Resenha: o Funcionalismo em Linguística

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PEZATTI, E, G. O funcionalismo em linguística. In: MUSSALIN F.; BENTES, A. C.

Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 5 ed. - São Paulo: Cortez, 2011. p.165-218.

O funcionalismo em Mussalin e Bentes, traz, dividido em quatro tópicos, os principais


aspectos e características desse postulado teórico. No intuito de deixar exposto que a análise
linguística deve, levando em consideração a interação social, compreender a língua nos seus
diversos usos, nos é apresentado, no primeiro tópico, uma visão geral sobre o modelo
funcionalista, abordando diversos subtópicos a fim de, nesse momento introdutório, situar o
leitor.

No tópico 1 e subtópico 1.1, é discutido as noções sobre o ponto de vista teórico.


Argumenta-se a respeito de como o objeto de estudo pode variar a depender do ponto de vista
posto sobre ele até chegarmos ao enfoque funcionalista, no qual considera subordinar o estudo
do sistema linguístico ao uso. Quanto ao subtópico 1.2, é posto em debate o conceito de função
no âmbito funcionalista. Esses conceitos são apresentados sob três visões: pode designar as
relações entre uma forma e outra, entre uma forma e seu significado ou entre o contexto de
forma e seu sentido. No funcionalismo e seus princípios de adequação explanatória, subtópico
1.3, discorre-se sobre a teoria funcionalista da gramática e a necessidade de adequações
pragmática, psicológica e tipológica. Por fim, em 1.4, é apresentado ao leitor que o
funcionalismo e formalismo podem ser considerados opostos e excludentes, mas é considerado,
por alguns teóricos, como complementares e necessários, uma vez que abordam diferentes
perspectivas de um mesmo fenômeno.

No tópico 2, a autora evidencia os temas relevantes para a teoria funcionalista. Em 2.1,


tratando-se da perspectiva funcional da sentença, nos é apresentado as noções, definidas por
teóricos, sobre tema e rema. Ainda é evidenciado ao leitor, a existência de três níveis de
abordagem sintática: o nível semântico (Agente-Ação-Objeto), o gramatical (Sujeito-Verbo-
Objeto) e o da organização textual (Tema-Transição-Rema). Além disso, são evidenciados
outros componentes funcionais na significação da oração: o modo, transitividade e o status.

No subtópico 2.2 discorre-se sobre as noções de dado e novo. Assim, o estatuto


informacional da sentença corresponde ao fato de o falante presumir se uma informação é
conhecida ou não pelo ouvinte. Dado ou informação velha é o conhecimento que o ouvinte
possui, enquanto novo ou informação nova corresponde ao que está sendo introduzido no
momento da interação. É apresentada, também, uma nova taxonomia, visivelmente mais
complexa, com base na “familiaridade presumida”, na qual mostra-se informações nova,
inferível e evocada.

No subtópico 2.3, discute-se, o conceito de tópico e as diferenças existentes entre


sujeito e tópico. Em 2.4, discorre-se sobre ponto de vista e fluxo de atenção, que põem em
evidência o fato de imaginar-se vendo o mundo da perspectiva de outrem ou de si próprio, como
é o caso exemplificado no texto, no qual na frase “João bateu em sua mulher” o ponto de vista
é descrito a partir de João. Já o fluxo de atenção destaca a ordem linear dos elementos.

Quanto à transitividade e relevância discursiva, subtópico 2.5, apresenta-se que algumas


partes do que é falado possui relevância em detrimento de outras, o que pressupõe que cada
indivíduo vai construir sentenças de acordo com seus interesses comunicativos. Em 2.6,
encontramos alguns parágrafos que versam sobre a estrutura gramatical preferida e fluxo de
informações. No último, subtópico 2.7, ao tratar do processo de gramaticalização, surge a noção
de gramática emergente, que estabelece a ideia de que não existe uma gramática estável, mas
um processo contínuo de gramaticalização.

No tópico 3, a autora resume as principais perspectivas do funcionalismo. De modo


geral, é argumentado que a interação social por meio da linguagem configura três fatores: da
intenção do falante; da sua informação pragmática; da antecipação que ele faz da interpretação
do ouvinte. Enquanto a interpretação do ouvinte depende: da expressão linguística; da sua
informação pragmática e da hipótese do ouvinte sobre a intenção comunicativa do falante.
Ainda nesse tópico, é discorrido sobre a Gramática Funcional e a habilidade do falante de
construir predicações.

No subtópico 3.1, é apresentado ao leitor os constituintes extra-oracionais, que podem


marcar o começo de movimentos que compõem os episódios discursivos. Em 3.2, discorre-se
sobre funções pragmáticas e outros conceitos teóricos, tais quais: tópico, foco, definitude,
estrutura de oração em camadas, ordenação de constituintes, tema e antítema. No tópico 4, a
autora apresenta suas considerações finais.

Assim, quanto à estrutura, o texto foi bem organizado e divido, permitindo que o leitor
encontre rapidamente o tópico de seu interesse. Entretanto, a linguagem utilizada pela autora e
o modo como organizou as informações, provocou em mim, enquanto leitor e resenhista,
dificuldades na compreensão da temática e proporcionou uma leitura menos fluida e cansativa.
É valido mencionar, também, que esse texto foi um dos primeiros materiais que eu pude ler
sobre o conteúdo, que é bastante denso, o que pode ter contribuído para a notória dificuldade
na compreensão da temática, e consequentemente, na elaboração desse trabalho.

Apesar das dificuldades percebidas a partir da leitura do material, esse conteúdo é


extremamente relevante no âmbito acadêmico. Dessa forma, torna-se leitura obrigatória para
todos os estudantes de cursos de Letras, assim como para pesquisadores, professores, e demais
interessados que queiram conhecer um pouco mais sobre os estudos na área da linguística.

Paulo Henrique Alves da Silva

Universidade de Pernambuco UPE – Campus Garanhuns

Licenciatura em Letras, 3º Período

Linguística II – Profº. Dr. Renato Pimentel

29/03/2019

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