Refrigeracao-E Ar Condicionado Ciclos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MEC 117 – REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Prof. Luís Antônio Bortolaia


Unidade 2 Ciclos de Refrigeração

1. CICLO DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE VAPOR

Os sistemas de refrigeração por compressão de vapor são, na


prática, os mais usados dentre os sistemas de refrigeração
existentes.

Fundamentos: o ciclo frigorífico.

Pode-se chamar de ciclo de refrigeração a situação onde, em um


circuito fechado, o gás refrigerante, transformando-se
sucessivamente em líquido e vapor, possa absorver calor a baixa
pressão e temperatura pela sua evaporação, e rejeitar calor a alta
temperatura e alta pressão através da condensação.
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1.1. Ciclo teórico (ideal) de refrigeração por compressão de vapor

• o ciclo teórico ideal é diferente do ciclo real;


• comparação do ciclo teórico ideal com o ciclo real;
• o ciclo teórico ideal é o ciclo que terá o melhor desempenho
(performance) operando nas mesmas condições do ciclo real.
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A figura mostra o esquema básico de um ciclo de refrigeração por


compressor de vapor com seus principais componentes e a sua
representação no diagrama de Mollier , no plano P-h.
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OBS: Diagrama de Mollier para fluidos refrigerantes

As propriedades termodinâmicas de uma substância são


freqüentemente apresentadas em:

• tabelas termodinâmicas;

• diagramas, que podem ter por ordenada e abscissa: temperatura


e entropia, entalpia e entropia, pressão absoluta e volume
específico ou pressão absoluta e entropia.

Os diagramas tendo como ordenada a pressão absoluta (P) e


como abscissa a entalpia específica (h) são bastante utilizados para
apresentar as propriedades dos fluidos frigoríficos.
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Estas propriedades (P e h) são as mais adequadas à representação


do ciclo termodinâmico de refrigeração por compressão de vapor.
Diagramas P x h são conhecidos como diagramas de Mollier. Mostra-
se , de forma genérica na Figura 2 os elementos essenciais dos
diagramas pressão-entalpia, para qualquer substância pura.
Estes diagramas são muito úteis, tanto como meio de apresentar a
relação entre as propriedades termodinâmicas, como para a
visualização dos processos que ocorrem em cada uma das partes
do sistema. Assim, no estudo de um ciclo de refrigeração será
utilizado o diagrama de Mollier para mostrar o que ocorre em cada
componente do sistema de refrigeração (compressor, condensador,
dispositivo de expansão e evaporador). O ciclo completo de
refrigeração por compressão de vapor também será representado
sobre o diagrama de Mollier.
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Figura 2 – Representação esquemática de um diagrama de Mollier para um


fluido refrigerante
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No diagrama de Mollier pode-se destacar três regiões


características:

a) a região à esquerda da linha de líquido saturado (x=0),


chamada de região de líquido subresfriado.

b) a região compreendida entre as linhas de líquido saturado (x=0)


e vapor saturado (x=1), chamada de região de vapor úmido ou
região de líquido mais vapor.

c) a região à direita da linha de vapor saturado (x=1), chamada de


região de vapor superaquecido.
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A determinação das propriedades termodinâmicas é realizada da


seguinte forma:

• propriedades de um estado nas condições saturadas: é necessário


conhecer uma propriedade e o estado estará definido.

• para as regiões de líquido sub-resfriado e vapor superaquecido é


necessário conhecer duas propriedades para definir um estado
termodinâmico.

Ilustra-se na Figura 3 um diagrama de Mollier ilustrativo para o


Refrigerante 22 e na Figura 4 um diagrama completo.
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Figura 3 – Diagrama de Mollier para o refrigerante 22: principais propriedades.


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Figura 3 – Diagrama de Mollier para o refrigerante 22.


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 O ciclo teórico é constituído pelos seguintes processos


termodinâmicos que são realizados nos equipamentos
específicos:

• Processo 1→2 - processo de compressão: ocorre no


compressor, sendo um processo adiabático reversível
(isentrópico).

O refrigerante entra no compressor à pressão do evaporador (Po)


e com título igual a 1 (x =1), sendo então comprimido até atingir
a pressão de condensação (Pc) e, ao sair do compressor está
superaquecido à temperatura T2, que é maior que a temperatura
de condensação TC.
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• Processo 2→3 – processo de condensação: ocorre no


condensador. É um processo de rejeição de calor, do refrigerante
para o meio de resfriamento, à pressão constante.
Neste processo o fluido frigorífico é resfriado da temperatura T2
até a temperatura de condensação Tc e, a seguir, condensado até
se tornar líquido saturado (x=0) na temperatura T3, que é igual à
temperatura Tc.

• Processo 3→4: processo de expansão: ocorre no dispositivo de


expansão, sendo uma expansão irreversível a entalpia constante
(processo isentálpico), desde a pressão Pc e líquido saturado
(x=0), até a pressão de vaporização (Po).
O processo é irreversível e, portanto, a entropia do refrigerante na
saída do dispositivo de expansão (s4) será maior que a entropia do
refrigerante na sua entrada (s3).
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• Processo 4→1 – processo de evaporação (vaporização): ocorre


no evaporador, sendo um processo de transferência de calor à
pressão constante (Po), conseqüentemente à temperatura
constante (To), desde vapor úmido (estado 4), até atingir o estado
de vapor saturado seco (x=1).
O calor transferido ao refrigerante no evaporador não modifica a
temperatura do refrigerante, mas somente muda sua qualidade
(título).
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Sistema de refrigeração por compressor de vapor: o funcionamento


do refrigerador doméstico

evaporador

condensador
tubo capilar
Filtro secador

compressor
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COMPRESSOR: sua principal função é succionar o fluido


refrigerante a baixa pressão da linha de sucção e comprimi-lo em
direção ao condensador a alta pressão e alta temperatura na fase
gasosa (vapor superaquecido).
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CONDENSADOR: através do condensador, o fluido refrigerante


proveniente do compressor a alta temperatura, efetua a troca
térmica com o ambiente externo, liberando o calor absorvido no
evaporador e no processo de compressão. Nesta fase, ocorre uma
transformação de vapor superaquecido para líquido sub resfriado
a alta pressão.
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FILTRO SECADOR: exerce duas funções importantes:


• a primeira é reter partículas sólidas que em circulação no
circuito, podem ocasionar obstrução ou danos à partes mecânicas
do compressor.
• a segunda é absorver totalmente a umidade residual do circuito
que porventura não tenha sido removida pelo processo de vácuo,
evitando danos ao sistema como: formação de ácidos, corrosão,
aumento das pressões e obstrução do tubo capilar por
congelamento da umidade.
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TUBO CAPILAR: é um tubo de cobre com diâmetro reduzido que


tem como função receber o fluido refrigerante do condensador
e promover a perda de carga do fluido refrigerante separando os
lados de alta e de baixa pressão.
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EVAPORADOR: recebe o fluido refrigerante proveniente do tubo


capilar, no estado líquido a baixa pressão e baixa temperatura.
Nesta condição, o fluido evapora absorvendo o calor da superfície
da tubulação do evaporador, ocorrendo a transformação de
líquido subresfriado para vapor saturado a baixa pressão. Este
efeito acarreta o abaixamento da temperatura do ambiente
interno do refrigerador.
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1.2. Ciclo real de compressão de vapor

As principais diferenças entre o ciclo real e o ciclo teórico estão


mostradas na Figura 4. As principais diferenças são:

• queda de pressão (perda de carga) nas linhas de descarga, líquido


e de sucção, assim como no condensador e no evaporador (ΔPd e
ΔPs);

• sub-resfriamento do refrigerante na saída do condensador (nem


todos os sistemas são projetados com sub-resfriamento), e o
superaquecimento na sucção do compressor, sendo este também
um processo importante que tem a finalidade de evitar a entrada
de líquido no compressor.
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• outro processo importante é o processo de compressão, que no


ciclo real é politrópico (s1 ≠ s2), e no processo teórico é
isentrópico.

Figura 4 - Diferenças entre o ciclo teórico e o real de refrigeração


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1.3. Balanço de energia para o ciclo de refrigeração

O balanço de energia do ciclo de refrigeração é feito considerando-


se o sistema operando em regime permanente nas condições de
projeto, ou seja, à temperatura de condensação (Tc), e
temperatura de vaporização (To).

Os sistemas reais e teóricos têm comportamentos idênticos, tendo


o ciclo real apenas um desempenho pior.

A análise do ciclo teórico permitirá, de forma simplificada, verificar


quais parâmetros têm influência no desempenho do ciclo.
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1.3.1. Balanço de energia no evaporador: definição da


capacidade frigorífica
A capacidade frigorífica ( ) , é a quantidade de calor, por unidade
de tempo, retirada do meio que se quer resfriar (produto), através
do evaporador do sistema frigorífico (Figura 5).

Figura 5 – Processo de transferência de calor no evaporador


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Considerando-se que o sistema opera em regime permanente e


desprezando-se as variações de energia cinética e potencial,
pela primeira lei da termodinâmica:

- vazão em massa de fluido frigorífico;

h - entalpia.

A quantidade de calor por unidade de massa de refrigerante


retirada no evaporador é chamada de “Efeito Frigorífico” (EF), e
é um dos parâmetros usados para definir o fluido frigorífico que
será utilizado em uma determinada instalação.
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1.3.2. Balanço de energia no compressor: determinação da potência


teórica de compressão

A potência teórica de compressão é a quantidade de energia, por


unidade de tempo, que deve ser fornecida ao refrigerante, no
compressor, para se obter a elevação de pressão necessária no ciclo
teórico. O processo de compressão é adiabático reversível
(isentrópico), conforme indicado na Figura 6.
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Figura 6 – Processo de compressão adiabática reversível no compressor


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Aplicando-se a primeira lei da termodinâmica, em regime


permanente, no volume de controle e desprezando-se a variação
de energia cinética e potencial tem-se:
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1.3.3. Balanço de energia no condensador: determinação do calor


rejeitado

O volume de controle para a determinação do calor rejeitado no


condensador é ilustrado na Figura 7.

Figura 7 – Processo de transferência de calor no condensador


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O calor rejeitado no compressor é dado por:

1.3.4. Balanço de energia no dispositivo de expansão

O processo teórico ocorre adiabaticamente. O volume de


controle para o dispositivo de expansão é mostrado na Figura 8.
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Figura 8 – Processo no dispositivo de expansão

A Primeira Lei da Termodinâmica fornece que:


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1.4. Coeficiente de performance do ciclo

O coeficiente de performance, COP, é um parâmetro importante


na análise das instalações frigoríficas. Embora o COP do ciclo real
seja sempre menor que o do ciclo teórico, para as mesmas
condições de operação, pode-se, com o ciclo teórico, verificar que
parâmetros influenciam no desempenho do sistema.

O COP é definido como:


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Da equação que define o COP para o ciclo teórico, o COP é


função somente das propriedades do refrigerante,
conseqüentemente, depende das temperaturas de condensação
e vaporização.

Para o ciclo real, entretanto, o desempenho dependerá em


muito das propriedades na sucção do compressor, do próprio
compressor e dos demais equipamentos do sistema.
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Exercício 1: Uma instalação frigorífica (ciclo frigorífico / ciclo de


refrigeração) opera segundo o ciclo padrão de compressão a vapor
utilizando refrigerante R22, desenvolve 50 kW de refrigeração
(capacidade frigorífica), trabalhando a uma temperatura de
evaporação de –10oC e uma temperatura de condensação de 35oC.
Determine:

a) o efeito frigorífico (kcal/kg, kJ/kg);


b) a vazão mássica de refrigerante, em kg/s;
c) o trabalho de compressão ideal, em (kW e kcal/h);
d) o deslocamento volumétrico do compressor (m3/s);
e) o calor rejeitado para o ambiente externo pelo condensador (kW
e kcal/h);
f) o COP da máquina frigorífica;
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h) o título e o volume específico do refrigerante na saída do


dispositivo de expansão.
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1.5. Parâmetros que influenciam no Coeficiente de Performance


do ciclo de refrigeração por compressão de vapor teórico

- temperatura de evaporação;

- temperatura de condensação;

- sub-resfriamento do líquido refrigerante;

- superaquecimento do refrigerante.
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1.5.1. Influência da temperatura de evaporação no COP

• as Figuras a seguir mostram a influência da variação da


temperatura de evaporação (as demais propriedades permanecem
constantes) do fluido refrigerante no coeficiente de performance
do ciclo teórico de refrigeração.

• o fluido refrigerante considerado é o R22.

• observa-se que uma redução da temperatura de evaporação


resulta em uma diminuição do COP, ou seja, o sistema torna-se
menos eficiente.
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1.5.2. Influência da temperatura de condensação no COP


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1.5.3. Influência do sub-resfriamento do líquido refrigerante no


COP

• um aumento do sub-resfriamento acarreta um aumento no COP


do ciclo, o que é bom para o sistema;

• na prática se utiliza um sub-resfriamento para garantir que se


tenha somente líquido na entrada do dispositivo de expansão, o
que mantém a capacidade frigorífica do sistema; e não com o
objetivo de se obter ganho de eficiência.
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O sub-resfriamento (SR) consiste na diferença entre a temperatura


de condensação saturada, tc e a temperatura da linha de líquido, tl.
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No ciclo teórico (ideal) líquido refrigerante chega ao


dispositivo de expansão na forma de líquido saturado.

Na prática isto dificilmente ocorre:


• o líquido "quente" que deixa o condensador tende a perder calor
e se tornar sub-resfriado.

O sub-resfriamento pode ocorrer:


• no reservatório de líquido;
• na linha de líquido;
• no final da tubulação do condensador;
• em um trocador de calor colocado em série ou paralelo com o
condensador (se este for resfriado a água).
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RESERVATÓRIO DE LÍQUIDO: tanque que recebe o refrigerante líquido do


condensador e o armazena, criando um selo de líquido entre o condensador e o
dispositivo de expansão. Impede assim a passagem de vapor para o dispositivo
de expansão e permite uma provisão constante de refrigerante líquido para o
dispositivo de expansão, sob todas condições de variação da carga.
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1.5.4. Influência do superaquecimento do vapor no COP

O superaquecimento, SA consiste na diferença entre a temperatura


de sucção, ts e a temperatura de evaporação saturada, te.
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• o superaquecimento possui a função de evitar que chegue


refrigerante no estado líquido no compressor.

O superaquecimento pode ocorrer:


 com resfriamento útil: o vapor se superaquece as custas de calor
retirado do interior da câmara:
- na parte final do evaporador (dentro da câmara);
- na tubulação da linha de sucção instalada dentro da câmara.
 sem resfriamento útil: o calor que superaquece o vapor não vem
do interior da câmara:
- na tubulação da linha de sucção instalada fora da câmara;
- em um trocador de calor fora da câmara.
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Superaquecimento
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• a variação do COP com o superaquecimento depende do


refrigerante.

• para o R717 o COP sempre diminui.

• para o R134a o COP sempre aumenta.

• para o R22, há um aumento inicial do COP e depois uma


diminuição (caso mais complexo).

• mesmo para os casos em que o superaquecimento melhora o COP


ele diminui a capacidade frigorífica do sistema de refrigeração.

• somente se justifica o superaquecimento do fluido, por motivos


de segurança, para evitar a entrada de líquido no compressor.
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2. Ciclo de absorção

2.1. Introdução

• o princípio de funcionamento do ciclo de absorção baseia-se no fato


de que os vapores de alguns fluidos refrigerantes conhecidos são
absorvidos ‘a frio’, em grandes quantidades, por certos líquidos ou
soluções salinas.

• se esta solução binária assim concentrada é aquecida, verifica-se


uma destilação fracionada na qual o vapor formado será rico no fluido
mais volátil (fluido refrigerante), podendo ser separado, retificado,
condensado e aproveitado para a produção de frio, assim como nos
ciclos de compressão de vapor.
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• isto é possível se o fluido refrigerante vaporizado para a produção


de frio é colocado novamente em contato com o líquido que o
absorvendo rapidamente, além de proporcionar o abaixamento da
pressão, dá origem à solução concentrada que pode ser
aproveitada.

• o ciclo de absorção é similar, em certos aspectos, ao ciclo de


compressão de vapor. Um ciclo de refrigeração por compressão de
vapor irá operar com um condensador, o dispositivo de expansão e
o evaporador, se o vapor de baixa pressão do evaporador puder ser
transformado em vapor de alta pressão e entregue no condensador.
Esta tarefa é realizada por um compressor.
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• O ciclo de absorção (sistema de absorção) primeiro absorve vapor


de baixa pressão em um líquido absorvente apropriado. Incorporado
no processo de absorção há a conversão de vapor em líquido. Visto
que este processo é similar ao processo de condensação, o calor
precisa ser rejeitado. A próxima etapa é elevar a pressão do líquido
através de uma bomba, e finalmente liberar o vapor líquido
absorvente por adição de calor.

• o ciclo de absorção é referido como um ciclo operado a calor


porque a maior parte do custo da operação é associada com o
fornecimento de calor que libera vapor do líquido de alta pressão.
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Composição das misturas binárias:

• usualmente o fluido utilizado é uma mistura binária (dois


componentes): refrigerante e absorvente.

• para as misturas binárias é necessário o conhecimento da


concentração (título):

A concentração é a relação entre a massa de refrigerante e a soma


das massas de refrigerante e de absorvente.
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• As duas misturas de maior uso comercial são:

- em refrigeração: solução de amônia (refrigerante) + água


(absorvente);

- em ar condicionado: solução de brometo de lítio (absorvente) +


água (refrigerante).

Obs: a referência da concentração é dada pelo brometo de lítio e pela


amônia.
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2.2. Aplicações
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2.3. Sistema BrLi – água

O sistema de absorção com trocador de calor é mostrado na figura a


seguir. O funcionamento deste sistema é:

• o vapor de baixa pressão do evaporador é absorvido por uma


solução líquida no absorvedor (o brometo de lítio é um sal sólido
cristalino e na presença de vapor d’água ele absorve o vapor e torna-
se uma solução líquida). Para dar continuidade no processo de
absorção, o absorvedor é resfriado por água ou ar, que rejeita o calor
para a atmosfera.

• a bomba recebe o líquido de baixa pressão do absorvedor, eleva a


sua pressão, e o entrega ao gerador. Na passagem pelo trocador de
calor a solução fria do absorvedor é aquecida.
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• No gerador, calor de uma fonte de alta temperatura ‘expulsa’ o


vapor que havia sido absorvido pela solução. A solução líquida
retorna ao absorvedor, passando antes pelo trocador de calor, onde é
resfriada, e após por uma válvula redutora de pressão, que promove
a queda de pressão mantendo uma diferença de pressão entre o
gerador e o absorvedor.
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substitui o compressor
Sistema de absorção com trocador de calor

Solução líquida

q
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2.4. Sistema água – amônia

• este sistema possui todos os componentes descritos anteriormente


no ciclo BrLi – água, e mais um retificador e um analisador.

• a necessidade do retificador e do analisador decorre do fato de que


o vapor de refrigerante liberado no gerador (a amônia) também
contém vapor d’ água. Quando esta água se encaminha para o
evaporador eleva a temperatura ali existente. Para remover a máxima
quantidade de vapor possível, o vapor retirado do gerador primeiro
flui em contra-corrente para a solução que entra no retificador. Na
sequência, a solução passa através do analisador, que é um trocador
de calor resfriado a água, que condensa algum líquido rico em água,
o qual é drenado de volta ao retificador.
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Sistema de absorção água - amônia


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Sistema de absorção água - amônia


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• UM EXEMPLO INTERESSANTE: CICLO DE ABSORÇÃO EM APLICAÇÕES DE


REFRIGERAÇÃO AUTOMOTIVAS
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 Gerador
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 Condensador
O vapor d’água produzido no gerador rejeita calor para o ar a temperatura
ambiente no condensador, deixando o mesmo como líquido saturado (fig. 4).
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 Evaporador
Ao deixar o condensador, passando pela válvula de expansão, o vapor d’água
apresenta baixo título de vapor e, no evaporador, troca calor à temperatura
constante com o ar (efeito útil do ciclo), deixando o mesmo como vapor
saturado (Fig. 4).
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 Absorvedor
O processo de absorção envolve a mistura de dois fluidos com transferência
simultânea de calor e massa entre o vapor d’água proveniente do evaporador
e a solução de H2O-LiBr.
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 Trocador de calor

Usualmente, sistemas de absorção utilizam um trocador de calor para


recuperação térmica regenerativa entre o gerador e o absorvedor, a fim de elevar
o COP do ciclo. O trocador aquece a solução que sai do absorvedor, resfriando a
solução que retorna do gerador para o absorvedor.
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 Válvulas de expansão e reguladora de pressão

A redução de pressão no sistema é realizada pelas válvulas mostradas na Fig. 1.


Na dispositivo de expansão, o líquido saturado proveniente do condensador a
uma pressão PH é expandido à uma pressão PL, num processo isoentálpico,
resultando na queda de temperatura do vapor d’água. Por sua vez, a válvula
redutora de pressão tem a função de manter a diferença de pressão entre o
gerador e o absorvedor.

 Bomba centrífuga

O deslocamento e elevação de pressão da solução é efetuado por uma


bomba centrífuga, através da qual considera-se um processo à temperatura e
entalpia constantes.
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