Di Mambro Glossa 130520
Di Mambro Glossa 130520
Di Mambro Glossa 130520
MANUAL DE REDAÇÃO
2ª edição
Revista e ampliada
Belo Horizonte
2011
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS
Presidente
Desembargador Kildare Gonçalves Carvalho
Juízes
Juíza Mariza de Melo Porto
Juiz Maurício Torres Soares
Juiz Ricardo Machado Rabelo
Juiz Benjamin Alves Rabello Filho
Juíza Luciana Diniz Nepomuceno
Diretoria-Geral da Secretaria
Elizabeth Rezende Barra - Diretora
Secretaria Judiciária
Eliana Galuppo Lima - Secretária
Coordenadoria de Organização de Sessões
Antônio Vieira dos Reis Carellos - Coordenador
Equipe Técnica
Organização
Cássia Aparecida de Souza França
Elaboração
Seção de Revisão e Publicação de Acórdãos
Cássia Aparecida de Souza França - Chefe de Seção
Doraci Dalva de Souza
Durval Augusto de Souza Júnior
Elisabethe Rosilda Oliveira de Melo Silva
Fernanda da Silva Catão
José Geraldo de Oliveira Silva Rocha
José Osvaldo Vieira Gaia
Leide Cibele Borges
Márcia Lambertucci Maia
Sandra da Conceição Betti Monteiro
Viviane Cristina Capanema Rodrigues
Revisão e ampliação
Seção de Revisão e Publicação de Acórdãos
Cássia Aparecida de Souza França - Chefe de Seção
Durval Augusto de Souza Júnior
Elisabethe Rosilda Oliveira de Melo Silva
Fernanda da Silva Catão
Janine Voumard Cordeiro Piazza
José Osvaldo Vieira Gaia
Leide Cibele Borges
Sandra da Conceição Betti Monteiro
Viviane Cristina Capanema Rodrigues
Apoio original
Assessoria de Planejamento, Estratégia e Gestão
Flávio Augusto Nannetti Caixeta - Assessor
Alcione Cunha da Silveira
Alexandre Petronilho dos Santos
Ana Márcia Passarini de Resende Ladeira
Breno Murari Magnani Machado
Leonardo Estanislau Prata
Miriana Simão Coronho
2Todos os capítulos mencionados foram mantidos nesta edição, embora tenha havido algumas
Capítulo I
COMUNICAÇÕES OFICIAIS CERIMONIOSAS E PROTOCOLARES
A (im)pessoalidade no trato das relações humanas.........................................27
A formalidade................................................................................................... 28
A expressividade e o estilo ...............................................................................29
A simplicidade...................................................................................................30
A objetividade e a finalidade específica............................................................31
A manifestação oral registrada no texto escrito................................................31
Protocolo e etiqueta..........................................................................................32
Capítulo II
ORTOGRAFIA
O recente acordo ortográfico e a repercussão na nossa ortografia .................35
Divisão silábica .................................................................................................36
Translineação ...................................................................................................36
Acentuação gráfica ...........................................................................................37
Acentuação das palavras paroxítonas........................................................37
Acentuação das palavras oxítonas .............................................................42
Acentuação das palavras proparoxítonas...................................................42
Outros casos de acentuação ......................................................................43
Hífen .................................................................................................................43
Regras que determinam o uso do hífen......................................................44
Casos em que não se usa o hífen ..............................................................46
Iniciais maiúsculas e minúsculas......................................................................49
Uso da maiúscula .......................................................................................49
Uso da minúscula .......................................................................................53
Capítulo III
PONTUAÇÃO
Vírgula ..............................................................................................................57
Dentro da oração ........................................................................................57
Entre orações..............................................................................................59
Outros empregos ........................................................................................61
Inadequação ...............................................................................................61
Ponto e Vírgula .................................................................................................62
Dois-Pontos .....................................................................................................63
Reticências .......................................................................................................64
Aspas................................................................................................................65
Parênteses........................................................................................................66
Travessão ........................................................................................................66
Barra .................................................................................................................67
Capítulo IV
INTRODUÇÃO À SINTAXE
Os problemas na construção de frases e a ordem dos termos ........................69
Capítulo V
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Regra geral .......................................................................................................71
Tipos de concordância......................................................................................71
Concordância lógica ...................................................................................71
Concordância atrativa .................................................................................71
Concordância ideológica.............................................................................71
Regras específicas ...........................................................................................72
O adjunto adnominal e a concordância com mais de um substantivo........73
O predicativo e a concordância com mais de um substantivo....................74
Concordância de adjetivos derivados de substantivos e
de adjetivos compostos ..............................................................................75
Concordância de numerais ........................................................................75
Casos particulares ............................................................................................76
Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite, leso, obrigado, junto, nenhum.......76
Menos .........................................................................................................77
Alerta...........................................................................................................77
Bastante, muito, pouco, meio, caro, barato ................................................77
O mais... possível .......................................................................................78
Tal qual .......................................................................................................78
Só................................................................................................................78
É permitido, é proibido, é bom, é preciso, é necessário, é possível, etc ....78
Capítulo VI
REGÊNCIA NOMINAL
Exemplos de regência nominal.........................................................................82
Capítulo VII
VERBO
Conceito e aplicações.......................................................................................83
Elementos estruturais .......................................................................................84
Pessoa do discurso ..........................................................................................84
Número .............................................................................................................84
Modo.................................................................................................................84
Tempo...............................................................................................................85
Formação dos tempos e modos .......................................................................85
Voz....................................................................................................................87
Forma nominal..................................................................................................88
Conjugações.....................................................................................................89
Tempo composto e locução verbal...................................................................89
Classificação.....................................................................................................90
Emprego dos modos e tempos.........................................................................91
O modo indicativo .......................................................................................92
O modo subjuntivo ......................................................................................93
Impropriedades comuns na conjugação.....................................................95
Capítulo VIII
CONCORDÂNCIA VERBAL
Regra geral .......................................................................................................99
Regras específicas .........................................................................................100
Sujeito simples................................................................................................100
Sujeito representado por substantivo coletivo ..........................................100
Sujeito representado por números percentuais ou fracionários ...............100
Sujeito representado por a maioria de ..., grande parte de... ...................101
Sujeito representado por cerca de..., mais de..., menos de..., perto de...
..................................................................................................................101
Sujeito representado por qual de nós, qual de vós, nenhum de vocês,
algum de..., qualquer de..., etc. ................................................................101
Sujeito representado por plural aparente..................................................101
Sujeito representado por pronome de tratamento ....................................102
Sujeito composto ............................................................................................102
Por infinitivos que expressam ideias opostas ...........................................102
Por infinitivos determinados por artigo......................................................102
Resumido por tudo, nada, ninguém..........................................................102
Ligado por com .........................................................................................102
Ligado por ou ............................................................................................102
Ligado por nem... nem...; tanto... quanto...; tanto... como;
não só... como também ............................................................................103
Ligado por um ou outro, um e outro, tanto um quanto outro,
nem um nem outro....................................................................................103
Com elementos equivalentes....................................................................103
Com elementos em gradação ..................................................................103
Sujeito oracional .............................................................................................103
Casos particulares ..........................................................................................104
Concordância verbal na voz passiva ..............................................................104
Concordância do verbo ser.............................................................................104
A não concordância dos verbos impessoais ..................................................104
Capítulo IX
REGÊNCIA VERBAL
Conceitos e nomenclatura ..............................................................................108
Complementos verbais oracionais..................................................................108
Complementos verbais circunstanciais (adjuntos adverbiais) ........................109
Regência e voz passiva..................................................................................109
Objeto direto preposicionado..........................................................................110
Objeto direto e indireto pleonásticos ..............................................................111
Regência de alguns verbos ............................................................................111
Acostar......................................................................................................111
Anteceder..................................................................................................112
Anuir..........................................................................................................112
Apelar........................................................................................................112
Assistir ......................................................................................................113
Atender .....................................................................................................113
Autuar .......................................................................................................113
Avocar.......................................................................................................114
Caber ........................................................................................................114
Captar .......................................................................................................114
Certificar....................................................................................................114
Coadunar ..................................................................................................115
Colacionar.................................................................................................115
Competir ...................................................................................................115
Concluir.....................................................................................................115
Conferir .....................................................................................................116
Conhecer ..................................................................................................116
Constar .....................................................................................................117
Constituir...................................................................................................117
Cooptar .....................................................................................................118
Cotejar ......................................................................................................118
Cumprir .....................................................................................................118
Decidir.......................................................................................................118
Deferir .......................................................................................................118
Deliberar ...................................................................................................118
Deparar .....................................................................................................119
Determinar ................................................................................................119
Estender....................................................................................................119
Exercer......................................................................................................120
Haver ........................................................................................................120
Informar.....................................................................................................121
Implicar .....................................................................................................121
Importar.....................................................................................................122
Imputar......................................................................................................122
Incumbir ....................................................................................................123
Interpor......................................................................................................123
Notificar.....................................................................................................123
Orientar .....................................................................................................123
Perquirir ....................................................................................................124
Preceder ...................................................................................................124
Prescrever.................................................................................................124
Presidir......................................................................................................124
Proceder ...................................................................................................124
Prover .......................................................................................................125
Reconvir....................................................................................................125
Recorrer ....................................................................................................125
Referir .......................................................................................................126
Responder ................................................................................................126
Sobressair.................................................................................................127
Tanger.......................................................................................................127
Tratar ........................................................................................................128
Verificar.....................................................................................................129
Visar..........................................................................................................129
Capítulo X
CRASE
Método prático para o uso da crase ...............................................................131
Uso obrigatório ...............................................................................................132
Uso facultativo ................................................................................................133
Uso proibido....................................................................................................133
Casos particulares ..........................................................................................134
Capítulo XI
EMPREGO DO INFINITIVO
Flexionado (infinitivo pessoal) ........................................................................137
Não flexionado (infinitivo impessoal) ..............................................................138
O infinitivo e o pronome se .............................................................................139
Capítulo XII
PRONOMES
Pronomes pessoais ........................................................................................141
Colocação de pronomes.................................................................................143
Uso da próclise .........................................................................................143
Uso da mesóclise......................................................................................144
Uso da ênclise ..........................................................................................145
Pronome oblíquo átono nas locuções verbais..........................................146
Pronomes de tratamento ................................................................................146
Pronomes demonstrativos ..............................................................................152
Pronomes relativos .........................................................................................153
Capítulo XIII
PARTICULARIDADES LÉXICAS E GRAMATICAIS
À custa de/às custas de..................................................................................157
A expensas de/às expensas de......................................................................157
À medida que/na medida em que...................................................................157
A olhos vistos..................................................................................................158
A partir de .......................................................................................................158
A princípio/em princípio ..................................................................................158
Abaixo-assinado/abaixo assinado ..................................................................158
Adequar ..........................................................................................................158
Afim/a fim de...................................................................................................159
Afinal/a final ....................................................................................................159
Ambos.............................................................................................................159
Ao encontro de/de encontro a ........................................................................159
Ao invés de/em vez de ...................................................................................159
Ao nível de/em nível de ..................................................................................160
Aresto/arresto .................................................................................................160
Através de.......................................................................................................160
Bastante..........................................................................................................160
Candidato (a/s) ...............................................................................................161
Cerca de/acerca de ........................................................................................161
Certo/tal/outro .................................................................................................161
Como sendo ...................................................................................................161
Conhecer do recurso ......................................................................................161
Consiste em....................................................................................................162
Correcional .....................................................................................................162
Cujo/cuja.........................................................................................................162
Custar .............................................................................................................162
De maneira que (a)/de modo que (a)/de forma que (a)..................................162
De o(a)/de ele(a).............................................................................................163
Demais/por demais/de mais/demais disso/ademais.......................................163
Dentre/entre....................................................................................................163
Deputado por ..................................................................................................163
Devido a..........................................................................................................164
Dia a dia..........................................................................................................164
É de/é de se....................................................................................................164
Eis que/de vez que .........................................................................................164
Em face de/face a...........................................................................................164
Embora que/enquanto que/talvez que, etc .....................................................165
Grosso modo ..................................................................................................165
Há de/há de se/há que ...................................................................................165
Há/a (tempo)...................................................................................................165
Haja vista ........................................................................................................166
Jornal ..............................................................................................................166
Mais bem/mais mal.........................................................................................166
Mandado/mandato..........................................................................................166
Mesmo (a/s)....................................................................................................167
No momento em que/na hora em que/no instante em que ............................167
No que concerne/pertinente ...........................................................................167
O referido........................................................................................................168
Oficiar .............................................................................................................168
Onde ...............................................................................................................168
Opor embargos ao acórdão/à sentença .........................................................168
Posto que........................................................................................................169
Qual seja/quais sejam ....................................................................................169
Se não/senão..................................................................................................169
Sobrestar ........................................................................................................169
Suso................................................................................................................169
Subsumir.........................................................................................................170
Tampouco/tão pouco ......................................................................................170
Tão só/tão somente ........................................................................................170
Ter/haver ........................................................................................................170
Todas as vezes que........................................................................................170
Viger ...............................................................................................................170
Vislumbrar.......................................................................................................171
Vultoso/vultuoso .............................................................................................171
Capítulo XIV
VÍCIOS DE LINGUAGEM
Inadequações de concordância e regência ....................................................173
Inadequações decorrentes da falta de paralelismo ........................................173
Inadequações de comparação .......................................................................176
Ambiguidade ou anfibologia ...........................................................................176
Cacofonia........................................................................................................178
Barbarismo .....................................................................................................178
Solecismo .......................................................................................................179
Preciosismo ou arcaísmo ...............................................................................179
Redundância ou tautologia .............................................................................180
Capítulo XV
NUMERAIS
Cardinais.........................................................................................................181
Ordinais ..........................................................................................................184
Fracionários ....................................................................................................185
Algarismos romanos .......................................................................................185
Capítulo XVI
ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
Abreviaturas....................................................................................................187
Siglas ..............................................................................................................188
Símbolos.........................................................................................................190
Algumas abreviaturas e siglas de uso geral ...................................................192
Capítulo XVII
REDAÇÃO DE TEXTO NORMATIVO
Artigo ..............................................................................................................201
Parágrafo ........................................................................................................202
Incisos.............................................................................................................203
Alíneas............................................................................................................203
Itens ................................................................................................................204
Observações finais .........................................................................................204
Capítulo XVIII
CARACTERES TIPOGRÁFICOS
Negrito ............................................................................................................205
Itálico ..............................................................................................................205
Versal..............................................................................................................206
Versalete.........................................................................................................206
Capítulo XIX
FORMATAÇÃO BÁSICA DOS ATOS JUDICIAIS
Formatação para redação dos atos judiciais do TRE-MG..............................207
Modelo de acórdão .........................................................................................211
Orientações para construção do extrato da ata..............................................212
Modelo de extrato da ata ................................................................................214
Modelo proposto de voto ................................................................................215
Modelo proposto de voto divergente ou de vista ............................................216
Capítulo XX
CITAÇÃO
Recomendações gerais ..................................................................................217
Capítulo XXI
APÊNDICES E NOTAS
Apêndices .......................................................................................................221
Notas ..............................................................................................................221
Tipos de notas ................................................................................................222
Uso de expressões latinas..............................................................................227
Notas de rodapé das tabelas e dos quadros ..................................................229
Capítulo XXII
REFERÊNCIA
Regras gerais de apresentação......................................................................231
Referência a monografias (e ainda livro, folheto, manual, guia,
catálogo, enciclopédia, dicionário e outros trabalhos acadêmicos,
teses, dissertações, etc.) ................................................................................232
Referência a publicação periódica (revistas, jornais, etc.) .............................233
Referência a documentos de eventos (atas, anais, resultados, etc.) .............234
Referência a documentos jurídicos ................................................................235
Referência a imagem em movimento (filmes, DVD, etc.)...............................236
Referência iconográfica (fotografia, desenho técnico,
material estereográfico, transparência, cartaz, etc.).......................................236
Referência a documento sonoro.....................................................................237
Referência a documentos em meios eletrônicos............................................237
Referência a documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico ..............238
A autoria nas referências................................................................................239
Apresentação do título nas referências ..........................................................241
Observações complementares sobre edição, local, data, etc ........................241
Capítulo XXIII
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia ......................................................................................................245
APRESENTAÇÃO
O objetivo deste manual é servir de ferramenta para todos aqueles
que produzem algum texto no Tribunal Regional Eleitoral, quer da Secretaria,
quer das zonas eleitorais que se estendem por Minas Gerais.
Buscou-se, para atingir esse fim, compilar orientações de outros
manuais, a ressaltar o Manual de Revisão e Padronização de Publicações do
TSE, que possibilitassem ao usuário adequar a estrutura, a sintaxe, o
vocabulário e o grau de formalidade de seus textos, considerando o contexto do
Tribunal e, principalmente, as regras da nova ortografia. Também se pretende
viabilizar a padronização e uniformização de alguns atos judiciais.
É pelo estabelecimento de algumas convenções básicas que se
afirma a identidade linguística de uma instituição. A correta observação dessas
convenções possibilita aos textos produzidos e veiculados entre os seus
comunicantes características que se aglutinam na clareza. Este manual poderá
contribuir ainda para a formação da consciência sobre a indispensabilidade da
releitura de todo texto redigido. A frequente ocorrência de fragmentos obscuros,
com equívocos gramaticais de significativa gravidade, em inúmeros expedientes
provém em grande parte da não releitura, que viabilizaria a tempestiva correção.
Durante o procedimento de revisão de um texto, deve-se analisar se
ele está acessível à compreensão. Principalmente porque o domínio que o autor
adquire sobre os assuntos de sua especialidade, em virtude da experiência
profissional, pode, por vezes, levá-lo à impressão de que aquilo é de
conhecimento geral, o que nem sempre o é.
Uma qualificada revisão demanda algum tempo e, tanto quanto
possível, deve se beneficiar de um olhar levemente distanciado. A celeridade
exigida de certas comunicações implica riscos à clareza. Daí o fundamento
sobre o qual se ergue um manual dessa natureza: deixar ao alcance da mão uma
ferramenta explicitadora do perfil linguístico do meio em que se está inserido.
21
• comunicações oficiais cerimoniosas e protocolares (votos de
pesar e de congratulações, homenagens, discursos, convites,
agradecimentos, cumprimentos, etc.).
Além desses, merecem destaque os textos produzidos com finalidade
jornalística (de divulgação institucional) e acadêmico-institucionais (artigos
sobre Direito Eleitoral, etc., para periódicos).
Em decorrência da diversidade dessa produção, faz-se de extrema
importância atentar para o fato de que cada categoria e cada texto em particular
apresentam especificidades. Isso, sobretudo, ao se considerarem os elementos
da comunicação: o objeto (aquilo que se pretende dizer), o referente (fatos
relacionados), o receptor (para quem), o emissor (quem diz) e o canal (por que
meio).
Assim, enquanto as comunicações oficiais administrativas e os atos
judiciais devem guardar rigidamente os princípios da impessoalidade e
publicidade, bem como lhes é desejável o máximo de padronização e
uniformidade, às comunicações cerimoniosas e protocolares já se recomenda
apresentarem um caráter mais criativo e até mesmo alguma pessoalidade,
desde que se mantenham num nível formal e elegante, compatível com a
linguagem escrita no padrão culto e com as exigências do protocolo.
Entretanto, não pairam dúvidas de que, qualquer que seja a finalidade de
um texto oficial, alguns aspectos sempre devem ser assegurados na linguagem
utilizada: clareza, concisão, coerência, coesão e simplicidade.
A linguagem utilizada
Um órgão público, notadamente um tribunal, é um cenário que prima pela
formalidade, sujeitando-se às inúmeras regras que regem as relações e a
civilidade entre autoridades de diferentes graus de hierarquia, constituídas nos
âmbitos jurídico, militar, eclesiástico, diplomático, universitário e em todas as
esferas do Poder Público. Entre tais regras, citam-se as normas protocolares,
sobretudo as de precedência. E, evidentemente, essas regras hão de repercutir
na linguagem ali utilizada e, por tabela, nas comunicações oficiais produzidas. O
autor de um texto não poderá perder de vista o plano em que se dão as relações
dos envolvidos na comunicação, sob pena de incorrer em inadequação
linguística.
Além desse fator, é preciso considerar que, uma vez que o Direito visa
justamente disciplinar condutas, comportamentos, a linguagem jurídica se
configura prescritiva e descritiva (e, por igual razão, tende a ser mais
conservadora). Daí advém a necessidade que o texto jurídico carrega de um
vocabulário técnico e especializado. Trata-se de uma estratégia vocabular com o
22
fim de evitar o uso de palavras plurissignificativas, que tanto dificultam a
representação da linguagem.
Não obstante isso, o Direito não tem como se furtar à natureza dinâmica
da língua. Vivemos um tempo em que as relações estão sofrendo grandes
alterações. O comportamento humano caminha cada vez mais em busca da
universalidade. E isso se reflete drasticamente na busca por uma linguagem
acessível, haja vista os acordos ortográficos assinados entre diferentes países.
A proposta que se destaca é a de produção de textos que sirvam como
instrumentos qualificados para a comunicação: sem ruídos ou obstáculos. Que
se utilizem dos termos técnicos tanto quanto necessário, mas evitando os
excessos e os sobrepesos dos arcaísmos, neologismos, estrangeirismos e
latinismos exorbitantes, que configuram um ar de afetação. É claro que, usados
parcimoniosamente, tais recursos proporcionam incontestável elegância ao
texto, quando não fundamentais esclarecimentos.
O consenso que se forma em torno da questão retorna, então, àqueles
aspectos ressaltados inicialmente como fundamentais a qualquer texto, valendo
a repetição: clareza, concisão, coerência, coesão e simplicidade.
23
Manual de Redação
Capítulo I
COMUNICAÇÕES OFICIAIS CERIMONIOSAS E PROTOCOLARES
Antes de apresentar os tópicos considerados mais relevantes para a
elaboração e revisão de textos, este manual dedica um espaço para convidar o
seu usuário a algumas reflexões sobre as comunicações oficiais de natureza
cerimonial e protocolar. Designaram-se, neste contexto, como comunicações
“cerimoniosas e protocolares” os diversos textos produzidos no Tribunal com
finalidade política, aqui entendida como “habilidade no trato das relações
humanas” (cf. o Aurélio)4 . São encontrados nessa categoria votos de pesar, de
congratulações, homenagens, discursos, convites, mensagens de
agradecimentos, escusas, cumprimentos, etc.
Não se propõe, nesta abordagem, uma padronização rigorosa de tais
atos, que logicamente comportam, por sua natureza, uma maior expressividade.
Por outro lado, é importante, nesse tipo de redação, que sejam considerados
fatores essenciais para assegurar o caráter formal.
4FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da Língua
Portuguesa. 3 ed. rev. aum. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 2.128 p.
24
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
II - A FORMALIDADE
Não é porque uma determinada mensagem possui em seu teor uma
relativa carga de pessoalidade que se deve preterir o aspecto formal. Ao
contrário. A formalidade será ainda maior justamente para evidenciar em que
plano se dão as relações dos envolvidos, a que normas eles estão sujeitos.
Em decorrência disso, uma série de cuidados serão fundamentais para
garantir, num texto cerimonioso, a elegância, a delicadeza e, ao mesmo tempo, a
sobriedade que o preservará de toda carga de pedantismo e afetação. Entre
esses cuidados está a pesquisa da legislação que rege o protocolo e as
condutas no campo das relações e civilidade entre as autoridades jurídicas,
eclesiásticas, diplomáticas, militares, etc.
25
Manual de Redação
26
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
27
Manual de Redação
28
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
29
Manual de Redação
31
Manual de Redação
Capítulo II
ORTOGRAFIA
5O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em janeiro de 2009, mas a normatização anterior
será aceita oficialmente até dezembro de 2012.
6É o Volp que define a grafia dos vocábulos da Língua Portuguesa no Brasil. E, embora não
tenha aplicado as regras explícitas do Acordo em casos específicos, prevalecem as suas
definições. No entanto, a comissão de lexicografia que o elaborou já anunciou que haverá
alterações na próxima edição. Recomenda-se ao usuário deste manual estar atento.
32
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
I - DIVISÃO SILÁBICA
Destacam-se as seguintes regras de divisão silábica:
1) Separam-se os hiatos e os dígrafos rr, ss, sc e xc:
co-or-de-nar, ar-re-mes-sar, des-cer, ex-ce-to.
2) Não se separam os ditongos, os tritongos, os encontros consonantais que
iniciam palavras e os dígrafos ch, lh e nh:
au-ro-ra, pa-ra-guai, psi-có-lo-go, a-cha-do, te-lha-do, a-pa-nhar.
3) A consoante não seguida de vogal, no interior do vocábulo, conserva-se na
sílaba que a precede:
subs-cre-ver.
II - TRANSLINEAÇÃO
A translineação segue as normas gramaticais estabelecidas para a
divisão silábica, observados alguns cuidados:
1) Deve-se evitar que a sílaba constituída de vogal fique isolada no final ou no
início de linha:
úmi-do, e não ú-mido.
2) Deve-se evitar que a translineação provoque a ocorrência de palavras chulas
ou inadequadas:
apósto-lo, e não após-tolo; dispu-ta, e não dis-puta.
33
Manual de Redação
34
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
35
Manual de Redação
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
PRESENTE DO SUBJUNTIVO
averigue (leia-se averigúe, mas não leva acento)
averigues (leia-se averigúes, mas não leva acento)
averigue (leia-se averigúe, mas não leva acento)
averiguemos (leia-se averigüemos, mas não leva trema)
averigueis (leia-se averigüeis, mas não leva trema)
averiguem (leia-se averigúem, mas não leva acento)
ou
averígue (sem trema, mas com o u pronunciado)
averígues (sem trema, mas com o u pronunciado)
averígue (sem trema, mas com o u pronunciado)
averiguemos (sem trema, mas com o u pronunciado)
averigueis (sem trema, mas com o u pronunciado)
averíguem (sem trema, mas com o u pronunciado)
PRESENTE DO INDICATIVO
enxaguo (leia-se enxagúo, mas não leva acento)
enxaguas (leia-se enxagúas, mas não leva acento)
enxagua (leia-se enxagúa, mas não leva acento)
enxaguamos (aqui a sílaba tônica é gua)
enxaguais (aqui a sílaba tônica é guais)
enxaguam (leia-se enxagúam, mas não leva acento)
ou
enxáguo
enxáguas
enxágua
enxaguamos
enxaguais
enxáguam
PRESENTE DO SUBJUNTIVO
enxague (leia-se enxagúe, mas não leva acento)
enxagues (leia-se enxagúes, mas não leva acento)
enxague (leia-se enxagúe, mas não leva acento)
enxaguemos (leia-se enxagüemos, mas não leva trema)
enxagueis (leia-se enxagüeis, mas não leva trema)
enxaguem (leia-se enxagúem, mas não leva acento)
ou
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7ALMEIDA, 2005, p. 10, destaca que o Formulário Ortográfico não exemplifica paroxítono
terminado em u, entretanto prevalece a regra.
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IV - HÍFEN
O novo Acordo Ortográfico introduziu muitas mudanças também quanto
ao uso do hífen. É o caso da expressão tão somente, por exemplo, que agora se
grafa sem o hífen.
Emprega-se o hífen, segundo regras específicas, para:
1) Separar sílabas na divisão silábica e na translineação8 .
2) Ligar os pronomes oblíquos átonos enclíticos ou mesoclíticos a formas
verbais e também à palavra eis:
Precisa-se de empregados. Falar-lhe-ei amanhã. Eis-me aqui.
3) Ligar os elementos de palavras formadas por composição:
ano-luz, azul-escuro, decreto-lei, joão-ninguém, boa-fé, quebra-mar,
guarda-chuva, porto-alegrense, porta-voz.
4) Ligar prefixos e sufixos a vocábulos, na formação de novas palavras:
sem-terra, anti-horário.
Exemplos de prefixos: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto,
circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra,
macro, micro, mini,multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro,
semi, sobre, sota, soto, sub, super, supra, tele, ultra, vice, vizo, etc.
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Exceções:
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo
quando este se inicia por o:
coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante.
• Pre, pro (nessas formas átonas, não acentuadas) e re aglutinam-se, em
geral, com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia pela
mesma vogal:
preestabelecer, reedição.
Observação: Há casos em que duas grafias são aceitas:
preeleito (ou pré-eleito),
preembrião (ou pré-embrião),
preesclerose (ou pré-esclerose).
• Há casos em que as vogais (iguais ou mesmo diferentes) se fundem:
telespectador (em vez de tele-espectador), radiouvinte (em vez de
rádio-ouvinte),
eletracústico (em vez de eletroacústico), arteriosclerose (e não
arterioesclerose).
Contudo, recomenda-se que o uso dessas supressões se restrinja aos
casos já correntes e dicionarizados.
Exceções:
• Formações que contêm em geral os prefixos des e in e nas quais o
segundo elemento perdeu o h inicial:
desumano, desumidificar, inábil, inumano, etc.
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12) Nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas e áreas afins,
estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento:
abóbora-menina, couve-flor, formiga-branca, coco-da-baía,
vassoura-de-bruxa.
13) Nos compostos adjetivos gentílicos derivados de nomes geográficos que
contenham ou não elementos de ligação:
belo-horizontino, sete-lagoano, juiz-forano, mato-grossense.
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somente, abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de,
apesar de, a fim de, ao passo que, contanto que, logo que, por
conseguinte, visto que.
Exceções:
• Expressões já consagradas pelo uso como:
água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
5) Em expressões com valor de substantivo, do tipo:
deus nos acuda, salve-se quem puder, um faz de contas, um disse me
disse, um maria vai com as outras, bumba meu boi, tomara que caia, aqui
del rei.
6) Nas formas empregadas adjetivamente do tipo afro, anglo, euro, franco, indo,
luso, sino e assemelhadas em expressões do tipo:
afrodescendência, afrogenia, afrofilia, anglomania, anglofalante,
eurocêntrico, eurodeputado, francofone, francolatria, lusofonia,
sinologia.
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MAS:
O Juiz substituto... (nesse caso, trata-se do cargo de Juiz de Direito, em
substituição a outro, e não do cargo de Juiz Substituto).
O Juiz Federal substituto (o cargo é de Juiz Federal) na ocasião
concedeu a liminar.
O Juiz membro do Tribunal (o cargo é o de Juiz e ele é membro da
Corte), Senhor Fulano, dará o seu voto.
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ou
Emprega-se a maiúscula no início:
a) de (ou De) período, de verso e de citação direta
b) dos (ou Dos) nomes próprios de qualquer espécie
c) dos (ou Dos) nomes designativos de cargos
Observação 2: Deve-se usar letra minúscula no início de cada item após
dois-pontos desde que se opte pelo uso de ponto e vírgula entre eles e
ponto final após o último pontuação:
Emprega-se a maiúscula no início:
a) de período, de verso e de citação direta;
b) dos nomes próprios de qualquer espécie;
c) dos nomes designativos de cargos.
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Capítulo III
PONTUAÇÃO
O emprego dos sinais de pontuação gera inúmeras dúvidas e
controvérsias, representando significativa parcela das intervenções feitas pelo
serviço de revisão nos textos produzidos no âmbito do Tribunal.
O objetivo deste manual com relação à pontuação é ressaltar as
principais normas de aplicação dos sinais gráficos usados entre orações e partes
de oração para indicar intensidade, entoação e pausas. Serão definidos os usos
adequados da vírgula, do ponto e vírgula, dos dois-pontos, das reticências, das
aspas, dos parênteses, do travessão e da barra.
I - VÍRGULA
A vírgula é empregada para separar termos de uma oração e orações de
um período e indica uma pausa. Mas, cuidado! Que não seja concluído
apressadamente o inverso. Não necessariamente haverá vírgula onde ocorre
pausa.
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2) o vocativo:
Dirijo-me a Vossa Excelência, Senhor Presidente, a fim de
cumprimentá-lo.
3) o aposto explicativo:
O ex-Presidente do TRE-MG, Desembargador Almeida Melo,
promoveu grande reforma administrativa no Tribunal.
4) o topônimo da data:
Belo Horizonte, 28 de abril de 2009.
5) o nome da rua do número da casa:
Rua Esperança, 800.
6) conjunções coordenativas adversativas (porém, todavia, entretanto, no
entanto, contudo) e conclusivas (logo, pois, portanto) deslocadas:
Diverso, contudo, é o entendimento do Relator.
Não mais querendo me alongar, portanto, voto com o Relator.
7) adjuntos adverbiais deslocados (antes ou no meio da oração):
Na última instância, ainda temos alguma chance.
O candidato vencedor, como Prefeito eleito, agradeceu o apoio
recebido.
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II - PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula é indicado em lugar da vírgula quando se deseja
representar uma pausa maior, pois, conforme diz Napoleão Mendes de Almeida
(1996, p. 426), “Tem o ponto e vírgula mais força que a vírgula e menos que o
ponto final”.
Deve-se utilizar o ponto e vírgula principalmente para separar:
1) os elementos de uma enumeração:
Serão abordados no manual:
I - os tipos de texto produzidos;
II - a linguagem institucional;
III - os conhecimentos essenciais para um bom domínio da escrita.
2) as orações independentes com certa extensão, sobretudo se alguma delas já
apresenta vírgula na sua estrutura específica:
A noção de competência está além do mero cumprimento do dever;
situa-se no comportamento daquele que sabe ir sempre um pouco à
frente do ponto que, para os outros, configura a mesmice de seu
trabalho; que faz, de forma completa, o que lhe é solicitado; que tem
iniciativa de acrescentar algo mais; que não espera que lhe digam
minuciosamente o que fazer.
3) as orações coordenadas sindéticas adversativas e conclusivas quando a
conjunção vier deslocada:
A eleição proporcional foi trabalhosa; a majoritária, entretanto, foi muito
tranquila.
4) as orações coordenadas que envolvam oposições, paralelismos ou
comparações:
Candidato comprometido com seu eleitorado sofre com os desvios
ideológicos de seu partido; candidato meramente oportunista nem toma
conhecimento deles.
O Brasil, com sua representatividade dos países em desenvolvimento; a
China, com sua superpopulação; e os Estados Unidos, com seu poder,
são Estados que se destacaram no evento.
Há os que se esforçam; há os que se poupam; há os que se vingam.
5) entre si os “considerandos” das portarias, resoluções, etc.:
(...) CONSIDERANDO que, para a realização das eleições, serão
adquiridos inúmeros materiais;
CONSIDERANDO que despesas não previstas sacrificaram verbas que
se pretendiam residuais, (...).
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III - DOIS-PONTOS
Os dois-pontos marcam na escrita uma suspensão de voz em frase não
concluída.
São empregados:
1) antes de citação:
Cito jurisprudência do TRE-PR: “1. O mandato é do partido, e, salvo justa
causa, o parlamentar o perde se ingressar em outra legenda” (Acórdão nº
32.684, de 24/1/2008, Ibaiti - PR).
2) antes de enumeração e de exemplificação:
Estiveram presentes: o Presidente, a Diretora-Geral e os Secretários.
Algumas preliminares são repetidamente suscitadas: preliminar de
intempestividade, de ilegitimidade, de impossibilidade jurídica do pedido.
3) antes de explicação, causa ou consequência, em relação a uma ideia
anterior:
Foi logo após o início da campanha que teve uma certeza: seu partido
venceria as eleições.
4) após as palavras exemplo, nota ou observação, mesmo abreviadas:
Algumas preliminares são repetidamente suscitadas. Ex.: preliminar de
intempestividade, de ilegitimidade, de impossibilidade jurídica do pedido.
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IV - RETICÊNCIAS
As reticências representam um recurso gráfico para as situações em que
o texto aponta para uma suspensão ou interrupção do pensamento, por
hesitação ou dúvida:
Penso que este caso... Ainda não me sinto esclarecido o bastante para
julgá-lo.
As reticências também servem para realçar uma palavra ou expressão e
para sugerir o prolongamento de uma frase e costumam indicar timidez, ironia ou
malícia:
O meu nobre colega advogado deve considerar o candidato que
transporta eleitores para o local de votação boníssimo...
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V - ASPAS
Usam-se aspas:
1) Nas citações, destacando falas que são do autor citado:
Destaco trecho do argumento do Ministro em seu voto condutor: “Penso,
ademais, ser relevante frisar que a permanência da vaga eletiva
proporcional na titularidade do partido político (...) não é de ser
confundida com qualquer espécie de sanção (...)”.
2) No realce de palavra ou expressão irônica:
Este candidato chegou a uma “gloriosa sucessão de derrotas”.
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VI - PARÊNTESES
Os parênteses são sinais para intercalar ideias acessórias dentro de uma
principal, a saber:
1) Explicações, menção a fontes, comentários ou circunstâncias incidentais:
Os primeiros recorrentes (às fls. 23/24) levantaram a preliminar de
ilegitimidade passiva (contestada pelos segundos recorrentes) e, no
mérito, pediram o provimento do recurso.
2) Referência bibliográfica:
“O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a
decretação da perda de cargo eletivo em decorrência da desfiliação
partidária sem justa causa” (Res. nº 22.610/2007/TSE, art. 1º, caput).
VII - TRAVESSÃO
Usa-se o travessão nas situações seguintes:
1) Nos diálogos, indicando cada momento em que se alternam os
interlocutores:
— Senhor Presidente, pela ordem.
— Tem a palavra o Senhor Procurador.
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Manual de Redação
VIII - BARRA
O emprego da barra se dá principalmente:
1) Na forma de apresentação abreviada do nome/número/ano/órgão de atos
normativos:
Res. nº 22.610/2007/TSE.
2) No caso de siglas compostas:
SPTE/Cobli, Rio Branco/AC.
3) Em substituição à conjunção alternativa ou:
A perda do cargo/função será inevitável.
4) Na forma e/ou para expressar simultaneamente a ideia de adição e de
exclusão:
As certidões deverão ser assinadas pelo Secretário e/ou pelo
Coordenador (pelos dois ou por um deles).
5) Nas datas abreviadas:
7/1/2008, 1º/1/99.
6) Nas datas consecutivas representativas de um período em referências de
publicações:
mar./jun. 1997; jul. 1997/ago. 1998.
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Capítulo IV
INTRODUÇÃO À SINTAXE
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Capítulo V
CONCORDÂNCIA NOMINAL
I - REGRA GERAL
A concordância nominal é orientada com base numa regra a ser aplicada
na maioria dos casos e também em algumas normas especiais, que abrangem
situações peculiares, a serem abordadas mais detalhadamente em quadros
expostos adiante. Diz-se concordância nominal porque, nesse caso, refere-se a
uma relação sintática entre diferentes tipos de nomes, pressupondo-se, ainda,
uma hierarquia entre eles. Em relações dessa natureza, mais uma vez, o
fundamental é reconhecer o(s) elemento(s) nuclear(es), aquele(s) que
exerce(m) a função principal na relação e que é(são) determinado(s) pelos
demais. É com ele(s), em tese, que os outros termos, com atribuições
secundárias, deverão concordar.
De modo geral, as palavras de natureza adjetiva (adjetivo, numeral,
pronome e artigo) devem concordar em gênero e número com o substantivo, ou
termo equivalente, a que se referem. Trata-se, nesse caso, da aplicação de um
critério lógico.
II - TIPOS DE CONCORDÂNCIA
Não obstante a regra geral, há que considerar diferentes possibilidades
de concordância entre os nomes, em conformidade com os critérios adotados:
lógico, espacial ou semântico.
II.1 Concordância lógica
É a concordância gramatical direta e claramente condizente com os
registros padrões do vernáculo:
As harpias voavam majestosas no céu da Amazônia.
II.2 Concordância atrativa
É a concordância feita com o elemento determinado mais próximo:
Comprou livros e revistas francesas ou revistas e livros franceses.
II.3 Concordância ideológica
É a concordância feita com o sentido da palavra. É também chamada
silepse, que pode ser de pessoa, número ou gênero:
O povo brasileiro é admirável: são imaginativos e empreendedores
(nesse exemplo, há silepse de número).
Sua Excelência é um líder sério (nesse exemplo, há silepse de gênero).
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III.3
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IV - CASOS PARTICULARES
Alguns termos que provocam dúvidas quanto à concordância merecem
destaque. Vejamos alguns deles:
1) Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite, leso, obrigado, junto, nenhum
Com valor adjetivo, concordam em gênero e número com o termo a que se
referem:
Eles mesmos pediram desculpas.
Elas próprias vieram convidá-lo.
Seguem anexos os acórdãos que já foram assinados.
Encaminho inclusos os certificados dos cursos de Informática.
É preciso estar quite com a Justiça Eleitoral para requerer passaporte.
Vocês estão quites com a Justiça Eleitoral?
Lá, crimes de lesa-pátria são severamente punidos.
Pecados de leso-gosto não são perdoados.
Obrigado, disse ele; obrigada, disse ela.
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g) caro - advérbio:
Pesquisas científicas custam caro ao país.
h) caro - adjetivo:
Instrumentos bélicos são muito caros.
5) O mais... possível
A palavra possível, acompanhando os termos o mais, o menos, o melhor, o
pior, etc., concorda com o artigo:
Seu comportamento deve ser o mais discreto possível.
Imagine educadores o melhor possível.
Imagine educadores os melhores possíveis.
6) Tal qual
Pode funcionar como um instrumento de comparação entre nomes ou como
um instrumento de comparação entre atitudes e ações. Dependendo de
exercerem uma ou outra função, concordam ou não com o termo
determinado:
Os filhos são tais qual o pai.
Nesse caso, há uma comparação entre nomes; tais se refere ao termo os
filhos, qual se refere ao termo o pai; cada termo concorda com o nome a que
se refere.
Aqueles meninos subiam em árvores tal qual sobem macacos.
Nesse exemplo, há uma comparação entre ações; trata-se de uma locução
adverbial, portanto, ambos os termos (tal e qual) permanecem invariáveis.
7) Só
a) Como adjetivo:
Ele vive só. Os idosos vivem sós. (Sozinhos.)
b) Como advérbio:
Ele ficou só para ver o fim do filme. Eles ficaram só para ver o fim do filme.
(Somente.)
8) É permitido, é proibido, é bom, é preciso, é necessário, é possível, etc.
Tais predicados não variam se o sujeito estiver indeterminado ou se for uma
oração subordinada desenvolvida ou reduzida:
É necessário calma nessas situações.
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Manual de Redação
Capítulo VI
REGÊNCIA NOMINAL
Assim como o verbo por vezes necessita de outro termo que lhe
complete o sentido, o mesmo se dá com os nomes. Por ora não vamos nos deter
na definição do que seja regência, tendo em vista que o assunto poderá ser
melhor abordado quando da atenção dada à regência verbal10. Basta-nos
inicialmente a consideração de que o objetivo da regência é o de promover a
integração de um nome, cujo sentido seja incompleto, por meio de outro nome
(ou oração). E de que, para realizar a conexão entre ambos, será necessária
uma preposição.
A maioria dos nomes que exigem complemento - substantivos, adjetivos
e alguns advérbios formados com o sufixo mente - aceitam mais de uma
regência, ou melhor, mais de uma preposição. Deve-se atentar, então, para a
clareza e eufonia da frase:
A página eletrônica da Comissão Europeia para a Democracia através do
Direito contém informações sobre (de) inúmeras Cortes de todo o
mundo.
Também é preciso observar o uso adequado das preposições quando se
trata de complemento nominal oracional. Assim, vejamos o exemplo:
A adesão do Brasil à Comissão de Veneza representa a oportunidade de
levar ao patrimônio constitucional comum, que a comissão visa a definir e
construir, a experiência brasileira na consolidação de instituições
democráticas.
A palavra adesão exige um complemento, no caso, à Comissão (de
Veneza). A preposição regida pelo substantivo adesão é a (adesão a algo), e o
complemento é um outro substantivo (Comissão).
Já a palavra oportunidade também exige um complemento, mas, no
exemplo acima, foi-lhe dada como complemento uma oração, introduzida pela
preposição de (de levar ao patrimônio constitucional comum). Trata-se, nesse
caso, de uma oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de
infinitivo.
Por outro lado, a palavra experiência também exige um complemento (na
consolidação), que exige outro complemento (de instituições democráticas).
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Manual de Redação
Capítulo VII
VERBO
Se considerarmos sua versatilidade e dinamismo, podemos afirmar que
o verbo é a palavra que apresenta maior riqueza na língua. É somente nele que
encontramos todas as possibilidades de enunciar, com uma única palavra,
alguma coisa, situando-a no tempo, imprimindo-lhe certeza, dúvida ou ordem,
atribuindo-a a algo ou alguém singularmente ou coletivamente, indicando
passividade ou atividade e, ainda, direcionando-a a um alvo e apontando-lhe um
recebedor. É óbvio que, para essas duas últimas realizações, ele exige um
complemento, mas só ele tem o poder de fazer tal exigência e induzir às
respostas. Tudo isso é possível pelas flexões que ele suporta (tempo, pessoa,
modo e voz), num dobrar-se e desdobrar-se com múltiplas possibilidades, bem
como pela sua capacidade de regência.
Não bastasse todo esse potencial, ainda é preciso destacar que ele vai
além: chega mesmo a se travestir em nome, nas três formas nominais,
desempenhando as funções que seriam próprias do substantivo, do adjetivo e do
advérbio. Apesar disso, paradoxalmente o verbo se põe a serviço do substantivo
e, para erguê-lo à condição máxima de sujeito, estabelece com ele “dócil” e
fundamental relação de concordância, fazendo dele seu determinado.
Mas... o que é o verbo?
I - CONCEITO E APLICAÇÕES
Verbo é palavra de valor dinâmico, que indica tempo, modo, número,
pessoa e voz. Em geral, trata-se de uma palavra que exprime ação, estado ou
fenômeno:
O chofer abriu a porta do carro para a madame. (Ação.)
Maria ficou deprimida com a notícia. (Estado.)
Choveu torrencialmente em Belo Horizonte. (Fenômeno.)
Mas os verbos podem indicar também ocorrência, como por exemplo, o
verbo acontecer; podem expressar vontade, como no caso dos verbos desejar e
querer; e também podem exprimir conveniência, como ocorre com os verbos
convir e cumprir.
Entre as classes de palavras, o verbo se destaca como aquele que mais
sofre flexões em sua estrutura. As flexões, diga-se, conjugações do verbo,
são importantes para indicar a pessoa do discurso, o modo, o número, o tempo,
a voz do verbo e as formas nominais.
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
II - ELEMENTOS ESTRUTURAIS
O verbo é palavra variável, flexível. Não obstante, para assegurar sua
identidade, ele, em regra, mantém uma parte fixa e intocável em qualquer
situação. Essa parte fixa corresponde ao seu radical. A flexão do verbo se dá
fora do radical, nas suas terminações.
Às terminações verbais dá-se o nome de desinências. Pelas desinências
modo-temporais, identificamos o modo e o tempo do verbo e, pelas desinências
número-pessoais, a pessoa e o número. Há ainda as desinências
verbo-nominais, que apontam a forma nominal. Portanto, para flexionar o verbo,
deve-se substituir as desinências por aquelas que indicam o modo e o tempo a
que ele se refere e o número e a pessoa de que ele trata.
IV - NÚMERO
Quanto ao número, o verbo sofre flexão para indicar se se trata de um ser
único - eu, tu, ele, ela - ou se se refere a mais de um ser - nós, vós, eles, elas. Ou
seja, o verbo pode estar no singular ou no plural.
V - MODO
Modo na conjugação de um verbo indica as atitudes do falante em
relação ao fato que anuncia.
1) Modo indicativo - o falante aponta um fato real, certo, definido, quer o juízo
seja afirmativo, quer negativo, quer interrogativo:
Maria saiu.
Já disse que não faço.
Você não é o professor?
2) Modo subjuntivo - o falante expressa um fato indeterminado, duvidoso ou
uma possibilidade. É o modo que em regra se subordina a outro:
É possível que ele venha. (Nesse exemplo, o sentido de venha depende
do é possível.)
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Manual de Redação
VI - TEMPO
O ato que o verbo expressa pode ser praticado em diferentes épocas. A
flexão temporal situa o fenômeno verbal num determinado momento em relação
ao ato de comunicação, podendo ser no presente, pretérito e futuro.
Assim, a partir dos modos verbais e das várias possibilidades de
localização do fato no tempo, temos as seguintes modalidades:
1) No modo indicativo:
a) Presente (eu julgo)
b) Pretérito imperfeito (eu julgava)
c) Pretérito perfeito simples (eu julguei)
d) Pretérito perfeito composto (eu tenho julgado)
e) Pretérito mais-que-perfeito simples (eu julgara)
f) Pretérito mais-que-perfeito composto (eu tinha julgado)
g) Futuro do presente simples (eu julgarei)
h) Futuro do presente composto (eu terei julgado)
i) Futuro do pretérito simples (eu julgaria)
j) Futuro do pretérito composto (eu teria julgado)
2) No modo subjuntivo:
a) Presente (que eu julgue)
b) Pretérito imperfeito (se eu julgasse)
c) Pretérito perfeito composto (que eu tenha julgado)
d) Pretérito mais-que-perfeito composto (se eu tivesse julgado)
e) Futuro simples (quando eu julgar)
f) Futuro composto (quando eu tiver julgado)
3) No modo imperativo:
a) Presente (julga tu)
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
1) Primitivos
a) infinitivo impessoal - desinência a ser substituída/adaptada: r (julgar)
b) presente do indicativo nas 1ª e 2ª pessoas do singular e 2ª do plural -
desinências a serem substituídas/adaptadas: o, s, is12 (julgo, julgas,
julgais)
c) pretérito perfeito do indicativo - desinências a serem
substituídas/adaptadas: i, ste, u, mos, stes, ram (julguei, julgaste, julgou,
julgamos, julgaram)
2) Derivados13
a) Do infinitivo impessoal (julgar)
• pretérito imperfeito do indicativo (julgava)
• futuro do presente (julgarei)
• futuro do pretérito (julgaria)
• infinitivo pessoal (julgar, julgares, julgarmos)
• gerúndio (julgando)
• particípio (julgado)
b) Do presente do indicativo
b.1) na 1ª pessoa do singular (julgo) - derivam o presente do subjuntivo, o
imperativo negativo e quase todo o imperativo afirmativo:
• presente do subjuntivo
eu julgue, tu julgues, ele julgue, nós julguemos, vós julgueis, eles
julguem
• imperativo negativo
não julgues tu, não julgue ele, não julguemos nós, não julgueis
vós, não julguem eles
• imperativo afirmativo
julgue ele, julguemos nós, julguem eles
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Manual de Redação
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IX - FORMA NOMINAL
As formas nominais enunciam um fato de maneira vaga, imprecisa e
impessoal. Elas podem exercer a função de substantivos, adjetivos ou
advérbios. São elas:
1) Infinitivo
a) impessoal - não se flexiona; representa o substantivo, o nome do verbo
(forma esta utilizada nos dicionários):
vender, casar, polir.
b) pessoal - que se flexiona de acordo com o sujeito:
Para sermos amigos, é preciso confiança.
2) Gerúndio14 - forma terminada em ndo, que pode desempenhar o papel de
advérbio e, ocasionalmente, de adjetivo; tem valor durativo, isto é, apresenta
um processo verbal em curso:
Chorando, ela foi-se embora.
Água fervendo.
14Sobre o uso exagerado e inadequado do gerúndio, ver o item XIII.3, “Impropriedades comuns
na conjugação”.
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Manual de Redação
X - CONJUGAÇÕES
Na Língua Portuguesa, três são as conjugações, de acordo com a vogal
que finaliza o infinitivo impessoal (vogal temática):
1) 1ª conjugação, para os verbos terminados em ar: amar, andar, falar.
2) 2ª conjugação, para os verbos terminados em er: vender, comer, fazer.
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XII - CLASSIFICAÇÃO
Uma vez mencionadas todas as possíveis flexões dos verbos, podemos
passar para a sua classificação. Os verbos, quanto ao processo de conjugação,
podem ser regulares, irregulares, defectivos, abundantes e anômalos.
1) VERBOS REGULARES: são aqueles que seguem um modelo comum de
conjugação, em que o radical permanece invariável e as desinências se
flexionam de acordo com o paradigma:
Louvar, beber e partir.
2) VERBOS IRREGULARES: apresentam irregularidades na conjugação.
Podem apresentar irregularidades simultâneas, ou seja, irregularidades
temático-flexionais, nos radicais e nas desinências (caber). Também podem
apresentar irregularidades somente no radical ou tema - irregularidades
temáticas - (perder) ou podem ainda apresentá-las somente na desinência -
irregularidades flexionais - (dar).
3) VERBOS DEFECTIVOS: não têm uma conjugação completa, quer dizer, não
são usados em certos modos, tempos ou pessoas. Por exemplo, não têm a 1ª
pessoa do singular do presente do indicativo. Apontam-se a seguir algumas
de suas particularidades.
a) Alguns não têm as formas em que ao radical seguem as letras a ou o, o
que ocorre no presente do indicativo e do subjuntivo e no imperativo:
Abolir, colorir, demolir, exaurir, explodir, delinquir, extorquir, latir e
outros.
b) Outros só se usam nas formas arrizotônicas, em que ao radical segue a
letra i:
Falir, remir, aguerrir.
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Manual de Redação
Capítulo VIII
CONCORDÂNCIA VERBAL
As regras gramaticais tendem a sofrer flexibilização e até mesmo
redução para se harmonizarem com a língua falada. No entanto, tendo em vista
a complexidade de alguns temas como o deste capítulo, elas funcionam como os
ponteiros de uma bússola, norteando-nos no emprego adequado da língua
escrita.
Concordância é um dos tópicos da Gramática que maior liberdade
confere aos falantes do Português, conforme já se pôde verificar no capítulo
anterior. Além das normas gerais, de cunho mais lógico, têm-se regras
específicas e por vezes alternativas - todas as quais, a propósito, buscou-se
registrar com exatidão neste trabalho -, com base nos critérios de atração e
ideológico. Contudo, é importante ressaltar que tal liberdade não prescinde de
uma grande sensibilidade para a escolha das opções com as quais se possa
estruturar melhor a oração. Afinal, o registro escrito do vernáculo - assim como o
oral - precisa considerar, além da clareza, a eufonia e a elegância.
I - REGRA GERAL
O verbo deve se harmonizar em número e pessoa com o sujeito, o ser
sobre o qual se enuncia algo no predicado. Ocasionalmente, no entanto, faz-se
sua concordância com o predicativo.
No caso do sujeito simples - esteja claro ou oculto, anteposto ou
posposto -, de modo geral, o verbo concorda com ele (concordância lógica16).
Já em se tratando do sujeito composto, é preciso considerar as diferentes
disposições dos termos na oração. O verbo concorda com o sujeito em sua
totalidade (concordância lógica: mais de um sujeito - mais de um núcleo -, verbo
no plural) quando a ordem é direta, isto é, quando o sujeito vem anteposto ao
predicado:
João e Maria justificaram a ausência na última eleição.
Mas, se a ordem é invertida, pode-se fazer essa concordância com todos
os núcleos do sujeito, empregando-se o plural (concordância lógica), ou com o
núcleo mais próximo (concordância atrativa). Assim, tem-se:
Assistiremos ao julgamento eu e ela.
Ou: Assistirei ao julgamento eu e ela.
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II - REGRAS ESPECÍFICAS
II.1 - Sujeito simples
1) Representado por substantivo coletivo
a) O verbo faz concordância lógica, ficando no singular:
O povo desejava eleições diretas para Presidente.
b) Se o verbo estiver distanciado do substantivo coletivo, ou se este estiver
especificado, admite-se a concordância ideológica:
O batalhão, usando estratégias bem planejadas e armas de efeito
moral, conseguiram (conseguiu) expulsar os invasores.
Um grupo de servidores treinavam (treinava) a população nas ruas.
2) Representado por números percentuais ou fracionários
a) Quando se usa a porcentagem ou fração sem o adjunto adnominal o verbo
vai concordar com o número percentual ou com o numerador da fração:
Apenas um por cento votou no candidato.
Dez por cento votaram no candidato.
Um terço estuda em escolas particulares.
Dois terços estudam em escolas particulares.
b) Quando a porcentagem ou fração vem acompanhada do adjunto
adnominal, o verbo passa a concordar com ele, independentemente do
número percentual ou do numerador da fração (concordância atrativa):
Dois por cento da população estuda em escolas particulares.
Dois terços do conselho votou.
Apenas quatorze por cento do eleitorado aprova o programa do
candidato.
Um terço dos eleitores aprovam o programa do candidato.
OU:
O verbo passa a concordar com o número percentual ou com o numerador
(concordância lógica):
Dois por cento da população estudam em escolas particulares.
Dois terços do conselho votaram.
MAS:
c) Se houver artigo ou pronome acompanhando e determinando o núcleo
numérico, a concordância se faz com ele:
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Capítulo IX
REGÊNCIA VERBAL
Conforme visto nos Capítulos IV e VII, algumas vezes o verbo sozinho -
apesar de sua riqueza - não alcança a completude de sentido. Isso se dá quando
o termo verbal, não obstante anunciar o acontecimento que envolve um sujeito,
não é suficientemente claro para levar a uma conclusão. Ou seja, a oração não
refletirá completamente um enunciado só com a explicitação do sujeito e do
verbo, uma vez que o fato expresso recai necessariamente sobre um alvo ou se
dirige a um recebedor, também necessário. Acerca desse alvo e/ou desse
recebedor, diz-se objeto do verbo.
Podemos exemplificar:
Os servidores fizeram (?).
O Tribunal precisa (?)
Quando o objeto é fundamental, sua ausência arruína a construção da
frase, abalando-a estruturalmente. Isso porque o verbo, em caso semelhante,
depende de modo absoluto de um complemento para expressar-se por
completo. No primeiro exemplo, o verbo fazer exige um objeto alvo dessa ação:
Os servidores fizeram o quê? Qual o objeto alvo da “feitura”, da ação de fazer?
Qual o ser sobre o qual essa ação recai?
No segundo exemplo, dá-se a mesma incompletude. Porém, em vez de
um alvo “feito” (aplicando-se o verbo fazer, do exemplo anterior), o verbo
precisar exige um objeto recebedor da “precisão” (no sentido de necessidade): O
Tribunal precisa de quê? Qual é o ser que recebe a “precisão” (necessidade) do
Tribunal?
Em enunciados assim, o verbo, sendo insuficiente para concluir o
fenômeno verbal expresso na oração, usa o poder que tem para obter a
completude que lhe falta: a regência. Um verbo de sentido incompleto rege
substantivos (ou termos equivalentes), que passarão a integrá-lo. Regência é,
como sinalizado, uma relação de dependência e de subordinação entre os
termos da oração. Desta forma, uns regem outros, que lhes complementam o
sentido. No caso de um desses termos ser o verbo, diz-se regência verbal.
Além do complemento regido, o verbo poderá ainda dispor de um outro
complemento - melhor dizendo de um adjunto, que lhe indique circunstâncias.
Os adjuntos adverbiais, porém, não chegam a ser exigidos pelo verbo. Vêm, em
geral, no fim da oração, podendo, ainda, ser intercalados ou deslocados para o
início, e funcionam como meros acessórios, sem integrar o sentido do verbo,
mas sem dúvida enriquecendo-o.
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I - CONCEITOS E NOMENCLATURA
Conhecer a regência de um verbo é identificar sua exigência de
complementos verbais (objeto direto e/ou indireto) e a necessidade do
emprego de preposição para ligá-lo corretamente a eles: se a integração do
verbo pelo nome se der de maneira indireta (alcançando um recebedor, como foi
demonstrado nos parágrafos anteriores), a preposição será indispensável. Do
contrário, se o for de modo direto (assentando-se sobre um alvo), estará a
preposição dispensada. Além disso, o domínio da regência verbal implica saber
qual é a preposição regida (a, de, em, para, por, etc.).
Quando o verbo não tem sentido completo para alcançar sua realização
plena de enunciar, é chamado verbo transitivo - VT. É o que se vê na frase:
Ele previu o resultado.
Se ocorre o inverso e ele é suficientemente independente, chama-se
verbo intransitivo - VI, como é o caso da frase:
Ele viajou.
Na hipótese de a regência verbal ser exercida diretamente, recaindo
sobre o alvo, o nome regido, ou complemento, denomina-se objeto direto, e o
verbo é transitivo direto - VTD. Mas, quando ela se dá indiretamente, exigindo
um recebedor, o complemento será denominado objeto indireto, e o verbo,
transitivo indireto - VTI. Quando ocorrem as duas hipóteses, o verbo é
chamado transitivo direto e indireto - VTDI -, ou seja, bitransitivo.
É de ressaltar também que, comumente, o verbo pode requerer um
complemento predicativo18 referente ao seu objeto. Nesse caso, diz-se verbo
transobjetivo.
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c) Transitivo indireto
• Apoiar-se, encostar-se, tocar a superfície - Acostou as mãos contra a
parede.
• Ser ou estar contíguo, limitar, confinar - A praça acosta com os jardins do
palácio.
d) Transitivo direto pronominal e indireto ou circunstancial
• Apoiar-se, encostar-se, tocar a superfície - Acostou-se ao muro para
não cair.
• Apoiar-se, basear-se, depender material, moral ou intelectualmente -
Acostou-se em provas irrefutáveis. / Acostar-se a fatos verdadeiros é o
que a Ética exige.
• Ser da mesma opinião - Paulo, cidadão romano, acostou-se às ideias
crísticas.
ANTECEDER
a) Transitivo direto ou indireto
A distribuição desses cartazes antecedeu a data marcada no
calendário eleitoral para o início da propaganda.
A convenção político-partidária não antecedeu à propaganda dos
candidatos.
ANUIR
a) Transitivo indireto
Os juízes anuíram ao pedido dos servidores.
b) Intransitivo
Os juízes anuíram.
Observação: Anuir não admite o oblíquo LHE. Outros verbos que não
admitem os oblíquos: aspirar, assistir, ajudar, presidir, recorrer e verbos de
movimento (ir, comparecer, etc).
APELAR
a) Intransitivo
• Recorrer à instância superior, interpor recurso - Os representados
apelaram.
b) Transitivo indireto (apelar de/para)
Os representados apelaram da sentença do Juízo a quo para o Tribunal.
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Manual de Redação
ASSISTIR
a) Transitivo indireto
• Estar presente, comparecer - O povo assistia aos julgamentos. O povo
assistia a eles.
c) Intransitivo
• Morar, estar, permanecer - A eleitora não assistia no endereço indicado no
requerimento de transferência.
ATENDER
a) Transitivo direto
• Receber, acolher - Seguindo a tradição da Casa, o Presidente atenderá
os repórteres.
b) Transitivo indireto
• Considerar, prestar atenção e responder - Atendendo aos costumes da
Casa, o Presidente sempre recebe os repórteres. / Atenda ao que ele
diz. / Atenda ao telefone.
c) Transitivo direto ou indireto
• Satisfazer, deferir - O Tribunal atendeu às exigências da tecnologia. / O
recurso atende os pressupostos de admissibilidade recursal.
AUTUAR
a) Transitivo direto
Os servidores autuaram mais de três mil processos no ano passado.
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AVOCAR
a) Bitransitivo
• Chamar, atribuir-se - O Presidente avocou a si a decisão sobre o projeto.
b) Transitivo direto
• Despertar, evocar - Aquela campanha avocou atitudes conscientes dos
eleitores.
CABER
a) Intransitivo
• Ser admissível ou oporturno, ter cabimento - Não cabe mais nenhum
recurso.
• Vir a propósito, ter cabimento - Cabe apresentar sua proposta nessa
ocasião.
b) Transitivo indireto
• Competir, pertencer - Cabe aos jovens construir o futuro.
• Pertencer ou tocar, ser privilégio - Cabe ao Presidente votar nos
julgamentos em que houver empate.
• Pertencer como partilha ou quinhão - Não coube a Esaú a herança,
posto que fosse o primogênito.
• Ser compatível - Vestes talares, símbolo de poder e compromisso, ainda
cabem no mundo atual?
CAPTAR
a) Transitivo direto
• Provocar, apreender, obter - Sua entrevista captou a atenção dos
munícipes.
• Granjear para si, conquistar, empregando meios capciosos - Com
mesuras captou as boas graças dos professores.
• Apoderar-se de, interceptar, apanhar - Vestes escuras captam calor.
• Apreender, compreender - Captou o sentido do texto?
b) Bitransitivo
• Conseguir empréstimo, patrocínio ou investimento - O governo captou
recursos com os próprios cidadãos.
CERTIFICAR
a) Transitivo direto
• Afirmar a certeza, passar a certidão de - O servidor certificou a
desistência do candidato.
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Manual de Redação
b) Bitransitivo
• Tornar ciente - Eles o certificarão da data da audiência.
c) Transitivo direto pronominal e indireto
• Convencer-se - Ele procurou se certificar da veracidade do depoimento.
COADUNAR
a) Transitivo direto
• Juntar, incorporar, reunir - Coadunar partidos políticos é permitido.
b) Bitransitivo
• Conformar, combinar, harmonizar - Conseguiram coadunar justiça com
compaixão.
c) Transitivo direto pronominal e indireto
• Conformar, combinar, harmonizar - Não me coaduno com tal
pensamento. / Meu voto não se coaduna com o do ilustre Relator. / Tal
estilo não se coaduna comigo.
COLACIONAR
a) Transitivo direto
• Trazer ou restituir (bens ou valores) à colação - Os herdeiros foram
chamados a colacionar os bens.
• Cotejar, comparar, conferir - Colacionamos esses manuscritos
históricos para comprovar sua autenticidade.
COMPETIR
a) Transitivo indireto
• Ser da jurisdição, da alçada de; impender - A causa compete a este foro.
• Pertencer por direito, caber, tocar - Escolher os representantes compete
ao povo.
• Cumprir, caber, impender - Votar compete aos cidadãos.
• Concorrer, disputar - Mais de mil atletas competiam pelo prêmio.
CONCLUIR
a) Transitivo direto
• Provar, demonstrar - Esse depoimento não conclui nada.
• Deduzir, inferir - Pensou, mas não concluiu que errara.
• Terminar, levar a cabo - Concluiu o curso universitário com louvor.
• Ajustar, firmar definitivamente - Após longa discussão, concluíram o
acordo em Lisboa.
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
b) Bitransitivo
• Ajustar, firmar definitivamente - Judas Iscariotes concluiu com os
fariseus a negociata.
c) Transitivo indireto
• Acabar, terminar - O discurso concluiu com uma longa citação.
• Decidir-se, resolver-se - Concluíram pelo desprovimento do agravo.
d) Intransitivo
• Ser conclusivo, dar a palavra final - O laudo do perito conclui.
• Ser concludente, merecer fé - O depoimento da testemunha conclui,
sendo, por conseguinte, fundamental para provar a culpa dos corréus.
• Terminar de falar - Assim que o colega concluiu, eles se retiraram.
CONFERIR
a) Transitivo direto
• Conceder, outorgar - Aos presos políticos foi conferida anistia após as
eleições diretas.
• Colacionar - Instado a conferir os bens, não demorou.
• Chegar ao entendimento de algo, perceber, concluir - Conferiu que o
discurso era prolixo e eliminou as repetições.
• Comparar, confrontar, verificar - Conferiu todas as contas.
b) Transitivo indireto
• Estar conforme, de acordo - As notas conferem com os originais.
c) Bitransitivo
• Conceder, outorgar - Posto que conferisse aos súditos uma nova
constituição, não permaneceu no poder.
• Dar, imprimir - Para não conferir ao discurso um tom solene demais,
brinque.
• Tratar, discutir - Os sindicatos conferiram o novo plano com os
servidores.
• Comparar, confrontar, cotejar - Conferiu as cópias com os originais.
d) Intransitivo
• Estar conforme ou certo - Já verificou se as referências conferem?
CONHECER
a) Transitivo direto
• Saber, ter conhecimento - Fiscais devem conhecer profundamente a
legislação.
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Manual de Redação
c) Bitransitivo
• Ser informado, receber comunicação - Constou-lhes que seriam
intimados no dia seguinte.
CONSTITUIR
a) Transitivo indireto pronominal
• Compor (-se), formar(-se), ser a base, a parte essencial - O sufrágio
universal e secreto constitui-se em baluarte da democracia.
b) Transitivo direto ou transobjetivo
• Dar poderes a, para tratar de negócio, causa, etc. - Constituir um
advogado.
• Nomear, eleger - Constituiu-o seu assessor.
• Organizar(-se), criar(-se) - Os partidos já constituíram seus diretórios.
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
COOPTAR
a) Transitivo direto
• Agregar, associar, aliciar - Conseguiram cooptar muitos membros para a
nova seita.
• Admitir alguém, dispensando-o das formalidades usuais - O Conselho
houve por bem cooptar os pais dos alunos para o certame.
• Atrair para um objetivo - Tanto insistiu, que cooptou os estudantes.
COTEJAR
a) Transitivo direto
• Confrontar, comparar - Os depoimentos das testemunhas foram
cotejados.
b) Bitransitivo
• Confrontar, comparar - É necessário cotejar a minuta com a edição final
do ofício.
CUMPRIR
a) Transitivo direto ou indireto
• Realizar, executar, satisfazer - Ele cumpriu (com) seus deveres.
Cumpriu (com) a palavra.
b) Transitivo indireto ou intransitivo
• Convir, ser necessário - Cumpre-lhes estudar. Cumpre viver em paz.
DECIDIR
a) Transitivo direto ou indireto
• O Juiz decidiu (sobre) essas causas ontem. / Não se trata de decidir
contra isto ou aquilo. / O regimento decide da tramitação dos processos.
b) Transitivo direto pronominal e indireto
• Elas se decidiram a estudar Direito. / Decidiu-se pela simplicidade.
DEFERIR
a) Transitivo direto ou indireto
• Atender, anuir, condescender - Ela deferiu o (ao) requerimento.
b) Bitransitivo
• Conferir, conceder, outorgar - O Ministro deferiu aos servidores todas as
petições.
DELIBERAR
a) Transitivo direto ou indireto
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Manual de Redação
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
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Manual de Redação
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
b) Transitivo indireto
• Ser incompatível, não se harmonizar - Uma decisão implicava com a
outra.
c) Bitransitivo
• Envolver, comprometer - Implicaram-no na campanha antitruste de
1930.
• Ser a causa de, originar - Compartilhar o conhecimento implica vários
benefícios para toda a instituição.
d) Transitivo direto pronominal e indireto
• Envolver-se, meter-se - Implicaram-se em negócios escusos.
IMPORTAR
a) Transitivo direto ou indireto
• Atingir o valor ou preço - A multa importa (em) R$ 10.000,00 (dez mil
reais).
b) Transitivo direto, indireto ou bitransitivo
• Causar, produzir - A implantação desse sistema importará incrementos
tecnológicos. / O ato precipitado importa em prejuízos. / Propaganda
irregular importa pesadas multas aos transgressores.
c) Transitivo direto
• Trazer em si, envolver, implicar - Exercer funções públicas importa a
prática de elevados valores e princípios. / O legislador quis sancionar
condutas que importem infração à lei em diversas intensidades.
d) Intransitivo ou transitivo direto
• Interessar, convir - Vamos às questões que realmente importam.
IMPUTAR
a) Transitivo direto
• Considerar como crime ou falta - Tribunais populares imputaram os atos
de muitos revolucionários franceses.
b) Transobjetivo
• Caracterizar, qualificar - Imputaram de falsa sua declaração./ Imputaram
como brilhante sua palestra.
c) Bitransitivo
• Atribuir a responsabilidade de; assacar - O Governo Federal imputou o
déficit do orçamento aos servidores públicos.
• Atribuir, aplicar, considerar como causa - Imputaram o êxito do projeto à
dedicação dos servidores.
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
b) Bitransitivo
• Nortear, guiar - Orientem sua vida profissional por elevados princípios
morais.
PERQUIRIR
a) Transitivo direto
• Indagar, perscrutar, esquadrinhar - Ele perquiriu a necessidade das
contratações.
b) Intransitivo
• Investigar, esquadrinhar, perscrutar - Perquiriam insistentemente.
PRECEDER
a) Transitivo indireto
• Ter prioridade - Habeas corpus precede aos demais recursos.
b) Transitivo direto ou transitivo indireto
• Anteceder - A aurora é aquele momento poético que precede o (ao) dia.
PRESCREVER
a) Transitivo direto
• Ordenar, preceituar, indicar com precisão - A Diretoria-Geral
prescreverá normas para a contratação de pessoal especializado.
b) Bitransitivo
• Marcar, limitar, fixar - A lei prescreveu aos partidos a duração e a forma
dessas inserções.
c) Intransitivo
• Ficar sem efeito por ter decorrido certo prazo legal, cair em desuso,
caducar - De acordo com as leis americanas, esse crime não prescreve.
PRESIDIR
a) Transitivo direto ou indireto
O Juiz presidiu a (à) sessão com tranquilidade. / A Coordenadora
presidia (a)os servidores na implementação do projeto.
PROCEDER
a) Transitivo indireto
• Originar-se, derivar, provir - Nem sempre o êxito procede do estudo. Os
candidatos ao concurso de talentos procederam de todas as regiões de
Minas.
• Descender - Aquele cientista procede de uma longa linhagem de
matemáticos.
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
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Manual de Redação
c) Intransitivo
• Responder - Tudo ouviu em silêncio, nada respondeu.
SOBRESSAIR
a) Transitivo indireto
Sobressaía entre os/ aos demais pela extraordinária sapiência. As
normas constitucionais sobressaem às outras em todos os países.
b) Transitivo direto pronominal e transitivo indireto (essa regência,
condenada pelo padrão culto da língua, já encontra abono em Houaiss e
Aurélio19)
De início, Monet não se sobressaiu como um gênio inovador da
pintura.
TANGER
a) Transitivo indireto
• Referir-se, concernir, dizer respeito a - No que tange à preliminar de
nulidade da audiência de instrução, foi acolhida.
• Alertar ou convidar fazendo soar instrumentos - A banda, na praça,
tangia aos festejos.
b) Transitivo direto
• Tocar, atingir um ponto, objeto ou pessoa - As antenas daquele edifício
tangem as nuvens.
• Tocar um instrumento musical - Tangia liras e harpas divinamente.
• Soar, ecoar, ressoar - Os sons da batalha tangiam toda a Terra Média.
• Alertar ou convidar fazendo soar instrumentos - No acampamento, a
corneta tange os soldados.
c) Intransitivo
• Tocar um instrumento musical - Cantava e tangia divinamente.
• Soar, ecoar, ressoar - Longe tange um sino pequenino.
• Alertar ou convidar fazendo soar instrumentos - À hora do ângelus, os
sinos tangem.
d) Bitransitivo
• Por em fuga, usando de energia ou violência - Os policiais tangeram das
ruas os meliantes.
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Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
TRATAR
a) Transitivo direto ou indireto
• Versar, discorrer - O jornal tratou a (da) questão da liberdade no mundo
árabe.
b) Transitivo direto
• Lidar com, ocupar-se de, cuidar - Eles tratam muito bem os livros
antigos.
• Fazer uso de, praticar - Costuma tratar ardis para enganar os ingênuos.
• Discutir, debater - Tratavam no Senado graves questões.
• Discorrer, expor, explanar - Tratou o tema com erudição.
• Ajustar, acertar, combinar - Tratou a compra da casa.
• Comportar-se ou agir em relação a, haver-se com - As autoridades o
trataram muito bem.
• Dedicar-se a, cultivar - Queria ser químico, e passou a tratar os
elementos.
c) Transitivo indireto
• Lidar com, ocupar-se, cuidar - Essa seção trata dos documentos a
serem arquivados. / Tratou de redigir a petição imediatamente.
• Ter por assunto ou temática, estender-se, falar - Esse capítulo trata de
direitos e deveres.
• Discutir, debater, examinar um assunto conjuntamente - Servidores e
sindicalistas trataram do plano de cargos e salários.
• Conversar, conviver, lidar, travar conhecimento - A Justiça Eleitoral tem
tratado com autoridades diplomáticas de todos os continentes.
• Haver-se, portar-se - Maquiavel ensinou como o Príncipe devia tratar
com os súditos.
• Promover os meios para, esforçar-se por - À vista do banquete, tratou de
encerrar o discurso.
• Preparar-se - Agora ele trata de apresentar uma boa defesa.
• Negociar, comerciar - Sempre tratou com aquela firma.
d) Bitransitivo
• Combinar, acertar, ajustar - Tratou com o advogado a fundação do
colégio.
e) Transobjetivo
• Dar certo título, cognome ou tratamento - Tratam-no por “Duque”.
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Manual de Redação
Locução: Tratar-se de
• Estar em causa, ser o que importa ou o que se debate, versar sobre - Se
se tratasse de problemas médicos, seria dispensado. / Trata-se de
reinvindicar direitos lesados. / Trata-se de embargos infringentes contra
acórdão desta egrégia Corte.
• Estar a falar de, ser - Trata-se de um feriado nacional.
• Interessar, adiantar, ter importância - Trata-se de lutar até alcançar a
meta.
VERIFICAR
a) Transitivo direto
• Examinar a veracidade, averiguar, investigar - O Juiz verificou os
depoimentos, cotejando-os.
• Comprovar, confirmar, corroborar - Os acontecimentos desse ano
verificaram as suposições dos economistas.
b) Transitivo direto pronominal
• Realizar-se, efetuar-se, cumprir-se - Excelentes vaticínios para o país
verificaram-se nas décadas seguintes.
VISAR
a) Transitivo direto
• Dirigir o olhar, apontar - Visaram o alvo e dispararam.
• Apor o sinal de visto - É mister seja visado o diploma.
b) Transitivo direto ou indireto
• Ter por objetivo, propender, tender - A Justiça Eleitoral visa (visa a)
garantir eleições insuspeitas. / O sistema inovador implementado na
ambiência pública visava a (à) lisura dos pleitos.
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Manual de Redação
Capítulo X
CRASE
Como já visto nos capítulos anteriores, na estrutura oracional, é comum
que os termos estabeleçam entre si uma relação hierarquizada, com a regência
de um sobre o outro em busca da sua completude de sentido. Também foi
ressaltado que essa relação, muitas vezes, não se dá de forma direta,
necessitando de um mediador específico: a preposição.
A crase tem sua origem em construções textuais específicas. Trata-se de
situações em que o termo regente exige a preposição a como mediadora entre
ele e o seu complemento. Além disso, este deverá ser um pronome
representado ou iniciado pela letra a ou um substantivo definido pelo artigo a.
Haverá, portanto, nesses casos, o encontro de dois as. Contudo, na pronúncia
natural, não se distinguem dois sons; em vez disso, faz-se uma contração de
ambos. Essa contração recebe o nome de crase e precisa ser representada na
escrita por um sinal gráfico, o acento grave.
A contração da preposição a pode-se dar com:
1) o artigo definido a(s):
A petição chegou à Secretaria há vários dias.
2) o pronome demonstrativo a(s):
A argumentação do partido foi muito semelhante à da coligação.
3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
Os processos, após o trânsito em julgado, foram encaminhados àquelas
zonas eleitorais.
128
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
129
Manual de Redação
c) Em geral, os indefinidos:
Não se afeiçoara a nenhuma ideologia partidária.
d) Alguns demonstrativos:
O candidato deu enorme valor a essa vitória.
Dirigindo-me a esta instituição...
130
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
e) Alguns relativos:
Era aquele o dispositivo a cuja determinação deveríamos nos
submeter.
V - CASOS PARTICULARES
1) Crase diante de nomes de lugares (topônimos)
Há topônimos que repelem o artigo feminino, portanto não aceitam crase.
131
Manual de Redação
132
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
133
Manual de Redação
Capítulo XI
EMPREGO DO INFINITIVO
O emprego do infinitivo é das questões mais controvertidas da língua. À
exceção de uns poucos casos de consenso, o que há são tendências que, por
não serem muito consolidadas, com frequência, são deixadas de lado,
cedendo-se a efeitos de estilo como expressividade, ritmo, melodia, ênfase e
clareza. Entretanto, seguem algumas regras que serão úteis ao usuário deste
manual.
134
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
135
Manual de Redação
136
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
137
Manual de Redação
Capítulo XII
PRONOMES
Para que um texto seja considerado bem redigido e adequado aos seus
fins, certamente é necessário, entre outras preocupações, valer-se da escolha
apropriada dos pronomes, assim como da boa disposição deles na frase.
Relativamente a esse tópico, recomenda-se a leitura dos Capítulos I e
XIII, onde são mencionadas algumas particularidades.
A seguir, especificam-se as normas de uso e colocação dos pronomes
pessoais (retos, oblíquos e de tratamento), bem como de emprego dos
demonstrativos e dos relativos, adotadas por este manual.
I - PRONOMES PESSOAIS
PESSOAS DO OBLÍQUOS
NÚMERO RETOS
DISCURSO ÁTONOS TÔNICOS
1ª eu me mim, comigo
Singular 2ª tu te ti, contigo
3ª ele, ela se si, consigo, o, a, lhe
1ª nós nos conosco
Plural 2ª vós vos convosco
3ª eles, elas se si, consigo, os, as, lhes
138
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
139
Manual de Redação
II - COLOCAÇÃO DE PRONOMES
A colocação pronominal trata do adequado posicionamento dos
pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes): antes do
verbo (próclise), intercalados no verbo (mesóclise) e após o verbo (ênclise).
c) pronomes relativos:
Trabalho para empregador que me respeita.
Na sala onde se realizam as sessões, é obrigatório o uso de terno e
gravata.
A ementa à qual se refere a Presidência foi vetada.
Tudo quanto nos prometeram foi cumprido.
d) pronomes indefinidos:
Poucos se negaram ao trabalho.
Alguém se contradisse no depoimento.
e) pronomes demonstrativos:
Disso me culparam, mas nada ficou provado.
Aquilo nos dizia respeito.
As emendas, estas se revelaram inadequadas.
140
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
f) conjunções subordinativas:
Embora se quisessem bem, não viviam juntos.
Se o ameaçarem, procure a polícia.
São necessárias mais informações para que se estude o caso.
g) numeral ambos:
Ambos se conheceram na reunião.
2) Tipos de frases que exigem próclise
Há tipos de frases em que, pela própria entonação, fica melhor a próclise.
São elas:
a) frases interrogativas:
Quem se atreveria a desrespeitar a lei?
Quanto se gastará no projeto?
Que lhe disse o diretor?
b) frases exclamativas:
Quanto te arriscas com esse procedimento!
141
Manual de Redação
142
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Observação: Apesar dessa norma, tem sido cada vez mais comum
ocorrer, nesses casos, a próclise com o verbo principal:
Não posso lhe informar nada.
143
Manual de Redação
144
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ABREVIA- ENDEREÇA-
DESTINATÁRIO TRATAMENTO VOCATIVO
TURA MENTO INTERNO
Governadores de Vossa V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr.
Estado e do Distrito Excelência Senhor, Desembargador (nome)
Federal Presidente do Tribunal
Presidentes de de Justiça do Estado do
Assembleias Rio Grande do Sul
Legislativas Porto Alegre- RS
Presidentes de
Tribunais de Justiça
Vice-Governador Vossa V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr. Conselheiro
Presidentes dos Excelência Senhor, (nome)
demais Tribunais Presidente do Tribunal
Estaduais de Contas do Estado de
Minas Gerais
BELO HORIZONTE- MG
Membros do Vossa V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr.
Congresso Nacional Excelência Senhor, Deputado Federal
(Senadores e (nome)
Deputados Federais) Câmara dos Deputados
BRASÍLIA- DF
Ministros de Estado Vossa V. Exa Excelentíssimo Exmo. Sr.
Secretário-Geral da Excelência Senhor, (Nome)
Presidência da Ministro de Estado dos
República Transportes
BRASÍLIA-DF
Consultor-Geral da
República Exmo. Sr.
Gen. (Nome)
Chefe do Ministro-Chefe do
Estado-Maior das Gabinete Militar da
Forças Armadas Presidência da República
Chefe do Gabinete BRASÍLIA-DF
Militar da Presidência
da República
Secretários da
Presidência da
República
Procurador-Geral da
República
Chefes do
Estado-Maior das
Três Armas
Oficiais-Generais das
Forças armadas
Embaixadores
Secretários
Executivos de
Ministérios
Secretários Nacionais
de Ministérios
145
Manual de Redação
ABREVIA- ENDEREÇA-
DESTINATÁRIO TRATAMENTO VOCATIVO
TURA MENTO INTERNO
Membros de Vossa V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr.
Assembleias Excelência Senhor, Deputado (nome)
Legislativas e Assembleia Legislativa
Câmaras Municipais do Estado de São Paulo
(Deputados e SÃO PAULO- SP
Vereadores)
Prefeitos Municipais Vossa V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr.
Excelência Senhor, (Nome)
Secretários de Estado
e de Municípios Prefeito Municipal de
Belo Horizonte
Comandante-Geral BELO HORIZONTE- MG
da Polícia Militar e
Comandante-Geral do
Corpo de Bombeiros
Militar do Estado de
Minas Gerais
Ministros do Supremo Vossa V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr.
Tribunal Federal Excelência Senhor, Desembargador (nome)
Ministros do Superior Tribunal de Justiça do
Tribunal de Justiça Estado de Minas Gerais
BELO HORIZONTE- MG
Ministros do Tribunal
Exmo. Sr.
Superior Eleitoral
Juiz (nome)
Ministros do Tribunal Tribunal Regional
Superior do Trabalho Eleitoral do Estado de
Ministros do Tribunal Santa Catarina
de Contas da União FLORIANÓPOLIS- SC
Desembargadores
dos Tribunais de
Justiça
Juízes dos Tribunais
Regionais Eleitorais
Juízes dos Tribunais
Regionais do
Trabalho
Membros do
Ministério Público
(promotores e
procuradores)
Conselheiros dos
Tribunais de Contas
dos Estados
146
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
147
Manual de Redação
HIERARQUIA MILITAR
Exército Marinha Aeronáutica
Nível Posto ou Posto ou Posto ou
Abreviatura Abreviatura Abreviatura
Graduação Graduação Graduação
Marechal-
Mar. Marechal* Alte. Almirante* Mar. Ar.
do-Ar*
General-de- Almirante-de- Tenente-
Gen. Ex. Alte. Esq. Ten. Brig.
Oficiais- Exército Esquadra Brigadeiro
Generais General-de- Major-
Gen. Div. V. Alte. Vice-Almirante Maj. Brig.
Divisão Brigadeiro
General-de-
Gen. Bda. C. Alte. Contra-Almirante Brig. Brigadeiro
Brigada
Capitão-de-Mar-
Cel. Coronel CMG Cel. Coronel
e-Guerra
Oficiais Tenente- Capitão-de- Tenente-
Ten. Cel. CF Ten. Cel.
superiores Coronel Fragata Coronel
Capitão-de-
Maj. Major CC Maj. Major
Corveta
Oficiais
Cap. Capitão CT Capitão-Tenente Cap. Capitão
intermediários
Primeiro- Primeiro-
1º Ten. 1º Ten. Primeiro-Tenente 1º Ten.
Tenente Tenente
Oficiais Segundo- Segundo-
2º Ten. 2º Ten. Segundo-Tenente 2º Ten.
subalternos Tenente Tenente
Aspirante-a-
Asp. GM Guarda-Marinha Asp. Aspirante
Oficial
ST ou
Subtenente SO Suboficial SO Suboficial
Subten.
Primeiro- Primeiro-
1º Sgt. 1º Sgt. Primeiro-Sargento 1º Sgt.
Sargento Sargento
Segundo- Segundo-
Graduados 2º Sgt. 2º Sgt. Segundo-Sargento 2º Sgt.
Sargento Sargento
Terceiro- Terceiro-
3º Sgt. 3º Sgt. Terceiro-Sargento 3º Sgt.
Sargento Sargento
Cb. Cabo Cb. Cabo Cb. Cabo
Sd. Soldado MN Marinheiro Sd. Soldado
148
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
IV - PRONOMES DEMONSTRATIVOS
A função primeira dos pronomes demonstrativos é marcar a posição
espacial de um elemento qualquer em relação a uma das três pessoas do
discurso. Entretanto, ele pode situar um termo também no tempo ou no contexto.
1) Este (esta, estes, estas, isto)
a) Marca posição próxima da pessoa que fala (1ª pessoa):
Este ofício...
Este processo...
Este colega...
b) Refere-se ao lugar em que a pessoa está:
Esta secretaria...
Esta Seção de Revisão e Publicação de Acórdãos...
Este Tribunal Regional Eleitoral...
c) Indica um período de tempo presente, que ainda não terminou, um
mandato, uma gestão, etc.:
Este governo...
Esta administração...
d) Identifica, numa oração, o termo mais próximo:
São dois servidores do TRE, José e Antônio; este (Antônio) trabalha
na Secretaria de Administração, e aquele (José), na Secretaria
Judiciária.
e) Faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente:
Todos aceitam esta pressuposição: que a felicidade é proporcional
ao otimismo.
2) Esse (essa, esses, essas, isso)
a) Marca posição próxima da pessoa com quem se fala (2ª pessoa):
Por favor, traga-me esse livro.
b) Marca um tempo proximamente anterior ao ato da fala:
Há quinze dias começaram os combates. Nessa época ninguém
previa o que está ocorrendo hoje.
c) Faz referência àquilo que já foi dito no discurso:
Todos acham que a mecanização vai trazer ao homem mais conforto
e felicidade. Isso é transparentemente falso.
3) Aquele (aquela, aqueles, aquelas, aquilo)
a) Marca posição distante da pessoa que fala e da que ouve:
149
Manual de Redação
V - PRONOMES RELATIVOS
São pronomes relativos aqueles que recuperam um termo antecedente,
dando início a uma nova oração no período (oração subordinada adjetiva).
Funcionam, portanto, como conectivos entre orações e têm, juntamente com as
preposições e conjunções, fundamental importância como instrumentos de
coesão. São eles:
1) Que
É o relativo que mais usamos. Emprega-se tanto para antecedente pessoa
quanto coisa:
A eleição, que ele ganhou, levou-o a viajar sempre para Brasília
(antecedente: eleição).
O candidato, que o partido escolheu na convenção, tem pequena
chance de ser o eleito pelo povo (antecedente: candidato).
150
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
2) Qual
a) Emprega-se no lugar do que e se refere a um antecedente substantivo:
O candidato, o qual venceu a eleição pelo partido, resolveu se
desincompatibilizar após alguns meses de mandato.
b) É indicado o seu uso:
b.1) para evitar ambiguidade (porque varia para concordar com o
antecedente):
Encontrei o cabo eleitoral da candidata que falava muito nos
comícios (quem falava muito?).
Encontrei o cabo eleitoral da candidata a qual falava muito nos
comícios (antecedente: candidata). Ou
Encontrei o cabo eleitoral da candidata o qual falava muito nos
comícios (antecedente: cabo eleitoral).
b.2) com as preposições sem e sob e preposições não monossilábicas:
O partido optou por uma campanha agressiva, sem a qual não
teria vencido as eleições.
Gastou muito na campanha eleitoral, durante a qual houve
vários incidentes.
b.3) com valor de parte do antecedente:
Foram inúmeros os candidatos, alguns dos quais não tinham a
mínima chance de ganhar as eleições.
3) Onde
Emprega-se exclusivamente quando o antecedente é lugar:
A apreensão se deu na sede do partido, onde os candidatos faziam
propaganda eleitoral extemporânea.
151
Manual de Redação
4) Quanto
Emprega-se com os antecedentes tudo, todas, todo, com os quais concorda:
Tudo quanto foi feito na defesa do representado resultou em esforço em
vão.
5) Como
Emprega-se com antecedente sinônimo de modo:
Gosto da maneira como aquele advogado atua.
152
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
153
Manual de Redação
Capítulo XIII
PARTICULARIDADES LÉXICAS E GRAMATICAIS
A seguir, são destacadas algumas expressões cujo emprego apresenta
especificidades a serem analisadas. Mais uma vez, o suporte básico utilizado foi
o manual do TSE, entretanto se recorreu ainda a outros manuais e dicionários.
Também nesse tópico o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - Volp -,
em sua edição atualizada após o novo Acordo Ortográfico, teve alguma
repercussão21.
154
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
A olhos vistos
A olhos vistos - a toda a evidência, visivelmente, claramente refere-se a
nomes femininos e masculinos:
Esta propaganda contraria a resolução a olhos vistos.
A partir de
A partir de - a começar de, a datar de:
Esta resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.
A partir de - com base em: é preferível evitar. Usar: considerando,
baseando-se em, tomando-se por base:
A decisão foi prolatada baseando-se em jurisprudência.
A princípio/em princípio
A princípio - no começo, inicialmente:
A princípio ninguém acreditava que o candidato seria eleito.
Em princípio - antes de qualquer consideração, de maneira geral, em
tese:
Em princípio toda lei visa ao bem comum.
Abaixo-assinado/abaixo assinado
Abaixo-assinado - substantivo, refere-se a documento assinado por
várias pessoas, o qual contém reivindicação, pedido, manifestação de protesto
ou de solidariedade:
O diretor deferiu o pedido constante do abaixo-assinado.
Abaixo assinado - refere-se à pessoa que assina abaixo:
Os eleitores, abaixo assinados, solicitamos uma resposta desse
órgão público.
Adequar
Verbo já registrado como regular, e não defectivo, cf. Houaiss (2009):
adéquo, adéquas, adéqua, adequamos, adequais, adéquam.
Observação: “Modernamente, as formas rizotônicas ocorrem também com
a tonicidade na vogal - u - 'adequo, adequas, adequa', etc.” (HOUAISS,
2009.)
155
Manual de Redação
Afim/a fim de
Afim/afins - que tem afinidade, parentesco ou semelhança:
Ele se tornou inelegível por ser parente afim do Governador.
A fim de - com vistas a, para, para que:
O Juiz pediu vista do processo a fim de examiná-lo.
Afinal/a final
Afinal - por fim, finalmente, afinal de contas:
O edital do concurso demorou, mas afinal foi publicado.
A final - ao fim:
Após a oitiva de novas testemunhas, a Juíza, a final, prolatou a
sentença.
Ambos
Ambos - quando se refere aos dois de quem se fala:
Ambos compareceram ao julgamento.
156
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Aresto/arresto
Aresto - acórdão:
O aresto do recurso já foi publicado.
Arresto - medida preventiva que consiste na apreensão judicial dos bens
do devedor, a fim de garantir a futura cobrança da dívida; embargo:
O arresto dos imóveis do Prefeito foi determinado pelo Juízo de 1º
grau.
Através de
Através de - por entre, de um lado para o outro, de lado a lado, no
decurso de:
O eleitor assistiu ao comício através da janela.
Através de - por intermédio de, por meio de, mediante:
Soube a notícia através da imprensa.
Conseguiu emprego através de primo influente.
Bastante
Bastante - advérbio, é invariável, modifica o verbo ou o adjetivo, da
mesma forma que muito, mas com menos intensidade que este:
Os candidatos se esforçaram bastante para terem a preferência dos
eleitores.
Bastante - muito, pronome indefinido adjetivo, ou suficiente, adjetivo;
concorda com o substantivo:
As evidências são bastantes para fundamentar o pedido de
arquivamento do processo.
Não foram apresentadas provas bastantes para condenar o
recorrente.
157
Manual de Redação
Candidato (a/s)
Candidato(a/s) - rege, de preferência, nome no singular:
Há excelentes candidatos a Vereador neste pleito.
Havia inúmeras candidatas a Deputado.
A Dra. Maria é candidata a Desembargador no Tribunal de Justiça.
Cerca de/acerca de
Cerca de - aproximadamente, perto de, mais ou menos:
Cerca de mil eleitores compareceram à revisão eleitoral.
Certo/tal/outro
Os pronomes (certo, tal, outro, etc.) prescindem do artigo indefinido:
Depois de certa hora, não o encontramos no Tribunal (e não uma
certa hora).
Como sendo
A expressão como sendo é desnecessária neste caso:
Julgam-na a pessoa mais indicada para o cargo (em vez de
Julgam-na como sendo a pessoa mais indicada para o cargo).
Conhecer do recurso
O verbo conhecer, no seu sentido jurídico, é transitivo indireto, cf.
Houaiss (2009): “22.1 t.i JUR tomar (o juiz) conhecimento de uma causa,
acolhendo-a por ser competente para julgá-la. 22.2 t.i JUR tomar (o juízo
superior) conhecimento de um recurso interposto”:
Não se conheceu do recurso (em vez de O recurso não foi
conhecido).
158
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Consiste em/consiste de
Esse verbo se constrói com a preposição em (e não de):
Uma coligação consiste na aliança entre partidos para alcançar o fim
de participação no governo.
Correcional
Deram por encerrados os trabalhos correcionais (em vez de
correicionais).
Cujo/cuja
A norma padrão não acolhe o emprego do pronome relativo que
precedido de preposição de como adjunto adnominal para indicar posse em
lugar de cujo:
O autor cujo livro todos conhecemos (em vez de O autor de que
todos conhecemos o livro).
Constituem impropriedades o emprego de cujo precedido ou seguido de
artigo e, consequentemente, de crase:
Citamos as obras de cujos autores nos esquecemos (em vez de
cujos os autores).
Este é o escritor a cuja obra te referiste (em vez de à cuja obra te
referiste).
Custar
Custar - ser doloroso, penoso, é transitivo indireto, usa-se apenas na 3ª
pessoa do singular, e o seu sujeito é sempre uma oração:
Custou aos peritos analisar o documento (em vez de Os peritos
custaram a analisar o documento).
Custou-lhe aceitar a derrota nas urnas (em vez de Ele custou a
aceitar a derrota nas urnas).
Custar - acarretar, causar, rege a preposição a:
A derrota nas urnas da última eleição custou a ele (ou custou-lhe)
muito sofrimento.
159
Manual de Redação
De o(a)/de ele(a)
Autores modernos sugerem a combinação da preposição com o núcleo
do sujeito, o que ainda não é unanimemente aceito pelos gramáticos:
É hora DE ELE entrar ou É hora DELE entrar.
A construção mais aceita é:
É tempo DE O povo exigir melhores candidatos (em vez de É tempo
DO povo exigir melhores candidatos).
Dentre/entre
Dentre - de + entre; do meio de:
As propagandas extemporâneas daqueles candidatos surgiram no
estádio, dentre os torcedores.
Dentre os processos para julgamento hoje, foram retirados de pauta
dois.
Entre - preposição usada para significar entre uma coisa e outra:
A idade dos eleitores variava entre 17 e 80 anos (preferível a A idade
dos eleitores variava entre 17 a 80 anos).
Deputado por
Ele é Deputado por Minas Gerais (em vez de: Ele é Deputado de Minas
Gerais).
160
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Devido a
Não se usa nessa acepção a palavra devido sem a preposição a:
O servidor se atrasou devido ao acidente de trânsito (e não devido
o).
Dia a dia
A nova reforma ortográfica consigna a forma dia a dia tanto como locução
adverbial (dia após dia, diariamente) quanto como substantivo (a atividade ou
rotina diária, o viver cotidiano):
O TRE implementa dia a dia melhores condições de trabalho para os
servidores.
O dia a dia da Justiça Eleitoral em períodos de eleições é marcado
por intensa movimentação de eleitores nos cartórios.
É de/ é de se
Quando de + infinitivo equivaler a um adjetivo, não se usa o pronome se:
É de esperar (esperável) que eles venham.
Não é de crer (crível) que isso tenha acontecido.
Essas imposições não são de tolerar (toleráveis).
Quando não é possível substituir de + infinitivo por um adjetivo, usa-se o
pronome se:
É de se perguntar por que os prazos não foram cumpridos.
Em face de/face a
Preferível em face de, uma vez que a expressão face a é pouco tolerada
entre os gramáticos:
Em face do ocorrido teve seu pedido de registro indeferido.
161
Manual de Redação
Grosso modo
Essa expressão não é empregada com preposição:
A nova reforma ortográfica exigirá, grosso modo (e não a grosso
modo), R$... das editoras para atualização de dicionários.
Há/a (tempo)
Estamos a dois meses da segunda audiência (a audiência é evento
futuro).
A audiência foi há três meses (a audiência é evento passado).
O fato ocorrera a duas semanas da eleição (a eleição é evento futuro em
relação ao fato).
O fato ocorrera há duas semanas da eleição (a eleição é evento passado
em relação ao fato).
162
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Haja vista
É legítimo o emprego de haja vista + preposição (a, de) mantendo o
verbo no singular:
O servidor está bastante qualificado, haja vista aos inúmeros cursos
que tem feito;
ou haja vista dos inúmeros cursos que tem feito.
Também é próprio o emprego de haja vista sem preposição seguinte e
com o verbo invariável:
Haja vista as novas razões do recorrente.
Jornal
A publicação no jornal “A semana”...
A publicação no “Jornal do Brasil”...
Mandado/mandato
Mandado (ordem ou determinação imperativa):
A Juíza não expediu nenhum mandado de prisão nestas eleições.
Mandato (autorização dada a outrem, delegação, poderes políticos
outorgados pelo povo a um cidadão):
No exercício de seu mandato, o Deputado cumpriu todas as
promessas de campanha.
163
Manual de Redação
Mesmo(a/s)
Empregado como pronome demonstrativo (idêntico, próprio, em
pessoa):
O candidato tinha a mesma postura de sempre.
O partido mesmo fez a denúncia.
Empregado como substantivo (exclusivamente se significar a mesma
coisa):
O parecer aponta o mesmo.
Empregado como advérbio (realmente, até, ainda, justamente):
O processo eleitoral foi mesmo um sucesso.
Mesmo o advogado admitiu o erro.
No que concerne/pertinente
No que concerne (quanto a, no que toca a, a respeito de, no que se refere
a):
No que concerne à preliminar suscitada nos autos, estou de acordo
com o Relator (em vez de No que pertine à...)
Pertinente (oportuno, procedente, respeitante, importante):
Sendo pertinente a argumentação do Relator, estou de acordo com
Sua Excelência.
164
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
O referido
Constitui impropriedade omitir o artigo definido antes das palavras dito,
referido, mencionado:
O referido recurso foi interposto dentro do prazo (e não referido
recurso...).
Oficiar
Verbo transitivo indireto, cf. Hoauiss: “3. t i JUR dirigir um ofício
(comunicação)”:
Determinamos que se oficiasse ao partido, a fim de que fossem
cumpridas as diligências apontadas (em vez de: Determinamos que
fosse oficiado o partido, a fim de que fossem cumpridas as
diligências apontadas).
Onde
Trata-se de advérbio comumente usado de modo equivocado, uma vez
que se aplica exclusivamente a situações textuais que se refiram a lugar:
O tumulto se deu na zona eleitoral onde voto (onde= lugar em que).
Usar:
A questão preliminar recai sobre a resolução em que se pretende ter havido
violação de competência.
Em vez de:
A questão preliminar recai sobre a resolução onde se pretende ter havido
violação de competência (resolução não é lugar).
165
Manual de Redação
Posto que
Expressão elegante que significa embora, ainda que, se bem:
O candidato perdeu a eleição, posto que tivesse obtido expressiva
votação.
Se não/senão
Se não - caso não, exprime alternativa ou incerteza:
Comprarei dois ventiladores, se não três.
Senão - do contrário:
Fique calado, senão será repreendido.
Senão - a não ser:
Ele nada fazia senão chorar.
Sobrestar
Esse verbo é derivado de estar e por ele se conjuga.
Suso
Advérbio de uso antigo que significa antes:
O artigo suso mencionado já havia sido aplicado na argumentação
anterior.
166
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Subsumir
Subsumir, segundo Aurélio, é verbo transitivo direto: “Filos. 1.Conceber
(um indivíduo) como compreendido numa espécie. 2.Conceber (uma espécie)
como compreendida em um gênero. 3.Considerar (um fato) como aplicação de
uma lei”. Conjuga-se como o verbo sumir (eu subsumo, tu subsomes, ele
subsome, nós subsumimos, vós subsumis, eles subsomem).
Tampouco/tão pouco
Tampouco não tem equivalência com tão pouco, mas significa também
não:
A maioria dos candidatos a Prefeito não conseguem cumprir as
promessas de campanha, e os candidatos a Governador, tampouco.
Ter/haver
Deve-se evitar o emprego de ter significando haver:
Naquele município há vereadores demais (e não tem).
Viger
Verbo defectivo. Significa vigorar, estar em vigência.
Esta resolução continua vigendo (e não vigindo).
A medida provisória vigeu ano passado, mas não vige mais.
Observação: Conjuga-se apenas nas formas em que ao g se segue e.
167
Manual de Redação
Vislumbrar
Significa ver parcialmente, fracamente, indistintamente. Daí por que
constitui impropriedade vocabular o emprego desse verbo com o sentido de
verificar, observar, ver, comprovar: Não cabe, portanto: Às fls. 23/27,
vislumbram-se documentos juntados.
Vultoso/vultuoso
Vultoso (que faz vulto, volumoso, importante, muito grande):
O candidato gastou vultosa soma em sua campanha.
Vultuosa (aspecto da face congestionada):
Após o acidente, ficou com a face vultuosa.
168
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
169
Manual de Redação
Capítulo XIV
VÍCIOS DE LINGUAGEM
Para o gramático e filólogo Napoleão Mendes de Almeida, vícios de
linguagem são “palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam
a manifestação do pensamento”. Também é possível considerar que se trata de
desvios das normas gramaticais que levam à produção de estruturas textuais
circulares (sem linearidade, não organizadas com delimitação de início, meio e
fim), com pouca chance de atingir eficazmente o objetivo de comunicar e em
desconformidade com o que estabelece o padrão culto.
As impropriedades mais comumente encontradas na construção de
frases são referentes a ambiguidade, falsos paralelismos, inadequações de
comparação, de concordância e de regência, o que prejudica o texto
especialmente quanto à clareza.
171
Manual de Redação
172
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
IV - AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA
É o vício de construção da frase que faz com que ela apresente dois
sentidos diversos. Trata-se de uma construção ruim da frase, que pode gerar
equívocos na sua compreensão. Decorre comumente das dificuldades de
identificação dos termos relacionados ao sujeito e ao objeto da oração e dos
termos a que se refere um pronome pessoal, possessivo ou relativo.
A seguir, são apresentadas construções que exemplificam ambiguidade.
173
Manual de Redação
174
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
V - CACOFONIA
É o som desagradável (de torpeza, de imundície ou de simples
desagrado) formado por qualquer sequência silábica entre vocábulos. Citam-se
comumente como exemplos: ela tinha, uma mala, boca dela, nosso hino, por
cada.
Embora, por vezes, constitua exagero e infundado escrúpulo afirmar a
existência de torpeza e imundície no som derivado de certas sequências,
recomenda-se que, na medida do possível e do razoável, evite-se o emprego de
expressões ou palavras que confiram a possibilidade de extração de duplo
sentido a partir do texto. Diante disso, apontam-se como impróprias as
construções que se seguem.
1) Impróprio:
Segura-o com uma mão;
Na ata falta...
A tensão na votação...
2) Apropriado:
Segura-o com uma das mãos;
Na ata omitiu-se...
A tensão no momento em que se votava...
VI - BARBARISMO
Qualquer desvio que se comete contra a palavra. É o mau emprego de
palavras por: inadequações de sentido, flexão, acentuação ou pronúncia ou,
ainda, por estranheza ou desnecessidade.
175
Manual de Redação
VII - SOLECISMO
Qualquer desvio que se comete contra as regras da sintaxe:
inadequações de concordância, de regência ou de colocação (ver capítulos
próprios).
176
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
IX - REDUNDÂNCIA OU TAUTOLOGIA
Trata-se do emprego de palavras ou expressões diferentes para a
mesma ideia. A tautologia é, na retórica, expressão que repete o mesmo
conceito já emitido ou a mesma ideia citada sem aclarar ou aprofundar sua
compreensão.
O emprego é legítimo para efeito de ênfase. Entretanto, quando a
repetição é desnecessária, torna o texto enfadonho e pobre.
Alguns exemplos mais comuns: despesas com gastos, detalhes
minuciosos, completamente vazio, erário público, pequenos detalhes, a razão é
por que, certeza absoluta, juntamente com, a última versão definitiva, elo de
ligação, acabamento final, planejar antecipadamente, propriedade
característica, há anos atrás, fato real, multidão de pessoas, retornar de novo,
escolha opcional, continua a permanecer, possivelmente poderá ocorrer, etc.
1) Impróprio:
Todos os Juízes foram unânimes em apoiar o pedido da administração.
2) Apropriado:
Os Juízes foram unânimes em apoiar o pedido da administração.
177
Manual de Redação
Capítulo XV
NUMERAIS
Numeral é a palavra usada para designar a quantidade exata de seres ou
a posição que um ser ocupa em uma determinada série. Relaciona-se, portanto,
à ideia de número.
No que se refere à apresentação e ao emprego de numerais, como
ocorre com outras classes de palavras, é desejável uma certa uniformidade e
padronização, tendo em vista a necessidade de manter a fluidez do texto e a
organização das ideias. Desta forma, justifica-se a definição das regras e
convenções próprias ao seu uso, abaixo delineadas.
I - CARDINAIS
1) Escrevem-se por extenso:
a) até nove:
Seis juízes.
Nove eleitores.
b) no início de frases, em títulos e subtítulos:
Trinta e dois processos foram julgados ontem.
c) quando fazem parte de títulos de obras literárias e de expressões:
“As Mil e Uma Noites.”
É homem de mil e um afazeres.
d) quando substantivados:
Ele gosta de jogar vinte e um.
2) Escrevem-se com algarismos:
a) a partir de 10:
A coletânea tem 10 volumes.
A revista tem 45 páginas.
Este processo tem 12 volumes.
b) em medidas22:
190km
1.500m
Exceção: a palavra litro: 63 litros.
178
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
c) em indicação de idade:
Crianças de 0 a 8 anos.
d) em datas:
1º/3/78; 15/12/96; 4/5/2008.
A reunião realizou-se no dia 10 de setembro de 1997.
e) em porcentagens:
57%.
f) em representação de tempo (hora, minutos, segundos):
4h45min; 4 horas; 23 horas.
g) em documentos numerados:
Recurso Eleitoral nº 8/2009.
h) em tabelas e gráficos;
i) em numerais inteiros seguidos das palavras mil, milhão, bilhão, etc. e seus
plurais:
5 mil casas; 3 milhões de habitantes; 1 bilhão de pessoas.
179
Manual de Redação
180
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
II - ORDINAIS
1) Escrevem-se por extenso:
a) do primeiro ao nono:
Foi eleito para o segundo mandato.
É a oitava obra concluída.
Fulano, segundo recorrente, apresentou as alegações finais.
2) Escrevem-se com algarismos:
b) a partir do 10º:
O 10º voto decidiu a questão.
c) do 1º ao 9º, na seriação de artigos e parágrafos:
Art. 9º; § 6º; art. 1º, § 9º.
Observação: A partir de 10, usam-se cardinais:
Art. 10, § 14. Art. 10, § 10.
d) na numeração de andares de prédios, unidades militares, zonas eleitorais,
varas de Justiça, cartórios, competições, séries escolares, grau de
escolaridade:
8º andar; 136ª Zona Eleitoral; 4ª Vara de Família; 2º Cartório de
Protestos; Cartório do 1º Ofício de Notas; 12º Campeonato Brasileiro
de Futebol de Areia; 5ª série do Ensino Fundamental.
e) na indicação de colocação estatística:
Minas Gerais é o 1º produtor nacional de leite.
f) junto a nomes de cargos, à exceção de “Primeiro-Ministro”:
1º-Vice-Presidente da Assembleia Legislativa; 2º-Secretário.
181
Manual de Redação
III - FRACIONÁRIOS
Grafam-se sempre com algarismos, devendo-se evitar seu uso no início
de frases:
O dia-multa foi arbitrado em 1/30 do salário mínimo.
IV - ALGARISMOS ROMANOS
São usados na designação de capítulos, incisos, séculos, nomes
dinásticos, simpósios, congressos, anexos, etc:
século XXI, Papa João XXIII, Anexo IV, inciso VII.
182
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
183
Manual de Redação
Capítulo XVI
ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
I - ABREVIATURAS
Abreviatura é a representação reduzida de uma palavra ou expressão.
Ex.: av. (avenida), ed. (edição), adv. (advogado).
Trata-se de assunto que não é abordado de maneira absolutamente
uniforme nos diversos manuais existentes. Ainda assim, uma maior rigidez na
escolha dos parâmetros utilizados é fundamental não só para preservar a
identidade linguística da instituição em cada texto produzido, senão também
para possibilitar maior alcance de universalidade nas comunicações internas e
externas.
184
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
II - SIGLAS
Sigla é a abreviatura formada com as letras iniciais das palavras de um
nome ou título:
PT (Partido dos Trabalhadores);
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);
FAB (Força Aérea Brasileira).
185
Manual de Redação
Observação: Essa regra não se aplica a sigla terminada com a letra s, caso
em que o plural é definido pelo artigo:
Os DVS (Destaques para Votação em Separado).
186
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
b) formadas por quatro ou mais letras e com leitura letra a letra - são grafadas
com maiúsculas:
PMDB, INPC, INSS.
c) formadas por quatro ou mais letras, mas que compõem palavras
pronunciáveis - são grafadas como nome próprio (apenas a primeira letra é
maiúscula):
Unesco, Petrobras.
d) em que há leitura mista (parte é pronunciada por letra e parte por palavra) -
são grafadas com todas as letras maiúsculas:
DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes);
DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de
Via Terrestre).
III - SÍMBOLOS
O símbolo é um sinal convencional - quase sempre fixado em
convenções internacionais - e invariável utilizado para universalizar e disciplinar
a escrita e a leitura das unidades de medida (de comprimento, massa, tempo,
corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de matéria,
intensidade luminosa, ângulo, força, energia, calor, potência, etc.). É também
empregado na indicação de elementos químicos e de pontos cardeais.
As unidades de medidas legais no País são aquelas do Sistema
Internacional de Unidades - SI -, adotado pela Conferência Geral de Pesos e
Medidas. A adesão do Brasil a tal sistema foi formalizada através do Decreto
Legislativo n º 57, de 27/6/1953, e ratificada pela Resolução nº 12, de
12/10/1988, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial - Conmetro -, a fim de assegurar, em todo o território nacional, a
187
Manual de Redação
188
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
B
BA - Bahia
Bel. - Bacharel
Béis. - Bacharéis
Belª. - Bacharela
btl. - batalhão
C
ca - centiare
C. Alte. - Contra-Almirante
Cap. - Capitão, Capital
Cap.-Ten. - Capitão-Tenente
Card. - Cardeal
Cel. - Coronel
Cel. PM - Coronel PM
CEP - Código de Endereçamento Postal
cf. - confira ou confronte
cl - centilitro
189
Manual de Redação
cm - centímetro
Com. - Comandante
Cons. - Conselheiro
CPF - Cadastro de Pessoas Físicas
c.v. - cavalo-vapor
cx - caixa
c/c - combinado com
D
D. - Dom, Dona
da - decalitro
D.C. (d.C.) - depois de Cristo
DD. - Digníssimo
DDDD. - Digníssimos
Dep. - Departamento
Des. - Desembargador
DF - Distrito Federal
dm - decímetro
DOU - Diário Oficial da União
DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
Dr. - Doutor
Dra. - Doutora
Drs. - Doutores
dz. - dúzia
E
ed. - edição, edifício
Ema. - Eminência
EMBRATEL - Empresa Brasileira de Telecomunicações
E.M. - Estado-Maior (deve-se usar por extenso)
Emmo. - Eminentíssimo
Eng. - Engenharia
eng. - Engenheiro
ES - Espírito Santo
etc. - et coetera
EUA - Estados Unidos da América
Exmo. - Excelentíssimo
F
FAB - Força Aérea Brasileira
Fac. - Faculdade
190
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
fev. - fevereiro
fl. - folha
FIFA - Fedération Internacionale de Football Association
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
fig. - figurado, figuradamente
fls. - folhas
FOB - free on board (posto a bordo)
Fr. - Frei
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
G
g - grama
Gen - General
GMT - Greenwich Mean Time (Tempo Médio de Greenwich)
Gov. - Governo
H
h - hora
ha - hectare
hab. - habitante
I
ib. - ibidem ( no mesmo lugar)
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
id. - idem (o mesmo)
Ilma. - Ilustríssima
Ilmo. - Ilustríssimo
Inf. - Infantaria
Inst. - Instituto, Instituição
J
jan. - janeiro
Jr. - Júnior
jul. - julho
jun. - junho
K
kg - quilograma
kl - quilolitro
km - quilômetro
kW - quilowatt
191
Manual de Redação
L
L - Leste
l - litro(s) (deve ser usada por extenso)
lab. - laboratório
lat. - latitude, latim
lb. - libra
long. - longitude
Ltda. - Limitada
M
m - metro(s)
min - minuto(s)
m2 - metro(s) quadrado(s)
m3 - metro(s) cúbico(s)
MA - Maranhão
Maj. - Major
mat. - matrícula
Me. - Madre
MG - Minas Gerais
mg - miligrama
ml - mililitro
MM. - Meritíssimo, meritíssima
MMMM. - Meritíssimos
mm - milímetro
Mons. - Monsenhor
m/s - metro por segundo
MS - Mato Grosso do Sul
MT - Mato Grosso
Mun. - Município (seguido do nome)
MW - megawatt(s)
N
N - Norte
NE - Nordeste
nº - número
NO - Noroeste
N. da R. - nota da redação
N. do A. - nota do autor
N. S. - Nosso Senhor
N. Sra. - Nossa Senhora
nov. - novembro
192
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
O
O - Oeste
ob. cit. - obra citada
obs. - observação
OEA - Organização dos Estados Americanos
ONU - Organização das Nações Unidas
op. cit - opus citatum (obra citada)
out. - outubro
P
p. - página
pp. - páginas
PA - Pará
PB - Paraíba
P.D. - Pede Deferimento
Pe.(s) - Padre(s)
PE - Pernambuco
P.E.F - Por especial favor
P.E.O - Por especial obséquio
p. ex. - por exemplo
pg. - pago (linguagem comercial)
PI - Piauí
pl. - plural
PM - Polícia Militar
P.M. - Prefeitura Municipal
p.m. - post mortem
p.m. - Post meridiem (depois do meio-dia)
p.p. - próximo passado, por procuração
PR - Paraná
Prof. (s) - Professore(s)
Profª. (s) - Professora(s)
P.S. - post escriptum
Q
Q.G. - Quartel-General
quart. - quarteirão
R
R. - Rua
ref. - referido(a)
remte. - remetente
Rev. - Reverendo
193
Manual de Redação
Reva. - Reverência
Revmo. - Reverendíssimo
RJ - Rio de Janeiro
RO - Rondônia
r.p.m. - rotação por minuto
RR - Roraima
RS - Rio Grande do Sul
S
set. - setembro
S - Sul
S. - Santo, São, Santa.
S.A. - Sua Alteza
SS. AA. - Suas Altezas
S.A.I. - Sua Alteza Imperial
S.A.R. - Sua Alteza Real
S.A. - Sociedade Anônima
Sarg. - Sargento
SC - Santa Catarina
SE - Sergipe
SE - Sudeste
séc. - século
seg.- seguinte
ss. - seguintes
S. Ema. - Sua Eminência
S. Emas. - Suas Eminências
S. Exa. Revma. - Sua Excelência Reverendíssima
S. Reva. - Sua Reverência
S. Revma. - Sua Reverendíssima
S. Maga. - Sua Magnificência
S.M. - Sua Majestade
s.m.j. - salvo melhor juízo
SO - sudoeste
soc. - sociedade
S.O.S. - save our souls
SP - São Paulo
Sr. - Senhor
Sra. - Senhora
Srta. - Senhorita
S.S. - Sua Santidade
S. Sa. - Sua Senhoria
STM - Superior Tribunal Militar
194
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
T
t - tonelada
tab. - tabela
téc. - técnico
TCU - Tribunal de Contas da União
TCEMG - Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
TJMG - Tribunal de Justiça de Minas Gerais
TRE-MG - Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
TSE - Tribunal Superior Eleitoral
TST - Tribunal Superior do Trabalho
tel. - telefone, telegrama
Ten. - Tenente
Ten.-Cel. - Tenente-Coronel
tip. - tipografia
TO - Tocantins
trad. - tradução, tradutor
TV - televisão, televisor
U
UHF - ultra high frequency (frequência ultra alta)
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
Univ. - Universidade
V
V. - você, veja, visto
V - volt
v. - verso
vv. - versos
v.g. - verbi gratia (por exemplo)
V.A - Vossa Alteza
VV. AA. - Vossas Altezas
V. Ema. - Vossa Eminência
V. Emas. - Vossas Eminências
V. Exa. Revma. - Vossa Excelência Reverendíssima
V. Maga. - Vossa Magnificência
V. M. - Vossa Majestade
VV. MM. - Vossas Majestades
vol. - volume
195
Manual de Redação
W
W - watt
w.c. - water-closet (sanitário, banheiro)
196
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
197
Manual de Redação
Capítulo XVII
REDAÇÃO DE TEXTO NORMATIVO
A redação de atos normativos segue princípios bem definidos, que
devem ser observados por quem desempenha tal função. A correta estruturação
do texto facilita a compreensão das conexões entre os dispositivos e evita
dúvidas quanto a situações específicas ou excepcionais.
Neste Tribunal, são considerados atos normativos a resolução, o
provimento, a portaria e a instrução normativa, conforme caracterizados no
Manual de Padronização de Atos Oficiais Administrativos.
A seguir, tem-se um resumo com as orientações principais sobre os
elementos básicos do texto normativo.
I - ARTIGO
O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento
de assuntos em um texto normativo (leis, decretos, etc.). É a parte que forma
divisão ou subdivisão em uma norma e que tem relação de conjunto com a que a
precede ou com a que a segue.
De acordo com a Lei Complementar nº 95/1998 (alterada pela Lei
Complementar nº 107/2001) e com o Decreto nº 4.176/2002, que estabelecem
normas e diretrizes para a elaboração, a redação e a alteração - entre outros
aspectos - de atos normativos, são as seguintes as regras fundamentais em
relação ao artigo:
1) A unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura Art.,
seguida de numeração ordinal até o nono, inclusive, e cardinal a partir deste.
No primeiro caso, a numeração do artigo é separada do texto por dois
espaços em branco, sem traços ou outros sinais. A partir do décimo artigo,
utiliza-se um ponto separando o numeral do texto que o segue:
Art. 9º Os objetivos da Projeto Paiol são:
Art. 10. Os objetivos do Programa Atuação são:
2) Os artigos se desdobram em parágrafos ou em incisos; e, dentro deles, os
parágrafos se desdobram em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em
itens.
3) Em remissões a artigos de um texto normativo, deve-se empregar a forma
abreviada art. seguida do número correspondente. Por outro lado, usa-se a
palavra artigo, por extenso, se vier empregada em sentido genérico ou não
vier expresso o respectivo numeral:
198
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
II - PARÁGRAFO
Os parágrafos constituem, na técnica legislativa, a imediata divisão de
um artigo ou, ainda, uma disposição secundária que explica ou modifica a
disposição principal.
Os parágrafos são representados pelo sinal gráfico §, seguido de
numeração ordinal até o nono, inclusive, e cardinal a partir deste (da mesma
forma que os artigos). Deve-se, ainda, observar:
1) Até o § 9º, é dispensado o uso de ponto e é indicada a inclusão de dois
espaços brancos entre o numeral e o texto; a partir do § 10, emprega-se o
ponto. Nas citações e referências bibliográficas em um texto corrido, usa-se o
sinal gráfico (§). Quando a referência for a mais de um parágrafo, usa-se o
referido sinal duplicado (§§):
199
Manual de Redação
III - INCISOS
Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de um artigo ou
de um parágrafo se o assunto nele tratado não puder ser condensado no próprio
artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo.
Os incisos são indicados por algarismos romanos, seguidos de travessão
e separados por ponto e vírgula, salvo o último, que se encerra em ponto; o
inciso que contiver desdobramento em alíneas se encerra por dois-pontos. O
texto de um inciso é iniciado por letra minúscula, a menos que a primeira palavra
seja nome próprio:
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho. (CF/88.)
IV - ALÍNEAS
As alíneas são desdobramentos dos incisos e dos parágrafos e são
grafadas em minúsculo, seguidas de parêntese:
Art. 6º É facultado aos partidos políticos (...)
§ 1º (...)
§ 2º (...)
§ 3º (...)
IV - a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela
pessoa designada na forma do inciso III ou por delegados indicados
pelos partidos que a compõem, podendo nomear até:
a) três delegados perante o Juízo Eleitoral;
b) quatro delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
200
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
V - ITENS
Os itens são desdobramentos das alíneas e vêm indicados por
algarismos arábicos. As letras iniciais e a pontuação dos textos dos itens
seguem o padrão dos incisos:
Art. 1º São inelegíveis:
I - para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus
cargos e funções:
1. os Ministros de Estado;
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da
Presidência da República.
VI - OBSERVAÇÕES FINAIS
Ao fazer referência em um texto a um dispositivo que contenha
parágrafos, incisos e alíneas ao mesmo tempo, sendo imprescindível a citação
de todos eles, devem-se observar as seguintes regras:
1) Quando a referência passar uma ideia crescente (da alínea para o artigo),
não se usa vírgula para separar os termos:
O inciso II do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.504/97 trata da
realização de eleições simultâneas para Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador.
2) Quando a referência passar uma ideia decrescente (do artigo para a alínea),
usa-se a vírgula para separar os termos:
A Lei nº 9.504/97, em seu art. 1º, parágrafo único, inciso II, trata da
realização de eleições simultâneas para Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador.
201
Manual de Redação
Capítulo XVIII
CARACTERES TIPOGRÁFICOS
Uma fonte tipográfica é um padrão, variedade ou coleção de caracteres
tipográficos com o mesmo desenho ou atributos e, por vezes, com o mesmo
tamanho (corpo).
Na maioria dos casos, uma composição tipográfica deve ser
especialmente legível e visualmente envolvente, sem desconsiderar o contexto
em que é lida e os objetivos da sua publicação. Quando se quer chamar a
atenção do leitor para certas palavras, expressões ou partes de um texto,
usam-se tipos ou cores diferentes, como o itálico, o versal, o versalete, o
versal-versalete e o negrito. Contudo, é de ressaltar que o exagero banaliza o
destaque, tornando o texto poluído e obtendo o efeito inverso ao desejado, ou
seja, fazendo com que o leitor ignore aquilo que se pretende seja alvo de sua
maior atenção. Da mesma forma, desnecessário e inconveniente é o acúmulo de
tipos de destaques sobre um mesmo termo ou trecho a ser destacado.
I - NEGRITO
Trata-se do tipo apresentado em cor acentuadamente mais forte que o
normal, de modo a dar-lhe um aspecto mais cheio. É comumente usado em
várias partes dos textos, como títulos, capítulos, ementas de acórdãos, em
cabeças de verbetes, etc.:
Mérito. A questão central numa pendência, que orienta a formação
de uma decisão judicial ou administrativa (verbete.)
TÍTULO VI - Do Registro de Candidatura.
O negrito, mais do que qualquer outra forma de destaque, deve ser
sempre usado com moderação, pois, caso contrário, o texto ficará
demasiadamente carregado. O autor pode, entretanto, em determinados casos,
utilizá-lo como recurso estilístico.
II - ITÁLICO
O itálico é o tipo inclinado para a direita. É usado em:
1) expressões latinas: permissa venia; periculum in mora; a quo;
202
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
III - VERSAL
Denomina-se versal a letra maiúscula ou caixa-alta. Trata-se de
destaque utilizado em nomes como os de autor, títulos de obras e suas partes,
assim como os de autoria de atos oficiais:
O PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL, no uso
de suas atribuições (...).
IV - VERSALETE
O versalete é o tipo em que a letra minúscula apresenta a mesma forma
adotada para caracteres maiúsculos, porém o que os difere é a altura. Enquanto
a letra maiúscula (caixa-alta) se mantém em tamanho maior, as demais (do tipo
versalete), embora com a mesma forma, serão apresentadas no mesmo
tamanho usado para todas as minúsculas (caixa-baixa). É usado juntamente
com o versal em referência:
MAGALHÃES, J. Miranda. Expressões latinas mais comuns no
Direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1984. 216 p.
Observação: Compare:
Versal: JURISPRUDÊNCIA
Versalete: JURISPRUDÊNCIA
Minúscula: jurisprudência.
203
Manual de Redação
Capítulo XIX
FORMATAÇÃO BÁSICA DOS ATOS JUDICIAIS
A padronização dos atos judiciais, como de quaisquer outros
documentos, visa facilitar a sua identificação, proporcionar rapidez na sua
elaboração bem como na aglutinação a outros arquivos tradicionais ou
eletrônicos e, ainda, permitir uma maior compreensão do seu conteúdo pelos
destinatários. Os resultados positivos da adoção dessa estratégia certamente
ganham maior visibilidade no Tribunal em períodos eleitorais, quando a
celeridade exigida em função de prazos exíguos chega a ameaçar a qualidade
dos textos, submetendo-os a elaborações e revisões apressadas.
Por isso, é de grande relevância para a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos seja observada a formatação padrão básica que se sugere a
seguir, tanto na elaboração de votos quanto dos acórdãos e extratos das atas.
Afinal, são esses textos elaborados no contexto rotineiro das sessões de
julgamento que definirão a apresentação da jurisprudência.
204
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
RELATÓRIO
VOTO
VOTO DIVERGENTE
VOTO DE VISTA
ACÓRDÃO
EXTRATO DA ATA
MÉRITO
9) Parágrafos:
a) 1ª linha: recuada à esquerda 2 cm;
b) nos parágrafos que trazem citação longa (mais de 3 linhas): recuo do bloco
inteiro (sem recuo diferenciado na 1ª linha) a 4 cm da margem esquerda;
em espaço simples;
c) Nos parágrafos da ementa: recuo do bloco inteiro (sem recuo diferenciado
na 1ª linha) a 7 cm da margem esquerda, em espaço simples.
205
Manual de Redação
10) No rodapé de votos e extratos das atas (tudo em corpo 8 ou 9): a(s) data(s)
da(s) sessão(ões) alinhada(s) à esquerda e a classe e o nº do processo
centralizados:
Sessões de 1º e 10/2/2009 Agravo Regimental no Recurso Eleitoral nº XX
206
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
207
Manual de Redação
MODELO DE ACÓRDÃO
208
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
II - DECISÃO (campo 6)
1) Recuo na 1ª linha: 2 cm; chamada da decisão sublinhada:
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao recurso.
209
Manual de Redação
24Ver no item I, nº 13, letra f, a aplicação das formas maiúscula e minúscula no caso de Juiz
Substituto e Juiz substituto.
210
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
211
Manual de Redação
212
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
213
Manual de Redação
Capítulo XX
CITAÇÃO
Faz-se uma citação ao mencionar um texto, no todo ou em parte,
extraído de outra fonte. A citação pode ser direta, quando se faz a transcrição
literal, ou indireta, quando o pensamento e as informações do autor ou
documento citado são apresentados de forma livre, mas conservando as ideias e
o significado originais.
Toda citação é introduzida no texto (no corpo do texto propriamente dito
ou em notas de rodapé) com o propósito de esclarecer ou complementar o
pensamento expresso. A fonte de onde foi extraída a informação deve ser
registrada, em respeito à Lei nº 9.610, de 19/2/1998, que regulamenta os direitos
autorais, nas formas orientadas no capítulo que trata de referência25.
Recomenda-se, ainda, para maior aprofundamento, consultar as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que especificam as
características exigíveis para apresentação de citações em documentos,
através da NBR 10520:2002 - Informação e documentação - Apresentação e
citações em documentos, e que nortearam este tópico.
I - RECOMENDAÇÕES GERAIS
1) Ao utilizar um texto alheio, em forma de paráfrase ou transcrição, deve-se
manter a fidedignidade às ideias do autor, fazendo apenas a correção de
eventuais impropriedades de grafia.
2) Sobre o uso da expressão latina SIC, que significa “assim”, alguns manuais
legitimam o emprego dessa palavra, posposta à citação ou intercalada nela,
entre parênteses, para indicar que o texto original se apresenta naqueles
exatos termos, ainda que algo pareça estranho, ou para enfatizá-lo.
É necessário algum cuidado, entretanto, para não configurar, com tal uso,
uma intenção que não se possui, tal como a emissão de um juízo de valor
negativo sobre o texto citado ao denunciar-lhe inadequações. Mesmo
porque, conforme se recomenda, estas podem ser tranquilamente corrigidas.
3) No caso de se fazer uma citação direta dentro de um período já iniciado,
deverá ela vir entre aspas, destacada na estrutura completa, devendo ainda
aquele que redige atentar para a organização uniforme do período, bem
como para sua pontuação adequada, de modo que o texto citado constitua
um todo uniforme e coeso com o restante da frase.
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Manual de Redação
Capítulo XXI
APÊNDICES E NOTAS
Frequentemente o autor se depara com a necessidade de ampliar o texto
com outros trabalhos ou observações, também de sua autoria, que funcionem
como um aditamento. Assim, ele pode enriquecer sua produção com
informações que escapam ao conteúdo específico do texto. Nesses casos,
lança-se mão de apêndices e notas.
I - APÊNDICES
Apêndices são textos ou documentos suplementares, elaborados pelo
autor, que servem como meio de comprovar ou complementar sua
argumentação sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. São exemplos de
apêndices: questionário aplicado, roteiro de entrevista, tabelas, quadros,
desenhos, fotografias, mapas, plantas.
Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas
(tamanho livre de letra), travessão e seus títulos centralizados:
APÊNDICE A - Questionário aplicado aos alunos.
APÊNDICE B - Questionário aplicado aos professores.
Segundo a ABNT, como os apêndices são textos complementares do
trabalho do autor, geralmente contêm documentos ilustrativos ou exposições
que se tornaram inviáveis no interior dos capítulos e devem ser apresentados em
página própria. Sua menção no texto se faz por meio do termo APÊNDICE. O
deslocamento para o final do texto visa manter a unidade da exposição e não
interromper uma exposição argumentativa. É elemento opcional. (NBR 6022,
NBR 6029, NBR 14724, NBR 15287.)
II - NOTAS
As notas de que se trata aqui são indicações, observações ou
aditamentos ao texto, feitos pelo autor, tradutor ou editor, não incluídos no texto
para não interromper a sequência lógica da leitura. Localizam-se no rodapé da
página ou em seções especiais do texto (NBR 10520 E 6029). Para o exemplo
de notas, devem ser observadas as regras abaixo.
1) As notas devem ser colocadas na parte inferior da página, iniciadas com a
chamada numérica recebida no texto, sem parágrafo, separadas do texto por
uma linha contínua de 3 a 5 cm e digitadas em espaço simples e com
caractere menor que o do texto (tamanho 8, por exemplo). Segundo a
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NBR1520 (ABNT, 2002B, p. 5), devem ser alinhadas pela primeira palavra, e
não deve haver espaço entre elas.
2) As notas de rodapé não devem ocupar mais do que 50% do espaço total da
página e devem aparecer na mesma folha dos itens a que se referem. A
numeração que as especifica na obra deve ser consecutiva e pode ser
reiniciada a cada capítulo ou parte, feita em algarismos arábicos e posposta
ao sinal de pontuação que encerra a citação.
3) Se houver lista bibliográfica numerada, as notas serão indicadas por
asteriscos, letras ou outros sinais que serão colocados no texto após a
citação e acima da linha normal. Esses sinais se repetem no rodapé, assim
como os respectivos números.
4) Deve-se evitar o uso excessivo de notas de rodapé, pois elas interrompem a
sequência lógica da leitura. Caso necessárias, que sejam sucintas e curtas,
situadas em local tão próximo quanto possível do texto. Deve-se evitar
também reuni-las todas no fim dos capítulos ou da publicação.
5) Notas de rodapé só devem ser utilizadas se houver a necessidade de indicar
a fonte de uma citação que não ficou clara no texto, fornecer a tradução de
uma citação importante ou apontar sua versão original, fazer observações
pertinentes e comentários adicionais e indicar dados obtidos através de
contatos informais e trabalhos apresentados em eventos, mas não
publicados.
6) A utilização de notas de rodapé deve observar um equilíbrio. Não se deve
permitir que um texto seja ambíguo ou equivocado por falta de explicação em
nota de rodapé, mas também não se devem desviar para o rodapé
informações básicas que devem integrar o texto.
No rodapé:
23Veja-se quadro ilustrativo em Mirabete (2006).
24Esse mesmo argumento é usado por Teles (2006).
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No rodapé:
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de
suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre, Bookman, 2006. No
prelo.
e) Nota explicativa de apresentação:
MALAGRINO, W. et al Estudos preliminares sobre os efeitos de baixas
concentrações de detergentes amiônicos na formação do bisso em
Branchidontas solisianus. 1985. Trabalho apresentado ao 13º
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Maceió, 1985.
f) Nota explicativa complementar:
No texto:
Estes dois matemáticos impulsionaram para a frente o
ambiente matemático em São Paulo e no Brasil. A partir da década
de 1940 os estudos matemáticos se expandiram em qualidade e
quantidade em São Paulo e no Brasil.2
No rodapé:
2Mais detalhes a esse respeito podem ser encontrados em Silva
(1978, pp. 119-136).
g) Nota explicativa de tradução:
No texto:
O material é suposto elástico linear com propriedades
dependentes dos valores da temperatura e da concentração de uma
unidade ou viscoelástico linear com uma relação constitutiva em
integral hereditária e com comportamento
higrotermorreologicamente simples (MARQUES, 1994, tradução
nossa).1
No rodapé:
1The material is considered as linear mechanical properties of the
temperature and moisture concentration of linear viscoelastic with
constitutive relation defined by a hereditary integral with
hygrothermal-thcologically simple behavior.
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Manual de Redação
No rodapé:
1Nessa edição, seguimos o texto de F. Plessis e as anotações de
Gossrau, Dumlop e outros críticos. Quanto à forma adotada, Marão
e não Maro (como Cícero), além de ser mais vulgarizada é mais de
acordo com o nosso idioma. (N.T.)
2) Notas de referência
São notas que indicam fontes bibliográficas consultadas ou textos
relacionados com as afirmações contidas no trabalho e remetem o leitor a outras
partes da obra onde o assunto foi abordado ou a outros trabalhos para
comparação de resultados (NBR 10520 E 6029).
Nas notas de rodapé, podem ser incluídas também a tradução de
citações feitas em língua estrangeira ou indicação da língua original de citações
traduzidas.
As notas de referência devem conter o sobrenome do autor, a data da
publicação e outros dados para localização da parte citada:
No rodapé:
1NÓBREGA, 1962, p. 365.
2MELLO, 1982, v. 3, cap. 2, pp. 117-120.
3COSTA, 1955. Canto VI, p. 164, canto IX, p. 183; canto V, p. 188.
Quando a referência for feita pelo título, a nota deve conter a primeira
palavra do título em maiúscula, seguida de reticências, data da publicação e
página:
1Carta... 1900, pp. 211-215.
Pode-se também indicar o sobrenome do autor, título da publicação e
página:
1CASTRO. A prática da pesquisa, p. 29.
2FERREIRA. Rev. Bras. Botânica, p. 53.
No texto:
Acórdão nº 508/20051
25/4/2005
Recurso Eleitoral nº 44/2005
Manhuaçu (São João do Manhuaçu)
No rodapé:
1Publicado no “MG”, Parte 11, de 2/8/2005, p. 99.
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No texto:
C - Garante às opiniões em minoria a possibilidade de
representação, desde que atinjam seus votos o quociente resultante
da divisão do número de votantes pelo dos representantes a eleger.
E tantas vezes o atinjam, tantos representantes elegerão, só
dependendo isso da boa distribuição de seus votos.8
No rodapé:
8João Cabral, Sistemas Eleitorais, p. 36.
No texto:
O que é quociente eleitoral? É aquela cifra que se obtém pela
divisão do número de votantes, em uma determinada circunscrição,
pelo número de cadeiras a preencher. Por exemplo, há 200.000
votantes e cinco cadeiras a preencher, então o quociente eleitoral
será de 40.000.11
No rodapé:
11V. sobre o assunto: Barthélemy e Duez, Traité, cit., p. 362. Duguit,
Traité de droit constitutionnel, 2. ed., Paris, 1921, 5 v., v. 2, p. 581.
Esmein, Eléments, cit., v. 1, p. 357.
No texto:
Tais institutos surgiram com o escopo de defender a
democracia contra prováveis e possíveis abusos. Assim nasceu
como medida preventiva, idealizada para impedir que
principalmente os titulares de cargos públicos executivos, eletivos
ou não, se servissem de seus poderes.1
No rodapé:
1FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Comentários à Constituição
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cidadão.
4Cf. AZEVEDO, 1933, p. 299, nota 51.
5Nesse sentido, o Ministro da Educação Paulo Renato de Souza
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Capítulo XXII
REFERÊNCIA
Ao abordarmos num texto assunto para o qual desejamos maior
sustentação, é comum buscarmos em outras fontes informações e elementos
que venham a enriquecê-lo. Em virtude disso, por dever legal e ético,
deparamo-nos com a necessidade de fazer a referência ao material utilizado.
Assim, não só se atribui a cada obra o seu mérito, mas também se propicia ao
leitor a chance de buscá-las, ele mesmo, com vistas à sua análise pessoal.
Referência, conforme a ABNT (ABNT-NBR 6023:2002), é o conjunto de
dados retirados de um documento que o descrevem e possibilitam a sua
identificação. Pode vir em nota de rodapé ou fim de texto ou capítulo e, mais
frequentemente, listada no final da obra.
Ressalta-se que, para compor uma referência, é necessário especificar
os dados suficientes para o reconhecimento induvidoso da fonte citada.
Levando-se em conta que as fontes passíveis de consulta e aproveitamento
numa produção textual variam muito - desde livros, folhetos, trabalhos
monográficos, dissertações, artigos publicados, periódicos até documentos
jurídicos, iconográficos e de eventos (atas, relatórios, etc.), também
disponibilizados e acessados em meios eletrônicos -, compreende-se a
necessidade de padrões distintos de apresentação das inúmeras referências.
Apesar disso, o que prevalece em todos esses padrões é que, em quaisquer
deles, informam-se os elementos essenciais e, se necessário, elementos
complementares para melhor identificação do documento. Tanto uns quanto
outros variam de acordo com o tipo do documento. Assim, por exemplo, em
regra, o título é um elemento essencial, já o subtítulo é um dado complementar.
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3) AUTORIA DESCONHECIDA
Faz-se a entrada de obras de autoria desconhecida pelo título, com a
primeira palavra em caixa-alta:
ECONOMIA sem rumo. Rio de Janeiro: CBB, 1997. 67 p.
4) OUTRAS OBSERVAÇÕES
Autor ou autor e título repetidos de obras referenciadas sucessivamente,
após a primeira indicação, substituem-se por traço.
MATTA, Roberto da. A casa e a rua. São Paulo: Brasiliense, 1985.
______. O jardim azul. Rio de Janeiro: Jordan, 1989.
______. ______. São Paulo: Ática, 1987.
Os designativos Filho, Júnior, Neto e Sobrinho acompanham o último
sobrenome:
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves.
GOMES NETO, F.
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d) Autor inglês: as partículas Mac, Mc e M' (filho de) e O' (neto, descendente)
antecedem o sobrenome na entrada:
MAC DONALD, Elaine.
O'NEIL, Eugene.
e) Autor italiano: em geral, inicia-se a referência pelas partículas a, d', de, di,
del, dalla, degli, dei, la, li, lo:
DI RUFFIA, Paolo Biscaretti.
f) Outras partículas, como A', Ap, Ben, e palavras, como Saint, St., San, Fitz,
marcam a entrada do autor:
A'BECKETT, G. A.
BEN MAYR, B.
FITZ HERBERT, A.
ST. JOHN, J.
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Manual de Redação
Capítulo XXIII
BIBLIOGRAFIA
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