A Territorialidade Das Cooperativas Agropecuarias
A Territorialidade Das Cooperativas Agropecuarias
A Territorialidade Das Cooperativas Agropecuarias
ESTADO DO PARANÁ
Sergio Fajardo1
Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná /UNICENTRO
[email protected]
Resumo
Introdução
1
O Cooperativismo Agropecuário no Paraná
2
Destaque também foi a fundação das cooperativas de mate. Inicialmente, houve a
organização em torno da Federação das Cooperativas de Mate Ltda – Agromate; em
seguida por iniciativa do Governo Federal, os mateiros seguem a orientação da
Comissão de Organização de Cooperativas de Mate – COCPM, a partir de 1943, num
período de crise em virtude da concorrência com o produto argentino, dos altos estoques
e baixos preços, são estruturadas as cooperativas.
Tratava-se da busca de uma solução para o período crítico que indicava o declínio da
atividade ervateira no Estado. Entretanto, após um curto período de ascensão, em meio a
conflitos de interesses entre industriais, comerciantes e produtores insatisfeitos com a
política da COCPM, uma crise ainda mais intensa, provocada pela consolidação da
posição da Argentina e de outros países no mercado mundial coloca os produtores
paranaenses em uma situação altamente desfavorável, pois contavam com um produto
de qualidade inferior sem condições de competir no mesmo nível dos concorrentes.
Surgidas inicialmente por iniciativas dos produtores, as cooperativas de cafeicultores
foram estimuladas pelo Instituto Brasileiro do Café – IBC, que impulsionou a
constituição e recuperação das cooperativas de cafeicultores no Paraná.
Do mesmo modo que ocorrera com as cooperativas de Mate, é num momento de crise
da lavoura em que os produtores unem-se em cooperativas. No entanto as primeiras
cooperativas de cafeicultores surgem motivadas pelas dificuldades de transporte das
safras diretamente para São Paulo, a falta de vagões teria que ser suprimida para que os
produtores obtivessem melhores ganhos, através do transporte ferroviário, do que se
comercializassem a produção com intermediários. Assim são fundadas a Cooperativa
Agrícola Três Barras no município de Assaí em 1939 (a primeira do Norte do Paraná); a
Cooperativa Mista de Cambé em 1943; a Cooperativa Agrária de Ibiporã, em 1947, e
várias outras. Entretanto essas não conseguiram manter-se e sobreviveram por poucos
anos, sem força para solucionar inclusive o problema de transporte da produção.
Mas na década de 1950, o cooperativismo volta a ser discutido entre os produtores de
café. Dessa vez a crise no mercado, em razão das supersafras do produto, foi a
motivação. No inicio da década de 1960, o número de cooperativas de cafeicultores
quase duplicou em relação às existentes na década de 1950 (ARAÚJO, 1982, p.24). A
associação em cooperativas trazia um novo alento aos produtores, significando talvez a
única alternativa para a continuidade da cultura cafeeira.
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Sendo o café um produto de importância econômica e social, justificava uma
interferência direta do governo, por meio de mecanismos que protegessem a sua
produção e também a comercialização. E as cooperativas de cafeicultores foram
afetadas por esses mecanismos.Mesmo as cooperativas que não surgiram através do
IBC, dependiam da ação desse órgão estatal para superar as crises. Assim havia uma
relação muito forte entre as cooperativas e o IBC, que envolvia uma atuação conjunta
nas questões do café.
Porém quando se acentua a da crise na cafeicultura e há a retirada dos estímulos ao setor
cooperativista, tem inicio um processo de dissolução das cooperativas de cafeicultores a
partir de 1966 (HESPANHOL; COSTA, 1995, p. 375). Desse modo, das 33
cooperativas de cafeicultores existentes em 1964 (OCEPAR, 1997a, s.n.) restaram
apenas oito (HESPANHOL; COSTA, 1995, p.375).
Muitas outras cooperativas agropecuáriarias, algumas surgidas já na década de 1970,
como a Coamo, e outras mais antigas como àquelas oriundas de imigrantes, como a
Castrolanda e Agrária, também participaram da modernização entre os anos 1970 e
1980.
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mão-de-obra rural para os centros urbanos ou outras áreas de fronteira agrícola, e ainda,
com a exclusão de produtores que não conseguiram incorporar-se à modernização.
Esse é um fato típico da modernização nos países chamados dependentes, onde a
utilização das terras é limitada, inicialmente, àquelas mais adaptadas. A modernização é
circunscrita a determinadas áreas que atribuem maiores rendimentos com menos
esforços (SANTOS, 1996, p.106). Enormes espaços são, assim, excluídos do processo,
constituindo-se fronteiras agrícolas.
Na década de 1970, o Paraná sofre o impacto da modernização agropecuária de forma
mais intensa. As alterações na base técnica da produção ocorrem com a adoção de
meios de origem industrial.
O caso da agricultura paranaense constitui um verdadeiro laboratório de pesquisa, pois
na década de 1970 suas diversas regiões apresentavam graus e ritmos diferentes de
integração à modernização tecnológica, fato que permite a verificação e
acompanhamento do processo, a parti de um ícone, a soja, como elemento
transformador do espaço rural, introdutor das inovações tecnológicas
(FLEISHFRESSER, 1988, p.17).
Delgado (1985, p.165) aponta que é a partir da modernização agropecuária na década de
1970 que o setor cooperativista também se moderniza, sendo nesse em que surge a
figura da multicooperativa; entidade que se assemelha com uma empresa controladora
de um grupo empresarial pela diversificação setorial e espacial de operação econômica.
A modernização tecnoeconômica que se refere, segundo Müller (1989b, p.63), a
alteração na composição orgânica do capital, se faz presente como resultado da
interação entre industrialização do campo, agroindustrialização das atividades agrárias e
mudanças sociais e políticas entre os grupos sociais. E a constituição do Complexo
Agroindustrial é produto dessa modernização tecnoeconômica.
O Paraná acompanhou o crescimento da agricultura no conjunto do país, colaborando
também para esse impulso. Pois como salienta Munhoz (1982, p.46): “A agricultura
brasileira registrou elevadas taxas de crescimento na década de 1970, com um aumento
no produto real até o ano de 1980, comportamento geral que também se verificou
isoladamente com as lavouras”. E, segundo o mesmo autor, isso se deve, sobretudo, à
abertura de novos mercados externos, ao crescimento da demanda internacional e às
maiores dimensões do mercado interno.
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É justamente a cultura da soja o fator mais representativo da modernização na
agricultura paranaense, especialmente no Norte do Estado (que é o foco de interesse
deste estudo). O sucesso da soja em substituição ao café no Norte do Paraná, se deve à
condição de essa cultura possuir: inovações pré-adquiridas como sementes selecionadas;
um processo de produção totalmente mecanizado desde o plantio até a colheita; a
capacidade de aliar interesses, que impulsionaram o seu cultivo: o das indústrias
processadoras e exportadoras do produto e do Estado que teve incluído um produto de
grande aceitação na pauta de suas exportações (ROLIM, 1995, p.63).
E foi a ação estatal, um dos mais importantes meios que promoveram a modernização,
via mecanismos de crédito, incentivos fiscais e políticas direcionadas para produtos
como a soja. O incentivo à produção da soja significou uma política de preço mínimo
favorável, amplo crédito para investimentos nessa cultura com juros subsidiados.
Tais estímulos à modernização não atingiram as pequenas propriedades e outros
produtos como o feijão e outros gêneros alimentícios de primeira necessidade
(GRAZIANO DA SILVA, 1982).
Percebe-se que, deixando de lado muitos produtos e produtores, a modernização agrária
revela-se parcial, no entanto seu impacto é geral. Tal fato se justifica pelo estilo de
incorporação à modernização implantada. A aliança entre os interesses dos capitais
nacionais, internacionais e do Estado, põe em prática um processo modernizante, que
escolhe as áreas onde a demanda agroindustrial das exportações e dos centros urbanos é
mais forte e, portanto, mais interessantes. E ao mesmo tempo em que se modernizava, o
setor agrícola consolidava sua condição de dependência, como consumidor, dos
insumos industriais.
No Paraná as condições eram muito favoráveis à modernização. A economia estava
integrada ao mercado nacional, havia disponibilidade de terras excelentes e existia um
nível razoável de acumulação entre os produtores de café (FLEISHFRESSER, 1988,
p.17-18). É na década de 1970 que tem início a instalação de grandes unidades
industriais com o setor agroalimentar ocupando a liderança no conjunto da economia
paranaense.
O volume de crédito destinado à atividade agrícola no Paraná representou cerca de 20%
do total destinado para o Brasil (PEREIRA, 1992, p.120). Nesse Estado, como em
outros, a política de crédito rural foi decisiva para a modernização significando a maior
parte no volume de vendas de tratores e do consumo de fertilizantes. Sendo o Paraná,
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sobretudo nos anos 1970, o Estado onde houve a maior expansão das áreas de soja e
trigo, o consumo de insumos modernos para essas lavouras foi enorme graças aos
créditos oferecidos e destinados especialmente às mesmas culturas.
Do mesmo modo, foi indispensável o financiamento público para a
agroindustrialização. No caso das cooperativas esse amparo estatal permitiu um notável
crescimento das mesmas no setor agroindustrial (MEDEIROS, 1997, p.5). Porém, um
bom número de agricultores ficou à margem do processo de modernização e
industrialização da agricultura, sendo esse lado trágico da modernização e das inovações
tecnológicas. A conseqüência social foi então a criação dos excluídos do campo.
Por outro lado, na incorporação de produtores, como ressalta Müller (1994, p.15),
através da industrialização do campo e da agroindustrialização da produção agrária, foi
alterado o critério de participação dos produtores agrários em relação ao período
“latifúndio-minifúndio”, sendo que a essa ocorreu em condições de radicais mudanças
microeconômicas e sociais. Houve uma nítida seletividade no processo, entre aqueles
que poderiam ser incorporados, e os que foram incorporados o foram através de
cooperativas, contratos com agroindústrias, supermercados, possibilidades de acesso
direto ao mercado etc. (MÜLLER, 1994, p.15).
Nesse contexto, as cooperativas agropecuárias surgem como uma das formas
alternativas à inserção na modernização tecnológica do campo. Ao mesmo tempo, elas
acabaram também por incorporar os produtores à lógica e dinâmica do Complexo
Agroindustrial em vigoroso processo de expansão na década de 1970.
Ao ingressar em atividades agroindustriais as cooperativas vão buscar fortalecimento
agregando valor aos produtos primários, e ampliando sua participação nas cadeias
produtivas. E atingindo seus objetivos primários as cooperativas também atendem aos
interesses do Estado, de um lado como instrumento da penetração do capitalismo no
campo e de outro desencadeando um desenvolvimento econômico regional, segundo o
modelo agroindustrial-exportador (MEDEIROS, 1997, p.5), implantado justamente nos
anos de 1970.
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territorial. O processo de apropriação do território na lógica econômica das empresas
realiza-se via produção de matéria prima, mercado de trabalho, mercados consumidores,
etc. As cooperativas, enquanto empresas, representam essa ação territorial. No Paraná, a
atuação das cooperativas traduz-se em estratégias de controle econômico do território.
Conforme conduz e direciona o conjunto dos milhares de cooperados para as atividades
que se propõem, as cooperativas desempenham um forte papel territorial. Na medida em
que, por exemplo, um cooperado inicia uma produção baseada na modernização
tecnológica e cujo produto destina-se à exportação, o mesmo corresponde os interesses
da cooperativa enquanto empresa.
O tipo de modernização praticado no Brasil - concentrada no Centro-Sul do país e no
Paraná, articulou a atividade agropecuária a um conjunto de mercados fortemente
oligopolizados, o que caracteriza o setor agroindustrial. Essa dinâmica, materializada no
Complexo Agroindustrial2, impôs novas formas de agroindústrias, organização
comercial interna e internacional, padrões produtivos que redundam no submetimento
das atividades agrícolas ao comando industrial, sobretudo.
Essa nova realidade, denominada de “Padrão Agrário Moderno” por Müller (1989a,
p.41), sintetiza os elementos presentes no Complexo Agroindustrial com a agricultura
totalmente integrada à indústria por meio das relações intersetoriais no conjunto
econômico. A agricultura assume assim um estilo empresarial de gerir-se.
Nesse quadro, as empresas cooperativas surgem como alternativa à inserção na
modernização tecnológica do campo, funcionando ao mesmo tempo como propagadoras
da mesma. Por outro lado, vêem-se forçadas a ingressar na atividade agroindustrial com
intuito de agregar valor à produção agropecuária como meio de sobreviverem à
concorrência com empresas que passam a operar com os mesmos produtos.
A transição das cooperativas agrícolas, e no caso do Norte paranaense, sobretudo, as
cooperativas de cafeicultores, de meras comercializadoras da produção para
participantes do setor agroindustrial aconteceu com a consolidação da modernização
agrária via lavouras mecanizadas de soja e trigo. A Agroindustrialização veio
inicialmente através do processamento da produção entregue pelos associados. A
diversificação da produção agrícola com o incentivo a novos cultivos trouxe a
diversificação da forma de atuação das cooperativas, com grandes investimentos na
verticalização (FAJARDO, 2005).
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Exemplificando o caso da cafeicultura, onde o cooperativismo surge como defesa dos
produtores em um momento difícil em termos de mercado do produto representando
ganho de escala na comercialização. Observa-se que não foi a doutrina cooperativista
nem seus princípios filosóficos que atraíram os agricultores para aderirem a essa relação
associativista, mas a vantagens econômicas que isso significaria.
Mesmo com características peculiares que distinguem as cooperativas de outras
empresas, o fato de elas investirem na diversificação e agroindustrialização pode ser
entendido pela necessidade de crescimento que na verdade foi, até certo ponto,
imperativa. Isso é factível, na medida em que os ganhos com a comercialização, sem
nenhum processamento, eram muito reduzidos, seja para a remuneração do cooperado,
seja para a formação de um capital para que a cooperativa se sustentasse como entidade
autônoma. A existência de créditos subsidianos foi vital para a sobrevivência
competitiva das cooperativas (LEÃO, 1989, p. 44).
A importância da agroindústria atingiu tal nível que sem ela a agricultura torna-se quase
impraticável (basta citar a agroindústria de sementes, a montante). Em relação às
agroindústrias processadoras, estas assumem um papel de adicionadoras de valor aos
produtos, o que para as cooperativas foi decisivo nas suas pretensões dentro do
mercado.
Durante as primeiras décadas do século XXI, em geral, as cooperativas paranaenses
mantiveram desempenho econômico significativo. Entretanto, ocorre um processo de
concentração a partir do crescimento de algumas cooperativas que incorporam vastas
áreas do território paranaense, como foi o caso da Coamo (Fajardo, 2008).
Observando o quadro atual das cooperativas agropecuárias paranaenses (Quadro1),
nota-se que as mesmas adotam o “sobrenome” agroindustrial, justamente como símbole
de suas estratégias de verticalização no território via agroindústria.
COOPERATIVA AGRARIA
AGRARIA GUARAPUAVA
AGROINDUSTRIAL
9
DO PARANA
BATAVO COOPERATIVA
BATAVO CARAMBEÍ
AGROINDUSTRIAL
C. VALE COOPERATIVA
C.VALE PALOTINA
AGROINDUSTRIAL
CAPAL COOPERATIVA
CAPAL ARAPOTI
AGROINDUSTRIAL
COOPERATIVA AGROPECUARIA
CAPEG PATO BRANCO
GUARANY LTDA
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA
CASTROLANDA CASTRO
CASTROLANDA
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE
CATIVA LONDRINA
LONDRINA
COOPERATIVA CENTRAL DE
CCLPL CARAMBEÍ
LATICINIOS DO PARANA LTDA
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CURITIBA LTDA. PINHAIS
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE
COABIL BITURUNA
BITURUNA
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA
COACAN CANDÓI
CANDÓI
COAGEL COOPERATIVA
COAGEL GOIOERE
AGROINDUSTRIAL
COAGRO COOPERATIVA
COAGRO CAPANEMA
AGROINDUSTRIAL
COAGRU COOPERATIVA
COAGRU UBIRATÃ
AGROINDUSTRIAL UNIÃO
COAMO AGROINDUSTRIAL
COAMO CAMPO MOURÃO
COOPERATIVA
COAPROCOR COOPERATIVA
CORUMBATAÍ DO
COAPROCOR AGROINDUSTRIAL DE PRODUTORES DE
SUL
CORUMBATAI DO SUL E REGIAO
COASUL COOPERATIVA
COASUL SÃO JOÃO
AGROINDUSTRIAL
COAVE - COOPERATIVA
COAVE NOVA AURORA
AGROINDUSTRIAL AVICOLA UNIAO
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ASTORGA LTDA
COCAMAR COOPERATIVA
COCAMAR MARINGÁ
AGROINDUSTRIAL
COCARI COOPERATIVA
COCARI MANDAGUARI
AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL
CODAGRI - COOPERATIVA DE
CODAGRI DESENVOLVIMENTO CHOPINZINHO
AGROINDUSTRIAL
COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTO
CODEPA MANGUEIRINHA
E PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA
COFERCATU COOPERATIVA
COFERCATU PORECATU
AGROINDUSTRIAL
COOPERATIVA DE LATICINIOS DE
COLARI MANDAGUARI
MANDAGUARI LTDA
CONFEPAR AGRO-INDUSTRIAL
CONFEPAR LONDRINA
COOPERATIVA CENTRAL
COOPERATIVA AGRO-INDUSTRIAL DE
COOCAROL PRODUTORES DE CANA DE RONDON RONDON
LTDA
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AGROINDUSTRIAL
COOPAVEL COOPERATIVA
COOPAVEL CASCAVEL
AGROINDUSTRIAL
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL
COOPERALIANÇA ALIANÇA DE CARNES NOBRES VALE GUARAPUAVA
DO JORDÃO
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE
COOPERNOBRE TOLEDO
PRODUTORES DE CARNES
COOPERATIVA AGRICOLA
COOPERPONTA PONTA GROSSA
PONTAGROSSENSE
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DA
COOPERSUI LAPA
LAPA
13
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA
COOPERTRADIÇÃO PATO BRANCO
TRADIÇÃO LTDA
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL
COOPERVAL JANDAIA DO SUL
VALE DO IVAI LTDA
COOPERATIVA CENTRAL DE
COOPLEITE LONDRINA
CAPTAÇÃO DE LEITE
COPACOL COOPERATIVA
COPACOL CAFELÂNDIA
AGROINDUSTRIAL CONSOLATA
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DO
COPAGRA NOVA LONDRINA
NOROESTE PARANAENSE
MARECHAL
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL
COPAGRIL CÂNDIDO
COPAGRIL
RONDON
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE
COPERCANA NOVA AURORA
CANA DE AÇUCAR DE NOVA AURORA
COPERFLORA COOPERATIVA
COPERFLORA UBIRATÃ
FLORESTAL
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COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE LARANJEIRAS DO
COPROSSEL
SEMENTES SUL
COROL COOPERATIVA
COROL ROLÂNDIA
AGROINDUSTRIAL
COOPERATIVA REGIONAL DE
CRPL GUARAPUAVA
PRODUTORES DE LEITE
INTEGRADA COOPERATIVA
INTEGRADA LONDRINA
AGROINDUSTRIAL
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL
NOVA PRODUTIVA ASTORGA
NOVA PRODUTIVA
PRIMATO COOPERATIVA
PRIMATO TOLEDO
AGROINDUSTRIAL
Por outro lado, o setor agroindustrial no Estado do Paraná expande-se com a atuação de
empresas multinacionais, como é o caso da Bunge, e ganha nova importância o setor de
carnes (sobretudo nas mesorregiões Oeste e Sudoeste), com a ainda forte participação
de cooperativas.
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No que se refere ao processo de modernização em si, o mesmo prossegue atingindo
áreas ainda não ocupadas pelas lavouras “modernas”. Tem destaque, nesse sentido, as
mesorregiões geográficas Sudeste e Sudoeste paranaense.
Nesse contexto, as maiores cooperativas paranaenses adotaram estratégias
diferenciadas. Algumas, como a Cocamar, reforçaram a estratégia de verticalização
inserindo-se na produção de produtos derivados principalmente de soja, para o varejo
(FAJARDO, 2009). Outras, como o caso da Coamo se empenharam numa
territorialização horizontal expandindo-se por todas as mesorregiões paranaenses
(Fajardo, 2008).
Considerações finais
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Atualmente, as cooperativas tem uma postura herdada na estratégia de verticalização via
agroindústria. A sua diversificação está pautada no processo de agroindustrialização.
Cooperativas como Coamo, Cocamar, C.Vale, Integrada, Lar, Frimesa, Copacol,
Agrária, entre outras, entram nos mercados a partir de uma estratégia que combina o
aprofundamento do desenvolvimento tecnológico e eficiência na gestão, com o
fortalecimento nas bases do processamento industrial.
É possível compreender o resultado das ações das cooperativas no território como uma
apropriação estratégica que inclui cooperados/produção/processamento/mercados.
Torna-se necessário, no entanto, identificar as ações individuais de cada cooperativa
para assim compreender a dimensão territorial dessas atividades.
Notas
______________
1
Professor Doutor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós Graduação em Geografia da
Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná /UNICENTRO. Doutor em Geografia – Universidade
Estadual Paulista /UNESP. E-mail: [email protected]. Endereço postal: UNICENTRO -
Departamento de Geografia. Campus Cedeteg- Rua Simeão Varela de Sá, 03.Guarapuava, Paraná.CEP:
85040-300
2
Não se quer aqui discutir os rumos conceituais do Complexo Agroindustrial tal como aborda Mazzali
(2000) quando trata da superação do mesmo sobretudo a partir dos anos de 1990, mas sim expor aspectos
do processo de estruturação do mesmo entre as décadas de 1960, 1970 e 1980.
Referências
17
GRAZIANO DA SILVA, José. A modernização dolorosa: estrutura agrária, fronteira
agrícola e trabalhadores rurais no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
PADIS, Pedro Calil. Formação de uma Economia Periférica: o caso do Paraná. São
Paulo, Hucitec, 1980.
18
ROLIM, Cássio F. C. O Paraná urbano e o Paraná do agribusiness. Revista Paranaense
de Desenvolvimento. Curitiba, n.86, p.49-99, set./dez. 1995.
19