(1966) Vernei e A Cultura Do Seu Tempo PDF
(1966) Vernei e A Cultura Do Seu Tempo PDF
(1966) Vernei e A Cultura Do Seu Tempo PDF
I I
VERNEI
E A CULTURA DO SEU TEMPO
POR
atorial
I
VERNEI
E A CULTURA DO SEU TEMPO
iiilliilll
7SH3-Y78-851DQQpyrjghted material
ACTA UNI VERSITATIS CONI M B R G E NS
1 I S
VERNEl
E A CULTURA DO SEU TEMPO
POR
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I
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I
INTRODUÇÃO
(1) mo apoalw iiot imit qoe um cmo d» lantnrMua que le veriâca no que tuta
vez se escreve o seu respeito. Os autores da História Pedagógica (ver Historia P, 272)
afinnam que Vetnei viajou «pela Europa e domidliou-M em Roma, whidando eotáo a
fflolocia, a flIOMfla e a pedttaHa » topatiMi
. éHa o «na kn» m
Bd. 3C7.
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— VIII —
Abrfo. Servem de Babosa Maduub no principio, apontando em seguida
a bMioffrqfia, parafedtar com osfatíoa posteriores a 1168, que por vezes estão
em eoHiradtçõo, por exemplo, com o que o próprio 'cmd nos deixou na Rela-
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— IX —
que partiram para a ímUa em 1129. Em Évora, uguimb a irnfíct^ào deixada
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— X —
o sector da biMognfia receftm Igutímeiite m^iortas sauífeb. O Ver^
dadeiro Ktttodo de Estudar foi bi^nsso, com
e eclesiástica, na cidade de Né^les e a edição fue corre com a indicação de
Valença é nova tiragem, para suprir a primeira, apreendida peia Inquisição
portuguesa. Além dessa e da dc 1141, saída ajinal de um prelo de Lisboa,
grande parte das edições clandestinas da polémica Jicam agora esclarecidas com
OS proeeaos do Stmto Qfieto daTone do Tsmd»,
EneotMdmos àitbnamente as duas edições de Ortogmfia Latina, tn^res'
sas em 1147. Tanbém foi poaúnd aetreseeatar novas eipédes bOdií^^^eas
ao elenco das obras de Vemei, como é o caso das apreciações do próprio
autor aos seus livros Apparatus ad Phílosophiam et Thcologiam, De Re
Lógica, De Rc Metaphysica e Dc Re Physica, que nos apresentam, com
Jidelidade, as ideias mestras do seu pensamento Jilosójico; e sobretudo a tra-
dução em HaUaHo
da Ustória da Teologia que constHui o primtíro Uwro do
Apparatus. Esta mna aprt^riação do trabalho alheio, rfeetuada por um
estrangebro, j^ofoeou a resposta do Arcediago, num foBitío tão hránieo e
cáustico como raro, se não completamente perdido.
Não menor foi o seu ressentimento quando soube que um Professor de
Filosofia das Escolas Pias discordou publicamente da sua opinião sobre as
relações da alma e do corpo. A polémica, que nos traz nova espécie bibliográ-
fica,não Urre sepdmmto, nem na verdade merecia maior perda de tempo.
AtrUndmos a Vemei a autoria da Rdaçio da Ptn^iiíçio, Lettera ad iin
Letterato, os Estratti do Giomali di Letterati di Roma, as inscrições publicadas
na Última Resposta, o Suplemento ao Dicionário Portátil de Teologia. Defen-
demos que os correspondentes da Carta ao P. Foios e das epístolas a Francisco
de Almada, não foram esse personagens, mas sim o P. José de Azevedo e o
Ministro Aires de Sá.
Eeeusado será acrescentar que também nos servimos da documentação
encontrada pelos investigadores mencionados, tendo, porém, compulsado até
mesmo os documentos que tqtenas lhes merecem breve referência. Deste modo,
pudemos delinear a biografia do iluminista, se não de forma exaustiva, pelo
menos muito acrescentada, com dados de grande interesse, que permitem lobri-
gar ou, pelo menos, acentuar alguns traços da sua complexa personalidade.
Compulsando todoe os tíenmOos esboçados, Vemei tipare^nos possuído do
ciarãofascinante da nova dênda, afazer várias tentativas, por caminhos diversos,
para introduzir no reino as suas ideias. Como reooiAedniento ao apoio moral
ou material que terá recebido de D. João V (porventura através do P. Carbtme
e Ludovici, mesmo na hora da partida para Roma) publicou nesta cidade,
a expensas suas, a oração De recuperata sanitate Joannis V. Escrevera-a
no ano de 1144, já depois de conseguido o primeiro benesse —
o Arcediagado
de Évora —
e a vitória decisiva no litígio que sustentou coma Congregação de
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— XI —
Satito Antóitío.A fortuna, porém, não o httfi^ e os aros típoffráficos fmm
taUos que o autor não reeotAweu a sua obra e r^fetíou^í,..
Para levar a cabo a missão de iluminar o Pais, a mun^cênda rigia tor^
nava-sc necessária, não só pelo aspecto mccenático de que empresas desta
ordem não prescindem, como ainda pelo motivo dc intentar a reforma do ensino
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— xn —
bUaa^troHS 4o seu plano reformador exarado no ^Verdadeiro Método de
Estudar», Desta vez, porén, de cara descoberta, enfiraOaado os admsMos,
sem rebuço. É fue t^fira eonsegida ficar no puro ean^ da teorização,
Unútando-se a expor, sem recurso a ataques pessoais ou ofensas colectivas.
Fervilhava então a polémica suscitada pelo «Verdadeiro Método de Estudar yi;
as réplicas e tréplicas sucediam-se de lado a lado, pejadas de insultos, erudição
e argúcia.
Não sabemos o êxito que alcançou com essa iniciativa, mas quer-nos pare-
cer que foi de pouca monta, ao menos de resultados ime^atos. Nem promessa
de auxilio financeiro para a edição das obras planeadas, nem novos benesses
para poder viver mais desafogadamente. Entretanto, o Monarca morre e Vernei
procura tecer-lhe o elogio na Igreja Nacional de Santo António, da Congregação
dos Portugueses em Koma. Mas a pendência já referida deixara ressenti-
tado, à razão de quatro por cento ao ano, para publicar, também à sua custa,
os três volumes de De Re Physica (1169).
O De Re Physica era um presente que Vernei fazia, primeiro ao Rei,
e d^Mds ao Primeiro Ministro, por eidos mãos o oferecia ao Monarca, Al
estavam, bem daros, princípios do governo inteligente e ilustrado que intentasse
verdadeiramente a felicidade dos povos. Daí se conciuia, naturalmente, a
utilidade dos filósofos modernos. Mas Vernei escalpelizava, sem ambages,
os Políticos que, desprezando os bons estudos, consideravam inúteis esses Filó-
sofos e julgavam mal empregado o exíguo dinheiro que com eles se gastava.
Pombal deve ter sentídoo toque, epesar de Vemel se haver ttnidtado a enmtíar
os princ^ios em geral,e conservou os livros no seu Gtd>inete.
Enquanto andava nas diiigências de angariar os meios necessários à bnpres-
são do livro, Vernei ensaiou outro expediente para cumprir a missão que sentia
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— XUl —
infensge para a Nação € urgia ntoM4as, fuanto antes. A ãnqtOsifõo, os
JesuUas, o OirtaUsmo, a eoneessõo de benzidos a erbtõos-nows faziam
periclitar os direitos da Coroa e enfraqfUKier o poder real. Por outro lado,
as ideias económicas que desabrochavam nalguns países da Europa, prestando
particular atenção à agricultura, no sentido de tecnizar os métodos, acabavam
de encontrar o homem capaz — o Abade Genovesi, que por acaso lhe não era
IndffereMU. Já uma m eoiftnaara Ideiitídade de peruamento com relação
ã L^loa, e agmra aieoií^ava^ de now com o criador da Oídebv de Eetmon^
da Uitívereldade de Né^les. Escreve então tígrnm cartas e dois pormeno-
rizados relatórios a Aires de Sá, que fora pouco antes nosso Ministro Plenipo-
tenciárioem Nápoles e exercia então as funções de Embaixador em Madrid.
Tratavc-se do homem que protegera Pagliarini, exercera grande actividade
diplomática em Nápoles na questão dos jesuítas, que prosseguia em Espanha.
vMo a siAstitidr D. Lub da Cimha na Secretaria de Estado dos Estrangeiros,
Ajuntas das sugestões de Vemei foran efectivamente tacadas, e i de crer
que Aires de Sá tivesse comunicado o teor dos relatórios a PmiUud e até revê"
lado o nome do autor. Mas se o não fez, oi ficava agora a carta a D. José.
publicada no De Re Physica, a patentear, aos olhos do público, a sua segunda
reforma (a político-social) , a que atribuía tanta ou maior importância que à
do ensino.
Como reooffipcfisa d^u beh eontrtímto, o Marquês não o mandou rir
para o seu lado, mas, como coidieda a Mstória da polémica, aproveitou-^ os
méritos na causa da extinção dos Jesuítas. Parecia que a nova aurora Ifte
trazia dias venturosos, porém, após três anos de intenso labor, ele aí vai dester-
rado para S. Miniato, sozinho, com a bagagem debaixo do braço. Assim
cairam, inglórias, as esperanças vivas de iluminar a Nação, que toda a vida lhe
alimentaram o Ideal da Juventude.
Ainda kárde fazer rwvas tentativas no remado de D, Maria I, para que a
Gramática Latbn seJa adoptada nas Escolas, e recomendar aos herdeiros que
lutem com o mesmo objectivo. Mas era tarde. As honras que se lhe concedem,
apenas tendem a minorar a sua desilusão, proporcionando-lhe alguns meios de
subsistência e alistando o seu nome entre os doutos do Reino. Ele próprio,
mais de uma vez se confessou vencido, atribuindo o inêxito a certa apartieiúar
de^vsai^ sua, fue o perseguia, O
certo, porén, é que a personalidade de
Vemtí era por a quem quer qae fosse, e Oie
denuris idneada para se anseídar
o acesso ao Ministério do Despotismo Ilustrado, que perdurou dimmte
facilitar
a fase mais intensa da sua vida. Assim mesmo, deixou uma obra e o esfmrço
da sua vontade persistente de lutador intemerato, ainda hoje surpreende.
Como ressalta da leitura deste volume, pareceu-nos indispensável enguO'
drar o personagem na fyoca em que viveu, rebuscando nova documentação
nas BOtUotecas e Arqidvos, Mas ao Jbzê-lo, Jugbnos pny^osltadamente da
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— XIV —
sintese, para apresentar os factos que detém estar na base desse método de
trabaOm. É que ainda não julgamos si0eientemente estudadas as fontes que
um (Ua hõa-de permitir elaborar a história da aUtura portuguesa, dando relevo
a fMfm o merece e desprezando conscientemente os valores de somenos impot'
rância. Nem sempre se atende aos aspectos de ordinário taxados de inúteis,
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XV —
re^eUa sobretudo à doaamntação da Torre do TonU», e não mendonar outros
nmnes, com receio de onOtír aígum Uivobmíârkmieute, a nio ser os nomes
de guem possibilitou o estudo e a sua impressão: o Instituto de Alta Cultura,
nas pessoas dos Senhores Professores Gustavo Cordeiro Ramos, Cabral de
Mancada, e António de Medeiros Gouveia e a Direcção dos Acta Universitatis
Conimbrigensis — Magnifico Reitor, Professores Lopes de Almeida, Costa
Pbtvão e Dr. CAar Fegado.
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CAPITULO I
A FAMÍLIA
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—2—
No final do no nosso país três famílias de apelido
século encontram-ae
Venei, com Venid e Verney (1). Um Lnb
as variantes de Venes, Vernfi»
de nefodo»» casado com Josefa Maria, que no dia 3 de
Dezembro de 1691 faz testamento na cidade de Lisboa, «ao pdourínho
velho na entrada da rua Dom Julianes, nas casas de morada», freguesia de
Santa Maria Madalena, deixava cinco filhos como «herdeiros forçados»,
citando «o livro de rezão» de sua cu&a, para conhecimento de ^cui devedores
e cndofes* Faleoeu a 6 desse mês
Gaspar Verney, casado com Brizida dos Santos, que a 9 de Maiço
de 1694 baptizou na igrefa da Freguesia da Vitória, da cidade do Porto,
o fílho Dionísio, e a 17 de Julho do ano seguinte levou à pia baptismal a
filha de nome Maria Ângela Teresa. Dionísio morou na rua da Bainharia
e negociava em drogas para boticas. Em Agosto de 749 andava empenhado 1
da Silva Castro, e foi mãe de José c Dionísio. Agueda será sua irmã.
Casou com Manuel Monteiro Bravo (ambos falecidos em 1748), e foi mãe
de Bernardo Luis e de Maria (3).
A a de Luis António, cujo pai, Dionísio Verney,
terceira família é
taaMm liomem de nefãdo e igualmente vendedor de drogas paia boticas,
pode muito bem ser irmlo de Luís e de Oaqpar, e ter vindo com eles para
Portugal. De Dionísio sabemos que um dia deixou Slo dimMnte das
Praças, Arcebispado de Lyon, no «Reino da França», com mmo ao nosso
Pais. Nascera pouco antes de 27 de Outubro de 1650, em que foi bapti-
ConbeccflMe outras pessoas com o mesmo apelido, nas que se toma dificil
(1)
idadonar oom o somo biografado. AMim, vm Joio Vemqr, bmlo da GuniiMiilib ds
Jesus, que recebeu o grau de Bacharel a S de Abril de 1573 na Universidade de Évwa.
(En, 183). Ainda no século xvni havia um mercador dc livros francês, de apelido Verney,
também escrito Vemé, que forneceu livros para a Academia das Qêncías (Histo, 209).
No fim do cspilido «eootdnomM alpiiM BoiíM ds
tempos. Para completo estudo da genealogia desta família, consulte-sc I^etters, qnBOOOMÇa
com Ralph de Verney (1216, 1223) e termina com Edmond Verney (1636, 1639).
CS> T.
Fa.
T.— Re^Mofonl doo Tertannilos, L. ^ pg. S3.
(3)
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— 3 -
«logea de drogas para Boticas, em que assistia com os seus caixeiros» (1).
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—4—
OfSciaes». O processo revda todas essas qualidades exigidas. A par da
notida do natcjmwrto — em Lisboa, a 13 de Novembro de 1697—, do
estado de solteiro e da indicaiçio lacónica de que «sabe ler, escrever, latim
a nota que salienta é a da sua abastança: «Vive limpa e
e várias línguas»,
abastadamente na companhia de seus pays cujos negócios trata, e da logea
de Droguista e por esta causa se não sabe o cabedal que poderá ter de seu,
porem todos dizem ser caza rica, porque só as cazas em que morão lhes
custarão para sima de trinta mil cruzados».
Noutro passo insiate-Be: «Vive abastadamente dos lucroe da sua logea
de mercador em companhia de leo pay ^oe he rico e tem a propriedade de
cazas em ffoe vive na Rua Nova do Almada desta cidade q[De valem mais
de 12.000 cruzados» (1).
Apurada a limpeza de sangue e provada a qualidade de cristão velho,
nada pôde impedir a sua admissão no Santo Oficio, na qualidade de Fami-
liar, aot 17 de Inibo de 1731 Os demais filhoi de Dionísio e Maria
da Conoóção —
Henrique, Diogo e Luis —
nlo mais se esqueceram do dia
venturoso em que essa mercê foi concedida ao irmio mais velho. Quando
tiverem as suas pretençOes, para que se exijam imprescindíveis inquéritos,
o caso de António nunca será olvidado, como padr3o da benignidade r^ía,
sempre pronta à indulgência nas oportunidades convenientes.
Henrique foi o primeiro a seguir o exemplo do irmão. Também
naaceia em Lisboa, a 20 de Julho de 1704w Morava com os pais e nlo tinha
outra oGiqMçlo quando, em Abril de 174S pietendea a disdnçgo de Fami-
liar do Santo Ofldo. «Vive limpa e abastadamente do sen negocio, em que
tem adquirido grosso cabedal, sabe ler e escrever, tem quarenta anos de
idade, he soltcyro e nunca foy casado, nem consta ter filho algum ileggi-
timo, nem que elle ou algum dos seus ascendentes fossem presos nem peni-
tenciados pelo Santo Offido». Ou, como também se deixou escrito:
iteÊpéàde ser encanegado de negocioa de importanda e s^redo, vive lim»
pamente com bom tratamentt^ tem ocnpaçio de homem de negocio oom
logea de droguista, he avultado em cabedaes, sabe ler e escrever».
Com estas boas informações, a que se juntou certificado da qualidade
de Familiar do irmiio António, a concessão não se fez esperar. No dia 25 de
Junho desse mesmo ano, Henrique Vemei estava habilitado, fazendo o jura-
mento a 10 de Setembro (3).
(1) T. T. —
Habilitações do Santo Oficio. M. 75.
(2) «Regiilado > foDua 74 do livro das Criaçòea dos Mbástro$ efamtílarea do Santo
Qfficio desta Itiq^UfÊ» ét IMoã. cm 20 ds hOt» d» 1731». A. C. InquiricfiM E—
ferais, v. 6.
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—5—
Trts anos mab tarde» já «^lessoa muito conhecida)» no meio influente
de Lisboa, Ifeniique Vemei comprou por dto contos e oitocentos mil reis,
«alem da despesa de encarte», o «ofBdo de juis da Balança da Gasa da índia
e Cappitam da Ordtnança da Coite» (1). Por esses motivos e porque
exercia o seu cargo «com boa satisfação», alcançou a mercê do hábito de
Cristo, para que sc habilitou a 28 dc Maio (2). Casou com Ana Maria
Teresa Joana, na freguesia dc São Juiiào, onde ambos tinham sido bapti-
zadoe (3). Terá fisleddo a 5 de Maiço de 1773, dia em que foi aberto o
testamento (4).
Destas honrarias do pai, a um dos sele filhos (S), Díonisio
foi fácil
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—6—
aasdmeiito — 31 de Jandro de 17SS e o do Baptismo —8 de Fevereiro
•egiiiiite(l).
A o
vasta cultura teológica que grangeou, mereceu>lhe na Congregação
lugar de Lente de Frioia de Teologia Especuhtttva,de que se conservam umas
Condutíones Tluologleai, defimdidas pelo oratxxiano Manuel Ferreira (6).
A consideração desse saber, levou D. João V a fazer-lhe mevoê^ a 25 de Junho
de 1753, do cargo de Examinador das Igrejas c Bcneficios, com obrigação
de assistir aos exames que. para provimentos de igrejas, se fizessem no
Tribunal da Mesa de Consciência e Ordens (7). Possuía uma tença de
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—7—
50.000 no Almoxarifado da Fruta, com antiguidade de 20 de Maio de 1712,
por padflo de 1 de Daembro de 1752, a qual, a leu pedido passou paia o
sobrinho Joio Carios Cardoao Vcmeí(l). O tetnto «pie publicamoe é
fotografia de vm boslo que se guarda no Museu Nacional dc Arte Antiga,
de Lisboa, e certamente proveio da Casa das Necessidades. É natural
que tenha sido feito pouco depois da morte, enquanto a sua memória não
foi esquecida.
(4) Pedro iosò Chevalier «era francês c homem de negocio de fazendas de França».
Vivfa m Rm do Ootebo (T. T.— lUbOttacOe» do S. Offdo, te«ra D. M. 7. N. < Bia
filho de Jo8o Biptiltl Chevalier e de Maria Madalena Punsot. Este apelido pode ter
deturpação de BoiHOt, a oua faoaília pertenceu o nosao Fr. João de S. Tomás (lofto
PointoC). O pai deite nutra dominicano, um dot nsIoiM da Eioolásdn,
chamava-sc Pedro Poinsot e foi secretário do Arquiduque Alberto ds Anttria, \QOD>Rei
de Portugal desde 1583 (Conh, 15 c Freil).
(5) T. T. —
HabiUt. do S. Oficio. leUa D. M. 7. N. 4.
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Arvore genealógica da família vernei-arnaut
I)
J ^ \
c
4)
5) Francisca
Rita (6) 1) MarianaRita
António 6) António 2) Dionísio An- Dionísio
Rhtsíis Ana 7) Hooriqu» tônio
e Fer- e c que mor-
Maria raira Ana Maria Violante £u- reu sem
Rodri- Ti fMdade
Vartas
2) P. António 3) Ana Maria
daConoeiçio 4) Emegenciana
de Amaut 5) Maria Eugênia
3) Frade Ca- 6) João Carlos
puchinho 7) Henriqueta Júlia
8) Padre DíofO
9) Luís António
1(9 Lufa» Teran 1)
e 2) P. João Chevalier
Pedro José 3) António Chevalier
Chevalier 4) Teresa Joaquina
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capítulo II
Ettudot em Lisboa.
HêU» de Ordens Sacras.
JfigrtkÊt pata u hâlo
que era «ciqjdUSo de toa casa» (3). «Nio contava ainda mais de seis anos
de idade, já lia e escrevia peffèttamenle, sem outras liçOes mais do que as
que ouvia ensinar e explicar a aeus IrndkM mais vdlios», atesta o biógrafo
Figueiredo, no empenho de nos apresentar um menino invulgar (4).
Deixemos, porém, o exagero da noticia e recolhamos a informação de que
o mesmo Mestre o iniciou na lição de Gramática Latina e nas linguas caste-
iwm«i*^ firanoeia e ^•n*"*
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—u—
Em faoe destes números e tendo em conta a caooiaridade fiitiira de
Vernei, o curso deste cm S. Antlo talvez se possa enquadrar no seguinte
período lectivo:
1723-24: Lttínidade
1724-25: »
1725-26: Retórica
1726-27: » (e Esfera T)
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— 12 —
as paredes com elegantespoemas da sua autoria (1). A 18 de Julho, o
P. Leite fez iqneseiitar pdos sms discipulos uma peça diamátioa em homra
do novo Kqw de Angola, D. Fr. Mamid de Santa f^tarhia^ a que dea o
título de Angoía trbat^hatrix. Nflo faltaram os costiunados coros de vosaet
e instnimentos e a assistência foi numerosa (2).
No mês de Maio de 1722 deram ensejo a nova festa, «as illustres memó-
rias das gloriosas acçocns do Marquez das Minas», contribuindo todos
os nove Professores do Curso. Enim «exodlente nmsica» e «numeroso
concurso de pessoas doutas e de distinção», representou-se, em 28 de Julho
seguinte, «hum da autoria do Mestre da 2.* desse de
acto humanístico»,
Retórica, P. José de OUveiía, que versou o tema das «exodlendas da Naçio
Portugueza» (4).
(1) O, lM-720.
(2) G, 25-VI 1-720.
(3) G. l-VIII-720.
(4) G, 6-VIII.722.
(9 Ui> 1S3. O
P. GMtUlio enrimm HnaMuridfidH por dnoo ancM «n LUboa,
Retórica c Filosofia em Coimbra e Escritura em Évora. RdaoSD em 6 de Maio de 1730
(Elo, N. XI, 1). Dele escreveu Veroei: O P. Jerónimo OMtilhOb que nwrreo em S. Roque
no amo de 1730 e tinha flrtndsdo TDologb em ItáUa, aeado bcozmIo peruto o seo Ocnd
de ter em um aermam de S. Quitéria feito \mia tremenda latira contra um Superior da
Companhia (...) para se defender traduzio o sennam em Latim, Fnuwez e Italiano, e
juntamente com o original os mandou a Roma» (Res, Q. Severino de S. Modesto contesta
que o P. CutOho soubesse ftanoês e que tivesse spnadkb outra Teolocia difocote da
ensinada entre nós, «o que tudo se pode ver das postilas qns flOe tRNM • liada conserva
pessoa qw sem repugnância as mostrará» (Conv, 9-10>.
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— 13 —
cmitar entre os Mestres de Vernei em Lisboa, visto que aparece como Profes-
•or de Retórica em 1719 e volta a mrgir no memo magistério em 1727 (1).
«As declinações dos nomes e verbos estudam pela Gramática Latina; a esta
se segue um cartapácio português de Rudimentos; depois, outro para Géneros
e Pntériios muito bem oomprido; a estes um de Sbttaxe, bem grande; depois,
mn livro a que cbamam Qmro (de Bartidraiett Rodrigues Chono) e outro
que chamam Prontuário (Fromptuarh da ^wuu», do P. António Franco),
pelo qual se aprendem os escólios de nomes e vetbos». Nesta aula devia
ter cabimento o estudo das Regras gerais, breves e compreensivas da melhor
ortografia com que se podem evitar erros no escrever da lingua latina e por-
tuguesa, pelo livro que, com este título, publicou o P. Bento Pereira, em 1666
e foi reproduzido em 1733.
É possfvd que já durante o curso^ Vernei se indignasse omitra as regras
cm verso e, sobretudo, orai o facto de estar escrita em latim a gramátÍGa
que se destinava a ensinar essa língua. Mais tarde, porém, ao tomar con-
tacto com outros compC-ndios, a revolta avoluma-se c resolve-se a apresentar
em público, o ideal que lhe satisfaz o espirito, conforme veremos no
capibilo VII.
A latinidade era o conqilemento do estudo das nagras do latim.
«A Gramática é a porta pda qual te entra na latinidade», escreveu Vemd.
Liam-se autores escolhidos, que se procurava imitar, na degânda, próprio»
dade e correcção. Quando os alunos começavam a traduzir, os profes-
sores explicavam de manhã as filipinas de Cicero, Suetónio e outros; de
tarde, a Eneida de Virgílio, os Tristes de Ovídio e Odes de Horácio (5).
(1) O. 31.Vn.727.
(2) In.
Justiça, Maço 1 conscrva-se uma carta dc Bento XIV de 27-Vin-749 para o P. Domingos
Peceira, Pnpósito da Coogtefiçio do Ontdrio, cm que i leoi^^
— 15 —
Nio sabemos se Vernei enquanto permaneoen em S. AntSo, terá estudado
alguma disciplina mais, além das apontadas. Gr^o, assegura de que só
no Col^o das Artes de Coimiwa se ensinava (1) e nada mais podemos
aciesoentar a este respeito.
Reconhece que «os doutos jesuítas obrigam os seus filósofos a irem
três dias na semana ouvir alguma explicação de F.uclides» (2). A aula
destinava-se sobretudo aos alunos dc fora, que se preparavam conscien-
dosamente paca as lides náuticas das carreiras de AÃica, Brasil e Oriente
Ott para trabalhos esforçados das construçfies de fortalezas na Metrópole
e terras longinquas da nossa aoçio dvilizadora.
Das pretençOes que manifestou quando decidiu embarcar até à índia,
conforme veremos adiante, talvez se possa inferir que frequentou a aula
de Esfera do Colégio de S. Antão. Por isso nos ocuparemos dela a seguir,
se bem que em rápido bosquqo, assinalando nomes de Professores e as
disciplinas lecdonadas.
Nesse tempo continuavabem vivo o êxito das lições do P. Luís Gon-
zaga, que ensinara Humanidades na Universidade de Évora e leccionava
Matemática no Colégio lisboeta, quando D. Pedro II o chamou para Profes-
sor da mesma disciplina, do futuro D. Jo2o V e dos Infantes seus irmSos (3).
O P. Inácio Vieira ditara Astronomia em 1709, Matemática em 1712, Dióp-
trica, Catóptrica e Pirotécnica nos anos de 1717 e 1719. O P. Diogo Soares
leu cm 1^1 o seu JVovo Atlas Lusitano ou Theatro Untverstd do Mundo
todo (4), em que vxg^ vma visio de conjunto dos confaedmentos de entio,
•obfc as partes geográficas da Europa, Afinca, Ásia e América, enquanto
nesse mesmo ano, o P. Manud de Campos explicava Euclides (5). Em 1724
4e dar uma pensão ao P. Azevedo, para organizar o Corpo LiUhlgico e solicitado o cumprif
mento. Por pressão dc Pombal foi desterrado dc Roma, cerca dc 1761. Faleceu cm
Piacenza com 83 anos dc idade (Histor, IV, I, 276; Po, 206; Ars Poética do próprio
Aaevnlo).
(1) V. vol. cit., 250.
P. Maniiel de Azevedo informa, a seu respeito, que defendeu Teses de Fisica
e IBitãria Natural e exame de Elementos de Euclides (A. t. 2, 33<Q.
fer
(3) Com efeito, D. João V
Exerceu estas funções «algims anos» entre 1700 e 172S.
nasceu a 22 de Outubro de 1689 e o P. Luís Gonzaga, em Setembro de 1700 ainda ditava
a «Esfera Astronómica» no «Collegio de S. Antão», conforme manuscrito de que talvez
speoss reste O titulo (Fo, 297). Em 1724»pediaoGeraldaCòiiipaahÍAqiieoP. Gooags
voltasse à GhS Profena dc S. Roque, agradecendo já a concessão dessa graça, cm 1 dc 1
AfOSto de 1725 (Documentos em Histor, IV-I, 530 e 327). Foi então nomeado Reitor
de Santo Antio, lugu* em que ainda se cooservav» em 1727. Fsleoeu a 14 de Muço
de 1747 (Fo. 297 c G, 31-7-727).
(4) Ver Novo. —
Sobre o Autor. v«r Ve, 274; Pr, 517; Mi, 123).
(5) G. 24-7-721.
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— 16 —
ocupava a cadeica de Matemática, o P. Domingos Pinheiro que, juntamente
com o Coronel Manuel da Maia, assistiu ao edipse da lua, observado no
dia de Novembro por Carbone e Capaiai, no Observatório do CoKpoO).
1
D. João V, devido
Este Observatório fora fundado cerca de 1723 por
aos cuidados dos P. João Carbone e Domingos Capassi, dois jesuitas ita-
lianos que haviam vindo prestar serviço em Portugal. Já um dia nos
referimos às observações e aos instrumentos do Observatório (2). Neste
momento^ limitamiMios a acmoeiílir o testeniunho do CosmógrBlÍ>mor
do Rdoo, Lois Fhmdioo Pimemd, na Conferência da Acadonia Real de
BBstAria Portngneaa, de 7 de Março de 1726:
«O P. JoSo Baptista Carbone, insigne e perítissinio Mathematico que
presentemente assiste no Collegio de S. Antão, me diz que por diversas
observações feitas com excellentes c exactos instrumentos, tem achado
não ser a latitude de Lisboa mayor de 38 grãos e 43 minutos, a saber, cinco
minutos menos da que lhe aasigna o Roteiro (da Nav^a^), e cinoo minutos
mayor da que adiou meu avO (o Coimdgrafo-Mor Luis Serrlo Pimmtel).
Por reconliecer a «pená& do Author» e «pela exactidão dos instrumentos
com que se fizerão», Luís Frandsco preferia a latitude determinada pelo
ilustrado jesuíta italiano (3).
0) O. »>ii.m
(2) Ve, 28IMtl
(3) Obs.
(4) It. Ptohnio.
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ALOYM VS ^VNTON lU S VJbW E)L\S
AHCHIDIAC IbOKEN^IS
^
aterlal
P. Diogo Vernci. segundo um busto que se guarda
no Museu Nacional de Arte Antiga
— 17 —
podem ter sido companlidros, pcofetsons oa tímfHm oonhecidM de Vemei.
Tomaremos contacto com alguns deles, mais adiante, no lugar próprio.
Todo este ambiente de estudos profanos não conseguiu dissipar-lhe
do espirito, a inclinação para a carreira eclesiástica que a vida familiar, de
certo fomentara.
Dizem Diogo Vemey da Congregação do Oratório desta Cidade de
Li^oa Ooddental c seu Irmlo Lois Vern^, natiuaes e monulons na fr»>
gnesía de S. Jidiflo, filhoe legltimoa de Dioniiio Veni«y(...) e de Maria da
Conceição Darnaut (...), que elles de8(jSo muho servir a Dtm Nomo Senhor,
no estado de Sacerdotes» (1).
Das três datas que este documento ostenta, a mais antiga c dc 9 de Outu-
bro de 1726, uns três meses depois de completar 13 anos de idade, sendo
aluno de Retórica em S. Antfto. O processo era moroso, pois implicava
a prova da limpeza de sangue dos requerentes e, por conseguinte, dos Pais.
Começou o inquérito na freguesia de S. Julião. O Pároco devia informar-se
«com todo o segredo c brevidade possível, per si cx officio», «em sua Paro-
quia ou fora delia (sendo necessário), com as pessoas mais antigas fidedignas,
desinteressadas, e Christãs velhas, que houver, acerca da naturalidade. Um-
peza e impiireza do sangue e geração».
SctstúaarHC na fii^nesia de Stenta EuflBníía, da Vila de Penda e de
Vale da l^de» BiafMdo de Coimbra, donde eram naturais a nde e bisavó
materna. Bara provarem a pureza de sangue por parte do pai, teriam de
recorrer a França. A
questão, por isto, arrastou-se até 1734, permitindo
a Vernei continuar os estudos, ir de longada até à índia, e prosseguir a
carreira eclesiástica na Universidade dc Évora.
Sem noticias certas da entrada e salda de S. Antão, parece não liaver
dúvida que, depois de deixar o Collio, se matriculou no cuno de Filosoia
que o P. Estácio de Almeida leu nas aulas do Oratório, durante o triénio
de 1727-30, no Convento da Rua Nova do Almada, onde actualmente estão
instalados os Armazéns do Chiado (2). Os Oratorianos distribuiam a Filo-
sofia por três anos. Conhecendo as datas de alguns triénios e conjugando
o único dado fornecido pelos biógrafos, de que o P. Estácio foi seu Profes-
sor de Filosofia, tnn de se admitir a data assinalada. Antes, portoi, de
verificar o que terá estudado com os Neris, ocorre perguntar por que razão
deixou os Jesuítas de S. Antão? É possível que quisesse reditir, de modo
radical, ao convite que os inadanos lhe tenham feito para ingressar na Ordem.
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— 18 —
Mas, por que não terá mudado de escola, por simpatia para com a Congre-
gação Religiosaem que professara o irmio Diogo e um primo, filho de Joio
Frederico Lndovid (1), tanto mais que a Casa do Espírito Santo ficava na
mesma Rua, muito perto de sua morada? (2).
Por esse tempo, em nenhuma parte a Filosofia se avantajava, sob qual-
quer aspecto. O curso adoptado em S. Antão, ou era o de Soares Lusitano
ou António Cordeiro ou postilas do próprio Professor, que não andariam
longe das doutrinas renovadas daqueles autores. Todos escoUsticos, mas
com marcadas tendências de arejamento, quer pdo olvido de questões maça-
doras nos tratados lógicos, quer pela entrada mais ou menos franca do
espirito novo do século, por vezes em qnestOes fundamentais.
O P. António Cordeiro, impresso no ano de 1714, é bem o iniciador
da revolta mais comprometedora nas escolas, contra teorias tradicionais
rejeitadas pelos modernos. Sabe-se o papel que na Filosofia escolástica desem-
penha a noçflo de substftnda, em qtie tít se deixou innuendar por Descartes.
A novidade andava no ar, precisamente entre os jesuítas. Mais
ou menos nesse tempo em que mudou de Colégio, o Professor de S. Antão,
António Vieira ensinava mesmo que a luz é «um perene eflúvio corpóreo
do próprio sol ou do fogo».
Os programas do ensino nos Oratorianos nesta época não são conhe-
cidos. Admitindo, porém, que não decaíram no período que vai até 1735,
podemos assentar que apoias inchiiam o estudo da Gramática Latina,
Filosofia e Teologia. Por conseguinte, nem Retórica ou Oratória, nem
leitura de Qásticos latinos ou gregos e, muito menos, Matemática. É o
que se averigua do curriculum de Teodoro de Almdda, revelado por om
biógrafo anónimo seu contemporâneo (3).
Para definir a orientação da Filosofia que Vemei estudou nos Orato-
rianos, podemos servir-nos do mesmo critério, de observar uma data poste-
rior, de que tonos mdhor conhedmento. Pois em 1748, um aluno de
Teodoro de Almeida defendeu, no Hospício de Espirito Santo, a Lógica
aristotâica, que também João Baptista ensina no curso impresso. Nada
mais se consegue encontrar que simplificação de alguma» questões. A esse
(1) Estas boas relações manter-se-ÍO pelo tempo fora, entrando para esta Religião
ura novo membro da família —
o sobrinho Joio Chevalier. O irmão deste, Dionísio
ChsMlkr, CkpMo dos Aiodiiares ou Onkaanças, estudou com os Ontoríanoe, Gramá-
tica, Filosofia e Teologia (T. T. - Hab. do S. Ofício, letra D. 7, N. 4), tendo naturalmente
desistido da vida religiosa. Vemei, que em Roma foi postulador da causa de Bartolomeu
do Quental, há-ds dedicar otaa sua ao ftepistto dsa Qum de Lisboa. correqxHider^M
com vários e deixar escritos SBOS à Gssa daS WSCWildadM.
(2) Ma. I. 180 e 229.
(3) Vi.
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— 19 —
respeito, porém, por que nlo rep^ oom Fr. Anénio ák FSedade, que «tudo
para BÓe he já vdho e o confiessaiiM» ocmi o P. Aniai^
De fiicto era prática corrente entre ca ewolásticoa de entio.
Quanto à Física, nada de novo se regista neste período, uma vez que
foi João Baptista o primeiro a introduzir outra oricntaç3o —a Gassendista,
também adoptada em Espanha pelo Neri T. Vicente Tosca. O seu curso
decorreu entre 1736-39. Regista-se, pelo contrário, o combate ao Aiomismo,
por paitB do Professor do innKo Diogo, o já aludido P. Júlio Flrancisoo
qii^ ao admitir a tese aiistotâica da matéria e forma, repudiava o aUmUsmo
e combatia Descartes (2). Podc-se, no entanto, apreciar o curso de Lógica
que lhe ministraram, através da postila do P. Estácio de Almeida. Feliz-
mente, conserva-se a primeira parte das lições:
0) Ref. 33.
(2) Rtfu, lS-17 e Cond.
(3) Cur.
(4) Juntamos o» dois como discípulos, fundado no« aegaintes daciot: Baptiita entrou
para os Neris, a 8 dc Novembro de 1724. Estudado um ano dc latim, iograHOV no triénio
filosófico de 1725-27, aquele que precedeu o frequentado por Vcrnci.
(5) Ver também Memória das pessoas que entrarão (...) no Oratório. No Ap. Doe.
(19 Vemsl lowKNH», como «ntendidp na natlria: «CertamEnte o P. EMscio de
Aliiiafafa, <pia tm\ matAria de Poesia Latina cuido que sabe... (V, vol. IT, III).
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— 20—
Cursava Luís António o segundo ano de Filosofia, encontiando-se
a poucos meses do fim, quando constou que, na monçSo de Maiço, «em que
as Naos da índia oostumSo hir para aqudDe Estado», a Nau N. S. do Iivi»>
mento regressava a Goa com socorro de SOO praças, para manter cm respeito
as nossas fronteiras. O Estado da índia cncontrava-se cingido dc inimigos
c tão poderosos que nào perderiam ocasião de ocupá-lo, vendo as poucas
forças de que dispunha, em virtude de o Vicc-Rei, João de Saldanha da
Gama, ter mandado para Mombaça, «quanto havia no porto de
restaurar
Goa, assim embarcações como de gente que a pcezidiavam» (1).
Em ftoe disso, urgia enviar, «nio só mayw nnmero de gente do que
costuma Iiir, mas que sela de difeiente quallidade», conforme sugeria o
Conselho Ultramarino ao Monarca, cm 9 dc Dezembro de 1728 (2). Editais
afixados em diversos pontos das principais localidades anunciavam a reso-
lução real, prometendo o posto de Capitão de viagem a quem o reclamasse,
e aceitando igualmente propostas para vohntários, soldadoe e capitiei daa
icis Companhiu de Infindaria qve fmmavam o socorro militar.
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I
7 :V
pua o Estado da índia, no titulo dot toMadot com fiança», constava ter
assentado psaçà «Luis Vomey, filho de Dionfado Vcnisy • de Meiia da Coih
oeipçao Damant de idade de dczaseb ânuos (1), e nutmal de Lisboa oooi-
dental».
Sem perda dc tempo, requereu também o posto de capitão de uma
Companhia: «Diz Luiz Verney... que elle tem assentado praça de soldado...
6 porque he pessoa de conhecida nobreza e distinção,como tudo consta dos
documentos juntos e deseja ir com alguma honra com que Vossa Magestade
nio fidta aos da soa qualidade e paia lhes avivar as obrifscoens oom que
nascerão... pede a Vossa Ma^stadc lhe faça mero8 de o nomear por Capitani
de huma das Companhias da leva».
Consequentemente tinha dc pedir a mercê do hábito de Cristo, inerente
à dignidade militar que solicitava. As certidões da Casa da índia que acom-
panharam estas pedidos, tfim ambas a mesma data: 17 de Março.
O Monarca remeteu a vontade expressa de Luis Vemei ao Consdho
Ultramarino para este dar o parecer. Antes, porém, o jovem soldado apre-
sentava^e ao Doutor António Freire de Andrade Encerrabodes, do Desem*
bargo do Paço, Juiz da índia e Mina c das Justificações Ultramarinas, a
requerer que lhe lavrasse um «Instrumento de justificação» em como nào
devia nem tinha mácula algiuna pessoal nem oriunda de seus Pais e Avós,
«por serem pessoas que se tratavam com luiimento e que senqne viverão
muito à ley da nobresa».
O inquiridor interrogou as seis testemunhas apresentadas por Vemei,
a 21 dc Março. Provado que «no seo sangue» nSo havia «maculla alguma
nem rassa de moreno c mullato», por serem «christâos velhos», O Juiz da
índia e Mina proferiu a sentença desejada (2).
Dezaneis anos inoompletoft, pois nascera, oomo vimos, aos 23 de Jnllio ds 1713.
(1)
A. H. U.
(2) —
Doe. Avulsos, índia. M. cit.
Mais tarde, Vemei há-de ««sinalar as qualidades que devem ter os ConseUwiros
(3)
Uknnsrinos (Ver Gvta de Diitfto em V).
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—22 —
numa certidão de 2 de Setembro de 1729, que Luís Vernei há-de juntar vinte
anos mais tarde à renovada súplica do hábito de Cristo: «Em consideração
do que, e embarcandose com efTdto na ocaziSo prezente paca o mesmo
Estado (da índia), há por bem fazer-lhe mercê de vinte mil rris de tensa cffeo-
tivanos almoxarifados de Reyno... dos quaes logrará doze, a titulo de habito
da Ordem de Christo, que lhe tem mandado lançar» (2).
O motivo por que Vernei não conseguiu tudo o que pediu, se não toi
a sua pouca idade, talvez sc encontre na mais reconhecida nobreza e prática
do mar dos seus rivais. Com efeito, os capitães escolhidos, uns eram fidalgos,
outros já tinlumi prestado serviço no Estado da fndia.
A salda de nefocvo apareceu assim anunciada na Gazeta de Utíboa: «Terça-
4átk (dia 19 de Abril), pela manhã partio deste porto para a índia Oriental
a nao de Guerra N. S. do Livramento, de que vay por Capitão Joseph de
Mello de Ataide (3), que tem servido muitos annos naquelle Estado. Par-
tiram também em sua companhia três naos do Commercio para a Bahia de
todos os Santos, tres para o Maranhão e huma para Angola, comboyado
tudo pda nao de guerra N. S. da Atalaya» (4).
Depois da partida apenas temos noticia de uma correspondência do
Comandante da Nao Livramento, que a 16 de Junho escrevia da Baia, por
se ter quebrado o mastro, que era velho e incapaz (5). Vernei pisou, pois,
terras do Brasil e não sabemos se passou mais além (6). Por seis anos
partiu, em Setembro, uma nova leva de mais de 250 soldados, sendo natural
qu^ por igual espaçode tempo, hi^a sumido a de AbciL Mas Vernei, ae
entrou na fndia, nio ficou por lá todo esse tempo, ou por doença, oo porque,
em breve, pOde verificar que a sua vocação nio o levava pràfMiamente paia
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—23 —
o campo das armas. Terá mesmo permanecido muito pouco tempo, visto
qve nos meados de Novnnbco já qpareoe matriculado na Ihiivenidade
de Évonu
Fosse qual foise o motivo da deiistência, o certo é que a vocação ede-
siástica voltou a suplantar qualquer outro ideal. Com 16 anos estava em
muito boa idade de estudar sem delongas, fez as necessárias diligências
c,
por ainda ingressar no curso que começara em Outubro desse ano de 1729.
O primeiro ano de FEoiofia e porventura alguns meiet do segundo, cumpridos
nos Oratorianos, diq)ensi4o4am do primeiro ano do curw da Univerridade,
mediante exame em que desse provas do seu saber. E» sem mais hesitações,
irronqieu pelos novos borinmles que o negadavam.
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Entrada principal do Colégio do Espírito Santo
Fachada principal da Universidade de Évora,
que dá para os «Gerais»
laterial
I
CAPÍTULO 111
NA UNIVERSIDADE ALENTEJANA
(1729-736)
O edifício e as aulas.
Abmoi flbttMsf.
(1) Mem.
—26 —
este gerai buma grande fonte no meio com a estátua de Minerva em sima,
tudo de gosto excellente, mas dos nossos tempos: forma duas bacias, buma
maior que outra, de {icdra intcirissa: o tanque em que cai a agua de oitavado
e com hum risco digno e de muito bom gosto, tudo de mármore».
«He quazi quadrado o Pateo, e à primeira vista não se lhe percebe o defeito.
Tem de comprimento 175 palmos, com dose colunas de mármore ou pedra
biaiica de Estremoz, pot banda de oomprimento. Tem de brgD 195 pal-
mos com dez colunas e hum lado e dez por outro da mesma grandeza e
magestade».
«Entra-se para os Geracs (ou seja, para as aulas) por sete degraus
proporcionados, e na face da fachada, com três colunas mais piquenas e
na entrada duas». «Não hc grande architectura este frontispicio ou
ftdiada da SaUa grande, posto nlo ba deagndavd» na opiniio do FlmdB —
Franciscano que nos apraz transcrever. «Compoem-no as armas do Senhor
Cardeal Rey, com o tympano de Jesus em sima; duas estatuas mais que ordi-
nárias sentadas huma com o cetro e o sol na mão esquerda c a outra na
;
direita: gosto do século passado, mas muito bem trabalhado (...) No pedestal
ou almofada no meio debaixo das armas está a inscrição seguinte: Hcnricus
Lusilaniae Rex/S. R. E. CardinalÍ!>yPutriae Pater/ Religioni et Bonis Artibus».
«Craipoem o Geral quatorze aulas todas aziítejadas e de pinturas finas
e modernas. Em todas ha cadeiras de anfdim e escadas de pedra para se
subir a ellas, com sua baze alta, tudo da digna pedra de Estremoz. Quazi
todas tem colunas pelo mdo, para s^iirança do madeiramento que he de
estuque em todas».
Nào é fácil atribuir actualmente a todas as salas de aulas, as funçOes
para que serviam noutros tempos. Utilizando, porém, em parte a inter-
pretaçio de Moas. Dr. Joaé FUipe Meodeiros (2), a ktra dos Estatutos e
as informações de dois alunos, o P. António Franco (3) e o Dr. Bento José
de Sousa Farinha (4), aventamos a seguinte distribuição
a) Aulas de ler e escrever. Os Estatutos estabeleciam «duas classes
deste género (5) c Farinha informa que funcionavam duas aulas, no plano
inferior (por bauo da actual Secretaria), com porta privativa para a cerca.
(1) Contíguo ficava o Q>légio do Espírito Santo, residência dos Profcssons e abaos
jeniitas. Sobre a inatiniitto da Univenidade, ver Histor, I, 578 e II, 303.
(2) Hu.
^ hn.
(4) Mcmor R. 303.
(5) Estas e as restantes aulas, em Esta, 17C
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— 27 —
um tinto distante da entrada da Universidade (1). Servem actualmente
de Arquivo do Lioen. Ftú Vkenle Salgado ahide a um nOinctono da
Eioolla de Ler: hum liviito em do»: em 1738»:
b) Gramática. Rectórica e Humanidades, Segundo os Estatutos,
havia quatro aulas de Gramática, duas de Rectórica e duas de Humanidades.
Franco refere-se a oito classes de Latim c Rhetorica (2) e Farinha, a oito
aulas de Gramática latina, incluindo a Retórica. Os azulejos c a necessi-
dade de reservar salas adequadas para as restantes disdplinas, força-nos
a atribuir-Ihes speou aete lalas: as quatro primeiras (uma delas actualmente
sala dos Professores)» em que os motivos dos azukjos se repetem em caçadas,
pesca, cenas pastoris e a quarta, meses do ano por signos do zodíaco, deviam
servir para o ensino da Gramática Latina. A sala 5, marcada agora com
o número 4, era certamente a de Retórica, pois os sete painéis de azulejos
figuram os estilos das Belas-Artes (entre as qums a Retórica), Simbologia,
História e Enidlçio. A 6.* (actualmente S.*), bem oomo a 10.* (actual-
0) BaBloloiéde8oiMlWiiliB,qwfoialim4aUai««iridiid^dncida
hnina escola de ler, outra dc escrever separadas, c governada cada hiima por seu Irmão
Ufo da Con^tanhia, em que ordinariamente andavam athe 200 rapazes: estas escolas
estavam da Porta dos Estudos IM» fom: e os mocos hiara a dbs oom aoH cqK^
tidos de varias cores ssm icgnlaaMOto» ÇiâmmRt 300).
(2) Im. 880.
(3) Im, 881.
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—28 —
Nesta cadeira ha hum postigo falço paim o Buadeto que tem fanma caz»
em que se esconde. Os painéis fanns são de Santos e outros de Doutores
Jesuítas. Tem esta sala quatro tribunas para os hóqiedes dignos: a luz
que tem destas tribunas he segunda; e só a das três portas e três janellas sobre
o Coro que tem a dita salla fazem a claridade da Caza» (...)(3).
Sobre a decoração desta sala escreveu o Eng.° Santos Simões: «A Sala
dos Actos da antiga Universidade ostenta ainda uma decoração cerâmica
poUcróniioa nwiito vmwn, oompletada nodemamente. Os exemplates
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—29 —
Sio quatro cazas dignas que conservam os seus ornatos (...). Na parte
correspondente faz duas varandas: huma que dá entrada o vão a pé da
Sacristia e outra pelo interior de huma cella (...); de huma parte tem seis
colunas dizem os intelligentes c sábios de Évora que foram do grande c antigo
Palacio dos Reys de Portugal, cuja fabrica ainda se reconhece dentro da
cerca do Convento de São Francisco» (2).
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— 30 —
gnmde influência. O Col^o da Madre ds Deus (actual Hospital Militar),
rsosM-lo-la dunuvle o curso filosófico, da mesma forma que o de N. S. da
Purifieaçio (Seminário Arquidiocesano), o alojaria enquanto firequentane
Teologia (1).
O curso cm que devia entrar, começara o ano transacto, com uma oentraa
de alunos e toda a gente sabia que a regra geral era, pelo menos de sete a
oito dezenas.
O Catalogus Tvtius Pw^ttíaã ItuttmdtiÊ aad 1726 r^ista vinte e dois
Professores: 4 de Oiamática, 2 de Humanidades, 2 de RetMca, 4 de FÍlo>
sofia, 3 de Teologia Escolástica e 1 de Sagrada Escritura, 2 Substitutos de
Teologia, 2 de Teologia Moral e 2 de Elementos. Para os estudantes jesuí-
tas, havia mais dois Mestres, um de grego e outro de Matemática (2). Pfelo
menos, anos mais tarde, era facultada esta aula a todos os alunos.
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—31 —
porém, no livro de 172S^35 e oom a nota marginal de 2.* airjo: «Luis Antonio
Vemey, natural de Lisboa, filho de Dionizio Vemey». Quatro páginas
antes, lê-se 17 de Novemteo de 1729, a marcar o inido da lista das matri-
culas que vão até à data seguinte: 14 de Janeiro de 1730. O livro das provas.
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— 32 —
por seu turno, no capitulo Provas do !.<>, 2.°, 'ifi e 4.* curso th P. M. Diogo
Fadnuo que tem principio em OtaiAn de 4 aimos no
1728 e hande findar as
mno de 732« «qrficita: «Luis Antonio Veme, natural de Lisboa, filho de
Dionizio Veme provou no primeiro, 2 e 3 curso; e depois dos exames provou
sinco mezes; e no 4.° curso do P. Joseph Ferreira 5 e des dias; e mostrou
certidão de 20 dias de doente que Ihic faltavào».
Parece evidente que provou (mas não frequentou, porque nâo figura
nas matriculas) o primeiro ano do curso do P. Diogo Pacheco. Contudo,
a segunda hipâlese tem a seu favor o documento atrás citado, das pensOet
pagas trinta anos mais tarde, referentes a um período de oito anos. Teria,
pota, entrado em Outubro de 1728 e saldo em Junho de 36. Para o efeito
do pagamento nSo importa o tempo da sua ausência, se sempre esteve pfi^
senteno início dc cada ano e queria manter a mesma pensão.
Como quer que seja, sempre teve de dar provas de saber a matéria do
primeiro ano. Segundo os Estatutos, os estudantes que desejavam ingressar
na de latim ou no primeiro curso de Artes, com alguns estudos, eram
classe
obrigadoa a sojeitaram-se a um eaoune de lathn, «oonforme a ordem doe
estudos da Companhia e ^nrovados pelo Preíèito e^ por escrito seu, mandados
à classe que lhe parecer merecerem» (1).
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I
—33 —
(1) No entanto, havia outros, que alguns Professores podiam preferir. Em 1733
eKrevis.ie no GoKgjo de S.to AntSo, que «ao acaiiiam u
Bsrretss —
Lógica ds Rrandioo
Bsneto — que o mesmo autor tinlia mandado imprimir. Em ftoe disKi, «m raolveo
que este Collegio de Santo Antão mandasse fazer segimda impressam, para
o que alcançou
privilegio por 20 aimos (...) Com effeito mandamos imprimir 1.500 que leverâo 50 folhas
e le pavou cada bniiia (...) a 2.700 que importou 135.000 e levou quazi S bailai de papel»
Ms. s/ título: Contas do O^légio de S. Antão p. 23 (T. T. Arq. das CoagragaçOes, n.* 682).
(2) Ver a lisu dos Reitores em Un, 143.
C9 Fh.
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— 34—
«Na verdade, também eu fui um dia sofista e por muito tempo lotei
com louvor» debaixo da bandeira doa Pferqntéticos. De engenho fiícíl e
com o exeicicio quotidiano, c(Muegiii aiwiniilar matéria que os outros só
com muito tempo e incrível trabalho, adquiriram. Por isso, frequentemente
me coloquei diante do ad\ersário com o desejo juvenil de garrulan>.
No mesmo tom de louvor próprio, sob a capa de humildade, acrescenta
que saiu invulncrado dos combates, todos Itie louvavam os êxitos c anuncia-
vam prémios e ilória, mas ele nlo se deixava desvanecer com isso, porque
afinal sabia bem que essas provas públicas de engenho nSo passavam de
exibição de regras.
Tudo inútil... (1).
que os Sinais tinham seu uso na Teologia, pois que na Tkindade se falava
em prtoH tígno, etc Q).
Acabada a Lógica, s^iuiaahse, ainda no segundo ano, os livros dos
«Physicos, do ceo e o mais que se puder ler de Philosophia natural e moral»,
com excepção dos tratados da Geração e da Alma» (3). Para esta parte
do curso o compêndio mais recente que os jesuítas haviam editado, da autoria
de António Cordeiro, tomara o titulo de Cursus PhUosophicus Commbricen'
ato. Vemei omitoK) quando refere os textos usados. E contudo, o curso
alguma cousa trouxe de novo. Baste sublinhar que Cordeiro, jd mwiBiftnado
atráscomo simpatizante de Descartes, deve ser o primeiro autor português
que tratou desenvolvidamente do atomismo modemo, dtstinguindo-0 do
antigo e aceitando-lhe algumas soluções (4).
(!) RcL, m.
(2) Vol., in, 45.
(3) Esta. 181 e 182.
(4) Ver Dou, 293 c Ve, 193.
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— as-
no ponto de vista do Hnminiimo, introduzindo a Física Experimental no
seio da Filosofia. Se inteiessava admitir os problemas da Física Experi-
mental, nio o devia ser num curso filosófico. Neste, continuam a interessar
as teses metafísicas dos compostos físicos.
Chegava-se assim ao período das provas de bacharelato e Vernei,
conformando-se com a letra dos Estatutos, teve de escrever as concliisOcs,
aprescnlá-las uo Mestre e ufixá-lus, depois de usbinudus pelo Cancelário,
nas portas dos cursos que haviam de estar presentes.«Véspera de S. Sebas*
tilo» (19 de «o Mestre dava as pedras» e «repetia por sortes» os
Janeiro),
lugares a seus discipulos. At6 ao fim do mês, as UçOes ficavam reduzidas
a uma hora, reservando o restante tempo para preparar O exame dos alunos
«e no derradeiro dia de Janeiro os despedirá» (1).
pera que nfto aia desordem ou indeoencia alguma». O juri do exame era
constituído por três examinadores, um dos quais, de fora da Companhia
e presidido pelo Mestre do segundo curso. O Reitor, na véspera de N. S. da
Purificação (1 de Fevereiro) escolhia os examinadores em reiini3o com os
seus conselheiros. Prefeito e Mestres, «actu regentes», de Teologia, Casos
e Artes. Os problemas levantados no exame pelos examinadores, eram
marcados pelo próprio «R^ente do Curso». Como Vernei nio estudou
na Universidade durante os dois anos e quatro meses (ou s^am, vinte e dois
meses), que pelos Estatutos se requeriam para o exame de Baduurel, teve
de solicitar ao Reitor a necessária dispensa (2).
No dia 4 de Fevereiro à tarde, começavam os exames (3), na Sala dos
Actos. O primeiro examinando «tomava» a pedra, «em a derradeira hora
das lições». Presentes todos os estudantes da Universidade, mesmo os
«das três dasses siqieriores de latim», e com assistência do Rdtor, Cance-
lário, «Agraduados que ao Reitor parecer» e oficiais dos estudos, o Exami-
nador eqdicava o motivo da reunilo, exortava os examinandos a apresen-
taiem-se «em habito honesto», responderem com humildade e reverência,
lembrando a necessidade de se encontrarem «aparelhados como cumpre
pera authoridade de tal Acto».
Finda a exortação, o primdro examinando dava uns passos em frente
para iq»esentar a cédula dos seus estudos e começava a perorar em louvor
da dialéctica e da Filosofia. No fim sentava-se lui pedra e respondia às
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— 36—
perguntas da praxe, sobre o nome, naturalidade e estudos que fizera. Acap
bavain os actos desse dia com «hum pcobkma dos livros dos Physicos)»,
proposto e provado pdo futuro Bachard, «oom authoridade de Aristótdes
e algumas lesoins».
O exame começava pròpriamente no dia seguinte, quando o examinador
o interrogava sobre Porfírio. O examinando resumia o capítulo proposto
e levantava uma ou mais questOes «sobre o coniheudo nelle». Arguia o
cacamiiiador,«com imm so argomento, algumas fq>licas». Repetiapsc o
mesmo esquema com o segundo e o terceiro examinador, que perguntava
feqiectivamentB sobre algum capitulo dos Predicamentos e o livro De Imcr^
pretatione.
Intervinham de novo os três examinadores, interrogando o primeiro
sobre os Priores de Aristóteles, o segundo sobre os Posteriores e o terceiro
sobre os Tópicos. Para remate, o primeiro examinador concluía o exame
de lógica, ocupando-te dos Elencos. A parte principal da prova estava
terminada e cumpria passar do segundo estádio, em que cada examinador
expunha um argumento contra o problema dos Físicos. Era-lhe, porém,
vedado «argumentar com tanto rigor como na Lógica», visto constituir a
matéria principal da Licenciatura. Terminado o exame, seguia-se a tomada
do grau, que habilitava o estudante a «ouvir» Teologia ou Medicina.
Na véspera do dia em que se conferia o grau de Bacharel, o Reitor
infocmavarse dos examinadores acerca da «suffidenda e custumes de cada
hum», e segundo as infcxrmaçOes recdridas, louvavapos, rqMreendiaFOS ou
chegava mesmo a dar-lhes a penitência «que seu exame mnecer».
Geralmente num domingo ou dia de festa, juntavam-se os Doutores e
Mestres em Artes «na sala das escolas», vindo em procissão da igreja da Uni-
versidade com os trombetas ou charamelas, tangendo à frente. Seguia-se o
Meirinho da Universidade, os que se iam graduar, em duas filas, de cabeça
descoberta. Os dois Bedéis, de Artes e de Teolo^ oom suas maças, alKiam
o torço da prodsslo, em que sobressaiam os examinadores e o Regente do
Curso, com suas insígnias. Ao acto podia assistir toda a gente que quisesse,
convocada de véspera pelos trombetas ou charamelas, que tinham obrigação
de tocar à porta das escolas c do examinador de fora da Companhia.
Presidia o Reitor da Universidade. Estando todos sentados, menos
os estudantes, o escrivio proclamava o nome dos bachaieiaiidos, que no
fim se deviam pór de jodhos, enquanto um deles lia, sobre o missal, o jurap
mento do Pspa Pio IV. Acabada a fórmula do juramento, acrescentava
as palavras Ego idem spondeo, etc. que cada um tinha de ir repetir no mesmo
lugar. Dirigiam-se em seguida para diante da cadeira do Regente e, de pé,
o que tivera a primeira pedra impetrava o grau de bacharel, «com huma
elegante oração, na qual tratará dos louvores da faculdade, agradecendo
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— 37 —
a nossa senhora aver-lhes dado forças pera chegarem a receber o dito grão».
Ao Mestniilo w podia referir em tom de louvor, permitindo^ ^)aias bievf^
simo BffBàtdnaaiío: «E no fim admoestará os condisdpulos que tomam este
grao pera gloria e honrra de nosso senhor, e não pera outros fins humanos»
«Respondia o Regente com outro discurso, em louvor da sciencia das
Artes, Philosophia e dignidade do grao» e elogiando a virtude, diligência
e «letras» dos discípulos. Assim sc chagava ao momento em que o Regente
conferia o grao de bacharel aos leiu estudantes que, de joelhos, ouviam a
fórmula costumada: £^ N. in praedara artíum faadtate magistar, authorttate
Apostólica creo, constituo et declaro vos Badudauros in eadem faadtate, et
concedo vobis omnes eas facuUaies, funciiones et immwUíates, quae Us qui
ad hunc gradum promoventur comedi , solenl.
duravam duas horas e meia. Na primeira hora devia o Mestre «ler, ditar
e repartir as UçOes passadas», deixando para a disputa sòmente a restante
hora e meia. As da quintapfeira e sábado à tarde eram públicas, «aiuntanf>
dose os cursos», menos o quarto (3).
Os três primeiros quartos de hora ficavam reservados para o Mestre
«ler c ditar», destinando-se à disputa o tempo restante. As dos sábados
tinham a particularidade de pertencerem aos discípulos que argumentavam
entre si, «endercsandose seus mestres», enquanto as das quintaa*feiras eram
arguidas pdos «agraduados ou sejão Doutores ou Mestres em Artes».
Consistiam estas diqmtas na defesa de «oondusoes», em diálo^ com
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— 38 —
os Mestres ou outros discípulos. «Cada ves snstentario três discípulos,
hum li^gíca, outro Pbilosopliia natural, outio Metaphisica e moral, metendo
pbllosophia natural quando ao Mestre parecei». Os alunos do terceiro ano
— já badiaieis — nas três primeiras semanas de julho defendiam, arguindo
na última semana. Deste modo, Luis António Vernei entrou nestes certa-
mes, no segundo ano, desde Novembro de 1729 e no terceiro curso, até
iins de Julho de 1731, com interrupção no período do exame de Bacharel.
Para amenizar o esgotante trabalho e dispor o espírito para as provas
de exame com algumas horas de recreio, realizavam-se, durante o terceiro
ano, três festas académicas, com entremeies e danças, em honra do Mestre
e do Examinador de fora. Safa «hum estudante ao theatro com huma viola,
e de loba arregaçada a bailar só a filhota ou a fofa, ou a cantar «IgiimM
cigadilhas, que quatro ou cinco biiilavam».
O autor deste pequeno trecho mostra-se muito escandalizado com seme-
Ihuites festas, que naturalmente, algumaa vezes, descambariam em emsessos,
tasgando-se os bacalhcus ao Meiricho ou qudnrando-ae-lhe a vara, ou
chegando mesmo a dar alguma bofetada aoi veideais(l). A verdade,
porém, à parte qualquer excesso que se possa registar, é que a disciplina
era rigorosa na Uni\ersidude. como conx irha a um centro de estudos (2).
No quarto c último ano do curso lilosóiico csludavam-sc os livros da
geração e da alma, segundo a orientação das obras já mencionadas. Vernei
deve ter fiequentado as aulas do P. Diogo Pacheco (1731-32), mas» por
motivos que ignocamos, transitou para o cano s^iiiinte. N8o foi, decerto,
por fidta de idade, visto então já contar dezoito anos feitos, oonfonne pifiBoei>
tuavam os Fstatutos. o livro de matrículas de 1729-35 inscreveu o seu
nome. com a nota de quarto curso, no capitulo da «matricula que principia
em Outubro de 1731 athc o ultimo dc Setembro de settecentos trinta e dois
annos» (pág. 46v), repetido na página 86v: «Em 29 de Outubro de 1732».
«Luis Antonio Vernê, natural de Lisboa, filho de DionizioVeniè». Àmaigem:
«4.0 curso».
O livro das Provas de Filosofia, no capítulo das provas do 1.°, 2.o, 3.o
e 4." curso do «P. Joseph Ferreira que tem principio em Outubro de 729 e
ha de acabar em 733», revela que Vernei «provou seis mczcs de frequência
e fez licenceado». Ou, como se diz nas Provas do P. Diogo Pacheco, no
quarto curso do P. Joaé Ferreira |vovou «smoo (meses) e dez dias», «e moa>
trou certidSo de vinte dias de doente, que lhe faltavio», o que poftz os sns
meses exigidos para tomar o grau de lioenctado.
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— 39 —
Perdendo o ano do curso em que ingressara ao dar entrada na Univer-
sidade» juntou-ie, pois, no ano sqMote, aos do cuno imediato
liocDdaiidos
ao seu. Dos cem condisdpiilos que teve, alguns passaram com de para
o ciu-so do P. José Ferreira, como foi o caso do António Luis Correia, do
Bartolomeu Gomes Carlos, do Fiancisco Xavier dos Santoa, do P. Gregório
dos Reis Correia, entre outros.
O nome dú P. José Ferreira já aparecia cm Pedro José de Figueiredo.
Barbeia Madtado deixoupoot a ma biografia, a propósito de um lermlo
editado no ano de 1728 e de cbna latinas que conq>6s em verM> e iwosa,
quando era Professor de Humanidades em Santo Antio. Nasceu em Angra
do Heroísmo, a 30 de Março de 1693, estudou Humanidades no Colégio
das Artes, entrou no Noviciado a 17 de Maio dc 1708, tcndo-se graduado
em Filosofia na Lfniversidade de Évora (1715). Leccionou Humanidades
cm Santo Antão durante cinco anos (1715-20). A Évora foi estudar Teo-
logia (1720-24), seguindo para Coimbra (1735) como Professor desta dls-
ci|riina. Em 1741 partiu como missionário para o Oriente, mas faJeoeu
antes do Cabo da Boa Esperança (1).
Com 36 anos de idade leccionou em Évora o primeiro ano do curso de
Filosofia (1729-33), a que se refere o passo citado do livro das Provas de
Filosofia. Deste magistério conscrvam-se as postilas do segundo ano, cm
que, como vimos, se concluíam os Sinais e se estudava a Física: PhUosophiae
ArIstotêHã propugHoeubm tertbim, que compreende seis diqmtas: 1— De
essentía signi; 2 — —
De signo formaU; 3 De signo instrumentali; 4 De —
signo naturali; S —
Decausis in comuni; 6 —
De effk icnte Divino et creato;
7 — De causa materíali et formali ; 8 — De causa linali et exemplari (2).
Deste curso não devia divergir muito o que fora di ado pelo P. Diogo
Pacheco um ano antes e Vemei escutou. Desta forma, encontrava-se
preparado para, sem acresomtar novo esforço, completar a formação filo-
sófica, ouvindo por seis meses, apenas duas horas de tarde, um Mestre
diferente*
As provas do quarto ano começavam pela defesa das conclusões «que
se chamão repostas maiores», em oposição às menores que tiveram lugar
meses depois. Para maior solenidade, o Reitor podia assistir com o Cance-
lário, escrivão, mestre de cerimónias, bedéis, etc. Em cada uma das várias
mesas «bem ornadas», sentavam-se cmco afamos. O Regente, que presidia
na fialta do Reitor, fazia breve oração na primeira mesa, rdevando a mercê
(2) PhL
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—40 —
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—41 —
(1) Sousa Farinha também nos deixou o seu testemunho: «O acto era desta forma:
Fida rnsnU prapunha o defendente a cida enunimdor cinco pontos ou mais em cada
matéria, para elle escolher hum para o seu arg\inienfo. o qual era de quatro .-ithe seis minutos:
as matérias do acto de manhã eram princípios dos corpos, cauzas, elementos, meteoros,
ftraçoei * e»nip(õo. Rematava «ale acto cotn hum problema ffrioo, em que todos oe
caarnhisdores punham um ou dois silogismos. Dc (;irdc fazia-ie O nwsmo em matentas
dhnenas, ipic eram Animastica, Ceos, meteoros, aima separada do carpo, panoã núÊwratt,
e signls íb outro probhoia miitiiflricio» O^femorR, 309).
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—42 —
publico profitcri, et interpretari possis. Tandem infere digito tuo annulum, scientiae
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^ IN
3 DEI NOMINE. AMEN.g
RFCTOR,ET BORENSIS ít l
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tlTc pollit. has litcr»-> prxdido l JcrtMiatodcdimus
' ' ' "
" lublcnpoy- C
5 n^íío^ss;^^^ >4.
. .
2 C^^»r'^/%/-A:
Vhodohs signuin. Postremo accedat etiam osculuni pacis (Forma pura dar o grao i»
MmrttmÁrtt». B. P. E. God. CX/1-17).
(1) V., vol. II, 48.
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— 44—
constava de quatro cadeiras (de nove meses cada), três de Teologia
Escolástica c uma de Escritura, com quatro aulas diárias: de prima, de
taça, de noa e de véspera. Além disso, dois lentes de casos de ooosciâiH
da consumiam as matérias morais em trBs anos, com duas lições diárias de
hora e meia.
«Dc modo que em tempo de quatro annos quarto fov possível, se acabem
de ler todas as matérias de Thcologia Scholusiica Speculativas e moraes^,
como diz a letra dos Estatutos. Só do segundo ano em diante havia
conclusGes, «as quais serio sòmente três lições, das que ouvirem todas as
quintas-feíras pda manhl, acabada a liçio de prima».
Eram onze os actos de Teologia na Universidade de Évora: quatro
antes c sete depois da formatura de Bacharel : Tentativa, primeiro princípio
(grau de bacharel formado), principio da Biblia, Magna ordniária. Henri-
quiana, quodlibetos, exame privado (grau <ic Licenciado), Vésperas, Douto-
ranmito (grau de Doutor). Mas como a primeira, a Tentativa, se fazia
depois dos quatro cursos de Teologia (1) Luis António não ch^ou a sujeitar-se
a nenhum acto, nem reodwtt nenhum grau teológico na Universidade de
Évora, apesar do que em contrário afirma Pedro José de Figueiredo.
Do capítulo Provas da Sagrada Thelogia do anno de 7.'<? para 734, do
Livro das Provas de T/icoloí^ia dc 1729-753, consta que <aLuis Antonio Vemê,
natural de Lisboa, provou no seu primeiro anno quatro mezes e nove dias»
0>ág. 22v). «No anno de 735 para 736 provou seis mezes e quinze dias,
e por oertidoens de doente apresentou ao R."*> P. Reitor, quinze mezes e
seis dias». Por outro lado, no livro da Matricula de 1729 a 1735 também
se lê (Pag. I29v): Luis Antonio Vernê, filho de Dionizio Vemê, no Capitulo
Collegiaes e Porcionistas de Purificação. I. Outubro dc 1734. E à margem:
3.° de Thcologia. Mas o 3.° foi corrigido por cima de um 2.°, que era o
que estava bem, a condizer com o Uvro das Provas. Ou melhor: Vemei
matriculoiMe três vezes: em Outubro de 1733, 1734 e 1735. hfos como
esteve ausente 15 meses e seis dia8(2X apenas frequentou o primeiro e o segmido
ano de Teologia. Barbosa Machado confirma que Luís António andou
dois anos no curso teológico.
Nas cadeiras dc Teologia Escolástica «lia-sc» c «explicava-sc» o texto
«das partes de S. Tomás, com glosa pera sua declaração necessária». Na de
Escritura, o Lente explicava num ano o Vdho Testamento e o Novo no outro.
(1) Esta, 236; — «No quinto ano começam os actos» V, voL IV, 228. Neste higar
Vemei dá a distribuiçfio da Teologia, um pouco diferente.
(2) Parece que deviam aer 16 meses e 6 dias, asdin distribuMos pelos nove meiet
de c;\da ano. 1733-34 4 meses c 9 dias dc aulas; 4 meses c 21 dias doente. I734>35:
:
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—45 —
(1) Cunu.
(2) V. voL IV. 264-S.
(3) Entrou iwra a Companhia de Jesus cm 1696. vindo a falecer a 23 de Janeiro
de 17S9, com o Colégio dc Santo Antáo cercado pelos tropas, dc&dc Oczcnibru de 17S8
qOBtor, IV, I, 315, nota 3).
(4) A este respeito, nSo podemos adiantar mais, por termos sido informado que o
Arquivo da Curia Romana da Companhia de Jesus, no que respeita ao século xvui, se
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— 46 —
português. Mas» neste caso, a censura não tem carácter oficial, apesar de
te tntar de um membro da Inquisiçio Romana. Fr. Gaetano pttUicaia
tm 1730 a chn Coneuma Del /mKvto a ^cax WKeaaesrio cchaatm ewn
Ubro arbitrío humano, voltando à velha quest&o de Luis de Molina, em que
os Dominicanos eram arguidos de jansenismo e os jesuitas de plagianismo.
José dc Araújo, no Cursids Thcoloí^icus rcbatc-lhe certas afirmações
e o espanhol, então em Roma com us funções de Consultor da Sagrada
Congregação dos Ritos e Qualificador «Sandae Romanae Supnmk et
Univemlis Inquilitionís», responde-Die enè^icamente, estranhando que
Ara^o suponha ter de emedido os limites da honestidade e quase tocado
as raias da heresia. Censura-lhe a defesa de lugares de Pdágio e refuta
asserções sobre Jansénio. Pede ao P. Araújo que deponha toda a prevenção
e pondere atentamente o seu argumento. Anima-se na discussão e inter-
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I
—47-
nSo destruía a ma posição básica: Teologia que aceita a FÍlos<^ Arialo>
tdka, nio se pode oonsiderar boa Teologia. Aristóteles e Escolástica
enm nomes que nio soavam bem aos ouvidos de um iluminista. AigiH
mente muito embora o P. Araújo com razOes convincentes, que Vernei não
'
Por seu turno, Vernei alude à Universidade de Évora, além das rcfe-
quentam quatro anos as escolas de Tedogia, nas quais há, pdo menos,
quatro Ldt<»es. Um deles, a que chamam de Prima, dita uma matéria
de Moral, v. g. RestitniçSo, Contratos, Pecados, etc., o segundo de manhã
dita uma coisa a que chamam tscritura, e a este Leitor nenhum estu-
dante assiste, porque dizem que só serve para os Pregadores; os dois de
tarde cada um dita seu tratado de Especulativa. Falo do estilo de alguma
Universidade)» (2).
Este espirito de critica implacável tínha-o Vernei já, p(Mque nasce com
a pessoa, faz parte do carácter e nlo predsa de erudição para se manifestar.
Pode-se supor igualmente ocorrida em Évora aquela cena que relata no
Verdadeiro Método de Estudar: «Falava eu em certa ocasião com um Mestre
peripatctico e, caindo o discurso sobre uma destas matérias (sobre crítica
e autoridade), me produziu ele tun texto de Filósofo (Aristóteles) em uma
questão bem controversa. Respondi eu que não me importava o que dizia
o Filósofo, mas o que de na dita conversação me provava. Aqui, admirado,
o homem clama logo:
—V. P. (simula estar a falar com ele, «fiarbadinho»), não pode negar
o texto: deve explicá-lo.
Ao que cu pontualmente respondi:
— Quem lhe disse a V. P. que eu não posso negar... (3).
Neste tom devia folar nos últimos tempos, se não nas aulas, aos Profes-
sores, pdo menos fora delas, aos Padres das suas relações. Aqude Doutor
de capuz, «com o qual tinha vdhas inemizades, aliás nascidas sem nenhuma
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—48—
espécie de culpa de minha parte» — comunica ele a Muratori — que incitou
«oa outros» a não receberem «jamais» «alguma ooisa em seu própno detri»
mento» (1), pertence, evidentemente^ à Universidade de Évora e t«rá sido,
quiçá, o seu último Professor em POftngal...
A alusão do P. Araújo aos seus exames, nZo quererá significar que Luls
António se saiu ma! nas últimas provas que prestou?
Na caria de 1 de Janeiro de 1753 relembra outro episódio com visos
de pertencer ao tenqpo de Évora : «^m de lá, e O coofbsso para minha oonflizão,
com muita asneira na cabesa, com as quais me criaram. E nSo obstante
alguns omms, que tinham corrido o nnmdo, me dizscem, que ca fora se
sabia miuito, e bem, e melhor que lá não me podia áespir de todos os prejuizos
;
com que me tinhao criado os meus mestres, que me diziam em bom tom,
que os Estrangeiros sabiam pouco, e só os I^orluguezes abismavam. Isto
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— 50 —
4o momento, prevalecia o valor da cultura do povo. Em 1768, quando
le Rsolveii a dar instruções sobre o bom governo da Nacio, liá^le
estabelecer:
1 — Introduzir as mesmas cátedras de todas as faculdades nas duas
Universidades de Coimbra e Évora, fazendo lun só corpo de Estatutos
para ambas.
2 — Assegurar salário aos Professores.
3— Erigir em Cd^gios Maiores de Opotiçfto» no Collio
fivora dois
dos Jissuitas (o do Esirfrito Santo), deixando a Biblioteca comvm à Universip
dade e reservando o Noviciado para habitação do Reitor.
4 — Na Universidade, ensinar as Ciências : Filosofia, Matemática,
Medicina, Leis Civis e Canónicas, Teologia e História Eclesiástica; no andar
de baixo do Colégio da Purificação, que é contíguo e para evitar tumultos
e confusão —
as línguas, retórica e poética. No mesmo Colégio da Puri*
flcaçfto deviam habitar os Professores que nio fossem Colegiais dos já
mendonadoe Col^(l).
(1) ÀpuJ E, iir, 397. Polida Uttenria, plaoo ós lefomia qao terá acompanhado
a carta de 14 de Maio de 1766.
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CAPfTULO IV
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— 52 —
Domingo, de Julho de 1736, mtfe ai duu e as tris horas da tarde,
IS
enhitou a Na^
pOTtusuesa um triste acontecúnnito o falecimento —
imprevisto de D. Fhmdsca, hrmã dd-Rei D. Joio V, que contava pouco
mais de 37 anos de idade. Atacada de fdeuftsia «intema desconhecida
dos médicos», apMas teve tempo de receber o Viáticoíl). Pouco antes
havia sido madrinha de uma filha de D. Ana de Moscono. juntamente com
seu irmão, D. Manuel, que a extremava. Por ventura passado peio desgosto,
e nio podendo segurar os seus 33 aaoe na qiuase recht^ da «sua 1^ de
Bdbs», o Infante vdtUm a sair s^unda vez do Pais, sem conhecimento do
R^o Irmão, em meados de Setembro (2).
Suas Majestades e Altezas Reais fecharam-se por oito dias. Os áulicos
mais íntimos e todos os que viviam à mesma sombra, expressaram a mais
viva dor pela morte da Infanta, em versos pungentes ao gosto da época,
sem que nenhum conseguisse sobrepor-sc por outro titulo que o da dignidade
do sen lugsr no serviço r^o.
O Marquês de Valença tedtott um Panegírico no Paço, em 9 de Agosto (3)
e nos Conventos disseiam-ae aaçOes fúnebres muito sentidas. Não faltou
quem, pacientemente, se desse ao trabalho de coligir as poesias, chegando
também nisso a haver emulação. Entre outras, registem-se as seguintes
colecções (4):
— tyicedios na morte da Sereníssima Senhora D. Francisca Iitfanta
de Fortugfd. Escritos pdo Conde da EiioeiíB, D. Francisco Xavier de
Meneses. Lisboa, Off. António Udoro da Fonseca, 1737.
— Suspiros saudosos e métricos de alguns engenhos portuguezes na
deplorável morte da Sereníssima Senhora D, Francisca ktfonta de Fortlè-
gol (...). Lisboa, Miguel Rodrigues, 1736.
— Acentos saudosos das Musas Portuguezas na morte sentida (...). Lis-
boa, Antánio Isidoro da Fonseca, 1736 e colecção). (1.* 2.*
— Sentímentos métricos, ou CoUecçam de vozes na nuigea pda varias
morte da (...). For João Ferreira de Arad^o. Lisboa, Miguel Rodrigues, 1736,
(!.», Z» 3.* e 4.» colecção).
— Epicédios que na morte da (...) dedica ao majestoso túmulo da mesma
Senhora, Caetano José da Silva Soutoraaior. Lisboa, Miguel Rodrigues, 1736.
— Admirações sentidas (...), por Francisco de Pina e Melo. Lisboa,
Miguel Rodrigues, 1737.
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— 53 —
— Trenos lamentosos (...) por João Egas BoUiSes e Sousa. Lisboa,
Pedro Ferreira, 1736.
— Lutuosos ais; Lutuoso canto poético (...). Lisboa, 1736.
Vonei também vibrou com a chorada morte da Infanta e, sem dúvida,
pOde ler, on manuscrito, as cópias dos sonetos, romances, endechas, déd-
elegias, t^ntáfios, epigramas e glosas que corriam de mio em
maa, éclogas,
mio. Apitodera poética em Santo Antão c sentiu-se capaz de ombrear
com um Pina e Melo, um Luís Borges de Carvalho, um António Isidoro
da Nóbrega, um Miguel Mauricio Ramalho (I). Talvez tenha sido esta
a primeira oportunidade dc sc encontrar com estes autores que, dez anos
mais tarde, hfto-de andar metidos na polémica do Verdadãiro Método
de Estudar. E con^pôs dois sonetos, de que nSo terá ditado cópia
às mios dos oonqriladoces, mas que ele talvez se aventurasse a enviar
para o Paço, por intermédio do P. Diogo Vemei ou do primo
Ludovici. Como quer que Tosse, os seus VCrsos sEo hojc conhecidos e
é certo que não se avantajam aos demais.
L. A. VSaivCQ
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— 54 —
Nlo 6 ndlior o segundo loneto:
Ele próprio há-dc, mais tarde, fazer a critica às suas produções poéticas
deste período, comunicando a um amigo, em 1 de Janeiro de 1753:
«Quando ea t« disse, que aqudettonetotfommfeilosàiaaisdo^iaiMb
anoc, tinha reqxmdido o que basta: porque eu confeso, que quando sai
deae rdno, aindaque tinha mnitaa outras notidas que nlo a»«Ghavam no
comum dos nosos coetâneos, não sabia porem, que coiza era bom goito
das Belas Letras: c 16 anos de estudo podem, e devem mudar muito a um
omem: o qual por iso mesmo n2o deve ser arguido dos pecados da meninise,
nem dur saiisfasum deles». Apesar disso, deu suiisíaçào deles, e nesta mesma
epIstoU referiu-ae partkuhumente ao aaguble:
(1) Uma das três Parcas que fia a vida dos homens.
(2) B. E., CXXV/1-28. n.» 22 (o 2.» soneto), n.» 314 (o !.•),
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— 55 —
Se MoizH oen estatua to^fidan,
A vista iliiza, a arte mentiroza.
Na voz, que proferiae, publicara.
(1) Ver no Apênd. Doe. a carta inédita que pUbUcamoe na totegn, onde vtm
o Nneto.
(2) No cap. VII, ao tratar das cartas do Veri, Mit, de Estudar, voltaremos a abordar
Mnai ideiat cMétieu e a na ínsDiracio poética.
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— 56 —
Qonn nMnoeu, é com foMo elogiado.
B qvB triunfo iguala dignamc t^tc
Ao ier de um Mundo douto celebrado? (1).
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— 57 —
oomentários: «Suposta esta parafraze (1), que me parece, que explica bem
a mente do nio acho que condenar neste soneto: antes me parece
Poeta,
que é uma bem disoonida». E noutro passo: «Onde que
iperbole muito
coiza condenão neste soneto esses asneirons, não entendo eiL Considerado
tu com olhos dezapaixonados, e verás que reziste à mais rígida censura
Poética». Cremos que hoje ninguém perfilhará este juizo dc Vemei,
esteta frio, tão excasso de sensibilidade quanto fértil de raciocínio geo-
métrico*
Ficam reunidas as composições poéticas de que temos conhecimento.
Cremos que nSo publicou poesias latinas, se acaso algum dia sentiu a inspiraçSo
do Lácio. O Carmen Genethliacunt que editou em Roma, no último mês
do ano de 1752, com a dedicatória do autor ao Príncipe Luís de Borgonha,
não é de sua lavra, como afirma, com outros erros, Pedro José de Figuei-
redo (2), mas sim do franciscano Luca de Véneto. Lera o poema e gostou
tanto que decidiu divulgá-lo, oferecendo-o ao Cardeal Pedro Ouerin, como
prova de admiraçio • feoonhectmento*
Assim poetou Vemei... Deixando o Reino a 6 de Agosto, com destino
a Roma (3), aí tomou contacto com a pesada mole de pubhcaçõcs que não
reservaram duas páginas para as suas composições poéticas (4). Este facto
não ficou sem censura. Mas deixemo-lo de parte, ao menos por agora,
visto nos interessar, mais que o estado da poesia entre nós, já tratado por
critioos liteiáriosde reconhecido m
erecimento, asainalar o nono contacto
com a cnltnia ffloiâfico<ieiitffica de então.
ConwoeiíH» por tenibiar qiue cca dominante o axioma de que nem toda
a ciência, a cultura ou a erudição se deviam transplantar para as tenras inte-
ligências de estudantes. Muito menos as questões ainda não suficientemente
comprovadas. De forma que, só aos poucos, depois de decorrido tempo,
OS princípios derivados da nova diocia cons^wism guarida nos ecmj^íxh'
dioB ou postHas» em tnbstitiiiçlo dos antigos, de sabor aiistotâioo.
É cmihecido, a este rcq)eito, o fracasso de Descartes, que não conssgnía
impor nas Escolas as regras do Discurso do Método, nem sequer, as suas
explicações físicas e teoremas matemáticos, sem causar alarido, nomeadamente
no seio da Companhia de Jesus. Pensava no entanto que com os inacianos
conseguiria triunfar: «Et pour ce que je sçay la correspondance et Tunion
qjui est entie oeux de oet Qrdre, la témoignage dtn seiíl est suffisant pour
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— 58 —
me faire espérer que je les auray tous de mon coté» (1). Ao P. Diet afir-
mava noutra oca^io: «M*estaiit meslé d*écriie une philoaopliie, je sçay
que votre Compagnie seule peut phts que tout le reste du monde pour la
faire valoir ou méprisep) (2).
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— 59 —
tUtamente preconizado pela Geometria, nadtaa vezet impressa em Amsterdão,
com utOMmos eomentários de Sehootai e de outros. Mostrei a fonte onde
poderá ir bdter homem de Udento, se o tiver a ft-ovincia Pcntuguesa, rafiden-
temente instruído na Geometria vulger, pois sem ela n3o é possivel entnr
pela Álgebra» (1). A Província portuguesa teve efectivamente, depois
destas ordens, professores capares de compreenderem a matemática de
Descartes. Já atrás recordámos alguns nomes (2).
A ctoda Congregaçflo Oecal de 1706 lecooliecia méritos a Descartes.
Ao mesmo tempo que mandava inqnignar-llie os erros do sistema fflosófico,
firisava a necessidade de se receberem as descobertas que efectuou e aceitar
(3) AmidVo,536.
(4) Apud Fo, S36.
(5) Cunus.
(6) Prielto;
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— 60 —
O mesmo importa aiirmar de Locke e Leíbnitz, a que as Mémoires de
Trévoux, dos jesuítas franceses, fizeram largas refugidas, desde 1701,
criticando as tuas obras principais. Fdo mesmo jonial tiveiam omheàh
mento da hita gigantesca qne travou a fUca newtoniana com a cartesiana,
bem como do movimento dos princípios do século a favor da teoria ooper-
nicana (I).
(2) Sobre Bluteau, Ver L, 24 e ss. — Bluteau fora aluno de D. Guarini Guarini,
que dedicou a sua FUea ao Muqnte de Sandez Ranciioo de MbIo: Hq^Mí Ratítiébm,
BKperientiis, MathematkIttMÊ figurti MlaM (...) Ruiliis, IffS.
(3) G. 6-VU-17S2.
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— 61 —
No número de 3 de Janeiro de 1726, por exemplo, referinrte à flmdaçlo
de um «Observatório Mathematico» em Peterstnugo» ammciaado a chegada
do finncêa Mona. de Lille, Frofisssor Real e Mestre de Matemática, associado
Aa Academias das Ofindas de Paris, Inglaterru e Prússia. Esperava-«e que
o acompanhasse o irmão. Mons. dc Lille de la Croyere, tambân astrónomo
da Academia Real das Ciências dc Paris.
(1) Fo. 3a
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— 62 —
Neste mesmo número o público ledor de que os jesiiitas
se informava
(portngoeaes e franoesesX liaviam oonnmicado à Academia de Petetslmigo
«as niat novas observações geográficas sobra a Cbina, Japam e Tsrtaria
e os Doutores Chins os progressos que têm feito na Astronomia e nas mais
sciencias». '<De todas estas co^isas foy conditor Mons. dc Longe. Commis-
sario da f jnperatriz cm Pckini, que veyo a esta cidade (Pctersburgo )sobre
outras pertencentes ao comercio». A Imperatriz ordenou a entrega das
observações dos Jéiiiitas e doa livros chineses, a Moas. do Lide^ «Ajsote
do Geografia» e a Moos. Bayer, «Lente de História» (1).
O intercâmbio cultural tomou igualmente o rumo de Lisboa, e a 21 de
Jimho de 1736 a Gazeta anunciava a recepção da permuta de 45 tomos
encadernados da nossa Academia Real dc História Portuguesa, pelos nove
volumes que recebera da Academia de F\*ler.sburgo. Já um dia nos ocupámos
destas relações cientificas, a propósito dos Estrados Académicos dos Livros
que a Academia de PetarOwg mandou à de UAoa, da autoria de D. Fran^
dsoo Xavier de Moieses, piid>licado6 em 1738, mas lidos a 22 de Outubro
de 1736. na presença de D. João V(^
Foi o Dr. Ribeiro Sanches que tomou possível o contacto das duas
Instituições, ha\ia muito tempo desejado pela Academia russa, conforme
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— 63 —
Mimoires de 1724 e é natural que a noticia andasse de mio em ndk^ n»
roda dos da Corte.
intelectuais
A Gmeui de 4 de Jandro de 1731 idatava a aberton das conferências
da Academia Real das Ciências, de Paris» com especial menção dos termóme-
tros, c a 28 de Maio de 33 aludia a uma memória dc Mons. du Fay sobre a elec-
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— 64 —
Da Itália alcançou maior fiuna entre nós a Academia dot Aicades,
a que pertencia D. Joio V, que lhe doou o bosque Perrasio, lugar de reunilo
dos poéticos Pastores. O Monarca pertencia, pois, como Mecenas, tendo
sido honrado com os nomes de Arete Melleo e Pastor Albano (1). Fizeram
igiialmente parte desta assembleia, nomes ilustres, como os de Francisco
Leitão Ferreira (Pastor Tagideo) em 1719(2), o 4." Conde da Ericeira
(Ormauro Paliseio) em 1722 (3), o Marquês de Abrantes (Longino Artemisa),
Filipe Joséda Qama, Joio Fnes de Maoedo de Sousa Tavares(4X Joaquim
Fo^az, Eiemita Augustiatano, que pertenceu à Acadnoia de Iffistdria e à de
GUneias de Lisboa (5), e, por morte do Conde da Ericeira, o Senhor de Abadim
(Negrelos), Tadeu Luís António Lopes dc Carvalho (Tagamelo Coriteio).
Em 1747 efectuou-se uma reunião poética em honra de Fr. Manuel Pinto,
então aclamado árcade (6). Vemei também chegou a pertencer a este
(1) Sobre a niunificiència rigia, Qwtano de Sousa apenas relEre que o Monarca
«oonqffou hum sitio em que te ftbrieou a Aieadia» ^Bitori, I3S). Em 1726 a Aieidia
reconhecida consagrou a D. João V a 626 olimpíada (Ver Oi). O rcito oontinnou a ser
lembrado cm várias sessões, a última das quais de que temos conhecimento, a Aíltmanza
tenuta in CapidogUo dagli Arcadi ad onore delia Hunliíá di Nosíre Signore Clemente Xt V (...)
» dl Sm Maulà Feidlubiia dvaq^e I Re di FortogMo. Roma, 1771. Amjr Benaidy
esclarece que o Rei dispcndeu, para esse efeito, 4.000 escudos (Ins, 72). Em 1744 inau-
gurou-se no local luna lápide, por ocasião da Aduaama que se promoveu como voto das
melhona do Monarca (Ver Ad.). Ainda te pode otieervar, à coifada do bosque, atnvéi
do enorme porião que IK» ¥Bda a entrada. Dentro, por cima da porta do pequeno templo
do Bosque Parrasio, conserva-se outra inscrição de agradecimento (Is. 64). A Arcádia,
como SC verá mais adiante, não deixou passar cm silêncio o falecimento do Monarca,
tertemoahando^he ao» «bb naiB, o teu tentido rBOoidHcimento (Lo). reipeUo dot A
nomes arcádicos dc D. João V, leia-se o seguinte: «Arete Melleo. dalle Campagne presso
il ftume Mella, riccvuto alia morte delia S. M. di Clemente, papa XI. Acclamato con
nome di Areie Mdko la Sacra Real Mtieilà dl d. Oiovaud V. Re di Pertogdio» (Seg:)
«...la nostra Arcádia, ia quale acclamato avcndolo suo Pastore, c assegnataglí la Campagna
Mellea, per la morte dc Clemente XI, detto Albano» (Lo). — «Arete Melleo Árcade Aoda-
mato. La Sacra Real Maesti di Doa Giovanni V» (Ad.).
CD Arq, n, 332.
(3) Arq. m, 26.
(4) Prim.
Elogio Fta.
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BacaSBOt rastos ficaiam de uma outra Academia que o mesmo Monarca
ftmdon em Roma e que tendo pastedo por várias fases, acabou por se
instalar, graçasa Pina lAmiqtie, no Palácio Címarra, em Pantqienia, para
receber bolseiros da Casa Pia de Usboa que se dedicavam às artes plástícas.
Amy A. Bemardy dá a entender que o seu fim seria diferente das demais:
«D. João V tinha, a seu tempo, protegido particularmente estudantes portu-
gueses em Roma, com a instituição de uma Academia ou residência».
Ainda hoje se conserva o InasBo real no Paládo da sede dessa Academia
que D. Alexandre de Sonsa Holsteín tesá restaurado (1). Procurimos o
palácio, que se encontra no ftngulo das ruas Gmarra, Panispema e Nfilano
e está ocupado por serviços públicos. Mas o brasBo já nfto eadste, ao menos
na fachada exterior.
(1) Ins.. Portu. II. 121 e PL 219-24S. Sobre o edifldo, ver Pi. 356 e 3S7.
(2) U. 152.
— 66 —
a dos Unidos, a dos Aventureiros Scalabitanos, a dos Tirões bracarenses...
Mais do que a lista cotaustiva, intentámos apresentar um quadro prolixo
que vincasse o tom ambiente (1). Este panofama eia o reflexo do qne
ocorria no Estrangeiro, como nos informa Bluteau: «...os Académicos de
Bolonha se fazem chamar Ociosos e os de Roma, Humoristas e Fantasiosos;
os de Ancona Caliginosos: os de Milão, Escondidos; os de Génova, Ador'
mecidos; os de Cesenu, Ofuscados; os de Brescia, Ocultos; os de
Fabriano, Desavtndia; os de Perusia, Insensatos» (2). Em 1744, o já nosso
conhecido Tadeu Luís, membro da Arcádia de Roma e ftmdador da
Vimaranense, foi eleito para uma vafa que se deu na Academia, tambàn
italiana, dos Infecundos.
A vida daquelas Academias variou à mercê de múltiplas circunstâncias,
atingindo por vezes nào poucas décadas. Ao lado deste academismo
literário, muis recreativo e habilidoso do que estético c útil, vicejaram outras
iniciativas mais sérias, de carácter dentffico e, nalguns casos, em vista ao
progresso da ciência.
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— 67 —
estudiosos (1), podemos acrescentar os nomes do P. Dr. Francisco Xavier
Leitão, que proferiu «discursos sobre a existência do pelicano». Fr. Simão
António de Santa Catarina, frade Jerónimo, autor das Orações Académicas,
em 1724, onde refere ainda, oomo académicos, o Dr. Agostinho
publicadas
Gomes Guimarles, Deputado do Saato Oficio; Dr. Bartolomeu Lourenço
de Gusmào. Fidalgo Capelão da Casa de Sua Majestade; P. D. Manuel
do Tojal e Silva, Clcrigo Regular (2).
(2) O.
(3) Ano, n, 126.
(4)G., 14-IV-m
(9 Man.
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— 68 —
tulou o Engenheiro Português i...)OhTSí moderna e de grande utilidade pan
08 Engenheiros e mais Oficiais nilitaies. O
de Acta ErudUonm critico
de lipiia acentuou que o autor soube escolher as partes mais úteb da Nfste-
mática — Geometria e Arquitectura Militar — tratando-as com luddsK.
Sobre a Trigonometria rectilínea que acrescentou em apSndio^ O mesmo
critico afirmou que ó clura e concisa.
Tambcm na Academia de História Portuguesa se lhe reconheciam os
mdritos. Por isso, de levantar a carta geral do Reino,
foi eocarretiido
juntamente com o Msauel de Cantos.
P.
Identificaiido o mérito próprio com a sabedoria dos discípulos, saiu
em 1733 com um volume de 271 páginas, a zurzir o atrevimento de António
do Couto de Castelo Branco: Evidencia Apologética e Critica sobre o primeyro
e scí;un<l<> tomo tias Memórias Militares, pelos praticantes da Academia
Militar desta Corte (...)• Leam todos para evitarem os erros que tem
introduzido a ignarfincia (...>. Mais adiante vdtaremoe a encoiitrá>lo
com outra obra de nítido saber cartesiano.
A «Aula Académica» do «filósofo inglez» Luis Baden tem qualquer
coisa que se assemelha às Academias científicas da cpoca, visto que, tanto
clu como as outras, constituem ensino fora das escolas, naturalmente desti-
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os instrumentos de que precisava, inclinando-nos por isso, para a hipótese
de se tratar de mais um de tantos ingleses que estadonavam em Portugal,
por motivot de interesse putÍGiilar.
Na fábrica de vidros de Coina, de que era superintendente José Bóreas
de Araújo, de que nos ocuparemos noutro capítulo mais adiante, mandou
o inglês fabricar um tubo dc quarenta pés, «composto de peças que se encai-
xassem», alim de poder repelir a experiência de Torricelli. Outros apetrechos
e inttrumentoe mandoiMS vir de h^aterra e, por nflo temn chegado a
tempo, devido a ten^estade no mar, a aula nSo começou no dia marcado
no folheto e na Oazeta de 18 de Outubro de 1725, mas sim a 17 de Maio do
ano seguinte. Por razões que desconhecemos, a aula que teve inicio numa
sexta-feira, continuou «nas sestas feiras do anno pelas quatro horas da tarde,
até se acabar todo o curso das expericnciiis !ialur;ics». Com(> foi anunciada
«qMtra todas as pessoas» (1 ), quer-nos parecer que nào chegaram u realizar-se
de estudos que nào estavam \ ulgarizados entre nós. Por outro lado convém
não esquecer que as lições de Baden, por poucas que lenham sidu, marcam
o inido do contacto dos estudiosos portugueses com as ideias de Roberto
(1) G, 9-V-726.
(2) Le. 178.
(3) Ob.. X, 293.
(4) Dis, II, 304.
(5) G, 5-V-726.
— 70—
Boyle e Isaac Newton, que a partir de então acompanhaiam as correntes
cartesiuia e atomista. Mendonça de Pina e Proença, Jacob de Outro
Sarmoito, os disdinilos de Moniavá y Roca, Manud de Azevedo Fortes
e mesmo outros Académicos da Academia Portuguesa, e todos os mais,
vieram anos depois, com o mesmo espírito anti-metafísico. a mesma confiança
na experiência cientifica, no geometrismo da matemática e na firmeza do
bisturi.
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Monravá Rocca, segundo gravura publicada
Dr. y
numa das suas obras.
laterial
Lição dc Anatomia na Academia
das Quatro Ciências, do Dr. (Víonravá
Mestre. Este começava sempre a Física «pela instrucçâo de ensinar o modo
de argumentar na forma sHogistica»» e por isso começava o volume com
breves regras de Lógica qne seriam como que a postíla do curso. DefKÚs,
os ahmos dissertavam sobre as quatro dSndas académicas. Na Física,
a primeira oraçilo, de Manuel de Sena, provou «que nào ha elementos no
Mundo», arguindo «contra todos», «contra os Pehpatéticos», «contra os
Chimicos» e «contra os Cartesianos».
Manuel dos Santos Ferreira ocupou-se dos princípios do ente natural,
reftitando a definição anstotâica e defendendo que os prindipios consti-
tutivos e essenciais dos corpos naturais sSo matéria, forma e movimmto.
Deíine-se bem a matéria por substância extensível —
diz o aluno, eivado
de influência cartesiana. Rejeita a matéria prima e a forma substancial.
Para ele, forma é aquilo que determina a matéria a certa espécie de ente
físico. Ou «Razam ou quididade ou cxtcnçam da muicna cm
melhor:
suas partes». «Donde se infere que a forma phisica dos entes naturais,
melhor que de outra nnneira, se eaqplica pela natureza do mesmo corpo;
e assim devemos instituir à forma, na mole, figura, sitio, movimento e quie>
flua? A próiffia estrutura das bestas, «só em tal e tal modo modificada,
he t> principio de essas funçoens».
As restantes orações (6.* a 10.*) versam sobre medicina e cirurgia.
Manuel Álvares da Silva Branco tratou das guerras dos Médicos; Manuel
Fernandes, da enfermidade; Miguel Gonçalves, das três quimeras dos Médicos;
Manuel Gonçalves, dos cinco desenganos, e Amónio Rodrigues dos Santos,
da Cirurgia.
Estes temas já haviam sido tomados p<Hr Fqjó e de fecto Mouravá não
esconde a sua afeição pelo autor do Thcatro Critia> Universal, numa outra
publicação desse mesmo ano de 32: A un nUsmo tiempo Feijoo defendido
y Ribera convencido, en abatimiento dc la Medicina de Hipócrates y Galeno,
para desengano de los no-poco entendidos, Espanoles y Portugueses, sobre
Escucla Medica, un de los 25.
A obra ora dedicada ao Secnt^o de Estado, Diogo de Mendonca Corte-
-Real(l), queo Anatomista catalão confessa ter sido o seu i»otector dianle
do Rei português, ao chegar à Corte, grangeando assim o título de Cat^
drático de Anatomia do Real Hospital de Todos-os-Santos. Ao mesmo
favor devia o ser jubilado e. ao mesmo tempo, supcr-estantc das obras
manuais de Anatomia, com as mesmas honras, «emolumentos» e prerroga-
tivas. Não nos interessando acompanhar o autor no terreiro da luta, aludi-
remos apenas ao caso de um enorme cancro na boca de um pobre doente,
cuja operação uma juntado CunngiOes —
Leote, Delviso, Santucci e Monnvá,
que discordou —
julgou poder vir a ser causa da morte do paciente. Opcrou-o
Monravá e o êxito foi absoluto, porque o seu «bistoririo anatómico» sabia
O que fazia. Podem-se apreciar outros casos no tomo do Breve Curso
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— 73 —
de nueva Cirurgia {l). As ideias do Mestre haviam sido divulgadas neste
vcdume, no ano de 1725, d^is db expostas «en dicha Academia con nuevas
doctrinas, derivadas de mievos princípios physicos». Além do que se
depreende das exposições dos discípulos, convém sublinhar o rumo ilumi-
nista que Monravá seguia, com nítida indinaçao para o mecanicismo apli*
cado à Medicina.
«Son inutiles las fuerças —
ensina o Professor —
donde faltan las Luzes,
y non sobran donde son necessários los adertos». E mais adiante
las Luzes,
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— 74 —
Medicina em Universidades dos países por onde andou, depois de sair da
Companhia de Jesus. Em 1707 acompanhou o Marquês de Alegrete i
Corte de Áustria. «No giro que fez por Londres, Holanda e Alemanha se
ínstruio com
a comunicação dos mayorcs sábios da sua profissão, que admi-
rados respeitavão a profundidade do talento c subtileza do juizo com que
falava e discorria em varias matérias scicntiticas» ( 1
). Monravá y Roca
festeja-lhe a sabedoria, obtida «gracias a la practica que desde los rudimentos,
(1) Bi.n.
(2) Br. 33.
(3) Ver Su, 18 e Q, V, g. CCXUU.
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— 75 —
produções dos tiês Reinos da Natureza, possuhido entre todas as belezas,
hiim diamante de graadflsa e valo^iplé catio nunca visto (.^^
laria, alem de innumeravris variedades de amirales, tinha o mais rico almi^
rante que se conheda (...)». Tudo, porém, foi devorado pdo tervnnoto
de 1755 (1).
(1) Di, 9.
(2) Nào conseguimos lobrigar as folhas que Sarmento terá enviado. Ver sobre
o assiinto, Comp. 35'); História. I, 187; Ja, 15 c 16-17, em que Augusto Esaguy publica
o rosto das Propoziçoeiís para imprimir as Obras Fhilozophieas de Francisco Bacon, sem
nada acrescentar de novo, pois ae limita a dtar um tndio de autor que ae filia no Cam.
pêndio Histórico: H, IH, 6; Eoa, 32 nota, em que Joaquim de Ouvalho reproduzo «Am-
liminar»; P, 169.
(3) Dia, 79.
(4) Historio.
(5) Divulgamo-la em Filos, i.
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— 76 —
a educação dos meninos» (1). O nome do Filósofo inglês aparece quatro
vexes dtado, mas a sua orientação informa páginas tefpàáu dos ApoU'
tamattíts.
Não custa a de Proença tenha uma grande quota
crer que este livrinho
Aqui estava um autor viajado que lhe
parte de culpa na saída de Vernci.
desvendava o mundo de novidades que ele anelava conhecer. Sem peias
nu lingua nem temores no coração, Pina e Proença íizcra aiirmaçõcs graves
(1) Ap. 3.
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Referíndo-se à Geometria, sublinha que elu indaga e consegue «por
meyo do methodo gpometrico, flia usando de termo nenhum ou noção
que dafamente se nSo pacd» e nlo suppondo verdadeira proposição alguma,
se nflo aqueUas que pela simples peroepçflo dos termos, sio evidentes ou
com antecedente demonstração ficão indubitáveis».
Este nítido espírito geométrico, esta fé imperturbável no critério da
ideia clara e distinta, leva-o a preceituar os estudos da Trigonomclria c da
Álgebra, passando dai à mecânica, óptica e astronomia. Depois— «se não
parecer supérfluo, Kvre de inconvenientes», poderia seguir-se «o estudo da
Lógica». «Se o fim desta consiste em discorrer e julgar com acerto, melhor
se coasçguiiá com o methodo mafhematieo que com as Summulas dialéc-
ticas, cujo fim parece que he huma pertinácia na disputa, que não busca
cuidadas» (1).
Não aconselha a Lógica de Wolf, por difusa. Tem pouca estima pela
Física, sem se saber determinar, no meio do tumultuoso mar de opiniões
desencontradas e de explicações pouco seguras. «Confesso que. exceptuando
a parte histórica, não vejo na Física cousa que mereça o estudo de duas
horas, nem me atreva a aconsdhar com preferencia» (2).
livro cuja lição
Vemei de bom grado, todas estas afirmaçfies de Mendonça
assinava,
de Pina e Proença e, ao Id-hw, fez certamente propósito de se lançar na dura
empresa de oferecer à NaçSo, um método universal que fosse útil, nos moldes
do ensino preconizado por quem havia transposto as fronteiras, e visitado
as terras onde se anichavam os sábios. Não sabemos, porém, se as leu e,
por isso, não é lícito contar como real, uma hipótese sem possível con-
firmação.
Um outro nome que Pbdagadie aponta aos sócios do Jornal Estrangeiro,
como dos primeiros modernizantes, é o famigerado Alexandre de Gusmão,
Secretário particular dc D. João V, depois dc haver residido cm Paris, nos
anos de 1715-19, como Secretário do Embaixador Conde da Ribeira Grande,
e em Roma, de 1721 a 28, na qualidade de Agente, durante a Enviatura de
Pedro da Mota e Silva (3). Tal como Xavier Leitão, também Alexandre
(1) A|K316-m
(2) Ap, 333.
O) Ar, 104.
—78 —
de Gusmão não deixou obra capaz de nos confirmar o elogio que se despega
da noitfda de Pedagache, uma vez qiie a autoria do Vvdadebro Método
de Estudar, que Vemei inaiima pertenoer-Ihe, oomo veremos adiaiite, nio se
pode, de forma alguma, mntentar. Recorremos igualmente ao seu contem-
porâneo, o Abade de Sever, que revelará os elementos indispensáveis.
Trata-sc de um J idalgo, Cavaleiro professo da Ordem de Cristo, que
«mereceu as estimações dos mais eruditos da Europa, não somente pela
judiciosa industria com que concluía os negócios mais difíceis, mas pela
sdenda das línguas mais polidas da Eurtq», vasta noticia, assim da historia
sagrada e profana como das discqilinas matemáticas e «qpaiendas fisícas,
em que era sumamente versado».
Por outro lado, rebentara, muito perto de nós. na vizinha Espanha,
uma autêntica revolução nos meios intelectiuiis. provocada por um Frade
Beneditino, com uma série de volumes, rotulados com o ambicioso título
o lera havia mais de doze anos, ou seja, pelos anos de 1732 ou 33. Terá
ele igtialmente devorado com interesse o Tratado de la eleccion y matado
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I
— 79 —
de los estúdios, escrito en lengua francesa, por Monsieur Cláudio Fleuri, tra-
a gente que não soubesse latim, vivia na rua das Flores c estava decidido
(2) Ver Joií. 1769, p:íg- 126, onde se diz que cstava i veoda «m Paris, no
Livreiro Cavclier, Rua dc S. Jacqucs, au Lys d'Or.
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— 80 —
Dedandes e o Essai de la Gnmmutírt Portugaise et Françoise enfen
eeux qul Saduails la Ftaiçtíae, vnifenl af^rtnáte la Portugfáset inqMressa
em 1705.
No ano s^vinte de 1734 editou uma Grammatico italiana e Arte para
apprender o italiano por meyo da lingua portu^ueza. Entre a bibliografia
que cita, referiremos apenas o Vocabulário dci^li Acadeniici delia Crusca,
a Chiave delia toscana pronuiisia de Bernardino Anibroggi, a Pratiica e compen-
Hoaa ittmaloiie dMi Ibigua itaHma, por Benedetto Dogacd (Venigia, 1720),
a Otrtogirafia moderna iudkma per uso dd Seminário di Fadova (1721) e a
Prosódia iuúUma, por Pladdo Spadafora (Veneza, 1717).
Em 1738 o Marquês de Valença registava a prática vulgarizada entre
os «mínimos fidalgos», de aprenderem a língua francesa antes da latina (1).
Não fora em vão que Martinho de Pina e Proença lembrara que «a lingua
francesa c ião comum hoje nas Cortes da Europa que deve ter a precedência
entie aa vulgana; e nio deve faltar o seu conhecimento a um menino bem
edncado» (2).
A aprendizagem das linguas vivas em Portugal e a sua prática nas viagens
ao Estrangeiro permitiram um intercâmbio cultural que importa sublinhar.
Os prelos registaram o resultado desse movimento, cm obras originais e
traduções. Os trabalhos históricos foram objecto da maior curiosidade
e de estudo aturado. O espirito crítico desta época, se bem que acentua-
damente iociiodasta, aUmentava ao mesmo tempo o propósito Bio de oonstniir.
FtocedeiMe à pesquisa de documentos pdos Arquivos de todo o Eais, de
igrejas c entidades ofida» e particulares. Escolheram-se e sujeitanun-se
ao fio da critica, se nfio com o rigor e discric&o dos nossos dias, pelo menos
com cuidado e vontade de acertar.
Com Academia Real da História Portuguesa (fundada
esse espírito, a
por Deoeto de 8 de Dezembro de 1720), no ano imediato divulgou uma
lista de autores que se nio deviam seguir em história, por fabulosos. O aca-
démico Eng. Mtanuel de Azevedo Fortes escteveu um livrinho em oitavo,
a que deu o titulo de Modo de fazer as Cartas geogrqfituts € tirar as plan-
tai (1722). Em missão oficial de cartografia partiram para o Brasil
em 1729, os PP. jesuitas Diogo Soares e Domingos Capassi. a qual se prolon-
gou durante dezoito anos. «Foi a primeira expedição geográfica e carto-
gráfica, enviada a qualquer das Américas por uma Nação europeia, com
(1) Vo.9.
(2) Ap, 266-267.
(3) Mi, 123-150.
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— 81 -
que fôssemos os primeiros a mandar missões den-
Isto nfto significa
tíficas da Europa. Mas tratando-se de um levantamento topográfico
fora
o eocanndo o caso sd) o ponto de vista cientffico, o merecimento do feito
avalia-se pela exactidão das observações, reconhecida por Jaime Corteslo,
e pelo confronto com trabalhos congéneres (1). Rcfcrindo-se aos espanhóis,
anota este escritor: «Mas os seus autores continuam a servir-sc dc obser-
(1) Vale a pena ler o enuadado dos m^MS, iriantas e nolfdas qoe ficnram deata
misaao cientifica, em Dio, S97.
(2) Ver em Kfl, notfeiw
das cartas traçadit.
P) Por ser menos conhecida, mencionurcmos, sobre o «ttoato, a Descrípçam
Reyno de Portugal, de Antáoio de OUvein Rvin,
corografica do impran em USboa.
no ano de 1729.
6
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— 82 —
muito antes do manifesto vemetaao frisar a necessidade de um compên-
dio desses.
QittM no fim de 36 nin ainda o primeiro vdume do Tkeatro Aerolco,
úbeetdarío histórico e Cathalogo das mulheres illustres em Sciencias e Artes
Uheraea, assinado por Damião de Fróis Pcrim. Gaspar da Costa Ferrão
redigiu a ffisíoria Clironolo^ica dos Papas, Emperadores c Rcys, emendada
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— 83 —
conhecem os nomes de alguns, recebidos antes de 1736, por exemplo, Heinecio,
fLofkT, Bayle, GanqNmda, Boeriiaave, Musicliembroeck, Régnaut (1). E que
adniin, le desde 1704, Pedro Vander MeefsciiB, «bibliófilo de AmesterdSo»
mn dos fornecedores da Biblioteca da Universidade de Coimbra — vendia
em Lisboa a Historia Eccksiastica dc Natal Alexandre, as Opera Philosophica
de Clerc, o Lexicon riiilosophuiDu de Chauvin. os escriti)s anatómicos de
Malpigbi, as obras de Du-Hamcl, dc Pulícndorf, de Willis c de tantos outros
sutores modernos? (2).
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CAPÍTULO V
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— 86 —
às mil maravilhas para confirmar a retórica do panegirista Fedro Joié de
Figueiredo»
A firase: «Eu sim, tive ao princípio particular ordem da Corte, de ifaimi^
nar a nossa Nação em tudo o que pudesse» (1). A retórica: «Como seu
prodigioso talento o arrebatava a mois elevada cmpreza. ndo satisfeito do
falso, e infructuoso mctlnHÍo porque enlào se ensinavam estas e outras scien-
(1) Ih E. 424.
(2) Ret.
(3) C.irt.T .1 Aires dc Sá. 28-V-766. In E, III, 378.
(4) Cartai a Pombal. 21-VU-768. Ver Apênd. doe.
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— 87 —
Confinnam a nossa interpretação, dois elucidativos trechos de cartas
de Portugal, na ocasião da partida. Uma, do Núndo, Mom. Cáetano
escritas
Orsini de Cavalieri, Aicebi^ da Tnao (1732-39X para o Secretário de
Estado do Papa Ctement» Xn, o Cardeal Firrao, que anos antes (1720-30),
havia sido Núncio cm Lisboa. Luís António Vcrnci «si porta à entesta
Corte con intCD/ionc di avanzarsi ncllo stato Eccicsiastico (...) (1 ). A segunda,
do jcsuila P. Carbone, Secretário particular dc D. João V, cm termos tào
expressivos como a do Núncio, para convenço' o nosso Ministro em Roma,
o ComendadOT Pereini de Sampaio, a interessar-se pdo seu recomendado.
Segundo ele, Vemei pretendia «recolherse para este Reyno provido de algum
Beneficio»
(2). Nestas circunstâncias nunca o inaciano podia gizar afir-
mações que prejudicassem o ptotcgido. Nilo é fácil antolhar nesta frase,
a intenção de o benetlciar com uma mcnlira.
Por conseguinte, ó certo que Luís António, antes de mais, foi a Roma
estudar Teologia e, porventura. Direito Canónico e, ao mesmo tempo,
coos^uir um benefido edestástico, como tantos outros que por lá andavam
com idênticas esperanças. Voltaria? NIo pensaria nisso? Talvez ainda
não tivesse ideias claras a este respeito, la dc novo à aventura, guiado
por luminosa ambição. Não foi isso que também o levou à índia? Resol-
vido o caso da vocação, decididamente eclesiástica, só um podia ser o norte
do seu destino — Roma. £ ei-Io que parte.
Mas podia voltar. A intenção de se ir instrtmr, casa-se perfeitamente
com a de partir em busca de beneficio edeaiástico. Os bens da Igreja cons-
tituíam uma espécie de «Fundação» moderna ou bolsa oficial, que facultam
os meios materiais p>ara quem se consagra aos estudos, sem posses próprias.
Nilo lhe dci.xaria de sorrir a esperança de um dia voltar ao Reino e deslum-
brar o Magnânimo, que liberalmente protegia homens de ciência e artistas,
e em grangcara fama de generoso Mecenas.
Itália
(1) OHta do Núncio, 24-VI 1-736. Ver texto completo DO Afèoá. doc.
(2) Carta dc Carbone, 8-1X-739. (B. A. 51-111.67).
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— 88 —
português. Também Luis António Muratorí, devotado amigo de Vernei
ano« mais taide (desde 1745), no ano de 1734 tentou alcançar a mesma protec-
ção, por intermédio de D. PaoUo Moggi, com a obra ÀnHquitates hMie
Me£i evL O conteúdo da carta que Muratorí endereçou para Lisboa a
esse seu compatriota, parece supor que alguém lhe lembrou o nome do mece-
nas luso. sugerindo-lhe a dedicatória de obra sua. O italiano mostra-se
I)esaroso por nào poder oferecer Rerum ítalicarum Scripiores, de que já
haviam saído 25 tomos (1). A dedicatória não chegou a efectivar-se, não
sabemos por quê.
Ao sair por determinação pessoal em dtreoçio a Roma, nio repugna
que Vemei levasse também o pr<qiósito de se embrenhar pdos novos caminhos
das ciências e das letras, de que por cá tivera notícia. Um seu antagonista,
como já vimos, depõe que o jovem teólogo saiu da Pátria «enfarinhado em
quatro caspas da (Filosofia) que chamam da moda». Ele então declara que
possuia «muitas outras noticias que se não achavam no comimi dos nossos
coetâneos». E noutro higar: «Por Deus, meucaroMiiratori,tanibémea já foi
sofistade certo modo e, orientado pdos meus Mestres com as Moleiras e as
inumas dos Escolásticos, bastante tempo tive de me contorcer no meio
destas cavilosidadcs. Contudo, por graça do Alto, consegui por fim falar
com pessoas que, depois de eu caminhar até aí através de atalhos e escolhos,
me chamaram ao verdadeiro caminho. A esses sou e serei sempre grato,
por meteram amigàvehnente notado os erros e humamadmaniente ensimido
a produzir coisas nwlbores» (2).
De facto, por intermédio das Escolas oa por outra qualquer fonna
das que já vimos, podia ter conhecido determinadamente os nomes e as
ideias —
no todo ou em parte —
de Descartes e Gazendo, de Wolf e de
Leibnitz. de Locke e de Newton, bem como os nomes e alguma actividade
das Academias cientificas da Europa. Para ler as obras nas linguas francesa
ou que nlo chegou a aprender) tinha ao seu dispor
italiana, (e até inglesa,
gramáticas publicadas em Portugal, se porvmtura precisasse estudar mais
do que aprendeu em casa dos Pais.
É, porém, difícil determinar se as obras que diz ter levado escritas de
Portugal, obedeciam inteiramente aos novos cânones. Em Outubro de 1750
confessava a D. José que «ha 17 e mais anos» (por conseguinte, aos 33 anos
de idade, no ano da licenciatura de Filosofia e primeiro de Teologia), tinha
sido sdidtado por alguns condiscípulos a escrevw o que proclamava ser
preciso para o estudo da Filosofia e Teologia. Sabiam como de penetrara
nessas disciplinas, «kndo os livros de homens doutos», e resohmMe a escre-
(1) Mu.
(2) Caru de Vemei a Muratorí, 7-VI-745. In E, 203.
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— 89 —
ver, mais para seu uso, do que para satisfazer a vontade aos que faziam
o pedido. Pois quem havia de acreditar que de era mais Intdigeiíte que
os outros? E quem iria convencer os outros, nascidos na mesma terra,
instniidofi nas mesmas disciplinas, que ele encontrara a verdade nos
livros que lera? E sobretudo, quem se atreveria a antepor o parecer de
\im condiscípulo aos dos doutos Mestres que gozavam de tanta auto-
ridade? (Ij.
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— 90 —
Convencido com estes fulgores críticos, foi então qiie se decídiíi:
«...aderi ao parecer dos dos referidos autores o que me
estrangeiros» e tíxei
pareceu melhar para uso próprio dos nossos». Revela ainda que «admi-
ravam-se uns de que existisse em nós repentinamente tio grande ardor de
filosofar c tant;; nhiuidânci;< dc erudição. Mas dcsprczoii todas as censuras
e firmou «o pr». pósilo dc di\ iilgar. para comodidade pública, a Filosofia
e a Teologia que escrevera pura utilização privada», movido de dois propósi-
tos: a a caridade da Pátria. Seguiu-se o êxodo para
utilidade das escolas e
a Itália e af prosseguiu, trato dos homens eruditos», «no mesmo
«com o
caminho, com maior diligftKia, tendo em mente as otjeoçOes que outrora
me tinham sido feitas em Lisboa e noutros higares». Nesta ocasião estava
definido o propósito iluminista. Quis experimentar se podia libertar os
meus concidadãos daquele medo c abrir cisminho aos jovens para chegarem,
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— 91 —
Havia-se sentido, naturalmente, a pu&sagem de Descartes e Gazendo,
que Joio Baptista de Bcnedictis, por exemfdo, deixou assinalada tm 1723,
na PMhst^kta PeripateHca tcmis qiuttuar comprdunsa, iminessa em Veneza,
e Paulo Doria, no ano seguinte, também em Veneza, havia de invugaar
com ardor, no Discorsi Critici Filoso/ici. Jacopo Facciolati, que regera
na Universidade dc Nápoles a cadeira de Lógica, editou em 1728 um pequeno
compêndio «ad usum pnvutae scholae(l).» Este foi um dos autores com
que Vemei se cartnou desde 1746. Julgamos que o seu despretendoso
livrinho deve ser tido em conta, quando de novo se investigarem as fontes
do De Re £ofjM(2). No entanto, os Rudtnmta nio indicam qualquer
autor moderno e movem-se dentro do esquema da lógica tradicional. Mas
sente-sc bem aragem da nova filosofia, sobretudo até Descartes, não só
a
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— 92 —
António Mnratori, Bibliotecário do Duque de Módena. França mandara«lhe
a tradnçflo dos Essay, empreendida por Pedro Coeta, e editada em Amester-
dio, no ano de 1723. Pttulo Dória, matemátíoo e filósofo platómco, publicoa
em Veneza, no fim de 1732. a Difc.sa deJIa Metafisica degH Àntichi Filosofi
contra il Si_^nor Giovanni Locke, seguida de segunda parte, no ano imediato.
Pretende demonstrar como sc deduz uma verdadeira lógica, partindo de
Euclides, que conduza, na Metafísica, ao conhecimento da verdade, precisa-
mente como Euclides conduz ao conhecimento da verdade na Geometria.
Muxatwi, qiie vai sor correapondente ^atolar de Vemci nos últimos
anos de vida, já em 1726 havia lido Lodce e ficara ateirado com as caoBe>
qu8ncias morais a que levava o determinismo lockeano (1). Em 1732^,
na sua Filosofia Morale insiste na censura do conceito de liberdade, que o
«pernicioso» Locke «reduz a movimento e repouso do corpo» (2). Em 42 reve-
lava ao Cardeal Tamburini que nào quis ler o Tratado da Sociedade CivU,
porque Lodce defimdia muito diferentes das suas (3). Nova cen-
sura lhe faz em 1745, em DeBe Forze delPintemUmento umano, chamando-lhe
«filósofo de língua <te dois gumes» (4). Vecchi pensa, no entanto, que
irreconciliável opositor de Lodoe no aqieeto moral, se deixou inflneaciar,
OU de algum modo coincidiu com ele. no que respeita à teoria das ideias (5).
Ao lado de Doria c Muratori (6), opuscram-se a Locke, Francesco
Maria Zanetti e o P. Tomás Vicenzo Moniglia (7).
de Newton (1738) (8), mas no mesmo ano em que Cástro Sarmento o dava
a conhecer em língua portuguesa, publicava em Nápdes tt Newíonianismo
(9 PU, lOM (capb 9); 157-8 (capi. 149> 178-9 (cap^ 2(9.
(3) Epi. 4254.
(4) Filosofo di doppia língua (Cri, 220).
(5) Cri, 221, 222.
(6) No capitulo O Reformador Iluminista falaremos dc novo de Muratori, quando
assinalarmos as obras que julgamos terem infhMOCiado Vemei, alo s6 a propósito do
Direito, mas até quanto ao plano em gcraL
C7) », I, 195.
(8) Em Itálin publicou-se .n tr.iduçAo: Elemenii dtUa FOoi^ dil NtUtOH Ei^oMÍ
dal SigHor di Voltaire, em Veneza, no ano de 1741.
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—93 —
I
per íe Danu OTforo Dialoghi sopra la bice e i colori, que dedicou a Fontanelle.
Como este fora o pfimdro «né a chamar a advagem FOocofia
vottri nunidí»
dos 0i1»netes solitírios e das Bibliotecas dos doutos, para a introduzir nos
«cireulos e toucadores das Damas», e conseguira tomar belo o cartesianismo,
ele procurava domar, por assim dizer, o newtonianismo e tomar agradável
Paris, 17S2.
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— 94 —
Nas escolas, porém, o movimento demorou mais a consoUdar-se.
Em 1750 é o próprio Veraeí que publica os nomes dos aderentes à via edéo*
tica, na Itália: os Beneditinos de Cássino, os OUvetaaos» os Celestinos, os
Camaldulenses, os Jerónimos da Lombardia, os Teatinos, os Barnabitas,
os Somascos, os Clérigos das Escolas Pias e os de S. Vicente de Paula, a Pro-
paganda Fidci, os Dominicanos, os Franciscanos, os Agostinianos, ctc.
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— 95 —
menta Meti^hisicae Maíhematicum Almoroit adomata. Ai abandonava
as cantrovénias escdásticas, declarava a tuperioiidade do método ecléctico
(nem perqiatético, nem cartesiano, nem newtoniano, nem sequaz da auto-
ridade a substituir a razão...), e estabelecia já o principio dc que o conhe-
dmento não c possível, senão por meio dos sentidos, da reflcxilo c da indução.
Acusanim-no de racionalista e de louvar ateus, cépticos e Jansenistas ( 1 ).
Dcfendcu-se com o Appendix alia prima parte delia Meiajisiea, era Jaiteiro
de 1744 e pubHcou a segunda e taraeirA parte, nos anos de 1747 e 1751.
Entretanto, pcném, no fim de 1745, publicara os dementa Artis Logico-
'Criíiea, reeditados logo em 1749. Com aqnda obn intentava corrigir
o inatismo e a demasiada condcaoendênda pdo siloginno da Art de pemer
de Port R ovale. «Teve a aprovação geral em Itália, refere Genovesi, c
grangcou-nic a amizade de muitos literatos, entre os quais, Muratori (2).
Ainda em 1745 editou os elementos físicos dc Musschenbroeck «para ensino
dos meus alanos», ajuntando-lhe uma Disputatio PhisicthHistoriai de rerwn
corporeanm orl^ne et eonstítutíone (3). Nesse mesmo ano recebeu a nomea-
ção, graças a Galiani, de Professor ordinário da Cadeira de Ética, na Uni-
versidade napolitana, que Vico perdera (4).
A oposição não se reflectiu apenas entre as autoridades. Publicaram-se
contestações, de que nos apraz citar, a titulo de e.xenipliticaçuo, apenas as
Dissertazioni filosofiche di Pascuale Magli in cui si oppongon piú difficoUà
a parecchi principalissimi pensieri in MeU^isiai d*e Fttosofi LeUmitzUmi e
tpeziabnaiíe dei Signar D. Antonio Genovesi (|n Napoli, 1759).
Vemei lembra ainda o nome do P. Tomás Correia, nascido em Itália,
mas oriundo de Portug;il. que em 1747 disputou em público sobre Lógica,
Física, Ontologia, Pncumatologia, segundo a orientação moderna, sobretudo
dos newtonianos tendo publicado teses (5).
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— 96 —
e criação de gabinetes de Ciências (1). O Pontífice impôs então a obrigação
de 08 Professores darem aulas diárias em Leis, Medidiia e Artes. Suprimia
a Cátedra das Decretais Q).
Este brevíssimo escorço mostra que Vemd presenciou a entrada das
novas correntes no ensino, nilo tendo, pois, encontrado logo o progresso
instalado nas escolas. Efectivamente, na carta de 24 de Dezembro de 1746
a Muratori, relata os progressos que observou em Nápoles, das ciências
matemáticas, niosofia vagenerada, mdlior medicina • Teologia, e eaGdama:
«Oxalá que aqui em Roma os bons estudos se espaOiassem do mesmo modo
e se nflo achiusem ainda diamsaritos a limites tão estreitos (3).
Quando chegou, estava-se no princípio do ano lectivo (1736-7), e 6
natural que se matriculasse imediatamente, sem perda de tempo, no Arqui-
ginásio Romano, tamhcm denominado Universidade da Sapiência, «dalPiscri-
zione posta sulla facciata dcl palazzo: initium Sapicntiae timor Domim(4).
Parece ter começado por se inscrever em Direito. No entanto, o honor
que sentiu no meio de tio grande mole de textos, «nflo deixou de ser unui
das causas por que, nflo muito mais tarde, abandonei a Juriqmdência e me
voltei para a Te<Mo;;i:i - (5).
(4) Pa, 244. Fica situado no Corso Rinasciinento e aloja boje o Archivio dei
Slito e a Eioola de Paleografia.
(5) Carta a Muntori, 6-n-745. 4pml E, ID. 242.
(6) Id., ibd.
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— w—
No ano de 1742 apareceu um livro revolucionário, escrito por Muratori
— DtfettídeUa (Hurí^rudeme, que provocou apaixonadas dtacossliet e
«nfto tardou em ae tornar clássico para todas as críticas e projectos de refonna
da vida do Vemet panoe nio ter dado por ele, logo na ocaaiio
direito» (1).
(acreditemos no seu testemunho, tantas vezes dissimulado). Em carta de
6 de Fevereiro de 745 refere que, achando-se «há tempo» cm certa biblioteca,
1
encontrara essa obra que o seduziu, dc tal forma que a leu «não só uma
mas muitas vezes». Reconhece que Muratori rcsliiuiu «a sua dignidade,
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(1) Benedictus dilecto Filio Aloysio Antonio Vemey Archidiacono de Sexta nun-
Ciq>ato Nfajoris Fjclcsiae Elborensis Philosophiac Doctori ac in Theologia Nfagistro
Salutem (A. S. V. —
Reg. Lat., 2081, 131v.) Numa noticia enviada de Lisboa para o
JommutAn SçtmmM, também se ttpffeeento Vemei como «Docteor ea Théologie» (Jou, —
1753, pág. 188. íVcr Ap. Doe.) Não sc trata, pois, de uma '<flattcric du graveur» o
barrete de quatro pontas do retrato do De Re Lírica, como sugere o Dr. Jean Girodon
(VemeyD, 7 nota IS).
(2) Bi.
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que está actualmente compondo nestas matérias» (1). E noutro passo:
«O famozo P. Berti, Agottmiano, um doa maiores Teólogos romanos (...)>
expoz a doutriiut de S> Agosttnho lugÊnuBotai^ (2).
Quando em 1747 profere na Academia Teológica da prápria Sapieiw»
uma Oruçao contra a Escolástica, alinha abertamente com os mais avan-
çados que nflo haviam íic;k!(i satisfeitos com a reforma da «nuova L'niversità»,
e provoca de certo o ticsagrudo dos seus Mestres Romanos, enquanto o
Arcebispo B6rgla o aplaude (3). Mas nesta ocasíflo já devia ter pres-
tado as últimas provas de Teologia, e porventura as de Juriqmidlncia
Cesárea.
Depois de alcançado o grau em Teologia, terá insistido nas cadeiras
de Direito, pois Barbosa Machado escreve, julgamos que por comunicação
do próprio Vernei, feita porventura à roda de 1750, que também se doutorou
em «Jurisprudência Cesárea», ent cujos arcanos penetrou com tanta subti-
leza como o fizera na Teologia. Herdico terá sido o esforço empregado,
atenta a repugnância que de próprio confessou a Muratori.
Moos. Antunes Borges percorreu os arquivos dos registos de 1736 e
760 em que consta c!a láurea <<in utroque jure» de dois portugueses (4)
— Domingos Nunes f crreira c António de Almeida Pestana (5).
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peiGorramol» ftllavim m ano» nupoOámê ou nlo ae oncontra o mu
nomeO).
Tendo em mente o eitado edesiástioo, eram estas as disdidinas que
mais lhe podiam interessar. Aos treze anos, como vimos, solicitara Ordens
menores e nada também o demovia desse ideal da vida eclesiástica, ideal
<Ilie, ao mesmo tempo, era meio eficaz, para obter o fim desejado.
A começou por receber em Roma, a Prima
dois de Janeiro de 1739
na capela particular de D. Filipe Spada, Bispo de Pisandro^ Vioe-
Tonsiifa,
-Oovemador de Roma, tendo sido crismado no mesmo dia^
Mais de uma vez lhe foi necessário siq>erar tremendas dificuldades,
por lhe faltarem, nomeadamente as ordens de Presbítero. Assim, em 1746,
quando desejou uma Capelania deixada por família de Lisboa, com bastante
dificuldade conseguiu a faculdade de a mandar cumprir por um sacerdote,
enquanto ele próprio o não pudesse fazer. Impunha-se, no entanto, a con-
diçSo de se ordenar dentro de dois anos. No ano seguinte ainda teve q[ue
renovar o pedido, «h^gando como causa impeditiva da ofdenaçlo, o fiicto
(1) Eknoo ddle Teii, owcn Coodniioiíi stampate... deOa SKpkuau.. di IMritto
Canónico... dal 1518 a! 180! (A. S. I. -Univcr., 209. — Rubricella, o lia EInoo doUe
Tese stampate... e sostemite diè l'uno e Taltro Diritto... daU*anoo 1618 al 17S0
(2) Ver Apood. Doe.
(3) Ibd.
(4) Ibd.
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entrada,a cor.dição para serem administradas as Ordens que levam ao Pres*
biterado. A ene estado se refere o ugtútítt tneho do nquerinento para
Cavaleiroda Ordem de Gristo, sem data, mas que foi informado em 10 de
Setembro de 1749: «Diz Luiz Vemey, Clérigo do hábito de S. Fsdro e Arce-
diago da Sé de Évora». Se já fosse sacerdote, usaria a mesma expressão.
Não chega, porém, para uma conclusilo dcfinitiNa. Mas. existe um outro
requerimento, que mereceu informação e despacho, respectivamente a 7
e 23 de Agosto do mesmo ano, em que Vemei escreveu já explkitaniente:
«E porqw o suplicante te ad» hcje <ndenado e Aioedtago na Sé ^
Como os pedidoa deviam ter instruídos com a documentaçflo comprovativa,
somos forçado a concluir que data do primeiro semestre de 1749, a ordenação
sacerdotal de Luís Vemei (2). Efectivamente, nas Contas dos Irmãos Hen-
rique e Diogo que se conhecem, nunca se faz menção de missas na folha
da despesa, mas sim na do «Hadaver»: «Por 238 Missas da capela do anno
de 1760 — 35.700».
Das Ordens Menores, que se recebem antes do Presbiterado, também
cadste mn testemunho inteiramente digno de fé. O Aioebíqw de Évora,
quando em 20 de Fevereiro de 1742 ordenou que se procedesse à jus-
tificação para se lhe conferir o Arcediagado, denomina-o Clérigo em
minoribus.
Queremos crer que estes testemunlM» destroem qualquer suspeita
derivada da ausência de docameutacio <^cial nos Arquivos de boje, on
de expressões pouco explícitas, como é o caso da carta de Almada, que parece
dá-lo como secular em 1757, à qual nos referiremos a propósito do Hábito
de Cristo. O mesmo acontece com o tratamento que os Oratorianos lhe
dão, na correspondência sobre a bcatilicaçào do P. Bartolomeu do Quental.
Começão por tratá-lo por M. R. Sr., terminando as cartas com a fórmula
De V. M.** e V. S.* e acabam por lhe concederem o sinvies tratamento
de Hl. Sr., fechando com o menno De V. S.*. No sobrescrito escrevem
por vezes: Ao M. R. Sr. Luiz Antonio Vemey; outras, porém, apenas Ao
Hl. c R. Sr. o Sr. Luiz, etc.
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— 102 —
A porém, passou-se assim:
história,
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D. Fr. José Maria da Fonseca c Évora
Ministro de Portugal cm Roma.
laterial
— 103 —
Carbone nesta tpUxUÀtí fida em Só mais taide^ em tom
seu próprio nome.
diplomático, de que costumava usar em semdhantes ocasiOes, o jesuíta
renovará o pedido em nome do Monarca (1). O prot^ido, no Fatto for-
mativo que publicamos no Apêndice, há-de valer-se do argumento de que
foi provido no benefício, «per ordinc esprcsso é raccommandazione delia
sua Corte», para não pagar a pensão bancária de que fala adiante.
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recomendação, aliás já tarde. Segundo o P. Fonseca, o P^»a havia-lhe
prometido o Axcediagado para um seu sobrinho. Mm como consqmixa
pai» o mesmo, a graça de Camarista de honor em daquda
Palácio, desistira
mero6, em favor de Ahnada. Manuel Perdra de Sampaio lembrava-se das
recomendações de Carbone, c síobretudo, como ele próprio sublinha, da
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A 1 de Outubro desse ano de 1740, D. Fr. José Maria da Fonseca reti-
roiip«ede Roma, com destino à soa Diocese» diegando a Lisboa a 29 de
Dezembro, para ser sagrado Bispo do Porto, a S de Março do ano seguinte,
pelo Cardeal Patriarca, D. Tomás de Almeida (1).
Por fim, todos ficaram resignados. Almada chegou a ser nomeado
Arcediago de Vila Nova de Cerveira c Monsenhor Camareiro de Honra
de Bento XIV (2), não sabemos em que data, mas a primeira dignidade,
(1) Em honra da sagraçao, «no dia seguinte deu hum grandioso jantar a toda a
Comunidade dos Religiosos de S. Francisco, onde as&iste» (G, 16-111-41), não faltando
poeta inspirado —
António da Silva Figueiredo, da Academia dos Unos que entoou —
peia imprensa um canto lieróico de oitenta c nove oita\as, intitulado: Prantos de Roma
na chorada ausência. Alegrias de Portugal na feliz chegada e sempre festiva sagração do
III. e Exceli Senhor D. Fr. Josi M. da Fons. e Évora (...) Lisboa, s/d. —
A dedicatória
e M licenças sio de 1741. Rona bem podia dionr « sua «ullnria, oomo o teetcm mlmni
i
as muitas lápides que ainda se conservam, por exemplo a que está à entrada da Biblioteca
Nacional de Roma. (Ver is. — Sobre a fundaç&o da «Biblioteca Eborense» do Convento
deAnGoeU, oonsuHar Documentos do A.SAJL, e Pida, 97).
(2) Portu, T, 276.
(3) O
Visconde Tomás da Silva Teles foi nosio Embaixador em Espanlia: 1737-
•Fbv. 753 (Ar, 97). Sobre a príaio, ver Mar, 372 e na T. T. —
Mbi. Neg. Est., M. 5, o
pedido paraiairdoIUjnoO*XI'60)eoautodoeicaiiwdocadiw(12>I^i^ — Verainda
Sue, 22.
(4) Ap. Doe.
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— 106-
eborense, D. Fr. Miguel de Távma, da Ordem dos Eremitas de S. Agostinho,
nomeia o c6ncgo que^ com um ccnyuiz da escolha do Cabido, havia de proceder
a essa inquhricão. Focam escf^das dnco testemunhas, «qpessoas antiguas
fidedignas e cristãns velhas naturaes da cidade de Lixboa. pessoas que bem
conhecessem aor. pays do hiibclilaiido Luis Antonio Vcrne». O inquérito
versou sobre «de que vive, com que ocupiíçào». «o habelitando Luis Antonio
Verney, Clérigo iminoribus»; se é nulurai du freguesia de S. Julião; origem
dos pais, meios de sustMtação, pureza de costumes.
Entre as testemunhas figura um antigo condiscípulo da Universidade
eborense, Manuel Rodrigues Caetano de Sousa. FeduMlo o termo a 23 de
Fevereiro, o Arcebispo passou o certificado de pttritate sangubús e o Cabido
juntou-se no dia seguinte, a horas de prima, cm reunião extraordinária.
Por seu prtKurador. o Cónego José da Silva Cintrào. «o Arcediago de Sexta
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não se conformando com a disposição, que pela primeira vez se aplicava,
protestou em Roma
e queixoii^e pafa Lisboa, evocando os exemi^los dos
Arcediagados d« Cerveira e de Fonte Arcada.
Carbone achou ra7oá\ eI a posição de Vemei e defendetK) com o máximo
empenho. A 19 de Outubro de 41 escreveu a Sampalo, mandando solicitar
à Curia a soluçflo do conflito, a favor dc Vcrnei. Nem na Bula do Padroi^do
da antiga Sé Oriental (1 ), nem na da anexação dos arcediagados à Patriarcal
se fez expressa meoição da parle que podia comp^ aos ftitiirot Arcediagos,
«a quem se deixavão trezentos mil reis de cmigrua (2)». «Com tudo, bem
se ]>ode entender q[ue a mente de Sua Magestade fosse compensar inteira»
mente tudo o que tocava aos taes Benefícios, e por consequência, que se
não houvesse de papar bancaria dos trezentos mil reis». A razão dc «esta
intclligencia» lobriga\a-a Carbone no facto de «a Bancaria nas Parroquiaes
absorve(r) sem duvida todos estes prejuizos».
«Isto siqmsto —
Goatínuava o inadaiio —
seria conveniente que V. Meroê
persuadisseamigàvdmente ao Datário, que absolvesse de semelhante pensão
não só ao sobredito Vemey, mas também aos que forem ao diante jnrovidos
nos taes Arcediagados; para o qual ajuste ainda fíca lugar, sem embargo
do depósito já feito dos seiscentos mil reis, pois se depositarão com protesto».
Os dois casos citados por Vernei serviram a Carbone para reforço da
sua interpretação; «Ajuda muito o exemplo das duas expedições antecedentes
do Aicediagado da Ouaida e do de Villa Nova de Cerveira, que não pagarão
nada; ainda que foi com o motivo de os haver concedido o Papa passado
com esta mesma condição: com tudo, como não pagarão, tanto basta para
se não dizer que está dc posse das taes pensões a Dataria».
Finalmente alvitrava que, se Pereira dc Sampaio não conseguisse con-
vencer o Cardeal Aldrovandi, ao menos devia tentar reduzir para metade
a pensão. E não admitia dilacçOes: «Se não se conclua nesta occazião,
nunca maes se poderá conduii» (3).
O Ministro ficou indignado com a deteaa, de Carbone e fez todo o pos-
sível por resolver o litígio com a explicação do direito vigente a tal respeito.
«Luiz Antonio Vernei nào fcs deposito, não fes protesto, nem era davel
que fizesse estas partes por serem impossi\cis. A dataria nào he juizo ordi-
nário que admite protestações,nem ha tribunal em que melitem depósitos
asegurando firmissimamente que nenhum destes actos se praticarão iamais
(1) A divido de Lisboa em dois Bispados foi «siabdecida por Bola de 7-XI-716
(Historial, III-I, 822) e suprimida por Bula de 13-XII<40 (PTDv. V-I, 337).
(2) Histori. VIII, 130 e Prov. V-I, 337.
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na dataria desde que ella se instituhio». E explica a prática em uso No mesmo
:
fim do qual corre a cédula livremente como as mais, qpumdo se nlo preaenta
documento sobre a pençio imposta ou sobre nlo existir a vacanda ou final-
mente sobre durar a demanda no tal Beneficio».
Vernei, como vimos, alegara cm seu ra\'or os casos dos Arcediagado de
Cerveira e de Fonte Arcada. Mas esses exemplos constituíam excepções,
como numa própria cláusula se acentuava. Também o Arcediago de Évora
pretendia que se tirassem ou diminirissem «as cédulas de 600.000 em cada
Benefkio dos desmembrados». A primeira pretenclo dassificou-a Saaipaio
de «(novidade»; a esta apoda-a de «aibftrío».
A
este respeito lembra o lufinistro «que a importância cm que se devia
compençar a dataria, pello prejuízo da desmembração nos tays benefícios,
he de Ires mil duzentos e vinte hum escudo, por cuja razilo ajustou o Bispo
do Porto (Fonseca e Évora), que a Bancaria dc cada hum dos tacs Bcneficios
fosse de mH e duzentos escudos, que eu diq»ois reduzi a 500» (1).
Em carta particular dá lars» à sua indignação, pdas propostas de
Vemd, mostrando a opiniio que dele formava: «Explico-me discretamente
no despacho sobre as parvoisses e lígeirezas de Monsieur Vemei, de cuja
cabeça podem pedir informações aos Padres Philípinos, principalmente
Manuel de Almeida (2): nâo vi intento mais redicolo que o de querer repetir
o dinheiro dc huma expedição de mas tudo
Bulias, passados tantos tempos,
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de n^ocios da mesma Dataria, por qite quanto maior he a despeza, tanto
maior he a ganaada» (1).
Cubone nio ae satisfez intetnunente com a ocpUcaçao de Sampaio,
e a 27 de Fevereiro (de 742) letocquiu em igual tom de pessoa qiue bem domina
o assunto. Apesar disso, parece condescender com alguma» r^lexÕes do
Ministro, paru terminar por impor o seu juizo» (2).
(4) B. A. — 51-in-^.
(5) B. A. — 51-ni.«. pág. 98.
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em coisas de menos importância lhe fazia recomendações especiais: «Se o
Afcedíago Vemei enti^iar a V. Mercê alguma encomendinha para João
Fedro Ludovki seu parente, nio deixe V. Mercê de aoeitala e remetda com
ocaztão oportuna» (1).
Das pesso:is dc maior tom que o honraram com a sua estima neste período
anterior à publicavào do Verdadeiro Método de Estudar, relevamos o Arce-
bispo Bórgea, o Cardeal Tambiirini, e o bibliotecário de Duque de Módena,
Luis António Muratmi. Em conversas por escrito oo com a pemnita das
próprias obras, fundamentavam a amixMle que liga espíritos irmanados
por idênticas preociq^açOes tntdeetuais. Não será o caso de António
Genucnse, a cujas conversas se refere no primeiro livro do De Re Loi^ica,
com o qual pode ter falado em 1745. quand») em Nápoles tratava da impres-
são do Verdadeiro Método de Estudar? Ao Arcebispo Alexandre Bórgia
propunha edibv, aos dois primeiros
enviou a aHâca,, hoje desconhecida, que sc
salta bem das palavras que consagra a estes últimos escritos: «Podes crer:
ainda não vi nada melhor. Rebate tão abundantemente, e oom nervo,
os seus argumentos, que nada hi siqxríor» (3).
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— Ili-
de Morais escreveu contra o Iluminista italiano, sendo ele o primeiro a dar-lhe
a noticia (I).
Apesar da ant^iatia que alimentava por Sainpaio, nflo deixou de cooperar
com ele, quando se tratava de exaltar os feitos portugueses em terras do
Ultrarrmr. como foi o caso ocorrido em 1748. As nossas armas haviam
conseguido brilhante vitória na índia, nos anos de 1746 e 48. Cciebrou-se
então um luzido iriduo nu igreja de S. António e o nosso Ministro ofereceu
ao Papa, aos Cardeais e a outras altas individualidades, a rdaçlo desses
feitos militares (2).
Vemeí compôs uma inscrição, refundiu outra, e distribuiiMU pdos
amigos. Ele pfópfio explica: «A primeira foi composta em contraposição
de outra posta no arco triunfal em Goa, que se imprimiu. A segunda foi
tcit;i a rogo de ccrla personagem, para uma coi/a que não teve efeito». Atri-
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e Sacristão o P. Inácio de Sá, que em S de Novembro de 1738 já assinava
como Vke-Rettor e em 1 de Janeiro de 39 desempenhava as ftmçOes de Reitor
do Hospício. Essa pequena Igreja com as moradias que a rodeiam e ftzem
parte do património da mesma, era conriderada um recanto de Portugal,
que recolhia a maior parte dos portugueses residentes em Roma. Lá se
iam alojar «i Nazionali dispensanti. Prcti, Frati, chc vcngono per negozi,
i i
acto tio insf^to e irrqiular de que pode oaseer prejuízo sensivei à libeidade
e prerrogativas da sobredita Gongregaçio e Igrcga (...), scjia tirado e afiutado
(2) Ao livro BB-3 que termina era 733, segue-se o BB-4, que vai de 1-I-44 a 28-XII-7I
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Frontaria da Igreja Nacional de Santo António
che pure non aveva paura che gli cascasse adosso» — observou Vernei. Só
por isso, «il sócio irato mi accusò al Sinédrio Nazionale, si parlò molto delia
mia temerità, e d ha v(rfuto dei bdlo e dd buono per iioii fimni un
Stato»C2).
O Mas, faça parte ou não do
qiisádio está certamente exagerado.
que tratamos, a verdade é que Vernei saiu vencedor. A vitória, porém,
litígio
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o Te-Deum que na mesma Igreja se celebrou em memária do nasdmento
da filha da Princesa do Braul, ou o sumptuoso trlduo de onçOes para impe-
trar de Deus a taide de D. Joio V(l).
Mu se assim foi, n&o deixou, no entantt^ de marcar a sua presença,
te nlo na Igreja Nacional, em Roma, ao menos na Corte de Lisboa, para
onde enviou a De recuperata sanitate Joannis V (...) Oratio{2).
Só cinco anos depois, a 22 de Dezembro de 1746, as actas das reuniões
registam a ma pBBieuça. Itíbmtêú da novo no Govnmo da Congregação.
Mas a pBitir desse momento andon absorvido oom outros nsudcios de neiof
monta: a polémica do VerdÊÊdgiro Método de Estudar e, desde 52, a cansa
de beatificacio do P. Bartolomeu do Quental. Fora do ano de 51, em cujas
actas aparece oom frequência, por exercer então as funções de Governador
e testamenteiro de Manuel Pereira de Sampaio, o seu nome apaga-se quase
por completo, da memória do Arquivo do Hospício, onde um iiei discípulo,
P. Vicente Dimaso Staurini há-de um dia, talvez por ocsoilo da eoctinçlo
das Ordens Religiosas em Piurtugal, nr depositar os papéis que possuía de
seu mestre e grande amigo.
Entretanto falecia o Monarca português (31-VII-750) e por toda a parte
as cerimónias fúnebres atingiram grande esplendor. Em Roma, no dia 23 de
Setembro, o Santo Padre fez uma alocução ao Sacro Colégio (3). Quando
se realizaram exéquias na Capela paulina, disse a oração fúnebre no Palácio
do Qnirinal, o Marquês Valenti, sofarinhodo Secratfiio de Estado, na pre-
sença do Papa, de vinte e cmoo GsideaM, Supenores de Ovdeos RcHjtosaSi
Embaixadores, Ministros, etc. Também na sua capela privada o Sumo
Pontífice mandou celebrar exéquias no mês de Dezembro e foi rezar à igrqa
Nacional de Santo António, no dia das Quarenta horas.
A Arcádia de Roma associou-se ao luto português, consagrando a
primeira assembleia geral à sua memória, com a participação dos Ondeais
Cuafib, Ddcí, Ovadafui, Tunbnnd, Conini e Orsini, e o Arcebispo de
Apamea, Mons. EslBvIo Aseaiani(4).
Os portugueses não faltaram ao sagrado dever de comemorar tão augusto
INissamanto» Um jesuíta, o P. Pedro da Serra (5) e o govenador da Igrqa
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D. SelMstíflo Maria Comia ndtafam oraçOes fúnebres na Igreja
Nadooal(l).
Vemei qiuisoMe de intiigHt que lhe movenm, qpeiar de ter rido cenwi-
dado por D. José. Reconhece que ninguãn, dentro da Igreja de Santo
António, ostentava tantos motivos de gnUidSo para com o Rei defunto, e
declarava: «A isso acresce o teu autorizadfssimo parecer que quis fosse eu
o Orador. Mesmo assim
Ignoro o motivo por que isso não aconteceu».
redigiu 7/1 /unereJbannii Vi...) OnithadCanbiahK,<fmbapdiaÊAtmIí^^
Flua justificar a pnUicsçlo eoi tait cirCT nitfffurifl lyuiita q[iie Ibe pueora
ffj,
dar à hiz o que f<m escrito IN» ordem r^la (too joMu) e por dever d^
(grati anlmi caussa).
Aqui devem ter terminado as suas relações com os portugueses da Con-
gregação Nacional. Desde 1752 nâo voltou mais à Igreja, passando a fazer
vida à parte e contactando apenas com a Corte de Lisboa e um ou outro
oompalriota <p» U» ficou afeiçoado.
Eaqaanto enteia estas actividades — as que bem se enquadram no
primeiro decénio passado em Roma — Luis Vemeí ardia abrasado em cumprir
o plano pedagógico de iluminar a Nação, que em Itália ia ganhando forma,
à medida que se via acarinhado pela protecção da Corte. Em face da vasta
bibliografia que encontrava nas Bibliotecas e nos livreiros, verificou que
<(ninguém aparece, quanto pude conseguir que, não digo seja eminente em
ambas as disdpHma, mas que domine bem a Filosofia ou a Teologia, no
que reqpeita a todas as suas partes». Que se passava entlo? «Muitos,
Ott diqputanun com agudo laciodnio iqwoas uma parte, ou escreveram mais
para os mais idosos do que para os jovens». Não se podia, pois, reduzir
a reforma, enviando esses livros para a Pátria. E demonstra:
«Para começar pela Filosofia, quem não louva, na lógica e metafísica,
a diligência e o engenho de Gazendo, do autor da Arte de Pensar, de Male*
bnmche, Lodce, Gbre, Orosat, Poiret, Rndíger, Tomás» Trnhimausan, Wd^
Baumeister, Mori, Furicer, Cudworúi, Gtarl^ S'OrBvesand, Corsitti e Sdria
e dos outros que progrediam oom a leitura destes? Quem há tão pouco
familiarizado com a Física que não saiba quantas e quão excelsas cousas
excogitaram Newton, Leibnitz, Hansch, Keill, S'Gravesand, Musschenbrock,
Rohault, Sturmio, Desauguliersio, Leewenock, Boyle e os que beberam
nestas fontes, Mutàn, Crivei, Odio e outros...». «Na Ética quantos estudos
eniditissimos há, de Hobbes, Gambedand, Giódo, Pufimdoff, Baibeiíae,
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Buddeii, Muratori, Heindcio, Wolf, Corsini e de outros que escreveram
largamente sobre este assunto?».
Confessava que os connderava «pouco aptos, os que se podem adaptar
às inteligências dos jovens, i»incípatmente dos portugueses», por várias
razões, entre elas a de empregarem rigor matemático, não podendo,
por isso, agradar ou servir senão iniciados na Geometria; a de não disputarem
todos os assuntos necessários e nem sempre utilizarem «o verdadeiro método
de ensinar» ; e de serem, muitos deles, heterodoxos, «que podem levar as
inteligêndas dos rapazes à luina».
Entre os autores ortodoxos, cita Patavio, Thomassin, Tonxneli, Vitassio,
Boucatus, Akxander, Maignan, c os que destes paniram, Du-Hamel, Hermí-
nicr, Perrimczzio, Venerio e outros, «homens na verdade ilustres, de singtilar
I^inas referidas, nem tão pouco às que ia estudando desde que chegara a
Roma, a Teologia e a Jurisprudência, como vamos ver, apieciaiido as linhas
gerais dessa reforma pedagógica nas duas feições destrutiva e construtiva,
dentro dos princípios enunciados de simplificação e modernidade.
Antes, porém, deixaremos assinalado que o intenso trabalho a que teve
de lançar ombros, foi prejudicado pelas contínuas doenças que o atormen-
taram. Sobretudo a partir de 1744, nota-se
insistente o registo da falta
de saúde (2). No úhimo semestre de 45, nem pdde escrever à fiunilia nem
redigir nada durante cinco meses. Em fins de 47 sofria dores de cabeça
(1) Carta ao Marquês de Valença. Ver Ap. Doe no fim deite voL.
(2) Cana a Muratori, 16-XU-747 {Apud £, III, 278).
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— 117-
e de estômago, chegando a ficar quinze dias retido em casa. No fim desse
no ponderava a finca saúde de «há trSt anos a esta paite»» apesar de lhe
nio proporcionar enfermidades agudas» «para empregar a expressfto dos
médicos» contudo eram da molde a proibirem^he «os trabalhos literários».
;
«De modo que até aquelas coisas que entretanto sou obrigado a fazer, tenho
de as fazer de uma vez e ràpidamenle» (1).
E assim deve ter vivido até à hora da morte. Na advertência aos jovens
portugueses do De Re Physica (1769) escusa-se de a nào ter publicado há mais
tempo, e revela uma fraqueza geral do sistema nervoso que o acompanliava
perpètuamente.
Nio aptesentamoe o gráfico completo das doenças de VemeL Aiíbs o
para se compreendeiem at condições de espirito
qjue se regista, é suficiente
em que se via forçado a trabalhar. Era precisa uma compleição forte, um
carácter tenaz de lutador insofrido, para se levar por diante a ingente tarefa
que voluntàriamente colocara em cima dos ombros.
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CAPÍTULO VI
A ÉPOCA EM PORTUGAL
(1736-746)
Futilidade do século.
O «vMto «ndbo maàífeatado «nu
d* UKfuas:
—•êffiÊaâo de perióâko» 9 txpamaiio 4o
Um: natídcude Academias ekntifieas!
livreiros estrangeiros: Um» de kbiá'
ria; Voltaire etc;
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— 120 —
Estudar — basta, só por si, para caracterizar quase perfeitamente a atitude
do século xvm português, visto as manifestações cultunis de qualquer projeo*
çio, se encontiaim iqwtidas por todo ele, até á década postrema. FaltapUie
talvez só» o aspecto da atenção ao caso político e ao fenómeno social, que
se verifica nas últimas quatro décadas.
Vivia-se o momento do caso fantástico, ocorrido algures, do bom sucesso
ou da catástrofe das armas cristãs, da sátira contra tudo e contra todos,
da polémica follietinista a propósito de discordâncias religiosas, literárias
ou dentifieas. Pndiftravam academias de vários matizes, tm que se ensaioa
a critica Umáiia e fknesoeii o espirito cientifico, de paredes meias com o
preciosismo e o mau gosto da futilidade dos bffaioos de palavras ou ponqpos^
dade dos títulos exagerados e ainda crendice em certa ciência ultrapassada.
Se quiséssemos documentar estes diferentes aspectos do século, tanto
OS que o tornaram um lapso de tempo fútil, como todos os que o honram na
qualidade de impnisionador dos mmoa mais oonideiitca da dlncia operip
mental e de uma filosofia oorreqiQndente, de nítido sabcf anti-metafEsico,
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doa vUai oAaav, atm que veja atramnoaeu o^o (Uiboft, 1787); e a Resposta
aoeõodo eifo tm DUUí^ de hum eawáiú, o uudío e hum sogeíto ditado
de Madrid, 1.» parte (Lisboa, 1789).
Nunca é de mait acentuar que, para esta faceta do século muito oontri-
buiram as Academias que proliferavam na Capital e na Província, já referidas
atrás. Contudo, uma força antagónica —a avidez dc saber cm extensão —
avassalou igualmente os espíritos de muita gente que se não satisfazia com
flitflklaidea. Frociif«v»>se já, nSo tó a omliçlo fifidl que se pode considerar
a irmã gémea do saber siqpeifida], mas também o oonbedmento sério de
ciências Ateis. Esta difeiente fiue do século manifesta-se isolada em indi-
víduos, e na agremiação que conhecemos com a designação dc Academias.
Fomentaram poderosamente este renovado espírito, tanto as viagens
mais ou menos demoradas ao estrangeiro, como o conhecimento vulgarizado
de línguas, sobretudo o espanhol, o francês, o italiano c o inglês, mesmo
entre os que nSo ultrapassavam as firontdras; a diftisSo de periódicos, como
a expansio do livro pcntuguês e estrangeiro. Itifertinho de Moidonca de
Pina e Proença fez parte da comitiva do Infante D. Manuel, irmão de
D. Jo3o V, andando por Holanda e Paris, entre 1715 e 1722. Noutro lugar
expusemos as suas ideias. O Arcediago da Sé de Évora, D. Luís da Cunha,
Ministro Plenipotenciário no Congresso de Utrecht, em Haia e Paris até
& sua morte, ocorrida em apodado de «muito francês» em pleno
1749, foi
Consdho de Estado; Francisco Xavier Leitlo, Alexandre de Ousmio^ Jacob
de Castro Sarmento, o Cavaleiro de OliveirB, Bento de Moura Portugal,
Francisco de Pina e Mdo^ Lub Caetano de Lima, etc, etc., de que já falámos
ou de que ainda nos ocuparemos mais adiante. A aprendizagem das línguas
estrangeiras mais conhecidas, ao menos na medida em que Pina e Melo
confessava saber a francesa (o que basta para inteligência das curtas c dos
tMasHMe efixlivamente uma obrigação do homem culto e havia
livros) (1),
quem o mostrasse por meio de traduções, como a de Godofredo ou Jenmdem
Libertada (...) reduzida da ttngua toseaut à Portugueza, por Pedro de Aievedo
Tojal (Lisboa, 1738).
As publicações periódicas não sSo abundantes. Mas as que continuam
a aparecer ou as que surgem de novo, dão um panorama razoável do movi-
mento politico e intelectual da Europa. Sobre todas merece relevo especial,
a já referida Gazeta de Ltíboa que, por exemplo, a 23 de Jandro de 1738
dava couta da abertura das actividades da Academia Real das Ciêndaa de
Pisiis e da Academia Real das Inscrições e Letras Hiunanas. Esta i»-opunha
um prémio a distribuir depois da Páscoa para trabalhos que determinassem
o mês e o dia do ano romano, em que os Cônsules costumavam entrar no
(1) Carta de Pina e Melo, a António Ribeiro Sanches, de 22-V-7S8. Apud Poe, 1 13.
— 122 —
cargo. A 21 de Novembro de 1743 dava-se piil)licidade ao prémio anual
concedido a tsabalhoe de Fbica, constituído pelo Duque de la Foica, de
uma medalha de ouro, no valor de trezentas librat («Ott 100 cruzados novos»).
Os deste ano foram atribuídos a duas dissertações sobre a causada eleva-
ção dos vapores e exaltações no ar, da autoria dc Mons. Hamberger. Lente
de Física e Medicina, na de Jena, no Landsgravado de
Universidade
Turingia, e de Mons. Gottliel-Kratzentein, candidato em Medicina na Univer-
sidade de HaHe, na Alta Saxónia. O futuro prémio incidiria em trabalho
sobre a origem e a formaçlo das pedras figufiidas.
Asessio de 14 de Dezembro deste mesmo ano veio relatada desta forma
na Gazeta de 8 dc Janeiro seguinte: «Leram-se quatro exoellentes discursos.
O primeiro foy de Mons. Cassini. sobre a variação ou movimento irregular
das estrellas fixas, assim em longitude como em latitude; o segundo de
Mons. de Riaumur, feito para servir de prefácio ao seu quarto livro da His-
toria dos huectoi; o tooeifo de Mons. Lemeri sobre a natureza, ongem e
formaçam dos mmistros; e o quarto de Mons. du Fay sobre as cores primi-
tivas» que reduz só a três em lugar de sete, que ordinariamente se coatavanu»
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— 123 —
Tambim entre nós te teve noticia da instituição da Academia da língua
alemi, na eidade de LeipKÍe(l).
Não era, porém, sòmenta atnvét de noticiai que oi Portugueses contao*
tavam com as Academias estrangeiras. Pondo de parte os representantes
diplomáticos, pertenceram à Sociedade Real de Londres, dentro deste
período, mais dois nomes de certo relevo: D. Francisco Xavier de Meneses,
desde 2 de Novembro de 1738 c Bento de Moura Portugal, desde 5 de Feve-
r^o de 1741.
Além da Gaxeta de UsbaOt oomptomelera^se a sair todos os meses» o
Mercúrio Histórico e Político do mez de MoÊú de 17^ em traduçlo portu-
guesa (2). As Memorias Históricas para o presente século nas quoet se vêem
as cousas mais importantes que se passaram em iodas as Cortes no mez de
Janeiro de 1744, impressas em Amesterdão na língua francesa, foram tra-
duzidas para português nesse mesmo ano. O Ano Histórico, Diorio Portu-
guês, Notida obreiriadtt das pessoas grwkbs e causas notíMs de Portugal,
de Flr. Frandsoo de Santa Msria, Cónego Secular de S. Joio Evangelista,
filiai peffeitameole na corrente dominante da época, de espalhar conhe-
cimentos, de proporcionar leitura dos factos mais salientes segundo o gosto
do tempo. Também Norberto de Aucourt e Padilha em viagem de Paris
a Lisboa, deixou escrito o que observou, nas Memorias Históricas, Geográficas
e Politicas (1746).
Enquadra-se na mesma orientaçflo o infólio Academia Singular e Uni-
versal Wssoriea, mond e poUtka (...) censtítutha de Awn vanan peifdio,
desde o instante primeiro que se gera no ventre nmUmo» até o instante
último (...)(3). «Trata de todas as acçoens, operaçoens e modos da vida
humana, sciencias e artes, etc.» — anunciava a Gazeta de 14 de Novembro
de 1737. Fr. Teobaldo de Jesus Maria, Religioso Paulista e matemático,
em 1745 editou, pela segunda vez em Lisboa, o Mundo eòtre^dado, no qual,
como em Undtado nu^pa se dá notída da portentosa fàbriea do Universo:
i&rtÃdo em três tratados: o primeiro irabma a Biphera Cdesle; o segundo
trata do numero dos Ceus, Estreitas fixas e errantes, eclypses e cometas e
doenças: o terceiro mostra a região elementar, os quatro elementos e partes
do Mundo, e no fim o Pronoslico.
Bento Morganti publicou, já no fim de 1737, a Nummismalogia ou Breve
recopilaçam de algumasmedaBuu dos Emperadores Romanos, com notidai
kbtarleas dates bnperadores. Mais valiosa é, oertanmite, a IM^teea
Lusitana de Bnrbosa Machado^ pda primeira vez passava a letra de
(I) o. io*vn.73S.
Q) Moeu.
Q) AculB.
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— 124—
impfensa, o catálogo das vidat e das obras dos eicrítofes portu-
gueaes (1741-739).
A difíMio do livxo impda o apaiedmento de virk» estabdedmentcM
apropriados. Vinham livreiros da Espanha e os de outros países obtinham
representantes que vendiam sobretudo obras de história. Entre outros temos
notícia de um Manuel Buytrago que chegou, de Madrid nos princípios
de 1741 com a História da última guerra da Itália em três tomos de quarto
c o Estado Geral da Império Romano, que «he huma tntroduçam à historia
doi Cam, traduzida do Franoex an hespanhol». Na «loge de Pedro Fatxre
e Bectnad, mercadoies de lívroa na ma direita do Loreto no princípio da
ma do Norte», encontravam-se à venda «toda a casta de Ifvroe Fira&ceses,
Latinos, de Direito, Moral dc todas as faculdades», etc.
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— 125 —
dc Santo Agoitínho. No ano tegnime animebnn,-«e o tomo XIV dos Atiaes
EcíeskaUcos dc Baronio.
Também se vendia em Lisboa o lYatado de la naturakza, orfgai y cauta
de los Cometas, com a historia chronologica de todos» deade o amo de 480,
antes da vinda de Christo até o presente de 1737 e com o methodo de obsor^
yallos astronomicamentc , da autoria do P. M. Jose Cassani, S. J.
A França, mais du que nenhum outro pais, coniribuiu com obras his-
tóricas, traduzidas para portuguCs. Em 1734 apareoeu o primeiro vobmie
dos Eianentos da Ifístória do P. Vallenumt, tradnzidoe do firaaoís pdo
Coronel do Regimento da Armada Real, Pedro de Sonsa Castdo-Branoo.
Com esta obra julgou o tradutor oferecer à «mocidade portuguesa» o «melhor
método que até agora inventou a arte, para o estudo da história». Neste
tomo expunha-se cronologia e geografia; no segundo, impresso em 1741,
heráldica e história universal antiga; no terceiro, editado em 1745, prosse-
gaia^ae a história antiga. O quarto e o quinto, que só viomm à Inz» res-
pectivamente em 1749 e 51, tratavam da História da Igreja e História
moderna.
A História Cronológica dos Papas e os dois suplementos vendiam-se
igualmente em Lisboa. Voltaire foi traduzido para português, aparecendo
no ano de 1739 dois volumes das XH, Rey da Suécia.
Histórias de Carlos
O tradutor Firandsoo Sbvier dc Andrade, porque para a sua «Reve-
Freire
renda, athe o polytico da Corte Rmnana he quasi sagrado», omitia as passap
gens que lhe pareceram menos reqicitosas para a Cúria, aliás convencido
de que «esta omissão nSo corta o fio da Historia, por não ser parte
essencial delia». Nao eliminou, porém, o nome de Copérnico, «fundador
do celebre sistema do mundo», c o facto de a história se ocupar de um príncipe
luterano está absolvido peia simples razào de que se não louva, antes condena
o erro que ele e outrosda mesma história abraçaram, mas tflo sòmente
«as vhrtttdes morais em
que floresoerSo».
Na censura do Paço, o Conde da Ericeira, D. Luís de Meneses, tece o
mais rasgado elogio a «.\rovct Voltayre», denominando-o «celebre author
em prosa e verso, e não menos celebre pela sua elegância que pelos trabalhos
que lhe adquirio a sua Musa pela propensão que tem à Satyra». Sobre
a obra pronunciava-se coro igual louvor, taxando-a de «hum dos livros mais
bem escritos que há naqueUa língua, bastando para prova da universal esti-
mação que delle se fiaz no mundo, contar as ediçOens que dentro de pouco
tempo se tem npetàáo, qne já sSo sete, desde o ano de 1728, em que sahio
a prímeyra. athe o de 1737». Nlo conta a espanhola, mpot não ser digna
nem de fazer numero».
Mais tarde, porém, levantaram-sc maiores embargos por parte do
S.*^ Oficio, como veremos em seu lugar próprio.
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— 126 —
Em 1739 aparecia um vohtmeziíiho em oitavo de 256 páginas que, com
texto e mapas, pietMidia cnsiiiar geografia ao« Poctoguesei. Intitãkvapie:
Deser^çam da Tma ou methodo breve da Geogn^da, éMUdo em Uções,
por preguntas e respostas. Era scu autor lAs. o Abade Du Fresnoy
Lenglet
e fora «traduzido do Idioma Francez no Portuguez por Joam Bautista Bonavie
e acrescentado com algumas addições sobre a Geographia de Portugal,
e seus domínios e com hum Discurso Proemiai de cada huma das quatro
parles do mimdo». Dedicado ao Illust. e Exceli. Senhor D. Luiz de Meneses,
lisboa Ooeideiital, na oíBcina de Antonio Isidoro da Fonseca. Ano 1739.
Em 1743, Manuel Fereira da Costa a Historia
vertia para portugofis
Romana pwr perguntas e respostas, detde a JundaçBo de Roma ati o pneaite,
que atribuí ao Abade de Bcllegardc.
Luís Paulino da Silva e Azevedo. Secretário da Mesa do Desembargo
do Paço, que do Colégio de Santo Antão, traduziu do francês
fora aluno
6 editou em 1745 a BbÊortaSaffiadado VeB» e Novo TestameiUo com ej^HeO'
çõens e doutrinas dos Santos Padres.
Feio pouco que iica exposto, percebe-se nitidamente a expansão do
Este movimento livresco, assim mal expresso, apoas pelas obras que
encontrámos ou de que nos fioou algum eco, nfio traduz certamente, o que
de melhor se publicava na Europa. NSo concluiremos, apesar disso, que
Portugal se afastava das novas ideias e apenas aceitava uma parte da cultura
europeia, porque existem outros índices reveladores dessas ideias, que comple-
tarão satisfatòriamente o quadro.
Aproximemo-nos, por exemplo, dos portugueses residentes fora do
Fala,ou mesmo de alguns odocados no imago da vida lisboeta. cones- A
pondência do Cardeal da Cunha com D. Lub da Coaha revela a pnocopaçlo
de D. João V, e as medidas acertadas que se tomaram para reformar o ensino
universitário, determinadamente o da Medicina, no sentido de ultrapassar
a esfera galénica e peripatética. implicava, por conseguinte, um golpe
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— 127 —
profínido, na RIosoIír tudkional, à margem dos detentoces do «mino.
E, na veidade, a feforma praoessoo-ie lem a intervençio dos jesuítas e dos
pi^irios Professores vnivenitdrios. Nto di^tt, ponéti, a vingar em plmo,
porque Coimbra não secundou, de bom grado, a orientação dos Governantes
e estes duvidaram do êxito da empresa, sem a boa vontade desse auxilio.
Do pouco que se conhece deste movimento, parece licito concluir que a
Medicina teria singrado pclus rumos do mecanicismo que irradiava da
Unhfvrsidade de Leide, através da palavra autorizada, oral e escrita, de
Boerhaave. O Dr. Ribeiro Sanches chegou a enviar, neste sentido, um
plano de reforma, em 1730(1).
Mais definida, porém, se nos afigura a intervcnçflo do Doutor Jacob
de Castro Sarmento que. depois dc Sanches, foi o nosso melhor representante
do chamado mecanicismo em Medicina. Deixemos as diligências que fez
para fomentar relações entre a Academia Real de História Portuguesa e
a Red Sociedade de Ladres, bem como as tmtativas de reformar a Medicina,
começando peh tradoçio do Namm Orgamm de Frandsoo Bacon já referida
atrás, e de criar um Horto Botânico na Univeisidade de Coimiwa, de que
fora aluno (2). Existem dados positivos bem mais eficientes, que impOTta
relevar. O ano dc 1737 marca o apogeu do apostolado por Newton e sua
aplicação à Medicina. A Cronologia Newtoniana epitomizada, que em
Abril desse ano dedicou a D. Jos^ Principe do Brasfl, inteligente discípulo
de Kfennel FImentd e Manuel da Maia, era como que o prólogo da TtáHca
verdadeira das Marés, que nlo deixava de vir precedida de longa Uografia
laudatória do «incomparável Newton». Também em Hngua portuguesa
e igualmente na cidade de Londres, imprimiu-sc a Matéria Medica Physico-
•Hislorica- Mecânica, Reyno Mineral, que nesse ano era anunciada na Gazeta
de Lisboa, indicando-se o local da venda.
Estes trfis livros representam a primeira toitativa séria de inqdantar
o estado positivo, em snbetituiçio das teorias abstractas, que ndessioapfeseii»
tadas como inúteis. A Matéria Médica imprimira-se dois anos antes e
fora dedicada ao Enviado Extraordinário e Plenipotenciário, Marco António
de Azevedo Coutinho, na esperança de encontrar Mecenas capaz de perfilhar
a ideia renovadora.
Sarmento teve ainda o cuidado de fiusnr aprovar a obra pelos médicos
mais oonqrfcuos de Lúboa e Coimbra e envíouNa ao P. Firandsoo Xavier
Leitio e aos Lentes da Universidade, seus antigos condisdpulos, Joio Pessoa
da Fonseca, Manuel Dias Ortigão e Amaro Rodrigues da Costa. Deste
modo não lhe foi dificil obter o privil^o de D. João V, que reoonho-
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— 128 —
da o direito de autor-editor, pelo espaço de dez anos, como era hábito
ds ^oca.
O piettcio 4diistorico» veio endereçado «aos Rrofenofes de Mediciiia
do Reyno e DominioB de Portugal». Tratava-se de um resumo de hiltúria
da Medicina, da autoria do Dr. Francisco Chiffon. mandando ver. para mais
pormenorizada noticia, a Mistória de le Cierc e a continuaçào da mesma,
«pelo nosso doutíssimo Friend».
Todo o leoelogio leeeia not «Alediooe Mecfaanicoí» que, no «prezente
e fisliz haviam mostiado a ftlsidade doa demais sistemas.
secolo», esta
a praente Secta experimental de PhHosophos, os quaes, na parte especula-
tiva, em lugar de conjecturas, fundam a sua sabedoria toda, em experiências,
nem admitem cousa alguma que nSo possam trazer a demonstraçâm e eviden-
cia, ajustados de experimentos philosophicos, chymicos c anatómicos; e aos
Princípios geracs que não padecem a menor duvida, chamão Princípios
Medmnicos ou Leys da ^tetiiien (...). Inmnecaveis sEo os Antoies inglezes,
que tem escrito por este verdadeiro e solido
fiancezea, italianos e alemies
medrado; mas em espedal, o fomoso olandes Boheiaave (...) fonnou o mdhor
e mais conciso Systema de Medicina Mechanica que jamais se tem visto».
Por isso, segue Boheraave, scrvindo-se porém, da «Filosofia Natural, experi-
mental ou newtoniana, de que tem lançado mão as mais das Sociedades e
(1) Uisioi, 8.
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Dr. Jacob dc Castro Sarmcnio.
médico judeu newiviniano
Dr. José Rodrigues de Abreu, médico sthaliano
— 129 —
Os Éiements de la philosophie de Newton só apareceram em França,
no ano de 1738, eacoiitniido ainda k Acidemia das CSIiicias de
ao Carterianitmo (1)*
Integrado ctHivictainente neste movimoito, Sarmento nio peiínilitt que
oe seus nacionais se mantivessem alheios, por ignorância, à nova onda das
ciências. Entre outras obras publicou o Tratado das opcraçõens da cirurgia
com as figuras c descripçam dos instrumentos de que nellas sc faz uso, traduzido
da 4.* edição de Ms. S. Sharp (Londres, 1746). £m nenhuma parte da Europa
se sabia esta dênda como em Inglateria. Até por Paris andava a cjnngia
muito pobie...
É nesta obra que Sarmento leoomenda que se faça a tradução «do famoso
Heister que anda impresso em latim». A 15 de Agosto de 1747 e a 22 de
Outubro de 1748 anunciava-se na Gazeta de Lisboa a vers3o espanhola das
Instituiciones Chirurgicas ó Çhirurgia Completa Universal, de Heister, por
D. Andres Garcia Vasques, que se vendia em casa de um espanhol, «mercador
de livros junto à igreja de S. Niodau».
Por via de Espanha nos tinlia vindo anterionnaite o cooiíecimento
do *fftfm^ fisioo-mccânico, em obras como aquele livro impresso em Sevilha
— Uso y abuso de el agua dulce potable, de D. José Ortiz Barroso, Medico
Mousnier e Ernest Labroone íadicnii no fanir dtado desta nota (wr ftemenlii)»
(9 O, 4-m-737.
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— 130 —
esta «mecanicamente)», deduzindo do movimento mecânico todo «o conhe-
dmento com os sentidos». Em todo o caio, pendia mais para a observação
dos cofpot, ocQpando-se de futeferínck do seu comportamento.
Rodrigues de Abreu, eborense ilustre que frequentou a Universidade
de sua terra natal e a de Coimbra, sentiu-se perante duas posições extremas,
que já em 1733. em Hanóvia, eram caracterizadas assim: «theorica fere ad
duo principia esl redacta quorum unum e Stahlianorum, alterum e Mechani-
etman schoíis origmem habet» (1). Puol ékt, taáo se reduzia a queUio de
método, ji porque na Medidna se tinham intrometido muitas questites
supérfluas, já porque o Mecanicismo nio e]q>licava bem a oisanizaçlo do
corpo, sobretudo nas suas relaçOee com o princípio vivificador dos seus
movimentos e da sua vitalidade.
Entre as questões supérfluas, colocamos nós o problema dos primeiros
princípios, em virtude da sua perplexidade perante as desencontradas opiniões,
desde os mais remotos pensadores até Descartes e seus coatemporÃneos.
Ele apresoita um resumido quadro dessas variadas opiniões. Mu duvida
de todas e parece descrer da sua utilidade para a boR práticB a que o médieo
se liá«de votar.
O problema filosófico que desenvolve com mais calor c persuasão, é o
das relações da alma e do corpo, que historia sem silenciar Leibnitz. Escre-
vendo do seu curso já em plena polémica vemeiana, dá um remoque
csia parte
(I) Historio — A obra vendia-sc cm caia do snitor, na Rua das Pane iías, por detfis
do Jogo da Pela (G, 2-VU-735 e 9-X1-7S2).
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primeiro movente e administrador, nio tó de todas as acçOes morais e rado-
nais, mas tambàn doa animais e Vestais. «Há 32 anos que estudamos
pràticamente e o havemos feito com diligência sempre em toda a parte em
que estivemos; conservámos correspondèndas literárias com piroíbssores
doutos de várias Cortes estranhas; lemos livros com cuidado».
Stahl considera no homem a alma. como principio activo espiritual
e inteligente, «de que, como de causa segunda, se deduzem com o íim deter-
minado paia a inda, todas c quaisquer operações do corpo slo e enfermo
que de contimio vivifica». 4^pOe-se que no estado de satide é o tal
princípio intdigente o que adminittia o movimento tdnico das partes sóli-
das e o progressivo das líquidas, conservando por este modo o corpo na
sua integridade», não obstante a sua natural inclinação para a corrupção,
por ser matéria.
(1) A «ooealo dos «istenas deiMe em toda a parte: animbmo de Sbdd (lM>-734),
eclcctísmo de Boerhave (1661-738), mfigtnfcitmo de HofTmann, vitalismo de Barthez (1734-
-808). Cf. Histoi, 139 — Sobre Abreu, ver Se, 283. Al, a portada da obra principal
e o retrato do ilustre médico eborense. Nio deixaremos de anotar que Abreu no último
voino» da AbMrto (17S9 wfcose a Venwl a vnpbúto da náqoiBa esflritual da nowi
alma (tomo 11, parte ITT, p. I6I4).
(2) Tiau-ee de um folheto muito raro reproduzido em £s, 102-110.
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Mais razoável era certamente a atitude de joeirar as opiniões alheias,
se o nSo tivesse feito oom tanta pnmçjto. Intentava estabdecer «Amna
nova Medicina, isto he: lefonnar a Antiga» e «declarar os erros dos Antores
que escreveram de Medicina e CfattUgia desde Hyppocrates até o último
Escritor, inclusivé». Confessa que, «esquecido das Autoridades, estou
melhor com a Razão e a Experiência». E remata irònicamcntc, aludindo à
preferência que os seus inimigos faziam da opinião dos Mestres consumados:
«Como se os seus Autores houvessem dado fim à Medicina e nem hum
froaoo delia hovesie paia descabtir!» (1). A observaçlo directa dos
corpoii determinadamente do corpo htnnano e as «iperiências fkicas que
se propunha realizar, conduziriam de certo a mais efectivos resultados, se a
isso nSo SC opusessem factores vários, entre os quais ocupa lugar de relevo
o mesmo defeito que tanto prejudicou o bom êxito da parte sii da reforma
vemeiana —o orgulho desmedido que irritou as outras partes.
Em pleno exercício do seu múnus de Professor de Anatomia no Hospital
de Todoa-oe-Santos f<» snbstituido pdo Dr. Bernardo Santuocâ, Mestre
em Artes e Doutor em Medicina pela Universidade de Bdanha, por decreto
de 4 de Fevereiro de 1732(2). Nesta ocasião redigiu-se uma espécie de
regulamento ou estatuto que o novo anatómico italiano devia observar.
O estudo em cadáveres ai preconizado parecia razoável explicação da ana-
tomia universal, seguida dois meses depois, de anatomia particular. Nesta
«como se movem as partes, como se chamfio todos os músculos,
observar-se-ia
aonde prindpilo e acabio, para que se saiba o modo que deve observar-se
em cortar alguma parte dos corpos viventes, fugindo dos erros que se oomet-
tem, não sabendo como se achao dispostos os músculos».
«Nos mczcs de Abril c Mayo demonstrará a circulação do sangue e os
lugares das veyas e das artérias (...). Nos mezes de Junho e Julho demons-
trará todos os nervos, ligamentos e ossos, dedaiando os seus nomes, e o
modo por que fioem sustentar o corpo».
O «Lente» tinha obarigaçlo de dràcar copiar as postilas de que se servia,
se não quisesse escolher um autor principal, Santucci adoptou solução
intermédia, publicando em 1739 uma Anatomia do corpo humano, recopilada
com doutrinas medicas, chimicas, filosóficas, mathematicas, com Índices e
estampas, representantes todas as partes do corpo humano. Como o Monarca,
«de seu motn próprio e por Real Decrete» «constitui inhabeis para o uso
da sua adenda», oe Cirurgiões que nfio tenham obtido «aj^novaçlo ana-
tómica», Santncd puUiooii o compêndio das aulas em portuguSs, visto nem
todos perceberem o latim. Chamaplhe «recopilaçao mais breve e data que
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me foy possível, seguindo o dktame de muitos Doutores» (1). Costa Santos
assoma, pofém, que Santnoci copiou senilinciite e resumiu o anatdmioo
belga Verii^eii, que editara a sua obra em 1734^
As autópsias ou «anathomia nos corpos mortos» ficaram regaladas nas
referidas normas, mas foram suspensas no mesmo ano cm que saiu a obra
de Santucci, pensa Costa Santos que por «interfercncia jesuítica» (3). Pensa,
mas não prova nem apresenta qualquer fundamento razoável. Ora, quando
se não sabe, é melhor não afirmar como certo.
Embora se nio situe ao lado de nenhum dos rivais Monravá-Santucd,
é lugar de referir o nome do Dr. Joio Marques Correia, médico em
Mestre em Artes pela Universidade de Coimbra, onde foi examinador de
Bacharéis e Licenciados (4). Em Évora defendeu «as mais dificultosas
Nele censura «os que, alucinados, cuidam que toda a cilikcia médica
se acha em o arquivo de Hipócrates e Galeno». E pormenoriza quanto
Galeno desconheceu, sugerindo os nomes dos descobridores e as datas das
descobertas. Salientando a inter-compenetração da filosofia e da ciência
afirma que «os filósofos modernos (são) verdadeiramente físicos e doutamente
cxperimentadoe com as obsttvaçOes anat^nicas». E noutro passo: «Desta
opiniio sio quase todos os anatómicos modernos e a seguem os mais das-
sicos médicos da erudição moderna e filosofia experimental».
Para ele, Etmulero é «o príncipe dos autores deste tempo». A experiência
cartesiana sobre o movimento do coração c circulação do sangue é «evidente
0) Anit.
(2) Es. 130.
(3) Es. 128.
(4) Propu. 220-221 e rosto de TVa.
(5) Tta, 2, 34. 52, 73, 75, 49.
(6) João Marques Correia faleceu cm 1745, mas Alexandre da Cunha reeditooJIw
o livro em 1761, reduziodo-o a diálogo, com alguns acresoentameatos. Ver Tra.
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Mtit co MciMic oto que Biden
i foi, neste período o «Engenheiro mate-
mático» Pdtp «monulor mi Calçada de S. Joio Nepunooeno, que em 28 de
Abril de 1744 prometia na Gazeia de Utíboa, ooatimiar as liçOes púUioaa
dc Matemática, em casa do escrívfto da Fazenda Real, Jorge Luís Teixeira
de Carvalho, todas as segundas, quartas e sextas-feiras de tarde. Tinha
dado o programa dc Aritmética, começando a seguir «hum grande tratado
de Álgebra que explicará na língua Francesa e na Latina». Admitia todas
as pessoas de consideniçam» que quisessem airficar^e a este estudo, «no
qual se deve eacraver huma hoia e explicar a mesma liçam». A 10 de
Novembro anunciava um «cuno intdro de Gismografia», dividido em três
partes:
«Na primeira tratará dos diferentes systemas do Mundo, da explicação
dos círculos da esfera e de tudo o que há de mais curioso na Astronomia.
Na segunda tratará da Geografia, assim em geral como em particular.
Ná terceira explicaxá o uso das esferas, assim de Ptdomeu como de Copérnico,
e o dos flobos assim celeste como o terrestre e das Cartas geográficas, segundo
as observações doa mdhores astrónomos e geografoa do nosso tempo».
Realizavam-se nos mesmos dias pelas três e meia, na mesma casa do Escrivão
do Conselho da Fazenda Real. Mais tarde, depois de D. José instituir,
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conhecendo bem os Filósofos modernos, determinada-
trica e Analítica (1),
mente ct de que sobrenaem Locke e Newtmi
in^tetes,
Bento de Moura Portugal estudou em Londres, a expensas de D. Joio V,
a Filosofia newtoniana (3), tendo>se notabilizado com inventos e opiniões
científicas dc merecimento. «Fez este illustre portuguez algumas addiçõcs
c correcções às bombas de fogo, que merecerão a approvaçSo da academia
real das sciencias de Paris» (4). Trata-sc dc uma das suas mais vivas preo-
cupações —a
do aperfeiçoamento da máquina de elew água por meio
do fogo, que se diamou de Savery e deu origem à locomotiva. Também
fez a comnnicaçio da soa descoberta à Real Sociedade de Londres (5).
Antes, porém, efectuou a experiência diante da Corte.
A Rainha, os Príncipes e o Senhor Infante D. Pedro foram um dia para
«huma das cazas Reaes de Campo do sitio de Belém, a qual chamam praya».
Era costume, de vez em quando, deslocar-se a família real às casas dc campo,
afim de se rearearem, fugindo ài pnaet da Corte. Neste dia, porém, traziam
a intmçlo de assistir a expoidncias de FUca. «AU! vinm as opençoeos
de duas maquina», as quaes por meyo do pezo do ar e da foiça do vapor»
levantavam água, dando o Mo ocasiam a que o pezo do ar pudesse tomar
a reduzir em agua os vapores, em que o calor a tinha transformado».
Assim descreve o cronista a sessão da novidade que El-Rei, o Príncipe
e o Infante D. António já haviam tido ocasião de observar. Estas máquinas,
explica ainda o mesmo redactor da «sam as que os Inglezes diamam
noticia,
sinqdes, as quaes, em terras abundantes de lenha, sam de graadiasiina utilidade.
Deve^e a sua primeira origem ao Marquez de Worcester e o invento da
sua pratica ao Capitam Severi, ambos da Naçam ingleza, e o moverem-se
por si mesmas com mais algumas circunstancias atendíveis, ao Doutor Bento
de Moura Portugal».
Este foi o organizador do espectáculo («fez armar as máquinas», e esteve
presente). Neste tempo exercia as ftmçOes de superintendente das Fábricas
reais de Fnndiçio da Artdharia da Comarca de Tomar(6)b Seu oonlem-
poilneo, o P. Teodoro de Almeida expOe e adopte a optetto de Bento de
Moura, acerca das marés (7).
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Simples «professor opetário», Mamiel Angdo Vila puUicanm em 1745
um mwnifrsto de vinte e trCs páginas, enderaçado à «onayor parte das pessoas
que habitio nesta populosa cidade de ÍÀAotí e seot conttnnos, que curiosa-
mente se divertem com as observaçoens Phizicas, Mathcmatícas, eto.
Ainda então a Casa dos Qratorianos não abrira a aula de filosofia experi-
mental.
Prontiâcava-se Vila a fabricar com perfeição, «os instrumentos e arte-
fiwtos phisicoae mathematicoa», de que predsassenL A
lista que divulga,
(I) Lit.~l. taeiím Oenw dá notícia deste folheto na Brotéria, wL SO^ JsiMilO
de 1950, de que apenat viu «n swmpiar na BibBotece da AM*» O de que nos senioios,
pertence à
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d$ loÊ cuerpos, aertto no títíoma Francez pelo Abade Nolet e traduzido em
Caitelkaio por Dombigo» Joté Vatqm y Maraks, que se vendia em Liiboa,
pdo nenot deide 1748.
Este periodo nflo se caracteriza, porém, apenas pela difusão das ideias
de Newton e seus satélites. A corrente atomista formava ainda o caudal
de oposiçilo à Filosofia tradicional. Dir-se-ia que dois rios convergentes
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da Rainha (1). Na
dedicatária do Tratado das operações ás Surgia (Lon-
dres, 174^, ao Conde de Erioein, 1.^ Maiqnês de Louriçal, Fnadaoo
Ó.»
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Na Gauta de Lisboa, de 25 de JuUio de 1737 anunciava-se o Theatro
Antí-Crttko Vnhenatichre ks Obnu dd mty Jt P. M. Feifóo, deelP, Sar-
ndmta y de D, Scdvadar Mdi», em tris tomos de quarto (Madrid, 1735).
Era seu autor, D. Inácio de Armesto y Ostorío. A 26 de Setembro invocavapse
o nome dc Feijó em questSo de monstros: Curiosa Dissertação ou discurso
Fysico-Moral sobre o monstro de duas cabeças, quatro braços e duas pernas
que na cidade de Mediíiasidonia deu à luz Joamia Gonsendo, consultado o
F, M. A*. BeiUo JèrMmo Feijó, Monge Beneditino (1).
F<M depois de omidiiida a puUicaçlo do Teatro Oitíco que a polémica
mais se generaliioii em Portugal. A
Gazeta de lãAoa anuncia-o desde
1741, em que «hum hespanhol, morador às portas de Santa Catharina por
baixo das ca/as de hum Bordador, chegou ao presente, de Castella com
vários livros, cnire eles o nono tomo de Feijó». A 25 de Maio do ano seguinte,
vendiam-se, também cm casa de um «hespanliob>, os Duelos médicos en
defensa de la faaddad meêka, contra o Theatro Critico do F. Feijó. A 6 de
Junho de 43 anundava-ie o Antigo académico ou Drfensa das Sciencias Ftaka
€ Medica, eoatra a Critíoa do F. Fe^, A 25 do mts seguinte, a FHasertatam
Critica sobre o juizo universal, por Manher, com a sua defensa, Trata-se
de Salvador José Mafier, autor do Anti-Teatro Critico, a que Feijó respondeu
com a ílustración Apologética (...) donde se notan más de cuatro cientos des-
cuidos al autor dei Antiteatro (Madrid, 1729).
A seguir começa o perfodo do Teatro do Mundo vlsivdt^^oet^co, malft»>
maddeo ete. Ou (em que)
as AigwigiMm multoa êbeuraoa do ãtpkih
Coloqidos
tlãslmo Fir, composto por Fr. Benardino de Santa
Bento Jeronymo Feijó,
ci) Sobre idêntico tema escreveu em França, no ano dc 1738, Mons. Lcmeri, disser-
tando na Academia Real das Ciências, a reqwito da natureza, origem e formação dos
(2) Ver UB OKtiflado ssb, sntápafo. dstsdo de lite. T-IV-TU (T. T.— Min.
Justiça, M. 34)l
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I
" 141 —
I
ciam-se asobiw dot doii oontcndom, tanto ot dois vohimes dat Htfkadmm
Apologéticas e os Memortahs do primeiío, como a reqKMta do Mgimdo.
A 22 de Janoro de llSláa^yt^oattlbàéotn^gertídaseoÊannuásmta^
que se contem no theatro crítico universal do Ilustríssimo c Revcrcndissimo
P. M. D. Fr. Bento Jeronymo Feijó, tam conhecido e estimado na Republica
das letras, composto por Diogo de Faro de Vasconcelos, Cavaleiro da Ordem
de Cristo, Cronista-mor na vila de Torres Vedras.
E
a propaganda contiiiuoli, pelos anos fon, com antbcios das obras
de Feqó e de seus impngnadofes. Datre as obias gnais, merece tapedtH
referfinda a publicação, na tipografia do Col^o das Artes, do Thea^
Critico Universal, devido a diligência de Jacinto Onofre e Anta, anagrama
de Frey António Caetano, Frade Carmelita. Compendiava os quatro primei-
rcos tomos, vindo a aparecer o segundo, no ano de 1748, já noutra tipografia
— de António da Silva (1). Desta forma divulgavam-se por todo o público
ledor, criticas radicais como as do terceiro dbciuao, de que apontamos apenas
este período: «fToda a
das Escolas, para dar razlo de qualquer efeito
física
natural, está reduzida puramente a dizer que há tuna qualidade que o produz.
Esta é toda a filosofia peripatética e n9o há outra.»
Feijó alcançara de facto grande aceitação entre os portugueses, de modo
que, ele próprio pôde escrever: «aunque a todas las Naciones han debido
bastante aceptacion mis escritos, à ninguna tanta como à Portuguesa».
E acresooita, de comprovação: «O^estimonio de esto es d grande
a titulo
consumo que se hizo y hace de mis libros en PoitugaL TestinKmio de esto
es haverse dedicado un ilustre y docto Prócer Português (El Ex.™" Sefior
Conde de Ericeira) à la prolixa obra de ilustrar con nuevas pniebas, todas
mis particulares opiniones, la que tenia muy adelantada para hacerla publica,
quando, con grande dolor mio, comun à toda la Republica Literária, le
ri) É de Salgado Júnior a suposição dc haver erro tipográfico com reapdto à daU^
que seria 1748 e não 68, como se no rosto. (Cf. V, vol. III, 160, nota).
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— 142 —
qualquer dos casos, a presença de Feijó foi benéfica, para atear ainda mais
o mo6ndio que já lavrava entre os iatdectuais portugueses» se é que nio ettá
na niz desse moviíiiento*
Passando agora aos assuntos mais controvertidos entre nós, e deixando
de parte a linguística, que não teve em volume à parte outro opositor, além
de Martinho de Mendonça, já referido, comecemos pela mitologia ou, mais
determinadamente, pela questão da existência ou não existência da ave fénix.
FrBncisco de Pina e Melo deixou incompleto o Canócuh btteieetual para
tínmHBT a p»^peertfa do Teatro do Mundo vishol do P. M. Fr. Bavarêtno
de Santa Rosa, oonfonne kmos em Barbosa Madiado, que nio teiá acabado
antes da relativamente extensa bíMiognfia que depois saiu. Anónima e
sem data, apareceu uma Dissertaçam contra a existência da Fénix c, portanto,
a favor de Feijó. Nâo terá, porém, sido o primeiro espécime da polémica
que nos parece que foi o Discurso critico em que se declara por fabulosa a
Fènlx, no Teatro do Mundo Fbfiv/ do P. Dr, Fr. Bertumfíno de Santa Rosa,
da Ordem dos Pregadora, que Jacinto José Soares de Torres publicon em
Coimbra, em prindpio de 1744, com o pseudónimo de Firancisco José
Tones (1).
Ao mesmo tempo surgiu o Desterro de huma figura que appareceu no
Theatro do Mundo Visivel do M. R. P. M. Bernardo de Santa Roza (...) Lente
de Véspera no Collegio de S. Thomas desta Cidade de Coimbra, offerecido
aos curiosos, por hum Académico desta Univeisidade (Coimbra, 1744).
Acudiu por Fr. Bernardino, Luis Caetano dos Serafins, com um Discurso
apologético pela mrdadtíra existência da Fénix, no Teatro do Mundo Visivel,
não demorando, porém, a sair a público um novo defensor do beneditino
espanhol —Vitoriano Carlos Semedo Feijó c Madureira, que escreveu
Reflexões Criticas sobre o livro intitulado Theatro do Mundo Visivel, defen-
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— 143 —
e defensor Luiz Caetano dos l^n^ns, É autor deste papel, Mateus da Costa
Banoi, qne o dedioott a seu fiUio António de Sousa Cotitiiiho.
Nio vale a pena folhear nenhum destes opúsculos, que usam nz0es
muito longe das que empr^aiiamos hoje. Este último, por exemplo, defende
a sua tese. sustentando que se deve acreditar mais nos autores contem-
porâneos ou próximos dos sucessos. Isto lhe bastava para rejeitar o teste-
munho dos «viageiros que nutridos com o leite de França, podem enganarse
no txpameaiÈú com que nos aturdem ou enganar>nos a nós pdo inconve-
niente de famigeradas auias».
A da Mediana travou-se iqa pugna em Espanha (1). Entre
respeito
nós, além da defesa de Monravá y Roca —
Feijó defendido, 1736 de que —
já fidámos. importa referir o nome do Dr. António Isidoro da Nóbrega,
«médico lisbonense». Escreveu ele em 1745 uma Contradicion evidente dei
Reverendo Padre Maestro Fr. Benito Jeronymo Feijoó en ia matéria de la
Meêtína e logo P. Francboo Xavier da Silveira Bdbguarda
se içiessou o
em lhes contrapor a Verdad de Fe^ó segunda vez vbuBcada, o sohicion evlden-
tissima de ía perten£da contratScíon evidente atribuUkt a Fe^Ó en la Medicina.
O Dr. Nóbrega não se calou e no ano seguinte, publicou a Anticrisis Apolo-
gética à verdade de Feijó, segunda vez vindicada ou solução dieta evidentis-
sima que hum Anónimo escreveo contra a Contradição evidente de Feijoó sobre
a Metheina.
Também esta literatura vale ainda e apenas pela atitude que representa
no horizonte da cultnia portuguesa. O conteúdo, como diria Maraflon,
de pouco serve ou mesmo nada para o progresso das ciências. Sob outro
prisma se deve encarar, por exemplo. Castro Padrão. Juiz de Fora em Silves,
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— 144-.
Maio de 1736(1) não será temerário supor que os manuscritos estivessem
ledigidos antes dessa data.
Feyó impugnara ot animait-máqwmtt de Descartes. Entre ndt, não
muito mais tarde, fd esta doutrina aceite e ensinada nos Oratorianos, pelo
P. Baptista. E agora era um discípulo seu que saía a terreiro com a Pro-
pugnacion de la Racionalulad de los brutos. Caria apologética en respuesta
à la Carta critica, que un doe to anonymo escribio al Aí. R. P. M. Fr. Benito
Gmmbno Feyjoo, impugnanéh el Dlaemo mno M
tomo iontro de su Theatro
Critíeo, áonáe érfmãló la Hntenela, ^
àh$ Brutos atrtbm éBsamo,
Utilizara a língua castelhana, já porque o opodtiMr de Feijó escrevera
nesse idioma, jd porque defende a um espanhol» quanto poasivd «cmi sus
mísmas doctrinas, transcribiendo muchas passagens». De outra sorte
ficaria «una mezcla tediosa». Pedindo ao leitor que se dispa de preconceitos
e não julgue sem ler, fez simultáneamente profissão de moderno, verberando
com seveiidade os que condenam, só por ouvir dizer aos Mestres.
«Esto vemos verificado en aquel indiscreto y mal ftmdado desprecio,
con que muchos tratan las opiniones que apeUidan nuevaa (siendolo talvez
tolamente para su poca instniccion) solo, porque quando Escolásticos oyéron
à sus Maestros tratarias de heréticas, ò erróneas, y toda su vida oyese-les
reprobarlas, quando poco como pcligrosas: claman indignados contra ellas,
(1) G, 1736.
(2) T. T. — Chanc D. ACmuo VI, Uv. 34, foL 202 e L. 36, foL 2â2v.: Gute de
íMt-m.
C9> T.T.^Ciue. D. AfooM» VI, L, 38, foL 119.
(4) O, 27-IX-710.
(3) O, 8-Vm-722.
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— 145 —
Santo António, na oennua do Santo Oficio esoevt no entanto, que teve
«toda a vida ocinMda not do» tríbunaet». Se bem que ot dois
vohimea doe seut Discursos da Ignanmda em que em consequência se d0ieulta
a mayor parte da Filosofia peripatetica tenham qMiecido em 1740, a obm
devia estar acabada em 1738, visto a primeira lioaça ser de Janeiro do ano
seguinte (1).
XO
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— 146—
Aristóteles repartio pelos elementos as quatros qualidades por graça e
não
por mefedinento, oomo donativo próprio e da natureza; poit a meiína
nflo
natureza fíqterUnenti^nei^ o mostra, no duvidoso exame das qualidades
da terra».
Referindo-se à doutrina perípatética da transmutação de uns elementos
noutros, insiste na posição inicial: «Para estas transmutações passarem
da imaginação à evidencia, só podiam ter exame nos argumentos e diminui-
çõens da terra e da agua, como etementot visto» e palpáveis».
Prossegue no mesmo discurso quando assenta que nlo se dio trans-
mutações no ar («e p(v isso escusado o fogo»), viito nio se aduv AmoN^
traçOú de que a água se faz terra ou esta, 4gua. O apelo à experiência do
bom senso, privado de qualquer recurso ao avanço das ciências, Icva-o a
contrapôr-sc à teoria geocêntrica, citando apenas o nome de um defensor
moderno, coUiido algures: «Entenderão Heraclito Pontico, Niceas Sira-
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— 147 —
parte da Filosofia peripatética, com base sobretudo em Aristóteles. Com
«razoens naturacp» propOs-ae twct as proposições filosóficas, objectando o
que se lhe ofenda a propósito. Estamos, pois» em pwcaça de um critidsmo
equilibrado, que se baseia longliiquameTitc em Descartes, através de Feijó,
de fácil observação mas sem recurso a dados laboratoriais ou de observa-
tório astronómico, que tao necessários eram para os dois temas centrais
do seu traballio (os elementos na terra e os elementos na atmosfera).
A sua atitude de critica à doutrina ncáàdB. de Aristóteles é, porventura,
a parte mais impressionante, por atacar axiomas ensinados nas caccHas,
— —
O último tema dos terremotos foi versado em data posterior.
Como só nos interessa a bibliografia que mais directamente se refere a Feijó,
indicá-Ia-cmos aqui, se bem que de passagem. Em Grand Puerto de Santa
Maria, no ano de 1756 publicou-sc um j\uevo systema sobre la causa physica
de los Terramotos, explicado por los phenomenos eléctricos (...)• Su autor
Don Frey Benito Geronymo Feijoo Dedicado a la muy erudita, regia
(...)
(1) Feliciano da Cunha França, no livro citado, flxprime-se quase da mesma forma:
«Tudo no mundo são disputas, ainda dc cousas que tcni pOOCa iti^^^yi^*!* paia se vir HO
conhecimento do que são e do que procedem».
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— 14«-
o carácter. Chegà. mesmo a entrever na contenda
já lhe definiu oertenamente
o despontar de um certo racionaliamo flumitriatico, que viria a d^genctar
no jhmriwwmo portngnSs, da feiçSo do italiano e auftrfaoo: nm iluminismo
católico de «NaçSo Fidelisstma».
O movimento nascera c alimcntara-se em Conventos da Regra de Santo
Agostinho (1), como principais adversários,
tendo, porém, os dominicanos
dentro da Inquisição. Os Jesuitas tcr-se-ão dividido em duas facções, a
avaliar por tr6s nomes —
o do P. Joio BajMtista Ovlmnia na Corte de Lisboa,
o do P. Manuel de Azevedo na Oútia romana ^
e o do P. José de An^o,
iiutot CaNa de hum airioso áa VitímMiée de Évoni es^^
da VniverMde de Odndmt, manifestamente a fovor da Inquisição, com a
sua resposta em que «se mosttSo as consequências terríveis que nascem
de alguns confessores nao guardarem o sigillo da Confissão Sacramental».
A polémica da primeira fase (antes de Pombal, isto é, do ano de 1 745-47),
estende-se por cerca de umas quarenta dissertações e escritos anónimos.
Eis os títulos de alguns: Bakmça da verdade e biveetha ipt^ogitka: Carta
tpohgitiea: Carta censória; Carta eonndttm: Carta drfefieba: Carta dltt-
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— 149 —
regista- SC a defesa do autor com elogio grandíloquo: «Mas saiba V. M. qtw
Muxatori, no tempo presente, e no Tlieatro Scientifioo, representa nos seus
papeis huma das mayores figuras, na Republica das letras occupa entre os
doutos hum lugar multo distincto. Ouço que he Bibliotliecarío do Duque
de Módcna, mas sey que a sua grande cabeça he huma animada livraria,
e se dá a conhecer pelos títulos na variedade dos seus escritos, que já se dilatao
(1) Cora.
(2) Dic, II, 179.
(4) Obra VI, 116-117. 126, 145-147. Neste tUUmo lugar, Viein distingue os Mile*
aÉiios 'f^ff^'"'^*^ e os admitidos como ortodoxos, entre os quais se coloca. SoIm o
assunto, ver os eruditos Prefácios de Hdoam GÉdade, do voL citado e do VIII, bem cono
de Defe. Ver ainda Prop, 242.
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— 150 —
cacflo. Bra Vernei o procurador do Prelado na Cidade dos Papas e por
isto deu-lhe conta da dedião da Cúria, em termos que bem se podem consi-
derar teus (1).
Napoli, 1737(2).
— Rudolphi Cudworthi Systema tomus
Iníellectuale hujus Vniversi, etc. 1
et IL Jenae, 1733.
— Hugonis QrotU Belgarwn Pkoaácis Manes áb Mguis obstreeíatUm&uã
vbuSeatí. Ddphis Batavarum, 1727.
'^Le systeme des Anciens et des modernes ... sur Vétat des ames separies
des corps en quatorze lettres. Amsterdam, 1734.
Cremos, porém, que a Inquisição portuguesa, até esta data preocupa va-se
mais com outros problemas, principalmente com o dos cristãos-novos.
O ambienlB geral entre nós e na viiinha Eqianha, era realmente case, chiando
W
aproduiir obras da autoria de pessoas nlo-eci iéstica s. É o eaao do médico
António Isidoro da Nóbr^ qne julgou oportuno intervir com um IXseuno
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J •»»////•/..
.1
«/vi/iT/r /xi'*' ./«/ Cnt": JB/r/u/i/uv.
Cortes da Europa
Fachada norte, primitiva, e oeste, cm pane transformada,
do Colégio das Artes em Coimbra
— 151 —
Catholico, no qual hum Chrisião Velho, zeloso da nossa Santa Fé, fala com
os Judeos, editado em Lisboa, no ano de 1738.
Este ambiente de zelo leligioio toraou-se, no entanto, impermeável a
mnitM espfrhoa, sobretudo a quantos estacionavam no Estrangeiro ou
passavam aJérn-frontenas. Mesmo professando a Rdjgiio Católica, alimen-
tavam o preconceito da inutilidade doa Frades, pelo menos de tio giande
número. D. Luís da Cunha, por exemplo, considerava urgente proceder
a uma «primeira sangria» —
a da «muita gente dc ambos os sexos» que
entrava nos conventos, «porque comem e não propagam» (1).
Outmi eomntea idãoldgleas agitaramo meio intdei^ttal português
— de carácter liteiário e UnguMoo^ a que nlo queremos deixar de aludir,
mesmo sumàriamente. O Marquês de Vaknça, D. Frandsoo de Portugal
e Castro, um dot inielectttais do século xvm que tem andado um pouco
esquecido (2), escreveu um dia um Discurso apologético em defensa do Theatro
Hespanhol (Lisboa, 1739), em que propriamente defende Calderon, dos ataques
dos críticos (3). Estes haviam procedido à revisão crítica, por vezes exagerada,
que não poupava as figuras cmisagmdas. O P. Rapin censurava de escuro
—
onosaoCamOes IS^e na censura de P.D.José Barbosa. Mas o P. António
dos Reis, da Congregação do Oratório, já falecido, «tinha meditado huma
invectiva tão bem fundada contra a soberba do P. Rapin que o nÍo liavia
poder defender delia toda a idolatria dos seus sequazes».
Excedia-se, porém, o Marquês na sua antipatia pela França, não só
quando criticava o teatro, como nas ocasiões em que a apreciava por outro
qualquer prisma. Assim, na hutrucçam que o Marquez de Valença (...) dá
a seu fio» prtmogaútú D. Jae^k Migutí Joam de Portugal, Omde de VMoeo
(Lisboa, 1745), pontifica sem rodeios que «não deixeis as Filosofias antigas
de Platão e Aristóteles, que acreditarão os Santos Padres, pelas Filosofias
de Descartes e Gazendo, que seguem e não acreditao alguns engenhosos,
porque para igualar ou vencer a hum Doutor Angélico era necessário con-
trapor-lhe hum Doutor Seráfico».
Depois de sconsethar a nio perder tenipo com bagatelas, esdarece:
«Trocai o estudo doa livros firancezes pela liçSo dos auctores latinos, porque
«w^gFiem lie tio jguorante da pintura que queira antes as copias que os origí-
naes para adornar o seu Museo>\ Levado pelo sentimento pátrio de Fidalgo,
fazia por fim mais esta advertência: «que sigais os costumes pátrios, que
vos não aparteis das pizadas de vossos avós».
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— 152 —
Da escola do opositor do Marquês de Valença era José Xavier Valadares
e Sousa, que puUioou anânimo, à responsabilidade do impressor, o Real
Cd^gio das Artes de Coiínbni, um Extme ertóeo de kuma 9]iha potíienfdia
à morte da Sereníssima Senhora Infanta de Portugal a Saihora D» fírmh
cisca (...). Coimbra, 1939. A Gazeta de Lisboa anunciou-o no princípio
do segundo semestre desse ano. Duas vezes aparece o anagrama da Compa-
nhia de Jesus, como que a assinalar a concordância já expressa pela inclusão
da critica nas ol»as sÉUas dos seus prelos. Hcniaid Cidade já o apreckm (1)
e aqui limitamo-noe a ymcar as preferêiicias do autor pek cultora fianoesa.
Se entre os modelos que cita nio deixa de aparecer Gdngora, o certo é que
detesta as «frívolas agudezas» e censura «o estilo pervertido da makxr parle
dos poetas espanhóis e de alguns modernos portugueses».
A retórica e a oratória também foram objecto de revisão. Sobre a
primeira, talvez valha a pena citar o Delicioso Jardim da Retórica, que não
conseguimos encontrar nas BíUiotecas de Lisboa. A respeito da ttgaadtí
é Índice bastante o apreço em que foi tido o autor do Samõo da Sexagatíma,
o grande P. António Vieira. O Conde da Ericeira promovera-lhc exéquias
pomposas, a 17 de Dezembro de 1697, que foram o início da glorificação
póstuma e natural sequência dos louros que alcançara nos púlpitos de Por-
tugal, Brasil e Itália (2). A Gazeta de Lisboa de 2 de Março de 1719 anunciava
(2) Oração F.
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— 153 —
(Lisboa, 1736), seguidas em 1748, pela Voz Sagrada, politica, rheíoriea e
métrica ou Stypiefmnto às Vmcts ááuíoms (...) Em 1745 dfvidgm OlliUieniie
Joflé de Qurvalho Bandein, a Rh^orka Sapada ou Arte de Pregar novamaitê
descoberta entre outros fragmentos literários do ffmde P, Antonio Vieira (...),
(1) o, 6-VI-7 7.
(2) Sobre a autoria da Arte de Furtar, ver Histor, lU-I-93 e Historia L, 136,
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— 154 —
do Futuroe, depoit da orftict de Vernei em 1747, o Discurso Cathotíco Senten-
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— 155 —
Pouco depois, em 1740, o P. Silvestre Aranha publicava a Metafísica do
Cuno dado no qwidriénio de 1723-27, aeceaoentado da oontrovénia que
diz se agitava nene tempo entre Pnipatéticos e Alomistas, r^istando mesmo
a deserção algures, certamente nos Oratorianos, das fileiras aristotélicas
para as atomistas ( 1). Embora alheado das aulas de Filosofia, impugnava
com ardor o atoniismo de Tosca e os pontos fundamentais do sistema carte-
siano, por exemplo, as provas da existência de Deus e as noções de extensão,
substftncáa e addente (2).
Embalado na polãnka que tanto o seduzia, publicou um livro todo de
combate em que aparecia alvejado o nome de Tosca, não havendo dúvidas
de que o ataque se dirigia aos Filipinos de Lisboa. Foi em 1747 que saiu
à luz em Coimbra com o Disputationum Physkarum adversus Atomisticum
Systema quoJ defendendo suscepit R. P. Thomas Vicentius Tosca, mas as
licenças são de 46. Coloca-se estritamente no ponto de vista metafísico,
visto que a doutrina combatida pretendia substituir uma teoria também
metafísica —
o hilemorfismo —
e até porque o atomismo, neste tempo, se
nlo revestia da nnqMgem actuaL Com a argúcia que lhe era peculiar, p6e
a nv as contradições de que enferma a filosofia dos átomos e entretem-se
a tirar as conclusões possíveis, dentro da rigorosa lógica dos conceitos.
Hoje chamaríamos a esta atitude, naturalmente, «actividade inquiridora
e crítica» (3).
Na Universidade de Évora a orientação era a mesma. A proUemática
moderna reduzia-se à imposta pdo atomismo, que nlo raro se identifica
mal com o cartesianismo. No curso de 173{M3, o P. João de Andrade
também impugnou «a sentença dos atomistas chefiados por Descartes» (4).
No curso iniciado cm 1742 por Francisco Gomes, introduziu o P. António
de Freitas, no último ano, em 1746, o estudo da história da Filosofia, se
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— 156-
para a cousa sobre que se inquire (maxime in ea re de qua quaerítur); os
numiaitot da lazio natural intrfnseca, principalmente para ot atrantot
SkMoM e flnafaiMate o tettemunho dos sentidos (1).
Na Física nio faltou, é claro, a costumada expunção das feses da Filosofia
«nieeanica», para se ficar ainda na posição aristotélica. Mais importante
é, porém, o apreço que dá à «Animástica», desenvolvendo os temas próprios,
como órgãos e funções, descrição física da nutriçáo, coração e circulação
do sangue, fome e sede, geração dos seres vivos, alma sensitiva, «admirável
&brica dos olhos», vista, daiidade e escnridic^ diafimeidadft e opacidade,
cons Qutaido, que nlo segue), écglo do ouvido, ete. Fica, porém,
(até
muito againdo a Aiistótdes, considanndo como qualidades o som, o dwiro,
o gosto, etc.
Quando foi para Évora, António de Freitas tinha acabado no Colégio
de Santo Antão o triénio de 1742-45, de que restam Conclusões Físicas e
Metafísicas (^). A orientaçlo no Colégio UdKWla alo difen da que maid-
festou oa capital do AJamjjo. En aliás a linha de pensamento já fixada
no cuno do P. Antdoio Vieira, que leccionara em Lisboa, no triénio de 1739-42.
As datas deste curso põcm-nos de sobreaviso a respeito da modernidade
que o informa. A lógica, tal como cm toda a parte, continuava estrutural-
mente a mesma. António Vieira ataca fortemente quem pretende estudá-la
por «Renato (Descartes), Gassendi, Mariotte, Isaac (Newton), Duhamel,
Purdhot». De igual modo se mosMi inimigo sevoo do atomisoao, oom
o pretexto de que talFilow^ prejiidica quem estuda Teologia. ExpOe com
bastante extensão o sistema cartesiano, mas, para depois o impugnar. Nlo
aceitando, pois, as teses ftmdamentaís, conhece, porém, muitos autores
modernos (3).
Domingos Maurício, que manuseou o códice do seu curso, afirma que
«sob o aspecto cientiiico, os Paradoxa Hydrostatica, os Experumnta PhysicO'
'Mtekmka e The Scepticae Ckynkt de Boyk eram-lhe fiunOiarBS, como as
obns de Mariotte, Desdudes, Riccioli, Mussdhembfoedi, Bordli, Riolano,
Muj^rigN» Newton e Hubert, prc^sasor de Sorbona». As «qmilncias da
piessão atmosférica na máquina pneumática, no barómetro e nos hemis-
férios de Magdburgo, o termómetro de Torricelli, o microscópio de Malpighi,
são aproveitados por ele na discussão dos correspondentes problemas de
Física. No estudo da psicologia e da biologia geral, não dispensa o recurso
da Anatomia e da fisicdogia humanas, que esqiOe longamente, através das
lymt» variadas infomnaçOes flamengas, dinamaiquesas, hgyftwf e it^%"*%
í
0) Fis.
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sem descunu- os elementos ílustratívos da zoologia e da botflnica. Ot in^teses
Cudworth e Tomás WiUis, os diiiamarqueaes'G«q[iar e Tomás Bartolin,
o flamengo Veriieyai, Le Giand, Zsmi e tantos outros ooomm, a cada
passo» (I).
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— 158 —
de Almeida entrou na Congregação a 15 de Abril de 1735 e, depois do ano
do noviciado, inídoii oe eatndoe.
E contudo, pouco apnndera nas escolas. O mesmo
também antes»
biógrafo assevera que «até à idade de 13 anos não passou do estudo ordinário
da Gramática c hum ligeiro conhecimento da lingua latina (...) c nada de
poetas nem antigos nem modernos». Pois mesmo assim, entrando na Congre-
gação, não teve ocasião «de entender senão nas postiias do P. João Baptista,
depdi com Gfavnande, Mwliembroek» (1).
Ette eia «ealmente o quadro dos estudos nos Oiatoiianos, na Càsa
do Espirito Santo (actualmente intenda no edifitío dos Annazéns do Oii^
para os de fora e para os de dentro (2). Apenas o necessário para a vida
eclesiástica. Os estudos, «segundo o estilo da Congrcgaçam. duravSc sete
annos, sendo três de Filosofia e quatro cm Theologia», precisa o mesmo autor
contemporâneo (3), supondo-se, naturalmente, o anterior estudo da gramática
latina, que era hábito estudar ou aperfeiçoar durante o noviciado. «Não se
Estatuto.
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— 159 —
conhece dos filósofos modernos, é de Analítica» Tópica, Sofistica e Pseudó*
grafa. Muito longe, pois, da Arte de Peruar on de Lodc...
Até Teodoro de Abndda, qne a leodonará já áepm» de 1746, ainda
há^ seguir o mesmo rumo. Só a Ffsica sofrerá, no principio deste poíodo,
algum desvio, de certo por directa influência dos livros do Oratoriano espanhol
Vicente Tosca. João Baptista foi de facto o primeiro a modificá-la, mas
ensinou apenas «huma Filosofia afilhada dc Gascndo», como refere o aluno
do P. Teodoro que lhe escreveu a Vida (1), e ainda assim, 4(deixando-a pouco
firme». Em todo o caso, nlo se deve dimmoir essa poiiçfo, a que o mesmo
autor, noutro lugar, se refere nestes termos: «o primeiro portugnez que
nmpeio as trevas das antigas preocupações, entestando com numeiozo
esquadrio de adversários, que de/esperadamente combatiSo para conservar
entronizada a sua Peripatetica; o primeiro que publicamente ensinou no
centro da Corte a Filosofia de Gassendo, que segundo a escolha, ordem e
disposição a que a reduzio mais se podia chamar e era Filosofia do P. João
Bautista que de Oassendo; o primeiro que em Portugal tentou experiências
para examinar a doutrina do femoio Newton. Como o pcópffio Qratofiano
Teodoro de Almeida reconhece, o P. Tosca (2X no Compêndio de Hlosofia
«segue principalmente a Gazcndo» (3).
No segundo volume do Curso, Baptista começa por assinalar a necessi-
dade da Matemática (sem abusos!) para o estudo da Fisica. Por isso, antes
de cada questão que disso necessite, dará breve explicação geométrica.
Ficou no princi|»o o ]riano que intentava realizar. Só inqjirimiu o primeiro
tomo^ que se reduz àFbica Geral. Nio sabemos por que motivo nioptiblioott
OB cinco restantes que anunciou neste primeiro. Pela nova orientação que
o seu discípulo Teodoro de Almeida estava imprimindo à Física, aí por 1750?
Aqui defende que a forma material, «fisicamente» não é mais que a apta
harmonia dc partículas insensíveis da matéria, e a contextura e imião intima
das memas. Melifliicamente, isto é, em forma puramente conoepCual,
nflo se afiuta da Esoda... Vioenie Tosca escrevna, no mesmo sntido que
«a matéria prima dos corpos, fisicamente considerada, consiste na união
dos átomos», e que Aristóteles apenas assinalou oe iwincfpios do corpo
natural, sob o aspecto metafísico (4).
Por conseguinte, as formas substanciais materiais não são entidades
da matéria. Os acidentes gozam da proprie-
absolutas, realmente distintas
dade de inseparáveis, porque indistiatoe da matéria. Des^Mueoe esta.
(1) Vi.
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— 160 —
e consigo leva, naturalmente, os acidentes. Parece heresia? Mm alo.
O P. Baptitta explica-se, porque a teoria tem imirficaçOes Gom o Saefameato
cucaTfgtico. A luz cooiirte num movimento eqiedal de certa matéria snbtí-
Iteima; a cor no* raios luminosos, vàríamente modificados; o saber e o
ciíetro, em pequenas partículas, etc, etc. Estas manifestações denominam-sc
figura extrínseca ou matemática que. afinal, se reduz às três dimensões — com-
primento, largura e altura. Mas há, evidentemente, outra âgura, a intrínseca
ou fbica, resultante de certa e determinada uniio mútua das partes
int^rantes. Assim, a figura física do homem está em que cada parte se
encontre unida a imia determinada e não a outm; por «templo, que a cabeça
estqa imediatamente ligada ao pescoço e o pescoço ao p.-ito, etc, etc. Pode
o corpo perder as actuais dimensões. Se conserva aquela disposição, mantém
a mesma figura física que dantes. Mas como a figura extrínseca consiste
em certas e determinadas dimensões do corpo, em ordem ao lugar, e consi-
—
dendas sob o aspecto matemático ainda que Deus destruísse Pedro (quererá
dixer: a figura física, tal qual de a entende), no seu lugar ficaria a figura
aemível que os sentidos percebem. Na Eucaristia isto é o que pomanece
do pão e do vinho, graças a suoessivoe mibigres, isto é o que fidta ao Ckvpo
de Cristo (1).
Em suma, conserva-se a mesma quantidade matemática do pào e vinho
— a das três dimensões, desaparecendo a quantidade física que não se dis-
tingue Esta, que de algum modo tem de ficar
do corpo quanto. «mio —
é dbvio, por exemido, pdo peso —
s6 se mantém virtualmente, isto é noe
seus efeitos, que agoia têm Deus como causa eficiente directa. Qêk dizer:
A quantidade física que permanece, na realidade não passa de aparência.
Para confirmar a sua posição, pretende provar que, para os Padres da
do pão e do vinho, na Eucaristia, não eram mais que apa-
Igreja, acidentes
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— 161 —
tiver disso dúvidas» confronte-o, por exemplo, com Baltasar Teles, Soaitt
Lusitano ou Antânio Cordeiro, que o preoedenun cem anos(l).
Poeto que em mnitas oircnostinctM oombata a doutrina cartesiana,
patenteia maior afeição a Descartes do que a Newton. Exige mesmo aos
discípulos dc Newton e Leibnitz que se lembrem de que os seus Mestres,
no que avançaram, foi com Descartes por guia. Refuta largamente, v. g. o
sistema newtoniano da reflexão e refracçâo. Por vezes ensina como um
cartesiano pode nbater o sábio in^is. Nlo raro diz com Arktótdes contra
Newton e até Descartes.
Na biUiografia referida neste segundo volume, relevamos: Acta ErudU
torum, Lipsiae, 1686; Nouvelles de la République des Lettres, de Holanda, 1607;
S'Gravesande {Introductio ad Philosophiam Newtonianam c Physicae Elem.;
II
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— 162 —
e metafísica, nada de novo. Se umas vezes, contra Ariitóteks, le coloca
ao lado doa Atomittas, nootxafl» v. g., ao aiafaialar a canaa do movimeiito
eUitíco, nem aceita a cqmdio peripatética, nem a de Deacartei^ Sagnam,
Maignan ou Newton. Opina que será, talvez, simpleamente um fluido o ar —
dementar — entre os átomos (1). Ensina já que não existem acidentes
entitativamente distintos da substância (2), e resolve as dificuldades levanta-
das pelos peripatéiicos, determinadamente as sugeridas pelos acidentes
eucaristicoa. o cheiro do pão, uma vez destruida
Paseoe-lhe que pode ficar
a porque o odor consiste nos eflúvioa ou corpúsculos «talados
substftncia,
do corpo odorífero e difundidos no ar ambiente. Este e os demais efbitoa,
quer do sabor, quer da quantidade, quer do som» pode-os Deus provocar (3).
Sobre a causa da gravidade, nem alinha com peripatéiicos nem com
Gilberto, nem com Cartesianos ou Ncwtonianos (4). Propõe uma solução
que classifica de «mais provável». Na Física particular sustenta com Des-
cartes, Newton, Bemouilli, Cassino e outros, serem os cometas astros erran-
tes (5). A
ihutrar a Fisiea e a Zoologia traz, no fim, desenhos i mio.
O P, Qemente Alexandrino, irmlo de João Baptista, professor do triénio
1745-48 segue os passos dos antecessores, ensinando o atomismo e nlo progre-
dtndo na Lógica (6).
(1) Con.
00 Cu* 1S2 e n.
(3) Cn. IM.
(4) Cu, II. 682 e ss.
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— 163 —
especial, neste período. Os Fiancucanos contam, neste espaço de tempo,
éah profenoves de Rloiofia q:a6 se podem oomideiar precuisons da f«nova^
çlo que ae há^ cqpenur oom a lobida de Rr. Maniid Cenáculo Vilas-Boas
ao poder da Ordem. Fr. Pedro José Esteves, que professou no Convento
de Lisboa a 9 de Fevereiro de 1722, Doutor em Teologia pela Universidade
de Coimbra, em 1733 foi, a julgarmos pela informação do mesmo Cenáculo,
«dos primeiros ou talvez o primeiro do Reino, neste século», que se manifestou
anti-peripatético declarado, At bases do seu sistema, escrito no ano de 1728
e piddicado aas anlas, tiêt aaos depois, fcsoiiie-as desta fo^^
«Diz haver muitas razfles para fugir de Aristóteles, cuja autoridade dominante
foi objecto das lágrimas de S. Justino Mártir. Que sendo aquele Filósofo,
origem de todos os erros e patriarca dos heresiarcas, era motivo para ser
abominado. Que não havendo necessidade da sua doutrina, se achava
disposto a negá-la desembaraçadamente (...) Que venerava singularmente
a antoridade de Esooto^ mas qne esta levetAada devia ooníer-ae em justos
limitea, poiqoe Esooto foi homem (...). Qne aos professocea de dCncia,
ci^o oâfácter é deicolirir a verdade, nlo era deoemte cativarem sena eotendi*
mentos aos de outros doutores».
Na Física já «discorreu com bastante conhecimento dos modernos.
Sobre o éter (...), separou-se dos Peripatéticos. Admitiu vácuo disseminado,
provado com experiências da máquina pneumática». A Luis Baden e Tosca
se devem estes aivaiiçoi da ciliicía nos FhniciseanoB. Cenáculo aaesceula
awda o nome de Boj^ sem qualqner ponnenor a este respeito. Rr. Vicente
explicita qne Fr. Pedro praticou «algumas experiCnciM e novidades físicas» (1)
Foi no ano de 1730 que Fr. Pedro deu o passo decisivo, «sacudindo
o jugo de Escoto e de Aristóteles denodadamente. Houve rumor violento
contra esta resolução literária e eu mesmo — depõe ainda Cenáculo —
ouvi ao douto Mestre Fr. José de Santa Maria que, se ele fosse Provincial,
mandaria queimar as postiias do Doutor Esteves» (2).
Tudo isto eram episódios particulares que nio tinham fionção de lei:
serviam sòmente para desbravar o caminho, até à plena consecução do intento
almejado. Desde logo, porém, se caiu em excessos. Conta-o pitoresca-
mente, o mesmo informador: «A liçào do engraçado e judicioso P. Feijó,
proposta pelo Dr. Fr. Pedro Jose Esteves, abriu o teatro (3), e depois o
P. Honorato de Santa hfaria, inculcado pelo Dr. Fr. Isidoro do Ãpirito
Santo, os quais antoces^ sendo tostados, iiritaiam o paladar, e já ae nlo
(1)
(Z)
GMa,
Le.
m
160 • 17B.
O) Ibá.
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— 164 —
tratava mais de que a critica fosse comedida, nem degenerasse em sentimentos
que ela, em sua sinceridade, recusa. Acerca da Filosofia pareda-me ver
õforcos de sol contra nevodros de grande peso. Daqui nasceram mil nsis>
tências contra a Filosofia moderna».
Adoptavam -se Mayr, Falk e Ferrari de Modécia e liam-se Purchot e
Tosca. Já SC não ensinava, pois, a Filosofia de Fscoto, mas sim, «o sincre-
tismo de seita antiga e nova». Até «no que pertencia às partes quantitativas
e externas»» se eoncedea dibeidade filofliftfica». Pua esse iiâlo cootiilnihi
activamente um outro Mestre de Filosofia, «o ilustre professor Fr. Joaquim
José, corja disciplina áevo esta voz»
a —
comunica Cenáculo.
Joaquim de S. José (1707-75^ seguiu as aulas de Filosofia, de Teologia
Fr.
c Moral no Convento de S. Domingos de Lisboa. «Em outros dias e no
tempo das Férias cursava a Aula de Mathematica e de Anatomia com o
celebre Monravá e se instruia na Musica». Com 16 anos passou à Universi-
dade de Coimbra, e dotttocou-se em 1735. Professou no Convento de lisboa
em Junho de 1724 e repetiu a Rlosofia (1).
Também ele, «desde o ano de 40, deu entrada a mil e mil faiscas».
«Com a liçio do P. Frassen, animou singularmente a reforma. Ao mesmo
tempo mostrava necessário o estudo da História da Filosofia, pelas poucas
espécies que Frassen escreve na Dissertação Proemial, ao que serviram de
fundamento os artigos históricos que se acham na Filosofia do P. Sanning
e, partienlannente, a liçlo dos livros de Santo Agostinlio, da Cidade de
Deus (...). Se a Histária da Filosofla há tomado corpo nesle tempo^ aquela
foi a sua infimcia» (2). Por estes autores foi ensinando a história filosófica,
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— 165 —
desesperada, isto é, no eaianiB e pesquisa da essSnda fUca doa primeiíoa
princípios» (1).
Apesar de tudo isso, «não consentia que, na ordem de aguezas meta-
fUcas, outra alguma escola fosse mais bem ocdenada que a perípatética».
No primeiro curso que leccionou, era «inteiíamente» aristotélico e no
ícgundo triénio «escreveu em compendio quanto fazia não necessária nem
decisiva a Metafísica dos Filósofos corpusculares». «Levava nisto — comenta
Cenáculo — da injuria as imaginações peripateticas» (2).
salvar
Emsuma,paieoequepodemosfixarqueFr. Joaquim de S. José depois —
de Fr, Pedro Joeé Esteves —
na primeira metade do século xvm, pideo-
cionava Filosofia aristotélica moderna. A estes Professores seguiram-se
outros na mesma linha. Cenáculo depõe a este respeito: «O sábio Padre
Fr. Isidoro», que tanto se escandalizava com a renovação de Fr. Joaquim,
quando subiu a governar a Província (3), «alargou as faculdades ao Dr. Fr. Joa-
quim de Guadalupe, para filoso&r livremente, no curso que leu, mui brilhan-
temente, no Collio de Coimbra». E como a Fr. bidmo sucedeu no governo
da Frovinda em 1749 (4) o mesmo Fr. Joaquim de & José, é ttdto supor
que esta orientação se manteve inalterada.
Aqui terminamos a seriação de livros e das ideias que podíamos ainda
prolongar, porque nos encontramos muito longe de esgotar o assunto.
Porém, esta longa caminhada através da bibliografia e demais manifestações
da vida inteiectnal portuguesa, na diqila forma de combate e simples dootri-
aaçlo, servem à saciedade para mdhor se eonqneender a polémica suscitada
pelo Verdadeiro Método dê Ethidar, que em muitos casos e, de maneira geral,
no tom alviçareiro de que se revestiu, não passa de prolongamento ou comple-
mento de uma actividade normal que havia muito tempo se vinha processando
nos meios culturais. Em seu lugar próprio se verá que, durante a polémica
e depois dela, essas manifestações surgem de novo, com o mesmo viço, com
idêntico entusiasmo e Igual acuidade.
(3) A nomeação feita em Roma aos 18 de Maio de 1743, foi lida no Ooonwnto de
lisboa, a 23 de Agosto deM» «OO (Compen, 204).
(4) Compen. 10.
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CAPÍTULO VII
O REFORMADOR ILUMINADO
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— 168 —
Estudar (1). Por ele iniciaremos, conseguintemente, a nossa caminhada em
biiica do« tiaçM cMendaif dessa lefonna. Antes de mais, porém, páreo»-
-nos indiqwnsive], assistir ao movimeiito de opínilo que snscitott nos diveiv
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— 169 —
de história e uma carta cronológica em português; gramática latina, grega
6 hebmka; uma Poética e uma Rectófka, vni cuno de FúoÊoêà e outro
de Teologia. Os propóeitoe de lefonnador, em nutéiia de Filosofia eTedogia
revelou-os de novo cm público no ano de 1746, quando pronunciou na Aca-
demia Teológica da Sapienza, a De conjungenda lectissima Phifosophia cum
Teologia Oratio, e em 1748, na Carta que dirigiu ao Marquês de Valença,
solicitando implicitamente a sua protecção (1). A Oração tem para nós
faitwBsse, a paotir da dita em qne foi puUkada e ofeieoida a um portu-
guês, o Prqiósito da Orna das Necessidades, visto oonter o coavile caqimsso
à aceitação das novas correntes filosóficas e tedógícas. A ]^)Ístola também
o seu secretário a classifica de <«manifeitf^ per la Teologia». E quando em 1751
publicou o primeiro tomo do curso —
Apparatus ad PhUosophiam et Theolo-
^iam, começava pela história da Teologia, «pelo desejo de prevenir a moci-
dade portuguesa contra as inépcias de alguns que, com muitas mentiras e
gnve terror pânico, a querem impedir de apteãder uma aélida Teologia e
de se desviar doe métodos e das teias de aranha doe Escolásticos». «Deddi-nie
neste livro a quebrar e a liquidar totahnente a audácia e a impudidcia desaes
tais» (2).
Vemei tinha cm alvo o ensino ministrado cm todas as escolas, oficiais
ou não c, concomitantemente atacava a cultura em geral. Em quase todos
os Conventos havia aulas de ensino médio, mas os Colégios dirigidos por
Rdigioaoa que mais se distinguiam e maior número de leigos preparavam
para a Universidade eram, aem dúvida, o Colégio de Santo Antio, de Lis-
boa; o das Artes em Coimbra; e o do Espírito Santo, dos Oratocianos de
Lisboa. Só o Colégio das Artes tinha o privilégio antigo de passar certi-
ficado dos estudos filosóficos que se exigiam para ingressar nos cursos
superiores de Coimbra, embora o do Espírito Santo, por excepcional conces-
sSo de D. João V, desde as primeiras décadas do século, gozasse igiialmente
da mesma fiKuIdade. Para a Universidade de Évora esses estudos prepara*
(1) Tratando-sc de um escritor que não morria de amores pela cultura francesa,
admira-nos que o tivesse escolhido para patrocinador dos seus planos reformadores. Mas
tehw • <inJk'<çl o t^is dmiilM^ piisMins po mus uSo oonlwcia a poiiçlo do Maninls
perante o teatro c toda a cxiltura franoaiS, • flUS aludimos noutro lugar c segundo, porque
oertamente kia o Voto que o Marquez de Vidaça recitou na Academia {de Historia) pelo
fiÊÊd moÊtrrn te defem l uM àt mdaoã EitmigiHni , 1738. Vemei k» as Kfemárias da Aca-
demia, ^wear de ai mesmo o MarquCs dar sinais do pouco afecto que lhe merecia a cultura
fiaaoen (Km, no entanto a combater), recomenda a admissão dos Estranaciros, nestes
tomos: «Mas ainda nlo vi qne (...) os noaicw Académicos agregassem à soa lodedade
algum estranaetio dos nwiilca <pé ha na Burapa e no nano Reyiio e diHiiinfcis coni nenis
e fama de sábios».
(2) Caru a Mutatori. 7-IV-4S. Apud £, III, 254.
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— 170 —
tórios efectuavam-se nas próprias classes, como vimos, podendo aceitar-se
• pnpasaçito de fon, mediante prévio name. Também o ensino wiiversi-
tário matingido fortemente pelo Baibadinho— o de Coimtwa, nas Facul-
dades de Medicina, Joriqpmdência, Teologia e Cânones, e o de Évora, na
de Teologia. Àquele, dizem respeito as cartas 1 e seguintes até à 11 inclusivè;
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— 171 —
e ot nomes dos FrofeMOiet em alguns amos anteriores à safda de Vernei.
Tranicrevemo-los qwnas para se fiueer uma ideia da dittribuíçio das cadeiras
por Rdigiosot e Seculares.
Prima: Fr. JoSo do Vale, Monge de S. Jerónimo. Véspera: Fr. Teodósio
da Cunha, Ermita de S. Agostinho. Escritura: Fr. Leonardo de Sá, da Ordem
de Cristo. Escoto: Fr. José dos Anjos, da Congregação de S. João Evange-
lista. Durando: Fr. José do Nascimento, Monge de S. Jerónimo. Cate-
âriB» de BMcriiim: Fr. José CSsetano, Monge de S. Jerónimo (1). Csn/r»-
yénku: Fr. Ificolau Valésio, Eremita de S. Agostínlio.
Cânones Prima: Oeialdo Pereira Coutinho. Vi^pem: Manuel Coutinho
:
(1) Autor das 91kio>Jllf|ipr(r ttmdacrtaH (...) per coneeptua {ia vocaia) pratdkabtíu
2 vols. Coimbra, 1730-31.
(2) Al. 319 e ss.; 186.
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— 172 —
Com feodo dos jetuitat romanos, Venwi dirigiu-se a Nápoles, em Gt^o
Reino os inadanos sofriam perseguição da autoridade e da edesi^btica.
Genmoo e Yioenio Muzio, «publid Mrani di Stampa» mi «Feddissima
Gttà» de Nápoles» solidtaiam ao Monarca a necessária revisão da obra
que desejavam imprimir em dois volumes. O Arcebispo Capelào-Mor
despachou em 25 de Fevereiro de 1746 para D. Nicolau de Martinho, Profes-
sor Primário na Universidade que, pouco mais de um mês depois, dava o
seu parecer. Nada encontrara que se opusesse ao «nosso Rei» ou aos
diidtot leais. Verificou, porém, com muito agrado^ o predaro estudo
do autor e a sua exfmia intdigffnda, quer no combate aoa preconodtos que
dominam os Professares postugueaet em quase todas as disciplinas, quer
no excelente método que propõe para ensinar cada ciência. É por essa razEo
que julga digna dc publicação, obra elaborada com tanta diligência, e muito
Útil não só aos portugueses como a todas as Nações.
Por leserito de Sua Majestade, de 27 de Abril, a Câmua Real de Santa
dam ficou autorizada a ooooeder a solicitada licença que, de fiicto, ooncedeu
e ficou registada in RegiOro RtgaÊlã IiaMetíonis, a foOuu 12. Cumprida
a primeira formalidade faltava ainda o benepládto da autoridade eclesiástica.
O manuscrito seguiu entfio para o Paço Episcopal, com igual pedido dos
aos Portugueses, nas Artes e Cifadas, para uma sdlida erudiçSo em todos
os ramos de saber. For isso, conclui que a sua pnUicaçio era ntiUssima
e, sobretudo, útil à juventude portuguesa.
A 11 de Maio foi concedida a licença eclesiástica e as formalidades
ficaram cumpridas. O livro entrou em duas tipografias, um volume em cada
e Vernei regressou satisfeito a Roma. Refere-sc porventura a esta viagem
a Nápoles, a noticia que dá a Luis António Muratori, em 24 de Dezembro
de 1746,deqtte4(nmvi8Biile]M86do»oobrigDnasairdeRomaeapeiooim
várias Provindas, durante alguns meses, revelando expressamente que esteve
algum tenqm naquela ddade(l). A urginda que pte na impressio da
obra, Icva-noe a crer que, antes do fim do ano, porventura no inicio do ano
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— 173 —
escolar, o Verdadeiro Método de Estudar chegou a Lisboa, pronto a cumprir
a minão que lhe foca confiada.
Mas tinham tido estampados fora e nlo puderam eiqnivar^e à lei em
vigor. Um vidtadòr da Inquisição inspeccionou o barco que os trouxe
e apreendeu-os para serem vistos. Pina c Melo refere que «se lhe embaraçou
a leitura» (1). Um outro autor relata os factos como sabia: «Vindo, como
he costume ao Santo Offício de Lisboa para sc approvarem, disserão os
Revedores, que se não devia dar licença para que corressem, por cuja razão
flcaiio no Santo Offlno»(^
Assim foi, efectivamente. Em duas sentenças dos Inquisidoret de Lisboa,
proferidas em 1753, a propósito da edição clandestina, diz-se expressamente
que bem se sabia «que o Santo Oficio havia mandado recolher a primeyra
impressão c denegado a licença para elles correrem», «sendo publico e notório
nesta Corte que o Santo Ofíicio mandara recolher a primeira impressão
que veyo de fora do Reyno, e denegado a licença para elles correrem, pelos
justos motivos que ponderarflo os Qualificadores nas suas censuras» (3).
Fernando Leme Pico de Uroa, o antcn' da Carta a D, AnAro^ át CIbneiror
e Axala sobre a Balansa Intelectual de Francisco de Pina € Mdoift^ compara
o desembarque de «os Métodos na Baia de Lisboa», a «uma esquadra de
Demónios, pois se avaluaram os volumes por outros tantos espectadores
que vinham inficionar a nosa Lusitânia». Embora se não soubesse o que
posanai os Inquisidom «pelo segredo que tam justammte observa o Tri-
bunal», tnmspírcra que «trabalharam mais de doze Qualificadores em sondar
rem a sua doutiina» —
informa o mesmo autor. «Enquanto durou o exame,
foiam failssimas as pesoas que os viram», elucida, por fim.
Vemei refere-se à apreensão do seu UvTO» quando atribui aos Frades
a culpa de não se ter posto à venda (5).
Interessava sobremodo apurar o que se passou no Santo Oficio, mas
por mais diligências que fiaéssemos, ainda nlo lográmos encontxw oa pare-
ceres dos Qualificadores. Apenas conhecemos um eco, que nlo nos oferece
nmtlat suantfatt de autenticidade. Segundo o autor de ÀjiMIm do que
se contem no 1.® tomo (...), um revisor terá dito que «quiz o autor (Vemei)
fazer sua esta obra. porém, não o pode conseguir, porque tudo he tirado
das cartas do Marquez de Argenson, nas quais satiriza os Authores da sua
Nação Franceza, em alguns defeitos que lhe nota; mas como o ânimo do
Ba. Pnpuacio.
(1)
Ana.
(2)
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autor deste livro excede na maledicência a todos, seguio ao dito Marquez,
ou o exoedeo em criticar oa homei» maya doutos que tem havido, mas emn
estOotam indigno, como se verá, no que le condue que o que diz bom nio
he seu, e o que elle fez, para nada presta».
Os Revisores não devem ter andado muito longe desta conclusão e,
por isso, o proibiram dc circular. Vcmci, naturalmente não concordou
com a resolução do Santo Oficio e marcou a sua posição. O P. Araújo
corrigiu-o: «Nh> me fica sem rqpan» dizer o critico que a obrigação dos
Qualificadores do Santo Oficio he serem defensores dos livros; mas he igno-
rância, porque alo os censores que devem informar o Tribunal, se os livros
são dignos de se imprimirem e também daunciar os que appareoem impressos
e trazem cousas dignas de censura, como este Methodo, que por isso ficou
recluso nos cárceres da Inquisição» (1).
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— 175 —
em Nápoles esta SQgimda ediçlo, visto haver identidade de papel e aspecto
a inicial de Nd^Ies e a <pie corre com a
tipográfico entre de Vakoca. mn^
conforme se verá na segunda parte, onde também fixaremos o tenqx> da
impressão entre os anos de 1747 e 1748.
A edição depressa se exgotou, até porque, conforme vimos, constava
que fora apreendida, c nâo havia conhecimento de que tinham entrado duas
tiragens Lisboa. Um Frade Loio, o P. Manuel de Santa Marta Teixeira
em
aproveitoiia opoftonidade e estampon-o claadestiDamcote na oficina tipográ-
fica do Convento de Santo Eloi, nlo obstante ser Qualificador do Santo
Ofício. Deviam pertencer a esta ediçlo os exemplares que no Adro de
S. Domingos vendia o livreiro Bento Soares, em 1755 e, entre outros, «hum
mosso chamado Manuel», «que anda vendendo livros pela rua em companhia
de huma mulher velha». Quando descobriram a fraude, o Dr. Teixeira
confessou que fora levado a isso por questão de lucro, mas não repugna
considerá-lo como aderente às novas kleiM do manifesto vemeiano. Que
se eqwrava que dedarasse um Qualificador, apanhado em flagrante? Con-
tudo, pode ser que falasse verdade, já por se tratar de um polemista, já
porque o mestre de Composição, Manuel Soares Vivas declara que, junta-
mente com o Verdadeiro Método de Estudar sc reimprimiram também folhetos
dos opositores, como o Retrato de Morte-Cor, da mesma forma que a resposta
a este, quer diaer, o Fanem 4o Doutor Fíhmuso. É esta a 3.* edição, que
localizámos à volta de 17S1, pelas razfies exaradas na BiUiogiafia desta
história. Ai tambím expomos os motivos que nos levaram a identificar essa
edi^ lisboeta com a que traz a desifnaçlo de Valença 1747, que passará
desse modo a deixar de ser a 2."...
(1) Apud E, III. 69, 70, 72, 261-3. 268. 274-75 e 295.
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— 176 —
provocou afirmações e atítiides do Anediago, que imprenimam profon-
damentc.
Em carta de8 de Março de 1749 comunica a Miiratorí: «Em segundo
lugar, diz-sc passar cu também por autor de um certo livro, redigido em
português intitulado Método de estudar as diversas ciências apropriado à
inteligência dos Portugueses, no quul são criticados os erros dos nossos nas
diferentes ciências e, ao mesmo tempo, se mostra de que maneira tais erros
podem ler emendados, com base nos métodos que hoje na Europa floitsorai
paia louvor da ciência. Este livro, escrito por um certo Capudiinho anónimo
italianc^ omno se diz no título, atribuem-no uns a um Capudunho de verdade,
outros a um certo Gusmão (1) que está em Lisboa, outros a um certo Teixeira
que esta na Bélgica (2), e ainda outros a vários outros (. .). E como não
SC podia imputá-lo a nenhum autor, vá de descarregar sobre mim. Eu,
porém, sei muito bem onde se quer chegar com estas cousas» (3).
Também slo de ver at intençOes de Veniei, ludibriando o amigo.
fiioeis
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nenhum caminho me parece mais aconselhado para repelir estas cousas,
do que ctcvevent-me to uma carta em que, com a tua grave opinião, que
todos (Sai em grande conta, me paasea um qualquer itMlado, relativo ao
meu engenho e doutrina (coma que
costume pedir entre os homens
sei ser
acmoentes que o referido trabalho De Lusi-
ftaves, por justos motivos), c
nSo meu; não te admirando tu de que me
túniae Ecclesiae relighne é teu e
atribuam também, contra minha vontade, e apesar dos meus protestos,
a lucubração de um anónimo Capuchinho, desde que, com simia inadver-
tênda, me alribaiiam tamibém a de ran certo caccitor oonheddo».
A sua imulvertênda ou ingenuidade de Vemd casa-se perfeitamente
com o iluminismo obsecado da sua mensagem cultural. Pensava de que eita
subtil urdidura daria óptimos resultados: «Depois, se isso não te parecer
NIo noa
consta que se tivesse servido do depoimento de Mvratori para
fugir àsmalhas da Inquisição, vindo afinal apenas a servir peia levdar tmia
foceta do seu carácter intriguista e pouco sincero (2).
Sem demora, o Barbadinho foi identificado, assim que a obra entrou a
garganta do Tejo, segundo o tcstcnninho dc Pina e Melo: «Apenas na nossa
Lusitânia desembarcarão estes volumes, a maior parte dos Portuguezes
clamou com as vozes e com os dedos, e mianimemente disserto: Mentoris
haee mama etí» (3). Deite modo oomeçoa o burbacinlio e a afliçio do Arce-
diago.
Os contendores nflo disfarçaram essa atribuição, tendo-se escrito até
um folheto de propósito — o Retrato de Morte-Cor, sem ainda se lhe revelar
o nome (4). Severino de S. Modesto fornece a achega da idade c parece
aludir aos exames de Luis António em Évora, conforme já ficou anotado (5).
B quando o cano teológico do P. Antyo eta otjecto de ataque e defbw,
em fienle «m do outro (Q.
oa doit polemiitaa viam^ee
Teremos, pofém, de esperar por um espanhol, o franciscano Soto y
Mame, para vermos proclamado, sem rodeios, o nome autêntico do Barba-
dinho da Congregação de Itália. Foi em 1751, no Memorial que se presento
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atribui a Vernei a autoria do Verdadeiro Método de Estudar: «No há muchos
aaoi, SeSor, que el PwtnguSt Luii Antonio Vemey publico en dos tomot
d Mtíhodo át eatudUar, po» dcwngano, instniocion, i vtflidad de la Nadon
Portuguesa. Pero, como infama la erudicdon, juicio, i critica dc las Uni-
versidades, Escuclas, i Literatos de aqiiel Rcntio, prohibio su Rcgio Magis-
trado el curso de aquella obra; i concediò su Real pcrmisso, para la imprcssion
de la Apologia, que en defensa dei honor literário de la Nacion, hizo ia
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o toa e nem tábia por que motivo lho atribuíam a ele. O Barbadinho oen-
surava os venog de Pina e Melo, mai de nmica toa nada da ma autoria.
Andavam, poii, a conspirar ooutra mu cidadSo padfioo que le pfeocnpsva
com estudos mais sérios. Queriam manifestamente prejudicá-lo dando
ouvidos à urdidura de Manuel Pereira de Sampaio e do Beneficiado braca-
rense, parente de Pina, de nome António de Macedo. Eis a tragédia,
o enredo e o desfecho (1):
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de 1761. No Áverlissement conta-se brevemente a história do acolhimento
do fMadbfrv Método, elucidando-se a propósito:
«...le Cápucin Bazbadino fut principalemeat rot^ject det ndUeriet d*un
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concisos, das linhas mestras da reforma proposta que escandalizara a Inqui-
tiçio,o a verificar se é exacto o juiw que alguém airilnim
no que respeita à sua filiaçSo na oibm iatbica do Marquês de Aigenson.
Desde o Verdadeiro Método até Í UMma Recosta, o pfúpfio Vemei
denunciou, naturalmente em termos genéricos, o segredo do seu saber, de
que tanto se vangloriava. «Eu nào faço leis, nem me importa isso; digo
o meu parecer sobre isto que vejo, regulado pelo que tenho lido e visto em
outras partes». Noutro passo esdareoe que ao Baibadinho «ninguém duvida
uma vasta notída de livros; e no fim dedara que se valeu em muitas cousas
do que dizem os ontros».
Algumas leituras se podem determinar, que muita influência tiveram
no seu espírito, sem no entanto nos parecer fácil assinalar a cronologia ou
o grau de influência desses livros.
O problema foi debatido durante a polémica, obtendo a seguinte resposta
de Vemei: «Aqui adia mais duas propozisoens galantes e ambas fidsas.
Pjtimeira, que muito do que diz o Critico foi ftito em Rança. B eu
— acrescenta —
pela noticia que tenho dos autores, vejo que o Critico se
sérvio muito mais dos Inglezes c Olandezes e também Tedcscos: o que elle
mesmo confessa e que não leo as citações somente, mas sim os melhores
autores in fonte, como será fácil mostrar» (1).
Nio vamos supor, com esta confissão, que o problema das origens dos
escritosde Vemei é tio snnqdes de resolver como de dedanu E nlo
porque nio cita o« livr(»-base de que se serviu. Entretanto, contactaremos
com os autores que já foi possível determinar, à medida que o aocmipanharmaa,
através das disciplinas que tratou. Aqui, porém, indicam-se apenas os eSGI^
tores que o podem ter influenciado, no sentido da aventura da reforma
em geral.
Como acentuámos noutro lugar, o Beneditino espanhd Bento Feijó,
mais que nenhum outro intelectual, tivera coragem de zurzir erros vdhoa
em Psiwinha, criticar indementemente métodos de estudo antiquados.
É claro que as duas obras não são idênticas. Mas, como já advertiu o
Dr. Salgado Júnior, «um confronto entre opiniões de Verney e de Feijoo
nào concordando nas orientações gerais, revelaria ptwtos de contacto não
desprezíveis de todo» (2). Idêntico é o espirito acerado que incidiu em velhas
insUtuipCes e costumes arreigados, porque entre o carácter dos dois polo*
mistas havia certamente muitos pontos de contacto.
Em França, mais de um escritor se lançou na mesma cruzada, com maior
(1) Res, 90
Q) V. voi. m, 1S9, Doia.
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ou menor tniculàicia. O Marqufis de Ailgenton, já apontado, censura
cnianieiite o« autores de sua naçlo, alvcgandOp sem remoiso, os Jesuítas e
os M<m8BS(l). Rd]m(2)»Rqrâ(3)» Lamysaoottlrastantosantcmfiraiioe-
ses que poderão ter dado a Vemei o tom de reforma das letras, uma vez que
deles se serviu na composição das primeiras sete cartas, conforme mostia
(1) ut.
(2) A larga utilização deste autor que lhe assinala o Dr. Salgado Júnior explica-te
péla afinidade de ideias: Adocs o Retórieo <|iie adoiMa ot pncailos aatítos e ton ddas
o« modelos; considera o latim e um pouco dc grego, como fundamentos da educação; tem
estima por Locke; deixou-sc eivar de janseniano. Aureolado de glória pedagógica com
o 7>MMitoâiMfefa726-172fl), 4 vola.fl»Í saudado com wilMiiaimo peloa qdb wiMjfaMm
•S letras clássicas c a tradição do bom gosto (Pcn, I, 259-261).
(3) Severino de S. Modesto luUiaha a larga influência deaae Oralociano fhmcêa
(Conv.. 4 e 550).
(4) Ri. I. 73.
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Luís António Muratori, iluminista italiano
— 183 —
doquSncia, ensiiia a eacnver a História (IX fta refkxSo sobre a Geografia,
a Astronomia, a Retdrica, a Oratória Sagrada, a Poesia, a Música, a Omni-
tica e sobie o «tudo das Lfngaas (2) SaUinha a faha que Uaem ao Filósofo
as Matemáticas e a Arte Crftica(3) e recomenda que, ao acerca -sc de Sócrates, i
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184-
de autores que não leu: «o Barreto, o Leão o Vera, têm algumas cousas
boas, entre outras muito más».Neste ponto o estar longe da Pátria nlo
ajudou a mdbor. Nio nos custa mesmo a crer que a primeira
rrflectir
carta do Vvdadeín Método de Eitudar seja escrito velho, qoe já levava mais
ou menos pronto, quando em 1736 saiu de Portugal, oom a revolta mal
contida no coração.
Nesta carta são alvo de feroz critica, autores vivos ou falecidos havia
pouco tempo, mas deixando descendência ou anuidades zelosas da sua memó-
ria,como o Conda da Ericeira (f. 1743),oteatinoD.RafadBliilHni(f. 1734),
o Dr. Joio Curvo Semedo (f. 1719) e D. Jerdnimo Contador Argota (f. 1749).
Sio deselegantes os termos em que se refere ao primeiro: «Contudo, diz
que na Academia do Ericeira », e: «O Conde da Ericeira. D. Francisco
.
Xavier de Meneses, também seguia esta doutrina, pois cm algumas das suas
aprovações de livros que tenho vi&to, tudo são virgulas, de sorte que ninguém
o pode lar segnidamante, porque cama a respiração. E, se isto pode ser
kmvávd, ea o deixo julgar aoa desi^aixonados inldigenles».
Um deiq»iionado intdigBDte fd o l>r. Salgado Jiánior qiie, a pfiopdaito,
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— 185 —
rrfleete: «Pdo que leqieita à pontuação do Conde (...) parece que há exagero.
Nio notamos que a tua pontuaçio difira muito da pmtnaçio usada por
qualquer «aHo ooitOT do teiiqK>»(l>. Foi isto que initott at turbas.
Ninyiéin diria que o ensino da gramática portuguesa era inútil (ddxemos
de parte os exagerados), porque afinal, na Universidade dc Évora ensinava-se a
ler c escrever português. Como já vimos, o nosso idioma esiudava-se noutros
lugares. A
Academia Portuguesa (1717) do Conde da Ericeira mantinha,
em cada sesslosemaiud, uma Ução que intitolKva de Filologia. NaAcadenda
dos Dnstrados, como na dos Anónimos» sabemos positivamente que se debap
tiam qnesUtes de Ungna pátria. Na própria Academia Raal de História
Portuguesa, o P. D. Luis Gaetano de lima deu parecer em 1721, sobre o
uso dc termos novos para explicar alguns ofícios de dignidades modernas.
A bibliografia que de passagem se aponta, mostra bem que o tema do
idioma pátrio não era virgem entre os portugueses (2). Além das Gramáticas
mais antigas do P. FemBo de (Niveiía, Joio de Banos» Duarte Nunes de
Leio, as Onofftfiaa e Didontfrio seguintes:
çio: Coimbra 1733 (1.» ed.: Lisboa 1666) (4) por Bento Pereira.
— Orthographia ou arte de escrever e pronunciar com acerto a lingua
portugueza (1734) pelo P. João de Morais Madureira Feijó.
Orthographia de Lingua Portugueza (1736) pof D. Luis Caetano de
Lima.
— ifaSfOff de Ort^nfia de Ungoogem Foi^tuguexa (1738) de Amaro
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toda a clareza o methodo da boa Orthografia. e juntamente a praxe
das quatro apieki da conta (1741) por Antóoio da Silva ÂWans.
— À^htAeto de toda a ayUba portuguexa ou eearta para ot ndainoa a^m-
Algumas destas obras, que n3o serão todas as que se publicaram neste
período, foram desconhecidas dc Vcrnci ou mal interpretadas. O mesmo
movimento de inteieaie lingufstioo te aota a leqwtto do latim mu mae
rdaçOes com o português, mas em jvoporçOes muito maiores.
Na segunda carta o Barbadinho ocuperie da gramática latina como
pedafofo, indicando minuciosamente o seu plano de ensino. Na tooeira
O0liq>leta-o com o estudo da lalinidade ou leitura dos próprios autores
clássicos, como método para bem se escrever a língua do Lúcio. Para uma
parle do plano traçado nestas duas cartas, Vemei publicou De Ortographia
Latína (1747) e ama outra obra qpie se esforçou por ver adoptada nu Escolas
do Reino — a Gramática Latina tratada por um método novo, elaro e fáeU
(Barcelona, 1758) que, por medo dos jesuítas» segundo confessa, fingiu tradu*
zida de francês em italiano e de italiano em português (1).
(1) Carta dc Vernci a Pombal, dc 28-V-766 (ver Ap. Doe.). Não sabemos que
necessidade havia do disfarce, se deixou clara a sua maneira particular dc grafar as pala-
vras: iso, Nsiáin, iiloria, furtuth», atiwot.
(2) Sobre influências de autores estrangeiros «m Yenwi, Hnnlmfnff) SSgoimoS ds
perto Salgado Júnior, na reediçio do V.M.E.
(3) pubUcou a nia Onunitica, ji te havia imprimido o
Inclusivameate, «piando
Novo Methodo para aprend» a Gramatka LeHeã, do P. Máraiel Monteiro (Lisboa, 1746^
e o Novo Methodo de Gramática Latina, paia IMO dSS EhoIss dSS NooSBSidsdaii dO
P. Pereira de Figueiredo (Lisboa, 17S2).
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o ensino do latim, por gramática em português (Martinho de Proença),
e le tinha encetado a luta pró e contra a Oianiilica do P. Manuel Alvares.
Entre os diverso» métodos pdcaticadot em aulas de professores particulares,
leinbfBiemos o daquele Manuel de Abrantes, que em 1717 ensinava segundo
«o iCU método», no Beco do Picão, antes de chegar à porta de S. Jorge (1);
OU O de Domingos de Sousa Bolorento, Mestre de Gramática que leve escola
'
pública mais de vinte anos na cidade de firaga e sc propunlia seguir em Lis-
(1) G, ia-VI-717.
(2) O, 12-XI-733.
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tano,em 1731 publicou o Modo facU para ensinar a construir e verter em bom
nmunee e lingua portugueza quaaquar períodos eserUos na Littb^ OP.JoSo
de Morais Madureira Feijó» Mestre do Duque de LaliBes editou, em 1735
(3.* edição em Coimbra, 1739), uma Arte explicada em português, cujo
terceiro volume se intitula: Aprendiz da Syntaxe Perfeita que contém todos
os Escólios dos Nomes e Verbos (...) com hum novo Methodo para exercido
da Língua Latina.
Em 1736 o «Mestre de Letras humanas» Antómo Fâix Mendes deu
à estampa a Gramática Latiui do Badiaid Domingos de Aiaifigo, impressa
em 1627, a qual viria a ser uma das duas piefaidas na reforma pombalina.
Dela se dizia então que era própria para se aprender em menos de um ano,
«toda a Grammatica e grande parte da Língua Latina». Paulo Gomes da
Silva Barbosa, Capitão de Infantaria reeditava em 1745 a sua Gramática
Latina em português, a que deu a designação de Desafios para os Meninos
da Escola,
A questSo do ensino do latim foi igualmente tratada pda Confr^açlo
do Oratório^sem interinfluCndas mútuas, ao mmos de initío, oomo se iqire-
ciará no cap. IX. Para as aulas de Latinidade já vimos que havia oteas
de Cícero, Ovídio, Virgílio e Horácio, editadas em Portugal.
Não c, pois, muito pobre a nossa bibliografia da especialidade. Quanto
aos autores de que Vemei sç serviu e que aliás não cita nos lugares próprios,
tOTnarse dífidl saber se eram ou nSo conhecidos entre nós. Estamos, porém,
convencido de que talvez nio seja arriscado aventar que estas cartas podiam
ter sido escritas em Lisboa, Évora ou Coimbra...
Como auxiliares desta disciplina introduz a geografia, a história e
aquilo a que chama antiguidades gregas e romanas. Não nos atrevemos
a afirmar que nas aulas dos jesuítas se não comentassem os autores lidos,
com o esclarecimento dos lugares geográficos e nomes próprios que apare-
ciam no estudo dos textos clássicos Reconheceremos, no entanto, que
estas disciplinas pertenciam ao âmbito da erudi^to. Era fina das aulas
que ordinàriamente se liam obras sobrs esses temas, algiin^ das quais ficam
referidas atrás. Mas os Professores também as tinham ao seu alcance.
A Muratori comunica ele que pensava numa história antiga «princi-
cipalmente para uso dos portugueses» (1), sem dúvida aquela mesma a que
fez referência no Verdadeiro Método de Estudar. Aconselhava que os alunos
estudassem por qualquer dos compêndios que indicava, «enquanto nlo
apaieoe alguma histâda portngnesa piopofcioiíada aos nqMzes qw
nas aulas». Como de costume, anunciava que havia um seu conhecido que
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Mtava redigiiido um compêndio desses (1). Da mesma forma começara a
compor uma Carta cronológica em português» que ocupaçOes várias haviam
intenonqudo e nunca ch^ou a aGabar(2).
Decidido ou n3o pelo plano de Vernei, O ocatoiiano Francisco José
Freire publicou em 1748 um .\fethodo breve e fácil para estudar a Historia
Portugueza, formada em humas Tahoas Chronologicas. c Históricas dos
Reys, Rainhas, e Príncipes de Portugal. O autor esclarece que teve em vista
«compor hum Methodo para a Mocidade P<ntugueza aprender a Historia de
PortoiBl». Nio em tudo o que Yanei pfeoonizava, mas aenqne servia
de pe<iueno ocotributo.
Na quarta carta o Barbadinho fala da necessidade das línguas eruditas,
sobretudo grego e hebraico. No Colégio das Artes havia cadeira de grego,
que o Arcediago supõe de nenhuma eliciência. Ele, porem, imagina que
esta língua é muito útil para os Teólogos, «se não a todos, ao menos aos
que se inteniam na Tedo^ e a enÚBam». TunMm solnc o assunto ledjghi
um comptedio, que diegou a acabar, mas nXo conseguiu imprimir. Alude
a uma «Qramálica gr^ e liehraica», que um amigo compôs, «cada uma
em duas folhas de papel grande, com unut clareza inimitável para um
principiante». Fazia diligências por editá-la, «para utilidade dos portugueses»,
em virtude de a considerar, «sem dúvida, a mais fácil que tenho visto nesta
matéria» (3). Por não haver logrado convencer o Marquês de Pombal,
sequer a adqitsr^ a Gfamática Latina, nem obter a promessa de aceitar
a he1ffaÍGa(4Xficaiam ambas no eq)óUo que ddxou por sua morte. Foram
enviadas para Lisboa, ao P. José de Azevedo, da Casa das Necessidades:
«...due Grammatiche manuscrittc dcl fu Signorc Cavaliere sudetto, uma
Greca niancante di alcuni quintenii che non si son potuti trovare, e Taltra
Ebraica in duc manicre, cioè in un quintemo grande, e in tre tavole». Encon-
tram-se, pois, em Portugal, os originais destas duas obras de Vemei, mas
nio se sabe onde.
Como base de suas considerações nesta quarta epistola das línguas
orientais serviu-se principalmente da já referida obra de Rollin c do livro
de Lamy — Entretiens sur les Sciences. Neste ponto, a reforma de Vernei
era digna de louvor. Mas convinhamos em que o raio de acção nào atingia
grandes distâncias, por se tratar de disciplinas dc erudição, que no nosso
meio iwlriectwal sempre aproveitaram a poucos.
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Como que em apêndice, o Barbadinho, no fim da quarta carta sublinha
a utilidade de o estudante aprender francês e italiano, «para poder lei as
maravinhosas obras que nestas línguas se tem composto em todas as ciên-
cias». Aqui está um bom conselho que transpunha, do campo da emdiçio
paca o da pedagogia oficial, o que entSo cm Portugal se praticava. De forma
que a novidade reduzia-sc à introdução de línguas vivas nos programas
oficiais. Indiscutivelmente trata-sc de uma boa medida pedagógica, que
também não foi atendida na reforma pombalina.
O seu pensamento sobre Retórka e Poesia encontiar-se expresso nas
cartas 5, 6e 7, devendo-se acrescentar o que explanou na que denominámos
17.* carta do Verdadtíro Método de Estudar, sem deixar esquecidas as respostas
aoa contendores. Considerava a Retórica a última disciplina dos «estudos
das escolas baixas» (I). No campo da Retórica. Vcrnei sentia-se completa-
mente à vontade, tal como no do latim, podendo-se admitir como a sua
especialidade.
«Na verdade nlo há a Retórica». Nio foi sem
coisa mais útil que
razSo premeditada que abriu o vohime da Lógica com duas sentenças do
fetórioo Cicero, que constituia as mas delidas. Faia Wcrnà, Retórica e
Lógica são dois aspectos do mesmo processo de oomnnicaçlo com o
próximo (2).
Quem diz que a Retórica só serve para pcrsuudir na cadeira ou no púlpito,
conhece pouco o que é Retórica, afirma no Verdadeiro Método de Estudar.
cie
(1) V, vol. U, 1.
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servem útilmente da Na sua opinião, 4to diíeiifio de um homem
elegância».
despido de todo o aio pode menos que ter um caos. Poderá ter
artificio
boas razões, exoogttar provas mui fortes, mas, se as nio sabe dispor com
ordem, quem podefá entendê-lo? quem se persuadirá ddas?» (1).
Verdadeira «perspectiva da razão», ela permite ver c entender o que
sem ela não c fácil entender. Ela dá alma a todos os discursos e novo peso
a todas as razões. Depois destes preceitos de definição, o Barbadiniio
demon-M oom a amDiíe de nnnOes e panegíricos que kvou de cá oo
alguân Uie foi mandnndo para Roma. Combate a afectaçSo» a improprie-
dade dos termos, alvejando por vezes sem toda a razSo, pregadores como
António Viein, a quem censura artifidos de rotdrica, perfeitamente acei-
táveis.
Condena os dois teóricos mais em voga no seu tempo de estudante:
as obras já referidas (cap. 2) do P. Pomey, e de Juglar e, de uma maneira
geral,a Nont Arte de conceitos (1718-21X de Francisco Leitão Ferreira e o
ISstema Retárieo, au$as da EXoqàÈnida (1719), de Lourenço Botelho Soto-
-Maior. Ek s^inirá Cicero para exemplificar, e o oratoriano Bernardo
Lamy para teorizar (La Rhétorique ou VArt de parler). As obras de Cícero
Orator ad M. Brutum e De Oratorus Fartitiottibus, considera-as Vemei «a quinta
essência de toda a Retórica».
O compêndio que um seu amigo «mui particular» redigiu segundo a
ma orientação, não chegou a ser inqwesso, mas as Unhai mestra» eawmliam-ee
na carta sexta. Ele próprio acentua que, se deixa correr a pena, em lugar
de rcfleatôes comporá um tratado de Ret^ica. Lendo o que escreveu,
achou mesmo ser suficiente para introduzir um moço no estudo da verdadeira
Eloquência. È a sua exposição que recomenda para suprir a falta de uma
boa Retórica em português (2).
Na verdade, os preceitos que inculca, decalcados em Lamy (3), conforme
patenteia Salgado Jtoior, constituem um oomptedio de regras utilizáveis
«n Retórica. Mais daro, mais conciso, mais eqnÕibradoe apropriado para os
estudantes que as obras antigas ou mesmo os autores eivados de conceitismo ?
Não nos custa a crer que sim. Mas a crítica impertinente e desordenada
ao estado da Retórica em Portugal, se bem que justa quando aplicada aos
defeitos do Seiscentismo (4), nào se pode tomar como juizo dc valor, recto
0) V. voL n. «.
(2) Anos depois, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo publicarão
tambèni volumes dc Máximas sobre a Arte Oratória, 9 Elementos da invenção e haiçõOt
ntórica ou principias de Eloquência. (Lisboa, 1759).
(3) «O que eu escrevi nio é meu, mas o que ensinaram os faomeos msil imipiBS
nesta faculdade, de cuja lição cu o tirei». (V, vol. II, 200).
(4) Sobre a crítica ao gongorismo, ver Historia Cr, 62-69 e L, 89.
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e coDsdeiicioso» a respeito da totalidade da proca da Oratória portugueia
dMtepeifodo. Vetnd apdpott os defeitos, mas nio lolnigov
De fonna que, adverthi a parte negativa de qp» le devia fugir, sem eaooiítrar
a prosa tersa, a construção bem deduzida e oorreeta paia modelo a seguir.
Sobre a poesia, o Barbadinho iguala-se aos que satirizou. Para ele,
O) A
erftiea is iddss «MMow de Venwi «rtá Mia com aotoridade
Cidade cm Concci e L, II, 99, bem como por flslpdo Jdoior OboIu ds V, voL
^
II, 199 e ss.).
V«gaFt6 também VeraegrB e Bbc, 39.
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193 —
óptima seria, como sempre, a Arte Poética que um amigo de um seu
amigo MCRvoB, que dizemos».
«peik> atilo
Também em FOotofia esodheu um padrSo que oonsídnoa como o
único bom e digno de espíritos superiores —
a que detpfcisva a Eloolástica
e assentava na utilidade imediata. Com dois traços vermelhos riscou toda
a Filosofia que estudara, sob o pretexto de aristotélica. Platão e Aristóteles
mereceram-lhe pouca ou nenhuma estima, tratando-os com escasso espirito
crftioo. Aaada ainda o
de Ariftdtelet ter eido deCnrpado peloe
fiwto
primeiroa comentadofes e por todot ot que ae lhe leguiiam. Eiooláe- A
tica e, com ela, a Filosofia árabe, nada tinham de aproveitá¥BÍ, por se
que havia altos e baixos. Viu montes que lhe embaraçavam a vista, deseof-
tinou plantas secas que não serviam para nada, miríades de seres e acç5es
indiferentes, de mistura com coisas de positivo interesse, e escolheu o que
SC lhe afigurou de imediata utilidade. A primeira lição foi, pois, a do juízo
que, pefBBte a perplexidade da
dos seres e le^ectivo comporta-
infinitwde
mento, se resolve pelo melhor. Acomeçar por d^er os
Filosofla há-de
meios mais aptos «pua julgar e disoMrer bon» e, mediante isto, akançar
a verdade (2). Inapta para conhecer as coisas como são (3).
Não serve para esse efeito a Lógica escolástica que, além de ser inútil,
chega mesmo a prejudicar. «Os Proemiais são a coisa mais inútil do mundo».
«Aqueles Universais e Sinais são coisas indignas de se lerem)». «Para nenhuma
parte das cifindas serve aquilo» — os Sinais. «O que digo dos Universaâ,
deve-se afrficar aos Predicamentos)», «Aos Predicamentos e Sinais segne-se
(1) Luís.
(2) ReL. S, 336.
X3
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o enfadonho tratado de Enuntíationc ou ProfXMiçSo». Enfim, o silogismo
«não dá ideias, que são os princípios dos nossos conhecimentos, nem dá
a boa ordem das ideias. Quer-se um instrumento idóneo, que prime pela
simplicidade, sinceridade e clareza, que se poderá ir buscar a um autor
ou autores que melhor se compaginem com a razão. As principais leis
da lógica deviam mr inttiladm pelas amas, ainda no baço e nio pdos precep-
tores na escola (1). O mtimis da Lógica díraru exactamente na pnrificaçio
Ott ooneoção da mente, em ordem à consecuçio de um perfeito juizo e raciocí-
nio, em todas as circunstâncias de lugar e tempo, quer dizer, em vista à obtenção
da verdade (2).
Toda a Metafísica útil &c reduz a definir, com clareza, alguns nomes
de que se servem os Filósofos e a atender e perceber bem alguns axiomas
Ott i»oposiQOes datas qne potencem aos ditos» (3), afim de podermos evitar
oontrovãrsias fidsas e inâteis(4). Nto passa, afinal, de apendfculo da
lógica (5).
Uma vez estabelecido o princípio propedêutico que nos habilita a usar
de um instrumento válido, desce-se ao campo raso da vida c pcnclra-se nos
do Estado, nos Hospitais
laboratórios, nas oficinas, nas escolas, nas repartições
onde labofam os Médicos e nos escritórios dos advogados, nos lugares de
ooméicio, campos, caminhos por qw diculam os carros, em toda a parte onde
borbulhe vida oii estacionem serea estáticos, porque I^Ioeofia é conhecer
ou conhecer a verdadeira causa das coisas (...),
as coisas pelas suas cansas
por exemplo, saber qual seja a verdadeira causa que faz subir a água na
seringa, é filosofia. «No principio do sobredito Prefácio (da Física), escrito
ao gosto do bom século, estabelece o autor uma tese que parecerá a alguém
a saber, que as artes e as disciplinas, sobie que se flmdamenta
inverossimil,
a Middade de uma Riq>iiUica, dependem, em grande parte^ da Fbica e
pOT meio dela se encontram ligadas. Ele, porém, prova-o fàdhnmte, visto
qm, sendo duas as fontes de que deriva a felicidade pública, quer dizer,
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Preferimos que fone o próprio autor a resumir o seu pensamento, para
evitar dúvidas no ânimo do leitor. Mas sotne esta ponto da pública
felicidade dos povos, enoontrar-se-à maior desenvolvimento noutro
capitulo.
Concluindo: A Física é que nos deve absorver a principal actividade,
pois nela se condensa a maior soma de conhecimentos que podemos possuir
neste mundo. É ela «que trata da natureza das cousas, cuja pretende
alcançar pormeiodat soas propriedadea»(l). As ooiíat «lio de doaa espécies:
coipo e espfrit(N» (2). Deus, Anjos, Alma, sio pina Física. razio A
impOe-se com clareza. Como nio há dúvida que, pelas propriedades alcan-
çam os filósofos tanto a ideia que têm da natureza do espirito como do corpo,
não fica lugar para dúvidas de que o conhecimento dos esphitos seja verda-
deira Física (3).
A Fisica racional trata das coisas próximas e claras das coisas. Das
remotas nio pode o FOÓêoío nbtK nada (4). «As que dizem respeito ao
espirito incriado ou Deus» tem o seu higar na Teologia» (5). «Poucas sio
por que se regem os movimentos das partes da terra,
as leis conhecidas
do céu (6). Em suma, nem a dc Aristóteles
e inteiramente desconhecidas as
ou a dos Árabes, nem mesmo as hipóteses dc alguns modernos se podem
chamar Físicas. A verdadeira Física «deduz as propriedades dos corpos
e dos espíritos, de experiências certas e constantes, por meio de argumentos
coasentftneos à natureza» (7).
A Ética vemeiana caminha na mesma diiecçio da utilidade do dia^a-dia.
«Sòmente no presente século é que se começou a discorra: bem nisto» (8).
«Deve tratar-se historicamente», sem arengas c especulações». Das suas
fontessaem os sólidos princípios do Direito Natural e das Gentes e das
mesmas, a forma por que, cada qual, tanto pública como privadamente,
há-de moderar as suas aoçOes e observar todos os deveres (9). «Os que
escraveiam bem nesta matâria, sio Grócio e o Barlo de Puffoidorfi», e este
mdlioir que o primeiro» (10). Nio O» agrada o positivismo humano de
(1) V. vdl n, 4w
(2) Ep.
(3) V. vol. U, 3 e 4.
(4) RflP, I, 106.
(5) Ep.
(6) V, voL U, 4 e 5.
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Hobbes, que «6 um vefdadeiro epicureu» (1), nem se satisfaz exclusivamente
oom o poritiviímo dhdno de Pnfifendorf ^ Ainda em Moral, é o edeo>
Junta oi dois tiUmaas e wnte^e forle
tínno que Ibe oonquiita a irantade.
para atacar a Escolástica.
Em todas estas opiniões, Vemei reflectia os livros mais em voga e as
correntes da última hora. O século xviii reavivou a teoria do nominalismo,
com Hobbes, Locke, Hume, Condillac, Wundt e outros (3). O Arcediago
entrou jubOoso na corrente. Foi, pois, nontínalista, ao tialar das ideiai
singulages» partirailarBS e universais (4) e, portanto, também hdceaHo. Locke
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mdlios' estruturação e, porventura, alguma orieutaçio das ideiat que infor-
mam o De Re Zjogka (17S1) t De Re Mtít^hydca (175^ Com um e outro
se viráa cartear por algum tempo, porque eram «filósofos» que marcavam
m> meio docente de Pádua e Nápoles. Já nos referimos à Lógica de Flioeiolati
(Cap. V). Convém passar os olhos pelos compêndios do segundo.
Genovesi começou a ler Metafísica na Universidade dc Nápoles no ano
de 1741, tendo na frente as obras de Locke e Wólfio e assentando no princípio
de que a MiBtafliiea nio deve ter a ci8ii6ia das vis abftnoc^ AMatomBi
e a RazSo inqnmham-fle-Ihe como as grandes mestras da FQoeofia que se
deve eodoecer toda exdusivameiite à utilidade do homem (I).
E como a razão tem de ser o guia de todas as operações da vida, importa
corrigir-lhe os erros e os preconceitos que a avassalam. Este há-de ser
o primeiro trabalho de tuna Lógica bem urdida como fez Bacon. A sua
vhi a luz em 1745. Depois de considerar a natureza do
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espiritohumano, as suas propriedades e operações, na primeira parte da sua
Lógica enumera as causas da ignorância, dos nossos falsos juízos e das
fabas ideias iaqjiressas no nosso eqifrito, e aponta os remédios. Na segunda
parte encara o modo de inquirir as primeiras notícias das coisas. Considera
a Natureza e várias espécies de ideias, e sua origem, e os seus diversos objectos.
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das ideias fímdamentais e não se torna necessário apontar os lugares de ambos.
O txevíssimo resumo que aí fica, decalcado em Autor que escreveu estando
Vemei ainda vivo, é mais qiie snfideute para facilitar ao leitor a ainoadmaçao
mental dos dois iluministas que li8o<^ aparecer jimtos, uma vez mais, no
ideário político-social, como veremos adiante.
Nas cartas 12.* e 13." Vcrnci tratou da Medicina e da Jurisprudência,
que considerava consequências da Filosofia: a segunda, continuação da
Moral; aquela, da Fisica (1). B como a Medicina tem três quartos de Filo-
sofia, isto é, de Gtocias naturais, a Medicina portuguesa estava toda errada,
(1) V, voLIV, 2.
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António Gcnucnsc, iluminista italiano, autor dc compêndios
de Filosofia adoptados oficialmente pela Reforma pombalina.
Dr. António Nunes Ribeiro Sanches,
Acabado este primeiro ano de tnstUuta» (...) dlo-lhe uma ou duas poitílas
das gabadinhas sobre algum tratado particular de Leis, e nelas se empregam
até fazerem Conclusões em uma matéria, o que sucede no quinto ano, se
acaso não teve algum ano de Teologia, etc. No s^^uinte faz o seu Bacharel,
com um ponto que lhe saiu por sorte (...)».
(1) «...nio necessitava nomeá-lo, tendo ambot bebido na mesma fonte» — diz
flie na CflMwi Mêipoata. «Assim Deus me ane, como é cvto «n ter sempm p—Jó o
mesmo que tu», confessa a Muratori (Cárta de 6-II-745. 4pml B, m, IML
Ver CoDce e £; Veme; V. voL IV, 149 e ss.
(2)
Sotm as mas idatas a nspeito 4e DIrailo GMI e Fclasiirtieo, ver taanblm a
primeira carta que escreveu a Muratori, in E, III, 240-245.
(4) A
Academia Iitlto|íca, ftudada em Coimbra no ano de 174S, mantinha uma
Caddia de Ritos Sagrados e outn de História Eclesiástica, oom Leitor e SUtetitiito em
cada imia (ver Const.).
(5) HistorlaT. 247e2S6:2fit,ae«273,244«2S3.
(6) Uum. 227.
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eomo ek encara a Bula (Mgenitus, o Breve Animarum sahiti, a prática do
RsBÊgKÊtiiuf. tíb^ elcj^
Acieaoememoa ttàê que ae nlo pode deixar de aoentnar o carácter
ai^diatbiaiio de algumas das suas proposiçOca teoidgicai. Esse facU^ o
método positivo e a critica histórica faziam-no voltar mais para a Patrística
do que para os comentadores da Escola e... alinhar, por vezes, com téologos
menos seguros.
Aa ideiaa m
tupi otm já no KenfadUw Mitoéh ét BÉttd»
e oooaeqpeiile polémica. Apesar de a ma defeia ae poder oouidenur hábfl
e por veaca apoiada em oonceitnados autores, o ataque dos adversários,
nomeadamente dos jesuítas, moslia maior flmdamento e ainda hoje é posafvd
subscrevê-lo nas linhas gerais.
O primeiro opositor censurou doze proposições que atribui à falta de
instrução teológica do Barbadinho, mas apenas nos referiremos a três
que oonsubstaaciámoa assim: 1) Autoridade (proposiçSo 9.*) e infidibi-
lidade da Igrqja (propoaicio 2) Jnrisdiçio da Igi^ (proposicio 10k>).
Vemei escreveu no Verdadeiro Método de Estudar que a autoridade da
Igreja universal, dos Concílios gerais, da Igreja Romana e dos Santos Padres
nasce da Tradição, porque todos estes são os fiéis depositários da Tradição
Divina (1), e que tanto a Escritura, a Tradição orai, a Igreja Universal,
oa Concílios Gerais, a Igreja Romana e os Padres antigos são infUíveis (2).
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infalíveis, os últimos quando se observa o consenso de todos ou da maior
parte, em matéria dogmática (1). Como te compreende, porém, qiiie sendo
estes os depositários da Ihidiçlo divina, isto é da pfdavra di^^
derive a sua própria autoridade?
O P. José de Araújo (agora Severino dc S. Modesto) repõe a questão
em termos simples c actuais: A nossa Fé toda sc funda na palavra divina.
Esta palavra divina cousta-nos ou pela Escritura ou pela Tradição apostó-
lica, isto édoB q^dstoloftcoatemporfineos que aprenderam de Cristo algumas
verdades nlo expressas daramente nas Escrituras. A préptia autoridade
dos Santos Padres só é válida na medida em que se ^Nua na Escntura ou
na tradição apostólica, e a dos Concílios, enq[uanto estio em comunhão
com o Papa (2). Avança mais, afirmando que o Papa sem o Concílio tam-
bém é infalível nas controvérsias da fé e dos costumes e condena largamente
os apelantes.
Fica bem dará a oposição das duas posiçOes e hem definido o pendor
de Vemeí para o Galicanismo e Jansenismo.
Sobre a jurisdição dos Pontífices, que se dilatou (nestes tempos), isto
é, depois do século vi, não só sobre os Eclesiásticos mas também sobre os
seculares em algumas coisas (3), chega-se a ter a impressão de que se trata
e até a mais alguns seculares em algumas coisas (6). Esta extensão parece,
de fiicto, respeitar à jurisdição de direito e condiz com a doutrina galicanista.
Msis nftido, pMém, i^areccrta o sen pensamento, nos volumes da tio
sonhada Teologia que queimou. Em carta a Muratoci, confidenciava Vemei
em 7 de Abril de 1745: «Presentemente, enquanto outras preoa^açOct me
deixam livre, estou igualmente escrevendo uma Teologia para uso da mesma
mocidade, de que já tenho prontos dois volumes, não tardando em o estar
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também o terceiro (1). Quanto a esta, porém, procuro dominar-me para
a nio pubUear aeoio peiftita, gntvbifana e, o que pan mim mais vale, com
autxnidade)». Começava pda hiitária da Teologia, que veio a publicar em
volume, juntamente com a da Filosofia Appantíta — — porque, como escre-
vera no Verdadeiro Método de Estudar, «a primeira coisa que deve fazer
o estudante que entra na Teologia, c estudar em breve a história da Igreja:
primeiro, a do Antigo I estamento; mas especialmente depois de Cristo
com A hiftériacívil»(2).
Gomo já vimos, a histãria que a «prevenir a
redigiu, destínava^se
mocidade portugueza contra as inépcias de alguns que, com muitas mentiras
e grave terror pfinico, a querem impedir de aprender uma sólida Teologia
e de se desviar dos métodos e das teias de aranha dos Escolásticos» (3).
Na carta que escreveu ao Marqucii de Valença, em 11 de Abril de 1748,
revela que a obra planeada ocuparia doze volumes, e expõe o seu programa
neste capitulo. 4A prindpal i<ifiwfM««i^ qm a&sta os principiantes da
Te(dogía e impede que mal entmdam o que sega Teologia, reduMe ao fiMto
de a separarem da histdria» quer Sagrada quer Eclesiástica. Isso levou-me
a pensar num sistema em que cada dogma fosse conduzido a partir da própria
história da nossa religião: com o qual a explicássemos aos nossos e a defen-
dêssemos dos inimigos.
E como as três inimeiras categorias, neste e no último século enoon-
traiam patronos qne, oom gnmde apanrto de disciplinas e esquisita e lecdndita
erudição se wííffrçwnim e pnsentemente se esforcem por impdr aos povos
os mesmos delbios, com grande prejuízo da nossa rdigílo, dUigendaiemos
destruir a sua audácia e imprudência».
Permanecendo inalterável na posição iluminista, não consegue esconder
o pouco afecto que consagra a S. Tomás de Aquino, como se documenta,
por exemplo, oom vários passos do Verdadeiro Método de Ettudar: «DiBei
a um Tomista que a Suma de S. Tomás nlo serve nestas eras. Acabou^
tudo! Faz-se logo um processo criminal de religiio» (4).
Na falta do compêndio teológico, é de interesse conhecer o esquosm
que ficou na carta dirigida ao Marquês de Valença:
Começando desde o princípio, convenceremos primeiro, contra os
I)
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204—
tinou à visão beatiiica, tanto num como noutro estado, dissertaremos a esse
leqieito em quarto lugar. E aqui, aoeica da eterna Wicidade dos justos:
da resolução elenia do piémio ou do castigo. Finalmente, disontiremos
do governo do mundo, contra os deistas.
V) Deus, porém, não só destinou prémio ao homem, mas na verdade
ajuda-o a conseguir a felicidade eterna. Esta será a parte principal deste
livro. E em primeiro lugar, da graça de da pie-
I>eus, e seus distribuidores ; 2.°,
dade e santidade do homem; 3.<>, das acções com que se nterece a visão de
Dena; V> àu acQOes que sio dignas de mârilo ou demérito; Sfi, da regia a
que se avaliam as aoçOea humanas —
a consciência; 6wS da regra exienia
—
du mesmas leis de Deus, de Cristo, da Igreja, do Magistério univeml;
7.^ das virtudes infundidas por Deus; 8.°, das fontes das virtudes morais;
9.*, dos vícios opostos que pudermos dizer breve c claramente.
VI) Mas também Deus — com
o que ajudará ao homem por dois —
modos lhe manifestou que queria ser por ele adorado e receber culto: pela
lei natural e pela palavra divina. Será, pois, a primeira disputa acerca da
lei natural e das gentes, do licito uso dos magistérios, dos impostos, da
guerra, do estado conjugal. Depois, doa preceitos dados a Adão, a Noé,
a Abraão e como que de mão em mão guardados até Moisés.
VII) A seguir, mostraremos que Deus deu a Moisés com o que pre- —
parou e ensaiou com tanto trabalho os espíritos para o advento do Mes*
sias —os mandamentos naturais e sagrados que anunciam os fhturos;
que mostrou aot Profetas o advento de Gristo e a Imagem da Ignga. Por
isso, neste higar dissertaremos acerca da autoridade divina do velho Testa-
mento.
Em 1747 dissertou acerca da união da boa Filosofia com a Teologia,
perante selecta assistência, na Academia Teológica da Universidade Romana.
Era o insistente tema da sua predilecção, que elegera por convicção. Defende
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a Teologia que desjntza a Filosofia aristotélico-escolástica, poi« só ela serve
paia oonfirmar ot decretos da Fé e, ao mesmo tnaiK», sabe reqKmder aos
ImeBcs^ com os mffTniTf myrnient^ deies» Esta Teologia é aquela que
estuda línguas orientais, história e textos bfblioos, utiBwmdo uma boa Lô^ca,
e uma sólida Física (1).
Quanto a influências sofridas, torna-se um pouco difícil defini-las.
O P. Isla propõe uma obra: «os seis livros que cm 1700 publicou João Owen:
De Natura, Ortu et StiuUo werae Jheohgiae»{2). Francisco Javier de Santa
Cna y Espejo indica Doptn e Simon como os impindon» da Teologia ver-
Por outxo lado, Vemeí recomenda Pedro Luís Danes, Luis Abdly,
neiana (3).
Gaspar Juenia (Juvenino), LuSs Habert(4X e o P. Berti, angustiniano, entre
outros (5).
Na 15.* carta disserta sobre Direito Canónico, esclarecendo igualmente
que, se tem pontos de contacto com o Direito Civil, também se deve consi-
derar «uma ooftseqninda da Teologia». Na lefinida carta ao Kisrquls
de Valença anunciava que era sua intençlo juntar e explicar «a excelente
e útil parte de um e outro Direito» com a Teologia. Continuando a diri-
gir-se ficticiamente a um Professor coimbrão, sentencia perentòriamente:
«V. P. bem sabe que o método de ensinar Direito Canónico nessa Universi-
dade é pouco diferente (ainda que pior um pouco) do Civil. O primeiro
ano passa-se com as Instituições de Justiniano, se é que as abrem. Depois,
devem frequentar algum tempo as Leis Civis. Daqui passam para as esedas
de Cinones, e estudam uma ou duas postflas triviais dt Ckrieo Venaton,
ou de Voto, etc. e, no quinto ano, fazem conclusfies nelas. Depois» Badmel
e Formatura, pelo mesmo método dos actos em Leis; e pode formar^e em
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meio dos manífestot do Vaéadetro Método Je Eitudar, carta ao Marqnte
de Valoiça e Onçio profoida na Academia univeisitária de Roma,
e exemprâcada ou ooncntizada em parte, por meio doa oompêndkM
De Ortographia Latina e Gramática Latina. Gramática Grega e Hebraica.
Apparatus ad Philosophiam et Theologiam, De Re Lógica, De Re Meta-
physica. Podemos já concluir que, entre medidas acertadas, como o
estudo do Direito Civil, da História da Igreja e da Geografia antiga e a
exig6iida de uma crítica seveca ao que
ao que ae escteve e ao qine ae
se lê,
se diz, Vernd defende ao menos em toda a exteosBo
princípios inadmissiveis,
em que ot apresenta. Lembramos, por exemplo, o de que «nSo há diferença
alguma substancial» entre o Canonista e o Teólogo Moral (1).
A análise das fontes ncga-lhc o direito de originalidade de ideias ou
de planos, reduzindo afinal o pedagogo teórico a erudito de vasta e inteligente
leitura. E é neste aspecto que o Arcediago merece os maiores elogios.
Leu nniito, Pcf isso, foi violmto^
procurou asalmilar os melhores autores.
lemo e iujusto. pofém, sio defeitos que ressaltam à ifftmeira leitura
Isto,
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pode dizer«8e que todos se escandalizaram com o tom irreverente da critica,
nenhum aderiu por completo às suas ideias, mas alguns discordaram tanto
do «Baitedinlio» como doa impugnadoies jesuítas. A reqieito da insubsis-
tência da cfftiea destes» por inferior nfvel dc cultura, como por vezes se
pretende, apenas diremos que a maior parte da bibliografia que Vemei
citava, era conhecida em Portugal. Simplesmente, a posição cm que cada
uma das duas partes mais cm foco se colocava, e que os diversificava,
toRKKHW iMtiiiiiliiMBlie^ intooÊUitíM», Jesuftas como os Padres José de
Aiaiijo, Raadsoo Duarte, Manud Marques e João Mofitanha, em Portn«
gal; Joio Fniidsoo de Isla, Antdnio Codorniu, Gatakyud e Tomás Saxsno
—
em Espanha não se podem taxar de retrógrados, ignorantes ov mal
intencionados, só porque contrariaram Vemei ou seja fácil colher, nos seus
esoitos, conceitos menos progressivos. A sua critica enferma dc pontos
fracos — todos os sabem ver — mas a medula da posição que defendem, a
e a teologia escolásticas, ainda hcge sSo perfeitamente aceitáveis, e
filosofia
(1) U1.40.
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que os tempos que correm não se compadecem com respostas a semelhante
etpéde «k oporiterci, trimoMinefite ariitotéBcot, mas na verdade, dcfemowt
da Filosofia metafísica.
Poderíamos esquematizar assim as leqMstas de Vemei aos jcsuitu e
opúsculos que estas provocaram:
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de Gristo, fiuniliar do S. Ofkío e médico na Corte; de Miguel Maurício
de GurvaUiD, Dr. José da Costa Leitio, P. Màmiel António Castdo-Branco,
Luis Borges de Carvalho, FQtpe José da Oama, José Caetano^ Flcancisco
de Pina e Melo, António José Guedes Pereira Valentão, P. João Baptista
de Castro, Cavaleiro de Oliveira (1) e dc D. André Piquer em Espanha.
Todos estes autores concordavam na necessidade da reforma das tetras e
das ciências, mas nenhum se declarou partidário das ideias vemeianas em
absoluto.
Destinada muito embon, a priocfpio, ao âmbito nacional, Vecnei poisava
que a sua obra servia para qualquer parte da terra,porque estava convencido
da sua prioridade de bom compendista. Interessava-lhe, por isso, provocar
os bons olhares dos eruditos da Europa. Com esse fim, começou por contac-
tar com Le Journal des Sçavans. enviando em 1752 uma carta, de que ainda
não vimos referência (2). António Teixeira Gamboa, que os jornalistas sábios,
dez anos mais tarde ravdam ser pseudónimo de Vemei (3X dirigB-se nessa
data «à Messieufs les Anteurs dn Journal des Sçavans», por meio de um
manifesto que resume as linhas essenciais do Verdadeiro Método de Estudar,
sem deixar de vincar a «ignorance invétérée» e o «pédantisme immémorial»,
que atropelaram o bem intencionado esforço de «fiurc naitre dans sa Patrie
les lumières et les talents qui enrichissent des climats plus heureiu».
Cremos tratar-se da primeira da sua mensagem,
tentativa de divulgação
no na forma em que há-de ^Mueoer anos
Estrangeiro, que terá sido enviada
depois, no Essedsurks moyens de rétabUr ks Sciences et Us Lettres en Porti^,
aãressé à M, M, ht Auieun du Journal des Sçavans (4). A carta a que nos
referimos será, porventura, um eactracto feito pek» próprios jornalistas
parisienses, como eles próprios aliás revelam
«La Lcttrc dont nous donnons Textrait» (...) nous est adressée de Lisbonne
par un Portugais» (5).
Mandou tanibém os tomos do Curso FOosâfeo aos princ^Mis jornais
«4
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literários de línguas românicas, com exclusão, é claro, das Mémoires de
THfoia: O Aj^aratus, o De Re Lo^ea t o De Re Metag^j^ea ao JcwmU
des Sçavans de Ftaiiça(l), Olomab de Letteratí itoma(2) A
As Acta
EnMorum I.ipsiae (3). Conjuntamente redigiu a noUda que podia ser
aproveitada, facilitando trabalho aos redactores. Tirou separatas das
recensões publicadas no «Giornalc deXettcrati» : Estraíti dclle due opere
iníiíolaíe Aloysii Antonii Vernei De Re Lógica et Apparalus ad FhUosophiam
et Theologiam (Roma, 17S3) e Estratto dÊ^Opva òitítútata Aloystt AnUmU
Vernei Eqidtís Torquati AnMaand Ebaraisb De Re MeU^/galea
(Roma, 1753) (4).
Nesta ocasião ainda os Pagliarini eram pessoas amigas e não tiveram
dúvidas em tirar separatas de recensões publicadas no seu jornal, de livros
quase todos impressos nas suas oficinas... Mas quando estalou a calúnia
a que aludimos noutro lugar, Vemci viu-sc obrigado a estampar em folheto,
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latínas a Muratorí(l) e a Bórgia(2). Em troca, recebia, naturalmente,
algumas obras destes eruditos, como aliás consta da mesma correspondlnga.
Esta permuta de obras «tie «otoies, nada tem de estranho, o que já nio
acontece com as reoemOes elogiosas aos seus próprios escritos. Mas ele
defende-se, de algiim modo, quandci observa a Pombal: «Parecerá a outrém
impróprio que eu fizesc uma Apologia a este mco escrito (Gramática Latina):
mas V. £x.* que, com uma superioridade de talento inemitável olha para
as coiasas no soo verdadeiro ponto de vista, e ai estima como mmoem, conhe-
cerá muito bem que isto em mim nflo é ostentasam, mas é informasam e
é finlar-lhe com aquela sinceridade que eu costumo» (3).
Atribuimos-lhe a autoria dos Estratti e da Lettera, não só por fazerem
parte das obras do autor, enviadas para Lisboa, depois da sua morte, como
sobretudo pelo facto de a estrutura das suas recensões ser sempre a mesma:
exposição do conteúdo, em resumo íiel das ideias fundamentais e das próprias
cartas-prefádo ou dedicatória, seguido ou entrelaçado com os elogios mais
rasgados, em poucas palavras: «chiaramente appaiiaoe (...); e ae dà un ghidizio
aocurato (...); quale sentenza vieike dal nostro autore dimostrata con sode
ragioni (...); Osserva il nostro autore con somma perspicácia (...) L'autore
mostra in quest 'opera possedcre a fendo la matéria, cd avcrc i datti necessari
per potere insegnarla (...) Questo argomento vien dall^autore trattato con
un*ordine nuovo ed interessante (...). Quanto vasta sia questa matéria,
h) vede 08d*uiio: ma oon qiuanta bcevità venga trattada dal nostro Antorsi
senza mancaxe al necessário, S(do si può comprender, l^gendolo».
Com esta propaganda bem lançada, Vemei conseguiu mais do que cabia
na sua expectativa. Segundo ele próprio refere, o De Re Lógica foi adoptado
em muitíssimas Casas Religiosas. Cita o Colégio Real, o Efébeo Régio e
«outras escolas» em Nápoles; os Teatinos no Seminário Pontifício e noutros
lugares, até forade Itália. Para mais convencer, sublinha o facto de 08
censores romanos que Kptcfvmm os seus livros, toem frisado a piedade e
firmeza das afirmações dele, autor, e revda já que a Sagrada CongregaçSo
do índice pôs a obra do seu censor português, entre os livros proscritos (4).
Fr. Fortunato de S. Boaventura informa que Santo Afonso Maria de liguori
aconselhou o uso da lógica verneiana nos Seminários episcopais (5).
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italiano que não concordou inteiramente com as suas ideias. Partiu ele
de um Instituto Religioso em que o Arcediago contava alguns amigos, porque
tanibém caminbavam mi vanguarda do progresso. O P. Urbano Tosetti»
aérigo da Congr^BçSo das Escolas Pias, Professor do Colégio Nazareno»
sentiu-se alvejado por uma referência que Vemei fez a alguns modernos
no De Re Meíaphysica, no capítulo que trata do simples e do composto, do
todo e da parte: Aliqui Recentiores clarissimi (na 2.^ ediçáo, já depois desta
pequena polémica, emendou para gravissimi), apesar de afirmaram ler impoa-
sfvel formar um corpo extenso, de inexlnsos, julgam poder subsistir râmil-
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— 213 —
Vemei: Isidorí Badtetti Romani Phihsophi ac Metbei m hemn quendam
Dt^ulatíe^deSodtíaUMaitísttCerpmrlgi...)AKim^^ 1755(1).
Nlo foi este o únioo opositor que encontrou na cidade dos Papas.
O i»óprío Bachetti regista que a Metafísica vemeiana topou adversários
não só entre os antiquados, mas também no seio da família modemizante.
O Apparatus trouxe-lhe, porém, muito maior desgosto. O P. D. Próspero
de Áquila, da Congregação do Monte da Virgem, Professor em Nápoles,
entre iráiiu ofaias que vulgarizoa tm ittUaiio, deurw to trabalho de trap
duzir do firancês, o Dictiowtaire de Théohgie e apôs-lhe um Discorso
Preliminare in ad si daOa Creazione dei Mondo
tesse la storta delia Teologia
fino à nostri tempL Simplesmente, este Discorso não saiu da pena «dei
Padre Abate D. Prospero delPAquila», conforme se lê no rosto do Dizionario
Portatile delia Teologia, mas é a tradução, ao pé da letra, da história da
Teologia de Vemei que constiiui parle do Apparatus ad Fhilosophiam et
Thãoto^Um. O de al6 as notas midítas ^laieoeram
plágio chegou ao ponto
traduzidas como le fossem do
Quando se verteu na nossa Ungua o
italiano.
referido Dicionário (2X houve o cuidado de suprimir a história, apesar de
a tbidução se ter efectuado directamente da edição de D. Próspero.
Corria o ano de 1761, quando o 1.° volume do Dizionario apareceu
em Nápoles, mas Vemei não soube logo do sucedido, uma vez que apenas
em 1763» presso António Zatta, in Veneza, surgiu o folheto de 16 páginas
que tnoia o titulo de Suppltmemo alT. I ád JXzknario theologlat fòrtattle»
tnubtto dd Rponeae ndTIta&mo dal P, D. Prospero deWAq[ittía, etc
^bp(ries, 1761, presso Ben Gessarí.
O autor do opúsculo (isto é, Vemei, como então se disse) narra o que
aconteceu c, com a aparência de defender o P. Áquila, denuncia-o «não só
como solene plagiário, mas ignorante. E fingindo atribuir ao copista
(o P. Áquila não teria feito mais que copiar...), releva tais errosna tradução
que só um oopista pouoo inteilgeate oometnia. Finahnente examina
alguns acrescentamentos que aditou notexto, e salienta outros graves
defeitos. Em suma, nunca vi mais dura e inteligente sátira do que esta» (3X
Por mais diligências que fizéssemos, não conseguimos encontrar em Itália
nem nas nossas Bibliotecas o precioso opúsculo, que também foi remetido
para Lisboa (4).
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—214—
£ é tudo quanto sabemos do êxito e infortúnios da obra de Vemei pof
terras de Itália. Mas estamos cooveoddo de que fica muito por invettigar
a este xeapeito.
A influência em Espanha e países de Hngua espanhola já é mais
conhecida. Também no País vizinho o Verdadeiro Método de Estudar
começou por ser livro de contrabando, como informa o P. Isla(l) e. por
isso, não andava muito divulgado, antes da versão do advogado D. Maymó
y Ribes, Doctof cu Sagnda Theologia, y Leys, que o puUiocm em quatro
Ydvmes, em Madrid, no ano de 1760 (2X Antes, porém, safa em soa defesa,
contra o P. Isla, com a Defensa dei BarbadiHo en obsequio de la verdad
(Madrid, 1758). De 17S8 a 1760 divulgou o oratoriano Vicente Calatayud
as Cartas eruditas, dirigidas a D. André Piquer, com o pedido de O ^^*iliyr
a rebater «algunas de las proposiciones» do Barbadinho (3).
Não se pode concluir do apelo, que já sc la sentindo a influência dc
Vemd em Eqwnha? Na carta de 3 de Dezembro de 1738 reftita pontos
filosóficos do «Barbadifio», a propósito de certas mehuões que se defen- O
deram na Universidade de Val6ncía, onde reinava a Filosofia anti-peripa-
tética ou ecléctica. Este terá sido um dos primeiros focos da sua influência
em terras espanholas. Por isso, sem desanimarem, Calataynd, na carta de
10 de Janeiro de 1760 volta a enfrentar Vemei, agora como teólogo.
André Piquer, autor de uma Lógica em que responde ao apelo de Cala-
tayud (Madrid, 1771), nfio se deve enumerar entre os possíveis influenciados.
O panddismo que se possa surpfeender entre a sua obra e a de Vemei, talvez
nio denunciem mais que identidade de fins e de inspimcio, a deqwito da
opinião em contrário de Robert Ricard (4). Em 1745 publicou Piquer
um Compendio dc Física moderna, seguido dois anos depois, da Lógica
e, em 1775, da Filosoila Moral. De 1754-66 divulgou a Praxis médica:
em 17S7, o Discurso sobn la aplicación de la filosofia a ha anaiioa dg religion,
para la finentud eaptOola, e em 17Ó2, as bistítutíams MetBeae,
A influência em Espanha, apesar de tudo, parece que foi grande. «Après
Texpulsion des jésuites, les oeuvres de Tarchidiacre portugais se popularísèrent
dans les écoles de Castille» (5). E perdurou, a avaliar pelo numus-
crito 1215 da Biblioteca Central de la Duputacion dc Barcelona, que contém
a «Explicacion de la Lógica de Vemey segun uso de la cátedra (de los Estúdios
(1) HUtóriaF.
<2) VenL
(3) Cartas E, Fcver. 1759, p. 16.
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— 215 —
Reaks de S. I&idro), regentada por el Sfi' D. Manuel Travcso aâo de 92
y 93» (1).
Quanto aos países de língua eqMahola, Robert Ri^aid assinala 4d*én<»me
influence dtt Verdaddio Método». Sabe-se, com efeito, que na l^Uoteca
de Hidalgo, um dos principais obreiros da independência mexicana, existia
o Verdadeiro Método de Estudar na traduçilo dc Mayniò. Parece mesmo
haver influência do iluminista português, na obra que escreveu em 1784:
IHurtadán sotn el méaAro miukb para esimBar teologia ueoUitlea,
Também na Biblioteca de D. Nicolas Vldda dei Pino se encontrou em 1802,
o método do Arcediago eborense (2).
O oratoriano mexicano Bento Dias de Gamarra, que viajou por Espanha
e Itália (1767-70), em 1774 publicou na cidade do México os Elemento Recen-
tioris Philosophiae que acusam forte leitura da lógica vernciana. £ mais
natural que tivesse topado em Espanha a edição de Valença do que encon-
trado Vendem Roma ou em Pisa, como sugere Maria dei Carmen Rovira (3)*
Como quer que seja, porém, o certo é que se serviu áo De Re Lógica de
forma que, a ser notado pelo autor, teria provocado resposta semelhante
à que mereceu D. Próspero. A citada autora confrontou os dois escritos
e surpreendeu nos Elementos dc Gamarra, frases completas e até citações
O) Manu. 244.
Prob, 3S0l
(3) Ec. 184.
(4) Ec. 183-186.
(5) Ec, 220.
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—216 —
aconselhando a leitura das suas obras (2). Cremos que se terá utilizado
da ediçSo de lUbas, aquek que mais mtfnrslmente cociea os ceotios de influir
da da cultura espanhola.
Em Cuba encontra a mesma autora um escritor, José Agustin Caballero,
que em 1797 pode ter lido Vernei ou seguido as suas ideias atnvés de
Gamarra, mas que nio desperta o interesse dos anteriores (3).
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CAPITULO VIII
IDEAL £ MAMONA
VtOmu nemmiaçBei dg D. Mb V
O hábito da Ordem de Cristo (1750).
O novo reinado: o/erwimento do Apparatus,
De Re LofliGa « De Re Metapfaysica.
D» José manda-lhe pagar a despesa destas
édifões em 1754 e concede-lhe o bm^do
de Santa Maria de Beja.
À ekegada dt PHmelKO dê Almada, MM
outros benesses, mas encontra oposiçõoi
a Lisboa, mas nada consegue.
recorre
StUctta a fioaébal tUMro paia hnprladt o
De Re Fliysica. Em vez de diiAeiro,
recebe o da Legação,
lugar de Secretário
para coiabomr na extbifõo doe Jendtas.
MêU tarde, D. Maria I hd-de recompeaaá-h
com o cargo de DepuUKh da Meia da
Consciência e Ordens.
Jhn99$al0$ de arlgeiíi paiítíetdarí eeÊpfbtíme a
perda de dMeiro, per eadmde... Mapa doe
trweatee fixat.
Na Rdoffõo da perseguição, Vemei há-de contar que «em 1746 veio por
duas vens em diversos correios duplicada ordem de D. Joio V ao Sampaio
para que se desse ao Vemey um beneficio maior do que o que já tinha.
E mmca leve efeito a ditaordem por culpa do Ministro —
esclarece o
próprio interessado — podendo tê-lo na dita ocastSo e várias vezes depois,
em que vagaram benefícios pingues de Portugal» (4).
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— 219 —
havia tido efeito na ocasião da partida para a índia, em 1729. Pelos fins
de 1748 decidiíi-fe a pedir: «Dia Luis Vem^, que V. liiagestade Uie foz
menoS do hábito da Oídem de Cristo». Faca o poder xeoeber, aciesoentava
no leqveriniMito, necessitava que ee lhe fizessem «aa suas diligencias na
forma dos Diffinitorios». Mas como o pai, os avós paternos e o avô materno
eram franceses, e talvez nas terras de suas naturalidades nio houvesse cava-
leiros, impetra ao Rei que se possam fazer as provanças dos avós na cidade
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— 220 —
eccleziastica», constituida em Dignidade, despachado por serviço próprio e
maii nzoe» que nfisn». A 17 4e Ontubro fecliava-se o prooeno com o
cUbsíoo «Como pueoe».
Se as razões invocadas para a oonoessão do hábito de Gtísto w mttiiigBm
à ida para a índia, não foi certamente só esse facto que dispôs o ânimo régio
a seu favor. Mais de uma pessoa terá intercedido, mas só por conjectura
le poderá inferir os seus nomes. Sabemos, por exemplo, que pouco antes
de renovar a petição do hábito de Cristo, escrevera ao Marquês dc Valença,
a quem D. Joio V fiasera a meicd de tratameato de sobrinho (1), uma carta
de dez páginas, em que» como já se viu, revelava, «ter composto toda a Filo-
e Dogmática em dez volumes para mstniçlo
sofia e Theologia Especulativa
da mocidade Portugueza». Era a explicitação da breve nota do requeri-
mento «atendendo a se achar o suplicante na Corte de Roma, CSCTCVendo
:
Nas obras que estava escrevendo para utilidade pública, não incluia, de
certo o Verdadeiro Método de Estudar, cuja autoria ele negava. Mas publi-
cam já com o sen nome, em 1747, De orthogrc^lda latína» que dedioott ao
irmão Oiutoriano e De cot0mgaida kctisflma PhUoMophla eum Theohgia
Oratio, também consagrada a mn neri, o P. Domingos Pereira, Plrq[»ÓBÍto
do Oratório dc Lisboa e confessor do Monarca. Os filipinos foram, certa-
mente, um outro apoio a que Vemei se encostou. Com aquela mesma data.
Sua Majestade mandava ordem para Roma, recomendando que depois de
lançarem o hábito ao novo cavaleiro noviço, se remetessem ao Convento
de Tomar as hidicaçfles do dia, mSs o ano, afim de esses dados ficarem regis-
tados no lopectivo livro. A qualquer Givaleiro Rroftaio da Ontem de
Qcisto, morador na Corte de Roma passava licença para o armar Cavaleiro,
na presença de dois padrinhos, também cavaleiros da Ordem de Cristo.
E porque «frey Luis Verncy cavalleiro novisso da dita ordem me enviou a
diser— informa o Monarca —
desejava e tinha devosão de viver em toda
a sua vida, e permanecer na ordem e nella queria fioer pfofiisfto», El-Rei
autorizava a pcofissio, ordenando «a qualquer pessoa friesiesHcai consti-
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— 221 —
tuida em dignidade moradOTa na corte de Roma», que o admitisse ella em m
qualquer igreja ou mofteiro deta nwnna Corte».
Duas cerimânias te tinham de cnnQifir, aoido maior o oertmonial da
primeira: a de armar Cavaleiro e a profissfto na Ofdem. Naquela, o
Padrinho e os dois Cavaleiros assistentes estavam vestidos com os mantos
brancos. Qualquer Comendador ou Cavaleiro que igualmente se encon-
trasse presente, devia vestir-se do mesmo modo e assentar-se «em forma
de capitulo por fuai aiidiiiiidiMlctt». O Freire que beniia as annat, envergava
igualmenteo manto bnmoo. As armas uma «q>ada servida num — pfato,
—
um mntriao e umas esporas ficavam sobre «imm bofete».
Para se iniciar a cerimánia, um dos Cavaleiros trazia o prato com a
espada desembainhada e o Freire, de estola, começava a bênção recitando
as orações prescritas c lançando água benta sobre a espada. Em seguida,
o Padrinho tomava a espada, metiu-a na bainha e cingia-u uo novo Cava-
leiro. FasMVBrse & bênçlo das armas. Entretanto, o Padrinho
entfto
tomava o murrilo e punhapo na cabeça do afilhado. Os dois Cavaleiros
assistentes calçavam^ as eq»ocas e o Fadrinho, tirudo-llie a eqiada da
bainha, perguntava:
— Queres Cavaleiro
ser ?
— Prometes guardar a Ordem da Cavalaria?
À dupla resposta afirmativa, correspondia o Padrinho com uma pancada
da eqMula no murrilo, ao mesmo tempo que e3q»imia o voto: «Deus vos
foça bom Gavakiro».
Dita uma antifooa pdo Freire, o Padrinho metia a espada na bainha e
aquele pegava na mão do novel Cavaleiro, proferindo as últimas orações.
Por fim, o Padrinho principal descia o murri3o da cabeça do Cavaleiro,
os outros dois Cavaleiros tiravam as esporas c ele próprio, a espada da cinta.
Seguiam-se os abraços de amiprimentos, abertos com o exemplo do Padrinho.
Depois das armas, ia receber o hábito.
—
Vindes confessado, comimgado, como devem fazer os que novamente
houverem de entrar na Ordem, para que recebam o hábito dela em estado
de graça?
As duas perguntas seguintes respeitavam a votos anteriores, que deixavam
de obrigar, a partir deste momento. Era-lhe então dado conhecimento
dos «trís votos sabstanciaes», a que ficava obrigado: ObeiUncia, pobreaa
e castidade. Peio primeiro renunciava à própria vontade, entregando-se
ao Mestre da Ordem, que era El-Rei. O voto de pobreza fora modificado,
desde que os Freires deixaram de viver em comtmidade. Mas tinham de
pagar, durante dois anos, para as obras do Convento, três quartos dos rendi-
mentos anuais das Comendas, Tenças ou Benefícios que tivessem da Ordem.
O voto de castidade também havia sofrido modificação, permitindo-se o
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— 222 —
casamento aos que não fossem eclesiásticos, apesar de serem verdadeiros
ReligioMM. Outras obrigações de prátkaa rdigkMat impendiam sobre o
Gwileixo que na obrigado a fiuer piofisBlo lofo qac recdm o
secular,
ilábito, «sob pena que nSo o fazendo e tendo Commenda ou tença, ficareis
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— 223 —
Houve tempo de aparecer o terceiro tomo, o De Re Mettgthysica, impresso
em Romft no ano de 1753» antes qiiie D. José atendesse o desejo do Ai^^
de Évora. Se a dedicatória da lUSfljcaaiKmtava o nian estado do ensino desia
disciplina, em apelo confiante de que o Monarca seria o seu salvador, as
p;il;ivras dc introduç3o da Metafísica lembravam ao Rei que ele podia ser
cm Portugal o que era para a Inglaterra um Carlos II, para a França um
Luis XIV, para a Alemanha um Leopoldo, para a Prússia um Frederico,
para a Rússia Pedro e Catarina. D. Joaé numdou-lhe pagar «segreta»
mente» a despesa desses trSs tomos, em
atençSo à memória de seu augusto
Pai, mas Vemd nio quis notSbct tudo, sensibilizado como estava com a
primeira recomendaçto que o jovem Princ^ determinaia ao Conde de
Oeiras (1).
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—224—
até um conto dc reis dc pensões anuais nos beneficies que vagassem de
Portugal» (1).
ainda outra pretenção a qualquer novo beneficio, que lhe não satisfizeram.
O Arcediago eborense não se confessou vencido e, mal soube da chegada
do Ministro Francisoo de Almada —
pwtanto, al nos piimetroa diaa de
janho de 56 (4), dirigm-ae à soa pfesmça, eqierançado no bom ênto deata
diligência. Desejava que Almada expusesse ao Papa as ordens qiie Sua
Majestade enviara ao Comendador Enccrrabodes, transferido em meados
dc 56 para Haia. O Ministro começou por sc inteirar dos trâmites que
haviam seguido anteriormente as suas pretenções e, «conhecendo a sua
insubsistência —
oomomioa ele inráprio ao primo Secretário de Estado, fis
todo o possível paia o persuadir».
ímagmava Almada que Vnntt, «sendo hum Petnu tt ameiis, como
die se vanagloicta» (5) devia ter conhedmeato da situação do seu caso e
não insistir mais. Não sucedeu, porém, assim. Sem perdas de tempo,
escreveu imediatamente para Lisboa, conseguindo, uma vez mais, que o
Monarca o tomasse a recomendar. O oficio de D. Luís da Cunha, de 23 de
Junho, dirigido a Afanada, foi mandado a Yend que, em ¥bk de o ir entregar
pessoalmente, o remeteu com um bilhete seu, em que pedia descu^ de nSo
oompaieoer (6).
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— 225 —
A ofdem ora igual ât atítudtam, inabtíndo na coaMMrito 4b pensões
té vm conto de rik, Almada refere se lhe nestee tennos: Seoctário O
de Estado «me ordena ser do Real agrado que nos Beneffidos que desse
Reyno vierem a prover a esta Curia se ponha a favor de dicto Vemey the
a quantia de hum conto de reis de pençõens annuaes». E em carta ao
próprio D. Luís da Cunha manifestava pouco interesse, lembrando-lhe que
antes desta recomendação de Vemci, tinha outras que, «não sendo revogadas,
davam pcaftiÍD^« Além de que, o Papa não pennitina
lacKwiiil II MMilff lha
(1) Cartas de Almada a Carvalho e D. Luis da Cunha, 18-VIII-57. — Ver Ap. doe
(2) Csita a Mbal. ds FiM, 2»-V-<6. (VerA|>.]»cX
15
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—226—
«mbarasaram para adular o« Jesuítas, que sempre me perseguiram com
odio iiiiorta]»(l>.
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— 227 —
Janta «k Médioot, no fim do mfis de Abril de 727 (1). Concluído o processo
diooeiaiio, fioou nomeado poftolador em Roma, o P. Autteio de Atafde,
fíáptoo, «dié qoe^ dqwis da nia morte, ooonida em 1737(2^ Vemei tomou
esse encargo. Traduzíram-se para latím os SermÕet e at Meditações de
Quental, que em português também tiveram edições na primeira metade
do século xvin; imprimiu-se-lhe a Vida em 1741, da autoria do P. José Cata-
lano, traduzida por Francisco José Freire, antes de entrar na Congregação;
deu-ee oídem ao Minitlro de Portugal em Roma, da Forneça
F^. Joié Maiia
e Évora, para se interanr pda causa. Mais tarde, por determínacto real,
comunicada por Azevedo Coutinho, a 26 de Novembro de 42, a Universidade
de Évora solicitou do Santo Padre a beatificação do que havia sido seu aluno
e colegial do Collio da Purificação e podia servir de modelo à juventude
estudiosa (3).
(1) O, l-V-727.
(2) Era fílho do Conde de Castanheta e eatma na Cengra|sçio a IS-VID-tiTZ
(3) Doe. em Histor. lV-1. pg. S42.
(íO Ovta do P. Beraudo Lopes, IS-lIMl • V«r E^rirtoMcio.
(5) Memorie concementi la Posttdazione delia causa dei V. P. Bartotomeo do Quental
emdlata in Roma dal Cavalkr JLuigi AntoHio Verney, dettata da lui medetímo {^íJ&JLSl e
«a Veney D, pg. 12-21).
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— 228 —
Em 1771 Francisco de Almada dirige-se a Pombal, a comunicar-Uie:
«Retive e conservo em meu huma caixa de ewc^jtmas pertencentes à
poder
Beatificação do Yen. Bartholoinea do Quental, de Veney era pottulador,
paia a entregar a quem lhe suceder neste emprego, se assim parecer a El-Rey,
Nosso Senhor» (1). O Arcediago deixara duas cartas, para sererri entregues
depois da sua morte, uma ao P. José de Azevedo, procurador da causa cm
Lisboa e outra ao Superior dos Filipinos, em que recomendava, com calor
e persuasão, o nome do P. Vioente Stanrini, oomo a pessoa mais indicada
para continuar com assunto tfto importante. Cnara-ae em sua casa desde
peqjueno e por isso foniFllie fiidl instrui-lo à sua fbiçio.
«Este sugeito está em minha casa á nniitos anos, juntamente com seu
Pae e Mãe, e me minhas desgrasas com toda a fidelidade e
assistiram nas
amor». «Eu os tenho em casa avcrá vinte e seis anos e me g<nernaram sempre
a casa» —
diz ele na carta de 20 de Janeiro de 1786. Uma vez muis e des-
mentindo a sua persuaslo de fatalidade que lhe pesava implacável sobie a
cabeça, foi finta a sua vontade, suoedendo-lhe lectivamente neste caigo
o piQMlo Staurini.
Certamente, ao mano Diogo deveu este pequeno subsídio. Do Hen-
rique recebera outro — um pouco melhor —a capelania que deixou ins-
tituída D. Joana Josefa da Silveira. Antes de morrer vinculara as casas
onde morava e outras propriedades, para que perpètuamente se dissesse
uma missa todos os dias, por sua alma, arbitrando que se pagassem setenta
mil léis anuais^ em doôs quartéis, pelo Natal e S. Joio. «As missas da outra
Cappella se dtiSo na Gqipdla de N. S. da Boa M<fft^ sita na igreja de
S. Roque, o que sempre se deve observar, tirando o caso que o Sr. Luis
Vemey, irmão dos meus testamenteiros, queira tomar a obrigação destas
missas, porque entam as dirá em qualquer parte onde viver, ou se achar, e
por isso os meus testamenteiros a esta primeira (... ?) o preMio a qual-
quer outro Cappeltto».
Henrique Vemei atestou, na qualidade de «testamenteiro de D. Joana
Josepha da Silveira», «debaixo do jurammto dos Santos Evangelhos», «que a
ditta testadora me disse vocalmente, que querendo meu irrnSo Luis Antonio
Vemey dizer as missas dc huma das Capcllas que deixou instituídas (...) de
esmola de settecentos mil reis annual», lhe desse «a esmola dc cem mil reis» (2).
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Uma vez mais teve neceatidade de suplicar, sem prazo de tempo, a 12 de
Novembfo de 48, aliando os trabalhos e a falta de satíde. Presentemente,
enoontrava-4e aplkado a estudos gravíssimos «in difesa delia nostra Reli-
gione». A Santa Sc amiiu de novo.
Tendo-se ordenado no ano seguinte, como vimos, já então podia guardar
inteiros os cem mil réis da esmola desta c as esmolas das outras que também
dissesse. Numa das contas de Henrique ainda conservada, apenas se
regista a qnaali* de 35.700 «p(ff 238 miint da Capela», de cada ano de 1760
e 61; 35.400 de 1762 e 63; 26.700 de 64 e de 65. Por cada misn xeoebia,
pois, ISO r6t8. O
quantitativo de cada ano não corresponde aos 100.000 líb
estabelecidos. Mas também, por que varia? Os ISO réis são a esmola
total, ou poderá daqui tirar-se argumento sobre a não-ordenação sacerdotal
e, por conseguinte, contra a veracidade da afirmação dc Vernei?
Também sem grandes lucros, foi procurador em Roma do ArcebiqKH
-Biqx» do Algarve, de 17^ a 51. 0e certo nSo deve o lávor a Saufiaio,
fpie a propósito se lhe refine nestes termos: «O Axoediago Vonei be lunnem
de muita capacidade e de pratica nesta Guria, por cujo motivo he louvável
a destinação que V. Ex. fez dclle para seu agente, vindo-Ihe principalmente
recomendado da Pessoa que me insinua, cujas insinuações em todo o sentido
sedevem estimar como preceitos» (1).
D. Inácio de S. Teresa informa o Ministro que havia esodUdo Vemd
como agente de seus ni^ódos em Rmna, encarr^ando em carta de 26 de
Outubro um outro flqeito^ Fkanctioo de Sousa, da Impresalo doa aeus liwoa.
Sampaio encheu-se de zelo, e apesar de não ter recebido a procuração do
Arcebispo até 1 desse mês (2), foi ter com Francisco de Sousa, aconselhando-o
a não se «ingerir» «nesta matéria». Justificava a sua atitude, com a adver-
tência de que cie, Sousa, era dc índole pacífica e com natural repugnância
para disputai e cínmes de jurisdições, enquanto «o Abbade Vemei tem tal
esperteza e capacidade que pode dar conta desta incumbência uniformemente
ao que V. Ex. insinua no seu pepel instrutivo».
O Arcebispo devia ordenar que o Arcediago tomasse conta desse trabalho
e mandar que D. Maria Gama lhe entregasse os originais, porque na procura-
dirigira, nào aludia a este encargo determinadamente.
ção e cartas que lhe
Entretanto,Sampaio entregou-lhe as instruções de D. Inácio para impressão
de iuaa obna.
Não sabemos se chcfou a receber algum dinheiro pelo trabalho que
aindateve. O FreiadofUeoenem Maio de 51 e até esta data, o procurador
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— 231 —
Eate pequeno episódiomanifiartii uma peida de 81.420 réis, por ami-
alo i4Tn*|flriMliff
415^90 963.960 «7M25
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—232—
6— CteM A V. Bmtotomtm fiMnMf UCOyOOO (total)
l^ammfleh dê Sarna MtrtmdtBtiB D« 742» «té 222jeS
8 — SteMárta dê LÊgagÊb IJOOuOOO
J«B.~De Mdo ineliiihii» de «S • Muço ind. d0 71.
Ordnu 480u00O
MB.— Dode Setembro <k 1790.
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CAPÍTULO IX
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— 23S —
Que experiências modonas queraiiam os jesuitas admitir em 1750?
Por ventura as dos filósofos e deirtistai proiUdos em 1746 — Descartes e
Newton? Pnconaiiios rApklamente algnns doa cunos mais ajgnificathwa
que SC leram nos quatro centros de estudo ^Kmtadoa.
Em Évora, a renovação da Filosofia operou-se logo no primeiro oirso
que se leu, o de 1750-54. Bento José de Sousa Farinha apwnta o P. Sebas-
tião de Abreu como o primeiro professor que defendeu em público a Filo-
aoHafOMnnada — dizèleqiieenoostadoa^ftfadaePiiiiAocío» (l). Aseitamos
a infonnaçSo como i primara parte, visto as teses do
verdadeiía, quanto
Mestpe imediatamente anterior, o P.Qwtano de Almeida, nio noa permitirem
antever, através do seu esquematismo em que se conservam, quaisquer sinais
de franca modernidade. Mas se aos alunos de Sebastião de Abreu cabe
a glória de haverem sido os primeiros que em Évora defenderam Filosofia
renovada, os últimos foram os do P. João Leitão, em 30 de Abnl de 1758.
Serito estes 08 cursos principais que nos v>o servil para docummtar o panorama
das aulas na Univenidade alentejana, na última década da sua existência.
Sebastião de Abreu nasceu em Serpa, a 28 de Outubro de 1713 e faleceu
na Urbânia a 30 de Novembro de 792. Entrou no Noviciado em Évora,
a 16 de Março de 1728, professando solenemente a 2 de Fevereiro de 1748.
Durante dois anos estudou Matemática, à margem do programa filosófico.
Leccionon essa disciplina por dois anos e Filosofia durante quatro. Também
Joio LdMo oca atent^jano^natual de Fencira, ondeoasoenalOdeNavaii*
bro da 1715. Dqwrtado {gnahnsnte para Itália, veio a fideoer era Iftbino.
Qualquer destes dois professores oomeça por apresentar breves noções
de História da Filosofia até Ne^^^on, que Leitão classifica de «vir summis
laudibus dignus». Entre os autores ingleses é omitido o nome de Locke,
que aliás aparece citado noutros lugares.
Dividem a FDoaofia «m Racional, Naloial a MonL A
prinsíia parte
contém a Ldgica e a Metafirica. A
Lógica trMa das tiês opençOea da inente
Odeias, jnizo e discurso), terminando oom parágrafos sobre o Método e o
critério da verdade. Investiga-se a <mgem das ideias, apreciando a clareza
e distinção das mesmas; descobrem-se as fontes e apontam-se os antídotos
dos erros; estabelecem-se, com Wolf {Comment. de Methodo Mathema-
tico)t as leis gerais do método. Sem abandonar o traçado das teses lógicas
fundamentais aristotfiicas, sooonem-se de autoras modernos, que seguem,
oomo o autor da jMe de Fensar, Descartes, Oasifmdo {De OUerto Verttatft
e Lógica Latina), A
Bfixia • Purchot. Descartes é citado como autor da
dúvida Mctádica t, por Abran, defendido da nota de hetcrodoiGo («nda pdo
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— 236 —
contrário, temos excelente <qiini2o da fé da Descartes e sustentamos que,
•ó por gnade malfcta, se pode atribunvlhe a nódoa de ateísmo».
A leqieito da Metafísica, csdiece Abreu qat o uso fixou, debaixo dessa
designação, além da Ontologia, a Etiologia (tratado das causas), a Pliocdogia
e a Teologia Natural, apesar de a Metafísica tratar dos princípios gerais
que servem às demais ciências. A propósito do cogito ergo sum, Abreu
adverte que não se trata de primeiro princípio, visto supor um outro axioma:
operari sequitur esse, G)ntudo, reoonbeoe que se pode admitir como primeira
vcxdade que ressalta ao homem que busca a verdade na ordem naturaL
Diriamoe, por outras palavras: pnmeixo na ordem psicológica, ma* nSo
na ordem ontológica.
O P. 21anchi serviu aos dois Professores como orientador nesta parte
da Filosofia. Mas também Wolf (Psychologia Rationalis) foi por ambos
consultado a respeito da alma e do corpo, para apurarem a opinião de Leibnitz.
LeiUo nftn ainda bibliognfia de Descartes e Malebranehe {Principia)
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— 237 —
MtttíienCU Miudieiibroeck (jEfem. Phys.\ Sdwrffer (Auf. P/kjv.)> ^mdi
(PA^^jfo. foi.) slo outros tantos autores de que panoe tnem ambos os Profes-
sores conhecimento directo.
Enquanto Abreu cita Nollct (Phys. experim., tomo III) c Bocrhaave
(Elem. Chem.), Leitão refere Bcrnouilli (Dissci f. dc mercúrio hicente in vácuo),
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.238 —
(1) Eocontrámos íiltiinainente Loas para as festas do 3.* curso em louvor dos Mtd-
M R.R. P.P. M. M. Manoel PiíAeiro, Leonardo de Mira e Sebastião da Veiga, em espa^
nhol; em appkeuo da Vmenável HãMoe e MoMoria de U.JLP.Mji Jeãe Ujftaa: em fer-
vor daí ellevadas sabedorias dos Rev.os p, p, MUtrU ExmetteiareB Mcmod ríÉlhftu e
Thomé de Almeida (B. A. C — Ms. 1S8 v.).
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— 239 —
e Moral, com subdivisão da primeira nas tr£s operações da mente, com ft
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—240—
MetafUca e o De InteUeetu de Sihestn Aranha, os terceiro e quarto tomos
de Antdiiio Mayr» Soares LanUaio, De Benedktis e Tdee.
Em face doe dois testemunhos, acndHainos de preferência IM
ciaique é aquele que nfio procurou provar facciosamente nenhuma tese.
Conhecem-se, felizmente, algumas páginas do catálogo de uma biblioteca da
Universidade. Elaborado, porém, uns sete anos depois da expulsão dos
não pode fornecer a garantia de que foram recenseados os livros todos.
jesuítas,
A/.' S5.» Doctrix Apostohrum. Alap. in Cant. Na parte esquerda de quem olha (neste
mesmo lado direito da saia) v6-se uma donzela que mostra um violino a um jovem e cadeias
a um vsDio; em cima, os dbdeoe: M. SS^ Omdamiar Bmgdiau X.* ttU Rartrt.
Mttgistra Religionis ac Fidei; em baixo: Verba fidem ReOiglo parítuu. ligat (?); à direita, uma
criança lançando uma eqiócie de besta ou arco, em cima de uma ponte; por dma, a legenda:
M. 55.* Itinerarium Matheriã X.* Pons ad ptnttmndos poios; em baixo: Hoc iter, ut coelum
pmum. A pintura por cima da porta ispwssula dois homens sentados, cada um voltado
para uma multidão, em atitude de mostrar, porventura a lei. Em cima, os dísticos:
Af.* 55.' Epitome Júris Canoiúci X.^ UUid Andr. Cret. Somnia divinorum oracuhrum.
Bn balsDS <Avw dàbuÊit Xdrmmb.
(2) Memor R, 304-5. Sobre a Livraria ver ainda Consi. Em Coimbra venderam-se
Uotvenidade de Évora (da Biblioteca ou da Tq;x>grafia7), que importap
livros pertencentes à
nue, oom «algum quaitd veneido das fendas qoe vio cómodo, em 729.049 n. (Goim-
bra, 13-Xli - T.T. » —
MSn. Just. M. 2a No cód. CXXTX/M6 da aP.E. guardam-se
dois mapas de obras dos Santos Padres e Escritores Eclesiásticos da liviaiia do Rsal
Colégio de Espírito Santo, cremos que do tempo dos Fraociacanos.
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do Collegio da Companhia desta cidade de Evonu», ainda havia, além de Joflo
Baptista Dn-Hunel, Joio Baptista de Benedictis, Fortuiato à Brixía, Tomás
Vicente Tosca» Bento Frijó, os filósofos Renato Descartes, Pedro Gassendi,
Jofio Locke, Cristiano Wolf, Desidério Erasmo, PlatSo... (1).
(1) Inventário dos livros que se acharam em a livraria grande do Collegio da Com-
paáUa dflrta Odiífe ds Évon. — Mi. da T.T., NGn. hm., M. 22.
(2) Depois da expulsão dos jesuítas foram enct>ntra(Jas várias obras cm folhas,
por exemplo, 6 maços do FUuuiario Lusiiano, outros tantos da Filosofia de Soares, 8 maços
m
da l\»ologi> de AnriWo, 4 insoos da POosofla ds Aianha, 4 maços de Geo etrlM, de certo
do P. Manuel de Campos. —
Relação doe liwos qne m
adnifo em p^id mi Cnllugio de
S. Antão (T.T. —
Min. JusL, M. 295).
(3) Ver também EdL
i6
— 242—
da Esfera, movimentos do Sol e do seu lugar na Edl^rtica, declinação, nasd-
mento e ocaso do Sol; hia e toas fases, msrés legnladas pelo movimeiito da
Lua, cdipses e emenOet do primefao satãile de Júpiter, ete.
O seu curso de I^losofia não é conhecido. Mas nio será difícil adivinhar
o que poderia ensinar um ftofessor de Matemática nas aulas de Filosofia
nestes anos dc 1758...
O catálogo dâ Biblioteca do CSolégio também foi feito, depois da expulsão
dos inadanos. o Msstie «Livr^fxo» Maand
Encarregou-se da oa orgBaiiar
CsrvaUio, ^|udado pdo P. SOvesire da Gosta Negreiros. Gastaram 130 dias
a escrevê-lo e mais 30, o P. Negreiros, a coiHá-lo(l). Os livros coooatravaiihse
em «omnta oonfusSo», com «todas as faculdades sem ordem nem arrumaçam»,
porque «pelo terremoto se abatco a caza em que se achavão os mesmos livros
que se recolherão confuzíimentc por algumas ccllas c se pozerão outros em
hum corredop). O catálogo dos Padres sumiu-se na voragem, e nada nos
oonveaoe qne nSo tivesse desaparecido taaibém alguma quantidade de vdo-
mes. A proposta de pagamento do trabalho fixava vinte moedas de dro
para o Livreiro e 15 para o «P. amanuense».
Do Colégio das Artes de Coimbra faremos menção dc dois Professores
de Matemática e um de Filosofia, um daqueles de 1747 e este dc 1758, como
que a balizarem também os limites deste capítulo. Entre estas datas coloca-se
a obra do P. Inácio Monteiro, o Professor mais bem informado do movimento
cientifioo e, porventura, filoadAoo, dentre os jesuítas desta ^wca.
Sem intençfto de documentar a cultura dos inadanos, o Marquês mandou
elaborar os catálogos das suas livrarias, alguns dos quais já ficaram referidos,
com base em informações incompletas. O de Coimbra, porém, datado de
1766, conserva-sc na íntegra (2) c revela, a par de Mayr, Bríxia, Dc Bcncdictis,
Lossada, Purchot, Ferrari, Du-Hamel, Lalemandet — nomes muito conhed-
dos que não slo dispiciendos —
autores grandes oorao «Newton opera qua-
tro tomos de quarto», Wcrif, Cassíni, Descartes PhilMopbia, Mussehõnbrock 1
tomo de 4», «Bordlios de motu animalium», «Ars dirigendae mentis 4 tomos
de outavo», o P. Regnault fizica 3 tomeis em oitavo», Zanch Philosophia
Experimental 3 tomos de 4.°, Corsini Filozophia, a óptica das cores do P. Cas-
tel 1 tomo outavo, Abrixia tom. 5 de 4.", «Izquierdo Pharus Scientiarum 1 tomo
de folha, «Mundo de Descartes 1 tomo de 4.<', Maygnan comentários 1 tomo
de fidlu^ «Amil, Hntoria das Sciendas da Academia Real 1 tomo de Sta^
teyo, Kstoria da Filosofia 3 tomoa de 4.*, Sdenda Sinenab 1 tomo de 1 foUia
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—243—
(1) CoodustoDe.
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— 244 —
o autor era ainda «Estudante Theologo» e «Miestre de Mathematica no CoU
l^io de Coimbfa». Este ydnnie traz adatade 1754e oi^vadoade 1756.
Camo nas licenças observa Pr. Joaquim de S. Ana, os liesnllas oonttnnavsm
a ser os únicos que inaqfinhaiifi aulas públicas desta disciplina «no nosso
Portugal", e sentiram necessidade de reformar os compêndios correntes do
P. Manuel de Campos ou mesmo a obra do Engenheiro Manuel de Azevedo
Fortes.
É certo que o autor aimsenlava apenas «os como primeiros principies
msis necessários da Nbthematica». Mas era o bastante para evitar a fiidiga
de «revolver os Eadides e os Dedules»» a quem acompanhava «a sua maior
i^ipiicaçio na Fbbica experimental» (1). Aqui está um compêndio que Ver-
sei nunca se propôs redigir.
Inácio Monteiro, ao escrever estes Elementos, visava a «classe de
gente, que he muito numeroza e merece ser atendida com respeito», que
desga ser FQosofo «sem estudar Mathematica e desta só pertende saber os
princípios necessários para a Physica». Há ainda outra espécie de ddadios
a quem podem aproveitar —
«outra ordem de curiosos não menos numerosa
(...) e merecedora de igual ou maior respeito». São os que «ilIustrSo a republica
toga, nos quaes parece mal a ignorância nestas matérias, mas buma leve
litteratura os «£ como esta gente serve na administração, e governo
illustra».
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— 245 —
firfvolas on a aubnidades impertinente», memo que estas se denominem Inqni-
«içio portuguesa ou romana. Na controvirsia antigos-modernos, oolocfr4e
doddídamaite ao lado dos últimos, tmpng^aaáo frases cortas de critica
severa. Reúne o seu sabo* em dois pequenos Uvros de bolso, escritos em por-
tuguês, porque as grandes obras são preciosas para dormirem nas estantes
das Bibliotecas. Sem insistirmos em nomes dc cicniistus jesuítas, como
Ricciolo, Deschales, etc., advertimos já que InácioMonteiro manuseou os
principais autorasde todas as ooafissOes.
Logo no pr^Qgo ao Leitor fixa, nos devidos termos» a sua posiçlo:
«Ninginém ignora que nenhum homem no mundo pode hoje apraider Pliilo-
sophia sem inteligência de Mathematica. A Physica verdadeira e que nestes
tempos se cultiva, não são os entes da razão, as possibilidades e chimcras
dos antigos, ociosas subtilezas do entendimento humano. Estudamos hoje
a natureza pela observação e pelo calculo; os entes de razão não se medem
por Geometria; porem esta sdenda he o frmdamento dos oonliecânHitos
pliyiioos que fuem o ooipo da Pliilosoi^ moderna».
Inádo Monteiro, já Padre mas ainda estudante de Teologia, estava, pois,
perfeitamente integrado na nova vaga filosófica.Logo a seguir, exemplifica:
«Hum cartesiano e gascndista que não sabe Geometria, ignora com esta a sua
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— 246 —
oomo este: «NSo nos embaraçamot em mathematica oom as divenas opt-
nifles de phikMopliM. Entie os nodeniM qoe cuhívSo a Yerdadenm lAyíica,
Carteaiano», Attomistas, Newtooianos, mana de hnai ootpo slo todas as
partes de que consta o mesmo cospo. P<n6n, muitos peripatétiooa ciddlo
que não são bons catholicos se distinguirem na massa de um corpo, Sintail-
cia e qualidade — idea que pela maior parte se encontra somente noa Hès-
panhois» (1).
(1)
(2)
Oompend. I.
Compend, I, 328.
m
(3) Compend. I, 333.
i4) Gompend, n, 90.
(5) Compend, 11, 91,
(6) Compend, II, 91.
(7) Compend, II, 57.
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— 247 —
he Máthematica por alcunha (...) e a lea tenqio moitiaremos que delia tam-
bém àepenào boa parte da Philoaopliia natural» (1). De igual forma, a JbttU
ticaéMilitoaeccMáriawqpialqinerPliiloaopto «Nem en entoido oomo
pode fallar com acerto em matérias physicas, quem nlo estiver bem veisado no
oonhedmento deste tratado (da Hidrostática) (3).
Afim de facilitar o estudo ao leitor, traça o conspecto histórico antes de
cada ciência e para lhe proporcionar os meios, em ordem a maior desenvolvi-
mento de eada milíria, aponta a principal bibliognifia inait aoenfvd. com o
juízo crítico que forma doa autorea. Entre a vasta biblioginfiaqiie cita, lobrea-
sai «Christiano Wolfio loa 5 volumes varias ediçOes». G>nsídenmM «obra
admirável e digna deste grande sábio Alemão ; estilo quem
breve e claro para
estiver bem versado nos termos da Álgebra. Nestes cursos mathematicos
se acham assim os modernos como os antigos descobrimentos; e de tudo resulta
ser esta a primeira obra que eu aconselharia a hum Mathematico de proiis-
tfto» (4). É que «Gristiaao Wolfio(...) este admiravd alemlo, todo eseraveu
oom o caracter homem grande» (5). «O grande akmlo Christiano Wolfio
de
foi o primeiro que nos explicou o Elemento do ar oom tom geométrico» (6).
Os discípulos do «Cavalheiro Newton», utilizando as suas teorias das
forças centrífuga e centrípeta têm-sc acreditado «tanto neste século, fazendo
ostentação do seu admirável systema nas revoluçoens dos corpos celestes,
em que o philosopho Inglez oom todos os da sua nação faz forte da sua dou-
trina» (7).Conhece Newton através da sua obra e dos escritos dos seus melho-
res diSG^nloa: «S*GrKvesaade (EkmaUa mioaopldae Newtatíanae, edigio de
Genebra), Mussembroeck e Castel (Castel: Vraie Système de Physique géiá'
rale de Mr. Isaac Newton) e duvida «que haja muitos em Portugal que enten-
dào este systema (das forças) nas obras de Newton, que o comum, ainda dos
mathematicos, admira por fé» (8).
(4) Compend, I, la
(5) Compend, I, 179.
(6) Compend, I, 327.
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— 248 —
O «(leitor que souber Geometria, lea as obras posthumas do famoso Hol-
landez Christiaiio Hnigeiís, em que adiaiio kurna exodlmle Dioptrica».
Mariotte, é o «ftonoKo «cadfrmico da Academia Real, a qpum a Republica
fiteiaiia he devedora de excellentes observaçoena e descobrimentos» (1).
E noutra oportunidade: «Mr. Mariotte e B<^ile, nomes celebres na Republica
das letras» (2). A propósllo da resistência que a água corrente dos rios encon-
tra nos leitos, «Pode o curioso ver a bem escrita obra de Mr. Buffon,
anota:
Hittoire NatunUg, 6 volumet em 8.° (3).
A leqieíto da pcessio do ar aobiie a água, expOe mn cordário e estabeleoe
este escólio: «Esta veidade que éimraconsequmda dos princípios que temos
provado, está demonstrada pelas e3q)eriências de T< rricelio, Otho Guerike,
Boile, Galileo, Paschal. Perrier c outra infinidade de grandes Physicos destes
tempos (4). Galileo de Galilcis. que he o primeiro a quem devemos a teoria
do movimento no descenso dos corpos graves, observou as leis deste movi-
mento...» (S>. Descartes, «aqueOe raro engenho do século passado, foi o
primeiro que nos deu nesta matéria admiráveis luzes, como se pode ver na soa
Dioptrica Fisica, em que explica admiravelmente as leys da refracçao» (7).
Quando trata da pressão da camada do ar atmosférico, lembra com
naturalidade: «Todos sabem as experiências de Pascal e Perrier nos montes
de Auvergne em França (...)» (6). A sua perfeita mentalidade científica nào
tinha dificuldade em entender («entcnde-se bem...») «como o mercúrio no
tubo de Teirioelio, metido no lecipiente da maquina pneumática, le soitaita
na mesma altura (...)» (7).
Além da obra Eléments de la Géometrie des infinis, vol. em 4.o, em 1727,
1
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— 249 —
de mais, que os astrónomos se têm dividido em dois partidos, oonaooiíte admi-
tem qiie a tenra gira ou está panda. «Maaamayarpartesededanafavordo
primeiro, de Gopeniioo». Entre eles, âta «o SunosoKepIer», «os dok admi-
ráveis Cassínis» e «o gnmde Newton com outros muitos». Manda ver
«o curioso (...) da Cosmografia e Astronomia o 2.° tomo do Fssay sur Vhis-
tobrt des belles leiíres» de Mr. luvenal dc Carlcneas (1). E também «o insigne
astrónomo David Gregório: Elemenía Asíronomiae Phisycae et Geomeíricae
1 voL em fdio, (visto que) nesta otea excdente se explido os ctanentos de
Astronomia» oonfocme o sistema de Copérnico; regras e hypotiieses dl^
ticas de lolo Kepler, as quais mdfaor com os fenómenos celestes»»
se ajustio
Ao cacpor o sistema de Copérnico, traça o panorama das questOes em termos
essenciais: «Satisfaz com mais simplicidade de que todos os mais, aos fenó-
menos e observaçoens astronómicas (2). As causas das proibições da Inqui-
sição Romana c da Suprema Inquisição dc Portugal «são alguns textos da
sagrada escritura que, entendidos literalmeiite, como os entendem os Sanfeos
Padres, slo muito exprasaos contra o movimento <ia tena» (3).
Mas
«duas couzas não tem duvida neste ponto: 1. que cm a Igreja defi-
nindo que algum dos textos acima ditos se deve entender literalmente, ficará
certíssimo o descanço da terra, e todos os argumentos dos Copcmicanos
ficarão declarados puros parallogismos. 2. que athe agora nem declarou a
Igrejaou propoz como de Fé a intelligencia literal dos textos referidos, nem o
desõuiso da teRa»(4).
O xcmoqw ao Santo Ofkio pBicoe evidente^ mas antes de o dar, fm
ciando que em lUnna já le começava a ver oom outros ollios o sisteam do movi^
mento da terra.
O) Compflod, n, 128.
O) Compend, II, 217.
(3) Compend. II, 217.
(4) Compead, II. 218.
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— 250 —
habitadores de Canadá; e homem houve já, que em huma conversa seria-
mente queria persuadir ter entrado huma Armada ingleza na Silesia que
he o mesmo que dizer que a frota da Bahia anoonura no alto da serra da
Estrella» (1).
No que reqpeita à história, «hum medico ou hum Filosofo deve saber
p>ela ordem dos tempos os principios, progressos e aumentos da ciência que
professa; as variaçoens e decadencias que experimentou, os authores famosos
que a escreverfio (...)• De outra sorte, ouviremos muitas ve29es dizer aoe
peduff»! q^ ignorlo catas noticiat que Hypocntes foi hum gmnde Hol-
fauMlez; e q^ Boerhave viveu no tenqpo de Amimtaa; Descaflea terá ^
como Epicuro e Aristóteles hum bom Catholico Romano» (2). Esta de Alis*
tótelcs andava na boca dos Iluministas e serviu-Ihe de exenqilo^ a par doa
nomes dos corifeus da Filosofia e Medicina modernas.
Enfim, nâo deixaremos de assinalar o recurso constante a provas mate-
mátioaa e a eaq^eriências fUcaa» a leqpeito do peso do ar, da elasticidade, da
diGuIaçBo do sangue, etc, etc Waturalmente utiliia os cálculos de Msriotte
sobre a piessio do ar junto da tena(J); a experifinda da comprrsiBo do ar,
de Halles.
Define luz como corpo e relembra: «O antigo Pcripatetico, partidário
jurado das qualidades ocultas, nos segura debaixo da sua palavra, que a luz
he hum acidente ou sem nos dar outra idea ou explicação sensivel
qualidade,
da na natureza Pm
ele, a teoria cartesiana— «engenhoza hypo-
physica».
these», «explica mwianifai e intdligivdniente nmitoa eBíBitos da luz; pofcm, as
observaçoens de Mr. Romer e Bradicy sobre o seu movimento e outras grandes
difí'iculdade$ tem confundido os mais apaixonados cartesianos» (4). No escó-
lio estabelece que «^todas as proposiçocns que se seguem, são verdades cer-
tas, independentes de qualquer hypothese ou systema Filosófico», mas insiste
em que «he certo que todas ellas se explicio e entendem melhor, suppondo que
a hiz ^^i*nt ^
hvn certo movimento rapidissímo de huma temdssima maté-
i»
dado no curso de Física liceal (6). Chama plausível sistema à hipótese new-
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— 251 —
tonianas das revoluções periódicas dos planetas (1) e demonstnMU A pro-
pósito da inéreia, assinala q(qe os iMwtoiíiaiK» a aoeitani C9 e ensina também
qve ^stmoÊ, das Ids fundaiiMiiilaesda Ffayrica catabciecida pdos newtomanos»
lie que nas cauztt naHnies a itsisteada he igual <m tem a mesma foiça que a
potencia» (3).
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— 252 —
P. Fonseca — mas também nenhum Filósofo dos séculos passados jurou xdí*
fioMuneiite no Vtripato, de fonna que oonáâatMc ilicito, de vez em quando,
deixar de seguir oe passos de ArístdCeles».
Nisto se resume a oduna vertebfal da atitude deste e de todos os jesuítas
portugueses em vésperas da expoliaç3o das aulas: permeabilidade às novas
correntes, mas sem ódio ao Peripato que, se nuns pontos estava antiquado,
noutros mantinha perene actualidade. Pode-se avançar por entre o método
doa Mòdemoa, sem «fender os antigos —
pensa o P. Fonseca. Cortámos o
que na antiga Filosofia sabia a subtilidades e aceitámos dos modernos quaae
tudo o que ostenta de utilidade e bdeza. Por isso, inseriu no rosto das Tem
o titulo de Filosofia Perípatética.
Para insistir nesta orientação — prossegue o mesmo Professor — nem
omitimos a Matemática, de que a Filosofia Moderna, umas vezes tirou lucro
com vantagem, outras agregou a si de boa vontade como aliada. Que cala-
midade seria, se os Professores da nossa Companhia desprezassem a Matemá-
tica que, em toda a Europa, quer pública quer privadamente, sempre cultiva-
ram com dignidade e multo estudo, ot filhos da Companhia. Também os de
fora, no seu século, se distinguiram nesta disciplina. Introduzimos na Física
Geral muitas questões acerca do movimento, as quais, homens de grande
talento, como Dcschales, Gravcsandc, Leibnitz, Newton, Wolf, Galileu e
Toirioelli trataram com eficiência, na Estática, Centrobárica, Baiistica, Mecft-
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— 253 —
às operaçOes da mente» que divide em apreensão, juízo e disciirso, a função
de objecto da Ldgica. Nflo é cartesíaiio, loddano ou wolfiano: é moderno
na probtemátiGa eacdártica. For ino, ao tratar do juizo^ introduz a nova
questão do cxitério da vodade e a s^;uir nfto te esquece de se demorar em duas
questões, ao versar o método.
À Lógica segue-se a Metafísica, que reduz pràticamente à Ontologia, tam-
bém de gosto moderno leibnitziano e à Pneumatologia {De Deo, De Angelis
et anima rationaJi, M de Olha potentils et tíbertate). A propósito reAita oomo
ftltaa proposiçSo de Descartes que identifica a extenslo oom a ess6iicia dos
corpos. Reconbeoem a existânda da alma ladonal, «qwla fé e pdo sentimento
íntimo, rejeitando o actual pensamento como siia essência, conforme excogí-
tou Descartes. O intelecto e a vontade sSo apresentadas como as faculdades
da alma mais conhecidas, mais evidentes. Apreciando as soluções de Des-
cartes, Malebranche e Leibnitz, traiu da uniào e relações da alma e do
capo.
A Fisica, se bem que parta do principio de que é falsa a teoria que si^Oe
poder reduzir-se a matâria prima, no sentido fisioo, a partículas pequenís-
simas e insensíveis, com quantidade e extensão, ocupa-se largamente do movi-
mento, sob os aspectos de velocidade, quantidade, comunicação, colisão,
queda por plano inclinado, gravidade, equilíbrio, etc, etc. Estuda o movi-
mento dos pêndulos, movimento circular, movimento dos sólidos pelas máqui-
nas» a imenio dos sólidos nos fluidos» calor» fijc^ humidade, elasticidade,
diafimeidade» luz, cores» magnete e elasticidade.
A
sagunda parte da Fisica Natmal é um tratado de Geografia que penetra
no mundo c em toda a esfera, com pormenorização do horizonte, meridia-
nos, latitude e longitudes, zonas, climas e habitantes do globo, astros, plane-
tas, estrelas, cometas. Por fim, ocupa-se de cada elemento em particular.
A terceira e última parte reúne lições de botânica e zoologia: anatomia
das plantas, geraçlo dos animais» estrutura do corpo humano, circulação do
saogue, reapiniçlo, mitiiclo, os dnoo sentidos...
A introdução da moral num Curso de Filosofia tem visos de novidade,
pelo menos na divisão de ética geral e particular. Mas não nos alonguemos
mais, visto o que ficou dito, ser de sobejo para marcar a posição dominante
nas aulas inacianas de Coimbra, antes do encerramento.
O novo hofizonte na cidade do Mondego, estendeiMe tanbim sem
demora a Braga, ao Cd^o de S. Psnlo. Restam-nos teses de 17S2, a
753-54, (1): Naturae et Ârtis MirabWa sive Philosophia Per^aSetica curiosa
(1752X do P. Fiandsoo António» cujo conhecimento devemos ao P. João
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—254—
Ferdia Gomes, e a do P. Inácio Soares, de que publicámos longos excer-
tot em FOòMioã FúrtHguaet do Siaih XVm^il),
Fhmdwo Antteio eia natnnl de IJsIkm»
de 1713. Entrou na Companhia de Jesus a 1 3 de Junho de 1 728. Leccionou
Humanidades durante cinco anos, foi substituto no Colégio dc S. Ant3o, no
ano de 1749 e Professor dc Filosofia cm Braga, naturalmente no triénio 1749-
-752. O seu ensino nesta cidade deu brado e com razão. Na polémica ver-
neiana falou-se do seu nome. Fina e Melo, por exemplo, elucida que «todas
as pessoas que o oooheoem (...) peto leu o^gnilio^ oodiçio e virtude
delas seatnvwá a dizei (...) «loe nlo ic^ um dM iigeifios mais disti^^
tem adornado no homo tempo a sua erudiUaiima Rdigíio. Efectivamenle
assim era. como se obaerva «través das teses çf» nos patentdsm a modemip
dade das suas ideias.
Na primeira linha começa logo por estabelecer que os que quiserem estu-
dar Filosofia, antes de mais de tftai w
alwitamwntr» a histdria. Como oom-
pêadto recomenda Beyiling, na palavra FUoscifia on Purcbot no prafácto das
tutíttÊíioim PUhiopkiae, «A Kfsiàt passai à iitlHssIma inquirição da ver-
dade, que se tem de ver sobretudo nos modernos. Para esse ISm, devem-se
preferir o Autor da Arte de Pensar, o P. Malebranche c principalmente J.G.S*
Gravcsandc, na introdução à Filosofia. Porém, a respeito de toda a Dia-
léctica, hão-de se folhear constantemente, dos antigos os P.P. Fonseca e Conim-
brioenses; dos modernos» Wolf o Cbmbefg».
«Em primoro lugar ttm de se emendar os erros que provtei dos sentidos
eatlenos ou da fantasia, dos estados de espírito ou das inclinações da vontade,
e até da pura intelecção». E fixa o principio utilitário, tão de agrado do século,
que detesta argiícias e brincos de inteligência: «Era toda a Filosofia deve
procurar-se com toda a diligencia o que é útil buscar golosamente subtilezas
feitas, as agudezas sofísticas ou antes, maravalhas do intelecto ocioso».
Frosssguindo na esquematizaçSo do programa, resume: «Começar
pda Lógica, passar à Metafísica e depois, vir à Geometria e i Física, pera
finalmente le aprender o modo de ordoiar a vida na Ética». Divide a Lógica
em quatro partes: Percepção ou ideia, juizo, raciocínio, método, e zurze
impiedosamente os «labyrinthos» que fazem perder tanto tempo, mais bem
empregado se se consagra às subtilezas da Aritmética e da Geometria.
É daro que nós na sinceridade de Francisco António, quando
nfto acreditamos
aaaevera qns esta forma de a Lâglea parece nio se afastar quaae nada
tratar
da que Alisidtdes piopte. <)uemnlo viu já nesta breve descricio, o esque-
leto das Ideias defendidas por Vemei no De Re Lógica, uns anos mais tarde?
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— 255 —
N8o sacrificou, porém, a todos os entusiasmos de momento. E assim é
que, despTCTando ot sflogigmos fabos ou gofigmas, afirma que «tirar da» escolas
as fornias dos SiUogismos vetdadetros de Aristóteles he desterrar do mundo
as sciencias)». Nfto nos esqueçamos de que tambdm Vemei dedica algumas
páginas aos silogismos que, tendo em conta a sepançio que Francisco Ânt6>
nio faz, se podem considerar um óptimo instrumento de raciocínio.
Inclui a Metafísica Natural, em lugar cimeiro, seguindo-se a Fisiologia,
de ftmna a desoer-se, «oom verdadeiro método de doutrina», das ideias gerais
das causas para as individuais e fonnas mfcHniois cu físicas das mesmas oou^
sas. Recomenda que nos nlo ocupemos de tal forma das noçOes abstractas
de acto e potência que ne^gendemos a composição física e sólida das cousas.
Em conformidade com esse princípio, a Filosofia Natural deve formar-se cora
as razões e os inventos, tantos dos antigos como dos modernos. Em pri-
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— 256 —
dio <te F&ica (balaiiças» alavancas, etc.); se patenteiam noções de Hidrostática
e alé ^ Cosmognfia e Astrcmomia. Sobre os sistemas cósmicos sustenta
que «o sistema do mundo de Copérnico pode defender-se como hipótese, na
qual se expliquem muito naturalmente todos os fen^noios, que vemos no
nosso», lembrando que «acabaria muito brevemente o mnmdo, se fosse fabril
cado como fingiu Renato Descartes».
A terminar a parte cientifica do curso, Francisco António ocupa-se
das plantas «e dos tooieniaa da Botânica», doa animais com cap^^
pan o hoinem e req)ectivot sentidos, fechando com adiamentos de Anatoniia»
e de Miedictna. Psra o modemo Frofesaor, esta dincia depende principal-
mente da Anatomia, «que devem saber todos os médicos».
Finalmente, sobre a moral de Francisco António apenas queremos acen-
tuar a sua fidelidade a S. Tomás, a preferência que dá a Muraton sobre Heinécio,
depois de notar que «i^beirac e Loke não são seguros, Hobbes segue a sem-
-xazlo que se atríbue falsamente a E|»cnro, Spinosa he Ateo e MCidiavdo
o mais ÚBipio de todos», enquanto recomenda cautda ao ler «Grodo, Pullim-
dorf e Bacon VeruUamio».
Inácio Soares seguiu sensivelmente a mesma orientação, se bem que
nos pareça mais apegado à lógica tradicional. Nasceu a 26 de Abril de 1712
em São Lourenço do Prado (Melgaço), tendo entrado na Companhia de Jesus
a 21 de Março de 1729. Foi Professor de Filosofia e Matemática no mesmo
Real c Pontificio Coi^ de S. Mio, entVD 1739 e 1754. As teses que nos
desce ao ente real e sensível que é objecto das ciências naturais, física e astronó-
mica. Tanto as questões como as noções pouco divergem nos dois Profes-
sores. Apenas as de Inácio Soares apre&entam-se recheadas de nomes de
autoies, entre os quais, Newton, Oasaendo, «Hugenio e Marioto».
Como extenslo deste movimento lenovado, figura a traduçlo da Fbica
do jesufta firanoSs Noel Regnault, da autoria de Jofto Carlos da Silva, e publi-
cada em Lisboa, na oficina do impressor do Santo Oficio, Miguel Mraescal
da Costa, em 1753. Era mais uma tentativa de difundir por todas as camadas
intelectuais, o sincretismo da Filosofia e ciência ecléctica. «Dá-sc o motivo
da tradução desta obra, em que se propõe a Portugal o verdadeiro methodo
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de estabelecer o estudo necessário da Fysioa». Depois de narrar maravilhas,
pergunta: «E qpeiii, à vista diito^ nlo tefá por necettario dar às escolas
e aos R^nos este ertudo de Fyska EaqwrimeiitalT».
A orientaçSo seguida por Regnault é fundamentalmente matemática,
porque o autor, como sublinha João Carlos da Silva, «foi vcncrador dc Cartesio
c Du-Hamel». O tradutor avançou mais, porque depois de s;ibidos os rudi-
mentos dos livros de Regnault, «se deve passar às instituições do famoso
dará brevemente a sua ao prelo (...)» (2). Não sabemos que significará neste
(1) Cart.
CD Coqieb U
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— 259 —
faltassem os simpatizantes. Até na Cúiia Romana a sua influência diminuía
a olhos vistos. Pode lá oonoeber^e um século antes, que fosse metido no
bidex Ubrwum FfMIUonm mna inofensiva obra de pdémica que pielendia
reduzir uma outra a farelos?! Pois Furfur Logicae Verneianae, isto é. Errores,
ahsurditates, ineptias Aloysii Antonii Vernei in opera intidli De Re Lógica ad
usum Lusitanorum adolescendtim, editado em 1752, recebeu essa tremenda
sanção, por decreto de 20 de Fevereiro de 1753...
No fim do Pontificado de Bento XIV, o próprio P. Munel de Azevedo^
que lhe editaia as obras» era expulso de lUnna, por imposícflo da Corte por-
tuguesa...
Nos outros Institutos Religiosos, a Filosofia, embora de fimdo aristotélico,
sofria benéfica renovação, em contacto com as inovaç5es que corriam per-
sistentesno terreiro da Filosofia Natural. Há várias relações da modernidade
dos InsUiutos Religiosos. Vernei, em 1751 refere, no Apparaius, os Oratorianos
a os Cónegos Regrantes de Santa Cruz, entre os modemizantes Portugueses.
Teodoro de Almeida em I7S3 coloca o P. Joio Baptista à cabeça, Mgaado
dos Cónegos regrantes de Santo Agostinho, Cléiigos Regulares, Padres doa
Colégios dos Ingleses de Lisboa, «c muitas outras Religioens» (1). Outros
Oratorianos, como João Barbosii cm 1754 (2) e Rodrigo de Matos cm 1756 (3).
inscrevem os Orúzios, os Beneditinos e os Teatinos, ao lado dos Oratorianos,
na vanguarda do movimento. António Soares, 1758 (4) junta aos Néris,
os Cóa^os Regrantes» alguns Beneditinos, vários Reliposos da Santíssima
Trindade nmitot doa Carmelitas e quase todos os Jesuftas, postos oom o
rótulo de aristotélicos.
Sousa Farinha expõe nestes termos: «Todavia os P.P. Neris em Lisboa
e os Viccntes cm Coimbra forào os primcir<is que quizerão ommcndar o modo
de filozofar neste Reyno, como sc vê nos livros dos P.P. Joào Baptista e seu
discípulo Theodoro de Almeida, Congregado, e do P. D. António da Anun-
duào Gnizeiro(S). Em 1762 ainda o autor da Acadania dos HumOdes
mantinha a tradição, repetindo os nomes doa Padres da Congng^^to do
Oratório, Oérigot RepdarBS, oa Cónegoa R/^rantes, os Ingleziea no sen Cdto-
gio» (6).
Pelo que vimos atrás, nenhuma destas informações prima pela exactidão.
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— 260 —
quando se leferem aos Jesuítas oa omitem o seu nome. Também a respeito
doa cvtioa lostitutoa Religiosos há algmna ooisa a acresoeiítar.
AntM de mais, voamos os chamados «iniciadons» os oongr^sdos —
do Oratório. Alguns religiosos davam entrada ài novidades, com repug-
nância dos mais pertinazes e dos prudentes, que exigiam provas convincentes
para sc resolverem a substituir as ideias antigas, estratificadas através de anos
sucessivos.
Ode 17S1 é qac deve marcar maior aceitacto das novas ideias entre os
«Oratciianos. D.JoioVhaviar]hesc(moedidotmiaeq>iendidacasa— oHos-
picio juito à limida de N.* S.* das Necessidades com a cerca e moinho
de vento e uzo da mesma Irmida». Recebendo esta magnifica dádiva, os
Filipinos obrigavam-se «a terem e conservarem no dito Hospício perpetua-
mente quatro classes de ensino: a primeira de Doutrina Cristàa, ler, escrever
e contar; a segunda de Gramática e Rhetorica; a terceira de Tiicologia Moral
e a quarta de Philozophia com o mesmo privilegio que hoje tem a Congregação
do Oraitorio de Lisboa» (1>. Refere^e, cotamente, à faculdade de o esiame
de Filosofia dar ingresso «nas escollas mayores», sem mais formalidades
que a certidão passada pelo P. Prefeito, quer dizer, de entrarem na Univer-
sidade sem necessid ade de se siyeitarem a novo exame no Colégio das
Artes (2).
(1) DoaçSo da Casa das Necessidades com obrigac&o de eosinar (T.T. Livro VI —
dos AmoIoi do Senado Oriental; MnotedeD. Jòlo V, L.« 3C, a 291, 292; 0,23-0-1745).
(2) Provisão de 3 -X-7 6 (T.T.
1 1 —
Meta da Consciência e Qvte», U9 6M. Ksgillo
de Prov., 1696 a 719, a lS2v. Publicado em H, IH, 274).
(D O, 6-V-751.
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— 261 —
Sçavanís atribuiu ao P. Estácio de Almeida (1), mas que na verdade é da
autoria do P. Joio Chevalier.
No tocavam em «zonas terreatree, latitude, geografia»
primeiro capitulo
(naçOes da Europa, divisOes e capitaic, da Aiia, África e América); «oceanos
c mares, arquipélagos, ilhas, istmos». No segundo tratava-se da «figura do
Céu, círculos da esfera, signos celestes, graus dos círculos, eclipses do Sol e
da Lua, fases da Lua, planetas». Sem explicita declaração, descreve-se o
sistema de Tycho-Brhae (2). Fum o estudo da histdria, o P. Joio CSwvalier,
tido como sabedor da inatâna (3X publiooo pequenos tomos, a qne den os
tftnlos de IMhgos éa Wãtória Grega e HistMa Romana, Conctiios Gerair
da Igreja, do Estado presente dos Prttcipes da Europa (4). A história conse-
guira efectivamente entusiasmar os espíritos cultos e várias iniciativas se
registam neste período. Relevaremos apenas a do P. Luís Cardoso, conhe-
cido autor do começou por elaborar, para uso
Diccionário Geográfico, que
próprio, um Indioe da do P. António Csrvalho da
Corografia Portuguesa
GoMa (1.* ed. 3 vob. Lisboa, 1706-12), que achava desordenado, e acabou
por lançar ombros a uma obre gigantesca, de que o Terremoto só poupou
o., dois volumes impressos. A segunda tentativa de reunir elementos, efec-
tuada em 1758, não passou dessa recolha, que se conserva na Torre do
Tombo (5).
Para o estudo do latim, o P. Manuel Monteiro publicou O Novo methodo
para aprender a gramática Latina (1745). Destínavarse às «Escolas da Con-
gregaçSo do Oratório de Nossa Senhora das Necessidades» e ia endereçado
«a El Rey Nosso Senhor D. Joio V». A 2.* parte apareceu cinco anos maia
tarde. Pouco depois, surgiu o Novo methodo de Grammatico Latina, para
uso das Escolas da Congregação do Oratório na Real Casa da Nossa Senhora
das Necessidades, impresso em 1752 (2.° voL 1753), da autoria do P. Antó-
nio Pereira de Figueiredo, que escreveu um «extenso e erudito prologo»,
em que manifestava inúmeros erros (7) do jesuíta P. Manuel Álvares. É deste
periodo a tatâút parte dos folhetos que reunimos. O Mercúrio Gtamh
tical responde ao Prólogo; na 2.* parte do novo método, Figueiredo retruca
ao Mercúrio: contrapõe-se-lhe o Anti-prólogo Critico e o Néri lança a
público a Defensa do Novo Método... contra o Anti-Prúlogo. Compôs tam-
bém Exercícios da Língua Latina e Portugtieza, acerca de diversas causas.
(4) Dialog.
(5) Diocio.
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— 262 —
para uso das Escolas da Congregação do Oratório na Casa de N. S. das
Necessidades, ofdaados pda mesma Congrqaclo (I7S1), em latim e
português. Desde a 2.* ed. (1765) estes Exereíeku toam introduzidos por
decreto de S. Majestade, em todas as escolas oficiais. Organizou ainda
uma Collecção de Palavras FamilktttS assim Portuguesas como Latinas parú
o uso das Escolas do Oratório, illustrada com notas (1755), que também foi
utilizada nos demais centros de ensino, por Dccrcto-real, a partir da 3.^ ed.
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—263 —
de 1748-51, tendo como substituto a Teodoro de Almeida. Foi este o prí-
meiro Néri a ter oportunidade de pAr em exeençlo o conaelho de Vemei
em De Cot^mgmda Lectíssima PhÚoscflúa eum Tha^ogia Oratío, na dedicar
tória ao Prepósito P. Domingos Pereira (1). Como Mestre da cadeira, o
o Teodoro ensinou no triénio dc 1751-54. Até 1759 leccionaram ainda
P.
João Barbosa, Rodrigo de Matos e António Soares, que é preciso não confundir
com o Professor de Coimbra, António Soares Barbosa. O Oratoriano entrou
na Congregação em Lisboa, a 26 de Julho de 1741. De todos há referên-
cias mais ou menos directas, que nos permitem avaliar a qualidade do seu
magistério.
Na do P. Theodoro de Almeida (2) mencioiía-se o primeiro destes
Vtíbi
Professores e conta-sc um facto que dá luz a seu respeito. Foi entregue aos
cuidados do solicito substituto, o filho do Marquês de Távora, Francisco
de As&is, de nome, José Maria, que afinai ainda «defendeo na aula do Espirito
Santo limnas coodufocns (...) de toda a Lógica com toda a fiihrica da forma
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— 264 —
phUosophiam continens (...) Tomus secundus IMversae PhUosophlae pan
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— 265 —
4d>sicologia ou da mente hiunana»» focando os problemas da origem das
ideias da liberdade, das idagOes da alma e corpo, ele.
Teodoro de Almeida ditlingiiia-se lobietiido no estudo que consagrou às
Ciências. Tendo estudado pelas «Postillas do P. João Baptista»» não deixou
de ter também «Gra\esand. Mushembrock» (I). A parte científica do curso
e as Physicaruin Instiiutiomun —
os volumes latinos sào as mesmas «Insti-
tuições dos seres naturais que outrora ditei c não poucos alunos escreverão
A mio» (2) — correspondem,
de alguma forma, aos primeiros tomos da
Recreação Filosófica que, por soa vez, traduziam o Cadto das expexiêndas
que fazia na Corle^ oom pasmo de todos, Familia Real e Nobns(3).
No segundo volume do curso ensinou Álgebra, os prindpios geométricos
e princípios metafísicos da física, prosseguindo, no terceiro, a dar lições sobre
os princípios sensíveis das cousas ou dos elementos, para terminar com ura
apêndice sobre o magnete(4). A Recreação filosófica, as Cartas fisico-
-Matemátieat t o Alír btApmiaOã oonstituan os cursos aoessfvds que
Teodoro de Almeida colocava sobretudo nas mios da classe nobre. Os
punhos de renda aparecem oom frequência ddmxados nas imagens que a
ilustram, quando não se mostra o Fidalgo de corpo inteiro, a contemplar
as maravilhas da nova ciência. Depois de estudada a liçSo, pelo texto e
pelas gravuras, dirigiam-sc às Necessidades, para contactarem com as pró-
prias máquinas. Um contemporâneo moderno informa: «Aonde concorrem
a Fidalguia, Ndbraza e todas as pessoas curiosas e bem instruídas todas as
semanas muitas veies a aprender e iecveai>se no ôioomparável divertimento,
e admirável ensino, que se colhe dos repetidos experimentos» (5).
D. João V doara ao Oratório «um magnífico gabinete da Fizica experi-
mental, o qual aumentou muito com precio/ais maquinas seu filho EI-Rei
D. Joze o I» (6). O autor da Vida de Teodoro de Almeida salienta que «já
nesse tempo se achava o Hospício das Necessidades provido de vários instru-
mentos, parte pela benemerência do Augusto Monarca que havia ftmdado
aquella Càza, parte do seu incomparável Filho e parte à custa da mesma
Congregação. O gabinete em que estes instrumentos se guardavão, era o
thcatro delicioso onde o P. Theodoro entretinha o Senhor Rey D. Joze I c
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— 266 —
frequentemente honrava as experiências fizicas que o P. Thcodoro alli
fazia e até com as suas Reais mfios muitas vezes manejava as maqui-
nas» tentando curiosamente a experiência dos fenómenos qve ouvia eiqili-
car»(l).
Na frase de Jo3o Baptista de Castro, o Labofa^rio constava de «uma
bem trabalhada colccç3o de máquinas c instrumentos, para todas as expe-
riências do seu curso físico» (2). Algumas dessas máquinas serão porventura,
as de que Teodoro de Almeida publica gravuras na Recreação Filosófica.
(1) Vi,«2l.
(2) Ma, III. 251.
(3) Mer. — Ver a seu respeito, o artigo Merc.
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mais recentes surgem wituralmente em continuaçfio do arranque ímpiimido
por Baptista. Defende Teses muho em voga, de sabor cartesiaiio» mm
oomo os animMa-máquimM» outm newtonianas, oomo ao assmalar a causa
das marés. Por vezes, porém, nem alinha com Descartes nem Newton, por
exemplo, a respeito da luz. Afastott^fle de Newton, oonttniisdo, v. ^ uma
explicação sua das cores (I).
oatomismo. DizeteiFuifampio^miitaiMeafiuialMOomágiiaeamaç^
«Nesta diUgBiicia só se dá àqpielas partículas a diversidade de ae unirem e
meterem umas por entie aa outiaa». Lofo^ toda a diferença qjot txktt entre
o p8o já cozido e o trigo cm gr3o e a água. está apenas no diverso modo como
se encontram dispostas as partes do trigo e da água (...) «Logo, a forma dos
compostos não está mais que no diverso modo de combinar e tecer as partes
da matéfian*
A teofia dos acidentes, aidicada à Bncaristia ^ mak oa menos, a mesma
que já se ensinava em muitas esoolas do Reino, de qve se imprimiam TVaer
com licença da Inquisição. Em suma, Deus <dmita todos os efeitos que nos
nossos sentidos fazia o pão» (2). Por fim recomenda: «lede os excellentes
livros do Padre João o Saguens no seu Tratado Accidentia
Baptista, lede
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— 268-
na vibração, mas em partículas de fogo. Ao assinalar a causa das marés
alinha com Newton contra Descartes.
O livro 6 do Curam fíiUosa^iiaa ocupa-ae do homem, doa ircadonaia
e das iihuitas, ocmsiderando o corpo humano e seus óisSos; a alma dos animais
c suas operações, nomeadamente as sensações e a memória, a anatomia das
plantas c todos os seres privados do vida. Em apêndice a toda a física fala
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— 269 —
do mar. Explica os terramotos pela fermentaçSo subterrânea de minerais,
sobielndo maabc, e cita a oâelxe experiênda de Lemeri» (1).
No que coaceme i Ética, Teodino de Almeida nlo alinha, como V«nei,
com os que a consideram independente da Teologia Moral, baseada em
princípios éticos, deduzidos de boa razão. O Oratoriano faz depender cssen-
cialmenle a Éiica, da moral teológica. A boii razilo podo ajudar a comprcen-
ção e até a realização dos princípios mas sem que estes se deduzam
éticos,
(1) Ooa»9
(2) Uni
(3) Cursus Ph.
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o Ifliilo de Opuscttlum Philosophicum, recolhido pdo estudante oratoriano
Joio de Andiade, no ano de 1758. Abadutamrate int^gcado nos ditamet
veneianoa» na peugada doa que o prfmVmin, oomeça o cano pda hiatdria
da Filosofia. Prodama que o curso de "Vloente Toaca é um compêndio de
Filosofia gassendiana e que os Filipinos portugueses o seguem. A primeira
parte ou Lógica dividc-se também em ideia, juizo, discurso e método (1).
Na Física ensina a constituição do corpo natural, estabelecendo os prin-
dpioa SHtaflÉiooi do m (matíria prima e fotma tubatandal) e a natureza
fínca da matéria prima e da fonna substandaL Naa eqieri0ncia« obaenoMO
que a matéria 6 formada de partknlas subtiliisimas. A f<ffma reduz-se à
harmonia e combinaçSo das partes da matéria. A matéria e a forma escolás-
ticas merecem, naturalmente, a sua refutação. Nesta, como noutras questões
predomina a pura física, demonstrada com gravuras e experiências. Cita-sc
e repele-se Newton, na esteira de Teodoro de Almeida, porque acima de
tudo e de todos se arvora a verdade iqifeciada por cada um.
A confirmar a posicEo que os Néris tomaram no campo das contendas
filosóficas» denunciada aliás pcnr eles próptioa» ai eatá o Convendium FMkh
sophiami, praedpuas phUosophUxe partes complectens, nempe Rationalem^
Naturalem et Transmturalem, sive Logicam, Physicam et Metaphysicam.
Auctore Thoma Vicentio Tosca, Valentino (. ..). O primeiro tomo (Lógica e
Metafísica intencional), publicou-se em Lisboa, no ano de 1754; os tomos
aegundo e terceiro (Rsica geral) apareoenm on 1752; o Umo quarto (Ele-
menloa e mistos mineraia e vegetaiaX no aao a^iuintede 1753 e finalmente o
tomo quinto (doa animabX também em 1754, como o primeiro. Aiieaar
disso, como temos visto, os Professores nSo deixavam de postilar, para
exporem por palavras suas, e, aqui ou além, emitirem mesmo a sua opinião
muito própria ou recebida pelos mentores portugueses mais em evidência.
Concluindo, podemos sublinhar que, tal como no período anterior,
afora apenaa auge un nome digno de rdevo, o de Teodino de Afanelda que^
com Joio Baptista, encheu as aulas de Filosofia dos Oratorianos. Os demais
slo por eles ou contra eles e po\ico ou nada adiantam.
No da literatura florescia o P. Francisco José Freire, mais conhe-
sector
cido hoje pelo pseudónimo de Cândido Lusitano, que parecia apostado em reali-
zar as sugestões de Vemei. Em 1748 (2) publicou uma Arte Poética ou regras
da verdadeira poesia em geral e em todas as suas espécies principaiSt tratadas
(1) Op.
(2) O Ficof. Costa Piuplo diz «o» cm 1747. Terá tewido doas edigOes? ~V«r
Plag. 203.
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Retrato do P. Teodoro de Almeida, Oratoriano,
laterial
Ondido Lusitano, Oratoriano c humanista
— 271 —
a História portuguesa ... (1). Um e outro, conforme expreamneiiiD se apre-
goa no prólogo e na Dedíòtdna, foram redigidos panas eioolas: «Eitisiiilado
do zelo e do amor da Patria ... oompuzotEilrlePoeijciaparaiiaodaModdade
Portugueza aptmda a História de Portugal».
Sente-se o desvanecimento de se ter adiantado a Vernei e compreende-se
que pouco deverá ao «Barbadinho», apesar do que a este respeito, afirma
saibamos que a poesia não é outra cousa mais que huma filha de Filosofia
Moral, ou para melhor dizer, he a Poesia e a Filosofia huma mesma cousa,
ainda que «pressada oom dous nomes» (3). Salgado Júnior
differentes
suUinhott «estas palavras de Freire, terminais do capftnlo IV do Livro I
(do fim da Poesia), em qne há atusio directa a Vemey: PodÍMe dbsr a
Poesia... mui mal fundada é a Opirúão {pomo infinitas outras) do Autor anó-
nimo de lums livros modernos escritos em Português intitulados Verdadeiro
Methodo de estudar, etc., onde na caria poética afirma que o fim da Poesia
é só o deleite» (4).
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— 272 —
Em 1745(1) publicara Francisco José Freire uma obra O Secretário
PúrtuguiSt que o Rrof. Salgado Júnior julga oonesponder fts necessidades
apontadas por Vemei no Verdade MAado dg JErtudar, Mn na carta a
que demos publicidade em 1958 na rcvisla Filosofia^ refere^e-lhe com despri-
mor: «E este que tem defeitos esenciais, nao faz pouco no que faz (referência
a Freire e à Arte Poética), mas não se-pode chamar Retórico, ou Poético. E bem
se-ve no livro que publicou de cartas, traduzidas das mais ridiculas Italianas,
oomo ele pensa, e como sabe que ooizaéescfever cartas» (2). Já vimos que o
P. Freire, em 1751 opQe« a Vemei com a Bustiraçlh Critíea.
NSo nos parece, pois» exacto considerar Freire como disdpulo do Bai^
badinho: A confissão deste a esse respeito, na Última Rapasta assemelhai
à sátira que noutras oportunidades usou com finura.
Do que deixamos dito, parece concluir-sc que Vernei não era univer-
salmente festejado entre os Oratorianos. Bem o sabia ele e, por isso,
tatoa a catequização em cartas particulares, com o intuito de oa atrair ao
wea candnbo. Assim, em 21 de Julho de 1754 o P. Beniaido Lopes, pouco
depoisnomeado Superior da Congregação, anunciava ter recebido a carta de
Vemei do mês passado, em que folgou apreciar a sua erudição. Pronun-
ciando-sc em termos genéricos, afirmava: «(...) o que posso dizer por ora he
que concordo com o seo delicado juízo cm quase tudo. Digo cm quase tudo,
porque a respeito dos Poetas há que desculpar alguma cousa pello que toca
ao P. Reys» (3)- Sobre o mesmo assunto de discrq[iância> comunica a 24 de
Agosto de 1757 que são bons, os que seguem aos já puUicadoe. questão A
girava à volta do Corpus Poetarum LustíauNvm, Para esta colecção estava
Luís Vemei encarregado de encontrar versos de Aquiles Estaço (4). Adivi-
nha-sc pelas respostas a natureza dos assuntos versados por Vernei, nas
cartas enviadas aus Oratorianos, que mandou queimar: Autos de Fé,
Barbosa Machado, Poesia, Latinidade, etc.
(1) No CSrtilDiP do leilio 225 de Arnaldo Heonques de Oliveira (p. 39) refiBre-ie
o ano dB Liiboa. Ofidna Doiiiii«M Gongalvet XIV + 256 páfik— Sná outia
ediçlo?
(2) Filos. II, 14.
cr. M eatractos in w—ames no QiisloláriD.
i VeiiMe, p.e., «te, a mpéka de
uma nova G^Iecção de textos que o P. Bernardo Lopes queria organizar: «(Agradeço muito
as advcrtôncias que V. M.** mea dha CoUecçflo das Orações; mas eu ainda que
faz sobre
nunca passcy a payses estranhos, nSo deichava de estar nelles; e se acaso pusesse mios
à otea, havia de ser com outro leooolwGànBiilo e leflaiio que alo houve noa PoelSB»
(Cárta. de 7-XI-58).
(4) Ver Epistolário.
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Sob» a hiUioleeB dot OratorianoB pouoo referimos, por agora (1).
não lhe sorri. Bastas vezes aproveita definições do Filósofo, isto é, de Aris-
táftdes*
Desse mesmo ano de 1748 slo as GondusOes a que presidia D. António,
que nesta oportuiidade ainda se nSo dedara ecléctico. Preferia que o dis-
cípulo defendesse «problematice» as Teses de «toda a física posta entxe o
Atomismo e o Peripato». Fica-se, pois, num curioso paralelo entre o aristo-
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— 275 —
e ^xretenta cntín hipátesc que faz ma. Repugna-lhe a ooooepçlo de luz e
calor do «darinimo Newton».
De outros Professores se podiam referir trabalhos aemelbantes. Assim,
de 1749 conhecemos tunas Conchishnes ex Vfúversa Philosopkia secundum
Veterum et Recentionim placita Eclecticatn sectam romplectentes, a que presidiu
D. António da Madre dc Deus. Pelo titulo {X)dcria supor-sc que a orieiítaçiío
se mantém. Compulsando-as, nota-se, todavia, maior afeição à âlo&otia tra-
dickmal do que em D. Carlos e D. António da Anundaçflo. Na Lógica, por
exemi^o, as qnestOes e definiçOes escolásticas aio tidas emapivço. A Física
retrocede :éciênda«ooiiteiii|i]alrh et speciiktiva» Distinge causas ordinárias
e extraordinárias dos ventos. Estas são os Anjos aquelas, o sol, a lua e outros
;
(1) Muito mais se podia dizer a seu respeito. Consultem-se, para estes c outros
Religiosos, por C3U, os volumes de Tueit da T.T.— Impcessot da Livnuia, 3622-46,
sMe preta.
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A nmile de Esooto era a norma que imperava nos estudos, nem outra
cousa se podia eqmrar» pelo menos na lógica, que por toda a parte, nesta data,
qnaae se limilava à leduçlo de qiiestOes inúteia.
O
scsimdo curso já traz algumas novidades. Guarda-se uma parte da
pOttflana Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa: Scoti Peripaictici
Quadnipíicem Plúlosophiae partem videlicet Logicam, Methaphisicain. Phi-
sicam et Ethicam{l)i Conclusiones Philosophicas critico-rationales de Historia
Logleae, eAw PttmMUim, EMê Rathids IMtmal&ia, Ai commMKdaámm-
Um SeoH (...X impirwBS em Cdmbra, ao ano de 1751 e Condualmm
V,
nyMtgleas tuxta Vmtr, Doet, tt Su^, Doetrinam, Coimbra, 1752.
O Cursus compreendia quatro partes: Lógica, até ao fim do primeiro
trimestre do segundo ano; Metafísica, que completava o segundo ano; Física
e Ética no terceiro e último. Cenáculo partira para Roma em 1750
e de volta trouxe, se não o espirito completamente voltado pura a nova
fikw^ pelo ineaiM muita cnrkMidade^ de
magiatério. Trame taaibém «uma nutqnína eléctrica, prismas e outras cunO"
sidades (2). A primenra novidade do Curso reside na exposição da história
Filosófica, que faz, encostado a Brucker (3). A Lógica, que foi dada antes da
viagem a Roma, mantém-se tradicional, dentro da problemática escolástica,
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admitimos, na sua generalidade, o ditame de alguns que proscrevem, como
inútds, Cê meàodBàoê e hipdlCMt metaftakat sobra a invettigaçSo das odiaa
do mundo. Mas nem por isso leprovamoa as tentativas egtperímentais com
o fim de perscrutar a coisa fisica; ao contrário, nÍo nos envergonha afirmar
que nesta fogosa idade, a ciência da natureza obteve, com tais experiências,
grandes aumentos». (1) Assim começou a deserção do campo escolástico,
que progredirá vertiginosamente, a partir dos Planos de Estudo de 1768.
Na Frovfncia de Portugal verifloou-w igual movimento ou ainda mais
acelerado, em caaot individnats, que se nio conhecem com pormenor.
Fr. António de Santa Maria dos Aiyos Melgaço, Doutor em Teologia pela
Universidade de Coimbra, Lente de Prima da mesma Faculdade nos Reais
Estudos de Mafra e Custódio da sua Província em 749 (2) queixa-se da reno-
1
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— 278 —
dos Antigos nem aceita o novo por aer novo, que reside a verdade (1). Reco-
nhece qne ot modeniot avançaram no nélodo (2). Parece ter lido Descartes
e o autor da ArU de Penaar,
Abre o segundo volume com um Apparatus breHs ad Universam Philoso-
phianu ao gosto da época, em que trata do nome e da divisSo da Filosofia
e explana breve história filosófica. No fim desta, recomenda Brucker, Rapin,
Regnault e outros (mas nào cita Vernei...) aos que pretendessem maior desen-
volvimento. Das lógicas modernas mm ktudantur as de Ramée, Gmiano,
Bacon, Descartes. Gassendo foi muito breve. Locke, Wolf, Ckrc, e outros
sAo muito elogiados, mas a mais razoável é a de António Amaldi ou de quem
a escreveu — La Logique ou Vart de penser (3). Neste ponto estava int^rado
na corrente mais sensata da época.
Refuta o inatismo, frisa que as chamadas ideias adventícias sào o
mesmo que os Escolásticos denominam espécies sensíveis; as factíveis
mar, negar, duvidar, são diversos modos de querer. Assinala os vícios que
prejudicam o recto juizo — lugar comum nas lógicas do século XiVIII
e aconselha meios de os debelar. Enfim, nfto se esquece de tt^^j—» a
debatida questão da autoridade (5).
Respira-se, pois, francamente, no curso de Fr. António Melgaço, o ar
renovado da nova era da Lógica, embora falte a adesão ao novo rumo das
questões tratadas. Nào aparece o rasto de Vemci, do De Re Lógica publi-
cado oito anos antes e já admitido em mmios claui>tros.
Neste periodo surgiu um livro notável de erudição, que senão pode esque-
cer:o Elucidário das palavras^ termos e frases que em Portugal antigamente se
usarão e que hoje regularmente se ignorõlf, da autoria de Fr. Joaquim de Santa
Rosa de Viterbo, dos Menores Observantes Reformados da Real Província
da Conceição. O tomo imprimiu-sc em Lisboa, no ano de 1748 e o
primeiro
segundo em 1749. Ainda hoje presta inapreciável serviço, apesar das investi-
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gaçOes que últimamente se têm feito (1) DoiEceinhafldeS.Paiik>,ieferireiiK»
de passagon o nome de Fr. Joaquim de Santana qu^ dedicando a D. Joaé I
uma Fík>8ofía nlo estóica ou irfatóoica nem catrtemna ou newtoniana ou ato-
mistica, mas pefip«l6tica, racional, natual e moral (no Goleio de Évora,
1753), promete retpooder a quem lhe pagnntar o que sente da nova lógica
verneiana (2).
(1) Diar.
(2) Diar, 66 e ^.
(3) Diar. 16.
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—281 —
oosmo e microcosmo».
Na carta cm que suplicavam ao Arcebispo de Braga aceitasse a protecção
da academia (12 de Março de 1749), intitulavam-na «Portopditaaa dos Lní-
tadofes da Naturea»(3). No Zcdlaeo Lutíumo» primeim pubUcaçlo da
Academia, esclarece-se que esta foi fundada à imitação da Academia Natvrae
Curiosortan da Alemanha. Na página 19 dos Estatutos insiste-se em que
não se dê lugar algum, senão a sujeitos que sejam eruditíssimos e prontos no
cumprimento da sua obrigação. E, se entre estes hou\er alguns, instruídos
no sistema newtoniano, com na Geometria, Ariimciica, Álgebra,
inteligência
Irigmnetria, etc., sejam preferidos aos mais,em toda a ocasilo».
Vm. pfesidente fioou nomeado, na primeira sessio de 14 de Abril, o
Dr. Manuel Freire da Paz, graduado em Medicina pela Universidade de
opositor às suas Cadeiras, médico do Partido dc Sua Magestade, da Relação
do Porto, primeiro medico do Real Hospital do Roque Amador, do Senado
da Câmara, Familiar do Santo Oficio, etc.
Guardam-se os nomes dos associados Portugueses e espanhóis. Deentre
os académicos da Nação vizinha, xelevamos o Dr. D. André Piquer, Catedrá>
tioo de Anatomia de Valfada, e autor de uma Lógica moderna. É de notar
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o número de sacerdotes «enidhos)» que se inscrevamn na inimeira hora:
«O M.ILPJtf . JoSo Saraiva Vaknte, Teólogo, opositor e pnoepUx das Unguas
fT^B, h^naica, fiaooesa e italiana»; «o M.R. F^. Joio de Jesus Mana, monge
de S. Bento «o M.R. Manuel dc Oliveira Ferreira, cronista geral da Ordem
;
a) Ma. 882.
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Por todos estes factos se vê que, agora ainda mais explicitamente, se
intentava o cultivo das ciências em geral, mas ciências exclusivamente
experimentaís, com repúdio confessado das especulações. Com a refonna
pietei]dia>4e alé o «estabdedmento de uma
como consta de nma Inta de 1759 (1), que leccionou irai curso de Filosofia
Moderna, de de Outidxro de 1739 a 30 de JuUk) de 1742, no CoUgio de Saalo
1
(1) 4MraS0r,IV-],34<.iiola2.
(2) Sobre cate «Munlo, v« Sbtotia C, 27.
(D firtat,?.
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— 284 —
micos da Academia, continuem a, lemeter-lhe os seus discursos e observa-
çOes», que prametia ir inKrindo nease Diário» e fealmente iiiieriu(l).
FoQOOs foram CS traballiM editados 1» ^(ÊDBem vi^ a já —
ttStàdíL Oração inaugural do Dr. Jo3o Mendcs Sachetti Barbosa, o órgão
da aíremiação Zodíaco Lusitano, Deifico, anatómico, botânico, cirúrgico,
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— 285 —
Fina e Melo (1) taxa o cndo dot Áinadei de «ama firanoeiada (que)...
ein])icendea oonstítuir um novo métodoi». NSo que ek desconheça ou des-
preze a caUaia finmoesa, nem qat esteja pròpríamente oontra os Árcades,
no que respeita ao culto dos gregos e dos latinos. No entanto, é de opiníSo
que «à vista de tantos poetas dc espírito que produziu o Pireu e o Lácio,
não valem nada os Dcspréaux, os Rousseaus, os Racincs, os Corncillcs, ctc».
Acrescentava mesmo que, de poeta francês nào tinha visto «cousa alguma»
que o oontentasBe. Gniz e SQva, oenanmi-lhe as Éclogas e o prefácio que as
pfeoed^ porqw julga inqncicindfvd conigír o real oom o ideal e moldar a
natureza pelas normas da razSo.
No polo oposto se colocou o Marquês de Valença, quando redigiu a severa
Critica à famosa tragédia do Cid, composta por Pedro Cornelli e reparos
a eUa (Lisboa, 1747), que mereceu a um anónimo acre censura, de que apenas
conhecemos um exemplar manuscrito: Notas à critica que o ar. Marquês
de VeSÊHça fes à Tngidki éo Oã. Con^oaías por Montear ComeUte, NIo
tankm a Resposta do Marques de VakiMi D, Firmei de Piortugal e Castro
aos reparos de hum Anonymo à Critica que fez o mesmo Marques àfamoM
tragedia do Cid (Lisboa. 1748). 23 págs. (2).
(1) Sobra a potiçio de Pina e Melo em face da Arcádia, bem como a de outros
Árcades que nos têm aparecido —
Francisco José Freire, Miguel Tibério Pedagache
Brandão Ivo e Joi6 GMtano dc Mesquita, ver Historia Cr. 204-227, 69-82, 87, 88, 91 e 99.
—Ver ainda Aioa e Aicid
(2) Sobre a critica do Maninli de VikoÇB, wr Historia Cr, 50 e 58.
(3) Decerto conhecia as R^kxkms im kt FeU» tm quo Racine critica os íjaiaiku,
(voL 3» 1747. p«8- 18)-
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Esta breve polémica denuncia leitura das otnas literárias da Fkança, em
meioa de Nobreza e de ouUas danes, o que nio admin, por se ooolwoor a
qne se estava opoando entre nós, do idioma finuoês. Havia sen^iie
difiidk)
tactar com a história da Igreja, à luz da crítica moderna. Mais do que grémio
de intelectuais, ligados pelo comum desejo de se ocuparem de uma mesma espe-
cialidade esta Academia parece que se apronmava da esoda em que o Pro-
fessor se esforça por que o aluno aprenda. É o que se depxeende do facto de
manter imia cadeira de Ritos Sagrados e outra de Ifistária Edeatástica, com
Ldtor e Substituto para ambas (1). As aulas começaram apenas cm 1756 (2).
Os primeiros Lentes dessas disciplinas foram respectivamente os Cónegos
Regulares D. Bernardo da Anunciação e D. Tomás da Encarnação, um e
outro Doutores em Teologia pela Universidade de Coimbra (3). Entre os
sócios predommavam os Cónqjos Regulares, formados em Teologia. Além
destes, relevamos os Qratorianos Estácio de Abneida, Joio Baptista, Joio
Col e Teodoro de Almeida; o Teatino D. Tomás Caetano do Bem, o Bispo
de Coimbra, D. Miguel da Anunciação, os irmãos Diogo e Inácio Barbosa
Machado, Aires de Sá e Melo, o Marquês de Aloma, os Condes de S. Lou-
renço e de Vilar Maior e o Visconde de Asscca.
Afiareoem nomes de religiosoa das priiicq[MÍ8 Qfdens^
Jesuítas» o que 6 de estranhar, uma vez que o P. Nfannd de Azevedo nlo
foi alheio i vida da Academia. Director que era da Escola dos Ritos
(1) VerConst.
(2) Historia I. 195 o 2S9.
(3) Catálogo So.
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Sagrados de Roma» recebera a mcumbSncia de D. lolo V, de ofguiiar o
Corpo Começou por publicar uma Sym^uis Theaaurí LUurgfea
litúlskx).
Antíqidora Mommieuia eai^ketentís ad Saena Bitus pertbimtta, viria mtS^
tis ac rerum Liturgicanan (...), Roma, 1747 —
folha avulsa em que expôs o
plano de uma colecção de monumentos antigos dc Liturgia, em 12 volu-
mes (1). Expressamente «ad usum Academiae Lilurgicae Conimbricensis»,
editou depois, por exemplo, as obras dc Bento XIV De Servorum Dei Bea-
t^aaktm (...)> Roma, 1747 e I>e Synoâo Dêooiesano^ no ano leguinte.
De mu Académico, o P. Estádo de Almeida, in^nmiu a Hpografia da
Academia Litúrgica, em 1762, mna DissertatiOy que ventilava o tema Utnm
sMquando deceat Liturgiam a Divino Officio discordare (2).
Com estes meios de contacto com o exterior culto, a vida religiosa nestes
e no período seguinte sofreu talvez maiores embates que nas décadas passadas,
apesar de os problemas serem, afinal, os mesmos. O Jansenismo fora reno-
vado pelo Oratcriano firancês Fasquiar Queand, na obra que publicou RefU-
3dom mondes swr le Nomtau Testammí. demente XI condenou-o, em Setem-
bro de 1713, por meio da Bula Un^aiitus e os excessos cspalharam-se a tal
ponto que o Papa diligenciou obter a adcs3o das Universidades. Entre nós,
tanto a de Évora como a de Coimbra, manifestaram a sua adesão a Roma
— esta, em 1717 e aquela três anos depois (3).
(1) Sy.
(2) Diaaecta.
(3) Publicaram-se então opúsculos que noticiaram o facto. Ver Sen e Ju. Sobre
a atitude da Universidade Coimbrã, ver H, III, 132 e Memo, 161-16S. Cruz Pontes Uatott
do UBURto m coHiiinfcisçle ao eoostMSo reunido cm Évota, por ociiilo do 4»* OfHitwiáriD
da fundação da Universidade eborense. No Itinerarium — Colectânea de Estudos. Braga,
N.° 26 Outubro-Dezembro de 19S9, anuncía-te estudo visto sobn o tami, do qual apeais
se publica a introdução.
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índice Expurgatorío em dous volumes de folio impreço em Madrid», no ano
de 1743. Fofam esses livros apfeendidos em 1748 pelo qual ificador domini-
cano Ft, Mlcdau da AssunçSo Becqner» que pcestou particalAr atençio às
obras aí mencionadas como jansenistas. Os autores do índice, os jesuítas
José Cassani e José Carrasco, «introduzirão... quantos livros ministrou a
sua desafeiçào, sem considerarem que ultrajávao todas as Gcrarquias do
Estado Ecclesiastico». Todo o seu propósito se resume em tirar o labéu de
jansenista aos Cardeais Noris e Noalhes; ao Bispo Geneto e aos dominicaaoe
Joio Nicolau e Frandsoo Seni (I).
Nio queremos jnsjmMW que o censor fosse auténtioo jansenista. Mas a
sua solicitude não denunciará alguma afeição à causa? Lembremos que o
ódio anti-jesuítico virá mais tarde, por exemplo, na diligência feita em pr<d
da doutrina de Santo Anselmo, para substituição da <'ciência média».
«Persuadio-se a Congregaçam do Oratório dc Lisboa, que a Sciencia
Media eia uma e^iedoza ficção, e por isso, se lesolveiam alguns dos seus
esclarecidos alumnos com o douto P. Joam Bautista a dar-lhe uma excluziva
e a mudar de sistema. Antes de se estabelecer este^ ao mesmo tenqx), alguns
Monges Beneditinos, abandonando inteiramente o sistema da escola media,
adoptaram e estabeleceram com Santo Anselmo, Cardeal dc Aguirre,
Tomassini c outros, sistema próprio (...)». Depois de cerrado combate
à ciência média, informa: «Presentemente seguem ainda a sciencia media
OS D.D. Cistercienses e sendo estes Benedictínos trancos», convinha que as
tr6s Coogr^BçOes, s^nisaem «escola propria e de auctor seu, qual é Santo
Anselmo» (2).
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«m Cânones na Universidade de Coimbra, que em 1753 publioott em Coimbra
o Catecismo btorleo qut contem a bUtriã Sagrada e Doutrina Cristão, do
Mor de Aisenleinl, dánlio Fkaiy, «em atteniio à utilidade puUica».
Em edital impresso de 8 de Outubro de 17S6, a Tnqyiiicto demndava-a como
obra n3o autorizada, que trazia «certas orações que se achSo prohibidas no
índice Romano e se devem riscar» (1). Fleury já antes cru conhecido entre
nós. Pina e Melo, por exemplo, escreve na Balança intelectual (Lisboa, 1752,
«9
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—290 —
(1) Cost.
(2) T. T. — Min. da Justiça, M. 12, macete 2.
D. Jtalo V, «att» ODins ccwniwO w
de wanágo, oomelsa-lhB a de pwconer ai
aaçOes estrangeiras e ptttkiduiiisnls a da *^nripif os da WMwyfc» Ver Ben.
(4) Ben.
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— 291 —
universal, etc.; e contava «historias cm ludíbrio e desprezo da Religião
Catholica e do Sumo Pontifioe e Gaideaii», e GoiílideraYa ignalmemte boas
todas as Religilles.
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— 292 —
principal ponto do meu argumento, digo que as riquezas e elevaçSo em que
se vêem hoje a maior parte dos Religiosos» os obriga a avultadas deqieSBs;
èUes por ostentarem a sua grandesa e servirem de emulação aos vizinlios,
cuid3(i que com este culto honrão mais a Deus. Se a Efecritnra Santa lhes
fora lembrada todos os dias, elics conheccriào que os antigos altares, em que
offcreciao as victimas, crHo uns montes de pedra innoccntes Os corações (...)
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— 293 —
tuiçao momistkB, ykbcm por imi católico, nrbm apndados, com verdade»
de forma bem diversa. Unha, pois, fundamento a acusai do Santo Ofkio
e assim se compreende a grande amintdft que imia Bento de Momae Al exandre
de OimBlo(l).
No mesmo nimo caminharam outros intelectuais portugueses. Mas
estes bastam, para sc rcgi&tar o surto do protestantismo entre nós, no período
que agora nos interessa.
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marino, à Casa da Suplicação, ao Desembargo do Paço e à Mesa da Com*
cíSnciae Qfdeni» às Juntas do Tabaco e dos IVês Estados, a Secfetíiios de
Estado, aos Mestres das Ordens Militares, Priores de Colegiadas, Vioe-Reis
da fndia, etc.
No tomo V ocupa-se de história geral da Antiguidade Oriental, da teoria
das sociedades políticas c simbologia dos Estados e dignidades de maior
relevo. Divide a Filosoiia em Lógica, Metafi&ica, Pneumatologiu e Física,
definindo esta como «sciencia da natureza qne trata dos principios, cansas e
effeítos natniaes, do movimento, quietação, lugar, vácuo, tempo, «spoekê de
movimento, medidas de tempo, meteoros, fenómenos do ceo e da lena, ou
em poucas pala\Tas: He a Sciencia especulativa do Ente movei». Por fim,
constituindo ainda partes da Filosofia, acrescenta a Matemática e a Moral.
Termina com uma rápida visão da História da Filosofia até aos Nominais
e Realistas, com alusào ao nome de Pedro Gasscndo, «aos quaes sc tem seguido
outros muitos Filósofos, que com o thesouso de subtilissimas opiniOes, vSo
enriquecendo a Republica Literária» (I).
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295 —
que nisto agrado ao publico. Na Fisica nuMtmey que cousa seja vivente,
que oousa seja cor, em que oooaiftB a lu; a diafineidade, o som; explicarey
as leys do movimento; dedarany o que hé cakxr, fino, secura, humidade,
pezo, corpo, ele, sem que me afaste da experiência e da razão».
O plano era modelar, abrangendo realmente os conhecimentos necessários
a qualquer homem cxilto. A orientação que o Redactor se propunha seguir
já fica esboçada pela termo de eclectísmo que confessa seduzi-lo. Para evitar
possíveis equívocos explicita, porém, osnomes dos mentores escolhidos, em
fiança «mÃgama de «atísos e modernos» alguns jesoftas, dando a uns ddes,
oa epítetos «lue em 17<S0, o Santo Oficio mandava siqnimir da iuinieçõo
Kbre a Lógica do oratoríano Nfanud Álvaxes (1): «Seguirey ao famoso Newton,
ao grande Cartesiano, ao incomparável Wolfio, ao douto Malebranche, ao
infatigável Nunes, ao celebre Copérnico, ao illustre Lcibnitz, ao insigne
Gravessand, aos estimadíssimos Descartes, Sacrobosco, Boilc, Caramuel,
Trapesio, Tacquet, Ricdolo, De la Hyre, Hugenio, Cassino, Tydio Brabe,
Galileo, Fhmcisoo Noel, Demócrito, De Lomiile, Gassendo, Tosca, Bhu»-
chino, Le Orsnd, Mayr, Gufl, Lemery, Renault, Ozanan, Eukro» Rabuel,
e outros muitos Filósofos e Mathematicos, antigos e modernos, porque nem
aborreço a antiguidade nem desprezo aos modernos».
Entre os autores de que se serve para a história, cita Diderot e d'Alem-
bert, ao lado dc Natal Alexandre c Mariana, Osório e Barros. «As Memorias
de Trevoux sio também estimáveis pela grande erudiçfk) com que estio
escritas. Também me vakm do Theatro Gritioo e Cartas eruditas de Feqó,
nio esquecendo a estimadissfana Recmaçio Filosófica».
(1) «...menos os absolutos epítetos que se dio em vuiu puta deOft M» hereges
Lokc, Leclere, Wolf e Newton, chamando-os dansunos, wpirwliiiiiiim, portentoi da
ciência, etcj».
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CAPÍTULO X
JêMOtUU.
o GOkoHiMmo t a EaeOa di DtaU» NÊUni
ptmitt a í/f^fo o o Buêêo,
(4) Os altos e baixos das .\rtes Plásticas cm Portugal piidcm vcr-sc cm BcL
A bíUiografia citada na pág. 65 sobre a Academia Portuguesa dc Roma, acrescentc-se
Bd. 22, 94^, 13S-151 e 1S2.
(5) L, II, 211.
(Q Oração Q.
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ingnfidentes, <w ihministas eiiviain o leu laber aot govenios centrais, na
esperança de aexem ouvidM e poderem obaenar vm dia, a nova ordem m»*
talada e progresiiva.
Referindo apenas os casos que mais nos interessam, reparemos, em
primeiro lugar na Istoria Chile dei Regno de Napoli (1723), do calvinista
Pietro foi lida como a bíblia do Anti-Curialisnio
Gianone (1676-748), que
c no do mesmo autor, que foca o Reino Terrestre
racionalista // Triregno,
(História da CriaçSo c do homem jol tem), o JRdno Celeste (TeoU^) e o
Reino (História da Igreja).
Depois considere-se António Genovese (1712-796), que nâo só instaurou
a disciplina filosófica no Reino de Nápoles, mas também criou a ciência
económica pública na Itália (1). A sua doutrina a respeito das relações
da Igreja c do Estado apanha-se em frases soltas. Visando o alvo da eco-
nomia pública, incide cáustico sobre os monges, os jesuítas, os grandes bens
nas mios dos ectedástico». Quer a Igreja livre e autónoma mas dentro
do Santuário. A ligrga e o Estado coeadstem em dois clrcnlos concêDtrioos.
A superioridade da Igreja ficava restrita à substlncia doutrinal e adminis^
tração dos sacramentos. Já o ensino, mesmo o Eclesiástico, pertencia à
esfera do Estado. Censura a Filosofia Escolástica e ser^'e-se da crítica da
Bíblia c da História Eclesiástica para atacar os ateus, os cépticos e os deistas (2).
Nlo admira, pois, que, quando pretendeu publicar o curso de Teologia que
havia prelecmmado durante um dec£nio, a oensun tivesse encontrado dez
(^oposições suqtéitBS e lhe negasse a licença de impressão (3).
do Soberano, uma vez que o Estado só será poderoso com a população justa-
^
mente proporcionada* sàbiamente f&HMt i abestadamenle nutrida (<Q.
Os componentes da sociedade dividem-se em dois grandes bandos: os qat
pfestam serviço e produzem (soldados e defensores do Estado; os qtie se
consagram a profissões liberais c Belas Artes, serviços pessoais do homem
e religião; e os que só consomem e n&o dão rendimento, como os pobres
e os vagabtmdos (S).
Esta problemática esboçou-a ele já emeacritoaantefioffesa 1766. Nomeado
a 4 de Novembro de 1754 paia a caddza de Comãrdo, tiês anos dq[K)ls inicia
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— 300 —
a série de publicações deste período com a Sioria dei Commercio delia Gran
MretUigna sertía da JoiA Cay, Mmttmtt de BrisU^, traduzida por Ketro
Oenovesi. O
dos três tomos abre em un razkmamento sul Commercio
1.®
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— 301 —
extremos perigosos: a Fortaleza (a Prisão) c a Inquisição. Mas não se atre-
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—302—
-pdftíoM que ooBliimaiii medir os homens, não pelo vdor mas pela boa sorte
e acentua que os bons poiftioos, pelo contiirio, classificam-nos de ineptosl
lYido isto era dito de passagem. Taiq>o viria, cm que pudesse explanar
o seu pensamento e contribuir uma vez mais, para o bem público.
Entretanto, deram-se no Reino factos importantes, de carácter político,
que denunciam à saciedade o ninio da orientação do Governo. Sebastião
José de Carvalho e Melo, Secretário de Estado dos Negócios do Reino, fora
honrado com o titulo de CSonde de Odras, a 6 de Junho de 1759. Na ver-
dade merecia condigna leoonqpensa, solnvssaindo, dentre a sua actividade
de homem de Estado, o feito que a 3 de Setembro se traduziu pela expulsão
dos inacianos, do território nacional (1). Nesse mesmo mês, no dia 24, a
Santa Sé concedia o chapéu cardinalício a Mons. Filipe Acciaiuoli. Núncio
em Portugal, mas D. José expulsava-o do Reino a 15 de Junho seguinte.
No espaço de um ano, após a concessão do titulo, o representante do Papa
e a Oséem, coaàáemáa. soa maior defensora, tranqxmham as fronteiras de
Portugal, porque uma nova era começara, sob o signo da pcepotênoa.
foram expedidas para os diversos pontos da Metró-
Listruções rigorosas
pole e do Ultramar em
que os inacianos mantinham casas de estudo ou de
simples magistérios sagrados (2). A tropa cercou os edifícios e os Desem-
bargadores das Relações executaram as ordens de prisão e sequestro. Um
dos agentes pombalinos anunciava que o Cardeal Saldanha possuia «anipU»>
simos poderes» da Santa «como Reformador e Visitador Geral da Reli-
gílo da Companhia de Jesus» e concedia faculdade de saírem dessa Religílo
«os que quizerem, que não sio Professos de quarto voto». Em Coimbra
«fez ler e publicar pello Re>ion>, na «caza chamada da matanática», o Edital
de S. Eminência, de 8 de Agosto dc 1759.
Do sequestro do Colégio de Évora foi encarregado o desembargador
Agostinho de Novais e do cerco, o Conde de Lumiares, Coronel de um Regi-
mento de DragOes. Ao anoitecer de 8 de Fevereiro de 759 foram bloqueados
o« Colégios do Espirito Santo e da PurificacSo (3). A 26 de Setembro ainda
(1) Desde P de Outubro de 1757 que de Lisboa segu'am instruções para Frandaco
de Almada, sobre «dezordcns» dos .Icsultas (T.T. — Minist. dos Negócios Estrangeiros.
Maço Quem pretender
S). conhecer a principal documentação sobre o assunto consultará
maii oòmodnMDts a Od.
(2) Ver Relação das ordens que se expedirão para a recluzão dos Religiosos Jesuítas
e sequesUo gerai de todos os bens (T.T. — Min. Just. Maço 20 e Ordem Regia de seques-
tro... toventaiio... e alagar m cmu, de 19-I-7S9. T.T. IfíabL Just. Futa 17).
(3) Memor R. 299 — Farinha indica o ano de 1758, por lapso manifesto. No mesmo
dia. às 7 da noite, foram tambfaa cwcado» os Colégioi de Foitalegte, Vila Vipota e Ehu
(Min. Just PasU 17).
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«e mcontravam reclusos no Col^o 74 «Regulares moços, isto he Mestres
das Ghnes, Estudantes, Theologos, Cursistas de Philosofia e Recoktos,
dm q[uaes iahinm em 20 do dito mis (Outubro) seis e vieram a ficar 68.
Ficaiam mais no dito Collegio naquellc dia 29 leigos. Ficaram mais 15
Noviços, dos qiiaes sahio hum em 13 de Outubro e vieram a ficar somente
14» (1). Na madrugada de 23 de Dezembro dc 1759 sairam da cidade os
Religiosos escoltados, tendo chegado a Montemor à noite. Pelas cinco horas
da madrugada do dia seguinte pasnísm a F^Oes e daf a Aldeia Gal^ até
às tris horas da taide.
O CoMgío de Bragança foi entregue aos bons ofícios do Desembargador
da Relaçfio e C^sa do Porto Raimundo Coelho de Melo (2).
Acerca dos Jesuítas da capital, correu em Roma que os Padres haviam
sido conduzidos do Colégio dc S. Antão c dc S. Roque «para sc embarcarem,
por meio de um infinito Povo, não menos contristado que elles, acompanhados
at6 o mar com mil louvores e bengoeiís. TeanoM» liuma soUevaçlo e foi
preciso rednplicOT os destacamentos, tanto de Cavalaria que de Infantaria,
todo» com armas oa odk), municiados de pólvora e baila». Os padres iam
em procissão, sem capas, mas com chapéu na cabeça, crucifixo pendente
do peito, cantando In exitu Israel de Egipto. O Povo protestava c prometia
defender os Padres até ao derramamento de sunguc. Constava mais cm Roma
que o Ministro Carvalho e Melo intentava «introduzir a Religiio Protes^
tante»(3).
O comandante do navio que tranqwrtou os jesoftas paia a luUia deixou
escrita a cr^iioi da viagem. Na manhã de 17 de Setembro, a nau S. Nicolau
partiu do Tejo com os 133 jesuítas do Sul e alguns de Lisboa. «L'imbarco
si foce cosi. Vcnnero tutti questi Padri in carroz/a ben circondati di cavalle-
ria, e di guardic a picdi com bajonctta in cannu ucccmpagnati iino al bordo».
Acomponliott a nan, um vaso de guerra português de 70 canhOes, até ao
estreitode Gibraltar. Finalmente, «0 di 24 d*Ottobre a ore 18 giungcmmo
a Civitaveochia, e per due giomi i Padri mangiarono e donnirono in nave».
Quando chegou o P. António de Carvalbo, desembarcaram todos e foram
alojados em diversos conventos e casas particulares. «Questo viaggio da
Lisbomia a Civitavecchia si fece in 37 giomi. Vcnnero poi da Roma diversi
carretti accomodati a guisa de barracca con un grancestone, e questi imberchí
omidnsseio via 120 Padri e li portarono alia RnfiBneUa». 13 ficaram mais
(1) Relação dos Padres que sahirão do Collegio da Companhia de Évoia, por
virtude da firiuiiçlo e Boença do Bknni. e Rev. Sr. Ondeai fttrisiclia RcffannadM da tobbiis
fWrT'"*'" iT.T. — Min. Just. Maço 20).
(2) Sequestro de Bragança (T.T. — Min. Just. Pasta 17).
(3; Carta de Afanada a Pombal, de Roma, 15-IX-759 iT.T. — Min. Juat., 11).
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cinco dias, seguindo depois o destino dos anteriores. O autor do folheto
idata ainda o bom tratamento, os cómodot da viagem e a inqwrtâada que
oobfoii (1).
Colégio bracarense «donde foi mandado por Sua Magc&tade para Bra-
gança» (3).
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Outros jesuítas foram enviados presos para AzettSo, para a Praça de
Almeúla e S. Juliio da Bana, peia S. Joio de Dens (umbuoo, outro eutie-
vado das duas pernas, «dqx>Í8 que aqui está» em Azeitio). Uns safram
da Companhia de Jesus, oom demissórías passadas pelo Cardeal Reformador
Saldanha outros morrerrm de morte natural. Em 1768 ainda havia Jesuítas
;
Uma da
circular enviada aos Bispos autorizava a posse de edifícios
Companhia. O de Elvas, por exemplo, instalou o Semmário Episcopal
no Col^o inadano, «com Mestres de Gramática, Rethórica, Moral, Canto
fcrmo c língua grega, etc. scgxindo se informava de Roma, a 7 de Fevereiro
de 1 760 (4). O Collio de Santarém foi destinado ao Seminário do Clero
do Patriarcado.
Sobre o caso dc Mons. Acciaiuoli pouco diremos, por andar mais divul»
gado. O Núncio reagira à desconsideração de não ser convidado para o casa-
mento da princesa do Brasfl, D. Francisca, e isso bastou para
reoer. O episódio das tuminárias foi realmente o pretexto, porque a rotura
oom a Santa S6 estava determinada desde a hora em que Roma não satisfez
com presteza os desejos da Corte portuguesa, na questão dos Jesuítas.
A propósito, aprccie-sc este trecho do edital afixado por Francisco de
Ahnada: «... a rotura que se acha publicada desde o dia 2 do corrente Julho,
até ver seO Santíssimo Padre, lembrando^e de hum Monarca assassinado
na sua mesma Corte por maqiiinagoens provadas e julgadas, de fauma Con-
gregação de Homens pelo seu Instituto dedicados a Deus, de hum Monarca
finalmente sobre aquelle execrando dezacato aggravantissimamente offendido
há muito mais de hum anno na mesma Corte Cabeça da Igreja Catholica
com insultos e calumnias, que poviam (sic) no ultimo empenho a qualquer
Homem parlicolar se mova na sua dita Santidade a dar a Sua Magestade
(1) Relação dos Prezos Jesuítas que se axam neita Foftaka de S. Juliio da Bana
«m 10 de Janho dD 1768. (T.T. —
Min. Jat FMa 17).
(2) hbif* dos Jènitas que se achão ndnaw nesia Cwtodia... ÍZ-l-TtS
(3) T.T. —
Min. da Just M. 25.
(4) Carta de Roma, ds 7-n-7«0. (T.T. —
Min. Just. 17).
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Fideltunma as bem merecidas e necessárias satísfiiçoens que o mesmo Monarca
da indefectivel justiça de Sua Santidade» (1).
taxn religiowtmente eaptta,
^)d6 o corte de lebçOes dipkmáticaa e antes de sair de Roma, o Min^^
afixou editais, em que D. José ordenava aos súbditos portugueses, o aftst»-
mento dos Estados Pontifícios, o mais tardar, até Setembro desse ano de
1760(2). Almada marcara este mês devido aos «excessivos calores da pre-
sente e imminente Estação cannicolap> (3). Os nacionais que aqui estão
— Infonnavapse em 16 de Setembro de 1756 — ou slo Eclesiásticos oa secular
res. Os primeiros estão esperando alguma provista (sic) para tomarem para
o Reyno e nada lhes emporta do Ministério os segundos se dividem em duas
;
nio— Sobre a lotuia convém ler as Cartas de Fraocisco de Almada a D. Luis da Cunha,
de Roma, de 4 e I4-VIM7A> (T.T. —
Min. Just Pasta 12, Macete 1760).
(2) Tinha a data de 2>VIMIk Ver cópia na T.T —
Min Jiat. Fluta 8. Tuabém
no A.S.V., Nunz. Portogaiio, n.<> 180, pAg. 239 e «.—Soto» O fflesoio aasooto pode
Icr-se Historia I, IV, parte II,254 e n.
(3> Ordem de 6>7-17«0 (JM).
(4) Carta de Almada a Paulo de OuvallO— T.T.— tiflD. Jm, FM» 12.
(5) T.T. — Min. Just. Pasta. 12.
ViBrpetiçloei«8poslaadBFiaaiM,D.LiibdaGni^
da Just, Pasta 8 c no A.S.A.R. A exposição dosOepiMadosftMmla^aaBlIX.— C40da
Pombalina, fL 103-106, sem qualquer despacho.
(7) Carta a Aires de Sá, in £, 377.
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de um bom governo. Ao mesmo tempo envia a Pombal, por intermédio do
Ministro Aires de Sá (1), a refoima das instítiiiçOes civis, descendo a ponne-
nores a rebito da modifiHiçilo da esUimua sodal que desenvolve teòfka-
mente na Carta-dedicatdria a D. José do De jRe fíiydea (13 de Janeiro de 1 765).
Assim se completavam os dois sectores da sova refonna de que se ftzia pala-
dino intemerato.
Vemei conhecera Aires de Sá cm Sá cm Nápoles e recordava-se perfeita-
mente de que o ministro Uie dissera um dia que, quando lhe ooorreoem ideias
de utilidade pública^nflo deixasse de lhas oomimicsrCQ. Ao Rei (e à Na«ao,
visto tratar-«e de carta pública), afirmava ele que as artes e as disciplinas
que contém a salvaçSo e a felicidade do Estado se ligam entre si, por meio de
laços admiráveis. É o que a Fisica, mais do que qualquer outra disdplina,
cabalmente demonstra.
Ora sucede que a felicidade de qualquer povo se apoia em dois princí-
pios basilares: a conservação (entenda-se pelo progresso) dos CidadSos e a
tranquilidade do Estado (3). Uma e outra visam à «dbliddade dvil» e sSo
inqnpescindiveis «para a maior utilidade da Sociedade civil», de tal forma que
nSo pode haver «felicidade dos povos constante c duradoura», sem a sua
presença. A primeira, porém, compreende a Agricultura, as Artes liberais
e o Comércio, enquanto a segunda exige do Governante o domínio pleno
da Fisica, que lhe dará o conhecimento pleno, quer das doenças do corpo
quer das enfènnidades da ahna. S6 assim poderia produzir leis estáveis,
aprc^niadas ao seu povo e criar tanto o direito pfiUico como o privado.
Aotmcatenação entre si, ressalta evidente do seguinte quadro: Para
distinguirmos perfeitamente o verdadeiro do falso, o bem do mal, temos de
empregar a recta razão, esse hime dado por Deus ao homem, para raciocinar
a partir das ideias e princípios evidentes. £ que é isso, senão a inteligência
ihutrada e exercitada os princfpios da antCntica Lógica! Que outra
com
cousa sio as oomfwraçSes das cousas entre si, os vários graus de semelhança,
de perfdçio, de bondade, de utilidade, senão axiomas que a Afetqfbiea mais
aguda nos administra? Esses vários aglomerados de cidades e dos povos,
condtizidos segundo a natureza, com os costumes, o estado e as outras cousas
que formam as sociedades humanas, podem haurir-se porventura de outro
lugar diferente das fontes da mais recôndita Física!
A lei natural do homem é mais do que a disciplina dos Deveres que se
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«NSo pareoe8 só um Rei vigUantissimo mas imi Pai amantíssimo».
Admiravam, porém, nlo de qne o Soberuio pArtisse cxchisivamente da
Filosofia, mas que ocultasse admiiivefanente easa arte, para parecer como
que um acontecimento costumeiro e de imitaç&o. Mas isso nascia afinal
do conhecimento intimo das coisas» do «ett excelso ânimo filosófico, da uti-
lização prática da Filosofia.
Seguindo, pois, a ordem das disciplinas indicadas como formando o
programa dt uma boa adminiitração, vejamos que sabe Vemei a respeito
de Afrieultora.
Com a convicção de sempre, estabelece que os Filósofos têm como
ponto indubitável, que se nlo pode exercer i)erfeitamente a cultura do campo,
sem o ensino da Física, visto que ela não passa dc tmia Física específica.
É o que demonstra e p>ersuade suficientemente a fecundidade das terras,
das árvores e das plantas, como o próprio método de semear cem menor
dispêndio de sementes c muito maior proveito; as doenças das tementes,
das árvores e doa animais, e inúmeras coisas deste género que a arte física
ou costuma exercitar ott inqiedir e curar, e de que estio ctidos oa livros dos
filósofos modernos.
As mesmas artes mecânicas, que se aperfeiçoam com a mão do homem,
necessitam, em qualquer Estado, dc um profundo conhecimento da Agricul-
tura. É ela que lhes fornecerá a matéria própria para cada imia, com madeiras,
lis, peles, linho, algodio, seda e coisas semelhantes. Extgem nniitas noçOes
físicas e qpihnicas, pam que a matéria se tome mais qita para os fins próprios^
algumas matérias novas se unam com várias razões e novas cores se encon-
trem para tingir o tecido de lã, a seda, o algodão c outras matérias que se
usam nas oficinas. Estas cousas supõem vasta erudição da ciência Mecânica,
que permite inventar as diversas máquinas de que precisam os operários
paia emcerem o seu mister. Com essa maquinaria se desenvolverá a indfia-
tria, em ordem à mellioria da produçio, afim de se conseguir o intercâmbio
de produtos mais fiteis com as nações estrangeiras. Numa palavra, para se
perceber quanto aproveita às oficinas de vários ramos e até à utilidade de
cada nação, o conhecimento profundo da ciência física, basta ler, mesmo de
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de História Natural como de Fisico-mecfinica, e para esse fim sio reconhed-
damente úttí» oa Didosiárioa Histárioos ou os Dick»árjos de Hútária
Natural e de Oméido, editadoa por homens oom laiga e]q>eriência de Filó-
sofos e negodantes. Por esse motivooostumam ser tidos em muita consi-
deração cm certas nações muito cultas, pelos homens sábios que produzem
grandes Magistrados ou redigem leis.
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— ali-
dade de modos de pensar e de agir peça remédios eficazes, sem dúvida, mas
diferentes e absolutamente tpnpriêá» a cada NacSo, confonne as suas
drernistância» e a» pt&pm» época»,
óptimo exemplo nos ofeieoe ft ReptiUica dos Israelitas (<), a quem DeUB,
por intermédio de Moisés outorgou, com admirável decisão, não as leis civis
dos Egípcios, nem as dos Caldeus, nem as dos Fenícios, nem as de outros
povos mas leis politicas particulares e absolutantcnte acomodadas
linúirofes,
apesar de reoooheoer que era o homem fadado para fazer ressurgir a Htria
da miséria em que se encontrava. Lembra-se, porem, do milagre que operou
Pedro I na Rússia, o qual tudo deve à sorte de ter encontrado um bom amigo
estrangeiro. Era este que Uie ia sugerindo as coisas úteis c, graças a esta
«sábia direcção», conseguiu ftxer o que íbz. Com isso deu nma excelente
liçflo aos outros Monarcas. Para o caso português» ali estava ele, e
começou:
A Inquisição seria sempre um obstáculo terrível ao avanço do bom
gosto das Ciências e ao progresso e introdução de muitas coisas necessárias
e úteis. Não
o disse, mas podia elucidar a asserção cem o caso do seu
Verdadeiro Método de Estudar. O remédio, porém, não era acabar com ela,
porque a Nação des^va<«, ^lesar de não restarem dúvidas de ser inútil
e prgudidaL Convmha, pois, «dap-lhe tal providfincia que o sobredito
Tribimal, ao menos não pudesse fazer mal aos povos». Propunha novo regula-
r^nbunento qoe fosse à inovação de Roma (pan sahar as aparàidas).
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Era fundamental introduzir dois senadores seculares que exercessem funçOes
de inspectores» e só jurassem segredo a fiivor do Rd.
^esar do nmio que esta pequena exposiçio já deixa entrever, xilo se
esqueceu de recomendar que o Regulamento vão devia ser elaborado por
Frades, mas por homem com cabeça. Sempre guiado pelo mais piiro desejo
de bem servir, aborda uma outra instituição que aparentemente não tem
importância: a da Ordem de Cristo, fundada cm Roma, que usava a mesma
Gras quD a Fortnguesa. Mu
fB-lo, porque nessa oensufa envolvia a Gária
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gação de as inatniir bem nas Artes domésticas, para se poderem casar com
ntílidade ou servir an casas partknUires.
Bia inqnesomdfvdl abolir atwohif mente os CSonventos de Monjas que
se estavam a introduzir no Brasil, «com graves prq^iizos do Reino»; proibir
que os Conventos pudessem herdar ou fazer novas aquisições: nSo autorizar
despesas pomposas nas entradas cm Religião c Profissões; proibir que os
Frades obtivessem de Roma faculdade de confessores perpétuos das Monjas,
afim de evitar nmitos sacril^os. Havia Fkades a mais e, nanitoa que nada
fioiam e incooiocbvam as fiunflias oom pedidos de alimento, deviam
gados «ao serviço péidioo». Tomavapse necessário que os Bispos Amdassem
Seminários para instruçlo dos jiárocos e os obrigassem a exercícios literários
e a um maior conhecimento das ciências. Em cada Catedral devia haver
dois Cónegos Doutorais e dois Magistrais. Impunbu-sc também que os
Padres não recebessem mais que três tostões por Missa. Nào mais se devia
consentir qne os mortos continuassem a ser sepultados nas igrejas, mas em
cemitérios fora das Cidades, como bem oqplica «o Sandws, no tmtado da
Saúde dos Povos».
Em conformidade com a Bula de Inocêncio XII, urgia acabar com os
Autos dc Fé. Deste modo se extinguiria a vexação corrente de que Portugal
se compunha de hebreus chegavam as Confrarias que havia e
ocultos. Já
a riqueza de algumas era bem empregada nas obras referidas, sobretudo em
casar raparigas pobres.
De envolta com a intençio de melhorar as instituições religiosas, ressalta
destas medidas a preooqpaçlo de provar ao aumento da população do Reiíio.
Por isso, insiste tanto nos dotes para casamentos de raparigas pobres, na
proibição dc aumento dc profissões de freiras e cm privilégios a conceder aos
pais com mais de seis filhos e prémios aos que casassem suas filhas. É que
a população dava braços à agricultura e às artes mecânicas e, por conseguinte,
contritmia eficazmente para a riqueza da Nação, a todas as crasidra^^
se tinham de sujeitar. «Senza la popolazione, non v*é Regno rico». Só
assim se podia atingir a felicidade dos povos (1). Havia, porém, um outro
meio, que ajudaria eficazmente os povos a melhorarem de vida : a poupança,
amealhada nos Montes de Piedade, que faziam empréstimos ao povo (2).
(2) Sobre esta InidMicio, ver Or. No fim do volume vaKa bibliovafla toibn es
Muoti (li Pietà.
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direito de veto. Em IJsboa devia iaitHiiir^imtesowop^S^^
dinheiro e outras coisas tomadas em Jufao e qualquer dinheiro de quem
quiaesie. bqportava rever as Concordatas com Roma, e publicar um Buláiio
Régio; redigir novo código de leis nacionais, adaptado ao tempo; reformar
todos os tribunais; obrigar os graduados na Universidade a frequentarem
os estudos dos Advogados cxperimcntadiis. Conselheiros ou Corregedores, por
quatro anos, para depois então poderem concorrer a Advogados ou Juizes»
prescrever leis para abreviar os litigies, tanto edcsiástíoos como cms; refor-
um pai tivesse quatro Ott dnco filhos, cada um com cognome díveno e diferente
do seu, e nfio encontrou melhor medida que suprimir o mal pela raiz...
Ao expor estes principies, Vemei tinha consciência de que o seu trabalho
seria em vão. Protesta que não é movido pela vaidade c convida o Ministro
a aprcsuTitar as reformas ermo suas, sem indicar o nome do autor: «ho ragioni
giustiUcaiissime», ao mesmo tempo que invoca o tema negro, insistentemente
predilectodo estado de ânimo raiado pelo ostracismo a que se sentia votado:
«Mi direte forse, di'io mi affatico in vano, e die avrei dovuto ormai illuminamii
circa la mia antica e costante infeliciti nel proporre le cose utile e necessaiie.
É verissimo ed io lo confesse»» (1). Aires de Sá concordava, de uma maneira
(1) o mesmo tema das CSutss a Fomi»l: «mu por uma ceda miiiha paitioiífaur
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geral, com a «"""ft*^ e fafma de a eneaiar, do Mn corittpondentc Adiwr-
gtacia,por oceniplo, no caso da Inquirição, asMotava sdmente na «aidicaglo»
dosprinc^oa. MáseaseenopontoqueiiiajsniteiesBainaVeiiid. Anôn,
na quettSo dos JdmftM opinava que os Governos estavam a dar-lhes mnito
tempo para pensarem e obrarem. F, a respeito do seu plano de iluminar a
Naçào e os Ministros, envidou então todos os esforços para publicar, sem
mais demoras, a obra De Re Fhysica, que trazia o programa da sua activi-
dade no campo da estrutura sodaL Para esse fim, escreve, ao mesmo tenqx),
a Aires de Sá e a Pombal: 28 de Mbúo de 176<í, como já ficou referido ao
de leve, no cap. vm» a respeito dos proventos. Aquele, pede que se faça
portador da carta para o Primeiro Ministro. A este, elogia a discreção,
o saber e todas as virtudes próprias de um homem de Estado evoca os favo-
;
res que lhe deve e suplica um outro que já referimos: dinheiro para a impres-
são da obra que até Nações estrangeiras reclamam. «A Providência, que
poz os Primeiros Ministros em grao tam superior aos mais omens, comuni-
cott-lbe parte do seu privilegio, que é nam necesitar de ningnem, paia poder
fiuer bon a todos, e contentar-se de uma sinceia venefasanu».
A «grandeza de V. E.», «o seo eminente cargo», «o sco animo filozofico»
sSo recordados a propósito, quando se vai expor um negócio que «para um
tam grande Ministro como minima coiza que pode conceder a sua
V. E. é a
equidade e generozídade» (1). O Arcediago nSo escondia a sua intenção.
Demais, aun» das cartas a Aires de Sá dissera ele que era para rir a persuasão
de certos falsos poiftioos que sustentam dever-se servir a Pátria e o Soberano,
por mera honra. «Ntmca vi um Rei ou um Primeiro Ministro ou um Secre-
tário de Estado (. . .) contentarem-se com a honra» (2).
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Em todas as vilas do reino se estabelecia o ensino da língua latina, e em
Lisboa deviam-<e mais escolas do mesmo idioma em cada
alnrir uma ou
bairro. Fkava proibida a Gramática do jesuíta Manuel Alvares, e em seu
lugar indicavam-se as do oratoriano Aníátáo Fereiía de Figueiredo e a de
FéUx Mendes (1).
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o manuscrito da Fbica ao impressor Salomão, mantendo-o lá, apesar dos
pfotestot de BagUarinL No o^iftdo próprio se veiáq^ foi mais iimmotrô
de novos dissabores.
Na mesma missiva Icmbrava-lhe ainda que poderia fornecer imediata»
mente o texto de uma Gramática Hebraica, «feita por uma ideia nova, e
brevisima no seu género» (1). A oportunidade era magnifica, porque se
lembrava «que na Reforma dos Estudos ficou rezervado o dar providencia
nesta matéria».
É diffcíl adivínliBr o jnfzo que neste momento o Conde de Odias ftzia
de Vemei, porque, se nSo lhe nenhum dos pedidos, propofdonou-Uie
satisfez
melhoria de vida, como já vimos, por meio do emprego, paia que o nomeou.
No Verdadeiro Método de Estudar aprescntara-se ele como crítico severo
dos Secretários de todo o género (2). Sabia, pois, como devia proceder.
Mas no caso presente, outro factor importante havia que considerar: quali-
dades especiais paia levar a bom teimo o processo dos inacianos.
O ódio do Arcediago aos jesuítas revelaia-se em várias oportunidades
mas talvez nSo tanto claramente como numa carta que dirigiu ao Primeiro
Ministro, em agradecimento da Dedução Cronológica que lhe fora enviada.
Em suma, comunica-lhe que leu o volume e, apesar do pouco tempo de que
pôde dispor, apreciou «a natural distribuisam e ordem das matérias, a fir-
sente do estikH».
Porân, o que mais o atraiu «foi a mesma matéria do livro, que é uma
consequência do belo sistema que V. Ex.* desde 759 formou e executou». 1
Toda a carta é uma lôa seguida às qualidades do Ministro, por ter sabido
agir com íiimcz^i c rapidez, na questão da Compiíiihia de Jesus. «V. Ex.
ensinou às outras Cortes da Europa a verdadeira Lógica com que sc deve
argumentar oonchideutemeule com os Sócios, que sam poucas palavras e
obras efikauees».
Usando uma Ubodade que nSo deve ter agradado ao Mhiistco, comunica-
-Ihe que «por venerasam» costuma classificar esta sua lógica, de «nova Lógica
Girvalha» (3). Contudo, as expressões convictas de que esta lógica tinha
levado outras nações a tomar resoluções idênticas c, sobretudo, a convicção
confessada de que «este formidável coloso jezuitico, batido de toda a parte
ocmitam grosa artilhería, ameasa ja mina» oicheram de certo de júbilo —
o Goiaçio do MaiqnSs, que teiá visto nele o homem ideal a aproveitar.
(1) o manuscdio Coi «miado para Fortnpl, d«poit da mom (ver Apnd. Doe^
(2) V. I. 38.
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Vernei mostrava-se partidário da ideia da destruição total da Ordem tnarãMa
e eia radical, lem titobeiM: «Pois é certo que em quanto ouver um so Sócio
na Curia, que se valha das prevensoens dos que governam, se deve temer
sempre, que resuscite em da Itália. Mas todos os prudentes
varias partes
confiam em V. Ex., que como deo o cacemplo, dará a conduzam: e se ornará
mais com csa gloria».
Aires de Sá terá sido o primeiro a indicar Vemei como pessoa de con-
fiança e taliida doa omdot de Roma. Mia perMamente servir de auxiliar,
na nova fase da campanha, depois do reatamento das relaçOes diplo-
máticas. Demais, em Roma poucos portugueses haviam ficado cem que
se pudesse contar, uma vez que, em grande parte, preferiram a desnato-
ralização a obedecer i ordem real que os obrigava a ausentarem-se da
Corte Papal (1).
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A 21 de Maio de 1768, Almada apareceu em Pisa, para entregar a
Vemei a potente de Secretário da LegBçlo(l), «oom uma carta honrosa
do Ctmde d*OeiiM»(2), de 18 de Abril(3). «B attendendo aos mereci-
mentos, préstimo e zelo do meu Real serviço, que conconem na pessoa
de Luiz Antonio Vcrney: E confiando delle, que em tudo O de quC O
encarregar, mc servirá muito à minha satisfação Hcy por bem nomeallo
secretario de Legação, para servir com o sobredito meu Plenipoten-
daiio».
Tnz a data de 13 de AInril de 1768.
A ocasião era solene e a mistio foia de vulgar. Como acentua Carlos
de Passos, Pombal «entregava aos dois a especial incumbência de dirigirem
o melindroso negocio dos jesuitas» (4). Segundo informa Vcrnei, o Ministro
ter-lhe-á então declarado que estava dispc sto a cingir-sc aos seus conselhos.
Custa a crer na verdade desta notícia, quer em virtude dos feitios dos dois
homens que já se conheciam, quer pelo que veio a acontecer. Enquanto
Vemei se diz Adjunto do Wmttco e, em ccofoimidade oom esse titulo, trata
com o outros Ministros, assuntos <^ciats sem conhecimento do seu Superior,
Almada acusa-o desse abuso, precisamente junto de quem distribuiu as
jurisdições de cada um. Pedro José de Figueiredo acrescenta a este respeito:
«Acreditam e autorizam muito esta nomeação os oíicios e instruções parti-
culares do Primeiro Ministro de Estado Conde de Oeiras nos quais, como
consta de algumas memórias onginais que vimos e se enoontnmi entre os papeis
do mesmo Vemey (5), lhe reconmdava que fosse tio unido com ele o Pkni-
potenciario que aconselhando^ em tudo, obrassem ambos com o mesmo
espírito, de sorte que representando o Plenipotenciário cm Publico como
tal por decoro do seu carácter, nada deliberasse sem o seu voto c aprovação
(1) m
Tuaibêm inédita, como ce dodimentoa dwte capttulo que pwWica os no ApSa»
dioe Documental.
(2) Lu, 219.
(3) ReiiBrtkida na cana de D. Hemriqoe de Menem a Aira de Sá, 17>VL>779.
(4) Lu. 219.
(5) Não M niadci pnecitamente à Rdafão da pemgulçaot
(6) Ret.
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mesa e casa, segundo informa Vemei. Na residência de Roma (1) disporia
de espaço bastante paia si e seus familiaies. Almada seguiu paia Siena e
Vemei não tardou a leuiiir-se-Uie, aos 28 desse nuBs de Maio. Acorreqxm»
dência ofícial começa a ser escrita pelo novo Secretário a 10 de Junho (ao menos
é desta data a primeira carta que hoje se conhece). Em Setembro encontra-
vam-sc cm Veneza (2) onde permaneceram até o mes de Abril. A 11 de
Maio já escrevia de Roma, com a sua letra regular e ortografia característica,
Nessa carta de 21 de Julho contava ele que o Padre Diogo Vemei falara a
Pombal sobre o auxilio necessário para pagar a segunda ediçflo da Qraná'
tka Laiina que acabava de sair em Sevíllia, e o Primeiro Ministro se mostrara
interessado em conhecer a excelência da óbnu Era o momento próprio
de lhe enaltecer as virtudes, e o Arcediago não regateia elogios:
«V. Ex." que com uma superioridade de talento incmitável olha para
as coizas no seo verdadeiro ponto de vista, e as estima como merecem, conhe-
cerá muito bem que isto em mim náo ó ostcnlasum, mas c informusam».
Pede que a sua Gramática seja admitida a ombrear comas outras duas adopta^
das na Reforma, terminando por reconhecer que «ninguém melhor que V. Ex.*
pode deddir este ponto: porque as suas dedzoens devem ser oráculos para
todos e muito especialmente para mim, que as sei avaliar e venerar».
Vemei reconhecia que o Marquês o honrava e favorecia «tam parti-
(i) Mons. José de Castro aponta os palácios habitados pelos Chefes das Missões
jooto do Vadouio, mu
ifleneia fotee o que Almada ocopoa neite periòdo
(CL Fbrtu, n. 365).
C2) Conhecemos cartas assinadas por Francisco de Almada Mendonça, de Veneza, 24
e 2S de Fevereiro e 8 de Outubro de 1768 (B.N.L. —
640 de Pombalina, fl. 219 e 230)
11, IS e 18 de Março, 1 e 8 de Abril de 1769. De Reim, nwVrfmfTff umas de 21 e 28 de
Junho desse ano (T.T. —
Min. da Justiça. M. 296, Pasta 7 e 14).
(3) RelaçSo da perseguição. 4pík/ V, voL 11, p. XXXVIIL
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nando algumas pessoas, a que só fahava intruisam em certas matérias que
mo agiadeoenun muito» (1).
D. José chegara a ooiioeder4lie «pnvil^o perpétuo» mpaxà todos os
livros que compuzese e inqprimise fora». Mas o implacável terremoto nem
isso poupou, porque distniiu o livro dos Registos. Podia vcr-sc, no entanto,
no «li\TO da distribuisam, qiic sc faz dos Papeis ou Chancclaria>\ posto que
sem declaraçam das obras privilegiadas. Pedia que reavivasse esta memória,
se assim o julgasse oouveniente. «^enhodadoa V. Biu^coiitademimoomo
omem de estudos : e dez^jaxk coritqKmder à ideia de V. Ex.* em todo o género»
— acrescentava VemeL
Almada gostou certamente da epistola dos termos lisongeiros que denun-
ciavam a admiração do seu Secretário pelo primo Carvalho e Melo. E Pom-
bal decerto também. Vernei estava nas boas graças. A Lei da Boa Razio
de 1769, reproduz, como veremos muis adiante, sob a forma de linguagem
legislativa, muitos dos argumentos e críticas de Verad na sua oposição encar-
niçada contm a juriqjradênda teórica e prática até entio dominante.
Influência também se nota nas leis de 25 de Jnnlio de 1766 e 9 de Novembro
de 1769, que restringia (a primeira destas), extraordinariamente o direito de
testar (2). Salgado Júnior acrescenta: «...as suas ideias comunicadas à
Eccellenza em pondo agora cm execução,
1765-66 que o Senhor Marques vai
em legislação sucessiva: já em 1768, em melhores dias ele o vira criar a Mesa
Oensófia; agon soa infÚiies do desterro, era em 1772a Refoima da Univeni-
dade, em 1773 a aboliçio da distinoio entre Cristios novos e vellios, em 1774
o novo npmetíto da inqpiisicBo» (3).
Por esta mesma ocasião um outro português residente em Roma intentou
prestar os seus bons serviços à causa da iluminação dos Governantes: Joa-
qtum Xavier Almeida, de 33 anos, formado em Cânones pela Universidade
de Coimbra (em Junho de 17S8). A
19 de Junho de 1769 esoeve de Roma,
onde tinha ido estudar, pronto para «executar, em alguma parte, aquele sis-
tema de publica utilidade e decoro que V. Ex.* tem felizmente promovido
com venerasam de quem pensa uniforme às suas publicas ideias» (4).
É lun novo protótipo do homem desvanecido que se julga senhor de
meio mundo. Falara com Francisco de Almada e com o «Secretario Cava-
lheiro Vemey» e sentia-se inexcedivel no que respeita a aptidões: «Vivo livre
91
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hum Filosofo de Corte», «Hum Filosofo de grandes
de todos os prejuízos e sou
esperançai». «Em do pfimeno ponto nam admito ideia nem pro-
virttKte
poaisam que com o próprio juízo nam conhesa». «O segundo requisito
me fonisoe as qualidades necesarias para vestir qualquer conveniente caiater
nas conversasões e no manejo dos negosios». Formara-se em Cânones na
Universidade de Coimbra, cm Junho dc 1758 c dava-sc como vítima de
D. Miguel de Anunciação. Desfaz-se em elogios à própria capacidade
intetoetnal, tocando na virtude de «saber dissimular» (I).
Cremos que nio foi aproveitada esta boa vontade, talvez porque já
liKvia mnita gente com óptimaa idesaa... Vamos cooonliir atgnmaa, imediap
tamente, a propósito da infiltração das ideiatgalicanistas, regalistase da Escola
do Direito Natural. Mas antes, nSo deixaremos dc anotar que outros iliuni-
nados havia que amarfanhavam o seu fiabcr c só a um ou outro amigo trans-
mitiam a sua dor. É o caso entre outros, dc Francisco dc Pina e Melo,
qne também reconhecia o atraso no ensino, no desenvolvimento da Agrir
cultura, dos «segredos do comércio», e ponderava «os danmos que sobre-
vínhão à Republica, de tanta nuihid&o de Frades» (2). Devido i intervençSo
de «Mons. o Abb." Magalhaens» e de A. N. Ribeiro Sanches, enviou uma
crónica para o Journal Etrani^er, sobre o estado das letras cm Portugal, em
1757, sublinhando o muito que Descartes contribuiu para banirmos os antigos
preconceitos. «Descartes scui nous a servi d'lníroductions dans le Lycéc» (3).
exige que se regule e limite pelos antigos cânones. £m resumo, não se atribuia
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ao Soberano Pontífice nem a infabílidade pessoal em qualquer poder, mesmo
indiíecto» sobre o poder temporal doe ReU.
O Qero de França, fez profisaio destes cftnones na oâebre aseembieia
de 1682, tendo Bossuet elaborado a defesa doe Decretoe desw assembleia.
A maior parte dos Teólogos alemães, húngaros, polacos, c espanhóis c por-
tugueses — esclarece M. Bcrgicr — pensam mais ou menos como os franceses.
Não podemos desmentir ou confirmar cm absoluto a informação do douto
Autor do IHetíomein de Thiologie, mas alguma ootna ae apma hqje dos
documentos que nos ficaram.
A penetração destas doutrinas na Corte de D. José deu-se, como era
natural, através da via diplomática ou, mais determinadamente, de todos os
ventos que corriam de França. Em carta de 28 de Agosto de 1766 para o
Conde de Oeiras, o nosso representante em Paris, D. Vicente de Sousa Cou-
tinho tem a certeza de que, dentro em breve, o galicanismo seria oficializado:
«He sem dúvida que quando di^ar este prazo (da ooociliaçSo portuguesa
com Roma), Sua Magestsde Fidelíssima coroará as suas heróicas acçOes,
introduzindo nos seos Reynos as liberdades da Igreja gaHicana, que tanto se
oonformão com o espirito da Religião rcvellada» (1).
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se temião pouco as impnidendas de hum Papa, havendo-Ihe prendido as
mãos, ainda que Uie beijavSo os pés; porque à medida que sahtse dos limites
em que o tinlilo posto, peideiilo de direito o que ganliara a favor da mode-
ração e da condescendência».
O plano maquiavélico rematava com a bajulação: «Este he para Portugal
o século dc ouro, c Axigusto deve fazer o que hc digno de Augusto». O Conde
de Oeiras sublinhou e anotou: «Discurso (quanto a mim) soUido: e que hoje
será tio praticável em Portugal, como diffidl em Castela» (1). O programa
nio se s^iuitt à risca, pocque o Galicanismo nlo se tomou doutrimi oficial.
hb» cmaizou noa eq»Íritos dos govenumtes e manifèstou-se inddèvelmeiite
em muitos actos públicos.
Da Holanda chegaram semelhantes incitamentos, com feição mais ali-
ciante para a generalidade dos responsáveis, que nem todos eram da têm|>cra
de Pombal ou Choi&cul. Domingos Luis du Costa, cm carta para o Conde
de Oeiras, datada de Ametlerdâo, em 15 de Agosto de 1768, refere as suas
relações com Mr. de Bellegarde, canonista incomparável que dirige uma
«Companhia de Filozofos graduados em todas as Faculdades». Viviam
do Século das Luzes, «em huma grande caza de campo que
estes filósofos
comprarão na Província de Utrccht, onde obscr\ao a religião Catholica reli-
giosa e severamente, submetendose em tudo à Santa Sé Apostólica, deffen-
dendo porem, como uppclantes uo primeiro concilio, a regalia c necessidade
de nomiar o capitulo da Igreja de Utrecht o seu Prelado quando o Papa lho
refkiza».
Enviava juntamente uma
obra de Bellegarde «Suppldmcot aux diil^
rents collections des oeuvres du Docteur Van Espen, professcur en droit
cânon en Tuniversité de Louvain». O Dr, Van Espcn era apresentado como
o maior cunonista da Europa e como impugnador das pretenções ultramon-
tanas (2). De facto, Van Espen andou envolvido em polémicas, devido i
sua afeiçSo ao janscnismo (3).
Entre nóa já era conhecido e a doutrina dos apelantes fora refiitada
copiosamente. No Verdadeiro Método de Estudar confessou Vemei que
«dos modernos sempre me agradou o Van-Espen : Jus Ecclesiasiicum iiniver-
suni (foi., 6 t.); sempre me agradou, digo, pela solididade do juizo c erudição
que traz». Refutando Vcrnei, o seguro teólogo José de Araújo põe a claro
o pensamento da Igreja a respeito dos apelantes (4).
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Sobre Bellegarde anotamos ainda que lera e apreciara a Tmtattva Teoló-
glea de Antánio Pernia de Figiieiíedo, o teólogo poanbatino eqMlIioa o
gaUcanismo, através dessa fionosa obra, safda cm 1766, ede outras qve se
seguiram, como a Demoiuiniçikf TTteoIogiea cm 1769 e a resposta ao eqMmliol
P. Gabriel Galindo \un ano antes (I).
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todo o coipo do Direito Canónico ou concilio trídentino nflo achamos texto
algum que tire aos Búpoa o poder de diqpensar soa iiiq)edimentoa do Matri-
monio e maia Leya Ganonicaa: e non o Ftcpà os podia privar deste legitimo
poder sem consentimento dos mesmos Bispes...».
Antes de Pereira de Figueiredo, cm 1763, apareceu uma obra que fomentou
largamente a propagação de galicanismo na Alemanha e, de um modo geral,
em todos os Países da Europa: De Statu Ecclesiae Jeque legitima potestate
Romani FtmtyUis, do Bispo Audliar de Tcéveris, que ficou conlieeido
pelo pseudónimo de Justino Febránio. Seis anos dqKMS Miguel Tibério
Pedagache (1), apresentava i oensuia a tradnçlo dessa obra, com o titulo
Do Estado da Igreja e Poder legitimo do Pontífice Romano: acrescentando-lhe
uma introdução sobre os efeitos da superstição, hipocrisia, fanatismo e igno-
rância. Terminava com um compêndio da vida dos Papas.
Foi o Marquês de Pombal quem a mandou imprimir (2) e, por isso,
(1) Estad.
(2) EA, 62.
(3) T.T. — Mesa Censória, M. S91.
(4) Notícias secretíssimas da Junta rcrormadnni da Universidade. Jh DÍÉeIo ds
D. Fr. Manuel do Ceoácuk). — ConinAricense, 1869, n.» 2328 a 2331.
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327 —
maUQ ã Obra âe Juitíno Ftífrónio, que apareoea anánima, com Ikença da
Real Mesa Oensófia (1). Em follns anteriores, de 12 e Iftde Agosto de 1769,
anundara a «olna sobie o Governo da Igreja e l^tímo poder do Papa»,
como «fcapaz de desacreditar totalmente na mesma Europa o Ultramon-
tanismo e dc renovar nella o bom gosto c os estudos sólidos do Direito Canó-
nico» e na dc 13 de Março deste ano de 1771 divulgara a notícia de que
«a Corte de Portugal, Dão se satisfazendo com dar muitos elogios a esta obra
de Febronio, e de fiodicar das ceosmas ccnn que alguns e^nritos tmlNileiíiloe
tinliio procurado desiiistralla, a fez tndttzir e iiiq>rlinir em Portognes^.
Será demais avançar que a determinação do Governo foi inspirada por
Cenáculo? Empenhado em fazer aceitar Febrónio, relata os êxitos dos seus
livros na Europa, os ataques e respectivas defesas de que foi alvo e adverte,
Temos dúvidas em atribuir o livro a Cenáculo (Fr., 27S e 310), visto Fr. Vicente Saldado
o Dio indair nas mas obm (Gttálogo). Nlo te pode porém negar que Cenicolo ora o
ôqpiiUoaadar da Itíbm de Febrónio na sua Ordem, até porque, no manuscrito que íb
conserva em Évora, w
podem ver oi nfMdot ffetoques da soa ktra. (Cattlo).
(2) Cont, 12.
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com a religífto. O tradutor substitui o Prólogo por outro de louvor à DeduçSo
Cronol^pca, «obra que deve servir de texto è Jurispmdtecia nadonal e de
baze aos Anmaes do ReiiM»>; à Tentativa Teológica e sen Apêndice e à Ded
Teológica. Apesar do que se avançava, sobretudo na última, ainda faltava
uma obra — esta dcFcbrónio, cm que «se estabelece o verdadeiro Governo
da Igreja; mostra-se que Jesus Cristo nào fundou um Fstado Monárquico;
que a Igreja deve reconhecer huma cabeça; mas que o poder desta cabeça tem
limites; que o Concilio uníveisal he o seu 'Tnbunal sapftmo; que o Epis-
copado tem direitos ínqnescriptiveis» (1).
Esta falta não se fez sentir por muito tempo. Apesar de ter sido pre-
terido por Gilbert, o certo é que a sua doutrina agradava a todos os regalistas,
nomeadamente a Pombal. Por isso o seu nome alinhava, com grande escân-
dalo dos deputados da Mesa Censória, Dr. João Pereira Ramos, Fr, Manuel
do Cenáculo c Fr. Inácio de S. Caetano, entre os de Voltaire e Rousseau,
na câdne pastoral do Bispo de Coimlm, D. Miguel da Anundação (2).
Pois vptux de tudo quanto temos visto. D* José em 2 de Maio de 1769
publicava um edital que proibia a retensão do livro Mémoire xur hs libertés
de rÉglise Gallicane, «que se diz impresso em Amestardâo na OfBcina de
Arkstéc e Mcrkus na anno de 1755». Nessa obra misturava-sc a verdade
com a mentira, sustentando-se: «1.° que o Primado de S. Pedro não he de
instituição e direito divino; 2.o
Que elle se não acha estabelecido claramente
na Escritura e na Tradiglo; 3.* Que o mesmo Primado não lie de Regimen,
de Authoridade e de Jurisdição; 4.^ Que o Papa rOo gora delia por si mesmo,
independentemente do Concilio Provincial, para reprehender o BíqK) que
for transgressor ou da Fé ou da Discij^lica» (3).
Nesta data ainda se mantinha a rotura dc Portugal com a Santa Sc,
pois Francisco de Almada, desde que a 7 de Julho de 1760 sairá de Roma,
w6 foi recd»do pelo Papa a 25 de Agosto de 1769.
O periódico de Lugano, de 19 de Julho de 1769 puUicava, em noticia
de Lisboa, o conteúdo do editaL Assim se preparava discretamente o rea-
tamento das relações diplomáticas, embora nunca se pensasse abdicar do
direito das liberdades da Igreja portuguesa. Contudo, de Roma enviava
Almada ao Conde de Oeiras, cm ot"icio escrito por Vcmci. a noticia de
ura livro que atingia o regalismo: Del Diriíio libero delia Chiesa di acquisiare
e possedere bad temporaU st mobitt, che stabtti Ubri JU,
(1) Estad.
Ver a Hila demt obras e a eeasDiB di Mm Genaãria cm H. m. 95^. Sobra
o assunto ver ainda T.T. — Minist. da Justiça, livro II, 804 e 826 e Sue. 225 c ss.
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«A novidade que agora interessa mais a curio2ddade publica, é a
obra anónima, que poUicou o P. Mamadii, Dominicano em ttèt tomos
de oitavo, inqneaaa aqni por autoridade publica, mas sem data de Roma,
c que se vende publicamente, cujo titulo e divizam remeto a V. ExA
Nela se propõem o Autor confutar Campomanes, o Abade Genovese, o
Marquez Spirito, ccilo Veneziano e oulros Regalistas mais. O que agrada
infinitamente aos Papaiistas, que com estes livros ficam mais radicados
nas suas opiniOeDS, e mais difiniltftwis para tolnarem as opinioens dos
adveisarios» (1).
Vivendo neste ambiente, nio admira que desde a primeira hora em que
houve necessidade de eleger novo Papa, o Monarca Português revele sintomas
claros desta ideologia. Na «Instrução expedida (8-iv-769) pelo Conde de
Oeiras a Francisco de Almada de Mendonça para haver este dc passar a
Roma» deixava-se claro propósito de não permitir que a eleição recaísse em
Cardeal Jesuíta. «O Condave que o P^pa que nSo secuhip
está advertido
rizar esta Ordem (doe Jesuítas), indiqwodo de novo as mesmas Foteodas
(Portugal, França, Rqianha e Rdno de N^lesX arrisca nio ser rccGohecido
por EUas» (2).
Para evitar a eleição dc Pontífice suspeito, dcscnvolvc-se larga argumenta-
ção, cm que se assenta que o Papa não deve ser escolhido entre os Cardeais:
«A sobredita eleição feita pelo Collegio dos Cardeais,nem tem nem pode
oontlier em tflo a força de Eleiçlo dedziva e obrigatória da
inábeis termos
Igreja; mas sim a virtude de huma inoposta antliorizada que o Collegio
Cardinalício faz à mesma Igreja pela Pessoa do seu CoIIega por Ele votado ;(...)
que participando o mesmo Cardeal a notícia da sua eleição a todos os Prín-
cipes Calholicos, recebendo estes o mesmo Cardeal votado como P;!stor do
Rebanho de Christo e communicando esta sua recepção às Dioceses dos
seus req>ectivos Estados, vem esta aoeitaçlo da Igreja Universal a constituir
há aittitos annos o verdadeiro título com que os Summos Pontífices se assentam
na Cadeira de S. Pedro».
O trecho é elucidativo e dispensa comentários. O Papa foi eleito, a
contento dos Príncipes seculares e Portugal reatou as relações com a Santa
Sé (3). O Sumo Pontilice publicou enião uma C^irta Encíclica em que anun-
ciava aos fieis a sua eleição e concedia um jubileu plenissimo «para que com
orações, jejuns, esmolas e outrss obras de piedade, alcançarem de Deus
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Todo PoderosOt as graças necessárias para o acertado e feliz governo de
toda a Igreja Catholica no seu Pontificado» (1).
D. Joié, que se encontrava em Salvaterra de Magos, longe do Conde de
Oeiras, leu os documentos pontifícios e fez as suas anotações, estranhando,
por exemplo, que o Sumo Pontífice se referisse a opiniões que todos os diflS
vemos Icvantar-sc contra a religião. «Perguntou Sua Magcstadc revela —
Martinho de Melo e Castro ao Conde de Oeiras, em carta de 6 de Fevereiro
de 1770 —
quaes slo estas opiniocns de que o Tapa, fida? Porque há bunm
que verdadeiramente slo prejudiciaes no sentir da Curia Romana». Fez
ainda outra obMraçlo e achou que, no mais em uma Cutâ BpcIcBai doin
trinai, sólida e digna do Vitárío de Cristo. Fr. Manuel do Hemlfflilft e
Fr. Inácio de Santa Teresa acharam a referida carta admirável.
A diplomacia francesa vencera. Mas também não foi só ela que con-
tribuiu para o êxito dessas ideias que já se haviam espalhado por toda a
Europa. O exemplo de Tsnniioei em N^ks
enfda ignahnente foite
in^Mcsslo, e o nosso representante diplomitioo nesse Reino mantinha a
Corte portuguesa informada, ainda doa pormenores de menor importân-
cia. As reformas haviam começado com Carlos III (Rei de Nápoles de
1734 a 59), que deixou em seu lugar o filho Fernando IV. Em 1768 debatia-se
ai a questão das Decretais, e o nosso Ministro, José de Sá de Pereira, comu-
nicava a D. Lids da Cunha, a 3 de Janeiro do ano seguinte, que a colecção
das DecKlais, oídenada e pioUicada por disposição do Pondfioe Or^6-
rio IX (1227-241) thiha sido geralmente leoefaida como parte de Direito
Comimi, mas constituía o estdo da Monarquia Universal, espiritual e tem-
poral da Corte de Roma, que se devia considerar como destrutiva dos Prin-
cipados, da Ordem divina dos Bispos, da liberdade e dos direitos das Nações.
Era o que provava um novo livro, da autoria dum religioso capuchinho.
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como o demonstra a legislação pombalina. Referiremos apoias os Estatutos
da Universidade de Coimbo, onde se compendiam as noimas daiamenle
realistas que se intentava incutir nas novas geiações (1). Embora se nio
estabeleça claramente a Igreja Portuguesa nos moldes da Galicana, fala-se
dela e das suas liberdades (2) c preceitua-sc a exposição, nas aulas, das teses
galicanas,mas de um galicanismo mitigado (3).
Com razào podia exclamar Pereira de Figueiredo em 24 de Abril de
1771, em carta escrita ao P. Antánio Ribeiro: «NBo se crê já em jDmI&i da
Cea, nem no Deq)otismo da Curia Romana. Já se nlo fius caso de Soares
nem dos Bellarminos. Só reina e só se attende à antiguidade, os Padres, os
Concílios, a Tradição dos primeiros séculos. Este é o plano de Estudos
que Sua Magestade publica paia a reforma delles na Universidade de Coimbra
e no Reyno todo» (4).
£ conta que uma das causas que levou Sua Majestade a desgostarae
da Congr^çao do Ontário, tendo ordenado a sua safda, foi a perseguiçlo
que Ibe moveram, «porque desaprovar e perseguir as doutrinas que o Mniis-
tério de Sua Magestade tanto aprova e promove, e que boje s8o as que tem
estimação na Europa c na mesma Roma, he o mesmo que opor-se às ju<;tas
e prudentes intenções de Sua Magestade». Foi de facto o que aconteceu
aos PP. João Baptista, João Chevalier e Teodoro de Almeida., que em 1760
foram desterrados da Corte para o Norte de Portugal. João Bapdsta, encar-
rcfsdo peio Inquisidor Geral, D. José, de censurar a obraregalistado biten-
dente Geral da Polfcia, "bésâo Ferreira Souto —
De Potestate deu aso,
com a demora, à conhecida cena da bofetada que apanhou do outro Menino
da Palhava, D. António.
Em 1768 nova borrasca ameaçou a Congregação do Oratório, bem mais
grave, como se verá noutro capitulo.
Esta em a versio mais autêntica do panorama da Corte, que só começou
a modificara no Reinado de D. Maria L O Principal Furtado ficou tio
entusiasmado com a retratação de Febrónio que resolveu publicá-la à sua
custa. O Núncio em Lisboa, Mons. Muti, Arcebispo di Petra, partilhou
do regozijo e pcdiu-lhe que tirasse mais duzentos ou trezentos exemplares
por sua conta (5). Ao folheto foi dado o seguinte título: Acta in Ccnsis-
íorio Secreto habito a Sanctissimo Domino nostro Pio Divina Prondentia
(1) Ver Estat, Livro 11 que contém OS cniaoB jotidiBos dss ftcMkhdas de Oúmxm
e de Leis: P. 99 e squintes, 204, ss.
(2) Ver Ibd., 211, 214âlS. 27 e 23&
(3) Ver /M.. 206, o.* 2S e M.; Pk 232, D. 10.
(4) Cartas L, 13.
(5) Carta áo Núncio de Lisboa, 2-01-1719. (AJS.V. — Nonz. PortugaUo, 122-A.)
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Papa Sexto Feria VI, Decembrís MDCCLXXVIIl. Sokmni Dominkoe
NatMUtíls die suabn post mbaam pcnt^adem bt BaaBea VatkaM Pnpe
B.M, V. de Ceimmae, et S, Letmtã Magni Miaria (...) abãobao, Olinpone
Ex Typographia Regia MDCCLXXIX.
Dá-sc conta das condenações das obras de Justino Fcbrónio, de 27 de
Fevereiro dc 1764, 3 de I'everciro de 1766, 24 de Maio de 1771 e 29 de Março
de 1773, paru logo a seguir se proclamar a sua retratação, feita cm Tréveris
a 1 de Novemliro de 1778: «(...) Sustento que este Ptimedo (...) nSo é •àmente
de ordem, inqpeoçlo e diiecçlo, nae também de veidadeixa autoridade e
juriidiçlo (...)» (1). AaceitaçflodoPftpaédel9deDezemlHodomesmDa]io:
«... Comfíq gular diligência rejeita os seus erros e quiz escrever cem sua pró-
pria mão, o livro da retratação e corrobora-lo com lugares selectos dos Padres
e com razões». Os febronistas portugueses que ainda viviam nesta data
piideram verificar o arrependimento do seu patrono e reconhecer o mau
caminho que seguiam. NXo sabemos se o fizeram. Mas sabemos que as
snas ideias galicanistas perduraram ainda muito tempo entre nós, até ao século
passado, quando foi definida a infalibilidade do Papa. O ultra montanismo
é palavra corrente na boca dos nossos escritores do século XIX —
Antero,
Teófilo, Oliveira Martins entre outros — os quais pretenderam ser mentores
de ideias c insuflar entre nós, o ar revolucionário da Europa de então.
Em o Direito de inspiração teológica (2), levan-
franca reacção contra
taram-se no século XVn e XVm
alguns juristas que se costumam designar
como formando parte da Escola de Direito natural e das Gentes (3). Oftci,
Cabral de Moncada caracteriza-os desta forma: «Segundo tais doutrinas,
existe, com efeito, um direito absoluto, eterno e imutável, derivado das pró-
prias exigências racionais da naturez^T humana». «Definir e formular esse
direito, é o único objecto digno da verdadeira jurisprudência, irmã da Ectica
e da Filosofia». A
oonipfovar o esquema, cita o De Âm
et bdH ac pacis,
de Orodo, Amestardflo, o De Jure nattme et genthm, de Puffendorf e os
EíemeiUa fiais naturae et getttbm, de Heinécio.
Baseado nos mesmos Autores e como complemento, acrescenta que,
além desse direito imutável ou natural, existem «dois outros direitos igual-
mente dignos dc estudos e consideração: o direito nacional, formado histori-
camente na vida dos diferentes povos e o direito também fundado em grande
parte na raalo natural, para regular as relaçOes entre os povos e as Nações,
e que se chama agora o direito das gentes».
Veinei foi, sem dihnda, o primeiro agitador destas novas ideias entre néa,
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333 —
por mdo do Vtréaá^ Método de Estudar. O mesmo ilustre Professor de
Coimbia identifica os princípios expostos na carta 13A aflnnando que <(pode
dizer-se que eram predBamente as ideias da Escola do diraito naturaL Pode
mesmo ir-se mais longe e dizer-se que Vemey foi o introdutor em Portugal
do sistema completo dessas ideias» (1). E, o que mais é, «está aí o gérmen
de todas as reformas posteriores do século, nào só da reforma do ensino,
segundo mais geralmente se cré, como, antes disso, da própria reforma do
romaníamo em Portugal, da Id Bo»>Razio e da restante legislação pomba»
Una que nela se inspirou» (2).
Referindo-se eq)ecn]]nenle à lei da Boa-Razão, de 18 de Agosto <te
1769, assegura que «nela se acha, com efeito, sob a forma de artigos ou pará-
grafos, a mesma doutrina que, sob a forma de argumentos e acerbas críticas,
0) E. I, 95.
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334 —
7 tomos em 8.<> e mais dois por Mr. La Martíniere, «debaixo deste titulo
Mtnduetíon à rWãUOn de PAsk, de VAfrique et de rAmérlque poer aaHr
de euUe ã PbaroduetUm.,, Amesteidam, 1769. Deu o paiecer o P. Antáoio
Pereira de Figueiredo, em 2 de Agosto de 1769, colocando-se perfeitamente
dentro do espirito que norteava a Mesa. Para ele, os erros teológicos são
nada; os políticos ou dc história politica portuguesa é que importa condenar.
«O grande juizo c largas experiências de que foi dotado PuíTendorf, lhe fizerão
oomlieoer os estudos do Direito Público» destituidos do socorro da História,
todos vinham a parar em homa especulação inútil».
Entrando na análise da obra, verifica que se nSo pode admitir o que
Puffcndorf ensina a respeito de contar-se o matrimónio entre os sacramentos
inventados pelos Papas : dc a Primazia Pontifícia ser apenas de honra e não
de autoridade, por se dever a instituição humana; de não se poder provar
bem que S. Pedro tivesse sido Bispo de Roma.
«Mas nlo slo estas e outras semelhantes as passagens que devem excitar
a drconspecçlo e provocar a severidade desta Real Meza; como também
o não devem outras em que Puffendorf escreve que todos os dogmas da Fé
Catholica se contém nos Livros Sagrados; que a intelligenda destes livros
a podem arrogar a si nSo só os Pastores Ecclesiasticos, mas também as Pessoas
Seculares: que é falsa a Religião Romana e supersticioso o culto das imagens».
Isto pouco importa, cm comparação com a excelente obra: «Não devem,
digo, estase outras semelhantes proposiçoens de PufTendorf arrancar das
mãos dos de Sua Magestade huma obra que por outros princqMos
vassallos
he H^kaínw dc SC tCT e dc se inculcar».
A sua censura «toda se encaminha e dirige ao 1.° tomo desta Introdução,
em cujo capítulo 3.", que he do nosso Portugal, affirma o Author varias
cousas que nio somente cedem em grandíssima afronta de toda a Nação
Portugueza, mas também atacão abertamente alguns dos indubitáveis titulos
da soberania dos nossos Reys». Referia-se ao dote de D. Teresa, à doença
de D. Afonso VI e ao carácter do povo português e sua acção no Ultramar.
Pereira de Figueiredo proponha que se proibisse todo o primeiro volume ou,
ao menos, se eliminassem as passagens referentes aos casos assinalados. O Pro-
curador da Coroa achou bastante riscar-sc o que respeitava a D. Afonso VI e a
Mesa conformou-se com este parecer (I). Este mesmo espirito prevaleceu por
muito tempo nos juristas portugueses, se bem que mais inclinado para a lição de
Wolf, «através do seu diaclpalo o Barão de Maitmi. autor de obras oficialmente
adoptadas pani o CTsino do direito natural em Coimbra, dominou inteiramente
a cultura filoeófico-jurista portugoesa até meados do século XIX» (2).
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CAPITULO XI
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— 336 —
que ambos sonhavam. Vernei faz tentativas de aproximação, mas Pombal
ranmente exterioriza a oonoordfinda com o pkno verndano que, a pouco
e pouco, vai perdendo ten«no. Nesteperiòdontm-flejánafafleda refonna,
quer dizer, no segundo aspecto da revolta, que não se limita a criticar ou a
ridicularizar o estado de cousas antigo, mas legisla e constrói, em obediência
às novas directrizes
Ainda não eram volvidos cinco meses, após o cncoiamento das escolas
doi ioaciaiios (7 de Feveieiío de 1759), apareceu o alvaiá de 28 de Junho,
que se propunba «repaiar os estudos das Ifnguas latina, grega e liebiaica e
da arte reihoiica, da nitta a que estavam reduzidos, é restitnir-llies aqoelle
antigo lustre que tez os Portuguezes tão conhecidos na República das Letras,
antes que os Rcliciozos Jesuitas se intromcicsscm cm ensiná-los». Ficavam
abolidas intciramcnlc as Classes c Escolas dos mesnuis Rcliçiosos. rcncn undo-se
«o Melhodo antigo» e seguindo-sc o que actualmente se pratica pelas Nugoens
polidas da Enropa». Ao mesmo tempo que se estabelecia o quadro dos Pro-
fessores de cada disciplina, criava-se o lugar de Director dos Estudos, rqiula-
mentando-se em termos gerab as suas funções (1).
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— 337 —
Por meio de um edital, o Director dos Estudos convidava os candidato»
às novas cadeiras, a propoitm-se para os lugares postos a concurso. Como
era natural que aparecessem os disc^ndos dos inadanos, e além desses nlo
grande concorrência, ordenou-se ao Reitor da Universidade de
se esperasse
Coimbra, no primeiro dc Outubro de 59, que fosse nomeada uma Junta
para os examinar em filosofia (1).
Cl) T.T. UbàÊL do Rdno. voL 417. p. 34v. e GMiloao, IMCL — IMAto Bngt
publica todo o documento em H, IIT, 347-8, bem como Do, II, 38-39.
(2) — Minist. do Reino, voL 417, 46v. e 47 e Catálogo.
T.T. p. Farinha trans-
eravM) on Mtanor, 49>S0i
(3)T.T. — Minist. do Reino, voL 417, p. 67.
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— 338 —
o reino». E suplicava a £l>Rei fosse «servido mandar estabelecer aulas
de filosofia nesta Corte, na Universidade de Coimbra em Évora, Porto, Braga
e Santarénw.
«O método e sistema deve ser o experimental que se hoje observa em
toda a parte do mundo, mais bem instniido. e que já há muitos anos se pra-
tica, desterrado o pcripalótico, sdfíslico c cheio de especulações inúteis e
prejudiciais». Propunha os professores seculares, de preferência aos regula-
res, «pelas iBzOes que, repetidas vezes, com diversas consultas», tinha posto
na real presença. Em súmula, repetia-se, neste documento: «a sua filosofia
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— 339 —
-65), Física Geral (1765), Física Particular (1766) e umas Theses Historiae
Fldiost^ídae, sem data (1). Por ino, a 3 de Julho de 1767 se podia atestar
que o Dr. Bento José de Sousa Farinha tinha lido Filosofia na Univenldade
de Évora, ditando Lógica, Metafísica, e História da Filosofia (2). Na lógica
e na história da Filosofia segue confessadamente a rota verneiana. Mas tam-
bém para a Metafísica recomenda o Arcediago de Évora, de preferência a
Cenovesi, considerando este mais uiil para os Professores (3). Na Fi&ica
Geral servíiMe dos «melliores físicos»: de Pourdiot, Jacquier, S*GravesMid^
Pedro vau Musschembfoek com notas do Genuense, Clerc, Boile, Lemcmnier,
Joio Biqstista e Teodoro de Almeida (4).
É esta a orientação do estudo da Filosofia em Évora nesta primeira
fase do magistério de Sousa Farinha, que se extingue em 1767, quando ele
vai a Lisboa tratar do seu despacho (5), que ainda há-de demorar três anos.
Vide B e The.
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— 340 —
Musschembroek era newtoniano apaixonado (1). Apesar disso nlo
deqnexa LeUniiz, nem tSo-pouco o «acntissiniiis GBrtesíiu», mas de modo
algum pode admitir que a natureza dos corpos se coloque na eztensSo.
Inqpr^nado do sensinno conente» defende que, como as leis da natureza
se conhecem só cem as observações dos sentidos, sabemos da existência
dos corpos por meio dos sentidos. O Gcniicnsc, neste ponto, anota que não
se pode mostrar essa existência com evidência matemática, mas sim simples-
mente com a evidência dos sentidos (2).
Nesta observaçlo, é fácil collier as doas linhas mestras da Filosofia
do italiano: ttnwfnro e matematíciinio. <{í.eihnig! e Locice sio os seus pre-
ndes» (3). No entranhado amor à matemática, afasta-se consideràvel-
mente de Vcmci (4). Estas poucas ideias ajudam-nos a fixar o rimio que
à Filosofia se imprimiu cm Évora. A História era leccionada pelo Àppa-
ratus de Vemei, com consulta directa de Locke, Malebranche, Genuense,
Stanlejo e ftuloer.
No tercdro ano (1771-7^ estudouFse Metafísica, Retórica, Filosofia
Mon! e Filosofia Civil ou Polilica. Fercorreu-se o Direito Natural e o Direito
Pátrio, seguindo, entre outros, Burlamaqui, Wolfio e Thumigio. E com isto
terminou «a primeira carreira dos nossos estudos» (5), isto é, o período em
que livremente imprimiu ao ensino a orientação que muito bem quis.
«(Neste anno sahirão os novos estatutos da Universidade de Coimbra
c tíveffio os meus disc^idos a foitona e glória de seiem os micos que se
apreaentarto na Universidade com todos os preparatórios que pedifio os esta^
tittos para se matricularem nas sciencias mayores».
Acreditamos, dadas as circunstâncias do ensino nos outros centres
escolares que vamos ver. «Com a publicação dos estatutos da Universidade
ficou limitado o meu ofício somente às faculdades de Lógica, Metafizica e
Ética, dando tres nmes cada huma destas faculdades, tomando todos os
amios descqmlos como ftsso adie o dia de lioje»(^ Assim tennina, pois,
o eido vemeiaao e, a bem dizer, o ensino mais intensivo da Filosofia em
Évora.
Ao terminar o ano de 1767, D. Tomás de Almeida recalcava novamente
a consideração dos «^avissimos prejuízos que há de não haver aulas de
(1) €..Jiivnta, <iiiíInis lOiíilrii Newtoum (Dlnd BriliniM dcens et coi anila lecola
parem tulenintO Philosophiam a uiplillcivlt avide andpai».— Ekn, 9.
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341 —
filosofia, ot quais cresoem com a dilacção» (1). Foi então que as primeiras
noçOes de FíkMofia reentiaxaoi em
no enimo oficial. Quanto às
Liiboa,
restantes disciplinas, além dos dois professores de OnuoAica latina cm
1759, de nm de grego que faleceu um ano depois, deixando a cadeira vaga
por sete anos, foi nomeado o Professor dc Retórica e Poética em 1765, logo
substituído por Nicolau Tolentino de Almeida no ano seguinte. Tolentino
«semo dois unnos com muiiu aceitação e proveito dos estudantes». «Fes
seus actos puUicos em Rectorica e Poética e sua oia^ ktina a fonr os
estados»(2). Fd snbstituido em 1768 por Misniid de CSsstro, que fez «seus
exames puUicoa sobre as oraçOes de Gcero e suas ocaçOes latinas de abrir
e fexar os estudos». Também este Professor se não manteve no Páteo das
Aulas da Universidade extinta, mais que três anos, tendo sido substituído
por José Feliciano Coelho que saiu após dois anos (3).
No extinto Noviciado da Companhia de Jesus, o Hospício de S. Fran-
cisco da Borja (4), vulgarmente conheddo por Noviciado ou Hospício da
Cotovia, instalarsm-se a princípio nns «seminaristas» que, a 12 de jPevereiío
de 1761, passaram por ordem do Conde de Oeiras, para a casa que no sitio
de Arroios habitavam os mesmos Regulares extintos. Deste modo conseguiu
Carvalho e Melo, depois de convenientes adaptações, casa decente para o
Colégio dos Nobres, criado por carta de lei de 7 de Março de 1761 (5). Apesar
de os Estatutos do Colégio se terem publicado nesse mesmo ano (6), o Pro-
fèssor de Retórica, encarregado de também lecdcoar Lógica o Cónego —
José Caetano de Mesquita e Quadros, só foi nomeado por Decreto de 19 de
Setembro de 176S (7).
A orientação seguida denuncia a influência de Vemei, mas o lugar que
a lógica ocupou no quadro dos estudos deve ter sido reduzido. É o que
se infere do facto de, em 30 de Outubro de 1766, apenas um ano depois, o
Reitor do Colégio sugerir que o Profiessor de RetMca desse breves noQOes
de L^sica no primeiro trimestre. A Mm aprovou a sqgestSo de Mesquita,
que certamente trilhou o caminho aberto.
Referente ao primeiro curso, existe um documento que deixa entrever
as línguas gereis do lumo que o Professor se propôs seguir: a Oração sobre
(1) T.T. — Minist. do Reino. voL 417. 82v. Ver também H, III. 3SS e 358.
(9 MBBiar.21.
(3) Mcmor 21v.
— Minist
Kdno
(4)
(5)
T.T.
Carta de éaaçÊa db
vol. 154,
<k>
2 e NatUa ãékn ã
M
Reino, 53.
Cettttl» doa Nébm»
• Rmiasta da
T.T. Minirt. do
Rui CoUtth in No^,VoA,9f,
(6) Estatu.
(7) T.T.— Mmiit do Reino, voL 1S4, 71v.
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— 342 —
a restauração dos Estudos, proferida já em 30 de Setembro de 1759, no «Hos-
irfcío da Cotovia», penmte o Monaica. o Ministroe o Direetor dos Estudos (1).
(1) Omç.
(2) T.T. — Nfinirt. do UBino, voL 364» 79.
(3) Oraç. 28-33.
(4) Esutu, 15.
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- 343 -
mais, quando sentenciava que «a Lógica e a Metafísica, hoje explicadas por
um bom mestre, é estudo de quatro meses, se se eiqdicarem os compêndios
que destas cMncias se têm escrito em muitas partes da Europa» (1). De
Fbica — estabeleciam os Estatutos — «só o que nela há de sólido e de pro-
veitoso» ; «só o que for demonstrável pela Geometria e pelo Cálculo ou quali-
ficado por experiências certas».
Para promover os bons costumes mandou £1-Rei traduzir «os três livros
das obrigações civis de Ckero». «Mas, como ainda ficava soido necessário
escolher outro livro para o estado inmcipal, que é o das ObrigsçOes Cristis,
buscoo-se escritor da Moral cristS, grande pela sua autoridade e pela sua sabe-
doria, cuja lição viesse suprir o que naqueles primeiros três livros indispensà-
velmente faltava» (2). Esse autor foi Santo Ambrósio e o livro é O das
obrigações cristãs, cujo rosto damos na Bibliografia consultada.
Tudo isto, porém, era muito pouco, em comparação com o que antes
havia e os que, por qualquer motivo, tinham interesse no progresso da Filo-
sofia, levantaram o seu clamor e expuseram sòbriamente o que pensavam.
Foi no ano de 1766 que um grupo de «Mestres em Artes da Universidade
de Coimbra», reconhecendo que «depois da exclusam dos Religiozcs da
Companhia de Jezus deste Reino, se tem aplicados os meios mais propor-
cionados paia se regularem os estudos que eles dirigiam, «com excepção
da Filosofia, pediam que se pusesse a concurso as cadetras desta disciplina.
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contra o ensino dot fitades, que siab ttide m liá-de avolumar. Nenhum
de^ncho recaiu na petiçfto e o assunto ficou aguardando melhor oportunidade.
De CSoioibn, onde o FiloMAa metafísica tinha alcançado grande eq>lendor
nos tempos passados, impetrava João Mendes da Costa, a 22 de Dezembro
de 1766 que se não protelasse por mais tempo a nomeação de dois Professores
para a Universidade (1). Já antes, cm Abril de 65, ele indicara um nome
para «uma cadeira de Lógica e Metafísica» (2) : o P. António Soares Barbosa,
que veio a ler nomeado de Lógica a 10 de Feveieiro de 1763 (3).
i»ofeflior
Pknioo taapot poiém, se deve ter demorado, ao menos neste primeiro peifodo,
visto haver cafdo na de^raça de Pombal. Enoontctfmos na Torre do Tombo
a oonnmicação da sua prisão, efecttiada na segunda metade de Dezembro
de 1768: «... o sobredito hera o que expedia as cartas da excomunhão manus-
critas (questão da Jacobea; refere-se ao Bispo de Coimbra, D. Miguel da
Anunciação), por saber que na Mesa Censória se reprovavão» (4). Nos pri-
meiroe dias de Arneiro a^Mnte tomou conta da aula, o Dr. Francisco Jocé
da Costa, Mestre em Artes, «para ensmar Filozophias modernas, que tem
estudado de sorte que pode ficar bem suprido do sobredito» — imforma o
Desembargador Joaquim Geraldo Teixeira (5).
António Soares conseguiu sair da prisão e ser o novo Professor em 1772,
como veremos mais adiante.
As aulas no Colégio das Artes devem ter começado no mesmo dia em
que Soares participa ene acontechnento: 9 de Março de 1767(^ Mo se
conservam poetilas do corso, mas sabemos por Vemei que se ad<^va a
sua lógica e ittsbtia-se pela publicação do De Re P^aka. Também em
Coimbra, por conseguinte, o Arcediago de Évora assentou arraiais nesle
período, com manifesta preponderância sobre ds demais autores.
Para esboçar as ideias do Prolcssor dc Coimbra, dispomos do Discurso
KÒre o bom e o yerdadeiro gosto na Filosofia, impresso no ano de 1776, que
se pode considerar como que a introdução do corso. A dedicaçio a Pombal
deve-lhe ter grangeado a nomeação. Não havemos de ser sectários de Filó-
sofo algum em particular —
esclarece a breve trecho, sublinhando ser esse
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lun defeito que manifestam muitos dos que passam por modernos. As Lógi-
cas dos antigot «com zazSo se podniam dhamar (...) instnimentos para
falar mal e disconer pioi». «âNIo cansA piovdto algmii, o modo com qne
se costuma tfatap> a propoiiçio e o ailogisino. Bm vtat das sikgfs- ngM
ticns, devemos cootQDtarMioB «oom tmia ou outra das negras gerais que aigmis
modernos inventaram».
É muito útil tratar Os principios do Direito
a Morai depois da Lógica.
Ihbttnai são os ftodamentos da Moral.
Mais adiante pondeia a origem,
depmvaçlo e os males que a Metafbiea tem causado às mais ciências, aca^
bando por concluir que a boa Lógica faz escusar ainda o mesmo estudo da
verdadeira Ontologia. Na Física predomina a ignorância da Natureza,
segundo acentua sem rebuço. O aristotelismo que vigorou por tantos séculos
na Europa, afectava saber o que ignorava. Considerava Descartes como
vencedor e destruidor do Aristotelismo, merecendo, por isso, a nossa admira-
çlo e o nosso reqieito, apesar de nlo dever ser seguido. Com Newton atin-
gimos o restabeieGimento da >enladeini Fbica, emboca se tenba de censurar
nele certo abuso de cálculo (l).
mente se concederá que as não tivesse lido e até servido delas, mais do que
de qualquer outro autor. Áliás, a de se refere o próprio Vemei, cm carta
inéditadirigi a Pombal, a 21 de Julho de 1768, quando suplica amilio
monetário para inqprímir a Ffnca. Entre os que, da Pátria lhe solicitavam
a ImpiBSilo desse volume, contavam-se «especialmente aqueUe leitor que
no ano pasado por ordem de Sua Magcstade foi ler a minha lógica no Col%k>
das Artes de Coimbra, o qual a dczejava logo pêra o Outubro» (2).
(O DiK. 5-59.
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o ex-Oratoriano que putenteia mais leitura directa dos Filósofos modernos.
Pueoe-lhe Locke quem Isvoa a palma na Tdfonna da Lógica e, por
qjtie foi
isso, segiie-o fartamente, sem deixar de consultar Brixia, Corsino, Gcnuense
(1) Gra.
(Z) Sotve loácío Monteiro, veja-se ainda Ina.
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sãmente, Vemd iqmaicNMe a etciever f«a liiboa, ao Miniitfo Aires de Sá
e Melo» na eq>eiança de que, denondandp a inferioridade da obfa de Mon-
teiro, poderia captar as boaa gtaças de Pombal para o uai De Rt Phj^ea,
Havia-lhe escrito directamente cinco meses antes, expondo as dfficuldades
que obstavam à sua edição, sem obter qualquer resposta. NSo temia que
a Física do jesuíta fizesse sombra à sua, porque divergiam muito no essencial.
O que o Icvuvu u insistir era uma ainda maior diicrcnça que o oprimia: Mon-
teiro editara lete volumes no mesmo ano, «ed io ancora nonso quando potrò
stampare i miei» (1).
Editou-os mais tarde, i sua custa, mas o Marquês de Pombal nem assim
os aceitou para livro de texto nas escolas portttgiuesas, apesar de nenhmnoutro
português SC haver abalançado a tarefa semelhante.
Entrara-sc realmente, num período de inércia no cam]>o do ensino,
porque outros assuntos reclamavam mais as atençOes do Ministro. No
seiode algumas Ordens Religiosa» notavapsc igial marasmo, nlo se adiantando
grande coisa ao esforço passado Entre os Orstorianos de Lisboa distÍQgne-se
o P. António Joaquim, autor de um curso (1763-66) que se guarda anónimo aa
Biblioteca Nacional (2) Segue confessadamente «o nosso Baptista», como
iniciador dos estudos modernos na Congregação e homem de valor que
soube equacionar os problemas filosóficos. Mesmo em Fisica, não é Teodoro
de Almeida que o norteia, mas S*GfKVBsamle, Wolf, Musdiembroek, Kell
e Baptista.
Como os seus confrades, António Joaquim professa o eclectismo e
declara-o na portada. Divide o curso em quatro partes: Lógica, «Metafi-
sica ou Ontologia». Física e Ética. Na Lógica trata das ideias, do juízo,
(1) Ckrta de Vemei a Aires de Sá, 29-X-1766. Apud £. 111, 386-390. Sobre «IB
poeto, ¥ar VSmeyl, Í6ã5.
(2) Philoso. Sobre o curso w Rn, 279. Do memo PtofiMor, ona cniiaa a
umas Conclusões, em Ine, 30.
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cum fimdamento inree rationis ratiocinantis (1); respondeo negando maiorem:
ad eonse^pmtítmem fmmakm requMtw,,.
Gomo adora a brevidade, tão áboidaiá a BBstória Rloiófica. Quan
necessitar, estude-a por Gofsini ou Vemei. Ocupa o livro I com noçOes de
ideia clara e distinta, compreensiva, adequada, absoluta, de substância c de
modo, concreta e abstraia, comum e universal, vaga c determinada, pres-
cindente e abstraentc, simples c composta; dos sinais dus ideias, isto é, das
vozes. Com Joio Baptista, o P. Antánio Joaquim afiima qut a proposição
fjgo sum fiUsa, é veidadeiraacnte iidia e nio aímnltlneameate yenladetn
e fidsa (2). E demom-se na sohigio de dificuldades.
Bastem estes exemplos para se ver que as Lógicas, chamadas modernas,
ensinadas nas escolas oratorianas, substituiram, por vezes, uns problemas
p>or outros, igualmente ociosos ou de somenos utilidade. A oposição ao
sensismo inglês manifesta-se com clareza. A ideia, como acção e operação
da nossa afana, também goza dc esiuritualidadc. Difere, pois, absohitomnite,
do «fantasma mateiial que se pinta no cirdiroP). Subetância, para o
P. Antánio Joaquim c, por exemplo, o bronze de que ae oompOe um globo
qualquer; como modo será a redondez^a do mesmo. Apesar disso, a ideia
clara de substância nâo envolve ncccssàriamcnte a ideia de qualquer modo
físico determinado (4). Na definição confunde, como se vS, substância e
matéria segunda. No esclarecimento parece já desligar-se do material.
Na Metafísica s^e, nas linlias gerais, o método de Vemei, sem con-
tudo o confessar expressamente. Nio a despreza, como alguns modernos,
maa também nlo se demora tanto com ela como com a Légka. Bnaitta
que os corpos constam de átomos indivisíveis mas extensos, porque, «a essên-
cia dos corpos não está na individualidade». Esforça-sc por mostrar que
Aristóteles e S.Tomás julgaram que a forma substancial material não difere
da matéria reafanente, mas só ratkim —
e nlo tem ser nem é gerada por
cousas naturais. Para o Oratoriano, foima substancial material nlo é enti-
dade realmente d^ft^ntu da matéria: wntín^ tio rtunaiHr na dispoaiçlo das
partes da matéria.
O
volume da Física é um bom compendio sistemático dos temas ver-
sados nessa ocasião no âmbito da Filosofia, com a exposição dos diversos
sistemas que tentaram explicar cada problema. Referem-se as várias sen-
tenças aoeica da cansa da gravidade e emite-se paieoer. Sentenças de Gaa-
sendo, de Descartes, de Duhamel, de Lenút:^ dos Perípatéticos e de alguns
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— 349 —
modernos. NSo te decide por nenhuma, guiando diz, mas acabe por dedarar
que lhe sorri mais a dos newtonianos que afirmam ter ainda desconhecida.
Rejeita, poiém, as i^HoiOes de Newton sobre a luz, leffexio da luz, e sobre
as cores.
Ele não se alia a ninguém em particular, para poder escolher a Filusoíia
mais comum e divulgada em todo o orbe. Divide a Física em seis livros:
no primeiío estuda o movimento e soas pnqnkdadcs e kis; no soando, o*
princ^MOB senshms das oousas —
fogo, ar, água e terra; no terceiro, as quali-
dades mais comtmt dos eorpos; no quarto, os corpos dotados de vida; homens,
animais c plantas; no quinto, corpos sem vida: celestes c terrestres; no sextO
finalmente, os entes espiriluais. Deus, anjos e :ilma humana.
Na do último fira do homem c da verdadeira
£ljca ocupa-se largumeule
felicidade. Ê aqui que o nome de Aristáteles surge mais frequentemente.
Até chega a demonstrar que a defini^ aristotélica de felicidade concorda
com a doutrina católica. Investiga também problemas da vontade humana,
em que foca, por exemplo, a liberdade do homem, a noção e justiça das leis,
origem do Direito Civil, etc. No tíltimo livro, dos três cm que se divide,
expõe os meios de conseguir a felicidade. Aí se debate a questão da mora-
lidade dos actos himianos c princípios da moralidade. Ao tratar das vir-
(2) Ver pedido dc impressão e censura de João Guilherme Cá^Stcao MuDer, OBOaor
Régio, de Lisboa 21-11-798 (T.T. —
Mesa Cens. Est. 6. Prat. 7).
Ru, 269-270. Em Carta de 2-7-793 diz ele próprio que «ahi rccoiiú tudo o
(3) bom
qoB adwi al6 estes cUmioos nodenm» CBJ.B. a.* SS, CXXVD/M^
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— 350 —
leccionavam às meninas no Mosteiro das Religiosas da Visitação por ele
fundado (1).
Fmalmeiite tembraiemos o caso do P. António das Nem Bsfdn, Piro-
jfèssor Régio de R. tórica c Poética cm Penafiel, que prefaciou o Feliz Jnde'
pendente do Mundo c da Fortuna (1786) e na última década do século publicou,
nas Memorias de Litieratura Portugueza, da Academia das Ciências, a que
pertenceu, um denso Ensaio Critico sobre qual seja o uso prudente das palavras
de que se servirão os nossos bons escritores do séado XV e XVI e deixarão e^ue-
os que d^eia se seguMo até ao presente (2).
O autor mostnMO muito conheoedor das obcas de Teodoro de Almeida e
mesmo identificado com ele em matéria de literatura. Fntrou mais tarde
na Congregação. Também patenteia conhecimento dc Vcrnci, citando-o
mais dc uma vez, no Fnsaio critico. Sobre o estado da eloquência c da poesia,
(1) G£CtetadBTB0daied»AhiKida,<k2SiIV-1786CBJ>.&,iL*54»aocVIl/2-l^^
(2) BdmL
C3) Bd.
(4) Bdhí, V. 159. 188 e 225.
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as Casas dos Oratorianos, dc inspiração francamente hostil a Fnsdcs. Segundo
esse autor, cujo nome se desconhece, por não estar assinada a minuta, não
só o hospicio das Necessidades, mas também as casas de VlMue Porto deviam
sofrer essa modiflcaçllo, exdnindo, porém, as de Freixo e ExtrenAs, por
as coiisideiar de fimdaçio duvidosa ou dandestíiia, quer diaer, sem autoriza-
ção r^ia. O firadamento era este:
«Lembro-mc que vinte Congregados occupando o vasto edifício das
Necessidades, sendo reduzidos à sua origem de puros clérigos; nenhum uzo
podiam ter melhor de que empregarense em Professores de hum grande Colé-
gio que está feito e dotado. Aliás para confessarem, sio escuzados; e para
habitarem hum tamanho edificio e comerem descansados o seu dote, sio mais
que sobejos, onerosos e lesivos ao publico» (1).
Entre os Franciscanos predominou nos primeiros sessenta anos deste
século, a figura dc Duns Escoto e dc Frassen. A pouco c pouco o termo
ecléctico foi-se encorpando, também nos Franciscanos, com novas achegas
da Filosofia Moderna, numa tentativa louvável de alcançar a fusão do antigo
e moderno. Ghcfa-se assim a uma nUoupUa Scotka Edeaica, ditada em
1768 no Convento de S. Firancisoo de Lisboa por Fr. António da Imaculada
Conceição Cascais. Apenas vimos o volume da Metafísica. A primeira
parte dcnomina-se Ontologia ; a segunda Pncumatologia c a terceira Teologia
Natural. Perfeitamente mtegrado no movimento moderno, rcbate-se a
tese de Berkeley que nega a existência dcs corpos, e a de Malebranche e, em
globo, os «ddealistas» e «materialistas», a req>eito da ínter-aoçio da alma
e do corpo (2). As Conehaiones ntío$ophkaa pro prima MeU^yskes
parte. Ontologia scUieet e as Pro secunda Meta^tysices parte, Pneumatko-
logia seilicet foram impressas cm Lisboa, no mesmo ano de 1768.
Com a subida de Cenáculo a Ministro Provincial (1768) mudou notà-
velmente a fisionomia espiritual das aulas na Ordem Terceira. Nesse ano
teve oportunidade de assistir ao Capitulo Geral de Valença (3), onde gran-
geou nome ilustre (4). Apioveítando o oportuno ensejo, requereu licença
para reformar os estudos da soa Província. Logo no ano tcgoáObt safa da
Tipografia Régia o Plano dos Estudos para a Congregação dos Religiosos
da Ordem Terceira de S. Fra/u isco do Reino de Portugal, tomado obrigatório
por patente de 13 de Jtmho de 1769 (5). O Rei, peio punho do Conde de
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— 352—
Odns» também aprovava o Plano apremlaido pelo lAifíiiistro Fcovincial
da Terceira Ordem da Penitência».
Este Plano de Estudos coloca-se no meio das medidas pedagógicas pom-
balinas de 1759 (rcfoiTna dos Estudos Menores, a que se prdcm juntar os
Estatutos do Colégio dos Nobres — 1761) e 1772 (Estatutos da Universidade
de Goimbn). Repfeientam, porém, notável esforço no sentido de se adi-
antar i detemrimitfio do Mniiitro, no qne
ao ensino dentro doa
respeita
Glaiistros, a qual só veio com Era o primeiro
os Estatutos Universitários.
passo, públicamente oficial, para a libertação do «método irregular que no
Reino introduziram os Jesuitas»... Custaram trinta anos de «trabalhos
duros», como escreverá o próprio autor, um ano mais tarde (1). Ao Profes-
sor de Filosofia se ordena que no primeiro ano ensine História da Filosofia,
Lógica e Prind^os de Geometria; no s^iondo, Fbica, Ontologia e Rneo-
matologia. Sobfe Fbica adverte q[ue bastam «ot primeiros princ^Mot e as
noçOcs indispensáveis das questões principais, porque o capital das nossas
aplicações será de assuntos eclesiásticos».
Como livros de texto indica os seguintes, para substituição das «obras
de mau gosto, por que em outro tempo se estudava». Para a História, Lógica
e Ontologia, Luis António Vemei. Rsra os princípios de Geometria e Física,
o P. Bríxia. PUa Fneumatologla («daiá algumas liçOes de...»), o «Oenoese».
No terceiro ano fiimiliariiaivanwe oom a Ética e o Direito Natural «imn —
das aplicações que há-de promover com mais cuidado o Professor de Filo-
sofia». Livros de texto: Ofícios de Cicero c de Santo Ambrósio, para â
Ética; Burlamaqui para as lições de Direito (2).
como se traduz n-i vers3o latina — preferimos utilizar a primsta tUflÊO, até poCHIiS OS
oolecçio, por vezes se omitiram ponneoores intetessantes.
0) MemóriM, 197: VMala anos, «té ao pw ieii e d»
t 1710 tíai oonido do tnhallM»
dnros...».
(2) Plano Estu, 27.
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Encadernação do exemplar do De Re Physica oferecido a Pombal.
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ad Iheiam). Algumas oomas da H&t6fm Nrtnral de Vúíào. É no $ 6.^:
livroB fvâprios desta Aula (FBosofia), qtit os autores modernos, religiosos
C profanos, dominam preponderantemente: Corsini, Purchot, Jacquier,
Genuense, Brixia, Clerc, Arte de Pensar, Tschimhaus e Langio (Medicina do
Entendimento), Du-Pin, Locke, Malebranche, Facciolati, Weis Vemei, Soria,
Wolf, SCOravesande, Musschembrok, Nollet, Phiche, Bnicker, Stanki, Vossio,
Desbndes» OqiassiO).
Juntamente oom os Qfídos de CSoeio e Santo Ambrósio recomenda
egora a «Ética» de Aristóteles e os «Caracteres» de Teofrasto e de
la Bruyère. «Servirá este exercício (de leitura), para que os discípulos se
encham de boas espécies e conheçam os autores que podem consultar, a
tempo oportuno».
No §4.<» exige cdofOsaniaiteqmt8n]iam«aiidadoeipeeial em oon^
os estudantes de forma qne stó ignorem o que se contestava à forga de sub-
tilizar, em outro teni|K>». Deixa a liberdade de etoollia, entre o método
dialogistico, de discurso e o dos silogismos, contanto que estes não ultrapassem
o número cinco (2). Proíbe todas as questões de possível. . . Porém — acres-
centa — atendendo a que algumas condiacm para o conhecimento essencial
dos objectos, dedara-se que só poderão ser tratadas aquelas poucas (...)
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— 354 —
o PUmo dos EsUuhs para os Religiosos Observantes de S. Francisco da Pro-
yinda dos Algartes — em tudo ao precedente, excepto no Prólogo.
igual
Resanma, por demais, ódio aos imunes e infliiteoia de Vernei e Fombal,
a ponto de recomendar, para o estudo da nossa língua, entre outros livros,
a Dedução Cronológica {]).
Pcrccbc-sc a rcacçilo provocada pelo novo Ratio Stiidioruni, no seio da
Congregação da Ordem Terceira, ao ler a Disposição 3.^ do Superior Provin-
cial(2). Évm Faieiae sobre a execução do Plano de Estudos» ÔBtaáàdc IA
Janeiro de 1770. Nela iffocura Cenáculo desfezer o ftmdamento das qpieixas,
qne os mais velhos decerto, propalavam em conversas particulares. Reforça
a sua posição, comunicando de novo que o Projecto «foi consultado com a
madureza que pedia semelhante assunto». «Ouvimos os pareceres dc homens
sábios de dentro c de fóra da Província — acrescenta o futuro Arcebispo
de Évora. Consultámos a experiência. Ele é efeito da lição reflectida,
dos bons exenq>los e do amor e zelo com que desejamos promover o adian-
tamento e reputação sólida da nossa Congrega^».
E por estar convencido de que «quem tiver alguma ideia das reformas
das letras, achar-sc-á com boa disposição para saber dissipar cm si as preo-
cupações (isto é, os preconceitos) e para gostar deste projecto, lendo mais
um estimulo para cooperar ao seu desempenho» — dar-se-á ao trabalho dc
redigir um
Sumário sobre a Refoima das Letras na Europa (3).
É ai que explica a sua athude para com a Escolástica, talvez em res-
posta a sérias censuras. «Escolástica é aquela a que muitos chamam Aris-
totelomania, não por haver sido entretida a paixão dos Escolásticos nos
bons escritos deste Filósofo, mas sim no exame do que ele deixou pcrpètua-
mente enigmático c que os árabes mais confundiram nas versões e cc^mentários.
Aristotelomania também sc pode entender dos que trataram com um imper-
tinente apuramento de expressóes silogfsticas, as matérias a que se aplicavam,
pronunciadas àridamente sem ornato, pretendendo fiizer-lhes original o
método de Aristóteles» (4). «O sistema escolástico moderado e que verse
sobre assuntos graves e unido às regras não só é útil, mas neces-
criticas,
sário. Ele é indispensável para que haja ordem no estudo das matérias,
como ensina Gobinet».
Reconhece o erro em que caíram os Filósofos modernos: «quizeram
também diq)ensar-«e doi influxoa inipreteiiveis da Religião (...); entrega-
ram-se(...)à liberdade de pensar». E porque tainbém ele pertence ao número
O) HnoBrtn, 26.
(2) Ver acerba crítica ao Plano em Diss.
(3) Disposição 4.' do Superior PovindaL
(4) Disposição 4.* do Supedor Broviíicial, 6.
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desses «homens verdadeiramente sábios e zelosos, que distinguem entre a
ineUgilo decidida e o amor de filoacfim», 4isoiibe sempre oondenar os
esciitoi doe autoiei» que permitem ae lhes diga serem amigos da Uber-
dade a que chamam nzio, mas é i»ecí|)iciOk pois se e.>queoeram de
ter vindo Cristo ao mundo reformar e aperfeiçoar a Filosofia pagã (1).
Foi o que ele fez como deputado ordinário no Tribunal da Real Mesa
Censória para o exame e censura dos livros, e siunàriameate repete no lim
do parágrafo da FHoaofia.
Dos Filósofos modernos aproveita as descobertas no campo das ciên-
cias e as conquistas, talvez pouco fírmcs, nos domfiiios da Ldgica. No § V
do Apendix Primeiro sobre a Reforma das Letras na Europa traça ràpidamente
o panorama desse movimento. Faz larga apologia das academias cientí-
ficas, das bibliotecas, dos seminários de formação sempre no seu incon- —
Amdível estilo de reformador iluminista. A execução disto mesmo que agora
encomeava, constttoi, sem diMda, a parte mais apredávd das reformas de
Cenáculo.
Por fim nSo queremos deixar de assinalar a possível influência dc Vcmci,
pelo menos no título da obra Verdadeiro Methodo de Pregar de Fr. Manuel
da Epifania (1.° vol., Lisboa, 1759; 2.*^ vol., 1762). Dir-se-ia mesmo que o
Franciscano pretendia divulgar no seu meio e por forma ainda mais persua-
siva as ideias que o Barbadinho deixara diqwrsas na enmdopédia teórica
<í!ateíB.oVerdaddroMéodoáeEatuáar, Dinjgfaido-se i4<» lelfor, Fr. Iifomiel
expfle as suas intençOes: Neste tempo em que tanto se zela a perfeição dos
estudos da nossa Pátria, não he justo que o Ministério sagrado do púlpito fique
no antigo estado. Abre com uma OraçSo fúnebre na Morte do Senhor
Rey D. João V, recitada no Convento de S. Francisco da Cidade do Porto.
Usando estilo simples, pureza de linguagem, rejeita misturas da mitologia...
«Também os ditos dos Filósofos não devem entrar na Oração Sagrada».
Não admite dvisOes do discurso e iqnesenta peças oratórias que julga modelos
de primeiro água (2).
Os Carmelitas Descalços seguiram mi esteira dos Franciscanos, publicando
também um Método de Estudos (3).
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também soprou a aragem moderna, numa tentativa louvável de elevar o
nf¥eldos seus estados c paitee qoe sob a ^jde de Vemei. Ao ooi^aiito dos
estados de Teologia e Fiosoia no Convento de S. Domingos, davam a desi-
gnaçio de Universidade do Real Convento de S. Domingos de Lisboa. Por
Breve de PioV, dc 3-iii-1572, os Dominicanos podiam fundar Universidades
e conceder graus aos seus alunos e pela Corislituiçio de Clemente XII,
(l-ix-1733) estavam autorizados uté dar graus de Teologia a estudantes secula-
res (1).Respeitante a esta UnivBfsidade oonhecsmos om lim» áu BÊbiàu
que revela os nomes de Professores e alunos dentro, do período de 1756
a 1772(2). Deste manuscrito colbem-se os nomes de quatro «Lentes de
Artes» de 1761 a 1772: Dr. Fr. José da Rocha, Fr. Francisco de Mansilha,
Fr. Alexandre de S. José Lara e Fr. Vicente Ferrer. Do primeiro e último
há referências aos cursos dados, apurando-se que, enquanto o Dr. José Rocha,
em 22 de Junho de 1762 presidiu ao «circulo de Lógica Minori» c cm 26 de
Outnbio do mesmo aoo pitsidin ao «droulo de Lógica Majori», Fr. Vicenle
Fmera 15 de Junho de 1769 presidiu ao «drculodkJtelieffea».
Este titulo, longe da designação clássica ainda usada por Fr. J. Rocha,
identifica-se com o titulo da lógica vemeiana. O mesmo se diga do «circulo
de Re Methaphizica» e do «circulo de Re Fizica». Os círculos de Pneumatologia
e da Physica in particulari não andam longe da terminologia, aliás vulgarizada,
de Vemei. Este Fr. Vicente Ferrer ensinou ainda Matemática no mesmo ano
da FUca, sfgnindo-se a este o «dreolo de mota coiporom giavium tam soll*
dornm qoam fluidonun». A avaliar pelos tftulos de «pie dispomos, Fr. José
Rocha terá prelecdonado Lógica tradicional, mas «^ica» moderna.
Nesta Universidade Dominicana leccionava-se ainda Éthica sive Philo-
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Vemei. Seria interessante manusear os manuscritos filosóficos de D. Tomás
Gsetano do Bem, historiador da Congr^aQio dos Oérisos R^ulaiet de
S. Gaetano, e que ainda diqga a pertencer à Academia Real daa Cifticiaa de
Lisboa. Nasceu a I de Setembro de 1718 e fideceu aot 13 de Março de
1767 (1). Chegou até nós a indicação dos seguintes manuscritos: Institu-
ciones Philosophiae ; Pars I — De Rc Lógica; Pars 11 — De Re Physica;
Pars 111 — De Re Metaphysica. De Spiritualibus qualitatibus animac ratio-
sente a dor ou gosto». «A respeito do tacto externo, guiado pela recta razão,
nflo afinnarás que o calor e o frio estio nos corpos ; mas que, nestes há sòmente
umas certas diqKwiçOes, as quais os filósofos modernos chamam potências».
VTsmhéÉn, quando ouves, cheiras ou gostas, nflo julgarás que o som, cheiro
e sabor estSo nos obijectos (...) nem também afirmarás que os ouvidos per-
cebem os sons, o nariz os cheiros, que o paladar percebe o gosto; (...) a recta
razão que mostrará que sòmente a alma c que percebe os sons, os cheiros
(...), pois nos objectos se não acha outra cousa mais do que umas certas dis-
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358 —
que constituiam vefcolo indispeiisável da OttHuia europeia. Em 1761 edi^
tou-w em CoimlH», na buprensa da Unhrenidade, imia Artê de Gramatka
para iprancfer a Ungua Eranum por meio da Portugue2a, da autoria de Joaé
Arcângelo Jovene, «estudante matriculado em a Faculdade de Leis em a
Universidade de Coimbra, c Mestre das línguas Francesa e Italiana, na mesma
cidade. A censura do Paço vem assinada por Diogo Vornci. No prólogo,
o Autor alude a luna Ortografia francesa, que antes publicara c agora reedi-
tava no mesmo vohme: Orthografia Fnmceza reoo^Uada em regras (Are-
vladas e faeels para a pre^tçõo doa Prind^antea. Coimbra, Na QfiBcína
de Frandsoo de Oliveyra, impressor do Santo Officio, 1761. No Porto
imprimiu-se em 1767 O Mestre Francez ou novo Methodo para aprender a
Lingua Franceza por meio da Português, da autoria de Frandsco Qamopin
Durand. Teve 2.* edição em 1771.
Saiu também à luz o volume do já citado Dicionário do P. José Mar-
2."
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Joaquim José da Coita e Sá. fira «exUaliido dos melhoies lexic6grafos,
como de Antânio Vmerom, de Faociolati, de Fnmcioiiiii, do Dicioiiário da
Crusca e do da Uanersidade de Turim» e foi dedicado a Sebastilo José de
Carvalho e Melo (1).
(1) DkL
m T.T.— SutoOOeii». ReqiMdnMittw, CMdOM e MgSM. Ert. Ifi3, Fnt 6.
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que alguma pessoa, depois do edital do Conselho Geral de 7 de Junho de 1769,
wegat, defende ov tem por licitas as doutrinas de máiimas que «cciqmhende
o syBtona inthiilado Tlbaaer, majdmas, ExÊrddoãe (Htemmeku EipIriiiMeB da
Jaoobea». (Editd de 24-1-1771); q[uem soubesse ou tivesse oicvido que algumas
pessoas fação ou por qualquer modo concorrão para sc fazerem ajuntamentos,
aggregaçõcs ou convcntículos intilulados Dc Libcri Muratori ou Francs Mas-
sons, vulgo Pedreiros Livres ou com outro qualquer titulo, conforme a varie-
dade dos idiomas OBdital de 13-1-1793).
^[iToximando estes editais do de 10 de Novembro de 1738» referido
noutro capitulo, obtém-se a constante da linha de acçfto que se manteve no
tempo da censura do Santo Oficio e se continuou com a Mesa Censória e
ainda vingou depois desta (suprimida em 1787). Este novo Tribunal, que
tomou à sua conta a íiscaliz-açao dos livros, foi criado, como sc sabe, por
decreto de 5 de Abril de 1768, permitindo-se que um Inquisidor fizesse parte
da Mesa, oomo Deputado Ordinário
(1). O Regimento que lhe
foi dado,
estabeleoe rigorosa obrigsçlo de os seus dqmtados impecdonaran as Uviai-
riasde pessoas particulares e das Comunidades Religiosas, os Armazéns dos
Livreiros e as oficinas dos Impressores.
Regras pormenorizadas definiam o critério a seguir na censura dos livros.
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Dentre o» livros censurados neste período, avultam os de Newton, Fenelon,
Lodw, Veniei, Vottaiie e a^mis de feição protestante —
uns mdifenntes,
outros portadores do materialismo a que Fr. José Maigne proouon opor
um dique. Respeitante ao primeiro autor conhecemos a obra que tem por
título Príncipes Maíhematiqxies de la Philosophie naturale, cm dois tomos de
4.", impresso em Paris no ano de 1759 que, segundo Fr. Francisco de S. Bento
que a censurou, «he huma das admiráveis produções de Newton, traduzida
em Rances pek Maiquea de Chatellet, que nlo se Ugando seralmente às
pakviasilhistroaefeKniaisintdligívdaestegnndePliil^^ Omesmo
censor informa que «ella ajuntou hum Comentário dos princqMOS idativos
ao sistema do Mimdo e a solução dos mais belos problemas a este respeito:
obra em tudo digna da República das Letras e que £eue grande lionra a sua
illustre Authora» (1).
verslo verifiooiMe mais tarde quando à Mesa CSensÃría foi pedida aiitoria-
çlo para imprimir um resumo do mesmo Ensaio phUosofico.
De Vemei, ao tempo Secretário da Legação em Roma, foi censurado
o Essais sur les moyens de rétablir les Sciences en Portugal, resimio do Ver-
dadeiro Método de Estudar, por António Pereira de Figueiredo e outros, em
8 de Abril de 1769. «Nada contém que deva embaraçar a sua publicação» (4).
(1) Censura de Fr. Francisco de S. Bento, de Afocto de 1768. (T.T. — Meaa Oens.
M. SS).
CO Ens, 57, 58.
(?) Eds. 69.
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— 362 —
Neste período, Voltaire intentou infiltrar-se em Portugal, como nos outros
paises da Ettropa, enviando dhedameule algumas das suas obias ao próprio
Monaica.
Quando eclodiu o Terremoto, mais uma vez olhou interessado para
Portugal c escreveu sobre o Désastre de Lisborrne (1756). Noutras ocasiões,
pronunciou-sc sobre o último Auto de Fé dc Lisboa (1) c sobre Camões,
referindo-se várias vezes ao ncsiio País, emXI V, Candide
Siècle de Louis
e Com^tmiinetÇC^ Manual Martíniano 'idesafinintoii** o nosso Épico,
publicando a Canfwéukt nbn CanÕa (Lisboa» ITK^ O enviado na
Holanda, D. José da Sflva Pessanha mandou esses ou outros vofannes a
Sebastião José de Carvalho e Melo (3).
Em Edital anterior, de 24 de Setembro de 1770, a Mesa proibira obras
como o Duíioimaire Uistorique dc Pedro Baylc; Elemento Philosophica de
Cive, de Ttiumus Hobbcs; cbcriios vários dc Rousseau e Espinosa, como
Emile ou de VEdueatíon» du Ckmtraet Sodal ou Prine^ du JDroU PotíO-
que, jyatíatus Theologfeo-Polltieua, ete. e de Vohaiie como Lettree fídkh
ao^úques, Candide
ou rOptimisme, Dietktmabv fíiihÊ0^iique(4^
No seio da Mesa. porém, as coisas passavam-se de modo um pouco
diferente. Os deputados que deram parecer sobre as obras de Voltaire
dividiram>se em dois grupos: Pereira de Figueiredo e Fr. Luis de Monte
Carmelo sentenciaram que deviam proibir todas as suas obras, enquanto
se
Ft. Fhmdsoo de S. Bento exduia dessa i»!oÍbiçao algumas obm de histó^
de teatro. OjáexH>iBforiano, aoratuandoqiie»«emtodaae3itenslode]ivros
qpie tenho lido (e he notório que tenho lido muitas e diversas matérias)»,
acrescenta que pode c deve afirmar não ter achado outros mais ímpios mais
capciosos, mais nocivos que os de Mr. de Voltaire. «Elie he péssimo, ainda
quando parece bom: elle diffunde o veneno, ainda quando faz oraçoens a
Deos: ele inspiía insensivelmente hnm desprezo de tudo o que he Religiio e
piedade, ainda quando quer persuadir que só a piedade e a ReUgíIo o obriga
a manifestar os seos sentimentos: elle emfim he ímpio e blasfemo ate quando
se lamenta de o perseguirem por impio e blasfemo». Além disso, «todas as
suas Obras e especialmente a sua Carta ao P. de la Tour, estão cheias de
Elogios da Companhia denominada de Jesus e de desculpas dos seus pe&simos
(1) ÊpitreMCktMMerd'Ollf9mtirkétnkraeudtJblíkUtbamt,Qé^
(Bibliogr, 353).
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casuistas». De fonna que, concluía que todas elas deviam ser proibidas,
«mais ainda que as de Luthero ou Gahono».
A fim de evitar posafveis equívocos, adverte que gastou mais de dois
meses a ler, ponderar e examinar cada um dos dezoito tomos em doze, de que
na edição de Amesterdfto, 1764, constava a CoUectkm Complite des Oemna
de Mr. de Voltaire.
Fr. Francisco de S. Bento, que náo terá consumido tanto tempo para
formar o seu juteo, é de opiniio que se nlo devem proibir as obras de Teatro,
por nlo terem «ooun mais digna de censura que as muitas obras deste género
que contimiamente se permitem». «EOas cortem em toda a Europa e se
reprcscnt3o nos Thcatros cem aplauzos e parcce-mc será para esta real Meza
hum grande desdouro, sc as prohibir com todas as mais obras». A sua
«Enriada» «o luiico poema épico que tem os Francezes» é uma obra prima esti-
por este motivo, ainda que muitas da ditas obras tenhlo oouza digna de ceof
sma e se permítittto se fossem compostas por outros». E emite a sua pon-
derada opiniio: «Eu senqm julguei que hum censor devia só atender para
os escríptos que censurava, e não para a pessoa que os compoz: o fim da
prohibição dos livros he para que a má doutrina não inficione os espiritos
fracos e para con.ervar pura a sã doutrina: castigar a pessoa em nome do
Author pertence a outro Tribunal».
Termina com uma r^ra sensata de equilíbrio critico; «Bum censor,
se fosso possivd, devia ignorar o nome dos Authores, csgos obras examina,
e atender umcaaBute ao que se acha escripto pois deste modo mostnzia não ser
;
movido nas suas censuras pelas paixões do ódio ou do amor, mas só pelo
verdadeiro merecimento das obras». Não sabemos se a Mesa estabeleceu
regras de orientação a este respeito, nfias conhecemos a resolução tomada:
«Assentou^ se prohibissem os livros todos excepto os que hio<le ir no Catá-
logo que se há*de inqnímir. Meia 3 de lulho de 1770».
Assinam Fr. Frandioo de S. Bento, Fr. Luis do Monte Csnnelo e Fr. Fran^
ciscodeSá(l).
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Bastante cedo ae leu também entre nda a obra de Frederieo Rei da Prút-
lia, ae bem que nfto abundem os teatemonlios escritoB, O Conde S. Tiago
poesuia as Oeuwtt de FhUosopIde de Sans-Souci, compostas por BkRd
da Prússia em verso, na língua francesa. Não faltou à obrigação de a apre-
sentar na Mesa Censória, mas com dificuldade a conseguiu rehaver. É de 26
de Janeiro de 1768 a informação do Santo Ofício que as mandou rever pelo
Qualificador Fr. Pedro de Sousa, dos Eremitas de Santo Agostinho. O cen-
sor «loimi anito algumas composições do 3.^ livro e reprova outras oomo
heréticas, por oonterem proposições e doutrinas opostas às verdades ortodoiosi».
Por esse motivo, o volume que apenas continha a «cArte da Guerra e outras
composições poéticas de El-Rey da Prússia», não pôde ser restituído senão
depois de se riscar e cortar «tudo que no dito livro» «houver digno de con-
denação» (1). Passados anos, já quase no fim do século (1791) Miguel Fede-
gache há-de traduzir e publicar a Arte da Guerra (2).
Actuava, porém, no seio da sociedade portuguesa, difundindo também
as ideias dos FOdsofos, a Franoo-MaQcniaria, que pregou Pifaiapes como
Francisco, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, o Príncipe de
San-Scvero e o Rei dc Nápoles; Duques, Condes, c Filósofos como Mon-
tesquieu, Helvécio, Benjamin Franklin e Voltaire. Já estava estabelecida
na Bélgica, França, Rússia, América e Florença, quando em 1735 entrou em
Roma e em Portugal. Foi condenada em 1738 por Clemente XII e em 1751
por Bento XIV (3), mas nio deixou de se diftndir e robustecer entre as cama^
das cultas.
A Inquisição e a Mesa Censória estavam, no entanto, efectivamente atentas
e não era fácil escapar à sua vigilância. Em 6 de Dezembro de 1761, Fr. Fran-
cisco de S. Bento, ao censurar a obra Memoires pour servir à Vhistoire de
Brandebourg, mandava riscar o passo em que o autor afirmava que Luis XIV
era inferior a Frederico Ouilheime, por mandar sair de Fkança os GaMnislas
que este último recebeu.
«Não só peca contra as Lcys da Politica, mas o que mais he, oontxa a
€^ por defender o tolcrantismo das RcligiOes opostas, como couza boa e
Itandada nas leis da humanidade e da politica». Também se deviam eliminar
06 artigos que tratavam da conversão dos povos ao Cristianismo e da
«chamada Reforma de Luthero e Calvino», «pelos muito erros que contém».
Além de outros pontoa que nio importa referir, dizia mal das Comunidades
Religiosas, afirmava «que Joio 22 estabakoeo em Brandebourg armazém
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— 365 —
de indulgências» e tocava com irreverência nos princi|xus dogmas da Igreja»
(1) T»T. "~" Siiilu Olfctoi Fnpsis vtripsi Brt. 134^ Vnt. C
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— 366 —
suppiimir este original mas tão bem que castigue com severidade exemplar,
a quem o adiou capaz de approvar tais desatinos» (1).
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ditar-Ihe a sentença, quando em 1745 escrevia para Lisboa ao Secretário de
Estado: «...entendo que nio seria mau meter este homem numa prislo, se
para isso houver meio; porque na verdade, é uma iqjúria do hábito qjue traz
e da naçlo a que dia pertencer» (I).
Não sabemos o conceito cm que o Cavaleiro de Oliveira linha o Marquês
dc Pombal. Mas 6 natural que fosse semelhante iw de tantos outros intelec-
tuais, que espontâneamente se afastaram da Pátria ou sofreram per&eguição
até passarem as firaoteirBS. O egresso dos Gón^os Regrantes de Santo
Agostinho» Joflo Jadnto de MagaUiIes» pertence ao grapo dos primeiros,
conforme ele próprio revela numa nota manusoita que ap6s na biografia
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— 368 —
de Montpellier be tonna Obta, consumada neste género, e o melhor livro que
lahio a luz púUka até o noMO tmpo, pam instniir ot Fiéis no coi^^
ma Religilo». (Ao leitor). Na si» oi>iiiiio,Mfvia mesmo içam nq)prir(»^^
de algum modo, a &Ita doa estudos Ecdcsiasticos, e dos meios para elks
necessários». Apaitcia itpor mandado do Senhor Arcebispo de Évora,
D. João, para uso dos Fieis do seu Arcebispado». Depressa, porém, o seu
uso, escudado com a licença da Real Mesa Censória e com a indicação
de que foia inipitsso mi Régia Qfieíiia Tipográfica, (ed. de 1770-1776), se
estendeu a todo o Pais e reproduziu, pelo menos, em mais duas ediçOes
(nova ed. em 1824), desprezando-se daramente a condemição romana, como
aliét acontecera já em França, Espanha e Itália. Assim mandava qvem tinha
podnes para isso...
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CAPfTULO XII
•4
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— 370 —
Agora» sim, ordenava-se «que os estudantes que frequentarem as
Escolas Menores coin os fins de irem estodsr as ctênciss de Univef*
sidade, tmham um ano de filosofia, no qual lhe ensinarão os professore» a
Lógica e a Étàca» (1). Eram relativamente poucos, bem sabemos, os alunos
que ficavam obrigados a semelhante estudo, visto as escolas se destinarem,
sobretudo, a difundir conhecimentos rudimentares de ler e escrever, e gra-
mática latina. Mas constitui, ainda assim, sobre o período anterior, passo
notável para a propagação dos estados filosóficos.
Pdo Mapa dos Professores e Mestres das Escolas Menores e das terras em
que se adiam estabelecidas as suas Aulas e Escolas neste Reino de Portugal
e seus DomMos, somos informados de que deviam abrir 28 aulas de Filoso-
fia (2). três nas Ilhas e quatro no Ultramar, assim distribuídas por comarcas:
Lisboa seis: Setúbal. Santarém. Tomar, Leiria, Aveiro. Viseu, Lamego,
Pinhol, Guarda, Castelo Branco, lorrc de Moncorvo, Vila Real, Bragança,
Mirandda, Braga, Portalegre, Elvas, Évora, Beja e Algarve um professor —
em cada; Porto e Penafiel, dois com sede na primeira cidade (3). De uma
maneira geral, estes professores não eram membros de corporações religiosas.
Ficaram sem aula de filosofia as comarcas de Alenquer. Torres Vedras,
Ourem, Coimbra. Feira, Barcelos, Guimariles, Viana, Valença, Crato, Aviz,
Vila Viçosa, Ourique e África — onde aliás não faltavam professores de ler,
W Colecc. III.
(O Eitat. EMe ooniJlir Mti Inoomplatt», pois tcimiMi com as insiniçOss sobre o
ensino do Hebraico. Não traz dat.i, mas deve ser o Plano que o Reitor da Universidade
enviou a Pombal a 30-XI-773. aprovado pelo Marquês em 15-Xil'73. — Cf. oficio de
Pionibal. (D. 220.
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— 371 —
A razão principal da sua fundação reside no facto de se considerarem
insuficientes em ordem à Universidade, os Estados Menores espalhados pdo
Coatineate. EaaBiiii,Siialifi^|ettadefm«ieradoicMrvar
um estabelecimento mais amplo», para as HuminididcB, como tambdm
estabelecera «o Curso Filosófico mais completo do que podia ensinar-se nos
outros Lugares do Reino». «Terá, pois, este Colégio, três distintos objecti-
vos: o primeiro será cuidur na educação» dos Porcionistas; «o segundo
será rego: as EkoIm Gerais dos Estudos Menores da Universidade conforme
os presentes Estatutos». *0 terceiro será formar o centro de nnui corpo-
ração externa que associada com ek, entenda no adiantamento e progresso da
Filologia e Literatura».
Ao quadro das suas disciplinas pertenciam: a) as línguas latina, grega,
hebraica (esta para os alunos que se destinavam à vida eclesiástica); b) Elo-
quência e Antiguidades, com os primeiros rudimentos da Cronologia e Geo-
grafia e ainda Gramática Racional, que devia ser dada por estes Professores.
Veio a Bt^nt modificação profunda na sua estrutura e a denominar-se
pomposamente Real Colégio de Nobres das Três Províncias, sob o príndpa-
lato do Lente de Matemática, o antigo jesuíta, Monteiro da Rocha. Enquanto
no primeiro Plano, .se admitiam «meninos de condição honesta que forem
destinados para os estudos», agora ordenava-se a sua abertura «a bene-
ffcio da mocidade nobre c dvil das TMs Províncias». As anhi abriram
em 1776(1).
Em Évora, como já vimos, o ensino deixou de sv livre, para se adaptar
também aos novos Estatutos da Universidade. Farinha continuava a profe-
rir Orações no início e no termo dos anos lectivos. Há notícias, por exemplo,
da Oração no principio do exame de toda a Filo/ofia Racional e Moral,
em 9 de Julho de 1774 (2), e conservam-se a Oração no fim do exame de toda
a Filosofia Racionai e Moral, havida na sala da Universidade de Évora em
9 de Julho de 1774, a Oração para o pcindpio do exame público de Filosofia
Racional e Moral em Évora a 28 de Julho de 1774 e a Oração no exame público
de Filosofia Racional e Moral datada de Évora. 28 dc Julho de 1774.(3).
Não vale a pena maior insistência a respeito dc um ensino que necessà-
riamente tinha dc ser uniforme e adaptado ao modelo prè-hxado. Quando
mais tarde vem para Lisboa, reformado da cadeira de Évora, prevalece igual-
mente a orientaçio Genneose-Heinécio, das normas oficiais. Como vere-
mos, é de o editor e tradutor das obras escolhidas desses autores.
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— 372 —
Na Universidade de Coimbra, a reforma foi igualmente profunda, se
bem que ficasse bastante longe do programa de Vemei. Pombal foi nomeado
Pkoipoteiiciário e lugar-tenenle do Mooaica «na nova ftmdacio da Univeni-
dade de Coimbra», por carta régia de 28 de Agosto de 1772(1). Como
preparação dos ânimos, apareceu em 1772 o Compêndio Histórico do Estado
da Universidade de Coimbra no tenyw da invasão dos denominados Jesuítas
e dos estragos feitos nas ciências e nos professores e directores que a regiam,
pelas maquinações e publicações dos novos Estatutos por eles fabricados. Triste
sudário de um preconceito realista, que não homa o seu autor (2). nem quan-
tos com ele colaboraram. O Vetrdadeiro Método de Estudar vão Un esquecido,
ames é citado mais de uma vez. A propósito da necessidade de ligar a histó-
ria i jurísprudêocía, há mesmo páginas que nos dao a impiesslo da grande
(4) ÀpHd D. t.
(5) U. 70.
Extractos cm U, 73.02.
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— 373 —
pondo o que fosie preciso para a Reforma da Universidade, e agora, só o que
hz é cooidenar pdo metfiodo que diq>Oe o Marquez». Nem sempre,
poiém, se subordinava ao pensamento deste, segundo revda o mesmo Cená-
culo: «Havendo eu sabido por Fr. Luiz de Monte Garmello que as folhas
depois de virem correctas pelo Marquez para se imprimirem, João Pereira
Ramos as faz ir a sua casa, onde faz o que mais lhe parece».
A ele em particular estava cometido o encargo de redigir a parte jurídica.
Frandsoo de Lemoa eacanegoo-ie de ooofdenar o que perteotít à Mate-
mática, Filoacfia, Teotogia e Medidna. l>Iio se julgou, no entanto, o Rdtor
capaz de dar conta do trabalho aózinho e pediu a colaboração de Saquetti
para a Medicina, do Dr. Ciera, prefeito do Colégio dos Nobres, de Cenáculo,
de José António da Gama. Do Dr. Guálter Wade receberam os dois irmãos
apontamentos, sugestões, livros. Seabra terá tomado parte activa na redac-
ção, antes de a Junta fixar o texto.
Gemiado inf<»ma que o papel de Pombal se limitava ao ddineamento
doa caixilhoaem que a reforma devia assentar. Tudo o mais pertence aos
colaboradores. «... O Maiquâs... vae de boa fé no que um deles propOe,
e os outros se fazem de novas e confirmam, e assim vão levando o Marquez
como querem e vão zombando e rindo com muita pena minha, devendo
aquelles senhores não se atreverem a convidar-me por mais que me tenham
julgado e porque são quatro e talvez se persuadam que eu não tenho
orgulho para as disputar, como nlo tenho, nSo predsam de mim». Vcfemos,
no entanto, por boca do que a intervenção do reformador era activa.
Reitor,
Parece poder-se inferir deste trecho, que também a interferBncia de Cená-
culo SC tera' reduzido a pouco. Julgamos, no entanto, que nos capítulos da Teo-
logia e porventura da Filosofia, a sua presença foi acatada, como p>essoa
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— 374 —
dos Pontffioes» tive a honra de reprezentar a V. £x.^ que havia guardado
silêiicio sobre eOe nas primdias fdhas que kvd á Junta, poique deasgava
antes de falar nesta ddicada mamia ser instruído pof V. El.\ tobtt o modo
com que devia nella portarme. E pedindo en esta necessária instrução a V. Ex.%
foi V. E\.» servido dizer-me que me regulasse por Melchior Cano, e me for-
talecesse com cslc escudo» (I).
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— 375 —
A nova orientação do ensino teológico, aliát firmado no enrino das
Leis e do Diníto ou, como se exprime um autor, «sob o ponto de vista rdi-
gioeo», acabou por meio da Reforma da Univenidade, de escancarar as por-
tas do pais à invasão das doutrinas jansenistas c galicanas, assim como aos
princípios do regalismo mais pronunciado (1 E o movimento alastrou.
).
Cctuervaçúo da Saúde dos povos» (3), que lhe «chegou às màos, quando esta
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dias 27 e 2S de Março de 1755 e a descrição do que aconteceu em Lisboa
no dia de Novembro detie memo ano. Anunciava que, por deigos do
1
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— 377 —
Perfeitamente integrado no ilumíiijamo mait aemato^ Sadietti aent-
oentava:«Com toda a paixio e afecto que en tenho pdos autofciiiKKlef^
lua doutrina, sem trabalhos e «ene deacobrimenUM, nlo pesco depor,
por um só momento, aquela veneração e itspeito que se deve aos antigos
ou antiquíssimos». Justifica a sua posição com a autoridade do «ilustre
chanceler Bacon, no prefácio do Novum Organom\ de «Boerhaave c outros».
Demais, até «& identidade do nosso clima com o da Grécia», persuade
a essa uniSo prática. Por isso, Sacfaetti nio drsdmhs de Aiistdldes;
antes, dta dde vários ditos. Contudo» nio se indtna ocamente na picseiicn
dos antigos. Assim, algures: «Se dissermos ao peripatéticos e puros
galenistas que o vinho não é, em si mesmo, mais quente, eks terlo a nossa
sentença por uma heresia médica».
O processo de redigir que usa nesta obra é o que propugnava para
o ensino de Medicina —
o mesmo empregado por Maquiavel, quer dizer,
«pondo e descrevendo histórias ewctamente, e logo aplicando a das o dis-
curso, as máírimas e as doutrinas. Isto é necessário, se queremos uma
arte perfeita, porque as artes práticas e que se reduzem todas ao ezeidcto
não podem ser bem exercitadas sem modelos».
Ele mesmo desenhou, por sua própria mào. com o microscópio à vista,
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— 378 —
de curar as febres, reconhece o atraso nacional no «que respeita à Química,
A Anatomia e Botftnica». E cactofece : «Nenhum outro médico de Portugal
deaga, tanto como eu, ver introduzidat catas importantíssimas artes; nenhum
outro tem estudado, meditado e consultado tanto, sobre o meio mais eficaz
e fácil de serem introduzidas; talvez que a nenhum outro, me parece, terá
lembrado o facílimo meio para serem estabelecidas em Portugal, sem irem
estudantes para fora, suposto ser este o melhor meio; nem virem lentes de
fora, o que de nenhuma sorte convinha sem com os nossos lentes
se entender
da Universidade, os quais, se defendem Galeno e Avicena, nSoi por inabilidade
ou falta, de melhor instrução, mas sim por observância da Lei e respeito
reverenciai aos seus estatutos».
Acabava por pedir o estabelecimento de «academias e sociedade médicas,
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Fbiea era a Filotofia de Newton, e que esta se não compreende sem lálxkM
flmdamentot de matimática, Quando tratámos da Academia Fortopoli-
tana já 8e observou bem a insatisfliçao de Sacfaetti, qne o terá recomendado
ao« dhos de Pombal.
As restantes Faculdades em que ficou dividida a nova Universidade,
receberam as designações de Cânones, Leis, Matemática e Filosotia. Não
nos demoraremos com todas elas, tanto como a propósito das de Teologia e
Medicina (1). Deixaremos mesmo as Faculdades jurídicas e a de Mate-
mática, apenas com a nota de qpie também foram integradas no movimento
de renovaçio, sendo de salientar o novo observatório astronómico, com apa-
relhos construídos em Portugal (2). A chamada Faculdade de Filosofia
merece mais aturada atenção, já por incluir disciplinas nunca ensinadas entre
nós, já por se relacionar com o extinto Colégio das Artes.
O curso dc Filosoíla nos Estatutos da Universidade integra-se nas divi-
sOes da Filos<^ af estabeledda: Racional, Moral e NatmaL Para este ensino
destínav«m<se quatro professores» qne correspondiam a ootras tantas Cadeiras:
de Filosofia Racional e Moral; de História Natural (Botânica); de Física
Experimental; de Química teórica e prática. Predomina, pois, o estudo das
Ciências Naturais e Físico-Químicas, na proporção de uma para três. Can-
tonada toda no primeiro ano do curso, era um correr veloz pela magna silva
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remetidos de Coimbra foram enviados pelo Marquês de Pombal a 13 de Feve-
itiio de 1773, i Mesa Ceiuááàií), mas em 14 de Abril de 1774 notava-ie
a falta de oonvenieate pan a sua ediçSo Çl). E, cootiido, a 23 de Feve-
reiro de 73, já a Mesa Censória havia dado o seu parecer e EI-Rei mandara
«dar ao prelo e publicar a sobreditas Instruções com toda a possível brevidade»,
O Marquês dc Pombal julgou-sc competente para intervir pessoalmente
na questão e deu-se ao trabalho de ler os prolegómenos do livrinho. £m
ofitíío separado, da mesma que eanodou oertas palavras, paia
data, revda
que a obra saísse «mais conforme ao eqiirito dos novos Estatutos». Todot
saUam que estes impugnavam Aristótdes e, por isso, sempre «o nome de limn
Filosofo tão abominável se deve procurar que antes esqueça nas licçoens de
Coimbra do que se presente aos olhos dos Académicos como hum attendivel
Corifêo da Filosofia. Além de que nâo he tão certo como Genovese o diz,
que Aristóteles desse as mais completas regras desta arte. Nem isso se pode
dizer no lenqpo de hqie, no qual as regras mais seguras sio as que mids se
apartam do mesmo Aristóteles» (3). Por dUigíndas da Congregação Univer^
sítária de Rloscfia, o compêndio apareceu à luz do dia, ainda nesse ano
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E supõe que Vemey
tcfia «aegnidfl» Oenovesi para «pefiitar de fonna de- —
vada e que qoast ae poderia diaer tfanidais a opinilo do piofeaeor
oortfis,
Apesar de tudo, não cremos que em todos os sectores da vida intelectual portu-
guesa Vemei e Genovesi fossem tomados como autores antagónicos. Muito
pelo contrário, as suas obras deviam ser consideradas como complementos
de um mesmo ideário que importava conservar. Só assim se explica que,
ainda no fim do século, Vemei predcnninasse no ensino do oratoriano de
Braga, José Dias. (3).
(1) V«,«.
(2) Re L, fim do liwo L
(3) Ru. 282.
(4> InClC?.— Y4aJMloiMno«dsMMaOeaM(P. M9-179).
(9 A ediçSo que posraímos-— BdMo nova, Venaa, ITtiS— oompam uma hii>
tória da filoaofia, lógica e monL
Ekme.
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a Moral que «certo amigo» tem composto, mas não chegou a imprimif-se.
Mesmo que fosse estasqpada» decerto nfo akançaria melhor favor jmito do
Nfinistro Lo^ea, o De Re MeU^sioa çnDeBe Pfgfàea.
que o Ite Jte
As da chamada Facilidade de Filosofia, geridas pdo
restantes cadeiras
italiano João António Dalabclia (Física Experimental e Ciências Fisico-
-matcmáiicas) c Domingos Vandelli (História Natural e Química) mereceram
maior atenção ao Marquês de Pombal, que fundou um Gubmctc de Física
e um Horto Botinioo para o ensino experimental (1).
«m
(t) Em escrito de aiaqpie a TeodOTo
ll^X-780, que a Universidade dc Coimbra era
de Abndda,
«huma das
itftre o
primeiras do
Dr. ^ mãa Ike eaeapa.
Mundo, porque
viio cm hum
magnificos edifícios trabalhar grande Laboratório Chimico: em outro, hum
GopkMJasimo Muzeo emequecído com os preciosiaumos prezentea de Wandrek, e do
tenozo Wandeli. thio do que ao proaeate dá as liçfles da ffirtéria Natural; hum Gabinete
completo de Phyzica cxperiTTcntnl em que dá lições desta parte de Phylozofii o iiali mo
Dalabela; hum curso mathematico reduzido a Faculdade (...); e hum famozo observatório,
fornecido doa mib modernoe, wacloa e ticot furtrumentoa para obaennçOea aiCronomicai»»
(B.N.L. — Ms. 805 do F. G.. n.» 40, p. 248v.).
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Por carta régia de 24 de Janeiro de 1791, a Ffloiofifl oedeu lugv àcadeira
de botfinica e agriciiltiira, que Félix de Avelar Brotero r^eu pnsficieiíte-
mente. (1)
Nesta abreviada história da cultura António Nunes Ribeiro
setecentista,
Sanches, o famoso médico de três membros di família real russa. (Ana Iva-
nowna, João III e f-lisabct Pcttrowna), figura interessado cm cortar cerce o
ensino iradicionai, uo lado dc Martinho de Mendonça, de Vernei e Sebastião
José de Carvalho e Mdo. Maia radical que o primeiro, aMctnelha-sc^ con-
tudo, a todos, e aproadiiuMe bem do Arcediago de Évora e do Ministro de
D. José.
Escreveu com desenvolvimento sobre o ensino médio e o superior, par-
tindo do principio da distinção irreconciliável entre cultura eclesiástica e
cultura civil. Como
ficou referido, em 730 apresentara a D. Luis da Cunha,
1
O ensino médio e demais Faculdades sáo tratados nas Cartas sobre a Educa-
ção da Mocidade, editadas em Colónia no ano de 1760. Interessa relacio-
nar o rrfonnador do ensino (que, diga^ee de passagem, fazia assentar essa
reforma na remodelação radical da sodedade civil), com Vernei e com P<nnr
bal, para melhor se compreenderem as influências mútuas que porventura
possam ter Tem-se posto em evidência a subordi-
havido nalguns deles.
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— 384 —
ticat — Teologia e Direito Canónico — sujeita, porém, i inspecção do Estado.
Este possuía ode ftmdar Univenádades e devia criá>las sem demora,
direito
começando por extinguir a Mg^nica vigente. Univenidade do Estado, A
ensinaria ciências humanas e políticas, e havia de ficar instalada longe da
Universidade Eclesiástica.
Na escala do ensino civil, estava no inicio, a escola de ler e escrever,
por um lado lhe seduzia o silêncio e o sequestro do mundo, para que o estudo
resultasse proveitoso, por outro queria que os rapazes entrassem em contacto
com a vida social, para a qual se pvqparavam. Por isso, exigia a um tempo
a vida em dausuia, os Cdégios, Seminários ou Pensões, condenando a educa-
ção familiar, e em outro revdaroe intransigente na determinação de que os
Professores, desde os da primeira classe até ao último ano da Universidade
fossem sempre casados, mesmo se enviuvassem.
São manifestos os exageros da pedagogia espartana de Ribeiro Sanches,
(?) Ver Cartas Ed, 184, em que se oferece paia rectificar e completar, «se me for
onhoado». Segoiulo Mwrimkno ds Lemoe, t»a»á ádo pedido o volnmi do Methodo
pera prender e estudar a nmá Mm
Mtt O eorto é <fm foi
. SidiBtti qoam iulwwiu nesto
lector. (Rib, 247).
(3) Cartas £d. 167.
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— 385 —
que tudo esperava do Estado e dos mestres, separando os rapazes e as rapa-
rigas, do meio fandliir, da jpflnftida da Igrga e do contacto com o povo,
Gigos vidos e «maos oostnmes» tanto o atemorizavam. A oensm» que hz
à Filosofia Escolástica e a todo o ensino da Igreja enferma do mal do século.
Justificando a inclusão da Lógica e Metafísica, explica o que entende
por essas disciplinas, que afinal reduz a simples preceitos de Método. Deste
modo, «a Lógica e Metaphysica hoje explicadas por um bom mestre he estudo
de quatro meses, se eiqriicaiem os compêndios que destas adendas se tem
escrito em muitas paites da Europa» É át notar a fUta de indica^
do nome de Vemei« tanto mais que, a-piop6sito da Física eqwimental,
nem chega a definí-la. porque «já temos na nossa Língoa a obra intitu-
lada Recreaçam Philosophica» (3). Aliás em nenhum escrito, que saibamos,
se lhe refere, apesar de nilo haver faltado oportunidade dc o fazer. Não
esqueceu, porém, os Appontamentos para a Educação de hum Menino Nobre,
«O mais exodiente» trsiado de edncaçgo doméstica, «que compoz aqudle
Varro Portusuo; Martinho de Mendonça de Pina e Proença» (4).
A leqwito da criação do Colégio dos Nobres ou Escola Militar (5),
importa registar a existência de uma Academia Militar, a que já aludimos,
que não era Colégio ou internato, mas tinha a função de uma Escola ou Exter-
nato, com disciplinas adequadas. É escusado sublinhar a vantagem do último
tipo de escolas sobre os primeiros, sempre que factores particulares não exi-
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referSnda, suscitando a curiosidade de a consultar. As doutrinas que inculca
estão eivadas de febronismo e legaUsmo» e neste ponto, nio costa a crer
que tivesse influído na mentalidade de Pombal ou, pelo menos, confirmado
a sua maneira de pensar. O mesmo se pode sustentar a respeito do Jardim
Botânico e Teatro Anatómico.
Do pouco que deixamos exposto sobre a reforma da Universidade,
ressaltabem a orientação que o Marquês de Pombal Ibc imprimiu. Luis
António Vemei também teve, certamente, conhecimento dela em todos os
pormenores, mas nio lhe deu segundo cnmoê —
o sen bene^ádto, de —
forma absoluta. A sua intervenção activa manteve-se, pois, à margem da
reforma. Publicou compêndios de estudo, para sobstituir os antigos, em
obediência à sua própria reforma. Para maior eficácia dos seus pla-
nos, tentou idontiticar-se com a reforma pombalina, osforçando-se por que
os seus livros fossem adoptados. Falliou a tentativa c teve de se contentar
com o apreço dos particulares.Já morta a polÀnica e desihidido de obter
o fiivor do Ministro, o então Secretário da Legação de Portugal em Roma
enviava à Real Mesa Censória o já referido resumo do Verdadeiro Método
de Estudar que, dir-se-ia nova sátira, bem disfarçada, agora do regime implan-
tado por D. José.
Quando subiu ao trono a Rainha D. Maria I, procurou-sc completar
o que faltava nos Estatutos da Universidade, aliás, notado pelo Legislador:
Os Estatutos económicos, dvis, litúrgicos e morais. Mas «porque não 6.
justo que por uma falta que não pode tão promptamente remedear-se, como
deve ficar para os tempos ftrturos», a Rainha estabeleceu, como «providência
interina», que se apliquem os antigos Estatutos em tudo «aquillo que ou
pelos Novos Estatutos sc nào achar contrariamente ordenado, ou que por meio
de providencias d'El-Rcy meu Senhor e Pay e minhas, se não ache disposto
o que se deve seguir aos ditos respeitos» (1).
A parte dentffica, porim, ficou intacta, apesar de liaver nekt alguma
cousa para modificar, mesmo no sentido de mdhorar e actualizar. A remo-
delação dos Estudos nas Ordens Religiosas foi geral, por imposição de Sua
Majestade, depois de promulgados os Estatutos da Universidade de Coimbra
em 1772. «Sou servido abolir e desterrar, nào sòmcntc da Universidade,
mas de todas as escolas públicas e particulares seculares e regulares, de todos
OS meus reinos e domhiios a Filos<^ Escolástica» (2). Da mesma forma ficou
abdida a Teologhi(3). «Os que contravierem a esta disposição, tâém de
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serem considerados como inimigos do bem público e de incorrerem no meu
real desagrado, serão paia sempre supensos de enaiiiar, nio
a Filo- t&iiieote
sofia mas outra qualquer arte ou á&aáas e inábeis para obterem emprego
ou ofkio dos que se costumam dar às pessoas de letras» (1).
Os Frades da Ordem Terceira de S. Francisco foram os primeiros «a
desempenhar as leis do nosso Fidelíssimo Soberano» —
lê-se no Plano de
(1) BMat,L.I, 4.
(2) PI. vn.
(3) PI. 4.
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— 388 —
de trSs de Junho de 1769, cujas dispoiiçOes são confonncs ao que se detennina
Estatutos da Universidade de Ck)imbra (1).
Com efeito, assim era, talvez em virtude da inteifa£ncia de Oendcnlo
nos Estatutos pombalinos. A publicação deste segWMlo Plano parece mais um
acto de submissão explícita à vontade régia do que necessidade real de modi-
ficar o rumo já seguido. O curso do Filosofia continuava a durar três anos;
de Física sempre noçòes elementares. Varia um pouco o programa das maté-
rias distribuidas pdos três anos. No primeiro aoesoentam-ae Critica e Her-
menSutíca; no segundo substituem-se as liçOes de Ontdogia e Pneumatolo-
gia por Cômputo
Edesiástioo. IntroduMe a Mietafisica no último ano e
cspecifica-se,além do Direito Natural, o das Gentes e o Público.
Como estes, o plano dos Menores Obser\'antes (2). o da Província da
Soledade (3). c o da Província da Piedade (4). O último tem uma particula-
ridade nova: acrescenta aritmética especulativa no primeiro ano e não reprova
o método silo^tico» «oom tanto que o arguente nXo use de termos báilMn»
e vúB» insignificantes das escolas, nem ponha mate do que tris até quatro
silogismos. Sendo preciso apurar man a verdade das proposições, o arguente
usará do método dialogístico, que é o mais próprio e o mais desembaraçado».
Adoptar-se-ão os livros que Sua Majestade aprovar para a Universidade,
proibindo-sc «todo o exercício de postilar e escrever na aula» (5). Para a
históriamandara Cenáculo imprimir uma Synopsis Historiae Philosophiae
seamám ordbian Bndterlamm ((Nidpone. Typis Cftetani Ferrriia Costa,
anno 1773) (6).
Outros Frades não todos — —
seguiram dòcilmente a ordem régia de
adaptarem os Estatutos Universitários aos estudos dos próprios Institutos
Religiosos, como os Beneditinos (7), os Eremitas de S. Paulo (8), os Carme-
litas Calçados (9), os Trinitários (10), os Monges de S. Jerónimo (11) e os
Bernardos (12).
(3) Ha.
(4) Flan.
(5) Plan. 14. 15.
(6) Cata, 285. — Trata-sc dc um pequeno volume de 51 págs., sem prefácio ou
qualquer apresentação, que seria, em esquema, os nomes e as datas dos Filósofos das
prliicijpais EnoIu.
(7) Plano.
(8) Plano £.
m E«t
(10) Plano Es.
(11) Plano Est.
(12) Re.
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— 389 —
Nfto vale a pena descer ao pennenor do sentido de adaptação de cada
um, potqne no c—endal todos ae iiiodeniiz«iii(l). A submisdk) eni per-
feita, mas nlo perdurou por muito tempo. A refoima pombalina fora
imposta, por intenções politicas do que pedag^Jgicas
mais conforme —
já advertiu o Dr. Salgado Júnior. «Necessita de reformar a mentalidade,
é certo; mas pretende dirigi-la no sentido civil, dar-lhe um sentido politico
fazendo regressar ao Rei o que andava sob o domínio eclesiástico». £ bas-
tou que o MimUro fone nibttituido, para a reacção aparecer.
Menos de vm ano áspou que o novo Oovemo asoendeia ao poder
(D. Maria I subiu ao trono em 1777) já «a Mbbb. Geosória cieaçlo de Pombal,
cooqposta de apaniguados seus (2), propunha que os estudos menores se
confiassem ao santo zelo e ciência das corporações religiosas e assim se fez (3).
(1) Quem tiver curiosidade de apredir as linhas gerais, veja a sitie de artigos que
intitaláinos A Orkntaçío âa Pttotofia ma ncoka dos Iiuttíitíot ReHglotOÊ, omum e depoU
de Vernei (Brotéria, Outubro de 1945 a Outubro de 1946).
(2) Instituída por decreto de 5-IV-768. inicialmente apenas para a censura de publi-
cações impressas ou manuscritas. Cl', o próprio texto em História Ce, 1 16-123 e C, 28 e 88.
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— 350 —
ao dito Colégio». O Ordem da Penitência
Ministro Provincial da Terodra
com o Ku Definitório havia levado à
do Monaica «calguns justos
pttteoça.
motivos» que» juntamente com «a certa informação» que El-Rd teve «do
adiantamento dos estudos em que se acham muitos dos Religiosos da dita
Ordem», o determinaram a fazer «pura, perpétua c irrevogável doaçilo do
referido edifício que foi Colégio dos denominados Jesuitas de hvora, com os
terrenos e Cazas que se adiarem dos muros c cerca dele para dentro, à sobre-
dita Provinda da Ordem Terceira da Penitênda» (1).
(1) Decreto de doação transcrito em Mem. Que foi Cenáculo quem conseguiu
a doação, di*lo também Wr. ykeáto Stipdo no Gatalog, 272.
(Zi Memor, 26.
(3) Sobre a forma como os Padres se comportaram, testemunha Farinha com o
azedume próprio dc quem se sente ferido. Censura detcrminudunicnte como abuso, o
tftulo de ReHor «lue tooMU Fr. Vicente Salgado. (Memor, 20.
(4) «Sendo no anno dc 1776 mandado cu Fr. Vicente Salgado tomar potasdo Real
CoUegio do Espirito Santo da Cidade de Évora que tinha sido dos extínctos Jesuitas, oecupava
no ConvBoto de N. S. de Jeeos de Ueboa o lugar de Rregador Oeral e Secretário do Ooo-
aeUlO que era huma Junta Literária dc Mestres que promovia os estudos da Congregação
que depois approvava o M. R. Definitório» (Mem, 19v.). Na pág. 88v., COOCfCtiia o iníCio
do seu governo: «desde os fins de Julho dc 1776».
(5) Parece, pois, que no edifkio da Universidade os Ranctonos mantinham um
Colégio que continuava a acçio docente dos Professores IdIfOS. Mas o Dr. António
Cromicho, referindo-se ao Colégio da Purificação, anota: «Nesie edifício esteve a funcionar
o acadDário da Arqddiooese noe moldes ji releridoe alé i eiGlinçlo da lAi^^
E acrescenta: «Sabe-se que no tempo de Cenáculo o Seminário funcionou no Colégio do
Espírito Santo, sob a égide da Ordem Terceira de S. Francisco. No Colégio da Purifi-
cação instalaram-se entretanto os lazaristas de Rilhafoles» (Univ, 12). Túlio Espanca
tanrfièmaiiewra que Cenáculo instkufaalaolas de otdfaiandos da diocese ff lOocaooií-
trámos documento que abone os factos respeitantes à instalação do Seminário no Colégio
do Espírito Santo. Ver mais adiante outras achegas para a história deste Seminário.
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— 391 —
Aulas (1), naturalmente primeiras letras (2), Gramática Latina, Grego. Retórica
e FiloM^ qtie cmn as disdpUnas preoeittiadas para o ensmo ofidal. c Teolo*
gia MofaL A esta lefere-ie Farinha na História Literária de Évoca(3). Con-
servam-se teses de Filosofia (1779-1789) e Teologia (1781-1782) defendidas
«in regali Collegio Spiritus Sancti», por Franciscanos e de Retórica e Poé-
tica sob a direcção do Professor régio João Vilalobos e Vasconcelos (1775-
-1780) (4).
(1) Retaçlo.
(2) Conhecemos umas Tahoadn th uso da Escola Re^ia c/c Primeiras Lctias tio
Real Collegio do Espirito Santo da Cidade d'Évora. que he Professor o P. Fr. António de
S. Xota Vtterbo. Ediçlo 2.* Lx., 1916.
(3) Memor.
(4) Cnnclusiooes Re Coodusioacs Ps; Disaertat, De R, CoadustooM T. « Coodu-
siones Th; Para.
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— 392 —
£m Lisboa beneficiaram com a nova ordem, o Convento de Nossa
Senhora de Jesus, da Ordem Terceira de S. Fnmdsoo; o de Nossa Senhora
da Graga, dos Eremitas de Santo Agostinho; o de S. Pedro de Akftntaia,
dos Arrábidos e o CSonvento de S. Domingos, da Ordem dos Pregadores (1).
Além destes professores regulares, continuavam a leccionar Filosofia, «enquanto
eu não mandar o contrário» — preceituava a Rainha — dois conceituados
professores leigos que se mantiveram no lugar por longos anos (2): Bento
José de Sonsa Fáiiúha e Agostinho Joaé da Gosta de Macedo. Um e outro
eDsina¥am na própria itsidênda; o primeiro junto à Fraca do Corpo Santo
nuns anos, e em S. Paulo a partir de 1789; Macedo, na Rua Nova de Et-Rd e
na Rua dos Fanqueiros, desde o mesmo ano de 1789 e, mais tarde, na Rua
dos Retroseiros. Pelo menos» a mnneaçao de Farinha remonta ao ano
de 1779(3).
Entretanto, os Oratorianos, passada a tormenta de 1768, em que quase
foram «ttintos por Pombal (4). voltuam a abrir as suas aulas, de que slo
pdo P. Joaquim Foios, no triénio 1777-1780,
expoentes as teses presididas
e Teodoro de Almeida (1780-1783) (5). Este. em 1793 e 1800 estampava
o 9.0 e 10.^ volume da Recreação Filosófica, em que. servindo-se da Baro-
nesa de Fontenelle e Algaroti, combate directamente Montesquieu. Helvécio
e a Enciclopédia (6).
(1) Hiilédiun.4w
(2) Lemos os seus nomes em Almanach de Lisboa para o aOBO d0 1782, pAg, 902, e
voltamos a eocomrá-los, por exemplo, no de 1793, pág. 473.
(3) Apon.
(4) Pom.
(5) Condusiones Lo, Na R, lu; Exa, Cer.
(O Recr. 110, 3S1.
(3) Ver um caso em Ed., 178.
(8) História, II, 7,
(9) Alm, 1791, p. 434; 1793, p. 474; 1794, p. 487; 1800, p. 482.
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— 393 —
por vingar. Por decreto de 6 de Maio de 1782, já a Rainha facultava aos
Bachaidi fonnadoa em Teologia pudeMem cxeioer magistério pdUioo «nas
outras terras em que nflo bonver conventos e nas que os lumver, mas a
experiência mostrar que se fiizem necessários mais professores do que um,
serão estes lugares providos em Bacharéis na sobredita forma», isto é, sem
prévio exame (1 ).
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— 3M —
Embora por motivo diferente —
motivo ou pretexto? (1) e por soli- —
citaçlo do Plrdado da Diocese, foi aboKda a cadeira de Filosofia do Cravento
doe Padres Anábidoe da Cidade de Leiria, aos 27 de Junho de 1791, com
aprovação régia, de 3 dc Outubro desse mesmo ano. Em seu lugar ficou
desde então. Policarpo Xavier de Faria Bastos, que devia repetir as mesmas
lições no Seminário episcopal (2).
(1) Felo djficuklade de virem, todos os dias. duas vexes a dar rapectiva Uçlo».
(2) T.T.— Mjntet.doItdno,TOL3M.p. 76.
(3) Ver Dk, IV, 97-102.
(4) Meth.
iSi Ver o lesto tnHhoklo oa T.T. — Miniit. da Jutiçi M. Bm latim, q^wf
Pirov, V-I, 371.
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— 395 —
Rainha não confirmou a escolha e só em Junho do ano seguinte tomou conta
do cargo de l^ce-Reitor o Padre Secular Lourenço Alexandre de Albuquer-
que. Em Fevereiro de 1790 ocupou o lugar de Rdtor, o Cónego Joaó Caetano
de Mesquita e Quadros, antígo professor do Colégio dos Nobres, como já
vimos; o de Vice-Reitor e Prefeito dos Estudos, o Dr. Bento de Sousa Farinha,
de que também já nos ocupámos. Mas pouco depois, por dcsinteligcncias
entre ambos. Farinha viu-se obrigado a acumular, sem mais remuneração,
OS tr£s cargos de direcção (1). Desde 1790 exerceu tambtai as funções de
Professor (2).
Estes dois nomes são bastantes para se determinar a orientação dos estu-
dos no Seminário Patriarcal de Santarém, no final do século. O quadro
das disciplinas compunha-se de Teologia, Instituições Canónicas, História
l-clesiástica, Filosofia, Latim, Grego e Cantochào (3).
Retórica, Quanto
SC pode perceber do escalos elementos que conhecemos, a Filosofia era dada
em data anos: a Lógica e a Metafísica no primeiro, com caoune desta ÚttimA
em Abril; Lógica e Moral num s^undo, com exames de Lógica em Dezembro
e de Moral em Junho.
Farinha, logo no primeiro ano, de Fevereiro a 24 de Junho, ensinou
Lógica, Metafísica e «alguma couza dc Geometria». Guardam-se a Oraçam
na abertura da aula de Filozofia do Real Seminário do Patriarchado, em 18 de
exame púbUco dc Lógica, havido
Fevereiro de 1790 e as Orações na abertura do
no Seminário de Santarém (4), que podem ser de outro ano qualquer (S).
Do de Coimbra apenas diremos que» por decreto de 14 de Agosto de
de 1744 mandara o monarca que no Tribunal da Mesa da ConsdSncia e
Ordem se visse e consultasse a petição do Bispo Coimbrão, em que se refe-
ria que o Antistitc intentava erigir um Seminário que provesse às necessidades
(I) Requerimento da dnmiiiio aot 70 anot cm T.T. — Mm. Jutt. M. 80. Ver
também Memória R.
(O Ainda af se eoooatrava an Abril de 1803, (Be, $) mas ínieRoaipeu o msgiitèrio.
alo sabemos quando.
(3) Memoria Ec.
(4) Oraçam e Oraço.
(Si Outias achegas para a Ustòfit do ensino nos outros Ssonblácios CU Sor, SS e
Como. Sobre o do Porto, ver Propôs, e o de Coimbra, ver Sem.
(6) T.T. — Min. do Reino, M, 406.
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— 396 —
çlo dos seus indivíduos», visto ter autorização pontifícia para ler livros proi-
bidos (1).
Deste «bem legidado Seminário que fundou e tem estabdeddo o
Ex.'"^ Bispo Conde (2X MÍiam os dois irmãos António e Jerónimo Soares
Barbosa, ambos professores pombalinos (3). A influC-ncia de Vcrnci no Profes-
sor de Filosofia António Soares já ficou atrás determinada, l ambém Manuel
de Castro, despedido da Companhia de Jesus em Maio de 1 757, exerceu o magis-
tériono Seminário de Coimbra, em 1763, ocupando a cadeira de Latinidade (4).
Em
Rtaga preponderava o Oenuense pof meio de Fr. Manuèl da Coo-
ceiçio Banros e Manud Ptnheiío e Azevedo (S). O Gonuense foi igualmente
o mentor em Évora, como se depreende da reacção de Cunha Rivara. O seu
ensino no Liceu talvez seja sintomático de todo o ensino filosófico ministrado
na cidade, nomeadamente no Seminário, oi no Colégio da Puriticação que, no
i
( 1 ) T.T. - Inquisições. Lista do Livro e Pareceres sobre puhUcsçOcS. &t. 139, prat. 1
(2) DIsc., Censura do P. M. Fr. Joio Baptista de S. Gaetana Sobie a história
deste Seminário, ver Sem.
(3) Ver naoMivIo de Jeiónimo para Msm
— onde se diz que exerceu o
Itétto de
Reino vol. 417, 88v.-89v Magistério durante cinco anos. sendo
conhecido «em toda a Universidade por um Mestre sumamente hábil daquella Arte»
(FL 89).
Entregue «totalmente ao método que se preaereven», partiu em Outubro de 66
para Lisboa, afim de se opAr à Cadeira de Retórica de évoim (TX — Min. Just. Pasta 17).
(5) Mes. 208 e 210; Estudos, 147 e 149.
(6) Guta de doaçlo do edÉfido (3a-VI-779)» pcowislo do AfoeUqN» de Évora, de
i6-VIII-r79. e outros docmMotoe wme iaam
l ao tatmo utatttOp na T.T.— Atq. das
Congregações, n." 60.
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— 397 —
do Reinado de D. Maria I, além da fundação da Biblioteca Nacional de Lis-
boa, foi a criaçlo da Academia da$ CSênciaa que, a piliicipio «oftea oe asares
de maus auspkkw, por defitífincia de membros siificientemente doutos.
Papeis volantes passavam de mflo tm mão, criticando àsperamente o seu esta-
belecimento, e deixando em sangue a oração recitada por Teodoro de Almeida,
no dia da abertura, a 4 dc Julho dc 1780(1).
Numa destas censuras se revela que o oratoriano «andava pellas ca^as
das fidalgas, oom hama peqnena máquina Eléctrica (...) e trabaíhando nda
as divertia com os seus tio prodigiosos como inexi^icáveis efifeitos! Entto
passava o P. Teodoro entre dias por bum Newton; hoje, poiém, lendo as
cartas de Franklin, reputflo por fraqueza pueril, o que entio vião obrar
a V. Rcv.'"»» (2) - acentua o crítico, dando conta da última posição da ciência.
A Academia nào se cifrava, porém, em Teodoro de Almeida, mas mesmo
este tem de se considerar benemérito divulgador das ciências, nào só com a
Recreação Filosófica, mas também com. as Cartas FbteihMatiiematieas,
editadas em 1784
volume: Elementos de Geometria; 2.o volume: Mec&-
nica) como complemento daquela obra.
A Academia fora instituída pelo Duque de Lafôes, D. José Carlos de
Bragança c Sousa Tavares Mascarenhas da Silva e Ligne. com a principal
inspiração do Abade Correia da Serra (3), que desde os seis anos vivera
na em 1777 regressara a Portugal, cheio da cultura e do espírito euro-
Itália e
(3) É o que SC tem escrito, mus os Oratorianos rcvindicam para si essa glória:
«A lelaçào que tem a Academia Rcul das Sciencias de Lisboa quanto à sua origem, com
a Ooaarapkçuii do Oratório e oom o P. TÍieodon> em partícutar he muHo uilierlor à tadt-
tincia da mesma Academia. O projecto da sua instituição já 25 annos antes tinha sido
ventilado na Conaregaçam enue o P. Tbeodoro e o Duque de Alafoens e sendo conununicado
ao Sr. Rey D. Jore em pnrtiBuhr, foi detle approvado (Vi § 143).
(4) No Cathalogo das Memórias e Livros que neste unno de 1791 itallo apprezen-
tados à Academia Real das Sciencias (Ms. 780-A da B.A.C., p. 57), ^Mraoe nm trabalho
aeu sobre a causa da ferrugem das oliveiras.
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— 398 —
Almeida (1 ) Marquês de Alorna, Ckinde de Azambuja, José Joaquim de Barros,
Dr. José Ntcwleiro da Rodia, Dr. Joio António Dato Bdto; CUnetas MonUse
Beka Lttras: Duqne de LalBcs, P. Joaquim de Foioi (2). Conde de Tarouca,
Pedro José da Fonseca (Lente de Retórica, Poética e História do Colégio dos
Nobres), o Principal Mascarenhas, D. Miguel de Portugal, Gonçalo Xavier de
Alcáçova e P. António Pereira de Figueiredo. Como sócios honorários, entre
outros, foram eleitos Aires de Sá e Melo, o Arcebispo de Tessalónica, o
Cardeal da Cunha, o Cardeal Patriarca, o Conde da Ponte, o Vúoonde de
Vito Nova da Cerveira (3).
Nem todos os nomes eram ilustres nas dêncías e nas letras, se bem que
tivesse havido a preocupaçSo de que todos o fossem na posição social. Ambos
os aspectos interessavam. A estes se viriam juntar, dentro cm breve, o de
Luis António Vernei, como veremos, o de Bento José de Sousa Farinha
e outros.
Alguns destes nomes pertenceram à Sociedade Real de Londres, como
já vimos. A 3 de Maiço de 1796 recd>eri igual honra o P. José Correia da
Serra. Neste período, outros portugueses haviam sido contemplados com a
mesma distinção : Jacob Rodrigues Pereira em 24 de Janeiro de 1760 e João
Jacinto de Magalhães cm 21 de Abril de 1774.
(1) No memo maimieite, p. 12, ndtanate ao ano de 1780 vCm apomados dois
estudos: Elementos de Geometria e Maíaoria aobn a Theorica da balança onUniria cm
ordem i sua perfeição e sensibilidade.
(2) No manuscrito citado, p. 12, respeitante ao ano de 1780, alude-se a um Discurso
sobre os poetas bucólicos portugueses do P. Poios.
(3) Cf. Acta da primeira sessão em Histo, 18. Um dos ms. ai divulgado* guaida^e
na Biblioteca da Academia (ms. 785- A. Cf. também Ter, 6-10).
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— 399 —
«Os Académicos que se nomearem de outras terras como v. g. Bahia,
Minas, CMónia. Santa Catarina, etc, serio obritadoa a oomunicafem as
notidas e obaervasCeos notavas do Paiz, lemelendo plantas, pedras, animais,
cxcrcccnsias, ftingos, sementes e todas as coiza pertencentes aos três Reinos,
declarando os nomes, virtudes, citios. e descrevendo-as com todas as suas
impiedades, e podendo ser. remeterem algumas plantas em caxoens com terra».
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--400 —
Embora não se integrem nos eidos Académicos, não queremos deixar
de apontar, pdo menos, duas obias de Medicina deste pofodo: H^poemus
Lusttano ou AfértmiM de H^amaes, tnáaàdM fielmente do latim para o
idioma português. Obra util e necessária a todo o género de pessoas que
desejem instruir-se na verdadeira genuina intelligencia das sentenças do
primeiro Mestre da Medicina. Por Francisco Daniel Nogueira, medico
ulissiponense. Parte 1.*, Lisboa 1762. — Instrucçani breve sobre a circula-
çam do ataque, enriquecida oom notas para utQidade dos principiantes, por
Fnmdsoo José Brandío, cinuglto aprovado da cidade do Porto. Porto, 1761.
Por fim, duas palavras sobre a Academia dos Obsequiosos, de Sacavém.
De tudo se tratava nas suas sessões, sem sequer se pôr entraves à discussão
de temas filosóficos. Assim aconteceu na sessSo de 15 de Janeiro de 1786,
oondui que a matéria nio pode sor essencialmente cogitante, nem pode tor-
nar>se oogitante por dispodçBo das partes. O seu ponto de partida é pleno
de evidência: todos os Físicos o pOem na luz da mais exacta dareza. Por
isso se não demora a prová-lo.
Com este discurso intentava debelar a pretenção de Locke e Fabrido,
de tirarem «o nó da repugnância entre matéria e pensamento». (1)
Este era o principio básico do materialismo renovado, que provocou
a mais acérrima reacção por parte dos Rdigiosos, mentores da ortodoxia
ofidaL No Edital que a Mesa censória divulgou a S de Dezembro de 1775
denundam-se os que. acobertando-se com o «pomposo titulo de Espíritos For-
tes, se hão elevado como Mestres do género humano, pretendendo extinguir a
verdadeira crença (...), espalhando para isto livros cheios de máximas perni-
ciosas». Nesse Edital, D. José declara que «reflectindo Eu sobre os innume-
ráveis e gravíssimos damnos que têm causado ímpias e pemidosas doutrinas
rqprodu^ndo^e de dia em dia os mesmos eme destes FiloMrfbs libertinos
qne fiumn ouvir por meio de oomposiçOes abomináveis, introduzidas dandes*
tinamente», é servido mandar que o livro Le vrai sens du Systeme de la Nature,
in^ftsso em 1774, da autoria de Cláudio Adrião Helvécio (1715-771). «seja
lacerado e publicamente queimado com pregão, na praça do Pelourinho
e que todos os exemplares fossem entregues dentro do prazo de 30
dias».
Um dos Deputados da Mesa Censória, o P. Jíosé Mayne, da Ordem
Terceira, convenoen-sede qfít não bastava prdbir a drculãçlo dos livros
que se ^ifesentavam à censura da Mesa. A avalandie de obras dos novos
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Filósofos Naturalistas, Espirites Fortes, que renovavam o Materialismo
dos grpgos, atingin tais propoiçOes qjac aqude autor leooobeaa nio ter sido
«bastante hmna efficas vigflanda para impedir a introdnçSo do mortífero
contagio no Reino». Por isso, se determinou «a escrevoT huma pequena
Dissertação sobre a Immortatidadc da Alma Racional cm o nosso idioma» (1).
Now anos mais tarde q>areceu um novo livro, tradução do francês (6) que
bem merece ser referido. Um Filósofo argumenta com um Cavalheiro
enota: «A eteroidade da nuiteria noa dembaraça de hum Espirito infinito
que se não comprehende; e a eternidade dos movimentos de uma creaçlo
que ainda se comprehende menos». Pois não é verdade que, se supusésse-
mos que Deus não existisse, os astros continuariam no seguimento da sua
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402 —
carreira, a terra produziria suas flores e seus frutos e os homens haviam de
pcoM^uir «a sua multíplicaçlo»? A resposta não ae fez esperar e tnagntfira.
Pmitíndo^ também apxesentar uma hipótese — a de um cficolo quadrado
descrito num todo muito mais pequeno que o menor de suas partes, o Cava-
lheiro ataca directamente: «N3o hc com eíTeito hum absurdo igualmente
extravagante, suppor o ser por essência collocado em o nada, ou O nada
revestido com as propriedades do ser» ?.
Nio vamos s^liiir todo O vangar de ideiaa de parte a parte: oomo se exp^
a existtecia de um Deus puro EsçSxito, centro de todas as perfticOes e cria-
dor das cousas, a sua providência, etc. Entrámos, porém, no campo de
outra corrente filosófica: «O Materialismo nega a existência de Deos; porém
o Deista nega-lhe as perfeiçoens». É realmente contra estas duas afirmaçOes
que o livrinho se levanta, visando muito especialmente Voltaire. Rousseau,
Espinosa e Pope. Reivindicando para as mulheres cristãs o mesmo direito
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Trata-se de autor que conhece bem os Filósofos criticados. A todos
adapte uns epítetos que os caiaoterizampefíiBitameiite: Joio Jaoques Rouneaii,
famoso maioral dos Deistas, zdoso partidário da pcetoidida Rdigifto natural.
V<dtaíre —
o Pope francês —
oráculo dos Filósofos modernos, faz g^&ia
de ser discípulo destes Apóstolos do Materialismo. Pope. autor do poema
Ensaio sobre o Homem, traduzido em verso pelo Abbade de RcsncI, c hum
dos mais celebres Doutores do Materialismo. Apesar de não se dever a
Autor português, este livro serve perfeitamente para definir a doutrina espa-
lhada ocmo ortodoxa.
Novas tentetfvas de admiwitn de obras de ou sobre Voltaire, encontra-
ram a mesma oposição, devendo-se relevar, a propósito, o nome de Dr. Pas-
coal José de Melo Freire dos Reis, o autor da Historia Júris Civilis Lusiíani {\),
que a 20 de Março de 1788 assinava um parecer contra a divulgação do Tes-
em 6 de Novem-
lanwnl politique de Mons. de Voltaire (Genebra, 1771 e 72), e
farodo mesmo ano volte a reprovar o Commentario de Voltaire sobre o
livroDos deUuu e das paias, de Beccaria.
No Catahgo dos Um», defesos neste Reym desde o dia da criação da
Real Mesa Censória athe ao prezente(2) incluem-se a Henriada de Voltaire,
traduzida por Tomás de Aquino e publicada no Porto em 789 Cândido (1 759),
1 :
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tário são descarado plágio de uma obra francesa, também anónima, que as
fnqnfaiçflfi de Roma, Paris, Goa e EqMmha atíraiam para o «Indioe dos
Livros Proibidos». Apesar disso, a seleoclo portuguesa oorrea sem embar-
gos por areias de Portugal com licença da Mesa Censória e passou a terras de
Espanha, onde foi vertida em Castelhano.
Conhece-se hoje o autor do original francês 1'hilosophic de la Nalure:
Deiislc dc Sales, «um dos mais fecundos escritores franceses do último século,
nascido em Liflo, no ano de 1743 e fUeddo no de 1816 (1). Ex-oiatOfiano,
amifo Intimo de Poct-Royal e ^itsso do jansenismo, gozava de involgaves
dotes de eq^to, amiúde ennUados, tanto com as «maneíias bruscas,
selvagens, negligentes» como pda singularidade de suas ideias e biblíomania.
Manteve relações afectuosas com os '«Filósofos», a avaliar pelas numerosas
cartas publicadas na 5/' edição da Fhilosophie de la Nature (Londres, 1789).
De entre todas, relevamos as dc Condillac, d'Alembert, Diderot, Helvécio,
Conde de Tressan, Voltaire. A a protecção real em
este livro deve Ddisle
coqjttnturas diflods. A obra em 6 volumes saiu anónima on Amesterdlo,
Cfaez Arkstée & Merkus, M.DCC.LXX, tendo aparecido os últtmos tifs
tomos no ano de 1774 (2).
(1) Gran.
(2) Philosop.
(3) Filoso (ed. espaniiula, I, 33 nota).
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Hoje, à distância de mais de século e meio, torna-sc diíicil acrescentar
novoi argameutM, dadas ai caiactefistícas da poblicação. Mio te trata
de obra original, em que o autor exponha as suas ideias para se poderem com-
parar com as que tenha exarado noutros escritos. E por isso. não recorremos
ao confronto de O Filósofo Solitário com a Recreação Filosófica, o Feliz
Independente, ou outro qualquer livro dc Teodoro de Almeida. Nem sequer
o estilo pode fornecer elementos de identiíicação, pois ainda as expressões
mais enérgicas, as frases irónicas reduzem-se a trasladação pura e simples
do original franois. Estamos, porém, certo de que o livro pertence a este
ou a outro Qratortano, por a Indde dele se compagimur peifeitameiite com a
Filosofia do Oratdrio. Que pertence k classe eclesiástica, parece indicá-lo,
por exemplo, a nota 23 da pág. 22 dos Rizos. Ele próprio so excluiu da famí-
lia dos médicos que tanto ataca (1). Tratar-se-á, pois, de mais uma obra
de Teodoro de Almeida?
A autoria dos restantes folhetos (2) está envolta por mais espessa camada
de névoa. Apenas sabemos qne foram médicos alguns dos oontraditores:
o Andg» dos homem{Z)t os Autores dos Parecer sobre os dois Fcpeis e FUÓ-
safo Solitário ^atffieadoiA), O s^^ndo era «médico e filósofo de profissão»
e ainda jovem; o último foi escritor. Em 1782 imprimiu «uma Apologia
a favor da Medicina e dos verdadeiros médicos, mostrando os paradoxos,
invectivas, injúrias, calúnias e ignorância dos bravos filhos de Esculápio
que procuravam sumir a nossa jurisdição na Universidade da arte de curar:
nela fizemos ver a impostora dos saoertodes asdepiadas e obrigámos a reconhe-
cer Hipócrates por legislador e chefe de toda a Medicina, restituído pdos
sábios Filósofos e legítimos Médicos de todas as idades». Auxiliados por
estes pormenores, tentámos descobrir o nome deste medico, tanto mais que
possuiamos as iniciais: F.X. da S.P. (5). Mas debalde. Todos se mostra-
ram anti-escolásiicos (6). Iam longe os Jesuítas e poucos se encontrariam
que nfto tivessem o novo filos(rfkr, tipo extra-ststema, que até aos inacianos
afectou.
No meio da contenda, alguém advertiu que se estava lutando com moinhos
de vento. Escondia-se dc facto cérebro português debaixo da designação
(1) Filosof 1, 30.—«Não frequento as aulas de Galeno, neni leio as obras de Boer-
huvB». EMas pskvns alo vêm no original fltanofls. Cf. Philoiop m, 235.
(2) Ver os seus nooiM «m Dic. 11, 903 ou em FDoio.
(3) Respo, 7.
protestou ser úiil à sociedade, «quiz por esta causa purificar aquela obra»,
«eiuiquccendo-a com um copioso exame sobre a origem das Artes e das Ciên-
cias,e também com a nuds dará demonstração das verdades que nos ensina
a ReligíSo Revdada» (1). A nota dessa pígnia camiseta o pensamento do
&iUtário: «Tenho lido quantas leis há que obrigam a um bom tradutor,
e ainda não achei uma só que obrigasse a declarar que fazia uma tradução.
Todos o fazem porque querem nSo vitupero, mas também não louvo, e muito
:
de que a minha obia inteira, bem entendida, pode collsidera^« como o comen»
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tárío». Desta forma, se julgava ilibado da mácula de indigioso. «É verdade
que ot meus prindpíoB tendem a d^xUtar a veneraçfio dos povos pdas reve-
laçOei, pdos mialérioa e por eaia mnltídio de maiaviUias que envolvem o
berço das religiões». «Que importa, afinal, à sociedade que eu ataque, nos
cultos, a obra dos padres, visto que respeito a obra da natureza?» Promete
ser mais rígido cm moral que os Ministros do altar. Conseguintemente,
repele a injúria de produzir obra dcsirutiva.Os seus intentos de aniquilação
nBo ultrapassam o alvo da do fanatismo, dos inquisidoics.
superstição,
Destrói para levantar; só mostra o mal, juitamente oom o remédio...
O tradutor pcxrtQgiifls media bem os inconvenientes da pubficaçSo de
semdhante obra em Portugal e tomou, de início, a resolução de apenas a
compendiar. E assim suprimiu os assuntos relacionados com o sexto manda-
mento, com a Sagrada Escritura, v. g. o artigo IV do capitulo VIII, em que
o autor mostra que Moisés e Salomão negavam a imortalidade da alma, e
o artifo V, onde se 16 que alguns Padres da Igreja defendiam o aniquilamento
desalmas. Refertodas ao Santo Ofício sofraram sistemáticamente eliminação,
por exemplo, aos de Goa e Coimbra (1). As invectivas contra o Vaticano
e bulas papais, p>ostas em descrédito, segundo ele, por Filósofos como Bayle,
Montesquieu e Beccaria (2) — foram convenientemente canceladas.
Desapareceu todo o volume 7." (da 5.» edição) era que se censura acre-
mente a Religião Católica nos seus dogmas, ministros e história. Ddisle
igiiak4i, sem rdnkço. As demais religiões, para suUinbar a instituição de imia
nSi^pMo naturalista, de pma ocmvoiçlo dos homens, criada por Filósofos (3).
O artigo dos milagres ficou suprimido, porque para Delisle» o milagre
só SC poderia dar por blasfémia ou por absurdo (4). O Paraiso, que se coloca
paru além dos limites dos mundos, é atirado para o império do nada. Os
Anjos são entes criados pelos Padres, «que têm sido sempre os geógrafos
do mundo que nio vêem». Uma das grandes Uasfêmias de Teologia con-
siste em afirmar qoe.os Aqios se revoltanun contra o Ordenador dos mumkis...
Todas estas proposições, evidentemente, estavam por sua natureza
impossibilitadas de pisar o solo português desse tempo. E ainda bem! Por
isso, o Oratoriano as cortou, prudentemente. Por isso, e porque, decerto,
as não afagava com o mesmo entusiasmo com que recolheu as ideias que lan-
çou nos três opúsculos. Contudo, algum embargo devia ter surgido, para o
autor se quedar em mdo da obra que projectava realizar. Talvez, por esse
motivo, a questlo ficasse abafiub até hcje.
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A respeito da polémica que suscitou, apenas diremos que o Solitário
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CAPITULO XIII
DESTINOS IDÊNnCX)S
proscritos.
Recorreu ao irmão, queíxando-se de que Vernei não mais lhe fhlara desde
que fora nomeado Secretário, e Almada terá escrito ao primo a primeira
carta de desabonação. Vernei informa que «pintaram isto ao Conde como
um delito de Estado». Nicolau escreveu ao Secretário uma carta inso-
lente, em que. entre «outras palavras picantes contra Salomoni e contra
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a fiddidade de Verney»» o acusa de desprezar os impressores fieis à oiieataçio
fwiftica do Rdno e de tocotier-ae do impressor que maior qwmtidade de
tratMdhos imprimia paia os Jesuítas (1).
Encontrámos essa cnrtn (21-X-769) e o borrio da resposta
com as margens queimadas, mal sc podendo reconstituir o texto. Generoso
Salomoni, na acusação de Pagliarini, «ha stampatu, c stampa i libri piu ingiu-
riosi alie Corte (...) particulare a quc^ta di Li^ibona», enquanto ele, ainda antes
de ser coosidefado português, já gozava de partiedar protecção de Sua
tade Fiddbsima.
Vemei procurou des&zer a calAnia, porque várias das suas obras haviam
sido editadas por Salomoni. NSo se tratava de impressor dos Jesuítas,
mas sim de toda a gente que o procurava. Ainda no tempo em que publicara
o De Re Lógica e o Apparatus estava ocupado com as obras do Papa. Sim-
plesmente, não havia impressor em Roma que nàu trabalhasse para os Jesuítas,
até os Fai^iarini. (2) Podia folar assim, porque possuía um catálogo de todas
as obras por eles editadas durante a sua estadia em Itália. Desmentia a
assevcio de que Generoso tivesse imi»imido alpms Uvros contra os Reis,
e muito menos, contra o português e asseverava que ele era bom cristão e
sempre o tratara com muita consideração. «Respondi o que basta para
V. Ex.^ tapar a boca ao correspondente Romano que me quer atacar injus-
tamente» (3).
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Pedro José de Figueiredo: Aí <(achou Vemei os melhores meios de promover
cg intefccses da soa Corte, apcovotando a iBfhiêiicia de sem antigos amigos
que o Ministro e porque a sua oompiien^ iiera mais daia. Alím disso,
todos salri&o que nlo bera o Ministro, quem escrevia, mas sempre a pessoa,
que segundo as siiwinstandas tinhâo junto a si».
Lendo ao mesmo tempo a correspondência de Almada para Pombal
c D. Luis da Cunha, D. Henrique dc Meneses informava também que «nenhum
athe antão, nem despois, estava autorizado se não Vemey. Por consequên-
cia, oom elle conferia Monsenhor Aspuru, Ministro de Espanha, e o Cardeal
de Bemis, lifinistio de França, sempre na sttpojdçto, que Vcmqr comunicava
tudo ao seo Principal, o que ddchava de fazer muitas veaes, por entender
que asim se observava milhor o s^redo. c também no fim por desprezo mal
intendido, com que olhava para o seo bemfeitor e para o Ministro do seu
Rey» (2).
bi-lo da nova missào diplomática lhe pedira que indicasse alguém capaz de
escrever cartas. «Isto signiiicava ser somente Verney seu secretário particular,
depender das suas ordens, pertencer a nm serviço de cat^pria infbrioc» —
comenta Cailos de Passos, na peugada das queixas do pí&páo Vemei.
(1) Rcl.
(2) Carta de D. Hcocivie de Meneies pan Aires de Sá, de 17-VI-779. Ver
Aptad. Doe.
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Almada assegura ser portador de ordens secretas que o Conde lhe dera
verbalmente. Nlo admitiii,por iaio, intervenções de quem quer qne foew.
Vemei obflervava-lhe que era costume, em missOet desta natureza, trazer^
instruções escritas e assinadas pelo Governo. E de facto houve: Instrução
expedida pelo Conde de Oeiras a Francisco de Almada de Mendonça, por haver
este dc passar a Roma, de 8 de Abril de 1769(1). A (.lisciissào prosseguiu,
em tom azedo e choques sonorosos, como os das vugas impetuosas quando
embotem com as rodias das costas marítimas.
— Isso era lá com os outros Ministros, que não com ele, primo do Conde,
retorquia, soberbo» Francisco de Almada e Mendonça. Os parentes do Conde
podiam fazer o que lhes apetecesse, porque sempre seriam defendidos por ele!
Vernci teve dc se calar e sofrer a petulância do Ministro que, não sendo
muito ilustrado - ao que dizem — obrigava o Secretário a introduzir nos
ofícios, emendas discutíveis, se náo até condenáveis. Os largos aposentos
quelhe (^metera, afinal transformaram-se nas águas furtadas em que dormiam
os criados. San demora apresentou o seu Irritado protesto e o Ministro
acabou por lhe ceder metade do 4." andar, sem mais mobília que duas camas
velhas e quatro cadeiras. À exigência de outros móveis necessários, respon-
deu Almada que recorresse ao Conde de Oeiras (2).
Ouvida a defesa de uma das partes, convém conhecer a acusação que a
provocou, afim de melhor se julgarem as culpas e a inocSnda de um e outro.
Kn carta de 26 de Abril de 1770 (3) oonnimca Almada que depois de ter
suportado com paciência dissimulada, por quase dois anos, «muitas imper-
tinências de Luis António Vemc^» se viu compelido a perder a paciSncia
e mudar de sistema. Para documentar a sua atitude* narra por alto OS acon-
tecimentos ocorridos desde o regresso a Roma.
Não obstante a dificuldade em se conseguirem cavalos (4) começou
por comprar seis, pondo dois à disposição do SeodAio com a respectiva
carmagem. Vemei nlo desperdigov a opmtonidade e saía fiequentemente
para se refazer da fadiga inidectnal. Almada Insinua que se ia divertir,
de manhã e de tarde, girando por toda Roma, e até para fora, por vezes além
de uma légua. Os cavalos cansaram e Vemei pediu outros, mas Almada res-
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pondeu que precisava dos quatro restantes. O Seo^ário deixoa-se ficar
em casa diuante uns dia«, por julgar indecoroso da sua posMto^ andar a pé.
Como, porém, nfio podia continuar fechado em casa, lançou mão do expedioite
de pedir carruagem aos amigos e algumas vexes, alugar transporte por sua
conta. A fim dc poder continuar a aparecer nos jantares da Casa Bemis, (1)
o Conde Goasco de boa vontade o foi buscar.
Esta situação, porém, não se devia prolongar e Vernei, num dia, não
se ccmteve mais. A 22 de Abril desse ano meamivel de 1770, pediu satis-
fações a Afanada, do motivo que o levava a nSo lhe dar cairuagem. «Pala-
vras impróprias» e «modo descortez» terá o Secretário em^iegado diante
do Ministro Plenipotenciário de Portugal em Roma, de que este recordou
as seguintes expressões: «Que se eu nSo tinha cavalos, que os comprasse,
porque a elle lhe tocava carruagem». - «Que c!le nilo só he Secretario Régio
mas que me hera Adjunto, que por isso devia ser tratado com toda a distin-
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que, se quisesse, teria sempreo mesmo lugar na soa mesa, por amirade e não
por obrigação de o nutentar. A casa pertenda-lhe a de, NjBnistro. Se lhe
dispensara alguns compartimentos, fizera-o «por fineza e nXo por ohrigaçlo».
Por isso, «que se contentasse de a recébet como lha deram». No que respeita
à carruagem, porque não era devida ao seu ofício, entendia poder desobrigar-se
da promessa, no momento agora chegado —
em que lhe causasse incómodo.
Apelando para o «amor de Nosso Senhor», Mendonça c Almada supli-
cava ao Primo que o separasse do Arcediago. «V. Ex.* já sabe que dte he
totalmente inntil ao serviço de Sua Magestade, pois he certo que de tudo o
que até agwa tenho obrado no meu ministério, cUe nio só não me tem ajudado
em cottza alguma, mas tudo absotutaniente ignora do que se faz, e he necessário
que o ignore »(1). Anteriormente, porém, não era assim. Conservam-se
cartas de Almada para Pombal e D. Vicente Coutinho sobre a extinção dos
Jesuítas, de letra de V eruei, por exemplo, a datada de Roma, a 30 de Agosto
de 1769 para D. Vicente de Sousa Coutinho, que trata da scirailariwiçiio dos
Inadanos. «Domingo, 13 do oormite, depois de ter conferido com os Mini»*
troa de Bourbon» aprezentei a minha credencial ao Papa». O Cardeal Aspuru
queria a extinção dos Jesuítas. O Cardeal de Bemis era favorável à secula-
rização dos inacianos. Mas com a oposição da Corte de
havia que contar
Sardenha e Da mesma forma, a carta datada de Roma,
dos Imperadores. (2).
(1) T.T. —
Minist da Justiça, M. 15. —
D. Vicente de Sousa Coutinho em carta
ao Marquês de Pombal, datada de Paris, 26-V-771, apresenta o GantaU de Bemis como
secretário dos Jesuítas CT.T. —
Min. da Justiça, M. 14).
Carta de 26-IV-770. Ver Ap. Doe.
(3) T.T.— Min. da Justiga, M. 14
(4) Ret.
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Neste negócio colaboraram ambos de boa ou má vontade. Mas essa
colabofa^, da fonna como foi feita, só serviíi para agravar as rdaçSes
mútuas. Tempo no condo cm que enviara a notícia da promoçlo
antes,
do Primo, Paulo de Cárvalho e Mendonça ao Cardínalatov já bavia co^osto os
motivos deste parecer (2). A 23 de Julho volta ao assunto que o oprimia,
dirigindo as suas amargas queixas ao «Primo Amigo c Senhor do Coração».
«Depois do encontro» de que dera parte na de 26 de Abril, haviam sucedido
vários casos que mereciam especial mençBo.
«Morando dentro da mesma casa, nunca apareoeu-me a dar-me as boas
vindas nas divnças ocazioens que tomei da campanha». Na última vez,
andando Vemeí a passear fora das portas da cidade, (3) mal viu a carruagem
do Ministro, voltou para trás e mudou de estrada. Mandava a correspon-
dência otkial para assinatura, por intermédio do criado e quando tinha que
lalar a Almada, só dci>cia quando c:>te prometia recebê-lo imediatamente,
apaieoendo «atlo de chiadas «e vesta de camará».
eom mais ftequtoda, mas quando comia à mesa
Passou a jantar fora
do nio aceitava nada de sua mão. «Hum dia (...) recuzou hum
Ministro,
copo dc vinho carcavellos que lhe dava a Duqueza de Pole, cunhada do
Núncio, porque ella o tinha recebido de mim». É possível admitir outra
qualquer razáo, mas se casos destes se repetiam, não custará a aceitar a inter-
pretação de Almada. As queixas suoediam-$e. Vemeí tinha conseguido
um rapazinho de 7 ou 8 anos» que de manhi até à noite nlo fada weaão comr,
incomodando o Nfinistro e as vkitas que eram recebidas em sala que ficava
por baixo. Vemd também se lhe refere na RdofÕo da perseguição, dando-o
como filho dc um casal que tinha cm casa —
o camaidfO e a governanta (4).
Na carta ao P. José Azevedo igualmente informava a seu respeito: «Eu sim,
tenho aqui um ajudante de estudo que seria bom, mas não está em termos
de o fazer. Este mancebo nasoeo em minha caza, de pais ornados mas que
por de^rasa de fiunilia fmam desafortunados. Ele tem muita oura, e muito
talento^e progresos nos estudos: ftla bem franses, e entende o português:
mas as suas circunstancias o obrigam a estudar ambos os direitos para poder
adiantar-se pelos empr^os desta Curia, e deste modo sustentar-se, e i^judar
a sua gente» (5).
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vez mais falar com o Papa, empenhando nisso o Mestre do Sacro Paládo,
P. Rj^ini, «que aenqne fm e he devoto de Santo ígaatíx». O Pontffioe
Dio o leoebeo, «porque, na vento de Almada, desde o principio e ainda
antes do que eu o conheceu». A a^uir repete o estribilho da inutilidade
de Vernei ao serviço real. por ignorar os negócios de que o Ministro estava
encarregado, conforme se podia verificar na correspondência oficial. Vernei
porém, em vez de se calar, daria provas da sua incompetência, falando em
público desses assuntos. Falar por falar, não se lhe pode levar isso a mal.
O pior é le o Secretário propalava o que devia reservar, em itanglo do sen
oficio, conforme o acusa o Ministro, provando com o st^ninte caso.
Chegara a Roma a notícia do crud tormento do «Reo de Vila Viçosa»
c do tumulto provocado pela denúncia que este fizera de pessoas muito dis-
tintas, que haviam sido imediatamente presas. Pois o Arcediago atrcvcu-sc
a confirmar tudo sem titubeios, de tal forma que, sendo o caso discutido na
Casa Borghesi, o General Schevalo aduziu «a autoridade do Secretário de
Portugal il cavaOer Vernei».
O qpisódio nSo deve ter agradado nada a Pombal e era isso mesmo
que Mendonça e Almada pretendia. Com a intenção manifesta de dobrar
desta vez o ânimo do primo, o Ministro acentuava a continuação de relações
de Vernei com o Cardeal de Bcrnis e o «factotum» deste, o Abade de Aix
e com Mons. Aspuru. Chegou-se ao ponto de estes dois Ministros (res-
pectivamente de França e de Espanha), o receberem a de e não a Almada.
Pior do que tudo isso, devia ser a iqjúria pessoal, que Vernei, sem cuidado,
eqpalhava em conversas. idPes correr por Roma e tiobem fora delia huna
opinião muito injuríoza ao meu caratter, dizendo-se que eu hera huma
pessoa de pouco, e que por isso a Corte me tinha dado o Vemej, niío tanto por
Secretário como por Adjunto». Isso levava a todos, sobretudo aos Minis-
tros Borbónicos, a preferirem o Secretário ao Ministro.
Abnada julgava que as pessoas mais perspicazes se iam já ocmvencendo
de que «nlo pode ser meu Pedagogo» quem tinha sentimentos diversos doe que
norteavam o modo de obrar no seu Minisidrio, «graças a Deus com acerto».
Não contava nada disto a ninguém, excepto ao Papa e ao «amigo bem emfor-
mado», agindo com Vernei sem se dar por achado. Termina lembrando
dois remédios para os males que o afligiam: um, o que poria em prática
qualquer Ministro «mais fogozo». O outro, era o que ele esperava, con-
forme promessa do Primo, de 25 de Fevereiro. (1).
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Caiddle» (...) para me avisar que o Vemei me andava desacndhaiido por
toda a parte: catactecizaadoiiie por Homem de pouco, por avaro, sobeibo
e desprezador, eto. Por este motivo, nem da, nem «os Senhores Borghe-
zes» o admitiam mais em suas casas.
Era demais. O primo não podia ficar insensível, mas Almada, ainda
assim, explicita os seus desejos: «Eu já tenho pedido a V. Ex.» que dc a
este grande letrado, e refinado Francez o prémio que merece, e espero que o
ftsa com brevidade» (1).
a 17 de Setembro, Sebastião José recebera o titulo de Mai^
Entretanto,
quês de PombaL Nlo sabemos se Vemei o fdicitoa pmr isso, mas tomoa
conhecimento de uma carta de 3 de Outubro, em que anuncia a saída do Minis-
tro «para a sua villeggiatura de Caprarola» (2) e lhe dá «o parabém da resta-
blecida armonia entre as duas cortes, feita pela dircsam de V. Ex."». Como
por toda Roma entoam loas a D. José, ele Vernci une-se a essas vozes
«para rigaHkar a V. Ex.* o partíGnlar gosto com que ouço oe louvores de tio
grande Monarca e de tfio grande Monarca e de tam grande Nfinisterio».
Agradece «cada vez mais» a Pombal «o favor da sua especial protesam», (3)
precisamente a uns sete meses da ordem de expoliaçfio.
A Pombal não interessaram os louvores do súbdito, numa ocasião em
que devia formar dele a pior opinião. Havia sobretudo um facto que o
irritava sumamente — o das relações de Vemei com os Ministros borbónicos.
E por isso, também lhe nfo dera ter agradado a conespooákití». assidna
com alguns ministros de Portugal no Estrangeiro, O Arcediago manteve
relações epistolares com Aires de Sá e Mdo, Ministro Plenipotenciário em
Nápoles e Embaixador em Madrid
com José de Sá Pereira, Ministro
(4),
«te mez e gozar daqueUe bom ar, qpa a eipeiifiada me tem mostrado ser o mais propicio
i minha saúde nerias vesíiduuicaa. (T.T.<— Maço S3, do Min. Neg. Est.).
(3) Publica^e integralmente no Apênd. Doe. a Carta de Vernci a Pombal, dc 3-X-770.
(4) Ver a correspondência trocada entre ambos e aa caitas de Abnada para Pombal
aobre este mesmo assunto no Apênd. Doe.
«7
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Almada a decisão real que correspondia aos seus mais veementes anelos.
El-Rei estava suficientemenie inteirado da soberba, petulância, incorrigível
espirito de orgulho e intriga c infidelidade com que Luís António Vernei
se fizera indignonão só do real serviço, «mas athe da dmominação de Portu-
guês». Resumindo o conteúdo da correspondSocta de Almada, o Secietáno
de Estado dos Estrangeiros insistia na «vaidade desmedida e fátua», que levava
o Arcediago a «fazer nessa corte a figura que por nenhum título lhe toca».
Pior do que isso, porém, ao menos sob o ponto de vista político, era a
acusação de tratar clandestinamente com os Ministros estrangeiros, sem conhe-
cimento do Plenipotenciário, «como se para isso tivesse algimia Instrução».
A suspeita estava lançada e a urdidura depressa tomou vulto. Â Corte de
Lisboa chegaram provas, que D. Luis da Cunha Manud taxa de oondu-
dentes, de que Vonei conspirava com o Ministro Plenipotenciário na Corte de
Paris, e embaraçava a acção de Almada, com intrigas junto dos Ministros
acreditados em Roma.
E sublinhava a ingratidão do Secretilrio: «O muito que Sua Magestade
procurou honrar, e honrou esse mau homem, agrava extraordinàríamente,
com o vido da mais barbara ingratt^Hk^ aqueUes seus abomináveis prooedi-
(1) AiwidsSá era «do» Fidalgos e l—is pBMOMdMtiiita»» que fonun cumprimeotar
o Marquês de Pomba! quando este se dirigiu a Coimbra na qualidade de Visitador e Lugsr-
-Tenente de S. Magestade na Fundação da Universidade (Apud Esc, I, 383).
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mentos. E sendo neoesaario desmascarallo para que assim fique menos
nodvo, do que o tem sido enquanto encaberto, e putativo confidente desta
Corte; se ftz piecizo obviar a este mal».
bistruçõcs minuciosas c rieorosas determinavam o caminho a seguir,
na expulsão de Vcrnei da cidade papal. Na primeira audiência que tivesse
com o Ponlitice, cumpriria o preceito diplomático de comunicar a ordem
que recebera de Suu Majestade «para despedir imediatamente do seu ser-
viço o dito ingrato, e infiel Vemei». O Papa tinha sido prevenido mas, apesar
dissQ, devia«g"^*-" a Soa Santidade qne o Rei de Portugal folgaria mnito
que nBo admitisse na soa Corte «hum homem que se fes dezagradavd a sua
Magestade)». Lembrava D. Luis da Cunha que Almada acrescentasse «as
mais cauzas que lhe parecerem próprias para mandar sahir o mesmo Abbade
de Roma c de todas as terras do Estado Eclesiástico, como o Santo Padre
Benedicto XIV praticou a instáucia desta Corte, a respeito do jezuita Manoel
de Aaevedo, com motivos muito menos agravantes (1) dos que são os que
ficSo assima indicados».
Depois de combinado tudo com o Papa no maior icgredo, e deixando
ter
(1) D. Hènrique de Meneses ooota que a comunicação das instruçfles ao 9*1^ foi
fdta pelo tcatino D. Manuel de Azevedo e que Toi Mons. Kfocedóttio qpem tlUtOU COm O
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datado de 4.* feira, 8 de Junho <fe 1771 e escrito por Giuseppi Pecchi, um dos
juizes do Comandante da CSdade de Roma: «Em conformidade com as
ordens reodiidaa do Comandante mea Senhor, que lhe foram comunicadas
por Sua Eminência o Governador de Roma, praidi pelas quatro horas e meia
desta noite o infra (escrito), no momento que saia do palácio do Sr. Embai-
xador d'Almada, c querendo subir para o seu coche, o transportei com outro
para a Direcção do Comandante, onde declarou chamar-se Luis António
Vemey, português».
O rdaU» meodona os otjjcctos que foram eaccnitrados em posse do
Arcediago, e lhe tinham permitido levar consi^: um rolo de papel com
cinco folhas, que continham o seu testamento e quatro codicilos (I), dois
relógios com mostrador e duas esferas de ouro, pequenos objectos de tarta-
ruga, pequenas rosas de ouro que serviam dc palitos, uma bolsa de pele com
duas chaves, outra de veludo com dinheiro, cartões de visita, caixas, etc
«Sucessivamente — continua Pecchi — Eu, notário por cqieGial oídem e
mandado do Exc Sr. Governador de Roma, s^iundo viva voz do Santíssmao
(Padre),impuz ao Senhor Luiz Antonio, filho de Dionísio Vemey o exílio
de todo o Estado Eclesiástico, com a indignaçUo de Sua Santidade. Pro- —
meteu observar de boa vontade» (2).
Enquanto o exilado, segunda vez compelido a sair dos Estados Ponti-
fícios, procurava abrigo em S. Miniato, não longe de Pisa (aqui em Pisa resi-
<fin dunnle o corte de idaçOcs com a Santa S^, Almada lia com avidez
o tapUBo do ilnmhiista, afim de poder informar onívaiientemente a Corte
Portuguesa. Aos 17 de Junho escrevia de Grotta Ferrata, para onde se reti-
rara, devido aos grandes calores de Roma, que era sua tençSo remeter a D. Luis
da Cunha «hum Inventário historiado dos papeis que se acharão a Luiz
Antonio Verney, mas sendo em maior número, do que eu cuidava os passos
dignos de observação c que muito provão as suas suspeitosas correspondên-
cias», só na semana seguinte poderia mandar a nota de suas cartas, juntap
mente ocmi «os seus originaes borradores» (3).
Finalmente, a 31 de Agosto, depois da instância de D. Luis da Cunha
a 12 dc Maio, remeteu pelo correio de Josc^ Gonçalves de Abreu «todos os
papeis que se acharão a Luis Antonio Verney pertencentes às suas corres-
(1) Todas a.s dcmorada.s diligências que empreendemos cm Roma p.iia encontrar
O testamento foram inúteis. £ assim, até boje inédito, apenas conhecemos o extracto
enviado para LM>oa depois da soa morte. Ver Ap. Doe.
00 Mons. Antunes Borges (Vem, Vm) pidilica erta tnduçlo do texto qoe tnni-
cravemos no Ap. Doe, nas línguas originais.
(3) Carta dc Almada a D. Luis da Cunha, 17-VI-71. Ver Ap. Doe.
— 422 —
pondencias, em quatro massos distintos», (1) acompanhados de um inventá-
rio e de om rdittório de espia a sddo do Ooverao. Temos conhecimento
deste escrito e do inventário, que publicamos em Apêndice, faltando-nos»
porém, os papeis originais de Vernei.
«Escrittos dc seu piinho>\ deixou seis cadernos com cópias de cartas
a diversos personagens, numerados de II a Vil. O borrào II refcre-sc ao ano
de 1762 e, devendo contar quarenta folhas, apenas apresentava vinte e duas.
—
«No que subsiste não há nada que condenap> informa Almada, decerto deses-
perado pdo expediente que Vernei usava, de inutilizar o que pudesse compro-
mel£-lo.
O borrSo TII pertence aos anos de 1762 e 1763. Nos Cadernos IV (1763-
-64), V (Outubro de 1764-1765) c VI encontrava- <;c correspondência para
Aires dc Sá, José de Sá, Conde dc Oeiras, P. Jáconic Pereira. I rcderico Gui-
apenas aludiremos aqui aos três bilhetes encontrados de Mons. Aspum, consi-
derado da facção dos Jesuítas. Almada entoideu que «merecem reiesão»,
mas não disse mais nada a este respeito.
A prosa do espia tomou o titulo de Notícias que alcamou e deu o Bar-
gello de Roma das pessoas c casas suspeitas frequentadas por Lmíz Antonio
Vtmtf, Da sua leitura apura-ee que este conversava com o «Abade» D. José
(1) Ao meamo tampo enviou a Pombal idêntica rekçio do que contêm os nove
UMUaos de cartas com que sc expede o correyo Joseph Gonçalves dc Abno à Oofte ds Lis-
boa «m 26 de Setembro de 1771. (T.T. —
Min. Est. M. 33).
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— 423 —
Duifto, «gíà frate Augustiniano et' ora Bibliotecário delia livraria di S. Spi-
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—424—
fofam os que desaprovaram tão grande rigor, em contrapartida daqueles
que propalavam ter sido Vamei c(Mideiiado á morte aa Lbboa e» só por
comutação da pena, banido da Cidade dos Papas(l).
Houve quem tremesse perante o Ministro dc Portugal em Roma. reve-
lando, sem querer, a conivência com Vcrnei. Almada conta que o Cardeal de
Bcrnis, no aniversário dc El-Rei o mandou cumprimentar e, contra o costume,
convidara-o para jantar no Domingo seguinte. Como era «novidade de
mais de amio e meyo», aceitou, para títo se mostrar «picado». No jantar
encfmtnm o Embaixador de Malta e Moosenbor de Veny, «dois Francezes
grandes Protectores do Yttney», os quais, apesar de bons conversadores,
nSo proferiram «huma só palavra em todo o tempo da meza». No fim da
refeição, o Cardeal tomou-o de parte e pediu-lhe que o informasse «do sucesso
do Vcrncy». porque desejava dar parte à sua Corte. «Eu lhe respondi que
não era csia huma matcria digna de formar o objecto de huma carta de ofiicio,
e que para contar o focto como huma novidade do País, bastava que Sua
ffminenda escrevesse o que já se dizia por Roma».
"Em face da altivez da resposta, o Ministro fruicSs desfez-se em «mil
satisfaçoens por que o dito Vemey frequentava a sua caza». O Arcediago
entrava, como toda a gente, porque encontrava porta franca. Nunca o tratara
confidencialmente. «Que antes me lembrasse de me ter elle avizado logo
no principio que não mc tiasse no Verney, porque sabia que este frequentava
a Càsa Albani, e que aly falara algumas vezes com o Geral dos Jesut*
tas». Confessou Almada lembrar-se muito bem da primeira parte, «mas
que a segunda hera esta a primeira vez que a ouvia da boca de Sua Emi-
nência».
No dia seguinte o Cardeal procurou Almada, «couza que quazi desde
o principio do Meu Ministério não tinha feito». Foi para «repetir as justi-
ficaçoens e satisfaçoens, e protestar-se de não ter parte alguma com o Vemey».
Almada ouviu com altivez e só por delicadeza lhe nSo lançou a fraqueza ao
rosto. Pouco depois, Bemis adoeceu e o nosso Ministro f<» visiti>lo. Ai
teve «o bom encontro das duas boas peças Torriggiani João Francisco
c
O Ministro de Espanha, Mons. Aspuru, «que hera outro dos seus (de Ver-
neO Fauctofcs», se antes, por «devoçlo» do Arcediago, eiduia o Mhiistro
português «dos Congressos», depois da expulsão do Secretário «nunca mais
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me tratou — queixai Almada — nem uzou as conveniências costimtadas,
tanto puUicas oomo partioiílara» (1).
Emboia o testammho pona ser tomado à conta de «aspeito» estes factos
traduzem, na pior das hipátesee» o tenso estado de espirito que a dura puni-
ção do Secretário português, em má hora provocou. Vemei foi castigado
nào por tci espalhado ideias subversivas ou menos ajustadas à índole por-
tuguesa. uma urdidura feia, sob a capa de zelos políticos
Tcceu-se-llie
e chegou-se à deportação oomo indesigi^ da Nação, quando na verdade o
era, de um Mioistfo ãpam.
Vcmeí nfio exagerava quando escraven que «o Almada era meo antigo
inimigo por cauza de certos Benefícios». Acrescenta que «não sabia escre-
ver o seu nome», mas hoje conservam-se cartas inteiras do punho do Ministro,
que «era soberbo, invejozo c muito mao» (epítetos destes também Almada
Uie conferiu, a Vernei) «e; iiava-se no parentesco do Marquês, o qual defendia
sempie todos os despropósitos do Almada» Q).
Em Roma, a urdidura teve como principais artífices, uns frades da ami-
zade de Almada e um antigo funcionárioda L^açio, diamado José Pereira
Santiago, se a nossa identificação estiver certa. Já em 1 757 que este personagem
assinava, com o Ministro, as contas das despesas da Legação. Almada trata-o
por «criado», quando pede a remuneração dos bons serviços que tem pres ado.
«Com amor, fidelidade e zello me sérvio c me serve, não só no governo eco-
nómico da minha caza, mas tiobem nas couzas da secittaria». Desde o
princípio do seu Ministério se encarr^ti do pagamento das pensQcs, antes
entregues ao jetnita António Cabral. Ficou por guarda do Arquivo, durante
o corte de relações com a Santa Sé (3), e foi guindado ao cargo de Encarre-
gado de Negócios, nos períodos de 1782-83 e 1786-88, em que não houve
Ministro (4).
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quanto cUe (fiada». Acrescenta D. Henrique de Meneses, que dos poucos
papeis que achou na Legação, mandou tirar cópia de todos os artigos que
tratavam da desgraça de Vonei, «e tudo escrito na mão de D. Manod de Aze-
vedo Thealino» (1).A amizade de Almada por este Religioso era tão grande
que o propôs para o lugar dc postulador da causa de Fr. Bartolomeu dos
Mártires, em termos de rasgado elogio.
O Papa andava interessado na causa c o Geral dos Dominicanos
nomearam um Retigioso seu Postulador. Almada
confessa a certeza
de que, desta foima. acausa nHo vai por diante e propOe: Quando a V. Ex.*
parece qve ae continue a cowtgfár esta Beatificaglo, quizera eu propor a
V. Ex.* o Postulador em pessoa do P. D. Manud de Azevedo Coutinho
Teatino, no qual muitas vezes lhe tenho falado, respeito à sua desnatu-
ralização. Este padre poderia sertamenle continuar a dila cauza com boa
fortuna pclla prática que tem (...). Com este emprego mostraria eu a
minha gratidão ao dito Padre» (...). Se concordasse com de, o Primo o
avisasse em segredo, pois o Papa estava resolvido aalgnm
pedir, aam
pretexto», todos os p^ieis aos Domtnicos, «para evitar que estes subnegasem
alguns delles» (2).
Não temos conhecimento do seguimento desta questão, mas pouco nos
importa, porque o que fica dito jd chega para se saber como se pretendeu
pagar o auxílio dos artífices da desgraça do Secretário.
Em PoftugB], outros servidores do Trono seguiam o mesmo caminho,
ocupando lugar de relevo o caso do já referido Bispo de Coimbra. Aterrado
com a divulgação de livros ofensivos da Religião, publicara, em 8 de Novem>
bro de 1768 uma Pastora! que a Mesa Censória condenou a 23 de Dezembro
desse ano. Vinte dias antes, porem, foram assinados os of icios que levaram
seis, do Porto, com ordem de prenderem
os seis ministros dc Lisboa e outros
D. Miguel da Anunciação, o Vigário Geral, o Reitor do Seminário o P. Antó- ;
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Congregaçoeos de S. Felipe Neri (1) e de S. Vicente de FruIo; inhabeis oe
Bentog» Gradanoe e CrnzÚM pura qualquer acto ou fímcio literaria na Uni-
venidadei» (2).
(3) Cf. Sue. S7e História d. 24 e 221,e A. Maitfais— A»lá^ Ndv. 1964kP<g.419eSi.
(4) H, m. 363-5. e Diários. 60.
(5) B^ittata fUecen pouco dqiQis, em 1761. (Cf. Mi. 3.S44, número 44 da BJNX.
(6) Ms. da História da Fundaçio das Rdigiosas da Visitação da cidade da LMoa
em 1784, datado de 26-X1-93. Ot. em Aica, 20». (Ver uanbãn Sue., S9^.
(7) Vi. § 39.
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cou a compor o S.*. 6.<* e 7.^ tomos da Recreação Filosófica (IJ, e a pregar
O) Vi,|4a
(2) Vcja-ae a esie feqieito HútómFu.
(3) Vi
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Pua haver todas as postílas. vários Deputados da Real Mesa Censória espa-
Ihanun-se pda Qdade, e actuaram à mesma hora, de forma a nSo serem
observados por ninguém.
De sublinhar é ainda a circunstância de o Conde de Oeiras considerar
igual ao dos Jesuítas «os Systcmas dos Congregados Neris», de todos e nào
de um ou outro. O seu /elo era justificado: «huma Nação que tem juntamente
estabelecida a reputação dc ser a mais zelosa cm tudo o que pertence à nossa
Santa Religião», não podia agir de outra forma. Esse fora o pueoer da
Mesa CensMa, antes (fe o processo
ao Santo Ofkio.
ser entregue
O Prepósíto do Oratório Lisbonense, P. João Faustino, correu ao Paço
a pedir desculpas e a protestar a sua fidelidade ao Governo, e voltou mais
tarde levando uma carta que lhe fora escrita pelo P. Clemente Alexandrino,
de Viseu, 14 de Janeiro desse ano de 1769, em que &e liam iguais sentimentos
de fidelidade aos governantes (1).
Por fim. um outro perseguido, apesar das suas relaçOes no Paço. para não
falar já no sen valor intdectuaL
Em 1760, aos 14 de Julho, foi intenogado no Forte da Junqueira o
Eag." Bento de Moura Portugal, onde se encontrava «prezo em s^redo»,
desta vez à ordem da Suprema Junta da Inconfidência. Falara do Ministério
com altas personagens, fidalgos e desembargadores, e até com os Senhores
da Palhavã. O assunto das conversas foi, naturalmente variado. Com os
Meninos da Palhavã ocupou-se, por exemplo, da mudança do curso do Mon-
d^o. Mas o Inquisidm- quis saber se com des e com o Grade de S. Lou-
rençoCO também falara dos jesuítas e das Companhias de Comércio (3). Af
faleceu, a 27 de Janeiro de 1776, depois de 16 duros anos de clausura. (4)
No seu desterro de Sào Miniato. tcr-sc-à por ventura encontrado Vernei
com algum Jesuita dos muitos que andavam dispersos pela Itália. Eusébio
da Veiga em Roma, Inácio Monteiro em Ferrara, António Vieira em Pesaro,
Sebastião de Abreu na Urbinia, António Fkanoo e Manuel Marques e tan-
tos outros, noutros tantos pontos de Itáiia(5).
Entretanto, pross^nia a luta pela extinção total da Companhia de Jesus.
Sebastião José nSo ficou ainda satisfeito com a sua obra, que apresentava
apenas os alicerces. Para obter o cxito dos seus propósitos —a e.xtinçào
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— 430 —
criar o ambiente favorável, aliciando pessoas imprimindo livros de propa>
ganda, distrilniiiido dádivas. Eca Pagliarini, o Abade de Flatd« Mons.
Maoedófiio, o P. Bontempo. Foi a Relação ebmMa da R^&fíea quã os
religiosos jesuítas das provindas de Portiigid e Espanha estabeleceram nos
domínios ultramarinos das suas monarquias e a sentença da Inquisição contra
o P. Malagrida (1 ). Foi a Dedução Cronológica, o Compendio Histórico,
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— 431 —
das maiores e indhaits pedras qoe tíliliam chiado no ano antoior do Ultra-
mar (O-dicnlavam entre as indradualidades de maior idevo^ porque slo
das que fazem a opinilo pública. Tem vários períodos esta politica pom>
balina, mas não nos demoraremos a percorrê-los (2).
Finalmente foi anunciada em Lisboa, a 9 dc Setembro de 1773 (3).
Almada, que desprezara o titulo de arcediago de Vila Nova da Cerveira, (4)
recebeu como recompensa da sua imensa contribuição, a de Visconde de Vila
Nova de Souto d*EI-Rei(5X ooowrvando-se na LegaçSo até 1779. Quando
Pombal cair (D. Maria I subiu ao trono a 24 de Fevereiro e foi adamada
a 13 de Maio de 1777), e ainda antes de ser declarado réu (Agosto de 1781),
Luis António Vernei, os Oratorianos e os Jesuítas serão reabilitados, enquanto
o Visconde de Vila Nova do Souto d'£l-Rci cede o lugar ao colega na Sar-
denba, D. Henrique de Meneses, que não lhe faz muito boas ausências. Aires
de Sá, porém, que exercera o cargo de Secretário de Estado dos Estrangeiros,
cação com a Curia de Roma, e entrada do Núncio Arcebispo de Tyro nesta Corte inclusivé.
3. * DMfõ9:Do que panou desde « primeim Gaita Secrrtissiim que me didl^ o Santo
Padre em 28 de Agosto de 1 760 c que fez a primeira eidúbição e primeira promessa de aUxdir
a Sociedade Jesuítica, athc a extinção da mesma Sociedade. 4.* Divisão: Qtie comprefaeode
os outros diversos negócios que se trataram no tempo que durou a negociação sobre o ponto
piiDcipalda extinçio dos Jesuítas atfae à oondusao delia. E do mas que passou athe o
fidedmento do Santo Padre Clemente XIV.
— Na pasta 8: Catálogo dos Papeis compilados nesta segunda Divisào e Compi-
lação doa deqMduM apedidos para a Corte de Roma, desde o dia S de Outubro de 1769,
athe o dia 5 de Mayo de 1770. — Pode ver-se também documentação no A.S.V. Nuns. —
Portogallo e Historial, IV-I, 280 e ss.
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nos táhimos anos do Consulado Pombalino, continuou no poder, durante
o novo Reinado. Foi em 1777 que aportou a Lisboa um navio oomsds Jenii-
tas a bofdo, vindos de Génova (1). O Oovemohesttoii em consentir o desem-
barque, mas por fim deixoo-os andar Hvremoite pda ddade, como aves
inocentes que cruzam os ares sem causar estragos a ninguém. Passado
pouco tempo regressaram a Portugal outros inacianos, espalhando-se pela
Província (2). Das prisões de Lisboa saíram 55, porque 71 não haviam
resistido aos maus tratamentos dos cároens. 1^ 1780 apresentaram um
memorial de réplica às acusaçOes pombalinas (3), tendo-lhes sido «moedida
uma pensio de 100 mil cruzados anuais (4). Devia ter entrado em Lisboa,
por essa ocasião, o P. João Loureiro, vindo do Oriente, para onde partira
em 1735. Foi membro da Academia das Ciências e da Real Sociedade de
Londres (5), tendo publicado, entre outros, o valiosíssimo estudo sobre a
Flora Cochinchinense (Berolini, 1793).
Em 1788 diegott a Lisboa o P. Estevio Gábial, um outro prosaito de
17f9(9). Entre as actividades que exerceu na Itália, merece relevo a de Profes-
sor do Colégio Romano, mesmo depois da extinção da Companhia de Jesus.
Publicou vários trabalhos, de que relevamos os Elemento Geometriae planae ac
soltdae e Ricerche isíoriche. fisiche ecl idrostadche sopra la caduta dei Velino
netla Nera cnlla dichiarazione di un niinvn melado per dctvnninar la velocità
e la quaníità delle acque correm i ed altru nuovo método di ele vare le acque
nei stfmtt a gnmde aUezza, Este Hvro, editado em Roma, no ano de 1786, du-
mou sobre si as atençOes de D. Maria I, que o mandou r^ressar à Pátria.
Foi membro da Academia das Ciências dc Lisboa (7).
Também Vernei chegou a \er do dia salvador, porque o seu processo
fora realmente vergonhoso. D. Henrique de Meneses radodnava bem.
(1) Já cm 1760 haviam feito tentativas de reentrarem no Reino, sendo de novo depor-
tados (T.T. — Kfiniat last. P. 6^ 2.* msoMe. 17C0).
Q) Mari. 113.
(3) Mar, 383, 384.
(4) Na Torre do Tombo guarda-se a Relação dos recibos originais dos ex-jesuitas
poctnfiMMB ssceidolBi, a iptrn 8. M. HddWma foi servido mandar ssaMr oom oAngraa
ou pensão de 80 cacodos cada ano (T.T. —
Ufficlo de Roma. M. 1S4. Ver também
Portu, I, 373).
(5) Râonilo de Otrvalbo nlo o indni nos lóctos portugucaes. A noticia vem em
Po, 304.
(6) Não na lista do P. José de Cástro (Portu, pag. 369). Veja-se Fo, 303.
referido
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—433 —
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CAPÍTULO XIV
ÚLTIMAS HONRAS
(1) «Dispendi com várias copias e traslados que nuuutei tirar da Relação que veio
de Uilia pan iqnitir peloa MiniitnM, peUçoe M , memoriu, ele. ... 41680». (Conta do
P. Diogo, de Agosto de 1773 a Junho de 1781. — ASAJL).
(2) Lu, 217-224. e V. vol. II, p. XII, XIIL
— 436 —
A Rainha enviara a petição e o memorial a D. Henrique de Meneses,
paia informar acerca do que sncedera e das causas do desterro. O KGinstro
reuniu toda a documentação que encontrou no Arquivo da Legnçio» emitiu
o seu parecer e remeteu tudo para Lisboa. do Marquês de Pom-
«Pella carta
bal escrita em 18 de Abril de 1768, que leva o n." 1. se vê a boa ideya que
formavão do talento daquelle sugeito, e que Francisco de Almada foi quem o
pedio para seu conícrente».
Relatando o que se passou na chegada a Roma, D. Henrique de Mene-
ses serve-«eén RdaçBo da ptnt^uS0o, e cremos que nlo conheceu outro
documento até ao ponto em que toca nas ordens da expulsão, «de que remeto
coppia a V. Ex.* com o n.<^ 2». OcupMe da forma de execução das ordens de
Lisboa, acentuando que de nada ficou memória na Secretaria de Estado de
Roma. Na de Lisboa haveria, decerto, papéis vários contra Vernei, escritos pelo
Teatino. P.Manuel de Azevedo. Mesmo assim, mandara tirar cópia dos poucos
papeis que adiou no Arquivo da Legação.
Eu resumo, D. Henrique de Meneses acusa Vand de se conduzir muito
mal, «faltando às obfigsçOcs do seo emprego subalterno e, por este motivo,
ingrato ao seo bemfeitor». Mas iliba>o de conivência com os Jesuítas que lhe
foi atribuída por Almada e inculca o referido teatino, como ambicioso e
malévolo causador das intrigas que decidiram a ruína de Vcrnci(l).
Em face disto, era de opinião que «a sua honrra merese restituída, mas
dle de nenhuma forma empregado em
emprego subalterno, porque não
he capas de sobordinaçlo». «Nlo tem impedimento para vir a Riuna».
E assim, logo que a Rainha o dedarasse inocente, cumpriria as ordens que
lhe dessem. Acrescentava, porém, que nSo desejava o seu convívio: «Espe-
rando que me não mandem que o tenha em caza». (2). Como resposta,
Aires de Sá enviou-lhe uma carta grave, cheia de bom senso. Como Vernei
fora expulso deRoma por ordem do Papa, convinha obter a licença do regresso,
do mesmo Oovemo Romano. Devia ser tratado com a «civilidade que con-
vém a um nacional, contra quem a sua Corte se não mostra escandalisada
presentemente». Se bem que não fosse obrigado a ofereccF-lhe a casa nem
Sua Majestade tivesse ordenado a reintegração no mesmo lugar, devia-se-lhe
prestar «alguma maior atenção que a de simples Paizano». Em período
a que faltam já palavras, parece insinuar que este assunto devia ser tratado
com brevidade, a fim de se não demorar a entrada de Vernei em Roma, con-
forme a sua súplica (3). .
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— 437 —
A 24 de Agosto, o Ministro teve audiência do Sumo Pontífice e comuni-
cott-Ihe a vontade de D. Maxia I. «Sua Santidade ficou penetiadissimo
da atenção da Raynha Nossa Senbora, e me encanegou de lhe dar da sua
parte, OS mais sinceros agradedmentos, sigurandome, que ao mesmo tempo,
hordcnava ao sco Núncio os fizesse chegar à Real prezença de Sua Nfagcs-
tade». O Papa nada tinha contra Vcrnci, nem nada havia a esse respeito
e que quizera ooncorrer para esta negociação, o que faiía se tivesse as mesmas
faculdades que enoontrei para a primeira dependência, que como Vossa
Mercê vio, gastei pouco tempo na sua conclusão».
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— 438 —
Lamenta, a propósito, que o amigo correspondente de Vemei em Lisboa,
que na Corte andava tratando da sua pietencio, nada cmu^nisse a esie
tesptíto: «Sinto que o Amigo de Lisboa adiante tio pouco as dependências
nSo he seriamente culpa sua, porque conheço a sua efícasia; sinto também
que esta razão concorra para que cu não veja a Vossa Mercê nesta Corte,
o que muito dezejo e poder nella servillo». (1).
mas custa-nos a crer que Aires
Diflcilmente, se ideniilicará o «amigo»,
de Sá nio tivesse mostrado algum por Vemei nesta conjuntura.
interesse
Não existem elementos concretos para deslindar, por agora, este ponto
da questão. O certo é que o Arcediago nio r^ressava a Roma e o lufinistro
de Portugal insistia com ele nesse sentido. Chegou mesmo a fHsar que,
estando reabilitado perante as Cortes de Portuiz;-.!, Pontifícia e estrangeiras,
se tornava urgente aparecer de pé diante de Francisco de Almada, visto o
público nada saber do que se passara nos Gabinetes. Ao menos devia per-
manecer oito dias em Roma...
Vemei nio se convenceu com as razOes de D. Henrique e insistín nos
motivos que lhe assistiam pam a com|deta repoaiçio das cousas nos lugares
antigos. Mas nem a influência do «amigo de Lisboa, nem o irmão Diogo,
nem a valiosa intercessão da Marquesa de Tancos, nomeada Camareira-Mór
da Rainha, foram bastantes para suplantar os obstáculos. Pensi>u recorrer
de novo à amizade do Pouiiiicc. O iMinistro, porem, procurou dissuadi-lo,
porque de ante^mlo estava certo do inixtto da Intervenção pedida: lãHio me
parece que o Papa esteja disposto a tomar este n^ócio como poderia, ainda
que, perguntando-me por Voesa Mercê, sempre lhe digo os motivos que o
deficultão vir a Roma». E na verdade não o fez imediatamente.
Mais do que razões económicas (realíssimas, sem dúvida, mas não as
únicas), deviam pesar na resolução de Vernei. a consciência da sua inocência,
fortalecida pela inabalável certeza do seu valor intelectual. A reparação
do de todos e sobretudo aos de Almada,
ultrage só seria completa, aos olhot
se o reintegrassem no antigo posto e o deixassem voltar a viver no meio social
de que havia sido expulso. É o que aliás transparece deste período de uma
carta de D. Henrique:... «para mostrar a Vossa Mercê vontade de servilo,
não tenho a menor deficuldadc de escrever ao Confessor de sua Magcstadc
e ao Sr. Ayres de Sá, mostrando a ambos a justiça de Vossa Mercê e o despa-
cho que tiverão sempre cm Portugal os Secretários de Legaçuo; veja Vossa
Mercê se lhe convêm e aviaaeme».
Gostaríamos de conhecer os termos em que o Ministro terá intervido
junto do confessor e do Secretário de Estado, porquanto nio nos restam dúvi-
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— 439 —
das de que a sua vontade oontritmin eficazmente para que Vemei não voltasse
ao sen antigo Ingv. D. Henrique de Meneses falou também ao Cardeal
Hcrtzan, entretendo-se ambos em longa conversa, a dissertarem «no seo
distintíssimo merecimento e nos seos trabalhos». Ao fim c ao cabo, tudo
ficava na mesma, rcpctindo-sc as amabilidades inúteis: «mas posso sigurar
a Vossa Mercê que não tem limite o meo obséquio nem a vontade sincera
de o servil». Por fim, o Papa resolveu-se a intervir e escrever nesse sentido
ao Núndo em Lisboa.
Vemei insistia com cartas sobie cartas» até que» desDudido de obter a
situacto anelada, resolveu regressar a Roma. Em yíjúo de 1781 exultava
o Ministro com a decisão, em termos por demais dcsvanecedorcs «... não :
lhe devo encobrir o muito que csiimo esta sua re/oluçao, que á muito tempo
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— 4W—
forme se anuncia na assemblda particular de 6 de Dezembro (1). Dir-se-ia
qve esta atencSoda Academia foi a espora sangrenta que cqtevitou sonhos
adormecidos: «Louvo com ttNU a veemência da minha alma e dou a minha
aprovação ao vosso desígnio de aumentardes as dêndas e as letras (optimis
disciplinis) c de aguçardes os engenhos dos nossos. Tanto mais que. também
eu, levado pelo mesmo amor da Pátria, há já muitos anos, trabalhei cm mais
de um género de letras, tanto das exactas como das humanas, para servir
de proveito e utilidade à nossa juventude. Mas impedido pela inveja de nmi-
tos, pdo ódio de muitos, por actos de muitos, nBo pude chegar ao fim que me
impusera. Tomara aquela ocnpaçfto, na verdade nobre, mas cheia de tXÈr
balho 6 despesa, confiado na benevollncia de uns certos que prometendo-nos
muitas cousas e incitando-nos continuamente, não foram fieis e, pelo contrá-
rio, desertaram indignamente no combate. Estas foram as primeiras escara-
muças de guerra mais séria: nós, porém, confiantes na ardorosa juventude
e na bondade da causa, de forma alguma perdíamos a fé de fazer alguma
cousa.
Seguiram-se os tempos calamitosos e inimigos do valor, em que, mesmo
os homens doutos julgavam proceder bem como a sua consciência se, tendo
o propósito de ajudar a República, pudessem viver com segurança, calados
e nào fazendo nada, dentro das paredes da casa. Advieram-nos depois mui-
tas calamidades, conhecidas e ignoradas de vós, que nem agora mesmo se
encontram «Hnpletaawnte eiEtitttas e distmifam toda a esperança de realizar
qualquer cousa mais pela Pátria. Vimos, na verdade, nossa bagagem lite-
rária, não sd de qoe modo dissipada e esmagada, alguns dos nossos escritos
arrebatados, outros rasgados, para calarmos outros mais dolorosos.
Estes factos patenteiam bem que não pareceu a Deus que os homens
fossem ajudados pelas nossas lucubraçòcs» (2).
metta em combates; cu lim me animiria a fazer ndb algum papel como Deus me ajudaeae,
mas que seria depois deste pobre homem com os senhores críticos? —
Publicada posterior-
mente em Histo, 109-121.
(1) Livro das Actas da Academia (Academia das Ciências).
Q) Cópia do texto latino em Histo, 1S3-1S4 e no Apénd. Doe.
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— 441 —
tal, foi ele que ficou com o expediente respeitante a Vernei (1). A ele, pois,
deu conta da impossibilidade de oorreQKmder à eqiectativa da Academia,
aio enviando trabalhos por falta de saikl^ mas em carta acentuadamente
intima. A de confia a esperança fagueira de ainda vir a poder redigir trabalho.
Paiccc mesmo que identifica o P. Azevedo com a própria instituição: «Quando
essa Academia me nomeou seo membro, logo lhe respondi que as minhas
moléstias me impediam de trabalhar nesses estudos, mas que, se pudesse,
não fUtaria de eacnvor alguma ooiza. Aa BKdsitiaa CMSceram de enlam
para ca, prindpabnente no ano passado. Mas se Deus me pennittr, nfto dei-
xarei de fazer o que puden). Apesar de tudo, nio repugna que deva a distin-
ção de Académico ao Abade Correia da Sena, que ccmbeoeu em Itália (9,
e com o qual se correpondia (3).
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— 442 —
as esperanças de poder imprimir as obras que tínha inéditas ou em começo
de imprassSo, como era a Teologia. Os seis tomosem oitavo já imimios
e os outros manuscxiKM, ficaram reduzidos a cinzas, em fogueira pr^wrada
por de próprio. Deixou staiente «outras mais pequenas» a que mais tarde,
se vieram juntar umas outras que andavam por mãos dc amigos. «Talvez
sejam as melhores», comentava o próprio autor. E é estas que temos maior
mágua dc náo conhecer, estas que Vcrnci, com um trágico «talvez», prometia
deixar, por sua morte, a um amigo que llias pedia. «FCsto vieram a paiar
as fadigas Uteritias de cinquenta anos que estou cá» — exdama oom prttfkmda
mdancolia o desiludido iluminista. «Arminei a saúde, destrui as poses,
e não conclui nada». É confrangedor o va^ deste cruel testemunho.
Contraiu dívidas que nesta data seis anos antes da morte
- ainda —
não pagara totalmente; arruinara a saúde e \ ira encorpar-se. de dia para dia,
«O desgosto e repugnância de escrever luais em tais matérias e com tal micnto».
Estava ag«ra convencido que «Deos nSo quiz» que «iluminase a nosa nasam»,
e conformava-se com a sua Divina vontade. Com outros fins poderia escre-
ver. Mas reclamava mais saúde e «bons ^udantes de estudo», que teriam
de ser bem pagos. «Mas eu nSo tenho poses para iso, e só cuido em viver
como melhor poso».
Estava traçado o quadro que Vernei lançava à consideração da douta
Academia c á ami/ade de um amigo. «Isto basta para que Y. Rcv.'^ forme
conceito da minha impossibilidade fisica e moral, pdo que diz respeito à
Academia». Ngo relatava tudo quanto sofiera. Mas sublinhava o bastante
para fazer rebentar lágrimas a quem. como ele, acreditava no ideal iluminista.
Àqueles que andassem fora dessa órbita, causaria, pelo menos, compaixão,
ao verem as dívidas que contraíra e a miséria c o desprezo em que vivia
nos últimos anos, sucumbido por ter desfeito, diante de si, o sonho mais
(1) Natural de Lisboa, filho de Pedro José Chevalier e Luisa Teresa Veroei.
(T.T. — Habilitações da Ordem de Cristo. Letra D, Maiço 7, n.* 4). Foi Qraaleilo
da Ordem de Cristo (T.T. — Chancelaria da Ordem de Cristo, L. 307. fl. 16, 16v. e L. 277,
a 31). — Sobre o pai, ver T.T. —Registo Geral dos Testamentos. L. 233, fl. 15.
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— 443 —
e Dionfsio António, a fim de poderem assinar a petição endereçada i Rainha.
Este doctuneiito consta atiavés de um outro, passado pdo sot^o ^[tostó-
lico, a 26 de Maio de 1783. O Arcediago solkâtava «ftculdade para impe-
trar as competentes Bulias da renuncia do beneficio». A 19 desse mesmo
mê^ 1 \'iscnndc de Vila Nova da Cerveira, futuro Secretário de Estado dos
Esti aniiciroh (1 ), comunicava para Roma que «a Rainha Nossa Senhora
há por bem conceder faculdade para que o suplicante possa impetrar as Btillas
de renuncia do Benefício de que se trata, nBo sendo de aprasentaçao do Real
Padroado». Desta forma nio se tomou diflcil a satisfaçWo do seu descgo.
Era o segundo testemunho c&áal da. estima e consideniçio de D. Maria I.
Em Évora, pmém, encontrou a esperada resistência de quem nunca viu com
bons olhos o provimento em pessoa estranha à Arquidiocese, residente em mui-
tas léguas de disiância. la-sc, pois. prolongar a mesma situação e o Cabido
reagiu foricmctue (2). Alegando que nem todas as razões invocadas por
Vemei na petição ao Papa eram verdadettas, o Vigário Geral da Anquidiooese
eborense negou-se a sentenciar. O Aioedtago fixava^ae nas oonaideraQSes
da idade e dos achados que o impossibilitavam de cumprir as obrígaçOcs
de Benefício. Mas o Vigário Geral lembrava que a principal razão dessa
impossibilidade residia no facto de nunca ter morado em Évora e servido
sempre por meio de Procurador. Era isto que devia ter comunicado ao
Papa...
Vemei <rfÍBndeu-se com a insinnaclio de deslealdade, e defendeu a pureza
de intenções com nova exposição. Nio pretendera enganar o Papa, que era
seu conhecido, havia muito tempo c nada obstava a que o Pontífice, «sendo
bem informado de tudo c querendo beneficiar um homem benemérito, que
ele bem conhecia, concedesse a coadjutória». Foi o que de facto veio a
acontecer. Nas suas notas diz-se que em Dezembro de 1783 se passou na
Dataria a coadjutória do Arcediagado a favor de João Carlos, tendo custado
tudo 650:05 escudos romanos, sem contar a agMa de 28 escudos que o
coa4iut<v nunca pagou. Tudo isto se fez apenas com o attestado do avítalo
de Évora, sede vacante, não obstante todos os «fracassos» do Abade Argenti
e do Subdatario.
Não foi esta a última graça que a Rainha lhe concedeu. Por decreto
de 11 de Setembro de 1790, conforme se lê na Gazeta de Lisboa (3) e consta
(!) Luís Teixeira de Sampaio aponta a data dc 1 dc Abril de 1786 (Ar, 114).
(2)Só quando João Carlos resignou «espontânea e livremente», o Aroediagado
voltoa a ser oonoedído a um sacerdote da Arquidiocese, o p resbítero b^ense ^^cente iDácio
da Rocha, Bacharel em Cânones (Ver Bulas de resignação de João Carlos e dc nomeaçfo
de Vicente Inácio —
Setembro de 1793 —
no A.S.y., Reg. Lat. 2.102, p. S71-S74).
(3> G. 22-1X-790.
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— 444 —
da cópia da carta régia, registada na Chancelaria (1), D. Maria I nomeou-o
Deputado honoiário do Tribunal da Mesa da Consdênda e Qrdenip em
«stenaio ao que me tem servido e sérvio ao Senhor Rqr D. José meu Senhm
e Pqr», «em muitos negosios particulares da mayor importância e ao zào
com que procurou promover os seos estados nestes Reynos por mqro dos
seos escriptos».
Foi-lhe então concedida ubuma pen^o annual de quatrocentos e oitenta
mil reis pagos em quartéis pda lista desta Secntiria» (2). A esle beneficio
de 1790p a Lub Finto de Sousa, a agradeoer>lhe quanto por de tmha feito, ao
mesmo tempo que solicitava novas gnçM. A
9 de Feverdro do ano seguinte.
Pinto de Sousa dava conta das diligfincias empreendidas: «Com a mesma
boa vontade solicitei até agora huma resposta aos três pontos que V. M. me
propoz nas sobreditas carias, a saber, a Erecção das Armas, o pagamento
da pensÂo por bum modo mais proticuo e a introdução da sua Grammaiica
Latina nas Escdas do Rdmo: Em quanto ao primeiro: Sua Magsstide
houve por bem dar toda a ftculdade ao seu Ministro em Roma, paia resolw,
dedarando-lbe que a sua Real Intenção a V. M. toda a ivoteoçao e ftvor,
logo que fosse compatível com o uzo dessa Corte; e pelo que toca ao segundo,
a mesma Senhora annuio benignamente aos dezejos de V. M. c nessa confor-
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— 445 —
fede qualmente ho confessato U Sigaore Cavaliere D. Luigi Antonio Vernei.
Roma. <ie 13 de Mano 1792» (1).
Qins para a sepuitnra, tnvcÊío no hibito da Terceira Ordem de Sto
ir
Francisco, «de tda ou seja de olandilha da oor de caré», metido em caixão.
O enterro, por sua vontade, foi simples, só acompanhado do Cura. oito tochas
e cruz. '<c de huma só companhia», transportado de dia «a huma igreja donde
esteja hum altar de Sào Nicolau de Bari», seguindo, depois dc exposto, «com
dms só todMU» sem tqwle de cantada hmna só Missa
nem cça. «e depois
por hum só ministro poperado» para as «sepulturas communs».
Como herança do que em vida lhe fora mais querido, deixou ao sobri-
nho Dionísio António «algumas cópias do celebre Método, e dos papeis
pró c contra, que cntam se pubhcaram». «Isto é única coisa que ficou
da dita matéria» —
concluiu cie próprio, na extrema hora do desalento,
nesta carta de 20 de Janeiro de 1786.
Tudo isso passara, mas mn livro havia que ainda tinha utilidade —
Gramática Latbta, «Dard aoe dois sobrinhos este consdho, que me parece
muito útil. Como a minha Gramática Latina teve tanta aceitasam, que mui-
tos se valem dela: podiam por meio de alguma pesoa poderosa alcansar
a grasa de se introduzir nas Escolas juntamente com as outras duas Gra-
máticas, para que cada um se scrvisc daquela que mais lhe agradase. £ alcan-
sar também o privilegio de a imprimir. Desta sorte podiam tirar alguma
renda em memória do sen Auton».
Especialmente a favmr de Dionísio António, renunciott todos os seus
«servisos feitos nesta Curia de Roma em utilidade e beneficio da Corte de
Portugal, e em especial os que fiz à mesma Corte no emprego de Seoetário
de Lcgasam». Nào esconde a cota parte do seu mérito, na composição
das duas Cortes, o qual serviria de base para o sobrinho requerer, para si
(1) A.Sj\.R.
(2) Is, 54. — No índice, p. 111, o autor cfaama-lhe Comineadatore e Arcediaoano.
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— 446 —
A sua memória perdurou, pois, entre a família, que julgamos não ter
actiHilmfaite lepffMC i iiiinteii oom o seu apdido, e também nas Secietaxias
de Estado, como até entre os amigos. A
ests respeito apenas temos conhe-
cimento de uma iniciativa que anda perdida: um quadro com retrato seu,
impresso, e legenda apropriada, que em 1863 se vendia no mercado da Piazza
Navona em Roma: Aloysius Antonius Vcrneius/Regii Ordinis Chr. Eques
Torquatus/Archidiac. Eborensis/A secretis Legationis ia Rom. Curia/
Ac in Régio Consc Tríbunali CoUega/ OfaBt Romae die XX Martii/Anno
Dom. 1792
Mais, pofém, vale a pennanSncia do seu nome nos meios cultos da
Naçio^ onde os livros que deixou, foram por muitos anos adoptados e lidos,
e a sua aoçio iluminista, apesar de tudo, lavrou sulcro profundo.
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CAPÍTULO XV
manuscritas e desapareceram, mas nio fazem falta para marcarem a sua posi-
ção dentro desta corrente da pedagogia setecentista, porque nos basta conhe-
cer o facto apontado e porque estamos onto de que terá oompubado os
autores de maior nomeada.
As línguas vivas mereceram-lhe igual simpatia, aconselhando o seu estudo
desde os primeiros anos da escola. Eram, afinal, o órgào divulgador dos pro-
gressos das letras e das ciências, que se iam desabituando de utilizar o latim.
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— 448 —
Ele próprio sabia bem o francês e o italiano, que eram os idiomas mais vulga-
rizados e em que apaitcjun escritos oa tiaduídos os meUimes livros da cnl-
tora de então. Oremos que não terá estudado o inglês nem o alemfto, nflo
obstante conhecer obras literárias e cientificas dos povos germlnicos, a ponto
de em filosofia ter seguido a onda predominante que se filiava em Locke e
Newton, da parte dos ingleses, Tomásio, Grócio e toda a escola do Direito
Natural, do lado dos teutónicos.
Considerando irreparáveis os estragos que a Filosofia árabe e escolás-
tica caasaram iio caiiq;» das cilncias à sombra de Aristótdcs» estabdece o
cipio, em que crê como dogma, da irredutiUlidade dessas filosofias com as
modernas teorias demfficas e a simplicidade e dareza das ideias fiiosMcas
predominantes nos meios mais ilustrados da Europa.
Verilica-sc, pois, que Vcrnei ultrapassou a primeira fase do século que
se bateu pelo cartesianismo e atomismo gassendista, taxando os adeptos
dessas correntes, de hipotéticos. Luis António pertence à segunda época,
de mais bem ftmdado experimentalismo, do concicto e do vtíUtáiio, dei-
xando-se pennanecer aferrado a essa orientação até à m<»te^ sem sentir atrao>
çâo pelo último periodo do século ou pelas inclinações sentimentais ou idea-
listas de tantos. Os românticos, por exemplo, já apareceram bastante tarde,
e não se compaginavam bem com o seu carácter, para o poderem contar entre
os seus.
Na verdade^ a filosofia das haes, do t^ Lodce, Condillac, Hdvécio
e Holbach, estmtnnhnente ftmdada na nzio como
única fonte de conhed-
mentos digna do homem, segura e eficaz, depositando inteira confiança na
crítica desapiedada, tomava-se inimiga irreconciliável das teorias que davam
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-1778), o principal impulsionador das ideias românticas, ganhava o prémio
da Academia de Dgcm em 23 de Agosto de 1750, demonstrando, em opoei-
ção aos «I^ósofos», que «as nossas almas foram-ee corrompendo à medida
que as nossas artes e ciências avançavam em perfciçfio». Com o Diseours
sur V origine et les fondements de V inégalité parmi les hommes (1754), inicia
a série de obras que revolucionaram as concepções sociais mais seguidas.
Da mesma forma se não aproximou de João Baptista Vico. Ambos
colocavam a Biitdria no primeiro fdano dos estudos e do conhecimento da
vida, intereasando-lhes saber o que finfam os antigos e itMmheoendo, om
e outro, a necessidade de utilizar o método e3q>erimental, poia se wgiàx o pro-
gresso da ciência. Mas Vico nSo adere ao grupo lockeano que tudo reduz
à experiência, porque tem consciência de quão indispensável é a metafísica
para se obter uma visão espiritualista da vida e do mundo. Coloca-se. porém,
no ângulo platónico-agostiniano e não perde a oportimidade de também
combater a metafísica aristotâica. É mesmo de pareça que Aristótdes
impediu o penaamoito humano de progredir com a Uberdade interior que
garante a maior conquista do engenho e, por isso, entende que nlo pode
ser interpretado segundo o sentido cristão. Prefere Bacon a Descartes e
classifica Locke de «medíocre sensista». que tentou conciliar a Filosofia de
(3) Ver, a propósito, a tese conttária (Vemey predecewor de Kaal) em Ver. —Sobre
o peoMinento de Kant em Portugal, ver Eetu, 228.
«9
— 450 —
demais vincada no meio intelectual português e até mesmo em certos círculos
do ensino de Itália.
Fr. Fortnnato de S. Boaventura (1) e nos nossos dias o P. Seweriaiio
Tavares, S.J. (2X dassificam-no de principal responsável da perturbação
mental que a nova ordem provocou entre nós. Scveriano Tavares adopta
mesmo o escalpelo dc traição da Latinidadc, à acção de influência verneiana.
Por outro lado, Fr. Bernardo de S. Boaventura (3), o Dr. Teófilo Braga (4),
a História de IMeratura IbaOnda, o Dr. António Sérgio (5), o Dr. Joaquim
Ferreira (6), nitre outros, guindam-no à cati^mria de salvador das letras
pátrias. Os Professores Cabral de Moncada (7), Joaquim de Carvalho (8),
Hernâni Cidade (9). bem com o Dr. Salgado Júnior (10), e o Dr. Silva
Dias (11), reconhecendo embora o método das suas ideias, n&o dexaramde
frisar as deficiências da sua intervenção.
Deixamos anotados os principais autores que falaram de Vernei em con-
junto, na perspectiva da cultura geral portuguesa. A nossa opíniio pessoal
oomnnga de um pouco de todas elas, não por capricho edéctico, mas por impo-
sição do acervo de documentação que agora se traz i luz do dia. Vemei
representa, cm cheio, a segunda fase do século, que combate o cartesianismo.
como tipo de cultura experimental que ainda abusa dos conceitos sem base
na experiência provada, mas que vê como inimigo irreconciliável, as especula-
ções da Escola peripatética, tanto na direcção dos árabes como na da Escolás-
tica. Dai parle a nova Lógica e o critério piátíoo que norteia a dênda.
Faz4e paladino convicto, não tanto do newtonismo puro, como do seu
espirito ou método de construção cientifica. A Matemática não o seduz
muito. É a experiência, o pragmático, o sensível e o sensato aos olhos humanos
de pessoa despida de preconceitos, que o abservc com paixão. Por isso
não se enamora já da evolução das ideias no sentido kantiano.
os sabedores da Hngoa Santa, qne tambeoi o foaw ate por ventara o maior labio portufuez
do aeculo 18».
(4) H. ni.
(5) Lai.
(6) Verdad.
(7) E, III.
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Com cic, muita gente, podíamos dizer, quase todos os intelectuais por-
tugueses seus contemporâneos.
Na medida em que pensava em si, prepofoo-ie para Teólogo; enquanto
pretendia auxiliar os outros, propondo reformas, tocava todos oe aspectos
que a questão nesse tempo comportava. Por isso, ele foi Tetíogo e Pedagogo.
Nisto se cifra toda a sua actividade. Estes são os dois pontos fulcrais da sua
personalidade de intelectual setecentista. De forma que, quando emite juízos de
valor sobre a Teologia, deve considerar-sc antes Teólogo do que Pedagogo, por-
que então mexe em ideias que constituem a medula da sua profissão. A auto-
ridade oom qne fola deise assunto é bem dtfeiento da que se lhe pode atribuir
quando se ocupa, pw exemplo, da medicina. Diríamos, por outras palavras,
que a direcção positiva que deseja imprimir à Teologia, apesar de iilo ser
original, é qualquer coisa de seu. que cic viu, ao estudar longamente as diver-
sas correntes. As novas dircctri/cs da Medicina, nào. Essas vieram-lhc
totalmente dos outros, sem qualquer contribuição sua, além da simples lei-
tura, porventura apressada, dos autores do seu tempo.
Em qualquer dos casos, nfio representa, certamente, o fiel intérprete
da cultura nadoiial, no que da possa ter de ele, a
especffioo, porque para
cultura nacional que não acompanhasse o novo império da razão e do desen-
volvimento cientifico, nfío era cultura, quanto mais cultura nacional... Os
extremos, porem, a que levou esta verdade - • deixando de lado a quota parte
de que a sua personalidade pode ser responsável — prejudicaram grandemente
a sua moisagem (1).
Tudo isto hz com qne o Arcediago de Évora tenha sido sempre e conti-
nue a ser pomo de controvérsia, motivo de contradição, porque lídimo repre-
sentante de um tipo de cultura revolucionária, iconoclasta, irreverente.
(1) Há-de um dia adtantar-w mais o estudo sobre a sua intluência no meio intelectual
portuguís, coosoltaiMlo* entlo ai kogu decnto
líMas de livros que, por disposição de
da Mesa Censória (1769) revelam o ncfaeio das bibliotecas dos GoavootM e de particula-
res em nicTdos do século, bem como as inúmeras Teses, não só impressas COmo manus-
critas, algumas das quais, com a indicação expressa do mentor: Conclusiones LogÊeaies juxia
matíem a. Vir Fartmart a Brixia «r AtajUrit AxamM VtrmU, DtrfimM fír. Ckrtuifkoro
a Divo Bonaveniura (...) Al Jbjfiaf/ Soitít Fhatítet OvUatb Átgtíoi^taia (T. T. Mesa
Cens., Maço 720).
VERDADEIRO
MÉTODO DE ESTUDAR,
PARA '
PROPORCIONADO
Ao cftilo , c neccfidade dc Portugal
ly-^----- EXPOSTO .r:.-y^::-/4
I
Ém varias cartas , efcritas foh R, P. é « « Borhadinho
da LOKgregafam de halia 9 ao R» P» n n
Doutor na Univerjidade de Coimbra
NA P O L E S
ANO MDCCXLVI.
€0M TOHAS AS IICESSjÍS NECESMIjíS^ &f:
PARA
Ser mil à Republica , e à Igreja
PROPORCIONADO
Ao cftilo, e necefidade de Portugal,
EXPOSTO
Em varias cartas , eferitas polo R. P, * * ^ Barhadinho
da Congregafam de Itália ^ ao R. P. * n *
j
TOMO SEGUNDO*
NÁPOLES
ANO MDCCXLVI. '
1) BIBUOORAFIA VBRMBIANA
xies', nas letras que assinalam os cadernos; enfim os pontos de exclamação e de interrogação.
Também o papel parece igual, com a mesma marca de água e uma flor de Us e uma delas
iladramente maior que a outra. De cena» sabfr«e.pdoa processe da TnquMçlo de riguns
livreiros e impressores de Lisboa, que as duas partes da Iluminação, do jesuíta Francisco
Duarte, datadas do Seixal, não foram dadas à luz por P.V. de M. e C, mas sim pelo editor
do Bairro Alto, Silva, a pedido do Fadre Doutor Joee Tomás DotjBB, icridente
Manoel da
no Largo das Portas de Santo Antão. Os dois Mercúrios, igualmente por esse editor:
o Mercúrio Gramatical, por solicitação do Padre Francisco de Cordes, do Colégio de Santo
Antio e o JUSncMs Filosófico, a rogo do referido Padre Borges, e não em Augusta, na impren-
sa de Martinho Vaitllt «com licença». Furfur Logicae Vemeianae, de forma alguma foi
editada em ftmpkioa, apud Haercdes dc Martinez, Bibliopolas in Vico de Navarreria,
mas sim, ainda por incumbência do Padre José Tomás Borges, na mesma oficina tipográfica
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— 455 —
do Bairro Alto. Estas ediçOes clandestinas custaram a Manuel da Silva as penas de excomu-
nbio maior, de que foi «absoluto na forma costumada», a suspensão do oficio de impressor
por «tempo de hum amio», perda de todoi os papeii existentes na Tipografia, pfnitfiifiM
espirituais e instrução ordinária e pagamento das custas. Igual castigo reodwtt o leeditOf
mesmo ano, áepfM de falar «dentro da Sé Velha» com «hum mosso de capote», encontrou^
com de «na escada da Patriarcal» e oomproo-Die cerca de 100 exemplares do ProgresModa
Academia. Isto é o que ele confessou no Santo Ofldo^ pan explicar a venda que finm ao
livreiro do Adro de S. Dominfos. Nio será mais natural <|iib o tenha ele 'Kipnniff aa
mesma Olkina?
Esla atmosliDn de dandestiniidade, levlmda por todas as dassea sodais, reflecte se
no meio dc Frades, de Médicos, Desembargadora. Níesires de Gramática e Clero secular.
O Discurso Apoiogético, «composto peio Desembargador Luiz Borges de Carvalho» foi
vcnifido ao linairo do Adro de S. Donwigoe, pelo oficial da impressor, EKas Du
na Típofliafia do Dr. Manuel Alvares Solano; a Om
UHatão sobre o Novo Meihodo de
Estudar, que cremos ser a Contesiaçam da Calumniosa accusaçam. lie José Caetano, Mestre
dc Gramática cm «mandou imprimir hum Livreiro da Rua Nova, chaiiudo
Lisboa, que
Owloa da por aMe renHdda ao seu cotaga Bsnto Soorea; as AéftrtiHeku OrMua
Silva» foi
dc Fr. mesmo livreiro por «hum Religioso da
NfanucI do Cenáculo, foram entregues ao
Ordem Terceira de S. Francisco do Convento de Jesus»: o Diaiogo Jocoserio que o CatdktO
revda ser da autoria do Dr. Aniãnio Udoro da Ndimga, confessa o livreiro do Adro da
S. Domingos que lho «mandou para vender» um médico desta Corte chamado Ftllano da
pdoa Fidfca da Ooaspaoliia aonde tem grande trato a amteade, ainda <|oe nunca com total
certeza qual dos Padres determinadamente lhe mandou o dito escripto, se resolveo em
obeequio dos mesmos a mandar fazer a dita impressão». Por falar mais tarde contra o
MarquCs de Pombal, entio Conde de Oeiras e a desfavor dos Inquisidores, esteve preso
pala Junta da Inconfidência, e veio a falecer em 176S, nos CároBies da biquisição. Ao
P. Boaventura de Santiago e Silva, igualnienie Presbítero secular, que no mesmo ano dc 1765
foi condenado para Angola, por cinco anos, por iguais motivos do seu colega, enviou o
P. Borges esses Uvros, que de, por sua vez, remeteu com escrito anónimo ao Livreiro do
Adro de S. Domingos. Um domingo, embuçado mm
CBpola,fOÍ da nOÍt»l«odMr O dinheiro,
que entregou ao P. José Tomás Borges.
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— 456 —
No seguinte quadro recolban-ae os «loneniog respeitantes aos editores, para mais
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— 457 —
Editor (rosto ou cólofon) Verdadeiro editor
Oeste quadro ressalta que, além de impressores dandesttnos, se notam alguns dos
mais famosos editotes de Lisboa: Miguel Rodrigues, Impressor do Cardeal Fatriarca. que
estampou livros de Vemei ou a seo flmir; Fhmcisco Uáã Áama, Impressor do Colégio
c Fábrica da Igreja de Lisboa, francamente pelos Jesuítas; como também Pedro FembOf
Impressor da Rainha e Miguel Maoescal da Costa, Impressor do Santo Oficio.
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— 458 —
II
4 —
Conclusões d$ TMegia especulativa e dogmática oferecidas ao Pape. Referidas
por Baiboea Madiado, no 3.* voL da MMMeea iMifana. Tahfa ae poanm iltuar perto
de 1742.
5 - Gramática grega. anuncia no V.M.E., tinha entio oomposta uma Gra-
Como
mática grega «em duas de papel grande, com uma cbueza inimitável para um prin-
foUias
cipittile». DOigenctavaedlti^
4dÊaemdMdaaiiudiflGflqiieletthoviatoiMSiamal6ria».
«paiB utilidade dos Principiantes» (V, vol. I, 260). Foi enviada manuscrita ao P. José de
AawwkH da Casa das Necessidades, depois da morte de Vemei: «due Grammaticfae manua-
critte dd fti iignore Gavalière suddette, una Or^
mancante di aicuni quinterai che noa
n nos potuti trovare (...) (Apfnd. Doe).
6 —
Gramática hebraca. A segunda gramática remetida de Roma ao P. José de
Azevedo foi «l'altra Ebraica in due maniere, cioè in un quintemo grande, e in tre tavole»
(íM). Anunciada no VJá^ e, juatunente com a amerior, oono «wcíta em duas folhas
nos seguintes termos: «Podeni Hmhfan, querendo V. imprimir logo uma minha Gra-
mática Ebraica, fdta por uma ideia nova, e bfCfviísiiBg no seo tSMca O que digo, porque
me kmbro. que na Reforma dos Estudos ficou fsssrwdo o dir providencia neMa UMlMa»
(Carta a Pombal, publicada no Apindké),
7 —
Retórica. Anunciada no V, voL II, pág. 61: «Sei, porém, que actualmente
SB copia ama RectArica portuguesa qw me paiece própria pan fonoar o bom gosto da
Eloquência. Um amigo meu mui particular a compôs para uso seu. Pediu-me noticia
dos melhores autores nesta matéria, e deles copiou o que conduzia para o seu intento. Usou
conigo a aminde de conautaMua na diqiotíçio dda. 1^
a modençio de om^ e nio
desprezar as biIhImw luflsnBes. Cuido que ffdianenle consegui u o seu intento. Devo fazer
esta justiça a sua grande capacidade. Não sei se a determina divulgar (...>». Maria dei
Carmen Rovira identifKa, cremos que sem razão, esse amigo com Francisco José Fretro
<BC4^
Poética. Dá notícia desta obra pela seguinte forma: "Certo amigo meu, honoem
mui doulOb me disse um dia destes que um seu conhecido havia pouco tempo tinha acabado
um manuscrito pelo estflo que dis iw» (V. voL ei 337);
9 — Teot<^la. Mais de uma vez se referiu a esta obn, de que diegou a escrever
seis volunKs. Dir-se-ia —
mesmo que foram impressos «estavam compostos seis tomos em
oitavo». Queimouoa, segundo revela na carta ao P. Azevedo (E, III, 427). Anundara-a
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VERDADEIRO
MÉTODO DE ESTUDAR,
PARA Ir
Ser util \ Rcpublic.1 , c \ Igreja:
i: PROPORCIONADO
'
Ao cftilo , e ncccfidadc dc Portugal
^i^"^ EXPOSTO
,.£m%eriat cartas , efcritat trilo R. P. * * » Barljdinba
da Longrtgafatn de Itália , ao K, P» » » *
Doutor na Un.verJiJade de Coiwbra»
TOMO PRIMEIRO-
V A L E N S A
NA OFICINA DE ANTONIO BALLE. i
. bioliothícà
• • •
• • • •
•••
V A L E N S A ':\
U A o F Cl NA 'DL ANTONIO B A L L
I
ANO MDCCXLVIL
'
diveni errori. Laonde PAotore non l*ba ricoaosduta mai per sua, ma sohanto questa,
die qui segue manuscritta».
12 — Verdadeiro; Níetodo ide Estudar, para Ser util à Republica, c à Igreja :;Propor-
donado/Ao estilo, e necesídade de Portugal. /£xposto/£>n varias cartas, escritas pelo
lLP.^^JMaãKÊieláa Ceivegtaam ée BúUa, ae lLF.^JIkMer ée UnlmMaiB de CMn-
bra.lTomo primeiro./Napolee/Aao MDOCXLVI./CÍHR todoM as Ikauas Mceaohtav, etc
(XIV) + 322 + (V) págs.
Signore Gennaro, e Vincenzo Muzio pubblici Padroni di Stampa in quesia hedeliÂsima Citti,
luppilMUido c momo ioi alia MacMi VoMm, oome desidenmo daie alia ttampa onXHieni
imitolata (...) Admodum Rev. D. Nicolaus de Martinno in hac Regia Studiorum Univer-
itele Professor primarius revideat et in scriptis referat. Ncap. die 25 mensis Februarii 1746.
C Oafinius Aichtoi». TendL QqwL AÃ^or.
Dhistrittime Pnesul (Em suma, o censor nada encontrou contra o Rei ov «• dMtCM
figios,mas topou o grande conhecimento das letras e óptimo método de Vemei, asseverando
que a obra era útil não só para os portugueses como para todas as Naçóes). Pode itnpri-
miMe. IMnn NaapalL 1 KalendM ApcUi Mmo noifiM Sahitii 1746. Tld Obeequen-
tin. Addictissimusque Nicolaus de Martino Professor Regius.
Die 4 mensis Martii 1746. NeapoU. Viso Rescripto S.R.M. Sub die 27 elapsí
nKorit AikíBs cianntiK ami ac idationB fiMia per Rev. D. Nioolai^
lis Camera Sandae dme providet, decemit, atque niandat, quod impiimatur cum inserta
forma praesentis supplicis libelli ac approbatiooii dicti Rev. Revimríi et in puMicrtioiía
•ervetur Regia Pragmaticae hoc suum etc..
2.* Vebam: Ttado igual ao primeiro, excepto: Tomo segundo. Na primeira página:
Index do 2.o Tomo, em duas págs.. Página 1 começa Carta IX. 300 pégB. 2 de ema.
: — +
2. » Edição: Igual à de Nápoles, excepto: Valensa/Na Oficina de António Balle./Anno
MDCCXLVL/Com todas as liceasas necesarias, etc./(Xll) + ^+ (V) págs. 109mm X
X lOmm. Tomo Mgudo (IV) + 300 + (II) pígi.
3. » Edição: Verdadciro/Mctodo,'de Estudar. 'para Ser util à Republica, O i Igreja:/
ftapoiCíoiiadoyAo estilo, e necesidade de Portugal/Exposto/ Em varias Cartas, escritas
polo ILP... Jtr^badiíilio da Congregasam de Itadia ao R./P.«««I>outor da Universidade/de
CoÍBibm./roaM> Mawiro/Valensa/Na Oficina de Antonio BalleJAno MDCCXLVII./Com
todas as Ucensasneceaaiiaaelc./OaO + 264 págL Tomo Mwndo: (IV) + 243 + OD pi».
12Smm X ISOnun.
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— 461 —
As edições descritas do Verdadeiro Método de Estudar oeoessitam do seBuinte esda-
radmnto: Com é indfcacSo de António Balla^ Valenn, 174^ aiMiecem nai BibUoMcat
portuguetM, vários exemplares desta obra. Nada levava a crer na possibilidade de haver
outros aftiOeiOi além do pseudónimo, porque o nome de António Balle era conhecido,
pelo menos atmvii do CimfemÊun Phfíosephicmm, do «paidiol Tomáa VioenlB Tooca.
Foi assim que os Bibllógrafos, desde Barbosa MUndo a Inoo&ocio da Silva e, mais
recentemente o ftof. Salgado Júnior aoo VmlÊdriro Método de Estudar nos Clás-
reeditar
sicos Sá dt CMi« iwíMmmii «hs pormenor, sem levantir o manar lapam. E ooitfndo,
nem o nome do aditor nem a data lio exactos. A obia foi impraeea am Nipoilea a a que
ae diz impressa em Valença, safu nudto depois.
Nfto é crivd» porém, que o Aroediago descansasse absolutamente na autoridade das
Ikencas olitidaBi tanto mais qoe sabia aonito bem que a Inquieicio portugueea oostnmava
mandar um visitador i chegada dos barcos e obrigava oa UvToa entrados, a passar pela
fisíca doa sans nwieana. Terá, no entanto, pensado que da alguma coisa serviria, e podia
w
ser até qpa o Santo Oflcio lomasM am coneids çlo a alta quaUflcacio do oeneores napo-
Utanoa.
O qoc aconteceu já ficou descrito noutro lugar. Depressa o autor teve conhecimento
do sucedido, certamente por intermédio do irmão Diogo, que nesta ocasião devia receber
a lemeesa. Vccnai nlo se deiíon intimidar com a medida inquieitoriaL Estava aberta a
luta. de forma «Htiema, • tcetou imediatamente de reeditar os dois volumes sem qualquer
alteração subetandaL Esta é a edição que se encontre nas nossas Bibliotecas com a mençio
de Vaknsau A identidade tipográfica reooniieooaB fkcQmente. Ntuna e noutra o A áo
vocábulo VERDADEIRO tem dois bicos na extremidade superior; a primeira aste do da M
palavra Método ffiTrlgwtp no sentido de baixo para dmo; o o de ouvirem, tem uma plica que
mais parece um ponto do que acento; todas as linhas estão mal «linhadas, por exemplo,
no lado esquerdo da página 29t do segundo volume, nniíto espectalmenle a penúltima lalifl;
enfim, as tábuas dos erros em nada diferem. As próprias dificuldades com que topou nas
tipografias,quando imprimiu pela |»imeira vez —
falta de caracteres para distinguir o u
(1) Di4o o prõprro editar na carta dedicalAria aos PP. da Companhia da Jaens e
observa-se, considerando, por exemplo, os eegninles casos: O tipodo primeiro e segundo
volume são diferentes, se bem que as maiúsculas do titulo sejam basunte parecidas (apesar
de mais faurgts umas das outras, no 2.* volume). Diferentes, porém, os tipos das cartas.
Também as capitais são diferente^, p. c, o M
da pg. 12 do 1 .° volume e 86 do 2.°. Os tipos
1
do rosto do l." e 2.^ volume também diferem um pouco no tamanho, produzindo por con-
sequência linhas diferentes.
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— 462 —
aJusáo ao preço é Índice do interesK que deqwrtou. Em duas sentenças dos Inquiaidoras
de Lisboa, proferidas em 17S3, diz-se expnnamente que bem se sàUa «qne o Santo Offido
havia mandado recolher a primeira impressão e denegado a licença para elics correrem»,
«sendo público e notório nesta Corte que o Santo Ofãdo mandara recolher a primeira impres-
são que vtyo de fora do R^no o denfuinto a Iíbbhbi |im eltai oouerani, pellos jintoe notí*
vos que ponderarão os Quallificadores nas suai OCORUM».
O P. Di. Manuel de Santa Marta Teixeira, Fada Loio que mantinha uma oficina
tipográfica no Convento de Santo Elói, reproduzia o Verdadeiro Afetodit de Estpár dan»
destinamente, não obstante ser Qualificador do Santo Ofício. Esta é, pois, a terceira ediçlo
do Verdadeiro Método de Estudar — efectuada eni Lisboa, à volta do ano de 175 1 , sc dermos
crédito á testemunha que em 1753 depôs no Santo Ofício, afirmando que havia cerca de
doto anot ae tiidia efectuado a Impraaslo. Cooao o Meatve da oompoiiçto infonna que
jaotamentaietoprimiu o Rciraio dc Morte Oore o Fucoer do Dr.ApolãnkHnio há dúvida
de que a fiwide oconeu em 1750 ou SI.
Um papel anónfmo que encontrinioi na BttiOoteca da Ajuda fhMe eco deita táHçjka,
apontando os principais caracteres: «Esta obra imprímiu-se também em Líiboa, oculta-
mente, no Convento de S. Bento dc Xabregas, cm cuja edição se conservou o mesmo lugar
adma, oficina e anos; porém observando-se os sinais seguintes que caracterizam uma e
outra ed icBot pofque a pcioMira é em papel mais eMOfOi macio o maica makN« e coul é m
o primeiro tomo 322 páginas c o segundo, 244 páginas; e a segunda, em papel claro, áspero
e carácter mui cravado, contendo o primeiro tomo 300 páginas e o segundo 302 com
errataa»(l).
Apesar das diligencias a que temos procedido pare encontrar exemplares com estas
características, até hoje foram que efectuánx» em Portugal, Espanha
infrutíferas as buscas
e Itália. Os exemplares examinados com a data de 1746 contém: 1." volume: XII+322+V;
2.» volume: IV+300+n.
Nao será a edição de 1747 esta impressa pelo Frade Loio que, também cremos ser
a referida pelo autor anónimo do trecho citado? Atendo-oos primeiro a esta edição que
paam por aer a aegunda, advertimoa que nem o ano mm
o local de Valença aio exactoe.
Quanto ao ano repare-se que alguma razão houve para «António Balle» não ter empreen-
dido a segunda edição do Verdadeiro Método de Estudar que taxativamente promete na
Ààrertincia do Impressor da Resposta às Reflexões, 1748, para satisfazer a procura daquela
obra, em toda a parte e na sua oOcina. Como o editor nesta Ádfertimia infonna qna a
nova edição se fica concluindo, segue-se que a data 1747 —
não corresponde à wrdade —
e é posterior a 1748. Na Conversação Familiar (17S0) ainda se faz eco dessa noticia do
editor sem ae aludir à anunciada edidU». Defomiaque,senlonrde17SOoiiSÍ,aedÍclo
dc 1747 seria, quando muito dc 1749. Por outro lado, como é só no Parecer do Dr. Apo-
lônio (1751 1) que Vemeí cita as duas ediçóes («como além da primeire edisam dos Métodos
à ssgundn e divena, nas dtas deste papd vam as folhas de fauma e d» ootm «dSmnwX
condui-se que saiu cm 1749 ou em 1 750. Foi este, pois, o primeiro escrito qne lhe imprimiu
depois desta cdiçào e. por isso, lhe fez menção Fmhorn mais duas respostas sem data
{Advertência ao Impressor e Última Resposta), que não a citam, parece-nos que se nào deve
ahanr a daia desta ediçlo para depoto daqoeiaa obras, que caleutamoe «eram suilido leapeo-
tivamente em 1751 e 1752.
Quanto ao local não há dúvida de que a edíçio da Resposta ás R^lexões que tem a
dataemcaracieies iwnanosoaquelhltaa Adverténda do lnyramor talcomoaedictodas
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— 4«3 —
Reflexões que dá António BaUe como seu ioqneMor, ttinin evidentemente da meema tipo-
cnfla <iw imprimiu a «dielodel747do KerMtoJIMbAfiMr. OmniOMML
o mesmo tipo de letra, o mesmo tamanho de linha, e até a mesma graNura ao cimo de uma
das primeiras páginas. O triângulo de estrelas falta na edição das Reflexões. O do Ver-
àoddro MeHkh tk Eoaiat tem nem» qtniro ItaluH m
bate superior do que o da JbqmM,
mas nada disso invalida os dados positivos atrás anotados.
Qual teci sido, porém, o impressor? De forma nenhuma Frandaco Luis Ameno,
o Nioilao Ftaacez Siom da dediouória das JUfkjOes. Da sua oficina tipográfica safai
a que tns «qplicita «Ma indicação. TMnbém nio parece viivd que as três obras tenham
sido impiesns cm Roma, já pela natureza da segunda (dc ataque a Vernei), já pela quali-
dade do papalrjàpttniue há uma Resposta realmente impressa em Roma (António Balle, 1748).
S6 noa resta a Mpátese de cnr qoa fenun estampadas em Usboa. B como Vemai dta
a edição do Verdadeiro Método de Estudar, talvez se possa concluir que isso se fez com o
seu consentimento. Sendo assim, a data da impressão destas tr£s obras e. por conse- —
guinte, do que maii sot iolenssa, do FsrdbdUv ããtêttb th Ertmiar—, deva ston^ae, como
ji tfnhamoa ooodufdo, por cerca de 1731. Sei*, poii^ esta a ediçio que oa r6us declararam
ter impre^vso no Convento dos Lóios, que SC dlstiogue das de foca, qusT pala qualidade de
meira (de Lisboa) é em papel mais escuro, mado a marca maior; a abunda (a de NátMteaX
em papel claro, áspero • caráctci nmito cravado».
Teremos, pois, que a edição dc 1747 ó a terceira e não a segunda, como se pensava
e saiu de uma tipogralia Usbocia, dos hrades Lóios, não muito longe de 1751, da mesma
forma qoa a da Vakma, 1746^ foi a «einnda e nio a prioMiBa.
Sobre traduções efectuadas dBWate o século, anotaremos apenas que só conhecemos
a espanhola, que referiremos adiante. No resumo que Vernei publicou com o titulo Synopsis
#rMMiiMmflibaponoaatnduçlofianoBM. ^aEo sabemos oom que ftandamcoto Sommer-
vogel afirma que o Verdadeiro Método de Estudar foi traduzido em espanhol no ano de 1764.
13 —Censlua a tmw obra do P.,,,, autor de obras «reputadas por doutas, eagenhosas
e discretas dos sábios de toda a Europa». (Ver V, vol. II, p. 1 12 c Guta A). Tratar-Sfr4
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—464 —
da «copia stamiMla di vum Lettn Latina anónima, d» oominda».: «Nicolaus tuus vd potíus
M»l«», imalida da Rima a Dknfno António Vemei, em 1792? (Ver Ap. Doa). Nh»
será o mesmo escrito que enviou a Muratori em 24-xii-746? «Envio-te aqui uma pequflOA
lucubiação que cscievi para um amigo. Este, porém, sem eu saber, não se absteve dO •
mandar para os pvdos. ftmadhMB de tnc^Ot o homem, not&vdmenle VBCMdo noa catudoi
mais elegantes, de que isso valeria a pena, desde qiic conseguisse assim instruir os outros
e adverti-los de que nio deviam ter confiança em quem escrevera tantas ioépcias e mentiras.
Evideatemeatei, lavei iMo mnilo mal, pois estov oonveoddo de tar oondtado alguns ódios
contra mim, per aaln tar falado mais livremente». Deve pertencer ao número das «fo^
\olanii mia» que, na carta escrita a 29-xi-69 a Pagliarini, coloca entre Oraiioni c Orto^ra-
phia Latina, e imprimiu na oficina de Generoso Saiomáo. A primeira Oração que impriiiuu
é de 1744 e a segunda, de 1747, como a OrtograpMa Latfaa. Mnatori apradou o tnlMlho
nestes termos: «Li avidamente a tua polémica com o jovem ... Achei al muita elegftnda de
forma e um brilhante espécime do que é uma boa critica» (E, III, 268 e 271).
14— Cènson à BibHotoca LusHaoa, de Bttteaa MSidMido. CooUa do scfoinle
passo de uma carta do Arcebispo Bórgia, endereçada a Vemei, em 9-1X-1746: «Censuram
tuam dc Barbosac Bibliotheca Typis mandatam (.. .) perlegi; quare gratias tibi ago, quod
lilani ad mc misisti (...)». (Ver a carta no Ap. Doe). Deve tratar-se de uma das fogU
votaati, já reisridaa.
N.B. — Volta a censurar Barbosa na carta de 1-1-735 (Cf. Filos, II, 17 c 18). NÍO
tará reproduzido ai Veroei aquelamesma censura que nunca terá imprimido separadaneole?
13— No«Q/Mctliodo/paim apwndsrAMOnunatfcaff affna /OffcwcidoM Ebqr Nosso
Senhor^. João V./Pelo Padre/Manoel Monteyro/da Congr^açfto do Oratório. /Lisboa./
Na Offidna de Fnmctsoo da Sflva/Anno de NfDCCXLVI. (1746)/ Com todas as Uetnfas
neeesmrias.lE Privilegio Rca]/(X3ÒCVn) + 267 págs. -t- (XVI)— 7mm X ]30mm.
Novo/Methodo/pan se aprender a/Grsmmatíca/Latina,/Odeoado para o uso das
Escolas da Congrega-Zçâo do Oratório na Casa de N. Senhora 'das Necessidades. /Offerecido 'a
Eircy Nosso Senhor/D. João V./Pelo Padre/ Manoel Monteiro,/da mesma Congr^çáo/.
Plute ]I/ti8lK«:/Na Ollleina da nrandsoo da Silva,/Anno de MDOCXLDC/. 074^ Com
todn a Ueenças necessárias. lE Privilegio Real./(XVn 99 págs. — 70mm I30mm.
16. Erratas de dous canhenhos/alinhavados com os farrapos de algumas Artes
com/o título hiitasttoo:/Novo Methodo/Para se aprender Onunmatica Latina/Principiado
pdo P. Manod Monteiro da Congregação do Oratório (...) 177 4- (T) págs. S./l. n./d..
17 — Aloysii Antonii/Vcrncii/P.U./J.U. et T.D. Archiadiaconi Eborensis,/De Con-
juiigendalLectissima PhUosopfuajcumj TheologiajOraliolAd Academkun TheologicamJHabilA
In Roiamo ArcUgrnnasio XIV. CU. Dec./a3I3CX3CLVL/(gravun)/Romae MDOCSCLVn
/Typis Joannis Generaal SaknMMi/In Pluea S. Ignata. Superiomm ftwiftailft./XX pp.
120mmx 186mm.
N.B. — Dedicatâiia Dombáeo ftr^rae Congrtgattotái OmorU Vfysa-
fanpnesa a
ponensis PraepositOp amieo exímio, ac singulari, datada de Roma, Kal. Aprilis (1 de Abril)
1747. — Nova edição: José V. de Pina Martins /Um Discurso de Luis António Vcmcy/
sobre a Aliança da Filosofia Moderna/com a Teologia/Coimbra/1962/ — Separata da
RnblB dÊ tJiÊftnUBÍÊ ét GrtNfeni^ VoL XX, 38 pdgs..
18 — Aloysii Antonii/Verndiff, V, et T. D. ,'Archidiaconi Eborensis/De/Orthogra-
phía/Latina/ildyDidacumyFratrem/LilMr singulahs./Romae. CIJOCCXXXXVU. (1747)/
lypis Generaal Salomoni te Flalaa Saneti Ijgnata./5i9srÍ0rHm iVnRimi., 120 páp. 75nimx
XlSSlBDL
2.* edição. Tem o mesmo rosto, apenas com o acrescentamento: Permissu/Prostant
venalas apud eundem Typographum. 118 págs. + (0> Distinguem-se ainda pdo facto
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ALO YSIt ANTON II
' V E R N E I I
9. &. ET T. D.
ARPhIDI-aCoNI EBORENSIS
ORTHOGRAPHÍA
LATINA
D I
F
D A C U
R A T R E M
M
líber singularis.
Ro M A B . cbbccxxxxvii.
Typis Gcncrofí Salomcnj -n Platea Sandi Iguacii%
Supcriorum "^cnmjfu •
Typograpbus LeBori.
quid in boc libro peccatum eft d
SIcontra prarcepta ,
qua auâor no- 1
ftcrtradit, condona , leitor humanif- J
fimc, & audori gravioribus caris in-
p^dtto ;& typothetac j qui , cum admo-
dum feftinantcr libruni typis defcribe-
rc cogcretur, fingula perpendere non
potuit • Quod íi aiiquod mendum io-
veneris (quQ4 in praefentia £igac^
odorari non poflumus ) id to pro tiiO
ftudio & humanitate ad regulas expo-
fitas diligenter exige > & corrige ^ Nos
vero paaca quedam i quae legenti con-*
tinuo fe ofFerunt, notabimus , fi pri-
U&
j
men-
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— 465 —
de a advertência do Tipógrafo da 1.* edição estar dauda de XII. Kal. Deoember. 1747 (20 de
No1mW)eda2.^deVU.Deo8mber. 1747(9deD«MinlMo). A compoMclo da» páttoat
qmaBaempfBOOCmponde^ muna e noutra «dição, corrígindo-sc sòmente os rrros tipognifícos.
que da 17 paMun a 4... Na péfliiia 61 a oonposição das primeiras linhas foi moditicada, peia
nipicirilo da palavra fuermí. É, poiém, nai páginas IIS e n. que a oompoaiçlo variou
mais. Na 2." edição cortou o final de Typographiis Lectori (pAg. 118) e inclui, nesta mesma
página, os erros tipográficos que na I.* ocupavam a pág. 119. Os Imprimtaur, na 1.* edição
vCm na pág. 120; na 2.* ertlo na pág. não numerada, a seguir á 118. Vemd wftraee is
duas ediçdes, na carta de 29-ix-69, a Pagliarini.
3. » edição: Aioysii Antonii/Verneii/Equitis Torquati, Archidiaconi Eborensis/De/
Orthographia/Latina/y4<//Didacum/Fratrem/Liber singularis. /Lditio tertia, prioribus emeo*
datior./Olisipone ODlXCLmnKítm Midiadis Rodrigues, Eminiwtisslmi/
l^pit
Domini Cardinalis Patriarchac Tyrograplii. 'Stiperforum Amrfmfc/Prostant venales apud
Fraociscum Tavares/Nogueira. Bibliopoiam in platea vulgo DajBoa Morte.— 116 págs.
I22Qini X CSmn.
N.B. — A Advertência do Impressor está datada de Id. Dec. (13 de Dezembro) dc 1 759.
4. " edição: Aioysii Antonii Vcmcii/J. U. et T. D.l Archidiaconi EborensisI DelOrt/io-
grap/iiui LaiútaiAúiDiúãiiuiu i prima Conimbricensis, Juxia
laiieiu/Liber Singularis./£c////(;
primam XeimmamfaH. 1747, ted emenàúbu expruao^Ser^ndo^ ot Dbefpidoí db 4110 conipoi
o nosso L A. Vcrnci, hreve e exacta. flnstr. para os Profess. dc Gram. Lat. 9 IL/Cooimbrí*
cae,/Typis Academicis./MDCCCXVI11. — 80 págs. 82nun x 154nun.
19— Roflexoens/Apolofleticai/a Obra ArtftalBdb/VeRiadeiro/Metiiodo de Estudar/
Dirigida a persuadir hum novo/methodo para em Portugal se ensinarem, e aprenderem aa
/sciencias, e refutar o que neste Reino se pratica ;/Expedidas para desaggravo/ifos Portit-
guezes em hima Carta, que em repostalde outra escreveo da Cidade de Lislwa para ofde
CoImbralO P. Frey Arsênio da Piedade,/Re]igioso da ProviíKia dos Capuchos;/^ offere-
cida^'ao Illustrissimo, c Excclcntissimo Scnhor/D. João Joseph/Ansberto de Noronha/
Conde de S. Lourenço, do Conselho de/S. Magestade, etc/Por Niculao hrancez Siom./Lis-
boa./l(Q Na Offidna de Fkandsco Luiz AnwoOi/bnpfeasor da Congngaçio dmeraria
da S. Igreja dc I isboa/Aiuo MDOCXLVm. Com at tíceaças iMgMsarto.--<yi)+<6 págs.
107mm X 171nun.
N.B. — Temiina: V. Oaridade. e o Uvie de melliaiitea Idéaa Ff. Esta é uma
ale;
das diferenças das quatro odicaes que o livro teve, no mesmo ano. NolMe que o nome
do ofertante é anagrama do nome do editor.
— Reflexoens/Apologelicas/d Obra i>i/i/u/â<i!a/ Veidadeiro/Metodo de ís,i\iúaíXi Dirigida
30
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— 466 —
das, e refutar o que neste Reino se pratica ;/Expendidas paia dcsuggravo dos/Portuguc/es
em htmia Carta, que em reposta de outra eecreveo/da Cidade de Lisboa para a de Coim-
bra/O P. Fr. Arsênio da Piedade, 'Religioso da Provinda dos Capuchos 'E ('//frec/í/aj/Ao ;
(1) XKáet Coutinho, parece supor que o livro pertcnoe a Nioolan FnwM Sim
{(tf. Ensaio, 78).
(2) Apud Hist, IV-I, M5, nota 3.
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ALOYSII ANTONII
V E R N E I I
'y. V. ET T. D.
ARCHIDIACONI EBORENS/S
ORTHOGRAPHIA
LATINA
D I
F
D A C UM
R A T R £
M
líber singularis:
Ro MAB• cIdIdCCXTXXVII,
MENDA CORRIGE
Pag. 52* lÍQ. ttlt. dtxíuius díxiinus
p. 8^. lin. 17. Festus Fetus
p. 86. lin. ^.Hd^refii Herefit ;
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—467 —
A gravura da capa figura duas nunificações presas a uin eixo central. Hi, ponteo,
outra ediçio que nitetitai em lieeenhfl por um triingulo de estrelas e oe alfarismos áiaba
da data por alfuinin fonanoe. Ê « aeguiatob que como já diwemoe, ee imprimiu em
Lisboa:
— ReapoBta/ae Rellexoem^/que o ILP.M. Anutào da Piedade Cepu-Zdio fes ao
Ft.
livro intitulado: Verdadeiro método de estudarJB/cril» ÇOt ouuo Religioso da dita Provín-
cia para de-/zagravo da mema Religiam, e da NBauii./ValeasayNa Oficina de Antonio
Balle./Ano MDCCLVm./GNii toAu as Ueensas meesarlas, ele. (I) + 86 págs. 127nm X
182mm.
Vimos outra ediçilo. de rosto igual, excepto: Anno 1748. /Com todas as Liccnsas
necesarias. —
146 págs. 106mm X ISSnun. Com a data de 1758 existe também outra edi-
çSo, de roeto igual: (I) + 86 págr !27mm X 182nim.
Cremos que a esta c às restantes publicavi?es cia Polémica se refere, quando na carta
de 29-XI-69 a Pagliarini diz, referindo-se ao impressor Salomão: Mi servi ancbe de Salomoni
per altre coee anoaina.
22 — Inscrições icifiiwi. Publicadas, sem indicação do nome do autor» em Roma,
no ano dc 1 74S' c segunda vc/ na Última Resposta tpág. 39 e 40) e reproduzidas no Ap. Doe..
Publicámo-las já em Luis An. De novo editada cm Tem. Ver o que a seu respeito escre-
vemos no capitulo V.
23 Francisco/de Portugal et Castro/Marchioni de Valensa/Generis anticuitafe,
em 10 volumes para instrução da mocidade». (Bi, 111). O Dr. Silva Dias sugere que «saiu
do prelo já depois de muito eatndo o ano de 1748» (P, 281). No entanto o Arcebispo
Bôrgia agradece-lhe a oferta do exemplar, no dia 24 de Maio desse ano.
24 —
Retrato De Mortecòr/Cw em Romance quer íZ/rcr/Noticia 'Conjectural./Das
principais qualidades do Author de uus/papeis, que aqui andào, mas não correm com/o
titulo de Venbdeiro hfethodo de estudar e de/huma carta escrita com boa intençio cm n-f
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— 468 —
posta às rcflcxocns do P. Fr. Arseiúolda Piedade. /Exposta em outim cailA do/R. D. Ale-
thophilo Candido/De ljaeeiaí,IE a dedica a todos, os que a krmjsto mitotff. V. de M.
cC./En Sevilha en la Iniprenta dc Antonio Buccafcrro.,'(I749). 71 págs. llOmm y I63iiun.
N.B. — Com algumas diíerenças no tipo de letra, nomeadamente nas maiúsculas e
caracteres era hilico e vinhetas também divenas, existe ootra edlçSo(2), cujo rocto 6 oomo
loso, parece duvidar: wDiz^e que foca seu autor o P. Joaquim Rebelo, jesuíta». E havia
da primeira, que mais naturalmente ocorreria ao pruprio autor. Este, aliás, prometera no
Retraio (pág. 70), voltar à carga, analiaando-lhe a obra minuciosamente. Para desftaer
qualquer diivida, surge o Caráíoso a afirmar catefòricamente: «âen VSfdadeiro antOT (dO
Retrato), o P. Francisco Duarte, da Coropaobia de Jesus».
H em 1739 se sabia isto mesmo. Ptaa e Mdo, m» «ConfnCndM Expurgatórtas».
que nesse ano publicou para dar aos Jesuítas, que se haviam melindrado com a
satisfilçBo
«Balança intelectual», começa por insinuar que Teófilo Cardoso 6 «Refnlar oomo dizem»
(pág. 10). £ mais adiante estabelece o seguinte diálogo:
MÂuth: Sabeis por vantum o nooae verdadeiro deste Religioso?
Doiit: Sei: Este c P. Auth: Tende m3o: não acabeis dc dizê-lo; pois
.
já que ele me
não quiz nonwar nos seus cadernos, talvez por nw não dar com tantas injúrias na cara, será
bom que fique também sem nome nesta Conferência».
Finando porém, esquecer-se, pouco mais adiante, diz o
Dout: Todas as vezes que me lembra que o P. Francisco, quer dizer que o P. Teófilo
compAs ou retocou o seu Retrato de Mortecòr... (pág. 11).
Na págfaia seguinte, letadoBando o P. Flrandsoo Duarte oom o P. José de Araujo,
para dar a entender qnc pertencem mesma família religiosa, pergunta o
;\
Àmth: E que interesses terá o P. Teodoro com este sr. Capucho (Fr. Arsênio), que tanto
se empenha na sua defesa? cuido que isto serio mistérios qoe Inda que se saibam, nio se
dism: Tslvei que *latet anguis in herbis». Discretamente, atalha o
«Dout: Não adianteis tanto o vosso discurso, porque a mim me disseram que nio havia
outra razão mais que a de ser seu amigo» (pág. 12).
Sonunervogel apoia a nossa tese, com documento insofismável. «Dans Ics notes
mss. de la fin du dcrnier siècic, recueillies auprès dès Jesuites portugais exiles en Italie, on
dit que cet ouvrage est du P. Duarte». Decerto, apoiado também nestes manuscritos, o
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— 469 —
metmo biblió grafo inclui a Iluminação no nome do P. Francisco Duarte. Sobre a biograiia
do autor apenas a crescen taremos qat entroa aa Commnhia de Je«i» com 14 anoa de idade,
aoe 7 de Novemb ro de 1734(1), esteve preso nos cárceres da Junqueinena Tom de Belém
23.—Mappayde/PortugaiyPelo Padre/Joào Bautisuyde Castro^.
LMk» Mitnel MaaeMal da Corta. MJ>OCXLV-IX. 1 parte: 1743 : 2.* parte: 1746;
3.* peite: 1747; 4." parte: 1749; 2.» ed Mapa de Portugal, Amigo e Moderno: Officina
:
Patriarcal de Fcandaco Luiz Ameno: Partes 1.' e 2.*: 1762; Partes 3.* e 4.*: 1763;
Partes, 5.»: 1763.
N.B. — Pode comkkrar-se resposta a Vemeí, se bem que tivesse aparecido no ano
de 1747. Ver 4." parte, págs. 63, 64. 79, 87 e 82 da I.* ed. oupágs. 301. 310 e 314 da 2.» ed.;
ou ainda 182, 187 e 190 da Nesta edição ver ainda páf. 85 do Suplemento, págs. 182
3.* ed..
de 1753.
26. —^Elogios/dos Reys/de/ Portugal do nome/de loão./traduzidos/iia língua Portu-
gueza dos que compôs na Lalinalo Padre/Manoel Monteiro,/da CongrefBçam do Oratório,/
Académico da Arcádia de Roma, c da Academia Real da/Historia Porlugucza./ Lisboa: 'Na
Officina de í-rancisco da Silva./Anno de MDCCXLlX.jCom iodas as licenças necessárias.
(XX) + 139 pécB. 283mm X 195ann.
N B. — Foi que o autor respondeu à censura de Vernei. A primeira
nesta edição
deve ser de 1728, pois no número de 8 de Agosto da Gazeta de Lisboa anundava-se deste
modo: «Elogios dos Sereníssimo» Reys de Ptirtugiri com os mais vsvdadeiros Retratos i)tw
se poderfto descobrir».
27. —Carta lie um Filólogo dc Espanha a outro de/Lisboa à cerca de ceitos Elogios/
LapÍdares./A/ú^r/(i 10 de Setembro de 1749. — 53 págs. 97mni a 157min.
N3. — Veraelt neste foiOielOk volta ao assunto dos Elogioe do Fadre Manoel Mon-
teiro. Severino de S. Modesto, na Conversação Familiar (pág. 264) escreve a respeito dCSta
carta: «...diz Madrid (eu direy Nápoles) 10 de Setembro de 1749». Barbosa (3) indica
o ano de 1739 e à priflMim vista panoe que estará certa essa data, visto que lui Cbriia há lefi^
ftoda ao Discurso Àpobgético sobre o soneto de Borges (pág. 3), impresso em 1752. Mas
como a Ilustração de Cândido Lusitano impugna a Carta de um Filólogo (Fevereiro de 1751),
ou se conclui que e&ia teve duas edições no espaço de 10 anos ou se aceita apeiias a indicação
da Orm; Madrid, lOdeSeteoibnde 1749. O fiKto de dtar o XMmhnv referido pode nlo
servir para qualquer conclusão, visto sabermos que antes de imptesso^ correu de mio em
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—470-
titulo itelastieo; Novo Metfwdo paia se aprender Orammatica Latina. Prfodpiado pdo
P. Manoel Monteiro da Congrcgaç5o do Oratório (...).
Segundo testemunho dos impressores na Inqutsiçào. teri sido impresso em 1751
oq 17S2.
30— Aloysii Antonii/Vemeií/Ejtfi^íf Torquati ArchidiaconilEborensislln funere/Joan-
BU^ 1 Liisitanorum Régis Fidcli s^imUOralio ad Cardinales. 'XXIII págs. s./d. I lOmm I78mm.
N.B. — No exemplar da Roma, alguém escreveu á mão:
Biblioteca Casaoatensc, de
ClOOOCLI (I751>. J<n6 da Oama crítiooiM èipeiamenla na osneara que vam oa
tradi:ção da Ode ÍV do livro IV de Horácio do P. Tomás Jose dc Aquino. Dois anos depois
do falecimento de D. Jo&o V, imprimia-se em Lisboa a tradução desu Oração, sobre a qual
Vernei se prowmcioudesikvodl^ d BCBtab 001^^
i i
Guta do Verdadeiro MéioJo de Eãtmhr. Também iim Patrico Egerio Ulictponense escreveu
una Carla Apologética em que se Impugnam os fundamentos de nutra que Theotnnio Montano
acreveo a favor das Traduçdet Uteraes, unprutdo na Tradução, que fe: da Oração de Luiz
ÁKtmio Vmty. b
«Oiaçlo nas Baeqiáas do PideHarimo Rei de Portngy D. Joio V, oue
em nome de Sua Magestade se celebraram na Igreja de S. .Antonio da NaçAo Portugueza,
ledtada por Sebastião Maria Correa, Prelado Domestico de Sua Santidade e Presidente da
Oqisla Real da mesma Neçloi». lYadodda por Mennd Gailos da Silva. Uiboa. OAdna
de Francisco Luis Ameno, 1752. No original: Oratio in funere Fidelissími Lusitaniae
Régis Joannis V habita ín templo S. Antonii ejusdem Nationis, dum ei Régio nomine paren-
tareturA Sebastiano Maria Correa (...) Romae 1751. Ex Typographia Híerooymt Mainardi.
Houve outro orador, o jesuíta P. Pedro da Serra, que iguafanente recitou uma Oraçlo
nas exéquias do mesmo Monarca: «Sermão nas exéquias do Augusto c Poderoso Rei Senhor
D. João V (...) Celebradas em Roma, na Igreja de Santo Antonio dos Portuguezes pela
Ccmwpçllo Nacional am 2> de Maio de 1731. Roma, 17S2. 34 páfs.
A tndnçlo da peça oiatófia de Veraei é atribdae, por Bubosa Mteliado^ em 17S9.
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— 471 -
uu gramático José Caetano (Cf. 4.<* voL, oo nome de Luis António Venwi e no de José
GMtanoX Mu DwoSdcío coiileiti fM atrlbaiQio iSri^
apraMOta-a como saída da pena do presbítero secular Tomás José de Aquino. De facto,
ptnoe pouco provável que o «alvarisla» José Caetano impugnasse Venwi em 1751 (Coa-
tettaçam da calomniosa aawaçlo) e no ano seguinte lhe traduzitae a OruçOa... OP.Tomla
Jcm6 de Aquino coligiu e traduziu os trechos que constituem o Delicioso Jardim de Retórica
(2.* edição, 1730). Compõe-se de três opúsculos: 1 —
Um tratado de Retórica do P. José
Veloso: 2." «tratado do modo de compor e amplificar as sentenças» do P. Henrique da
sova, SJ., e o 3.° tirado da Retórica do P. Bartolomeu Akaçar, SJ. Prefeito de Eatudoa no
Colégio Real de Madrid. Trata das panes na Oração e estrutura do perkNlo e das íeins
e preceitos daquelas Orações. Não se lobriga inãuência de Vernei.
31.Bripa de nome» e verboe. Liaboe 1749.
NJi^— Reteido no CMHofo daa Obne Grftkas a lopeito do Novo Methodo da
Otamitlca Latina.
32 Conversaçfto/Familiar,/e/Exame GrHioo,/£m que se mostra reprovado o Methodo
de eBtudar,/que com o título de Verdadeiro, e additamento/de util à RepuUica, e i Igreja,
proporciona- 'do ao cstylo, e necessidade de Portugal/Evpoz em dezeseis Cartaslo R. P. Frcy
Barbadinho/da Congregação de Itália :/£ também frívola a Reposta do mesmo Reve-
rando/àa aoBdaa RelleMMoa do P. Fk«y Anenio da Piedade./RelÍgio80 OapaGlio./Aiillior
o Severino de 8. Modesto,/Presbyicro./r<)/í;wií/;;ír«-(< a seus aniiffosiRozenàO Ekutfanio
P.
do vol. IX.
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— 472-
em coofcMor do Infante parece corroborar a certeza de ser contemporâneo o autor da
notad). E no ANMImw G
mi wgartawfc Ontartt Ollstpoiientís (...) Cntafaynr (17W),
lê-se;Modesto (P. Severino de S.) aliás o P. José de Anujo da C. de J.. E, na verdade,
quem escreveu as Re/íexões Apologéticas, redigiu também a Coiwersaçào^ Como é fácil
oliMmr. Contudo, um mnucrito d« 17S3 de cdtíca ii divaiu ReUgiOes, iniiiiua qpe
saiu da Universidade AIsni^MMi: «Coovood • TartuSa Eboranae, Authora da Convena-
çlo Familiar» (2).
33. Ulustração/Crítica/a huma Carta,/que hua^FUohgo de Hespanhalesereveo o
máro áe Usboa acerca de cer-ltos Elogios LiipUantJTtaiam também em suninn/do Ihrio
intitufaldo: Verdadeiro Methodo dejEsiudar, ele. e largamente sobre o Bom/gosto na Elo-
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—473-
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aem indicar o número de páginas. Em Inocêncio não conseguimos topar rasto desta obra.
O autor é, aem dúvida, o P. Manuel Marques, S.J. nascido em Coimbra a 24 de Junbo
<|01711 (dlaloio I). BuboM MBdmdo tnz «sie nome, mat nlo liw atritai a obra. o
que mal le explica, mbeodo-se que, na «Carta Exortatória aos Padres da Companhia de
Jesus» revela ser o P. Manuel Marques o pretenso Vktoriano Censorino. Pina e Melo,
ciemos que mal informado, contndMo na léplka que lhe dirigiu (2).
O lino do P. Manud MaiqiMs foi poeto no Mbc lArnraM
de 20 de Fevereiro de 1753 e ainda há poucos anos \\ SC encontrava, iim O aflWllMiainillllH
i
Mais tarde, apareceu a 2.* parte, com rosto igual, menos o seguinte:
..Mfto Mediodo, e eeu Apologisu. os quaes pertendeo defiaider Iram Anónimo,
por alcunha/.o Doutor Apollonio Philomiêso, e w
lhe mostrão/os muitos, que por malida,
ou por igno-^rancia, cõmetteo. Carta escrita ao mesmo Anónimo/Por Theophilo Cardoso
da Sylveira./Remettida á mercé/Do R. Doutor Aletophilo Candido/de Lacerda :/£ dada
i hi^FOr P. V. de M. e C
Firle IL ld( — +
(I) pá|S. lOftnm X Idtam.
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—475—
a 4 de Março de 17S3 lhe ouvhi a ronfiwio de ter dado ao prelo esses e outros volumes
«aam licença do Santo Oficio»» «de hani aono a esta parte». Parece assini, que a 1.* parle
ji se terá imprimido dentro doano de 1752, saindo a 2 », meses depois. O editor chamava-se
Muniel da Silva, «impressor, aoltdfO, filho de outro do mesmo nome, çapateiro, natural
e mondor de Lisboa». FoipnM)a2SdeAlirlldeiaeaiiodel7S3(l>.
As duas Iluminações pertencem ao autor do Rgtrato tk Mcrtteor o P. FiaiwitCO —
DuaitBb SJ.| de que nos ocupámos no a." 23.
41. DiBlo|o/IdeoaBrio;/Em que «e controverleni, e «xamialo/oa flmdamentoa das
roatariaa do/lmnw MeloáB de estudar,!A» ohjecçoen s dos seus ímpugnadores,/ e se reaolwe
oquepanoe verdade, e conveniente./Por hum homem desapaixonado, que/nãojura (como
lá dlMOD/Ai verbo nvvís/ri/Valensa./ Na Oficioa de Antonio Bak./Ano de M.DCCLI./C<7/n
taáu m Ucmgãt «le. —
9t + (I) pdcs. lOSnun X ltf8nin.
N.B. —
A edição deve ser de 1752, já porque os exemplares que manuseámos (da
B.NX. e da B.A.C.) têm um I acrescentado ao ano. já porque a 1.* parte da Iluminação, que
•INUVW citada no lMd&ifo,é de Setambro de 1751. O dnliivo taoMai indica 17S2. Teiá
oomeçado a imprímir-se no fim do ano e aparecido i venda, no ano seguinte.
Quanto ao autor, não restam dúvidas de que se trata do Dr. António Isidoro da
Nóbrega. L nome, até ao presente, desconhecido na polémica Vemeiana. O Catálogo
atribui4he o DUIogo JoooaMo e a Qnutrku Barbosa MMtedo (em um artlfo sobre
Nóbrega, mas esquece esta obra. Em compensação indica outras que no título manifestam
ciaras afinidades com a primeira: Sonhos critico-Jocosos em prosa e verso e Diálogo anui-
tofio Joaairto. Dii dele qne^ aeodo «mnilo perito na arta da sua IMIbbIo (médiooX o
nlo 4 OMBOB aa cultura da Poestae Santos Padres, Gavaleiro professo da Ordem de Grbto,
Famfliar do Santo Ofidoe Secretário perpecttio da 8odedBdeMédiGO>Lusitana». Advirta-ee,
por fim, que a Grosseria é defesa do Diálogo.
Sobre o titulo da obra ha que notar um erro de Inooêndo, nlo corrigido por Brito
Aranha: é Diálogo Jocosério c não Diálas.'o Apologético.
42. Gro8sena/da/iluminaçam/Apologetica,/pelo que respeita a uhma (.nc)y página
(1) I>apel sem titulo, que pelo conteúdo se v6, constar de nomes de pessoas pmaai
r.r. — Santo Offdo. Papeis avulsos. Efet 163, Prat 7.
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/+/Litboa:/Na Officina de Manoel da SilvaJMJ3.0CLU./Cofn as licenças necessárias,
(1) Carta F.
(2) Verdad, 225.
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—An—
piar da Biblioteca Nacional escrevcu-se a tinta: Luis Borges de Carvalho. Vemei respondeu
a FOipe José da Gama. na que tntítulimos 17.* Carta do Vniaàáro Mttoâo dt Esttidar.
48. Advertências/Críticas,/e/ApolQgeticas/Sobre o juízo, que nas matérias do^B. Ray-
ntundo Lulloyrormou o/D. Apolonio Filoaiuso»/e communicou ao publico em a resposta
ao/Retrato de Morto-Cor, que coi»-/tni o Autor do verdadeiro Me-Ahodo de estudar dcreve
o F^e\ crendo Dotitor/Alethophilo Candido de/Lacerda r/Satisfaz-se de passagem aos Autores,
em cujo testemunho i^fundou o D. Apolonio./ -f /Coimbra :/Na Officina de Antonio
Simoens./Anno de M.DCCXn./Com todas as licenças necessárias./! 22 pgs. lOImmx 182mm.
—
N B. Inocêncio regista esta edição, a Anlca que cona^ímos encontrar. Baitaa
Machado, porém, cita outra edição de Valença, na Oficina de Vicente Ballet IMS dO IMMM)
ano. O Cat. só conhece esta última e assinala-lhe o ano de 1753.
Quanto ao autor, todos os WbHócrafosO) ooneordam, tnitar«e do fhmciacano Frei
Manoel do Cenáculo Vilas BoM, que foi Arccbi-ipo de ívora f2). Cenáculo, porém, refe-
rMB ao opúsculo oestes termos: «£m matéria de História deo-se à luz buma Apologia
em flivor do Doutor Ilhinynado Raymundo LaUo» Mu
o Cronista da Ordem. Frei
Vicente Salgado inclui o volume entre as suas olns(4).
49. Discurso/Apologético. 'eni que se mostra ser/injustamente criticado pelo Author
do/ Livro intitulado: Novo mcthodoyde estudar/o soneto,/que fez o Dezembargador/Luiz
Boises/de GstváUio/Ms morre/da Seveniasbna Influita/k Senhora/D. Francisca/Dir saadota
memâria/t/Coiíiriimr/Anno de 1752. —
13 págs. 102""" IM""'^
N,S. — Coohece-se nuis de uma cópia manuscrita deste folheio. No manus-
crito 188 V. de F^. Vicente Salgado, que se guarda na B.A.C encontra-ae um apógrafo, com
a nota, no índice do volume da nisosliiMB: «Cuido que nunca sahio impresso».
Na B.P.E. há duas cópias — uma, no cod. CXIl/l/35 (pgs. 87 a \Çf>) com o título:
Papd, que se entende Jez o Dez.or Luiz Borges Carvalho em dejc/ma da critica, que no
mttoedmie fiurtb ao $ea aamto^ e m
dufimui taiiéem dia imow moierte da í.*i outra,
cod. CV/l /9 (fis. I«9), que ao fundo da pg. 9 observa: «Este papel he fc\ to pello Dr. Luis
Borges de Carvatho»; uma terceira, no cod. CIX/1-10, n.° 3 (6 tls.>, sem indicação de
autor (5).
A atribuição do folheto ao Di Doi ges de Carvalho cfa^u mesmo a correr impressa.
Assim, a «Conversação Familiar» (pg. 279) diz: «...como lhe provou concludentemente
o douto Autor do soneto feito à morte da Senhora Infanta D. Francisca». Refere-se, aos
ap^rafos que corriam de mão em mão, visto a «Conversação Familiar» se ter hnprimido
em 1750 e o «Discurso .^poloBetlco>> s6 dois anos mais larde
Pareoe-nos, no entanto, que poderá ser indicado como autor, Joào Ferreira de Afai^
partindo do próprio dado. fornecido peio Dlaeune, da que, quem se propds «qnmir pdo,
(seu) voto e também pelo (seu) crédito» a critica de Vernei, é o mesmo revelador do soneto
quando se imprimiu (pg. 5). Procurámos, naturahnente. dentre a numerosa bibliografia
publicada em 1736, o nome de quem agom se ocultava. Segundo Barbosa Machado,
o Desembaigador Lub Boi|es de Gsrvalho publicou um fbOieto intitulado «A Morta da
(1) Todos, excepto Sommervogd. BiU, IO, 225 que, talvex por mem odoAnIo,
o averba no nome de Vemei.
(2) Sobre o autor ver Fr.
(3) Cata, 275
(4) Memórias, 204.
(5) Inc, n." 23-24, pg. 29.
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Smoíttima Seohon D. Francisca Infanta de Portugal. Três sonetos foi. sem ano nem
lugar da ediçta». Com efeito, no breve Catálofo Papeis à morte da Sereitíuima Sadmra
D. Francisca impressos até agora, inserto na 2.* parte de Ace, nota-se laotaicamnle: «trts
sonetos, c quatro decimas do Dezembargador L. B. de Carvalho».
Temos conbecimcnto das Qtiatro décfams e de outros tantos sonetos, com as seguintes
edições: Sonetos — 1) DUatado poder na crueldade (O criticado por Vemei) (1). In Senti, 9:
Soneto VII). 2) Que choras Portugal! A sorte impia. Publicado na 1.* colecção de Senti,
19. É o Soneto XXVII. 3) Aceita a dor ardejtí*, à bella Iitfante. Publicado na 2.* colec-
ção de Senti, 16. Soneto XXVII e em Sos. Soneto XV. 4) Smpemk Orjplm ábento,
Orfheo sentido. Publicado em Epic.
Didmas — Apenas conhecemos as edições dc Sus, 23-24.
Em vMa do que flcft cxpocto e partindo do princípio de Qoe nio existem mais edições,
o none procurado parece ser o dc João Ferreira de Araújo, ou o de quem, primeiro publicou
O toneto «em folha». Afigura-se-oos mais provável o de Araujo, visto que, sendo conhe-
cido como divulgador, bastava lembrar esse facto, para ser identificado como autor do
Dlseuno. bto, porém, na hipótese de deeqlar tMo. PoiqiN^ ao ciao oootririo, tudo isto
é disfarce e o verdadeiro nome do autor fíooQ wcoodldo 0 nda cottt a cmr que fo«e real-
mente o próprio que recebeu a ofensa.
90. Anafisis/do qoe se contêm no !.• Tom. {ntita>/lado/V«rdadcyn> mefhodo de
eUndar para 'ser útil Ms. da B.P.E.. Còd. CXII '1-35. 3 + 84 pgs..
.
N.B. —
Resumo e extractos, por vezes longos, de algumas cartas do Verdadeiro
MHoàf dt Bitaiat, inclwM do 2.* voL, com comentários à margem de pouco interesse.
Na foi. 1 16«:
«Principaes Matérias que se tratão em dous livros que se dl? forào impressos em
Valença, e vindo, como he costume ao Santo OfBcio de Lisboa para se approvarem, disser&o
todos os Revedores, qoe se nio devia dar licença para que corressem, por cuia razio ficarlo
no 8w Oflfcio. Hum dos Rcvcdoree leve a curiosidade dc trasladar delles os apontamentos
iriilinifl. em que o animo sa^nfeo^ maldizente, c picante de seu Author, contra todos
se ve
oa homens grandes do Mondo. Quii o Autor ftar soa esta obra, porem nlo o pode coo^
seguir porque tudo he tirado das cartas do Marquez de Argenson, nas quais satyríza os
Authores da sua Nação Francesa, em alguns defeitos que lhe nota; mas como o animo do
Autor deste livro, excede na maledioencta a todos, seguio ao dito Marquez, ou o excedeu
em oridctf os homens mayt doutos» QiwtsiB tevido^ nMS oon estilo tio indlflOfly oomo se
verá, no que se conclue, que o que diz bom, não he seu. e o que ellc fez, para nada presta».
51. Para a reposta das Cartas do Methodo. Ms. da B.P.E.. Cód. ClX/1-9, n.« 3.
19 fli.. queporveaesooplgtporveasiesnme. Por isso e por notas a propósito, ooodui-ae
que estamos em presença de apontamentos para mais uma critica (2).
52. Seretdssimo Prbie^ilLadoyioolBuigim^ac Duci/Galliarum Delphini Filio/Chris-
tianisslmí Regia/Ludovici XV./Nepoti/Carmen Genethliacum./Romae MDCCLII./Excude«
bat GensnMus Salomoni/In Foro SanctI Ignatii/A(ptrion«f POadtate. — XIV pága. 132mm
X 211 mm.
N.B. — Na Dedicatória lè«e: Petro Guerino Tencino Cardinali Archiepiscopo Lug-
dunensi, Ordfaiis Spiritus Sancd Egnfti Commeodatario Aloyshis Antaah» Vemeins Eqnss
Torquatns AidddiBoonas Eboesnsis SPJ>..
(!) V. 2 '
voi., pg. 285.
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Ai informa que o Autor do poema é João de Luca Veneto, corani Pontilicem Máximo
ExamiiMUoiciii Epíscopormit ImiiiiHWii ct Mwrit ct prafimii Uttcfit doctiHÍniB cnidltuin,
niagniim Franciscanae fainiliae (...) Roma, KaL Deoemb. (30 de Novembro) A.C.N.
pridie
M.D.CCLTI. Vemei é, pois, simplesmente editor do poema. Leu-o e gostou tanto que
decidiu divulgá-lo. Dedica-o ao P. Guerino, pelo assunto e «deiode oetera et bene multa
offida erga me tua, quae jimpridam aliquid a me flagitare videbantur, quod sob too nomme
«ppareret. ut extarct nwaumBiiHim «Bipiod, qood omm in toolNernHBtiunctgntninani*
mum ostenderel».
DefwJs da morto de Vemei fSoi enviado, em 1792, ao P. loaé de Aavedo^ OratociaiiOb
«altro involto contenente cínque copie stampate di un: Carmen Genethltacum Sereniwiroo
Principi Ludovico Burgundiae Duci, fatto stampare dal med.° Sigr. Vcmey».
Si, Mercurío/Philosophico/Dírigido aos Philosophos/de/Portugal,/com a noticta dos
Artigos, que/na Dieta Imperial da Philosophia na Ses-lsão V. se consultarão, e manda-/rfio
propôr/á 'Ph>sica Fxpcrimcntal/da Real Casa/das/Ncccssidadcs,/o fim de estabelecer hiinui'
N.B.~Eil»ediçloiiNe>eamDiscuiMPiPdimimuriailmabtoria da FOoeoâe, em
que é bem manifesta a influênda de Vernci. ?.» ed.: 1758. Os 10 vols. de que a obra
consta, não saíram todos juntos. O plano inicial foi mesmo, muito ampliado. Por isso,
as ediçta dos «árioB tomos nio ooinddem, voriflcMido^e ineHiio bA
foram reeditados. Como não é livro ftandumeolal d» poiWmica, a nossa informacio biblio-
gráfica está longe de ser completa.
35. Pa]inódia/nianifesta,/ou/Retractação publica/ de muitos erros, carocas, e falsi>
dades,/que a hum pobre mfidloo, diamado Sylvio,/bam homem,/máo Pliilosopho, e peior
Peripatetico sc encaixarao'na ultima tarde da Recreação Filosófica, aonde fez a/figura de
mantenedor pela líscboia de AristoteIes./Z)« ouira sorteJErcve Summario das razoens.
que por si aUegio os Phnosophos/da moda, e os antigos nos principaes pontos, cm qoe/dis-
cordâo:/Obra utilíssima para o século presente, em que athe as creada<.'de escada abaixo,
e/rio, & se ptezão de saber muita Philosophia./
e as mulheres de pé descalso, cântaro,
case ao FabUeoffitlo mesoM MUko Sylvio./ Dm Amina carta, «wr ka poaeo rgetbeo de Meu
Igramie Amigo, e oficial do mesmo officiojo Senhor Doutor/Famião Ferrão Phílalethe./£>i
Sevilha en la Imprenta de Antonio Buccaferro. —
95 péfk llSmm X IdSmm. Termina:
Tavira, 18 de Março de 1732.
56. Novo/Mett»odo/da/OnmMnatka/Latina,^Fflrw mio das Escáhs da Centnt»'
ftfs/db Ontorlol'S& Real Casa/dc^N. Senhora/das Necessidades, 'Or^/cWí» e eomfOUO
péla Coihfgregaçõo.lUsboà, Na OÍBdna de Miguel Rodrigues,/ Impressor do Bmbi. Seoh.
— 480—
Card. Patríafca./M.DCC.LII./Com as licenças e Privilegio HMtf. — CVII + 319 + (I) págs.
74inm x 128mm.
N.B. — Autor: António Pereira de Figueiredo. A este respeito, ver o n." 78 desta
Bibliografia. No ano seguinte publicou-se uma segunda parte, igual no rosto, excepto: (...)
Pitriaiai /M.DOC.Lin./Coiii as Ikenças neoeanrin e PrivOegto ReaL/LXVm + 69 págs.
— Na nona edição (Lisboa, 1788) suprimiu-se o «extenso e erudito Prologo», que refutava
o Mercúrio gramatical. De 1844 —
Lisboa, vimos uma «aiova ediçio» que junta as duas
partes.
37. Novo l>irtliodo,/ou/Aite/das/NecBsiidades./0/i^ergcwto aos qut canam mu
Escol(i<:!da'i mesmas, pelos curiosos da Grammatica mais corren-'te. Obra necessária,
e proveitosa, que athegora se não/tirou a limpo./Lxpedida na Ofticina secreta do Cano
Realjffa Timami doa Aga eM
oa, Janto ao Beco do» fi|wvin<dM./AGliane4ii na Roa atfas
dOB Aljabelos» ao pé do muro. —
8 págs..
—
N3. No fim da última página: Sevilha: En la Imprwia de Rodarte Caiam, Bor-
rador de LAmM. Ano de 1752. KDmm X ISOknm. Foi innw i Mii oo Pçrto, sem Uoença
da Inquisição, que o considerou «cscandallozOb loNlIcnIe e fayufioao à fteçio» (Vtr Ap.
doe.. O processo das ciUçõcs clatuicstitms).
Sobre o autor, esclarece o Catálogo citado DO ntalMO anterior, que «foi hum Jesuíta
de Brap».
58. Ultima resposta/Em que sc-mostra/I. Que o R. Elogista, de c o R. Severino
S. Modesto nam/provam o que deviam. II. Que a doutrina do Barbadinho,/e seos defen-
toras é cm todo conforme oom a dos/mais doutos e acredhados Jezttitas./Eaarita polo/
Senhor Gelaste Nfastigophoro ao Senhor Jozé da Piedadc,lprocurador bastante do JC Eh-
gista, e autor da Cartaiàt um amigo a outro./Em Sevilha./Com todas as Uçeasas meeMOias.l
CeiUilDo Padre José para o Author do Papei de Mata BurrãoK...) Madrid :/£n la Imprenta
de Flrancisoo Ooevara.— 23 pdfs.
61. Discurso/Politico, Historico,/e CriticoJ Que em fórma de Carta esereveo a certo
lAmfgofFmríieo Botelho de Moraes e VasoonceUoaJPaasando deste Reino pêra o de
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HtÊpmhnJSobrt tJguns abiaos, que notou em PortugallUsboalNtí offidoa de Frandsoo Lutz
Ameno (...VMJXXUJIK...) 22 piai.
62 Acordo COgenhoso./Que conduz a estabelecer 'Paz enirc os Alvarístas, Sanchistas,
e to-/d(M OB gnunmaticos de bom juizo./(.--) Por Amaro de Roboredo, &c./Lisboa/(...)/1752.
63. AdvertfinrliH/iwwiariiiB/ftuía do gnmde Prologo de hora Ihnro/
a inielligBneia
intitulado/Novo Nícthoclo,'dc Gtanunalica, Qiic compoz a sabia Congregação do Ora-
'
(1) Cat.
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rentes ou simples lipn? O exemplar que vimos, insHc uma Carta com t^oMndai de
rnhgp snriimnli por J^. 411 segnindo^ a Ovm nt a partir da pag. 49. Parece, pois,
que o livro se não publicou de uma vc? só, o que talvez explique aquelas duas datas.
aos jovens portugueses. B a dedicatória ao Rei vai da pág. III à X, com a data:
Na edição
RoBsee, Idibos Septend». A.C CÍ3UCCL. Segue^e a mesma dedicetâria aoe jovens
portugueses, com a numeração XV. tal como na edição A. Existe, pois um salto, da
pág. X à XV. Enquanto no fim da página da ed. A que precede a dedicatória aos jovens,
se 10 AIoy— (de ftoto^ o principio de página eeguInteX ne ediçio B encontre-se Ani —
que, portanto, não corresponde i págim seguinte.
A dedicatória ao Monarca 6 desigual nas duas edições, até à pág. VI inclusívé. Desde
a pág. Vil até à X inclusívé, são diferentes. Depois da pág. X, a edição B repete a numera-
çlo Vn e legue até ao fini, com tipo difiwenle^ a redecçlo nova, isto è. nem repete a redaoçio
da pág. VIT nem o que sc diz na edição A.
Em suma, a edição B tem da A, o seguinte: Rosto, quatro páginas da dedicatória ao
Moneree, iniTometidtt nee pigines VI e VO; dedicetâria aoe joveu lusitanos e tudo O mais
daí em diante. Desigual, lie», poíi: um ntrato de Veroei, im« dedioUóiiB nova ao Rei,
em vez da outra.
— Vimos ainda um terceiro exemplar, igual no rosto aos de trás, excepto:
(...) Quatuor./Editio altera auctior, et emendatior,/Olisípoae CI31DCCLXV/Ex Typo-
grapbia Michaelis Rodericií,/Eminenti$. D. Car. PatriarclMe TypograpbL/Si(p«rtoriiin
FacuJtateJXXXU + 254 págs. 90mm X lS8mm.
NJL— Ao transcnvereubee as aprovagOes de Rome, ditee: Approbationes Ptimae
EifitlonisRomBnee. BnesaprpveçBesportBgpesastprohec secunda edtiooeOlisiponensi.
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Esta edição foi preparada pdo P. Diogo e ficou por 1 43590, conforme se lê na Coota que
praitou ao imaio em 13 de Feveidro 1766.
— Aloysíi Antonii VenKÍi;'nqiiitis Torquati/Archidiaconi Cborcnsis'Dc Rc Nfeta-
pt^ica/Ad usumyLiuitanonun Adolesoentium/Libri quatuor./VakoUae Hedetanoruin/
C3000CLXin./In Offlcfna Bonedioti Monfort/Siiperionini pennlMiL—XXVin+212 páfk
200min X 140min. - Inocêncio diz que foi traduzMa em espanhol (1).
Aloysíus Antonius Vemeius Eques Torquatus Archidiaconus Eborensts. Fran-
73.
dNO de Pina Mello, Regiae domus generoso. J.OJ>., de Roma, 3 de Setembro de 1753.
Cópias manuscritas na B.P.É., oâdioes CX/2-16 Pega 38, lis. 66-fi7 e G^tt, Feçft 33,
fls. 59^. — Não 6 original.
Publicada em J. e £., Ill, 303.
74.JlbiMa AtanMs. Refcrtacla na carta de I de Janeiro de 1753: «...eu teobo
fbitO uma pequena istoria Literária, em que pelas faculdades aponto os irclhorcs autores
Portugueses nelas. Para esle efeito tenhoos examinado muito bem, para poder dar um
ja&Eo acertado (...). Nlo a^eobo acabado, porque oio teidio tempo, e iito ImiIio iN»di^
«laminar muitos autores. Nio saio daqptlw de qae fida o Barbon na sua Biblioteca.
(Ver Ap. Doe.)
75. Mercúrio/Gramatical,/ D/r/ifú^yaos estudio&os/da Língua L.âtinayem/Portugal,/
com a noticia, do qoe^ DIete da Ommrnatfca na Sessio m. se con-Mtou, e detendaou
sobre o'Novo Methodo/da Grammatica I, atina, '(?;/(• para uso dai Fscohu ét MêíÍ Cattt
dasj Necessidades ordenou, e co/ftpo2/a/Congregaçam/do Oratorio./Por PhQiaiCO Fim»-
paino/+/BDi Atisutte:/Na Impiensa de Mutinbo \tMá.fCàm UetHça. Amo de I7S3./
S7 págs. 98mm X 158mm.
«Genuíno Auctor o P. Paulo Amaro, da Companhia de Jesus» revela o Qtídbgo —
das Obras Criticas a respeito do Novo Methodo da Gramática Latina (2). Contudo^ em 180O,
FkanciM» M. THfoao de AragSo Morato, comunicava noa qne era «voz constante ter saldo
da pessoa do P. jesuíta Francisco António.
76. Progresso da AcademiayGranunatical/SeiAun 4. Deste presente mezje dis-
earaoJv» ivcfle» o Fúrtebro da SáBa grande. —
12 pifs. lOOttun X KMkmn.
N.B. —
O Catálogo a que se alude no número anterior aponta, a respeito deste folheto:
«Nâo refere auctor, lugar, nem anno, porém, foi impresso em 1753». Fiandtoo Rodrigues
informa que se trata de «oontinuaçio do Mercúrio» (3).
77. Anti-Proloto/Oritioo^Apologetico,/no qual à luz das mais claras/razOes se
mostrão des\anecidos os erros, des-jcuidos, e faltas notáveis, que no insigne^. Manoel
Alvares presumirão descubrir/os R.R.A.A. do Novo Methodo dalGranunatica LatinaJDin-
gido aos mesmoe/Revorsodos nMbasffor/MiBnoel Mendes/MonÍK,/MtfWiaf da VtOa de
Dornes, Eicrivàn Proprietário dosjOlÊtM do seu Termo, Guarda dos Estutlos públicos
des-/u Corte no Real Colkgio de Santo Antão, &c/Lisboa,/Na Officina de Miguel Mancs-
cal da Costa./Inq>ressor do Santo Offlcio./Anno M.DCCLIII./Com todas as Hoengas neoes>
serias. — (XII) + 158 í (I) págs. 93mnri 166nim.
O autor c, «segundo se diz, Francisco Duarte» (4).
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\nno
de MDCCUV./Com todas at Aenvef JweMMrfas. — (Vlll) -f 15 págs. 170mm x 95mro.
NA — O chado Otfdfafo diieida: «Aoctor José Gsetano, mestre de Oramatioa;
Segunda Audiência Onunatical por José Caetano. Lisboa, 1755».
80. Carta fixhortatoria aos Padres da Companhia da Provincia dc Portugal, s/d.
N.B. —
Consta que se imprimiu em Amsterdão, nos tins de 754 ou principio» do 1
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ALOYSII ANTONII
V E R N E I I ,
J. U. ET T.D. ARCHIDIACONI EBORENSIS,
D R C O N J U N G E N D A
ÍECTISSIMA PHILOSOPHIA
M
THEOLOGIA C V
ORAT I O
AD ACADEMIAM THEOLOGICAM,
HABITA
In Romano Archigymnafio xiv. Kal. Dcc.
cIdIdccxlvi.
R O M A E M D C C X L V 11.
TVPIS JOANNIS GbNEROSI SaLOMOKI
IN P L A T B A S, I G N A T J I .
AniMjiDVEKSIOliES
AD VIRUM CLARIS SI MOM
, R O ik/ MDCCLV.
EXCUDEB AT GEXEROSUS SALOMONTy^
(1) BibL
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14 + (II) pág-s..
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y Ribet,/Doctor ea Saciada Theologia, y Leys^Abogado de los Rcales CooMyos, y dd
Coletío oi dia Cor(e./Con lioenGii./IiiMMd: Eh k OActoa de JoicIiíb Itana. adis/de lit
Urosas, aflo 1758./Sc hallarà cn casa de Don Nfarcos Rui2 de Tejada, Mercadèr enfio»
Portales de Calle Mayor, frente la Casa de la Esfera./(VI1I) + 141 págs.. 135imn X I90aan.
93. 4poJlw<B AiMOriar OmoidK^^
iBo de Campazas contra un papel intitulado «Defensa dei Barbadifio». Ms. 214 4.'* foi.
N.B. — Sonunervogel (1) sugere que a Apologia Historiae Cerundumae terá sido publi-
cada com o título Diálogo, etc. (nlo indica mais). «Voir Hist. de Fray Gerúndio, 1787.
tomo 3.° n.* 7^.
94. Carta escrita por cl Barbero dc Corpa a Don Jose Maimó y Ribes./doctor en
teologia y leys, abogado de los reales consejos y dei col^o de esta corte, y de mas i mas
de-ZItaHor dd Bttcbadilio» CO 01» te da coenta de una comcnK^
tiivíei nn á Ia |NMrta de b botica, d SeAor Qaa dd IniBr, Ray Juiian d afoslero y Itigud
el boticário
No fim: Corpa, 17 de Agosto 1758. Sommervogel põe em ddvida a autenticidade
deste escrito (3).
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venio da Graça de Lisboa, Chrmásta da sua Religião, Theohgo dalBuíla da Santa Cruzada,
Examinador das Tres Ordens MUi-lares, e Synodai de àlgiau Bicados. Tomo L/Ulboft:/
Na Offidna de Ignacio Nogueira Xisto/.Com of lieenaas neusaarías. Amo 1759./
— (XXXIV) + 432 págs.. 140mm X 200mm.
Vcrdadero Metodo/de Brtiidar./Fin aer ntil • la Reiiiiblica,/y a la Iglesia,/Pro-
99.
porcionado/a1 estilo, y neoessidad de Portugal./expuesto eo wiatOtftas, /escritas en idioma
portugués/por el R. P. *** Barbadifio,/de la Congregacion de Itália, al R. P. *** Doctor/en
la Universidad de Coimbra :/Traducido al Castellano/Por Don Joseph Maymó y Ribes,/
Doctor en Sagrada Theologia, y Leys, Abogado de Um Reaka CooMfjos, y dd Gokgio/de
esta Cortc./Tomo primcro/Con privilegio./Madrid: Por Joachin Ibarra, calle de Ias Urosas
1760/Se bailara eo casa de Don Marcos Ruiz de Tejada, Mercader/en los Portales de calle
léKjfCt, ftaiite la Gasa de k Etfcn. —(XXIV) + 290 págk. 135mni X 190mm.
Tàmo 2°: (...) Tomo Segundo (...) Urosas. 1760. (VI) + 343 pAgL.
Tonuf 3.«; (...) Tomo Teicero. (VIII) + 293 págs..
Toma 4.»: (...) Tomo Quarto (VI) + 346 págs..
100. Examen de Ia Obra intitulada Verdadero Methodo de estudiar que díÓ á luz
e1 P. Barbadifio cn Idioma Português y ha (raducido en Castellano e! D"*^. Dn. José MayoiO
con algunas notas. 4." ff. 6-76. Ms., pelo P. Pedro Calatayud, SJ. (1).
101. Ditertackm critka, icmitida por d famoso BarbadifliMa à un amigo, acerca de
los graciosos scntimicntos. que en matéria de Poesia y bucn guStO, tUVt el NÍ.R.P. Fr. Bar-
badifio, Religioso Capuchino, (como el se firma) de la Congregadon de Itália. En ella se
haoe ver, como este fingido Religioso, no eia d Siyeto mas á propósito, para emprender.
como lo hl» cn la septfau de sua cartas, la reforma de los Poetas Espafíoles. y Portugueses,
l a da á luz. para prevencion y resguardo de la juventud eqMutaJa. d M. Juan Perez da Castro.
Copyrighted matârial
— 489 —
Na página seguinte: £ssai/sur les moyeasyde réubliryies/Scienoes & les Lettres/en
PortuftUAidieMé i MM. les Aman» du Jovmal/dM Sçavanr/Par Antoine TeixeinhOani»
boa./A Lisbonne,'Et sc trouve à Paris./Chcz P. Al. Lc Pricur, ImprimeuT-Líbraire/ordi-
naiiedu Roi, rue S. Jacquesjà rOUvicr./M.DCC.LXn. —
(Vll)+310 pági. IQSmmX ITOmiQ.
N3.— Daiado de 13 de lanefao de 1761. Altoraedamente em cadt pégiiM. texto
latino e francis. Há exemplares que declaram no rrontíspfcio scconde édition e a data 176S.
Confrontou-os Inocêncio com os de 1762 e convenceu-se informa Brito Aranha —de —
que se tratava de uma só edição com rosto diferente (I). —
Nova edição na Colecção de
Gássicos Si da Costa, apenas do texto francês (Ver E, vol. V, lSl-314).
106. Desagravio/de los/Autores, y Facultades, /que/ofende el Barbadião/en sii obra:/
Verdadcro Mòthodo de Lstudiar, Ac/Segun/ia traduocion castellana/del todo conforme/al
original imctoi|ii£a./I>edicadoM 1e» Uaivcnidade8,Ar/Ljientos de EqMfla,/Pior/lel P. Anto»
nio Codomía/de la Compania de Jesus. 'Barcelona Afio MDCCLXIV./En la Tmprenta de
Mudm Angda Marti Viudajen la plaza de San Jayme. (XXX) + 236 págs.. 140mm .\
193mm.
107. Cartas/cruditas/por la prefcrencia/dc la/Philosophia; Ai istotelica/Para los Eslu-
diosMe Religion./Su Autor cl Doct. Don Vicente Calaiayud, 1'resbytero de la Congregacion
lieSan/Fbelipe Neri de Valencia, Pavordre, y Ca-/tbedratico Primário de Theologia Esco-/
lactke «n aqudla Unh«r-/ridad. 145Bim SOOmm. X
N.B. — Cada carta tem numeração própria dc piíginas.
Na Pág. IV: Índice de lo que coniicoe este Libro: Apologia dei P. Fr. Arsênio de la
Pledad, Rdiftoio Gapudiino (Reflexflea Apologfticaa, pg. 1. RespiiMta a dk, pg. 12S.
A4)ología de Don Cândido de Lacerda (Retrato de \(ortccór). pg. 324. Faieoer
Aletofilo
dd Doctor Apolonio Filomuso Lisbonense en respuesta à ella (ao Retrato) pg. 441.
109. Aloysii Antonii Verneii/Equitis Torquati/Arcfaidiaconi Eborensia/Z)e/RB
nurâcajad Mwm/Lushanonnn Adolesoentium/Iibr/ <ÍMem./Tomus primus./Roaiae
CI0TDCCLXTX((1769). Ex Typographia Gencrosi Salomoníi/Tn Flalea S. Ignatii/Av»^
riorum Faculíate XXIII— 226 + II págs. 170mm X 230nim.
Tomo (...) deoem. Tomi aeemidi Pan prima. (...) Fteultate. + 394 pégi. vm
12 tábuas com instrumentos de Ffsica. 2.* pane: (IV) 212 págs. 7 tábuas.
Tomo 3.0; (...) deoem. Tomus tertius. (...) Faculute. VIII + SIO + I págs. 6 tábuas.
—
N3. No plano tnictel levdado na Epístola ao MiarquCs de Valença, e na carta
a Ponabal de Maio de 1768, a Ffiica preenchia apenas doli volimes. mas acabou por sair
em quatro, se bem que no rosto os dois do meio formem um só tomo. Pedro José dc Figuei-
redo diz que oe volumes estavam prontos em 17SS. Descrevemos o exemplar da B.N.L.
(S.A. 2281 a 22Mv.) mas na mesma goaida-«e um outro (&A. 9006v.) que tem no roeto do
1." volun-.c a palavra Faciiltate apenas com um t na última sílaba, tal como acontece aoe
exemplares que vimos em Roma, Nápoles e Génova. Os dois exemplares são iguais na
compodçio tipográfica, apenu com eMspçlo da numeração dos eadsnioa. Enquanto
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o 1.* le identifict com b, b2, c e c2, o segundo traz a3, a4, a5 e a6. Aquele é um «xwaplar
de luxo, de maior fonuuo no pepd, que perteooeu mo Marquét de Pombal como se deduz
da encadernação, «m que foi pávido o leu eacudo, oonio w
pode ver na lepraduçlo que
publicamos.
Quanto às gravuras encadeniadas desisualniente nos divems jofos que vimoSi con-
vém transcrcNcr a seguinte nota, aposta no I vai do exemi^ da MbHotoca Caianatwiie,
de Roma, cremos que da letra de Vemei
«Per regola dei Libraro. — Vemeii, Physica, divisa in 4 volumi. contenenti 26.
Tavi^ = Tomo I. non contiene Tavole. Tomo II. Parte I.* contiene 12. Tavole:
cioè— I. II III. IV. V VI VII. vm. IX. X. XI. XU. — Parte 2.» contiene 1. (sic.)
Tavole: cioc — XIU. XIV. XV. XVI. XVll. XVlIl. XIX. = Tomo III, contiene 7. Tavole:
doè XX. XXI. XXn. XXni. XXIV. XXV. XXvr. NeU*alto di daicuna IVivole è aegnato
in volume a cui appaniennc.
110. Lettera tcritta ad un Letterato Toscano. Livomo, 1770. — XV pigs. £m 1792
foi remetich de Roma ao P. José de Aaevedo, Oratoriano, «cahro involto contente dodid
copie Stampatc di una «Lettera scritta ad un Letterato Toscano >. e de facto figura no Catá-
logo da Biblioteca das Necessidades. Publicamo-la no \p Doe . Ver tambén) Episiolário.
111. Logica/de/D. Andres Piquer,/ Médico da Coimara dc Su Magestad./Madrid.
MJ>.OCXXXL/Por D. Joodiin de Ibarn. Impnsor de Gámara/de S.M./toon bs Lioendas
neoesarias. — (R) ! \I 11 272 págs. 140mm X 210mm.
112. Q)mpendioyhistorico/do estado/da UniversidadeydeyCoimbrayno tempo da
invasio dos denominndos//»wftay/e/dos estngos/ldtos nas sciencia«/lB nos ProfeMo s, w
e Diiectoies/ que a regiam/pelas maquinações, e publicações/dos novos Estatutos/por elles
•f 503 págk.
N.B.— Ver em pégs. 241-244k retetodas a Vetnd.
113. Methodo novíssimo para aprender a Gmnmatka Latim, por Domingos Nunes
de (Níveira. Lisboa, 1786.
N3. — Tentativa de redndto da Gramática de Vemel. is proporçOes que o Barba-
dinho propõe no Verdadeiro Método de Estudar.
1 14. Dialogo/entre el Cura dei Zangano y d Guardian/de Loríaiu, de la mas extraAa
observância de/San Frandico, sobie F. Gerúndio de Campazas, aliás Zotes. Pág. 43-54
de Cotoodoo/de/Varias Pienw/nlativas a la Obra/de Fray Gerúndio de Osmpaas.nVMio
tecoero./En Campazas, Afio de 1787. Con Licencia. - 140mm 205mm.
1 15. Apologia/de la Tbeologia/Escholástica./Obra Posthuma/del M. R. P. Fr. Joseph
de S. Fedro de Alcántara/Cntro, Leotor de Theologla, Secretario General de/la Onkn
de San Francisco, Provindal que fuc dc la dc S. Pablo, y electo Difínidor General por/N.
Santisimo. P. Pio Vl/Dedicada/AI Excm.° y Rni." Padre Fr. Joaquin Company, Minis-
tro General de la misma Orden,/A nombre de la Província de S. Pablo,/Por su Secretario,
Gomisionado, y Editor Fr. Bartbolom^de las Llagas Astudillo, Lector de Theologta./
Tomo I./Con liccncia./Segovia: Imprcnta de Espinosa./MDCCXCVI. 135mm 200mm.
116. Suppllmento al tomo 1 dei Dizionario Teológico Portatik, uadotto dai Francese
dei lHaiiano dal P. D. Prospero deirAquilt, In cui si ragiona delPApparatus dd Vcraey.
tndottO in Italiano dal sudd." Religioso.
Em 1792 foi enviada de Roma a Dioofaio António Vemd, «atoa copia similmente
stampata di «Itn Operetta intitolata» da forma descrita.
117.Carta de Luis António Vernei supostan>ente endereçada ao P.* Joaquim de
Poios (de 8 de Fevereiro 1786), publicada por Inocêncio da Silva no GmâniríicMnir, n." 2229,
de 15 de Dezembro de 1868 e reproduzida em £, 111. 424-428.
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N3. — Como se pode ver no Episiolário, estt Guria foi dirigidÉ ao P. Joift de Aze-
vedo, Saoenlote da CooBregaçio do Oratório, aaát «títnn a 17 de Setembro de 17S7.
118. Cartas dc Luiz Antonio Vemcy, c Antonio Pereira de Figueiredo aos Padres
da Congrcfação do Oratório de Goa. Nova-Goa. Na Imprensa Nacional, 18S8.
N. B. Preftiçio de I. H. da Cunha Rivaia.
119. Relação da perseguição que Francisco d*Almada e Mendonça, Ministro Pleni*
potenciario de Portugal em Roma, fez a Luiz Antonio Vemey Secretario de Legação,
desde Mayo de 1768 até todo Junho de 177L E damnos que lhe cauzou: (Ms. inédito,
em posse de petticular» O Dr. Carlos de Pauoe imUiocm om raMnio em Ui, e o Fraf. Sal-
gado Júnior, extractos cm V, vol. II.
120. Memorie ooncementi la postulaziooe delia causa dei V. P. Bartolomeo do
Qoeolal, esetcHata In Roma dei Oivaiier Luigi Aotooiò Veraagr, dettaie da lui medesinra.
N.B. —Ms. ditado em 1791. Publicado em Verney D, 12-21.
121. João Baptista Venturini, morador em Lisboa (1782) —
Jtespcu/a apologética
afinar do grande Lutz de CámÕes, Prlndpe dos poetas vidgant aeHm o que na Carta Vil
aaeremt em desahono deste cíarissimo Poeta o Author das Ires estrelinhas: Barbadinho da
Congregação de Itália (B.A., .Ms foi. de 58 folhas. 46-Vin-4n —
No fim Cem a lioeDCa
(original) para se poder impimur, datada de 15 de Fevereiro de 1782.
122. Coleoçlo de CUsbíoos Sá da Ooeta/Lufs Antonio Veraejr/Venladeiío/Metodo
de Eitudar/Edição organi/ada pclo/prof. António Salgado Júnior/.
VoL I — Estudos Linguisticos. Lisboa, 1949. XUIi + 278 pigs..
Vol. n — ^todoe Litefirioe. Uboa, 1950. XLVm + 342 pdgi..
Vol. ni — Estudos Flosóficos. Usboa, 1930. XLVII + 306 págs..
VoL IV — Estudos Médicos, Jurídicos e Teológicos. Lisboa, 1952. LX - 298 págs.
VoL V — Estudos Canónicos. Regulamentação. — Sinopse. Lisboa, 1 952. LXIII
-f-319 págk.
123. No Porto cditaram-se excerptos com OMguinte rosto : Colecção Portugal/N." 16/
Joaquim FerreiraA^erdadeiro Màtodo/de Estudar/Por Luis Antonio Vemey/Com prefacio
e nom/Bdhoriel Domingoe BaiT«ini/(...) 247 pigt. «./d., lá se imprirnfai 2.* ediçfo derte
volume.
124. Na Gazeta de Filosofia, Lisboa, publicoihae a Carta VIU, nos n.** 1 e 2, les-
pectívamente de Janeiro e Junho de 1943.
123. Luis Antáoío Vemey: 1. 5o£rv o ettado da Flska: 2. Do esttto sttt^ks
(Extractos do Verdadeiro Método de Estudar, em Prosa Dout/M do AoSoroS PàrtOgnaet,
leteBCBo de António Sérgio, Lisboa, s./d., pág. 161-195).
126. As Gnead» Miadeas Portagmoai, Editorial VcriKS Lisboa, e./d., I.* voL.
págs. 279-331. A polémica Vemeiana Ontrodução e adeogio de tcxtoi piú e oontia,
por António Alberto de Andrade.
127. Textos Clássicos. Verdadeiro Método de Estudar. Sekoçio, praftcio e notas
de Antâoio Alberto de Andiade. Editorial Vnbo. liiboe, 1963 (a apeicoer bnvcncDie).
O único epistolário de Vemei que conhecemos, foi organizado pelo Prof. Cabral de
hfotcada que, tendo dado a cosilucer «m 1941 e 1930^ a correspondflnda trocada cnne o
«BubadildlO)» e Muratori. se serviu da» cartas guardadas no Arquivo Histórico Ultramarino,
dirigidas a Aires de Sá (embora o ilustre Catedrático julRuc endereçadas a Francisco de
Almada) c publicou de novo as epistolas escritas aos Oratonanos de Goa e ao P. José de
— 492 —
Azevedo (que vulgannente se identifica com o P. Foios) e a divulgada pela Dr.* Mariana
AmClia MacliBdo Suitoi, «pin «Mim ficMcm leonidn Mtte afv-
ditos, Iodas as cartas de Verney até tO presente conhecidas» (I). No ano de 1957, Mons.
Antunes Borges deu a conhecer a cidiliDCia de mais cartas do Arcediago de Évora, bem como
de «ptatrfiB que Uwfonun dirigidas (2). At do Arcebispo Bôrgit já haviam lido levdadas
pelo Dr. Pina Martins» que veio a publicar todas em 1960 (3). Em separata da «Miscelânea
de Estudos a Joaquim de Carvalho» reeditou o mesmo investigador e professor a Carta
ao Marquês de Valença (4). TamMm nós tivemos a dita de encontrar correspondincia
váriade Venieie dirigida a Vemei, de que, em parte, jidenMS noticia (5>. Convém, por
isso, elaborar novo inventário, que ainda nSo será completo, mas fica reunindo, não só
as referências essenciais das epistolas conhecidas, como ainda as alusões a cartas ignoradas,
de que tivemos cooiíedRiento. rao repetimos a publicaçlo das que o Prof. Gabral de
Moncada editou, por se tonuur fikfl a sua consulta. Mas divulgamos aqui todas as res-
tantes — as inéditas e as publicadas no jornal Novidades, e em Temas Verneianos, depois
de conferido o texto com os originais da Biblioteca do Instituto de Santo António, em
Roma e da BiUioieea Vaticana.
Veni-nos trazer grande cópia dc referências a cartas hoje talvez perdidas, o Inventário
dos papeis manuscritos e Cartas de Correspondência, que se acluuão a Luii Antonio Verney,
t ae temarth notSal A
Junho de 1771, quando fi^ frtvad» do Qffitío de Secretario e deipe-
dido do Palácio do Ministro Plenipotenciário de El Rey Nosso Senhor, Escrittos de seu
punho (6). Algumas trazem a indicação da data completa ou ao menos do ano; outras,
porém, situámo-las nós no tempo que nos pareceu mais provável. As cartas ai apontadas
eomo dirigidas a Muratori, talvez se nâo possam ideatttcttr com as que hQÍe se conhecem,
cm virtude do muito cuidado que Vernei punha sempre em destruir ou mandar eliminar
tudo o que pudesse comprometê-lo. As quatro epistolas que recebeu do Beneditino Cardeal
Anfdo Maria QuirinI, (alves se possam colocar depois da potèmica travada 'enin esto piv-
purado e Muratori, à qual Vernei se refere, em carta ao Iluminista italiano, de 21 dc MaiÇO
de 1748. Terá o Arcediago de Évora entrado na polémica, depois de receber as obras do
AfceliiqK>Bórgia?(7). Na relação de noniea do primeiro maçofigura atoda Moos Bo (...),
com das cartas, que talvez se possa identiflcar com o Prelado que acabamos de mendootr.
Facciolati, (1682-1769), de que recebeu três cartas em latim, é autor que muitas
vezes a citna polemica (8). O mesmo se diga a respeito do P. Berti, que lhe dirigiu sete
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carttw(S). De António OenoveaiapenuGOfiicrvava unia cuta. Miskmbfando-noidnanii»
zade que lhe conirou pàfaliounente, julgamot que ae terào correipondido com mab flneqiién-
cia (6). A data da carta talvez se possa determinar pelo trecho atrás citado, que julgamos, ter
sido escrito cerca de 1748. Veroei informa que só depois de lerminado o seu Re De Lógica,
teve conhedmento da Lógica de Genoeaae, com a parada. É natmal
qual, a sua nnho te
que lhe escrevesse, levado pela mesma intenção que o induziu a prestar o eadancfaMOlo ji
referido, ou entflo, que a conopoodêncta tenha começado d^is de impresso o compêndio.
Nesta hipótese, a carta de Genovesi seri, provávelmente, de 17S1. Escrevendo para Roma
a Loigi Fiorini, de Nápoles, a 12 de Novembro de 1760, Oenovcsi recomendava-lhe que
«se prima di partire vcdretc il dotto Vcrnci, rivcritelo distintamente da mia parte». E ter-
minava (só para Fiorini?): Comandatemi, che io non ocsmtò dl essere». O editor das
cartas pormeaoriai a data da amiade dos dois homens de lems: L*Abate Lu{^ Veniei.
noto abbastanza nella Rcpubblica dellc Ixttere. strinsc grandiísiffla amicizia col nostro
Genovesi nel 1746, in cui Tu a Napoli (i). A respeito da «grandiíshna amicizia»,
dta o
ncdw da Lógica de Vemei, referido atrás. A oorrespondtocia com o Gabido de Évoca
pode localizar-se com algimia certna. Ekn carta anterior a 20 de Fevereiro de 1742 comiH
nicava Vcrnci ao Arcebispo dc Évora a graça de Aroediagado da 6." Cadeira, que o Santo
Padre lhe concedera. Julgamos que csia epístola terá vindo junta com a que escreveu ao
sstt proGundor, Cónego José da SOva Cfatrlo, a quem enviou «o mandato apoatófico
dt Tcr-sc-:i então dirigido a todo o Cabido ou tra-
f tyfWfífr' posscssione^^ da dignidailc.
tar-se4 da correspondência que mantevecom o seu Procurador? A carta que Diogo Bar-
bo« Madndo lhe endereçou, pode dter respeito à polémica vemefama, se o autor da
KbUoleca Lusitana realmente entrou na refrega com a Caria Exortaiôria, mas pUBBa-HOa
mais provável que intentasse simplesmente colher elementos bio-bibliográficos para a sua
Biblioteca. £>esie modo, situa-se antes de 1739, data do l." volume, até ao ano dc 17S2,
quando saiu o 3.* volume, que insere a biografla do Aioediago. Se nos lembrarmos da
severa crítica que Vernci lhe faz na carta dc I dc Janeiro dc 1763, somos levados a crer que
pode a esta correspondência. A carta do P. João Baptista Carbone
ser posterior se o —
jeaofta nio lhe eecieveu mais nenhuma— é aquela a que o próprio Carbone se refere em
correspondtocta com Pereini de Sampaio: «Vay entre as mais buma carta para o Arcediago
Vemeyt o qual novamente recomendo a Vossa Mercê, para que o favoreça nas suas pre-
leDÇ0es»(2). De Francisco de Pina e Melo conservava apenas uma carta. Sabe-se, porto,
queopoeialhefemeleudaas,aSdeJuniiodel753e26deJttllM>doano8Cfuinle. Apri-
meini pcrdcu-se; a segunda foi publicada pelo próprio autor e. por conseguinte, não terá
sido enviada em manuscrito. Parece, pois, poder-se conduir que a carta mencionada
na itlaçMo, é pwciiia mente a quc hqje se desoonhece.
D. José Durão, um dos amigos suapdtos de Vemei, ou preferia a conversa em reuniões
particulares, visto apenas se registar tuna carta, ou a sua correspondência, por perigosa,
foi inutilizada pelo Arcediago eborense. Trata-se, certamente, do «Abbade D. José Durfto»,
(1) «O famoso P. Berti, Agostineano, um dos maiores Tsóiogos Romanos» (Res, 130).
(2) Na recolha das Lettere Familiari deli' Abate Antonio Gcnowsi (Letteie, XI da
I>edicatória ao Ldtor), lé-se a propósito do desaparecimento de várias cartas: «Finalmente
bi medesima sorfe si è coisa pel carteggio dsl dotio Signor Vaniaar, dsl Signor Fafdesoe..>.
Foi tudo o que encontiimos a este respeito.
(3) Uttere, 174.
(4) B. da A. — SMU^, pág. 98.
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<<già frate Augustiniano et ora Bibliotecário delia librana di S. Spirito»(l). São aiiufai
de levdir m cídoo MBielw do P. Évon, o Aitaro Btapo do Porto, a que aludimos no aqrf-
tiilo Os dois fins da hngada. Sc foram provocados pela oposição de Évora, na queatlo dO
Arccdiagado, sáo anteriores a Oulubro de 1740, em que o Bispo regressou a PortngBl.
Al 18 cirtu do aobtãabo de Muratori, Oiu PmioBMo Soli Mmatori, deviam oomcr oor-
respondêocia posterior à morte do iluminista italiano, ocorrida a 23 de Janeiro de 1730.
Parece óbvio que tivenem por objecto a cua vida, que o sobrinho resolveu escrever e, de
facto puUioou em ITSti. Sendo aasim, flxam^e entre 17S0-56, as datas de todas ou, pdo
anenos, de algumas minivas. Nio noa foi ptmM. enoontriMas, apesar das diliftoelas
que efectuámos nos Arquivos dc Módcna. As 32 cartas do Arccbispo-Bispo do Algarve,
D. inádo de St.* Teresa, Cónego Regular de Santo Agostinho, podem daiar-se de 1749
em diaiite. Gomo já vlmoa, em carta de 17 de Setembro deste ano, Mtamici tadra de
Sampaio escrevia ao Bispo do Algarve, informando-o de 4|ue «O Arcediago Venwi he homem
de muita capacidade, e de pratica nesta Curia, por cujo motivo he louvável a destinação
qoe V. Ex.* fez dele para seo agente» (2). As 47 cartas do «MàMles», se este se identificar
oom o P. José Mendes, SJ., oPaoilanciáfio a que alude o Baiiello da Roma, talvnse situem
entre 1768 e 1771, durante o tempo em que Vernei exerceu as funções de Secretário da
Legação. Ao P. Nicolau Maria Carcani, de Nápoles, censor oâcial do Verdadeiro Método
de EtíHdar, eaciwi» de em 1763, por causa doa «eus livros. Carteou^ pdo menos uma
\c7. conforme Já ficou referido, com João Jacinto de Magalhães, «que esti em Loodwn»,
não sabemos a que respeito. Embora nào higa referências a Joio Baptista de Castra,
o feaitpdo autor do Mapa de Portugal, sabemos que Venn lhe mandou entregar pdo
iimio Diogo, um exemplar do De Re Physica (Roma, 1769), tendo recebido, por isso.
uma carta e oferta de livros do Beneficiado lisbonense (3). Uma das obras oferecidas pode
ter sido a segunda edição do Mapa de Portugal (1762-63), em trés tomos, apesar das refc-
itedaa que vimos. Esta era, oom efdto, a obra do autor que mais podia interessar a Vemei,
por tntfar da história c (la vida portuguesa. Jidgamos que José Smrn Conda aeii o Abade
Joaft Conda da Serra.
Outros nomes aparecem no inventário dos papéis, de que vale a pena fazer, ao menos,
breve menção: P. Fassoni, P. Morassi. Mons. Basta, P. Aleixo Horácio Escolápio, P. Vairo
Rosa, D. Jose dc Hrap;ini,j, Ds. Icmpcsti, Dr. laddei, Isabel Antonini. D." Ana Mendes.
João Pereira da cidade do Porto, Aatònio da Cruz Figueiredo, Embaixador Vicente de
Soosa Cotitinbo, Oratoriano de Braga Martinbo Peretra, Pleoipoteociário José de Sá Pereira,
Miguel Angelo d'Angelo. P. Marcocei. Bartolomeu Pizardo, Vito Cirazclli, João António
Ooaltieri, Frei Domênico Pisa. Muitos outros, certamente se poderiam acrescentar.
Mas nio pagam o tmbaOio de empreender invest^acfles neaae aoitido. Contado» nio
queremos deixar de arquivar as direogOca colbidaa num livrinlko mamncrito^ em pule da
letra de Vcmei:
— À Monsieur l Abbé Jean Chevalier, Bibiiolhecaiie à la Bibliotheque Royale, Rue
iiÉbsUa. BranOn; Al Rm* P.« Profle Oesmo. II P. M. Diogo Venwi. Pilippfai«, neOa
Regia Cata daaNeoesidades. I isboa: ai Sig. Giaseppc Oomes Franco. Lisboa: «ÀMon>
seigneur le Duque le Lafoens, à Lisbona; Al Sig. Pietro Garibaldi. Génova; A Sua Exod-
(1) Notícia que akançou e deu o Bargello de Roma. Ver Apênd. Doe.
(2) B.A. — Cód. 49-VII-35 pág. 491.
(3) B,P. Évora. 001/2-12: Caitaa a^L nem amiiMtm, nem dinoclo e Gana
de agradedmento de Diogo Vemal, da Oan da N.* S.» daa Naoeaddadaa, 2 de Dezembro
de 1770.
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II Sigr.' ConuneDdatore di NofonlM Ministro Pknipoieoiiarío di S.M.F.; À Monakur
tooza
Deny AntoiíM Venwy à Litbome; A Saa Pocfamm II Sgr. Bdè <fl AhneMi Portagal
\'icc-CancclIicre ócWi Sa^rn Rclisionc Geroiolfallitana. Malta; A Sua Eccellenza II Sigr.*
tamento, che stà aocanto alie Monache dette íl Ritira di S. Chiara, che sta di rimpetto al
palaiZD dei Duoe di S. Pietro in Palatino; Al Rm.° P. e ProAe Ossmo II P. Bernardo Lopes
PUppilBO, neOa R«(ia Gasa das Neoesidades. Lisbona; «Messioun Denys Chevalier «I
Comp.* à Lisbonnc. N.B. —
Está riscado; Al Sig.*" nnrtolomeo Picardo quondam Lorenzo.
Génova; A Sua Eccellenza II Nobil Uomo Gracomo Antonio Marcello, a S. Maria For-
mosa. Veneda: AiniL"* Sigr.* e FtoAB Oasm.* n Sigr.* D. Ignazio Aullsio, Rettora dtOa
Chiesa e Monastcro di S. M.» di Constantinopoli. Napoli; Al R.""' P. Profte OssmO 11
P. M. Giuseppc de Azevedo, niippino, oella Regia Casa das Neoesidades. Lisbona;
Io J. H. de Magalhacn:» Esqr. At. n.<* 12. Nevib court fetter lane. London.
de 29 de Janeiro de 1739; 3.* O destinatário das cartas tinha estado recentemente em Roma
een pessoa de toda a intimidade e confiança do Marquês, o que sc aplica perfeitamcntentc
ao ministro; 4.° Era também o destinatário pessoa que estava metido a fundo no segredo
da questio dos jetnftas, e ninguém o estava mais, como é sabido, do que Almada; S.* Na
carta n.» 2, de 2S de Dezembro de 1765, finalmente, Verad pergunta expressamente ao seu
misterioso correspondente quem é. naquele momento, o seu secretário de legação, e dispara
a reveladora pergunta: «cosa é fatta dei Pagliarini?». «Depois de tudo isto, sabidas as
rdacfies entre Fai^iarini e Aknada, Almada e Vemejr (cír. a carta do Padre Isia« aqira,
pég. 13 nota"), não se pode duvidar por mais tempo de que fosse este último o destinatário
daa cartas e relatórios. Nem obsta a isto, o facto das más relações que, pouco mais tarde,
vieram a existir entre os dois homens, Vemey e Afanada e qne, entre outros documentos,
estio bem patentes na carta do primeiro ao Padre Foyos, publicada no Âpêtufíce. Dela
se vê ficilmente que a data dessas más relaçOes é assás posterior à das cartas qtw ele dirigia
para Lisboa (...)» (1).
editto...». Quando conta casos de jiiJ.nis protegidos pelo Governo português. lembra o
nome do advogado Miguel Lopes de Leão, cujo filho era então «guarda dei corpo in
Napoli e fone Taverete oonoecíulo». Continuando a nanir casos do mesmo gfinero,
raoaida ainda João Patrício da CNuna, qtie «stà ora in Napolô» e o Iwbieu Figueirb^ «che
voi ceaoeoeetes in Napoli».
O oonespondente de Vemei encontrava-se fora de Portugal: Quando pede a sua inter-
nssslo junto do Marquês, para conseguir meios para editar a Física, manda-DiB uma ceita
aberta, que o correspondente lerá e fará o favor de enviar «ai Sigrc. Conte», com a sua
de recomendação. Não precisaria dc escrever, se se encontrasse cm Lisboa, sendo da
intimidade do Primeiro Ministro. E, ao terminar, redige*lhe a minuta da carta de recomen-
dação, indicando os pontos de glória que justificariam o auxílio pedido. Por fim acentua
que, se a ExceUeoza tiver dificuldade em o recomendar, que Uie faça «il Cavore di mandarle
mettere alia posta di Lisbona al suo destino».
O desdnatfrio dseta conespoBdência residia em Màdrid, em mlmio dipiomttiea e.
por pede esclarecimentos sobre uma boa medida do Rei Católico, a qual n3o lhe
isso, lhe
foi dada.Alude à levolta popular de Madrid (Março de 1766), como acontecimento ocor-
rido no loiar onde residia o correqModeote, como le dissesse: ítso que sucedeu al, depressa
o soubemos cá, por via de Génova. Quando recebe a visita de uma dama, parente do
«Cavalier Roffi cbe va prendere ora come Colonello, possesso dd Regim. di Borgogna in
Sidlia)», envia-^ os cumprimentos da Senhora que lhe dissera ter ooolieddo o seu corres-
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• IMttlida mas o seu interasae pelos hábitos eclesiásticos era tão grande que mais urde con-
seguiu outro idCntioo —
o de Afoedkfo de Vila Nova de Oamba. A pweeaça de Almada
quando Vemei é armado cavaletro, tem tanto valor como a de Sampaio. IJm e outro
cumpriam ordens régias e convinha-lhes aparecer em acto de benevolência pública do seu
Rd, «m Corte BiUai geha. O jufao que Vcmei floia de Almada e o que «le formulava
i
a respeito daquele, nasceu nos primeiros contactos que tiveram na Congregação de Santo
António. A un homem destes, nunca Vemei deve ter escrito, nem empregaria jamais
expiesafies dertas: «Vi prego... conservarmi ú vestro prezioso afTetto, chMo stimo come
dAo: protestando ni ooOa piíi veraoe ad appasionata atina». Ou esta: «Ed lo faitanto
proleitandomi sommamente obbligalo ai suoi favori, c memoria, mi confermo oon inal-
terable venerazione (...)». Ou ainda: «Termino con augurarvi una vera felicità in tutte
levB8ti«coee,eo(^e8ibinnidveetripragÍaliaaiinÍ(»aMiidÍ(...)i». Muito menos teraiinaija
assim uma carta: -<¥. bacciandovi umllmente le mani (...)»; ou: "desiderandovi picnezza
de fdicità,coUa piu riveiente, ed aCfectnosa itima (...>>. Por mais dissimulado que fosse,
w
também maiea cwwrla este período. «H gentilisstmo Foglio vestro dei 28 Gennajo,
il cualí vi compiaoeste dí darmí ragguaglío di cotesto pacse, mi fa vedere che concordiamo
nclla teoria, o principj, circa punti principali: e che la diversità solo può stare ncirappli-
i
cazione». A sua teoria de bom ministro de Estado, aliás muito razoável, não podia ser
aoeile por PouImI e, portanto, Vemei nlo m
arriscaria a propMa a Almada. Basle esta
pequeoa transcrição, que o comprometia simultâncamente perante o Ministro c o Rei:
«(...) é un assioma di tutti i buoni Politici, che se un Principe pensasse ai suoi doveri, non
Haesse ver o dito Ayres de Sá que não lhe ficando atraz na erudição, o excedia de muito na
moderaçiio e prudenda. Este Fidalgo mostra conhecer bem que huma boa Teoria não
basta i>ara a felicidade das resoluçoens, e que hc necessário saber combinar as regras que
3»
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tc apreodem com as ciicunst&ncias que ooomiii>». Aires de Sá e Melo estivera em NápolM
oamo Miaiatro FleoipoInGiário de 1760 1764^ em que Verneí esteve ausente de Rinde
(corte dc relações de Portugal) c residiu cm Pisa. andando por Nápoles, Liomc c outras
terras de Itália. De 1764 a 1768 foi substituído por José de Sá Pereira, com quem Vernei
também te oonespondea moito. Bn Dnembro de 17<!4, Airet de Si peaaou pem Madrid,
oomo Embaixador (I). Ú a correspondência deste período não toda, pois falta uma
(Mitra carta a que se faz referência —
que Aires de Sá trouxe para Lisboa, quando em 2 de
Setembro de 1775 substituiu D. Luis da Cunha na Secnliria de Ertado doa Frtienirime (2).
Por ino, as cartas estiveram no Ministério dos Negócios Estrangeiros, aalw de ae inoorpo-
laiem no Arquivo Histórico Ultramarino (3). Ao mesmo Ministério pertenceram as duas
celtas dirigidas por Vernei a Pombal, uma das quais, pelo menos, devia (er sido entregue
por Aim de Sá— hoje incorpoiadas oom todo o Arquivo antigo deam Mioiatérío. no
Arquivo Ybcional da Torre do Tombo.
Em &oe do que fica exposto, não i dífictl explicar as considerações do Prof. Cabral
de Moocada. Quuto ao periodo de •mtacie de Ahmda, de Rome, também o temoe oa
pewoe de Aires de Sá. No que respeita ao tratamento de Eccelenza, Aires de Sá fom Minis-
tro plenipotenciário e era agora Embaixador. .\ terceira razão é contestável no pormenor
de o destinatário terestado recentemente em Roma, pois chega bem que tivesse estado
cm Itália. Que era pcMoa de toda a intimidade e oooAaaça do Márqula, vé^e pela cfa>-
CUnstância de ser escolhido para substituir D. Luis da Cunha, num posto que ele próprio.
Cwalho e Melo, ocupara de 17S0 a 36. O anti-jesuitismo de Aires de Sá pode-se julgar
pdo ftelo de a Companhia de leras liawer lido expulsa de EqMuilia, tendo de ai o «diplo-
mata mais querido» (4). No dia seguinte a esse infausto acontecimento, cacrevia Aires
de Sá a D. Luis da Cunha (a 3 de .Abril de 1767): «Finalmente diegou o tempo destinado da
Divina Providencia para castigar os crimes Jesuíticos de Espanha com a expulsão de toda
a Ordem doe Grtadoe de S. Magestade Gatoliai» (S).
A pergunta de Vernei na carta de 25 de Dezembro de 1765, sobre qual era o seu secre-
tário de Legação, entende-se perfeitamente, no caso de Aires de Sá. A curiosidade sobre
o dmtiiio de Ai^iarioi, aliás protegido por Aliet de Sá, jutifica^e plenamente m aoabermoe
que ae trata do impressor dos escritos anti-jesuíticos que, por isso, foi expulso de Roma e
aooihido no nosso País pelo Marquês de Pombal. Também a carte pretensamente ende-
leçada por Vernei ao P. Joaquim Foios, nos merece algumas reflexOes. Desde que Ino-
ctedo da SOva avealou o aome dene Ontoriams quando a deu a conhecer (6). todoe os
escritores repetem o mesmo endereço, apesar de se conhecer já a correspondência que noe
levaa discordar do douto bibUógrafo. Trata-se de um autógrafo escrito por «araanuense»,
mas oom • ortografia pr6pria do Autor, como leeooheoe Inocêncio, que também esclarece:
«Postoque não traga expressa a direcção da pessoa a quem veiu, tenho todas as inducções
para a julgar dirigida ao P. Joaquim de Foyos. da Congregação do Oratório». Não diz
O autor as razões da sua persuasão, a não ser que se considere como tal, o facto que aponte
a sepdr, de que «existiu na Cua do Espirito Santo, donde, com outros papeis recolhidos
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na supressão da mesma Casa, passou para a Biblioteca Publica», <le Lisboa, onde le encon-
tra (I). É natural que inlluine m meom oooclusão. a circunstância de o P. Foios mt nm
dos Oratoríanos mais ilustres que pertenceram à Academia das Ciências. Ora acontece
que o teor e a data da carta condizem perfeitamente com a correspondência trocada entre
o ontoriano de Aaewedo e Vcraei, adaptmdo^ ôptimamente como mpoita da
P. Joeé
carta enviada a Lisboa t>eIo referido Padre, a 13 de Dezembro de I7'?5 A essa epístola
de 8 de Fevereiro de 1786, respondeu o Neri com a de 25 de Julho desse ano, menctooando
exi^lcHamBiilB m dabi da carta de VeraeL
Na priOMiim Cfiiltola, o P. Azevedo, que havia sido Professor de Retórica, durante
cerca de dez anos e era Substituto de Filosofia quando em 1783 sucedeu ao P. Bernardo
Lopes como postulador da canonização de Bartolomeu do Quental, comunicava ao Arcediago
que «a Academia Real dn Sdencto de LMkw, de que teolto a hona de ser membro, em
huira das ultimas sessQcsqMe teve, determinou, para alivio da Secretaria, que a cada hum-
dos Sócios aqui rcadUM te destribuissem os que ví\ ião ou fora desta capital em outras
Provfadn do Kaino^ ou «n Vujm «tnoteíros, para que por «te modo poJeaie mais
m
facilmente coner o oom ercio litterario. A mim me assinarão pua «Me fim a Voma
Senhoria, o que eu sobremaneira estimei, por poder ser o primeiro que receba e me aproveite
das luzes e instruções de V. S., de quem a Academia se promette muito, dandu-lhc as suas
moleettoi lugan». Vemel iwpondeu com a carta tio divulgada, em que narra as decditas
da sua vida, e Azevedo participa a recepção da epístola de 8 de FcvanllOa qtW Vcmci escre-
vera de resposta à que ele lhe enviara como encarregado da Academia e acmceota: «A esta
dd parte do estado de «ude em que V. S. w adiawa, e o nmii oald-o pdas mOee que V.S.
apontava. Pouco ou nada se me fez novo do que V. S. me dicia pelo que já tinha ouvido
ao P. Diogo Vemcy, a quem devo bastante favor e pdo que aqui me contava Momeolior
Antonini (...)».
Por fim, anotamos que nada consta de rslaçOm de Vemei com o P. Poios, e que^ pelo
oonllárío. se conserva assídua correspondência de três anos entre o Arcediago e o P. José
da Awedo, ao qual confia, 19 dias antes, como complemento das confidtocias dos transes
de soa alma, algumas das producges Hterárias que nlo t&dtam granjeado a dita da lm|ii«i>
são. Conigirae-á, pois, de futuro, o eodsieço da Carta ao P. Joaquim Poios» pam o nome
do seu ooDsódo, o P. José de Azevado.
RBSt»4iOB acrasoentar breves notas a respeito das datas da correspondftncia trocada
entia Vemei e Muratori, que o Prof. Cabral de Moncada reuniu na obra tantas vezes refe-
rida. A extensa carta V. datada de XVITl Kal. Jan. MDCCXLVI (15-\ii-1745). é seguida
de outra, a VI, de Ix Kal. Jan. MDCCXLVI, (24 de Dezembro de 1745). Cabral de Mon-
cada traduziu a data desta tUtima por 24 de Dezembro de 1746. Estranha-ee, na verdade,
que Vernci. tenha escrito duas cartas em tão curto espaço de (empOw Mas, dias antes das
Calendas de Janeiro, isto é, do dia 1 têm nccessáríamente de cair no ano anterior. A segunda,
,
porém, começa por fazer referência à que recebeu de Muratori «cnos começos do correnlB
ano», referência esta que parece devia ter sido IWta aa primeira. Por OOtIO lado^ a caita
de Muratori de 1 de Janeiro de 1^4" di/ claramente respeito a esta segunda, ao frimr o
entusiasmo de Vemei por Nápoles. Scra, pois, de 17467 Nesse caso, terá de se ooRÍgir
a data latina paraMDCCXLVU. Deixando« em 24 de Deaembro de 174d^ «ocontianMiB
também outra carta datada de XVII Kal. Jan. MDCCXI.VII (16-xii-1746). que oProf.CUxal
de Moncada dá como de 16 de Dezembro de 1747. É a X desta série. Quer dizer que
caoevoQ a 16 e a 24 de Deambro, alndfaido, oesta última, à qoe rsosfaeu de Muntori «noe
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— 500-
começog do corrente ano», quando era mais natural que o tivesse feito na primeira. Deverá
também corrigir-se a data latina para MDCCXLVm? Da mesma fonn, as cartas de
Vemei, a XIIl. datada dc XV Kal. Jan. MEKTCXLVIIÍ nS-\ii-1747), como a dc Muratori
a XIV, dc VI Kal. Jan. MDCCXLVIIl (27-xii-1747) e a dc Vcrnei, a XX, dc XIV Kal.
UtL MDOCXUX Çl9'XaA74t^ vta na coleoçio do ProT. Moncsda, atribafdu aos anos
de 1748 e 1749. D€Í.\;inio-Ias estar assim, —
porque também nesses casos, o engano c
de Vemei e de Muratori. Trata-se dc três cartas que versam o mesmo tema. Com efeito,
na primein destas cartas dá conta de tmn oIxb apaiadda «n 1748; a segunda, é respeita
à anterior e a última, sc se não admitisse erro por parte de Venwi. quase coincidiria com
a Xin, escrita pelo Arcediago cm 18 desse mês c ano.
Em face do exposto, só corrigimos o ano da carta XVl, dc Vlll Id. .Mart. MDCCXCVIIJ
(da 8 de Muço de 1746 para 1740): o mte da XI, de XVI KaL Kb. MDOCSavm
pare Janeiro), e ar diat da carta Vlll (de 27 para 29 de Abril) c da XVIII. de V Kal. Aptitis
MDCCXLIX, (de 31 A primeira
para 28). destas quatro cartas aparece no apógrafo
mantariano datada de MDOCXXXXVnn.
—Ao Cónego José da Silva Cintrâo, de Évora, seu procurador na tomada de posse
da dignidade de Arcediago da 6." cadeira, enviando juntamente «o mandato apostólico
de CÊpttmh potMííkmfit. É natural que tbe fosse dirigida a carta de Vemei que motivou
a cópia autêntica de «hum livro impresso das cilaçoens c Estatutos da Santa Sé Metropo-
Bteita desta Cidade de Évora», passada pelo Notário Apostólico a 4 de Fevereiro de 1741,
bem cooM» «tenw eertUSh dos Estatutos do Rth. CaUido, passada pdo Mo. Soentario do
mtumot pella qual conste todo o partaioadt ao Areeãiagaio ée Sexta» de ea/o bemfielo tem
graç». (Ver Apend. Doe.').
— Ao P. João Baptista Carbone ( ?), queixando-sc dos Governadores e depuudos da
liií^ de Saato AoMoio doe Fortugueses. Antes de 27 de Junho de 1741, data em (pie
Gnbonc sc refere ao recurso dc Vcrnei.
— Ao mesmo, queixando-se de que o obrigavam a pagar 600 mil réis. Antes de 19 de
Outubro de 1741. O tmeMérto dos Fapels refeie uma carta de Gutooe, sem indkar a
data (cf. Ap. Doe.).
— A Ludovici (?). ou ao irmão Diogo ( ''), enviando junto o memorial pare nova pre-
tensão, a entregar a Carbooe, que o remeteu para Sampaio, em 2S de Outubro de 1742.
Ao Ckbido de fivoia, a 20 de Abffl de 1749, em deftsa própria, ootMia as peeteosOes
do Cabido. (Alusão em .Ap. Doe.).
— Do Cabido de Évora. Duas cartas no /nveiaário dos pap^ possivelmente
lafcridas
em resposta As anterioies,
— A D. José: De Recuperate Sanitate Joannis Ver Vemeiana.
V, 1744. Bibi.
— A várias pessoas residentes em Portugal, antes de publicar o Verdadeiro Método
de Estudar. (Infere-se deste trecho, de carta sua a Muratori, de 1S-I2-I74S: «5^/ muito
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— 501 —
bem, pelas cartas de muitos homens doutíssimos que me chegam, — a sua reforma
ser isso
das «Letras» — preeUemetúe o qm madtoa qmtem e ardentemente deaefm».
— A Luis Aatonio Muratori, Bibliotecário do Duque de Níódcna, em 6 de Fevereiro
de 1745. — Elogtasi, confessando lido Difetti delia Giwrisprudenza, pubUcado por Mura-
ter
tori em Adverte que lhe fUta letotocia ao Dinito PonUfielo e fix oonidenc0et
1742.
a esse respeito. Oferece-se para lhe tratar qualquer assunto de que precise em Roma (Esta
como as cartas seguintes dmgidas ao mesmo, conheeem-se por meio de um apógrafo do
século XVIII, possivelmente da ktra de Muratori, que se conserva no fundo nuiratoriano da
Biblioteca Estence de Módentt. (Cf. Afc; 348 e 3S9!». PiiUeada cm E. lU, 19S (texto);
240 (tradução).
—
De Luis António Muratori, em 3 de Maiço de 1743, eni resposta à anterior, letri-
buindo oe eksgioe receUdoe e ahidindo á queatio do valo eangubtárh. SubUnha o perifo
de denunciar «as leis tradicionais» e as «GaBâmicn». 0*uUkada em Xí, 4715: carta
n.» S064 e em £. lU. 199 e 245).
—Gaitas do Mitod» 4e Eiduâar. Sio 16 epiltolas dirigidas a um amigo.
Verdadriro
Doutor da Universidade de Coimbra. ImprimiranMa em 1746^ com dedicatâlia aca P.P.
da Companhia de Jesus. Ver Bíbliog. Vemeiana.
—
A Muratori, em 7 de Abril de 1745. Omgratula-se com a amizade do erudito,
declarando^ iiiwitckla e comenta oe poHos da carta recebida. IVometc leplbe toda a
obra c indica as suas, aludindo, sem o designar, ao Verdadeiro Método de Estudar e à Teolo-
gia que andava a escrever, nomeadamente á história que depois inseriu no Apparatus ad
PkaaeepUam et Tkeokghm. (PubUeada cm E, ni, 201 e 249).
—
De Muratori, em 26 da Abril de 1745. Refere-se à iniciativa de Vemeí. de lefor-
mar os estudos, acentuando o seu atiaso em Portugal. Nota, p.ex., Talta de crítica HO
1.° volume das Memórias da Real Acadonia de História Portuguesa. Anima-o a proaw-
gulr na wfoima, apesar do que em AáHa se dia a iwpeito da fnqoiíiçio. (PlibOeada em
Epj, XI, 4783-84; Carta n." 5084 e em E, III, 206 e 355).
— A Muratori, em 15 de 1745. Dqwis de expôr as causas do seu
Dezembro de
demorado riHnciOb entie de saAds^ concorda com a opliitto de Mualori
chs a fidta
os portugueses e a falta de crítica da Academia e aponta as canns: «o péssimo gosto da
Eloquência e o da Filosofia». As ideias que explana a seguir, conferem com as páginas
do Verdadeiro Método de Estudar e com a epistola que denominámos 17.* carta do Ver-
dadeiro Método de Estudar. Sobn a fnqtririçio fia as suas leserm. Manifesta o gMto
de ter lido «o teu livro sobre as forças do entendimento humano, em que refutas com gra-
vidade, metódicamente e até não sem espirito, os delírios dos Pirrónicos». (Publicada
em E, m. 208 e 238).
— Ao Arcebispo de Fermo, Alexandre Bórgia, mencionada na seguinte, em que
o Arcediago manifesta o pesar de o Prelado se ter ausentado de Roma, sem se encon-
trarem.
— De Alexandre Bórgia. de Fermo, 9-ix-1746, em que revela o seu desacordo com
Vemei à Biblioteca Lusitana, de Barbosa KbcbadOb e à
relação à crítica exagerada de falta
de talento dos portugueses. — Ver Ap. Doe..
— A Faodõlati, em que comoniea o envio de uma pubUcaçio sua. Referência na
epbtola mencionada depois da seguinte.
— De Facdolati, de 28 de Setembro de 746, em que comunica que se ocupa na revisão
1
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que costuma anotar o seu Calepino. Por fim refere^e A edição de Mureti, elaborada por
Coaàiào em Pádua, no ano de 1740. —
(Fer Ap. Doe).
— Dc Muratori. — 1746. Referida na seguinte.
— A Muratori, em 24 de Dezembro de 1746. Resposta à anterior, que se desconhece.
Coot» çp» eiteve em Nipoki e teoe nagado dogio a eata cidade^ tra^mdb un qoMfao
do aea desenvolvimento cultural, no sentido por ele propugnado. Retoma o assunto da
InqnhiçJo portuguesa, em resposta à carta não conhecida. Diz que lhe remete uma publi-
caçio nw, editada pm> um amigo, sem waa ronhccimento. Pnsimta se entokk bem o
português, porque deseja enviar-lhe uma obn. que pano» aer o VèráMro Mikkb de EHih
dar. (Publicada, cm E, II!. 214 c 266).
— A Alexandre Bórgia, de Dezembro dc 1746, enviando cumprimentos de feliz ano
novo. fUMmcM na seguioie ,
—De Alexandre Bórgia, de 2-1-747, Agradece e retribui os votos de feliz ano novo.
alq|jaiido4be a De Conjungenda (...) Philosopitía cum Thtohgia Oratio, quer peia novidade
do aauBto, quer pela elegância do estOo e aoonadbaiHlIo-o • cdHA^. Promete enviar-lhe
uma produção sua. (Kcr Ap. Doe.).
— Dc Muratori, cm I de Janeiro dc 1747. Comenta os passos da carta de Vemei
referindo, a propósito da Inquisição, a sua intervenção na questão do Sigilismo. Sobre
a oArta do opdMulo diz: «Adid af muita fliminria da fomui e um hcOhaota «apédme do
que é uma obn aftica». (Publicada em Epi. XI, S008: Carta n.* 53S6 e em E, m, 217
parece que o Verdadeiro Método de Estudar e finalmente informa que lhe remete a sua
última publicação, certamente De cot^tmgemh ketíssbm Phtíoaopida cum Theohfki (Publi-
cada em E, iri. 219 e 273).
— De Muratori, em 14 de Maio de 1747. Elogia-lhe o escrito oferecido, concordando
«om as idetaa de ataque i orientaclo antiga e alude aoe seus próprios trabalboe. (Publi-
cada cm Epi, XI, 505»^: Oula n." 5420 e cm E. III. 221 e 27S).
—A de 14 de Dezembro de
Facciolati, 1747. Pede mais esctotedmentoe sobra o
Calepino. (Ver Ap. Doe.).
— A Muratori, em 16 de Dezembro de 1 747. Explica a lailo da demora em respon-
der, protestando a mais profunda amizade e alegando COmo cauia principal, a falta de
saúde. (Publicada, ibd., págs. 222 e 277).
—A Alexandre Bóq^ a acompanhar a da Ortognvkki Labia. oferta ReiMneiB
na seguinte.
— Do Arcebispo de Fermo, de a agradecer o opúsculo, a que
5-i-i748, leoe lasgido
dofia {Ver Ap. Doe).
— De Muratori, em 17 de Janeirode 1748. Depois de falar das doenças de ambos,
promete rcmctcr-lhc <'a Dissertação que me pedes» —
De Lusitanae Ecciesiae Religume.
Falta, pois, outra carta de Vemei. (Publicada em Epi, XI, S 128-29: Carta n.<> SSIO e
em E, m, 224 e 279).
N.B. —
Corrija-sc pioperantem. no fim da epistula. para properenuis.
— Aloysius Antonius Vemeius Lusitanis Adolcscentibus optimis discipUnis instituen-
dis. Romae, Td. Mart. A.C.N. GOIOCCXXXXVm (15 de Março de 1740. fi> De
Re Lógica.
—A Muratori. em 21 de Maio de 1748. Pede desculpa dc só agora responder à
caita recebida em Janeiro, que deve ser a resposta à sua que descrevemos atrás. Alude
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impôs silêncio à polémica dos dias santificados, travada entre Muratori e Quirini ( Ver E,
m. 282 e 28D.
— Guta de um FOóloio de Espanha a outro de Lisboa. 1749. (K«r BiUiognlla
vemeiauOi
— A um am^ de Lisboa, petHndo a obre atrás dtade de DIonfaio Bernardes. Refi»»
rida na carta seguinte.
— A Miuratori, em 4 de Janeiro de 1749. Dá-lhe noticias sobre Bernardes, comunica^
-Uie que já mandou vir dois exenqilares da obra, prometendo ofereoer^he um e avisai» de
que saiu novo escrito, redigido em português, em rssposta ao De leiiirnieBr fieebete Jbfr
f;ione. Anima-o a enfrentar os adversários, a seu exemplo: «Olha que cu, que tomo o
caminho mais sq^uro da ôlo&ofia, já tenho sido frequentes vezes agredido pelos nossos.
Mas já Mion calcado». (PobUeada em E, ID. 230 e 289).
— A Muratori, em 8 de Março dc 1749. Conveça por advertir que nào recebeu res-
posta à anterior, e propõe o boato de correr em Lisboa que era ele o autor do já referido
livro de Muntmi —
Dt IjuHaiiae BedetkK Religkme, aliás publicedo com o próprio nome
do Bibliotecário do Duque de Módena. A n»ior parte da carta democa-ee com a fantasia
de não ser ele o autor do Verdadeiro Método de Estudar. Aponta as supostas intenções
de quem lhe atribui a obra e suplica-lbe que faça uma declaração pública de como esta obra
lhe nio pertence, «para eu com ela esmagar o i mp idftr doe cahmiadoics*. (Publicada
em El III. 232 e 292).
— De Muratori, em 18 de Março de 1749. Mostra-se penalizado com o que Vemei
estava soficado por causa dele, Muratori... E, como é an homem ssnpin divoito a ser
útil a todos os varões eruditos, não teve dificuldade eu aceder gostosamente ao seu pedido.
(Publicada em Epi. W, S3I4-15: Carta n.» 3706 e em E, m, 234 e 295).
— A Muratori em 28 de Mufo de 1749. Agradece oetioamplo e honrosisatmo ates-
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tado do meu engexiho e douuina» que lhe passou na carta anterior. Deu-a a ler aos amigos
e comimiti que altniM peoiam ser pm de de tnmde ioteresse mandir kapríatUa. em kom
fedonda Pensam que niio há outra imuwin de destnik « petulância doe aeledioealH».
(Publicada em £, III. 237 e 298).
—De Mafatori, cm 13 de Abril de 1749. Indfefr^be as pessoas oom que se oone»'
pondia e pede-Ihe que entregue as Coruscationes de Bernardes de Nforais ao GeidsÉl TuiH
buriní. (Publicada em Epi, Xil; 5327, Caru 5723, e em E. III, 238 e 300).
— A Alexandre Bórgia, recomendando um jovem que possivelmente desejava seguir
• vida ectesiástica. Referência na seguinte.
— De Alexandre Bórgia, de 13-X-I749, cm que lhe di conta das más provas de latim
prestadas pelo seu protegido e promete remeter-lhe o 2." volimie das suas Homilias. (Ver
Apw Doe.).
—A Muratori, a 19 de Dezembro de 1749. Fala do estado de saúde de MObos»
diz que já enviou a obra de Bernardes, sobie o qual, de novo se prooiíocta desfavortwjmente.
loforma-o que há quem suspeite ter sido ele que moveu Mnmlori « esomer o já referido
Ojpdsculo, «para ser agradável ao Arcebispo de fivon. D. Miguel de Távora, autor da
paMoral de I de Abril de 1 746». Mais uma vtz pede que lusgne determinedes ceitM soas.
(Publicada em £. III, 238 e 300).
— bi Amem Joemiis V(...)Omtio. Nesta certa • D. los<^ cRaha as queUdadm do
novo Momuca. acalentando a esperança dc que siga os passos do M e qw. nlo s6 iguale
as suas virtudes, mas as supere. (Ver Bibliog. Veroeiana).
— Do e ao Aicebispo-Bispo do Algarve, D. Pr. Inádo de Santa Terem. 32 cartas,
eetnmlo o ImetOário io$ papeis publicado no Aptodice Documental.
—Carta latina, cerca dc 1750, ao Superior de «certa Assemblea de Varocns doutos»
(Oratorianosj «cm que se ofrcrccia auxiliar a empreza Ope et Consilio» «para o fim de os
animar á faitroduçao e séquito das FUoaofias chamadas da moda». (Alusio em Conv., 429).
— Ao P. Tomás José dc Aquino, dc 18 dc Outubro de 1751 (OO 17SQ.
N^. Alusão na carta seguinte e ai resumida.
— DoP. Tcmás JoeádeAqtlina «Carta que se mandou oom a pmenle tndocio»
(aVemeO. /nOraçãodeU^VenieinamortedeD.loioV. LMmmi,17S2— KcrBililio-
grafia Vemeiana(l).
— Dc Gian Francesco Soli Muratori, sobrinho de Luis António Muratori, que escre-
veu a VUa do tio. Como este fideoeu a 23 de Janeiro de 17SIK 6 poarfml que as Ificartas
que vêm mencionadas no Inventário dos papeis, tenham sido escritas a partir desta data.
Conforme referimos na Inuoduçào, por mais diligências que fizéssemos, náo pudemos
enoontrá*lM noe Arquivos de Môdena.
— Do P. José de Santo Agostinho c Pça. Maço de Cartas, mencionadas nestm
termos, em docuinento publicado em Vern, de 29-ix-I9S7. No Arquivo do Instituto Por-
tuguês de Roma guarda-se um docimiento assinado por Fr. José de Santo Agostinho e Eça.
datado de Roma, ll-ii-1750.
— A D. Rafael Lopes de Leão. cerca de Abril de 17S0, aoim a procuradoria do
Arcebispo-Bispo do Algarve. Publicamo-la no Ap. Doe
—De D. RahdLopm de Leio, de 26Ait>790^ sobre o mesmo assumo. Ptil)Hcamo-la
no Ap. Doe. — O Imentdrio de papeis refere «duas cartas».
— Joseplio Lusitanorum Regi Pio
I Felici Fidelíssimo Aloysíus Antonius Verneius.
Roma, 13 de Setembro de I7S0. Dedara-ie pelos modernos contra os antigos, que se
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perdem em disputas inúteift. Orande elogio ao Rd, que bem percebe estas cousas...
On Dt Rê Lógica).
Josepho I. Lusitanorum Regi Pro \i!Bvisto Fidelíssimo Aloysius .\ntoniu$ Ver-
neius Felicitatem. Romae 1. a.d. llilli (VI) ICal. Octobr. a.C.N. CIDOCCL. (26 de Setem-
bro). Compelido peloa mus oondiícfpak» a eacrever o que antea apontara paia o seu estudo
da Filosofia e Teologia, rcsolveu-sc a publicar este volume, lendo (ido o cuidado de IcAnulír
a primitiva redacçAo. (In Appaníus ad Fitíhsophkun et Theologiam).
— Aloyiius Antonfav VeraeiaB Lushuiis Adolesoentibus, qui gravioribus disciplinis
iunt instituaidi S.P. s/d. Ubd.).
—A um amigo de Lisboa, cm 30-vi-751. Publicada no Apêndice Doe..
—
De António Genovesi. Talvez que a carta mencionada no Inventário de papeis
iapoataoolocaroeraadel7SI,«iioflmqiieaeniefdbii^nol)»Jlrl4ifiMO>o limdolivfoi).
No Prefácio do Fpistolárío atudiOX» às dcligências emprccndidM cm Wpokt DO intuito
de eocootrar a corre«poixllBOÍa cotn os dois homens de letras.
—DeDiofo ButKM lilktedo. Referida no hntntárh dt pt^eb, CMea de 1739.
ano em que o Abade de Sever poUicou o .° volume da Bibfíoleca Lmitana, ou talvez oeraa
1
de 1752, em qnc Barbosa edilott O 3.° voluoM quo divaltou a biofiafia de Vend, natluai*
mente pedida nesta caru.
—Do P. Bernaldo Lopes» de 2S-m-17S2 (IX Envia o processo apostdlieo e dá noti*
cias sobre o seu acabamento. "He o que por agora se me offcrccc dizer • V.M., POgfe qiW
esta Congregaçam o elcgeo por Procurador da preseotc causa>».
—A Fscddlati, de 28 de Junho de 17S2, lasttaMUido o longo espaço de tampo cm
que lhe nSo escreveu, devido a incómodos de cabeça e de estômago, e às multas e pesadas
ocupações e ás mudanças impostas por negócios e pela saúde. Menciona, em termos
genéricos, os eecritos publicados para ilustração dos jovens. Elogia-lbe as obfas e proonete
enviar as pvàpriaa, qiMi»«e do pouco euidado doe tlpógiafoe e termina por ineRpUelwcl-
mente pedir oomdo Calepino que Facciolati havia editado seis anoB antes... Queiwia
lembrar ao amigo qoe se esquecera de lho oferecer?
—Ao P. Bernardo Lopes, de Julho de 1752, em que comunica ter recebido o procemo.
(Referenda na seguinte).
—Do P. Bernardo Lopes, de 5 de Setembro de 1752. Comunica^Uie que pode
avisi-lo do que for necessário, que assim ajustou oom os Puires, e envia uma carta muito
honrosa, que Inocêndo XI cscnweu em fonna de Breve ao Venerável Padre.
—Ao P. Bernardo Lopes, em Deacmbfo de 17S2, em que aivisa tsr aodie uma letra.
(Refecênda na seguinte).
—A om amigo de Lisboa, em 1 de Janeiro de 1753 Publicada em Pdas, II e no —
Apend. Doe.
—Do P. Bernardo Lopes, de 27 de Bsvsniro de 17S3. Comunica a recepção de
um masso oom «luniisorlaesa e fUa de outros pocmenorse.
— Josepho 1. Lusitanorum Regi Magno Invicto Fidelíssimo Aloysius Antonius
Vemeius. Roma, 1 de Abril de 1753 O estudo da metafísica não tem nada de árido
e k digno de quem governa, como se prova com a própria natureza dessa disciplina. Indica
(1) Esta e as seguintes estiveram dentro de uma cepilha — hoje esfacelada em tiras
enviou e dá noticias.
— Ao P. Bernardo Lopes, em Junho e mencionada na de 21 de Julho de 1754.
— Do Bernardo Lopes» de 21 da JoDu» de 1754 Ammda que noebeu caita «no
P.
mes passado», c que folgou de kr a sua erudição (. ). o que posso dizer por ora he que
oonnido com o seo delicado juízo cm quasi tudo. Oigo, em quasi tudo, porque a res-
peito doe Putae há qua desoi4par alguma «ousa pdlo que toca ao P.ReysÕ): quando eu
tiver occasiào opportuna. 0» explicarey n>elhor». Diz que o prooesso «tá oondiddo.
Refere outros pormenona sobre o prooesso.
— De Pina e Mdo. a 26 de Julho de K«r BiMiograte Vemeiana. Publicada
1754.
também cm E. Ill, 312.
— Ao Bernardo Lopes, mencionada na
P. de de Setembro de carta 9 1755.
— Do Bernardo Lopes, de 9 de Setembro de
P. Diz que recebeu no 1755. carui
comio pawado, com a conta das deqxsas e di pormenoiea aotee o praesaao já lenninado.
— Do P. Bernardo Lopes, de 8-1-1756. Informa que o processo se queimou COm
toda a Casa do Espirito Santo, no incêndio e terremoto e querem recomeçar.
—Ao P. Benaido Lopes, carta menciona na de 3-v<>56.
—Do P. Bernardo Lopes, de 3 de Maio de 1756. Recebeu a carta com a notícia
do novo CaxdeaL Refere-se ao processo do P. Vaz e fala do de Bartolomeu do QuentaL
—Ao P. Bernardo Lopes, rscriiida cm Junho c mencionada na carta de 2 de Agosto
de 1756.
— Do P. Bernardo Lopes, de 2 de Agosto de 1756. Recebeu carta dc Junho no
comio passado e dai a dia^ outra. Agradece os Breves, como o da erecção da Ca:>a úsa
NaoeHidadn e alude a documentoe sobre a Amdaçio da Congrqaçio. Diz que desde
o Terremoto recebeu 7 cartas; I." de 3 dc Março; 2." de 10 do mesmo; 3. de de Abril; '
I
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em 2931700. Remete da
2." via letra ji enviada, de 4001000 n. e reconbeoe a muita dili*
de «versos c poesias» de Aquiles Estaço, prometeodo falar dos poetas noutra ocasião,
mas afirmando que tio bons os que seguem aos já publicados.
— Do P. Bernardo Lopes, de 6 de Setembro de 1757. Recebeu a carta dc 27 de
Julho. Envia vim debuxo do celebre D. Henrique Infante de Portugal, cuja vida <^ está
'
imprimindo, composta por um Padre desta Congregação»(l>. Avisa que o miísico da Patriar-
cal Seba srtanhii lhe leva inna encomenda paia Génova, onde contava cfaegu cm fim de
Ootnbro. informa que está a terminar o processo.
— Ao P. Bernardo Lopes, de 9 de Novembro e mexidoaada na carta de 20 de Doem»
bro de 17S7.
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— 508 —
^
Do P. Bernardo Lopes, de 20 de Dezembro de 17S7. Rfloebeuaulade9deNoveni>
bio. Envia nova e«taai|M do Vcoecriml pin abrir nova Chapa. «As vinlielat e latoat
pata a colecção que o P. Vcmey me entregou, vicrão a meo gosto».
—
Ao P. Bernardo Lopes, carta de 30 de Novembro recebida no dia de Jaodro I
ilaá imediatamente.
l
—
Ao P. Bcnaido Lopci. datada de 31 de Janeiro e mtmcãcinada na curta da 7 de
Mai«o de 1758.
— DoP. BenMfdoLopM,de7deMarQode 173S. Raoebeu a de 31 de Jineico oom
a conta das despem. Agradece o seu achado 0 rditiaia pedida, o cuvio doa brevei, etc.
Diz que o proceno está quase copiado.
—
Ao P. Bernaldo Lopes, carta noUda cm IS de rbvcwiro,enieBdoBadaiiadB2 de
Maio 1758.
— Ao P. Bernardo Lopea, datada de 29 de Marco e mencionada na carta de 2 de
Maio de 17S8.
— Do P. Bernaldo Lopes, de 2 de Maio de 1 738. Recebeu duaa cartas: 13 de Feve-
reiroa 29 de Março de 1758. Promete dc no\ o pagar todas as despesas que Vemei fizer.
diz que o copista não tem trabalhado mas já lhe pagou adian-
Refate ae ao retrato do Ven. e
tadanMute. Em
nova fidha deeculpa-ae por um ootro ftdra ter pedido, iam seu ooohe-
dmento. as poesias de Aquiles Estaço a um Filipino de Lima, em Madrid.
—
Ao P. Bernardo Lopes, de 3 de Julho. Carta mencionada na de 29 de Agosto
de I7S8.
—Ao P. Bernardo Lopes, de 12 de Julho. Carta mandonada na de 29 de Afosto
de 1758
— Ao P. Bernardo Lopes, de 18 de Julho de 1758. Recebeu a relíquia e o mais que
lhe enviott. O processo estava oonciufdo desde o mCs panado, mu
de adoaoeu. Bata»-
tanto, morreu o Patriarca que devia autenticá-lo. Pede novo Breve paia a Coagiapclo
de Viseu e que se não esqueça de Aquiles Estaço.
—Do P. Bernardo Lopes, de 29 de Agosto de 1758. Recebeu as dwis cartas ante-
rioves. M w
Maa é Deputado. Sacniirio a DapoaHiiio, aat de Noviços, Procurador da
Causa do Ven. e faz mais ou menos o mesmo que os outros na Casa. Insiste na pro-
messa do pagamento das despesas que Vemei disser e lamenta que não tenha encon-
trado nada de Aquflea Estaça «O Barixiaa (Machado) teve alguma desculpa, porque
ticsladou o que achou enu outros. Contudo não o desculpo no mais de que V. M. justa-
mente o argue. O certo he que ele não tinha braços que abrangessem a tanto. Pois o
que elle diz dos que souberfto Latim, que sempre lhes dá o elogio, de que paieoem do s6culo
da Augusto, conAndlndo por este modo os que tiverâo merecimento na língua, oom os que
o não tem, nem podem ter! Enfim dcichemo-lo, que já agora não há outro remédio, c já
aatá concluída a Obra que acaba no 4.° tomo. Digo pois a V. M. que veja se apparecem
obras iiupwsiai do dito Estaço, em que se indoio Poesias e também as OraçBea, que cuido
são 5 as que cita o Barbosa, porque sempre queremos os bons l ivros para a nossa Livraria,
e quando não appareçio, cuidaremos então em mandar copiar os Versos e Orações, para
o fim que eu iMaito; «loe alta de eontiiiuar oom oa Poetas, he fazer contra CoUeoção de
Orações Latiras, porque sey qtie há muitas e algumas rarissiinas e de todas as nak que
V. M. achar, ou de que tiver notícias, estimarey que me faça 5>ahedor».
A seguir fala do processo. Por fim «Náo posso deichar de ao menos lhe dizer
: huma
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grande novidade entre tantas que acoateoem, e he que antebootem se fez o Aao da Fé,
nMs Mde tal modo^ qqe entendemos que também oirto ae poiA a «meada qw devia ter;
não houve listas, nem qMciimdOb nem aaitolcocia doB Rqn, Mm
outns ooima
e V. Kf. sabe».
— Ao P. Bernardo Lofiee, de 23 de Agoeto. Carta menckiaada na de 7 de Novem-
bro de 1758.
— Ao P. Bemardo Lopes, de 4 de Outubro, meociooada na cana de 7 de Novem-
bro de I7S8.
—Do P. BeaiBido Lopee, de 7-xi>7S8. Reqiande ài duaa carta» anieriofea. Sobie
o processo acrescenta «.. nSo lhe posso dizer tudo em carta entenda V. \f o que lhe parecer,
: .
que eu a tudo me siOeito einquanto não posso ser ouvido ou fallar os ad os (frente a frente).
Dito em letundo togar qaeV.M.tonwu a nrinhapropoeiçio em oatro sentido do meoejolgo
que SC offendeo. de algum modo; mas remetto-mc à minha paciência, que nSo há outro
rcoKdio. O que eu queria dizer era que se V. M. me tivesse escrito quando escieveo a
outi«m sobre a dfvida do nrttori, haveria da noesa parte a mesma pontualidade oa satis-
fação que agora hou\e (Refeitocia à carta de 3 de Janeiro).
Quanto à CoIIecçâo dos Poetas c Orações, suspenda V. M. o que cm huma c outra
cuusa lhe tenho escrito até novo aviso; e a razào Ik porque o P. Domingos Pereira que hc
quem podJa d Uieiiciar as deapema, vay caducando de todo. (...) Agradeço moKo as adver>
í
ttedasque V. M. me faz sobre a dita CoIIecçâo das Orações: mas cu ainda IHIIiri paSflfy
a payses estranhos, não deichava de estar nelies; e se acaso pusesse mãos à obra, hawia de
ser com outro nooalwcimento e reflexão, que nlo houve nos Poetas. Com tudo sempre
digo que alguns «strangeiros também se psiioccuplob asiim como nós, e que não nos querem
dar algum meredmentosinho que temos em algumas matérias, e às vezes dizem mal sem
tom nem som. Se V. M. quizer entender isto, bade achar que tenho razão. Sc eu tivera
tempo havia de apontar «templos; ainda que nio era prsdso para a comprehenste de
que V. M. he dotado, do que eu me regozijo sumamente c pcllo que continuamente ouço
dizer de V. M. em grande louvor seo, e da Nação; o que digo para que sayba que não be cá
tao mordido como talwes Uw paieoerá».
— Ao P. Bemardo I^ipes, de 20 de Denmbro de 1758, mencionada na carta de 20 de
Março de 17S9.
— Ao P. Bernardo Lopes, de 14 de Fevereiro de 1759, iiKncionada na mesma.
— DoP. Ben)aidoLoÍMs,de20dBMBV9odel759. Responde às duas cartas ante-
riores. Pede que se não mace mais com a graça dos Padres de Vlssn 0 q^ rsosíbeu as r;ra-
vuns do Ven. e P. Reis — ambas muito boas. «Sobre o mais da primeira carta, cm que
V. M. me inetndo e juntamente recreou, digo que estou por tudo. com sua modificaçSo,
que agora não tenho tempo para declarar. IZstimo muito que V. M. me escreva deste
modo, e com esta clareza, e nunca se arrependa de o fazer assbn, ainda que alguma vez
nio ache em mim toda a condescendência no seo bello modo de discorrer; e deiciie também
alguma liberdade ao meo fnoo entender: Mas Isto he fidlar oom a mesma sinosridade de
que V. M. usa comigo, a qual sumamente me obriga».
— Do P. Diogo Vernei, em várias oportunidades e sobre diversos assuntos. AlusOes,
p. e^ nas cartas de Luis Antânio ao Prepósito do OntAdo de Goa, de 25-vd>1759, {AptA E,
Iir, pág. 418) e de de Janeiro de 1771 {ibã. pig. 423); enfim, quando envia as cootas doa
<)
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— 510 —
alívios nas suas queixas, nào só pella gnuide oonvenieacia que multa da saúde, mas também
para que V. M. posM mais Mvitmenle proiwtuir as suas laidas litterarías em tanta utili-
dade do pulilicoe angnanto do seo cvãifito, oomo cada wec se fiu mais notório cntic os
euditoa».
Diz mais que recebeu as quatro diapas c que o processo continua à espera da coofir-
maCio do novo Patriarca, que tem de o rubricar.
—
Ao P. fieroardo Lopes, meodonada na datada de 3 dc Julho de 1759.
—
Ao P. BenMfdo Lopes, maiekmada m mesma.
— Do P. Bernardo Lopes, de 3 de JuDlo de 17S9. Recebeu as cartas anteriores e
o novo Decreto e iBstniçto que, pelo cooMKto, SB pend» que dispsnsa da formalidade de
ir ao Patriarca.
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-511-
— Ao P. Bernardo Lopes, de Março de 1762, mencionada na mesma caita.
— Ao P. Bernardo de Março de
Lx>pes, 17(2, tnendonaila na carta aeptiiite.
Do P. Bernardo Lopes, de 7 de Junho de 1762 Recebeu as três cartas referidas.
Inlonna que os Espanhóis invadiram Trás-os-Montes e que o nosso Exército já constará
de SO mil homem de tropas regularei, aMoi doe aindliucs que alo «m gnnde númeio, e
não Talando nos fn^BK», de que yX chegarun 2.O0O In&nlei c 400 de cavalo, eqiemido^e
muito mais gente do caéicho de Hannover.
—
A Aires de Sá, em 17(Q c em 17C3 ou 64. Referidas no Imentário dos papeis.
—
A Mons. Ccrati, cm 1762 (ftw/.).
—
Ao P. Nicolau Maria Carcani, dc Nápoles(l). em 17 de Fevereiro de 1763 (Ibd).
— Do P. Bernardo Lopes, de 18 de Abril de 1763. Recebeu três cartas datadas
de IM^. Fkanele pam as letras sem dilinildade e dá notícias.
— A Sanches (Anitaio Ribeiro SandmTX em 17 de Junho de 1763. (No tmtittárh
dos p<y>eb).
— AS. C. de Nápoles, em 1763 (7). (/bid.).
— A de Sá
Joaft O fmwfirdrA» dr MPrIt
Boreiía. lefere dnco canas dirigidas por Ver*
nei a José de Sá e 8 remetidas por José de Sá a Pereira Vernei. Julgamos tratar-se de uma
só pessoa — o Ministro Plenipotenciário, que em 1764, substituiu Aires de Sá em Nápoles.
— Do P. Benardo Copea» de 29 de Maio da 1764. Infonna que pagou mais letras
e pede que aceite o donativo eomo sinal do «eoooheciinenlo da Coouiridada e nlo por
nerafiSo trabalho.
— Do P. Bernardo Lopes, de 3 de Junho de Envia Z* da panada e
1764. via letra
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— 5i2 —
de 15 páginas. Mais adiante, alude ainda a 21 cartas. As epistolas endereçadas à Eocelknza,
encontradas pdo Dr. Manuel Múrías no Arquivo Histórico Ultramarino e revdadas ao
público pelo Prof. Hernâni Cidade (in BOfhs, 1^40, vol. XVT, pág. 1-6) foram publicadas
em Ilu, 149-216, e em E, m, 323-409. Exlractanio-las a seguir nos lugares próprios.
— De Aires de Sá, de 2IKvi>76S. Alotlo na seguinte.
— A Aires de Sá, de 17-vn-IT68. Refcre-se à diplomacia borbónica sobre os jesuítas
e alude a «un valentuomo» que pode ser Genovesi, mas que nos parece tratar-se de Pedro
Gianon (1). Expõe o que pensa sobre os Políticos (Publicada em E, III, 323).
— De Aires de Sá, de 18 de Outubro de 1765. Menção na seguinte.
— A Aires de Sá, de 25-xii-1765. Apresenta os Jesuítas c a Inquisição como obstá-
odot ao bom gosto, progresso e introdução das ciências e ocupa-ae também do Curialismo,
porém» na spwciaçlo ds otgftniea do S. Ofldo e dos oislios novos. A pro-
dsBioniiido-se,
pMlo^ alude à Congiagsçio Nacional de Roms. Termina com a proposta de rsTorma
dsBtos anontos (Publicada em E, lU, 330).
— Do P. Celestino Pereira, I3*XII»76S, denunciando a falta de cartas de Vernei, pro-
istfando o reconhecimento da Congregação do Oratório pelos favores oom ssmpce
a protegeu na Cúria e pedindo que aosUe «o limitado mimo que bi de bir tia tefunda nao»
(A.S.A.R.).
— De Bsftolomsu Piaudo. (Cartas msreantis, de l7dS>771). (No fmemárto doa
pqpeb).
— A Aires de deSá, 23H-17d6i. Denuncia o que qualifica de abuso da Corte Romana,
de fnstftttfrmnaOfdem que uia a insimaO«s da Qjrto da Oídem portuguesa, acentuando
a negligencia do Governo anterior, de D. Joio V, ao permitir ainda outros abusos. Refere,
por último, os incrÍN^is tumultos provocados agora pela «indiavolata questione delia Cos-
tituzíone Uitígenitus», «peggiori cbe nel tempo di Fleury». (Publicada em £, III, 356).
— Ao P. Bernardo Lopes. Mencionada na seguinte.
— Do P. Bernardo I.opcs, de ?S de Janeiro de 176f, Recebeu carta com aviso de
outra letra que satisfará a seu tempo. «£ no verão próximo passado tinha recebido outra,
vinda por navio, da qual gostey muito assim por sua matéria e extensão, como peOo modo
com que V. M. "~*''™" Jseoner. Smto, porém, que V. M. me fhrsse nar com cUa o
que ji me fez uzar com outras; mayormente sendo eu do seo mesmo parecer, ainda que o
nio manifesto tanto. Entenda V. M. que em muitas cousas o acompanhamos muitos,
de casa, e de foia».
N.B. «Ao Nf R. Sr. Luiz Antonio Vcmcy. -Piza-
— De Aires dc Sá, de 28-1-1766. Concorda com Vernei «nella teoria, o phndpi,
circaipuiitiprincipa!b»«Ladhwshàsolopu6starsnen*applicaadono». Mençionasegnfaite.
— A Aires de Sá, de 24-11-1766. Declara quais s&o os quesitos que constituem um
bom Ministro de Estado: amor sincero do bem pi!iblico, a escolha de pessoas idóneas, a
prudente eficácia na execução e a docilidade no mudar de parecer, em conformidade com
as dreunsMiieias. Di nolfeia de um BMve que concede aos jesuftas ndMiooários, fiwulda-
des que pertencem aos Bispos. (Publicada em E, IIÍ, 366).
— De Aires de Sá, 15-iv-766. Alusão na seguinte.
—A Aires de Sá, de 14^766. Refitie^e à revoHa popular de Kbdrid, ocorrida em
Março da'Ordem de Cristo e ofereoe-ae para tratar
desse ano, ao «negocio» da Inquisição e
de tudo eoi curto espaço de tempo e de mais outro assunto, da conoeiaio dos benefícios.
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|iMa pAr cobro à bflutedt dos crístios novos. Faz mençuu do foglio em que propõe as
soas icformas, a que aludimos no capítulo X. (Publicada em E. III. 370).
—A Aires de Sá, de 28-V-766. Alude a outro foglio, dc que também nos servimos
ao lugar próprio, acentua de novo o seu amor ao bem público e pede a sua protecção para
• Miidtaçlo que fka ao Goode de Oeinum cwtn, com • mame date, que envia ao 1."
MlnteOb jmilainente com esta. (Publicada em E, 111. 377).
— Ao Muqute de Pombal, em 28-V-7M. Trata-se oertaaMale do «foglio iodiiao»
queenvioadoHMS Airalde Sá, junttuneiitBóoai a CBEfaqDelhe dirigia nesta data, poUi-
aula em E» ni,, 377. Inserímo-la no AptnáBt» éocunennú, mas já dela tínhamos dedo
notícia cm Diário da Manhã, 12-vii-!956: Dm^ carias inéditas do Barbadinho. Na caria
ao P. José de Azevedo de 8 de Fevereiro de 1786, refere-se claramente a esta carta
(B.III.42S).
— De Aires de Sá, de 30-vii-766. Referida na seguinte.
— A Aires de Sá, de 8>x-766. Diz que tinha muito que escrever sobre «le cose Poli*
tiche», mas fidtaJhe a saúde. as promoçCes caidinaliBlas ficnsm-llie pegar na pena.
Pocifim,
A propósito, denuncia a infloCncia dos jesuítas nestes casos, em ordem ao futuro oonchw^
alude de passagem á apelação para um Concílio Geral, dos «piu dotti Frances!», a respeito
da Bula Unigeniius e escalpeliza o (Jardcai da Cunha e o Ministro Pereira de Sampaio.
Oftefèrtada em B, m, 379).
— A Aires de Sá, de 20 dc Outubro de 1766. Sobre a Ffsíct dO P. SbAgÍO Monteiro,
que inculca como manejo dos jesuítas para ainda dominarem a Juventude portuguesa e
voltaram à Mtria, ^lóe a mocle de Guvaliw e Mèkk (PoMicada em B, m, 386).
— Ao P. Bernardo Lopes, citada na carta de 4 de Janeiro de 1768.
— Do P. Bernardo Lopes, de 4 de Janeiro de 1768. «Parece-me que hi hum aano
ou mais que não escrevo a V. M., mas sempre me remetti às cartas do P. Diogo, quando
devia responder às que de V. M. recebi». Informa que envia letra de SOOSOOOi
Mfl— Sobrescrito igual ao referido acima.
— Ao Marquês de Pombal, em 21 de Julho de 1768. Publicamo-la 00 Apêndice
documental, teodoHios ocupado dda, no artigo atiis dtado.
— De Nicolau Pagliarini, de Lisboa, Colégio dos Nobres, 21 de Outubro de 1769.
Aonaa Vecnei de utilizar o impressor Generoso Salomonl, que íotprímia obras dos Jesuítas
€ «oam o Rei de Portugal. (Ver Ap. Doe.).
—Resposta de Vcnei a Pitfiarini, em 29 de Novembro de 1769, em que nftita a
anterior, revelando, por vezes, em (ennoB genàricoe, as obms que imprimiu aa caia de
Salomoni. (Ker Ap. Doe.).
—A D. Vleenie de Soam CootinlKH em 1 de Agosto de 177D. (PuUieada no Apte-
dioeDoc).
— De D. Vicente de Sousa Coutinho. 1 carta, referida no Inventário de ptfdt.
— Ao Marquêi de PonriNÚ, em 3 de Outubro de 1770. {Ver Ap. Doe.).
— Lettera scrítta ad un Letterato Toscano. Livomo, 1770. Alusão na Nota di dò
che secondo la testamentária disposizione dei Sígr. Cav." Luigí Antonio Vcmcy é stato
mandato a Lisbona tutto in una cassetta per maggior conoodo, consegnata nel niese di
GintDO 179Z al Segnlaiio dd Sigr. D. Almmadro de Soua a Hoiílrin, Minktro Plni^
tenziario di S. M. Fedelissima presso la S. Sede». Nenhum Bibliógrafo se lhe refere. Atri-
bulmo-la a Vernei, não só fundado no trecho atrás transcrito, mas devido ao conteúdo e
ao «tflo. Encontiimoi doii awmphrai em nUia, (encadeniadoi com o De B* MyakáU
que nfto figuram nos ficheiros —
um na Biblioteca Casanatense de Roma (Q>III*93) e outro na
Naaonale de Nápoles. (27-C-19). {Ver Bibi. Vemeiana. n.<> 110).
— Do P. Joáo Baptista de Castro, em Dezembro de 1770, a agradecer o De Re Phyrica,
33
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que Vemei lhe enviou por intennédio do innio Diogo. (Alusão em documento da BibUo-
tec» Pública de Évora, CXn/2-12, fl. 113X
— De D. Henrique de Meneses, de 13-ii-1779, em que di OGOta de ttUtU
no sentido do tegiesso de Veroei a Roma. {Ver Ap. Doe.).
->A D. Henrkino de Meoeae», de 144ii>1779. Refertoda na Mfuinle.
— De D. Henrique de Meoum, de 20-m-I779. Sobra o lepeno de Venel a Roma.
(Ker Ap. Doe.).
— De 28 de Março a D. Henrique de Meneses. Rererêocia na seguinte.
' De D. Henrique de Nfencscs, de 7 de Abril de 1 779. Informa que nada enoontKM
dc interesse nos papéis do Arquivo da LcfMOk poiqne devia ter sido tudo rametido pa»
Lisboa. {Ver Ap. Doe.).
—A D. Henrique de Menwee, de 18 de Abril de IT79. «Nwla há tio afaigular como
o que dia confcm >.Referência na seguinte.
— De D. Henrique dc Meneses, 24 de Maio de 1779, dando conta de que possui os
papeis dos «rahunHoTOS tempos»; declara que niio pode Mar cnqMialo lho alo pergun-
tarem e informa que as seaimae anigM de Vemei bá nnllo tempo qoe nlo dtaem nada.
(Ver Ap. Doe.).
— A D. Henrique de Meneses, de 6 de Junho de 1779. (Indicação na segnini»).
—De D. Henrique de Meneses, de 12 de Junho de 1779 em que pertieipa que leosbeu
a Petição que o amigo de Vemei apresentou à Rataha e a que tem de lesponder, prometendo
fazè-lo quinta-feira {Ver Ap. Doe.).
<— De D. Henrique de Meneses, de 26-vi-1779, avisando Vemei de que lespoadeu
à Petição que cm nome dele se apresentou a S. M. ( Ver Ap. Doe).
— A D. Henrique de Meneses, de 25-vin-1779. Referência na seguinte.
— De D. Henrique de Meneses, de 7-viu-79. Compreende que estqia melancólico,
niae nlo pode dter niais que daHhe a certaa de que a soa infonnaçio disgou aonde devia
dieisr. iVer Ap. Doe.).
—A D. Henrique de Meneses, dc 8-vm-1779, de pêsames pela morte do Marqu&
de TsncwSi (Referlncia na seguinte).
—De D. Henrique de Meneses, de 21-viii-l779. Comuníca-lhe que recebeu carta
do P. Diogo, a enviar condolências e a agradecer a informação que dera na Petição,
dedarando-se feliz por contribuir para que consiga rehaver a fama do seu nome.
(K<rAp.Doc).
— De D. Henrique de Meneses, dc 16-X-779, estranhando o silêncio dc Vemei, bem
como o facto dc náo ter escrito ao Secretário de Estado, agradecendo-lhe quanto o Papa
thlha feito e dito em sen abono. (K«r Ap. Doe.).
~ A D. Henrique de Meneses, de 22-X-79, em que dá conta de dooiEai e do dssca
minho da caita de D. Henrique. (Menção na seguinte).
— De D. Honrique de Meneses, de 28-X-1779. Resume o conteúdo dessa carta per-
dida, contando a cenvena que tivera com o Papa que o conhecia da Biblioteca da Minerva.
O Sumo Ponttficr nada tinha contra Vcrnci c mandara o Núncio agradecer ao Monarca
Portoguis, a atenção da consulta que liic fizera sobre o seu regresso a Roma. ( Ver Ap. Doe.).
— A D. Henrique de Meneses, de 24-X-779, leferida na segu'nte.
— Do Secretário de D. HenriqiK dc Meneses, de 30-\-79, informando Vemei que
O amo havia recebido as cartas de 22 e 24 de Outubro e que não respondia a esta, por dizer
o mesmo que a outra, a que já dera resposta. (Vtr Ap. Doe.).
— A D. Henrique de Meneses, de 5-xi-79, referida na —
— A D. Henrique de Meneses, dc ! 3-XI-779, em que informa que lhe escreveu duas
cartas a 30 de Outubro e que o Cardeal Pallavicini nào recebera segunda carta de Vemei
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e perguntou quando se decidia a r^ressar a Roma, visto o Papa não ter oada a opor e ter-
mina, laatímando qoa o raquarimeiito Pátria aa nio adiaiilab * coMpano da jiutica.
{Ver Ap. Doe.).
—
Ao Cardeal Pallavicini, de S-xi-779 (Referida na imediata à seguinteX
—Ao Cardeal Miavleini. de 21-xi>779.(Retoida na aeiniule).
— Do O Fiq» anceniepr
Cardeal Pallavicini, de 8-xii-779, laiWBlaiKlo nlo poder
o Núncio de interceder. {Ver Ap. Doe.)
—A D. Henrique de Meneses, de IO-xd-1779, em que retoa qua o F^w não quis
interceder por ele junto da Corte portuguesa. (Rererência na imediata i seguinleX
—A D. Henrique de Meneses, de 6-II-780 (Referência na seguinte).
—De D. Henrique de Meneses, frisando que leu o que lhe contava sobre a carta do
Chideal PaBavicid, da S da DeaeiÉbro de 1779 • bineoia qna o
tão pouco «as dependências». Sem dala, mu deve úbmM» por todo o noiíe de PBve>
reiro. {Ver Ap. Doe).
—A D. Henrique de ^feneeei, de 20-n-780, enviando ooodoHndas pelo falecimento
do ionSo, Marquês de Louriçal. (Referencia na seguinte).
— De D. Henrique de Meneses, de 4-iii-780. frisando a conveniência de Veraat ir
a Roma, ao menos por oito dias, enquanto Almada era vivo. {Ver Ap. Doe.).
— A D. Henrique de Meoeeee, de 13-m-780, em que eacponha as nuOee que lhe assis-
tiain para não o OOOSelho. (NTcnçào na seguinte).
segufar
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— 516 —
— A D. Hearique de MeneMS, de 27-X-780, apertando com o Ministro para que faça
inte wa o Papa. (Rererência na imediíta à
r seguinte).
~À Academia das Ciências, em resposta à de 24-X-780, datada de 30 dc Outubro
de 1780. (Publicada em Histo., 1S3<S4 e no Ap. Doe.. Traduzimo-la em grande parte,
oo capítulo — Últhnas honrai, pég. 440).
— De D. Henrique de Meneses, de 20-xi-780. Faz-lhe notar que o seu cargo lhe não
pennite que peça ao Papa a intercessão para que lhe façam justiça. Mas para testemunhar
o IntefTftsc que a caoM Hm uncue, promete uutvti ao confessor de S. Miajestade e a Ahes
da Si, salientando a justiça que merece. (Kcr Ap. Doe.).
—AD. Henrique de Níeneses. de 4-xii-7S0. solicitando que nuo pedisse à Corte de
Portugal, mas sim ao Papa, para interceder. (Rcícrcncia na imediata à seguinte).
— A D. Henrique de Monexa, a 2041-781, aobre a ma de aaúde, durante o fidta
do Marquês de Valença, «que me parece ter^ns vossa mereS escrito aer muho do seo conba»
cimento». Diz que deu o recado ao Cardeal Hertzan. (Krr Ap. Doe.).
—A D. Henrique de Meneses, ji MarquAs de Louriçal, de ll-v-781. (RcfiBitacia
na seguinte à imediata).
—'A D. HsniiqiiB da Meneses» da 28-V-781, partícipaiido o regresso a Roma, ao
dia 10 de Junho. (Referência na seguinte).
—
Do Marquês de Louriçal, de 2-vi-78l, congratulando-se com o seu regresso e pro-
metendo fiKilidades para entrar na Porta do Popolo. Comtmica-tbe também a sua nomea-
Çlo para Embaixador em Espanha. {Ver Ap. Doe).
—
Do P. Bernardo Lopes, de 6 de Agosto de 1781. Transmite a satisfação que teve
com a notícia da última carta, do seu regresso a Roma, e agradece o querer retomar o
processo.
— Do P. Bernardo Lopes» de 20 de Maio de 1782. Reoebau as remissórias para o
novo processo.
— Ao Moquês de Louriçal, para Madrid, referida na seguinte.
— I^o Marquês de Louriçal, i!e 28-1-783. protcstnmlo ha\or respondido às afaliydas
eartas, tendo-as mandado para casa do nosso Ministro, para lhe evitar o pagamento do
porte. Ahide i quena formulada por Fagliarhti da falta de pagameoto e subttnha que
sorte tem o italiano dc cic j.i se não encontrar c .o Ministro em Roma (Ver Ap. Doe).
i
—
Ao P. Bernardo Lopes, de 26 de Setembro de 1782, mencionada na carta de 6 de
Maio de 1783.
— Ao P. Bernaldo Lopsa, de 9 de Janeiro de 1783, mencionada na carta de 6 de Maio
de 1783.
— Ao P. Bernardo Lopes, de 30 de Janeiro de 1783, mencionada na caru de 6 de
Maio de 1783.
— Do P. Bernardo Lopes, de 6 de Maio dc 1 783. Responde às três cartas anteriores.
O processo começou-se no princípio deste ano de 83. O novo procurador, embora seja
de qoem trabalhe, é o P. José de Azevedo, «actual Substituto de
Filosofia, e que leo Rbe-
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— 517 —
para ele, ao P. Vemey «em atteaçio ao mu trabalho com o nosso Processo, oo qual há
hum amio que aa nio cotttimii, porque o Notário tem demorado com algurau ceuttt...».
S.B. — Os sobrescritos continuam: Ao M. R. Sr. Luiz Antonio Vemcy. Roma.
— Do de Azevedo, de 9-xi-7ii4. «O R. P. Prepozito acbando-se impedido
P. José
ooin moietlle » me cncuraioD
que cecreveMe • V. Sj> mm docn inpedhi de ooiiiecwr A f
o depoimento. Modo eic o único que sabe algumi cousa.
—
Ao P. Joeê Azevedo, de 16 de Dezembro de 1784, meodonada oa carta de 1 de
Feveieiro de I78S.
— Do P. José de Azevedo, de 1 de Fevereiro de 1785. Recebeu a carta de 16 de
Dezembro. «A letra de que V S. me avi7ou a mim e ao P. Prepozito logo foi aceita, eoom
• mesma pontualidade será paga que ^nipre se costuma, lanto que esteja vencida».
—
Ao P. Pnpocito doe Omtorianoe de Gua de N. SeidMia dii NeoMridadee, de
Lisboa, a 9-II-178S, aobfe Staurini, que recomenda pem lhe auoeder como Postulador de
causa de Canoniaiçlo do P. Bartolomeu do QuentaL
— Ao P.Joié de Aavedo^ de 2 de Juni» de 1785, mencionada na anta leiuiiite.
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— 518—
tive muito trato e familiaridade e que fazia ao merecimento de V. S. toda a juMiçi».
E refere-ae ao Prooena
— Do P. José de Azevedo, dc 22 dc Agosto de 17S6. Anuoda quBOltRlion 2009000
ao P. Verney, para lhe enviar. O proccs&o parado.
—Ao P. loaé de Aaevedo, de 6 de Sdenlira^ refieride m imediate is dw» KguiBlM.
— Ao P. Joaé dc Azevedo. DuM cartas n^encioudM na imediata à sagniote.
— Ao P. JcMé de Azevedo, de 18 de Outubro. Mendonada na seguinte.
— Do P. Joaé de AiBwdo, de S de Doembro de 1786. Reoebea 4 carias: 6 de
llilcillitui a 1.* e 18 de Outubro a liltima. Notícias do processo.
— Ao P. José de Aaevedo, de 10 de Janeifo de 1787. MeDdooada na caita de
24 de AbrU de 1787.
Ao P. José de Aaevedo^ de 17 de Janeiro. Mendonada na carta de 24 de AM
de 1787.
— Do P. José de Azevedo, de 24 de Abril de 1787. Recebeu as cartas de 10 e 17
de Janeiro. Ocupa-se do processo.
— Do P. José de Azevedo, de 1 de Maio de 1787. Figou a leKa «e oom a men»
pontualidade serão pagas todas as outras».
— Ao José de Azevedo, de S de Junho 4 de
P. Mencionadas na e de Julho. carta
30 de Outubro de 1787.
— Do José de Azevedo, de 3 de Julho de
P. O processo quase pronto.
1787. está
— Ao José de Azevedo, de IS de Agosto. Mencionada na caru de 30 de
P.
Outubro de 1787.
— Do Joeé de Azevedo, de 30 de Outubro de 178? Recebeu a
P. de de carta IS
Agosto, em que Vemei se refere a duas, de S de Junho e 4 de Julho, a que já respondeu.
Informa que o P. Vemey recebeu 200SOOO para Ibe oferecer. Outras noticias.
—Do P. los6 de AMívedo, de 21 de Novearim de 1787. Recebeu a iastiUBto pna
o enne do corpo do Venerável.
—Ao P. José de Azevedo, de 12 de Dezembro de 1787. Mencionada nas cartas de .
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— 519-
— Do José de Azevedo, de 12 de Fevereiro de
P. 1788. Fala do processo.
— Do P. Joaé de Azevedo, de 19 de Fevereiro de
1788. Reoebwi as duas cartas ante-
riores. Diz que pelo4AM).GoR«a,doawttiGOdoDti^del4ifoeM»teveoioM
noticias de Vemei.
—
DoF. Joa6 de AMvedo^ de 23 de Favenifo de 1788. fiafoma qua a 19 se te a
inspecção do corpo do Venerável. Vcrificou-sc que o corpo já não catava COmo COI S6:
fcstavam apeoas os ossos. Refcie-se ao rigor do inverno deste ano.
— DoP. JoeédeAaevedo,del8deMarcodel788. Comunica 41» se catá a escrever
a vida do Venerável e pede cópia do processo ordinário.
—
Do P. José de Azevedo, de 16 dc Maio de 1788 Comunica que soube que desde
1770 para cá se obraram alguns prodígios, «os quaes parecem verdadeiros milagres da
3.* oídenvi e idiBfMe ainda ao firocessok
— Ao P. José dc Azevedo. TrCs cartas mencionadas na seguinte.
— Do P. José de Azevedo, de 25 de Agosto de 1788. Recebeu 3 cartas ««Aceite
bom snmde secado do Abk Goma, o qual manda diíer a V. S. que ainda está no
V. S.
mesmo estado em que veio dessa Cotto, e que agradece a V. S. os bons deagos que tem do
eett aumento».
—
De José Pereira Santiago, em 6 de Outubro de 1790. Comunica a eleição para
DepatadoHoaesiiiodaMcaadaGonsdtaciaoOidsna. PoUicamo^ no Ap. Doe. XXIV.
—A I.ufs Pinto de Sousa, em 13 e 20 de Outubro de 1790, sobre a «erecção das ,Armas'>,
a introdução da sua Gramática Latina nas Escolas do Reino e sobre a pensão. Referência
na seguinte.
— De Luís Pinto de Sousa, em 9 de Fevereiro de 1791. Dá conta das diligências qoe
empteendeu, para satisfazer os tx€s pedidos. Publicamos no Ap. Doe. XXIV. —
—
De D. Alexandre de Sousa Hobtetn, de l-IV-791. Comunica os nomes dos Ban-
qpieiras que lhe pagarão 1205000. Ver Ap. Doe XXIV. —
— A M. C. I. (Referida no Inventário de papei:!).
— AM. Jean Hyacintbo de Magalhães e resposta (/Zk/).
phicot (Senogalliae, 1 754), assina uma das aprovações do De Ee Lógica de Vemei, em Abril
da 1757.
—Do P. Monsri. 3 cartas, (tbd).
—> Do P. Juliano. 6 cartas, (fbd).
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— 520—
—Do P. VairodoM. 1 caita. (IML).
— De D. J<m6 Darik». 1 caila. (ttdL). (Ver o que cecnvcmce na Introduçlo
do Eptstolário).
— De Poner & Adey. 1 carta. (/bd,).
— De João do Porto.
Feteira, 1 carta. {Ibd.).
3) APÊNDICE DOCUMENTAL
A FAMÍLIA
Eu abaixo assinado, cura de iongesaignne, e de São Clemente das praças meu aiuiexo,
ao Dkwexii de Lyos Reyno de frança; Certifico a todoi a quem pertencer que Dionizio
Vamiy que de presente he morador em Lisboa Reyno de Portugal, he filho de Hector Vemey
e de sua mulher Maria Ramel seus Pays o qual foi Baptisado na sobre dita igreija de São Cle-
mente das praçaít aos vinte e sete dias do mes de Outubro de nul seiscentos e cincoenia.
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— 521 —
como se mostn pelIoB livrot dos Bq>tismo« da dita Igreja que estio em meu poder; outro
lim oertilloo que dapob de hOa muy «nctt infomaçio de ma familia, adiey que seus
Fkyi, avós, c Bisavós assim Paternos como malBnaos erâo muy bons christãos, catholicos
e apottolicos Romanos e que morrerão na vwdadeini religião sobrediu; e que nas suas gera-
çOes nio houve Mohlia maiidMi de henik, nem de nogue qoe denrogane à
infiBCiaçio
fce Catholica e apostólica Romana. Em 066 de QIK c do caracter que proresso passei a
presente oertídio que assinei in verbo saoenlotis» ptn servir como de justiça aos trinta de
Julho de mil seiecentoe e dezouto. Ruy cora sobredito. Fraodscos Pauhu de MenfuiUe
de ViUe Roy e Aiduepiscopus et comes Lugdunensis, GalUarum Primas (...)-
(Scguc-se o reconhecimento do Notário e a dedangio dO Vice-CAosul em Lisboa,
fiarloloineu Ignacio Gorge, que fez a tradução).
(T.T.— foL 3 e 4 do pcoocMo de HabUitaçOcs do Santo Ondo de Antúido, irmio
de Lub. iMbQO 7S. n.» 1461).
Os cônsules da Villa e Cidades d'Auch Juizes das Causas Civis, Criminaes, e do Poli»
tíoo que succedem mi dita ddade e tua juiisdiçio, a todos que os prezentes vinm saúde.
No dia ao diante scripto, pareoeo por diante de nós Mr. Joam Ducas^^e, Procurador na Juris-
dição e sitio Presidiai na dita cidade de Aucb, o qual nos disse c rcprezcntou que necessitava
de bOa híformaçio Jnridica de oomo Jaques Demand filho de Simio, e morador nesta cidade,
digo na cidade de Coimbra no Rcyno de PortLigal. he natura! desta c que foi criado ua
religião catholica Apostólica Romana, a qual sempre professou como também o dito Simão
seo FUy e Fedro Darnaud seo Avo. o qual na sua vida hera antigo cidadão, havendo exer-
citado diferentes vezes o cargo de Cônsul, havendonos aprezentado a este efeito por tes-
temunhos os senhores Luis Viucs. Dczcmbargador dc Sua Magestadc na dita jurisdição
Ignila com banhoa ooirentee Joio Federieo Lodovid vfano de Ctaia í^km morador nesta
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— 522 —
freguesia com Anna Maria Verney baptizada • oKKadoia na freguesia de São Julião filha de
Dionido Veraey e de liibria da Coooeiçio. Aasistiifto por testemunhas praaentes Lourenco
Morgante morador na rua dos Alimos, e António Loni morador na freguesia de S. Julilo
que comigo, e com o dito Padre Asignarão die ut supra. O Vigário Bjir Ferreira de Aguiar»
O P.* Maaod de Apriar Mxio, Lomaiço Moipiiti, AaUMo Longr.
(T. do T. — lUfiMM Piuoquiaii. F^atuMla do Socorro L.* 7, Hl 191).
Aos dezoito dias do mes de Janeyro dc mil scttccenfos sincoenta e dous faleceo com
todos os sacramentos na Rua Larga de Sáo Roque João Federico Ludovici casado com
IXMiaAiiMMaritVcfiieyLodowidfoyMiNiiliidoi^^ OCnm
Pkschoal da Costa.
(T.T. — Registos Paroquiais. Óbitos da frqpiesia da Encarnação. L.° 11, fls. 285).
e que vive limpa e abastadamente por ser huma das casas ricas que ha nesta corte e nas
que aadsto Uie passarão de trinta mfl cruzados e qoe na pátria dos Avos paternos do dito
pertendenie se achava a sua flunilia, não !;cr bem reputada pcllo que respeita à ponan do
aeo aangue mas que os ditos Avos nelia gosavào nobreza e que o dito i^ncndenla Iam boa
capaddade e os mães requisitos pan a occupeção que pede e ainda que na patiin do Avo
malanio e dos Avos patanos le oio fimam ditigancia alguma por serno Sdno de Ranga
oomo lia exemplos de serem outros pretendentes, nos mesmos termos em que este se acha,
admitidos pera semelhantes empregos, nos paiese que Vossa Eminência lhe defira: Vossa
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— 523 —
EmincnciB mandará o que for servido. Lisboa em Mesa 20 de Junlio de 1727. (Seguem as
assinaturas e o despacho que manda aos Inquisidores de Lisboa que bçtXXk diUfenciit).
Cr.T. — Maço 75. &.« 1461 — Habilitaçflet do Santo Ofldo).
D. Jotó ele como governador etc. Fasso saber aos que esu Provisão virem que lendo
Respeito as letras ymÈaám m maii paitta que cabeai e oomm na pessoa do Fadre Diogo
Verney da congregasilo dO OMorio deita Corta^ e tonto da Prima de TheoUogia Espe-
coUatiua: Hej por bem e me pras de lhe fazer menx do cargo dc examinador das Igrejas
e Benefidos das ditas ordens para que asista aos exanacs que para o provimento delias se
faasm DO meo Tribunal da Meza da Gonsdenck e ocdeoa e o que fbr dum
dente e Deputados delia aos quais mando hajâo ao dito Padre Diogo vcrncj por híi dos
ditos examinadores e chamem para os tais exames quando lhes paresser e lhe dem a posse
do ditto cargo e juramento nos Santos Evangelhos que bem e verdadeiramente o fasa guar-
dando conta do servisse de Deos e meo c as partes seo direito e justiça de que tudo se fasa
asento nas costas desta que se compriram e guardam como ndla se conthem sendo passada
pellas dianoeilariai das dittas ordens e valleri como carta posto que seu efíeito de h^
durar mais de hum anno sem Embargo ou ordemnassio e Regbneato em oontmrio. Rey B
Nosso Senhor o mandou pellos Ds. loze Ferreira dc Horta e Manoel da Costa Mimoso
dqmtados do despacho do Trebunal da Meza da Consdeoda e ordens Miguel de Leban
Gundro a fta em Lx.» a 25 de lanho de 1753 Domingos Pena Baadeim a fés eacraver low
Ferreira de Horta, \ianoeI da Costa Mimozo.
Cr.T. — Ordem de Cristo, Liv. 264, fl. 439 v.").
Mmud da SiKa Dnns Notário do Santo Offido decta Tnquisiçam de Lisboa oertaflco
que para cffeito de passar a prezente de Ordem dos Senhores Inquisidores percorri o livro
dos Baptizadoa da fincfuesia de S. Julião desta Cidade que teve seu prindpio em 26 de Setem-
bro da 1700 e ndie a fl. 73 v. se acha o assento do theor seguinte. Aoa vinte dias do mes
de Julho de mil e settecentos e quatro arnios baptizou o P. ^Antonio Amao derigo do habito
de S. Pedro a Henrique, filho dc Dionizio Vemey mercador, morador na rua nova Dalmada,
e de sua Mulher Maria da Conceyçào, Padrinho João do SaUazar Jordão, o cura Manod
da Costa de Afaneyda. E nfto se oontfaiha nmis no dito assento que se acha no dicto Hvio
a que me em fee do que passcy a prczcntc que a asigney dc mandado doa dictoa
reporto,
senhores. Lixboa no Santo Officio 11 de Junho de 1743 Manoel da Silva Dinis.
(T.T. IídL 9 do Processo do M. 2, n.» 29).
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— 524 —
Senhor. Das provanças que m beifo a Henrique Vemqr paia leoeber o habito
da Ordem de Cristo, ooosiou ter os impedimentos de falta de qualidade declarados na
consulta induza: Recorreo a Vossa Magestade cora htuna petição cm que pede lhe faça
mercê de o dispencar, alegando estar actualmente servindo a Vossa Magestade o officio de
juisda Balança da Gasa da índia, e Chppitam da Ordinaoça da GiNie oom boa satisAiçlo.
por cuja raz.lo e ser pessoa muito conhecida e familiar do Santo ofBcio. esperava da innata
piedade e grandeza de Vossa Magestade fosse servido de o d^pencar porque do contrario
lhe raznllaria alguma infiunia eoteadendosse serem os impedimentos sórdidos, nlo o
sendo E por V. Masestade mandar que a ditta petição se vcjaoeele Tribunal se consulte
o que parecer sem embargo das ordens em contrario. Parcçeo que Vossa Magestade dis-
pençe ao supplicante pellas razoens de sua petição visto ser proprietário do otticio de Juis
da Balança da Gasa da Índia, ficando lhe cassado O tanpo de outto annoB de serriço do niesnio
offício, sendo dle dsepadiaVel. Lixboa dezoutto de Jimho de mil settecentos quarenta
e outto. (Segnwn es asshiatiiras). mordem: Como paiece. Lisboa, 11 de Julho de 1788.
(T.T. — Ofdem de Grirto. Maço 4, n.» 38, pag. 6).
*) Livros de Henrique Veniey, M."^ na Rua dos Poyaes de S. Bento (17S9) — T.T. Mesa
Gene. Nbço 241.
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-525 —
SaaUunem vinte mil reis por anno a cada huâ em sua vida somente, e • D. Maria Rosa,
e D. Franoisca Rita Rdiíioaaa em S. Deniz de Odivellas trinta mil reis por anno a cada
huS em sua vida somente. F sucedendo que as ditas minhas Irmans ou alguã delias sobre-
viva a dieta minlia mulher, ordeno que a dieta minha mulher a quem deyxar a Uicta terça
digo a quem d^nr a SUB tei9i s^ com o meiEmo emcaiBO de dar, a <|iiBm
mezma quantia que aiima delennlno poVQUe he minha vontade que a quem pasar a minha
terça s^a sempre oom m obiiiaçio de dw as ditas Tenças emquanio forem vivas. A dita
míolia mulher Ntameyo e deyxo por tutora de meus filhos rnsnorsz, e a hey por abonada
pen que sem dar fiança lhe possa reger, e adnienistrar as suas legitimas por conheçer a
sua capaçidade, e go\ emo. e fiar dela todo o bom Regimen, c educação dellez. Pcsuo vários
Prazos em vidas e de livre nonKação os quais nomeyo em meu lilho Dionizio Antonio Verney
na vida cm (lue se adiansm ou ao Denito de pedir a noamçÊo átík», e ponpi» alguns
(klle<< me forão deyxados, e outros oonprqr lhe pasario livres aqueUeB que por Direito lhe
offido ao proprietário quinhentos mil reis, e por faleçimento deiies mais quatro mil cruzados
pem poder testar o que todo paguegr, e as pensoins por tempo de dssasele aanoe e quatro
meaeSfCOOmo o dicto meu filho he o sucessor no officio por ser o mais velho ou o que vivo
for ao tempo do meu faleçimento, e&te trará a colação aquilo que por direito for obrigado
a traaer em fbvor doe maiz aeuE famlos. (...) Dedaro que soo natural desiaçidade de Lix»
boa Bautizado na freguesia de S. Julião filho legitimo de Dionizio Verney natural do Reino
de França, e de D. Maria da Conoeyçam Damaut natural da vila de Penela Bispado de
Coimbra. (...) Nomeyo por meus Testamenteiros a minha mulher, e a meu Irmfto o Fadre
Diogo Verney da congregação do oratório, e a meus sobrinhos, DioBido Chevalier, e Antonio
Chevalier, c de todos espero que accytcm esta Testamentária, c con o selo que nclles conheço
cumpram este meu Testamento £ desta forma hey por acabado este meu Testamento e
quero que valha como Testamento ou como codeçillo, e pela melhor forma que por Direito
possa valer. Lbiboa IS de Doembro de 1765. Henrique Vcmcy.
Aprovacio
Abertura
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— 526 —
com efeito o adiey eacrito pelo mezmo Teitador em quatro laudas de papel em que
cntim o prbidpio do hatromenlo de aprovação feito por mim em 29 de Janeiro de 1766,
e cn todo não achcy couza que duvida faça de que tudo dou minha fé. e pasei a
ele
pnaeme peta constar. Lixboa dia mes e anno ut supra etc Thomas da Santíssima Trin-
dsde e nlo úsúà mtit o dicto Tcstmento am sproviçlo e ábertivA qne âqui leiitlei do
propilo a que me reporto e o conçertey como escrivão abaixo asígnado, e me foi apre-
zeotado pello Reverendo Padre (1) que de como o tomou a receber asignou aqui Lixboa
12 de Oitubro de 1773 ~ e eu Antonio Jozé Aivres Escrivaõ do registo geral dos Testamen-
t asigncy.
O padre Francisco Joze Amou conçertado por mim Ezcrivaõ Antonio Joseph Aivres.
NA —
No principio àoniiHn:S de Méico de 1773. A fl. 76 do L.« N. 352 erta
ngbtado o Testamento de D. Ana Maria mulher do TMtador Heorique Vemey.
(T.T. Testamentos, Liv. 304, fl, 51 V.»),
Eu a Rainha faço saber a vós Dom Tomas de Lima Vasconcelios Nogueira Telles da
SOva, Vinonde de VIDa Nova de Oervein, do meu Conaelboi, Ministro e Secre^^
dos Negodos da Fazenda Presidente do Meu Real Etário, e Real Junta do Còmerdo, e
Meu Mordomo Mór: Que reprczentando me João António Pinto da Silva havermc servido
por espaço de 12 annos em vários cargos na minha cidade de Gram Pará e Maranhão, e
iWIlandD a este Reino para igualmente empregado em offitíal de Secrttaria do Etfado dos
Negócios da Níarinha c Domínios Ultramarinos, c ultimamente no Foro dc Moço da Camara
da Minha Guarda Roupa, e nos ofâcios de Guarda Jóias, e Thezoureiro dos Gastos Par-
ticofaues, e do meu Real Boldaho em que continua mostrando em todos os empregos, de
qne hé encarregado a eficada. deaenteresse, honra e fidelidade que me lio pwentci. Etendo
me supl^do a graça de que em remuneração dos refferidos serviços me dignaiae de lhe
fazer mercê do Foro de Fidalgo de Minha Caza, e que este le verificuae na Pessoa, que
houvesse de casar com sua sobrinha D. Violante Eufruia de Vargos filha legitima da «eu
irmão Joaquim Pinto da Silva cujas circunstancias alem de outras, que me forão prezentes
todas dignas de Minha Real Asençào Fui servida por minha Real Rcssoluçào de 29 de Maio
da 17(7 haver por bem, e em wmonewçlo de todoe os serviçoe oteados pelo dito
Joio António Pinto da Silva fazer lhe mercí alem de outros do Foro de Fidalgo de Minha
GMa coro a Moradia ordinária para a Pessoa, que cazasse com a sua sobrinha D. Violante
Enfrazia de Vaigis sendo a dita pessoa apta para se lhe conferir o dito Foro. E reprezen*
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—527 —
tando me ultimamente Dionizio Antodo Vemey que elle se achava Casado e recado
na forma que «*fap«—» o a^nulo Concilio Tridentino com D. Violante Eufrazía de Vargas
como fazia certo por documento legal, mc pedia lhe houvesse de conferir a mercê do dito
foro por se persuadir que oelic concurriuo as cundiçúcs com que lhe havia concedido a dita
fnça. Ao qi» atendendo, eètdicaiiBtaaciaa alhadas de qt» foi infoni^^
e me praz fazer Mcrce ao dito Hionizio Antonio Vcrney; de o tomar por Fidalgo da Nfinlia
Caza com mil e seiscentos reis de Moradia por mez, e de Fidalgo cavaUeiro, e hum alqueire
de oevnda por db paga segundo oideDan(B;eli6mMionuliaonlinaria. MaadovM o fiuiea
assentar no livio da MUricah doa Monuhma da múdia ena «n aso tftnlo oom a dita
Moradia e Cevada.
Lisboa 16 de Julho de 1789.
RainiMi VlMonde Moidono Mór loaè Mimrricio da Gama e Fnitas o tà «aeiever.
Manuel Joaqnim Bof^es da Silva o fez.
Cr.T. Uv. 4 da Mordomia Mor, foi. 131 e 23 fl. 147>.
II
a) Nascimento
Attestato kgalízato dd Battealmo atU 6, Agoato 1713. Naacila alli 23. di LugUo
detto(l).
Certidão: Bernardino doCoutto Cura nesta Parochial Igreja de Silo Juliilo certifloo
que vendo o livro dos fiaptizadoa dseta freguesia, que teve principio no anno de mil setto*
cantoa, e onae, e flodoo no anno de mO Mtleoentoa o vinte, a folhaa quanota e hmna vmh»
está um acento do theor s^uinte: Aos seis dias do mês de Agosto de mil aettacentoa e
treze annos eu o Padre Joze Rodrigues Lobo Cura desta Igreja baptizei a Luiz, filho de
Dionizio Vemey morador na Rua nova do Almada, e de sua molher Maria da Conoeiçio
Damant Padrinho o Fidie Euuidw» TUka. O Cuia Joze Rodriguea Lobo. E nio se
continha mais no dito acento, a que mc reporto. São .Tulião de Lisboa Occidental. Sinco
de Agosto de mil settecentos e quarenta. O Cura Bernardino do Coutto. E não se continha
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I
— 528 —
mais na dita pcuçào despacho, e oertidlo que tudo bem e fiBlmente tredadd a que me reporto
e por me de oMoa atsoMa iWUioo e razo em Lisboa
ser pedida a presente a pasei asignada
Occidental aos oiito dias do mes de Agosto de mil scttccentos e quarenta. Fu o Benefi-
ciado Antonio Figueira Notário Apostólico a fis e a&ignei. Beneficiado Antonio Figueira
Not ApoiL Em lestnmunlio (/do) de venfaule (A. S. A. R.).
in.** R.*>* S.**. Dism IMogo Veney da Coagntaçflo do Oratório desta CMade
de Lisboa Occidental e seu Irmão Luiz Verncy, nafuracs e moradores na mema Cidade e
Vemey oatund e bautizado
bautizados oa freguezia de S. Juliio, filhos latimos de Dionizio
na flcguezia de S. demente das Praças AmeMipado de Leio Rcyno de Fkança; e de Maria
da Conceyçào Darnaut natural e bautizada na Eurcmia de Vila de Pendia
freguezia dc S.
Bispado de Coimbra, que elles desejilo Deus N. Senhor no Estado de Sacer-
muito servir a
dotes, para o que lhes he necessário mostrar a do seu sangue, e porque o não podem
linipesa
tor sem Goença de V. ÍSL^ R.**. Fedem a V. HL"* R."* Dws fi^a meioe admitiaoe a
fazer as diligencias dc Rcncrc na forma costumada. E. R. M.ce Despachou: 1) P. Rcp.ria
p.* Coimbra e Carta de Segredo p.* S. Julião em 6 de Dezembro de 1726. 2) D. se lhe
fiuer as ààS^** do estOlo. Lx.* oddental 19 de Ootnbiro de 1726. 3) Junto oonlierimen to
«m fonoa se passem as ordens D.or Lopes SímOes.
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Noutro requerimento dos dob, sem data nem as^iaturas, pede-se a dispensa das in^d-
riçdeã vlalo nâo haver ninguém que possa depor acerca dos avós. Diz-se ai que i falecido
Dhnlsh VemeL Requere-se que sejam atbnitidos os documentos que permitiram um acór-
dão a fafor do UbUiãHàt Aalúiiio AnMnt, tio dn Mqdicuiet e iniio de ta Muit
da Cooodçao.
Dapadio: Ao D.or Juiz das JusUãcações pata que lilo havendo fama em oaamrio^
mo naveoflo ene leK) wesno ouira peova oe uneouiniia lunw een jusuneaçio por dob
porá dispensarem. Lx.» Occidental 8 de Abril de 1734.
Troíbuse o documento em que se diz que Dioubio Vernei foi t>aptizado na Igr^ de
S. CtemesOe dàt praças im tt áiOÊiUÍi»âtt€50.
Noutro documento U-ati Dlmn Lois Vemqr e Diogo Vcmcy asistentes na Cidade
de Lisboa OcciJental que para certos requerimentos que tem lhes he necessário certidão
com o acórdão da Sentença de genere do P." Aotonio de Arnaut filho de Diogo de Amaut
e de Aima Fendia, natnial da ftagmeia de Swta BaAmia de ViDa de Randla deile Bispado
qneiBabilitnii neste Juizo e no ano de mil e seissentos e oitenta e sete e foi ordenado de ordens
menoRS e sacras. Pede a V. m. açia servido mandar que o escrivão da Camera paoe a dita
oertidlo cm modo que fiiga isiii B.1LM.
Refere-se a fikiçío it ÂHÊaida AmsÊd a dttkrwmae tadu jNmr. GoinDibm, 11 de
Janeiro de 1688.
Em 12 de Março de 1734 testemunha-se que o dito Padre recebeu Ordens Maiores.
gencias que se mandarão fazer porque se mostm Sensm oa dltOS DiogO Vemey da Con-
gregação do Oratório, e Luiz Vemey naturaes da Fkagneiia de S. JuUio deata Cidade filhos
kgitimos de Dyonizio Vemey, e de Sua Molber Maria da Oomeiclo Damaut, netos pela
parte paterna de Heytor Vemey e de Sua molber Anna Maria Ramel e pela materna de
DiofO Damaut, e de Sua molber Anna Ferreira, e ChristSos velhos legítimos de limpo san-
gue^ e geraçfto sem raça alguma de infecta naçfto das rqnrovadas em direito, por tais os jnl^
^ks e habOitflo e mandfio se lhes passe semeaça na focma costumada. Lx.* Oeddenlal
13 de Novembro de 1734. D.or Lopes Simões.
ilnstrumento de puridade sanguinis a favor de Diogo Verney da Congregação do Onh
iorh,a^tMima9IMbVmlgyé9fàlrtÊrdM9d$tJe^OeeUmlaL B.N.L.— Hoqoiíicfies
Cima» MriamaL Mago 121. Ptraosaso 15).
de Gensia.
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puriutem sanguinu, ad stMdpiendo» mcfos Ordines. Insuper aptum esse ad abtioendum
quodcmuque Benefitium Frclwhtricma, etiamsi gradum adentiM leqaint: proptewa
qiiia non moilo niillo crimine, aut censura irrctitus dctinctvir; immo vero bonis moribus.
fama, aetate, docthna, caelerisque omnibus ornanienlis praeditus est. In quoruni fidem
pt—BtM Ittlcns, sabKripilinai; et soUto liilk^ qno ia hiaoe utinnir, muniri miodavimut.
Datum Lisbonae ex Palatio nostto haec die VI AprUis MDCC7CLVIII (1748). Josephus
Aichiepiscopus Laoedemoniensis Antonius Josqihai de Sequeíim Notarius Appoetoliott
et Scriba justificatíonum eai lubacripii (A.SAJL).
Fr. 10. Antonius Tit S. Martini in Montibus SJLB. Pmbyler Cardinalit GiMp
dagni, Sanctissimi D. N. Papae Vicahus Geoeralis, RomaoaeqiiB Gnriae, eiusqae Dirtrictut
ludex Ordtnariua ele
Unhmrfi et singulis preseoMe aoilias vimrii, kcturis pariter et audituria, notmii
facimus, et attestamur illustrissimum, ct rcvcrcndissimum P. D. Philippum Spada Episcopum
Ljgaureos Suffraganium et Viçariam Gcneralem Nostrum Romae die 2.* January 1739:
io cappeOa suae habftatkwit ordinatioaeai Futieolaieiii odelMantem, ditootam nobi* to
Christo Filiiim D. I.udo\ icum Antonium Vcrncy Ultsiboncn occidcntali"; cum littcris Dimis-
sorialibus Sui ordinaru ia urbi Vicegerente rescripti Sanctissimi recognitis, praevio sacra-
mento coitãrmatkmis, et exerdtifa spiritualibt» rite, et recte, ac aervatis tervandit praevio
iram^w RR, P.P. D.D. Examínatodbili ÍB Urbe deputatis, idoneum repcrtum, et admi-
sum cum cacrcmoniis, et solemnitatibus necessariis, et opportunis in <;imilibus ficri solitis
et ooosuliis, iuxta, et secuadum S.R.E. Ritum, mofcm, ei cunsuetudinem, in Clencali
diaractere ineigniviase, militiaeque dericali aggregaaae: eidemque primam Ckricakni
Tonsuram in Domino rité, et rectè contulissc, alque dedissc. In quorum omnium, et
singulorum fidem bas praesentes litteras à Nobís, seu ab Ulmo, et Rmo P. D. Vicesge-
rente, ac D. Secretario noetris subacríptas, sigUloque noatro munitas fieri iuaslMua.
Datum Romae ex aedibus nostris hac die 2."* mensis lanuaríj Anno 1739 fndictione
prima Pontificatus Sanctissimi in Christo Patris. et D.N.D. Clemcntis Divina Provideatia
Plapae XII Anno eius nono. Phi. Archiepiscopus Chaocloscac Vicegerentts.
Fides primae Tonaone Pn> d. n. de Obdxo Cuagio S.tío RomnaUai HàoonuUipttn
foctuaC?) (ASAJL).
III
In Dei Nòmine. Amen. Nòe Aknnder Duarte leetor, ei ebe wnaia Academia
pÉfaun profitcmur. afquc testamiir, certiorcsqiic reddimus omncs eos, quomm intcrest has
Ittcraa inspicere, quod dilectas nobis Alloisius Antonius Verney lusitanos, pátria OUsipoae
gnulum UcenciaturBe in praedan Aithim Sdentta in hac Academia adeptos ert,oun mb
cursibus de niorc peractís. et dnigenti omnium Magistronim examine fuiaaet approbttos,
aliis etiam rítilms observatia, quoe ptaedarae Artíum Sdentíae inatituta praeicriliunt: prae*
( I ) No mesmo Arquivo, segunda via com a mesma data e nova certidio (também
2.* via) com poucas variantes, datada de 23 de Maio de 1750.
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--531--
vio prooeuu de Religione» et Fide CfethoUca praedicta AU(»ui Antonii Verney à Vicario
in ^ptritualitM» Aidiiepinopi Bbonwis ritè. et lefitiinè htío pnwcBdeate: pcaemim eliam
aoteamí profcssione, ct juramento dc Fide Catholica Romana, et rebus omnibus in Sacro-
Filli, et Spirítus Sancti. In huiva autem tam praeclarae dignitatis signum, iiis quoque
CBrtendi omunentis oondeconuidi» quae in pnMUcntianim adhiberi solent. Imprimis
Pileum cacruleo diademate omatum capiti tuoimpono. Deindc trado tibi Philosophiac
Librum clausum et apertimi, ut iUam publice profiterí, et interpretarí possis. Tandem
infero digito tuo aniHihnu ScieiítiM Spltndoria ligiiiim. Foilwuio Booedat etiam otouhmi
pMii. N.B.: — SefOMe «HM MriDMtnm IkiM. (BP£.— 06d. GX/M7 P. ^
IV
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— 532 —
Despacho noutro papei: Sua Magestade he servido que vendoae no Conselho a petiçfto
indindeLuisVenMytellKooaiidieoquepaitoer. Dew gnarde a V. M. ViQoalSde
Março de 1729. Diogo de Mendonca Corte ReaL Para António Rodrigues da COBta.
(A.H.U. —
Maço 27 do ano <to 1729 da findia. Documentos avulsos).
O Provedor e Ofikiaes da Caza da f ndia e Mina etc Fazemos saber aot que a pie-
zeote certidão virem, que a fs, da Armada, que de premente -ie apresta para o
15 tio I.ivro
'Ettado da bldia no titulo dos soldados com fiança consta centar Luis Verney tilho de Dio-
nizio Vemqr, e de Ktoia da Conoeipçao Damaut de idade de deaseisaaiiaB natural de Lis>
boa Occidental, e reccbco as pagas costumadas a que deu fiança, e pan constar o referido
passamos a prezente reportandonos ao dito Livro. Lisboa occidental sete de Abril de mil
sete centos e vinte e nove annos. Francisco de Almada Noronha. José Vicente da Costa.
N.B. —
Existe certidão idêntica para o hábito de Ottato, com a data de Lisboa Occi-
dental dezassete de Nfarço de mil setecentos e vinte e nove anoos. Terceiro exemplar,
para o posto de Capitão de uma das Companhias. Lisboa occidental dezasete de Março
de mil aeleoentos c vinte e nove aimos. (A.H.U. — Doe. avulsos da índia. Maço do ano
de 1729).
Diz Luis Vemcy natural desta Cidade de Lisboa Occidental, tilho legitimo de Dionizio
Vemey e de soa mulher Maria da Conoeiçio de Araaot, que cOe tem assantado pnça de
soldado para na pre/cnte monção hir servir a V. Nfagestade no Estado da fndia. aonde
espera dezempenhar as obrigaçoens com que nasceo e como V. Magestade por actos de
grendeza ftHios de Piqrs e Avoi nobres que espon-
do sen Real animo costuma premiar aos
passam aquelle Estado concorrendo no Supplicanta os mesmos requizitos.
laiicaiiK-nic
Pede a V. Magcstacic lhe faça mercê respeitante a qualidade da sua pessoa do habito da
Ordem de Crislo com oitenta mil reiz de tença efrcctiva para com esta honra continuar
no real serviço, e nelle perder a vida ou merecer outras mais avultadas. E.R.Mxe.
Despacho ttegível. — ^'cr fotocópia que publicamos.
(A.H.U. — Documentos avulsos da índia. Maço 27 Ano de 1 729).
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— 533 —
sentenceados huns autUM de petiçio de Lute Vemcy natural desta Qdade de Luboa oci-
dental e morador na fkepieria de Sen JulUio fflho leghimo de Deonisio Veroey e aua moliier
Marte da Conceição Anunit e esto sobre, e em resam do conthcudo nos dittos auttos que
pello descurso deste inea bHtromcnto justiíicacòes se fara mais larga expressa e declarada
meoçfto, e pdloe dittot auttos e termos ddks e entre outiat demais cousas nestes cootbeudas
e declaradas ae via e mostrava esiar a princípio ddlei a petícam quo o ditlo Lute Venwy
me fes da qual o aeo tbeor delia be o seguinte:
Diz Lub Vaawy ntund deita cidade de LíriMia Occidental morador na fieguerà
da Sam JldilofllbokgítiniO da Dionísio Verney e de sua molher Maria da Conoeíçlo Amaut,
que pera entrar em rcquirimcntaçâo Sua Magestade em re/âo de voluntariamente o hir
servir ao Estado da índia na presente monção para o que tem asenlado praça de soldado
Hw ha aeceMario justíflcar neste juln» em oomo o supUcaiitB aam deve nem tem mecânica
alguma pessoal nem tambcin oriunda de seos Pays e Avos por serem todos pessoas que se
tratavam com iusimento e que sempre viverão muito i ky da nobresa. Pede a vossa mercê
lhe hçã, mene mandar tomar ma Justeftcacam • hiwdlo por halMilitado mandando ae lhe
pasem os inetrumentoa que tbe forem necessários e recebera meroe etc. segundo que tudo
isto asim e tam cumprida e declaradamente sc continha e declarava e hera outrosim con-
dieudo escrito e declarado em a dita peticam do dito justilicaote Luis Veraey que sendo
asim fieita e vista por mim neOa por meo deapacho mandsy que juitiflcase. Flrdra. Em
cumprimento do qual despacho dado ao pee da peticam do ditto justificante logo o n^esnio
lizera a sua jusiiikacam per testemunhas que Judicialmente lhe foram preguntadas pelio
na rua do Outeiro Ircgucsia de Nossa Senhora dos Mártires desta cidade de Lisboa Coei*
dental de Idade de mate de quarenta e ootto anos leitenMmha jurada aoa santos Bvangdhos
e do costume disse ser compadre dos pais do justificante mas que dirá a verdade e pregun-
tado elJe testemunha pello contheudo na petição do justiãcante Luis Verney morador na
freguezte de Sam Juffiâo desta cidade de Lisboa ooddental dise que o conhece bem e sabbe
que he fflho legítimo de Dionísio Vem^ e de sua molher Maria da Conceição Arnaut e
também sabe que o jostificante e seos pays se trataram sempre com bom trato e nobreza e
com httimento e numqua ouvira dizer que no seo sangue tivesse maculla alguma nem raasa
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«ic muuru e muliato e mães nam disse e o que ditto tem sabe peUa resam ditta e peUos oonhe-
oer e tmtar a todM bá iBiii de tcinla ttum e Miara con O Eo^^
de Siqueira o escrevi. João de Bornes, Nfanocl Martins Netto.
3. * —
Manoel da Costa Fragoso Cappitáo de Cavailos reformado e morador na rua
do Ooldio fiepmiB de Nona Seaiioim dos Mártires de«» cidade de LMwa ooddeolal
de idade de mais de trinta e nove annos testemunha jurada aos Santos Evangelhos em ^ue
pos sua mio e do costume disse nada conhecido do Emqueredor e perguntado elle testemunha
pello cootbeudo na peticam do justificante Luis Veroey morador na freguesia de Sio Julifto
desia cidade de IMoa Oocidenlal átm que o conhece bem e sabe qoe he filho legitimo
de Dionísio Vemcy c de sua molher Maria da Conceição de Amaut e também sabbc que o
justificante e seos Pays se trataram e tratão a Icsy da Nobresa e com muito lusimeaio e lim-
pesa de sangue enumqaanoveradiaer que tivesse macuOa e mais nio disee o que ditto tem
sabe peUa leslo e pello conhecer e tratar a todos há muntos annos. Declaro que a teste»
munha lie cavalleiro professo da Ordem de Cristo e capitão de cavailos e asignou com o
emqueredor Antonio da Cunha Sequeira o escrevy Manoel da Costa Fragoso Manoel
Maitfna Netto.
4. » —
Antonio da Fonseca e Sousa Bacharel formado advogado nesta corte c morador
na rua Nova do Almada freguezia de Sam Jullião desu cidade de Lisboa oocidental de idade
de mais de trinta e hum annos testemunha junda aoe Santos Evangdbos e do costunw disse
nada conhecido de mim escrivão e preguntado elle testemunha pello contheudo na rT*iCWftl
do justificante Luis Vemey morador na freguesia de Sam Julliam desta cidade de Lisboa
Oocidental dise que o coolwoe bem e labbe que he filho legitimo de Dionísio Vero^ e de
soa molher Maria da CòiioeicioAiaanteiaMequeoJiistificantee seoePqfisetrMavame
tratam a ley da Nobreza e com bom trato e limpesa nem maculla no seo sangue rassa de
aMnoo e muliatto nem fama em contrario e mais nam disse e o que ditto tem sabbe pella
rasam ditta e pdlos conhecer e tratar ha mahos annos e aiinou com o emquendor Antonio
da Cunha de Siqueira o escrevi Antonio da Fonseca Sousa —
Manoel Martins Netto.
5. * testounsfea: Francisco Nogueira de Sousa Valdes cavalleiro professo na Ordem
de Cbrislo mosador ao aioo dos pregos Fkcfuesia de Sam Tnlllio desta cidade de LirixM
Oorideulal de idade de mais de vinte e outo annos testemunha jurada aos santos Evangelhos
em que pos sua mão e do costume dise nada conhecido de mim escrivão c preguntado elle
testemunha pello conteúdo na peticam do justificante Luis Vemey morador na freguezia de
Sio JuIIifto desta ddade de Lisboa Ooddental dise que o oonlweia bem e sabe que he filho
legitimo de Dionisio Verney c de sua molher Maria da Conceição Amaut e também sabe
eUe testemunha que o justificante e seos Pays se tratão e tratavam sempre com muito lusi'
mento a da nobma mm iiMa cm seo sangue e sempre tidos e havidas por Christfos
kgr
velhos e mili nlo dine e o que ditto tem sabe pella resam ditta e pellos CTwjwfflf e tratar
há muitos annos c asinou com o enqueredor Antonio da Cualia Sequeica o ascrsví Frao»
cisco Nogueira e Soares Valdes Manoel Martins Netto.
&• testemunha. BaitholaaMO Voigisr Gswallsiio profess o da (Mem
de diristo
mocadorna calcelaria freguesia dc Sam Jullião desta cidade de Lisboa Occidental de idade
de malg de trinta anos testemunha jurada aos santos evanselbos em que pos a mão e do oos-
tome dise nada e preguntado cOe Wlernirtha pdto comendo na petição do justificante
Luis Verney morador na freguesia de Sam Jullião desta ddade de LIslKM ocidental dise
que o conhece bem e sabe que he o próprio contheudo em sua petição e que he filho legi-
timo de Dionisio Vemey e de sua molher Maria da Conceição Arnaut e também sabe elle
testemunliaque o juslificaiite e seoe Fqi» se tntlo e tiatavam sempre a ley da fiotacaa e com
muito lusimento nesta corte sem maculla em seo sangue de infecta Nação e ouvira cllc tes-
temunha a seu Pay que conbeseo os Avos do justificante em França e que também se tra-
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tavio muito bem e vivcnmi de suas fazendas aempre tidos e havidos por christãos velhos
e omíb mmdina e o que dítto tem sabe pdla leiam ditta e ser da sua criação e aainou com
o Emquercdor Antonio da Cunha Sequeira o escrevi Bcrlholonico Voigicr Manoel Martins
Netto. S^undo o que tudo visto asii» e tam cumprida e declaradamente se continha e decie-
rava e bera outrosim contbeado escrito e dadando cm a dHta Inqutriçam de testemunhas
que judidabnentB foi pnguotada e logo sendoooom oaauttos, me foifio feitos c llcvados
conclusos os quais sendo por mim \ ndka praaoneiei a minha seateosa da qual o seo
istos
havido por christão velho e também por sempre se tratarem seos Pays e avós a ley da nobreza
com muito lusimento tudo na forma que neste Instrumento vay declarado e sentenciado (...).
Dada nnia corte nobre • ssmpn kal ddade de Lidx» occidental aos vinte e três dias do
mes de março de mil e sctccsntfli c vinte e nove annos(...) Antonio Fretie de Andrade
Enserrabodes.
(AJÍ.U.— Docaamtos avulsos da fndia. Msço 27. ds 1729).
Senhor. Diz Luis Vcrney natural desta cidade ocideiiia! e mor.idor na fioguc/ia
de São Julião filho legitimo de Dionísio Vemey e de sua mulher Mana Ua Conceição de
Amaut, qoe com do^jo de servir a Sua Magestade que Deus guarde tem voluntariameate
sentado praça dc soldado para na prczcnfc monção hir servir ao Estado da fndia como
consta da Certidam junta; e porque he pessoa de conhecida nobreza e destinção e dezeja
Ilir com algana hoam com «lue V. Biagsslids niO fidta aos de Sua qualidade para Hms
avivar as obrigacoens com que nascerão nesta certeza e Espersnça. Pede a V. Magestade
lhe faça a mercê deo nomear no posto de Alferes de huma das Companhias de leva para com
esta honrra entrar nos empregos do Real Serviço onde espera mereçer outras mais cre-
ddas. EJLM.
N.B. — Em folha solta, con otttro docMUcnto do Provedor da Gssa da fndia, de
7 de Abnl de 1729.
(Aa.U.— DooamtntoaavniBoadafDdik Maço 27 de 1729).
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ocorro de gente para o estado da índia a Luti Vomey. Luboft oddantei, 12 de AMl de 1729.
(AJLU. —
Códice 131 do Cooaelho Ultmmriiio)
Senlior. Diz Luk VaiHy que V. Mipeelede lhe te mene do habito dt Oídem de
Christo, e por que para o poder receber necessita se lhe Taçani suas deligencias na forma
dos Diffinitorioe, e o Pay do Supplicante e sem avos paternos sáo naturaes da Cidade de
Leam do Rqmo de França; e o avo materno nattiral da cidade de Aucfa do mesmo Reyno,
aonde be difficultozo fazer-ee as suas diligencias pella grande distancia, e talvez falta de
Cavaleiros; E porque o Suplicante se acha hoje ordenado e Arcediago na Sé de Evoca,
e be natural desta cidade de Lisboa, e nella conhecido aonde também o forão os ditos leiN
m
Faye Avo» por aaeidie índice annoeiíertg Reino, enelb
o suplicante na Corte de Roma, escrevendo para utilidade publica as obras que se estão
ímpremindo: e ter hum Irm&o já habelitado e profeço na ordem de Cbristo. Pede a V.
Majestade Ibe faça de dispeocar, para que nesta corte, como em pátria comua ae lhe possio
ISuerioaspfOWUiçaa^pelloqiae respeita as natondidades de França de aeo Psy, e Avoe {«ter-
nos, e avo maMmob tnc* V» V. Majnttade tem copcedidob e o suplleaole nio deuaewoe.
£. R. M.
Dt^poeko: Vi^aee na Meza da Cooackoda e Ordens, e oom efeito te me oomulte
o qtie parecer. Lisboa 1f«Mde Janeiro dc mil scitcccntosqiuutota e nove. jVo MTjo: Con»
ulta a aeu íáYor peOas leaoens de sua peticam. Meza S de Fevereiro de 1749.
Cr.T.—HahiHtaBflce da Onkm de Crista Maço 18. n.« 143. foL 5).
Dom João. etc, Como governador etc, fasso saber aos que esta minha carta de
Padrão virem que tendo respeito ao que se me reprezentou por parte de Luiz Uemes natu*
111 desla cidade flUio kiftniio de Díonlrio Uernes e haMr sentado praaa de soldai
na monçlo de mil setecentos e vinte e nove passar voluntariamente a me servir ao catikb)
da índia em consideração do que embarcandose com ofício na dita monsão para o mesno
estado bei por bem e me pras fazer lhe menx por me constar por certidão dos ofticiaes da
Gasa da Indk ler aeenlado praaa, e se ter embarcado para o dHo catado, de dooe mfl reis
de tensa efectiva cada annocm sua vida sómcnte a titullo do habito do Noso Senhor Jhesus
Christo que lhe tendo mandado lançar em parte dos vinte mil reis com que foi deferido
porquanto doa ooto nA íeis que restlo se Hw pesou ja padrio dsHes pella repartiçio do Reino
a qpe pertenae e estes don mil reis lhe serão asentados em há doe afanonriftdos do Reino
em que couberem sem prejuízo de terceiro e nâo houver prohibição e o vencimento dcUes
de seis de Abril de mil e setecentos e vinte e nove Uié o dia em que se lhe mandar fazer asento
sera m m
fomM qw la te serddo leaalvBr eoondla qne se me fts peDo conselho de ndnha
teenda com declaração que do tempo em que tiver cabimento delle no almoxarifado onde
o assolar, ou depois de o ter em algum ou mais aonos Ibe ficarem por pagar por falta de
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loidiíiiento w Ibe não pasara provizào para o tezoureiro mor do Rciiio non firoduzirão
obrigação de divida mais que naqudh almonrillde onde se asentar como oedeod por decreto
tie dezasete de Janeiro de mil seiscentos e outenta c nove Pcllo que mando aos vedores de
minha fazenda que na forma referida farão aseniar nos Livros delia estes doze mil rei« de
tença em nome do dito Luis Vem» e levio cada amo na folha do cseotameoto de bum
dos ditos almoxarifados do Reino em que couticicm sem prejuízo do iHoeiro e não houver
prohibiçSo pcra lhe Kiem pagos a tituUo do habito da Ordem de Chrísto como dito hé
porquanto pagou now mil nii doa tm quartos, a mHna oídem, que m caregarflo ao Tezou»
reiro dellesFkandHO Xkviar Kriia no livio de na noeita a f. 44 v.* como constou por hum
conhecimento que se rofopail ao asignar deste que por firme/a lhe mandei dar por mim
asignado e sellado com o mIIo paidente da dita ordem que sera registado nos livros da fazenda
deOa « msmi qi» paiMik e no raiislo da portaria por bonde iB obrau «e pof» a vcriw neo^
aaría. Lisboa 27 dc Março de 1749. Raynha.
(T.T. — Chancelaria da Ordem de Cristo, L. 251, foL 32 v.*).
N3. — Assento do mesmo padrSo e da tença de SjOOO rs., no mesmo Arquivo, meroés
de D. Joio V. Lhr. 40 fl. 32.
sem embargo das ordem cm contrario. Lisboa tres de Setembro de mil settecentos qua-
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renta e nove. No verso: Consulta a ku favor atendendo a ser a mercê feiu por serviço
do HtppUeuile e a kr Vom Magestade Mto Já • imbom graça a hum Iraifto do suppiicanto
que hc cavaleiro na OVdem de QlfiMC^ e a ser o supplicantc huma pc<;s(>a ecicziaatica COm»
tituida cm dignidade. Mea 10 de Setenbro de 1749. (.Seguem as rubricas).
(T.T. — HabOitaçfo da Ordem de Criita Maço 18» n.* 143, foL n.
Senhor. Das provaiiças que se fizcrão a Luis Verney para receber o habito da Ordem
de Christo, constou ter os impedimentos de falta de qualidade, declarados na consulta induza.
Reconeu a V. Megealarte com hnna pelicio cm qoe pede lhe fiua omne de o diípciicaj
aktando ser derigo do habito deS. Fedro Arcediago da Seé de F.vora, haver sido despachado
por serviço próprio, ter hum Irmlo secullar cavaleiro da dita Ordem a quem V. Magestadc
foi Mrvido já dispensar, c estar oa Corte de Roma adonde se suporá serem nayons os impe-
d^fítw»"*, se V. Magestade não usar com o supplicante da sua piedade, O qoe em htuna
Corte estrangeira lhe cauzaria grande prejuízo, ao que V. Magestade costuma ser ser\'ido
attender. E por V. Magestade mandar que a diu petição se veja nestie Tribunal e se con-
ndle o (|ue penocr sem enriwrgo das ordens cm oontiario. Pareçeo que V. Majestade
dispense ao supplicante, em attençào a ser o supplicante huma pessoa ecleziastica cons-
tituída em dignidade despachado por serviço próprio e mais ra2ões que refere. Lisboa
dse de Setambio de mil seitecentos quarenta e nove. (Seguem as asriurtmas).
Debocho: Como parece. Lisboa 17 de Outubro de 1749 (Rubrica régia).
Cr.T. — Habilitações da Ordem de Cristo, Maço 18. n.° 143. 0. 1).
O CerttdíadatonettiãoáoHdbUodeCrisioemVm,
onde convenha se lhe passou a prezente copea. Lix.'' 2 de Setembro de 1749. Jeronymo
Oodfaiho da Mn.
(T.T.— HabOitacOM da Ordem de Oristo. Maço 18, n.» 143. IL 7).
M) Cana da JMMto
Dom Joio ele. Como Governador etc. fasso saber a qualquer pesoa ecclcsiastica
oiBstltmda cm dignidade moradora na corte de lUwia que Lois Vcnieyniepedto por aaerce
qm porquanto desejava e tinha devosâo de servir a nosso Senhor e a mim na dita ordem
e avendo por bem de o receber e nuuidar prover do luibito delia e antes de lhe ftaer meroe
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raoeber a ordem habditou sua pessoa dianlB do pfwkkiito e DqNitados do despacho da
Men de Oonecieiícia • ordens de asahoiea deUaa na fonna das DeAoitofias e por se asim
o ordenar por minhas resoluções e poraspenu* que na dita ordem poderá fazer muitos ser-
viços a nosso Senhor e a mim hei por bem 6 me pras de o reçeber a ordem, e por esta vos
mando dar poder e comíssio para quèDw lançais o habito dos noviços áéík em qualquer
Igreja ou mosteiro da mesma Corte o que fareis segundo forma das diíBniçfias da Oidsoi
oya copia com esta voa aera dada e de como assim lançares Ibe pasarets oeitidSo nas costas
desta oom declaração da dit um e ano que em temio de seis meaea lemetera ao convento
de Thomar da mesnoa «dam pam m
aaentar no livra de matrícoUa doa cavaMraa novissoa
delia e se goardar na arca que esta deputada para guarda das cartas dos hábitos que os
mestres governadores da Ordem mandão lançar no dito convento e o Dom Prior delle lhe
pasam çertidio pam soa toaida • aata sa oumprin sendo paaada pclla cbanoelaiia te
Lisboa 28 de Novembro de 1749. A Raynha.
(T.T. —
Chancelaria da Ordem de Cristo, Livro 231, foi. 31 1 v.)
a dous Cavalleyros mais da mesma ordem; o que fareis segundo forma de suas DefBniçOes
ciya copea oom este voa será dada; E de como asim o armares CavaUeiro lhe passareis oer-
tjfloaa» costas deste que se cumprirá asndopawado paihChancdlaria da Oídeni. Lisboa
vinte e outo de Novembro de mil setteoeotos quawnte e nove amos. Raynha.
P.S. Marques de Valença.
o) Alvará de Profisaõo
El Rey como governador ctc. faso saber a qualquer pessoa ecclesiastica consti-
Hu
tuída em
dignidade moradora na Corte de Roma, que frei Luis Verney cavalleiro novisso
da ordem me enviou a diser desejava e tinha devosio de viver era toda a sua vida, e
dita
permanecer na ordem e nelia queria fazer profiçlo houvease por bem de o admitir a ella,
e vendo ca sua devosio e como he pessoa que a dita ordem e a mim pode bem servir me
praa de o admetir a praActo e por este vos mando dou poder e comissCo para que o reodxts
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nella em qualquer igreja ou mosteiro desa mesma corte constandonos por folha corrida
diute dos oflidais • que Mu
de oomo nlo tem culpes de que se iHijt de livrar o que faieis
segundo forma das Deffiniçôes da mesma ordem cuja copia com esta vos sera dada, e de
oomo asim o receberes a proâção lhe posareis certidão nas costas deste com declaração do
dia mes e ano que em tenno de seis meses remetera ao convento de Tbomar da mesma ordem
para se asentar no livro de matricolla dos cavalleiros novissos, e em seu testemunho se por
a verba neoesaría e o aeu asignado delle se goardar no cofre das profiçOes dos cavalleiros
que esta no dito oomrento e o Dom Prior delle lhe passar certidão para sua goarda e esta
se cumprirá sendo pasado pella chancelaria da Ordem. Lisboa, 28 de Novembro de 1749.
(T.T. —
Camnoelaria da Ordem de Criato^ Livro 251, foL 312).
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SAÍDA PARA ROMA
Meu Amigo e Senhor. Entrcgui à V. Nf .ce esta minha o P.<^ Luis Antonio Verney,
de quem suponlio terá V. M.oe alguma noticia, pois U bastante tempo se acha em Roma,
de doada Juetamentc pertende recolherse para este Reyno provido de algnoi Beneficio.
Supostas porem as varias industrias, dc que uzão 08 pretendentes Nacionacs, que ahi se
acbão, mio será fácil ao diiu Sr. Luis Antonio Verney coneegnilo tam sedo, sem que V. M.ce
Die d6 a mio^ e o Itevoreça na primeira occaailo qoe se offenoer de vacatura. E oomo me
assiste hum particularíssimo empenho de servir a quem me occupou nesta rccomendaçlo,
que lié o Sr. Joio Pedro Ludovici, Primo do me&mo pertendcate, nào posso deixar de pedir
a V. M.ceoom o nnqror encarecimento, eelBeacia o qqeira tomar deliaixo da ena proleocio.
para conseguir antes o fim que pretende; segurando a V. M«a que estimarei este favor
mais que se Tora couza pertencente a minha própria pessoa: e flco na certeza de que não será
sem efleito esta minha recomendação. Peço a V. M.ce muitas occazjòcs do seu serviço
no qual me empregarei sempre com o maior goato. Deus guarde a V. M.oe muitos annos.
Lisboa Occidental 8 de Setembro dc 17?<) S or Manoel Pereira dc Sampayo. Seo muito
obrigado e amigo de V. M.oe João Baptista Carbone. (B.A. 51-111-67).
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VI
aMa que não quer o mesmo Senhor que se interponha o seu Real nome, como V. Mercê
bem iabe»(l).
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Lei para as minhas eficadas, por isso tinha posto todas naqueUe oonseguimento o qual me
tocavm deflbader hajfi por parte da lezão e da Justiça. O
R.mo fez meãos cazo, e supte
ser pretexto de que ett IBMW ptlt a referida defreza, c por que Cardeal Corsiní me verificou
isto me»mo lhe mandei a oopia de dous Capitolos de V. R. em cartas de Setembro do anno
passado e Janeifo do pnaente veraflcando o P.* Anittenle Ministro ter vltto oi orifiiiaei
por cuja rezão se retirou ao ditto Cardeal Corsiní daquelle empenho que o movia dando me
por satisfação deste o ser guiado pellas noticias do R.mo sobre o nepotismo de Franctsoo
de Almada com o Secretario de Estado, sobre o ser recomendação do mesmo para as suas
«ntasens, e sobre o ser pessoa das mais oonspicoas do Reino, ao que repliquei serem estes
pontos muitos fora do principal pois que S. Fm." só tinha aoçio para desafiar o Datario
pella falta da promeça assim como o R.mo ao Papa por faltarJhe a palavra, mas não já
para se imposnar boma graça legitimamente feita ooufocme o aviso formal da Dataria
que eu obtive e não S. Em.» ou R.mo Évora. Roma, lOSctembrO 1740.
(B.A. — 49-Vn-30, pags. 88 V.-90).
Diz o D.or Luis Antonio Varaqr aisiHi nle na Curia Romana que para certo reque»
i
rimento que na mesma tem lhe he neCMaito hnma certidão dos Estatutos do Reverendo
Cabido, passada peUo Reverendo Secretario do mesmo, peUa qual coaste todo o pertencente
ao Aioediagado de Sesta, de c^jo Beodkio tem graça. Fede a Voasa Senhoria Bw fíiça
mercê mandar passar a dita certidio cm modo que Taça fe. E.R.M.oe.
Despacho: Passe do que constar. Évora em Cabido 16 dc Junho dc 1741. Deam.
O Doutor Antonio Alvares Louza Protonotario Apostólico de Sua Santidade, Cónego
Pirabendado «m a Sancta See deMa cidade de Évora, e na mesma Secratario do Reverendo
Tabbido ceilifico que revendo os Estatutos da Sancta Sec ncMcs a Tolhas seccnta c duas
verso esta o Titolo do Arcediago da Sexta do tteor e forma seguinte: A Sexta dignidade
nam tem prebenda nem he obrigada a Coro, e tem oi cai|os seguintes. Lembrarsa cm
Gabbido todos os negodos que ouver acerca de demandas e fkaenda, e tomada a rezoluçam
o que em Cabbido se determinar faraa dar a execuçam, a qual ernformaçam lhe darai o
vereador da fazenda porque elle nam pode estar em Cabbido salvo se for Cónego.
Lembraraa que ae feçam os OflteiaiB em cada hum anno e oe tempos cm que se ham
de fazer. Quando a Davam parescer necessário ajuntar o Cabbido lhe diraa que mande
diamar o porteyro, e que por elle se chamem os cónegos, e pessoas capitulares e os I^o-
onrsdaics • stActtadoies asndo nsoessario.
A elle pertence oompeDir os Procuradores que venh&o dar emformaçam dos feitos e
demandas em que ponto estam assim das movidas como das que se ham de mover, para que
o Cabbido possa nisso prover, e ao dito Procurador ou Procuradores que tiverem salário do
Cabbido, e assi ao Solicitador poderaa multar no stipeodto como bem Ibe parecer senam
forem diligentes. Se as pessoas que o Cabbido ordenar que vam aas demandas assy na
Cidade como fora delia se quizerem escusar elle os pode multar se o Dayam for nisso des-
cuidado. E porem tendo as pessoas que assy forem dleitas justa escuza ao Cabbido per-
teose conhecer delia. Em nome do Prellado seraa obrigado lembrar e fazer como se cum-
pram as obrigaçoens digo creaçoens de todas as outras degnidades da Igreja. E quando o
nam quisserem fhaer daraa disso conta ao Prellado pare nisso prover. E sendo (bra do
Rspio o faraa saber a quem assie Ctt|0 tfver.
Quando o ditto Arcediago por qualquer maneira for ausente deyxaraa pessoa que cum-
pra suas obrigaçoens a contentamento do Cabbido, e nam o fazendo elle, o Cabbido ordenera
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• peHM de sua custa que o fiusa. E para se haver de executar o faram saber ao pnOado
esdmdo DO Remo, eseodo fora deOe a quem teo carto tiver. Por estes tratbathoeeeacaiiM
them em Nfontemor em cada hum anno dos fmitos da Tgreja de Sancta Níaria do Bispo
soooiente no celeiro mayor no que lhe perteose de seos freguezes a sexta parte, scilicet,
de seis qnínhOai bva lium a«v ds ptin e de vinho como de dinhegno
as outras miuças. Esta dignidade tem cãáiyn no cora. e tugu nas prociaOei, e acento
no Cabbido para emquanto propuzer.
E mais se não continha nos dittos eMttutoa e capitulo do Arcediago da Sexta que fis
trasladar bem e fletroente a que me reporto, em vertude do deapacbo do Reverendo Cabbido
a qual asignei do meu signal razo mente de que uzo. Fvora e Cabbido nos XVII de Junho
de MDCCXLI e eu o Coaigo Antonio Alvares Louza secretario do Kev. Cabido a fiz escre-
ver « iulMcrBvL D. Antonio Aivarei Lavim (A^.AJt).
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oomiattrio ao Muito Revcnndo Scohor Igmçio de Si Sylva « Albiuiueniue iMini o que le
Dib ptsse commissão na forma do estyllo. visto ser tamb:m ja nomeado pelo Rev. Senhor
Jvàt nomeado, e delegado pelo Rev.do Cabbido. Évora 20 dc Fevereiro de 1742. Myra.
E por tt adiar nomeado peUo Rev.do Cabido pela sua parte para eita ddigeoda
de genere por juis o Rev.do Ckmigo o Dor. Antonio Alvarez Louza e pelo mesmo ter nomeado
por Comissário da dita deligencia ao Rev.do Conigo fgnaçio de Saa Sylva e Albuquerque
na fonna que se comprometerão ambos os Rev.dos Juis nomeados; pella nossa parte e pella
do Rev^ GaUrido para a aobwdlia drijtcincia de geaere lhe cometem suaa vem e poder
e mandam em virtude da santa obediência que sendolhe esta apresentada hiodOcHapelloe
Rev.dos Juizes nomeados, por parte da nossa Mitra; e do Rev.do CabbidO atlgnada, Dw
cometem tuu veaes e poder di|o aattaada o cumpra e guarde c «m aen cuuipiiuieBto per ey
ex offido secretamente sem que a parte nisso entreveoba nem outrem que por cUe o fiiça
no que gravemente lhe encarregão sua consciência; mande vir perante sy sinco testemunhas
pessoas aniíguas fidedignas e crístins velhas naluraes da cidade de Lixboa pessoas que bem
ooaihegeMBm aoa pays do habditando Luis Antonio Veme as quaes dara o juramento dos
netos evangelhos subcargo do qual lhe encarregará digão a s-crdade de que lhe for prcgun-
tado preguntando-lhe por seus nomes cognomes, idades, ofíicios, c ao costume e cousas deile
e deqxiea pelk» imenogatorioe eguintee m lhe lUloa alguma pemoa ou peeMaa pam que
vindo este juramento nelle diçesscm macs ou meooe do que na verdade soubessem, e que
pessoas forão se conhecessem o habelitando Luis Antonio Vemey Clérigo imminoríbus
e que annoe bã que o cotdieQem de que vive com que ocupação e se o mesmo lie natural
da ficgueaia de Silo lulHo da ddade d» Uxboa ou donde vem, e Ivaz sua origem aso
e que razão tem de sco conhecimento e notiçia. Sc conhecem ou conhecerão a Deonizio
Vemey natural da cidade de Leão Reyno de França bautizado na freguesia dc São Clemente
daa ffmçaf Aroebispado da mama ddade Reyno de Fhmça e que amioe ha que o conhecem
de que vivia com que ocupação c o mesmo he natural da dita cidade ou donde o mesmo
vem e traz sua origem e ascendência e que razào tem de seu conhecimento e noticia. Se
oonheoem ou conheoerto a Muia da Conceiçio de Amaut hautiada na fngueela de Santa
EuTemia da vQla de Panda Bispado de Coimbra e ae a mesma he natural da dita frqpwsia
ou donde a mesma vem e trás sua origem e ascendência c que razão tem de seu conhecimento
e notiçia. Se o dito habilitando Luis Antonio Vcrnc he filho legitimo de Dconizio Vcrncy
e de sua mnlher liAvia da Ooneeicin de Anant e Irmio Inieyro db Antoni
na cidade dc Lisboa familiar do Santo Oficio e ambos filhos Icgitimos dos ditos pays c por
taes tidos havidos, e reputadas; sem fama súbita ou rumor em contrario e que razão
tem pan o saberem. Se tudo quanto tem deposto he e foi sempn pobUea voe e fiuna na
ddade de Lixboa sem fama ou rumor em contrario, e que razão tem para o saberem e de
todo o que depuzerem fará escrever hua fiel inqueríçâo; o qual em masso fixado sera estre-
gue aos Rev.dos Juis e Con^uis por nos e pello Rev.do Cábbido nomeado para esta delll-
genda; e prímeyro que se praçeda a dia nomeara o Rev.do juis comíçario hum secretario
para esta delligcncia pessoa perita que bem c na verdade a faça. sendo clérigo do habito
de Christo a quem dara o juramento dos Sanctos Evangelhos e o mesmo recebera da mao
deUe pam que amboe praçedlo nesta deligenda oom toda a rectidlo e verdade de qne se
fkra termo nos autos primeyro qtM SS proçcda na delligcncia por ambos asignado. Dadao
paçada nesta Corte e Cidade de Bvora sub sello de nossas armas, e signaes dos Rev.dos
Juis e Comjuis nomeadoa aoe vinte e hum de Pevereiro de 1742. OonçaUo loeé de Si
Machado Escrivão da Camara Eodeziastica que o sobescrcvy. Bernardino de Myra Vidigal.
N.B. — Uma testemunha diz que Vernci que António
c clérigo in minorihus: outra
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eborame. «Eite ttnno de cmaminaito o que fis aos 23 dias do Mez de Feveicyro de
1742 MUMN». (A.C.E. —
I.O. 6). —
"Pelo que toca à pensão Bancaria nos Arccdiagados unidos à Patriarcal, escrevi a
e as qi» daqtd alcancei do Biapo do Porto. Kta como Voau Mercê ms affirma que se
adia a couza em muito diverso sistema de que se reprezsntou, e que não hé factivel o reti-
lar-se da Dataria parte da pensão que pagou o Arcediago Vemey, nem reduzir-se a menos
de seiscentos escudos para o tempo futuro a sobredita Bancaria, nlo tenho por ora que
icpUearnesta pane. Nio posso poiém deixar de repUcar ao que Vossa Mèrcí diz no que
começ a - Vicm ohxta i> motivo, ctc. aonde pretende persuadir, que a permissão das Ban-
carias luu I>arroquiacs do Reyno fosse hum mero preliminar dos lyusM^ que se fizerào
cm 16 de Deaembro de 1737, sem reflexo algum ao compenso da Dataria, pois «u estou
pnnntíssimo nas ordens que se mandanSo, quando foy a condescendência de Sua Mages-
tade nas referidas Bancarias; e se Vossa Mercê ler as minhas cartas daquele tempo, nellas
achará a declaração de que o mesmo Senhor vinha nas taes pensões com a condição de ser-
virem dc compenso para todos e quaesquer prejuízos que rezultassem na Dataria das gmçM
concedidas a favor da Patriarcal, c do Padroado da Basílica dc Santa Maria. De outra
sorte, que propozíto tinha condescender Sua Magestade em bua matéria tão importante
e tio pn^udldal ao Reyno» de que estava Hvre por hua Bulb de Benedito XIII, sem tirar
dahi a conveniência do referido compenso '
O meter-se nos preliminares o tal artigo sem
decJaraçio alguma (e ainda algmn outro loulmente alheo da real intenção) foy arbítrio
que lá se tomou, e nlo ordem que se mandasse da corte, como estará Vossa Merod lembrado,
pois foy Vossa Mercê que fez os taes luustes, ainda que depois os assinou também o Mfadstro.
Não hc pois conveniente que Vossa Mercê se mantenha nesta falsa imaginação dc que ainda
licào por compensar è Dataria os referidos prejuízos». (B.A. 49-VII-32. pags. 19 e VIII
-40, png. 101).
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g) No9ar^reítiaaçaamttHdadtttm20deAbrUl74iparadrf«tkkroiiis.
M
ct Ciinoulci dfctM PnliliiiiiÉils Pcd iae, quoad ultfano didas deoem Dignitatcs cuHibct
earum quamlibet pro tempore obtinenti, ter centum mille regules monetac Lusitanae sin-
gulis annis, persolvere teneantur. Em virtude desta decizão deve o Cabido Patríarchal
entregar puros ao Arcediago os 300. escudos. Mas para mostrar o papa que era sua mente
que estes se lhe cotregassa puras, a Inw da Ioda a dcçpeia a orna da pagar cousa algua;
despois das palavras que assima tinor da Bulla, continua assim: Oiif>dqiie omnia et quae-
cumquc onera obligationes cxpensac, et animissiones quac ultimo diciis doccm Dignita-
iRnis caadecsqua ct earum shigHlas reepcctivc obtincntibus, ffsspcctlwa ineumbontt iOa
vidclícet et illae guod personalia ct personales, ab iis qui easdem decem dignitatcs pro têm-
pora obtinebunt: aiia vero, et aliae lealia, et reaks esse dignoscimtur, ab ejus diciae Patriar-
dnlis Eockaiia iniiboiNosíi Owideotalb Capitulo ct Dignh^ ct Guioaicis pracdietis
... suportantur.Daqui se ooBw que os Arcediagos ficâo com os oous pcesoacT, isto he de
assistir ao coro ou ter o Bago, os que tem obrigaçoens etc. porque este ónus hé talmente
anexo à Dignidade o que não se pode suprir por outro Cónego por náo cont undir a gerarchia
EcclBiiastlai« oa sua insdtoiçlocalAaBsno o peso oo de servir oo de pagur caio deve Tazer
fi.a(?) por si fica claro que a obrigação he real, c consequentemente deve passar ao capitulo
Patriaichal. Depois disso este Aroediagado não perde nada se estando presente na Cidade
nio fosc flner as soas obrigaçoeos no Ospitolo, a oSo tem multa por isto nem o Cabido
pode pertender mais do que eOe nomec, c pague, OU nomear o C ahidu c a razão he porque
o Estatuto lhe faculta o poder servir por outro pagando; onde não lie pezo pessoal o paga-
mento mas realmente anexo aquelle aerviço. Nio asado oono os outras Anediagados,
os quaes nio assiatindo cn detenninados dias, pscdem. E daqui maamo se tira a mayor
laiflo. Porque os outros em outras Catedraes que requerem a pessoa, a hoje ficam com
300 mil reis, se não assistem em determinados dias ou pagão, ou nio. Se pagio não deve
pagar o da Sexta, poiqua o Estatuto nio rcquere pessoa que haía de fazer figura na Igrôs,
loquare bem sim a utilidade do Cabido, que qualquer outro lhe pode fazer. Se com tudo
isso os outros não pagão hoje, nem o da Sexta deve pagar que tem menos razão, porque os
outras tcoí nsidencte a o da Sexta ilio: pois (...) B esta dveimslancia he de grande mooMoto
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2.* Aaepnda mio
le tín do Breve —
Optnmim vfgaan deeet Agrkolam, de Bene-
dito XIV ennanado em IS Dezembro 1740, para declaração da Bulla assima. O Papa nelle
nomeando os 10 Aroediagados, e entre elies o da Sexta, e repetindo as palavras assima
chadas todas, declara que todo o jus nominandi, praesentandí. etc. que pudessem ter estes
10 Aroediagados, especialmente nlguos de Bnga (que tinhão Igrejas anexas como também
jus de deputar Juizes, Ministros etc.) passasse ao Capitulo Patriarcal O jus visitandi
passasse ao Bispo ou cabido, prout de jure. Daqui se colhe que estes Benelidos íicão hoje
de natnvBsa divena, e consequentemente que o da Sexta nio fica com o jus nominandi,
e consequentemente nem menos soKendi. 3." A terceira razilo se tira da mente dc amhas
as Bulias pois não so as palavras da Bulla favorecem o pagamento dos 300: livres de todo
o ónus, mas também da mente delle ae mostra, porque quis sua Magestade e o Papa conser-
var as ditas Dignidades com a sua enognui pORt e que a Patriarcal que recebia todo o ren-
dimento do Benefício e privilégios etc. suportasse o incomodo. Onde determinando a Bulla
Religiosa que todos os canonicados dismcm brados pagassem à Dataria como se fossem
ínteima, **—*f 10 aleodeiido o ficarem extintos, e oomo timplex Peivoiiados, ou Dignidades
ventozas, ttCnndO se exprime a I cy Canónica, c atendendo a limitação da côngrua com
que ficio, aupirnsamcnte declara que paguem pelos 300: que se lhe assinâo e Sua Mages-
tade ae obrigou assinar à Dataria a compensação pelo que se tmio i Patriarcal E isto
he fiKto oonitante em Roma. 4.'' Mas supondo por agora que esta aegimda razão não
valesse, e que o Arcediagado da Sexta ficasse com a nomeação do serventuário, não se
segue que se nomea, deve pagar, porque o jus hoaoritico pode residir em hum, e o real em
outro; oomo vemos nos outros dismembrados Aicediagados, dos quaes o jus visitandi pas-
sou ao Bispo ou Cabido sede vacante, e o ónus real de suprir as despc7iis as suporta a Patriar-
cal em virtude da declaração de Benedito XIV. Porem ainda deixando esta circunstancia,
ninguém poderá negar que a Bulla JblIirjiMa; nto advertio ou pievenio o caso deste paga-
meulo de sorte qm decidisse que deva pagv os 40. O Estatuto não prescreve a quantia,
e ainda que a prescrevesse, não falava no cazo de ser dismembrado o Beneficio de sorte que
se lhe tirassem quasi dous terços do rendimento. O costume tirou 40: ...de 800:... que
ae aupoe condigiio deifoloo para tal venda. Hoje pob deve dispocae divecaamente e aindn
nesta hypotcse de poder nomear e haver de pagar, não podem os capitulares de Évora per-
tender mais do que pro rala do que lhe íicou ao Arcediagado; e isto não so de equitate, mas
de jiutitia, poique nio ha Iqr que obrigue hum homem a suportar htm tal peso, quando
he obriptdo a icatitoir dou teveos do rendimento. (ASiAJt.)
k) Manaria éaBe eoae aspettanti aSa Banearia ádrAreUSaegimio EMtonme A LtUgi ÁntoiUo
Vtrmy «f nOs jan rtaiowMfte 1742 —
Neila cedoia Bancaria di acudi 600 data dal Signore Fnmdsoo HaigenvillecB atU 14
Luglio 1741 per Ia spedizione deirArcidiaconato di Sexta, Elborense, conferito nel 1740,
ed espedito nel 1741, fu (ata dal Gardin. Pompeo Aldrovandl pro>Datario il aegiiinie
rescritto nel 1742.
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V«rney, sopra li fimtti ddTAitídiKoiMto dí Sexli, dipiitâ non masiom delia Chiesa Gat-
tedrale Elborense: dei quale. come vacante per morte dei q.m Fiandioo Malheiros, ne fíi
previsto dello Signore Luigi Antonio Vemey, in conformitá delia mente di N. Signore
Quindi. è ch'io sotto dichiaro avere itatituito al detto Signore Luigi Antonio Vemey la
suddetta oedola liberando coUa presente il medesiroo pagamento ddla auddelta • ftwcndcnfl
in di lui Tavorc donazione irrevocabile, ed amptissima ccssionc, non solo delia somma in
quella cuntenula, ma anche di tutte e singule rinnovatorie, cbe in sequele delia medesima
potcaaero oompeme, e ríqpeUivainaile Ani. Ferehe coai, etc ín fede. Roma 1742.
F questa cedola Bancaria ooDa nddetta rinunzia mano dei Signore Fiandsco
SOCIO, resto in
Hargenvillers, che avea iatto la Bancaria suddetta. Nei 17S4 essendo stato provísto il
medeainio Luigi Antonio Vemey nel BeMficio MmpBoe di S. Maria di Beja Elborense.
bencbe questi neirultímo stato di Dataria (di*è quedo auol far leggi) noo aia ttato gravato
di mczz'annata; nondimeno il Datario Níillo ha voluto gravarlo di essa: c di piCi volcva
gli fu&sero distribuite; non furono mai trovate ne dai Missis, ne nella Vachetta dd Pero*
bitum, deve d dovca Irovaie notata in qoedo modo: fiUerm nomfymth. mor Fimvelia K
Akàfwandi: in somma non furono mai e poi mai irovatc, nc notatc spedizioni di Bolla di
Bancaria. Fu anche cercato nd Missú sotto tre nomi: Fompeius Aldrovandi, e Aldrovandi,
e £1 imtf ÂlávHUKB, ed in nemno di questi fú trovata Bolla veruna. Dal che il Signore
Massarosa conchiuse chiaramente che non era stata spedíta Bolla niuna; e Io disse cosi
al Pcrobitum Sellari, che restò persuajo, e capacitò ancora il Cardinale Millo. Onde il
Cardinale suddetto nel fine ddla scrittura, o sia faiio Ittformativo dato dal Verney al Ministro,
feoe di próprio pugno aeponte reaoftto: Matsenv ébave rmnmrL Dk 22 AíartU
il
17S4. /. Card. Prodatarius. C nel Libro Pensionum neirUffizio dei Perohituntt al margine
áéBíAnhidiacotkaus de Sexta Eiboren, pro visto nd ed spedito nd 1741, fu posta allora
1740,
la seguinte poetilla: Dk 28 Marftf 1754. Uem Vèmei fidt proHaa ât simpUci Elboren,
et non renovavit ad formam Rescrtpti die 22 dicti Metais. E la sdttura, e Fatto Informativo
col Rescritto di Millo rsatò prasso ruCBdale di Dataria. In quesu manieta Vem^ scansò
( I ) Num outro documento em que se repetem os mesmos factos com redacção diversa,
lé-se neste passo: «Su tassato io Dataria, 171 Ducatorum auri de camera (cioè di 17 paoli,
e mcatao) et Julionm lepleni, m» com dimidio aMerina Julft».
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la Bumrni rinnovata, ma non potè wannie la n»z*aiiiiata che noa dovea paiare pd
Benefizio di S. Maria di Beja, O qual fu gravato di scudí 20 di pensione Bancaria oon oedola
dei Signore Ludovico Quarantotti delli 28 Manso 17S4. Quale fu diattiboHa al SifDam
Cesare Peruca, uffiziale ddk Comporunda (1). (A. SA.R.).
O documento que vimos referindo em notas, que ae intitula Nolida per la Coadjutoria
deli" Arccíliaconato a favore di Gio. Curlo V (sic) Sen/a niuna côngrua (non essendo obbUgo
di assegnarla neiie CoadJutorie) tirata dália Posizione deiie Baiicarie, Rinnovttíorie, ciie si
trova nella eaua eoíTàteenaa — tiaz no fim notkias nlo lefèridas no prímeiío: Nota. 1783.
Nei Diccmbrc 1783 passò in Dataria Ia Coadjutoria dcirArcidiaconato di sesta Elboren
fatta da L.A.V. a favore di Gio. Carlo Vcmey scoza côngrua, e costò in tutto con due
treauntí e eonti Romanoa acudi 650:05 aenza contar rAgnzia di acudi 28, dw non ai pagò
dal coadjutorc. Noo 9Í rinnovò Bancaria, nc pagò mezz*annata. come volM TAb. Aiseoti:
c pa-ísò col si>Io attcstato dcl capitolo di liNorii -^dc Vacante, conforme erame passata duc
aitre nel Maggio delio :>tei>60 anno: non ostante tutli i fracassi dell'Abb. Argenti, e dal
Por esta por mim feita e assinada, digo eu Luiz Antonio Vcmey, professo na Ordem
de Otiato, e Arcediago da Sexta na Santa Igreja Metropolitana de Évora, que eu constituo
meoa Pracnradoica Ao Senhor Capitam Dionizio Chevalier, a ao Sodrar Djonirio Antonio
Vemey, ambos juntos, e cada um separadamente^ para que por mim, c em mBOIMMM^OOinO
se eu prezeotc fosc, c posam asinar a Petisam em que * pede a Sua Mageatede Plddiwima
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a lesnua pm
poder icnundar o meo Aroediagado com futura sucesam cm favor do Senhor
Joam Carlos Vemey. Dando-!he todos os |NMfcni Cffl Direito necessários, com faculdade
de iuatituir esu em um ou muitos Procuradoia» e icvogalo» a seo arbítrio, ficando-lbe sem-
pre oc wot podBBM nlvoi»
Roma, cm 14. Novembro 1781.
Lino Joseph Mauritiis Lsciepior das iiullas desta Nunciatuia de Portugal, Notário
Apoitolico dos apfsrovadoe m
toam do Sasrado Concilio IVideatíiio, de. Oertifioo e
porto por em como mc foi appresenfada por parte de Luis Antonio Verney Arcediago
fe
da Se de Évora huma sua petição com kceiua de Sua Magestade para e&te poder renunciar
odltoieoBaiefldooqiiBtudoliedotheorHgubite. IMçio: SeniÍHM«:I>iiLaiiAnl6iiio
Vemey Arcediago na Igr^ Metropolitana da Évora que dle por padecer muitas e continuas
emfermidades, se acha impossibilitado para entrar na assistência efrectíva do seo Aroedia-
gado, e por isso dezcja renunciar o mesmo Benefício na pessoa de seo sobrinho Joio Carlos
Vcmy CfaHo in Minoribua par CoaiUjutoria a flituia iucmíIo. Me a VoaM MtagMtade
lhe conceda faculdade para impetrar 8S oompcteotcs Bulias da Tcmmda do sobredito Beae-
fício. E recebera Meroe.
lioensa: A Rainha Nossa Ssnihom ba por bem conceder faculdade pan «ina o sup-
piicante possa impetrar as Bulias de renonda do Beneficio da que ae tnla nio seodo da
apprezentaçio do Real Padroado.
Palacio de Nossa Senhora da Ajuda em 19 de Mayo de 1783. Viscoode de Villa
Nova de Cerveira.
E não SC continha mais cm a dita petição, e lioensa que bem e fielmente a copiei do
próprio original ao qual me reporto em fe do que me sobscreví c assignei com os me os
sitnaca pobioos e nao de que mo.
Lisboa 26 de NAqrode 1783. E cu Lino Joseph Mauritiis Escreptor das Bulias desta
Nonciatura de Lisboa Notário Apostólico a escrevi e assinei (Segue a assinatura e o sinal).
(A^Jt.).
k) Falto iiijonmiivo
Esscndo stati conferiti in Curia tre Bcncfi/i semplici dei numero di quelli 10 che neUa
Bolla deUe 4 e 3 Parti restarano iniieramente applicati alia Patriarchale Lixbooen., riíer-
vando solameBle per ocnuno scudi Romaid 300; dòé TAicidiaooHMo di Fonle
contrua si
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oooi, dw pfia godevano groMe randite^ fu ridotta i teoái 50 Vmno: ed è tuita iKitatt né
libri delle pettsioni delia Dataria con tali parole: Archidiaconatus di Sexta etc. pro Aloysio
Antonio Verney etc. cum pensionem scutorum 100, pro persona mmimnda. Nombiat
Emminentistíima Cardinalis Aldrovandi Prodalarius xa mentem: quae est. ut pro medleUtte
et finan Damiid Cardinalis, et pro aUa medletale favore Illustrissiml Domiití Sampifyo. sHk
praejiidicio Renovatoriae favore Datariae. Ciò fatto, delta oedola Bancaria. ch'cra síata
fatta dal Signore Francesco Hargenvillers, sotto li 14 LugUo 1741. fu restituía à deito
Aidlidiacoiio Veroey ín una manieni aaaai autentica, è da noa potani mal mettere (n dubUo
Ift mente delia Dataria è Ministri Reggi : Impircioccè non è stata restituita in segMo^ è
brevi manu; Ma è stata distríbuita dl carattere deli Eminenttsiimo Aldrovandi Prodalario
ín commodum Illustriasiini Equiti Sampayo, i distribuHa aenza nesun altra ciauaola: è
datto Signore Commendatore Sampayo avendo scrítto sotto la detta Bancaria, mà par
qualunquc rinovatoria in fiituruin, ia restitui al dctto Arcidiacono Vemcy, chc pcrimcntc
rba restituita al Signore Hargenvillers, appresso cui si ritrova, è fu allora assicurato detto
SigDon Veroay li dal Ministro^ iMf^pofv, P. Fianoeioo Goomi, ai dal Sgnote Commen-
datore Sampayo, che ditta Bancharia era fittizia. apparentc. fatta per dottO motivo, c che
niente gli poieva pregiiKlicaie in futuram per qualunque Benefizio potaHe avere; è che
restava ml caso medcsaimo dd ahri doe compagni, che espediroao oei medesímo tempo;
è che non ricercar-se altra prova, dieTessergli stata inticramente restituita lacedola; attesochè
cedola restituita c cedcla non pagata, anche scctMulo lo stilc di Dataria. In questa intetli»
genza sono restali tutti. ne si poieva prevedcrc che fosse per nascere dubbio venmo in una
mataria coei diiara è triviate. Nd aegufaile arnio 1742 è stato codMto 1'Aiddiaooiiato
Visen. dei medesimo íhlttato â favore di Pietro Pinto Ribeiro presente in Curia, anchVgli
primo possessore di deito Benefizio snovato. è detto Arcediaconato è stato espedito senza
paflara venma HaDcaiia oomc coala dai Libri di Dataria. In oggi pretende la Dataria dw
si debba rínnovare in virtú delia nuova provista dd Benefizio di S. Maria di Beja confcrito
à detto Signore Verney. la Bancaria deirArcidiaconato di Sesta per la somma di scudi 50
ríservati à favore ddla Dataria, che sanno in tutto scudi 300: loochè non poule avere luogo
nd pwaewta caso, per la mggioni die siagono. 1 FBrdM caieado detta oedola Bancaria—
flttiliae imaginaria, non si debhc rinnovarc impcrocche non si suol rinnovare quci pagamento
:
che aon è stato niei falto; il quale solo puol faie stato per i futuri Arcidiaconi, non per
qndlo non rha pagato. E qoeala i Ia pratica oostante di Dataria. 2 — tad» cseendo
detto Signore Verney primo possessore dl Benefizio cotanto snervato. ed avendo espedito
ínsieme cogli altri, che si trovavano nelle stessissime circostanze; debbe godere dei medesimo
privilegio degli altri. Ne si puol escogitare ragione veruna diversa per cui egli solo dovesse
aliara pagare, non avendo pagato Taltri due che sono statí tratenoti insieme con lui per
ordine Reggio, che spedirono col medesimo ordine, nel medesimo ordinc, ncl medesimo
tempo, nelle medesime circonstanze, collo ste&so fruttato, colle stessissime ragioni senza
venni divarlo: Motivo par ctà andi*cgli ha avuto ia stesia grazia di rtmert la ma Baacarh.
S— Perche TArcidiaconato Viscn. spcdito Panno seguente 1742. dopo iiucllo del"Signorc
Varaty, noa ha pagata veruna Bancaria, ne si trova gravato di detta pensione, perche si
trovava nd medesimo caso ddlitrementovati, e pure essendo stato gia fiaiato lo Stato ddla
Bancaria fittizia di 50: nelPArcidiaconato di Sesta Ebborense. cn piu ragionevole dw detto
Alddiaconato Viscn. si conformasse à setto stato. Nondimeno non si trova gravato di
venma pensione, c non si puol capire la regione per cui non avendo deito Arddiaconato
Viien. dw spedi dopo Anato lo atato di Dataria, pagato veruna Bancaria, ddrtw rinovarle
TArcídíaconato di Sesta, chc ne pare Tha pagata, perche gPè stata restituita. F Ia pensione
na libri di Dataria notata delli scudi 30: fa suto noo per lui, ma per i futuri Arcidiaconi.
4— Podw Mona. Almada, che ^xleva detto Arddiaconato di Vdla Nova de Ctoveira
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BnchavoMe di lopre meotovato, eawndo itato di doovo praveduto nel 1747 dd Gmonicato
PMtOfdkose per obitum dí Sunone Pacheco, non ha rínnovata la Bancaria per non averla
piía pagata, tutto che rítoroarsse in Dataria con questa nuova provista dopo iissato lo
pregiudizio dí deito Signon Vcmey, e degiii aitri Portoghesi, che in aprc&so si iroveranno
in siinili caii. Altrimente conwerebbe dire, die le Bancarte de Benefiei di Fortogalh semprt
\i din e.ssera inmvare. i> vivo i> morto ií pensionario: Locche non si è mai pratticato in verum
Bendizio di Portogallo, e ne pure degir altrí Regni, imperooche morto che sia il pensio-
nario, non d rinow Bancaria venma. B queda tola laggione nd nottro caso en avd>
•nfBdante per ewitafa la rinnovatoria, ancowh» detto Arddiacono de Sesta avesse vera-
mente pagata na Bancaria; è multo piíi non aventola cgli mai pagata, come è notório.
6 — Perche essendo stato tratlato questo negozio dello siato di Dataria, e delia re&tituziooe
ddla Bancaria, da doe Mldttri R^ni» U fUa» Francesco Gomes, «d il Signon Commen-
datore Sampayo, per ordine da <|liall gU è stata restituita solcnncmcnte dctia Bancaria,
non si debbe alterare in oggi nienta di qudlo fu allora concordato con detii Ministri: oe si
puo grava» in oggi detto ArddJaoano, quando allora fti coacoidato, il non fin^ pagare
Bancaria e gU è stata datta oolle mani dei Signore Sommendaton Sampayo, la sieurezza
in seriptis di non doverla rinnovare piu. 7 —
Perche essendo stato detto Signore Vemey
pcovcduto in detto Aiddiacooato di Sesta per ordine espresso. è raocomandazione delia
aoa Corte, «Mgnilo dalli due Ministri Goraea e Sampayo, oomo è noto à tiitta la Naaioine
Portoghese in Roma (cd è anche bcn notto che essendo stato ditto Arcidiaconato promcsso
airE.mo Corsini per un suo raccommendato, il quale £.mo fccc tutt i suoi sforzi accio gli
mantenessero la parola, nondbneno detto E.mo essendo stato aocervatto dal R.mo Gomes,
emera imi?tgnff delia Corte, in assequi delia medessima cedette, e Tu datto al Signore Vemey)
non debbe essere di deteriore condizione degli altri tre Arddiaconi, due de quale espedirono
insieme con lui, uno dopo di lui, seiaa aver avuto da S. Màtstà detta raeeommandazione,
a senza pagare Bancaria ed in oonseguenza senza rinnovatoria. Anzí se vi fusse luogo a
qualihe dubbio, si dovea prenderc ogni arbítrio vantaggíoso a detto Signore Vcrney. in
ossequio di S. Maestá Fidelíssima, che lavea fatto godere detto fienetizio col merru de suoi
Ministri. Non essendo vivoe fanlle dte il Re Fkkliasémo Aweaae allora raccommandare
detto Signore Vcrney. acciocchc egli solo restasse gravato di un peso, che non à stato imposto
agli altrí suoi sudditi Portoghesi, che spedirono nel niedesimo tempo coUc siese ragioni,
vodere detto Signore Vemey, volessero gravado di un peso di cui non erano stati gravati
Taltri Tanto piu che detto Signore Verney è stato di bel nuovo
duc Arcidiaconi suddetti.
roeettmmnmltttn datta Saem Ma
dH Xi FtdtBadmo Gkatppt tJUIemmit irtgnant* (come
taiã
è bWB noto airE.mo Signore Cardinale Millo) in ossequio delia quale nuova raccomman-
dadonr, se gli dee almeno usare qucl riguardo, che si c avuto per gl'altri irc Arcidiacooi,
che spwMnoro ooo «ao hd, « dopo di Ini, qonH tulti non hamio pagata veruna Bancaria,
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ne rínnovatala, quando sono ritomati in Dataria per ahra provista per Mtum etc. e questo
riguardo tanto piu se gli dee usare, perche oggi è obligo pndto ddla Dataria di mantenere
la euo Siffnon Vemey per bocca deUi due mcntovati Reggi Ministri di
parola datta ad
non dovece pagare ne Bmcnia, ne rinnovatoría. Locdie oo«a evidentanenie dalla rioevuta
fattagU dal Sonora CommeDdatore Sampayo sotto la prefeta oedola Bancarâ. Ewodo
pur troppo evidente, chc se dctti Nfinistri avessero voluto. che detto Signore Vemey pagasse
la Bancaria, e la rinnovasse, non gli averebbero falta restituire dctla Bancaria: e se avessero
Goncofdato oolla Dataria, di*egll dofveaie rinovare teytoimon, pereiocche non ai dclibe pva
sumcre mai. chc i Minisiri Reggi burlino i sudditi de suoi Principi, principalmente in una
matéria cosi grave, ch'egli no maneggiavano, ed in tali circostanze. H questa sola raggiooe
doverebbe bastare per fare vedete quíUe era la nunte detti Mbdstri Reggi, e ddla Dataria: e con
questo ratto si spíega ad evidenza qualunque parola dubbia o equivoca clie li litrovwe pom
ne libri di Dataria, atteaocdlè il non ammetia liipoila veriina.
fatio c cosi evidente, chc
una oedola Bancaria ad tm Ministro Reggio, éke troltava ff medesimo negoxht E ^aamb
mai detto Ministro l'/;<t res tituirá al provisto colla rimmzia in fiiturnni se non vi fosse l'intM-
ttnza di doversi resliluire Come in fatti face detto Ministro, e con ciò ha spiegato la mente
'!
ddla Dataria e Taocoixlo fhi laco &tto. Quarta nginne talta subbHo a^ oodii, e non ao
chc cosa si possa opporre in contiario. 8 —
VI i and» da considerare, che il Benefizio
di S. Níaria di Beja, conferito in oggi a detto Signore Verney, nelTultimo siato che si trova
in non osianle che Tultimo stato sempre dia
Dataria, non era gravato di mezza uiuiata, c
ngota aUe eqiedizione ddle Bolle, nondimeDO la Dataria viiol in oggi cnaoere h apeia d^
Belle, col gravato di questa merra annata chc non ha pagato il suo antcccs^orc. E non
pare di ragione, che avendo la Dataria imposto gli conuo il solito un oeso nuevo, voglia
auneotasB queito paM e vwderio pta invaao di gnui funga, ool imponn ia rinnovatoria
dtma Bancaria littizi» d» non Im mai pagato, ed in conacgaenza non dabbe rinnovan.
non vallet». Hc verdade, e se acha provado que o Resignante passa de 60 annos, que padesse
infermidadea, eqoeU 40 anKwqoepoam o Bene&do;poi«mnio se prova, liem he verdade
c|ue o tenha servido c serve per se ipsum. Por Procurador tomou posse, sendo residente
na Itália, e nunca rezidiu nesta Cidade, nem cumprio as obigações e encargos do fieoeiício
per se iptmn mas por Procorador. O Papa pemiadkio de que o Rezignante tinha lervldo.
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serve como ae Ibe icpramtou, e já nlo podit aervír <ywr nr Imhir oBencâcw de ttítr díctae
Mayori Eclesiae per se ipsum deservire non vale» lhe fel a gnça de GowUutor. impoodo-lhe
a obrigação de rezidencia local «quod dictus Alotsíus a residentia locali qme «otea tcnebatur,
exemptus miníme oensiatur». Se o Resígoante dicesse ao Papa que ntmca tivcn readcDcia
local, e que servil» o Beneficio por PRMUfMlor, lalveB lhe ofto concederia a gnça de ooad-
jutoria. com futura sucessão, assim como sc nSo concede aos Beneficies simplcce$ que podem
m) 9gsfo&tu ás éMdas
quae nullum Ordínem Sacrum annexum babel, nec praecbam retídaafom requirit: staHum
roncnn ia dM»olMl)et,vooetamen In capítulo caiet. ASvoriainpoKdiclocapitiiloiíMaiiBn-
tia tam circa litcs, quam bona cjusdem Capiíuli, aliaqiie peragcndi ónus habet; quae obligatio
per alium suppleri potest». Daqui se ve, que o Bcnciicio não tem rtzidencia local obriga-
tória. Que lemcaÃ*«M0 Cairo. Que pode suprir as suas obrigaçtSes por outro, l.*— Oter
cadeira no coro da-lhe a faculdade de poder asistir a todos os Ofícios Divinos, e Prodsoens.
E ae o Arcediago estando em Évora asim o fizeae, seria maior decoro do Capitulo, e louvor
do Arcediago, e seria mais conforme à primeira initituiaam dos BensAcios, os quais todos
ao principio eram servidos per se ipsum. Mas os tempos e as drcunsiancias alteraram tudo.
E O poder asistir ao Coro (in divinis) quando qiii/cr. mas sem obiigasam. se chama na
Dataria rezidencia causatlva. H esta faculdade com qualquer outro pezo, sempre se julgou
cauza bastante para conceder a GoaiUntoiia. 2.» —
Quanto ao nlo ter reiidenda heal,
mas somente o poder suprir o pczo das demandas per alium. iso está tam l-iein declarado,
que muia mais. Suposto isto, qualquar palavra da Bula, que posa parecer duvidoza, se
deve explicar pelas outras mais daraa. Õcpoem o Resigmmte ao Piqia a sua idade, faidía-
posisoens. e tempo que goea o Beneficio (coizas ja costimiadas nas suplicas) e diz mais que
de/ejando ele servir o Beneficio etiam indivinis íno coro) como seria conveniente, c decente,
M par esí, et in voiis habet, e nãu lho permitindo as sua^ circunstancias, dezeja fazer coad-
jntoria. E aqd vai aiqiondo que o Coa4Íutor o poderá fimr, que seoio tiver impediíneoto,
piamente o fará. E da SUa OOOciencia.
nisto mostra a deiicadeai Nani di?: em nenhuma
parte, que sérvio o Beneficio per se (ptum, ou que o tln* strvir. Nem o podia dizer, tendo
jidedmado ao ftpa, que o conhece i nuntoe anos, que ele quazi sempre esteve cm Roma,
desde que o goza, e nunca tomou para Portugal. Onde as palavras «Tn divinis per se ipsum,
ut por est, et in votia habet, deaerviíe^ ooeraque sibi illius ratione incumbentia perferre noo
valet», nada mais queiem diw, sanam «ne dezejava^ para maior perfeisam, e dezafogo do
ato xeh, OMÍstir par d mesmo mo Coro, e servir por si mesmo os ouiros pezos, como seria con-
veniente eáteenie a qualquer Beneficiado, E as palavras, ut par est. não podem aqui signi-
ficar obrigasam de rezidir, porque já tinlia explicado que não avia tal obrigasam ; mas so podem
significar uma coiza justa, decente e mais conforme à instituiaam de todos os BeneAcios.
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E «aímodteqaedai^miMriinenioMiatiraoCocoecmcalarotoul^
mas que náo pode, pelai nus cÚGunittaKtas, é coiza muho divena do que
ficio, diar qtie
bem «gqdkada e que nlo podem oauar duvMa nenhuma. Daqui pasando is pelavias
a reiidentia, qiia antca lenehatur, exemptus mlninie censearur. \c-sc claramente pelo contexto
da Bula, que nem supõem, nem impõem algimi pezo novu. Pergunto: Que rczidencia tinha
este Beneficio antes da Coadjutoria? Nenhuma local (como se tinha explicado muito bem
ao Papa, nec praecisam residentiam reqtrirít), mas so o pezo das demandas, que se pode suprir
no Coro. Pois esa e
suprir por outro e tinha mais a rezidencia causativa de poder asistir
nada mais, é a que Aquelas palavras sam formulas da Dataria para explicar que
lhe íka.
nam poem, nem nada de novo. Sam palavras eondleiàHais que todos interpratam asim:
tira
Refenfa eadem resídenria, si quam liahet mas se nam tem iczidencia local, como no noso
:
cazo, nam fica com outra rezidencia diversa. £ seria uma contradisam manifesta e ridi-
cula, diaer a Bula ao principio, que «omi ttm rezideitáh, e diaer depoiív que fiea com re^
dencia. DÍ2Sr que conscna a que tinha (que não era rezidencia local, mas so pezo, que
se supre per alíum) e dizer que lhe impõem rezidencia local, que i coiza totalmente
divena do pezo que se supre por outro. Tsto é tam daro que nlo necesila de mais
prava. O
Papa sendo bem infoiínado de tudo. e querendo beneficiar om omem bene*
mérito, que ele hcm conhecia, conccdeo a Coadiutoria F quem pode negar ao Papa a
fiwuMade de conceder coadjutorias em toda a sorte de beneticios, ou com cauza, ou sem
cauza? Nem obeta o dizer que comumente nlo se concedem senio nos de Rezideoda
porque o Papa pode conceder uma grasa a uma pesoa, e nega-la a outra, como sucede a
miúdo. Alem diso, acham-se muitos exemplos antigos e modernos cenoedidos para Por-
tugal de aemeihantea coa^iulorias. Basta sitar um do ano I77S do Aroediagado da Govi»
lhan na Guarda, o qual Iam também um certo pcao, que pode suprir per o//iim. Ecomtudo
o Arcediago o renimciou por coa4jutoría em sco sobrinho Leopoldo Antonio Pereira Cou-
tinho dc Vilhena, que ainda viva: alem de outros exemplos, que agora nam me lembram,
nem sam neosaarioa, visto que o Fapa pCNle conceder o que quizer, e a qusm qoiM. B alem
diso é coiza clara, que sem tais exemplos, a Dataria não introduziria esta novidade, dc con-
ceder somente ao Resignante esta Coadjutoria, porque nisto procede com muita cautela.
Em oooduBun, as premiaas adtanne ja provadas. I.* Oa privOegioa e peais do —
Aroediagado, |m>vam-se —
com CS Estatutos do Capitulo. 2.o A idade com a fé do Batiimo.
3.*> — As indispozisocns com a fé de dois Médicos. Ainda que bastava a prezunsam da
Lei Canónica, suposta a idade. 4." — O desejo de servir no Coro e de fazer os outros
cocariospers><wB»nniosepodepi0wcomdopimeatoa,iBaadeve-iecwrao R«ii ^^
que o afirma, como o creram na Dataria E a imposibílídade de poder executar o sco dezejo,
é notório em Roma, pela idade, moléstias, e distancia. E isto é o que se alegou na narra-
sam, a nada mais. De todo íito se setue evidealcmente que nio sam verdadoiras as duas
coizas que o Rev. Juiz afirma que o Rezignanie expoz ao Papa. 1 ° cfc aenio o Bem- — Qm
ficio per se ipsum. 2." —
Que o Benefido tem rezidencia local. O que o resignante alegou
consta da Bula. e nela não se diz tal coiza, mas tudo o contrario, que nam tem rezidencia
heal,0miÊÕo4cbr1imhaaiiiíirlHdMHÍtt9MãqiÊepoikaristlr,qiiepodiMÊi
jwr entro. F era notório cm Roma, c ao mesmo Papa que o Rezignantc sempre asistio OM
em Roma, ou em e nunca tinha tomado para Portugal, ocm se pode duvidar diMO.
Itália,
Alem diso, o
do Resignante ao Aqia, que denijava servilo per te ipemn, se as suas
dizer
dreunstancias lho pcrmitíscm, mas que rtão podia, mostra claramente que nunca o tinha
servido asim, porque o dezejar refer-se ao futuro, e nam ao pasado. porque quem fez ja
uma coiza, nio a áBxejt. teaer; e o Rezignanie nimca dise que a tinha ja jeiío, c que queria
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combmala âe «ovo. Owpii também se «gue que nio é vecdadeéni a 3.» coiza que o R.do
Juiz atríbue ao Papa, de ter imposto rezidenda beoL Porque quem impõem aquilo que ja
eslava imposto, nam impõem nada de novo. E como primeiro nio tinha rezidencia local,
liea também sem ela, porque fica com o que tinha, sem mais nem menos. A palavra rez/-
«feneio, que fez impresam no anino do Rev. Juiz, ja adma fica provado que se pode tomar
Por esta minha i*rocurasam, digo eu Luiz Antonio Vcrney, Profcso na Ordem de
Cristo, e Arcediago da Sexta na Santa Igreja Metropolitana de Évora, que constituo meus
PracundoRe no R.P.M. Dioto Vcney. e ao Sr. Jozé Gomea Rranoo jimtoa e cada um
separadamente, para que por mim c em meu nome, como se eu prezcntc fosc. posam cobrar
a renda do dito Aroediagado, e do meu beneficio de Santa Maria de Beja, e qualquer outra
renda* ou dinheiro que me posa pertencer, atinando conbecimentoa, verbas (dando qul>
tasoens e recibos) coneedsodcKliie todos os poderes am Dinito wnssarim, com faculdade
de substituir esta em um, Ott muitos Procuradores, e revogalos a seu arbítrio, ficando-lhe
sempre os seus podena iaWns. Roma ultimo Dezembro 1785. —
Outras Iguais com as
dKia$: 2 Janeiro 1788 / ultimo de Junho de 1790. (A.S.A.R.).
VII
e quelle dclle Costítuzioni di essa Chiesa ben raeritavano un tal castigo: il predetto Luigi
Verney si è fatto lecito nel giorno 26 dello slesso corrente mese di fare per man di Notário
un ardita Praiesta: oopia di cui d umiHa annesaa allT.V., ndía quale dà di nulUtà non
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lolo all^^atto di detta sua ^jezaone, ma andie i tutto ctò die la predatta Congrefazioiíe
potesse rísolvere in awcnire, quando esso non sia chiamato, ne intimato ad intervenírcii.
Mà perche una símil Protesta, e nella sosranza e nel modo, oitre Ta, dar à fcrire le piii deli-
cate Prerogative delia Regia Chiesa, tenta ancora d'impediFc alia Congrcgazionc Tuso
libero delia sua autorítà, oolla sospensione di moltl atti dí Pietá, cbe sono imminenti, oome
la distribuzion lictie Doti, ed altri simili. oitre le corrcnti quotidiane provindenze. che devono
prendersi daila predetta Congregazione; Perciò gl'Oratori predetti supplicano l'E.V. i
voleni degnare di piucilvere loro tt nodo^ oon cui dabbano rigolani ndUt diooatam
presenti. Che delia Grazia Quam. Despazío dei próprio pugnio dei Signore Cardinale
Corsini. Utantur jure suo quibuscumque in contraríum non obataotibus. Cardioalia
Cortini» Protector.
b) Prolexlus pro IH."' Domino Abbate Luigi Aiuonio yerney. Die 16 May 1741.
Angel! Custodís quo cum pervenerim dictus Itl.nnis Dominua Aloysius Antonius Verney
unus ex Deputatis dictae Regiae Consregaiionis prcbcniavit dicto Domino secretario septem
Memorialla pra dotaadia padlit nqiAens etundem DonUnitm Secretarium ut Ília re^wret
scd ipsc Dominiis Faria Sccrctarius rcnucns, rcsponsum dcdif nnn posse ea rccipcrc co
quta illorum receptio veiiia fuerit ab lll.mis Dominis Deputatis in Congregatione habita
sub die 14 eurraatii BKaiit MaH, qua lespomíoae audita, sopcadictut Domlnus AUmi
Veni^ rqriicavit eidem Domino Secretario quod quaecumque resolulio forsan facta et
quae fieri posset tam in praeteríta Congregatione quam in futuris Congregationibus non
intimato ipso Domino Abbate Vemey et stne ejus praesentia iuxta morem et ad formam
Statutonim dictae Congregationis ftiít, «t erit nulta nuilhoque roboria et momeoti et prop-
terea expresse protestatus fuit, et protestatiir dc oinni illiiis nullilate non soliim scd et omni.
Insuper idem Dominus Ill.mus Abbas Vemey praesentavit ac pcriçgit eidem Secretario folium
Proteetationis oontlneas tite capitula ut in eo reqnirau eumdem Dominum Secretarium, ut
illud recipcrct ct subscribcrci, scd nenuens paríter ipsc Dominus Secrctarius dictum Folium
recipere, responsam dedit quod non poterat illud recipere scd quod dictus Dominus Abbas
recmum haberet ad dictam Congregationem. dictus Dominus Abbas Vemey subiunxit quod
dictus Doninns Secretarius veluti Secrctarius non poterat recusara ilUus receptionem, qua
recusatione attcnta dictus Dominus Ill.us Abbas Verney trad!d!t ct consignavii mihi Notário
praedictum Folium ad elTecium cooservandi tenorís ut infra, Protestans denuo de omnibus
Udie et lefliime protestaadls noa solum sed et omni super quibus Actum.
l.uig! Antonio Verney doppo ricordaie airill.i Dcniitati delia Regia Congrcgazionc
dl b. Antonio di Roma con quanta renitenza accelto l unore delia sua ammissionein Deputato
delia niedessi na, si protesta di nullità à lato intinnatogli per parte ddie Signore loro IIIjm
ct oliic li runilamcnti che piii largamente espnrr;\ ncl Tribunalc competente, non lascia
d'inserire ncl presente Atto quelli che non poul lasciare d'csporre per indamità própria.
I —Che non potevano mal detti Signori Deputati arrogmi milmtafiti cha non gU vian
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faoollata odli Statati delia medessima Coosregiziooe wUi quali nonai kne che possino
fatta di essa; e( in consequenza si protesta con animo di ratificare il presente protesto dovc
bisogni di restar nuUa e di nessun vigore qualsúta bandiè mlniaia dIapoBÍzione, cbe fosse
Gongregazione generale, senza che proven ti vãmente fosse il medessimo
Iktta tn qualsisía
Verney intimato come tuiti graltri Signori Deputati 3 Che nessuno ignora che essendo
questo un Atto di privazionc, mal si poteva venire al incdes&inio se non che servatis scr-
vandis aeirtito lui prima, ct ad tanninoa Júris, petchè oosl al quale dTctlo si oomppiaoerà
il Signor Secretario dargli una copia dl questo protesto i>er csscre dal medessimo Secretario
intimato & tutti li Signore Deputati sopra la risoluzione presa nella Congregazionc dei di 14
rappresenta alia Santitá veslra, come avcndo la Congregazionc delia Regia Chie» di S. Anto-
nio ddla Nszioaale Portoghese , sotto il giorno 14 dei oonente mese di M^io, oqiulso
ed cietto dal numero de Deputati delia medesima D. Luigi Antonio Verney per cause urgentis-
sime, e giustissime; questi si e fatto licito nel giorno sedeci pur dei corrente di fare per mano
di Notaro un*ardtta, ndla quale dà di nulliti non solo all^tto deOa predetta soa desione,
mà anche à tutto ciò dw la tuditta Gongregazione potesse rísolvere in avvenire, quante
volte cgli non sia chiamata, ne invitato ad'inicr\cnir% fiicendo publicamente rcgistrare i.
la medesima protesta n^li'atti dei Caudenzi notaro dcl Tnbunale dei Vicario. Ma perche
Padre Santo da un*atto cosi insólito, edtrr^lafe potwbbe naaoere pregiudiao seonbile
alia libertà, e prerogative ddla predetta Congregazionc, c Chicsa: Pcrciò esso Cardinale
Gonini, come Protettore deila ConxM di Portogallo, supplica vostra Beaiitudioe à volersi dig-
na» di ocdlnave, die la sodetta Protesta levata, e tofta da gTatil medesimi, si chè in avi-
aentre (7) non possa mai apparirne vestigio alcuno, Che Foris viro — Alia Santità di Nostro
Signore Papa Benedetto XIITI —a Nfonsignore Auditore, che nc parli. Per il Signore
Cardinal Corsini Protettore delia Corona di Portogallo — Dic 17 Mau 1741 Lx Audientia
Sanct lsslBii flanctbsinwB attentis et vsris esdsteotibos oamtb dedaraidt proteaiatiooem,
de qua in precibus, non afficere ad efTcctum impctiicndi excquutioncm resolutionum Con-
gregationis in dsdem precibus enunciatis. in rcliquis mandavit procedi, prout de jure coram
Jndidbaa mis J. lacobas Millo Auditor loco s^li iji deehuavlt prolestationem in actis
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— 560 -
HMi Nolarii EminentíHíini et Rcvereadiíaimi d. UrMs Oirdfaiali» Vicarii die 16 ehnque
cadentis Mcoits Nfaii con ) ex parte dicti Aloysii Antonii Verneii non affíoere ad eíTectum
(
VIII
1) Ptocunçio
No
piCMOla AWafá fiuemoa nomo baManie Procuiador ao IlLmo Sr. Laia Antonio
Verney Arcediago de Évora, ora assistente na Curia Romana, em todas as causas, depen*
dencias. requerimentos, e quaesquer supplicas e recursos, movidos e por mover, que tivennoa
feito ou liiemioa na dita Curia de Rona, aendo Autor, ou dwwimiadfti. ou flppwtfft. ou
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561 —
aarisienle em
qualquer Juiio ou TVibunal na dita Curia, e podecá o dito aoMO Poetulador
appellar. aggravar, embargar, jurar em nossa alma qualquer lídto juramento de calunnia,
e decisório, assinar termos, supplicas, artigos e outros quaesquer actos Judíciaes, por qual-
quer Nthil tnmseat, e sustentalo, averlMr de suspeito, e sobre isso formar artigos, sendo
neoBMario, contra quaesquer Ministros. Juizes e oRiciaes, fazer Lunações (?) dezisteodat, e
requerer tudo o mai'; que fizer a bem dc nossa justiça, jurisdição, dignidade e caratber, por-
que para tudo lhe concedemos todos os poderes em direito necessários, sem limitação, reier»
vando somente para Nos toda a nova Usam (7), e podecA o dito nosso Fracurador sabeta-
bdeccr este Alvará cm hum c muitos PrcKuradores e ilUffltllíW. panoSBdoIhe, ficando o
mesmo Alvará em seu vigor. Dado em Faro sob nosso sinal e sdlo aos 14 de Julho de 1749.
Ass. Aroébispo Bispo do Algarve. (A.S.A.R.).
Pelos dous expresos, que no mez pasado chegaram desa corte à de IJsboa, esperava
receber o avizo, qoe V.S. flcm de me insãidar, sobre o libro ftri^
em Nápoles, como V.S. certificava: e aBCitim Já com as aprovasosm, e licensas correnres:
e se tinha dado prindpio à sua estampui: porem nem pelo postiihAo. que partio em Dezembro
do ano pasado: nem pdo segundo que partio em fevereiro desta ano recebi nota alguma.
E como psk» primeiro tive a cerlea de que ja tinha chegado ao Sr. Luis Antonio Vcm«y
a minha procurasam, depois dc uma larga demora; e sei que o dito Senhor por virtude
dela, requereo a V.S. os meus livros, que paravam na mam de V. S. c que V.S. os não eatre-
gara por nflo ter ordem ex presa rainha para iso, mas rim para os entregar a outra pesoa:
Gomo esta ordem foi na fnlta dc lhe nâo ter chagado a minha carta, c procura, c na incerteza
da aoeitasam dela, e tem ccsado com a sua chegada a aoeitasam; V.S. lhe-fará entrega dos
ditoa livros, que sam quatro, sdlíoet: O Poema de mo» IrmSb Fr. Mamut, o Ciypeia áureas,
A plfÊieiÊbÊa singularmente grande, e as Pérolas Orientais tt UÊO estivetem em principio de
eslanifMi. e V. S. as tiver recolhido, lhe fará também entrega delas. Também por carta
do dito Senhor Verney sei que lhe-eiilregou duas copias da Senhora de Miguel de Ataide,
e OS documentos que nstiram. Se ele pedir algum, ou a^m», V.8. também tho^ntregará
Ja a V.S. avizei que se acha\a satisfeita a ultima letra que \'.S, si^brc mim saco-.i dc ajustede
noias contas: e oeste correio recebo o recibo de Galli e Nicolini. (Cumprimentos no fim).
P.S. Ignoro se da Ohada se nemeteram a V.S. os livrinhos em que lhe falei, que
aviam de ir por Livomo, como ttaha OCdsnado o Senhor Comendador que Deus tem.
E quando se-tenham remetido, e parem na mam de V.S. distribuídos aqueles de que V.S.
quizer fazer mimo a alguém, os mais entregará ao mesmo Sr. Vemey. (A.S.A.R.).
S,B. Letra és VermI.
teza da boa saúde de V.Nf. c de minha Senhora Comadre, a quem muito me recomendo
Vejo o que V.M. me refere acerca do livro das Meditações e estar já corrente, o do
Baram Personé haver tomado o encargo da estampa, por servir a V.M., e juntamente vejo
ordens lezumos da importância da despesa ; e lie csrto que hawendose de imprimir em Nápo-
les SC uzaria da estampa do ;iapcl mais fino: porem, como ja avizcy a V.M. que mandasse
entregar o livro à ordem de Monsenhor Veiney, seguindo nesta parte o paiecer da Senhora
D. Maria, pdas raiflea, que já * dtta Senhora e a V.M. signifiquei, e o dito Senhor também
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me npnHDtoi^ que o papd de Nipolet nio en cipu queelte em Roam proc^^ ,10
ultima carta Je V.M., agradecendo a V. M. que para completar a mercê que me tem feito,
queira mandar entregar ao dito Sr. Vemey o ultimo das Pérolas, que resta pelas razões
urgsnln que ji a V.M. em outn dodarei.
E pelo que respeita aos outros livros com o titulo dc Crisis Paraih.xa. que de Olanda
se bavião de remetter a V. M., cunfocme a ordem precedente, que havia do Sr. Manuel
da Gama, que Deus tem, repito o mesmo aviso, que já flz a V.M., de que sepanulos aquel-
les de que V. M. e a Senhora D. Maria qutzerem fasser mimo a alguém, os mais se entre-
guem ao dito Senhor Arcediago, como já avizey. E nem por isto me despeço de me valer
da intelligencia e capacidade de V.M. conforme a occazião se offerecer, pedindo sempre mui-
tas de servir a V.M. que Deus guarde muitos annos. Faro 25 de Março (Maio?) de I7S0.
Ser\'idor de V.Nf mais que obrigado. Arcebispo BiqM> dO Algarve. Sr. Rafiwl Loppm do
.
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Cm 26 de Ktoio de 17S0
Rarael Lopes de LeSo beia as mãos ao S.or Luis Antonio Vemey e lhe manda o conhe-
;
ctinento incluso para que Sua meroê se (...) mandalo a Nápoles afim de se lhe entregarem
bont UvRM, que vem por ooola do Bxjoo Sax Vàpo do Al^nw; e que em virtude da &cal-
dade que dá cm a carta qoe lhe imiete o S.or Rispo, pede a Sua \fercê que em estando
os ditos livros impressos tenlM a bondade de lhe dar seis tomos, porque os tem prometidos;
e que COOK) para • temm «Marà já era Napotei o amiBO a qaem hade lluOT o
gar à ordem de Sua Mercê o livro das Pérolas Oríentaes de hoje a oito dias mandará a caza
de Sua Mercê a carta sem falta, e que sobre o mais em que lhe Tala hi preciso que venha
de RocUhio sua irmai. que entende virá hoje, ou amanbãa, porque em vindo entregará
tudo o que tiver em seu poder a ma Mareê, e que sempii» flca para o lervir oom a maior
vooiade. (A.SAJt).
Conta das despem, que fez cm Roma Luiz Antonio Vemey por ordem, e paia ser-
viso das encumbencias de Monsenhor D. Lhcío de S. Itea, Arcebispo Bispo do Algarve,
oa de Faro, desde o ano 1749 até o tempo qoe ckogou a Roma a noticia da sua morte ( ).
À margem: £m 18 Agosto 7S1 mudei ao P.D.V. copia desta conta afinada.
NB.— A dMda envfaMla ao P. Diofo Venei lubia a 281.6S0, mas a receita ainda foi de
IJOO.OOO. níbito, com nova despesa vinda depois: 410.3.10.
Exemplos Em 27 de Junho 1 750 posei letra ao S.or Francisco Hargenvillers de Roma,
:
IX
NOVAS RECOMENDAÇÕES
S. Magestade he servido ordenar que V. S.» faça as dilligencias necessárias para que
o Papa conceda ao Arcediago Luís António Vemey as&istente nessa Curia athe a quantia
de hnm Goolo de nis amuo cm peaiOes impostas nos BsBsfldos, que se vfoeapefir à
BMisma Curia declarando V. Si* a Sua Santidade que esta «mcesrilo será do Real agrado
do mssmo Senhor. Deoi goarde a V. S.*. Belém, a IS de Novembro de 1733. Sebastião
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Joté de Guvalho e Mdo. Pfen Joaé Fidre de Andmde Emembodet. (T.T. Min. de
Jiirt. — pista «eB.A. S2-~X~3. n« 10«).
e Ex.»» Soor
III.»»
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pcrtkoiaimciite lUUiiidiM Beodlciot aos quus por Concordati m moçlo da FMriatdiat
forão augmentadas as Bancarias, motivo por que Sua Santidade não permettri que estes
venhão agravados de Pençoeos annuaes, constandone, que em outra oocasiSo se fez semi-
a Sua Santidade; o qual respondeu que se impozessem ditas Pençoens
Ihaiite inttanria
naquetlei Benefidos quevagavam nos mexes dos Ordinários. Sua Santidade tem experi>
mcntado nestes dias algum sensível imcommodo C..), Roma. 18 de Agosto de 1757.
Francisco de Almada e Mendonça, lllusiiissimo e Esceleniis&imo Senhor Dom Luiz da
Cunha. (TX litinist. dos Meg. Estnog. UpcSo de Ptwtttgi] em fUm. l^Mé— I760e
Minist. da lust Pfesta 12).
INSCRIÇÕES LATINAS
PRAEDONIBUS
FUSIS . FUGATISQUE .
RFCEPTIS
SERVATORI SUO .
SERVAVERIT IMPERII .
XI
BibUotheca Typis iwmdaWim noa aohm latíni tennonb nhore ftilfentem, venmi etíam
scntcntiis gravem Ubanlsr pvlegi quarc gralias tibi ago. quod illam ad mc misisti ct acre
:
judicium tuum summopere oommeodo. lUud tamen non prohí) quod acerbe nimis Bar-
boMin castigas, quodque Lmitafloniiii iogenia carpis, quorum plura pnettaatMom ftiine
IM praeclare gartac, paitumque per univcnum Terranun Oibon bnpBrium abunde demons-
trint. Ntodo quoquc Lusitanos ingcnio valcrc quis ncgare audcbit, cum tu inter illos
tantum ingenio valeas? Igitur re praestas quud verbis negas, et si enim caetera deessent,
aatit mperque tecto virtuteque tua ortandawa LusRanae nationis gloriam, et magna in
RcmpublicTrn Litcrariam meríta, quae hac Ceanm tua verbis carpcre ct in dubium revo-
caie videhs. Moleste fero te adhuc oculis tabontc, sed spero fore ut quamprimum con-
valesças, quod litenriae RdpuíMicae valde proderít Gua igitur dOigaiter, vatotudínem
tuam, quam ego summis votís tibi cupio, et a Deo peto. Vale. Flnni, V. Idui Septambris
MDCCXLNa. (B.V. — Borg. Lat. 238, Pg. 148-9).
NB. — Publicada por Mons. Antunes Borges, com pequenas variantes, em Vern, W, e
ifinliiMiMa «m Tam, 147.
Dum praeteritae aetatis, nostrique aeví noa omittii monm, Aloysi bumaoissime^
vodi ad booorum omnium Laigitonm Daum, «t lilorit ad me in ipio novi anni vestilNiIo
fausta, et fclicia omnia precandi, agnosco amorem tuum singularcm, atquc bcnigni aninii
perenne monumeotum. Scias auiem me in eodem erga te ofticio esse; Deum enim precor,
ut novus anmtt Miciter tiM deeumt; icapoodeant omoia votit tuis, et, quod aqmt est,
prospera ac firma utaris valetudinc. ex qua gens tua, amici tui, ac universa Literária Res-
publica multum sibi pollicentur. De Oratione tua in Romana Aocademia habita gratulor
tibi vehementer, duplicem ín ea adeptus es laudem, et novitale thematis et elegantia ser-
monts. Sane aigumentum Itliid dt enúungenda recentissima et poifitimima PhOotopiíia
cum Ttaeologia magnificum cst ac perutile. Si haec et similia argumenta Accademici nos-
tri ubique Tenarum tractarent, nugari desinerent. Acquicsce consiliis amicorum, et Ora-
tioHBW iDam quam primnm into comniiua, divolgi, dfQWgBí iode enim omncs ftwolum
capknt uberrimum; tibi vero virtutique tuae lauS aooadet ct gloria. Si cxemplum ad ne
ndttea postquam ediderís, icm íacies mibi gratisdmam. Quaedam superioribus mensibut
a me pradierant oflkii nwi etul vulgari idiomateb iUa « Vntn meo iitbie commofanta
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contra aedes Cardínalis Caraphae aodpiea, leges, com vacabit. Cura valetudioem toam,
imque, ut facis, amare perge. Vale (B.V. — Borg. Lat 238; K< IM-ISS).
NB, — Publicada em Tem.. 148.
Li tens tuas amorís benevokntiaeque erga me pknas una com «mdMMimo líbdlo
de Ortographia Latina, quem tu, Vemej mi, omní cx pane praestantissimo ingenio et arte
ducubraati, superioribus diebus acocpi, quibu» portim salutatoríbus, partim Ecclesiasticis
muneriln» flnmiis oocupeti. Modo vero, ab hb curti «lemptus, quid de tuo UbeUo sentiam,
tibi non íicte (ut saepe mos est) pateraciam. In illo prioMNll cC ttne inteUifeotiae adem,
et linguae puritatem, et veteris erudítionis lumina, facilitatem quoque res multas ac difficíles
paucis explicandi plurimum admiratus fuissem, nisi ex caeteri^ scriplis tuis jampridem
novisaem, quanti in omni fkcuHate valeas. Profecto opus boc vdiementer oommendo, ex
quo tibi fffiftlHt lf"lfTt ac uberes in latina Onhogiaphia fructus apud esteras quoque geo*
tes apero fona. Qoi maxime faliar) Librum hunc
aliquid de ingeniis judicare pos&unt (ni
tuura et numero stylo vera singulaiem multam ad ractam latine aoribendi lationem oon-
ferre omnino statuent. Gratulor quoque tibi non qood aliquando aegrotes (sdo enim
tibi, ut antíquo olim Philosupho, otium non esse ad aegrotandum) sed quod valetudinis
specie Nugatores íullas, nec minus otiosus sis quam cum otiosus esse videaris; oiiuni enim
curandae valettidini debitmn convertii ad itudia wikctiiilma litecanim. ex quibut melior
nostri pars, animus scilicet, summopere rccreatlir. Vide tanasa. Vir sapientissime, ne
tantum animo, tríbuas, ut corpus langueat. Noo deiuat cxenqiia eonim, <ffá nimio studio
ounfedi periera: inium Hennogaois exempluro me tenct, qni madecim annoe agens, adeo
mltetiiorica profecerat, ut plurima de Eloquentía claríssimo nemilBB digna júris publici uo
fadenda cureverit, sed quid? paulo post omníumcum dolore améns evasit, nec multo post
tempere diem supremum obivit. Noo tamen probo sententiam illorum, qui plusquam
duas liotaBinlaidiniegw<lMfMiiiiiiiit,modBt vero adliÍbandMart;iieq«idrt^ CMie-
rum tibi de libello acccptissime ad me transmisso, ct dc officio mihi praestito gratias ago,
ac Servatoremnosuum rogo, ut novum annum, aliosque insequeotes pro Eccksiae ac
RdpubHcae bono dhi muttumque tibi fbitunet. Cura ut valeat. Nonis Januarii An.
MDCCXLVIII. (B.V. —
Borg. Lat. 238, pf. 357-©
NB. —
Publicada em Tem., pg. 148^.
Perjucundac iMÍhi fuerLint liíerae tuae, cum quibus novtun et insigne ingenii tui monu-
mentum, et benevoientiae erga me tuae pignus acoçpi. Sane opus quod moliris amplis-
limnn «t et nmimae m RepuUiea Liienfia utilHatia. aetemum tibi nomen
Si perfeceris
Per bos dies Adolesoens Tiburtinus reddidit mihi literas tuas sane humanissimas ac
pditlsaimas, qoibus avidc Icctis mihi ipsi gratulatus sum, quod tandem ad demonstrandum
summum mcum inscrvicndi lihi desideriimi occasioncm aliquam nactus fuisscm. Qua-
propier Adolcsccnicm, quem conuncndaj» in prmiis facillimisque lalinae linguae rudimentis
non rigoroso et severo examine, sed miti ac pladdo tubied. Sperabam porro eum in Qlix
•Uquantulum esse cruditum, ut suavissiinis tuis in literis scripsisti. N crun: spcs omnino
OVMHlit.Etenim quamquam nonum supra decimum agat annum fere nitiil prorecii, paitim
UtéUalo insenii, partim deftctu Pneoeptorum, ita ut nee lectionem atiquam ex Breviário
vd luediocritef explicaie sciat. Quod quam aegre feram per nequeo signiikaie:
literas
Imwc enim causa est cur dcsidcriis mis minime valcam obsccundare. Líber Homiliarum
mearam jam prodivit in lucem. Petrum Antonium Borgiam Fratrem meum modo Cano-
nicom Coodiatoicm Baálicae Latenneuii, qui fub iiútium Novcmbris Vdítrit Romam
ledibit, monui. ut unum illarum exemplar tradat tibi. Ipse dcgit. ut seis. contra Aedes
Gudinalis Carafae. Tu illud accipe, ut pignus observantiae meae, et pro opportunitate
temporis lege. Deinde mihi icacribas quid aentiu. Tudidnm enim tnnm in liii, ut in
caeteris, plurimi facio. Tu fac ut valeas. (B.V. Boií. Lat. 239, pg. S7-S9).
NB, — Publicada em Tem., pg. ISO.
xn
CARTAS PARA FACXHOLATI
bris non nisi Idibus ipsis Novcmbris tabeliahi an meonmi incúria? redditae mihi sunt.
Equidem cum animad vwiewin, te ad meam epistolam non letpondteet wwpfeibnf, tfbi
non fuisse traditam II;ic vero Litterac et me omni metu liberarunt, et insólita laetitia
perfuderunt: propterea quod ex ipsis intellexi, te judicio de te meo respondisse, et ofTicio
ano anuilate, quae toa eit humanita», satisfedsse. Nunc vero glutinau amidtia superest.
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•-569—
ut eam ad extranum usque mutuit oíBcíi» fovnmus: et alter aliqukl cogitet, quod alterius
caussa Tacere possít: in qulbus íllud aequo animo nnn rcrum, ut vincar abs te. Lucubratio-
nem nostram tibi non omnino ineptam víderi, imnortalítcr gaudeo. Paucis ante diebus
aliam vulgavimus, bievem eam quidem, de Orthographia Latíoa, ad usura nostrorum puero-
rum, qui kl a me
loogo ante tempom iNtívenni: ego vero pluriinis, iiaque gtavissimis
occupationibus, disteotct perpoUie ante non poteram. Eam ad te míitam. si erít cu! dem:
nam ubellario cuNia nulla «M. Quod li babes to Utbe qui eam ad te mittat, fac me per
litieras certl owm. Amo te multam de Lexid nunthmcula patbnmum fcciati, quod
millí rem omncm declarasti. Supcrcst ut mc doccas. opusnc ad cxtrcnium pcnloctum
sit: nam audivi id jam edolaie et expolirc. Equídom cioloo ignorasse me, te de refidendo
Léxico cogitare: quod s! advimem, indicarem tibi qu..cdani, quac te magno labore eximeicnt.
Nam amicus meus, vir doctui» et hisce studiis subactui, Calepinum suum notís perpetuis
innumcris in locis inluslravit. Cum cnim huio studio lotum *.c dcdcrci. si aliqucx] mendum
uffendit, notavil, et ad oram lum quidquid ad vim vocuni, et varium usum,
iibri scrip⁢
Eccc tihi, Facciolati criiditissime, post tam longum inlervalluni littcrac nostrac. Quid.
inques, hoc monstri est? audies. A quo tempore ad te scripsi ita me muita impediverunt.
ut exiriicaii pands non poarfnl. Nun priroum cum incommoda valitudine, atque moibo
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— 570 —
capitto et sttmadii. eoque dhitimKH et ndde molwto. toctatw Mm. nec omniiio coavalui:
deínde si quid otii dabatur, id occupatioiKS nec paucae, nec leves consumebant toCum,
postremo peregrinationes et rusticaliones tum
tum salutis caussa sitsceptae magnaro
negotii,
temporis partem mihi ademerunt. Num parva causca noa tcríbendi est? adtamen noa
uolca est: audi rdiqua. / Fklein dederam noitratilNii» idque publico Kiipto, me bnvi aliquid
dc scriptis nostrís corum gratia emissunim, si per valctudinem liceret. At ílli, ut sunt
homines novarum itrum cupidi, moraeque non patieotes, tam multis me epistolis fatifa-
runt ut fidem tolverem, penitua vá rogitando obtuderint. Ad extnemum moouere, ne aer-
moncm invidis darem et maledids, qui aperte dicerent, me tailtae lei COflflciendae parem
noo esse. Sed ne haec quidcm etsi vehentens caussa me movebat. quí tale genus hominum
cootemmeie vd a prin» aalilB dklid. Addebant, et hoc qukkm caput rogandi erat, docto-
na aliquoa, qui institmodae juvcntuii ex Reoeationiin / diaeipliiia se/pararent. e te sua
cxse putarc aliquid nostrarum lucubrationum ante legere, quam provinciam iliam susd-
perent. Quid quaeres? unum et alterum volumen nondum plane limatum (nam quaedam
vocabula» et ptames, q/m nM et alhid ateati, et totinaiiter, ut aoleo, acribenti eaddecmit,
niutari pcaN et debeve» quaedam de caiissa conditas, ne te honiinem et doctum, et occupa-
tum taiibus nugis munadis detioeam. iiabes ratioaem oaiaem intennissioais litteranim:
quae satis jutia lit, an aecus, tuia vidaria. IHiid tibi pai iuadeat wiiiii, ma wmwgtmn magís
In ofAcio esse, quam cmn offido deaoM videor. Nam cum suavíssimas littma tuaa eli-
ciendi otium non esset, cufMmeas omnes, ut potui, ad te amandiim contiili: nec umquam
ofTendi hominem, qui dioanal, te sibi notum esse, quin quaererem studiose de te, de tua
sahite, de toto ttatu renmi tuanm, íiadle ut ipsi cerne / rent, quam ndil in veais mednlUsque
amor tuus penitus insederit . Itaque et de tc snepissinie cogiiavi, et libros tuos pcrvolvi,
d bomines nostros exciuvi ut cadam scripta pervolutarent, maioraque exspectarent a te.
Sed de his haolenus. Redeo «d Ubroa noatraa. Eoa haque ad te odtlen coaetitueiaai,
et vero etiam oiisissem, si aliquem haberem cui darem. Quare rofo li iiiAeea qua fatiooe
vtaque ad te perferri possint: nam tabellario publico cur demus, causas nuUa eM. Eoa
ighur aocipias vclim nun quasi aliquid ex oílicina lUa Mincrvac, sed quasi / stgniAcatíooem
aliqiiam aoHMrit erga le aoatri. FhgMi twaen typothetae noUm tribuas: quanan mM
aliqua ^jusmodi sunt. ut fcmla digna vidcantur. Nam typographi nostri magis de lucra,
quan de gloria, soUiciti sunt: et modo plurima edant, nihil curant emendatum sit, an aliter
nec alia arte cogi pomait ut rem aoatnun aguit, aoa auam: taatumque cuiae adhHwat,
quantum neoessariuro eit ut id ipsum rede efBciaat. Qtiid jam? quid aliud? misi ad te
aescio quid aliud theorelicum, si forte te aliquo nugarum genere delectare possim. Sed
quam diflicile negotiiun sit, plane mihi videor intelligere: agnosco enim politulum ilJud
tuum judicium, cui / aHiil aon limatum, non exquisituai. aon lovia auribue memtuai
placere possit. Vcruntameo. Sed de his queque hactenus. Venio ad illud, dc quo
jamprídeni aliquid scire discupio. Nana mibi de Léxico tuo quid aotum est? num codex
editus est? mim typis descríptua? num sakim abaolutus et Umatus? Quod si aliqidd horum
est, fac, obsecro tc, nos per litteras certiores: hoc amplius, quid agas, quid librorum cogites,
ut vakaa: nihíl enim gratius Tacere poteris. (I). Vaie. mi Faodolati, et me amare perge:
^ ceite le iotimis sensibus diligo.
inédito da BiUioieca do Munu Gomr.
Romae, lUI Kakndas Julii ClDlDCCLII. (Autógrafo
da Vcnexa).
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XllI
um pfczenleO). Deus queira que os entendam eses Senhoras que tanto mal dimm de
mim. Tomando pois aos papeis portugueses, tenho visto aqui os dois do P.'' Arsênio.
« LaoBida, que são os que aqui se-tem visto; porque os R.R. P.P. Jezuitas nào tem
únicos,
publicado senio estes dois, e ainda ca nio aparacerio os outros. Conteo-te que teAbo
visto muita aiMim ^"Tf— , mai duas asneiras completas em todas as suas partes como
aquelas duas, ainda não vi. Eu também não cuido muito nisto, nem me-emportão
estas bulhas, nem perder tempo com elas, e por tso não me-canso em ler e buscar estes
papeis. GoBlo ponm, que «ttas buOMs vio alntodo oa oHios ao mundo Português por-
que disputando-se a verdade se-aclam. E também gosto, que tu tc-divirtas com lao: e
estimarei que me^im todas as novidades que souberes no tal particular. Eu o que daqui
tenlio tirado ftii, ver^ne opnao da caitaa de varies eruditos deie nino, que por fia e por
nefas me^uerem por autor doa tais acepipes, e me-amofinão com perguntas» • parabéns.
E como eles escrevem em Portuguez, e eu sempre costumei cartejar-me com os erudi-
tos em Ljttim, vqo-me com o pezo de escrever em imut língua, que quazi tenho perdido.
Emiim diverte IB tu com eias novidades e conaerva-me o teo amor, pois to-mereso. Deus
le guarde, etc. Affligo ex Corde. Luiz Antonio Vcm^. (B.NX. — F.G. Caixa 243.
Docunwoto 29).
(1) DirJlrl4rioee/4>vKintfiu,amboa«iiMdoa«ml7Sl.
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XIV
fUta, a-mandarei. Comeso pois noMe dia, e oomeso dezejando-ie midtOB e Mkaa anoa.
F pasando à carta, falarei primeiro no que niB^OGB dela, d^npitit no que mfrpedci, 0 em tar^
ceiro lugar naquilo que me-censuras.
I." Que os Jcznitas nese papei, que cscre\cram contra a Recreasam Filozofica dos
Filipinos (1), iniroduzisem aquek paragrafo contra o meo Aparato náo me-admiro: Jezuila
da propoaito, c da ooocicncia nio foi certamente Seria aigmn Jezuitinha de mam finada,
que ae-mete a falar no qtM nio emende F eu estou mijando para semelhantes censores:
doa quais faso tanto cazo como da lama da rua. Mente o dito R.'"" em dizer, que do Apa-
rato foi borrado parte por autoridade de quem podia (2), pois estam vivos e saons os que
o-aprovàram ambos, em que nada se-t>orrou. O ornem nio eotendeo o que eu digo na
picèuam. Mas cazo que diaese a verdade, ele mesmo se^onttadiz no paragrafo vistoque ;
sáfica^ por Famião Ferrão Philalethe. Sevilha (1752)'' Nào encontrámos referência
directa. No Mercúrio Filosófico, há alusdcs aos censores do De Re Lógica, mas não ao
/4jvarariir.
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Emfim o ornem joga ts caitu cofudgo mesmo, poique está certo que ninsuero Ihe-responderi
8 tait pulhas. Este pensa como o Jezuitinha dito, e ambos tem a mc>;nia resposta. Ja
também outra pesoa me-tinha escrito, que o Autor da dita Carla era um tremendo asneiram:
«porque proponho dizer o sco parecer do 1." tomo, não fala em algumas cartas dele, que
am das principait. E ipienmlo defisndar algiiiu AA.. «ie com elogios genis, iiue na^
provam, e nio responde aos aipilMnlos. que !he-opocm contra cics: sendo certo que um
ornem douto pode também dter muita asneira, quando não tem doutrina fundada e de
bom tosto». Estas tto as palavras formais de um amigo de Usboa muito douto, que
mc-cscrevso dando noticias literárias Tu verás se sam aplicáveis ao argumento: porque
conoo eu mí que por nenhum principio isto me-toca, não devo tomar pelias por outrem.
A miidia Omio ai CaréSnáks caio em mam de um grande tolo Ignoiante, e maUdozo
iiiveiozo(l). A 2.* parle conhece-se. pois intentando traduzir orasam, não diz uma pala-
vra se é boa. rni má; nem o minimo elogio do Autor. Ames suponho que a-traduzio asim
para me-rediculizar: c nisto está a inveja. A primeira parte moslra-se em toda a tradusam,
qaeétal,qaeporpiemio<Hiiaiidafiaparaasaales. Falo oom conhecimento, pois a-H toda,
visto ma-ter mandado uma peiOa cuidando que mc-obzcqui;i\a. O tnulutor não entende
Latim: menos entende o que eu quero dizer nela, e a forsa de certas palavras e frases Latinas,
que veile de on modo tal. que fa estoirar oooi rizo. E o que Ihe^bo é a prazumam
quando ele nem menos sabe que coiza é tradusam, nem a definisam de tradusam, nem as
leis dela. Aquela orasam so a pode traduzir ou o autor, ou outro que saiba tanto (2) como
ele, e que entenda que cuiza c pureza de ambas as línguas, e armonia oratória, ou numero
oratório, que é o que de nSo entende. Os dias atras veio-me cazualnwnte o entuztasmo
de ••traduzir: c comecei algum paragrafo, mas por ter que fa/er. nfio continuei, nem quero.
MbmdoHe o mesmo original, em que o-fiz, para que vejiis sc continuando a tradusam asim,
aeria boa, e «ipHcarfa o que cu la digo O).
(1) Oração de Luiz Antonio Verney (...) na mortt (k D. Joào Vi...) aos Cardeais.
Traduzida (...) por Theotónio Montaxio. Lisboa, 1752.
(2) Cortada a palavra tanto.
(3) À margem: n." 88, que vai separado. — N. B. Realmente, vem no fim da longa
carta, em papel igual, com um título que parece ter sido feito de propósito pam enviar
ao amigo.
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EiteB tom de iiifidto|NKio(l)efittftapNaderapann,«Íti^ii^ MnénoMuio
livrai
estudalos bem, e enteodelos. Com o tempo podes ler os livros át Ontore, e Orator ad
Brutum: mas estes pedem mais noticias e reflexam. Se souberes entender bem e imitar
estes, não tens nccesidade de mais coiza alguma. Em Cicero achas os trez estilos em grão
pafiUo. O jAvin» HM que prinelro cHd. O nwrfto, dm ttvm Oraiar»^ «Ic. Oaid>>A
lime, nas Orasocns, principalmente em algumas Achas tambcm a iqdicnam a diversos
aigumeotos. O estilo epistolar, em todos os grãos, e variasoens que admite. O didas-
eatteo dm iw íuwIiuí Kvn», que mta pagina cito(2). E também eile admite variaioeM.
O oratório, nas muitas orasocns, que nos-deixou. E até o estilo istorieo ae aprende nos seos
livros, em diferentes lugares, em que narra com infinita grasa ora no siniplex, ora no médio:
prindpabnente em algumas preíasoens dos dit« livros. Polo que toca aM livros Filozoficos
de Cicero, difo éb FWbÊU, TtaenAin., Acodem, e outros, não te-raetas mím^ POTqna alo M
entenderái «m
uma praAnda noticia da iitoria Fileosofica Antifa* anu qo» aam tem lUto
estudo.
Se quiwwa lair de Cloaro, podas ler ConteHo Nèptttf e admínuris nai Vidas deste
grande omem, uma naturalidade e grasa. que não se-pode explicar, e tem admirado a todos
M omens de bom gosto. Para a istoria, Uvio, e Ceiar, e nada mais. Mas para estudar
com ordem, deves comesar por TeroKio, e meta* na cabesa aquelas comedias, para ver a
pufBBia, e propriedade dM voMbuloe, e a delicadeia dM xistes. Dcspois pasar a C/eero*
como asima digo: e nunca poder de vista Temieh, o qual poiem se-deve imitar com
leflexam.
Mas o ponto principal esti, em peioèber que coia 6 um latim flMil, e dellwdo^ e nio
OOnAmdir os estilos, mas saber tratar como se-devem os argunientos divenoai Uma
dHwnninada palavra v.g. está bem em Terêncio, que é Cómico; está bem em Vaqplio; asas
nio está bem em um Bwwiiia, e muito ntOM astaxâ bem cm um Orador» Eite 6 o poulo
principal isto é O que nlo seaiprcnde senio com muitM anos de estudo, lendo
: critiOM m
ou tendo bons mestres, que o-ensinem. O mesmo digo das fra/es, dos xistes. das grasas.
Em tudo se-requer um grande juizo: e isto c o que falta a muita gente, que tem grande
cnpBoho, e gnuide duutriiui ou crudisam.
O outro ponto principal, e muito mais díficuhoEO, está, cm perceber bem o numero
dc que é susocptivcl a língua Latina.Cionu^ Cesar, Ufh, Cornélio Nepote sam 4 prosistas
meDuiras do seoulo Aursok MÉs tani difitmles entre si, que nada sMdafá nais dlllmole.
Pònm nesta sua grande difiBransa convém em uma coiza. que em todM leaclia o numero
ou armonia da lingiia. como pede o argumento. Verás em Cicero, e Cezar um vrrho posto
no fim do período: verás em Cornélio Nepote terminar com um nome sustaniivo, ou outra
partet nuw ambn ot periodM sam iiumorloos, e tem aquele numen^ a que diamio maiorio
(para o-distinguir do numero dos versos) que enche e satisfaz a orelha. Compara agora
Cicero consigo me mo: uma carta familiar a sua nuilier Terencia com outra carta cm que
pede a Ortam, que o^ude paia akansar o Irfumfb polas empnns míBtans Mias «m Aria:
ambas sam numerozas: aaat m
números sio diferentes: aquele proporcionado a um aiiu*
mento umildc; um argtimento nobre e eroico. Compara esta carta com a orasam
este a
dele pro Marcello ad Caium Cesarem, ou pro Lege Matiilia, clc. veras um numero totalmente
diferente nestas: e quanto mais nos-cb^amos ao Oratório, tanto mais creoe a diflcaldade.
Porque oom efeito o numero do argumento Oratório é o mais dificultoco: e muitM qw
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pCOWIH htiút QU6 Mbm
dilpOT Ot WlfUIMOUM Wl tUM OfMMU! QU6 fiUttU CORI ClO(UICÍB
Latina; que tem fona no que dizem; pecam muitas vezes contra o numero, como mil vezes
observam os doutos. Por iso diae asima, que este ponto era o mais difkultozo. porque
pam os outros á regras; para este nio á mais regra que as orellias exercitadas na leitura
dos bons autofcs, e as reflHOSos de muitos omens doutos, com quem se-comnniai o que
ae-CSOeve. Na minha orasam od Can/inafei julgàratn os intelifeoles, que O nunero em
excelente, e perfeitamente numérica em todas as partes.
Tenho dito o que beste sobn este meesrie. Outias ooian ediehb ne minhe Logice
Talando do estilo: e para conheceres a dificaldade do numero, veo que diz Cícero, cuido
que no 2.° livro ou 3.% de Oretore ai Q. fíntrtm, em que despois de dar muitas regras,
sweporte aifiKtébm amrkmt. Mas quero dobnr fothe neste particular, porque se eniro
• expllcer os vidos que se-cometem no número, as afetasoens, etc. a carta se<onverlefá
em um tratado. So te-digo, que ate as linguas vulgares, principalmente as que trazem
origem da Latina como a nosa, admitem a beleza do numero: mas quer^se mais arte para
o-intiod usir, de modo que nio pense afetado; no que pecam infinitoe comporitorss, prin-
cipalmcntc Oradores. Até nos versos, que tem regras certas, qucr-se juizo ni vnriasam
dos números. £ como falo contigo, que náo és cqfre, te-diret claramente, que este é um
dos gnuidcs deftitos do P. Antonio doe lUto (I), que nes sues oooq)^^
Ápotkeoze do Duque do Catbnatt sempie vai de trote, e nio VHoli judidoaunente os numeros,
nem entende esta arte do numero. E isto torne a bastar. Atequi cheguei de um jato com
esta carta. Mas entra agora uma vizita, e terás paciência atequc ache outra ora livre, e
eu oom vontade de MOMimMr, e «espender ao nMds de tue.
Estamos em 6 do me? de Janeiro, e me-acho sangrado por cauza de certas verti-
gens, que um dia destes me-apertàram mais que o-co&tumado, e supuz ser quantidade de
sanguoL Ncsie breve inIervalOb que ni»i>ennileni, continuaid a miidia nspoela ao que
neta da tua.
3.*S^ue-se responder à censura, que na tua carta me-fazes mui largamente, sobre
o conceito qivforaio do comum desesSenboies. EuverdadeiíamsntenioseloqueteesciBvi
neste ponto, porque não deixo copias destas cartas; mas do contexto da tua pouco mais
ou menos alcanso o que seria. Alem diso, como cu não trovo dc repente^ mas esvrevo
aquilo que teidio longanaente meditedo, e cgominedo com toda a ateosam, suponho que
te^Hseentam o mesmo, qiic te-cliria agora, se devese repetilo. Tu convéns comigo no con-
ceito que fo -mo do comum desa gente. Onde oeste ponto não temos que argumentar.
Dllatt»te poicm moito nas sawweeni. Sofaee isto diÉeonerel agora, e te^nastmd aquilo
em que te-confundes, e enganas.
Eu também concedo que os nosos tem um engenho mui belo. c facilidade para as
dendas, e muitos sc-aplicam e estudam muito. Concedo mais, que muitos tem animo
flexhfd paia ouvirem as novidades Uterarias, e julgam sem paixam. ou preocupasam. Que
outros amam o bom gosto, etc. Mas tudo isto está mui longe dc pcrfcisam, que tu Ihe-
^tríbues; e tam longe, que medeiam muitas léguas. Onde aquela tua propozisam: A nosa
mudm tem, e eempre teve MMfetíos de grandes lates em toda a matéria, e que sabem dar às
coizas o Ko Justo valor, é falsa. E nam menos falsa é estoutra: Temos sitgeitos, e nSif aSo
poucos, que na... poesia. Retórica, e mais Belas Leiras, e aiiuh Ciências, tem todo o bom gosto,
e t^eaaam. E aquUo que ato dam os nosos livros, dam os Italianos, e Franceses, que nos-sam
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bem fimOUaní. Se eu feliae contigo agora una tarde neita Odade, eu l»*nHMtnuria evi-
dentemente a falsidade desta propozisam em todas as sum iNurtes; mas por carta nio é tam
fácil. Contudo direi alguma coiza.
Mas primeiro deves-me conceder trez ooífltt, lem as quais não é poeivel, que argumen-
temcs com eMto, e bom suoesaoi. e sem duvidas. I." que eu lealio muito mais notieia de
livros, e dos melhores autores, do que tu tens, c tahcz nenhum Ia tenha. 2." que ninguém
pode julgar se os autores de uma nasám sam bons, ou nam, sem conhecer perfeiíamente o
que fazem os autores das outras nasoens cultas: porque da compensam de uns com outros,
é que se-deve inferir se fazem bem, ou mal V" que os estudos de Belas letras, e Ciências
floteoem em grao perfeito nas nasoens Estrangeiras, proportione servata: quero dizer, tms
mais em umas regioens, que outras. Se me-negas estas trez propozisoens, nam estás capaz
de argumentar comigo nestes pontos: Se mas-oonoedes, fadimente te convencerei.
Primeiramenlc csa prczuasio» que voscs la tem, de lerem com toda a familiaridade
os autores Francezes, e Italianos, é folsa, e sem o mínimo fundannento: porque os autores,
que voees la oonheoem, sam os doziíuiis: os melhores nio vam para la, ou porque muitos
Sio proibidos por algumas raztxrns; ou porque todos os livreiros sabem de certo, que la
nlo se<ompram: e não compram os Latinos bons, como am-de comprar os que são de
se
línguas Estrangeiras, e não comuas? E i tam geral esta opínifto entre os Estrangeiros,
que nenhum livreiro ae<ansa em os-maadar para lá, fundados no mao eaito, que tem eap^
rimentado. F. mil vezes tem sucedido, que o Rcvi/or Dominicano rctem os livros, por
lhe-parecer que sio nocivos. E isto é publico ca por fòra. Onde neste pariicutai estas
totalmente enganado.
Vamos adiante, c i.omc-.cnios po!,is Cicnci:i->. Que progrcsos tem feito os nosos
(principalmente despois das Academias Regias, que abriram os olhos ao mundo) nas Mate-
máticas? que obn tem composto, que meresa ler^e? Na filozofla Moderna, que coia
tem feito mais doque ditar uma Filozofia Gazcndiana, que tra? o Tosca muito esfarrapada,
e que é a mesma que ensinâo os Filipinos nesc Reino. Fc as ob^a^ do P. Joáo Batista da
Congregasani, e venis uma mistura de Gazendiana com Peripatetica. que merece compaixam.
Mostra-me ta outras, que lenháo mais noticia senio do sistema de Carteno. ou OaHodo,
que já tem lanso. E como poderám eses .Seii!io' es dar o justo valor a uma obra de Filo-
ixifia Modemisima, que é a Ecléctica, dc que cies não tem a mínima ideia? Se a-apn>-
vam, é porque ouvem dizer que é boa. mas nio porque tenhio princípios para julgur, se
o-menoe.
Vamos á Teologia. Quen-i é. que la estuda Dogmática ou seja a Pozitiva, ou a Pole-
mica, como ca? quem compõem obras nela, conforme o ultimo bom gosto, e a necesidade
que temos paia mpooder aos Eitdes? quem escreve de Critica Ederiastica. ou SapadaT
quem tem noticias de línguas Orientais, que s3o indispensavelmente neces.Trias'' Nao
falo de algum antigo do século XVI, mas dos que escreverão dc cem anos a esta parte. Tenho
VBfnrivido mui bem toda a KbUouea do Barboza, e visto os autores de que fida nos dois
primeiros tomos, e ali tenho examinado mui bem este ponto. Sei muito bem quais sam os
modernos nosos. que tem escrito, e não acho nem sombras do que tu dizes. Dizc-mc agora,
como é posivel, que os omeos, que não frequentam estes estudos, e so de pasagem tocam
algunui coiza, posam dar juilo doa eacdentisimos livros, que tem saido, e vam saindo nestas
matérias'' como c posivel, que tenhão grandes luzes nesta matéria '*
Se tu o-cntendes, cu
não o-poso entender. O que sei é, que tirando, 4 questoens Escolásticas, e 4 conceitos
predicáveis, nlo adiei algum deses grandes Mestres, que fUam aaoprakh, o qual soube
dizer duas palav ras. Quando algum deses Doutores vem para ca, tenho observado que ficam
com a boca aberta. O mesmo digo da Teologia Natural contra Ateos e Poliieos modernos,
que para ia é ooia nova.
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Nft Etioft, • no Dinito Ndml, do Orador Pufflndotf» Touimío^
cbb 900 dwiioli
c outros, saio o Heineccio, o Buddeo. o O WolfioOX 0 >nil outros sumameilto «ti>
TitiOb
mados poios por eki, qjom é que tem composto ta coiza
Católicos, e todos os dias citadot
alfuina? quem é que oe-tem lido? quem é que os^xxkri entender bem aem ter estudado
com fundameolo a matéria ? Onde esta matéria também para la 6 nova, e inaudita. Estas
duas Ciências, que são as fontes de todo o Direito, c principalmente do Romano, estudam-se
oje ca com tanto cuidado, que á cadeiras especiais eni cada Universidade delas: e ae-tem
MQMriBonlado a jaudo wlMiihula qiia dslM vam nedmdooa Jnrispsritoa Modsnwa Tboi^
lioot oa EspeculatÍNos, que compõem ja por um modo
muito diferente. Onde aindaque
«m Gotaibcase-estude com grande tiabalho e diligencia o Direito Civil, e Canónico; estou
OHU» poram, que um mero JuriKOuniTto deses grandes omeas que km de Apmrto no Jm
Doaonbaigo do Paso, nfto compõem livros polo método moderno: (não trata as ditas
cíendas preliminares como asima digo ;) não se-aplioi à Istoría Ecleziastica, e Civil.E daqui
se<olhe^ que julgará muito mal dos livros, que tratam destas matérias, como a experieoda
<Hnostia todoa ca diaa. Aiodaqoa poilo ouvir diw,a|)raw«BisB«MndaB^iido poda Jidiar
dekSk e muito menos comparar-se com os omcns insignes nestas faculdades. Apelaria
paca oa livros JBstrangeiros, que tratam disto, e com eles tc-coovenceria, se cstivese-moe
coDvsrsaudo oesta CMade, onde l»4evaria is livnrias publicas, e muitos (Mnostraria «m
minha caza. Mas como estamos longe, deve valer a regra 1.* que asima puz; e deves cedsr
à minha erudisam de livros, e ao estudo que tenho das mesmas matérias nomíadas.
Mas eu quero-te convencer com um livro, que tens em tua caza. Abio o meo Aparato,
e la a btoria Filozafica: ve oa anitos autores, que cito nas aMa$, (|ua tiatam matrrias, qp»
la nunca sc-sonhàram: autores, que la não sabem de que COT sam: e dize-me entam, se la
á sugetios de grandes luzes em ioda a matéria, que posam díaer O seo parecer naquelas. Expli-
canne, quem é dos qoe tu conheces, que saiba ao menos, que ooiza 6 btoria FDoKofica?
que tenha examinado a istoria da Teologia antes de ler o meo liviD? que tenha entendido
fundamentalmente antes diso, o que eu explico da natureza, e n» destas duas ciendas?
Apvovtloam agora, porque agora o«nibènm: maa alo cstam ainda em «stado da JuliBicm
desta nalBiiB» oooio tu geralmente afirmas. B por cooMqpMíBlB, nlo wpodwn conpa-
nr com os outros, que são velhos nelas.
Tocante às Belas Letras, que compreendem Poezia, Retórica, e Oratória, e Istoria,
tu nlo nsgm, que ca le sabem bem, o o-comptovam oa livros, que nestas materiaa se tem
composto e imprimido. Também não podes negar, que la nenhum moderno tem composto
livros iguais a estes (pncindode alguma coiza da Academia, de que logo falarei) Estrangeiros.
Quens aomcnto b indut tÊÒt^ê tttai wuttfku ubh ísm cohu os. Dovaaoa
dinr, ^Bt
porem provar ou com os livros, que dam preceitos; ou com os que os-«cecutam. Dos
isto
Preceitos é evidente, que artes Poéticas, e Retóricas Ia nam as-á. A que fez o Candido
Luzitanoé uma copia mal entraoiada de alguns livros Estrangeiros. Na verdade i o menos
mao; maa está mnito longa de ser «dar, e da tratar bem a naiaria, que escreve. E este,
qna Isníi defeitos esendais, não faz pouco no que faz, mas não se-pode chamar Retórico,
on Poético. £ bem se-ve no livro que publicou de cartas (2), traduzidas das mais ridículas
Italfauas, como ala pensa, • oomo sabo qqo coia é escraver cartas.
(1) Os dois últimos nomes sào acrescentados em nota. Pois nem ai indica Mura-
tori, da qoem tanto depeads^ oomo moatrau o Prat CUxal Mancada (JMMAn da Afínbtirla
da Justiça, n." 14, p. 18 c 19).
(2) O Secretário Português. Lisboa, 174S. A Gazeta de Lisboa anunciou a sua saída
«m 2^6-745. No CMilogo da Academia daa CStadas MieanHe «diçfies d^
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Pasando daqui ao Oratório, e Poético, quizera que me-mostraaes quais («asoens,
e pocmu de oonidaraniii Ia tem» «lue »i>oaam oompuv nlo digo aos Antigos, mas aos
nnit cndentes modernos Estrangeiros. Terás mui pouca noticia do mundo Erudito
Cl iHiBi isto. Sei que alguns tem composto alguma coiza lirica menos má, e talvez talvez
algum mmto. Mas achu tu, qoe isto basta para diaer, que 6 um ornem de todo o bom
gosto! ou que um omeai. que sabe entrouxar suficientemente um soneto, ou romance ou
decima, saberá julgar de uma comedia, tragedia, epopeia! Nada tem que fazer uma coiza
com a outra: e vemos omens insignes nas oompozisoens pequenas, que nam entendem,
OQ alo acertam oom o artifiGlo das pandee» e todas as circunstancias, e ornamentos, que
são mais dificultozos doque tu cuidas. Achamos defeitos no incomparável Fracaslorio,
em Jovi: Fontana, e no grande Marco Antonio Vida, que ensinou a Arte Poética, e é um
dos maia exodeotes Poetas do secnlo XVI, em que floreoeo a Poética? O
mesmo SSeNOzaro,
que é o Virgilio da dita Idade, nam c igual a si mesmo: e tem compozisocns não dipMS
de tam ilustre Poeta. O que também digo de Fracastorio. £ daqui inferirás, o que de«e>
mos julgar de outros de menor fama, e que slo vm naila à vista destes que aponto.
E aqui entronca o responder^le aoutro período da tua carta, que diz: Menos defeitos
se-tem descuherto em Camoens, doque em Omero, Virgilio, e Tosso, etc. Quem te-dise isto?
ou onde o-aprendeste? Le o Inácio Garcez Ferreira no comento que faz a Camoens (1),
e verás quantas dsMtos de toda a consIdetaeMn lheacbs, que aio ee podem perdoar.
E muitos mais sc-podcriam descubrir, se quizese-mos entrar mete caauw COm outras noti-
cias e critério, que não teve o dito Ferreira. Em Omero não á duvida, que á alguns defeitos,
mu nlo no aitífido principal. Mui lan» tem e Tlssso, e slo laidB a leeiMito doa
Virgnio,
de <^"WffflTi Mu
a nosa questão não é, se Camoens tem poucos ou muitos defeitos:
é sim, se os nosos podem julgar da ultima perfeisão da arte tam bem como os Estrangeiros,
ou por Teoria, ou por Pratica: e este é um barranco, que tu dificultozameote saltarás. Mas
quero, que algum com grande estudo por livros Estrangeiras diegue a conhecer a belea
de uma compozisio perfeita; isto não pode verificar aquela tua propozisam. cm que o-atri-
bues a muitos ou a bastantes, e como coiza certa, e os constitues mestres, quando apenas
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o que te-pareoem. Nas Memorias Istoricas acbiniM o« mesiUM deTeiU», com a divmidade
qqeiiamiiteo mpMiBUto^e<al»da»>cliÍino iuaiMdePir.lj^
(
ciam Cristais d' Alma, e Serám Politico. E como queres tu, que escre\'a Memorias bem,
que é uma compozisam que pede um pensar vtfdadeiro, um juízo acertado, um estilo fadl
0 ddindo^ qusni nio tm nm gnudo crilefio, qoHo diBor, juizo exofcJUtdo, psra iiio to-coft-
nar nos fatos, e julgar de cada coiza, e do «tílo» como deve ser? Este é o fruto de um
laixo estudo por boas autoras: este o flm de uma boa Lógica moderna: este o efeito que
produz a comunicasão com os omens doutos das nasoetu alumiada», que comunicam aos
outros as suas reflexocns. E quem n&o tem estes princípios, não o-pode fazer. E por iso
na dita Academia se-tcm adotado tantas fabulas Istoricas, de que o Mundo erudito sc-ri,
porque os que as-adoptam não sabem que coiza é arte Crítica, e Hermenêutica, que sam
duas partes da Lógica Modcraa* e os Andamentos da Istoria, como advirto na minha
Lógica.
Emfim a comuniaMuii com Oi omens doutos das outras nasocns cultas c a que abre
oaòlhoedo wilBndkiieBtobliittoduKObomgosto, eo^ortMca. Sempre reparei, que alguns
ODHDS doutos, que tm ixodniido a aon aesám, floreceram cooumento no século xvi.
em que era costume, on virem ca aprender, ou irem Ia ensinar, e comunicar as luzes das
outras nasoeos. QuaudO OBSOu este costumCb acabou-se a nosa gloria. Mas os que mais
fflnstrènm a paliia nosa foiam oa que oa estodànmi foca. Na Lingua Ladna fonun «ee*
lentes, Jeranfaso OnciO, e seo sobrinho; Achiics Estácio, Antonio de Gouveia, Andre de
Resende^ «pie todoe wtntlAmm fora, e quazi todos por ca morrèram: foi também cxoelente
o Jiemha Foueca* oe Jtanitas Oonirobriocues^ o P,* Muoel Alvares» também Jewilta,
Diogo de Paiva, e algum outro rarisimo: mas estes também ou saíram fòra, ou aprendiram
la dos Estrangeiros, que foram la ensinar; como já saberás, que o Perpiniano, e o Buctia-
nano, etc. em Portugal, e foram dois dos maiores Latinos de toda a Europa,
foram mestres
aqnrie EÉpuhol» eile BnoMU* ahm de outroa BMMgeinii» que Ia ensiniraui. B oomo
ca florecia então o bom gosto da Lingua Latina, e Grega: lambem ia pegou: e por iso vemos
que akm da Latina, petiscàráo na Gr^a, os trez Jezuitas Portuguezes nomiados (1); alem
de oulnie na Bbnica ele Algum outro^ que se^plioon oom flruto a estas fiMoldadea, naoeo
de Mm dos dois princípios ditos, como tenho obserado mil vezes. Podiam muito bem
os nosos estudar pdos livros, que la tinham, e prindpalmeote por Cicero, e saírem grandes
Latinos; contudo a caqwriencia mostrou entam, que io teodo a diresam dos Estrangeiros
e a noUe enwlaslo de os-ímitar, ou superar, «teaam: aainique esta fidtou, e elee julgàp
nun, que estavSo capazes de tudo, não fi7eram nada que pwtase.
Nem farás cazo dos elogios, que la se-costumão dar de bons-Latinos, etc. porque
cee é o costume da nota nasám, elogiar com tal demada, ou ceosufar oom tal eitccso , que em
OOiza nenhuma merecem credito. Se leres o Barbona na Biblioteca, não acharás ridiculo,
que tenha composto um epigrama Latino, a que ele não de o epíteto de exceleiue Latino,
a tteompamtl Hmíê. Mas como o Builm alo eotoade eeias matérias, nlo se-dewe floer
caso do que de dia. Mas faaoMO oe Ignorantes, e eses meios ignorantes: e daqui naoe,
que se OUVimos ao Barboza, e seos pardais, nâo à nas;im mais cheia de omens doutos,
que a noea, e desbanca a todas as outras. Contudo nos estamos vendo o contrario, e tu
oconibMS. Mas eMaa elotfoe, que Iam wpeHdamnrtie ouves, Ia fiasnm impwsam em
um omem de tam bom juizo como tu; que, sem adulasam alguma, podes ensinar a julgar
a muitos dos que la se-jatam de entender as coizas. Ea razam é, porque aseatas, que se
(1) Note-se que «o Jezuita Fonseca» ainda hoje é consultado, quando se trata de
verter a Metafísica de Aristóteles, de qtw deixou opulentos comentários.
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todos nio iam verdadetroi, ao menoi o«erá uma boa pule. Mat ae tu tívcact «warninado
B matéria como eu, e thiow oa princqiiaa, qoo cu Utíno; nbaixariaa de sorte o ooaoailo,
(pie ficariammui poucos, e rarisimos.
O que mais me-admira nisto 6, que louvando eles tanio aos que nada valem, não
louvem aoB que aaima louvei, e nriraum ter com juttiM louvados. Destes fluem poooo
i
CBZO^ e so louvam a quatro ridículos. Meaeu. alem de que entendo a matéria, vejo que
eataa cmsns tio louvados por aqueles EUnageiros que fazem texto: e daqui é que se<olbe
um veniadeico louvor.
Dos MòdamOB louva-se de bom Latino o P. Antonio dos Reis, o P.* Manuel Caietano
de Souza, Antonio Rodrigues da Costa, os dois Alegretes velhos e mortos, c não sei qual
outro. Na verdade, sam dos nwlhores para la; mas tem muiu cuiza, que emendar, para
se-diarem bons; e muitos defeitos, que ao conhecem os que sio perfeitos nestas doutrfaas.
O melhor porem é Antonio Rodrigues da Costa, o qual nos muitos anos, que ca esteve fóra,
tOOMNl outro estilo, com mais inteligeocia. Li os dias atiaz as vidas dos Poetas
e escreve
Autm Púrtuguezes, m
que Auiooio dos Reie inserio no C»p$tt Bdutrtim Fotta if • adisi
defeitos tais de Língua,que fiquei pusnado. Contudo sendo das breves, e nio sendo estilo
didascálico, tinha ocaziam para as-escrever com a ultima pureza, que asim o-pedia o argu-
mento. Mas ali conheci, que náo entendia a forsa de muitas palavras. Mas vai tu dizer
isto m mn FDipino, e vetas se nio te^ um per de focadas boas pola lilaaftmia, que pro-
fiaiste: porque coitados entendem de todo O Seo corasam. que asim é, e que foi ornem
insigne nesta faculdade e quem quizer viver quieto oese Reino, não tem mais remédio que
ir com des.
Nem te-admires disto, porque ainda nos Reinos Estrangeiros a Lingua Latina nem
todos a-sabem bem. Florece alguma coiza em Inglaterra, e Olanda: mais ainda na Ale-
manha na Católica nada. Mas mais que tudo em Itália, e muito particular-
Eretica; pois
meote em Roma, aindaque aqui não sio demaziadoe os que a sabem ne ultima perfeisam.
Mas o certo é, que aquele estilo do século de Augusto, a que Cicero chama sine fiico, et
fIgmtntU, florece aqtd, e so nestas partes é que o-conhecem bem. Muito mais te-podia
dizer nisto, e midtat coizaa do noio Reino; mes nio quero dar tanto voo i pena, parte por-
que é matéria muito vBita, que nio seenota fbdlmenie; e iMrte porque o que dise basta
para a lua compreensam.
Mas não poso deixar de tMlfaer, que eu teidio feito inna pequena istoria Uttraria,
em que polas faculdades aponto oe melhores autores Portugueses nelas. Para este efeito
tenho-os examinado muito bem, para poder dar um juizo acertado. Mas nisto mesmo
conheso a mizcria da nosa nasám: pois são tão poucos os autores verdadeiramente doutos,
que em cada vez fico mais atónito do pouco fbndamento que tem a prezuneam vestisima
dos nosos. Nilo a-tenlio acabado^ porque não tenho tempo, c não tenho podido examinar
muitos autores. Nio selo daqueles» de que fala o Barboza na sua Biblioteca. Mas acau-
lelo4ne bem dos Juízos, que de dá: eoomminhninndeadmirasam observo, que ou nunca,
ou quazi nunca acerta nos seos juizos. "t*"''*™^* quando vejo que o Baibonn louva
com exoeso, entam tenho por certo que erra, como na verdade c. O pobre ornem, porque
nio sabe nem as ciências, nem que coiza é escrever cora juizo, acumulou unta asneira, e
elogios tam destemperados, que eu nlovitaL V. g. Entra aftUarno enrjo PIbtofieo, que no
fim do scculo X\'I, e principies do pasado publicàram os Je/iiitas de Coimbra com o titulo
CoUegium Conimbricense, etc. e para mostrar, que é uma obra maravilhoza, acarreta vários
dofioSk que fhe-dsnun variu pescas naquda tdads, ou vários JisBiitas Portuguezes da nosa
era. Ja sabes que a dita FQozofia é pura Peripatetica, digo Escolástica, que ó o mesmo,
que aio valer nada. Alem díso, os Conimbricenses nio entenderão bem a Aristóteles
em muitos lugares, porqtie nio tinhão as noticias da Istoria Filozofica, que ultimamente
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SMliscotn-itflo ele Oode querar exaltar o meradmeoto da diu obra nesta em, com oe
elQiÍm,qiieeailolÍM»idMio^éiiln Hiilir a iBale(h,igDonr autoria Literária, eaicrever
sem juizo. OoMnofaz com os mais autores. E o que tem grasa é, fundar-se nos elogios
que dáo os Rflliflon» de uma Religião e cidade aos seos conreligiozos; como se estas ouve-
im dMf mel wt doe oulrai^ principelBMBle oiiemlo compoeoB peia escalter a Rd^jlo^
como fa/em expresamente os nosos, e entre eles o Jezuita Franco, que so conta maravilhas
e milagres dos seoe
(1). Enfim iam canas com canisos, o que ali se-ve. Alem diso mente
dwdciliadeineate v. g. quando attOm a Momeolior Évora (2) Bispo do Pwto obna,
qne axoai|wi«rlo pewaa wStúm» amlpt, que estam em Roma: e a outroe muito». Maa
paremos neste ponto, e pasemos outra vez a htoria Literária dita. Eu quero que morra
comigo, porque como esa gente é indómita, c não sabe que coiza é Critica; me-apedr^)ariam
w a^viíen, a ouvbeoi diMf , çftt eo aonelei aan oe onMoe veidedeifameole douioii Sei^
virá para noticia minha: e os outros vivam muito embora na sua ignorância: fartem-se na
Biblioteca um livro composto mesmo para o Génio da nasám. £u não
do Barboza^ que é
Mi ee tn Imi Hdo tal etea: mae alo deiaoe da »4er alguBia ^m, a vens que cooipoem fta*
qaeolaaaeme uma longa vida de imi oonow o qual oompoz wn soneto, ou uma decima^ ou
escreveo uma carta do Japam, ou fez outra tal fasanha Literária. Todos os Portuguezes
Oradores excedem a Cícero, os Poetas a Virgilio. Ninguém se-formou na Univecaidade
aenlooom i^datao da tòdoecs Mwtiee, acoizM eemeltMintes falsa». e tdae. Amiiorfiarla
dos Discípulos eram ja Mestres ainda quando crão Dicipulos. Se algum deles saio fòra
de Portugal, fez pasmar desorte aos Estrangeiros, que se-ãcárào babando. Se algum Estran-
foifo louvou a alfnni Portuguea, é um pude omem: «e o Eatraugclro cennirou alguma
oojza, é um magano, bêbado, ignorante. Todos os Pradss sam Santos, especialmente os
leroitt», e moorem tn odore tanctitatis. Os que compõem solía, também entram no numero
doe kindoe, a aan anáUoÊ mmÊmIuuã. Hm
dia palavia sem epíteto, e tabas oontnp
dilorio». Espedalments ulwenia as ooavaneoeaa, qua fia com os Antigos, que aio euoe»
lentes. Repara também, que sam poucos os autores, que se-batizàram; mas receberam
a grasa baptismal, renacêram para a grasa, e outros epítetos destes, de que largamente falo
na ndaha LogioB, quimio tnto do IVJmtbmo Rgmrte». Em uma palima, poueas oobas
se-chamam polo seu nome. mas com pcrifrazc, ou epíteto. Eu chamo-lhc a Biblioteca dos
nuJagres, porque tudo ali é milagrozo, tudo sobrenatural. Os meninos estam mesmo no
beno moatnmlo a aua ipdha mm
paia a» deocin: moilnm Ja ali o engenho, a agudea,
a piudenaa, e quazi fidam Latim, a vomitam textos. Outros aprendem aquilo em tam
breves dias, que logo sam mestres, ainda fedendo aos coeiros, e tudo isto sucede com inveja
dit outras nasoens. Nenhum ornem entrou nas Religioens porque seo pai lho-dise, ou
o-intimklou, ou para fixar vida a estado, a ter que comer; mas todos fentiftnm movidos da
um impulso tam sobrenatural, que se lhe-lia escrita na testa a vocaiinh e respiravam amor
de Deus poios olhos. Pois dos que asentáram prasa, não te-difo nada. O espirito de
Marte, a Belona tinliMaJha empceeiedo desorte do caraaam, qua aio lie-GaMa no peito:
andavam mesmo buscando pendências para dezafogar o seo valor, e fazer das suaa: edo
D. Quixote, que arremetia com tudo: finalmente sendo ja Portugal pequeno teatro para
oaeoaviíito maxdal, pasàram à Azia, ou Africa a matar Tim»s, que era um dezioao: tudo
ia oom oe Diaboa dinla deka: aata^Mi tMte oom o bifo: a qual ootro JuHo
(1) António Franco, Imagem da Virtude cm o Noviciado (...) de Évoia, Lisboa, 1714;
idem em o noviciado de Lisboa, Coimbra, 1717 e era o Noviciado de Coimbn, Coimbra, 1719.
00 Fir. loai Muia da Foiaiai da Évoeí.
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Cezar, igualmeote destros na espada, que na pena, compuzeram um roteiro da sua vknem,
ou wci wèrâm alpam
i earta. Admtà» kto m aidi paso tal B m M oitea, DMOitoqpe
eu quando estou alguma vez melinoolioo, e quero ler alguma coiza escrita em estilo dOK
seiscentos puro, puro, leio a dita BfUkOeea. Certo amito meo dise-me um dia, que ele nio
tinha lido om Hvro mais pnôndicial à gloria literária da nasám Portugnaai, porque louva
Mn ^h**^— ignoiantes, e doutos, e os-confunde. Que se o Barboza quizeae compor
uma coiza pesima, e que o-dezacreditase entre os eruditos, nilo podia compor coiza diversa,
mas fazer o que fez. Que se Ibe-tiram as citasoens, e venos iautia, e ooizai demecenrias,
ae-radoziíA i matada. E eu acretcenlei. que se lhe-tiram os aptetos» e os titulos das psaoaa
e as gerasoens e terras que la traz, sc-rcduz i\ 4.» parte. Aqui tens o que é o Barboza,
Académico do Numero, e Istorico do BrazU, com duzentos milrios de renda. Oiso dizer,
que o-loavam Ia muito, e com razam: Que a tab betaos tait t^aees apHeou wdàka IhàBa
ooawdizo Baia (I).
Emfim, amigo do corasam, eu tenho estado oje de perninha, e por iso te^arrímei este
panai, que não é pequeno: e persuadindonne, que falava contigo, deixei correr a pena como
flonito Ili»i«noeo. Nk» a»<|Deria menoa, qoa una aamria no pé, para roe-dar lugar a
escrever tanto: porque ca costuma-se negar um omem, quando está molesto, às pesoas de
oeremonia, e so fala aos amigos: os quais oje não vierão, mas viiSo esta noite. Tu pedes-me,
q!M8 te sMtw nMiitaa¥eaea;eea«qoenlofriwaolÍBW.cscw¥eie Ínniaporni^
HWai tanto, qoe tu te-arrependas, vendo o volume, de mc-tcr dito, que tc-cscrcva muito:
A fortuna tua está nisto, que eu a-mandarei por mar na primeira ocaziâo, que te-prezentar.
porque de portadona nlo n»fio, que lognott nadto: e «Maa alo tfo oattaa para
soiíerderem.
Tcnho-tc escrito com muita clareza, e nâo me-alargaria tanto com outro, e nem tanto,
nem menos, porque eu para ese reino nâo escrevo senão o que se-posa ler. Acautelo-me
oin todoa por dhMW laaoeaa, qne todu ocnapilio ao lim de vivar qjula^
mnito bem o génio dos nosos naturais. Tira desta carta as noticias que quizeres, para rires
oom oa antigos, e queimada, paraque não se-v^ a minha letra, nem se-saiba que 6 minha,
nem se^onlie. Se ne^ilo conformo em nwitas ooisM com o teo parecer, tem padenda:
não sei adular aos amigos: esta é a maior prova, que to-dou da minha sinceridade • afeto,
o falar claro. Mas com toda esta diversidade depareceres sempre a vemos de ser amigos
como de antes: aindaque eu entendo, que a contrariedade está somente na aparência: e que
se tu memuviseB, oa SBOsliseano que «o to-^p», eoneordarias hdhneote comito: ponine
finalmente tens mui boa capacidade, tens aplicasam, tens docilidade de animo, c, como
asixna digo, tens feito mais progreso nestas matérias, que muitos que la as-profesam. Eu
a enmtnalas, e abrasar o bom; considero-o, digo, não lo meio commtido, mas adiantado:
posque ja tem vencido o primeiro Inrranco: ja superou as preocupasoens ou prejuízos da
menfaiiie, e do mao costume: e é um terreno lavrado, e bem preparado, que não lhe-falta
mais que receber a semente para prodmir fruto. Esta semente em ti, que é alisam de algnna
livros bons, ja se-semeiou. Scgue-se agora, que continues, e leias os melhores autores, e
nunca abrases uma coiza porque to^izem, mas porque a-razam to-persuade. Rúo naquelas
matmiu em qna podmMpr: porqpm aaa ootttt é neoemrio que ao prindirio cadit à auto-
ridade doa omeoi da bom foato: eom o tempo jolpuia ta taBBbem.
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Especialmente te-eooomeodo, que Datas uma boa ptovisto de Logidu Que leias a
míadiB oomo nMlm, e »«iiteiidfl* ftuhmnnulmwilo. Obnnía (o que mil pmm te aio
observarim, nem sabem observar) o flMlOdO abltettoo com que vou ordenando os capítulos
desorteque uns náaam dos outros, e finOiteill a iotcUimcia dos seguintes. O juízo com que
Bio ihwaopriiiciploSiqDeBBoscjMBcvIdBiitestiwewwido paia aenotM
que so servem purz os mestres acharem o comer feito, c poderem rczolver as dificuldades.
A clareza com que tudo está escrito. A ordem darisima do mesmo método, não so na
di^Kaisam dos capituJos entre si, mas nas partes de cada capitulo, em que sem cauar ao
feitor tiro por ooróiarioa a^las verdades iaduidas, e qn» Amninlo o aaliaiMiiiBalo» Ve
a Odfrioza erudísara de que está ornada sem Tatigar o leitor, mas que nace naturalmente das
lHifmff^« da matéria. Observa, e peza bem a utilidade dos preceitos, e a sua grande exten*
mu, pote omiM a pemar bens cn toda a íimorlhi qne é o verdadeiro ftn da Lof^ca. Gon*
sidaia alem diso o muito que digo em poucas palavras daquelas leis. sem porem faltar à
cfaieza. E finalmente quantas ooizas utilisimas se^cnoerrâo naquele pequeno volume,
dispostas todas oomo unn perspettva, desorteque omtt alo OB||ia>l m
a viMa de outras,
i
o todaa wiJmem ao fim de ensinar a pensar bem, e apeiMMMr o jui» paia aa aplicar com
fruto a qualquer faculdade, para raciocinar bem consigo, com os outros, e mostrar verdadei-
ramente que é omem. Tudo isto ali se-acha, escrito com grande juizo, e delicadeza de bom
losto, e aieganto Inriaam QoantoaaclMMtutaeqiansdeibaBMaBtodHastaBrslleiioeas,
o perceberem que ali não á coiza, que não esteja dita, e feita com juizo, e com artificio?
8a te-diser quam poucos, ou quam nenhuns sam, nâo o^rerás. Pois eu tudo isto explico
brevemente na prefiMam; o oootiido ainda h idU> vi, qnem refletise bem em todo. Tahes
nem tu terás feito todM aUas reflexoens: mas terás aprovado o livro, ter ti á
e não terás refietido porque razão te-agradavam certos lugares. Quizera porem que refle-
tise», para veres, que sucede nos livros como nas pinturas: todos vem o mesmo painel, e a
todos agiada oonanaMila nna baia fignrat ma os pintores bom vsns oa wusculatnra certas
sombras, que não chegam a ver os outros: e sabem dar razão de qualquer pinsclada de um
grande pintor. Asim lambem os omeos de bom critério, e bem fundados na boa Lógica,
e rrf*vmf*^ a refletir, vem o adnm noa livros aquelas grasas, que os outros nio vem.
T. g. ca Ara todos adiam na minba Lógica, alem de uma vastisima erudisam, que é o
menos, um bom juizo, e por iso a-ensinão publicamente em algumas escolas, ainda de
Regulares, que appreferiram a outras modernas. Desorteque é gloria grande a minba
o-dteMMequaadoàingoeiíliodlBtOjaia^Mfaa. Acklo ao 4^araro o mesmo jniio, o
delicadeza. Contudo o Autor do Furfur, e do Papel, que tu citas, so lhe-acham erezias,
asneiras, maledicência. Ve a diferensa dos juizosl ve que cabesas e que entendimentos
Concluo pois, e te-encomendo muito, que nunca estimes um omem pote erudisam,
mas p(Ao acerto do juízo (1). que é aquele que oonstitue os omens grandes: porque erudisSo
sem juizo, como íuem eaes amigos, não vale nada, e mostia a pobreza do espirito, digo,
do entendinasBto de om emdito. A erudisam é oomo ss pedras preciozas, que se nio sÍo
engastadas ou encastoadas com artifído. nw aaiontoadas, publicarám que um omem £
rico, mas juntamente muito tolo. Para adqoiíir pois este juizo, vale muito o estudo da
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taloi, e «mendem os nom etrot. Uto tguda muito: isto 6 o que neae Reino falta, onde
dos trUeoÊ modmot Egirtmgtim alo aebem nem o nome, e não i gente, que enpiiqBB
a isto. Por consequência, um omeiD,qpeiiloaeiodeae|MB«iiÍopodediqBiraobaai foito
Estrangeiro oestes particulares.
B aqui B»-vem à mamock, qne oat das naoem, porque ae»e Rdno nlo se podem
pron^over com fruto os bons estndai»è, porque não tem noticia de Jurnais Eruditos, {fOêÚÊUk
noticia dos bons livros, que Miem nos ditos Reinos: e muitas vezes são criticos, e dm
juizo deles. Quem le estes livros, que sfto inumeráveis, é que oonbeoe ss obras que saiem
•s novas edisoens etc. Om «les Unos sei eu de certo, que nio vio para la e se algum rari-
sinto pilhou algum Juntai, tem-no muito bem fechado, e o-oomum n;lo tem noticia díso.
E so tendo-a e revolvendo-os bem, poderiam ver se la se-publicão os livros que ca se-impri-
mem. Atem diso, n naiáni PortogueBi tialia neoeaidMie de um Jmmi Bomgaa. Mn,
que livros se-refeririam ncic? quatfO SemHMS» e ooizas semelhantes. Coitadinho do Jtir-
nalista, se quizeae dai juizo das oteas: aerbi mriH», erege^ impiOf ateo, etc. sairia logo uma
Mllm enoÉMido qvem en seo nN>. e btawo, e oofa^
oom todos os Diabos. E como esa gente nSo se-pode enmiiiar, por iso digo, que mnca
poderá lustrar, nem adiantar-se nos bons estudos. Tso sam cafres do Diabo, que por blta
de noticias de livros, vivem sepultados em uma incrível ignorância: e desta nace a preziuMlo
do ssnm doutos: a dsita ptasuosania a sobsite nãos taintiwn a msledicwiris cootn os
autores, que os-qucrem alumiar. Tenho dado o meo recado.
Agradcso-te as outras noticias literárias, que me-dás que nào obstante não me-per-
tsoosvem, sempre gòsto dslas. Aquela do Fayoo 6 piam». Mas nlo devemos o«r o que
ele diz, sem primeiro ouvir o que responderia o opositor: porque aem ouvir ambas as partes
nio ae-pode julgar com acerto, e justisa. Alem diso, polo que tenho ouvido a pesoas, que
terio as ditas obras, pareoe-me que o Feuoo n<o i pesoa capaz de brigar com o outro: e akm
diso Bsbeam mui bem, que o PstKwè um iiwoFSripatetico,e por consequência, que nSo 6
apto para julgar sem preocupasam, c talvez nJoeoleadaciaoqtlSOOatlOllia-diSS. Masdss
la ae-avenbam, e nos vamos debicando niso.
ma cana mu cnsia oe posnuw, e uwiueus» nao lepaivs mso^ poiqioB oono e mui
comprida, e escrevo sem meditar, mas so o que me-vem à boca. tenho a Uberdade de imitar
a quem está compondo, que emenda o que não lhe-«grada. Talvez emendaria mais, se
tivesea paciência de a-reler: mu
não poso, porque jaé um volume. E quem sabe se paiaie»
mos aqui, e qna alo ma-wenlia outra entuiiswio de escrever mais aipne ooiat: o qoa
pode mui bem suceder, porque isto vai a parágrafos. Emfim, com os amigos em cartas
compridas tomo esta Uberdade, porque nào quero estar estudando as expresoens, como
nas bwveii A
Deui» ffiit diept ssole aton» elc>
Bttaanoa em 7 do vm.
Tonwàcarta. Onlam acabei a carta de estoiro, porque veio gente a vsmds. Afon
^Modobiaaatw carta avianabalguma coiza a que responder, acbo-me no fim oomo lOHMe
sobre que me<onsultas, e com a critica que fazes a outro soneto. Confeso o nao eno:
aquele 1.° soneto pertencia ao segundo ponto que dividi a resposta, bemque O 2.* aoiielo
me-desculpa, e taoíbem o comprimento da carta, que mataria a qualquer outro, que escrcvese
com a fadlMade com que eu o-faso. Mas darei razão de mim, e comeso polo
ultimo.
Quando eu que aqueles sonetos Itamm feitos á msis de dezaseis anos, tinha
te'diseie,
respondido o que basta: porque eu confeso, que quando sai dese reino, aindaque tinha
muitas outras noticias que nào sc-achavam no comum dos nosos coetâneos, oào sabia
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poreoi, que ooiza era bom gosto das Belas ktns: e 16 anos de estudo podem, e devem
miidar BMiito * um omem o qual por iio menio nlo deve aer arguido dos p
:
niae,nem dar satisfasám deles. Vim de Ia, e o-confeso para minha confuzam, com muita
Moeii» na cabesa, com as quais me-criàram. E oio obstante aJguns omens, que tinham
corrido o mundOf mc^laerenit que ca fòn se sabia multOi o beo!» 9 nwllior que to^ nlo
me-podia despir de todos os prejuizos comque me-tinhio criado os meos mestres, que
me^ltziam em bom tom, que os Estrangeiras sabiam pouco, e so os Portuguezes abismavam.
Isto me-diaeram os Jiandtas milhares de vsna: e ainda ca alguns Jezuitas Portuguezes
BKMepetirio varias vezes. La dízianMne, que ao oa Po»tngueaes sabiam, e doa Portqgaeas
ao eles levavão a palma em todo o género de especulaann. Desta sorte, segundo o seo
louvável costume, me-Aziao olhar para as outras Religioeos com um interno desprezo
Heite soneto, as palavras falar a pedra, aiiimala, infundir a vida, que sâo as que podem
cauar duvida, estam também explicadas com as precedentes, e subsequentes, que ninguém
se-pode enganar oom elas, e dammente que aam metafoias, e ipeiboles, e samiire
se*vB,
w
o pea BUlo ioa verdadeiro. O Poeta praaegue a ideia de Buooaiota, qno dmuh tom
um pao na estatua, e dizendo-lhe que fcdase, queria dizer nisto, que a dita estatua reprezentava
um omem tam verdadeiro, que so Ihe^altava a palavra. Não entro aqui no exame deste pen-
Mmeolo (o qual poram podeae deAader «togorfcamealeX um dedaio a ideia do Poata.
Este não diz que a estatua verdadeiramente falava; que tinha vida, e/c.» 1IM8 SUpondo com
O Burooarota, que ja estava animada a milagre da arte, declara o que diria a pedra neste
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cazo, ou o que deveria tHzer la eonsigo, se estivest animada^ e devese r^rezentar a figura
ie tMtatm. Que este é o wrisiiiiel Foelioo. Mortra, que com nuio ae-deveria Motír do
qoe pedia Buonarota. Que é verdade que a arte a animàva, e niso mesmo lhe concedèra
ft fimldade de falar (isto querem dizer as palavras, a voz lhe-deo, pois, etc). Mas que se
fidàim, teria um vefdadeifo oiMa^ c nlo eitatim: temto
fica o ser silenciozá) não prejudicava aos primores da arte, e observava o ser de eetatu^
Este pensamento é belo, verísimel, porque é bem deduzido do que dise Buonarota.
Fabamente e erroneamente falou Buonarota dizendo a uma estatua, que íalaie, porque
iito nlo pode aer. Falsamente supoz que a-tinha animado com a deatma • ancelencâa
da na arte. Mas supostos estes principios, o Poeta discorrco bem, c observou o verisimcl
Voetioo. Damesma sorteque é falso, que ouvése Juno, e Eolo Rei dos Ventos, e que Juno
hripw oom Yenoi, «te. maa aapoitaa eata» flrimln, que oa antifoi vulptat admlllam,
VIiBÍlio discorreo coerentemente e observou o verisimel Poético, nas tempestades, e des-
grasas, que fez padecer a Enéas por esta cauza. Aquele verso, Fahmdo muda, atentamente
cala, explica tam bem a mente do Poeta, que ninguém, que saiba refletlr, poderá duvidar:
poiqua fljttrwff^*» moatia, que alo fala absolutamente, mas na ipoteze dita: e dedara
também as palavras precedentes, e que não lhe-atribue voz absoluta. Donde concluo, que
a tua critica nace de não teres reâetido, que o Poeta não fala ábsoluiamenie, mas ex kypolesi:
niito f»«lfira. e oom ialo ae4eH)l«B a dificuldade que poda aaoer.
Polo contrario, Marcial atribuc absolutamente ao artífice, que deo vida à lagartixa,
• aos que a-vera, que tem medo dela: e isto okUz secamente, sem palavra alguma, que
o^nodifique, que 04Mtriii!}a ao lentido metafórico, etc
Onde Maieial diz duas mentiras mui manifestas, e mui gordas; e dois imposiveis,
Com que reatituamoB a oom ao tal iODeto: e deíxaoioJo ficar BO estado doa medioGr^
pois cii n;lo o-dou por coiza do outro mundo. Eu dei aqueles sonetos copiados de OUtia
mão a uma pesoa, que para la foi, dizendo-lbe que erão de outro, e não desgostou. Peao^e
ponm» qiiB qusimes o original doa tres que tennaiidri, qn» ala qpim
e eM fiivor sem fUta, oon» taodmn deita iRwaale carta* aind
da tua mam.
Vamos agora ao aoneto, que mandas para censurar. Eae é o meo irra dizer o que
eutendo diato, powpie nto sei o que entenderá» tu, e julgMA o autor. Mas aaia o que nir.
Não me-parecia porem, que este era soneto que meiCCeaB milldiros nifi pedir a ceasura
ou que devèse ocupar um omem de bom gosto.
Todo o soneto é niiaemvel, baixo, e um peasar Ratino, digo de Frade Jaooiwo. Os
versos sam forsados, c cheios de cunhas, v.g. o primeiro, o sexto, o duodécimo, e o ultimo.
No primeiro acho um erro de Gramática, que é a repetisam de dois relativos «a Menga
A» faltava»: porque aquela partícula a, que é relativa ou demonstrativa do posuidor do
dano. bastava: e o As sobra. E este pleoBaimo se is admite em gnwea casoa; ou no dis-
curso familiar, etc. mas aqui não devia entrar, c muito menos anteposto ao verbo. Moitas
aa floresta não me-parece que estám bem: e muito menos me-agrada, inquirir moitas:
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porque Mte verbo não quer dizer buscar, nu» m> ae-q)lka ao Utenrio, ou quatí lUerario.
Tkmbem nio me-fwreoe bem, que o Poeta oootnpoiíka Fk resta « Campbm: porque a cam-
pina tambcm pode ser floresta, quando é semciada de flores, pois para ser campina n3o é
neoesario que seja liza como o jogo da bola, ou da pela. Tambon alongar os olhos náo.
mo^icnMlftS flcolo é çptifai cjn towMiii o vsAo éhugút wn outro aaotido. Ehi maia dapraia
diria dilatava,que explica mais para todas as partes, pois é cuto, que ela nào olhava so
para uma parte. E este verbo ja está recebido por alguns, ou par4he outro igual: espraiava.
Siitís murmúrios não tem semelhansa alguma com o balido do cordeiro. AmaÉmifoctíco;
mat o fita, que aqui entra por cunha, eu o-mudaria, como também todo o wao, qoú tão
mc-parece tolerável, mas sim pueril. Os Tercetos também tem coizas em que reparar,
especialmente o ultimo verso, que é ridiculo, e languido, e cheio de epitetos forsados: quando
devia ter io om epíteto, qae diathigueae a oai«g th eerdttv, digo, que «qJicaae qoe se ftlava
meUfcriCMaente e de Cristo.
Atèqui falei oo estilo. Vamos ao ixaMamento que é pior, que o estilo, e em que se-ve
inBÍaoflData,eoaeojafagD. O Pioeta alo lama a iMuabola no sentido Oiamatioo,qtie quer
mas no sentido ecleziastico, e do EvaqplhD, em que significa
diaor oaniplt» e eiutipanaam,
comptnrasam enigmática, e alegórica.Isto suposto, o principal e esenctal defeito do soneto
está em a soiusam: porque a comparasam alegórica não deve explicar o
trazer consigo
mistério, mas deixar a apUciw ii ao leitor. EÉto 6 o estilo das parabolaa do Evangelho,
(e de quazi todas as do Testamento Velho) as quais Cristo não explicava logo, niM
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ristmilidade do oonoeito. Acmoenta, que as palavras ouzencia breve «ipcmm, que logo
flmpoimMíBpoveoqmwiBoootddioteaataóoutiaditeei^ àkptráait Dtti,
qpwnlo se-pode recuperar, etc. Aaimque argumentar da perda de um bem, que em breve
poio awer, e devo aver, pai» a perda de um bem que nunca poso aver, e para o ooodenado
nlo 6 bem, antas o<oniiden oomo cauai do teo ml etc, nio è aiBumeotar a màbrt ad
ndms, como devia aqui ser: mas argumentar a re una ad aliam in omni genere diversam:
que i o mesmo, que argumentar, e comparar mal. Esta parábola ou comparasam mera do
soneto vale o mesmo que se eu disese: «Jozé v.g. não pode estar sem ver a Maria, por quem
morria de amoras, um breve dia. Lofo oom naiita mais lazam um forsado da galé, ooo-
denado a ela por toda a vida, c quetsvepor pena ser atanazado todos os dias dc sua vida,
sentirá iniinito privar-se da vi&ta daqMla juiz, que o sentenciou e conserva na tal pena».
Ben vea, que a lasun é a mesnoa, oom a devMa piopofsam: a se flnea a awalM do aoBôto»
como asima faso, achacál» que vem a dar nesta explicasam. Asimque, concluo, o Foeta
pecou ao pensamento. peeoMmqptícasam ou eonyparasam, t pecou na íocmam. e fez umioaeto,
q^ nem íamos lBMa«
liis paieflaaa owir4e dizer: Tsfflos ainda mais que díaer oootia o soneto? teaho
por certo, e podia esmiusar muitas coizas, mas não é neoesario. Do que tenho dito com-
preenderás o merecimento do soneto: ou ao menos compreeadecás, que amim n&o me-agrada
poiaa ditas laaoens. T\i jalga o que te-paieoer.
Agoia me-tmern umas concluzocns de Filosofia Moderna defendidas não á muito
neae reino* paia me^nostrarem, que coiza sam omens grandes. £u corri-as logo com os
oOiOB para admifar. Tomàra que e«i¥eaes aqui, pam iMOOstnr os erros que ten, e a
embrulhada que nelas se-ve. O ornem tem por certo grande talento: une coizas tam divemi,
e encontradas, que nos ca nunca pudemos unir, e nem menos entender. Nam é isto ser
um omem muito grande? nam é um engenho elevado, e paradoxo ? Se eu te^iuizese amofinar
oom pennatas, repeteria aqui, o que asima teimiuniei do Barbosa, e mais Académicos,
se este era um daquele-; omcns a todas as luzes granita, ^ue sabem dar às coizas o Justo valor?
Parece que devia ser, e que senlevia esperar iso. Mm nlo te-quero matraquiar mais paraque
nlo desoonfles. O pior è, que eu estou metido em uma de meos pecados por conta diso.
Pedem-me que as-aprove, e louve. Mas leve o Diabo tudo: iso não Tarei eu, aíndaque
me-matem: e enfade-se quem se-eníadar. Não está má galhofa: eles fanm aweims, e
querem autorizalas com o testemunlio dos outros! apre la.
Amigo, esta carta está fUta de tias jatos, a ainda é carta. Pede a Deus que alo
me-venha 4." jato, que então certamente te-mato com a escrita. Perdoa-me alguma expresão,
que não te-agradar, ou de que não gostares: e conserva-me aquele teo amor delicado com que
tratas aos verdadeiros e intiraoe amigoa. B di-nM de quando em quando novas tuas, e
novas litc^a^ia^: c \aí catechizando alguns deses dc melhor talento, para tens OOm qusm
fálar: e aviza-me se pregas oom bom suoeso. Deus te guarde etc.
Muito teu
L, V,
Esquecia-me o melhor da festa. Remeti por mar a nxo irmam Diogo uma orasam
Ptetugueza. redtada nas exéquias do deftmto Rei D. Jòio nesta noaa Igreja de S. Antonio^
paiaque ta-remetese logo. E se queres mais alguma, ainda ca tenho outras copias. Bia
foi recitada pelo grande Je/uita Pedro da Serra, aquele grande omem, de quem dizem os
Jezuitas Poetuguezes, que abismàra Portugal com as suas predicas. Ela chama-se Sermão
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pnegado nasexequIaBictmtaimPtpíilko. Teve a felicidade de dezagtadar i maior parte
dos PortugnaM» afimide índouto», que a-ouvirlo. tirando alfUH apaniguado» do uitor.
E os Italianos, que a-entenderam, diserão claramente que o autor merecia atanazado por
premio. £u lomàra ouvir o que dizia oeste cazo o teu Barbadinbo, que suponho diria coizas
boaa. O que ea digo é, que ali M-ve o carater doa Joeoltat Portugueaet, e dot noeot Pieca-
dores. Nem sabe narrar, nem amplificar: nem entende preceito algum de Oratória. Aquilo
è o memo eoAou em corpo e alma. £ também diz mentiras bastantes: eotre as quais nio
é a menor diw, que Ekel J>. Joio tao
nrimn quando no seo tempo é que os Filipinos as-comesârão a-ensinar com apUmio: e o
mesmo Rei mandou imprimir a Filozofia do P.* Joam Batista da Congrcgasam. Repara
especialmente naquelas oaos Portuguezas, que levavam a Cristo para o Brazil, e trazião
de la diidieiío: (ao que lespondeo om FkiÃido com falaotaria: Nto mostravam, qm km
negociar com Cristo) clevavam também Jesus nos Jenáias, Finalmente repara em tudo,
e não percas uma palavrinha, porque tudo é bom, engnado, bem ponderado, e bem expli*
cado. Cbnsidera tanibem « Introdusam ou Relaaam das Exéquias que é engrasidirinia,
e comesa explicando o Cstechismo. Foi feita por outro Fmdi Fortuguaz ornem inriVM
em tudo. Emfim estes asneiroens até ca vem injuriar a nasám, e confirmar os Estrangeiros
na opinião em que estio, que os nosos estão por conquistar. Considera tu agora como
estaria eata alma, qnandopok niinlia ooopaaam me^ obrigado a ouvir sumr aipi^
uma ora e meia dc relógio, e isto em sima com um modo de rcprc/cntar pior que o mesmo
papel, e ele com uma carinha dc coco, falando em língua do Alemtejo, e asoando^e à sobre*
peliz! oomidera isto, e tem dó de mim.
Compàra alem diso o dito sermam com a minha orasam. em que, sem dizer uma mentira,
volto EIrei e o-ponho naquele ponto de perspectiva, que parece melhor, e dá uma ideia
talde si, que parece um eroe. A arte com que esti feita aquela orasam poucos a-conheoem
e nenhum a-pode entender bem, sem aabar ftMi^h|wiw**lnignty a vida d*EIrei D. João, e as
paixoens que tinha em varias coi/as, que muitos interpetravão (j/c) por virtudes. Mas
pergunta tu por iso a um Jezuitinha, ou a outro tal ridículo, e verás o que te-respoode.
Kta nlo slo pnra aqtwles mMoe semelhantes compoadaoena, nem tanriiem o modo
di ptmr ftnbdeiro. e acenado, que se-observa em todas as muitas obras, especialmente
naa dedicatórias, e panegíricas, que são as mais dlíicuitozas, e em que se-ve como
pann mu ornam, so como ornem, ou como rapaz. A prefasão da minha omsam foi muito
estimada.
Tenho ainda este bocadinho dc tempo, c leva mais esta. Lcmbrou-me que aquele
aoocto da cara feia, poderá fazer-te alguma duvida; como me-dise certa pesoa, que tizcra
a outros mnitoa; por iso te direi sinceramente O meo parecer. Eu também convenho em que
tem algumas oofaãn, que me não agradam, mas não deixa de ser tolerável, ae couaidenmos
toda a oconomla do soneto. Cuido que se^ve parafrazar asim.
«n^ ea feia, mas oom tal extitmo, que à tua viata a meama feialdade ae pode dmoar
bda 0ato é uma iperbole, mas dita por modo Poético). E namobstanteque uma ooin
eaoeaivamente orroroza obrigue a voltar os olhos, e a não querer vela; tu porem, com uma
nova eqiecle de prodígio, oonaegucs por extremosamente feia, aquele mesmo tributo, que
outn oons^ttlria por enoeaivaBHnto bela.
«E a razam disto é: porque vcndo-sc a tua cara tam pasmoTamente feia, t(?dos te-poem
05 olhos, e te-observam, convidados pola raridade dcse orrido aspeto. Nem á que admirar-se
de cMIuBietu, porque as ooiías comuaa, e que todos os dias vemos, nam eitcítara a noaa
onHenidade mas uma coiza tam rara, como tu es, eficazmente a-exdta. E esta mesma rari>
:
dade adula a tua vaidade e prezunsam, pois vendo>te tanto observada, cuidas que 6 oba»*
quio, e que to-ftm por saras muito fomma.
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«Mm eoganas-te. A verdadeira beleza de tal sorte excita as palxoeas do animo,
que oepm o «otendimeato, e iilo »'de<xlo ooMidem
nem nem os ocultos ou disfarsados defeitos, que se^tcham no
as verdadeiras perfeísoens,
objeto amado. Mas a fèialdade como não prende nem cega o entendimento, dá lugar «
qpe B-fmamInriB CMb vn mis todu as partes do olgelo oncndo.
«E daqui vem, que todos com tando disvelo e miudeza vam considerando uma por uflM
todas as tuas monstruozas Teisoens. De que se-segue, que estás muito obrigada à tua
fUaMade, pois por ser extremozamente orrenda te-dá merecimento de ser observada, o que
olo oomapiiTiii, se fàiea mpiiiflrmmiiitti fefaL
SupOftaesta parafrazc, que me-parecc, que explica bem a mente do Poeta, n;lo acho
que condantr neste soneto antes me^rece, que é uma iperbole muilo bem discorrida. Suposto
:
o aMBito ser a mm
earv fiMttie/Mi # íIuvohmUs, o Foetft paiB engiainleeer isto deve mar
de iperbole, e de iperbole verisimel poeticamente, como esta. O que ele fn/, Vejo alem
dilo» que no grao de iperbole todos os conceitos ou sam verdadeiros, ou verisimeis: e quazi
todos vertsimeis ainda no grao de discurso íiuniUar. Onde q:ue ooiía oondenio neste soneto
eaes asoeiroens, não entendo eu. CoaMm-o tu com oOm» dcn|Nl»MMdoa> e veiit qoe
miste à mais rígida censura Poética.
Amigo do C. Tenho escrito oáo uma carta, mas uma disertasão: roas como fUo em
diveiMB naleriÉs, em que tu me toem, nlo debu de snr carta. O
que se segue acom 6,
que tu me-cscrevas largamente todas as vezes que te-parecer, e mandes a carta ao mano,
para ma-remeter por mar na pirímeiía ootúuotuia que seofereoer, e isto mesmo lhe-podes
reeomendar. OBrtamem» *o ta me^podias eonvidir a «aenver tanto: porque teidio tanto
que fazer, não poso perdelo nestas escritas: multo mais porque me>vejo obrigado escrever a
muitos me diferentes matérias. Regala-te: e segunda vez a Deus etc. Sim tinha mais outra
coiza que dizer, mas por náo querer escrever mais, fico aqui, etc.
(Sem assinatura)
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591 —
eloqueoda mediocre, ou menos que medíocre, me-v^o obrigado a falar em publico sem a
irrfruiTf "iwiniw rli . rniiiilnmi ilftifnÍMitenfntrmpnrinn n nrrmtiirrTTmTT itmln Tono
alem diso a pude opiniam (!) deste auditório, que tendo ouvido dizer, que ada onr nestM
eitieqtii«# um PMtmuez, e um Portuguez, que não refere, nem amplifica o que oovio» IIIM
o qoe p ww oeloM, e m
noticfau pertkularet, que akmou tanto das asoens pafclJcas, como
particulares do seo Rei; vem cheio de uma grande csperansa de ouvir um pancgirico tecido
de coizas novas e singulares, e dignas de toda a admirasam. Finalmente a mesma armasào
fúnebre deste templo, o magnifico apanto deetu «nquías, e ete vivo lenrimeoto, que vejo
representado ao f?™iy»"«t*" de cntaum dos que meKmvcm, renovam com tanta eflcMMi
a minha dor, e mc-aumcntíío a perturbasSo de modo tal, que quando lanso os olhos para
qualquer destas coizas, náo me-acho em estado de consolar aos ouvintes com o meo dis-
cano. OHM eo menK» oeonito ter cooiolido. B nlo merendo mmoa fUtado paltvrH
para falar cm publico, e explicar as matérias mais graves, c cmbarasadas, agora me-acho
nem atino com o que digo: nem sei por onde comese, nem onde
totalmente falto delas:
acdM. Sendo pois radenma destas coizas capaz de impedir a afloenda do diwurso, de
dwantmwr a um Orador, e afrouxar a taamm eficácia de qualquer eloqnento orasam, é
vosa obrigasam, ò Cardiais, jaque desde a vosa mocidade em lugares mui decorozoe, e
nesta mesma cidade em que falo, cabesa e fortaleza da nossa religiam, orastes repetidas
quanto me abaterám o animo tam graves (rasgado) nesta ora cm que se me oferecem todas
juntas (raapulflí) esta considerasão, de que fareis justisa ao estado em que me-acho, rae-tire
totafaMote um tam justificado tmor* • éuáam a vw|oiilia de fidar em tam autoriiado
XV
PROCESSO DAS EDIÇÕES CLANDESTINAS (2)
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^592—
ano « ulM parte dera ao prelo sem licença do Santo Oficio «as seguintes:! — Mercúrio
ApoiogetioQ digo iHamlMicoepa apoiogeticas. 2 —Mercúrio pbfloaopUoo. 3— Rnftv
logicae verneiailMi 4 — AU^ção jurídica a favor de F.»
(Lista da peMOas prnai — Cadernos de Promotor). (T.T. — S.to Oficio. Avulsos.
Est. 163 Prat. 7).
do Santo Ofiicio» contra Manuel da Silva, impressor, morador no Bairro Alto, na Rua
da Atalaia. (Pirooesao de Atowal da Silva, Impreiíor, aotofao^ fflho de Mamai da Silva,
Sapateiro, mtonl e BMffiador neeta ddade de Uiboa. Foato em culAdia em 25 de Abctt
de 1753.
(r.T.—Inquisiçio de Lisboa. A Upb: V. It 236).
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em quÊ mdbqmte podê vadi hi a dais toãák» mia ê qm dipols aparecerá para recAer
odUhtiro, Também tun pon fuiÍKt 0 aUBgo^KOÊirtoa, oi|ui]lliBiiiiiidott|MnvBBder
bum medico desta Corte chamado Fulaoodft Nóbrega, e que não sabe a rua em que assiste
mas be bem conhecido nesta Cidade e outmim tem vendido mais Alguns Tomos do Novo
hãetíiodo de Euadar, que comprou a hom mono dwaiMulo Kbnod alo «d» de qoe nem
a rua em que mora e somente que anda vendendo livros pela rua em companhia de huma
mulher velha e que também não sabe o nome, o qual lhe disse qoe se tinhão reim|iriinido
na Officina do Convento dos Loyos desta Corte; aonde elle os Ma comprar. Disse maai
tar também Advertências criticas ao Novo Methodo de Estudar, o qual lhe mandou vender
hum religioso da Ordem Terceira de S. Francisco do Convento de Jesus (.. ) Tem mais:
Discurso Apologético composto pelo Dezembargador Luis Borges de Carvalho o qual lhe
mandoa vender hnm de favnamclMBmidoEiiaB(...) TimaMá: Cometuçõaaebea
oflktel
o Novo Methodo de Estudar que mandou imprimir hum Livreyro da rua Nova, chamado
Carlos da Silva que foy o que lho deu para elle o vender (...) E: Progresso da Academia
Cramcatad que lhe levou para vender bom oflldal de liwprn H wr «*—^''^ Bedro (...) que
trabalha na imprensa de FraiKÍsco da Silva junto à S6 Velha. Atada: IBumlmçâo Apido»
getica do Retrato de Morte Cor que he 1." e 2.» parte, os quaes lhemandou para vender
o Doutor José Thomaz Borges Clérigo Secular, e morador no Largo das portas de Santo
Aatlo.
(...) Disse que nesta cidade se reimprimiuhum livro intitulado AISno MstíM»
em huma Imprensa que lhe dizem ser parti-
de Estudar e lhe coosta que fora dado ao prélio
cular de hum Padre Lojro chamado Santa Martha Teixeiía e existe no seu Convento do Beato
3B
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— 594-
Antonio, no qual tem por compositor a Manuel Soares Vivas, natural do lugar de Camarate,
que foi o que ooneu com o dito Lhnro. SetnadoHie declarou a elletotemunlia, hum IM
Isidoro, official dc Compositor que assistiuna dita Imprensa ao tempo da dita reimpressão
e de presente trabalho na mesma impressão em que testemunha
assiste que he a de
elle
AondSMo A
SI0^ no potlo das aadfendM, por deti<i de Sntf IMmt
mais qtK haverá dous annos mais ou menos se ímprimio na Cidade Antídoto gramatical (...)
imincsso na impressão de Ignacio Rodrigues (...) Disseram-lhe os mesmos ofliciaes que tra-
baDiavio na dita Imprensa, dos quaes se chamava hum Pedro da Silva, morador na Rua
dos Garras (1) outro Dominfos de Araujo, morador na Rna doi Cabides e ovtro Baraaido
José morador num beco quasi defronte dos P.P. da Congregaç3o. Jiiíf^a que aí, no Inácio
Rodrigues, se terão impresso os Mercúrios, «por ser costumado a imprimir semelhantes papeis».
Disse mais que na OfBdna de Bernardo Antonio, morador na Rua de Quebvaooatas jnnto
aos Tomeyros imprímirSo varies papeis (2) (...) hum João Baptista, ofRcial de impressor,
morador na Calçada do Lavra, que trabalha na OfBcina de Francisco Luiz Ameno no Bayrro
Alto (...) Disse mais que na Oflkina de Manuel Alvres Solano ,a S. Crístovio ae impriminun
tanibem «aiioa pmwlt a respeito da Aaglo doa Tooroa (...)
Tabwira vio e prezenciou que o dito Padre mandara reimprimir os dous Tomos do Now
iMkkb 4r B^tdar, os quaes imprlmio oom eflbito na dita OfBciaa o Meatre Oompoaltor
da nieanw Mmtd Soares Vivas, (...) a qual impressio se fez safando lhe parece haverá
dous annos e segundo a estimação delle testemunha entende que se poderíão impremir
naqucUc tempo athe o numero de outooentos, o que tudo sabe (...) por assistir então como
tem dito m
nteida Impressio. Disse mais que achamkMe (...) na Impransa do Doih
lor Manuel AlvreaSoiaso do Vale a S. Christovào, vio c prezenciou que hum religioso Domi-
aieo chamado Fr. Buaíbio, segundo lhe parece do Nascimento (...) do Convento de Ben-
fica (...) 2 tomoa o 1." Anatímmho Joeoio (e «er andavam a ver se o Santo Ofido agora es
lyiVMHa).
(1) Outro diz que assistio junto à poilaria do Carro do Colégio de S. AntiO.
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papeis por hum inuáo deUe *—*f™"*« <*—— ^
Domingos de Ani^, morador nesta
ddide n R» dot CUridn O qod oom dMto te a dita ioipresslo (. .) e .
Silo SC fizera com toda a caiitella c segredo por ordem do dito Ignacio Rodrigues. Disse
mais que na Impressão dos L^yos que se achava oo seu Convento desta cidade e de prezente
se modoa para o Beato Antotrio, aabe elle teitenninba qoe na meama te reimprlmk) o mvo
methodo de estudar o qual sc estava vendendo na mesma impressão aonde elIe testemunha
foy também comprar alguns jogos (...) ...(inqtrimiu ainda outro sem licença) na Offidna da
Rua de Quebra Costas junto aos Torneiros. (...) Refere-se também ao impressor da rua
dia wtaint dmiado Mnnel ^"Vftlhi* qpw inprindtt: TkiMMMltf d$ Ohni Lo/êí,
(...) Só sabe que se imprimiram os 2 tomos do novo methodo de estudar dos quaes
vendeo dia atan» tomos qoe fbi coaqnar a empreoça dos Loyos (...) uns quatro oo dnoo
iooaa.
ReferMo ao Antídoto Cimmikal o qual sabe que foy dado ao prélio sem llomça na
dlMiia da Tgnirio RodriguM BailxMa (...) Cav inufit tntboBknu aO* (•••) ovtVM muitw
na fmpfaclo do Dr. Manuel Alvres Solano e outia qpa fica na Rua da QoebnhGoMat
junto aos toneiroa que be de Bernardo Antonio.
Cèrttdao
(...) fiirlo chunados oe dolt impraseotet MBgud Meneaeal da Ooeta e Mgual Rodrl-
SUes, ambos Familiares do Santo Oficio e sendo preguntado, «não declararão couza alguma
aubitancial e por isso se Ibe não escreverão judicialniente os seus testemunhos e o mesmo
mioeden oom Bnnavdn Joaé OHkU d» imprasilo (...) 234IM753. Aknndre Henrique
idiidaa oa pveii,
«tttoe am
pelo pautado, porque unidos ao pautado die lapaa o áh^
éelo (...) com qwdquer dos dois
fica direyto o pautado, o que não seria se a inpnaiio tea
diversa. E a meama observação ae adiarão (sk) no outro papel desta meama matéria
chamado Progresso Gtramatiad. (...) «Adwy que Joxe da Coata Lívreyro defronte da igreja
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de S. Antonio junto da Seé» vende os Meratrios e Progresso
(...)• 23 de Março de 1753, A
os bMinisidoras Luis Barata Lima» Joaquim Jansen Moller e Muiuel Vanjio • Távora,
dÍMn«quc o Novo Metodose vende na oficina do Vivas a todas as pessoas que o procuram»
e em tão grande quantidade como declarão as testemunhas, sendo publico e notório nesta
CtoftequcoSaptoOfflçlo iiiaiwIaTa wcolliBrapriMBiwioipiwite ciiwvBiw
e denegado a licença para elles correrem pellos justos motivos que ponderarão os Quallifi-
cadores nas suas censuras: (...) por haverem já antecedentemente todos os impressores
assinado termo nesta Meza de não imprimirem papel de quallidade alguma, sem licença
• •ppravaçio do Stoto Offldo». (...) A 23 de Março de 17S3 aprovam^ as oondnaOes
dos anteriores; presos o Tgnacio Rodrigues e o Manuel Soares Vivas e detenninMe que M
continuem averiguações para saber de mais impressores clandestinos.
(...) Merciirios. I < 2 parte das lluminaçoens e Fiirfur Logicae Venieionc (\ic) ''OS quaes
comprou ao Livreiro do Adro de S. Domingos, excepto o Mercúrio Gramai icaJ que lhe
foi dado ddjaixo de todo o segredo por hum derígo chamado Josi Tomás Borges, morador
no Largo das portas de Santo Arit.ln f Também comprou ao livreiro do Adro de
)
S. Domingos os tomos do novo método de estudar. Dita testemimfaa (10-Abrilj (...) Que
o I«6 Tomás Boraes ido s6 lhe derao Merarío GnamHealpànítt, «mn tanliem
P.
OUtfOa nniltoa da mesma qualidade para que dlBtoMoiDDBlia os distribuísse pellas pessoas
que lhe parecesse, dos quaes tem lembrança que mandou ao livreyro do Adro de S. Domin-
gos chamado Bento Soares o número de 60 mais ou menos para elle vender e lhos remeteo
oom Iram «awiito «em aome qiie n» OMUidoa por linm gdego
passado, sendo já de noute, fora elIetMtemimha de Capote pedir ao referido livreiro a impor-
tenda dos ditos papeis, que com eflbilo lhe entregou e elle testemunha a deo iklmente ao
dito P. Joie ThoiMS (...)
(...) homem cego que vive de vender papeis. (...) sem licença; (. . .) Milagres da Terra
Santa e Dezengano de ciozos, 1.* e outro companheiro Francisco de
e 2.* parte (...) ele
Se<|Deiim, nmador na Cotovia, aonde dHunIo o mandarlo fanprimir na Offidna
PoodiBl,
e impressão de Bernardo Antonio e os venderam (...) sabe (...) que a 1." parte do Terre-
moto de Tunes fora mandada irnfirimir por himt cego chamado Manuel de Mattos, morador
no fln dn CUçndn 400 deiee do Monte Simy e a 2.' parte por hnm oflldal de impraaaor
chamado Ellat Douto, morador «m hwna Travam qua flea defronte do Espirito Santo.
»} 11.* Tmemmdm: P,* Jcm Tamn Morgu, Seeahr (10>IV-753). Màrmbr t» Imt»
nbv pomm tm O. jumoa^ mgama tm «• #Bve
(...) For mn mloa eorreiio os papeis seguinlea: As duas partn das JUbmAMpte
da Ruma de Mona Cor: outro om o titnio MtnuHo fíhsofieo e outro Furfur Logkae
Venrevanae, os quaes todos lhe mandarão com hum cscripto sem nome, pcdindo-lhe os
quizcssc fazer dar ao prélio e depois destribuilos pelas partesque lhe parecesse. L que com
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efTeito oot^ecturando elle testemunha de que a dita recomendação se lhe faria pelos Padres
da Coiq;«iliiB «oBdB ta gnndstnto • airiade, aii^
4|nal dos Padres determinadamente lhe mandou o dito escripto se resolvco em obzcquio
dos mesmos a mandar fazer a dita Impressão, a qual oom efTeito se fabricou e executou
na Oflkcifla de Manoel da SOva, bnpraMor, morador neata cidade no bairro alto, e na Rua
da Atalaya, segundo lhe parece e depois de impresso» todot os ditos papeis com o mesmo
se^do que se lhe recomendava no sobredito escripto, Dundou destríbulr algims por varias
partes, e logo que estiverio divulgados voltou o poftador do mesmo aicripto a procurar
algniit qoô levou paia nlwpr ao dono delles, lepetiudo dapoia atia mema diligencia
por diversas pessoas, por quem os mandava pedir, sem que nunca elle testemunha soubesse
nem aver igoasse quem fora o autor delks, e por esta forma se extinguirfto de sorte que nenhum
pára na soa mio. (...) DisM mais que pela mesma via se lhe remettMio tainbem outenta
papeis já impressos com o titulo Mercúrio Gramatiaú pedíndo-lhe os quizesse destríbuir
da mesma sorte pelas partes e pessoas que lhe pareceste, como assim o fez; porem que deMct
nfto sabe nem tem notícia em que offidna forão dadoa ao prélio.
o) 12.* Testemunha: Francisco de Sequeira, homem cego que vive de vender aiguns papeis
(ll-IV-^
Pela sua mão correrão os papeis seguintes: MUagm da Terra Santa 1.* e 2.* paite
do dmnga m it Qna» o outro dt Quados, os quaet todoi eUe tattemoniha a outro
seu companheiro FranoilOO da Silva, também cego, mandara imprimir sem as licenças do
S. Oficio e se derão com efTeito ao prelo na Officina de Nfanuel Alvres Solano, digo de Ber-
nardo Antonio (depois os vendeu) excepto o papel guia de caiados ci\>a impressão que por
toda rito niil papais, le adia alada am aer m
dita olllGiDa aooda w
iilo Ibiito aiada ti^^
pnr nlo tarem agora gasto. Mas he certo que estão impressos e promptos para se poderem
«andar. (...) Também deu ao prelo outro papel com o titulo Terremoto de Tmes 1.*
se
a 2.* paita (...) A 1.*, na olilelBa de Barnardo Antonio a a 2.* (...) Mamai Alvrea Solano
tendo impressa pelo (...) seu compozitor Elias Duarte (...) fazendo agora mayor reflexio
a respeito do papel Dezengano de Ciozos (...) a impressão foi feita pelo dito Elias Duarte
e na mesma officina do Solano de que ele be Mestre Compositor. (...) FunçOo dos Touros
aein^wriniiratMm glande Mwwro da papaia doa Quaaatam a OBftaia ^oealpMiaftwtotopiaa»
SOS pelo sobcdito Elias Duarte e outro duunado José Isidoro, ambos compositores e qpM
trabalbavão na Imprensa do dito Manuel Alvres Solano; outros foráo impressos na officina
deBawardoAnhiiiiooootiwaimdePonrfntea OonçÉ l m nopataodaCM
p) 13.' Testemunha: Manuel da Qtnceiçâo, Livreiro (11-IV-7S3) Morador na R. DírelUt
Perguntado para que pediu andlaBClia, disse que a pedira para entregar nesta Meza,
oonio entraga o inniaro de 41 pqwla: tilda an aan podar, todoa oom o titoto Mnv MM^^
cm Arte das Necessidades, por lhe constar que o Santo Of&io perguntava por todos os papeis
que naMa Corte se vendiio e forão impicaaos sem lioenca do mesmo Tribunal e que os ditos
papds lhe vierloianistidos da Cidade do Porto por hum Livreiro oom quem se correspondia,
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»
T3i m<íi» t rtí 1huiá»éa»mltBvmtttát}^^ vk»
e prezenciou que o Mestre composdtor delia, duunado Elias Duarte morador em buma
Travessa de fronte dos Padres do Espirito Santo, imprimira na ditta offidna (...) oa trei
papeis (...) Testamento da FrançOt Testamento do CasquUko e Testamento de Manuel Braz,
sapatdro. fia q,iMW ilnpnh ilii iiiumiMm innnilli n illto Flíti rtiMrtn títm Ctyn» r nn iitiHniTn
do seu producto, dando a elle testemunha somente o ganho que lhe competia pelo seu tra-
balho (Coostaodo-lbe o perigo, por sua licença» mudou para outra oficina) (...) na mesma
M inprinriifo wím Mieii pertaimatM à ^
r) D« «fw^fnf"' dos Senhorea Inquizidores Ibe fiz este Sumario (...) Andre Cortino
de FlgiwirBdo o Mcrav». Focio viatot oft Mm
do Santo orScio os dittos das testemunhas
( ) visto constar com toda a certeza pello testemunho do P."" Jose Thomaz Borges, o qual
he de inteiro credito e reputaç&o, que o Impressor Manuel da Silva dera ao prélio (...) Fur-
fttr, iíveurio Ptatefieo • at ámu panes doe IW i hH'» i do Retraio de Marte Cer, ndindo •e,
i
e prooedão como for justo, visto ser o dito papel escandalloso, insoUente e iqjuriozo à
Nação» (...) Lisboa, Meza, 12 de Abril d» S3. Laie Bmtft de Uma. Xoaqidiii Aman
Mollere Manuel VandtoeTiTOn. NJ, AMmdoOgaialboGeialcoiifliiiioaml2de
Abdl de 53.
foy mandado i sua impressão pelo P.^ Francisco de Cordes, da Companhia (...) Também:
ABegocSo Juriâhu eetn e teMiuULniÕa de hum Mergatb ^aepoestie Motttudtor Batitit contia
•eu irmUo Luiz Francisco, em raz^o da qual esteve prezo 110 LUnOflyiO pOT teoipo de tfit
mezes pouco mais ou menos à ordem de Sua Majestade.
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— Aos 7 de Maio 1753 (...) na audiência da tarde os Senhores InqiusidotesnMiidaifo
vir perante si a Manoel da Sitva (PenunUmm le sabia qae nlo podia imprianiT xmdã, sem
Hosôsa.— QoB ifan e pedia petdio).
Forão vistos na Meza (...) estes autos, culpas e conftssio de Manuel da Silva.
(...) sentendado coaibníiB a di^fwsiçin do RflfnlaiiMato e Bulias Pomifidas (...)
8 -Maio 753
O CoBNllM> GenL Qne asÉm se an«ca. 11 de Mido 753.
— GenMâogia
Aoe28deMrio 17S3. MB. S— iaSereitc. para o nceio propáiito.
(...) com as peoas nsais f%orosa s que contra semelhantes estão por dirsito
seja castigado
M) Sumario cotitn O f.^ D.r Manoel de Santa Martha Teixeira Conc,s;o Secular de S. João
BiengeUsta e QatÊ^hcdor do Santo Officio. (J.T. —
Inq. de Lisboa, Proc.« n.° 2 638). (...)
GnHta(...)tefa dar ao prélio na soa offidaa sem as licenças neoenariss, maes de oitoceates
VoUnmes do novo Methodo de Estudar e algumas sátiras contra as pessoas ecciesiasticas (...)
Aos 17 de Agosto 1753 (...) filho de Patrício da Motta Teixeira (...) Maria Dorothea, natural
de Lisboa, morador no seu Convento de S. João de Xabregas (...) 38 annos de idade.
ftasuBSB que fbi damuMlo por cama ds bmma Imprensa que teve por sua corioaidade no
seu Convento de Santo Eloy desta Corte, donde a mandou conduzir para o dito de S. João
de Xabregas (...) Disse que segundo sua lembrança mandara dar ao prélio sem as licenças
neeesnriss Iram livro de quarto intitulado Justa npàba, que he em defensa dos tomos do
P. Feijó, contra o Corooista Geral da Religifio de S. Frandsco, do qual lhe paieos que se
ioqpnmirto mil com pouca diferença em aOa impressão entrou por lho pedir assim hum
castaihano chamado Frandsco de Sande que costuma vender livros no Adro de S. Domingos
desta Cidade. E
que também nHodaia dar ao pidlo som as ditas liosnças os toasoo do
^'ovo Methodo de Estudar que lhe parece seria o numero de oitocentos, a qual impieasio
mandou fazer, por ver a grande estimaçfto que tinhão nesta Corte, e que os £straa|BÍras
¥Bwdilo alguns por alto preço e se querer por sete modo utiliaar do lucro e produto deUss,
sem que tivesse outro fim mais que o que acaba de dizer. .. Disse mais que também consen*
tio (...) hum papel volumoso (...) Amw Histórico Vindicado, o qual he papel critico e com-
pôs em sua defensa hum sen Relígiozo chamado o Padre Lourenço Justiniano da Annun-
ciação (Oooao este é o Qualificador mais antigo, consentiu na imprswlo, apeear de o Santo
Oficio ter negado a Licença). Também dissertação jurídica que WHmwf o seu Padre
Geral o P. Theodozio de Santa Martha em defensa do direito que assiste è sua Congr^ação
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para poderem seguir a Faculdade de Canonet oa Universidade de Coimbra. Também
Diahg0 OMeo e: carta a hum amigo ca quais sSo anticrlsis a bom Antiloquio que catopòê
o P. José da Silva Pegado contra os Pregadores Portuguczes, c destes dois papeis foy decla-
rante o Autor. Também poderia mandar imprimir alguns papeis pequenos, como Sonnetos
« outros Mnalaiilvi (...).— Oiw/Mi»4vmi^^ tu Màm euBie nwfciiMB»
fw M ab^mm «h mo da dita bnprtHM mpmi» âo gotamo a administração da
(...)
n
Gompodtor na imprenaa que adia no Convento de S. Bento de Xabr^at, aobeiro,
filhode Antonio Soares Vivas, fazendfliyvoe de Maria Luis natural do lugar de Ounuile(...)
de 20 anos de idade. Prezo a 27 de Março de 753. Aos 4 de Abril 17S3 oonTessou, sendo
Inquisidor Luis Barata de Lima (...) que se inqjrimirlo Novo Methodo de Estudar a que
anda Junto hum papd com o ttloh de Retrato de Morte<ee e a nsfoela a eete, e Já todos
tinhão sido primeyra vez impressos não sabe aonde. Uma carta de hum amigo a outro
oom hum Dialogo contra o P. José Pegado e composta esta carta e Dialogo pelo Dr. Manuel
de S. Maria Tbneiía ao qosl die oonfidente vio muitas vezes estar escrs^endo na rnssma
obra que para se imprimir tha aati^va por partes segundo o estado em que se achava
Huma Reliaçdo das exegalae fur em Villa Vtçoaa ae fiterão por morte de Ei Rey D. João
o Quinto, que llis «otretott o mesa» Vidm Dr. ponm nlo sabe quem foy o seo autor « Hum
livro de agoa das Caldas e huma R^açãe d» IHfo contra o tMeyiú que tudo o referido
Padre lhe entregou a elle confidente, por ser o que tinha ajustado o presso das dittas obras
e ser sua a imprensa e todas se derão ao prélio no tempo em que a sobredita imprensa estava
no Convonto de Santo Bioy. Diisfi ms i sqnsdepoisque paisou a impwosa paraoOoawsato
de S. Bento de Xabregas, mandou o mesmo P. Dr. Manuel dc Santa Martha iflaprimir huma
alegação contra bum fulano Barbosa da qual foy autor o Padre Looiango Justiniano
tanibeaa Coasgo de 8. Joio EvangéHsta» Huma aleiscto do Geralda
a finror de Martinho de S. Miguel e Ignacio de Santa Barbara, Gonego também de S. Joio
Evangelista Hum papel contra Iknto Antonio, e no tempo em ipie elle confidente veyo
prezo se iicavão reimprimindo hum Sermão de S. Antonio fisilo pelo P. Joseph Pegado e o
MMbod» 4fr £Mtadfar. •— «Aos 7 dias de Mkio», de now o
declarou que «no Convento dc Santo EIoy deia ao piello sem licença do Santo Oficio humas
Cartas de Feuó que o dono da imprensa o P. Manuel de Santa Martha lhe mandara reimpri-
mir, e hnn soneto fisyto A Abbadessa de Miuvilb, na ooeasiio em que foy eleita a bnuMa
Cartas de Irmandade para S. Paulo mandadas imprimir por JoadúmSímpliciannodoQatD.
(...) Disse que o P. Dr. Manuel de Santa Martha Theyxeira ajustava as obras que na sua
imprensa se davão ao prélio, recebia o dinbeyro e nas ocasiões em que hia para fora deixava
ovtroFadreemieoh^quenoConventodeSantoEloyeraoP.Jòacliim de Santa Anna
Comissário de Nossa Senhora do Valle; em S. Bento de Chabrega, o P. Manuel da Cruz;
e elle declarante era quem tomava sentido na ditta imprensa ou o 1.° oCBdal. (...) Na ditta
imprensa trabalhavio Joaquim Josefiii compositor, Dominflos Antonio e Msnnel de Sova
(...)0 Inquiridor é de parecer que por Jd estar prexo há qiiamua dias, confessar e arrepender^
fosse à^erameme r^ireenMo e aexbmne tenm de tmca mais invrtinbr /qpel algttm eem
licença.
(T.T. Inquisiçlo de Lisboa, n.* 523).
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. • •
x) Aos 13 de Julho de 1753, José Isidoro volta a dizer que há dois anos pouco mais
00 iHffnflt (fuc foninprimin MsnfaáMv Mi^oéh ik BÊtnãsr, obks do 800 volmiM.^...)
fflltmwlin haver tambcm dado ao prello os 2 tomos do Novo Methodo de Estudar em que
AmÍo iHb de oitoceatos volumes, que vendia a toda a pessoa que os comprava, sabendo
moto bem que o Santo Offido havia mandado recolher a primeyra impreulD e dcncBMio
alknç* pua ellet cuueori wa
(. .) ouça a sentença na Salla (. .) que fosse abaohito da ano»
. .
munhão mayor (...) e pague as custas (...) que o nao mandão absolver peito julgarem sem
«ensiva (...) O Conselho Geral (...) assentou que ouça a sua sentença na Meza do Santo
costumada, seja suspenso do cxercicio do seu officio por tempo d0 hum anoo^tfldha pMIÍ>
teocias espirituaes e instruçfto ordinária e pafue as custas.
ab4)
• • •
fora seu Autor no que elle confidente ooaveyo por nÍo ter naquela occasigo outra couza
que emprimir e querer ganhar alguns tostões se ^fuston com O dito ftdro da Silva por preço
mais avanttúado do oomiim a lhe fazer imprimir como com effeito fez o dito papel (...)
e entende elle confidente que o dito Pedro da Silva levou da sua Oficina impreços mais de
setecentas copias sem ficarem na sua caza mais do que quatro de porpina costumada, e
hovvMhe cenlMeate ao depois diaer qne o dito papel fora cempoeto por hum da Mn
Companhia sem lhe dizer o nome. I: ainda: "TaZxwrfo ífo awwr que na cmprcçâo occupou
huma folha oooaposto em verço de romance sem lhe saber o autor por recomendação e
enoomenrta de doo» segos (...) nlo sebe ee ee deilo empreças 500 copias». EnSigmhát
dr «Mia, também em verço de ramBOoe que ocupou huma folha nio sabe o aea wlar por
recomendação de outro sego a quem entregou SOO copias pouco mais ou menos, cha-
mado João Crisóstomo». E ainda «BomoHce de huma seje velha, de hum Jarra que ocupou
diM follM nlo elbo aea «olor • lhe iMOdoa ao^Miarir «ato obn o P.*
runcho, morador na calçada do Colégio de Santo Antão, (...) e por hordem deiMomendação
do dito P.* Manuel SimOes Barrucho enaprimio mais as Saudadet de D. Igm* db Catíro em
4 e l omeuce heroioo que oog|>oa hnma folha e era obra maonscríu que o meamo lhe disse
se achava ja empwct e neiia se dedarava ser seu autor Manuel Mor^n de Souza, Abade
de S. Badee ao dito P.*Maiiud Simões se entregarão aigunaas cinco mil copias do romanoe
da s^ valbe e nil do de D. Ifoes de Gastro (...) T>ea Somarlos de ãmkdgenela, o |»ioiBÍro
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— «12 —
da irmandade dos Escravos do S.S.mo da Igreja do Onvento de Santa Marta o 2.** da Ennan-
dade do Rocario sita na Igreja de S.U Jouma dos P.P. Dominioos (...) O 3.« da Ermandade
tios Clérigos ricos da Caridade estabelecida na Igreja de S.ta Justa (...) do l.'»e2.<» SOO—
copias de cada e do 3.% mil (. .) Dtspertador Métrico obia em vvrço em que se trata de hnoM
.
«Ima meditando nas penai do Infemo a outtoe amuptoa emelhantee que ocupailo rinoo
ou seis Tolhas de papel em quarto que lhe mandou emprímir Joaquim da Guarda, morador
no Bairro de Alfama (...) mais de 400 copias (...) Toi dedicado ao Capitio-roor do Sardual
e nelle se declara ser composto por hum indigno filho de S. Francisco. (...) Hum SaneUt
cqjo amopto hera hum relógio pendurado na cabeoeifa de hum leito junto a huma imagem
de Christo Cruxificado o qual lhe fez imprimir o Frcy Apolinário da Conceição, Religioso
duas veodeo e as mais conserva em sua casa. £ tomou a dizer que em casa do P. Antonio
Xavier ntMiMn^ taonáu a SL* Muúia.
. • •
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L E
JOURNAL
S CA VANS. ò
D E C E M B R E M. D C C LII.
ANTONIUS TEIXETRA GAMBOA VIRIS DOCTISSIMIS
humanillimif^uc qui tphemerideJ fapiemium confciibur.t. CmT'
AltfjttHU Ui AmMt
.
du JtHrnul dn S^ãunt.
tueais, »uin kon citoyen quama- íon lei obibclei qu unc ignoranca
APPARATUS AD PHIIjOSOPHIAM
ET T H E O L O^G I A M
8". Tom. 2. Romét 17 Ji-
IN ROMA MDCCLin.
Afpjt.Esso NiccoLò . E Marco Pagliarini .
z> P.* Boaventura de S. Tiago e SUva, Presiritero SecuJar, natural e momáor em Lisboa,
na CalfaAt do OaretÊ. Contado ao Anto de ITfiS—Fnso e ll^IX-lTa.
Presos também o P." José Tomás Borges, Presbítero, morador às portas de S. Antão
e P.* Sebestifto Madeira, cura que foi da freguesia de S. Nicolau, e Francisco Stoqueller
filho de Cristiano Stoqueller. N.B. Havia fidado mal de Pombal e do Santo Ofldo, a
filvor dos Jesuítas e do P.* Malagrida. A 1.» testemunha depôs a 14 de Agosto de 1762.
Sentença: Vá ao Auto publico da fé na forma costimiada: nelle ouça sua sentença, faça
abjuraçlo de leve suspeitona fé, seja absoluto da «awnmrntMo e o degradio por tempo
de cinco annos para o Reyno de Angola, aUm das penas espirituais do costume e pague as
Custas. — Auto Público a 27 de Outubro de 17(5. P.* José Tomás fioiges. Sacerdote do
liÉbito de 8. Vadn». Gonlndo no Anto de VMS Prem em 12 de Novembro de 1763.
NJ. O P.* Silva já vinhada Junta da Inconfidência, onde foi interrogado sobre as
casas que frequentava: a do Dr. José Tomás Borges, às portas de S. Antão que tinha culpas
iguais às do P. Boaventura de S. Tiago e morreu no Cárcere a 28 de Outubro de 1765.
XVT
riiitnidiii Trifirlfa Cifi) flantlinn Tliii niiiliminiii limiienimii nl iniMi. uni riilMiiiiiiiilin
saplentium conscribunt. Cest à-díre: Lettse d*Antoine Ibiaeta (did Oemboe, è
síeurs les Auteurs du Journal des Sçavans.
Coite Lettre nous est adressée de Lisix>nne par im Porttigais, aussi bon dtogm
4D*aniateur sincère des Sciences et des Artt. Animé d*nne noUe ^tw^itotot il
voudrait faire naltre dans sa Patric les lumiòres et Ics talents quí enríchissent des
dimats plus Iwuieux, mais il craint avec raison les obstades qu'uoe igooranoe
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— «04 —
invétérce et un pédantiame immémorisl ne nunquent jamais d'oppoaer aux premien
efíort& du gaíA et de Ia virité. Cei dura reprodies de pédantísme et d*igooiaooe
Mot id pradprfi, fiam au oorps entier d*uiie Nation d*aiUeiin três eiitfanihle,
du moios i presque tous Ics Maitrcs chargós dc réducation dc la jeunesse Portugaise.
On aasuie et on prouve que leur méthode d'enseigDer a'est propre qu'à éteindre le Qambeau
de tal nifon ti dn fánie, qa*i fanmortaliMr le tigat dn OMiivaii aottt. dea pr^jmêa de la
niperstition. Au reste le Portugais ne parle pas de son cfaef, mais il parait souscrire m
jugement que porte un Capucin d'Italie sur les Auteurs, les Ouvrages et les Maltres Por-
tugais, qu*n a beaucoup oonnus pendaot un asaez lomg s^ur a íait à Liiboade; oe
qu'il
Ovada qui oertainement a du godt et de Tinidltion, a álé tamoJa de Vétat dépfcwaMa des
Lettres en Portugal, et il cn offre un Tableau qui par un retour naturel sur nous mêmes,
doít nous faire sentir bien vivement le bonbeur que nous avons de vivre dans un Fays aussi
La Lcttrc dont nous donnons Tcxtrait est consacrée toutc cntièrc à rcndre comptc de
Touvrage anooyme du Capucin, écrit en Langue Portugaise et imprimée en 1746 à Valenoe
en Espagne, dm
Antoiae Bdb diai 1«8 niaini duquel oo ignore par quel haawd to mni^
ccit «at tooiM. Cest un traité des Etudes en 2 vol. te4.° à Tusage du Portugal: diaque
volume est composé dc huit Lettres, dont chacunc traite d'une science particuliòre, et reiève
des inoonvéoients de la méthode employée jusqu'à présent pour l'enseigi>er, et trace un
plaa de réfonne qui peut ttn fort ntOe, s'll est suivi; oee Lettres soot adrenées à on Doo-
teiir de TUniversité de CotíltBbn, ÇfA ayant eu de juste scrupules sur la manière dont les
Sciences sont enieígnéei et cultivées dans sa Furíe, avait consulte le Capucin sur les moyens
da hlier kuct progrès ea corrigeant tos aaden abas; te Capada ao te flatte point, il lai
acfoue íngénuement les défaux énormes qui avaient frappé ses yeux et révolté son esprit
paadant son s^our en Portugal; il représente les Ecoles Portugaises comme le domaíne du
OBUvais go&t et de la barbárie et oonune Tasyle infortuné des erreurs que Descartes et Newton
oat prascritee du reate de l*Europe. Li, si on Tea croit, tes poiatas, les jeux de mots, les
Troídes allusions, Ics figures foroées, les hyperbolcs gigantesques se sont rcfugiés sous Ic titre
d'Eloquence et de Poósie; lá, les Universaiu, les antitbòses, les abstraaions, les quaiités
ooodtes osurpent iBsateaiment te nom de Fliiloeoplite et coosoment ua temps prédeux
que Ia vérité seute a dioit d'occuper. Mais cette vérité est une inconnue et une étrangère
baimie à jamais de oos lieux: sa faible lumiire ne peut percer les profoodes ténibres que
te pr^tigi lui oppose; les Galílées, les Descartes. les Gasaendis, toa Nawtoos, ces DéUth
seurs de la raison. ces Réfomiateurs du monde, ces Précepteurt da fBOia Imimia, aool
traités cn Portugal d'hcrétiques ct d'athécs; on n'y prononce Icurs noms qu*avec une pieuse
horreur; on ne medite point leurs ouvrages, on ne les lit point, mais on les condamne, on
tet aliiborre; au teste I«s Dodeafs Pòrtopls, sartoot tes lUUgicm, soot doootaala deteors
préjugés, de iciirs erreurs, de leurs chimèrcs, que regardant les lumières de leurs voisins
d'un oeil tantôt indifférent, tantôt ennemi, ils les m^riseat, comme frivoles, oi^ ils les dites*
tcut comine impies.
Tel est Tablme dont le dode Capucin entreprend de les tirer poor teor oovrir te véritabte
earriire des sdences qu'ils ignorent ct des arts qu'ils défigurent. Ce Censeur n'est point
OB Satyrique amer qui prenne un plaisir malin à découvrir des défauts pour les exposer
à te riaée pabUqae, dm
aa Mideda davitaUa <|ai a*iadiqne te mal qat poar y appUqnar
le rémèdc; peut-itre aussi a-t-il Ia politique dc quelqucs rffilrrinil lllbflca q;ill fOOt d*abOit
lemal plus grand qu'il n'est afin d'avoir pius de gloire à le guirir.
Nous nerépitenmsptas les itiprochea que rAateurreoouvelteexactement dai» daique
Lattre contre la méthode Portopiae, flute aoos alteos te mivre d*aa pas rapide dans une
parttedsapriadpw atites qa*Uaapoaaaiir tcMleitoaidsacaietqpiaaaoBOBBidaaace Capada
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— 605 —
une irudition uoivtneUe. II rrnmmiirir dus les quatro pmniton Lettni Ktude des
LangiiM, à Ia me deaqueUes, il met cèUe dn Pays ; il ne feut pn qu*on ae contente de Tappren*
drc par !'usage, il conseillc cn homme dc goQt de rémontcr jiisqu'aiix príncipes et de puiser
dans les préceptes de la Grainmaire des connaisaances profoodes que la familiarité des con-
venetioos ocdfaniree oe pent jMneia pracoiers il cnaelBiiB lee mogma de féfMier la snuide
Slirilité dont il acciue kl Lngue Portugaise; il permet à cet efTet d*eiiiprunter avec sobriíté
des diverses langues de rEurope oertalnes eivcesaions néceiaaires, et de lea «dapter au gíoíe
peiticulíer de la Langue Portugaise.
Ob Cvonve dans la troislteie Lettre une opinion qui sans doute appartient i TAuteur
endtthwnMat; il retarde Tusage ordinaire dcxcrccr les Ecollcrs à composer des vcrs Latins,
oonune ^HffVwnwt inutik pour rintelligence de la Langue Latine; il nous parait cependant
inoontestable qate qnelque IrWipw qne oe aoitt la leetnre et snrtout l*intt>tioD dee poèina
contribuc beaucoup à fairc connattre mille détlcatesscs, millc propriftée doot le Stjde pina
unifonne des Históricos et des Orateurs foumit peu d'exeoiples.
]jea cinqidène et aMène Lettiee cootiaonBDt nn traité complet de Rhétoriqne, dana
toquei TAuteur sans aVvrlter aux chimères pédnitesques qui ont «musé tant de Rhéteari
peu Philosophes, remonte aux véritables source« de Téloquenoe, enseigne à TOrateur oe
qu il doit aux diilérentes ctrcomtaooes des lieux, des temps et des personnes, quel est le
une péroraison vive, animíes d'une élocution brillante et variíe, ont dc force pour siibju-
guer les espríts, pour eoiouvoir les coeurs, pour entratner les suffrages; enfim il dévoile les
principanx aecwts de rart de plaire» d*in8lnitce, de permader et de toodier.
Les préceptes les plus utiles d'ATistote et d'Horaoe sur les divers genres de Poésie
sont exposés avec goút dans la Le Capucin toujours rigoureux envers
septième Lettre.
les Portugais ne leur donoe pas même de mettre leur célebre Camõcns au
la coosolation
nuig dee grande Mtee. La Lusiade lui parait on ouvrafB médioere; U en crHiqoe et te
titre et la constniction et les épisodcs et la versification. Mais ce qui le scandalise princi-
palemem, c'est le mciange continuei des Fables du Pagaoisme avec les vérités dc Ia Rili-
gkn Quétienne! U ne croit potat* conwne M. dn Perroo de C2uleni« que Vénus lepréienle
la Rélígion, Mars Jésus-Christ, Cupídon le S. Esprit, Baccfaus le Dimon. Mercure ne lui
a poínt paru ètre Temblime des Anges, ni les Néréides des vertus; il n'a point saisi toutes
cea adMiles alldgories, trop ingénieuse et trop indèoente excuse de fictions trop extravagantes.
Au reate les dí&uta éoormes de jugement qu'il reiève dans Ia Luaiade, n1emp6client pas de
nodve justice à k vive et Mconde inunafination dn Po«te.
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—«06-
fhnt «Bloiit w dífier des peiíioM qui les oomapMit et de Ia préctpitatíoo qai ks prodiiH
•D iMuard; on peut dire que toute Ia Logique est renfÍDiiii6e dam oe pvéoqrtie utile, dont
let dnomtances doivent détennioer rapplication.
L'Auteur se propose dans oette Lettre de bannir des Écoks Portugaises rigooranla
nfticuilté dea biypodièaBa Fhr^pattt lBiBMiifia, et d^élawr mr toiín fuinea toa princ^pea de mb
to Plqrsique modeme foodéa nir to Qéométrie et aar TAlgèbre; il paralt respecter médio»
crameat Aristote, encore moios ses prétendus Sectateurs, qui ont ajouté à ses eixcurs les
afaeuidités les plus grosstères; il réserve sa juste admiratioo pour Ies Galilóes, lea Descartea,
leaNewtona, les Leiboitz, lea BemootUs, lea Maiians; D ne prooonoepditteatreDeacaitea
et Newton, mais il conseille aux Mattres de faire pescr iciirs raisons aux jcunes amateurs
de la Philosopbie. II finit par déclarer que le Philosopbe le pius studicux acquiert dans
oe OMode bieos peu de londèree oartainaa» mais qa'il vaut beaucocp ndeux se ai BBr w u
dans ce cerde étroit de connaíssanoes incontestables, que de se livrer comme lea Ftriprtétt»
ctena à to manie de di9uter sana oease aur dea dMses dont on n'a nulle idée.
OmUmLgttTt. Monie
Id rAnteinr voudnit guértr toa Portugato de mille erreurs beauooup pios ftmestes que
toutes cellcs qu'il a relevées jusquc-là ; il prétcnd que Ics Romans ont subjugué iciir ima-
gtnatioo et confoodu dans leur esprit toutes Ies idécs des vertus et des vices; il assure que
Dam Quidiot, ce Hiroa «ctravagant, oe manque poínt dfmftotenn pumi eax; il catiqnaad
da hw
retraoer leurs devoirs et de lea rananer dana ha aentiers de to raiaoo et de to justice;
ilparoourt l^èrement Ies difTérentes routes par lesquelles les hommes espèrent parvenir
au aouverain bieo, objet de tous leurs voeux; il fait voir que Taccomplissement de toua
noa dewtoa et to sento qui <wn l tliaiit à to ftlidté éteroelle, nona
i i encota aatBCÊAnt hm
«n iMmaol to fiUcM temponito.
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Doulèm Lettn. hfàkdm
L'Auteur veut procurer anx FortiigBis la santé du corps aussi bien que oelle de Tamc;
tt reftite awc beaueoup de fotce kw erreur dinBWMe wr rinutilité de VAmteaàB. OtH
un préjugé commun en Portugal qu*un savant Anatomiste ne saurait être un bon Pratiden;
et quoiqu*il y ait toutes les Universités Portugaiaet un Profeeaeur établi pour eiMeigner
moins n^igée à peine lUtHn deox fbii ruméeanr un moutoQ
oette «denoe, elle ii*en est pas ;
dei démoastrations superficielles, qu"un Boucher ou un Cuisiner ferait beamoi^ námx; ce.
MOt les tcrmes du CapiKÍn. Pour lui, il declare qu'à I'cxemplc dc plusiciirs savans Ecclé-
liMtiques des onziime et douziàme siides, il a fait une étude approfondie de la Médicine.
TbI eit rordie qii*n met dam ks cnwMlmmw qne le Médedne doit aoqoerir: 1.» n finit
qaMlMdie ce que cVst que le corps en général; 2.ooe que c'est qiMlecorp<^ hiimain; 1P qoel
de la vie; 4.° Quelles sont les cauae» qui y portent atteiote; 5." en quoí oomaiile
•Bt le príncipe
de la nntó; C.*> oe qoe e*est qu*iiDe emté altérée; ?.<> queb acait lee rfimèdee
la peribctiai
qM kahonanae oot d6oouverts pour entietenir ou recouvrer Ia santé; 8.*> enfin commeínt,
do» qpd tenpB, et itvee quelle éoooomic lee lémèdea doiveot fltre appUqués am maladea
Oette Lettre ne oootíent qo*tine eapèoe de taUe des Aitteurs et des matiires qqe ks
Éooliers doívcnt étudier, avee une coorte egqKMitkn des devoirs dn Joge, et ooe critique
du recueil des lotx Portupises.
des crimes les plus graves et les plus imaginaires; mais des amis géoéraux se soat aimée
pour n défeoie;ont opposé i oe tonent d*ii||itres la modintioii la pta» parflUtea; Os
ils
ont confondu Kimposture et fait triompher Ia vérité. Ccst ce que le Portugais qui noas
dédare absolument pour le Capucin, nous appreod dans un endroit de aa
écrit et qui se
Laltfe iMMs nppofteraoa idt aflD do nwltiv noa Lecteors cu état de Joier de sou slyla
•Idu mérite de sa Latinité.
Si mihl judiciam detor» dkam Capuctaum istum néscio quem, neque enim eum de
fade, nee de nomine noaeo, et de methodo disciplínarum recte jodicare, et nostratium
vulnera bane cognita habank cisque ¥snun medicinam parare. Qood idem doctiomm
Laaítaooram, quique ad exterorum rationem privatim discíplínis dant operam, judicium
ftlit. Centra vero plerique. maxime Regulares, qui ex veteri mctbodo fuit. Contra vero
piBfii|ue, maxIniB Ragnlaics, cpii ex wslefi methodo vel honorain, vel fuonuii csplebanti
eidem resistere máxima animi contentione. Hinc nata sunt critica scripta aliqua, quibus
invidi ilU et pertinaoes bominen de Religioae, de Majesiate, et néscio quo alio crimine pos-
tuiaiuBt SloiBMhUBniai si (Doersiii <|iiot ineptiis, qtiot ínjuríis, imo vero, Quot contosHlto,
rtnrtlsiimiini hoiai aem «C de Lusítanis praedane meritum onerarint, andabatanmi mon
cum anonymo scriptore pugnantes. Sed incassum haec fuere. Nam Cápucini et fautores
et amicí tam bene reprehensorum inscitiam patefecerunt, petuianti íamque totidem scriptis
pefnregBrnni, ut gocKifwn ac praoemnn juomm buiu supra nen possti.
(U Jàmml du Sçamu, A Fluis, 17S2, Deosobre, p|. 833^1).
EMratti deUe due Opere intitolate Aloysii Antooii Vemeii De Re Lógica et Apparatus
ad Phfloaofiiiam et TlieolQgiam. 8.» Tom. 2. RooMe, 1751. MMioati asl Giomle dé
Letterati di Rfloa per ami 17S2 e 17S3. Roma, 17S3. Apmso Mooolb o Msoo
Pagliarini.
nomina i pib oelebri Scrittori, principalmente in quasti due ultimi secoli, e nel presenie in
Oni era pii^ necessário, c ne dà un giudizio accurato separando le virtii da i difetti.
n.
Nel seconUo Libro incomincia (...) a ragionare delia Lógica, supponendo cbe parli
ad un giovane, die noa abbia di esaa Idea veruna. Moatra die fuomo si oompooe di corpo,
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ESTRATTO
DELL' OPERA v
DE RE METAPHYSICA
AD U5UM lUSITANOKUM ADOLESCEMTIUM
h l B K l IV,
Romd 17 i^. htS, ajfud Sédomonium, -
'
per gli Anni 1752 e 1753-
IN ROMA MDCCLIII.
FRATELLI PAGLIARINI
^''^««c!?.,^^
cioè ,
dalla Fifica ,
cita di una Repubblica , dipcndono in gra-j parte
c col mezzo fuo fi trovano collegate . Ma egli la prova
facil-
conte-
è in fe fteaa , che una Fi^ca |>articolare » e la feconda'
a bci-
ncndo la Scienza deli' U,m j ^vioralc , che prefuppono
vera
cnza deir Uomo Fifico , è fimilmcnte un' altro ramo delia
" » Fmcâ,
i
Primeira página, que serve de rosto, do 4." escrito dc propaganda, que atribuimos
ao autor do De Re Physica, dc que se dá noticia neste folheto
—609-
ed anima uniti in un modo ooCanto miiabile, da non potersi intendere, nè spiegare. Cbe
BODdiíBBBo PflnfaBa prababOmcnts è ncl canbrot Ch^em pradma oocDoaiooi divaiva, iinali
però si riducono alie idee, e giudizi. Tndi dopo avere brevemente csposte le varie sentcnze
de'Filosofi (...) coo cui ranima nostra acquista l'idee, si determina in favore di quclla dei
SifDor Locke, i«to a difc, die tutte ridee eatrano petaiai, o si fo^^
ool favore de*sensi: quale sentenza viene dal nostro autore dimostrata con sode ragíoní,
«d esempi assai chiari. Rioevendo Tanima l'idee con Tajuto de'sensi, delia di cui teoria si
credette Tautore in obbiigo di dare in questo luogo un piccol saggio; ne viene in oonse-
guenza, cha aaooodo dw questi d rapfweaentano frequentemente le ooae da quello sono (...)
Vi c dunqiic precisa necessità d'un potente rimcdio, capacc a correggere le varie infermità
delia mente. £ questo rimedio, capace a correggere le varie infermità delia mente.
B qpeMo rimedio driamano i Filofofl Lógica. Quale il noatio autore non vnole,
dw ai nocolga da un solo Scríttore, o sia Aristotile, o Cartesio, o Gassendo, o altri;
ma d» si debba scegliere da tutti queili, che hanno detto meglio per giudicare sanamente
il
ddle ooie; ed esporlo oolla possibile breviU. (^sto è il método, ch'egli asserisce avere
adopantoper se (...) Dipoi passa a mettere in prattica (...) Tidea di Lógica (...) Dá principio
con spiegare la varictà dcllc nostrc idee, sl per qucllo riguarda Toriginc di esse (. ) (simples, .
compostas, claras, distintas, substancia, universal, etc.) L'università dcllc quali egli dimostra
noa coMlate w in altro, dw aetia fwrfirtta «imilitudine dl molte idee: qndi in conactucnra
ci pajono la stcssa idca, cd hanno una idcntità di siniilitudinc, non già di natura. E qui
Tautore si vale d'esempi e chiari, e familiari; e spiega con r^juto de'Corollari in un modo
aaaai breve, ma altrottanto diiaro» qaelto dottrine, dw da altri oscmramente, e difft mwntc i
dtrattano.
Osser^'a il nostro autore con somma perspicácia c giudizio, che Tuomo c stato creato
par vivere in società, la quale cssenzialmeote nchiede, che possa comunicare ad altri i suoi
peoieri. VlM»dun<|ne nece8dtà ditepriemolti,e¥ari.ede'qualifiKÍlnwntedpoteialmo
prevalere per spiegare Tincredibile variet.^ dc"nostri pcnsieri. ^ía nicnte v'era piú al caso
che le vod, le quali con una velodtà, ed artifizio mirabile corri^ndono esattamente agTin»
III. La manie noatm mu aequiita le idee per un mero díletto, ma per potere
combinarle, c conoscere se convencano. o nò; che ò il formare giudizio. Onde Tautore
nel teizo libro dichiara la natura dcl giudizio: il quale, quando si manifesta con le voei,
IV. Dopo «vare ood «apostadaUe openolooi varie deUa nwnte nmana,
te natura
passa Tautore a spiegare il vero fine di esse, cbe è
il ritrovare la veriti. Questo è Taigo*
mento dei quarto libro. Awertísce primíeramente, die il vero è in due maniete, o certo,
o probabile, tíoè verisimik. Indi prova primíeramente contro gli Soettid, dw la mente
aoatnpnòcomaoereilwo. Dipoi didiian per quali gradlarriviamo a oonosoereil vero;
Ed aaaendo che noí non possiamo ben conoscere il vero senza conoscere i segni, che lo
dístioguono dal falso, Tautore dopo eaposte le seotenze de'Filosofi circa i segni, o caratteri,
o criteri dal wio, pooa oona Inuuulioverso appresso tutti uonini di sano giodldo, dw ^
il vero critério è la chiarem, o cvidenza che ci mostra Ia veritíi delia cosa. Onde spíegMa
Tevidenza Matemática e Física, mostra qual debbe preferire, quando concorrono fra kwo,
o concorrono ooUa Divina Autorità.
PCr arrivare poi piú facilmente alia cognizionc dei vero, suffraga infinitamente Tesscre
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da tre fonti, da'wiui. dalla medesima meiae, delia vokmtà. Quindi spiega minutamente
in qual muiiera da questi tre fonti naNono ifinpedímMiti dei vero: ed ia «gnnna deOe
tie classi propone Ic Icggi da osservarsi per pi(k flHlmnitf scansarli.
Ma ooD basta sfuggire grimpedimenti: bitogna aadie oiettere in esecuzione i meai
dl looprire II ¥ero. Due moo le etrede che d cooduoono a qaeato pallaao liicatnito» la
spcricnza, c'I raziocinio. Onde prima spiega come si possa conosccrc la veríti oerta col
mezzo delia esperienza ,e quali cauiele dobbiamo avcre per non errare negli esperímeoti,
Apreato dimostra in qualmaniera possiamo scoprire il vero mezzo di quel raziocinio evidente,
die si chiama dimostxnioiíe (...).
V. Non è carattcrc d'un vero Filosofo il contentarsi di quellc poche cognizioni
i!
dwbdlmentc s'acquistano, ma l'írapíegarsi in scoprire nuove verità, con cui possa arriocfaire
IaraafiMale,edi4Õl<u«raItrdigiM»raina. Di qulèdiefaiiKMtroairtofe ha crédulo iwoe»>
sario spianare ancora a suoí Nazionali la vera Strada di poter ciò conseguira. Tre sono
i mezzi (...) 11 primo è il saper meditar* (...);II aeoondo mezzo è la lettura de*lítn'i: (...)
D tono mano è la dl^Ma (...); il noiíro autore naggiamnnte eapone, prima le Icggi che
debboDO OMervare amendue i dlipiilaim (...).
05<;cr\'a anche il chiarissimo autore, che l'iiomo non dce studiar per se solo, ma per
bcnetuio degli altri, e servizio delia repubbhca, di cui i membro. Ora in dur modi ciò
poMiam Ihre, o in voce, o oo^VHMtri «eritti. B qnl ia prioio hiogo tiatta dei netodo. e deK
l*OldÍBe d'insegnare, e trattare una scienza; e mostra anche robbligazioni de'preoettori
wno la gioventú. Appresso insegna il modo, con cui si debbooo acrivere i libri Storici
Chat, gU Starí NaaanU tá i libri DottriÊaH. (...)
Ed acciò non mancfal in questa Lógica la notizia delKArte Sillogística, tanto cara a
taluni, (. ..) con moita chiarezza, e con un método Geométrico dímoitia le rogol» a pro di
quei, che vorranno averne contezza. (...)
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(TfaidbwBiw pubtkar mm FQaufia e mm TMbvIr) di bw» pMto a taHÉdo de* moi
Nazionali. (como o mostrou num «Manifesto crítico dii^ido t mm Frtne^ Portugiáj, ^aah
mmue grande pth mucbmnto como pela doutrina»).
«Stando io imdnto di pubbilcare i prími temi, è stato awBitito da aomini dottí,
dw bisognava prima disporre i giovanl OOB ima introduzione, che levasse tutti i dubbi, e
pcegiudizi nati dalTantico método, e che meftendo in vista Ic voccndc di qucstc duc scienze,
aerviase di risposta anticipata a tuttc le contrarietá, che i dcfcnsori deirantico método sogliono
è la Lógica, questa i TEtica, cfae costituiscooo la Filosofia. Mostra dopo, cfae la buona,
FÍkMo6a noa è una cosa ídeale, ed inutile, come pensano grindotti, die dalle continue riaae
dbe han acolito oelle scuole, credettero eaaera udcHnente atta a fomentare diaaensianí;
nè meno serve solo per Ic scienze sublimi, coma pensan taluni, che non han formato giusto
conceito delia Filosofia; ma serve per le adeo» Bublimi, per le lettere umane, e per saper
vfaieie nel mondo; poidiè In tutte le ooae. ed occorrenae è nacewaria la buona ragione,
in oni consiste la buona Filosofia, come eruditamente Tautore va dimostrando (2).
{JMostra que a boa Filosofia não se opõe á verdadeira Teologia, quer Natural quer Rtve-
hda, mat qm 4 predae tfretidUa.
Boa FUoíofia não i a que «t eonipõe de qiÊestdei subtis e noticias abstractas, inúteis
para descobrir a verdade, mas a que se baseia na boa razão: a dos Eclécticos... O exemt
do verdadeiro do falso devefazer-se «aUa luoe delia Religione CattoUca» (3).
m. Nó Uvro m
retda os bams autores. Foda deles.
2,* parte do Apparatus:
D^ois de tnostrar no primeiro livro o que entende por Teotogkl, trata ia história dela...
n. NelaaoondollbfotrattaildilaTiaifanoantoienoVpanantoaonninmB^
tante, ch'è lo spiegare la vera natura, ed uso delia Teologia ed i Teologi d'esserne appieno
infomoati : e deplora Tabuao contrario. Prova cfae non vi è altro cfae una Teologia, cbe nasce
come da doe fonti dalla Scrittura e Tradizione. Tutta la divenità atà nel matado. Se
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612—
viene trattata al modo degli antichi Padri in una tnaniera difAiia e storica, ai chiama Pod-
lAw; se ool método Ditlettico delk scuole, si cfaiama Scolastiea.
{Reina tim erro cm muitos Teólogos que i o de não detemunarem os lermos da disputa.
Isso é a causa principal de todas as disputas... Os gravíssimos Teólogos do século XVI,
«(dtre i pift dotti moderai tanimm a EscoUstka. Mostra mais qm a boa Eseolàstka i
ÍmUspensàvcJment9 metSíárta pata refutar os Judeus.
III. (7>té5 finw» «m fW trata dos mais célebres escritores de Teologia).
Beeo feelTttto dei preMOli» t^pÊOílo. DeUiiaiii dire in ooeiíuio drih veritá, che
pochi libri si trovano di questa gnadezza, cbe oontentano tanto coee, lanto gravi e cosi
beoe spiegatc in poche parole come qucsto. Si mostra da per tutio In vasta cnidizione del-
TAutore uniu ad una gran chiarezza. Si vede il guidizio tanto in quello che dice, come in
dm tnee. La pnideiiHi oon cai ewendo oMIiitto « toocare nkone ooee odkwe,
«piello
l'ha fatfo con dirlij.i^c/za, c si c prcmunito dcllc autorità neccssaric per confermarle. II
sodo peosarc ooogiunto coo uoa socnma onestà, nel giudizio cbe di d^i uoraini grandi,
Meaimnndo modnetamento 1 dlfettl, ool rendere la dovtita ghntizia alie vfrtA. La pièti,
oon cui in piú luoghi niOltia il suo rispetto alia Chiesa ( . )
«Ma da quai fonti (siegue a dire il nostro Autorc; quesia Prudcnza si Civile,
cha Politica, ha ricevuto qual hme, (|aeU*ofdine, quella aolidena, a cui rbumo
poitata i Modcrni? Dalla buona Mctarisica. Ia qucla col paragonarc casi i passati
a Piacenti fra loro, coirosservare i costumi de'popoli, si geoerali, cbe particolari, col
giodicBia HUMunenla delia ooca, ool saper distingneie il Probabiia dal Oerto, ed api^iccre
le regole dei Probabile ai casi particolari; sa prewedei» il futuro, sa prevenirlo, e
conservare la pace nella Repubblica; ed alia perfine da una congcríe di notizic
piatídie, ooofuse, ed oscure, sa dedurre una scieiua chiara, Tacile cd utilc pc l governo si
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II. Termiiiata la Storia deU'OatoIogia, passa TAutore a discorrere nel secoado
libro delia natura, ed uso di qudfau Prirnfeiameate pene oome oerto, die l*Oiitologia tia
nata dalla debolczza delia mente nostra, che non puol conosccre un ogfetto in un sol colpo,
ma le fa d'uopo vederlo da diversi lati, in diversi aspetti, e oonaiderare ogni aspetto, ogni
lato aeiMniaimiie. Booo oaoe dò ipieta (...).
fi donque Ia Metafísica un Prolegomeno e Prefazione Generale di tutte le adean
che spifiga, e definiitce 1 nomi oomuni a tutte le scienze, che spiega, e definiaoe i naad oomunl
• tutte, e da tali defininizioni deduce alcuni assíonti fecondissimi (...).
Físsata ood k vera idea deirOntologia, o Metafísica, viene TAutore ad eMmtaitn
OOaa han fatto su questa matéria prima gli Scolasticí, dipoi Moderai (.. ). i
Crede l'Autore, che TOntologia sia utile si, manon tanto quanto vicne da molti cre-
dnta. É pHi ntilB m*gio«uiÍ, d» «ifi uomiiil eaeidut! nel ngloHue: 1 quatt ae tÊfmm,
adattare Ic regole di LoglCR a totti i casi particoíarí, potrcbbcrn Tar di mcno ddTOnlOlOtia.
come ha íatto pift d*an nono dotto ael preaente, e nel passato secolo (...)•
C(ò stipposto, ed «aendo fl fine ddrootolotia proporre aletioe wri
•lie scienze dalle quali si deducono molte altre; diiaramente apparísoe, Che doe dd>bono
essere le parti delia Metafísica. La prima dee trattare dei modo di conosccre Ic prime
veritá. La scconda dcbbe esporre queste verità generaii, e piu utili a tutte le scienze (1).
m. Esperta ood la OBtura, e faao delTOntologia, toecmincia rAotore nd tem»
libro e trattare deliapitee parte delia scienza, cd a metterc in pratica il suo sistema.
Diz o que ail0ÊÍi for primeira verdade geral.
1: Provou na Lógica que as primtínu
wmlaiu B bio, de éito modn: tmn por mth éb iíÉtímo umOt p.«. a
tt podem eeiétetr.
própria existência e as opmições e os «ífffettt» da <dma', outras, per mth de uma boa razão
que, de outro modo, «r «lhana seoio ooman... p.
aou Uwe, etc.
^
ou toit um ê uõo dois homeus, qut
/yewmii qut aa pode coutectr u vord/uk» eeuUú o$ o^tleot, pnouiub que to podem
conhecer muitas primeiras verdades pela razão, vem como consequência que nestas verdades
se conhecem «anche col mezzo át^sensi esterni; allre col mezzo dei testimonio degii uotnUtl
due istromrati de^ciuali d vale la nsioBO.
IV. o quarto e último livro é o que contém a parte mais inqMrtante da Metafísica,
a slígumia parte da OitttUt^ia, que tratados uomese verdades eoinuu a imdtas diueias.
isto é,
«Qoi Signor Gavalieie ha pieao una Strada totafanente diversa dalTdtie, die condiiee
II
a meraviglia al suo soofw». Báeki obtrnado que as queitões inúteis tiukm tomado a meta-
física inútil e odiosa; que estas qjUOMes oprimiam as mentes dot JottUt O omm ob/octo de
eotttrovérsias sem fim. Isso, poirfiilade clareza dos nomes.
I. A^^ tratado do Bite mostra que 'fogoi idea SltnttA è un mero ente di ragione, che
non esiste in quel modo fuorcbè nelia meoie noatia. Qnesfastrazione però noa è altro
dw wm, eepamricne di qusDe idee diWnno pelnnd. B di qui e^i natuialmente iofè-
lieoB die tutte Tldee estratte debbono essere realmente singolari (...)
II. Circa ridee si 5iDaC0RaB e|li íia vedere dw questa è una idea astratta, un altio
ente di ragione (...).
{ptfer* ^
q/m «idi uHa uÊb 4 mafa fe um modo ietemo da anftsd tsris, o o mesmo db
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— 614—
m. IgualmerUe fixa a ideia do Infinito potencial e de Absoluto.
IV. Qonto ao Mb, «d dâ FAntofe una idM imow e plaastbile» (p. IQ.
V. Termina com Causa e efeito.
Questa i l'Ontologia, cbe ilnostro Autore ba creduto piu acconcia per formare giusto
oomtto ddte pift ftiiiiUBrilw mttefto {>..) Cl^
(BlliUotMkNniaMdedBl>Ii«».2C4w M7<2«)
La Fisica dei Cavalier Veraagr, di cui pià volte mi avete rioeicato, alia fine i uscita
atklnoe» Htholoéqaeilotilioiritfi^tMMtf nrn^
Aátkscentium Libri Decem. Romae apud Sahmonium 1769. Tre voliuni in ottavo.
Gniiqppe I. Fio dal comi ncia mento delia luddetta Prefazicoe, aeritta aul gusto dei buon
aeoolo» ataUliaea rAntora im
taai, che paireMie a tatinri iin^
e Dhdpliiie, aociil ai laab» k Iblicità di una Repubblica, dípendono in gran parte dalla
Fisica, e col mezzo suo si trovano collcgatc. Ma cpli Ia prova facilmente. Impcrocchè sendo
due i fonti» dà quali si deriva la pubblica felicita, vale a dire, la Cooservazione deTopoli,
e h IVanqpiDtftà dello Siato; In aaabe due qnaata parti è nfaahna rinftieoaa deOa Flaiea
Moderna. Mcbè comprendendo la prima parte TAgricoltura, le Axti, ed íl Commercio,
nuiraltro è in ae stessa, che una Fisica Partioolare: e la secooda oooleDendo la Scienza
deirUomo Morale. die presuppone la Sdeoxa delTUmo Físico è similmeate un'altro ramo
daOa "Van Física. L'Autoretrattaquest*anioiMatocoafoiB,eaMeatria. EdappUdamilo
alie prowidenze, che il Re Fedelissimo su tutti questt cap! na preso in vantaggio dé suoi
sudditi, per renderli piú oolti, e felid; coocfaiude con una Iode soda e vera: doé, che il Re
Oiueppe ba ben ooooadnto i doveri dei Prindpato. aidatogU da Dk», non per i-nttmiff
ano próprio, ma per \'antagg!o de*Suddit e con ciò ha acquiatato una vera gloria nel Mondo,
í :
«d una grande speranza apreno. Sendo che la vera Filoaofla, • Politica c^ínaetnano a oon*
aiderare totti fgà awenfanaoti Moadani, e tutte le Midtà ttanattoria, ooma umbí dbatti
da una mano ínvisibile, e onnipotente, tendenti tutti ad un fine pHk alto, e ad uno itato d{
falidtà inalterabile. e costante. Fin quí TAutore.
Segue un awertimento diretto a'Giovani Portoghesi in cui TAutore : si scusa di non
aver pubblicato pria Ia mddetta apera, per eHeiíli maneata atTiawiowiao la aahite nel
meglio delia carricra letteraria, a cagion di una gran fiacchezza dei sistema nervoso, che
Taccompagna perpetuamente; e non gli lasdò mai il tempo di rivedere interamente uno
acritto datamatioo, oompoMo molti annl pria.
Onde si vídde costretto à daria, come si trovava, per soddisfiue alie brame de*auoí
NaaiooaU: cdl^aggiinupre soltanto quakhe picciola noU in pochi looilii. E questo impe-
dimanto è por troppo noto bi Roma. et ancbe in Toscana, dove, come sapete, TAutore
per cagion di ricuperar la salute, si trattenne paiedd anui.
Vcniamo alia Fisica. II I. Tomo è tutto Prolcgomeno, e costa di due soli libri: in
uno dé quali si tratta delia Sioria delia fisica, e nell altro tUlla NatwOt ed Ulililà deita
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Slêssa. L*Autore sema parziaUtà, e ooa tutta aocuratezza, ríferíaoe le varie vioende delia
Física dal suo coaiioctamento insino à tempi nostri: corredato il tutto co*terti oritkiali
in pié di pagina. Indi passando al vero uso delia Fisica, dimostra Timperfezione tanto delia
Física Storica, come delia Razionale, ed in coaseguenza la diíficoltà nel trattarlc a dovere
Aila ftw fapporta n vantaoio, die ai paò ricavare dalla atena Física, sebbeoe inpeifttta,
per la Societá Umana. Appresso propaOB il sistema, che gli pare piíi naturale, ed Otila
che si ridue a questo: dare a Giovani la notizia generale di quel, ch' è certo in Física; di
quel, dl* è ioltaato prababOe; e di quel, die non si può sapere: insegnando glí Ia prudente
molen di giudicare in dascuaa di queste cose . E finísoe il libro coUe l^i, die si debbono
osservare nel ragionarc di cose Fisiche. E notabilc in questo luogo un doppio avverti-
mento, ch' egli dá a' suoi Ciovani. Gli raocomanda in primo luogo Tuso dei SUlogismo,
prapom Ib diOlBolti, • mDo Kiotfleri»: iDoelnado,
iièl ^
quanto i'uso é nBBBwifio; «d indiciiido tf «nori di alonnl dotti, edudio MMonlid, n
questo artioolo.
aniD fwranMOCo cmw sopra u iroantnaio oonsueto oi pafeocUf Mâwaimica
>
d*intradurre la Matemática dove aon d dev* entrare: ed il danno, che ne risulta in Fiiica: Io
d» «tf dimostra, e poi conferma coir autorità de* piú valenti Matematici. Matéria pooo
iolMi, e meno aani pmticata, ma sommamente necessária nel tempo presente, in cui si fk
IMiMpA di Oeomstria, e dl AliÁn, eoms in altri t«ai|^
Scolastiche. II Tomo TI è diviso in due Parti. Neila primt» dw costa di 3. Libri, si
tratta delia Fiska Generale, cioè deli' Esteosiooe, Solidità, e Mobllftà de' Corpi tanto solidi
dw nnidi. Qtti vi sono tfe cose, d» meritano maggior rillessioM. NelT BHuiriam
rAntora oonAita il Gassendo, e massimamente il Leibnizio. attacando le mouadl, e ngion
m^ffldtiM, insino agU ultimi nascondiglí: per risparmiare, dice TAutore, il dover apresso
suppongono la ragion su/ficiettte. Ma
ripetere le stetse oose in dhersi hioghi, e materíe, die
un modo particolare. e senza recar noja: impcrocchèridUíWldoiltlIttoaipuati
egli lo Ta in
fondamentali, che sono pochi; si serve dei método Scolastico, per proporre le contrarie
ngioni piú forti com chiarezza, e ríspondeigli com brevità. NeUa SoUditá TAutore di»-
tingiw oon moMa avvedutasa ma cosa mate intesa da molti Modaini (0 fbota ftooiído di
paralogismi in varie parti delia Física) che confondono Vinerzia delia matéria colla font
ã'mema. £gU dimostra, cbe Vinerzia è una proprietà delia matéria, e la forza un'aggíaatt
sepanMte dtdla matéria.
Neila Mobilità TAutore trattando detta vera causa dei moto hcale) mette in vista il
Sistema delle Cause Occasiortali con fclioc chiarezza, faccndo vederc, che questo non ò piú
una ipote&i, ma un íatto palese. Lo che gli somministra lume per sciogliere appresso, ed
in modo iiMlitfilte, moita aitn questioid FIsidiB etCM die íbiore d tannin^^
fsnerali, e nulla signiflcanti.
L'altra Parte dei Tomo U. cbe contiene il libro settimo disputa delia Proprietà general!
ãt eorpt, diB rigoardano i dntpiB send, dei Tstto, Gasto, Odorato, Udito, e Vista.
Dipoi siegue un Appendice, in cui TAutore tratta tkUa Forma Accideniale, e Sostan-
dak Cmnposti Naturali. Questo aigomento víen dali* Autore trattato con un' ordine
de'
aaovo, ed iateresnate: impeioodiè tralasdaado le Infiníte, e nojose dioere, die si sogliono
aocunnilaie in sinrfU quertioni egli va diritto al punto delia controvérsia, e com soauna
penctrazione, e delicate/za, pone la questione in tutto il suo lume: da cui risulta, che non
è una questione Teológica, e Dogmática, come molti appassionati c'inculcano, tna una mera
QinestioaeFDoioAoas e oomdaado dascun seatimeato com autoritft inafkagabili, rispoade
gli argomenti contrarj: e termina il discorso da vero Filosofo, col sottometterc modes-
tamente tutti i suoi sentimenti al giudizio infallibile delia Chiesa. II Tomo III. è conse-
cMoiotannienladllÉ Ate Avdeolans. tmmimAt^im ^ i quattro Etemsati, Tkrra, Acqua,
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Fuoco, e Aria: appresso le Piwiie, e poi tfl Animali. Queste materie occupano il Libro
ottawo. NèliioiwIJtm>ddisoorndelCiBfe,enioÍTariii^^ Nddecfaiio,ediihiiiio
flmllA dUr Kmw.
Quanto vasta tia questa matéria, lo vede ogn'uDo: ma con quanta brevitá venga trat-
tata dal noatio Autofe, mdb mancan al neoeMario, aolo «i pAò oompreiMler teggendolo.
L'Aiitore si è proposto non perder tempo in ipotesí, e cose inutili, ma produrre quel tanto,
ch* è certo: indicare quel, ch' è solo probabile: e non abbiaoctare venma ipotesi se non
quella, cbe nasce dalle visoere delia matéria.
n Gavalier Vemey si è fatta una legge di non ingannare venmo. nel dan O mere parole,
OWOn ooaa ideali per dimostrazioni Fisichc: cgli chiama Ic cose col suo vero nome. Lo
«adnte opii tanto in quelle questioni piit oelebri, e su cui si sono scritti immensi volunii;
Iodar ihJtndpensameMti.eflrtfclie,eooBflBssarsÍncei«iacate la pi^^
ignoranza Filosófica, che n.i<>ce dalla proronda cogniskMie, ch' cgli ha, deli' faapOÉlibilità
di sapeme di piCi. Egli bene spesso accena la difficollà delia matéria, confermata qjpieao
dalli vary sentimenti contrarj, che nulla oondiiudoiio: ed allora con ingenuità Filosafica
se ne ^oria dieesere un ignonnte sincero, dove tantialtri sono Ignomiti invaniti dei proprio
aapere. Ma noo offipndf veruno, lo dioe con buona grazia. e talvolta con ironia.
Fia le altre cose osservai, ch' egli valuta la Sioria íiaturaU insino ad un certo segDo:
vaie a dire. quanto aU* utHe, dw
se se può tiiare per la Sodeti Umana: ed in coneiigi iema
iiridc di quei, che vogliono cvacuarc una matéria di sua natura inesauribile: e che passano
la vita in asscrvarc poUpi, ed altri cotali viventi, o pure Piaote, o Pietre esoticbe, che nulla
giovano agli nominl, e nulla di pià gl' ins^nano. Questo pregiudUo assai volgare fka
i Fisicí Modemi, e cotanto radicato nelle loro menti, die credono, che non si possa saper
nulla di Física, senz' avcr perduti molti anni in simili materie, ed informar sistcmi intorno
ad esse; questo pregiudizio, io diceva, vien superaio dai noiaru Autore con uno spirilo
veramente FOoeolleo. Ma venlaaio a quaklie oosa di partlcolare. Al Trattato 4(1 Aisee
TAotOrc aggiunge un Appcndice de" Corpi Elettrici: onde dopo aver rapportato fatti piú i
ooataati deli* Eiettricismo, e le ipotesi piii celebri; egli trova tanta contraddiziooe fra i feoo-
nwní, e le ipotesi, che noo crede potersi soethuire ipotesi vemoa. Laonde tooca di fiiga
qiuel, cbe risulta: cioò, che il Fuoco coogiunto a certi corpi seguita certe leggt, delle quali
conosdamo alcune, altre ignoriamo, bencbè vediamo i cary feoomeni. Lo stesso aocade
ne' Terremoti, dove aoerti minerali, coroe caussa remota; ed ai fíiooo, e ali* aria rarefatta,
oome cause proesime, supposte certe dioostame; sl dsMmio attribnire tutti gli efietti.
E quivi in un' Appcndice ci A\ un breve, 11» seosatO, nMWt^ àlXt oltimo TmUHOía M
Lisbona, ed insietne il suo giudizio.
Riguardo atk Fkmu, PAntore per reodersi pNi ntUe, e ooodso, prende una Strada di
me&D. Aooeona le parti príncipali delle Piante piú note, e i*uso ptii verisimile: lasdando
agli altri il piacere di dispulare di quello non si sa, ne si puè sapere. Venendo poi aila Gene>
raziooe delle Piante, egli trova ugualmente probabile Ia Preesistenza dei germe, e Ia Fonns-
aioaedelfBrmeinciasoiniaPianta. Quindiconchinde,die non si pnòdecidere Ia questione:
imperocchè può essere, che in alcune Piante vi sia gii formato il germe, ed in altre si Tormi
di bel nuovo. Questa verità gli pare, die oonvenga piú co' fenomeoi, che si osservano
nella Natura.
Similnicntc circa c;li . f /ímw//, egli pTOCcdc co! lo stesso método, e se ne sbriga in podw
parole. Per dame un idea sutficieale a oompreendere la matéria, quanto basti ad un Filo>
sofo principiante, egli nea rtcUéde akra cegiriglone, se noa dsOe parti prindpali degli Ani*
mali, noto a dascono: a cui aggiunge qualche picdola cosa tirata dali* Anatomia. Quíndi
possa a spiegare fuso verisimile delle suddette parti, per quello può giovarc la nutrizione,
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piú bnvi Anatomici, cbe ia poco, o nulla coDve&goiK); finisce con raounemorare Tigno-
lam mmm adttittarB te piò lettile AnBtonafait cioè^ quando vuol tpiegMV ropenoioiíe,
e natura de' solidi, e fluidi ncl corpo animalc.
Aila fine oonchinde «gli il trattato coa diie (inestioiu nobili, ed assai dibattule oelle
Seoote. La priBUi è dUb Omimukm dtgll AiémM. Qai rAnlon indicnido pria li
quattro celebri Sistemi, cioè qoaUo deli* un uovo ndTaltiD in infinito; e quello
inelusiotte di
delia disseminazione delle uova per tutto il mondo, quali nova non si fecondano. se non
quando trovano nido ideneo, ed un fuido nutriente dcattato, e quello delle particeik ot^a-
Kbatt dd Síffut áo Boffon: ed io lloe qoello deDa finmakme dd/tto ndT mUro ptr «mxw
idr aUnatone, delli Signori Hanvl, e Manpertuis; si detennina a tKHCm di questViItimo
eon oorte nodificazioni, de dotia dai airtema delle Cause Ocearioaali. Laperoocfaà sendo
evidente, h
dw mataria inerte noo poõ firo nulla, e niolto meoo nn' opera omÍ eordlen»»,
oanB un antmale; ne s^ue, die qualunque Icgge di attrazione noi vogliam suppoira
elementí dei corpo anlmale, da cue risulti la formazione dei corpo suddetto; o bisogna,
cbe queste leggi diano alia matéria la sapienza necessária per fare un vivente, e questa è
laa meia otaafaddtdone; o puie,diekmedeaímeleaidi natura, sappoMecertedrocetamaB,
da se stessc lo facxiamo. Or una leggc, che fa una cosa cotanto mirabile. e che niun uomo
wpientissimo può compieiidere, e cbe la fa sempre seoza veruno impedimento, date le
tewe ciicortiaM» qoaatalegie, dfaf <i>i, biaogpa che «la in ao iteiaa MpieBl iMlma, e potea»
tteúna: vale a dJre, che sia lo stesso Autore delia Natura, che ordina, e ... eseguiaoe 11 tutto.
E aolo in questa maniera s'íntendo no le coee. e si spiegano chiaramente; tutto il nato aono
mere parole, cfae ci lasdano al biuo.
L*altra questione è MT Aiâma deUe Bestk: la quale víen dísputata dali* Autoce in
un modo facíle, e breve, e concludente. Tralasciando le innutnerabíli cose, che si son dette
su questo propósito, si ristringe in tre sentenze, che tuttora si diffcndono dagU autori Cat-
toUd. lApitaMièdiGartaaio,dieprivateBaiÍiediaiiiiDao(»oaoenle,eleftinariaii^^
o macchine. L*altra dc' Pcripatetíci, dw ^
damo un* anima ntateriale, e conoscente,
diversa dalla matéria. La teiza di qpHUit dw Ia fiumo onosoente, e raziocinante delle
cose apettanti aUa oouanadana daH* fiodivfduo, e delia spede: ma di un ordine assai faife-
riorealla no8tra,privadellan(BÍooiastratte,esublimi, c di tutto quello è necessário perla vera
libertá. Questa terza sentenza è stata diresa da molti Padri delia Chíesa, e da pareochí
Cattolici di gran nome, tanto nel Secolo XVI come nel pa&saio, e presente e TAutore per
non nndeid fuanie, addita I teMi, ed opere di «ienni in piè di pagbH, e potidste add^
assai piú. Qui TAutorc giudiziosamente osserva, dw gli antichi Padri, e Scrittori Ecciesias-
tid noa avcano la menoma diCOcoltá di cfaimare l^uinM delle fiestie spirito, ed ancfae immor-
tak: e dw i Modemi (Ibne tenwndo le invettive de^ Soolaatid) sono pift canti, e rípug-
aanti in questo propósito, e cercano di daria díversi noml. Kfa egli dice, che questa è una
questione di mero vocabolo: imperocché aocordate ali' anima delle Bcstie le propríetà di
una cota spirituaie, ma di gran luoga inferiore ali' anima umana; importa poco, cbe la
diiamilio AMMjparaSt o inooRuttibilai owaio tfirtitukf o inaMrtaip* Laida paiò a daa*
cuno Ia libertá di nominarla a suo talento: ogoi qoal voita d dabiliaca la totale dHlbrenia
fra Tanima delle Bestie, e deli' Uomo.
A Itevon di queda tnna senNua, e oomume fira Oattolld, e diiísn neUa
permiadooe delia Chiesa, si determina il nostro Autore, e Tillustra
stessa Itália, colla
anai bene col rispondere agli argomentí contrarj de* Peripatetid, e Cartesiani
ed altri, spedalmente dell*Abate de Lígnac, che preteae di aver ridoCta la questione
ad un problema insolubiie. Ma il noatro Autore sdoidi* il probleom eol
giudízio universale de! OaoBie UoMUiD, ovmo delia Natw» daaw, « cui d aotUMBlt»
spesso lo stesso Lignac.
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Ma, rípliglia TAutore, cfae cosa alia fine è in le tiesn quest 'anima delle Bestie?
qiiil*èl^Ãtaa,epndiadnbranlínem,el'hi^^ A queatadjlBeB» ques-
tione cgli risponde, che non fa milla, se non. che le Bestie conoscono, se ne ricordmo, razio-
cinano, sentono, vagiiono, madi un modo aífatto ignoto alui. £ chi vuol piik disUote notizie,
dH to wda a tinttacdaw «pp mw qoegli SerUtori, die pretaidoM» di «mie nrivui ai^i
ultimi gabioetti delia maochina animale, e loro anima.
11 nono Libro rapporta /a Storia deYenomeni Celesli, e de'vari Sistemi per spiefarli:
fta quali TAutore preferisoe quello dei Sigoor Newton, che suppone Tipotesi delia Tena
mota. la quMto aisoniBiito 0 WMtvo Antoiía, attanlo tetoíçm a randanl iwlwiWtiMto ainoi
Giovani, cd a tutti gli altri. che non sono inizíati nelle sublimi Matematiche; spiega quel
tanto, che gli parve necessário al suo scopo: acarta tutto il resto, che richiede pià intime
aottaiMa: • aomiiia gli Artiaoomi pUi cdebri fira moderai, da* quali poanmo i Oiowani,
cha dedicano interamente ali' Astrooomia, tiraie to dfanostrazioni, e ootizie neoesaarie
ai
per capire a foodo una matéria si vasta quanto alie fotiche, e si ristretta quanto alie
cQgnizioni utili, e oerte. E qui rAutoie, oolla sua solita modéstia, dovendo abbraoaare
ripoMi Copemicana delia Tem mota, il didiiara di IímIo in grado dlpoted, ottopoeto
mmpre al giudizio delia Chiesa.
Finalmente viene il Libro decimo, che tratta deU'Uomo, considerato ne' suoi tre ponti
di voduta, cioè nel oorpo, ndP anfana, e notr unione di ambedne. Avmáo 1'Anlore neir
Istoria delia Níetaíisica, e nel principio delia Fisica, awertito, ch*egli intende per Física
da Dio create, di cui si rioercano le propríetà per mezzo degli eíTetti ; ne rísulu,
tutte le opere
die il tnttato dell*Aiiima è una vera parte deUa Fisica, tanto piCk ooosiderabile, quaitto
die dal conftoalo coito ptoprielà dei Oetpo, li conoioono megjlo to ptoprietà, e 1> natura
dello Spirito.
In una matéria si vasta, si acremente di4>utata, e cotanto piena di sistemi contrarj,
si ooBoice sempre piò to savkxm, oco cai vieoe dei ncetro Anton spiegata. EéU ridnee
ctascuna parte a pochi capi, ed in daacuno tocca soltanto quel, che merita riilessione. Per
quel cfae riguarda U Corpo ÁHimalÊ, dopo aver ingenuamente oonfessato, e ripetuto, die
delle parti tnvieniili dl detio noa ne seppiamo nolla, e deito «ilibai pooo and; od rimet-
tersi alia ingénua protesta de* piú bravi Anatomici ; e dopo awr «wertilo; che tntto quello
si è detto nel Trattato degli Animali, circa Ia nntrÍ7Íonc. e conservazione, è comune ali'
Umo, e alia Béstia perfeita, a riserva di pochis&imc cose, accenna egli le perti principali
ddto meodiina iimana, e ^ndahneote de* senri erterai, per poter dar epfemo ma ncdciie
dcl modo, con cui si acquistano le idce. E finiscc colla questione delia Gcncrazione Umana,
dl cui già ne avea dato un saggio nel suddetto luofo: e che egli decide nello
steifo modo.
Circa rAidma deiT Uomo, egli non tratta altro, die due questioni importanti, • d»
comprendono tutto quanto si può sapere: la prima defía natura ^irituale deli' anima umana,
e Taltra delia Uberià deli' anima in particolare. Non ocorre, cfa' io vi dia un ragguagiio
didtolo di qiaaiito d cootiene ia quetti doe eipiíoli : vi dir6 «otamente, cb* io vi tnvo epi^
grtO in poche parole tutto qiiel, che concerne !c piu 5oc!e ragioni, con cui si prova la spi-
litnaDtà, immortaiità, e liberta deli' Anima: e le piu eflicaci risposte agli argomenti con-
tmj. GoBqaestodipiik,clKtirateprove,eri4>oite.odair espericnza, o dal senso ooimme.
e toraade intelligibilí ad ogn' uno: e se ne burk di qu^i, che afTettano mistery, e accumu-
lano prove astratte, in una matéria, che interessa cotanto la Filosofia, c la Religíone: ed in
oonseguenza, non è riservata a ricerche e calcoli diíSdli; ma deve stare nella sfera dei
mera eenao eoanae. n Ckraltor Veraey in niim tnogo d moitra d gran Ftloeofe, come
nelle materie, che pajone astratte, c difficili; pcrocchè egli toglie loro la maschera di mis-
tero, le rende facili, ed intelligibiii a tutti: e confessa ingenuamente, cfae non può partira
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raflettazione di certuni, cfae fanno enigmi di tutto, e tutto propootooo ia aria di Oraooli
SMIini.
Qui egli dunque colla scorta dei senso comune, e delia speríeiua, và proponendo per
ordine quanto riotimo seoso c'in8egna deUe proprietà deU'Aoima nottra: e coo una ben
oooooii» Mfte oi OMenwMnit o coroun] oi vooerB <|im, gdb r
n pno bd iinocAve» mo
ne negare si dello Spirito, die dei Corpo» dw ai paragone apparisooilodpet(NtaiBO,aiMtuie
aíTatto diverse, e dota te di proprietà inoomunicabili fra loro.
Ed in fatti dimostrandod rintimo aenao ridentidà delia nostra persona in qualunque
circostanza; e Tamore innato delia stessa al próprio bene; (che comprende il bene deO*
Anima come Mente, c Volontà, c Senso) c dimostrandoci di piú Ia nostra intima Uberti
vel determinarei in qualunque caso anche diffiàle; ai confronto dei nostro corpo, che di
QiwMi prifflcd è pifvo ilAUto! M
riegne, die oon iwcft fltftai, 6 aom tndiv ds noi ttenit
abbiamo alia mano Ic prove piu concludcnti di quclle gran verità, che la Religione c Natu-
lafe, e Rivelata c'insegDa, doà cbe l'Aniaia nostra è Spirituale, ò Inimortale, è Libera. £ qui
n Dortro Auton rifBttate oBrte ipotari dflO* AlMl» di Ugn^
amo; awerte i nioi Giovani, cfa' è inutile il voler rivoodere per lo minoto a tutte le insuba
ragioni de' Materialiste; e che basta distruggere le fondamenta, poichè il resto da se stesso
rovina. Or il principaie fondameoto cgli lo proponc con tutta diiarezza, e brevità: e gli
ri^Mode alio atcaao modo, ool dedorre le rIqMale da i Iami ineaUngnlbili deO*
intimo senso.
Lo stesso osserva TAutore Qell'trattare delia Libartà deWAnima ia particolare contro i
caá pocbe parole, e con tanta fadlitA e pnxknza: sendo cbe mette i Giovani nalla «aia
Strada dl poter sdogliere qualunque di£Bcolti in aweníre, senza nuovo aiuto.
Segue fUttione fira VAnbm ed ti Corpo: in cui rAolOfO OoUo stesso método riduca la
difficoltà' ai capi fondameotali» a fDooodi, da dova naioano moita altre verità, a ravoiie
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inseguenzadi esse, niuovei membruda te iteMiiiMrtíalinoto. Questo è mi &tto, die noo
ti pnò metiere in dafaMo. Or qul è queite cnm tapientissíma, e potcntissima? Noi
non ne conosciamo altn, a cttt oamcapao quMte profMcietà, dw la Icnt dl htatun, doè
la volontá Divina.
è danqoe inotOe Pandar firinricando tiitanl teaza fine, per qriegare, come rAoina
Bfeli
acquista le idee o nozioni per mczzo de* senzi estemi; e come muove i membri in sequela
delle nozioni, o volizioni. Questa controvérsia si ríduce ad un Tatto palese, ed ínnegabile,
cioè, die la oota sucoede, aema clie noi sappiamo nulla; ed in conseguenza, senza cfae la
fludamo: aon potando TAiiliiia openra quel, che non sa, ne può sapere, dopo tante rioer-
che. F per necessária conseguenTa, è una legge di natura, che impone la necessità, e cfae
Teseguisce; da cui risulta quelia mutua dipendeoza dei Corpo, e Anima, o queUa unione,
clie d ík eateie m
Uomo. Onde rAntore qol addhaado: Sielemi ooofatari, non altro fli
die Tattenersi a fatti, ed osservazioní costanti: dalle qual! natoe la ikpoda a qoaluOQpe
contrario Sittema, sebbene TAutore gli riq)onde a dovere.
In daseon di questi due capi, cioè dica Paoquiatar le Idee, e nauovere, e reggere il
Gorpo, il nostro Autore aggiunge quelle quettioni, clie MttO oonseguenze: vale a dire, la
varie specie d'idee, e le facoità deirAnima nostra. Ed in ambedue luoghi, data una i
Chiude in somma TAutore la sua Fisica con una perorazione, ch"egli appeUa Coih
eàufa fí^ysicae: in cui ríandando colla mente ed il poço, che si sa delle cose Fiddia» ad
il nioho, cke non d può tapere; avvertitoe i tooi giovad, di ttudiar bend te Flaiea»
pre coirocchio airutile, che si può tirarne per le Arti e Liberali, e Illíberali* • per le Diid*
ptine Sublimiori: lasciando il di piò a quei dilettanti, cfae si gloriano di occuparsi in cose
inutili, e bene spesso impossibili. E richiamando alJa mente la menwrabili sentenza di
qoel Fiiico lopra totti iiluminato (IX di ari d pfcvalae nel prindpk) deiTOpem, come fimale
necessário per diriggere i naviganti in questo vastissimo pclago delia Natura; finisce colle
di lui parole: Mundum tratUdii tH^Mationi eorum, ut non inveaiat homo opus, quod operaUa
D«$tttòlMomqm aifinem. Vlio dato aHa dtag^ un* analid deUa toddetta Ffdca:
resta ora, che vi dica anche di volo il mio
giudizio, cfae midralvpoi, s*è conforme al vostro.
Mi sembra, cfae il Cavalier Vemey ha
fatto una Fisica veramente adattata alia presente
neoessiti delle Scuole. E
non scríve per gli Esteri, ma per i suoi Nazionali;
sebbene egli
adoidniodotetiiaOpeni8embntutileaddtreNazionÍ,edanÃaa*noatriIla]iani. Voi
sapete per troppo, che noi siamo inondatí da Fisiche Modeme, e da nuovi Sistemi: ma
osservo, che queste Fisicfae hanno soltanto per scopo il persuadere qualdw determinato
Siitcma, ed d pift lo edlnppan dhene pofti ddte Natum: eper k> pift ttorioame^
fusamcnte, senza rispondere coo precisione alie ragioni contrarie. Jo airiocontro trovo
in questo Autore una cosa particoiare, ed e, ch'egli insegna a'suoi Giovani la roaniera di
giudicare e di tutta la Fidca, e di tutti i Siitemi, senza passioni; e li conduoe come per mano
d
dd flKile dílEdle oco un ottima aceita: mostrandogli, dove di parve necessário, come
si devono spedire. Lo che io valuto di molto: poichò codpnmualtiiPOtfàdaiOlUIOdete^
minarsi appresso per quel, che giudicberà piii fondato.
EdiaoooppiainÍFd>ilmeoteti«coae,l*erudidoae,h lKevità,etectaiai«Ba. Maqnd
ch'è piu da stiinarsi,si è quel critério, con suí sa distribuire le coM a tenqio, e Inogo. aenza
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eaaere diqnitata* Ia tratta a dovere oon bcevili* e fora, e ooUa stem rápoode aUe ooo-
traríe ragioni; per mettara i mai Glondii in itaio d^nleodnrla a ftndo, e poter aacbè tu
publicfae diqnite in essa.
Ed in tal caso valendosi dei rigoroso método Scolastico,Sillogútíoo,favedereiosietne,
ai Oioivuii, quanto «mo método può ««en ullla por riMUaian m
b omtwia, ú adopera,
quando, e come è dovere: lo che deve assueCuv iaMMfllillllBnte i Giovani a far lo steaio,
quando vi è neoessità. £ tutto queito rtcgiiac» anoa ricMédeie altra notizia Matemática,
dw una lievB norione de* primi Elemeati di Gaometria, è di Aritmética, e dò in pocfai luoi^
per adatlani sempre piú airinteUtsema di tutti i leggitori, massimamente di quei, ba qnli
regna ancora l'antico método, e che si debbono illuminare con destrczza, e prudenza.
Osservo ancora, come vi ho detto di sopra, la giustizia, che rende agli Autori piú
atínati, ed alie lorofttldie,qauido ancha li oaoltata, o acarta. La modeatia, con cui con-
fessa ogni tanto Ia própria ignoranzii, ancora in qucllc materic, nelie qiiali tutti si crcdono
beoe istniiti. Ignoraoza assai sttmata da quei, cfae vogliooo giovare ai priocipiaoti, erudirli
w
daweio, e non ingannare i Lettori. La pucftmda neiauuue, e aoamiariane al giudiíio
delia Chiesa. In somma. io d vedo dentro l'uomo ingénuo, ed il Filosofo Cristiano, sena
punto di affettazione. Non ocorre dirvi, die Topera è scritta oolla stessa poUtezza di língua
latina, cbe si osserva ocgli altri scritti dello stesso Autore: perdiè voi gii sapete il auo
valore, e pcegglo di acchwre filrgantfmrnte aena wran pedantiamo, and adoperando a
tempo le voei già consecrate dairuso Filosófico. L'ho Ictta in somma con gran piacere:
voi ne darete apresso il vostro seasatissimo giudizio. Eccovi servito: e caranwnte vi
ebbrado.
In Livorno 1770. Con lioenza de Superíori.
N.B. — Impresso de XV páginas, encadernado com o exemplar do De Re Physka,
1.* volume, Romae, 1769. O papel e a capital inidal >So da Imprensa de Salomoni Oene-
raao. (UU. Ntt.Nap.27— C— 19):OHanateme:Q.m.93).
xvn
a) BMdaariaQ)
Sa todoa oe que fecorfem a V. Bx.* oom alguma ideia para o bem pdUioo, de qualquer
Nasám que sejam, sam bem recebidoe,egrandio7amente remunerados» oomo é fama pública
por toda a Europa; con razam eu, que aendo súdito do Rei Fidelisimo, tive a oora da lioeosa
de lhe dedicar todu aa minhas obní. de queM Uia imnotai parte, e experimei^
beneficência Real; e tudo com a aprovasam de V. E.; me animo a lhe ir falar em um negodo,
que para mim é grande; e paia um tam grande Ministro como V. E., é a minima coisa,
que pode conceder a sua equidade, e geoerozidade.
Fnmita-me V. E. aalea de propor o amo negodo, que eu traga à memoria as minhas
(I) Este é o foglio incluso, até agora inédito, que foi nmetido juntamente com a
CMto de 28 de Maio de 1 766, enviada de Pisa a Aires de Sá piAiiftada em £. 3.» voi. pág. 377
e a qoe taoMai le afade m
cnla ao P. Jioaé Asvado^ poblicadi pig. 425. M,
622—
(porque nam tenho disto outra noticia, senão a que me deo nesta mesma cidade um Italiano
vindo de la) que na Unhmildade de Coimbra alguns Cokgiae se serviíem da minha FBo-
lofia. E somente esta fama publica da protcsàm dc V. E. me onra, e obriga infinitamente.
,
Setuiudo-«e a isto outro lavor ainda maior sobre a Gramática Latina, que eu candi*
dameote lhe quero revelar: Eu a tinha composto avia muitos anos,com o fim do bem
publico: e confesso, que nam sei por que inspirasam particular a imprimi no Outuno de 1758.
Mas para me dos Jezuitas (que nese tempo ninguém
livrar de outra nova, e cruel peraeguisam
do povo sonhava, que poderiam ser anihilados, e desterrados) nam so a publiquei anónima,
nM até me vi obrigado a disfarsar^ne com o sopoito da aer uma tradanm. E mdiHBiB
necessário imprimila longe da minha prezcnsa, succdco, por culpa de quem teve a dircsam,
que nam chegou a Portugal senam no ano seguinte, pouco depois de publicada a Reíomia
doa Estudos. Achou to algum impedimento na Alfimdega. Mm
tendo eu npranotado
em qualidade de tradutor, fpor meio dc pesca conhecida de V. E.) o meo reto ftn do bem
nam ser culpa minha o cb^ar tarde; e que quando nam agradàse a V. B., « reti-
publico, e
pan fon <k> Reino; V. B. com uma grtodea de animo propriameate aw, qpe
larto logo
labe estimar at vontades dos omens, e nam as contingências da fortuna, e eookaoaodo
profundamente o espirito daquela lei; me fez a grasa dc permitir, que cntrasc, e se publi-
case: de que rczultou, que o livro agradou a muita gente. Estas obrigasoens estam tam
w
vhM Bâ ^^MtM nMBoite, (me mnioa podovim eicufeoeri mbi extiofir. A das poao mn
•U conresponder, senam com um sincero agradecimento, com admirar as glorias de V. E.,
e com dezQÍar-lhe em tudo as maiores felicidades. Nem a grandeza de V. £., nem o seo
CÊifpt ttuk o aeo animo FDonAoo podem áutjftt de mim outra nrfau A Fio*
vidancto, qiie |NB oa Pr imaiwa MBnistros em grao tam superior aos mais omens, coumicoii'
-lhe parte do seu privilegio, que é, nam necesitar de ninguém, poder fazer bem a todos,
e oontentar-se de uma sincera venerasam. O que presuposto, direi a V. E. brevemente o
mao negocio.
Entre as coizas, que eu tinha preparado para utilidade da nosa Mocidade, e que as
minhas repentinas, e cansadas moléstias me tem
impedido ou de acabar, ou de limar; era
a FliiGa. Brta, «m wioa inivrvaloa mema
dotoroaoa. pode ai|oi Knar, e se eatá agora
copiando: e seràm quatro tomos em com a Ittoria da dita Faculdade. Dizem
8.° grande,
os inteligentes na matéria, que é muito própria para abrir os olhos á Mocidade principal-
mente compreendendo varias matérias dificultozas, e celebres. E do Reino, e de fora,
e até da Atomanha, e Polónia (onde ^ram a aoeitaiim, que oa Atoa de Lipato ftnram aoa
primeiros tomos desta obra) ma tem pedido instantemente muitas pesoas de considerasàm,
às quais eu nam poao explicar os meos particulares. A verdade é, Ex.^^" Senhor, que eu
mm Mobo dinlwiio alo a6 pm
ft iniHlmir como deva aer, mm
nam pom mandar abrir
aa chapas aaoaaaiiaa. Niunma taataodo o quajaolio, para acudir atodaaaa necaaidad m
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—fila-
das miolMS dispeodiozas moléstias «bituais, que me tem empenhado, e arruinado. E luun
AM flovBipiaho de o dinr a V. E.. pmqoe a devasa, que nam laoe dB adpft
me é vergonhoTa: e demais falo a um Ministro, que alem da sua grandeza de animo, é douto,
e tem a mente ornada das mais solidas ideias da verdadeira Filozoâa, que ensina a compa-
decer «sialiiMJeidade das pewas de Letras, bqploio pois o «Ho patrocínio de V. B. paia
me alcansar de S.M.F. uma ordem de me suministrarem o dinheiro nccesario para a dita
impresàm: sem o qual dinheiro pronto, nam poso fazer nada do que i neoesario preventi-
«Muneote: porque até neossito de qoem me ajude para a brevidade, e oorreaèm: o que tras
nova despeza.
Poderei também, querendo V. E., imprimir logo uma minha Gramática Ebraica,
feita por uma ideia nova, e brevisima no seo género. O que digo, porque me lembro, que
na RflAmBa dos EModos floou reservado o dar provideoda nesta matéria. Sd muito bem,
4lieViB.liam necesita dos meos conselhos, epfUjsctos: mas ao menos vc nisto o mco animo
Patriótico, c a lizura com que Ibc falo. O qaetõdo rezulta em maior gloria de V. £.: por-
qfte to aos oiMi» grandes, e ât ataw ¥BrdadBiiaiinate ilustiw^
pequenas nam admitem nem zelo, nem verdade,lMBD parecer diverso. Nam devo diiataMlW»
querendo persuadir a V. E. todas as drcunstancias do que tenho dito. V. E. nam necesita
de discursos oratórios nem para perceber as matérias, nem para fazer bem aos omens.
Descanso untcamente ooosidefando, qne era ama tal matéria, que é multo util ao ensino
publico, do qual dependem infinitas utilidades da sociedade civil: um súdito do Reino vai
de tam longe iniplorar a protesàm do Pai da pátria, do Protetor de toda a reforma util,
do Orande Conde de Oeiras. E com o maior oteeqoio, e respeito bei^ as maons a V. B.,
e sinceramente me protesto.
De V. E. Pisa, e 28 Maio 1766. O maior unulde servo, e obrigado V.dor Luiz
Antonio Vemey.
Cr.T.— Minist. da Just, naco 296Í.
b) EaoeleiMia
Mu o que me recreou mais foi a mesma nwrteria do livro, que é uma ooosequenda do belo
sistema, que V. E. desde o 17S9 formou, e executov. V. E. ensinou às outras Cortes da
Europa a verdadeira Lógica, com que se deve argumentar concludentemente com os Sodos,
que sam poucas palavras, e obras eficazes. Nam à duvida, que os Parlamentos de Fransa,
asfu lado as pindat da V. B., mostràiam ao nando a verdadeira teoria jezuitica; e pfo>
vàram, que um Sodo, em quanto tal, é sempre um OMIO Cristam, um peior Religiozo, um
pesimo súdito, e um insuportável perturbador da Scpublíca: e que se os tais Parlamentos
inesBni as nmoin ufiua, esBcui arBun w^bêêbbhw o seo prayBCO. Mas eiiwaii por una oob*
ICQUaari a necesaria ou do sistema politico daquele Reino, ou dos Prelados quazi todos
tenm creaturas dos Sodos, deo-se matéria a muito livro, muitas respostas, muitas suble»
vaaoaDB, que sempre continuam, e tem o Reino agitado. Mas V. E. pelo contrario nam
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624—
penko tempo em respostas, mas com aquela famoza Lei de 3 Setembro 17S9, argumentou.
Iam cieanieiíle, «loe os «Rtinguio: e oom (wtra Lei
Os France7es en<iinàvam como Se podia extinguir uma Religiam sem Breve, nem Bula.
V. £. ensinou como se podia aaiUlar. E est« sua Dialetica, a que eu por veoeiasam oos-
tnmo dMiMir a — nova Gamlte » aam so ja doo enniplo a Espanha, • HapáLtê
mas confio que o dará a Alemanha etc, e sempre sera celebre em toda a Posteiridada. As
refimnas de Veneza, Milam, Turim, e outras partas, nam oonduem nada em rimni a i aiam
desta «nova Lógica ».
Desta mesma LogicB vqo que é uma conse quência a mataria da Dednsam: poniae
com uma serie hcm ordenada de fatos públicos vai direitamente ao fim de mostrar o que
eles foram la, e o que sam cm toda a parte, onde ouver pcsoas, que sem prcocupasam coosi-
denm as soas asoens, e penetiem noe seos Aichivos. B eu cnio, (pie esta obra seivtrft
muito para abrir os olhos aos Padies Encarnados, e Roxos: digo àqueles, que sam indi-
ferentes, e menos ignorantes. Porque à muitos que pecam por ignorância: outros por
malicia, porque sam comprados com os imensos tezoiros, que eles despendem nestaa ooa*
aioens, e mais que todas nesta, que para eles é a mais critica.
Emfim, Senhor, este formidável coloso jczuitico, batido de Ioda a parte com tam
grosa artilberia, ameasa ja ruína. E prouvera a Deus que todos os que sam mais enlere-
sadoi aaliatelo^abfise M bemoe€>lhossobieoiee enl< íeie ,eseguiaiisa doiiissllca,e|Hd)Mw
Qnessm duvida se uniriam E..edeAaerem até a baze.em que
para seguirem o arbítrio de V.
efcestiiba. Pois 6 certo, que em quanto ouver um
oa Ctaria, que se valtia das pre*
so Sócio
vsasoens dos que governam, se deve temer sempre, que leeOGila emwias partes de Ibdía.
Mas todos os prudsales confiam em V. E. que como deo o enemplo, dará a coadomm:
se ornará mais com esa gloria. Nam lemos as Gazetas, sem que vejamos as novas ooioas,
com qiue V. E. se vai ornando, de fazer uma bela, e respeitável Marinha, um corpo de Basidto
formidável, cgictias maouActuias, agrietiltura, ooaieido. Letras, e tudo o «pie coodus à
publica felicidade. í u ouso Ininnr isto aos Estrangeiros com inexplicável jubilo, porque
sou mais enteresado, que eles, no bem publico, e na gloria de V. E. E desejando-Uie sem-
pre ndons • aaiioice itlieidãdaa paia eonsegulr oe seoe nòbres projetos, me coolbeo tafr
ni liBMMlo ohrigadn A pnerwjdade de V. E. a quem de novo com infinito respeito e obmqoio
consagro a minha rendida voolade, protestando-me. De Vosa Excelência. Pisa e Novem-
bro 1767. O mais umilde, e obr^sdo servo e venerador, Laúz Antonio Vemey.
(r.T. — Minist. do UbIuo, Maço 1.000).
c) Encdeocia
Vou aos pes de V. l \ pedir a sua protesám para a segunda edisám da minha Gra-
mática Latina acrecentada, que agora se acabou. Como o P." Vemey me escrevco, que
V. Bs.* lhe Ibera a gram de dim-, que eu a podia maadar; em otaeqnto desta penrisam
a mando agora para Lisboa. Pareceria a outrem iniprnprio, que eu fizese lana Apologia
a este meo escrito: mas V. Ex.\ que com uma superioridade de talento iaimitaMl oliia
paia as ooima no teo iwdirisiio ponto de vista, e as estbna oomo mersosmí oonheoerA
muito bem, qneisloemintaiafeéoetanlasam,mas6infomissám, e é falar-lhe com aquela
sboeridade, que eu costumo, e com que devo especialmente falar a V. Ex.*. Esta Gra-
nntica, que foi feita para utilidade do Reino, naquele tempo em que as trevas o cobriam
todo; e que fòi Mta com muito disfluoe, paia nam eadtar a ira doa Beosmeritoe, que sem
duvida me crucificariam a segunda ves, CÍNBDU la despida de toda a protesám, antes teve
alguns obstáculos particulares nio peqpMBOS; e so achou em V. £x.* aquele ornem graiide,
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— 625 —
que sabe estimar o patriotismo ainda naqueles, que estam longe, e nam falam por devidos
respeitos, e com ftpenniiám de V.Bx.*«iitnM no Reino. Ela teve tal fortuna, que agradou
a infinitos curiozos. que estavam preocupa n^^r oMiras gramáticas, os quais me pediram
repetidas vezes uma segunda edisam: a qual eu dou a^ora acreceoiada, e melhorada. Isto
me fia crer, qoe pode wr ntil ao bein piri>Iioo. B nesta tapoadtàn uraUdemeote proponho
ao elevado jiii/o de V. Ex.*; se convém que se dé licensa para se introduzir nas escolas jun-
tamente com as outra» duas, que na Rerorma se permitiram: as quais sendo de diversos
Autorat, e de divenoe ehlemas, parece que nam excluem outro sistema terceiro, que seja,
ou param mais IímO, e ftmdado: muito mais dedarando-se na dita neforma, o poder acra^
ccntar novos livros para ensino da Mocidade, quando se julgascm ncccsarios. Ninguém
melhor que V. Ex." pode decidir este ponto: porque as suas dicizoens devem ser oráculos
para todos e nraito cspedafanente para niim, qtw as sei avaliar, e venerar: e 80 V. Bx.* pode
autorizar a decisám. Onde neste caio if o 'evo fiusr outrs colza senam, sufeitar-me ao
seo juizo, e reconiendar-me a sua protesani.
Direi tandwm a V. Bx.* que eu tive privilegio perpetuo de S. Magestade felizmente rei-
nante, para todos os livras, que compuzesc, c mprímise fora: querendo este grande Monarca,
i
que nenhum outro se aprowitasc Jas minhas Ta Jigas, com meo prejuizo. fZste privilegio
se queimou no terremoto, e também us Registros e so se acha no = livro da dislribuisám,
:
que se te doe fapeis da chancelaria — memoria de aver privilegio para livro, mas sem deciaF
rar (por descuido de que o registrou) que livros eram, c a qualidade do privilegio. Quando
V. Ex.* se queira dignar de mandar chamar o P.<^ Veroey, que tinha na mam o privilegio,
ete o podem infonnar de tudo: e taKez citará alguma outra pesoa de respeito, que o tivcee
visto. E neste cazo se a V. Ex.* parecer justo reavivar este privilegio, perdido sem culpa
minha, me obrigará infinitamente. Se eu tiver esta fortuna, poderei, quando me permitir
o Real serviso, imprimir a Fizica, que de la me pedem muitos, e especialmente aquele leitor,
que no ano pasado por ordem de S. Majestade foi ler a miidia lógica no oolegío das Artes
de Coimbra (1): o qual a dezejava logo para O Outubro: mas tfgM«!w razoens graviatmas
me impediram atégora podelo fazer.
Tenho dado a V. Bt.* conta de mim como ornem de estudos: e desejaria oonrespooder
Aldeia de V. Ex.» em todo o género: NTas V. Hx.", ciuc nu- onra, c favorece tani particular-
mente, agradecerá ao menos em mim a boa vontade, e a particular estimasám, que faso das
soas etoioM perrogativas: e ringnlarmente ét feiiGidade do seo talento; que embarasado
em negodoe infinitos, e de tanta supo^isám. sabe dar fòra livros, que servem de admirasám
ao mundo mim de particular gosto, e consolas.ini, quando observo deli-
inteligente: e a
cadamente conciliados no mesmo escrito, a erudisúm, o juizo, a providencia politica, e o
alo do bem publico em grao eroico. Ea tenho já feito com eles algumas conquistas, ilu-
minando algumas pesoas, a quem so fidtava instruisám em certas matérias, que mo agrade-
ceram muito.
Deus ocoserve a peeoa de V. Bx.* hufos anos, como neoesita o Reino e todos os que
sabem estimar a virtude, e o merecimento: c especialmente eu, que por todos os títulos me
confeso. Siena 21 Julho 1768. De V. Ex." £x.">» Senhor Conde de Oeiras o mais umilde
servo, e obrigado V.or, Luiz Antonio Vemey.
(T.T.— Minist. da lust.. Maço
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— 626 —
d) Exoelenda
XVIU
ctdturam. Artes Inllberaíes, et Commercium', altera vero alias partes sub se complectUur',
in singulis hisce partíbus mirabilis est usus Phisicae ínstitutionis, tum ut suppeditentur
necessária et voluptaria honiinibus quibusque; tum ut, iis sapienter utantur ad maiorem
HtUUatem CMUs Soeieiatis. Ac vel levis eoiulderatio slntidanm partium Felicitatis CMIb,
ea. quae posuimus. satis ostendit. Ft ut a prima illa. tamquam utiliori, initium ducam;
Culluram agrorum sine Physica docente recte exerccri non posse, immo nibil aliud esse,
quam Physicam porticulatim, ndnime dubium jam est Phikwophis Recentioribus. Naro
et (písm fecunditas agrorum, et arborum, et stirpium: ipsa rath pkuttandi, ac serendi minori
cum Dispêndio seniiruim, et utilitate longe maiorí; morbi ilti sementum, et arborum, et
mbmntium, et alia bujus generis innumera, quae Physica ars aut exdtare solet, aut Ut^eiBre,
ao madarf; et quibos pleni sunt librí jimionaa Riiloeopborum; id luculente demonatrant,
ac pcrsuadent. Tpsae Artes Servtles, quae manu hominum perficiuntur, dcsidcrant in qua-
libet Republica interiorem nottilam Agriadturae, quae subministret materiam singulis aoco-
medatam, vehitl Ugnorum, hmamm, pelliom, oeanabis. Uni, fossipii. bombyds. et sfani-
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lium. Requirunt plurinm nothnes Physicas, et Chemicas, quibus et apta matéria reperiatur
•d fines propodtn; et mcaeriae aliquot novae varia mUom eoutmgmmar; tt mtvi a^om
iineníanttir ad tingendam telam laneam, bombycinam, gossipiam, cetcraque ad ntum offi-
cinarum. £ae item suppoount plurimam eruditionem Scieniiae Mechanicaet ex qna innu-
merae {lhe madiime dhenae exoogitentur, qnilms egeot offidnatores, ut optfkta exer-
ceant aiia: ct quibus eoriim acuitiir imfn^ti ia, et mira opera faclitantUT per quam apta, ut
mutemur cum operibus utitíorUm exterarum natkmum. Verbo dicam, ntit ett vel cunim
legera noMliiriinas, et ntitíssfams qnaeatíonw, aeo oontrovnsias, quas darfores Academiae
Scientiarum, et Regiae, et Privatae, aingulfo aimis, idque oonstituto praemio, proponunt
Naturalis scientiac culloribus nil ai/^mentiailt et pcrfrrtinnem Artium In/iheralium; quarum
plunniac fcliciter diremtae (sic) sunt, atqueearum conditores praemio decorati; ut iotel-
Htatttr, quantum varii ttanii oflidiiia, atqne adeo singiilanini natiomini utOitati opitaletor
iintitia interior Physicae kutítutionis. Jam commercimn esse vcluti consccutionem et Agri-
cuJturae, et Artium Meduudeea-um, nemo est, qui oon videat; nam sine iUis pontibus, qui
mnroes jugiter miniatrent; quique vfam comptaneat ad eamm tnuubectiones et mari, et
terra;nuUa transmissio mercium, nulla conimutatio fíeri potest. At ipsum commerdum
haud exiguam notitiam et Historiae Witinalis, et Plivsico-Mechanicae postularc. ut maiori
cum utilitate fiat Civilis Societatis; vel Lcxicograptii Historiei, seu Dictionaria et
Historiae Naturalis, et Gommerdi, qoi Ubri a viria experientigstmis tum Mlosopiíia, toas
Ncgotiatoribus editi sunt: eiiam nemine monente declaram: quique ob eam caussam magdO
in pretio ab bominibus sapientibus, qui Magistratus summos geruot, aut leges condunt,
prima ctyusque negotiationis maiori cum utilitate nationis adquiri posslt: quo modo minori
em bnpema ftbricari: qooqoe modo Ikdlios commmart com oeterís merdbu macia neoe»*
sariis cidcm nationi: ad ultimum quo pacto ct commodius. et opportunius, et fadlius par
totum R^um dirfundi, et ultra Rcgnum traosportari queat. Atque hac notitia peim-
ee$tarla PoHtkes magistris, itíc) dum hoc aaaonio a vHt tnagtda magnis apud natioma vigi*
lantiasimas sedulo ex coieretor, hoc btai adÊaMlt ut duo onmiw, quae antea igmaa erant,
per^ieua fiercnt, ct bcnc nota. Alterum, quam egregic lallcbantur illi, qui, post positis
tiíaoe notionibus tam salutaribus cuilibet nationi bene institutae, inutilibus iliis quaestiun-
culis veterís Physicae detinebantur: aut Reipubllcae rectionem oommittebant bominibus,
qui talíbus studiis irretiti tencrcntnr, Alttrnum. quam turpiter item errarent //// Politici,
qui, ceterts studiis negiectis, inutiles omnino veros Fhiiosophos, exiguamque mercedem,
«anm de aenala ht doctores hauriebant, vehiti mate dlatractam proAuamque damttabaat.
Venio nunc, rex Josephe, ad Publicae rei trangu^aentt sine qua nuUa fei'eitas
pi)puhrum constans, ac diuturna esse potest. Rectio etenim cujusque nationis ac gentis
poatulat notitiam plenam morum ejusdem societatis, seu, ut Politici vocant, notitiam Hominis
Moralis: haac aotcm tbm HotUa pUankatum renan, aen Ifominifl Fliysid, ut illi appellant,
habcri rectc non potest. Nam notitia temperamenti, propensionum, adjunctorum, seu
circunstantianim, est adeo necessáriaad curandos morln» Corporis, quam ad morixjs Aoimi
depdlendoB. Neque enim lepea omnea Oviles ad ainfolas ontioDes sunt aooomodataa:
nec gentes omnes codem modo regi, ac duci debent. Temperatura enim illa tani diversa
caeli, soli, fructuum, animalium; consuetudines illae omnino contrariae, et inveteratae,
ac pBoKua in animo inaculptae, boolmes reddunt adeo inter se difleientes in ipsa re morum,
— bin-
ei videantur io doais geoera prorsus diversa. Atque hic varius modus et cogitandi, et
•gendit fequirit mnedla «fficacia quidem, sed varia, et omnino aenmniatú ad alHpdat
mtktms, ad carum dfOUNtancias, ad têmpora ip<i;i. iiciilentiim sane exemplum nohis
I
Oflbrt Respublica Israetttaium, cui Deus per Moysen noo leges Civiles Aegyptiorum, non
dit^^f*w'>i non Phoonionnit non cetotwoni gontiuni ftnitinianinii wd peootkim letat
Politices, et, omnino accommodatas ;k! circum^tantia*; populi ísraelitici. ad consuctudincs,
Fhysicarum nwignopere influere in rei Morales: eosque lantuin, qui haec recte distingucre
nonmt, amdm posse leres tttddla, ad consHtmmdm Jus trnn PtAliaim, tum Prtvatum Oj/wfwr
gentis.
Equidem non jam in ca caligine booarum artium versamur, in quibus Jurisprudeotes
exístimabant» uno libro Pandectarum non modo r^ posse nationem qoamlibet, sed appo-
site omnium: atque fidenter adferebant, libris, qui aupeiwnt
fínirina|oliAqfuneque nationum
Júris Romani contineri et fontes, et principia, et x^eram applicationem universae scientiae
Moralis Civilis. Non enim fontes Júris Publici, non ipsum Jus PuUicum, aut in corpore
Júris Romani contineatBf.autexeo recte deducipoesunt:sine quibus tamcn necRespubticae
bcne constitui, ac regi; nec leges rerum publicarum inter se plane cognosci. et statui po^^^unt
Sed nec illud darc possum Júris Publici doctonbus noonullis, quod scientiam istam veluti
rmm abalrmam, oKs tt dBs syttematb bÊdlgeKiem, et ut ita dicam, plenam aenigmatit nobb
obtnidant; quasi aut impeditum, aut inconsultum esset illud pandcre, quod omnes eives
aiiquantulum excultos tam interest recte cognosoere: nihil siquídem inteileelu facUiua, nibil
enini vero planlus menti perpolitae occurrít. Lex etúm Naturalis, quae hominis naturae
liberae, itemque utilitatibus, quaa ainguli iiomines ex ceterís hominibus capere coacti aunt,
innititur, haec, inquam, Lex non modo homines privatos inter se dcvincit; sed homines
Privatum bomioem, ei Nationem. Hinc duo deducuntur rami Legis Naturalis, vel Fublicae,
ftt Plivatae, quibus singulis aliquid omnino voluntaritim ab homhdbus adiunctum eat
arofnuHffliltf loeo; aad prorsus accomodatum ad condiciones et dronutaatias vai uniua
NMionis vel plurium. Quod ipsum tu praeter oeteros optime noris.
Est igitur única et certa Lex, quae hominem in omni statu naturali, vel solitário, vel
sociaii, moderatur, ac ducit, nempe lex illa aetnna« «inam Deus hominibus singulis pateftcit
beneficio rectae rationis (missa in praesentia altera paite. seu divina locntione, cujus ope alia
tradidit, ac supplcvil ad iinem caclc^tcm). Varia tantum applicatio, ac deduaio istius
Legis Naturalis oonstituit varias partes Júris generatira: atque aiaa intoriori cogaHioiíe
liujuscc Icgis,QUani non nisi Philosophia suppeJitat. nec firme, nec facilc in hiscc disciplinis
versar i, ac progredi possumus. Non eoim est Doctor Ixgum ille qui leges civiles mente
tanet, easque applicara unioe novit «d oertom cann in kge expreaaum: aad ia eat verw
Legum Doctor ac Interpres, qui penitus noscit fontes, ex quibus lex omnis derivatur: quique
varias limitationcs et applicat ienes, ab ipsa lege Naturae indicatas, in promtu (sic) tenet:
qui et finem et adjuncta legum distinctc percipit: id est mentem et spiritum i^is, ut eorum
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verbis utar, cogDitum habet . Quod idem de booo legum. quem recte ad offida sua poDimi»
erafitmi, intelligi volo. Nisi enim ex illo fonte puríssimo, et inexbmcto JimU «t Bonelli
Icges, suas derivai: nisi díligcnter facta et adjuncta inter sc confert, ut corum divcrsam
proportiooem ad inclioationes voluntatis, consuetudincs, leiíiperamenta, statum populorum,
variam diidplíDam tempomm, ceteiaque a^iuaota ahhis mente teneat, manqoam aut kfes
iitiles, aut staliiles decernct. Scd qiiam mira, Dciim inmoi talem! qiiamqiie copiosa nolitia
subtilioris Philosophiae bic adparatus mstitutionis non ia boniiiie desiderat! Quid enim
neta ratio, lumen Uhid • Dao homiiiibai datam, ut es iáei» ac principíis evidentibi» ratio*
iimin*—. vcrum a fidiO, bonum a maio, recte, apposite, peipeCuo distinguamus; quid aliud,
inqpBm. est. nisi mens perpolita et exercitata principiis germanae Lofficar? Quid aliud
suntillae comparai loncs rerum inter se, lUi varii graUus similitudinis, perfectioois, bonitatis,
utilitatia, niil «kííwmiU, tsm» aoUa nbmiiiiatrBt ocuntiiH' JMMq^iitrica? Quid? varia
illaadjuncta civitatiail ac populorum, ducta ex natoraf consuetudínibus, statu, celerisque
relm, quae honiim im iocietate» drcumstant; alio fonan ex loco desumi possunt, quam,
ex fbntitN» Pkystem dMtnisiori*? QuidT Lex Natmalis Homiois est aliud qaídpiam,
quam disciplina de Ofiidis, quae ín Eihica dispuialur? Ipsum Jus Civile, quo civitates,
ac gentes gubcrnantur, dum quaestio est de Tundis, de aedifidis, de damnis, de deliclis
rectene excrceri potest sine illis iuniinibus quae Magistratibus praebet disdplina Naturae?
tacurrantitr oculis vel oeieciter Legnm interprete», et coniultl, et sine labore intdligitiir
quam saepe ad Phxiicn^ doctores res est deferenda, ut habeatur firmissimum rundanwntam
rcrum judicandarum: quod Libro secundo hitfus operis satis est demonstratum.
Quae oom ego meeom nepíidme reputarem, atque ad tuam adminlatrationem Rcpii
identidem referrem, non iilud quídem miratus sum, quamque est id aliquid, te ex PhiloMpUa
tantum profedsse, quantum profecto pauci; sed illud sum adoiratus, te artem istam min»
liíUter occultasse; ut veluti consultudine, aut imitatione factom videretur, quod non niaí
ex intima notitia rerum proculdubio naacebatur. In quo animum excelsum tuum, ac
moderationem Philosophicam, quis non videt? exercitationem Philosophiae, quis non
dilaudet? Quamobrem ego, qui in praefatione Logicae animadverti, quam bene, et appo-
site tu, óptima mente «mos, vel ab initio ttil regní honnines sapientes in magistratas coop>
lasses, qui rem onínem publicam recte, iitiliter. fcliciterque administrarent; quique in prae-
fatione Metapbysicae adnotavi, quam sapienter tu, tuique adminisiri singulas res, singula-
que negotia inter se coafcrrent , ut inde duoereot axiomata utiliora gcntibui tuo império
snbleotis: cum ex tntervallo annorum iiaud parvo ad se redeam, nt Im» Ubraa tibi OOmm
(una cum aliis relardatos ab gravi morbo. qui me de mcdio cursu rcvocavit.ac perpetuo
adfiictum tcnel) ingenue proliteor, me, cuni mente coliigo sapientissimas l^s, quas fre-
qpentisrime aands ae pranoulgasin utilitatemUndtanorom inerediUU oom laetitia obeervar
iate uno partes omnes boni Régis, prudentis I.cgislatoris. optimi Politici.
Fama enim publico ac privatoriun litteris certiores simus quotidie, quanto siudio
tu augeas, et anqilifioes Agrículturam, Opifida, CSommerdum, tum fai Enropa, tum in Ame*
rica, oeterísque lods sub tua ditiooe cadentibus. Quam valide lingulis bis partibus Publicae
administrai ionis opcm feras, institutis Sodetatibus Negotiatonmi ac Publícanorum. et
continenti aedificatione navium, ut Commerduro cum ceteris gentibus facile reddas ac
secaram. Quam vigilanter execdttu et dasies comfwres, eoeque terra, manque paratos,
et expeditos habeas, ut nationem tuam inimicis facias lerribiliorem: atque hiscc artibus
securius et utilius compares artes pacis, subsidia tam necessária omnibus civilatibus. Quot
alias legDs pasrim fbna, ut ailtioreni, eniditiorem, floridioicra condicioaem fiKias
tuorum. Profecto bic est finis verissimus, haec germana administratio publicae potestaiis,
quam Deus viris Principíbus credidit, non ad prlvatam eorum utilitatem, sed ad utilitaiem
mbdiuarum gemium. Hae sunt illae partes quae te et laude et admiratione dignum faciunt
— 630 —
cum advertunt homines exteri, te ofBcia lua reae cognosoere ac religioae observare: nec
M (lie) modo Regem vigiUuiUasimum UHitaiKmn, wd fwtrem «mantia»iimim ortandere.
Qua nulla laus aut clarior aiit appetibilior homini, qui reruni summam gerit, es<;e potcst.
E|o vero aliis boc peosum relinquens, ut te pro ímnortalibus tuis in nos ineritis laudent et
extoOuit» id tantum mihi mmo is pnwsentia ut tíbi et loosm vitam, et pfoapeta omnla
nguier: nec id modo ad utilitatem Luútanonim, quibiis solidam feidtatem sub tuo império
promtttis; sed multo magis ad tuam. Tot ením tamque praeclaris factis et magnum nomen
apud pósteras gentes tibi fácies, quae est vera gloria inter fragiles et caducas hujus mundi
Mkitates: et aetemum praemium oomparabia: adcum lUnm aoopum, ad quem adipiíaie
debet non dico germaniis Politicu? tantum. qui rcrum hunianarum ncxum recte perpendit,
sed indoctusquilibet, modo sitsanae mentis. ValcRcgumoptime. Pisisidibusipsis Januaríi
17es (13 Jan. 17(5).
XIX
Aila soa prima per non totfiere 11 tempo, cfae si ridiiede (...) mento, e comprare
(...)
aplicarsi a (...) leggsrc qualchc icltera dc suoi amici, non vuglio nmn (...) somma gratidune,
(ricX ringrarioandola delle cortasi eapiaiiion! dl c (...) letteraéripteoa,taiitoarisgMardo mio,
come dei mio FratcUo y>]arco<:hi: poU nto fai (/ualche cosa in ili íiiitii:;K''<' la trova ( .) a. .
fiivoririo. Assicurato da que&tc proteste, io cbc non son (...J mi pregio se noa di esser sin-
oaro,edie ne miei amid non (...) la sfaioerità,suppooeado qtiesta in im Collepi, comenoi lo
ai (...) dei Re Fed. mo, non ho potuto, ne posso dar fede a quant (...) colle ultime latton di
cosiA: cioè: che il Signoie Qn.re Uerney ( ) di Portogailo, dovcndo darc alia luce una sua
.
opera, ab (...) tutli i Siaiiipatori di Roma il Generoso Salomone Stampatore (...) che ha
atampati, e ttampa i libri piu íogiurioai alie Corti Cm (...) partioobre a quaala di VAom:
E quello chc per fare i! prcgiud (...) stampcria di Palladc. fu dal P. .Azc\cdo Gesuita tirato
da oeUe Case dei Collcgio Romano, e cò danari, e protczionc d(...) al segno di íigurare
(...)
Pagliarini quandoquestí non era ancor Portoghese, (...) dei Re come è in oggi, e quando Ia
stm casa in Roma (...) i goderc quclla spedai protezíone di S.M.F. come al (...) stati i due
mddetti vdnni «aapdti la modo» clie (...) Uioo ae ne moatnwono alia aodÃAtti: AdeaM
che tutta (...) Pagliarini c con.siderata per Portoghcie. che un Fratello dello (.. ) Roma, e
decorato dei medesimo carattere, benochè se aza i (...), di S^etario di Icgazione, e serve in
Corte dello itesso (...) do in qoeito, na in ahri impi^; il Signore Cav. re Vemegr (...) il
f/fifl^mn caso di tutti questi motiví, non solo non lo abbia (...) bbia quasi dii|i»atiato;
Tomo a dire non ho potuto, ne posso (...) Mentre (?) io sono piu che persuaso, die quando
ancbe mio Fratello (...) i dei tutto inca pace di eseguire la stampa delia di lei opera (...) y;
Ella che di fiitto non ha oltUito nenuno di servirsi di lui (...) drcostanze avrebbe aceito
qualunque altro stampatore. e sarei (...) ttoMo quello di S. Michele a Ripa, chc lo Stampa-
tore de Gesuiti; (...) Signori di questa Corte che con sorpresa banno vdita la storia (...) te
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— 631 -
sostenuto, cbe il Signore Giv.re Verney non è capaoe di conunetere (...) manifesta impru»
denza; facendomi carico di difcndere un Collega, che (...) stato in possesso delia fama non
solo di Uomo dottissímo, ma di iudizio, e prudenza, che forniano il prcgio piu esí^enziale
dell'impicgo che esercita. V.S. sará ben pers (...) questa libertá o col fine di buscare al mio
(fhaêUo) che dar potiebbe Ia ttampa delbi «tmopeK—)ftriarecBr|)omdÍ8cnd{to«lkfiMi
stamperia, una delle piu accreditate d'Italia ma sou( st ima, che le professo, e che le devo
; )
N.B. —
Este c o seguinte documento ffiram em parte destruídos por um incêndio
que lavrou no Arquivo da Embaixada Portuguesa junto da Santa Sc, quando esta estaxa
instalada no Instituto de Santo António, cm Roma. O tracejado indica a colocação de letras
que fUtam.
b) Certa 4r Kmw/
Le dirò ter terzD(...) mio concetto di vera opposizione ai ( ?) Gesuiti, i ooA bene Habi-
lita (...) tico, cosi notório, cosi canf ) publici libri, che no bisogno di nuoN-a guistifica-
zione e (?) ito ho paura cbe gli uomini pensino, o dicano diversamente: e da (...) corres-
fefNÍRMto(l)(.") 6 preiopporto, nd reata aditanto dl rlapoodere a V. S.* III.aBa aoim qoel
che ella dicc, che per titulo di amicízía, mi n\AÍsava (...) (.segue um acrescento que mal se
percebe, talvez por não pertencer aqui: quaii (...) delia nostra (...) doveri verso /«tti
Sovraai.(...) non ho bisogno que mi iMciano lezione:) e con questo titolo, te dirò qoel
che ilefua, «d a lei è già noto. Dalli primi anni, di'io incomindaí a stampare in Rioaia,
mí servi sempre delia stamperia di Generoso Salomoni. che allora abitava vícíno a me a
S. Eustachio, Oraziooi, e fogli volanti, la mia Ortografia Latina (di cui leci allora due edi-
zkKií) tutto fii stampato da Ini: e le aodudo qui im fraoCispiílo detrOrtopalia firtto ndl
1747, cfae lo confirma: (...) (segue um acrescentamento: fittta dal suo corrispondente (. ..)
mia aceita di atanvorv (...) o stesso stampatore:) {f^aar de não haver no texto, mais que
me tutte le (...) re, alcune dalle quali (...) anche in Lisbona, (...) nella Biblioteca (Real?)
Mi servi anche dei Salomoni per altre cose anonime, ed ancfae per alcuni amici, ancora non
aveva mai parlato nè a lei, nè Doveodo io apresso br stampare in
al Signore fratello.
fretta (de pressa)mia Lógica e Apparato e tnmmdoai il Sakmoni impicdato ooUe Opere
dei Vwpk BetHe XIV (...) Biandii, e con altre ooae di pfconua; (...) OSegoem tredios difU
(1) Estas palavras, pedidas peio sentido, iêem-aê cortadas noutra construção de frase
imtOixada com am traço.
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— Al-
ceis de ligai : (...) ini (...) tre raponi (...) quadro di (...) aveva una (...) pisto di 6 ris (...)
pare (...) na, u Vcnezia; banche avesse giá tn zsse fatto incidcrc i Rami. Ma súbito ritor-
aato (...) il oootratto, e ti trattò de (...) In quecta {Devkt seguir um aereaeaUamento far
utá no lado mais danificado: sso (...) el Signore (...) senza (...) appresso) venne (...) il
e gli ramtnemorai che ho detto di sopra. Mi parue che restò pcrsuaso a fatti
le ragiooi,
ood pubUld, e lampaatl, e lo credeva n^ozio õiito: oè mi tapettava mai di rioewm oca
questa lettera. (...) (Como segue nova página, de novo se perde o .sentido, com as poucas pala-
vrtu que restam): di o (...) tutto il cont (...) non bado a qu (...) uomo appassiona/o (...)
5ÍBÍ9inonI, come si po (...) Zatta di Veneada (...) Es IncomInGiando d(...) resto maravi-
aloini Geaolti ai non (...) SUbmoni in Rona per le (...) alcunl libri,eruditl. Ed loteoso
un Catalogo di tutte le opere stampa te in Roma daí Gesuiti in tempo mio inaino al presente
• trovo che stamparoDO pià opere, e ptú voluminose dagli altri stampatori, die dal Salomoni.
Se qualdw opera si p (...) di tntta la Compagnía san (...) Annali delia Compagnia dei (...)
P. Cordara edil Museo Kircheriano dei CoUegio Romano dal Zeinpal,fiMo dal P. Ambrogi,
ch'è un opera grande di molti Tomi in fiMio. II P. Cerboni, spagnuolo atampa attualmente
la Teologia in 4.° tom. 1). L. uondiiucnlo (...) // (?) F. Amltrafi ikanpo il Virgilio tra-
dotto(l) (...) P. Andrenod (2) ed altri, che pr (...) aervivano dei Salaniainl,appfeaao(...)
aervono dei Oinndu, Pulcinelll ed altri stampatori.
Venendo poi particularmente al carattere dei Salooumi, que8t'uomo è un buon
CriMiuio, tm nomo prodeoie, dw non ha mal nl detto ne stampato tma parola ooatro í
Sovnudt* fpeciabnente nuUa contro Ia nostra Corte. E aabbcne Minist ri Regi di Bourbon i
(che son quelli, che mi dannoregola, e lume) sapivssero, che il Salomoni stampò scgreta-
nicntc per comando espresao dei Papa, una scnttura Icgale di certo Frate anónimo in favore
di certi pcetesi Diiitti Ganoniatí; ninno però ai lamentò, nw lo acasafene, pudw quando
comanda il sovrano, hisogna obbidirc: c poi sono opinioni disputate fra Canonisti, di cui
già si sà cosa si deve pensare: ed i caratteri delia Stamperia non atlaccano la peste agli
acritti, nè glí oomanicano le opinioBi. B la prova evidente diqueato ai è che ilOudinak
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— 633 —
Or&ini MinútiD di Napoli, sempre si é servito, e si serve attualmente dei Salomoni. La
Chieza defii (...) è sempre (...) dei Salamoni (...) Cardioale (...) La Vita dí S. Lorenzo
Martire dedicata da un FkanoesGuiD ConveotiMle « MoDsigoor Azpurú si deve ataniMur
in breve dal Salomoni.
II Qiwlinate (...) ctt6 degli efTe (...) in questo suto dal (...) la Relazione delle, dí
cui le (...) zio. Ptitiai aggingne (...) qucste bastono per far (...) ti i Ministri Bombon (...)
Salomoni per uno stampaftire indiflerentc. E tuttí questi sanno megiio i Díritti, e le con-
venienze dovuta ai Sovrani, di quel cfae sappia il suo corrispondente, do tratto(...) A/mistri
Reggi, e mai h (...) parola oontro il Salomone (1) (...) re. I medesimi Ministri (...) bon
trattano indiffer (...) tcrziari dé Gesuiti, Cardinali, e non Cardinali, spccialmenle (...) di
Bcrnis, nel cui pallazo (...) ziooe, e a pranzo: e detti sc (...) di qucste parzialità, cb (...)po
si faoevanio. ma drooetamt, ed fl moatiar (...)(^ indeoonwo. La gran»
oggi nò: (...)
dezza(2) è troppo snpcriore a questo (4) e ncppure si abtetta a (...) L*altra aociisa ch í . . )
che pura abita mel p(...) lis, ch'è dé Gesuiti: e nondimeoto (...) gran Ministro vicn
(
che non dicono male di me. £ riguardo ai miei Nazionali, &on pur troppo certo dcl buon
oonoetio, die me, e detPsmore, die mi portano, al quale io oorrispondo ooo una
fumoo di
tinoefa gratitudínc. Termino con raffcrmare a V. S. IUjoala ginsta "^Mma, ch'io ho delia
sua persona, e dei Signore Fratcllo. £ con ogni maggior oasaquio mi dicbiaro. Di V. S."
IU.ma. Roma, 29 Novembre 1769 umitlininio, devotíssimo, ed abbljgitisaimo servo
(A.E.P. V., caixa 46, M. 1)
N.B. — Não assina, por se tratar de um borrão. O mau estado de conservado iltgmk
de ler grande parle da carta. Mas se bem se repara, consegue-se apreender os trechos pria-
etpab.
XX
NOMEAÇÃO DE VERNEI PARA SECRETÁRIO DE LEGAÇÃO
E CORRESPONDÊNCIA DE ALMADA E D. VICENTE COUTINHO
Dom Joseph por graça cic Dcos Rey dc Portugal, e dos Algarves daquem. e dalém
mar, em Africa Senhor da Guiné, e da Conquista, Navegação e conunercio, de Ethiopia,
Arábia, Pérsia, e da índia ele. Faço laber aos que esta minha Ckita virem que eu Fuy
servido nomear a Frandsoo de Almada de Mendonça Meu Plenipotainciario, para tratar
os Negócios, de que o tenho encarregado, assim na Curia de Roma, como nas mais Cortes,
cm que as circunstancias oocorrentes lizerem preciza a sua rczidencia. £ attendendo aos
meredmantoi, preitimo, e »lo do Meu Real aerviço, qoe oanoorrem na Feasoa de Luiz
(1) De um trecho cortado da pág. 4; tratando io qui tUtti i Minisui Regi, mai ho
inteso una parola contro di luí in simil genere.
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— 634—
Antonio Verney E confiando deUe, que em tudo o de que o encarregar, me servirá muito
:
à minbft ntiafiiçflo: H«y por bera nomeallo secretario de Leaacio, para servir oon o sobn»
dito Meu Plenipotenciário. Em fé do que lhe mandei passar esta carta assignada por Mim,
e sellada com o sello grande da& Minhas Armas. Dada em Pancas aos Treze dias do Méz
de Abril do Atmo do Nudineiito de Nono Senhor Jenu Christo de mil setecentos e oito.
El Rei. Carta, porque Vossa Nfagestade ha por bem nomear a Luiz Antonio Vemey aecn*
tario de Legação, para servir com Francisco de Almada de Mendonça seu Pleoipoteodarb
na Curia de Roma, na forma asima declarada. Para Vossa Magestade ver.
N» vtno'. Antonio Domingos do Passo a fez.
(Em pergaminho muito fino. T.T. —
Mínist. dos N^. Estiang. —
'ip^f^ de
Roma. 1768 a 1775).
Meu Primo Amigo e Snr. muito do coração: LogO no principio do meu Ministerio(l)
SB veio a valer de mim Luis Antonio Verney para que expusesse a Sua Santidade as Ordens,
que a seufavor, S.M. tinha dado ao meu Antecessor as quaes não tinhão tido algum efeito;
me informei delias e conlMsoeodo a sua insubsisttecia fls todo o possível para o parmadir,
ainda que cllc o nào devia ignorar tendo tantos annos de Curia, e sendo hum Petrus in
Cunctis, como ellc se vanagloreia: Isto náo obstante ,fez novas deligeocias para que S.M.
o tomasse a recomendar, como oons^uio, pois saltado pronmo passado ma cscreveo hum
Bilhete (excusandosse de vir em Pessoa como devia) e nelle inclusa hima Carta Je OfBclo
do Senhor D. Luis da Cunha na qual me ordena M.-r do Real agrado, que nos BencfGcios
que desse Reyno vierem a prover a esta Curia se ponha a favor do dicto Verney tbe a quantia
dehomooatodeReisdepeiiQoBnsamiuBas: Bata que V. Ex.* conheça o pouco ftmdamento
desta pertençào, lhe quero participar as dificuldades que se encontrarSo, as quaesja MU outra
ocasião acharão insuperáveis outros Ministros: em primeiro lugar be contra a conA praxe
da Dataria, e da concordata, que te fine m
ereoçlo dessa Fatriardial, em aija oocasiSo se
augmentarão as Bancarias à maior parte dos BmmAcíoí e assim como Sua Santidade nSo mete
Penção Bancaria naquelles Benefícios que ja vem com penção. a fortiori não quereri admit-
tir hiuna nova Penção a qual sempre se faz imcompatível com a dita Bancaria, que nio se
oostuma dispensar que a Cardeaes, Btepos e outras FBS8008 beneméritas da S. Sede <s quaes
hé perciso cstablcccr huma honesta côngrua. Nâo duvido se possa achar exemplo que simi-
Ihantes pençoens também se tenháo concedido a Pessoas secolares, porem necessita obser-
var, que drcoostandas de meiecimento oonoorrerio para lhe fiKilitar a graça; cqias d
tancias presumo, que nio concorrem no dicto Verney, o qual se preza mais de ser fraooaz
que Nacional: Em segundo lugar tenho noticias certas da resposta, que derão outros Pon-
tífices, e também este, a similhantes supplicas: quando Sua M. deseja premiar seculares com
pençoens c cctesi asticaa, porque as nio poem aoa Benafidoa que vagio nos mexes doa Ordi-
i
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— 635 —
mOJaDO Augusto de Cbermonte, ainda que estes dous corre a mesma pavidade trataadosse
de Psaçoeiíi. Aqui nio há novidadei de coaridericto dipnet de referir sua wnHdade
vai continuando com os seus incómodos os quaes se fazem mais sensíveis com o ilMipor-
tavel calor da presente estação. Pesso a V. £x.* que me ponha aos pez de minba Frima
a Exm.* Smr.* Goodeça com todo o obsequio, e dispoidia da mfadia vontade tudo o que for
de aea mayor agrado. Deos guarde a V. Ex.* muitos annos. Roma 18 de Agosto dc 757. 1
De V. Ex.* Primo o mais obrigado e muito Amigo e todo Captivo Francisco de Almada.
(T.T. — Min. da Maço 296 e A. E. P. V.
Justiça, —
Copiador de correspondência
confidencial do Ministro Almada e Mendonca com o Marquês de Pombal —
Livro III,
pAg.44. Pode veree a laitiuade8ta,iMnpoaoo diferente da da T.T.,emVenMy O 7S).
qua» doii annoe muitas impertinências de Luis Antonio Vemey, e de estar com animo
de dissimular, por serviço dc Sua Magestade o prosseguimento delias, fui obrigado do mcsmo
Vemey a rooper a paciência, e mudar sistema. Nio pode ser huma Carta bastante à rela-
çio do qoe oon eite e por elle tenbo padecido, nem cv quero fezer Processos a ninguém,
pello que não ferei aqui memoria senfto do que agom suocede.
Desde que vim para Roiua lhe assiçnei huma carruagem c doiscavallos para que sahissc
com decência (nào ob&iantc o que sua Magestade lhe da para isso) e me contentei dc quatro
para a minha pessoa, e para as embaixadas, que aqui sio muito frequentes. Em todo este
tempo que mc nào foi possivcl provcrmc dc m.ais cavalos pclla falta que aqui ha delles VBIH
dandoesc huma grande parte para Germânia donde os pagão a caro preço, e de Nápoles
custa UMuto o extraUrlos pellas grandes prohibiQoins daquella Gorte. Neste estado nio
deixou o dito Verney de se devartir sahindo de nmnhaá e de tarde a girar por toda Roma
c algumas vezes fora delia por espaço dc huma légua, c ainda mais. Com maravilha do
mesmo cocheiro que o serve rezistirão os cavalos a tanta fadiga, ate que linaliuente cançaruo
e hum denes nlo esta ja em estado de continuar, de modo que floo na diligencia de buscar
outros no cntfstanto porem que os cavalos estiv«rloem cura pretendeu clle que cu lhe assig-
nasse dos outros; mandei lhe dizer que não tendo eu mais que quatro não podia privarme
de nenhum deDes; diisiraidou a tua tarín por alguns dias, esteve dois ou tres em caza^rqoe
com o seu charo Amigo
cre que seja impróprio ao seu ofBcio o sair a pe) ate que se ajustou
o Conde Ooasco, de quem ja falei a V. Ex.* em oul ra ocaziio, para que o viesse tomar algu-
mas veaes na sua carruagem prendpabnente para os jentares de Bemis a que dics ambos
nio faitão. Hnalmanta no Domingo 22 do corrente me wtjo tomar satisiscio porque
nSo lhe dava carruagem para sajr. A brevidade não permite que cu diga a V. Ex." nem todas
as palavras impróprias, nem o modo descortês de que uzou: notarei somente estas «que se
ca nio tiidut cavatos, qoe os comprasse, pmqoe a elle lhe tocava a carruageas» qne ette nio
só be secretario Rcgio, mas que me hera Adjunto, que por isso devia ser trattado com toda
a distinção. Lançou-me em rosto o nào lhe ter eu armado o apartamento que elle se tomou
para si; que tendo eu em caza armaçoins da Corte devia repartirias com elle; díseme final-
mente que fugia de vir a minha meza quanto podia por que hum dhi se lhe fizera a descor-
tczia dc o não esperar: este motivo hc absolutamente falso, segundo a minha memoria
e a de todos os meus familiares; o abuzo pois que elle se fes ategora de imndar buscar o
seu geotar à cozinha para comer no seu quarto he huma verdadeira prova de coodisoen-
deocia c prudência que sempre uzei com elle: vcndomc porem insultado com tão extrava-
guite maneira, e soberbas pereteaçoios, sem o imitar nos excessos de palavras por nào
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— 636 —
ariacar mais o meu decoro com hum Home tão dízigual lhe respondi brevemente no modo
saiote.
Que era verdade que eu lhe devesse dar a minha meza, mas que cu nào hera obrigado
a sustentarlo que se elle queria vir gentar comigo seria avizado segundo o costume acharia
seDipve pronto o leu lutar, mas que fora da minha meza não esperaase daqui por diante
couza alguma do meu. Que a caza hera minha c eu lha dn\a por finc/a e não por obrigação,
que se contentasse de a receber como lha derão. Que nào podia negar o ter Uie eu pro-
metido o aervirio de carruage: mas que sendo esta promessa hnm efleito da miiiba cortesia,
e nfto hmna «Vvida ao seu officlo não podia eu obriianiie, se nàu em quanto nfto me desse
incomodo, que portanto padecendo o agora me julgava dezcnpenhado da promessa. Oppor-
tunamenle me chegarão neste tempo o Irniuo e cunhada do Núncio (que com o amigo bem
imfoimado • alguns outros gentio comigo todos os Domingos) os quais me livrario de
ouvir mais insultos.; tni lenho dado prcncipio ao novo sistema respeltoaostrcs pontos assima.
no qual constantemente continuarei em quanto tiver a inTelicidade de o dever tratar; dis-
gosto de que V. Ex.* me pode livrar e eu lho peço, pello amor de Deus com a maior efficada
que mo tire daqui. V. Lx."" ja sabe que elle hc totalmente inutíl ao serviço de Sua Máges-
tadc, pois he certo que dc tudo o que atégora tenho obrado no meu Ministério, elle não so
não mc tetn ajudado em couza alguma, mas tudo absolutamente ignora do que se fas, e
he necessário qne o Ignore ^elbif mottw de que ja dei conta a V. Ex.* pdlo Eapwsso que
levou a noticia da Promoção de meu Primo que Deus tem. Por agora n:lo tenho outra
couza de que dar parte a V. £x.* passo por tanto a pedir lhe mil occazioins de lhe obedecer.
Deus me guarde a V. Ex.* muitos annos. Roma, 26 de Abril 1770. Ilijno e ^mo Snr.
Conde de Oeiras, De V. Ex.' Primo fiel Amigo do Coraçlo mais obrigado eCaptivo. Fkan-
dsoo de Almada Mendonza.
(B.N.L. 640 Pomb. p. 301-303.).
Meu Primo Amigo e Senhor do Coração por não interromper a serie do que hia sooe-
dcndo no tempo que escrevi a V. Ex.» a dos 10 de Julho arezerbci para esta o falara V. Ex."
de Luis Antonio Verncj, o qual depois do encontro, de que dei parte a V. Ex." com a minha
dos 26 de Abril e continua a toerme as mais indiscretas impotendas (7) Monndodentro
da minha mesma caza numca apareceu a darme as boas vindas nas diverças ocazioins que
tomei da campanha, e na ultima quando vim de Caprarola, acbandoçe elle a passeio fora
da Porta da Cidade apenas vio a minha carruagem tomou paia trase mudou estrada para
não se encontrar comigo. Muitas vezes me manda pello sau criado ai cartas que devo
subscrever para V. Ex.* e para o Senhor D. Luis da Cunha, o que ainda que estas scjiio tão
lacónicas, e tão espelhadas de negocio como V. Ex.' sabe, nào deicha de ser ao seu ofticio
humafidta,ehnniaindeoeaGia a niidia pessoa. Oirtnnio menor do que esta comei» elle
nas veasa que se digna de vir abaicho; primeiramente manda recado, e sem resposta não vem,
coroo uia bmi hospede a quem he indecorozo o fazer anticamara, e segundo lugar me apa-
rece em diinellas, e vesta de cantara. Na meza pouco nos vemos porque vai gentar fora
muitas vezes, mas quando nclla nos achamos juntos principalmente nos dias qne teobo
ospedes nem come nem bebe do que eu distribuo pella minha mão hum dia que recuzou
hum copo de vinho de carcabellos que lhe dava a Duqueza de Pole cunhada do Nuodo,
porque elia O tinha recd>ido de mim foi a primeira ves que obaervei este seu inooedeirt • o
notei depois, no qual tempo fui certificado que asim obrara sempre desde o dia 21 de Abril
em que soeedeu o dito contraste. Elle tem consigo htmi rapazinho de 7 em annos que da
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manha ate a noite não iam que correr e saltar, sem que elle já disso adevertido remedeie
o diaturtw que me da e imfMDpriidade oom que t> «caoltt que devoi^^
nas camcras que lhe fialo debaixo. No tempo que eu estava e Caprarola tentou otra vcs
falar ao Papa, e empeohó para isso o Mestre do Sacro Palacio Padre Rigiini, que sempre foi,
e he devoto de Surto Ignacio, niM o R^m mmai o quis niiUBtir, porque desde o prtedpio,
e ainda antes do que eu o combeoeu. Elie he absulutamente inútil ao serviço de El Rei
N. Senhor porque eomo V. Ex." ve das cartas de ofkio que la vão ntm<: e cruas, ignora
emteiramente todo o de que eu sou emcarr^do expediente necessário pcllas rezoins que
ja escrevi a V. Bx.*. a todo o Mundo
Elie deseja encobrir esta sua igDoniicia dos nefocioi
mas como he sumamente impodcnte erra nos em ves de afTcctar hum silencio
meios, porque
mistiriozo próprio de hum secretario fala nas nossas couzas com huma franqueza de ins-
truído, e se da a ooniiccer pdio que lie. Darei a V. Ek por exzenpio desta verdade o ultimo
dos seus espropozitos que me chegou a noiicia: Correra por Roma no tempo que eu estava
em Caprarola a falsa vos de que se tinha feito em Lisboa a justiça do Reo de Vila Viçosa
diziane que este fora cruelmente tromentado no Patíbulo, que antes de morrer declama
complices do ma delito muitas pessoas distintas que ja flcavio presos, e que disto que ori-
ginara hum novo
tumulto. Tomou tanta força esta VOS que ate omssno Papa me mandou
Ora o Senhor V«meÍ preguntado aqui em Roma sobre
pr^juntar la fora sc era isto certo.
Istonio tove duvida de o affinuar de modo que coatrastandoee este l^o por pessoa judi-
cioza emcaaiBorghesi ao general Schevalott, sO defendeu ellc com a autoridade do secre-
tario de Portugal il cavaller Vemei que lho confirmara. Comtinua o dito Vemej a sua
intrindqueai com o Cardeal de Bemis, e tem (íreqoentes conferençias e secretas com o
Abbade de Aix que lie o ftctotum do dito Cardial, e a ultima de que eu tive noticia foi no
dia treze do corre(n)te em caza do me';mo Remi"-, fie tão bem muito fameliar a Mons.
Aâpuru, c a difrenca que estes dois Ministros fazem, recebendoo a elle, e negandosse a mim
fes correr delia huma opinião muito jqiorion ao meu caratter,
por Roma, e tio bem fora
dizendosse que cu hera huma pessoa de pouco, e que por isso a corte mc inha dado o Vemej'
não tanto por secretario, como por A^fuiao nome que sej decerto que muitas vezes saj/o
da soa boca, e que por esta razSo os Ministros mo preferiio o cazo he que nio somente
exprimentei o sobredito nos Ministros Borbonioos mas tio bem hum grande dezapego nos
mais que tratão o ditei Vc-nic)!. O sobreditto conceito porem vaj cahindo por si mesmo
a vista dos contrários eítciius dos seus, e dos meus manejos; conhecendo bem os mais pers-
picazes tanto pellos fettos, como peUo improdente fUar do me(s)mo Vemej como asima
digo que não pode ser meu Pedagogo quem tem scntimeotOSdlversOSaosoomqueiMparece
tenho obrado at^ora, graças a Deus, com acerto.
Eu de nada disto tenho feito recibo com os de fora, exceptuado o RipB.e o Amigo bem
emformado, e com o dito Vemej mi fis sempre desentendido. Com os primeiros obrei
asim por minha reputação e ccHn elle por que vejo que nSo ha mais que dois remédios;
hum ja lho teria feito sentir, outro Ministro mais fogoso, mas eu qusro eqierar o segundo,
m
que he o que V. Bc^ e prometeu na sua carte de 25 de Pebreiro. e peco instantissi amente m
a V. Ex." que por honra de Sua Magestadc c minha quitação mc livre de hum sogeito que nâo
so he desnecessário mas pemiciozo. Deus Guarde a V. £x.* muitos annos Roma 23 de
luUw 1770. nhistrissimo e Esoeleotissimo Senhor Conde de Octiras De V. Ex.* Primo
flei Amigo do Coração o maes obrigado e captivo. Francisco de Ahnada Mendonça.
(T.T. —
Maço S3 do Minist. dos Neg. Estraog.).
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e) Excerto de uma carta
o premio que merece, e espero que o fasa com brevidade (...) RooM, 14 de AfOatO de 1770.
Frandaco de Almada Mendonça. (B.N.L. Pomb. 640, pag. 32$).
(Depois das notfdaa diptomátícas, escritas pelo Secietirio particular, Almada escreve
de tta letra:)
Eu alo
sei atribuir o modo picante com que a tento tempo me escreve D. Vicente
aenio, como já em outra
ocaziio dhse a V. Ex.* aos enredos do Vemcj que se corresponde
com o seu secretario, e nesta ocbbío ptrsoe mais clara a prova porqiK a verdade que ao
dito VeMncj disse cii que sospendcssc o escrevera D. Vicente, mas nem por isso deixei eu
de llie e&crcver por outra iiiàu: do que argomento desa& cou/as, que a insinuação que dis
D. Vicente nlo lhe foi fUta senio por Veniej, sem minlia ordem nem aotída minha e a segunda
que n;lo devia D. Vicente fazer cazo do a\ izo dc \'ernej vendo que ao mesmo tempo con-
tinuava a receber cartas minhas; desta falta de relkxào infiro tãobem, que o seu secretario
he tio di^Nieto aos mexericos, como o Vemej a desacrsditanne por toda a parte como Au
aqui,onde cada dia me chegf; rniacoíns dos bellos efaigios que me fas com escândalo
>
dos bons que ja o conhecem pello que vai. Montem vejo aqui gcntar com o Duque de
PoU o Irmão do Bispo de Constantino o qual entre ouira^ couzas que me contou de Vemej
me disse quanto quando elles ambos estavio em Piza diegou ali o livro do P. Pereira sobre
a Autoridade dos Bispos c que o dito Verncj o criticou muito cm publico dizendo qoe tinha
muitos erros; que em
i^ortugal nào havia Homens capazes de escrever nestas matérias.
E que anbos em Roma quando chegou a notida das Diqmicas dadas por
acfaanciosse ja
esses Bispos para cazamentos lhe dissera a elle mesmo o dito Vcrnej que este era o mejode
que todos os Portuguczes Tossem Bastardos, o relator de hum dos mais honrados Por-
tuguezes e bom christào que tenho conhecido nestas partes, e fico para servir a V. Ex.*,
que Deus Guarde muitosanno» Roma 13 de Setembra 1770. IthutritiimoeEsoelentitfiino
Senhor Conde de Ocjrns de V, F\ ,» Primo fiel Amigo do Coração o mais obrigado eO^lCivo.
Francisco de Almada Mendonza. (T.T. — Min dos Neg. tstrang. Maço S3).
Meu Amigo e Senhor: Na copia incluza da Carta do Snr. Verney a razão porque dei-
xei com as suas ordens. As que recebi do Senhor Coaie
de escrever-Uie, conformando^ne
de Ocyras forào de me corresponder com V. S." tocante ao negocio dos jesuítas. Nãi>
como V. S.* diz, mas temo, como temi sempre, que a Sociedade ditta
acredito vozes vagas,
de Issustriumphe das nonas dlUgendas. Fico para servir a V.S.* que Deos Guarde muitos
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anos. Paris o I." de Outubro 1770. Senhor Francisco de Almada e Meadon<;a Aiiugo e
Criado de V. 8.* D. Vteente de Soua Goutinho (TX—
Nfiii. doe Neg. Est.— Maço S3,
n.* 164).
occasião etc. CT.T. — Min. dos Neg. Est. — Màço 53, n.« 165).
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(...) J».5.
Meu Amigo e Senhor: Ha muito tempo que esqueci a Logicu da Escola, nào me ficando
mais que a da nnSo que he de todos oe homens. Ftaa que eu acreditasse as cartas de Lnia
Antonio Vcriiey, bastava que El Rey \o.i\o Senhor <> !i\rssc aiictorisado da sua confíama;
Alem disto numca vi nas suas cartas senão huma estreita conformidade com as ordens de
V. S.*. Nio foi só este o motivo porque deixei de escrever a V. S.* mas tfobem peto de
não ter negocio algum qjue ontnnnmicar-Jhe, feita a paz com Roma, e não querendo esta
Corte ouvir fallar em coisa que pertença à Curia pelo que respeita, tendo V. 5.» cessado a
comunicaçào com seus Ministros. Lis aqui o que me resta dizer a V. S.', a quem peço não
poupe occasifto algum de emprefurrae no seu serviço. DeosOnardeaV. S.*mititaeaiiot.
Paris 19 dc Novembro 1770. Senhor Francisco de .Mmada e Mendonça. Muito Amigo
e Criado de V. S.* D. Vicente de Sousa Coutinho. (T.T. — Min. dos N^. Estrang.
— Misço S3).
Meu Amigo e Senhor reoebo oom goeto as noticias de V. 8. e lhe agradeço a Carta
que me escreveu aos 10 de Novembro eu me acho muito melhor de huma dor que sofri
noB rins, a qual me obrigou por alguns dias à cama. Em 30 do passado na Salla de Cam-
pidolho, ceMwarlo os MombiOB da Arcádia Inmin particular Aademia em louvor do PlB^
e dei Rey Nosso Amo: anistiiio 12 Gurdtaes, muitos Prelados, e Nobreza, e eu também
fuy prezente em bum lugar separado. FIcfto se imprimindo as composiçoens que se red»
tarão, das quaes remeteria hum exemplar a V. S. logo que forem públicos. Esta intimidado
o Coasistorio para oe dei do corrente, no qual se julgs que possa haver novidade. Noate
correio recebo, com sentimento a noticia de ter falecido em 14 de Novembro o nosso bom
coUega Ambrozio Freire. Nos nuis negócios não ha novidade digna de participar a V. S.
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a ayas ordens offeieço a minha fiel obediência. Deus guarde a Voasa Senhoria muitos
annoa Rona 5 de DeaemlMO 1710. CT.T. —
Min. doa Nèg. Est. Maço S3, a.* 17$).—
Ulustrissimo e £x.o Senhor. Meu Primo, Amigo e Senhor. Dou conta ao Senhor
Dom Lab da Cúol» da exuodofUta na peMM de Lds Antonio Vemey, segundo o que o
mesmo Senhor me ordenou com Carta de OEBeio doa 8 de Mayo, e lhe mando também neata
occaziâo as cartas que se lhe acharam das suas correspondências, com o inventario sepa-
rado, e também outros poucos papeis achados ao clérigo João Botelho de Queirós Sarmento
que antes do Vemqr, te tanibem sahir deste Estado pelos motivos de que ja dei parte a
V. F.x." ReJive, e conservo em meu poder huma Caixa c!e Fscripturas [lerlcncentes à Bea-
tificação de Ven. Sartholameo do Quental, de que o Vemey hera Postulador para a entregar
a quem cnvcefo BB saim pnraoer a El Rey Nosao Seidior. Na semana
lhe suceder nesta
seguinte ao exílio do ditto Vemey aocreaoentou hum dos copiadores do folheto manuscrito
à noticia que nelle se dava do ditto cazo, esta circunstancia este SQOoeaso deu grande dea-
desgosto aos Ministros estrangeiros que rezidem em Roma:
Esta copia, ou fosse aocidente, ou feito de preposito foy is maoe do Cardeal de Bemis,
o qual na sua publica conversasâo fez huma apologia tanto a si, como aos mais collegas.
Isto não obstante devo explicar agora a V. Ex.* o anecdoto que reservei na minha de 13 de
Junho o qual he que niandandoHne o ditto Chrdeal de Bernls comprimentar no dia doa annoa
JTI Rey Nosso Senhor, acompanhou este ofTicío com o convite para hir jantar com elle
no Domingo seguinte, o que eu, por ser isto huma novidade de mais de anno, e meyo aceitei,
por não me mostrar picado: suooedeu neste meio tempo o cazo do Vemey, e hindo eu no
dia seguinte ao jantar de Bemis, adiei entre os Convidados o Embaxador de Malta, e Mon-
senhor de Vcrry dois Francczcs grandes Protectores do Verney, os quaes sendo ambos muito
faladores, não disserão huma só palavra em todo o tempo da meza. Acabada esta me
tirou de parte o cardeal, e me pedio que o infòrmasse do sucesso do Vismey porqoe qoeria
dar parte à sua corte. Eu lhe respondi, que n3o era esta huma matéria digna de formar
o objecto de himut carta de officio, como huma novidade do País,
e que para contar o facto
bastava que Sua EtninenciacacrewBase o que ja se dezia por Roma: Fassou elle a darme mil
satiafaçoens por que o ditto Vemey frequentava a sua Gaza, c disse, que clic hia aly, como
tantos outros que cntravão porque achavão a porta aberta; que cUe Cardeal, nunca o trat-
tara confidencialmente, que antes me lembrasse de me ter elle avizado logo no principio
que nlo me fiasse no Vemqr, poiqna sabia, qua este fiwqueniava a Oua Albani, e qoe aly
com o Geral dos Jezuitas; ao que cu respondi, que da primeira parte
falara algiimas vezes
me lembrava muito bem, mas que a segunda hera esta a primeira vez que a ouvia da boca
de Sua Bninenda. —
Com isto me despedy deOe. e *iffni*i* aoa maia, obaervor noa doia
sobredittos Franoeies a meama seriedade, nlo obatante que o de Msltn ae me noatrou
sempre amigo.
Não parou aqui a agitação do Cardeal: EUe veyo logo no dia seguinte a VBBtKMne
couza que quazi desde o principio do meu Ministério niotiiiÍiafirito,e o aeadeseniço con-
sistiu todo em repetir as justificaçoens c satisfaçoens, e proleriaMe de nHo ter parte alguma
com o Vemey. £u lhe respondi sempre com dezenvoltura san mostrar dc o conhecer; mas
o que eo nlo fiz flaerio os sana amigoa, qua lhe lançaiio em niato esta ftiqoea di»ndo4he
que ou inocente, ou reo não devia obrar esta novidade comigo; pouco depões mostrou o
tempo o quanto elle foi nisto affectado porque adoecendo com a gotta, c hindo eu vezita-lo
(aonde tive o bom encontre daa duas peças Torriggíani, e lolo R
andsco Albani, que me
4'
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finrio núl oompríineatM) eUe <lq)oes de estar bem, não me restituiu
tante costume, nem cá apueoen liais. Monsenhor Aspurú que hera outro dos seotFkucto-
res, como desde o tempo que por sua devoção me excluhiu dos Congressos, numca mais me
tratou, nem uzou as conveniências costumadas tanto publicas, como particulares, não
ao tem dado por adndo neile ptrtienlar: Etie oontima • padesaer os seus incómodos em
Frascati, para ondefoyba mais de hum mcz. Estou como sempre a obcdicncia dc V. Ex.»
qtie Deos guarde. Roma 26 de Agosto de 1771. Ulustrissimo e Excelentissimo Senhor
MarqoeidePomlMl. I>eV.Ba.*FlrimoílelAmigodoConiçioomaisobrteBdoeCaptivo,
Fkttdaoo de Almada Mendonca. (T.T.— Min. dosNe8.Est.— MagoSS).
XXI
VENDA DE UVR08 da Btblloteea de Vemei. Libri die restarono dal Sig.re Emidio
Polídorí, in Roma nel Luylio di 1771. Apparteoenti ali* IlI.mo $ig.re Gavalier ¥miqr.
(A. SAJL).
XXD
leotee vias, fboram a El Rey Nosso Seniior manfiifisras, a sobeita, a petulância, o inoorri-
givel espirito dc orgulho, e intriga, c a infidelidade, com que I.uis Antonio Vernei se tem
feito indigno, nio só do Real Serviço do mesmo Senhor, mas athé da denominação de Por-
tuguês: HaiUndeodo com konan vaidade deamadida, e fittna, bzer nesm Corte a figura.
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que por nenhum titulo lhe toca: Vendendo nella fumo coro o dicto objecto: Fazeodose
hum meradmento dos mesmos factos, de que devem ter vergonha: Tratando dandoatina-
mcnte com os Ministros Estrangeiros sem conhecimento de Vossa Senhoria, como se para
isso tivesse aiguma Instnioção: Embaraçando com elles a Vossa Senhoria: £ alliando de
VosM Senhoria athé o nwnno Miniatro Pleiripoteaciario de Sua Mafeetade na Corte de Paris,
para entre anibo'- cdnciiar oppozição, cm a inteligência: Como tudo se tem feiti) aqui notó-
rio por concludentes provas. O muito que Sua MifBitade procurou honrar, e honrou esse
mao booMoi, agrava extraordinariamente oom o vido da mais barbara iogntidSo, aquelles
abomináveis procedimentos. E sendo necessário desniaacsrallo para que assim fique
setis
menos n(KÍ\n. do que o tem sido emquanto encubcrto, c putativo confidente desta Corte;
se faz prcci/o obviar a este tnal na maneira seguinte: Na primeira Audiência particular,
que Vossa Senhoria tiver depois de haim fwAido esto Gsrta: flneodo ao Pq« li^^
pitulaçâo, do contendo nella, que sabemos que lhe não hc oculto: signific;ira a Sua Santidade:
que tem ordem de Sua Magesiade, para despedir immediaiamentc do seu serviço o dito
ingialo, • inflei Vcind : que oom «fleito IIm vai intimar esta ordem, e floelo sabir de soa caa
que o mesmo Senhor suplica ao Santo I*adre, que sobre a despedida, que Vossa Senhoria
fizer ao referido Verneí ; tome Sua Sant idade por motivo não querer na sua Corte hum homem,
que se fez dezagiadavel a sua Magestadc; e acrescente as mais couzas que lhe parecerem
próprias para mandar saliír o mesmo Abbade de Roma, e de todas as terras do Estado Eode-
siastico; como o Santo l*adre Benedicto XIV praticou à instancia desta Corte, a respeito do
Jezuita Manoel de Azevedo, com motivos muito menos agravantes, dos que são os que
ficam assima indicados.
Logo que Vossa Senhoria houver concordado com o Papa sobre o referido na ceri-
monia do mais recatado s^edo; metendo hum athé dous dias de permeio, e passando ao
Abbade Vemei, lhe ftra ler o significante Papel, que acompanhará esta carta. Depois
que o dito Abbade o houver lido, executará Vossa Senhoria muito esueiameiite o conteúdo
nclle: sequestrando todos os Papeis pertencentes a esta Corte, que se acharem no quarto
do dito Vernei, com todas as cartas das suas correspondências; fazendo de tudo Inventario,
que devo ser lenirtidoàPwaDenca de Soa MagBiNde;eiwuMlandoo depois sahirdem
da sua rczidencia. Deos guarde a V. Senhoria. Palacio de Nossa Senhora da Ajoda
a 8 de Mayo de 1771. Dom Luis da Cunha. Sr. Francisco de Almada Mendonça.
N.B. —
ffo veno: OfBdo do Sr. D. Lds da Cunha para o Ministro Almada, dando
lhe a insii ucçâo ixira o desterro de Venwy. Pertence ao officio n." 30.
Cr.T. —
Minist. dos Nef. Estrang. Leiaçlo de Portugal em Roma. Caia 1768
— 1775).
b) Nolijicação que el Rey Nosso Senhor ordem que Francisco de Almada e Mendonça seu
Ministro Pkidpotenciario na Corte de Roma, faça ao Secretario Luis Antonio Vemei
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b^ja eUe sobredito Abbade de sabir immedíatamente do Palacio do mesmo Senhor onde
biMte o seu dito Ministro Ptenipotendaiio. Sitio de Noiaa Senhora da AJnda em 8 de
Mayo de 1771. Dom Luis da Cunha.
(T.T. — Minist. dos Neg. Estraog. Roma, Cáixa 2. 1768).
dos motivos com que elle se buscou este imfortunio, concertei com o mesmo Santo Padre
otempoeomododeetBexecuçio.emqtiarto ao primeiro eitiniei bem deiw
dia doe annos de Sua Masestade. no qual concorrendo a este RaUdo todaa penons, m
me costumão comprimentar por aquelle faustissimo motivo, elle nem se me prezentou,
nem apareceu na Antecamera, nem jantou em caza. Na noite seguinte lhe tiz ler a Noti-
iiaicio de V. Bx.*: depoee de qoe passei a tomar ooota de todoe os seus papeis, que logo 111
tfUqiortar para a minha secretaria parliculare immediatamcntc o fiz sahlr de minha caza;
fon da qual em pouca distaitcia da porta foy logo preso pelos offictaes deste Governo,
que devilo executar, e de fiwto exeoutarlo imnwdíatamente o exilio do ditto Vemegr, que
adún desta Corte duas horas depois da meya noite, acompantiado de alguns dos meamos
officiaes de justiça the aos confins do Estado da parte de Toscana.
Consenti eu a que immediatamente fora da porta deste Palacio e dentro da jurisdição
ddle o pesadasaem, poique na oocuiio em que dei perte ao Santo Padre, me pediu Sua
Santidade, que assim o permitisse para o livrar de qualquer empenho com a Caza Albani.
Ott outras da mesma sorte Privilegiadas, que nào distào muito de minha caza, e nas quaes
podia die fiadlmeme rel^i^arse em cszo de algum descuido ou emberaaso no acto da prixio.
Está intimado o consistório pera segunda feira 17 do corrente, no qual serão propostas as
Igrejas vagas nesse Reyno e Ultramar e pelo correyo que expedir com as Bulias dos referidos
Bispos espero tudo o mais de que estou encarregado: Na mesma occaziio darei conta a
V. Ex.* do que adur nos eacrlptos de Vemey, que fico examinando.(...). Roma 13 de
Junho de 1771. Olano e Bx.mo Senhor D. Lutz da Cunhe. Frandsoo de Almada Men-
donza.
(T.T. — Mfaiiat. doe Neg. Estrang. Legncto de Portugal em Roma. Caixa 1769*75).
fiargello ove ha detto chiamarsi Luigi Antonio Vemey Portoghese che quo super quibus.
Adi 8 Giugno 1771 {Segue a lista dos objectos que lhe foi permitido ievar consigo, de muito
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dl/leli leitura na totalidade. Percebe-se, porénit que se trata de ob/ectos de pouco veSor.
Além disso, uns junteis do Banco di S. Spirito de 83.8S; Monte de fíelà, ée 33.00 « outros de
18.00 e 110.00. Termina com letra de Vernei:
Io sottoscritto ho ricevuto tutta le suddette descritta robe, danari, e carte, levatemi
dioo ritiwaleini oome lopia qoeito di, e amo come topra. Laigi Antonio Vemey. B pio
ho ricevuto un beullo con diversi abiti, e hianchciia, ed altre robe per mio uso. Luigi
Antonio Verney. Seooessive, et immediaie Ego notarius de speciali ordine ac mandato
Ex.n)l D. Alnme UrUi Gobematoris ex vivo ofaooU SS.mi videlioet D. Aloiíeo Antonio
filio Di onisi i Verney Lusitano coram Infrascritít testibus iniunti coram presente (7) D. Inno-
oentii Fortbuba exilíiun a tuto stato Ecctcsiastico sub pcnis indígnationcs Santítatis suae
aliisque gravioribus arbitriis in casso. £t (?) observare promisit Libere ac ita orare(?)
Itaran utique, ae in eutodia BÉnonoelli CftwMm noraea das testemuiiliM e teonina:) Ita
est Sehartimis Resaen Notarias. CA.S.1.— Oov. Ronano, Vol. 1.064, prac 45.).
Era minha tenção remeter a V. Ex.'' hum Inventario historiado dos papeis que seacfaa-
ráo a íaiíz Antonio Verney, mas sendo em maior numero, do que eu cuidava, os passos dignos
de obaervaçâo, e que muito provSo as suas suspeitozas conrrespondencias, mandarey somente
na semana ventura a nota das suas cartas, e pelo extraordinário <iue levará os mais despadios,
inviarei os seus originae*; borradores dos quaes claramente se colhe (roto). Deos guarde
a V. Ex.*. Grotta herrata 17 de Junho 1771. lU.mo e Ex.mo Senhor D. Luiz da Cuntaa.
Frandaoo de Almada Mendona.
(T.T.— Minist. Nag. Eatrang. Leiíçio de Portu^ em Roma. Caixa 1768-79
g) Noticias que alcançou e deu o Bargello de Roma das petsoas, e casas sospeitasfrequentadas
par Luiz Antonio Verney,
Di 25 {ringno 1771. Marte di la scra Tabbate D. Giusepc Duram, giá frate .Aiigus-
tiniano, et' ora Bibliotecário delia libraria di S. Spirito usei di casa ad un'ora meza di notta
i
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di lui Patriota, doppo il spazio d'una meza ora iosieme si portaraoo in una cm» quasi m con-
tro al GoUefio Bidijwlli « Stnda Itdia, dove in ea« cm vi en
insino aPora 5 circa: et d'ilá partitossene, presero Ia via deP ospizio di Peniicnzicri situato
in Burgo Vechio de Rimpeta alia fontana delia Piazza che si chiama S. Giacomo di Scoscia
Gavalli; dove si tratenero di due ora dica in dlMuno oon il P.* D. Emanuele Mendes Psni-
tenziero Portoghcsc, e doppo partitisi portarano ambi due alia casa di S. Spirito ed ivi
giunti si licenzio il di lui oompagno, senza saperse dove, fin'ora questo abita ma bensi in
detto hiooo vi imarviene oon*aItri gtesuiti secularisatí. et altrí, il Jovedí. giomata vacante
delia setimana fhciendosi per lo piu radonanza tra di loro Portoghesi con il tratenerse in
congrcsi piu ore, e per di lui compagnia ritticnc presso di se, in (...) dctta casa di S. Spirito
altra Personá, per nome Antonio, che dicc il sudetto Duram, che lo tiene presso di sé, facien-
doUlacarità.
26." detto Mercoldi é uscito TAbbate Duram, di S. Spirito, solo aPora 21 ed' c andato al
sopraoenato caffé delia Piaza di S. Pietro, dove ven (...) va aspetato dei sudetto abbate, (...)
discursso per una bona ora, e doppo l'ora 22 compar (. ) isi il P.c Sande Portoghcsc dei
coUegio Romano, con il di lui (...) compagno giesuita, con aver tutti insieme fatto discursso
sino rAvo HAwia.
27: detto lovcdi verso Tore 21 : comparvero due carro77e al detto ospizio, ed entrati
dentro desse Tabbate Duram, e cinque giesuiti con il próprio habito, il due secularizati
voatiti d'!abbati, ftm quall viera it P.e Xlendes, e il portarano a bandinè^
P.e Sandb, e dí lá si
diinse alia villa Borghese, dove entrati, si fermarano al contíguo Boscho, dove temero tutti
insieme longo djscursso, sino Tave Maria che puoi entrati nella medesime Carrozze sino
al'ospizio forano tutti otto conduttí, e licensiandosi ogni uno di esse si portarano alie loro
reapeetivB ábitaslooa.
28: detto Ia sera di venerdi forono parimente prese due carroz/e. ed'intrati nelle mede-
sime alie 2 ore delia notte le sudette otto Persone a vedere i fochi di Piazza Farnese, che
Gomparvero vaatiti tutti otto de secolari, i teiminato die fli il fbooo, rientrati di novo in
Carrozze passando per Ponte S. Angelo, andiedero tutti insieme a smontare alia casa dl
S. Spirito dove stiedero in conversazione sino al*ore 6 d' l'estese natte.
29: detto domo
di sabato air due delia notte parimente in carrozze 1'estese otto
Fersone andarano a veder il fuoco, per la seomida volta, ndla sodatta Piazza Famese, i
temoinato si ritomarano ala volta di S. Pietro, sotto il colonato, a mano mancha dei sudetto
Ospizio, dove sono stati tutti insieme a discurrere, e doppo Tore 3 e meza se licensiarano,
e daicono se ne andarano a le loro abicasione.
30: detto Domenica il P.e Sante com altro COmpagno andarano a ritrovare a S. Spirito
il Ffeefttto abbate Duram, e verso Tore 22 sono usciti tutti tre da S. Spirito. portandossi
a vOla Borghesi, dove tenero secreti discursi sino aPore vima tre e mezza, ed'indi per il
Coiso si portarano nella PiaoBta delle Monicfae dí Cámpo Mano, atando fermi trá di essi
dtscurrendo per una bona meza ora, comparve inquelc instante im* altro abbate Portoghcsc
che apena gionto si encaminarano tutti quatro insieme al caffé posto su la Piazza di S. Pie-
tro, oone de supra detto «te.
A di 6 di Liiglio dc 1771.
6." Sabato ritrovandisi il P.e Mendes il sudetto O^fbáOt comparve verso Tore 15 di
qiMta Matina il servitor delTabbate Vemei. quello atem d» alia guardiola dal governo
raoompagnò coo unTagote di libri, in carta scrita in manu bosando la porta diesao collcgio,
ta dal* Portinaro aperto, ed' entrato dentro ando' a ritrovar il P.e Mendes, alia Stanzc di
sua abitasiooe, e apena che fu dal' P.e Mendes veduto, Tinsegno che devesse andar alia porta
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—647—
per dí dietro dello steso Ospizio, cbe oorríspoode in contro il Portooe di S. Spirito, uve ivi
vie» IWmI» Dumm. Ed* apem fhiato 11 wrvHoie fo aperta la porta dal P.e Mèndea
ed' acenato Tabbate Duram che fosse ivi vcnuto come imediatamente comparve, ed' intrati
dentro, detto portooe il predetto tervitore, i tutti Taltri, aseoato cbe fu il fasoto, si distacó
il eervitore, portandoii «eco 11 fiigoto. ed* teeaninaodoei vtno Ponto S. Antelo e di li a
S. Cláudio de Burgognioni, dove vi abita un* tal D. Giusepe, che veste da seculare di nasione
portogfaese, ed' ivi laadase il fagote per che nel uscire che feoe il servitore si vidde che piu
non portava detto fagotto, e via pol te ne ando etc. La casa gia discrita ,e supoata in Strada
Burgognione al presente si deve per magionnente iniuminare segnare luogo preciso dalla
il
situa/ione di e<^sa cd* c che delia Porta de Milano alia chiavíca dei Búfalo conducc; a mano
diretia aila chie&a di S. Cláudio di Buifiignioae, e dall'altrolatto vi e una Botega di fiarbiere
eFBnKliiere.ed' hwontroadettacuavIennaBettalaedáiBiapartediqaeetaviéanciotH
latíere, e dali' aitra parte vi e altra Bolapi di Barbiere e Peruchiere. La sudetta casa é
composta di quatro apartameoti cioé al priaw vi Ébita il predetto peruchiere, cbe ticoe sotto
seoondo vi aUta
la Botcfa, nel corial, ed m V
tdtimo vi abita tm seoolare portogliese, cUa^
mato D. Giiiaepe Mendes d^anni cinquenta drca, porta peruca, di grossa corporatura, e
alquanto machiato di morviglione. Tn unaabitazionc denominata il Pallazzo di Portoghesi(l)
posto incontro Palazzo Capeai nella Strada che dal Pupolo conduce al Quartiere di Ripetta
composta di quatro apartamenli al primo di qoali vi abila un itonrhio, die tiene al de
solto Botega; aPsecondo vi abitano duc abati portoghesi uno di cssi si chiama D. Antonio,
e Tallro D. Francesco scnza sapersi di quale cognomi siano, vestendoambe due d'abati
andare rabaM Vemei, e parfaiente continua andarvi il padre Miendes, e
ed*ivi vi soleva
TAbate Duram, Allo stcso apartamento dei detto palazzo di Porto^wsi vi aUta un' oífis-
síalc di Russi, é al quarto apartamento vi abita il Signore Gasparo FkMiettl mercante di
Legna, e dUtro a Ripeta. NelPabitazione peroi ritenuta in S. Spirito dell*abate Duram, vi
soleva andare Tabate Vemei a ritrovarlo alia Bibliotecária, come pure il P.e Mendes, ad*
altri portoilwsi. (T.T.— CUxa2daLeMiodeFDrtuaBlemRoma. 176S-79.
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— 648 —
saber combinar as regras que se aprendem com as àrcunstancias que occon em não se ve :
este caraetiier noe eeeritu» de VeoMgr; mil ettt ke • diferença de quem estude peve ser
util, c dc quem por Nos residuos da<; folhas cortadas neste caderno
ostentação escreve.
se encontrào indicios, que combinados, com o que manifestamente se 18 nos cadernos subae»
quentes dio e ver que o Veraey escfevie oonlonne o geoio des pessoas om
quem le ooms-
poodía e que procurava a hum mesmo tempo fazer duas figuras; mas nem sempre foi nisto
feliz, nesta mesma conrcspondcncia com Ayres de Sá se achâo alguns esforsos totalmente
alheios da circunspecção, que com eUe sempre aflectou e dos rectos sentimentos que em cada
hnosa das respostas se leem.
O segundo caderno que tem o n." ? pertence aosaOBOS 1762 e 1763: principia com três
fUbas e meia cortadas, segue huma carta para Ayres de Sá cm data dos 19 de Jultio de (1762)
e lofo Inwnadiaramente ee cacontrio 14 foOias cortadas: depois das qnaee outra carta para
(Aires) dc Sá dos 16 Outubro 1762, no fim da qual se lè o principio de outra para Monsenhor
Cerati a Fio (roto) em data dos 18 do dito mcz, mas o resto desta carta não se le porque
entrava na folha seguinte, a qual, com outras tres, se achão cortadas. Segue outra carta
para Ayres de Sá oa data doe 6 Dezembro 1762, a qual sc Ic toda inteira e logo seguem
outras 4 folhas cortadas. Continua outra carta dos 14 Fevereiro 1763 para Ayres dc Sá
no fim da qual se ve o priiKipio de outra para o Padre Nicolau Maria Carcani a Nápoles
escrittano mesmo dia: desta que perece toda de negod o pertencente eoe eeus Uvroe, feha
o fim, que entrava em huma das duas folhas seguintes que se ach..o cor ladas, e junto delias
resíduos de mais de hiuna arrancada ao que inunediatannente segue o fim de huma carta,
m qqal se le o segninte «fevorisca breuiere suMto questo foglio e damel oonteiai d*áwer
lofkevntta»O0aAinua o caderno com huma comprida carte para Ayres de Sá, no fim da qual
principia outra em data dos 17 Junho 1763, que parece escritta a hum tal Sanches (1), o
que mal se pode (ler) por estar riscado o nome, e nella se fala contra diversas pessoas, ciUos
nomes se acaote (roto) se da a prioieira pagina, que nio cortou, porque contem no reverso
o fim da sobredita escre (roto) se achilo outras duas folhas cortadas, que foriio escrittas
e huma inteira em branco com que acaba o caderno, O 3." que tem o n." 4 pertence aos
annoe 1763, e C4. Pr incipia eomtree folhes cortadas, (a) na que legne sele hum fragmento
de outra, que parece escritta a Nápoles a hum tal I.C. outras vezes nomeado, ao qual adverte
no fim, que queime esta certa. Segue logo outra para Ayres de Sá em data dos 19 Setembro
1763. Continuão outras seis folhas cortadas; duas inteiras com carta para diversos, e logo
outras 16 oortadaa e acaba com bana carta comprida a D. JoSo de Bragança e outra ao
Fsdre Frisio.
O 4." tem o n.° 5, de Outubro 1764 até 176S. Este he o Titulo, mas com as primeiras
folhas que cortou, em n.* 6, occultou todo o que pertencia ao anno 1764. Cootraua com
huma carta pequena a dous mercantes de Liorne e outra em data dos 23 dC Janeiro 65 para
Ayres de Sá que contem (roto) folhas, no fim de huma delias principiava outra carta cujas
primeiras regres forito oortedas. Q<íb) lauda s^uinteseleoquefoiescrittonoYerBOdade
Ayres de Sá, e logo seguem quatro folhas e meia cortadas. No avanço da 5.* folha se le
hum facto de hum Dominicano que discorria <;obre a expulsão dos Jesuitas dc Portugal
e França, e no seu reverso principiava outra para Ayres dc Sá, depois desta outra para o
P.* JíMomo Fsieiía, outra para Federico GuiUienne Jadnon, ootm para Josá de Sá,cqio
flm alo se la por estar cortado na pirimeira das outo folhas cortadas que seguem. Noifan
(1) Pode tratar-se de António Ribeiro Sanches que pubUcara o Tratado da Coimr-
vaçam da Saúde dos povos (Lx. 17S7), que Vcrnei cita com louvor DOS AptedioeS daS cartBS
a Aires de Sá, só com a designação de il Sanches (£, 111, 401).
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— 649-
da ultima caria cortada principia outra para o dito Jozé de Sá que consta de tres folhas
e meyt. No mto detta kXbÊL este boma carta iieqneDa paia o P.* Jaoomo Peieifa, e no
principio da lauda Hgutnte oomeca outra para Ayres de Sá dc cinco paginas e meia, alem
de buma banderola gianda, oootinua a folha cortada e outra que immediatamente segue:
a que vem depois tem o resto da ultima carta cortada, huma para o Advogado Mendes e
princípio de outra para Jozé de Sá de 3 paginas e logo outra para Ayres de Sá de 15 paginas
c meia alem de 4 banderolas grandes, outra meia folha c(irt:'.i)a, ouira inteira, depois da que
vem outra para Jozé de Sá bem comprida, e acaba o caderno com 5 folhas cortadas, e duas
inteiras,das qnaes todas as primeiras tres foram etorittas.
O caderno com n.° 6 contem os mesmos cortes de folhas, e SO SB le por inteiro as
5."
1
— Leltere Latine di diversi. Contem 9 cartas do \luratori, 5 do padre Fassoni,
3 do Faociolati, 10 de Monsenhor Bo(igia), 3 do padre Morassi, 6 do P/ Giuliano, 3 de Mon-
senhor Basta, 4 do Gardial Qoirinl. 7 do P.« Berti, 1 do Genovese, 1 de trez jesuitas, 1 do
P.« Aleixo Horaccio Escolapio. 2 —
D. Joiio de Bragança. São 5 entre Cartas eBDhetes. 1
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— 650 —
huma Conta. 19 —Fr. Domênico Pisa. 7. 20 —
Ayres de Sá. 21. 21 Montenhor
Asfmu. lOo cootcm mais que tm
Bilhetes, 08 quaesfKHtmiBeraoemrafledto
E isto foy somente o que se achou dosescrittos do Vcrncy expressos na ordem que recebi
para lhos sequestrar quod testor etc. etc. Roma 20 de Junho 771 1 . Francisco de Almada
Kfendonza (Attiaatara autografiida).
(T.T. —
Minitt. dot Nof. Estnoif.— LcfMo de Portufdcin Roma. CMm 2.
1768.75).
xxni
a) Ninguém milhor que n Padre Diogo, Irmão de Vossa Mercê lhe pode sigurar
Oft meot dezqjot e os minhas deligencias athé o prezente infrutifíeras, esteja Vossa Mercê
este he o meo desejo, e que a saúde de Vossa Mercê se conserve por muitos annos. Deos
guarde a Vossa ManB. Roma, 20 de Muço de 1779. Muito Venandor o Obrigado a
Vossa Mercê. D. Henrique de Meneies. Sr. Luis Antonio Vemey. (s/. sobrescrito).
(A.S.A.R.).
e) Roma 7 Abril 1779. Ninguém millior que o I*adre Diogo Vemey sabe quanto
eu dezejei servir a vossa maroe a elle dei todas as respostas que tive, nenhuma contraria,
mas também nenhuma deciziva: vim com tenção de buscar nos papeis destes (síc) Minis-
tério coiza que pudesse ser lhe util; nio encontrei nada nuiis que o ofTicio em que se péde
a expulsão dos Estados Pontcfficios. Tudo o mais suponho foi mandado para Lisboa. diga
me vossa mercê claramente o que tem havido despois que eu de la sahi, porque antão direi
eu que Clemente Decimo quarto s6 fbs o que lhe pedi rio que flsesse. Assente vossa meroe
que cu me interesso por toda a pessoa de merecimento c que o de vossa meroeheconbeçido
em toda a parte, e também de SCO. Muito Venerado e obrigado. D. Henrique de Meneas.
Bata resposta a sua de 28 de Março.
—
N3. Da mesma letra Ao Senhor Luis Aatooio Venwy guarde Deus muitos amos.
:
nada se me tem peigUBlado a este rebito, prova sertissima que ainda os papeis nào pas-
sailo pata a repartição adondepertençem, isto hen do Sr. A. de S. per que se bi estivessem
Ja «u teria sido owddo, e teria hido a minha resposta dUBnindo o nc^oçio e os sugeitos,
desta pode vossa mercê estar serto a todo o tempo por que estou plenamente inforniado de
quanto aqui se passou naquelles callamitazos tempos, por que ok acho de posse dos Papeis
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— 651 —
que corerão para aquelle fim de quem nào sabia escrever; oias escrever eu daqui tem aer
perguntado, sabe vossa mercê que não p6no« aon devo, meter me adonde me não chanão,
n;lo esperarei que me chamem, basta que me asancm para eu voar logo. He persizo que
dcspois nada tenha adiantado o Procurador, porque as senhoras que sáo suas amigas, a
muito tempo que me nio dticm náda, einflin be pmi2X> pasiençia, e que voeta meroe ooo- m
serve como lhe dezeja quem escreve a 24 de Mayo dc 1779. Ao Sr. Luis AntoníO Vém^
guarde Dcos muitos annos. Toscana, Saminiatto.
N.B. — Sem assinatura, n/. data mas da mesma letra da anterior. (A.S.A.R.).
12 de Jiuiho (llT^) (1 779 de tinta nossa contemporânea). Ao Senhor Luis Antooio Verney
Cavaleiro Piofcwo ui bordem de Obrísto. Toic«m, Sammiolato. (A.S.A.R.).
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— 652—
por ter ainbiçio, nlo só de rqnUar as loçOes do Ministro, mas para ver se podia, exaltarse
oom a roiíM de Vamey, pctaoeptou oom nais tatm a ftimenlar a deamllo, adioa toda a
dispoziçilo no Ministro, e toda a Vaydadecm Vcrncy, para se deichar precepitar. Daqui
prencepiou o Padre Azevedo em nome de AbDada, tudo quanto se pode achar na Secretaria
de EMado, contn O Secretario de Legiiçlo, aatio comMBifo
as cartas de Vemey, entregando-as o criado, que as devia levar ao correio ao Padre Azevedo,
e este lendoas a Almada, envenenando, quanto elle dizia, o que hé fácil, mudando o sentido
com que se escreve. fHo peroebeo nada Vemey e munto menos, o que se lhe preparáva,
ath6 que por fin chegarão as hordens, de que remeteo coppia a V. Er.* com o N.° 2. A em>
CDÇão delias, foi em tudo conforme a instrução que de la vi^yn, ^parwatWMtCTpwitdftdftBftWi
e dos Esiadoz Ponteflicioz. nào ouve mais, que o que agora direi.
Mandou Flraocisoo de Almada, comuaicar pello Padn Manoel de Azevedo, as hu-
tlUÇOett «pie tttVB da Corte, ao Papa Clemente Decimo quarto, encarregou Monsenhor
Maoedomo de tratar oom o Papa esta expuls&o de Vemey, passarão verbalmente as hordens
de Sua Santidade, por MnedOoio, ao Oonemador dè Roma, que hera antlo o Cardeal Càzal,
sem que nada constace na Secretaria do Estado, nem ficasse memoria alguma contra Vemey,
obrando Sua Santidade, o que obrou, unicamente pellas instancias que lhe fourào feitas,
e mandado fazer por Francisco de Almada. Nos poucos papeis, que aqui achei mandei
tirar coppia de todoe oe artigaB qt» tratavio da diagnca de Vemey. e tudo eaerito da mflo
de D. Manoel de Azevedo Thcatino. V. Fx.», os poderá mandar examinar. Ocrimequese
imputou a Luis Antonio Vemey, foi ser amigo dos Jezuitas ter coanmiceçfto com elies,
e em sertoa dias da soonaa» eacootrareai ee em lium jardfan, para Veraor lhe vender oe
Negocioz da Corte, o que foi pintado com oores tio enormes, que se seguioasaapnMficlo.
Foi falsa esta imputaç.io. porque Verney nunca foi amigo dos Jesuitas, antes nos seos escritoz
atacou sempre as suas máximas, assim o atestáo aqui munias pessoas dignas de Fé entre ellas
o Qmkttl de Bemto e D. MioolBo Ama, cnOn Vtoraey; aio ttaha camctor de ae aogeitar
a ninguém, munto menos a Francisco de Almada, a sua vaidade o pcrsoadio. a que o tinhão
mandfl^" aqui naquella sircunstancia delicada, pello conhecimento, que o Marques de
Poonbal tini» da incapeddade de aeo Primo, qne a elle toceae flgiinur, fi«r todo, e O ciliar
pera o seo superior, como se não tivesse o caracter que tinha. Exaltouse tanto mais a itMi
vaidade vendo que os Mmistroz o ooovidav&o para todas as fuoçOes, nio ooocideniido»
que o convite hera feito, porque o seo Frindpel se eecuzava.
Por onde ooodoo que Luis Antonio Vemey se coododo munto mal, faltando as obri-
gações do sco emprego subalterno, e por este motivo ingrato ao seo primeiro bem feitor
a que o conduzio a vaidade que tem do seo tallento mas que sertamente, não deo pawo»
por dowde me neeie o wiionlioBO tratanMoto, e demoiwtwtfim ip|uria onn que lòl
ceatigado; sendo toda a sua culpa, para o seo Principal, e nenhuma contra o seo Rey e
Senhor. Deos Goarde a V. Ex.* muntos annoz. Roma 17 de Junho de 1779. Illuatrí^
timo e ExoelemtiBnío Senhor Ayrea de Sá de Mello. D. Henrique de Meneat.
(T.T.— Min. Nag. BMrai«. Ctoa 3 da leptfn de Raat)
desgraça. A
sua honra merese restituida, mas elle de n^nhiima forma empregado, en
enprego Mbahemo por que aio he capai de adbordlnaçlo em huBa caita de Fhmdno
de Ahnada ao Sr. Fomibal. que taoibem mando, lerá V. Ex.* como elle lhe pede que o livre
daquelle mao homem, sem antão o acuzar de ter delínquido; não tem impedimento para
vir a Roma, quando a Rainha N. S.* o declarar inosente eu farei a este respeito o que me
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— 653 —
mandarem Eqxraodo que oão mandem que o tenha em caza. (O. Henrique de Menezes
«AyicsdeSideMeUo). Ham íl-é-m. (T.T.— Gun3dALeg.deIUiiMi).
i) Fis prezenie á Raynba N." S.* o officio de Vossa Senhoria na data de 17 de Junho
N.» 30, e mais papeis a ele jtintot, lopectivw à Monnaçio da oooduta de Lds Antonio
Verney secretario que foi de kpglonBma Curia: e como delia foi mandado nir por ordem
do Papa entJo Reinante, pareceu que para voltar deveria obter a permissão do Governo
Romano. He verdade que se coiKideram as ordens da sua expulsão, como requeridas pelo
que era eotio Ministro de Portugal; mes esta sirconstancta nSo embaraça o decoro que se
deve observar para com o Príncipe, em cujo nome foram expedidas as referidas ordens.
Nestes termos resolveu S. Magpstade dissesse eu a Vossa Senhoria que da sua parte não
embaraçava (1) a volta de Vcmey a Roma, e que asiim o poderá Vona Senhoria dedanr
aos Ministros de S. Santidade, para que a duvida deste partido, que toona a moa Corte
não empate a resolução da supplica de Verney, emquanto a aparecer outra vez em Roma,
e a V. S. o tratar nella com aquella civilidade, que convém a hum Nacional, contra quem
a sua Corte se nio mostra escandalísada pveeentamente; Eate benévolo procedimento nio
obriga a que Vossa Senhoria lhe ofereça a sua caza. nem o receba nella, ou delle sicva W
como Secretario de Legação, porque S. Magestade nào determinou que se tomasse a encar-
tcgu deste emprego; mu
o tetlo emdtado por algum tanipo, ha motivo para lo lha deferir
alguma maior atenção, que a de simpletMnno. Dew guarde a Vona Senhoria. Falido
de Queluz 20 de Julho de 1779.
Ar) Roma 21 de Agosto de 1779. Recebi a carta que vossa meroe me escreveo em
8 deste mes, e fico sumamente reconhecido à sua atenção pellos pezames que me da da fatal
perda do Senhor marquez de Tancos, digno em todo o sentido, ainda de mais larga vida.
O ndre Diogo aeo Irado, me escreveo com o mesmo ottjecto, e também oom o flm de me
agradeçer, ter eu feito justiça na minha informação quando respondi ao que me mandou
(I) Estas palavras que Adtam no documento mal conservado da .T., podem lei -se
l
no que se guarda no A.S.A.R., sem assinatura nem data. No doounento de Roma, falta
a palavra preseiaemaa» e toda a prosa ou verso, que nio intereoa ao nosso propósito.
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-.654—
peiguntar. Remeto a vossa meroe o mesmo papel que me enviou o Padre Dit^ Copfiia
do que llw «acrevao o offidal mayor da Secretaria de Estado dos Nesocioa Estrangelroa
Também remeto a coppia do artigo do Despacho que ja li ao cardeal de Bernis, Duque
Grimaldi, e mais Ministros Estranaetros. Pello que respeita á declaração que se deve faaer
ao ministério PontefBçio, nio dei atbe agora passo algum, porque verdadeinuneote 080 achei
pessoa alguma que me inrormasse como tinha sido aquellc Tatal acontessimento. Queira
Vossa meroe dizer me alguma coisa a este resiwito, e também como quer que eu obre nesta
perle de fonne que seja util a vom meroe esta teeiniiiha vontade, eaera sempre mostiar
Oie, guanto me reputo Mis de ter de algum modo contribuído, a que se restltuiçe o credito
eahoarra, a hum sugeito de merecimento dc Vossa mercê a quem Deus guarde muitos annos.
Muito amigo e vcnerador dc vossa mercê. Senhor Luis Antonio Verney. D. Henrique
de Meneiss (A.S^.R.).
do Santo Padre, que achei com conhecido reáiabcliecimento, e dc cxccllente humor, logo
que entrei me disae que estimava ter conferido naquella mentiam huma Cooezia a hum
Menc/es por julgar ser mco Parente, e como ali mc achava não quis deicbar de mOStrer e
Sua Santidade as hordens que a Raynba Nossa Senhora me mandou, e que V. Bx.* me
oomnnioou no ofBeio de 20 de lulho uttimo, sobre Luis Antonio Vemey. Sua Santidade
floou penetradissimo da atenção da Raynha Nossa Seniiora» e me encarregou de lhe dar da
sua parte os mais sinceros agradecimentos, sigurandome, que ao mesmo tempo, hordenava
ao seo Núncio os fizesse chegár a Real prezença de Sua Mage«tade. Ajuntou o Santo Padre,
que nada tinha nem havia neste governo, contra o rdferido Luis Antonio, que tudo quanto
se tinha obrado, hera cm atenção as instancias do Ministro antão de Portugal, c que a proNTl
Iwia, que não só Verney, se quizesse podia vir a Roma, mas que vindo, elle o receberia
com nmnto gosto, lembrandose, que quando Iwra simples Prelado, que nio tinha dinheiro
para comprar livros, hia estudár na livraria dos Frades da MinLr\ a (I) adonde se cncon*
trava, e trauva com Vemey; e asim nesta parte nada tem mais que dezi^jar Luis Antonio
Vemei.(...)
Deoz Goarde a V. Ex.* muntoz annoz. Roma 26 de Agosto de 1779. lllustrissimo
e Excelentissimo Senhor Ayres dc Sá c Mello. D. Henrique de MOMZBS. (...) (TX — Min
Neg. Est. — Cx. 3 da Legação de Roma)
m) A maít de tres somanas, que escrevi a Voesa Mercê na forma que fazia prece-
dentemente, e como aquella carta, li\ rava a Vossa mercê dc todo o escrupullo sobre as suas
disgraças passadas mc persuadi a que vossa mercê não deicharia de noe responder logo,
açora Oie pesso me diga O motivo que houve para este silençio que nio sei atribuir, tanto nais
sendo justo como hera naquelie tempo, que \ ossa mercê escrevesse ao secretario de Estado
agradecendolhe, quanto o Papa tinha feito, e tinha ditto cm abono seo, quizera não houvesse
moléstia que empedisse esta deligenBa» e quizera também que vona meroe me desse outras
ocazioiz de o servir Deos guarde a vossa meroe muitos annos Roma
16 de Outubro de 1779.
Muito venerador e obrigado a vossa mercê. Sr. Luis Antonio Verney. D. Henrique de
Menezes. Ao Senhor Luis Antonio Verney Cavalleiro professo na Ordem de Crispto.
Por Horsoça a Samminiato. (AiLAJt.)
(1) Dos Dominicanos. O Papa era então Pio VI, Giannangelo Braschi (1717-1799).
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— 655 —
m) Roma 28 de Outubro 1779. Hoje recebi a carta que vossa meroe me escreveo
em 22. sinto que tiveiie mOleetia, e peDo que respeita i carta tresmalhida he bem tolo quem
a tirou porque bem pudia supor que outras dirião o mesmo. Aquella continha ter eu faládo
ao Papa dizendo lhe que a minha corte nada tinha contra vossa mcrce responderme o Papa
qiM nem elle tam pooo, antes o eetiraava, e que enquanto Prelado ae onontravlo na Biblio»
teca da Minerva e que a prova hera que vindo Vossa meroe a Roma o queria logo ver e
fidar» respondi lhe que Sua Santidade sabia todo o cazo, e que se achava nos registos do
Governo, naqueUe meano dia mandoa o Santo Pidre BSaar (~ visar?) tudo quanto se
achava escrito a seo respeito, conforme me aívinoa o Secretario de Estado, e naquelle dia
n^andou escrever ao Núncio em Portugal para que agradecese a Sua Magestacic a atenção
que com elle tinha praticado a respeito dc vossa mercê contra quem não avia queixa alguma,
la disto tive aviso de UdM», e também mpotUi a oonta que dei, comnnicando eu ecmo
comuniquei tamhcm tudo ao P. Diogo Veme>', para poder com mayor vigor pretender o
Despacho de vossa mercê. De tudo dei então conta a vossa mercê dizendolhe que nada lhe
caabaressava vir a Roma e nlo lho pemwtindo a nut situaçlo neseiltava escrevela ao Secre-
tario de Estado. Avise me voiaa meroe logo ae teve esta carta ; o que fás, dando me sempre
em que o sirva, o que fkreioomo Amigo e Veoerador de vossa meroe D. Henrique de Mene-
ses. (A.S.A.R.).
o) Sr. Luiz Antonio Vemay. Meo Senhor, por bordem do nieo Amo o Bx.nio
Sbur.D. Henrique de Menezes, tenho a honra de participar a V. mercê que recebeo a sua
carta de 24 do corrente, porem, que como esta contem o mesmo, que a V. m.ce escreveo
a 22, a qual ja lioje de próprio punho meo Amo respondeo, motivo porque fiuso este avhso,
e tanibem saber a V. M.oe de que aquella, como esta, vio separadas, pello Corrcyo, espere
o mesmo Snr. que desta vcsnâo haja descaminho, e que V. M.ce tenha a bondade dc acuzar
a recepção de ambas. A pessoa de V. M.ce guarde Deos muntos annos. Roma 30 de
Outuino de 1779. De V. NLoe O mais Iranilde e criado e Veoerador Joee Fémandes da
Silva. (A.S.A.R.).
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— 656—
querer escrever sobre o negodo de Vom Merae, aei sfan que deago a voan nmroe toda •
felecídade nas suas dependências, e que quôera concorrer para eita aegociacio, o que faria,
se tivesse as mesmas faculdades que encontrei, para a primeira dqmideBcia, como Vom
Mercê vio gastei pouco teoipo na sua concluzio.
Sinto que o amigo de Lixboa, adiante tio pouco as depeodeodas, nio hé Mrtamnte
culpa sua porque conheço a sua eflcasia; sinto também, que esta rezíio concorra para quccu
nio veja a Vossa Mercê nesta Corte o que munto dexejo e poder nella servillo. Dcos guarde
a Vom Meroe moitoe anos.
Muito Amigo e Venerador de Vom meroe Senlior Lub Antonio Veniey. (A^ApIL).
D. Henrique de Meoeses.
—
NJ. Sem data, mas entre 6 de Fevereiro e 14 de Março de 1780, oomo dedos do w
contexto.
r> Mereso a aicnçúo de Vossa Meroe que muito lhe agradeço e a sua carta de 20 de
Fevereifo. A fidta do Merques de Louriçal meo Innio me he sumamente semsivdi seo
Innio me anima, nesta maguacomo Vossa Mercê verá de sua carta que Ilie mando para que
no caso que lhe não tenha dado conta dos seos interesses leya nella a situação em que se
adiio. mo
posso deidiar de lembrar a vom meroe o quanto a sua vinda a Roma, ao
menos só por 8 dias, seria acertada, e isto emquanto vive Francisco de Almada para com
Portugal, o Papa, os seos Ministros e alguns dos Estrangeiros, está apurada a sua InnO'
ceiKia, o publico não sabe o que se tratou nos Gabinetes. Eu não mudo de nome, porque
os grsndes de Fortogal nio admitem carscter de segunda Itordem. Dmjo mostrar sempre
a vontade que tenho de servir a vossa mercê que Deos Goarde muitos amios Roma 4 de
Março de 1780(.l)- Muito Venerador e Amigo de Vossa Mercê Sr. Luis Antonio Verney.
D. Henrique de Menem (A.S.AJt.).
N.B.— Sobrescrito S. Miniato.
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ocupada, com o novo enm^o de Camareira Mor, nada me tem dito dos progreasoz que
KBiltio du activas delwenciat do P. IMoio. Da miiii aó pono diaer a V. Mce que estou
munto bem esperando nos principio? de Agosto que dé Deos a minha Mulher o fclis sucesso
que Ibe dezejo: a Raynha Nossa Senhora sera Madrinha, e manda que José de Sá Pereira
a veiiÍMfepreawitarnestaoca»iio;cmtodasasqueseofeiecewflaesthMWtservfr Mxe
que Deos guarde por muntos Annos. Roma 24 de Junho de 1780. Mt.*> Am.° e Vencrador
de V. M.ce Sr. Luis Antonio Vernqr. D. HearMp» de iMieneaes (Samimniato) CA^.A^).
Mt.<> Venerador e Am." de V. M.oe D. Henrique de Menezes. Sr. Luis Antonio Vemei
Samminiato (A.SA.R.).
jr) Recebi a carta de vossa mercê de 15 do corrente sei sentir nflo só a sua moléstia,
nas a sua pouca consolação quizera contrebuir, para que cila fouse mayor, asim como o
fls,para Justificar a soa reputaçio. Cooheiao o Procurador, e sei quanto se deve aileglr
do pouco sucesso das suas deligeodas, Nío me parece que o Papa esteja disposto a tomar
este negócio como poderia, ainda que preguntando me por vossa mercê, sempre lhe digo
osmotivosqueodeflcuttamviraRoma. Se me constar qoe o negodo toma aignmcandnho
favorável, esteja vossa mercê scrto que logo sera avizado, e sempre o de\e estar do dczcjií
que tenho de o servir. Deos goarde a Vossa Mercê muitos anos Roma 23 de Setembro
de 1780. Muito ^saerador e dicíg.* a Vossa Meroe. D. Henrique de Misnem. Seohor
Luis Antonio Vemey. (A.S.AJL).
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— 658 —
tenqKC o desejo que tenho de o lervir. Deot goude a Vona Meroe muitos annos. Muito
Voneiador e amigo da Vossa Meiea. D. HanriiiDe da Mmmkb. Sodior Luii Antooio
Veraqr Saminíniato (A.SAR.).
r) Nâo me tem sido posshel responder à carta que Vossa Mercê me escreveocm 27
B) Roma 2 de Junho de 1781. Parese me que nâo respondi a huma caria dc Vossa
meroe de 27 de Outubro do anao passado, sei sertamente que lhe não agradeci a de 1 1 de
Mêso deito anno, e neo» noebída a tdtiam de 28 do memo mea. E como oella voeia
mercê me dis que a 10 do corrente parte para esta capital, não lhe devo aneiilirir o oamlo
que estimo esta sua rezolução, que á muito tempo dezejava. não só para que todos conhe-
oesem a iiuiooencia perseguida, mas para eu cooheoer também pessoa de tanto meresimento
Gomo cÉbe no tempo mandár a voen merae hum lacia pamra eu o ecton esperando pan
o incluir nesia. mas sem enbargo disso, a equipagem de vossa mercc acbaia na Porta do
Populo toda a franquia. A Raynha minha Senhora ouve por bem nomiar me teo Emba-
xador Extraordinário á Cmrte de Espanha, ignoro ainda quem aeia que me suceda neita
comiçSo, que deíxharei naturalmente dentro de poucos mezes, levando seoqwe a consolação
de ter oeste poco tempo mostrado ã minha Corte e a todo o mundo, que vossa meroe em nada
tinha desmeresido o credito e ã reputação que tão dignamente tinha adquerído. Deos
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Ooarde a vossa meroe muatos annos. Muito Venerador e Amigo de Vossa Meroe. Mar-
quls do Louriçal (A.S.A.R.)>
D) NSo necessita V. M.ce notidas publicas, nem interescantes para me dar novas suas
eu as estimo em todos os tempos, e em todas as circunstancias, sinto imicamente, que hum
homem como V. M.ce. esteja esquecido em sua Caza, podendo ser util a sua Patria, hé
culpa do destino, nlo sua, nem minha, e se não fora o mesmo destino, também aocoaria
aquclle que tão obrigado hé ao P. Diogo seu Irmão, O qual tendo Pay, Credito, e &vor grande,
pode mais que aquclle que castigarão com ár de recompensa, tirando-o de Roma. Estas
poças palavras se reduz a resposta á carta que V. M.ce me escreveo em 26 de Junho, deixando
para Roma oi prodi^oe do Fhmcés de S. Martfadio dos Montes, que deprema vercmoa
no Altar, se por accazo para isso scS faltava o dinheiro, qoe acaba de aplicar para a Cauza
O novo primeiro Prete Cardeal delle Lanze. Toda a minha Familia se conserva nestas
reviravoltas do Mundo, e de Sitios, com perfeita «ande, da ntdnha me nlo poiso queixar
depois que entrei em Hespanha, sei sentir sim que aos incómodos habíttnss de V. M.OS se
ajuntassem dores reumáticas, pois lhe dezejo em todo o sentido o mayor bem, e ter repetidas
oocaztões de o servir. Deos g.e a V. M.ce muitos annos. S.to Ildefonso, 5 de Agosto de
17S3. M.to Am.0 o Obriimui a V. Mxe Sr. Luiz Antonio Vemsy. Marques do Lou-
riçal. (A.S.A.R.).
N.B. — Ultima carta conservada. Mas de letra dc Vernei há uma capilha que diz:
Madrid Maidwse di Lonrisal 1783-1714.
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— «o—
di demente XIV veno la Corte di Pwtogillo. r»1tra die il Verney ínveoe dí merae meritate
la indignazione, non aveva altra díresa che qiiclla dí non piuccrc a chi sosteneva allora in
Roma Ia rappresentanza dei Re Padre delia Regina, che Dio abbia in gloria. Quindi è
che sempre giusta Regoante se è quanto a se determlnata di lasciare il Verney in libertà
la
m
di ristituirsi quando gU piaoda a qneita C itale , oon awertire però il próprio attual Minis-
tro di non dar luogo a tale riforno. se non doppo che cgli si fosse assiurato, che invece di
dispiaoergli sia di gradimento dcl Papa sia quelio che di sua spoo-
S. Padre; cosi c che cgli
tanea bet hiinia vokatà finda oesaare, ee coei gli 8B<«da, Pordine deHMlio ummen-
li
U divisato, soggetto non sia molestado in guisa alcuna nel riooinparire e al iratlenersi che
firi in qoeMa Dominante (Roma). Avendomi però oomandato in oltre la Santità Soa die
io rendessi di tutto ciò intesa V.S. 111. ma, affinchc sia di Ini cura l'atlestare a codesto régio
ministério la sensibilità dei S. Padre alia pregevole attenzione di S. Maestà Fidelíssima,
dooome relativi ordini datid qui (I) intendo di avere adempito, riocarioo coo qtwite ngle.
Resu solo che V.S. Til. ma puieadempia il soo, didw non dubitando pieno di Mima le bndo.
Roma, 26 Agosto 1779.
(Registo di Lettere delia S^retería di Staio a Mgr. Nunzio in Lisbona, dal iwinequo
delPontlllcatodiN4ioSfpioreFlvpftFÍoVIfblícementeicgnanteatuttoil^
Nnnz. Port. n. 18S, pág. 127 v a 128 v.X
cfae la di lei sempre ammirabil Sovrana noa avrebbe posto óbice al suo ritorno in Roma,
ieni|ice però soltanto, e quanto non lo trovase scoavenevole il S. Padre, non tardò questi
un momento a sparlancarle, per cosi dire, le Porte delia Capítale con la distinta stima, che
nc mostrò dei che fattamisi parola dallo stesso Signorc Comm. reccvetti il dalla Santità
Sua il grazioso comando di far sentire ove occorreva, che il Signore Abb. di Verney trovavasi
in plena liberti di venire quando ^i (bsse piadoto in Roma, e di stabilirví il próprio Domi»
dlio. Ecco quel che il surripetiito Signore Comm. a\r;i portanto a di lei notizia, cd eooo
qud, die io bo il piaoere di ratificarle con ia aggi unta dei molto che ella deve alia illuminata
icttitndnie, e addetta apertura di dd in oggi rappreaenta in Roma si dequamente la sua
Sovrana. Facendomi io un pieggio d*imitarlo nella propensione, che ci mostra per lei,
bramo le occasione di farmcle conoscere qual sono. Di V. S. Roma 30 Octobre 1779.
Affczíonatissimo per servirlo. J. ('.') Cardinale Pallavicini. (A.S.A.R.).
in riqposta delia qoale devo sigtdficarle, che quantunque Nostra Signore moho ed affitt-
tuoeamente 8*interessi ne di lei vantaggi non ha coraggío dí dare il consaputo incarico al
pvoprio Nunzio in Jsbona, in vista di que dclicati, cd insicmc giusti riguardi, che mi accorgo
I
MWrsi preveduti da ici medesima augura per altro il S. Padre il piu favorevole esito alia
suppUca da lei ikttaumlliarealh Soa deniemiaslmaSoinrana, dalla qtaUegodettecertam
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— 661 -
vederla esaudita. lo godero pure moltissimo sempre che rieacB di contestark la atima ben
distinta, oon la quale inoaramente mi riíTermo. Di V.S. Roma 8 Dioembre 1779 (...)
XXIV
a) Sdenze di Lisbona,
Leitera, e patente dell'AcadeiDÍa deUe ín data dcl 24 Maggio
ITSO. fto rii|KMto pvimBiite in Litiiio aU 30 Ottobce 1780,
Quem sine multorum doctorum bominum collata opera artes Scientiaeqiic perfici
nequeant iodroo nos, qnl Utteranm utilítatiaqoe comnainia caona Oiiaripope conwuium»,
viros eruditos, quos idem pátrias amor ínflammat, quamvis ipsi aut domidlium heic habere,
aul interesse ooetibus noitris per oocupationes suas noa possent, tameo adsciscere ad tantam
i«m unrpato jun aliis oonaillo de a eviíuu». Tim varo emditio naUa et mihofum prae>
dicatione et oostrorum in primis sociorum testimonio nobiscognita et perspecta, et illa patriae
caritas, quam omnes. qui te novenint, in te ene eximiam non diibitant, nos impulit, ut te
in partem laborís nortri vocaremos, illnd praiècto speiantes non medíocres utílitates acoes*
sioneaque ex tua industria, et dudi lua litteris oeterisque boois aitibiis provaitiiias. Quod
nostrum de te judicium tibi gratum acccptiimque fore coofidimus; teqoe, ut muneri. quod
tibi imponimtis et desiderio nostro facias satis; quas vel ípie meditando compereris, vel
ab allis cognoweris, aemel saltem anais siflunlis ddigentisBian ad noa perscripturum. Si
qui autem te in tuis stiidií<; codsOío, tú, aut opeim javerint, non tibi aoinm, aad toti Inie
Sodèteti gratíssimum fracturas testemnr.
in Comitiís Sodetetis, et sigíllo munivfanus die 24 Mdi 1780. Jòaanes da
Dabamus
Bragança, Praeaes. Vice Comes de Barbacena a Secretis.
Albo correspondcntium Academiae Scientiarum Olissiponcnsis adscriptus in Comitiis.
(Indica o lugar do líclo, ao lado esquerdo. A seguir descreve o sioete da Acadeuua
e di WH axtiato doa Estatutos. A.S.AJt). —
Si Vos valetis, bene est. I.itterae, quas ad mc dedistis VIII Kal. Junias, rcdditae
mihi sunt paucis ante diebus. Consilium vestrum de amplificandis optimis disciplinis,
acueadisqne nostratium iiUBrils, et hmdo ¥SihamBBter. et pwba. IBo magis quod «to ipaa,
eadem patriae caritate impulsus, multís abhinc annís pluríma lucubravi in vario litterartmi
et severiorum, et humaniorum genere, ut juventutis nostrae conunodis, utilitatique servirem,
Sed multonmi invidia, multonmi odio, multorum artibus impeditus. ad finem quem milii
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—662—
XXV
a) Para Joseph Pereira Santiago, Eneomgado dos Negócios de Portugal na Corte de Roma
Soa Magestade foi aervida por hum eflbito da Sua Real graodea, ocnoeder ao Cava»
lheiro Luis Antonio Vcmd bum Lugar Hòooniio de Deputado da Meza da Conciencia,
e Ordens, assignando-lhc ao mesmo tempo huma pcns5o de quatrocentos, e oitenta mil reis
annuaes, pagos a quartéis pela Lista dessa Secretaria, cuja pensáo ha de ter principio desde
o de Outubro dertepranotoemio em diante; o qoD participo a V.M.CBnloa6perefiuBr
constante ao referido Luis Antonio Vernei esta real mercê; mas para carregar regularmente
na Lista dessa Secretaria no âm de cada tremestre a quantia correspondente que V. M.oe
fivA catregar Die paru oom o ien conliedmento de lecibo lhe ler abonada nos mques, que ae
finrem sobre o Real Erário.
Deus quarde V. M.ce. Palacio de Mafra, a 12 de Setembro de 1790. Luis Pinto de
Sousa. (T T- — Mfai Neg. Est., Uvro H de Ofícios, 1790-1792 — Maço 38, fl. 28 v.)
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— 663 —
Apenas bootem recebi as cartas do correyo tive o prazer de bir pessoalmente participar
s V. S.» o bopToao de^wwho com que t Raiynh» Ncwa Saihoni gate premiar o mu úmUAo
merecimento, conoedendo lhe hum lugar onorario de deputado da Meza da Consciência e
ordens, assignando lhe ao mesmo tempo huma peagio anual de quatro ceotoi e oitenta mil
reis pagos em quartéis pela lista dMtaSeeretariadMde o 1.* de corrente outobropaim diante.
Satisftzendo ao dezejo, que V. S.* bontem me manefrwtou tmbo a honra de lhe induir
neita, copia do real despacho, augurando lhe que o possa por muitos annos. Cazz 6 de
Outubro de 1790. De V. Senhoria Maior Venerador e attento Servo Jozé Pereira Santiago
(A.SJLR.).
Dom Muria etc cooio governadora e Perpetua Administradora que sou dos Mestrados
cmiaria e ordens Militares de Nbieo Senhor leaii diristo Slo Bento de Aviz e S. TIqiafD
da Espada. Faço saber aos que esta minha carta virem que tendo atensão ao bem que me
tem ser>'ido e sirvio, ao senhor Rey dom Jozé Meu Senhor e Pay Luis Antonio Vernes,
em muitos negosios particulares da mayor Imporiansia, e ao zelo com que procurou pro-
mover oa tMna est udoe neetea RefiMia pof ninpo doe aeoe escriptoa Hejr por bem comdeoo-
talo e honralo nomiando o deputado honorário de Meu Tribunal da Meza da Consciensia
e Ofdeos e por firmeza do referido lhe mandey passar a prezente carta por Mim asinada e
seilada do meu ceio pendente qne sendo pamdai peiaa dinncellariaa Mor do Reino e das
ordens Militares e registada no registo geral das Kferoes se conpffiim e guardara tflo inteira-
mente como nela se comthem e desta meroe pagou de novos direitoe hooze mil e duzentos rs.
que se carregarão ao Thesoureiro deles Fedro Joae Gaupers no livro de stma de sua receita
afol. 176V.<> como se vio de seu coohecinientoaaifiMninqoeaeregistouafl.89V.*do livro 47
do registo Geral Dada na cidade de Lisboa aos oyto dias do mes de outubro Anno do Nassi-
mento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos e noventa. A Raynba Conde de
Reaeude Plwiideuie. 9ot dicralo de Sim Magsetndede II deSetmbiode ITM^ede^ndio
da Mesa da Goorientin t Oldens de 17 do dito mes e anno registado a fl. 223 V Boyo 3.°
Domingos I^fiet Mèotaiio Bandeyra a fez escrever. Raymundo Inasio Tete Ootte Real
a ltedeiiaq!Mliondlft.JòseRycaldeVlBMiind»OHtio. BigouliaaK mDetnnaUwn.
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— 664—
e aos o£6ciaes quatro mil e quatrocentos rs. em Lx.* 30 de Outubro de 1790 Jerónimo Jose
Coneii de Mòim. CT.T. —
flMinrrlaria de D. Mula I, Livro 37, pás, 4; Ch enwlaria
da Ordem dc Avis, dc D. Maria I, Liv. 8, fl. 189 v.,cm que se regista, alím do doe. na frítegra,
o pagamento de 5.600 rs. na Ordem e 4940 rs. aos oficiais, em 4 de Novembro de 1790;
Chancelaria da Ordem de Cristo, de D. Maria I, Lhr. 19, fl. í€6 v., oDde se díc que foi ic|is-
tada na Chancclariu-Mor da Corte e Reino, no Liv. dos Officios c Mcroes a fl. 14 v., em 2 de
Novembro de 1790, pagando 5.600 rs.e 4.640 n.aoi oficiais, em 4 do mesmo mês. Girodon
pubUca-a como existente na Chancelaria da Onkm de Cristo, mas por erro do revisor, indica
o Ihno 9).
Ren>etto a V. S.* no-; próprios originacs as duas Cartas que me diríijio l uis Antonio
Vemei, e em quanto ao assumpto da primeira na parte que \ai sublinhada, bua Magestade
entrega Inteiramente ao aiUtrio de V. S.* e concessio pedida, cezo que seja solita e nlo
envolva paralelo com oi Ministros do Corpo Diplomático, porque a intcnçSo desta Benéfica
Soberana, be de conceder todo o favor, e protecção ao dito Vernei; nesta intelligenda ordena
S. Magestade que se satisbça ao mesmo Luis Antonio Vemei a sua pensflo na fbnna cpie
supplica na Carta de 20 de Outubro, sem outra modificação. Deus guarde a V. S.' Palacio
de Queluz a ')dc Fevereiro de 1791. Luis Pinto de Sousa. CT.T. —
Min. Neg. Est., Livro II
de Ofícios, 1790-1792, Maço 38).
N3.— Oifodon (Veraqr D, pdg. 90) publiGa um pequeno ttedio que trasladou do
Hv Vn, doe. S do A. B.P.V., grandemente danificado pelo fogo que lavrou neste Arquivo.
Jutiça ao merecimento. Com a mesma boa vontade solicitei ate agora huma resposta aos
troa pontos que V. Mxe me propoa nas sobreditas cartas, a saber, a eveclo Annas, o
pagamento da pcnçâo por hum modo mais profícuo, e a introduoção da sua grammatíca
latina nas Escolas deste Reino: Em quanto ao primeiro Sua Magestade houve por bem
dar toda a faculdade ao seu Ministro em Roma para o resolver, dedarando-lhe que a Sua
Real Intenção era de conceder a Vossa Mene toda a proleoçio, e &vor, logo que fosse
compatível com o uzo dessa Corte; c pelo que toca ao segundo, a mesma Senhora annuio
bcDígnameote aos Uczejos de V. M.oe, e nessa conformidade se expedirão as Ordens a
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I
— 665 —
D. Alexandre de Souza. Resta-me unicamente aegurar-lhe que emprego os meus bons
officios p0fm ooMdpiir a conclusão do terceiro ponto, e que proMfiiirei constantemente
nelles, ate que tenha a satisfação dc scrvillo c dar lhe gosto. Deus guarde a Vossa Nferoe
muitos anos. Salvaterra de Magos, 9 dc Fevereiro de 1791. De Vossa Mercê. Mt."úbcseq.*
ver. e flel «n.* e cattho Luiz Pinto de Som. (A.S.A.R. e T.T. — Min. Net. Bit.. Uv. 11
de OfiekM, 1790.1792, Mico 59).
por que dezcjava que se lhe satisfizesse a sua peoção; ao que elle reapoodeo qpw eatinuvia
foiee da meana fonna que se pratioou dqiois que eu vim dandoee lhe em dinheiro oontanie no
fim de cada quartel a importância desse mesmo conforme os Câmbios correntes nessa mesma
occazião entre as Praças dc Lisboa, Génova e Roma, visto não haver aqui cambio direito
com Lisboa (...) Roma, 9 de Março de 1791. Hl. mo e Ex.mo Senlior Luiz Pinto de Sousa
Coutiidio. D. Akiandre de Sousa e Hoistein. (T<T. —
Mfai Neg. Est.— Lag. Fort.
Roma, Oc.
O Ministro de Portuga] proterta o seu obsequio ao Sr. Cavallietro Luiz Antonio Vemey
que os Banqueiros (Scieltbey e l>apptani que sio os mesmos que paglo aqui
ineweniiido.o
por seu mandado as jiensões que a Corte de Lixboa tem mandado satisfazer entregarão
a S.S. a comeqwndente soma dos 120S rs. que lhe são devidos pelo seu quartel findo no ultimo
do nm passado e esta ao canMo oorrente tendo S.S. a condescendeada de lavrarem fim»r
dos sobreditos as duplicadas quitações do costume, ficando as couzas estabelecidas sobre
este pe para o futuro se S.S. o não dezaprovar, e pêra o servir se declara sempre prompto
seu maior ven.or e captivo. D. Alsnodra de Sousa • Holsteia. Oua 1 de Abril de 1791.
(A.SJUI.).
XXVI
EM LOUVOR D£ VERNEI
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— 666 —
Fentringit ndiis uUque dwis?
Lusitânia forsan hoc taoebit?
Forte natio contineatis ulla?
Fonan Espéria, aut taoebit unquam
Veroei Ausonia hinc, et inde Uudes?
Maris insula vcl niagis remota
Verneyum sine laudc praeieribit?
Nam virtvtit ineat cui umlm sola
Virtutcm absquc viro hcx: piitabit esse?
Quidam candor inest ei haud fucatus,
Ant extm «dveoim idbatral illi
xxvn
ÚLTIMAS VOKTADES
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—668 —
que conforme o meu costume nestas couzas de poca entidade se interpretara por indicio de
•lirovaçloda parte de V. Ex.* o aUendo qoe he poasivel que obaenie oeste partiGular aos
seus futuros despachos (...)
Roma. 21 de Março de 1792. ill.mo e Ex.mo Senhor Luiz Pinto de Souza Coutinho
D. Akanndie de Sooa e Holitein. fTX —
Min. Nef. Estraag., Ugaçlo de FortupI
em RoDMit cx> 6)«
CmUbdeéUto
Em
nome de Deos assim seja. Saibáo quantos este publioo Instrumento virem que
no Anuo do Naadmento de Noaw Senhor Jèãm Christo de mH aette oenloe noventa, e
himi Tudiçílo Romana V. Aos dezoito dias do Mez de .Agosto, c do Pontificado de Sua
Santidade por Divina Providencia Papa Pio VI. No seu Anno XIII. Na prezeoça de mim
Notário e Tnstemnnhas abaixo assinadas apareceo Pessoalmente o ULmo Segnor Osvalleiro
Luiz Antonio Vemqr da Odule de Lisboa filho do defunto Dionísio de mnn Notário ben
conhecido, sSo por graça de Deos do Juizo e ouvir, e de outros sentimentos do Corpo:
exceptuada a vista tem declarado, e declara querer fazer o seu testamento e chegando a
tanto a fidta de virta, como élte afirma nio pode mais ler, nem eiewver, nem menoe dlitia-
guir hcm as pessoas: mas para maior firmeza quer fazelo nuncupativo, no modo que o fazem
aquellas pessoas as quaes sáo faltas de vista, e o quer fazer na seguinte maneira, e forma,
isto hé:
Prin>eiramcntc em comesando d*Alma, como couza mais nobre do corpo a rccommenda
ao omnipotente Deos, e a gloriosíssima sempre Virgem Maria, ao seu Ai^o Custodio e aos
seoa partionluea flMUoa advogulos; afim de qua lhe impetrem de sua Divina Magestade o
peidio de seoa pecados, e o fiigio digno da etenm ihwla Ã) Fluniao coofo^
para alcançar. O corpo porem reduzido que scra cadáver, quer, e manda que seguindo se
a sua morte cm Roma seja vestido com o habito da Icrceira Ordem, de São Francisco,
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— 669 —
istohé de Tela ou seja Olanditha da cor de Càfé, e com oito tochas so a roda, acompanhado
s6 do Oira. e cruz, e de huma só companhia seja transportado de dia a huma Igreja donde
Mteja hum Altar de Sào Nícolao de Bari para dar lhe nessa a Eccicsiastica sepultura, nas
aqmlturas comuns, e seguindo se a dita sua morte fora de Roma, e não havendo o duo Altar,
quer «er traiMportado, a Igreja Paroquial na qual ae teguira o caso de soa mort»; isto hé,
Ctn que Frcguczia morrer, no Esquife ordinário da Fkecuezia à maneira dos Pobres, cjiicrcmlo
alem disto que em hum ou outro cazo, que se enteme o Cadáver com o Caixão; depões de
ser expoeto na Igreja, com duas §6 todns, e depões cantada liuma s6 Kfina por hum aô
Ministro perperado. querendo outrosim que no mesmo dia do aeu enterro sejão dadot
vinte cinco ( palavra ik^wel) aos Pobies. E nio quer tapete, nem easa, nem outra alftana
destíoção funeral.
Passando porem a distribuição de aeoc bens, em primeiro lugar a Alíkya que por sua
morte terá em Itália tanto aquclla que tera em seu poder quanto aquella que tcra e se achara
em qualquer outro lugar da mesma Itália vestidos, Brancaria, livros, dinheiro Letras dc
cmMo, crediloe, e moveis e oouza de qualquer outro género a deidMi toda por esmda a
titulo de LegMlo ao Senhor Lucas Antonio Staurini e a Senhora Catharina Biaodiini mulher
do dito Senhor Lucas Antonio sostituindo a hum e a outro, e faltando ambos de does sos-
tituisse seu filho o senhor Abbade Vicente Dâmaso Staurini os quaes de tanto tempo estão
ao pe do8eiiliorCav.«testador,etemaempraasseatido^eaa8Ístem. Impondo porem aos mes-
mos a obrigação de fazer os gastos do ssu tcnue enterro, c igualmente dc pagar, isto hé,
a esse Senhor Cavaleiro testador o que devesse da venda de cazas: assim por mezadas de
pessoas as ditas ao wu serviço, o Leito em que elle Vicente dorme, com hum par de Leoçoea,
e huma coberta, huma arca de Livros, que se achar em cazft, e oito mil reis por huma só
vez; e ao Confessor que assistir a morte desse Senhor testador htntt recoáhecimBnto de
diioolate, ao dos ditos senhores Legatários, e quer que os mesmos Seidiores Lep^
arbítrio
tarios sejão com eOMto Uviw de qualquer obrigaçlo de oootas das qoaes esse Senhor Cava-
leiro Testador agora c para «emprc lhe absolve: e quer outro sim que os ditos Senhores
Legatários tomem, de sua própria authoridade, e sem algum Decreto, ou Mandado de
Juiz a posae do dito Legado tnmsferindo Hw desdto M O dominio, com a pienissima dáto^
do oonstituído e em outro melhor modo sem que sejão obrigados a esperar a decido da
Erança, nem qualquer outro termo prescripto dos Legados;
Item o dito Senhor Owaleiro quer, e manda que as suas Ctotas soltas, ou wanuscriptat,
ou de seu. ou de outra Letra, se sepaiem, e guardem para serem depões de acabado tudo
queimadas: excepto p<ircm o que se segue: Primeiro. A rewrva dc qualquer obrigação
a elle feita, e Cartas a essa obrigação pertencentes; Igualmente Cartas c contas de seos
oerrespoodenles em Nápoles, Génova. B ibitas as oootas, recibos e cartas do Senhor
Abbade Fmilio Polidori. igualmente recibos de todo o tempo que des$e Senhor Testador
tem por ordem em bum Armário as quaes cartas todas se guardem, e fiquem em poder do
dito SeDhor Lucas Antonio Staurini e soa Fsmflia.
2." A reserva de obras manuscriptas desse Senhor Cavaleiro Testador, ou sejão
acabadas ou não acabadas que se achem por sua morte (entre algumas que disse haver
ja feito queimar) como agora alguma outra obra manuscripta que todavia existisse as quaes
todas lhe deidia ao mesmo Senhor Lucas Antonio
Staurini, e soa nunilia para que faça
aquelle uzo que elle Senhor Testador lhe tem communicado. de palavra Afirma de mais
o louvável Senhor Cavaleiro Testador, achar se em himi ou does caichoes algups Livros Por-
lufueaes estampados, e ignahnente algumas suas obrasinhas, ou do outrem a seu fsvor
estampadas, que estão juntas .nos sobreditos caidiões, ha mais de dois maços, digo B
does Massos de obrigações, e Contas do sobredito José de Santo Agostinho, e Essa, aatiga-
meote Agostiniano de Lidxw, e depões Cavaleiro da Milida de Malta (que ouvio dizer que
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hecs falecido) E também vinlee aeii taboas, e ramos da sua Fízica com os, digo com a Estampa
do aeu Retrato, e outra Ertampa do Roale es{>icio, tiradas as ditas couzas tnau o sobredito
Senhor Testador que se fechem cm hum Cantotinho bem condicionado contra a chuva,
e esta semande por terra a Civita Velha, e de lá por mar a Génova ao Correspoodeote,
pro tempore, iMim ser mandada em o primeiro Navio de Baldeira segura ao R.mo Fladre
Mestre Diogo Vemei Felippino morador na Real Caza das Necessidades de Lilboa.
Na falta deste quer que seja eotregue em Caza do Senhor Cavaleiro Dionísio Antonio
Vemey.
Quer de mais o sobredito Senhor Testador que as suas Gramáticas manuscriptas
Ebraica que se handem Estampar em duas maneiras isto he, em duas folhas
(a primeira
O producto das ditas obrasinhaa saga em vantagem da dita Cauza; e quer que ts copias
simples deste paragrafo, se mandem ao diio Padre Azevedo pela Posta, e separadamente ao
dito Padre Vemei se mandem copia simplex deste testamento cm does correos consecutivos
advertindo^» que se quízer copia antbentica se lhe mandara. E que de mais se mande ao
mesmo Padre Vcrnci muito depreça a Fe do dia da morte desse Senhor Testador cm p^MIca
forma e legallizada; mas que a dita fe da morte se mande por huma só vez.
Aftcma igualmente o sopra nomeado Senhor Testador ter em huma caicba algumas
copias Estampadas da vida do aobiedito venerável Quental escritas do Padre Catalaoi e
dalguns Livrinhos do mesmo venerável, e divcrsiis cscripturas de Cauza. e duas relíquias do
mesmo venerável fichadas com o sello do Padre Antonio de Ataidc que tratou com o mesmo
«snaravel Servo de Deos O que todo quer esse Senhor Testador, que eeja guardado para ser
entregue a quSOB ordenar a Congregação dos Padres Filipinhos dc Lisboa como também
se for qualquer outra couza pertencente à mesma causa se guardava como as&ima. Em
metade porem do remanente de aeos bens Instltue, e de sua própria Boca nomen Erdein»
ao seu Caríssimo Irmão Ja dito o R.mo Padre Meitfe Diogo Vernei Filipinho assistente na
dita Real Caza das Necessidades de Lisboa. E na outra metade instituc. c nomea simi-
Ihanteraente de sua própria Boca Erdeiros os does Filhos Machos do outro seu amantís-
simo IimSo Defbnto Chvateiro Enrique Vernei, isto he o Senhor GavaMio Dionísio Am
Vemei sobredito, e do senbor AfoediagD loio Osrloa Vemei. nio s6 nisto; maa em outro
melhor modo.
ftde finalmente case Seidior Testador o R.mo Padre D. Biagio Pidlll Pio operário
dímurante em Roma e ao Il.mo Senhor Cavaleiro Onofrio Doni Getilomo Cortooese dimo-
rante também elle aqui em Roma quererem ser seos Executores Testanwnteiros. E por
humraa lembrança de amizade deixa a cada hum delles huma galantaria entre as suas couzas
a seu contentamento, pedindo^ unicamente a boa vontade. Emfim aimilhantemente
esse Senhor Testador perdoa a restituMo aquellas pessoas que lhe tem furtivamente perju-
dícado, ou em dinheiro, ou em oooa qualquer. £ este foi nonKado Ill.mo Senhor Cava-
leiro Luis Antonio Vemei disse, e dedan ser o seu ulthno testamento este, Mnncupativo,e a
sua ultima vontade e deqiozicio a qualquer que valha por similhante razão de Testamento
nuncupativo, e se por tal razio não valese quer que valha por razflo de codidllo, ou de
Donaçfto. digo doação cauza mortis, ou de outra qualquer idtima vontade, e disposição
que de razão se sustenta rasgando, e anullando qualquer outra sua antecedente ultima von-
tade, ou disposição, que por qualquer modo fosse feita, e concebida dcbaícho de qualquer
clausula, uo palavras de rogatórias ou derogatorias, querendo qtie o prezeote seu Testamento
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Nuncupativo como ultimo plenamente valba, e deva ter em tudo, e por tudo, como assima,
a 8ua total vmcvcMo tão <A nUto, mai em outro melhor modo, etc. Sobre as quaesooiais
premetidas todas, e cada humas, como justamente validas, e legitimamente feitas para que
fui chamado eu Notário publico abaicho assinado para que este só ou mais publico, ou
Ego Augustious Milanese Civis Romanus, et Canselarius Capitoli, Dei et, digo por
graça de Deos, e da Sé Apostolica Notário Colegial, chamado para as premissas este pie»
zente e publico Instrunxnto (...) e attestamos certamente, que o retroscripto Senhor Augus-
tinho Milanensi he Notário pubUco das Couzas da Curia do Capitólio (...) Em do que, etc.
Dado no Palacio do Capitólio aos vinte e does de Mayo de mil setteoentos noventa,
e does. (...).
30 Makf àe 1792, Jmí Ftreira Santia, na qualidade de Notário «
Secretario da Congregação, Casa e Real Igreja de Santo AtOÓnio da Nação ForlHtmsa em
Roma, também reconhece o notário MUanesi.
A edjpla do testamento que nprndaitmoe, fid tndtalda doorigfmdpélo Notírío ApottA'
lico, que assina e data de Lisboa, aos 27 de Julho liti Aiuio de 1792. Serviu esta cópia para
oi sobrinhos se habililarem à herança. (T.T. — Testamentária, L. 33). Em Roma, por mais
dlljgtaGiBs que fiaêssemos, nlo conseguimos «noontnr nem sequer o r^isto.
Antonio Vertmy e Oato mandato a Lisbona tutto in una casseita per magiar cómodo,
eoHsegHtita ntf mear di GtÊtgHO 179 duo (1792) td Segretarh dei Stgtiore D. Aiu-
sandro de Somza e Holstein, Ministro Plenipotenziario di S.M. Fedeiissima ftosao
la S. Sede, il qual Signore si degnò ricevere la sudtktta cassetta Ira le sue baga-
glie partendo per Lisbona, ad oggetto di faria consegnare aí Padre Diego Verney
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neUa Regia Casa das Necessidades, a quale era direita essendo sttHa data súbito
ftfít dt ud cvHMfHt úUo stesso fitine Vemty ptt Itttent dt flwMsv SiOÊtriidt titt
Due mazzl legatí, c sigillati in un solo involto di Lettere, e ObtigníoDi Oritínali dei
Padre Giuseppe di S. Agostino e Essa.
Altro involto di numero ventilei tavole, o rami delia Fiika dello steno Signore Cm-
liere, oitre il ramc dei «w ritntto, e fl rtndao dei frontivbio delk soe Opeie, d» aono
in tutto veototto rami.
Altro involto oootenente nnaBro cinque copie sciolte stampste ddTOpera Verdadeiro
Melado de Estudar.
Altro involto
nio da Piedade
di trc
Capucho fes ao
copie stampate delia Respostas às Reflexoens
livro intitulado Verdadeiro
^O X.P.M.Fr. Ane-
Método de Estudar.
Akco íbvoRo di nomero cinque oople stampate deirCQMms Resposta in favofe delia
suddetta open.
Ahro invcdto di altre cinque copie stampate delia suddetta Ultinui Resposta.
Ahro involto di nnmero lei copie stamfwN» dell*opefetta intitidata Paroeer do Doutor
Apokmio FkUomuso acerca de umpofd bttUuãado, Retrato de Mortecor.
Altro involto contenente una copia stampata dei Retrato de Mortecor; altra copia
similmente stampata dcllaltra Opera /Iluminação Apologética do Retrato de Mtfrtecor,
ed altn qoattro OpMctte Portagheai parimenie stampate, in finore, e Contro dd «Vei^^
Método dc Estudar».
Altro involto contenente numero quaitro altre Operette Portoghesi stampate sopra
lo itceso aigomento.
Ahro involto contenente alquante copie stampate dí un fblio intitolato Advertências
ao Iti^resor do R. P. Theophih Cardozo da Siheina paru se vder Mgimda ediaam da Bund- m
nasam Apologética th Retrato de Mortecor,
Altro involto di due coftie stampate di una Cmta de lan FUologo A E^aidu a omro
de i.ishoa à O0M de certot Boglos Ltipldiíira, ed. altre due opente Fortmliiesl pnrimenle
stampate.
Altro involto contenente cinque copie stampate derOpetetta intitolata bidori Baeehetti
Romani Philosophi, ac Medld In Immr qaemim DI^Mttkmb de Soekiat* Meidis et Cor-
poris Aaiiiiadimlones.
Altro Involto contenente una copia stampata delia suddetta Disputa De Socletate
hieaiis et Còrpoirla dei Padre Urbano Tosetti delle Scuole Pie, la quale, oensurandosi
in «Ma certa opinianB dei Vemey. diede mataria alia suddetta Riiposta bkbrl
n i 111 Mttt
Altro involtino contenente ima copia stampafa di una Lettera latina anónima, che
comincia Nicolaus tuus, el poriiis nosicr, ed altra oopia similmente stampata di altra Operetta
\
intitolata SuppUmeiao al Tomo l dei Dizloaaeio Veoiogico Portalile, tradotto tíal Francese
mfMkmo dtd P.D. Prospero delV Áquila, in Cid si ragiona deli* Apparatus dei Verney.
tradotto in Italiano dal soddetto Religioso.
Altro involto contenente dodici «vie stampate di una Ltíttna xritta ad im iMora»
Toscano.
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Altro invoho co mBawHe quiodici oopie «tJtnpto di mi EMtratto éUFOpmu Mt».
lala, Ahysii Àntonii Vemeii de Re Metaphyslea.
Akro ínvoltux) ooateoente due oopíe stampate di una Lettera latina intitolata Francisco
dg Fortagtd, et Castro Alayaku AaloidiiM Vermba, che serviva di Manifesto per la Teologia
dello «tesso Signore VSsmqr, cfee fta da loi bradata manuscritta, ma noo flaita.
Altro involto contenente tre copie stampate deirOrazione dcl Verney Jn funere Joan-
nis V, con una copia stmilmente stampata delia medessima Oraziooe tndotta in Portogbese
da Uteotonlo Mootano,
Altro imolto contenente cinque copie stampate di un Carmen Genethiliacum SereábAm
Principi LaáuHeo Bwgumtíae Duci, Umo stampate dal medessimo Signore Veniey.
Ahxo imialto cootwiente Dhme Toa a OmdaOoid stampate.
Um copla llMIipata dei Verdadeiro Método de Estudar legata in due volami alia Rus-
tio^ e «na copia stampata deirOpera Conversação Familiar e Exam Oritíca COOtIO dd
inddetlo Vmbdeiro Método, in un sol volume. legaU all'01and6ae.
Pfò numero quatro Àtmu
Pià un'involtino conteneoto
Muoa fcUquia, 9á m ritratto áú Ven. Benodetto Oio-
seppe Labre. (A.S»A.R.).
Roma. 20 de Janeiro 1786. Mano do corasam. Deixo eaerita Mta carta para se vos
mandar depois da minha morte, que servirá para vos, e para oa aobrioboa. E como nam
paao MBiwwr pnr fiJta «to vtea, a tremor «fa twflw», vlhnjna Ai ptiana th mtrthm
para iso. Nunca pude recompensar o amor que me mostrastes e os favores, que me fizestes
vos, e o mano Enrique, pelas continuas desípaaai de toda a minha vida, das quais vos nam
«Iwittodaa: as quais dMiiaM me impediram o flHW a iniobaobrigasam. MasDeusasim
oqniSpOfoinBOesario ter paciência. Noawatartamsntoiíiaknibit) de vos, e dos sobrinhos:
e peso-vos que aceiteis esta bagatela, como uma demonstrasam da minha vontade agrade-
cida. £ juntamente vos peso, que agradesais ao outro sobrinho o trabalho, que teve varias
««es «ni naudar, a Moeber iwflas coim: e lhe ntandals alfiinH
para uma memoria. Mandarei por mar uma boceta com certos papeis para o Padre Pro-
pózito desa Gaza. £ com ela irá também outro caixote com aigmnM copias do oekbre
Método, e dos p^)eis#n9 a flRRnn^ qna cntam se imbUcuam, qw
nizio Antonio, para ccniscvar memoria do que le pasou. Isto 6 a unka cote, qoa ieoa
da dita nutería. Na mesma caixa irám outras copias de varias obrazinhas, que saíram
em diversos tempos, e podem servir para uma colesám. Dareis aos dois sobrinhos este
ooHselho, qoB me parece malto utfl«rv—*» * iwIuIm Onfjm^f^<n | fiffne tfvft timti tfltItettoe,
qaaaaiitos se valem dela, podiam por meio de alguma pesoa poderoza alcansar a grasa de
se fattfoduzir nas Escolas juntamente com as outras duas Gramáticas, para que cada um se
•endee daquela qne nvis flie agiadieet B alcansar tanbem o privOegio de a timw liiÉli' so>
Desta sorte podiam tirar alguma renda em memoria do Aponto isto, e o mais
seu autor.
suprireis vos. Acabo esu com dezejar-vos todas as felicidades, e pedir a Deus que voe
comeive laivos anos, e a toda a femilia. Itibtno amigo. LAy. (A.&AJL).
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/) hfíimta delia donazione al Sig.r Cav.r Dionísio Antonio Vem^ a» N^pMf dH wvMéÊ
stesao prestati in Roma úUa Corte di FortegaUo (1).
Em oonsiderasam do grande afeto e amiiade que devo a meu sobrinho Dionizio Anto>
nio Vemey, Cávalleiro Profeso na Ordem de Cristo, e Juiz da Balansa da Caza da índia,
na Cidade de Lisboa, Reino de Portugal; e em atenuam também ao seu merecimento, e
boM qoalidadea peaoaes; e áuejfaiiio áuríbit alguma demonstrasam deste mra noonliB»
cimento, e ami7,ide, digo eu Luiz Antonio Vemey, Cavaleiro Profeso na Ordem de Cristo,
e Arcediago na Sé Metropolitana de Évora, e morador nesta Cidade de Roma, <iue eu ienun>
do oedo. e trapaso na melhor e maia valiosa ftmna de Direito no dito mau aabriDlio Dio>
nízio Antonio Verncy todos os oims lervisos Feitos nesta Curia de Rfldia OB utilidade e
beneficio da Corte dc Portugal, e em especial o que fiz à mesma Corte no emprefo de Secte»
tario de Legasam, para que fui nomeado por Diploma Régio do Senhor Rei D. Jog» I, no
•BO de 17a, paia servir com o Ministro de FDrtmal D. Fkancisoo de Almeda e andoni. M
na ocasiam da ruptura e diferensas que avia entre as ditas Cortes de Roma, e Portugal
para o efeito da composisam, e boa armonia entre ambas, como com efeito felioemente
se conaeguio pelas nosaa boes diliganda*: paia que em vectude deata minha renuncia e
oesam dos ditos meus servisos, poaa o dito meu sobrialw requerer para si, e para os seus erdei-
roa a justa recompensa e remunerasam destes meus servisos, que ainda «atam por dcspadiar.
Roma 20 de Janeiro de 1786. Luiz Antonio Vemey.
N3.— A assliMtimiletni, n». (AJÍ.AJI.).
g) Tradiaíone di una Uttera xritta in Portítgkese, che lascio cperta, per esser cosi maidaêa
dopo la mia morte, oT P.f* Pnpoetío pro tempon de Fadrt di F^fM ÍMom
ittíla Regia Caaa dat Neeesidadet.
ftev udo io, attesa la mia eti, ed inoomodi, cbe poco tempo mi resta dl vita, lascio
queata lettera fatta, per raooomandare a V.* P> SU"*, ed agli altri Padri dei governo di
OOtesta casa, TAhate Vincenzo Dâmaso Staurini, per esser Postulatore in Roma delia causa
dei V. Quental. Questa persooa quale è di gente pulita, ma efortunata) fin dalla sua prima
elà 6 stata ednoata ia casa mia. Bgã ha booo talento, booni oostomí, e buooe maasfana.
Stodíò le Belle Lettere, e Filcíofia, e I egge Ci\ ile, e Canónica. Ed attualmente si esereila
nella pratica di ambe le Leggi, per poter essere Awocato, oppur oons^uire quakhe altro
impiego letteiirio dl qoesta Oiria. B confido In Dio, dw col tempo avii qoaldw boom
fortuna. Dandogli V.' P.* R.ma la moderata mesata di venttmila reis, può tenerlo i sool
ordini per tutto quello che vorrà . Questa mesata è la rainote dw 8i SUOl dare a qualunqpa
v.g. di dnquantamila reis, o aodie pid. B fra questi D. Martin de Bania, il quale dopo
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ftifiUto Vcwovo dl Ceuta, aveva oentomila reis di mesata, come Postulatore delia cauaa
dd Beato Avila. Queste cose qui si regolano divenameote di qtiello costà si panaa: 0
qualunque minimo Frate, che tiene cotali incombenze, spende piú di quello molti sospettano.
I medesimi Veaoovi danoo ai loro A^enti duzento, e treceato mila reis per anno, oltre i
Mfo^ diè loio muduio. H Prtriawa Almeida daw ai wo Agaato, il qnale a» grateUo
dei Vescovo di Constantina, e mio amico, seicento mila reis per aillK^ per la carroaa: oltn
varie spedizioni di particolari, cfae gli raooomaodava, e gli fnittavaao aaai Ijene.
Avendo ddibo aneofa risponden a diversi progctti, che
finora ioainaato ootali cote,
akani aoiliooo proporre, acdoechè V.* P.* R.ma faoda gioto coooetto di tutto. primo 1 1
prapatto consiste nel trovar qui qualcbe Portoghcse idóneo, sopra il che dirò a V.» P.» R.">»
dwiapiCi capad, o mcno iocapaci, tutti soo roortt. Luei che restarono sono pocbi, ignoranti,
inaqMd , ed inioici fra loro: • quaai tutti fcooro la kv %nra in atonna ddk bqutefaioni,
e fuggirono in quà. E siocome ciò si sa súbito qui^permezzo di qualcuno christiauOVaocUo,
oppure Prete di S. Antonio; resta perciò screditat» la causa, e chi Ttaa elleto.
Alconi di ooatoro vedando li qpnoati, e aaoa eotiala, a volendo ÉMraodar tutlo;
si offerírooo in altri tempi per avaia Afande ,e Procure di Portogallo, imperoochè negozi
particolari gii li avevano: e si eaibirano per una mesata cosi ténue, che si dà qui a alcuni
aervitori dl Uvrea. E ooetá aena rioordarsi, che tutta la famíglia di coloro aveva fatto
fl|Dia,eda«a«aftiH;ito;ecteoolailpBrM)oenoa pocevaaotrattarditali canse oondecema
e decoro; costà, tomo a dilUi OOOtempIando soltanto Ia ténue mesata, approvarono súbito
la proposizione, e si iCfOianMi per essa, senza esaminar mienfaltro. Ora oon viene piii
800 reaiduo di quelli di aopradetti: oppure aon pochi CappeUani di S. Antonio, e qualche
atoo cfae ^aaoa qnà à htd Frate; i guail tutti appeoa saono dir la Metta. Egiammaiho
vaduto alcuno, die stodfane qui qualcbe cosa, e diventasse iim ilinriuiMinlfi capace.
L'altro progetto consiste, nel mandar di lá qualche Padre, per trattar delia Causa.
CSò a prima ma tiene ancora alcuni ioccovenienti, che meritano coa-
vista pare plausibile,
aldarailoue. Io pono pariare is quaMa natoria 000 cai tema, atlaao qoaUo dw nlnaegnò
rcspcrienTa. Se sono duc Padri, oltre la magglofO ipesa, rarc volte concordano in tutto.
Quel che piace ad uno di essi, dispiaoe ail' altro. B oonsigUo che dettero ad uno, discorda
dal oooaiiílio, dw dettero amiltro. B «laeate diwanrioní, cfae wMto ai H>argono ndh dttá,
oltre lo screditare i Padri, influise ono ancora adia causa, e le pregiudicano assai. Io
oonobbi un certo Padre di autoritá, il quale, per consiglio di un Frate Grillo, non voUe
giurare nelia sua causa, potendo essere uno de migliori testimoi\j di vista. Se é soltanto
un Fidre, la ipesa 6 pooo minora: poidié ha bisogno d*nn servitora por Ihutf da mancara,
e di casa, c di mobile, ed altre comoditá. E siccome qui son soliti di vedatOOB solo altri
Procuratori Regolari, ma cotesti mededimi Padri viver con molto decoro, e baataatc danaro
par la lono ipans pafdaiaiblwro il ooocatto, vadeado un Adiu 01 qnale aempra d aoppciie
di antofitO vivere in una casa piccola, come un Frate ordinário.
n P.>* Atakla aveva otto mila crociati delle sue entrate: fabbricava case, e cappelle
ia 8. Oiiuiwno ddla Cariti (die é una congrcgazione di Preti, govemata da una Confira»
tanita): aawa diverse persone pagate per varie cose: awsm uaTAlala, che Taccompagnava:
dava soocorso ad alcuni cruditi per istampar le loro opere: e dava moltc limosinc. I P.'^
Almeida, e Correa avevano grosse mesate, casa, mangiare, carrozza, e servitori pagati.
In vista dlci6,npPcistulatoreFlllppinocanMdrMmdoaptedi.eseaaaun* Abatodierao^
pagni, e vivendo miseramente, come qualunque Frate ordinário ndaoo Convento, dl ncces-
sitá deve comparíre assai mate. OUredidò^i Filippini ed altre GHeRctolari, non rioevono
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dMoiati deOo MeMO Gonveoto. B di pià è neoenario soíTrír le teocature de' Frati dando :
volte. Di maniera dw akuoi straoieri si videro obtriigati a prender casa fuori dei Convento,
per iscemar tenta noja, e apeae.
Passando ora al servitore, il meno che si dava prima a quahmque servitore senza
mangiare; erano SSOOO mese (pecíoochi dandogii da mangiare, costa piú fra tutto)
reis al
Quanto alia pigione di casa dentro il convento, giàsi sa,die doe stanza pel padrooe,
eaervhore, colla cucina, costano 4SOO0 reis al mese: e volendo di piíi, si paga a proporzione:
oltre i mobili, cfae deve comprare. Fuori di convento, un' appartamento di quattro, o
dnqne stan», e le codna (dw è il nvoo, d» poò avere on^ionio polfto «eoondo il coitnme)
ed in una situazione die non sia delle migliori, meno di 5$000 reis al mese non si trova.
Oltre imobili, i quali essendo senza pompa, ma soltanto colla pulizia própria d'un' Eccle-
siastioo, come si costuma, non possono oostar meno di 200SOOO reis. Per quelclie riguarda
a BMUiglate, e bece dl un Fulre soltanto, per pift itretti oontidie gU d ftodano, e contendo
tutta la spesa necessária, coi lumi, non pu6 spcnder meno di 16SO0O reis per mese. E se
inviterá & qualche amico a pranzo, lo che alie volte ò necessário, crescerá molto piíi. La
doooolate, e ceflé pel Fwire. e per dare ed eloooe viiita indlapeneabíli, die tfi fiuanno;
eecA per lo meno 5SO0O. E questa spesa ò necessária, secondo íl oerimoniale di questa
dttA, in cui súbito si ofTerisoe la doccolata di mattina, ed al fíomo, ed alia aeia il cafié.
Mdteodo adoMO inrianiB queste dnque cose, do6.
38S000
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AHro tocoiwBaienIe ooo pioodo, clie aonde a oolofo, dw wniono di fíiori, ocniiMe
nella mancanra cbiama iwmwmni di Noviziato. Chi vicn di nuovo
di esperíenza, cfae qui
a trattar negozj gravi, e non ha esperíenza, oommette ernirí gravi nei nesoag, e spende piú
dei necessário. Gli adulatori, priodpalmente Nazionali, i quali deddeiano mangiaigli
qoaklie eoca, anbito lo drcondano, riooenaano, e propongoao mille cose non neoMnric
Bae4iua1chc pcrsona di giudizto, ed esperíenza glí dà qualche consígiio utile: gli adulatori
tuMtO replicano, che lo iogmoano. E tanto dicoao, e fanno, che l'obbligaao a fare spro-
poriti. Io nd trovai gH in un caao ooniiiiilo: e mi vidi obbi^to a OMadare al ooatitueiite
Ia procura, che da lui aveva ricevuta, per evitare in questo modo la gelosia di certi nemici
i quali sotto il pretesto di zelo, oootrariavano, e disfacevano quanto io diceva. E per mio
daooro, e quiete, fu d'uopo che nd aDootadaMi dd totto. B quel dw cauao auggiore aimni-
laiiaoe fu die la suddetta persooa credida nri aveva aaaicurato díverse volte, che non avreble
dato orccchio alie ciarle dè malevoli: ma poco dopo cangiò di massima. E però ci vuol
raolto tempo di Noviziato, riâcssioae, e giudizio, per potersi liberare da lali coosiglieri
ed enwi.
Lo stesso P/* Ataidc, non ostantc csscrc stato quà molti anni, oon tutto ciò siccome
aveva buon cuore, ed era moUo crédulo, sçguitava, i coosig^ di alcuni che aveva di ãancbi,
i quali gli faoevano spendere in moll» ooee inutOit e l*oU)Ugayaiio a vaieni di alcmie pefaona
iacapad. Ma siccome pagava molte cose di ana borsa. tutto si rimediava. NOD mi coatò
peraltfO picoola fatica lo sbrogliarmi con buona maniera da varie cose, ch^egli avc\ a racco-
ooae, dw aoa d
poanao iatendef Aiori, Dl awniera, dw è neoNMifo pnveden o mper
tutto. E ciò soltanto Tinsegna Tesperienza, ajutata dalla riflessiooe, e giudizio. Io bo
veduto rimandare addietro alcuni icgaii a penooe, le quali U avevano mandati fuor di tempo.
Venaano akuni, cfae vaooo mandando onmimili cauae a peraooe grandi, e Minístri, hanno
aadcurato tutto. Ma noo sanno, dw i aaddetti aifnori, aiooamB hanno altre cose a che
peaaaie, súbito iocaricano delia causa qualche persona, che tengono al flanco, e piCi lor
piaoe, e non peosano piii ad essa. Ed è stato osservato, che le persone incaricate di tale
ineombema, aempre sono le meoo oapad di fkrlo. Ed indò ho detto totto. Suppoeti
quest*inconvenienti, ed altri piu, che io so, ma non voglio apiegare; parmi, che il me2zo
piil breve, piú utile, e piú eíficaoe e queUo die propoogo a V.* R.**, di valersi deirAbate
ViacBMO DaoMMO Stanriai, ooDa detta mewta poò V." R."* tu l^eaperieaza per qualdw
anno. E ae egli noo fiuA la ana obbiigazione, tratando delia causa, sicoome deve fare un*uoniD
da bene, ed intelligente; sempre può ellegere un'altro. Se a V.» R."* píacerà il mio pro»
getto, avro sommo piaoere di ^juure io questo modo la suddetta causa, e la suddetta persona
Se aoa tedn qndb te pani, e Dio te inapiíecA.
te piaeeril,
Ma la prego, che prima di risolvere, e concludere, oon dica ad alcimo di fuori questo
mio progetto. Imperoocbò soo certo, e la costante esperíenza me Tfaa dimostrato, che
tntii i ndd pw^Btti aaoffffdif dmo appwvati da peftww f^pafi, if triffÍHiifHli1if^ Hnutltnrnir
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(per una OHrta fotalitá, la quale io non intendo) sempre sono contrariati da quelU, cbe pro-
pentpÊ»eoÊtvetiímrif9dMiftiaaMMmoÊÊÊ^ Qw«t«éiiiiVuitiGa
disgrazia, che sempre mi pcrseguitó, ed io sofTrii con pazicnTa; ma che io desidero scansare;
per quanto posso. Piu cose avrei da dire, ma siocome mi trcmola la mano, perdò finisoo.
Dio gnardi V.» R.^» e allrl FkM df ootaate Gm, per lunghi aoni, coo tntto le lUicità
^liriCuali, e tcmporali. Di V.* R."». Roma 9 Feb.<> 1786. A^giunsa, cfae TAbate Stau>
rini intende la liogua Portoghese, e solo gli manca resMidrio di scrtverla. Ma può riapoB»
dere in Italiano, o Latino, o Francese, stocome fimno altri Frocuratori. (A.S^R.).
A) Minuta di letlera da mandant ã nome mio, dopo la mia morte al R.mo F.e Giuseppe de
Ammí», dm fii fiato J»waw<w » d$Ba ama M V. Qmâa te Lbbomi, f§r
efeito.Pode esa congr^asam provalo por algum ano: e quando ele nem der boa conta de ai,
sempre pode despedilo. Be fUa Pkucez, e entende o Portufuez, e tomonte nam tem enr*
dcio de escrever na dita ultima língua mas responderá em Italiano, oa Latim, como Ia qui-
:
zerem. E eu Ibe ficarei muito obrigado; e se for para bom lugar, como espero, pedirei a Deus
pelas felicidades de V. R.*", que Deus guarde. Como me tremem as maons, por iso nam
eeeravo de praprio poolio. De V. R."* a/ Am. (AJSAJL).
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— 679 —
xxvm
CATÁLOGO DAS OBRAS CRÍTICAS
300 pág. e o 2.0 302 com erratas. O nome do Auctor desta Obn be cupposto, sendo o seu
vaidadaiio Auctor Luiz Antonio Vonwy.
—Tomo 2.0. ReflexfloB ApoIogBticu à Obra intitulada VMadoiro Msdiodo da Ertudar...
por Nicolau Fraooez Siom. Valença, 1748.
N.B. —
Seu verdadeiro Auctor o P. José de Araiyo, da Companhia de Jesus.
—Resposta às Reflexfles, que o R. P. FIr. Arsênio da Piedade fez ao Livro bititulado Ver^
dadeiro Methodo de Ertudar» escrita por outro Religioso da dita nravfaeia.
Valensa« 1748.
N.B. — Seu verdadeiro Auctor Ldz Aatooio Vnney.
—Retrato de morte<ôr... pelo R. D. Alethophilo Candido de Lacerda. Sevilha.
jVJ}. — No fim declara o aano na seguinte maneira: Fspinhal 9 de Dezembro de
1749. Ssu vsrdadsiio Anelar o F. Rancisoo Duarte, da CnmpaBiiis d» Isaus.
De outra km: ou paio P. lonqniBi Rriíello, Jesuíta, qne dspote foi frade Jèraniaio,
segimdo vimos em o exemplar escrito por curiosidade.
— Parecer do Doutor Apolonio Philomuso Lisbonense... acerca de hum Papel intitulado
Retraio de mofteoSr.
Concluc: Lisboa I de Junho de 1750. Seu Auctor Luiz Antonio Verney.
— llurainaçio Apologética do Retrato de morteoôr... por Theopbilo Cardoso da Silveira...
Farte 1.*.
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—«o—
— Balança inteUectual, em que se pezava o meiedineato do Verdadeiro Metbodo de Esto»
dar... iMirFInHMiaco de Pina e Mello. LUmmi,17S2.
••Dialogo Jocoscrio, em que <;c controvertem e examinão os fundaUMBlM daS BMtafiaa
do Verdadeiro Methodo de Estudar... Valeosa. 1732.
OcPUÍDO Andor Antonio Isidoro.
-^TODO S.° Carta de hum Filólogo d'Hespanha a outro de LiriMia iOMea de oattoa Elo*
gios Lapidares. Madrid 10 de Setembro de 1749.
Obra anonyma, sendo porem wu Anctor Luiz Antonio Venwy.
— nhHtiaçio critica a huma Guta que hum Filoloto dUespanha escreveo a outro de
Lisboa acerca de certos Elogios Lapidares. Lisboa. 1751 Seu Auctor Candido
.
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—681 —
Cartas em que ae dá notícia e prognaao das Sdencias, por Fr. Jadnto de S. MifiMl.
Em 1753.
SSo S8 Cartas, e teouino Auctor o D.^ José da Costa Leitão.
— verdadeiro da Bataaga
Fiel intdectual, por Antonio Joaè Ouedes Ferdra Vakatio,
em 1732.
— DulbuM M Barbadiflo ea obeaquio de la wrdad, en que se impugna la Historia de
Fr. Gerúndio dc Campa2as, por D. José Maymò y Ribcr (sIc). 1758.
— Haapwiíi a buma
' Carta., que cscreveo L.A.V. a Francisco de Pina e Mello sobre a Balaafia
iotellectiia!. 1731.
b) A respeito do Novo Metkodo da Gramática LatUui, e mais obras dos P.es da Congrtgafia
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— 682—
>Ott(A nioliUBtlri cm iFTfr"o do <ijg<ww jptwin dft Rc^oMi Gottpnltacitt por Pmi>
cíioo do VtOÊL o Mdk>^ mu 17S6«
XXDC
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— 683 —
10. TeoMe ooiilieddo wr a «» virtude cnpeifidal e «pparente, por qauto de dia e
de noite introdnit no (I<to Collegio, huma moça ( ).
Esta pois he 111. mo e Euho Sr. a verdadeira copia e imagem do caracter jezuitico
que tão fielmente debuxou no MU espirito o dito Francisco Xavier do Valle, bum dos faça-
BOtM peiciMS e apaiiMBtdoa doe dittoe Jwotm (.«) • aniai V« Bx«* delecuiliiará oomo
mellior for do serviço de Sua Magestade.
N.B. —
À margem, as seguintes notas:
<restemunlias. 1. O ProfiMaor de Orcgo Antánio dos Santos Simões. O P. João
Butler. OftoisHordeRlietorica. Jon Joaquim do Triboml do Santo OOIdo. 2. Tae*
temunhas Os mesmos. 3. Os mesmos. 4. Os mesmos c mais o Professor de Gram-
S. Os mesmos. 6. Os mesnoos.
matica Luiz Madeira. 7. O P. Joio Butler, o Pro-
AMMordeOretoeodeRelorka. t. loae Joaqaim do flaalo Offldo, Jobb MBi ModvlMSo
no Collegio dos Jezuítas, o P. João Butler, António Martins, no Collegio dos Jezuitas os
creados de Francisco Xavier do Valle, Joze Ruiz e Antonio Pires. 9. O P. Joio Butler,
o Porteiro do CoU^o da Purificação, Francisoo Antão, Alexandre Delgado, Manuel Fíres,
o Professor de Grego e o de Rhelorlca e os creados do mesmo moradores todos no CoHegio
da Purificação. 10. Os mesmos e mais José Joaquim do Santo Ofíkio e mais o Professor
régio Luiz Madeira. 11. Os Professores Luiz Madeira e o de Grego e Rbetoríca e o P. João
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— 684 —
M» Plnnw oio M teb nmçio dos ditos lotWM» omhidot nM primeiíM foflMt; por ino
advBTtia Miguel Menescal. persuadido que na Imprensa se teria confundido o dito ptpsi.
Agora passando ao que V. £x.* me ordena, pareceme, Ex.mo Sr. que tudo se pode renaediw
m alterar as folhas ji impressas e parar a Impressão, meteodose algumas palavras nos ssni
coavetoMa Ingues, ms qoaes se reoomBDde ao PnAssoTp qae anim
da Sé Apostólica como dos mais de aos seus oti\ intcs huma solida e genuína noção. Se
agradar a V. Ex.' este modo, hoje mesmo satisfarei as ordens de V. Ex.* com a devida sub-
misalo; e para todas as msis que V. Be.» for servido ordenamie, lioo pio mUssimo, Deas
gvarde a precioza vida de V. Ex.* por muitos annos.
LirtMa 3 de Novembro de 1771. Ul.""» e Ex.'»> Sr. Marquez de Pombal. B. as M.
de V. Ba.*. Seu aouito (. .) obrigado CapeUo Fraadsoo de Lemos de Faria.
.
e) Otmnri * m Deemàb
Ill.roo 0 BXJBO Sor.
(...) 2. Remeto deMxo do N.« n.* Inm extracto da consulta que a inasma Seal
Camera (de St.» Clara) apprczentou a S. M. sobre a Cadeira das Decretaes. Foi esta Con-
sulta feita por D. Jozc Cirillo, Lente de prima de Direito civil n'esta Universidade. Sei
que o Marquez Tanucci (Ministro) gostou menos da ditta Consulta que de humas notas
contra a menia, firitas por Geoovesi. Elie tem escrítto muito, e muito bem, contra o nso
4) Vm mw *tlbpnÍHiit0* duottnttkh
Oustrlssinio o eMCsisntissImo Senhor. O inclueo p^id pola verdade, do qne contcni
è digno de que V. Ex.* por imi esforso de sua generosa condescendensia o leia e Ihadsflnia
como merese a umilde coofiansa, com que ouso dirigirlbosem outra recomendasam, que
aquela me sumioistra a sua mesma eroicidade. E dando<me a onra de fioer a V. Ek.*
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I
I
—685 —
m
Ilustriniido • EwleitlM i o Saobor. Tendo eu sabido, que o Senhor D. FrancíHO
de Almada retomou em Roma com o caracter de Ministro Plenipotenciário desa Corte,
que nove annos antes aqui exercera; vim da ludiaUura de bum feudo da casa fiorguesa,
• qoem rirvo «m
jè teit mam», • laDovar-lhe nun aomente oe oAdoe petonei do meo vw>
peito, que aqui mesmo lhe tinha dedicado hum anno antes da Rotura: mas muito princí-
pakueate aqueles outros substtuuiaes ofisios da minha fidelidade e do meo obsequio para
cooB Sua MisBitads fiddiNiBMi meo Plrtncipe, e Senhor tutuni. Eu vesho de jiMtiihii
a minha conduta na presemt do dito Senhor, e do secretario cavalheiro VeniQr* p^^Vfflw
juntamente em considerasam os meos talentos, e o ardente dczejo de emprega los, como deve
um iogenuo Português; com tanta verdade, e evidcnsia corroborada com testemunhos tam
irnifrapwii que ambos eotemecidoe à vista do meo dezanparo; nam somente lonvarun
os meos esforsos, mas também mepuomcteram favor, e protesam na primeira oportunidade.
Mas eu nam quero ser devedor è minba fortuna da diligensia de solisitar também a bene-
flrio do meo tcnw mwwin iHi t o e alto patrotiiiio de V. Bi.* w^iHandolhi» quein oom o
MO finisimo disoemimeoto reOetir, que este mesmo aUWfimito oom que o requeiro, dá
daro iodisio do meo nam vulgar talento; e forma a mais prezada recomendasam, que pode
induzir o erolco Animo de V. Ex.* a exaudirme. Eu mostraria nam ser magnânimo, se
temese manWattar a V. Ek.* qatalo «em paixam conliaao qne ¥dio; • ofenderia a ana fl»
núnadisima Mente se com muitas autoridades verífkase isn mesmo. Decifro pois em duas
palavras todo o meo intrínseco meiaiiiiMito; isto é — vivo livre de todos os prqjuizoe:
a Mm Imm Flloeofo de Ooclo Bm vlrtuda do primeifo poolo nam adiidilo Ideia» um
r*ffn?lÍTfiTr'. que com o próprio juizo nam conhesa: costumo pois conheser com os crttieoi
prinBpkM, que formam o bom gosto do presente século. A pmdensia politica, e a paiti>
onlar aam oa olgectoa daa minhas mediuuoes; para quem segue aa mnolai o
mhido exame daa outiaa adeadu. O segundo requisito me fomboe as quaHdadaa neoem
rias para vestir qualquer conveniente caracter nas convcrsasoes, e no numejo dos negó-
cios. Digo também brevemente, que tendo me formado em cânones oa universidade de
Coimbra em Judio de 1758 vfan a eetudar em Roma fiado oa pcotasam daquele Bispo; o
qual porem depresa me dezamparou, sem duvida porque de ca lhe respondi em certa oca-
siam de modo tal, que ele comprendeo nam ser eu abil a proseguir no fanatismo dos jaco»
baos, do qual nunca bem me persuadira em trea annoe, que na famillarídade do tal Bispo
me exerdtei.
O Padre Fr. José de Jcsu Marta Caetano agora ahi Provinsial da ordem dos Prégadores,
o qual entam se achava em Roma reconbeseo cm mim o talento que eu venho de indicar.
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co mMdivd « todo o amado «nidito iiMta» • hm Artunt idudes o govomo, o decoro, e •
gloria do noso soberano. Nem é necesario que eu advirta a V. Ex.* que nam lisoageio;
pois que nam mas unicamente inculco os próprios senttmeatot BI
faso aqui panesirico;
esperansa de dever dar provas decisivas no servisodo mesmo Príncipe perigo, ao qod nam
me oqxnle, ae advertídameote ohi ooahesese, que arim é na realidade. Ba certameate
nam sei louvar aqueles omens de pouco espirito, os quaes se contentam de partir deste
mundo sem ter obrado coiza digna de contar se aos vindouros. Desde que livremente penso,
oooiíeei i|oe paia ehepv a wr oaMa (faode sitapattane coai oe qae ja o ibbb: V. Bx.*
tem sido, é. e será sempre o men Froc. Aqui porem devo protestar ingenuamente a V. Hx.»,
que eu nam me considero necesario; nem tomo o atrevimento de propor um plano, ou sis«
iowiufliBs; nam poderi também V. Ex.* menos, que reoebaodo as em bom grao, e atribuindo
a awesimento a mesma ousadia com que me proponho; dignar se de secundar, e deferir
aoB nãos desejos. Se pois, o que nam espero, eu nam tiver tanta fortuna; nunca me flmee»
taxei com malinoonias: viwiai fertgaado; folguai «empia de oovir as praeas de V. Bi.*
nam poderei livrar-me do disabor de ver-me compadesido por
e a felisidadc da Patria: mas
estes ytalianos aos quaesnam poso sempre ocultar os meos talentos porque nam tendo eu
aU cometido algum delitos a teodo paio oontiario com tanto meo incomodo aproveitado
ao pensar justo, e no bom gosto, que com admirável gloria de V. Ex.* se tem introduzido
oeae Reyno; ajà eu de viver aqui com a forttma de um proscrito. Ora V. Ex.* nam o ade
pennitír e eu emquanto nam vejo favoresida a minha boa intensam a respeito da gloria dsea
Goela; iial seovn Usongeiando as pesoas, que me observam» oom a ^t***— de qoa oa
verem empregado, e protegido no serviso do próprio sobeiaiio.
(T.T. — Minist. da Just. P-14. Macete 1).
XXX
UM QUA8B INÉOnO
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— «7—
AFENDIX
Na página da ULTIMA RESPOSTA, antes do §. Conduefinabnente
140.
faltou por descuido do impresort <iue nam reparou em uma folha, que ali
estava inserida, o seguinte:
sonam: immo nullatenus credentes naturam posse esse sine persona; vocahula persome natii-
rananq. confunditis; et duas omnino ptrsonas^ sicut duas naturas unius Filii Dei sine dúbio
prmdleoMs. Josa. Mnoat. Dtalof. oootr. Néttor. teu. 4. BibL coL 410.
(4) Verum nunquam Filias, vel Chrlstos duos, neque personas duas in Christo Nesto-
rktt pmfessus tameui ra vera Ua aaatíntf idq. illius ex principiis ae daeratís neeesaarh
est;
aaaat eonsequens: qaod aHam odstnme dam, et per ambages, aneipiteaq. aeatentias mirls
artibus conaíus est. Petavius Jes. Dogmat. tom. S. 1. I. cap. 9. n. 7.
(5) Scopum hunc habent (Nestorius et sui) duos praedicare Christos, ac duos filios. ..
eoq. stabUito, solarum personarum unitionem asserunt: ideo versute agunt, et excusaíiones
Ut paeeada fiagaa», Q/tíL Aka. «pbt. 8. ad Ckr. Oomt. j». 33. took 5. p. 2.
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—688 —
Suposto iito, dúe Arsênio, falando de Cristo (1), Qtte para uma pesoa
fe-dkmar rniUMO» so à nofkovi», cu seja a tMa-mm wmm
tatla: íoêiIú osMí, fw êUat pdmras tamú, e peioa nmana som timtímBM.
O ^wlog. ensinoii41i» taadMm por eaiidade (2). q. esle era o mesmo cero»
de que os PP. diziam q. sc-infcria neoesariamente a crezia dc Nestorio.
Mas a consequência Ncstciriana, q. nam inferio Arsênio, inferio o grande
Teólogo Modesto, que dise claramente, o q.nam chegou a dizer Nestorio,
pois diz asim: Que para Cristo se-podtr dtmmr pesoa umam
Ckxtolico, bastava atender a natureza wnana, aíndaq. a subsistendafose dMna (3).
E logo: £ila palavra //"bano vale o mesmo q. pesoa: e s» CMsto i amem»
no mesmo sentido é pesoa umana (4). E abaixo: Se basta a umanidade para
se dizer da pesoa de Cristo, est homo; basta para dizer, est humana, (persona)
E logo diz: Falso è dizer, q. è pesoa so, ou puramente umana; mas nam,
divina simul et humana, {persona) E mais abaixo diz: (5): Se a pesoa
de Cisto por ter maruàldaáÊ, t imortáttdadt at-pade dtur mortal, e imortal:
kmAem por ter dSfMidbdlr, e unmádade, se^ode dizer, divina, et humana.
(persona).
Onde na opiniam de Modesto, asimcomo Cristo verdadeiramente è
omem, asim também verdadeiramente è pesoa umana: e asimcomo verdadeira-
mente tem divindade, e umanidade, asim também verdadeiramente è pesoa
etívinot e wnana: porque diz q. natureza e pesoa sam sinónimos. £ que
diferensa tem este erro da erctíã fioniuil de Nestorio?
Direis, q. Modesto tambean afirma, q. cm Cristo a subsisleiicia é divina.
Mas iM> nim desbz o ano. qoando ele establece princípios contrários u
isto mesmo. Com a mesma capa se-cobria Nestorio. o qual para evitar
a nota de ereje, fingio sempre que admitia um so Filho, e Cristo, e Pesoa: (6)
mas admitia princípios de que se-seguia o contrario do q. proferia, e por
iso era mj^: e isto também faz Modesto. Deaorteque fiõt evidente, q. os
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— 689 —
Se porem algum Teólogo duvidar da consequência dita, tenha a bondade
de eitaminar. Se em algum sentido CaUtlko se-pode tUza^, q, Cristo é yerdadeim
pesoa umono, tomando a palavra pesca no sentido Teológico: (1) esea Igrti/a
aprovou e aprova tal propozisam. Ou se admitida a propozisam, nam se-segue
o erro condenado em Nestorh,
XXXI
Entre os muitos manuscritos e impressos que alguns Conservadores da T.T., Dr." Maria
Frandsea de Amirade, Teresa Barbosa AeabadOf Maria José da Silva Leal e Drs, Jorge Pires
de limo • Akãm» da SOva nos têm propordouado, merece especial rekvo o Etencbitt Qaae»>
tionum, quac a Nostris Philosophiac magistris tractari dcbcnt In hac Província Lusitana
Sodetatis Jesu, Ulyssipone, Michaelis Rodrigues, Em."'^ Domini Cardinalis Paíriarehae
Typegnpldt MEtCCUV, OmfiiadM* Superlorum ^ 25 págs. qm, por só chegar ao mesto
conhecimento, quando este volume eslã lodo impresso, nào rcprculuzimos na Integra, f^ííe-íe,
no entantof que se trata de um precioso documento pedagágico, que expUeaeJositfkaaorten-
loção remmda doe ametu filosóficos de qae nos tteapámos nas púginae 235 e es. Mim de
outro ndor, tem o de mostrar que ena renovação nõo era esporádica e deHda ao entusiasmo
de um ou outro professor mais jovem, mas foi ordenada conscientemente, com o propósito de
actualizar o ensino da Filosofia^ reduzi/uio-se, em grande parle, a temática cientifica.
Bs alguns extractos:
e neste sentido a4oaiafflos neste lugar, e a-toma também Arsênio, e Modesto, o q. devemos
eoaald w r, para evitar a* soas cavibioenB.
44
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FRO PHYSICÁ
(...) diaaentur ddnde» quacnam sit ilHas dfvWo; quaenam partes et qui eun potis-
simum Authores tum priscis tum recentibus sacculis i!lustra\L'rint ..) compositionis corporU
(
versalibus (...) De corporum elaterio: ubi Carlesii, Gas&endi, Nculoni seDtcntiac exami-
naadae, statoatur «luíd ait teneodiun. De graviam deaoensu per plana incUnata (...) de
pcndulis í ) Dc prc!isionL- fluidorum (.. ) Hbi aliqua ciirit^sifatis pratia non abs re crit
attingere de molibus per macbinas (...) Quoniam vero ad nonnuUas ex praescriptis quaes-
tíones, praeserttm qnae agmit de Rasnlis ac Legibas motus, perfecte addboendas neoenaria
omnino videatur aliqua notitia dc Geometríae ac mechanices elcmentis» brevis hic ad calcem
Phytkae seoctalis, de utriuaque tractatus aeparatiin institui polerit. Agatur igitor ex
Geometria.
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— 691 —
Anat — Anatomia do Corpo Humano. recopiLula com doutrinas Medicas. Cliimicos. Filo-
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— 692 —
Ano Aimo Hbtorteo, Diorio Fiartoguez. Hotida abrwHaâa das pestoas grtmdu o cohnw
notáveis de Portugal. Por Fr. Fhuidaco de S.ta Maria, CâMSO de S. Joio Evang.
Lisboa 1714. 3 tomos.
Ant — Antonio Cenovesi, por Giacomo Racioppi. In Napoli, 1871.
Atítt—Antecrisis Apologética á verdade dg Ft^i, aeguada vez vindicada ou Solução dlettt
intomo al método de'suoi Studi, per Cura di L.V. Ldizione coitsacrata da Pietro
Moiatori a odebrare il aeoondo Gentenario dalla Nasdta dei Grande Antenato.
In Modena, 1872.
AtOL — Os Árcades. Por Teóíilo Braga. Porto, 1918.
Aicad A ArcdiUa iMsttana. For "TedAlo Braga. Porto, 1899.
Ali— Ariadne Rhetorum manuducens ad Elaveutkm Adideseentes. foT Luis Joifares.
Típ. da Univ. de Évora, 1714.
Aiq — Arquivo dos ÃKadie—OM, Cnicmihtiú (im-ll2i). VoL 11 e III. (B.A.R.).
Art An et Scholastivie. Por J. Maritain. La Libiaície de Vuit Gatluriique. Faria.
Arte— ^lí/c Poética ou regrai da verdadeira poesia em geral c em todas as .v//í7v espécies
pri/uipaes, tratadas com Jidzo critico. Pelo P. Francisco Jose Freire (Cândido
Linilano). Lisboa, Randaoo Luia Ameoo, 1748.
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—693 —
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— 694-
Bibliogr — KbHogn^Me fírmeo-PortugtUae. Por Bernardo Xavier C. Coutinho, Porto.
1939.
Bibliot — de Autores
Bibliotíca desde Espaiioles, la Formacion dei Lenguaje hasta nuestros
dias. Obras escogidas dei Padre José Francisco de IslOt com una noticia de su
viday escritos. Por Don Felipe Monlau. Madrid, Imptenta de la PuUiGidad.
à Cargo de D. M. Rivadeneyra, Calle dc Jesus dei Valle, num. 6, 1850.
fiibiioth — Bibliotlucae Casanatcnsis Ordiítis Praedicaioruni Catalogus Librorum Tjpis
Impreíaorum. Tomos Sectmdus. OD Para Prima. C. Romae MJ)OCtXVDl
( l7fíR) , I sciulehnt Joachim Salvioni; Typographus Pontifidm Vaticanni. In
Archilyceo Romano. Superiorum Facultate. (fi.CR.).
Br Brtve eurso de nueva cirurgia (...)• Pelo Dr. Antdnio Monravi y Roca, Doetor en
Medicina por la Real Univ. de Lerida. Cathedratico de Anatomia de el Hospital
Real de toilos Los Santos, Presidente y Fundador de la Nueva .Academia Physico-
-Cirurgica,Doctor Anatómico deel Sereníssimo Rey de Portugal, Medico Catalan
«Leldo en didia Academia (...). Lisboa Ooddeotal. 172S.
C A Censura Uterária dmmtt o Gamito PonMIno. Por António Ferrlo. Odnibra,
1927.
Ga — Caltdogo das Obms Critiau a respeito do Novo Methodo da Grtmiátíea Lattna e mata
obras dos Padres da Congregação do Oratório. (Ms. da B.A. SO-I-66, n.° "US^.
Gan — Candidus Rheloricus seu Aplithonii Progymnasta. Peio P. Pomey. Traduzido do
Francês para Latim, em 1736, pelo P. Manuel Azevedo.
CÊX--LeCartitlíiiilsimelialesJisiiltesFiwiçaisauXyiletaÊiXVntsUeka. PorO. Sofw
tais, fn «Archivcs dc Philc^ophic. t. VI, 1929.
Cart — Carta aos Sócios do Journal de Pariz, em que se dá noticia breve dos literatos mais
fammoa, extaientaa em Uaboa, pelo Senhor NOfoel Tibério Fedagadie, e peilo
mesmo traduzido em Portuguez. — Folheto de 23 pags., sem indicação de lugar
nem ano de impresiio. Foi incluído por Manuel da Conceição, «mercador de
livros na rua direita do Loreto», na reedição que fez da obra quinhentista «fiummá-
rio em que breveniente se contém algumas cousas (...) que ha na cidade de Li.v
boa(...)», de Cristóvão Rodrigues de Oliveira. Lisboa 1755. págs. 177 a 199.
Inocfiocio informa que os contemporâneos u atnbuiani a D. Tomás Caetano
do Bem (Dic, n, 7S).— Nimia nota ma. de um exenvlar dlz^e que a Curta M
proibida pelo Desembargo do Paço, e de facto falta nalguns exemplares do Sumário,
«tendo o seu Autor sido condenado a levar uma dúzia de palmatoadas dadas
pelo porteiro, o que nlo teve efeito, por terem acordado em que o Autor
era Ioudo», (Nota de A. Vieira da Silva, na laadiçao do S^aaàría, peto Casa do
Livro, em 1939, que aliás reproduziu apenas a 1.* edição, omitindo, por coik
seguinte, a Carta)'
Ourta— Gorra de ma Fttobgo 4r E^ohImi, Ver Bibliografla Vemeiana.
CartaA — Carra Apologética de um a Ver aniiffo outro. Bibliografia Vemeiana
GartaAn — Carta Anonyma sobre o Novo Methodo ou iwvo est)lo de pregar. Que praticáo
e baeatãit bttrodaOr ofpnr Ptagadorts Màdtmoi. UdM», M^nel Mnwaeal da
Costa, 17ti6.
CartaC — Ceu-ta de hum curioso da Universidade de Évora escripla a outro curioso da Uni-
versidade de Coimbra que pela sua Resposta mostra as eoaaeqaiaeias terríveis que
nascem de alguns Confessores não guardarem o algWo da CoiifiaaÕo Saanmmtal.
(Pelo P. José de Araújo) Madrid, 1746.
CartaF — Carta de Femundo Leme Pico de Lirca para D. Ambrózio de Cisneiros e Aiaia.
Ver BililiQBBafla Vameiaaa.
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CartaM — Certas de Imma Mâi o sen Ftího peUu quaes lhe prova a Verdade da ReHgiSo
ChristÕ. Tomo I. A Religião provada pela Razão. Traduçfio novamente feita
do idioma Francez ao Portuguez. Liiboa na oíf. de António Gomes, 1787.
CartaQ — Carta Que hum Portuguez assistente em Valença eserefe a hum seu mtdgo de Lidioa,
Conmnicando-lhe o seu parecer acerca de hum Sermão, que na Sesta Feira Santa
í/f tarde pregou na Senta Iwreja Patriarcal Josepli Pegado da Sytva e Azevedo (...)
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CoUeoça —
CoUecçam das Obras que se recitaram na morte do lU. t Ex. Sesikor Marquex
de Valença, D. Francisco de Portugal e Castro, na Academia áu Oeeuboí m
conferência de 16 de Outubro de 1749. Lisbo«, 1751.
Com — Os Começos da Historiografia Filosófica em Portugal. Por J. Rsreira Gomes
bt Revista fííotefiat N.° li. Outubro-Dezembro 19S6.
Come — Comento sobre os cinco livros de Tristes de P. OvUto NOSÕO, Pelo P. MltÍM
Viegas da Silva. Coimbra, 1735.
Como Como imueeram e fíoreteeram os Seminários, em
Página dos Setmnários
(jornal A Defesa, Évora): VI Seminários Diocesanos Tundados cm PortU|d
(16-111^3); VII — 0.1 primeiros Seminários de Évora, no séc. XVI (iM/.,
6-rV-963), e ss.
Comp— Compendio Histórico do Estado da Universidade tk CMniAm HO tempo da bnúSÕO
dos denominados Jesuítas (...) Lisboa, 1772.
Compc — Compendium Phitosophicum praecipuas phUosophiae partes compieclens, nentpe
Ratíonàkm, Nátuniem ei ThnaMfarabnr, sife Logkam, Msytíeam cr Meiapày-
sicam. T. Vicxrntc Tosca. Valentiae. Fx T\ pon;i ;iphia .\ntonii Balle. MDCCXXI.
5 vols., lodos do mesmo aao. Ed. portuguesa: I." tomo: Lx. 1754; 2." tomo:
Lx. 17S2; 3.0 tomo: Lx. 17S2; 4.* tomo: Lx. 1733; S.* tomo: Lx. 17S4.
Compen— Compendio da Ordem nrceira em
histórico (...) Portugal. Por Fr. Vioeote
Salgado. Lisboa. 1793.
Compend — Conq^endio dos Elementos de Mathematica (...). Pelo P. Inácio Monteiro
CUmbra, 17544. 2 vob.
COmpendi — Compendio do que passou na Corte de Roma. depois da chegada do Correio
com
extraordinário que levou os despachos relativos ú abertura da eomnumiaição
M
o Rrim 9 Dimt oi tk FortHlid 0 th THbsuiàl ia í^aiekÊiÊira na Corte de Ushoa.
Usbot, Oflc Itdiíi, 1770.
—
COB— CanelMiiMH» in Pfysleam Generakm De a/eahidbtu et ntorOrns eorporis NaturO'
Uí. Mo
P. Diogo Vemei. Lisboa. 1744.
Cone — Conclusiones Theologicas de Trina Virginis ac Deum relatione Filiae Matris Sponsae,
defendidas pelo Orat. Manuel Ferrein, aob « pceiidteGía do P. Dioflo Vomei.
Apud lae, n.° 25-26, pág. 381.
Come Qmeelto 9 fmcõo da MtprtséMa segmido Vermy. Por L. Cabral de Monoada.
In «Boletim do Ministério da Justiça n." 14 Setembro 1949.
».
Conoei —O Conceito de poesia como expressão de cultura. For Hernâni Cidade 1.* ed.:
Coimlm,1945. 2.* ed.: Cofanbn. I9S7.
Cood Conclusiones Mjttlohgicas de princi^ eorpotM ttoUtndlSt Iptogue compoilio,
pracsidc Julio Francisco. Lisboa. 1720.
CoDclu - Conclusiones Phihsophicas (...) Praeside P. Sebastiano de Abreu S.J. (...) In
Regi* AC PootUlda Eboreuis Acadeuine Aob (...) AppstíbaMit R. P. ac S. D.
Didacu^; Pacheco S.J. Academiw OMioellariw (...) Ebtine. l^pis Acadcmldt.
Anno Domini M.DCC.L1V.
Coados — Cawdkriowey Pkfíosophictts Saeratissimoe ae Beatlssimae Caeiorum Reg'nae
tab ntts laetissimis titutis conceplione, et a gaudtls dteatas, praeside R.P.M. Caie-
tano de Almeyda Soe. Jesu, Publico Philosophiae Professore, Propugnaturus
offert Emmanuel Martins Pbilippus io Regali ac Pootificia Eborensis Academiae
Aula, iolida die Martii. Amniit R. P. ac S. D. Didacus ftdwoo Soe. Jem, Acft-
miae Conccilarius (...) Eborae Cum Facultate Supcriorum. ex Typognq^llia
Academiae Anno Domini M.DCCLIII. (1753). O exemplar que vimoe, «ti
fanprano am wda w
tHwIfwt, • ^ ^
ttti de 3 págs.
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— 698 —
CondMí — CoHdKshnes tx mNena PkUoêophla txctrptaa preaside P.M. Antonio Vi«yim
Societatis lesu defensurus Antonius Josephus da Cunha Couiinho, in Rcgali Col-
legio D. Antonii Magni integra die I6hujus mensis (1742). Colofon: Ulyssipone,
Typis Frandsci a Sylva. Regiae Academiae atque Seoatus Librarii. Anno Domint
MDOCXUL CT.T. —
Impressos da Liv. n.» 3S68 p.).
Condusio Conclui tones ex Uidversa Lógica. P. Clenoente Alexandrino Lisboa, 1746
Coodusion — Conclusiones JNiiskfbgias (sic) de con^fosito mtturali substancialiter considc'
rali. P. demente Alewmdrino. Liiboa, 1747.
Condusione — ConclusioHti MatímnoUcn. P. Antonio Monteiro. Tipognfle do Colfigio
das Artes, 1747.
Conclusiones — CoRcAtr/ofm Physiologicas juxta Vener. Doei. Marim, et Subi. Docirinam.
Pracsídc Fr. Emmanuele a Cacnaculo (...). Conimbricae (...). 1752.
CoOClusioncsL — Conclusiones Logico-Melaphysicas de Antepraedicanrenri\ cl praedica-
mentis, juxta venerabilis Mariani, Subtilisque Doctoris inconcussa dogmata. Prae-
side Fr. Emmanuele • Genecuto (...). ConimMcae, 1748.
COndusionesLo - Conclusiones Lógicas de ideis et vocabulis PrOttUse JeoeMmO ét Foyos
Coagregationis Oratorii Sacerdote, Lisboa, 1778.
OondusíonesP — OnwAnfMm mitaepMeaa erMeo-ratioiíiUes de Hblorta Logicae, ejia
Pi ocntinlihus, Ente Rationis cl Universalihus in Communi ad mentem V. Scoti{...)
Pracsídc D. Fr. Emmanuele a Cenáculo (...) Conimbrícac: Ex Typographia in
Régio Collegio Sociei. Jesu, 1751.
CondusíoneáPh — Comelushmes PhUaaophicas de utriusqae proemUdHma FMhaopkiae,
communi et Lógica ncc uim de FMtibus rationis et Univcrsalibus in com-
Sciticet et
muni ad mentem Seoti (...) Praeside Fr. Enunanuele a Cenáculo, Conimbricae (...)
1747.
CoattatíoúUiPhi'— Conclusiones Philosophicus /)c Philosophiae Httloria, UniverstúUua
ae Signis. Praeside R.P.M. ac Doct. D. Carolo ab Anountiatione (...) Liibonee
MJXX.XLVII.
CondiwkineiPi —CmdhÊHamã de Pgydtaêagkt ptraidde Fr. JoB^k» Hrdim dt Petéa de
França, Tertii Ordlott Pr^aston (...) in Regiii Coltegto SplrllM Sanai. Lisboa,
1789.
ConduaioneeR — ComcAuion» de Rt Etkiea (como as anteriotes), Lisboa, 1779.
CoodlMone^ Conclusiones Theologicas de Sacramento Poenilentiae ducc Fr. Càtttaid
Brandão Congregationis Tertii Ordinis Spiritus Soncti (...) Lisboa, 1782.
ConclusionesTh — Conclusiones Theologico-Dogmaiicas ducenie Fr. Francisco Nunesio
fn^mort
Costio Theologfcae At Ke^ Eboretue CoUegio Sp, Saaeti
(...) (...).
IJsboa. 1782.
ConclusionesU — Conclusiones ex Universa fí^hsophia secutuJum Veterum et Rgctatíorum
^aeha Edeetiea teclam eemtpkamim (...) Praeside D. Antonio da Madie de Deus.
1749.
Concu — ConcursiU Dei praevius et e/ficax necessário cohaerens cum libero arbítrio humano
a muulaUi tttov «x Sacra Scriptura, Conelus. el SS. Poiríbus depromptOM. tUP,
Fr. Gajetano Benim de Lugo (...) Sacrac Rituum Congregationis Consultora,
Sanctae Romanae supremae et Universalis Inquiaitioois Qualificatora. Roroae,
1736. 5 vols. (lodos do mesmo ano).
Cong-CMveffim Flsieheiiaerm^eagiomid*e FenomeniosienaUtH Roma aOa Maeekina
Elettrica ) da Giambattista Faure delia Goupagnia di Gesu. ín Romt, 1747.
Conh —O conhecimento intelectual na Filosqfia de fír. joBo de S. Tomás. Por TVindade
Salgueiro.— Separata de «BIUon»,¥ol. XVI. TomoIL CoinAn»IMI>.
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— 699 -
pg. 396^8.
Cone — Correspondência cientifiea dirigida a JaeiMo de Magdhàes. Joaquim de Carvaliio,
Coinibra, 1952.
Cora CoruseaUoms dogmáticas mdterso orbi quo recta sacramenti peoniten-
terras
tiae adminisirathma trefidgeHm (...) POT DionUo Beniardes de Mòtais.
Lisboa, 1748.
Cos Os Costumes doe Chistâos desde os primeiros seados da Hgre/a até ao presente. Por
Cláudio Flemy. IVad. de Joio Roaado de Vilaibboi e Vasoouoeloe. Lisboa,
1782.
Cost — Costumes dos Israelitas, onde se vê o modelo de huma politica simples e sincera para
o Oeverm dos Estados e reformação dos costumes. Por Cláudio Pleuiy. Trad.
de JOílo Rosado de Vilalobos c Vasconcelos. Lisbo.i. 1778.
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— 700—
Cri — La erUieaM Munaorlal Lodie. Por Alberto Veodii. In «Divos Thomas», CoUegio
Alberaoi. Piacenza, 19S1, de Abril-Setcmbro, pg. 213-222.
fase.
Cris — Im Crise de h Conseleiíee Eunipieiaie (1680-1715). Por Paul Hmxêxú, 3 vols. Paris,
193MO.
Crit — Oritiea á Famosa Tragedia do Cid, composta por Fedro CorneOi, e reparos feitos
a etti, pelo Marquez de Valença, D. Fhmdsoo de Portugal e GMtro. No OT. de
Miguel Rodrigues. Lisboa, 1747.
Criti— >l C^tíka Utermla de Vemey. I —A OiMarla. Por Hernâni Cidade, «fieara
Nova Ano XIII. 5 VII-1934.
- n.« 396, Pig. 179.1» VL — A Feesh. Ibfd.
12.VU-934. n." 397. pg. 198-200.
Cro— OvhoId!^ NewtoidoHo e^ondwda. Por Aoob de Outro Sarmento. (1737)
(B.N.L. — ms. 593).
OtXt—Ctirstis Philosophicus triplici libro ahsor\ciuliis, quorum umit Ltií;icam. uitcr Phy-
iicam, iciiiui dabit Metaphysicani. Dictatus a R. P. Stachio dc AlnKÍda (...) et
cooscriptiis áb Antonio Ourfc» ab OKweira. In Congregatioae Oratorií, 1727 (B.A.
50-111-34. Vol. in 4.", dc 361 folhas).
Curs — Cursus Philosophicus Conimbriceasis. Por António Cordeiro. Lisboa, 1714.
Cursu — Cursus Theohgicl tomus primas deeem dlsputatlones totídem Speeula-
tu dtvisus,
tivae Thetriúglae Traciatus brevi methodo explanatos contplecíens ad commodiorem
studentium «ttíttatem. Pelo P. José de Araiúo. Lisboa 1734, tomus secundus,
1737.
Canos — Ckmar flribaepUeat IbtgaUs CáUegii SabmmUeemISt S. — Peio P. Luis Lossada, /.
2.» pars, Salmanticae. 1730.
— Cursus Philosophicus. Pelo P. Joào de Andrade.
CursusP (Ms. 2475 do F.G. da B.N.L.
e n». 18S3 do mesmo Fúndo).
CUSOSPb — Cursus Philosophicus partes In tres distrihutus, quarum í Logicani. 11 Pliy-
tieam; Hl Metaphysicam dabit. P. Rodrigo de Matos l.° vol.: 1756 (Ms. 4582
do P.O. da B.N.L.); 2.» vol. (falta); 3.» vol. (Metafísica): 1759 (Ms. 6410 do F.O.
da B.N.L.).
CursusPbi — Cursas Philosophicus Universam Philosopliiam continens. Auctore TbeodOfO
de Almeida (...) Tomus secundus (B.P.E. cod. CXVlll/1-12 e 13).
CursusFhil— ClsnMs ndhte^dcM tres partes dIsirWuna. Diogo Vemei. 1742-45.
4 vols. re.N.L. Ms, 25-46-49 do — F.C.).
D — Doaonentos da Reforma Pombalina. Publicados por M. Lopes de Almeida. Vol. 1
DeR — De Re Divina, sive de Hacramenio Eucliariiiicu Disscrtatio (...) Fr. Csietani Bran-
dio (...) in Régio Sp. SanU. (...). Usboa, 17S2.
Dec Deeamu et Capitulum Ecciesiae Mctropolitanae Eborensis Sede Arekkptieeptdl
Vaeaate (...) Ebonie, ex Typis Academiae, 1720.
neX—D0eHMidel Baibaditio eaobaeviio de laierdad. Por Misymò y Ribas. Madrid,
1758.
Defe — Defesa perante o Tribunal do Santo Oficio. Peio P. António Vieira. Introdução
e notas do prof. Hernâni Cidade. Liv Progresso Lditota. Salvador-Baia, 1957.
2 vols.
Defin — Defensa de la Disertacion Critica. Histórica sobre cl Juicio Universal con-
tra lo impugtuicion de un docto atiónlmo. Por Don Salvador Joseph MaiVer.
Madrid.
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— 701 -
Dem — Dtmanatiçdo TMágica, QmáiUea e Hbtóriea th dtreUo éu MttropoUlanot de
Fortatid para confirmar e mandar sagrar os Bispos, (...) P. António ANttira de
figueiredo. Lisboa. 1769. MA.— Reimpresso em Veneza, 1771.
I>es — Desterro de hu/ru figura que appareceu no Theatro do Mundo Vizivel, do M.R.P.M.
fí'.Bemardino de SJa Rua, Doutor na Sagrada Theohgia (...). Coimbra, 1744.
DcK — fíacripçam da Terra OU methodo hicu- da Geopraphia, dividido em Lições, por
perguntas e respostas. Pelo Ab. Lenglct Du Fresnoy. Traduzido no Poriuguez
por lòttn Bnrtiata Bomwte e aemoeotado oom alfeniDM «ddiçOet sobre « Oeo-
graphia d0 Portugal e sl-us domínios e com hum Discurso Proeodal de Cida hunm
das quatro pirtes do mundo. Lisboa Ocidental, 1739.
Di — Dtsemo Hbtórieo, FoMeo e Eeonómkú dos progresaos • eOado atíml da FUotefia
Saturai Poriuínieso, acompanhado de algunm refkeçoens sobre o estado da Bimtt.
Por Baltazar da Silva, Lisboa, 1786.
Uia — Diário do Conde da Ericeira, cd. dc tduardo Braiiào, iii «Biblos». Vol. XVlll,
tomo n.
Dial — Diáloffo da Esfera celeste e terrestre para uso das Escolas da Congregação do Ora-
tório na Real Casa de Nossa Senhora das Necessidades. Ordenado pela mesma
CongregBCio. Uiboa, 1751. N.B. —
Ê da autoria do P. Eitádo de Almeida,
segundo notida puUicada em Jou» 17S2, 440.
Dialo DUUogo Crítico e AptUogetko Sobre hum Sermão de Santo AntóiUo, e huma Carta,, que
Juntamente com elle imprlmlo Josef^ Pegado da Sylva e Azevedo, (...). Valença, na
Offlctna de António Balle. Anno de MJXX;.LII. MB. — Autor: P. Dr. Manoel
de S.ta Maria Teixeira. Ver Processo das Edições clandestinas no Ap. Doe.
Dialog — Didk^ da História Grega, História Romana, Concílios Cerais da Igreja, Estado
da Coogretaçio do Ora-
presente dos Principados da Eurt^a, para uso das Escolas
tório. Pelo P. Jofto dievalier. M. Rodrigues, I7SI.
Lisboa, Oíic. Foi anfan —
que colhemos a noticia em «Jou», 17S2, 440. As edições que encontrámos
são em volumes separados: Dialogo da Historia Romana para o uso das EscoUu
da Congrcgaçam do Oratório na Real Casa de Nossa Senhora das Necessidades.
Ordenado pela mesma Congregação. Lisboa orficina dc Miguel Rodrigues»
1751. — Outras ed.: Lisboa, na Imprensa Regia, 1788, 1804, 1807.
—Dialogo da História Grega para uso das Esoollas da Coogrefaçam do Oratório na
Real Casa dc Nossa Senhora das Necessidades. Ordenado pela mesma Congre-
gação. Lisboa. Na Officina de Miguel Rodrigues 1751. Outras ed.: 1792, 1807,
IS13. 1829.
'Dialogo sobre os Concílios Geraes da Igreja p;ira us ^ Lisboa, ^b Officina
de Miguel Rodrigues. 1751. Outras ed. 1793, 1807. I8I3. 18.30.
— Dialogo sobre o estado presente dos Principes da Europa, para uso (...) Lisboa,
Na Oflldna de Miguel Radrigues, 17S1.
Dialogo — Diálogos sohrc a Eloijiicicla ^cral c a do ptdpito em particular, por Francisco
Feoelon, Arcebispo Duque de Cambrai, traduzidos do Fraooez em Portuguez.
Uibaa, na OfBcina de Antonio Rodrigues Oalhardo, 1761.
Did — Dktíoaario italiano e portuguez, extrahido dos melhores lexicografia, como de
AitíoiUo de Veneroni, de Facciolati, de Franeiosini, eh Diccionario da Crusca, e do
da UiUversIdade de Turim, dedicado ao lU. e Ex. Senlior Sebastião José de Car-
valho e Mello, por Joaquim Jòaé da Goata e Si. Usboa, na Regia Oflie. Typo-
grafia. 2 vols., 1773-74
Dicio — Dicionário das Literaturas Portuguesa, Caiaica e Brasileira (Direcção de J. Prado
Godho)» Porto, IMO.
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— 702 —
Diod — Dieckmario Francez-Partugttez, uwipwfti aabrt osmMom Dkckmarios. ISnstrado
com os lermos facultativos das Sciencias e Artes LQmaes 0 iMSmwrfoaiC...) Por
Nfiguel Tibério Ped^Kbe. Lisboa, 1778.
Diodo — Diccionarlo Geográfico ou Noticia Histórica de Iodas as Cidades, VlUas, Lugares
e Aldeãs, Rios, Ribeiras e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve (...). Pelo P. Luis
Cardoso, da CongregaçAo do Oratório dc Lisboa, Académico Real do Numero da
Historia Portugucza. Tomo I. Lisboa, Na Regia Officina Sylviana e da Aca-
demia Real, 1747: Tomo H, JM. 17S1. — T.T., 43 vols. mH. das iofonnaçSe»
paroquiais, pedidas em 1758.
Dtocion — Dieeionario Theohglco (...) Tradução fiti, qiiÊ primeiro trabalhou, emendou e
aereseetrtou sebrt o original fímeex O AthiA D. Prospero ab Áquila (...) e agora
mwmente traduzido na linguagem lu\iuina por Fr. José do Espírito Santo Monte,
Pregador Jubilado da Congregação da Terceira Ordem de S. FiaaciaGO. Lisboa,
na R^a Ofikina lypogralka. Anno 179S. 3 vols.
Dict— IMMbNMfrr * ThBokgk, FOr M. l'Abb6 Bei|ier. Uèfe. 1789-1792.
DIf — Diffinição dc Seda Veoeza, 1746.
(..,).
Anostf (ltiM-1748). Por Serafim Laite, fn «Brotéria», vol. 45, fase. 6. Dezem-
bro de 1947. pg. 596.
Dis — Discursos da ignorância, em qm U tkivida do Fogo Etemenlal (...) e em consequência
se difficulia a nujyor parte th Ffíosofia Peripatétiea. Por José Bóreas de Araujo.
Uiboft, 1740. 2 vob.
Disc IHacano sobre o btm e verdadeiro gosto na Flhsafia. Felo P. Antdnio Soares.
Usboa, 1766.
Disco — Diseours palhétique eai sujei des etdandlis prisentes arrivies en Portugal. Par
!e Chevalier d'Olivcyra. Nova edição. Seguida duma notícia bibliográfica, ptío
Dr. Joaquim de Carvalho. Imp. Univ. Coimbra, 1922.
Discu — Discurso Apologético em defensa th Theatro Hespanhol. Escrito pelo Marquez
de Valença, D. Francisco de Portugal. Lisboa Ocid., 1739.
DiSCUr — nisciino Philohgico Critico, sohre El Corolário dcl Discurso XV dei Theatro
Critico Universal. Que saca a luz Ernesto Frayer. (...) Madrid, 1727.
MB. — A dedicatória está datada de Madrid, Doembro 1726.
OiSCUrS— Diwiii sii Critico cni qnc w ihrlara poi fahiilosa a Fénix, no Teatro do Minulo Visí-
vel do P. Dr. I r . Bernardino de S.ia Rosa, da Ordem dos Pregadores. Coimbra, 1744.
Diacuiio — Oimffso Apologético e Critico, que em defeza da aitêBmlx, da SÊia txtsUnelat
areofâo e metamorfiuet escrevia contra o propugnaculo das AstariaSt o R. P. Beato
Jeronymo Feiio, e seu amado sócio. Francisco Joseph de Torres c cm parte contra
o R. P. Doutor Fr. Bermrdino de S. Rosa em ieu Theatro do mundo visível, e defensor
Lais Caetano d9s Sen^. Por Mtttheoi da Costa Barras (...). LiAoa, 1745.
DiSCUrsoC — Discurso Catholico. no qtial hum Christõo Velho, zeloso da nossa Sttttta Pi,
fala com Por Antonio Isidoro da Nóbrega. Lisboa, 1738.
os Judeos.
DiscuTSoL —
Um DIsearso de Lufo Antonio Vemey sobre a AUança da PUasofia Moderna
com a Teologia. Por José V. de Pina Martins Separata da PaHsIa da Unher» —
\ idade de Coimbra. Vol. X\. Coimbra, 1962.
Disp — Dísputationes Metaphysicae. Pelo P. Silvestre Aranha. Coimbra, Ex Typ. in
Regali Artium CoUetio 1740.
Dispo Disposições do .Superior Provincial para a observância regular e liteniriu da Con-
gregação da Ordem Terceira de S. Francisco destes Reinos, feitas em os eutos de
1769 r 70. Tomo I. Uaboo, 1776.
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— 703 —
Dispu — Disputtahnes Physhanan adversus Atomistkum Systetna qaod áifmàenáo sus-
R.
cepii T/iomas VlceMlus Tosca. Pelo P.
P. Aranha. Coimbra. 1747.
Silvestre
Díss — Dissertação Theologica sobre a censura e prohibição dos FaS'Se Juizo libras. Critico
do Nàfo Pkmo dos Estudos impresso em 1769 para a Qmgregação dos Religiosos
th Ordem Terceira de S. Rmetteo (...) Mutír»M ttda m tua insubsisieneUt e mdtt-
dade; e que elle se opõem diametratmenie às Ltyt dUOHkos da Ift/f * à purtUl
da sua Doutrina (Ms. 89 v. da B.A.C.).
Diaie Dismiaçtm eomra a exbUHeia da Fitdx. Aotaimo. S/ data.
—
Dbwr Dissertazioni filosofichc t/i Puscuale Magli in cuisl oppongon piíi difficoità a parecchi
priHcipalissimi pensieri in Mett^ica de' fioeefi LeUmitziani e ^fexUdmeiae dei
f^pMT D. Aidatdo Genofest. In Napoli, 19S9.
Diaaert— Dtorrractí/r.' í.'r<''<'.K'etica e dialogislica que mostra ser o author do livro Arte de
Furtar, digno desvelo do eni^enho ilustre do P. Antonio Vieira. Lisboa. 1746.
Disserta — Dissertatio Domini Statii de Almeida Congregaíionis Oralorii Academiae Hegiae
Histariae atgm Utttrikoe Pudlfiekie Aeademid. Ultrum AUquando deoeat
Utiirgiam ac Divino OfBdo diaoordare? Habha die 27 Novcnibrit 1761. Col-
limbricae, 1762.
Disaertat — Dtssertatíonem Theologicam de Socrameato Cotffirmatíonis prmsfde fír. Caietano
Brandão, Congregatiomis TerHt OréliUs (...) In Regâlli Cotiegío Spiritltt Suctl (...).
Lisboa, 1781.
Do — Dtteumentos para a Hisiáría da Universidade de Coimbra (1750-1772). Introdução,
leltuim e Indieet por Mirio Alberto Nunei Coata. 2 voU. Cobnbn. 193941.
Dou — Doutrinas flsico-hioló^icas de António Cordeiro sohrc os sentUos. VOT 1. Ponlra
Gomes. In «firotéria», vol. 36, fase. 3. Março 1943.
E— Etfad» ét Hbtórki de DlreHo. Por L. Ckbnl de Moocida. Voi. I.« Coinbr»,
1948. Vol. 2.° Coimbra 1949. Vol. 3.«: Siado XVní— Ibaninismo eatóíkú.
Vemey: Muratori. Coimbra, 19S0.
Ec — Eclécticos portugueses y algunas de sus tnfluetieUa en América. Por Marta dei Cannen
Rovira. El Colégio de México, 19S8.
Ecl — O eekettmtt /Uoaófico de Por António Alberto de Andrade,
Vernei. /n «Brotèriv*,
vol. 44, fittC I, Janeiro, 1947, pg. 37-80.
Edi Ed^tb paiftlattt Umae obatnMi VfysOpoiíe dk vIgesImB sepllma MartH mm 17S5
a R. P. Mag. Eusébio da Veiga S. J. Publico Nf.ithematicac Professore in Régio
Studiomm Oeoeraiium Ulyinpooensium CoUcgio, et a Josepho Teixeira, ibidem
Mrtheieos auditore et observetíonum Sedo Ulyssipone (...) I75S. MB. Na —
pag. 6. Praedktam Eclípsim observavit etiam Mag. Diooysiimi Fraooo, S. f.
Fborae, in Regalí Collegio Jesuitarum tubo óptico 20 paimorum.
Ed — Educadores Portugueses. Por M. A. Ferreira Oeusdado. Coimbra, 1910.
m—Ekgh^ Mèmóiin m EMtiM d» P. Dr. Fr. JàúfiHm de S. Jmi PlmeH^ da Onlem
Terceira de S. Francisco c l.ittcratura de seus dias. Por Fr. Manuel do Cenáculo.
(Ms. CXXIXyi-lO da B.P.E. — Extractos publicados no Panorama. 2.* série,
2.* vol. 1843, pg. 261 , 266. 277 e 3.* vol. Ltsboo 1844. pag. 132, 143, 151. 139 e 177).
Ele — BemeMos de Geometria Plana e Solida.Manuel de Campos. Lisboa, 1735.
P.
Etem— Elemetua Physicae Peirus van Musschembroek. Ed. 3.*: Veneza (oom notas de
Genuense). Tomus I, Bassani, 1781.
Eleme— fltaHMte MOmvIUw JUMb. Jò. Gottlleb. Hdnecio Oirante Benedicto
Josepho dc Souza FuidhB. Olisiponc. 1785.
Elenwn — Elementos de ílistórkioao^ é necessário saber-se da Cronologia, da Ueugrafia, ele.
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— 704 —
pelo Coronel do Rcfíinento da Armada Real. Mio de Soma Onlélo*Bnuioo.
5 vols. Lisboa. 1734-51.
Eleoieot — Elementos de invençam e hcuçam Retórica ou Princípios da Eioquaiela: Eicritoe
e ilustrados com breves notas. Por Antonio Pereira. Lisboa, 1759.
Ekmenta— £tnneftfa JPkUnophkm. Toam I. Elementa Logioes. P. Manuel Ahimrae.
Porto, 1765.
Elémcnts — Élentents de PitHosopliie de Newionnis a la poriée de tout le monde. Par Mr. de
Voltaire à Amesterdam. CSiez Acqnei Dedwrdee. 1738. Nouvdie Edlttoo:
Londres. 1741.
Elo — EU^io de P. Jerónimo de Castilho da Compatúiia de Jesus que em 25 de Maio recitou
iM AetiJmttt Rui o MmqiÊit de VdeHça. tn «Golleoçam doe Doomnontoa e
Memorias da Academia Real da História Portuguesa», 1730, n." IX.
Elog— Elogio Stoi ico dei Si^nor Abade Antonio Genovesi. Vcnczia, 1774.
Elogi — Elogio do lll.mo e Ex.o D. Francisco Xavier de Meneses. Por D. José Barbosa.
UriN», 1745.
Elogio — Elogio fúnebre na sentida morti' dn Fidelíssimo Augtistissimo Rey o Senhor D. João V.
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— 705—
aiguMo ali ao prtaeme. bi «Afemorias de Utteratun Fmrtaguesa da Aocadenda
das Ciências dc Lisboa». Tomo IV, pg. ?39-446 c Tomo V, 1793» pg* 1X^252.
Ensaio — Emaios. Pelo P. Dr. Xavier Coutinho. Porto, 1941.
Ep A ^ítoh A LHb AiaáHh Vmmy PO Marifiiia dg Valaiça, Tsxto da ediçio romana
de 1748, apresenCado por José V. de Pina \fartins. Figoeíra da Foz, I96I.
Epi — h di Ludovico Antonio Muratori, edito e dUStO da Matteo Gampori.
Epistolar
Modena, 1901-1913. 14 vols.
Btia—S^etéttoÊ fae m
wtortt ia (...) Stm D, Phmiseo (...) dedka ao nmtukuo tmmdo
da mesma 5Mbni, OMtano José da Sihm Sotto-Maior. Uaboa, MiiMl Rodri-
gues, 1736.
BpU— J^rMÁar dkpnátkos é» tnqubitao. Por António Batlo. 3 voto. Liabot, 1936.
B^ — A Escota de Cirurgia do Hospital Red de Totku as SoMos. 1565-1775. Fslo Dr. Sebat-
(iào Costa SantO'<. Lisboa, 1925.
Bãlb Esboço hisiórictí-iitierario da faculdade de Theologiu (...) Ptlo Dr. Manuel Eduardo
da Motta Veisiu CoiniMra, Inapceota da Universidade, 1872.
Bk-^ Escritos Vários. MoDr.AotâniodB Vaaoonoelaa. Vol.n.
Vol.1: Coimbra, 1938.
Coimbra. 1948.
Eieo->£tepAi du vtrdades àberta aot Mieipet na Ibigaa tUãUma, por o P, Luis Juglarls
e patettíe a todos na Portugueza. Por D. Antonio Alvarez da Cunha. Lisboa, 1671.
—
E^lho de Eloquência Portuguesa, Ubatrada pelas exemplares luxes do verdadeiro
sol da elegância, o Venerável P, Antdnio Vieira, exposto e escripto. Pelo P. Cus-
todio Jésam Barata. UAoti, 1734. MB.— Anagruna de Joam Bantista de
Castro.
EtS Euaitarles moyens de rélabiir les Sciences en Portugal, Ver Bibliografia Verneiana.
fitt — Estudos IJterârios dos MeUgtaaoe Carmeiiías Ckdçados da Protiitela de Portugal,
ordcmulos em conformidade das ponderosas e sempre respeitáveis disposições dos
novos Estatutos da Uiúversidade de Coimbra, pelo Prelado Maior da mesma Pn>>
vlncta, o P. M. Doutor Pr. Francisco Ferreira da Graça. Lisboa, 1776.
Esta — EtlaMe$ da Universidade de Évora . ( \fs 80 1 4
. do F. O. da B.NX.) — Coobeoem-se
outros exemplares (B.N.L. —
2698 c B.A.C.344v.). O queseconserva na B.P.E.,
começou a ser publicado pelo Dr. Artur de Gusmão, em A Ckbde de Évora, n.° 6,
7-8 de Maiff»Jimtio4Hetembro 1944, mas nio passou do csp. 13.
Estad tkf Estado da Igrtia, e poder legitimo do Pontifice Soamoo, Mesamo da Excelkntc
abra de Justino Fsttnaio que da lingua Fraaeeut traduxh na ndgar. Miguel
Tibério Wedegadie Brandio Ivo. Tomo T. Lisboa, na Offlcioa ffatiiarosl. 1770.
2 vols.
F";tat — Estatutos da Universidade dc Coimhra do ano dc 1772. isboa. 1773. I
Btnd— <tJ>a> a^tuios Men asata ao «Bat» Seeandirla». For A. Salgado Júnior. i«
«Laboi», vol. XI. 1936-7
Estudo — Esimbt de Historia da Medicina. Por Maximiano de Lemos. Porto, 1916.
Estudos— £!rtadbr A £f()0ratanr. 4.* s6rie. POr FideHno de Figueiredo. UÉboa, 1924.
4S
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— 706—
Ev Erideiteta Apohgtttca « Critica toàrt o prlmeyro e segundo tomo das Memorias Mili-
tares, pelos praticurtes da Academi» Militar desta Corte. Lisboa Ooddeotal
1733.
Ex — Exame a huma Syha Fottka ftíUt d morte da Sereníssima Setdtora b^imta
critico
dos causas dos Tci remnios, explorado pelo Lie. João de Zlioigi; eoi carta CSCripta
a bum amigo, por Feliciano da Cunha Fiança. 1757.
P—fíhsefia 0 Teobgia noa UiUversidades de Coimbrú e Éwa no siado XVI. Por Frie-
drich Stcgmulcr. Coimbra, 1950.
Filo — La Filosofia Francesa e Italiaiui dei Settecento. Por Gaetano Capone Braga,
Mova, Cedam, 1941.
2 vob. 2.» ed.
Filos — XVin. Por António Alberto de .\ndrade. I) Mar-
Filósofos Portugueses do século
Mendonça de Pina e Proença Homem. Lisboa, 1957. II) Luis António
tinho de
Venwi. Lisboa, 1958. m) lafdo Soaxca. Lisboa. 19S9.—Edi9aea da revista
Filosofia.
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FiloMfi Fihsofia methodka que eomprtkende em seis eompmttog a Lofiea, Mete^ysioa,
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da Corta). Usboa. 1731.
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1787. Rute H, por F. X. da S. P. Lirtxn, na Offictna Fatriardial de Pcnciaeo
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Pr. — Bv/ Mmud do Cendeuh. Aspectos da sua aetuaçõo filosófica. Por Ptandioo da
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Fra — Francflisa ou Eglof;a à moric da Sereníssima Scnliara D. Francisca Infanta de Pof'
tngul. Por Manuel Suares dc Sequeira. Lisboa, Miguel Rodrigues, 1736.
Fre Fir.JoOo de Sonra, Mestre e intérprete da língua aráNca. Por Jcaquta Fifanier.
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emmendada segundo os repaioa blstorioos e eritioos de Monsimir de la Motraye.
Mmeira Parte, Impressa à custa de Jozc Francisco Mendes, Uvreyro. LiibOft
Segunda parte. Ibd.
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HiltoríaR — Historia Romana por pciguiitus e respostas, desde a fundação de Roma até
ao presente. Felo Abade de BeUeg»rde. Tnuiuçio de Manuel Peieiím da Coita.
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HlitoriaS Historia Sagrada do Velho e Novo Tetiamento com explicaçoens e doutrinas
dos Santos Padres. Tradução do francês por Paulino da Silva e Azevedo. 1745.
HistoriaT — Historia de la Teologia Católica. Por Martin Grabmann. £&pasa-Calpe.
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HirtóriaU — Historia Unimaei áee TerreaMat. POr Jaaqoim Joe6 Mbieini de Mendonça.
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Ifiatorlo WelarMogh Medica, fundada e etiabdeeldb nos principtoa de George Entesto
StaU. (...). Por José Rodrigues de Abreu. Tono Lisboa, 1733. Tomo 2,
I :
parte l.« Lisboa, 1739. Tomo 2. parte 2.* Uaboa, 1745. Tomo 2, parte 3.':
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Hn — O Humaalãaiadu IMtenldadedeÊforu, Fbr Joeê Filipe Mendeiroa. /««ACidade
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I — inéditos de Verney. Por Mariana A. Machado Sutos. Separata de «Biblos», vol.
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Id — La5 idms biológicas dei P. Feijoo, For Cheforio Marafion. Madrid. 1941.
II — lUuminismo e Cristianismo. Por Bianca Magnino. I Inghiltens. — U — Francia.
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III Itália, Brescia Moroelliaoa, 1960.
Utt— /AmiAmvI» Àtohtétka, Ver Bibliosrafia VeoNiMift.
Uum-— Um iluminista português do século XllII: I.uiz Antonio Verney. Por L. Cabral
de Mancada. Coimbra 1941 . — Critica de Domingos Mauricio Gomes dos Santos,
la «Brotéria». vol. XXXm. Cmo. 2^. Agotto4et«iib(o 1941.
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nmni — Um mBuminlsia português do 9icuh XVItl. Lub Ànlónh Vemey. Por Luis de
Cabral Níoncada. Coimbra, l'J4l.
—
Ln Imagem da Virtude em o Noviciado da Companhia de Jesus do Real CoUegio do Eipl'
SaMo àt Etora do Reyno de Pmiutti. Por António Franco. Lisboa, 1714.
rito
Io — JD« Gramnuttiea
Jbitíttutione Por Manuel Alvares. Lisboa, 1572. Entre
ttbri ires.
Instit — Institutiones Lógicas in usum liionum scriptae. Auciorc Antonio Ccnucn&i (...)
Conimbricae, 1773.; — N.B. Corante Benedicto Jeaepbo de Sousa Flsriiiba.
Publicaram-se sucessivamente em 1786. 821. S28, 835 89, 97, e 847.
lUhde dos principiante. Por Frandsoo José Brandio, (...) Porto, 1761.
Inst ruce — in^tnuçõan para os piofessores de Grammattea Latina, Grega, Hebraka e de
Rhetorica. Lisboa, 1 759.
instriMOO Instrucções Ceraes em forma de Catecismo nas quaes se explicâo em Compatdio
pela Sagrada Escritura, e Thufíçâo a História e os Dogmas da Religúio, a Morai
Christã, os Sacramentos, as Orações, as Ccremonius. c usos da Igreja, Impressas
por ordem do Senhor Carlos Joaquim Colbert, Bispo de Monipelli.r (...) com dous
Cateelsneos abbranriados para o exeréldo das rnsatue. Primeira parte. (...). Lis-
boa. Na Officina de Miguel Nfanescal da Gosta, Amo 1765, 4 vob. Com todas
as licenças necessárias. 4 vols.
Tsá-ltírodaetíoHàridaolrtéeimomlqiÊeGénMe. Por Onde* Veclindn. Ooind»», 1948.
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— 711 —
Inv — inventos e vários este Seino, escr^os mu prisões da
pkmos de me^onanentos para
Junqueira. Por Bento de Moura Portugal. Coimbra, Imprensa da Umvmidaiâe,
1821. iV.£. —
Ediçfto preparada por António Ribeiro Saraiva.
Inve — inventários das Cartas e dos Códices ms. do Arquivo do Cabido da Si de Évora. Mo
P. GarkM da Silva Tarouca. Évora, 1946.
Is — hcrizioni portoghesi cAe esisUmo in diversi iuoghi di Roma. Por Gaetano FraacareUi.
Roma, 1868.
Ist istoria CtvOe dei Regno de Nt^l. Pbr Pietro Oianone, 1723.
lu— lurb Naturae Centitim Quaestiones D. C. Josephus MotútuSt Congregatioais
et et
Let — Lettera dei Capilatuf Ciuseppe Orebich Raguseo contenenie U ragguaglio dei traspoeto
deCXXXmFudriGesuitiákUsbonaaCtvlia-Veeekla. Oenova, 1759. TradncBo
portuguesa: Carla do Capitam Joseph Orebich RegKíimo a qual contem a notícia
do tran^orie de 133 Padres Jesuítas de Lisboa para CVylMnwcA/a, traduzida fielmente
do tdbma italiano para o Português. Em Liaboa. Anuo MDOCLIX.
Lett — Letires Julves ou Correspondence Philosophlque, Bistorique et Critique, entre un
Julf volageur en différens Etats de rEurope, et ses correspondans en divers endn^ts.
Marquia d'Argenton. Nouvelle édition, 6 vols. Haye, 1738.
Lette LetMra seritia ad im Itílmilo Toscano. K«r BiUíasrafia VeraeiaiiB.
Lettera —
Lettera circolarc di Sua Xfacstà Fedellssbna S^Jt. V Arcc\ escovo di Bratra Printate
cott cui gii trasmette Coppe deWOrdine Regia a Cancelliere dei Tribunale delle
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— 712 —
U Uno doa Metrknlas da VntwsUade de Ema
de 1724-30 (A.U.C. 1729-35).
lJc--Liçoens de Lógica feitas para uso dos principiantes. Por Antonio Genuense (...)
trasladadas em linguagem. Por Bento José de Sotoa Farinha. Lisboa, 17SS,
1794, 816. 828, 40, 45. 50.
Us — LúAl mititíoaa dia instrumentos e artefacM pUskos e mathanatieos que se fabrleOo
e xe vendem nesta Cidade de Lisboa, em casa de Mamei Angelo Villa, Professor
operário dos ditos Instrumentos. Lisboa, Na Oflicina de Antonio Isidoro da Fon-
seca. M.DCC.XLV.
Liv — Livro das Provas de da IMmMode de Évora, 1726-39 1729-35 (A.U.C.).
Filosofia
Livr — Livro dos Assentos dos Craos doa Mestres em Artes da Unhersidade de Évora. VflX-
-1758 (A.U.C).
Livro — Livro das Provas de Teokgla da Universidade de Évora, 1729-53 (A.U.C.).
LivioA — Livro das Aprovaçoens e graee dos Bacharéis e Uceneladoi da Uaimtídade de
Évora, 1749-58 (A.U.C.).
UvroB Umrodtu eetadoe detía IMversIdade da Metd Comento de S. Domb^ot de Ltíboa
aoeTlde Abril. Amio de 1156. Tratai de um ms. da T.T. oom ftlia de muitas
foUiu e sem cota.
Lo DeBe hdl di Qíoeamd V Re Fedelisslmo dl Patrtogatío Oraxkme reettate Voimo MDCCU
nella solêwte Adunanza degli Areadi temia nel Bosco Parrasio in morte dei medesimo
da Sterano Evódio Assemani Arcevescovo d'Apamea Detto in Arcádia Libanio
Biblio. (Escudo português). Roou, Neila Stamperia di Angelo Rotily, e Filii^
Baodwlli (...).
Log — Logicae iBet^Ume ntdimenta ex oftíaúe fimtibm dueia et Uubie explteata. Jiaoob,
Faociolati. Venetiis, 1728.
Lofi JLâglea Ratíomd, Oeomitrka e AaidMea. Por N&nuel de Azevedo FbrtM. Lisiboa
1744.
Logic— Lógica. Clemente Alexandrino. 2 tomos (Ms. 2255 da B.U.C).
Lógica — Lógica, por Carlo Frick. Friburgí Brisgoviae, 1896.
Lu — Luiz Antonio Vemey, Secretario Regto em Roma. Por Carloe de FuMW. A «Acvista
de Historia», vol. X. Lisboa, 1921. Pág. 217-224.
LU6 Lucidtrationes PhHosop/iicae ad Libros Aristotelis de ortu et inter itu. Por Francisco
Ribeiro. Impcema da Universidade. Évoia, 1723.
Lul — £«<v Vetm^t Apáaoh CMca. Por Antóoio Séiiío. ta lâeara Nova», N. 1016>17.
Usboa. 1947.
Luís — Luis António Vemei, critico e primeiro historiador português da Filosofia, Por
António Alberto de Andrade. In «Brotéria», vol. 38, fine. 4. Abril de 1M4^
p. 426 e ss.
LuisA —
Luís Antonio Vemey. Por António Salgado Júnior. In «Os Grandes portugueses.
Direodo de Hernâni Cidade. Udaaa^ p. 181-188.
LoiaAn tade António Vcmci, Soldado na índia. Por António Alberto de Andnde CSepa»
rata do ifioletim do Instituto Vasco da Gama», 1958).
Lot —
Larnait nii: Lutmeo canto poético (...). Lisboa, 1736.
M Mística a Ratíontdismo em Portugal no século X VIU. Uma página de história relifíosa
e política. Por Luis Cabral de Moncada. Coimbra, 1952.
—
Ma Aíapa de Portugal antigo e moderm. Por João Baptista de Castro. 2.'^ ed. Tomo 1
Uiboa. 176Z. Tono 2: Lisboa, 1763. Tomo 3; Usboa, 1763. l.« ed.
de Porttigti. Farte primeira: Lisboa, Miguel Manesciil da Costa. 1745. bulimia
parte; 1746. Terceira parte: 1747. Quarta Parte: 1749. Quinta parte: 1738.
3.* ed. Lisboa, 187D.
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— 713 —
Man — Mauiel de Axeveda Fortes, leguax, por tíeríio, éa$ faes fimdemtmabt carttOmat
em Portmal, Por António Alberto <fe Andrade. Awocinçio pam o Rogicuo
das Oteclaa. liiboa, 19S0.
Mani — Mmtfeslú dot eadios, ou novo nocturno, e singular estudo de novíssima, certíssima
universal Meíttcina, que dá na ma aula o Dr. Amónio de Monravà y Roca (...),
Mamor (MemorR c MemorB) Memorias para a Historio l iticroria da Cidade d' Évora.
Descripção e acabamento da sua Universidade, tilado actual da Litteratura das suas
Fmttktt MeUgtoeae, Bilrada a aoaaenaçBit doe Pnfieeoree Regioe. ms. fl.
Gf. m>. da Biblioteca da Ajuda 52-XI-6, n." 67 —
Fstc devia ser o titulo primi-
que restam. Assim, o ms. 217 v. da B.A.C. História
tivo, alterado nas cópias
Ltaixia da Cidade de Évora desde a expuklo doa Jeaiitaa, adw o anno de 1778.
B o IC6 V. da mesma Biblioteca: Breve notícia noe Estudos que os Jezuitas
exerciam na Universidade de Évora ao tempo que foram expulsos: Para servir
de continuação à História Literária de Portugal. Os trechos publicados na
«RrnMa de Hatófia». vol. X. Liaboa 1921 e no «Boletim de Bibliografia
Portuguesa», vol. Tl, Coimbra, 1879, trazem outros títulos. Fstes, indicar-se-3o
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— 714 —
D. Josi /. Por Pr. Bernardo de S. Boaventura. íh «Memorias da Acad. das
Sciencias». Tomo DC, Lisboa, 1825, p. 29-61.
MèmoriaE — Memoria sobre o estado dos Estudos Menores. Por Francisco José dos Santos
Marroco. Itt «Revista de Educação e Ensino». Lisboa. 1892, S21. Ano Vil,
n.» 10, II e 12.
MemoriaEc — Memoria F.conomica a favor do Real CoUegh de SoiUttrim. Por Bento
José de Sousa Farinha. (B.A. S 1-1-60, n.» 34).
MemoriaH — Memoria Hbktrha da Faaááaie de Mathenatlea Pelo Cons. Francisoo (...)
Metod — Methodo breve, e fácil para estudar a Historia Portuguesa, formado em humas
TiAoas Chroaokifleae, e Etaorteae dag JB^n, JMMIw, « IVAnW de Portugal. (...)
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— 715 —
Por Fnndaoo Joaé Freire, Ulyisipoaense. Lisboa, Franeitoo Lois Ameno,
1748.
Método — Método para aprender e estudar a Medicina, illusirado com os apontamentos
para estabeleeer-se uma Universidade Real, na qual deviam i^trenda>se as Sciencias
Immanas de que necessita o estado civil e politico (. ..). POr António Ribeiro Suches,
.
pg. 12VI50.
Mis — A un mismo tiempo Feijoo dejendido y Ribera eoimiieUh, en abatíndento de la Medi-
etna de Hipócrates y Galeno, para desengafio de hs no poeo entendidos, EspaHoles y
Portugueses {...). Pelo Dr. António Monravà y Roca. Antuérpia, 1732.
Mu — Muratori em Portugal. Por António Alberto de Andrade. In <d3iirio da Manhã»,
25-XU-956.
Mtm Mundo àbtttfkkkf, m vud com» em IlnUtado inoppa se dá noticia da portentosa
fidtrlca do Universo ( ..). Por Fr. Teobaldo de Jesus Maria. Lisboa. 1745.
Mur — Muratori simulado, seguido com as suas mesmas doutrinas e comeiiciJo nas aUega-
çotm, em que se firma, principabnente tias três Bulias do Santíssimo Padre Bene-
dleto XIV, Suprema, Ubi primum, Ad eradicandum. Por Ramiro Leiíe Gatade
Luneira de Reddabe. Sevilha, 1747. iV.J?.— Autor: M. de Ataíde Corte-Real.
N — Algumas nótulas sobre a Universidade de Évora e sua actividade pedagógica. Pelo
Dr. Fernando Castelo Branco. /««Actas do 1.* Congresso Nactooal de Filosofia».
Braga, 1955
Na — Augustissimo Poriugaliae ii{/anii (...) D. Antonio (....) Naturae ci anis mirabilia sive
mbuapMa Fertpatetiea eariom, praeside P. M. Frandsoo Antonio. E Sodet.
Jesu Público Phiiosophiae Profes^-ore Propugnaturo Josepho Correa de Sá e Mello.
In Régio ac Pontifício D. Pauli Collegio Bracharensi Sodet. Jesu integra die
(à mio:) 6 htyus mensis. Questio princeps: Utrum Feripalotica Philosofdiia
noperis Europae Academiarum inventis optime cohaereatT Conimbricae. Ex
Typographia Antoni i Simoens Fènoira. Univerait. l^pog. Amio Domini
1732. Super pennissu.
NaR — Ml Jbaf Csm de N. Stàkora das Necessidades se nfferaee a Exame de Geometria
a ... deste me: de tarde Jotg Aureliano de Aranda» Havido do P. JtM^dm dt Foyos
da Congregação do Ontário. Lisboa, 1778.
Ne — Al NewtonUmismo per k Dome awero Dbdegbi sopra h tjice e i Còhrl. Por Fran-
Algaroti. In Napoli,
cisco 1737,
No — Noticia do Colégio da Universidade do
(los edificios Santo de Évora. POr
Espirito
Túlio Espanca. In «A Cidade dc Lvura», 41-42. Janeíro-Dezembro
n." 1SIS9.
Noti — Notkias e
secretas, inéditas da Junta rejorniadora da Universidade de
nutitas curiosas
Coimbra» «cttabldas do diário de D. ¥t. Manuel do Cenáculo, ht «Cooimbricenoe»,
1869, n.» 2.328-2.331.
Nov — Novo Theatro Universal, que para recreaçam dos curiosos « paitlo dos criticas se
abrirá no Equinonio Vem» qubaa feira 21 4r Março do tmo 4e Biemaçõo de
Oiristo Senhor Notto. 1737 (...). Por D. Carlos de Nodie (...). Uaboa Ocd*
dental. 1737.
Nova — Nova Instrucçam Filosojica estabeiecida em vários experimentos. Por Fr. Fran-
dHO de Vaaoonoelose Sande Corte Real. LÍsboa,176I.
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— 716 —
NovaL— Nfvtt Lagka QmMbrteauit stx Mbtàtar Ih Orcforio Barreto.
traetatat (...) P.
Ulyiipaoe. 171 N.B.— Reeditado em Uiboa, 1734.
1 .
—
Novo Novo AtUas ou do mundo
theatro universal
ditado na Regia Aula do Colégio
todo,
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— 717 —
Or Les Ortgbm àes MoHta^PUa. Tki» pour ie dodont (jSeitHees Juridlfiies). Por
Mkurioe Watier. UoivBiiidade de Stiubouis. Faeutté de Droit. Rixheim«
1920.
Ora — Oração fánébre m morte da Br. Akxandre de Sousa Torrts SoKto AÊtfjnr. Far Antô-
nio Isidoro da NóbiCi». Liafaoa, I7SI.
OníÇ — Oração sobre a restauração dos Estudos das Belas Leiras em Portugal, que no dia
30 de Setembro de M.DCC.LIX, presença de... D. José /... disse José Caetano
de MBsquha, praf. Rcgio de Retrnioi, PAblioo e OnUnirio no Hospício da Cotovia.
Traduzida da língua btina em vulgw... liiboa, aa oâcina de lãS^xA Rodrifues,
fi. DCC. LX.
Onçk — Otroçãa m fim do txmnt pábiteo de DIrtíto Naherol. Recitada por Bento Joi6
de Sousa n»Uia(...) na cidade de Évora, em ... de Julho de 1772 (B.A. SI-l-60) —
Oraçam — Oníçum na abertura da aula de niozofia do Real Seminário do FtOriarc/udo.
Por Bento José de Sousa harinha. (.Í3.A. SI-lv-10).
Oração OraçU» m abertiav do exame pábiteo de Direito Natmvl feita por Bento José
de Sousa Farinha (...) na cidade dc ívora em , de Julho de 1772. (B.A. 5I-I-60).
OraçãoC — Oração, que os Censores, e tnais Sócios da Academia Real da Historia Eccle-
siastica eacamganm ao Rgrjno Padre Estácio
e Secular dos Reòtos de Portugal,
de Almeida, da Coní're^'açào do Oratório dt S. F^tt de Nerit Atadetnfco do número
da mesma Academia. Recitada na Confertocia pública de 26 de Mayo de 17S9.
Lisboa, Na Regia Offidna Syiviaoa, e da Academia Real, 1759. Cora as licenças
necessárias.
OiaiÇloF — • Oração fúnebre na\ exéquias do Rev.mo P. Antônio Vieira da Companhia dc
Jesus (...) Que na Igreja de S. Roque fez celebrar o Conde da Ericeira D. Fran-
cisco Xavier de Meneses em 17 de Doembto de 1697. Diise-a o P. D. Muniel
Caetano dc Sousa (...) Lisboa, 1730.
OraçãoQ — Oração que o Marquês de Valença recitou na Academia pela qual mostra que
nem os rtya detém filosofar, nem os filósofos reynar. Lisboa, Of. de Miguel Rodri*
gues. 1738.
OraçftoR — (haçào que recitou o Marque: de Valença, Censor da Academia Real, na Con-
ferencia que se fez no Faço em 9 de Agosto de 1736. Com a ocasião da morte da
Stmdulnm Senhora tnfimut. Lisboa, 1736.
OracI— Oraehn Medico-Anatomica que Excelentíssimo Conde de Atougiua
al Seíior (...)
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— 718 —
eHehagaeeaa, no tUa depois de ler vtei» da Romaria de S. Maearto (...). Liiboa,
1787.
Philoso Pkilosophia moderna. Pelo P." António Joaquim. 3 vols. (B.N.L. Ms. 3543-45
do F.G.).
Philoaop— k HdhsapkÊe de la Natare. Por Delisle de Sales, 6 vols. A Amsterdam,
Chcz Arkstéc & Mcrkus 1770-74 — S.» ed. Londres. 1789.
Philosoph — Philosophicum Universam insimulque Balisticam, Geostalicam, HydrosUOicam,
Mydnadkam (...) Astroaomlcam (...) Optkam (...) ph/raqae otti, Matkematieam
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I
— 719 —
attféêe Geometrlam ex parte compkcttntia (...). Praetide D. José de N.S. de
Poria. 1757.
Philocophi — Philosophia Libera seu Ecciectica Rationalis et Mechanica Sensuum (...)
In AcMkmia Eboremi. Tomos VIII (...) Anno 1766. et 3."* suae profeaiionis
(B.N.L. Pomb. 5).
Pi — Mmique. O
Pintt — O Amigo de Lisboa. Por F. A. Oliveira Martins.
Politico
Usboa. 1948.
PI — nmo geral pelo qual se hõthde observar Itterahmie m Proriaela de Portugal dos
Menores Observantes ilc S. Francisco a< ílhp(^siç5^s que se acham determinadas
nos Estatutos da Universidade de Coimbra, com proporção aos estados, exercidos
e economia daastral da mama Pravbieta. Lisboa, 1776.
Pla — Pkuto dc Estudos para os Religiosos Menores vcfornunlus da Pras incia da SdIí i/hiIj.
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— 720 —
Po Portugtd e íidUa, por Antdnio de P. Ruía. Leone, 1905 — O texto principal é
constituído pela obra dc Fr. Fortunato de S. Boaventura: Litteratos portuguezes
na Iialiaou colleoção de subsídios para se escrever a Historia Litteraría dc Por-
tugal que dispunha e ordenava Frei Fortunato Monge Cisteroense.
fon— O Pioetú,Orttk9eMàfallilafímiebeodtJnm«àãeb. Por Antdoio Fenio. Lii>
boa, 1938.
Pol — Politica Moral e Civil, Aula da Nobreza Lusitana Authonzada com todo o gettero de
emdiçOit sagrada « profana para a dmarina e àirteçBo dos Prbteipa « mab Fotítkoã
(...)• Por Damiani Antonio de Lemos Faria c Castro. 7 vols. Lisboa, 1749-61.
Pom lombal e os Oratorianos, por António Alberto dc Andrade. In «Brotéria», vol. 77,
N. 4. Lisboa. 1963. p. 294-306.
Por Portugal nas oPhilo wphical Transactkm» MM aéculot XVH 9 XVÍtt, PoT Rãmolo
de Cárvalho. Coimbra, 1956.
Port — Um Português que falou com Wolf. Por António Alberto de Andrade. In «Bro-
teria», vol. 52, fiue. 4. AMl de 1951.
Portu— Poriti<;o1 cm Roma. Pelo P. José de Castro. Lisboa, 1939. 2 vols
Pr —
Os Professores de f ilosofia da Universidade de Évora. 1SS9-17S9. Por João Pereira,
Gomes. Évora. 1960.
Prí — A primeira alusão a Dvm artes em Pwmgal. POT DominfDS Murido. /ii «BrotMa».
vol. 3S, fase. 2-3, de 1937.
Priro — Primeiro Ministro, exemplar de Ministros, o lll.mo e Exe. Sei^or Conde de Oeyraa (...)
Por Joio Peres de Kboedo de Sousa Tavares, Aoc. Are. Rom. Lisboa, 1764.
Prime — Primeira origem da arte de imprimir dada à luz pelos primeiros charactcrcs que
João Villeneuve formou para serviço da Academia Real da Historia Portugueza.
Dedicada a El Rey D. lolo VI (...) . Lisboa, Na Oflktna de Joaé Antteio
Silva (...). P?:
Pris — As Prisões da Junqueira durante o MlÉbtírío do Marquez de Pombal, escriptas alli
mesmo pelo Marquez de Aloma, huma das soas victimas. Pabticadas conforme
o origirul, or José de Sousa e Amado. 2.» cd. Lisboa, 1882.
Pro — Professores de Filosofia d> CoUgio dos Artes (1S55-17S9). Por JoAo Pereira
Gomes. Braga, 1935.
Prob—Problimes anlemr de Venmy. For Robert Ricard. tn «Rev. da Faculdade de
Letras de Lisboa ». III série. N. 1. 1957
Prop — Prophetisme e Messianisme dons rOeuvre d' Antonio Vkina. Por Kaymond Cantei.
Pni», 1960.
PropO A propósito de «Benta Joíí», Professor de Filosofia em Évora. Por M. Lopes
de Almeida.
In «Boletim da BiblioCeca da Universidade de Coimbra». Vol. XVII.
Coimbra. 1947.
Propôs— i4 propótíto do centenário do Seminário Maior do Porkf. Resumo da sua his-
tória. Por José Monteiro Branco. In «Letras c .*\rtcs (Novidades), l6-ni-1964. >
Propu —
Propugnación de la Racionalidad de los Brutos. Por Miguel Pereira de Castro
Fkdrio. Lisboa, 1753.
Pros — Pro.ías Portuguesas. Por Rafael Blutcau. Lisboa, 1728.
Prot —O Protestante Lusitano. Por Gonçalves Rodrigues. Coimbra, 1950.
Prov Prmas éa Hblái^ Oemdí^ka ét Caaa Rtiâ Portugueza. Por D. António Caetano
de Sousa. Lisboa. 1739-1749. 7 tomos.
Prova — Awvfl terceira dos dons rliarar teres i/uc por ordvni do Ex.mo Senhor Marquês de
Alegrete (...) e Secretario perpetuo da Academia Real da Historia Portuguesa. Por
Joio de vnieneove. Lisboa, 1732.
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— 721 —
Q — Quadro Elementar das relações políticas e diplomáticas de Portugal com as diversas
paUneka é» tmatàf. Felo l.*VÍM9o«fedeSuit«rém. ISvob. Ptoit. 1842.1 g«l>.
Qat—A questão do SigiUsmo em Portuçat no scculo XVIII. PbIo P. Alltónio Pereira da
Silvm. In «Itínenurium)», Colectânea de Estudos. Biigi, 1962, n.* 35-38; 1963,
n* 39-40.
K—Os Reitores ào CoU^h das Anes (1SSS>17S9). Por Joio Poraira OouM. LidNM,
1956.
Ra — iia/to Studhrum SJ. (.!.' ed.: Nápoles,
Re EegaJoÊiiaao das Eaadtts tb CoUglo tkÁkobaça, ordenado tot^ormt o dttermttam
os estaaaos <fa ÍMmMaás de CUMra; e dispõem as Instruções rilgles, Uaboa,
1776.
tt0B— De XteapenHa sanUale. Ver BiUkisnifia Verneiana.
Roer— JtocrwflpJb fíhsáfica. l." tomo: I.* ed. Lisboa, 17S1. 2.* ed.: Lisboa, 1753.
2.» tomo: Lisboa, 1752. 3.» tomo: Lisboa, 1752. 4." tomo: Lisboa, 1757.
5.0 tomo: Lisboa, 1761. 6.° tomo: Lisboa, 1762. !.'> tomo: Lisboa, 1768.
8.* tomo: Uaboa, 1792. 9.* tono: (Harmonia da Razio e da ReUgiSo): Lisboa,
1793 10." tomo: Lisboa, 1800.
Ref R^kxões Apologéticas. Ver Bibliografia Veroeiana.
Rei — lli{^le!X0OTV dr IWCx Gbti^
Nova Edição prefittiada por Edoardo Moreiía. Goindna, Impienn da Univer^
idade. 1929
Refle Rifkxões crUicas sobre os escritores cirúrgicos de Portugal. Por Nfanuel Gomes
de Lima. 17S2.
Rcfo — Uma reforma Por A. Dias. In «Lumcn». Lisboa, Julho de
universitária. 1948.
Refu — Refutatio Philosophica sive Conferentia PitilosoiAiae coi\ferens inter novam et inno'
46
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— 722 —
Respo — Resposta segunda ao Filosofo Solitário, por hum amigu dos homens (...) Na
Oflidm de Antonio Rodrigues Galluudo» 17S7.
Reipot — Resposta do Marquez de Valença, D. Francisco de Portugal e Castro aos repam
de hum Anonymo á Critica que fez o mesmo Marquez à famoza tragedia do CU.
UsboB, 1748.
ReqMM — Resposta ao cõo do cego em Dialogo de hum Càzgtro, o tem eõo e Am aogdlo
chegado de Madrid. 1,* parte; Lisboa, 1789.
Ret Retratos e elogios dos Varões e Donas que iUustraram a Saçào Portugueza. Por
Fedio Joeé de Figueiredo. Tomo 1, U^mm, I8I7.
tMO — Rhetorica Sagrada ou Arte de Pregar novamente descoberta entre outros fragmentos
Literários do Grande P. Antonio Vieira, da Companhia de Jesus (...) dada à luz
por GnUhenae Joeé de CárvaQio Beadeira. (...). Lisboa. 174S.
Retr — Retrato 4t Morte^or. Ver Bibllognfia Vemeiana.
Retn Rttratos e Biografias das Pvmmigtns Ilustres de Portugal. Lisboa, Impreaa
Nacional. 1840 e 1841.
Rev— CAm rewlaçâo m vUa mental da Fienbtsah ao siaéf XVttl. It: P. Beidio Fe^
e P. Luis António Vernev. Por Hernâni Cidade. In Boletin de la UniveraJded
de Santiago de Compostela. Ano VI. a.» 20: Abril-Junio, 1934, p. 3-23.
Ri— Af/Ir RtfkssUnd st^tra tl Bíton Gasto oeBe Seienxe e oéFArtt, di Lamindo Pritanio
(Muratori). Parte Prima In Venezia, 1736. Parte Seconda, Ibd.
Rib — Ribeiro Sanches. sua a sua obra. Por Maximiano dc I.emos.
.A vidu e Porto, 1911.
Rif — Rifkssioni di un Portogliese sopra memoriale presentato P.P.
il da' Gesuiti alia San-
tHâ ét P.r. Omaettít Xlli. (...) Bapoate in una Lettera ecrita ad un Amieo di Roma.
In Li<;bonna, 17 58.
HÍB-~ Risíretto dei Processo, e Sentenza emanata contra rinfrascriiti Rei per 1' arrendo
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— 723 —
Sem — O Semiiuirio de Coimbra. Por Brito Cari.io'^0, «Lúmen», Março e Abril dc 1964.
Sen — Sensus Hacrae Facultatis Theologicae Conimbricensis circa Constitutionem Apos-
toltam qaae tneipit Unigatíua Dei Pílius, Bdttam sub 6. féis SeptemMs Amo
(...).
Roma, 1750.
Stot—Storia deirUniversità degli Studi di Roma. Por Filippo Maria Renazzi. Roma,
1806. 4 vote.
Stori Storia dd Càmiuerelo deUa Gran BraUffM Sertíta da Jobn Cay. Mercante (fí
Bristol. Tradotta in nostra volgar Lingua da Pietro Gcnovcsi, Giurcconsulto
Napoletano. Con un ragionamentosul Commercio in universale e aicuno anno-
tazioni riguardanti Teconomia dei nostro Regno di Antonio Oenovesi. R. Pro-
Tessore dí Cbmmerdo e di kfeocanica nella Cattedra interina. 3 vols. In Napoli,
1757.
Su—&Astdios para a Historia Eelesiasttea dt Portugal. Coimbra. Por Fortunato de
Almeida.
Sub Subsidio para lon Dicionário de pseudónimos. Por Martinho da Fonseca. Lislxia,
1896.
Soe Sucessos de Portugal. Memorias Históricas, Polttieas e Civis, em que se descrevem
os mais importantes sucessos occorridos em Portugal desde VIAU até OO OHHO de 1804.
Por José I^ro Ferraz Gramoza. Lisboa, 1882.
Sunmi — Summae summulartun de fíhscfia no idioma português resumido eom mui breve
clareza para que toda a pessoa possa facilmente aprender o que por ditalados volumes
se acha tratado. Por Manuel Oliveira Pinto, (pseud. de António da Anunciação).
Lisboa, 1730.
Sup Su^tmieMo alie Osservazioni cke l'Autore N.N. offerisee at publico sopra la Con»
dotta dd Primo Mbdstro di PorteguMo Vllbitíre ed Excekntistímo Conte
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— 724 —
WOeyras intorno à presentifatii de *Qe«iUi dei medesimo Regno. io Lugano, 1761.
Coo Lioem de 'Soperiori.
SntX — St^remae Verilatis Regulae (...) ex Physica Universo secundum veterum, ac Reeen-
tiorum placita, Sekeuu Theses (...) Praeside R. P. Mag. ac Doct. D. Carolo ab
Annuntiatione (...). Lisbonae. M. DCC.XLVllI.
Sus — Suspiros Saudosos e métricos de alguns engenhos portuguezes na deplorável morte da
Sereníssima Seukom D,* Rwieiaea (...). Lisboa Ooctdeatal, Mifiid Rodriinea,
1736.
Sy Sjmepsis Thesaari LHurgke Antíquore momuneula con^hctemis ai Sacros Ritos
pertincntia. viris cniditis ac renim IJtiir^icanm (...).P.* MUMel de ASBVedO.
Roma, Typis Nic. et Mare. Palearinorum, 1747.
Sim Synopsis HbUriae FkOoaotláae Smmnébii Orébmm BndBtrioHam. Olisipone, Typot
rartani FuieiíE da Goata. Anuo MDOCLXXIIL Oun facultate RegiaB Gnrlae
Ccnsoriae.
Slys — Syslema quaquaversum Aristotelicum caeterís pra^erendum de formis materialíbus,
tamsubstantialOms qaamaeeídenlaltòus. Por Fr. Maiiue] Inicio Ooutinho. Liaboa,
17S1.
T — Theaim, de Manuel de Figueiredo. Tomo XIV Lisboa, : 181 S.
Te — Testamento MEMeo, de D. Luis da Oniia. PreAdo e notas de Muniel Mendes.
Lisboa, Seara Nova, 1943.
Tea— Teatro do mundo visível, filosófico, matemático, geográfico, polemico. Histórico, PoH-
Iko e Critico ou CoUoquios vários (...) em os çuaes... se impugnão muylos discursos
th Sapteatíssliiio R: Beato Jèreivim Ft^. PorBenianlniodeS.IUMa. Tomol:
Coimbra. 1743.
Teat— Theatro Critico UiOmMd (...). Escrito por el M.R.P.M. Frsy Benito Geronymo
FeUoò (...). 8 vote. Madrid, 1726-39. MA—
Suplemento: 1740.
Teatr Teatro Critico Universal (...). Pelo Rev."» Padre Mestre Fr. Bento Jerónimo
F»y6 (...). Abreviado e traduzido na Uagua Portugueza. Por Jacinto Onofre
e Anta (...). Tomo 1: Coimbra. No Real CoUegio das Artes da Companhia
de Jesus. 1746. 2." vol.: Lisboa, 1748.
Tel— dc
Telenuico Francisco de Salignac de
Nfonsieiír Mòtte Fsnelon. Trad. do Capitlo ia
Manuel dc Sousa. Lisboa, 1776.
Ttm — Tmas Vemelaaos POr José V. de Pina Martins. Separata da «Rev. d» PkcoMade
.
dc de Lisboa, m
Letras», sóric, n." 4, 1960.
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-725 —
Felo Doutor Joio Marques Cdmia (...). Lisboa, Ofidna de Antonio Correa
Lemos. i73S.2.*ed.:ForA]exaiidiedaCuiiln. Porto, 06eiiia de Rfanctaco Mendes
Lima, 1761.
Trac — Tractatus de Lógica a Benedicto Josepbo (...) anno Domini 1764. (Ms. B.N.L.
Varat. 3731).
TntíL — Tractatus de Metaphysica BudArotUS ad próprios Auditores P. Benedicto Joscphu
Artium Magistrum Actuakmqpie Philosophiae Professorem Ad Annum 1764,
Explicit. Die 1 1 Maií Aao 1765 (B.N.L. , 46 da Pombalina).
Tkacta Tractado da conservação da Saúde dos Povos (...) Com um apcndix. Conside-
rações sobre os terremotos ( .). Por António Nunes Ribeiro Sanches.
. Paris,
I7S6. Outra edição: Lisboa, 1757.
Trn—TlfàlçàaàLaitíMait. For Severiano Iteiares. /itidReviata Portuguesa de Piloaofla».
Tomo U, fas. 4. Outubro-Deaemliro 1946, p. ?S5-40-}.
Trat — Tratado das operaçoens da cirmgkt €om as figuras e descripçam dos instrumentos
ík fae nríka te fiu ate. Tradtizido da 4.* edíçio de Mt. Sharp. PorJMObde
de Castro Sarmento. Londres, 1746.
Tmtí— Tratado Elementar de Philosophia Moral (...). Por António Soares Barbosa.
Coimbra, Imprensa da Universidade, 1792.
Tratt— Truttado di Agriadtwv terttto da Cósimo TYiaci Pistt^ete. Por Antoaio Genovese,
1764.
Tre — Os das
três livros obrigações cristãs e civis, do grande Padre da Igreja Santo Ambrósio,
Bispo de hfíUkt. Traduzidos por ordem de Sua Matestade para o aso do Colégio
Real dos Nobres, por José Caetano de Mesquita, Professor de Retórica c de Lógica
do mesmo Col^o. Líalwa, na oficina de Antonio Rodrigues Galhardo, 1768.
Tm— ThtMOir Lamentosos (...) Sr.* D. Pranctsea (...). Por JoBo Egas BoDiSes e Sonsa,
lisboa, Pedro Ferreira, 1736.
Trir — // Triregno. Pietro Gianone. Ed. crítica: Alfr. Parente. — Bari. 1939-40. 3 vols.
U—A Universidade de Coimbra — Esboço da sua História. Por Mário Brandão e Manuel
Lopes de Ahneida. Coimtnm. 1937.
Ul Vitima Ke^HOla. Ver Bibliografia Vcrnciana.
Un — A UiUversidBde deÉnra. Elementos para a sua História. Por José Maria de Queirós
Vèlaao. Liiixia. 1949.
Uni — CAi/wena a Joanne Barboza, Prestytero Congregationis Oratorii
Philosophia (...)
Lisbonensis (...). Pars I sive Lógica. Anno 17S4 acripsit Frandscus Xaverius
Bravo Silva. (B.N.L. Ms. 4923 do F.G.).
Uttr—Da IMbenUaie àe Amv. Por A. Bartoiomett Gromiolio. ht eA Cidade de
Évora», n." 6 de Março de 1944.
Unive — Universam phiiosophiam peripateticam, ad recentiorem methodum cotKinnaiam, et
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— 726 —
Ver— Vtmty contra Genovesi. AponlaitKtUos para o esintio do «De Re Lógica». Por,
Mariana Amélia Madiado Santos. Separata da «Biblos», vol. XIV. Goimbia»
1939.
Verd — Verdadeiro Método de Estudiar. {Ver Bibliografia Vemeiana).
Verda — Verdadeiro Methodo de pregar. Por Fr. Manuel da Epifania. Lisboa, 17S9.
Tomo 2.°: Lisboa, 1762.
Verdad— Verdod de Feijó se^ninda vei \ indicada, o \eleccion evidentissitra de Ia pertendida
etuiMMUeUm evidente atribuída a Feijó en la Medicina. Pelo P. Francisco Xavier
da Silveira Bellatuarda.
Verdade Verdadeiro Método de Estudar. Por l uís António Verncy. CoUeOQiO Far>
tugal. Prefácio e notas de Joaquim Ferreira. Porto, sem data.
Vera — Vemey visto através de tdigwts dos seus papeis. Por Mom. A. Antunes Borges.
In Letras c Artes do jornal «Novidades»: I —
3 dc Fevereiro 1957; II 31 Níarço
1957: III —7 Abril 1957; IV ^
2 Junho 1957; V 23 Junho 1957; — VI — 30
Junho 1957; VII — 21 Julho 1957; vni—
Outubro 1957; IX 15
II —
Setembro 1957; X—
22 Setembro 1957; 29 Setembro 1957. XI—
Verne'— l'( •
r o Iluminismo italiano. Por Inocêncio Galvão Teles. Separata da
«Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa». Vol. Vli, 1950,
Uiboa, 1951.
Veney — Vem^ e o Jesuita Bento Pereira. Por JoCo Pereira Gomes, bt «Brotéria»,
vol 38, fase. 6, Junho 1944, p. 647-653.
VerneyB — Ventey e o «BonhCoslo». Por Mariana Amélia Machado Santos. In «Seara
Nova». m
Nttaaeio come orativo do segundo Gentcnário da poblicaçSo do V.M.E.
Lisboa. 25-1-47, p. 42-46.
VemeyD Verney — Doctunents. Por Jean Girodon. Livraria Bertrand. 1961. (Sepa-
rata do «dMletin des Études Portugaisei», Tomo XXIII).
VerneyJ — Verney e o jesuiia Indeh Monteiro. Por J. Pereira Gomes. /« «Orotéria».
vol. 38, Janeiro 1944.
Vi — Vida do P. Tlwodoro de Almeida, da Congregação do Oratório de Utboa ... (T.T. Ms. —
da Livraria 2316).
Vid— VUa th Apostólico Padre Antonio Vieyra da Companhia de Je.ius, chamado por Anto-
nomasia o Grande: Aclamado no mundo por Príncipe dos Oradores EvaitgetieoSt
tregtidtrr AioMivanhv/ (...). Felo P. André de Barroe. Lisboa, 1746.
Vida — .'i vida e a obn <fe João Jacinto de Magalhães. Por A. Sousa PiotO. POTtO, 1931.
Vie— Víe oeuvres de Descartes. Adan et Tannery. Tome
et 2.°.
^ei — Vieira defendido. Dialogo Apologético em que se mortr», «H» nA» Ae O veráuikíi»
Author do Arte de Furtar o Padre ÁHtonio Vieira, da Qm^naMa
livro intitulado
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— 727 —
Companhia de Jesus, Prégador de Sua Mogestaàe, e Príncipe dos Oradores Evan-
gdleos. (...) UriK». fte Offidi» de Prandaoo Lufae Ameno. 1748.
Voie — Vozes Saudozes, da eloquência, do Espirito, do zelo e eminente sabedoria do Paárt
António Vieira, da Companhia de Jesus, Prégador de Sua Magestade, e Princtpe
dos Oradores Evangélicos: acompanhadas com hum fidelissimo Eeho, que sonora-
mente resulta do interior da obra Gaitis Plnophetarum. Concorda no fim a suavi-
dade das Musas em elogios raros. Tudo reverente dedica ao Príncipe Nosso
Senhor o P. André de Barros, Da Companhia de Jesus, Académico do n." da
Academia Real da HiMMa PortupNia. Uaboa Oocideiital. Na OOcina de
Miguel Rodrigues, 1736.
Z — Zo€Uaeo Lusitano, Deifico, Anatómico, Botânico, Chirurgico, Chymico, DmUab^icOt
fetylogieo, Lithologico, Medico, Meteorológico, Óptico, OrniíologleOt fíÊn mmutko
Anno de 1749, mfa de Aaeiío.
f Zoológico. Forto, aem data. NJ. — Autor
Manuel Gomes de Lima.
N.B — Não queremos deixar de referir uma obra, jNiblicada em 1965, que tem
Portugal no séeuh XVnit por I. S. da Sitwa Dias. CSqianla da Kbhi, vol. XXVI»
Coimbra, 1961).
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— 728 —
5) ABREVIATURAS DE BIBLIOTECAS E ARQUIVOS
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— 729 —
6i ADENDA E CORRIGENDA
Porque mais convém, para bem do leitor, emendar do que esconder os erros, apontam-se
a seguir os principais deslizes que passaram na redacção e revisão, e ainda foram notados
antes de o volume se concluir.
ÍNDICE IDEOGRÁFICO
— IK6
da Silvaj
26K 316. 48K 579,
Alemanha— 60. 74. 91. 122. 223. 24?,, Amado, (José de Sousa) — 720; Manuel
m, iiz. Ma. 580. Coelho, — 488, 622.
Alembert (D') — 225, 404, MS. Amaral (Francisco Urbano de) — 481.
Alexander — 116 Amaro (Paulo), P.«— II. 12, 149, 266,
Alexandre (Natal) — 8i. 453. 473. 476. 479. 4«3. 485.
Alexandrino (Clemente). P.' — 161. 1£2 681.
427. 428. 429. 698. HL Ambroggi — 80, 632.
A\&iTOti( Francisco) —92, 93. 150. 150, Ambrósio (S.to) — 28. 343. 352. 353. 225,
— 534.
Angola — 12, aOi. fiíiL Arcos (Felix Corvina de) — Ver Oliveira
Animástica — L56. (Cavaleiro de).
Animismo, Ver Stahl. Argcnson (Marquês de) - 173, [ST, 182,
Anjo ( Manuel Brás) — 171 478. 711.
Anjos (José dos), Fr. — 171 Argenteuil (Prior de) —252.
Anselmo (S.to) 288. — Argenti (Abade <fe;— 443, 550.
Anta (Jacinto Onofre e). Ver Caetano Argote (Jerónimo Contador de), D. — 184.
(António), Fr. 185. lÃL
Antão (Francisco) — 683 Ariosto — 243
Antigos e modernos — 132. 150. eic. Aristarco — 146
Antonini — 494. 499. S2Q. Aristóteles — Passim
António (Amador) — i2Q Infante D. — Arnauld (António — 21, 95. 115. 135.
75^ 1 36, 231 ,( Menino de Palhavã) /i6, 159, 796, 215, 235, 254, 278, 353.
— 331 Bernardo, Impressor — Arnaut (Alexandie Henrique) — 595;
454, 596 a 5?8j Francisco, P.' António, P.'— 3, 8, 523, 529i
— 252 a 256, 479, 483, 211 Diogo de — 1,8, 52L 528, 529;
Anunciação (António da). D. — 259. 223 Francisco José, P.* — 526; Maria
a 275, 718, 723: Bernardo da, da Conceição — 2, 3, 8, 21, 525,
D. — 286i Carlos da, D. — 273. 522 e ss. ; Pedro — 8, 521 ; Simão
274. 698, 724; Lourenço Justi- de — S, 52L
niano, P.« — 599i Miguel da, Arqueologia, Antiguidades — 6L 124
D. —
148^ 286, 322.344. 402. Arquimedes — 2L
42á a 428, 696. Arquitectura— 137. 326.
Apamea ( Arcebispo de) — 141 Arrábidos — 304. 392. 394. 621.
Áquila (Próspero ab), D. — 213» 490. Arriaga, P.'— 19. 232.
672. 702. Arronches ( Marquesa de) — 230.
Aquino (Tomás José de) — 152, 470, Arsénio da Piedade, Fr. — 19, 201.
471. 488. 5M. 207. 463 a 468 , 471. 489. 672.
Ara Coeli (Convento de Roma) — 105. 679.652.
Aragão (António Barnabé de Elescano Art de Penscr, ver Arnauld (António de)
Barredo e) — 289. 696. Arte Critica — 183. 1%. 197.
Aranda (Conde de) — 430; (José Aure- Artes Plásticas — 29*. 222.
liano de) — 715. Asemani (Estêvão), mons. 14. — 1
— 5L 69, !_19, 144 a 146, 257, Astudillo (Bartholomé de las Llagas), Fr.
702; Pedro de ~ — 490
— 733 —
Alaidc (António de), P.'' — 227^ 670, Bammacaro — 212.
675. 677; fndcio de, Fr. — i71; Bancaria — 106, /Oó, 108, 546, Sáfi a 554.
José de Mello de — 22- 564. 565.
Atanásio — 689. Banco di S. Spirito — 226. 645.
Ateísmo — 95. 150. 236. 230. fiandeira (Guilherme José de Carvalho) —
Atomismo — 19. 73. 138. 154. 155. 161. 153. 222.
162. 246. 267. 211, TH^ 271, 27Í, 44&. Baptista (João), P.' — 6, 18, 19, /£.
Atougia ( Conde de) — 73, 717. 119. 143. 144. 147. LSg a 162.
Augusto (Francisco), Fr. 476. 257. 259. 264 a 267. 270.
Aulísio (Ignazio) — 495. 286. 288. 331. 339. 347. 348.
Autos de Fé —
272. HL 427. 427, 428. 576. 589. 711.
Avelar ( André de) — Ifi5. 718; Impressor — 454; João
Avicena — 73, IZfi. Moreira, P." — 49, 51L
Avila (Beato) —675. Barata (Custódio Jesão), ver Castro
Azainbuja (Conde de) — 398. (João Baptista de).
Azara (Nicolau), D. — 424^ 652. Barbacena ( Visconde de) — 290, 397,
Azevedo (José de), P.* — x, 85, 168. 439. 66L
189. 203. 206. 228. 420, 425. Barbei rac — 115. 256. lii.
439. 440. 441. 441, 458. 479, Barbosa (António Soares) — 263, 335.
481. 490 a 492, 495, 499, 513, 344, 379, 381, 396. 397. 397,
516 a 520, 621, 01^ 672, 678; 426. 625, 702. 115\Aires - 243;
José da Silva Pegado da Silva e, Diogo José Fernandes de — 2AX
ver Pegado (José da Silva); Jerónimo Soares, ?.* — 396, 396:
Lúcio de — 708, TJii Luis João, P." — 259, 263, 669, 725^
Paulino da Silva e — 126, 709; João Mendes Sachetti — 279, 280^
Manuel de, P.« — 14, A/, /i, 148^ 284. 369, 222 a .379, Mx
259. 286. 410. 415. 419. 419. 482. 699; José, D.— 151, 704:
630. 632. 643. 674. 691. José Antas de —
Laoedemó- ver
Bacelar
í —
(António
m
Azevedo;
Barbosa),
Pinheiro
Dr. — 56.
Bargelo de
Bari (Nicolau de).
Barin, P.»— 9â.
S.— 445,
491, 644, 645.
662.
496. 72Ll Carlos V— 550: Carlos Xll Cassini — 94, 122, 162. 24L 242, 249.
— Rei da Suécia — 125, 363, 403, 708: 2SS
Bartolomeu Gomes — 22 Carlos Magno ; Castanheira (Conde de) — 22L
— 63. Castel, P.-- — 242, 242.
Carmelitas — 82, 141^ 160^ 259, 304, 353, Castelo Branco ( Anselmo Caetano Munhoz
355. 388. 430. 746. 705. ILá. de Abreu Gusmão e) — 78, 704:
Carmelo (Luis de Monte), Fr. — 362. António do Couto — 68; Fer
363. 32i nando — 38, 715: Francisco, D.
Carponi — 632. — 316^ Manuel António — 209,
Carquejo (António da Madre de Deus), Fr. 476. 485. 680: Pedro de Sousa
— 333. — 125, 204.
Carrasco (José), P.« — 288, Castelo Melhor (Conde de) — LZ.
Carrilo (Alonso Ortiz) —481. Castilho (Jerónimo), P.«— 12, 72, TQá.
Cartapácios — 13. Castro ( Damião António de Lemos Faria e)
Cartesianísmo, ver Descartes. — 293. 720: Domingos da Silva
Cartografia — 51 , 80, 5/, L2á. — Si Fernando José de— 171;
Carvalho (António de), P.' — 303 fndcio Francisco de Portugal e ver —
de, P.« — 33^ 2Q4. UL 317: Valença (Marquês de); ínis de,
J. da C. Neves — 693 ; Joaquim D.* — 601i João de, D. — 642:
<fe — Ml 450, 4éL 492, 699, Joáo Baptista de, P.« — 152,
702. 704. 718; Joaquim Augusto 180. 209. 266. 469. 494. 509.
Simões de — 714; Jorge Luís 513, 642, 705, 712; José de,
Teixeira de — 135; Luis Borges Mons. — 320, 432, 720; José de
de — 51, 209, 451, 477, 478, S. Pedro de Alcântara, Fr. — 150.
593,679j Manuel— 2A1\ Miguel 208, 490, 692; Juan Perez de —
— 737 —
488; Ma/U4et de — 341, 396, Ciência Nfédia — 288.
Martinho de Melo e
683: — IML Ciera, Dr. — 373. ilS.
Caialano ÍJosé), P/ 227^ 670 — Cintrâo (José da Silva). Cónego — 106,
Catalayud — 202. 109. 493. 500. 546.
Catão - 514. Cirilo (José), D. — 330, éM.
Catarina da Rússia — 223 Cirilo Alexandrino — 6S9.
Catecismos de Fleury e Montepellier — 289. Cirurgia — 70. 71. 22. 73. 73^ 129. 121 a
290. 367, Ifia.
Caupcrs (Pedro José)
Cavalieri (Gaetano
— 663.
Orsini de). Núncio
170,
398. m
171^
Cistercienses
183. 198.
398, 44L 443. 518. 526. ILL 370. 379. 382. 398. 698.
César — 524. 705. 706. 720. 221, Ver também
Chablais (Duque de) — 430. Biblioteca do...; e Típograiia
Chatcllct (.Kíarquesa de) — 361. do...; August iniano da Sapiência
Chauvin — 83. 128. 21L 275i Badinelli —
646^ de Bra-
Chevalier (António) — 8, 524^ 521; gança, dos Jesuítas 303, 303: —
Dionísio — 7. 8. 18. 442. 495. 524. dj Elvas, dos Jesuítas — 302. 305;
525. 550: João, P.« — 7, 8, /«. do Espirito Santo, Évora — 26,
26K 284. 331. 427. 428. 494. 50, 24L 2^ 302, 2S2 a 39L
2QJ ; João Baptista —2 ; Pedro José 710. 713; de Gouveia, dos Jesuítas
— 442: Teresa Joaquina — fi, — 290: da Madre de Deus,
ChifTon (Francisco) — 12S. Évora — 25, .30, éll de Mafra
Choiseul — 323, 324. — 222; Nazareno, de Roma —
Chorro (Bartolomeu Rodrigues) - [3, 187. 94, 211, 485J <ios \ohres — 289.
Cicero — 13,14,^91,1882190, 12L Ul. 341, 342. 352. 373. 383. 385.
m 343. 352. 353. 574. 575. 581. SSL 395. 513. 631.705. 708. 717. 725:
—
Cid — 285, 715, 222. dos Nobres das Três Províncias
Cidade (Hernâni) — Ml [52, 792, 284. 371' de A'.» 5.» — 325:
da Estrela
450. 512. 697. 700. 711. 712. 716. 222. de Portalegre, dos Jesuítas — 3íl2 ;
47
— 738 —
do Porto, dos Jesuítas — 304: Conselho da Coroa 313. —
da Purificação, de Évora — 25^ Conselho da Fazenda 135. — 293; da
29, 30. 44. 5ÍL 22L 302. iW. Guerra — 293: da Rainha — 22i;
396. 682. 683: Real de Madrid Ultramarim) — ^ 21, 293. ilS.
— áU; Real dos Médicos, de Convento do Beato António — 593. 595:
Londres — 283: Romano — 45, de Benfica — 594: da Cidade
93, 95, 423, 432, de Santarém, Aegitanieitsis — 41L\ de Cristo,
dos Jesuítas — 305; 530: de S.io Tomar — 220; dos Eremitas de
Antão — 9^ IQ a H, 32^ Ji S.to Agostinho — 392: dos Lóios,
45, 5i 65. 126, 149, 156. de Xabregas — 466. 461, 592;
157. 169. 170. 24L 241, 2AL de N." 5.» da Graça — .392.427;
254. 258. 283. 303. 304. jW, de AT.» S.* de Jesus, da Ordem
454. 483. 594, 601. 698. 716. 719: Terceira de S. Francisco, de
de S. Lourenço, Porto 345 : Lisboa — 390, iW, 392^ de S.
de S. Patrício — 394; de S. Paulo, Bento, de Xabregas — 175^ 462,
de Braga — 253, 256. 304. 715. 600. 622: </e 5. João, de Xabregas
718: de S. Pedro, de Coimbra —599; de S.ta Clara, de Santarém
— 275; de S. Tomás, de Coimbra —L 524i de S. Dinis, Odivelas
— \A2 ,de Vila dos Jesuítas
>7fOííí. — 7^ 525; de S. Domingos,
Lisboa — 356, 392, Uli de S.to
Colégios dos Ingleses, de Lisboa 251i. — Boi — 175. 456, 599, 600:
Coliahy, P.' — SM. de S. Francisco, Lisboa — 351
Collins (António) — 401. de S. Francisco, Porto — 355:
Coimcnas (Juan Alvarez de), D. — 691 de S. Maria (Agostinhas). Lis-
Comércio —
299. 300. 307. 309. 310. boa — 153: de S. Pedro de
314, 429. 614, 629, 723i Aula de .Alcântara — 392: de Santana,
— 135 Lisboa — 602: do Senhor Jesus
Companhia de Jesus, ver Jesuítas. da Boa Morte - 230: de S.la
Company (Joaquim), Fr. — 490 Marta — 602 : de S. Pedro de
Compton — 239. Alcântara — 392.
Conceição (Manuel da). Livreiro — 472. Copérnico — 81. [25^ 135, IJL 237,
597. 598. 694. 249. 256. 258. 295. álfi,
Conceitismo — 122- Coppia (Diogo), P.*^- 63á-
Concílios — 201 , 202, 261 ; * Éfeso — 6f!9 : Cordara —
632.
Niceno —
689; de Trento 28S, 521 — Cordeiro (António). P.'' - 18, 34, §9.
Concordatas - 314; de D. João V 225. — 138. 154. 161. 700. 7Q1.
Condam ine
Condillac
— 81
— 90, 92. 196. 403. 404. 44&.
Cordes (Francisco de),
Corneille — 285. 700. 2L1
P.* — 454, m
Confúcio — 25S- Corografia, ver Geografia.
Congregação Camarária de S.ta Igreja de Correia (António Luis) — 39; António
Lisboa —
465; da Missão de Mendes — 707: Bernardino, P.''
António de Sousa — 143: Bernardo Dataria — 106 a 109. 224. 225. 542.
Xavier — 694; Francisco de Lemos 543. 548. 549, 554. 555. 564.
Faria Pereira - 212 a 375, 381, Dausquio — 262.
683. 684; Geraldo Pereira — UA \ Davanzati ( Domênico Forges) — 711.
João Pereira Ramos de Azevedo I>echales — 146, 244.
— 372. 373; Luis Pinto Sousa — Decretais — 96, 330, 684.
444. 119, 662 a 665, 668; Manuel De-Gerando~708.
de Azevedo, D. — 42Q a 426, 436. Deistas — 290. 402, 403.
651 . 652; Manuel Henriques — ZL Delci (Cardeal) — 114.
73; Mamei Inácio, Fr. 160. 724; Delgado (Alexandre) — 683.
— 740 —
Dclviso — IL Durando 121—
Demócrito — 295, 690- Durão (José), Abade D. —423. 423^
Demóstcncs — 76^ 241 521. 493. 520. 645. 647. 649
Ocsaugulíersio — 1 15. Eça (José de S.to Agostinho e), P.* — 504.
Desautcis (Alfred) —713. 669. 622.
Descartes — passim. Eclectismo — 273, 275, 277, 22i
Deschaics — 25L 252.
156, 245, Economia — xiii. 292, 200.
Desembargadores da Re lação .^02. 3Qi — Electricidade — 93, liL 237, 346, 397,
Desembargo do Paço 294 694. — , 618. 698.
Dcsiandes — 353. Empédocles — 273.
Deslandes (Miguel) — 80. Encarnação (Tomás da), D. — 236.
Despotismo —
xiu, 495, 496, Encerrabodes (António Freire de Andrade)
Despréaux 28i — — 21. 223. 224. 291. 532. 535. 549. SM.
Deusdado (Manuel Ferreira) — 703, ZIÍL Enciclopedismo — 233. 240^ 258, 293.
Diário de Medicina — 2S3. 359. 385. 392. 402. 4á&.
Dias — 72ii José, P.« — 38J_; José Ensino oficial— 263 e ss,
Sebastião da Silva — \m, 450, 467. Epicuro — 154. 183. 236. 250. 256. 277.
484. 717. :Z2L 401. 449. 620.
Diderot — 295. 360, 4W, MS- Epifania (Manuel da), Fr. 355, 226-
Diet. — 58.
P."- Erasmo ( Desidério) — 242. 243. 262.
Dijon — áá2. Ericeira (Conde da), D. Luis— 82. 125, 126,
Dilhcrre — 262, 701; iJl Conde í/a — 1J_, 5L 52,
Dinis (Pedro) — IM. 62a 66. 82. 119. 123. 126. 138.
Diofanto — Sfi a 14L 152, 184, 185.695.709. ILL
Direito — 61, 76. 87. S5 a 99. 116. 124. Ericeira (6/^ Conde da) L12. —
l26,I6LLZ0.17j_, 182. 195. m. a Esaguy (Augusto) — 75, 71
200. 205. 206, 240, 292. 297. .308. 326. Escola Militar — 285.
330. lia a 340. 349. 352. 372, 374. 215 Escolápios, Escolas Pias — 94, 172. 174,
379. 384 a 38S. .395. 403. 501. 684. 214. 460. 494. 511. 519. 69?. 710. HL
577. fiOi Escolas Menores — 370, 384» 382.
Dodwell (Henrique) —401. Escolástica — 183. 192. 193. 196. 203.
Dogacci ( Benedetto) — 80. 205. 299. 354. 385. 386. -m.
Dominicanos — 7» 46. 82, 94, 138. 142. Escoto (Duns)— IIL 163. 164. 171.
304. 334. 355 e ss., .39l_, 391, 422^ 426, 225 a 277, 351. 698. 722.
430. 602. 654. 694. 6%. 702. 717. Escritura — 28, 30. 44. 98. 155. 171.
Doria (Paulo) —91. 22. 201. 202. 243 . 267. 287. 290. 292. 299.
Doutoramento — 41 a 44^ 85^ 199. 304i 387, 40L íUiiL
13L 696;
Febrónío (Justino) — 325 a 327, 331. de — 82^ 355. 487, 724; Pedro
332. 375. 386. 699. 20S. José — 10. 3L33. 39.44,
<fc 9,
Feijó (João de Morais Madureira), P.« — 57, 86^ 9L 98; 319. 411. 414.
185, L88. 450. 489. 722.
Feijoo (Benito Geronymo), Fr. — 51, 72. Figueiroa (Francisco Carneiro de), 713.
78,!i9,124,liSal47,!63.l8]^ 238, Tomás Manue l Pamplona Ran-
24L279. 295. 278, 454. 584. 599. 692. gel Carneiro de — 161, 721
695,699. ;Q2a 716. 722, 224. Filalete (Farmão Ferrão) — 479. 521^
Feio ( Lourenço — 602.
Baptista) Filo — 152.
Fcnelon ~ 361, 701^ 22á.
(Francisco) Filologia — LIL
Fcrcpono (Filiorco) — 266, 479, 483. 681. Filomuso (Apolônio) — 175. 469. 47L
Fernandes (Manuel) — 72. 474. 477. 487. 489. 612.
Fernando IV, de Nápoles — 330. Filosofia, passim: nos Dominicanos — 164.
Ferrão (António)— b94, 713, 120: Gaspar 356; tuxs Escolas Oficiais — US
I4L Lii a 162^ e &s., ML 405^ 695. 697. 702. 703. 711. 714. 719. Ver
453. 479: Revista A5]>^ 691; na Filosofia nos Franciscanos.
Filósofo Solitário - 369, Mil e ss.. 706. 19, mL 697] Manuel— LZL
707. 718. Z22. Franco (Antônio). P.» — 13, 26 a 28, 82,
Fiorini (Luigi) —493. I8L 429, 58L MZ. ZIO; Dionísio, ?.' —
Firrao (Cardeal), Núncio cm Portugal — 703 : José Gomes — 494, S5L
87^ 5áL Franklin ( Benjamim) —91, 364. 322.
Fisica, possim. Franzini — 37K
Fiúza (.\íário) — 222. Frascarelli (Caetano) — 711.
Flamengo — liÍL Frascatório — 578
Fleury ( Cláudio j - 79. 233. 289. ILL Frassen — 164. 276, 2iL
512. 696. 699. 216. Frayer (Ernesto), ver Proença (Martinho
Flores (Henrique), P.*- — 12L de Mendonça de Pina e).
706; José Pereira de Penha de. Fr. - 628 Gago (José) — 485, 6&L
Franciosini — 359. 201 Galeno —
72. 134. 378. 405. lli.
Francisca (Infanta, D.) — 14, 5i e ss.; Galhardo (António Rodrigues), Impres-
152. 477. 478. 679. 691. 705 a 707. sor— 701, 705. 722. 22^
723: Princesa do Brasil — 305. Galhudo (Galhano Galhardo Galhoso) —
Franciscanos — 29. 94. lOl, Ui, 124, 622.
208. 233, 24IK 275 e ss.. 282, 290, 335^ Galiani — 95
Galicanismo — 201. 202^ 297. 322 a 327. Goasco (Conde) —413, 631.
331. 332.
Galileu — 59,
359.
146.
m 231 a 239. 248. 252.
Gobinet — ISá.
Godinho (Antônio Xavier), P.' — 455,602.
295. 604, 606- 603: José —
LLL
Galindo (Gabriel) — 325, 321. Gois (Damião de) 82- —
Gama {Filipe José da) — 64, 65, 178. Goldbach —
61.
209. 470. 476. 477. 488. 572; João Golidori — 318.
Patrício — 496. João (U- Saldanha da — Gomes (António), Impressor — 695; Frath
20; José Amónio da — 373 Maria, D. cisco, jesuíta— 104, 113, 551, 552
— 229. 561. 562. 553: oratoriano — 507; João Pereira
Gamarra (Bento Dias de) — 215, 216 — 6S^ [37, 151, 254i
ÍZ«i 697^ 703.
Gamboa (António Teixeira de) — 176. 708. 711. 714. 720. 721. 726.
179. 180. 209. 488. 489. 603. Gonçalves (António Manuel) — 201; Do-
Garção (João) — 41. 531 Pedro Cor- mingos, Impressor — 272. 454: Manuel
reia — lM^ lAh. — 72i Miguel— 72,
Garibaldi (Pietro) — áSá Gôngora — 152, 79/, 192, 28á.
Gaspar, Arcebispo dc Braga — ^77 Gonzaga (Lids), P.' — 15, IL
Gasscndi (Pedro) — passirn. Gonzalez (Tirso), P.' — 58. i2.
Gazeta de Lisboa — 5^ /O, LL 22. 29, 5L Gorgc (Bartolomeu Inácio) — 521.
iZ, 60 a 70, 93, /Oi^ 121, a 131. 135. Gottlicl-Kratzcntcin — 122.
137, 140, 152. 20Sj 230, 316^ 376, 441 Gouveia (António) — 579; António Me-
469. 577. 21IL deiros de — XV.
Gazeta Literária — 262, 2QL Grabman (Martim) — 202.
Gcnovcsi (António) —92^ 94. 95^ 196. Graciano — 192.
196. ^299. 330. 336. 338. a 342. Graça (Francisco Ferreira), Fr. — 705
346. 352. 353. 369. 371. 32a a 381. Gracianos, ver Convento da Graça.
391. 396. 493. 493. 505 . 512 . 649. 684. Graevius (Jo. Greg.) — 124.
203 a TH, 223 — 22X
a 726; Pietro Gramoza (José Pedro Ferraz) — 723.
Geografia — 76, 80,8L «L LJ6, 123 a Grand (Le)— 15L 225.
UiL 206. 24L 2á5. 249. Grego —
IM,
m—
126, /6íV, 15, L&, 98, 169. 170, 242. 282,
252. 253. 260. 261. 274. 293. 294. 346. 369. 384i 39L 395, 445, 458, 579,
356. 371. .184. 701. Gregório XllI c XIV — 28; (David)
Geometria — 59, 77, 8L 92, TJÓ, 2ál a 249; Magno — 28; Nissemo — 352. 361.
248. 254. 275, 280. 281. 293. 338. 339. Grimaldi (Marquês de) — 430, 654.
343. 346. 352. 3fiL 325 a 398. Grócio (Hupo) — 115. 150. 195. 256.
606. 6L5, 61ML 332. 333. 360. 448, 506, 511.
Gerbert, ?.<— 311. Gromicho (Bartolomeu) — 28, 722, 225.
Germano Paulo — 488.
( J Guadagni, Cardeal — 114.
Gerúndio, Fray — ver (José Francisco)
Isla Guadalupe (Joaquim de), Fr. — 165.
Gessari (Ben) —213. Gualtieri (João António) —494. 520. 649.
Gianone (Pietro)— 299, 512^172, 111, 725. Guarda (Joaquim da) — 602.
Gião (Francisco), P.*— 1_5L 3Qá, Guarini (Guarini), D. — 60.
Gilbert — 326 Guedes (Francisco) — 520, 642.
Gilberto — 162 Guerike (Otho) — 2áS.
Giliberti ( Nicolau) — 221. Guerin (Pedro), Cardeal — 52.
Giomale de Letterati d'Iialia— 182, 21Í1 Guevarz (Francisco), Impressor — 480
481. 608. 61(1, 201. Gufl — 221.
Oirodon (Jean)—S&^ fMs 12Ú. Guicciardi (Dario) — 99.
Giunchí — 622. Guilherme (Frederico) — 364.
- 744 —
Guimarães Gomesj — Horácio—
F.
Gusmào
Rocha, P.»
(Alexandre
— m
(Agostinho
de)—5\, 77,
62*
P.' — 494.
48L 605,
519, 641L
121. 167. 176. 176. 118. 217, 2M, 233, Horto Botânico — 127, 283, 182.
Zlifla ilTO, SU. 606: Armando e não Hospicio de S.to António em Roma — xi,
Artur de — 205; Bartolomeu Lourenço XII. 85, /W, Uíl a LLL. 227, 306^
— 6L 112, 4/5, 470, 492, 497, 500, 505,
Haberl (LouisJ — 205. 512, 522 a 51L 539, 540, 544
Halés (Alexandre de) — 353. Hospital ( Marquês do) — 248
Haller — 215. 251. Hospital Real de Ttxlos.os-Santos — 20 a
Halics — 250. 73, LLL
Halley — ML Hospital de Roque Amador — 281
Hansch — LLL Hubert - 156.
Hargcnvillers (Francisco) — 548, 54a. 552, Hugen — 237. 256. 2a5.
S63. Hume — 126.
Harvei — 61L Humanidades —
£al4,l8,2130,39,6L
Harveu —
Uá- Hugghcns —
128, 248.
Haverampio ( Sig) 12á. — Hyrc (De la) —
258. 225.
Hazard (Paul) —
700, US. Ibarra (Joachin) — 4M. 420.
Hein&io —
83, 116. 256. 332. 333. 342. Iluminismo — 73. 85. 200. 442.
371, 381. 506. 577. 703. Imaculada (Constantino da), Fr. 444.
Heister— L2iL Index Librorum Prohibitorum — 45, 259.
Helvécio (Cláudio Adrião) —"^^ 22L 288. 289. 404. 424.
400. 401. 404 . 44&. Inocêncio xii — 313
Henrique, Cardeal-Rei — 25, 26, 28, 2a. Inquisição, ver Santo Oficio.
Heráclito — 146- Instituto Português de S.to António,
Heráldica — 125. ver Hospício de S.to António em Roma.
Hcrminicr — Uá. Isidoro (José) — 454.
Heródoto — 243. Irmandade dos Clérigos Ricos da Caridade
Hcrtman — fiL — ÉflZ.
Hertzan. Cardeal — 439, 516, É5ÍL Isidoro (José) — 594, 600, 6QL
Hipócrates — 72, 73. 133. 134. 243. 245. Isla (José Francisco), P.* - 179, 205,
250. 400. 405. 708. 215. 207. 214. 486. 487. 495 . 680. 681. 694.
História — 27. 6L76,8L82,.Lna 126, 709. 116.
167, 18Íl ^
2Q3, 26r, 293,
294, 384. 448. 458. 577: Eclesiástica
m,
—
Itinerarium, Revista
Ivanowna ( Ana) — 38^
— ?f<7.
121. 170. LSi. 641. 707, 708i Manuel L 8, 18, 102, 52L 522, 692; João Pedro
Baptista de — 21)6: Manuel Gomes de — — X. 53, 87, 102. 102. 110. 223. 227.
233. 279. 2&J a 284. 721. 22L 500. 510. 541.: José Joaquim — 8.
Línguas: Alemão — 79; Árabe — 358: Lugo (Caetano Benitez J, Fr. — 45. 46,
Espanhol— IJi, HL 243, 358^ 399; 698.
Grego — 189, 305, 336; Francês — 22. Luis, Príncipe — 478, 479; Luís XIV. de
SO, 88^ 12L 126. 135, 233, 243, 282, França — 223, 3M. 2QL Luís XV
286. 289. 335. 3.S.S. .^59. 394. 399. 716: 478.
Hebraico — 169, 170, !Í9^ 243, Lulo (Raimundo) — 182 . 208. 477. 622.
282. 3J7. 336. 445. 450, 458. 579. 710. Lumiares (Conde de) — .302.
Lirca (Fernando Leme Pico de) — 173. 43. 44. 55. 63, 74, 78, 98 a 101. 110. 123.
476. 694.
Lisboa ( Divisão de) — 107.
126, !«,
461, 464 a
180^ ^
484.
TIL
493,
286. 293, 458,
50I_. 505, 508,
Lislc— 62. 576,521^3 582, 588,649, 693; Inácio —
Liturgia — 15. 286. 287. 374. 703, 22á. 286. 2ai, £76, 487, 602.
Ver também Academia Litúrgica. Maçonaria — 148. 150. 359. 360. 364.
Lívio (Tito) — 14, 524. Madeira (Salvador da Silva) -682. 683:
Lobo (JoséJ, P.' — LZÍL Manuel da Ga- Sebastião, P.'' 603.
ma)— UL Madre de Deus (António da), D. — 275.
Locke (Joào) — 33,il.60,75,76^88a?4i 698
Lli, 136, 159, 196, 196^ 197. 215. Madureira (Vitorino Carlos Semedo Fei-
236. 239, 241. 253. 256. 269. 278, 279. /(í - 142.
295, 340. 346. 353, 361. 369. 393 . 400 Mafra (Reais Estudos de) — 337.
40L44S, 449, 609, 700, 704. Magalhães — 322: João Jacinto de — 335.
Lógica — passim.
Lóios — 123,
594. 692. 2LL
ITT, m 462, 461 593,
367.
669. 226.
Magdburgo
398. 422. 494.
177. 711. Tli. Pascoal José de, ver Reis (Pascoal José
Marques (José), P.' — 286, 358^ Manuel, de Melo Freire dos) ; Raimundo Coellio
Meneses (Carlos Bernardo da Silva Teles Moniz (Caetano). P.*, — 30; Manuel
de) — 358, 708: Francisco Xavier Mendes 4âi —
de, D. — ver Ericeira (Conde de): Monlau ( Filipe) — 694.
Henrique de, D. — 106, 318^ i/9, Montaigne — 196.
411. 42Q a 426, á20 e ss., 495, SM a Hé. Montanha (João). P.* — 20L 481_, 680,
6511 c ss.: Luís de, D. — 60. Montano ( Teotónio) — 591. 673: Tomás
Mercúrio de França — 154: Histórico e — 573.
Politico— 123, Monte (José do Espirito Santo), Fr. — 702 ;
217^ 219, 226, 232, 294, 343. 343. 395, 65^ 125, HL M6, 20L Mí 453, 464,
435, 444, 445. 519. 523. 537. 539. 469, 681. 708: Manuel António - - 5âl
662. 663. Monteiro-Mor — 603
Mesquita e Quadros (José Caetano de) Montepcllier f Bispo de) — Ver Colbert
— 285. 288 . 289. 334. 341. 342. 395. (Carlos Joaquim).
696. 716. 717. 22i. Montcsquieu — 364. 392. Ili
Mestre cm Artes — 37, áJ a 43, 85. 2ÍLL Monti (Gennaro Maria) — 707.
Metafísica, passim. Morassi, P.' — 519.
Método — 280, 385: para estudar a Morais ( Dionísio Bernardes de) ~ LLL
geografia — 168; para estudar a His- 149. 503. 504. 699
tória — Zífi: para estudar a Teologia Moral, passim.
Morales (Domingos José Vasquesy) — 13»
Milcnismo — 147, MíL Morassi, P.*" — 494, 6áíL
Mille (Jacohus). Cardeal — 548^ Morato (Francisco M. Trigoso de Ara-
553. m
Minas (Governador de) — 29;; Marquês
542.
gão) — 483,
Moreira (Eduardo)
625;
— 721
José, P.' —U J
Mousnier (Roland) — 129, TQíL 680, 69;, 699, to;, 704, lil-
Muller (João Guilherme Crisliami) J49. Noche (Carlos de), D. 215. —
Munnoz (João Baptista i - 473. Noel ( Francisco) 295. —
M unsier — 333. Nogueira (Francisco Daniel) — 400. 708:
Muratori (Gian Francesco Soli) — 494, Francisco Tavares — 230. 465.
S04 . 649: Luis António—^, SJL §L Nollct (Abade) — 93, 12L Qfl. 2iL
'jO. !Z2 a 99. 110. 111. 116. 117. 148. 247. 353.
149, 167. 168, 169. 172. 773, 176. 176. Nominalismo — 196, 2M.
Ijr, 177^ 179^ IJT, 183. 188^ IMl Noris (Cardeal) —288.
198, 200. :00, 202. 203. 210^ 2J_L Noronha (João José Ansberto de) — ver
256, 2ZL 378^ 422, 458, 459, 464, 473, Conde de S. Lourenço; Rozendo
491 a 494, áaa a 504, 577^ 649, 692. Eleutério — ál l
Nicolau (João), P.' — 288. 135 e ss.. 350. 365. 367. 381. 392.
Noalhes (Cardeal) —288. 394. 404, 40L 409. 426, á2L
Nóbrega (Antônio Isidoro da) — 33, lÉSí, 429. 431 . 453. 464, áI2 a 48L 489,
— 750 —
a 49lj 494, 495, 5fi4 e ss,, 512^ SfiíL Pascal — 248, MiL
589. 680. 681. 623 a 69L TOT, ZOL Passos (Carlos de) — viii, 119, 410, 41 1.
Paiva (António Ribeiro de) — 399; Ma- Martinho, ?.'• — 494, 520, 649j Nicolau
nuel Joaquim Henriques de — 39*). Álvares, D. — 230; Vicente, P.' — Ifil.
liai
— 752 —
Pulcinclli — 632. álL 167. 169. 182, 183, 120 a 192, 242j_
Purchot — 156. 164. 235. 238. 239. 242. 260. 272. 289. 293, 305. 336. 337. 340
252. 254. 257. ISi a 342, 350, 370, 39L 225 a 399, 458,
Queiroz (António Moreira de) — 522. 471. 577. 11£L
Quental (Antero do) — 3 32 Bartolomeu Riaumur — 122.
do, P.' — M. iOL ili, 221 22h a 228, Ribeira Grande (Conde da) — 19, TZ
232. 44L 4ÍL 5Q5 a 509, Sl£ e ss., 641, Ribeiro (Ângelo) ~ 498; António, P."
670. 678. 331 Aquilim — 695: Francisco, P."
Quesnet (Pasquier), P.' — 282. — 34i 15L Zlli José Manuel — ML:
Quevedo - lii2- José Silvestre —
66, 202.
Química, Químicos — 71.73. 128. 137. 138. Ribeira - 70. 72, 622, 215.
156. 273. 281. 28-t. 293. 309. Ul a 379. Ribes (José Maymo D. — 214
382.
Quinaults
m— 2íi5_ Richard (Robert)
y),
a 216, 473, 474, áa2 a 489. 681. 2QQ.
—214. 215. 220.
Quinta da Alfarrobeira —L Ricci, P.' — 421-
Quintela (Inácio da Costa) — 171 - Riccioli — 146, 15«, 245, 225.
Quintiliano — 285. Riglini. — 416. 622.
p.«-
48
— 754 —
Santa Teresa {ínàcio de), D. — 148. 149, Sào Tomás, de Aquino — 2»^ 44^ L2A
22'). 231, 330. 4')4. 504. 560 a 563, felíL llLi !Í0, 203. 256^ 353, 356, 448, 723;
Santana (Joaquim di-), 244, 279, 6ÍKL João de, Fr. —
138, ÍM.
Santiago (Amónio de), P.'" — 522: Conde Sâo Vicente (Conde dei — 564.
de — 591; José Pereira de — 420, áll. Saraiva ( António Ribeiro) —711; Car-
519. 662. 663. 671. deal — fâ. IXL 261; João, P.' — 222;
Santo Aloysio (Thonta Viitas a) — 7\0. José, — 9, José ; da Cunha — 2Q2;
Santo António — 230; Igreja de — 592. Tomás, — 3M.
593. 596: Marcos de, Fr. — láá. Sarmento (Jac<A de Castro) — 63, 70,
Santo Eustachio — 631 72, 2i, 21. Lii HL 12L 129, ns,
Santo Ofício — xni, 1. 3. 4. 7. 46. 119. 139. 283. 286. 375. 692. 700. 707. ILL
125. 141 a ISO. 167. 113 a 177. 181. 209. 713. 724. 725: João Botelho de Queiroz
249» 256, 261 277, 2Sh 2S1 c ss.. U — 641. 6áL
325. 35&c%s., 395. 404. 407. 424. 4iS c ss. Sarmiento. P.' — 14ÍL
4%. 502. 512. 521 a 523. 705 . 221- Saverien — 25S.
Santos (António dos) — 683; Antônio Scapula — 642.
Rodrigues dos — 22; Bento Gomes dos Schcrffer— 237.
— 171 — 73, 134: Domingos
Costa Schooten (Francisco) — 59, 243.
Mauricio Comes — 156. 200. 708,
í/oí Scioppio — 186i 262, 336, ááL
709. 720: Francisco, P.* — 239; Fran- Scbastiani. músico da Patriarcal — 507
cisco Xavier dos — 39^ José dos — 161 Sebastião, D. 23.
Manuel dos, PS — Mariana A.
.^ft». Secretários de Estado — 294. 302
Machado — vin. W, 380, 486. á2L Seiscentismo — 121
623 709, 726; Sebastião da Costa — 205. Seixas (Manuel dc), P.' — 3Qá.
Santuoci (Bernardo) —10, IL LiL Semedo (João Curvo), 1X4
691. Seminários — 21 \, 313, 369i 394, iiil
Sào Bartolomeu 507 — 621: de Braga - - 369, 39^1 de Coim-
Sào Bento (Francisco de), Fr. — 3M a bra — 395, 32L 396, 39&, 426, 723, ver
ML Biblioteca do; de £Aa5 - 301; de
Sào Boaventura (Bernardo de), Fr.— 450. Évora — 29^ 30, 269, i»0, 396. Í26.
714: Cristóvão, Fr. - 451,; Fortu- 607: de Faro, i2£; de Leiria 394:—
nato de, Fr. - 21 1 . 450, 22ÍL dc Pádtta — §0: do Porto — 395,
Sào Caetano (João Baptista de), Fr. 22£L de Santarém — 305. 369. 394.
— 325, i2íí- 395. 714. HL
São Cláudio de Burgognioní — 423. Sena (Manuel de) - IL
Sào Clemente das Praças — 2, 3, 520 ,
Séneca - 91. 145, 2ái
528. 529. Sequeira (Francisco de} — 597 Manuel
São Cristóvão. Lisboa — 554. 598 Soares de — 7Q7.
São Jerónimo 388. — Serafins (Luis Caetano dos) — 142, 143,
Sâo João de Deus 305. — 202.
Sào José (Joaquim de), Fr. — 164. 165 Sérgio (António) - 313, 450. 42L ILL
São Julião da Barra — 305, ií21 716
São Justino 163, — Serra (José Correia da) — 397, 398, 44L
Sào Lourenço (Conde de) 286, 429, — 441. 494. 519. 519: Pedro da, P.* — xu,
465. 466: do Prado, Melgaço 256. — Uá, //^ 115, 154. 304. 470, 58S. 62L
São Luís dc Marselha i — Serrano (Tomás), P.'' — 207, 488,
Sào Miguel (Jacinto de), Fr. — 482, 681 Serri (Francisco), P.« — 288.
Martinho de), P.»— fiQQ. Seur (Tomás le) —24.
Sào Paulo (Largo de) ~ 322. Severino dc S. Modesto - LL. HL ISL.
— 755 —
202. 20L 469, 47l_, 472, 622, 426. 706. 716: António Soares Barbosa,
687. 6H9. ver Barbosa (António Soares); Bento,
S^GraN-csand 75. 115. 128. 158. 161. Livreira — 175. 455, 522^ 596, 598:
236. 247. 252. 254. 257. 265. 295. 3?8. Cipriano — 14^ 693j Diogo, P.' — [5,
339. 347. 353. 5^ 80, 702, 715^ 716:: Francisco Bar-
Sharp (S.)— 129. Z2S. bosa Lima — 365; — 254. Inácio, P.«
Schcvalo, General — ál£. 256.718: João Pedro — 79^ José — l£L
Sigilismo — 1 19. 147. U&. 148. 502. Soares Lusitano (Francisco) — 34. 18,
503. 696. 721. 59, 16L 239, 240, 241
Silva ^A. Vieira da) — 694: Acúrcio Soavc (Francisco), P.» — 22.
Gomes da — 343; Agostiitho da, Fr. Sociais ( Questões) — 222 e ss.
M. dos Santos — 28, èHl Manuel, P.» dos Reis — LU ; Manuel Rodrigues Cae-
— 601 tano — 106. 545i
— Pedro de, Fr.
Siom ( Nicolau Francês) — ver Ameno Souto (Inácio Ferreira) — 331, 427: Ma-
(Francisco Luis). nuel Gonçalves), P.' — 522.
Soalhàcs (Casa de) — 106. Spadafora (Plácido) — 80.
Soares (Antówoj, P."- — 259^ 263^ 269^ Stahal (George Ernest) — UQ a 132. 202.
— 756 -
Stanley — 242, 340, ILL Teologia, passim.
Staurini (Vicente Dâmaso j — 228^ Terêncio — 574.
ML STL 665, 674, (57^ 677, 62ÍL Teresa. D. — 12á-
Slay (íienui) — ÍLL Teriiio. P.' — 428.
Stegmuler (Friedrisch) - 706. Terreiro do Paço — iUL
Sloqucller (Cristiano) ~ 601', Francis- Terremotos — 147, IZfi. 706, 716, 224.
co— fUl, Tessaiónica (Arcebispo de) — 398.
Suarez, granaiense (Francisco), EJl — 2jL Theincr (Agostinho), P.* — 423, 208-
HL Thumígio — 340.
Suetónio — LL 14. Tico Brahc —
Suite des Nouvelles Ecciesiastiques ^25 Tipografia da Academia Litúrgica — 287:
Tabuada — ifiL do Colégio das Artes — 243. 702. 121
Jacquet — 238. 221. a 221: dos Lóios— UL 522 a 521:
Taddci, Pr. — 494. 520. táã. dt>s Oralorianos — 71, lil. 695. 2fiL
Talbot (Gabriel), P.« — 161. 70X. Ver também os nomes de cada
Tamburini (Cardeal) — 91, HO, 114. Impressor.
Tiro (Arcebispo de) —431.
Tancos ( Marqueses de) — 432, 515. 653. Tojal (Pedro de Azevedo) — \2L 201
Toiand (João) — 4Q1.
Tanucci (Marquês de) — i/6, 330, 423. Tomás (Cristiano) — 506; ou Tomásio —
684. 115. 116. 333. 448. 521
Tarouca (Carlos da Silva), P.» — ix, ILU Tomassim. P.* — 1 16^ 2M.
Conde de —
32â. Torre (C. Marco de la) 99. —
Tasso — 578. 2QL Torres (Jacinto José Soares de) — láL
Tavares (António), P." — 533: JoÕo Torrioclli ( Evangelista) — (i9, 128^ L5Ê.
Peres de Macedo de Sousa — 6^, 720: 236. 248. 252. 255.
Severiano, P.^ — 450, 225. Torriggiani — 424. 641
Távora (Jerónimo Tavares Mascarenhas Tosca (Tomás Vicente), P.^ — 19, 59, IM.
de) — 476;; Manuel Varejão e — 592. [55, I52x 161 a 164, 252 a 24L 251,
596. 598: Marqueses de — 2^ 716: 251 262, 270^ 295, 46L 576, 697.703.
Miguel de, D. Fr.— 106» IM. $Q0^ Tosctti (Urbano) — 94, 2LL 211, 4SL 622.
504. 54íL Tourncli — 116.
Teatinos — 94. 143. 211. 259. 286. 315 c ss. . Tour (P. de la) — 362.
430. 622. Touros — 594, 597.
Tcat ro — 363: Anatómico — 386: £s- Tradição Apostólica — 201 . 301
itanftol— 151. 2fi5- Tradicionalismo — I9f>
LL5, 353
Tencino (Pedro Guerino), Cardeal — 478. Unhão (Conde de)— 22.
479. Universidade de Bolonha — 133: de Coim-
Teofrasto — 353 bra, passim; de Évora, passim: doação
— 757 —
aos Franciscanos: 390: Gregoriana, Ll^ Vcncio (LMca de) — 5L
de Halle — m-, de Jena—Ml; Venturini (João Baptista) — 491.
de Nápoles — xiii, 197; de Paris — 156: Vera, gramático — 184.
169,
52S,
— X.
M9,
52,
178, 203^ 206,
80. 89.
494,
iZ3 a 529, 55L 56i
653, 655, 657, 652 a 673,
509. 510.
Ml ^
6916^ 1^
518,
650,
220. 223. 285. 285, 298. 301. 459. 467. Dionísio — 2, 3,638,17,21^31,32,
489. 492. 503. 516. 539. 658. 673. 682. 38 . 44. 421. 52Q e ss. ; Dionísio Antó-
2QQa705^IlíL715^717, 722,226 nio- w, 8, 180. 443, 445, 464,
Valentão (António José Guedes Pereira)
— 209. 476. 6aL
490. 495.
674:
5,
517.
Fdmond
^— a 527. 550. 670.
673. 2; Emerenciana
Valente (João Saraiva), P.« — 2S2- Josefa — i, 8, 524; Francisca Rita — 7,
Valenti (Marquês de) — 1 14: Ludiy- 8. 525; Gaspar — 2, 8; Heitor — 3. 8.
José Joaquim — I2j José Joaquim -tonsura 100, Sacerdote 101. Arce- —
Soares de Barros — 209. diago — 101 na Congregação de S.to
Vaseu — 243. António — LU c ss.; Luisa Teresa — 7,
Vilar Maior (Conde de) 66. 226. — L50, 16L 1%, 197, 215 a 238, 24L
Vilares (António Luís), P.« D. lAL — 24:. 247. 111 a 257, 264, 278, 280.
Vilhena (Sebastião Estácio de) — 135- 295. 295, 333. 334. 339. }Aa, .U7. 353.
Villeneuvc (João de) — 79, 22Q. 506. 577. 220,
Vimioso (Conde do) — LIL Worccstcr (Marquês de) — 136
Virgílio —ILLLUx IM. 578, 58L 556. Wundt — 196.
Visitação (Religiosas da) — Í5ÍL 42L Xcnofontc - 2ái
Vitalismo — /.?2. Xisto (Inácio Nogueira) — 488.
Viterbo (António de S.ta Rosa), Fr. — JSLL: Zanch. P.'' — 136 a 238, 242, 2iL
Joaquim de S.ta Rosa, Fr. — 278. Zanetti (Francesco Maria) — 92.
Vitória (António), postilhão — 510: Ben- Zann — LiL
to da, ver Costa (Vitorino José da) Zapata (Diego Matheoj, D. — US, 116-
Vivas (Manuel Soares) — 175. 545. 467. Z&na. (António) — 213.
594. 596. 600. Zazzari (Girolamo Agostinho), P.' — !ifi*
fNDlCE OERAL
PARTB
buroduçâo VII
Capitvh I: A nunflb I
2.» PARTB
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— 760 —
XVI) PiraiMganda nos meios literários, a) Caru aos Redactores do
Jommat dtt Statam sobre o Verdadeiro MMb dê Eãtudàr:
b) Separatas das noticias do De Re Lógica, Apparatus, De Rt
AieUiphjaka; cj Lettera scritta ad un Letterato Toscano 609
XVII) Quatro cartas de Verneí a Pombal €U
XVIII) Carta dc Vcmel a D. Jose, publicada no De Re Physhtt 626
XIX) Correspondãnda trocada entre Vemei e Pagliarini 630
XX) Nomeação de Venwi para SecretiTio de Legaç&o e correspoodêoda de
Almada e D. Vicente Coutinho 633
XXI) Venda de livros da BibUotcca de Vemei 642
XXII) Prisão e sequestro 642
XXin) RegreMO de Vemei a Roma 6S0
XXIV) Vemei na Academia das C^laoiM 661
XXV) Deputado honorário da Mesa da ComcMocia e Ordens 662
XXVI) Em louvor de Vemei 665
XXVII) últimas vontades 667
XXVIQ) Catálogos das obras criticas a respeito do Verdadeiro Método de Estu-
dar e do Novo Método de Oramáíica Latina 679
XXDQ Documento* da reforma pombalina: a) Director doe Estudos em
Évora: h) Carta dc D. Francisco de Lemos sobre a reforma da
Universidade; c) Cenovesi e as Decretais; d) Um novo
«Iluminista» desatendido 682
XXX) Um quase inédito 686
XXXI) O Ratio Studiorum dc Filosofia 690
4 — Chave das abreviaturas da Bibiiogrtifia consultada 690
i^Ábretkitartti dt Mthueoi e ArqtítOB 728
6 — Ademh e corrigenda T29
7 — Imãee ideográfico 730
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ACMMU M M iMnoMB am voumi
NAS OnCMM OKitelCAS OH «Dmima
DB Co—>». L.M» m MNOBO Dt 1M
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laterial