Algarismos Significativos e Medicao

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ESCOLA SECUNDÁRIA PINHAL DO REI

Ano Letivo
Física e Química A
2016/2017 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS E MEDIÇÃO

Algarismos Significativos. Expressão de Resultados

É vulgar em QUÍMICA a utilização de números muito grandes ou muito pequenos.


Por exemplo, quando se pretende calcular o número de átomos de hidrogénio contidos em 1 g desse elemento obtêm-
se 602 204 500 000 000 000 000 000 átomos. Por outro lado, quando se pretende avaliar a massa de um desses átomos
obtém-se para essa massa o valor de 0,000 000 000 000 000 000 000 001 670 g.
Como se depreende, é incómodo e torna-se fácil cometer erros quando se opera matematicamente com estes números!
Para evitar estes inconvenientes usa-se um sistema condensado de representar estes números, a que se convencionou
chamar NOTAÇÃO CIENTÍFICA.

A sua fórmula geral é : N x 10 n , em que 1≤ N < 10 e n – número inteiro, positivo ou negativo

Exemplos:
586,762 = 5,86762 x 102
0,00 000 772 = 7,72 x 10-6

Recorde que:
— ao deslocar a vírgula para a esquerda, o expoente n é igual ao número de casas deslocadas e positivo.
— ao deslocar a vírgula para a direita, o expoente n é igual ao número de casas deslocadas e negativo.

Notação científica em operações aritméticas

A. Adição e subtração
Para adicionar ou subtrair números expressos na notação científica N x 10 n, deve-se primeiro escrever cada parcela de
tal modo que o expoente n seja o mesmo e depois somamos ou subtraímos, respetivamente, a parte N.
Exemplos:
* (5,6 x 103) + (2,2 x 103) = 7,8 x 103
* (2,32 x 104) + (1,9 x 103) = (2,32 x 104) + (0,19 x 104) = 2,51 x 104
* (4,44 x 10-2) - (5,60 x 10 -3)= (4,44 x 10-2) - (0,56 x 10_2)= (4,44 - 0,56)x 10-2 = 3,88x 10-2

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B. Multiplicação e divisão
Para multiplicar números expressos na notação científica N x 10n, multiplicamos os fatores N e somamos os expoentes
n.
Exemplos:
* (4,0x 104) x (1,5x 106) = (4,0x 1,5)x 104 + 6 = 6,0x 1010
*(4,0x 10-5) x (7,0x 103) = (4,0x7,0)x 10-5 + 3 = 28,0x 10-2 = 2,8x 10_1

Para dividir números expressos na notação científica N x 10n, dividimos os fatores N e subtraímos os expoentes n.

Ordem de grandeza

A ordem de grandeza de um número é a potência de 10 mais próxima do resultado encontrado.


Tomemos como exemplo o número 65. Apesar de ser 6,5 . 101 em notação científica, a sua ordem de grandeza é 10 2 e
não 101 como poderia parecer à primeira vista. Basta uma rápida análise para verificarmos que o nº 65 está mais
próximo de 100 do que de 10.
A técnica adotada por é simples e leva em conta a média entre 1 e 10 (que é o intervalo de valores que podem ser
assumidos pelo número X que multiplica a potência de 10 na notação científica) que vale 5,5.

Escrevemos o número em notação científica e observamos o valor do número X que multiplica a potência de 10:
 Se o X ≥ 5,5 a ordem de grandeza vale 10n+1.
 Se o X < 5,5 a ordem de grandeza vale 10n

Vejamos alguns exemplos:


1) A ordem de grandeza do número de segundos contidos num século.
100 (anos) x 365,25 (dias considerando os anos bissextos) x 24(horas em cada dia) x 60 (minutos em cada hora) x 60
(segundos em cada minuto) = 3 155 760 000 s ≈ 3,2 . 109s.
100 anos ~ 109 segundos (ordem de grandeza)

2) A ordem de grandeza de um ano-luz em centímetros.


1 ano-luz corresponde à distância percorrida pela luz no vácuo em 1 ano.
1 ano ~ 3 . 107 segundos; A velocidade da luz no vácuo vale c = 3 . 1010 cm/s.
Logo 1 ano-luz ~ 3 . 107s x 3 . 1010cm/s ~ 9 . 1017cm. A ordem de grandeza vale 1018cm.

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Exercícios

1) Escreva sob a forma de notação científica e indique a respetiva ordem de grandeza:


a) 842
b) 0,0081
c) 34,900
d) 0,000020

2) Efetue as operações seguintes, usando a notação científica e indicando a ordem de grandeza do resultado:
Exemplos
4,2 · 107 + 3,5 · 105 = 4,2 · 107 + 0,035 · 107 = 4,235 ·107
6,32 · 109 - 6,25 · 109 = 0,07 · 109 (não padronizado) = 7· 107 (padronizado)

Exercícios
a) 2 x 105 + 3 x 105
b) 5,4 x 10-7 – 2 x 10-7
c) 2,52 x 103 + 3,2 x 102
d) 3 x 106 + 4 x 108
e) 3,21 x 10-5 – 2 x 10-7
f) 8.41 X 103 + 9.71 X 104
g) 5.11 X 102 - 4.2 X 102
h) 8.2 X 102 + 4.0 X 103
i) 6.3 X 10-2 - 2.1 X 10-1
j) 7 x 109 + 9 x 1011
k) 5 x 108 +2 x 108 – 9 x 109

3) Efetue as operações seguintes, usando a notação científica.


Exemplos
(6,5 x 108) . (3,2 x 105) = (6,5 x 3,2) x 108+5 = 20,8 x 1013 (não padronizado) = 2,08 x 1014 (convertido para a notação
padronizada)
(4 x 106) · (1,6 x 10-15) = (4 x 1,6) x 106+(-15) = 6,4 x 10-9 (já padronizado sem necessidade de conversão)
(8 x 1017) / (2 x 109) = (8 /2) x 1017-9 = 4 x 108 (padronizado)
(2,4 x 10-7) / (6,2 x 10-11) = (2,4 /6,2) x 10-7-(-11) ≈ 0,3871 x 104 (não padronizado) = 3,871 x 10³ (padronizado)

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Exercícios
a) 3 X 105 x 3 X 106 = ?
b) 2 X 107 x 3 X 10-9 = ?
c) 4 X 10-6 x 4 X 10-4 = ?
d) 3.45 X 108 / 6.74 X 10-2 = ?
e) 6.7 X 107 / 8.6 X 103 = ?
f) 4.7 X 10-2 / 5.7 X 10-6 = ?
g) 7,28 x 105 : 4,00 x 108
h) 5,21 x 108 x 2,00 x 10-3 x 1,20 x 10-5
i) (3,00 x 10-3)3
j) 0,0000002 x 0,00009
k) 0,000012 x 0,0000003 x 0,0004
l) 50 000 : 0,00005
m) 210 000 000 : 0,000007

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ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS E ERROS DE MEDIDA

ERROS COMETIDOS NAS MEDIÇÕES


“ERRARE HUMANUM EST”
“Não há nada mais certo do que errar quando se faz uma medição, porque não há instrumento de medida que não
tenha erro; por mais exato que o instrumento seja, existe sempre um desvio em relação à grandeza medida...”
Obter valores exatos é pois um objetivo inatingível, tornando-se assim indispensável o conhecimento do valor dos
desvios obtidos em relação ao valor da grandeza a medir.
Mas será possível obter o valor destes desvios se não existem instrumentos exatos?
Surge então como necessária a introdução do conceito da “incerteza na medição”.
A incerteza resulta de vários erros cometidos no decorrer de uma medição e é responsável pelas variações observadas
entre os diferentes valores obtidos na medição de uma mesma grandeza.
É, portanto, necessário minimizar esses erros de modo a ser possível conhecer a confiança que merece uma
determinada medida.

Tipos de erros
Como se referiu, para uma menor incerteza do resultado de uma medição de uma grandeza, torna-se importante
identificar e caracterizar os vários tipos de erros que originam os desvios em relação ao valor dessa grandeza.
Tipo de Erro Caracterização Causas
- deficiências no método utilizado
- as suas causas são permanentes - má calibração dos instrumentos
- verifica-se sempre no mesmo sentido - deficiências inerentes ao observador (defeitos
- pode ser detetado e corrigido através da de visão, inexperiência,...)
Sistemático
análise cuidadosa das condições experimentais - deficiência das condições em que a medição é
e das técnicas envolvidas, efetuada (variações de pressão e temperatura)
-… - presença de impurezas na amostra a
analisar...
- surge mesmo em situações de grande cuidado - má colocação do observador em relação à
operacional escala de leitura (erros de paralaxe)
Fortuito - as suas causas são acidentais e imprevisíveis - estimativa errada na avaliação de frações da
ou - varia em grandeza e sentido, de modo escala
Acidental aleatório - correntes de ar
- pode ser atenuado, mas não eliminado - estremecimento da mesa de trabalho
-… - flutuações de tensão na rede elétrica

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Precisão e exatidão
Quando se trata de efetuar edições e apresentar o resultado dessas medições há necessidade de entrar em linha de
conta com os tipos de erros anteriormente referidos; neste momento é útil introduzir os conceitos de precisão e
exatidão.

A PRECISÃO informa sobre proximidade entre os resultados de duas ou mais medições de uma mesma grandeza. É
afetada pelos erros acidentais ou fortuitos.

A EXATIDÃO informa sobre a aproximação entre o resultado da medição e o valor verdadeiro ou valor aceite como tal.
É afetada pelos erros sistemáticos.

A. Precisão de uma série de resultados


Como se referiu, os erros fortuitos ou acidentais afetam a precisão de um resultado obtido numa medição.
Um dos processos utilizados para atenuar estes erros que afetam a precisão, consiste em efetuar, sempre que possível,
várias medições e nunca uma só.
Partindo deste princípio, a partir de n medições cujas medidas são x 1, x2,..., xn, obtém-se a média aritmética, a qual se

denomina por valor médio ou valor mais provável ( x ).

Para se poder apresentar na forma mais correta possível o resultado de uma série de medições da mesma grandeza,
tem de se recorrer às definições de desvio absoluto de cada medida e desvio médio da série de resultados obtidos.

A1. Desvio absoluto (di) de cada medida


O DESVIO ABSOLUTO (di) de uma medida é o valor absoluto da diferença entre o valor obtido para uma medida (x i) e o

valor médio do conjunto de resultados obtidos ( x )

em que o índice i representa os resultados 1, 2,..., n


A MAIOR OU MENOR PRECISÃO DE UMA MEDIDA EM RELAÇÃO A OUTRAS é avaliada pelo desvio absoluto dessa
medida - quanto menor o desvio mais preciso é o resultado.

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A2. Desvio médio (d.m.) de uma série de n medidas
O DESVIO MÉDIO (d.m.) é a média aritmética dos desvios absolutos das n medidas obtidas como resultado das medições

A maior ou menor precisão de um conjunto de medidas em relação a outros conjuntos é avaliada pelo menor ou maior
desvio médio - pode, assim, afirmar-se que um conjunto de medidas é mais ou menos preciso que outro.

Exemplo
a) Na determinação experimental da concentração de uma solução, um operador A, efetuou várias medições de volume
de uma amostra líquida com um equipamento cuja tolerância era ± 0,03 mL.
Os resultados obtidos foram os seguintes:

Valor mais provável das medidas obtidas:

Desvio absoluto de cada medida:

Comparando os desvios absolutos do resultado de cada ensaio, pode concluir-se que o ensaio 3 é mais preciso que
os ensaios 1 e2 (menor desvio absoluto).

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b) Mais 2 operadores, o operador B e o operador C, efetuaram medições de volume com a mesma finalidade do
operador A e os resultados obtidos foram os seguintes:

A partir destes resultados e juntamente com os obtidos para o operador A pode-se fazer a seguinte tabela:

Pode então concluir-se que:


Os resultados apresentados pelo operador B são os mais precisos porque apresentam menor desvio médio.
E como se apresentariam os resultados obtidos por cada um dos operadores?
O resultado deve ser expresso por:

No nosso exemplo e porque é dada a tolerância do equipamento utilizado como sendo ± 0,03 mL, há necessidade de
comparar o valor obtido para o desvio médio com o valor da tolerância do equipamento e optar pelo que é superior.
Assim:
Operador A = 8,43 ± 0,03 mL
Operador B = 8,41 ± 0,03 mL
Operador C = 8,46 ± 0,04 mL

B. Exatidão de uma medida ou de uma série de medidas


A presença de um erro sistemático no método de análise tem como consequência que todos os resultados obtidos por
esse método de análise são incorretos ou inexatos, como se referiu anteriormente.
Na análise de uma amostra desconhecida não se conhece, logicamente, o valor verdadeiro, situação que acontece,
teoricamente, na maioria das situações.
Só em casos excecionais, e no caso das amostras “padrão”, se tem o chamado valor verdadeiro.
No entanto, embora o método de análise possa dar valores exatos ou não (presença de erros sitemáticos), se os valores
obtidos forem concordantes entre si pode afirmar-se que os resultados são precisos.
Quando se conhece o valor verdadeiro de uma determinada grandeza existem dois processos para exprimir a exatidão
de uma medida:
- erro absoluto (Ea) e erro relativo (Er)

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B1. Erro absoluto (Ea)
O ERRO ABSOLUTO de uma medida é a diferença entre o valor obtido experimentalmente e o valor exato da grandeza
medida. Expressa-se nas mesmas unidades que a grandeza medida.

em que:
xa — valor exato da grandeza ou valor aceite como verdadeiro
xi — valor obtido no ensaio número i
Esta diferença pode ser positiva (o erro foi cometido por excesso) ou negativa (o erro foi cometido por defeito).
Quanto maior for o número de valores experimentais obtidos e mais próximos estejam entre si (menores desvios
absolutos) mais fiável será o valor médio e mais próximo estará do valor
exato.

B2. Erro relativo (Er)


O erro relativo (Er) não tem unidades e exprime a fiabilidade de uma medida

O ERRO RELATIVO (Er) define-se como o quociente entre o módulo do erro absoluto (E a) e o valor verdadeiro (xa):

O erro relativo do resultado de uma série de medições também se exprime em percentagem

Para o exemplo anteriormente considerado, se 8,42 for o valor verdadeiro ou aceite como tal, será:

A partir da tabela anterior pode-se concluir que:


— O ensaio 2 é mais exato, porque apresenta menor erro absoluto ou menor erro relativo.
— O ensaio 3 é mais preciso porque apresenta menor desvio absoluto.

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A utilização dos aparelhos de medida origina sempre uma certa incerteza na medição, incerteza essa que depende das
próprias limitações do aparelho. Muitos aparelhos são calibrados aquando do seu fabrico e são acompanhados de
indicações quanto aos valores da incerteza de uma medição com esse aparelho. Essa incerteza traduz já um erro
provável, que deverá ser tido em conta na escolha do instrumento adequado à medição.

Incertezas de alguns instrumentos


Instrumentos Incerteza característica
Balança técnica 0,01 g
Balança analítica 0,0001 g
Proveta graduada de 50 mL 0,2 mL
Proveta graduada de 10 mL 0,1 mL
Termómetro de -10ºC a 110ºC 0,2ºC
Bureta de 50 mL 0,02 mL
Balão de diluição de 100 mL 0,08 mL
Balão de diluição de 500 mL 0,25 mL
Pipeta graduada de 10 mL 0,05 mL
Pipeta de transferência de 10 mL 0,002 mL

Assim, se se pretender medir um volume de 5 mL e se escolher uma proveta graduada de 50 mL para o efeito, comete-
se à partida um erro elevado. A medida terá, devido ao instrumento, um erro de leitura de ± 0,2 mL. Ou seja, a medida
será afetada de um erro absoluto, ou incerteza absoluta, de ± 0,2 mL. O efeito desse erro é, neste caso, muito grande,
e pode ser expresso calculando-se a incerteza relativa à medição desse volume.

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ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Um dos processos de indicar a margem de erro do resultado de uma medição é indicar o número de algarismos
significativos no valor que expressa a medição efetuada.
Esta medida envolve leituras na escala do instrumento utilizado, o que vai determinar o número de dígitos que devem
figurar no resultado da medição.
E quais são afinal os dígitos com significado no resultado de uma medição?
ALGARISMOS EXATOS são algarismos escritos como resultado de uma medição e que estão concordantes com as
divisões da escala.
ALGARISMO APROXIMADO OU INCERTO (duvidoso) é o algarismo não exato, correspondente a uma fração da menor
divisão da escala.
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS são todos os exatos mais o aproximado ou incerto.

Exemplos:
1. Pretende-se medir o volume de uma certa quantidade de líquido, usando uma proveta graduada de 25 mL, em que
o valor da menor divisão da escala é 0,1 mL; o valor encontrado foi 16,15 mL.
Pode então concluir-se que:

2. Pretende-se avaliar a massa de um pedaço de ferro numa balança digital de sensibilidade ± 0,00 1 g e o valor
encontrado foi de 6,538 g.
Pode-se então concluir que:

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COMO CONTAR O NÚMERO DE ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS DE UM RESULTADO REGRAS PARA A CONTAGEM DE
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
1. Qualquer algarismo diferente de zero é significativo.
Exemplo:
246 cm  3 algarismos significativos

2. Zeros entre algarismos diferentes de zero são significativos.


Exemplo:
405 cm  3 algarismos significativos

3. Zeros à esquerda do primeiro algarismo diferente de zero não são significativos.


Exemplos:
0,00038 g  2 algarismos significativos
0,00520 g  3 algarismos significativos

4. Para números superiores a 1, os zeros à direita da vírgula contam como algarismos significativos.
Exemplo:
3,0mg  2 algarismos significativos

5. Para números sem casas decimais, os zeros podem ou não ser significativos.
Exemplo:
O número 400 é ambíguo, já que poderá ter 1, 2 ou 3 algarismos significativos. Deverá ser usada a notação científica
para evitar esta ambiguidade.
Assim:
4 x 102  1 algarismo significativo
4,0 x 102  2 algarismos significativos
4,00 x 102  3 algarismos significativos

OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS


Antes de se abordarem as regras para operar com algarismos significativos, é necessário conhecer algumas regras para
efetuar arredondamentos em resultados obtidos em medições.
REGRAS PARA ARREDONDAMENTOS
Escolhida a casa decimal até onde se quer fazer a aproximação,
1. desprezar o algarismo seguinte, se for inferior a 5;
Exemplo: 1,963 = 1,96

2. acrescentar uma unidade a essa casa decimal, se o algarismo seguinte for superior a 5;
Exemplo: 1,966 => 1,97
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3. se o algarismo seguinte à casa escolhida for 5, têm-se duas situações:
Exemplo:
1,965 =>1,96 (porque 6 é par);
1,975 => 1,98 (porque 7 é ímpar).

A. Adição e subtração
O número de casas decimais da soma ou da diferença é o mesmo do dado que tiver menor número de casas decimais.
Exemplos:

B. Multiplicação e divisão
No produto final ou no quociente, o número de algarismos significativos é determinado pelo fator que tenha menor
número de algarismos significativos.
Exemplos:

C. Operações em cadeia
AxB=C
C x D =E
Se A = 2,56 , B = 7,38 e D 2,01, poder-se-á seguir um de dois métodos:
Método 1 Método 2
2,56 x 7,38 = 18,8928 (não arredondar) 2,56 x 7,38 = 18,89 (arredondar)
18,8928 x 2,01 37,974528 = 38,0 18,89 x 2,01 = 37,9689 = 38,0
O método 2 é o mais frequentemente utilizado: considera-se um algarismo significativo em excesso nos cálculos
intermédios e faz-se o arredondamento no fim.

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Ficha de Trabalho N.º 2

1. Considere os seguintes comprimentos 12,5 x10 -3 cm e 95200 km.

1.1. Apresente-os em notação científica.

1.2. Qual é a ordem de grandeza de cada um deles?

1.3. Quantos algarismos significativos tem cada um deles?

2. Indique o número de algarismos significativos em:

A. 2,770 x 102 B. 0,0349 mg C. 182 J D. 0,0025 gm-3

3. Complete o quadro.

Algarismos Ordem de 2 algarismos


Medida Notação Científica
significativos grandeza significativos

12,55 x 10-3 mol

4500 km

0,00303 x 106 m

0,0349 mg

90 ºC

832 J

0,0025 gm-3

277,0 x 102

0,03249 g

21,755km

1,60 m

4. A figura exibe o mostrador de uma calculadora. Caso se pretenda considerar apenas três algarismos
significativos, que valor indica a calculadora?

(Seleciona a alternativa correta.)

A. 493000 B. 492778 C. 493 x 103 D. 4923

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5. Para calcular a massa volúmica, ρ, de um líquido foi necessário medir os seguintes valores:

Massa da amostra, m= 5,43 g

Volume da amostra, V= 0,40 cm3

m 5,43
Efetuaram-se então os seguintes cálculos:    13,575 g / cm3 .
V 0,40
Indique o resultado final com o número correto de algarismos significativos.

6. Indique o resultado das seguintes operações com o número correto de algarismos significativos:

6.1. 41,5 - 0,36 6.2. 345,21 + 34,2 6.3. 25,0 x 4,00 6.4. 3,07 : 2,1

6.5. 1,35 + 2,5 x 104 6.6. 0,0036 : 2 + 0,125 6.7. 39,500 : 4,5

7. Indique corretamente as medidas dos seguintes volumes:

8. Considere a representação da escala de uma proveta:

Indique a medida do volume do líquido contido na proveta, apresentando o


resultado com intervalo de incerteza.

9. A figura seguinte representa o mostrador de um termómetro.

9.1. Qual é o seu alcance?

9.2. Qual é o valor marcado por este termómetro?

9.3. Qual é a incerteza deste aparelho?

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10. Indique o tipo de erros experimentais que poderão ter origem nos seguintes acontecimentos:

A. Medição do volume de um gás para uma pressão de 1 atm, havendo oscilações de pressão nos vários
ensaios realizados.

B. Utilização de um aparelho de medida descalibrado.

C. Estremecimento da mesa de trabalho onde se coloca uma balança para efetuar uma pesagem.

D. Medir o volume de um líquido, à temperatura de 11 °C, utilizando um aparelho de medida que foi calibrado
à temperatura de 20 °C.

E. Existência de bolhas de ar nas paredes de uma proveta quando se mede um volume de água.

11. Caso pretenda medir 190 cm3 de água, é preferível (seleciona a alternativa correta):

A. Utilizar uma proveta de 500 cm3.

B. Utilizar duas vezes uma proveta de 100 cm3.

C. Utilizar uma proveta de 250 cm3.

D. Utilizar uma proveta de 100 cm3 e uma proveta de 90cm3.

12. A figura ao lado diz respeito à medição de um volume de álcool etílico com uma
proveta, graduada em centímetros cúbicos.

12.1. Qual é o volume de álcool etílico contido na proveta?

12.2. Durante a medição do volume de álcool etílico é impossível impedir oscilações em


certos parâmetros ambientais, tais como a temperatura. Que tipo de erros
experimentais estão associados a esta dificuldade (selecione a alternativa correta)?

A. Erros aleatórios B. Erros de paralaxe C. Erros sistemáticos D. Erros de cálculo

13. A figura seguinte mostra parte de um termómetro graduado em graus Celsius.

13.1. Leia a temperatura registada no termómetro.

13.2. Frequentemente o operador segura o termómetro com a mão junto ao depósito situado na parte
inferior, ou então aproxima tanto os olhos da escala que fica a respirar para cima do termómetro. Que tipo
de erros experimentais podem resultar dos aspetos focados? Justifique a resposta com base na definição e
característica do tipo de erro que indicou.

Prof. Jorge Martinho – FQA – 10ºAno Pag. 16


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14. Para determinar a massa de açúcar existente num vidro de relógio mediram-se e registaram-se os
seguintes valores:

- massa do vidro de relógio com o açúcar, m1 =40,65 g

- massa do vidro de relógio sem açúcar, m2 = 18,431 g

14.1. Indique o número de algarismos significativos de cada um dos valores medidos.

14.2. Indique a massa de açúcar existente no cristalizador

14.3. Considere o seguinte texto:

«Existem erros devidos a variações, ao acaso, de causas não conhecidas exatamente, as quais são, em geral,
irregulares e pequenas. (. . -) Dada a sua natureza aleatória, é frequentemente possível estabelecer um
modelo matemático da distribuição estatística destes erros.»

A. Pomijeiro, Técnicas e Operações Unitárias em Química Laboratorial

14.3.1. Como se designam os erros experimentais a que se refere o texto?

14.3.2. Indique um exemplo concreto deste tipo de erro.

14.4. Suponha que a balança não estava devidamente calibrada. Isso afetaria a precisão ou a exatidão das
medidas? Justifique convenientemente.

15. Utilizou-se uma proveta para medir o volume de duas amostras de ácido nítrico.

Registaram-se os seguintes valores: V1 = 9,9cm3 V2 = 112,6 cm3

15.1. Indique o número de algarismos significativos de cada um dos valores.

15.2. Arredonde às unidades cada um dos valores registados.

15.3. Para medir com exatidão um volume de 10,00cm3 de etanol é preferível utilizar (seleciona a alternativa
correta):

A. Uma proveta graduada. B. Uma pipeta graduada.

C. Um balão volumétrico. D. Uma pipeta volumétrica.

15.4. A proveta utilizada tinha indicado 20 ºC como temperatura de trabalho. No entanto, estas medições
foram efetuadas à temperatura de 15 °C. Indique o tipo de erro experimental associado a esta diferença de
temperatura.

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16. No quadro seguinte estão registados os valores obtidos por um operador que efetuou “pesagens” de um
mesmo objeto em diferentes balanças.

Analise os dados e assinale os registos incorretos, corrigindo-os.

Menor divisão da escala (g) 0,1 1 0,1 0,01

Resultado (g) 3.0456 3,06 3 3,050

17. Dois clubes desportivos “As Buretas“ e os “Gobelés“, de cinco atletas cada um, fizeram provas de seleção
para participar nos jogos juvenis, em atletismo, na modalidade de 100 m.

O valor estipulado pelo comité de seleção para poder ir às finais é 16,00 s.

Os resultados obtidos, em segundos, pelos atletas, foram os seguintes:

“As Buretas” /s 16,09 16,08 15,91 15,92 16,02

“Os Gobelés” /s 16,02 16,01 16,03 16,02 16,01

Considerando que o valor aceite como verdadeiro é o valor estipulado pelo comité, indique:

17.1. O valor mais provável dos resultados obtidos por cada um dos dois clubes.

17.2. O clube que apresenta maior exatidão. Justifique.

17.3. O clube que apresenta maior precisão. Justifique.

17.4. O clube que, na sua opinião, irá à final.

18. Vários alunos mediram o comprimento de uma mesma peça, tendo registado os seguintes valores:

14,95cm 15,0cm 14,70cm 15,02cm

Para o efeito utilizaram uma régua normal, em que a menor divisão da escala era 1 mm.

18.1. Um dos valores está indevidamente registado. Explique porquê.

18.2. Para verificar as medidas efetuadas utilizou-se um equipamento de medida mais sensível. O valor
obtido foi 13,00 cm. Considerando este valor, comente a exatidão das medições efetuadas pelos alunos.

18.3. Estarão as medições feitas pelos alunos afetadas por erros sistemáticos? Justifique a resposta.

Prof. Jorge Martinho – FQA – 10ºAno Pag. 18


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