Elementos A Constar No Contrato Franching
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O contrato de franchising
Índice
Introdução
Ponto 1 - Qual o regime jurídico do franchising
Ponto 2 - O que é o franchising
Ponto 3 - Qual a forma do contrato
Ponto 4 - Qual o prazo do contrato
Ponto 5 - Quais as obrigações e direitos das partes
Ponto 6 - Principais cláusulas a incluir no contrato
Ponto 7 - Como se procede à transmissão da posição contratual
Ponto 8 - Quais as formas de cessação do contrato
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Introdução
Embora sem tradição entre nós, o fenómeno do franchising tem crescido a um ritmo acelerado no
panorama empresarial nacional, à semelhança do que vem acontecendo em todo o mundo
ocidental, particularmente na Europa. Trata-se de um processo de colaboração e de recíproca
independência entre dois agentes comerciais que, a responder a critérios estritamente definidos e
harmoniosamente conjugados, conduzirá certamente a negócios firmes, de rentabilidade
assegurada.
Através desta troca de relações comerciais, económicas e humanas o produtor dos bens ou
serviços (franquiador) poderá expandir rapidamente o seu negócio, sem necessidade de fazer um
investimento ou, pelo menos, reduzindo-o ao necessário a essa expansão, e o comerciante
independente (franquiado) terá a oportunidade de se tornar proprietário de um negócio, com
riscos praticamente nulos, já que passará a beneficiar da experiência e organização empresarial
daquele, em cuja rede de distribuição se integra.
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Embora não exista na legislação portuguesa uma tipificação deste tipo de negócio, a nível
comunitário existem algumas normas jurídicas que, de forma expressa, se referem à figura
do franchising. Tratam-se de normas comunitárias que gozam de aplicabilidade directa e vigoram
na ordem interna, por força do disposto no Regulamento (CEE) n.º 4087/88, de 30 de Novembro e
do Regulamento (CE) n.º2790/99, de 22 de Dezembro, ambos da Comissão, relativos à aplicação
do nº3 do artigo 81º do Tratado CE a determinadas categorias de acordos verticais e práticas
concertadas. Para além destes, importa ainda referir o Código Deontológico Europeu para o
Franchising que, obrigando apenas os membros da Federação Europeia de Franchising (FEF),
consiste no principal instrumento orientador da actividade.
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Ponto 2 - O que é o
franchising
Atenta a ausência de legislação nacional sobre a matéria, a noção de contrato de franchising tem
sido construída através da doutrina e da jurisprudência. Assim, poder-se-á referir que se trata de
um acordo entre dois agentes económicos distintos e independentes, o franquiador e o franquiado,
através do qual o primeiro se compromete a conceder ao segundo, mediante contrapartidas, um
determinado conhecimento ou experiência em certa área do negócio (know-how) com vista ao
fabrico ou venda de produtos ou à prestação de serviços, ficando por seu lado o segundo
autorizado a utilizar uma série de atributos exclusivos, tais como o conhecimento do mercado,
uma marca, os sinais distintivos, etc., obrigando-se a usar todos os elementos que lhe são
prestados, em conformidade com as orientações do primeiro.
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Ponto 5 - Quais as
obrigações e direitos das
partes
No contrato assume importância primordial a definição da obrigações das partes envolvidas. A
este respeito destacam-se desde logo:
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Ponto 6 - Principais
cláusulas a incluir no
contrato
No contrato de franchising devem esclarecer-se, com detalhe, as seguintes questões:
Condições de cedência da marca e dos demais sinais distintivos utilizados pelo franquiador;
Condições de transmissão dos conhecimentos técnicos e comerciais testados;
Formas que deverá revestir a prestação de assistência ao franquiado;
Obrigações mínimas do franquiador em matéria de marketing e publicidade, a quem cabe
normalmente a responsabilidade das campanhas;
Promoção e lançamento de novos produtos, apoio informático, entre outros.
A correcta identificação das partes, isto é, do franquiador e do franquiado, com vista a prevenir
eventuais dificuldades relativas à responsabilidade do compromisso assumido, no futuro.
A certificação de que se está a negociar com os legítimos representantes da marca, devendo
para o efeito ser efectuada uma consulta junto dos registos do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial.
A exclusividade territorial, com vista à proibição de outro franquiado ou até mesmo o
franquiador de vir a desenvolver actividade concorrente na sua área de actuação.
A assistência técnica do franquiador, por forma a que o franquiado tenha assegurado todo o
apoio necessário antes e depois da abertura do negócio.
A certificação de que os direitos e obrigações das partes se encontram definidos no contrato de
forma equilibrada.
Uma duração do contrato nunca seja inferior ao tempo estimado para o retorno do
investimento realizado pelo franquiado.
O direito de renovação automática no termo do contrato.
O elenco das obrigações cujo incumprimento legitima a resolução unilateral do contrato e a
forma como deve ser feita essa resolução.
A mera sugestão pelo franquiador dos preços de venda ao público a praticar pelo franquiado,
nunca a sua fixação ou imposição, que não é permitida.
A exclusividade
A maioria dos contratos de franchising inclui uma cláusula de exclusividade recíproca, isto é, uma
convenção pela qual se atribui ao franquiador a obrigação de não instalar um concorrente na zona
territorial concedida ao franquiado, e por sua vez, ao franquiado, o dever de não vender ou
prestar produtos ou serviços concorrentes. Esta cláusula, poderá também determinar a
impossibilidade de o franquiado procurar activamente clientes fora daquele território.
A publicidade
Regra geral, a responsabilidade pelas campanhas publicitárias está a cargo do franquiador, que
assegura a coordenação e a uniformidade das iniciativas nesta área. No entanto, o franquiado
poderá organizar e promover as suas próprias campanhas publicitárias, se tal houver sido
estipulado no contrato e desde que as mesmas tenham sido aprovadas pelo franquiador. Por outro
lado, o franquiado, também por disposição contratual, poderá ser obrigado a investir em
publicidade uma percentagem do seu volume de negócios ou a contribuir para as despesas da
publicidade promovida pelo franquiador.
A remuneração (royalties)
Como contrapartida das prestações fornecidas pelo franquiador, devem ser fixadas no contrato as
remunerações que o franquiado deve pagar ao franquiador, a forma como devem ser calculadas e
de que modo e quando devem ser pagas. Designadamente, poderá ser estabelecido um direito de
entrada inicial (initial fee ou front-money), a pagar numa ou em várias prestações, ou ainda, para
além desta entrada, uma prestação periódica (continuing fees). Esta pode ser fixada à partida ou
ficar dependente do volume de negócios a realizar pelo franquiado, ou dos seus lucros líquidos, ou
pode ainda ser integrada no preço dos bens a fornecer pelo franquiador.
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Ponto 7 - Como se procede
à transmissão da posição
contratual
Por norma, a liberdade de transmissão da posição contratual por parte do franquiado sofre
limitações, atendendo aos critérios pessoais de que se serviu o franquiador para seleccionar o
franquiado para seu parceiro no negócio, à formação que lhe prestou e aos conhecimentos
técnicos e segredos comerciais que lhe transmitiu. Daí que se estabeleçam normalmente cláusulas
que impedem o franquiado de trespassar ou ceder temporariamente o seu estabelecimento, sem a
autorização do franquiador, ou que impossibilitam a transmissão das participações sociais da
sociedade franquiada, sem prévia autorização do franquiador.
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Em qualquer dos casos o franquiado deve restituir ao franquiador tudo o que deste recebeu e
cessar a utilização dos sinais distintivos do comércio do franquiador.
Bibliografia
Referências