Meu Jesus Um Beberão e Fabricante de Bebidas Alcoólicas?

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ARTIGO BÍBLICO

Meu Jesus um beberrão e fabricante de bebidas


alcoólicas ?!
Lucas 7:34 "Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis
aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!"

"Vinho" ("oinos") referia-se, no NT a todos os tipos de vinho, tanto o não


fermentado, como o fermentado. A declaração de Jesus indica que Ele bebia
algum tipo de vinho, ao passo que João não bebia nenhum (v.33). Não se
pode, porém, determinar por meio deste texto que tipo de vinho Ele bebia,
uma vez que a acusação dos fariseus a respeito do caráter de Jesus é
totalmente falsa. Acusam Jesus de ser um comilão e beberrão, ou de beber
com os pecadores, mas eram mentiras difamatórias e costumeiras, com o
propósito de destruir a sua influência como mestre da justiça (Mt 12.24; Jo
7.20; 8.48). O próprio Jesus disse que quem come e bebe com os ébrios é um
mau servo (Mt 24.48,49). Logo, não se pode provar, de modo nenhum, à base
deste texto, que Jesus bebia vinho embriagante.

João 2.10: "e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e,
quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém,
guardaste o bom vinho até agora."

Em contraste com a posição exposta a seguir, alguns acreditam que, tanto o


vinho fornecido neste casamento como o vinho feito por Jesus, eram
embriagantes se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta tese, as
implicações disto, dadas a seguir, devem ser reconhecidas e também aceitas:

(1) Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados.

(2) Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lastimando a falta de bebida


embriagante e estaria pedindo que Jesus fornecesse aos convidados, já
embriagados, mais vinho fermentado.

(3) Terceiro, Jesus estaria produzindo, a fim de atender à vontade de sua mãe
(v.3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv. 6-9) mais do que
suficiente para manter todos os convidados totalmente bêbados.

(4) Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu
primeiríssimo "milagre" a fim de manifestar "a sua glória" (v.11) e de levar as
pessoas a crerem nEle como Filho justo e santo de Deus. Não é possível evitar
as implicações supras da tese em questão. Alegar que Jesus produziu e usou
vinho alcoólico, não somente ultrapassa os limites das normas exegéticas,
como também nos leva a um conflito com os princípios morais embutidos no
contexto geral do ensino da Escritura. Fica claro que, à luz da natureza de
Deus, da justiça de Cristo, da sua amorável solicitude pela humanidade, do
bom caráter de Maria, as implicações da posição de que o vinho de Caná
estava fermentado são contraditórias. Não se pode adotar uma interpretação
que envolva tais afirmações e contradições. A única explicação plausível e
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crível é que o vinho produzido por Jesus, a fim de manifestar a sua glória, era
o suco puro e não embriagante da uva. Além disso, "o (vinho) inferior",
inicialmente fornecido pela pessoa encarregada das bodas, também com toda
probalidade não era inebriante.

"...o bom vinho..." De conformidade com vários escritores antigos, o vinho


"bom" era o vinho mais doce, vinho este que podia ser bebido livremente e em
grandes quantidades sem causar danos (i.e., vinho cujo conteúdo de açúcar
não fora destruído através da fermentação). O vinho "inferior" era aquele que
fora diluído com muita água.

(1) O escritor romano Plínio afirma expressamente que o "bom vinho",


chamado sapa, não era fermentado. Sapa era suco de uva fervido até
diminuir um terço do seu volume a fim de aumentar seu sabor doce (IV. 13).
Ele escreve noutro trecho que "os vinhos são mais benéficos quando toda a
sua potência é removida através do coador" (Plínio, História Natural, XIV.23-
24). Plínio, Plutarco e Horácio sugerem que o melhor vinho era do tipo
"inofensivo".

(2) Os documentos rabínicos afirmam que alguns rabinos recomendavam o


vinho fervido. O Mishna dos judeus diz: O rabino Yehuda permite-o (o vinho
fervido como oferta alçada), porque a fervura o melhora".

(3) É notável que o adjetivo grego traduzido "bom" (v.10), não seja agathos,
mas kalos, que significa "moralmente excelente ou apropriado".
"...beberam fartamente..." A expressão "beberam fartamente" provém da
palavra grega methysko, que tem dois significados: (1) estar ou ficar bêbado,
e (2) estar farto ou satisfeito (sem referência à embriaguez). Aqui devemos
entender methysko como o segundo destes dois significados. (a) Seja como
for traduzido este texto, ele não pode ser usado em defesa da tese de que
nessa festa de casamento foi bebido vinho fermentado. Neste texto, o mestre-
sala simplesmente cita um princípio geral, próprio de qualquer festa de
casamento, sem considerar o tipo de bebida que foi então servido. (b) Não
devemos, de modo algum, dar a entender que Jesus participou de uma festa
de bebedeiras, nem que contribuiu para isso.

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Enviado por: Anônimo

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