OuroPreto Relatorio
OuroPreto Relatorio
OuroPreto Relatorio
Autores:
Antônio Wilson Romano
Lucas de Faria e Souza Rezende
Junho/2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 2
1.1. Localização e acessos ....................................................................................................................................... 4
1.2. Dados de produção .......................................................................................................................................... 4
2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAÇÃO ................................................ 5
2.1. Fisiografia e geomorfologia ............................................................................................................................ 5
2.2. Hidrografia ...................................................................................................................................................... 7
2.3. Clima ................................................................................................................................................................ 8
2.4. Vegetação ......................................................................................................................................................... 8
3. TRABALHOS ANTERIORES ............................................................................................................................ 10
3.1. Referências bibliográficas ............................................................................................................................. 10
4. CONTEXTO GEOTECTÔNICO ........................................................................................................................ 11
5. UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS ........................................................................................................... 12
5.1. Coluna estratigráfica ..................................................................................................................................... 12
5.2. Descrição da coluna litoestratigráfica.......................................................................................................... 18
5.2.1. Rochas intrusivas de idade não determinada ........................................................................................... 18
5.2.2. Complexo Santo Antônio do Pirapetinga ................................................................................................ 19
5.2.3. Complexo Bonfim ................................................................................................................................... 19
5.2.4. Complexo do Bação ................................................................................................................................ 19
Rochas do tipo TTG...................................................................................................................................... 20
Gnaisse.......................................................................................................................................................... 22
Granitoides potássicos .................................................................................................................................. 25
5.2.5. Embasamento Cisalhado de Bela Vista ................................................................................................... 27
5.3. Complexo Córrego dos Boiadeiros ............................................................................................................... 29
5.4. Supergrupo Rio das Velhas .......................................................................................................................... 30
5.4.1. Grupo Nova Lima .................................................................................................................................... 30
Unidade metavulcânica ultramáfica, máfica e ácida e metassedimentar química ......................................... 30
Unidade metassedimentar vulcanoclástica e metassedimentar clasto-química ............................................. 31
Unidade metavulcanossedimentar, metassedimentar e metassedimentar química ........................................ 31
Unidade quartzítica ....................................................................................................................................... 32
Unidade metassedimentar turbidítica ............................................................................................................ 32
Grupo Nova Lima Indiviso ........................................................................................................................... 32
5.4.2. Grupo Maquiné ........................................................................................................................................ 33
5.4.3. Grupo Tamanduá ..................................................................................................................................... 34
5.5. Supergrupo Minas ......................................................................................................................................... 34
5.5.1. Grupo Caraça ........................................................................................................................................... 35
Formação Moeda .......................................................................................................................................... 36
Formação Batatal .......................................................................................................................................... 36
5.5.2. Grupo Itabira ........................................................................................................................................... 37
Formação Cauê ............................................................................................................................................. 37
Formação Gandarela ..................................................................................................................................... 38
5.5.3. Grupo Piracicaba ..................................................................................................................................... 38
Formação Cercadinho ................................................................................................................................... 39
Formação Fecho do Funil ............................................................................................................................. 39
Formação Taboões ........................................................................................................................................ 40
Formação Barreiro ........................................................................................................................................ 40
5.5.4. Grupo Sabará ........................................................................................................................................... 41
5.5.5. Grupo Itacolomi....................................................................................................................................... 42
5.5.6. Granitoide Alto Maranhão ....................................................................................................................... 42
5.5.7. Paleógeno-Neógeno ................................................................................................................................. 43
5.5.8. Neógeno – Quaternário ............................................................................................................................ 44
5.5.9. Quaternário .............................................................................................................................................. 44
6. GEOLOGIA ESTRUTURAL .............................................................................................................................. 45
7. METAMORFISMO .............................................................................................................................................. 49
9. RECURSOS MINERAIS...................................................................................................................................... 51
10. GEOFÍSICA ........................................................................................................................................................ 53
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................. 54
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 56
1
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
1. INTRODUÇÃO
Figura 1. Articulação das folhas do Projeto Triângulo Mineiro (Folha Ouro Preto - nº 31).
2
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
3
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
xisto grafitoso (não existem xistos grafitosos no Quadrilátero Ferrífero, a rocha é um filito
carbonoso), além de outros.
No entanto, é correto escrever biotita xisto ou muscovita xisto, pois significa que a rocha
tem grau metamórfico mais elevado. A palavra xisto verde pode ter os dois sentidos, dependendo
da sua composição total e da sua granulação.
Como ressaltado, a maior parte do trabalho foi baseada nos mapeamentos originais que não
sofreram alterações no seu contexto geral. Os novos levantamentos se concentraram na região do
Complexo do Bação, com a densidade de aproximadamente um ponto por km2 e coleta
sistemática de amostras.
Na parte sul da folha, região entre a estação de Dom Bosco até leste de Congonhas, foram
levantados alguns perfis de reconhecimento para subsidiar a nova interpretação da geologia
estrutural.
Foram levantados 229 pontos de campo e descritas cerca de 20 lâminas delgadas de
granitoides.
4
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
O Quadrilátero Ferrífero é uma região de belas paisagens e é conhecido por seu sistema
montanhoso peculiar, com as linhas de cumeada das serras em duas direções perpendiculares.
Entre as serras desenvolveram-se terras altas constituindo platôs. Na parte central do quadrilátero
instalou-se uma depressão pela erosão de rochas mais antigas e mais susceptíveis ao
intemperismo.
Uma excelente descrição das paisagens, influência da erosão e intemperismo sobre as
rochas, ciclos de denudação e evolução das superfícies é encontrada em Dorr (1969), com um
detalhamento difícil de ser reproduzido e alterado por trabalhos posteriores.
De um modo resumido, o Quadrilátero Ferrífero, mais especificamente a Folha Ouro Preto,
por se situar em sua parte central, é constituída pelos seguintes sistemas de serras:
Serra da Moeda, de direção norte-sul com uma linha de cumeada retilínea e
altitudes em torno de 1.400 m, talhada sobre o itabirito da Formação Cauê; um fator
preponderante na sustentação do relevo são as carapaças de canga e o grau de
coesão do itabirito; o pacote quartzítico exerce uma importância adicional à
manutenção do relevo montanhoso; a partir da cidade de Congonhas ela se inflete
na direção nordeste-sudoeste. A razão disso é a tectônica causada pelos empurrões
de vergência oeste; a parte mais setentrional desta serra recebe o nome de Serra do
Rola Moça;
Serra de Itabirito, aproximadamente paralela à Serra da Moeda, tem a forma de um
arco com a convexidade voltada para leste; a parte mais larga situa-se na altura da
Lagoa Grande e a mais estreita na região do Ribeirão do Eixo; a partir daí inflete-se
em direção oeste-leste até Ouro Preto, onde constitui a serra de mesmo nome
Serra da Gandarela, no extremo nordeste da folha, é estruturada sobre o itabirito da
Formação Cauê e sobre dolomitos da formação de mesmo nome, no núcleo de uma
dobra sinclinal, cujo eixo tem a direção sudoeste-nordeste; atinge 1.600 metros na
região do fechamento desta dobra;
Serra de Santo Antônio, Serra de Ouro Branco e Serra de Lavras Novas, de oeste
para leste nesta ordem, formam o limite sul do Quadrilátero Ferrífero e atingem
altitudes médias em torno de 1.400 metros; a primeira é estruturada em quartzitos e
itabirito e as outras no quartzito do Grupo Itacolomi;
5
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
A depressão do Bação é notável como uma paisagem de colinas onduladas. Algumas áreas
têm um relevo típico de meias-laranjas, alguns poucos pontões graníticos discretos e altitudes em
torno de 850-1.100 metros.
Uma boa descrição da evolução da paisagem do Quadrilátero Ferrífero, segundo os
conceitos de King (1956), pode ser encontrada em Dorr (1969). Apesar de ser uma publicação
antiga e oriunda de um grande e exaustivo trabalho de campo, até hoje não foi feito nenhum
trabalho que a suplantasse ou a contrariasse. Consequentemente, continua a ser citado como uma
referência da evolução geomorfológica do sudeste brasileiro.
As figuras 3 e 4 dão uma visão geral da depressão do Bação e das serras que a circundam.
6
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 3. Visão geral da região da depressão do Bação vista de sudoeste para nordeste com destaque para as serra
do Palmital e Gandarela ao fundo.
Figura 4. Mesma aposição da foto anterior mostrando a serra do Conta História talhada em itabirito da Formação
Cauê, de SW para NE.
2.2. Hidrografia
A área da Folha Ouro Preto situa-se no limite entre duas bacias hidrográficas, a do Rio São
Francisco e a do Rio Doce, porém a sua quase totalidade é pertencente à bacia do Rio São
Francisco, representada pelas sub-bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba.
7
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
O Rio das Velhas tem a sua nascente na serra de Ouro Preto, no local denominado de
Cachoeira das Andorinhas; corre inicialmente no sentido leste-oeste, depois inflete-se para norte
nas imediações de Itabirito.
A cidade de Ouro Preto, no entanto, está situada na bacia do Rio Doce, que tem como
principais representantes o Rio Piracicaba, que nasce na Serra do Caraça e o Rio Conceição, que
nasce na Serra do Palmital. A área drenada pelo rio Doce representa apenas cerca de 10% da área
total da folha.
A bacia do Rio Paraopeba drena toda a região a oeste da Serra da Moeda e representa
menos que 5% da área da folha. Este rio corre em um pequeno percurso, muito meandrado, no
canto sudoeste da folha.
O padrão de drenagem dos terrenos ocupados pelos metassedimentos pode ter certo
controle estrutural, mas nunca tem um aspecto retangular característico; nos terrenos ocupados
por rochas gnáissicas o padrão é nitidamente dendrítico.
2.3. Clima
2.4. Vegetação
8
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
relacionadas ao bioma Mata Atlântica, dando-se destaque aos campos rupestres de altitude,
presentes na Serra do Caraça, na Serra de Lavras Novas/Itacolomi e na Serra de Ouro Branco,
bem como nas altas cristas itabiríticas e quartzíticas das serras da Moeda, de Itabirito e da
Gandarela,
9
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
3. TRABALHOS ANTERIORES
Um resumo bibliográfico é tarefa árdua a ser feita e ficaria mais longo do que esta nota
explicativa, pois a imensa quantidade de trabalhos sobre o Quadrilátero Ferrífero, mais
especificamente sobre a região abrangida pela folha de Ouro Preto ultrapassa o escopo deste
relatório. É apresentada a bibliografia consultada e textos adicionais sobre a região,
principalmente os de caráter histórico. Pretende-se ser a mais completa possível, porém ainda
com muitas omissões involuntárias, pela dificuldade de localização de algumas publicações.
10
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
4. CONTEXTO GEOTECTÔNICO
A Folha Ouro Preto abrange cerca de 70% da área total do Quadrilátero Ferrífero e, por
conseguinte, mostra seus principais aspectos tectônicos. Situa-se no denominado embasamento
cratônico do Cráton do São Francisco, cujo limite oriental é a região a leste de Ouro Preto,
marcado pelo denso conjunto de falhas de empurrão de vetor oeste. Estas falhas são bem nítidas
em toda a região abrangida pelas rochas do Supergrupo Minas e Grupo Itacolomi e representam
uma feição estrutural bem conhecida desde o mapeamento de Barbosa (1969).
A fronteira sul do QF é bem realçada pela falha transcorrente dextral do Engenho, que
parece ser bem mais nova que o sistema de cavalgamento de sentido oeste ao qual ela está
associada. Essa falha é de natureza rúptil, representando então um evento que teve lugar em um
nível crustal mais superficial e parece ser a última manifestação tectônica regional.
Como ressaltado acima, a região leste da folha foi submetida a um severo sistema de
empurrão que gerou inúmeras rampas frontais de cavalgamento com falhas de transferência
generalizadas de direção preferencial leste – oeste entre as frentes de empurrão.
As falhas de empurrão também foram geradas em um regime rúptil – dúctil e mapeadas
continuamente ao longo da região ao norte da falha do Engenho, amortecendo-se na região de
Jeceaba, limite oeste do Quadrilátero Ferrífero. As evidências levam a uma continuidade deste
grande empurrão desde a região leste. Estas falhas devem ter sido geradas no mesmo evento
tectônico, portanto, segundo o senso geológico comum, são de idade neoproterozoica.
Se tal idade puder ser comprovada, o limite sul do Cráton do São Francisco deveria ser
deslocado para a borda meridional do Quadrilátero Ferrífero.
11
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
5. UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS
A litoestratigrafia abaixo descrita foi estabelecida para a Folha Ouro Preto, levando-se em
conta a estratigrafia clássica do Supergrupo Minas estabelecida por Dorr (1969) e aquela
aplicada aos terrenos arqueanos do Supergrupo Rio das Velhas e constantes no banco de dados
litoestratigráficos do GEOBANK-CPRM. Para este último supergrupo foram aproveitadas todas
as siglas disponíveis, com algumas poucas modificações. As modificações serviram para definir
algumas unidades com os termos necessários para explicitar o conteúdo litológico das mesmas.
As unidades não disponíveis no banco de dados acima citado foram definidas com novas siglas,
exemplificando-se o caso das novas divisões litológicas do Complexo do Bação. As unidades
fanerozoicas foram reduzidas e simplificadas, quando possível.
Para o Fanerozoico foi adotada a divisão da International Chronostratigraphic Chart/ICS-
IUGS (Cohen, 2013). Não existem idades bem estabelecidas para os depósitos de superfície,
exceção feita aos depósitos contendo uma flora fóssil restrita. Eles são subdivididos levando-se
em conta o grau de consolidação dos sedimentos, notadamente se eles são cimentados ou não por
hidróxidos de ferro.
Foi verificado que, dependendo da folha geológica original, depósitos superficiais de
mesmas características foram colocados em idades diferentes. Da mesma forma, um depósito de
talus ou coluvião transformado em canga consolidada, adjacente a um depósito de canga eluvial,
tinham idades diferentes. Tentou-se então uma simplificação do número de unidades, com o
intuito de tornar o mapa mais simples de ser consultado. O número de unidades fanerozoicas foi
então reduzido para apenas sete unidades. A hierarquia da divisão foi restringida ao nível de
período, evitando-se estendê-la até o nível de época, o que foi julgado não adequado, em virtude
do conhecimento atual.
12
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
NEÓGENO - QUATERNÁRIO
NQtal – Sedimentos lacustrinos constituídos de cascalho, areia, argila branca a mosqueada
de vermelho rica em hidróxidos de alumínio, alguns dispostos em terraços aluvionares e, em
alguns locais, formando horizontes bauxíticos endurecidos.
PALEÓGENO-NEÓGENO
Psl – Sedimentos lacustrinos, tais como argilito, arenito e linhito, alguns contendo folhas
fósseis.
Pms – Depósitos superficiais denominados mudstones que ocorrem geralmente sobre
camadas dolomíticas e são constituídos de argila laterítica sem plasticidade e estratificação.
Pca – Canga ferruginosa em forma de carapaças rígidas com fragmentos de diversas
granulometrias, principalmente de itabirito e hematita, rolados e angulosos cimentados ou
parcialmente cimentados por hidróxidos de ferro e dispostos em depósitos eluvionares,
coluvionares e de talus.
PRECAMBRIANO / PROTEROZOICO
RIACIANO
TONALITO ALTO MARANHÃO
PP2gram – Tonalito, granodiorito e migmatito.
GRUPO ITACOLOMI
PP23it – Quartzito e grit, quartzito conglomerático e lentes de conglomerado polimítico,
finos níveis de filito muscovítico. Feições sedimentares primárias são preservadas, tais como
estratificação cruzada e marcas de onda. Inclui a facies Santo Antônio, constituída de
conglomerado, filito, quartzito puro e ferruginoso.
Discordância erosiva e angular
PALEOPROTEROZOICO
SUPERGRUPO MINAS
GRUPO SABARÁ
PP2ms – Clorita-muscovita filito, quartzito muscovítico, quartzito feldspático,
metagrauvaca e metasubgrauvaca, rochas metavulcânicas do tipo xisto verde com clorita e
anfibólio, filito e quartzito, lentes de conglomerado muito grosseiro do tipo tiloide,
paraconglomerado e formação ferrífera em lentes esparsas.
Discordância erosiva (?)
GRUPO PIRACICABA
PP2mp – Quartzito e pouco filito, com lentes de formação ferrífera e dolomito, grauvaca,
quartzito ferruginoso e quartzito micáceo; na calha do sinclinal de Dom Bosco grande parte das
rochas pertence às formações Cercadinho e Fecho do Funil que são, inclusive, interdigitadas
13
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
14
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
FORMAÇÃO CAUÊ
PP1mic – Itabirito friável e compacto, itabirito dolomítico, itabirito magnetítico, itabirito
anfibolítico, lentes de dolomito e filito, lentes e camadas de hematita compacta e friável (quase
que totalmente lavradas).
GRUPO CARAÇA
PP1mc – Quartzito fino, quartzito micáceo, filito e conglomerado; foi mapeado onde é
impossível separar suas formações por imposição da escala.
FORMAÇÃO BATATAL
PP1mcb – Filito cinza escuro em parte carbonoso, filito prateado a marrom quando
intemperizado, quartzito muscovítico e clorítico, metachert e formação ferrífera subordinada.
FORMAÇÃO MOEDA
PP1mcm – Quartzito cinza claro a pardo avermelhado, de granulação média a muito
grossa, grit e lentes de conglomerado basal, em alguns locais com cimento piritoso,
conglomerado, quartzito muscovítico com lentes de filito multicolorido intercaladas, filito
quartzoso e filito multicolorido arenoso.
Discordância erosiva
GRUPO TAMANDUÁ
PP1t - Quartzito, conglomerado, quartzo-xisto, filito e rara formação ferrífera dolomítica
Discordância erosiva e angular
ARQUEANO
NEOARQUEANO
SUPERGRUPO RIO DAS VELHAS
GRUPO MAQUINÉ
A4rm – Indiviso – Quartzito, conglomerado, quartzo-filito e filito.
FORMAÇÃO CASA-FORTE
A4rmc – Muscovita xisto e muscovita-quartzo xisto fino, quartzito muscovítico de
granulação média a fina, quartzito conglomerático subordinado, quartzito muscovítico de
granulação média a grossa e grit; metaconglomerado polimítico, estratificação gradacional e
cruzada acanaladas e tangencial preservadas; foram separadas as camadas de quartzito micáceo
com níveis espessos de conglomerado polimítico.
FORMAÇÃO PALMITAL
A4rmp - Quartzito muscovítico fino e quartzito muscovítico com estratificação cruzada de
pequeno a médio porte; filito carbonoso subordinado.
Discordância erosiva
15
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
16
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
NEOARQUEANO A MESOARQUEANO
A34bv - rochas gnáissicas e granitoides da região de Bela Vista, ao sul da estação Dom
Bosco, intensamente deformadas e exibindo conspícuas e generalizadas feições de milonitização;
as rochas são geralmente do tipo quartzo-muscovita xistos grosseiros, com intercalações de
rochas biotíticas e anfibolíticas também deformadas, alguns corpos de granitoides podem ser
reconhecidos apesar da intensa deformação; essas rochas estão colocadas tectonicamente entre as
rochas do Supergrupo Minas e as do Supergrupo Rio das Velhas.
COMPLEXO DO BAÇÃO
Compreende rochas granitoides e terrenos do tipo TTG, xistos, gnaisses, migmatitos,
faixas miloníticas, rochas básicas e pegmatitos com turmalina; a divisão abaixo foi definida:
Evento Mamona (2,75 – 2,68 Ga)
A4bgk – Granitoide potássico, leucocrático e de grão grosso.
Evento Rio das Velhas (2,93 – 2,76 Ga)
A34bt – Rochas tipo TTG (tonalito, throndjemito, granodiorito e migmatito).
A34bg – Gnaisses diversos e migmatitos.
COMPLEXO BONFIM
A4bt – Granitoides de composição granodiorítica, monzogranítica e tonalítica,
mesocráticos com faixas miloníticas e migmatitos.
A4bp – Leucogranito peraluminoso cinzento de granulação fina a média.
A3ba – Terreno tipo TTG com ortognaisse anfibolítico, soleiras de anfibolito e migmatitos
de estruturas diversas com porções nebulíticas.
PALEOARQUEANO
COMPLEXO SANTO ANTÔNIO DO PIRAPETINGA
A2sap – Talco-clorita xisto, serpentinito e metabasito em meio a um terreno do tipo TTG
com ortognaisse tonalítico-trondhjemítico e granítico.
17
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Foram agrupadas sob essa denominação duas categorias de rochas. A primeira se refere às
rochas granitoides, principalmente granodiorito, ocorrentes ao sul da Falha do Engenho, região
de Congonhas e Ouro Branco. Estas rochas têm sido mapeadas desde os trabalhos de Guild
(1957) sob a forma de pequenas intrusões individualizadas que, no atual mapeamento, foram
agrupadas em grandes maciços em contato com rochas do Supergrupo Rio das Velhas. O
agrupamento foi possível por meio dos levantamentos geofísicos, analisando-se as imagens de
gamaespectrometria K, Th e U. Apesar de idades levantadas na região, um posicionamento
geocronológico não é ainda conclusivo, porém elas são de idade entre o Paleo e o Mesoarqueano.
Trata-se de um terreno do tipo TTG, substrato mais antigo dos terrenos tipo greenstone belt Rio
das Velhas com idade compreendida nos eventos Rio das Velhas I e II de Farina et al. 2016 com
idades entre3,22 e 2,76 Ga. As grandes intrusões dos granitoides neoarqueanos Alto Maranhão
estão alojadas neste granodiorito na região de Congonhas (Noce 1995).
A segunda são as rochas básicas, geralmente máficas, do tipo gabro e diabásio, de várias
idades, metamórficas ou não, ocorrendo em geometrias muito variadas e intrudindo todas as
rochas precambrianas da folha das intracrustais às supracrustais.
Essas rochas foram bem separadas nos mapeamentos de 1:25.000 e 1:50.000 porém, na
escala 1:100.000, resolveu-se adotar a designação genérica de β para todas elas, que é uma
simbologia usual para este tipo de rochas. A geometria usual é a de corpo tabular do tipo dique,
por vezes de grandes dimensões, como o que ocorre no limite leste do Complexo do Bação mas,
mais comumente, de dimensões reduzidas. Ocorrem também sills e pequenos maciços.
O espesso enxame de diques que intrude as rochas quartzíticas do Grupo Tamanduá na
Serra do Caraça ao longo de fraturas, falhas normais e de empurrão é seguramente de idade pré-
Minas, limitando-se a este grupo e muito pouco penetrativa nas rochas do Grupo Maquiné. Dorr
(1969) nota que essas rochas estão sempre intemperizadas, mas a textura ofítica é evidenciada
em algumas porções, o que sugere ser um basalto ou diabásio.
No Supergrupo Minas as intrusões básicas são muito menos frequentes, limitando-se a
diques finos e pouco espessos. No Grupo Itacolomi existem alguns finos diques máficos ao
longo de falhas de empurrão. A idade mesozoica não é desprezada para alguns destes diques,
porém ainda não existem datações conclusivas na região.
18
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Este conjunto de rochas, que envolve terrenos do tipo TTG e rochas ultramáficas
plutônicas intrusivas serpentinizadas foi definido mais a leste e estendido até a região ao sul da
Serra de Lavras Novas pela integração 1:50.000 de Baltazar et al. (2005). Entretanto, ocorrem
em uma faixa muito estreita da folha e, no terreno, se limitam a saprolitos de difícil identificação.
Muito provavelmente, este conjunto de rochas deve corresponder a uma extensão oriental do
Supergrupo Rio das Velhas.
A primeira tentativa de separação litológica das rochas do Complexo do Bação foi efetuada
neste mapeamento, com trabalhos de campo em escala de detalhe 1:25.000, levados a efeito por
Souza Rezende (2016) com orientação e supervisão do autor senior deste relatório. Apesar de
existirem muitos trabalhos relativos à geologia, petrografia e datação radiométrica de suas
rochas, o complexo nunca teve uma divisão litológica adequada. Isso foi possível com os
trabalhos de campo empreendidos, petrografia e análise de imagem geofísicas de
gamaespectrometria, nos canais do K, Th e U, composições binárias e o mapa de composição
ternária K-Th-U.
19
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Nos trabalhos de campo foram identificados três principais litotipos: rochas do tipo TTG,
gnaisses e granitoides potássicos, além de faixas miloníticas e pequenos diques de pegmatitos
portadores de turmalina (variedade schorlita) em cristais até centimétricos.
Figura 5. Afloramento em pequeno lajedo de rocha TTG do Complexo Bação (Ponto 129 – 642.116E, 7.754.375N,
UTM23S WGS84).
20
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 6. Fotomicrografia da rocha TTG da estação 041. Nicóis paralelos em A e nicóis cruzados em B.
Figura 7. Planos de caimento de foliação em afloramento em lajedo (A) e detalhe do aspecto macroscópico da rocha
TTG, coloração cinza claro, granulação média e leve foliação (B) (Ponto 41 - 633.652E, 7.746.806N, UTM23S
WGS84).
21
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 8. Diagrama QAP para as rochas TTG do Complexo Bação. F: Granodiorito, G: Tonalito.
Gnaisse
Figura 9. Principais tipos de afloramentos para os gnaisses, em A afloramento em corte de estrada do ponto 4
(637.878E, 7.750.133N, UTM23S WGS84) e em B rochas em curso d’água no ponto 95 (628.561E, 7.750.955N,
UTM23S WGS84).
Em campo essa unidade é caracterizada por rochas de coloração cinza clara, de granulação
variando entre fina a média, com presença de bandamento composicional, variando entre 1 cm a
20 cm. Por vezes o bandamento encontra-se difuso, dobrado e redobrado, apresentando
estruturas do tipo pitgmática (Figura 10A) cortado por veios de quartzo e de composição aplítica
que variam entre 2 cm a 15 cm de espessura (Figura 10B). O bandamento pode também
encontra-se homogêneo com veios paralelos ao mesmo (Figura 10C). Podem apresentar leve
foliação dada por minerais micáceos (biotita), geralmente paralelos ao bandamento.
A composição mineralógica observada em campo é essencialmente de quartzo, feldspato
(plagioclásio e feldspato potássico) e biotita. Os veios de quartzo por vezes são pegmatíticos e os
aplíticos apresentam granulação um pouco mais grossa (Figura 10D). É comum encontrar
22
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 10. A) Gnaisse apresentando dobras ptigmáticas (Estação 4 –637.878E, 7.750.133N, UTM23S WGS84); B)
Gnaisse com veios de 2 cm, cortando o bandamento, até veios maiores com 15 cm, de composição aplítica (Estação
7 – 638.287E, 7.749.529N, UTM23S WGS84); C) Bandamento centimétrico, homogêneo em gnaisse do Complexo
Bação (Estação 116 – 633.090E, 7.749.714N, UTM23S WGS84); D) Porção pegmatítica de veio de quartzo em
gnaisse (Estação 98 – 628.542E, 7.748.502N, UTM23S WGS84).
23
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 12. Diagrama QAP para os gnaisses do Complexo Bação. E: Monzogranito F: Granodiorito, J: Quartzo
monzonito.
24
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Granitoides potássicos
Os granitoides potássicos formam batólitos que intrudem tanto as rochas TTG quanto os
gnaisses do Complexo Bação. Em mapa, são corpos quase elípticos com 2 km de maior eixo de
tamanho médio, e juntos ocupam aproximadamente 10% da área do complexo. Seus
afloramentos vão desde cortes de estradas, a pequenos taludes em via não pavimentada e lajedos
com algumas dezenas de metros de extensão (Figura 13).
Figura 13. A) Afloramento de Granitoide Potássico em corte de estrada (Estação 3 – 638.095E, 7.750.442N,
UTM23S WGS84). B) Afloramento em forma de lajedo de Granitoide Potássico (Estação 48 – 634.478E,
7.750.004N, UTM23S WGS84).
25
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 14. A) Granitoide potássico de coloração esbranquiçada com tons azuis, de granulação grossa com cristais
de biotita e feldspato visíveis a olho nu (Estação 2 – 637.489E, 7.750.919N, UTM23S WGS84). B) Granitoide
potássico de granulação grossa de coloração esbranquiçada (Estação 3 – 638.095E, 7.750.442N, UTM23S WGS84).
C) Rocha apresentando leve foliação mineral, granulação média e coloração esbranquiçada, granitoide potássico do
Complexo Bação (Estação 48 – 634.478E, 7.750.004N, UTM23S WGS84). D) Rocha de granulação grossa
apresentando bandamento mm em sua metade inferior (Estação 128 – 640.167E, 7.755.752N, UTM23S WGS84).
Figura 15. Fotomicrografia da amostra 002, Granitoide Potássico do Complexo Bação. Nicóis descruzados em A e
cruzados em B.
26
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 16. Diagrama QAP para amostras de Granitoide Potássico do Complexo Bação. C: Álcali Feldspato Granito,
D: Sienogranito e E: Monzogranito.
27
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
alteração por Baltazar et al. (2005), à ocasião da correção cartográfica dos mapas do
USGS/DNPM.
No entanto, Pires & Fraga (1985) mostraram que todo aquele conjunto de rochas deveria
representar uma grande porção do embasamento gnáissico intensamente deformado e colocado
no meio das rochas do Supergrupo Minas.
A região de afloramento dessas rochas ocupa partes rebaixadas do relevo, com colinas
onduladas, onde existem muitas feições erosivas que expõem um material argiloso de cores
branco a rosa, típico de terrenos gnáissicos. (Figura 17).
Figura 17. Visão do Embasamento Bela Vista, no povoado homônimo, de norte para sul, notando-se o relevo
rebaixado e as voçorocas esbranquiçadas típicas de terrenos gnáissicos.
Os trabalhos de campo efetuados na região mostraram que esses últimos autores tinham
razão em afirmar sobre a natureza dessas rochas. De fato, tratam-se de rochas de uma clara
origem gnáissica ortoderivada, recortadas por uma grande quantidade de veios de quartzo, alguns
com aspecto de quartzitos, por causa do processo de cominuição tectônica. Ocorrem também
diversas outras litologias, contando-se rochas anfibolíticas deformadas e rochas verdes,
provavelmente restos do Grupo Nova Lima, além de micaxistos diversos, todas elas exibindo
feições de milonitização. Estes micaxistos, geralmente com muscovita, são as rochas mais
abundantes e muito conspícuas nos afloramentos por causa da nítida foliação milonítica,
granulação grosseira e cor clara, branco com tons de rosa, dependendo do grau de intemperismo.
(Figuras 18 e 19). Afloramentos de granitoides, geralmente ortognaisses leucocráticos, são
também comuns no meio do corpo, principalmente ao longo de canais de drenagem.
De posse de todos esses dados, tanto os bibliográficos, quanto os coletados no campo,
pode-se deduzir, a fortiori, que esse corpo representa uma porção do embasamento arqueano
28
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
alçado tectonicamente sobre as rochas do Supergrupo Minas, conforme mostrado no perfil anexo
ao mapa geológico.
Figura 18. Embasamento gnáissico com forte foliação milonítica vertical (ponto 150 - 639.647E, 7.738.438N,
UTM23S WGS84).
Figura 19. Detalhe da foliação milonítica com veios de quartzo estirados e transposição generalizada (ponto 150 -
639.647E, 7.738.438N, UTM23S WGS84).
29
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Supergrupo Rio das Velhas na região ao sul de Nova Lima e em contato discordante com o
Supergrupo Minas. Este corpo tem sido lavrado desde longa data, inicialmente para produção de
amianto, variedade crisotila, posteriormente para serpentinito como rocha ornamental e
atualmente para serpentinito para indústria siderúrgica.
Trata-se de um corpo alongado na direção N-S com cera de 4 km de comprimento e
composto por um corpo de dunito serpentinizado. Metamorfismo posterior transformou parte do
serpentinito em finas lentes de talco xisto ao longo de falhas de rasgamento, com introdução de
sílica hidrotermal; veios de crisotila tardia são comuns, formados como preenchimento de
fraturas distensivas no serpentinito.
A existência de um corpo de metagabro em concordância com o dunito serpentinizado faz
supor que a intrusão possa ser remanescente de um assoalho proto-oceânico primitivo.
Não existem datações para o complexo, ele é seguramente pré-Minas e deve corresponder
ao estágio pré-greenstone Rio das Velhas. A intrusão é correlata daquelas no sul da folha, em
torno da cidade de Congonhas.
O Supergrupo Rio das Velhas foi definido por Dorr et al. (1957) após a identificação da
grande discordância angular ao norte da cidade de Itabirito. Na época foi definido como sendo
uma sequência eugeossinclinal, segundo a teoria vigente, e mais tarde foi classificada por
Almeida 1976 como sendo uma típica representante de um greenstone belt.
É dividido nos Grupos Nova Lima e Maquiné, ambos denominados por Dorr et al. (1957).
O primeiro, de natureza vulcânica, vulcanossedimentar e sedimentar, com o vulcanismo
incluindo rochas de natureza, desde ultramáfica até ácida, e o segundo, rochas sedimentares
clásticas. Uma discordância erosiva separa os dois grupos.
Foi dividido nas unidades abaixo por simplificação e ajustamento litoestratigráfico das
unidades petrográficas informais de Baltazar et al. 2005.
Esta unidade foi representada, segundo o que foi mapeado por Baltazar et al. 2005, como a
unidade Ouro Fino. Corresponde aos termos ultrabásicos/ultramáficos a ácidos do início do
vulcanismo do greenstone Rio das Velhas e inclui também rochas metassedimentares químicas,
depositadas em bacias restritas de fundo oceânico, em um ambiente tipicamente redutor. Este
ambiente gerou rochas do tipo formação ferrífera bandada, chert, rochas carbonáticas e filito
30
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Essa unidade corresponde às unidades Mestre Caetano e Santa Quitéria de Baltazar et al.
(2005) e foram agrupadas por se tratar dos mesmos tipos litoestratigráficos. Ocorre em três
regiões, no vale do Rio Conceição, ao sul da Serra do Curral e na região entre Nova Lima e
Raposos.
Trata-se de uma sequência vulcanossedimentar com termos vulcanoclásticos e rochas
metassedimentares clásticas e químicas tais como filito com muscovita, clorita e quartzo, filito
com muscovita e clorita, filito muscovítico, filito carbonoso, metachert puro e ferruginoso,
formação ferrífera bandada e quartzo-ankerita xisto, a denominada lapa seca dos mineradores de
ouro em Nova Lima. As litologias foram mapeadas conjuntamente sendo separadas lentes de
formação ferrífera bandada e as rochas adjacentes à estrutura falhada do Supergrupo Minas na
região de Macacos. Essas rochas são representadas por espessas camadas de conglomerado, filito
e quartzito (metachert ?), posicionadas originalmente no contexto do Grupo Nova Lima por
Pomerene (1964), por serem totalmente contrastantes das rochas do SG Minas.
É a mais espessa unidade do Grupo Nova Lima e engloba cinco unidades petrográficas
descritas no mapeamento de Baltazar et al. (2005), todas elas representado uma mesma entidade
litoestratigráfica, que parece ser de natureza vulcanossedimentar associada com rochas clásticas
e químicas, como é comum em sequências arqueanas.
Ocupa toda a parte central da folha em contato direto com o Complexo do Bação, o qual
engloba totalmente; está em contato também com a formação basal do Supergrupo Minas, em
torno do sinclinal da Gandarela e com o Grupo Maquiné. Nos afloramentos, trata-se de uma
31
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
sequência homogênea de filitos bastante foliados de cores variadas em tons de vermelho, róseo,
marrom, verde etc., e de separação quase impossível.
Tratam-se, portanto, de xistos e filitos diversos de origem vulcanossedimentar e sedimentar
com proporções variáveis de quartzo, clorita, biotita, muscovita, carbonato, plagioclásio e
feldspato, sedimentos químicos tais como formação ferrífera bandada, geralmente magnetítica e
associada filito carbonoso e metachert puro e ferruginoso; rocha calcissilicática,
metaconglomerado, metagrauvaca com estratificação cíclica e gradacional, metagrauvaca félsica
e quartzito. Algumas feições sedimentares são preservadas, tais como estratificação plano
paralela, gradacional e cruzada de pequeno e grande porte
Na borda do Complexo do Bação existe uma auréola de metamorfismo descontínua com
geração de granada e estaurolita que parece estar relacionada a uma tectônica anterior à que
afetou o Supergrupo Minas.
Unidade quartzítica
O Grupo Nova Lima foi mapeado como indiviso na borda oeste da Serra do Rola
Moça/Moeda, ao sul do Quadrilátero Ferrífero, entre Congonhas e Ouro Branco, ao sul da Serra
de Lavras Novas e no sinclinal de Dom Bosco, imbricado tectonicamente sobre rochas do
Supergrupo Minas. Ao menos na região de Congonhas, parte do que é mapeado como Grupo
Nova Lima deveria ser colocado como sendo um complexo ultramáfico plutônico, a exemplo do
Complexo Córrego dos Boiadeiros.
32
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Uma faixa alongada de rochas entre o Grupo Itabira e o Piracicaba no centro do sinclinal
de Dom Bosco, mapeada por Johnson (1962) como sendo do Grupo Nova Lima soerguido
tectonicamente por um descolamento do embasamento, foi relacionado ao Grupo Sabará por
Almeida et al. (2001) e Senna (2001 in: Almeida et al. 2005) para explicar uma possível nappe
de charriage que transporta rochas desde a região de Ouro Preto. As rochas do Grupo Sabará
podem ser extremamente semelhantes às do Grupo Nova Lima, contendo essas últimas,
inclusive, lentes de conglomerados e grauvaca e toda teoria envolvendo tectônica pode ser
passível de controvérsias. No entanto, resolveu-se optar pela sugestão expressa nos trabalhos
recentes acima citados.
A espessura inferida do Grupo Nova Lima é superior a 4.000 metros, pois a sua base não é
conhecida; ela é estimada pela área de distribuição e pelo contato superior com o Grupo
Maquiné.
O Grupo Maquiné, definido por Dorr et al. (1957), foi dividido nas suas duas formações
originais, a Formação Palmital basal (O’Rourke 1958, in: Dorr 1969) e Formação Casa Forte
superior (Gair 1962), sem subdivisões litológicas. O contato entre ambas é gradacional e
marcado por leitos orto e paraconglomeráticos. O grupo distribui-se em uma longa faixa de
direção noroeste – sudeste, atravessando toda a folha, aproximadamente na sua parte mediana e
também em direção sudoeste – nordeste, no vale do Rio Conceição, em contato discordante com
as rochas quartzíticas do Grupo Tamanduá na Serra do Caraça. Uma fatia do grupo, com direção
norte-sul, foi mapeada como indivisa e aflora ao longo da Serra de Lavras Novas, no extremo sul
da folha, em contato tectônico com rochas do Complexo Santo Antônio do Pirapetinga e
discordante com rochas do Grupo Nova Lima.
O contato da Formação Palmital com o Grupo Nova Lima é por discordância angular local,
sendo que na maior parte dos afloramentos este contato está aparentemente em conformidade.
Esta formação é composta por quartzito muscovítico fino, mais especificamente um filito
quartzoso e quartzito muscovítico mais grosseiro com estratificação cruzada de pequeno a médio
porte; filito muscovítico e filito pouco carbonoso aparecem em leitos finos.
A Formação Casa Forte é um espesso pacote quartzítico repousando sobre a Formação
Palmital em conformidade, mas marcada por leitos conglomeráticos. Consiste essencialmente de
muscovita xisto e muscovita-quartzo xisto fino, quartzito muscovítico de granulação média a
fina.
O mais notável dessa formação são os leitos conglomeráticos polimíticos com seixos
arredondados de quartzo, filito, formação ferrífera e metachert, em uma matriz quartzítica e
33
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
ferruginosa. Esses conglomerados formam cristas salientes no relevo e podem ser seguidos por
quilômetros, razão pela qual eles foram separados no mapa. Ocorrem também quartzitos
conglomeráticos com seixos esparsos tipo paraconglomerado, quartzito muscovítico fino e grit.
Filito clorítico e pirítico, por vezes com cloritoide, podem ser encontrados, principalmente nos
afloramentos na região entre as serras do Gandarela e Caraça. Estruturas sedimentares primárias,
tais como estratificação gradacional, estratificação cruzada acanaladas e tangencial são
preservadas em muitos afloramentos.
A espessura total do Grupo Maquiné ultrapassa 1.500 metros.
O Grupo Tamanduá foi definido por Simmons & Maxwell (1961) como sendo uma
unidade quartzítica, conglomerática e filítica com lentes de dolomito itabirítico, colocado entre o
Grupo Maquiné e o Grupo Caraça; incluía o quartzito Cambotas ao norte do Quadrilátero
Ferrífero, o espesso pacote quartzítico da Serra do Caraça e em diversos outros locais. Na Serra
do Caraça as relações de contato são difíceis de ser definidas pela intensa deformação que se
materializa por empurrões generalizados de vetor oeste de transporte.
O quartzito da Serra das Cambotas é, desde longa data, reconhecido como um segmento do
Supergrupo Espinhaço, mas o da Serra do Caraça tem sido motivo de controvérsias, Schorcher
(1980) colocou-o como pertencente ao Grupo Espinhaço e Baltazar et al. (2005) como
pertencente à Formação Moeda, voltando à conceituação original de Harder & Chamberlin
(1915). No entanto, trabalhos mais recentes têm voltado a considerá-lo com sendo uma unidade
individualizada, ora pertencente à base do Grupo Caraça (Alkmin & Marshak 1998, Farina et al.
2015), ora discordante com ela. Neste trabalho foi separado de ambos.
O grupo ocupa as regiões com as maiores altitudes de todo o Quadrilátero Ferrífero,
chegando a ultrapassar 2.000 m, em razão da extrema resistência intempérica de suas rochas. Na
Serra do Caraça a espessura é difícil de estimar em virtude da superposição tectônica de lascas
de empurrão, mas Dorr (1969) a estima em torno de 800 metros.
O Supergrupo Minas foi representado segundo os mapas 1:25.000 originais com poucas
modificações, apenas no sentido de acrescentar alguma informação litoestratigráfica. As
modificações foram feitas principalmente na região do sinclinal Dom Bosco com
individualização de formações do Grupo Piracicaba.
A divisão estratigráfica, modificada de trabalhos anteriores, desde o reconhecimento da
Série de Minas por Derby 1906 e passando pela primeira estratigrafia de Harder & Chamberlin
34
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Definido inicialmente por Harder & Camberlin (1915) para os quartzitos da Serra do
Caraça, sendo posteriormente redefinido por Dorr et al. (1957) é dividido em duas formações; a
Formação Moeda basal, constituída por clásticos grosseiros, representa uma sedimentação
transgressiva em ambiente litorâneo e de plataforma rasa. Os sedimentos grosseiros são
agrupados na Formação Moeda e os finos na Formação Batatal.
O contato com o Supergrupo Rio das Velhas se faz por discordância angular na clássica
localidade ao norte de Itabirito (Rynearson et al. 1954) e por paraconformidade em outros locais;
um dos contatos mais conspícuos é da estrada de ferro na localidade de Funil, que pode ser bem
visto da estrada BR-356 (Figura 20).
Figura 20. Contato do quartzito Moeda com os xistos do Grupo Nova Lima por uma paraconformidade; vista a leste
da BR-356.
35
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Formação Moeda
Foi nomeada por Wallace (1958) e tem seu local tipo na Serra da Moeda, onde atinge
espessuras da ordem de 300 metros. A espessura máxima aparente é da ordem de 1.000 metros.
Tem também uma boa representatividade da Serra de Itabirito e se adelgaça em direção à Serra
de Ouro Preto, mas mesmo assim tem uma boa expressão nas vizinhanças da cidade homônima.
Aflora em torno do sinclinal da Gandarela, na Serra de Ouro Fino e na parte sul da Serra do
Caraça. A formação tem uma expressão topográfica não muito pronunciada, que é mais
dependente de sua espessura; ela é mascarada pela grande expressividade da Formação Cauê que
lhe é adjacente em todas as suas áreas de ocorrência. No entanto, os afloramentos quartzíticos
são prontamente reconhecidos no terreno.
Na localidade tipo foi dividida em duas facies; uma mais grosseira, de quartzito e grit com
níveis conglomeráticos e pouco filito, e uma mais fina, composta de quartzito fino, quartzito
micáceo e filito. Ambas são interdigitados lateral e verticalmente e não foram separadas neste
trabalho.
A litologia mais característica da formação são os seus níveis conglomeráticos, geralmente
polimíticos, ortoconglomeráticos e contendo seixos das unidades mais antigas, principalmente
das rochas do Grupo Nova Lima, além de rochas do embasamento. Nos níveis mais profundos,
não intemperizados, os conglomerados basais têm matriz piritosa que concentra ouro, o que
indica um ambiente redutor de sedimentação. Níveis conglomeráticos são também comuns no
meio do pacote quartzítico.
Formação Batatal
Foi definida por Maxwell (1958), a partir da definição original de Harder & Chamberlin
(1915), no córrego do Batatal, borda sul da Serra do Caraça, onde alcança uma melhor expressão
de afloramento. Representa a sedimentação plataformal clástica fina do Grupo Caraça e
raramente mostra afloramentos de boa expressão, apesar de estar bem distribuída ao longo de
todas as áreas onde ocorre o Grupo Caraça. A razão disso é sua facilidade de desagregação em
face do intemperismo, muito facilitada pelo desplacamento constante de suas camadas segundo
os planos de foliação.
A formação é constituída predominantemente de filito muscovítico prateado que pode
conter, localmente, quantidades importantes de clorita, além de material carbonoso. Raros leitos
de metachert e formação ferrífera bandada podem ocorrer.
Em grande parte das suas áreas de ocorrência, dada a impossibilidade de separação de suas
duas formações, o Grupo Caraça foi mapeado como indiviso.
36
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
O grupo foi mapeado como indiviso quando não foi possível separar o que é dolomito
itabirítico de itabirito dolomítico, o que é muito comum em várias regiões do Quadrilátero
Ferrífero, principalmente ao sul da área, no sinclinal de Dom Bosco, região de Miguel Burnier e
outras localidades.
O Grupo Itabira foi definido por Dorr et al. (1957) e compreende a antiga formação Itabira
de Harder & Chamberlin (1915) para o itabirito do Pico do Cauê na cidade homônima. O grupo
representa a sedimentação química em plataforma estável e é dividido nas formações Cauê e
Gandarela, a primeira essencialmente itabirítica e a segunda essencialmente dolomítica. Todavia,
em muitos lugares as duas formações se transicionam lateral e verticalmente, o que torna muito
difícil a separação das duas. Este fato é constante no sinclinal Dom Bosco.
Formação Cauê
37
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Formação Gandarela
O Grupo Piracicaba foi nomeado por Dorr et al. (1957) como uma unidade mais ou menos
equivalente à Formação Piracicaba de Harder & Chamberlin (1915). Ele é separado do Grupo
Itabira por uma discordância erosiva de extensão regional e representa uma sequência regressiva
plataformal de natureza clasto química. Os sedimentos variam entre clásticos psamíticos
grosseiros a finos, sedimentos argilosos e sílticos químicos e bioquímicos, leitos ferruginosos e
carbonosos.
38
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Formação Cercadinho
Foi também definida por Simmons (1958) e é bem representada no Quadrilátero Ferrífero,
como sendo a sedimentação mais fina e com termos químicos da fase transgressiva da bacia de
sedimentação Piracicaba. Em realidade, contém níveis carbonáticos puros com participação
bioquímica.
No local denominado Pedreira do Cumbe, foi lavrado durante muitos anos um mármore
dolomítico vermelho com belos estromatólitos colunares, descritos por Dardenne & Campos
39
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Neto (1975). Esta sedimentação química é considerada como sendo uma cap carbonates
relacionada ao evento Lomagundi-Jatuli, entre 2,2 e 2,1 Ga, conforme trabalhos de Sial et al.
(2000) e Bekker et al. (2003). Este evento é descrito com uma LPIE (Large Positive Isotope
Excursion) o que resultou no sequestro do carbono 12 e aumento do carbono 13 na atmosfera.
Os afloramentos da formação são diferenciados daqueles da Formação Cercadinho pela
predominância de filitos e presença de dolomito. No sinclinal Dom Bosco a ocorrência de
dolomito é a mais abundante de toda a formação.
A sua espessura medida é em torno de 300 metros e é ausente em diversas áreas de
afloramento do Supergrupo Minas.
Formação Taboões
Formação Barreiro
40
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
A Formação Sabará foi definida por Gair (1958) para as rochas de uma seção-tipo
localizada na estrada que vai de Belo Horizonte até Sabará, ao norte da Serra do Curral.
Considerando sua grande espessura, além de 3.000 metros, Renger et al. (1994) elevaram a
formação à categoria de Grupo. É uma unidade problemática, pois além de mal estudada, se
presta a inúmeras interpretações no tocante à sua idade e similitude com outras rochas muito
comuns no Quadrilátero Ferrífero, por exemplo com algumas seções do Grupo Nova Lima.
Costa (1961) ao estudar a seção da localidade-tipo sugeriu que a Formação Sabará ficaria
mais bem posicionada na base do Grupo Itacolomi e Barbosa (1968) achava melhor chamar a
Formação Sabará da região de Ouro Preto de Formação Saramenha, pois a melhor seção desta
unidade ficaria justamente nessa localidade; não o fez por questões de prioridade estratigráfica.
Almeida et al (2005) retomam ideias antigas da geologia do Quadrilátero Ferrífero e
dividem o Grupo em duas formações: a Formação Saramenha na base e a Formação Estrada Real
no topo, sendo que esta segunda compreende toda a área de afloramento do Grupo Itacolomi na
região de Chapada, Itatiaia e Lavras Novas.
A Formação Saramenha é composta por metadiamictitos, metarritmito, metapelito, clorita-
xisto, filitos diversos e lentes de dolomito.
A Formação Estrada Real é constituída de metarenito (quartzito?), metaconglomerado,
metadiamictito e lentes de formação ferrífera.
O problema maior de considerar, neste trabalho, a separação da Formação Estrada Real e
sua incorporação ao Grupo Sabará, e a redefinição de muitas litologias que se encontram dentro
do sinclinal de Dom Bosco, é justamente a falta de definição precisa do que é em realidade o
Grupo Itacolomi. Foi definida uma unidade retirando-a de outra, porém esta outra não foi
redefinida. Em se aceitando a sugestão de Costa (1961), de que a Formação (Grupo) Sabará
ficaria mais bem posicionada na base do Grupo Itacolomi, o nome prioritário seria este último,
que foi criado por Guimarães (1931).
Talvez, com um trabalho mais detalhado e múltiplas seções bem interpretadas, os aspectos
tectônicos considerados e a dinâmica do processo de sedimentação bem entendido, possa ser
definido se o Grupo Itacolomi pode ser correlato ao Grupo Sabará. De posse destas
considerações resolveu-se, neste mapeamento, considerar o trabalho original em escala 1:25.000
de Barbosa (1969) e não separar a Formação Estrada Real. Foram incorporadas ao Grupo Sabará
as seguintes unidades: - as rochas atribuíveis ao Grupo Nova Lima no sinclinal Dom Bosco, por
sugestão de Almeida et al. (2001), e as rochas relacionadas ao Grupo Itacolomi no sinclinal da
Moeda, região da Lagoa das Codornas, segundo redefinição de Reis et al. (2002).
41
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
O Grupo Itacolomi foi definido como quartzito Itacolomi por Harder & Chamberlin (1915)
e separado do Supergrupo Minas por Guimarães (1931), que o denominou de série. Foi
posteriormente estudado por Lacourt (1947), que fez a primeira divisão estratigráfica da unidade.
Foi reproduzido neste trabalho conforme sua configuração original apresentada no mapa
geológico de Barbosa (1969), como sendo uma sequência quartzítica discordante do Grupo
Sabará. O grupo é constituído de duas facies; a facies quartzítica e a facies filítica denominada de
Santo Antônio, a partir da serra homônima em Congonhas.
O pacote quartzítico contém quartzito e grit com quantidades variáveis de muscovita da
variedade sericítica. O quartzito é conglomerático e contém lentes de conglomerado além de
finas lentes de filito. O conglomerado é polimítico e contém seixos das rochas inferiores,
principalmente de itabirito e mais raramente de rocha granítica. Dorr (1969), segundo
informações repassadas por Barbosa (1965, in: Dorr 1969), considerou que o grupo, em sua
localidade-tipo, contivesse 50% de quartzito e grit, 30% de quartzito conglomerado e 20% de
conglomerado, sendo os níveis filíticos desprezíveis no cômputo geral.
Além dos grandes afloramentos da região de Ouro Preto, o grupo foi também representado
em uma pequena área no limite leste da folha em continuação com as rochas do Pico do Frazão
(fora da folha), na Serra de Santo Antônio, ao norte de Congonhas e na Serra do Ouro Branco.
Na Serra de Santo Antônio, o pacote quartzítico é espesso e contém lentes de
conglomerado, porém a parte ferruginosa, situada a leste desta serra, foi retirada e incorporada à
Formação Cercadinho. A sugestão para tal procedimento veio de Dorr (1969), ao afirmar que as
rochas ferruginosas deveriam pertencer àquela formação, pois a mesma ainda não havia sido
individualizada na ocasião do mapeamento de Guild (1957). Ademais, o Grupo Itacolomi em
outras áreas jamais contém formações ferríferas espessas.
Quanto ao Grupo Itacolomi, no centro do sinclinal da Moeda, foi sugerido por Reis et al.
(2002) que ele deveria pertencer ao Grupo Sabará.
Apesar de Almeida et al. (2001) terem limitado drasticamente a área de ocorrência do
Grupo na Serra de Lavras Novas, é necessário que uma revisão mais extensa seja efetuada, pois
não se pode criar uma unidade em detrimento de outra, sem redefinição da anterior.
42
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
constituído por tonalito, granodiorito e granito e foi datado com idade Riaciana em 2,059 Ga
pelo método U-Pb.
5.5.7. PALEÓGENO-NEÓGENO
As unidades destas épocas foram reunidas para simplificação dado o grande número de
divisões encontrado nas folhas 1:50.000, inadequada para a escala. Foram representadas as
unidades abaixo descritas.
Psl – São os sedimentos lacustrinos principalmente das bacias de Gandarela e do Miguelão
e constituídos de argilito, arenito e linhito, alguns contendo folhas fósseis. Os sedimentos da
bacia do Gandarela são fortemente inclinados, o que deve ter sido motivado por um abatimento
do substrato rochoso dolomítico. A datação provável destes depósitos, baseada no conteúdo
fossilífero, é do Plioceno.
Pms – São os denominados mudstones, depósitos de superfície singulares pelo fato de
ocorrerem geralmente sobre camadas dolomíticas, serem constituídos de argila laterítica sem
plasticidade e estratificação. Podem atingir 50 m de espessura e ter até 9 km de comprimento.
São muitos comuns no Quadrilátero Ferrífero, particularmente no sinclinal da Moeda e na região
de Dom Bosco.
Dorr (1969) relata que os mudstones podem conter muito quartzo detrítico e, por vezes,
estão assentados sobre leitos de seixos rolados, o que prova não serem eles apenas simplesmente
produto de alteração de dolomito, mas que sofreram transporte. O fato de estarem entre cotas de
1.200 e 1.300 m significa que estão associados a uma superfície de erosão, denominada pós-
Gondwana por King (1956).
Análise destes materiais mostrados em Dorr (1969) sugere ser os mesmos, pelo alto teor
em alumínio e a presença de grânulos de quartzo angulosos, lateritas bauxíticas retrabalhadas
mecanicamente em superfície.
Pca – Sob esta classificação foram englobados todos os depósitos de canga ferruginosa
consolidada em forma de carapaças rígidas com fragmentos de diversas granulometrias,
principalmente de itabirito e hematita, rolados e angulosos, cimentados ou parcialmente
cimentados por hidróxidos de ferro e dispostos em depósitos eluvionares, coluvionares e de
talus.
Essas carapaças podem ser muito rígidas e terem espessura superiores a 10 m e são
largamente distribuídas em todo o Quadrilátero Ferrífero, principalmente sobre as rochas da
Formação Cauê, mas extrapolam seus limites sobre as rochas da Formação Gandarela e outras
formações superiores. São elas que sustentam os altos relevos da camada itabirítica. É muito
43
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
5.5.9. QUATERNÁRIO
Qco – São depósitos de colúvios e talus formados por outros fragmentos de rochas que não
são ferruginosos, portanto, sem constituição de canga. São geralmente inconsolidados por
ausência de ferro e são abundantes ao sopé da Serra de Ouro Branco.
Qdl – Estes depósitos são muito distribuídos em superfície nas regiões onde afloram
rochas ferruginosas. São tipicamente eluvionares e são parcialmente lateritizados e constituídos
de fragmentos angulosos de rochas itabiríticas e mesmo de hematita compacta. O grau de
cimentação é variável, mas geralmente eles são pouco consolidados. Algumas vezes recobrem
depósitos de canga consolidada e formam um leito pouco espesso recobrindo-os. São muito
frequentes na região ao sul da folha e a leste da Serra do Caraça.
Qal – Os depósitos de aluvião preenchendo as atuais calhas fluviais não são muito
frequentes na folha de Ouro Preto, assim como não são na totalidade do Quadrilátero Ferrífero.
A razão talvez esteja ligada ao rejuvenescimento do relevo e ao encaixamento pronunciado da
drenagem. O aluvião mais extenso e contínuo da folha é o do rio Conceição, no seu extremo
nordeste. De considerável porte são o do rio das Velhas, ao norte, e o que recobre uma pequena
porção da calha do rio Paraopeba, no canto sudoeste da folha. Geralmente são depósitos de
cascalho, areia e bancos de argila inconsolidados.
44
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
6. GEOLOGIA ESTRUTURAL
45
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
46
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Neste mapeamento, ao sul da folha, as falhas de empurrão foram estendidas para oeste para
explicar a colocação tectônica de uma lasca do embasamento gnáissico entre as rochas do
Supergrupo Minas, conforme foi mostrado no perfil geológico anexo ao mapa. Tal interpretação
foi possível pelo reconhecimento de estruturas miloníticas generalizadas afetando todas as rochas
da região e também pela geometria particular que já se encontrava mapeada, a de grandes formas
amendoadas, com tipo de estruturas sigmoidais confinadas entre lascas de empurrão.
Uma estruturação do sinclinal de Dom Bosco em uma nappe de charriage, denominada a
nappe de Ouro Preto já havia sido aventada por Almeida et al. 2001 e Almeida 2004 para
explicar a inversão de camadas. A ideia é boa e adequada à região; foi aproveitada neste
trabalho, porém preferiu-se adotar um sistema de escamas de empurrão imbricadas que explica a
inversão de camadas da mesma forma e até de um modo mais simples, já que o grau de
deformação das rochas permite a representação de planos de descolamento em várias escalas
possíveis.
A última manifestação rúptil a afetar as rochas do Quadrilátero Ferrífero foi a grande falha
de rasgamento do Engenho que desloca, com movimento dextral, toda a sua borda sul,
transportando a Serra de Ouro Branco por cerca de 40 km. Romano et al. 1992 mostraram que
esta falha tem um duplo regime cinemático, inicialmente em regime dúctil, com compressão
leste-oeste gerando cavalgamentos generalizados e, em um última fase, em regime rúptil
transcorrente, com um plano de ruptura vertical.
Falhas normais são comuns em várias direções, por vezes configurando pares conjugados e
podem estar relacionadas a distensões pós-compressão. A mais notável e bem conhecida delas é
a espetacular falha da Catabranca, na Serra de Itabirito, que desloca os quartzitos Moeda e os
projeta diretamente sobre as rochas do Grupo Nova Lima (Figura 22). Esta falha faz parte de um
par conjugado e é de abatimento com uma componente direcional sinistral.
O fraturamento é generalizado e conspícuo nas rochas quartzíticas (Figura 23).
47
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 22. Escarpa da falha da Catabranca, projetando os quartzitos da Formação Moeda contra os xistos do Grupo
Nova Lima, vista de norte para sul, tomada da BR-356.
Figura 23. Fraturamento generalizado nas rochas quartzíticas do Grupo Itacolomi, vista de oeste para leste, foto
tomada na MG-129, imediações do povoado de Itatiaia.
48
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
7. METAMORFISMO
Toda a região central do Quadrilátero Ferrífero é de baixo grau metamórfico regional com
poucos acréscimos de temperatura e pressão ao longo de algumas descontinuidades. Em virtude
do baixo grau de metamorfismo, a maior parte das rochas preservam as características
sedimentares primárias. O metamorfismo regional é da facies xisto verde, com formação
generalizada de muscovita fina, variedade sericítica nos metapsamitos e metapelitos e clorita nas
rochas de derivação vulcânica e vulcanossedimentar do Supergrupo Rio das Velhas.
Cristalização de anfibólio, notadamente os de baixo grau metamórfico, e tremolita-actinolita são
também comuns nessas rochas. Um interessante itabirito com cristalização generalizada de
actinolita ocorre nas proximidades de Ouro Preto. Nas rochas ultramáficas a associação
serpentina-talco-clorita-carbonato é comum.
O metamorfismo nem sempre depende do grau de deformação da rocha, mas
preponderantemente à circulação hidrotermal ao longo das zonas de cisalhamento. Esse
hidrotermalismo é fator importante para a geração de depósitos minerais metálicos, sobretudo no
contexto do Grupo Nova Lima e até mesmo na concentração de hematita nos itabiritos.
A geração de cianita e cloritoide em rochas do Supergrupo Minas, principalmente na
formação Cercadinho, está ligada à composição original da rocha e à circulação hidrotermal.
Esta última é importante para a cristalização de cianita em veios de quartzo que atravessam uma
rocha originalmente com teor mais importante de alumínio. O hidrotermalismo solubiliza a sílica
e concentra o alumínio in situ, por causa do caráter refratário desse elemento, o que propicia a
formação da cianita, caso a temperatura e pressão estejam nas condições de formação deste
mineral. A cianita é o mais comum alumino silicato regionalmente; sillimanita pode ser
abundante nas zonas de mais alta pressão e temperatura, por exemplo, ao longo da Serra do
Curral, fora da área desta folha.
Uma mineralização interessante, ligada tanto ao metamorfismo, quanto à circulação
hidrotermal, é a formação de grandes cristais de magnetita, principalmente nos quartzitos
ferruginosos da Formação Cercadinho na região de Dom Bosco. Os cristais estão associados às
rochas brechadas ao longo de falhas normais e tension gashes abertas ao longo de zonas de
cisalhamento rúpteis.
Geração de estaurolita e granada em rochas do Grupo Nova Lima em contato com os
granitoides do Complexo do Bação pode significar metamorfismo de contato propiciado pela
ascensão de plutons graníticos, neste caso, as intrusões de granitoides potássicos neste complexo.
Porém essas ocorrências não são contínuas ao longo da zona de contato e podem mais estar
ligadas à deformação pré-Minas.
49
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
50
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
9. RECURSOS MINERAIS
A riqueza mineral da folha de Ouro Preto é notável, sobretudo pela grande quantidade de
minas de ferro a céu aberto ao longo de toda a extensão das serras do Rola Moça, Moeda, Santo
Antônio, Itabirito, Conta História e Ouro Fino. Atualmente, com a exaustão dos depósitos de
hematita compacta, toda a lavra é feita para extração do itabirito friável.
O ouro já foi lavrado intensamente no município de Nova Lima, mas atualmente todas as
minas se encontram fechadas definitivamente ou aguardando reavaliações econômicas; toda a
produção se deslocou para o município de Caeté, fora da folha de Ouro Preto. Somente uma
mina, paralisada temporariamente, encontra-se no município de Itabirito. Todavia, o ouro ainda é
garimpado em muitos locais do Quadrilátero Ferrífero central.
Um outro bem mineral, pelo qual a região de Ouro Preto é célebre, é o topázio imperial,
cuja fama é mundial, pela beleza e singularidade dos cristais e pela cor, que varia desde um
amarelo pálido até um amarelo quase vermelho; a variedade roxa é extremamente apreciada.
Associado ao topázio, se bem que mais raro, é o euclásio, originalmente descrito em Ouro Preto,
de uma cor azul muito apreciada. O polígono produtor de topázio é a região a leste de Ouro
Preto, principalmente no distrito de Rodrigo Silva, onde encontram-se as maiores minas. Se bem
que a produção artesanal ainda seja importante, a maior parte das lavras é mecanizada (Figura
24).
Figura 24. Lavra mecanizada de topázio imperial na localidade de Dom Bosco, vista de oeste para leste.
51
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
52
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
10. GEOFÍSICA
53
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
54
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Figura 25. Parte sul do Sinclinal de Dom Bosco mostrando o mapa original (acima) e a reinterpretação deste
trabalho (abaixo).
55
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Abreu G.C. 1995. Geologia e metalogênese do ouro da Mina do Pari, NE do Quadrilátero Ferrífero, MG.
Ph.D. thesis, Universidade de São Paulo, São Paulo, 120 p.
Alkmin F.F. 1987. Modelo deposicional para a sequência de metassedimentos da Serra de Ouro Branco,
Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo Minas
Gerais, 6:47-68.
Alkmim F.F. & Marshak S. 1998. The Transamazonian orogeny in the Quadrilátero Ferrífero, Minas
Gerais, Brazil: Paleoproterozoic Collision and Collapse in the Souhtern São Francisco Craton region.
Precambrian Research, 90:29-58.
Alkmim F.F., 1985. Sedimentologische, Lithostratigraphische und Tektonische Untersuchungen in der
serra de Ouro Branco. Minas Gerais, Brasilien. Tese de doutorado, TU Clausthal, Alemanha, 217 p.
Alkmim F.F., Jordt-Evangelista H., Marshak S., Brueckner H., 1994. Manifestações do evento Trans-
Amazônico no Quadrilátero Ferrífero, MG. In: 38º Congresso Brasileiro de Geologia. Sociedade
Brasileira de Geologia, Camboriú, Resumos, p. 75-76.
Alkmim F.F., Amorim L.Q., Freitas C.A., Oliveira F.M., Barbosa V.C., Santos G.J.I., Cavalcanti J.A.D.,
Sousa K., Lanfranchi R.A., 1996. Levantamento geológico da junção do sinclinal Moeda com o
homoclinal da serra do Curral. Mapa geológico, 1:25.000. MBR/COPASA/UFOP.
Almeida L.G. 2004. Estratigrafia e geologia estrutural da porção central do sinclinal Dom Bosco,
Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais. Dissertação de mestrado, Dep. de Geologia da Universidade
Federal de Ouro Preto, 109 p.
Almeida L.G., Endo I., Fonseca M. A. 2002. Sistema de nappes na porção meridional do Quadrilátero
Ferrífero, MG. In: SBG, 41° Congresso Brasileiro de Geologia, Sociedade Brasileira de Geologia,
João Pessoa, Paraíba, Resumos, 615 p.
Almeida L.G. Oliveira D.J., Endo I. 2001. O arcabouço estratigráfico-estrutural da região de Dom
Bosco/Bela Vista, Quadrilátero Ferrífero,como manifestação da orogênese Minas com polaridade
tectônicapara sudoeste. In: SBG, Simpósio de Geologia de Minas Gerais, Belo Horizonte/ Núcleo
Minas Gerais. Anais, arquivo eletrônico.
Almeida L.G, Castro P.T.A., Endo I., Fonseca M.A. 2005. O Grupo Sabará no sinclinal Dom Bosco,
Quadrilátero Ferrífero: uma revisão estratigráfica. R. Bras. Geoc., 35(2):177-186.
Ávila C.A., Teixeira W., Cordani U.G., Moura C.A.V., Pereira R.M. 2010. Rhyacian (2.23 – 2.20 Ga)
juvenile accretion in the southern São Francisco Craton, Brazil: geochemical and isotopic evidence
from the Serrinha magmatic suite, Mineiro belt. Journal of South American Earth Sciences, 29:464-
482.
Baltazar O.F., Pedreira A.J. 1996. Associações de litofácies. CPRM. Projeto Rio das Velhas: Texto
Explicativo do Mapa Geológico Integrado, escala 1:100.000, Belo Horizonte, DNPM/CPRM, p. 43-
48.
Baltazar O.F., Silva S.L. 1998. Mapa geológico integrado do supergrupo Rio das Velhas, escala 1:
100.000. Brasília, Departamento Nacional de Produção Mineral, CPRM.
Baltazar O.F., Raposo F.O., Mattos G.M.M. 1993. PLGB - Folha Mariana em escala 1:100.000.
DNPM/CPRM, Brasília.
Baltazar O.F., Baars F.J., Lobato L.M., Reis L.B., Achtschin A.B., Berni G.V., Silveira V.D. 2005. Mapa
geológico Gandarela na escala 1:50.000 com nota explicativa. Lobato LM (ed) Projeto geologia do
Quadrilátero Ferrífero–integração e correção cartográfica em SIG com nota explicativa.
CODEMIG, Belo Horizonte.
Baltazar O.F. & Silva S.L., 1996. Projeto Rio das Velhas: Mapa Geológico Integrado do Supergrupo Rio
das Velhas, 1:100.000. DNPM/CPRM - Serviço Geológico do Brasil.
Barbosa A.L.M. 1968. Contribuições recentes à Geologia do Quadrilátero Ferrífero. Ouro Preto, Boletim
do Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 1, 68 p.
56
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Barbosa A.L.M. 1969. Mapa geológico das quadrículas de Ouro Preto, Santa Rita de Ouro Preto, Minas
Gerais, Brazil. Washington, USGS/DNPM. Professional Paper, 641-A, plate 9.
Barbosa A.L.M. 1979. Variações de fácies na Série Minas. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia.,
Núcleo Minas Gerais, 1:89-100.
Barbosa G.V. & Rodrigues D.M.S. 1967. Quadrilátero Ferrífero. Instituto de Geociências, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Imprensa Universitária, 130 p.
Barbosa A.L.M. 1961. Tectônica do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. Boletim da Sociedade de
Intercâmbio Cultural e Estudos Geológicos, 1:49-54.
Belo de Oliveira O.A. 1986. As falhas de Empurrão e suas implicações na Estratigrafia e Metalogenia do
Quadrilatero Ferrifero. In: 35º Congresso Brasileiro Geologia, Goiânia, Anais, 15 p.
Belo de Oliveira O.A. & Teixeira, W. 1990. Evidencias de uma tectonica tangencial proterozóica no
Quadrilátero Ferrífero. In: SBG, Congresso Brasileiro de Geologia, 36, Natal, Anais, v. 6, p. 2589-
2604.
Belo de Oliveira O.A., Vieira M.B.H., Greco F.M. 1990. Alteração hidrotermal relacionada a zonas de
cisalhamento dúctil em depósitos auríferos no Quadrilátero Ferrífero. In: Congresso Brasileiro de
Geologia, Sociedade Brasileira de Geologia, Natal, Brasil, 101 p.
Borba R.P. 1998. Magmatismo Ácido e sua Relação com a Mineralização Aurífera de Bico de Pedra,
Greenstone Belt Rio das Velhas, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil. Inst. de Geociências,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, M. Sc. Thesis, 162 p.
Carneiro M.A, Noce C.M., Teixeira W. 1995. Evolução policíclica do Quadrilátero Ferrífero: uma análise
fundamentada no conhecimento atual da geocronologia U-Pb e geoquímica isotópica Sm-Nd. Revista
Escola de Minas, 48:264-273.
Carneiro M.A. 1992. O Complexo Metamórfico Bonfim Setentrional - Quadrilátero Ferrífero, Minas
Gerais: Litoestratigrafia e evolução geológica de um segmento de crosta continental do Arqueano.
Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 233 p.
Carneiro M.A., Teixeira W., Noce C.M., Fernandes R.A. 1996. Archaean growth processes in the
Quadrilátero Ferrífero: A geochronological U-Pb and Sm-Nd approach to the Rio das Velhas Event
(2780 – 2700 Ma). In: Simpósio de Terrenos Arqueanos da Plataforma Sul-americana. Brasília,
Anais, p. 59-60.
Carneiro M.A., Evangelista H.J., Teixeira. W. 1997. Eventos magmáticos arqueanos de natureza cálcio-
alcalina e thoeliítica no Quadrilátero Ferrífero e suas implicações tectônicas. Revista Brasileira de
Geociencias, 27:121-128.
Carneiro M.A., Teixeira W., Carvalho I.M., Fernandes R.A. 1998. Ensialic tectonic setting of the Archean
Rio das Velhas Greenstone Belt: Nd and Pb isotopic evidence from the Bonfim Metamorphic
Complex, Quadrilátero Ferrífero, Brazil. Revista Brasileira de Geociências, 28:189-200.
Carvalho Jr. I.M. 2001. Petrologia e Geologia de Rochas Ultramáficas Arqueanas do Cráton São
Francisco Meridional: A Seqüência Acamada Ribeirão dos Motas. Dissertação de Mestrado.
Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, 96 p.
Cavalcanti J.A.D. 1999. Mineralização aurífera de Lages-Antônio Dias, Ouro Preto MG: controles lito-
estratigráficos e estruturais. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 108 p.
Chauvet A., Dussin I.I., Faure M., Charvet J. 1994. A three-stage structural evolution of the Quadrilátero
Ferrífero: consequenses for the Neoproterozoic age and the formation of gold concentrations of the
Ouro Preto area, Minas Gerais, Brazil. Precambrian Research, 68:139-167.
Chauvet A., Dussin I.A., Faure M., Charvet J. 1994. Mineralização Aurífera de idade proterozoica
superior e evolução estrutural do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil. R. Bras. Geociências,
24:150-159.
Chauvet A., Faure M., Dossin I., Charvet J. 1994. A three-stage structural evolution of the Quadrilátero
Ferrífero: consequences for the Neoproterozoic age and the formation of gold concentrations of the
57
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
58
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Farina F., Albert C., Lana C, 2015. The Neoarchean transition between mediun and high-K granitoids:
clues from the Southern São Francisco craton (Brazil), Precambrian Research, 266:375-294.
Farina F., Albert C., Martinez Dopico C., Aguilar Gil C., Moreira H., Hippert J.P., Cutts K., Alkmin F.F.,
Lana C. 2016. The Archean-Paleoproterozoic evolution of the Quadrilátero Ferrífero (Brazil):
Current models and open questions. J. of South Amer. Earth Sci. 68:4-21.
Féboli W.L. & Signorelli N. 1996. Sinopse Geológica da Folha Itabirito: Projeto Rio das Velhas.
Departamento Nacional da Produção Mineral/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, Belo
Horizonte, p. 34–43.
Ferreira Filho F.A. 1999. Análise estrutural qualitativa do Sistema de Falhas Água Quente, borda leste do
Quadrilátero Ferrífero-MG. Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal
de Ouro Preto, Ouro Preto, Dissertação de Mestrado, 156 p.
Fonseca M.A. 1990. O Sinclinal de Ouro Fino: análise descritiva e cinemática de um segmento do
Sistema Fundão, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro
Preto, Dissertação de Mestrado, 120 p.
Fonseca M.A. & Alkmim F.F. 1992. O Sinclinal de Ouro Fino e sua relação genética ao sistema Fundão,
Quadrilátero Ferrífero, MG. Revista Escola de Minas, 45:65-67.
Gair, J.E. 1962. Geology and ore deposits of Nova Lima and Rio Acima quadrangles, Minas Gerais,
Brazil. U. S. Geol. Survey. Prof. Paper, 341-A, 67 p.
Gomes C.J.S. 1996. A inversão tectônica nas Bacias Serra do Curral e Serra da Moeda, no Quadrilátero
Ferrífero, Minas Gerais – modelos físicos. Revista Escola de Minas, 49:52-59.
Gomes C.J.S. 1995. A formação das Bacias Serra do Curral e Sinclinal da Moeda, no Quadrilátero
Ferrífero - Uma modelagem física. Revista Escola Minas, 48:208-214.
Gomes C.J.S. & Baptista E.I. 1994. A borda do Complexo Metamórfico do Bação: Deformação e Análise
Estrutural. Revista Escola de Minas, 47:59-61.
Gomes C.J.S. & Eisele R. 1993. A deformação em uma zona de cisalhamento descontínua na borda do
Complexo do Bação, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Revista Brasileira de Geociências,
23:124-128.
Guild P.W., 1957. Geology and mineral resources of the Congonhas District, Minas Gerais, Brazil. U S.
Geol. Survey, Prof Paper, 290, 90 p.
Guimarães D. 1931. Contribuição à geologia do estado de Minas Gerais. Serviço Geológico e
Mineralógico, Bol., 33, 36 p.
Guimarães D., de Melo, S.M., Melo. E.A.V. 1967. O Complexo de Bação. Boletim do Dep. Geologia,
Escola Federal de Minas de Ouro Preto, 2:1–12.
Harder E.C. & Chamberlin, R.T. 1915. The geology of Central Minas Gerais, Brazil. Jour. Geology,
23(4):385-424.
Herz N. 1970. Gneissic and igneous rocks of th Quadrilatero Ferrifero, Minas Gerais. U. S. Geoll Survey
Prof. Paper, 641-B, 58 p.
Herz N. 1978. Metamorphic rocks of the Quadrilatero Ferrifero, Minas Gerais. U. S. Geol. Survey Prof.
Paper, 641-C, 81 p.
Hippertt J.F., Borba R.P., Nalini H.A Jr. 1992. O contato Formação Moeda-Complexo Bonfim: Uma zona
de cisalhamento normal na borda oeste do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Revista Escola de
Minas, 45:32-34.
Johnson R.F. 1962. Geology and ore deposits of Cachoeira do Campo, Dom Bosco and Ouro Branco
quadrangles, Minas Gerais, Brazil. U. S. Geol. Survey Prof. Paper, 341-B, 39 p.
King L.C. 1956. A geomorfologia do Brasil oriental, Rev Bras. Geografia, 18(2):147-245.
Lacourt F. 1947. Resumo da geologia da Folha de Ouro Preto. Anais da Escola de Minas v. 28, p. 103-
139.
59
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Machado N., Noce C.M., Feng R. 1993. Idades 207Pb/206Pb de zircões detríticos de rochas
metassedimentares da região do Quadrilátero Ferrífero, sul do Cráton do São Francisco:
Considerações sobre áreas-fonte e idades de sedimentação. 2º Simpósio do Cráton do São Francisco,
Salvador, Anais, p. 149-151.
Machado N., Schrank A., Noce C.M., Gauhier G. 1996. Ages of detritical zircon from Archean–
Paleoproterozoic sequences: implications for Greenstone Belt setting and evolution of a
Transamazonian foreland basin in Quadrilatero Ferrífero, Southeast Brazil. Earth and Planetary
Science Letters, 141:259-276.
Marshak S. & Alkmim F.F. 1989. Proterozoic extension/contraction tectonics of the southern São
Francisco Cráton and adjacent regions, Minas Gerais, Brazil: a kinematic model relating
Quadrilátero Ferrífero, São Francisco Basin and Cordilhera do Espinhaço. Tectonics, 8:555-571.
Maxwell C.H. 1958. The Batatal Formation. Soc. Bras. Geol. Bol., 7(2): p. 60-61.
Maxwell C.H. 1972. Geology and ore deposits of the Alegria District, Minas Gerais, Brazil. U.S. Geol.
Survey, Prof Paper 341-J, 72 p.
Naline Jr. H.A. 1993. Análise estrutural descritiva e cinemática do flanco sul e terminação piriclinal do
Anticlinal de Mariana e adjacências, região sudeste do Quadrilátero Ferrífero, MG, Brasil.
Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 132 p.
Noce C.M. 1995. Geocronologia dos eventos magmaticos, sedimentares e metamorficos na região do
Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Tese de Doutoramento, Instituto de Geociências,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 128 p.
Noce C.M., Pinheiro S.O., Ladeira E.A., Sad J.H.G. 1990. Ocorrência de meta-komatiitos com textura
spinifex no Grupo Nova Lima, oeste do Quadrilátero Ferrífero, M.G. In: SBG, 36º Congresso
Brasileiro de Geologia, Natal, Anais, 1:215-221.
Noce C.M. 2000. Geochronology of the Quadrilátero Ferrífero: a review. Geonomos, 8:15-23.
Noce C.M., Machado N., Teixeira W. 1998. U-Pb geochronology of gneisses and granitoids in the
Quadrilátero Ferrífero (southern São Francisco craton): age constraints for Archean and
Paleoproterozoic magmatism and metamorphism. Revista Brasileira de Geociências, 28:95-102.
Noce C.M., Pinheiro S.O., Ladeira E.A., Franca C.R., Kattah S. 1992. A seqüência vulcanossedimentar do
Grupo Nova Lima na região de Piedade do Paraopeba, oeste do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.
Revista Brasileira de Geociências, 22:175-183.
Noce C.M., Teixeira W., Queménéur J.J.G., Martins V.T.S., Bolzaquini E. 2000. Isotopic signatures of
Paleoproterozoic granitoids from the southern São Francisco Craton and implications for the
evolution of the Transamazonian Orogeny. Journal of South American Earth Sciences, 13:225-239.
O’Rourke J.E. 1957. The Stratigraphy of the metamorphic rocks of Rio de Pedras and Gandarela
Quadrangles, Minas Gerais, Brazil. University of Wisconsin, Wisconsin, Ph.D. Thesis, 106 p.
Oliveira O.A.B. 1986. As falhas de empurrão e suas implicações na estratigrafia e metalogênese do
Quadrilátero Ferrífero, MG. In: SBG, 34º Congresso Brasileiro de Geologia, Goiânia, Anais, v. 2, p.
1074-1087.
Olivo G.R., Gauthier M., Gariépy C., Carignan J. 1996. Transamazonian tectonism and Au–Pd
mineralization at the Cauê Mine, Itabira District, Brazil: Pb isotopic evidence. Journal of South
American Earth Sciences, 9:273-279.
Padilha A.V. 1984. Formação Córrego dos Boiadeiros, uma sequência komatiitica na base do Grupo Nova
Lima, Supergrupo Rio das Velhas, Quadrilátero Ferrífero, MG. 33 Cong. Bras. Geologia, Rio de
Janeiro, Anais, v. 6, p. 2668-2679.
Pires F.R.M. 1983. Greenstones as a part of the Minas Supergroup in the Quadrilátero Ferrífero, Minas
60
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
61
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO - FOLHA OURO PRETO
Mariana – Quadrilátero Ferrífero (MG). In: SBG, 39° Congresso Brasileiro de Geologia, Recife,
Anais, v. 6, p. 470-472.
Seixas L.A.R., David J., Stevenson R. 2012. Geochemistry, Nd isotopes and U–Pb geochronology of a
2350 Ma TTG suite, Minas Gerais, Brazil: implications for the crustal evolution of the southern São
Francisco craton. Precambrian Research, 196:61-80.
Senna J.A. 2001. Litoestratigrafia, controle estrutural e aspectos econômicos da Aba norte do Sinclinal
Dom Bosco, região de Rodrigo Silva-Boa Vista, Ouro Preto, Quadrilátero Ferrífero, MG. Trabalho
de Graduação, Departamento de Geologia, Universidade Federal Ouro Preto, 239 p.
Sequetto-Pereira M.A., Lobato L.M., Rosière C.A., Silva R.C.F. 2013. Classificação dos veios quartzo-
carbonáticos de depósitos auríferos no Lineamento Córrego do Sítio, QF, MG. Geonomos, 21:53-71.
Sial A.N., Ferreira W.P,. Parente C.V., Romano A.W., Almeida A.R., Costa M. 2000. Carbon fluctuations
in Precambrian carbonate sequences of several localities in Brazil. A. Acad. Bras. Ciências, v. 72(4),
p. 539-558.
Silva R.G. 1999. Análise Estrutural e Modelagem Tectônica da região centro-sul do Sinclinal da Moeda,
Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Ouro
Preto, 154 p.
Simmons G.C. & Maxwell C.H. 1961. Grupo Tamanduá da Série Rio das Velhas, Brasil, Dep. Nac. Prod.
Min. Div. Geol. Min. Bol. v. 211, 30 p.
Souza Rezende L.F. 2016. Mapeamento Geológico do Complexo do Bação, região de Cachoeira do
Campo, MG, Trabalho Geológico de Graduação, IGC/UFMG: 36 p.
Teixeira W. 1985. A evolução geotectônica da porção meridional do cráton do São Francisco, com base
em interpretações geocronológicas. Ph.D. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São
Paulo, 207 p.
UNESCO/AVINA/MMA/SOS Mata Atlântica. 2008. Mapa da Reserva da Biosfera da Mapa Atlântica –
Fase VI, sem escala númérica: 1 mapa.
Vilela R.A. 1999. Geologia de um segmento do Complexo Metamórfico Bação: área entre Glaura e
Cachoeira do Campo, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Monografia (Graduação) -
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto. 77 p.
Villaça J.N. 1981. Alguns aspectos sedimentares da Formação Moeda. Boletim da Sociedade Brasileira
de Geologia de Minas Gerais, 2:93-137.
Wallace R.M. 1958. The Moeda Formation. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia. 7:59-60.
Zucchetti M. & Baltazar O.F. 2000. Rio das Velhas Greenstone Belt lithofacies associations, Quadrilátero
Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. In: 31 th International Geological Congress, Rio de Janeiro. CD-
ROM.
Zucchetti M., Lobato L.M., Baltazar O.F. 2000. Volcanic and volcaniclastic features in Archean rocks and
their tectonic environment, Rio das Velhas Greenstone Belt, Quadrilátero Ferrífero, MG. Brazil.
Revista Brasileira de Geociências, 30:388-392.
62