UC11.Manutenção Elétrica
UC11.Manutenção Elétrica
UC11.Manutenção Elétrica
Manutenção Elétrica
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Manutenção Elétrica
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Kátia Regina Bento dos Santos - CRB 14/693 - Biblioteca do SENAI/SC
Florianópolis.
V393m
Vaz, Frederico Samuel de Oliveira
Manutenção elétrica / Frederico Samuel de Oliveira Vaz. – Florianópolis :
SENAI/SC, 2010.
134 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.313
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61 Seção 1 - Manutenção em
38 Unidade de estudo 4 fusíveis
Software de Geren- 65 Seção 2 - Manutenção em
ciamento de contatores
Manutenção 74 Seção 3 - Manutenção em
relés de sobrecarga e de
tempo
39 Seção 1 - Introdução 84 Seção 4 - Disjuntores
39 Seção 2 - Software ERP 88 Seção 5 - Manutenção em
40 Seção 3 - Objetivos de um banco capacitores para cor-
sistema de manutenção reção do fator de potência
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação
Competências
Conhecimentos
Habilidades
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 9
Atitudes
Bons estudos!
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 11
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Histórico
Evolução da Manutenção
Seção 1 Seção 2
Quebra: falha.
Introdução. Histórico da evolução
da manutenção.
Nas últimas duas décadas, a ma-
nutenção vem sofrendo constan- O processo evolutivo da manu-
tes mudanças, que são decorrentes tenção é caracterizado por etapas
dos seguintes fatores (KARDEC não muito rígidas, com início na
e NASCIF, 2001, p. 3): década de 40, juntamente com
▪▪ Crescente aumento na diversi- a atividade industrial. Podemos
dade e no número de itens físicos apresentar essas etapas de evolu-
a serem mantidos; ção até os dias atuais da seguinte
forma:
▪▪ Aumento na complexidade
dos projetos; ▪▪ Operação até a falha: o
▪▪ Novas técnicas de manuten- equipamento entra em operação
ção; e não ocorre o acompanhamento,
com o objetivo de manter a ope-
▪▪ Novos enfoques sobre a or-
racionalidade do mesmo, ou seja,
ganização da manutenção e suas
a manutenção é realizada apenas
responsabilidades.
após a quebra do equipamento.
Uma nova postura vem sendo
criada por parte das áreas de ma-
Nesta etapa, por volta da déca-
nutenção com relação à conscien- da de 40, embora as falhas ocor-
tização de relações, tais como: ridas tenham gerado impactos
no processo de produção, a pro-
▪▪ Falhas de equipamento podem
dutividade não era prioritária e
afetar a segurança e o meio am-
consequentemente não era ne-
biente; cessária uma manutenção siste-
▪▪ O correto funcionamento dos matizada e de rotina, tais como
equipamentos representa a quali- lubrificação e limpezas. Nesse
dade nos produtos; período, o grau de mecanização
era baixo e o grau de complexi-
▪▪ Confiabilidade dos equipa- dade dos equipamentos era me-
mentos representa redução de nor (SENAI/MG, 2004).
custos.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 13
Assertividade: Deriva-se do ▪▪ Manutenção baseada em períodos: ocorre a troca dos compo-
termo latim assertu. Pro- nentes do equipamento em intervalos constantes de tempo, sem a
posição afirmativa; asserção, as- avaliação das condições do mesmo. Ocorre por volta de 1.950, após a
sertiva. (FERREIRA, 2010). Segunda Guerra mundial (KARDEC E NASCIF, 2001 e SENAI/MG,
2004).
▪▪ Manutenção planejada: iniciam-se planos sistemáticos de manu-
tenção através do planejamento de atividades, visando a prevenção de
falhas. A complexidade das máquinas segue aumentando e os custos
de manutenção começam a elevar em relação aos custos operacionais.
Nasce o conceito de manutenção preventiva. Como consequência do
aumento da complexidade dos equipamentos, seu custo de aquisição e
vida útil passam a ser muito relevantes (SENAI/MG, 2004).
Na década de 60, o contingente de mão de obra reduz e a demanda por
produtos aumenta, com o consequente aumento da mecanização das
instalações industriais.
▪▪ Manutenção baseada em condição: inicia-se na década de 80 e é
uma estratégia de manutenção baseada no monitoramento das con-
dições dos equipamentos, por meio do qual se pode detectar falhas
potenciais.
Denominada manutenção preditiva, esse tipo de manutenção monito-
ra as condições do equipamento, sendo possível prever uma eventual
falha com maior assertividade, possibilitando ações para que a falha
não ocorra.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 15
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 17
A manutenção corretiva planejada ocorre quando percebemos que
o equipamento não está trabalhando como deveria. Ela é mais barata,
rápida e mais segura que a manutenção corretiva não planejada. Mesmo
quando a gerência decidir deixar o equipamento funcionar até quebrar,
pode-se considerar a manutenção corretiva planejada, assim, providen-
ciando as peças necessárias para substituição.
Na figura 2, apresentamos um gráfico do desempenho esperado para
a função tempo na manutenção corretiva não planejada. O comporta-
mento da curva é apenas para efeito didático. O patamar de estabilidade
pode ser constante, seguido de uma queda abrupta (KARDEC e NAS-
CIF, 2001, p. 38). Observe, atentamente.
Manutenção preventiva
O termo manutenção preventiva é muito abrangente e deve significar
um conjunto de ações que visam prevenir a quebra. A manutenção pre-
ventiva obedece a um padrão esquematizado, que estabelece paradas pe-
riódicas com finalidade de permitir a substituição das peças desgastadas
por peças novas, assegurando assim o perfeito funcionamento das má-
quinas por um período pré-determinado.
Para que isso ocorra, é necessário que haja o controle de todas as máqui-
nas, por meio de um histórico arquivado com dados de peças e equipa-
mentos fornecidos pelos fabricantes, para que assim possa ser realizado
um planejamento das verificações e substituições necessárias.
Figura 3 – Check-list.
REGISTRO DE ANOMALIA
NºTAREFA DATA ANOMALIA CAUSA AÇÃO TOMADA NO EFEITO AÇÃO TOMADA NA CAUSA T. PARADA VISTO PROD.
1.1.1 31/jan Ruído excessivo excesso de umidade troca do rolamento melhoria na vedação do motor ñ houve
2.2.1 05/fev Contatos oxidados excesso de umidade troca dos contatos melhoria na vedação do painel 20 min
1.1.3 06/jun Rolamento em bom planejamento incorreto tarefa ñ executada replanejamento da tarefa ñ houve
estado
OBSERVAÇÕES
Replanejar troca do rolamento (tarefa 1.1.3), devido a anomalia ocorrida na tarefa 1.1.1
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 19
Figura 5 - Manutenção preventiva.
Fonte: Kardec e Nascif (2001, p. 40).
Manutenção preditiva
É aquela que indica as condições reais de funcionamento das máquinas,
com base em dados que informam o seu desgaste ou processo de de-
gradação.
Manutenção detectiva
Manutenção detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção bus-
cando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal da opera-
ção e manutenção. Ex.: botão de lâmpadas de sinalização e alarme em
painéis.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 21
TPM – Manutenção
TPM – Manutenção produ- A identificação de falhas ocul-
tas é primordial para garantir
produtiva total
tiva total: Total Productive
Maintenance. a confiabilidade. Em sistemas
complexos, essas ações só de- Introdução
vem ser levadas a efeito por
profissionais da área de ma-
O TPM nasceu no Japão, país
nutenção, com treinamento e que, após a Segunda Guerra,
habilitação para tal, assesso- apresentou muitos problemas
rado pelo pessoal de opera- na qualidade de seus produtos.
ção (KARDEC e NASCIF, 2001, Considera-se que o TPM deriva
p. 44). da manutenção preventiva gerada
nos Estados Unidos e a evolução
deste processo é caracterizada pe-
las seguintes etapas:
É cada vez maior a utilização de
computadores digitais em instru- ▪▪ Manutenção preventiva,
mentação e controle de processo 1950 – parte do pressuposto que
nos mais diversos tipos de plantas intervenções adequadas eliminam
industriais. falhas e apresentam maior de-
sempenho e vida útil de equipa-
São sistemas de aquisição de mentos;
dados: controladores lógicos ▪▪ Manutenção com introdu-
programáveis, sistemas digitais ção e melhorias, 1957 – são
de controle distribuídos - SDCD,
criadas, nos equipamentos,
multiloops com computador
supervisório e outra infinidade
formas de se facilitar as interven-
de arquiteturas de controle, so- ções da manutenção preventiva,
mente possíveis com o advento aumento da confiabilidade;
de computadores de processo ▪▪ Prevenção de manutenção,
(KARDEC e NASCIF, 2001, p. 44). 1960 – é incorporada, no pro-
jeto das máquinas, a eliminação
A principal diferença é o nível de da necessidade de manutenção.
automatização. Na manutenção Podemos citar como exemplo a
preditiva, faz-se necessário o diag- adoção de articulações com lubri-
nóstico a partir da medição de pa- ficação permanente na indústria
râmetros; na manutenção detecti- automobilística, pois até 1970,
va, o diagnóstico é obtido de carros e caminhões tinham vários
forma direta, a partir do processa- pinos de lubrificação, nos quais
mento das informações colhidas deveria ser injetada graxa nova, a
na planta. intervalos regulares. A alteração
não é facilitar a colocação do
pino e sim eliminar a necessida-
Deve-se apenas considerar a
de de intervenção (KARDEC e
possibilidade de falha nos pró-
prios sistemas de detecção de NASCIF, 2001, p. 180).
falhas, sendo esta possibilidade ▪▪ TPM 1970 – a cada dia, o
muito remota. De uma forma ou mercado exige que as empresas
de outra, a redução dos níveis sejam mais competitivas e, para
de paradas indesejadas para que possam permanecer no mer-
manutenções não programadas,
cado, as empresas são obrigadas
fica extremamente reduzida
a:
(KARDEC e NASCIF, 2001).
▪▪ Eliminar desperdício;
▪▪ Obter melhor desempe-
nho de equipamentos;
Implantação do TPM
A implantação do TPM segundo KARDEC e NASCIF, 2001, página
187 pode ser realizada conforme a apresentação na tabela seguinte:
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 25
Unidade de
estudo 3
Seções de estudo
Diversas são as normas regula- Compete ao Serviço Especializa- ▪▪ I – EPI para proteção con-
mentadoras. Neste livro, serão do em Engenharia de Segurança e tra quedas com diferença de
apresentadas as principais NR em Medicina do Trabalho – SES- nível – I.1 - dispositivo trava-
aplicadas à manutenção, de for- MT, ou à Comissão Interna de queda de segurança para prote-
ma objetiva, simplificada e com Prevenção de Acidentes – CIPA, ção do usuário contra quedas em
foco na instalação e manutenção nas empresas desobrigadas de operações com movimentação
elétrica. Para uma análise mais manter o SESMT, recomendar, vertical ou horizontal, quando
detalhada de cada uma das nor- ao empregador, o EPI adequado utilizado com cinturão de segu-
mas citadas a seguir, recomenda- ao risco existente em determinada rança para proteção contra que-
se a consulta direta à norma em atividade. das, I.2 – cinturão de segurança
questão. As normas apresentadas A seguir, será apresentada a rela- para proteção do usuário contra
serão: ção de alguns equipamentos de riscos de queda em trabalhos em
proteção individual associados altura.
a suas respectivas funções (BRA-
Seção 1 SIL, 2007, p. 6):
NR 6 – Equipamento Seção 2
▪▪ A – EPI para proteção NR 10 – Segurança em
de proteção individual da cabeça - A.1 - capacete de
(206.000-0/I0) segurança para proteção contra instalações e serviços
choques elétricos e A.2 - capuz em eletricidade
A norma regulamentadora NR de segurança para proteção do
6, considera equipamento de crânio em trabalhos onde haja
proteção individual – EPI, todo risco de contato com partes gira-
dispositivo ou produto, de uso tórias ou móveis de máquinas; Introdução
individual, utilizado pelo traba- Dispõe sobre as diretrizes bá-
lhador, destinado à proteção ▪▪ B – EPI para proteção dos
sicas para a implementação de
de riscos suscetíveis à ameaça olhos e face – B.1 - óculos de
medidas de controle e sistemas
sobre a segurança e a saúde no segurança para proteção dos preventivos, destinados a garan-
trabalho (BRASIL, 2007, p. 1). olhos contra impactos de partícu- tir a segurança e a saúde dos
las volantes; trabalhadores, que direta ou
▪▪ F – EPI para proteção dos indiretamente interajam com
Entende-se como equipa- membros superiores – F.1 - instalações elétricas e serviços
mento conjugado de prote- com eletricidade nas fases de
luva de segurança para proteção
ção individual, todo aquele geração, transmissão, distribui-
das mãos contra choques elétri- ção e consumo, incluindo as
composto por vários disposi- cos e F.3 - manga de segurança
tivos, que o fabricante tenha etapas de projeto, construção,
para proteção do braço e do an- montagem, operação, manu-
associado contra um ou mais
riscos que possam ocorrer si- tebraço contra choques elétricos; tenção das instalações elétricas
multaneamente e que sejam ▪▪ G – EPI para proteção dos e quaisquer trabalhos realizados
suscetíveis à ameaça sobre a membros inferiores – G.1 - cal- nas suas proximidades (BRASIL,
segurança e a saúde no traba- 2005, p. 1).
çado de segurança para proteção
lho (BRASIL, 2007, p. 1). dos pés contra choques elétricos;
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 27
Medidas de proteção ▪▪ Bloqueio do religamento auto- por exemplo, a categoria do equi-
mático (desenergização); pamento de medição compatível
coletiva com o nível de potência a ser tra-
▪▪ Aterramento das instalações
Em todos os serviços executados elétricas. balhado, respeitadas as recomen-
em instalações elétricas devem dações do fabricante e as influên-
ser previstas e adotadas, priori- cias externas. Os equipamentos,
tariamente, medidas de proteção Medidas de proteção dispositivos e ferramentas que
coletiva, aplicáveis, mediante pro- individual possuam isolamento elétrico de-
cedimentos, às atividades a serem vem estar adequados às tensões
Nos trabalhos em instalações
desenvolvidas, de forma a garantir envolvidas.
elétricas, quando as medidas de
a segurança e a saúde dos traba- proteção coletiva forem tecnica- Os ensaios e testes elétricos labo-
lhadores. mente inviáveis ou insuficientes ratoriais e de campo somente po-
As medidas de proteção coletiva para controlar os riscos, devem dem ser realizados por trabalha-
compreendem principalmente a ser adotados equipamentos de dores que atendam às condições
desenergização elétrica, confor- proteção individual específicos e de qualificação, habilitação, capa-
me estabelece esta NR, e, na sua adequados às atividades desenvol- citação e autorização estabeleci-
impossibilidade, o emprego de vidas, em atendimento ao dispos- das nesta NR, que são (BRASIL,
tensão de segurança. Não sendo to na NR 6. 2005, p. 5):
possível aplicar a tensão de segu- As vestimentas de trabalho de- ▪▪ Trabalhador qualificado é
rança, devem ser utilizadas outras vem ser adequadas às atividades, aquele que comprovar conclusão
medidas de proteção coletiva, tais devendo contemplar a condutibi- de curso específico na área elé-
como: isolação das partes vivas, lidade, inflamabilidade e influên- trica, reconhecido pelo Sistema
obstáculos, dentre outras. cias eletromagnéticas. Oficial de Ensino.
É vedado o uso de adornos pes- ▪▪ Profissional legalmente habili-
soais nos trabalhos com instala- tado é o trabalhador previamente
Observação: É considerada
ções elétricas ou em suas proxi- qualificado e com registro no
tensão de segurança, os ní-
midades. competente conselho de classe.
veis de tensão inferiores a 50
Vac e 120 Vcc. Em ambientes ▪▪ Trabalhador capacitado é
úmidos este nível de tensão aquele que atenda às seguintes
deverá ser a metade deste
Segurança na constru-
condições, simultaneamente:
potencial. ção, montagem, operação
e manutenção a. Receba capacitação sob orien-
tação e responsabilidade de
Nos trabalhos e nas atividades profissional habilitado e auto-
Exemplo de aplicação de tensão referidas, devem ser adotadas rizado;
de segurança: medidas preventivas destinadas
ao controle dos riscos adicionais, b. Trabalhe sob a responsabilida-
▪▪ Os 24 Vcc que são fornecidos
especialmente quanto à altura, de de profissional habilitado e
pela fonte interna de CLPs, os
confinamento, campos elétricos autorizado.
quais são aplicados em botoeiras
e magnéticos, explosividade, umi-
e sensores de entrada do mesmo. A capacitação só terá validade
dade, poeira, fauna, flora e outros
Exemplo de utilização de prote- para a empresa que o capacitou e
agravantes, adotando-se a sina-
ção coletiva: nas condições estabelecidas pelo
lização de segurança (BRASIL,
▪▪ Isolação das partes vivas; 2005, p.3). profissional, habilitado e autoriza-
do, responsável pela capacitação.
▪▪ Obstáculos; Nos locais de trabalho, só podem
ser utilizados equipamentos, dis- São considerados autorizados os
▪▪ Barreiras; trabalhadores qualificados ou ca-
positivos e ferramentas elétricas
▪▪ Sistema de seccionamento compatíveis com a instalação elé- pacitados e os profissionais habi-
automático de alimentação; trica existente, preservando-se as litados, com anuência formal da
▪▪ Sinalização; características de proteção como, empresa.
a. Seccionamento;
b. Impedimento de re-energização;
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 29
O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização
para re-energização, devendo respeitar a sequência de procedimentos
abaixo:
Instalar aterramento
08 Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
temporário.
Luvas de couro e
isolante elétrica para
tensão apropriada,
Sapato com solado
Segregar os
Choque Parada cardio- isolante elétrico,
demais circuitos
09 Eletricista. elétrico e arco respiratória e Visual. Vestimenta anti-
que se encontrem
voltáico. queimaduras. chama de classe
energizados.
apropriada, Óculos de
segurança com abas
lateriais, Capacete de
segurança.
Executar o serviço
Profissionais
de instalação Verificar Verificar
necessários Verificar demais Verificar demais
ou manutenção demais demais
10 para a procedimentos procedimentos
aplicando as procedimentos procedimentos
execução do pertinentes. pertinentes.
melhores técnicas pertinentes. pertinentes.
serviço.
de trabalho.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 31
Luvas de couro e
isolante elétrica para
tensão apropriada,
Sapato com solado
Remoção da Choque Parada cardio- isolante elétrico,
13 segregação dos Eletricista. elétrico e arco respiratória e Visual. Vestimenta anti-
demais circuitos. voltáico. queimaduras. chama de classe
apropriada, Óculos de
segurança com abas
lateriais e capacete de
segurança.
Remoção do
14 aterramento Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
temporário.
Retirar o bloqueio
do sistema de
15 Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
seccionamento do
circuito.
Luvas de couro e
isolante elétrica para
tensão apropriada,
sapato com solado
Choque Parada cardio- isolante elétrico,
16 Religar o circuito. Eletricista. elétrico e arco respiratória e Visual. vestimenta antichama
voltaico. queimaduras. de classe apropriada,
óculos de segurança
com abas lateriais
e capacete de
segurança.
Equipamento de
medidas elétricas
de categoria de
segurança apropriado,
luvas de couro e
isolante elétrica para
Visual, por meio
Verificar tensão e Choque Parada cardio- tensão apropriada,
de equipamento
17 funcionamento do Eletricista. elétrico e arco respiratória e sapato com solado
de medidas
equipamento. voltaico. queimaduras. isolante elétrico,
elétricas.
vestimenta antichama
de classe apropriada,
óculos de segurança
com abas lateriais
e capacete de
segurança.
Remoção do
18 isolamento da zona Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
controlada.
Remoção da
19 Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
sinalização.
Liberação do
20 Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
serviço.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 33
7. Direito de recusa: instrumen- 14.Impedimento de re-energi- 23.Riscos adicionais: todos os
to que assegura, ao trabalhador, zação: condição que garante demais grupos ou fatores de
a interrupção de uma atividade a não energização do circuito risco, além dos elétricos, es-
de trabalho por considerar que por meio de recursos e pro- pecíficos de cada ambiente ou
ela envolve grave e iminente cedimentos apropriados, sob processos de trabalho que, di-
risco para sua segurança e saú- controle dos trabalhadores en- reta ou indiretamente, possam
de ou de outras pessoas. volvidos nos serviços. afetar a segurança e a saúde no
trabalho.
8. Equipamento de proteção 15.Invólucro: envoltório de par-
coletiva (EPC): dispositivo, tes energizadas, destinado a 24.Sinalização: procedimento
sistema, ou meio, fixo ou mó- impedir qualquer contato com padronizado destinado a orien-
vel, de abrangência coletiva, partes internas. tar, alertar, avisar e advertir.
destinado a preservar a integri-
dade física e a saúde dos traba- 16.Isolamento elétrico: proces- 25.Sistema elétrico: circuito ou
lhadores, usuários e terceiros. so destinado a impedir a pas- circuitos elétricos interrelacio-
sagem de corrente elétrica, por nados destinados a atingir um
9. Equipamento segregado: interposição de materiais iso- determinado objetivo.
equipamento tornado inacessí- lantes.
vel por meio de invólucro ou 26.Sistema elétrico de potência
barreira. 17.Obstáculo: elemento que im- (SEP): conjunto das instala-
pede o contato acidental, mas ções e equipamentos destina-
10. Extrabaixa tensão (EBT): não impede o contato direto dos à geração, transmissão e
tensão não superior a 50 volts por ação deliberada. distribuição de energia elétrica
em corrente alternada, ou 120 até a medição, inclusive.
volts em corrente contínua, 18.Perigo: situação ou condição
entre fases ou entre fase e ter- de risco com probabilidade de 27.Tensão de segurança: extra-
ra. causar lesão física ou dano à baixa tensão originada em uma
saúde das pessoas por ausência fonte de segurança.
11. Influências externas: variá- de medidas de controle.
veis que devem ser considera- 28.Trabalho em proximidade:
das na definição e seleção de 19.Pessoa advertida: pessoa in- trabalho durante o qual o tra-
medidas de proteção, para se- formada ou com conhecimen- balhador pode entrar na zona
gurança das pessoas e desem- to suficiente para evitar os pe- controlada, ainda que seja
penho dos componentes da rigos da eletricidade. com uma parte do seu corpo
instalação. ou com extensões condutoras,
20.Procedimento: sequência de representadas por materiais,
12.Instalação elétrica: conjunto operações a serem desenvol- ferramentas ou equipamentos
das partes elétricas e não elé- vidas para realização de um que manipule.
tricas associadas e com carac- determinado trabalho, com a
terísticas coordenadas entre si, inclusão dos meios materiais e 29.Travamento: ação destinada a
que são necessárias ao funcio- humanos; medidas de seguran- manter, por meios mecânicos,
namento de parte determinada ça e circunstâncias que impos- um dispositivo de manobra
de um sistema elétrico. sibilitem sua realização. fixo numa determinada posi-
ção, de forma a impedir opera-
13.Instalação liberada para 21.Prontuário: sistema organi- ções não autorizadas.
serviços (BT/AT): aquela zado de forma a conter uma
que garanta as condições de memória dinâmica de informa- 30.Zona de risco: entorno de
segurança ao trabalhador, por ções pertinentes às instalações parte condutora energizada,
meio de procedimentos e equi- e aos trabalhadores. não segregada, acessível inclu-
pamentos adequados, desde o sive acidentalmente, de dimen-
início até o final dos trabalhos 22.Risco: capacidade que uma sões estabelecidas de acordo
e liberação para uso. grandeza com potencial tem com o nível de tensão, cuja
para causar lesões ou danos à aproximação só é permitida
saúde das pessoas.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 35
e. Programar medidas necessárias
Confinados: Espaço con-
finado é qualquer área ou
Seção 4 para eliminação ou controle
ambiente não projetado para NR 33 – Segurança e dos riscos atmosféricos em es-
ocupação humana contínua,
que possua meios limitados de
saúde nos trabalhos em paços confinados;
entrada e saída, cuja ventilação espaços confinados f. Avaliar a atmosfera nos espa-
existente é insuficiente para re-
ços confinados, antes da entra-
mover contaminantes ou onde Esta norma tem como objeti-
possa existir a deficiência ou en- vo estabelecer os requisitos
da de trabalhadores, para veri-
riquecimento de oxigênio. mínimos para identificação de ficar se o seu interior é seguro;
espaços confinados e o reco-
nhecimento, avaliação, monito- g. Manter condições atmosféricas
ramento e controle dos riscos aceitáveis na entrada e durante
existentes, de forma a garantir toda a realização dos trabalhos,
permanentemente a segurança monitorando, ventilando, pur-
e saúde dos trabalhadores que gando, lavando ou inertizando
interagem direta ou indireta- o espaço confinado;
mente nestes espaços (BRASIL,
2005, p. 1). h. Monitorar continuamente a
atmosfera nos espaços confi-
Medidas técnicas de preven- nados, nas áreas onde os traba-
ção (BRASIL, 2005, p. 2): lhadores autorizados estiverem
desempenhando as suas tare-
a. Identificar, isolar e sinalizar os fas, para verificar se as condi-
espaços confinados para evitar ções de acesso e permanência
a entrada de pessoas não auto- são seguras;
rizadas;
i. Proibir a ventilação com oxigê-
b. Antecipar e reconhecer os ris- nio puro;
cos nos espaços confinados;
j. Testar os equipamentos de me-
c. Proceder à avaliação e contro- dição antes de cada utilização;
le dos riscos físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e me- k. Utilizar equipamento de leitura
cânicos; direta, intrinsecamente seguro,
provido de alarme, calibrado e
d. Prever a implantação de travas, protegido contra emissões ele-
bloqueios, alívio, lacre e etique- tromagnéticas ou interferên-
tagem; cias de uradiofrequência.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 37
Unidade de
estudo 4
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Software ERP
Seção 3 – Objetivos de um sistema de
manutenção
Software de Gerenciamento de
Manutenção
Seção 1
Introdução
Inicialmente os sistemas infor-
Um sistema de manutenção é fun-
matizados para planejamento e
controle da manutenção foram damental, pois é com a sua utili- Abraman: Associação Brasi-
desenvolvidos pelas próprias zação que se realiza um controle leira de Manutenção.
empresas, ou seja, apenas as eficiente das ações mantenedoras:
empresas com grandes estru- desde a implementação e consulta
turas possuíam condições de de cadastros até a análise de rela-
desenvolvimento do software, tórios. Atualmente, no mercado, ERP: Entreprise Resourse
pois, para tanto, eram neces- Planning.
ainda existem empresas que utili-
sários grandes computadores e zam softwares para o gerenciamen-
pessoal especializado (KARDEC to e controle de manutenção sem
e NASCIF, 2001).
a integração com outros sistemas
de informação, como por exem-
Ao longo do tempo, tornou-se plo, o de custos e suprimento.
cada vez mais difícil planejar e
controlar a manutenção sem a Os sistemas ERP surgiram da
utilização de um software, dian-
necessidade de integração
te do volume de informações a
serem armazenadas e proces- das informações entre dife-
sadas. O controle manual e as rentes áreas na empresa e
planilhas eletrônicas são ine- podem ser definidos como
ficientes e apresentam pouca uma arquitetura de software
quantidade de informação ne- que possibilita a transferên-
cessária para tomar decisões. cia de informações entre as
Segundo Abraman, a tendência diferentes áreas de uma em-
do mercado indica que cerca de presa como: compras, recur-
89% das empresas utilizam sof- sos humanos, finanças e ma-
tware de manutenção (VIANA,
nutenção (VIANA, 2002).
2002).
Atualmente o desenvolvimen-
to do software, internamente
Seção 2
na empresa, apresenta maior Software ERP
custo e demanda maior tempo
do que a aquisição de um sof- O software ERP é um sistema am-
tware específico no mercado. plo de soluções e informações,
Existe uma grande variedade de com um banco de dados único,
softwares dedicados à área de em que as informações inseridas
manutenção e que podem aten-
em cada módulo podem ser auto-
der, desde uma pequena fábrica
com um quadro de 15 pessoas
maticamente utilizadas por outros
até sistemas bastante comple- módulos. Ele utiliza uma plata-
xos para suprir a necessidade forma comum que interage com
de grandes corporações. O cus- o conjunto integrado de informa-
to do software é proporcional à ções, concentrando todas as áreas
complexidade do mesmo (KAR- da empresa em um único ambien-
DEC e NASCIF, 2001). te computacional (VIANA, 2002,
p. 162).
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 39
Os acessos às informações devem ser o mais abrangente possível e de-
vem possibilitar o ingresso por rede local, intranet ou internet (KAR-
DEC e NASCIF, 2001).
Seção 3
Objetivos de um sistema de manutenção
As funções que um sistema informatizado de manutenção deve executar
são:
▪▪ Padronizar procedimentos ligados ao serviço de manutenção, tais
como: ordem de serviço, informações oriundas do banco de dados e
programação de serviços;
▪▪ Disponibilizar as informações da manutenção de forma simplificada
e de fácil acesso com, por exemplo, custo de componentes e equipa-
mentos, informações técnicas etc.;
▪▪ Gerenciar a estratégia de manutenção com a utilização de planos
preventivos de forma que as ordens de manutenção sejam geradas
automaticamente;
▪▪ Aumentar a produtividade da manutenção através de informação e
a definição de prioridade de serviços com a consequente otimização de
obra;
▪▪ Controlar a condição dos equipamentos;
▪▪ Gerar relatórios de históricos de máquinas e equipamentos, índices
consolidados, índices de corretivas etc. (VIANA, 2002, p. 163).
A seguir, serão apresentados, de forma simplificada, os requisitos ne-
cessários a um sistema de manutenção, para a realizar um eficiente pla-
nejamento e controle da manutenção. Os requisitos para a escolha do
sistema são:
▪▪ Plataforma operacional: é indicada a utilização da plataforma Win-
dows; esta opção enseja uma base de hardware bem mais poderosa, pois
há necessidade de que o sistema rode em rede.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 41
Nome Comercial do Software Empresa
AMOS-D Spectec/Moerbeck
ARTEMIS D&ISI
AVANTIS-PRO MARCAM SOLUTIONS
CHAMPS Thornix Informática
CMC PTC
COMAC DELTA SetUp
COMPASS Boone and Moore
COSWIN Siveco (Protom)
ENGEMAN Chips Informática
GERCOM Compuscience
LS MAESTRO Logical Soft Informática Ltda.
MAC ACTIVE SAM-Sist. de Automação da manuteção
MAIN SERVER Engequal
MANTEC Semapi Sistemas
MÁXIMO PSDI
MMS Inter-Unde Engenharia Química
MP2 ENTERPRISE DataStream Systems Inc.
MS2000 MicroMains Corp.
OOPS Falcon Systems
PLACOM Micro Comsult
PROTEUS Eagle Technology Inc.
SIAM MR Bachelany Adm. e Informática
SIEM M&F Consultoria e Projetos
SIGMA Petrobras
SIM Astrein Informática
SMI SPES Engenharia de Sistemas
TEROMAN Promon Engenharia/ SD Scicon
TMA-CMMS TMA Systems
ULTIMAINT Pearl Comuter Systems Inc.
Quadro 4 – Softwares Disponíveis no Mercado.
Fonte: Kardec e Nascif (2001, p. 81).
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 43
Unidade de
estudo 5
Seções de estudo
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 45
É importante salientar que a clas- Deve-se sempre procurar al- ▪▪ Custos com materiais de
sificação de estudos de melhorias, cançar altos padrões de con- manutenção – os custos com
como custo indireto, é feita consi- fiabilidade, pois, desta forma, materiais também dependem de
a carga de trabalho relativa às um bom planejamento e sistema
derando este estudo de forma glo-
ações corretivas são reduzidas e de manutenção, onde há trocas
bal, ou seja, caso ele seja realizado o quadro de mão de obra pró-
especificamente sobre um equipa- sistemáticas e, pôr condição, elas
pria tem seu custo otimizado
mento, deverá ser considerado cus- (SENAI/MG, 2004).
sejam feitas no momento certo,
com garantia de qualidade do
to direto.
material adquirido, de qualidade
Nos planos preventivos, as infor- na execução dos serviços e de
O custo direto de manutenção mações da carga de trabalho em uma boa política de aquisição de
pode ser dividido nos seguintes horas/homem e a frequência material para estoques (SENAI/
componentes: com que ocorrem as interven- MG, 2004, p. 57).
ções em cada ordem de serviço Os custos com materiais de ma-
▪▪ Mão de obra própria direta - devem ser confiáveis, alinhadas nutenção podem ser separados
os custos de mão de obra própria a uma busca constante de pro- em: custo de sobressalentes, que
são gerados pelas demandas de dutividade, por meio de um pla-
é o custo do componente de um
serviços a executar previstos nos nejamento/programação com
equipamento, dado pelo valor da
planos de manutenção preven- padrões eficientes de execução
(SENAI/MG, 2004, p. 55). nota fiscal se a aplicação for ime-
tiva, estabelecidos no sistema
diata, ou pelo valor reajustado se
de manutenção, nas demandas
▪▪ Custo de serviços de tercei- o componente já estava no es-
de serviços identificadas pelas
ros – podem ser divididos em: toque, tendo sido comprado há
equipes de inspeção de área e nas
serviços executados externamen- mais tempo; e custo de materiais
chamadas solicitações de serviços
te (balanceamento, usinagens de insumo, tais como: óleo, gra-
avulsas advindas das áreas de
especiais e testes específicos) e xa, lixas e similares. Em algumas
produção (SENAI/MG, 2004, p.
serviços executados internamen- empresas, este custo é considera-
55).
te. Um bom planejamento deve do indireto e é rateado entre os
Para cada ordem de serviço existe
ser realizado previamente à con- equipamentos que utilizaram este
um número de horas alocadas que
tratação de terceiros e os serviços insumo em um determinado perí-
é multiplicado pelo salário mé-
a serem realizados devem estar odo de tempo.
dio mensal (incluindo encargos
sociais) para geração do custo da bem definidos, visando à redução
ordem de serviço. de custo.
Uma parcela das atividades rela-
cionada à manutenção pode ser
terceirizada, passando então a fa-
zer parte do custo de serviços de
terceiros.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 47
Unidade de
estudo 6
Seções de estudo
A área de armazenamento, ▪▪ Vital – são materiais que podem parar equipamentos estratégicos
almoxarifado, deve atender para a produção, causando a indisponibilidade dos mesmos, afetam
dois pontos fundamentais: profundamente a qualidade do produto final, ou garante condições de
possuir componentes/peças segurança a equipamentos e ao trabalhador (VIANA, 2002);
em quantidades e diversi- ▪▪ Semivital – são materiais secundários que garantem a eficiência à
dades tais que assegurem a
planta, mas não proporcionam riscos classificados como vital (VIANA,
produtividade da empresa,
caso ocorra a parada do equi-
2002);
pamento e seja necessário ▪▪ Não vital – materiais e equipamentos que possuem stand-by recebem
um componente, e o estoque esta classificação;
deve ser limitado a apenas o
necessário, visando ser o mais
▪▪ De risco extremo – são materiais difíceis de serem comprados e
econômico possível (VIANA, que são vitais para o processo, sem alternativa para substituí-los.
2002, p. 46). Existe também uma análise da criticidade com relação à previsibilidade
de utilização do item, que pode ser classificado como previsível ou im-
previsível.
O ponto de partida na formação ▪▪ Previsível – material cuja utilização pode ser prevista com antece-
do estoque para manutenção é a dência de pelo menos 90 dias.
definição da forma de inclusão de ▪▪ Imprevisível – material que não tem a possibilidade de antever a
um novo item. A inclusão deste época correta para a sua aplicação podendo variar a data mais de três
torna necessária a análise de al- meses da previsão.
guns, feita pela área de suprimen- Após a determinação destes pontos a engenharia da manutenção e o
tos juntamente com a mantene- setor de suprimentos devem discutir as questões citadas acima, visando
dora, tais como (VIANA, 2002): definir um fluxo de inclusão do material no estoque. Qualquer inclusão
deverá seguir este fluxo, mesmo os materiais que naturalmente deveram
▪▪ Custo do material;
estar no estoque, assim como: retentores, mangueiras, escovas de moto-
▪▪ Tempo de vida útil; res etc. (VIANA, 2002, p. 47).
▪▪ Grau de risco do item para o A próxima figura apresenta o exemplo do fluxo de inclusão de material
processo; no estoque. Observe-a.
▪▪ Fornecedores (interno ou
externo);
▪▪ Demanda da área.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 49
Figura 12 – Fluxo de Inclusão de Material no Estoque.
Fonte: Viana (2002, p. 48).
Oficinas Planejamento
Ferramenta
Micro Cumprimento
Material
de Prazo
Máquina
Metodologia Serviço
(como fazer) Executado
Programação
Informação
Macro
Mão de Obra
Manutenibilidade Redução
Planejamento
de Prazo
ESTRATÉGIA
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 51
Unidade de
estudo 7
Seções de estudo
Armazenamento e
transporte
As ferramentas devem sempre es-
tar armazenadas de forma a tor-
nar prático o acesso e igualmen-
te, evitar a colisão ou atrito com
outras, durante seu transporte. O
ideal é que estejam, quando numa
oficina, de preferência, em painéis Figura 14 – Alicate de Bico Redondo.
ou armários e, quando transporta- Fonte: Adaptado de SENAI (2009, p. 2).
das, em uma caixa apropriada ou
cinta de ferramentas, evitando o
transporte nas mãos ou bolsos.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 53
Alicate de corte diagonal ou lateral
Este alicate é utilizado para o corte de condutores de metal brando e de
pequenas peças plásticas ou de metal (terminais de componentes eletrô-
nicos). Pode ser utilizado também para remover a capa plástica isolante
dos condutores.
Chave Philips
Figura 15 – Alicate de Corte.
A chave Philips é uma variante da
Fonte: Adaptado de SENAI (2009, p. 2). chave de fenda. Su diferencial está
na extremidade em formato de
Alicate universal cruz, conforme apresentado no
detalhe abaixo.
Trata-se de um alicate mais robusto, usado para segurar, torcer e cortar
fios rígidos de maior bitola, se comparado ao alicate de bico meia-cana.
Pode ser utilizado para segurar um dos extremos de um parafuso en-
quanto no outro usa uma ferramenta adequada para soltar a porca, po-
rém não deverá ser utilizado para o giro, pois provocará a deformação
da cabeça do parafuso ou da porca (pouca pressão).
DICA
É preciso ter alguns cuidados quanto ao manuseio destas ferramen-
tas:
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 55
Ohmímetro Instrumento digital
Esse instrumento tem possibili-
Quando se quer medir a resistência de componentes em algum circuito, dade de realizar medida de várias
a condição básica é que esteja desenergizado e com uma das extremi- grandezas de natureza elétrica, ou
dades desligadas. Nestas condições, o ohmímetro deve ser colocado em
seja, é um instrumento múltiplo,
paralelo com o componente a ser medido, conforme a figura 24 (SENAI,
2009). como seu próprio nome sugere.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 57
Figura 30 - Posicionamento do Alicate volt-amperímetro.
Fonte: SENAI (2009, p. 6).
Cuidados
Para realizar a conexão do instrumento de medição ao circuito, a fonte
de alimentação deve ser desligada e a polaridade de ligação observada
cuidadosamente. O instrumento deve ser conectado de forma que a cor-
rente entre através do borne positivo, ou seja, pelo sentido convencional
da corrente elétrica.
A medição da intensidade de corrente contínua com o multímetro digital
de chave rotativa é análoga à medição realizada com multímetro analógi-
co. Se o multímetro digital for dotado de chave tipo push/pull, deve-se
adotar o seguinte procedimento:
g. Efetue a leitura.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 59
Unidade de
estudo 8
Seções de estudo
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 61
Forma seletiva: Em combi-
nação com relés.
Fusível “D”
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 63
Fusível “NH” ▪▪ Tensão nominal: tensão para
a qual o fusível foi construído.
Os fusíveis normais para baixa
tensão são indicados nos casos de
tensões de serviço de até 500V
em CA e 600V em CC.
▪▪ Resistência elétrica (ou
resistência ôhmica): grandeza
elétrica que depende do material
e da pressão exercida. A resistên-
cia de contato entre a base e o
fusível é a responsável por even-
tuais aquecimentos que podem
provocar a queima do fusível.
Curva de relação tempo de fu-
são x corrente: curvas que indi-
cam o tempo que o fusível leva
para desligar o circuito. Elas são
Figura 34 – Fusível tipo “NH”. fornecidas pelo fabricante e va-
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]g, p. 2). riam de acordo com o tempo, a
corrente, o tipo de fusível. Den-
tro dessas curvas, quanto maior a
corrente circulante, menor será o
tempo em que o fusível terá que
desligar. Veja a curva típica na fi-
gura 38 abaixo:
Características e instalação
Segundo SENAI (2004), as principais características dos fusíveis NH
são:
▪▪ Corrente nominal: corrente máxima que o fusível suporta conti-
nuamente sem interromper o funcionamento do circuito. Esse valor é
marcado no corpo de porcelana do fusível.
▪▪ Corrente de curto-circuito: corrente máxima que deve circular no
circuito e que deve ser interrompida instantaneamente.
▪▪ Capacidade de ruptura (kA): valor de corrente que o fusível é
capaz de interromper com segurança. Não depende da tensão nominal
da instalação.
Seção 2
Manutenção em contatores
Contatores são dispositivos de manobra mecânica, não manual, eletro-
magnética, que têm uma única posição de repouso. Construídos para
elevada frequência de manobras, é capaz de estabelecer, conduzir e inter-
romper correntes em condições normais do circuito, inclusive suportar
sobrecargas no funcionamento. De acordo com a aplicação, o contator
poder ser utilizado individualmente ou acoplado a reles de sobrecarga.
Existem contatores de potência e contatores auxiliares.
Figura 37 – Contator.
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]c, p. 247).
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 65
Os principais elementos cons-
trutivos de um contator são os
contatos (principais e auxiliares),
sistema de acionamento (bobina),
carcaça e acessórios. Na figura 38,
a seguir, você poderá visualizar
um contator em vista explodida.
Observe.
01 - Carcaça inferior
02 - Núcleo fixo
03 - Anel de curto circuito
04 - Bobina
05 - Mola de curso
06 - Núcleo móvel
07 - Cabeçote móvel
08 - Contatos móveis principais
09 - Contatos móveis auxiliares Figura 38 – Elementos Construtivos.
10 - Molas de contato Fonte: WEG ([200-]h, p. 02).
11 - Contatos fixos principais
12 - Contatos fixos auxiliares Contatos Principais
13 - Parafusos com arruelas
Os contatos principais em estado fechado desempenham a função de
14 - Carcaça superior ligação entre a rede e a carga, conduzindo corrente ao circuito principal.
15 - Capa Estes contatos são projetados para que tenham capacidade de estabele-
cer e interromper correntes de cargas resistivas, capacitivas e indutivas,
sendo que o profissional da área deverá sempre observar a categoria de
emprego deste contator.
Contatos auxiliares
Os contatos auxiliares são dimensionados para a função de comutação
de circuitos auxiliares de comando, sinalização e intertravamento, entre
outras aplicações.
Estes contatos podem ser do tipo NA (normalmente aberto) ou NF
(normalmente fechado) e ainda adiantados ou retardados, dependendo
das características do contato.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 67
Figura 41 – Identificação de terminais dos contatos auxiliares.
Fonte: WEG ([200-]c, p. 247).
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 69
▪▪ Cargas capacitivas: ocorre igualmente uma defasagem entre a ten-
são e a corrente. A estabilização da corrente transitória acontece com
uma velocidade que é dependente da constante de tempo, RxC.
Em corrente contínua:
▪▪ Cargas indutivas: a corrente não assume instantaneamente um
valor nominal, devido à indutância do circuito, que dificulta o cresci-
mento. A constante de tempo do circuito é determinada pela relação
entre o valor final da corrente e a velocidade inicial de crescimento da
mesma. A corrente chega a 95% de seu valor final após um período de
três vezes a constante de tempo. Em sistemas industriais, esta constan-
te apresenta valores de até 15ms.
▪▪ Cargas capacitivas: a corrente é limitada pela resistência do cir-
cuito e podem ocorrer picos. O comportamento do circuito é definido
pela constante de tempo, RxC, que é inversamente proporcional à
velocidade de decréscimo da corrente.
Os critérios de escolha mais importantes são:
1. Categoria de emprego:
AC – 6a Chaveamento de transformadores.
CA
AC – 6b Chaveamento de bancos de capacitores.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 73
e forte pressão nas molas são al- Constituído ainda por um meca-
Lâminas metálicas: Um par gumas condições que diminuem o nismo de disparo, contido num
por fase. tempo do ricochete. Os contato- invólucro isolante e com alta re-
res modernos são praticamente li- sistência térmica, relés de sobre-
vres de ricochete. Na ligação, eles carga são aplicados na proteção
acusam um desgaste de material de um possível superaquecimento
de contato equivalente a 1/10 do de equipamentos elétricos, como
desgaste para desligamento sob transformadores e principalmente
corrente nominal. motores.
Assim, a corrente de partida de
motores não tem influência na
durabilidade dos contatos (SE-
NAI-MG, 2004).
Seção 3
Manutenção em relés
de sobrecarga e de
tempo.
Relés de sobrecarga
Figura 45 – Relé de Sobrecarga.
Relés de sobrecarga, figura 45, Fonte: Adaptado de WEG ([200-]c, p.
são dispositivos constituídos de 247).
um par de lâminas metálicas,
com princípio de funcionamento Na figura 46, podemos observar
baseado nas diferentes dilatações as partes que compões o relé de
térmicas que os metais apresen- sobrecarga. Acompanhe!
tam, quando submetidos a uma
variação de temperatura.
1 – Botão de rearme;
2 – Contatos auxiliares;
3 – Botão de teste;
4 – Lâmina bimetálica auxiliar;
5 – Cursor de arraste;
6 – Lâmina bimetálica principal;
7 – Ajuste de corrente.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 75
Figura 47 – Posição de Repouso no Relé.
Fonte: WEG ([200-]c, p. 273).
Corrente nominal do
motor
A corrente nominal do motor
é utilizada para o ajuste do relé,
pelo botão de regulagem. É ainda
Figura 49 – Sobrecarga Tripolar no Relé. característica fundamental na se-
Fonte: WEG ([200-]c, p. 273). leção do mesmo, pois a corrente
do motor que definirá a faixa de
corrente do relé de sobrecarga.
Sempre que o deslocamento da alavanca 3 atingir a posição “S” ocasio-
nará o desarme do relé.
Caso o relé sofra uma sobrecarga tripolar, o deslocamento dos bimetais Número de manobras
será uniforme, deslocando as hastes 1 e 2 que empurram a alavanca 3
A proteção de um motor com relé
em movimento paralelo ao dos bimetais. Com isto, ocorre o desarme
de sobrecarga tem seu desempe-
do relé.
nho garantido nos casos de ope-
No caso de uma sobrecarga bipolar, a haste 2 permanecerá na posição ração contínua ou respeitado o
inicial por meio do bimetal que se encontra sem corrente e por meio de limite de frequência de manobras
um braço de alavanca, o movimento dos bimetais sob corrente é trans- indicado pelo fabricante, que na
mitido para alavanca 3. Esta relação de alavancas amplia o movimento, maioria dos casos é 15 manobras/
desarmando o relé com menor dilatação dos bimetais. hora.
Em consequência desse sistema de alavancas, o tempo de desarme do
relé é menor para uma sobre carga bipolar do que em casos de sobre-
carga tripolar. Instalação de relés tri-
polares para serviço mono
e bifásico
Posição de montagem
Caso os relés tripolares sejam uti-
lizados na alimentação de cargas
monofásicas ou bifásicas, a co-
nexão desse dispositivo deve ser
efetuada conforme apresentado a
seguir, ou seja, desta forma o relé
se comporta como se estivesse
carregado para serviço trifásico.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 77
Figura 51 – Relé Térmico de Sobrecarga Tripolar para Serviço Monofásico (a) ou
Bifásico (b).
Fonte: WEG ([200-]c, p. 277).
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 79
Relés de tempo estre-
la-triângulo (RT Y-Δ)
Os relés de tempo estrela-triângu-
lo (Y-∆) são dispositivos fabrica-
dos especialmente para utilização
em chaves de partida estrela-triân-
gulo. Neste relé encontramos dois
a – Instante da comutação dos contatos. circuitos de temporização: no pri-
b – Retorno à posição de repouso. meiro, sendo possível ajustar ape-
T – Temporização ajustado no dial. nas controle de tempo que execu-
ta a conexão estrela e o segundo,
com tempo pré-estabelecido e
Figura 55 – Diagrama Temporal. fixo (100ms) para controle do in-
Fonte: WEG ([200-]c, p. 280). tervalo entre a troca das conexões
estrela e triângulo.
Funcionamento
Com a energização dos terminais
de alimentação A1-A2/A3-A2, o
contato de saída estrela (15–18)
comuta instantaneamente, perma-
necendo acionado durante todo o
tempo (t1) ajustado no dial. De-
pois de transcorrida a tempori-
zação ajustada, o contato estrela
retorna ao repouso (15–16), ini-
ciando a contagem do tempo (t2)
fixo de 100ms. Ocorrido o tempo
(t2), os contatos de saída triângulo
(25–28) serão acionados e perma-
necerão acionados até que a ali-
mentação seja interrompida.
Alimentação: A1–A2/A3-A2.
Saída 1:
15 – Contato comum.
16 – Contato NF.
18 – Contato NA.
Saída 2:
25 – Contato comum.
26 – Contato NF.
28 – Contato NA.
30
10
0,1
1 3
Relés de proteção
Ajuste de sensibilidade
A sensibilidade do relé poderá ser ajustada através do dial, conforme
percentual desejado, que pode variar entre 70 e 90%. O percentual ajus-
tado definirá o percentual de quebra de uma fase em relação as outras.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 83
Ajuste Principais defeitos em re-
Dois potenciômetros independentes são os responsáveis pelo ajuste dos lés e suas respectivas causas
valores máximos e mínimos de tensão admissíveis para o equipamento (WEG, [200-]c)
a ser protegido.
Defeito - relé atuou
Funcionamento Prováveis causas:
O relé de saída estará energizado para tensões de alimentação den- ▪▪ Relé inadequado ou mal regu-
tro da faixa ajustada e desenergizado acima ou abaixo desta. Esses lado;
relés também atuam por falta de fase sem neutro e podem ser dota-
dos de retardos no desligamento de até 5s, para evitar que ocorram ▪▪ Tempo de partida muito
desligamentos dos sistemas durante o tempo de partida no caso de longo;
instalação de motores de grandes potências (WEG, [200-]c). ▪▪ Frequência de ligações muito
alta;
▪▪ Sobrecarga no eixo;
▪▪ Falta de fase;
▪▪ Rotor bloqueado/travado.
Seção 4
Disjuntores
Os disjuntores são dispositivos de
proteção de circuitos. Na maioria
das aplicações, são termomagné-
ticos, equipados com disparo tér-
Figura 64 – Diagrama de Funcionamento. mico (proteção contra sobrecarga
Fonte: WEG (1999, p. 13). – característica de longa duração)
e disparo eletromagnético (prote-
ção contra curto-circuito – carac-
terística instantânea). Geralmente
instalados em quadros de distri-
buição.
Minidisjuntores
Figura 66 – Minidisjuntores.
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]c, p.
334).
Características construtivas
Curva B
Os minidisjuntores curva de disparo B têm como característica, para
correntes de 3 a 5 vezes a corrente nominal, o disparo instantâneo. Com
esta característica, os disjuntores curva B têm sua aplicação principal
voltada para a proteção de cargas resistivas.
Ex: chuveiros, torneiras elétricas, aquecedores elétricos, etc.
Curva C
Os minidisjuntores curva de disparo C têm como característica, para
correntes de 5 a 10 vezes a corrente nominal, o disparo instantâneo.
Com esta característica, os disjuntores curva C desempenham a função
de proteger cargas indutivas.
Ex: lâmpadas fluorescentes, circuitos com cargas motrizes etc.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 85
Funcionamento
Força externa: alavanca, mo-
tor etc. Os disjuntores são acionados
através da aplicação de uma for-
ça externa sobre um elemento,
que tem como função acionar um
conjunto de contatos principais e
auxiliares, ao mesmo instante que
comprime um jogo de molas de
abertura.
Ao final do percurso do mecanis-
mo de acionamento, uma trava
mantém o sistema de posição dos
contatos fechado e as molas de
abertura comprimidas.
Um comando de abertura, direta-
mente no mecanismo ou através
do sistema de disparo, provocará
o destravamento do mecanismo
que ocasionará a separação brus-
Figura 68 – Curva de Disparo. ca dos contatos fechados devido
Fonte: WEG ([200-]c, p. 334). à liberação das molas de abertura
comprimidas. Com a abertura dos
contatos principais, é ocasionada
uma interrupção de corrente no
Disjuntores em caixa circuito quem tem valor máxi-
moldada mo denominado capacidade de
interrupção. A figura seguinte,
demonstra o funcionamento dos
disjuntores em caixa moldada.
Observe, atentamente.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 87
Disjuntor-motor Posição de montagem
1L 1
2L 2
3L 3
I DS 1
3 40
3
3
3 3 21
DD 7 20
TMP 0
360°
Seção 5
paro, via mecanismo de proteção.
O disjuntor-motor pode ser utili-
O mecanismo de acionamento
Manutenção em banco
zado na proteção de circuitos elé-
tricos e partida/proteção de mo- pode ser bloqueado com cadeado capacitores para
tores. Com elevada capacidade de ou similar na posição “desligado”, correção do fator de
interrupção, possibilita sua aplica- garantindo assim segurança em
ção mesmo em instalações com manutenções.
potência
elevado nível de curto-circuito. A utilização deste dispositivo, na
Garante ainda proteção total ao proteção de motores, em substi-
tuição às proteções tradicionais Na realização da manutenção pre-
circuito e ao motor por meio de
tais como o fusível e relé térmico, ventiva em banco de capacitores,
seus disparadores térmicos (ajus-
incorporadas a um único disposi- as seguintes ações devem ser re-
tável para proteção contra sobre-
tivo, trás uma série de vantagens, alizadas:
cargas e equipado também com
mecanismo diferencial com sen- das quais se destacam: ▪▪ Verificar se houve a expansão
sibilidade a falta de fase) e mag- ▪▪ Funciona como chave geral; da caneca de alumínio, no sentido
nético (calibrado para proteção longitudinal, decorrente da atu-
contra curtos-circuitos e de tal ▪▪ Desligamento simultâneo de ação do dispositivo interno. Em
forma para suportar a corrente de todas as fases, evitando funciona- caso afirmativo, deve ser trocada
partida do motor). mento bifásico; a unidade capacitiva;
Seu acionamento pode ser através ▪▪ União perfeita entre as curvas ▪▪ Observar se existem fusíveis
de botões ou rotativo, dependen- de proteção térmica e magnética queimados;
do do modelo e fabricante. Seu com possibilidade de regulagem
desta última também. ▪▪ Verificar o funcionamento ade-
acionamento ainda tem como quado dos contatores;
função a indicação de disparo, ▪▪ Em caso de abertura por cur-
permitindo ao usuário verificar to-circuito, basta rearmá-lo, não ▪▪ Medir a tensão e a corrente das
visualmente o desligamento ma- necessitando sua substituição. unidades capacitivas;
nual do disjuntor ou de seu dis- ▪▪ Verificar o aperto das conexões
(fast-on) dos capacitores.
▪▪ Reapertar todos os parafusos
dos contatos elétricos e mecânicos;
▪▪ Medir a temperatura dos cabos
conectados ao contator.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 89
SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR
TIPO DE INSTALAÇÃO UTILIZAÇÃO DO CIRCUITO mm² - MATERIAL
Esc. mm²
2,5 Cu
Circuitos de força
16 Al
1,5 Cu
Circuitos de iluminação
16 Al
Instalações Fixas
0.5 Cu
Circuitos de controle/
comando
10 Cu
Circuitos de força
Condutores Nus 16 Al
Circuitos de sinalização
4 Cu
Circuitos de controle
Sendo:
▪▪ Circuito de controle/comando: trabalha com correntes reduzidas,
alguns componentes possibilitam a energização da bobina de ligação
do circuito de força;
▪▪ Circuito de força: circuito principal responsável pelo acionamento
de cargas como o motor, trabalha sob altas correntes;
Condutor neutro A seção do condutor de proteção não deverá ser inferior a 2,5 mm2 se
O condutor neutro deve ser dedi- possuir proteção mecânica e 4 mm2 se não possuir proteção mecânica.
cado a um circuito, exclusivamen-
te, para circuitos monofásicos e
Trilho DIN
trifásicos. O condutor neutro até
25 mm deve possuir a mesma se- Componente em aço ou alumínio, utilizado para suporte e fixação de
ção dos condutores de fase. Para componentes como: contatores, fusíveis, conectores entre outros.
circuitos entre 25mm2 e 50mm2, A seguir, são apresentados alguns perfis do trilho DIN.
deve ser utilizado o condutor neu-
tro com seção de 25mm2 e acima
de 50mm2. O condutor neutro
deve ter no mínimo a metade da
seção do condutor de fase.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 91
Conectores normalmente são utilizados para realizar a união entre os ▪▪ Na montagem de capacitores,
equipamentos do painel e a máquina. O conjunto de conectores deve o terminal a serempregado é do
preferencialmente ser posicionado em locais próximos de entrada e saí- tipo GARFO;
da de condutores do painel.
A figura 74 apresenta um exemplo de uma régua de bornes montada em
cima de um trilho padrão DIN.
▪▪ Na montagem de transdutores
Figura 74 - Régua de Bornes de corrente/tensão, aparelhos de
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]a, p. 11).
medição voltímetro/amperímetro
e transformadores de corrente, o
terminal utilizado deve ser o tipo
Terminais OLHAL, conforme figuras 77,
78 e 79.
Os terminais são utilizados para garantir maior condutibilidade elétrica
entre o condutor e os componentes que estão sendo interligados e tam-
bém garantir uma boa rigidez mecânica. A bitola de fixação do terminal
deve ser compatível com a bitola do cabo, de maneira que a conexão seja
a mais perfeita possível.
Os terminais mais utilizados em quadros elétricos são do tipo forquilha
ou garfo, olhal e pino (tubular ou ilhós), cada qual utilizado de acordo
com o tipo de componente utilizado.
Figura 77 – Transdutor
Fonte: WEG ([200-]a, p. 49).
Comando e sinalização
Componentes de comando são
utilizados no acionamento e des-
ligamento de circuitos elétricos,
Figura 79 - Ligação de TC’s já os componentes de sinalização
Fonte: WEG ([200-]a, p. 49).
são utilizados para indicativo de
condições de operação.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 93
Cores Significado Aplicações Típicas
▪▪ Retrocesso.
▪▪ Intervenção.
▪▪ Interromper condições anormais.
Amarelo
Branco
Quadro 7 - Identificação de Cores de Botões Segundo IEC 73.
Fonte: WEG ([200-]a, p. 16).
ca corrente alternada
rotação bidirecional
comando rotativo
chave de emergência
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 95
Símbolo Let. Descrição
massa
condutores trancados
condutor blindado
terminal borne.
1. ligado interna
x
2. ligado externa
q disjuntor.
q secionador
(termostato)
contato reversor
k
(aberta antes do fechamento)
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 97
Símbolo Let. Descrição
y válvula solenoide
q chave fusível
X Borne fusível
M - MOTOR
M
MS - MOTOR SINCRONO
B2 F1
Motor de corrente contínua com enrolamento de
M M
F2 campo (excitação) independente
A1
M M Ventilador/ exaustor
3
+
Dínamo taquímetro
G B
(Ímã permanente)
-
T Transformador de corrente
T Autotransformador monofásico
MANUTENÇÃO ELÉTRICA 99
Símbolo Let. Descrição
Autotransformador trifásico.
T
Conexão
T Transformador de potencial
R Resistor variável
R Resistor de aquecimento
W P Watímetro registrador
Termoelemento.
Nota: polo negativo = traço reforçado
B
H Sirene
H Buzina
V Tiristor
Fixação de componen-
tes e montagem de barra- Figura 85 - Retirada do contator do
Não devem
Sem A temperatura
atingir
conservador não deve atingir,
temperaturas
ou sem gás 55 60 65 50 em nenhum
superiores
inerte acima caso, valores
a máxima
Em do óleo que venham
especificada
Óleo danificar
para o ponto
Com estas partes,
mais quente
conservador 55 60 65 55 outras partes
da isolação
Ou com gás ou materiais
adjacente ou em
inerte acima 65A) 70 A) 80 A) 65 A) adjacentes
contato com esta
do óleo
Quadro 8 - Limites de elevação de temperatura
Fonte: (WEG, [200-]e, p. 5).
(A)
Quando é utilizada isolação de papel, este deve ser termoestabilizado.
Ligações
Como comentado anteriormente, é fundamental que verifique se os da-
dos da placa de identificação estão coerentes com o sistema ao qual o
transformador vai ser instalado.
Deverá ser realizado aperto adequado à ligação das buchas cuidando
para que nenhum esforço seja transmitido aos terminais, o que viria
ocasionar afrouxamento das ligações, mau contato e posteriores vaza-
mentos por sobreaquecimento no sistema de vedação. Alguns tipos de
buchas permitem a conexão direta dos cabos ou barramentos; outros
necessitam de conectores apropriados, que podem ou não ser forneci-
dos com o transformador (WEG, [200-]e, p. 5).
Aterramento
Deverá ser realizado o aterramento do tanque, via conector e, para que
se tenha uma proteção adequada, deve-se ter uma “malha de terra” de Figura 87 - Aterramento do tanque do
baixa resistência. transformador
Fonte: (WEG, [200-]e, p. 6).
Energização
Antes de realizar a energização, algumas etapas são recomendadas, tais
como:
▪▪ Inspecionar os dispositivos de proteção e sinalização do transforma-
dor;
▪▪ O transformador deve estar cheio a pelo menos 24 horas;
▪▪ Deve ser feita uma nova desareação das buchas, relé de gás, cabeçote
do comutador de derivações em carga e radiadores;
▪▪ Cada etapa deve preferencialmente ser acompanhada por um super-
visor do fabricante;
▪▪ O transformador deve ser energizado, inicialmente vazio. Se o trans-
formador for provido de comutador em carga, deve ser acionado em
todas as derivações;
▪▪ Recomenda-se efetuar análise cromatográfica do óleo isolante antes
da energização (referência), 24 a 36 horas após a energização e 10 e 30
dias após a energização, para detecção de defeitos incipientes (utilizar o
diagnóstico conforme NBR-7274) (WEG, [200-]e, p. 5).
Manutenção
Inspeções periódicas devem ser realizadas e os registros devem ser fei-
tos a partir dos instrumentos indicadores, em caso de ocorrências de
anomalias no transformador ou no sistema elétrico, que possam afetar
seu desempenho ou características. Também deve ser verificada periodi-
camente a temperatura, no termovisor, visando detectar possível aque-
cimento nos conectores, assim como devem ser retiradas amostras e
realizados ensaios para avaliação do óleo isolante (anualmente).
O próximo quadro apresentada alguns problemas típicos normalmente
encontrados e soluções recomendadas à manutenção. Conforme indi-
cação de alguns fabricantes, determinados ensaios e testes devem ser
realizados a cada 3 anos, tais como: fator de potência do transformador
e fator de potência e capacitância das buchas, se providas de derivações
capacitivas, isolamento com corrente contínua do transformador, rela-
ção de transformação e resistência elétrica dos enrolamentos.
A seguir, é apresentado um ro- b. Nível do óleo isolante (S); b. Vazamentos na tampa, nos
teiro para inspeções visuais peri- radiadores, no comutador de
ódicas, que deve abranger todos c. Trincas ou partes quebradas, derivações, nos registros e nos
os pontos a serem observados: inclusive no visor do óleo (T); bujões de drenagem (S);
(WEG, [200-]e, p. 28)
d. Fixação (T); c. Estado da pintura, anotando os
eventuais pontos de oxidação
Inspeções periódicas e. Condições e alinhamento dos (S);
semestrais e trienais centelhadores (T);
d. Estado dos indicadores de
Este procedimento estabelece as f. Conectores, cabos e barramen- pressão (para transformadores
verificações mínimas a serem fei- tos (T); selados) (S);
tas nos diversos componentes do
transformador, semestralmente g. Limpeza das porcelanas (T). e. Todas as conexões de aterra-
(S) e cada três anos (T) (WEG, mento (tanque, neutro etc.)
[200-]e, p. 28). A-2. Tanque e radiadores (T);
b. Juntas (S);
Desligamento imediato
c. Contatores tipo plugue (T);
(risco eminente para equipa-
d. Fiação (T). mento e instalação);
Guarnição Instalação
Assim como nos transformado-
Comutador
Armadura
res a óleo, na instalação deve ha-
ver um espaçamento mínimo de
Núcleo
0,5m entre transformadores e en-
Bobina tre estes e paredes ou muros, pro-
porcionando facilidade de acesso
Bobina de BT para inspeção e ventilação, depen-
Bobina de AT Núcleo dendo, entretanto, das dimensões
Armadura
de projeto e tensão.
Transformadores a seco não po-
Tanque
dem ficar expostos a intempéries.
Bucha de baixa tensão
Deve ser feita a confirmação de
Olhal de suspensão Terminal de baixa tensão que os dados de placa estão com-
Radiador
Dispositivo de aterramento patíveis com a especificação técni-
Suporte de fixação ao poste
ca do equipamento e se os dados
Placa de identificação
constantes na placa de identifica-
ção estão coerentes com o siste-
ma em que o transformador será
instalado (WEG, [200-]f, p. 6).
Figura 88 - Componentes integrantes de um transformador a óleo
Fonte: (WEG, [200-]b, p. 235).
Energização
Antes de realizar a energização, algumas etapas são recomendadas, tais
como:
▪▪ Inspecionar dispositivos de proteção e sinalização do transforma-
dor;
▪▪ Verificar a polarização do transformador, caso o mesmo deva traba-
lhar em paralelo a outro transformador;
▪▪ Conexões e cabos devem estar posicionados de forma correta;
▪▪ As conexões no painel de derivações devem estar firmes e posicio-
nadas da mesma forma nas três fases;
▪▪ Verificar se o aterramento se encontra conectado conforme projeto
▪▪ Verificar se não existem obstruções na ventilação;
▪▪ Verificar a resistência de isolamento entre enrolamentos (AT e BT) e
entre os enrolamentos e o terra.
Manutenção
Uma das grandes vantagens deste tipo de transformador é o número
reduzido de manutenções. No entanto, o acompanhamento periódico se
faz necessário para a verificação de eventuais anomalias, observando-se
os seguintes pontos (WEG, [200-]f, p. 8):
▪▪ Sobreaquecimento nos terminais;
▪▪ Funcionamento do conjunto de proteção térmica;
▪▪ Verificação da pressão nos contatos dos terminais e painel de comu-
tação;
▪▪ Verificação de eventual obstrução nas entradas e saídas de ar.
Inspeções periódicas devem ser realizadas e os registros devem ser feitos
a partir dos instrumentos indicadores, em caso de ocorrências de ano-
malias do transformador ou no sistema elétrico, que possam afetar seu
desempenho ou características. Também deve ser verificada periodica-
mente a temperatura através da inspeção termográfica.
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Resistências de isolamento
Seção 3 – Teste de resistência de isola-
mento em geradores e motores
Seção 4 – Desequilíbrio entre as correntes
nas fases
Seção 5 – Identificação dos terminais do
motor de indução trifásico
Seção 6 – Manutenção em motores de
corrente contínua
Seção 7 – Planos de manutenção aplicados
a motores elétricos
Seção 8 – Falhas em motores elétricos
Seção 9 – Defeitos em enrolamentos de
motores elétricos de indução
Manutenção de Motores Elétricos
Seção 4
Desequilíbrio entre correntes de fase.
Se o desequilíbrio entre as correntes nas fases do motor for superior a
5%, sua causa deverá ser investigada e eliminada.
Para a verificação do desequilíbrio entre as fases de um motor elétrico,
devemos agir conforme o exemplo abaixo:
Neste exemplo, o desequilíbrio está acima de 5%, portanto sua causa deve-
rá ser investigada e eliminada.
Rm = Un + 1
Em caso de necessidade de subs-
Onde: Figura 91 - Conversão do Valor de Re- tituição ou recondicionamento
Rm - Resistência de isolamen- sistência Medido para a Temperatura do rotor, a zona neutra provavel-
to mínima recomendada com de 40ºC. mente será alterada e, com isso, o
o enrolamento à temperatura
Fonte: WEG ([200-]d, p. 5). posicionamento do porta-escovas
de 40ºC;
Un - Tensão nominal da máqui- deverá ser corrigido para que o
na, em kV. mesmo volte para a posição neu-
Quando geradores cc ou motores tra (calagem das escovas).
estão sendo testados, as escovas A seguir, será descrito um proce-
devem ser levantadas de forma dimento para a correção (WEG,
Com temperaturas diferentes de que as bobinas possam ser testa- [200-]d, p. 15):
40ºC, é necessária a realização da das separadamente da armação. É
correção do valor de resistência recomendada a utilização de um Ajuste grosso
de isolamento, com auxílio do megôhmetro de 500 V.
gráfico apresentado a seguir: 1. Afrouxar os parafusos que
prendem o anel do porta-es-
Porta-escovas covas;
Os alojamentos devem possibi-
litar a livre movimentação das 2. Energizar a armadura (50 a
escovas, mas não devem existir 80% da corrente nominal no
folgas excessivas para que não máximo por 30 segundos),
ocorra trepidação. Visando eli- campo permanece desligado.
minar a possibilidade de quebra
Motores trifásicos
Sucessos!
▪▪ KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: função estratégica. 2. ed. Rio de Janeiro,
RJ: Qualitymark, 2002. 341 p.
▪▪ WEG S.A.. Catálogo de Disjuntores em Caixa Moldada. Jaraguá do Sul - SC: WEG,
[200-]l.
▪▪ WEG S.A.. Catálogo de Mini Disjuntores. Jaraguá do Sul - SC: WEG, [200-]j.
▪▪ WEG S.A.. Manual de Comando e Proteção: módulo 1. Jaraguá do Sul: WEG, [200-]c.
314 p.
▪▪ WEG S.A.. Manual de Geração de energia: módulo 4. Jaraguá do Sul: WEG, [200-]b.
p.314.