Artigo Ictericia Neonatal
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SAUDE
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da F A M I´ L I A
CASO COMPLEXO 1
Danrley
Fundamentação Teórica:
Icterícia neonatal
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Universidade Aberta do SUS
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Icterícia neonatal
Cecilia Maria Draque
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O RN apresenta captação hepática limitada da bilirrubina nos primeiros três a quatro dias devido à
deficiência de ligandina, principal proteína carreadora da bilirrubina dentro do hepatócito. Além disso, a
conjugação hepática deficiente decorre da atividade diminuída da glicuronil-transferase. Ao nascimento, a
atividade é inferior a 0,1% em relação à do adulto, atingindo seu nível entre 6 e 14 semanas.
A excreção hepática de bilirrubina também é limitada, ocorrendo contra o gradiente de concentração,
uma vez que o nível biliar é muito superior ao citoplasmático no hepatócito.
Assim, o RN apresenta várias limitações no metabolismo da bilirrubina que culminam com a
bilirrubinemia aumentada.
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semanas, denominada síndrome da icterícia pelo leite materno. Lembrar que a icterícia prolongada pode
ser a única manifestação do hipotireodismo congênito, pois o hormônio tireoidiano é um indutor da
atividade da glicuronil-transferase.
Fatores étnico-raciais (descendência asiática) e familiares (irmão com icterícia neonatal tratado com
fototerapia) são associados à BT > 20 mg/dL e decorrem de possível polimorfismo genético relacionado
à diminuição da atividade glicuronil-transferase, com consequente diminuição da conjugação hepática.
Na presença de céfalo-hematoma, equimoses ou outros sangramentos, a hiperbilirrubinemia se
manifesta 48 a 72 horas após o extravasamento sanguíneo e pode causar icterícia prolongada.
A deficiência de glicose-6-fosfatodesidrogenase (G-6-PD) deve ser pesquisada em todo RN que
apresente icterícia não fisiológica, mesmo que outra causa explique a hiperbilirrubinemia. É uma doença
genética associada ao cromossomo X e, ao contrário do que se esperaria, afeta igualmente indivíduos
dos dois sexos. A maior incidência ocorre em pessoas com ancestrais provenientes do Mediterrâneo,
como Itália e Oriente Médio, da África Equatorial e de algumas regiões do Sudeste Asiático. No período
neonatal existem duas formas da doença: a hemolítica aguda com rápida ascensão da BI desencadeada
por agentes oxidantes (antimaláricos, infecção, talcos mentolados, naftalina, entre outros) e a hemolítica
leve associada ao polimorfismo genético com expressão reduzida da glicuronil-transferase e conjugação
limitada da bilirrubina, sem a presença de anemia. Estima-se que pode atingir até 7% da população
brasileira, sendo a triagem neonatal da G-6-PD feita em papel de filtro e a dosagem quantitativa realizada
em sangue com reticulóticos normais.
Sempre que houver fatores para hiperbilirrubinemia significante, deve-se ponderar o risco
e o benefício da alta hospitalar, tendo como principal objetivo a não reinternação do recém-nascido
em decorrência da progressão da icterícia. O pediatra deve realizar a primeira consulta após a saída da
maternidade, no máximo até o quinto dia de vida, para avaliação das condições de amamentação, além da
icterícia e outras possíveis intercorrências.
Determinação da bilirrubina
A icterícia por hiperbilirrubinemia indireta apresenta progressão céfalo-caudal. Em recém-nascidos
de termo saudáveis, a constatação de icterícia somente na face (zona 1) está associada a valores de BI que
variam de 4 a 8 mg/dL e a presença de icterícia desde a cabeça até a cicatriz umbilical (zona 2) corresponde
a valores de 5 até 12 mg/dL. Já pacientes de termo com icterícia até os joelhos e cotovelos (zona 3) podem
apresentar BI superior a 15 mg/dL. Considera-se que a progressão caudal não é útil em identificar os
pacientes com BI igual ou maior que 12 mg/dL.
Além disso, estudos mostram que não existe concordância entre a avaliação clínica da icterícia
por médicos e/ou enfermeiros e os valores de BI sérica, pois a sua detecção depende principalmente da
pigmentação da pele do recém-nascido, sendo subestimada em ambientes com muita luminosidade e
prejudicada em locais com pouca luz. Dessa maneira, recomenda-se a dosagem rotineira da bilirrubina
sérica ou transcutânea.
Para a determinação da bilirrubina sérica, após a coleta da amostra de sangue, o frasco ou capilar
deve ser envolto em papel alumínio para evitar o contato com a luz e a degradação da bilirrubina.
A avaliação da bilirrubina transcutânea é realizada de preferência no esterno por meio de aparelhos
de fabricação americana (BiliCheck® – Respironics) e japonesa (JM-103 – Minolta/Hill-Rom Air-Shields)
que evidenciam coeficiente elevado de correlação (0,91 a 0,93) com a BT sérica até 13-15 mg/dL em
recém-nascidos pré-termo tardios e de termo, independentemente da coloração da pele. Entretanto,
valores iguais ou maiores que 13 mg/dL devem ser confirmados pela mensuração sérica de BT.
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Conduta terapêutica
As formas de terapia mais utilizadas no tratamento da hiperbilirrubinemia indireta compreendem a
fototerapia e a exsanguíneo transfusão e, em alguns casos, a imunoglobulina “standard” endovenosa.
Os níveis séricos de BT para a indicação da fototerapia e de exsanguíneo transfusão em recém-
nascidos de termo e em prematuros não são considerados de maneira uniforme pelos autores. Com base
em evidências limitadas, leva-se em conta a avaliação periódica da BT, a idade gestacional e a idade pós-
natal, além dos fatores agravantes da lesão bilirrubínica neuronal, para indicar a fototerapia e a exsanguíneo
transfusão. De maneira simplificada, a TABELA 1 mostra os valores para recém-nascidos com 35 ou mais
semanas de gestação.
RN com > 35 semanas readmitidos após a alta hospitalar com BT 18-20 mg/dL devem receber
imediatamente fototerapia de alta intensidade (irradiância de 30 µW/cm2/nm na maior superfície corpórea
possível), sendo a BT colhida em 4-6 horas. Nos pacientes com BT entre 20-25 mg/dL, colher em 3-4
horas, e nos pacientes com BT > 25 mg/dL, colher em 2-3 horas, enquanto o material da exsanguíneo
transfusão está sendo preparado.
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Þ POLICITEMIA
• Recém-nascido pequeno para a idade gestacional
• Recém-nascido de mãe diabética
• Transfusão feto-fetal ou materno-fetal
• Clampeamento após 60 segundos ou ordenha de cordão umbilical
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