A Imagem Como Enunciado-Operador
A Imagem Como Enunciado-Operador
A Imagem Como Enunciado-Operador
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Conforme tradução de Maria do Rosário Gregolin, do original em francês: “la mémoire est à référer [...] à um
ensemble complexe, préexistant et extérieur à l’organisme, [...] constituant um corps socio-historique de traces”.
Tradução de circulação restrita.
Concernente à relação sujeito e enunciado, sempre há um sujeito, ou uma instância
produtora. No enunciado há uma posição-sujeito, ou uma função que pode ser exercida por
vários sujeitos. A análise do enunciado na Análise do Discurso deve investigar qual é essa
posição-sujeito, que se inscreve na história, lugar em que o enunciado deve ser analisado.
Face à historicidade própria à existência do enunciado, a produção de sentidos vincula-se à
memória e re-atualiza outros enunciados. Há sempre um conjunto de formulações que o
antecedem e o sucedem; que o relaciona ao passado e ao futuro. Nesse movimento, dada a
relação intrínseca com a história, um enunciado torna-se sempre outro, mesmo havendo um
regime de materialidade repetível, como a imagem, por exemplo. A propósito, há sempre uma
espessura material que constitui o enunciado, que compreende substância, suporte, lugar e
data.
Em síntese, as características da função enunciativa corroboram a “interrogar a
linguagem, não na direção a que ela remete, mas na dimensão que a produz” (FOUCAULT,
1995, p. 129). Assim é que tomamos a imagem – forma material inscrita em dada memória
discursiva –, como um enunciado, pois sua análise requer apreender os elementos próprios à
existência e funcionamento do enunciado, conforme propõe Foucault (op. cit.), o que
vislumbramos operacionalizar na Análise do Discurso. Trata-se de uma materialidade
marcada por uma posição-sujeito, uma inscrição na história, correlacionada a um campo
associativo. São justamente estes os aspectos que procuraremos mostrar com a análise que se
segue.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS