A Velha Contrabandista
A Velha Contrabandista
A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava
pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O
pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da
velhinha.
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco
aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que
ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a
velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal
esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à
velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o
saco de areia atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia
e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte,
quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar
outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que
era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o
fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era
areia.
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não
apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o
contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- É lambreta.