Os Maias (Nao Dividido)

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Escola Secundária Carlos Amarante

Os Maias
Eça de Queirós

01/06/2019

Ano Letivo 2018/2019


Ana Catarina, nº2, 11ºO
Ana Vitória, nº6, 11ºO
Guiomar Soares, nº15, 11ºO
Rute Marques, nº29,11ºO

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Escola Secundária Carlos Amarante

Os Maias
Eça de Queirós

Disciplina de Português

Ano Letivo 2018/2019


Professora Deolinda Mendes
Ana Catarina, nº2, 11ºO
Ana Vitória, nº6, 11ºO
Guiomar Soares, nº15, 11ºO
Rute Marques, nº29,11ºO

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Índice
Introdução……………………………………………………………………4

A vida de Eça de Queirós……………………………………………………….5


A obra Os Maias………………………………………………………………..5
Situação do excerto na estrutura externa e interna da obra……………………6

Síntese do capítulo…………………………………………………………….7

Objetivos do jantar…………………………………………………………….8

Estudo das categorias da narrativa………………………………………..9-16

Personagens………………………………………………………………………9-10

Ação………………………………………………………………………………11-13

Espaço……………………………………………………………………………….14

Tempo……………………………………………………………………………….15

Narrador…………………………………………………………………………….16

Análise discurso……………………………………………………………17

Função do excerto / intencionalidade do autor……………………………..18

Conclusão…………………………………………………………………..19

Webgrafia/Bibliografia……………………………………………………..20

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Introdução
A realização deste trabalho tem como objetivos, desenvolver uma análise
minuciosa do capítulo VI da obras Os Maias e ficar a conhecer melhor a vida de Eça de
Queirós.

Em relação à análise, começaremos por identificar o excerto e de seguida


trabalharemos a situação do mesmo na estrutura externa e interna da obra.
Posteriormente, será efectuada uma síntese do excerto que nos foi atribuído. Em
seguida, estudaremos as diversas categorias narrativas, assim como, analisaremos os
modos de reprodução do discurso. No que toca aos recursos gramaticais e estilísticos
também serão explorados relativamente ao seu valor expressivo. Finalmente, será feita
uma abordagem à função do excerto e intencionalidade do autor.

Para a realização deste trabalho, foi necessária uma constante pesquisa através
da internet e de alguns livros, acerca de Eça de Queirós e sobre a obra OS Maias.

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A vida de Eça de Queirós

Eça de Queirós, nasceu na Povoa de Varzim a 25 de novembro de 1845.

O escritor estudou Direito na Universidade de Coimbra e tornou-se amigo de


Antero de Quental e de outros intelectuais com os quais constitui a Geração de 70
(grupo de intelectuais, com preocupações sociais, políticas e literárias que desejava
provocar a mudança em Portugal).

Eça fundou o jornal Distrito de Évora, em 1866 e entre 1869 e 1870, viajou para
o oriente, Egito,

Já em 1871, proferiu, nas conferências do casino, uma conferência e, do mesmo


modo que fez parte da Geração de 70, integrou Os Vencidos da Vida.

Para além de todos estes feitos, em Havana, Newcastle e Bristol exerceu


atividade diplomática e em 1888, foi cônsul em Paris.

Após uma vida recheada de prestigio, Eça de Queirós acabou por morrer, em
Paris, em 1900, vítima de tuberculose.

Algumas das suas obras, entre as quais A cidade e as Serras, foram publicada
postumamente.

Os Maias

Os Maias, surge em 1888, é um romance queirosiano que narra a história duma


família. A obra centra-se na relação entre Carlos Eduardo com Maria Eduarda, sua irmã,
sem que ambos soubessem.

Na história da família Maia é feita uma ampla crónica da vida social da elite
lisboeta de 1880, tardiamente romântica e que vivia na acomodação estrangeirada do
Constitucionalismo.

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Integração do episódio na estrutura da obra
O jantar no Hotel Central, integrado no capítulo VI, insere-se na ação principal
e identifica-se como um episódio da crónica de costumes, que se trata da intriga, pois é
marcado, pelo aparecimento de uma admirável mulher (Maria Eduarda) que despertou a
Carlos grande interesse.

Síntese do capítulo

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Ega instala-se na Vila Balzac, onde Carlos é muito bem recebido, com um
pajem à porta. O chalet decorado de forma original e exótica é o reflexo do
temperamento do proprietário. Carlos fala sobre Gouvarinho e do seu súbdito
desinteresse pela senhora, após a grande atração inicialmente sentida. Esta atitude de
Carlos para com as mulheres era frequente e os dois amigos conversam sobre o assunto,
afirmando Ega que era “simplesmente […]um devasso; e hás de vir a acabar […] numa
tragédia infernal”. Quando saem para jantar, cruzam-se com Craft, amigo de Ega, e que
Ega apresenta a Carlos. Combinam jantar no dia seguinte no Hotel Central. Após alguns
contratempos, Ega consegue marcar o jantar no Hotel Central com Carlos, Craft,
Alencar, Dâmaso e Cohen (banqueiro e marido da sua amante), a quem Ega faz questão
de homenagear, com um dos pratos: “Petits pois à la Cohen”. Ao jantar, discutem-se
vários temas, como a literatura, finanças, história e política. A discussão literária entre
Ega e Alencar é a mais representativa da inconsequência das conversas. O jantar acaba e
Alencar acompanha Carlos a casa, lamentando-se o poeta da vida, do abandono por
parte dos amigos e falando-lhe dos seus progenitores, de quem fora íntimo. Carlos
recorda o que sabia da história dos seus pais: a mãe fugira com um estrangeiro levando
a irmã, que morrera pouco depois, e o pai suicidara-se. Carlos, já em casa, antes de
adormecer, sonha com uma mulher deslumbrante, uma deusa, com quem se tinha
cruzado no peristilo do Hotel Central, enquanto aguardava, com Craft, os restantes
amigos para o jantar- “uma senhora alta, loura, com um meio véu muito apertado e
muito escuro que realçava o esplendor da sua carnação ebúrnea”.

Objetivo do jantar:
Este jantar tem como objetivo proporcionar a Carlos o primeiro contacto com a
sociedade lisboeta e a nível da ação central o primeiro encontro com Maria Eduarda.

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Para alem desta finalidade, também serviu parar apresentar a visão crítica de alguns
problemas e retratar a sociedade lisboeta. “Para conversarmos, para que vocês se
conheçam mais, venham vocês jantar comigo ao Hotel Central” (João da Ega, falando
com Carlos da Maia e Craft).

Ega, com este jantar prende o homenagear o representante das finanças, Choen
“… o Ega alargando pouco a pouco a ideia, convertera-o agora numa festa de
cerimónia em honra do Choen» e «Exigiu que um dos pratos do menu (…) fosse à La
Cohen”.

Estudo das categorias da narrativa


Personagens:

João da Ega

João da Ega defende ideias naturalistas/ realistas e revolucionárias, as suas


atitudes demonstram uma grande vontade de tornar Portugal num país melhor «Ega

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protestou com veemência» (página 170). É a personagem que intervém mais e estava
sempre a provocar o seu opositor Alencar. «Alencar, patriota à antiga, indignou-se.»
(página 171). A sua postura assemelha-se à adotada pelos jovens escritores da geração
de 70, profundamente revolucionários.

Tomás de Alencar -figurante

Tomás de Alencar é um «indivíduo muito alto, todo abotoado numa sobrecasaca


preta, com uma face escaveirada, olhos encovados», nariz curvado, bigodes compridos,
«calva na frente» (página 163), «dentes estragados» (página 165) e com uma «testa
lívida» (página 177).

Tomás de Alencar é considerado um «gentleman» (pág. 176) «generoso»


(pág.175) e um «patriota à antiga» (pág.167).

Esta personagem é ultrarromântica e representa o típico poeta português,


Alencar era atacante da Ideia Nova.

Dâmaso-figurante

Dâmaso Salcede é «um rapaz baixote, gordo, frisado como um noivo da


província, de camélia ao peito e gravata azul-celeste» (página 161), esta personagem
tenta demonstrar um «ar de bom senso e de finura» (página 173) e preocupa-se
demasiado com a vaidade e futilidade «chique a valer» (página 162). É um oportunista
tendo como objetivo de ascender na sociedade e representa os vícios do riquismo
burguês da Lisboa da segunda metade do séc. XIX.

Carlos da Maia- personagem central

Carlos da Maia, neste capítulo, demonstra ser um defensor das ideias


românticas dizendo que «o mais intolerável no realismo eram os seus grandes ares
científicos» (página 168), ele demonstra ser também um pouco patriota «Ninguém há-de
fugir, e há-de-se morrer bem» (página 173), visto que é neste capítulo a primeira vez

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que ele se apresenta à sociedade, ele apenas comenta alguns aspetos. A sua
caracterização é feita de forma indireta.

Craft- figurante

Craft é um inglês, representante da cultura artística e britânica, ele é


identificado como o «homem ideal», ao longo do capítulo ele quase não participa nas
conversas, tendo assim pouca importância na ação, ele reage de forma «impassível»
(página 164), ele também demonstra ser a favor da resistência aos espanhóis, pois
concorda organizar uma guerrilha com Ega (página 172).

Jacob Cohen- figurante

Cohen é um homem de estatura baixa, «apurado, de olhos bonitos, suíças tão


pretas e luzidias» (página 165) e com um «sorriso indulgente de homem superior que
lhe mostrava os bonitos dentes» (página 171), representa a alta finança «o respeitado
diretor do Banco Nacional, o marido da divina Raquel» (página 171).

Esta personagem é bastante participativa ao longo do capítulo e o jantar foi feito


para o homenagear. «Exigiu que um dos pratos do menu, qualquer deles, fosse à la
Cohen» (página 159)

Temas discutidos durante o jantar


Literatura e a crítica literária (pág. 166-168)

A Crítica é a Estagnação da cultura Portuguesa

Tomás de Alencar, é um poeta ultrarromântico, um opositor do realismo/


naturalismo “essa literatura «latrinária»”; “excremento”; “pústula, pus” é desfasado
do seu tempo e incoerente “escreveu dois folhetins cruéis; ninguém os leu”, “refugia-se
na sua moralidade como uma rocha sólida” defende a crítica literária de natureza
académica. Culpa o realismo das “rudes análises” que se apoderam “da Igreja, da

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Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas…” (pág. 166 e 167) e acusa o
naturalismo de “ser uma ameaça ao pudor social”.

Critica também os versos de Craveiro “o homem da ideia nova, o paladino do


Realismo”, acusa-o de plágio “numa simples estrofe dois erros de gramática, um verso
errado, e uma imagem roubada a Baudelaire!” o “paladino do realismo” e da “Ideia
Nova”(pág. 176-179).

João da Ega, ao contrário de Alencar, defende o Naturalismo/ Realismo e da


introdução da ciência na literatura apesar de não as distinguir “o fraco do realismo
estava em ser ainda pouco científico” (pág. 168).

Carlos e Craft tem conceções parecidas, ambos recusam o naturalismo de


Alencar e o exagero de Ega. Carlos defende que o “caracteres só se manifestam pela
ação” e diz que “o mais intolerável no realismo eram os seus ares científicos, a sua
preciosa estética deduzida de uma filosofia alheia”. Craft defende que “a arte era uma
idealização” e o conceito parnasiano da arte pela arte “a arte vive apenas pela forma”,
não admitia o naturalismo, porque estatela a realidade feia das coisas num livro "Craft
não admitia também o naturalismo, a realidade feia das coisas e da sociedade
estatelada nua num livro” (pág. 168).

Finanças

Neste episodio aborda-se também o tema das finanças, que espelha a crise
financeira que se passava na época. Eça descreve-a de forma irónica através de Choen, o
representante das finanças que afirma que os “empréstimos a Portugal constituíam uma
das fontes de receita, tão regular, tão indispensável, tao sabida como o imposto” e que
“única ocupação dos ministérios era esta- “cobrar o imposto” e “fazer empréstimos”.
E assim se havia de continuar…”.

Carlos e Choen afirmam que a bancarrota é inevitável “Carlos não entendia de


finanças: mas parecia-lhe que o país ia alegremente e lindamente para a bancarrota”,
“… Choen sorrindo- Ah, sobre isso ninguém tem ilusões, meu caro senhor. Nem os
próprios ministros da fazenda! A bancarrota é inevitável: é como quem faz uma
soma…” (pag.169). Ega proteste e dá a solução para o problema, uma revolução ou uma
invasão espanhola mudando o tema da conversa para a história política, mostrando a sua

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posição “Á bancarrota seguia-se uma revolução, evidentemente. Um país que vive da
inscrição, em não lhe pagando, agarra no cacete […]”

Ele defende a invasão espanhola, “Portugal não necessita e reformas, Choen,


Portugal oque precisa é a invasão espanhola” ,como forma de arrasar, enterrar o velho
Portugal “E, passada a crise, Portugal, livre da velha dívida, da velha gente, dessa
coleção grotesca de bestas” e construir um Portugal novo, “sério e inteligente, forte e
decente, estudando, pensando, fazendo civilização como outrora... Meninos, nada
regenera uma nação como uma medonha tareia…" ( pág. 170, 171 e 172)

História e Política

Outro tema discutido é a história política, cujos intervenientes são Ega e Alencar
apesar de também participarem na discussão Choen e Dâmaso.

Ega aplaude as afirmações de Choen e delira com a ideia dada para a bancarrota
e pretende «varrer a monarquia» e com ela «o crasso pessoal do constitucionalismo»
(pag.170).

A invasão espanhola leva-o a criticar a raça portuguesa afirmando que «esta é a


mais miserável raça da europa», «Lisboa é Portugal! Fora de lisboa não há nada» (pág.
174). E que só uma sociedade estupida pensaria que a invasão teria consequências,
«Mas Ega falava com seriedade, cheio de razões. Evidentemente, dizia ele, invasão não
significa perda absoluta de independência. Um receio tao estupido é digno só de uma
sociedade tao estupida como a do Primeiro de Dezembro.»

Alencar opõe-se á invasão, porque considerava-a um perigo para a


independência. Refugiava-se na democracia humanitária (de 1848) e queria uma
república governada por génios e a fraternidade entre os povos «O Alencar, porém,
confiava sobriamente no bigode. Ultimamente pendia para ideias radicais, para a
democracia humanitária de 1848: por instinto vendo o romantismo desacreditado nas
letras, refugiava-se no romantismo político, como num asilo paralelo: queria uma
república governada por génios, a fraternização dos povos, os Estados Unidos da
Europa» (pág. 170)

Choen defende a existência de gente séria e honesta nas camadas políticas


dirigentes, considera Ega e Alencar uns exagerados, achava que o pais necessitava de
reformas «…Choen condescendeu a em dizer, num tom mais suave da sua voz, que o
país necessitava de reformas…» (pág.171 e que em caso de invasão, participaria com o

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financiamento «Choen afiançava o dinheiro. Armas, artilharia, iam comprar-se à
América» (pág.172).

Dâmaso é o exemplo de covardia «Se as coisas chegassem a esse ponto, se se


pusessem assim feias, eu cá, à cautela, ia-me raspando para Paris…» (pág 173) e achava
que toda a gente fugira como uma lebre « Meninos, ao primeiro soldado que apareça à
fronteira, o país em massa foge como uma lebre! Vai ser uma debandada única na
história» (pág.173).

Ega é a principal personagem que satiriza a história política, e isso pode ser
confirmado ao longo das conversas em que Ega discute este tema e é a sua posição que
mais se aproxima daquela que Eça defende.

Espaço
Quanto ao espaço do excerto, podemos analisar variar tipos como, o espaço
físico, ou seja, Hotel Central.

No que toca ao espaço psicológico temos o sonho de Carlos, após a primeira


visão de Maria Eduarda em frente ao Hotel Central. “ (…) pouco a pouco, diante das
suas pálpebras cerradas, uma visão surgiu, tomou cor, encheu todo o aposento. Sobre o
rio, a tarde morria numa paz elísia. O peristilo do Hotel Central alargava-se, claro ainda.
Um preto grisalho vinha, com uma cadelinha no colo. Uma mulher passava, alta, com
uma carnação ebúrnea, bela como uma deusa, num casaco de veludo branco de Génova.
O Craft dizia ao seu lado: Très chic. E ele sorria, no encanto que lhe davam estas
imagens, tomando o relevo, a linha ondeante, e a coloração de coisas vivas.”

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O espaço social é onde participam as personagens representativas da alta
burguesia lisboeta e da aristocracia, em que se incluem Jacob Cohen, Carlos da Maia,
João da Ega, Craft, assim como Dâmaso e Tomás de Alencar, estereótipo do poeta
ultrarromântico. Este episódio da crónica de costumes, o autor demonstra a incoerência
cultural do povo português e a decadência do país.

Tempo
No excerto que nos foi atribuído, o tempo cronológico e o tempo da história
corresponde a 1875.

Quanto ao tempo histórico diz respeito à época histórica em que se passa a ação.
Assim sendo a ação abrange diversos períodos da História de Portugal no séc. XIX, mas
especificamente neste capítulo encontramo-nos no período da Regeneração,
caracterizado por uma euforia de progresso a que se segue uma crise económica que fez
cair a coligação governamental.

No que toca ao discurso, apresenta uma isocronia, ou seja, uma tentativa de


aproximação ou de equivalência entre dois tempo(1875).

No que diz respeito ao tempo psicológico, ou seja, o modo como uma


personagem sente o decorrer do tempo. Isto mesmo mesmo pode verificar-se quando
Carlos, refletido acerca do passado dos seus pais, o encara “como o episódio de uma

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velha crónica de família”, sobretudo porque esse passado ocorrera “havia vinte e tantos
anos anos, numa sociedade quase desaparecia”. O que quer dizer que, mantendo laços
muito ténues com o tempo perdido, a personagem não pode deixar de o sentir como
tempo ainda mais recuado e apenas difusamente vislumbrado e sentido.

Narrador
O narrador é heterodiagético, ou seja, o narrador relata uma história da qual não
participa como personagem.

Quanto à focalização é omnisciente, logo, verificamos que o narrador do


romance conhece todo o passado dos Maias, sabendo mais sobre eles do que as próprias
personagens e focalização interna, ou seja, valoriza o universo psicológico de Carlos e
proporciona uma visão crítica da sociedade, como, “…Carlos declarou que o mais
intolerável no realismo eram os seus grandes ares científicos, a sua pretensiosa estética
deduzida de uma filosofia alheia…” (pág.168).

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Análise do discurso
O autor recorre a recursos estilísticos como a hipálage que consiste na transferência das
qualidades do sujeito para o objeto “ Fora um dia de Inverno suave”. Uso expressivo
do adjetivo. “Um esplêndido preto”; “Uma deliciosa cadelinha escocesa”. Também ao
uso expressivo do advérbio. “Carlos, tranquilamente, ofereceu dez tostões”; “...mas
horrivelmente suja”; “ maravilhosamente bem feita”. Utiliza o gerúndio. “estava
mostrando a Craft”; “fora comprando, descobrindo”; “conversando com um rapaz
baixote”. Aplica o diminutivo com valor pejorativo. “Num galopezinho muito seguro e
muito direito – disse Cohen sorrindo.”Por fim, usa os empréstimos. “Très chic”;
“Petits pois à la Cohen”; “Tinha um bouquet de rosas”; “Shake hands”;
“Gentleman”.

Modo de reprodução do discurso

O discurso é apresentado de várias formas, como, discurso indireto livre “Dez


tostõezinhos! Se o quadradinho tivesse por baixo o nomezinho de Fortuny, valia dez
continhos de réis. Mas não tinha esse nomezinho bendito… Ainda assim valia dez

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notazinhas de vinte mil réis.”; discurso indireto “Alencar interrompeu-os, exclamando
que não eram necessárias tantas filosofias” e o discurso direto “- Se as coisas
chegassem a esse ponto, se se pusessem assim feias , eu cá, à cautela, ia-me raspando
para Paris…”

Função do excerto/ intencionalidade do autor


O jantar no Hotel Central permite abordar a crítica literária e a literatura, a situação
financeira do País e a mentalidade limitada e retrógrada. Podemos observar a polémica
que marcou a questão Coimbrã, na discussão de Ega defensor do Realismo/Naturalismo
e Alencar defensor do Ultra-romantismo.

Com este episódio da crónica de costumes, o autor pretende demostrar a falta de


personalidade de Ega, Alencar e Dâmaso, a incoerência dos defensores de estilos
literários divergentes- Alencar e Ega que, depois de uma discussão, se abraçam como se
nada tivesse acontecido, mas acima de tudo, procura evidenciar a falta de cultura e
civismo que domina as classes mais destacadas.

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Conclusão do trabalho
Este trabalho permitiu-nos a conhecer melhor a obra Os Maias. Além disso, o
trabalho também proporcionou um melhoramento na nossa capacidade de cooperar.

Na nossa opinião, os objetivos propostos para a realização deste trabalho foram


demasiado cumpridos, mas elaborar um bom trabalho.

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Fontes:

Bibliografia:

QUEIRÓS Eça. Os Maias.(02-2019)

RAMOS Auxilia, BRAGA Zaida e CASTRO Isabel. (2018). Os Maias- Eça de


Queirós. Ideias de Ler.

Webgrafia:

https://pt.slideshare.net/HMECOUT/maias-simplificado

https://pt.slideshare.net/sebentadigital/os-maias-jantar-no-hotel-central

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