Arte Contemporânea
Arte Contemporânea
Arte Contemporânea
A arte contemporânea é construída não mais necessariamente com o novo e o original, como
ocorria no Modernismo e nos movimentos vanguardistas. Ela se caracteriza principalmente pela liberdade
de atuação do artista, que não tem mais compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer
seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas obras um determinado cunho religioso ou político.
Esta era da história da arte nasceu em meados do século XX e se estende até a atualidade,
insinuando-se logo depois da Segunda Guerra Mundial. Este período traz consigo novos hábitos,
diferentes concepções, a industrialização em massa, que imediatamente exerce profunda influência na
pintura, nos movimentos literários, no universo ‘fashion’, na esfera cinematográfica, e nas demais
vertentes artísticas. Esta tendência cultural com certeza emerge das vertiginosas transformações sociais
ocorridas neste momento.
Os artistas passam a questionar a própria linguagem artística, a imagem em si, a qual subitamente
dominou o dia-a-dia do mundo contemporâneo. Em uma atitude metalingüística, o criador se volta para a
crítica de sua mesma obra e do material de que se vale para concebê-la, o arsenal imagético ao seu
alcance.
Nos anos 60 a matéria gerada pelos novos artistas revela um caráter espacial, em plena era da
viagem do Homem ao espaço, ao mesmo tempo em que abusa do vinil. Nos 70 a arte se diversifica, vários
conceitos coexistem, entre eles a Op Art, que opta por uma arte geométrica; a Pop Art, inspirada nos
ídolos desta época, na natureza celebrativa desta década – um de seus principais nomes é o do imortal
Andy Warhol; o Expressionismo Abstrato; a Arte Conceitual; o Minimalismo; a Body Art; a Internet Street e
a Art Street, a arte que se desenvolve nas ruas, influenciada pelo grafit e pelo movimento hip-hop. É na
esteira das intensas transformações vigentes neste período que a arte contemporânea se consolida.
Ela realiza um mix de vários estilos, diversas escolas e técnicas. Não há uma mera contraposição
entre a arte figurativa e a abstrata, pois dentro de cada uma destas categorias há inúmeras variantes.
Enquanto alguns quadros se revelam rigidamente figurativos, outros a muito custo expressam as
características do corpo de um homem, como a Marilyn Monroe concebida por Willem de Kooning, em
1954. No seio das obras abstratas também se encontram diferentes concepções, dos traços ativos de
Jackson Pollok à geometrização das criações de Mondrian. Outra vertente artística opta pelo caos, como a
associação aleatória de jornais, selos e outros materiais na obra Imagem como um centro luminoso,
produzida por Kurt Schwitters, em 1919.
Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, tão variados recursos materiais em suas mãos.
As possibilidades e os caminhos são múltiplos, as inquietações mais profundas, o que permite à Arte
Contemporânea ampliar seu espectro de atuação, pois ela não trabalha apenas com objetos concretos,
mas principalmente com conceitos e atitudes. Refletir sobre a arte é muito mais importante que a própria
arte em si, que agora já não é o objetivo final, mas sim um instrumento para que se possa meditar sobre
os novos conteúdos impressos no cotidiano pelas velozes transformações vivenciadas no mundo atual.