Correias Transportadoras (Cálculos de Dimensionamento) PDF

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Correias Transportadoras

II

Cálculos de dimensionamento

V. J. Garbim
CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO DE CORREIAS TRANSPORTADORAS

1- DEFINIÇÕES

O primeiro passo para um perfeito desenvolvimento dos cálculos de


dimensionamento de Correias Transportadoras é o levantamento de dados e
informações sobre as condições de trabalho da mesma.
Também é de suma importância conhecer algumas informações das
características típicas dos materiais a ser transportado, como: peso específico,
tamanho da partícula, ângulo de acomodação e repouso, abrasividade, etc.
Veja no artigo “Correias Transportadoras IV – Tabelas”, as informações
acima para diversos tipos de materiais.
Quando o material a ser transportado é de aspecto granular, seja com
partículas de grande ou pequeno tamanho e estando este amontoado ou
depositado sobre a superfície de uma Correia Transportadora, sem movimento,
ele assume uma certa distribuição, olhando-se pela secção transversal; formando
um determinado ângulo entre a referência horizontal e a superfície assumida
naturalmente pelo material amontoado. A esse ângulo chamamos de “Ângulo de
repouso do material”.

Após acionarmos o transportador, e a Correia Transportadora entra em


movimento, o material transportado sofre uma acomodação natural, devido a
vibração do equipamento em funcionamento, e o ângulo de repouso é modificado
diminuindo entre 5 º e 15 º e assumindo agora o que chamamos de “Ângulo de
acomodação do material”, representado por :

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= ÂNGULO DE ACOMODAÇÃO MATERIAL

TRANSPORTADO

O “ângulo de acomodação” ( ) ideal depende muito do tipo de material


transportado, distância de transporte, e do espaçamento entre os roletes de
carga, pois, durante o tempo que o material fica sobre a Correia Transportadora
a tendência é ir compactando-se.

2 - ÁREA DA SECÇÃO TRANSVERSAL DO MATERIAL TRANSPORTADO

A área da secção transversal do material transportado, que chamaremos


de “S” é função direta da largura da Correia Transportadora, do ângulo de
inclinação dos roletes de carga, laterais, e do ângulo de acomodação do material
transportado.
Quando o equipamento transportador estiver inclinado, ascendente ou
descendente ocorre uma pequena diminuição na área da secção transversal do
material transportado, que nos nossos cálculos pode ser desprezada.
A seguir são dadas as equações matemáticas para o cálculo da área da
secção transversal “S” do material transportado.

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PARA TRANSPORTADOR DE ROLETES PLANOS

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PARA TRANSPORTADOR DE ROLETES DUPLOS

FIGURA N º 04

EQ. 1

EQ. 1

EQ. 2

EQ.
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4
PARA TRANSPORTADOR DE ROLETES TRIPLOS IGUAIS

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NOTA:

= comprimento de rolete + 0,01 ...................................... (m)

b = largura da Correia ......................................................... (mm)

bm = largura da correia preenchida pelo material transportado (m)

bh = largura máxima ocupada pelo material transportado ........ (m)

S = área da secção transversal do material transportado ........... (m2)

= inclinação dos roletes laterais ....................................... (graus)

= ângulo de acomodação do material transportado ............. (graus)

OBS.: Para facilitar o desenvolvimento dos cálculos, as Tabelas 04 e 05 na parte


IV deste artigo mostram área da secção transversal para diversas larguras de
correia em várias disposições.

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3- VELOCIDADE DA CORREIA TRANSPORTADORA

A velocidade “V” da Correia Transportadora é determinada basicamente


seguindo as características do material transportado e da largura da correia.

O material transportado implica em:

Se for frágil, limita a velocidade de transporte, porque pode degradar-


se nos pontos de carga, descarga e sobre os roletes;

Se for de seco e de granulometria fina, exige baixa velocidade de


transporte devido a grande possibilidade de gerar pó;

Se for com arestas cortantes, pontiagudos, etc., deve ser transportado


com velocidade moderada, pois pode danificar a cobertura da Correia
Transportadora, no ato de ser alimentada, e também causar grande
desgaste nas calhas de descarga.

Velocidades maiores, permitem a redução da largura da Correia


Transportadora, além de proporcionar menor carga sobre a estrutura do
equipamento transportador, para uma mesma capacidade de transporte, porém
provoca excessivo desgaste da correia, diminuindo a vida útil da mesma e das
partes rolantes do equipamento.
A Tabela 06 no final desta apostila nos orienta sobre velocidades máximas
admissíveis como normal, em função do tipo de material transportado e da
largura da Correia Transportadora.

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4 – LARGURA MÍNIMA DA CORREIA TRANSPORTADORA

A seleção da largura mínima da Correia Transportadora é determinada em


função da granulometria, e do ângulo de acomodação do material transportado.
A equação matemática abaixo, nos fornece a largura mínima “b” da
Correia Transportadora, quando o material transportado contém no mínimo 10%
de pedaços de granulometria grande, e 90% de finos.
Consideramos como finos os pedaços de material transportados cujas
partículas sejam menores ou iguais a 10% do tamanho da granulometria dos
pedaços grandes.

SENDO:

B = largura da Correia Transportadora ................................... (mm)

%mt = porcentagem de pedaços de granulometria grande, do material


transportado ........................................................................... (%)

M = maior dimensão dos pedaços de granulometria grande ...... (mm)

F = fator do ângulo de acomodação do material transportado.

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Para o ângulo de acomodação, temos:

NOTA: Como a largura da Correia Transportadora obedece uma padronização


normalizada, é de boa prática, após calculado a largura mínima pela equação
acima, comparar com a Tabela n º 07, no final desta apostila.

5- CAPACIDADE DE CARGA DA CORREIA TRANSPORTADORA

A capacidade de carga “Qv” ou “Qp” transportada por uma Correia


Transportadora é uma função direta da área da secção transversal e da
velocidade de transporte. As equações abaixo nos permitem calcular a
capacidade de carga.

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SENDO:

Qv = capacidade volumétrica de carga ................................... ... (m3/seg.)

Qp = capacidade de carga em peso ....................................... ....(Kg/seg.)

S = área da Secção transversal do material transportado


(Ver Tabela 05) ........................................... ..... (m2)

V = Velocidade da Correia Transportadora .......................... .....(m/seg.)


(Ver Tabela 06)

= Peso específico do material transportado .................... (ton/m3)


(Ver Tabela 02)

NOTA: A Tabela 08, no final desta apostila nos dá a capacidade volumétrica em


m3/h (metros cúbicos por hora) ideal em função da largura da Correia
Transportadora, velocidade de transporte e as possíveis configurações de
instalação dos roletes laterais.

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6- PESO DO MATERIAL TRANSPORTADO POR METRO LINEAR SOBRE A CORREIA.

SENDO:

Wm = Capacidade volumétrica de carga................................. (kg/m)

Qp = Capacidade de carga da Correia Transportadora .............. .. (Kg/s)

V = Velocidade da Correia ..... .............................................. .... (m/s)

7 – PESO MÉDIO TEÓRICO POR METRO LINEAR DA CORREIA TRANSPORTADORA


DEPENDENTE DA LARGURA

Wb = Peso médio teórico por metro linear da correia transportadora em função


da largura “b” (ver tabela abaixo)

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OBS.: Os pesos mostrados pela tabela acima servem como primeiro parâmetro
para cálculos porém, uma vez dimensionada a correia onde se tem seus valores
finais, os pesos deverão ser revistos, caso a caso.

8 - RESISTÊNCIA OFERECIDA PELOS ROLETES E ESCORREGAMENTO DA

CORREIA

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SENDO:
Kx = Resistência oferecida pelos roletes de carga do transportador e
a resistência ao escorregamento da Correia Transportadora
sebre os roletes ............................................................. (kg/m)

Wm = Peso do material transportado por metro linear de


Correia Transportadora ................................................. (kg/m)
Wb = Peso médio teórico por metro linear da Correia
transportadora em função da largura “b” da mesma ......... (kg/m)
a = Espaçamento entre roletes de carga ................................. (m)

NOTA: A tabela abaixo determina o espaçamento entre os roletes de carga do


equipamento transportador em função de Wm + Wb:

OBS.: A Tabela n º 09 no final desta apostila também nos oferece as


distâncias recomendadas para roletes de carga e retorno, em função do peso
específico do material transportado e largura “b” da Correia Transportadora.

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9 – FORÇA PARA VENCER ATRITO DO MATERIAL TRANSPORTADO COM AS GUIAS
LATERAIS

SENDO:

Fg = Força para vencer o atrito ................................................. (Kgf)


Lg = Comprimento das guias laterais ......................................... (m)
B = Largura da Correia Transportadora .................................... (mm)

OBS.: Caso o equipamento transportador não necessite de guias laterais,


considerar Fg = 0

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10 – FORÇA NECESSÁRIA PARA VENCER O ATRITO DOS RASPADORES
LIMPADORES DA CORREIA

SENDO:

Fr = Força nos raspadores ....................................................... (Kgf)

B = Largura da Correia Transportadora .................................... (mm)

= Número (quantidade) de raspadores

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11 – FORÇA NECESSÁRIA PARA COLOCAR A CORREIA TRANSPORTADORA EM
MOVIMENTO

SENDO:

Fa = Força para colocar a correia em movimento ......................... (kgf)

Qp = Capacidade de carga da Correia ........................................ (Kg/seg)

V = Velocidade da Correia Transportadora .................................. (m/seg)

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12 – DETERMINAÇÃO DA TENSÃO EFETIVA NA CORREIA TRANSPORTADORA
+ = ELEVAÇÃO
- = DESCIDA

SENDO:

Te = Tensão efetiva na correia .................................................. (Kgf)

C = Distância entre centro de tambores de tração e retorno


do equipamento transportador ........................................ (m)

Kx = Resistência oferecida pelos roletes e escorregamento da


correia ....................................................................... (Kg/m)

Wm = Peso por metro linear do material transportado sobre a


correia transportadora .................................................. (Kg/m)

Wb = Peso médio teórico por metro da correia transportadora ...... (kg/m)


H = Altura de elevação ou descida do material transportado
na correia ................................................................. (m)

Ta = Tensões para vencer as resistências passivas .................... (Kgf)

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Fg = Força para vencer o atrito do material transportado com
as guias laterais ........................................................... (Kgf)

Fr = Força para vencer o atrito dos raspadores limpadores da


correia ...................................................................... (Kgf)

Fa = Força para colocar a correia e o material transportado em


movimento ................................................................. (Kgf)

13 – DETERMINAÇÃO DA TENSÃO MÁXIMA NA CORREIA TRANSPORTADORA

Ou também:

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SENDO:

Tmax = Tensão máxima na Correia Transportadora ................. (kgf)

Ko = Fator de abraçamento da correia sobre o tambor de


acionamento que depende do arco de
contato da correia do tambor, e do coeficiente
de atrito “µ “ também entre a correia e o tambor
de acionamento. O fator Ko pode ser calculado pela
abaixo ou encontrado pela Tabela n º 10
no final desta apostila.

Te = Tensão efetiva na correia ........................................ (Kgf)

To = Tensão para garantir uma flecha mínima na correia,


entre roletes ....................................................... (Kgf)

H = Altura de elevação ou descida do material


transportado na correia ....................................... (m)

Wb = Peso médio teórico por metro linear da correia


Transportadora ................................................... (Kg/m)

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14 – DETERMINAÇÃO DO FATOR DE ABRAÇAMENTO

SENDO:

K 0 = Fator de abraçamento
= Ângulo do arco de contato entre a correia e o tambor
de acionamento ..................................................... (graus)
µ = Coeficiente de atrito entre a correia e o tambor de
acionamento (Ver Tabela n º 11, no final desta apostila).

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