Como Guardar o Sábado Segundo As Tradições Judaicas

Fazer download em rtf, pdf ou txt
Fazer download em rtf, pdf ou txt
Você está na página 1de 9

TÓPICO 1: Como Guardar o Shabat

Introdução: É inegável que o domingo como dia de descanso é uma farsa, e cada vez
mais esta doutrina criada pela igreja romana enfraquece. O descanso do shabat tem
conquistado mais pessoas, as quais já não toleram todos os dogmas romanos que se
tornaram a base de todo o cristianismo. Enquanto uma ala de cristãos é levada pela onda
da apostasia e do engano, um grupo se destaca pela busca da verdade, e estas instruções
acerca do shabat se destinam a este grupo.
A Mizvá (mandamento) do Shabat: O Shabat é um mandamento obrigatório para o povo
judeu, mas acessível aos gentios que se converteram ao Eterno através do Messias
Yeshua. Yaacov (Tiago), irmão de Yeshua, que liderava a comunidade judaica que seguia
os ensinamentos do Mashiach, no primeiro século, anunciou a decisão dos líderes em não
impor aos gentios todas as leis e obrigações da Torah, mas especificamente as leis
noéticas. O texto diz: “Mas envie uma mensagem a eles, para que se abstenham da
contaminação das imagens de idolatria, e das relações sexuais ilícitas, e dos animais
mortos sem o derramamento de sangue (estrangulados), e do sangue” (Atos 15:20).
Porém Tiago, cujo nome em hebraico é Yaacov (Jacó), nem imaginava que alguém iria
sequer questionar o shabat e muito menos propor que o primeiro dia da semana
(domingo) deveria substituir o sétimo dia da semana, com o argumento de que o
Mashiach havia ressuscitado naquele dia. Esta doutrina com fraca sustentação bíblica e
histórica foi estabelecida às custas da imposição romana e das interpretações bíblicas
tendenciosas. O que mais impressiona é a manutenção deste dogma nos dias atuais apesar
do seu esvaziamento, já que quase ninguém observa o domingo como dia de descanso.
Continuando o texto do livro de Atos, Yaacov (Tiago) disse: “Porque Moshe desde os
tempos antigos tem descendentes em cada cidade que proclamam o que é lido todos os
sábados nas sinagogas” (Atos 15:21). O que ele estava dizendo era que ao frequentar as
sinagogas no sábado, os gentios poderiam receber instruções acerca de outros
mandamentos da Torah e obviamente colocá-los em prática, especialmente aqueles que
embora não fossem obrigatórios, eram acessíveis aos gentios. Com isto, os convertidos
entre os gentios poderiam adquirir um padrão espiritual mais seguro e próximo do Eterno.
O que Yaacov (Tiago) nunca imaginou era que alguém, por mais absurdo e arbitrário que
pareça ser, iria um dia anular a observância do shabat e estabelecer outro dia de descanso,
mas infelizmente isto aconteceu através dos desvios da igreja romana. Não é de admirar,
pois até o seu nome Yaakov (em hebraico), foi mudado para Tiago em português e James
em inglês.
Os Judeus que seguiam os ensinamentos do Mashiach Yeshua e os B'nei Noach
reuniam no Shabat e não no domingo: No primeiro século, os gentios reuniam aos
sábados nas sinagogas e posteriormente nas casas, rezando e estudando as escrituras e as
cartas dos apóstolos. Certamente muitos na época passaram a guardar o Shabat. Os textos
que relatam isto são traduzidos equivocadamente e tendenciosamente como “primeiro dia
da semana”, quando em grego e nas línguas semitas é “num sábado”, ou “sábado à noite”
quando se refere ao 'partir do pão', que incluía o vinho que era bebido em memória do
sacrifício do Mashiach. Em Atos 20:7, por exemplo, o Rabino Shaul (Paulo) após partir o
pão, ensina até a meia noite do sábado e alonga a sua ministração até as 6 horas da manhã
do primeiro dia da semana, conhecido hoje como domingo, já que nesta época o domingo
começava ao nascer do sol e não a meia noite como ocorre nos dias atuais. No versículo
seguinte (8), relata as tochas acesas na varanda onde eles estavam, fato este relacionado à
cerimônia de Havdalá que ocorre ao pôr do sol do sábado e marca a separação do shabat
para o primeiro dia judaico da semana, que começa no sábado após o pôr do sol. O termo
grego usado é “Mia Ton Shabatton” que pode ser traduzido como “um dia de sábado” ou
no que se refere ao partir do pão, ao tempo logo após o shabat, no sábado à noite. Mesmo
que se refira ao sábado à noite, está claro que os discípulos estavam reunidos durante o
sábado e após a havdalá partiam o pão (sem fermento) e bebiam o vinho em memória do
sacrifício do Mashiach. Contudo, mesmo a cerimônia do partir do pão que ocorria após a
havdalá não pode ser atribuído ao domingo, pois este dia falsamente estabelecido pela
igreja romana começa a meia noite do sábado, e na época como já foi dito, começava as
seis horas da manhã do domingo atual.
Apesar de o shabat não ter sido estabelecido pelos seguidores de Yeshua do primeiro
século como uma obrigação para os gentios, era inegavelmente o dia quando todos,
judeus e gentios, se reuniam para se dedicarem ao serviço ao Eterno, lendo, estudando,
rezando, orando e prestando culto a D’us. Na época, para Yaakov (Tiago) e todos os
emissários (shaliach), a observância do sábado era algo tão natural que nem passava pela
cabeça deles que um dia isto seria mudado de forma tão arbitrária, a fim de satisfazer as
ambições de um líder religioso (Constantino) que visava à implementação de uma nova
religião de caráter universal, usando a história do Mashiach e de seus seguidores, e ao
mesmo tempo, agregando costumes de outras religiões, a fim de facilitar ao máximo o
ingresso de novos adeptos.
Estava nascendo a igreja romana, com uma visão universal (católica) e tendo como base
os escritos apostólicos interpretados segundo suas conveniências.
Em Yeshayahu (Isaías) 56:3-7, O Eterno diz que o estrangeiro que se unir a Ele e
observar o shabat, será levado à Sua casa de oração, onde Ele se alegrará com eles, e Seu
templo será chamado de: Casa de Oração para todos os povos. E até os eunucos que
observarem o shabat, receberão, entre outras coisas, um nome perpétuo que nunca se
apagará.
Perguntamos por que a reforma protestante não resolveu este problema, e como
conseqüência vários seguimentos da igreja protestante (evangélica) estão se afastando da
sã doutrina e ensinando um “evangelho” de facilidades, bem diferente da proposta e visão
passadas aos emissários pelo próprio Mashiach. A resposta é simples, primeiro a reforma
se baseou numa teologia que já estava desviada em muitos aspectos, e desta forma apenas
reformou alguns pontos, sem, no entanto, se dar ao trabalho de fazer uma plena
restauração. Segundo, a reforma protestante teve como base a teologia romana e acabou
formulando novas doutrinas com o 'vírus do engano', sem a preocupação de buscar a
verdade mais essencial das palavras do Mashiach e dos seus emissários (apóstolos). E
terceiro, é o surgimento nos nossos dias de uma liderança mais preocupada em seus
interesses e sonhos pessoais do que em fazer de fato a vontade do Eterno. Mas, em meio
a toda esta apostasia, surgem também líderes que sentem a necessidade de uma
restauração, e não se vêem mais obrigados a aceitarem dogmas e doutrinas que estão
muito distantes das verdades bíblicas, sendo meramente costumes e tradições de homens.
Yeshua também guardava o Shabat: Porém, ele mostrou para os fariseus que a vida é mais
importante do que o preceito, ensinando que no shabat pode haver curas, como também
socorrer alguém em caso de necessidade. Este conceito ensinado pelo Mashiach
predomina hoje entre todos os judeus. Yeshua é Senhor do shabat, porque ele é o
instrumento do Eterno para trazer shalom sobre a terra no Shabat Gadol (grande shabat),
no milênio de paz, além de ser o portador oficial da palavra do Eterno.
O Povo Judeu e o Shabat: O povo judeu também passou por várias transformações, e
alguns ainda não estão conectados espiritualmente, porém O Eterno está trabalhando e
preparando uma restauração espiritual para toda a nação de Israel, o que se dará através
da revelação do Mashiach. Isto ocorrerá de forma sobrenatural e sem intermediários, com
uma revelação do espírito do Eterno que levará a nação de Israel ao conhecimento do
Masiach Yeshua. Sabemos que O Eterno preserva Israel, e que o testemunho de Yeshua
dá aval para a restauração espiritual de Israel, porém um dos instrumentos fundamentais
usados pelo Eterno para guardar Israel da assimilação foi o shabat, e acerca disto alguém
disse não saber se são os judeus que guardam o shabat ou se é o shabat que guarda os
judeus, tamanha é a importância da observância deste mandamento.
O Shabat não é um tempo de inércia: O shabat não é de forma alguma um momento de
inércia, mas de mudança de trabalho, ou seja, paramos de investir no mundo físico e
secular para nos conectamos com o Olam Habá, o mundo vindouro e espiritual. Alguém
disse que o shabat é um “templo no tempo” e como todas as festas bíblicas, um ponto de
contato e conexão do Olam Hazé (mundo físico) com o Olam Habá (mundo vindouro).
Sendo assim, alguns trabalhos que são efetuados durante os seis dias da semana são
proibidos no Shabat, a fim de investirmos no nosso relacionamento com o Eterno e com o
Reino Celestial.
Então, por tudo isto, o meu conselho é que todos guardem o Shabat. Os judeus como uma
obrigação maravilhosa, pois o Shabat é um presente e uma bênção concedida pelo Eterno;
e os gentios, embora não sendo obrigatório, que observem o shabat desfrutando do
banquete espiritual que O Eterno reserva a cada semana para aqueles que escolhem fazer
a Sua vontade, e ao mesmo tempo se livrem das práticas pagãs como o falso descanso do
domingo. Atribuir ao domingo uma origem pagã não é arbitrário, mas tem aval histórico e
espiritual, pois este costume está fundamentado na prática idólatra pagã que venerava e
homenageava ao falso deus sol, que na época estava revestido do mitraísmo, tendo como
alvo o ídolo Mitra.
O que agrada ao Eterno? A observância das mitzvot (mandamentos) é o que agrada ao
Eterno. Quando erramos e nos arrependemos de verdade, o Eterno pode se comover, nos
perdoar e usar de misericórdia conosco. A benção, porém, é resultado de nossa obediência
à Ele, que atrai sobre nós vários benefícios. Se o arrependimento genuíno pode comover
O Eterno, é a obediência às mitzvot (mandamentos) e à Sua vontade que realmente O
agrada. Devemos, porém, obedecê-Lo por amor, com o objetivo de permanecermos
próximos a Ele e não meramente no intuito de obter algo em troca. As bênçãos virão, mas
elas são uma consequência e não a razão principal do nosso serviço a D’us.
Os gentios que querem guardar o Shabat: Quanto a você que não é judeu, mas que
quer observar o shabat, faça antes uma aliança com o Eterno tendo como aval o nome do
Mashiach Yeshua, e se comprometendo a não exercer um trabalho secular no shabat. Isto
envolve renúncia e auto-sacrifício, mas resulta em muitos benefícios tanto espirituais
como alguns relacionados a nossa vida neste mundo. De forma nenhuma, porém, seja
leviano com O Eterno, e só faça esta aliança quando tiver a plena certeza de que vai
cumprir a Sua palavra, pois O Eterno não se agrada de pessoas que prometem e não
cumprem. Em tudo seja fiel e obediente e siga o exemplo do Mashiach Yeshua, que
demonstrou uma atitude de auto-sacrifício extremamente grande a fim de obedecer ao
Eterno e cumprir sua missão. Em Eclesiastes 5:04 há uma advertência ao cumprimento
dos votos que fazemos ao Eterno, pois Ele não se agrada de tolos. Se em algum momento
houver um descumprimento que não seja justificável, então busque ao Eterno em
arrependimento e clame a misericórdia Dele, e se Ele lhe conceder perdão, então volte à
prática do shabat e desta vez com uma fidelidade ainda maior. Lembrando que podemos
descumprir uma regra do shabat para socorrer uma pessoa, e nestes casos a justificativa é
apropriada.
Seja fiel até o final, mesmo quando guardar o shabat for um sacrifício que exige algumas
renúncias. Não se esqueça, entretanto, que a decisão é sua, e você deve ponderar antes, a
fim de fazê-la com plena certeza, sem precipitação, mas com genuína fé. Às vezes é
necessário ter um tempo de preparação, orando para que O Eterno abra portas e
esperando o tempo certo para adotar a obediência a este mandamento, especialmente
porque isto envolve uma mudança de trabalho. É sumamente importante fazer tudo não
por imposição, mas pela direção do espírito do Eterno.
OS PRIMEIROS PASSOS:
1. O shabat começa ao pôr do sol da sexta-feira e prolonga-se até o pôr do sol do sábado
(disponibilizamos os horário no nosso site).
2. Durante a sexta-feira deve-se preparar as refeições para o jantar à noite e para as outras
refeições no sábado até o pôr do sol, já que não se deve acender fogo no shabat.
3. É importante se preparar antes de começar o shabat, a fim de estar livre um pouco
antes do pôr do sol da sexta-feira para esperar a sua chegada.
4. Antes do pôr do sol da sexta-feira nas casas judaicas, a esposa e as filhas acendem pelo
menos duas velas, recitando a seguinte bênção: “Barúch Atá Hashem, Elokênu Mélech
haolám, ashér kidshánu bemitsvotáv vetsivânu, lehadlík nér shél shabát” (Bendito sejas
Tu Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste com Seus mandamentos e
nos ordenaste acender as luzes do Shabat).
* Os acentos nas palavras transliteradas do hebraico são para ajudar na pronúncia.
5. O jantar da sexta à noite é especial, pois o shabat é uma festa. Todos da casa devem se
vestir bem e celebrarem juntos a chegada do shabat, cantando algumas músicas e
recitando algumas b’rachot (bênçãos) antes do jantar. Antes de dormir é apropriado ler as
palavras do Eterno e buscar uma aproximação com o espírito Dele, além de fazer as rezas
(orações) contidas no sidur (livro judaico de rezas/orações).
6. No sábado de manhã vamos à sinagoga para fazer as rezas (orações) da manhã e
estudarmos a porção semanal da Torah (parashá). Caso não participe de uma congregação
que guarde o shabat, então ore com sua família e faça estudos da palavra do Eterno, lendo
a parashá semanal, a haftará e os textos da B’rit Chadashá. Após o almoço é um bom
tempo para descansar e à tarde pode retomar o estudo e as rezas.
7. Em algumas sinagogas como a nossa, no sábado após o serviço da manhã, temos
atividades até o pôr do sol, e as pessoas vão para casa após a cerimônia da havdalá que
separa o shabat do primeiro dia da semana, segundo o calendário judaico. Mas, como
falamos, caso não esteja em uma congregação, tome tempo para estudar a Torah com sua
família e individualmente, e descanse um pouco também. Se estiver em uma
congregação, mas não houver atividade à tarde, então volte para casa, almoce, durma um
pouco e depois continue os estudos com sua família, ou simplesmente converse acerca de
coisas relacionadas ao Reino dos Céus.
8. Ao pôr do sol do sábado, agradeça ao Eterno pelo shabat e reze (ore) para que a
semana seguinte seja abençoada. Nas sinagogas se faz uma cerimônia que é conhecida
como havdalá.
Relembrando algumas coisas importantes acerca do shabat:
1. Não acender fogo;
2. Não trabalhar, no sentido de qualquer trabalho secular;
3. Estudar a Torah (parashá da semana), a haftará (porções dos livros dos profetas) e
textos da B’rit Chadashá;
4. Se preparar antes de começar o Shabat;
5. O shabat começa ao pôr do sol da sexta-feira e termina no pôr do sol do sábado;
6. Orar pela semana após o pôr do sol do sábado;
7. Quem guarda o Shabat agrada muito ao Eterno;
8. O Shabat é um memorial da criação do mundo, anunciando que O Eterno criou a Terra
e o Universo e tudo que neles há;
9. Dê os primeiros passos e pouco a pouco você irá aperfeiçoar sua observância do
shabat, mas nada ocorrerá se você não der os primeiros passos.
Livros recomendados:
Torá ou Bíblia Hebraica (Tanach): Editora Sêfer
Quanto às traduções bíblicas, leia o texto abaixo:
“A Torah e o Tanach podem ser adquiridos na editora Sêfer ou na loja virtial da Beit El
Shamah. O Tanach (Bíblia Hebraica) tem algumas interpretações equivocadas, como
acontece com Isaías 53 que é uma profecia que aponta para o Mashiach e tem “Israel”
entre parênteses, o que de certa forma induz à interpretação de que a profecia se refere a
Israel como nação. A Torah (capa azul) tem ótimos comentários que ajudam a
compreensão do texto, mas é preciso sempre saber discernir o que é dito. Estas são as
melhores traduções disponíveis hoje. Estamos traduzindo a B'rit Chadashá tendo como
referencial os textos semitas (hebraico e aramaico) e uma tradução literal do grego. Com
isto, erros de copistas e traduções tendenciosas serão corrigidos, a fim de tentar fornecer
uma versão mais perto do original. Quando estiver pronto disponibilizaremos no site”.
“No serviço ao Eterno, não importa se a sua obra é grande ou pequena,
o que realmente importa é que você faça a sua parte”
Marcos Andrade Abrão
TÓPICO 2: Leis acerca do Shabat e Tradições recomendadas
A obrigatoriedade da guarda do Shabat é para o povo judeu, mas os não-judeus que
guardam o Shabat, além de agradar ao Eterno, também recebem os benefícios da
obediência deste preceito.
A Torah cita diretamente duas atividades que não podem ser executadas durante o Shabat,
são elas: trabalhar e acender fogo.
"Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo. Seis dias trabalharás e farás tua
obra, mas o sétimo dia é o Shabat do Eterno, teu D’us, no qual tu, teu filho, tua
filha, teu servo, tua serva, teu animal e teu prosélito que estiver em teus portões,
não farão nenhuma obra, porque O Eterno fez os Céus e a Terra, o mar e tudo o
que há neles em seis dias e repousou no sétimo dia, e por isso o Eterno abençoou
o dia do Shabat e o santificou". Shemot (Êxodo) 20: 08- 11.
Por isto, não se deve executar obra servil (nem você, nem seus empregados, nem pessoas
que estejam debaixo de seu teto), isto é, qualquer atividade que traga benefício próprio,
sem conotação espiritual. Isso implica desde o desenvolvimento mental de projetos, até
sua execução. Deve-se evitar também atividades que levem à distração como a televisão,
o jornal, os esportes, pois tiram o foco do Shabat.
E com relação ao fogo a ordem é direta:
"Não acendereis fogo em todas as vossas habitações no dia do Shabat". Shemot
(Êxodo) 35: 03.
Além destas, abaixo serão listadas algumas atividades que não devem ser praticadas
durante o Shabat tendo como referência a Torah e algumas tradições judaicas
complementares. Estas tradições servem como cercas para evitarmos cair no erro de
descumprir alguma proibição estabelecida na Torah acerca do shabat.
As Atividades que não devem ser realizadas no Shabat
- “Transportar”: não se deve transportar mercadorias no Shabat, nem que seja para ser
vendida após o término do Shabat. Se for para vender algo após o Shabat aconselha-se
trazer a mercadoria antes do início dele. Exceção: uma pessoa que deve levar seu
uniforme ou farda para o trabalho que iniciará logo após o término do Shabat.
"Assim disse o Eterno: Cuidai de vossas almas e não transporte cargas através
dos portões de Jerusalém no dia de Shabat. Que nenhuma carga seja retirada de
vossas casas neste dia, e que nenhum trabalho seja por vós realizado; santificai o
dia de Shabat como ordenei a vossos pais". Yirmeyahu (Jeremias) 17: 21- 22.
- “Arar”: compreende todas as atividades de preparar o solo para receber sementes ou
plantas e também as de remover do solo qualquer coisa que possa atrapalhar o
crescimento das plantas.
TRABALHOS: escavar a terra arável, fertilizar o solo, remover pedras do solo e nivelar a
terra.
- “Semear”: essa classe contém todas as atividades que promovem o crescimento das
plantas.
TRABALHOS: colocar sementes ou mudas em solo receptivo (até mesmo em um vaso
de plantas); podar árvores ou arbustos; regar o gramado, plantas ou flores; capinar.
Outros Exemplos: renovar água de um vaso em que estão colocadas flores que foram
cortadas de uma planta.
- “Colher”: envolve todas as atividades pelas quais arranca-se flores, frutos ou folhas de
seu lugar de crescimento.
TRABALHOS: cortar ou colher flores, grama, folhas, galhos, bagos ou frutas de árvores,
arbustos etc. que estão crescendo no solo ou em vaso, com intuito de limpeza ou de
produzir algo.
Observação: Algumas atividades não são realizadas com freqüência por pessoas que
vivem na cidade como, por exemplo, arar, semear, colher etc., mas devem ser observadas,
como disse Yeshua em Mateus 5:19 - "Portanto, quem desobedecer à menor dessas
mitzvot (mandamentos) e ensinar outras pessoas a agirem da mesma forma será
chamado o ‘menor’ no Reino do Céu".
- “Fazer Feixes”: abrange qualquer atividade pela qual são juntados produtos naturais,
formando uma unidade para algum propósito útil.
TRABALHOS: juntar frutas numa pilha em seu lugar de crescimento a fim de armazená-
las ou vendê-las.
Outro Exemplo: coletar ovos no galinheiro.
- “Debulhar”: são as atividades pelas quais um produto natural (sólido ou líquido) é
separado de sua casca.
TRABALHOS: descascar nozes, ervilhas etc. para algum propósito que não seja o
consumo imediato; espremer frutas (tais como uvas, laranjas, limões, etc.) para consumo
imediato pode, desde que seja em pequena porção.
- “Joeirar, Selecionar e Peneirar”: isso abrange todas as atividades pelas quais uma
mistura é melhorada, removendo suas partes menos desejáveis.
TRABALHOS: peneirar farinha; retirar espuma do leite (exceto para uso imediato).
Exemplo: separar uma grande quantidade de uvas boas de ruins, isso deve ser feito antes
do Shabat.
- “Moer”: isso inclui toda atividade pela qual um produto, natural ou outra substância, é
dividido em pequenas partículas para sua melhor utilização.
TRABALHOS: moer ou triturar cereais; fatiar frutas ou vegetais (exceto para uso
individual e imediato); limar metais; moer ou esmagar substâncias num pilão.
Outros Exemplos: ralar vegetais, queijo etc.
- “Misturar”: contém as atividades pelas quais pequenas partículas de uma substância
são combinadas por meio de um líquido, de modo que formem uma massa ou uma pasta.
TRABALHO: não se deve fazer misturas em grande quantidade para uso coletivo, que
constituem trabalho e que demandam tempo. Exemplo: uma massa de pizza. Mas pode
adoçar seu café por despender pouco tempo.
- “Tosquiar”: compreende todas as atividades que separam do animal ou do ser humano
partes que lhes servem como cobertura externa, como pêlo ou unhas.
TRABALHOS: cortar ou remover (pelos meios apropriados) pêlo, cabelo, unhas, lã ou
penas.
Outro Exemplo: Aparar a barba.
- “Alvejar”: inclui as atividades pelas quais, sujeira, poeira ou mancha são retiradas de
vestes e peças de roupa ou em que se dá lustro ou brilho ao tecido.
TRABALHOS: pôr tecidos de molho; esfregar, torcer passar a ferro. Evitar tirar manchas
a não ser que exija pouco esforço.
Outros Exemplos: escovar roupas; manusear roupas lavadas ainda úmidas (pois
poderíamos ser levados a torcê-las); pendurar roupas lavadas (pois poderia parecer que
foram lavadas no Shabat).
- “Tingir”: inclui as atividades que muda a cor existente (natural ou artificialmente) de
um objeto ou substância.
TRABALHOS: aplicar tintas a um fundo branco em superfícies de paredes etc.; aplicar
corantes em roupas.
EXCEÇÃO: Atividades infantis, como pintar e desenhar, que estejam relacionadas ao
aprendizado bíblico.
- “Fiar”: inclui a formação de filamentos de matéria-prima por meio de torcer, enrolar ou
puxar.
TRABALHOS: manufatura de pelúcia e feltro; fabricação de cordas.
- “Operações de Tecer”: essas categorias compreendem desde a inserção de um fio no
tear até a remoção do artigo pronto, bem como alguma outra operação que seja similar no
efeito.
TRABALHOS: fazer crochê manualmente ou com equipamentos; bordar; fazer cestos;
preguear.
- “Separar em Fios”: isso inclui desfazer um tecido ou outro material separando seus
fios.
TRABALHOS: desmanchar qualquer parte de uma roupa tecida cortando um pedaço de
algodão ou lã.
- “Costurar”: inclui qualquer atividade pela qual dois materiais (similares ou diferentes)
ou duas superfícies são unidos de uma forma permanente.
TRABALHOS: costurar roupas ou outros artigos.
EXCEÇÃO: caso haja um risco à vida. Exemplo: um acidente que ocasionou um corte
deve-se costurar a ferida em um hospital.
- “Caçar / Pescar e Abater”: compreende as atividades que dão fim à vida de qualquer
coisa viva.
TRABALHOS: matar por qualquer meio (isso se aplica, da mesma forma, tanto a animais
como a pássaros, peixes ou insetos); extrair sangue para qualquer propósito (por exemplo,
exame de sangue, exceto em caso de doença grave).
EXCEÇÃO: a não ser que seja um animal nocivo e/ou lhe ofereça risco de vida.
Exemplo: uma cobra entra em sua casa é permitido matá-la, ou, matar um mosquito da
dengue e etc.
- “Escrever”: envolve as atividades de escrever obras seculares e/ou que estejam
vinculadas ao trabalho.
EXCEÇÃO: anotar versículos.
- “Construir”: construir ou reparar, melhorando ou tornando habitável/usável qualquer
estrutura ou parte dela.
TRABALHOS: toda a gama de operações de construção; nivelar ou polir asperezas ou
desigualdades na parede o piso; inserir um prego numa parede; pendurar uma porta; fixar
a estrutura ou o painel de uma janela; armar uma tenda.
- “Demolir”: isso inclui a preparação de espaço para operações de construção, demolindo
uma edificação existente ou desfazendo qualquer das operações compreendidas nos
procedimentos de “Construir”.
- “Acender Fogo”: não pode acender fogo de nenhuma espécie. Êxodo 35:3 Não
acendereis fogo em todas as vossas habitações no dia do Shabat.
TRABALHOS: produção de fogo por qualquer meio, incluindo passar a chama de um
pavio para outro; abafar o fogo ou aumentar o fluxo do fluido que o alimenta; regular a
chama, aumentando-a ou diminuindo-a.
EXCEÇÃO: equipamentos elétricos podem ser usados para uso pessoal e imediato, se
houver necessidade.
Estas regras não refletem todas as tradições usadas pelo judaísmo tradicional para a
observância do Shabat. Existem outras tradições que são seguidas pelo judaísmo
ortodoxo. Porém, a Sinagoga Beit El Shamah, analisou todas as tradições à luz da Torah
do Eterno, e tomou a decisão por maioria absoluta de adotar estas tradições acima, que
estão bem fundamentadas nos preceitos da Torah. É bom lembrar o ensinamento de
Yeshua, que prevalece hoje no judaísmo tradicional, de que vida é maior do que o
preceito, e assim podemos descumprir algumas regras relativas ao shabat a fim de salvar
uma vida.
Que O Eterno o abençoe e coloque no seu coração o desejo genuíno de guardar o shabat.
E que o Eterno o livre dos costumes pagãos que permaneceram até os nossos dias, como
a falsa guarda do domingo. E que estejamos preparados para nos apresentar diante do
Eterno como servos que não temos do que se envergonhar, mas que fizemos as coisas
segundo a orientação da Palavra do Eterno. Sirvamos a D’us e não as doutrinas humanas,
formuladas por aqueles cujo coração não estava totalmente inclinado a obediência ao
Eterno. Que sejamos imitadores do Mashiach Yeshua, pois é ele que nos dá o exemplo
perfeito de como devemos nos relacionar e agir diante do Eterno.
*Compilado pelos líderes e membros da Sinagoga Beit El Shamah.

Você também pode gostar