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Propriedades Físico-Químicas da Água

A água cobre mais de 70% da superfície terrestre e é vital para toda a vida no
planeta. É a substância mais abundante da natureza, ocorrendo nos rios, lagos,
oceanos, mares e nas calotas polares. Dentre os diversos reservatórios, mais de
99 % correspondem aos oceanos, às geleiras e à umidade dos solos e do ar.

O total de água doce no nosso planeta, corresponde a 40 x 1015 de litros, ou


seja 3% de toda água da Terra, (os 97% restantes são de água salgada), onde 2%
fazem parte da calota glacial, esta não disponível na forma líquida. Portanto,
verdadeiramente apenas 1% do total de água do planeta é de água doce na forma
líquida, incluindo-se as águas dos rios, dos lagos e as subterrâneas. Estima-se
que apenas 0,02 % deste total corresponda à disponibilidade efetiva de água doce
com a qual pode a humanidade contar, em termos médios e globais, para
sustentar-se e atender às necessidades ambientais das outras formas de vida, das
quais não pode prescindir. Dos 1% da água doce líquida disponível no planeta,
10% esta localizada em território brasileiro.

A água é considerada a mais abundante das substâncias encontradas na


crosta terrestre. Nosso planeta possui um suprimento abundante de água
calculado em cerca de 1392 milhões de quilômetros cúbicos de água líquida.
Calcula-se que cerca de 71% da superfície da Terra encontra-se coberta de água
e, deste total, 97% são águas oceânicas.

A água é tão importante, que os gregos antigos consideravam-na como


sendo um dos elementos fundamentais da matéria. Aristóteles considerava a água
como um dos quatro elementos fundamentais. Por mais de 2000 anos ainda
pensou-se que a água era um elemento; somente no século XVIII experimentos
evidenciaram que a água era um composto, formado por hidrogênio e oxigênio.
A polaridade da água

A água tem uma estrutura molecular simples. Ela é composta de um átomo


de oxigênio e dois átomos de hidrogênio. Cada átomo de hidrogênio liga-se
covalentemente ao átomo de oxigênio, compartilhando com ele um par de
elétrons. O oxigênio também tem um par de elétrons não compartilhados. Assim,
há 4 pares de elétrons em torno do átomo de oxigênio, dois deles envolvidos nas
ligações covalentes com o hidrogênio e dois pares não-compartilhados no outro
lado do átomo de oxigênio.

A água é uma molécula "polar", o que quer dizer que ela tem uma
distribuição desigual da densidade de elétrons. A água tem uma carga negativa
parcial ( ) junto ao átomo de oxigênio por causa dos pares de elétrons não-
compartilhados, e tem cargas positivas parciais ( ) junto aos átomos de
hidrogênio.

A atração eletrostática entre as cargas positivas parciais dos átomos de


hidrogênio e a carga negativa parcial do átomo de oxigênio resulta na formação de
uma ligação denominada "ponte" de hidrogênio. Tais ligações permitem a união
entre as moléculas de água. Sem as pontes de hidrogênio, a temperatura de
ebulição da água poderia chegar a -80ºC, existindo na superfície terrestre
somente na forma gasosa.

Compostos similares ocorrem na natureza sob a forma de gases, com


temperaturas de fusão e ebulição bem abaixo de 0ºC. A água é única porque
ocorre nos três estados da matéria – sólido, líquido e gasoso – sob condições
atmosféricas bastante restritas.
Várias propriedades peculiares da água são devidas às ligações de
hidrogênio. A flutuação do gelo pode ser citada como exemplo, uma vez que tais
ligações mantêm as moléculas de água mais afastadas no sólido do que no
líquido, onde há uma ligação hidrogênio a menos por molécula. Também é devido
às ligações de hidrogênio o elevado calor de vaporização, a forte tensão
superficial, o alto calor específico e as propriedades solventes quase universais.
Em função da natureza química de sua molécula, as propriedades físicas e
químicas da água diferem muito das de qualquer outra substância, o que a
caracteriza como constituinte fundamental da matéria viva e do meio que a
condiciona.

Dissolução

Uma das propriedades mais importantes da água líquida é a sua


capacidade de dissolver substâncias polares ou iônicas para formar soluções
aquosas. A interação entre as moléculas do solvente (água) e as do soluto são
responsáveis pelo processo de solubilização: cada íon negativo, situado no interior
de uma solução aquosa, atrai as extremidades positivas das moléculas de água
vizinhas, o mesmo acontecendo com os íons positivos relativamente às
extremidades negativas. Isso faz com que os íons fiquem como que recobertos
por uma camada de moléculas de água solidamente ligadas a eles, o que confere
grande estabilidade à solução. Nisso consiste o importante fenômeno da
hidratação dos íons. A hidratação dos íons é que promove a "quebra" do retículo
cristalino da substância iônica, ou seja, a dissolução: as forças existentes entre os
cátions e ânions no sólido (ligação iônica) são substituídas por forças entre a água
e os íons.

Muitos compostos não iônicos também são solúveis em água, como por
exemplo, o etanol. Esta molécula contém uma ligação polar O-H tal como a água,
que permite à molécula fazer ligações intermoleculares.
A água tem um forte poder
de dissociação, i.e., pode
separar o material dissolvido
em íons carregados
eletronicamente. Como
conseqüência, o material
dissolvido aumenta bastante
a condutividade da água. A
condutividade da água pura é relativamente baixa, mas a da água do mar tem
valores entre aqueles da água pura e do cobre. Em 20°C, a resistência da
água do mar com um conteúdo de sal de 35 é maior que 1.3 km o que é
grosseiramente equivalente à resistência da água pura sobre 1 mm.

Tensão superficial

A tensão superficial é uma


propriedade dos líquidos e ocorre
devido às forças de atração que as
moléculas internas do
líquido exercem junto às
da superfície.
As moléculas situadas no
interior de um líquido são
atraídas em todas as direções pelas moléculas vizinhas e, por isso, a resultante
das forças que atuam sobre cada molécula é praticamente nula. As moléculas da
superfície do líquido, entretanto, sofrem apenas atração lateral e inferior. Esta
força para o lado e para baixo cria a tensão na superfície, que faz a mesma
comportar-se como uma película elástica.

A tensão superficial é um fator fundamental para a sobrevivência de muitos


organismos marinhos. Esta película superficial da água, resultante de sua tensão
superficial é reconhecida como habitat de muitos organismos vivos. Tais
organismos são conhecidos como Neuston e incluem bactérias, protozoários,
ovos de peixes, copépodos, dentre outros.

Densidade

A densidade de uma substância mede o grau de compacidade desta


substância. E é definida pela razão entre a massa da substância e o seu volume.
Os sólidos são, geralmente, mais compactos que os líquidos e os gases. Com o
aumento da temperatura da substância, a sua densidade decresce, em geral. De
fato, a água é a única substância que apresenta uma densidade maior quando se
encontra no seu estado líquido. O seu valor máximo obtém-se a 4 ºC. Esta
particularidade da água pura deve-se às ligações de hidrogênio existentes entre
as suas moléculas, que na fase sólida (gelo) formam uma estrutura ordenada,
aberta e muito estável. Com baixas temperaturas, a água, na fase líquida,
apresenta uma densidade mais alta que na fase
Água pura Água do mar
1,001 1,029
1,028
-3

-3
Densidade g/cm

Densidade g/cm
1,000 1,027
1,027
0,999
1,026
1,025
0,998
1,024
0,997 1,023
0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25
Temperatura ºC Temperatura ºC

Como a densidade da água pura e da água do mar varia em relação temperatura.


A água pura tem maior densidade à 4oC quando se encontra na fase líquida. Com
um valor fixo da concentração do sal (salinidade = 35) a densidade decresce com
o aumento da temperatura.

As variações de densidade, cujo máximo se encontra na temperatura de 4º


C, explicam a formação do gelo na superfície dos lagos, não na parte submersa.
As variações de densidade em função da temperatura explicam ainda, os
movimentos de agitação das águas dos lagos durante as estações.

Capacidade térmica da água (calor específico)

A capacidade térmica é definida pela quantidade de calor necessária para


elevar a temperatura de 1g (grama) de uma determinada substância, e a unidade
de medida utilizada é a caloria. A capacidade térmica da água é bem elevada (1
cal/ºC), quando comparada com a maioria das substâncias conhecidas (< 1
cal/ºC). Em outras palavras, a água é capaz de adquirir ou perder muito mais calor
que outras substâncias comuns, quando submetida à mesma temperatura.

Esta propriedade da água é sempre relacionada com a presença das


pontes de hidrogênio. A energia térmica, considerada como medida de
movimentação molecular, é utilizada para quebrar as ligações intermoleculares,
permitindo que as moléculas se movam mais rapidamente, fato que resulta
mudança de estado físico das substâncias.

Porque a capacidade térmica da água é muito grande e considerando que


71 % da superfície do globo é coberta por água, pode-se concluir que a energia de
origem solar causa, apenas, pequenas alterações na temperatura do planeta.
Assim, os oceanos controlam o aquecimento ou o arrefecimento do planeta e
proporcionam todas as condições fundamentais para tornar possível à vida na
Terra. O calor é armazenado pelos oceanos durante o verão e é libertado de volta
para a atmosfera no inverno. Assim, os oceanos moderam o clima através da
redução das diferenças de temperatura entre as estações do ano.

Viscosidade

A viscosidade é uma medida da resistência ao fluxo. Em um gás, as


moléculas estão em média longe umas das outras e as forças de atração não são
efetivas. Assim, a viscosidade não vem do atrito interno, mas da transferência de
“momentum” (quantidade de movimento) entre camadas adjacentes, que se
movem com velocidade relativa. As moléculas que passam de uma camada para
outra e que se movem menos rapidamente levam uma quantidade de movimento
maior que as moléculas que passam em sentido inverso, de modo que a
velocidade da camada mais rápida diminui e a velocidade da camada mais lenta
aumenta, diminuindo a velocidade relativa. Em um líquido, as moléculas estão em
média muito perto umas das outras e as forças de atração são efetivas. Assim, a
viscosidade vem do atrito entre camadas adjacentes, nas quais o líquido se divide
ao escoar.

Salinidade
A salinidade refere-se à quantidade de sais dissolvidos na água do mar,
sendo definida pelo peso total de sais inorgânicos dissolvidos em 1 Kg de água.
Sua mensuração é feita pela determinação da condutividade elétrica, que tende a
aumentar com a elevação da quantidade de sais dissolvidos.
A água do mar de todo o mundo possui em média uma salinidade de 35.
Isto significa que para cada litro de água do mar há 35 gramas de sais dissolvidos
(a maior parte é cloreto de sódio, NaCl), embora possam existir variações em
função do ambiente. A água menos salina do planeta é encontrada no Golfo da
Finlândia, no Mar Báltico. O Mar Vermelho, no Oriente Médio, é considerado como
o mais salino, com a maior concentração de sais dissolvidos devido à alta taxa de
evaporação da superfície, bem como à pouca descarga fluvial.

De acordo com o mapa, a salinidade dos oceanos varia entre 30 e 37. Regiões
com altas taxas de evaporação apresentam maiores índices de salinidade,
enquanto tal valor tende a diminuir em áreas mais frias, devido ao aporte de água
doce proveniente das calotas polares

A água encontrada nos rios, lagos e lençóis subterrâneos é procedente de


um processo de precipitação ( chuva, granizo neve ) com uma salinidade próxima
de zero, por oposição à água do mar ( que tem geralmente uma salinidade
próxima de 35 gramas de sais dissolvidos por litro) e à água salobra, ou dos
estuários, que tem uma salinidade intermédia.
A salinidade pode variar ainda em função da profundidade. Águas
superficiais são mais salinas que águas profundas, e isto acontece principalmente
por causa das interações entre a superfície oceânica e a atmosfera.

Em função de sua alta capacidade de dissolução, muitos tipos de


substâncias diferentes encontram-se dissolvidas no oceano, e estas substâncias
são usualmente classificadas, de acordo com a sua natureza química, em cinco
grupos distintos: componentes principais, nutrientes, gases, elementos traço e
compostos orgânicos.

• Componentes Principais

Os íons NA+ e Cl- compreendem mais de 85,65% de todas as substâncias


dissolvidas na água do mar. Estes dois constituintes iônicos fornecem à água do
mar sua propriedade mais característica - a salinidade. Os seis íons mais
-
abundantes – cloreto (Cl ), sulfato ( SO4-2), sódio ( Na+), magnésio (Mg 2+
), cálcio
2+ +
(Ca ) e potássio (K ), somam cerca de 99 % de todo soluto presente na água,
restando cerca de 0,01% que é composto por outras substâncias. Os
componentes principais são considerados como propriedades conservativas da
água do mar, uma vez que suas concentrações são estáveis al longo do tempo.

Íons Íons na água do mar ‰ Íons por peso %


Cloreto ( Cl- ) 18,980 55,04
Sódio ( Na+) 10,556 30,61
Sulfato (SO4-2) 2,649 7,68
Magnésio (Mg 2+) 1,272 3,69
Cálcio (Ca 2+) 0,400 1,16
Potássio (K +) 0,380 1,10
Bicabornato (HCO3-) 0,140 0,41
Brometo (Br -) 0,065 0,19
Acido bórico (H3 BO3) 00026 0,07
Estrôncio (Sr2+) 0,013 0,04
Fluoreto (S-) 0,001 0,00
Total 3,4482 99,99

• Nutrientes

São os elementos críticos responsáveis pela produtividade primária nos


oceanos. Por causa do consumo e liberação destes por processos biológicos, as
concentrações dos nutrientes variam na água do mar e são ditos não
conservativos. Os organismos fotossintetizantes consomem nutrientes na forma
de fosfato e nitrato. O silício não é envolvido diretamente na produtividade
primária, mas exerce um papel vital na precipitação da sílica, importante
componente nos esqueletos de alguns organismos marinhos.

Concentrações de nutrientes elementares na água do


mar
Elemento Concentração (mg/L)
Fósforo 0,07
Nitrogênio 0,5
Silício 3

• Gases dissolvidos

Incluem nitrogênio (N2), oxigênio (O2), dióxido de carbono (CO2), hidrogênio (H2) e
os gases nobres Argônio (Ar), Neônio (Ne) e Hélio (He). O nitrogênio, bem como os
gases nobres são inertes e raramente envolvidos em atividades biológicas. Por outro
lado, os níveis de O2 e CO2 são intensamente controlados pela fotossíntese e
respiração dos organismos. Portanto, a concentração de O2 e CO2 são propriedades
não conservativas.

Quantidades de gases na água do mar


Gás Em ar seco Nas águas Razão água/ar
superficiais dos
oceanos
Nitrogênio (N2 ) 78.03 47.5 0.6

Oxigênio (O2 ) 20.99 36.0 1.7

Dióxido 0.03 15.1 503.3


de Carbono (CO2)

Argônio, Hidrogênio 0.95 1.4 1.5


Neônio e Helio

• Elementos traço

São todos ingredientes inorgânicos que ocorrem em quantidades


minúsculas - < 1ppm (parte por milhão). Eles compreendem, em sua maioria, o
manganês (Mn), Chumbo (Pb), Mercúrio (Hg), Ouro (Au), Iodo (I) e ferro (Fe).
Apesar da baixa concentração destes elementos, eles são extremamente
importantes em algumas reações bioquímicas.

• Compostos orgânicos

Estes incluem moléculas orgânicas complexas como lipídios, proteínas,


carboidratos, hormônios, vitaminas e muitas outras. Estas substâncias ocorrem
normalmente em baixas concentrações, sendo, alguns destes compostos, como
os complexos de vitamina, vitais para promover o crescimento de bactéria, plantas
e animais.

A maioria dos organismos marinhos desenvolveu mecanismos fisiológicos


de osmoregulação a fim de controlar os valores de pressão osmótica dos fluidos
corporais (concentrações de sais e água).

Um problema relacionado ao balanço osmótico concerne aos organismos


que habitam áreas com mudanças abruptas na salinidade, ou ainda a peixes que
migram entre águas doce e salgada. Tais organismos geralmente exibem muitas
formas de regulação osmótica, que podem variar desde impermeabilidade à
complexos mecanismos de transporte ativo.

Sumário

A água possui características extremamente peculiares, quando comparada ao


ambiente atmosférico, como maior densidade, elevadíssimo calor específico,
maior resistência a passagem da luz, pequena capacidade de dissolver o gás
oxigênio e grande capacidade de dissolver substâncias em geral, além de conter
nutrientes orgânicos e inorgânicos, tanto em suspensão como em solução. É a
água a única substância não-metal, inorgânica, que se apresenta em estado
líquido, nas temperaturas e pressões normais na superfície da Terra,
acompanhada pelo metal mercúrio, este infinitamente em proporção bem menor e
bem mais raro
O estado líquido da água, encontrado em posições de 0 a 100ºC é explicado, em
geral, pelas suas peculiaridades, entre elas da sua própria estrutura molecular e,
em especial, pela existência das "pontes de hidrogênio" que lhe dão uma elevada
coesão, evitando a sua volatilização às temperaturas normais de nosso planeta
A água apresenta ainda um comportamento anômalo, de aumentar sua
densidade, progressiva, de maneira inversa à temperatura, com curva máxima
dessa variação até aos 4ºC, voltando a reduzir-se às temperaturas mais baixas.
Por essa razão o gelo flutua sobre a água no estado líquido, permitindo encontrá-
lo sempre na superfície e não no fundo dos oceanos, mares e lagos, onde não
poderia voltar a fundir-se, dado a pequeníssima penetração das radiações
caloríferas através do meio aquático.

Águas doces
São assim chamadas as águas terrestres que têm uma salinidade muito baixa.
Sua principal fonte é a chuva, que é água quase pura, pois contém apenas uma
pequena quantidade de oxigênio e de dióxido de carbono (CO2) em solução.
Água salgada
Em comparação com a água doce, a água dos mares e oceanos contém grandes
quantidades de sais, embora tal salinidade não seja igual em todos eles. A maior
salinidade registrada encontra-se no Mar Vermelho, com 39 gramas por litro, e a
menor, a do Mar Báltico, com 30 gramas por litro. Dentre os elementos dissolvidos
na água do mar, há seis que perfazem mais de 99% da massa dos sais: cloro,
sódio, enxofre (sob a forma de íon sulfato), magnésio, cálcio e potássio. O cloreto
de sódio (NaCl) corresponde a 77% dos sais contidos na água do mar, dando-lhe
sabor salgado.

Água: solvente de substâncias iônicas


Por ser polar, a água aproxima-se dos íons que formam um composto iônico
(sólido) pelo pólo de sinal contrário à carga do íon, conseguindo assim anular sua
carga e desprendê-lo do resto do sólido. Uma vez separado do sólido, o íon é
rodeado pela água, evitando que ele regresse ao sólido. Um exemplo claro é a
ação da água sobre o NaCl (cloreto de sódio).

Propriedades físicas e químicas


A água, em seu estado natural mais comum, é um líquido transparente,
assumindo a cor azul esverdeada em lugares profundos. Possui uma densidade
máxima de 1 g/cm3 a 4ºC e seu calor específico é de 1 cal/ºC. No estado sólido,
sua densidade diminui até 0,92 g/cm3, mas são conhecidos gelos formados sob
pressão que são mais pesados que a água liquida. Suas temperaturas de fusão e
ebulição à pressão de uma atmosfera são de 0 e 100ºC, respectivamente, muito
superiores às temperaturas de fusão e ebulição de outros compostos parecidos
com a água. Ela é um composto estável que não se decompõe em seus
elementos até 1.300º. Reage com os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb e Cs)
formando uma base e desprendendo hidrogênio: Na + H2O NaOH + H2. Reage
com alguns óxidos metálicos para formar hidróxidos, como por exemplo: CaO +
H2O Ca(OH)2, e com os não-metálicos para formar ácidos, SO2 + H2O H2SO3
Massa Temperatura deTemperatura de
Composto
molecular fusão ebulição

H2O 18 0 100

H2S 34 - 82,9 - 60,1

H2Se 81 - 64 - 42
A H2Te 129,6 - 54 - 1,8

tabela demonstra que tanto a temperatura de fusão como a de ebulição de


distintos compostos parecidos com a água diminuem com a redução da massa
molecular. Para a água, cuja massa molecular é menor, essas temperaturas são
muito superiores. O fenômeno é atribuído à grande polaridade da água, que chega
à formação de ligações de hidrogênio.

Referências bibliográficas

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Antonio College

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