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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ


FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ANÁLISE DE ENSAIO DE FATOR DE POTÊNCIA EM


TRANSFORMADORES DE CORRENTE COM VARIAÇÃO DE
FREQUÊNCIA UTILIZANDO O INSTRUMENTO DE TESTES CPC-100

CLEITON MARINHO NASCIMENTO

TUCURUÍ - PA
JANEIRO – 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CLEITON MARINHO NASCIMENTO

ANÁLISE DE ENSAIO DE FATOR DE POTÊNCIA EM


TRANSFORMADORES DE CORRENTE COM VARIAÇÃO DE
FREQUÊNCIA UTILIZANDO O INSTRUMENTO DE TESTES CPC-100

TRABALHO SUBMETIDO AO
COLEGIADO DO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
ELÉTRICA PARA OBTENÇÃO DO
GRAU DE ENGENHEIRO
ELETRICISTA.

TUCURUÍ - PA
JANEIRO – 2015
CLEITON MARINHO NASCIMENTO

ANÁLISE DE ENSAIO DE FATOR DE POTÊNCIA EM


TRANSFORMADORES DE CORRENTE COM VARIAÇÃO DE
FREQUÊNCIA UTILIZANDO O INSTRUMENTO DE TESTES CPC-100

Este trabalho foi julgado em __09_/_01__/__15_ adequado para a obtenção de Grau de


Engenheiro Eletricista, e aprovado na sua forma final pela banca examinadora que atribuiu

conceito_____ ______________.

Orientador: Prof. Dr. Ivaldo Ohana

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________
Professor Dr. Ivaldo Ohana
1º MEMBRO – (ORIENTADOR - UFPA)

_____________________________________________________
Eng. Janílson Leão de Souza
2º MEMBRO

_____________________________________________________
Eng. Paulo ítalo Moreira da Silva
3º MEMBRO

TUCURUÍ – PARÁ
JANEIRO – 2015
Agradecimentos

Agradeço sobre tudo ao Deus triúno a quem me elegeu desde a eternidade para
glorifica-lo, que eu mesmo sendo um misero pecador, ele deu seu único filho para
morrer numa cruz por mim e por todos os seus, que se fosse por minhas próprias forças
eu não poderia realizar esse sonho de me tornar um profissional na área de engenharia
elétrica, a ele toda honra toda glória e todo o louvor pelos séculos dos séculos.
A minha família que sempre meu deu muito apoio nessa caminhada, agradeço ao
meu pai Aristeu Rodrigues e minha mãe Maria Floracy Marinho que nunca mediram
esforços para que eu pudesse seguir sempre firme, e as minhas irmãs Carla Daniele e
Tamires e meu sobrinho Henzo que sempre acreditaram em mim e me deram forças.
Agradeço meus amigos-irmãos da igreja presbiteriana do Brasil que sempre
estiveram comigo compartilhando tristezas e felicidades, vocês são essenciais na minha
vida, e aos meus amigos de infância da cidade de Novo repartimento que sempre me
deram apoio e desde inicio falaram que eu podia alcançar e almejar esse sonho.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Ivaldo Ohana, pelos conselhos, orientações, amizade
e empenho para com toda turma de Eng. Elétrica 2010.
Ao meu amigo Otacílio Filho pela ajuda no projeto e por sua dedicação em me
ajudar a concluir esse projeto.
A dúvida é o principio da sabedoria.
Aristóteles.
Sumário

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO................................................................................................. 1
1.1. Introdução .................................................................................................................... 1
1.2. Objetivo geral .............................................................................................................. 2
1.3. Estrutura do trabalho ................................................................................................. 2
CAPÍTULO 2 - TRANSFORMADORES DE CORRENTE ................................................... 4
2.1. Introdução .................................................................................................................... 4
2.2. Especificações .............................................................................................................. 5
2.2.1. Corrente e relação nominal. ............................................................................... 6
2.2.2. Carga Nominal..................................................................................................... 7
2.2.3. Fator térmico. ...................................................................................................... 8
2.2.4. Tensão secundária nominal ................................................................................ 9
2.2.5. Impedância secundária na proteção ................................................................ 10
2.2.6. Serviços de proteção e medição ........................................................................ 10
2.3. A saturação em transformadores de corrente ........................................................ 11
2.4 Correntes de magnetização ...................................................................................... 13
2.5. Classificação............................................................................................................... 16
2.5.1. Transformadores de corrente para serviço de medição ................................ 16
2.5.1.1. Classe de exatidão.......................................................................................... 16
2.5.2. Transformadores de corrente destinados à proteção ..................................... 18
CAPÍTULO 3 - DIAGNÓSTICO E MANUNTENÇÃO PREVENTIVA EM
TRANSFORMADORES DE CORRENTE. ........................................................................... 20
3.1 Introdução .................................................................................................................. 20
3.2 Análise do óleo isolante ............................................................................................. 21
3.3.1 Análise de gases dissolvidos .............................................................................. 21
3.3.2 Análise físico química........................................................................................ 27
3.3.3 Contagem de Partículas .................................................................................... 30
3.3.4 Teor de Furfuraldeído ...................................................................................... 33
3.3 Temperatura do óleo e enrolamentos ...................................................................... 35
CAPÍTULO 4 - DETERMINAÇÃO DO FATOR DE DISSIPAÇÃO OU FATOR DE
POTÊNCIA, PERDAS DIELÉTRICAS. ................................................................................ 36
4.1 Introdução.................................................................................................................. 36
4.2 Circuitos equivalentes ............................................................................................... 36
4.2.1 Circuito em paralelo.......................................................................................... 38
4.3 Ponte de Schering ...................................................................................................... 39
4.4 Fator de potência (cos 𝝋) .......................................................................................... 41
4.5 Fator de dissipação – Fator de perda (tan 𝜹) .......................................................... 42
CAPÍTULO 5 - ENSAIOS USANDO CPC-100 EM TRANSFORMADORES DE
CORRENTE .............................................................................................................................. 44
5.1 Introdução .................................................................................................................. 44
5.2 Medições usando o dispositivo Doble (método antigo)........................................... 45
5.2.1 Cálculo do fator de potência ............................................................................. 46
5.2.2 Interpretação do ensaio usando o Doble ......................................................... 47
5.3 CPC-100 ..................................................................................................................... 47
5.3.1 Painel frontal CPC-100 ..................................................................................... 50
5.3.2 Saídas de alta corrente e alta tensão ................................................................ 51
5.4 Medições do fator de potência usando o CPC-100 (tandelta)................................ 51
5.4.1 Configuração do teste........................................................................................ 55
5.5 Realização do teste .................................................................................................... 58
5.5.1. Local do teste ..................................................................................................... 58
5.5.2. Limpeza dos transformadores de corrente ..................................................... 58
5.5.3. Isolamento dos terminais do transformador de corrente .............................. 58
5.5.4. Aterramento....................................................................................................... 59
5.5.5. Ligação dos cabos e verificação para o teste ................................................... 59
5.5.6. Calibração do CPC-100 .................................................................................... 61
5.6 Resultado e análise .................................................................................................... 62
5.7. Teste de Rigidez Dielétrica ....................................................................................... 65
CAPÍTULO 6 - CONCLUSÃO ................................................................................................ 68
6.1 Considerações Finais ................................................................................................. 68
6.2 Trabalhos futuros ...................................................................................................... 69
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 70
Listas de Figuras

Figura 2.1 - Transformador de Corrente ....................................................................................... 5

Figura 2.2 - I2 = f(I2) – Corrente limite a partir da qual o TC entra em saturação. Na medição
curva (1) e na proteção curva (2). ............................................................................................... 11

Figura 2.3 - Curva de magnetização de um transformador de corrente ...................................... 13

Figura 2.4 - Curva da corrente primária ...................................................................................... 14

Figura 2.5 - Diferentes saturações dos TC’s ............................................................................... 15

Figura 2,6 - Gráfico de exatidão do TC....................................................................................... 18

Figura 2.7 - Diferentes curvas de saturação dos TC’s ................................................................. 19

Figura 3.1 - Concentração típica dos gases resultantes de descargas parciais ............................ 23

Figura 3.2 - Concentração típica de gases resultantes de arco elétrico ....................................... 24

Figura 3.3 - Referências dos níveis de contaminação do óleo isolante de transformadores,


conforme Working Group 12.17” do Cigré- Effect of Particles on transformer Dieletric
Strength. ...................................................................................................................................... 31

Figura 3.4 - referência para correlação entre o teor de Furfuraldeído e o grau de polimerização34

Figura 4.1 -– Diagrama fasorial de um dielétrico submetido a uma tensão CA.......................... 37

Figura 4.2 – Circuito em Paralelo ............................................................................................... 38

Figura 4.3 - Diagrama da ponte de Schering ............................................................................... 39

Figura 4.4 - Triângulo das potências ........................................................................................... 41

Figura 4.5 - Relação entre o Fator de dissipação e o Fator de potência ...................................... 43

Figura 5.1 - Falha em transformador causado por falta de manutenção preditiva ...................... 45

Figura 5.2 - CPC-100 .................................................................................................................. 48


Figura 5. 3 - Sistemas de testes primário .................................................................................... 49

Figura 5.4 - Vista frontal CPC 100 ............................................................................................. 50

Figura 5. 5 - Saídas de alta corrente e alta tensão (lado esquerdo CPC 100) .............................. 51

Figura 5.6 - CPC 100 e CP TD1 vista lateral 1 .......................................................................... 52

Figura 5.7- CPC 100 e CP TD1 vista lateral 2 ............................................................................ 53

Figura 5. 8 - Configuração do cartão de teste TanDelta .............................................................. 55

Figura 5.9 – Página de configurações do cartão de teste Tandelta .............................................. 57

Figura 5.10 – Curto circuitando os terminais do transformador de corrente............................... 59

Figura 5.11 – Cabo de injeção de tensão no primário do transformador .................................... 60

Figura 5.12 – Cabo utilizado para coleta de dados ligado do transformador ao CPC-100 ......... 61

Figura 5.13 - Painel do CPC-100 com valores de entrada inseridos ........................................... 62

Figura 5.14 - Código para o cálculo de fator de potência usando matlab ................................... 64

Figura 5.15 – Cuba para medição da rigidez dielétrica do óleo isolante. .................................... 66

Figura 5.16 – Calibração do 2,5 mm entre os eletrodos. ............................................................. 66


Listas de Tabelas

Tabela 2.1 - Corrente e relações nominais simples para TC segundo a ABNT ............................ 7

Tabela 2.2 - Cargas nominais para medição e proteção. ............................................................... 8

Tabela 2.3 - Fator térmico normatizado para transformadores de corrente .................................. 9

Tabela 3.1 - Referências para avaliação de riscos em transformadores a partir das quantidades
de gases combustíveis, expressas em ppm. ................................................................................. 24

Tabela 3.2 - Fatores para esclarecimento dos parâmetros de correlação de gases ...................... 26

Tabela 3.3 - Diagnóstico de transformadores a partir da correlação de gases prescrita na norma


ABNT 7274. ................................................................................................................................ 27

Tabela 3.4 - Características de óleos isolantes novos ................................................................. 28

Tabela 3.5 - Parâmetros de propriedades físico químicas ........................................................... 29

Tabela 3.6 - Tabela com referências de diagnósticos para interpretação dos dados do gráfico dos
níveis de contaminação do óleo isolante. .................................................................................... 32

Tabela 3.7 - Referências de diagnósticos para interpretação dos dados do gráfico dos níveis de
contaminação do óleo isolante. ................................................................................................... 32

Tabela 4.1 - Valores das funções trigonométricas em função dos valores dos ângulos. ............. 42

Tabela 5.1 – Dados da medição Transformador de corrente em bom estado de uso .................. 63

Tabela 5.2 -– Cálculos de fator de potência ou dissipação transformador bom. ......................... 63

Tabela 5.3 – Dados da medição do Transformador de corrente em mal estado de uso .............. 64

Tabela 5.4 – Cálculos de fator de potência ou dissipação transformador ruim. .......................... 65

Tabela 5.5 – Ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante ruim.................................................. 67

Tabela 5.6 – Ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante bom .................................................. 67


Resumo

Este trabalho apresenta a análise de ensaio de fator de potência e capacitância da


isolação em transformadores de corrente de alta tensão com variação do espectro de
frequência, considerando que em sistemas de alta tensão as influências eletromagnéticas
durante esses ensaios influenciam diretamente nos resultados. A metodologia aqui
apresentada propõe uma solução para minimizar e ou até mesmo suplantar tais
influencias eletromagnéticas, consiste na variação de frequência durante o ensaio,
evitando as influencias de frequência fundamental 60Hz e seus harmônicos. Foi
utilizado o instrumento de testes CPC-100 para realização do ensaio com variação de
frequência. Para mostrar a eficácia do procedimento foi feita medições em um
transformador de corrente e um bom e outro em um mal estado estando já em desuso.

Palavra Chave: Fator de potência, Transformador de corrente, CPC-100, Manutenção


preditiva.
Abstract

This work brings an analysis of isolation potency factors tests on high tension current
transformers with a variance of frequency spectrum, considering that on high tension
systems the electromagnetic influences could impact directly the results. The
methodology here shown a propose solution to minimize, or even suppress these
electromagnetic influences. This propose consist in a variation of the frequency during
the test, avoiding influences on the fundamental frequency 60Hz and its harmonics. It
was used the test instrument CPC-100 for this work on the frequency variation test.
Measures were taken on two current transformers to demonstrate the efficiency of the
procedure. One transformer was in good condition. The other was in bad condition, and
out of service.

Keywords: Potency Factor, Current Transformer, CPC-100, Preventive Maintenance.


1

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

Devido à crescente pressão para reduzir custos, a indústria elétrica é forçada a


manter as antigas instalações em operação por tanto tempo quanto possível. Estatísticas
recentes têm mostrado que cerca de um terço dos transformadores de corrente têm mais
de 30 anos. Diversos estudos mostram que as fontes mais frequentes de falha estão nos
enrolamentos secundários e isolamento.
Este trabalho descreve técnicas e procedimentos de testes para diagnóstico em
campo de transformadores utilizando um novo sistema multifuncional e completo de
teste, onde todas as medições podem ser realizadas rapidamente e eficientemente com
métodos de testes automáticos permitindo uma avaliação da capacitância e isolamento
do mesmo.
Os transformadores de corrente tão importante quantos outros equipamentos que
compõe uma subestação, estão sujeitos além da tensão de linha do sistema a sua
corrente. O objeto de estudo deste trabalho é verificar a condição de deterioração do
isolamento, fator de potência ou dissipação, através da metodologia de variação do
espectro de frequência utilizando o instrumento CPC-100.
Este dispositivo possui uma unidade com processador digital de sinal (DSP) capaz
de gerar sinais senoidais na faixa de frequência de 15 a 400 Hz, alimentado por um
módulo de amplificação de potência variável, segundo a necessidade do operador. A
nova tecnologia de teste utilizada possibilita o exame cuidadoso do fator de dissipação,
capaz de detectar a degradação do isolamento num estágio inicial com análises
detalhadas.
Até os dias de hoje, o fator de dissipação ou o fator de potência só foram medidos
na frequência da linha. Com a fonte de potência utilizada neste trabalho é possível fazer
essas medições de isolamento em uma larga faixa de frequência. Além da possibilidade
das medições serem feitas em frequências diferentes da frequência da linha e seus
harmônicos. Com este princípio, as medições podem ser realizadas também na presença
de alta interferência eletromagnética em subestações de alta tensão, fornecendo
2

excelente supressão de interferências eletromagnética. Onde os resultados demonstram


que o método de variação do espectro de frequência permite análises mais detalhadas do
isolamento. Isto é obtido com a comparação de curvas de fator de potência e
capacitância variando com a frequência. Esta metodologia é valida para detectar
alterações do isolamento em seu estágio inicial.

1.2. Objetivo geral

Trabalhar com a ferramenta CPC-100, para fazer avaliação de fator de potência ou


dissipação com variação de frequência nos transformadores de corrente como
manutenção preditiva sobre a deterioração do isolamento do mesmo, fazendo
comparações entre um transformador bom e outro ruim para demonstrar a eficácia do
processo de medição.

1.3. Estrutura do trabalho

Neste capítulo (capítulo 1) é feita a introdução do assunto a ser abordado, é onde


também é exposto o objetivo geral e a forma ao qual o mesmo está estruturado.
O capítulo 2 destina-se à conceituação dos transformadores de corrente,
abordando os princípios de funcionamento, normas e características de funcionamento
além de especificação quanto a cada classificação distinta do mesmo.
No capítulo 3 é abordada uma explanação sobre como fazer manutenção do óleo
isolante mostrando todos os métodos de manutenção preditiva, além de mostrar como
fazer analises dos vários resultados mostrando também a estrutura química de cada e
abordando a importância do mesmo quanto o isolamento dos transformadores de
corrente.
No capítulo 4 é explanado o conceito sobre a grandeza utilizada como parâmetro
da qualidade de isolação dos transformadores de correntes que é o fator de potência ou
fator de dissipação, mostrando as equações para cálculos da mesma e além de como
fazer análises utilizando esse conceito.
3

No capítulo 5 é mostrada a ferramenta de medição para manutenção preditiva da


isolação dos transformadores de corrente que é CPC-100 em conjunto o CP-TD1
apresentando também os sistema antigo utilizado nas medições que o DOBLE, além de
mostrar a medição feita com CPC-100 e um transformador bom e outro ruim afim de
mostrar a eficácia e confiabilidade do processo.
No capítulo 6 são feitas as considerações finais e é apresentado as futuras
atividades acadêmicas ao qual esta atividade está direcionada.
4

CAPÍTULO 2 - TRANSFORMADORES DE

CORRENTE

2.1. Introdução

Um transformador de corrente (abreviadamente TC ou TI) é um dispositivo que


reproduz no seu circuito secundário, a corrente que circula em um enrolamento primário
com sua posição vetorial substancialmente mantida, em uma proporção definida,
conhecida e adequada. Os transformadores de corrente, também chamados de
transformadores de instrumentos, utilizados em aplicações de alta tensão (situações
essas onde circulam, frequentemente, altas correntes), fornecem correntes
suficientemente reduzidas e isoladas do circuito primário de forma a possibilitar o seu
uso por equipamentos de medição, controle e proteção.
Os transformadores de corrente são utilizados para suprir aparelhos que
apresentam baixa resistência elétrica, tais como amperímetros, relés de indução, bobinas
de corrente de relés diferenciais, medidores de energia, de potência etc. Os TC's
transformam através do fenômeno de conversão eletromagnética, correntes elevadas,
que circulam no seu primário, em pequenas correntes secundárias, segundo uma relação
de transformação. A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos
primários, cria um fluxo magnético alternado que faz induzir as forças
eletromotrizes Ep e Es, respectivamente, nos enrolamentos primário e secundário.
5

Figura 2.1 - Transformador de Corrente [16]

2.2. Especificações

Transformadores de corrente possuem padronização de suas características.


As especificações para projeto, operação e realização de ensaios seguem regras
determinadas em normas técnicas.
No Brasil existem três normas da ABNT:
• NBR 6546/91: Transformadores para Instrumentos – Terminologia;
• NBR 6856/92: Transformadores de Corrente – Especificação;
• NBR 6821/92: Transformadores de Corrente – Método de Ensaio.

Em nível mundial, dentre outras, têm-se as seguintes frequentemente


referenciadas na literatura:
• IEEE C57.13/1993 – IEEE Standard Requirements for Instruments
Transformers. (revisão da antiga ANSI/IEEE C57.13/1978) .
• IEC – 60044-1– Instruments Transformers – Part 1: Current Transformers (NF
C 42-502 na França) .
6

• IEC - 60044-6 – Instruments Transformers – Part 6 – Requirements for


protective current transformers for transient performance.
Existem diferenças em algumas especificações entre as normas brasileiras e
internacionais, principalmente no que se refere a limites de tensão e corrente em
ensaios. Nesse trabalho serão seguidas as determinações da ABNT e da IEEE.
Essas normas especificam uma série de características que não são tratadas nesse
item. Somente o que for significativo para o ensaio de saturação, objeto de estudo desse
trabalho, é apresentado.

2.2.1. Corrente e relação nominal.

Os valores nominais de corrente primária e secundária para os transformadores


de corrente são apresentados na NBR 6856. Esses valores normatizados valem para TC
a serviço de proteção e medição.
Para os TC fabricados no Brasil são estabelecidas correntes primárias nominais
(I1N) dentro de uma faixa que varia de 5 A a 8000 A. A corrente secundária nominal
(I2N) é padronizada em 5 A, porém correntes de 1 A e 2 A podem também ser
utilizadas. Em casos especiais na proteção pode-se encontrar TC com corrente
secundária nominal de 2,5 A.
A norma especifica as correntes primárias e as relações nominais para TC em
quatro grupos. Esses grupos caracterizam respectivamente tipos de relações nominais
simples, duplas, triplas e múltiplas.
A Tabela 2.1 apresenta as relações nominais referentes ao grupo de relações
simples. Desse grupo obtêm-se outros conjuntos de relações através da combinação de
derivações no primário ou no secundário.
A relação entre I1N e I2N define a relação nominal (RN) do TC especificada
pelo fabricante. Também chamadas de relação de transformação, atingem valor máximo
de 1600:1 (Tabela 2.1) (I1N de 8000 A e I2N = 5 A).
7

Tabela 2.1 - Corrente e relações nominais simples para TC segundo a ABNT [4]

IN1 (A) RN IN1 (A) RN IN1 (A) RN


5 1:1 100 20:1 1000 200:1
10 2:1 150 30:1 1200 240:1
15 3:1 200 40:1 1500 300:1
20 4:1 250 50:1 2000 400:1
25 5:1 300 60:1 2500 500:1
30 6:1 400 80:1 3000 600:1
40 8:1 500 100:1 4000 800:1
50 10:1 600 120:1 5000 1000:1
60 12:1 800 160:1 6000 1200:1
75 15:1 ---- ---- 8000 1600:1

2.2.2. Carga Nominal

A carga nominal de um TC é a carga na qual se baseiam os requisitos de


exatidão do equipamento. Ela deve ser especificada levando em consideração o
consumo dos aparelhos e da fiação.
As cargas nominais especificadas são designadas por um símbolo, formado pela
letra C seguida de um número (segundo a ABNT). Esse número representa em volt-
ampères o quadrado da corrente secundária nominal multiplicada pela impedância da
carga nominal (Tabela 2.2).
Na designação da IEEE, a carga nominal é representada pela letra B seguida de
um número que corresponde diretamente ao valor da impedância da carga nominal em
ohms (Tabela 2.2).
8

Tabela 2.2 - Cargas nominais para medição e proteção.[4]

Cargas nominais para medição – Fator de potência 0,9


Designação Potência Resistência Reatância Impedância- Tensão
ABNT IEEE aparente (Ω) indutiva ZN secundária
(VA) (Ω) (Ω) nominal
[FSxIN2x ZN]
(V)
C 2,5 B-0,1 2,5 0,09 0,044 0,1 10
C5 B-0,2 5,0 0,18 0,087 0,2 20
C 12,5 B-0,5 12,5 0,45 0,218 0,5 50
C 22,5 B-0,9 22,5 0,81 0,392 0,9 90
C 45 B-1,8 45,0 1,62 0,785 1,8 180
C 90 B-3,6 90,0 3,24 1,569 3,6 360
Cargas nominais para medição – Fator de potência 0,9
Designação Potência Resistência Reatância Impedância- Tensão
ABNT IEEE aparente (Ω) indutiva ZN secundária
(VA) (Ω) (Ω) nominal
[FSxIN2x ZN]
(V)
C 25 B-1 25 0,05 0,866 1,0 100
C 50 B-2 50 1,00 1,732 2,0 200
C 100 B-4 100 2,00 3,464 4,0 400
C 200 B-8 200 4,00 6,928 8,0 800

2.2.3. Fator térmico.

Os TC são projetados e construídos para suportarem em regime permanente uma


corrente maior do que a corrente nominal sem que qualquer dano lhes seja causado.
9

Essa característica é definida pelo fator térmico. Ele é fixado pelo fabricante
segundo os limites de elevação de temperatura. Sua determinação leva em consideração
os diferentes tipos de materiais isolantes que podem ser utilizados na fabricação.
O fator térmico é definido como o número que deve ser multiplicado pela
corrente primária nominal para obter a corrente máxima que o TC pode suportar em
regime permanente. Adicionalmente é considerado o TC operando com carga e
frequências nominais, sem exceder os limites de elevação de temperatura
correspondentes a sua classe de isolamento, e sem sair de sua classe de exatidão (Tabela
2.3).

Tabela 2.3 - Fator térmico normatizado para transformadores de corrente [4]

Norma técnica Fator térmico


ABNT 1,0 1,2 1,3 1,5 2,0 -
IEEE 1,0 1,33 1,5 2,0 3,0 4,0

2.2.4. Tensão secundária nominal

A tensão secundária nominal é definida segundo a ABNT, como “a tensão que


aparece nos terminais de uma carga nominal imposta ao TC a 20 vezes a corrente
secundária nominal, sem que o erro de relação exceda o valor especificado” (tabela 2.2).
Isso quer dizer que o TC deve suportar uma corrente máxima no seu circuito secundário
proporcional a 20 vezes a sua corrente nominal sem transmitir erros superiores ao
especificado por sua classe de exatidão.
A tensão secundária nominal representa a tensão máxima que o TC deve
suportar em condições de sobrecorrente. O valor 20 é fixado pela ABNT como o valor
padronizado para o fator de sobrecorrente.
10

Somente os TC para serviço de proteção atingem a tensão secundária nominal.


Nos TC de medição, o núcleo satura muito antes da corrente secundária atingir esse
valor (item 2.3).

2.2.5. Impedância secundária na proteção

O erro de relação depende da impedância conectada ao circuito secundário.


O cálculo da impedância total do circuito para efeitos práticos de especificação
do TC utiliza como referência as cargas nominais padronizadas (item 2.2.2).
Porém, os TC para serviço de proteção possuem ainda uma consideração no
cálculo da impedância do circuito secundário. A ABNT subdivide esses TC em duas
classes quanto a sua impedância.
Os TC enquadrados na CLASSE A (CLASSE T segundo a IEEE) possuem alta
impedância interna. Isso está relacionado à impedância total do circuito secundário
quando esse alimenta sua carga nominal. Nesse caso a reatância de dispersão do
enrolamento secundário possui valor significativo e é considerada nos cálculos.
Ao contrário, os TC de CLASSE B possuem baixa impedância interna. A
reatância de dispersão do enrolamento secundário possui valor desprezível e não é
considerada no cálculo da impedância total do circuito. (segundo a IEEE, equivale à
CLASSE C).

2.2.6. Serviços de proteção e medição

Características marcantes são impostas no projeto de construção do TC no que


se refere ao tipo de núcleo e tipo de enrolamento primário e secundário. São essas
características que dividem o TC quanto a sua adequada utilização para medição e
proteção.
Transformadores de corrente para serviço de medição não podem ser utilizados
para proteção e vice-versa. Principalmente se for o caso de medição para fins de
faturamento ao consumidor.
As características que impõem as diferenças e a necessidade de precaução são a
classe de exatidão e o circuito magnético. Em termos de especificação, por exemplo, um
erro de definição da classe de exatidão de um enrolamento de medição levará a um
faturamento de energia errado e consequentemente a perdas para o distribuidor ou para
o cliente.
11

Do mesmo modo um erro de especificação na proteção pode levar ao


acionamento indevido de um relé de proteção, ou até mesmo, ao não acionamento do
mesmo em caso de distúrbios na linha de transmissão.

2.3. A saturação em transformadores de corrente

Os transformadores de corrente para serviço de medição possuem núcleo feito


de material de elevada permeabilidade magnética. Isso quer dizer que possuem pequena
corrente de excitação, pequenas perdas e baixa relutância. Trabalham sob condições de
baixa indução magnética (cerca de 0,1 tesla).
Eles entram em saturação logo que a indução magnética cresce para (0,4 a 0,5)
tesla. O que corresponde a um crescimento da corrente primária de cerca de quatro
vezes o seu valor nominal (figura 2.2).
Essa é a corrente máxima que será refletida no secundário (4 x I2N) em caso de
saturação, mesmo que a corrente primária ultrapasse essa ordem de grandeza e atinja
valores excessivos.
Nesse caso não é necessário que os aparelhos de medição ligados ao circuito
secundário suportem grandes intensidades de corrente, como os instrumentos ligados ao
circuito de proteção.

Figura 2.2 - I2 = f(I2) – Corrente limite a partir da qual o TC


entra em saturação. Na medição curva (1) e na proteção curva (2)
[1].
12

O núcleo dos TC para proteção é feito de material magnético que não tem a
mesma permeabilidade magnética que o TC para medição. Seu núcleo entra em
saturação pra valores muito elevados do fluxo (indução magnética elevada).
Isso corresponde em termos práticos a uma corrente primária de cerca de 20
vezes o seu valor nominal (figura 2.2). Nos instrumentos de medição essa corrente
poderia danificá-los. Porém os relés podem perfeitamente suportá-la desde que sejam
especificados para essa condição.
Um TC para proteção deve saturar em altos níveis de corrente para permitir a
medição de correntes de falta. Para isso tem seu limite de funcionamento muito elevado,
como também, devem ser os relés, disjuntores e contatores ligados ao circuito, capazes
de suportar altas correntes.
Deve-se conhecer a resposta do TC em regime de saturação para assegurar o
bom funcionamento da proteção, necessária para quando a corrente primária ultrapassa
a intensidade nominal. Serve em particular para situações de curto-circuito quando
surgem valores de corrente muito elevados.
O TC para proteção deve retratar com fidelidade as correntes de falta sem sofrer
os efeitos da saturação. Na sua especificação deve-se considerar a tensão secundária
máxima a partir da qual o TC passa a sofrer os efeitos da saturação.
Nesse momento ele começa a não atender mais os requisitos de sua classe de
exatidão.
A suscetibilidade dos transformadores de corrente entrar em saturação mediante
correntes de curto-circuito tem implicação direta no desempenho dos sistemas de
proteção dos equipamentos e linhas de transmissão.
O transformador de núcleo toroidal é amplamente usado em toda indústria de
energia de potência. Suas vantagens incluem: baixo custo, isolação galvânica,
confiabilidade e fácil aplicação. Porém suas desvantagens são a facilidade de saturação
e o fluxo remanescente.
Um método de evitar a saturação em TC é aumentar o tamanho do núcleo.
Outro método é utilizar um material no núcleo que suporte grandes densidades
de fluxo. Ambas as opções podem afetar no custo e na facilidade de aplicação do
transformador.
13

2.4 Correntes de magnetização

Corrente de magnetização é a que circula no enrolamento primário do


transformador de corrente como consequência do fluxo magnetizante do núcleo.
A curva de magnetização dos transformadores de corrente fornecida pelos
fabricantes permite que se calcule, entre outros parâmetros, a tensão induzida no seu
secundário e a corrente magnetizante correspondente.
De acordo com a Fig. 2.3, que representa a curva de magnetização de um
transformador de corrente para serviço de proteção, a tensão obtida no joelho da curva é
aquela correspondente a uma densidade de fluxo B igual a 1,5 tesla (T), a partir da qual
o transformador de corrente entra em saturação. Deve-se lembrar de que 1 tesla é a
densidade de fluxo de magnetização de um núcleo, cuja seção é de 1 m² e através da
qual circula um fluxo de 1 weber (W). Por outro lado, o fluxo magnético representa o
número de linhas de força magnética, emanando de uma superfície magnetizada ou
entrando na mesma superfície. Resumindo o relacionamento destas unidades, tem-se:

Figura 2.3 - Curva de magnetização de um transformador de corrente [1]

A corrente de magnetização varia para cada transformador de corrente, devido a


não linearidade magnética dos materiais de que são constituídos os núcleos. Assim, à
14

medida que cresce a corrente primária, a corrente de magnetização não cresce


proporcionalmente, mas, segundo uma curva dada na Figura 2.4, é tornada como ordem
de grandeza.

Figura 2.4 - Curva da corrente primária [1]

Os TC's destinados ao serviço de proteção, por exemplo, que atingem o início da


saturação a 20 x In, ou a 1,5 T, segundo a curva da característica, devem ser projetados
para, em operação nominal, trabalhar com uma densidade magnética aproximadamente
igual a 0,075 T. Quando não se consegue uma chapa de ferro-silício que trabalhe a
corrente nominal primária com um valor de densidade magnética igual ou inferior a
1/20 do valor da densidade magnética de saturação, é necessário utilizar reatores não
lineares em derivação com os terminais de carga. Logo, neste caso, a corrente deduzida
da carga é igual à corrente de magnetização mais a corrente que flui pelo reator em
derivação.
É importante observar que um transformador de corrente não deve ter o seu
circuito secundário aberto, estando o primário ligado à rede. Isso se deve ao fato de que
não há força desmagnetizante secundária que se oponha à força magnetizante gerada
pela corrente primária, fazendo com que, para correntes elevadas primárias, todo o fluxo
magnetizante exerça sua ação sobre o núcleo do TC, levando-o à saturação e
provocando uma intensa taxa de variação de fluxo na passagem da corrente primária
pelo ponto zero e resultando numa elevada força eletromotriz induzida nos
15

enrolamentos secundários. Nesse caso, a corrente de magnetização do TC assume o


valor da própria corrente de carga. Logo, quando os aparelhos ligados aos TC's forem
retirados do circuito, os terminais secundários devem ser curto-circuitados. A não
observância deste procedimento resultará em perdas Joule excessivo perigo iminente o
operador ou leiturista e alterações profundas nas características de exatidão dos
transformadores de corrente.
A permeabilidade medição é muito elevada, magnética, em torno de 0,1,
entrando o TC em processo de saturação a partir de 0,4 T.
Estes valores de permeabilidade magnética se justificam para reduzir ao possível
a corrente de magnetização, responsável direta, como já se observou, pelos erros
introduzidos na medição pelos TC's. A permeabilidade magnética caracteriza pelo valor
da resistência ao fluxo magnético oferecido por um determinado material submetido a
um campo magnético. Claro que, quanto maior for a permeabilidade magnética menor
será o fluxo que irá atravessar o núcleo de ferro TC, e, consequentemente, menor será a
corrente de magnetização.
Já os transformadores de corrente destinados ao serviço de proteção apresentam
um núcleo de baixa permeabilidade quando comparada com os TC’s de medição,
permitindo a saturação somente para uma densidade de fluxo magnético elevado,
conforme se pode constatar através da curva da Figura 2.5.

Figura 2.5 - Diferentes saturações dos TC’s [1]


16

2.5. Classificação

Os transformadores de corrente devem ser fabricados de acordo com a


destinação no circuito no qual estarão operando os transformadores de corrente para
medição e para proteção.

2.5.1. Transformadores de corrente para serviço de medição

Os transformadores de corrente empregado na medição de corrente ou energia


são equipamentos capazes de transformar as correntes de carga na relação, em geral, de
Ip/5 A, propiciando o registro dos valores pelos instrumentos medidores sem que estes
estejam em ligação direta com o circuito primário da instalação.
Eventualmente, são construídos transformadores de corrente com vários núcleos,
uns destinados à medição de energia e outros, próprios para o serviço de proteção.
Porém, as concessionárias, geralmente, especificam em suas normas unidades separadas
para a sua medição de faturamento, devendo o projetista da ação reservar uma unidade
independente para a proteção, quando for o caso.

2.5.1.1. Classe de exatidão

A classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador de


corrente levando em conta o erro de relação de transformação e o erro de desfasamento
entre as correntes primária e secundária.
Considera-se que um transformador de corrente para serviço de medição está
dentro de sua classe de exatidão nominal, quando os pontos determinados pelos fatores
de correção de relação percentual (FCRp) e pelos ângulos de fase β estiverem dentro do
paralelogramo de exatidão.
De acordo com os instrumentos a serem ligados aos terminais secundários do
transformador de corrente, devem ser as seguintes as classes de exatidão destes
equipamentos:
17

 Para aferição e calibração dos instrumentos de medida de laboratório: 0,1;

 Alimentação de medidores de demanda e consumo ativo e reativo para fins de


faturamento: 0,3;

 Alimentação de medidores para fins de acompanhamento de custos industriais:


0,6;

 Alimentação de amperímetros indicadores, registradores gráficos, reles de


impedância, relés diferenciais, reles de distância, reles direcionais: 1,2;

 Alimentação de reles de ação direta, por exemplo, aplicados em disjuntores


primários de subestações de consumidor: 3,0.

A classe de precisão 3,0 não tem limitação de erro de ângulo de fase e o seu
fator de correção de relação percentual (FCRp) deve situar-se entre 103 e 97% para que
possa ser considerado dentro de sua classe de exatidão. Como o erro de um
transformador de corrente depende da corrente primária para ser determinada a sua
classe de exatidão, a NBR 6856/81 especifica que sejam realizados dois ensaios que
correspondem, respectivamente, aos valores de 10% e 100% da corrente nominal
primária.
Como também o erro é função da carga secundária do transformador de corrente,
os ensaios devem realizados, tomando-se como base os valores padronizados destas
cargas que podem ser obtidos na já mostrada. O transformador de corrente só é
considerado dentro de sua classe de exatidão se os resultados dos ensaios levados para
os gráficos das figuras do paralelogramo.
Uma análise dos paralelogramos de exatidão indica que, quanto maior for a rente
primária, menor será o erro de relação permitido para o transformador de corrente.
Contrariante, quanto menor for a corrente primária, maior será o erro de relação
permitido. Isto se deve à influência da corrente de magnetização. Outra maneira de
testar esta afirmação é observar o gráfico da Figura 2.6.
18

Figura 2,6 - Gráfico de exatidão do TC [1]

2.5.2. Transformadores de corrente destinados à proteção

Os transformadores de corrente destinados à proteção de sistemas elétricos são


equipamentos capazes de transformar elevadas correntes de sobrecarga ou de curto-
circuito em pequenas correntes, propiciando a operação dos relés sem que estes estejam
em ligação direta com o circuito primário da instalação, oferecendo garantia de
segurança aos operadores, facilitando a manutenção dos seus componentes e, por fim,
tornando-se um aparelho extremamente econômico, já que envolve reduzido emprego
de matérias-primas.
Ao contrário dos transformadores de corrente para medição, os transformadores
de corrente para serviço de proteção não devem saturar para correntes de elevado valor,
tais como as que se desenvolvem durante a ocorrência de um defeito no sistema. Caso
contrário, os sinais de corrente recebidos pelos relés estariam mascarados, permitindo,
desta forma, uma operação inconsequente do sistema elétrico. Assim, os
19

transformadores de corrente para serviço de proteção apresentam um nível de saturação


elevado, igual a 20 vezes a corrente nominal, conforme se pode mostrar na curva da
Figura 2.7, como exemplo genérico.

Figura 2.7 - Diferentes curvas de saturação dos TC’s [1]

Pode-se perfeitamente concluir que jamais se devem utilizar transformadores de


corrente de proteção em serviço de medição e vice-versa. Além disso, deve-se levar em
conta a classe de exatidão em que estão enquadrados os transformadores de corrente
para serviço de proteção que, segundo a NBR 6856/81, podem ser de 5 ou 10.
20

CAPÍTULO 3 - DIAGNÓSTICO E MANUNTENÇÃO

PREVENTIVA EM TRANSFORMADORES DE

CORRENTE.

3.1 Introdução

Serviços de manutenção preventiva de transformadores de corrente abrangem


basicamente a realização de análises de óleo isolantes e testes de componentes, que vão
definir a necessidade de realização de intervenções como o tratamento do óleo, troca de
componentes, tais como juntas de vedação e contatos de comutadores, pintura das partes
externas, dentre outros.
Essencialmente são serviços cujo objetivo é o de manter o núcleo e
enrolamentos em condições satisfatórias de operação, dado que a ocorrência de uma
falha na parte ativa geralmente envolve longos prazos de reparo e custos elevados.
Assim, a implementação de sistemas de monitoração e a realização de
diagnóstico periódico em transformadores de corrente proporcionam o
acompanhamento de suas condições de utilização, identificando anormalidades e
consequentemente uma rápida toma de decisão quanto a medidas para evitar ou
minimizar a ocorrência de falhas.
Existem diversos métodos de diagnósticos e uma quantidade razoável de
equipamentos para essa finalidade, abrangendo desde funções mais simples e
tradicionais como a medição da temperatura do óleo isolante, até as tecnologias que
permitem a monitoração dos níveis de descargas parciais como o transformador em
funcionamento.
Os principais métodos de diagnóstico e monitoração são apresentados a seguir.
21

3.2 Análise do óleo isolante

A análise do óleo isolante é o principal e mais utilizado método para avaliar a


condição de um transformador de corrente, dado a simplicidade no procedimento de
coleta, o baixo custo dos testes e a possibilidades de se diagnosticar vários tipos de
problemas. Basicamente abrange a análise de gases dissolvidos e propriedades físico
químicas do óleo isolante.

3.3.1 Análise de gases dissolvidos

O óleo isolante gera pequenas quantidades de gases quando submetido a


determinados tipos de fenômenos de natureza elétrica ou térmica. A composição dos
gases produzidos depende do tipo de anormalidades apresentada, sendo que o
diagnóstico é feito a partir da avaliação individual dos níveis de determinados gases,
chamados de gases chave, da interpretação da correlação entre gases e sua evolução ao
longo da utilização do transformador.
Os principais gases identificados por esse tipo de análise são hidrogênio (H2),
metano (CH4), etano (C2H6), acetileno (C2H2), etileno (C2H4), monóxido de carbono
(CO) e dióxido de carbono (CO2).
A análise de gases deve ser realizada dentro de uma periodicidade razoável que
resulte em um correto e eficaz acompanhamento do surgimento, evolução e severidade
de determinados problemas.
A realização de uma análise de gases isoladamente não permite um correto
diagnóstico das condições do transformador, portanto é necessário que se leve em conta
o histórico de analises, eventuais sobrecargas e falhas anteriores, no sentido de se
avaliar:
 O desenvolvimento de uma falha/defeito;
 A monitoração da taxa de crescimento da falha/defeito;
 A confirmação de presença de uma falha/defeito;
 A programação de quando deverá ser feita retirada do equipamento de
operação para o reparo;
22

 Monitoração do funcionamento após a ocorrência de alguma anormalidade


no sistema.

Assim, pode-se estabelecer um plano de investigação a partir das seguintes etapas:

 Avaliar se algum parâmetro de referência é excedido, seja através de um gás


chave ou mesmo das correções entre eles, observando-se o fato de que
determinadas famílias de transformadores e equipamentos em serviço
normalmente apresentam concentrações de gases combustíveis;
 Realizar acompanhamento periódico, inclusive com a possibilidade de
diminuição expressiva dos intervalos de coleta de meses para semanas ou até
mesmo dias, no sentido de se determinar a taxa de crescimento e o tipo de
falha/defeito que está sendo diagnosticado e, finalmente;
 Estabelecer quais ações devem ser tomadas para extinção do problema, seja
através de intervenção restrita em campo ou mesmo a remoção para abertura
do equipamento e diagnóstico mais detalhado em oficina especializada.

De acordo com a norma internacional IEEE Guide for the Interpretation of


Gases Generated in Oil-Immersed Transformers, os gases chave permitem a
identificação de quatro tipos de problemas em transformadores, conforme descrito a
seguir:

- Óleo superaquecido: Os produtos da decomposição do óleo abrangem etileno


(C2H4), etano (C2H6) e metano (CH4), com pequenas quantidades de hidrogênio (H2).
Se a falha for severa e envolver contatos elétricos, há possibilidade de que haja traços de
acetileno. Gás chave: Etileno, conforme mostrado na figura 3.1:
23

Figura 3.1 - Concentração típica dos gases resultantes de descargas parciais [7]

- Arco elétrico: Grandes quantidades de acetileno (C2H2) e hidrogênio (H2) são


produzidos, com menores quantidades de metano (CH4) e etileno (C2H4). Caso a falha
envolva celulose, haverá presença de dióxido (CO2) e monóxido de carbono (CO), Gás
chave: Acetileno, conforme mostrado na Figura 3.2:
24

Figura 3.2 - Concentração típica de gases resultantes de arco elétrico [7]

Ainda de acordo com a norma IEEE Guide for the Interpretation of Gases
Generated in Oil-Immersed Transformers, quando não se dispõe do histórico de gases
dissolvidos no óleo isolante, é possível estabelecer um critério para avaliação de riscos a
partir dos parâmetros de referência indicados na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Referências para avaliação de riscos em transformadores a partir das


quantidades de gases combustíveis, expressas em ppm. [7]

H2 CH4 C2H2 C2H4 C2H6 CO CO2 Total de


gases
Condição 1 ≤100 ≤120 ≤35 ≤50 ≤65 ≤350 ≤2500 ≤720
Condição 2 101-700 121-400 36-50 51-100 66-100 351-570 2500-4000 721-1920
Condição 3 701-1800 401-1000 51-80 101-200 101-150 571-1400 5001-10000 1921-4630
Condição 4 >1800 >1000 >80 >200 >150 >1400 >10000 >4630

A interpretação dos dados é feita conforme descrito nas condições descritas a


seguir:
 Condição 1: indica que o transformador está operando satisfatoriamente.
25

 Condição 2: o total de gases combustíveis está acima dos valores de


referência, indicando a possibilidade de que haja algum tipo defeito/falha no
transformador.
 Condição 3: o total de gases combustíveis indica elevado nível de
decomposição.
 Condição 4: o total de gases combustíveis deste intervalo indica excessiva
decomposição do óleo isolante, sendo que a continuidade de operação
poderá resultar em falha do transformador.

No caso das condições 1, 2 e 3, caso haja indícios de que algum dos gases
apresente valor razoavelmente superior àqueles indicados na tabela, deve-se proceder a
uma investigação adicional para identificação de sua origem, bem como estabelecer um
plano periódico de análise no sentido de se estabelecer qual a tendência de evolução dos
gases.
Cumpre observar que as referências da Tabela 3.1 assumem que há histórico de
análises de gases anteriores de um determinado transformador. Caso haja algum
registro, o critério deve ser reavaliado para determinar se a condição operacional do
equipamento é estável ou instável.
Além dos parâmetros de referência apresentados, existem diversos critérios de
análise que se baseiam na correlação entre gases combustíveis para diagnostico de
falhas e defeitos em transformadores, tais como o método de Rogers, Doernemburg,
Laborelec e o da norma brasileira ABNT NBR 7274.
Especificamente para este estudo, é descrito o procedimento prescrito na norma
NBR 7274 que, a partir de três correlações entre gases dissolvidos no óleo isolante,
permite nove tipos de diagnóstico.
Cada diagnóstico é associado a um exemplo de falha típica, de forma a orientar
na pesquisa da origem de eventuais problemas com o transformador.
Para obtenção dos resultados é feita a correlação das taxas de acetileno (C2H2)
com etileno (C2H4), metano (CH4) com hidrogênio (H2) e etileno (C2H4) com etano
(C2H6), conforme indicado na Tabela 3.2.
26

Tabela 3.2 - Fatores para esclarecimento dos parâmetros de correlação de gases [2]

Relação de gases
Fator R C2H2 CH4 C2H4
C2H4 H2 C2H6

0,1 > R 0 1 0
0,1 > R < 1 1 0 0
1>R<3 1 2 1
3<R 2 2 2

A partir do resultado das razões entre gases deve ser feita a correção de valores
com base no fato R, conforme exemplificado abaixo:
a) Se C2H2/ C2H4 For menor que 0,1, o valor a ser considerado é 0;
b) Se C2H2/ C2H4 estiver entre 0,1 e 3, valor a ser considerado é 1;
c) Se C2H2/ C2H4 for maior que 3, o valor a ser considerado é 2.
Esse mesmo procedimento deve ser observado para correção das razões de
CH4/H2 e C2H4/C2H6, conforme parâmetros indicadores na Tabela 3.2.
A partir dos resultados corrigidos é feita a análise de valores com base na Tabela
3.3.
27

Tabela 3.3 - Diagnóstico de transformadores a partir da correlação de gases


prescrita na norma ABNT 7274. [4]

Trata-se de um método de análise razoavelmente simples, porém de grande


auxílio na avaliação das condições operacionais de transformadores de potência.

3.3.2 Análise físico química

Óleos isolantes novos para utilização no mercado brasileiro devem atender às


características especificadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, conforme a Tabela 3.4.
28
Tabela 3.4 - Características de óleos isolantes
novos [4]

Trata-se da condição inicial de operação do óleo novo, sendo que ao longo da


utilização de transformadores o óleo isolante sofre alterações de determinadas
características, que devem ser objeto de controle de análises periódicas para manutenção
29

de propriedades aceitáveis de desempenho e confiabilidade às quais o equipamento se


destina.
Para tanto, uma série de análises físico químicas são realizadas para mensurar
mudanças das propriedades do óleo. Os resultados devem ser utilizados para estabelecer
procedimentos de manutenção preventiva que evita falhas prematuras e estendem a vida
útil do equipamento.
Os parâmetros de resultado de ensaios físico químicos são prescritos pela norma
ABNT NBR 10576 “Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos- Diretrizes para
supervisão e manutenção”, conforme mostrado na Tabela 3.5.

Tabela 3.5 - Parâmetros de propriedades físico químicas [4]

Classe de tensão
CARACTERÍSTICAS Método de Ensaio
≤72,5 kV >72,5≤242 kV >242 kV

Aparência Visual Claro, isento de materiais em suspensão.

Rigidez dielétrica, kV ABNT NBR IEC 40 50 60


eletrodo calota, mínimo 60156
Teor de água, ppm, ABNT NBR IEC 25 15 10
máximo (corrigido para 10710
20º C)
Fator de dissipação, %,
máximo
A 25º C ABNT NBR 12133 0,5 0,5 -

A 90º C 15 15 12

Fator de potência, %,
máximo
A 25º C ABNT NBR 12133 0,5 0,5 -

A 100º C 20 20 15

Índice de neutralização
mg, KOH/g máximo ABNT NBR 14248 0,15 0,15 0,15

Tensão interfacial, a 25º


C, mN/m, mínima ABNT NBR 6234 22 22 25
Ponto de fulgor ºC ABNT 11341 Decréscimo máximo de 10º C

Sedimentos Nenhum sedimento ou borra precipitável


deve ser detectado. Resultados inferiores a
0,02% em massa devem ser desprezados

Inibidor (DBPC) ABNT NBR 12134 Reinibir quando o valor atingir 0,09%
30

Para transformadores com maiores níveis de tensão, mais rígidos são os


requisitos de suportabilidade do meio isolante, conforme se verifica pelos limites de
rigidez dielétrica e teor de água.

3.3.3 Contagem de Partículas

Para transformadores com classe de tensão igual ou superior a 230kV, controle


da quantidade de partículas presentes no óleo isolante é um parâmetro importante para
avaliação das condições do meio isolante.
O surgimento de partículas de ferro, alumínio, cobre e fibras de celulose úmidas
são inerentes ao processo de fabricação de transformadores, porém, em função de suas
propriedades condutoras, é necessário que as mesmas sejam removidas de forma a
tornar o equipamento apto ao funcionamento.
De acordo com o estudo desenvolvido pelo “Working Group 12.17” do Cigré-
Effect of Particles on Transformer Dielectric Strength de junho de 2000, há relatos de
falhas em dezenas de transformadores de extra alta tensão em todo o mundo atribuído à
presença de partículas.
No que concerne à origem dessas partículas, destacam-se:
 Fibras de celulose de materiais isolantes;
 Desgaste mecânico de componentes do sistema de refrigeração;
 Óxidos de ferro e silício;
 Fibras de filtros utilizados para tratamento do óleo isolante;
 Material carbonizado.

De acordo com o estudo, a avaliação do grau de risco para o funcionamento de


um transformador é feito a partir da coleta de óleo isolante para análise da quantidade
de partículas, sendo que o resultado é analisado com base na figura 3.5 e tabelas 3.6 e
3.7 reproduzidos a seguir.
31

Figura 3.3 - Referências dos níveis de contaminação do óleo isolante de


transformadores, conforme Working Group 12.17” do Cigré- Effect of Particles on
transformer Dieletric Strength. [7]

A partir dos resultados da análise do óleo, que indica a quantidade de partículas


de diferentes tamanhos, inserem-se os dados na Figura 3.5 de forma a verificar se os
níveis obtidos estão nos intervalos de contaminação nula, baixa, normal, marginal ou
alta.
Na Tabela 3.6 é apresentado o resultado típico do estado de conservação do óleo
do transformador com base nos valores encontrados.
32

Tabela 3.6 - Tabela com referências de diagnósticos para interpretação dos dados
do gráfico dos níveis de contaminação do óleo isolante. [7]
Quantidade por 100 ml Nível de
Classe ISSO 5µm 15µm contaminação Ocorrência típica
Requisito de limpeza IEC
Até 5/8 250 32 Nula para recipientes de coleta
de amostras
Excelente nível de limpeza
encontrado em óleo
durante processo de
6/9 a 7/10 1000 130 Baixa aceitação e
comissionamento de um
transformador
Nível típico de
contaminação para
8/11 a 12/15 32000 4000 Normal transformadores em
serviço
Nível de contaminação
encontrado em número
13/16 e 14/17 130000 16000 Marginal significativo de
transformadores em
serviço
Nível de contaminação que
indica condições anormais
15/18 e acima - - Alta de funcionamento do
transformador

As recomendações de procedimentos a serem tomados para continuidade


de operação do transformador, a partir da contagem de partículas e do resultado da
rigidez dielétrica do óleo isolante obtida na análise físico química, são apresentadas na
Tabela 3.7.

Tabela 3.7 - Referências de diagnósticos para interpretação dos dados do gráfico


dos níveis de contaminação do óleo isolante. [7]

Nível de Rigidez
contaminação dielétrica Recomendações
Boa Nenhuma ação a ser tomada
Normal Ruim Identificar o tipo de partículas
Boa Possivelmente celulose suja ou seca. Repetir o teste
Marginal de rigidez dielétrica com procedimento adequado
para partículas.
Marginal Identificar o tipo de partículas e teor de umidade.
Considerar a possibilidade de filtrar o óleo
Identificar a contagem de partículas e a rigidez
Boa dielétrica com procedimento adequado para
33

Alta partículas. Investigar a fonte de partículas


Marginal Filtrar ou substituir o óleo

3.3.4 Teor de Furfuraldeído

Além das analises de gases dissolvidos, físicos químicos e de partículas, é


possível se fazer a medição do teor de furfuraldeído presente no óleo isolante, o que
permite avaliar a deterioração do papel e consequentemente monitorar o estado de
conservação dos enrolamentos de um transformador.
Trata-se de ferramenta bastante útil, dado que não é possível realizar a coleta de
amostras de papel isolante com o transformador em serviço. A partir do teor de
Furfuraldeído se faz a correlação com um valor médio do grau de polimerização das
bobinas.
Uma das referências utilizadas para este procedimento é a Figura 3.4,
desenvolvido pela Powertech Labs em conjunto com a BC Hydro.
34

Figura 3.4 - referência para correlação entre o teor de Furfuraldeído e o grau de


polimerização [7]

Observa-se que deve ser levado em conta o intervalo entre a realização de


tratamento do óleo isolante do transformador e a análise do teor de Furfuraldeído, uma
vez que o tratamento elimina os compostos resultantes da decomposição do material
celulósico, resultando na perda de referência do efetivo estado de deterioração da
isolação sólida.
Além disso, dado que transformadores tendem a apresentar deterioração
do papel isolante de forma diferenciada entre as bobinas, bem com ao longo de que o
resultado efetivo do estado de conservação do equipamento somente pode ser obtido a
partir da coleta de amostras de papel isolante do ponto quente “hot-spot”, fator
determinante da vida útil de transformadores.
35

3.3 Temperatura do óleo e enrolamentos

Todos os transformadores são dotados de termômetros analógicos ou digitais


para medição da temperatura do óleo e enrolamentos, de forma a permitir que se faça o
acompanhamento da temperatura de operação do equipamento.
Para o óleo o sistema de sensores é dotado de sensores imersos no liquido
isolante, não apresentando limitações para a correta leitura da temperatura.
No caso dos enrolamentos a medição é feita através de transformadores de
correntes de imagem térmica que, através de dados de projeto, estimam a temperatura
das bobinas. Atualmente existem sistemas mais modernos que utilizam fibras ópticas
para essa mesma finalidade, com a vantagem de apresentar dados reais da temperatura
do enrolamento.
36

CAPÍTULO 4 - DETERMINAÇÃO DO FATOR DE


DISSIPAÇÃO OU FATOR DE POTÊNCIA, PERDAS
DIELÉTRICAS.

4.1 Introdução

Os ensaios de isolamento por fator de potência foram primeiramente efetuados


nos Estados Unidos, por volta de 1917, por fabricantes de cabos, para fins de pesquisa e
controle de qualidade dos materiais empregados. No campo, a utilização deu-se por
volta de 1929, para verificação do isolamento de equipamentos de subestações.
Atualmente é rotina fazer-se a medição periódica do fator de potência do
isolamento dos equipamentos elétricos, para avaliação de seu comportamento ao longo
dos anos ou constatação de avarias eminentes.
Gases: Os gases geralmente têm perdas extremamente baixas. O mecanismo de
perdas ou é por condução residual ou por descargas parciais ou por ambos.
Líquidos: Para líquidos polares temos os três tipos de perdas, sendo que as
perdas por polarização são predominantes em certos casos. As perdas neste tipo de
líquido são bem maiores que para líquidos não polares. Para líquidos não polares as
perdas são por condução e descargas parciais. Em líquidos isolantes puros elas são
extremamente baixas.
Sólidos: O mecanismo de perdas varia muito com o tipo de estrutura molecular.
Apresenta combinações dos três tipos de perdas.

4.2 Circuitos equivalentes

Para representar as perdas dielétricas inerentes a uma estrutura isolante quando


submetida a um campo elétrico alternado, faremos uso do diagrama fasorial
representado na Figura 4.1.
37

Figura 4.1 -– Diagrama fasorial de um dielétrico submetido a uma tensão CA. [11]

Todo dielétrico submetido a tensões CA de frequência relativamente baixas,


apresentam uma corrente adiantada da tensão por um ângulo ϕ. Esta corrente pode ser
decomposta em três componentes principais:
 Corrente de deslocamento ou capacitiva Id: Esta corrente é responsável pelo
processo de carga e descarga da capacitância geométrica C, em virtude do
campo aplicado ser alternado, esta corrente existe em forma de regime
permanente. Ela é proporcional a tensão, frequência e a capacitância. Está
sempre adiantada de 90º elétricos.
 Corrente de absorção Iabs: Esta corrente é composta de duas outras, a primeira é
responsável pela energia elétrica armazenada a cada meio ciclo que retorna a
fonte quando da alternância do campo. Ela é consequência do processo de
formação de um campo elétrico pela polarização. A segunda é responsável pela
energia elétrica dissipada na forma de efeito Joule, ou seja, pela fricção no
movimento dos íons ou na rotação dos dipolos elétricos. Nos dielétricos sob
efeito de tensão CC, esta última é desprezível, no entanto, nos casos de campos
alternados, ela é parte primordial na composição das perdas. A primeira corrente
está a 90º elétricos adiantada da tensão e a segunda está em fase com a tensão.
 Corrente de condução Ic: É a corrente devido aos portadores de carga livres do
material. Ela está sempre em fase com a tensão aplicada e é proporcional a
tensão e condutância do material.
38

4.2.1 Circuito em paralelo

Figura 4.2 – Circuito em Paralelo [11]

Por definição, podemos escrever que:

𝐼𝑅 𝑈/𝑅𝑃 (4.1)
𝑡𝑔𝛿 = =
𝐼𝐶 𝑈 ∙ 𝜔 ∙ 𝐶𝑃
𝐼𝑅 𝑈/𝑅𝑃 1 (4.2)
𝑐𝑜𝑠𝜑 = = =
𝐼 √(𝑈/𝑅𝑃 )² + (𝑈 ∙ 𝜔 ∙ 𝐶𝑃 )² √1 + (𝜔 ∙ 𝑅𝑃 ∙ 𝐶𝑃 )²

Analogamente ao deduzido para o circuito série, temos que a seguinte


desigualdade é verdadeira, ou seja, ω∙ 𝑅𝑃 ∙ 𝐶𝑃 >> 1, e a equação do fator de potência
pode ser escrita como:

1 (4.3)
𝑡𝑔𝛿 = 𝑐𝑜𝑠𝜑 =
𝜔 ∙ 𝑅𝑃 ∙ 𝐶𝑃
39

4.3 Ponte de Schering

O primeiro dispositivo de medição para tangente delta foi a ponte Schering


(Figura 4.3).

Figura 4.3 - Diagrama da ponte de Schering [11]

Descrição da ponte de Schering:

 R3 , R4 , C4 : representam as décadas de resistores e capacitores, os quais são


utilizados para equilibrar o circuito em ponte. O detector de nulo (G) e demais
periféricos (reguladores de potencial de guarda, cabos de dupla blindagem, etc)
fazem parte da baixa tensão da ponte.
 Um divisor de tensão CA, para efetuar a medição da tensão aplicada pelo
transformador elevador.
 Um transformador elevador ou outro tipo de fonte para fornecer a tensão de
ensaio.
40

Pela variação sucessiva de R3 e C4, conduz-se a ponte ao estado de equilíbrio,


através da deflexão nula do galvanômetro. Nestas condições podemos escrever:

𝑍1 𝑍2 (4.4)
=
𝑍3 𝑍4

Admitindo para Cx um circuito equivalente série e para CN uma capacitância


pura (fator de perdas muito pequeno), temos:

1 (4.5)
𝑍1 = 𝑅𝑥 +
𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝐶𝑥
1 (4.6)
𝑍2 =
𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝐶𝑁
𝑍3 = 𝑅3 (4.7)

𝑅4 (4.8)
𝑍2 =
1 + 𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝑅4 ∙ 𝐶4

Substituindo as quatro equações anteriores na equação de equilíbrio da ponte e


comparando as partes real e imaginária, obtemos:

𝑅3 ∙ 𝐶4 (4.9)
𝑅𝑥 =
𝐶𝑁
𝑅4 ∙ 𝐶𝑁 (4.10)
𝐶𝑥 =
𝑅3

Como foi utilizado o circuito equivalente série para Cx, o fator de dissipação é
dado por:

𝑡𝑔𝛿 = 𝜔 ∙ 𝑅4 ∙ 𝐶4 (4.10)
41

4.4 Fator de potência (cos 𝝋)

Recebe esse nome, pois corresponde a relação entre as potencias ativa e a potência
aparente de um circuito elétrico como pode observar no triângulo das potências
(Figura 4.4).

Figura 4.4 - Triângulo das potências

 S = VI (Potência aparente).
 P = VI cos 𝜑 (Potência ativa).
 Q=- VI sen 𝜑 (Potência reativa).

Equação que representa o fator potência:

𝑃(𝑤) 𝑉𝐼∙cos 𝜑 (4.11)


FP = 𝑆(𝑉𝐴) = = cos 𝜑
𝑉𝐼

Em um sistema de transmissão de energia elétrica, o ideal é um fator de


potência igual a 1, onde é eliminada a potência reativa (cos φ = 1, φ = 0). Em um
isolante o ideal é fator de potência a 0, (cos φ = 0, φ = 90°).
42

4.5 Fator de dissipação – Fator de perda (tan 𝜹)

Existem alguns equipamentos em que observamos como dado de placa, “Test


Report”, que as perdas do dielétrico são dados da tan δ.
O ensaio de tan δ tem a mesma finalidade do ensaio de fator de potência, ou
seja, avaliação da qualidade do isolamento. Estes ensaios, normalmente são realizados
somente em laboratórios, pois os equipamentos utilizados para execução dos ensaios
sofrem muitas interferências para utilização no campo.
Uma das grandes vantagens destas pontes é fazer as medições na tensão de
serviço dos equipamentos, tornando-se assim um método que se aproxima das
condições de operação normalmente impostas aos equipamentos.
Apesar da tan δ apresentar valores mais precisos e confiáveis que cos φ (fator de
potência), pode-se afirmar ao verificarmos as perdas em um isolante, estes valores são
praticamente iguais, pois um bom isolante deverá apresentar um fator de potência
inferior a 15% o que corresponde a um ângulo φ ≤ 8° e matematicamente provamos
que cos φ = tan δ para φ ≤ 8°. Como mostrado na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Valores das funções trigonométricas em função dos valores dos
ângulos. [10]

Ângulo
Função
1 2 3 4 5 6 7 8

Seno 0,017 0,035 0,052 0,07 0,087 0,10 0,12 0,139

Tangente 0,017 0,035 0,052 0,07 0,087 0,10 0,12 0,140

Cosseno 0,017 0,035 0,052 0,07 0,087 0,10 0,12 0,139


43

Figura 4.5 - Relação entre o Fator de dissipação e o Fator de potência [16]

Até os dias de hoje, o fator de dissipação ou o fator de potência só foram


medidos na frequência da linha, necessitando de ajustes manuais dos instrumentos para
minimizar as influências eletromagnéticas durante a realização dos ensaios. Com a fonte
de potência descrita é possível agora fazer essas medições de isolamento em uma larga
faixa de frequência. Além da possibilidade de aplicar uma larga faixa de frequência, as
medições podem ser feitas em frequências diferentes da frequência da linha e seus
harmônicos. Com este princípio, as medições podem ser realizadas também na presença
de alta interferência eletromagnética em subestações de alta tensão.
44

CAPÍTULO 5 - ENSAIOS USANDO CPC-100 EM

TRANSFORMADORES DE CORRENTE

5.1 Introdução

Devido a crescente pressão para reduzir custos, a indústria elétrica é forçada a


manter as antigas instalações em operação por tanto tempo quanto possível.
Na maioria dos países europeus, cerca de um terço dos transformadores têm
mais de 30 anos. Transformadores com mais de 50 anos ainda podem ser encontrados
em funcionamento.
Assim, a checagem regular das condições de operação desses equipamentos mais
antigos torna-se cada vez mais importante. A Análise dos Gases Dissolvidos (DGA –
Dissolved Gas Analysis) é um método provado e significativo para a determinação dos
índices de crescimento dos gases de hidrocarboneto encontrados no óleo, resultando na
localização da falha tão rápido quanto seja possível. Este é um importante item da
manutenção preventiva que pode ser realizado a tempo de evitar uma falha total
inesperada (Figura 5.1).
45

Figura 5.1 - Falha em transformador causado por falta de


manutenção preditiva [13]

5.2 Medições usando o dispositivo Doble (método antigo).

Serão abordados nesse trabalho dois modelos básicos dos medidores de fator de
potência e perdas dielétricas de fabricação “DOBLE ENGINEERING COMPANY”
usado para ensaios de recepção e manutenção vários tipos de equipamentos elétricos
usado nas primeiras medições no campo de estudo do trabalho que é a subestação da
usina hidroelétrica de Tucuruí.
Os modelos utilizados são o “MEU-2500” e o “MH”. O modelo MH é uma
evolução do MEU-2500.
Pode-se destacar que a principal diferença entre os dois é que o tipo MH pode-se
aplicar uma tensão até 10 KV e possui filtro para eliminação de indução.
Estes medidores possuem os seguintes cabos para conexão ao equipamento sob
teste:
 Cabo de alta tensão – HV (High Voltage)
 Cabo de baixa tensão – LV (Low Voltage)
(No caso do MH, poderá haver dois cabos LV)

Além desses cabos, estes instrumentos possuem uma chave comutadora com três
posições: GROUND e UST, que nos possibilita a medição dos vários isolamentos de
um equipamento.
46

5.2.1 Cálculo do fator de potência

Apesar do fator está descrito no capitulo anterior dar-se destaque neste item.

𝑃 𝑊
FP% = cos 𝜑 = 𝑁 × 100 = 𝑉𝐼 × 100

W = Watts

V = Volts

I = Ampére

Leitura no tipo MEU-2500 (cálculo direto)

𝑚𝑊
FP% = × 100
𝑚𝑉𝐴

Leitura no tipo MH (necessário converter as unidades)

𝑊×100 𝑊
FP% = ∴ FP = ∙ 104 (leitura em A)
10∙103 ∙10−6 𝐼 𝐼

10 (kV) = 104 (V)

1 (A) = 10−6 (A)

1 (mA) = 10−3 (A)

𝑊×100 𝑊
FP% = ∴ FP = ∙ 10 (leitura em mA)
104 ∙10−3 𝐼 𝐼
47

5.2.2 Interpretação do ensaio usando o Doble

Não há padrões definidos para classificação do isolamento, imerso em óleo


isolante, com base em fator de potência.
Acredita-se um equipamento que apresentar um fator de potência superior a 5%,
20º C ou apreciavelmente superior, similares deverá ser investigado. Pela analise
cromatográfica, acompanha-se a “performance” do equipamento com superior garantia
que os ensaios com Doble.
Para avaliação de resultados, pode-se tomar como base a seguinte Dados a
seguir:

 Bom – Fator de potência de 2% a 20º C


 Investigar – Fator de potência entre 2 a 5% a 20º C
 Ruim - Fator de potência acima de 5%a 20º C

Estes valores são práticos, e em geral é uma média de uma distribuição.


Para uma melhor referência de avaliação de resultados encontrados é a
comparação de valores obtidos em ensaios anteriores no mesmo equipamento.

5.3 CPC-100

O CPC-100 é uma ferramenta multifuncional, onde todas as medições podem ser


realizadas rapidamente e eficientemente com métodos automáticos permitindo uma
operação simples e completa para realização dos testes no processo de
comissionamento.
48

Figura 5.2 - CPC-100 [14]

Um fornecimento de energia confiável é baseado na operação correta de todos os


componentes do SEP. Os testes de comissionamento garantem o funcionamento
apropriado de centrais de energia elétrica e subestações testando seus componentes. O
CPC 100 é um equipamento desenvolvido pela OMICRON ELECTRONICS que
trabalha com uma base tecnológica de geração de sinais digitais, eletrônica de potência
que fornecem valores de saídas precisos, medições avançadas e interface de usuário
ergonômica com geração de relatórios, o que faz com que este equipamento de testes
seja preciso e fácil de manusear. É um equipamento de testes primário e multifuncional.
Trabalha em uma faixa de frequência que varia de 15 a 400 Hz, podendo gerar até 800
A (AC), 2 kV (AC) e 400 A (DC). Existem também as pequenas saídas de sinais (6 A
AC, 130 V AC e 6 A DC) que são utilizadas para alimentação de circuitos secundários.
Gerando energia reativa internamente, o equipamento tem capacidade de
fornecer todos os valores de saídas que pode ser fornecido por uma tomada de parede. A
tensão de alimentação não tem influência na amplitude, frequência ou forma de onda
dos sinais de saída devido à geração do sinal ser digital. A frequência de saída variável
permite o uso de frequências de testes diferentes da frequência da rede impedindo que
sofra interferência elétrica. Assim o CPC 100 é capaz de obter resultados muito
precisos, mesmo em ambientes extremamente ruidosos. Todas suas saídas são
protegidas de curtos-circuitos, sobrecargas e superaquecimento.
49

Pode ser operado de forma manual, utilizando o painel eletrônico ou direto na


tela de um computador utilizando seu controle remoto. Todas suas configurações ou
resultados geram relatórios abrangentes que podem ser armazenados em memória flash
onboard ou memória externa USB, tendo também a possibilidade de exportação para
outros softwares o que facilita a inserção da logomarca da empresa e outras informações
adicionais. A faixa de aplicação do CPC 100 pode ser expandida combinando-o com
outros acessórios sendo capaz de prestar serviços de testes de comissionamentos em
diversos componentes do SEP.

Figura 5. 3 - Sistemas de testes primário [14]

O sistema substitui numerosos dispositivos de testes individuais e oferece novos


métodos de análise. O teste com o CPC 100 proporciona economia de tempo e
alternativas para análise convencionais.
50

5.3.1 Painel frontal CPC-100

Figura 5.4 - Vista frontal CPC 100 [14]


51

5.3.2 Saídas de alta corrente e alta tensão

Figura 5. 5 - Saídas de alta corrente e alta tensão (lado esquerdo CPC 100)
[14]

5.4 Medições do fator de potência usando o CPC-100 (tandelta)

Condição do isolamento é um aspecto essencial para a confiabilidade


operacional de transformadores de corrente, geradores, e outro equipamento de alta
tensão. A condição do óleo de isolamento dos transformadores de potência podem ser
avaliados ao medir as capacitâncias e o fator de dissipação/fator de potência. O
envelhecimento, a decomposição do isolamento ou a entrada de água, aumentam a
quantidade de energia que é transformada em calor no isolamento. A dissipação de calor
acelera o envelhecimento do isolamento, que não mais consegue suportar o estresse
elétrico. O cartão de teste TanDelta foi especialmente desenvolvido para a certificação
do isolamento, onde para realização deste procedimento é preciso o trabalho em
52

conjunto do CPC 100 com o módulo CP TD1. O CP TD1 é um sistema de teste de alta
precisão opcionalmente disponível para testes de isolamento de sistemas de alta tensão.
Realiza as medições do fator de dissipação/fator de potência para investigar a condição
do isolamento geral do transformador.

Figura 5.6 - CPC 100 e CP TD1 vista lateral 1 [14]


53

Figura 5.7- CPC 100 e CP TD1 vista lateral 2 [14]

O CPC 100 é usado para controlar o teste, isto é, inserir os valores de frequência
e tensão, iniciar e parar o teste, supervisionar o progresso da medição, resultados
intermediários e armazenar os resultados. O CP TD1 inclui um transformador elevador
de alta tensão e a unidade para medir e comparar correntes em amplitude e fase. Altas
perdas podem passar sem serem notadas em um teste apenas com a frequência nominal,
deixando aquele que realiza o teste alheio ao isolamento em perigo. Realizar as
medições em diversas frequências geram informações mais completas de diagnósticos.

O Fator de Perdas do isolamento, de um modo geral, cresce com o aumento da


temperatura. Devido a este fenômeno, é extremamente importante que sempre que for
mencionado o Fator de Perdas, seja mencionada também a temperatura de realização do
54

ensaio. Como a temperatura padronizada para ensaio é 20ºC, os valores medidos em


temperaturas diferentes desta necessitam de uma correção que é feita através do fator de
correção de temperatura (K), a tabela 3.1 fornece os valores corrigidos para K. Com a
utilização do CPC 100/CP TD1 esse fator de correção de temperatura é calculado
automaticamente segundo a norma ANSI C57.12, para isso basta ser informado a
temperatura ambiente, a temperatura do isolamento e o percentual de umidade.

Tabela 5.1 - Valores para o Fator de Correção K ABNT NBR 5356-1:2007 [4]
55

5.4.1 Configuração do teste

Figura 5. 8 - Configuração do cartão de teste TanDelta [15]

*) Seleção de medição automática: Com esta opção selecionada o usuário tem a


possibilidade de definir a saída uma série de pontos de teste, por exemplo, pela
combinação de uma série de valores de tensão a uma frequência fixa (uma rampa de
tensão é criada), a combinação de uma série de valores de frequência para um valor fixo
de tensão (uma rampa de frequência é criada), ou ainda uma combinação de ambos.

**) Modo de medição: O modo de medição está ligado ao arranjo resultante da matriz
interna de comutação do CP TD1. Essa matriz de comutação determina os recursos que
serão medidos.

***) Avaliação automática: Selecione "Avaliação" para avaliar automaticamente o teste,


digitando os valores nominais nos campos de entrada ("Cref" e "DFref", dependendo da
disponibilidade). Estes valores servem como referência para a avaliação. A medida é
considerada "correta" se ambos os valores estão dentro da faixa de tolerância.
56

****) Definição dos parâmetros a serem medidos: Nesta opção tem-se a possibilidade
de definir quais parâmetros o usuário deseja analisar. Dentre esses estão:

 Cp, DF (tanδ) = capacitância e fator de dissipação.


 Cp, PF (cosϕ) = capacitância e fator de potência.
 Cp, Ppru = capacitância em paralelo e potência.
 Cp, P10kV = capacitância e potência em paralelo interpoladas linearmente a
uma tensão de teste de 10 kV.
 Qprueba, Sprueba = potência reativa e aparente.
 Z = impedância com ângulo de fase.
 Cp, Rp = capacitância em paralelo e resistência em paralelo.
 Ls, Rs = indutância em série e resistência em série.
 Cp, QF = capacitância em paralelo e fator de qualidade.
 Ls, QF = indutância em série e fator de qualidade.

*****) Largura de banda do filtro de medição: Esta relacionado a frequência do filtro de


medição contra interferências de outras frequência (frequência da rede). Se a frequência
de teste é igual à frequência padrão, a largura de banda do filtro é sempre ± 5 Hz.
Quanto menor a largura de banda do filtro, mais tempo de medição.

CP TD1 vem com uma calibração de fábrica, no entanto se você precisar mudar
um componente para outro substituto será necessário que o usuário re-calibre o CP
TD1. Para calibrar, deve-se acionar a pagina de configurações (EDIT CALIB – Figura
5.9) do cartão de teste Tandelta que permite ajustar opções adicionais de medição.
57

Figura 5.9 – Página de configurações do cartão de teste Tandelta [15]

*) Limites de avaliação: nesta opção define-se a tolerância dos valores nominais inicial
para avaliação. Para a capacitância, é introduzido uma tolerância percentual, para o
factor de dissipação é um multiplicador.

**) Calibração personalizada: nesta opção são inseridos os novos valores para re-
calibrar o CP TD1. Os valores de entrada são:
 Cx = fator de correção de Cmedida (multiplicador)
 DF / PF + = valor de correção do fator de dissipação ou de energia (pode ser +
ou -)

O usuário ainda deve digitar seu nome e pressione ATUALIZAÇÃO CALIB, para
completar a re-calibração.
58

5.5 Realização do teste

Nesse tópico será abordado o passo a passo da realização do teste de fator de


potência no isolamento de transformador de corrente, um em bom estado e outro em
mal estado de uso utilizando o instrumento de testes CPC-100 junto com o CP-TD1.
Para essa medição é retirada o transformador de funcionamento para que se faça o teste,
essas medições que tem como caráter preditivo a fim de prevenir o Trafo de futuros
problemas em seu isolamento é feita de cinco em cinco anos.

5.5.1. Local do teste

Colocar o transformador e um local livre de influencias externa como vento, sol


ou chuva afim de que não venham a prejudicar o bom andamento das medições.

5.5.2. Limpeza dos transformadores de corrente

Limpeza dos transformadores de corrente é muito importante para que durante as


medições não haja influência eletromagnética externa causada por sujeiras como poeira,
pós de ferros ou qualquer outro tipo de sujeira fazendo assim que a medição seja ainda
mais precisa, a parte do transformador que mais se necessita está limpa é a cerâmica que
envolve a parte isolante do Trafo.

5.5.3. Isolamento dos terminais do transformador de corrente

É feito o isolamento dos terminais do transformador de corrente na forma de


curto circuito ligando um terminal ao outro afim de que não haja corrente de fuga é um
procedimento que visa garantir o sucesso da medição, haja vista que a referência é o
primário ao terra. Como mostrado na Figura 5.10.
59

Figura 5.10 – Curto circuitando os terminais do transformador de corrente. [17]

5.5.4. Aterramento

É necessário fazer o aterramento do transformador pela segurança da medição e


também como ponto de referencia que vai do primário ao aterramento a aplicação da
tensão, muito importante também aterrar o carrinho de transporte do CPC-100, assim
como próprio aparelho, haja vista que o CP TD1 que aplica a tensão de entrada e a
mesma é bem na alta na ordem dos kilos volts.

5.5.5. Ligação dos cabos e verificação para o teste

Posteriormente aos itens anteriores serem executados para a realização do teste,


é conectados os cabos de alimentação que vem do CP TD1 ao primário do
transformador (Figura 5.11).
60

Figura 5.11 – Cabo de injeção de tensão no primário do transformador [17]

Assim também como cabo para coleta de dados que indicara os valores da
medição (Figura 5.12), logo após conectar os cabos faz-se uma vistoria para se
averiguar se tudo está bem conectado e com segurança para possa ser feita a ativação
para o inicio do teste.
61

Figura 5.12 – Cabo utilizado para coleta de dados ligado do transformador ao


CPC-100 [17]

5.5.6. Calibração do CPC-100

Ultimo procedimento antes da aplicação do teste que é calibração, ou seja,


inserir dados de entradas no CPC -100, como tensão a ser aplicada que é padrão de 10
KV, faixa de frequência que no caso foram utilizadas 50 Hz, 57 Hz, 59 Hz, 60 Hz, 61
Hz, 63 Hz, 80 Hz e 100 Hz, e o valor referencia de fator de potência que é padrão de
2%. Tais dados podem ser observados na Figura 5.13.
62

Figura 5.13 - Painel do CPC-100 com valores de entrada inseridos [17]

5.6 Resultado e análise

Para chegar ao resultado, salva-se os dados da medição e um pen drive e depois


passa os dados para o software da Omicron especifico para medições com CPC-100,
logo após converte-se para uma extensão .xlsx que é o formato de tabela para o Excel.

O teste dar vários valores referentes a várias grandezas envolvidas na medição,


como tensão nominal, tensão medida, impedâncias e fase, resistências, capacitância e
fator de potencia. Neste tópico para analise de resultados será destacada na Tabela 5.1
referente a transformador de bom estado e a Tabela 5.3 referente ao transformador ruim
apenas as grandezas para ser analisada para o resultado do fator de potência quanto ao
isolamento do transformador se está bom ou ruim. Levando sempre em contra que para
o isolamento está em bom estado o fator de potencia tem que está abaixo de 5%.
63

Tabela 5.1 – Dados da medição Transformador de corrente em bom estado de uso

V Frequência DF PF Cp Rp Avaliação
medido
10002,0 V 50 Hz 0,63282 0,63281 4,31473412668695E-9 F 116577333,92142 Ω OK
% %
10006,0 V 57 Hz 0,59246 0,59245 4,31575758947461E-9 F 109202347,065421 Ω OK
% %
10017,0 V 59 Hz 0,58651 0,5865% 4,315956670493E-9 F 106564689,870998 Ω OK
%
10028,0 V 60 Hz 0,5825% 0,58249 4,31585206691872E-9 F 105513181,835876 Ω OK
%
10013,0 V 61 Hz 0,57742 0,57741 4,31610892959333E-9 F 109202347,065421 Ω OK
% %
10006,0 V 63 Hz 0,56899 0,56898 4,31619020291635E-9 F 102867035,012306 Ω OK
% %
10001,0 V 80 Hz 0,52689 0,52688 4,31612308081688E-9 F 87481446,8653659 Ω OK
% %
10002,0 V 100 Hz 0,50074 0,50073 4,31522488028492E-9 F 73655990,2103736 Ω OK
% %

Foram destacadas essas grandezas a fim de comparar com equação 4.3 que está
representada abaixo, para que se pudesse fazer uma comparação do resultado medido
com a do calculo empírico.

Equação 4.3:

1
𝑡𝑔𝛿 = 𝑐𝑜𝑠𝜑 =
𝜔 ∙ 𝑅𝑃 ∙ 𝐶𝑃

Tabela 5.2 -– Cálculos de fator de potência ou dissipação transformador bom.

Frequência Cp (Medido) Rp (Medido) DF ou PF Avaliação

50 Hz 4,31473412668695E-9 F 116577333,928142 Ω 0.6328 % OK


57 Hz 4,31575758947461E-9 F 109202347,065421 Ω 0.5925 % OK
59 Hz 4,315956670493E-9 F 106564689,870998 Ω 0.5865 % OK
60 Hz 4,31585206691872E-9 F 105513181,835876 Ω 0.5825 % OK
61 Hz 4,31610892959333E-9 F 109202347,065421 Ω 0.5536 % OK
63 Hz 4,31619020291635E-9 F 102867035,012306 Ω 0.5690 % OK
80 Hz 4,31612308081688E-9 F 87481446,8653659 Ω 0.5269 % OK
100 Hz 4,31522488028492E-9 F 73655990,2103736 Ω 0.5007 % OK
64

Para realizar esses cálculos com todas as casas decimais e para ser mais preciso
utilizou-se o software matlab como mostrado na figura 5.14.

Figura 5.14 - Código para o cálculo de fator de potência usando matlab

Tais resultados condizem as medições realizada no transformador de corrente


em bom estado para uso. A seguir será apresentada na tabela 5.3 os valores da medição
para o transformado em ruim estado para uso.

Tabela 5.3 – Dados da medição do Transformador de corrente em mal estado de


uso

V Frequência DF PF Cp Rp Avaliação
medido
10002,0 V 50 Hz 11,5670 11,5671 4,31473412668695E-9 F 1.5679E-007 Ω FALHA
% %
10006,0 V 57 Hz 11,1636 11,1635 4,31575758947461E-9 F 1.7255E-007 Ω FALHA
% %
10017,0 V 59 Hz 11,1571 11,1575 4,315956670493E-9 F 1.7852E-007 Ω FALHA
% %
10028,0 V 60 Hz 11,1532 11,1534 4,31585206691872E-9 F 1.8147E-007 Ω FALHA
% %
10013,0 V 61 Hz 11,1483 11,1483 4,31610892959333E-9 F 1.8442E-007 Ω FALHA
% %
10006,0 V 63 Hz 11,1397 11,1398 4,31619020291635E-9 F 1.9033E-007 Ω FALHA
% %
10001,0 V 80 Hz 11,0976 11,0977 4,31612308081688E-9 F 2.4077E-007 Ω FALHA
% %
10002,0 V 100 Hz 11,0714 11,0715 4,31522488028492E-9 F 3.0019E-007 Ω FALHA
% %

Assim como feito com o transformador em bom estado de uso faz agora com
ruim a comparação com a equação 4.3, tais resultados estão expressos na tabela 5.4.
65

Tabela 5.4 – Cálculos de fator de potência ou dissipação transformador ruim.

Frequência Cp (Medido) Rp (Medido) DF ou PF Avaliação

50 Hz 4,31473412668695E-9 F 116577333,928142 Ω 11,5671 % FALHA


57 Hz 4,31575758947461E-9 F 109202347,065421 Ω 11,1635 % FALHA
59 Hz 4,315956670493E-9 F 106564689,870998 Ω 11,1575 % FALHA
60 Hz 4,31585206691872E-9 F 105513181,835876 Ω 11,1534 % FALHA
61 Hz 4,31610892959333E-9 F 109202347,065421 Ω 11,1245 % FALHA
63 Hz 4,31619020291635E-9 F 102867035,012306 Ω 11,1398 % FALHA
80 Hz 4,31612308081688E-9 F 87481446,8653659 Ω 11,0977 % FALHA
100 Hz 4,31522488028492E-9 F 73655990,2103736 Ω 11,0715 % FALHA

Com esses resultados mostra que o experimento realmente é eficaz, pois quando
medindo o fator de potencia do transformado bom observa-se que o valor do mesmo
deu bem abaixo de 5%, mostrando que o isolamento está em perfeito estado, assim
como no ruim que deu bem acima do 5% toleráveis mostrando que nesse caso o
isolamento está totalmente comprometido, para melhor confiança dos resultados foi
feita uma comparação com a equação que representa empiricamente o fator de potência
mostrando assim que os resultados são totalmente confiáveis.

5.7. Teste de Rigidez Dielétrica

Depois de feito as medições com CPC-100, para mais confiabilidade do teste é


feito um ensaio de rigidez elétrica em cuba especifica para esse experimento (figura
5.15), onde se aplica uma tensão no óleo isolante que vai se aumentando até romper a
rigidez dielétrica, para o caso dos transformadores estudados estão com o isolamento
comprometido aquele que romper sua rigidez dielétrica com menos de 40 kv. Foi então
feito o teste com o óleo isolante dos dois transformadores o bom e o ruim. Tais
experimentos estão os resultados expostos nas tabelas 5.5 e 5.6 que a cuba emite em
forma de um mini relatório. Importante que distancia entre os eletrodos seja de
exatamente 2,5 mm para um teste mais eficiente, para isso usa-se um regulador e uma
66

pequena chapa de ferro para não haja contato entre os eletrodos para não haver um
curto-circuito como mostrado na figura 5.16.

Figura 5.15 – Cuba para medição da rigidez dielétrica do óleo isolante.

Figura 5.16 – Calibração do 2,5 mm entre os eletrodos.


67

Resultados do óleo isolante do transformador de mal estado de uso:

 Distancia entre eletrodos: 2,5 mm


 Frequência de prova: 60 Hz
 Temperatura do óleo isolante: 22º C

Tabela 5.5 – Ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante ruim

Ensaios Tensão que rompe o dielétrico


Ensaio 1 10.1 Kv
Ensaio 2 10.0 Kv
Ensaio 3 10.8 Kv
Ensaio 4 13.3 Kv
Ensaio 5 13.1 Kv
Ensaio 6 15.1 Kv
Valor médio 12.1 Kv

Resultados do óleo isolante do transformador de bom estado de uso:

 Distancia entre eletrodos: 2,5 mm


 Frequência de prova: 60 Hz
 Temperatura do óleo isolante: 24º C

Tabela 5.6 – Ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante bom

Ensaios Tensão que rompe o dielétrico


Ensaio 1 75.6 Kv
Ensaio 2 75.0 Kv
Ensaio 3 69.7 Kv
Ensaio 4 76.4 Kv
Ensaio 5 76.6 Kv
Ensaio 6 77.2 Kv
Valor médio 75.1 Kv

Com os valores medidos no teste pode se concluir que realmente o teste


utilizando o CPC-100 é eficaz, pois o transformador que foi diagnosticado com defeito
seu óleo isolante estava comprometido assim como visualizado no teste de rigidez
dielétrica, assim como o óleo que pertencia ao transformador de bom uso está com sua
rigidez elétrica com valores acima dos padrões exigidos.
68

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÃO

6.1 Considerações Finais

Sabe-se do crescente aumento de demanda de energia elétrica no Brasil, a


Eletrobrás tem realizado investimentos de grande porte, por exemplo a UHE Belo
Monte, que será operada pela Eletrobrás Eletronorte, para atender essa crescente
demanda. Em contra partida temos um sistema com muitos equipamentos em fim de
vida útil, surge então a dúvida, substituir ou manter operando. Substituir requer gastos
sem aumento de demanda disponível, manter operando existe o risco de falha.

Diante deste cenário surge a tecnologia oferecida pela Omicron, aplicação de


tensão com variação de frequência, permite o aumento da capacidade de diagnóstico de
equipamentos, pois a partir da curva característica, fator de potência em função da
frequência de um equipamento, podemos fazer uso desta, comparando equipamentos da
mesma família e obtendo resultados mais confiáveis que os obtidos anteriormente, onde
eram realizados ensaios somente na frequência fundamental do sistema, portanto sob
forte influencia eletromagnética.

Para mostrar a eficiência da medição foi feito o teste com dois transformadores
de corrente um em bom estado de uso e outro em um mal estado já em desuso, feito
comparações com cálculos empíricos e também com outros testes como o de rigidez
dielétrica e que comprovaram que o que procedimento é o que tem de melhor no
mercado com resultados rápidos e precisos quanto a medição preditiva de dispositivos
elétricos.
69

6.2 Trabalhos futuros

 DIAGNÓSTICO DE FALHAS EM TRANSFORMADORES DE CORRENTE


PELA ANÁLISE DE GASES DISSOLVIDOS EM ÓLEO ISOLANTE
ATRAVÉS DE REDES NEURAIS

Equipamentos de Subestação que utilizam o óleo isolante para a isolação de suas


partes internas necessitam de um programa de manutenção periódico que visa detectar
possíveis falhas tais como a deterioração da celulose do isolamento dos enrolamentos,
curto circuito entre espiras destes, gases dissolvidos no óleo devido a sua degeneração,
etc. Normalmente, programas de manutenção preventiva têm sido utilizados por
empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica buscando evitar que
estas falhas venham a provocar a retirada do equipamento do sistema elétrico o que
significa grandes perdas financeiras, seja pela diminuição do faturamento, seja pelo
pagamento de multas à agência reguladora, além da diminuição da confiabilidade do
sistema. Para evitar estes inconvenientes, sensores on-line e técnicas de inteligência
artificial (IA) têm encontrado aplicação na engenharia de sistemas elétricos.
70

Referências Bibliográficas

[1] FONTI, P. Transformateurs de courant: comment les spécifier. Cahier technique


Schneider Electric n° 194, janvier 2001.

[2] BECHARA, R. (2010). ANÁLISE DE FALHAS DE TRANSFORMADORES DE


POTÊNCIA. SÃO PAULO: USP.

[3] SOLON M. F. Medição de Energia Elétrica, 3 ed. Rio de Janeiro, 1976.

[4] ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Transformador


de Corrente – Especificação. NBR 6856, ABR./1992.

[5] IEEE Standard REQUIREMENTS FOR INSTRUMENT TRANSFORMERS -


IEEE Std C57.13-1993 – March 4, 1994 (Revision of IEEE Std C57.13-1978).

[6] IEEE Guide for interpretation of gases generated in oil- immersed transformers.
IEEE Std C57.104-1991. P-19

[7] Milasch M., Manutenção de Transformadores em Líquido Isolante, 5ª edição,


Florianópolis-SC. Edgard Blucher, 1998. 354p.

[8] M. E. C. Paulino (Adimarco) e M. Krüger - Diagnóstico de Transformadores – A


Experiência Prática Utilizando Métodos Simples com Medida da Resistência de
Enrolamento, Testes do Comutador Sob Carga, de Relação, da Reatância de Dispersão,
da Capacitância e da Medida do Fator de Dissipação. Seminário Nacional de
Distribuição de Energia Elétrica, 2004, Brasília.

[9] ADIMARCO - OMICRON Comércio e Representações , disponível em:


www.adimarco.com.br/omicron/artigos-tecnicos/medicoes-capacitancia-fator-
dissipacao-buchas-transformador-frequencia-resultados/. Acesso em 23 de outrbo de
2013.

[10] R. da Silva, Américo de Sá – ENSAIO DA ISOLAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS


FATOR DE POTÊNCIA “DOBLE”. Agosto/1988, Florianópolis-SC.

[11] Eng. José Arinos Teixeira Jr - DETERMINAÇÃO DO FATOR DE DISSIPAÇÃO


PERDAS DIELÉTRICAS.

[12] NTC 39 – Transformador de corrente Especificação, Revisão 2.

[13] Paulino, Marcelo Eduardo de Carvalho - AVALIAÇÃO EM CAMPO DE


BUCHAS EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA – FATOR DE DISSIPAÇÃO
A 60 HZ É SUFICIENTE? , Congresso Internacional de Distribución Eléctrica –
CIDEL 2010.

[14] CPC 100 MANUAL DE REFERÊNCIAS.


71

[15] Damasceno, Eudes de Jesus C. - UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA CPC 100 NO


PROCESSO DE COMISSIONAMENTO DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA
13.8/500 kV DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ, 12-2013

[16] O.R. Oliveira - TRANSFORMADORES DE CORRENTE COM VARIAÇÃO DE


FREQUÊNCIA UTILIZANDO O INSTRUMENTO DE TESTES CPC-100. [Artigo].

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