Luta de Libertacao de Angola PDF
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Resumo: O presente artigo tem como tema “Breve incursão histórico-política dos
principais partidos políticos em Angola (FNLA; MPLA; UNITA) ”, reflecte de forma
sucinta, a trajectória dos principais partidos angolanos. A história política de Angola é
vasta, mas a ausência de documentos escritos dificulta a sua abordagem objectiva.
Portanto, desde este ponto de vista cingir-nos-emos essencialmente aos factos
documentados pelos três maiores grupos nacionalistas que descrevemos no auge do
trabalho, nomeadamente o MPLA, a UNITA e a FNLA, que protagonizaram a
proclamação da independência unilateralmente em lugares diferentes.
Palavras-chaves:
Movimentos de Libertação
Partidos Políticos
Independência Nacional
Abstract: This article focuses on "Brief historical-political of the main political parties
in Angola (FNLA, MPLA, UNITA)," reflected succinctly, the trajectory of the main
Angolan liberty movement. The political history of Angola is vast, but the absence of
written documents hinders its objective approach. Therefore, from this point of view we
will stick mostly to the facts documented by the three largest nationalist movements that
describe the height of the work, particularly the MPLA, UNITA and FNLA, who staged
the proclamation of independence unilaterally in different places.
Keywords:
1
Estudante do 2º ano do curso de direito no ISPSN.
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Movement for Liberation
Political Parties
National Independence.
Introdução
Relevância da pesquisa
Kelsen, 1996, afirma que sem partidos políticos, a “Democracia” não é possível, uma
vez que o pluralismo se exprime por meio de organizações estáveis, alem do mais as
democracias existentes são afinal, regimes de partidos.
CAPITULO I
1.1 História
O MPLA surgiu no fim dos anos 1950 da fusão de vários pequenos grupos anti-
coloniais, inclusive da recentemente constituída célula de Luanda do Partido Comunista
Português, iniciando a sua acção em 1961 entre os finais dos anos de 1950, princípios
de 1960 agrupando as principais figuras do nacionalismo angolano, entre estudantes no
2
Www.wikipedia.org/wiki/Movimento_Popular_de_Libertação_de_Angola
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exterior, sobretudo em Portugal - e lutadores contra o colonialismo que fugiam do
interior de Angola3.
Dirigido por António Agostinho Neto, e tendo como secretário geral Viriato da Cruz, o
MPLA organizou uma luta armada contra a dominação colonial de Angola por Portugal.
Em 1961, Lúcio Lara torna-se o seu secretário-geral e o pivô da actividade
organizacional e militar.
Em 1977, o MPLA sofreu um sério abalo com uma nova dissidência, liderada por Nito
Alves que tentou um golpe de estado contra a direcção do partido. Esta tentativa,
oficialmente designada por Fraccionismo, falhou de imediato graças à intervenção de
tropas cubanas presentes no país, levando posteriormente a uma purga sangrenta que
custou a vida a milhares de pessoas.
Em 2002, como resultado dos acordos do Luena, foram criadas condições para as
eleições seguintes, graças aos esforços e entendimento dos angolanos, que culminou no
tratado da paz em 4 de Abril de 2002 entre os principais intervenientes da guerrilha, o
Governo e a UNITA. Desde então foram realizados esforços no sentido de fazer o país
seguir o curso normal que deve seguir um país com um sistema democrático, e repor
com isto a regularidade.
3
Ibidem
4
PERES, Fátima Salvaterra, A Revolta Ativa: Os conflitos identitários no contexto da luta de libertação (em Angola),
dissertação de mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 2010.
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As eleições realizaram-se, a 5 de Setembro de 2008 e decorreram num clima de
tranquilidade e paz social, tendo sido consideradas livres e justas e um exemplo para os
outros países africanos, entrando numa era de consolidação da sua democracia bem
como da liberdade de expressão e manifestação dos seus cidadãos.
Nas eleições legislativas realizadas em 2008, o MPLA ganhou por maioria absoluta com
cerca de 82% dos votos enquanto o seu mais directo oponente, a UNITA não foi além
dos 10%. De uma maneira geral, não houve contestação aos resultados destas eleições.
Entretanto, nas eleições de 2012 o MPLA desceu cerca de 10%, mantendo embora uma
maioria qualificada, e confirmando deste modo José Eduardo dos Santos na Presidência
da República.
CAPITULO II
No início dos anos 1960, Savimbi saiu da Suíça para juntar-se à Guerra de
Independência de Angola, entretanto iniciada pela UPA (posteriormente FNLA) e pelo
5
Www.wikipedia.org/.../União_Nacional_para_a_Independência_Total_de_Angola.
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MPLA. Tentando primeiro, sem sucesso, obter uma posição de liderança no MPLA,
ingressou a seguir na FNLA que operava a partir de Kinshasa e onde passou a fazer
parte da direcção. Como a FNLA beneficiava na altura do apoio da China, Savimbi teve
naquele país uma formação militar adaptada a condições de guerrilha. Logo a seguir
saiu da FNLA para formar o seu próprio movimento, a UNITA. Este teve desde o início
como principal base social os Ovimbundu, a etnia de origem de Savimbi, e a mais
numerosa de Angola, em contraste com a FNLA, enraizada entre os Bakongo, e o
MPLA cuja base original eram os Ambundu bem como boa parte dos "mestiços", e uma
minoria da população portuguesa local, oposta ao regime colonial.
Entra pelo interior angolano, depois de sete anos no estrangeiro. O primeiro congresso
da organização foi realizado entre 11 a 13 de Março de 1966, em Muangai; Leste dos
países, que marca a fundação da UNITA.
6
FERNANDO, Emílio, Jonas Savimbi no lodo errado da história, Ed. D. Quixote, Lisboa, 2ª edição,pg.11, 2012.
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Ernesto Joaquim Mulato
José Kalundungu
Isaías Mussumba
Mateus Bundua
Tiago Sachilombo
CAPITULO III
3.1 História
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de Angola, em 1974/1975, bem como na Guerra Civil Angolana de 1975 a 2002,
combateu o MPLA ao lado da UNITA. Desde 1991 é um partido político cuja
importância tem vindo a diminuir drasticamente, em função dos seus fracos resultados
nas eleições legislativas de 1992, 2008 e 20129.
A luta armada desenvolvida pela FNLA contra a potência colonial teve fortes
limitações. Apesar dos apoios por parte de Mobutu, mas também durante algum tempo
da parte da China e da Roménia, o ELNA não conseguiu resistir ao contra-ataque
militar português. Não teve a capacidade de manter o controle sobre qualquer parcela do
território angolano, no Nordeste do país, embora tivesse marcado um mínimo de
presença, sob a forma de atividades de guerrilha. Uma tentativa de abrir uma segunda
frente no leste de Angola, não foi para além da constituição de um pequeno núcleo de
guerrilha, ao Norte de Luena, cujas atividades foram mais simbólicas.
3.2 A descolonização
9
Www.wikipedia.org/wiki/Frente_Nacional_de_Libertação_de_Angola.
10
História do FNLA, Site da FNLA. Página visitada em 19 de Novembro de 2012.
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independência do país, FNLA e UNITA fizeram o mesmo no Huambo onde
constituíram um "contra-governo" que teve o apoio do então regime sul-africano do
apartheid e dos EUA. Face à superioridade militar das forças cubanas e do MPLA,
apoiadas pela União Soviética, a aliança FNLA & UNITA desfez-se no entanto
rapidamente11.
Durante a primeira fase pós-colonial, a FNLA quase desapareceu da cena. Uma vez que
o MPLA tinha instalado um regime monopartidário que, a partir de 1977, professava o
marxismo-leninismo, outros movimentos ou partidos assim como a FNLA - não
podiam, durante este período, ter uma existência legal em Angola. Por outro lado, e ao
contrário da UNITA, a participação da FNLA na Guerra Civil foi muito fraca e acabou
por deixar de existir. O movimento entrou numa fase de alteração, cujo indicador
porventura mais forte foi o facto de Holden Roberto passar a residir em Paris durante
muitos anos. Outro indicador forte foi a passagem para o lado do MPLA de alguns dos
seus dirigentes, como Johnny Eduardo Pinock Eduardo e Henrique Vaal Neto que
chegaram a fazer parte de um Governo de Reconciliação Nacional.
Quando, no fim dos anos 1980, o governo do MPLA anunciou a passagem de Angola
para um sistema de democracia multipartidária, marcando primeiras eleições para 1992,
a FNLA constituiu-se em partido político. Porém, os resultados do escrutínio foram-lhe
extremamente desfavoráveis: nas eleições legislativas obteve 2.40%, e nas eleições
presidenciais Holden Roberto obteve 2.11%. Estes resultados refletem a radical perda
de credibilidade da FNLA mesmo entre os Bakongos onde, por sinal, se constituíram
vários outros partidos que concorreram às eleições sem sucesso, diminuindo ainda mais
o eleitorado da FNLA.
Nas eleições de 2008 a FNLA obteve ainda menos votos do que em 1992, ficando-se
pelos 1.11% e deixando de ser um actor político relevante. Entretanto, a liderança do
partido continua a ser disputada ente Lucas Ngonda e um dos líderes históricos da
FNLA, Ngola Kabango. Nas eleições de 2012, a percentagem dos votos foi
sensivelmente a mesma, mas o partido perdeu mais um deputado, ficando reduzido a
apenas 2 representantes na Assembleia Nacional.
11
História do FNLA, Site da FNLA. Página visitada em 19 de Novembro de 2012.
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Conclusão
Portanto, devemos perceber que o controlo de Angola estava dividido pelos três maiores
grupos nacionalistas que descrevemos no auge do trabalho, nomeadamente o MPLA,
UNITA e FNLA, pelo que a independência foi proclamada unilateralmente, pelos três
movimentos.
Nesse mesmo dia, a independência foi também proclamada em Nova Lisboa (Huambo),
por Jonas Savimbi, líder da UNITA.
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Logo a seguir a morte do seu líder histórico, a UNITA abandonou as armas, sendo os
seus militares desmobilizados ou integrados nas Forças Armadas Angolanas. Tal como
a FNLA, passou a concentrar-se na participação, como partido, no parlamento e outras
instâncias políticas.
BIBLIOGRAFIA
COSME, Leonel, A separação das águas (Angola 1975-1976), Porto, Campo das
Letras, 2007.
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