02 - Métodos de Avaliação de Alimentos - Nutrição Animal
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Home 02 ‐ Métodos de avaliação de alimentos
Nutrição Animal
Bovincultura
Entrevista A análise dos alimentos é um dos principais pontos a ser
Equipe de trabalho observado na nutrição animal. O objetivo principal da análise é o de se
Grupo de discussão conhecer a composição química, além de verificar a identidade e pureza,
Infra-estrutura sejam elas de natureza orgânica ou inorgânica.
Fotos ensilagem
Um estudo mais completo dos alimentos e forragens
Pragramação de uso
do LNA compreenderá o conhecimento das propriedades gerais: aspecto, aroma,
Notícias atuais sabor, alterações, estrutura microscópica e, ainda, a determinação do teor
Pós-Graduação das substâncias nutritivas, por intermédio das análises aproximativas.
Nutrição Ruminantes Além da análise aproximativa de um alimento, o nutricionista deseja
UESC conhecer também sua digestibilidade, isto é, a parte do alimento que
Datas das Avaliações estaria disponível para o animal.
Horário de Aulas
PROGRAMA DA
DISCIPLINA
Resultado das 1. Valor nutritivo dos alimentos
Avaliações
O conjunto de propriedades apresentadas por um alimento
Sitemap
relacionase diretamente com a qualidade dos constituintes químicos
Links presentes no mesmo. Nos alimentos de um modo geral, os constituintes
químicos podem ser agrupados em duas categorias, conforme mostra a
Tabela 1 a seguir.
Tabela 1. Constituintes químicos dos alimentos
Constituintes químicos
Básicos ou nutritivos Secundários
Água Enzimas
Proteínas Ácidos orgânicos
Carboidratos Compostos voláteis
Gorduras Pigmentos
Minerais Pectinas
Vitaminas Substâncias aromáticas
Características do alimento Constituinte responsável
Valor nutritivo Proteínas
Carboidratos
Gorduras
Minerais
Vitaminas
Cor Enzimas
Pigmentos, etc
Sabor Ácidos orgânicos
Açucares
Compostos fenólicos
Odor Óleos essenciais
Compostos voláteis, etc
Textura Pectinas
Gomas
Proteínas
Tabela 3. Substâncias acessórios dos alimentos
Substâncias acessórios importantes na organização dos
sistemas biológicos
Enzimas – Vitaminas – Sais minerais – Hormônios
2. Métodos de avaliação dos alimentos
2.1. Análises Químicas e Bromatológicas
A. Sistema de Weende
O método usado para análise, que se faz normalmente, é chamado
de Weende e foi proposto por Henneberg em 1864, na Estação
Experimental de Weende na Alemanha. Por esse método é que se tem a
análise aproximativa dos alimentos, desde 1864. As técnicas ainda são
quase as mesmas, com exceção do nitrogênio, que é feito segundo o
método Kjeldahl (A.O.A.C., 1970). Segundo Henneberg, o alimento é
composto conforme o esquema abaixo da Tabela 4 a seguir.
Tabela 4. Sistema de Weende proposto por Henneberg em 1864
Alimento
Matéria seca Água
Matéria orgânica Matéria
inorgânica
Compostos não Compostos
nitrogenados nitrogenados
(proteína)
Carboidratos Extrato
etéreo
Fibra Extratos não
nitrogenados
Baseada neste esquema, a Estação Experimental de Weende
propôs a Análise Aproximativa do alimento, também conhecida como
Composição Centesimal. O princípio da análise é o de agrupar
componentes/nutrientes que apresentem alguma propriedade em comum.
As análises clássicas comumente feitas visam a obter informações
sobre os seguintes componentes dos alimentos:
Tabela 1. Esquema da análise proximal dos alimentos, com especificação
dos componentes químicos das frações.
Fração Componente
Fibra Bruta Celulose, hemicelulose, lignina insolúvel em álcali,
proteína desnaturadas pelo calor
Fonte: Adaptado de Nunes, 1998
Cinza ou matéria mineral: é utilizada para estimar a fração
bruta de minerais do alimento e também para verificar contaminação na
amostra, através de compostos que não fazem parte da fração nutritiva
do alimento (solo, metais, etc.).
Proteína bruta: Todas as proteínas contêm nitrogênio. Se
tomadas em conjunto, apresentarão em média 16 g de nitrogênio para
100 g de proteína. Identificar cada proteína seria extremamente
trabalhoso e mesmo desnecessário – interessa, numa primeira avaliação,
saber quanto de proteína um alimento contém. Em avaliações posteriores,
pode ser de interesse saber qual proteína o alimento contém. Por isso, na
análise proximal, determinase o teor de nitrogênio da amostra (e não o
teor de proteína), por ser mais fácil. Sabendose que 100 g de proteína
contêm 16 g de nitrogênio, a regra de três fica assim:
16N = 100P, logo, 100/16N = P ou N x 6,25 = P
Fica implícito que toda substância contendo nitrogênio, presente no
alimento, aparecerá no resultado da análise como proteína, mesmo não o
sendo – daí a denominação de proteína bruta. Existem métodos para se
determinar a proteína verdadeira de um alimento, mas são refinamentos
que não pertencem à análise proximal.
Extrato não nitrogenado: é um valor calculado a partir da
soma de PB, FB, EE e MM, expressos em termos de MS e subtraído de
100. Deveria representar os carboidratos de mais fácil digestão, como os
açúcares e o amido.
O método de Weende não é satisfatório para se obter informações
sobre os carboidratos, pois inclui no grupo da fibra bruta a celulose e
apenas a lignina insolúvel em álcali. Por outro lado, no grupo dos extratos
não nitrogenados, encontramse frações de naturezas diversas, como:
amido, hemicelulose, pectina, lignina solúvel em álcali e os carboidratos
solúveis em água. Para os nutricionistas, a solubilização da lignina dos
alimentos, em proporções variáveis, é um sério defeito no método da FB,
pois esta lignina tornase parte do conteúdo do ENN, que deveria ser o
componente mais digestível do alimento. A inclusão da lignina no ENN
resulta, no caso de volumosos, em digestibilidades do ENN
freqüentemente menores do que as digestibilidades da FB.
B. Van Soest
Para resolver o problema da fibra bruta descrito no tópico anterior,
tem sido proposto ultimamente o método de Van Soest (1967), o qual
divide os componentes da amostra analisada em carboidratos não fibrosos
(erroneamente conhecido como conteúdo celular), que compreende as
frações solúveis em detergente neutro, conforme preconiza o método.
Engloba uma série de compostos químicos e nutricionalmente definidos,
tais como: lipídeos, compostos nitrogenados, amido, pectina e outros
compostos solúveis em água. A segunda parte, que compreende os
carboidratos fibrosos (erroneamente chamado de parede celular),
chamada de fibra em detergente neutro (FDN) inclui a proteína insolúvel,
a hemicelulose e a lignocelulose que engloba principalmente, as frações
de lignina e celulose. Sob o aspecto nutricional, o método Van Soest
separa melhor os diversos componentes da fração fibrosa. Portanto, é
desejável a substituição da tradicional fibra bruta pela fibra em
detergente neutro (FDN) do ponto de vista nutricional.
Na realidade os métodos de Weende e de Van Soest nos fornecem
informações suficientes sobre a composição química de determinado
alimento.
C. Nutrientes digestíveis totais
D. Determinação de minerais
E. Determinação de vitaminas
F. Determinação de aminoácidos
Posteriormente, o hidrolisado pode ser analisado por cromatografia
gasosa ou separado por cromatografia em coluna, e analisado por
calorimetria, usando ninidrina como reagente. O analisador de
aminoácidos separa e analisa os aminoácidos.
G. Outras análises e testes
Teste de Eber
Reação de Kreis
Testes de peróxidos
Índice de Uréase
Teste de Gossipol
Determinação do nitrogênio não protéico
Determinação da digestibilidade in vitro
Determinação da presença de pesticidas
Determinação do conteúdo de NaCl
Determinação do teor de caroteno
Determinação do teor de xantofilas
Determinação de micotoxinas
Determinação do pH
2.2 Análises Físicas
A. Testes microscópicos
B. Determinação do valor energético
A energia bruta de um alimento pode ser avaliada através do calor
produzido durante sua combustão em uma bomba calorimétrica. A
determinação da energia bruta é bastante usada em pesquisas para
avaliar os valores de energia metabolizável do alimento.
C. Granulometria
D. Secagem
E. Torração
As farinhas de pescados não de vem conter excessos de escamas,
cartilagens, ossos e sangue. Estes materiais, apesar de conter níveis
elevados de proteínas, cálcio e fósforo, possue baixa qualidade e
aproveitamento pelos animais.
Ë comum observar a adição fraudulenta de ossos, sangue, chifres,
pêlos, cascas e conteúdo do aparelho digestivo nas farinhas de carne.
Estes resíduos possuem elevados teores de proteínas, mas de qualidade e
aproveitamento muito baixo.
G. Densidade, cor e odor
2.2. Análises Bacteriológicas
Contagem e tipificação de microrganismos
Aspergilos
Salmonelas
Coliformes
Fungos, etc.
2.3. Testes biológicos
Resumindo, podemse citar os seguintes testes biológicos:
Valor biológico de proteínas
Digestibilidade in vivo
Valor energético dos alimentos
Biodisponibilidade de nutrientes
Avaliação dos efeitos dos fatores antinutricionais presentes
em alimentos, etc.
Fracionamento de proteína e
carboidrato pelo CNCPS
1. Introdução
As determinações de proteína e energia não levam em
consideração a dinâmica da fermentação ruminal e as perdas. Para
solucionar estes problemas os sistemas modernos de adequação de dietas
para ruminantes enfatizam a necessidade da sincronização da degradação
de nitrogênio e carboidrato no rúmen, para que se obtenha a máxima
eficiência de síntese de proteína microbiana, bem como a redução das
perdas energéticas e nitrogenadas decorrentes da fermentação ruminal.
Com base neste princípio o sistema Cornell – Cornell Net Carbohydrate
and Protein System (CNCPS) criou o fracionamento dos carboidratos e
proteínas para poder predizer com maior precisão o desempenho dos
animais a partir dos ingredientes da dieta. O CNCPS, por intermédio de
modelos mecanicistas, estima a quantidade de proteína microbiana
sintetizada, o escape ruminal de nutrientes e, com isso, a proteína
metabolizável, a partir dos dados relativos às frações de carboidratos e
proteínas, bem como de suas taxas de degradação. Estas informações
podem ser utilizadas como base para predizer a EM e proteína absorvida.
2. Fracionamento dos alimentos
O CNCPS assume que os alimentos são compostos de proteína,
carboidratos, gorduras, minerais e água. A matéria seca (MS) da proteína
e dos carboidratos são novamente subdivididos pela composição química,
características físicas, degradação ruminal e características de
digestibilidade pósruminal. As frações de proteína, carboidrato, mineral,
gordura e água nos alimentos pode ser originada das seguintes análises
químicas laboratoriais padrão (SNIFFEN et al., 1992):
a) MS dos alimentos;
b) Fibra detergente neutro (FDN) e lignina (VAN SOEST et al.,
1991);
c) Nitrogênio total como analisado através do macro ou micro
Kjeldahl;
d) Proteína solúvel como determinado pelo procedimento
de KRISHNAMOORTHY et al. (1983);
f) Minerais (MM);
g) Gordura solúvel em extrator (EE); e
3. Fracionamento da proteína dos alimentos
Importância – As exigências em proteína metabolizável dos
ruminantes são atendidas pela proteína microbiana sintetizada no rúmen e
pela proteína dietética digestível que escapa à fermentação ruminal, o que
torna a nutrição protéica do ruminante bastante complexa. Portanto,
qualquer método para determinação da qualidade da proteína dos
alimentos deve, necessariamente, considerar a contribuição do alimento
para a síntese de proteína microbiana e para a proteína que escapa do
rúmen.
A proteína é dividida em três frações: nitrogênio não protéico
(NNP), proteína verdadeira, e nitrogênio indisponível. Isto tem sido
descrito como fração A (NNP), B (proteína verdadeira), e C (proteína
indisponível), respectivamente. A proteína verdadeira é novamente
fracionada em três subfrações (B1, B2 e B3) baseada nas suas taxas
inerentes de degradação ruminal.
A taxa de digestão da fração B1 é de 150 a 300%/h (SNIFFEN et
al., 1992).
Essas proteínas estão quimicamente ligadas à parede celular
vegetal, apresentando as funções de defesa contra patógenos, de
elasticidade, no processo de lignificação e na rigidez da parede celular
vegetal (Showalter, 1993, citado por MALAFAIA e VIEIRA, 1997).
Não é possível uma completa extração de todo nitrogênio da
parede celular da planta. A parte central do resíduo parece ser resistente,
indigestível e está associada com a lignina em forragens tenras que não
contêm tanino. O tanino quando presente, é um dos fatores
possivelmente responsável por aumentar a proteína insolúvel associada
com a parede celular da planta. Outro fator é a reação de Maillard ou
caramelização enzimática causada pelo aquecimento e secagem. Estas
frações têm baixa disponibilidade biológica e tende a ser reconsiderada na
FDA (VAN SOEST and MASON, 1991).
O nitrogênio insolúvel em detergente
ácido (NIDA) é considerado como indigestível
durante sua permanência no trato gastrintestinal.
Esta fração é denominada fração C no Sistema de
Cornell.
Para determinar o NIDA é necessário fazer a fibra
detergente ácida (FDA). A FDA é entendida como uma preparação para a
determinação da celulose, lignina, NIDA, cinza insolúvel em detergente
ácido (CIA) e sílica. Ela não é uma fração fibrosa válida para uso
nutricional ou para a predição de digestibilidade.
Mediante a diferença entre os teores de NIDN e os de NIDA, pode
se determinar a fração B3 (SNIFFEN et al., 1992).
A fração B3 é degradada lentamente no rúmen e, portanto,
apresenta elevado escape, sendo potencial fonte de aminoácidos no
intestino delgado (CABRAL, 1999). A taxa de digestão da fração B3 é de
0,1 A 1%/h (SNIFFEN et al., 1992).
A determinação do NIDN e do NIDA segue inicialmente os
mesmos protocolos para obtenção da fibra em detergente neutro (FDN)
descritos por VAN SOEST et al. (1991).
Considerações do fracionamento de proteína
A taxa de degradação dos alimentos é influenciada pela taxa
de passagem que varia devido ao tamanho da partícula, densidade,
hidratação e nível de alimentação. A fração A e B1, por apresentar
elevada degradação, sendo pouco afetada pelo aumento da taxa de
passagem. Dessa forma, podese inferir que é a principal fonte de
nitrogênio no rúmen nas primeiras horas após a ingestão de alimentos, e
sua contribuição no duodeno é muito pequena. Entretanto, as frações B2 e
B3, por apresentar taxa intermediária e lenta de digestão no rúmen,
respectivamente, tendem a escapar em maior proporção e serem mais
afetadas pelo aumento da taxa de passagem, contribuindo com a maior
parte da proteína potencialmente digestível no intestino delgado.
Os alimentos que contribuem com maior proporção de PNDR
digestível no intestino delgado (PNDRd) são aqueles com maior
percentagem das frações B2 e B3.
Segundo VALADARES FILHO (2000), nem todo fracionamento
protéico feito pelo CNCPS deveria ser adotado no Brasil, em relação à
avaliação protéica dos alimentos para ruminantes. Apenas deveriam ser
obrigatórias, além da análise de PB, pelo menos a determinação da fração
dos compostos nitrogenados não protéicos, da fração insolúvel em
detergente ácido (NIDA) e insolúvel em detergente neutro (NIDN), isto é
as frações A, C e por diferença (NIDN – NIDA) a fração B3,
respectivamente. Porém, dependendo da finalidade da pesquisa, o
fracionamento conforme descrito pelo CNCPS, se torna necessário,
Translate
principalmente, quando se pretende calcular o escape ruminal de proteína
oriundo de cada uma dessas frações.
Tabela 01 – Percentagem de proteína bruta (PB), proteína nãodegradada no rúmen e
digestível no intestino delgado (PNDRd) e das frações nitrogenadas
Alimentos PB PNDRd
(%MS) (%PB)
K=3%/h K=6%/h C B3
C. Tifton85 (30cm) 14.67 47.45 54.04 8.26 40.82
Fonte: CABRAL, 1999.
4. Fracionamento de carboidrato dos alimentos
Importância – Se baseia na classificação das bactérias ruminais
Translate
quanto à utilização dos carboidratos que constituem a parede celular
vegetal e daqueles que se localizam no conteúdo celular com função não
estrutural. A caracterização das frações que constituem os carboidratos
dos alimentos obtidos nas condições tropicais e a determinação das taxas
de degradação de cada fração serão instrumentos valiosos para
formulação de rações que visem à maximização do crescimento
microbiano ruminal e, consequentemente, a melhor predição do
desempenho dos animais.
Determinação do conteúdo de carboidratos totais
Os carboidratos são a principal reserva da energia fotossintética
nas plantas, constituindo 50 a 80% da matéria seca das plantas
forrageiras e dos cereais. Para os ruminantes, representam a principal
fonte de energia para manutenção de suas funções fisiológicas, que,
devido à fermentação microbiana, a qual altera a natureza dos
componentes da dieta, tornamse disponíveis principalmente na forma de
ácidos graxos voláteis (CABRAL, 1999).
Depois de determinado a PB, EE e MM contido no alimento,
expressandoos como percentagem da MS, o conteúdo de carboidrato total
(CHO) no alimento pode ser estimado, calculando por diferença (100 – PB
– EE – MM) (SNIFFEN et al., 1992).
4.1 – Determinação química das frações de carboidratos
dos alimentos
Os carboidratos podem ser classificados como carboidratos
fibrosos (CF) e não fibrosos (CNF), de acordo com o seu comportamento
no trato gastrintestinal (TGI). Os primeiros compreendem basicamente a
celulose e hemicelulose, que, juntamente com a lignina, desempenham
funções de sustentação e proteção e são lenta e parcialmente disponíveis,
além de ocuparem espaço no TGI. Já os CNF, representados pelos
açúcares solúveis em água (mono e dissacarídeos), amido e pectina, são
rápida e completamente digeríveis no TGI. Entretanto, o CNCPS classifica
os carboidratos de acordo com a taxa de degradação (fração A é rápida e
é açúcar solúvel; fração B1 é intermediária e é amido + pectina; fração
B2 é lenta e é a parede celular disponível; e a fração C é a parede celular
indisponível). Estas frações são calculadas de alimentos contendo
carboidratos não fibroso (CNF), carboidrato fibroso (CF) e fração
indigestível (C).
Devido à variação na contaminação de solo nas forragens e
alimentos, o conteúdo de cinzas deve ser informado ou excluído da FDN.
A solução de detergente neutro dissolve pectina e sílica biogênica, mas
não os minerais do solo silicatados (VAN SOEST et al., 1991).
O conteúdo de lignina nas forragens varia de 5 a 25% da parede
celular da planta; as leguminosas têm um maior conteúdo do que as
gramíneas. Porém as leguminosas são tipicamente mais digestíveis do
que as gramíneas pelo fato de conterem menos FDN, mesmo que elas
contenham mais lignina e que a digestibilidade de sua fibra seja menor
que as das gramíneas (MERTENS, 1992). Translate
Com o aumento da maturidade, principalmente das
gramíneas tropicais, implica no aumento da síntese de constituintes da
parede celular, bem como do seu espessamento e da deposição de lignina,
o que tende a aumentar a fração indigerível, reduzindo, dessa forma, a
fração potencialmente digerível (WILSON, 1994).
Determinação da fração C – A estimativa da fração C a partir
da fórmula proposta por SNIFFEN et al. (1992), a qual se baseia na
concentração de lignina dos alimentos (lignina x 2,4) tende a subestimar a
respectiva fração em volumosos tropicais, quando comparada aos valores
encontrados a partir da determinação do resíduo indigerível após 144
horas de digestão, contudo isso somente será correto se esse resíduo for
corrigido para proteína e cinzas. Nessas gramíneas, outros fatores além
da concentração de lignina têm sido correlacionados negativamente à sua
digestibilidade.
A incubação ruminal por sete dias resultou em valores menores
para o resíduo da FDN. Dessa forma, para se ter idéia da real extensão
da degradação ruminal da FDN, as forrageiras obtidas em condições
tropicais deverão ser incubadas por períodos superiores a 96 horas
(MALAFAIA, 1997).
Temse recomendado atualmente que a fração seja determinada
através do material remanescente após 144 horas de digestão in situ ou in
vitro.
O aumento da fração C e a redução dos CNF podem implicar em
redução da disponibilidade de energia para os microorganismos que
fermentam carboidratos fibrosos e nãofibrosos o que poderia influir na
eficiência de síntese de proteína microbiana e, ainda, conduzir a perdas
de nitrogênio no rúmen, se porventura forem utilizados suplementos
protéicos de média ou rápida degradação (CABRAL, 1999).
Considerações do fracionamento de carboidrato
As diferenças nas frações de carboidratos (B2 e CNF) entre os
alimentos, bem como a sua alteração com o avanço da maturidade das
plantas, podem afetar a disponibilidade de energia no rúmen para
crescimento microbiano, o que, por sua vez, influencia o fluxo de proteína
microbiana para o intestino delgado (CABRAL, 1999).
Os alimentos com elevada fração de CNF são boas fontes de
energia para crescimento dos microorganismos que utilizam carboidratos
não fibrosos. Dessa forma, seria benéfica a inclusão de fontes protéicas
de rápida e média degradação no rúmen, quando estes alimentos
compõem a base da dieta, objetivando a sincronização entre a liberação
de energia e nitrogênio, uma vez que a liberação de energia de maneira
mais rápida que a sua utilização para crescimento microbiano pode levar
ao processo de dissipação de energia por parte dos microorganismos,
conhecido como Energy Spilling.
Quando expressos em percentagem dos carboidratos totais, os
valores dos carboidratos nãofibrosos (CNF), obtidos pela diferença MO –
(PB+ EE + FDNcp), revelaramse como adequados para aferir a obtenção
da fração A + B1 por meio das análises seqüenciais da FDN, utilizandose
Translate
a fórmula 100 – (C + B2). Notouse que, em ambos os casos, os valores
foram semelhantes. Esta proposta de caracterização das frações A e B1 se
fundamenta no aspecto da praticidade para cálculo de rações para
ruminantes e no aspecto analítico, uma vez que as metodologias de
determinação do amido não resultam em valores verossímeis e não
apresentam boa repetibilidade em função da natureza heterogênea dos
tecidos vegetais (MALAFAIA, 1997). A fração B2 constitui basicamente de
parede celular digestível (FDN) (MALAFAIA, 1997).
As taxas de degradação das frações A, B1 e B2 variam entre 200
300,2040 e 510%/h, respectivamente (SNIFFEN et al., 1992).
Tabela 02 – Frações de carboidratos nos volumosos e nos
concentrados
Alimentos Frações de carboidratos(%CHT)
C B2 A+B1
Tifton85 20.17 74.38 5.45
Fonte: MALAFAIA, 1997.
Ċ Aula Bruna
Metodos de
215 vers 8 de jun de 2016
5k ão
José
05:49
Augusto
análise de 1 Azevêdo
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Ċ Aula de Métodos
de Análises dos
126 vers 18 de jun de 2012
5k ão
José14:11
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Alimentos_Lins.p 1 Azevêdo
df
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esdosalimentos.p
336 vers 9 de ago de 2011
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NTOS_RUMINANT
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