen-
dente do processo de formação dos produtos da reação, ou seja, a variação da
entalpia quando os reagentes se transformam em produtos da reação é a mesma
se a reação se processar em um ou vários passos.
A entalpia de uma reação pode ser calculada:
• a partir dos valores das energias padrão;
• a partir da Lei de Hess;
• a partir das energias de ligação de reagentes e de produtos da reação.
Questões resolvidas

1. Considere a reação seguinte,


Ag (s) + 1 C!2 (g) → AgC! (s) ; ΔH° = −106,12 kJ
2
e as equações:
I. AgC! (s) → Ag (s) + 1 C!2 (g)
2
II. 2 Ag (s) + C!2 (g) → 2 AgC! (s)
III. 2 AgC! (s) → 2 Ag (s) + C!2 (g)
Os valores de ΔH° para as equações I, II e III, expressos em kJ, são respe-
tivamente…
(A) 106,12; −212,24; 212,24. (B) −106,12; 212,24; −212,24.
(C) 106,12; −212,24; −212,24. (D) −106,12; −212,24; 212,24.

57
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Resolução

1
AgC" (s) → Ag (s) + C"2 (g) ; ΔH° = +106,12 kJ, porque se inverteu a equação.
2
2 Ag (s) + C"2 (g) → 2 AgC" (s) ; ΔH° = −212,24 kJ, porque se multiplica por 2.
2 AgC" (s) → 2 Ag (s) + C"2 (g) ; ΔH° = +212,24 kJ, porque se inverte e se multiplica
por 2 a equação inicial.
Resposta: Opção (A). Os valores de ΔH° para as equações I, II e III, expressos em kJ,
são respetivamente 106,12, −212,24 e 212,24.

2. A equação química que traduz a hidrogenação do etino (acetileno) é:


C2H2 (g) + 2 H2 (g) → C2H6 (g)
Determine a entalpia da reação do etino, com base nas equações termo-
químicas que a seguir se apresentam.
I. 2 C2H2 (g) + 5 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 2 H2O (!) ΔHI = −2602 kJ
II. H2 (g) + 1 O2 (g) → H2O (!) ΔHII = −286 kJ
2
III. 2 C2H6 (g) + 7 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 6 H2O (!) ΔHIII = −3123 kJ

Os dados correspondem à temperatura de 25 °C e à pressão de 1 bar.

Resolução

Para resolver o problema devemos combinar as equações I, II e III de tal maneira que,
quando somadas, todas as fórmulas sejam eliminadas exceto as que correspondem
à equação desejada.
Como na equação da hidrogenação do etino aparece 1 mol de C2H2 (g) como reagen-
te, devemos dividir a equação I por 2 e, consequentemente, ΔHI também:
ΔHI
ΔHI’ =
2
Como na equação da hidrogenação do etino aparecem 2 mol de H2 (g) como rea-
gente, a equação II deve ser multiplicada por 2 e, consequentemente, ΔHII também:
ΔHII’ = 2 × ΔHII

Como na equação da hidrogenação do etino aparece 1 mol de C2H6 (g) como produto
da reação, a equação III deve ser invertida e dividida por 2. Consequentemente ΔHIII
muda de sinal e é dividido por 2:
ΔHIII
ΔHIII’ = −
2
Adicionam-se, então, membro a membro, as equações I, II e III assim alteradas, tal
como as respetivas entalpias de reação.

5 –2602
C2H2 (g) + O (g) → 2 CO2 (g) + H2O (") ΔHI’ = = −1301 kJ
2 2 2
2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (") ΔHII’ = 2 × (−286) = −572 kJ
7 3123
2 CO2 (g) + 3 H2O (") → C2H6 (g) + O (g) ΔHIII’ = = +1561 kJ
2 2 2
C2H2 (g) + 2 H2 (g) → C2H6 (g) ΔH = −312 kJ

Resposta: A entalpia da reação de hidrogenação do etino é –312 kJ.

58
2 De onve vem a energia dos combustíveis

Atividades

Energia, calor e entalpia. Entalpias padrão

1. A energia transferida como calor para um sistema 5. O amoníaco reage com o cloreto de hidrogénio,
é 28,0 J e a energia transferida pelo sistema para obtendo-se um sal, o cloreto de amónio, segundo
a vizinhança, através da realização de trabalho é a equação química seguinte:
18,0 J. NH3 (g) + HC! (g) → NH4C! (s)
Selecione a opção que corresponde à variação da
energia interna do sistema. Os dados da tabela seguinte foram obtidos à tem-
peratura de 25 °C e à pressão de 1 atm.
(A) −10 J
(B) +10 J ¦ Entalpia de formação,
Substância
ΔfH° / kJ mol−1
(C) −36 J
NH3 (g) –46
(D) +36 J
HC! (g) –92
2. Um recipiente fechado, de paredes indeformáveis, NH4C! (s) –314
contém um gás à temperatura ambiente. Esse gás,
ao ser arrefecido, cede 2500 J de energia, sob a
5.1 Calcule a variação de entalpia na formação do
forma de calor.
cloreto de amónio.
Classifique com verdadeira ou falsa cada uma das ΔH° = –176 kJ mol–1
frases seguintes, corrigindo as falsas.
5.2 A reação é exotérmica ou endotérmica? Jus-
(A) O gás cede energia como trabalho. tifique.
(B) A transformação que ocorre é isocórica. A reação é exotérmica, pois ΔH < 0.
(C) A energia interna do gás diminui.
6. As entalpias de formação de CO (g) e de CO2 (g)
(D) A variação da energia interna do gás é −2,5 kJ. são, respetivamente:
(E) De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmi- • ΔfH°[CO2 (g)] = −393,5 kJ mol–1
ca, Q < 0, W = 0 e ΔU > 0.
• ΔfH°[CO (g)] = −108,7 kJ mol–1
Verdadeiras: (B); (C); (D). Falsas: (A); (E). Correção
Determine, à temperatura de 25 °C e à pressão
das falsas: (A) O gás não cede nem recebe ener-
normal, a entalpia da seguinte reação:
gia como trabalho. (E) Se Q < 0, W = 0 → ΔU < 0.
CO2 (g) + C (s) → 2 CO (g)
3. Um recipiente com a capacidade de 30,0 L, e cujas ΔH° = 176,1 kJ
paredes não são isoladoras, contém um gás que
foi comprimido por ação de uma pressão exterior 7. Selecione a opção que corresponde à equação
de 1,5 × 105 Pa, até ocupar o volume de 25 dm3, química que não se pode associar a uma entalpia
tendo perdido 3,0 × 102 J de energia sob a forma padrão de formação.
1
de calor. Determine a variação da energia interna. (A) SO2 (g) + O (g) → SO3 (g) ¦
2 2
ΔU = 4,5 × 102 J
(B) 3 C (s) + 4 H2 (g) → C3H8 (g)
4. A reação de combustão do etano no seio do oxigé- 1
(C) 2 C (s) + 3 H2 (g) + O (g) → C2H5OH (")
nio, está traduzida na seguinte equação química: 2 2
2 C2H6 (g) + 7 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 6 H2O (g) (D) N2 (g) + 2 O2 (g) → N2O4 (g)

Determine o trabalho de expansão realizado, à 8. A seguinte equação termoquímica traduz a com-


temperatura de 127 °C, por esta reação: bustão do octano, que é um constituinte da ga-
4.1 para as quantidades presentes na equação; solina.
25
W = –3,327 × 103 J C8H18 (!) + O2 (g) → 8 CO2 (g) + 9 H2O (g)
2
4.2 em relação a 1 mol de C2H6 (g).
W = –1,664 kJ

59
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Selecione a opção que corresponde ao valor cor- 10.1 De entre os combustíveis presentes na tabela,
reto da entalpia de combustão do octano, ΔcH°, indique o que liberta mais energia como calor,
nas condições padrão. por unidade de massa.
Dados: ΔfH°[C8H18 (!)] = −250 kJ mol–1; É o hidrogénio, pois é o que apresenta maior valor
de calor de combustão.
ΔfH°[CO2 (g)] = −394 kJ mol–1;
10.2 Calcule a relação entre a massa desse com-
ΔfH°[H2O (g)] = −242 kJ mol–1
bustível e a de gasolina que liberta a mesma
(A) −5330 kJ mol−1 energia. Comente o resultado obtido.
0,361 kg
(B) +5330 kJ mol−1 A relação entre as massas é = 0,361
1,00 kg
(C) −5080 kJ mol−1 ¦ Para libertar a mesma energia de 1,00 kg de ga-
(D) +5080 kJ mol−1 solina, são necessários 361 g de H2, ou seja, para
libertar a mesma energia de 1 kg de H2 são ne-
9. Considere as seguintes equações químicas, à cessários cerca de 2,77 kg de gasolina.
temperatura de 25 °C e à pressão de 1 atm.
10.3 Tenha em consideração que, na formação de
I. S (s) + O2 (g) → SO2 (g); ΔH = −296,4 kJ mol−1 uma mole de CO2 (g) se libertam 393 kJ como
II. S (!) + O2 (g) → SO2 (g); ΔH = −297,7 kJ mol−1 calor. Determine a energia cedida, como calor,
III. S (g) + O2 (g) → SO2 (g); ΔH = −343,6 kJ mol−1 na combustão de 100,0 kg de carvão com 10%
de impurezas.
Dados: ΔfH°[S (s)] = 0; ΔfH°[O2 (g)] = 0
2,95 × 106 kJ
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
das frases seguintes. 11. O metano e o butano são dois gases constituintes
do gás de petróleo liquefeito, GPL.
(A) O calor de fusão do enxofre é igual a +1,3 kJ
por mole. Dados: ΔcH°[CH4 (g)] = −890 kJ mol−1;
ΔcH°[C4H10 (g)] = −2,88 × 103 kJ mol−1
(B) O calor de fusão do enxofre é igual −47,2 kJ
por mole. 11.1 Comparando volumes iguais destes dois ga-
ses nas mesmas condições de pressão e tem-
(C) O calor de vaporização do enxofre é igual
peratura, qual deles fornecerá maior quanti-
+47,2 kJ por mole.
dade de energia quando sofre combustão?
(D) O calor de solidificação do enxofre é igual O que fornecerá maior quantidade de energia é
+1,3 kJ por mole. o butano.
(E) O calor de sublimação do enxofre é igual a 11.2 Sabendo que o poder calorífico de um com-
+47,2 kJ por mole. bustível pode ser definido como a quantidade
Verdadeiras: (A); (E). Falsas: (B); (C); (D). de calor libertado por quilograma de combus-
Correção das falsas: tível queimado, determine o poder calorífico
(B) Para fundir fornece-se energia para passar do es- do gás metano.
tado sólido ao estado líquido. O calor de fusão é posi- 5,55 × 104 kJ kg–1
tivo; calor de fusão = –296,4 – (–297,7) = 1,3 kJ mol–1.
(C)3GEPSVHIZETSVM^EqoSrTSWMXMZSTSVUYIWIZIVM¿GE 12. Determine, a pressão constante, o valor de ΔH
a passagem do estado líquido ao estado gasoso.
para a seguinte reação:
(D)% WSPMHM¿GEqoS r E IRIVKME UYI WI PMFIVXE UYERHS 2 C (s) + H2 (g) → C2H2 (g)
passa do estado líquido ao estado sólido. O calor de so- Considere:
PMHM¿GEqoSr²O.QSP–1. 5
I. C2H2 (g) + O (g) → 2 CO2 (g) + H2O (!);
2 2
10. A tabela seguinte contém o poder calorífico de al- ΔHI = −1299,6 kJ
guns combustíveis.
II. C (s) + O2 (g) → CO2 (g); ΔHII = −393,5 kJ
1
Combustível Poder calorífico / kJ kg–1 III. H2 (g) + O (g) → H2O (!); ΔHIII = −285,9 kJ
2 2
Álcool etílico 2,7 × 104 ΔH = 227 kJ
Álcool metílico 2,0 × 10 4
13. Calcule, a pressão constante, o valor de ΔH para a
Hidrogénio gasoso, seguinte reação:
1,3 × 105
H2
C!2 (g) + H2 (g) → 2 HC! (g)
Gás natural 5,0 × 104
Petróleo 5,0 × 104 a partir dos seguintes dados:
Gasolina 4,7 × 104 I. NH3 (g) + HC! (g) → NH4C! (s); ΔHI = −176,0 kJ
Coque 3,0 × 104 II. N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g); ΔHII = −92,2 kJ
III. N2 (g) + 4 H2 (g) + C!2 (g) → 2 NH4C! (s);
ΔHIII = −628,9 kJ
ΔH = –184,7 kJ

60
Unidade 3

Plásticos,
vidros
e novos
materiais

1 Os plásticos e os materiais
poliméricos

2 Polímeros sintéticos
e a indústria dos polímeros

3 Novos materiais
Os plásticos e os
1 materiais poliméricos
Um polímero é constituído por moléculas gigantes (macromoléculas).
As macromoléculas de um dado polímero possuem um conjunto de átomos
que se repete n vezes, a que se chama unidade estrutural ou motivo.
As unidades estruturais derivam de espécies de baixa massa molar, chamadas
monómeros.

A polimerização é o processo pelo qual se unem os monómeros, originando


polímeros.
Os homopolímeros possuem um só tipo de unidade estrutural. Os copolímeros
possuem dois ou mais tipos de unidades estruturais.

Ao número de vezes que a unidade estrutural se repete na cadeia da macro-


molécula, chama-se grau de polimerização.

Questões resolvidas
1. A massa molar média de um polipropileno é 126,0 kg mol−1.
1.1 Escreva a equação de polimerização.
1.2 Determine o grau de polimerização.

Resolução

1.1 O polipropileno resulta de uma polimerização por adição de n moléculas de


propeno.

n
( CH

CH3
CH2

) CH

CH3
CH2

1.2 Uma macromolécula tem, em média, n motivos, número que constitui o grau de
polimerização.
Unidade estrutural (motivo): CH CH2

CH3

M(motivo) = 42,08 g mol−1; M(polímero) = 126,0 kg mol−1

massa molar média do polímero M(polímero)


grau de polimerização = →n= →
massa molar do motivo M(motivo)
126,0 × 103
→n= ⇔ n = 3000
42,08

Resposta: O grau de polimerização do referido polipropileno é 3000.

62
1 Os plásticos e os materiais poliméricos

2. O poliacrilonitrilo (PAN) tem a seguinte fórmula:

CH2 CH

CN
n

Este polímero serve, sobretudo, para o fabrico de fibras têxteis.


2.1 Escreva a fórmula do monómero.
2.2 O grau de polimerização deste composto é igual a 2000.
Selecione a opção que corresponde à massa molar média deste polí-
mero.
(A) 5,30 × 102 kg mol−1
(B) 1,06 × 103 kg mol−1
(C) 1,59 × 103 kg mol−1
(D) 2,12 × 103 kg mol−1
2.3 A equação química correspondente à reação industrial da síntese do
monómero é:

H2C=CH–CH3 + NH3 + 3 O2 → monómero + 3 H2O


2
A produção mundial do monómero é cerca de 4,0 × 106 toneladas por
ano.
Determine a massa de amoníaco necessária para que se obtenha esta
massa anual de monómero, usando esta reação.

Resolução

2.1 H H

C C

H CN

2.2 Monómero: C3H3N; M(C3H3N) = 53,06 g mol−1


m(polímero) = n × M(monómero) → m(polímero) = 2000 × 53,06 ⇔
⇔ m(polímero) = 1,06 × 103 kg mol−1
Resposta: Opção (B).

3
2.3 C3H6 + NH3 + O → C3H3N + 3 H2O
2 2
M(NH3) = 17,03 g mol−1; M(C3H3N) = 53,06 g mol−1

17,03 g NH3 m
= ⇔ m = 1,3 × 106 t de NH3
53,06 g C3H3N 4,0 × 106 t C3H3N

Resposta: São necessárias 1,3 × 106 toneladas de amoníaco para garantir a pro-
dução anual do monómero do poliacrilonitrilo.

63
Polímeros sintéticos e a
2 indústria dos polímeros
Reações de polimerização
As reações de polimerização podem ser por adição ou por condensação.

Na polimerização por adição, as moléculas completas dos monómeros pas-


sam a fazer parte do polímero.
As etapas da polimerização por adição são:

• etapa de iniciação: o processo é iniciado por um catalisador que, por exem-


plo no caso do etileno (eteno), vai «atacar» as ligações duplas do monómero,
transformando-as em ligações simples e originando uma espécie reativa (ou
radical livre).

• etapa de propagação: a espécie reativa ataca a ligação dupla de outro mo-


nómero, formando uma espécie reativa mais longa. Esta, por sua vez, ataca
outro monómero e deste modo a cadeia vai aumentando.

• etapa de finalização: ocorre quando se adiciona um terminador que se une


à cadeia em formação, ou quando duas cadeias se unem.

Na polimerização por condensação, os monómeros são duas moléculas


diferentes bifuncionais, isto é, com grupos funcionais diferentes nos extremos
da cadeia. Estes monómeros reagem entre si, originando moléculas maiores com
eliminação de moléculas mais pequenas como, por exemplo, a água.

Famílias de polímeros
De acordo com as características da unidade estrutural que os constitui, os
polímeros podem ser agrupados em diferentes famílias. Exemplos:

• poliésteres: polímeros obtidos a partir da condensação de diácidos e diál-


coois; por exemplo, o terylene;

• poliamidas: polímeros que têm em comum a função amida;


• policarbonatos: polímeros que contêm o grupo carbonato;
• poliolefinas: polímeros que têm apenas átomos de carbono e hidrogénio
nas suas macromoléculas. Os mais importantes são o polietileno e o polipro-
pileno;

• poliacrílicos: polímeros que se obtêm a partir da polimerização do ácido


poli(acrílico), PAA;

• poliuretanos: designados por PU, são polímeros que se obtêm por reação
de álcoois com isocianatos.

64
2 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

Classificação de polímeros
Os polímeros podem ser classificados quanto à origem em polímeros naturais,
artificiais e sintéticos.
Considerando a deformabilidade, os polímeros dividem-se em elastómeros,
plásticos e fibras.
Os elastómeros são polímeros muito deformáveis que, depois de deformados
por ação de uma força, voltam à sua forma original. A borracha é um exemplo de
um elastómero.
Por outro lado, os plásticos quando são deformados mantêm a forma recém-
-adquirida, experimentando uma deformação permanente (ou plástica). É o que
sucede com o polietileno.
As fibras são resistentes e não se deformam com facilidade, podendo ser
usadas para fabricar têxteis. A fibra acrílica e o nylon são exemplos deste tipo de
polímeros.
Quando sujeitos a aquecimento, os plásticos comportam-se de diferentes mo-
dos, podendo classificar-se em termoplásticos e termoendurecíveis (ou termo-
fixos).
A maior parte dos termoplásticos são moldáveis de forma reversível por ação
do calor. São constituídos por cadeias muito longas de átomos de carbono ligados
de modo covalente; a cadeia principal pode conter átomos de nitrogénio, oxigénio
ou enxofre. Estas cadeias moleculares estão ligadas entre si por forças de van der
Waals e por ligações de hidrogénio (ligações fracas).
Durante a enformação, estas ligações são destruídas por aquecimento, pas-
sando o plástico ao estado fundido. O estado sólido obtém-se por arrefecimen-
to. Como há apenas quebra de ligações fracas entre as cadeias, este proces-
so de enformação pode ser repetido várias vezes, o que torna estes materiais
recicláveis. O polietileno (PE) e o policloreto de vinilo (PVC) são exemplos de
termoplásticos.
Os termoendurecíveis são moldáveis de forma irreversível por ação do calor.
Durante a enformação há formação de ligações covalentes entre as cadeias, ob-
tendo-se uma estrutura reticulada difícil de quebrar.
Estes plásticos são rígidos e quando aquecidos acima de determinada tem-
peratura, decompõem-se ou carbonizam. Por esta razão, não são recicláveis.
Os poliuretanos e a baquelite são exemplos deste tipo de plásticos.

Os elastómeros possuem uma estrutura na qual as macromoléculas estão


ligadas por reticulações (ligações fortes), tal como sucede nos plásticos termoen-
durecíveis. Nos elastómeros, a densidade de reticulação é baixa, existindo longos
troços de moléculas entre reticulações. Esses troços são responsáveis pelas ele-
vadas deformações que os elastómeros suportam, funcionando as reticulações
como pontos de prisão que fazem com que as moléculas voltem ao estado ini-
cial não deformado. Tal como acontece com os plásticos termoendurecíveis, as
reticulações dos elastómeros formam-se depois da enformação do produto, o que
impede a sua reciclagem.

65
3 Novos materiais
Designam-se por novos materiais, não só os materiais recém-descobertos que
apresentam propriedades especiais, mas também materiais modificados de modo
a possuírem novas propriedades.
Os biomateriais são materiais naturais ou sintéticos, compatíveis com sistemas
biológicos. Podem ser metais ou ligas metálicas, materiais cerâmicos, materiais
poliméricos e compósitos. São aplicados, por exemplo, na substituição de ossos
e tecidos celulares.
Os compósitos são materiais heterogéneos formados por dois ou mais com-
ponentes distintos macroscopicamente (não solúveis), tendo entre si uma interfa-
ce de contacto. São formados por uma fase contínua – a matriz – que pode ser
cerâmica, metálica ou polimérica e que confere maleabilidade ou ductilidade ao
compósito e pelo reforço, que lhe confere resistência.
Atualmente procura-se usar e desenvolver cada vez mais materiais de base
sustentável, que sejam renováveis, recicláveis e biodegradáveis.

Questão resolvida
1. Um compósito unidirecional de fibra kevlar 49 e resina epoxídica contém,
em volume, 60% de fibras e 40% de resina. A densidade destas fibras é
1,48 × 103 kg m−3 e da resina epoxídica é 1,20 × 103 kg m−3.
1.1 Determine, em massa, a composição em fibra e resina.
1.2 Calcule a densidade do compósito.
Resolução

1.1 Se considerarmos 1 m3 deste material compósito, 0,60 m3 correspondem a


kevlar 49 e 0,40 m3 a resina epoxídica.
• Cálculo das massas de kevlar 49 e de resina epoxídica, em 1 m3 deste compósito.
mkevlar 49 = ρ × V → mkevlar 49 = 1,48 × 103 × 0,60 ⇔ mkevlar 49 = 888 kg
mresina = 1,20 × 103 × 0,40 ⇔ mresina = 480 kg
• Cálculo da massa de 1 m3 do compósito.
mtotal = 888 + 480 ⇔ mtotal = 1368 kg
• Determinação da composição em massa de kevlar 49 e de resina epoxídica.
888
%(kevlar 49) = × 100% ⇔ %(kevlar 49) = 64,9%
1368
480
%(resina) = × 100% ⇔ %(resina) = 35,1%
1368
Resposta: O material compósito contém, em massa, 64,9% de kevlar 49 e 35,1%
de resina epoxídica.
mcompósito 1368
1.2 ρmédia = → ρmédia = ⇔ ρmédia = 1,368 × 103 kg m−3
V 1
Resposta: A densidade média do compósito é 1,368 × 103 kg m−3.

66
3 Novos materiais

Atividades

Plásticos, vidros e novos materiais

1. O poliestireno, usado em isolamentos térmicos 4. Selecione a opção correta.


(frigoríficos) e em brinquedos, é um polímero de
(A) Tanto os elastómeros como os termoendure-
adição formado a partir do estireno (fenileteno).
cíveis não podem ser fundidos para uma nova
1.1 Escreva: utilização. ¦
1.1.1 a fórmula do monómero; (B) Nos plásticos termoendurecíveis, as ligações
entre as cadeias poliméricas são mais fracas
H H
do que nos termoplásticos.
C C
(C) A borracha vulcanizada é um polímero natural.
H (D) Os termoplásticos não são moldáveis de forma
reversível por ação do calor.
1.1.2 a fórmula da unidade estrutural;
H H
5. Associe os tipos de pláticos referidos na coluna I a
C C uma das propriedades indicadas na coluna II.

H I
(A) Elastómeros
1.2 Determine a massa molar do motivo (unidade (B) Termoplásticos
estrutural).
(C) Termoendurecíveis
M(poliestireno, C8H8) = 104,14 g mol–1

2. O viton é um copolímero de crescimento por adi- II


ção forte e flexível, e é formado a partir do 1,1-di-
1. Sob a ação do calor amolecem, e depois solidi-
fluoretileno e do hexafluoropropeno.
ficam por arrefecimento, podendo voltar a amo-
Escreva as fórmulas dos monómeros e das unida- lecer por aquecimento.
des estruturais do polímero.
2. Endurecem irreversivelmente sob a ação do
Monómeros: F H ; F F calor.
C C C C 3. A frio, podem sofrer uma deformação por uma
F H F CF3
ação mecânica e retomar a sua forma logo que
a ação cesse.
Unidade estrutural: F H F F (A) 3; (B) 1; (C) 2.

C C C C
6. Selecione a opção que completa corretamente a
F H F CF3 frase seguinte.
A copolimerização resulta da…
3. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
(A) adição de duas moléculas iguais.
das frases seguintes, corrigindo as falsas.
(B) condensação de duas moléculas diferentes.
(A) As etapas da reação de polimerização por adi-
ção processam-se pela seguinte ordem: inicia- (C) condensação de duas moléculas iguais.
ção, propagação e finalização.
(D) adição de duas moléculas diferentes. ¦
(B) A etapa de finalização da reação de polimeri-
zação por adição é determinante para a massa
molar média do polímero formado.
(C) Após a etapa de iniciação, as cadeias polimé-
ricas continuam a crescer espontaneamente.
(D) Quando duas cadeias poliméricas se combi-
nam, ocorre a terminação ou finalização.
(E) As propriedades físicas, químicas e mecânicas
de um polímero são independentes do seu
grau de polimerização.
(F) O polietileno, o polipropileno e o politetrafluo-
retileno têm origem em reações de polimeriza-
ção por condensação.
(G) Os grupos funcionais –OH, –COOH e –NH2 fa-
zem parte de monómeros em reações de poli-
merização por condensação.
(H) O ácido benzóico (C6H5COOH) pode ser um
dos monómeros que originam um polímero de
condensação.
Verdadeiras: (A); (B); (G). Falsas: (C); (D); (E); (F); (H).
Correção das falsas: (C) Após a etapa de iniciação, em
que intervém um catalisador, o processo de crescimento
da cadeia polimérica é feita pela adição sucessiva da
unidade do monómero e toma o nome de propagação.
% ¿REPM^EqoS SGSVVI EXVEZrW HE EHMqoS HI YQ VEHMGEP
livre, denominado terminador. (D) Duas cadeias polimé-
ricas ao combinar-se podem fazê-lo por adição ou por
condensação. Não ocorre terminação após a primeira
combinação entre cadeias. (E) As propriedades físicas e
químicas de um polímero dependem do grau de polime-
rização. (F) O polietileno, o polipropileno e o politetra-
ÀYSVIXMPIRS XtQ SVMKIQ IQ VIEqIW HI TSPMQIVM^EqoS
por adição. (H) o ácido benzoico, C6H5COOH, não é um
monómero que possa originar um polímero de conden-
sação porque não é bifuncional, ou seja, só possui uma
função ácida.

67
Unidade 3 Plásticos, vidros e novos materiais

7. Considere as fórmulas de estrutura de alguns po- 10. Um polímero tem uma massa molar média igual
límeros. a 58,8 kg mol−1 e o seu grau de polimerização é
1400.
H H
I. II. 10.1 Qual a massa molar da unidade estrutural?
CH2 CH
M(unidade estrutural) = 42,0 g mol–1
C C
CH3 10.2 Sabendo que da combustão completa deste
n H n polímero só se obtém dióxido de carbono e
vapor de água, escreva a fórmula molecular e
a fórmula de estrutura do monómero.
III. IV.
CH2 CH2 Propileno: CH2=CH–CH3; unidade estrutural: CH2 CH
CH2 CH
n CH3
C! n 11. Um polímero amolece quando sujeito a uma tem-
peratura próxima dos 80 °C e, ao arder, dá origem
Selecione a opção correta. a dióxido de carbono, CO2 (g), vapor de água,
H2O (g), e ainda a um gás de odor picante que é
(A) O polímero I deriva de um composto saturado
solúvel em água. A solução resultante fica verme-
de massa molar 42,08 g mol−1.
lha se lhe adicionarmos tintura azul de tornesol e
(B) O polímero II resulta da associação de molé- forma um precipitado branco, que fica negro na
culas diferentes, com formação de moléculas presença da luz, quando se lhe adicionam umas
de água. gotas de solução de nitrato de prata.
(C) O polímero III endurece quando aquecido. A massa molar média deste polímero é 125 000 g mol−1
e o seu grau de polimerização é 2000.
(D) O polímero IV deriva do cloroeteno. ¦
11.1 Que conclusão se tira após a adição de nitrato
de prata à solução resultante?
8. Realizou-se a polimerização do monómero repre-
Se, ao adicionar umas gotas de solução de nitrato
sentado em seguida.
de prata à solução resultante da dissolução do gás
C!
H em água se forma um precipitado, é porque nesta
existe o ião cloreto, C!–, que precipita com o ião
C C prata, Ag+, originando um precipitado de cloreto
de prata, AgC!, de acordo com a seguinte equação
C! H química: Ag+ (aq) + C!– (aq) → AgC! (s)

8.1 Indique a unidade estrutural. 11.2 Determine a massa molar da unidade estru-
tural.
C! H
M(unidade estrutural) = 62,5 g mol–1
C C
11.3 Qual o nome do gás de odor picante libertado
C! H durante a combustão?
O gás é o cloro, C!2 (g).
8.2 Escreva a equação de polimerização.
n(CC!2 = CH2) → [ CC!2–CH2 ] n
11.4 Identifique o caráter da solução resultante.
A solução é ácida.
8.3 O polímero obtido chama-se policloreto de vi-
nilideno (PVDC) e o grau de polimerização é 12. O betão é formado por uma mistura de um mate-
igual a 2500. Determine a massa molar média rial granular constituído por pedras (brita) e areia
deste polímero. embebida numa pasta de cimento.
M(polímero) = 242,35 kg mol–1 Selecione a opção correta.
9. Um policloreto de vinilo (PVC) tem uma massa mo- (A) O betão é um compósito de matriz polimérica.
lar média de 145,6 kg mol−1. (B) O betão é um compósito de matriz cerâmica. ¦
9.1 Identifique o monómero que se polimeriza (C) O cimento não constitui a matriz do polímero.
para dar origem ao policloreto de vinilo. (D) O cimento constitui a fase de reforço.
Cloreto de vinilo: H H
13. Um compósito unidirecional de fibra de carbono
C C e resina epoxídica contém 64% em volume de fi-
bras e 36% de resina. A densidade das fibras de
H C!
carbono é 1,80 kg dm−3 e a da resina epoxídica é
9.2 Determine o grau de polimerização deste po- 1,22 kg dm−3.
límero.
13.1 Determine a composição, em massa, de fibra
Grau de polimerização = 2330 de carbono e de resina epoxídica, no material
compósito.
%(m/m  ¿FVEHIGEVFSRS !
%(m/m) (resina) = 27,60%

13.2 Calcule a densidade média do compósito.


ρmédia = 1,5912 kg dm–3

68
27

79
Co
o SSe 34
3

Cobalto
t Selénio
é23
e éni

45
Au
AuSmm 62
V
Vanádio
n

Ouro
O u
Rh Sam
Samário

Ródio
74

W
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