Lingua Portuguesa

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Português

Tríade da Comunicação: Linguagem, Língua e Fala.

Por Arlene Costa

Linguagem: a linguagem é todo sistema verbal e não verbal pré-estabelecido que nos permite
a realização da comunicação. Características do sistema verbal e não-verbal:

a) Verbal: o destaque na comunicação são as palavras.

b) Não-verbal: não considera as palavras, mas outros sinais. Como exemplo de linguagem não-
verbal são os sinais de trânsito, gestos faciais, gestos corporais, etc.

Língua: é uma forma de linguagem. A língua é baseada em palavras, ou seja, em uma


comunidade, um determinado grupo de indivíduos usa a linguagem verbal. Como exemplo,
duas falas estrangeiras são línguas diferentes.

Fala: os sinais utilizados pelo indivíduo é a linguagem oral. É um ato singular, pois cada
indivíduo pode optar pelas variedades da língua que desejar para exposição da fala. Conforme
o momento, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural que está inserido, etc.

Na unidade da língua existe uma enorme variação nos diversos níveis da fala. Além da sua
própria fala é importante conhecer a fala dos outros para sermos capazes de efetuar um
diálogo eficaz. Mesmo que a comunicação seja com diversas pessoas de variadas culturas e
que haja algumas alterações na linguagem delas.

Níveis da fala

Há uma característica individual da fala, por isso observamos variados níveis:

Nível coloquial-popular: é uma fala mais utilizada na rotina das pessoas, constantes nas
situações informais. É mais usada na fala espontânea, a maioria dos indivíduos não se
preocupam com a forma culta da língua ao falar em um ambiente não-formal.

Exemplo: “Xaxado, já imaginô se nois dois fosse astrornata?”.

Chico Bento e a Turma do Xaxado.

Nível formal-culto: existe nesse nível preocupação com a forma correta das regras gramaticais
da nossa língua. Geralmente utilizada em situações formais. Há cautela com o vocabulário e
obediência com a norma culta da língua.

Exemplo: “A busca para compreender o cérebro humano acaba de dar um passo importante.
Um estudo publicado na revista americana "Science" apresentou o primeiro modelo
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computacional do cérebro capaz de simular comportamentos humanos complexos, como


realizar somas e completar séries de números”.

Folha de São Paulo, 16 de dezembro de 2012, Ciência.

O signo linguístico é um elemento representativo na tríade da comunicação. Existem dois


aspectos: o significado e o significante. A nossa memória é um fator fundamental nesse
processo. Escutamos uma palavra e logo após a reconhecemos devido a nossa lembrança. Essa
lembrança ocorre porque o nosso cérebro armazenou uma real imagem sonora dessa palavra,
isso acontece devido o elemento significante. Ao realizar o conceito da palavra escutada
denominamos de significado que também se encontra armazenado na nossa memória.

Deve-se obedecer aos padrões determinados de organização. É essencial em uma língua tanto
o reconhecimento de seus signos, como o uso correto de suas regras gramaticais
convencionais.

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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Denotação e Conotação são formas distintas de manifestação da linguagem

A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. Isso


porque ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas
as formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de maneira
oral (fala), seja na forma escrita, recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma
língua, os quais atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo, que é o sentido literal
da palavra, expressão ou enunciado, e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra,
expressão ou enunciado.

DENOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu
sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e
enunciados de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real,
dicionarizado das palavras.

De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função
referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos
assuntos, como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico,
ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros. Nesses
gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos, fatos,
ações em seu sentido literal.
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Exemplos:

A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia.

A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu.

O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para
a fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores.

Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações
sociais.

CONOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu
sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo
significado em situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o
sentido denotativo (literal) das palavras e expressões, ressignificando-as.

De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros


discursivos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são
nos textos secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários,
que a linguagem conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem
conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir
mais expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de
sentido nos leitores/ouvintes.

Exemplo:

Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe
a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


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É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

Novas Regras Ortográficas da Lingua Portuguesa

Confira a seguir as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa:

– ALFABETO

Nova Regra: O alfabeto será formado por 26 letras

• Como era

As letras “k”, “w” e “y” não são consideradas integrantes do alfabeto

• Como é

Essas letras serão usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras estrangeiras e
outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano.

– TREMA

Nova regra: Não existirá mais o trema na língua portuguesa. Será mantido apenas em casos de
nomes estrangeiros. Exemplo: Muller, mülleriano.

• Como era

Agüentar, conseqüência, cinqüenta, freqüência, tranqüilo, lingüiça, bilíngüe.

• Como é

Aguentar, consequência, cinquenta, frequência, tranquilo, linguiça, bilíngue.

– ACENTUAÇÃO – DITONGOS “EI” E “OI”

Nova regra: Os ditongos abertos “ei” e “oi” não serão mais acentuados em palavras
paroxítonas
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• Como era

Assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico,
paranóico

• Como é

Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,
paranoico.

Observação: Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói e


monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis, troféu, céu, chapéu.

– ACENTUAÇÃO – “I” E “U” FORMANDO HIATO

Nova regra: Não se acentuarão mais “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de
ditongo.

• Como era

baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva

• Como é

baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva

Obs. 1: Se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem em posição final o acento permanece:
tuiuiú, Piauí.

Obs. 2: Nos demais “i” e “u” tônicos, formando hiato, o acento continua. Exemplo: saúde,
saída, gaúcho.

A reforma ortográfica veio com a proposta de unificar a língua.

– HIATO

Nova regra: Os hiatos “oo” e “ee” não serão mais acentuados

• Como era

enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem

• Como é

enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem

– PALAVRAS HOMÔNIMAS
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Nova regra: Não existirá mais o acento diferencial em palavras homônimas (grafia igual, som e
sentido diferentes)

• Como era

Pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pêra/pera, pólo/polo

• Como é

para, pela, pelo, pera, polo

Obs. 1: O acento diferencial ainda permanece no verbo poder (pôde, quando usado no
passado) e no verbo pôr (para diferenciar da preposição por).

Obs. 2: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em


alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma da
torta?

– HÍFEN – “R” E “S”

Nova regra: O hífen não será mais utilizado em prefixos terminados em vogal seguida de
palavras iniciadas com “r” ou “s”. Nesse caso, essas letras deverão ser duplicadas.

• Como era

ante-sala, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-rival, auto-regulamentação, auto-


sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, infra-som, ultra-
sonografia, semi-real, supra-renal.

• Como é

antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrival, autorregulamentação,


autossugestão, contrassenso, contrarregra, contrassenha, extrarregimento, infrassom,
ultrassonografia, semirreal, suprarrenal.

– HÍFEN – MESMA VOGAL

Nova Regra: O hífen será utilizado quando o prefixo terminar com uma vogal e a segunda
palavra começar com a mesma vogal.

• Como era

antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade,


microondas, microônibus.

• Como é
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anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-


irmandade, micro-ondas, micro-ônibus.

– HÍFEN – VOGAIS DIFERENTES

Nova regra: O hífen não será utilizado quando o prefixo terminar em vogal diferente da que
inicia a segunda palavra.

• Como era

auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, co-


autor, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-
estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-
árido, semi-automático

• Como é

autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,


coautor, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial,
infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto,
semiárido, semiautomático.

Obs.: A regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por h: anti-herói, anti-higiênico,
extra-humano, semi-herbáceo.

CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN

Depois dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:

Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei

Depois de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.

Exemplo: pós-graduação; pró-reitoria; pré-escola, pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-


labore pró-africano, pró-europeu, pós-graduação .

Atenção! O hífen deixa de ser empregado caso os prefixos tenham perdido a sua tonicidade,
como nos casos: prever; promover; pospor.

Depois de "pan-", "circum-", quando juntos de vogais.

Pan-americano, circum-escola

OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.

NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:

Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.


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ATENÇÃO!

Não se usa o hífen após os prefixos “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)

Coordenar reedição preestabelecer

Coordenação refazer preexistir

Coordenador reescrever prever

Coobrigar relembrar

Cooperação reutilização

Cooperativa reelaborar

O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo menos uma palavra de
cada prefixo.

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