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SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS ESCOLARES: RECORTES NA

PANDISCIPLINARIDADE

Nelson Fiedler-Ferraraa [[email protected]]


Cristiano Mattosb [[email protected]]
a
USP - Instituto de Física - Departamento de Física Geral
R. do Matão, 187 - Cidade Universitária
São Paulo - CEP: 05508-900
b
UNESP - Guaratinguetá – Departamento de Física e Química
Av. Ariberto Pereira da Cunha, 333 - Guaratinguetá
Caixa Postal 205 - CEP 12516-410

Introdução

O presente trabalho tem por objetivo refletir a respeito da seleção e organização de


conteúdos escolares. Ao buscar compreender como isso é feito, tenta subsidiar o professor para
estabelecer o grau de complexidade na formulação dos conteúdos para que possam ser aprendidos.
Aprender, para nós, significa manejo adequado do conhecimento para sua utilização no mundo real.
Falamos aqui de método, não de metodologia, cujo fim é “ajudar a pensar por si mesmo
para responder ao desafio da complexidade dos problemas” (Morin, 1986, p.29) com a finalidade
de discutir e melhor compreender a natureza do conhecimento escolar. Apesar destas reflexões
terem um caráter mais amplo, elas dizem respeito, em particular, ao papel da Ciência na construção
do conhecimento escolar. Aquilo que se exporá não se pretende objeto de estudo escolar, mas sim
contribuição aos professores como instrumento intelectual para a análise de conteúdos que se
pretende ensinar e para avaliar as reações e idéias expostas por alunos na sala de aula.

Orientação

A orientação que adotamos neste trabalho é de linha complexista, balizada, no plano teórico,
por quatro pontos: o sistemismo (Bertalanffy, 1968), que evita as fraquezas das abordagens
mecanicistas da causalidade estrita; a consideração de uma historicidade1 irreversível e não-
linear, feita de rupturas e de continuidades, afastando-se, assim, da visão estruturalista; a
pragmática, como evidenciadora dos atores, da ação e de sua intencionalidade, permitindo evitar-
se o impasse intelectual que reduz os homens ao estado de agentes inertes de seus próprios futuros;
a hermenêutica, no sentido preciso do exame das atividades humanas como conjunto de discursos e
significações, abrindo novas perspectivas num domínio antes bloqueado pelo primado das forças
materiais.

1
“A identidade histórica das disciplinas é determinada pelos objetivos de pesquisa particulares, teorias, métodos e
finalidades, os quais freqüentemente falham em complementarem-se uns aos outros para formar uma definição
disciplinar, levando, ao invés, a jurisdições conflitantes” (Mittelstrass, 1993).

1
Do ponto de vista epistemológico, a orientação complexista aqui adotada se caracteriza por
três atitudes fundamentais: a insistência sobre a necessidade de esforços teóricos vigorosos face a
um empirismo e um ecletismo ainda muito presente nas pesquisas: deve-se compreender a
necessidade de inventar-fabricar objetos discursivos e conceituais inéditos; a orientação
construtivista2, que ao invés do positivismo, conduz na direção da imaginação conceitual; a
reintegração da produção do conhecimento na sociedade, evitando-se uma epistemologia
excessivamente abstrata.

Currículo Pandisciplinar

A maneira como vamos discutir a seleção e a organização do conteúdo escolar parte do


conceito de currículo pandisciplinar (pan = totalidade). Trata-se de uma representação do
conhecimento como um todo. Tal currículo apresenta inumeráveis dimensões para dar conta das
relações entre os elementos da realidade não divisa e complexa. Ele envolve um número muito
grande de dados ou indivíduos (elementos da realidade que se pode conhecer), altamente
conectados entres si (lógicas de relação entre as partes) de tal modo que há retroação entre níveis de
organização superiores com inferiores e vice-versa, o que permite que o representemos por um
sistema complexo.
Dessa forma, o currículo pandisciplinar é uma representação de todas as possíveis relações
entre as partes do conhecimento construído pelo homem. Na praxis escolar, o que se efetiva, de
fato, é a construção de subconjuntos do currículo pandisciplinar, a partir de recortes segundo
determinados critérios. Valores, objetivos e crenças se manifestam determinando o recorte que será
realizado na complexa rede multi-dimensional da estrutura do conhecimento. Dessa perspectiva, os
recortes definem subconjuntos que podem ter desde uma alta dimensionalidade ou mesmo uma
única dimensão.
Termos como currículo transdisciplinar, interdisciplinar, pluridisciplinar, multidisciplinar e
intradisciplinar, têm sido usados, representando diversos recortes possíveis na trama do conjunto do
conhecimento humano, a pandisciplinaridade.
Nos últimos anos, em particular no Brasil, várias iniciativas têm sido tomadas para construir
currículos que possam ser efetivamente aplicados e que superem a apresentação tradicional de
conteúdos de forma seqüencial e linear. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazem
indicativos de como se construir currículos (cursos e atividades) que apresentem um caráter que os
aproxime da pandisciplinaridade. É evidente que a efetivação de tais ações deve ser feita na linha
de frente da batalha educacional, a sala de aula. Entretanto, como afirmamos na Introdução,
aspectos do método, se bem compreendidos, podem ajudar a organizar as ações dos grupos que

2
Aqui pensamos: por um lado, em Vygotsky e o construtivismo como sócio-interacionismo, onde a construção do
conhecimento se dá no contexto social do indivíduo de uma maneira não-linear, muitas vezes paralela, sem uma
seqüência pré-definida, por qualquer lógica, inclusive a científica; por outro lado, a partir de aportes da complexidade,
como as que corroboram ou ampliam a visão vygotskyana ao explicitar dinâmicas de interação psico-sócio-ambiental
(Galvani,2000), ou que inserem o construído numa perspectiva dialógica com o inato/adquirido (Morin,1986, p.60), ou,
ainda, que apresentam teorias alternativas sobre os conteúdos escolares, propondo um conhecimento metadisciplinar
(Garcia, 1998).

2
tornam realidade a adequação dos currículos às potencialidades e necessidades das comunidades
onde são efetivados. A seguir busca-se refletir sobre a complexidade pandisciplinar da realidade e
delimitar alguns recortes possíveis nesse sistema complexo.

As várias disciplinaridades

Nos sistemas multidimensionais, e a pandisciplinaridade é um deles, um recorte pode


produzir subsistemas de dimensionalidade menor. A escolha de um recorte, ou a clareza da maneira
como ele é feito, permite que tenhamos noção da escala de valor efetivada. Isso significa que parte
do conhecimento e a forma de relação entre ele e o todo serão privilegiadas em detrimento do não
valorizado. Essas escolhas não são fáceis porque, na maioria das vezes, revelam claramente a
relação entre o conhecido e o não conhecido pelo grupo. Deparamo-nos, muitas vezes, com
situações em que estão em jogo valores mais universais do que aqueles nos quais baseamos nossas
escolhas de ação no mundo, gerando a instabilidade do novo.
Recortes no currículo pandisciplinar produzirão inúmeros subconjuntos. Entretanto, tem
sido costumeiro referir-se a um número limitado desses, que parece representar uma parte
significativa das situações encontradas na formulação do conhecimento. Passaremos a expor, a
seguir, as principais características de cada um desses subconjuntos.
Disciplinaridade ou unidisciplinaridade corresponde ao conjunto específico de
conhecimento, que tem suas características próprias no plano do ensino, da formação, dos métodos
e das matérias. São, tipicamente, as disciplinas universitárias. Disciplinas são entidades históricas e
seus contornos são contornos históricos (veja nota de rodapé 1). Há uma assimetria entre o
desenvolvimento de problemas (em Ciência) e o desenvolvimento de disciplinas, e essa assimetria
aumenta tanto mais quanto o desenvolvimento disciplinar é dominado pela especialização
(Milteltrass, 1993).
Intradisciplinaridade se caracteriza pela articulação de elementos através de uma
axiomática comum, caracterizando as subdisciplinas de uma disciplina (Fig.1). As subdisciplinas
aparecem de modo conexo e definidas em um mesmo nível hierárquico, que, em conjunto, definem
o nível imediatamente superior, introduzindo o conceito de disciplina e a noção de finalidade. Esse
sistema é composto por dois níveis, tem objetivos múltiplos e está coordenado de forma a sustentar
um nível superior (definição de uma
disciBÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ-
BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- BÖ- ¢M- BÖ- tradisciplinarmente para se resolver um problema
em física.

3
Figura 1: Intradisciplinaridade.
As categorias que são explicitadas a seguir são muitas vezes definidas na literatura
especializada de maneira diversa. Adotaremos aqui as definições de Japiassu (1976).
Na multidisciplinaridade e na pluridisciplinaridade há justaposição de várias disciplinas
para tratar um mesmo objeto ou problema. Na multidisciplinaridade não aparecem relações entre as
disciplinas, os resultados e as metodologias são independentes para cada uma das disciplinas
(Fig.2a). É um sistema de um único nível e de objetivos múltiplos em que não aparece nenhuma
cooperação. Exemplifica-a o uso da biologia, da química e da física para tratar a fotossíntese. Na
pluridisciplinaridade tem-se, também, justaposição de diversas disciplinas constituindo um sistema
de um único nível hierárquico, mas agrupadas de forma que surjam relações entre elas (Fig.2b);
nesse caso, apenas os resultados dos procedimentos são independentes. É um sistema de um só
nível e de objetivos múltiplos, em que aparece cooperação, mas sem coordenação. Um exemplo é a
utilização da história, do direito, da economia, da psicologia e da educação para tratar o problema
da luta contra a pobreza; nesse caso, acaba ocorrendo cooperação entre as disciplinas, apesar de não
haver necessariamente coordenação.

(a) (b)
Figura 2: (a) Multidisciplinaridade; (b) Pluridisciplinaridade
A interdisciplinaridade se caracteriza pela articulação de elementos através de uma
axiomática comum a um grupo de disciplinas conexas. Tal articulação define um nível hierárquico
imediatamente superior, o que introduz a noção de finalidade. Esse sistema é composto por dois
níveis, tem objetivos múltiplos e está coordenado de forma a sustentar o novo nível superior, que se
caracteriza como uma nova disciplina (Fig.3).

Figura 3: Interdisciplinaridade.
Exemplificam a interdisciplinaridade, por exemplo: a biologia e a física, que produziram a
biofísica. Na interdisciplinaridade, conceitos de uma disciplina mostram-se produtivos no âmbito

4
de outra disciplina; estabelece-se, assim, uma área de recobrimento entre disciplinas, onde uma
nova disciplina pode eventualmente emergir.
Na transdisciplinaridade há coordenação de todas as intradisciplinas, disciplinas e
interdisciplinas sobre a base axiomática geral (Fig.4). É um sistema de vários níveis e objetivos
múltiplos, além de estar coordenado com vistas a uma finalidade comum. Um exemplo de
transdisciplinaridade é a coordenação de disciplinas como biologia, química, física, matemática,
engenharia, economia, direito, outras ciências do homem, etc., bem como interdisciplinas e
intradisciplinas relacionadas a essas, para estudar o meio ambiente. É o que também ocorre com a
chamada ciência cognitiva, a qual se constitui a partir da neurofisiologia, psicologia, filosofia,
informática, física, biologia, etc.

Figura 4: Transdisciplinaridade.

Recorte como Metaconceito

As várias disciplinaridades definidas na seção anterior permitem-nos compreender melhor a


organização disciplinar da Ciência. Podemos pensar que elas são construídas a partir de critérios
que se traduzem em recortes na pandisciplinaridade, segundo determinadas formas de organização
do conhecimento, favorecendo certas dinâmicas de interação entre os sujeitos envolvidos e o
conhecimento, sejam eles pesquisadores, professores, alunos, coordenadores pedagógicos, autores
de livros didáticos ou autoridades educacionais.
Entretanto, esse quadro que acabamos de montar, de uma causalidade estrita, não
corresponde ao que de fato ocorre. Em particular, no caso que nos interessa neste trabalho, a
seleção e a organização de conteúdos escolares pelos sujeitos envolvidos, existe uma infinidade de
recortes na pandisciplinaridade que são efetuados envolvendo interdependentemente
(retroalimentação) critérios, organização e dinâmica (essa última, por exemplo,
professor/aluno/conteúdo; poderíamos imaginar também outras composições entre sujeitos e o
conteúdo, como coordenador pedagógico/professor/conteúdo ou então autor de livro
didático/professor/conteúdo). De fato, uma nova organização do conteúdo pode suscitar um critério

5
diverso que produz um novo recorte, gerando uma nova dinâmica e daí, eventualmente, uma nova
organização do conteúdo e assim sucessivamente, com possibilidade de ordens diversas nesses
termos. Critérios, organização, dinâmica e recorte, neste caso específico, constituem-se no que
Morin (1977, p.56) denomina um anel tetralógico ou um macroconceito ou, ainda, um
metaconceito, através do qual cada elemento relaciona-se com o outro, sendo inconcebível serem
definidos sem essa co-dependência. Há, entre os elementos do anel, por um lado,
complementaridade, mas não se exclui, a priori, a possibilidade de contradição, que é vista com
caráter generativo levando a níveis de complexidade maiores; entretanto, é necessário, para que “o
processo se realize mediante uma espiral, que é a frutífera reconversão epistêmica da idéia de
recursividade” (Sánches, 1999) que à complementaridade e à contradição seja adicionada a
concorrência (no sentido de convergência) entre os elementos do anel, o que Morin chama de
processo dialógico3.
Nenhum dos quatro termos - critérios, organização, dinâmica e recorte - pode ser isolado,
ou colocado numa seqüência linear do tipo causa-efeito; eles constituem um metaconceito (Fig.5).
Nessa perspectiva, a noção de recorte deixa de ser estática, atualizando-se ao longo do processo,
bem como os outros elementos do anel.

Figura 5: O anel tetralógico do qual faz parte o recorte.


Explicitemos agora cada um dos elementos do anel tetralógico representado na Fig.5,
sempre tendo em vista justificáveis co-dependências entre elementos. Deve-se observar que essa
co-dependência não se trata de um capricho ou idiossincrasia do método, mas sim uma necessidade
para representar o processo que se tenta descrever: é a complexidade dos fenômenos do mundo que
demanda uma teoria de complexidade (essa ainda em construção) e não o contrário.

3
“Não é suficiente, para conceber o princípio de complexidade, associar noções antagônicas de forma concorrente e
complementar. É necessário considerar também o próprio caráter da associação. Não é somente uma relativização
desses termos uns em relação aos outros: é a sua integração no seio de um meta-sistema que transforma cada um
desses termos no processo de um anel retroativo e recursivo” (Morin, 1977, pp. 380-381).

6
Figura 6: O anel tetralógico do qual faz parte o critério.
Iniciemos com os critérios. Um critério apresenta uma dimensão axiológica, seja no sentido
de valores ou fins (objetivos), uma segunda dimensão ontológica e uma terceira dimensão
epistemológica. Num primeiro momento somos tentados a considerar que o axiológico tem
primazia sobre o ontológico e o epistemológico. Contudo, isso não é correto. Ainda uma vez,
devemos lançar mão, para dar conta da descrição do processo, de um metaconceito que inclui em
um anel tetralógico os quatro elementos: a dimensão ontológica pode repercutir sobre a
epistemológica, essa sobre o critério, que, por sua vez, pode modificar aspectos axiológicos e assim
sucessivamente, qualquer que seja a ordem dos elementos, sem que se possa falar em termos de
uma sequência linear de causalidade estrita. Somos então convidados a pensar como representado
na figura 6.
Consideremos agora a organização. Morin (1977, pp. 103-104) compreende organização a
partir de um conceito trinitário, constituindo um anel trilógico, que compreende organização,
sistema e inter-relações: as três faces de um mesmo fenômeno, que ocorre a partir de interações4
entre elementos. A organização - entendida como a disposição de relações entre indivíduos ou
componentes que produz uma unidade complexa ou sistema dotado de qualidades desconhecidas no
nível dos componentes individuais - liga, de modo inter-relacional, elementos ou acontecimentos
ou indivíduos diversos, que, a partir daí se tornam os componentes de um todo. A organização
garante solidez e solidariedade relativa a essas ligações, e portanto, garante ao sistema uma certa
possibilidade de duração. Toda a inter-relação dotada de uma certa estabilidade ou regularidade
toma um caráter organizacional e produz um sistema. A organização de um sistema e o próprio
sistema são constituídos por inter-relações. Além disso, “os equilíbrios organizacionais são
equilíbrios de forças antagônicas, assim, toda relação organizacional , então todo sistema,
comporta e produz antagonismo ao mesmo tempo que complementaridade [seja entre as partes ou
entre as partes e o todo]: toda relação organizacional necessita e atualiza um princípio de
complementaridade, e necessita e mais ou menos virtualiza um princípio de antagonismo” (Morin,
1977, pp.118-119). Claramente, os antagonismos supõem a existência de forças de exclusão, de
repulsão, de dissociação, que são, entretanto, superadas ou contidas pelas forças de atração,
afinidades, ligações, comunicações, de tal maneira que as segundas controlam (virtualizam) as
primeiras. É assim que nós parece fecundo entender a organização. Existe uma tensão contínua
entre as complementaridades e os antagonismos (virtuais ou se atualizando). É essa tensão que vai

4
“Não existe princípio sistêmico anterior e exterior às interações entre elementos” (Morin, 1977, pp. 103).

7
constituir a organização e o sistema, nutridos através das inter-relações: não há espaço para o
estático, para formas fixas.
Figura 7: O anel tetralógico do qual faz parte a organização.
É esse o conceito de organização que desejamos trazer para a presente reflexão sobre a
seleção e a organização dos conteúdos escolares. Entretanto, nesse contexto, os conteúdos
selecionados não são um elemento estático, eles podem variar atualizando-se ao longo do processo
pedagógico: sistema, inter-relações, organização e conteúdos selecionados devem fazer parte de
um anel tetralógico, constituindo um novo metaconceito (Fig.7). Mudanças de conteúdo, podem se
traduzir em nova organização, com outras inter-relações constituindo um sistema diverso e assim
sucessivamente.
Por fim, consideremos a dinâmica que se estabelece entre os possíveis sujeitos e os
conteúdos no processo pedagógico. Aqui não estamos falando de conteúdos selecionados, mas de
conteúdos efetivamente abordados em sala de aula pelo professor ou considerados no plano de
curso para efetiva implementação ou conteúdos efetivamente tratados pelo autor no livro didático
etc. Nem todos os conteúdos selecionados serão efetivamente abordados. Exemplificamos aqui
considerando professor e aluno como sujeitos, entretanto, poderiam ser quaisquer outros partícipes
do processo. Novamente, um anel tetralógico se justifica (Fig.8) incluindo professor, aluno,
conteúdos abordados e dinâmica, como nos casos precedentes; mudanças de atitudes do professor
ou do aluno com relação aos conteúdos abordados podem modificar a dinâmica, que por sua vez
pode modificar os conteúdos que, por sua vez, podem produzir outras mudanças.

Figura 8: Anel tetralógico do qual faz parte a dinâmica.


Duas observações fazem-se necessárias relativamente aos metaconceitos representados
pelos quatro anéis tetralógicos representados nas Figs.5-8. Uma primeira tem caráter ontológico e
enfatiza que são sujeitos, seres humanos, que realizam recortes, buscam critérios, estabelecem
dinâmicas entre si e com os conteúdos, fazem parte do sistema que se organiza, participam das
inter-relações etc. É evidente que esses sujeitos recebem influências sociais provenientes da
família, do meio social e da cultura, bem como influências do meio físico, de condições climáticas
e de interações psico-sociais, incluindo a dimensão simbólica, as quais vão ser de forte influência
sobre o imaginário pessoal que organiza os sentidos dados à experiência vivida (Galvani, 2000),
repercutindo, conseqüentemente nos processos aqui discutidos. Assim, ao se considerarem os
metaconceitos introduzidos deve-se entender que esses aspectos estão neles incluídos.

8
Uma segunda observação diz respeito aos metaconceitos construídos. Obviamente eles não
são os únicos possíveis: construí-los representa recortes na pandisciplinaridade5. Nem tão pouco é
obrigatório que contenham quatro elementos; poderiam conter seis, sete, uma centena... Entretanto,
vivemos aqui uma situação análoga à da construção do conhecimento científico ou da seleção e
organização dos conteúdos escolares: é necessário que nossos metaconceitos sejam operacionais, e,
nesse sentido, eles foram escolhidos de maneira a apresentarem um número de elementos
relativamente pequeno, mas escolhidos de forma que possam reproduzir com boa aproximação uma
parte significativa das situações que vivenciamos em nossa experiência de estar no mundo.
Representemos agora o anel tetralógico da Fig.5 num diagrama (Fig.9) onde são
explicitados cada um dos vértices (critério, organização e dinâmica) em termos dos anéis
correspondentes (Figs.6-8). Trata-se de um macroconceito, constituído por treze conceitos
interdependentes, que representa a dinâmica global do processo. Alterações em um dos elementos
pode repercutir em outros elementos. Em particular, observe-se que alterações nos conteúdos
abordados podem repercutir nos conteúdos selecionados e vice-versa, como é freqüente acontecer
em sala de aula.

5
Efetivamente, a construção que se propõe nesta seção, a partir de metaconceitos, é , ela mesma, um exercício de
recorte no qual o subconjunto que resulta deve apresentar ainda um grau de complexidade compatível com a riqueza
daquilo que se pretende representar. Nesse sentido, este trabalho se constitui num exemplo efetivo do que queremos
dizer quando nos referimos à seleção e organização de conteúdos escolares. Aqui não se trata de conteúdos escolares,
mas o problema que se enfrenta na escola é da mesma natureza. Um outro comentário diz respeito a cada um dos
conceitos nos anéis. Da mesma maneira que cada anel poderia conter tantos elementos quanto se desejasse, cada um
desses elementos poderia ser representado por novos anéis. Mas, ainda uma vez, há de se utilizar um “princípio de
economia de elementos”.

9
Figura 9: Metaconceito do qual faz parte o recorte (detalhamento da fig. 5 com as figs. 6-8).

Dinâmicas e plasticidades

Subconjuntos obtidos por recortes na pandisciplinaridade podem funcionar globalmente


como sistemas complexos. Nesse caso haverá interdependência entre as partes, entre as partes e o
todo e retroalimentação entre níveis de organização. Padrões locais de articulação entre as partes,
inclusive auto-organizados6,7, resultam da interação entre os sujeitos e os recortes do
conhecimento. Pode, portanto, haver emergência de relações que reúnem elementos separados,
produzindo sentidos (Pineau, 2000) consistentes ou não no contexto da experiência pedagógica.
Quando produtivos, os significados que emergem apresentam um caráter mais amplo do que o
sentido fornecido pelas partes separadamente.
Quando não consistentes, ou são descartados imediatamente ou podem se estabelecer zonas de
ruído, em maior ou menor grau, onde as articulações não geram padrões suficientemente
organizados ou não produzem soluções condizentes com a realidade vivencial ou experencial dos
sujeitos envolvidos, sendo, também nesse caso descartadas.Nessa situação, um novo recorte no
conhecimento dos sujeitos ou mesmo na pandisciplinaridade pode eventualmente ser feito, com
novos critérios ou organização ou dinâmica, até que num instante posterior recobrimentos inéditos
ou não sejam possíveis, com conteúdo informacional eventualmente identificado positivo pelos
sujeitos, isto é, consistentes com a experiência, a partir de suas observações.
Entretanto, num momento posterior, novas zonas de ruído podem ser criadas e o processo de
novos recortes ser retomado, sempre, em cada etapa, com uma dinâmica global como representada
na Fig. 5 ou Fig. 9. Isso se repete continuamente durante o processo pedagógico e os sujeitos retêm
as conclusões relevantes atribuindo-lhes importância (valor) e articulando-as em níveis superiores
de complexidade, onde um processo de mesmo tipo também vai se verificar. Contudo, as
articulações em nível inferior de complexidade não cessam e começa a haver retroalimentação entre
níveis superiores que vão sendo construídos e os inferiores, que continuam sendo operados.
Processam-se sínteses parciais, novos recortes, sentidos emergentes que são descartados outros
incorporados, ruídos negativos (que obstruem os canais de informação), mas também ruídos que
desarticulam parcialmente o sistema para que o mesmo possa se reestruturar em um nível mais alto
de complexidade8.

6
“Uma organização ou 'forma' é auto-organizada quando se produz a si própria. Há auto-organização cada vez que o
advento o a re-estruturação de uma forma, ao longo de um processo, se deve principalmente ao próprio processo - e
características nele intrínsecas - e só em grau menor às suas condições de partida, ao intercâmbio com o ambiente ou
à presença eventual de uma instância supervisora” (Debrun, 1996, p. 4).
7
Observe-se que no caso em discussão, os sujeitos também fazem parte do processo, então, a auto-organização se dá no
interior do processo, apesar de ser identificada pelos sujeitos. O mesmo aparente paradoxo se verifica em várias
situações, em outros contextos, onde os sujeitos parecem ter um caráter duplo em instantes diferentes: primeiro como
partícipes, depois como observadores e em seguida novamente partícipes. Exemplifica outro contexto, por exemplo, o
caráter complexo da relação entre o leitor e o texto literário (Fiedler-Ferrara, 1997; Rewald, 1998).
8
Trata-se do que na literatura especializada se denomina ruído organizacional - ruído como princípio de auto-

10
Entretanto, essa construção não é completa. Cada subconjunto do conhecimento apresenta,
por assim dizer, uma plasticidade estrutural9 limitada que condiciona os sujeitos envolvidos no ato
de produzir recobrimentos com outros subconjuntos do conhecimento, mantendo as características
desses mesmos subconjuntos. É evidente que os sujeitos envolvidos também apresentam
plasticidades limitadas, que dependem não somente de aspectos biológicos, mas também culturais.
Assim, o que é relevante é a composição das plasticidades dos sujeitos (observadores ou partícipes,
ou ambos, em instantes diferentes [veja nota de rodapé 7]) e dos subconjuntos. São os sujeitos que
avaliam, individualmente ou reciprocamente, os limites dessas plasticidades na dinâmica da
interação com os subconjuntos. Entretanto, existe uma recursividade: a plasticidade limitada define
contornos, mas, aplicada (ou vivenciada) define novos limites dessa mesma plasticidade num
processo dinâmico em que os efeitos tornam-se causa e assim sucessivamente. Os limites das
plasticidades se estabelecem nos momentos em que os sujeitos lhes experimentam no e pelo ato de
articular saberes. Eles são móveis na medida em que dependem da natureza dessa articulação.
O termo “subconjunto” que aqui temos utilizado designa temas específicos ou blocos intra,
multi, pluri, inter ou transdisciplinares. Nos casos de interdisciplinaridade ou transdisciplinaridade,
os padrões locais de organização, quando ocorrem, podem ser de mesmo nível hierárquico ou de
nível hierárquico superior.
Os diversos recortes possíveis na pandisciplinaridade criam uma família de possíveis
padrões de currículos que refletem as plasticidades em jogo, em particular, a epistemológica, a
axiológica e a ontológica, que são, no processo, causas mas também efeitos da dinâmica global e da
organização num lógica anelar.

Um Princípio de Balanço Complementar

O desafio de selecionar e organizar os conteúdos escolares nos conduz, inevitavelmente, a


uma situação bastante desconfortável. Mais rígidos os critérios, mais ortodoxa a forma de conceber
a organização dos conteúdos, mais delimitados e estreitos os contornos da dinâmica
professor/aluno/conteúdo, tanto mais os recortes efetuados na pandisciplinaridade fornecem
procedimentos eficientes para “resolver problemas” específicos, mas, por outro lado, tanto mais
idealizado e especializado o conhecimento abordado. Mais flexíveis e consistentes com a realidade
psico-sócio-ambiental dos sujeitos os critérios, a forma de organização do saber e as dinâmicas
admitidas, tanto mais os recortes realizados nos permitem estar próximos do mundo real e do
pensar criativo da vida, mas menor a nossa capacidade de resolver problemas específicos.

organização. “Tomemos uma rede de elementos comunicantes. Perturbações casuais (ruído) dissolvem as ligações que
unem os vários elementos da rede, criando uma certa ambiguidade na sua comunicação recíproca. Esse efeito, por um
lado, parece nocivo porque faz diminuir a informação transmitida de um elemento para outro, mas, por outro lado,
esse mesmo efeito, essa mesma ambiguidade, podem ser avaliadas positivamente e serem vistos a partir de um nível de
organização diferente, mais integrado. Para esse nível mais alto de organização, a quebra das ligações pode dar lugar
a uma organização diferente, com uma maior diversidade, e essa nova organização pode ter propriedades adaptativas
diversas e mais marcantes” (Atlan, 1979, p. 39).
9
Estrutura de algo corresponde aos componentes e relações que constituem concretamente uma unidade particular e
configuram sua organização (Maturana, 1984, p.54). Então, plasticidade estrutural diz respeito às possibilidades de
mudança de estrutura tais que esse algo continue a ser o que é.

11
Parece estar ocorrendo um paradoxo. Desejamos ensinar e aprender, nós e nossos alunos.
Na Introdução deste trabalho afirmamos que aprender, para nós, significa manejo adequado do
conhecimento para sua utilização no mundo real. Entretanto, mais nos aproximamos do mundo real,
menor a nossa capacidade de resolver problemas específicos, portanto, nesse aspecto, menor a
possibilidade de utilização do conhecimento em uma parte significativa de nossas ações diárias.
Esse paradoxo também foi posto no contexto da Ciência e Tecnologia da Cognição por
Varela (1987), quando foram confrontadas três orientações: a cognitivista, a conexionista e a
desvelante, essa última de base fenomenológica e proposta por esse autor. Varela enuncia o que ele
chama Princípio de Balanço Complementar. Esse Princípio afirma que maior é o número de
comportamentos controlados que impomos para uma específica solução de problema (problem
solving), mais a cognição torna-se uma tarefa específica efetivamente realizada. Mais permitimos o
desvelamento histórico, mais a cognição se parece ao senso comum criativo; mas isso não é hoje
ainda efetivamente realizado. Trata-se, então, afirma Varela, de aceitar o desafio de como
permanecer na riqueza da criatividade cognitiva mantendo a possibilidade de um efetiva
implementação.
É a tensão entre esses dois extremos que está no cerne do problema pedagógico. O desafio é
dosar essa abertura ou fechamento de maneira a proceder a um recorte responsável na
pandisciplinaridade, isto é, um recorte adequado às finalidades e necessidades dos sujeitos
envolvidos no processo pedagógico - e aqui não se deve esquecer que há finalidades e necessidades
em vários níveis focais (cidadão, família, comunidade, cidade, país, humanidade) - visando
aplicabilidade ao mundo real e efetivação de atitudes de cooperação e solidariedade.

Conclusões

Ao concluir este trabalho cabe abordarem-se alguns aspectos de natureza prática relativos à
seleção e organização dos conteúdos escolares, articulando-os com o que foi aqui apresentado.
Inicialmente, podemos nos perguntar se, como propõe Zabala (1993) [citado em García,
(1998)], é possível a organização dos conteúdos escolares segundo uma lógica não disciplinar? Se
por “lógica disciplinar” se quer dizer promover recortes na pandisciplinaridade que não levam em
conta a complexidade dos fenômenos ou adotar, pura e simples, uma apresentação de conteúdos
seqüêncial e linear, então, claramente, a resposta à questão é positiva. Entretanto, se “lógica não
disciplinar” significa prescindir do conhecimento disciplinar buscando uma abordagem holística,
então a resposta à questão é negativa. De fato, a consideração dos problema a partir de uma
perspectiva complexista não significa adotar-se um pensamento “holístico” que privilegia o global
sobre a análise das partes, dos seus componentes; ao contrário, trata-se de articular o todo com as
partes, o global e o particular num ir e vir incessantes.
A questão central na seleção e organização dos conteúdos escolares é estabelecer o grau de
complexidade com que eles devem ser formulados. Como tentamos mostrar neste trabalho, essa
tarefa não pode ser realizada através de um procedimento causal estrito do tipo critérios indicando
recortes e formas de organização dos conteúdos. Ao contrário, o desejável é caminhar-se na direção
de uma visão e ação mais sistêmica no recorte da pandisciplinaridade, onde as retroalimentações

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sejam levadas em conta. Isso significa não somente que os sujeitos envolvidos no processo
pedagógico devam ter escuta atenta, mas também um sentido de equilíbrio e clareza de objetivos
nos recortes, a fim de que a complexidade essencial do objeto seja retida, mas em um nível tal que
ele ainda possa ser tratado. Haverá casos em que uma abordagem reducionista é suficiente, e
mesmo recomendável, já que tal análise revela o objeto naquilo que ele apresenta de essencial. Em
outros casos devemos identificar níveis de organização e articulações entre níveis, situação em que
estamos trabalhando com objetos tipicamente complexo. Outras vezes, teremos de conciliar análise
sistêmica-complexista com análise reducionista, quando couberem. Enfim, nossos recortes na
pandisciplinaridade devem ser feitos em consonância com o que estamos estudando, o que
pretendemos compreender e qual uso prático pretendemos fazer do objeto no mundo real.
Quando discutimos dinâmica e plasticidades enfatizamos que os sujeitos envolvidos no
processo pedagógico procedem numa dinâmica de recortes e recobrimentos. Essa é a dinâmica
natural da cognição criativa. Entretanto, dependendo do recorte na pandisciplinaridade ( e aqui é
necessário recordar que esse recorte deve ser compreendido nos termos da Fig.9 ) limita-se de
forma demasiada esse processo. Novamente, cabe aqui o desafio do ajuste entre rigidez e abertura
nos termos de um Princípio de Balanço Complementar.
Os currículos se materializam na escola a partir dos planos de curso. Nesse sentido, o papel
do coordenador pedagógico e dos professores é central. É sempre difícil essa intermediação, até
porque um dos sujeitos, os alunos, encontram-se presentes na elaboração desses planos apenas de
forma indireta. Essa barreira deve ser superada através da leitura adequada do processo pedagógico
em sala de aula. Dificulta ainda mais esse trabalho o fato de que o conhecimento escolar é quase
que essencialmente o conhecimento científico disciplinar. Entretanto, numa perpectiva sistêmica,
mesmo que ainda não seja, na prática, possível transformar o ensino disciplinar, é desejável pensar-
se num plano de curso que possa ser construído buscando-se um planejamento horizontal
disciplinar em paralelo (Martins, 2000), de tal maneira que os conteúdos das disciplinas que estão
sendo oferecidos num dado momento façam referência recíproca permitindo que alunos e
professores possam realizar recobrimentos com emergência de sentido produtivos no contexto da
experiência pedagógica. Temas e noções transversais, conhecimentos científicos de base multi,
pluri e interdisciplinar, bem como a utilização adequada da intradisciplinaridade (na maior parte
das vezes esquecida) podem ser de muita valia na construção de um ensino renovado alternativo
àquele essencialmente disciplinar. Entretanto, a eficácia de tratar em sala de aula tais temas será
ampliada se os planos de curso contemplarem o diálogo entre disciplinas como princípio de sua
construção.
Para finalizar, é pertinente ressaltar-se a importância de conceitos estruturantes10 ou
organizadores (idéias-força), linha tradicional em didática das ciências, conforme assinalado por
García (1998), na inovação e renovação do ensino tradicional. Ao invés de falarmos de conceitos
estruturantes, preferimos falar em elementos estruturantes, podendo ser conceitos, blocos
intradisciplinares, teorias, ou mesmo blocos interdisciplinares ou transdisciplinares. Esses

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“Conceitos estruturantes são aqueles conceitos que, ao construir-se, organizam o sistema cognitivo permitindo
tratar os dados de outra maneira, adquirir novos conhecimentos, mudar conhecimentos anteriores etc.”
(Gagliardi,1986), citado por (García,1998).

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elementos, quando adequadamente escolhidos, podem favorecer recortes de base sistêmica da
pandisciplinaridade integrando fenomenologia (observação), experimentação, modelos, conceitos e
cálculo analítico ou computacional, eventualmente aplicáveis em áreas disciplinares diferentes. Um
exemplo de elemento estruturante é o conceito de não-linearidade, que pode ser utilizado em todos
os âmbitos disciplinares, segundo abordagens fenomenológica, experimental, conceitual ou
matemática etc.
Acreditamos ter estabelecido, neste trabalho, uma base epistemológica sólida para se
construir metodologias para ensino de ciências. As principais linhas de ação, em andamento, são:
utilização de elementos estruturantes (não-linearidade11, teoria do caos12) para ensino de ciências na
escola média; detalhamento e primeiros passos para materialização do referencial epistemológico
de base sistemo-complexista aqui apresentado para se construir propostas concretas para renovação
e inovação de currículos em cursos superiores de física e de ciências integradas na escola média13;
elaboração, em colaboração com coordenadores pedagógicos de escola pública, de projeto para
desenvolvimento e implantação de planejamento disciplinar horizontal em paralelo14; análise
comparativa de conteúdo de saúde pública, como tema transversal, em livros espanhóis e
brasileiros, em colaboração com equipe espanhola, tendo como finalidade desenvolver metodologia
para o ensino integrado, de base sistêmica, de conceitos para saúde pública e física, química e
biologia15.

Referências Bibliográficas

ATLAN,H. (1979). Entre le cristal et la fumée. Paris: Seuil.


DEBRUN,M. (1996). A idéia de auto-organização. In DEBRUN,M. et al. Auto-organização -
Estudos interdisciplinares. Campinas: Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência,
UNICAMP.
FIEDLER-FERRARA, N. (1997). Literatura e Complexidade. In: CASTRO,G. Ensaios de
complexidade. Porto Alegre: Sulina.
GAGLIARDI, R. (1986). Los conceptos estructurantes en el aprendizaje por investigación.
Enseñaza de las Ciencias 4(1),30-35.
GALVANI, P. (2000). L'autoformation, une perspective transpersonnelle, transdisciplinaire et
transculturelle. Anais do II Encontro sobre Evolução Transdisciplinar na Educação, Guarujá. Em
impressão.
GARCÍA, J.E. (1998). Hacia una teoría alternativa sobre los contenidos escolares. Sevilla: Díada.
JAPIASSU, H. (1976). Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago.

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Colaboração Paulo Attílio Mota Lima e Nelson Fiedler-Ferrara.
12
Colaboração Soraya Uema (Mestrado) e Nelson Fiedler-Ferrara.
13
Colaboração Marcos Strassacapa, Cristiano Rodrigues de Mattos, Nelson Fiedler-Ferrara.
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Equipe: Elisabeth C.R.B. Martins, Maria H.V.Dossi, Regina C.P. Souza, Gilda Argentino, Nelson Fiedler-Ferrara.
15
Equipe: Milagros T. Garcia (Espanha), Cristiano Rodrigues de Mattos e Nelson Fiedler-Ferrara.

14
MARTINS, E.C.R.B. (2000). O plano de curso como caminho da autonomia pedagógica da
escola. Trabalho de conclusão de Curso de Especialização. Universidade Metodista de São Paulo.
Não publicada.
MATURANA, H.R. E VARELA,F.J. (1984). A árvore do conhecimento: as bases biológicas da
compreensão humana. São Paulo: Palas Athena.
MITTELSTRASS, J. (1993). Unity and Transdisciplinarity. Interdisciplinary Science Reviews
18(2),153-157.
MORIN, E. (1977). La méthode. 1. La nature de la nature. Paris: Seuil.
MORIN, E. (1986). La méthode. 3. La connaissance de la connaissance. Paris: Seuil.
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Artes, Universidade de São Paulo.
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VARELA, F.J. (1987) Scienza e Tecnologia della Cognizione. Firenze: Hopefulmonster.
ZABALA, A. (1993). Los enfoques didácticos. In C. Cool (Org.). El constructivismo en el aula.
Barcelona: Graó.

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