As Posicoes Soteriologicas

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SOTERIOLOGIA

A soteriologia é o estudo da salvação humana. A palavra é formada a partir de dois termos gregos
σωτήριος [Soterios], que significa "salvação" e λόγος [logos], que significa "palavra", ou "princípio".

Cada religião oferece um tipo diferente de salvação e possui sua própria soteriologia, algumas dão
ênfase ao relacionamento do homem em unidade com Deus, outras dão ênfase ao aprimoramento do
conhecimento humano como forma de se obter a salvação.

O tema da soteriologia é a área da Teologia Sistemática que trata da doutrina da salvação humana.

Cristianismo
No cristianismo a salvação é estabelecida através de Jesus Cristo. A soteriologia no cristianismo estuda
como Deus separa as pessoas condenadas pelo pecado e os reconcilia com Deus. Os cristãos recebem
o perdão dos pecados, vida e salvação adquirido por Jesus Cristo através de seu sofrimento inocente,
morte e ressurreição após sua morte. Esta graça da salvação é recebida sempre pela fé em Jesus
Cristo, através da palavra de Deus.

Alguns cristãos, simplificadamente, acreditam que a salvação é obtida a partir deles e da vontade de
Deus (Sinergismo), outros crêem que a salvação parte da vontade absoluta de Deus e o homem pela fé
é incapaz de resistir (Monergismo).

Salvação no Catolicismo
A salvação no catolicismo: coloca a Igreja como canal ideal da graça de Deus. A união com a Igreja
pode levar à graça dos céus. Essa graça, na lição de Santo Agostinho, é obra unicamente de Deus (daí
ser denominada graça), cabendo ao homem, unicamente buscar uma vida de santidade e comunhão,
na esperança da salvação. Esta vida de santidade é reforçada por meio dos sacramentos conferidos
pela Igreja que são: batismo, crisma ou confirmação, confissão ou penitência, comunhão ou eucaristia,
matrimônio, ordem e unção dos enfermos. É ainda função dos cristãos a busca daqueles que estão fora
da Igreja, a fim de que possam comungar com a graça de Deus, único dispensador da Graça.

Salvação no Protestantismo
Dentro do protestantismo há diversas vertentes, sendo as mais destacadas o Arminianismo e
o Calvinismo (cada uma delas admitindo subdivisões). Há também a possibilidade de se aderir às
opções católicas, o Tomismo e o Molinismo.

Arminianismo

O arminianismo, nome devido ao seu precursor Jacobus Arminius, é a crença soteriológica comum a
muitos grupos evangélicos, como os Metodismo, os assembleianos, alguns grupos Holiness, e mesmo
alguns anglicanos. Ele pode ser representado pelo acrônimo FACTS:

 Freed by Grace (to Believe) – Livre pela graça (para crer)


 Atonement for All – Expiação para Todos
 Conditional Election – Eleição Condicional
 Total Depravity – Depravação Total
 Security in Christ – Segurança em Cristo

De maneira ampla e um tanto imprecisa estes pontos correspondem aos do histórico Artigo
da Remonstrância (embora esta não seja especificamente uma representação deles), os quais foram
compostos em 1610 pelos primeiros arminianos e constituem o primeiro sumário formal da teologia
arminiana.

Calvinismo

A posição calvinista - nome devido ao teólogo protestante João Calvino - é a crença de diversas
denominações tradicionais, como os Presbiterianismo, Anglicanismo e algunsBatistas. Ela pode ser
representada pelo acrônimo TULIP:

 Total Depravity – Depravação Total


 Unconditional Election – Eleição Incondicional
 Limited Atonement – Expiação Limitada
 Irresistible Grace – Graça Irresistível
 Perseverance of the Saints – Perseverança dos Santos

Estes são derivados do Sínodo de Dort, um sínodo local convocado em 1618-1619 na Holanda para
contradizer e executar os remonstrantes.

Doutrina Luterana
Segundo Martinho Lutero, o Homem nasce por natureza distante de Deus,e cabe a este aceitar ou não
a salvação por meio do sacrifício de Cristo Jesus confessando-o como seu único e suficiente salvador
conforme escrito em Romanos 10.9 "Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e
em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo;" Essa salvação vem por
meio da fé e não por obras "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;" Efésios 2:8-9;mas como afirma o texto
em Tiago 2:17 "Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma." sendo assim as obras
são complementares a salvação,mas não a torna como único meio para atingi-la,ou seja o cristão deve
executar boas obras por ser salvo e não para se salvar".Lutero enfatiza também, o livre arbítrio onde
cada um tem o direito de tomar suas próprias decisões,mas sempre lembrando que estas terão as suas
consequências,fica claro que o cristão segundo a visão Luterana não esta predestinado a salvação,mas
o seus atos é que irão defini-la "Não vos enganeis; de Deus não se zomba. Pois aquilo que o homem
semear, isso também ceifará"Gálatas 6:7.Sendo o homem um ser corruptível esta sujeito a erros,mas
mesmo assim pode contar com sua salvação a partir do momento em que arrepende-se de seus
pecados e os deixa."Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados, e para nos purificar de toda a injustiça." 1 João 1:9 Tiago não diz que para ser salvo é preciso
as obras, mas ele fala da evidência que a genuína fé produz. Se uma pessoa diz ter fé e não produz
algo peculiar a esta fé, como pode haver fé sem produzir nada?
Islamismo
O islamismo surgiu no século 6 na Arábia, região do Oriente Médio que era habitada na época por cerca
de 5 milhões de pessoas. "Eram grupos tanto sedentários como nômades, organizados em tribos e clãs.
A população era na maioria politeísta, mas existiam algumas tribos judaicas e algumas de tradição
cristã". Nesse contexto surgiu o criador do islamismo, o profeta Maomé, chamado de Muhammad pelos
muçulmanos. Órfão desde cedo, ele se tornou um condutor de caravanas, o que lhe possibilitou o
contato com noções básicas da religião cristã. Quando adulto, o futuro profeta passou a se dedicar a
retiros espirituais e, segundo os seguidores do Islã, começou a ter visões divinas com mensagens que
deveria divulgar. As primeiras pregações públicas de Maomé em Meca (sua cidade natal) tiveram pouco
sucesso e geraram atritos locais.

Admirador do monoteísmo (a crença em um só deus), ele criticava uma das maiores fontes de renda de
Meca: a peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais. Maomé
passou a pregar a crença num único deus, Alá, e reuniu suas mensagens num livro sagrado para os
muçulmanos, o Corão. Perseguidos em Meca, o profeta e seus adeptos fugiram para criar a primeira
comunidade islâmica em Medina, um oásis próximo. Essa migração forçada, conhecida como Hégira,
marca o início do calendário muçulmano. Aos poucos, o profeta atraiu cada vez mais seguidores até ter
força para derrotar os rivais que o expulsaram de Meca.

Usando como doutrina a nova religião - que assimilava tradições judaicas, combinada a conceitos
cristãos e ideais das tribos árabes -, ele conseguiu unificar toda a Arábia sob sua liderança. Após
morrer, em 632, seu sogro Abu Bakr passou a conduzir a expansão do islamismo, que nos séculos
seguintes se espalhou pela Europa, Ásia e África, levado não apenas por árabes, mas também por
outros povos convertidos.

Judaísmo
O Judaísmo entende que o povo judaico é o povo escolhido de Deus e enfatiza o comportamento ético
e moral do homem para que ele obtenha o benefício da salvação. Para tanto enfatiza o cumprimento
das Lei (ordenanças) de Deus.

Soteriologia – Continuação

Pelagianismo
A heresia do pelagianismo é uma teoria teológica cristã, atribuída a Pelágio da Bretanha.
Sustenta basicamente que todo homem é totalmente responsável pela sua própria salvação e
portanto, não necessita da graça divina. Segundo os pelagianos, todo homem nasce
"moralmente neutro", sendo capaz, por si mesmo, sem qualquer influência divina, de salvar-se
quando assim o desejar.
Ele ensinava que os seres humanos nasciam inocentes, sem a mancha do pecado original e
pecado herdado. Também acreditava que Deus criava diretamente toda alma humana e,
portanto, toda alma era livre do pecado. Pelágio acreditava que o pecado de Adão não tinha
afetado as gerações futuras da humanidade. Essa interpretação ficou conhecida como
Pelagianismo.

Semi-Pelagianismo
O Semipelagianismo essencialmente ensina que a humanidade é manchada pelo pecado, mas
não ao extremo de não podermos cooperar com a graça de Deus com os nossos próprios
esforços. Essa crença é, em essência, depravação parcial, ao invés de depravação total.

Fontes:
http://www.monergismo.com/textos/arminianismo/pelagianismo.htm
http://mb-soft.com/believe/ttc/pelagian.htm

Pelagianismo é o nome dado aos ensinamentos de Pelágio, um britânico cristão ativo em


Roma no final do século 4 e 5 cedo. Frequentemente identificado como um monge, mas
provavelmente um leigo, Pelágio era um intérprete bíblico (ele escreveu um comentário sobre
as cartas de Paulo) e teólogo que destacou a capacidade humana para cumprir os
mandamentos de Deus. Em Roma, ele se tornou o centro de um grupo em grande parte
aristocrática cujas objetivo era buscar a forma mais rigorosa da vida religiosa em contraste com
a moralidade indiferente dos outros cristãos. Pelagianismo pode, assim, ser considerado um
movimento de reforma dentro tarde cristianismo romano. Sua doutrina, no entanto, foi
condenado como heresia.

Sob a ameaça de os godos "invasão (410) da Itália, Pelágio se juntou a outros refugiados
romanos que viajaram para a África do Norte. Lá seu ensino foi contestada por Agostinho, a
principal figura na igreja do Norte Africano. Ao afirmar que os seres humanos podem fazer o
que Deus requer, Pelágio havia enfatizado a liberdade da vontade humana ea capacidade de
controlar um motivos e ações sob a orientação da lei de Deus. Em contraste, Agostinho insistiu
que ninguém pode controlar a sua própria motivação e essa pessoa requer a assistência da
Graça de Deus, se ele ou ela está a vontade e fazer o bem. Só com a ajuda da graça divina
pode um indivíduo superar a força da pecado e viver corretamente diante de Deus. Na
controvérsia resultante vistas de Agostinho prevaleceu e tornou-se dominante no ensino
cristão.

Pelágio estava em Jerusalém em 415, mas não há nenhuma razão para supor que ele passou
a última parte de sua vida lá. Ele foi excomungado (417) pelo Papa Inocêncio I, e suas opiniões
foram condenados por uma série de concílios da Igreja. Por outro século, no entanto, a sua
teologia encontrou apoio em áreas do norte da África, Itália, sul da França e Grã-Bretanha, e as
questões de liberdade humana e divina graça permaneceram temas centrais de debate ao
longo da história da teologia cristã.
William S Babcock

Bibliografia
R Evans, Pelágio: Consultas e reavaliações (1968); J Ferguson, Pelágio: um estudo histórico e
teológico (1956); BR Rees, Pelágio (1988).

Pelagianismo é que o ensino, originário do século IV, que salienta a capacidade do homem
para dar os primeiros passos em direção a salvação por seus próprios esforços, além da graça
especial. Ele é fortemente contestado pelo agostinianismo, que enfatiza a necessidade
absoluta da graça interior de Deus para salvação do homem.

Pelágio era uma pessoa eminentemente moral, que se tornou um professor de moda em
Roma, no final do século IV. Britânico de nascimento, ele era um asceta zeloso. Se ele era um
monge ou não, não podemos dizer, mas ele claramente apoiada ideais monásticos. Em seus
primeiros escritos ele argumentou contra os arianos, mas disparou seus canhões contra os
maniqueus. Seu fatalismo dualista enfureceu o moralista nele

Enquanto em Roma, Pelágio estudou anti Agostinho - escritos maniqueístas, especialmente no


livre-arbítrio. Ele veio para se opor apaixonadamente quietismo Agostinho, refletida em sua
oração nas Confissões: "Dê o que tu ordenaste, e manda o que tu queres" (X, 31,45).

Quando os visigodos subiu em cima de Roma, em 410/411, Pelágio buscou refúgio na África.
Depois de evitar um encontro com Agostinho, ele se mudou para Jerusalém, onde ganhou uma
boa reputação. Ninguém se ofendeu com o seu ensinamento.

Enquanto isso, na África, Coelestius Pelágio do aluno, um homem menos cautelosos e mais
superficial, tinham claramente desenhado as consequências do ensino Pelágio sobre a
liberdade. Clérigos na área de Cartago solenemente o acusou de heresia. Segundo Agostinho,
Coelestius não aceitou a "remissão dos pecados" no batismo infantil. Tal afirmação de
"inocência" de recém-nascidos negou a relação básica na qual todos os homens estão "desde
Adão". Ele estava afirmando que o homem não redimido é sólida e livre para fazer tudo de
bom. Foi tornando a salvação por Cristo supérfluo.

Agostinho enviou seus Orósio próprio discípulo para o Oriente, em uma tentativa de ganhar a
condenação de Pelágio. Mas no Oriente clérigos foram incapazes de ver nada mais do que
uma disputa obstinada sobre trivialidades. Eles absolvido Pelágio, uma decisão que enfureceu
os africanos, que se virou em direção a Roma e obrigou o Papa Inocêncio I de condenar
expressamente a nova heresia.

A pedra angular do Pelagianismo é a idéia da vontade incondicional do homem livre e sua


responsabilidade moral. Ao criar o homem Deus não submetê-lo, como as outras criaturas, com
a lei da natureza, mas deu-lhe o privilégio único de realizar a vontade divina por sua própria
escolha . Esta possibilidade de escolher livremente o bem implica a possibilidade de escolher o
mal.

De acordo com Pelágio há três recursos em ação humana: alimentação (Posse), vontade
(Velle), ea realização (ESSE). O primeiro vem exclusivamente de Deus, os outros dois
pertencem ao homem. Assim, como o homem age, ele merece elogio ou culpa. O que quer que
seus seguidores podem ter dito, Pelágio se realizou a concepção de uma lei divina
proclamando aos homens o que devem fazer e dando-lhes a perspectiva de recompensas e
castigos sobrenaturais. Se o homem goza de liberdade de escolha, é pela generosidade
expressa de seu Criador, ele deve usá-lo para os fins que Deus prescreve.

O resto do pelagianismo flui desse pensamento central da liberdade. Primeiro, ele rejeita a
idéia de que a vontade do homem tem qualquer preconceito intrínseco em favor de
irregularidades, como resultado da queda. Uma vez que cada alma é criada diretamente por
Deus, como Pelágio acreditava, então ele não pode vir ao mundo manchadas pelo pecado
original transmitido a partir de Adão. Antes de uma pessoa começa a exercer sua vontade, "só
há nele o que Deus criou." O efeito do batismo infantil, então, não é a vida eterna, mas "a
iluminação espiritual, a adoção como filhos de Deus, a cidadania da Jerusalém celeste."

Segundo, Pelágio considera graça puramente uma ajuda externa fornecida por Deus. Ele não
deixa espaço para nenhuma ação especial interior de Deus sobre a alma. Pela "graça" Pelágio
realmente significa o livre arbítrio próprio ou a revelação da lei de Deus através da razão,
instruindo-nos no que devemos fazer e segurando a nós sanções eternas. Desde essa
revelação tornou-se obscurecida pela alfândega do mal, a graça agora inclui a lei de Moisés e
os ensinamentos eo exemplo de Cristo.
Esta graça é oferecida igualmente a todos. Deus não faz acepção de pessoas. Por mérito
antecedência homens sozinhos em santidade. Predestinação de Deus opera de acordo com a
qualidade das vidas Deus prevê homens levará.

Teólogos costumam descrever o Pelagianismo como uma forma de naturalismo. Mas este
rótulo dificilmente faz justiça ao seu espírito religioso. Defeituoso que o sistema está em seu
reconhecimento da fraqueza do homem, que não reflete a consciência da vocação do homem e
as exigências da lei moral. No entanto, um Pelagianismo de - unilateralidade permanece uma
interpretação inadequada do cristianismo. Este foi especialmente após Coelestius empurrado
para o primeiro plano a negação do pecado original, o ensinamento de que Adão foi criado
mortal, ea idéia de que as crianças são elegíveis para a vida eterna, mesmo sem o batismo.
Essa visão otimista da natureza humana e compreensão inadequada da graça divina foi
finalmente condenado em 431, no Concílio de Éfeso.

BL Shelley
(Elwell Evangélica Dicionário)

Calvinismo

Arminianismo

Notas explicativas

Sinergismo significa na teologia cristã a teoria de que o homem tem algum grau de participação na
salvação, ou seja, é responsável pela sua salvação ou perdição. Os pais da igreja grega dos primeiros
séculos do cristianismo e muitos dos teólogos católicos medievais eram sinergistas. Philip Melanchthon,
companheiro de Lutero na reforma alemã, era sinergista, embora o próprio Lutero não fosse.

O oposto do Sinergismo é o monergismo, que corresponde à teoria de que o homem não tem nenhuma
responsabilidade em sua própria salvação, sendo salvo ou condenado exclusivamente pela decisão
soberana de Deus.

Os pensadores cristãos de diversas épocas desenvolveram diferentes formas de sinergismo, tais como
o pelagianismo, o semipelagianismo e o sinergismo arminiano, entre outros.

 Pelagianismo: forma de sinergismo atribuída a Pelágio da Bretanha, um contemporâneo


de Santo Agostinho. O pelagianismo nega a existência do pecado original. Assim, se não há pecado
original, não há total depravação e todos os homens poderiam chegar à salvação pela simples
prática das boas obras. O pelagianismo foi amplamente condenado em diversos concílios, tais como
os de Cartago, Milevis e o 2º Concílio de Orange, em 529DC.
 Semipelagianismo: forma de sinergismo ensinada pelos massilianos, principalmente João
Cassiano (360-435). Mesmo com a vontade depravada, o homem ainda teria um poder residual
para dar os primeiros passos em direção à salvação, mas não para completá-la.
O semipelagianismo também foi condenado como heresia no 2º Concílio de Orange, em 529DC.

Sinergismo arminiano[editar | editar código-fonte]


Ao contrário do semipelagianismo e do pelagianismo, o sinergismo arminiano afirma a total depravação
do homem em seu estado natural. De fato, com relação à depravação total, não há diferença entre
o calvinismo e o arminianismo. O homem é totalmente incapaz, até mesmo, de desejar se aproximar de
Deus. Para Armínio, a salvação é pela graça somente e por meio da fé somente. Mesmo para dar os
primeiros passos em direção a Deus o homem precisa da graça preveniente, que foi tornada disponível
a todos os homens graças à obra redentora de Jesus Cristo. Portanto, a participação do homem em sua
própria salvação consiste apenas em não resistir a Deus. Todavia, nenhum homem nasce com essa
capacidade de não resistir à Deus, já que todos nascem totalmente depravados, com sua natureza
corrompida devido ao pecado de Adão. É a graça preveniente, outorgada por Deus a todos os homens,
que restaura neles essa capacidade de escolherem a Deus, se quiserem.

Portanto, para Armínio e os chamados "arminianos do coração", entre os quais podem-se citar Simon
Episcopius, John Wesley, John Miley, Richard Watson, William Burton Popee Ray Dunning, nenhum
homem nasce com o livre-arbítrio, ou seja, a livre capacidade de decidir aceitar a salvação oferecida por
Deus. É exatamente neste ponto que o sinergismo arminiano clássico se diferencia do pelagianismo e
do semipelagianismo. Ao contrário, para Armínio, é a graça preveniente que restaura em todos os
homens essa capacidade. Portanto, a expressão "livre-arbítrio", tão comumente associada à teologia
de Armínio, deve ser entendida como "arbítrio liberto" ou "vontade liberta" pela graça preveniente,
capacitante e cooperante.

Alguns teólogos conhecidos como arminianos desviaram-se das idéias originais de Armínio e passaram
a defender posições pelagianas e semipelagianas. São os "arminianos da cabeça", que seguiram as
idéias do holandês Philip Limborch. Devido a esse fato, a teologia arminiana é comum e erroneamente
associada ao pelagianismo e aosemipelagianismo.

Monergismo significa na teologia cristã a teoria de que o Espírito Santo sozinho pode atuar num ser
humano e propiciar a conversão.

Em uma manifestação simplificada o monergismo afirma que a salvação emana toda ela de Deus,
opondo-se ao sinergismo, o qual afirma que Deus atua parcialmente e que a totalidade da salvação
também depende da vontade de cada ser humano para completar a obra divina e com isso unir-se a
Deus de maneira deliberada. Segundo o monergismo a um pecador é concedido o perdão quando da
morte de Jesus e por isso estaria implícita a comunhão com o Cristo, e a fé em Jesus pelo Espírito
Santo. Assim, para uns a santificação viria instantaneamente, ou para outros como algo progressivo.
Mas segundo o monergismo a santificação advém inteiramente de Deus, dentro do conceito de graça
irresistível.

Monergismo (regeneração monergística) é uma benção redentora adquirida por Cristo para aqueles que
o Pai lhe deu (1Pe 1.3; Jo 6.37-39). Ela comunica aquele poder na alma caída pela qual a pessoa que
deve ser salva é eficazmente capacitada a responder ao chamado do evangelho (Jo 1.13). Ela é aquele
poder sobrenatural de Deus somente pelo qual nos é concedida a capacidade espiritual para cumprir as
condições do pacto da graça; isto é, para apreender o Redentor por uma fé viva, para se achegar aos
termos da salvação, se arrepender dos ídolos e amar a Deus e o Mediador supremamente. O Espírito
Santo, ao vivificar a alma, misericordiosamente capacita e inclina o eleito de Deus ao exercício espiritual
da fé em Jesus Cristo. Este processo é o meio pelo qual o Espírito nos traz à viva união com Ele.

tomismo é a filosofia escolástica de São Tomás de Aquino (1225-1274), e que se caracteriza,


sobretudo pela tentativa de conciliar oaristotelismo com o cristianismo. Procurando assim integrar
o pensamento aristotélico e neoplatônico, aos textos da Bíblia, gerando uma filosofia do Ser, inspirada
na fé, com a teologia científica.

A filosofia tomista é por excelência a metafísica ao serviço da teologia1 .

Aqueles que seguem este pensamento ou alguma de suas doutrinas são conhecidos por tomistas.
No Concílio de Trento o tomismo ocupou lugar de honra e, a partir do papa Leão XIII, foi adoptado como
pensamento ou uma das correntes teológicas oficiais da Igreja Católica, senão a principal2 .

O tomismo afirma-se e caracteriza-se como uma crítica que valoriza a orientação do pensamento
platônico-agostiniano em nome doracionalismo aristotélico, que pareceu um escândalo, no campo
católico, ao misticismo agostiniano. Ademais, o tomismo se afirma e se caracteriza como o início da
filosofia no pensamento cristão e, por conseguinte, como o início do pensamento moderno, enquanto a
filosofia é concebida qual construção autônoma e crítica da razão humana.

Segundo a concepção platônico-agostiniana, o conhecimento humano depende de uma particular


iluminação divina; segundo esta doutrina, portanto, o espírito humano está em relação imediata com o
inteligível, e tem, de certo modo, intuição do inteligível. A esta gnosiologia inatista, Tomás opõe
francamente a gnosiologia empírica aristotélica, em virtude da qual o campo do conhecimento humano
verdadeiro e próprio é limitado ao mundo sensível. Acima do sentido há, sim, no homem, um intelecto;
este intelecto atinge, sim, um inteligível; mas é um intelecto concebido como uma faculdade vazia,
sem idéias inatas - é uma tabula rasa, segundo a famosa expressão - ; e o inteligível nada mais é que a
forma imanente às coisas materiais. Essa forma é enucleada, abstraída pelo intelecto das coisas
materiais sensíveis.

Essa gnosiologia é naturalmente conexa a uma metafísica e, em especial, a uma antropologia, assim
como a gnosiologia platônico-agostiniana era conexa a uma correspondente metafísica e antropologia.
Por isso a alma era concebida quase como um ser autônomo, uma espécie de natureza angélica, unida
extrinsecamente a um corpo, e a materialidade do corpo era-lhe mais de obstáculo do que instrumento.
Por conseguinte, o conhecimento humano se realizava não através dos sentidos, mas ao lado e acima
dos sentidos, mediante contato direto com o mundo inteligível; precisamente como as inteligências
angélicas, que conhecem mediante as espécies impressas, idéias inatas. Vice-versa, segundo a
antropologia aristotélico-tomista, sobre a base metafísica geral da grande doutrina da forma, a alma é
concebida como a forma substancial do corpo. A alma é, portanto, incompleta sem o corpo, ainda que
destinada a sobreviver-lhe pela sua natureza racional; logo, o corpo é um instrumento indispensável ao
conhecimento humano, que, por conseqüência, tem o seu ponto de partida nos sentidos.

A terceira característica do agostinianismo é o assim chamado voluntarismo, com todas as


conseqüências de correntes da primazia da vontade sobre o intelecto. A característica do tomismo, ao
contrário, é o intelectualismo, com a primazia do intelecto sobre a vontade, com todas as relativas
conseqüências. O conhecimento, pois, é mais perfeito do que a ação, porquanto o intelecto possui o
próprio objeto, ao passo que a vontade o persegue sem conquistá-lo. Esta doutrina é aplicada tanto
na ordem natural como na ordem sobrenatural, de sorte que a bem-aventurança não consiste no gozo
afetivo de Deus, mas na visão beatífica da essência divina.

Molinismo - é a doutrina que leva o nome do jesuíta espanhol Luís de Molina (1535-1600) segundo a
qual as ações e comportamentos humanos estão submetidos a uma predestinação, mas conforme os
méritos pessoais de cada um, já conhecidos por Deus antecipadamente. 1 A igreja tolera o molinismo
mas não o aceita por ter uma doutrina oposta à de Santo Agostinho.2 Deste ponto de vista, se opõe à
salvação somente pela graça, defendida por protestantes e jansenistas.

Os jansenistas acusam o molinismo de laxismo e semi-pelagianismo, sistema de atitude moral ou


prática que tende a suavizar o rigor das leis ou regulamentos da Igreja.

Segundo o jesuíta a vontade humana nas ações livres não é só um instrumento de Deus, causa
principal, mas causa autêntica dos efeitos realizados, sendo o concurso divino simultâneo e não
precedente em relação ao exercício da própria ação.4

O molinismo argumenta que Deus atinge seu objetivo através das vidas das criaturas genuinamente
livres por intermédio de sua omnisciência. O modelo proposto apresente o conhecimento infinito de
Deus em uma séria de três momentos lógicos (considerados nessa ordem não-cronológica, mas lógica):
"Conhecimento natural", "Conhecimento médio" e o "Conhecimento livre":5

1. Conhecimento natural
O conhecimento do que é possível ou das possibilidades.
2. Conhecimento médio
O conhecimento de como um ser possuidor de livre-arbítrio (independência libertária) poderia
agir em qualquer situação.
3. Conhecimento livre
O conhecimento do que realmente acontecerá.

Assim, o Conhecimento médio de Deus desempenha um papel importante na realização do mundo. Na


verdade, parece que o Conhecimento Médio desempenha um papel mais imediato na criação de
presciência de Deus. William Lane Craig assinala que "sem o Conhecimento médio, Deus iria encontrar-
se, por assim dizer, com o conhecimento do futuro, mas sem qualquer planejamento lógico e prévio do
futuro."6 A colocação do Conhecimento médio de Deus entre o Conhecimento natural e o Conhecimento
livre é crucial. Pois se o Conhecimento médio estivesse depois do Conhecimento livre, então Deus
estaria ativamente fazendo o que várias criaturas fariam em várias circunstâncias e, assim, destruindo a
liberdade. Mas, colocando o Conhecimento Médio antes do Conhecimento livre, Deus permite a
liberdade. A colocação de Conhecimento médio logicamente depois do Conhecimento natural, mas
antes do Conhecimento livre também dá a Deus a possibilidade de examinar mundos possíveis e
decidir qual mundo atualizar.7

Graças, então, ao Conhecimento médio, Deus sabe o que a vontade livre fará nas diversas situações
em que uma pessoa se encontrar e, através do Conhecimento livre, em qual situação a pessoa
concretamente ficará, assim ele pode com certeza prever o sucesso da graça que doará a cada um.4

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