Projecto de Postos de Transformação PDF

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ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista

127
Henrique Ribeiro da Silva
Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do
Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

projecto de postos
de transformação
{1.ª Parte - Postos Aéreos}

Os postos de transformação são instalações eléctricas muito


frequentes e que podem assumir características muito diversi-
ficadas, havendo, por isso, variações muito sensíveis ao nível do
projecto.

1› INTRODUÇÃO dos aparelhos electrodomésticos (de referir que o Reino Unido já adoptou a tensão nominal
O conjunto das centrais de produção de 230/400 V, no sentido da harmonização europeia, substituindo o antigo valor de 240/415 V).
energia eléctrica, das redes de transporte
e distribuição, aéreas e subterrâneas, e das
instalações de transformação constitui uma Tensão (V)
Classes
Designação
complexa estrutura a que se dá o nome de Nominal Mais elevada Regulamentar Habitual
Sistema Eléctrico Nacional. 220/380 -
230/400 -
Baixa Baixa
240/415 - 1ª
Tensão Tensão
660 -
1000 -
10000 12000
(15000) 17500 Média
20000 24000 2ª Tensão
35000 40500 (Distribuição)
(45000) (52000)
66000 72500 Alta
Figura 1 . Sistema Eléctrico Nacional. Alta
110000 123000 Tensão
Tensão
132000 145000 (Repartição)
Por razões de ordem económica e de segu- (150000) (170000)
3ª Muito Alta
rança, este sistema obriga a ter vários níveis 220000 245000
Tensão
de tensão, escolhidos entre os normalizados 380000 400000
(Transporte)
pelas instituições internacionais (Tabela 1). 400000 420000
1000000 1200000 Ultra Alta Tensão
Entre estes, dois há que são particularmen-
te importantes no âmbito Europeu: o nível Tabela 1 . Níveis de Tensão.
dos 400 kV, na Alta Tensão, valor preferen-
cial para a interligação das diversas redes A obtenção dos vários níveis de tensão necessários à boa condução do sistema eléctrico é
nacionais, e os 400 V, no domínio da Baixa realizada em instalações de transformação usando máquinas estáticas chamadas transfor-
Tensão, para propiciar a utilização universal madores.
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De acordo com a nossa legislação, essas elevada densidade de carga, com média ou 1. Postos de exterior, aéreos, montados
instalações de transformação dividem-se elevada exigência de qualidade de serviço, em postes, PT-A:
em subestações e postos de transforma- de domínio público ou privado, etc. a. A
ção, dependendo da utilização que se dá à b. AS
corrente secundária dos transformadores Desta variedade de condicionantes resulta c. AI
(noutros países não se faz esta discrimina- uma gama correspondente de soluções possí- I. AI1
ção: assim, em França, todas as instalações veis para a arquitectura dos postos de trans- II. AI2
de transformação são postos de transfor- formação. Assim, adequando as instalações às
mação, e, no Brasil, por exemplo, todas as diversas situações encontradas, é possível clas- 2. Postos de interior, instalados em cabi-
instalações que realizam a alteração dos sificar os postos de transformação quanto: ne alta, PT-CA
níveis de tensão são subestações). › à instalação a. CA1 e CA1 (variante)
› ao modo de alimentação b. CA2
O Regulamento de Segurança de Subesta- › ao serviço prestado
ções, Postos de Transformação e de Sec- › ao modo de exploração 3. Postos de interior, instalados em cabi-
cionamento (RSSPTS) no seu artº 6º define ne baixa, PT-CB
Posto de Transformação do seguinte modo: Quanto à instalação, os PTs podem ser: a. CBU
“Instalação de alta tensão destinada à 1. de interior b. CBL
transformação da corrente eléctrica por um _ em edifício próprio
ou mais transformadores estáticos, quando _ em edifício para outros usos No que se segue faz-se um resumo dos as-
a corrente secundária de todos os trans- 2. de exterior, ou à intempérie pectos essenciais destes postos como defi-
formadores for utilizada directamente nos nidos nos citados projectos-tipo da DGEG.
receptores, podendo incluir condensadores Quanto ao modo de alimentação, serão Os projectistas e demais interessados num
para compensação do factor de potência”. dos tipos: conhecimento mais exaustivo das caracte-
De notar que a partir da definição não é 1. radial rísticas destes PTs são aconselhados a con-
necessário que a tensão secundária caia no 2. em anel aberto sultar os referidos documentos.
domínio da BT, mas sim que essa corrente 3. com dupla derivação
alimente directamente os receptores; pense-
se, nomeadamente, em motores de elevada Quanto ao tipo de serviço prestado, divi- 3› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO
potência alimentados normalmente a 6 kV. dem-se em: AÉREOS (PTA)
1. públicos Estes postos, montados em postes normali-
Mas a situação comum é a da transforma- 2. privados zados de betão, são identificados pelo modo
ção média tensão/baixa tensão, em particu- como é feita a sua ligação à rede aérea de
lar, no nosso país, 15/0,4 kV, principalmente, Quanto ao modo de exploração, poderão Média Tensão.
mas também 10, 30, 6,6, 6 e 5/0,4 kV. ser de condução:
1. manual No caso de ligação directa estaremos na
O equipamento fundamental de um pos- 2. automática presença de um PT do tipo A; se se fizer
to de transformação (PT) é obviamente o através de seccionador, teremos um tipo AS
transformador, mas, como instalação envol- e se essa ligação for estabelecida mediante
vendo elevados níveis de tensão e energia, 2› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO interruptor-seccionador será um PT AI.
necessita naturalmente de um conjunto NORMALIZADOS
adicional de aparelhagem tendente a rea- Para simplificar o projecto de PTs, decorren-
lizar as funções obrigatórias de comando, te da grande diversidade de soluções possí-
seccionamento, contagem e protecção quer veis, a Direcção-Geral de Energia, hoje Di-
de pessoas e animais, quer dos próprios recção-Geral de Energia e Geologia, DGEG,
equipamentos e outros bens. normalizou, sob a forma de Projectos-tipo,
uma série de esquemas destas instalações
Os postos de transformação são inseridos que contêm toda a especificação relativa a
nas redes próximos dos centros de consumo, equipamentos, aparelhagens e seus dimen-
em diferentes áreas geográficas e com exi- sionamentos, normas e outros requisitos.
gências diversas: zonas rurais, semi-urbanas Figura 2 . PT aéreo do tipo AI, com saída também
e urbanas, zonas industriais, loteamentos Assim, encontram-se padronizados os se- aérea do lado da BT.
e urbanizações, zonas de baixa, média ou guintes tipos:
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Figura 3 . Esquemas de princípio dos PTs tipos A e AS.

Protecção Interruptor-
Tipo de PT Seccionador
contra sobretensões seccionador
A x - -
AS x x -
AI x - x

Tabela 2 . Equipamento de AT dos postos aéreos de transformação.

Tensão estipulada suportável


Tensão estipulada suportável
à frequência industrial durante 1
ao choque atmosférico (valor de crista)
minuto (valor eficaz)
kV
Tensão estipulada kV
Tensão
do equipamento
nominal da
Um À terra entre pólos À terra entre pólos
rede Sobre a
(valor eficaz) e entre terminais do Sobre a distância e entre terminais
kV distância de
kV aparelho de de seccionamento do aparelho de
seccionamento
conexão aberto kV conexão aberto
kV
kV kV

6 7,2 60 70 20 23
10 12 75 85 28 32
15 17,5 95 110 38 45
30 36 170 195 70 80

Tabela 3 . Níveis de isolamento estipulados do equipamento de AT.

Seccionadores e interruptores

Valor mínimo da
Corrente estipulada de Valor de pico da corrente corrente estipulada
Tensão estipulada
curta duração (3 s) admissível estipulada em serviço contínuo
kV
kA kA (valor eficaz)
A

12 16 40 200
17,5 12,5 31,5 200
36 8 20 200

Tabela 4 . Características estipuladas para os seccionadores (NP-2830). Figura 4 . Esquemas eléctricos dos PTs A e AS.
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Seccionadores e interruptores Quadro Eléctrico


Corrente Poder de corte
Corrente Poder de fecho Poder de corte
Tensão estipulada de estipulado do
estipulada em estipulado em estipulado do
estipulada curta duração transformador
serviço contínuo curto-circuito cabo em vazio
kV (3 s) em vazio
A kA A
kA A

12 200/400 10/16 25/40 6,3 10


17,5 200/400 10/12,5 25/31,5 6,3 10
24 200/400 10 25 6,3 25
36 200/400 10 25 6,3 40

Tabela 5 . Características estipuladas para interruptores-seccionadores (NP-2868/1).

Figura 6 . Esquema eléctrico do quadro de BT dos


postos A e AS.

Figura 5 . Seccionador e Interruptor-seccionador.

Outras características a observar:


O poder de fecho do interruptor-seccionador deve ser adequado à potência de curto-circui-
to da rede de AT previsível no ponto de instalação do PT. Este valor deve ser fornecido pela
Empresa de Distribuição.
O interruptor-seccionador deve garantir um poder de corte nominal mínimo de cargas prin-
cipalmente activas de 31,5 A.

Figura 7 . Colocação do QBT.


Protecção contra sobretensões
Pára-raios do tipo autoválvulas
Poder de descarga nominal
Disruptores de hastes
Tipo de PT kA
(em substituição das autoválvulas)
Nível ceráunico normal Nível ceráunico elevado

A 5 10 Sim, se a)
AS 5 10 Sim, se a)
AI 5 10 Sim, se a)

Tabela 6 . Escolha das protecções contra sobretensões.

a) Sendo satisfeitas simultaneamente as seguintes condições:


1. a linha de alimentação dispuser de protecções de defeito fase-terra rápidas e eficientes, com religação
automática;
2. o valor da resistência de terra for inferior a 20 W, nas condições mais desfavoráveis e se o posto não
estiver em zonas particularmente expostas a trovoadas;
3. o posto não for implantado em zona frequentada pelo público (vizinhança de escolas, praças públicas, etc.). Figura 8 . Disposição da aparelhagem do QBT.
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Transformadores
Características dos transformadores:
Potência dos transformadores a utilizar 1. trifásicos, para montagem exterior
Tipo de PT
kVA 2. devem obedecer às normas NP-443, NP-2627
A 25 50 100 - - 3. tensões primárias de 6, 10, 15 e 30 kV e secundá-
AS 25 50 100 - - rias de 230/400 V
AI - - - 160 250 4. dotados de comutador em vazio, do lado do pri-
mário, para ± 5%
Tabela 7 . Potência dos transformadores.

Quadro Eléctrico O equipamento de BT deve admitir uma ten-


são suportável mínima de 8 kV à frequência
industrial durante 1 minuto e de 20 kV ao
choque (onda 1,2/50 ms). O equipamento
eléctrico que não satisfaça estes requisitos
não deve ter invólucros metálicos e deve ser
instalado sobre uma base isolante que ga-
ranta esses níveis de isolamento.

A tensão suportável pela aparelhagem de


BT à frequência industrial deve ser superior
à tensão de defeito resultante de um curto-
circuito à terra por parte da linha de AT.

Ud = Id RP
UMT
Figura 9 . Esquema eléctrico do QBT do PT-AI. Figura 10 . Colocação do QBT na base do poste. Id =
3 (RN + RP )2 + X N2

Normas NP-525, NP-526, NP-527


Em que:
Índices de protecção IP 45 IK 10
Ud – tensão de defeito
Chapa galvanizada, espessura mínima 2 mm
Id – corrente de defeito à terra do lado da MT
Materiais Chapa de aço polida, espessura mínima 2 mm
Rp – resistência da terra de protecção
Poliéster reforçado com fibra de vidro
RN e XN – componentes resistiva e reactiva da terra
Tabela 8 . Características dos invólucros dos quadros de BT. do neutro da MT

O valor máximo desta corrente de defeito deve


Equipamento PT – A e AS PT – AI ser fornecido pela Empresa Distribuidora.
Omnipolar, corte visível, 400 A, Os valores habituais, atendendo a que na es-
Omnipolar, corte visível, 160 A, PdC mín 2 kA, c/ relé tripolar de magadora maioria dos casos a rede MT é de
Disjuntor geral de BT
PdC mín 2 kA, c/ relé tripolar de máxima e acção diferida neutro impedante, são os seguintes:
CEI 157-1
máxima e acção diferida Ou compacto, PdC mín 10 kA,
omnipolar Corrente de defeito Id
Tipo de linha
Fusíveis APC NP-3524, tipo gG NP-3524, tipo gG A
Energia a) a) Aérea ≤ 300
Contadores
IP Trifásico de 30 A Trifásico de 30 A Subterrânea ≤ 1000
Contactor 25 A, AC-4 40/63 A, AC-4
Relógio c/ reserva mínima para 12 h b) b)
Célula fotoeléctrica b) b)

Tabela 9 . Características do equipamento principal do QBT.


a) Aparelhagem a ser fornecida pelo Distribuidor de energia eléctrica
b) Em alternativa
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Protecção das pessoas contra contactos acidentais

Terra de protecção
As massas da aparelhagem de AT são ligadas entre si e aos pontos de ligação do poste ou
postes (AI-2). A ligação do pára-raios ao eléctrodo é executada com condutor de cobre nu de
35 mm2 de secção, o mais directamente possível, evitando-se ângulos pronunciados. O QBT,
o punho do comando do seccionador ou interruptor e respectivas plataformas de manobra
são também ligadas à terra de protecção. Será estabelecida uma ligação equipotencial entre
a parte fixa e móvel do seccionador (interruptor), por intermédio de trança flexível de cobre.
A secção mínima dos condutores, se de cobre, será de 16 mm2, até ao ligador amovível e de
35 mm2, a partir deste.

Terra de serviço
A ligação à terra do neutro será feita, pelo menos em duas saídas, no primeiro ou primeiros
apoios de cada saída da rede de distribuição se se tratar de rede aérea.
Quando o posto servir uma rede subterrânea o eléctrodo ou eléctrodos serão localizados em
terreno que ofereça condições aceitáveis à sua implantação e seja suficientemente afastado
da terra de protecção para garantir a sua distinção (» 20 m).

Eléctrodos

Superf.
Dfios
Tipo de Contacto Espessura Dext L Dtransv Secção
Material compon.
Eléctrodo c/ a terra mm mm m mm mm2
Mm
m2
Figura 11 . Terra de protecção PT-A e PT-AS.
Cobre 1 2 - - - - -
Chapas
Aço galvanizadoa 1 3 - - - - -
Cobre - - 15 2 - - -
Aço revestido
Varetas - 0,7b 15 2 - - -
de cobre
Aço galvanizadoa - - 15 2 - - -
Cobre - 2 20 2 - - -
Tubos
Aço galvanizadoa - 2,5 25 2 - - -
Perfis Aço galvanizadoa - 3 - 2 60 - -
Cobre 1 - - - - 25 1,8
Cabos nus Figura 12 . Terra de protecção PT-AI1.
Aço galvanizadoa 1 - - - - 100 1,8
Cobre 1 2 - - - 25 -
Fitas a
Aço galvanizado 1 3 - - - 100 -
Varões Aço galvanizadoa 1 - 10 - - - - 4› CONCLUSÕES
Como está descrito nas secções anteriores,
a) A protecção deve ser assegurada por galvanização, imersão a quente, com a espessura de revestimento
mesmo as versões mais simples dos PTs aca-
mínima de 120 µm
bam por ter alguma complexidade na medi-
b) Espessura de revestimento. Admite-se que este valor seja reduzido desde que os eléctrodos sejam executados
por tecnologia adequada e sujeitos a prévia aprovação da DGEG da em que são constituídos por um razoável
conjunto de componentes, com diversas
Tabela 10 . Tipos de eléctrodos.
variantes. Além disto, o projecto de PTs tem
de dar resposta um conjunto de requisitos
técnicos e de segurança.
Plataformas de manobra
Na base do poste e assente no respectivo maciço deve ser montada uma plataforma de be- Os restantes trabalhos sobre este tema, a
tão, construída com uma malha de 20x20 mm, feita de arame de 4 mm de diâmetro mínimo publicar nos próximos números da revista,
(Figura 11). incidirão sobre o projecto dos restantes ti-
pos de PTs normalizados.
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projecto de postos
de transformação
{2.ª Parte - Postos em Cabine}

Os postos de transformação em cabine podem ser alimentados


através de uma linha aérea ou através de um cabo subterrâneo,
por isso, existem duas versões, a cabine alta e a cabine baixa,
adaptadas ao tipo de alimentação do posto.

1› INTRODUÇÃO dimensão, dependendo do tipo de alimentação que têm (linha aérea ou cabo subterrâneo)
Embora a função e a estrutura sejam basi- e da potência.
camente as mesmas, as diferenças em ter-
mos de potências eléctricas em jogo resul-
tam em diferentes concepções de postos de 2› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO DE CABINE ALTA (PTCA)
transformação. Depois do primeiro trabalho, Estes postos de interior são concebidos para receberem alimentação por linha aérea, até
publicado no número anterior da revista, tensões de 30 kV e potências até 630 kVA.
se centrar nas características dos postos
de transformações aéreos, surge agora a Este tipo de solução pode dizer-se já não se justificar, pois é muito fácil proceder-se à passa-
vez dos postos de transformação em cabi- gem da linha aérea a cabo subterrâneo e alimentar-se uma cabine baixa com uma arquitec-
ne. Estes postos são instalações de interior, tura modular de posto de transformação.
que podem assumir uma maior ou menor
A cabine tem as seguintes dimensões interiores:

Posto Comprimento (m) Largura (m) Altura (m)


CA1 2,5 2,5 8,2
CA2 3,0 3,0 8,2

Tabela 1 . Dimensões interiores das cabines dos PTCA.

2.1› Potências

Posto Potência (kVA)


CA1 160 250 - -
CA2 - - 400 630

Figura 1 . Posto de transformação tipo cabine alta Tabela 2 . Potência instalada dos transformadores.
– 15 kV.
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2.2› Esquemas Eléctricos A utilização do seccionador será opcional


excepto quando os pára-raios forem insta-
lados no interior do PT caso em que o seu
uso será obrigatório.

2.4› Barramento de AT
O barramento de AT poderá ser do tipo va-
reta, barra ou tubo, de cobre ou alumínio
cobreado, apoiado em isoladores de acordo
com a norma NP 1520.

O nível de isolamento dos isoladores será


o da Tabela 3 do artigo que constitui a 1.ª
parte. Para vãos até 2 m poderá utilizar-se
o isolador com carga mínima de ruptura à
flexão de 400 daN.

Para vãos superiores determinar-se-á a car-


ga de ruptura segundo a fórmula:
Figura 2 . Esquema do PT CA1. Figura 3 . Esquema do PT CA1 – variante.
2
0, 036 § Scc ·
R ≥ ¨ U ¸ L
O esquema eléctrico do CA2 distingue-se do do CA1 por possuir corta-circuitos fusíveis no i d © ¹
lado da MT.
Com:
L e d – comprimento do vão e distância en-
tre barras em cm
Scc – potência de curto-circuito em MVA
U – tensão nominal em kV
Ri – resistência à flexão em daN

2.5› Protecção Contra Contactos


Directos
Esta protecção é assegurada por uma rede
metálica, com altura mínima de 1,6 m acima
do pavimento, constituída por dois painéis
fixos e um amovível.

2.6› Corta-Circuitos Fusíveis de AT


Os fusíveis de AT usados no PT CA2 deverão
obedecer à norma NP 3512
Figura 4 . Esquema do PT CA2. Figura 5 . Pormenor da chegada da alimentação.

2.7› Transformadores
2.3› Equipamento de AT Os transformadores deverão ter as caracte-
O equipamento de AT tem as mesmas características já referidas para os postos aéreos, assim rísticas já referidas para os postos aéreos e
como os pára-raios, seccionadores e interruptores-seccionadores que serão do mesmo tipo e a observância das normas aí indicadas e as
possuirão os mesmos valores de referência. potências da tabela 2.
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125

2.8› Quadro de Baixa Tensão Têm alimentação subterrânea em anel, podendo disponibilizar uma saída radial; destinam-
O material usado na BT será do tipo interior se a tensões nominais UN  15 kV e potências até 630 kVA.
não protegido.
As dimensões da cabine são:
O quadro usado no posto CA1 é idêntico ao
do posto AI.
Posto Dimensões (m)
O contador de iluminação pública do QBT CBU 4,0 x 3,2 x 2,5ª
tipo CA2 será trifásico de 50 A. CBL com saída radial 5,3 x 2,5 x 2,5ª
CBL sem saída radial 4,3 x 2,5 x 2,5ª
Todo o equipamento de baixa tensão deverá
poder suportar, como atrás se referiu, uma Tabela 3 . Dimensões das cabines do PTCB.
tensão mínima de 8 kV, à frequência indus-
trial, durante um minuto. a – pé direito mínimo

2.9› Saídas
Quatro saídas para usos gerais, condutores
do tipo LVS e LXS (torçada), de 50 mm2 de
secção, ou uma ou duas de 70 mm2, e ainda
uma saída de IP de 16 mm2, para o PT CA1;
seis saídas, de 50 mm2 ou 70 mm2, com
duas saídas de 16 mm2 de IP, para o posto
do tipo CA2.

As saídas subterrâneas, quando haja, serão


adequadas às potências a alimentar e esco-
lhidas entre as indicadas no projecto-tipo de Figura 6 . Posto de transformação do tipo CBL.
redes subterrâneas.

3.1› Esquema Eléctrico


2.10› Protecção Contra Contactos
Acidentais
As terras de protecção e serviço, assim
como os eléctrodos utilizados nas mesmas,
serão realizadas como referido para os
postos aéreos.

Quando o pára-raios for colocado fora da


cabine, o condutor de ligação do pára-raios
à terra será aplicado na parede exterior da
mesma e deverá ser protegido por tubo de
material não-magnético, até 2,5 m acima
do solo.

3› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO DE
CABINE BAIXA (PTCB)
Este tipo de postos, montados em cabines
baixas, admite duas variantes consoante a
disposição das suas celas for em U ou em li-
nha, assim dando origem aos tipos CBU e CBL. Figura 7 . Esquema eléctrico do PTCB.
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Figura 8 . Planta do PT CBU. Figura 9 . Planta do PT CBL.

Energia Curso adicional durante Curso real


Esforço mínimo
Curso livre o qual a energia
Tipo Mínimo Máximo Mínimo Máximo de manutenção
deve ser fornecida

J J mm mm mm mm N
Médio 0,5 1,5 4 16 20 40 20
Forte 1 3 4 6 10 16 40

Tabela 4 . Características dos percutores.

3.2› Equipamento de Alta Tensão 3.4› Barramento de Alta Tensão


Por se tratar de redes de Média Tensão as características dos aparelhos obedecem às mes- O barramento de alta tensão em barra (ao
mas normas. De relevar o facto de a tensão máxima nominal ser 15 kV. baixo) de cobre ou alumínio cobreado é
apoiado em isoladores satisfazendo a nor-
Os seccionadores terão corrente estipulada em serviço contínuo de 400 A. ma NP-1520. Os isoladores devem possuir
uma força mínima de ruptura à flexão de
400 daN ( 400 kg). O barramento deve
3.3› Interruptores-Seccionadores Fusíveis ser escolhido em função da potência de
O interruptor obedecerá à norma NP-2868/1, com as características mínimas já referidas. curto-circuito previsível no local, da tensão
Os elementos fusíveis devem obedecer à norma NP-3512 e ser munidos de percutores com nominal da instalação, do vão máximo e da
os parâmetros indicados na tabela 4. distância entre eixos do barramento. Parti-
cular atenção deve ser considerada para se
evitarem as condições de ressonância.

3.5› Protecção Contra Contactos


Directos
Esta protecção é assegurada por afas-
tamento e utilização de portas e painéis
amovíveis em rede metálica tremida, de
arame nº 14 (BWG), de malha quadrada de
25 mm de lado.

Figura 10 . Interruptor-seccionador fusível. Figura 11 . Cotação do ISF.


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3.6› Transformador
Os transformadores observarão as normas e possuirão as características já referidas para
os outros tipos. A máxima potência é de 630 kVA.

A protecção do transformador é feita, no lado do primário, por fusíveis contra curtos-


circuitos. Contra sobrecargas por meio de termómetro com contacto de disparo ou por
relés térmicos indirectos alimentados por transformadores de intensidade, do lado da BT,
actuando o interruptor-seccionador de alta tensão.

Figura 12 . Esquema de alimentação de relés 3.11› Eléctrodos


indirectos. Figura 13 . Termómetro de esfera. São os indicados anteriormente para os ou-
tros tipos de postos.

3.7› Quadro de Baixa Tensão


O equipamento a usar na baixa tensão é do tipo interior não protegido. O quadro é idêntico 4› CONCLUSÕES
ao do PT CA2. A estrutura e a composição dos postos de
cabine são similares aos dos postos aére-
Quando necessário deve ser prevista a compensação de energia reactiva em baixa tensão. os. Poderá afirmar-se que uma das espe-
cificidades dos postos de cabina reside na
necessidade de protecção contra contactos
3.8› Saídas directos, dado que a montagem dos seus
O quadro deve permitir até seis saídas subterrâneas, uma saída eventual para os equipa- componentes é feita a uma altura tal que
mentos de correcção de energia reactiva, uma saída para iluminação e tomadas e ainda os torna acessíveis a quem estiver dentro
duas saídas de IP. da instalação. Uma outra diferença está
relacionada com a potência eléctrica, que
poderá ser superior no caso dos postos de
3.9› Terra de Protecção cabina.
Recomenda-se que o eléctrodo de terra seja executado por meio de condutor de cobre nu
de 35 mm2 de secção, enterrado, de forma a envolver as fundações da cabine complemen- Depois de nas duas primeiras partes deste
tado com duas varetas verticais ligadas a este condutor. trabalho, dedicado ao projecto de postos
de transformação, terem sido apresentadas
a estrutura e as características dos com-
3.10› Terra de Serviço ponentes dos diferentes tipos de postos de
O eléctrodo de terra de serviço deve ser instalado de modo a que as terras de protecção e transformação, as partes que serão publi-
serviço sejam distintas. O condutor de ligação à terra de serviço deve ser azul claro; usando cadas nos próximos números dedicar-se-ão
cabo, o isolamento deverá ser azul claro e possuir bainha preta. ao projecto propriamente dito.
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Henrique Ribeiro da Silva
Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do
Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

projecto de postos
de transformação
{3.ª Parte - Elaboração do Projecto; Dados}

A moderna abordagem ao projecto de postos de transformação


incide essencialmente na opção pela solução pré-fabricada, mo-
dular ou compacta, em detrimento de formas mais tradicionais
de construir estas instalações.

1› INTRODUÇÃO partida para a boa realização do seu projecto. › resistividade eléctrica do solo
As razões que conduzem à actual tendência
para optar por soluções pré-fabricadas, mo- 2.1› Dados Referentes ao Posto A situação habitual da rede de média tensão
dulares ou compactas são: Os dados necessários são: é a de ter o neutro ligado à terra através de
› Economia de mão-de-obra de instalação › tipo de projecto – de serviço público ou uma impedância de limitação (bobine de Pe-
› Tempos de entrada em serviço reduzidos de serviço particular tersen), i.e, constituir uma rede de regime IT
› Soluções compactas reduzindo atravan- › tipo de posto – de transformação, de sec- (impedante).
camentos cionamento ou seccionamento-transfor-
› Possibilidade de escolha da arquitectura mação Informações sobre a potência de curto-cir-
mais adequada aos fins em vista › tipo de instalação – em cabine própria ou cuito do lado da AT, corrente máxima de de-
› Equipamento normalizado e intermutável em edifício para outros usos feito à terra e tempo máximo de eliminação
› Técnica experimentada e absolutamente › tipo de alimentação – radial ou em anel do curto-circuito devem procurar-se junto
fiável. aberto do Distribuidor de Energia.

A abordagem ao projecto de postos de trans- 2.2› Dados Referentes às Caracterís- Como valores médios de Scc podemos con-
formação para ser feita com algum detalhe ticas Eléctricas siderar os que se encontram na tabela 1 em
tem de incluir informação algo vasta, razão Nesta vertente os dados necessários são os função da localização do PT.
pela qual essa abordagem será repartida por seguintes:
vários trabalhos a publicar sucessivamente. › tensão nominal da rede de média tensão
Potência de
O presente trabalho incidirá sobre as ques- › regime de neutro da média tensão Localização
curto-circuito
do PT
tões relacionadas com os dados necessários › potência de projecto a atribuir ao PT MVA
à elaboração do projecto. › potência de curto-circuito previsível no Zona rural 150
ponto de instalação do posto
Zona semi-urbana 250
› corrente máxima de defeito unipolar à
Zona urbana 350 - 500
2› DADOS DO PROJECTO terra do lado da média tensão
Antes de encetar o dimensionamento do PT, › tempo máximo de corte da corrente de Tabela 1 . Potências de curto-circuito médias.
o projectista tem de ter presente um con- defeito pelas protecções da linha de MT
junto de dados e outra informação, base de › regime de neutro da baixa tensão Relativamente à corrente de defeito à terra,
o electricista revista técnico-profissional ARTIGO TÉCNICO
104

os valores normais serão os constantes da


Utilização Potência do PT
tabela 2.
§ 0, 8 ·
Loteamentos e urbanizações §¨© 0, 2 + ¸ ¦ Siu +
0, 8 ·
¦ Sou
Tipo de rede Corrente de defeito §¨ 0, 2 + ¸¹ ¦¦ Siu +
0,n8 · ¦ Sou
MT A §¨© 0, 2 + 0,n8 ·¸¹ ¦ SSiu ++ ¦ Sou
¨© 0, 2 + ¦n P¸ ¹i × 0,iu5 ¦ Sou
Aérea ≤ 300 © ¦n P¹ × 0, 5
i
Zonas industriais ¦ P0,×90, 5
i
Subterrânea ≤1000 ¦ P0,×90, 5
i
¦ P0,×90, 6
i
Tabela 2 . Corrente de defeito. ¦ P0,×90, 6
i
¦ P0,×90, 6
i
Zonas comerciais ¦ P0,×90, 6
i ¦
0, 85 0, × 9 SPT
O defeito à terra por parte da linha MT pode 0, 85 0, × 9
¦S
PT
ocorrer a jusante do disjuntor de protecção 0, 85 × ¦ SPT
Linhas de MT 0, 85 × ¦ SPT
do transformador, situação em que deve
provocar a actuação e sua eliminação por Tabela 3 . Potências a atribuir aos postos de transformação (após normalização).
parte do referido aparelho, ou pode advir a
montante dele e neste caso há-de provocar Um valor aproximado pode extrair-se por inspecção da natureza do solo, onde se implantarão
a actuação do disjuntor ou disjuntores na os eléctrodos, consultando a tabela 4.
subestação de alimentação da linha (nor-
malmente não se consideram os fusíveis
Tipo de terreno Resistividade Wm
como elementos de interrupção da corrente
de defeito). Leito de rio 10 a 400

Argila, marga húmida 30 a 150


Um valor habitual é considerar-se um tempo
t = 800 ms. Terrenos pedregosos com plantas 200 a 300

Húmidas 200 a 300


Areias
3› POTÊNCIA DE PROJECTO Secas 2000 a 5000
A potência a atribuir ao posto de transfor- Húmidas 30 a 100
mação é um ponto essencial e sempre pro- Rochas calcárias
blemático do projecto do mesmo, devido à Secas 2000 a 5000
natureza intermitente e nem sempre sufi- Turfas húmidas 200 a 300
cientemente caracterizada do funcionamen-
Granitos, basaltos, betões 1000 a 5000
to das cargas a alimentar.
Tabela 4 . Valores médios de resistividade eléctrica de diferentes tipos de terreno.
A não ser em casos bastante tipificados, em
que estudos estatísticos puderam definir Ou por medição, empregando o método de Wenner, por exemplo.
com precisão o comportamento das cargas,
ou naqueles em que são conhecidos de an-
temão os seus diagramas de potência, por se
conhecer o seu funcionamento ou por com-
paração com casos idênticos, a atribuição de
uma potência ao posto passa pelo recurso
a factores de simultaneidade nem sempre
imunes a discussão. Na tabela 3 estão pre-
sentes algumas formas de estimar a potên-
cia do posto de transformação. Figura 1 . Modo de ligar o medidor de terra. Figura 2 . Distância de medição da resistividade.

A resistividade, segundo este método, virá dada de acordo com a relação:


4› RESISTIVIDADE DO SOLO
O conhecimento da resistividade do solo é ρ = 2π A × R Ω.m R – leitura dada pelo medidor
um dado importante para um eficaz projecto
das redes de terra de protecção e serviço. Constrói-se de seguida uma tabela onde, para vários afastamentos entre eléctrodos A, se
ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista
105

determinam as correspondentes resistivi-


dades do solo.

Com estes dados determina-se o valor mé-


dio aritmético de resistividade, calcula-se o
desvio de cada medida em relação à média
e todas as que tiverem valor superior a 50%
desprezam-se do conjunto de elementos.

Caso haja um grande número de valores


desviados, repete-se o procedimento de
medição.

Figura 3 . Esquema radial. Figura 4 . Esquema em anel.


5› FUNÇÕES DESENVOLVIDAS NUM
POSTO DE TRANSFORMAÇÃO
Às diversas funções desempenhadas pela Outras configurações mais adaptadas às necessidades são mostradas de seguida.
aparelhagem num PT correspondiam, na
prática construtiva de alvenaria, comparti-
mentos separados uns dos outros por pare-
des a que se dá o nome de celas. Assim há
a cela da entrada, de protecção, do trans-
formador, da contagem, etc.

Esta nomenclatura perdura, ainda que tam-


bém se lhes chame quadros, na concepção
modular.

Cada cela desempenha pois uma função –


a combinação das diversas celas formará
o nosso posto e o seu número e natureza Figura 5 . Posto para distribuição pública, fabrico Efacec.
dependerão das características próprias do
mesmo. A figura 5 apresenta um esquema de posto para 630 kVA, 15 kV, com alimentação em anel
e uma saída radial com a protecção do transformador a ser feita por uma cela CIS – com-
binado interruptor-seccionador fusível.
6› ESQUEMAS ELÉCTRICOS USANDO
CELAS MODULARES ISOLADAS A AR
E CORTE EM SF6
A figura 3 mostra uma solução simples,
para alimentação radial, com duas celas,
uma de entrada, sem corte, e a outra de
protecção, por meio de fusíveis, do trans-
formador.

A figura 4, por sua vez, representa um es-


quema com três celas, duas de entrada/saí-
da e uma de protecção. É o esquema típico
da alimentação em anel – uma das celas re-
cebe a alimentação e a outra dá continui-
dade à linha. A saída da cela de protecção
alimenta o transformador de potência. Figura 6 . Posto privado, 315 kVA, Efacec.
ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista
107

8› CONCLUSÃO
Tal como em qualquer tipo de projecto tam-
bém o projecto de postos de transformação
exige que o projectista esteja na posse de
todos os dados necessários. Por isso, na
fase preparatória do projecto, o projectis-
ta terá de procurar a informação de que
necessita e que poderão constar de regu-
lamentos, manuais técnicos, informação
estatística, etc. É importante que o projec-
tista tenha confiança absoluta na fonte de
onde os dados são retirados para evitar que
o projecto seja estabelecido a partir de uma
Figura 7 . Planta da cave. base errada conduzindo a erros que podem
ser graves.
O posto privado da figura 6 tem uma cela de corte de acesso restrito do distribuidor. Pode
haver ou não separação física entre utilizador e distribuidor. A cela de corte é igualmente Depois de recolhidos os dados necessários
de contagem. segue-se a fase dos cálculos, que serão
apresentados nas próximas partes deste
trabalho.

Figura 8 . PT com solução modular, alimentação radial.

7› ESQUEMAS USANDO SOLUÇÕES COMPACTAS


São instalações monobloco isoladas integralmente a SF6 e designadas normalmente por
RMU (de Ring Main Unit – unidade da rede em anel). BIBLIOGRAFIA
— Regulamento de segurança de subestações, pos-
Com este tipo de unidades os atravancamentos são reduzidos ao mínimo. tos de transformação e de seccionamento
— Vilela Pinto – MGCalc
— Siemens – Manual de Engª eléctrica (3 vol)
— DGE – Guias-técnicos de postos de transformação
dos tipos A, CA e CB
— Catálogos de empresas – Efacec, Schneider Elec-
tric, ABB, Jayme da Costa
— Serrano José et al. – Técnicas y procesos en insta-
laciones de media y baja tension
— Cotrim Admaro – Instalações eléctricas
— Bossi António, Sestio Ezio – Instalações eléctricas
— Negrisoli Manoel – Instalações eléctricas

Figura 9 . RMU e exemplo de configurações com funções interruptor, fusível e disjuntor - Schneider.
ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista
137
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Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do
Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

projecto de postos
de transformação
{4.ª Parte - Cálculo dos Condutores}

Apesar de todos os componentes de um posto de transformação


serem importantes, dado que têm a seu cargo uma determinada
função, os condutores são alvo de uma atenção especial na me-
dida em que terão de resistir a situações excepcionais.

1› INTRODUÇÃO 2.1› Intensidade na alta e baixa tensões


Um aspecto essencial de qualquer projecto eléctrico prende-se com
os dimensionamentos dos materiais e equipamentos. Apenas com S S −W −W
Ip = Is = Fe Cu
um cálculo correcto é possível garantir o cumprimento dos regula- 3 Up 3 Us
mentos, a funcionalidade das instalações e a segurança de pessoas
e bens.
Onde:
S › potência do transformador em kVA
2› CÁLCULOS DIMENSIONAIS Up › tensão composta do primário em kV
Os condutores eléctricos utilizados nos postos de transformação, Us › tensão composta do secundário em kV
para além das situações de funcionamento normal, poderão ter de Ip › corrente do primário em A
funcionar em sobrecarga e até em situações de curto-circuito, em- Is › corrente do secundário em A
bora por períodos de tempo muito limitados. WFe › perdas no ferro em kW
WCu › perdas nos enrolamentos em kW
Nestas situações excepcionais o aquecimento e as forças mecânicas
a que os condutores são submetidos podem atingir valores bastante 2.2› Corrente de curto-circuito
acima do normal, podendo por isso daí resultar dano para eles e A corrente de curto-circuito é determinada pela potência de curto-
para outros componentes, o que se pretende evitar. Por esta razão circuito no lado da média tensão e pela reactância de fugas do trans-
o dimensionamento dos condutores reveste-se de alguma com- formador.
plexidade de modo a garantir o melhor funcionamento mesmo em
situações excepcionais, sendo necessário determinar previamente Iccp =
Scc
Iccs =
S × 100
o valor que a intensidade da corrente eléctrica poderá atingir em 3 Up 3 ucc Us

todas as situações.
PUB
o electricista revista técnico-profissional ARTIGO TÉCNICO
104

Onde:
Iccp › corrente de curto-circuito na MT em kA
Iccs › corrente de curto-circuito na BT em kA
Scc › potência de curto-circuito do lado de MT em MVA
Up › tensão primária composta em kV
Us › tensão secundária em V
ucc › tensão de curto-circuito do transformador em percentagem

Na expressão de Iccs desprezou-se a impedância a montante do


transformador (rede de potência infinita).

2.3› Dimensionamento dos barramentos


Nos postos de transformação, por razões de ordem mecânica e li-
gadas a outros serviços, no lado da média tensão não se empregam
aparelhos e barramentos com corrente estipulada inferior a 200 A.

Os aparelhos e barramentos têm intensidades estipuladas de 200,


400 e 630 A.

2.4› Verificação da densidade de corrente

Figura 1 . Capacidade de condução de corrente para barras de cobre (curva a) e


de alumínio (curva b).

I
d = máx
S

Onde d é a densidade de corrente em A/mm2 e S a área da secção


recta do barramento, em mm2.

As densidades de corrente devem ser respeitadas para se não ultra-


passarem as temperaturas máximas de regime permanente.
ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista
139

2.5› Verificação dos esforços electrodinâmicos A estabilidade mecânica do barramento é garantida quando o mo-
Conhecidas a intensidade estipulada de um barramento In e a inten- mento resistente for superior ao momento flector.
sidade limite térmica (1 segundo) ITh , a intensidade limite electrodi-
nâmica, ICh , calcula-se do modo seguinte: Caso não verifique a condição pode actuar-se, reduzindo o momento
flector, aumentando a distância entre os barramentos e/ou diminuin-
do ao comprimento do vão, ou actuar-se na secção ou configuração
ln
234, 5 + θ f do barramento aumentando a secção, modificar a posição das barras
234, 5 + θ i ou alterar o perfil.
ITh = s × k ICh = 2, 5 × ITh
t

2.7› Esforços sobre os isoladores


Onde:
ITh › intensidade limite térmica (1 s), em A
S › secção recta do barramento, em mm2
K › constante do material: Cu – 226 Al - 148
qf › temperatura final do barramento, em ºC
qi › temperatura inicial do barramento, em ºC
ICh › intensidade limite electrodinâmica, em A
t › duração da passagem da corrente, em s
F

Um curto-circuito bifásico entre duas fases contíguas provoca uma


força sobre um condutor de comprimento L distanciado do outro do
comprimento d dada pela expressão:

2
Figura 2 . Esforço aplicado à cabeça dos isoladores.
ICh × L −2
F = 2, 04 × 10
d

' '
F = f ×L
F › força sobre o condutor, em kg
ICh › corrente limite electrodinâmica, em kA
L › vão do barramento, em cm F’ › esforço à cabeça do isolador, em kg
d › distância entre os condutores, em cm f › força por unidade de comprimento, em kg/cm
L’ › semi-soma dos vãos adjacentes, em cm
2.6› Esforço máximo suportável pelo barramento
2.8› Módulo de flexão dos perfis mais usuais

­ F×L
°apoios livres 8
° 2 hb
2
°quando não há uma hb 3 W = c
°diferença específica F ×L W = cm 6
Momento flector Mf ® 6
°entre apoios livres e 16
°encastrados
° F×L πd
3 π d3
°encastrados 3 W = c
W = cm 32
¯ 24 32

Momento resistente Mr = W x s π D −d
4 4 π D
4
3W =
W = cm 32
W › módulo de flexão da barra, função da sua geometria (dimensões 32 D
e configuração)
s › carga de segurança à flexão

­°cobre − 1000 a 1200kg/cm2


σ = ®
°̄alumínio − 400 a 600kg/cm2
ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista
141

2.9› Momento de inércia geométrico dos perfis


∆θ
I = s×α
t

3
hb
3 hb s – secção do barramento
4
I = cm I
4 = cm
12 12 a - constante – Cu = 13
t – duração de passagem da corrente de curto-circuito
πd
4 π d4 Icm
– intensidade
4 de corrente
I = cm I
4 =
64 64 Δq - elevação de temperatura de 180 ºC, considerando o condutor
inicialmente à temperatura ambiente

π A4fórmula seguinte permite determinar a intensidade de corrente de


I =
π
(D 4
)4 =4
− dI cm
64
( Dum modo
− d ) cm 4
mais aproximado:
4

64

234, 5 + θ f
ln
234, 5 + θ i
2.10› Vibrações mecânicas ITh = s × k
t
A frequência própria de vibração de uma barra vem dada pela ex-
pressão seguinte:
qf e qi são as temperaturas final e inicial, respectivamente, em º C
k é uma constante igual a 226 para o cobre e 148 para o alumínio
E×I ­°Cu: 1,2×106 kg/cm2
f0 = 112 4
Hz E= ®
p×L °̄ Al: 0,7×106 kg/cm2

3› CONCLUSÃO
Dadas as diferentes restrições a que os condutores devem corres-
E › módulo de Young, kg/cm2 ponder a sua definição é, na maior parte dos casos, feita de forma
I › momento de inércia, cm4 iterativa, ou seja, há necessidade de ir modificando a constituição e
p › peso linear, em kg/cm as condições de montagem deles à medida que o cálculo vai evoluin-
L › comprimento da barra, em cm do. À medida que o projectista vai ganhando experiência, aumenta a
sua sensibilidade para esta acção e fica mais fácil perceber em cada
Atenção especial deve ser dada à possibilidade de ocorrência de res- caso, em função dos dados, qual ou quais as restrições preponderan-
sonância da vibração mecânica com a frequência da rede, ou o seu tes, que condicionam definitivamente o projecto.
dobro, pelo que f 0 não deve cair nos seguintes intervalos:

f0 ≠ [90, 110] e f0 ≠ [45, 55] Hz


BIBLIOGRAFIA
2.11› Força crítica
Força a considerar nos apoios de extremidade em consequência da — Regulamento de segurança de subestações, postos de transforma-
dilatação das barras (o momento de torção pode considerar-se des- ção e de seccionamento
prezável) — Vilela Pinto – MGCalc
— Siemens – Manual de Engª eléctrica (3 vol)
2 E×I — DGE – Guias-técnicos de postos de transformação dos tipos A, CA e
Fcr = π 2
L CB
— Catálogos de empresas – Efacec, Schneider Electric, ABB, Jayme da
Na escolha dos isoladores consideram-se as forças electrodinâmicas Costa
e as forças críticas. — Serrano José et al. – Técnicas y procesos en instalaciones de media
y baja tension
2.12› Verificação do esforço térmico — Cotrim Admaro – Instalações eléctricas
A norma CEI 298 de 1981 determina a máxima intensidade admissí- — Bossi António, Sestio Ezio – Instalações eléctricas
vel durante 1 segundo de acordo com a expressão: — Negrisoli Manoel – Instalações eléctricas
DOSSIER revista técnico-profissional o electricista
141
Henrique Ribeiro da Silva
Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do
Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

projecto de postos
de transformação
{5ª PARTE - DIMENSIONAMENTO DO TRANSFORMADOR
E SUAS PROTECÇÕES}

O transformador é o componente fundamental de um posto de


transformação Por isso, é essencial o seu correcto dimensiona-
mento, bem como das suas protecções.

1› INTRODUÇÃO óleo mineral, óleo de silicone, outros óleos sintéticos especiais ou serem secos, isolados a
Embora um posto de transformação seja um resina epóxida. O grupo de ligações mais empregado é o DYn5, mas outras são possíveis como
sistema formado por diversos componentes, YZn5. Respondem às normas CEI 76, CEI 726, HD 538, HD 464 do CENELEC. No tocante a
sem os quais não poderá funcionar correc- perdas, os transformadores podem ser de perdas normais, reduzidas e extra-reduzidas.
tamente, o transformador é seguramente
o componente basilar do sistema. Tal como
acontece com os restantes componentes, o
dimensionamento do transformador terá de
considerar a situação actual da carga, bem
como a sua possível evolução, resultando de
um compromisso entre características técni-
cas e investimento. Tendo em consideração
o custo da energia e sabendo que estão dis-
poníveis no mercado transformadores com
diferentes níveis de perdas, será interessante
que o projectista na avaliação do compro-
misso referido anteriormente tome em con- Tabela 1 . Características dos transformadores herméticos – fabricação Schneider.
sideração o custo das perdas que se verifica-
rão num horizonte temporal igual ao tempo
de vida esperado para o equipamento.

2› TRANSFORMADORES
Os transformadores empregados são trifási-
cos, tensão secundária 0,4 kV, regulação da
tensão em vazio no lado do primário para
±2x2,5% e como dieléctricos podem utilizar Tabela 2 . Características dos transformadores secos – fabricação Efacec.
o electricista revista técnico-profissional MÁQUINAS ELÉCTRICAS
142

3› ESCOLHA DOS FUSÍVEIS DE MÉDIA TENSÃO metros digitais ou outros sistemas de moni-
A selecção da corrente estipulada dos fusíveis de MT pode ser feita através da aplicação da torização de temperatura.
seguinte regra:

Onde:
Iccp Ip › corrente na média tensão
1, 4 × I p ≤ IN ≤
6 IN › corrente estipulada dos fusíveis
Iccp › corrente de curto-circuito mínima primária (secun-
dário em curto-circuito)

Ou através da norma CEI IEC 60 420 da qual se reproduz a seguinte tabela:

Figura 1 . Termómetro de dois contactos.

Tabela 3 . Selecção do calibre dos fusíveis de MT.

4› REGULAÇÃO DOS DISJUNTORES

Escolha da regulação da corrente nominal de protecção

Figura 2 . Termómetro digital e ligação a sondas


PT100.

6› PROTECÇÃO CONTRA AVARIAS


Tabela 4 . Regulação de disjuntores MT INTERNAS
Em transformadores a óleo e equipados
Os disjuntores podem ser de actuação a tempo dependente, com a possibilidade de haver vá- com conservador é possível empregar um
rias características de intervenção, ou a tempo independente. Por sua vez os relés podem ser tipo especial de relé chamado Buchholz
directos, quando a corrente que os atravessa é a mesma do circuito principal, ou indirectos capaz de sinalizar e emitir ordem para in-
necessitando de transformadores de corrente com razão de transformação IN/5 A. Os relés terromper a alimentação do transformador,
por sua vez podem ser electromecânicos, electrónicos ou digitais.

5› TERMÓMETROS
Os termómetros instalam-se para indicar a temperatura do óleo do transformador. Em uni-
dades de pequena potência, instalam-se termómetros de álcool dando somente informação
sobre a temperatura interna; em instalações mais importantes montam-se termómetros de
esfera de dois contactos, um de alarme, atingida uma temperatura predeterminada e outro de
disparo dando ordem de interrupção da alimentação ao aparelho de corte da instalação.

Quando se empregam transformadores secos usam-se sondas do tipo PTC ou PT100 a termó- Figura 3 . Esquema do relé Buchholz.
DOSSIER revista técnico-profissional o electricista
143

em situação de desprendimento de gases, quando estes resultam da decomposição do Usam-se transformadores de tensão e de
dieléctrico por efeito de avaria interna – arco eléctrico entre espiras. corrente das classes de precisão 0,2 e 0,5,
para TIs com razão de transformação IN/5
ou IN/1 A e para TTs com razão de trans-
formação UN: Ö3/110: Ö3, UN: Ö3/110: Ö3
ou UN: Ö3/120: Ö3 e potências baixas, da
ordem das dezenas de VA.

Os transformadores de tensão devem ser


protegidos por corta-circuitos fusíveis.

9› CONCLUSÃO
O dimensionamento do(s) transformador(es)
de um posto de transformação e das res-
pectivas protecções atestam bem o ca-
Figura 4 . Instalação do relé. rácter sistémico deste tipo de projecto. De
facto, o dimensionamento de uns compo-
nentes está subordinado às características
7› PROTECÇÃO INTEGRADA COM BLOCOS DGPT de outros, sendo essencial que exista uma
Este tipo de aparelho de protecção realiza as funções de detecção de gás, aumento de boa coordenação destes dimensionamen-
pressão e termómetro de dois contactos (DGPT2). tos de modo a que o bom funcionamento
do posto de transformação esteja garanti-
Sinaliza: do, tanto em regime normal como em regi-
Por visão directa Através de contactos eléctricos me excepcional.
a › ligeiro abaixamento do nível do óleo a › acumulação importante de gás
b › valor instantâneo da temperatura do die- b › perda de dieléctrico
léctrico c › sobrepressão interna anormal
d › temperatura anormal do isolante accio-
nando os contactos de alarme e disparo

BIBLIOGRAFIA

— Regulamento de segurança de subestações,


postos de transformação e de seccionamento
— Vilela Pinto – MGCalc
— Siemens – Manual de Engª eléctrica (3 vol)
— DGE – Guias-técnicos de postos de transfor-
mação dos tipos A, CA e CB
— Catálogos de empresas – Efacec, Schneider
Electric, ABB, Jayme da Costa
— Serrano José et al. – Técnicas y procesos en
instalaciones de media y baja tension
Figura 5 . Unidade de protecção DGPT2. — Cotrim Admaro – Instalações eléctricas
— Bossi António, Sestio Ezio – Instalações eléc-
tricas
8› TRANSFORMADORES DE MEDIÇÃO — Negrisoli Manoel – Instalações eléctricas
Os transformadores de medição empregados em postos de transformação são pequenos
transformadores de isolamento seco tendo por objectivo:
a › isolar ou separar os circuitos e aparelhos de medida da alta tensão
b › evitar perturbações electromagnéticas das correntes elevadas e reduzir as correntes de
curto-circuito a valores admissíveis
ARTIGO TÉCNICO revista técnico-profissional o electricista
113
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projecto de postos
de transformação
{6ª PARTE - SISTEMAS DE TERRA E CONSIDERAÇÕES FINAIS}

Num posto de transformação, tal como em qualquer outra ins-


talação eléctrica, a segurança é fundamental; por isso, o dimen-
sionamento dos sistemas de terra assume tanta importância
como o cálculo de qualquer outro componente.

1› INTRODUÇÃO 3› CIRCUITO DE TERRA DE PROTECÇÃO


Os níveis de tensão eléctrica presentes num À terra de protecção ligam-se as partes metálicas normalmente não sob tensão, tais como
posto de transformação podem representar bastidores de quadros, ferragens dos aparelhos de manobra, carcaças de transformadores,
perigo para quem tem de trabalhar nele. malha de equipotencialização do posto com excepção das portas metálicas e componentes
Embora os equipamentos usados nos postos metálicos de janelas e grelhas de ventilação.
sejam concebidos de forma a impedir que
as partes sob tensão estejam directamente
acessíveis a quem tem acesso a ele, como 3.1› Parâmetros característicos dos eléctrodos
consequência de uma avaria esses níveis de A resistência dos eléctrodos de terra pode ser representada sob a forma seguinte assim como
tensão podem encontrar-se em partes dos as tensões de passo (1 m) e contacto:
equipamentos que habitualmente não estão
sob tensão. Por isso, para evitar que essa situ- Rt = # x Kr Up = # x Id x Kp Uc = # x Id x Kc
ação possa representar perigo, há que prover
a instalação de sistemas de protecção, cujo Onde:
cálculo tem por isso uma grande importância. Rt – resistência do eléctrodo, em !
# - resistividade do solo, em !.m
Kr – parâmetro do eléctrodo, ou resistência unitária, em !/(!.m)
2› SISTEMAS DE TERRA DE PROTEC- Up – tensão de passo, em V
ÇÃO E SERVIÇO Id – corrente de defeito à terra, em A
Partindo do conhecimento da corrente má- Kp – tensão unitária de passo, em V/(!.m).(A)
xima de defeito à terra pode calcular-se a Uc – tensão de contacto, em V
impedância do neutro da MT (ou pode-se Kc – tensão unitária de contacto, V/(!.m).(A)
solicitar essa informação ao Distribuidor). A
impedância é do tipo indutiva pelo que Com este tipo de formulação a resistência do eléctrodo resulta função do parâmetro Kr e da
resistividade do solo.
RN 0 ! e XN ZN
Para os eléctrodos normalizados, existem configurações típicas agrupando malhas, varetas,
U
ZN = etc. para as quais são definidos os valores Kr, Kp e Kc.
"3 x Id
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Varetas dispostas em linha


Separação entre varetas – 6 m
Comprimento da vareta – 4 m
Diâmetro – 14 mm
Secção do condutor nu de interligação – 50 mm2

Profundidade – 0,5 m Profundidade – 0,8 m

Tensão de Tensão de passo


Resistência unitária Resistência unitária
Número de varetas passo unitária Número de varetas unitária
Kr Kr
Kp Kp
2 0,113 0,0208 2 0,110 0,0139
3 0,075 0,0128 3 0,073 0,0087
4 0,0572 0,00919 4 0,0558 0,00633
6 0,0399 0,00588 6 0,0390 0,00408
8 0,0311 0,00432 8 0,0305 0,00301

Tabela 1 . Parâmetros dos eléctrodos de tipo vareta dispostos em linha. Tabela 2 . Parâmetros dos eléctrodos de tipo vareta dispostos em linha.

Malha rectangular reforçada com varetas


Secção do condutor nu – 50 mm2
Diâmetro das varetas – 14 mm

Comprimento Tensão de passo Tensão de contacto


Resistência unitária
da vareta unitária exterior
Kr
m Kp Kc = Kp(aces)
Sem varetas - 0,084 0,0119 0,0485
4 varetas 2 0,069 0,0105 0,0329
4 0,059 0,0088 0,0251
Profundidade 0,8 m
6 0,052 0,0074 0,0202
Rectângulo 8x4 m 8 0,046 0,0065 0,0168
Tabela 3 . Parâmetros do eléctrodo tipo malha.

Comprimento Tensão de passo Tensão de contacto


Resistência unitária
da vareta unitária exterior
Kr
m Kp Kc = Kp(aces)
8 varetas 2 0,063 0,0095 0,0277
4 0,051 0,0073 0,0189
6 0,043 0,0060 0,0141
8 0,038 0,0050 0,0111
Profundidade 0,8 m
Rectângulo 8x4 m Tabela 4 . Parâmetros do eléctrodo tipo malha.

Em função das tabelas e dos parâmetros desejados Kr e Kp, escolhe-se o tipo de eléctrodo mais conveniente.

As varetas deverão ser enterradas verticalmente a uma profundidade de 0,8 m, e a ligação desde o PT até à primeira vareta será feita com cabo
de cobre isolado de 0,6/1 kV protegido contra eventuais danos mecânicos.

3.2› Cálculo da terra de protecção


U
O cálculo do valor da terra de protecção é feito através de Rt = # x Kr Id =
"3 "(R + R )2 + X 2
n t N
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e o valor da tensão de defeito obtém-se por 6› TENSÕES EXISTENTES NO INTERIOR DA INSTALAÇÃO


O piso deverá ser constituído por uma rede electrossoldada de diâmetro não inferior a 4
Ud = Id x Rt mm e malha não superior a 30x30 cm. Esta malha liga a pelos menos dois pontos de um
colector de terra que corre ao longo do PT e ao eléctrodo de terra de protecção.
O isolamento das instalações de baixa ten-
são do PT deverá ser maior que a tensão Ud
calculada, para impedir que um defeito da 6.1› Tensão de passo de acesso
AT propagando-se para a BT deteriore estes Obtém-se por:
equipamentos. Upaces = Uc = Kc x Id x #

Os valores normais de isolamento em BT são Kc – tensão unitária de contacto, em V/(!m)(A)


4, 6, 8 e 10 kV.

O valor da intensidade de defeito deve igual- 6.2› Cálculo das tensões limites
mente ser superior ao limiar de actuação das As tensões de passo e de acesso vêm confrontadas com as seguintes curvas calculadas na
protecções de AT de modo a poderem ser presunção de que o corpo humano possui uma resistência de 1000 ! e que cada pé pode
eliminadas. ser assemelhado a um eléctrodo de chapa exercendo uma força de contacto com o solo de
250 N o que equivale a uma resistência avaliada em 3 #s , sendo #s a resistividade superficial
do terreno.
4› CIRCUITO DE TERRA DE SERVIÇO
O RSSPTS admite a instalação de uma terra Up = 10k (1 + 6 x #s )
geral, de protecção e serviço, quando a sua tn 6000
resistência for inferior a 1 !. No entanto,
1,5 x #s
como tal resistência é normalmente difícil Uc = k (1 + )
de obter, haverá duas terras distintas no tn 1000
posto de transformação. No caso em que a resistividade superficial do terreno seja diferente para cada pé (caso de
acesso ao PT), a tensão de passo virá dada pela expressão:
A resistência da terra de serviço deverá ser
inferior em qualquer altura a 20 !.
10k 3 x #s + 3 x #’s
Upaces = (1 + )
t n
1000
4.1› Cálculo da terra de serviço Onde #s e #’s são as resistividades superficiais do terreno em que se apoiam os pés.
Considerado o eléctrodo a utilizar, usam-se
os respectivos parâmetros para determinar k e n são constantes em função do tempo de intervenção do aparelho de protecção dadas
RM . por:

RM = # . K r Tempo de duração do defeito


k n
s
RM deve ser menor que 20 !. 0,9 % T % 0,1 72 1
3 % T > 0,9 78,5 0,18

5› TENSÃO EXISTENTE NO EXTERIOR


DA INSTALAÇÃO Caso as tensões de passo e contacto venham maiores que os valores dados pelas fórmulas
A tensão de passo no exterior será calcula- citadas deverá refazer-se o projecto da rede de terra.
da a partir das características do eléctrodo
e do terreno por:

Up = K p x # x I d
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7› DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE ELÉCTRODOS DE PROTECÇÃO E SERVIÇO 9› CONCLUSÃO


Esta distância pode ser calculada mediante a expressão: O projecto de postos de transformação é
uma actividade que, como tudo que são
# x Id
dmín = Instalações Eléctricas, entronca em várias
2000 x &
domínios da técnica - eléctrica, mecânica,
civil, ciência dos materiais, etc.
Em qualquer caso, regulamentarmente deve garantir-se uma distância mínima de 3 m .
Como com o malabarista, existe sempre um
limite máximo para a quantidade de bolas
8› PROJECTO DE POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO COM RECURSO A SOFTWARE que se podem lançar ao ar sem as fazer cair.
COMERCIAL Essa é uma das dificuldades do projecto de
Várias empresas actuando na área dos sistemas eléctricos de energia disponibilizam pa- Instalações Eléctricas mas constitui tam-
cotes de software para cálculo automático de PTs, facilitando a realização deste tipo de bém um dos seus atractivos.
projecto.

Um desses casos é a empresa Efacec que tem gratuito para descarga no seu sítio Internet
o programa VisualPuc.

BIBLIOGRAFIA

— Regulamento de segurança de subestações,


postos de transformação e de seccionamento
— Vilela Pinto – MGCalc
— Siemens – Manual de Engª eléctrica (3 vol)
— DGE – Guias-técnicos de postos de transfor-
mação dos tipos A, CA e CB
— Catálogos de empresas – Efacec, Schneider
Electric, ABB, Jayme da Costa
— Serrano José et al. – Técnicas y procesos en
instalaciones de media y baja tension
— Cotrim Admaro – Instalações eléctricas
— Bossi António, Sestio Ezio – Instalações eléc-
tricas
Figura 1 . Janela do programa VisualPuc – Efacec.
— Negrisoli Manoel – Instalações eléctricas
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