Distrato Social
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Distrato social –
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Sabemos que o contrato é um vínculo jurídico, geralmente efetivado através de um documento
formal, entre duas ou mais pessoas, onde expressam sua vontade e responsabilidade pelo ato
firmado. Esse documento fica resguardado pela segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou
seja, é um acordo de vontades.
Porém, nem sempre as partes que firam o contrato conseguem manter o que foi combinado
inicialmente. Ou até mesmo, a relação acaba ficando desgastada, e ambos decidem por terminar
o combinado. É dessa forma que surge o primeiro indício de que um distrato social está por vir.
A norma que consta no artigo 472 do Código Civil, determina que o distrato seja feito da mesma
forma do contrato. Assim, a liberdade de contratar deverá ser exercida em razão e nos limites da
função social do contrato, com relação ao qual os contratantes são obrigados a respeitar e
guardar os princípios de probidade e de boa-fé.
O distrato pode ser motivado por duas situações: pela resolução ou pela resilição.
• Resolução
É o encerramento do contrato, que acontece de forma pré-estabelecida entre as partes.
A resolução ocorre quando uma obrigação contratual deixa de ser cumprida, de forma parcial ou
total, por uma das partes.
Por exemplo, quando uma das partes deixa de pagar a outra como acordado, o contrato pode ser
distratado por inadimplência. Ou quando um sócio deixa de cumprir com suas obrigações para
com a empresa, o contrato pode ser distratado por descumprimento.
Porém, se a outra parte também descumprir suas obrigações, o distrato por resolução deixa de
ser aplicável e o contrato continua valendo (a famosa “elas por elas”).
• Resilição
A resilição é o cancelamento do contrato, motivado por iniciativa das partes contratantes. Nesse
caso, o processo de distrato pode ocorrer de duas maneiras: consensual ou unilateral.
O distrato consensual acontece quando as duas partes desejam encerrar sua relação contratual.
Dessa forma, o distrato é feito de forma conjunta, com os lados entrando em um acordo sobre a
rescisão do contrato.
Porém, também existe a possibilidade de o contrato ser rescindido por vontade de apenas um dos
envolvidos. É o chamado distrato unilateral. Quando essa hipótese ocorre, o distrato ocorre de
forma litigiosa, onde o distratante precisa notificar o distratado, em cumprimento ao artigo 472 do
Código Civil.
Os primeiros passos
Quando existe um consenso em encerrar as atividades da empresa, a primeira ação é reunir os
sócios para a assinatura da ata de encerramento. Neste documento deve ser nomeado uma
pessoa (que pode ser um dos sócios) para atuar como o liquidante da empresa. Esta pessoa
ficará responsável por liquidar as pendências do empreendimento que está prestes a fechar, tais
como pagamentos ou recebimentos que estejam pendentes.
Depois desta etapa, deve ser elaborado um documento chamado Distrato Social – uma espécie
de contrato definindo a forma de dissolução da empresa. Este papel informa qual é a razão (ou
razões) pela qual a empresa será fechada, e como serão divididos os bens da empresa. Deve
conter detalhadamente o patrimônio da empresa ao tempo do fechamento, e definir ainda
aspectos mais específicos, como quem deverá ficar responsável pela guarda dos livros fiscais e
demais documentos.
Ao assinar o Distrato Social, todos os sócios concordam com o fechamento da empresa nos
termos definidos pelo documento. Caso haja algum conflito entre os sócios, pode ser requisitada
a ação de um mediador, que tentará buscar o comum acordo.
A liquidação antecede a extinção da pessoa jurídica, após ocorrida a causa que deu origem à sua
dissolução. Nesta fase, ficam suspensas todas as negociações que vinham sendo mantidas como
“atividade normal”, continuando apenas as já iniciadas para serem as últimas durante a existência
da pessoa jurídica.
O documento de distrato também precisa apresentar, de forma clara, os motivos que levaram ao
cancelamento do contrato, para evitar erros de interpretação.
Após definidas as condições, ambas as partes assinam o termo para concretizar a dissolução do
contrato de forma oficial, mediante o registro na Junta Comercial competente, dentro de 30 dias
contados de sua assinatura, em cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento.
Tratando-se de sociedades de natureza civil, o distrato deve ser apresentado para registro no
Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas em que tenha sido registrado o contrato social.
Elabora-se então o Distrato Social, documento que informa o motivo pelo qual a sociedade se
desfez, e divide os bens da empresa entre os sócios. O Distrato deverá conter a importância
repartida entre os sócios, os motivos da dissolução, e a referência à pessoa ou pessoas que
assumirem o ativo e guarda dos livros e documentos contábeis e fiscais.
Com a assinatura do Distrato Social, os sócios concordam com o fim da sociedade. Caso exista
um conflito entre os sócios, será necessário encontrar um mediador, que pode ser um advogado
ou uma outra pessoa de confiança da empresa, para buscar um acordo.
A ParaLegalWeb é uma plataforma que permite abrir empresa de forma rápida, fácil, transparente,
sem burocracias e totalmente online. Além da abertura, trabalhamos também com a elaboração e
efetivação do seu distrato. Entre em contato conosco para maiores detalhes sobre nossos
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Importante ressaltar que, caso não consiga chegar a um acordo sobre o Distrato Social, será
preciso ingressar, no judiciário, com uma ação de dissolução da sociedade, o que torna o
fechamento da empresa caro, desgastante e demorado.
Elementos do Distrato
O Manual de Atos do Registro do Comércio (voltado às Sociedades por Quotas de
Responsabilidade Limitada), que foi aprovado pela Instrução Normativa DNRC nº 98/2003, dispõe
que o distrato social deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos:
– O nome empresarial;
– O nº do CNPJ;
– A resolução de promover o distrato social e o corpo do distrato, no qual deverão constar, como
cláusulas obrigatórias: a declaração dos valores divididos entre os sócios, referência à pessoa ou
às pessoas que assumirem o Ativo e o Passivo da sociedade, supervenientes ou não à
liquidação, a guarda dos livros, os motivos da dissolução (se não for por mútuo consenso), e a
data de encerramento.
Importante mencionar que o empresário (ou até mesmo a pessoa jurídica) que responder por uma
Empresa de Pequeno Porte (EPP) ou Microempresa (ME), pode efetivar a baixa (encerramento)
independentemente de suas pendências tributárias com órgãos de vigência municipal, estadual
ou federal. Contudo, esta baixa não isenta os antigos sócios da extinta empresa de suas
responsabilidades diante das pendências que porventura venham a existir.
Verificação de pendências
Ainda que a sua empresa não possua empregados, ela pode estar com algum débito relativo à
retenção dos tributos previdenciários. Se o recolhimento tiver sido feito de forma adequada pela
empresa ao longo do seu funcionamento, e não existirem pendências, a sociedade que está para
ser fechada pode retirar sua Certidão Negativa de Débitos de forma gratuita no site da
Previdência Social. O documento possui validade de 180 dias.
Contudo, se houver alguma pendência ou divergência a ser resolvida, será necessário agendar
atendimento em alguma seção da Receita Federal, para esclarecimentos acerca das pendências
e o devido pagamento dos débitos.
Outro documento obrigatório que precisará ser apresentado junto ao Distrato Social, para que a
empresa consiga encerrar suas atividades, é o Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (CRF). Novamente, também é obrigatório para empresas sem funcionários,
porque ainda assim existe a contribuição ao FGTS.
Este documento é fornecido pela CEF – Caixa Econômica Federal, com validade de 30 dias.
Além desta documentação, para fechar a sua empresa, será necessário estar em dia com o
Ministério da Fazenda. A RFB (Receita Federal do Brasil) verificará se a sua empresa realizou o
correto recolhimento dos impostos de competência federal, como o PIS, COFINS, CSLL e o IRPJ.
Para isso, é necessário retirar junto ao órgão uma certidão negativa de débitos chamada de
Certidão Negativa Conjunta, documento que reúne a Certidão de Dívida Ativa com a União e a
Certidão de Quitação de Tributos e Contribuições Federais.
Esta certidão, também conhecida como CND, possui validade de 180 dias e, em caso de plena
regularidade, pode ser emitida pela internet através dos sites da Procuradoria Geral da Fazenda
Nacional e da Receita Federal.
Será necessário o pagamento de uma taxa, e cada Estado estipula o valor da guia e o prazo para
este arquivamento ser efetivado. Estes detalhes foram estipulados pela Instrução Normativa
DNRC 105/2007.
O último passo será a baixa no CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. Para a realização
deste processo, deve-se solicitar o cancelamento do CNPJ e o documento básico de entrada
(DBE), que deve ser assinado com firma reconhecida em cartório.
Todos estes documentos devem ser apresentados à Receita Federal, em conjunto com os
demais necessários à baixa de uma empresa (para evitar pendências tributárias e fiscais). A partir
deste momento, a empresa estará, definitivamente, legalmente encerrada.
Conclusão
O ato de encerramento de uma empresa nunca é uma ação 100% agradável, mas em alguns
momentos, ela acaba se tornando uma necessidade. Assim como na abertura, no fechamento
também é preciso seguir o previsto na legislação e no contrato social, para que, uma vez
encerrada, não haja qualquer problema com a Receita Federal.
Além de parar de produzir e encerrar os trabalhos, o fechamento de uma empresa envolve uma
série de obrigações burocráticas, financeiras e contábeis, para que este encerramento seja
devidamente reconhecido pelo Estado, e também pelas instituições bancárias, ou outros agentes
relacionados às atividades do empreendimento.
Com o objetivo de evitar burocracias e encerrar sua empresa com a maior agilidade possível, a
ParaLegalWeb está à disposição para auxiliá-lo neste tortuoso caminho! Fale com a gente!
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