TCC Murilo Henrique Pfleger
TCC Murilo Henrique Pfleger
TCC Murilo Henrique Pfleger
Joinville
2020
MURILO HENRIQUE PFLEGER
Joinville
2020
MURILO HENRIQUE PFLEGER
________________________
Murilo Henrique Pfleger
Estudante
Banca Examinadora:
________________________
Dr. Thiago Antonio Fiorentin
Orientador
________________________
Dr. Marcos Alves Rabelo
1º Membro
________________________
Dr. Andrea Piga Carboni
2º Membro
RESUMO
With the growing increase in the use of lawn mowers, it is necessary to control the
vibration levels to which operators are exposed during their workday. In this study, will
be presented an analysis of the vibration levels generated by the tractor and tests were
carried out in order to characterize the transmissibility and the vibration generation of
the tractor at the contact points with the operator. Those points were established in
accordance with the Brazilian occupational hygiene standards regarding the vibration
of the whole body and vibration in the hands and arms. The tests were carried out
with and without the use of a elastomeric isolator, to isolate the vibration, five points
of interest were chosen on the tractor, being them, the seat, the steering wheel, the
floor, the chassis and the engine. From the obtained data, the occupational vibration
indicators were calculated, so that it was possible to compare the vibrations transmitted
to the operator with what is stipulated by the standards. With the results obtained it was
found that for the most extreme operating conditions, the vibration values were not fall
within what the standard requires, then precautions for the best control and isolation
of vibrations must be taken. It was clear that, the difference in the use of a vibration
isolator can cause in the transmission of vibration to the operator, this values reached
50% of reduction for the seat.
Agradeço aos meus pais, irmãs e família pelo amor, paciência e ajuda em todos os
momentos que mais precisei.
Agradeço a minha namorada, pelo apoio, força e paciência quando mais precisei.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 REVISÃO TEÓRICA . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1 Vibrações Mecânicas . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1.1 Graus de Liberdade de Vibração . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1.2 Tipos de Vibração . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1.2.1 Vibração Livre e Forçada . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1.2.2 Vibração Amortecida e Não Amortecida . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.1.2.3 Vibração Linear e não Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.1.2.4 Vibração Determinística e Aleatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Vibrações no Corpo Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.1 Vibração em Mãos e Braços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.2 Vibrações de Corpo Inteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3 Medições de Vibração Ocupacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.1 Vibração de Corpo Inteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.1.1 Medições em Assentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.1.2 Medições no Assoalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3.2 Vibração em Mãos e Braços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4 Avaliação das Vibrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4.1 Componentes de exposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4.2 Aceleração média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4.3 Aceleração média resultante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4.4 Fator de assento (SEAT) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4.5 Aceleração Resultante de Exposição Normalizada (aren) . . . . . . . 20
2.5 Sistemas de Medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.5.1 Acelerômetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.5.1.1 Acelerômetros piezelétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5.2 Analisadores de sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.6 Isoladores de Vibração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6.1 Principais tipos de isoladores de vibração . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6.1.1 Isoladores de elastômeros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6.1.2 Outros tipos de isoladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.7 Vibrações em tratores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1 Materiais e Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1.1 Trator Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1.2 Acelerômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1.3 Analisador de sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2 Posicionamentos do Acelerômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.3 Condições adotadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4 Procedimentos de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1 Vibrações no Banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2 Vibrações no motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3 Vibrações no Chassi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.4 Vibrações no Assoalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.5 Vibrações no Volante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.6 Efeitos do coxim nos valores de aceleração . . . . . . . . . . . . . 39
4.6.1 Motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.6.2 Banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.6.3 Chassi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.6.4 Volante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.6.5 Assoalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.6.6 Transmissibilidade no assento (S.E.A.T) . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.7 Comparação dos valores obtidos com as normas vigentes . . . 47
4.7.1 Jornada curta (aren) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.7.2 Jornada longa (aren) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
11
1 INTRODUÇÃO
da coluna lombar, distúrbios no sistema nervoso central, e possíveis danos nos sistemas
digestivo e genital/urinário (NEITZEL; YOST, 2002).
A fim de controlar os níveis de vibração as quais os operadores de maquinários
e ferramentas são expostos, foram criadas normas reguladoras que visam estabelecer
limites aceitáveis para as intensidades, frequências e tempo de exposição, com esse
intuito. No Brasil foi estabelecido um conjunto de normas denominado Normas de
Higiene Ocupacional (NHO), que tratam da exposição dos trabalhadores aos agentes
ambientais, sendo que as exposição a vibrações ocupacionais de corpo inteiro e
em mão e braços são abordadas respectivamente nas NHO 09 e NHO 10 (CUNHA;
GIAMPAOLI, 2013a; CUNHA; GIAMPAOLI, 2013b).
Neste trabalho, serão, a partir da utilização de um acelerômetro e um analisador
de dados, realizadas medidas experimentais no laboratório de sistemas veiculares
do Centro Tecnológico de Joinville (CTJ) da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), com o intuito de medir os níveis de vibração ocupacionais transmitidos ao
operador de um trator cortador de grama e propor soluções para atenuá-las. Para a
realização das medidas dos níveis de vibração, o procedimento técnico realizado terá
como base a norma "ISO 8041:2005 - Human response to vibration — Measuring
instrumentation"(ISO:8041, 2005).
2 REVISÃO TEÓRICA
Segundo Rao (2009) pode ser definido como vibração, qualquer movimento
que se repita após um intervalo de tempo. A vibração de um determinado sistema
envolve a transferência alternada de sua energia potencial para energia cinética, e de
energia cinética para potencial.
Para definir-se um sistema vibratório pode-se utilizar três propriedades
principais, a rigidez ou elasticidade (energia cinética), a massa ou inercia (energia
potencial) e o amortecimento. O amortecimento é a propriedade ligada a perda gradual
da energia no sistema.
Uma vibração é dita livre quando essa passou por uma excitação ou
perturbação inicial e continuou a vibrar após o término da mesma, ou seja, o sistema
vibra sem uma força externa agindo sobre ele.
Quando o sistema vibra sujeito a uma excitação externa, essa condição é
chamada de vibração forçada. Essas excitações podem, às vezes, ser representadas
19
WBV HAV
fx 1,4 1,0
fy 1,4 1,0
fz 1,0 1,0
Fonte: Adaptada de Cunha e Giampaoli (2013a), Cunha e Giampaoli (2013b)
Ainda de acordo com Rao (2009), devido ao sinal de saída dos transdutores
ser muito pequeno, se faz necessário o uso de um instrumento de conversão de sinal
para amplificar o sinal até o valor requerido, então a saída desse conversor de sinal,
pode ser apresentada gráfica e visualmente, e armazenada para processamento e
análise.
Sobre as considerações que costumam determinar o tipo de instrumento de
medição de vibração a ser usado, Rao (2009) explica:
2.5.1 Acelerômetros
A definição dada por Rao (2009) para acelerômetros é que "Um acelerômetro
é um instrumento que mede a aceleração de um corpo vibratório. Acelerômetros são
amplamente usados para medir vibração e para registrar terremotos"(RAO, 2009).
O princípio de funcionamento de um acelerômetro pode variar de acordo com
o tipo de transdutor usado na sua fabricação. Rao (2009) separa os transdutores
utilizados para medições de vibrações em quatro tipos principais, dependendo do seu
princípio de funcionamento, são esses:
• Transdutores de resistência variável: Ao ser sujeito a um movimento mecânico, é
produzida uma mudança na resistência elétrica no sensor.
• Transdutores eletrodinâmicos: Um condutor em forma de um solenoide é
movimentado em um campo magnético, gerando um sinal de tensão.
• Transdutor transformador diferencial linear variável: Um núcleo magnético é
posicionado entre três bobinas, de modo que fique livre para se movimentar
23
3 METODOLOGIA
O trator utilizado nas medições foi o 42/7 Speed da fabricante Toyama, que
pode ser visto na Figura 10.
Fonte: O autor(2019).
28
Informações Técnicas
Monocilíndrico, 4 tempos, refrigerado à ar,
Tipo do motor
Briggs & Stratton
Combustível Gasolina
Informações Técnicas
Modelo: 310000/31R9070038G1
Cilindrada 30.59 ci (501 cc)
Como pode ser visto na Figura 13, o uso do analisador LMS Pimento se faz
interessante devido a possibilidade de utilizar 24 canais, possibilitando assim o uso de
até 8 acelerômetros tri-axiais, além de possibilitar a conexão direta a um computador
para análise e processamento dos dados.
Fonte: O autor(2020).
Os níveis de vibração no motor, por ser uma das fontes principais de vibração,
pode ser utilizado para indicar a transmissibilidade da ligação motor/chassi, de modo a
melhor mensurar a ação do coxim na atenuação da vibração. Na Figura 15 pode-se
ver a disposição do acelerômetro no motor, na imagem é possível também observar o
posicionamento do coxim.
Fonte: O autor(2020).
Fonte: O autor(2020).
Fonte: O autor(2020).
Fonte: O autor(2020).
Com Coxim
Fonte: O autor(2020).
Valor Faixa da
Condição Consideração Técnica
Experimental (m/s2 ) Norma (m/s2 )
Sem coxim 0,70 0,5 a 0,9 Acima do nível de ação
Com coxim 0,42 0 a 0,50 Aceitável
Fonte: O autor (2020)
Tabela 11 – Comparação dos dados obtidos com as normas de mãos e braços.
Valor Faixa da
Condição Consideração Técnica
Experimental (m/s2 ) Norma (m/s2 )
Sem coxim 1,82 0 a 2,50 Aceitável
Com coxim 1,47 0 a 2,50 Aceitável
Fonte: O autor (2020)
Valor Faixa da
Condição Consideração Técnica
Experimental (m/s )2
Norma (m/s2 )
Sem coxim 0,99 0,9 a 1,1 Região de incerteza
Com coxim 0,59 0,5 a 0,9 Acima do nível de ação
Fonte: O autor (2020)
52
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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diferentes tipos de vegetaÇÃo rasteira. ABEPRO, n. 1, p. 1–14, 2015.
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exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro: procedimento técnico. São Paulo:
Fundacentro, 2013.
CUNHA, I.; GIAMPAOLI, E. Norma de higiene ocupacional: Nho 10: avaliação da
exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços: procedimento técnico. São
Paulo: Fundacentro, 2013.
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55
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