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ORGANIZANDO OS CROMOSSOMOS
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HUMANOS: IDIOGRAMA
J. M. Amabis e G. R. Martho
A
identificação dos cromossomos humanos é de grande importância para o diagnóstico e para a
prevenção de muitas doenças hereditárias. A análise cromossômica pode ser decisiva no
aconselhamento genético, ajudando a evitar o nascimento de crianças portadoras de doenças
hereditárias. Nosso principal objetivo, neste número, é despertar o interesse para a Genética Humana
por meio de uma atividade que simula o trabalho dos citogeneticistas na identificação e organização dos
cromossomos humanos.
A análise de cromossomos humanos é hoje realizada roti- Na década de 1970 descobriu-se que certos tratamentos
neiramente em qualquer serviço de aconselhamento genéti- faziam surgir bandas (faixas transversais) nos cromossomos,
co. Técnicas modernas permitem preparar lâminas de micros- o que permitiu identificar cada um dos 23 pares cromossômi-
copia com os cromossomos bem individualizados, condição cos do cariótipo humano. A posição e a espessura das faixas
fundamental para estudá-los. são típicas para cada cromossomo, que pode ser reconhecido
No período anterior ao surgimento dessas técnicas, os cito- com relativa facilidade.
geneticistas estudavam os cromossomos humanos em cortes O conjunto cromossômico de uma célula é o cariótipo. Nas
histológicos. Era impossível determinar o número de cromos- lâminas de microscopia, cada conjunto cromossômico é foto-
somos, que variava de 8 a 50 na contagem de diferentes pes- grafado, e os cromossomos são recortados individualmente da
quisadores. Em células diplóides, as contagens mais criterio- foto. Em seguida eles são comparados, identificados e colados
sas apontavam 48 cromossomos. sobre uma folha de papel. Essa montagem constitui o idiograma.
Na primeira metade do século XX descobriu-se que a dro- Neste número sugerimos uma atividade de reconheci-
ga colchicina (ou colquicina), um alcalóide extraído do bul- mento de cromossomos humanos desenhados e de montagem
bo de plantas do gênero Colchicum, impede a formação do de um idiograma. O padrão de bandeamento apresentado nos
fuso mitótico. Isso faz com que as células em divisão permane- desenhos segue as normas definidas no 4º Congresso Interna-
çam em metáfase, quando os cromossomos estão condensados, cional de Genética Humana, realizado em Paris, em 1971.
o que favorece sua análise morfológica.
Em 1956, os pesquisadores Jo Hin Tjio e Albert Levan
utilizaram colchicina para tratar células humanas que, após
algum tempo, foram transferidas para uma solução hipotônica
e esmagadas entre a lâmina e a lamínula de microscopia. Em
solução hipotônica a célula absorve água e incha, o que faz
com que seus cromossomos separem-se uns dos outros. Com
as inovações introduzidas por Tjio e Levan constatou-se que
o número cromossômico diplóide da espécie humana é 46, e
não 48, como se pensava. Além disso, a nova metodologia
permitiu identificar a maioria dos cromossomos humanos.
Em 1958, Jérôme Lejeune descobriu que uma criança afe-
tada pela síndrome de Down tinha 47 cromossomos: em vez
de dois, havia três cromossomos 21 em cada célula. Essa desco-
berta causou grande impacto no mundo científico, e o inte-
resse dos geneticistas pelo estudo dos cromossomos huma-
nos aumentou.
Na década de 1960 descobriu-se que extratos de semente
de feijão comum, Phaseolus vulgaris, contêm uma substân-
cia denominada fitohemaglutinina, que induz a divisão celu-
lar em linfócitos do sangue humano cultivados in vitro. A Fotomicrografia, ao microscópio ótico, de um conjunto
partir de então, os estudos citogenéticos de células humanas cromossômico humano preparado por uma técnica de
passaram a empregar largamente os linfócitos. bandeamento.
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Professor do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo
PROPOSTAS PARA DESENVOLVER EM SALA DE AULA 1
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Nas próximas páginas apresentamos as informações neces- nentes, e também sobre a mitose. Outro aspecto importante é
sárias para que os estudantes montem um idiograma humano compreender a técnica laboratorial empregada na preparação
normal, semelhante aos utilizados pelos geneticistas para es- dos cromossomos.
tudar eventuais desordens cromossômicas nos pacientes. Em nossas obras de Biologia os assuntos apresentados nes-
Para a montagem do idiograma, cada estudante ou grupo te folheto podem ser encontrados nos seguintes volumes:
de estudantes deve receber xerocópias da página de ativida-
des (página 3), da página de desenhos, com os cromossomos
para recortar (página 4) e do gabarito onde o idiograma será AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia moder-
montado (página 5). na, São Paulo, Ed. Moderna, 1997:
A atividade propiciará aos estudantes oportunidade de se • Estrutura e função do núcleo celular (págs. 143-151);
familiarizar com conceitos relativos ao número, forma e clas- • Divisão celular: mitose (págs. 165-169);
sificação dos cromossomos de forma lúdica. • Doenças genéticas e sua prevenção (págs. 584-587).
O processo para identificar os cromossomos é quase um
—. Biologia das células (vol. 1), São Paulo, Ed. Moderna, 1994:
jogo de seguir pistas e simula o grau de detalhamento neces-
sário ao trabalho do citogeneticista, na pesquisa de possíveis • A estrutura dos cromossomos (págs. 178-185);
anormalidades cromossômicas e genéticas. • Os cromossomos humanos (págs. 187-191);
A atividade será mais bem aproveitada se os estudantes já • Divisão celular (I): mitose (págs. 202-212).
tiverem conhecimento sobre o núcleo celular e seus compo-
1 2 3 4 5
Grupo A Grupo B
6 7 8 9 10 11 12
Grupo C
13 14 15 16 17 18
Grupo D Grupo E
19 20 21 22 Y X
Grupo F Grupo G Par sexual
Nome: Série:
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Grupo A Grupo B
6 7 8 9 10 11 12
Grupo C
13 14 15 16 17 18
Grupo D Grupo E
19 20 21 22 Y X
AZEVEDO, J. L. de; COSTA, S. O. P. da Exercícios práticos de Genética. São Paulo, Editora Nacional / EDUSP, 1973.