Hebraico e o Aramaico
Hebraico e o Aramaico
Hebraico e o Aramaico
janeiro 4, 2019
jonathan-frate
Neste artigo vamos falar sobre mais uma dúvida bastante frequente: Qual a diferença entre o
Hebraico e o Aramaico?
Para começarmos de maneira bem simples, é importante ficar claro: São dois idiomas
diferentes. O hebraico é um idioma, o aramaico é outro idioma.
O livro de Gênesis fala de um homem que se chamava Shem (ouSem), de onde vieram
os semitas.
Já os arameus, os filhos de Aram, eram um povo que vivia na região da Síria. O país chamado
de “Aram” no texto bíblico em hebraico, é traduzido para as línguas ocidentais como “Síria“.
A língua dos arameus, o aramaico, acabou tomando conta de toda a região do oriente médio no
mundo antigo.
Hoje em dia a língua predominante no oriente médio é o árabe. Antigamente, era o aramaico.
O aramaico era falado pelos babilônios, pelos sírios, pelos assírios, por todos os povos naquela
região, com diferentes dialetos. Inclusive os judeus, depois do exílio babilônico, acabaram
deixando de falar o hebraico, e adotando o aramaico, que era a língua universalmente falada na
região.
O aramaico é bem parecido com o hebraico. É mais ou menos como se fosse o português e
o espanhol.
Você que é brasileiro, português, ou de outro país falante da língua portuguesa, mesmo que não
fale espanhol, você consegue reconhecer bastante coisa do idioma. São línguas “irmãs”.
O hebraico e o aramaico são mais ou menos assim, são línguas semelhantes, que possuem a
mesma raiz. Talvez não tão semelhantes como o português e o espanhol, mas vale o exemplo.
O hebraico e o aramaico também são línguas “irmãs”.
Hoje em dia, o hebraico é a língua oficial do estado de Israel, e é falado pelos israelenses.
Já o aramaico, hoje em dia, apesar de não ser a língua oficial de algum país específico, ao
contrário do que alguns pensam, também não é uma língua morta. O aramaico ainda é falado
como língua nativa por vários povoados e comunidades tradicionais na região do oriente médio.
Existem, na verdade, vários dialetos diferentes do aramaico, de maneira que nem sempre um
grupo de falantes do aramaico entende o dialeto falado por outro grupo.
O aramaico também é usado como língua litúrgica por muitos cristãos no oriente, nas
igrejas de tradição siríaca, e também aparece em alguns trechos da liturgia judaica, como a
famosa oração do “Kadish”, que é feita em aramaico. O aramaico é também a língua do
Talmud, importante literatura judaica.
Mas alguns poucos capítulos são exceção. Apenas alguns capítulos do livro de Daniel e do
livro de Esdras foram escritos em aramaico.
Uma observação importante é que o aramaico usado atualmente é geralmente escrito com
o alfabeto siríaco, que é um alfabeto com a aparência bem diferente do alfabeto hebraico.
Mas o aramaico usado na literatura judaica, inclusive na Bíblia Hebraica, é escrito com as
próprias letras hebraicas. Isto quer dizer que quem sabe ler hebraico é capaz de ler os textos
bíblicos dos livros de Daniel e Esdras escritos em aramaico também. E quem entende o
hebraico, possivelmente também vai entender muita coisa destes textos em aramaico.
Sabendo o hebraico, não é difícil aprender o aramaico do livro de Daniel e de Esdras. Afinal,
são poucos capítulos, apenas poucos textos para estudar.
O Novo Testamento foi escrito em grego, sendo esta a posição aceita como consenso pela
maioria dos teólogos e acadêmicos.
Porém, existe uma linha de pensamento alternativa, que defende que o original do novo
testamento teria sido escrito em aramaico, e depois traduzido para o grego.
Assim como os cristãos no ocidente defendem a primazia do grego, há igrejas cristãs no oriente,
como a igreja ortodoxa assíria, por exemplo, que defendem a primazia do aramaico. Esta ideia
foi defendida pelo autor cristão assírio George Lamsa.
A versão aramaica do novo testamento faz parte da Bíblia Siríaca, que é chamada de Peshitta, e
é a Bíblia oficial das igrejas de tradição Siríaca. O texto desta versão bíblica não é escrito com o
alfabeto hebraico, mas com o alfabeto siríaco.
No tempo de Jesus, a língua falada em Israel era o aramaico. Conforme foi dito, depois do exílio
na Babilônia, os judeus adotaram o aramaico, que era a língua falada em todo o oriente médio.
Então Jesus, assim como todos os judeus que moravam em Israel na época, conversavam em
aramaico. O hebraico era usado na liturgia, nas sinagogas e no templo.
Aramaico
Hebraico
A língua hebraica está mais diretamente relacionada ao idioma da antiga Ugarite, a capital
de um reino ao norte da costa da Síria (atualmente chamado Ras Shamra), bem como ao
fenício e o moabita. No AT é chamado de ‘a língua de Canaã’ (Is 19: 18) ou ‘judaico’ (2 Rs
18: 26-30; Is 36: 11-13; Ne 13: 24). A designação ‘hebraico’ ocorre pela primeira vez no
livro de Ben-Siraque (livro apócrifo). Assim, a escrita hebraica é proveniente da escrita do
norte – semítica ou fenícia.
A Torá que os judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de Moisés, cerca de
3.300 anos atrás, foi redigida no hebraico dito “clássico”. Embora hoje em dia seja uma
escrita foneticamente impronunciável, portanto indecifrável, devido à não-existência de
vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus a chamam de Lashon haKodesh (“A
Língua Sagrada”) já que muitos acreditam ter sido escolhida para transmitir a mensagem de
Deus à humanidade. Na verdade, a Torá original não existe mais. O que eles têm é a cópia
de cópias que vêm sendo feitas ao longo dos séculos. Por volta da destruição de Jerusalém
pelos babilônicos o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo Aramaico (língua
babilônica), tornando-se primariamente uma língua regional, tanto usada na liturgia, no
estudo da Mishná e do Talmude, como também no comércio.
Contudo, como essa literatura é parte integrante das Escrituras, os caracteres ainda hoje
permanecem preservados em outros idiomas. Pelos seguintes 700 anos, o aramaico
tornou-se a língua da Judéia restaurada. Por exemplo:
Sete dialetos do aramaico Ocidental eram falados na época de Jesus. O velho judaico era o
dialeto proeminente de Jerusalém e da Judéia. O aramaico Galileu, a língua da região natal
de Jesus só é conhecida de alguns poucos lugares. Além dos vários dialetos de
aramaico, o grego era usado extensivamente nos centros urbanos. Há pouca evidência do
uso do hebraico durante esse período. A língua hebraica escrita do AT era lida e entendida
pelas classes cultas. O hebraico deixou de ser a língua do dia a dia. Além disso, as várias
palavras no contexto grego do NT que não são traduzidas, são claramente aramaicas ao
invés de hebraicas. Esse aramaico não é o aramaico da Galiléia, mas o antigo aramaico da
Judéia. Isso sugere que as palavras de Jesus foram transmitidas no dialeto da Judéia e
Jerusalém ao invés do de Sua cidade natal.
O hebraico não foi usado como uma língua falada por aproximadamente 2.300 anos, ou
seja, foi considerada uma língua morta, assim como o latim. Contudo, as línguas que os
judeus adotaram em seus países de residência, a saber, o Sefaradi (latino) e
o Iídiche (Alemão), não estavam diretamente relacionadas com o hebraico; a primeira
baseada no espanhol peninsular com empréstimos árabes, e a última, um antigo dialeto do
alemão medieval; contudo, ambas foram escritas da direita para a esquerda, utilizando o
alfabeto hebraico.
O hebraico renasceu como língua falada durante o final do séc. XIX e começo do séc. XX
como o hebraico moderno, adotando alguns elementos dos idiomas árabe, latino e iídiche,
e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria
dos habitantes do Estado de Israel, do qual é a língua oficial primária (o árabe também tem
status de língua oficial).
Qual a diferença entre as palavras: Hebreu, Israelita e Judeu?
Hebreu é epônimo da palavra ‘Héber’ (Gn 10: 21 e segs.; Gn 11: 14; 1 Cr 1: 18), que pelos
os gentios era escrita como ’ibhrï. Foi usada inicialmente para descrever a origem étnica de
Abraão e seus descendentes (Gn 14: 13), pois a própria bíblia declara que Sem (filho de
Noé) era o pai de todos os descendentes de Héber (Gn 10: 24-25; 1 Cr 1: 1-27). Aplicado
em sentido mais amplo, o termo inclui outros povos não israelitas como os arameus, os
moabitas e os amonitas, pois, na verdade, todos eram descendentes de Sem (povos
semitas), em especial a família de Abraão, já que os amonitas e moabitas eram
descendentes de seu sobrinho Ló. A palavra ‘Hebreu’ passou a ser quase que um sinônimo
de ‘Israelita’ após a mudança de nome de Jacó para Israel, sendo usada por Moisés em Êx
5: 1-3. A palavra ‘judeu’ foi originalmente usada para designar aos filhos de Judá, filho de
Jacó. Posteriormente foi designada aos nascidos na Judéia. Depois da libertação do
cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus. A palavra
portuguesa ‘judeu’ se origina do latim, ‘judaeu’, e do grego, ‘ioudaîos’. Ambas as palavras
vêm do aramaico, ( יהודיpronuncia-se ‘iahude’). O primeiro registro do vocábulo em
português foi no ano de 1018.
O vocábulo ‘judeu’ originalmente descrevia qualquer habitante de Judá (2 Rs 16: 6), e era
empregado nos textos assírios contemporâneos desde o século VIII AC, mais ou menos. É
comumente usado pelos não-judeus para referir-se aos hebreus ou aos descendentes de
Abraão. No NT, ‘judeus’ se tornou um termo familiar para incluir todos os israelitas (Judá e
outras tribos de Israel).
O Senhor quer falar com Seu povo / The Lord wants to talk to His people