Tese Mest Jorge Dias Antunes

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Instituto Politécnico de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia

Mestrado em Automação e Comunicações em Sistemas de


Energia

Conceção de Redes de Média e Baixa Tensão

Jorge Miguel Dias Antunes nº21160065

Coimbra, Dezembro 2012


Instituto Politécnico de Coimbra
Instituto Superior de Engenharia

Mestrado em Automação e Comunicações em Sistemas de


Energia

Conceção de Redes de Média e Baixa Tensão

Orientadora:
Professora Doutora Cristina Faustino Agreira.
Agradecimentos

Quero agradecer ao Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e ao Departamento e


Engenharia Eletrotécnica.

Quero deixar um especial agradecimento à minha orientadora Professora Doutora


Cristina Faustino Agreira, pelo esforço e disponibilidade durante o período de estágio.

Ao Engenheiro Alexandre Antunes, pela preciosa colaboração e pela disponibilidade


para esclarecimento de qualquer tipo de dúvidas.

Agradeço ao Sr. Barata e ao Sr. Marcelino por me receberem e possibilitarem que


pudesse realizar o meu estágio na sua empresa.

Agradeço também ao encargado da produção Jorge Silva e ao responsável pela área


operacional de Coimbra António Malhão e por fim ao Engenheiro Eurico, por toda a
transmissão de conhecimento e por serem os que, nestes últimos seis meses, mais de perto
acompanharam e potenciaram a minha evolução técnica.

De forma geral, agradeço ainda a todos os colaboradores da empresa Barata &


Marcelino, que direta ou indiretamente contribuíram para o meu crescimento a nível técnico,
profissional e pela prestabilidade que sempre demonstraram.

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Página ii
Quero agradecer e expressar toda a minha admiração aos meus pais, por desde sempre
serem o exemplo ideal para mim e por terem sido os principais impulsionadores desta fase da
vida em que me encontro.

Por fim, mas certamente das pessoas mais importantes ao longo do período académico,
agradeço à Patrícia Onofre, que para além de namorada, é uma amiga excecional, e também
aos meus familiares e amigos, sem os quais seria impensável chegar ao fim desta etapa.

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Resumo

O presente relatório descreve o trabalho realizado durante o estágio efetuado na


empresa Barata & Marcelino Engenharia Energética S.A., que teve uma duração de seis
meses.

O estágio teve lugar na área operacional de Coimbra, no qual a empresa presta


serviços à EDP Distribuição S.A.. Grande parte dos trabalhos realizados tiveram como tema
central a distribuição de energia elétrica em baixa e média tensão.

O relatório inicia com uma pequena apresentação da empresa onde se realizou o


estágio, bem como a apresentação dos objetivos propostos para o estágio.

No relatório será feita uma pequena introdução a cada área de trabalho no qual foi
realizado o estágio e ainda a apresentação de alguns termos técnicos que foram tidos em conta
durante a execução das diversas tarefas.

No relatório está presente a análise das várias etapas da execução das linhas de média
tensão que se situam na vila de Oleiros e na aldeia de São João do Campo. Durante o
acompanhamento dos trabalhos nas linhas mencionadas foi possível ao autor analisar os
mapas de medições das obras acompanhadas, fazer o aprovisionamento do caderno de
encargos para o cliente (EDP) e proceder à receção do auto de medições dos projetos a
implementar.

No presente relatório é apresentado um estudo do cálculo mecânico e elétrico de uma


linha aérea de 15kV que serve para alimentar uma urbanização situada em São João do
Campo.

O autor acompanhou os trabalhos de expansão e manutenção da rede elétrica de baixa


tensão onde foram rececionados, analisados e processados os vários mapas de medição das
obras a realizadas.

Em anexo ao presente relatório são apresentados os diversos documentos que foram


elaborados e alguns artigos a ter em conta ao longo do estágio que serviram de Conhecimento
do caderno de encargos para o cliente EDP.

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vi
Abstract

This report represents the work done in the company Barata & Marcelino Engenharia
Energética S.A. which lasted 6 months.

It begins with a short introduction of the company where he held the stage, as well
with the presentation of his objectives

After that he made a small presentation of each one of the work areas in which he
inserted some technical terms taking into account when implementing the various tasks.

In this report, the analysis of the various stages of the implementation of medium
voltage lines that lie in the village of Oleiros and the village of São João do Campo. During
the follow up work mentioned the author was able to analyze the maps of measurements of
works accompanied, do supply specifications for the client (EDP) and proceed to the receipt
of the report of measurements of projects to implement.

Also, a study of the mechanical and electrical calculation of a 15kV overhead line that
serves to feed an urbanization located in São João do Campo is presented. The stage was held
in the operational area of Coimbra, where the company provides services to EDP Distribution
S.A. Much of the work done has as its central theme the distribution of electricity in low
voltage and medium voltage.

In the present report he analyzes the various stages of implementation of a medium


voltage line and some work done on the low voltage of systems distribution energy.

Attached to this report are presents the various documents and articles drawn up to
take into account during the stage that served as the basis for some conclusions.

Página vii
Índice
Agradecimentos ........................................................................................................................... i
Resumo ....................................................................................................................................... v
Abstract .....................................................................................................................................vii
Índice ......................................................................................................................................... ix
Índice de Figuras ...................................................................................................................... xv
Índice de Tabelas ..................................................................................................................... xix
Nomenclatura............................................................................................................................ xx
Abreviaturas: ..................................................................................................................... xx
Simbologia: .....................................................................................................................xxii
1-Introdução................................................................................................................................ 1
1.1-Enquadramento ................................................................................................................. 1
1.2-Objetivos........................................................................................................................... 2
1.3-Estrutura do Documento ................................................................................................... 3
2-Apresentação da empresa onde se realizou o estágio .............................................................. 5
3-Linhas de média tensão ........................................................................................................... 7
3.1-Elementos que constituem as linhas aéreas de média tensão ........................................... 7
3.1.1-Condutores ................................................................................................................. 7
3.1.2-Apoios utilizados em linhas de média tensão ............................................................ 8
3.1.2.1- Classificação de apoios ......................................................................................... 9
3.1.2.1.1-Apoios alinhamento ............................................................................................. 9
3.1.2.1.2-Apoios do tipo ângulo ........................................................................................ 10
3.1.2.1.3-Apoios do tipo alinhamento com derivação....................................................... 10
3.1.2.1.4-Apoios do tipo fim de linha ............................................................................... 10
3.1.2.1.5-Apoios do tipo reforço alinhamento .................................................................. 11
3.1.2.1.6-Apoios do tipo ângulo com derivação ............................................................... 11
3.1.3-Isoladores ................................................................................................................. 12
3.1.4-Armações ................................................................................................................. 14
3.1.5-Tipos de esforços ..................................................................................................... 16
3.1.5.1-Esforços Horizontais transversais ......................................................................... 16
3.1.5.2-Esforços Horizontais longitudinais ....................................................................... 16
3.1.5.3-Esforços Horizontais verticais .............................................................................. 16
3.2-Cálculo mecânico de linhas aéreas MT .......................................................................... 17
3.2.1-Fundações ................................................................................................................ 17

Página ix
3.2.2- Profundidade das fundações dos apoios ................................................................. 19
3.2.3-Verificação da estabilidade dos maciços ................................................................. 20
3.2.4-Distâncias regulamentares entre condutores e elementos exteriores à linha ........... 20
3.2.4.1-Distâncias minima dos condutores em relação as habitações .............................. 20
3.2.4.2-Distâncias dos condutores a obstáculos diversos ................................................. 20
3.2.4.3-Distâncias dos condutores em relação ao solo ..................................................... 20
3.2.4.4-Distâncias mínima entre os condutores e as árvores ............................................ 20
3.2.4.5-A distância estabelecida entre os condutores ....................................................... 20
3.2.5-Estados atmosféricos ............................................................................................... 20
3.2.6-Ação dos agentes atmosféricos sobre as linhas ....................................................... 25
3.2.7-Tensão máxima aplicada nos vãos de uma linha aérea de média tensão................. 25
3.2.8-Coeficientes de sobrecarga ...................................................................................... 26
3.2.9-Vão crítico ............................................................................................................... 27
3.2.10-A tensão de montagem .......................................................................................... 27
3.2.11-Determinação da regulação de flechas .................................................................. 28
3.3-Cálculo elétrico .............................................................................................................. 30
3.3.1-Dimensionamento da corrente de serviço ............................................................... 30
3.3.2-Dimensionamento das perdas de energia ................................................................ 31
3.3.3-Cálculo da máxima corrente de curto-circuito admissível ..................................... 32
3.3.4-Cálculo das quedas de tensão .................................................................................. 33
3.4-Conclusão ....................................................................................................................... 35
4-Rede de Baixa Tensão .......................................................................................................... 37
4.1-Introdução ...................................................................................................................... 37
4.2-Assistência à rede e a clientes ........................................................................................ 38
4.2.1-Ligação de um novo cliente BT .............................................................................. 39
4.2.2-Método de processamento de execução de projeto de remodelação de um ramal ou
ligação de um novo cliente a rede por parte da EDP ........................................................ 40
4.2.3-Níveis de tensão de ligação à rede........................................................................... 41
4.3-Tipos de Infraestruturas de Ligação à rede .................................................................... 43
4.3.1-Ligação de clientes a redes aéreas ........................................................................... 43
4.3.2-Ligação a redes subterrâneas ................................................................................... 43
4.3.3-Ligação a redes mistas ............................................................................................. 44
4.4-Equipamentos a utilizar em trabalhos de baixa e média tensão ..................................... 45
4.4.1-Caixa de portinhola ................................................................................................. 45
4.4.2-Fusíveis e respetivas bases ...................................................................................... 47

Página x
4.4.3-Caixas de contagem (caixa de contador) ................................................................. 47
4.4.4-Condutores utilizados nos ramais de BT ................................................................. 48
4.5-Exemplos de ligação de caixas de contador e portinhola ............................................... 48
4.5.1-Redes aéreas ............................................................................................................. 49
4.5.1.1-Ligação a edifícios com e sem pilar ...................................................................... 49
4.5.1.2-Edifício sem Muro ................................................................................................ 49
4.5.2-Redes subterrâneas ................................................................................................... 50
4.5.2.1- Edifício com Muro ............................................................................................... 50
4.5.2.2-Redes sem Muro ................................................................................................... 50
4.5.3-Ligação de edifícios coletivos .................................................................................. 51
4.6-Dimensionamento de rede BT ........................................................................................ 52
4.6.1-Cálculos elétricos para efetuar o dimensionamento de novos clientes .................... 52
4.6.1.1-Queda de tensão .................................................................................................... 52
4.6.1.2-Corrente de serviço ............................................................................................... 52
4.6.1.3-Proteção contra sobre cargas ................................................................................. 52
4.6.1.4.-Corrente de curto-circuito .................................................................................... 52
4.6.1.5-Comprimentos máximos protegidos contra curto-circuitos (Lmax) ..................... 52
4.6.1.6-Seletividade de Proteções ..................................................................................... 52
4.6.2-Redes iluminação pública ........................................................................................ 58
4.6.2.1-Método teórico ...................................................................................................... 58
4.6.2.2-Software INDALWIN ........................................................................................... 60
4.6.2.2.1-Método utilizado pelo INDALWIN para determinar as distâncias entre
luminárias .......................................................................................................................... 61
4.6.2.2.2-Exemplo de inserção de dados ........................................................................... 63
4.6.2.3-Distribuição dos pontos de luz nos cruzamentos .................................................. 64
4.6.2.4-Ligações dos circuitos de iluminação pública ...................................................... 65
4.6.2.5-Circuito terras da rede de iluminação pública....................................................... 66
4.7-Conclusão ....................................................................................................................... 67
5-Tarefas de manutenção acompanhadas durante o estágio .................................................... 69
5.1-Introdução ....................................................................................................................... 69
5.2-Manutençao das redes de iluminação pública (RIP´s).................................................... 69
5.3-Manutenção e implementação de postos de transformação ........................................... 70
5.3.1-Classificação dos postos de transformação: ............................................................. 71
5.3.1.1-Aéreos (tipo A, AS ou AI) .................................................................................... 71
5.3.1.2-Cabina Alta (tipo CA1 ou CA2) ........................................................................... 71

Página xi
5.3.1.3-Cabina Baixa/pré-fabricado .................................................................................. 71
5.3.2-Ações de inspeção em PT´s ..................................................................................... 74
5.3.3-Ações de manutenção de PT´s................................................................................. 74
5.3.4-Material de proteção individual utilizado pelos técnicos de limpeza dos postos de
transformação ................................................................................................................... 76
5.4-Trabalhos realizados nas redes em tensão...................................................................... 78
5.4.1-Abertura e fecho de circuitos elétricos .................................................................... 78
5.4.2-Abertura e fecho de circuitos elétricos em vazio .................................................... 78
5.4.3-Abertura e fecho de circuitos elétricos em carga .................................................... 78
5.4.4-Manutenção de seccionador .................................................................................... 79
5.4.5-Montagem de apoio em alinhamento ...................................................................... 80
5.5-Conclusão ....................................................................................................................... 82
6- Planificação, montagem e execução de trabalhos................................................................ 83
6.1-Dimensionamento da linha aérea de média tensão de S. João do Campo ..................... 83
6.1.1-Cálculo elétrico de São João do Campo .................................................................. 85
6.1.1.1-Dimensionamento da corrente de serviço ............................................................ 85
6.1.1.2-Perdas de energia .................................................................................................. 85
6.1.1.3-Derminação da intensidade da corrente de curto-circuito máxima admissível .... 85
6.1.1.4-Determinação das quedas de tensão ..................................................................... 85
6.1.2-Cálculo mecânico .................................................................................................... 91
6.1.2.1-Hipóteses de cálculo ............................................................................................. 91
6.1.2.1.1-Hipóteses de cálculo dos apoios de ângulo ....................................................... 91
6.1.2.1.2-Hipóteses de cálculo dos apoios de derivação................................................... 95
6.1.2.1.3-Cálculo dos esforços aplicados no apoio ângulo ............................................... 96
6.1.2.1.4-Cálculo dos esforços aplicados no apoio derivação .......................................... 98
6.1.2.2-Afastamento entre condutores ............................................................................ 102
6.1-Conclusão ..................................................................................................................... 107
7-Descriminação da execução de trabalhos ........................................................................... 109
7.1-Introdução .................................................................................................................... 109
7.2-Piquetagem ................................................................................................................... 109
7.3- Fundações.................................................................................................................... 110
7.4-Passagem de condutores............................................................................................... 113
7.5-Regulação de linhas (condutores) ................................................................................ 114
7.6-Ligações à terra ............................................................................................................ 115
7.6.1-Posto de transformação: ........................................................................................ 116

Página xii
7.9-Conclusão ......................................................................................................................... 118
8-Conclusão e perspetivas de desenvolvimentos futuros ....................................................... 119
9-Bibliografia ......................................................................................................................... 121
Anexo I ................................................................................................................................... 125
Perfil da linha (São João do Campo) .................................................................................. 125
Anexo II .................................................................................................................................. 127
Mapa de medições (São João do Campo) ........................................................................... 127
Anexo III ................................................................................................................................ 129
Cálculo mecânico. ............................................................................................................... 129
Determinação da tensão de montagem ............................................................................ 131
Determinação das flechas dos condutores ....................................................................... 138
Determinação das distâncias mínimas entre os condutores ............................................ 138
Anexo IV ................................................................................................................................ 139
Verificação da estabilidade dos apoios. .............................................................................. 139

Página xiii
Índice de figuras

Figura 2.1 - Logotipo da empresa Barata & Marcelino S.A....................................................... 5

Figura 3.1-Condutor alumínio com alma de aço ........................................................................ 8


Figura 3.2-Representação dos esforços exercidos num apoio em alinhamento. ................... 9
Figura 3.3-Representação dos esforços exercido num apoio em ângulo .................................. 10
Figura 3.4-Representação dos esforços exercidos num apoio em alinhamento com derivação
.................................................................................................................................................. 10
Figura 3.5-Representação dos esforços exercidos num apoio em fim de linha ...................... 11
Figura 3.6-Representação dos esforços exercidos num apoio em alinhamento ..................... 11
Figura 3.7-Representação dos esforços exercidos num apoio em ângulo com derivação ........ 12
Figura 3. 8-Fenómenos que provocam o mau isolamento dos isoladores ............................... 13
Figura 3.9-HRFSC (Esteira Horizontal reforçada) ................................................................... 14
Figura 3.10-TAL (Triângulo inserido num apoio em Alinhamento)........................................ 14
Figura 3.11-TAN (Triângulo num apoio Ângulo) .................................................................... 14
Figura 3.12-GAL (Galhardete inserido num apoio em Alinhamento) ..................................... 15
Figura 3.13-GAN (Galhardete inserido num apoio em Ângulo) .............................................. 15
Figura 3.14-VAL (Esteira Vertical inserido num apoio em Alinhamento) .............................. 15
Figura 3.15-VAN (Esteira Vertical inserido num apoio em Ângulo) ...................................... 15
Figura 3.16-HPT4 (Esteira Horizontal, utilizada em apoios fim de linha albergando PT aéreo)
.................................................................................................................................................. 16
Figura 3. 17-Maciços para apoio de betão e para apoio metálico ............................................ 18
Figura 3. 18-Distância dos condutores a edifícios .................................................................... 22
Figura 3. 19-Fluxograma que permite determinar o estado mais desfavorável de montagem . 28
Figura 3. 20-Vão desnivelado e vão em patamar respetivamente .......................................... 29

Figura 4.1-Topologia radial de uma rede de baixa tensão. ....................................................... 37


Figura 4 2-Sistema de Gestão de Equipas (GME) .................................................................... 38
Figura 4.3-O resumo do processo necessário para se efetuar uma ligação à rede de baixa
tensão ........................................................................................................................................ 40
Figura 4. 4-Ligação de clientes a partir de uma rede aérea ...................................................... 43
Figura 4. 5-Ligação a clientes através de uma rede subterrânea .............................................. 44
Figura 4. 6-Ligação de um cliente através de uma Rede Mista ................................................ 45
Figura 4. 7-Esquema de ligação de um cliente ......................................................................... 46
Figura 4. 8-Caixa de portinhola ................................................................................................ 47
Figura 4.9-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização
dotados de muro com pilar à esquerda e sem pilar à direita da imagem .................................. 49
Figura 4.10-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização sem
muros ou pilar ........................................................................................................................... 49
Figura 4.11-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização
dotados de muro com pilar à esquerda e sem pilar à direita da imagem .................................. 50

Página xv
Figura 4.12-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização
dotados de muro com pilar à esquerda e sem pilar à direita da imagem .................................. 51
Figura 4.13-Ligações em instalações coletivas ........................................................................ 51
Figura 4.14-Método da determinação da iluminância utilizado pelo INDALWIN ................. 61
Figura 4.15-Método de pontos utilizado pelo INDALWIN ..................................................... 61
Figura 4.16-Inserção de dados no INDALWIN ....................................................................... 63
Figura 4.17-Dados obtidos sobre os níveis de iluminação do INDALWIN ............................ 63
Figura 4.18-Regras de disposição das armaduras num entroncamento ................................... 64
Figura 4.19-Regras de disposição das armaduras numa curva ................................................ 64
Figura 4.20-Ligação de rede aérea I.P. a um PT ...................................................................... 65
Figura 4.21-Ligação da rede aérea I.P. a infraestruturas já existentes ..................................... 65
Figura 4.22-Ligação de rede subterrânea I.P. a um PT ............................................................ 65

Figura 5.1-Exemplo da receção de uma ordem de serviço no PDA de um técnico ................. 70


Figura 5.2-a) Seccionador (utilizado em P.T.AS á esquerda). b)Seccionador Interruptor
(utilizado em P.T.AI á direita) ................................................................................................. 71
Figura 5.3-PT AS á esquerda e PT AI á direita ...................................................................... 72
Figura 5.4-Posto de Transformação de cabine alta .................................................................. 73
Figura 5.5-PT cabine baixa com localização na urbanização Figueira de Lorvão .................. 74
Figura 5.6-Intervenção TET numa manutenção de um PT (Poiares) ...................................... 77
Figura 5.7-Abertura de Arcos em tensão com DMC´s (Granja) .............................................. 79
Figura 5 8-Implementação do apoio nº31 da obra de Oleiros .................................................. 80
Figura 5.9-Ferramentaria TET utlizada na implementação do apoio nº33 na LAMT em
Oleiros ...................................................................................................................................... 81

Figura 6.1-Localização da rede aérea de média tensão de São João do Campo ...................... 84
Figura 6.2-Levantamento topográfico da Bora de São João do Campo .................................. 85
Figura 6.3-Esquema representativo de uma armação GAN ..................................................... 89
Figura 6.4-Esquema representativo de uma armação HRF...................................................... 89
Figura 6.5-Representação dos esforços exercido num apoio em ângulo ................................. 96
Figura 6.6-Representação de um apoio derivação ................................................................... 99

Figura 7.1-Exemplo de piquetagem de uma linha Urbanização São João do Campo ........... 110
Figura 7.2-Exemplo de como devem ser executadas piquetagem ......................................... 110
Figura 7.3-Abertura de caboucos de um apoio metálico (Oleiros) ........................................ 111
Figura 7.4-Regulação das bases de um apoio metálico (Oleiros) .......................................... 111
Figura 7.5-Diversas etapas de betonagem de um apoio de betão .......................................... 112
Figura 7.6-Reposição pavimentos. ......................................................................................... 113
Figura 7.7- Determinação da flecha de montagem num vão nivelado................................... 114
Figura 7.8-Sistema de terras apoio MT .................................................................................. 115
Figura 7.9-LAMT ligação à terra ........................................................................................... 115
Figura 7.10-Sistema de terras de posto de transformação aéreo ........................................... 117

Figura AIV. 1-Lista de apoios MT a utilizar em LAMT ....................................................... 144

Página xvi
Página xvii
Índice de tabelas

Tabela 3.1-Índices do coeficiente de compressibilidade a 2m de profundidade ...................... 19


Tabela 3.2-Constante do material condutor ( determinação da corrente de curto-circuito
máxima admissível) .................................................................................................................. 32
Tabela 3.3-Coeficiente de temperatura para determinação da corrente de curto-circuito
máxima admissível ................................................................................................................... 33

Tabela 4.1-Caracterização dos níveis de Tensão ...................................................................... 41


Tabela 4.2-Escalões de potência contratável em baixa tensão normal ..................................... 42
Tabela 4.3-Potências recomendadas para os Postos de Transformação a aplicar em clientes
particulares ............................................................................................................................... 42
Tabela 4.4-Caraterísticas de condutores a utilizar em linhas aéreas BT .................................. 48
Tabela 4.5-Características dos fusíveis de proteção ................................................................. 56
Tabela 4.6-Comprimentos máximos admissíveis (Lmax) em redes subterrâneas em função do
fusível usado na proteção da canalização contra curto-circuito (In) ....................................... 56
Tabela 4.7-Caraterísticas dos condutores nomalizados pela EDP utilizados em redes
subterrâneas e aéreas ................................................................................................................ 58
Tabela 4.8-Representação das várias classes de iluminância para os vários tipos de via ........ 60

Tabela 5.1-Classificação dos Postos de Transformação Aéreos ............................................. 72

Tabela 6.1-Características dos condutores de alumínio em alma de aço (solidal) ................ 86


Tabela 6.2-Valores da secção económica dos condutores ........................................................ 86

Tabela AIV. 1-Dimensionamento dos esforços exercidos nos apoios ................................... 141
Tabela AIV. 2-Conversão de grados para ângulos ................................................................. 143
Tabela AIV. 3-Determinação dos ângulos β1,β2,βd .............................................................. 143
Tabela AIV. 4-Referência dos apoios MT implementados na obra de São João do Campo.. 144

Página xix
Nomenclatura

Abreviaturas:

AO - Área Operacional;

AT - Alta Tensão;

BT - Baixa Tensão;

BTN - Ligação de Baixa Tensão Normal;

BTE - Ligação de Baixa Tensão Especial;

EDP - Energias de Portugal;

IEC - Comissão Eletrotécnica Internacional;

RRC - Regulamento de relações comerciais;

DL - Decreto-lei;

DTI - Direção de Tecnologia e Inovação;

DST - Descarregadores sobretensão;

DMC´s - Dispositivo que serve para abrir ou fechar circuitos em carga;

IP - Iluminação Pública;

NIF - Numero de Identificação Fiscal;

MAT - Muito Alta Tensão;

MT - Média Tensão;

PFE - Ponto de Fornecimento de Energia;

PT - Posto de Transformação;

PT AI - Posto de Transformação Aéreo com Interruptor;

PT AS - Posto de Transformação Aéreo com Seccionador;

QGBT - Quadro Geral Baixa Tensão;

R.S.L.E.A.T. - Regulamento de Segurança de Linhas Elétricas de Alta Tensão;

TAL - Triângulo inserido num apoio em alinhamento;

TAN - Triângulo inserido num apoio ângulo;

Página xx
TET - Trabalho em tensão;

HRFSC - esteira horizontal reforçada;

GAL - Galhardete inserido num apoio em alinhamento;

GAN - Galhardete inserido num apoio em alinhamento ângulo;

GME - Gestão móvel de empresas;

VAL - Esteira vertical inserido num apoio de alinhamento;

VAN - Esteira vertical inserido num apoio de ângulo;

HTP4 - Esteira horizontal utilizada em apoio fim de linha;

LAMT- Linha aérea de média tensão;

Página xxi
Simbologia:

Cálculo elétrico:

W - Watt;

kW - Kilowatt

MW - Megawatt;

% - Percentagem;

Icc - Corrente de curto-circuito;

Is - Corrente de serviço;

P - Potência;

Us - Tensão simples;

Uc - Tensão composta;

l - Distância;

X - Reactância;

L - Indutância;

h - Altura;

ΔU - Queda de tensão;

S - Secção do condutor;

R - Resistência do condutor;

r - raio do condutor;

- Resistividade do condutor;

- Resistividade do condutor de fase;

- Resistividade do condutor neutro;

- Comprimento do condutor de fase, em m;

- Comprimento do condutor de neutro, em neutro;

- Secção do condutor de fase, em mm2;

- Secção do condutor de neutro, em mm2.

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Cálculo mecânico:

He - Profundidade das fundações dos apoios;

H - Altura;

D - distância;

f - Flecha máxima dos condutores (metros).

F - Força proveniente da acção do vento (N);

K - Coeficiente que está dependente da natureza dos condutores.

Α - Coeficiente de redução;

c - Coeficiente que varia com os condutores e cabos de guarda nos apoios e travessas nos
isoladores;

q - Pressão dinâmica do vento;

S - Área da superfície do condutor batido pelo vento;

Tr - Tensão de rutura dos condutores;

Tseg - Tensão máxima de serviço;

Wg - Peso especifico do gelo (kg.);

Wv - Peso especifico volumétrico do condutor (kg/m);

Dt - Diâmetro do Total (mm);

Dr - Diâmetro do condutor (mm);

W - Peso do próprio condutor (/m);

Tmax - Tensão máxima;

Α - Coeficiente de dilatação térmica;

s - Secção real do condutor (mm);

- Temperatura no estado atmosférico de inverno e de primavera;

=Coeficientes de sobrecarga dos estados atmosféricos de inverno e de primavera


respetivamente;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2011/2012

1-Introdução

1.1-Enquadramento

A distribuição de energia elétrica tem um papel fundamental no bem-estar da


população e funcionamento da sociedade atual, pelo que devemos abordá-la seriamente,
dando-lhe importância tanto a nível técnico como prático.

O aumento do número de consumidores e do consumo de energia elétrica, a integração


do crescente número de unidades de produção dispersa, a necessidade da redução das
emissões de gases de efeito de estufa, exigem uma contínua expansão e manutenção da rede
elétrica, de modo a garantir um serviço com os níveis de segurança e de qualidade exigidos
[Nelson Brás, 2012].

A utilização de linhas aéreas é a forma mais económica para se fazer o transporte e


distribuição de energia elétrica. A construção de linhas elétricas envolve diversas áreas de
engenharia, como eletrotecnia, civil, mecânica e de estruturas. As linhas elétricas devem ser
projetadas para serem estabelecidas e operarem em condições de variação de temperatura,
podendo, inclusive, estar sujeitas à formação de gelo nos condutores e apoios [Nelson Brás,
2012].

Em Portugal, pode afirmar-se que existem quatro níveis de redes aéreas, sendo estas as
linhas de Baixa Tensão (BT) (400 V/230 V), Média Tensão (MT) (30kV, 15kV, 6 kV), Alta
Tensão (AT) (100 kV, 60 kV) e Muito Alta Tensão (MAT) (400kV, 220kV, 150 kV.

Este relatório tem como principal objetivo demonstrar as várias atividades


desenvolvidas no setor da distribuição de energia, com especial foco na instalação.
O autor apresenta fundamentalmente uma descrição do trabalho desenvolvido durante
o estágio, onde se analisam algumas das tarefas associadas às redes elétricas de Baixa (BT) e
Média Tensão (MT).

O trabalho decorreu em contexto operacional, durante seis meses, ao serviço “Barata e


Marcelino SA”. Durante este período foram desenvolvidas pelo autor tarefas e projetos
aplicados no contexto real. O autor acompanhou o dia-a-dia dos processos envolvidos na
distribuição de energia elétrica, incluindo: a construção de novos troços, gestão de materiais,

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Relatório de estágio de Final de Curso 2011/2012

gestão de equipas, acompanhamento de todo o processo de instalação de ramais para novos


clientes, assim como várias questões englobadas nas atividades de orçamentação.

Devido à riqueza e variedade das atividades e conceitos apreendidos nesta área o autor
optou por demonstrar as atividades dos técnicos durante todo o processo de instalação e
manutenção. Todas as atividades seguem um objetivo e nesse sentido, é necessária uma
análise e verificação permanente aos processos que diariamente são implementados, para
garantir os objetivos propostos.

O estágio teve como objetivo a integração no mundo do trabalho, o que obrigou o


autor a assumir responsabilidades, a aplicar os conhecimentos teóricos em situações práticas,
a desenvolver capacidades de decisão e a superar os desafios que lhe tinham sido propostos.

1.2-Objetivos

No início do estágio foi elaborado uma lista de tarefas através das quais o autor
poderia contribuir, durante o mesmo, proporcionando o bom funcionamento da empresa
considerando as disponibilidades e necessidades da mesma.

Foram definidos pela empresa à responsabilidade do Engenheiro Alexandre Antunes e


com orientação da Professora Doutora Cristina Faustino Agreira os seguintes objetivos para o
estágio:

1. Aquisição de conhecimentos no âmbito de redes de distribuição:


 Guias técnicos.
2. Acompanhamento de obras de Baixa e Média Tensão:
 Receção do auto de medição /Projeto.
 Análise dos mapas de medições.
 Conhecimento do caderno de encargos para o cliente EDP.
 Aprovisionamento de materiais.
 Execução de obras.
3. Assistência a rede e a clientes.
4. Ligação de novos clientes BT/ área comercial.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2011/2012

1.3-Estrutura do Documento

O presente relatório encontra-se dividido em oito capítulos.

No primeiro capítulo são apresentados os objetivos do trabalho, assim como um


pequeno resumo de cada um dos capítulos que constituem o documento.

No segundo capítulo, é feita apresentação da empresa onde foi realizado o estágio.

No terceiro capítulo, é abordado o tema das redes de Média Tensão, desde a sua
construção, passando pelos materiais utilizados. Neste capítulo são ainda apresentados os
métodos que permitem dimensionar o cálculo elétrico e mecânico de linhas aéreas de média
tensão.

No quarto capítulo, é feito o enquadramento as redes de baixa tensão a nível da


distribuição de energia e da iluminação pública. Neste capítulo são mencionados os elementos
que as constituem a rede de distribuição de energia de baixa tensão e as metodologias a ter em
conta na planificação de redes de iluminação pública.

No capítulo quinto, são descriminadas tarefas de manutenção de redes de iluminação


pública e postos de transformação e trabalhos em tensão.

No capítulo seis é apresentado o dimensionamento do cálculo elétrico e mecânico da


obra de São João de Campo (obra que o autor acompanhou durante o período de estágio).

No capítulo sete são descritas e descriminadas as tarefas de implementação das obras


de linhas de média tensão em São João do Campo e de Oleiros.

No último capítulo são finalmente apresentadas as principais conclusões deste


trabalho.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

2-Apresentação da empresa onde se realizou o estágio

A empresa Barata & Marcelino Engenharia Energética S.A. foi fundada em 1985 e
encontra-se sedeada em Adémia de Cima, Coimbra. A empresa tem como missão a conceção,
execução e gestão de obras públicas e privadas, com a qualidade que é reconhecida por forma
a obter a satisfação e corresponder as exigências impostas pelos clientes, cumprindo as
normas de segurança e higiene no trabalho e o respeito pelo meio ambiente. A figura 2.1
representa o logotipo da empresa onde o autor realizou o estágio.

Figura 2. 1 - Logotipo da empresa Barata & Marcelino S.A.

As áreas de negócio da empresa são:

 Instalação e manutenção de infraestruturas de distribuição de energia elétrica


de Média e Baixa Tensão.
 Projetos e execução de sistemas de micro produção de energia elétrica através
de sistemas de painéis fotovoltaicos e solares.
 Topografia: A topografia é muito importante e deve ser tida em conta quando
se efetuam orçamentos de projetos, porque através da análise e da
determinação de medidas da área envolvente ao projeto, perímetro, localização
e variações de relevo, permite aos orçamentistas ter uma melhor perceção em
relação aos custos onde as infraestruturas serão implementadas.
 Infraestruturas de redes de telecomunicações.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

3-Linhas de média tensão

Ao longo do período de estágio o autor acompanhou a coordenação, planificação e


execução de alguns trabalhos de restruturação e manutenção de infraestruturas de redes
elétricas, danificadas pela queda de árvores ou por outro tipo de incidentes que possam pôr
em causa o bom funcionamento da rede. A implementação de projetos de redes de energia
compostos por novas infraestruturas, que tem como objetivo melhorar a qualidade de serviço
da distribuição de energia, foi uma atividade exercida e acompanhada durante o período de
estágio que permitiu enriquecer e solidificar os conhecimentos adquiridos durante o período
académico.

Os procedimentos efetuados pela empresa “Barata & Marcelino SA“ quando tem
como tarefa a execução de um projeto de implementação de uma rede de média tensão são:
 Receção do projeto e execução de um levantamento com os dados dos proprietários
dos terrenos onde está prevista a implementação da linha.
 Execução da piquetagem do terreno.
 Execução dos caboucos e dos maciços da fundação. O respetivo arvoamento de postes
situados nas marcações efetuadas na fase de piquetagem.
 Execução dos trabalhos de passagem de linhas, amarrações e regulação de flechas.
 Acompanhamento de auditorias por parte de técnicos responsáveis da EDP.

3.1-Elementos que constituem as linhas aéreas de média tensão

3.1.1-Condutores

Os elementos condutores são os principais responsáveis pelo trânsito de potências de


energia elétrica, sendo construídos com materiais de elevada condutividade elétrica, como o
cobre ou o alumínio. Nas linhas de média tensão podem ser utilizados condutores nus de
alumino-aço, cobre e ligas de alumínio. Atualmente os condutores de cobre apenas são
utilizados em zonas marítimas devido a efeitos de corrosão.

Os condutores utlizados nos trabalhos de linhas aéreas de média tensão denominam-se


como condutores multifilares em alumínio-aço e foram os usados durante o estágio.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Os condutores de alumínio-aço são constituídos com uma alma-aço que é envolvida
por várias camadas de alumínio, sendo estas camadas enroladas em hélice.

Este tipo de condutores é constituído de forma multifilar o que torna este tipo de
condutor mais flexível. A tração mecânica é assegurada exclusivamente pela parte interior
(aço) do condutor e a passagem de corrente alternada é assegurada exclusivamente pelo
alumínio que se encontra na superfície do condutor. A figura 3.1 representa constituição física
do condutor alumino aço [Octávio Madureira, 2009].

As principais vantagens dos condutores de alumínio-aço relativamente aos condutores


de cobre são:

 Custo mais reduzido;


 Um maior diâmetro permite reduzir o efeito coroa;
 Maior resistência mecânica que torna o condutor mais leve, permitindo
maiores trações mecânicas e como consequência uma redução na flecha dos
condutores e o aumento da distância entre os apoios, permitindo assim
diminuir o número de apoios no traçado da linha bem como a altura dos
mesmos.

Figura 3. 1-Condutor alumínio com alma de aço [Octávio Madureira, 2009]

3.1.2-Apoios utilizados em linhas de média tensão

Numa linha aérea um apoio é constituído pelo poste, fundação e pelos elementos que
suportam os condutores.

Na atualidade existem dois tipos de apoios nas redes aéreas de distribuição de energia,
os apoios de betão e os apoios metálicos, sendo os apoios de betão preferencialmente

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
adotados porque apresentam um menor custo de implementação e têm também a vantagem de
possuírem uma menor área de fundações comparativamente aos postes metálicos.

Os postes metálicos só são utilizados quando o acesso ao local é muito ingreme ou de


difícil mobilização para os meios utilizados no transporte e para levantar os apoios de betão.
Tornando-se deste modo mais fácil a aplicação de um apoio metálico, sendo este transportado
e montado por várias etapas no local. Um apoio de betão com mais de vinte e dois metros
precisa de transporte especial e nem sempre o veículo consegue efetuar o transporte do
mesmo até à fundação onde o poste vai ser elevado.

Os fatores a ter em conta na escolha do tipo de apoios são:

 Local onde os apoios serão implementados;


 Custo de mão-de-obra na aplicação;
 Esforços a que estão sujeitos;
 Altura dos apoios;

3.1.2.1-Classificação de apoios

3.1.2.1.1-Alinhamento

Os apoios em alinhamento são utilizados em locais onde não sejam necessárias


derivações ou que o formato da linha seja retilíneo [EDP,1992]. A figura 3.2, esboça os
esforços que são exercidos num apoio em alinhamento.

Figura 3. 2-Representação dos esforços exercidos num apoio em alinhamento

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.1.2.1.2-Apoios do tipo ângulo

Este tipo de apoios corresponde aos apoios situados num ângulo da linha [EDP,1992].
A figura 3.3, esboça os esforços que são exercidos num apoio em ângulo.

Figura 3. 3-Representação dos esforços exercido num apoio em ângulo

3.1.2.1.3-Apoios do tipo alinhamento com derivação

São apoios nos quais são estabelecidas uma ou mais derivações para outras linhas ou
para Postos de transformação [EDP, 1992]. A figura 3.4, esboça os esforços que são exercidos
num apoio em alinhamento com derivação.

Figura 3. 4-Representação dos esforços exercidos num apoio em alinhamento com derivação

3.1.2.1.4-Apoios do tipo fim de linha

Os apoios em fim de linha têm como característica a capacidade de suportar a


totalidade dos esforços impostos pelos condutores de um só lado da linha, sendo utilizados em

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
locais onde se efetua a passagem de rede aérea a subterrânea [EDP,1986]. A figura 3.5,
esboça o esforço que é exercido num apoio em fim de linha.

Figura 3. 5-Representação dos esforços exercidos num apoio em fim de linha

3.1.2.1.5-Apoios do tipo reforço alinhamento

Este tipo de apoios têm a mesma função dos apoios em alinhamento mas é utilizado
quando suporta trações mais elevadas [EDP, 1992]. A figura 3.6, esboça os esforços que são
exercidos num apoio do tipo reforço em alinhamento.

Figura 3. 6-Representação dos esforços exercidos num apoio em alinhamento

3.1.2.1.6-Apoios em ângulo com derivação

São apoios nos quais são estabelecidas uma ou mais derivações para outras linhas ou
para Postos de Transformação, situados num ângulo da linha [EDP, 1992]. A figura 3.7,
esboça os esforços que são exercidos num apoio em ângulo com derivação.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 3. 7-Representação dos esforços exercidos num apoio em ângulo com derivação

3.1.3-Isoladores

Os isoladores têm como função evitar a passagem de corrente elétrica entre os condutores
e os apoios evitando deste modo um curto-circuito fase-terra. Os isoladores são utilizados nas
cadeias de amarração ou suspensão e suportam os esforços mecânicos exercidos pelos
condutores [EDP, 1992].

A figura 3.8 retrata os fatores que provocam o mau isolamento dos isoladores.

As cadeias de isoladores são constituídas por vários elementos de porcelana ou vidro.


Apesar das características isolantes, os isoladores nem sempre conseguem evitar a passagem
de corrente entre os condutores e os apoios, devido aos seguintes fatores:

 Condução Superficial: verifica-se quando a chuva o gelo ou poeiras cobrem toda a


área dos isoladores podendo deste modo verificar-se condutividade nas paredes
exteriores dos isoladores [José Nunes, 2007].
 Perfuração dos isoladores: Quando existem incêndios florestais em locais onde se
situam linhas elétricas aéreas, os isoladores ficam sujeitos a elevadas temperaturas
perdendo algumas das propriedades dos materiais dando origem a microfissuras nas
paredes dos isoladores, deste modo pode verificar-se condutividade de energia através
da água da chuva ou de humidades que se pode infiltrar nas micro fissuras e deste
modo originar um curto-circuito fase-terra [José Nunes, 2007].
 Por descarga disruptiva: existem situações em que a rigidez dialética do ar diminui,
formando-se assim o arco elétrico entre o condutor e o apoio. Este tipo de situação pode

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
verificar-se em dias de temporais ou sobretensões que transitam nas linhas [José Nunes,
2007].

Figura 3. 8-Fenómenos que provocam o mau isolamento dos isoladores [ José Nunes, 2007]

Como já foi mencionado anteriormente em linhas de alta e média tensão os isoladores são
utilizados em cadeias de amarração em apoios de ângulo, fim de linha e de reforço. Os
isoladores utlizados nas cadeias de suspensão utilizam-se em apoios de alinhamento. Esta
informação está referida no artigo 38º do R.S.L.E.A.T. (Regulamento de Segurança de Linhas
Elétricas de Alta Tensão).

As cadeias de amarração podem classificar-se como simples ou reforçadas. No passado


recente a diferença entre os dois tipos de amarrações consiste no número de isoladores que
cada cadeia contêm e no comprimento da linha de fuga.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.1.4- Armações

As armações são dispositivos metálicos que se colocam no topo de um apoio onde são
amarrados os condutores através dos isoladores. Existem diversas formas de armações sendo
este elemento alvo de normalização por parte da EDP Distribuição, S.A [EDP, 1992]. As
figuras 3.9; 3.10; 3.11; 3.12; 3.13; 3.14; 3.15 e 3.16 representam os vários tipos armações
observados pelo autor durante o período de estágio.

Tipos de Armações utilizadas nas linhas aéreas de média tensão:

Figura 3. 9-HRFSC (Esteira Horizontal reforçada)

Figura 3. 10-TAL (Triângulo inserido num apoio em Alinhamento)

Figura 3. 11-TAN (Triângulo num apoio Ângulo)

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 3. 12-GAL (Galhardete inserido num apoio em Alinhamento)

Figura 3. 13-GAN (Galhardete inserido num apoio em Ângulo)

Figura 3. 14-VAL (Esteira Vertical inserido num apoio em Alinhamento)

Figura 3. 15-VAN (Esteira Vertical inserido num apoio em Ângulo)

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 3. 16-HPT4 (Esteira Horizontal, utilizada em apoios fim de linha albergando PT aéreo)

3.1.5-Tipos de esforços

3.1.5.1-Esforços Horizontais transversais

Os esforços transversais resultam da força exercida pelo vento quando este sopra em
sentido perpendicular aos traçados na linha elétrica, quando existe derivação ou quando os
condutores formam um ângulo no apoio .

3.1.5.2-Esforços Horizontais longitudinais

Esforços mecânicos induzidos no apoio no caso de este suportar condutores apenas de


um dos lados ou no caso dos vãos adjacentes serem desiguais.

3.1.5.3-Esforços verticais

Os esforços verticais exercidos nos apoios resultam do peso dos condutores, mas
também se podem verificar em determinadas zonas onde seja favorável a formação de gelo
nas linhas. O peso do gelo em vãos de grande comprimento também pode ser considerável
[Octávio Madureira, 2009]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.2-Cálculo mecânico de linhas aéreas MT

O cálculo mecânico tem como objetivo o dimensionamento dos apoios de modo a que estes
consigam suportar os esforços exercidos pelos condutores elétricos, tendo em conta as forças
resultantes dos fenómenos climatéricos mais adversos, garantido que os condutores se
encontram a uma altura de segurança de acordo com o Regulamento para Linhas Aéreas de
Alta Tensão ate 30kV -Edição DGE [R.L.A.A. T, 1986].

Os elementos a considerar no dimensionamento do cálculo mecânico são:

 Dimensionamento da tensão mecânica exercida pelos condutores durante a


execução dos trabalhos de implementação dos cabos na linha, tendo em conta a
condições climatéricas mais adversas.
 Dimensionamento da estabilidade dos apoios e consequentemente o tipo de
apoio a utilizar com base no método das hipóteses referido no R.S.L.E.A.T, no
ponto 1 do artigo 10°;
 Dimensionamento do maciço das fundações;
 Determinação dos apoios tendo em conta as características do fabricante
(altura, esforços suportados);
 Análise do afastamento entre condutores de forma a evitar possíveis arcos
elétricos que se possam formar quando existir uma eventual descarga.

3.2.1-Fundações:

As fundações servem para transmitir ao solo a resultante das forças exercidas no


apoio. Deste modo a resultante das forças exercidas na fundação deve ser dimensionada de
modo a não ocorrerem aumentos significativos dos comprimentos de flecha dos condutores
suportados pelo apoio e de modo a que o apoio não ceda e consequentemente caia ao solo.

Segundo o artigo 74º do R.S.L.E.A.T o cálculo dos maciços deve ser feito com base
no método de Sulzberger .

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Para dimensionar os maciços da fundação dos postes é necessário ter em conta os
seguintes aspetos:

 Natureza dos terrenos;


 Esforço a que estão expostos os apoios;
 Altura do apoio;
 Tipo de apoio (betão/armação metálica);

A figura 3.17 representa como são implementados os maciços nos apoios metálicos e
nos apoios de betão.

Figura 3. 17-Maciços para apoio de betão e para apoio metálico [Octávio Madureira,2009]

O método Sulzberger só é aplicável a maciços construídos sem cofragem e com


enchimento total da cova aberta no solo e baseia-se nas seguintes hipóteses de cálculo:

 Hipótese 1: Admite-se que o terreno onde está encastrado o maciço de fundação se


comporta elasticamente, quando se verificam pequenos deslocamentos do maciço, e
que a reação do terreno é proporcional ao produto dos deslocamentos do maciço pelos
módulos de elasticidade correspondentes. Estes são dados pelo coeficiente de
compressibilidade do terreno, que traduz o esforço necessário em daN, para enterrar
de 1 cm uma placa de 1 cm2 de superfície [R.L.A.A. T, 1986].
 Hipótese 2: Admite-se, também, que para terrenos de natureza e composição
uniforme, o coeficiente de compressibilidade é nulo à superfície do solo, aumentando
de forma aproximadamente proporcional com a profundidade. [R.L.A.A. T, 1986].
Na tabela 3.1 estão representados os índices habituais do coeficiente de
compressibilidade a 2m de profundidade para diferentes tipos de composição de solo.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Tabela 3. 1-Índices do coeficiente de compressibilidade a 2m de profundidade
[R.S.L.E.A.T, 1992]

Coeficiente de compressividade a 2 m
Tipo de terreno
de profundidade ( /cm3)
Lodo, turfa e terreno pantanoso em geral 0
Areia fina e média, até 1mm de grão 6a8
Areia grossa ate 3mm de grão com pelo menos 1/3 do
8 a 10
volume de calhau rolado com 70mm de diâmetro
Terreno mole 0
Mole facilmente amassável 2a4
Terreno coerente (barro, argila) Consistente amassável 5a7
Médio 8
Rijo 9

Durante o período de estágio, o dimensionamento do maciço geralmente não foi


realizado pelo projetista, uma vez que existe informação relativamente às dimensões das
fundações dos apoios fornecido pela EDP através do caderno de encargos. As condições e o
volume dos maciços são alvo de auditoria por parte de técnicos especializados da EDP
quando se efetua o auto de receção provisória.

3.2.2- Profundidade das fundações dos apoios

Onde:

 = Representa a profundidade das fundações dos apoios(m).


 H= Altura total do apoio (m).

Segundo o artigo 73º do R.S.L.E.A.T. a expressão apresentada anteriormente permite


determinar qual a profundidade a que o apoio deve estar inserido no solo.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.2.3-Verificação da estabilidade dos maciços

A verificação da estabilidade dos apoios utilizados numa linha LAMT (Linha Aérea de
Média Tensão) consiste em dimensionar o apoio tendo em conta todas as situações que podem
existir considerando os seguintes fatores:

 Sobrecarga do vento exercido sobre os vários elementos da linha LAMT.


 Peso das travessas e ferragens dos apoios.
 Trações mecânicas que os apoios estão sujeitos com origem nos condutores da linha
principal e eventuais derivadas.

Depois de analisados os fatores apresentados, o R.S.L.E.A.T e o documento


“Recomendações para linhas aéreas de alta tensão até 30kV”, verificou-se que cada tipo de
apoio é dimensionado tendo em conta as características dos vãos adjacentes, através de um
conjunto de hipóteses de cálculo que permitem determinar os esforços travessais,
longitudinais e verticais aplicados aos apoios de uma rede elétrica [R.S.L.E.A.T, 1992].

As hipóteses de cálculo mencionadas permitem obter os esforços exercidos nos apoios


tendo em consideração os seguintes pressupostos:

 Linhas de média tensão com três condutores sem cabos de guarda.


 Pesos de isoladores e armações.
 Esforços do vento e isoladores e armações disponíveis.

Apesar das considerações dos prossupostos do R.S.L.E.A.T, e segundo o documento


“Recomendações para linhas aéreas de alta tensão até 30kV” emitido pela EDP Distribuição,
os esforços do vento, dos isoladores e das armações são considerados, assumindo um valor de
3daN, por condutor e de 12daN para esforços de vento, isoladores e armações.

3.2.4-Distâncias regulamentares entre condutores e elementos exteriores à linha

Segundo o regulamento R.S.L.E.A.T, existem distâncias mínimas a cumprir entre os


condutores e os diversos elementos exteriores ou obstáculos encontrados no local de
implementação de uma rede aérea de média tensão.

Em seguida serão apresentadas diversas expressões que permitem determinar as


distâncias entre os condutores nus e os diversos obstáculos em condições de flecha máxima.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
As situações apresentadas no presente ponto do relatório representam algumas das situações
encontradas durante o acompanhamento dos diversos trabalhos ao logo do período de estágio.

3.2.4.1-Distância mínima dos condutores em relação as habitações

O artigo 29º do regulamento R.S.L.E.A.T faz referência à distância mínima a


estabelecer entre os condutores e os edifícios, com exceção dos edifícios ao serviço da rede de
distribuição de energia elétrica. As linhas aéreas de média tensão devem ser implementadas
tendo em conta as seguintes condições:

 A distância dos condutores em relação as chaminés dos telhados e a todas as partes


que constituem uma habitação que são suscetíveis de ser escaladas por pessoas não
deve ser inferior à distância obtida pela seguinte expressão:

Em que:
o D representa a distância mínima entre os condutores e a habitação;
o U representa em kV a tensão nominal da linha em questão.

No entanto o regulamento menciona que a distância mínima mencionada


anteriormente não devera ser inferior a 4m.

 Quando a travessia dos condutores que não ocorre por cima da casa mas, próximo das
paredes laterais da habitação, a distância dos condutores desviados pelo vento deve
obedecer a distância mínima apresentada na figura 3.18, em que D representa a
distância apresentada na expressão anterior.

Página 21
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 3. 18-Distância dos condutores a edifícios

3.2.4.2-Distância dos condutores a obstáculos diversos

A distância dos condutores a obstáculos diversos, está regulamentada no artigo 30º do


R.S.L.E.A.T, onde é mencionado o seguinte:

Na vizinhança de obstáculos como falésias e terrenos com declive acentuado, em


zonas com edifícios situados a um nível superior a três metros do solo, não sujeitos a presença
de pessoas, os condutores devem encontrar-se a uma distância mínima obtida pela seguinte
expressão:

Em que D representa a distância entre os condutores e o solo e U a tensão nominal da


linha.

3.2.4.3-Distância dos condutores em relação ao solo

O artigo 27º do R.S.L.E.A.T estipula a distância mínima dos condutores em relação ao


solo em condições de flecha máxima com ou sem intervenção do vento. A distância mínima é
obtida através da seguinte expressão:

Em que D representa a distância entre os condutores e o solo e U a tensão nominal da


linha.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.2.4.4- Distância mínima entre os condutores e as árvores

A distância mínima dos condutores em relação às árvores está regulamentada no artigo


28º do regulamento R.S.L.E.A.T.. Segundo este os condutores nus implementados nas linhas
aéreas em condições de flecha máxima deveram encontrar-se a uma distância mínima obtida
pela seguinte expressão:

No artigo 28º há uma cláusula onde é mencionado que a distância mínima entre os
condutores e as árvores deve ser de 2.5m.

O artigo 27º do regulamento menciona no ponto dois que a faixa de serviço a


estabelecer deve ter uma largura de cinco metros, dividida pelo eixo da linha.

3.2.4.5-A distância estabelecida entre os condutores

A distância estabelecida entre os condutores é deveras importante visto que o contacto


entre os condutores pode originar um curto-circuito fase-fase, o que dá origem a grandes
problemas técnicos, pondo em causa a qualidade de serviço da rede de distribuição de energia.

Deste modo o artigo 31º do R.S.L.E.A.T estabelece as condições que permitem


calcular as distâncias entre condutores. O presente artigo faz ainda referência à disposição dos
condutores sublinhando que a disposição dos condutores deve ser estabelecida de forma a não
existir contacto entre os condutores, tendo em conta as oscilações dos condutores provocadas
pelos fenómenos atmosféricos.

A distância mínima entre os condutores é obtida através da seguinte expressão:

√( )

Em que:

 D= Representa a distância mínima entre os condutores (m).


 f=Flecha máxima dos condutores (metros).
 U= Tensão nominal da linha (kV).

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
 d=Comprimento das cadeias de isoladores, tendo em conta possíveis oscilações
transversais da linha.
 k=Coeficiente que está dependente da natureza dos condutores e tem os seguintes
valores:
1. 0.6 Para condutores de cobre e alumínio-aço;
2. 0.7 Para condutores de liga de alumínio;

3.2.5-Estados atmosféricos

Quando se efetua o dimensionamento do cálculo mecânico de uma linha aérea de


média tensão o projetista deve ter em conta as adversidades criadas pelos fenómenos
atmosféricos e as condições climatéricas normais no terreno onde se localiza a futura linha
aérea, nomeadamente se é um local propício a formação de gelo, ventos fortes ou de
temperaturas muito elevadas.

Os fenómenos climatéricos que condicionam o bom funcionamento da linha são:

 O vento forte e a chuva que provocam a queda de árvores sobre as linhas


elétricas aéreas;
 A formação de gelo acumulado nos condutores que contribui para o aumento
das tensões que estes exercem nos apoios e nas respetivas ferragens.
 As elevadas temperaturas que provocam a dilatação dos condutores e como
consequência provocam o aumento da flecha dos condutores.

A influência dos agentes climatéricos referidos está diretamente relacionada com a


época do ano em que estes se manifestam. Assim sendo o artigo 21º do R.S.L.E.A.T.
caracteriza e classifica os seguintes três estados climatéricos:

 O estado de inverno que tem como características baixas temperaturas com a


possibilidade de criação de manga de gelo nos condutores.
 Estado de primavera que se caracteriza pela existência de ventos fortes muito
intensos, denominando-se como estado de vento máximo.
 Estado de verão caracteriza-se pelas elevadas temperaturas que se fazem sentir
na região onde se localiza o traçado da rede em estudo, provocando a dilatação
elástica nos condutores e contribuindo para o aumento da flecha máxima.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.2.6-Ação dos agentes atmosféricos sobre as linhas

No cálculo das LAMT a ação do vento deverá considerar-se atuando numa direção
horizontal e a força resultante da sua ação deve considerar-se paralela àquela direção e será
determinada pela seguinte expressão R.S.L.E.A.T.

=α*c*q*s

Em que:

 =Força proveniente da ação do vento (N);


 =Coeficiente de redução;
 =Coeficiente que varia com os condutores e cabos de guarda nos apoios e travessas
nos isoladores;
 =Pressão dinâmica do vento (Pa);
 =Área da superfície do condutor batida pelo vento (m2);

3.2.7-Tensão máxima aplicada nos vãos de uma linha aérea de média tensão

O valor da tensão máxima dos condutores representa a tensão máxima de tração


específica resultante da força que o vento e a chuva exercem sobre os condutores quando
estes estão sujeitos as condições atmosféricas adversas.

Segundo o regulamento 24ºdo R.S.L.E.A.T. a tensão máxima de tração é obtida pela


seguinte expressão:

Onde :

 =Tensão máxima de serviço ( );


 =Tensão de rutura dos condutores ( );

Depois de analisados vários projetos executados pela empresa pode concluir-se que o
valor da tensão específica para linhas com uma tensão composta até 15kV e com

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
comprimentos de vão inferiores a 50m tem um valor aproximado de 5 / e para os
restantes casos o valor da tensão especifica têm um valor aproximando de 9 / .

A atribuição do valor de tensão especifica está diretamente relacionado com o


tamanho do vão, porque quanto maior for a flecha do vão menor será Tseg (tensão máxima de
serviço) o que implica que se terá de fazer uma avaliação as distâncias dos condutores em
relação ao solo e aos diversos obstáculos. Por outro lado quanto maior for Tseg, o esforço da
tração dos condutores exercida nos apoios será maior, o que implica a utilização de postes
com maiores dimensões para suportar os esforços o que pode encarecer o projeto.

3.2.8-Coeficientes de sobrecarga

O coeficiente de sobrecarga representa o peso dos condutores adicionando uma parcela


que representa o vento e o gelo, ou seja representa as ações que os agentes atmosféricos
exercem nos condutores [R.S.L.E.A.T, 1992].

O coeficiente de sobrecarga é representado pela seguinte expressão:

√( [ ])

Em que:

 m= Coeficiente de sobrecarga
 =Peso especifico do gelo (kg. )Art.16º do R.S.L.E.A.T;
 =Peso especifico volumétrico do condutor (kg/m);
 =Diâmetro Total (onde ) (mm2);
 = Espressura da Manga de Gelo;
 =Diâmetro do condutor (mm2);
 =Força proveniente da ação do vento (N);

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3.2.9-Vão crítico

Designa-se como vão crítico, o vão de referência que está sujeito a uma determinada
tensão máxima no qual os condutores do referido vão são expostos a uma tensão máxima no
estado de inverno e no estado de primavera [R.S.L.E.A.T, 1992].

Em que:

 Vão crítico (m);


 =Peso do próprio condutor ( /m)
 =Tensão máxima (kg/mm2);
 α Coeficiente de dilatação térmica º ;
 =Secção real do condutor (mm2);
 , =Temperatura no estado atmosférico de inverno e de primavera (ºC);
 1, 2=Coeficientes de sobre carga dos estados atmosféricos de inverno e de
primavera respetivamente;

3.2.10-A tensão de montagem

A tensão de montagem representa a tensão suportada pelos apoios tendo em conta os


estados atmosféricos mais desfavoráveis e o estado de montagem (tensões exercidas no ato de
regulações de condutores) .

 =Temperatura nos respetivos estados atmosféricos de inverno, primavera e


verão (ºC);
 =Tensão de montagem aplicada aos condutores nos estados atmosféricos de
inverno, primavera e verão;
 =Módulo de elasticidade (kg.mm-2);
 =Secção dos condutores (mm2);

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
 =Comprimento do vão (m);
 = Peso especifico linear do condutor (kg.m-1).
 =Coeficiente de dilatação térmica (ºC-1);
 1, 2=Coeficientes de sobrecarga dos estados atmosféricos de inverno e de
primavera respetivamente;

A figura 3.19 apresenta o fluxograma que determina o estado mais desfavorável de


montagem.
Onde m1, m2 correspondem respetivamente aos coeficientes de sobrecarga dos estados
atmosféricos de inverno e de primavera. Lcr corresponde ao Vão crítico.

Figura 3. 19-Fluxograma que permite determinar o estado mais desfavorável de montagem [J. M.
Forte,2006]

3.2.11-Determinação da regulação de flechas

Para se determinar as flechas dos condutores é necessário ter em conta a inclinação e a


irregularidade do terreno do projeto em questão. Os vãos podem ser classificados como vão
desnivelado e vão em patamar como podemos ver na figura 3.20.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 3. 20-Vão desnivelado e vão em patamar respetivamente [José Nunes, 2007]

O cálculo das flechas dos condutores em vão em patamar e vão desnivelado calcula-se
de modo diferente, mas segundo as indicações do documento ‘’Recomendações para linhas
aéreas de alta tensão até 30kV’’ editado pela EDP-Distribuição, utiliza-se para o cálculo das
flechas de regulação a expressão do vão em patamar independentemente da classificação do
vão [R.S.L.E.A.T, 1992].

Onde :

 = Distância entre as ferragens dos apoios em questão


 =Peso especifico volumétrico (kg.mm-2).
 =Tensão mecânica no estado de fecha máxima;

Para determinar o fecha dos condutores considera-se que a temperatura ambiente de 50ºC.

A regulação dos vãos é feira através da porção da linha que está compreendida entre os
apoios que se pretende efetuar a regulação dos condutores.

A expressão que permite determinar o vão equivalente é a seguinte:

Em que L1 representa o vão equivalente e L2 representa a flecha máxima.

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3.3-Cálculo elétrico

O cálculo elétrico aplicado a uma rede de média tensão têm como objetivo
dimensionar a corrente de serviço de um linha de transporte de energia com o intuito de obter
a secção transversal dos condutores a utilizar, tendo em conta as limitações técnicas e
mecânicas dos condutores. As componentes a dimensionar no cálculo elétrico consistem na
corrente de curto-circuito admissível, corrente de serviço, quedas de tensão e perdas de
energia.

Normalmente durante a execução do cálculo elétrico efetuado considera-se as


admitâncias dos condutores desprezáveis em virtude do pequeno comprimento das linhas
analisadas durante o estágio. Consideram-se também que a tensão não sofre qualquer perda
durante o traçado da linha.

3.3.1-Dimensionamento da corrente de serviço

A expressão apresentada em seguida permite determinar o valor da intensidade de


corrente de serviço (Is) que circula nos condutores das linhas de média tensão de transmissão
de energia:

 = Corrente de serviço (A);


 =Potência (W);
 = Tensão composta (V);
 Fator de potência;

O valor do fator de potência utilizado é igual a 0,85, porque as linhas de média tensão
analisadas durante o estágio alimentam na grande maioria instalações tipicamente de uso
doméstico ou com baixo consumo de energia elétrica por parte de clientes industriais.

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3.3.2-Dimensionamento das perdas de energia

As perdas de energia elétrica apresentadas correspondem às perdas de energia por


dissipação térmica presentes em linhas elétricas. Em primeiro lugar é necessário obter a
resistividade e a resistência linear do condutor utilizado através da seguinte expressão:

 = Resistência do condutor (Ω/Km);


 =Resistividade do condutor(Ω/m);
 = Secção dos condutores (mm2);
 L= Comprimento do condutor (linha) (Km)

Quando a temperatura ambiente apresenta valores diferentes a 20oC é necessário efetuar a


correção do valor do coeficiente de resistividade através da seguinte fórmula.

[ ]

 = Resistividade do condutor;
 = Resistividade do condutor a 20ºC.
 = Coeficiente de termo-resistividade.
 =Temperatura ambiente do local (ºC)

Depois de determinar os valores da intensidade de serviço e da resistência linear do


condutor é possível determinar a potência de perdas.

 P=Potencia de perdas (W);


 = Resistência linear (Ω/Km);
 Is=Intensidade de serviço (A);

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3.3.3-Cálculo da máxima corrente de curto-circuito admissível

Para determinar as correntes máximas de curto-circuito, considera-se que os curto-


circuitos existentes na rede ocorrem em pontos afastados das centrais de produção de energia
elétrica.

A expressão apresentada em seguida tem como objetivo determinar a intensidade de


corrente de curto-circuito tendo em conta que o período de duração do curto-circuito é de
curta duração, de modo a que o aquecimento dos condutores seja adiabática, permitindo assim
considerar desprezáveis as variações entre a massa dos condutores, com a temperatura e o
calor específico [R.L.A.A. T,1986].

As considerações apresentadas aplicam-se em linhas de 15kV que por norma são


equipadas com condutores de secção não muito elevada permitindo obter o valor eficaz da
corrente de curto-circuito permanente em vez do valor eficaz médio da corrente total de curto-
circuito.

 =Valor eficaz máximo admissível da corrente de curto-circuito (kA);


 =Secção do condutor utilizado, que nos cabos de alumino-aço corresponde a secção
do alumínio (mm2)
 = Duração do curto circuito (seg);

=Constante do material condutor (m2/kA.S0.5);
 =Coeficiente de temperatura;

Na tabela 3.2 encontram-se especificados os valores de k1 para alguns materiais


condutores utilizados nas linhas aéreas MT.

Tabela 3. 2-Constante do material condutor (determinação da corrente de curto-circuito máxima


admissível) [RLAAT, 1986]

Tipo de Material Condutor K1 (mm2) /kA)

Cobre 4,419
Alumínio-Aço 6,902
Ligas de alumínio 6,981

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Tabela 3. 3-Coeficiente de temperatura para determinação da corrente de curto-circuito máxima


admissível [RLAAT, 1986]

Tipo de Material Condutor Temperatura final em ºC K2

Cobre 170 1,685


Alumínio-Aço 160 1,732
Ligas de alumínio 160 1,809

A tabela 3.3 representa os valores de K2 tendo em conta a temperatura inicial do


condutor a 50ºC para uma temperatura final indicada na tabela referida. Os valores
apresentados nas tabelas 3.2 e 3.3 foram obtidos nas tabelas 1.4 e 1.5 do documento
“Recomendações para linhas aéreas de MT até 30kV” [EDP, 1992].

3.3.4-Cálculo das quedas de tensão

Para determinar as quedas de tensão é necessário obter o valor da indutância e da


reactância. A reactância do condutor é obtida através da seguinte expressão:

 X=Reatância da Condutor (H);


 =Frequência da rede (Hz);
 =Indutância do condutor em (H/Km);

Para determinar o valor da indutância é inevitável saber qual o tipo de armação que é
utilizado na linha, porque o tipo armação está diretamente relacionado com as distâncias dos
condutores entre si.

A expressão que permite determinar a indutância é dada pela seguinte expressão:

[ ]

 L= Indutância do condutor em (H/Km);


 =Distância entre condutores (Km);
 =Raio do condutor (m);

No cálculo da indutância deve-se optar pela maior distância entre condutores, porque
corresponde ao maior valor da indutância e por sua vez existe uma maior queda de tensão.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Por fim a expressão que permite determinar a queda de tensão nos condutores de uma
linha aérea é:

√ [ ](V)

 =Resistência do condutor (Ω);


 =Reactância do conduto (Ω);
 = Queda de tensão (V);
 = Tensão inicial (V);
 =Tensão final (V);
 =0,85;
 ;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
3.4-Conclusão

No presente capítulo o autor descreveu e apresentou os elementos que constituem uma


linha aérea de média tensão e os procedimentos/considerações a ter em conta no ato de
projetar ou expandir uma linha aérea de média tensão.

As linhas aéreas de média tensão são compostas por apoios, armações, isoladores e
condutores elétricos. Para determinar a secção dos condutores elétricos a utilizar num ramal
aéreo de média tensão é necessário efetuar o dimensionamento das correntes de serviço e de
curto-circuito, o cálculo das perdas de energia e quedas de tensão.

Para determinar o tipo de apoio, o tipo de isolador e o tipo de armação é necessário


efetuar o cálculo mecânico, que tem como objetivo dimensionar o tipo de apoio tendo em
conta os esforços exercidos pelos condutores, a altura de segurança dos condutores em relação
ao solo e os elementos que não fazem parte de uma rede elétrica. O cálculo mecânico consiste
em determinar:

 Fundações dos apoios tendo em conta o tipo de solo no qual se pretende inserir
um apoio.
 Distâncias regulamentares entre condutores e elementos exteriores à linha
tendo em conta a ação dos fenómenos atmosféricos, como o calor que interfere
com a flecha máxima dos condutores e o vento que pode fazer com que os
condutores entrem com contacto entre si provocando um curto-circuito.
 A estabilidade dos apoios tendo em conta os fenómenos atmosféricos mais
adversos como o gelo que fica acumulado nos condutores aumentando assim o
esforço de tração dos condutores exercidos nos apoios.
 Tração máxima aplicada aos vãos de uma linha aérea de média tensão.
 Ação dos agentes atmosféricos sobre as linhas.
 A regulação de flechas.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

4-Rede de Baixa Tensão

4.1-Introdução

As redes elétricas de baixa tensão, são designadas por redes de distribuição em BT.
Este tipo de rede está frequentemente sujeito a alterações, modificações e expansões. As
inúmeras modificações das redes de baixa tensão devem-se essencialmente à necessidade de
alimentação de novos clientes, mas também à necessidade de garantir um bom funcionamento
da rede, uma vez que redes existentes de baixa tensão, se encontram muito degradadas
existindo deste modo a necessidade de melhorar a qualidade de serviço.

Na presente data as redes de baixa tensão tem uma topologia radial como demostra a
figura 4.1.

Figura 4. 1-Topologia radial de uma rede de baixa tensão.

A grande desvantagem deste tipo de topologia está relacionado com a pouca


fiabilidade apresentada pela rede, uma vez que não existe uma alimentação alternativa, deste
modo os clientes mais distantes do posto de transformação têm mais probabilidades de ficar
sem energia elétrica.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.2-Assistência à rede e a clientes

Neste capítulo serão mencionadas metodologias de cálculo elétrico e considerações


tidas em conta nos projetos de remodelação de infraestruturas elétricas existentes.

No departamento de contagens nomeadamente na secção de novas ligações BT(baixa


tensão) , IP( Iluminação Publica ) e MT(médiatensão) , a empresa receciona as ordens de
serviço referentes aos pedidos de aumento de potência, pedidos de alteração contratual, corte
de energia por falta de pagamento (ordem de serviço emitida pela EDP), religação BTN
(Ligação de Baixa Tensão Normal) e pedidos de remoção/alteração da localização de apoios,
assim como os problemas de ausência ou degradação das infraestruturas de iluminação
pública. A comunicação e gestão de trabalhos são conseguidas através de um software de
gestão móvel de equipas (GME). A figura 4.2 representa a interação do utilizador com o
software GME.

Figura 4. 2-Sistema de Gestão de Equipas (GME)

No período de estágio foi permitido ao autor visualizar e adquirir novos métodos de


trabalho que permitiram otimizar os trabalhos executados assim como as diversas tarefas já
referidas, tendo em conta os prazos de execução de trabalhos e recursos disponíveis. É ainda
de referir que foi permitido ao autor intervir nas ações de levantamentos de projetos
executados e as diversas ações de manutenção nas infraestruturas de redes de distribuição de
baixa tensão.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.2.1-Ligação de um novo cliente BT

Na sequência de um pedido de fornecimento de energia por parte de um cliente à EDP


Distribuição e de estabelecido o nível de potência de ligação, deve ser planeado o valor da
potência a requisitar, valor para o qual a ligação ao cliente será efetuada. O valor da potência
requisitada irá condicionar a potência máxima a contratar, sendo que a potência a contratar
não poderá ser superior à potência requisitada nem inferior a 50% da potência instalada.
Depois de requerido o orçamento à EDP Distribuição, esta tem um prazo de quinze dias para
apresentar um orçamento de encargos mencionando a referência e as quantidades do material
a implementar através do mapa de medições [EDP, 2007].

Para que a ligação de energia se concretize o requisitante deverá apresentar os seguintes


documento nos balcões de atendimento da EDP Distribuição:

 Cartão de Contribuinte (NIF ou NIPC);


 Ficha Eletrotécnica devidamente preenchida e assinada por técnico qualificado;
 Planta topográfica com as coordenadas geográficas;
 Licença municipal de construção ou declaração subscrita pelo proprietário ou técnico
responsável, em como a obra não está sujeita a licenciamento municipal;

Depois de analisados os requisitos da rede para que se possa proceder a execução dos
trabalhos e de estarem garantidas todas as condições, para que seja possível conceber as novas
instalações de forma a não causar perturbações ao normal funcionamento da rede a empresa
prestadora de serviços terá um prazo de vinte dias úteis para executar os trabalhos, caso não
seja cumprido o prazo de entrega a empresa responsável pela execução dos trabalhos sofre
uma penalização por parte da EDP Distribuição. A figura 4.3 representa o processo necessário
para que seja possível ser feita uma nova ligação a rede de baixa tensão por parte de um novo
cliente.

No entanto o fornecimento de energia elétrica cujo início só se poderá concretizar após:

 Execução da ligação à rede;


 Liquidação de encargos da ligação à rede;
 Certificação da instalação pela Certiel (a realizar a qualquer momento do processo);
 Contrato de fornecimento de energia elétrica com um comercial de energia;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 4. 3-O resumo do processo necessário para se efetuar uma ligação à rede de baixa tensão
[EDP,2011]

4.2.2-Método de processamento de execução de projeto de remodelação de um ramal ou


ligação de um novo cliente a rede por parte da EDP

A primeira fase de trabalhos consiste em efetuar um levantamento das infraestruturas


da rede elétrica já existente, onde é importante mencionar a quantidade de consumidores
alimentados pela rede no local a intervir, de modo a obter informações sobre as potências que
transitam na rede. Em seguida deve-se executar um estudo com informações sobre possíveis
planos de desenvolvimento urbanístico ou industriais.

Numa segunda fase dos trabalhos depois de recolhidas as informações necessárias para
o projeto, procede-se então com o dimensionamento das redes elétricas.

Numa última etapa deverão contactar-se, no caso das câmaras municipais, as pessoas
responsáveis pelas infraestruturas elétricas do município com intuito de discutir o projeto
realizado e esclarecer eventuais aspetos não considerados no mesmo.

Na execução do levantamento das infraestruturas existentes são recolhidas as seguintes


informações [EDP, 2005]:

 São identificados os tipos de condutores utilizados na rede a remodelar;


 São identificados o número e o tipo de instalações alimentadas a partir da rede a
remodelar;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
 São identificados os tipos de condutores utilizados nas chegadas bem como os apoios
onde essas são efetuadas;
 São identificados os postos de transformação que alimentam a rede existente;

4.2.3-Níveis de tensão de ligação à rede

A EDP Distribuição distingue os vários níveis de tensão que a entidade consumidora


pode contratar. Na tabela 4.1 são apresentados as classes de ligações de baixa tensão
executadas pela empresa. As classes de ligação à rede de baixa tensão dividem-se em ligações
de baixa tensão normal (BTN) e ligações de baixa tensão especial (BTE), e ligações de média
tensão.

Tabela 4. 1-Caracterização dos níveis de Tensão [EDP, 2011]

Baixa Tensão Média Tensão

BTN BTE MT
BT≤1Kv 1kv<MT≤45kV
P≤41,4KVA P>41,4KVA P≤10MVA

Nas ligações BTN as potências a requisitar ou a contratar têm valores inferiores ou


iguais a 41,4 kVA. A potência contratada pelos clientes é normalizada pela entidade
reguladora. A tabela 4.2 representa as várias classes de potências de ligação. Nas ligações
BTE os escalões das potências não são definidos, podendo ser contratada ou requisitada
qualquer valor de potência, acima de 41,4 kW. Para as ligações BTE a energia consumida é
contabilizada através de contadores de energia ativa e reativa, de ligação direta ou indireta ao
transformador.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Tabela 4. 2-Escalões de potência contratável em baixa tensão normal [ EDP,2011]

Monofásico Trifásico
P (kVA) In (A) P (kVA) In (A)
1,15 5 6,9 3*10
2,3 10 10,35 3*15
3,45 15 13,8 3*20
4,6 20 17,25 3*25
5,75 25 20,7 3*30
6,9 30 27,6 3*40
10,35 15 34,5 3*50
13,8 60 41,4 3*60

As ligações de média tensão, a potência típica dos transformadores utilizados nos


postos de transformação dos particulares estão normalizadas. A tabela 4.3 indica os vários
níveis de potência dos transformadores a aplicar em clientes.

Tabela 4. 3-Potências recomendadas para os Postos de Transformação a aplicar em clientes


particulares [EDP. 2007]

Escalões de Potencia kVA


50
100
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.3-Tipos de Infraestruturas de Ligação à rede

4.3.1-Ligação de clientes a redes aéreas

As ligações através de redes aéreas são concebidas por condutores que são suportados
por apoios. Os materiais aplicados devem obedecer as regras técnicas dos materiais. A rede
aérea, poderá ser estabelecida através de terrenos de particulares desde que exista uma
autorização por parte dos proprietários em questão.

Este tipo de ligação tem a vantagem de ter custos de implementação mais baixos, mas
apresenta a desvantagem de estar exposta a agentes externos (fenómenos climatéricos, queda
de árvores) que põe em causa o bom funcionamento da rede. A figura 4.4 representa a ligação
de clientes a partir de uma rede aérea.

Figura 4. 4-Ligação de clientes a partir de uma rede aérea [EDP,2011]

4.3.2-Ligação a redes subterrâneas

Neste tipo de ligações os condutores devem encontrar-se a um metro de profundidade.


No entanto quando o traçado incidir em travessias com vias de comunicações (redes de
telecomunicações) os condutores devem estar a um metro e dez centímetros de profundidade e
quando as travessias incidem em passeios devem encontrar-se a oitenta centímetros
[EDP,2011].

Este tipo de infraestrutura é utlizado em meios urbanos e semiurbanos (periferia de


cidades, vilas) e tem custos de execução mais elevados em relação às redes aéreas. Este tipo
de redes tem a vantagem de não estar sujeitos a perturbações por parte de elementos exteriores

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
que ponham em causa o bom funcionamento da rede exceto quando existem danos
provocados por escavações.

O estabelecimento das redes subterrâneas está limitado a caminho púbicos, uma vez
que não podem existir travessias em propriedades privadas. A figura 4.5 representa uma
ligação a clientes através de uma rede subterrânea.

Figura 4. 5-Ligação a clientes através de uma rede subterrânea [EDP,2011]

4.3.3-Ligação a redes mistas

As ligações mistas podem designar-se por transições áreas/subterrâneas, ou seja a rede


aérea alimenta um traçado da rede subterrânea. Por norma os fatores que levam a optar por
este tipo de ligação são [EDP,2011]:

 Localização relativa da rede e da instalação a abastecer, em relação a uma via (do


mesmo lado ou de lados opostos);
 Facilidade de estabelecimento de redes subterrâneas por parte da Autarquia;
 Custos de estabelecimento, nomeadamente de abertura de valas;

A figura 4.6 está representada a ligação de um cliente através de uma ligação mista.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 4. 6-Ligação de um cliente através de uma Rede Mista [EDP,2011]

4.4-Equipamentos a utilizar em trabalhos de baixa e média tensão

O início dos trabalhos está dependente da receção e aprovação dos equipamentos a


utilizar nas infraestruturas. A EDP Distribuição tem o direito de recusar obras que utilizem
equipamentos que não tenham sido autorizados (segundo o artigo: nº 6 do artigo 82º do RRC
(Regulamento de Relações Comerciais)).

Os pedidos de receção do material utilizado devem ser efetuados pelo promotor ou


pelo empreiteiro à EDP Distribuição com pelo menos 15 dias de antecedência relativamente à
data que se pretende proceder às receções onde deverão ser mencionadas as quantidades, os
materiais e respetivos fabricantes. Se forem verificadas não conformidades no equipamento
proposto, a EDP informará o promotor ou empreiteiro da obra em questão os motivos pelo
qual o material não está de acordo, [EDP,2009].

Em seguida serão apresentados alguns dos materiais a utilizar nas ligações de um novo
cliente.

4.4.1-Caixa de portinhola

Em ligações de baixa tensão a caixa de portinhola tem como função garantir a


proteção do respetivo ramal contra sobreintensidades. A portinhola estabelece ponto de
fronteira entre a ligação do cliente e a rede de distribuição, deste modo a caixa de portinhola
deve situar-se em local de fácil acesso de forma a permitir que o distribuidor de energia

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consiga ter acesso através da via pública [EDP Anexo III-GO PT_BT_IP, 2009]. Na figura 4.7
está representado o esquema de ligação de um cliente a rede de baixa tensão.

Figura 4. 7-Esquema de ligação de um cliente [EDP,2011]

Em edifícios coletivos a caixa de portinhola deve ser instalada na fachada exterior, em


local acessível a partir da via pública. Esta solução é preconizada com vista a permitir a
existência de um local no exterior do edifício onde se possa estabelecer a fronteira entre a
rede de distribuição e a instalação elétrica do cliente.

As portinholas devem obedecer ao estipulado no regulamento de urbanizações


nomeadamente [EDP Anexo III-GO PT_BT_IP, 2009]:

 Assegurar a proteção das pessoas contra os contatos indiretos por meio da proteção
por isolamento total (esta medida de proteção, aplicável aos conjuntos de
equipamentos elétricos montados em fábrica, é equivalente à classe II de isolamento
definida para os equipamentos elétricos);
 Garantir os graus de proteção mínimos IP45 e IK10 para as portinholas dos tipos P50,
P100 e P400, e IP 32D e IK09 para a portinhola P25 [EDP,2005];
 Ter um sistema de fecho normalizado de acordo com as indicações da EDP
Distribuição e conforme o definido no documento acima referido;

Na figura 4.8 pode visualizar-se a caixa de portinhola.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 4. 8-Caixa de portinhola

Quando se verificam situações excecionais devidamente autorizadas pela EDP, poder-


se-á dispensar a instalação da portinhola. Por exemplo, em edifícios com Posto de
Transformação em que seja considerado que os fusíveis do quadro geral do Posto de
Transformação garantam a proteção à saída do circuito em causa desempenhando deste modo
a função da caixa de portinhola, ficando a fronteira localizada nos terminais de saída das
bases dos fusíveis (o cabo e respetivos terminais dos condutores são propriedade do cliente).

4.4.2-Fusíveis e respetivas bases

As bases que equipam as caixas de portinhola P25, P50 e P100 devem ser adequadas à
colocação de fusíveis cilíndricos. As bases que equipam a portinhola P400 devem ser
adequadas à colocação de fusíveis de facas. O dispositivo de neutro das portinholas P50, P100
e P400 deve ser constituído por uma barra amovível de cobre eletrolítico, assente sobre uma
base isolante [EDP Anexo III-GO PT_BT_IP, 2009].

4.4.3-Caixas de contagem (caixa de contador)

As caixas de contador destinam-se aos edifícios do tipo vivendas unifamiliares,


edifícios comerciais isolados. As colocações das caixas de entrada estão previstas ser do tipo
de encastrar normalmente no muro exterior ou quando os edifícios não possuem muros devem
ser aplicadas nas fachadas das respetivas construções.

As caixas de contagem podem também ser implementadas no interior dos edifícios


coletivos nomeadamente nos patamares de entrada das habitações se possível com acesso
através do exterior, quando estamos perante edifícios com um número muito elevado de
habitações a caixa de contagem fica situada nos patamares dos respetivos pisos das habitações

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.4.4-Condutores utilizados nos ramais de BT

Os condutores a utilizar nas ligações entre a rede de distribuição de energia existente e


a rede de distribuição da caixa de portinhola são condutores troçada do tipo LSXVAV e LXS
como se pode verificar na tabela 4.4 e devem ser constituídos por forma a obedecer as
especificações dos artigos DMA-C33-200N e DMA-C33_209 em que são mencionados os
requisitos para os ramais subterrâneos e subterrâneos [EDP,2007].

Uma vez que a entrada dos cabos (ramais) é sempre feita pela parte inferior da
portinhola, os condutores desses cabos devem ser ligados aos terminais inferiores do
dispositivo de neutro e/ou das bases de fusíveis. A tabela 4.4 representa as características dos
condutores a utilizar em linhas de aéreas e subterrâneas de baixa tensão.

Tabela 4. 4-Caraterísticas de condutores a utilizar em linhas aéreas BT [EDP, 2005]

4.5-Exemplos de ligação de caixas de contador e portinhola

Em seguida será feita uma descrição dos vários exemplos de ligação das caixas de
contador e portinhola.

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4.5.1-Redes aéreas

4.5.1.1-Ligação a edifícios com e sem pilar

Figura 4. 9-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização dotados de muro
com pilar à esquerda e sem pilar à direita da imagem [EDP,2007]

A ligação com pilar está representada na figura 4.9, esta situação aplica-se aos casos
em que os edifícios dispõem de muro e pilar com altura suficiente para que o ramal,
proveniente do poste relativamente próximo, possa amarrar à ferragem de rabo de porco (J) e,
daí, entrar na portinhola (B) através de um tubo (C).

4.5.1.2-Edifício sem Muro

Figura 4. 10-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização sem muros ou
pilar [EDP,2007]

A figura 4.10 representa a ligação a rede aérea de edifícios com uma instalação sem
muro ou pilar. Esta solução aplica-se aos casos de edifícios que não dispõem de um muro e
quando a fachada do edifício é acessível a partir da via pública, ficando a portinhola e a caixa
de contagem situadas uma por cima da outra respetivamente.

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4.5.2-Redes subterrâneas

4.5.2.1-Edifício com muro:

Este tipo solução representada na figura 4.11, executa-se quando estamos perante
edifícios unifamiliares que dispõem de um muro com altura suficiente para que a portinhola e
a caixa de contagem fiquem situadas uma por cima da outra, entrando o cabo subterrâneo na
portinhola. Quando o muro não tem altura suficiente a caixa de contagem é colocada ao lado
da portinhola.

Figura 4. 11-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização dotados de muro
com pilar à esquerda e sem pilar à direita da imagem [EDP, 2007]

4.5.2.2-Edifício sem Muro

Esta solução representada na figura 4.12, aplica-se aos casos de edifícios que não
dispõem de um muro e quando sua fachada é acessível a partir da via pública, ficando a
portinhola e a caixa de contagem situadas uma por cima da outra sendo que o cabo
subterrâneo entra pela portinhola [EDP,2007].

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Figura 4. 12-Ligação a partir de rede aérea de edifícios com uma instalação de utilização dotados de muro
com pilar à esquerda e sem pilar à direita da imagem [EDP, 2011]

4.5.3-Ligação de edifícios coletivos

Em edifícios em que se verifique mais do que uma instalação de utilização a


portinhola deve ser instalada na fachada exterior do edifício, se possível em local acessível a
partir da via pública. Esta solução é preconizada com vista a permitir a existência de um local
no exterior do edifício onde se possa estabelecer a fronteira entre a rede de distribuição e a
instalação coletiva [EDP,2011]. A figura 4.13 representa o esquema de ligações de habitações
coletivas a rede de baixa tensão.

Figura 4. 13-Ligações em instalações coletivas [EDP, 2011]

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4.6-Dimensionamento de rede BT

4.6.1-Cálculos elétricos para efetuar o dimensionamento de novos clientes

O primeiro passo na realização de um projeto de uma urbanização ou de uma ligação


de um novo cliente consiste em calcular a potência total da infraestrutura para se obter a
perceção do número de saídas de cada P.T. ou para verificar se o circuito alimentado pelo P.T.
em estudo suporta a carga de um novo cliente. Segundo o que está normalizado pelo guia de
urbanizações editado pela EDP, a secção máxima dos condutores que constituem os circuitos
da rede subterrânea a serem alimentados por PT´s é de 185mm2. Para os circuitos que
alimentam redes áreas a secção máxima dos condutores é obrigatoriamente 70mm2.. O passo
seguinte consiste em efetuar o cálculo da potência de cada saída e a sua respetiva queda de
tensão. Calculados então a potência de cada lote / parcela, a corrente de serviço e a queda de
tensão, efetua-se os seguintes cálculos para cada armário (redes subterrâneas) ou para cada
ramal (redes aéreas) existente no circuito a ser alimentado pelo PT [EDP,2005],
[RSRDEEBT, 2006].

Potencia Total do Circuito =∑(nº Total Instalações * Respetiva Potencia *C);

A variável C determina-se da seguinte forma:

 Para locais residenciais, de uso profissional e serviços comuns dos edifícios:


0,8
 C=0,2+
n
 Para os restantes casos:
0,5
 C=0,5+
n

Sendo:

 n = número de instalações de utilização da rede ou segmento da rede calculada.

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4.6.1.1-Queda de tensão

A queda de tensão máxima num circuito não deve ser superior a 8% da tensão
nominal, ou seja a queda de tensão total desde o posto de transformação até ao cliente que se
situa no ponto mais distante do P.T. não deve ser superior a 8%.

Segundo a legislação em vigor é permitido utilizar uma canalização de uso exclusivo


de secção adequada à queda de tensão admitida (5% da tensão nominal) ou podemos
aumentar a secção da canalização de uso partilhado [RSRDEEBT, 2006].

Segundo as regras técnicas, aprovadas pela portaria nº 949 de 11 de Setembro de 2006,


as potências mínimas a utilizar durante o processo de dimensionamento das instalações
habitacionais são [RSRDEEBT, 2006]:

 3,45 kVA, em monofásico (15 A), em locais de um compartimento.


 6,9 kVA, também em monofásico (30 A), em locais de dois a seis compartimentos.
 10,35 kVA, em monofásico (45 A) , em locais com mais de seis compartimentos.
 6,9 kVA em trifásico (10 A), em locais até seis compartimentos.
 10,35kVA em trifásico (15 A), em locais com mais de seis compartimentos.

Sabendo que a queda máxima ideal numa urbanização é de 5%, podendo assim ter um
máximo 8% segundo o regulamento de ligação de clientes de baixa tensão [EDP, 2005].

Como tal a queda tensão ideal será de 20V ( ΔU =U*5%=400*0,05=20).

l

S
 Considerando cos (φ) = 0.8,e sin (φ) = 0.6;
 = Queda de tensão (V);
 = Coeficiente de resistividade a 20ºC (2,82*10-8);
 = Comprimento do cabo (m);
 = Secção do cabo (mm2);
 = Corrente de serviço (A);
 =Reatância do condutor (Ω);

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4.6.1.2-Corrente de serviço

P.total
Is = ;
3 * U C * cos( )

Onde:
 =Corrente de serviço (A);


C
=Tensão composta (V);
 

4.6.1.3-Proteção contra sobrecargas

Todas as instalações estão sujeitas a sobreintensidades de corrente elétrica. Para evitar


os danos das infraestruturas elétricas (como o deterioramento da cablagem) é necessário
existirem proteções no sistema elétrico, tendo em conta as seguintes condições.

IB  In  I Z;
I (s)  In e I2  1,45*I z;

Onde:
 IB: Corrente de Serviço na canalização (A);
 In: Corrente estipulada do fusível (A);
 I 2: Corrente de fusão do circuito (A);
 In : Corrente máxima admitida no circuito em condições permanentes (A);

De acordo com a norma europeia EN 60 239 e a HD 630.2.1 S4, If=1,6In ou seja, In =


0,90625 Iz [EDP,2005].

A corrente de serviço de um condutor subterrâneo deve obedecer as condições impostas


pelo artigo 128º do RSDEEBT, segundo o artigo 128º é estipulado que a corrente de serviço
tem de ser inferior a corrente nominal do fusível que protege o circuito [EDP,2007], [José
Nunes, 2007].

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.6.1.4-Corrente de curto-circuito

O cálculo das correntes de curto-circuito, Icc, é efetuado a partir da seguinte


expressão:

em que : Us é a tensão simples, em Volt;


é a resistividade do condutor de fase;
é a resistividade do condutor neutro;
é o comprimento do condutor de fase, em m;
é o comprimento do condutor de neutro, em m;
é a secção do condutor de fase, em mm2;
é a secção do condutor de neutro, em mm2;

O valor de Icc obtido deve ser superior ao valor indicado na tabela dos fusíveis pois
abaixo do valor indicado o fusível não tem sensibilidade para atuar [J. M. Forte, 2006].

A tabela 4.5 representa características dos fusíveis de proteção utilizados nas redes de
baixa tensão.

A tabela 4.6 indica quais as distâncias máximas protegidas pelos respetivos fusíveis.

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Tabela 4. 5-Características dos fusíveis de proteção [EDP, 2005]

Tabela 4. 6- Comprimentos máximos admissíveis (Lmax) em redes subterrâneas em função do fusível


usado na proteção da canalização contra curto-circuitos (In) [EDP, 2005]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.6.1.5-Comprimentos máximos protegidos contra curto-circuitos (Lmax)

De acordo com os regulamentos aplicáveis as canalizações elétricas devem ser


protegidas contra curto-circuitos para que a corrente máxima admissível pelos condutores não
seja atingida, ou seja, o condutor não deve atingir temperaturas muito elevadas evitando assim
o seu deterioramento. Assim sendo para um dado fusível assegurar a proteção do circuito, a
impedância da canalização desde o fusível até a carga mais distante do circuito não deve ser
superior ao valor máximo da impedância de defeito. O valor máximo da impedância de
defeito do circuito é obtido supondo que ocorre uma situação de curto-circuito e a resistência
de canalização é correspondente a temperatura máxima no momento que ocorre o defeito.
[EDP, 2005].

A coordenação entre as proteções contra sobrecargas e contra curto-circuitos deve ser


feita de acordo com os termos regulamentares. Isto significa que, por exemplo, pode-se usar
na origem de uma canalização principal, um fusível para a proteção contra curto-circuitos da
canalização principal e das diversas canalizações dela derivadas, com um calibre superior ao
que seria indispensável para a proteção contra sobrecargas de cada uma dessas canalizações
derivadas desde que, em cada uma destas, exista um fusível com a função de proteção contra
sobrecargas [Carlos Filipe, 2007].

4.6.1.6-Seletividade de Proteções

Em todas as infraestruturas elétricas é necessário existir seletividade de proteções pois


em caso de defeito apenas atua o aparelho de proteção imediatamente a montante do defeito
impedindo assim que as canalizações a montante deixem de funcionar. Quando se verificar a
existência de mudança de secção dos condutores num circuito elétrico, segundo o artigo 131º
do capítulo XIII, do RSRDEEBT (Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de
Energia Elétrica de Baixa tensão) é obrigatório dimensionar proteções .

Segundo o regulamento de ligações a clientes de Baixa Tensão da EDP (DIT-C14-


100/N) existe uma proteção mínima imposta pelos fusíveis tal como podemos ver na
tabela 4.7.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Tabela 4. 7-Características dos condutores normalizados pela EDP utilizados em redes subterrâneas e
aéreas [EDP, 2005]

4.6.2-Redes iluminação pública

Durante o período de estágio foram executados vários trabalhos de expansão e


implementação de novas infraestruturas de redes de iluminação pública (IP).

A receção da obra é feita através de um auto de medições no qual são mencionadas as


seguintes informações:

 Designação e referência do material;


 Quantidade de material;
 Local a executar os trabalhos (nome da localização);
 Planta com a indicação dos trabalhos a efetuar (croqui);
 Identificação do responsável da EDP pela obra;

Durante o período de estágio foram apresentados ao autor alguns autos de medição de


obras rececionadas que não continham qualquer tipo de croquis com a identificação e
localização da obra bem como a localização dos apoios a implementar cabendo ao técnico
responsável pela obra decidir a localização dos mesmos. Deste modo é da responsabilidade do
técnico da obra a execução de um levantamento com a informação do local onde serão

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
implementados os trabalhos, tendo em conta as algumas normas que definem classes de
iluminação, parâmetros recomendados e métodos de medida das ‘‘performances’’
fotométricas.

As normas mencionadas anteriormente são:

 EN 13201-1: Escolha das classes de iluminação;


 EN 13201-2: Parâmetros fotométricos recomendados;
 EN 13201-3: Cálculo dos parâmetros fotométricos;
 EN 13201-4: Métodos de medida das ‘‘performances’’ fotométricas;

Por forma a executar os trabalhos apresentados com o maior rigor possível em relação à
localização dos apoios e dos respetivos pontos de luz, o autor teve em conta duas
metodologias para determinar o cálculo da iluminância e a disposição das armaduras. O
primeiro método utilizado foi através do software INDALWIN e o segundo através de um
método teórico. Em seguida serão apresentados as das metodologias mencionadas [Manuel
Matos, 1996], [Paulo Santos, 2007].

4.6.2.1-Método Teórico

Disposição das armaduras: o espaço que deve existir entre duas armaduras numa via
de circulação está dependente de vários fatores, como por exemplo se a via se situa numa
zona urbana ou rural, se é ou não uma via muito movimentada e o número de faixas de
rodagem que contém. O espaço entre duas armaduras consecutivas é definido como a
distância e. Sabendo que o fator de uniformidade é determinado através do quociente e/h,
quanto menor for este último, maior será a uniformidade. Se o valor do quociente e/h for
reduzido o numero de armaduras será elevado.

Sabendo que o quociente e/h para uma via com duas faixas de circulação com
aproximadamente 7m e uma altura da coluna metálica é de 10m, está situado no intervalo 2,5
a 3. Deste modo sabendo que e/h = 2,5 é possível obter a distância entre as colunas metálicas,
isto é, 10*2,5= 25m que é a distância pretendida. Isto pode ser verificado na tabela 4.8 [Paulo
Santos, 2007].

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Tabela 4. 8-Representação das várias classes de iluminância para os vários tipos de via [Paulo Santos,
2007]

4.6.2.2-Software INDALWIN

Ao utilizar o software INDALWIN o autor tem de ter em conta o tipo de via em que
vai efetuar o projeto de iluminação. Existe a necessidade de classificar o tipo de via, ou seja,
se é uma autoestrada, uma via rápida, uma estrada nacional, uma estrada urbana ou uma
estrada rural. O autor tem também de ter em conta a intensidade de tráfego e a velocidade
máxima permitida nessa mesma estrada [Manual do Indalwin, 2009].

O programa INDALWIN baseia-se no seguinte método para o cálculo da iluminância:

O cálculo é efetuado baseado na seguinte expressão:

∑[ ]

Onde é feito o somatório de todos os valores da intensidade de luz


multiplicado pelo coeficiente da luminária , através do qual se obtêm a interpolação
quadrática da matriz das intensidades das luminárias e a sua reflexão no pavimento. A altura
máxima do poste é representada por h. A figura 4.14 representa as unidades descritas
anteriormente [Manual do Indalwin, 2009]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 4. 14-Método da determinação da iluminância utilizado pelo INDALWIN.


[Manual Indalwin, 2009]

4.6.2.2.1-Método utilizado pelo INDALWIN para determinar as distâncias entre


luminárias

O programa INDALWIN utiliza um método que consiste em analisar um conjunto de


pontos longitudinalmente e transversalmente da via em estudo. Longitudinalmente a rede
analisa a área existente na estrada entre duas luminárias consecutivas do mesmo lado como
pode verificar-se na figura 4.15. Transversalmente deve abranger a largura definida pela área
de referência. Os pontos utilizados neste método estão situados da seguinte forma:
 Longitudinalmente, se a distância for inferior a 50 metros este método deve
utilizar 10 pontos, e estes últimos devem estar a uma distância igual ou inferior
a 5 metros. Se for uma distância superior a 50 metros temos de utilizar mais de
10 pontos visto que a distância máxima entre os pontos ser no máximo 5
metros.

Figura 4. 15-Método de pontos utilizado pelo INDALWIN [Manual Indalwin, 2009]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
 Transversalmente, dos 10 pontos existentes, estes são divididos por 5 pontos
em cada faixa de rodagem, sendo que um dos pontos se deve situar no centro
dessa mesma faixa. Dois dos 10 pontos, os dos extremos, devem estar nos
passeios a uma distância de 1/6 do valor total da largura da via [Manual
Indalwin, 2009].

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.6.2.2.2-Exemplo de inserção de dados

Figura 4. 16-Inserção de dados no INDALWIN [Manual Indalwin, 2009]

Gráficos obtidos:

Figura 4. 17-Dados obtidos sobre os níveis de iluminação do INDALWIN


[Manual Indalwin, 2009]

A figura 4.16 representa a inserção de dados no INDALWIN referentes à distância da


via, tipo de armaduras, colunas e tipo de lâmpadas. A figura 4.17 representa alguns dos
gráficos obtidos com o INDALWIN onde podemos observar os níveis de iluminação ao longo
da via, podendo assim ter uma maior perceção das zonas iluminadas.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.6.2.3-.Distribuição dos pontos de luz nos cruzamentos

O projetista tem de ter em conta alguns critérios sobre a disposição das armaduras em
cruzamentos ou entroncamentos no momento da realização do projeto [Manual Indalwin,
2009].

Figura 4. 18-Regras de disposição das armaduras num entroncamento [Manual Indalwin, 2009]

Nos cruzamentos/entroncamentos ou rotundas o nível de iluminação terá de ser cerca


de 10% a 20% superior ao resto da via pública.

Segundo o critério da disposição das armaduras num entroncamento e tendo em


consideração a figura 4.18, a luminária 1 permite indicar ao condutor que circula da via A
para a via B que está presente num entroncamento ou que ali finaliza a via [Manual Indalwin,
2009].

Figura 4. 19-Regras de disposição das armaduras numa curva [Paulo Santos, 2007]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
As curvas de grande raio, da ordem dos 300 m, deverão ser tratadas como estradas
retilíneas. No que respeita a estradas estreitas ilumina-se apenas a parte exterior da curva.
Quando as curvas apresentam um raio menor colocam-se as armaduras no exterior da curva,
reduzindo os intervalos de 1/2 a 2/3 da distância entre armaduras na parte retilínea da estrada
[Manual do Indalwin, 2009]. A figura 3.19 representa a disposição das armaduras numa curva
com um raio menor a 300m.

4.6.2.4-Ligações dos circuitos de iluminação pública

A alimentação de uma rede de iluminação pública pode ser feita a partir de um posto
de transformação, através de redes subterrânea /aérea ou através de infraestruturas de
iluminação pública já existentes. As três figuras seguintes representam os condutores
utilizados nos vários tipos de alimentação, bem como a forma como as ligações se processam.

Figura 4. 20-Ligação de rede aérea I.P. a um PT [EDP, 2011]

Figura 4. 21-Ligação da rede aérea I.P. a infraestruturas já existentes [EDP, 2011]

Figura 4. 22-Ligação de rede subterrânea I.P. a um PT [EDP, 2011]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

4.6.2.5-Circuito terras da rede de iluminação pública

As redes de iluminação pública podem ser executadas por colunas ou por apoios com
armaduras. Nos locais onde a iluminação pública é concebida através de colunas (zonas
urbanas, jardins, etc) e, segundo o guia técnico de terras, o condutor neutro da rede é ligado a
terra de serviço no primeiro e no último apoio de cada circuito de IP.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
4.7-Conclusão

No capítulo 4. do presente relatório estão discriminados os tipos de ligações de novos


clientes à rede elétrica de baixa tensão. As ligações de baixa tensão a novos clientes podem
ser efetuadas através de ligações aéreas ou subterrâneas.

As redes de baixa tensão (BT) caracterizam-se como redes de distribuição de energia e


têm uma tensão simples de 230V/400V. A rede de baixa tensão estabelece a fronteira da rede
pública (operador de energia exemplo EDP) e a rede doméstica dos clientes (consumidores).
As redes de distribuição de energia elétrica de baixa tensão caracterizam-se como redes
radiais.

As redes de baixa tensão estão sistematicamente sujeitas a alterações nas suas


infraestruturas devido à entrada e saídas de novos e antigos clientes. A alimentação dos
clientes está definida por níveis de ligação que se dividem em ligações de baixa tensão (BTN)
onde as potências a contratar pelo cliente são normalizadas pela entidade reguladora de
energia elétrica e têm valores inferiores a 41.4kVA. Nas ligações de tensões especiais de
baixa tensão (BTE´s) os escalões de potências contratadas são superiores a 41.4kVA e a
potência consumida é contabilizada através de contadores de energia ativa e reativa.

Para dimensionar uma rede de baixa tensão é necessário obter a potência total da
infraestrutura a projetar através da determinação das cargas dos consumidores que se vão ligar
a rede e o número de consumidores para determinar o fator de simultaneidade. Depois de
determinada a potência total e a localização das cargas e o fator de simultaneidade, pode-se
determinar o número de circuitos a implementar distribuindo as cargas pelos vários circuitos,
e determinar a secção dos condutores e respetivas proteções.

As redes de iluminação públicas são compostas por redes subterrâneas normalmente


utilizadas em zonas urbanas e redes de iluminação pública aéreas mais utilizadas em redes
situadas em zonas rurais. Para projetar uma rede de iluminação pública o projetista deve ter
em consideração o tipo de local onde se situa a infraestrutura, por exemplo se é uma via
urbana ou uma via rural, se é uma via pedonal com muito ou pouco movimento, como um
jardim ou uma praça com zona de restauração, porque o nível de iluminação necessário é
variável tendo em conta as necessidades do meio envolvente.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

5-Tarefas de manutenção acompanhadas durante o


estágio

5.1-Introdução

Neste capítulo são apresentadas as tarefas de manutenção das infraestruturas elétricas


efetuadas em postos de transformação de energia elétrica e iluminação pública. O autor
apresenta e descreve os tipos de postos de transformação encontrados durante o estágio bem
como a descriminação dos trabalhos e das equipas técnicas que efetuaram os trabalhos de
manutenção.

5.2-Manutençao das redes de iluminação pública (RIP´s)

Durante o período de estágio foi permitido ao autor acompanhar e participar na tarefa


de atualização e processamento de RIP´s. Esta tarefa consiste em executar um levantamento
no qual é identificado o tipo de foco (luminária), o número de focos alimentados por cada
posto de transformação, classificando o estado de conservação dos mesmos e a sua potência
nominal. Na tarefa são ainda requeridas as tensões à saída do secundário do transformador
assim como as intensidades do quadro geral do posto de transformação e da iluminação
pública.

As ordens de serviço mencionadas são emitidas pelo Call Center da EDP e são
identificadas através de um número referente à ordem de serviço em questão onde é
mencionado o número do posto de transformação, a localidade e a área operacional onde o
posto de transformação se encontra. As ordens de trabalho são rececionadas pelo software
GME (gestão móvel de empresas), e posteriormente são encaminhadas para o PDA
(dispositivo de dados móvel ) da equipa que executa o serviço. Este procedimento permite
controlar em tempo real o número de serviços executados e a localização exata de cada
equipa, porque o sistema operativo do PDA cria um registo com hora e data do início dos
trabalhos e posteriormente é criado outro registo com a hora e data que indica o fim dos
trabalhos. A figura 5.1 indica as várias etapas que traduzem a introdução de dados por parte
das equipas no PDA durante a execução dos trabalhos.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 5. 1-Exemplo da receção de uma ordem de serviço no PDA de um técnico

5.3-Manutenção e implementação de postos de transformação

Durante o período de estágio foi ainda possível ao autor acompanhar alguns trabalhos
de manutenção/inspeção de postos de transformação, implementação e aumento de potência
de postos de transformação. De seguida serão apresentados os tipos de postos de
transformação implementados na rede de distribuição, ações de manutenção e prevenção,
tipos de ligação a rede de transporte e elementos que constituem um posto de transformação.

O equipamento fundamental de um posto de transformação é o transformador, mas


como a instalação envolve elevados níveis de tensão e de energia, necessita naturalmente de
um conjunto adicional de aparelhagem mecânica com o objetivo de realizar funções
obrigatórias de comando, seccionamento, contagem e proteção quer de pessoas e animais,
quer dos próprios equipamentos e outros bens.

O posto de transformação têm como função converter a média tensão (10kV/15kV /


30kV) em baixa tensão (230V/400V) utilizável pelos consumidores finais.

Os postos de transformação devem ser projetados de forma a estarem situados nas


redes de distribuição próximos dos centros de consumo. As características dos
transformadores variam de acordo com o nível de potência elétrica necessária para satisfazer
as necessidades dos consumidores de energia elétrica.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Os postos de transformação classificam-se através das seguintes características:

1. Modo de Alimentação: Radial; Anel Aberto; Dupla Derivação;


2. Serviço Prestado: Publicas; privado;
3. Modo de Exploração: Manual; Automático;

5.3.1-Classificação dos postos de transformação:

5.3.1.1-Aéreos (tipo A, AS ou AI):

Os postos de transformação aéreos são instalados em postes de betão, do tipo TP4


(TM04-2250-740) com uma altura útil de 14 metros e suportam um esforço de 2250daN. Os
equipamentos que constituem o posto de transformação são montados adequadamente na
estrutura física do poste de acordo com as especificações do projeto-tipo. Este género de posto
de transformação é muito utlizado em redes rurais aéreas.

Se a ligação à rede de média tensão se fizer através de seccionador (não permite a ligação à
rede em tensão), teremos um tipo AS e se essa ligação for estabelecida mediante interruptor-
seccionador (permite a rede em tensão) será um postos de transformação A.I. A tabela 5.1
representa o tipo de ligação e a respetiva potência dos postos de transformação aéreos. A
figura 5.2 representa os seccionadores utilizados nos postos de transformação AS e AI.

Figura 5. 2-a) Seccionador (utilizado em P.T.AS á esquerda). b)Seccionador Interruptor (utilizado em


P.T.AI á direita) [Ribeiro da Silva, 2010]

As características dos transformadores de um posto de transformação aéreo são:

 Trifásicos, para montagem exterior;


 Devem obedecer às normas NP-443 e NP-2627;
 Tensões primárias de 6, 10, 15 e 30 kV e secundárias de 230/400 V;
 Dotados de comutador em vazio, do lado do primário, para ± 5%;

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Tabela 5. 1-Classificação dos Postos de Transformação Aéreos [Ribeiro da Silva, 2010]

Tipo de P.T Potencia dos geradores a utilizar (KVA)


A 25 50 100
AS 25 50 100
AI 160 250

Figura 5. 3-PT AS á esquerda e PT AI á direita, [Nelson Brás, 2012]

5.3.1.2-Cabina Alta (tipo CA1 ou CA2):

Este tipo de postos de transformação são concebidos para que alimentação seja feita
através de uma linha aérea com tensões até 15kV e com uma potência máxima de 630kVA.

O posto de transformação CA está a cair em desuso uma vez que é muito fácil
proceder-se à passagem da linha aérea a cabo subterrâneo e alimentar-se uma cabine baixa
com uma arquitetura modular de posto de transformação. Os trabalhos executados durante o
período de estágio neste tipo de posto de transformação apenas foram de manutenção e
inspeção.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 5. 4-Posto de Transformação de cabine alta [Ribeiro da Silva, 2010]

As saídas deste tipo de postos de transformação são executadas em condutores do tipo


LVS e LXS (troçada), de 50 mm2 de secção, ou uma ou duas de 70 mm2, com uma saída de 16
mm2 para IP, para o PT CA1. No caso do posto de transformação tipo CA2 será possível
executar seis saídas, de 50 mm2 ou 70 mm2, com duas saídas de 16 mm2 de IP [Nelson Brás,
2012]. A figura 5.4 ilustra um posto de transformação de cabine alta.

5.3.1.3-Cabina Baixa/pré-fabricado:

Os PT’s cabine baixa são utilizados em redes urbanas ou loteamentos. São dotados de
celas SF6 com equipamento modular compacto. A alimentação do mesmo é feita através de
uma linha subterrânea com tensões até 36kV. Este tipo de posto de transformação tem uma
potência máxima de 630kVA. A figura 5.5 representa um posto de transformação de cabine
baixa.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 5. 5-PT cabine baixa com localização na urbanização Figueira de Lorvão

A estrutura e a composição dos postos de transformação em cabine são similares aos


dos postos aéreos. Uma das especificidades dos postos de cabine reside na necessidade de
proteção contra contactos diretos, uma vez que a altura a que é feita a montagem dos seus
componentes os torna acessíveis a quem estiver no interior da instalação. Outra diferença em
relação aos PT´s aéreos é a potência instalada, sendo superior no caso dos postos em cabina.
[Nelson Brás, 2012].

5.3.2-Ações de inspeção em PT´s

A inspeção a Postos de Transformação envolve a descrição e a verificação do estado


de todos os equipamentos: quadros BT, transformador, celas, seccionadores, circuito de
iluminação, bem como a realização de medições de corrente e tensões (através da pinça
amperimétrica) e dos valores da resistência de terra de serviço e de proteção, devendo ser
preenchido pelo executante da tarefa as notas de informação para entregar a EDP Distribuição
[José Silva, 2012].

As tarefas de inspeção devem ser efetuadas no mínimo duas vezes ao ano.

5.3.3-Ações de manutenção de PT´s


A manutenção do posto de transformação é requisitada pela EDP Distribuição através
de uma ordem de trabalhos onde são mencionadas as várias tarefas a executar.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
As tarefas de manutenção de um posto de transformação consistem em [EDP,2009]:

 Limpeza geral do posto de transformação (pavimento, caminho de cabos, remoção de


teias de aranha, etc.);
 Limpeza geral do barramento de média tensão e do quadro geral;
 Limpeza, afinações e lubrificações dos aparelhos de corte e proteção;
 Limpeza dos transformadores de potência;
 Substituição de material avariado;
 Verificação e lubrificação de dobradiças, fechaduras e fechos das portas de acesso a
instalação;
 Substituição do material avariado ou danificado;
 Limpeza de vegetação que impede o acesso ao posto de transformação;

Por vezes os trabalhos de manutenção dos postos transformação têm necessidade de ser
executados em tensão sendo este tipo de serviço executado por equipas TET (trabalho em
tensão) de baixa tensão e média tensão. O trabalho TET denomina-se como todas as ações em
que o trabalhador entra em contacto com peças em tensão ou entra na zona de trabalho em
tensão com partes do corpo ou com ferramentas, equipamentos ou dispositivos que ele
manipule. Para realizar trabalhos em tensão é necessário criar automatismos programados e
proteções reguladas para regime especial de exploração [EDP, 2009].

O regime especial de exploração são todas as situações em que é colocado um


elemento de rede ou uma instalação durante a realização de trabalhos em tensão, a fim de
diminuir as consequências de um eventual incidente e de evitar reposições de tensão
automáticas ou voluntárias no seguimento do disparo das proteções [José Silva, 2012].

Os trabalhos TET de baixa tensão executados num posto de transformação consistem


na execução de tarefas de manutenção (limpeza interior e exterior de PT) em que todos os
circuitos do posto de transformação se encontrão em tensão.

Os trabalhos TET de média tensão em postos de transformação ocorrem quando é


preciso garantir que o fornecimento de energia ao cliente final não seja interrompido e
garantir que não existe tensão no primário do transformador [José Silva, 2012].

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
5.3.4-Material de proteção individual utilizado pelos técnicos de limpeza dos
postos de transformação

Neste tópico será apresentado uma lista de material que os técnicos que executam tarefas
em tensão devem utilizar, sendo estes elementos alvo de avaliação feita através de auditorias
executadas pelo Departamento Gestão de Materiais e Equipamentos (DGF) [José Silva, 2012].

 Um par de luvas de proteção mecânica;


 Um par de luvas isolante para TET, este tipo de luvas isolantes não se destinam a
permitir a realização de trabalhos ao contacto em MT, mas usadas no decorrer das
operações, à distância, como por exemplo as funções de aspiração e sopragem, de
aplicação de líquidos de limpeza nos contactos com as massas de aparelhagem MT;
 Calçado de segurança especial em couro TET;
 Capacete isolante, igual ao utilizado em TET MT;
 Capacete dotado de viseira de proteção contra raios ultravioleta,

Como exemplo, é apresentado a seguir, o procedimento tomado no trabalho de


remodelação do P.T33 situado em Vila Nova de Poiares.

Ações de manutenção executadas no P.T.33 em Vila Nova de Poiares foram:

 Pintura Interior e exterior do posto de transformação;


 Instalação e lubrificação dos acionamentos mecânicos dos descarregadores sobre
tensão (DST);
 Substituição quadro geral de baixa tensão do posto de transformação;
 Limpeza do transformador e respetivos barramentos;
 Verificação e reposição caso necessário do nível de óleo do transformador;

Para a realização das tarefas mencionadas é importante garantir que a tensão nos
barramentos da entrada do posto de transformação seja nula. A figura 5.6 representa as
condições de trabalho e as infraestruturas de rede existentes no PT 33 em Vila Nova de
Poiares.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 5. 6-Intervenção TET numa manutenção de um PT (Poiares)

Após uma deslocação ao local e a elaboração da planificação da realização dos trabalhos,


as tarefas realizaram-se do seguinte modo:

1. Ligação do Móvel Pack (posto de transformação Móvel) ao vão entre o apoio um e


apoio dois através de cabos secos;
2. Ligação do Móvel Pack ao quadro geral TET;
3. Ligação dos Circuitos da rede aérea ao Quadro geral TET;
4. Abertura do interruptor do posto de transformação e posterior fecho do interruptor do
móvel pack;
5. Abertura de arco 1 no apoio 1 (trabalho executado pela equipa TET MT);
6. Execução dos trabalhos de manutenção mencionados anteriormente;
7. Fecho do arco 1 em tensão, ligação dos circuitos da rede aérea ao quadro geral;
8. Abertura do interruptor do móvel pack e fecho do interruptor do PT;

Com a execução da tarefa dos pontos (1.) e (2.) salientados anteriormente, é possível criar
um bypass através do paralelo do circuito compreendido entre as saídas da rede aérea de baixa
tensão e o vão dos apoios um e dois.

No momento em que se executa tarefa indicada no ponto quatro, os clientes que estão
a ser abastecidos pelo PT 33 apenas ficam sem energia elétrica um ou dois segundos, tempo
de manobrar os interruptores do posto de transformação e do móvel pack.

Sempre que seja necessário a realização de trabalhos em tensão, a EDP emite a


correspondente autorização de intervenção em tensão (AIT). O individuo responsável pelo

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
cargo de iniciação destes trabalhos, não poderá dar início à execução dos mesmos sem a
autorização do Agente de Exploração.

5.4-Trabalhos realizados nas redes em tensão

Como já foi mencionado no ponto 5.3.3 do presente relatório onde são referidas
algumas das tarefas de manutenção de postos de transformação, para que a execução de
determinados trabalhos seja possível é necessário recorrer a equipas especializadas de
trabalho em tensão de forma a garantir a qualidade e continuidade de serviço. Assim sendo,
neste tópico serão apresentadas algumas tarefas executadas pelas equipas TET durante o
período de estágio.

5.4.1-Abertura e fecho de circuitos elétricos

A abertura e o fecho de arcos podem resultar na necessidade de efetuar trabalhos de


exploração e manutenção da rede que permitem modificações tanto do esquema da rede como
de elementos danificados ou destruídos, como por exemplo, seccionadores, manutenção de
postos de transformação, interruptores aéreos de telecomando e uniões de condutores [EDP,
2009].

5.4.2-Abertura e fecho de circuitos elétricos em vazio

Na abertura ou fecho de um circuito aéreo alimentado apenas por transformadores em


vazio, a situação mais comum é o desligar de um ramal para um PT aéreo ou de cabine, no
qual o valor máximo da corrente no transformador não seja superior ao valor máximo da
corrente de magnetização do transformador [EDP,2009].

5.4.3-Abertura e fecho de circuitos elétricos em carga

A abertura ou fecho de um circuito em carga, independentemente da tensão da


instalação, não é permitida para uma carga superior a 40 kW, admitindo-se que o fator de
potência (cos(φ))seja igual a 0,7, sendo necessário o recurso à utilização de dispositivos de

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
manobra em carga, vulgarmente designados por DMC’s, cujo exemplo se mostra na figura 5.7
[José Silva, 2012].

Acima dos limites dos DMC’s (equipamentos utilizado para abrir ou fechar circuito da
rede aérea em carga), o desligar e o ligar de um condutor não podem ser feitas em tensão.
Antes da realização de uma operação de abertura ou fecho de um circuito elétrico, o individuo
responsável pelos trabalhos deve certificar-se que os executantes estão prontos e nas melhores
condições para a concretização de tal trabalho. Esta tarefa só pode ser efetuada pelos
executantes depois de receberem uma ordem verbal e explícita da pessoa responsável por tais
trabalhos [José Silva, 2012] [EDP,2009].

Figura 5. 7-Abertura de Arcos em tensão com DMC´s (Granja)

5.4.4-Manutenção de seccionador

Depois de executadas as tarefas de preparação da zona de trabalhos e preparação das


ações de intervenção, inicia-se os seguintes trabalhos de manutenção do seccionador em
tensão [EDP,2009]:

1. Curto-circuitar seccionador (com recurso a cabos secos garantindo continuidade


serviço);
2. Remoção de arcos;
3. Proteger condutores;
4. Manutenção/conservação do seccionador;
5. Medir e confecionar novos arcos;
6. Remoção de protetores;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
7. Escovar condutores da linha;
8. Ligação dos novos arcos;
9. Remoção de curto-circuitadores (malhas de Terra);

5.4.5-Montagem de apoio em alinhamento

Apesar da montagem do apoio em alinhamento não ser muito usual, a utilização de


equipas TET, não deixa de ser importante quando é realizada em tensão.

Por norma, a montagem do novo apoio pode ser feita junto ao apoio antigo (apoio a
substituir) ou a meio vão.

A colocação de novo apoio junto ao antigo pode dever-se à deterioração significativa


do mesmo, pondo em causa a segurança e continuidade do fornecimento de energia. O
posicionamento do novo apoio a “meio” vão pode dever-se, por exemplo à necessidade de
aumentar a distância dos condutores da linha a uma nova construção civil ou à execução de
um novo ramal. Este tipo de trabalho exige rigor e responsabilidade, não só por parte das
triangulações, como também, dos restantes equipamentos e ferramentas.

Figura 5. 8-Implementação do apoio nº31 da obra de Oleiros

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 5. 9-Ferramentaria TET utlizada na implementação do apoio nº33 na LAMT em Oleiros

A figura 5.8 representa a implementação de um apoio próximo de uma linha de média


tensão em carga. A figura 5.9 representa os elementos que servem para exercer tração nos
condutores existentes evitando que estes entrem em contacto entre si e com meios exteriores à
linha.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
5.5Conclusão

No capítulo 5 foram apresentados os tipos de postos de transformação e as respetivas


ações de manutenção que foi possível ao autor acompanhar durante o estágio.

As ações de manutenção permitem fiscalizar e efetuar reparações nas infraestruturas


da rede elétrica. As ações de manutenção e fiscalização dos postos de transformação de
energia são efetuadas duas vezes por ano. Estas consistem na manutenção do transformador
de energia elétrica e de todos os elementos compostos por mecanismos mecânicos que
permitem executar as ações de corte e proteção em boas condições. Assim sendo, são
verificadas e registadas as leituras da terra de serviço, terra de proteção do posto de
transformação e ainda é feita a limpeza exterior e interior do PT.

A manutenção do PT é muito importante porque garante não só o bom funcionamento


do posto de transformação, mantendo operacional todos os mecanismos que permitem a
atuação das proteções de curto-circuitos e sobrecargas, mas também a verificação do estado
dos acessos aos postos de transformação. Foi ainda verificado pelo autor que os postos de
transformação em zonas rurais mais isoladas estavam inacessíveis devido a densa vegetação e
na possibilidade de uma anomalia (avaria) num desses PT´s, o tempo de resposta a resolução
desta, seria muito superior porque os técnicos não têm acesso ao interior dos PT´s.

A manutenção da iluminação pública é feita anualmente e consiste no cadastro do


número de luminárias e na classificação dos tipos de luminárias utilizados em cada circuito do
PT. Para as armaduras e luminárias que sejam consideradas obsoletas é feito um registo para
que sejam substituídas por equipamentos técnicos mais recentes e que correspondam às
normas de segurança e eficiência energética.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

6- Planificação, montagem e execução de trabalhos

Neste capítulo serão apresentados e descriminados os trabalhos acompanhados nas


obras de Oleiros e São João do Campo durante o período de estágio.

A execução de trabalhos de uma linha de aérea de média tensão está faseada em várias
etapas. A primeira fase dos trabalhos consiste em elaborar um levantamento das propriedades
e dos proprietários onde está prevista a implementação da rede aérea de média tensão em
estudo.

Na segunda fase dos trabalhos, o empreiteiro que executa os trabalhos tem como tarefa
deslocar-se ao terreno para executar a seleção do local onde será implementado o estaleiro de
obras bem como a picagem do terreno.

Depois de executadas as ordens de serviço anteriores, precede-se aos trabalhos de


abertura de fundações e arvoamento dos apoios, seguindo-se os trabalhos de passagem de
linha e respetivas amarrações.

Nos tópicos seguintes será apresentado de forma mais detalhada cada uma das tarefas
descriminadas.

6.1-Dimensionamento da linha aérea de média tensão de S. João do


Campo

Como foi referido em pontos anteriores do presente relatório a empresa “Barata e


Marcelino SA.” não tem como função elaborar projetos de urbanizações ou redes de média
tensão, mas sim executar os mesmos. Durante o período de estágio foi atribuído ao autor do
relatório a tarefa de execução de um projeto de uma rede de média tensão de pequenas
dimensões de modo adquirir a maior experiência possível durante o período de estágio. Deste
modo o projeto da expansão da rede aérea de S. João do Campo era o trabalho ideal pois
permitiria planear, executar e acompanhar o projeto do princípio ao fim.

O projeto em questão tem como principio interligar a rede de distribuição de média


tensão existente em São João do Campo à futura urbanização localizada no interior da
localidade. Para que alimentação da urbanização se concretize é necessário projetar a rede

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
aérea com uma tensão nominal de 15kV com o objetivo de fornecer energia elétrica ao posto
de transformação a implementar na nova urbanização. O Posto de Transformação mencionado
classifica-se como A.I. e tem uma potência nominal de 160kVA. Depois de efetuado um
levantamento do local e das características da rede existente, verificou-se que o apoio onde se
iria localizar a derivação na linha aérea existente, para a linha área mencionada seria no apoio
D0934. A linha a projetar terá um comprimento de 0.6km.

A localização da rede aérea a implementar do projeto em questão pode ser observado


na planta de localização da figura 6.1.

Figura 6. 1-Localização da rede aérea de média tensão de São João do Campo

Como se pode ver na figura 6.1 o traçado a vermelho representa a rede aérea projetada
e o traçado a azul representa a rede aérea existente.

Depois de efetuado e analisado o levantamento do local definiu-se a localização do


posto de transformação e dos diversos apoios.

A figura 6.2 representa o resultado do levantamento topográfico do local que serve de


orientação para executar o dimensionamento do cálculo mecânico e elétrico do projeto em
questão.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 6. 2-Levantamento topográfico da Bora de São João do Campo

Nos anexos I e II do presente relatório estão apresentados o perfil da linha e o mapa de


medições da linha aérea de S. João do Campo.

6.1.1-Cálculo elétrico de São João do Campo

6.1.1.1-Dimensionamento da corrente de serviço

Para obtermos a secção técnica do condutores a implementar é necessário determinar a


corrente de serviço, depois de calculado o valor da mesma recorre-se a diversas tabelas
fornecidas pelos fabricantes de condutores e deste modo determinar-se qual a secção do
condutor a utilizar.

√ √

Depois de analisado a tabela 6.1 verifica-se que o condutor de alumínio-aço indicado


terá uma secção de 30mm2.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Tabela 6. 1-Características dos condutores de alumínio de alma de aço (solidal) [Guia
Técnico Solidal, 2010]

A secção do condutor determinado pelo método anterior por vezes não é a mais
precisa no plano económico.

Com base na lei de Kelvin secção económica dos condutores determina-se através da
seguinte expressão:

Em que:

Is= Corrente de serviço (A);

=densidade da corrente económica (A/mm2);

A densidade da corrente económica tem os seguintes valores:

Tabela 6. 2-Valores da secção económica dos condutores [J. M. Forte, 2006]

Tipo de concutor U≤30kV U≤60kV


Cobre 1,9 1,7
Alumínio-Aço 0,9 0,8

O valor da secção económica calculado no condutor de alumino-aço é


aproximadamente 8mm2 mas como a secção mínima do condutor a instalar neste tipo

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
infraestruturas, segundo o R.S.L.E.A.T. têm um valor mínimo de 50mm2, e na atualidade a
EDP recomenda a utilização de condutores com uma secção de 50mm 2. O condutor a
implementar na presente obra terá uma secção de 50mm2.

6.1.1.2-Perdas de Energia

As perdas de energia nomeadamente as perdas por dissipação térmica foram


determinadas a partir das expressões:

Resistência óhmica por fase:

[ ]

Ao atribui-se o valor de 50ºC da temperatura local, uma vez que se considera a


temperatura máxima que se faz sentir no local e com este valor determina-se o valor da
resistência ohmica para a situação de funcionamento em regime permanente.

O valor de toma os seguintes valores :

 0.00393 para condutores de cobre;


 0.00403 para condutores de alumino de aço;
 0.00360 para condutores liga de alumínio;

[ ]

Por consulta da tabela 6.1 verificou-se que para um condutor de alumínio-aço de


2
50mm , apresenta uma com um valor 0.675Ω/km deste modo o valor calculado de
0.7566075Ω/km. Depois de calculado o valor da resistência óhmica equivalente a
temperatura ambiente, calcula-se o valor das perdas de energia.

As perdas de energia óhmica correspondentes 0.0673% da potência total transportável


na linha. Deste modo conclui-se ainda que as perdas verificadas são insignificantes
relativamente a potência transportável.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
6.1.1.3-Determinação da intensidade de corrente de curto-circuito máxima admissível

Depois de consultadas as tabelas 3.2 e 3.3 do presente relatório localizadas no ponto


3.3.3 e tendo em conta as considerações efetuadas já mencionadas, para se poder dimensionar
a corrente de curto-circuito máxima admissível, conclui-se que os valores de K1 e K2 são,
respetivamente, 5,902 (mm2 /kA) e 1,732 (mm2 /kA).

√ √

Para o estudo da linha em questão considerou-se que o tempo máximo de duração do


curto-circuito será de 0.05s. (o valor real da secção do condutor foi obtido na tabela 6.1).

6.1.1.4-Determinação das quedas de tensão

Como já foi mencionando ponto 3.3.4 do presente relatório é necessário determinar o


valor da indutância e da reactância.

A expressão que permite determinar a indutância é dado pela seguinte expressão:

[ ]

Em que :

 L= Indutância do condutor em (H/Km);


 =Distância entre condutores (Km);
 =Raio do condutor (Km);

Para se poder efetuar o cálculo da indutância deve-se optar pela maior distância
compreendida entre os condutores, o que corresponde a um valor maior de indutância e
consequentemente por sua vez corresponde a uma maior queda de tensão.

Para determinar o cálculo do valor da reactância indutiva o autor teve em consideração


o valor ponderado da distância entre os condutores. O valor da distância entre condutores é
obtido através dos diagramas dos diversos fabricantes das armações adotadas. Estes
diagramas foram consultados no capítulo 5 das recomendações para linhas aéreas de M.T. até
30kV.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Depois de analisado o levantamento topográfico verificou-se que a localização dos


apoios implica que estes se caracterizem como apoios de ângulo, assim sendo e por motivos já
mencionados no ponto 3.1.2.1, o tipo armações a implementar no apoio TP4 (apoio do P.T.) e
no apoio D0934 (derivação da linha existente) serão do tipo HRF. Nos restantes apoios as
armações aplicar serão do tipo GAN [R.L.A.A. T,1986]. A figura 6.3 representa um exemplo
de uma armação GAN e a figura 6.4 representa o esquema de uma armação HRF

Figura 6. 3-Esquema representativo de uma armação GAN [EDP, 1992]

Figura 6. 4-Esquema representativo de uma armação HRF [EDP, 1992]

Depois de efetuado um pequeno estudo com o intuito de verificar qual a maior


distância entre os condutores no traçado da linha a dimensionar, chegou-se a conclusão que a
distância máxima entre condutores tem um valor de 1.85m.

O procedimento e as considerações tomadas para determinar o valor anteriormente


referido foram:

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
 A distância entre os condutores é igual em todo o comprimento do vão;
 A distância entre condutores igual em todo o comprimento do vão;
 A distância entre os condutores na armação HRF é 88.5cm verificar figura 6.4;
 A distância entre os condutores na armação GAN é 1.85m;
 Como se pode verificar na figura 6.3, o traçado a verde representa o comprimento
entre condutores no eixo dos XX (D1),o traçado a vermelho no eixo do YY transcreve
a distância em altura dos condutores (D2) e o traçado a azul (D3) representa a
distância efetiva entre os condutores;

Assim √ = √ .

Assim sendo:

[ ]

Para um quilómetro de linha área o valor da indutância é 0.001237H/km, como a rede


em estudo têm apenas 0.6km o valor da indutância é 0.000742H.

Em seguida efetuar-se o cálculo da reactância indutiva.

= .

Por fim procede-se ao dimensionamento das quedas de tensão do traçado da rede em


questão.

√ [ ]

√ [ ]=
.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
As quedas de tensão na rede correspondem a 0.062283% da tensão composta o que
representa um valor insignificante.

6.1.2-Cálculo mecânico

6.1.2.1-Hipóteses de cálculo

De acordo com o transcrito no R.S.L.E.A.T. nomeadamente nos artigos 56.º e 62.º, são
consideradas, de acordo com a função do apoio, duas hipóteses de cálculo que diferem
conforme a direção do vento à incidir na linha. Nas Recomendações para Linhas Aéreas de
Alta Tensão até 30kV, segundo o art.º 21º os condutores nus deverão ser calculados para a
mais desfavorável das hipóteses seguintes.

a) Temperatura de zona de gelo:


1)Temperaturas de +15ºC e vento máximo habitual;
2)Temperaturas de -5ªC e vento reduzido;
b) Em zonas de gelo:
1)Temperaturas de +15ºC e vento máximo habitual;
2)Temperatura de -10ºC, manga de gelo e vento reduzido e vento reduzido
atuando sobre os condutores e cabos de guarda com manga de gelo;

6.1.2.1.1-Hipóteses de cálculo dos apoios de ângulo

De acordo com o artigo 57.º do R.S.L.E.A.T. os apoios de ângulo deverão ser


calculados nas seguintes hipóteses, consideradas não simultaneamente:

Hipótese 1:

A sobrecarga de vento atuando, segundo a direção da bissetriz do ângulo, sobre o


apoio, as travessas e os isoladores e sobre os condutores e os cabos de guarda da linha
principal nos dois meios vãos adjacentes ao apoio.

Simultaneamente, a resultante das componentes horizontais das trações exercidas


pelos condutores e pelos cabos de guarda à temperatura de +15ºC, com vento atuando
segundo a direção da bissetriz do ângulo.

Página 91
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das travessas, dos isoladores, dos
condutores e dos cabos de guarda.

Hipótese 2:

A força horizontal, de valor igual a um quinto da resultante das forças provenientes da


ação do vento segundo a direção da bissetriz do ângulo sobre os condutores e cabos de guarda
nos dois meios vãos adjacentes ao apoio, atuando no eixo do apoio, na direção normal à
bissetriz do ângulo, à altura daquela resultante. Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das
travessas, dos isoladores, dos condutores e dos cabos de guarda.

De acordo com as Recomendações para Linhas Aéreas de Alta Tensão Até 30kV,
capítulo 9, quadro 9.10.

Hipótese 1 com Vento:

 Esforço no sentido normal à linha ou no sentido da bissetriz do ângulo (eixo YY)

[∑ [|∑ |]]

 Esforço no sentido da linha no sentido normal a bissetriz do


ângulo (eixo XX).

[∑ ]

 Esforço vertical (eixo ZZ).

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Hipótese 2 sem vento:

 Esforço no sentido da linha ou no sentido normal a bissetriz do ângulo (eixo XX).

 Esforço vertical eixo (ZZ)

6.1.2.1.2-Hipóteses de cálculo dos apoios de derivação

De acordo com o artigo 58.º do R.S.L.E.A.T.. Os apoios de derivação deverão ser


calculados para as hipóteses seguintes, consideradas não simultaneamente:

Hipótese 1:

A sobrecarga de vento atuando, normalmente à direção da linha principal se o apoio


for de alinhamento ou segundo a direção da bissetriz do ângulo, sobre o apoio, as travessas e
os isoladores e sobre os condutores e os cabos de guarda da linha principal nos dois meios
vãos adjacentes ao apoio.
Simultaneamente, a sobrecarga de vento atuando, com a direção anteriormente considerada,
sobre os condutores e os cabos de guarda no meio vão adjacente das linhas derivadas.
Simultaneamente, a resultante das componentes horizontais das trações exercidas
pelos condutores e pelos cabos de guarda da linha principal e das linhas derivadas à
temperatura de +15ºC, com vento atuando segundo a direção atrás considerada.
Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das travessas, dos isoladores, dos
condutores e dos cabos de guarda da linha principal e das linhas derivadas.

Hipótese 2:

A força horizontal, de valor igual a um quinto do da resultante das forças provenientes


da ação do vento segundo a direção da bissetriz do ângulo sobre os condutores e cabos de
guarda nos dois meios vãos adjacentes ao apoio, atuando no eixo do apoio, na direção normal
à bissetriz do ângulo, à altura daquela resultante;
Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das travessas, dos isoladores, dos
condutores e dos cabos de guarda;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
De acordo com as Recomendações para linhas de alta tensão até 30kV capitulo 9
quadro 9.12.

Hipótese 1 (vento perpendicular a linha principal ou paralela à bissetriz do ângulo da linha


principal);

 Esforço no sentido normal à linha principal ou paralela à bissetriz do ângulo da linha


principal.

[∑ [|∑ |]]

 Esforço no sentido da linha principal ou no sentido do paralelo


normal à bissetriz do ângulo da linha principal (eixo xx).

[ ]

 Esforço vertical (eixo zz).

Hipótese 2 (vento paralelo à linha principal ou perpendicular à bissetriz do ângulo da linha


principal)

 Esforço no sentido normal á linha principal ou no sentido da


bissetriz do ângulo da linha principal (eixo YY).

[ ]

 Esforço no sentido da linha principal ou no sentido normal à


linha do ângulo da linha do (eixo XX).
[ [ ]]

 Esforço vertical (eixo ZZ).

Neste momento irá proceder-se à determinação dos esforços aplicados aos apoios que
constituem a rede a projetar.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Apoio derivação: no apoio onde se procederá a derivação (apoio D0934) da linha
existente é necessário efetuar um estudo, que consiste em determinar a tensão mecânica tendo
em conta os esforços exercidos no apoio, com o objetivo de apurar se é necessário proceder à
substituição do apoio.

A linha principal (rede existente), bem como a nova linha (derivação) são constituídas,
respetivamente, por condutores em Al-Aço de 90 mm2 e 50mm2. A linha principal chega ao
apoio com uma tensão máxima de montagem de 9daN/mm2. O traçado da rede aérea que
fornece energia elétrica à urbanização vai ter uma tensão máxima de montagem de 9daN/mm2
com exceção do vão entre ao apoio 7 e o PT. O vão referido terá uma tensão máxima de
montagem de 8daN/mm2 (o valor da tensão de montagem é imposto pelo R.S.L.E.A.T.).

.
Simbologia das expressões apresentadas:

 - Peso específico linear do condutor /(kg/m) (daN/m);


 -Comprimento do respetivo vão (m);
 -Tensão de montagem=Secção real do condutor*tensão máxima de montagem.
 ;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
6.1.2.1.3-Cálculo dos esforços aplicados no apoio de ângulo

Neste ponto será apresentado, a título de demonstração, a determinação dos esforços


aplicados no apoio nº4 (apoio em ângulo).

Quando se efetua o levantamento da linha o topógrafo recolhe o ângulo α que a linha


faz em cada apoio, (valor descrito na planta parcelar). Os ângulos e podem ser
determinados do seguinte modo:

Figura 6. 5-Representação dos esforços exercido num apoio em ângulo [Cláudio Galvão, 2010]

Para a determinação dos ângulos e procede-se do seguinte mondo:

Informação dos Vãos adjacentes ao apoio nº4:

S1:

 Vão: 60.31m;
 Condutor: Alumino-Aço 50mm2;
 Tensão de montagem:9daN/mm2, 1ºEscalão;

S2:

 Vão: 89.67m;
 Condutor: Alumino-Aço 50mm2;
 Tensão de montagem:9daN/mm2, 1ºEscalão;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
O estado de montagem do local em questão insere-se no 1º escalão, o que implica que
o elemento da linha sobre o qual se pretende calcular a ação do vento se encontre a uma altura
igual ou inferior a 30m e a pressão dinâmica do vento assuma um valor de 750Pa.

Hipótese 1: Vento paralelo à bissetriz do ângulo

Esforço no sentido da bissetriz do ângulo (eixo YY)

[ | |];

[ |
| ];

Os 12 daN patentes na expressão anterior dizem respeito aos esforços aplicados ao


apoio e praticados pela ação do vento na armação e nos isoladores, sendo esses repartidos
pelos vários vãos. É de salientar que nos apoios de betão pode desprezar-se o esforço no
sentido normal à bissetriz do ângulo (eixo ZZ).

Esforço no sentido normal à bissetriz do ângulo (eixo XX)

[ ];

[ ];

Esforço vertical (eixo ZZ)

[ ];

[ ];

Página 97
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Hipótese 2: Sem vento

Esforço no sentido normal à bissetriz do ângulo (eixo XX)

[ ]

[ ]

Neste caso apenas é analisada a Hipótese 1 visto que de acordo disposto no


R.S.L.E.A.T. “É desnecessária a verificação da Hipótese 2 em apoios de betão e em apoios
metálicos de base quadrada”.

Hipótese 1: FT= =

Depois de analisados os esforços calculados na Hipótese 1, poderá escolher-se um


apoio de Betão. Consultando o catálogo de apoios que contêm os diagramas de esforços úteis.
Pode concluir-se que o Poste 20MP00-600 da Cavan se adapta perfeitamente às exigências
dos esforços [Catálogo Cavan 2009].

6.1.2.1.4-Cálculo dos esforços aplicados no apoio de derivação

Neste ponto será apresentado a título demostração a determinação dos esforços


aplicados no apoio onde ocorre a derivação da linha existente para a nova linha.

O processo de determinação dos ângulos é em tudo semelhante ao demonstrado na


determinação dos ângulos. Nos apoios ângulo a única diferença existente no presente caso
consiste na determinação o .

Deste modo:

Onde representa o ângulo entre o eixo do XX e a derivação. A figura 6.6 representa


o apoio em derivação em estudo.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 6. 6-Representação de um apoio derivação [Cláudio Galvão, 2010]

Informação dos Vãos adjacentes ao apoio derivação:

S1:

 Vão: 80m;
 Condutor: Alumino-Aço 90mm2;
 Tensão de montagem:9 2
, 1ºEscalão;

S2:

 Vão: 90m;
 Condutor: Alumino-Aço 90mm2;
 Tensão de montagem:9 1ºEscalão

 Vão: 12m;
 Condutor: Alumino-Aço 50mm2;
 Tensão de montagem:9 , 1ºEscalão;

Os valores da tensão de montagem:

 ;
 ;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Os valores do Peso especificam do condutor:

Os valores do esforço unitário devido ao vento:

( )

Hipótese 1:

Vento paralelo à bissetriz do ângulo (eixo YY)

[ |
| ];

[
| | ];

1026,20 ;

Esforço no sentido normal à bissetriz do ângulo (eixo XX)

[ ];

[ ];

985,26 ;

Esforço vertical (eixo ZZ)

[ ];

[ ];

= 351,14 ;

Página 100
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Hipótese 2:

Vento paralelo à bissetriz do ângulo (eixo YY)

[ ] ;

[ ] ;

= 904,11 ;

Esforço no sentido normal à bissetriz do ângulo (eixo XX)

= [ |
|];

= *[
| |]

1040,85 ;

Depois de obtidos os valores dos esforços solicitados ao apoio, o apoio terá de resistir
as solicitações das hipóteses 1 e 2 verificadas não simultaneamente.

 Hipótese 1: FT= = 2011,46


 Hipótese 2: FT= =1040,85 ;

O caso mais crítico verifica-se para a hipótese 1 pois como o apoio existente só têm
capacidade para resistir a um esfoço com um valor de 600 e o esforço exigido ao mesmo
é 2011.46 . Pode assim concluir-se que a estabilidade do apoio não se verifica.

Como a estabilidade do apoio não se verifica, estudaram-se varias hipóteses a adotar


com o objetivo de evitar trocar o apoio existente. Como não se consegue garantir a
estabilidade do apoio poderão adotar-se outras medidas tais como:

 Diminuir as tensões mecânica de montagem a aplicar aos condutores da nova linha


mais baixas.
 Tentar rodar o apoio para que este fique orientado segundo à bissectriz do ângulo,
compreendido entre o vão da linha principal, permitindo de alguma forma melhorar a
estabilidade.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Como as duas opções apresentadas não solucionaram o problema optou-se por
substituir o apoio por outro que suporte os esforços anteriormente dimensionados no presente
caso (2011.46daN). Depois de consultado o catálogo de apoios que contêm os diagramas de
esforços úteis, pode-se concluir que o Poste 20MP00-2250 da Cavan adapta-se perfeitamente
às exigências dos esforços.

Os restantes apoios existentes na linha em estudo, exceto o apoio onde se situa o PT,
são apoios de ângulo e derivação. Uma vez que já foi dimensionado o processo de cálculo
para um apoio de ângulo e derivação serão apresentados apenas os valores necessários para
efetuar o dimensionamento dos esforços dos respetivos apoios. Os resultados finais dos
esforços e dos ângulos exercidos nos apoios serão apresentados na tabela AIV1 e do anexo IV
do presente relatório.

O apoio onde está colocado o transformador é um apoio pré-definido, designado por


TP4, com 14 m. Para os diferentes Tipos de PT aéreos existentes, do tipo AI e AS, existem
projetos tipos definidos pela Direção Geral de Energia que prevêem para o último vão da
linha de média tensão um vão máximo de 120 m em Al-Aço de 50mm2 à tensão mecânica
máxima de 8 . Uma vez que estas condições se verificam, pois o vão é inferior aos
120m (sendo esse de 70 m) e sendo a tensão mecânica igual à 8 , não se procedeu
ao dimensionamento do respetivo apoio.

6.1.2.2-Afastamento entre condutores

O afastamento entre condutores da linha a projetar deve ser calculado em cada vão da
linha. O valor do afastamento entre condutores está dependente do comprimento do vão, da
tensão mecânica máxima aplicada aos condutores associados a cada vão, das características
dos condutores e o tipo de armações aplicadas em cada apoio.

Para determinar a distância entre condutores é necessário determinar qual o estado


atmosférico mais desfavorável e em seguida através da equação de estados calcular a tensão
de montagem tendo em consideração a temperatura do local no momento de regulação de
flecha de cada vão, associado à tensão mecânica de montagem máxima aplicada aos
condutores no estado mais desfavorável.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Determinação do estado atmosférico mais desfavorável.

Estado Inverno:

Determinação da ação do vento sobre os condutores:

F= =0.6*1.2*300*0.009=1.944N/m=0.1983kgf/m

Em que:

 = 0,6 para condutores e cabos de guarda;


 = 1,2 para condutores com um diâmetro inferior a 12,5 ;
 = 300 Pa ,correspondente ao 1º escalão (vento máximo);
 = Área de superfície batida pelo vento ( );

Área de superfície batida pelo vento= * .

Em seguida procede-se a determinação do coeficiente de sobre carga.

√( [ ])

√( [ ])

Em que:

 = Diâmetro do condutor;
 =Toma como o valor 0.9kg/dm3;
 =0.1724;
 =dc+2* =9+2*12=34;
 =9mm;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Estado primavera:

F=

Vão crítico:

Depois de determinados os coeficientes de sobrecarga e o vão critico para os estado de


primavera e Inverno e tendo em conta o diagrama de decisão patente na figura 3.19 para o vão
compreendido entre o apoio derivação e o apoio nº1, concluímos que o estado atmosférico
mais desfavorável é o estado atmosférico de inverno. Isto porque o coeficiente de sobrecarga
de inverno é maior que o estado de sobrecarga de primavera e o resultado do Cálculo do vão
critico é imaginário. Para os restantes vãos em estudo o estado atmosférico mais desfavorável
corresponde ao estado de Primavera dado que o seu coeficiente de sobrecarga é maior que o
estado de Inverno e o vão em causa tem um comprimento maior que o comprimento do vão
crítico calculado.

De seguida serão determinadas, com o conhecimento da tensão de montagem, as


flechas de regulação dos condutores nos diferentes vãos da linha para o vão entre o apoio nº2
e o apoio nº3.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013



 -2
;
 ;
 ;
 ;

 ;
 =1;
 -6
;

Para o estado de flecha máxima, tendo em conta que se considera a ausência tanto de
manga de gelo como de vento, o coeficiente de sobrecarga não representa nenhum
agravamento teórico do peso do condutor, pelo que assume o valor =1.

Resolvendo a equação em ordem a tensão máxima, obtém-se o seguinte valor


igual a 95.570 . Depois de determinado a tensão mecânica resta agora determinar o valor
da flecha máxima e distancia regulamentar;

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Sendo:

 ;
 ;

Como já foi referido a expressão que permite determinar o afastamento entre


condutores é seguinte:

√( )

 ;

 ;

√( )

A distância mínima entre os condutores no estado de flecha máxima será de 0.766m.

O dimensionamento do afastamento dos condutores nos restantes vãos será apresentado no


anexo III.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
6.2-Conclusão

Neste capítulo está representado o dimensionamento teórico de uma linha de média


tensão baseado no cálculo mecânico e elétrico, Os métodos mencionados foram apresentados
no capítulo 3.2. e 3.3.

A linha aérea de S. João do Campo tem um comprimento de 0.6km e tem uma tenção
nominal de 15kV. O vão com maior comprimento na linha em estudo está compreendido entre
apoio 4. e o apoio 5. Para o vão compreendido entre o apoio derivação e o apoio 1. é utilizado
o estado atmosférico de inverno porque o coeficiente de sobrecarga de inverno é maior que o
estado de sobrecarga de primavera e o resultado do Cálculo do vão critico é imaginário.

Para os restantes vãos da linha aérea em estudo o estado atmosférico mais


desfavorável corresponde ao estado de Primavera dado que o seu coeficiente de sobrecarga é
maior que o estado de Inverno e o vão em causa ter um comprimento maior que o
comprimento do vão crítico calculado.

Na opinião do autor foi um capítulo que enriqueceu muito o seu conhecimento uma
vez que o cálculo mecânico de uma linha de média tensão era um assunto que nunca antes
tinha sido tratado. Foi permitido assim ao autor perceber como fazer a determinação de alguns
processos que levam à seleção dos apoios e aos tipo de ferragens a utilizar numa linha aérea
de média tensão.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

7-Descriminação da execução de trabalhos

7.1-Introdução

No presente capítulo são apresentados os trabalhos de implementação de redes aéreas


de média tensão, que o autor teve oportunidade de acompanhar, proporcionando-lhe um
conhecimento prático das dificuldades que são encontradas pelos profissionais na realização
dos trabalhos. O autor pôde observar as dificuldades causadas pelo mau tempo (como a chuva
e o vento forte) que se fez sentir na Serra de Oleiros e que condicionaram os trabalhos, pondo
em causa as datas previstas de concretização dos mesmos. Outra das condicionantes
encontradas esteve relacionada com o arvoamento de apoios, nomeadamente com os acessos
que se tiveram de criar pelos terrenos e as condicionantes que os proprietários impõem, tais
como, custos acrescidos ao projeto e tempo gasto em negociações.

7.2-Piquetagem

A Piquetagem tem como função sinalizar o terreno por meio de estacas ou marcas, os
pontos de implantação dos apoios e o respetivo alinhamento dos mesmos.

No caso de apoios metálicos é colocada uma estaca de centro no ponto central da torre
(figura 7.1) bem como as estacas que definem a bissetriz do poste.

Para os apoios de betão em alinhamento colocam-se três estacas: uma que dá


indicação da implantação do poste e as outras duas estacas que indicam a direção que terá a
linha. No caso de um apoio de betão de ângulo utilizam-se 5 estacas: uma para indicação da
implantação do apoio, duas para indicação da localização das linhas e por fim as últimas duas
para indicarem a rotação dos apoios em relação à linha.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 7. 1-Exemplo de piquetagem de uma linha Urbanização São João do Campo

Figura 7. 2-Exemplo de como devem ser executadas piquetagem [EDP,2009]

7.3- Fundações

Esta atividade engloba as seguintes tarefas:

Abertura de Caboucos: nesta tarefa a abertura de caboucos está de acordo com as


características do projeto tendo em conta os procedimentos descritos anteriormente.

Antes de se proceder a abertura dos caboucos é necessário elaborar um estudo dos


acessos ao terreno e estabelecer contacto com os proprietários dos terrenos que possam sofrer
alterações, de modo a que os meios mecânicos que irão proceder ao arvoramento do apoio
tenham acesso ao local. É ainda necessário pedir autorização para proceder aos trabalhos.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Deve-se ainda referir que alguns dos proprietários são reembolsados por danos
causados durante os trabalhos. A figura 7.3 representa a abertura de caboucos de um apoio
metálico na obra de Oleiros.

Figura 7. 3-Abertura de caboucos de um apoio metálico (Oleiros)

Montagem de bases (Caso seja necessário): nas obras em que se utilizem apoios
metálicos é necessário a montagem de lajetas e verificação das características das bases dos
apoios, tendo em conta as distâncias frontais, laterais e diagonais e os ângulos laterais em
relação ao centro do apoio. A figura 7.4 representa a regulação das bases de um apoio
metálico.

Figura 7. 4-Regulação das bases de um apoio metálico (Oleiros)

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Betonagem: Durante os trabalhos fiscalizados os tipos de betão utilizado na
betonagem dos apoios, segundo o caderno de encargos, deve ser do tipo C20-25.
Antes de se executar a betonagem terá que ser apresenta uma lista com relatórios de
ensaios referentes ao fornecedor de betão.
No ato da betonagem do apoio serão retiradas amostras do betão e será também
realizado um controlo ao mesmo ao fim de 7 e 28 dias, de acordo com o regulamento de
betões de ligantes hidráulicos. A figura 7.5 demostra as diversas etapas de betonagem de um
apoio de betão.

Figura 7. 5-Diversas etapas de betonagem de um apoio de betão

Terraplanagem, consiste em executar a reposição de pavimentos em consequência da


abertura de valas e caboucos. A reposição de pavimentos deve garantir que, de uma forma
geral, o novo pavimento resulte o mais semelhante possível ao existente, garantido o
nivelamento entre a reposição e o pavimento existente.

A reposição de passeios e todas anomalias provocadas pelos trabalhos intervenção da


rede é da responsabilidade da entidade que executa os trabalhos de intervenção na rede
elétrica. A figura 7.6 representa a nivelação de terras depois de se proceder a uma pequeno
troço de rede subterrânea na obra de Oleiros.

A sinalização de trabalhos, bem como a manutenção de passadeiras e proteções de


peões, deve permanecer, desde o início dos trabalhos até ao final da reposição de pavimentos.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 7. 6-Reposição pavimentos.

7.4-Passagem de condutores

Existem dois tipos de execução de passagem de linhas: em linha de obras de curta


distância e em linha de obras de longa distância. Na linha de obras de curta distância, entre o
primeiro apoio e o último apoio à execução dos trabalhos procede-se do seguinte modo:
inicialmente o operário sobe aos diversos apoios onde são colocadas roldanas agarradas as
cadeias de isoladores, em seguida procede-se a passagem de uma corda guia que serve para
conduzir os condutores de alma de aço desde do solo às roldanas colocadas nas armações do
apoios. Os condutores são transportados pelo solo através de meios humanos.

Em obras onde se verifique que o comprimento da linha é de maior dimensão o


procedimento a tomar é diferente. Depois de colocadas as roldanas passa-se uma corda guia
pelo solo e em seguida é transposta para as roldanas também agregadas às cadeias de
isoladores.

Depois de passagem da corda guia utilizou-se um guincho para executar tração na


corda e consecutivamente na linha. No outro extremo da linha está o freio que tem como
função aumentar ou diminuir a tensão no guincho.

Este tipo de desenrolamento deve ser feito com atenção e a tarefa deve ser executada
com o máximo de cuidado para que não provoque danos na constituição física ou mecânica do
cabo.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
7.5-Regulação de linhas (condutores)

A regulação dos condutores da linha pode ser feita através da análise dos valores da
flecha das respetivas linhas nas condições de temperatura no momento da montagem.

O método mais usado é aquele que é apresentado em seguida. Este método é aplicável
em vãos nivelados, considerando o vão de regulação semelhante ao representado na figura
7.7, para o qual se conhece o valor da flecha, nas condições de temperatura no momento da
montagem.

Figura 7. 7- Determinação da flecha de montagem num vão nivelado [Luís Silva, 2006]

Para efetuar a tarefa em questão é necessário material de precisão ótica. O


procedimento consiste em fixar o alvo e a luneta a uma mesma distância vertical dos pontos
de suspensão dos cabos sobre a própria estrutura. A linha visada será a paralela à corda da
curva. Se escolhermos essa distância igual ao valor da flecha f, quando o operador verificar
que os cabos estão tangentes à linha visada, estes estarão com o valor das tensões de esforço
desejadas.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
7.6-Ligações à terra

Todos os apoios deverão ser ligados à terra, bem como armações, aparelhagem de
corte ou de manobra (seccionadores), bainhas metálicas dos condutores, descarregadores de
sobretensões (DST), ferragens de suporte e dispositivos metálicos, instalados nos apoios
[EDP DRE-C11-040/N , 2009] . A figura 7.8 representa a implementação do sistema de terras
num apoio de betão.

Figura 7. 8-Sistema de terras apoio MT

O valor da resistência da terra de proteção deverá ser inferior a 20 Ohm, em quaisquer


condições de tempo ou de medição devendo, para o efeito, serem instalados elétrodos em
número e forma suficiente para atingir esse [EDP DRE-C11-040/N , 2009].

Os postes de betão devem ser ligados à terra, interligando-se o terminal de terra


existente na parte inferior do poste (terminal TLT) com o elétrodo de terra, através de cabo de
cobre nu de 35 mm2 [EDP DRE-C11-040/N , 2009] . Na figura 7.9 está representado como
efetuar as ligações a terra de proteção de um apoio de betão.

Figura 7. 9-LAMT ligação à terra [EDP DRE-C11-040/N , 2009]

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
As armações em postes de betão de linhas aéreas de MT devem ser ligadas à terra
através de fio de cobre de 16 mm2 de secção. O fio de cobre de 16 mm2 deve interligar todas
as ferragens constituintes da armação nos pontos de ligação à terra, existentes em todas as
ferragens. Depois de interligar todas as ferragens, o fio de cobre de 16 mm2 deve ligar ao
terminal de terra superior do poste, através de um terminal apropriado [EDP DRE-C11-040/N
, 2009].

7.6.1-Posto de transformação:

Terra de proteção:

A ligação ao elétrodo de terra de proteção referente aos postos de transformação


aéreos será feita a cabo VV 1G35 mm2 com a bainha exterior preta e isolamento
verde/amarela.

A ligação deve ser feita sem interrupções e será estabelecida entre o terminal de terra
inferior do poste de betão do PT e o elétrodo de terra. O valor da resistência da terra de
proteção não deverá exceder 20 Ohm [EDP DRE-C11-040/N, 2009].

Terra de serviço:

Nos PT’s que apenas alimentam redes aéreas BT, a terra de serviço será feita nos
primeiros postes de cada uma das saídas [EDP DRE-C11-040/N , 2009].

Nos PT´s que alimentam redes subterrâneas, caso dos de tipo AI, a terra de serviço
pode ser feita no PT, sendo a ligação ao elétrodo feita a partir do barramento de neutro do
QGBT, a cabo VV 1G35 mm2, com bainha exterior preta e isolamento azul [EDP DRE-C11-
040/N , 2009].

A distância entre os elétrodos da terra de proteção e da terra de serviço deverá ser


maior ou igual a 20 metros.

A resistência global da terra de serviço não deverá exceder 10 Ohm. A figura 7.10
representa o sistema de terras de posto de transformação aéreo.

Página 116
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Figura 7. 10-Sistema de terras de posto de transformação aéreo [EDP DRE-C11-040/N, 2009]

A plataforma de manobras e a parte fixa do punho do comando do seccionador serão


ligados ao terminal de terra inferior do poste (ligações independentes), com cabo de cobre nu
de 35 mm2, que no seu trajeto para o solo será protegido com tubo de PVC rígido de 25 mm2
de diâmetro, com extremidade embutida no maciço. A parte móvel do punho de comando do
seccionador ligará à parte fixa através de trança de cobre estanhada de 16 mm2.

Durante o período de estágio a EDP emitiu um comunicado que mencionava que as


terras dos DST (descarregadores sobre tensão) podem ser constituídas por condutores LXS
70mm2, devido aos inúmeros casos de furto dos condutores de cobre.

Página 117
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
7.9-Conclusão

No capítulo 7 o autor refere o contacto direto com os clientes e as diversas deslocações


aos locais onde se executaram os diversos trabalhos. Este tipo de tarefas foi uma das mais
importantes porque contribuiu para enriquecer a experiência profissional do autor e tomar
consciência que nem sempre as melhores soluções técnicas são as melhores a aplicar.

Durante o estágio foi possível ao autor compreender as dificuldades causadas pelo


mau tempo (como a chuva e o vento forte) que se fez sentir nos locais onde se realizaram os
trabalhos bem como as dificuldades dos acessos necessários aos meios mecânicos para
arvorar os apoios.

Os fatos apresentados condicionam as datas previstas de concretização dos trabalhos


pondo em causa o orçamento inicial previsto para a realização dos trabalhos.

Os projetistas/supervisores de produção devem ter em conta os fatores económicos, a


segurança dos operários que elaboram os trabalhos e a satisfação do cliente, sendo estes
fatores hoje em dia os mais importantes, tendo sempre em consideração os aspetos técnicos e
a respetiva regulamentação. A segurança e o profissionalismo são pontos que são tidos em
consideração pelas entidades empregadoras.

Página 118
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

8-Conclusão e perspetivas de desenvolvimentos futuros

Do período de estágio efetuado na empresa “Barata & Marcelino, SA” o resultado do


balanço é positivo. Durante o estágio foi permitido consolidar ao autor grande parte dos
conhecimentos adquiridos nas disciplinas lecionadas no período académico.

O contacto com vários profissionais da aérea em destaque a classe operária


(eletricistas, mecânicos), membros da gestão da empresa “Barata & Marcelino, SA”
fornecedores dos diversos materiais e os colaboradores da EDP Distribuição permitiu ao autor
adquirir novas competências comerciais e técnicas de gestão de equipas.

O contacto direto com os clientes e as diversas deslocações aos locais onde se


executaram os diversos trabalhos, contribuiu para enriquecer a experiência profissional do
autor e tomar consciência que nem sempre as melhores soluções técnicas são as melhores a
aplicar. Os técnicos têm de ter em conta os fatores económicos e a satisfação do cliente, sendo
estes fatores hoje em dia os mais importantes, tendo sempre em consideração os aspetos
técnicos e respetiva regulamentação.

Na atualidade quando se implementam novas redes há que destacar que, dada a


legislação atual, é necessário ter em conta os impactos ambientais que o projeto e
implementação de redes elétricas podem provocar, assim como os investimentos associados e
o processo de licenciamento das mesmas.

Todos os trabalhos realizados em redes de média e baixa tensão implicam a existência


de um alerta para os vários profissionais onde se exige que todos contribuam para melhorar a
qualidade de serviço e garantir a sua continuidade.

A realização do estágio revelou-se um momento de aprendizagem fundamental, uma


vez que todos os dias eram apresentados ao autor novos desafios e objetivos a cumprir.

O estágio revela-se um momento de aprendizagem fundamental e na minha opinião


necessário para quem pretende iniciar-se no mundo do trabalho.

No futuro próximo o autor tem com o objetivo seguir carreira onde tenha como
funções o acompanhamento e planificação de obras de infraestruturas de transporte e de
distribuição de energia elétrica.

Página 119
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

9-Bibliografia

[A. Campos, 2012] - C. F. A. Campos, Sistemas de Distribuição de Energia em Baixa Tensão


– Relatório de estágio curricular. Porto: FEUP, 2007. (05/2012);

[Catálogo Cavan, 2009] - Catálogo de postes de betão Cavan;

[Carlos Filipe, 2007] - Sistemas de Distribuição de Energia em Baixa Tensão-


Relatório de estágio curricular. FEUP, 2007. (05/2012);

[Cláudio Galvão, 2010] - Cláudio Daniel de Brito Sousa Galvão, Redes elétricas de média e
baixa tensão. Aspetos de projeto, licenciamento e exploração em contexto operacional.
Relatório Estagio versão provisório FEUP,2010. (03/2012);

[EDP, 1986] - Recomendações para linhas Aéreas de Alta Tensão até 30kv - Edição DGE;

[EDP, 2005] - Guia Técnico de Urbanizações, DIT-C11-010/N (disponível


em12/2009:http://www.estv.ipv.pt/dep/elect/LIE/index_ficheiros/suporte_ficheiros/Projecto_i
ns_elect/complementos/Guia_tecnico_urbaniz.pdf)

[EDP, 2007] - Ligação de Clientes de Baixa Tensão, DIT-C14-100/N (disponível em


03/2010:http://www.edpdistribuicao.pt/pt/ligacaoRede/baixaTens%C3%A3o/Baixa%20Tenso
/DITC14100N.pdf);

[EDP, 2009] - EDP, “Construção, reparação e manutenção de Redes de Distribuição, EC


2010”, Agosto 2009;

[EDP Anexo III-GO PT_BT_IP, 2009] - EDP-ECT-Anexo III-GO PT_BT_IP;

[EDP DRE-C11-040/N, 2009] - Guia Técnico de Terras DRE-C11-040/N;

[EDP, 2011] - Manual Ligações à Rede 3ªedição_web;

[J. M. Forte, 2006] - J. M. Forte, Projeto e construção de redes MT/PT/BT/IP - relatório final
de estágio. Porto: FEUP, 2006. (03/2010);

[José Nunes, 2007] - José Manuel Carreira Nunes, Projeto de Linhas de Média Tensão, redes
de Baixa Tensão, Iluminação Pública e Postos de Transformação. Relatório de estágio
curricular Porto: FEUP, 2007 (disponível em 01/2012);

Página 121
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
[José Rui Ferreira, 2003] - Sistemas de Elétricos Energia /Transmissão de Energia (disponível
em 02/2012: http://paginas.fe.up.pt/~mam/Linhas-1.pdf)

[José Silva, 2012] - José Alberto da Silva dos Santos Sargaço, Trabalhos Em Tensão,
Relatório final de estágio, 2007 (disponível em 04/20012);

[Manual do Indalwin,2009] - Manual do Indalwin (disponível em 01/2010:


http://www.indal.es/portal2/cm/indalux/tkContent?idContent=7226&locale=es_ES&textOnly
=false);

[Manual Indalwin, 2009] Manual Indalwin (programa de cálculo da disposição das


armaduras) (disponível em 01/2010:
http://www.google.pt/url?sa=t&source=web&cd=5&ved=0CCoQFjAE&url=http%3A%)

[Manuel Matos, 1996] - Manuel António Matos, Dimensionamento de canalizações elétricas


(disponível em 12/2009: http://paginas.fe.up.pt/~mam/dimensionamento.pdf);

[Nelson Brás, 2012] - Nelson caldeira Brás Intervenção em Redes Elétricas de Distribuição de
Energia, Relatório de Estágio ISEC 2011 (08/2012);

[Octávio Madureira, 2009] - Octávio Filipe das Neves Madureira, Redes de Distribuição de
energia de Média Tensão, Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia
Industrial Ramo Engenharia Eletrotécnica, Instituto politécnico de Bragança 2009, (03/2012);

[Paulo Santos, 2007] - Projeto de uma instalação de iluminação pública, I Instituto politécnico
de Leiria 2007 (02/2010);

[Luís Silva, 2006] - Luís Gonçalo Oliveira Silva, Fases de Instalação de uma Linha Aérea de
Transmissão de Energia, Projeto seminário ou Trabalho de final de curso (disponível em
3/2012);

[RSRDEEBT, 2006] - “Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia


Elétrica em Baixa Tensão”, Decreto regulamentar nº9/84‖;

[RTIBT,2006] - Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão, (disponível em


02/2010);

[R.S.L.E.A.T, 1992] - “Regulamento de Segurança de linhas elétricas de alta Tensão”;

[R.L.A.A. T,1986] - Regulamento para Linhas Aéreas de alta Tensão ate 30KV -Edição DGE
(disponível em 2/2012);

Página 122
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
[Ribeiro da Silva, 2010] - H. Ribeiro da Silva, - “Projeto de Postos de Transformação” O
Eletricista, vários nºs (02/2012);

[Guia Técnico Solidal, 2010] - Guia Técnico Solidal (catálogo) (02/2010);

Página 123
Anexo I

Perfil da linha (São João do Campo)

Página 125
Anexo II

Mapa de medições (São João do Campo)


.

Página 127
Anexo III

Cálculo mecânico.

Página 129
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Determinação da tensão de montagem

No presente tópico do relatório será dada continuidade ao dimensionamento da tensão


máxima de montagem, flecha máxima de montagem e distância mínima entre condutores no
estado de flecha máxima. À exceção do vão compreendido entre o apoio derivação e o apoio
1., o estado atmosférico a utilizar será o estado atmosférico de primavera, deste modo o
raciocino efetuado para dimensionar a flecha máxima de montagem e a distância mínima
entre condutores no estado de flecha máxima é o mesmo utilizado no ponto 6.1.2.2 do
presente relatório. Para o vão compreendido entre o apoio derivação e o apoio 1. no presente
ponto será utilizado o estado atmosférico de inverno.

Apoio nº1 e o apoio nº2

Determinação do coeficiente de sobre carga.

 ;
 ;
 -2
;
 ;
 2
;
 ;

 ;
 ;
 -6
;

Para o estado de flecha máxima, como se considera a ausência tanto de manga de gelo
como de vento, o coeficiente de sobrecarga não representa nenhum agravamento teórico
do peso do condutor, pelo que assume o valor =1.

Página 131
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Apoio nº3 e o apoio nº4.

Determinação do coeficiente de sobre carga.

 ;
 ;
 -2
;
 ;
 2
;
 ;
 W
 ;
 ;
 -6
;

Para o estado de flecha máxima, como se considera a ausência tanto de manga de gelo
como de vento, o coeficiente de sobrecarga não representa nenhum agravamento teórico
do peso do condutor, pelo que assume o valor =1.

Página 132
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Apoio nº4 e o apoio nº5

Determinação do coeficiente de sobre carga:

 θ1=50ºC;
 ;
 -2
;
 ;
 2
;
 ;

 ;
 ;
 -6
;

Para o estado de flecha máxima, como se considera a ausência tanto de manga de gelo
como de vento, o coeficiente de sobrecarga não representa nenhum agravamento teórico
do peso do condutor, pelo que assume o valor =1.

Página 133
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Página 134
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Apoio nº5 e o apoio nº6.

Determinação do coeficiente de sobre carga:

 ;
 ;
 -2
;
 ;
 2
;


 ;
 ;
 -6
;

Para o estado de flecha máxima, como se considera a ausência tanto de manga de gelo
como de vento, o coeficiente de sobrecarga não representa nenhum agravamento teórico
do peso do condutor, pelo que assume o valor =1.

Página 135
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Apoio nº6 e o apoio nº7 (TP4)

Determinação do coeficiente de sobre carga.

 ;
 ;
 -2
;
 ;
 2
;
 ;

 ;
 ;
 -6
;

Para o estado de flecha máxima, como se considera a ausência tanto de manga de gelo
como de vento, o coeficiente de sobrecarga não representa nenhum agravamento teórico
do peso do condutor, pelo que assume o valor =1.

Página 136
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Apoio derivação (existente) e o apoio nº1

Determinação do coeficiente de sobre carga:

 ;
 ;
 -2
;
 ;
 2
;
 ;


 ;
 -6
;

Página 137
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Determinação das flechas dos condutores

Depois de determinado a tensão máxima de montagem efetuou-se a determinação da


flecha máxima para os diversos vãos que constituem a da rede da aérea em estudo.

Tabela AIII. 1- Determinação das flechas máximas de montagem

Vão entre os apoios Tensão Máxima Wg L(m) Flecha (m)


1,2 76,181 0,173 60,81 1,050
2,3 95,570 0,173 89,67 1,819
3,4 86,873 0,173 75 1,400
4,5 105,584 0,173 112,72 2,602
5,6 103,158 0,173 106,28 2,368
6,7 80,735 0,173 73 1,427
Derivaçao,1 85,536 0,173 89,67 2,033

Determinação das distâncias mínimas entre os condutores

Por fim a tabela AIII.2 representa o dimensionamento do valor da distância mínima


entre os condutores para os diversos vãos que constituem a da rede aérea em estudo.

Tabela AIII. 2- Determinação da distância mínima entre condutores no estado de flecha máxima

Vão entre os apoios K F(m) d(m) D(m)


1,2 0,6 1,050 1 0,656
2,3 0,6 1,819 1 0,766
3,4 0,6 1,400 1 0,708
4,5 0,6 2,602 1 0,863
5,6 0,6 2,368 1 0,835
6,7 0,6 1,427 1 0,712
Derivaçao,1 0,6 2,033 1 0,793

Página 138
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Anexo IV

Verificação da estabilidade dos apoios.

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013

Tabela AIV. 1- Dimensionamento dos esforços exercidos nos apoios

Tnº apoio β1 β2 βd1 T1 T2 S=90mm S=50mm Wi´1 Wi´2 Wi´3 Td1 S1 S2 Sd1 Ws1 Ws2 Wd1 Fy Fx Fz FT=Fx+Fz
Hipótese 1 1026,20 985,26 351,14 2011,46
0 0,10 179,90 42,53 9,00 9,00 88,00 49,50 0,15 1,15 0,09 9,00 80,00 90,00 12,00 0,32 0,32 2,38
Hipótese 2 904,11 1040,85 351,14 1040,85
Hipótese 1 1344,86 0,02 26,03 1344,88
1 28,30 151,70 9,00 9,00 88,00 49,50 0,09 0,09 12,00 60,81 0,24 0,24 0,00
Hipótese 2 0,00 44,06 18,89 44,06
Hipótese 1 1612,93 1,20 53,81 1614,12
2 34,20 145,80 9,00 9,00 88,00 49,50 0,09 0,09 60,81 89,67 0,24 0,24
Hipótese 2 0,00 50,71 39,05 50,71
Hipótese 1 352,30 0,16 58,88 352,45
3 4,23 175,77 9,00 9,00 88,00 49,50 0,09 0,09 89,67 75,00 0,24 0,24
Hipótese 2 0,00 59,42 42,73 59,42
Hipótese 1 468,84 0,24 67,12 469,08
4 6,41 173,59 9,00 9,00 88,00 49,50 1,00 0,09 75,00 112,72 0,24 0,24
Hipótese 2 0,00 62,51 254,25 62,51
Hipótese 1 475,08 0,23 78,31 475,31
5 6,06 173,94 9,00 9,00 88,00 49,50 0,09 0,09 112,72 106,28 0,24 0,24
Hipótese 2 0,00 66,97 56,83 66,97
Hipótese 1 195,81 148,51 64,11 344,32
6 0,67 179,33 9,00 8,00 88,00 49,50 0,09 0,09 106,28 73,00 0,24 0,24
Hipótese 2 0,00 61,64 46,52 61,64
Hipótese 1 88,21 0,00 0,00 88,21
7 0,00 0,00 0,00 8,00 88,00 49,50 73,00 0,00 0,24
Hipótese 2 0,00

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Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
A tabela AVI.1 representa a determinação dos esforços exercidos nos diversos apoios
do traçado da rede em estudo.

Como já foi mencionado os valores de α são fornecidos no levantamento topográfico e


é dado em grados. Assim sendo o autor efetuou a conversão de grados para graus, para
facilitar os cálculos matemáticos a executar para determinar os esforços exercidos nos apoios.

Tabela AIV. 2- Conversão de grados para ângulos

α1 α2
nº Apoio Grados Ângulos Grados Ângulos
Derivação 199,78 179,80 105,49 94,94
1 137,11 123,40
2 124,01 111,61
3 190,60 171,54
4 185,76 167,18
5 186,53 167,88
6 198,50 178,65
7 0,00

Tabela AIV. 3- Determinação dos ângulos β1,β2,βd

β1 β2 βd
nº Apoio Ângulos Ângulos Ângulos
Derivação 0,10 179,90 42,53
1 28,30 151,70
2 34,20 145,80
3 4,23 175,77
4 6,41 173,59
5 6,06 173,94
6 0,67 179,33
7 0,00 0,00

A tabela AIV.3 representa a determinação dos ângulos e exercidos nos apoio


ângulo e para o apoio derivação .

Como já foi mencionado os valores de α que são fornecidos no levantamento


topográfico são dados em grados. Assim sendo o autor efetuou a conversão de grados para
graus.

Página 143
Relatório de estágio de Final de Curso 2012/2013
Depois de determinado o esforços exercido, o próximo passo consiste em consultar as
tabelas técnicas dos apoios em estudo e selecionar o apoio que corresponda aos requisitos
técnicos exigidos.

Figura AIV. 1-Lista de apoios MT a utilizar em LAMT

A figura AIV.1 representa a lista de apoios a utilizar disponibilizada pela EDP


Distribuição.

Tabela AIV. 4-Referência dos apoios MT implementados na obra de São João do Campo

nº Apoio Referência apoio


0 20MP00-2250
1 16MM06-2750
2 18MM04-2250
3 18MP00-600
4 20MP00-600
5 20MP00-600
6 16MP00-400
7 14TP4

A tabela AVI.4 representa a referência dos apoios a implementar na linha LMAT em


estudo.

Página 144

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