3 - TranscriçãoEProcessamentoRNA PDF

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GENÉTICA

TRANSCRIÇÃO E
PROCESSAMENTO DO RNA
“O BOM FILHO A CASA
TORNA”
30/05/2013

Cada célula trabalha com um conjunto de genes, os quais estão relacionados com a sua
função. Então, apesar de todas as células compartilharem o mesmo genoma, cada célula
possui o seu potencial genético, fazendo com que ela expresse apenas os genes
correlacionados com a sua função e todo o resto sofre uma regulação negativa, ou seja,
não vão sofrer a transcrição. Além disso, a função celular também sofre variações, visto
que as células não vão produzir todas as proteínas referentes às suas funções
constantemente. Na verdade, irão existir momentos em que a produção de determinado
tipo de proteína irá decair e em outros aumentar.
Células que sofrem mitoses são os principais tipos celulares que vão dar origem aos
outros que por sua vez irão se diferenciar, o que gera a regulação de sua função devido à
expressão de determinados genes. Todavia toda a célula tem um tempo de vida, o qual
geralmente é definido quando os mecanismos regulatórios começam a sofrer problema,
ou seja, a célula esta tendo dificuldades em regular o seu genoma devido ao
envelhecimento e a condições de ambiente inadequado, o que fará que ela seja induzida
à apoptose para que sejam evitados erros que possam ser prejudiciais para a saúde do
individuo .
Obs: a regulação do gene é mais realizada na sua forma direta sobre a transcrição, visto
que uma vez que se produz o RNAm, essa molécula não tem uma vida muito longa
dentro da célula, pois esta substancia é extremamente instável quando comparado com o
DNA, o que dificulta a realização de regulações nessa molécula

Depois deve-se transformar o RNA em um DNA, por um processo de transcrição


reversa, igual aos vírus, através de uma enzima chamada transcriptase reversa. Após a
transcrição do DNA, pode-se observar se corresponde ao vírus em questão - o RNA,
não pode ser reconhecido por PCR, já que não aguenta variação de temperatura, essa
fragilidade, porém, depende da condição da molécula, se ela está sozinha, sofreu alguma
modificação química que aumente essa estabilidade, se possui dupla fita, etc. Já que o
organismo não produz RNA de forma ilimitada, as modificações no RNA são
importantes para mantê-lo no citosol.
A transcrição é a primeira fase da síntese da proteína, mas nem todo RNA passa por
tradução, já que existem moléculas que serão necessárias como RNA: o RNA
transportador, RNA ribossomal, dentre outros. Somente o RNA mensageiro passará
pelo segundo processo, que é a tradução.
Há diversas semelhanças entre replicação e transcrição. Na hora de traduzir a fita do
RNA, a produção ocorrerá na mesma polaridade da fita da replicação, 5’ → 3’. Como
na replicação, a tradução necessita de um molde, inicia-se também de uma sequência
específica de iniciação.
Existem diversas fases do processo de replicação, a iniciação, quebra com o auxílio da
topoisomerase, as enzimas que trabalham no alongamento do crescimento do DNA e
enzimas que trabalham no final, trocando os primers de RNA por DNA, e a DNAligase
que faz ligação no que era um fragmento de Okazaki.

No processo de replicação, existem também etapas para o sucesso do processo. No


primeiro momento, ocorre o reconhecimento da área que está antes do gene a ser
transcrito. Essa área é chamada de Região Promotora, pois é ela quem vai desencadear o
processo de replicação. Essa Região Promotora é reconhecida pela DNA polimerase
(RNAp) que consegue agir sem ajuda de um complexo enzimático, diferente do que
ocorre na replicação de eucariontes, que são necessários primers e um complexo
enzimático grande; o que torna a transcrição um processo bem mais simples do que a
replicação.
Nesse processo de transcrição, apenas fragmentos de DNA (genes) serão transcritos.
Ademais, apenas uma fita servirá como molde e será transcrita, pois o gene é uma
sequência muito específica de DNA, por essa razão a fita complementar não conseguirá
fornecer a mesma mensagem que a fita molde.
DNA Intergênico ou DNA Espaçador:
É o DNA que fica situado entre dois genes e constitui a maior parte da molécula de
DNA. Atualmente, estuda-se muito acerca da importância desse tipo de DNA e, apesar
de ainda causar muitas dúvidas, as pesquisas apontam para funções como:
• Ajuda na Regulação de genes
• Guardam genes que já foram ativos e não são mais.
• Ajudam a proteger os genes contra mutações.
Obs: o DNA intergenico não é sinônimo de íntron. Os íntrons são partes de DNA não
codificantes dentro do próprio gene.

Íntron é a denominação utilizada para aquilo que não codifica nada dentro do gene. O
DNA espaçador é fora do gene, ou seja, essa nomenclatura de íntron foi feita para fazer
a distinção do que é não codificante dentro do gene e o que é não codificante fora do
gene.
A sequência de transcrito de RNA possui diferentes nomenclaturas em alguns livros,
alguns chamam de transcrito de RNA, outros de transcrito primário ou secundário, Pré-
RNA mensageiro. Essa divergência de nomes existe para RNAs de eucarioto, uma vez
que procarioto é chamado apenas de RNA mensageiro. Eucariotos recebem essas
diferentes denominações devido ao RNA ao acabar de fazer a transcrição não ser
utilizado de imediato, ele sofre algumas modificações para migrar pro citoplasma e ser
traduzido.
A sequência que origina o RNA mensageiro, por alguns livros, é chamada de sequência
molde e a sequência complementar ao molde é chamada de sequência codificante ou
sequência senso, que pode sofrer uma troca e ficar igual a sequencia de RNA
mensageiro. A partir da leitura das trincas do RNA mensageiro é encontrada a sequência
de aminoácidos.
Diferenças entre a molécula de RNA e DNA:
• Açúcar do RNA é a Ribose e do DNA é a desoxirribose (diferença na carboxila
do carbono 2 encontrada apenas no RNA);
• Diferença no nucleotídeo, a uracila existe apenas no RNA enquanto a timina
somente no DNA;
• RNA é uma fita simples e o DNA é uma fita dupla;
• Funcionalmente, existe muita distinção entre as moléculas. O DNA pode ser um
genoma, ser a molécula que leva o genoma de vírus, por exemplo.

O DNA tem uma função evolutiva mais importante do que o RNA, pois ele é uma
molécula mais estável. Exatamente por isso que ela pode sofrer modificações sem
alterar sua estrutura.
Os principais tipos de RNA são:
• RNA transportador
• RNA ribossômico
• RNA mensageiro
Os RNAs transportador e ribossômico são os dois tipos que sofrem a transcrição.
Os genes de RNA ribossomal podem ser utilizados para a identificação de bactérias
(espécie, gênero, diagnóstico do micro-organismo e afins), por exemplo, isso ocorre
pelo fato de todo organismo possuir RNA ribossomal em seu organismo.
São genes que não sofrem muitas mutações e são muito bem conservados. Portanto,
todos os tipos de células produzem RNA ribossomal.
No caso do RNA mensageiro do procarioto, ele já sai completo e pronto para ser
utilizado. Já no caso dos eucariotos, ele precisa transcrever, após ele modifica-a antes de
esta molécula ir para o citoplasma. Assim, formam-se duas moléculas: uma que acabou
de ser produzida e a segunda que foi modificada.
O RNA transportador sofre um processamento após ser produzido para adquirir a
configuração do RNA-t.
O RNA Mensageiro será um carreador intermediário de informação do DNA para a
formação de proteínas. Sendo assim, não será o RNA em si que será utilizado pela
célula, mas sim a proteína. Ele não é uma molécula de uso final para a célula.

Na fase de tradução ocorre transformação da mensagem nucleotídica em mensagem de


aminoácidos. Isso ocorre pois a célula entende a linguagem proteica.

Em Eucarioto se observa dois níveis de RNAm:


1. RNA nuclear heterogêneo/ Pré-RNA/ Transcrito Primário: é o RNAm
que acabou de ser transcrito. Ele ainda irá sofrer processamento.
Observado apenas em eucariotos.

• RNA mensageiro ou transcrito secundário:


Existe tanto em eucariotas quanto em procariotas. Mas o RNAm de eucariotas precisa
sofrer transformações para ser funcional. O dos procariotos não.

• RNA transportador:
1. Que é produzido tanto por eucariotas quanto por procariotas.
2. ESTRUTURA DA MOLÉCULA:

• Pequenos RNAs nucleares e citoplasmáticos:


1. Existem apenas em eucariotas. Por quê?
Porque a transcrição de um gene gera moléculas de RNAm que contêm íntrons e éxons,
visto que a RNA polimerase não sabe quem é quem, então transcreve tudo ainda que os
íntrons codifiquem informação não funcional. Mas em algum momento a informação do
íntron vai precisar ser retirada da molécula de RNAm, pois ela não pode ir para o
citoplasma com regiões que não representam informação funcional nenhuma. Por isso
que o RNAm precisa ser processado, para que nele só exista informação biológica
funcional codificada (éxons).
Nesse sentido, os pequenos RNAs nucleares + proteínas se juntam numa estrutura bem
grande chamada spliceossomo, que vai justamente retirar a informação “inútil” que foi
transcrita pelos íntrons na composição do RNAm. Isso ocorre no núcleo para que a
informação já vá correta para o citoplasma.
Como apenas eucariotas têm RNAm que precisa ser “podado” de íntrons, apenas os
eucariotos têm esses pequenos RNAs.

• Outros RNAs:
Funcionam como reguladores gênicos também. Interferem na transcrição de alguns
genes( RNA de interferência). Impedem que alguns genes sejam transcritos.

OBS: TODAS AS MOLÉCULAS DE QUALQUER TIPO DE RNA SÃO PRODUZIDAS


POR TRANSCRIÇÃO.

Na estrutura do RNA transportador, através do pareamento interno da molécula, ele


adquire um formato específico (estável, "4 braços").

O RNA transportador transporta o aminoácido ligando ele na ponta 3'OH. Por causa
disso, esse braço em específico é chamado de braço acceptor.

Outro braço faz pareamento com códon que está no RNA mensageiro, é o braço do anti-
códon.

A molécula que faz a transcrição (RNA Polimerase) tem 5 subunidades e apresenta


conformação quaternária. Essas subunidades fazem todas as funções necessárias no
processo de transcrição. Quando ela vai se ligar no DNA ele tem que reconhecer a área
de interesse, e essa área SEMPRE vai ser a Região Promotora, então normalmente
todos os genes vêm depois de uma Região Promotora.

Toda vez que a RNA polimerase se liga a região promotora, ela acaba transcrevendo os
três genes, como se fosse uma unidade gênica completa, pois eles fazem parte de uma
mesma via metabólica, mas são sistemas mais simples, porque tem que ter economia de
informação. Cada vez que se transcreve um gene, deve-se reconhecer a região
promotora desse gene.
Cada sub-unidade da RNA polimerase tem uma função, a estrutura toda são cadeias:
duas alfa, uma beta, uma beta’ e uma sigma ou fator sigma.
Função de cada subunidade:
• Alfa: montagem de toda estrutura, equilíbrio da estrutura;
• Beta e Beta’: promoção das ligações fosfodiéster e a ligação com o DNA
molde, para parear e construir a molécula, fazendo a ligação com os
ribonucleotídeos;
• Sigma: responsável pelo reconhecimento e ligação da região promotora do gene,
importante apenas no início da transcrição.
Depois do pareamento com a região promotora, a RNA polimerase perde o fator sigma,
pois este já exerceu sua função. O cerne da enzima continua a transcrever, com suas 4
subunidades.
A fase de iniciação envolve a ligação da enzima completa (5 subunidades) na região
promotora e não causar a super-helicoidização, ou seja, onde a RNA polimerase estiver
somente neste local irá ter a abertura da dupla hélice, isto é será desfeito o seu formato
helicoidal.

Logo, a iniciação é um processo simples (reconhecimento da região promotora


deselicoidada naquela área, quebra das pontes de hidrogênio, combinação de
ribonucleotídeos etc).

O fator sigma faz o reconhecimento da região promotora (seta verde), e as outras


subunidades acompanham o desenrolar. As fitas de DNA se pareiam de novo após a
passagem da RNA polimerase.
A RNA polimerase se insere sobre a região promotora do gene e começa a
deselicoidização das fitas apensas na área em que ela está localizada, por isso, as regiões
nas extremidades continuam no formato de dupla-hélice. Quando ela termina de copiar,
as fitas complementares se ligam rapidamente.
Para analisar um gene, é necessário analisar a sua região promotora. A distância entre o
gene e a região promotora é medida a partir da contagem dos nucleotídeos, (quantos
nucleotídeos existem de uma ponta a outra) levando em consideração que o número será
negativo por ser anterior ao gene (antes do primeiro nucleotídeo do primeiro éxon). As
regiões mais importantes, regiões mais conservadas, e, consequentemente, as regiões
utilizadas pela RNA polimerase para reconhecer a região promotora e começar o
processo da transcrição se encontram na posição -10 (ponto onde as RNA polimerases
quebram as pontes de hidrogênio para permitir a deselicoidização. O nome dessa
posição é box-10 ou TATA box, pois é sempre 1 sequencia TATAAT ) até a posição –
35 (denominada de box-35: é 1 sequencia inteira, não 1 nucleotídeo só) do gene.
Portanto, a RNA polimerase reconhece a região promotora por causa desses pontos.

O TATA box é a área da região promotora onde há a quebra das pontes de hidrogênio,
quem fará essa quebra é a RNA polimerase. Além de reconhecer e desenrolar, a RNA-p
também ira quebrar para poder colocar os ribonucleotídeos. Nos pontos -35 e -10
encontrar-se-á as sequencias das regiões promotoras que são muito parecidas, chamadas
de sequencia consenso.
A RNA polimerase é bem grande, o ponto -35 serve justamente para reconhecer a área
da região promotora, enquanto que o -10 é para quebrar as pontes de hidrogênio. Após a
quebra e a inserção dos primeiros ribonucleotídeos há a liberação do fator sigma e o
resto continua a fazer a cadeia crescer.
A grande diferença que se encontra entre procarioto e eucarioto é que os últimos
necessitarão não só a RNA polimerase. A “nossa” não vai conseguir fazer tudo sozinha.
Precisamos de muitas proteínas para efetivar o processo de transcrição.
São 3 tipos de RNA polimerase: uma transcreve o gene de RNA transportador, outra
do RNA ribossomal e outra do RNA mensageiro.
Se olhar pra frente e pra traz da molécula não da pra ver a super-helicoidização, é so na
área que ela esta passando.

A área onde a RNAp (RNA polimerase) está passando, ou seja, a área que está sendo
transcrita é chamada de bolha de replicação. Note na figura1 que a única área que está
aberta é justamente essa Bolha de replicação.
Figura 1
O que mantém a transcrição acontecendo é o complexo junto: RNAp, molécula molde
de DNA e a nova molécula que está crescendo. Existe um equilíbrio entre os três.
Portanto, para parar essa transcrição é necessário alterar o equilíbrio desse complexo.
Obs: é possível ter mais de uma RNAp atuando numa mesma molécula de DNA, sendo
que cada RNAp atua isoladamente transcrevendo genes diferentes. Porém, casos em que
genes estão em Tandem (um seguido do outro; genes em repetição), a RNAp vai
transcrevendo varias cópias de uma única vez, e geralmente o Tandem acontece com
genes que são necessários em altas quantidades, como genes de proteínas ribossomais e
de proteínas musculares, por exemplo.

A estrutura do DNA que Watson e Crick descreveram é uma estrutura primária.


Normalmente, o material genético não se encontra dessa forma, e sim
superhelicoidizado. Para haver a transcrição, vai ser necessário o desenrolamento da
fita, promovido pela RNApolimerase.
A transcrição inicia antes e termina depois do gene de interesse, como se fosse uma
margem de erro (o material transcrito é sempre maior que o gene). Não há uma estrutura
paralisadora de transcrição propriamente dita, e sim um sinal de término: uma
interferência ocorre diretamente no complexo de polimerase, dissociando DNA de RNA
e de RNApolimerase. Há dois tipos de sinais terminadores:
• Rho dependente: a proteína Rho se liga no RNA em transcrição e isso promove
o desmanche do complexo e paralisação do processo
• Rho independente: o RNA nascente começa a produzir pareamentos internos
em sua molécula, parecidos com grampos, que promovem a finalização da
transcrição (ainda não foi bem estudado).

Quando o RNA que está crescendo, de alguma forma, a estrutura desestabiliza o


complexo e para a transcrição.

• Duas formas de estabilização:


1. Dependente de uma proteína.
2. Associada a formação das estruturas em formato de grampo no RNA nascente.

• Então, modifica a estrutura do RNA formando grampos e desestabiliza o


complexo. Liga a proteína, estabiliza o complexo. Para a transcrição.

Terminadores Rô independentes formam a estrutura em forma de grampo, faz a


polimerase parar, apos a criação das fileiras em U, ocorre a liberação do RNA.

TRANSCRIÇÃO EM EUCARIONTES
Em eucariontes, a RNA polimerase não basta.

• A RNA polimerase em procariontes, através do fator sigma reconhece a região


promotora. Se for retirado, liga ao RNA, mas não na região promotora.
• Em eucariontes, a RNA polimerase sozinha não consegue se ligar ao RNA,
necessitando de outra proteína que reconheça a área da região promotora. Necessita-se
de uma série de proteínas para ocorrer transcrição, as quais são chamadas de fatores de
transcrição. EX: em sinalização há varias proteínas com o nome de fatores de
transcrição, que marcam o lugar correto, genes alvo, para a ligação da enzima. Molécula
se liga a um receptor produz uma fosforilação citoplasmática, iniciando a liberação de
proteínas (migração de proteínas) para iniciar a transcrição do DNA.
• Começa-se a produzir uma proteína a partir da sinalização de membrana.
• A sinalização promove a transcrição de algo que antes não estava sendo
transcrito. A regulação dos genes depende de uma série de sinais.

Na transcrição de eucariontes, além da necessidade de outras proteínas, segue uma


ordem de entrada dos fatores de transcrição, para acontecer de uma forma muito bem
regulada dentro do tempo correto.
Assim, conforme o exemplo abaixo, o local de reconhecimento é o TATA BOX. Cada
fator é representado por II porque eles trabalham associados a RNA POLIMERASE II
(RNAPII). O fator IID é o primeiro a reconhecer, posteriormente ligam-se o IIB e o IIA
para, então, a RNAPII se ligar e seguir o reconhecimento do complexo para que a
transcrição aconteça.
Não é necessário decorar a ordem, uma vez que ela muda de acordo com os fatores
e a região a ser transcrita.
No eucarioto, a transcrição é mais complexa do que nos procariotos. O RNA produzido
não pode ser imediatamente traduzido, ele passa por mudanças, por isso existe a
denominação pré – RNA mensageiro ou Transcrito primário. Caso ele possua íntrons,
sofre, no mínimo, 3 modificações.

O RNA mensageiro de eucariotos sofre, no mínimo, 3 modificações químicas na


presença de íntrons. Caso não haja íntrons, sofre apenas 2 modificações, no mínimo. As
mudanças ocorrem:
1 – Na ponta 5’ da molécula do RNAm (Primeira a ocorrer, pois é a primeira a sair e já
pode ser modificada)
2 – Na ponta 3’ da molécula do RNAm (Ajuda o reconhecimento do RNAm no
citoplasma, torna a sua estrutura mais estável, para que sobreviva mais tempo no
citoplasma, participa do processo de Poliadenilação e auxilia o transporte do núcleo
para o citoplasma)
Poliadenilação: enzima (poli-A polimerase) que adiciona várias adeninas – Finaliza o
processo que se inicia com uma enzima que reconhece a sequência que se repete toda
vez que acaba um gene, AAUAA, e corta os excessos da continuação da transcrição, o
que é conhecido como clivagem nucleotídica (enzima Endonuclease).

A modificação da 5' é chamada de capeamento (revestimento/cobertura), acontecendo a


metilação (radicais metil). É inserido o último nucleotídeo (uma guanina) e depois ele é
metilado por um ou mais radicais metil dos RNAm. A outra ponta 3' é poliadenilada. A
última modificação é o splicing, que é a retirada dos íntrons ou reconstituição do RNAm
(arrumar o que estava desarrumado) ao estado original, pois resta apenas os éxons que
são agrupados. A comparação do RNAm antes e depois do splicing nos mostra uma
diferença enorme de tamanho entre eles, sendo que antes é enorme e depois se torna
extremamente menor. Essas 3 modificações só ocorrem em seres eucariotos.
• P. B.
E depende do eucarioto, quando falamos de eucarioto é para designar que podem ter
éxons e íntrons, mas tem gene que não tem, como no caso dos procariotos mais simples
em que o número de íntrons é bem baixo, quanto mais complexo maior o número de
genes com íntrons.
A recomposição do RNAm, como arrumar o RNA, é feita pelos spliceossomas, que são
um grande complexo com várias moléculas de pequenos RNA's associados com 40
proteínas diferentes (muito grande).

Modo de recomposição:
• Há a área do éxon (em verde) e a área do íntron (em amarelo) do primeiro RNA
produzido logo após o processo de transcrição; perto do final do íntron há uma adenina
(sempre, não muda), pois é utilizada para o processo de retirada. O spliceossoma com
suas unidades de RNA's se monta no complexo, as primeiras unidades reconhecem o
início do íntron e a adenina que fica próximo do final do íntron.
• Após o reconhecimento, o número de moléculas aumenta, U4 associado com U6
e U5. Com a aproximação dessas centrais, há a aproximação das laterais que foram as
primeiras, U1 e U2, ou seja, quando as centrais se ligam promovem a aproximação
das laterais (as duas primeiras) também formando uma alça. Ao mesmo tempo que
vai retirar os íntrons, irá aproximar e reconstituir os éxons.
• Depois da aproximação, há a saída da U4 e a “ativação” do spliceossoma, que
vai fazer a retiradado íntron. Forma-se primeiro uma estrutura para cortar o início do
íntron, puxa-se o exon e promove-se a ligação do mesmo, ao mesmo tempo levando o
íntron com o spliceossoma. A adenina será importante para a formação da alça.

TRANSCRITO PRIMÁRIO
A estrutura anelar do DNA ocorre pelas ligações fosfodiéster dos nucleotídeos. Quando
essa estrutura é formada, ocorre a aproximação de éxons, gerando a última modificação.
Na comparação entre os domínios procariotas e eucariotas há uma diferença já que os
procariotos, pela menor complexidade não possuem íntrons. No procarioto, a
transcrição é direta, sem essa separação do RNAm. Já no RNA eucarioto há pelo menos
3 modificações no RNA, ocorrendo na ponta das fitas, dando estabilidade ao RNA.
Quando o RNA é modificado, retirando-se os íntrons e éxons, ele é enviado para o
citoplasma para ser traduzido. Nesse caso, o RNAm deve ser reconhecido por proteínas
citoplasmáticas, sendo a sinalização das modificações responsáveis por esse
reconhecimento. Ou seja, sem a modificação, não há tradução.
No projeto genoma humano, encontrou-se muito mais proteínas do que genes no DNA.
Isso evidencia que um gene produz mais de uma proteína. Além disso, percebeu-se que
em determinados genes a proporção de íntrons e éxons varia, sendo os mais complexos
possuindo mais éxons e os menos complexos, menos éxons.

Os genes são pequenos. Aqui, o número grande de éxons sinaliza que o gene é muito
grande, porque imaginamos que a informação está dividida e entre ela, ainda há íntron
(geralmente, maior que éxon). E aqui, mostra-se a ponta 5’, que já saiu e foi capeada,
transcreve tudo e vai embora. Chega bem aqui no final, tem aquele A1AAA que vem,
retira aquele excesso, põe a Cauda Poli A, ocorre-se também a clivagem das estruturas
laoreáticas (?) que foram formadas, e a reconstituição completa. E nesse caso aqui, é a
mesma história, e pensou-se: 3 éxons – 1 proteína. Quando foram estudar o splicing,
descobriram que ele nem sempre acontece do mesmo jeito. Ele pode gerar mecanismos
chamados de splicing alternativo. Por exemplo, no 1º splicing, ele juntou os 3 exons. No
2º splicing, ele cortou esse íntron, e no meio, levou 2, também. (Professora mostra
figura – em suma, relata que no splicing alternativo, na hora de cortar, se leva os éxons
e, também, íntrons). Assim, pode-se produzir uma outra proteína usando o mesmo gene.
Então, aqui é pra mostrar as formas que você pode clivar o RNAm, de uma forma
diferenciada, para produzir uma proteína diferente.
Também há o mecanismo de Edição do RNA, onde manipula-se o RNA, sem se alterar
o DNA. Logo, neste mecanismo, o RNAm será “editado” para produzir outra proteína.
Observou-se isso para o nosso gene da Polipo-Proteína-B, que é produzida no Fígado e
Intestino. Notou-se que a molécula é diferente em tamanho nos dois órgãos, pois,
quando chega ao fígado, o RNAm não sofre nenhuma modificação, não edita, não
mexe.

Então a informação vai ser traduzida e gerar a proteína que vai ser utilizada no fígado.
Só que quando foram observar a proteína no intestino ela estava menor, e estava
ocorrendo o fenômeno da transcrição normal. Como pode a proteína está diferente no
tamanho nessas regiões? Os estudiosos foram analisar a sequência do RNAm, e em um
determinado ponto havia uma citosina e ela foi trocada por uma uracila, e a trinca que
foi gerado com uracila foi um stop códon, é importante ressaltar que o tamanho do
RNAm não estudado mudado, mas a sequência está.

Outro exemplo de edição do genes, é o caso Trypanosoma , ele que causa problema com
o nosso açaí, podendo contaminar e ter a possibilidade de passar a doença de chagas.
Então, os estudiosos analisaram o RNAm e observaram depois da edição notou-se
muitas uracilas que ele não possuía antes.
• V. F.
Então a edição e o splicing alternativo são duas formas de explicar a economia de genes.
Toda aquela região em que os pesquisadores não encontraram algo, efetivamente, está
explicado na base desses dois conceitos.

Por quê? Porque pode-se alterar o RNA Mensageiro, não necessariamente o gene.
Pode-se ter a mesma fonte e trabalhar a molécula intermediária, mudando-a para
produzir um outro resultado que se adeque melhor à sua função. Portanto, pode-se
concluir também que a regulação da edição e do splicing alternativo deve ser muito bem
feita, tendo em vista que, alguma alteração nesse processo, pode levar à perda da função
desejada.

• Exemplos de produtos de splicing alternativo: proteínas Imunoglobulinas.


Na região da imunoglobulina, há uma área que é chamada de região constante (da
cadeia pesada e da cadeia leve) e há uma área que é chamada de região variável (da
cadeia pesada e da cadeia leve). O que difere as cinco classes de imunoglobulinas é a
região constante da cadeia pesada.

• V. M. C.
Para exemplificar o exposto anteriormente: ao analisar-se uma cadeia de IgG e uma de
IgM, é essa região constante de IgG que irá diferenciá-la de IgM, já que as funções
efetores estão ligadas a tal região.
Função de região constante = é a construção da estrutura da molécula e o
reconhecimento dela por algumas células efetoras (como fagócitos, eosinófilos, etc).
isso é importante porque, durante a opsonização (ligação do anticorpo ao
microorganismo), para o macrófago reconhecer o complexo antígeno-anticorpo ele
reconhece primeiro a região FC da imunoglobulina (e não reconhece diretamente o
antígeno).
Imunoglobulinas de superfície do linfócito: (no caso dos virgens)
• IgM
• IgD (única imunoglobulina a qual não é secretada, servindo apenas como
reconhecimento de antígeno)
• ( São expressas ao mesmo tempo )
• Possuem regiões variáveis idênticas na superfície do mesmo linfócito,
diferenciam apenas em sua região constante e reconhecem apenas um
antígeno, mesmo poduzindo duas cadeia de imunoglobulina de classes
diferente. Essa organização é possibilitada em virtude do splycing
alternativo do gene.
• Para produzir a região variável antes de fazer a transcrição ocorre um evento
denominado recombinação somática dos genes de cadeia variável

A diversidade linfocitária se dá pela recombinação gênica.


As moléculas responsáveis pelo
reconhecimento de antígenos nos LB são
as imunoglobulinas de membrana IgM e
IgD.
Características das imunoglobulinas
Cada molécula de imunoglobulina é
constituída por duas cadeias pesadas e
duas cadeias leves ligadas por pontes
dissulfeto. Os genes das cadeias pesadas
se situam no cromossomo 14 e os das
cadeias leve k (kappa) e l (lambda) nos
cromossomos 2 e 22, respectivamente.
Existem cinco tipos diferentes de cadeias
pesadas denominadas a, g, d, e e m, que
definem as classes de imunoglobulina IgA, IgG, IgD, IgE e IgM, respectivamente. A
especificidade de ligação ao antígeno é definida pela porção variável (Fab) da molécula,
constituída pela união das regiões variáveis da cadeia pesada e cadeia leve que
constituem a imunoglobulina. As propriedades características da classe dependem da
porção constante da cadeia pesada. Cada cadeia de imunoglobulina, tanto leve quanto
pesada, é formada a partir de segmentos gênicos que se rearranjam em uma seqüência
específica para constituir a cadeia completa. A porção variável da cadeia pesada das
imunoglobulinas é codificada pelos segmentos VH, DH e JH, seguidos das regiões
constantes. Nas cadeias leves os segmentos são: Vk (~35) e Jk (5) e um só segmento Ck
no cromossomo 2 e Vl (~30) seguido de quatro conjuntos JlCl no cromossomo 22.

A montagem da cadeia pesada se


inicia com a combinação
aleatória de um segmento D e
um J que a seguir se unem a um
segmento V, definindo a
especificidade de
reconhecimento do anticorpo
que será formado,
independentemente da porção
constante que fará parte da
cadeia completa (Figura 3). A
cadeia pesada é a primeira a
sofrer rearranjo e a célula, capaz
de produzir uma cadeia pesada
m no citoplasma, é denominada
pré-B. A cadeia m se associa a
uma cadeia invariável e é
expressa na superfície como um pré-BCR, juntamente com as moléculas assessórias Iga
e Igb. Em seguida ocorre o rearranjo da cadeia leve kappa e, na falha desta, da cadeia
lambda. Cada LB apresenta, portanto, um único tipo de cadeia leve associado à cadeia
pesada. O sucesso na expressão de uma IgM completa na superfície do LB leva à
progressão da maturação com subseqüente produção de IgD de membrana por splicing
alternativo a partir do pré-RNA mensageiro que contém as diferentes porções
constantes.
Organização dos genes das imunoglobulinas

Recombinação e expressão dos genes das imunoglobulinas. Codificação da cadeia


pesada a partir da recombinação dos exons D1 com o 6º exon do agrupamento J que em
seguida recombinam com o exon V1. Os segmentos cromossômicos entre os exons
escolhidos são deletados. Na seqüência o segmento V1D1J6 formado recombina-se com
o segmento constante Cµ. Uma vez rearranjado, o DNA é transcrito em RNA
mensageiro que é traduzido em uma cadeia polipeptídica que constitui a cadeia pesada
da imunoglobulina. Na seqüência à direita está representado o processo de
recombinação que resultará na formação da cadeia leve kappa a partir da recombinação
dos exons V2 e J1.

Como geramos linfócitos que servem para defesa?


Quando o organismo se encontra com um antígeno, ele não irá produzir linfócitos
devido a esse encontro. Estes já estarão prontos depois de realizarem uma infinidade de
combinações genéticas possibilitadoras da produção de diversas moléculas de
reconhecimento antigênico. Essa diversidade vai estar presente nas imunoglobulinas e
receptores de linfócitos T. Então, toda vez que forem gerados tais produtos serão
realizados rearranjos somáticos de genes e deleção de algumas áreas que não foram
úteis, modificando o DNA para que, a partir de então, seja usada apenas essa região
combinada para produção específica.
Para ser feita a recombinação, são utilizados os genes V (em grande quantidade), D e
J (em números menores). A combinação se dá de maneira aleatória e é responsável pela
formação da região variável da cadeia receptora de antígenos em células T ou da região
variável em imunoglobulinas. Cada linfócito realizará esse evento de forma
independente.
Os linfócitos são as nossas únicas células que não têm genoma inteiro, já que ocorre
a seleção dos genes não utilizados na recombinação. Além disso, existe outro evento
relacionado às exposições repetidas ao antígeno. Nestas, observou-se a resposta
melhorada e mais rápida do organismo humano. O fato que explica isso é que a cada
exposição, as combinações gênicas são mais perfeitas para o antígeno, ocorrendo
através de pequenas mutações no lugar que já sofreu o rearranjo, possibilitando aumento
da qualidade de defesa do organismo (Mutação dos Genes de Região Variável ou
Mutação Somática dos Genes de Imunoglobulina ou de receptor de Célula T).

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