Lei 8.508 2006 PDF
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TÍTULO I
DO REGIME JURÍDICO, DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS E
DAS FUNÇÕES
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO II
DO REGIME JURÍDICO
CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS
– 419 –
POLÍCIA CIVIL
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA
– 420 –
POLÍCIA CIVIL
Seção I
Da Administração Superior
– 421 –
POLÍCIA CIVIL
– 422 –
POLÍCIA CIVIL
TÍTULO III
DO GRUPO OCUPACIONAL ATIVIDADES DE POLÍCIA CIVIL - APC
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
– 423 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO II
DA CARREIRA E DA ESTRUTURA DOS CARGOS
CAPÍTULO III
DO INGRESSO NA CARREIRA
Art. 19 – O ingresso nos cargos do Grupo Ocupacional de Atividades de Polícia Civil far-
se-á na classe inicial do respectivo cargo, mediante concurso público de provas ou de provas
e títulos, observados os requisitos fixados na legislação pertinente a escolaridade e outras
exigências contidas no Anexo III e nas disposições desta Lei.
Parágrafo único – O concurso público para as categorias que compõem o Grupo APC
conterá fase eliminatória de investigação de conduta social, ética, moral e de antecedentes
policiais e criminais dos candidatos e de habilitação em curso de formação policial.
Art. 20 – São requisitos básicos para o ingresso no Grupo Atividades de Polícia Civil,
além dos contidos no Anexo III desta Lei:
I - nacionalidade brasileira;
II - gozo dos direitos políticos;
III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - idade mínima de dezoito anos;
V - aptidão física e mental;
VI - procedimento irrepreensível, idoneidade moral e ausência de antecedentes
criminais;
VII - grau de escolaridade correspondente ao nível da categoria;
Parágrafo único – O teste de Aptidão Física para os cargos de Delegado de Polícia e de
Agente de Polícia é de caráter eliminatório.
CAPÍTULO IV
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
– 424 –
POLÍCIA CIVIL
– 425 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO V
DA REMOÇÃO
Art. 23 – A remoção, para efeito desta Lei, é o deslocamentodo servidor com o respectivo
cargo, do Grupo Ocupacional Atividadesde Polícia Civil no âmbito da Polícia Civil com ou
sem mudançade sede, atendido ao interesse do serviço e a conveniência da instituição, e dar-
se-á:
I - a pedido, inclusive por permuta;
II - ex-officio, fundamentadamente, no interesse do serviço policial;
§ 1º – A remoção, a pedido ou por permuta, ocorrerá sem ônus para a administração
pública.
§ 2º – Na remoção ex-officio, ocorrendo mudança de sede, será concedida ajuda de custo
nos termos definidos na Lei 6.107, de 27 de julho de 1994.
§ 3º – A remoção a pedido, também poderá, a critério da administração, ocorrer para
acompanhar cônjuge ou companheiro, quando servidor público, transferido de oficio.
§ 4º – A remoção, por permuta, dependerá de requerimento das partes interessadas,
com a anuência dos seus respectivos superiores hierárquicos imediatos e de deferimento do
Delegado Geral de Polícia Civil.
§ 5º – Ocorrendo a remoção, em qualquer das hipóteses, o servidor terá direito ao gozo
de um período de trânsito:
I - não havendo mudança de sede, este período será de vinte e quatro horas, contadas a
partir da ciência da respectiva portaria;
II - havendo mudança de sede, este período será de dez dias, observado o seguinte:
a) a partir da ciência da portaria, quando a transferência for a pedido ou por permuta;
b) a partir do recebimento da ajuda de custo, quando a transferência for de ofício.
§ 6º – É vedada a remoção do policial civil que exerça cargo de direção em entidade de
classe, até um ano após o mandato, exceto, se a pedido ou por permuta.
Art. 24 – O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo que tiver recebido:
I - quando injustificadamente não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta)
dias;
II - no caso de, antes de terminado o desempenho da incumbência que lhe foi cometida,
regressar da nova sede, pedir exoneração ou abandonar o serviço, antes de decorridos 90
(noventa) dias de exercício na nova sede, salvo se o regresso for determinado pela autoridade
competente ou por motivo de força maior, devidamente comprovado.
Art. 25 – As unidades subordinadas à Superintendência de Polícia Civil da Capital
serão consideradas como da mesma sede, enquanto que as demais unidades terão sede nos
municípios em que se localizarem.
Art. 26 – O policial civil não poderá ser removido, com mudança de sede, antes de
decorridos 02 (dois) anos de efetivo exercício na sede respectiva, salvo por decisão
fundamentada do Conselho de Polícia Civil.
Art. 27 – O servidor removido poderá requerer, fundamentadamente, ao Conselho de
Polícia Civil, no prazo de 05 (cinco) dias, a partir da ciência da referida portaria, a revisão
do seu ato de remoção.
CAPÍTULO VI
DA PROMOÇÃO
– 426 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO VII
DOS VENCIMENTOS
– 427 –
POLÍCIA CIVIL
Art. 36 – O vencimento base das categorias do Grupo APC será fixado com diferença
nunca inferior a 5% (cinco por cento) de uma classe para outra.
Parágrafo único – A tabela de vencimento é a constante do Anexo IV, desta Lei.
Art. 37 – São asseguradas aos ocupantes de cargo efetivo do Grupo Ocupacional
Atividades de Polícia Civil as seguintes gratificações:
I - gratificação por risco de vida em atividade Policial Civil;
II - gratificação especial de exercício da função Policial Civil;
III - gratificação de dedicação exclusiva;
IV - gratificação de representação.
Art. 38 – A Gratificação por Risco de Vida em atividade Policial Civil será concedida a
servidores ocupantes de cargos do Grupo Ocupacional Atividades de Polícia Civil, quando
em efetivo exercício da função de natureza essencialmente policial, no percentual de 100%
(cem) por cento sobre o vencimento base.
Art. 39 – A Gratificação Especial de Exercício da Função Policial Civil é privativa dos
ocupantes dos cargos de Agente de Polícia, Comissário de Polícia, Escrivão de Polícia, Perito
Criminalístico Auxiliar, Médico Legista, Odontolegista, Farmacêutico Legista, Toxicologista
e Perito Criminal, desde que estejam no efetivo exercício da função inerente às atribuições do
respectivo cargo, no percentual de 100% sobre o vencimento base.
Art. 40 – A Gratificação de Dedicação Exclusiva será concedida a todos os ocupantes de
cargos do Grupo Ocupacional Atividades de Polícia Civil.
Parágrafo único. O valor da gratificação de que trata o caput deste artigo será o constante
do Anexo V, da presente Lei.
Art. 41 – A Gratificação de Representação é devida exclusivamente aos servidores
ocupantes dos cargos de Delegado de Polícia, Perito Criminal, Médico Legista, Odontolegista,
Farmacêutico Legista e Toxicologista no percentual de 222% incidente sobre o vencimento
base.
Art. 42 – Além das gratificações previstas nesta Lei, poderão ser deferidas aos ocupantes
dos cargos do Grupo Ocupacional Atividades de Polícia Civil, outras gratificações previstas
na Lei nº 6.107, de 27 de julho de 1994.
Parágrafo único – Aos ocupantes do cargo de Delegado de Polícia, poderá ser concedida
a gratificação prevista no artigo 83, da Lei nº 6.107, de 27 de julho de 1994, calculada com
base na remuneração do cargo efetivo.
TÍTULO IV
DOS DIREITOS
CAPÍTULO I
DO PORTE DE ARMAS
– 428 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO II
DA PRISÃO ESPECIAL
Art. 46 – O servidor que compõe o Grupo Ocupacional Atividades Polícia Civil, preso
em flagrante ou em razão de prisão temporária ou preventiva, ou em virtude de pronúncia,
permanecerá em prisão especial durante o curso da ação penal até que a sentença transite em
julgado, de onde só poderá ser transferido por expressa autorização do Juízo de Direito a cuja
disposição se encontra.
Parágrafo único – Ao policial civil que se encontre na situação de que trata o caput deste
artigo será defeso exercer qualquer atividade funcional.
Art. 47 – Transitado em julgado a sentença condenatória, o exservidor do Grupo
Ocupacional Atividades de Polícia Civil cumprirá a pena em estabelecimento penal próprio
para ex-policial, se houver.
CAPÍTULO III
DAS RECOMPENSAS
– 429 –
POLÍCIA CIVIL
bons serviços prestados pelo policial civil à ordem, à segurança e à tranqüilidade pública,
bem como à instituição Policial Civil, através das seguintes medalhas:
I - Medalha do Mérito Policial “Pontes de Miranda”;
II - Medalha do Mérito do Serviço Policial Civil.
§ 4º – Os modelos, os critérios de concessão e o cerimonial de entrega das medalhas, de
que trata o parágrafo anterior, serão regulamentadas por Decreto.
TÍTULO V
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS RESPONSABILIDADES
Art. 50 – São deveres funcionais do policial civil, além dos previstos na Lei nº 6.107, de
27 de julho de 1994:
I - desempenhar as atribuições legais e regulamentares inerentes ao cargo ou função com
zelo, dedicação, eficiência e probidade;
II - ser leal aos superiores interesses do Estado, dedicando-se integralmente ao serviço
policial e respeitando as leis, autoridades e instituições constitucionais;
III - proceder na vida púbica e privada de modo a dignificar a função policial;
IV - observar os princípios básicos da Polícia Civil;
V - zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, sobretudo daqueles cuja
guarda ou utilização lhe foi confiada, não os utilizando para fins particulares, sob qualquer
pretexto;
Art. 51 – É vedado ao servidor policial civil, além dos previstos na Lei nº 6.107, de 27
de julho de 1994.
I - deixar de comunicar, com antecedência, à autoridade imediatamente superior a
impossibilidade de comparecer ao local de trabalho, salvo motivo justo;
II - criar animosidade velada ou ostensivamente entre superiores, ou entre colegas, ou
indispô-los de qualquer forma;
III - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o terceiro grau;
IV - deixar de informar, ou de dar curso, com presteza, ao andamento de documento e
processo, ou retardar na execução de serviço;
V - permutar horário de serviço ou execução de tarefa, sem prévia autorização da
autoridade superior.
Art. 52 – O policial civil que estiver respondendo a processo disciplinar ou sindicância,
não poderá antes de seu término, ser exonerado a pedido, nem se afastar do serviço, salvo em
virtude de licença para tratamento de saúde, prisão ou afastamento preventivo e cumprimento
de mandato eletivo.
Art. 53 – O servidor policial responde civil, penal e administrativamente pelo exercício
irregular de suas atribuições, ficando sujeito, cumulativamente, às respectivas cominações.
Art. 54 – A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que acarrete prejuízo à Fazenda Pública ou a terceiros.
§ 1º – A indenização de prejuízo dolosamente causado à Fazenda Pública será liquidada
mediante prestação descontadas em parcelas mensais não excedentes à 5ª (quinta) parte da
remuneração ou provento, em valores atualizados, na falta de outros bens que assegurem a
execução do débito pela via judicial.
§ 2º – Tratando-se de dano causado a terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda
– 430 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ESTATUTÁRIAS
– 431 –
POLÍCIA CIVIL
– 432 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO III
DAS PENALIDADES
– 433 –
POLÍCIA CIVIL
da infração cometida, bem como os danos decorrentes para o serviço público, repercussão
do fato, circunstâncias agravantes e atenuantes e os antecedentes funcionais devidamente
consignados na ficha individual do policial civil.
Parágrafo único – O ato de imposição legal da penalidade mencionará sempre o
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
Art. 61 – A inobservância dos deveres funcionais e violação das proibições será apenada
com pena de advertência, desde que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 62 – A pena de repreensão será aplicada nos casos de falta de cumprimento dos
deveres, violação das proibições, ou reincidências das faltas de natureza leve.
Art. 63 – A pena de suspensão será aplicada no caso de reincidência das faltas punidas com
advertência e não excederá a 90 (noventa) dias nas infrações que não tipifiquem penalidade
de demissão.
Parágrafo único – Por conveniência do serviço, a pena de suspensão até 30 (dias) poderá
ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia da remuneração,
desde que o servidor seja primário, ficando obrigado a permanecer em serviço.
Art. 64 – Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade se ficar provado, em processo
administrativo disciplinar que o aposentado ou disponível praticou, na atividade, ilícito
funcional punível com demissão.
Art. 65 – As penalidades registradas nos assentamentos individuais dos servidores, serão
canceladas, de ofício, após o decurso de três anos para as penas de advertência, repreensão
e cinco anos para a de suspensão, independente de outras penalidades que ainda não tenham
cumprido referidos prazos.
§ 1º – O cancelamento das penalidades disciplinares a que se refere este artigo não surtirá
efeitos retroativos, nem ensejará nenhuma indenização ou reposição pecuniária.
§ 2º – As penalidades permanecerão registradas nos assentamentos individuais do servidor
até o decurso dos prazos referidos.
§ 3º – Não poderão constar na certidão de antecedentes funcionais do policial civil
registros referentes a penalidades já canceladas.
Art. 66 – Exclui a ilicitude da conduta ou isenta o policial civil de pena disciplinar a
ocorrência de causa excludente ou exculpante prevista no Código Penal, bem como o
reconhecimento da inexigibilidade de conduta diversa.
Art. 67 – São circunstâncias que atenuam a pena:
I - boa conduta funcional;
II - relevância de serviços prestados;
III - ter o policial civil procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após
a prática da irregularidade, evitar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado
o dano;
IV - ter o policial cometido a irregularidade sob coação a que podia resistir, ou em
cumprimento de ordem superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato
injusto da vítima;
V - confessar, perante o presidente do procedimento disciplinar, a autoria de infração, de
modo a facilitar sua apuração;
VI - ter o policial cometido a infração sob influência de multidão sem ter provocado
tumulto;
VII - menor participação do agente no cometimento da falta funcional, quando se tratar
de concurso de agentes;
Art. 68 – São circunstâncias que agravam a pena:
I - reincidência;
II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais infrações disciplinares;
– 434 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO IV
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
TÍTULO VI
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
– 435 –
POLÍCIA CIVIL
CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
CAPÍTULO III
DO PROCESSO DISCIPLINAR
– 436 –
POLÍCIA CIVIL
Seção I
Da Instrução, Defesa e Relatório
– 437 –
POLÍCIA CIVIL
– 438 –
POLÍCIA CIVIL
dias e disponibilizado os meios necessários para o seu comparecimento no dia, hora e local
previamente designados.
§ 2º – Na ausência do acusado ou de seu defensor constituído, será nomeado defensor
ad-hoc para o ato.
Art. 95 – Assegurar-se-á transporte e diárias quando o servidor for convocado para prestar
depoimento fora do seu local de lotação e aos membros de comissão quando se deslocarem
da sede dos trabalhos para realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Art. 96 – As testemunhas serão inquiridas isoladamente, de modo que não tenham
conhecimento do teor dos demais depoimentos prestados, devendo o presidente da comissão
adverti-las das penas cominadas ao crime de falso testemunho.
§ 1º – Será facultado ao procurador do acusado reinquirir a testemunha através da
autoridade que presidir a apuração do fato.
§ 2º – Quando os depoimentos resultarem divergentes e recaírem dúvidas sobre fatos ou
circunstâncias relevantes, poderá ser procedida à acareação.
Art. 97 – Constatando o presidente da comissão que a presença do acusado poderá
influir de maneira a comprometer o testemunho, registrará a termo a ocorrência e os motivos
determinantes, fazendo retirar o acusado e prosseguindo a audiência apenas com a presença
de seu procurador.
Art. 98 – Quando argüida pela defesa a comprovação dos fatos dependentes da
apresentação de documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo,
ou em outro órgão administrativo, a comissão proverá, de ofício, a obtenção do documento
ou das respectivas cópias.
Art. 99 – Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório
do acusado, de modo que possibilite o mais amplo conhecimento do fato, observando-se, no
que couber, o artigo 187 do Código de Processo Penal.
Parágrafo único – Encontrando-se o acusado lotado em cidade diversa onde se processam
os atos, poderá a comissão providenciar o seu comparecimento para o lugar onde estiver
instalada ou se deslocar para aquela localidade a fim de promover seu interrogatório.
Art. 100 – Se a defesa argüir alienação mental e como prova do requerido o exame
médico do acusado, ou a comissão entender necessário sua realização, será encaminhado
pedido de realização de perícia à autoridade instauradora.
§ 1º – Se instaurado o incidente de insanidade mental, o acusado será submetido a
uma junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra, devendo ser
encaminhados os quesitos necessários a serem respondidos quanto à ocorrência da doença.
§ 2º – O incidente de insanidade mental será processado em auto apartado, que deverá ser
apensado ao processo principal, após o recebimento pela comissão do laudo pericial expedido
pela junta médica.
Art. 101 – Quando ocorrer, na fase instrutória, o surgimento de novos acusados ou
imputação de fatos novos conexos com a portaria, proceder-se-á ao seu aditamento com
inclusão e notificação de todos os acusados.
Art. 102 – Caracterizada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do acusado,
com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1º – O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para
apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, sendo-lhe fornecido, sob cautela, a
segunda via do processo.
§ 2º – Havendo 02 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
§ 3º – Se após reabertura do prazo para defesa, forem solicitadas e deferidas novas
diligências reputadas indispensáveis, o curso do prazo será interrompido para sua produção e
posteriormente, restituído integralmente.
– 439 –
POLÍCIA CIVIL
§ 4º – Negando-se o indiciado a opor o ciente na via da citação, será suprida tal circunstância
pelo membro da comissão, que certificará nos autos sua ocorrência e fará constar a assinatura
de duas testemunhas devidamente qualificadas que hajam presenciado a recusa.
Art. 103 – O membro que dissentir dos demais integrantes da comissão quanto às
imputações feitas ao acusado no despacho indiciatório, ainda assim, deverá assinar e consignar
o incidente e as razões da discordância.
Art. 104 – A comissão deixará de proceder a indiciação do acusado, pronunciando-se sobre
o arquivamento do procedimento em curso, quando houver comprovação da inexistência do
fato ou diante da absoluta ausência de indícios da responsabilidade do servidor.
Art. 105 – O indiciado que mudar de residência ou for transferido do seu local de lotação
fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
Art. 106 – A revelia no processo disciplinar ocorrerá, sempre que:
I - o acusado não for localizado para integrar a relação processual;
II - regularmente citado para a propositura da defesa o indiciado deixar de apresentá-la.
§ 1º – Dar-se-á a convocação por edital com prazo de 05 (cinco) dias para o seu
comparecimento, quando o acusado estiver se ocultando, ou quando, por qualquer meio
dificultá-la.
§ 2º – A citação será realizada por edital com prazo de 15 (quinze) dias para apresentação
da defesa, quando o indiciado não for encontrado ou se achar em lugar incerto e não sabido.
§ 3º – Os prazos previstos no edital convocatório contar-se-á da última publicação, quer
seja do Diário Oficial do Estado ou de jornal de grande circulação do último domicílio
conhecido do acusado ou indiciado.
§ 4º – Não atendidos os editais, a revelia será declarada por termo nos autos, certificando-
se as providências adotadas para localização do revel e restituindo-se integralmente o prazo
para a defesa.
Art. 107 – Para proceder-se à defesa do revel, será designado pela autoridade instauradora
um servidor como defensor dativo, bacharel em ciências jurídicas, que deverá ser ocupante
de cargo efetivo superior ou da mesma classe do indiciado.
Parágrafo único – Se houver mais de um indiciado e interesses conflitantes, deverão ser
nomeados defensores dativos distintos para cada um.
Art. 108 – Em qualquer fase da instrução processual será permitida a intervenção do
procurador constituído, sem prejuízo dos atos já praticados.
Art. 109 – A comissão apreciará todos os elementos do processo, apresentando relatório
conclusivo no qual constará em relação a cada indiciado, separadamente, as irregularidades
de que foi acusado, as provas que instruíram o processo e o exame das razões da defesa.
§ 1º – A comissão em seu relatório deverá propor justificadamente a isenção ou não da
responsabilidade do indiciado, indicando o dispositivo legal transgredido.
§ 2º – A comissão poderá, ainda, sugerir quaisquer providências que se apresentem
adequadas ou de interesse para o serviço, bem como apontar fatos novos que, tendo chegado
ao seu conhecimento, devam ser apurados em outro processo.
Art. 110 – Caso um dos membros do colegiado discorde da conclusão dos demais
registrará em relatório as razões de sua discordância, consignando em ata esse incidente;
Art. 111 – Aplicam-se aos processos administrativos disciplinares, no que couber, as
normas e princípios do direito processual vigente.
Art. 112 – O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
que determinou sua instauração para julgamento.
– 440 –
POLÍCIA CIVIL
Seção II
Do Processo Sumário
– 441 –
POLÍCIA CIVIL
Seção III
Do Julgamento
Seção IV
Da Reconsideração e do Recurso Administrativo
– 442 –
POLÍCIA CIVIL
Art. 136 – Dos recursos interpostos, é assegurado à defesa a sustentação oral nas sessões
de julgamento perante o Conselho Superior de Polícia.
Parágrafo único – O não comparecimento do procurador do acusado não prejudicará o
julgamento.
Art. 137 – O recurso e o pedido de reconsideração serão recebidos no efeito suspensivo.
Art. 138 – O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a
prescrição.
Art. 139 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vícios de
ilegalidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 140 – O direito de pleitear na esfera administrativa prescreve:
I - em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de
trabalho;
II - em 120 (cento e vinte) dias nos demais casos.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.
Art. 141 – São improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior.
Seção V
Da Revisão
– 443 –
POLÍCIA CIVIL
TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 151 – Fica consagrada a data de 21 de abril como o Dia do Policial Civil.
Art. 152 – Fica autorizada a instituição do Boletim Informativo, de que trata o Decreto nº
13.202, de 30 de julho de 1993, específico da Polícia Civil, para a divulgação de atos internos
da Polícia Civil.
§ 1º – Nenhum policial civil poderá alegar desconhecimento dos atos publicados no
Boletim Interno de que trata o caput deste artigo.
§ 2º – Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o Boletim Informativo será distribuído
em todas as Unidades Policiais Civis.
Art. 153 – A medalha do Mérito Policial Civil “Pontes de Miranda”, que trata o inciso I
do § 3º do art. 49 desta Lei, poderá ser outorgada a qualquer cidadão que tenha contribuído
para o engrandecimento da instituição policial civil ou praticado ato que a engrandeça.
Art. 154 – Os cargos de Perito Criminalístico, Odontólogo Legista e Auxiliar de Legista,
do Grupo Ocupacional Atividades de Policia Civil, passam a denominar-se de acordo com o
constante do Anexo VI, desta Lei.
Art. 155 – É vedada a cessão ou disposição de servidor do Grupo Ocupacional Atividades
de Polícia Civil.
Parágrafo único – Excetua-se do disposto no caput deste artigo, a cessão ou disposição
para a Corregedoria Geral do Estado e para órgãos que compõem o Sistema de Segurança
Pública Federal e Estadual.
Art. 156 – O Conselho Superior de Polícia Civil passa a denominar-se Conselho de
Polícia Civil.
Art. 157 – Fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias a contar, de 1º de janeiro
de 2007 para que seja realizado o processo eleitoral de votação para escolha do Delegado
Geral.
Art. 158 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 159 – Ficam revogadas as Leis nº 7.681, de 28 de setembro de 2001 e nº 8.209, de
11 de março de 2005.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da presente
Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O
Excelentíssimo Senhor Secretário-Chefe da Casa Civil a faça publicar, imprimir e correr.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO, EM SÃO LUÍS, 27 DE
NOVEMBO DE 2006, 185º DA INDEPENDÊNCIA E 118º DA REPÚBLICA.
– 444 –