(Dossier) - Remodelação de Antigas Instalações Elétricas PDF

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70 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

estado da reabilitação em Portugal



 
 

 


  
  
 
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a reabilitação de edifícios e o projeto das instalações


elétricas
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reabilitação/alteração de uso edifício na ribeira


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Engenheiro Eletrotécnico

remodelação de antigas instalações elétricas


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princípio da coordenação
3527$*21,67$6

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manual de práticas de iluminação: arte a iluminar a arte


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remodelação
de antigas instalações
elétricas

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72 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

estado da reabilitação
em Portugal
Engº Reis Campos
AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas

A Reabilitação Urbana é um domínio da oposição, têm de reconhecer a importância de concretizar, de ime-


estratégico e prioritário não só para o setor   '   &(  )
     * 
da Construção e do Imobiliário mas, de igual um consenso muito alargado. O que está em causa, no imediato, é a
modo, para o país. A dinâmica que este captação de investimento para o nosso país, o reforço da competiti-
mercado tem revelado deve ser consolidada vidade e a criação de emprego sustentado e, estou certo, ninguém se
e alargada a todo o território nacional. pode alhear destes objetivos.
+     )   4          6 7
falar de Construção e de Imobiliário. Se está em causa a recuperação
DESENVOLVIMENTO física do património construído é imprescindível ter presente que são
O setor da Construção e Imobiliário tem registado alguma estabiliza- as pessoas que dão vida à cidade. Desta forma, assumir a regenera-
ção nos principais indicadores que medem a sua atividade, tendo -se ção das cidades é sinónimo de competitividade territorial e desenvol-
obtido um registo positivo em 2015 no índice de produção, o qual su- vimento coletivo, criação de riqueza e dinamização do emprego. Daí a
biu 3%, após treze anos consecutivos de perda de produção. É indes- sua importância, numa ótica de transversalidade.
mentível que o investimento privado tem sido o responsável por esta Nos dias de hoje, já não pode existir estratégia para atividades
 

  
             como o turismo, o comércio, a indústria, a logística, entre muitas ou-
fevereiro, o Barómetro da AICCOPN apontava para um crescimento de tras, sem um adequado planeamento urbano e uma visão correta e
 !  "#  #   $   
  &   inclusiva do território, das cidades e do próprio imobiliário. Este é o
um aumento de 2,5% na carteira de encomendas. $   )  $  4 
Porém, se a Reabilitação mantém um comportamento positivo, o Tal como demonstrado no Estudo Prospetivo do Mercado da
mesmo já não se pode apontar em relação à maioria dos indicado-       4 ##
    9
 
res económicos de curto prazo que estão, novamente, a revelar sinais  $&   #         -
preocupantes. Com o mercado das obras públicas a atingir mínimos cado que está avaliado em 38 mil milhões de euros, se considerar-
históricos, com a evolução externa desfavorável em mercados im- mos as intervenções necessárias ao nível do parque habitacional,
portantes para o setor, como Angola e Brasil, com algumas das mais pelo que o potencial é enorme. As necessidades existem, os investi-
relevantes obras, em território nacional, prestes a terminar, sabemos dores nacionais e estrangeiros revelam interesse e as empresas e os
que estamos perante o risco de perda de 8500 empresas e de 35 mil demais agentes do setor estão preparados para lhes corresponder.
postos de trabalho. Ao contrário do que foi a realidade até há bem pouco tempo, hoje
Neste contexto é imprescindível atuar de imediato, sob pena de   )   ; 
       
sermos confrontados, novamente, com um cenário de destruição de entre nós.
emprego e da capacidade produtiva que o setor conseguiu preservar. É o próprio Governo que o reconhece, colocando este domínio
Num momento em que a atividade Parlamentar volta a assumir em destaque no Plano Nacional de Reformas, considerando que
um papel preponderante na condução das políticas nacionais, todos esta é uma matéria prioritária para Portugal. É parte fundamental
os partidos políticos, seja os que suportam o Governo ou as bancadas neste documento que iniciou, agora, a sua discussão pública. Os

“Estamos perante uma clara


oportunidade de iniciar um novo ciclo
na Reabilitação Urbana em Portugal.
Podemos criar 70 mil empregos,
disponibilizar as 60 mil habitações
para arrendar de que o mercado
necessita, dinamizar, como já referido,
a atividade económica em setores
como o comércio e o turismo e atrair
mais investidores para o nosso
imobiliário. Se houver vontade
política, como parece ser o caso, para
criar os instrumentos necessários,
esta tendência positiva a que
estamos a assistir será, certamente,
significativamente intensificada
ao longo do próximo ano.”
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dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas 73

eixos de intervenção, os objetivos a alcançar e as metas a atingir excelência, uma rede de infraestruturas de elevada qualidade, um bom
são amplamente consensuais. O Fundo Nacional para a Reabilitação posicionamento geoestratégico, património histórico e cultural únicos.
 )
  $ <  )

     Também possuíamos um regime de Vistos Gold que, a par do Regime
=  9 
   >         de Tributação de Residentes Não Habituais, nos coloca num patamar
assumidas pelo Governo, cuja concretização é essencial. Tendo por competitivo. Faltava uma resposta, por parte do Estado, capaz de ga-
base um criterioso aproveitamento dos fundos comunitários e a pro-  
)   =#
moção, e o investimento público como fator indutor do investimento Este trabalho tem de ser contínuo, pois só desta forma será possí-
#    ? @          ) 
 - vel recuperar o tempo desperdiçado e, acima de tudo, os investimentos
   
   4 
  
)   #- perdidos já que, ao longo dos últimos meses, os outros países foram
res e dos proprietários, atraindo mais investimento, nacional e estran- ocupando um espaço que Portugal já tinha ganho mas que, infeliz-
$         mente, deixou fugir.
O Programa dos Vistos Gold é um bom exemplo que deverá ser po- +
         $ & 
 
tenciado. Os resultados do Programa de Vistos Gold, em fevereiro, são   $  U 7  #     )

$)
# H
(   #   #   J  ? por parte de cidadãos estrangeiros mas, também, pelo efeito multipli-
meses, relativamente ao volume total de Autorizações de Residência cador que gera nas nossas cidades, junto de investidores nacionais. É


   $  $  < 4 4 $  KL corrente dizer-se que “ 
     
milhões de euros de novos investimentos captados para Portugal, dos 
”. A realidade tem sido essa, situação à qual não é indiferente a
  LQ!  * KQ &' ?  >   # 
     
' ) 
  *   

 (       Q ? '  -
nas um mês.
Mas ainda mais importante do que os números registados, e os CONCLUSÃO
respetivos efeitos diretos, quer ao nível da dinamização de toda a ati- Estamos perante uma clara oportunidade de iniciar um novo ciclo na
vidade económica nacional, desde o mercado imobiliário, ao comércio       $   
  YZ   $
    
   $)
#
6
   
     disponibilizar as 60 mil habitações para arrendar de que o mercado
Estado, é o afastamento de todas as dúvidas quanto à capacidade de necessita, dinamizar, como já referido, a atividade económica em se-
resposta por parte das entidades públicas, aos investidores estrangei- tores como o comércio e o turismo e atrair mais investidores para o
ros que procuram o nosso país. nosso imobiliário. Se houver vontade política, como parece ser o caso,
U &(   #    $     ) @ para criar os instrumentos necessários, esta tendência positiva a que
-se, enquanto um dos destinos mais apetecíveis, à escala global, para    (
  $)
#  )

o investimento estrangeiro. Já tínhamos uma oferta imobiliária de ao longo do próximo ano.


74 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

a reabilitação de edifícios
e o projeto das instalações
elétricas
Eng.º Joaquim Viseu

O Decreto-Lei n.º 26/2010 de 30 de março – H     )


' 4    _
introduziu alterações importantes ao modo – A instalação de painéis solares fotovoltaicos ou geradores
de aplicação dos diversos procedimentos 7
 
  > )
 
     
de controlo prévio nas operações energias renováveis, incluindo microprodução, que não exce-
de urbanização e edificação, nomeadamente    
 ( 
  )
 
nos casos da reabilitação de edifícios. cércea desta em mais de 1 metro de altura e, no segundo, a
           $ 
não tenha um raio superior a 1,50 metros, bem como de cole-
tores solares térmicos para aquecimento de águas sanitárias
que não excedam os limites previstos para os painéis solares
fotovoltaicos;
– A substituição dos materiais de revestimento exterior ou de co-
bertura ou telhado por outros que, conferindo um acabamento
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  $   # )
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_
– k   
     )
   $  w
 

Dado que grande parte das obras de reabilitação de edifícios acaba por
conter muitas, se não todas, estas caraterísticas, poder-se-á pensar
que, na maior parte dos casos, a isenção de controlo prévio implicará
   '    )
  
  - de forma automática a isenção de apresentação formal de projeto.
trativos no que diz respeito à obtenção de licenças de obra e de utiliza- Tal será possível, de facto, sendo nesses casos o projeto substi-
ção, acabaram também por isentar a obrigatoriedade da apresentação tuído por um termo de responsabilidade devidamente subscrito por
de projetos para efeitos de licenciamento um conjunto de instalações um técnico responsável, desde que este garanta o cumprimento inte-
mais abrangente, substituindo os projetos na sua forma mais com- gral de todas as exigências técnicas e legais aplicáveis às instalações
pleta, em muitos dos casos, pela mera apresentação de um termo de pelas quais se responsabiliza e caso essas instalações não tenham
responsabilidade subscrito pelo respetivo técnico responsável. de ser submetidas, por decreto, à apreciação por parte de entidades
externas ao Município.

ENQUADRAMENTO JURÍDICO
\

    \ 
  )
  PROCEDIMENTOS DE APROVAÇÃO
isentadas de controlo prévio: U
 
")
     ' 6
  
   
] As obras de conservação; obras de reabilitação de edifícios com instalações antigas e obsole-
] As obras de alteração no interior de edifícios ou suas frações tas será normal, para garantir o cumprimento das regulamentações
    )
'       técnicas em vigor, ter de se encarar na maior parte dos casos a total
das cérceas, da forma das fachadas e da forma dos telhados ou substituição dessas instalações.
coberturas; Neste caso poderá ser considerada apenas a apresentação do re-
] As obras de escassa relevância urbanística, que incluem: ferido termo de responsabilidade, desde que a alteração em causa não
– H )
'
"$     4"
 
 
 - careça de análise por parte das entidades externas.
tura não superior a 2,20 metros ou, em alternativa, à cércea do Em todos os casos em que seja necessário fazer a consulta a en-
rés-do-chão do edifício principal com a área igual ou inferior a tidades externas dever-se-á continuar a seguir um procedimento de
10 m2   
)
 # J
_ licenciamento habitual, nomeadamente e por esta ordem:
– H )
    #  6 Q KZ    1. Distribuidor público – analisa a viabilidade de entrega do valor de
 
)
 # J
      potência elétrica solicitada para o local da instalação (acontece
  6         $)
- em todos os casos de instalações novas ou sempre que existe um
#  $ )   ;_ acréscimo do valor de potência em relação ao existente), e que
– H )
  4   * 
   4 exige apresentação do projeto formal em todos os casos em que
3 metros e área igual ou inferior a 20 m2; `
 6
6  |Z }~H     )
&
– As pequenas obras de arranjo e melhoramento da área envol- eletrotécnica para valores de potência elétrica iguais ou inferio-
#   )
'   4 (   " J
_ res a esse valor de 50 kVA. O distribuidor, depois de viabilizado
– H )
    J
    ? 
  > o pedido de potência, encaminha os projetos para uma das duas
)
 
 
 ( >  J _ entidades;

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2. Ministério da Economia – que analisa e aprova os projetos das VANTAGENS E DESVANTAGENS


instalações elétricas das instalações do tipo A de potência supe- Contudo e embora a isenção de obrigatoriedade de elaboração e apre-
rior a 50 kVA e todas as instalações do tipo B, ou; sentação de um projeto elétrico para licenciamento possa, de facto,
3. CERTIEL (e entidades inspetoras IEP, LIQ e ISQ) que analisa e ter um impacto favorável em termos de custo global do processo de
aprova todos os projeto das instalações elétricas das instalações construção, nomeadamente no que diz respeito à poupança dos va-
do tipo A de potência inferior ou igual a 50 kVA, e todas as instala- lores associados às taxas de análise, esta possibilidade, quando utili-
ções do tipo C de potência superior a 50 kVA. zada, implica a perda de um elemento crucial para o bom desenvolvi-
mento da obra que se pretende levar a cabo.
Em suma, e na prática, apenas as instalações elétricas com potência Entendendo um projeto não como um simples conjunto de papéis
inferior ou igual a 50 kVA são isentas de apresentação de projeto elé- e/ou uma formalidade que tem de ser cumprida, mas como um ins-

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#   ?  )
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 @ € Y‚L    ?    \
 @ € QZQ‚ZZY um conjunto de soluções técnicas adequadas ao orçamento disponí-
de 2 de abril, sendo este substituído por Ficha Eletrotécnica devida- vel e que serve também de guia para todos os diferentes envolvidos
mente assinada por um técnico habilitado e pelo respetivo termo de nesse processo, desde o próprio projetista passando ainda pelo em-
responsabilidade que, como antes mencionado, deverá garantir o   (#  )
?    4
   (
cumprimento de toda a legislação e regulamentação aplicável, sem entender a sua utilidade.
qualquer exceção. Se pensarmos ainda que um projeto terá já em consideração to-
Se não houver qualquer alteração às condições de fornecimento das as interações existentes entre todas as diferentes instalações,
de energia elétrica em relação ao previamente existente e desde que facilmente também se poderá entender que será um documento que
as instalações tenham potência elétrica inferior a 50 kVA, então será permitirá, desde logo, suprimir ou, pelo menos, minimizar considera-
)
          
  velmente diversos problemas que tipicamente aparecem em todos os
técnico responsável desde que este, mais uma vez lembrando, garanta processos construtivos mas que, normalmente, ganham dimensões
o cumprimento de toda a legislação e regulamentação aplicável, sem
 7)
 
     # *   -
qualquer exceção. sos, e que se manifestam normalmente em atrasos ou sobrecustos
No caso de instalações novas e, portanto, fora do âmbito dos pro- inesperados.
cesso de reabilitação será sempre obrigatória a apresentação de um H      4
    )
' 
* #  ‚ )
& 6


  &   # o atual quadro jurídico permita, entendemos o projeto como um ele-
termo de responsabilidade que será submetido à análise e apreciação mento imprescindível para o sucesso de uma obra, seja obra de reabi-
de, pelo menos, uma entidade externa. litação, obra nova ou de qualquer outro tipo.


76 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

reabilitação/alteração de uso
edifício na ribeira
Rui Manuel Torres de Sousa Marques
Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros, Engenheiro Eletrotécnico
[email protected]

O objetivo deste trabalho foi o viabilizar a Partindo do pressuposto que a alimentação necessária poderia ser
reconversão dos dois edifícios devolutos fornecida em Baixa Tensão (por comparação com outros trabalhos
estrategicamente localizados na zona  &  *( ##†   ) 
 
    
da Ribeira do Porto num estabelecimento as condições de viabilidade de alimentação de energia elétrica uma
hoteleiro. vez que a disponibilidade de espaço para a instalação de um Posto de
Transformação de Distribuição seria um entrave caso houvesse ne-
cessidade do mesmo.
Trata-se de um conjunto de dois edifícios interligados onde funciona- Assim, após uma visita às instalações existentes, constatamos a
ram os Armazéns do Grémio dos Armazenistas de Mercearia do Porto existência de três entradas de energia distintas, uma para o conjunto
    #
   6
  QLƒZ   dos dois edifícios e outras duas para outras tantas lojas sitas no rés-
substituir os pavimentos até então de madeira e ferro por uma estru- -do-chão da entrada principal do edifício, uma das quais à data ainda
tura de betão armado, sendo esta a última intervenção conhecida até em funcionamento.
então. Este facto foi relevante como veremos a seguir, já que no programa
Apesar do bom estado geral dos dois edifícios, face à idade dos da reformulação em curso só seria necessário uma entrada de ener-
mesmos, as instalações elétricas encontram-se perfeitamente ob- gia, pois as lojas deixariam de existir, passando a ser a totalidade es-
soletas, não sendo por isso possível qualquer aproveitamento do paços da unidade hoteleira.
existente.

Figura 2.$O©DGRSULQFLSDO

A nossa estimativa foi que seria preciso uma potência na ordem dos
100 KVA para satisfazer as necessidades de todo o edifício, valor este
Figura 1. ,PSODQWD©¥RGRVHGLI¯FLRV obtido pela análise do programa preliminar de arquitetura (a existência
de cozinhas e bares, lavandaria, zonas técnicas, elevadores e monta
O programa de arquitetura prevê então a reconstrução dos dois edifí- cargas, entre outros), por avaliação prévia das potências necessárias

 *( $  
 |    
      aos equipamentos de AVAC e por comparação com outros trabalhos
de 52 quartos, com o seguinte programa: idênticos.
] R/C, comum aos dois edifícios, ocupado pela entrada, receção, Estavamos, pois, em condições de estabelecer contacto com o
       
?& ?  6

      Operador de Rede (ORD) no sentido de analisar as condições de forne-
edifício posterior; cimento da potência necessária.
] Q€  € 
 Y     
 4"
_ Após reunião preliminar com o ORD concluiu-se rapidamente que,
] € 
 K   „ƒ  4"
     4"
 por agregação da potência até então disponível para as 3 entradas
posterior);      )
  #(#      ;
] |€ 
    „ 4"
 † Tensão com recurso às infraestruturas da rede existentes no local.

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dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas 77

     


"
   @  $ > 4   Assim, em funcionamento normal, o Quadro Geral de Entrada
elaboração do projeto de licenciamento, necessário não só para a (Q.G.E.) é alimentado em Baixa Tensão a partir da rede pública de dis-
obtenção da licença de construção camarária, mas também para a tribuição de energia, a qual por sua vez alimentará todos os restantes
tramitação necessária junto do ORD e, consequente, aprovação pela quadros da instalação como se indica no diagrama de alimentação
Entidade Inspetora de Instalações Elétricas (EIIEL). de energia onde é apresentado um esquema da alimentação dos di-
O Projeto de Licenciamento seguiu as Diretrizes então tomadas versos quadros da instalação, representativos dos consumidores mais
em fase de estudo prévio onde, por exemplo, foram acordadas com $)
#
a arquitetura a localização da entrada de energia, as localizações de Em caso de falha do abastecimento normal de energia, o Grupo
quadros elétricos, os ductos para as canalizações verticais principais, Gerador de Segurança (G1) entrará em funcionamento, alimentando
zonas técnicas, entre outros. apenas as cargas afetas à segurança. A transferência de cargas auto-
Tratando-se de uma reabilitação de dois edifícios existentes, a so- máticas é realizada através de um grupo de interruptores motorizados
lução de arquitetura previu a manutenção dessas duas estruturas in- tetrapolares.
dependentes, mas agora com comunicação ao nível de todos os pisos,
previligiando assim a funcionalidade da utilização dos espaços.

Figura 4.'LDJUDPDGDGLVWULEXL©¥RGHHQHUJLD

Dado o programa apertado da arquitetura e ao facto de se tratar da


reabilitação de um edifício numa zona consolidada, com uma fachada
principal sem possibilidade de alteração, e onde se pretendiam valori-
zar e aproveitar tanto a fachada principal como a cobertura do edifício,
tornava-se difícil “ ” um grupo gerador que forçosamente tem
de estar em comunicação com o exterior.
Figura 3.,QWHUOLJD©¥RHQWUHRVGRLVHGLI¯FLRV A solução de compromisso foi a dividir em altura o espaço destinado
aos resíduos sólidos, na parte posterior do edifício, possível graças ao
Colocou-se então a questão de qual seria a melhor arquitetura de rede, seu generoso pé-direito, colocando assim o equipamento na sua parte
atendendo a que na presença de dois edifícios interligados, seria ne- superior, acessível desde o exterior através de uma escada amovível.
cessário assegurar o corte geral de energia por piso.
Na verdade, uma vez que cada piso, acima do pavimento, é com-
partimentado em duas zonas corta-fogo, não é aplicada a regra in-
dicada nas RTIEBT (Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de
 ; Š ‹   € LL @H‚ZZƒ  QQ   † 

KZQQQ  $ > ;`
       &
para esse piso, a função de quadro geral de entrada, com base no dis-
  H" †  
 KZQQQ|     Š=Š
Assim, a escolha para a distribuição de energia recaiu no estabele-
cimento de duas distribuições verticais, uma por cada edifício, alimen-
tando um quadro geral por piso para cada edifício, capaz de garantir
o corte de energia com a atuação dos interruptores gerais de entrada
dos respetivos quadros de piso, os quais deverão possuir caraterísti-
cas que o permitam.
k  )
    6# 4 
-
dade da existência de um grupo gerador de segurança e a sua possível
localização, uma vez que iriam existir cargas afetas à segurança que
obrigatoriamente teriam de ser alimentadas com recurso a um grupo
gerador.
Também foram logo excluídas outras necessidades de alimen-
tação em socorro não só porque obrigariam à existência de um se-
gundo grupo gerador (de socorro), mas também porque analisada
)     J
 ?  # #  # 
desnecessário. Figura 5.&RPSDUWLPHQWRGR*UXSR*HUDGRUSRUFLPDGRFRPSDUWLPHQWRGRVUHV¯GXRVVµOLGRV

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78 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

O Projeto de Licenciamento foi então submetido à apreciação, dan- O comando de iluminação no interior dos quartos foi pensado para
do entrada no ORD que, após a viabilização da potência previamente um funcionamento fácil e intuitivo para qualquer utilizador, com base
acordada, o fez seguir para análise à EIIEL. em telerruptores, permitindo o comando em qualquer ponto através de
Após a aprovação do mesmo passou-se à fase do projeto de exe- simples botões de pressão.
cução, onde foram detalhadas as diversas instalações de utilização.         $     geral a partir
Foi decidido, após análise técnico/económica, a não opção por da cabeceira da cama, que desta forma foi fácil de implementar.
sistemas de domótica recorrendo, no entanto, a sistemas baseados Para além dos quartos, foi dada especial atenção a toda a ilumina-
em detetores de movimentos/presença para o comando da ilumina- ção nas zonas comuns do edifício, assim como também na fachada
ção em zonas de circulação e em zonas de presença esporádica, de do mesmo, que apesar de se localizar numa rua dotada de iluminação
maneira a reduzir o consumo desnecessário de energia. públia, se pretender dar notoriade e destaque, através de uma ilumina-
Sendo a iluminação um fator determinante no conforto e imagem ção sóbria, mas moderna, com base em tecnolgia LED.
que se pretendia dar a esta unidade hoteleira, foi efetuado um estudo
pormenorizado, em cordenação com a arquitetura e a decoração de
interiores, que visou otimizar a iluminação nos diversos espaços das
zonas de público, criando cenários confortáveis adequados à utiliza-
ção prevista.

Figura 6. 3RUPHQRUGDLQVWDOD©¥RGHLOXPLQD©¥RHWRPDGDVQDFDEHFHLUDGRVTXDUWRV Figura 8.(VTXL©RGDLOXPLQD©¥RSUHYLVWDSDUDDIDFKDGD

A coordenação e integração com as restantes especialidades foi efe-


   $      )      #-
nham a funcionar de acordo com o esperado, e de forma a superar
as necessidades espectáveis aos seus utilzadores, mas sempre em
segurança.
A inauguração está prevista ainda para este ano.

Figura 7. (VTXHPDHO«WULFRGRTXDGURGRTXDUWRWLSR Figura 9.,PDJHPGDIDFKDGDM£UHPRGHODGD

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80 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

remodelação de antigas
instalações elétricas
QUITÉRIOS – Fábrica de Quadros Eléctricos, Lda.

Segundo um estudo da CERTIEL existem Tratando-se de uma remodelação de uma instalação coletiva, seja
em Portugal 3,9 milhões de habitações com por imposição legal – nomeadamente em situações em que a obra es-
instalações elétricas desatualizadas. teve parada e em que os produtos instalados são da Classe I de isola-
mento – ou por alterações estruturais, é possível adequar a instalação
à Classe II ou isolamento equivalente à Classe II.
$  Š=Š  H; ~   
  #7
   -
dro ou da caixa que integra a instalação coletiva for metálico, a sua
estrutura pode ser alterada de forma a conferir-lhes um isolamento
equivalente à Classe II.
Todos os equipamentos no interior do quadro ou da caixa metá-
lica que não possuam um duplo isolamento ou isolamento reforça-
do, devem ser separados do invólucro metálico por um isolamento
suplementar.
Para saber como realizar esta separação devem ser garantidas as
diretrizes enunciadas no Anexo I (secções B e C) do RTIEBT.

Para os utilizadores este problema pode refletir-se num desperdício de


energias mas a principal preocupação reside na segurança.
Como resultado do atual panorama nacional e da crise no setor da

      $)
#    '
em detrimento das construções novas onde aspetos relacionados
com os padrões estéticos, arquitetura e económicos, assumem uma
maior relevância. No entanto, abre-se uma janela de oportunidades
para a “    !" # ”, que não deve
ser ignorada.
Este tipo de instalações, executadas até 2006 (ao abrigo dos
\
 @ LYK‚L  YZ‚Y†   
  
instalações “ilegais” mas correm o risco de se encontrarem desade-
quadas aos requisitos de segurança atuais. Consideremos a exigên-
cia das instalações com o aumento dos equipamentos eletrónicos e
eletrodomésticos, que representam uma sobrecarga para este tipo de
infraestruturas.
Em 2006, com a entrada em vigor das Regras Técnicas das
Instalações Elétricas de Baixa Tensão (RTIEBT), (recentemente altera- 4XDGURGHFROXQDVFRPLVRODPHQWRHTXLYDOHQWH¢&ODVVH,,
das pela Portaria 252/2015), a exigência da Classe II de isolamento nas
  '
#   @   )   #( 4 
  Ao contrário do que acontece com os quadros ou caixas metálicas da
invólucros para instalações elétricas, nomeadamente, a =Š+=k Classe I, após a sua alteração para “  $
  %& !!”,
que, até então, fabricava produtos da Classe I de isolamento. estes produtos não devem ser ligados à terra.
As instalações coletivas têm início nos terminais de saída da por- Conhecendo o impacto positivo ao nível da segurança que pode
tinhola ou, no caso de esta não existir, nos terminais de entrada do advir da “       !"  # ” e sabendo
quadro de colunas, e termina nas entradas. que o RTIEBT disponibiliza informações sobre como atualizar a sua
Todos os quadros que constituem uma instalação coletiva e entra- instalação, é importante apostar na aplicação dessas medidas.
das ligadas diretamente à rede de distribuição em esquema de ligação à Consciente da sua responsabilidade nesta matéria, a =Š+=k
terra TT, devem ser da Classe II de isolamento ou equivalente. Na Classe tem vindo ao longo dos anos, e sob a orientação das entidades regu-
II de isolamento, a proteção contra choques elétricos é garantida não só ladoras, a colaborar na promoção e sensibilização das boas práticas
pelo isolamento principal, mas também por medidas complementares a todos os técnicos que atuam neste setor, e assume o compromisso
de segurança, como o duplo isolamento ou isolamento reforçado. de assim continuar.

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82 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

princípio da coordenação Eng.º Bruno Serôdio


'
( 
Hager – Sistemas Eléctricos Modulares, S.A.

Para todos os dispositivos de O valor dessa energia depende:


proteção, as Regras Técnicas ] do valor da corrente de curto-circuito;
das Instalações Elétricas ] do tempo de interrupção do curto-circuito.
de Baixa Tensão no Ponto
434.3 definem que o Poder Representando:
de Corte (PdC) não deve ser 1. O PdC do disjuntor corresponde à sua energia máxima admissível;
inferior à corrente de curto- 2. Se o valor da corrente de curto -circuito for superior ao PdC do disjuntor, a energia a dissipar
-circuito presumida no ponto no momento do corte será superior à energia máxima admissível, logo a energia deve ser
em que o dispositivo for limitada para o seu valor limite admissível;
instalado, exceto se existir, 3. Para isso é necessário limitar:
a montante, um dispositivo ] a corrente de curto-circuito;
com um poder de corte ] o tempo de interrupção do curto-circuito.
apropriado, ou seja:
Como se interrompe a corrente de curto-circuito no disjuntor?
No momento da deteção do curto-circuito, os contactos do disjuntor são abertos e é criado um
arco elétrico que vai ser direcionado para a sua câmara de corte onde este é extinto.
Este arco é considerado como uma impedância que se adiciona ao disjuntor pois:
] limita o valor da corrente do curto-circuito;
] cria uma diferença de potencial chamada “tensão de arco” entre os seus terminais.

Nesta Figura pode-se observar o efeito da tensão de arco.


1. Os contactos estão fechados; a tensão de arco é nula;
2. Ao detetar o curto-circuito, os contactos abrem-se e surge a tensão de arco.

PDC t ICC MÁX.


= $)
‘
] cada aparelho, individualmente, deve ex-
tinguir a corrente no circuito onde se dá o
defeito;
] esta solução garante a continuidade dos
circuitos a montante, embora possa re-
sultar numa solução mais cara. Posto
isto, recorrendo a uma técnica intitulada
Coordenação é possível a otimização
económica da instalação elétrica.

A Coordenação (também intitulada de


Associação ou Filiação) permite instalar um
dispositivo de proteção com um PdC infe-
rior à corrente de curto-circuito calculada no
ponto onde está instalado. Para isso, tem que
existir um produto de proteção a montante
com um PdC necessário e também a energia
residual que este deixe passar durante a sua
abertura, seja suportável pelos disjuntores a
jusante.
Ou seja, as caraterísticas dos dispositivos No ponto “A” é efetuada a transição em que a tensão do arco passa a ser superior à tensão da
devem ser coordenadas. rede. Neste ponto existe uma diminuição da corrente de curto-circuito até zero no ponto “O”.
Qual o fenómeno que ocorre na A corrente é extinta e extingue-se igualmente o arco elétrico.
Coordenação: Os efeitos deste fenómeno são:
A energia gerada por um curto-circuito ] Limitação da corrente de curto-circuito (por exemplo, dos cerca de 15 kA reduziu-se
deve ser limitada e dissipada num tempo su- para 5 kA),
)
 
  *  4 ] Redução do tempo de interrupção do curto-circuito (por exemplo, de 10 ms passou
a evitar a sua deterioração. para 5 ms).

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dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas 83

 4 #)


@  $()

* #  
 „ † 6         - ] Proteção a jusante:
rupção é efetuado (ponto O), reduzindo igualmente a energia dissipada. Em resumo, a tensão de Que tipo de disjuntor se pode instalar a ju-
arco deve exceder o mais rapidamente possível o valor da tensão de rede (ponto A) que, por sua sante de um disjuntor x160 sabendo que a
vez, pode ser efetuado aumentando a tensão de arco ou somando as duas tensões. Icc1 (corrente de curto-circuito presumí-
A abertura simultânea dos disjuntores instalados em série representa uma soma das vel) nesse ponto da instalação é igual a 13
tensões. kA?

Efeitos de uma abertura simultânea de disjuntores: O PdC do disjuntor de 10 A pode ser inferior
As Figuras seguintes descrevem este fenómeno. a 13 kA (Icc a jusante) se as duas condições
] Os disjuntores D1 e D2 instalados em série abrem-se simultaneamente. que se seguem forem respeitadas:
] Deve estar protegido a montante por um
dispositivo de proteção com PdC não in-
ferior ao valor do Icc pedido (x160);
] O PdC obtido com a “Coordenação” não
deve ser inferior à Icc a jusante.

] O disjuntor 160 A tem um PdC de 18 kA


(superior a 13 kA);
] É possível utilizar um disjuntor da série
NFT8xx para a saída de 10 A (Pdc = 10 kA).
O PdC “Coordenado” entre um disjuntor
x160 e um disjuntor NFT8xx é de 18 kA
(superior aos 13 kA).

Exemplo de coordenação a 3 níveis


] No mesmo armário:

k   )  6  
 
 @

          ?
assim também a energia que atravessa o disjuntor a jusante. Suportando, desta forma, uma
corrente Icc superior ao seu PdC através da Coordenação.

Aplicando a Coordenação na instalação


Na prática a Coordenação permite determinar o valor máximo da corrente de curto -circuito
admissível nos terminais de um disjuntor. Este valor é função das suas caraterísticas internas e
das do disjuntor instalado a montante.
Estes dados são disponibilizados nas chamadas “Tabelas de Coordenação”, indicadas nos

($  4 



  ;  #     
   )    Š  
       Z‚Z ~  ZZ‚Q| ~   #  
 (; -
missível para cada produto através de Coordenação vão diferir com o tipo de rede onde está
instalado o produto.
Consultando estas Tabelas consegue-se obter o resultado do PdC da Coordenação dos
disjuntores que representa o valor máximo de corrente admissível no disjuntor instalado a jusante.
H <    4     "#  *   #)

  *- ] Proteção a montante (Disjuntor A)
tor imediatamente a montante, ou com o disjuntor instalado a montante deste. Disjuntor x160 com In = 160 A e um
<  | }H „ L }H†_
Exemplo de coordenação a 2 níveis ] Proteção a jusante (disjuntores B e C)
As duas proteções podem ser instaladas no mesmo armário ou em armários diferentes. Os Disjuntores B e C são coordenados
] Proteção a montante: com o Disjuntor A e de acordo com a
Disjuntor x160 com In = 160 A e um PdC de 18 kA Š   
  )   $ 

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é possível utilizar disjuntores da série ] Proteção a montante (Disjuntor A) Se forem instalados em armários diferentes,
NFT8xx (Pdc = 10 kA). Disjuntor x160 com In = 160 A e um o disjuntor a montante (no primeiro armá-
O PdC coordenado entre um x160 e <  | }H „ QL }H† rio) deve ter por si só o valor de PdC igual
Disjuntores NFT8xx para uma rede de ] Disjuntor B ou superior à intensidade de curto -circuito
ZZ‚Q| ~ 6 $  Z }H O Disjuntor B está coordenado com máxima calculada no armário a montante.
\* ‘ U9ŠKZ o Disjuntor A e de acordo com a Ta- < 

   )  
Disjuntor C: NFT820 bela B. É possível utilizar Disjuntores Coordenação apresenta múltiplas vanta-
da série NKN (Pdc = 15 kA). gens, pois:
] Em armários diferentes: O PdC coordenado entre um Disjuntor ] A corrente de curto-circuito é limitada;
x160 e um Disjuntor da série NKN para ] A redução do PdC dos disjuntores pode
   ZZ‚Q| ~ 6 $  | }H vir a representar produtos que ocupam
] Disjuntor C menos módulos, representando no glo-
O Disjuntor C é coordenado com o bal menos espaço ocupado no quadro
Disjuntor B. O Disjuntor B deve ter elétrico;
um PdC Icu superior ao Icc do ar- ] Economicamente é uma boa solução pois
mário com Icc = 13 kA (Pdc = 15 kA, a instalação dos disjuntores com PdC in-
Icc = 13 kA => Pdc > Icc). O Disjuntor C ferior ao estimado, permite uma poupan-
está coordenado com o Disjuntor A ça importante no custo dos produtos.
de acordo com a Tabela B. É possível
utilizar Disjuntores da série NFT8xx Contudo, este método só deve ser consi-
(Pdc = 10 kA). O PdC coordenado en- derado nos casos em que a continuidade
tre o Disjuntor da série NFT8xx e o de serviço da rede a montante não seja
Disjuntor da série NKN para uma rede crucial, pois a Coordenação entre prote-
 ZZ‚Q| ~ 6 $  Q| }H 
 ções pressupõe a atuação da proteção a
com a Tabela A. montante.

COORDENAÇÃO DE PROTEÇÃO PARA UMA REDE DE 400/415 V

A. Coordenação entre fusíveis/disjuntores modulares a montante e disjuntores modulares a jusante


k #  
   
  
    }H
4  U =< ƒZ LY @ „      †

NEN/NFN HMB/
Fusíveis tipo gG NGN/NRN NKN NRN/NSN HMC HMK HMX
NSN HMD
25 kA 15 kA 30 kA 50 kA
Aparelhos a jusante 20 kA 15 kA
< U9 U ƒZLY@ 100 kA 10 kA 15 kA 0,5 a 25 80 a 80 a 10 a
‚Z H 50/63 A
kA 125 A 125 A 63 A
16 A 32 A Z H 50 A 63 A 80 A 100 A 125 A 160 A
Curva B, C, D C C, D C, D C,D B,C,D C C
NEN 10 kA B 100 100 100 100 100 100 100 YZ 35 - 15 25 20 15 - 30 50
NFN 10 kA C 100 100 100 100 100 100 100 YZ 35 - 15 25 20 15 - 30 50
NGN 10 kA D 100 100 100 100 100 100 100 YZ 35 - 15 25 20 15 - 30 50
NKN 15 kA C 100 100 100 100 100 100 100 100 100 - - 25 20 15 - 30 50
NRN/NSN 25-20-15 kA C, D 100 100 100 100 100 100 100 100 100 - - - - - - - -
HMB, HMC, HMD 15 kA B, C, D 100 100 100 100 100 65 35 25 15 - - - - - - - -
HMK 30 kA C 100 100 100 100 100 100 100 100 YZ - - - - - - - -
MM2xx/MM3xx 25-20 kA magn. 100 100 100 100 100 100 100 100 100 - - - - - - - -
MMN2xx/MMN3xx 25-20 kA magn. 100 100 100 100 100 100 100 100 100 - - - - - - - -
NFT3xx/NFT8xx 10 kA C 100 100 100 100 100 100 100 100 LZ - 15 25 20 15 15 30 50
NGT3xx/NGT8xx 10 kA D 100 100 100 100 100 100 100 100 LZ - 15 25 20 15 15 30 50

B. Coordenação entre disjuntores gerais a montante e disjuntores modulares a jusante


k #  
   
  
    }H
4  U =< ƒZ LY@ „      †

x160 x250 h250 LSI h630 LSI (400 A) h630 LSI (630 A) h1000 LSI h1600 LSI
Gama
HDA HHA HNA HNB HNC HEC HND HND HED HNE HEE HNF HEF
< =< ƒZLY@ 18 kA 25 kA Z }H Z }H 50 kA YZ }H 50 kA 50 kA YZ }H 50 kA YZ }H 50 kA YZ }H
Curva - - - - - - - - - - - - -
NEN, MFN, NGN 10 kA B, C, D 18 kA 25 kA 30 kA 25 kA 25 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 10 kA 10 kA 10 kA 10 kA
NBN, NDN, NKN 15 kA B, C, D 18 kA 25 kA Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 15 kA 15 kA
25 kA B, C, D - 25 kA Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA 25 kA 25 kA
NRN, NSN 20 kA B, C, D - 25 kA Z }H 35 kA 35 kA 35 kA 25 kA 25 kA 25 kA 25 kA 25 kA 20 kA 20 kA
15 kA B, C, D 18 kA 25 kA Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 15 kA 15 kA
MMN 2xx, MMN 3xx 25 kA magn. - 25 kA Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA 25 kA 25 kA
MMN 2xx, MMN 3xx 20 kA magn. - 25 kA Z }H 35 kA 35 kA 35 kA 25 kA 25 kA 25 kA 25 kA 25 kA 20 kA 20 kA
HMF 10 kA B, C 18 kA 20 kA 30 kA 25 kA 25 kA 25 kA 15 kA 15 kA 15 kA 15 kA 15 kA 10 kA 10 kA
HMB, HMC, HMD 15 kA B, C, D 18 kA 25 kA Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 15 kA 15 kA
HMK 30 kA B, C - - Z }H Z }H 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 35 kA 35 kA
HMX 50 kA C - - - - 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA
NFT3xx/NFT8xx 10 kA C 18 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA - 20 kA 20 kA 20 kA - - - -
NGT3xx/NGT8xx 10 kA D 18 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA - 20 kA 20 kA 20 kA - - - -

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C. Coordenação entre fusíveis/disjuntores modulares a montante e disjuntores modulares a jusante


k #  
   
  
    }H $ U =< ƒZ LY@

Ax9xx NEN NRN HMB


Fusíveis tipo gG NFT/ NFN NKN NSN HMC HMK HMX
NGF NGN HMD
< U9 U ƒZLY@ 100 kA 10 kA 20 kA 30 kA 0,550a kA Z }H
25 A ‚Z H
30 kA 30 kA 60 kA 100 kA
50/63 A 80 a 125 A 80 a 125 A 10 a 63 A
Curva 16 A 32 A Z H 50 A 63 A 80 A 100 A 125 A 160 A C B, C C C C C B, C, D C C
Ax8xx 6 kA C 100 100 100 100 65 Z 22 15 6,5 10 kA 20 20 20 20 20 15 15 15
H;L;; 10 kA C 100 100 100 100 100 65 Z 25 11 - 20 20 20 20 20 20 20 30
MHT 6 kA B 100 100 100 100 100 80 33 QY 8 10 Ka 20 20 20 20 20 20 20 30
MJT 6 kA C 100 100 100 100 100 80 33 QY 8 10 Ka 20 20 20 20 20 20 20 30
Aparelhos NEN 20 kA B - - - - - - - - - - - 30 50 Z 30 30 60 100
a jusante NFN 20 kA C - - - - - - - - - - - 30 50 Z 30 30 60 100
NGN 20 kA D - - - - - - - - - - - 30 50 Z 30 30 60 100
NKN 30 kA C - - - - - - - - - - - - 50 Z 30 - 60 100
U9ŠY;; 10 kA C 100 100 100 100 100 100 100 100 LZ - 20 30 50 Z 30 30 60 100
U–ŠY;; 10 kA D 100 100 100 100 100 100 100 100 LZ - 20 30 50 Z 30 30 60 100

D. Coordenação entre disjuntores gerais a montante e disjuntores modulares a jusante


k #  
   
  
    }H $ U =< ƒZ LY@

x160 x250 h250 LSI h630 LSI (400 A) h630 LSI (630 A) h1000 LSI h1600 LSI
Gama
HDA HHA HNA HNB HNC HEC HND HND HED HNE HEE HNF HEF
< =< ƒZLY@ 25 kA 35 kA 85 kA 85 kA 85 kA 100 kA 85 kA 85 kA 100 kA 85 kA 100 kA 100 kA 100 kA
Curva - - - - - - - - - - - - -
Ax8xx 6 kA B, C 10 kA 10 kA 10 kA 10 kA 10 kA Y | }H 10 kA 6 kA 6 kA 6 kA 6 kA 6 kA 6 kA
H;L;; 10 kA B, C 15 kA 15 kA 15 kA 15 kA 15 kA 12,5 kA 15 kA 10 kA 10 kA 10 kA 10 kA 10 kA 10 kA
MHT, MJT 6 kA B, C 15 kA 15 kA 15 kA 6,5 kA 6 kA - Y  }H Y  }H Y  }H - - - -
NEN, NFN, NGN 20 kA B, C, D 25 kA 30 kA 50 kA Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA
NBN, NDN, NKN 30 kA B, C, D - 35 kA 85 kA 50 kA 50 kA 50 kA Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 30 kA
50 kA B, C, D - - 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 65 kA 65 kA 65 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA
NRN, NSN Z }H B, C, D - - 85 kA YZ }H YZ }H YZ }H 50 kA 50 kA 50 kA Z }H Z }H Z }H Z }H
30 kA B, C, D - 35 kA 85 kA 50 kA 50 kA 50 kA Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 30 kA
NMN 2xx, NMN 3xx 50 kA magn. - - 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 65 kA 65 kA 65 kA 50 kA 50 kA 50 kA 50 kA
NMN 2xx, NMN 3xx 50 kA magn. - - 85 kA YZ }H YZ }H YZ }H 50 kA 50 kA 50 kA Z }H Z }H Z }H Z }H
HMF 20 kA B, C 25 kA 30 kA 50 kA Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA 30 kA 30 kA 30 kA Z }H 20 kA
HMB, HMC, HMD 30 kA B, C, D - 35 kA 85 kA 60 kA 60 kA 60 kA Z }H Z }H Z }H Z }H Z }H 30 kA 30 kA
HMK 60 kA B, C - - 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 85 kA 60 kA 60 kA
HMX 100 kA C - - - - - 100 kA - - 100 kA - 100 kA 100 kA 100 kA
U9ŠY;; 10 kA C 25 kA 35 kA | }H 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA - -
U–ŠY;; 10 kA D 25 kA 35 kA | }H 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA 20 kA - -


86 dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas

manual de práticas
de iluminação:
arte a iluminar a arte
Vítor Vajão

Aproveitando a comemoração do Ano e sentir, aplicando-se esses conceitos nos projetos: da observação
Internacional da Luz e os 45 anos de atividade atenta do que se faz, muitas vezes se descobrem novas abordagens,
como profissional de luminotecnia, em linha com o bem-estar, o conforto visual e a utilização racional da
na sequência de um trabalho desenvolvido energia.
ao longo de três anos, lançamos o livro acima  6    ## )
  
    -
citado. vestigações transversais em ciências como a biologia da visão, a psi-
   )$  6      # 
  
Por outro lado, os tempos de luminotecnia no país não correm de feição:
A ideia de escrever um livro fundamentado nos conhecimentos ad- ] numa época em que tanto se fala de sustentabilidade energéti-
quiridos com o estudo e, essencialmente, com as práticas de iluminar, ca, tendo o consumo da iluminação muitas vezes uma quota su-
foi também suscitada ao ler uma frase de Margaret Fuller: “Se tens perior a 30%, o ensino é escasso e, tantas vezes quando existe,
   
  
    *+ desatualizado;
A luminotecnia não é uma ciência exata, por isso se diz ser uma ] é notória a ausência de sensibilidade para questões luminotécni-
   
  

 "
  
")
 H cas quase sempre apenas baseadas em números, esquecendo -se
sensibilidade à luz adquire-se através do saber olhar para poder ver o bem-estar humano: é a luz sem alma;

MANUAL DE PRÁTICAS DE ILUMINAÇÃO DE VITOR VAJÃO

ligados à criação de ambientes de luz – en- componentes, o comando e o controlo


genheiros, designers, arquitetos, decorado- da luz; ainda temos um capítulo que des-
res, conservadores de museus – mas tam- creve como se constrói um ambiente lu-
bém aos estudantes nas áreas de engenharia minoso em termos de fachadas, acessos
eletrotécnica, arquitetura e museologia nas interiores e espaços expositivos; e outro
cadeiras de design da iluminação. Esta obra capítulo onde se fala da execução da ilu-
aborda os atuais conceitos para bem ilumi- minação museológica com os elementos
nar, incute sensibilidade, analisa as potencia- básicos para a sua conceção, tal como a
lidades das fontes de luz e dos equipamentos, montagem luminotécnica e a iluminação
diferenciando-se por mostrar pormenori- em planos verticais, os objetos tridimen-
zadamente “  . ”, com exemplos de sionais, as encenações museológicas e
obra feita. os núcleos expositivos e as exposições
Este livro tem como subtítulo, “Arte a ilumi- temporárias itinerantes, além da luz com-
nar a Arte” porque, segundo o autor: “Com luz plementar em edifícios, como a luz de ser-
      *  
    viço, a luz de vigilância e alarme e a luz de
  "   " *
..  segurança tal como as operacionalidades
 .0  0*1
. 2
 * das instalações.
Vitor Vajão – engenheiro eletrotécnico, 3  42
    ' 5  
 Tudo o que encontramos nesta obra
especialista em luminotecnia, membro 6   ' *” Ao longo do Manual de 6     |   ~" ~ *
da !
  #    , -  Práticas de Iluminação encontramos capítu- dedicados à luminotecnia, sobretudo ao
North America (IESNA), fundador e ex- los sobre a sensibilidade da luz em termos de trabalhar com ambiências de grande exi-
-Presidente do Centro Português da essência do ver e do sentir, da luz e da emo- gência qualitativa como as do património
Iluminação (CPI), vogal da Comissão tividade e da iluminação museológica; além artístico, seja este cultural, religioso ou
Executiva de Luminotecnica da Ordem das bases da luminotecnia como a luz e a cor, arquitetural. Os conceitos de luz desen-
dos Engenheiros – redigiu um Manual as grandezas luminotécnica e a terminologia volvidos a partir destas abordagens em
de Práticas de Iluminação. Esta obra mais frequente; a iluminação museológica ambiências rigorosas pretendem, sem-
encontra-se profusamente ilustrada com com a ambiência emocional, o desenho da pre, incrementar a capacidade visual com
dezenas de imagens originais, reproduzi- luz, os cálculos luminotécnicos e os equipa- uma ambiência mais adequada ao bem-
das a cores, e privilegia informações des- mentos de medida; os sistemas de iluminação -estar do ser humano à custa de menores
    7  #( )  onde aborda as fontes de luz, os aparelhos, os recursos energéticos.

www.oelectricista.pt o electricista 55
dossier sobre remodelação de antigas instalações elétricas 87

] a escassez de conhecimento facilita a adesão à inovação sem cui- O Manual é também uma homenagem
dar da sua valia, ponderando vantagens e desvantagens: o caso a todos os que lutam pela promoção
dos LEDs é sintomático. e divulgação das boas práticas
de iluminação e um desafio a que outros
k w   
   
   
   #( )- lhes sigam o exemplo, disponibilizando
sionais envolvidos na luminotecnia, abordando e desenvolvendo por- os seus conhecimentos, para se difundir
menores relevantes, evidenciando as vantagens e inconvenientes das o saber e se elevarem os padrões
fontes de luz e dos equipamentos, mostrando como aplicá-los para se de iluminação.
atingirem os objetivos de bem iluminar.
Os conceitos do desenho de luz, referenciados para ambiências de
grande exigência qualitativa como as do património artístico, cultural E este é um livro de pormenores, prático, especialmente vocacionado
e religioso, têm total cabimento noutros locais onde os padrões qua- para mostrar como fazer, apoiado em fotos de casos concretos e de-
litativos possam ser aligeirados, como na iluminação doméstica, na senhos esclarecedores. A estrutura do livro procura satisfazer diver-
comercial, na turística ou até na de lazer. As bases inerentes ao bem sas necessidades:
ver, estar e sentir são comuns, apenas o rigor pode ser diferente. ] do ensino porque contém a teoria e os conceitos básicos da
A obra distribui-se por três partes: luminotecnia;
] na primeira focam-se os objetivos da sã ambiência visual à luz ]  *   )   $   #
  -
do conhecimento atual; nores determinantes para o bem-estar visual e mental e aponta
] na segunda citam-se os principais meios disponíveis para se soluções;
atingir aquele desiderato, expondo potenciais vantagens e cui- ] dos conservadores e curadores museológicos porque mostra os
dados a ter; cuidados a ter para uma boa preservação e visualização das obras
] na terceira mostra-se COMO FAZER, resultado da experiência de arte, dando informações úteis para avaliarem a qualidade e ne-

     )   
  "$  #   cessidades das intervenções luminotécnicas.
   )?   4  &
O Manual é também uma homenagem a todos os que lutam pela
Este é um livro assente em práticas de iluminação, coisas simples promoção e divulgação das boas práticas de iluminação e um desa-
    +   # 4 ˜(  )   )   & $  ;  ?   
-
nas obras de iluminação, Deus está nos pormenores, enquanto outros nhecimentos, para se difundir o saber e se elevarem os padrões de
dizem que os pormenores são o diabo… Do que não há dúvida é que a iluminação.
qualidade da iluminação está nos pormenores. O país agradecerá.



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