Mordomia Sermonario - 2016 - o Ferta Sou Eu
Mordomia Sermonario - 2016 - o Ferta Sou Eu
Mordomia Sermonario - 2016 - o Ferta Sou Eu
da Semana
1. Maria, a virgem que se doou . . . . . . . . .04
2. Os magos do oriente entregaram
o que possuíam de mais precioso . . . . .08
3. O paralítico de Betesda saltou pela fé
para a cura e para louvar . . . . . . . . . . . .12
4. O menino que deu
os seus pães e peixes . . . . . . . . . . . . . .16
5. Zaqueu demonstrou que
é possível corrigir o passado . . . . . . . . .20
6. A viúva pobre deu
o que possuía - tudo . . . . . . . . . . . . . . .24
7. Nicodemos renunciou
tudo por Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
8. Jesus deu o exemplo
de como ser a oferta . . . . . . . . . . . . . . .32
2
Introdução
Todo cristão comprometido está bem familiarizado com
o termo “oferta”. A palavra corresponde, particular-
mente, à dádiva que o adorador oferece a Deus como
reconhecimento pelos benefícios que lhe são outorga-
dos. No Velho Testamento, a oferta tipificava o grande
sacrifício de Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pe-
cado do mundo” (João 1:29).
Não é tão árduo doar aos filhos, ou mesmo, para um
amigo chegado. Mas, certamente é muito penoso doar
a quem não merece! Foi exatamente isso que Deus rea-
lizou em Cristo (Rom. 5:8). Ele O entregou para nós, a
fim de nos prover a oportunidade de redenção. Na dá-
diva de Seu Filho, o Senhor presenteou-nos com o que
há de mais importante em todo o Universo. Jesus Cristo
foi enviado pelo Pai na “plenitude dos tempos” (Gal. 4:4)
para ser a “esperança da glória” (Col. 1:27); o sacrifício
expiatório que resgata o pecador da condenação da lei
(Gal. 3:13).
Uma das mais marcantes características da natureza hu-
mana pecadora é o egoísmo. O pecador centraliza todas
as coisas em si mesmo, por isso, é difícil para o ser hu-
mano, desprovido do impulso do Espírito Santo, partilhar
os seus bens com o próximo. Ainda mais difícil, quando
os seus bens são o resultado de muito trabalho e es-
forço dedicado.
Deus deu o exemplo. Ofereceu o Seu Filho Unigênito
pela raça pecadora, de maneira que, em um único dom,
entregou todo o Céu. O Senhor Jesus é a oferta por ex-
celência. Contudo, como aconteceu com os magos,
que ansiavam pela chegada do Salvador, e deixaram um
exemplo de como se deve homenagear ao Criador, cada
um de nós precisa chegar a tal ponto de entrega que
seja capaz de exclamar: “a oferta sou eu!”
Introdução
Na época de Maria, as moças se casavam bem cedo (Champlin, p. 666),
e o compromisso de noivado equivalia, de fato, a uma promessa matri-
monial. As moças noivas se consideravam, em termos de compromisso,
virtualmente casadas. Romper o noivado não era tão simples, como
ocorre hoje. No caso de fornicação (a moça envolver-se sexualmente
com um homem a quem não foi prometida), ou adultério (se esse homem
fosse casado), a pena era lapidação (apedrejamento – Lev. 8:10;
Deut. 22:22-24).
Portanto, ainda que a incumbência de engravidar-se tenha sido por
opção e graça do Espírito Santo, o medo das consequências poderia
ter levado, com boa justificativa, à negação da tarefa. Contudo, Maria
não recuou. Ela creu na voz celestial, a despeito das difíceis circunstân-
cias que experimentaria, devido a sua gravidez peculiar.
1. Maria era tão bem conceituada nas cortes celestiais que recebeu a visita
do anjo Gabriel (1:26).
01
mam, é possível que tivesse dito: ‘já era tempo! Estava te esperando!’
Mas foi tudo surpresa para ela” (Wiersbe, p. 221).
tema 4. Gabriel ordenou que ela não temesse, pois, “achaste graça diante de
Deus” (mais uma vez, cariv – karis - graça) (1:30). O teólogo Champlin
comenta o vocábulo assim: “O texto sagrado simplesmente indica favor
4
especial que Deus está proporcionando a Maria. De conformidade com a raiz do original
grego, ‘graça’ é termo que indica algo que dá alegria ou prazer, algo belo, que deleita os
sentidos” (Champlin, p. 22). Para ser mãe do Encarnado Filho do Altíssimo (1:32), que reinará
para sempre (1:33), somente uma grande mulher, cheia da graça divina!
5. Maria, ao arrazoar sobre ser mãe, fez uma brilhante e significativa afirmação: “não tenho re-
lação com homem algum” (1:34), e, dessa maneira, afirmou a sua pureza. Ela obedecia ao
que está escrito na Palavra de Deus: “como pode o jovem manter a sua vida limpa? Vigiando
os seus passos de acordo com a sua palavra” (Sal. 119:9 – Bíblia Viva). Nos tempos bíblicos,
a virgindade era uma espécie de “oferta” para Deus, pois, o “corpo é santuário do Espírito
Santo” (1Cor. 6:19), é por isso, que devemos glorificar a Deus através do nosso corpo (1Cor.
6:20), assim como fez Maria.
6. Gabriel elucida a questão, tirando a dúvida de Maria, afirmando que o Espírito Santo viria
sobre ela (1:35). Ela seria envolvida pelo poder do Altíssimo para receber em seu ventre o
Filho de Deus. Por isso, ninguém neste mundo recebeu o Espírito Santo assim como Maria.
A sua dotação foi totalmente peculiar!
7. Ela deu uma grande prova de coragem e fé: “aqui está a serva do Senhor” (1:38). O vocábulo
grego traduzido por “serva” é doulh – doule - escrava. Isso quer dizer que a entrega de
Maria foi incondicional!
a. ["Aqui está a serva do Senhor", disse Maria ao anjo Gabriel (Lc 1.38). O anjo a chamou "fa-
vorecida". Ela preferiu um termo bem mais humilde, serva. Não serva de Gabriel, de José
ou de homem algum, mas do próprio Senhor. (Mauro Clark. Redescobrindo Maria, p. 26)
Essa atitude de Maria resume toda a sua filosofia de vida. Maria se coloca nas mãos de
Deus para a realização dos propósitos de Deus. Ela é serva. Ela está pronta. Ela se entrega
por completo, sem reservas ao Senhor.
b. Ela está pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus sonhos ao Senhor.
Ela é de Deus. Ela está disponível para Deus. Ela está pronta a sofrer riscos, a mudar a sua
agenda, a realinhar os seus sonhos e desistir dos seus anseios em favor dos propósitos de
Deus.
c. Ela está pronta a ser não uma sócia de Deus, não uma igual com Deus, mas uma serva.
Isso era tudo. Diz ela: "que se cumpra em mim conforme a tua palavra" (Lc 1.38). É rendição
total, sem condições, sem perguntas, sem pedidos de provas. (Mauro Clark. Redescobrindo
Maria, p. 27) Ela estava pronta para uma mudança radical de vida. De todos os úteros da
Terra, o seu útero foi escolhido para ser o ninho que ternamente acalentaria o Filho de Deus
feito homem. A serva se apresenta, bate continência ao Senhor dos Exércitos e se coloca
às Suas ordens.
d. O estudioso Douglas Connelly diz que a aceitação da vontade de Deus começou para Maria
com um cântico em seu coração, porém terminou com uma espada em sua alma. A alegria
de segurar nos seus braços uma linda criança acabou por levá-la aos pés de uma cruz.
(Douglas Connelly. Maria, um modelo bíblico de espiritualidade, p. 23)] H. D. Lopes
8. [Maria é uma mulher que está sempre pronta a andar com Deus quando as coisas
parecem complicadas
c. A sua reputação
6
Conclusão
1. Na época de Maria as moças se casavam bem cedo, e a traição, ainda que durante o noi-
vado, poderia resultar em pena de morte;
2. Tendo em vista que Maria ainda não era casada, uma gravidez, certamente, seria mal
interpretada;
7. Por isso, tornou-se a mãe do Salvador encarnado! Por essas razões, de uma maneira muito
peculiar, a virgem Maria pode exclamar com exultação e louvor: “a oferta sou eu!”
Apelo
Depois de ouvir essa impressionante lição bíblica, você gostaria de juntar a sua voz à de
Maria? Então, repita comigo dizendo: “a oferta, sou eu!” Amém.
Bibliografia
Edição Almeida Revista e Atualizada no Brasil (ARA), Sociedade Bíblica do Brasil ed. (São Paulo: Bíblia Online, 2002), 3.0,
1CD-Rom.
Lopes, H. Dias, O PAPADO E O DOGMA DE MARIA (São Paulo, SP: HAGNOS, 2006).
R. N. Champlin, “casamento infantil”. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA (São Paulo, SP: Editora Hanos,
1991), vol. 1, pág. 666.
_________________, sobre Lucas 1:30. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO (São
Paulo, SP: Editora Hanos, 2014), vol. 2, pág. 22.
Warren W. Wiersbe, sobre Lucas 1:26-33. COMENTÁRIO BÍBLICO EXPOSITIVO NOVO TESTAMENTO (Santo André, SP:
Geo-Gráfica e Editora Ltda., 2012), vol. 1, pág. 221.
Introdução
As circunstâncias em torno do nascimento de Jesus são muito ricas de
lições espirituais e morais. Pode-se aprender muito a partir dos locais
mencionados e de cada personagem envolvido: Belém, o reis magos,
os pastores, etc. Em termos práticos, cada um exerceu uma função em
relação a Jesus.
Belém
Humanamente, falando, a probabilidade de Jesus nascer em Belém era
mínima, tendo em vista que os seus pais viviam em Nazaré, cidade da
Galileia (Luc. 1:26-27). No entanto, as profecias do Velho Testamento in-
dicavam Belém da Judeia como o local do nascimento do Messias (Miq.
5:2). Há uma relação de significado entre a palavra Belém e a missão do
Cristo. Na língua hebraica a palavra “Belém” é formada de dois vocábulos
Mxl-tyb (beit lehem), casa e pão (casa do pão). Ou seja, Belém foi o tem-
plo que abrigou o Deus encarnado em seu nascimento, o pão da vida
(João 6:35, 48), o pão vivo que desceu do céu (João 6:51). A casa do
pão é a casa do Messias.
Deus deslocou a família messiânica de Nazaré, na Galileia para Belém
da Judeia, a fim de demonstrar, para os estudantes da profecia: que Ele
controla o desenrolar dos fatos, e que o humilde “galileu”, nascido em
Belém é o Seu enviado, cuja missão seria morrer como oferta pelo pe-
cado, a fim de salvar a humanidade. Jesus foi o Pão Asmo real e o Cor-
deiro real manifestado na páscoa do ano 31 a.D.
Os magos
Estudiosos da astronomia em seu tempo. Eram observadores da profe-
cia bíblica e faziam parte de um grupo, durante o período intertestamen-
tário, que, embora não sendo integrantes do povo escolhido, foram
02
receptáculos da comunicação celestial (DTN - capítulo 3). Estavam aten-
tema
tos à voz divina, por isso, Deus os honrou; ainda que fossem gentios,
aguardavam a Esperança bendita de todos os povos, o Desejado de
Todas as Nações (Ageu 2:7, ARC).
Compreenderam que aquela estrela diferente representava uma indica-
8
ção, através da qual, localizariam o menino Deus, o Messias (Num. 24:17). Possuíam co-
nhecimento detalhado da profecia, pois não procuravam um rei já adulto, mas, “o recém-
nascido Rei dos judeus” (Mat. 2:2). Isso indica algumas possibilidades:
2. Receberam informações por meio sobrenatural, tendo em vista que foram alertados em
sonho para não retornarem à presença de Herodes (Mat. 2:12). É bem possível que aquele
não tenha sido o primeiro sonho sobrenatural que tiveram acerca de Jesus. Além disso, es-
tavam vivendo na “plenitude dos tempos” (Gal. 4:4), período marcado pelas manifestações
sobrenaturais, ocorrência de sonhos e visões proféticos:
a) Lucas 1:8-13. A visão de Zacarias – um anjo noticiou o nascimento de João Batista, o pre-
cursor de Jesus Cristo.
d) Lucas 2:8-14. Homens humildes e sinceros dentre o povo escolhido, também foram con-
templados com a visão celestial. Afinal de contas, aquela era uma ocasião de festejos e de
muita alegria no Céu e na Terra (Mat. 2:10; Luc. 2:10).
1. A estrela, que se desfez depois do anúncio aos pastores, pois era um séquito de anjos que
retornou para o Céu (Luc. 2:13-15);
2. A criança deitada em faixas numa manjedoura (Luc. 2:12). O que tornou esse fato um
SINAL, um Rei, o maior de todos os Reis, o Rei dos reis (Apoc. 19:16) nasceu em um está-
bulo. O ente mais rico do Universo se identificando com os mais pobres e desfavorecidos.
O vocábulo grego para “sinal” nesta passagem é shmeion (semeion), frequentemente utili-
zado para indicar um milagre, uma ocorrência fora do comum.
Nazaré
um lugar desdenhado (João 1:46), sem qualquer razão para ser destacado, a não ser por
sua falta de importância. Os seus habitantes estavam em contato com estrangeiros ou gen-
tios, seus vizinhos (ver o Comentário Bíblico Adventista sobre Mateus 2:23), razão pela qual
a aristocracia judaica olhava com preconceito aos seus habitantes. Nazaré não é mencio-
nada, nem pelo Antigo Testamento, e nem por Josefo. O salvador tornou-se conhecido pelo
título de “nazareno” (Mat. 26:71), que também foi associado aos discípulos (Luc. 22:59; Atos
24:5). Mas, a palavra Nazaré poderia significar em hebraico: 1. “nazir”, dando a ideia de se-
10
Conclusão
a) As circunstâncias em torno do nascimento de Jesus são muito ricas de lições espirituais e
morais.
b) Humanamente falando, a probabilidade de Jesus nascer em Belém era mínima, mas Deus
fez cumprir a profecia que indicava o seu nascimento em Belém.
c) Os magos, embora fossem gentios, estavam atentos à voz divina, por isso, Deus os honrou.
e) Deus concedeu dois sinais para que encontrassem o Messias: a estrela e a criança deitada
em faixas numa manjedoura.
f) Nazaré, local de origem de Jesus, era, também um lugar modesto e pobre, com o qual Ele
não se envergonha de identificar.
Apelo
Em cada oferta, o doador demonstra gratidão. Gostaria você de expressar o seu testemunho
de louvor? Será como um cântico responsivo de amor a Deus. Então, repita comigo dizendo:
“a oferta, sou eu”!
Bibliografia
Edição Almeida Revista e Atualizada no Brasil (ARA), Sociedade Bíblica do Brasil ed. (São Paulo: Bíblia Online, 2002), 3.0,
1CD-Rom.
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.
Francis D. Nichol, ed., verbete: “Nazaré” de Mateus 2:23. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2013), vol. 5, p. 298.
R. N. Champlin, comentário de João 1:46, O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO (São
Paulo, SP: Editora Hanos, 2014), vol. 2, pág. 370
_________, Verbete: “Nazaré”, ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA (São Paulo, SP: Editora Hanos, 1997),
vol. 4, pág. 464.
Warren W. Wiersbe, sobre Mateus 2:19-23. Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento (Santo André, SP: Geo-Gráfica
e Editora Ltda., 2012), vol. 1, p. 16.
Introdução
O encontro de Jesus Cristo com o paralítico, cujo nome não nos é reve-
lado, tem algumas dessemelhanças com a maioria das curas efetuadas
por Jesus. Ao que tudo indica, o homem não conhecia a obra do Salva-
dor. Até então, ninguém lhe havia informado sobre o Libertador Galileu.
No entanto, na dignidade do porte, no tom de voz e na majestade das
atitudes, o paralítico sentiu que poderia confiar em Seu comando; que
havia uma autoridade inerente naquele estranho que lhe ordenava: “Le-
vanta-te, toma o teu leito e anda” (João 5:8).
Betesda
A expressão grega “Bēthesdá” de João 5:2, é uma transliteração prová-
vel do hebraico "bēth ḥiṣdā" - “casa de misericórdia”. Segundo João, o
Tanque de Betesda ficava junto à Porta das Ovelhas, como aparece em
Neemias 3:1, 32; 12:39. Essa porta era o local por onde passavam as
ovelhas e os bois que eram trazidos à cidade, principalmente para os
sacrifícios. Por isso, não devia ficar longe do templo.
Contudo, o mais importante são as concepções e crenças ligadas ao
tanque:
2. A água utilizada nos sacrifícios do templo era escoada ali, o que fazia do
tanque um lugar especial de milagres.
03
de qualquer enfermidade que tivesse” (Desejado de Todas as Nações,
tema
p. 201). Notemos que ela diz: “e acreditava-se comumente que isso era
o resultado de poder sobrenatural”. Portanto, aquela era um crença
comum entre as pessoas.
12
Jesus no Tanque de Betesda
Segundo alguns exegetas, há certas razões pelas quais o Salvador foi ao tanque naquele dia:
2. Para chamar a atenção dos líderes judaicos quanto à Sua filiação com o Pai
O Leito do Paralítico
a. Diferente do que possa parecer, o leito do paralítico era um objeto fácil de carregar, e não
constituía nenhum esforço exagerado que viesse caracterizar uma carga, cujo manuseio
e transporte, constituísse quebra do sábado. O termo - krábbatón, expressão de origem
14
Conclusão
Betesda, o lugar intitulado, “casa da misericórdia”, mais parecia uma “casa de suplício”, até
que recebeu a visita do Libertador. O episódio nos mostra que a crendice popular destituída
de apoio na Palavra de Deus, pode levar, mesmo o povo eleito a errar.
Ao declarar a identidade de seu Libertador, o homem demonstrou plena confiança no nome
salvífico de Jesus, o nome messiânico sob o qual ele fora libertado da doença e do cativeiro
do pecado. Agora, tornou-se um agente de louvor com sua ação de graças e suas ofertas.
Por isso, de uma forma toda especial, o ex-paralítico de Betesda pode dizer com veemência:
a oferta sou eu!
Apelo
Depois de ouvir essa comovente história de pecado e sofrimento, cura e restauração, você
gostaria de juntar a sua voz a desse homem agradecido? Então, fale junto comigo: "a oferta,
sou eu"!
Bibliografia
Ellen G. White, A ciência do bom viver (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.
_________, Beneficência social (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.
_________, O Desejado de todas as nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.
Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Albert Barnes’ Notes on the Bible, Commentary on John 5.
_________, A Popular Commentary on the New Testament, on John 5.
_________, Clarke’s Commentary on John 5:1.
_________, Easton’s Bible Dictionary, on “Bethesda”.
_________, Exposition of Holy Scripture (Alexander MacLaren), on John 5.
_________, Fausset’s Bible Dictionary, on “Bethesda”.
_________, International Standard Bible Encyclopedia, on “Bethesda”.
_________, Jemieson, Fausset, and Brown Commentary on John 5.
_________, John Gill’s Exposition of the Bible, on John 5:8.
_________, Poor Man’s Concordance (Robert Hawker), on “Bethesda”.
_________, Smith’s Bible Dictionary, on “Bethesda”.
_________, The Pulpit Commentary, John 5.
Introdução
Segundo Warren W. Wiersbe (pág. 398), foram propostas quatro solu-
ções para alimentar a numerosa multidão, cada qual, refletindo o seu
grau de confiança na ação divina:
A Multidão
a. Em relação à multidão, embora Jesus tenha se compadecido dela, pela
sua incapacidade para conseguir alimento naquele instante e circuns-
tância, João não a descreve como passiva em relação ao Senhor Jesus.
A multidão o seguia, porque estava interessada nos milagres que ele rea-
lizava (João 6:2).
b. Conforme explica Bruce: "A multidão que seguia a Jesus, a julgar por
sua atitude no transcorrer da narrativa, aparentemente era do tipo des-
crito em 2: 23, em uma situação em Jerusalém: ficaram impressionados
com os sinais que viram, mas seguiam a Jesus somente de maneira su-
perficial..." (F. F. Bruce, pág. 130)
04
1. Aquelas pessoas eram “como ovelhas que não têm pastor” (Marcos 9:36);
16
“seguia” a Jesus, Ele manifestou compaixão e supriu as suas necessidades básicas. Con-
tudo, não se deixou influenciar pelo impulso daqueles que pretendiam tirar vantagem das
suas “habilidades”, proclamando-o rei (João 6:15).
2. “O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10). Isto é, salvar o homem
da sua condição miserável;
3. “Está escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado” (Marcos 9:12);
4. “Ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos
homens, e o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.” (Marcos 9:31).
Em Isaías 53:10, a profecia messiânica indicava que o Senhor daria “a sua alma como oferta
pelo pecado”, por tudo isso, não se deixaria coroar rei. Primeiro, teria que passar pela cruz,
mas, antes de enfrentar esse terrível instrumento expiatório, seria necessário evidenciar o
seu messiato, curando os enfermos, restituindo a visão aos cegos, ressuscitando os mortos
e alimentando aos famintos.
Outra lição importante tirada do episódio é descrita por Ellen G. White: "No ato de Cristo,
de suprir as necessidades temporais de uma faminta massa de povo, está envolvida pro-
funda lição espiritual para todos os Seus obreiros. Cristo recebeu do Pai; passou-o aos dis-
cípulos; eles o entregaram à multidão; e o povo uns aos outros. Assim todos quantos se
acham ligados a Cristo devem receber dEle o Pão da vida, o alimento celestial, e passá-lo
a outros." (White, Beneficência Social, pág. 264)
O Rapaz
O texto de João 6:1-15 parece subentender que o rapaz, portador dos cinco pães de cevada
e dos dois peixinhos, foi o único que se preparou para passar o dia com Jesus. Não há in-
formações adicionais sobre ele, mas muitos comentaristas elogiam a sua mãe. Ela teria lhe
preparado esse kit de viagem. Talvez, até conhecesse a Jesus.
Deve-se, contudo, levar em consideração algumas mensagens implícitas no relato deste
episódio:
18
Conclusão
1. Foram propostas quatro soluções para alimentar a multidão;
2. A proposta que deu certo foi a do Próprio Senhor Jesus. Ele realiza os impossíveis;
3. Muitos estavam ali, não somente para ouvir a Palavra de Deus, mas, principalmente, por
causa do alimento;
4. Ainda assim, Cristo os alimentou, pois é amoroso para com os Seus filhos. Ele se compa-
dece das multidões que são como ovelhas sem pastor;
5. Jesus veio a este mundo com uma missão. Nem mesmo a honra da realeza tirou dele a
glória da cruz, pois, veio para salvar pecadores;
6. O rapaz dos pães e peixes foi, aparentemente, o único que se preparou para passar o dia
com Cristo. Da mesma forma, devemos nos preparar para estar com Ele sempre, e acreditar
no que pode realizar em benefício da humanidade através da nossa doação pessoal;
7. Aquele rapaz entregou a sua provisão para ser repartida com todos, dando uma demons-
tração de fé. Por isso, poderia exclamar sem hesitação: “a oferta sou eu!”
Apelo
Depois de ouvir essa impressionante lição bíblica, você gostaria de juntar a sua voz à dos
gigantes da fé? Então, fale junto comigo: "a oferta, sou eu"!
Bibliografia
Ellen G. White, Beneficência Social (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.
F. F. Bruce, sobre João 6:1-2. João: introdução e comentário, trad., Hans Udo Fuchs (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova, 1987), pág. 130.
Warren W. Wiersbe, sobre João 6:1:14. COMENTÁRIO BÍBLICO EXPOSITIVO NOVO TESTAMENTO (Santo André, SP:
Geo-Gráfica e Editora Ltda., 2012), vol. 1, pág. 398.
Introdução
É imperativo averiguar o verdadeiro escopo e objetivo da história narrada
por Lucas, e investigar com atenção a sua ligação com o contexto geral
e as circunstâncias nas quais ocorreu. Pois, Zaqueu não era uma pessoa
comum. Era um líder, chefe dos publicanos (Luc. 19:2).
Objetivos
1. O episódio, aparentemente acidental, ocorreu entre um líder publicano e
Jesus;
05
significa “separar”, “expor”. Essas conotações explicam as duas princi-
pais características dos fariseus: eram separatistas, tendo em vista a ên-
tema
fase colocada na observância de rituais de purificação. Eram expositores,
porque encorajavam uma interpretação liberal das Escrituras e adapta-
vam as suas leis às mutáveis condições de vida, em contraste como os
saduceus que aderiam estritamente à letra da Lei.
20
Os fariseus eram preocupados com as observâncias externas e a forma da religião. Consi-
deravam as pessoas desfavorecidas como povo da terra, merecedoras de suas próprias
desventuras e esquecidas de Deus.
2. Um Publicano chamado Zaqueu. Os publicanos eram hebreus que cobravam impostos
a favor do governo romano. Cobravam o imposto pessoal, o imposto pela terra, pela pro-
priedade, pela importação e exportação, pelo uso do porto, estradas, pontes e portas.
a. O termo grego para “publicano” é telōnēs, ou seja, “rendeiro de impostos”. Uma figura de
má fama em Atenas desde os tempos de Aristófanes. O termo latino para “publicanos” é
publicani, empregado para os “empreiteiros do Estado”. Estes eram todos de posse, e su-
barrendavam a cobrança dos impostos a agentes conhecidos como magistri, e os agentes
contratavam oficiais locais, chamados de portitores para cobrar as taxas. A estes portitores
que o Novo Testamento se refere como telonai (publicanos).
b. A primeira referência a arrendamento de impostos na Palestina data do tempo de Ptolomeu
II Filadélfo no III século a.C. Porém, a taxa romana foi imposta a partir de 63 a.C., quando o
general Pompeu capturou Jerusalém. Portanto, a cobrança de impostos era feita de um go-
verno dominante contra um povo dominado. Evidentemente, o conterrâneo que se posicio-
nasse a favor dessa cobrança seria considerado como inimigo do seus compatriotas.
c. Por essa razão, o judeu que entrava para o serviço alfandegário era cortado da sociedade
decente. Era desqualificado para ser juiz, ou mesmo testemunha no fórum, e era excomun-
gado da sinagoga. Os membros da sua família, também eram considerados maculados, e
por isso, colocados na categoria legal de assassinos, salteadores, ladrões, assaltantes e
cambistas. Em suma, eram contados como “populacho”.
d. O dinheiro que passava pelas mãos dos cobradores de impostos era maculado e não podia
ser empregado nem como esmola, pois isso, faria o pedinte participar da culpa do publicano.
Estes eram considerados impuros pelo constante contato com os gentios, e ofendiam aos
judeus ortodoxos porque o seu emprego exigia a contínua quebra do sábado.
e. Se um telones abandonasse a sua atividade, não havia nenhuma perspectiva de conseguir
outro emprego, mesmo sendo pessoa tão qualificada: os telones conheciam bem várias lín-
guas, eram peritos em contabilidade e numa espécie de taquigrafia desenvolvida por Marco
Túlio Tiro, um liberto de Cícero, em 63 a.C.
2. Inclui a Aceitação da Graça Divina. Zaqueu não era merecedor da salvação. Mas, Jesus
declarou a sua salvação: “hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho
3. É Caracterizado Pela Fé. A relação humana com Deus deve ser ba-
seada na fé. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e
que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6). Não baseado
nas obras da lei, conforme os fariseus pensavam (Rm 3:20; Gl 2:16),
mas, através da “fé que atua pelo amor” (Gl 5:6).
22
Conclusão
1. Zaqueu não era uma pessoa comum, mas um publicano, ou seja, pertencente a uma cate-
goria altamente discriminada pelos compatriotas, especialmente, os fariseus.
2. A narrativa demonstra que, mesmo as pessoas consideradas mais pecadoras, ou que per-
tençam a uma categoria de baixo nível moral, podem encontrar a salvação em Jesus se sin-
ceramente O buscarem.
5. Por tudo isso, Zaqueu deve juntar-se à categoria dos personagens bíblicos que puderam
dizer: “a oferta sou eu!”
Apelo
Depois de ouvir essa impressionante lição bíblica, você gostaria de, mais uma vez, juntar
a sua voz à dos gigantes da fé? Então, fale junto comigo: "a oferta, sou eu"!
Bibliografia
Bíblia de Estudo Almeida Edição Revista e Atualizada no Brasil. 2ª ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
Bíblia de Estudo de Genebra Edição Almeida Revista e Atualizada no Brasil. 2ª ed. Barueri, SP: Cultura Cristã e Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999.
Gilbert, F. C. Practical Lessons From the Experience of Israel. South Lancaster, MS: South Lancaster Printing Company,
1902.
Hillyer, N. “telōnion”, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Lothar Coenen e Colin Brown, 2ª ed., trad.
Gordon Chwon. São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2000. 2:1014-1019.
“Pharisees; Saducees”. Bridger, David. Ed. The New Jewsh Encyclopedia. Behrman House, Inc. Publishers, New York,
1976. 1:376.
White, G. Ellen. O Maior discurso de Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.
_________, Parábolas de Jesus. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.
Introdução
O episódio é descrito por Marcos logo depois do diálogo do Senhor com
Seus discípulos, quando censurou as atitudes dos escribas (versos 38 a
40). Ele lhes advertiu quanto à arrogância e prepotência daqueles ho-
mens. Ao mesmo tempo em que apreciavam a ostentação e a exaltação
própria, também devoravam as casas das viúvas (v. 40). Logo em se-
guida à conversa com os discípulos, Ele chamou-lhes a atenção para a
doação da viúva pobre.
Desenvolvimento
Por isso, é proveitoso ler a narrativa da viúva pobre (Marcos 12:41-44) à
luz dos ensinos de Jesus sobre os escribas, proferidos pouco antes
(12:38-40). Levando-se em consideração a narrativa de Lucas 20:45 a
21:4, os dois episódios podem ser equacionados assim:
1. Jesus ensinou sobre os arrogantes que devoravam as casas das viúvas
1b. “gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as saudações
nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares
nos banquetes”
2. Jesus chamou a atenção para uma viúva pobre
2b. “Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas”
O episódio narrado por Lucas 21:1-4, contém o seguinte contraste:
1. Jesus observou os ricos ofertando
1b. Os ricos ofertavam do que sobrava
2. Jesus observou, também, uma viúva pobre ofertando
2b. A viúva ofertou tudo o que possuía
Tanto Marcos quanto Lucas colocam essa narrativa ligeiramente antes
do “pequeno apocalipse”, ou seja, das porções proféticas de seu livro
06
(Marcos 13 e Lucas 21). É possível que tenham feito isso para indicar a
relevância do episódio para nós que vivemos nos últimos dias.
24
tesouro, e “phulàttein” – guardar. Segundo Josefo, era uma das salas do templo situada no
pátio das mulheres, onde eram armazenados o ouro e a prata. Jesus ensinava nesse lugar
(João 8:20). O termo, também se refere às urnas de coleta que ficavam naquele lugar (Mar-
cos 12:41-43).
b. As treze urnas eram assinaladas por letras do alfabeto hebraico, e tinham o formato de trom-
beta, à semelhança de chifres de carneiro, sendo a parte mais estreita aquela em que o di-
nheiro era introduzido, e a parte de baixo era mais larga. Nove dessas urnas eram para
receber as ofertas com propósitos distintos, conforme a lei indicava aos adoradores, e qua-
tro, para as dádivas voluntárias. Essas ofertas voluntárias eram utilizadas para comprar, por
exemplo, madeira para o altar.
c. Portanto, o Gazofilácio, além de “sala do tesouro”, representava, também, baús ou urnas
dentro dos quais se depositavam as dádivas e ofertas. No Antigo Testamento essas salas
ou câmaras são mencionadas em textos como 2 Reis 23:11; Neemias 10:37 a 39; 13:4 e
5, 8 e 9 e Ezequiel 40:17. Embora o Novo Testamento não faça referência direta à tesouraria
do templo, João 8:20 e Marcos 12:41, indicam que Jesus ensinava no templo, no pátio das
mulheres, diante do local onde se entregavam as ofertas.
26
b) A doação da viúva - duas moedas de menor valor monetário
Jesus não ignorou as ofertas dos ricos. Não disse que eles nada deram, mas que “esta
viúva pobre deu mais do que todos” (Lucas 21:3). Essa realidade transparece no texto grego
de Marcos, principalmente, quando comparado ao de Lucas. No texto escrito por Lucas
(21:4) está grafado em grego: απαντα τον βιον ον ειχεν εβαλεν (apanta ton bion on eiken
ebalen) – “deu tudo o que possuía”. No entanto, o texto de Marcos 12:44 registra da seguinte
maneira: Εβαλεν ολον τον βιον αυτης (ebalen olon ton bion autes) – “deu toda sua vida”.
Conclusão
1. É proveitoso ler o relato da viúva pobre à luz dos ensinos de Jesus aos discípulos sobre os
escribas proferidos por Jesus pouco antes;
2. Assim, facilita a observação do contraste entre os prepotentes ricos e a viúva pobre;
3. Enquanto eles doavam com ostentação, a viúva deu tudo o que possuía;
4. O fato da narrativa em Marcos e Lucas está ligeiramente antes do “pequeno apocalipse”,
denota a relevância do episódio para nós que vivemos nos últimos dias.
5. Jesus observava os doadores enquanto no pátio das mulheres, diante do Gazofilácio;
6. A forma como as ofertas eram entregues facilitava a ostentação dos ricos, enquanto poderia
gerar constrangimento aos pobres;
7. Jesus chamou a atenção para o fato de que, embora a oferta da viúva fosse monetariamente
insignificante, para Deus ela foi a maior, pois representava tudo o que a viúva pobre possuía.
Essa mulher é diferente de todos os outros que não experimentaram sacrifício para Deus.
Essa viúva pobre “deu toda sua vida”, e adquiriu o direito de afirmar: “a oferta sou eu!”
Apelo
Depois de ouvir uma impressionante lição bíblica, você gostaria de juntar a sua voz a essa
gigante da fé? Então, repita depois de mim: "a oferta, sou eu"!
Bibliografia
Bíblia de Estudo Almeida, nota sobre Marcos 12:42. Edição Revista e Atualizada no Brasil. 2ª ed. Barueri, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999.
Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Adam Clarke's Commentary on Mark 12:41.
_________, John Wesley's Notes on Mark 12:41.
_________, Pulpit Commentary on Mark 12:41.
_________, Sermon Bible Commentary, on Mark 12:41.
_________, Word Study in the New Testament by M. R. Vincent on Mark 12:41.
R. N. Champlin, sobre Lucas 21:1-4, O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, 6 vols. (São Paulo: SP Editora
Hagnos Ltda, 2014), 2:257-258.
W. E. Vine, Merril F. Unger, William White Jr., “gazophulakion”, Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das pa-
lavras do Antigo e do Testamento Testamento, 3ª ed., trad. Luís Aron de Macedo (Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadora
das Assembléias de Deus, 2003), 411.
W. Scmithals, “γαζοφυλ�κιον”, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 2 vols., Lothar Coenen e Colin
Brown, 2ª ed., trad. Gordon Chwon (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2000), 2:2449.
Introdução
Nicodemos é um personagem bíblico que não entra na história bíblica
acidentalmente. Há uma introdução pomposa para ele no evangelho de
João 3. Há, também, muito material escrito a seu respeito, e uma das
razões para isso, é o registro de seu diálogo com Jesus. Nessa entrevista
é possível perceber a sua concepção sobre a religião judaica de seus
dias, e, também, a sua ignorância quanto a questões espirituais, como
o novo nascimento, por exemplo.
O nome “Nicodemos” é um neologismo grego, derivado de “nikos” (ven-
cedor) e “demos” (povos). Portanto, vencedor ou conquistador de povos.
Alguns estudiosos o identificam com Naqdimon ben Gorion, um cidadão
rico, que, segundo o Talmud Babilônico, era encarregado de suprir de
águas aos peregrinos que vinham para as festas de Jerusalém. Mas, não
há informações conclusivas sobre isso.
Um líder Fariseu
Nicodemos era fariseu. A palavra hebraica para “fariseu” é perushim, que
significa “separar”. Eles eram separatistas, tendo em vista a ênfase co-
locada na observância de rituais de purificação e da prática minuciosa
do dízimo. Os fariseus eram preocupados com as observâncias externas
e a forma da religião. Consideravam as pessoas desfavorecidas como
povo da terra, merecedoras de suas próprias desventuras e esquecidas
de Deus. Nicodemos era fariseu e membro do sinédrio, o que fazia dele
um integrante de uma oligarquia, ou seja, uma minoria privilegiada que
tinha o poder e a incumbência de governar a maioria.
07
(2:23).
tema b. Algumas razões que poderiam Justificar a sua visita à noite, seriam: 1.
Constrangimento, devido a sua posição; 2. Evitar problemas com os de-
mais membros do sinédrio; 3. A busca de privacidade.
28
c. Nicodemos era um mestre versado em sua religião, um observador dos acontecimentos,
mas precisava reconhecer em Jesus, o Messias prometido e deveria ser batizado por João
Batista: “mas os fariseus e os intérpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o desígnio
de Deus, não tendo sido batizados por ele” (Lucas 7:30).
d. Jesus revelou os grandes segredos da conversão, bem como os elementos ligados a ela:
novo nascimento, água, vento, o nascimento do alto e o Espírito Santo. E ainda pronunciou
um dos versos mais profundos de toda Sagrada Escritura, João 3:16.
e. Utilizou o episódio da serpente de bronze levantada por Moisés no deserto para exemplificar
a Sua morte expiatória na cruz (3:14-15).
f. Todos deverão enfrentar o tribunal, mas os que creem não serão condenados (3:18-19).
g. O mal e a luz são incompatíveis (3:20), mas a prática da verdade representa proximidade
com a luz (3:21). Dessa forma, diferente de Judas, que saiu da presença da luz e foi para a
noite, para as trevas (13:30), Nicodemos saiu das trevas da noite para encontrar-se com a
Luz (3:2, 21).
30
c. Parte desse bálsamo era utilizado para calafetar o local onde o corpo era depositado e outra
parte era queimada (2 Cron. 16:13-14).
d. O sepultamento pomposo de Jesus foi profetizado em Isaias 53:9. Tanto José de Arimatéia
quanto Nicodemos, colaboraram para que essa profecia se cumprisse. E, provavelmente,
sem ter consciência imediata desse fato.
e. Ambos desejavam oferecer a Jesus a dignidade de um funeral real e messiânico (João 12:13,
32; Sal. 45).
f. Essa dispendiosa homenagem relembra duas outras: àquela prestada pelos magos quando
Jesus nasceu (Mat. 2:11) e a homenagem prestada por Maria que, segundo Jesus, lhe pre-
parava para a sepultura (Mat. 26:7-12; João 12:3-7).
g. Ao gastar 30 quilos dessa dispendiosa especiaria no sepultamento de Jesus, Nicodemos
demonstrou de que forma a sua fortuna deveria ser utilizada. Ele a colocou a serviço do
Evangelho, para honrar o seu Salvador.
Conclusão
Na assistência ao funeral de Jesus, Nicodemos revelou a sua identidade como discípulo do
Messias sacrificado e levantado, assim como a serpente de bronze fora levantada por Moisés
no deserto. O valor despendido para homenagear o Mestre demonstrou o quanto ele pre-
zava ao Senhor, um prenúncio de que estaria disposto a entregar tudo por Ele. Por isso, Ni-
codemos poderia dizer com acerto: “a oferta sou eu!”
Apelo
Depois de ouvir essa comovente lição bíblica, você não gostaria de juntar a sua voz a esse
nobre da fé? Então, fale junto comigo: "a oferta, sou eu"!
Bibliografia
Bíblia de Estudo Almeida, nota sobre João 16:39. Edição Revista e Atualizada no Brasil. 2a ed. Barqueei, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999.
David Bridger, ed., The New Jewsh Encyclopedia (Behrman House, Inc. Publishers, New York, 1976) 1:376, Commentary
on “Pharisees; Saducees”.
Ellen G. White, O Desejado de todas as nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.
Flavius Josephus, The Works of Josephus: Complete and Unabridged, Ant. B. xv. C. 3, s. 4; e b. xvii. C. 8, s. 3, traduzido
por William Whiston. USA: Hendrickson Publishers, Inc., 1987.
F. F. Bruce, João: introdução e comentário, Série Cultura Bíblica, vol.4 (Edições Vida Nova), 2002.
G&H Bible, comentário sobre o verbete grego, κρ�eζω (krázo) em João 7:37.
Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Albert Barnes’ Notes on the Bible, on John 3:1.
_________, Albert Barnes’ Notes on the Bible, Commentary on John 3:1.
_________, A Popular Commentary on the New Testament, on John 2:23-3:21; 19:39.
_________, Clarke’s Commentary on John 19:39.
_________, F. B. Meyer, Through the Bible Day by Day, on John 3:1.
_________, International Standard Bible Encyclopedia, on “Nicodemus”.
_________, the Pulpit Commentary, John 3:1.
_________, Through the Bible Day by Day (F. B. Meyer), Commentary on John 3:1-8.
_________, Word Studies in the New Testament (M. R. Vincent), on John 19:39.
Introdução
Um dos versos mais conhecidos, e, ao mesmo tempo, mais significativos
da Palavra de Deus é João 3:16. Deus, o Pai, deu o Seu Filho para salvar
a humanidade. Essa atitude do Pai em relação ao mundo está em direto
contraste com o paganismo, ou com a maneira como este representa
os seus deuses. Na Ilíada, Juno diz a Vulcano: “querido filho, retenha-
se. Não seria bom que um deus, assim sofresse em lugar dos homens.”
O estudo da salvação, continuará a ser tema de estudo durante as eras
infindas da eternidade (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 126).
A origem do mal
a. Antes da introdução do pecado no universo, havia perfeita paz e harmo-
nia entre criação e Criador, entre os seres criados e os seus semelhantes.
Analisemos o que o apóstolo João nos diz: “e nós conhecemos e cremos
no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece
no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (1 João 4:16).
08
Estrelas da alva juntas alegremente cantavam
tema
Rejubilavam todos filhos de Deus
Deus lançou os fundamentos da Terra. Nessa ocasião, “quando as es-
trelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os fi-
lhos de Deus”, o Senhor afirma a paz e o louvor universais.
32
O pecado rompeu a paz universal
a. Um elevado anjo decidiu romper a paz e harmonia do universo (Isaías 14:12-14; Ezequiel
28:13-17), introduzindo uma rebelião caracterizada pela transgressão à lei divina (1 João
3:4). Essa lei é a transcrição do caráter de Deus. Deus é Justo, perfeito, santo e bom (Esd.
9:15, Mat. 5:48, Lev. 19:2, Sal. 34:8). A Lei também é Justa, perfeita, santa e boa (Sal.
119:172, Sal. 19:7, Rom. 7:12, Rom, 7:12)
b. Ao atacar a lei de Deus, o anjo caído atacou o próprio Deus. Desgraçadamente, ele conseguiu
atrair para as suas fileiras a terça parte dos anjos celestiais (Apoc. 12:7-9). O antigo Lúcifer,
agora Satanás, o adversário, trouxe a sua rebelião contra Deus para o planeta recém-criado,
a Terra. No entanto, Deus advertiu ao homem quanto a área de atuação do maligno. Sua ju-
risdição era a árvore do conhecimento do bem e do mal. A ordem divina ao homem deixava
bem claro quais seriam as consequências da desobediência. Leiamos Gênesis 2:15-17.
"De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e
do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás".
c. A ordem divina foi peremptória (impositiva): “não comerás”, pois as consequências seriam
trágicas: “certamente morrerás”, em hebraico o texto é taxativo e enfático, “ מוֹת ָּתֽמּותmôt
tãmût”. Ou seja, o homem não somente morreria, mas morreria no dia em que comesse do
fruto proibido. Para que isso não ocorresse, Deus advertiu ao casal que não se separassem:
“os anjos haviam advertido Eva de que tivesse o cuidado de não se afastar do esposo en-
quanto se ocupavam com seu trabalho diário no jardim.” (Patriarcas e Profetas, p. 53).
A queda do homem
a. Genesis 3:1 começa chamando a atenção para o caráter astuto de Satanás, “mas a ser-
pente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse
à mulher”, então, fez uma afirmação taxativa e contrária ao imperativo divino: “é certo que
não morrereis” “ לֹא־מוֹתְּתֻמֽתּוןlô môt temutûn” (Gen. 3:4).
b. Tendo em vista que Adão viveu 930 anos, a maior parte dos quais, fora do paraíso, depois
de seu pecado. Será que o diabo estava falando a verdade? Por que Adão e Eva não mor-
reram naquele mesmo dia, conforme o prometido?
c. Se Deus destruísse Adão provocaria, talvez, uma nova rebelião, tendo em vista que os anjos
leais passariam a ver Deus como severo e intransigente. Por outro lado, se desculpasse ao
casal pecador teria que desculpar Lúcifer, também, e ele viveria como o legítimo herdeiro
deste mundo. De que forma o problema foi solucionado?
O plano da redenção
Agora é possível entender o que João escreveu em Apocalipse 13:8
sobre o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Quando
Adão pecou, entrou em operação o plano divino para salvar o homem.
Naquele momento, Jesus se tornou “o Cordeiro de Deus, que tira o pe-
cado do mundo!” (João 1:29). A qualidade da morte que Cristo sofreu
na cruz foi a segunda, isto é, a separação total de Deus. Esse fato pode
ser inferido pela citação do Salmo 22:1, “Deus meu, Deus meu, por que
me desamparaste? (Mat. 27:46).
34
O salmista, divinamente inspirado, previu com precisão cirúrgica o que ocorreria com Jesus:
"Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca;
assim, me deitas no pó da morte. Cães me cercam; uma súcia (bando) de malfeitores me
rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me
estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha
túnica deitam sortes" (ver: Mat. 27:35; Mar. 15:24; Luc. 23:34; João 19:24).
Conclusão
Deus, o Pai, doou o Seu Filho à humanidade. Na concepção pagã, isso é algo completa-
mente estranho. A “morte do Emanuel na cruz” é algo tão surpreendente, que nem mesmo
a eternidade explicará plenamente aos seres criados este grande mistério. Jesus de Nazaré,
o Cristo Divino, pode dizer acima de todos, “A oferta sou Eu!”
Apelo:
Você gostaria de juntar a sua voz aos nobres da fé e aos anjos? Repita comigo: Obrigado
Senhor por morrer em meu lugar. “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a
honra, a glória e o louvor”! Ofereço minha vida aos Seus pés. Ajuda-me a viver esse princípio:
A oferta sou eu.
Bibliografia
Ellen G. White, História da Redenção (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom. p. 42-43.
_________, Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 126.
_________, Patriarcas e Profetas, p. 53
G&H Bible, comentários sobre os verbetes hebraicos.
Questões sobre doutrina: o clássico mais polêmico da história do adventismo, ed. anot., tradução das notas por Josimir
Albino do Nascimento (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009), 122.
Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Word Studies in the New Testament (M. R. Vincent), on John 3:16.
W. E. Vine, Merril F. Unger, William White Jr., Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e
do Testamento, 3ª ed., trad. Luís Aron de Macedo (Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003).