Símbolos Gráficos Tratores PDF
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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
por
Mário Quintana
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria
The main objective of the study was carrying out the review and identification of the
graphic symbols used in tractors, using as a setting technical standards ABNT NBR
11379 (1990) and ISO 11684 (1995), with the purpose of verifying the level of use of the
same companies manufacturers of agricultural tractors. The research was conducted
through photographic record, composed the agricultural sampling 39 tractors, marketed
at fairs and agricultural dealers of Rio Grande do Sul, and the data obtained were
calculated in spreadsheets and tables. They were divided according to the band of
power, and grouped in Light, Medium and Heavy. The main results show the lack of
standardization regarding technical standards and between models of the same
manufacturer. In the category of tractors light the average rate of compliance was
73.2%, where the biggest problem raised was the lack of graphic symbols on levers,
controls and commands. In the Middle class results found showed a big difference
between a model and the other, it was found the minimum and maximum for the index of
conformity. In the category of heavy tractors of average compliance of use of standard
NBR 11379 (1990) was 58%, results considered low, as they have more tools, controls
and commands for other classes studied. It follows that although companies know the
technical standards, use them in part, thus not helping in the process of standardization
of information transmitted to the operator through the use of graphical symbols.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................44
4.1 Introdução ................................................................................................................44
4.2 Análise quantitativa dos resultados ..........................................................................44
4.2.1 Análise dos Tratores Leves ...................................................................................46
4.2.3 Tratores Médios.....................................................................................................48
4.2.3 Tratores Pesados ..................................................................................................49
4.3 Análise qualitativa dos resultados ............................................................................50
4.3.1 Marcador de Combustível .....................................................................................50
4.3.2 Marcador de temperatura do líquido de arrefecimento..........................................54
4.3.3 Mostradores de combustível e do líquido de arrefecimento em conjunto..............56
4.3.4 Indicador de Lento e Rápido .................................................................................57
4.3.5 Bloqueio do diferencial ..........................................................................................58
4.3.6 Uso de língua estrangeira .....................................................................................60
4.3.7 Ignição...................................................................................................................62
4.4 Banco de Dados Sobre Símbolos de Máquinas Agrícolas (BASIM).........................64
4.1 Introdução ................................................................................................................64
4.2 Estrutura do banco de dados (BASIM) .....................................................................64
4.3 Manual de funcionando do Banco de Dados sobre Símbolos Gráficos para
máquinas Agrícolas - BASIM. .....................................................................................65
4.3.1 Acesso ao BASIM:.................................................................................................65
4.3.2 Inserção e exclusão de símbolos gráficos nos campos do BASIM........................70
5 CONCLUSÕES ...........................................................................................................72
RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................74
ANEXOS ........................................................................................................................81
ANEXO A ..........................................................................Erro! Indicador não definido.
ANEXO B ..........................................................................Erro! Indicador não definido.
1 INTRODUÇÃO
propostas pelas normas técnicas não é obrigatória, porém a sua utilização cria
uniformidade e padronização nos produtos.
Desta forma, o operador poderá trabalhar com diferentes marcas de tratores
agrícolas, sem encontrar problemas quanto à identificação de comandos e controles,
pois os mesmos serão indicados pelos mesmos símbolos gráficos. Dentre as normas
técnicas para símbolos gráficos e sinais de advertência para máquinas e implementos
agrícolas podemos citar: ISO 3767/1 (1982), ISO 3767/2 (1982), ASAE (1984), ISO
11684 (1995) e ABNT NBR 11379 (1990).
De acordo com o relato de Mialhe (1996), os critérios ergonomia e segurança,
foram incorporados mais recentemente na formulação de metodologias de ensaio de
máquinas agrícolas e ainda há falta de informação aos projetistas sobre Legislação,
Normas Regulamentadoras e Normas Técnicas, sendo que a legislação brasileira já nos
contempla com Leis específicas para a área agrícola. Conforme Back (1983), projeto de
Engenharia é uma atividade orientada para o atendimento das necessidades humanas,
principalmente daquelas que podem ser satisfeitas por fatores tecnológicos de nossa
cultura. Sendo assim, a utilização de informações que possam melhorar e facilitar o
entendimento das novas tecnologias por parte de quem as utiliza, devem ser
contempladas na concepção do projeto de uma máquina ou implemento agrícola.
Pahl & Beitz (1988) apontam que os projetistas devem utilizar princípios que
garantam a proteção das pessoas, do ambiente e das funções técnicas do produto.
Assim, a utilização de normas técnicas no projeto de máquinas agrícolas, oferece aos
projetistas subsídios para identificar no manual, as funções propostas nos comandos e
controles da máquina e ainda oferece ao operador uma interpretação clara e fácil, visto
que o manual deve conter todas as informações possíveis, tais como à ilustração do
símbolo ou sinal, sua localização no comando ou controle e o seu significado. Com
isso, teremos máquinas e implementos mais uniformes, pois os fabricantes das
diferentes marcas existentes no mercado brasileiro utilizam a mesma simbologia,
proporcionando ao mesmo operador a possibilidade de trabalhar com diferentes marcas
de máquinas e implementos agrícolas.
17
1.1 O problema
1.4 Hipótese
A dissertação foi estruturada em seis tópicos, nos quais foram explorados assuntos
relacionados com o tema, descritos a seguir:
Introdução, descrição do problema, objetivo geral, objetivos específicos,
hipóteses, contribuições da dissertação e estrutura da dissertação.
Revisão de literatura, abordando conceitos de comunicação, semiótica,
ergonomia, histórico da padronização de símbolos gráficos.
Material e métodos, com descrição da metodologia adotada, da coleta de dados,
do tratamento dos dados e análise estatística dos dados obtidos.
Resultados e Discussão, análise qualitativa e quantitativa, e Banco de Dados
sobre Símbolos Gráficos para Máquinas Agrícolas – BASIM.
Conclusões.
Recomendações para futuros trabalhos.
Definição dos
Pré-projeto Revisão de Definição da objetivos e
literatura pesquisa metodologia a
ser empregada
Introdução
Revisão de
literatura
Material e
métodos
Resultados e
Discussão
Conclusões
Recomendações
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Introdução
2.2 A Comunicação
2.3 A Semiótica
represente outra, em certas medidas para certos efeitos. Semiótica é o estudo dos
signos, que é a representação das coisas do mundo que estão em nossa mente. A
semiótica ajuda a entender como as pessoas interpretam mensagens, interagem com
objetos, pensam e se emocionam.
No conceito de Mesquita (1997), a semiótica é a ciência de toda e qualquer
linguagem. Tem por objetivo analisar como se estrutura a linguagem de todo e qualquer
fenômeno, como elemento de produção de significação e de sentido.
A habilidade de emitir e receber sinais não verbais é decorrente da
aprendizagem e da prática no decorrer da vida cotidiana. Esta aprendizagem pode
ocorrer por imitação, auto-modelação, adaptação às instruções e retroalimentação a
partir das reações de outros indivíduos. Alguns fatores têm sido considerados no
desenvolvimento das habilidades não verbais. São eles: a) motivação, b) atitude, c)
experiência, d) conhecimento (KNAPP, 1982).
Para Mesquita (1997), a comunicação humana é um fenômeno interindividual,
interno-externo e individual-coletivo. É compreensível quando a codificação e a
decodificação da linguagem simbólica ocorrem, e sensível quando a interpretação dos
códigos possibilita inúmeras significações.
De acordo com Numberg (1996), a definição de informação é problemática e
variada: pode ser entendida como processamento de sinal, percepção sensorial, dados
gerados por indivíduos ou grupos, conhecimento, cultura, bens intelectuais que podem
ser negociados no mercado de capitais - enfim, apesar de se estar começando a viver a
era da informação, a palavra informação é particularmente vaga e ambígua.
O desenvolvimento tecnológico também permitiu a percepção e valorização de
outra característica potencial da informação: a interatividade. O descolamento da
palavra do suporte papel e o posterior descolamento da imagem, do vídeo e do áudio
de seus respectivos suportes analógicos estão gerando a possibilidade de interagir com
a informação de forma inteiramente nova (NEGROPONTE, 1995).
Na visão de Aicher & Krampen (1991), a compreensão entre os participantes de
um processo de comunicação tem lugar quando o emissor e o receptor entendem o
mesmo código.
23
2.3.1 Signo
Um signo, para Peirce (1977), é aquilo que, sob certo aspecto representa alguma
coisa para alguém, Segundo Neves (2007) o signo é composto pela sua forma física e
por um conceito mental que lhe está associado e, este conceito é, por sua vez, uma
apreensão da realidade externa. O signo apenas se relaciona com a realidade através
dos conceitos e das pessoas que o usam. Pode ser uma palavra, uma ação, um
pensamento ou qualquer coisa que admita um interpretante, com o qual mantém uma
relação de duplo termo.
De acordo com Mesquita (1997) o signo, por definição é algo ou alguma coisa
que está no lugar de outra coisa. Este algo é a representação de algum aspecto ou
capacidade segundo o ponto de vista, a partir do qual, o objeto é recortado de um certo
contexto.
Os signos segundo Coelho Netto (1996) e Peirce (1977), podem ser divididos em
ícone, índice e símbolo, onde os conceitos serão descritos a seguir.
2.3.1.1 Ícone
O ícone conforme definição de Coelho Netto (1996), é um signo que tem alguma
semelhança com o objeto representado. Contudo a definição de Peirce (1977) vai além,
define ícone como sendo, representações de um conceito abstrato ou concreto, cujo
objetivo é transmitir, com eficiência, o significado do conceito que está a ele associado.
Deve ser facilmente reconhecido e entendido pelos usuários, como por exemplo, Figura
3, onde a impressora é facilmente reconhecida pelos usuários de microcomputadores.
24
2.3.1.2 Índice
2.3.1.3 Símbolo
da nossa civilização, podemos nos dar conta que sinais simbólicos, sinais pictográficos
foram utilizados em todos os tempos para transmissão visual de mensagens desde os
desenhos rupestres da pré-história. Conforme Neves (2007), a exigência de
transmissão de informações através de símbolos obriga a conceber signos concisos,
simples, rapidamente compreensíveis; para isso há que procurar estruturas gráficas
elementares, para fazer justiça a um determinado tipo de percepção.
Dessa forma, fica evidente que nos símbolos existe uma relação direta entre a
sua forma e o seu significado, embora seja necessário ter conhecimento prévio do que
representa.
2.4 Ergonomia
que conforme Larica (2003 apud GUEDES 2006) devem ser considerados para o
projeto de interiores do veículo, que são: a visão e a percepção, os símbolos para
controles e indicadores, a demanda visual e o manual dos controles e o projeto do
painel de instrumentos.
quem vai operá-la, pois a capacidade operacional do trabalho agrícola depende das
condições em que ele é realizado.
As máquinas agrícolas são fabricadas sem estudos prévios de todo o ambiente
de conforto do operador e ainda sem considerar os deslocamentos e movimentos que a
máquina vai exigir do mesmo para seu funcionamento (IIDA, 1995). E, conforme Mialhe
(1996), a utilização de tratores na agricultura pode significar riscos de acidentes para
seus operadores, não por se deslocarem em velocidades elevadas, mas por
imprudência na operação dos mesmos ou por emprego em más condições de trabalho.
Com isso, equipamentos adequados são os melhores recursos do trabalho e
essenciais para o mesmo ser executado de forma confortável, mantendo a saúde e o
bem-estar, levando a um aumento de rendimento, diminuição dos riscos de acidentes e
melhor qualidade do trabalho (FIEDLER, 1995).
Para Butierres (1996), embora os projetistas se preocupem em realizar seus
projetos contendo o máximo de segurança operacional possível, um implemento ou
máquina agrícola sempre possuirá pontos de risco de acidentes. Ainda, Barger,
Liljedahl, Carleton (1996), comentam que a correta disposição dos comandos de
operação exerce papel fundamental na interação homem/máquina, aumentando o
desempenho do operador e diminuindo seus erros.
Desta forma, segundo Balestra (2004), a aplicação de normas técnicas na
utilização de símbolos gráficos em projetos de máquinas agrícolas, além de criar
homogeneidade entre os fabricantes, o significado para os símbolos é o mesmo para
todas as máquinas agrícolas, fornece segurança ao operador de que está realizando a
operação de forma correta e ainda garante ao fabricante a certificação de que seu
produto atende a padronização.
Frutiger (1999), reforça a idéia de falta de padronização, afirmando que as leis
econômicas de oferta insistente e em constante crescimento, estimula uma demanda
cada vez mais exigente, produzindo assim novas convenções pictóricas e linguagens
de sinais.
2.4.4 Escolaridade
32
Em trabalho realizado por Alonço et al. (2007), que visou avaliar o nível de
conhecimento da simbologia gráfica utilizada em controles e comandos de máquinas
agrícolas, foram envolvidas três categorias de público na pesquisa:
operadores/mantenedores, profissionais da área de mecanização agrícola e
acadêmicos. Na análise do percentual de acertos foi verificado que símbolos utilizados
também em veículos eram os de maior acerto, pois segundo Alonço (2004), os mesmos
já estão armazenados na Memória de Longo Termo ou ainda, na Memória de Trabalho.
Contudo, nos símbolos encontrados apenas em máquinas agrícolas, o nível de
acerto obtido pelas três categorias foi muito baixo, inclusive pelos
operadores/mantenedores que é o público que mais diretamente está envolvido com o
uso dessas máquinas. Dessa forma, conforme os autores, esse resultado indica a
necessidade de cursos de capacitação para operadores/mantenedores, de entregas
técnicas de qualidade por parte das concessionárias e da utilização por parte da
indústria dos símbolos gráficos padronizados, através da utilização das Normas
Técnicas.
Na pesquisa realizada por Reis et al. (2005) sobre manutenção de tratores
agrícolas em uma Fazenda Escola da UNESP, foi verificado que os operadores
responsáveis pelas máquinas agrícolas possuíam baixo grau de conhecimento técnico
e a taxa de escolaridade encontrada foi de 60% operadores com o ensino fundamental
completo, 30% possuíam as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental e 10%
possuíam Ensino Médio completo.
Assim, conforme Dallmeyer (1996) o nível de escolaridade não é elevado em
nenhum país do MERCOSUL. No caso do Brasil, a escolaridade máximo de operadores
de máquinas é de 6 anos, verifica-se que em todos os paises se fazem necessários
ações de treinamento e aperfeiçoamento de operadores de mecanização agrícola, visto
a dificuldade de acesso devido as distâncias das escolas e das notórias dificuldades do
homem do campo.
33
ISO 3767/1 Tractors, machinery for agriculture and forestry, powered lawn
and garden equipament – Symbols for operator controls and other displays – Part
1: Commom symbols. Geneva, 1982.
Tratores, máquinas para agricultura e silvicultura equipamento para jardinagem,
Símbolos para painéis de controle e de operação. Parte 1: Símbolos de uso comum.
ISO 3767/2 Tractors, machinery for agriculture and forestry, powered lawn
and garden equipament – Symbols for operator controls and other displays – Part
2: Symbols for agricultural tractors and machinery. Geneva, 1982.
Tratores, máquinas para agricultura e silvicultura equipamento para jardinagem,
Símbolos para painéis de controle e de operação. Parte 2: Símbolos para tratores e
máquinas agrícolas.
ABNT NBR 11379 – Símbolos gráficos para máquinas agrícolas. São Paulo,
1990.
35
ISO 11684 – First edition – Tractors, machinery for agriculture and forestry,
powered lawn and garden equipment – Safety signs and hazard pictorials –
General principles. Geneva, 1995.
Primeira edição – Tratores, máquinas para agricultura e silvicultura equipamento
para jardinagem, principais pictogramas de segurança e sinais de perigo. Princípios
gerais.
Conforme Aicher & Krampen (1991), a evolução dos símbolos gráficos começou
essencialmente no princípio do século passado, se os considerarmos sob o aspecto de
sinais que transformam determinadas mensagens em sistemas gráficos de maneira
simplificada, condensada e uniformizada, sendo que, a primeira tentativa de
padronização de símbolos gráficos foi através da criação da International Eletrical
Commiission (IEC), no ano de 1906, nos Estados Unidos da América, onde o comitê
tinha por objetivo padronizar os símbolos de aparelhos e máquinas elétricas. No ano de
1932 foi fundada a International Federation of the National Standardizing Associations
(ISA), com campo de atuação na área de engenharia mecânica.
Em conferência realizada em Londres, em 1946, foi decidido por 25 nações a
criação de uma nova organização, que possuísse âmbito mundial para criar a
coordenação e a unificação de padronização industrial. Essa nova organização teve o
início de suas atividades em 1947, tendo como nome International Organization for
Standardization (ISO).
No ano de 1972, com a realização dos Jogos Olímpicos, em Munique, a
organização buscou a utilização de pictogramas para instruir os participantes que
vinham de diversos países. Assim, Otl Aicher designer alemão criou um vasto repertório
de símbolos gráficos (Figura 5), que são utilizados até hoje em competições esportivas.
36
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Introdução
Neste tópico será descrito a forma como foi realizado o trabalho de campo, o
material utilizado, a coleta, organização de dados e a metodologia utilizada na
tabulação dos mesmos.
Face ao objetivo deste trabalho, a escolha de tratores agrícolas para a coleta de
dados deve-se ao fato de, os mesmos estarem disponíveis em maior número de
exemplares e a disposição nas concessionárias e exposições visitadas.
Na realização deste trabalho, foi utilizada uma câmara digital Benq modelo DC
E300 3.1 Megapixels e um cartão de armazenamento do tipo Memória Stick com
capacidade para 256Mb, que possui espaço para armazenamento de até 1130
fotografias.
Para a coleta de dados, foram confeccionadas tabelas no Microsoft Word ®, nas
quais eram registradas as seguintes informações: identificação do local de coleta dos
dados, nome do fabricante do trator agrícola, modelo e número de símbolos gráficos
encontrados. A utilização das tabelas teve como finalidade auxiliar na organização dos
dados, proporcionando desta forma, que todas as informações fossem coletadas e
armazenadas de forma padronizada para o posterior uso no tratamento dos dados.
Nesta etapa foram elaboradas também planilhas com os símbolos gráficos das
normas técnicas ABNT NBR 11379 (1990) Anexo 1, e ISO 11684 (1995) Anexo 2 ,
com a utilização das mesmas foi possível efetuar o registro dos pictogramas
encontrados nos tratores agrícolas estudados que estavam de acordo com uma das
normas acima citadas.
39
Para a consulta dos símbolos encontrados nos tratores agrícolas e que não
constavam nas normas técnicas utilizadas como parâmetro foram consultados os
manuais dos respectivos tratores fornecidos pelos fabricantes, onde eram pesquisados
os significados desses símbolos.
Para auxiliar na tabulação de dados, foram confeccionadas 40 tabelas no
Microsoft Excel®, conforme Figura 6, que continham o nome do fabricante, o modelo, a
denominação de cada símbolo, e as opções Conforme, ISO, Outros e Não conforme.
Não conforme: quando o símbolo gráfico tenha sido criado pela empresa,
sendo que havia a disponibilidade dos mesmos nas normas técnicas.
Símbolo Novo/Proposto: quando o símbolo gráfico identificado talvez
tenha sido criado pelo fabricante, visto que, os mesmos não eram
encontrados nas duas normas técnicas citadas.
ρn / ρ0 x 100
onde ρ0:
Número de símbolos gráficos que não estão descritos nas normas técnicas.
43
Nessa etapa foi descrito de forma resumida, como foram obtidas as informações
referentes à identificação dos símbolos gráficos nos tratores agrícolas, e também a
metodologia utilizada para quantificação dos dados. Dessa forma, na próxima fase
serão demonstrados os resultados da pesquisa de campo e a discussão dos mesmos.
44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Introdução
Com o levantamento de dados realizado nos tratores classificados como leves foi
possível constatar que, embora possuam menor número de controles, comandos e
dispositivos comparados com as demais classes, o emprego das normas técnicas é
deficiente, pois foram encontrados muitos dispositivos sem simbologia indicativa da
função ou operação que seu acionamento realiza.
48
Das classes pesquisadas, esta foi a amostra mais significativa, pois englobou 25
tratores. Conforme dados demonstrados anteriormente na metodologia, esta categoria
de potência é de maior produção e venda no Brasil. Mesmo assim, os resultados
encontrados demonstraram uma grande diferença entre um modelo e outro, pois foi
encontrado o valor mínimo e máximo para o índice de conformidade.
Na comparação de dois modelos de 50 cv, possuindo basicamente os mesmos
recursos de operação, teoricamente, os comandos, os controles e os interruptores ao
serem acionados devem executar a mesma função. No entanto os índices de
conformidade encontrados foram de 39% e de 77%, demonstrando, a falta de
padronização dos símbolos gráficos e com isso acarretando insegurança ao operador.
Assim, um operador ao trocar de um modelo para outro irá realizar a operação com um
comportamento baseado em habilidades, uma vez que considera a situação rotineira, e
a realiza considerando sua percepção sensório-motora, como descreve Santos; Fialho
(1997), sendo pouco sensíveis as mudanças que possam ter ocorrido no ambiente.
Contudo, no modelo de 50 cv em que o índice de conformidade com a NBR
11379 (1990) foi de 77%, o índice de 23% de conformidade com a ISO 11684 (1995) foi
de 23%, demonstrando um valor de 100% conforme. Este resultado demonstra que é
possível identificar os controles e comandos de forma padronizada, colocando no
mercado um trator que possuí uniformidade na utilização da comunicação visual como
meio de transmitir informações ao operador.
A média encontrada para a opção Outros foi de 11,31%, sendo que na sua
maioria são pictogramas que talvez tenham sido criados pela empresa ou adotados de
outra fonte, pois os mesmos não se encontram disponíveis nas normas técnicas. Com o
avanço tecnológico e a inserção de novos equipamentos e componentes nos tratores
agrícolas, surge a necessidade da atualização das normas técnicas, como por exemplo,
a NBR 11379 (1990) que foi criada em 1987 e atualizada apenas uma vez, no ano de
1990.
No levantamento dos símbolos encontrados no modelo de 75 cv, o índice de
conformidade foi de 45%, demonstrando que os projetistas do trator utilizam a norma
49
técnica, contudo o resultado de não conformidade foi de 45%. Este resultado comprova
que, embora tendo a disposição os símbolos gráficos padronizados, ainda assim não os
utilizam na sua totalidade. Isso mostra que as empresas de máquinas agrícolas, apesar
de conhecerem as normas, as utilizam parcialmente.
Neste tópico são apresentados alguns dos símbolos gráficos que foram
identificados nos tratores agrícolas pesquisados, seguida de uma comparação com o
indicado pelas normas técnicas NBR 11379 (1990) e a ISO 11684 (1995). As empresas
fabricantes responsáveis pelos modelos analisados não são citadas, pois o objetivo do
trabalho não foi avaliar as mesmas, mas sim os símbolos existentes nos tratores por
elas desenvolvidos.
Como pode ser observado na Figura 19, o sistema foi seccionado, sendo
possível visualizar que são fornecidas duas informações diferentes ao mesmo tempo,
pois enquanto o indicador de combustível é acionado no sentido horário, o marcador da
temperatura do líquido de arrefecimento do motor funciona no sentido anti-horário,
sendo que ambos irão se encontrar na mesma posição, quando o nível de combustível
estiver cheio e o motor superaquecido. Ainda é observado a utilização das letras E e F
no indicador de volume de combustível, onde deveria ser utilizado os símbolos de
volume vazio, médio e cheio, e segundo Grandjean (1998), ao utilizar representação
57
apresentada de forma adequada e coerente a percepção de quem fará uso dela, neste
caso o operador do trator agrícola.
Figura 20 – Simbologia correta para lento e rápido, conforme NBR 11379 (1990).
4.3.7 Ignição
Embora a NBR 11379 (1990) não possua nenhum símbolo de indicação para a
ignição, utilizar palavras em inglês nas instruções não é a forma mais correta de
transmitir informação ao operador (Figuras 28 e 29). Alguns fabricantes ainda optam
por não utilizar nenhuma forma de como proceder para ligar o trator (Figura 30), dessa
forma, é importante a integração da empresa com os órgãos responsáveis pela
padronização, sendo possível ocorrer a inserção de novos símbolos gráficos que hoje
não se encontram disponíveis nas normas.
.
4.1 Introdução
O BASIM foi gerado com o intuito de tornar disponível aos possíveis clientes,
como projetistas, operadores de máquinas agrícolas, profissionais da área de
mecanização agrícola entre outros, o conteúdo de diversas fontes de informação sobre
símbolos gráficos específicos para máquinas agrícolas, de modo que, de forma ágil e
via internet pudessem esclarecer-se sobre possíveis dúvidas e, desta forma, atingir um
dos objetivos deste trabalho, divulgar as normas técnicas e contribuir com a
uniformização dos projetos dentro das empresas.
Assim, segundo Alonço (2004), uma forma de minimizar não conformidades em
produtos é considerá-las desde as primeiras fases do desenvolvimento do mesmo.
Atuando no desenvolvimento de metodologias que auxiliem a diminuir as não
conformidades no campo da segurança e manutenção de máquinas.
O BASIM foi desenvolvido sobre uma linguagem denominada web (PHP, JAVA
SCRIPT e HTML), necessitando do apoio do software ZEND Development
Environment® para seu completo funcionamento, o qual opera em qualquer sistema
operacional, sendo necessário apenas o acesso à internet. O mesmo está hospedado
na página do Laboratório de Segurança e Ergonomia (Laserg)
Possuí quatro telas, que são:
Index 1: tela inicial, onde é encontrada a interface de apresentação do sistema,
onde ao clicar em entrar o usuário é remetido para a interface de pesquisa, sendo
ainda, possível clicar nos ícones da UFSM, do CCR, do PPGEA e do LASERG e o
usuário ser remetido aos sites dos mesmos.
65
● Ao clicar em consulta o usuário é remetido a uma nova página, conforme Figura 33,
onde se encontram os campos das normas técnicas, de sugestões de novos símbolos
gráficos e dos criados pelas empresas.
● Para iniciar a consulta, deve-se clicar no campo em que se deseja pesquisar e em
seguida digitar a palavra desejada, que o BASIM irá realiza a busca através do filtro de
busca, como segue nos exemplos da Figuras 34, 35, 36, 37 e 38.
.
68
5 CONCLUSÕES
RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAGLIARI, L. C. Alfabetização & Lingüística. 10. ed. São Paulo: Scipione, 1999. 189
p.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1995, 465 p.
NUMBERG, G. Farewell to the Information Age. In Numberg, Geoffrey (Ed). The Future
of the Book. Berkeley: University of California Press. 1996.
OLIVEIRA, R. C. A. de. YP‘S: A imagem como reflexo de uma forma de olhar. 2006.
Trabalho de Conclusão de Curso. 97 f. (Bacharelado em Comunicação Social)
Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2006.
ANEXOS