Enc12 Avaliacao Teste Avaliacao3
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º ano
Escrita E11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do • Exposição sobre um tema
género […].
E12.1. Respeitar o tema.
E12.2. Mobilizar informação ampla e diversificada.
E12.3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma
planificação, evidenciando um bom domínio dos
mecanismos de coesão textual:
a) texto constituído por três partes (introdução,
desenvolvimento e conclusão), individualizadas e
devidamente proporcionadas; b) marcação correta de
parágrafos; c) articulação das diferentes partes por meio
de retomas apropriadas; d) utilização adequada de
conectores diversificados.
E12.4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso
correto do registo de língua, vocabulário adequado ao
tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe
e na pontuação.
Teste de avaliação 3
Português, 12.º ano
Fernando Pessoa – Poesia dos heterónimos
A
Lê o poema.
O Guardador de Rebanhos, XX
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
CAEIRO, Alberto (2001). Poesia. Lisboa: Assírio & Alvim, pp. 53-54.
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Explica por que razão o sujeito poético refere que o Tejo é “mais belo” e “não é mais belo” do
que o rio que corre pela sua aldeia. (20 PONTOS)
2. Interpreta o sentido do verso “aqueles que veem em tudo o que lá não está” (v. 6). (20 PONTOS)
Ato Primeiro
Câmera antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século de-
zassete. Porcelanas, xarões, sedas, flores, etc. No fundo, duas grandes janelas rasgadas, dando para um
eirado que olha sobre o Tejo e donde se vê toda Lisboa; entre as janelas o retrato, em corpo inteiro, de um
cavaleiro moço, vestido de preto, com a cruz branca de noviço de S. João de Jerusalém. Defronte e para a
5 boca da cena um bufete pequeno, coberto de rico pano de veludo verde franjado de prata; sobre o bufete
alguns livros, obras de tapeçaria meias feitas e um vaso da China de colo alto, com flores. Algumas cadei-
ras antigas, tamboretes rasos, contadores. Da direita do espectador, porta de comunicação para o interior
da casa, outra da esquerda para o exterior. É no fim da tarde.
Cena I
Madalena só, sentada junto à banca, os pés sobre uma grande almofada, um livro aberto no regaço,
10
e as mãos cruzadas sobre ele, como quem descaiu da leitura na meditação.
– Com paz e alegria d’alma… um ingano, um ingano de poucos instantes que seja… deve de ser a felici-
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dade suprema neste mundo. E que importa que o não deixe durar muito a fortuna? Viveu-se, pode-se
morrer. Mas eu!… (Pausa). Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite o estado em que eu
vivo… este medo, estes contínuos terrores, que ainda me não deixaram gozar um só momento de toda
a imensa felicidade que me dava o seu amor. Oh! que amor, que felicidade… que desgraça a minha!
(Torna a descair em profunda meditação; silêncio breve.)
GARRETT, Almeida (2014). Frei Luís de Sousa. Porto: Porto Editora, pp. 5-7.
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
G R U P O II (50 PONTOS)
Lê o texto.
Junho, Matosinhos
Ah! Tu é que tinhas razão, Irene. Neste país só ganha o seu estatuto de escritor quem escrever ro-
mances. Entrega-se um livro de crónicas e espera-se um romance?! Também não me faltou a pedrada:
não sabe fazer romance. Mas o que é hoje um romance? E não haveria ali suficiente romance para olhos
5
atentos? A narração corre por três veios: o da narradora, que entrega ao vento as suas queixas, mas se
recusa, justamente, a entregar o seu romance, no entanto amplificado pelo romance das vidas daquela
beirada de mar e pelo romance mítico, criado a partir dos nomes das praias de Lilon e Chale (curiosa-
mente suposto por outro crítico recolha etnográfica). Havia, portanto, três veios de romance: um que se
escondia e negava e dois romances expressos: o inconcluso das vidas e o romance, fechado, do mito.
10 Isto sem falar no romance da linguagem. […]
Julho, Lisboa
Gulbenkian – Fernando Pessoa, em exposição
A sua morte passou no silêncio, secreto, que tinha sido a sua vida.
No entanto, eu antes de entrar para a Faculdade já o sabia, sobretudo pela Ode Marítima e pela to-
15 cadora de harpa – “… se eu beijasse / Teu gesto, sem beijar as tuas mãos!”
Depois começou a estar em moda com as Edições Ática. Em casa de António Sérgio, algumas dis-
cípulas liam-no fria e intelectualizadamente. Agora, com esta exposição começa o mito. Heterónimos,
óculos, caneta, cadeira, mesa, chapéu são espaços poéticos, não dele, mas nossos. Conhecimento e
desconhecimento de janelas do eu que buscam interstícios d’alma, desvãos, outros, onde morar.
2. O elo temático que estabelece a relação entre as duas partes do texto é (5 PONTOS)
5. O conector “No entanto” (l. 14) estabelece uma oposição entre (5 PONTOS)
(A) o conhecimento da autora e o saber comum relativamente à poesia de Pessoa.
(B) a “Ode Marítima” e a “tocadora de flauta” (ll. 14-15).
(C) a projeção que Fernando Pessoa teve em vida e após a morte.
(D) o conhecimento da autora antes e depois de entrar na Faculdade.
8. Especifica o valor epistémico sugerido pelo enunciado “E não haveria ali suficiente romance
para olhos atentos?” (ll. 4-5). (5 PONTOS)
9. Identifica a função sintática desempenhada pelo constituinte “do mito” (l. 9). (5 PONTOS)
10. Classifica o tipo de sujeito presente na frase “Depois começou a estar em moda
com as Edições Ática.” (l. 16). (5 PONTOS)
G R U P O II (50 PONTOS)
Redige uma exposição sobre a questão da heteronímia em Fernando Pessoa, que contenha entre
duzentas e trezentas palavras.
No teu texto deves:
• identificar e caracterizar o estilo literário dos principais heterónimos pessoanos;
• fundamentar as ideias apresentadas com exemplos pertinentes.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2017/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras –, há
que atender ao seguinte:
• um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
• um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
G R U P O II (50 PONTOS)
G R U P O III
Cenário de resposta Critérios específicos de
classificação
Heterónimos de Fernando Pessoa • Estruturação temática e discursiva –
• Alberto Caeiro – poeta bucólico, que advoga o primado das sensações, 30 pontos
recusando a intelectualização. • Correção linguística – 20 pontos
Ex.: “O meu olhar é nítido como um girassol”
• Ricardo Reis – poeta “clássico”, que advoga a intelectualização das
emoções, que procura uma ordem interior através do Epicurismo e do
Estoicismo e que tem consciência e encena a mortalidade.
Ex.: “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”
• Álvaro de Campos – poeta da modernidade, que canta o progresso e a
máquina, mas que, numa fase posterior, revela a consciência da passagem
do tempo e a nostalgia da infância.
Ex.: “Ode triunfal”, “Aniversário”
NÍVEL INTERCALAR
o género de texto exposição texto exposição sobre um as marcas específicas do
Género sobre um tema: tema: género exposição sobre um
de texto • apresenta informação • apresenta informação objetiva tema:
objetiva relativamente aos relativamente a dois • apresenta informação
e tema
três heterónimos, cada um heterónimos, cada um deles relativamente a um só
deles ilustrado com, pelo ilustrado com, pelo menos, heterónimo;
menos, um exemplo um exemplo significativo; • produz um discurso
significativo; • produz um discurso geralmente inconsistente
• produz um discurso globalmente coerente, apesar e, por vezes, ininteligível.
coerente e sem qualquer tipo de algumas ambiguidades.
de ambiguidade.
10 8 6 4 2
Redige um texto bem Redige um texto Redige um texto com
estruturado, refletindo uma satisfatoriamente estruturado, estruturação muito deficiente
planificação adequada e refletindo uma planificação e com insuficientes
evidenciando um bom com algumas insuficiências e mecanismos de coesão
domínio dos mecanismos de evidenciando um domínio textual:
coesão textual: suficiente dos mecanismos de • raramente marca parágrafos
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
• mantém a rede semântica semântica do tema. semântica do tema.
Léxico e do tema; • utiliza esporadicamente • utiliza procedimentos de
adequação • não utiliza procedimentos procedimentos de modalização que atestam a
de modalização que modalização que atestam a adoção de um ponto de
do discurso
atestem a adoção de ponto adoção de um ponto de vista. vista.
de vista pessoal.
Utiliza, em geral, o registo de Utiliza indiferenciadamente
Utiliza o registo de língua língua adequado ao texto, mas registos de língua, sem
adequado ao texto. apresentando alguns manifestar consciência do
afastamentos que afetam registo adequado ao texto,
pontualmente a adequação ou recorre a um único
global. registo inadequado.
Correção linguística
Fatores de desvalorização Desvalorização (pontos)
• Erro inequívoco de pontuação 1
• Erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra minúscula ou de
letra maiúscula e erro de translineação)
• Erro de morfologia
• Incumprimento das regras de citação de texto ou de referência a título de uma obra
• Erro de sintaxe 2
• Impropriedade lexical