Uso Do Microagulhamento em Cicatrizes de Acne

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E LE T R Ô N IC A

O USO DO MICROAGULHAMENTO EM CICATRIZES DE ACNE

Nayelle Hayume de Oliveira Funada


Graduanda em Tecnologia em Estética e Cosmética,
Faculdades Integradas de Três Lagoas – FITL/AEMS

Elaine da Silva Kraievski


Fisioterapeuta – UNIGRAN, Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional – IBRATE;
Docente das Faculdades Integradas de Três Lagoas – FITL/AEMS

Maria Dovaneide de Souza


Tecnóloga em Estética e Cosmética – UNOPAR; Pedagoga Plena – Faculdades de
Filosofia, Ciências e Letras “Ministro Tarso Dutra”; Esp. em Educação Infantil e Ensino
Fundamental – FIU; Mestre em Ciências da Educação – UTCD;
Docente das Faculdades integradas de Três Lagoas- AEMS

RESUMO
O presente trabalho é o resultado do estudo bibliográfico sobre acne, cicatrizes, e o
microagulhamento como tratamento das sequelas deixadas na pele das pessoas que foram
acometidas por essa patologia. Por sua eficácia, o microagulhamento é um dos procedimentos que
vem se destacando cada vez mais nos cetros estéticos. Sendo assim, surgiu a busca de
conhecimentos sobrea temática, por meio do processo da pesquisa, imbuída de responsabilidade e
seriedade nos estudos, para que pudesse chegar a conclusão final sobre os resultados na aparência
das cicatrizes de acne realizando esse procedimento.

PALAVRAS-CHAVE: acne; cicatrizes; colágeno; microagulhamento.

1 INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, a busca pela qualificação profissional está cada vez mais
presente na vida dos profissionais tecnólogos em estética. Sendo assim, decidimos
realizar a pesquisa intitulada “O USO DO MICROAGULHAMENTO EM CICATRIZES
DE ACNE”, por ser um dos procedimentos bastante procurado pelos clientes nessa
área de atuação.
O presente estudo segue a definição por estudiosos sobra a acne, as causas
dessa patologia, como também as sequelas, no caso as cicatrizes que é o objeto
desse estudo.
O microagulhamento, por fazer parte do tratamento da sequela da acne,
torna o assunto principal em destaque deste trabalho de pesquisa.
Negrão (2017) aponta o microagulhamento como uma terapia de indução de
percutânea de colágeno, esclarecendo que é uma técnica que se utiliza de um
mecanismo com agulhas, que propõe um estimulo na produção sem provocar a

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desepitelização total. Sabemos que essa técnica realmente ganhou o mercado


brasileiro, encontrou os profissionais não só no Brasil como do mundo. Apelidado
fora do país de “poor-man’s laser” (laser do homem pobre), o microagulhamento tem
sido a técnica de primeira escolha devido ao baixo custo quando comparado as
técnicas mais ablativas. Sem dúvida nenhuma, um dos assuntos mais tratados pela
ciência no microagulhamento é a sua abordagem em tratamento de cicatrizes de
acne.
A autora aponta também que a acne é uma patologia que faz com que o
paciente sofra quando está na fase ativa e também após essa fase, podendo deixar
cicatrizes em até 80% dos pacientes.
Sabemos que a acne surge decorrente de processos inflamatórios, e que
todo quadro de acne inflamatória pode deixar cicatrizes e, geralmente essas
cicatrizes não melhoram com o tempo, pelo contrário, se tornam mais evidentes
frente ao processo de envelhecimento. Foi a partir desse pressuposto que surgiu o
interesse por essa pesquisa

2 OBJETIVOS

O objetivo do presente estudo é descrever como o microagulhamento que


consiste em uma técnica aplicada através de um equipamento chamado ROLLER, e
utiliza um mecanismo com agulhas, melhora os resultados na aparência das
cicatrizes da acne.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura realizada nas


bases de dados multidisciplinares e nas bases bibliográficas, tendo como
instrumento de apoio de livros. O estudo foi qualitativo, do tipo descritivo com o fator
maior em conhecer o microagulhamento como um procedimento eficaz nos
tratamentos das cicatrizes de acne.

4 ACNE

Para entender a definição a palavra acne, recorremos o que apontam alguns


estudiosos sobre a temática.
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Pozza (2013) nos esclarece que a origem da palavra “acne” é incerta.


Inclusive na língua inglesa, não há nenhuma palavra que explique a origem do
termo. A autora aponta ainda que, em 1840, o termo “acne vulgar” foi utilizado para
definir a acne, no entanto, foi somente em 1868 que a associação da acne com
seborreia (acesso de sebo na pele) foi observada.
Outro esclarecimento feito por Pozza (2013) no qual foi citado por Sobral
Filho (1993) aponta que em 1896, a acne foi descrita relacionada com a
hiperqueratose folicular, sugerindo que esta seria uma característica histopatológica.
Sua classificação clínica vulgar pode ser dividida em inflamatória (grau l) e não
inflamatória (graus ll-V), classificada conforme as lesões em graus de gravidade.
Para o autor, o tratamento da acne irá variar de acordo com seu grau, dependendo
se a situação for grave pode ser exigido acompanhamento de uma equipe, assim o
tratamento irá evitar as temidas cicatrizes.

A acne é uma afecção crônica, polimorfa e inflamatória, dos folículos


pilossebaceos, que é o conjunto do pelo e da glândula sebácea, originado
pela invaginação da epiderme e localizado na derme. Ela é especialmente
observada na fase da puberdade e da adolescência (SÀ, 2002 apud
POZZA, 2013, p.72).

Percebemos que a acne não é um problema banal, mas sim uma dermatose
que associa diferentes tipos de lesões, e pode trazer problemas psicológicos, porém
não envolve riscos de morte, não atingi os órgãos internos, como também não é
uma doença contagiosa, porem deixa algumas cicatrizes para o resto da vida de
quem dela sofre ou sofreu.

4.1 Fatores que Desencadeiam ao Aparecimento da Acne


Como todas as patologias, a acne também apresenta seus fatores
desencadeantes. A fim de nos apropriar desses conhecimentos fatoriais, recorremos
ao que apontam alguns estudiosos.

A causa da acne varia de pessoa para pessoa sendo que cada qual tem
suas características e particularidades. Por esse motivo, é difícil identificar
ou isolar categoricamente a causa básica da acne. No entanto, três fatores
principais foram identificados, sendo que estes operam independentemente
e são influenciados pela hereditariedade e pela atividade hormonal (POZZA;
PEREIRA; MILREU, 2013, p.72).

Se a acne varia de pessoa para pessoa como afirma os autores acima,


independentemente do grau que se apresenta, todas são agravantes e são fatores
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que devem ser levados em consideração, pois a acne como já foi citada, traz
consequências psicossociais como baixa autoestima, o que pode levar a um
isolamento social.
Sabe-se que o acúmulo de sebo causado pela secreção lipídica excessiva e
a hiperqueratose no infundíbulo conduz a um aumento de P. acnes em
torno do folículo piloso. No entanto, a presença das bactérias não seria uma
causa direta das erupções da acne, é mais provável que a inflamação que
ocorre seja causada pelos ácidos graxos livres que resultam da
decomposição dos triglicerídeos no sebo em virtude de lipase bacterianas,
ou outras enzimas responsáveis pela degradação de sebo (POZZA;
PEREIRA; MILREU, 2013, p.73).

Observamos que são vários os fatores que influenciam o surgimento e


gravidade da acne. Pozza; Pereira e Milreu (2013) aponta que uma dessas relações
está a genética relacionando o tamanho e atividade da glândula sebácea. Para ela
quando os pais já apresentaram um quadro de acne é maior a chance dos filhos
também apresentarem.
Como a acne é uma doença de duração prolongada, para evitar que
ocorram lesões mais graves deve ser tratada desde o começo, de modo a evitar as
suas sequelas.

5 TIPOS DE CICATRIZES DA ACNE

Como já visto, a acne pode deixar sequelas e uma delas são as cicatrizes
que são consequências do dano que ocorre no folículo pilossebáceo e entorno dele
durante a inflamação.
Negrão (2017) nos esclarece que existem diferentes tipos de cicatrizes de
acne e os mesmos estão relacionados à gravidade do quadro que a pele tenha
sofrido a acne, dos tratamentos realizados ou não na acne aguda, além de diversos
outros fatores intrínseco e extrínseco. Sendo assim, será abordado a seguir os
diferentes tipos de cicatrizes de acne apontada pela autora como as cicatrizes
atróficas, as elevadas e as hipercromias pós-inflamatórias.

5.1 Cicatrizes Atróficas


Negrão (2017) aponta que a patogênese das cicatrizes atróficas de acne não
é completamente compreendida, mas para a autora essa patogênese está
provavelmente relacionada a mediadores inflamatórios e degradação enzimática de
fibras de colágeno e gordura subcutânea.
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A autora aponta ainda que as cicatrizes atróficas são deprimidas, ficam


abaixo, do nível da pele e resultam da perda local de tecidos em razão da
inflamação e sua formação depende da profundidade da lesão ou do tempo de
duração do processo inflamatório e que podem ser subdividas em dois grupos, os
distensíveis e não distensíveis.
As depressões distensíveis são as que quando se traciona a pele há uma
normalização tecidual e as nãos-distensíveis, são as que não se alteram mediante
tração tecidual, ambas são consideradas depressões de base mole. (NEGRÃO,
2017, p.57).

5.2 Cicatrizes Elevadas


Para conhecer as cicatrizes elevadas, apropriamos do que aponta Negrão
(2017). Para a autora, as cicatrizes elevadas SE encontram em um nível acima da
pele do cliente e se dividem em papulosas, hipertróficas e queloideanas. Geralmente
são mais comuns na raça negra e oriental e dependendo da região do corpo pode
haver uma maior predisposição para seu aparecimento.
Ainda Negrão (2017) esclarece que as cicatrizes papulosas possuem de 3-4
mm, coloração avermelhada ou arroxeada podendo ser também esbranquiçada. Já
as hipertróficas possuem formato de placas lineares firmes e espessas localizadas
em áreas anteriormente traumatizadas. A autora aponta também as cicatrizes
queloideanas surgem após meses ou anos da lesão e as bordas ultrapassam os
limites da lesão, invadindo os tecidos adjacentes, tem uma característica de placas
fibrosas duras.

5.3 Hipercromia Pós-Inflamatórias


Para Negrão (2017), as hipercromias pós-inflamatórias pós-acne são lesões
hipercrômicas residuais localizadas, causadas pelos processos inflamatórios da
acne e ocorrem frequentemente em indivíduos de fototipos mais alto, geralmente
levam de 3-24 meses para desaparecer. É apontada também pela autora, como
desordens de pigmentação que tem origem numa produção exagerada de melanina.
Hiperpigmentação pós-inflamatória (PIH) é citada por Negrão (2017), como um
problema comum que ocorre após muitas doenças dermatológicas e algumas
intervenções medicas ou estéticas.

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6 MICROAGULHAMENTO

O uso de agulhas para tratar a pele segundo Negrão (2017), não é algo
novo. A autora esclarece que os chineses há mais de cinco mil anos já faziam uso
de um martelo com agulhas. Para a autora esse procedimento hoje é nomeado
como o popular microagulhamento (indução percutânea de colágeno), uma técnica
que utiliza um aparelho manual, um rolo, com várias microagulhas que possuem
diferentes tamanhos, podendo variar de 0,25mm até 3,0mm, estas se inserem na
pele ajudando na produção de colágeno – sem que provoque a desepitelização total
da pele, diferente de ácidos.

As agulhas variam de 0,25mm até 3,0mm, sendo que a esteticista está


autorizada a utilizar até 0,5 mm, acima disso somente uso médico.
Fisioterapeutas e Biomédicos podem utilizar agulhas de até 1,0 mm. Esses
profissionais podem utilizar agulhas maiores se trabalharem em uma clínica
com um médico responsável autorizando e acompanhando. Agulhas
menores que 0,5 mm são utilizadas somente para permeação de ativos, não
trazendo nenhum resultado na produção de colágeno; somente 0,5 mm e
acima que acontece a produção de colágeno (LIMA; LIMA; TAKANO, 2013,
p.34).

Observamos que com a versalidade do microagulhamento, esse


procedimento tem conquistado profissionais de diversas classes, principalmente os
fisioterapeutas, os médicos, esteticistas, enfermeiros, como também os biomédicos,
que associa a técnica com diversos recursos.

6.1 Indicações
Segundo Negrão (2017), a técnica do mecroagulhamento pode ser aplicada
tento na face, como no corpo e na área capilar Suas indicações são as mais
variadas possíveis, indicadas em casos como por exemplo de estrias, olheira,
pessoas com flacidez tissular, rugas, cicatrizes atróficas, cicatrizes de acne, estrias,
linhas de expressão bem como em fototipos altos, além de melhorar a qualidade da
pele entre outros problemas.

6.2 Contraindicações
Negrão (2017) aponta que como toda técnica, o microagulhamento também
possui contraindicação e devem ser respeitadas as condições. Não há uma
contraindicação absoluta, mas é aconselhável evitar em casos de câncer de pele,
pele ferida ou irritada, pele queimada do sol, verrugas entre outros problemas.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se com o presente trabalho que a acne é uma dermatose ou afecção


crônica, poliforma e inflamatória, não contagiosa, muito comum em pessoas, que
afeta o folículo pilossebáceo e provoca alterações físicas, psíquicas e emocionais.
Suas causas variam de pessoa para pessoa.
Se a acne não for tratada desde o começo, pode ocorram lesões graves e
até deixar as suas sequelas. Um dos tratamentos com maior resultado nas cicatrizes
da acne pode ser o microagulhamento, uma vez que nesse procedimento é utilizado
um mecanismo com agulhas estimulando a produção ou indução percutâneo de
colágeno.

REFERÊNCIAS

LIMA, E.; LIMA, M.A.; TAKANO, D. Microagulhamento: estudo experimental e


classificação da injúria provocada; surg cosmet dermatol 2013.

NEGRÃO, M. M. C. Cicatrizes de acne: Da Avaliação ao Tratamento – 1 ed. – São


Paulo: CRB Editora, 2017.

NEGRÃO, M. M. C. Microagulhamento: Bases Fisiológicas e práticas. – 1 ed.- São


Paulo: CRB Editora, 2017.

POZZA, G.; PEREIRA, M. S. F. F.; MILREU, P. G. de A. Recursos estéticos


aplicados aos tratamentos faciais. - São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

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