A Paternidade de Deus
A Paternidade de Deus
A Paternidade de Deus
COMO PROBLEMA
RESUMO ABSTRACT
O problema da paternidade The problem of the God pa-
de Deus é de fato um desafio para ternity is, in fact, a challenge to the
a teologia contemporânea, temos contemporaneous theology. We may
que perguntar pelo o que afeta as question by what affect this paternity
condições dessa paternidade. Não conditions. It’s not only the adult rea-
somente a razão adulta desafia a son that challenges the image of God-
imagem de Deus-Pai. Como falar Father. However, how to talk about
da paternidade de Deus frente ao God paternity facing to the innocents’
sofrimento dos inocentes, frente às suffering, facing the barbarities com-
barbáries cometidas contra os pobres mitted against the poor people and in
e diante de todas as situações de the face of all the injustice situations
injustiças geradora desta multidão producer that crowd of victims? Can
de vitimados? Pode Deus continuar God to continue being God-Father
sendo Deus Pai com as mesmas ima- with the same images that we have
gens que apreendemos ou assimila- learned, or assimilated throughout the
mos ao longo da história? É possível history? Is it possible to talk about a
falar de um Deus-Pai-Todo-Poderoso Powerfully God-Father and good at
e bom ao mesmo tempo? the same time?
Palavras-chave: Paternidade, Key words: Paternity, God-
Deus-Pai, vida, teologia, tecnologia. Father, life, theology, technology.
INTRODUÇÃO
1
CIOLA, Nicola. Cristología y Trinidad. Salamanca: Secretariado Trinitario, 2005, p. 77.
2
Ibidem. p. 77.
3
Bruno Forte observa: “A crítica à figura do pai-patrão vai desaguar assim na pretensão da
radical negação de Deus; tal como não deve existir na terra nenhuma paternidade que crie
dependência, assim também não pode haver no céu nenhum pai de todos. Não existem
paterners divinos, não há outro mundo, existe apenas esta história, este horizonte: a única
idéia do divino que pode subsistir diante do tribunal da razão adulta parece aquela de um
Deus morto, sem sentido, inútil (Deus mortuus, Deus oitiosus). O assassínio coletivo do Pai
se consuma na convicção de que o ser humano deverá gerir por própria conta a sua vida,
construindo o próprio destino apenas com as próprias mãos: as ideologias modernas, de
direita ou de esquerda, tem perseguido a meta ambiciosa de emancipar os moradores do
tempo de modo tão radical que os transforme de objeto em sujeito exclusivo da sua história,
ao mesmo tempo origem e meta de tudo aquilo que se passa”. FORTE, Bruno. A essência
do Cristianismo. Petrópolis: Vozes, 2003, p.14-15.
4
CANTALAMESSA, Ranieiro. O Pai: Fonte de amor e misericórdia. São Paulo: Paulinas, 1999,
p. 6.
5
Assim afirma Joseph Ratzinger: “O Deus cristão não veio como um deus ex machina para
por tudo em ordem, miraculosamente e a partir de fora; veio, isso sim, como o Filho do
homem, para partilhar a partir de dentro a paixão do homem”. RATZINGER Joseph. Fé e
Futuro. Lisboa: Principia, p. 90.
6
MOLTMANN, Jürgen. Trindade e Reino de Deus – uma contribuição para a teologia. Petró-
polis: Vozes; 2000, p. 36.
Neste sentido, podemos dizer que sua revelação no percurso da história vai
tornando cada vez mais patente o seu mistério de vida e amor.
7
Cf. 1 Cor 15,28
8
Cf. 3,19; Cl 2,10.
9
O Deus da Vida. São Paulo: Loyola; 1992, p. 11.
10
GUTIÉRREZ, Gustavo. O Deus da Vida. São Paulo: Loyola; 1992, p. 23.
11
Carta fundamental das comunidades da Arca
12
GS 26
este possui uma dignidade sem igual que o faz superior as outras criaturas
pelo fato da possibilidade de comparar-se com Deus. Na sua grande obra,
Cidade de Deus, Santo Agostinho diz que o homem é quase um Deus13. Mas
qual é o sentido da sua superioridade? É o fato de ter sido criado à imagem
e semelhança de Deus. Esta condição-oferecida e acolhida estabelece uma
relação singular com Deus. Dela se professa que todo ser humano possui
um valor absoluto e incondicional, é, uma parábola de Deus, é, o “alter ego
de Deus”. Esta afirmação contém em si mesma um valor ético-teológico: um
atentado contra o homem é um atentado contra a dignidade de Deus. Neste
sentido, é preciso ressaltar o primado ontológico e a prioridade epistemológica
da Revelação de Deus aos homens. Deus quis livremente comunicar-se aos
homens. Quis dar-lhes aquilo que Ele é.
Deus é Amor, isto é, em sua intimidade é comunicação vital. Em Deus
amor e vida são sinônimos. Mas Deus não se encerra em si mesmo, Ele
é amor vital e dinâmico, neste sentido, amor compartilhado, compreendido
como abertura de sua comunicação vital. “Deus é a mãe que dá vida dando
amor”.14 A vida como dom-doado é confiado a todos para compartilharem
a vida de Deus. A vida enquanto dom-doado possui um princípio regulador
das relações entre os homens. A dignidade do homem é inviolável porque
nela Deus se faz refletido.
Considerando a prioridade epistemológica da Revelação, podemos
dizer que a existência humana é considerada fundamentalmente como
resposta à con-vocação de ser, sem a qual não seríamos15. A essência do
ser humano, não está num projeto pré-estabelecido por ele mesmo, nem
em auto-projeções, o que garante a essencialidade do ser humano é a sua
capacidade de resposta. Sendo um ser receptivo é concomitantemente um
ser dotado de uma capacidade de ser interlocutor de Deus e responder a
seu amor. A vida vivida é sempre uma resposta, porque é uma experiência
dialógica. Deus criou o ser humano para si, para poder dialogar com ele e
assim compartilhar a sua vida. Segundo Tomás de Aquino, o homem por
13
AGOSTINHO. A Cidade de Deus, XIV, 13,2.
14
BALLESTER, Martín Gelabert. Jesucristo, revelación del misterio del hombre – ensayo de
antropología teológica. p. 44
15
DUQUE, João. Homo Credens para uma teologia da fé. Lisboa: Universidade Católica Editora,
2004, p. 48.
16
Suma de Teologia, I-II, 113, 10c
17
Gaudium et Spes, 19.
18
GUTIÉRREZ, Gustavo. Op. cit. 33
19
O teólogo Jürgen MOLTMANN, desenvolve com propriedade em sua teoria da criação, Deus
na Criação de 1985, onde adota o pensamento cabalístico de Zimzun de Isaak Luria, que
põem em relevo a autolimitação de Deus em benefício de sua criação. Moltmann afirma que
segundo a cabala, o infinito, cuja luz originalmente preenchia tudo, retrai sua luz eterna e
criou, por meio disso, espaço vazio, isto é, vazio de Deus. Se isso equipara espaço e luz,
então se pensa na luz como primeira criatura, mas na luz da luz incriada da divindade. Pela
autolimitação do eterno surge o espaço vazio, o nihil, em que o Criador então pode chamar
o não-ser a existência. MOLTMANN, Jürgen. Ciência e sabedoria – um diálogo entre ciência
natura e teologia. São Paulo: Loyola; 2007, pp 145-162.
20
RAHNER, Karl. Hörer dês Wortes; zur Grundlegung einer Religionsphilosophie. Munchem,
Kosel, 1963. p. 209. In Congresso internacional da Vida Consagrada. Paixão por Cristo,
paixão pela humanidade. São Paulo: Paulinas, CRB, 2005. p. 173
21
O homem Pós-Orgânico – corpo, subjetividade e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: Relume
& Dumará, 2003, p. 50.
22
A época moderna está caracterizada pelo redescobrimento da autonomia do homem. Nesta
fase da história a evidencia recai sobre as coisas que estão nas mãos e aos olhos do homem.
Há uma mudança inevitável, se antes se compreendia os seres criados desde Deus, nesta
mudança paradigmática se compreende Deus deste os seres criados. O que caracteriza este
momento de sedução e fascínio é concretização daquele processo sutil iniciado fortemente
no Renascimento: a reclamação da autonomia do homem. Este processo desencadeou na
com as conseqüências dos seus atos. O homem fascinado pelo poder que
está em suas mãos segue do ponto de vista do método, um programa an-
tropológico com características feuerbachiana, ou seja, assumindo o mundo
como tarefa e ultimato de si mesmo.
O homem segue um caminho postulatório onde não há limites físicos,
nem limitações morais e muito menos metas escatológicas23. Este se encerra
em si mesmo e torna-se Deus de uma nova criação. Aquela que manipulou e
pode até burilar a morte. “[...] No discursos da tecnociência contemporânea,
o fim da morte parece extrapolar todo substrato metafórico para apresentar-
se como um objetivo explícito: as tecnologias da imortalidade estão na mira
de várias pesquisas atuais [...]24”.
Com essa realidade verifica-se que de fato instaurou-se até as entranhas
da sociedade, o assim chamado fundamentalismo do mercado25. A lógica do
mercado reside na competição, na negatividade do valor intrínseco da vida.
Quando a competição vem à tona, não há nenhum escrúpulo na eliminação
do outro e da vida. Nesta competitividade referencial de um sistema exclu-
dente, os inescrupulosos saem fortalecidos, suas ideologias mercantilistas
são garantidas, o interesso pelo lucro suprime o interesse pela vida. Num
26
BOFF, Leonardo. Seleção de textos espirituais; Petrópolis: Vozes, 1991, p. 64.
27
Expressão de Bruno Forte para expressar a metáfora do contexto da modernidade. Tempo
da razão adulta.
28
LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio – ensaios sobre o individualismo contemporâneo.
Barueri: Manole, 2005, p. 33.
29
Ética é um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas.
Esses princípios deverem ter características universais, precisam ser válidos para todas as
pessoas e para sempre. O primeiro código de ética de que se têm notícias, principalmente
para quem possui formação católica, cristã, são os dez mandamentos. Regras como “não
matarás”, “não desejarás a mulher do próximo”, “não roubarás” são apresentadas como
propostas fundadoras da civilização ocidental cristã. SOUZA, Hebert e RODRIGUES, Carla.
Ética e Cidadania. São Paulo: Editora Moderna, 2001, p. 13.
30
É preciso distinguir a diferença existente entre moral e ética. A ética e muito mais ampla,
geral, universal do que a mora. A ética tem a ver com princípios mais abrangentes, en-
quanto a moral se refere mais a determinado campos da conduta humana. Quando a ética
desde sua generalidade, de sua universalidade, fala-se de uma moral, por exemplo, uma
moral sexual, uma moral comercial. Acho que podemos dizer que a ética dura mais tempo,
e que a moral e os costumes prendem-se mais a determinados períodos. Mas uma nasce
da outra. É como se a ética fosse algo maior e a moral fosse algo mais limitado, restrito,
circunscrito. Ibidem. p. 13.
31
Paternidade Divina e Dignidade Humana, 174.
responsabilidade. Deus parece-nos não mais nos perguntar: “Onde está o teu
irmão?” assim como perguntou a Caim e se nos pergunta, não nos indigna
respondê-lo como Caim: “Por acaso eu sou guarda de meu irmão? Onde
a responsabilidade falha, já se declara a desobediência ao mandamento
de não matar, porque abandonou-se o irmão na solidão da morte”32. Esse
desinteresse pelo outro e pelo valor da vida caracteriza a barbárie de uma
sociedade fechada no círculo da morte.
Diante deste contexto, podemos dizer que a dominação tornou-se habitual,
o homem está extasiado, fascinado pelo poder que agora se apresenta em
suas mãos. Poder demiurgo sobre a natureza e sobre o próprio ser humano33.
O velho axioma cartesiano do “cogito, ergo sum”, foi suprimido pelo eu “posso,
logo sou”. Se do ponto de vista teológico o “cogito ergo sum” há que ser
transgredido, por que se encerra em si mesmo; da mesma forma o “posso,
logo sou”, metáfora do homem pós-moderno, necessita da mesma atitude
transgressora. Transgredi-lo para encontrar o caminho do amor; para que o
nosso adágio vital seja, “amo, logo sou”. É preciso transgredir o desejo da
posse e da conquista, para abraçar existencialmente a encarnação do amor.
Este caminho de transgressão nos arremessará ao princípio-ontológico, ser
homem significa então, conviver e amar.
O amor é fonte originante das atitudes transcendentais, é dele que bro-
ta a solidariedade, o desejo, a fome e a sede de justiça. É na experiência
do amor que o ser humano se vê afetado pela luta pelo respeito à vida e
comprometido com a edificação do entendimento entre os seres humanos e
assim se empenha na construção da fraternidade. Com esta compreensão,
podemos dizer que estamos diante de uma realidade emergente: uma opção
pelo Deus da vida é, uma opção pela vida em todos os sentidos, diante de
todas as realidades que ameaçam esta mesma vida. É uma opção profunda
e decisivamente teológica. “A inviolabilidade da pessoa é reflexo da abso-
luta inviolabilidade do mesmo Deus”. Posição assumida por João Paulo II
reafirmando a defesa que a Igreja faz de toda vida humana.
32
FISICHELLA, Rino. Repensando a fé num momento de mudança epocal. 3 aula, A caminho,
em direção a fé. São Paulo, p. 7.
33
Fides et Ratio 46
34
Expressão do teólogo Leonardo Boff que enfatiza que o ser humano moderno criou para
si um complexo de Deus que o acabrunha. Como afirmamos acima, o homem fascinado
pelo poder que está em suas mãos esquece-se de Deus e anuncia a sua auto suficiência.
Leonardo afirma ainda, que ao complexo de Deus devemos propor o nascimento de Deus
dentro de cada pessoa e da história da humanidade, e sua epifania no universo. BOFF,
Leonardo. Saber cuidar – Ética do humano, compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes; pp.
20-21.
35
FR 45-48. Op. cit. In BURGGRAF, Jutta. Teologia Fundamental – Manual de Iniciação. Lisboa:
Diel; 2005, p. 174.
36
BOFF, Leonardo. Op. cit. p. 20.
37
PIKAZA, Xavier. Enchiridion Trinitatis – textos básicos sobre el Dios de los cristianos. Sala-
manca: Secretariado Trinitario; 2005, p. 204.
38
Assim afirma o teólogo Xavier Pikaza ao comentar a questão 45, a. 6. da Suma Teológica
I. Deus é a causa dos seres por sua inteligência e sua vontade, como o artista o é de seus
artefatos. O artista opera pelo verbo conhecido em sua mente e pelo amor de sua vontade
para algum objeto. Igualmente Deus Pai tem produzido as criaturas pelo verbo, que é o
Filho, e por seu amor, que é o Espírito Santo; e segundo isto as processões das pessoas
são razões da produção das criaturas, enquanto incluem os atributos essências, que são a
ciência e a vontade. PIKAZA, Xavier. Op. cit. 204.
39
É preciso esclarecer o conceito de processão do ponto de vista da teologia trinitária. “Pro-
cessão” designa o fato pelo qual um ser tem sua origem em outro ser que é o seu princípio.
Tomás de Aquino define as processões em Deus como uma ordem ou relação de origem.
TOMÁS DE AQUINO. Suma de Teologia I, 41, 1 ad 2.
40
As processões divinas chamam-se: processões imanentes, porque permanecem dentro do
ser divino; e processões transeunte, porque é a ação criadora de Deus, Ele cria através da
Sua Palavra e do Seu Espírito. A criação se encontra para fora da intimidade divina.
41
Em sua obra Ciência e Sabedoria – um diálogo entre ciência natural e teologia. O teólogo
Jürgen Moltmann, apresenta uma reflexão sobre o Deus habitável.
42
Afirma Tomás de Aquino: “[...] a processão do verbo em Deus tem razão de geração, porque
se faz por operação intelectual, que é operação vital; e provem de um princípio que está
unido[...] e se encontra nela a razão da semelhança, porque a concepção do entendimento
é uma semelhança do conhecido; e, por fim, é da mesma natureza, porque em Deus ser e
entender são uma só coisa”. SANTO TOMÁS, Suma de Teologia I, q. 27, a. 2, in c.
não por geração, mas por espiração, por via de vontade, por modo de amor43.
Essa dinamicidade de Deus permite-nos intuir seu poder criador comum aos
Três com configuração na ordem de procedência. O poder criador do Filho
procede do Pai e o poder criador do Espírito procede do Pai e do Filho44.
O Pai como fontalidade não tem de outro o princípio de criar, permanece
no ato criador principio não principiado45.
Se recorrermos à tradição bíblica, veremos que no início, no ato criador,
encontra-se o Espírito de Deus pairando sobre as águas, bem como a sua
sabedoria criadora e sua bondade governante. “O mundo criado é obra do
Espírito Criador; deturpá-lo é contristar o seu autor46”. Com este fundamento
trinitário, estamos diante de um apelo ético-teológico, não só por respeito ao
planeta, senão por respeito e adoração à Trindade, devemos cuidar equili-
bradamente do planeta terra.
CONCLUSÃO
Diante de tudo que falamos até agora, persiste a profecia de afirmar que
a escolha à vida é um apelo transgressor que tem consciência que a mentali-
dade do sistema vigente carrega consigo um clima generalizado de niilismo47,
conspirador que leva os seres humanos a era do vazio. Estamos diante de
43
Ainda seguindo a teologia de Tomás de Aquino compreendemos que em Deus há duas
processões, uma por geração e outro por espiração. Essa última é a processão do amor
em Deus que não deve ser chamada de geração. “O que em Deus procede por podo de
amor não procede como engendrado nem como filho, senão mas bem como espírito em
sentido de certa moção ou impulso vital”.Ibidem, q. 27, a. 4, in c.
44
Tal princípio teológico é desenvolvido com toda propriedade pelo teólogo Xavier Pikaza ao
comentar a questão 45, a. 6.da Suma Teológica I de Tomás de Aquino. PIKAZA, Xavier.
Op. cit. pp. 203-205.
45
Atribui-se ao Pai o poder, que se manifesta principalmente na criação, e por isso se chama
Criador; ao Filho a sabedoria, pela qual tudo tem sido criado; ao Espírito Santo a bondade,
a que pertence o governo e a direção dos seres aos seus devidos fins, e a vivificação;
posto que a vista consiste em um certo movimento interior, e o primeiro motor é o fim e a
bondade. Ibidem, 205.
46
CANTALAMESSA, Raniero. O Canto do Espírito – meditações sobre o Veni Creator. Petró-
polis: Vozes, 1998, p. 41.
47
Nietzsche definiu como niilismo a descoberta da perda de verdade, da morte de Deus,
ou melhor, o estado, a condição de um mundo sem mais verdade, fundamentos e indicou
duas possibilidades que sucedem a essa tomada de consciência, os dois caminhos que se
mostram perante esse reconhecimento, o “niilismo relativo” (da nostalgia, da paralisia, do
ressentimento, do relativismo extremado) e o “niilismo ativo” (ou consumado), que assume
a perda da verdade e o fim dos valores supremos e que deles extrai a força para se tornar
o pressuposto e o movente de um processo de libertação e criação.
48
FORTE. Bruno. A essência do Cristianismo. Petrópolis: Vozes, 2003, pp. 13-28.
49
Op. Cit., p. 33
de nós. Tudo o que Deus toda é Belo. A Beleza de Deus se faz presente
na defesa da vida.
BIBLIOGRAFIA